visÃo panorÂmica do antigo testamento

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MÊS Jovens e Adultos trimestre de 2003

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A formação do Antigo Testamento abrange um período de mil anos. Foi veiculada por homens de diversas categorias sob revelação direta e exclusiva de Deus. É difícil determinar todo o processo editorial desseslivros embora haja casos em que houve uma ordem divina imediata como se vê em Jeremias 36. A veracidade do Antigo Testamento foi contestada muitas vezes ao longo de sua existência, mas, em todas, saiu vitoriosa por não haver consistência nos argumentos propostos. Os registros mais antigos estão em papiros, folhas de papel forja das numa planta aquática muitocomum no Egito. Mais tarde vieram os pergaminhos, forma aperfeiçoadaem couro, originária de Pérgamo, na Ásia Menor, atual Turquia. Os judeus e os cristãos preservaram o Antigo Testamento até nossos dias e, é através dele que conhecemos a história da salvação.

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Page 1: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

MÊS

Jovens e Adultos2° trimestre de 2003

Page 2: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Quando grandes pedras nos impedem

um

AINDAREMOVEPEDRAS

ELE AINDAJREMOVE PEDRAS

M fix Lu c cicloPor que a Bíblia contém

tantas passagens de Jesusse encontrando com pessoas

sofrendo e com problemas?O ladrão na cru/; o rejeitado

Nicodemos; Pedro envergonhado;a desolada Maria,irmã de Lázaro...Seria para que louvássemos a Jesuspelo que Ele fez no passado? Nào.

Essas passagens e muitas outrasestão na Bíblia, não são para nosdizer o que Elcfez; elas estão lá

para nos dizer o que Jesus/iv:r - oque ele pode e quer fazer por você.

m~W*l"*m

240 página>Vorm;tTo: l (.5 x 12.

Nas livrarias evangélicas ou pelo:

*& 0300-789-7172www.opad

Page 3: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Comentário: ESEQUIAS SOARESConsultor Doutrinário e Teológico: ANTÓNIO GILBERTLições do 2° Trimestre de 2003

SUMÁRIOLição IO Antigo TestamentoLição 2A formação do Antigo TestamentoLição 3A credibilidade e a inspiração do Antigo TestamentoLição 4Primeiras versões do Antigo TestamentoLição 5O PentateucoLição 6Os livros do PentateucoLição 7Os livros históricos (I)Lição 8Os livros históricos (II)Lição 9Os livros poéticos (I)Lição IOOs livros poéticos (II)Lição 11Os profetas maioresLição 12Os profetas menores (I)Lição 13Os profetas menores (II)

Page 4: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Bicõesp«t>tf*94 »

MESTREPublicação Trimestralda Casa Publicadora

das Assembleias de DeusAv. Brasil, 3-M01 - Bangu

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Presidente doConselho Administrativo

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Diretor ExecutivoRonaldo Rodrigues de Souza

Gerente FinanceiroWalter Alves de Azevedo

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Foto de CapaSolmar Garcia

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Editoração EletrònicaRodrigo Sobral R-rnandes

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(de segunda a sexta das Sh30 às 18h)

Page 5: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição IO ANTIGO TESTAMENTO

ó de abril de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"Havendo Deus, antigamente,falado, muitas vezes e de muitasmaneiras, aos pais, pelos profe-

tas, a nós, falou-nos nestesúltimos dias, pelo Filho"

(Hb 1.1).

O Antigo Testamento é a pri-meira parte da revelação escrita de

Deus, que se completa com o NovoTestamento.

HINOS SUGERIDOSCD Harpa Cristã 259

(vol.6-f.3), 499e558

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

JEREMIAS 36.1,2,4, 27, 28, 32l - Sucedeu, pois, no ano quarto deJeoaquim, filho de Josias, rei deJudá, que veio esta palavra do SE-NHOR a Jeremias, dizendo:

Segunda - l Pé 1.25A Escritura é a matéria dapregação do evangelho

Terça - 51119.105É luz divina para alumiar onosso caminho

Quarta - 2 Pé 1.19Devemos estar sempre atentosa essa Palavra

Quinta - Ir 23.29Ela é fogo que derrete e marteloque esmiuça

Sexta - At 24.14A Escritura crida integralmentepelo apóstolo Paulo

Sábado - Lc 4.17-21A Escritura utilizada pelo SenhorJesus

Lições Bíblicas

Page 6: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

2 - Toma o rolo de um livro eescreve nele todas as palavras quete tenho falado sobre Israel, e sobreJudá, e sobre todas as nações, des-de o dia em que eu te falei a ti,desde os dias de Josias até hoje.4 - Então, Jeremias chamou aBatuque, filho de Nerias; e escre-veu Baruque da boca de Jeremiastodas as palavras do SENHOR, queele lhe tinha revelado, no rolo deum livro.27- Então, veio a Jeremias a palavrado SENHOR, depois que o rei quei-mara o rolo com as palavras queBaruque escrevera ditadas porJeremias, dizendo:28 - Toma outro rolo e escreve neletodas as palavras que estavam noprimeiro volume, que Jeoaquim,rei de Judá, queimou.32 - Tomou, pois, Jeremias outrorolo e o deu a Baruque, filho deNerias, o escrivão, o qual escreveunele, ditado por Jeremias, todas aspalavras do livro que Jeoaquim, reide Judá, queimara; e ainda se lhesacrescentaram a elas muitas pala-vras semelhantes.

ONTO DE CONTATOiJtilize o recurso Tempestade

de Ideias para despertar o interes-se da turma com relação ao estu-do do Antigo Testamento. Nesterecurso, você lança algumas per-guntas c aguarda que cada alunodê a sua impressão sobre o assun-to. Ainda que não seja a respostaexata que você espera, considerea participação de todos.

Inicie a aula pedindo aos alu-nos que respondam às seguintesquestões:

1) Quais as grandes perso-nagens do Antigo Testa-mento?

2) Que povos são citadosnele?

3) Quais os quatro grandesimpérios existentes desdeo Pentateuco até osprofetas?

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Identif icar os escritores doCânon sagrado.

Descrever o material usado naprodução do Antigo Testamento.

C i t a r as divisões do AntigoTestamento.

A formação do Antigo Testamen-to abrange um período de mil anos.Foi veiculada por homens de diver-sas categorias sob revelação diretae exclusiva de Deus. É difícil deter-minar todo o processo editorial des-ses livros embora haja casos em quehouve uma ordem divina imediatacomo se vê em Jeremias 36.

A veracidade do Antigo Testa-mento foi contestada muitas vezesao longo de sua existência, mas, emtodas, saiu vitoriosa por não ha-ver consistência nos argumentospropostos.

Os registros mais antigos estãoem papiros, folhas de papel forja-

Líções Bíblicas

Page 7: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

das numa planta aquática muitocomum no Egito. Mais tarde vie-ram os pergaminhos, forma aper-feiçoada em couro, originária dePérgamo, na Ásia Menor, atualTurquia.

Os judeus e os cristãos pre-servaram o Antigo Testamentoaté nossos dias e, é através deleque conhecemos a história dasalvação.

ORIENTAÇÃO DIDATICA

Reproduza o gráfico abaixo, noquadro-de-giz (com bastante ante-cedência) ou num cartaz, com adivisào e classificação dos 66 livrosda Bíblia. Mesmo que o enfoqueseja o Antigo Testamento, não pri-ve seus alunos de uma visão gerale sintética das Escrituras ondeAntigo e Novo Testamentos for-mam um todo, em perfeita harmo-nia e continuidade. Estimule-os,enquanto lêem o gráfico, a memo-rizarem as abreviaturas, relacio-nando-as aos respectivos livros.

INTRODUÇÃOO Antigo Testamento foi utili-

zado por Jesus durante todo o seuministério. Também recorriam aele os apóstolos e a Igreja Primi-tiva. E o mesmo continuamos a fa-zer decorridos já todos esses sé-culos. Esse fato, por si só, já émais do que suficiente para jus-tificar o estudo das Sagradas Es-crituras que compõem o AntigoTestamento.

I. A PRODUÇÃO DOS LIVROSDO ANTIGO TESTAMENTO

1. Fontes da revelação. Arevelação divina no Antigo Tes-tamento veio de forma progres-siva ao longo da história de Isra-el. Seu registro abrange um perí-odo de cerca de mil ^anos - deGénesis a Malaquias. E foi dadaaos judeus e ao mundo através deprofetas, sacerdotes. jábios e reis;"... não perecerá a lei do sacer-dote, e nem o conselho do sábio,

BÍBLIA SAGRADANTIGO TESTAMENTO

Lei (Gn, Êx, Lv, Nm, Dt)História (Js, Jz, Rtf l Sm, 2Sm, l Rs, 2 Rs, l Cr, 2 Cr,Ed, Ne, Et)Poesia (Jó, SI, Pv, Ec, Ct)Profecia {Is, Jr, Lm, Ez, Dn, Os,Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, He, Sf, Ag,Zc,Ml)

Total: 39 livros

NOVO TESTAMENTO

Biografia (Mt, Mc, Lc, Jo)História (At)Epístolas ( Rm, l Co, 2Co, Gl, Ef, Fl, Cl, l Ts, 2 Ts,l Tm, 2 Tm, Tt, Fl, Hb, Tg,l Pé, 2 Pé, l Jo, 2 Jo, 3 Jo,Jd)Profecia (Ap)

Total: 27 livros

Lições Bíblicas

Page 8: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

e nem a palavra do profeta" (Jr18.18).

2. Como os livros foramproduzidos. A forma de produ-ção desses livros é ainda desconhe-cida, pois não revelam eles comoocorreu o processo de sua edito-ração. É verdade que, às vezes, en-contramos menção de alguém es-crevendo sob a ordem divina comoMoisés (Dt 31.24-26); Josué(24.26); e Baruque, escriba do pro-feta Jeremias {Jr cap. 36).

Os detalhes quanto aos escrito-res e como esses livros chegaram àsua forma final só Deus conhece.

3. A inspiração do AntigoTestamento contestada. Quan-do da expansão do Cristianismo, oAntigo Testamento tornou-se alta-mente notório onde quer que a Igre-

ja militasse. Isto in-comodou o inferno.

Alta Crítica E logo começaram osMétodo de ataques contra as Es-

interpretaçao crituras hebraicas,bíblica que consistiam emdetermina

. . v nesar-lhe a mspira-autoria, data e fa ^ .circunstâncias Çao e em desconside-em que foram rar-lhe os autorescompostos os como divinamente

livros, investiga inspirados.as fontes No século 18, os

literárias e a ataques à Bíblia tor-confiabilidade nam-se mais viru-histórica. Os lentos com a Al ta

teólogos liberais, (Mljca na Europa_todavia, rSeus argumentos

empregam-no (( . ,_. ° „ ,para criticar e científicos acham-questionar o se hoíe desacredita-Santo Livro. dos; n^-° passam de

teorias ocas. A Pala-

vra de Deus subsiste eternamente(Is 40.8; l Pé 1.25). Aleluia!

II. MATERIAL DE ESCRITA* DA ÉPOCA

ff 'J% 1. Papiro. Também conheci-do como junco, é uma planta aqu-ática muito comum no Egito (Êx2.3; Jó 8.11; Is 18.2). Do cerne deseu caule produzia-se um materi-al semelhante à folha de papel,que os antigos usavam para a es-crita. Os primeiros livros da Bíbliativeram como matéria-prima o pa-piro,

O Novo Testamento faz mençãodo papiro (2 Jo 12), da tinta neleutilizada, no grego melan (2 Co3.3; 2 Jo 12); e da pena emprega-da para nele se escrever, kâlamosem grego (3 Jo 13). Do vocábulopapiro originou-se a palavra papel.&^2. Pergaminho. O nome"deste material provém de Pérga-mo - cidade jia^j^sáj^JvtejiQj;, naatual Turquia, onde originalmen-te era ele produzido. Fabricadocom peles de cabra, ou de ove-lhas, o pergaminho era submeti-do a vários processos industriaisaté estarem completamente pron-tos para a escrita.

O pergaminho, conhecidotambém como couro ou velino,era mais duradouro que o papi-ro, porém muito mais caro. Eembora os livros dos temposapostólicos fossem de pergami-nhos, os papiros jamais deixaramde ser usados. Paulo menciona opergaminho numa de suas cartas(2 Tm 4.13).

Lições Bíblicas

Page 9: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

III. A ESTRUTURA DU ANTIGOTESTAMENTO

1. Livros do Antigo Testa-mento. Em nossa Bíblia, o AntigoTestamento está dividido em qua-tro grupos: Lei, Históricos, Poéti-cos e Proféticos. Na Bíblia hebrai-ca, entretanto, seus livros seguemuma outra disposição.

a) Lei, É a primeira parte doAntigo Testamento composta decinco livros; Génesis, Êxodo, Leví-tico, Números e Deuteronômio.

b) Livros Históricos. São 12 li-vros: Josué, Juizes, Rute, 1° e 2°Samuel, 1° e 2° Reis, 1° e 2° Cróni-cas, Esdras, Neemias e Ester.

c) Livros Poéticos. São cinco: Jó,Salmos, Provérbios, Eclesiastes eCantares de Salomão. Jó, Provér-bios e Eclesiastes são chamadostambém de Sapienciais, ou seja: desabedoria prática.

d) Os Livros Proféticos. Estão sub-divididos em Profetas Maiores: Isaías,Jeremias, Lamentações, Ezequiel,Daniel; e Profetas Menores: Oséias,Joel, Amos, Obadias, Jonas, Mi-quéias, Naum, Habacuque, Sofonias,Ageu, Zacarias e Malaquias.

2. Línguas originais. O An-tigo Testamento foi escrito origi-nalmente em hebraico, com exce-ção de Esdras 4.8-6.18; 7.12-26;Jeremias 10.11 e Daniel 2.4-7.28,compostos em língua aramaica.

No período de maior pureza erefinamento do hebraico, foramproduzidos os livros de Juizes,Samuel, Reis, Crónicas, Salmos,Provérbios, Eclesiastes, Cantares,Isaías, Oséias, Joel, Amos, Obadias,Jonas, Miquéias e Habacuque.

BíbliaDo grego bíblia,

colecão depequenos livros.

Vocábulo aplicadoàs Escrituras, pelaprimeira vez, porJoão Crisóstomos,

patriarca deConstantinopla,

no século IV.

Ester, Esdras eNeemias apresen-tam expressões idi-omáticas e fra-ses estrangeiras,denotando a influ-ência das naçõesestrangeiras sobreo povo judeu.

3.Divisão emcap í tu los . Porvolta de 1228, Stephen Langtonprocedeu à divisão de toda a Bí-blia em capítulos. Alguns historia-dores atribuem o trabalho ao car-deal Hugo Santo Caro que o teriacompletado em 1250. Caro, muiprovavelmente, haja se limitado aintroduzir melhorias na obra deLangton.

Quanto à disposição do textobíblico em versículos, o Antigo Tes-tamento foi dividido em 1445 pelorabi Nathan, e o Novo Testamentoem 1551 por Robert Stevens, umfamoso impressor de Paris.

IV. A MENSAGEM DO ANTIGOTESTAMENTO

1. Como os primeiros cris-tãos viam o Antigo Testamen-to. Estes o aceitavam como a inspi-rada Palavra de Deus (2 Tm 3.16).Por isto, tanto eles como os judeustudo fizeram por preservá-lo, e lar-gamente o utilizavam na evan-gelização (At 17.2, 3; 24.14; 26.22).

2. O cumprimento do An-tigo Testamento em Jesus.

O Senhor Jesus afirmou: "Exa-minais as Escrituras, porque vóscuidais ter nelas a vida eterna, e

Lições Bíblicas

Page 10: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

são elas que de mim testificam"(Jo 5.39). Referia-se Ele, é claro,ao Antigo Testamento - a única Es-critura Sagrada daquela época;pois os livros do Novo só começa-ram a ser produzidos cerca de 20anos depois.

Aliás, o próprio Jesus afirmavaser o cumprimento das Escriturasdo Antigo Testamento (Lc 4.16-27,44).

CONCLUSÃOO Antigo Testamento saiu de

Deus através dos escritores sagra-dos. Dos papiros e pergaminhos àspáginas impressas, suas escriturasencontram-se hoje nos mais sofis-ticados programas de computado-res. Glorifiquemos a Deus pela re-velação de sua Palavra a toda ahumanidade!

Subsídio Bibliológico"A palavra 'testamento', nas

designações 'Antigo Testamento'e 'Novo Testamento', para as duasdivisões da Bíblia, remonta atra-vés do latim testamentum ao ter-mo grego diathéke, o qual na mai-oria de suas ocorrências na Bíbliagrega significa 'concerto' em vezde ' testamento1 . Em Jeremias31.31 foi profetizado um novoconcerto que iria substituir aque-le que Deus fez com Israel no de-serto (cf. Êx 24.7,8). 'Dizendonovo concerto, envelheceu oprimeiro'(Hb 8.13). Os escritoresdo Novo Testamento vêem o cum-primento da profecia do novo

concerto na nova ordem inaugu-rada pela obra de Cristo. Suaspróprias palavras ao ins t i tu i resse concerto f l Co 11.25) dãoautoridade a esta interpretação.Portanto, os livros do Ant igoTestamento são assim chamadospor causa de sua estreita asso-ciação com a história do 'antigoconcerto'. E os livros do NovoTestamento são desse modo de-signados porque tratam dos do-cumentos do estabelecimento do'novo concerto'. Uma semelhan-ça ao nosso uso comum do ter-mo 'Antigo Testamento' encon-tra-se em 2 Coríntios 3.14; 'Na li-ção do Velho Testamento', embo-ra Paulo provavelmente queiraaludir à lei, a base do antigo con-certo, em vê/, de todo o volumeda Escritura hebraica. Os termos'Antigo Testamento' e 'Novo Tes-tamento', nomeados para as duascoleções de livros, entraram nouso geral entre os cristãos na úl-tima parte do século II. Tertúlia-no traduziu diathéke para o la-tim por instrumentum (um docu-mento legal) e também por tes-tamentum. Infelizmente, foi a úl-tima palavra que vingou, consi-derando-se que as duas partes daBíblia não são 'testamentos' nosentido ordinário do termo." (AOrigem da Bíblia, CPAD, págs.15 e 16)

Leia mais^ Revista Ensinador Cristão,

- CPAD, n° 14, pág. 36

Lições Bíblicas

Page 11: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Caule: Haste das plantas.Cerne: Parte situada no inte-

rior do caule.Denotar: Revelar, mostrar,

exprimir.Esc r iba : Aquele que, entre

os judeus, copiava os manuscri-tos, muitas vezes mediante dita-do; copista; interpretador daLei.

Impressor: Operário que im-pulsiona a prensa manual, ou fazfuncionar a prensa mecânica. Ma-téria-prima: Matéria bruta ou pou-co elaborada com que se fabricaalguma coisa.

Notório: Conhecido de todos;público, manifesto.

Militar: Seguir carreira em quese defendam ideias e/ou doutrinas.

Progressivo: Que se vai rea-lizando gradualmente.

Refinamento: Requinte, apu-ro; perfeição.

Teoria: Conhecimento especu-lativo, meramente racional; prin-cípios fundamentais duma arte ouduma ciência.

: 1 f 1- ';• i

l/ A Bíblia Através dos Séculos,António Gilberto, CPAD.t/ A Origem da Bíblia, P. W.Comfort (ed.),CPAD.l/ Manual da Escola Dominical,António Gilberto, CPAD.^ Guia Básico para a Interpreta-ção da Bíblia, Robert H. Stein, CPAD

QUESTIONÁRIO

1. Que homens foram os veículos da revelação divina do AntigoTestamento?

R. Profetas, sacerdotes, sábios e reis.

2. De que materiais foram feitos os livros do Antigo Testamento?

R. Papiro e pergaminho.

3. Como são classificados os livros do Antigo Testamento?

R. Lei, livros históricos, poéticos e proféticos.

4. Quais as línguas originais do Antigo Testamento?

R. Hebraico e aramaico.5. O que afirmou Jesus em Lc 4.16,27,44?

R. Afirmou ser i:le o cumprimento das Escrituras do AntigoTestamento.

Lições Bíblicas

Page 12: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 2A FORMAÇÃO DO ANTIGO

TESTAMENTO13deabrilde2OO3

TEXTO ÁUREO

"E disse-lhes: São estas aspalavras que vos disse estando

ainda convosco: Convinha que secumprisse tudo o que de mini

estava escrito na Lei de Moisés,e nos Profetas, e nos Salmos"

(Lc 24.44).

VERDADE PRATICA

O mesmo Deus que inspirou osescritores sagrados a escrever o

Antigo Testamento, dirigiu a for-mação do cânon sagrado.

HINOS SUGERIDOSCD Harpa Cristã 322

(vol.7-f.6), 505 e 559

LEITURA BÍBLICA EM CLASSELUCAS 24.25-2725 • E ele lhes disse: O néscios etardos de coração para crer tudo oque os profetas disseram!26 - Porventura, não convinha queo Cristo padecesse essas coisas eentrasse na sua glória?

Segunda - Dt 31.24-26Moisés escreveu a Lei

Terça - Js 24.26Josué escreveu após Moisés

Quarta - Is 8.16Isaías e o proto-cânon de seusdias

Quinta - 2 Rs 22.8-13A Lei de Moisés como cânonparcial

Sexta - Ed 7.14O cânon parcial nos dias de Esdras

Sábado - Ne 8.1-3O Livro da Lei no pós-cativeiro

.10 Lições Bíblicas

Page 13: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

27 - E, começando por Moisés e portodos os profetas, explicava-lhes oque dele se achava em todas asEscrituras.

ONTO DE CONTATOTodo padrão ou modelo exige

critérios. Um dos critérios para aapreciação dos livros sagrados esua inclusão no cânon foi a inspi-ração. A Bíblia contém elementoshumanos e divinos, a saber: estásujeita às leis de língua e literatu-ra, entretanto, só pode ser compre-endida por homens espirituais.Enquanto o autor humano forne-ce variação de estilo, o. autor divi-no garante unidade de revelação.

Aproveite este momento da aulapara buscar na Bíblia, com auxílioda turma, trechos que ilustrem asdiversas formas de se construir umtexto: poesia, narrativa, sentença(com sentido de julgamento divi-no), cânticos (Débora, Ana, Isabel),parábolas, lamentações, epístolas(cartas), orações (2 Reis 6.17 e 18).

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

E x p l i c a r o que significa"cânon".

Def in i r a expressão "livrocanónico".

Citar os testemunhos contraos livros apócrifos.

ÍNTESE TEXTUAL

Cânon significa no hebraico"cana de medir"; no grego, regra,

norma ou padrão. Na igreja doNovo Testamento, o sentido é re-gra moral e também medida. Foi opadrão estabelecido pelos pais daigreja para a organização da BíbliaSagrada.

O Antigo Testamento Hebraicoé a Bíblia dos judeus. Ele é compos-to de 24 livros que correspondemaos 39 do nosso Antigo Testamen-to. Sua organização é diferente, porisso apresentam uma quantidademenor de livros embora o conteú-do seja o mesmo.

Flávio Josefo, grande historia-dor judeu que viveu na antiguida-de, menciona o cânon sagrado dosjudeus. Esta menção e a do SenhorJesus Cristo, atestam definitiva-mente que este cânon já existia noséculo I d.C. da mesma forma comoo encontramos hoje. É difícil de-terminar o encerramento do cânondo Antigo Testamento pelo fato deos antigos não se importarem comdatas e, também, porque os inva-sores, nas conquistas, incendiavamtudo.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICASeus alunos precisam conhecer

as diferenças entre a Bíblia queeles têm em mão, e a utilizada pelaigreja católica. A igreja romana, háséculos, vem dizendo que a "Bíbliados protestantes" é incompleta,pois contém apenas 66 livros, aopasso que a usada por eles, 73.Todavia, o cânon judaico não con-fere legitimidade aos livros acres-centados à Bíblia católica. Tais li-vros foram considerados apócrifos,

Lições Bíblicas 11

Page 14: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

espúrios, ou seja, não inspiradospor Deus.

Explicite melhor o assunto,com esta dinâmica: exponha o grá-fico da aula anterior ao lado dasíntese abaixo (A Bíblia Católica eos livros apócrifos), e confronte-os, destacando o que foi acrescen-tado pela versão católica.

A Bíblia Católica c os livrosapócrifos

Apokriphos, em gr.: "escondi-do"; no sentido religioso, "espú-rio", "não genuíno".

Escritos entre Malaquias eMateus: época em que cessara porcompleto a revelação divina.

Apareceram a primeira vez naSeptuaginta e aprovados em 18de abril de 1546 (Concíl io deTrento)

11 escritos apócrifos atualmen-te aceitos:

a) 7 livros: 1° e 2° Macabeus,Tobias, Judite, Sabedoria de Salo-mão, Eclesiástico e Baruque,

b) 4 acréscimos: um, no livrode Ester, 3 em Daniel.

Jesus jamais os citou, nem fo-ram reconhecidos pela igreja pri-mitiva.

Total de livros: 73 (66 canóni-cos e 7 apócrifos).

INTRODUÇÃO

Estudamos, na lição passada, aprodução do Antigo Testamento.Hoje, veremos como os livros des-te foram organizados, reunidos epreservados no cânon sagrado - a

seleção dos escritos divinamenteinspirados, autorizados e reconhe-cidos como a única regra de fé eprática para a nossa vida.

Esse processo foi extremamen-te laborioso e metódico. Deus, coma sua poderosa mão, guiou os ho-mens piedosos e sábios daquelaépoca para esse mister.

I. O CÂNON SAGRADO

1. A palavra "cânon" naBíblia. A palavra kanon (cânon)é de origem hebraica - qaneh"cana", e significava "vara de me-dir" (Ez 40.3). Na literatura gregaclássica, traz a ideia de "regra,norma, padrão". Ela aparece noNovo Testamento com o sentido deregra moral (Gl 6.16); é traduzidaainda por "medida" (2 Co 10.13,14, 16).

