arthur eidam: visão panorâmica de cambé: museu histórico ... · ou sobre a história de cambé....
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Arthur Eidam: visão panorâmica de Cambé: Museu histórico de Cambé
CADERNO PEDAGÓGICO:
HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE CAMBÉ: POLÍTICA E
CIDADANIA.
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CAMBÉ - 2011
ELIAS SPINASSI
PROF. ORIENTADOR: DR. GILMAR ARRUDA
HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE CAMBÉ: POLÍTICA E
CIDADANIA.
Produção didático-pedagógico, Caderno
Pedagógico, do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, Área de História; Secretaria de
Estado da Educação do Paraná – SEED. IES
vinculada: Universidade Estadual de Londrina.
CAMBÉ - 2011
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SUMÁRIO
1. Ficha para catálogo – produção didática pedagógica............................................4
2. Perfil do aluno.......................................................................................................6
3. Investigando os conhecimentos prévios................................................................6
4. Conhecendo alguns conceitos................................................................................8
5. Atividades............................................................................................................11
6. Surgimento de Cambé.........................................................................................13
7. Atividades............................................................................................................17
8. História política...................................................................................................19
9. Prefeitos que governaram Cambé........................................................................21
10. Lideranças dos movimentos sociais que se destacaram no município................24
11. Atividades............................................................................................................28
12. Movimentos sociais.............................................................................................29
13. Questões partidárias.............................................................................................35
14. Política ambiental................................................................................................37
15. Atividades............................................................................................................40
16. Organização econômica de Cambé......................................................................42
17. Educação e cultura...............................................................................................43
18. Atividades............................................................................................................44
19. Oficina para analisar imagem e documento sobre movimento social.................45
20. Associação reclama de descaso em Cambé.........................................................46
21. Atividades............................................................................................................48
22. Oficina sobre os baners do fotógrafo Arthur Eidam............................................49
23. Atividades com os baners de Arthur Eidam........................................................49
24. Entrevista com representantes de movimentos sociais.......................................51
25. Avaliação.............................................................................................................52
26. Cronograma das atividades..................................................................................52
27. Referências bibliográficas...................................................................................54
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1. FICHA PARA CATÁLOGO - PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA
Título: História dos movimentos sociais de Cambé: Política e cidadania.
Autor Elias Spinassi
Escola de Atuação Colégio Estadual Maestro Andrea Nuzzi
Município da escola Cambé
Núcleo Regional de Educação Londrina
Orientador Prof. Dr. Gilmar Arruda
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Disciplina/Área História
Produção Didático-pedagógica Caderno pedagógico
Relação Interdisciplinar Geografia e sociologia
Público Alvo Alunos – 8ª Série
Localização
Colégio Estadual Maestro Andrea Nuzzi
Rua: Bento Munhoz da Rocha Neto, 366
Apresentação:
Dentro de uma perspectiva de melhorar a qualidade de
ensino na rede pública, esta produção didática visa trabalhar
conteúdos que ajudarão os alunos a conquistar com seus
méritos próprios o conhecimento, a reflexão e o exercício da
cidadania. O caderno pedagógico aqui desenvolvido tem como
objetivo central de levar aos alunos que são os sujeitos da
educação pública de “ter acesso ao conhecimento produzido
pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos
conteúdos das disciplinas escolares”. (SEED, 2008, p.14). Num primeiro momento estarei investigando os alunos sobre
os conhecimentos prévios da municipalidade de Cambé dentro
de uma tônica da história e política local. Não se constrói um
edifício sem as estruturas básicas, assim os alunos já dentro da
proposta do projeto serão seduzidos a refletir sobre alguns
conceitos básicos que envolvem democracia, município,
estado, federal e república. A construção da cidadania não
acontece de cima para baixo, que venha pronto e acabado como
um protótipo, a cidadania deve ser construída desde lá do
primeiro ano, neste momento é importante que o aluno tenha
5
contato com a história do município, e é neste momento, que o
aluno terá uma visão panorâmica, desde a origem do município
até os dias atuais, com esta visão da história local, o aluno
poderá ter uma perspectiva de participação na vida em
comunidade. Na história de Cambé, se destacaram várias
lideranças, tanto em nível de poder como lideranças em nível
de movimentos sociais. O aluno só terá interesse em participar
de movimentos sociais ou em organizações partidárias, caso
isto, venha contribuir para a sua história e para uma nova
história de comunidade, se ele obtiver um conhecimento da
história dos líderes do município, tanto daqueles que
governaram o município, como aqueles que através de
movimentos sociais, lutaram e marcaram a sociedade
cambeense. A maioria dos jovens não estão engajados em
movimentos sociais, na luta pelo desenvolvimento sustentável
que envolve o meio ambiente e tão pouco procuram se
envolver em agremiações partidárias, por isso, estarei
trabalhando com os alunos, a história dos movimentos sociais,
política ambiental e questões partidárias. A meta é despertar
nos alunos a participação comunitária e compromisso de
cidadania. O local, no qual o aluno está inserido, no caso a
municipalidade, é o terreno propício para a formação deste ser
diante das diversidades; históricas, políticas, cultural, social e
econômica com os quais convivem. De forma sucinta e breve
estarei enfocando aos alunos aspectos da economia, educação e
cultura local, na perspectiva de provocá-los a refletir sobre a
importância da economia, educação e cultura na vida do
cidadão. As oficinas serão um momento importante onde os
(as) alunos (as) poderão compartilhar com seus pares todas as
reflexões estudadas anteriormente. Na primeira oficina os
alunos irão compartilhar fotos de movimentos sociais que
aconteceram em Cambé e farão um estudo de caso sobre um
fato que Associação Cambeense dos Direitos da saúde
acompanhou a respeito de uma paciente gravemente doente. A
intenção é levar os alunos a refletir sobre a dignidade humana e
o tratamento que os pobres recebem das instituições
governamentais e sensibilizá-los que é urgente unir forças para
organizar estruturas justas que vem de encontro dos mais pobres
e dos excluídos. Finalizando os trabalhos, os alunos terão
oportunidade de interagir com um representante de
movimentos sociais que fez história no município através de
entrevista.
Palavras-chave História - movimentos sociais – política – cidadania.
6
2. PERFIL DO ALUNO.
Objetivo: Conhecer o aluno e os conhecimentos prévios sobre a história política de
Cambé.
Meta: Perceber o Grau de conhecimento sobre a História Política de Cambé.
Visualizar se o aluno tem contato com a história do município e envolvimento com
ações políticas no município.
Investigando o perfil do aluno e seus conhecimentos acerca da história de Cambe.
Para começar o trabalho de implementação em sala de aula quero conhecer o perfil do
aluno e o que ele sabe sobre a História de Cambé. Todas as respostas aqui registradas
serão mantidas em sigilo.
1. Quanto tempo mora em Cambé? Em que bairro mora?
2. A quanto tempo você estuda no Colégio Estadual Maestro Andrea Nuzzi?
3. Você sabe o que é movimento social? De que movimento social você já
ouviu falar?
4. Você participa de algum movimento como pastoral, ONG, partido político,
obras de caridade, escoteiros, grupo ambientalista ou grupo social? Qual?
5. Alguém de sua família participa de algum movimento como pastoral,
ONG, partido político, obras de caridade, escoteiros, grupo ambientalista
ou grupo social? Qual?
3. INVESTIGANDO OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS
1. Escreva em poucas palavras o que você sabe sobre o município de Cambé
ou sobre a História de Cambé.
2. Como você pensa a política do município em Cambé?
3. Quando há reuniões no bairro para discutir os problemas e reivindicar
melhorias para o bairro, a sua família participa destes encontros?
Comente.
4. Cite o nome de um líder comunitário que você conhece no município de
Cambé.
5. Caso você fosse eleito coordenador da sala em que você estuda, aceitaria o
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cargo?
6. Faça essa reflexão: como que a sua História de vida está relacionada com a
História do município ou com a comunidade em que você mora?
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4. CONHECENDO ALGUNS CONCEITOS
Objetivo: Analisar os conceitos de Município, Estado, Federal, República e
Democracia.
Meta: Com a compreensão dos conceitos e análises dos documentos e textos
será possível o aluno entender o valor da cidadania.
Antes de conhecer a História de Cambé, é importante que conhecemos alguns
conceitos como: Município, Estado, Federalismo, República e Democracia. Neste
segundo encontro que estamos realizando sobre os estudos do nosso município temos
como objetivo principal: Analisar os conceitos de Município, Estado, Federal,
República e Democracia.
Município
Documento 1
“Circunscrição administrativa autônoma do estado,
governada por um prefeito e uma câmara de vereadores;
municipalidade, concelho. O conjunto dos habitantes do
município; municipalidade.” (Buarque, 2004).
Estado.
Documento 2
Organismo político administrativo que, como nação soberana ou
divisão territorial, ocupa um território determinado, é dirigido
por governo próprio e se constitui pessoa jurídica de direito
público, internacionalmente reconhecida. Sociedade
politicamente organizada. (Buarque, 2004).
Documento 3
Para Hobbes os homens reunidos numa multidão de indivíduos,
pelo pacto, passam a construir um corpo político, uma pessoa
artificial criada pela ação humana a que se chama Estado. Para
Rousseau, os indivíduos naturais são pessoas morais, que pelo
pacto, criam a vontade geral como corpo moral coletivo ou
Estado. (Chaui, 2004. P. 206).
9
Outra definição de Estado é encontrada no dicionário do pensamento social do
século XX onde se define por três elementos:
Documento 4
Primeiro, um estado é um conjunto de instituições; estas são
definidas pelos próprios agentes do estado. A instituição mais
importante do estado é a dos meios da violência. Segundo, essas
instituições encontram-se no centro de um território
geograficamente limitado e que geralmente nos referimos como
sociedade. Terceiro, o estado monopoliza a criação das regras
dentro do seu território. Isso tende a criação de uma cultura
política comum, partilhada por todos os cidadãos. (Outhwaite &
Bottomore, 1996, p. 257).
É importante que cada cidadão compreenda que o Estado tem responsabilidades
sociais na justa aplicação das políticas públicas financeiras.
Texto 1
Vê-se atualmente com bons olhos um esforço dos estados em
definir e aplicar políticas públicas nos campos da saúde,
educação, seguraridade alimentar, previdência social, acesso à
terra e à moradia, promoção eficaz da economia para a criação de
empregos e leis que favorecem as organizações solidárias. Tudo
isso mostra que não pode existir democracia verdadeira e
estável sem justiça social, sem divisão real de poderes e sem
vigência do Estado de direito. (CELA, 2007, p. 44).
Federalismo.
Conceito de federalismo segundo o dicionário de política:
Documento 5
Na cultura política o termo Federalismo é usado para designar
dois objetos diferentes. Primeiro designa a teoria do Estado
federal. Numa segunda acepção, a visão global da sociedade.
(Bobbio, Mauttelucci, Pasquino, 2008, p. 475. v 1).
10
República.
Agora vamos conhecer o que significa república. O Brasil é um país republicano
desde 1889. Nestes 121 anos, a forma de governo republicana passou por período de
turbulência a onde grupos econômicos, partidos políticos, forças armadas e
movimentos ideológicos lutaram e digladiaram pelo poder republicano.
Documento 6
A expressão romana res publica subentende que as coisas são
públicas devem ser de interesse público: quem deve gerir o
estado são os cidadãos ativos, não reis, as oligarquias
aristocráticas ou mesmo um partido. Os cidadãos tratam-se
mutuamente como iguais. (Outhwaite & Bottomore, 1996,
p.661).
Veja o que diz o primeiro artigo da Constituição Brasileira no titulo I dos
Princípios Fundamentais:
Texto 2
Indissolúvel dos Estados e Municípios e do distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de direito e tem como
fundamentos: I- a soberania; II- a cidadania; III- a dignidade da
pessoa humana; IV- os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa; V- o pluralismo político. Parágrafo único. Todo poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição. (Brasil, 1988, p.
03).
Democracia.
Hoje se fala muito em democracia pelo mundo afora. Todos comentam sobre
esse assunto, jovens, adultos, homens, mulheres, políticos, instituições e a própria mídia
a que a mais cobra a prática da democracia. Um país para ser verdadeiramente
democrático tem que atender todas as necessidades de sua população. Caso haja pessoas
passando fome de pão por falta de emprego, crianças abandonadas nas ruas, pois, a
criança precisa receber dignidade hoje para oferecer no futuro, à educação em estado
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deprimente que não atende a sua população, a saúde que não chegue a todos e a
segurança que não protege seu povo da violência é um país que ainda não goza de plena
democracia. “Isso indica que não basta uma democracia puramente formal,
fundada em procedimentos eleitorais honestos, mas que é necessário uma
democracia participativa e baseada na promoção e respeito dos direitos humanos.”
(CELA, 2007, p. 43). Vamos ao conceito de democracia: ―A teoria clássica, divulgada
como teoria aristotélica, diz que a democracia, como governo do povo, de todos os
cidadãos, ou seja, de todos aqueles que gozam dos direitos da cidadania.‖ (Bobbio,
Mauttelucci, Pasquino, 2008, p. 319. V 1). Enfim
Documento 7
a democracia é, assim, reduzida a um regime político eficaz,
baseado na idéia de cidadania organizada em partidos políticos
e que se manifesta no processo eleitoral de escolha dos
representantes, na rotatividade dos governantes e nas soluções
técnicas (e não técnicas) para os problemas sociais.‖ (Chaui,
2004. P. 224).
5. ATIVIDADES
1. A seguir escreva a definição de cada expressão em seu caderno.
a) Município:
b) Estado
c) Federalismo:
d) República:
e) Democracia:
2. Fazendo uma releitura das definições estudadas, escreva um pequeno texto
comparando o os conceitos de Município, Estado, Federalismo, República e
Democracia com relação ao primeiro artigo da Constituição Brasileira no titulo I
dos Princípios Fundamentais.
3.Com referencia ao conceito de Estado: foram mencionadas três definições de
Estado, (Documento 1, documento 2 e documento 3). Escolha uma das três
definições e comente.
3.Analisando o texto 2 que faz referencia a Constituição Brasileira onde está
exposto princípio sobre a soberania, cidadania e dignidade humana e observando
12
o documento7 que faz referencia a democracia. Redija um pequeno texto
comentando se a sociedade em que vivemos é plenamente democrática.
5. No texto 2, que faz referencia a Constituição cite os direitos de cidadania do
brasileiro.
13
6. SURGIMENTOS DE CAMBÉ
Após estudar os conceitos, vamos conhecer o município de Cambé. Nesta lição não
podemos perder de vista o nosso principal objetivo que é: Compreender as
características do processo político de Cambé. Tendo como meta: conhecendo a história
local, o aluno poderá ter uma perspectiva de participação na vida em comunidade.
O surgimento de Cambé começa lá no século XIX, quando os ingleses começam de
forma gradativamente a fazer grandes investimentos no Brasil e particularmente no
Norte do Paraná. O Norte do Paraná e no caso especificamente a região de Cambé era
totalmente coberto por densas florestas. Praticamente os únicos habitantes eram os
índios, mas no decorrer do tempo foram chegando imigrantes e colonos. No início do
século XX os primeiros passos para o surgimento de Cambé começam a ser dados. Em
meados dos anos 20,
Texto 1
o governo do Paraná estava oferecendo as terras do Norte do
Paraná a preços baixos já que não havia vias de acesso para a
região, como estradas de ferro e de rodagem. Os ingleses
compraram algumas fazendas para o plantio de algodão. A
colheita não foi o que esperavam. Mesmo assim, a colonização
das terras da região era considerada um grande investimento.
Para realizar o empreendimento, no dia 24 de setembro de 1925
foi fundada a Companhia de Terras Norte do Paraná, que se
caracterizava como um dos últimos grandes investimentos dos
ingleses no Brasil. No final daquele mesmo ano, foi fundada em
Londres a matriz da Companhia de Terras, com o nome ―Paraná
Plantation Ltda‖, sob a direção de Lord Lovat. (Prefeitura
Municipal de Cambé, 1992, p. 23).
Aos poucos em toda a região Norte do Paraná a cada 100 km começam a surgir
os primeiro núcleos urbanos e “entre esses núcleos urbanos seriam fundados, de 15
em 15 km, pequenos patrimônios e cidades menores, para servirem de centros de
abastecimento à população rural”. (Prefeitura Municipal de Cambé, 1992, p. 25).
Nesse meio tempo surge a colônia de Dantzig, composto por imigrante oriundo da
Alemanha que encontraram enormes dificuldades na região por causa
14
Texto 2
dos despreparos daqueles imigrantes em sobreviver na mata
virgem, a uma temperatura adversa a que estavam acostumados.
Também foram fatores negativos os animais selvagens da
região, as dificuldades em conseguir alimentos e, pior ainda, o
conflito político que atingia na época, o que dificultava o
transporte de cargas entre os Estados de São Paulo e Paraná.
(Prefeitura Municipal de Cambé, 1992, p. 27).
O governo brasileiro através de propaganda de um Brasil El dourado na Europa
atraia imigrantes europeus para desbravar a região norte paranaense, principalmente em
Nova Dantzig que já como patrimônio começa a dar os primeiros passos rumo à
urbanização. Em 1937, através da mobilização da comunidade Nova Dantzig se torna
Distrito Judiciário de Londrina.
Arthur Eidam: acervo: Museu Histórico de Cambé
A segunda Guerra Mundial trouxe uma mudança significativa quanto ao nome
de Nova Dantzig devido ao envolvimento da Alemanha no conflito. Como o Brasil
durante a guerra apoiou as forças aliadas, achou-se por bem mudar o nome de Nova
Dantzig para Cambé. “O Governo do Estado, por sua vez, assinou o Decreto-Lei nº
199, de 30 de setembro de 1943 no Diário Oficial do dia 13 de janeiro de 1944,
mudando os nomes de cidades que tinham relação com os países inimigos.”
(Prefeitura Municipal de Cambé, 1992, p. 36).
15
A população de Cambe não estava satisfeita apenas como distrito de Londrina,
queriam a emancipação municipal. “Foi fundada a 15 de maio de 1947 a Sociedade
dos amigos de Cambé para lutar por quais quer causas que beneficiassem para a
consecução da autonomia.” (Gonzales Neto, 1987, p. 58). Depois de muita luta e
reuniões para organizar o novo município no dia 13 de outubro de 1947 foi publicado
no diário oficial do Paraná
Texto 3
na 1ª página a Lei nº 2, de 10 de outubro de 1947, que elevou o
distrito de Cambé à categoria de Município. A Lei foi assinada
pelo governador Moysés Lupion e deu a Cambé a independência
de Londrina. Eustáchio Sellmann foi nomeado o prefeito
provisório. O novo município foi instalado no dia 11 de outubro
daquele mesmo ano. (Prefeitura Municipal de Cambé, 1992, p.
37).
A vida política de Cambé, sempre seguiu um caminho conservador desde a sua
fundação. As lideranças políticas cambeenses desde 1930 se enfileiraram em políticos
que estavam no poder tanto a nível estadual como nacional. Raramente ou quase nunca
na história política de Cambé dentre aqueles que ocuparam o poder teve tendência
ideológica esquerdista. A busca do poder na prefeitura sempre foi pelo cargo de prefeito
e de vereadores e nunca por projeto de desenvolvimento ou até mesmo ideológico. É
importante ressaltar que da 1ª Legislatura: 1947-1951 à 5ª Legislatura: 1963 a 1969 os
partidos que dominaram o poder local são: PSD, UDN, PTB, PR, PSP e ARENA; tendo
como prefeitos: Jacídio Correia (prefeito por três vezes) e Dr. José dos Santos Rocha
(prefeito por duas vezes); enquanto que da 6ª Legislatura: 1969 – 1973 à 11ª
Legislatura: 1993 – 1996 os partidos que tiveram presente no poder local e que eram
oposição nas legislaturas anteriores e que agora estão no poder: MDB, PMDB e PDT.
Os prefeitos eleitos neste período são: Dr. Archimedes Climério Mozer, Dr. Antônio
Valdemar Garcia, Dr. Roberto Conceição, Dr. Jehovah Almeida Gomes, Luiz Carlos
Jorge Hauly, Estevo Luiz Forastieri, Dr. José do Carmo Garcia (prefeito por três vezes)
e Dr. Gilberto B. Martin. Nas próximas legislaturas o mesmo grupo continuará dando
as cartas no poder local, mas agora vestido em outros partidos como PTB e PSDB e essa
dinâmica segue até a décima quinta legislatura que á a atual, tendo como prefeitos:
Adelino Margonar e João D. Pavinato.