2. Os livros canónicos. Sãoos livros que compõem a BíbliaSagrada. Nos três primeiros sécu-los do Cristianismo, a palavra "câ-non" referia-se ao conteúdo nor-mativo, doutrinário e ético da fécristã. A partir do quarto século,os pais da Igreja aplicaram as pa-lavras "cânon" e "canónico" aoslivros sagrados, para charicdar_ aautoridade destes como insnirados

Nj^<_-N^_ .

por Deus, e como instrumentojior-"mãdvÕ^paraTfetrístã! TJx

II. O CÂNON JUDAICO

1. As Escrituras Sagradasdos judeus. A Bíblia dos judeusé o Antigo Testamento hebraicoque, hoje, eles chamam de Tanach;sigla esta que vem das palavras

12 Lições Bíblicas

Page 15: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Torah Neviym Vechetuvym, e signi-ficam respectivamente "Lei, Profe-tas e Escritos" - as três principaisdivisões do Antigo Testamento. Os12 Profetas Menores são um só li-vro e, da mesma forma, os dois li-vros de Samuel, Reis, das Crónicas,Esdras e Neemias que na sua tota-lidade somam 24 livros.

2. O arranjo dos livros doAntigo Testamento Hebraico.Esses 24 livros são exatamente osmesmos 39 livros do nosso Anti-go Testamento. Eles estão dispos-tos e organizados de forma dife-rente no cânon judaico, que émencionado em quase todas as li-ções desse trimestre. Nenhum alu-no deve perder de vista a classifi-cação a seguir:

a) A Torah. É o nosso Penta-teuco na mesma sequência comoem nossas Bíblias: Génesis, Êxodo,Levítico, Números e Deutero-nômio.

b) Os Neviym. Estão subdi-vididos em 2 partes: Os ProfetasAnteriores: Josué, Juizes, Samuel eReis; e os Profetas Posteriores:Isaías, Jeremias e Ezequiel mais osDoze Profetas Menores.

c) Os Kethuvym. Compõema terceira seção, e estão subdivi-didos em 3 partes, representadaspelos Livros Poéticos: Salmos, Pro-vérbios e Jó; os Megilloth, "CincoRolos": Rute, Cantares, Eclesiastes,Lamentações e Ester; e, os LivrosHistóricos: Daniel, Esdras-Neemiase Crónicas.

3. O Cânon rat i f i cadopelo Senhor Jesus. Ele fez

menção do cânon sagrado quan-do declarou: "São estas as pala-vras que vos disse estando aindaconvosco: Convinha que se cum-prisse tudo o que de mim estavaescrito na Lei de Moisés, e nosProfetas, e nos Salmos" (Lc24.44). A "Lei de Moisés" é uma-^=?=~r .referencia a primeira parte doAntigo Testamento que são oscinco livros de Moisés. Os "Pro-fetas" são uma referência à se-gunda parte dessas Escrituras. Aterceira parte do cânon, Jesusdenominou "Salmos" porque estelivro encabeça os Kethuvym, "Es-critos" ou "Hagiógrafos", palavragrega que significa "escritos sa-grados". Assim podemos afirmarque o Senhor Jesus referiu-se aocânon judaico com suas três prin-cipais divisões.

4. O Cânon Judaico menci-onado por Josefo. Flávio Josefomenciona esse cânon sagrado comas mesmas três partes: "Cinco sãode Moisés; os profetas que sucede-ram a esse admirávellegislador escreve-ram treze outros li-vros; e, os outros li-vros, contêm hinos ecânticos feitos emlouvor de Deus epreceitos para oscostumes".

Os "outros li-vros" são uma refe-rência aos Hagiógra-fos. Josefo fala de 22livros, pois havia nasua época a tentati-

Vulgata LatinaTradução da Bíblia

dos originaishebraico e grego

para o latim,empreendida porJerônimo, um dos

mais fecundosdoutores da Igrejano século IV. Bíblia

em linguagemcomum, mais tarde

oficializada peloConcílio de Trento

(1545-1563).

lições Bíblicas 13

Page 16: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

vá de associar esses livros às 22 le-tras do alfabeto hebraico, unindoRute a Juizes e Lamentações a Je-remias. Ele não foi o único a con-siderar o cânon judaico como umconjunto de 22 livros.

III. A FORMAÇÃO DO CÂNONDO ANTIGO TESTAMENTO1. Quando o Cânon do

Antigo Testamento se estabe-leceu? A menção do cânon judai-co feita pelo Senhor Jesus e pelohistoriador judeu Flávio Josefo,prova definitivamente que ele jáexistia no século l d.C, exatamen-te como o temos na atualidadequanto à apresentação e conteú-do. Além disso, existe também otestemunho de Fílon, que foi con-temporâneo de Jesus, embora vi-vesse em Alexandria, no Egito, quefez também menção desse cânon.

A data exata da complementa-ção do cânon do Antigo Testamen-to é desconhecida. Os antigos nãotinham muita preocupação comdatas. Por sua vez, os vândalos sem-pre pilhavam e destruíam o quepodiam. Nas guerras, os vencedorescostumavam incendiar tudo. Talvezum dia, aarqueologia, ou um acha-do inesperado esclareça este porme-

^^^ nor do Livro do Se-Arqueologia nhor.

Estudo das antigas 2. O proto-câ-as civilizações, non. Temos evidên-

a partir dos cjas bíblicas da exis-monumentos tênda de um cânon

e demais sagrado provenientetestemunhos , ~ . ,de Deus para a vidanão escritos . ^ ,(escavações). e a conduta do Pom

Pelo menos, o Penta-

teuco já apresentava essa qualificaçãonos dias do rei Josias (2 Rs 22.8-13) ena época de Esdras e Neemias (Ed7.14; Ne 8.1-3). Parece que essescânones serviram de unidade básicapara o cânon definitivo. O registromais antigo do Cânon Judaico tríplice,como o conhecemos, retrocede ao sé-culo 2 a.C. A tradição rabínica afirmaque o Cânon Judaico atual foi organi-zado por Esdras, mas quase nenhumerudito cristão confirma essa ideia.

3. O Sínodo de Jâmnia ouYavne. Foi realizado por volta doano 100 d.C, em Yavne, Gaza, por-tanto muito tempo depois do en-cerramento do cânon judaico. Osrabinos ali se reuniram para deba-ter sobre a permanência de Provér-bios, Eclesiastes, Cantares, Ester eEzequiel nesse cânon, mas nada foialterado. Ninguém mais ousouacrescentar ou diminuir qualquercoisa no texto sagrado depois queo cânon se encerrou (Dt 4.2; 12.32;Pv 30.5, 6). Josefo disse: "Ninguémjamais foi tão atrevido para tentartirar ou acrescentar, ou mesmomodificar-lhes a mínima coisa".

IV. OS LIVROS APÓCRIFOS

1. Os apócrifos nas edi-ções católicas da Bíblia. São15 livros na sua totalidade e, setedeles são, hoje, os conhecidosapócrifos inseridos nas ediçõescatólicas da Bíblia por determina-ção do Concílio de Trento (1545-1563). A palavra vem do grego,apokríphos, que significa "escon-dido", e era usada para literaturasecreta, ligada a mistérios. São

14 Lições Bíblicas

Page 17: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

eles: os dois livros dos Macabeus,Tobias, Judite, Sabedoria de Salo-mão, Eclesiástico, Baruque e osacréscimos aos livros de Ester eDaniel (três acréscimos). Jerônimoinseriu-os na Vulgata Latina comoapêndice histórico e informativo enão como inspirados por Deus.

2. O testemunho de Josefocontra os apócrifos. Logo queJosefo menciona os livros do cânonjudaico de seus dias, faz menção dosapócrifos quando afirma: "Escreveu-se também tudo o que se passoudesde Artaxerxes até os nossos dias,mas como não se teve, como antes,uma sequência de profetas, não selhes dá o mesmo crédito que aosoutros livros de que acabo de falar".Ele mostrou a separação que haviaentre os livros inspirados e aceitoscomo sagrados e os demais livros.

3. O testemunho dos ju-deus contra os apócrifos. Eracrença dos judeus dos temposinterbíblícos que a revelação divi-na se havia encerrado com Esdras,mas aguardavam o reavivamentoda palavra profética com a vindado Messias. Usavam Joel 2.28-32 eMalaquias 4.5, 6 para fundamen-tar essa crença. Usavam ainda atese de que não podiam ser acei-tos como livros do cânon sagradoaqueles que não fossem escritosoriginalmente em hebraico, e osapócrifos foram produzidos emgrego. Essa tese foi usada noSínodo de Jamnia, realizado em 90d.C., quando o cânon do AntigoTestamento foi esquadrinhado pe-los eruditos judeus.

Lições Bíblicas

4. O testemunho internocontra os apócrifos. Os livrosapócrifos apresentam erros doutri-nários que destoam das Escriturasinspiradas. Ensinam heresias comoa oração pelos mortos (2 Macabeus12.38-45). Contêm erros históricos,geográficos e anacronismos (Tobias1.3-5). O segundo livro dos Maca-beus termina pedindo desculpa peloconteúdo do livro:"... porei fim aquia minha narração. Se está bem comoconvém à história, isso é o que eudesejo; mas se, pelo contrário, é vul-gar e medíocre, não pude fazer me-lhor" (2 Macabeus 15.38, 39).

CONCLUSÃOConcílios e sínodos, ou até mes-

mo a Igreja, não estão investidos depoderes para aferir ou "canonizar"esse ou aquele livro das Escrituras.Nenhum livro da Bíblia conquistouseu espaço no Cânon Sagrado pormedidas provisórias ou decretos-leis, mas pelo fato de o conteúdodeles provar sua origem divina esua inspiração. É a Bíblia que julgaa Igreja e não aIgreja a Bíblia. A Patrística

Patrística e os con- Doutrinacílios apenas acei- elaborada pelostaram esses livros «pais da Igreja",como inspirados. teólogos ,A Igreja confessou incluindo osa canonicidade mais destacadosdas Escrituras, e líderes da eraisso não significa pós-apostóhca,que ela haja lhesconferido essa au-toridade; ela foiapenas a editora e

nos seisprimeirosséculos do

Cristianismo.

15 J

Page 18: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

não a autora dos livros divinamen-te inspirados do Antigo Testamen-to como afirma 2 Pé 1.21.

Subsidio Histórico"Há tempos que existem algu-

mas diferenças de opinião acercados livros que deveriam ser inclu-ídos no Antigo Testamento. Na ver-dade, mesmo nos tempos pré-cris-tãos, os samaritanos rejeitavam to-dos os livros do Antigo Testamen-to, exceto o Pentateuco. Ao mesmotempo, por volta do século II a.C.em diante, obras pseudónimas, ge-ralmente de caráter apocalíptico,reivindicavam para si o status deinscritos inspirados e encontravamcredenciais em certos grupos depessoas. Na literatura rabínica, re-lata-se que nos primeiros séculosda Era Cristã, certos eruditos con-testavam, no tocante às evidênciasinternas, a canonicidadc de cincolivros do Antigo Testamento(Ezequiel, Provérbios, Cantares deSalomão, Eclesiastes e Ester). Noperíodo patrístico, havia dúvidasentre os cristãos se os livrosapócrifos das Bíblias grega e latinadeveriam ser considerados inspira-dos ou não. Controvérsias sobreesse último ponto culminaram naReforma, quando a Igreja Católicainsistia que os livros apócrifos fa-ziam parte do Antigo Testamentoem pé de igualdade com o resto, oque era negado pelas igrejas pro-testantes. Embora algumas igrejasprotestantes considerassem os li-

vros apócrifos como leitura edifi-cante (a Igreja da Inglaterra, porexemplo, continuou a incluí-losem seu lecionário 'para exemplode vida, mas não para estabelecerqualquer doutrina'), todas con-cordavam que, para ser exato, ocânon do Antigo Testamento con-siste nos livros da Bíblia hebraica- os livros reconhecidos pelos ju-deus e endossados pelos ensina-mentos do Novo Testamento. AIgreja Ortodoxa Oriental, que porum tempo esteve dividida nesseassunto, ultimamente tem apre-sentado cada vez mais a tendên-cia de apoiar o lado protestante.

O que qualifica um livro paraum lugar no cânon do Antigo Tes-tamento não é simplesmente o fatode ser antigo, informativo e útil, ede fazer muito tempo que é lido evalorizado pelo povo de Deus, massim que tenha a autoridade deDeus para o que diz. Deus falouatravés do autor humano, a fim deensinar o povo em que acreditar ede que maneira se comportar. Nãoé tão-somente um registro da re-velação, mas também a permanen-te forma escrita da revelação. É oque queremos dizer quando afir-mamos que a Bíblia é 'inspirada',o que, nesse particular, torna oslivros da Bíblia diferentes de todosos outros" (A Origem da Bíblia,CPAD, págs. 79 e 80)

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 37

16 Lições Bíblicas

Page 19: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Aferir : Conferir; avaliar; jul-gar, estimar, calcular.

Anacronismo: Confusão de dataquanto a acontecimentos ou pessoas.

Apêndice: Parte anexa ou acres-centada a uma obra; acréscimo.

Chancelar: Julgar bom; apro-var, sancionar.

Erudi to: Que tem instruçãovasta e variada; homem muitosabedor.

Esquadrinhado: Examinadominuciosamente , invest igado,pesquisado, perscrutado.

Laborioso: Trabalhoso, difí-cil, custoso, árduo.

Metódico: Que se refere a mé-todo; em que há método; circuns-pecto, comedido, cuidadoso.

Mister: Ministério, incumbên-cia, comissão.

Normativo: Que tem a quali-dade ou força de norma.

Proveniente: Que provém;oriundo, procedente.

Sínodo: Reunião regular de pá-rocos e outros membros da hierarquiareligiosa, convocados pelo bispo.

nmhiifi i í- u\S A Bíblia Através dos Séculos,António Gilberto, CPAD.i/ A Origem da Bíblia, P. W.Comfort (ed.), CPAD

QUESTIONÁRIO

L Qual o significado de "livro canónico" a partir do século 4 d.C.?

R. Livros inspirados por Deus e instrumentos normativos para a fécristã.

2. Onde Jesus ratificou o Antigo Testamento?

R. Lucas 24.44.

3. A partir de quando ninguém mais ousou alterar o texto sagrado?

R. Depois que o cânon se encerrou.

4. Quais os testemunhos contra os livros apócrifos?

R. Josefo, judeus dos tempos interbíblicos e o testemunho internodos livros apócrifos.

5. Porque concílios, sínodos ou a Igreja não podem ''canonizareslivros da Bíblia?

R. Porque não estão investidos de poderes para tal.

Lições Bíblicas 17

Page 20: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 3A CREDIBILIDADE E A INSPIRAÇÃO

DO ANTIGO TESTAMENTO20 de abril de 2OO3

"Buscai no livro do SENHOR elede; nenhuma dessas coisasfalhará, nem uma nem outrafaltará; porque a sua própria

boca o ordenou, e o seu espiritomesmo as ajuntará" (Is 34.16).

;i • i j lJLmO Antigo Testamento resistiu a

exames metódicos e criteriosos ao

longo dos séculos sobre sua credi-bilidade e ainda desafia qualquerum que duvide de sua inspiraçãodivina.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 505, 506 e 430

1="="'*™™***™2 TIMÓTEO 3.14-17;DEUTÇRONÔMIO 4.2; 12.32;PROVÉRBIOS 30.5,6

2 Timóteo 3

Segunda - Io 10.35A Escritura não pode seranulada

Terça - SI 119.89A Palavra de Deus permanecepara sempre no céu

Quarta - Mc 7.13O Senhor Jesus chamou asEscrituras de a Palavra de Deus

Quinta - 1 Pé 1.25A Palavra de Deus atravessouos séculos incólume

Sexta - SI 138.2Deus engrandeceu a suaPalavra

Sábado - Io 17.17A Palavra de Deus é a Verdade

18 Lições Bíblicas

Page 21: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

14 • Tu, porém, permanece naquiloque aprendeste e de que foste intei-rado, sabendo de quem o tensaprendido.15 • E que, desde a tua meninice,sabes as sagradas letras, que po-dem fazer-te sábio para a salvação,pela fé que há em Cristo Jesus.16 - Toda Escritura divinamenteinspirada é proveitosa para ensi-nar, para redarguir, para corrigir,para instruir em justiça,17 - para que o homem de Deus sejaperfeito e perfeitamente instruídopara toda boa obra.

Deuteronômio 42 - Nada acrescentareis à palavraque vos mando, nem diminuireisdela, para que guardeis os manda-mentos do SENHOR, vosso Deus,que eu vos mando.

Deuteronômio 1232 - Tudo o que eu te ordeno obser-varás; nada lhe acrescentarás nemdiminuirás.

Provérbios 305 - Toda palavra de Deus é pura;escudo é para os que confiam nele.6 - Nada acrescentes às suas pala-vras, para que não te repreenda, esejas achado mentiroso.

ONTO DE CONTATO

Como vimos na segunda lição,as Escrituras, no que diz respeitoà forma, estão vinculadas às leisda língua e da literatura. Em vista

disto, veremos, antes de cada aula,diversas figuras de estilo ex-pressas na Bíblia.

Estilo é a maneira peculiar,individual, com que cada autorexpressa seus pensamentos. Paraisso, ele lança mão de palavras ouconstruções gramaticais e as em-prega fora do seu curso habitual.É o que denominamos conotação.

Antonomás ia é uma figurade estilo que consiste na substitui-ção de um nome por outro, ou, poruma expressão que facilmente oidentifique. Exemplo: Bíblia (Livrocio Senhor Is 34.16; Escritura Jo10.35; Lei de Deus Ne 8.8).

Dê oportunidade para que seusalunos encontrem outras expres-sões que identifiquem o nome daBíblia enquanto você as registra noquadro~de-giz, incluindo as devi-das referências.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Definir a palavra teopneustia,Citar três provas da inspira-

ção da Bíblia.Ident i f icar a garantia de au-

tenticidade dos livros sagrados.

SÍNTESE TEXTUAA autenticidade divina das es-

crituras Sagradas c fato incontes-tável. Segundo a própria Bíblia, aEscritura veio de Deus e por Ele foiinspirada (2 Tm 3.16). Deus mo-vimentou homens santos de formaespecial c única fazendo com quea Bíblia seja o livro mais importan-

Liçôes Bíblicas 19

Page 22: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

te, em qualquer tempo e para to-dos os povos.

Autores, épocas e lugares dife-rentes garantiram, ao longo deaproximadamente mil anos, a pro-dução do texto sagrado. A investi-gação rigorosa de seu conteúdopela crítica l i terária não pôdecontradizê-la.

A Bíblia chegou até nós atra-vés de cópias, pois os originais seperderam ao longo do tempo. Ascópias, quando atualizadas, eramqueimadas permanecendo sem-pre o último exemplar. As desco-bertas do mar Morto trouxeramprovas textuais concretas, poisconfirmam o conteúdo do Anti-go Testamento que utilizamos.Deus preservou sua Palavra mi-lagrosamente.

ORIENTAÇÃO DIDATICA

O professor deve valer-se detodos os recursos didáticos e peda-gógicos que estiverem à sua dispo-sição: quadro-de-giz, retroprojetor,

mapas, gráficos, dicionários, recur-sos audiovisuais etc. Deve tambémplanejar suas ações levando emconta o perfil de sua classe, o es-paço físico, assim como os objeti-vos propostos e o tempo disponí-vel para o bom desempenho de suaaula. Entretanto, jamais deve es-quecer-se de que, independente dasofisticação dos recursos e dos apa-ratos tecnológicos que possua, aBíblia é imprescindível na sala deaula. Ela é o livro-texto da EscolaDominical, por excelência.

Reproduza o gráfico abaixo noquadro-de-giz e convide algunsalunos para virem à frente a fimde escrever no quadro um versí-culo (de livre escolha) que fale dainspiração e da credibilidade daBíblia.

INTRODUÇÃO

A autoridade do Antigo Testa-mento decorre de sua inspiração

BÍBLIA SAGRADAInspiração

a) "Toda a Escritura é inspirada porDeus." (2 Tm 3.16)

b) "O Senhor deu a palavra." (SI68.11)

c) "...falaram inspirados pelo Espí-ritoSanto." (2 Pç 1.21)

d) "...falamos, não com palavras desabedoria humana, mas com asque o Espírito Santo ensina." (2Co 2.13a)

e) "Há um espírito no homem, e ainspiração do Todo-Poderoso ofaz entendido." (Jó 32.8)

Credibil idadea) "A tua palavra é a verdade." (Jo

17.17)b) "Toda a palavra de Deus é pura."

(Pv30.5)c) "Assim será a palavra que sair da

minha boca." (Is 55.11)d) "As minhas palavras não passa-

rão." (Mc 13.31)e) "Esta palavra é fiel e verdadei-

ra." (l Tm 4.9)f) ".. nenhuma só palavra caiu de

todas as suas palavras." (l Rs8.56b)

20 Lições Bíblicas

Page 23: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

divina. O próprio Senhor JesusCristo reconheceu-a e a declaroumais de uma vez. Quanto à trans-missão do texto sagrado, permane-ce este intacto. A revelação divinapor meio das Escrituras foi preser-vada para todos os povos e paratodas as eras. Deus prometeu quea sua Palavra subsistiria para sem-pre (Is 40.8; l Pé 1.25). A autenti-cidade dos textos bíblicos está aci-ma de qualquer suspeita.

I. SUA INSPIRAÇÃO

1. O Antigo Testamento éde origem divina. Essa verda-de é confirmada interna e exter-namente. A expressão: "Toda Es-critura é inspirada por Deus" (2Tm 3.16 — Versão Almeida Atua-lizada) faz do Antigo Testamentoum livro sui generis. A VersãoAlmeida Corrigida assim traduziua primeira parte deste versículo:"Toda Escritura divinamente ins-pirada é proveitosa...". Gramatical-mente, ambas as versões estão cor-retas. A ênfase dada é de que cadaEscritura, ou toda a Escritura doAntigo Testamento, veio de Deuse por Ele foi inspirada. Hoje essadeclaração aplica-se também aoNovo Testamento, que na épocaapostólica estava incompleto.

2. A teopneustia. A palavragrega traduzida por "inspirada porDeus" ou "divinamente inspirada"é theopneustos. Vem de duas pa-lavras gregas theos, "Deus" e pnco,"respirar", de onde vem a palavra"teopneustia", que significa "ins-piração divina". É a única vez em

que essa palavra aparece no NovoTestamento grego.

O uso que o apóstolo fez dessapalavra, aqui, revela o caráter es-pecial e sui generis dos livros doAntigo Testamento. Ou seja: são es-critos de origem divina. Isto é, Deus,de modo sobrenatural, controloutodo o processo da comunicação dasua Palavra, capacitando homensescolhidos por Ele para essa tarefa.Assim, toda a Escritura foi provida"pelo sopro de Deus" (sentido lite-ral de theopneustos, em 2 Tm 3.16).Portanto, ela não se assemelha a ne-nhuma outra literatura.

3. Movidos pelo EspíritoSanto. O apóstolo Pedro afirmaque as Escrituras jamais foram pro-duzidas por vontade de homemalgum: "... mas os homens santosde Deus falaram inspirados peloEspírito Santo" (2 Pé 1.21). A pa-lavra grega para "inspirados" é overbo phero, que significa também"mover, movimentar".

A inspiração divina das Escri-turas é especial e única. Isso signi-fica que ninguém mais, além dosescritores sagrados, recebeu idên-tica influência, e que o nível deinspiração, não somente do Anti-go Testamento, mas também detoda a Bíblia, é igual.

II. PROVAS DA INSPIRAÇÃODA BÍBLIA

Além de unir numa só linha depensamento escritores de diversasépocas, lugares e culturas, a inspi-ração divina das Escrituras é ates-tada sobretudo pelo próprio tes-

LiçÕes Bíblicas 21

Page 24: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

temunho da história, através documprimento de suas profecias.

1. Sua inerrância. São 39 li-vros produzidos num período deaproximadamente mil anos, escri-tos por cerca de 30 autores, cadaum deles vivendo em lugares eépocas diferentes. O Antigo Testa-mento passou por rigorosas inves-tigações e escrutínios. Entretanto,ninguém jamais conseguiu encon-trar nele erro ou neutralizar a suaautoridade. Isso porque o AntigoTestamento é inspirado por Deus(2 Tm 3.16), e é o livro de Deus(Is 34.16). Nem mesmo as mais re-centes descobertas científicas con-tradizem o que nele está escrito.

2. Suas profecias. Uma ca-racterística peculiar do Antigo Tes-tamento, que podemos usar comoprova de sua inspiração, são assuas profecias cumpridas. Nem oAlcorão, nem o Livro de Mórmon,nem a Tripitaka dos budistas, nemos Vedas dos hindus, ou qualqueroutro livro que reivindica autori-dade espiritual contêm profecias.Somente a Bíblia é o livro de pro-fecia (Ap 22.19).

O Antigo Testamento fala do re-torno dos judeus à terra de seusantepassados (Jr 31.17; Ez 11.17;36.24; 37.21). Depois de mais de 18séculos de diáspora, perseguições eameaças de extinção, Israel revivecomo país soberano e membro dasNações Unidas, desafiando toda alógica e argumento humano. Issosem contar as inúmeras profeciasreferentes a Cristo, a outros povose a diversos fatos da história.

3. Sua unidade. Seria possí-vel chegar a tal unidade de pensa-mento com 10 ou 12 eruditos es-crevendo sobre um só tema? A ex-periência diz que não. Seria maisque evidente a discordância e ascontradições. No entanto, há emtoda a Bíblia uma unidade perfeitade pensamento, mesmo versandosobre os mais variados temas, escri-tos por diversos autores de diferen-tes gerações. Isso porque se trata dopensamento de um só autor: Deus.Essa unidade é um dos elementosque comprova sua origem divina.

III. AUTENTICIDADE DASCOPIAS DOSMANUSCRITOS

1. Os autógrafos. Todos osautógrafos (os manuscritos origi-nais) dos livros da Bíblia perde-ram-se ao longo dos séculos. Ascópias originais, provenientes di-retamente do punho dos escrito-res sagrados, desapareceram. ABíblia chegou-nos através de cópi-as tiradas de outras cópias até oadvento da imprensa, no séculoXV. Isso devido às perseguiçõesque a Igreja sofreu nos três primei-ros séculos, sem contar a de Neroem 68 d.C. O imperador Déciomandou destruir todas as cópiasdas Escrituras em 303 d.C.

2. O método de cópia dosmanuscritos. Os copistas judeusqueimavam as cópias dos manuscri-tos depois de copiá-los. Eles nãodavam muita importância à idadedos manuscritos. Quanto mais novo,melhor. Por essa razão, ninguém se

22 Lições Bíblicas

Page 25: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

surpreende com a escassez de ma-nuscritos hebraicos do Antigo Tes-tamento. Eles usavam critérios rigo-rosos ao copiar o texto sagrado, ten-do em mente a proibição de acres-centar-se-lhe ou diminuir palavras(Dt4.2; 12.32; Pv 30.5,6).