16
Em 1967, através de um concurso foi escolhido o escudo e a bandeira de Cambé
que foi oficializa com a Lei nº 26, de 03 de 0utubro de 1967.
O escudo
Figura 1
Documento 1
Arcos de círculos, na cor verde, se desenvolvem através da
figura central, um grão de café estilizado, na cor vermelha, e
vazam o espaço sem limitar o desenho, simbolizando assim as
demais riquezas do município, em constante evolução, abrindo
caminho para o progresso definitivo em todas as direções. O
fundo branco, cor neutra, completa a riqueza estética do
conjunto digno de um município pujante e jovem. (Prefeitura
Municipal de Cambé, 1992, p. 17).
Bandeira
Figura 2
Documento 2
A Bandeira de Cambé compõe-se de duas faixas que
simbolizam as atividades da região, em desenvolvimento
paralelo à riqueza principal: O café – representado por um grão,
em moderna estilização, na cor de uma de suas fases
(vermelhas). O sentido vertical das faixas lembram a ascensão
do Município. O fundo branco é sinal do clima de paz e união,
17
condicionadores essenciais do progresso. (Prefeitura Municipal
de Cambé, 1992, p. 18).
O Hino do município de Cambé foi criado pela lei nº 24, de 08 de setembro de
1967.
Música: Maestro Andréa Nuzzi.
Letra: Francisco Lopes.
Muitas raças se fundiram irmanadas,
trabalhando pela pátria brasileira,
e sem falsos preconceitos dissolventes,
se aconchegam sob as cores da bandeira.
O trabalho pioneiro
da cultura do café
foi o pai miraculoso,
da cidade de Cambé.
Ouro verde do Brasil,
este hino de Cambé
é uma prece agradecida,
é o calor de nossa fé.
Fronte erguida peito forte,
avancemos firme o pé
o Brasil sabe o que deve
para os filhos de Cambé.
Avante... Cambé... Avante! (Prefeitura Municipal
de Cambé, 1992, p. 19).
7. ATIVIDADES.
1. No texto 1, cite as razões do Governo do Paraná oferecer terras a preços
baixos. Quem teve prioridade nas compras das terras do Norte do Paraná?
Em seguida, discute com seus colegas, porque razões as terras não foram
oferecidas para colonos, índios e imigrantes?
2. Tendo por base o texto 2, descreva com suas palavras as situações adversas
que os alemães enfrentaram na colônia de Nova Dantizig.
3. Qual a razão de ter mudado o nome da cidade de Nova Dantizig para
18
Cambé? Em que ano? Cite a Lei.
4. Pense e descubra: o documento 1, faz uma descrição do escudo de Cambé.
Anote as informações que o escudo fornece a respeito de Cambé. O que
mais chama a sua atenção no documento 1 que descreve a respeito do
escudo de Cambé?
5. O hino de Cambé faz parte da história do município, vamos analisá-lo:
Cite o nome do compositor do hino.
6. Cite o nome do músico que compôs o hino de Cambé.
7. Ao se fazer uma leitura do hino se percebe aspecto econômico. Com suas
palavras descreva as características destes aspectos econômicos.
8. Cite as características que o hino de Cambé descreve sobre o município.
9. Baseando-se na paisagem e na sociedade que o hino de Cambé descreve
compare com o modelo de sociedade, paisagismo e econômico da Cambé
atual.
10. Neste estudo que fizemos sobre a origem de Cambé, faça uma releitura
sobre o surgimento de Cambé, e desenhe uma linha do tempo destacando
as datas e os fatos ocorridos. Nesta mesma linha do tempo, destaque as
datas de nascimentos e de fatos importantes de seus pais e de você.
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8. HISTÓRIA POLÍTICA
A reflexão que faremos a seguir envolve alguns conceitos de política, história
política e ação política. Nosso objetivo aqui é discutir com vocês significados e
conceitos de política, história política e ação política, tendo como meta: o despertar dos
alunos para a participação comunitária e compromisso de cidadania. É necessário dizer
que nos dias atuais, há uma descrença muito grande nas instituições políticas e nos
políticos que as governam. A política tornou-se insignificante e motivos de deboche a
ponto de tornar-nos descomprometidos com a realidade que nos cerca. “Os políticos
são impotentes... já não tem programa, seu objetivo é manter-se no cargo.”
(Bauman, 2000, p. 12). Vamos refletir alguns conceitos de política:
Texto 1
(...) que significa tudo que se refere à cidade e,
consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo
sociável e social. O conceito de Política entendido como forma
de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligado ao
de poder. Este tem sido tradicionalmente definido como
‗consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer
vantagem‘ (Hobbes) ou analogicamente, como ‗conjunto dos
meios que permitem alcançar os efeitos desejados‘ (Russell‘.
Sendo um desses meios, além do domínio da natureza, o
domínio sobre os outros homens, o poder é definido por vezes
como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao
outro a própria vontade e que determina, malgrado seu, o
comportamento. (Bobbio, 2007, p. 954).
Ainda podemos explicar a política como afirmar que a
Texto 2
política decorre da natureza e que a cidade existe por natureza.
Os humanos são, por natureza, diferentes dos animais porque
são dotados do logos, isto é, da palavra como fala e
pensamentos. Por serem dotados da palavra, são naturalmente
sociais ou como diz Aristóteles, são animais políticos. Não é
preciso buscar nos deuses, nas leis ou nas técnicas a origem da
Cidade: basta conhecer a natureza humana para nela encontrar a
causa da política. Os humanos, falantes e pensantes, são seres
de comunicação, e é essa a causa da vida em comunidade ou da
vida política. (Chaui, p.194, 2004).
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Boa parte dos brasileiros estão acostumados a esperar que todos os problemas
relacionados à vida em sociedade sejam solucionados por aqueles que governam. Não
podemos esperar pela boa vontade dos governantes. Por isso é importante a participação
política que
Texto 3
Significa o número a intensidade de indivíduos e grupos
envolvidos na tomadas de decisões. Desde o tempo dos antigos
gregos, consistiu idealmente no encontro de cidadãos livres
debatendo publicamente e votando sobre decisões de governo.
A teoria mais simples sempre foi que o bom governo depende
de altos níveis de participação. (Outhwaite, Bottomore, 1996, p.
559).
Vivemos um momento importante na História Política do Brasil, haja vista, que
desde o golpe de 1964 até hoje passamos por momentos históricos importantes. Como o
fim da ditadura militar, lutas por diretas já, eleições diretas para presidente,
impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello, plano real, eleição do presidente
operário e corrupção. A História política nos ajuda a refletir o passado e seus
significados, para viver bem o presente não cometendo os mesmos erros do passado e
ao mesmo tempo nos ajuda a planejar o futuro.
A História Política tem várias perspectivas e cada indivíduo percebe a história
sobre ângulos diferentes, exemplificando:
Texto 4
Para quem viveu 1940 numa pequena cidade do interior do
Brasil, na condição de imigrantes italiano, como meu avô, a
política podia bem ser definida como a visita do delegado de
polícia, que um dia inspecionou a casa e, para não sair de mãos
abanando, confiscou o velho rádio de ondas longas. Afinal, o
aparelho (que na verdade mal sintonizava a rádio local) poderia
ser um perigoso meio de comunicação com o inimigo de guerra
no além-mar. Para quem viveu 1963 na condição de uma
respeitável senhora de classe média, abastada e católica, a
política talvez pudesse ser melhor definida como a luta contra o
perigo comunista que ameaçava apossar-se do Brasil, ou então,
se fosse o membro de uma liga camponesa, a luta por ―reformas
21
de base‖ que diminuíssem as desigualdades sociais. Para quem
viveu 1984, a política podia por certo ser definida como um
grito emocionado, rasgado, que a plenos pulmões exigia
eleições diretas para presidente da República. Não para depois,
mas ―já!‖ Para quem viveu 1992, a política podia ser definida
como a indignação estampada num rosto pintado para a ―guerra
cívica‖, vista como a revolta intransigente de estudantes muito
jovens contra aqueles poderosos que roubaram e mentiram. E
que todos queriam ―fora!‖. (Tosi, 2001, p. 1).
Nos dias de hoje é bem provável que o cidadão irá perceber a política
pela perspectiva da corrupção, da impunidade e do descrédito nos representantes
políticos.
9. PREFEITOS QUE GOVERNARAM CAMBÉ
Nome do Prefeito Ano Realizações
Eustáchio Selmann 11-10 –
1947
08-12-1947
Primeiro prefeito de Cambé.
Jacídio Correia 1947-1951
1955 – 1959
1963-1969
- Organizou o grupo escolar Olavo Bilac, do qual
foi diretor.
Iniciou o calçamento da cidade em 1951.
Construiu o atual prédio da prefeitura.
Urbanizou a Praça Getúlio Vargas.
Adquiriu o terreno para a construção da caixa
d‘água no centro da cidade.
Adquiriu o terreno para a implantação do parque
industrial entre Cambé e Londrina.
Dr. José do Santos
Rocha
1951 – 1954
1959- 1963
Construiu o edifício do Posto de Puericultura.
Construiu a Biblioteca Pública Municipal.
Calçou parte das ruas da cidade de Cambé.
Iniciou a urbanização da Praça Santo Antônio,
instalando nela o Altar da Pátria.
Dr. José Joaquim
Canedo
1954-1955 Assumiu o lugar de prefeito do Dr. José do Santos
Rocha eleito deputado Estadual.
22
Dr. Archimedes C.
Mozer
1968 – 1972 Construiu a caixa d‘água no centro da cidade.
Continuou o processo de industrialização do
município.
Dr. Antônio W.
Garcia
1972 - 1976 Sua administração foi marcada pela política da
industrialização.
Deu incentivo ao esporte.
Melhorou a urbanização da cidade.
Dr. Roberto
Conceição
1977 – 1979 Zeloso com a coisa pública e imprimiu na
prefeitura uma política de austeridade.
Recuperou os maquinários e in iniciou o
modelamento dos bairros.Trouxe para Cambé p
Projeto Cura I (Asfalto, saneamento e infra-
estrutura).