3. A credibilidade dos ma-nuscritos. O texto mais antigo deque dispomos atualmente é umfragmento do livro de Números6.24-27, "A Bênção Sacerdotal",datado do século VI a.C, Antes dasdescobertas do mar Morto, o ma-nuscrito mais antigo não ia além doséculo X d.C. Entretanto, nenhumerudito ou crítico suspeitou de suaautenticidade. Isso porque as ver-sões do Antigo Testamento em ou-tras línguas, como a Septuaginta,Vulgata, Peshita e outras e os crité-rios meticulosos dos judeus parapreservar a integridade do textosagrado, eram suficientes.

IV. OS MANUSCRITOS DOMAR MORTO

1. A grande descoberta. Asdescobertas dos rolos do mar Mor-to foram um lenitivo para todosque amam as Escrituras, apesar dacredibilidade dos textos hebraicosdo Antigo Testamento, pois agoradispomos de provas textuais maisconcretas. O conteúdo desses ma-nuscritos é o mesmo do nosso An-tigo Testamento; é a resposta deDeus para os muçulmanos, queafirmam que a Bíblia foi falsi-ficada, e ao mundo cético. Há umespaço de tempo de mais de milanos entre esses rolos do mar Mor-

to e o manuscrito hebraico maisantigo até então existente no mun-do. Jesus disse: "A tua palavra é averdade" (Jo 17.17). Essa desco-berta feita em 1947 foi o achadodo século XX, e confirma a auten-ticidade da Bíblia. Com exceção dolivro de Ester, todos os livros doAntigo Testamento estão represen-tados nesses 800 manuscritos.

2. A data dos rolos do marMorto. As 11 cavernas de Qumrantrouxeram à tona cerca 170 ma-nuscritos bíblicos, em sua maio-ria fragmentos descobertos entre1947 e 1964, sem contar outrosmanuscritos não bíblicos. O pri-meiro grupo desses manuscritos édatado entre 250 a.C. e 68 d.C.,com quantidade considerável detexto escrito no período paleo-hebraico; e o segundo grupo, en-tre 70 e 132 d.C., período entre adestruição de Jerusalém e a Revol-ta de Bar-Kochba, em Yavne, ouJâmnia.

3. A origem dos manuscri-tos do mar Morto. Os manus-critos do mar Morto não foram to-dos produzidos pelos essènios;muitos deles vieram da Babilóniae do Egito. Os essènios eram umaordem monástica judaica, estabe-lecida antes de Cristo, próxima aomar Morto. Trata-se, portanto, detextos produ/.idos manualmente,procedentes de várias épocas e devários lugares.

CONCLUSÃO

A autoridade do Antigo Testa-mento está inseparavelmente liga-

Licòes Bíblicas 23

Page 26: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

da à sua origem e propósito. Sua cre-dibilidade surpreende o mundo atéos dias atuais. Além dos manuscri-tos hebraicos, há milhares de tex-tos traduzidos para outras línguase mais as descobertas do mar Mor-to. Diante de tudo isso, quem ousa-rá investir contra a autenticidade daBíblia? A Palavra de Deus foi por Elemilagrosamente preservada (Jr1.12). Não temos os autógrafos, po-rém o tão elevado número de cópi-as existentes e harmónicas entre sigarante a autenticidade dos livrosdas Escrituras Sagradas.

Subsídio Arqueológico

"Os rolos foram descobertosprimeiramente por pastores semi-nômades da tribo beduína Taami-ré; estes pastores haviam se fixa-do entre Belém e o mar Morto.Durante gerações tinham pastore-ado seus rabanhos e manadas nodeserto da Judéia, que era esbura-cado por cavernas antigas. Um des-tes pastores, o adolescente denome Maomé ed-Dib, que signifi-ca 'Maomé, o Lobo'(por haver ma-tado lobos que atacavam as ove-lhas), afirma ser o responsável peladescoberta original. Tempos de-pois, o arcebispo ortodoxo sírio,Mar Atanásio Samuel, tornou aexistência dos rolos conhecida emtodo o mundo. Subsequentementeos rolos tornaram-se possessão doEstado de Israel, quando o profes-sor da Universidade Hebraica deJerusalém, Eleazar Sukenik, com-

prou três deles pela intcrmediaçãodo arménio Anton Kiraz. Algunsanos mais tarde o filho de Sukenik,Yigael Yadin, comprou os restan-tes quatro rolos do próprio arce-bispo. Esta última compra acarre-tou um pouco de drama. O arce-bispo não queria se envolver napolítica do Oriente Médio. Ele nãoqueria vender os rolos diretamen-te para Israel, porque tal acão se-ria contestada pela Jordânia. En-tão o arcebispo tentou vender osrolos para os Estados Unidos, co-locando o anúncio no Wall StreerJournal. Sabendo do anúnc io ,Yadin fez o professor Ha r ryOrlinsky da Hebrevv Union College(em Cincinnati, Ohio), uma daspoucas pessoas que podiamauntenticar os rolos, a clandesti-namente fazer-se passar por 'Mr.Green' e comprar os rolos para Is-rael por 250 mil dólares, soma ir-risória, visto que só o Rolo de Isaíashoje vale mais de 20 milhões dedólares". (Pedras que Clamam,CPAD, págs. 247 e 248)

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 37

Autenticidade: Fidedigno, ver-dadeiro, real, genuíno, legítimo.

Cético: ()ue duvida de tudo;descrente.

Contradição: Incoerência en-tre afirmação ou afirmações atu-ais e anteriores.

24 Lições Bíblicas

Page 27: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Decorrer : Originar-se, de-rivar ( -se) .

Diáspora: A dispersão dos ju-deus no decorrer dos séculos.

Ênfase: Realce, destaque, relevo.Esc ru t ín io : Exame atento,

minucioso.Fragmento: Parte que resta

de uma obra literária ou antiga, oude qualquer preciosidade,

Gramática: Estudo ou trata-do dos fatos da linguagem.

Idêntico: Semelhante, análogo.Intacto: Não tocado; intocado,

incólume.L e n i t i v o : Alívio, conforto,

consolação.

Lógica: Coerência de raciocí-nio, de ideias.

Neutral izar : Anular, inutili-zar, eliminar.

Peculiar: Que é atributo par-ticular de uma pessoa ou coisa;especial, próprio.

Sui generis: Que não apresen-ta analogia com nenhuma outra(pessoa ou coisa); peculiar.

: 1 h ; T Zli t- 1 i:*

l/ De Volta para a Palavra. Trask& Goodall, CPAD.t/ Pedras que Clamam, R. Price,CPAD.

QUESTIONÁRIO

L O que significa teopneustia?

R. Inspiração divina.

2. Cite três provas da inspiração divina das Escrituras.

R. Sua inerrância, suas profecias e sua unidade.

3. Por que nenhum crítico jamais duvidou da autenticidade doAntigo Testamento, considerando a escassez de seusmanuscritos?

R. Porque as versões em outras línguas foram suficientes parapreservar a Integridade do texto, e os critérios dos judeusmeticulosos.

4. Que descoberta foi o achado do século XX e o que nela ficoucomprovado?

R. Os manuscritos do mar Morto; a descoberta comprovou aautenticidade da Bíblia.

5. O que certifica o elevado número de cópias da. Bíblia?

R. A autenticidade de .seus livros.

Lições Bíblicas 25

Page 28: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

içáo4PRIMEIRAS VERSÕES DO ANTIGO

TESTAMENTO27 de abril de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"E leram o livro, na Lei de Deus,e declarando e explicando o

sentido, faziam que, lendo, seentendesse" (Ne 8.8).

> j J 1 j 1 JL i

O caráter universal do cristia-nismo em si mesmo requer a tra-dução das Escrituras para muitaslínguas e isso começou desde oAntigo Testamento.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 556, 515 e 395

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

NEEMIAS 8.1-9

l - E chegado o sétimo mês, e estandoos filhos de Israel nas suas cidades,todo o povo se ajuntou como um sóhomem, na praça, diante da Portadas Aguas; e disseram a Esdras, oescriba, que trouxesse o livro da LeideMoisés, queo SENHOR tinha orde-nado a Israel.

Segunda - SI 19.1-4A mensagem de Deus estende-se até o fim do mundo

Terça - Ap 5.9Cada povo adora a Deus na suaprópria língua e cultura

Quarta - Rm 15.19Desde Jerusalém ao Ilírico,parte da atual Albânia

Quinta - At 8.27, 35O evangelho é pregado a umafricano

Sexta - At 19.1,34O evangelho é pregado a umeuropeu

Sábado - At 11.29, 21O evangelho é pregado aosdemais gentios

26 Lições Bíblicas

Page 29: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

2 • E Esdras, o sacerdote, trouxe aLei perante a congregação, assimde homens como de mulheres, e detodos os entendidos para ouviremno primeiro dia do sétimo mês.3 - E leu nela, diante da praça, queestá diante da Porta das Aguas, des-de a alva até ao meio-dia, perantehomens, e mulheres, e entendidos;e os ouvidos de todo o povo esta-vam atentos ao livro da Lei.4 - E Esdras, o escriba, estava sobreum púlpito de madeira, que fize-ram para aquele fim; e estavam empé junto a ele, à sua mão direita,Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias,e Hilquias, e Maaséias; e à sua mãoesquerda, Pedaías, e Misael, eMalquias, e Hasum, e Hasbadana, eZacarias, e Mesulão.5 • E Esdras abriu o livro perante osolhos de todo o povo; porque esta-va acima de todo o povo; e, abrin-do-o ele, todo o povo se pôs em pé.6 • E Esdras louvou o SENHOR, ogrande Deus; e todo o povo respon-deu: Amém! Amém! —, levantandoas mãos; e inclinaram-se e adora-ram o SENHOR, com o rosto emterra.7 - E Jesua, e Bani, e Serebias, eJamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias,e Maaséias, e Quelita, e Azarias, eJozabade, e Hanã, e Pelaías, e oslevitas ensinavam ao povo na Lei; eo povo estava no seu posto.8 • E leram o livro, na Lei de Deus,e declarando e explicando o senti-do, faziam que, lendo, se enten-desse.

9 - E Neemias (que era o tirsata), eo sacerdote Esdras, o escriba, e oslevitas que ensinavam ao povo dis-seram a todo o povo: Este dia éconsagrado ao SENHOR, vossoDeus, pelo que não vos lamenteis,nem choreis. Porque todo o povochorava, ouvindo as palavras daLei.

PONTO DE CONTAA figura de estilo desta nçao

chama-se polissíndeto. Ela con-siste na repetição de uma conjun-ção em frases coordenadas. É uti-lizada quando se pretende expri-mir com vivacidade certa aglome-ração de coisas. Exemplo: "E Jesua,e Bani, e Serabias, e Jamim, eAcube, e Sabetai... e os levitas en-sinavam ao povo na Lei (Ne 8.7).Esta figura é chamada de estilo bí-blico devido à profusão destas par-tículas existentes no original.

Faca um pequeno exercíciocom seus alunos pedindo-lhes paraidentificar na Bíblia outras passa-gens que contenham a referida fi-gura. Não se esqueça das outrasconjunções, além da partícula (e).

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

E n t e n d e r a importância deuma tradução.

Saber em quantas línguas edialetos a Bíblia está traduzida.

Citar as principais versões an-tigas da Bíblia completa e do Anti-go Testamento.

Lições Bíblicas 27

Page 30: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

ENTESE TEXTUALAntigo e Novo Testamentos

completam-se de forma admirável.Apesar de ter sido escrita original-mente em hebraico, aramaico egrego, não existe na Bíblia o con-ceito de língua sagrada como nasreligiões orientais.

O Evangelho, ao ser difundido,foi propagado na língua de cadaouvinte. A integridade da mensa-gem é que deve ser preservada. Emtodo tempo, Deus sempre se reve-lou ao homem utilizando o nívelde linguagem próprio deste ho-mem. Não é preciso conhecer lín-guas orientais para ser cristão. Asalvação é pela f é e a pregação doEvangelho deve ser realizada nalíngua e cultura de cada povo. Assucessivas versões do texto sagra-do foram elaboradas a propósitoda contextualização de sua men-sagem reafirmando assim o inten-to de Deus em falar ao homem emuma linguagem de seu nível decompreensão.

ORIENTAÇÃO DIDATICALeve para a classe Bíblias em

outros idiomas ou dialetos (inglês,espanhol, francês, guarani etc.).Fale sobre os efeitos espirituais emorais que esse Santo Livro serácapaz de produzir nos povos e na-ções ainda não alcançados.

Peça ajuda ao líder do depar-tamento de missões da igreja. Porestar envolvido mais especifica-mente com a evangelização, estesetor poderá fornecer-lhe as Bíbli-

as de que você precisa. Não des-preze a oportunidade de tambémconscientizar seus alunos do deverde orarem, contribuírem financei-ramente e, de a lguma forma,engajarem-se em projetos que vi-sam a distribuição de Bíblias.

Incentive seus alunos a realiza-rem um trabalho de evangelizaçãona comunidade próxima ao templo,onde, normalmente, se reúnem aosdomingos. Eles poderão distribuirBíblias e literaturas afins, tais comonovos testamentos, evangelhos, fo-lhetos, periódicos etc. O Reino deDeus na Terra tornar-se-á mais vi-sível com iniciativas como estas.

INTRODUÇÃONa primeira lição, vimos que o

Antigo Testamento é a base do Novo.Ambos andam juntos e completam-se mutuamente de modo admirável.

A Bíblia já foi traduzida, parci-al ou totalmente, para mais de 1 O-2.500 línguas e dialetos. A mensa- —•gem do evãngemo e supracultural.Os apóstolos não judaizararn omundo quando evangelizaram asnações, mas anunciaram a Palavrade Deus na língua e na cultura decada povo (At 17.23-26).

1. A MENSAGEM AO ALCANCEDE TODOS OS POVOSUm povo não tem de mudar a

sua cultura para receber a Palavrade Deus. A mensagem da salvaçãoprecisa estar disponível em todasas línguas.

28 Lições Bíblicas

Page 31: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Deus fala com o homemna sua língua materna. A Bíbliafoi originalmente escrita em hebrai-co, aramaico e grego. Não existe naBíblia o conceito de língua sagradaencontrado nas falsas religiões, comoo sânscrito é sagrado para os hinduse o árabe, para os islâmicos. Desdeos tempos do Antigo Testamento atéa atualidade, Deus se manifestou, ese manifesta, a cada um de seus ser-vos na sua própria língua. Deus serevelou a Paulo em sua língua ma-terna, o hebraico, apesar de ele fa-lar outros idiomas (At 26,14).

2. Tradução para outraslínguas. Tradução é colocar emuma outra língua a mesma mensa-gem. O estilo, ou nível de lingua-gem, não é de suma importância.O fundamental é a mensagem, que r»jião_rx)de ser mudada nem corrom-pida. Deus quer que o homem co-nheça a sua vontade, não importaqual seja o nível de linguagem. Oapóstolo Paulo falou aos ateniensessobre o Deus de Israel, Jeová, o Cri-ador de todas as coisas, identifica-do por eles como o "Deus Desco-nhecido" (At 17.23-30). Paulo nãose preocupou em explicar aosatenienses o tetragrama que cons-titui o nome de Deus, impronun-ciável pelos judeus (Yhwh), e tam-bém não lhes ofereceu um curso dehebraico, mas simplesmente usoua linguagem e a cultura deles.

3. A Bíblia na língua dopovo. Ninguém precisa aprender ohebraico, ou aramaico, ou grego, ouas três línguas juntas, para tornar-se cristão. O estudo dessas línguas

é incentivado apenas para o enri-quecimento do conhecimento teo-lógico, e não como condição parase entender a mensagem da salva-ção. A Bíblia ensina que a salvaçãoé pela fé em Jesus (Gl 2.16; Ef 2.8;Tt 3.5). Portanto, a pregação doevangelho deve ser levada a efeitona língua e cultura de cada povo (lCo 9.20-22). É nosso dever colocara Bíblia à disposição do povo em suaprópria língua, e não obrigá-lo aaprender as línguas originais da Bí-blia, ou uma língua litúrgica, ou ain-da mudar sua cultura.

II. A VERSÃO PARAFRASEADADO TARGUMApós o cativeiro na Babilónia, os

judeus tiveram algumas versões do"Antigo Testamento à disposição.

1. Targumim. São traduçõesparafraseadas do Antigo Testamen-to, do hebraico para o aramaico. Ageração que retornou do cativeirobabilónico falava aramaico, a lín-gua oficial utilizada em todos osdomínios do império. Sem enten-der bem a leitura da Lei e dos Pro-fetas, que era feita em hebraico nassinagogas, essa geração teve a ne-cessidade de obter explicaçõesorais em aramaico (Ne 8.8). Taisexplicações foram posteriormenteescritas, que são os targumim."Targumim" é o plural de "Tar-gum", que cm hebraico significa"tradução". O Targum de Õn-quelos, que contém o Pentateuco,e o de Jônatas, que contém os Pro-fetas, são os principais dos dez quepermaneceram.

Lições Bíblicas 29

Page 32: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

2. Targum de Õnquelos.Ônquelos traduziu de forma pa-rafraseada a expressão "Eu Sou"(Êx 3.14; Dt 32.39) por "aqueleque é, e que era, e que há de vir".Esta mesma expressão aparececinco vezes no livro de Apocalipse(1.4,8; 4.8; 11.17; 16.5), o que nosmostra que Deus não está preo-cupado com formas, estilos econstruções gramaticais, mas como conteúdo da sua mensagem àhumanidade. A linguagem podeser atualizada, pois é humana; amensagem, porém, não poderájamais ser alterada, pois é divina.Quando a mensagem é modifica-da, como ocorre na Tradução doNovo Mundo, texto oficial das Tes-temunhas de Jeová, o conteúdo darevelação é prejudicado e não ex-pressa o que Deus realmente dis-se. Trata-se de uma versão cor-rompida e falsificada.

3. Versão parafraseada. Aparáfrase procura traduzir o tex-to explicando-o; não traduz pala-vra por palavra, mas ideia porideia. Ela faz o que uma traduçãoliteral não poderia fazer. Às vezes,é necessário o uso de expressõesidiomáticas para que o texto fiquemais claro. Embora a paráfraseapresente certos perigos, como en-fraquecer o original, é perfeita-mente possível manter a fidelida-de ao texto primitivo.

III. A SEPTUAGINTAVejamos, neste tópico, como o

mundo grego teve acesso ao Anti-go Testamento.

1. A Septuaginta. Do latim, apalavra significa "septuagésimo"; étambém conhecida como "Versãodos Setenta", porque, segundoJosefo, a tradução foi realizada por70 ou 72 eruditos judeus e em 70dias. O trabalho de tradução deveu-se a um pedido do rei Ptolomeu IV,Filadelfo, que reinou entre 285 e247 a.C, em Alexandria, Egito. Porisso é também identificada comoVersão de Alexandria. É a traduçãodo Antigo Testamento do hebraicopara o grego, identificada pelos al-garismos romanos "LXX".

2. A Septuaginta e o NovoTestamento. Em 13 dos 27 livrosque constituem o Novo Testamento,há muitas citações diretas da Septu-aginta. Mateus 15.8,9, cita Isaías29.13. A Septuaginta é, pois, reco-nhecida como obra de grande valor,além de ser um monumento literá-rio do grego helenístico. Serviu deponte linguística e teológica entre ohebraico do Antigo Testamento e ogrego do Novo. Além disso, foi usa-da pelas gerações de judeus por to-das as partes do mundo antigo.

IV. OUTRAS VERSÕESGREGAS DO ANTIGOTESTAMENTO1. Outras versões. Outras

traduções gregas do Antigo Testa-mento foram produzidas posterior-mente, como as de Símaco (170d.C.) e Teodócio (190 d.C.). A tra-dução de Áquila (130 d.C.) é maisuma revisão da Septuaginta do quepropriamente uma nova versão doAntigo Testamento hebraico parao grego. Nenhuma destas versões,

30 Lições Bíblicas

Page 33: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

porém, superou o texto da Sep-tuaginta.

2. Peshita. Também conhe-cida como Versão Siríaca, é oAntigo Testamento completo tra-duzido para o aramaico, que erafalado não somente em Israel,antes da Diáspora do ano 70 d.C.,mas também no império daPartia e em toda a região da Me-sopotâmia. O aramaico é, aindahoje, falado em partes da Síria cda Turquia. A Peshita, palavraaramaica que significa "simples",é a versão of ic ia l da Igre jaSiríaca.

3. Vulgata Latina. É a tra-dução da Bíblia completa para olatim, feita por Jerônimo a pedidode Dâmaso, bispo de Roma, entreo final do século IV e início do sé-culo V. Jerônimo nasceu em Por-tugal, que, juntamente com a atu-al Espanha, formava naquela épo-ca uma província do Império Ro-mano chamada Hispânia. Esse bis-po estudara o hebraico por 20anos com os rabinos de Belém daJudéia. Sua versão do Antigo Tes-tamento foi feita diretamcnte do

hebraico.Mesopotâmia A Vulgata é a

Sub-rcgifio asiática versão oficial davi/inha dos rios Igreja Romana. Na-

Ti,i>re c quele tempo, osliufrates, onde bispos de Roma

desenvolveram-se nao eram chama-civili/ações dos de papa Q pri-

dtadas no Antigo meirQ a rcivindicar

Testamento; hoje .,_ , ,. .o titulo foi o papaocupada pelo „ . /: *!atuaJ Iraque. Inoccncio I (402-

417).

CONCLUSÃODesde muito cedo, na história

do povo de Deus, a revelação divi-na está à disposição de outros po-vos, na língua de cada um deles. APalavra não pode ficar presa; docontrário, o propósito de Deus nãoé alcançado. Nenhum livro foi tra-duzido para tantas línguas como asEscrituras Sagradas. Glorificamos aDeus que tem colocado sua Palavraà disposição de todos os povos.

Subsídio Histórico

A Bíblia no Brasil - J . Publicadoem 1847, em São Luís do Maranhão,o Novo Testamento, na versão daVulgata, pelo frei Joaquim de Nos-sa Senhora de Nazaré: o primeirotexto bíblico tradu/ido no Brasil, emcujo prefácio há pesadas acusaçõescontra as "Bíblias protestantes".

2. Em ] 879 é publicada a Pri-meira Edição Brasileira do NovoTestamento de Almeida, pela Soci-edade de Literatura Religiosa eMoral do Rio de Janeiro, revisadapor José Manoel Garcia e os pasto-res M.P.B. de Carvalhosa e Alexan-dre Blackford (primeiro agente daSociedade Bíblica Americana noBrasil).

3. Sob a direcão do Dr. H. C.Tucker (participação de AntónioTrajano, Eduardo Carlos Pereira eHipólito de Oliveira Campos), élançada em 1917 a Tradução Bra-sileira, Antigo e Novo Testamentos,extraída dos melhores manuscritosutilizados por Almeida.

tições Bíblicas 31

Page 34: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

4. A primeira impressão totalda Bíblia no Bras i l ocorreu em1944, pela Imprensa Bíblica Bra-sileira. Um ano antes do términoda Segunda G u e r r a M u n d i a l(1939-1945).

5. A mais antiga agência distri-buidora de Bíblias no Brasil foi a So-ciedade Bíblica Britânica e Estran-geira, em 1856, seguida da Socie-dade Bíblica Americana (1876);ambas na cidade do Rio de Janeiro.

6. Sociedades bíblicas em nos-so país: a Imprensa Bíblica Brasi-leira, criada em 1940; a Socieda-de Bíblica do Brasil, 1948 e a So-ciedade Bíblica Trinitariana doBrasil, em 1969.

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 38

Dialeto: Variedade regionalou social duma língua.

Hindu: Da, ou pertencente ourelativo à índia (Ásia); natural ouhabitante da índia.

Li te ra l : Conforme a letra dotexto.

M u t u a m e n t e : Reciproca-mente.

Orais: Reali/ados de viva voz;verbais.

Parafrasear: Tradu/ir ou ex-plicar por meio de paráfrase; expli-car desenvolvendo.

Sânscrito: Uma das mais an-tigas línguas clássicas da índia, dafamília indo-européia.

S u p r a c u l t u r a l : Acima ouanterior a qualquer cultura e ci-vilização.

QUESTIONÁRIO

1. Em quantas línguas e dialetos foi traduzida a Bíblia?

R. Em mais de 2500.2. O que foi mais importante na tradução da Bíblia? Por quê?

R, A mensagem, porque ela não pode ser mudada nem corrompida.

3. O que é Targumim?

R. Traduções parafraseadas do Antigo Testamento, do hebraicopara o aramaico.

4. Cite as versões mais antigas do Antigo Testamento.

R. O Targum, a Septuaginta, as versões gregas (Símaco, Teodocio,Peschita) e a Vulgata Latina.

5. Qual o valor da Septuaginta?

R. Serviu de ponte linguística e teológica entre o hebraico doAntigo Testamento c o grego do Novo Testamento.

32 Lições Bíblicas

Page 35: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 5O PENTATEUCO

de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"Porque a lei foi dada porMoisés; a graça e a verdade

vieram por Jesus Cristo"(JOl.17),

O Pentateuco é a base sobre aqual se ergueu todo o edifício daBíblia.

HINOS SUGERIDOSCD Harpa Cristã 18 (vol.l - f.8),20 (vol.2 - f.3) e 205 (vol.5 - f.7)

LEITURA BÍBLICA EM CLASSEDEUTERÔNOMIO 32.44-4744 - E veio Moisés e falou todas aspalavras deste cântico aos ouvidosdo povo, ele e Oseias, filho de Num.45 - E, acabando Moisés de falartodas estas palavras a todo o Israel,

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 5.17,18O Senhor Jesus foi o único quecumpriu toda a Lei

Terça - Km 3.19,20A lei não veio para salvar, e simpara revelar o pecado dohomem

Quarta - Mc 12.26O Pentateuco é chamado Livrode Moisés

Quinta - Lc 2.22,23Lei de Moisés e Lei do Senhor sãooutros nomes do Pentateuco

Sexta - Is 8.32Moisés é o autor humano doPentateuco

Sábado - Lc 24.27O Pentateuco é a primeira partedas Escrituras Sagradas

Lições Bíblicas 33

Page 36: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

46 - disse-lhes: Aplicai o vosso cora-ção a todas as palavras que hojetestifico entre vós, para que asrecomendeis a vossos filhos, paraque tenham cuidado de cumprirtodas as palavras desta lei.47 • Porque esta palavra não vos évã; antes, é a vossa vida; e por estamesma palavra prolongareis os diasna terra, a que, passando o Jordão,ides para possuí-la.