Criou a lei de incentivo à industrialização.
Faleceu no dia 16 de março de 1979, ainda como
prefeito.
Dr. Jehovah
Almeida Gomes
1979 – 1983 Vice prefeito do Dr. Roberto Conceição.
Inaugurou o Conjunto Habitacional Cambé III.
Realizou a pavimentação asfaltica nas Vilas
Mesquita e Guarani.
Reformou o Estádio José Garbelini.
Construiu o Ginásio de Esporte
Luiz Carlos Hauly 1983 - 1987 Abriu espaço para a participação popular através
das Associações de Moradores.
Criou o Museu Histórico de Cambé.
Em 1987, Hauly renunciou o mandato para se
tornar Secretário da Fazenda no governo de Álvaro
Dias.
Estevo Luiz
forastieri
1987 – 1989 Vice-prefeito na chapa de Luis Carlos Hauly.
Iniciou as obras do terminal rodoviário de Cambé.
Dr. José do Carmo
Garcia
1989 – 1992
1997 – 2000
2001 – 2004
Inaugurou o Centro Cultural, com a biblioteca,
museu e o setor de artes plásticas.
Construiu o calçadão no centro da cidade.
23
Padronizou as calçadas.
Asfaltou todos os bairros
Construiu os ginásios de esportes do Jardim Santo
Amaro, Novo Bandeirantes e Ana Rosa.
Construiu o Centro de Eventos na Praça Santo
Antônio.
Inaugurou a casa de velório, vizinha do cemitério
municipal.
Urbanizou a área de lazer no Córrego da Verdade
conhecido como Zezão.
Dr. Gilberto B.
Martin
1993 - 1996 Priorizou a saúde no seu mandato.
Reduziu a mortalidade infantil de 21,4 em 1994
para 12,7 em 1996.
Na sua gestão o Município de Cambé recebeu um
prêmio da UNICEF ―Município Amigo da
Criança‖.
Construiu três unidades de saúde em Cambé,
(CAIC, Jardim Silvino e Jardim Ana Rosa).
Aprovou e sancionou o Plano de Cargos de
Carreiras e Salários (PCCS) para o funcionalismo.
Construiu o Conjunto Habitacional Dr. José dos
Santos Rocha.
Durante o seu mandato foi fundado o Parque
Histórico Municipal Danziger Hof.
Adelino Margonar 2005 – 2008 Iluminação da PR 445
Reformas de várias escolas municipais.
João D. Pavinato 2009 - Projeto Atitude
Projeto Hora Cheia.
Projeto Prefeitura em Ação.
Projeto Ação Educativa.
(Cambé: História, Cultura, Economia, 2006, p. 12 a 14)
24
10. LIDERANÇAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS QUE SE
DESTACARAM NO MUNICÍPIO.
Cecílio Araújo Chegou à cidade de Cambé com 17 anos.
Participou na Igreja Católica através da PJ
(Pastoral da Juventude), onde fundou o
movimento de jovens (JUCRICA) Juventude
Cristã Católica.
Fundou a associação de bairro do Jardim
Alvorada onde se tornou membro dirigente.
No trabalho com a associação em 1986 lutaram
contra os altos preços absurdos das tarifas dos
transportes coletivos que impunham contra a
população.
A associação chegava a discutir planilha de custo
com as empresas de transportes coletivos.
Militou na Pastoral Operária.
Participou do Conselho Municipal de Saúde.
Coordenador do CPD (Conselho Pastoral do
Decanato) de Cambé, onde nos dois últimos anos
organizou a caminhada pela Paz no município.
Milita no Partido dos Trabalhadores, onde hoje é
vereador.
Cícero Teixeira Em 1983, Ao lado de Valdemar Ribeiro, Cícero é
eleito vice-presidente da Associação de Bairro do
Jardim Santo Amaro, permanecendo no cargo
por 6 anos.
Em 1988, se torna presidente da associação de
Bairro, permanecendo no cargo até 1992.
Liderou a implantação das hortas comunitárias
no Santo Amaro e Parque Manela.
Liderou a criação do Conselho de Segurança do
25
Bairro trazendo para o Santo Amaro a primeira
viatura policial, para dar segurança exclusiva
para a região.
Na liderança da Associação reivindicaram e
depois de muita luta conquistaram para o Parque
Manela II a pavimentação asfaltica, assim como
para algumas ruas do Santo Amaro.
Liderou através da Associação de Bairro a
construção do ginásio de esporte.
A rede de esgota foi outra conquista realizada
pela associação de bairro.
Em 1990, Cícero propôs a separação do estatuto,
criando a Associação dos Moradores do Parque
Manela.
Fez parte do CODEFS (Conselho de Futebol
Suíço do Santo Amaro).
Fez parte da APMF da Escola Padre
Symphoriano Kopf Escola Pedro Tkotz.
Foi eleito vereador por três legislaturas.
Foi Vice-Prefeito, do Prefeito José do Carmo
Garcia de 2001 a 2004.
José Vieira Rodrigues Reside no Jardim Ana Rosa há 34 anos.
É o atual Presidente da Associação do Jardim
Ana Rosa. É presidente da Associação por sete
anos.
Participa da associação de bairros por 30 anos.
No início dos anos oitenta coordenou os
trabalhos da edificação da Escola Antônio
Raminelli.
Foi Presidente da APMF no Colégio Antônio
Raminelli.
Através da Associação de Bairros, coordenou
várias festas e bailes no intuito de arrecadar
26
fundos para manter a associação.
Ajudou a fundar a Escola Pré-Corela, luta
realizada através da Associação.
Nos finais dos anos 80 e início dos anos 90
coordenou várias festas para arrecadar fundos
para manter a escola Pré-Corela.
Lutou pela implantação da casa comunitária no
Jardim Ana Rosa. A casa foi construída através
de mutirão, apenas o material é que foi doado por
políticos.
Lutou pela construção da capela no Cambé IV.
Através da associação lutaram pela conquista da
pavimentação asfaltica no bairro.
Lutou pela integração da passagem no transporte
coletivo.
Padre João Batista Pires Foi pároco da Paróquia São Francisco Xavier por
10 anos, onde desenvolveu um trabalho da
criação das CEBs, (Comunidade Eclesiais de
Base), que mais tarde se tornaram grupo de
reflexão.
Padre João liderou as famílias que estavam sendo
desapropriado no fundo de vale do Santo Amaro
onde seria urbanizado. Movimento esse que
impediu as famílias de serem retiradas desse
local.
Padre José Alves Foi vigário da Paróquia Santo Antônio de
Cambé.
Criou a PJ (Pastoral da Juventude), que servia de
base para engajamento nos movimentos
populares.
Criou o movimento que organizava a caminhada
pela Paz sempre após a Páscoa. A caminhada
sempre era o gesto concreto da Campanha da
27
Fraternidade.
Paulo Tardiolli Mora na região do Santo Amaro desde 1966,
data do seu nascimento.
Foi presidente da Associação de Bairro do Santo
Amaro por 6 anos.
Foi membro ativo da Associação de Bairro do
Jardim Santo Amaro por 15 anos.
Como dirigente da Associação junto com a
comunidade lutou pela casa de velório.
Lutou pela iluminação pública da Rua José
Afonso dos Santos e Rio Iguaçu onde foram
trocadas as lâmpadas de 150 w para 500 w.
Em 2002, junto com a força da igreja Católica,
liderou o movimento para acabar com a ―Paquera
na Avenida‖, onde aconteciam tráficos de
drogas, imoralidades, violência e até morte.
Lutou pela implantação da lotérica no Santo
Amaro.
Lutou pela implantação da passarela na BR 369
Melo Peixoto, ligando o Jardim União com o
Santo Amaro.
Como Presidente da Associação fez parceria com
a Pastoral dos Vicentinos para arrecadar
alimentos e agasalhos para serem depois
distribuídos às famílias carentes da comunidade.
Foi Presidente da APMF da Escola Pedro Tkotz.
É o atual Presidente da APMF da Escola
Municipal Padre Symphoriano Kopf.
Lutou pela Reforma da Escola Municipal Padre
Symphoriano Kopf.
Foi membro do Mojusa (Movimento da
juventude Santo Amaro).
Atualmente é membro do grupo Esperança.
28
Movimento ligado ao Grupo de Renovação
Carismática Católica.
Atualmente é Vereador em Cambé representado
a região do Santo Amaro.
(Informações coletadas através de atas da associação do Jardim Santo Amaro, Jardim
Alvorada, Jardim Ana Rosa)
11. ATIVIDADES
1. A partir do texto 1 e texto 2 faça uma pequena redação explicando a
diferença entre o conceito de política e aquilo que as pessoas comentam
sobre a política no dia-a-dia.
2. Reunidos em grupos de 4 colegas reflitam sobre este problema: Na
sociedade atual, mais particularmente em nossa comunidade ou até mesmo
em nossas famílias quando se fala em política acabamos sempre criticando
os políticos e o sistema de governo. Por que há uma descrença muito
grande nas instituições políticas e nos políticos que as governam? Por que a
política tornou-se insignificante e motivos de deboche a ponto de tornar-
nos descomprometidos com a realidade que nos cerca?
3. No texto 3, se observa que a participação política é uma prática desde a
antiguidade dos tempos dos gregos, compare com os dias atuais a
participação política dos indivíduos na comunidade na qual você está
inserido. Construa um pequeno texto.
4. No texto 4, há uma narrativa histórica sobre a visão de como se percebe a
política nos decorreres do tempo entre 1940 a 1992. Com suas palavras,
faça uma pequena dissertação comentando essas visões de percepção
políticas. Hoje como você vê, percebe e define a política?
5. Faça uma comparação dos trabalhos realizados pelos prefeitos com os
trabalhos realizados pelas lideranças na suas comunidades.
29
12. MOVIMENTOS SOCIAIS
Objetivo: Investigar movimentos políticos populares na história da cidade e do bairro;
Meta: Engajamento dos alunos em movimentos sociais, participação comunitária e
compromisso de cidadania.
Na aula anterior, tendo feito a reflexão e absorvido o conhecimento sobre a
política e estado, agora é o momento de entender e conhecer o que é ser cidadão. È
importante que vocês tenham consciência sobre o grau da importância da cidadania na
sociedade. “Todo cidadão tem o direito de expor em público seus interesses e suas
opiniões, vê-los debatidos pelos demais, e aprovados ou rejeitados pela maioria”.