PONTO DE CONTATOTipo bíblico é uma represen-

tação preordenada, pela qual pes-soas, eventos e instituições do An-tigo Testamento prefiguram pesso-as, eventos e instituições do NovoTestamento. O tipo é a revelaçãotemporária. O antítipo é o cum-primento do que havia sido predi-to. São necessários pontos de afi-nidade entre o tipo e o antítipo e,uma vez que eles necessitam serpreordenados como parte do mes-mo plano divino, não podem serescolhidos pelo homem (Hb 8.5).A autoridade dos tipos e sua apli-cação provém da Bíblia (O Taber-náculo e a Igreja, CPAD).

Com base neste esclarecimento,estimule seus alunos a listarem, noPentateuco, elementos que represen-tem tipos bíblicos e estabeleça seus cor-respondentes no Novo Testamento.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a;

Mencionar duas provas bíblicasda autoria mosaica do Pentateuco.

Explicar o fato de o Pentateu-ser originalmente um só livro.

SÍNTESE TEXTUALO termo Pentateuco vem de

dois radicais gregos e representaos cinco primeiros livros da Bíblia.É denominado Torah (Lei) pelos ju-deus e significa instrução.

Originalmente era um único vo-lume. Essa unidade é evidenciada peloconectivo (e) que ligava os livros umao outro. A divisão do Pentatcuco foirealizada pelos tradutores da Septua-ginta, e os nomes dos livros foram da-dos de acordo com o tema em desta-que em cada um deles. Na Torah, es-ses nomes foram dados de acordo comas primeiras palavras de cada um. Éevidente a autoria de Moisés emboramuitos críticos tenham levantado dú-vidas em virtude da grande varieda-de do material encontrado, com dife-renças de estilo de composição, sinta-xe e vocabulário. Isso explica-se pelofato de muitos destes livros terem sidoacabados ou revisados por outros ho-mens igualmente inspirados pelo Es-pírito Santo (Ed 7.6).

Para os judeus, o Pentateuco éa parte mais importante das Escri-turas. Ele é responsável pela uni-dade da nação desde que o povosaiu do Egito.

ORIENTAÇÃO DIDATICA

Escreva no quadro-de-giz a seguin-te sequência de palavras-chave doPentateuco:

Criação - Família - Queda - Re-denção - Escravidão egípcia - Lei

34 Lições Bíblicas

Page 37: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

• Ritos - Sacrifício - Sacerdote -Idolatria - Israel.

Dê prazo de um minuto paraque os alunos as visualizem. Em se-guida, chame voluntários à frentepara uma rápida exposição do as-sunto, seguindo o tema proposto,de Génesis a Deuteronômio, po-rém, sem consultar a Bíblia. Umapalavra-chave para cada voluntá-rio. Exemplo:

A CRIAÇÃO• Narrada em Génesis• Feita por Deus, a partir do nada• Em seis dias tudo foi criado• Homem, a coroa da Criação

Esta d inâmica cont r ibui rápara um maior envolvimento epar t ic ipação ativa dos alunos,além da memorização do Penta-teuco.

miRODUÇÃOPentateuco é o conjunto forma-

do pelos cinco primeiros livros daBíblia: Génesis, Êxodo, Levítico,Números e Deuteronômio. Tais li-vros são identificados inúmerasvezes como Lei de Deus, Lei do Se-nhor ou Lei de Moisés. Os assun-tos apresentados aos seus leitoressão o princípio do universo, do ho-mem, da família, do pecado e daredenção, e as origens do povohebreu. Além da Lei, contémgenealogias, profecias, ritos e exor-tações. O estudo de hoje é uma vi-são geral acerca da origem, auto-ria, conteúdo e importância doPentateuco.

I. CONSIDERAÇÕES GERAISSORRE O PENTATEUCOAo examinarmos a origem do

Pentateuco, constataremos que talobra era apenas um livro, e nãocinco livros. Podemos encontrar naBíblia, tanto no Novo como no An-tigo Testamentos, citações de quetal informação é verdadeira.

1. O r i g e m da p a l a v r a"Pentateuco". Os judeus cha-mam essa parte das Escrituras Sa-gradas de Torah,"Lei", que signifi-ca "ensino ou ins-trução", referin-

Judeusalexandrinos

De 301 a 198a.C., a cidade de

do-se aos escritosde Moisés (Js23.6;Ml 4.4). O nome"Pentateuco" éproveniente deduas palavras gre-gas: penta, "cin-co", e teuchos,"estojo ou instru-mento", que pos-teriormente foiusada para desig-nar "receptáculo"— lugar onde seguardava os rolosde papiros — epor fim, "rolo" ou"volume". Essetermo não apare-ce na Bíblia, foram os eruditos ju-deus alexandrinos do século I d.C.que aplicaram a referida palavraaos cinco livros de Moisés.

2. Texto original. O Penta-teuco era originalmente um só li-vro, e isso é evidenciado pelo fato

Alexandria,importante

centro cultural,ao norte doEgito, atraiu

muitos judeus.Os apócrifos

surgiram nessetempo. Nesta

cidade, 72eruditos

elaboram a maisantiga tradução

grega {línguafalada pela

comunidadejudaica no Egito)

das EscriturasSagradas.

Lições Bíblicas 35

Page 38: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

de o Novo Testamento fazer cita-ções desses cinco livros como umsó, desde Génesis (Gn 17.10; Jo7.22) a Deuteronômio (Dt 18.15-19; At 3.22; 7.37). O conectivo "e"em hebraico, que no original apa-rece no início de cada livro, os man-tém unidos um ao outro, é uma evi-dência dessa unidade literária. Por-tanto, a uniformidade de pensa-mento do Pentateuco está clara-mente manifestada, mostrando tra-tar-se na verdade de um só livro.

3. O Pentateuco na BíbliaHebraica. Cada um dos cincos li-vros do Pentateuco ocupava umrolo inteiro de papiro. Essa divisãofoi realizada pelos tradutores daSeptuaginta. O nome dos livros daTora vem das primeiras palavras decada livro. O nome hebraicobe'reshit, "no princípio", é o livrode Génesis. Stfmoth, que significa"nomes", é o nome hebraico deÊxodo. Va'ykhra, "e chamou", re-fere-se ao livro de Levítico. O quar-to livro, Números, é chamado debâwidbar, "no deserto"; e Deute-ronômio de dc'varim, "palavras".

4. Nome universal dos li-vros do Pentateuco. A Septua-ginta intitulou o primeiro livro de"Génesis", porque é o livro que tra-ta das origens. "Êxodo", porque nar-ra a saída dos filhos de Israel do Egi-to. "Levítico", porque é um livro quedá destaque especial ao ritual dos le-vitas, no culto ao Senhor. "Núme-ros", descreve os diversos recensea-mentos, e "Deuteronômio", palavragrega que significa "segunda lei", ex-plana a recapitulação da lei. Esses

nomes foram adotados pela VulgataLatina e, posteriormente, divulgadospara o mundo.

H. A AUTORIA DOPENTATEUCO

Embora haja muitas críticasconcernentes à autoria do Penta-teuco, a própria Escritura está re-pleta de passagens que revelamMoisés como o seu autor.

1. Evidências no próprioPentateuco. A evidência bíblicade que Moisés escreveu o Penta-teuco é incontestável. Deus orde-nou que Moisés registrasse o fimde Amaleque (Éx 17.14). Mais adi-ante está escrito que "Moisés es-creveu todas as palavras do SE-NHOR" (Êx 24.4-8). Ele tambémnarrou a jornada dos filhos de Is-rael no deserto (Nm 33.1-4); escre-veu "esta lei, e a deu aos sacerdo-tes" (Dt 31.9,24,25). Diz ainda otexto sagrado que ele terminou deescrever toda a Lei e mandou quea colocasse ao lado da arca do con-certo (Dt 31.24-26).

2. Evidências em toda aBíblia. As citações acima credi-tam a Moisés a autoria do Penta-teuco, com excecão dos capítulos33 e 34 do livro de Deuteronô-mio. Essa parte do Antigo Testa-mento é também chamada de "li-vro da Lei de Moisés" (2 Rs 14.6;Ne 8.1), "livro de Moisés" (Ed6.18; Mc 12.26) e "Lei de Moisés"(Dn 9.11; Ml 4.4; Jo 7.23). Sãoreferências à autoria mosaica e aoPentateuco da forma como o co-nhecemos hoje.

36 Lições Bíblicas

Page 39: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

III. A COMPLEXIDADE DOPENTATEDCOA despeito de qualquer consi-

deração feita por um crítico, quetivesse a intenção de negar a au-toria do Pentateuco a Moisés, emvirtude de sua estrutura variada,não há como deixar de reconhe-cer a autoria mosaica de tal obra.

1. O Pentateuco e a críticaliterária. A grande variedade domaterial encontrado no Pentateucoimplica obviamente diferenças sig-nificativas de estilo de composição,sintaxe e vocabulário. Isso tornou-se matéria essencial para a Alta Crí-tica. Tais observações levaram mui-tos críticos, nos séculos XVIII e XIX,a inventar falsas teorias — uma maisridícula e profana que a outra, comoa Hipótese Documentária, que afir-ma ser o Pentateuco uma coletâneade documentos produzidos por di-versos autores, em épocas diferen-tes. Um deles, na Alemanha, JulíusWellhausen, até mesmo negou aexistência histórica de Abraão. Es-sas teorias não puderam subsistirem virtude de suas incoerências e,hoje, há estudos bíblico-científicosque comprovam a unidade do Pen-tateuco bem como a sua autoriamosaica.

2. A produção dos textosbíblicos. Nem todos os livros doAntigo Testamento foram totalmen-te escritos pelo{s) mesmo{s) autor(es)humano(s) (Jr 51.64). O Cânon tor-nou-se intocável apenas depois de seuencerramento. Há casos em que apósa morte do autor, outros sacerdotes,sábios ou profetas, igualmente inspi-

rados pelo Espírito Santo, deram con-tinuidade ou revisaram o texto. A tra-dição rabínica afirma, sem negar a au-toria de Moisés, que Esdras compi-lou o Pentateuco quando houve mu-dança das letras hebraicas arcaicas,o antigo alfabeto hebraico, para as le-tras quadráticas. O texto sagrado falada função exercida pelo sacerdoteEsdras como "escriba hábil na Lei deMoisés" (Ed 7.6,11,14,25}.

3. O processo da revelaçãodivina. Apesar da exatidão histó-rica do Pentateuco, da sua unidadee antiguidade, e das claras evidên-cias da autoria mosaica, há algunsdetalhes que qualquer leitor podeperceber. Por exemplo, em Deute-ronômio 34, não foi Moisés quemescreveu o relato de sua própriamorte. E, dificilmente teria sido eleo autor da expressão: "e os reis deIsrael", em Gn 36.31. Há fatos queíx>ram apenas "dito[s] pelos profe-tas", e não escritos, como em Mateus2.23. Existem casos em que o profe-ta de Deus vaticinava algo, e umoutro escrevia o conteúdo.

IV. A IMPORTÂNCIA DOPENTATEUCO

O Pentateuco é a base de todaa Escritura. Nele encontramos ospreceitos de que os cristãos neces-sitam e toda a história do povo ju-deu, sem mencionar o fato da re-denção prometida em Cristo.

1. Para os judeus. Emboratodos os escritos da Bíblia tenhama mesma autoridade e o mesmograu de inspiração, os judeus sem-pre dispensaram uma atenção espe-

Lições Bíblicas 37

Page 40: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

ciai ao Pentateuco, considerando-oa parte mais importante das Escri-turas. A obra versa sobre as leismorais, civis e cerimoniais, sacerdo-tes, ofertas, sacrifícios, festas e oTabernáculo. Nenhum livro das Es-crituras Sagradas influenciou tantoa nação de Israel, no sentido demoldá-la e aprestá-la, como o Pen-tateuco, que é responsável pela uni-dade da nação desde que os filhosde Israel saíram do Egito (At 15.21).

2. Para os cristãos. Contémas bases doutrinárias para o cris-tianismo (At 28.23). A história daredenção começa no Pentateuco eé consumada em Cristo. Jesus dis-se com respeito a Moisés: "de mimescreveu ele" (Jo 5.46). A reden-ção de Israel e o ritual do Taber-náculo no Pentateuco são figurasda redenção de toda a humanida-de pelo sacrifício de Jesus (Hb9.11-15).

3. O Pentateuco na Bíblia.O Pentateuco é o alicerce sobre oqual se ergue todo o edifício bíbli-co, e é reconhecido como o cora-ção do Antigo Testamento. Semele, a Bíblia se tornaria incompre-ensível e sem sentido. Começa coma criação do mundo (Gn 1.1) e ter-mina com a morte de Moisés, o le-gislador e figura de Cristo, o Mes-sias prometido por Deus desde oÉden (Dt 34.5-8; 18.15; At 3.22;7.37). Geograficamente, a regiãomencionada no Pentateuco abran-ge desde a Mesopotâmia até o Egi-to (Gn 15.7; Dt 26.8). A históriaque começou no Génesis, terminano Apocalipse (Ap 21.3-6).

CONCLUSÃO TabernáculoSantuáiio portátil,onde os hebreusrendiam culto aoSenhor, durante aperegrinação dodeserto. Era o

símbolo dapresença de Jeová

entre o povo.No tabernáculo

ficava o Santo dosSantos, onde

encontrava-se aarca da aliança

com os DezMandamentos, avara de Arão euma mostra do

maná.

Todos esses ele-mentos do Penta-teuco reúnem em sio tema básico des-sa admirável e divi-na obra literária:eleição, promessa,livramento, lei e ali-ança. Dada a im-portância do Penta-teuco para o restoda Bíblia e para a féjudaico-cristã, eletem sido alvo deconstantes ataquessatânicos. Nosso Se-nhor ao rechaçar esuplantar os ata-ques do inimigo no início do seu mi-nistério terreno, fê-lo empregando oPentateuco, e declarando: "está escri-to" (Mt 4.4,7,10; Dt 8.3; 6.16; 10.20).A contribuição de Moisés para as ge-rações futuras foi extraordinária.Além de ajudar o povo a compreen-der a Bíblia e o plano de Deus para asalvação, ele também escreveu a res-peito de Jesus (Jo 5.46).

AUXÍLIOS SUPLENTARCSSubsidio Teológico

"O Pentateuco é indispensávelà revelação completa, isto é, o queestá na Bíblia. Sendo Génesis o pre-fácio legítimo da Lei, a introduçãonatural do Antigo Testamento, eeste prelúdio, a revelação do Evan-gelho, não podia ele ser omitido.Aquilo que os quatro Evangelhosrepresentam no Novo Testamento,

38 Lições Bíblicas

Page 41: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

os cinco livros de Moisés represen-tam no Antigo Testamento.

O Pentateuco registra os maisantigos acontecimentos da história,como também das origens do povode Israel e de seus costumes e tra-dições. Registra a entrega da Lei, oculto divino etc. Os judeus conhe-ciam-no como a 'Torah' ou 'Lei',sendo essa obra também o códigonormativo da vida da nação. Os ju-deus ainda chamavam o Pentateu-co de o Livro da Lei, ou a Lei doSenhor (Js 1.8-31; Ed 7.10). O Se-nhor Jesus citou a Lei para seus dis-cípulos, dizendo: 'São estas as pa-lavras que eu vos falei, estando ain-da convosco, e que importava secumprisse tudo o que de mim estáescrito na Lei de Moisés' - Lc24.44,45" (Síntese Bíblica doVelho Testamento, CPAD, págs.14 e 15)

Subsídio Arqueológico"A descoberta do mais antigo

texto mesopotãmio com paraleloscom o Génesis foi feita no séculopassado e chamado Épico deAtrahasis (Atrahasis é o principalpersonagem da narrativa)... Estahistória épica estava preservadanum tablete de mais de 1.200 li-nhas. O tablete cm si provavel-mente datava do século XVII a.C.,mas a história que ele recontavaremonta a séculos do período ba-bilónico mais antigo. A história,apesar de apresentada de umaperspectiva teológica dos babiló-nios, contém muitos detalhes quesão semelhantes aos relatos bíbli-

cos da criação e do dilúvio. Noconto babilónio, os deuses gover-navam os céus e a terra (cf. Gn1.1). Eles fazem o homem do póda terra misturado com sangue(cf. Gn 2.7; 3.19; Lv 17.11) paratomar dos deuses inferiores a res-ponsabilidades de cuidar da ter-ra (cf. Gn 2.15). Quando o homemse multiplica sobre a terra e se tor-na muito barulhento, um dilúvioé enviado (depois de uma sériede pragas) para destruir a hu-manidade (cf. Gn 2.1 5). Um ho-mem, Atrahasis, é avisado sobreo dilúvio e recebe ordens paracons t ru i r um barco (cf. Gn6.14). Ele constrói um barco eenche-o de comida, an imais epássaros. Por este meio ele é sal-vo enquanto o resto do mundoperece (cf. Gn 6.17-22). Muitodo texto é destruído neste pon-to, portanto não há registro daatracagem do barco. Gontudo,como na conclusão do relato bí-blico, a história termina comAtrahasis oferecendo um sacri-fício aos deuses e o deus princi-pal aceitando a continuação daexistência humana - cf. Gn 8.20-22" ( P e d r a s que C l a m a m ,CPAD, págs. 55 e 56.)

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 38

Coletânea: Conjunto de excer-tos seletos de várias obras.

Lições Bíblicas 39

Page 42: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Compilar: Coligir, reunir tex-tos de vários autores, ou de natu-reza ou procedência vária.

Estilo: O aspecto formal dumaobra literária.

Evidência: Qualidade do que éevidente; certeza manifesta.

Explanar: Esclarecer, explicar;narrar minuciosamente.

Incoerência: Ausência de coe-rência, ligação ou nexo entre os fa-tos, ou as ideias.

Incontestável: Que não podesofrer contestação; não contestável.

Obviamente: De modo óbvio;com obviedade, clareza; evidente.

Recenseamento: Arrolamen-to ou inscrição de pessoas ou ani-mais; recensão; censo.

Vaticinar: Profetizar, predizer,prenunciar.

•A Origem da Bíblia, Philip W.Comfort (ed.), CPAD.* Bíblia de Estudo Pentecostal,

CPAD.

QUESTIONÁRIO1. Quais os livros que compõem o Pentateuco?R. Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.2. Como podemos afirmar que o Pentateuco era originalmente um

só livro?R. Considerando a uniformidade de pensamento; a conjunção "e"

em hebraico que aparece no início de cada livro e os mantémunidos um ao outro; e as citações do Novo Testamento.

3. Destaque duas provas bíblicas da autoridade mosaica doPentateuco (uma no próprio Pentateuco e outra no NovoTestamento).

R. Deuteronômio 31.24-26 e Marcos 12.26.4. O que diz a profana teoria da Hipótese Documentária sobre o

Pentateuco?R. Que o Pentateuco é uma coletânea de documentos produzidos

por diversos autores, em épocas diferentes.5. Que importância tem o Pentateuco para os cristãos?R. Contém as bases doutrinárias para o cristianismo; e nele se

inicia a história da redenção que é consumada cm Cristo.

40 Lições Bíblicas

Page 43: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 6OS LIVROS DO PENTATEDGO

11 de maio de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"Porque, se vós crêsseis emMoisés, creríeis em mim, porquede mim escreveu ele" (Jo 5.46).

ERDADE PRATICA

Os cinco livros do Pentateucopreparam o espírito humano paraa compreensão da verdade doEvangelho revelada em JesusCristo.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 407, 316 e 235

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

DEUTERONOMIO 26.5-11

5 - Então, protestarás perante oSENHOR, teu Deus, e dirás: Siromiserável foi meu pai, e desceu aoEgito, e ali peregrinou com poucagente; porém ali cresceu até vir aser nação grande, poderosa e nu-merosa.

Segunda - Jo 7.22; Gn 17.10O livro de Génesis é parte doPentateuco

Terça - Mc 12.26; Êx 3.6O livro de Êxodo é parte doLivro de Moisés

Quarta - Ap 21.3; Lv 26.11,12A promessa de Deus de habitar110 meio de seu povo

Quinta - Jo 3.14,15; Nm 21.9Cristo crucificado no madeiropor nossos pecados

Sexta - At 3.22; Dt 18.15-19A promessa do Profetasemelhante a Moisés

Sábado - Hb 10.1A sombra dos bens futuros

Lições Bíblicas 41

Page 44: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

6 - Mas os egípcios nos maltrata-ram, e nos afligiram, e sobre nóspuseram uma dura servidão.7 - Então, clamamos ao SENHOR,Deus de nossos pais; e o SENHORouviu a nossa voz e atentou para anossa miséria, e para o nosso traba-lho, e para a nossa opressão.8 - E o SENHOR nos tirou do Egitocom mão forte, e com braço esten-dido, e com grande espanto, e comsinais, e com milagres;9 - e nos trouxe a este lugar e nosdeu esta terra, terra que mana leitee mel.10 - E eis que agora eu trouxe asprimícias dos frutos da terra que tu,ó SENHOR, me deste. Então, as porásperante o SENHOR, teu Deus, e teinclinarás perante o SENHOR, teuDeus.11 - E te alegrarás por todo o bemque o SENHOR, teu Deus, te temdado a ti e a tua casa, tu, e o levita, eo estrangeiro que está no meio de ti.

ONTO DE CONTATOComo você pôde comprovar na

lição anterior, o Antigo Testamen-to está repleto de tipos, figuras csímbolos. Nesta aula, dê destaqueao Tabernáculo. Peça a seus alu-nos que descrevam sucintamenteo significado de cada componen-te. Mostre-lhes, rapidamente, aimportância e o simbolismo dele.Em seguida, inicie a aula mostran-do o cuidado de Deus em guiar seupovo veiculando sua vontade atra-vés de sua Palavra. O plano reden-tor de Deus chegou até nós por-

que Ele ordenou e Moisés regis-trou. O Pentateuco é uma provadisto.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Identificar cada um dos li-vros do Pentateuco dando seu sig-nificado.

Expor sucintamente o conteú-do de cada livro do Pentateuco.

Descrever as verdades reve-ladas no Pentateuco.

SÍNTESE TEXTURelembrando o que foi dito na

lição anterior, os livros do Penta-teuco foram nomeados pelas pa-lavras iniciais de cada volume epelo tema segundo a Torah e aSeptuaginta respect ivamente.Génesis vem da palavra gregagencseos e significa origens vistoconstar nele o início de todas ascoisas. Divide-se em duas partes.A primeira, traz um histórico domundo enquanto espaço físico ecósmico incluindo a- queda e con-sequente degeneração do ser hu-mano. A segunda, registra a traje-tória dos patriarcas c encerra-secom a morte de José no Egito. Foicitado diversas vezes no Novo Tes-tamento inclusive por Jesus (Jo8.56).

Êxodo conta a saga_do_ppvo,.Israelita ao sair do Egito pela mãopoderosa de Deus e sob as ordensde Moisés, seu servo. Fala da opres-são, libertação e promulgação da

42 Lições Bíblicas

Page 45: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lei no monte Sinai. Os princípiosditados ali estão presentes na le-gislação de todos os povos até hoje.

Levítico deriva de Levi, a triboescolhida por Deus para o serviçosagrado. Números registra o censo eas peregrinações no deserto. É cita-do algumas vezes no Novo Testa-mento. Deuteronômio é uma coletâ-nea de discursos retrospectivos deMoisés no limiar da Terra Prometi-da. É uma reiteração da Lei e de tudoo que foi ensinado durante a pere-grinação. As citações de Jesus ante atentação foram extraídas dele.

O Pentateuco contém as gran-des revelações de Deus para a hu-manidade.

ORIENTAÇÃO DIDATICAUtilizando o méiodo de per-

guntas e respostas, é indispensá-vel que o professor mantenha ointeresse da turma. Feita a pergun-ta deve ele lançar os olhos sobretoda a classe, estimulando os alu-nos a pensarem na resposta. De-vem eles ter tempo suficiente paraencontrá-la. Pensar demanda tem-po. O professor inexperiente temeo silêncio. Se os alunos não respon-dem à pergunta imediatamente, étentado a respondê-la por eles epassar logo a outra. Mas esse há-bito é prejudicial. Se ninguém res-ponde, o professor deve deixar àclasse a tarefa de encontrar a res-posta durante a semana.

Deve-se evitar grande númerode perguntas. Estas não devem serdo tipo sim ou não, mas antesdespertadoras de raciocínio objeti-

vo. Ao fazê-las o professor deve usaro estilo normal de conversação.

INTRODUÇÃO

Esta leitura em classe é o resu-mo do Pentateuco. Vimos na liçãoanterior que ele era originalmenteum só livro e que, ainda hoje, osjudeus assim o consideram. Vistoque já estudamos sobre o Pen-tateuco do ponto de vista geral, oestudo de hoje é uma visão pano-râmica sobre cada um dos seus cin-co livros: Génesis, Êxodo, Levítico,Números e Deuteronômio.

I. O LIVRO DE GÉNESIS

Conhecido como "o livro dasorigens", o Génesis é a narrativada Criação, Queda e Redenção dohomem, segundo o plano da sal-vação.

1. O livro das origens. Onome do livro vem da palavra gre-ga geneseos, que significa "ori-gens", usado na Septuaginta paratraduzir a palavra hebraicatolcdoth, "gerações, genealogias,origens": ^'eleh tolGdoth..., "estassão as origens..." (Gn 2.4). Génesisé o livro das origens de todas ascoisas: dos céus e da terra, do ho-mem e do pecado, do sacrifíciopelo pecado, e da promessa de re-denção; do casamento e da famí-lia, do homicídio, das nações, daslínguas e da nação de Israel.

2. Conteúdo do livro. O li-vro se divide em duas partesprincipais. A primeira vai até o

Lições Bíblicas 43

Page 46: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

capítulo 11, que narra a origemdos céus e da terra e traz um his-tórico geral do mundo, como o di-lúvio e a torre de Babel. A segun-da registra a história do mundopatriarcal, que narra a vida dosprincipais patriarcas: Abraão,tronco da nação de Israel, Isaquee Jacó, progenitores do povo elei-to. Registra também a história deJosé e seus irmãos e a ida de suafamília para o Egito. O livro ter-mina com a morte de José no Egi-to (Gn 50.26).

3. O Génesis no Novo Tes-tamento. Há cerca de 17 cita-ções diretas do Génesis no NovoTestamento, e um número aindamaior de referências indiretas. OSenhor Jesus disse: "Abraão, vos-so pai, exultou por ver o meu dia,e viu-o, e alegrou-se" (Jo 8.56).Não se sabe exatamente a quepassagem do Génesis Jesus se re-feriu. Se à promessa da redençãona chamada de Abraão: "em tiserão benditas todas as famíliasda terra" (Gn 12.3 cf. Gl 3.7); senaaparição teofânica da Trinda-de, onde os três varões são cha-mados pelo nome Jeová (Gn18.2,3; 13,14); ou, se ao cordei-

ro que substi-Aparição tuíu Isaque, noteofânica monte Moriá {Gn

Manifestação de 22.11-13) ou, ain-Deus, desde a voz da, se às três jun-

até a imagem, tas. Mas sabemos,perceptível pelos com certeza, que

o Senhor Jesus sereferiu ao livro deGénesis.

sentidos humanos(Gn l 8.l -l 6; Jz

13.15-22),

II. O LIVRO DE ÊXODO1. Título. A palavra grega

êxodos significa "saída, partida",uma referência à saída dos filhosde Israel do Egito (12.37). Essapalavra grega, além do título dolivro, só aparece duas vezes emÊxodo para traduzir o verbo he-braico yatsa', "sair" (Éx 23.16). Aoutra menção se refere ao mesmogrande evento (Êx 19.1).

2. Conteúdo. O livro apresen-ta três partes principais: a opres-são de Israel pelo Egito, até o ca-pítulo 12, a libertação de Israel porDeus, até o capítulo 19, e a partirdai, a promulgação da Lei, no mon-te Sinai.

a) Á opressão. Os filhos de Is-rael viveram em paz no Egito al-guns anos após a morte de José,até que levantou-se um novo rei,que não o conhecera (Êx 1.8). Du-rante muito tempo, pensava-se queesse Faraó fosse Ramessés II, mashoje as evidências históricas e ar-queológicas confirmam Arnósis(1580 a.C), que fundou a 18a di-nastia e expulsou os hicsos (povosemita que, segundo defendem al-guns estudiosos, governou o Egitonos dias de José). Este novo mo-narca insistiu no propósito de des-truir o povo hebreu.

b) A libertação de Israel. As dezpragas revelaram o poder e a so-berania de Deus sobre todas as coi-sas (Rm 9.17). A morte de todos osprimogénitos do Egito pela inter-venção divina marcou o início dalibertação de Israel. Deus mandouMoisés instituir a Páscoa para ser

44 Lições Bíblicas

Page 47: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

comemorada de geração em gera-ção em memória desse grande li-vramento (Êx 12.14). Essa festa teveseu pleno cumprimento proféticoem Cristo, o Cordeiro de Deus, quetira o pecado do mundo" (Jo 1.29;l Co 5.7). Os judeus comemoramainda hoje esse evento.

c) A promulgação da Lei. ODecálogo e o Tabernáculo são osdois elementos mais importantesda revelação do Sinai. Esses dezmandamentos são o sumário detoda a Lei c-a Moisés e os princípi-os vitais para todos os povos, aolongo de toda a história. Essesprincípios estão presentes na legis-lação de todos os povos até a atu-alidade. Eles reaparecem no NovoTestamento, sendo que os cristãosestão isentos da guarda do sábado(Cl 2.16,17). A guarda religiosa dosábado é o único dos de/ manda-mentos que não é citado no NovoTestamento. O Tabernáculo foiconstruído para que Deus habitas-se no meio de seu povo (Êx 25.8).O Senhor Jesus Cristo é o DeusEmanuel , "Deus conosco" (Mt1.23), Deus entre os homens. OSenhor Jesus assumiu a forma hu-mana e viveu entre os homens (Jo1.14; Cl 2.9).

III. O LIVRO DE LEVÍT1COTendo o povo construído o

Tabernáculo, encontramos no li-vro de Levítico as ordenanças di-vinas quanto à apresentação desacrifícios, bem como a separaçãodaqueles que deveriam ter as prer-rogativas dosacerdócio: os levitas.

1. O l ivroda santidade.Seu nome é deri-vado de Levi, a tri-

SacerdócioInvestidura que

autorizava osfilhos de Levi a

bo escolhida por ministrar dianteDeus para o servi- do altar e aço sagrado (Nm interceder pela18.21). Levítico é naal° ^braicao livro da santida- com ° obJ'elivo dtide, pois O povo, o ^rná-la propícia_ . , . diante de DeusTabernáculo, os ,„. _ ]?,sacerdotes, as ves-tes sacerdotais, os sacrifícios e osvasos são separados para o serviçodivino. Tudo é santo. Santidade éa palavra-chave do livro. A expres-são citada no Novo Testamento:"Sede santos, porque eu sou san-to" (l Pé 1.16) vem do livro deLevítico, onde aparece quatro ve-zes (11.44,45; 20.7,26). O segundoe grande mandamento citado peloSenhor Jesus se encontra em Le-vítico (Mc 12.28-33; Lv 19.18).

2. A i n t e r p r e t a ç ã o deLevítico em Hebreus. O sumosacerdote é a figura de Cristo e suaobra. Os sacerdotes e todo o ritualdo Tabernáculo "servem de exem-plo e sombra das coisas celestiais"(Hb 8.5). A epístola aos Hebreus éa interpretação cristã do livro deLevítico. As purificações exterioressignificavam a purificação do cora-ção e também da consciência (Hb9.14). Os sacrifícios da Lei aponta-vam para o Calvário (Hb 9.12,13).

IV. O LIVRO DE NÚMEROS1. Nome e con teúdo . A

Scptuaginta designa esse livro pelapalavra grega arithmoi, que signifi-

LicÕes Bíblicas

Page 48: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

ca "números". Nosso termo "aritmé-tica" vem daí. Apesar das narrati-vas registradas nele, há tambémpreceitos e rituais. Ê o livro que re-gistra o censo e as peregrinações nodeserto. A rebelião levantada con-tra Moisés no retorno dos espiasresultou num castigo de 40 anos deperegrinação pelo deserto. Cades,ou Cades-Barnéia, tornou-se o quar-tel-general de Israel. Narra ainda amorte de Arão e Miriã, a rebeliãode Corá, Data e Abirão, o episódiode Balaão e a orgia de Israel com asmulheres moabitas. Números 10.11registra o reinicio das jornadas dosfilhos de Israel, partindo do Sinai emdemanda de Canaã.

2. O livro de Números noNovo Testamento, Como os de-mais livros do Pentateuco, há tam-bém citações diretas de Númerosno Novo Testamento, dez vezes,sem contar a menção da serpentede metal (Nm 21.9), feita por Je-sus: "E, como Moisés levantou aserpente no deserto, assim impor-ta que o Filho do Homem seja le-vantado" (Jo 3.14), e outras refe-rências indiretas.

V. O LIVRO DEDEUTERONÔMIO1. Nome e conteúdo. O li-

vro de Deuteronômio é uma cole-tânea de discursos retrospectivose introspectivos de Moisés, nafronteira da Terra Prometida, so-bre os 40 anos da peregrinação nodeserto. Esses discursos, em tornde pregação e exortação, são ensi-nos práticos para Israel e trazem

à tona muitos preceitos da Leiregistrados nos livros anteriores.O Decálogo registrado em Êxodo20.1.17 reaparece em Deutero-nômio 5.6-21. Essa repetição jus-tifica o nome do livro. A palavragrega deuteros significa "segundo"e nomos, "lei". Deuteronômio é,pois, a repetição das leis.

2. O livro de Deutero-nômio e o Senhor Jesus. EmDeuteronômio encontra-se o pri-meiro e grande mandamento (Dt6.4,5; Mc 12.29,30). O Senhor Je-sus usou esse livro nas três cita-ções contra Satanás, na tentaçãodo deserto: "Nem só de pão vive-rá o homem, mas de toda a pala-vra que sai da boca de Deus... Nãotentarás o Senhor, teu Deus... AoSenhor, teu Deus, adorarás e só aele servirás" (Mt 4.4,7,10; Dt 8.3;6.13,16). Esse livro faz tambémmenção do Profeta semelhante aMoisés (Dt 18.15,18,19), profeciaque se cumpriu ern Jesus (At 3.22;7.37).

CONCLUSÃOO Pentateuco moldou as na-

ções. Encontramos nesse tesourode antiquíssimas doutrinas tradi-cionais, a Lei de Deus nos seus as-pectos moral, cerimonial e civil,bem como a revelação da verda-de. Nas narrativas, legislação, ri-tual, poesia e outros elementos,estão revelados o pecado do ho-mem, a santidade e o amor deDeus com o seu perdão medianteo sacrifício de seu Filho na cruzdo Calvário.

46 Lições Bíblicas

Page 49: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Subsídio Teológico1. Génesis. Seu propósito é "do-

cumentar o fato de que Deus é o Cri-ador de todas as coisas e, inclusive,traçar a história da raça humanadesde a criação até o tempo em queIsrael se desenvolveu como uma raçaespecial. O livro descreve as inten-ções cósmicas de Deus, a recusa ciahumanidade cm se conformar comos propósitos divinos, e mostra osmecanismos e as promessas contidasna aliança, por meio dos quais Deusiria por fim alcançar todos os seusobjetivos, apesar da desobediênciados homens."

2. Êxodo. "Relata a história dosdescendentes de Abraão desde a sualibertação da escravidão e opressãoegípcia até a sua constituição comopovo de Deus no deserto do Sinai."Israel não era digno dessa graça,"mas que, por razões conhecidasapenas por Deus, foi separado paraentrar num concerto com Ele a fimde servir tanto como um repositóriodas verdades salvíficas quanto umveículo através do qual essas ver-dades seriam comunicadas e, porfim, culminariam na encarnação deJesus Cristo."

3. Levítico. "Providencia os pa-drões de santidade que deveriamfazer parte da vida daqueles queestariam incumbidos de estabele-cer e manter o acesso ao santo einfinito Senhor da aliança." Deverde todos, mas, em particular, dossacerdotes, os "intercessores naestrutura do culto público".

4. Números. "Descreve a imi-gração de Israel do Egito até as pla-nícies de Moabe, uma viagem re-pleta de uma sucessão de rebeli-ões contra o Senhor e contra osadministradores de sua teocracia,que culminou na morte de todos-os adultos da geração do êxodo".

5. Deuteronômio. "O propósitodo livro é repetir, com algumasemendas e clare/a, a mensagem bá-sica de Êxodo 20-23 - uma repeti-ção necessária em face das circuns-tância históricas que transpiravamjá por quase quarenta anos desde arevelação do Sinai". Hste livro é,também, "o discurso de despedidade Moisés, no qual ele alerta e lem-bra o povo acerca de quem eles são,de onde foram tirados e qual deveser a sua missão daquele dia em di-ante, à medida que eles reivindicama terra da promessa e trabalhamcomo mediadores entre as nações."

(História de Israel no An-tigo Testamento, CPAD, págs.8-1 1 )

Leia maisRevista Ensinador Cristão,\, n° 14, pág. 39

À tona: O que vem à superfí-cie, ao lume.

Ari tmét ica : Ciência que es-tuda as propriedades dos núme-ros e as operações que com elesse podem realizar.

D e m a n d a : Procura, busca,combate.

Lições Bíblicas 47

Page 50: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

I n t r o s p e c t i v o : Relativo àintrospecção, observação da vidainterior pelo próprio sujeito, exa-me que alguém faz dos própriospensamentos e sentimentos.

Isento: Desobrigado, dispen-sado, eximido.

Moldar: Dar forma ou contor-no a; modelar.

Primogénito: Que ou aqueleque foi gerado antes dos outros;que ou o que é o filho mais velho.

Progenitor: Aquele que pro-cria antes do pai; avô, ascendente.

Promulgação: Ato ou efeito

de promulgar; publicação, divul-gação.

Sumário: Resumo breve, con-ciso, sintético.

: 1 h i 1 1- > 1 1

^A Origem da Bíblia, Philip W.Comfort (ed.), CPAD../Bíblia de Estudo Pentecostal,

CPAD.^0 Tabernáculo e a Igreja,

Abraão de Almeida, CPAD.^Sombras, Tipos e Mistérios da

Bíblia, Joel L. de Melo, CPAD.

QUESTIONÁRIO1. Que significado tem o nome Génesis?

R. '^Origens" de todas as coisas.

2. Como foi dividido o livro de Êxodo?

R. Opressão, libertação de Israel e promulgação da Lei.

3. Qual a justificativa do nome Levítico?

R. O nome deriva-se da tribo de Levi, escolhida por Deus para oserviço sagrado.

4. Qual a origem e o significado da palavra Deuteronômio?

R.Dogregodeuteros, "segundo"enomos, "lei". É, pois, a repetiçãodas leis.

5. O que está revelado nas narrativas do Pentateuco?

R. O pecado do homem, a santidade e o amor de Deus com o seuperdão mediante o sacrifício de seu rilho na cruz do Calvário.

48 Lições Bíblicas

Page 51: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

x Lição 7OS LIVROS HISTÓRICOS (I)

l 8 de maio de 2OO3

"E que mais direi? Faltar-me-ia otempo contando de Gideão, e deBaraque, e de Sansão, e de Jefté,

e de Davi, e de Samuel, e dosprofetas" (Hb 11.32).

Cada capítulo da história darevelação divina, contido nas Es-crituras, é uma lição para a Igrejae para as nações.

HINOS SUGERIDOSCD Harpa Cristã 298(vol.6 -f .8), 372 e 38

LEITURA BÍBLICA EM CLASSEHEBREUS 11.31-40

31 - Pela fé, Raabe, a meretriz, nãopereceu com os incrédulos, aco-lhendo em paz os espias.32 - E que mais direi? Faltar-me-ia otempo contando de Gideão, e deBaraque, e de Sansão, e de Jefté, e deDavi, e de Samuel, e dos profetas,

LEITURA DIÁRIA

Segunda - l Cr 29.29Nata, Gade e Samuel escreverama história do rei Davi

Terça - 2 Cr 9.29Nata, Aias e Ido registraram ahislória do rei Salomão

Quarta - 2 Cr 12.15Semaías e Ido escreveram ahistória do rei Roboão

Quinta - 2 Cr 13.22Ido escreveu também a históriado rei Abias

Sexta - 2 Cr 32.32Isaías escreveu a história do reiEzequias

Sábado - 2 Cr 33.19Videntes anónimos escreveram ahistória do rei Manassés

Lições Bíblicas 49

Page 52: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

33 - os quais, pela fé, venceramreinos, praticaram a justiça, alcan-çaram promessas, fecharam as bo-cas dos leões,34 - apagaram a força do fogo, esca-param do fio da espada, da fraque-za tiraram forças, na batalha seesforçaram, puseram em fugida osexércitos dos estranhos.35 • As mulheres receberam, pelaressurreição, os seus mortos; unsforam torturados, não aceitando oseu livramento, para alcançaremuma melhor ressurreição;36 - E outros, experimentaram es-cárnios e açoites, e até cadeias eprisões.37 - Foram apedrejados, serrados,tentados, mortos a fio de espada;andaram vestidos de peles de ove-lhas e de cabras, desamparados,aflitos e maltratados38 - (homens dos quais o mundonão era digno), errantes pelos de-sertos, e montes, e pelas covas ecavernas da terra.39 - E todos estes, tendo tido teste-munho pela fé, não alcançaram apromessa,40 - provendo Deus alguma coisamelhor a nosso respeito, para queeles, sem nós, não fossem aperfei-çoados.

PONTO DE CONTATOUma narrativa compõe-se de

narrador (aquele que descreve osfatos), que pode ser mero obser-vador ou participante da história

(Js 5.1); protagonista (personagemprincipal); coadjuvantes (persona-gens secundárias); ambiente (at-mosfera que envolve as persona-gens); espaço (local em que se re-gistram os fatos); tempo (psicoló-gico ou cronológico determinandoo início, a duração e desfecho dosacontecimentos) c enredo (conjun-to de incidentes que constituem aação de uma narrativa).

Utilize a estrutura acima e lo-cali/e os elementos que constitu-em a narrativa do livro de Josué.Mostre a seus alunos que os diver-sos episódios bíblicos ocupam umlugar no tempo e no espaço.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Reconhecer a classificaçãodos livros de Josué até 2 Reis.

Apontar o propósito do livrode Rute.

Iden t i f i ca r a primeira refe-rência do Messias como descen-dente de Davi.

SÍNTESE TEXTUALOs do/e livros históricos regis-

tram a trajetória do povo de Is-rael desde sua entrada na TerraPrometida até o retorno do cati-veiro Babilónico. A tradição rabí-nica atribui a autoria do livro deJosué a ele próprio embora nãohaja evidência textual que o con-firme. Josué prefigura Jesus comoo general que venceu todas as ba-talhas.

50 Lições Bíblicas

Page 53: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

O livro de Juizes registra o lon-go ciclo de apostasia, opressão elibertação do povo. Sua autoria éatribuída pela tradição rabínica aSamuel por volta do ano 1050 a.C.

Rute conta o episódio da famí-lia de Elimeleque: sua saída embusca de melhores condições devida e o retorno de Noemi, viúva,acompanhada de sua nora, Rute.Os livros de l°e 2° Reis contêm oregistro histórico da monarquia deIsrael. Como os livros de Samuel,Reis é bastante citado no NovoTestamento.

RIENTAÇÃQ DIDÃTICAA categoria dos livros históri-

cos compreende 12 livros; de Josuéa Ester. Tais livros relatam a his-tória de Israel nos seus vários pe-ríodos. Eles totalizam quase umterço da Bíblia.

Peça a seus alunos parademarcá-los colocando uma fita depapel entre os livros de Josué e Es-ter. Depois treine com eles encon-trar cada livro o mais rápido quepuderem. É um excelente exercíciopara o bom manuseio da Bíblia.

INTRODUÇÃOSão 12 livros históricos, des-

de Josué até o livro de Ester, queregistram a história do povo deIsrael desde o seu estabelecimen-to na Terra Prometida até o re-torno do cativeiro de Babilónia.De Josué até Reis, com exceção de

Rute, esses livros são classifica-dos como "Profetas Anteriores"no cânon judaico. A lição de hojeé um estudo panorâmico dos li-vros de Josué, Juizes, Rute, osdois livros de Samuel e os doisdos Reis.

I. O LIVRO DE JOSUÉ1. Josué. O nome primitivo de

Josué era Oséias, Osheâ, que emhebraico significa "Jeová é Salva-ção", mas Moisés mudou essenome para Ychoshua, "Josué", queem grego é lesous, como está naSeptuaginta (Nm 13.16). Os judeususam o nome Yeshua para identi-ficar o nome do Senhor Jesus ain-da hoje.

2. Autoria. A tradição rabí-nica atribui a autoria deste livroao próprio Josué, mas não há evi-dência textual que confirme onome do autor, a não ser o fato deque Josué escreveu a sua despedi-da (24.14-27). As evidências inter-nas mostram que o autor do livrofoi participante dos fatos aliregistrados (5.1). A tradição dataa obra de meados do século 14 a.C.

3. Conteúdo. O título do li-vro consiste no nome do seu prin-cipal personagem. É a continua-ção histórica do Pentateuco (Js1.1,2). O livro narra a conquistada Terra Prometida e apresentaclaramente três partes distintas: aconquista de Canaã até o capítu-lo 12; a divisão das terras às tri-bos até o capítulo 22, e a parteque narra os últimos dias dessegrande guerreiro de Israel, os ca-pítulos 23 e 24.

Lições Bíblicas 51

Page 54: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

4. Josué e o Novo Testa-mento. Em Josué temos a figura deJesus como nosso general vencedorde todas as batalhas (Ap 19.11-16).Há sete referências diretas a Josuéno Novo Testamento.

II. O LIVRO DE JUIZES

1. Os vizinhos de Israel. Otrabalho de Josué consistiu emdesmantelar as fortalezas doscananeus, estabelecer as tribos emseus territórios e conquistar par-cialmente a Terra Prometida. Deushavia dito a Moisés que essa con-quista seria gradual (Éx 23.27-30;Dt 7.22). Em razão de Canaã tersido conquistada parcialmente, Is-rael teve de conviver com vizinhosidólatras que, muitas vezes, o im-peliram à apostasia.

2. Conteúdo. O título do livrona Bíblia Hebraica é ShoplWim, e naSeptuaginta, Kritai, ambas as pala-vras significam "Juizes". Ele registrao longo ciclo de apostasia, de opres-são e libertação de Israel. Os liber-tadores ocasionais que Deus levan-tava para livrar Israel de seus opres-sores são os conhecidos juizes de Is-rael. Esse círculo vicioso é descritono livro de Juizes nos seus primei-ros 16 capítulos. Os capítulos finaisregistram a anarquia generalizadaem que Israel viveu, mergulhado namais profunda apostasia. Esta im-parcialidade da Bíblia em relatar ascoisas más, e não somente as boasdo povo de Deus, é uma das evidên-cias da sua origem divina.

3. Autoria. Sua autoria é atri-buída a Samuel pela tradição ra-

bínica, após a coroação de Saul,que aconteceu por volta do ano1050 a.C., pois o livro afirma queos fatos aconteceram num tempoanterior quando "não havia rei emIsrael" (17.6;18.1; 19.1; 21.25),antes da conquista de Jerusalémpor Davi e seus homens f 1.21; 2Sm 5.6-9). No sentido espiritual,a frase "não havia rei em Israel" éuma advertência de fracasso nacerta para aqueles na igreja quenão têm um "rei" sobre si; nãoobedecem a ninguém; não têmnorma de conduta cristã; e fazemo que lhes dá na cabeça. Tudoporque são "autónomos", "livres",mas esta é uma falsa liberdadeque os escraviza, como diz 2 Pé2.19.

4. No Novo Testamento.Nos Juizes temos a figura de Jesuscomo o nosso perfeito e real Liber-tador (Jo 8.32). O livro é citado noNovo Testamento. O texto áureo denossa lição é uma referência a peiomenos 10 capítulos de Juizes.

III. O LIVRO DE RUTE1. Sua posição no cânon

judaico. O nome hebraico Ruth cuma corruptela da palavra moabita^''ut, que significa "amizade, asso-ciação". No cânon judaico sua clas-sificação está entre os Hagiógrafos;é o primeiro livro do Megilloth, os"Cinco Rolos", que eram lidos nafesta de Pentecostes. O evento neleregistrado é indiscutivelmente daépoca dos juizes (1.1). Sua autoriaé anónima e foi escrito na época deDavi, pois seu nome aparece no li-

52 Lições Bíblicas

Page 55: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

vro (4.17, 22). A tradição rabínicaatribui o livro a Samuel.

2. Conteúdo. São quatro cur-tos capítulos que registram a histó-ria da família de Elimeieque e suaimigração para Moabe. Narra a edi-ficante história de uma moça moa-bita, que se tornou nora de Noemie que veio habitar em Israel junta-mente com sua sogra quando ambasficaram viúvas. Boaz, o parente-re-dentor, (Lv 25.25,26; Rt 4.4-11) secasa com Rute; e assim ela ingres-sou na família israelita. O propósi-to do livro é mostrar que Deus nãofaz acepção de pessoas, visto queuma estrangeira foi aceita na comu-nidade de Israel, e registrar os an-tepassados do rei Davi. Rute apare-ce na genealogia de Jesus (Mt 1.5).

IV. OS LIVROS DE SAMUEL1. Um só livro no princí-

pio. No cânon judaico esses doislivros são chamados de "Samuel",nome do grande líder, sacerdote,juiz e profeta de Israel. Seu nomeem hebraico é Shcmu'el, que sig-nifica "ouvido por Deus". Os livrosde Samuel e dos Reis eram no prin-cípio um só livro. Os dois deSamuel são chamados de l e 2 Reis,e os dois dos Reis são chamadosde 3 e 4 Reis na Septuaginta. A di-visão desses livros veio da Septua-ginta por causa do seu grande vo-lume quando foram traduzidospara a língua grega.

2. Autoria. Samuel, Nata eGade escreveram a história do reiDavi (l Cr 29.29). Com base nessapassagem bíblica podemos afirmar

Divisãodo reino

Após amorte deSalomão

(930 a.C.),uma

insurreiçãoprovocou acisão dastribos donorte e a

divisão do

que Samuel escreveuos primeiros capítulosde l Samuel e o res-tante do registro sãoda lavra de Nata eGade, mas a redaçãofinal é do período doReino de Judá (l Sm27.6).

3. Conteúdo, lSamuel narra os últi-mos dias dos juizes.A história de Eli vai país em doisaté ao capítulo 5 e a reinos:judicatura de Samuel Israel, aoaté ao capítulo 12, norte; cque t e rmina logo Juda' ao sul-

, reunindo asapôs a coroação dec i ^ - c i 4-- tnhos deSaul. O rei Saul fa- |luj,-l 0

lhou repetidamente Benjamimquanto às ordens di-vinas e Deus mandou Samuel un-gir a Davi rei de Israel em seu lu-gar. A partir do capítulo 16 Davipassa a ocupar as páginas desselivro. Os grandes eventos do li-vro são: a instituição da monar-quia (10.24), a escolha de Davipara reinar sobre Israel (16.1,12,13) e a vitória de Davi sobreGolias (17.49-54). O segundo livrocomeça com a coroação de Davi eregistra os seus 40 anos de reina-do. Nesse livro está o relato da he-róica conquista de Jerusalém porDavi. Essa cidade estratégica es-tava nucleada por uma inexpug-nável fortaleza inimiga chamadaJebus (2 Sm 5.6-9).

4. Profecias messiânicas.Os livros de Samuel são citados noNovo Testamento. 2 Samuel reve-

Líções Bíblicas 53

Page 56: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Ia pela primeira vez que o Messiasviria da descendência de Davi(7.16). A partir dessa profecia, oconceito do Messias ser descen-dente de Davi se expandiu nos sal-mos e nos profetas (SI 132.11; Is11.1; Jr 23.5,6) e cumpriu-se noNovo Testamento (Rm 1.3).

V. OS LIVROS DOS REIS

1. Autoria. Sua autoria é cre-ditada ao profeta Jeremias, mas olivro termina mencionando o rei-nado de Evil-Merodaque, sucessordo rei Nabucodonosor, que reinouentre 561-559 a.C. (2 Rs 25.27),posterior à morte de Jeremias.Outros profetas escreveram por-tanto a parte final do livro. Seu tí-tulo no cânon judaico é Mclachime significa "reis"; na Septuaginta,Basileion, que significa "reinos."