(Chaui, 2004, p. 225). Esta consciência de participação social e cidadania não se
aprendem somente em livros, informativos e mídia, é importante que você esteja
engajado em algum movimento social ou partidário. Agora é o momento refletir sobre
movimentos sociais.
É óbvio que nos dias de hoje, os movimentos sociais não tem as mesmas
características do século passado, mas o engajamento em novos movimentos sociais
fará que o cidadão tenha “maior consciência de sua capacidade de produzir novos
significados e novas formas de vida e ação social.” (Outhwaite, 1996, p. 502). Ainda
nesta perspectiva:
Texto 1
(...) os novos movimentos sociais colocam em questão a
validade dos padrões existentes do mundo da vida, tais
como normas e legitimidade, e posteriormente ampliam
o espaço público. Simultaneamente, como movimentos
defensivos, oferecem resistência à intrusão patológica
em um mundo de vida que está colonizado por
mecanismos sistêmicos de racionalização, econômicos e
políticos, que anulam processos de comunicação.
(Outhwaite, Bottomore, 1996, p. 502).
No Dicionário de Política, temos a seguinte reflexão a respeito dos movimentos
sociais:
30
Texto 2
Podemos distinguir a existência de duas correntes na
reflexão dos clássicos. De um lado estão os que, como
Le Bon, Tarde e Ortega y Gasset, se preocupam com a
irrupção das massas na cena política e vêem nos
comportamentos coletivos da multidão uma
manifestação de irracionalidade, um rompimento
perigoso da ordem existente; De outro lado, estão os
que, como Marx, Durkheim e Weber, se bem que com
alcance e implicações diversas, vêem nos movimentos
coletivos um modo peculiar de ação social,
variavelmente inserida ou capaz de se inserir na
estrutura global da sua reflexão, quer eles denotem
transição para formas mais complexas, a transição do
tradicionalismo para o tipo legal –burocrático, quer o
início da explosão revolucionária. (Bobbio, 2007, p.
787).
Vamos conhecer um pouco da história dos movimentos sócias, começando a
nível mundial, passando pelo Brasil, um pouco do Paraná e por fim falaremos do
movimento social em Cambé. Os movimentos sociais sempre tiveram a presença forte e
marcante de jovens nas organizações e lutas de nível internacional como local. A nível
internacional,
Texto 3
Nos anos 1960, os jovens de inúmeros países, como
França, Inglaterra, Tchecoslováquia, EUA, México,
Brasil, entre outros, revoltaram se contra a forma
opressiva que as sociedades de classe assumiram.
Lutavam contra a estruturação da sociedade sob o
controle de uma indústria avançada, com forte apelo
consumista e massificante, que não permitia a
contestação, na qual a valorização não recaia sobre os
sujeitos, mas sobre a modernização, racionalização e o
planejamento burocrático, ou seja, uma sociedade
tecnocrática. Ainda, os jovens passaram a lutar contra
regimes governamentais autoritários e repressores, como
foi o caso da Tchecoslováquia e do Brasil após 1964.
Desta forma, grande parte da energia crítica desta nova
geração de descontentes foi canalizada para atividades
até então não descobertas pelas formas tradicionais de
luta política, manifestando-se de maneiras
surpreendentes. Uma das formas dos jovens explicitarem
31
a sua rebeldia foi pelas manifestações culturais.
Contracultura foi o termo criado pela imprensa norte-
americana, nos anos 1960, para caracterizar um conjunto
de manifestações culturais nos Estados Unidos e Europa,
com menor repercussão na América Latina. Assim,
contracultura foi a cultura não reconhecida oficialmente,
portanto, marginal.
A contracultura norte-americana surgiu dos movimentos
de contestação do modo de vida e cultura ocidental.
Jovens intelectuais, boêmios, marginalizados como os
gays e negros, a partir do final da década de 1950,
passaram a criticar e a recusar a forma de organização da
sociedade americana e o mito do ―sonho americano‖
relativo à idéia de sucesso.
Nos anos 1960, os jovens da classe média americana
passaram a apoiar os movimentos de contestação e a
criticar a cultura estadunidense. Descrentes com o futuro
e desencantados com o presente, os jovens de diferentes
países tentaram criar um mundo alternativo expresso
pela música e pelo movimento underground. (SEED,
2006, p.384)
No Brasil desde o começo do século XX, os movimentos sociais tiveram
presença forte principalmente com participação dos jovens.
Texto 4
No Brasil, os sindicatos surgiram no início do século
XX. Nos sindicatos, também chamados sociedades de
resistência, os trabalhadores organizavam as lutas pela
redução das jornadas e pela melhoria das condições de
trabalho, pelo aumento dos salários e pela definição das
formas de pagamento.
As primeiras grandes mobilizações operárias da nascente
indústria brasileira ocorreram em 1903, na indústria
têxtil do Rio de Janeiro.
Em 1907, ocorreram novas paralisações, dessa vez em
São Paulo, Santos, Ribeirão Preto e Campinas,
envolvendo trabalhadores da construção civil,
metalurgia, indústria de alimentos, gráficos e têxteis.
A greve de 1917, em São Paulo teve início no setor têxtil
e depois se espalhou por empresas de outros ramos.
(Projeto Araribá, 2007, p.58, 59).
Ainda no Brasil
32
Texto 5
Em 1948, criada a federação de Mulheres do Brasil,
incluindo várias tendências de esquerda com forte
influência do PCB. ―Principal objetivo: campanhas
contra carestia e pela libertação de presas políticas.‖
(MPMP, 2005, p. 42)
No Brasil, os estudantes, músicos, artistas saíram às ruas
para denunciar o regime militar que passou a vigorar no
país a partir de 1964. Em 1968, o governo militar institui
o AI-5 (Ato Institucional n.º 5), através do qual
concretizou a ditadura ao decretar o fechamento do
Congresso, estabeleceu a censura aos meios de
comunicação e passou a prender e a julgar
arbitrariamente qualquer pessoa que fosse considerada
contra o regime, denominados de subversivos. (SEED,
2006, p.385).
A partir de 1968, a luta contra ditadura militar se intensifica através de luta
armada dando destaque
Texto 6
a Aliança Nacional Libertadora (ALN), o Movimento
Revolucionário 8 de outubro (MR-8) e a Vanguarda
Popular Revolucionária (VPR). A repressão aos
integrantes destes grupos era muito intensa. Centenas de
pessoas foram presas, torturadas e/ou mortas. (SEED,
2006, p.386).
A partir da década de 70 o movimento negro começa a se organizar no Brasil.
“Em 1978, os movimentos negros se organizaram formando o Movimento Negro
Unificado Contra a Discriminação Racial (MNUCDR).” (SEED, 2006, p. 391).
Em 1983, em cascavel PR
Texto 7
Centenas de trabalhadores rurais decidiram fundar um
movimento social camponês, autônomo, que lutasse pela
terra, pela Reforma Agrária e pelas transformações
sociais necessárias para o nosso país. Eram posseiros,
atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros,
pequenos agricultores... (www.mst.org.br)
33
A partir daí esses lutadores formaram o MST (Movimento Sem Terra). Eles “se
organiza em torno de três objetivos principais: Lutar pela terra; Lutar por
Reforma Agrária; Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna.‖
(www.mst.org.br).
O Paraná também tem sua história de lutas, vejamos:
Texto 8
O Paraná é historicamente, um estado marcado pelas
lutas por terra: a Revolta do Contestado (1912-1916); o
Levante do sudoeste e a Revolta de Porecatu, no final
dos anos 50, são o berço do que se constituiria mais
tarde, o movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra.
(César Sanson, apud).
Após 55, ganha força o sindicalismo rurais e se
organizam as Uniões gerais de Trabalhadores, que eram
ecléticas, envolvendo grupos rurais e urbanos. (César
Sanson, apud).
O período pós-64 até o meado da década de 70 foi
caracterizada pelo silenciamento dos movimentos sociais
e da mobilização sindical. A política do governo militar
era a prática assistencialista, avanço tecnológico, infra-
estrutura básica e educação especializada, a fim de
reduzir a prática reivindicatória, além de muito
autoritarismo.
Entretanto no final da década de 70, a desapropriação de
terras produtivas para a construção de barragens das
usinas hidrelétricas faz emergir uma ampla ação de
movimento populares e sindicatos, para exigir seus
direitos com relação a falta de indenização e/ou preços
extremamente baixos das terras.
Em 1981 surgiu o MASTRO – movimento dos
Agricultores Sem-Terra no Oeste do Paraná, como um
desdobramento do Movimento ―Justiça e Terra‖. Na
região Norte, foi criado o MASTEL (Movimento dos
Agricultores Sem-Terra do Leste) e na região sudoeste, o
MASTES (Movimento dos Agricultores Sem-Terra do
Sudoeste) incorporando também reivindicações quanto
às condições de trabalho, produção e comercialização.
De julho de 1981 até 1986 muitos congressos e
encontros regionais e estaduais foram realizados: em
Medianeira, a 1ª Assembléia Estadual de Agricultores;
em Cascavel, o 1ª encontro sobre Barragens do Sul do
Pais; encontro de Articulação Nacional dos
Movimentos Populares e Sindicais (ANAMPOS), que,
34
entre outras coisas, discutia a formação da CUT (Central
Única dos Trabalhadores); o 1º Congresso Nacional de
Agricultores Sem Terra, em Curitiba.
A partir de 1987, foi criada a fundação da associação de
Mulheres Rurais e mais tarde, houve a formação de
grupos de mulheres através de cooperativas. (MPMP,
2005, p. 77 a 88).
Vejamos em Cambé como se deu a construção dos movimentos sociais, mais
especificamente no caso das associações de bairros. A política nunca caminha sozinha e
no caso de Cambé, a política sempre esteve associada aos outros setores do
desenvolvimento local, estadual e nacional. O município de Cambé durante uma parte
de sua história política sempre manteve dentro de um conservadorismo, mas com o fim
da ditadura Cambé acabou optando para uma política de centro esquerda iniciada com
Luis Carlos Hauly. Mesmo assim, na política local de Cambé sempre acaba
sobressaindo à história personalista e individualista dos personagens que marcaram a
história enquanto que a história da coletividade cambeense acaba ficando no segundo
plano, deveria ser o contrário como diz Ferreira “que os comportamentos coletivos
têm mais importância sobre o curso da história do que as iniciativas individuais.”