2. Conteúdo. Trata-se do regis-tro histórico da monarquia de Israel,que começa com Davi já idoso, às vés-peras da coroação de Salomão, e ter-mina com o cativeiro de Judá. O pri-meiro livro narra o reinado de Salo-mão e a divisão do reinoem dois, apósa sua morte, por causa dos seus peca-dos. A partir do capítulo 12, a narrati-va se detém no registro do Reino doNorte. O reino de Judá aparece noseventos ligados ao reino de Israel. Osegundo livro é a sequência da narra-tiva do livro anterior. A partir do capí-tulo 17, a narrativa se concentra noReino do Sul em virtude do cativeiroassírio, do Reino do Norte. Aparecetambém o ministério dos profetasorais, como Elias e Eliseu, e literários,como Jonas, Isaías, Jeremias e outros.

3. No Novo Testamento.Como os livros de Samuel, Reis é ci-tado largamente no Novo Testamen-to. O Senhor Jesus citou a passagemde Naamã, que foi curado de lepra ea de Elias e a mulher de Sarepta (lRs 17.9; 18.1; 2 Rs 5.14; Lc 4.25-27).

CONCLUSÃO

Esses livros, estudados hoje,são mais que narrativas históricas;são instruções divinas e profeciasque fazem jus ao cânon judaico.Eles apresentam o Senhor JesusCristo como o nosso General emJosué, nosso Libertador, em Juizes.Em Rute, Jesus é o nosso Remidore nos livros de Samuel e dos Reis,Ele é o nosso Rei.

Subsídio Teológico"O reinado em Israel, conforme

se tem demonstrado, foi expressa-mente previsto e promulgado porMoisés e pelos patriarcas, muito tem-po antes da instituição entrar verda-deiramente em vigor. Mas até que oshebreus passassem pela mudançaque os transformaria de um agrupa-mento de indivíduos em uma nação(uma transição que ocorreu somen-te no êxodo e nas experiências noSinai), não estavam propriamenteconstituídos para formar um impor-tante reinado. Foi somente pela pro-vidência de Deus, mediante a esco-lha de Davi, o 'homem segundo o co-ração de Deus1, que o cenário foi ar-mado para a iniciação do reinado hu-mano em Israel, em sua maior expres-

54 Lições Bíblicas

Page 57: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

são de grande/a. Nesse caso, Davi nãofoi apenas um rei, mas, em sintoniacom os propósitos reais e salvífícosde Deus, foi visto como o filho deDeus. Ou seja, ele foi adotado porDeus para representá-lo na terra,para que estabelecesse uma dinastiahumana pela qual o próprio Filho deDeus (que também era Filho de Davi),o próprio Jesus Cristo, viesse a rei-nar. Somente Davi, portanto, podiaservir adequadamente como um pro-tótipo do Rei Messias. E, do mesmomodo que o Messias seria um profe-ta e sacerdote, além de rei, assim Daviexerceria estas funções entre os he-breus, e de uma forma que operariafora dos limites normais daqueles ofí-cios." (História de Israel no An-tigo Testamento, CPAD, pág. 220)

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

CPAD, n° 14, pág. 39

Ciclo: Série de fenómenos que sesucedem numa ordem determinada.

Corruptela: Modo errado deescrever ou pronunciar uma palavra.

Desmantelar: Demolir, ar-ruinar, derribar.

Gradual: Que aumenta ou di-minui progressivamente; gradativo.

Impe l i r : Incitar, estimular;coagir; instigar.

Lavra : Autoria, execução ecriação de.

Ocasional: eventual

1. Como foi denominada a parte do cânon judaico compreendidaentre Josué e os livros dos Reis, exceto Rute?

R. Profetas Anteriores.2. Quem eram os juizes?R. Libertadores ocasionais levantados por Deus para livrar Israel

de seus opressores.3. Qual o propósito do livro de Rute?R, Mostrar que Deus não faz acepção de pessoas e registrar os

antepassados do rei Davi.4. Onde se diz pela primeira vez que o Messias seria descendente

de Davi?R. 2 Samuel 7.16.5. Por que os livros hoje estudados são mais que narrativas

históricas?R. Porque são instruções divinas e profecias que apresentam as

atribuições do Senhor Jesus.

Lições Bíblicas 55

Page 58: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 8OS LIVROS HISTÓRICOS (II)

25 de maio de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"Vinde, pois, e reedifiquemos omuro de Jerusalém e não esteja-

mos mais em opróbrio"(Ne 2.17b).

VERDADE PRATICA

O tema dos livros históricos dopós-exílio é a reconstrução nacio-nal e espiritual de Jerusalém e daCasa de Deus.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 306, 384 e 392.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

ESDRAS 5.MIl - No primeiro ano de Ciro, rei daPérsia (para que se cumprisse a pala-vra do SENHOR, por boca de Jeremi-as), despertou o SENHOR o espíritode Ciro, rei da Pérsia, o qual fezpassar pregão por todo o seu reino,como também por escrito, dizendo:

Segunda - 2 Cr 36.22,23O fim do cativeiro de Judá

Terça - Ed 2.1,2O retorno do líder Zorobabeldo exílio

Quarta - Ed 8.31,32F.sdras, o sacerdote, retorna doexílio

Quinta - Ne 2.9,11Neemias, o governador, volta doexílio

Sexta - Zc 4.7-9Zorobabel enfrenta muitasdificuldades

Sábado - Ne 13.7-9Ncemiás expulsa o inimigo daCasa de Deus

56 Lições Bíblicas

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2 - Assim diz Ciro, rei da Pérsia: OSENHOR, Deus dos céus, me deutodos os reinos da terra; e ele meencarregou de lhe edificar uma casaem Jerusalém, que é em Judá.3 - Quem há entre vós, de todo o seupovo, seja seu Deus com ele, e subaa Jerusalém, que é em Judá, eedifique a Casa do SENHOR, Deusde Israel; ele é o Deus que habitaem Jerusalém.4 - E todo aquele que ficar emalguns lugares em que andar pere-grinando, os homens do seu lugar oajudarão com prata, e com ouro, ecom fazenda, e com gados, afora asdádivas voluntárias para a Casa deDeus, que habita em Jerusalém.5 • Então, se levantaram os chefesdos pais de Judá e Benjamim, e ossacerdotes, e os levitas, com todosaqueles cujo espírito Deus desper-tou, para subirem a edificar a Casado SENHOR, que está em Jerusalém.6 - E todos os que habitavam nosarredores lhes confortaram as mãoscom objetos de prata, e com ouro,e com fazenda, e com gados, e comcoisas preciosas, afora tudo o quevoluntariamente se deu.7 - Também o rei Ciro tirou osutensílios da Casa do SENHOR, queNabucodonosor tinha trazido deJerusalém e que tinha posto na casade seus deuses.8 - Estes tirou Ciro, rei da Pérsia,pela mão de Mitredate, o tesourei-ro, que os deu por conta a Sesbazar,príncipe de Judá.9 - E este é o número deles: trinta

bacias de ouro, mil bacias de prata,vinte e nove facas,10 - trinta taças de ouro, quatrocen-tas e dez taças de prata doutra espé-cie e mil outros objetos.11 - Todos os utensílios de ouro ede prata foram cinco mil e quatro-centos; todos estes levou Sesbazar,quando os do cativeiro subiram deBabilónia para Jerusalém.

PONTO DE CONTAA personagem é um dos ele-

mentos, já visto anteriormente,que compõe a narrativa. Baseadonisto, descreva, com a ajuda de suaturma, perfis de Esdras c Neemi-as. Utilize o quadro-de-giz e façauma lista das características soci-ais, emocionais e psicológicas decada um deles. Conclua mostran-do aos alunos que Deus capacita acada um para cumprir seus divi-nos propósitos.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Descrever as realizações atri-buídas a Esdras.

Reconhecer a que classe de pes-soas interessa o livro de Neemias.

Dizer o significado do nomeNeemias.

O segundo segmento dos livroshistóricos consiste em uma visãogeral do período pós-exílio. Cróni-cas relata o resumo histórico de

Lições Bíblicas 57

Page 60: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Adão até o pós-exííio. Esdras, Nee-mias e Ester registram o que acon-teceu após o cativeiro. EnquantoEsdras trata da restauração religio-sa, Neemias enfatiza a restauraçãosocial dos judeus. Os acontecimen-tos relacionados a Ester estão entrea inauguração do segundo temploe a chegada de Esdras em Jerusa-lém. Esses livros são classificadoscomo históricos porque a estruturadeles é de um relato detalhado deacontecimentos c circunstâncias.

ORIENTAÇÃO D1DATICATeste em seus alunos sua capaci-

dade de síntese. A importância dasíntese está no fato de que nela o alu-no encontra a ideia principal do tex-to, isto é, o sentido completo do pen-samento do autor. Qualquer unida-de de leitura, quer seja um simplesparágrafo, um capítulo de um livroou até um livro inteiro, tem sempreum conceito ou mesmo uma pala-vra que é sua ideia principal. Captara ideia que dá diretriz ao texto, nãoé tarefa fácil; requer muito treino.

Como exercício de síntese,peça a seus alunos que desta-quem a ideia central de cada li-vro estudado nesta lição.

EXEMPLO:• l Crónicas - O reinado de Davi• 2 Crónicas - A história do

Reino do Sul• Esdras - A volta do cativeiro• Neemias - A reconstrução de

Jerusalém• Ester - Israel escapa do

extermínio

INTRODUÇÃOA segunda parte do estudo dos

Livros Históricos consiste em umavisão panorâmica dos livros dasCrónicas, Esdras, Neemias e Ester,todos do período pós-exílio. Os li-vros das Crónicas abrangem emresumo a história bíblica partindode Adão (l Cr 1.1) até o períodopós-exílio (2 Cr 36.22,23). Os de-mais livros (Esdras, Neemias e Es-ter) registram o que aconteceuapós o cativeiro. Esdras trata dosassuntos espirituais e da restaura-ção religiosa dos judeus. Neemias,da restauração social e da recons-trução dos muros de Jerusalém. Oepisódio narrado no livro de Esteraconteceu entre a inauguração dosegundo templo e a chegada deEsdras à Jerusalém.

I. OS LIVROS DAS CRÓNICAS1. Sua posição no cânon

judaico. São chamados em he-braico de Dcvrei Hayamim, "ascoisas dos dias", no cânon judai-co. Seu nome na Septuaginta é Pa-raleipomenon, que em grego sig-nifica, "coisas omitidas", uma re-ferência ao que foi omitido nosregistros de Samuel e Reis. Os li-vros das Crónicas não fazem par-te dos Profetas Anteriores no câ-non judaico; eles estão incluídosno grupo dos livros históricoschamados Hagiógrafos. A Bíblia,na tradução de Figueiredo, deno-minou os livros das Crónicas de

58 Lições Bíblicas

Page 61: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

JudaísmoReligião

institucionalizadapelos judeus a

contar do exílioem Babilónia.Embora tenha

como fundamentoos escritos

mosaicos e dosprofetas, foi-lhe

acrescida atradição dosanciãos que,

posteriormente,apareceriam nos

famosos talmudes.

Paralipômenos.Os dois livrossão considera-dos como um só,o último no câ-non hebraico.

2. Autoria.A tradição judai-ca atribui sua au-toria a Esdras,por volta de 440a.C., isso talvezjustifique a posi-ção em que os li-vros das Cróni-cas estão situa-dos no cânon ju-

daico. O Senhor Jesus usou a ex-pressão: "desde o sangue de Abel,o justo, até ao sangue de Zacari-as, filho de Baraquias, que vós ma-tastes entre o santuário e o altar"(Mt 23.35). A morte de Zacarias émencionada em 2 Crónicas 24.20-22. Isso mostra que Jesus estavase referindo ao primeiro e ao úl-timo livro das Escrituras Sagradasda época: Génesis e Crónicas.

3. Conteúdo, l Crónicas co-meça com as genealogias (inclui oscapítulos 1—9), a partir de Adão.Em seguida registra a morte deSaul, quando narra a história dorei Davi. O segundo livro descreveo reinado de Salomão e a partir docapítulo 11 registra a história dosreis de Judá e de Israel, sempreque o assunto engloba os dois rei-nos. Termina com o decreto deCiro, rei da Pérsia, baixado em 539a.C., pondo fim ao cativeiro deJudá (2 Cr 36.23).

II. O LIVRO DE ESDRAS

1. A personagem. Esdras erasacerdote e "escriba hábil na Leide Moisés" (7.6). Veio da Babilóniapara ensinar a Lei de Deus aos ju-deus que retornaram do exílio. Es-dras chegou à Jerusalém com maisum grupo em 457 a.C. para darassistência espiritual ao povo. Ho-mem zeloso, porém austero, sere-no e implacável na aplicação daLei. Não era uma figura popularentre os antigos anciãos de Israel.Entretanto, na época, era ele o ho-mem ideal para manter os funda-mentos bíblicos do judaísmo. Oscapítulos 7 a 10 mostram que Es-dras foi realmente um grande lí-der religioso. Neemias foi o seusucessor por volta de 436 a.C.

2. Obras creditadas a Es-dras. Os rabinos atribuem a elecinco grandes realizações judaicas.A criação do Sinédrio, a GrandeSinagoga (Knessei, em hebraico,que hoje é o Parlamento de Isra-el), a formação do cânon judaico,a substituição dos caracteres he-braicos arcaicose a mudança da Knessetescrita páleo-he- Atual casabraica para os legislativa de Israelatuais caracteres com 120 deputadosquadráticos. O eleitos para umprefixo páleo mandato de quatrovem do grego e anos"' P°dc ser

significa antigo.Esdras, segundoos rabinos, teriacompilado os li-vros das Cróni-cas e Ester, e

dissolvida peloprimeiro-ministro,

procedendo-se,assim, eleiçõespara um novoparlamento.

Lições Bíblicas 59

Page 62: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

também estabelecido as sinagogaslocais.

3. Título do livro e sua po-sição no cânon sagrado. O li-vro de Esdras juntamente comDaniel e Crónicas formam os qua-tro livros históricos dos Hagiógra-fos, no cânon judaico. Original-mente, Esdras e Neemias constitu-íam um só livro, como os judeusassim os têm até hoje. O título dolivro em hebraico é Ezra; essenome vem da palavra ezer, que sig-nifica "ajuda", e Esdras é o seunome na Septuaginta.

4.Conteúdo. Esdras é a conti-nuação dos livros das Crónicas enarra o trabalho desse sacerdote. Olivro está dividido em duas partesprincipais. A primeira retrocede aosdias de Zorobabel, dos profetasAgeu e Zacarias; narra a reedifica-ção do Templo de Jerusalém e ter-mina em Esdras 6.22. Entre os caps.6 e 7 há um longo intervalo de qua-se 60 anos, no qual ocorrem oseventos do livro de Ester. A segun-da parte do livro registra as jorna-das de Esdras para Jerusalém e deseu trabalho na Cidade Santa.

III. O LIVRO DE NEEMIAS1. A personagem. Seu nome

em hebraico é Nehem-Yah, que sig-nifica "consolo de Jeová", e na Sep-tuaginta é Neemias. Era copeiro dorei Artaxerxes, da Pérsia, e conse-guiu permissão do rei para repa-rar as fendas dos muros de Jeru-salém (2.1,4). Ele chegou à CidadeSanta 12 anos depois de Esdras, em457 a.C., num período de crise so-

cial. Veio para ajudar seus irmãosque se achavam em estado de po-breza e penúria, sem precedentesna história de seu povo (2.17).

2. Conteúdo. O livro de Nee-mias encerra a história do AntigoTestamento. Descreve os problemassociais de seu povo na Judéia após ocativeiro, e também como Neemiasadministrou essa situação. Registra,ainda, as dificuldades com os inimi-gos externos, a pobreza e as ques-tões de ordem espiritual e social.Constitui-se hoje num verdadeiromanual do administrador público,cuja leitura é indispensável para pre-sidentes, ministros de estado, gover-nadores, prefeitos, parlamentares elíderes em geral, pelos princípios deliderança autêntica nele contidos.

IV. O LIVRO DE ESTER

1. Sua posição no cânonjudaico. O nome da rainha Esterem hebraico é Hadassa (2.7), quesignifica "murta" — uma planta."Ester" é o seu nome persa, que vemda palavra persa stara, e significa"estrela". Em nosso cânon, no Anti-go Testamento, Ester está entre osLivros Históricos, porém no cânonjudaico este livro é o quinto entreos Hagiógrafos, no Megilloth, "Cin-co Rolos", juntamente com Rute,Cantares, Eclesiastes e Lamentações.A ausência do nome de Deus no li-vro de Ester tem suscitado muitasespeculações e teorias, razão porque foi o último livro a ser oficial-mente incluído no cânon do AntigoTestamento. É lido ainda hoje na fes-ta judaica do Purim para lembrar o

60 Lições Bíblicas

Page 63: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

grande livramento que Deus conce-deu ao povo judeu (9.26-32).

2. Autoria. Os eventos do li-vro ocorreram no reinado deAssuero, nome hebraico de XerxesI, que reinou na Pérsia entre 485 e464 a. C. Afirmam alguns que foiMardoqueu o seu autor, com baseem Ester 9.20, mas tudo indica quesua composição é posterior.

3. Conteúdo. O livro é umanarrativa composta de 10 capítulos.O primeiro registra a rejeição da ra-inha Vasti. O capítulo 2 narra comoEster foi constituída rainha no reinode Assuero, na Pérsia. Os capítulos3 e 4 tratam da conspiração do mal-vado Hamã; o quinto descreve a au-diência de Ester com o rei; e a partirdo sexto capítulo vem o registro dolivramento divino dos judeus.

4. O nome de Deus. Apesarde o livro de Ester não citar o nomede Deus, todavia Ele está presenteem todo o desenrolar do livro parasocorrer seu povo e cumprir a suapromessa. Essa providência divinaé um dos fatores que provam a suainspiração. Evidentemente, Deus éo sujeito oculto em Ester 4.14. A Bí-blia Viva, versão parafraseada, diz:"Se ficares calada numa ocasiãocomo esta, Deus vai livrar os judeusde algum outro modo...".

CONCLUSÃOHá nesses livros, e nos demais

estudados na lição passada, pro-fecias, poesias e normas para avida. São classificados como histó-ricos porque a estrutura deles é deum relato detalhado de aconteci-

mentos e conjunturas. Nessas nar-rativas, aprendemos com os errose acertos dos personagens do An-tigo Testamento. Em Crónicas oSenhor Jesus, como nos livros deSamuel e Reis, é o nosso Rei; emEsdras e Neemias, nosso Restaura-dor e em Ester, nosso Socorro.

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Subsídio Teológico"Nos dias de Esdras e Neemias,

lemos que quando o povo voltoudo cativeiro, um grande avivamen-to espiritual teve lugar entre os is-raelitas. Esse despertamento teveorigem numa intensa dissemina-ção da Palavra de Deus e incluiuum vigoroso ministério de ensinobíblico. É dessa época que temos orelato do primeiro movimento deensino bíblico metódico popularsimilar ao da nossa Escola Domi-nical de hoje.

O capítulo 8 do livro de Nee-mias dá um relato de como era aescola bíblica popular de então -ou como o chamamos hoje: Esco-la Dominical. Esdras era o supe-rintendente (Ne 8.2); o livro-tex-to era a Bíblia (v.3); os alunoseram homens, mulheres e crian-ças (v.3; 12.43). Treze auxiliaresajudavam a Esdras na direção dostrabalhos (v. 1) e outros treze ser-viam como professores ministran-do o ensino (vv. 7,8). O horárioia da manhã ao meio dia (v.3).Afirma o versículo 8 que os pro-fessores liam a Palavra de Deus eexplicavam o sentido para que opovo entendesse. É certo que aí há

Lições Bíblicas 61

Page 64: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

um problema linguístico envolvi-do (o povo falando o aramaico aoretornar do exílio), mas o que so-bressai mesmo é o ensino da Pa-lavra patente em todo o capítulo.Por certo, o leitor gostaria de terpertencido a uma escola assim, es-piritualmente avivada.

O resultado desse movimentode ensino da Palavra foi a opera-ção do Espírito Santo em profun-didade no meio do povo, confor-me atesta o capítulo 9 e os subse-quentes do livro de Neemias. É ocumprimento da promessa deDeus em Isaías 55.11." (Manualda Escola Dominical , CPAD,

Austero: Rígido de caráter; severo.Conspiração: Maquinação,

trama; conluio secreto.Hábil: Que tem aptidão para al-

guma coisa; competente, apto, capaz.E n g l o b a r : Reunir em um

todo; juntar; conglomerar.Implacável: Que não se pode

aplacar ou abrandar.Penúria: Indigência, miséria;

escassez.Perfil: Descrição de uma pessoa

em traços mais ou menos rápidos.P receden te : Que precede;

antecedente.pags. ii i e i i z j

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 40

L : t- 1

l/ Bíblia de EstudoCPAD^/Sintetizando

Apolônio da Silva

t-

Pentecostal,

a Bíblia,, CPAD.

José

QUESTIONÁRIO1. Quem foi o autor de l Crónicas, segundo a tradição judaica?

R. Esdras.2. Cite duas realizações atribuídas a Esdras.

R. Livre (escolha duas das cinco realizações registradas na lição).3. Que classe da sociedade deveria ler com mais atenção o livro de

Neemias?R. Os administradores públicos.4. Onde Deus é o sujeito oculto no livro de Ester?

R. Ester 4.14.5. Como o Senhor Jesus Cristo é visto nos livros que estudamos

nessa lição?

R. Em Crónicas, nosso Rei; cm Esdras e Nccmias, nosso Restaurador;em Ester, nosso Socorro.

62 Lições Bíblicas

Page 65: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 9OS LIVROS POÉTICOS (I)

1 de junho de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"Para fazeres atento à sabedoriao teu ouvido, e para inclinares oteu coração ao entendimento"

(Pv 2.2).

j ' i j i -L 1 Ju,

Os livros poéticos da Bíblia Sa-grada, por sua inspiração, beleza,profundidade e sabedoria, se cons-tituem no melhor que a literatura

universal já conheceu nesse ramodo saber.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 250, 408 e 254.

*""**"=" ml REIS 4.29-34;PROVÉRBIOS 1.1-6

l Reis 4

29 - E deu Deus a Salomão sabe-doria, e muitíssimo entendi-mento, e largueza de coração,

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Io 23.10Você está preparado para serprovado por Deus?

Terça - Pv 1.7O temor do SENHOR é oprincípio da sabedoria

Quarta - Pv 3.13Feliz o homem que adquiresabedoria e conhecimento

Quinta - Ec 2.11Cuidado com a vaidade!

Sexta - Ec 12.13,14O objetivo da vida é quetemamos a Deus

Sábado - Ec 7.5Melhor é ouvir a repreensãodo sábio do que a canção dotolo

Lições Bíblicas

Page 66: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

como a areia que está na praiado mar.30 - E era a sabedoria de Salomãomaior do que a sabedoria de todosos do Oriente e do que toda a sabe-doria dos egípcios.31 - E era ele ainda mais sábio doque todos os homens, e do que Etã,ezraíta, e do que Hemâ, e Calcol, eDarda, filhos de Maol; e correu oseu nome por todas as nações emredor.32 - E disse três mil provérbios, eforam os seus cânticos mil e cinco.33 - Também falou das árvores,desde o cedro que está no Líbanoaté ao hissopo que nasce na pare-de; também falou dos animais, edas aves, e dos répteis, e dos pei-xes.34 - E vinham de todos os povos aouvir a sabedoria de Salomão e detodos os reis da terra que tinhamouvido da sua sabedoria.

Provérbios l

1 - Provérbios de Salomão, filho deDavi, rei de Israel.2 - Para se conhecer a sabedoria e ainstrução; para se entenderem aspalavras da prudência;3 - para se receber a instrução doentendimento, a justiça, o juízo e aequidade;

4 - para dar aos simples prudência, eaos jovens conhecimento e bom siso;5 - para o sábio ouvir e crescer emsabedoria, e o instruído adquirirsábios conselhos;

6 - para entender provérbios esua interpretação, como tambémas palavras dos sábios e suas adi-vinhações.

PONTO DE CONTATOM e t á f o r a é o emprego de

uma palavra fora de seu sentidohabitual. Ex.: "Porque o manda-mento é uma lâmpada..."(Pv6.23). Quando a metáfora vemacompanhada das expressões(como, qual, tal, assim como etc)dizemos que há uma compara-ção ou símile. Ex.: "Como dentequebrado e pé deslocado..."(Pv25.19). À scqíiència de metáforasse dá o nome de alegoria. Ex.:"Martelo, e espada, e flecha agu-da é..." (Pv 25.1 8): O cruzamentode duas ou mais sensações distin-tas (visão + tato; paladar + audi-ção; olfato + visão etc.) é uma va-riação de metáfora denominadasinestesia. Ex.: "Suave é ao ho-mem o pão da 'mentira. . ."{Pv20.17).

Professor, utilizando o recursoTempestade de Ideias, busque en-volver sua turma procurando ou-tros exemplos das figuras acimacitadas.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Entender o que significa lite-ratura sapiencial.

Resumir o livro de Provérbios.Extrair o conteúdo do livro de

Eclesiastes.

64 Lições Bíblicas

Page 67: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

INTESE TEXTUALjo, Salmos, Provérbios, Eclesi-

astes e Cantares formam o conjun-to dos livros poéticos. Essa litera-tura floresceu nos dias áureos deSalomão, contudo, sua origem émuito antiga. O livro de Jó contaa história do sofrimento do patri-arca que leva seu nome. Divide-se em introdução, diálogos com osconsoladores, resposta de Deus eepílogo que mostra a transforma-ção de seu estado. Provérbios con-siste numa coletânea de máximascontendo exortações. Eclesiastesencerra as reminiscências dos mo-mentos de arrependimento e re-vela os sábios conselhos de quemexperimentou altos e baixos navida.

ORIENTAÇÃO DIDATICASe você deseja uma classe di-

nâmica, com alunos interessados,dispostos e ativos, utilize a repre-sentação como recurso. Ela é umaexcelente ferramenta nas mãos deum professor hábil.

Aproveitando o conteúdo su-gestivo do livro de Jó, visto tam-bém nesta lição, improvise umapequena representação (enceneapenas um episódio para nãoextrapolar o tempo da aula). Soli-cite a apresentação voluntária daturma. Se for um trabalho impos-to você não obterá o desempenhoesperado, além de in ib i r aindamais os tímidos. Entretanto, se es-force para que todos participemcom ideias, na composição das per-

sonagens e nos passos apropriadospara a dramatização.

INTRODUÇÃOHá uma coletânea de livros na

parte dos Hagiógrafos do cânonjudaico que denominamos emnossa cultura bíblica de Livros Po-éticos. São eles: Jó, Salmos, Pro-vérbios, Eclesiastes e Cantares deSalomão. Três deles são chamadosde Livros Sapienciais, que signifi-ca, livros da sabedoria: Jó, Provér-bios, Eclesiastes e alguns salmos.Se bem que a expressão "livrossapienciais" é também aplicada atodo o grupo de livros. Essa lite-ratura por Deus inspirada flores-ceu nos dias áureos de Salomão,embora sua origem seja muitoantiga (l Rs 4.30,31; Jr 18.18; Et1.13).

I. O LIVRO DE JÓ1. Sua posição no cânon

judaico. Na Versão Siríaca esselivro está entre Deuteronómio eJosué, em virtude de sua antigui-dade. No cânon judaico é o segun-do na ordem dos Hagiógrafos, logodepois dos Salmos. Seu nome emhebraico é lyyob, de origem incer-ta, e lob, na Septuaginta. Pode sig-nificar "voltar" ou "arrepende-se"se sua origem for da palavra ára-be aba, visto que Jó era do norteda Arábia. Seu significado podeainda ser "perseguido" ou "inimi-go" se sua origem for do verbo he-braico ayeb. A primeira ideia pa-rece ser a mais aceita.

Lições Bíblicas 65

Page 68: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

2. Autoria. Jó é consideradoo livro mais antigo da Bíblia. Asevidências internas de sua antigui-dade são amplas. Não faz mençãodo povo de Israel. O próprio Jó équem oferece sacrifícios ao Se-nhor, prática anterior ao sistemalevítico de sacrifício (1.5); a pre-sença frequente, 31 vezes, donome divino Shadday, "Todo-po-deroso", muito comum na era pa-triarcal (Êx 6.3); riqueza medidapelo número do gado: "sete milovelhas, e três mil camelos, e qui-nhentas juntas de bois, e quinhen-tas jumentas" (1.3). Sua autoria éatribuída ao próprio Jó, outrosacreditam que Moisés é o seu au-tor e há, ainda, os que creditamsua composição a Eliu. A tradiçãodata essa obra em meados do sé-culo 15 a.C.

3. Conteúdo. O livro narraa história do sofrimento do patri-arca que leva o seu nome. É umacoletânea de pensamentos prove-nientes dos diálogos de Jó comseus três "amigos" ou "consola-dores": Elifaz, Bildade e Zofar(2.11). Depois entra na discussãoum quarto personagem chamadoEliu (32.1,2). O livro retrata o so-frimento humano. Está divididoem quatro partes principais. Osdois primeiros capítulos formam aintrodução histórica. Os diálogoscom os "consoladorcs" (3-37), aresposta de Deus (38-41) e o epí-logo que mostra o último estadode Jó, melhor do que o primeiro.

4. O impacto causado nah u m a n i d a d e . O historiador e

como nas espiritu-ais. Nele está a hu-manidade manifes-

ensaísta britânico AlegoriaThomas Carlyle con- Recurso literáriosiderou o livro de Jó usado paracomo o livro de to- expressardos os homens, que pensamentosespelha a verdade abstratos emem tudo, tanto nas linguagemcoisas materiais figurada. É uma

sequência demetáforas. Comoexemplo, Jesus

declarando ser otando as suas dores, Bom Pastor (Jo

e Carlyle acrescen- io.H-16)tou: "penso que nãohá na Bíblia ou foradela coisa alguma de igual méritoliterário". Victor Hugo, escritorfrancês, considerou o livro de Jócomo "a maior obra-prima do es-pírito humano". Apenas um lem-brete: o livro de Jó é obra do Espí-rito de Deus.

5. Sua historicidade. Jó écitado em outras partes da Bíbliacomo personagem da história, enão como alegoria- Foi citado jun-tamente com Noé e Daniel (Ez14.20). Sua história é mencionadana epístola de Tiago (5.11). O livrode Jó é citado no Novo Testamentocomo parte das Escrituras Sagradas(JÓ5.13; l Co 3.19). Nesse livro estáa declaração da esperança messiâ-nica do patriarca Jó (19.25).

II. O LIVRO DE PROVÉRBIOS1.Título e autoria. O livro

de Provérbios ocupa o terceiro lu-gar na ordem dos Hagiógrafos nocânon judaico. Seu título vem doprimeiro versículo: "Provérbios deSalomão", em hebraico mlslTlcy

66 Lições Bíblicas

Page 69: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Shelomo. A palavra mashal signifi-ca "exemplo, parábola" (Nm 23.7;Ez 17.2). Na Septuaginta esse livrose chama Paroimiai, que significa"provérbios, parábolas". Salomãoe outros sábios da antiguidade,como Agur e Lemuel (30.1; 31.1),escreveram esses provérbios, queposteriormente foram seleciona-dos e agrupados na forma que en-contramos hoje entre 970 e 700a.C.

2. Conteúdo. O livro consis-te numa coletânea de máximascontendo exortações à prudênciae à virtude, louvando a verdadei-ra sabedoria, que é assunto dosprimeiros nove capítulos. Nele te-mos também instruções sobre vá-rios temas para orientar a vida di-ária. O elogio à sabedoria prepa-ra o leitor para as instruçõesregistradas na segunda parte dolivro. O Senhor Jesus é a revela-ção e a fonte da sabedoria na vidacristã (Mt 12.42; l Co 1.24, 30;Cl 2.3).

3. No Novo Testamento.Em várias ocasiões o Novo Testa-mento faz alusão ao livro de Pro-vérbios. Em Jesus "estão escondi-dos todos os tesouros da sabedo-ria e da ciência" (Cl 2.3). A expres-são "tesouros escondidos" vem deProvérbios 2.3, 4. O livro é citadode maneira indireta e direta peloapóstolo Paulo (3.7; Rm 12.16;25.21, 22; Rm 12.20); pelo após-tolo Pedro (11.31; l Pé 4.18), naepístola de Tiago (3.34; Tg 4.6), emHebreus (3.11; Hb 12.5) e emApocalipse (3.12; Ap 3.19).

III. O LIVRO DE ECLESIASTES

1. Título e posição no câ-non judaico. Seu nome em he-braico é qohelet, palavra que vemdo verbo qahal, que significa"convocar uma assembleia" ou di-rigir-lhe uma palavra. Na Septua-ginta esse livro é chamado Ekkle-siastes, da palavra grega ekklesia,"congregação, ajuntamento depessoas", usada no Novo Testa-mento para "igreja". Ambas aspalavras qohelet e ekklesiastes sãocorretamente traduzidas por "pre-gador", e aparecem sete vezes nolivro (1.1, 2, 12; 7.27; 12.8, 9, 10).No cânon judaico é o terceiro li-vro dos Megilloth e é lido na fes-ta dos Tabernáculos.

2. Autoria. O autor se apre-senta como "filho de Davi, rei emJerusalém" (1.1), sem identificarseu nome, mas sabemos tratar-sede Salomão. Ele se apresenta comoalguém que reinou sobre Israel(1.12), como se referindo a umdescendente imediato de Davi. Ospormenores do livro apontampara Salomão, com a sua sabedo-ria (1.16), os prazeres (2.3), mui-tos servos e riquezas sem igual(2.7,8). Não há registro de outrofilho de Davi com essas caracte-rísticas.

3. Conteúdo. O livro encerraas reminiscências dos momentosde arrependimento e também re-vela os sábios conselhos de quemexperimentou os altos e baixos davida. O livro é um conjunto de re-flexões de um velho sábio que fi-

Liçòes Bíblicas 67

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losofa sobre tudo o que viu "de-baixo do sol". A conclusão do li-vro se resume nisso: "De tudo oque se tem ouvido, o fim é: Temea Deus e guarda os seus manda-mentos; porque é o dever de todohomem" (12.13). Ávida sem Deusnão tem sentido; a vida só é vidacom Jesus.

4. O panorama humano"debaixo do sol". Não é verda-de que Eclesiastes destoa dos demaislivros da Bíblia e que contém here-sias. A questão do destino do ho-mem, ao morrer, parece contrariaro ensino geral da Bíblia quanto à so-brevivência da alma após a morte(3.19, 20; 9.5). Essas passagens de-vem ser interpretadas à luz do seucontexto e não isoladamente. Otema de Eclesiastes gira em tornodas coisas que Salomão viu "debai-xo do sol", expressão que aparece27 vezes no livro. Sua mensagemestá relacionada à vida terrena, ex-pressando a verdade sobre a morteno aspecto meramente humano.Eclesiastes, portanto, é divinamen-te inspirado como os demais livroscanónicos das Escrituras.

CONCLUSÃOPodemos destacar os salmos

19, 37, 104, 107, 147 e 148 nessacategoria literária, como sapien-ciais. A literatura sapiencial deIsrael ensina-nos que o nosso alvona vida deve ser fazermos a von-tade de Deus para sermos felizes.A sabedoria dos hebreus não éabstrata como a dos filósofos se-culares, mas prática, visando so-

lucionar os problemas diários epautar a conduta humana, segun-do as diretrizes de Deus.

Subsídio Bibliológico"Do género didático é óbvio que

igualmente se haveriam de encon-trar entre os escritos da Velha e daNova Dispensação numerosos e ex-pressivos exemplos, tal a finalida-de do Livro dos Livros. Ei-íos aí selêem, para resumirmos citações, natransparente síntese de Provérbios,nas cintilantes e amenas parábolasde Cristo e em não poucos apóíogose alegorias que permeiam as inú-meras composições que formam asEscrituras Sagradas.

Os Provérbios - coleção depreceitos que constituem um tra-tado de filosofia prática e encer-ram o código moral dos hebreus- superam, no juízo de críticosprofanos, as mais famosas cole-táneas análogas, como os Ditosdos Sete Sábios da Grécia, osÁurea Carmina, de Pitágoras; osJacu/a Prudentum de JorgeHerbert, o Lexicon Tetraglotton,atribuído a Jaime Howell, e ou-tros. Vejam-se algumas pérolasdas que constituíram o colar dasabedoria salomônica, o semprecitado livro do sapientíssimo rei:

'O temor do Senhor é o princí-pio da sabedoria: os loucos despre-zam a sabedoria e a instrução'(1.7); 'O Senhor é o que dá a sabe-doria: da sua boca é que sai o co-nhecimento e o entendimen-

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to l(2.6); 'Filho meu, não te esque-ças da minha lei, e o teu coraçãoguarde os meus mandamen-tos"^.!); 'Confia no Senhor comtodo o teu coração, e não te estri-bes no teu próprio entendimen-to'(3.5) 'Não sejas sábio a teus pró-prios olhos: teme ao Senhor e apar-ta-te do mal'(3.7); 'Filho meu, nãorejeites a correção do Senhor, nemte enojes da sua repreensão. Por-que o Senhor repreende aquele aquem ama, assim como o pai ao fi-lho a quem quer bem' - 3.11,12"(A Bíblia como Fonte Literá-ria, CPAD, págs.40 e 41)

Leia mais. Revista Ensinador Cristão,N CP, n° 14, pág, 40

Alusão: Menção, referência, re-lação.

Áureo: Em termos figurados,brilhante, nobre, magnífico, de gran-de esplendor.

Epílogo: Conclusão, resumo,remate, fecho.

Equidade: Retidão, equanimidade.Máxima: Princípio básico e in-

discutível de ciência ou arte; axioma;sentença ou doutrina moral.

Pormenor: Circunstância parti-cular; particularidade, minúcia.

Reminiscência: Aquilo que seconserva na memória; lembrança,memória, recordação.

Siso: Bom senso; juízo, tino, pru-dência.

QUESTIONÁRIO1. Quais, dentre os livros poéticos, são os Livros Sapienciais?

R. Jó, Provérbios e Eclesiastes.2. Como Thomas Caríyle considerou o livro de Jó?

R. Considerou-o como o livro de todos os homens, que brilha averdade em tudo, tan to nas coisas ma teriais como nas espirituais.

3. Em que consiste o livro de Provérbios?

R. Numa coletánea de máximas, contendo exortações à prudência eà virtude, louvando a verdadeira sabedoria.

4. Qual a conclusão de Eclesiastes?

R. Temer a Deus e guardar os seus mandamentos.5. O que a literatura sapiencial de Israel nos ensina?

R. Que o nosso alvo na vida deve ser fazermos a vontade de Deuspara sermos felizes.

Lições Bíblicas 69

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Lição 10OS LIVROS POÉTICOS (II)

de junho de 2OO3

"E estas são as últimas palavrasde Davi, Diz Davi, filho de Jessé,e diz o homem que foi levantadoem altura, o ungido do Deus deJacó, e o suave em salmos de

Israel" (2 Sm 23.1).

ERDADE PRATICA

Os Salmos são os mais aprecia-dos de todos os livros do AntigoTestamento, pois relacionam-se

Segunda - SI 121.1,3O nosso socorro vem doSENHOR

Terça - SI 29.2Adoremos a Deus na'beleza dasua santidade

Quarta - SI 91.1Habitar no esconderijo doAltíssimo

com a nossa devoção pessoal diá-ria ao Senhor.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 413, 342 e 408

SALMOS 23.1-6

1 - O SENHOR é o meu pastor; nadame faltará.2 • Deitar-me faz em verdes pastos,guia-me mansamente a águas tran-quilas.

Quinta -SI 159.6Tudo quanto tem fôlego louve aoSENHOR

Sexta - Ct 6.3Eu sou de Jesus, e Jesus é meu

Sábado - Lc 24.44O livro de Salmos representa oslivros Hagiográficos, por ser oprimeiro deles

70 Lições Bíblicas

Page 73: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

3 - Refrigera a minha alma; guia-mepelas veredas da justiça por amordo seu nome.4 - Ainda que eu andasse pelo vale dasombra da morte, não temeria malalgum, porque tu estás comigo; atua vara e o teu cajado me consolam.5 - Preparas uma mesa perante mimna presença dos meus inimigos,unges a minha cabeça com óleo, omeu cálice transborda.6 - Certamente que a bondade e amisericórdia me seguirão todos osdias da minha vida; e habitarei naCasa do SENHOR por longos dias.

ONTQ DE CONTATOAcróstico é uma composição

poética na qual o conjunto das le-tras iniciais (e por vezes as mediaisou finais) dos versos compõe ver-ticalmente uma palavra ou frase(Dicionário Aurélio). Há váriosexemplos na Bíblia, como vocêverá no decorrer da lição.

Promova um momento dedescontração em sua turma for-mando acrósticos com nomes su-geridos nas lições (livros da Bíblia,por exemplo). Veja a sugestão:

ússolanspiraçãoálsamoU 2

nstruçãolimento

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Definir a expressão paralelismo.Explicar o que são os cânticos

dos degraus.Reconhecer a figura projeta-

da no livro de Cantares.

SÍNTESE TEXTUPoesia é a arte de escrevei em

versos. É o que desperta o senti-mento do belo e do que há de ele-vado ou comovente nas pessoas ounas coisas. Os livros poéticos rece-bem esta denominação porque emsua estrutura predomina a poesia.A mensagem poética causa maisimpacto nos sentimentos e afetoshumanos do que a mesma mensa-gem no discurso narrativo.

Outra característica da poesiahebraica é o acróstico. Sua ênfaseconsiste em iniciar um versículo ouuma série deles com o alfabeto he-braico. Existe uma produção mai-or de textos poéticos no AntigoTestamento. Isto se explica pelofato de que é usual escrever poe-sias na língua pátria, nunca em umsegundo idioma. Por ocasião doNovo Testamento, o grego foi asegunda língua de todos os escri-tores, com exceção de Lucas.

ORIENTAÇÃO DIDATICAO paralelismo é um recurso

literário de uso recorrente na poe-sia hebraica. Uma de suas formas éo paralelismo antitético (aqueleque apresenta antítese), Ele é limi-tado a dois versos e o segundo sem-pre contrasta com o primeiro.

O livro de Provérbios é o maisrico nesta forma literária. Ex,: "Ba-

LiçÕes Bíblicas 71

Page 74: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

lança enganosa é abominação parao Senhor, mas o peso justo é o seuprazer" (Pv 11.1).

Seguindo este raciocínio, dêoportunidade para que seus alu-nos recitem outros versículos quecontenham esta mesma forma li-terária.

INTRODUÇÃO

Os livros poéticos são assimclassificados porque, em sua estru-tura textual, a poesia é predomi-nante. Mas também há neles nar-rativas e profecias. Tais poesiasforam produzidas por inspiraçãodivina para servirem como instru-mento de comunhão do homemcom Deus e na sua meditação nascoisas espirituais (SI 119.97).

I. A POESIA HEBRAICA

1. A natureza da poesia.Qualquer que seja a língua, povoou cultura, a literatura poética sedestaca não apenas por sua bele-za, mas também pela facilidade dopovo em memorizar sua mensa-gem. Até hoje, quantos já não re-citaram a célebre frase de Shakes-peare: "Ser ou não ser, eis a ques-tão", da obra Hamletí Quem nãoconhece a primeira estrofe daCanção do Exílio: "Minha terratem palmeiras onde canta o sabiá;as aves que aqui gorjeiam, nãogorjeiam como lã", da poesia deGonçalves Dias? A mensagem po-ética causa mais impacto nos sen-timentos e afetos humanos do que

a mesma mensagem no discursoprosaico.

2. Paralelismo. A caracterís-tica da poesia hebraica não é arima e nem a métrica, e sim oparalelismo. Esse recurso literárioé a equivalência no pensamentoou na linguagem entre os mem-bros de cada cláusula da unidadede pensamento. Há uma varieda-de muito grande desses paralelis-mos, por exemplo: repetir umpensamento em outras palavras:"Israel entrou no Egito, e Jacó pe-regrinou na terra de Cam" (SI105.23). Outro exemplo é o demarcar um profundo contrastecom a ideia principal: "O SENHORconhece o caminho dos justos;mas o caminho dos ímpios pere-cerá" (SI 1.6).

3. Acróstico. É muito comumna poesia hebraica. Sua ênfaseestá no uso das 22 letras do alfa-beto hebraico e pode ser constru-ído em versículos seguidos, ou emgrupos de dois e três versículos(Pv 31.10-31; Lm 1-4). No Salmo119, cada letra é usada para cadaseção de oito versículos, começan-do cada um deles com a letra darespectiva seção. Os oito primei-ros versículos começam com a le-tra Álefe no texto hebraico e as-sim por diante.

H. O SALTÉRIO DE ISRAEL

1. Título. Seu título em he-braico é Fhittm, que significa "lou-vores". O nome "Salmos" vem daSeptuaginta Psalmoi, do verbo gre-go psãllo, "tocar instrumento de

72 Lições Bíblicas

Page 75: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

cordas". Esse verbo aparece qua-tro vezes no Novo Testamento gre-go com o sentido de "cantar lou-vores" (Rra 15.9; l Co 14.15; Ef5.19; Tg 5.13).

2. Autoria. Eles foram produ-zidos desde Moisés (90) até o perí-odo Pós-Exílio (126.1-3), num pe-ríodo de cerca de mil anos. A mai-oria deles é de autoria davídica, o"mavioso salmista de Israel" (2 Sm23.1 -AlmeidaAtualizada). Outrossão de autoria dos filhos de Asafee Corá, famílias levitas dedicadasao louvor.

3. Conteúdo. Os Salmos sãodidáticos, devocionais, históricos,proféticos, de louvor e adoração aDeus. Na leitura da Bíblia geral-mente é Deus quem fala com ohomem, mas nessa parte das Escri-turas, geralmente, é o homemquem fala com Deus.

4. Os Salmos messiânicos.Falam do sofrimento do Messias(22.1; Mt 27.46), da sua ressurrei-ção (16.8-10; At 2.25-27) e da suaascensão (24.7-10; At 1.11).

III. ESTRUTURA DOS SALMOS

1. A divisão dos Salmos.Por volta de 450 a.C., Esdras reu-niu esses Salmos e os pôs em for-ma ordenada. Os judeus chamamcada Salmo de capítulo; perek, emhebraico, mas cada Salmo em siconstitui um pequeno livro e nãoum capítulo. Eles estão divididosem cinco grupos, à semelhança doPentateuco, tanto na Bíblia he-braica como na Septuaginta: LivroI (1-41), Livro II (42-72), Livro III

(73-89), Livro IV (90-106) e o Li-vro V (107-150). O último Livrocompreende os Cânticos dos De-graus e os Salmos de Aleluia.

2. Na Septuaginta. Os Sal-mos 9 e 10 formam um só. A par-tir daí, o Salmo 11 torna-se Salmo10. Essa diferença ocorre até o Sal-mo 112. O Salmo 114 se funde como 115, tornando-se em 113, e o116 é dividido em dois, tornando-se em 114 e 115. O Salmo 147 édividido em dois, terminando osaltério com o total de 150 Salmos,

3. Os versículos no cânonjudaico. A numeração dos versí-culos dos Salmos na Bíblia hebrai-ca é contada a partir da sua epí-grafe, por isso, esses salmos às ve-zes são acrescidos de um versículo,como no Salmo 92, cuja epígrafehebraica diz Mizmor shir yomshâbath, "Salmo e cântico para odia de sábado". Acontece tambémde essa epígrafe se fundir com oprimeiro versículo, como no Salmo23, onde aparece a epígrafe MizmorSeDavid, "Cântico" ou "Salmo deDavi", que se junta diretamente aoprimeiro versículo, assim: "Salmode Davi, o SENHOR é o meu pastor;nada me faltará".

4. Cânticos dos Degraus.São chamados pelos judeus deCânticos dos Peregrinos, pois es-ses Salmos eram cantados por oca-sião da peregrinação a Jerusalémnos dias festivos. Em hebraico apa-rece a epígrafe Shir ma'aloth,"Cântico de subida, elevação", ou"ascensão", uma referência aos 15degraus que davam acesso ao pá-

Líções Bíblicas 73

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tio superior do Templo. São 15Salmos que trazem essa epígrafe(120-134).

IV. O LIVRO DE CANTARESDE SALOMÃO

1. Título e autoria. Seu tí-tulo hebraico é Shir ha'shirím, ex-pressão que significa "Cântico dosCânticos". É da autoria de Salomão,como se vê nas primeiras palavras,e datado, segundo a tradição, demeados do século X a.C.

2. Conteúdo. É parte dos "mile cinco" cânticos {l Rs 4.32), umabela coletânea de cantos de amorcomposta por Salomão para suaesposa, chamada Sulamita. Apesardo simbolismo, que tipifica a comu-nhão de Cristo com a Igreja, nãodeve ser neutralizado o enfoqueconjugal, a interpretação literal. Olivro reúne em si as duas coisas.Não há referência direta ao livro deCantares no Novo Testamento, masa figura do casal, como ilustraçãodo relacionamento de Cristo com aIgreja, está presente no Novo Tes-tamento e tem raízes em Cantares(2 Co 11.2; Ef 5.25-29).

3. Sua inclusão no cânonsagrado. Foi um dos últimos livrosa serem incluídos no Cânon, pornão conter referência à pessoa doTodo-Poderoso. Os rabinos duvida-vam do seu valor espiritual. NoSínodo de Jamnia, o rabino Akivadefendeu a inspiração de Cantares,afirmando tratar-se de alegoria. Onome de Salomão vinculado à obraf l. l) foi também um dos argumen-tos em defesa de sua inspiração.

CONCLUSÃOA poesia, no Antigo Testamen-

to, abrange as narrativas e os dis-cursos proféticos. No Novo Testa-mento a poesia é rara. Dificilmen-te alguém escreve poesia numasegunda língua; é mais correnteescrevê-la na língua pátria. Issotalvez justifique essa escassez, poiso grego, com exceção de Lucas, eraa segunda língua dos escritores doNovo Testamento.

y^^jjj^lj^Subsídio Teológico

"É impressionante a quantida-de de poesia encontrada na Bíbliae nos ensinamentos de Jesus. Nomundo dos escritores bíblicos, essaforma de expressão era comum.Tanto é que a poesia bíblica éabundante em recursos de nature-za metafórica, de modo que nãopodemos ler um texto bíblico es-crito em linguagem poética sem'sentir' a batida do coração dosautores.

A ra/ão pela qual a literaturapoética aparece em grande quan-tidade na Bíblia se deve ao fato deos ouvintes pertencerem a umasociedade voltada para a tradiçãooral. Como o porta-voz da mensa-gem divina poderia ajudar os ou-vintes a retê-las? Não havia a ex-pectat iva de que eles tomassemnota daquilo, nem mesmo que gra-vassem em fuá cassete - coisa quenão existia na época. Para facilitar,adotou um sistema que lembrassemais pelas formas. A natureza rít-

74 Lições Bíblicas

Page 77: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

mica da poesia serve bem a essepropósito."(Guia Básico para aInterpretação da Bíblia, CPAD,págs. 121 e 122)

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 41

Cláusula: Cada um dos arti-gos ou disposições dum contrato,tratado, testamento, ou qualqueroutro documento semelhante, pú-blico ou privado.

Didático: Relativo ao ensino;próprio para instruir.

Epígrafe: Sentença na folhade rosto de livro.

F u n d i r : Incorporar, juntar,unir.

Literal: Conforme a letra dotexto; exato, rigoroso, restrito.

Mavioso: Afável, afetuoso, ter-no; piedoso, compassivo.

Métrica: Arte de medir versose que estuda os elementos de queeles são constituídos; a estruturade um verso em relação à medida.

Prosaico: Relativo a prosa.R i m a : Correspondência de

sons finais entre dois ou mais ver-sos.

Saltério: Antigo instrumentode cordas, parecido com a cítara.

Simbolismo: Prática do em-prego de símbolos como expressãode ideia.

: 1 E- i j r > -

Bíblia Como Fonte Literária,Vittorio Bergo, CPAD.^/Bíblia de Estudo Pentecostal,

CPAD.^/Guia Básico para a Interpreta-

ção da Bíblia, Robert H. Stein,CPAD.

QUESTIONÁRIO1. Por que a poesia se destaca na literatura?

R. Porque, além da beleza, facilita a memorização da mensagens.2. Quem é o "mavioso" salmista de Israel?

R. Davi.3. Quando eram entoados os Cânticos dos Peregrinos?

R. Por ocasião da peregrinação a Jerusalém, nos dias festivos.4. O que tipifica o casal do livro de Cantares, no Novo Testamento?