(2000, p. 116).
Na década de 80, Cambé vê aos poucos surgirem movimentos populares, claro
que influenciado pela cidade vizinha de Londrina, onde existiam movimentos populares
mais estruturados como: sindicatos, associações de bairros e pastorais. O ponto forte
dos movimentos sociais em Cambé, se deu nas organizações de associações de bairros
influenciada por lideranças de pastorais religiosas, onde houve uma participação direta
tanto do povo como dos dirigentes políticos através de reuniões políticas para
discutirem pautas relacionadas ao bem comum dos cidadãos. No município de Cambé já
houve participação popular. Bairros como Santo Amaro, Novo Bandeirantes e outros
bairros vizinhos tinham participação importante e fundamental na luta contra a panela
vazia, que se caracterizou no Movimento da Panela Vazia e na luta contra a carestia que
atingiu seu apogeu “no Movimento Contra a Carestia, pode se dizer que tal
movimento foi no município o ponto de partida para a organização popular local”.
(Silveira, 1989, p. 25). As associações de bairros foram um ponto forte de organização
na periferia da cidade na luta pela implantação de postos de saúde, escolas, transporte
coletivo e pavimentação asfáltico Isto demonstra que o local é o território propício para
35
o surgimento de forças políticas populares e Pierre Laborie exprime bem essa idéia de
que “a história política não pode ser percebida como uma instância enclausurada
no sótão de uma casa onde a única porta de entrada é o porão.” (1992, Citado por
FERREIRA, p. 270). Isto demonstra que mesmo que os lideres políticos que
governam o município, o povo organizado não está ausente em participar da vida
política do município, pois, afinal de conta, as decisões tomadas na esfera do poder
executivo e legislativo repercutem na vida do cidadão. Neste sentido René Rémond diz
que:
Texto 10
Pensando bem, praticamente não existe outra atividade
que atinja um número maior de homens e mulheres, pelo
menos nos países democráticos. O princípio segundo o
qual todos os cidadãos são iguais entre si e são
chamados a participar das grandes escolhas políticas faz
da política a "coisa de todos". Mesmo que nem todos
façam uso desse direito, todos são chamados, todos estão
comprometidos. De outro lado, a política, o que é
decidido, não lhes é indiferente. É da política que
depende com freqüência seu nível de vida, sua segurança
e até, em alguns casos, sua própria existência. Mesmo
que não se interessem pela política, a política os alcança.
Quando um governo decide declarar guerra, todos os
homens e mulheres daquele país são envolvidos.
(Rémond. 1994, p. 18)
13. QUESTÕES PARTIDÁRIAS
Vejamos alguns aspectos da vida partidária em Cambé. A vida política de
Cambé, sempre seguiu um caminho conservador desde a sua fundação. As lideranças
políticas cambeenses desde 1930 se enfileiraram em políticos que estavam no poder
tanto a nível estadual como nacional. Raramente ou quase nunca na história política de
Cambé dentre aqueles que ocuparam o poder teve tendência ideológica esquerdista. A
busca do poder na prefeitura sempre foi pelo cargo de prefeito e de vereadores e nunca
por projeto de desenvolvimento ou até mesmo ideológico.
É importante ressaltar que da 1ª Legislatura: 1947-1951 à 5ª Legislatura: 1963 a
1969 os partidos que dominaram o poder local são: PSD, UDN, PTB, PR, PSP e
ARENA. O PML (Partido Municipalista de Londrina) veio para “Nova Dantzig, o sub-
36
diretório desse partido local foi formado a 12 de setembro de 1937 em reunião
presidida pelo Dr. Willie Davids.” (Gonzales Neto, 1968, p. 43). Em 1945, “em
Cambé é constituído o sub-diretório da UDN e começa a aglutinação em torno de
outras siglas partidárias como o novo PSD (Partido Social Democrático)”.
(Gonzales Neto, 1968, p. 45). Assim como também foram formado os partidos: PTB
(Partido Trabalhista Brasileiro) e o PRP (Partido de Representação Popular).
A representação popular nestes partidos é praticamente inexistente visto o que
diz Gonzales Neto:
Texto 11
O pequeno núcleo urbano de Cambé, então distrito de
Londrina, possui uma escassa representação de operários
no conjunto de sua população, mas a representação de
colonos é grande visto que a maioria da população do
distrito está localizada na Zona Rural e o sistema
fundiário que embasa essa população é o da pequena e
média propriedade. Em Cambé, o PTB exemplifica a
situação descrita por Maria Izaura pois, nos vinte anos de
regime constitucional de 1946, teve entre seus
componentes, proprietários rurais, comerciantes,
profissionais liberais, além de trabalhadores propriamente
ditos. Assim a representatividade política do distrito é
conduzida pela camada proprietária, constituída de
pequenos e médios proprietários rurais, a que se juntam
comerciantes liberais, funcionários que aglutinam o apoio
das camadas populares basicamente formadas por colonos
e comerciante. (1968, p. 47 e 48).
No dia 27 de outubro de 1965, o governo militar com o objetivo de avançar com
a repressão baixou o Ato Institucional nº 02 que extinguia o pluripartidarismo e
adotando o bipartidarismo: ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido da
situação que representava os militares; e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro),
partido da oposição. Essa composição nacional acontece em nível de município, no
caso, Cambé.
Enquanto que da 6ª Legislatura: 1969 – 1973 à 11ª Legislatura: 1993 – 1996 os
partidos que tiveram presente no poder local e que eram oposição nas legislaturas
anteriores e que agora estão no poder: MDB, PMDB e PDT.
37
Nas próximas legislaturas o mesmo grupo continuará dando as cartas no poder
local, mas agora vestido em outros partidos como PTB, PSDB e essa dinâmica segue até
a décima quinta legislatura que á a atual.
14. POLÍTICA AMBIENTAL
Rapidamente, vejamos alguns aspectos do meio ambiente em Cambé. A questão
do meio ambiente é discutida em todos os níveis de sociedades, entre todas as pessoas,
entre os governantes e empresários, porém pouca coisa tem acontecido de concreto em
relação à preservação e sustentabilidade do meio ambiente. A exemplo de outras
localidades, Cambé também tem a sua parcela de culpa na degradação do meio
ambiente.
Texto 12
As terras onde se localiza o atual município de Cambé
eram compreendidas por uma imensa floresta e nestas
terras viveram diversos povos indígenas a base de caça,
pesca, coleta de frutas, plantas e raízes e de uma
agricultura rudimentar. Eram livres, donos da terra e
viviam com muita abundância, apesar das técnicas
aparentemente simples que utilizavam. (Rosangela
Nogueira, 2008. p.14)
A imensa maioria da vegetação e dos animais foi
devastada no processo de colonização, primeiro com o
intuito de retirar a madeira para corte e venda, outro fator
de igual importância foi o aproveitamento da terra roxa
para o plantio especialmente do café. (Rosangela
Nogueira 2008. p. 22)
A degradação do meio ambiente praticada com a ação humana em Cambé foi
grande que Gonzales neto relata que
Texto 13
A indústria madeireira representada por 5 serrarias
evidencia a atividade predatória que foi a indiscriminada
derrubada Da densa floresta que cobria a ubérrima terra
38
roxa do setentrião paranaense; atividade essa praticada
pelas inúmeras serrarias aqui estabelecidas de e pelos
colonos que não respeitavam a cláusulas no contrato de
compra que estabelecia a reserva de 10% por imposição
da lei , nas terras adquiridas. (1968, p. 34).
Em Cambé, a ausência de políticas públicas voltada para a natureza, tem levado
alguns setores da sociedade a se organizarem e lutarem pelo meio ambiente. Á cinco
anos, tem ocorridos passeatas e caminhadas para sensibilizar a sociedade, no sentido de
tomar consciência e se comprometer pela causa da sustentabilidade do meio ambiente
no município. Essas organizações vêm reivindicando a preservação dos mananciais, das
nascentes, dos fundos de vale, da coleta seletiva do lixo e da conscientização do cidadão
em preservar e cuidar do nosso eco sistema. Agora é o momento de se conscientizar,
entender, compreender, estudar e propor ações humanas a que venha contribuir para o
desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Nesse sentido os parâmetros
curriculares nacionais apresentam nove ações:
Texto 14
Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos (princípio fundamental). Trata-se de um princípio ético
que ―reflete o dever de nos preocuparmos com as outras
pessoas e outras formas de vida, agora e no futuro.
Melhorar a qualidade da vida humana (critério de
sustentabilidade). Esse é o verdadeiro objetivo do
desenvolvimento, ao qual o crescimento econômico deve
estar sujeito: permitir aos seres humanos ―perceber o seu
potencial, obter autoconfiança e uma vida plena de
dignidade e satisfação‖.
Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta
Terra (critério de sustentabilidade). O desenvolvimento
deve ser tal que garante a proteção ―da estrutura, das
funções e da diversidade dos sistemas naturais do Planeta,
dos quais temos absoluta dependência‖.
Minimizar o esgotamento de recursos não-renováveis (critério de sustentabilidade). São recursos como
minérios, petróleo, gás, carvão mineral. Não podem ser
usados de maneira ―sustentável‖ porque não são
renováveis. Mas podem ser retirados de modo a reduzir
perdas e principalmente a minimizar o impacto ambiental.
Devem ser usados de modo a ―ter sua vida prolongada
como, por exemplo, Através de reciclagem, pela
utilização de menor quantidade na obtenção de produtos,
39
ou pela substituição por recursos renováveis, quando
possível.
Permanecer nos limites de capacidade de suporte do
Planeta terra (critério de sustentabilidade). Não se pode
ter uma definição exata, por enquanto, mas sem dúvida há
limites para os impactos que os ecossistemas e a biosfera
como um todo podem suportar sem provocar uma
destruição arriscada. Isso varia de região para região.
Poucas pessoas consumindo muito podem causar tanta
destruição quanto muitas pessoas consumindo pouco.
Devem-se adotar políticas que desenvolvam técnicas
adequadas e tragam equilíbrio entre a capacidade da
natureza e as necessidades de uso pelas pessoas.
Modificar atitudes e práticas pessoais (meio para se
chegar à sustentabilidade). ―Para adotar a ética de se viver
sustentavelmente, as pessoas devem reexaminar os seus
valores e alterar o seu comportamento. A sociedade deve
promover atitudes que apóiem a nova ética e
desfavoreçam aqueles que não se coadunem com o modo
de vida sustentável‖.
Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio
ambiente (meio para se chegar à sustentabilidade). É nas
comunidades que os indivíduos desenvolvem a maioria
das atividades produtivas e criativas. E constituem o meio
mais acessível para a manifestação de opiniões e tomada
de decisões sobre iniciativas que as afetam.
Gerar uma estrutura nacional para a integração de
desenvolvimento e conservação (meio para se chegar à
sustentabilidade). A estrutura deve garantir ―uma base de
informação e de conhecimento, leis e instituições,
políticas econômicas e sociais coerentes‖. A estrutura
deve ser flexível e regionalizável, considerando cada
região de modo integrado, centrado nas pessoas e nos
fatores sociais, econômicos, técnicos e políticos que
influem na sustentabilidade dos processos de geração e
distribuição de riqueza e bem-estar.
Constituir uma aliança global (meio para se chegar à
sustentabilidade). Hoje, mais do que antes, a
sustentabilidade do planeta depende da confluência das
ações de todos os países de todos os povos. As grandes
decisões entre ricos e pobres são prejudiciais a todos. ―A
ética do cuidado com a Terra aplica-se em todos os níveis,
internacional, nacional e individual. Todas as nações estão
ameaçadas caso não consigamos essa sustentabilidade.‖
(Parâmetros Curriculares Nacionais, V. 9, p. 39-42. 1997).
40
15. ATIVIDADES
1. O que impedem os jovens de participarem de movimentos sociais?
2. Tendo por foco essas duas citações: “Todo cidadão tem o direito de expor
em público seus interesses e suas opiniões, vê-los debatidos pelos demais, e
aprovados ou rejeitados pela maioria”. (Chaui), “maior consciência de sua
capacidade de produzir novos significados e novas formas de vida e ação
social.” (Outhwaite) e mais o texto 1. Elabore um texto de 10 a 15 linhas
descrevendo sobre a importância da cidadania e a participação na
comunidade.
3. No texto 2, há uma reflexão sobre a definição de movimento sociais.
Sublinhe a expressão chave que define movimento social.
4. No texto 3, a nível internacional os jovens empreenderam vários tipos de
lutas em vários campos da sociedade. Cite as lutas e comente.
5. Com referência ao texto 3. Explica como surgiu a contracultura e quem faz
parte deste movimento?
6. No texto 4, percebe-se que a influência dos trabalhadores foi importante na
formação dos sindicatos. Explique as lutas e as mobilizações realizadas
pelos sindicatos.
7. Dê os significados às expressões abaixo.
a. Movimento Underground.
b. Sindicatos.
c. PCB.
d. ALN.
e. MR-8.
f. VPR.
g. MNUCDR.
h. MST.
i. MASTRO.
j. MASTEL.
k. MASTES.
l. ANAMPOS.
41
m. CUT.
n. PML.
o. PSD.
p. PRP.
q. ARENA.
r. MDB.
8. No texto 5. Identifique neste texto, o principal objetivo da Federação de
Mulheres do Brasil.
9. Quais são os objetivos do MST?
10. Construa no caderno uma linha do tempo sobre a História das lutas no
Paraná, relatando os acontecimentos explícitos no texto 8.
11. Em cambe já houve algum movimento com participação popular?
12. Caso você, fosse um representante da comunidade na Câmara dos
Vereadores ou fosse um representante da associação dos moradores. Que
tipo de reivindicação você proporia na área do meio ambiente para a sua
comunidade e para o município levando em consideração as nove ações dos
Parâmetros Curriculares.
42
16. ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA DE CAMBÉ
Na origem das primeiras manifestações populacionais do núcleo de Nova
Dantzig a economia desta, estava atrelada logicamente na extração da madeira sem
nenhuma preocupação com a reposição florestal, apesar de que cada proprietário de
terra era obrigado a deixar uma reserva florestal de 10%. A destruição da fauna e da
flora aos poucos nos decorreres dos anos vai cedendo lugar ao cultivo de arroz, café,
algodão, feijão, milho e criação de animais. Em Nova Dantzig, a estrutura fundiária era
“caracterizada pela pequena e média propriedade que constitui a marca
dominante da ocupação do solo do futuro município de Cambé, vai se manter
inalterada até o presente.” (Gonzales Neto, 1968, p. 29).
De 1930 a 1940 o cultivo do café vai ser a mola propulsora da economia
cambeense, mas foi na década de 50 que Cambé atingiu um
Texto 1
período de grande prosperidade econômica apesar dos
efeitos da grande geada de 1953. A grande rentabilidade
do café proporcionava um grande poder aquisitivo á
parcela de proprietários rurais de sua população.
(Gonzales Neto, 1968, p. 83).
Na década de 60 continuava fervilhando a produção de café em Cambé, mas no
decorrer da década com a queda do preço do café devido a superprodução, Cambe vê
aos poucos, a introdução e a diversificação de outros cereais para o cultivo da
agricultura.
Já a partir dos anos 70, o Município de Cambé, inicia os primeiros passos para a
industrialização, que com a força da Rodovia Melo Peixoto – BR 360 e a construção da
rodovia Celso Garcia - PR 445 construída na década de 70, impulsionam o surgimento
de novas indústrias.
No inicio da década de 1980, o parque industrial do
município de Cambé era caótica, de sucateamento das
empresas, em conseqüência da crise econômica do país e
da falta de uma política industrial local. A crise persistiu,
mas um rigoroso trabalho desenvolvido no município a
partir de 1983 permitiu não só a recuperação de seu
Parque Industrial, mas principalmente a sua expansão.
(Rosangela Nogueira, 2008, p.46).
43
17. EDUCAÇÃO E CULTURA
Na área de educação, Alice Tkotz foi a primeira professora de Cambé.
Texto 2
Ela, que já era professora em Dantzig, com a ajuda do
pai montou uma pequena escola para crianças. Com
dedicação extrema ensinava um pouco de tudo aos
descendentes dos imigrantes. Esta iniciativa foi o
embrião da Escola alemã uma associação Escolar que foi
fundada em 18 de maio de 1934. (PMC, 2003, p. 24).
O prefeito e professor Jacídio Correia, prefeito por três legislaturas, nos anos de
1948 a 1950 construiu várias escolas municipais principalmente na zona rural. Já na
década de 50 é construída o Colégio Estadual Olavo Bilac. Hoje o município de Cambé
possui 49 estabelecimentos de ensino envolvendo rede municipal, rede estadual e rede
particular.
No aspecto cultural, mesmo com a falta de um teatro em Cambé, constantemente
ocorrem eventos e produções culturais na cidade.
“Em 1937 um grupo de teatro amador formado por senhoritas de Nova
Dantizig fez uma apresentação no cine Londrina, para arrecadar recursos para a
igreja do distrito e um hospital de londrina.” (PMC, 1992, p. 73). Em 1938, surge a
primeira banda de Nova Dantzig, a Corporação Musical Carlos Gomes. Em 1939, foi
construído em Nova Dantzig, o Cine São José que na década de 40 passou a se chamar
Cine São João no mesmo cinema eram realizados bailes e nesta mesma década é
construído o Harmonia Tênis Clube. Na década de 50 é construído o segundo cinema
em Cambé: Cine Universo, considerado uns dos melhores cinemas do Brasil.
Nos dias atuais o município de Cambé possui centro cultural, equipado com
biblioteca, museu, centro tecnológico e atividade envolvendo o mundo das artes. Tem
um parque municipal localizado em fundo de vale com pistas de caminhada, teatro ao ar
livre e parque infantil; assim como também há o parque Histórico Municipal Danziger
Hof.
44
É interessante notar que a cultura a nível local não desperta o interesse dos
cidadãos, principalmente da população juvenil que é seduzida por culturas globalizadas,
propagandas consumistas e promessas de vida melhor.
Texto 3
Verifica-se, em nível massivo, uma espécie de nova
colonização cultural pela imposição de culturas
artificiais, desprezando as culturas locais e com
tendências a impor uma cultura homogeneizada em
todos os setores. Essa cultura se caracteriza pela auto-
referencia do indivíduo, que conduz a indiferença pelo
outro, de quem não necessita e por quem não se sente
responsável. Prefere-se viver o dia-a-dia, sem programas
a longo prazo nem apegos pessoais, familiares e
comunitários. As relações humanas estão sendo
consideradas objetos de consumo, conduzindo a relações
afetivas sem compromisso responsável e definitivo.
(CELA, 2007, p. 33).
18. ATIVIDADES
1. Segundo Gonzales Neto, como era a estrutura fundiária em Nova Dantzig?
2. Caracterize a riqueza de Cambé, através do café, na década de 50,
destacada no texto 1.
3. Faça uma pequena narrativa. Destacando os seguintes aspectos da
economia cambeense:
a. Depredação do meio ambiente;
b. Estrutura fundiária;
c. Café;
d. Industrialização.
4. Quem foi Alice Tkotz?
5. Discute, opina e interprete a seguinte frase do texto3: “Verifica-se, em nível
massivo, uma espécie de nova colonização cultural pela imposição de
culturas artificiais, desprezando as culturas locais e com tendências a
impor uma cultura homogeneizada em todos os setores.‖
45
19. OFICINA PARA ANALISAR IMAGEM E DOCUMENTOS SOBRE
MOVIMENTO SOCIAL
Objetivo: Estudar os significados da atuação política para a construção da cidadania;
compartilhando documentos e fotos de movimentos sociais que aconteceram em
Cambe.
Meta: refletir sobre a dignidade humana e o tratamento que os pobres recebem das
instituições governamentais e sensibilizá-los que é urgente unir forças para organizar
estruturas justas que vem de encontro dos mais pobres e dos excluídos.
Foto tirada pelo autor. Melhorias no meio ambiente
46
Foto tirada pelo autor: Melhorias no meio ambiente
Imagem da caminhada da paz realizada no dia 14 de maio de 2011, onde o povo reunido
reivindicando a paz, mas principalmente a preservação do meio ambiente: como a coleta
seletiva do povo, conscientização popular sobre a preservação do meio ambiente e
revitalização dos fundos de vales.
20. ASSOCIAÇÃO RECLAMA DE DESCASO EM CAMBÉ
PARA ENTIDADE, CASO DA DONA -DE-CASA BELDE REFLETE
DIFICULDADE ENFRENTADAS PELA POPULAÇÃO SEM RECURSOS
Documento 1
A Associação Cambeense de defesa dos Direitos da
saúde está acompanhando o caso de dona Belde Márcia
ferreira Carvalho, 28 anos, que espera encontrar amanhã
um alívio para o verdadeiro ―calvário‖ que ela enfrenta
há cerca de seis meses.
Na sexta feira, representantes da associação levaram
Belde ao Hospital Universitário, em Londrina, na
tentativa de que seu problema fosse resolvido. A dona de
casa mal parava em pé por causa das dores na cabeça,
causadas por uma grave infecção no ouvido. Foi
47
medicada e orientada a voltar na segunda-feira, para ser
avaliada por um especialista (otorrinolaringologista). A
receita com remédios ficou na bolsa, porque ela não tem
dinheiro para os remédios.
Para Maria José Gonzaga da Silva, da associação
cambeense, o caso de Belde é apenas um exemplo do
descaso com que os cidadãos são tratados pela saúde
pública. ―Ela procurou o Posto Central de Cambé há seis
meses e a médica disse que ela tinha ―rinite alérgica‖. Só
depois deste tempo, a médica percebeu que o tratamento
não estava dando certo e resolveu mandá-la para um
especialista, doutor Luiz Francisconi, que a atendeu da
melhor forma possível, pediu exames e, depois de
constatar a gravidade do problema, indicou a
necessidade de uma cirurgia urgente para acabar com o
sofrimento dela‖ conta Maria José.
Segundo Maria José, ela tentou agendar a cirurgia,
através da Secretaria Municipal de Saúde de Cambé,
sem sucesso. ―O que conseguiu, depois de muita
insistência, foi um encaminhamento para o Instituto do
Câncer, em Londrina, mas, quando chegou lá, o médico
lhe disse que seu caso não poderia ser resolvido ali‖,
explica Maria José.
Patrícia de Mello, que também faz parte da
associação, diz que a população precisa denunciar,
reclamar. ―Enquanto o povo morre por falta de
atendimento, remédios e médicos capacitados, os
vereadores de Cambé criam novos cargos, aumentam os
assessores e os gastos do dinheiro público‖. O caso de
Belde está sendo acompanhado pela associação, que
promete ―acampar‖ em frente ao HU se ela não for
atendida. A reportagem do Jornal de Londrina tentou
localizar a secretaria de Saúde de Cambé, Djamedes por
telefone, em cinco oportunidades, mas não obteve
sucesso. (JL – Regional – Londrina, p. 5A - Domingo,
18/2/2001).
48
21. ATIVIDADES
1. Montar um painel.
2. Vamos dividir a sala em 8 grupos.
3. Cada grupo e será responsável por uma ação (tema) para trazer
informações, reportagens, recortes e imagens sobre os movimentos sociais.
a. Grupo 1: MST: Movimento Sem Terra.
b. Grupo 2. APP SINDICATO.
c. Grupo 3. Assembléia Popular.
d. Grupo 4. Movimento Estudantil.
e. Grupo 5. FSM: Fórum Social Mundial.
f. Grupo 6: Movimento Feminista.
g. Grupo 7: CUF: Central Única das Favelas – Paraná Cambé.
h. Grupo 8: CUT: Central Única dos Trabalhadores.
4. Cada grupo irá pesquisar na internet, jornais, revistas, ações desenvolvidas
relacionadas ao seu tema de estudos.
5. Registrar todas as informações coletadas e discutir no grupo como
apresentar na sala e montar o painel.
6. O painel deverá ser exposto no pátio do colégio.
49
22. OFICINA SOBRE OS BANERS DO FOTÓGRAFO ARTHUR EIDAM.
Arthur Adolpho Eidam nasceu em 28 de junho de 1917, em Bom Jardim, distrito
de Ipiranga, Estado do Paraná. Depois de muito tempo morando na região de Ipiranga,
devido à crise da Bolsa de Valores de 1929, resolveram migrar para o Norte do Paraná,
mais precisamente na região de Rolândia. Depois da morte de seu pai Max, Arthur
recebeu a visita um amigo
chamado August Lange, que era fotógrafo
ambulante de profissão. Em pouco tempo ensinou os
segredos básicos da arte da fotografia. Com 23 anos de
idade, Arthur Eidam estabeleceu-se em Nova Dantzig. A
maioria das fotos retratava senhoras, moças e rapazes da
sociedade, com suas roupas dominicais nas saídas das
missas ou em pequenas festas dos finais de semana e
feriados da cidade. Também o trabalho foi registrado, tais
como derrubadas de matas, o início das plantações de
lavouras e a alegria das colheitas. Aspectos da pequena
vila também, suas ruas esburacadas, casas de comércios
com sua arquitetura característica de povoações
localizadas na fronteira da colonização. Enfim parte da
memória fotográfica de Cambé foi registrada nas lentes do
fotógrafo Arthur Eidam.
Em cores ou preto e branco, Arthur Eidam prestou
inestimável serviço à história de Cambé, eternizando
imagens do cotidiano de nossa cidade por quase 40 anos.
Cenas de pioneiros em suas lavouras, de homens e
mulheres nos bailes e quermesses, além de acompanhar as
mudanças da pequena vila que foi se transformando em
cidade. (Cambé nas lentes de Arthur Eidam/Museu
Histórico de Cambé, 2009, p. 14, 18 e 21).
23. ATIVIDADES COM OS BANERS DE ARTHUR EIDAM
1. Pesquisar nos baners do fotógrafo Arthur Eidam, as fotos ou imagens que
caracterizam movimentos sociais, ou organização social ou associação de
bairros.
2. Nos baners do fotógrafo Arthur Eidam, há vários fotos históricos que
retratam a vida cotidiana nos ano 40, 50, 60 e 70. Compare a situação da
vida das pessoas de hoje de Cambé com daquela época. O que mudou ou
transformou? O que permaneceu? Semelhança? Diferenças? Pesquise,
50
pense e troca idéias com seus colegas e faça um relatório.
3. Nos baners do fotógrafo Arthur Eidam, há várias fotos que retratam a
presença dos primeiros pioneiros de Cambé ainda na época de Nova
Dantizig. Imagine que você e o seu grupo estivessem no lugar desses
pioneiros e que tivessem desbravado essa região. Escreva uma carta para o
prefeito de sua cidade relatando as suas experiências, dificuldades que
estão passando no meio da mata e reivindica melhoria para a região.
4. Escolhe 5 fotos dos baners do fotógrafo Arthur Eidam, e monte um
fichário com os seguintes dados.
a. Data da foto
b. Local da foto.
c. Autor da fotografia.
d. Fato registrado na fotografia.
e. Pessoas que aparecem.
f. Importância como documento.
g. Observe se há aspectos de meio ambiente e movimentos sociais.
h. Contexto social da foto: Cultural, político e econômico.
Os baners estarão expostos no saguão do colégio, onde os alunos serão
transladados para o pátio.
51
24. ENTREVISTA COM REPRESENTANTES DE MOVIMENTOS
SOCIAIS
Nesta oficina, os alunos farão uma entrevista com um morador que durante muitos
anos, participou e foi dirigente da associação de bairro do Jardim Santo Amaro. Seu
nome: Cícero Aparecido Teixeira. Junto com os alunos elaborar um roteiro básico de
questões para realizar a entrevista. A seguir algumas perguntas básicas.
1. A partir de quando o senhor começou a atuar na associação de bairro?
2. O que motivou o senhor a participar da associação de Bairro?
3. Em que época aconteceu a sua militância na associação de bairro?
4. Com o foi a sua participação na associação de bairro?
5. Havia alguma bandeira de luta na associação?
6. Quais foram às reivindicações que se tornaram realidade para o bairro?
7. Como que vocês se organizavam para reivindicar e lutar por uma ação frente às
autoridades políticas?
8. Quais eram os pontos fortes e fracos na organização da associação de bairro?
9. Quais foram às dificuldades encontradas pela associação de bairro na hora de
reivindicar uma proposta para a comunidade?
10. Descreva uma situação difícil que você e seus companheiros encontraram nos
anos em que estiveram à frente da associação de bairro.
11. Como você avalia o papel das associações de bairros nos dias de hoje?
A entrevista será gravada e transcrita pelos alunos. Posteriormente os alunos
produzirão um documento histórico.
52
25. AVALIAÇÃO
A avaliação será dará através do processo da implementação do projeto em sala de aula de
forma contínua usando os seguintes instrumentos: interesse, participação, apreensão de
conceitos próprios a disciplina de história, compreensão de textos escritos, reflexão sobre os
conteúdos, pesquisa, debate, produção de textos e outros instrumentos caso seja necessário.
.
26. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
Conteúdo Nº de aulas Data
1- Perfil do aluno 01 15 a 18 de agosto
2- Conhecendo alguns conceitos 01 22 a 26 de agosto
3- Surgimento de Cambé 02 29 de agosto a 02 de
setembro
4- História política 02 05 a 09 de setembro
5- Movimentos sociais 03 12 a 23 de setembro
6- Organização econômica de Cambé 01 26 a 30 de setembro
7- Oficina para analisar imagens e
documentos sobre movimentos sociais
02 02 a 07 de outubro
8- Oficina sobre os baners do fotógrafo
Arthur Eidam
02 10 a 21 de outubro
9- Entrevista com representantes de
movimentos sociais
02 24 a 28 de outubro
53
.
27. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
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BOBBIO, Norberto, Nicola MATEUCCI e Gianfranco PASQUINO. Dicionário de
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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de
outubro de 1988. Organizado por Juarez de Oliveira. São Paulo: Saraiva, 1988.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
meio ambiente e saúde. Secretaria de Educação Fundamental. V. 9. Brasília: 1997.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª.
Edição, 1ª. Impressão da Editora Positivo. Edição eletrônica autorizada à Positivo
Informática Ltda. 2004.
BOBBIO, Norberto. MATEUCCI Nicola. PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de
Política. Brasília. Editora Universidade de Brasília, 13ª Ed. 2008. Vol.2
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CELA - CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO. Documento de
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