R. O relacionamento entre Cristo e a sua Igreja.5. Por que a poesia é menos frequente no Novo Testamento?

R. Porque, diferente do hebraico, o grego não era língua pátria dosjudeus.

Lições Bíblicas 75

Page 78: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição HOS PROFETAS MAIORES

l 5 de junho de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"Da qual salvação inquirirame trataram diligentemente osprofetas que profetizaram da

graça que vos foi dada"(l Pé 1.10).

> \ 1x 1 \\s profetas anunciaram a vin-

da do Messias, o futuro de Israel e

das nações vizinhas, e o julgamen-to do mundo.

HINOS SUGERIDOSCD Harpa Cristã 18

(vol.l -f.8), 151 (vo!4-f.2) e 505

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

JEREMIAS 1.1-7

l - Palavras de Jeremias, filho deHilquias, dos sacerdotes que esta-vam em Anatote, na terra deBenjamim.

Segunda -1 Pé 1.11O Espírito de Cristo estava nosprofetas

Terça - Rm 1.2,3Os profetas anunciaram a vindado Messias

Quarta - Io 12.38-41O profeta Isaías falou de Jesus

Quinta - Jr 23.5,6O profeta Jeremias também faloude Jesus

Sexta - Jr 1.5; Is 6.8Os profetas foram concedidospor Deus às nações

Sábado - Dt 18.20-22A marca de um verdadeiroprofeta nos tempos do AntigoTestamento

76 Lições Bíblicas

Page 79: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

2 - A ele veio a palavra do SENHOR,nos dias de Josias, filho de Amom,rei de Judá, no décimo-terceiro anodo seu reinado.3 • E lhe veio também nos dias deJeoaquim, filho de Josias, rei deJudá, até ao fim do ano undécimode Zedequias, filho de Josias, rei deJudá, até que Jerusalém foi levadaem cativeiro no quinto mês.4 - Assim veio a mim a palavra doSENHOR, dizendo:5 - Antes que eu te formasse noventre, eu te conheci; e, antes quesaísses da madre, te santifiquei e àsnações te dei por profeta.6 - Então, disse eu: Ali! SenhorJEOVÁ! Eis que não sei falar; por-que sou uma criança.7 • Mas o SENHOR me disse: Nãodigas: Eu sou uma criança; porque,aonde quer que eu te envia*, irás; etudo quanto te mandar dirás.

PONTO DE CONTATOApóstrofe é a figura de estilo

que consiste em dirigir-se o ora-dor ou o escritor a uma pessoa oucoisa real ou fictícia. Ela pode ocor-rer tanto no início quanto numainterrupção do texto. Ex.: "Ó espa-da, une-te, vira-te para a direita,prepara-te..." (Ez 21.16); "Grita egeme, ó filho do homem, por-que..." (E/,21.12).

Professor, continue procuran-do outros exemplos, ou sugira aseus alunos que os encontre, comotarefa para a semana seguinte. Nãose esqueça de conferir as respos-tas na próxima aula. Esta é uma

forma de valorizar o esforço feitopor seu aluno.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

D e f i n i r a expressão profetaliterário.

Descrever o conteúdo do li-vro de Isaías.

Enumerar os Profetas Maiores.

SÍNTESE TEXTUALOs profe tas dividem-se em

orais e literários. Os profetas oraissão aqueles que não deixaram suasmensagens escritas. Os literáriosestão divididos em Maiores e Me-nores. Esta divisão foi estabelecidaem função do volume do materialescrito. Os profetas maiores sãocinco: Isaías, Jeremias, Lamenta-ções, Ezequiel e Daniel.

Isaías apresenta duas partesprincipais: A primeira compreen-de os capítulos l a 39; e a segun-da, os capítulos 40 a 66.

Jeremias intercala sua própriahistória com a história de seu povonuma sequência que abrange oreinado de Josias até o cativeiro naBabilónia.

Lamentações contém cinco ca-pítulos compostos crn forma poé-tica que encerram um cântico fú-nebre da cidade exprimindo dor edesolação.

As profecias de Ezequiel consis-tem em antes e depois da quedade Jerusalém. Sua mensagem pro-fética prevê a invasão da Terra

Lições Bíblicas 77

Page 80: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Santa por Gogue e sua consequen-te derrota, antes da restauraçãoespiritual de Israel.

Levado ainda jovem para aBabilónia, Daniel testemunhou suaqueda e continuou no reino daPérsia como ministro de Estado.

Embora tenha sido um povoprivilegiado por ouvir a mensagemdivina através dos profetas, o povode Israel falhou por não assumir aresponsabilidade a ele conferidapor Deus.

ORIENTAÇÃO DIDATICAIntroduza sua aula testando o

conhecimento de seus a lunosacerca do tema desta lição. Peça aeles para classificarem os livrosproféticos de acordo com o quesabem acerca deles. Não importase nunca estudaram a Bíblia sis-tematicamente. A relevância des-ta atividade está em provar atéque ponto conseguem separar aspartes do todo. Depois, perguntea eles quais critérios utilizaram naclassificação.

Quanto aos profetas Maiores,estudados nesta lição, solicite aosalunos que comparem os livrosentre si, observando, principal-mente, o tamanho de cada um emrelação aos Menores.

Exemplo:Cada um dos três livros, Isaías,

Jeremias ou Ezequiel, é em si mes-mo maior do que todos os 12 pro-fetas menores, tomados em conjun-to. Daniel é quase igual ao tamanhocombinado dos dois maiores Profe-tas Menores, Oséias e Zacarias.

INTRODUÇÃO

Houve entre o povo os profe-tas orais, ou melhor, os que nãoescreveram suas mensagens, e osprofetas literários, estes divididosem dois grupos: Profetas Maiores(cinco) e Profetas Menores (doze).Foram assim classificados porAgostinho em virtude do volumede seus escritos. Os Profetas Mai-ores são: Isaías, Jeremias, Lamen-tações, Ezequiel e Daniel, queconstituem o assunto da lição dehoje.

I. O LIVRO DE ISAÍAS

1. Isaías. Isaías, o mais ilus-tre dos profetas literários, é co-nhecido como o profeta mes-siânico, pois o seu livro é o quemais faz menção da vinda do Mes-sias. Nada sabemos sobre Amoz, opai de Isaías (1.1), porém o Tal-mude afirma que era irmão do reiUzias. Assim, Isaías seria sobrinhode Uzias, rei de Judá. Isaías exer-ceu o ministério de profeta e con-selheiro da corte, e viveu entre 740e 660 a.C. Foi contemporâneo deOséias, Amos e Miquéias (Os 1.1;Am 1.1; Mq 1.1).

2. O livro. O livro recebe onome de seu autor, Isaías, que emhebraico é Yeshaiahu, "Jeová é Sal-vação". É o primeiro dos ProfetasPosteriores, no cânon judaico, vin-do logo depois dos livros dos Reise seguido de Jeremias, Ezequiel eos Profetas Menores.

78 Lições Bíblicas

Page 81: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

3. Conteúdo da primeiraparte. O livro apresenta duas par-tes principais: a primeira, quecompreende os capítulos 1-39, e asegunda, os capítulos 40-66; apre-sentando assim uma similaridadeface aos 39 livros do Antigo Tes-tamento e os 27 do Novo, haven-do nisso também uma semelhan-ça de conteúdo.

a) Contra as nações inimigas. Aprimeira parte consiste em discur-sos e mensagens proféticas visan-do, em primeiro plano, tudo o quediz respeito à vida e à piedade, aobem-estar social e espiritual danação eleita. Entretanto, há tam-bém advertências contra as naçõesinimigas, como a Babilónia (13.14-23) e as nações vizinhas, a Filístia(14.28-32), Moabe (15; 16), Síria(17), Egito (19-20), Edom e Arábia(21.11-17).

b) Alusões históricas. Há, ain-da, nessa primeira parte, alusõeshistóricas como sua chamada nocapítulo 6; a aliança entre o Reinodo Norte e Rezim, rei de Damasco,para destruir a casa de Davi; oca-sião da promessa do Messias e seunascimento de uma virgem (7.14).Relata também como Deus acres-centou mais 15 anos de vida ao reiEzequias (38), e a invasão de Je-rusalém por Senaqueribe, rei daAssíria, e sua derrota (39).

c) Profecias messiânicas eescatológicas. Há profecias messiâ-nicas (9 .1 -6 ; 1 1 . 1 ) , e tambémescatológicas para o Milénio noscapítulos 2-4 e 11. A mensagemprofética: "Não levantará espada

EscatológicaRelativo à

Escatoiogia,estudo

sistemático elógico dasdoutrinas

concernentes àsúltimas coisas:

estadointermediário,arrebatamento

da Igreja,Grande

Tribulação,Milénio,

JulgamentoFinai e o estadoperfeito eterno.

nação contra na-ção, nem apren-derão mais aguerrear" (2.4),encontra-se naentrada da sededa Organizaçãodas Nações Uni-das (ONU) , emNova Iorque.

4. Conteú-do da segundaparte. Trata-sede uma mensa-gem profética eininterrupta, di-ferindo assim daprimeira parte.Começa com umapalavra de conforto (40.1), tendocomo ponto de partida o cativeiro,previsto em 39.5-8. É um longo dis-curso de livramento e de promes-sas cscatológirns de esperança —quer para Israel, quer para o mun-do — por intermédio de Jesus Cris-to (60.3; 66.12; Ap 21.24). Essa di-ferença entre as duas partes fez oscríticos for jarem a Teoria doDeutero-Isaías, isto é, o segundoIsaías. Todavia há inúmeras cita-ções de ambas as partes do livrode Isaías no Novo Testamento: daprimeira (29.13; Mt 15.7,9), e dasegunda (53.1; Jo 12.38). Logo, essateoria não passa de falatório va/io,humano.

H. O LIVRO DE JEREMIAS1. Jeremias. Seu nome he-

braico é F/rW-ia/iu "Jeová eleva"ou "Jeová lança". Foi perseguido

Lições Bíblicas 79

Page 82: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

pela casa real em Jerusalém mui-tas vezes (37.15), e após a destrui-ção da Cidade Santa foi levado aoEgito, contra a sua vontade. A tra-dição judaica diz que morreu emMênfis, no Egito, por volta de 577a.C. (43.4-7). Viu a destruição deJerusalém e chorou por ela. É tam-bém conhecido como o Profeta dasLágrimas.

2. Conteúdo. Seus discursossão intercalados pela história do pró-prio profeta e também pela de seupovo. Essas profecias não estão dis-postas na mesma sequência crono-lógica em que foram pronunciadas.O livro abrange o reinado de Josiase vai até o cativeiro na Babilónia.

â) Profecias contra as nações ini-migas. Há uma série de profeciascontra as nações inimigas, proferi-das em datas diferentes e agrupadasa partir do capítulo 46, envolvendoo Egito, Filístia, Moabe, Amom,Edom, Síria, Elão e Hazor; conside-rando que os capítulos 50 e 51 fa-lam acerca da Babilónia. O últimocapítulo descreve a destruição deJerusalém e o cativeiro de Judá (52).

b) Promessa de retorno da Ba-bilónia. Duas vezes a palavra profé-tica fala do retorno de Judá após os70 anos na Babilónia, que deu aopovo esperança da reconstrução na-cional (25.11; 29.10). Jeremias anun-ciou a vinda do Messias, o rei da des-cendência de Davi (23.5,6). O livroé citado muitas vezes no Novo Tes-tamento (31.15; Mt 2.17,18).

III. LAMENTAÇÕES DEJEREMIAS

1. Título. Seu título em hebrai-co é Eichah, "como?", a primeirapalavra do livro. Na Septuaginta seunome é Threnoi, no s ingularthrenos, que significa "lamento, ge-mido, cântico de dor, cântico fúne-bre". É o quarto livro dos Hagiógra-fos, no Megilloth, no cânon judai-co; e é lido no dia 9 de Abe (julho-agosto), data do jejum por causa dadestruição do Templo (2 Rs 25.8,9).

2. Conteúdo. São cinco capí-tulos compostos em forma poética,como um apêndice às profecias deJeremias. O livro é, na verdade, ocântico fúnebre da cidade, expri-mindo o sentimento de dor em de-corrência da desolação de Jerusaléme destruição do Templo. Rico emexpressão patriótica, seu objetivo étrazer os judeus ao arrependimen-to e ensinar o povo a se humilharante o castigo divino. No Novo Tes-tamento temos uma possível alusãoa Lamentações (3.45; l Co 4.13).

IV. O LIVRO DE EZEQUIEL1. Ezequiel. Seu nome he-

braico é Yehez'qel, "fortalecido porDeus". É o terceiro livro dos Profe-tas Posteriores no cânon judaico.Um dos profetas do cativeiro, jun-tamente com Daniel. Foram levadosna primeira deportação para Ba-bilónia. Junto ao rio Quebar profe-tizou durante 22 anos (1.1; 43.3).

2. Conteúdo. O livro está di-vidido cronologicamente em duaspartes: antes e depois da queda deJerusalém.

a) A primeira parte. Os primei-ros 24 capítulos são profecias an-

80 Lições Bíblicas

Page 83: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

teriores à queda de Jerusalém.Neles estão registradas as visõesda glória de Jeová, predição dadestruição de Jerusalém e do Tem-plo, idolatria no Templo e prenún-cio da retirada da glória de Deusdo Templo e da cidade (10.18;11.23). Traz também uma série deadvertências quanto aos falsosprofetas e aos reis de Judá, afir-mando que seus pecados eramidênticos aos das Dez Tribos doNorte.

b) A segunda parte. A segun-da parte começa com prediçõescontra sete nações: Amom, Moa-be, Edom, Filístia, Tiro, Sidom eEgito (25-32). Os capítulos 33 a 39descrevem o retorno dos judeusdispersos à terra de seus antepas-sados. Profecias sobre a restaura-ção nacional, que se cumprem emIsrael na atualidade. A mensagemprofética contida neste livro pre-vê que, antes da restauração es-piritual de Israel, virão Gogue eseu bando para invadir a TerraSanta, e ali serão derrotados. Nes-se contexto, estão presentes asprofecias messiânicas, algumasvezes, de maneira explícita(37.25).

c) A parte final. Ezequiel con-clui sua mensagem com o Milénio,trazendo a descrição do novoTemplo e da restauração da or-dem no país (40-48). O livro é ci-tado várias vezes no Novo Testa-mento, sendo que a maior partese acha em Apocalipse. Em Mateus32.7; 24.29 e Apocalipse 26.16,17;18.9,10.

V. O LIVRO DE DANIEL1. Danie l . Foi levado cati-

vo para a Babilónia ainda jovem.Tes t emunhou a queda daBabilónia e continuou no reinoda Pérsia como ministro de es-tado. Seu nome h e b r a i c o éDaniyel, que significa "Deus cmeu Juiz" , nome mudado nacorte de Nabucodonosor paraBeltessazar (1.7), isto é, "Beiproteja sua vida". Bei era umadivindade pagã na Babilónia.

2. Conteúdo. O livro faz partedos Históricos, nos Hagiógrafos, nocânon judaico, e não dos Profetas (noreferido cânon). Está dividido emduas partes: histórica (1-6) eapocalíptico-profética (7-12). O pró-prio Daniel toma parte na históriaque escreve como profeta, conselhei-ro do rei Nabucodonosor e estadis-ta. A segunda parte é apocalíptica efala dos quatro últimos impériosmundiais que surgiram depois doprofeta. Ele é citado por nome peloSenhor Jesus (Mt 24.15).

CONCLUSÃOOs profetas eram porta-vozes

de Deus para ensi-nar o povo e anun-ciar as coisas futu-ras. Os sacerdotesapresentavam opovo a Deus; e osprofetas, Deus aopovo.

Nenhum povoda Terra experi-mentou o privilé-gio de ser instruí-

Quatroimpérios

O leão, o urso, oleopardo e o

quarto animalque simboli/amou revelam os

impériosneobabilònico,

medo-persa,grego e romano,respectivamente.

Lições Bíblicas 81

Page 84: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

do pelo Todo-Poderoso por meiodos profetas, a não ser Israel. Este,um povo privilegiado. Porém, pri-vilégio implica responsabilidade,e nisso Israel falhou e sofreu asconsequências.

Subsídio Teológico"A profecia não é necessaria-

mente uma previsão do futuro. Éa revelação do conhecimento e davontade de Deus à raça humana.Dependendo das circunstâncias,era expressada de forma oral ouescrita. No primeiro caso, quandovisava atender uma necessidadecontemporânea. Se o oráculo po-rém se destinava à edificação defuturas gerações, o Senhor indu-zia seus mensageiros a preservá-lo em livro - Jr 36.1,2 (...)

"A palavra profeta vem dotermo hebraico nabbi. Este vocá-bulo, por seu turno, origina-se doverbo dabar, dizer, falar. O pro-feta, por conseguinte, é o homemque fala por Deus. Ele é o porta-voz do céu. Quando o Antigo Tes-tamento foi traduzido para o gre-go, os setenta escolheram estapalavra para designar os arautosdo Senhor: prophete que, literal-mente, significa falar de ante-mão. O termo prophete é forma-do por dois vocábulos: pró, an-tes; e, phé, dizer. Esta palavra sig-nifica ainda falar em lugar deoutro.

Profeta , portanto, é um men-sageiro extraordinário de Deus.

Sua função precípua é tornar co-nhecidas as revelações divinas (...)Em sua versão clássica da Bíblia,escreve Figueiredo: 'Profeta éaquele a quem Deus revelou a suavontade por um modo sobrenatu-ral, conferindo-lhe a missão deanunciar essa revelação aoshomens.'"(Merecem Confiançaas Profecias?, CPAD, págs.7, 17e 18)

Segundo o conceituado esta-dista e historiador israelita, AbbaEban, o movimento profético é aexpressão mais original e possan-te do pensamento hebraico. Em-bora essencialmente religioso, oprofetismo transcendeu a mora-lidade ritual e convencional, tor-nando-se uma filosofia duradou-ra de conduta individual e soci-al. Os profetas mostraram-se im-placáveis na reprovação ao for-malismo e aos rituais desprovidosde compromisso com o Eterno, einsistiam no princípio segundo oqual a essência do que Deus exi-ge do homem não é de culto e simmoral: a bondade humana é a re-alização da vontade de Deus naTerra. O culto em si mesmo nãotem valor intrínseco ou transcen-dente.

Leia maisRevista Ensinador Cristão,

\, n° 14, pág. 41

Alusão: Referência vaga e m-direta; menção, referência, relação.

82 Lições Bíblicas

Page 85: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Apênd ice : Parte anexa ouacrescentada a uma obra; acréscimo,anexo, acrescentamento.

Contemporâneo: Que é domesmo tempo, que vive na mesmaépoca.

Cronologia: Ciência das divi-sões do tempo e da determinaçãoda ordem e sucessão dos aconteci-mentos.

Deportação: Ato ou efeito dedeportar; desterro, banimento, exílio.

Desolação: Devastação, ruína,destruição.

Expl íc i ta : Expressa formal-mente; clara.

Exprimir: Dar a entender, aconhecer; revelar, manifestar.

Forjar: Fabricar, fazer; inven-tar, maquinar, planear.

Fúnebre: Relativo à morte, aosmortos ou a coisas que com elesse relacionem; mortuário.

Intercalado: Entremeado, in-terposto.

Patriótica: Que revela amor àpátria; relativo a, ou próprio de pa-triota.

Predição: Ato ou efeito depredizer; prenúncio; profecia; va-ticínio.

U n d é c i m o : Corresponde aonze.

: í '- 1 - l ; j ! (

Bíblia de Estudo Pentecostal,CPAD.l/ História de Israel no AntigoTestamento, Eugene H. Merrill,CPAD.l/ Isaías, o Profeta Messiânico,Stanley M. Horton, CPAD.^ Merecem Confiança as Profeci-as?, Claudionor C. de Andrade,CPAD.

QUESTIONÁRIO

L Que parte do livro de Isaías está escrita na entrada da ONU?

R. Isaías 2.4.2. Quem é conhecido como Profeta das Lágrimas?

R. O profeta Jeremias.3. O que é o Livro das Lamentações e o que ele exprime?

R. O cântico fúnebre de Jerusalém, que exprime o sentimento dedor pela desolação da cidade e destruição do Templo.

4. Que parte de Ezequiel se cumpre atualmente?

R. A restauração nacional dos judeus.5. Quais as duas partes principais do livro de Daniel?

R. Histórica c apocalíptico-profélica.

Lições Bíblicas 83

Page 86: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

»• • ** BáNk< Lição 12

OS PROFETAS MENORES (i)22 de junho de 2OO3

TEXTO ÁUREO

"E temos, mui firme, a palavrados profetas, à qual bem fazeis

em estar atentos, como a uma luzque alumia em lugar escuro, até

que o dia esclareça, e a estrela daalva apareça em vosso coração"

(2 Pé 1.19).

A Goleção dos livros dos Profe-tas Menores já era conhecida, nes-

sa forma, desde o Período Interbí-blico.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 306, 227 e 288.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 PEDRO 1.19-21, AMOS 7.10-152 Pedro l19 - E temos, mui firme, a pala-vra dos profetas, à qual bemfazeis em estar atentos, como auma luz que alumia em lugarescuro, até que o dia esclareça, e

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 9.25,26O profeta Oséias mencionadono Novo Testamento

Terça - At 2.16-21O profeta Joel mencionado noNovo Testamento

Quarta - At 15.15,16O livro do profeta Amosmencionado no Novo Testamento

Quinta - Mt 12.39-41O Senhor Jesus mencionou oprofeta Jonas

Sexta - Mt 2.5,6; Mq 5.2O profeta Miquéias anunciou olocal do nascimento de Jesus

Sábado - Rm 1.17; He 2.4Habacuque, o profeta dajustificação pela fé

84 Lições Bíblicas

Page 87: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

a estrela da alva apareça em vos-so coração,20 - sabendo primeiramente isto:que nenhuma profecia da Escrituraé de particular interpretação;21 - porque a profecia nunca foiproduzida por vontade de homemalgum, mas os homens santos deDeus falaram inspirados pelo Espí-rito Santo.

Amos 710 - Então, Amazias, o sacerdote deBetei, mandou dizer a Jeroboão, reide Israel: Amos tem conspiradocontra ti, no meio da casa de Israel;a terra não poderá sofrer todas assuas palavras.11 - Porque assim diz Amos: Jero-boão morrerá à espada, e Israelcertamente será levado para forada sua terra em cativeiro.12 - Depois, Amazias disse a Amos:Vai-te, ó vidente, foge para a terrade Judá, e ali come o pão, e aliprofetiza;13 • mas, em Betei, daqui por dian-te, não profetizarás mais, porque éo santuário do rei e a casa do reino.14 - E respondeu Amos e disse aAmazias: Eu não era profeta, nemfdho de profeta, mas boieiro ecultivador de sicômoros.15 - Mas o SENHOR me tirou deapós o gado e o SENHOR me disse:Vai e profetiza ao meu povo Israel.

ONTO DE CONTATONesta lição, a figura de estilo

destacada é a concatenação. Ela

consiste em iniciar-se cada um dosmembros da frase com a última pa-lavra do membro anterior. Ex.: "Oque ficou da lagarta, o comeu o ga-fanhoto, e o que ficou do gafanho-to, o comeu a locusta, e o que fi-cou da locusta, o comeu o'pulgão"(Jl 1.4).

Dê continuidade à sua aula,pedindo aos alunos que citem ou-tros exemplos de concatenação.

Após esta aula seu aluno deve-rá estar apto a:

Citar os Profetas Menores naordem em que aparecem na Bíblia.

Distinguir os profetas de Is-rael e de Judá.

Descrever os temas de cadalivro estudado nesta lição.

SÍNTESE TEXTUAL

Os profetas menores abrangemum período que vai de 800 a 435a.C. Jonas viveu na época deJeroboão II quando os assíriosatormentavam o Reino de Israel.Foi incumbido de missão conside-rada por ele penosa: Pregar aosassírios em Nínive, para que se ar-rependessem de seus pecados,quando estes eram antagonistasde seu povo submetendo-o à es-cravidão.

Joel é o profeta pentecostalpor ter predito o derramamentodo Espírito Santo. Os dois estãoentre os primeiros profetas literá-rios na composição dos ProfetasMenores.

Lições Bíblicas 85

Page 88: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Oséias, Amos e Miquéias foramcontemporâneos. Irmanados aIsaías formam o quarteto áureo daprofecia hebraica (790 e 695).

Com apenas um capítulo,Obadias profetiza a condenação deEdom porque col igara-se aoscaldeus durante o cerco de Jeru-salém. Naum é um poema que an-tecipa o fim do cativeiro assíriocerca de 150 anos depois de Jonas.Habacuque é o registro de sua pró-pria experiência com Deus en-quanto Sofonias prega contra ainjustiça, idolatria e hipocrisia e oconsequente juízo de Deus. Embo-ra não seja citado diretamente noNovo Testamento, percebe-se men-ção dele devido à sua linguagem.Ex.: "dia da ira" etc.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICAEstimule seus alunos a fazer ano-

tações durante as aulas. Grande par-te do conteúdo ministrado em clas-se é esquecido pouco tempo depois.O único modo de assegurar aos alu-nos um melhor aproveitamento écriar neles o hábito de fazer anota-ções durante as aulas.

O professor deve, sempre,alertar o que de fundamental es-teja sendo tratado e que vale apena anotar. (Manual do Professorde Escola Dominical, CPAD)

INTRODUÇÃO

Os Profetas Menores, rio nossoAntigo Testamento, estão na mes-

ma sequência do cânon judaico:Oséias, Joel, Amos, Obadias, Jonas,Miquéias, Naum, Habacuque, Sofo-nias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Oslivros desses profetas receberam onome de seus respectivos autores,cujos ministérios abrangem o tem-po que vai de 800 a 435 a.C.

I. OS PRIMEIROS PROFETASLITERÁRIOS

1. Jonas . No hebraico éYonah, que significa "pombo". Erafilho do profeta Amitai, do Reinodo Norte, e habitava em Gate Hefer(2 Rs 14.25); segundo Jerônimo,uma aldeia nos arredores deNazaré. Jonas viveu na época deJeroboão II, entre 791-753 a.C.,quando os assírios atormentavamo Reino de Israel.

O livro é um testemunho dasoberania divina. Jeová não é ape-nas um Deus nacional, mas Senhorde toda a Terra, que faz justiça eusa de misericórdia para com to-dos os homens.

Com exceção do segundo capí-tulo, o livro é uma narrativa damissão do próprio Jonas, enviadoa Nínive, capital da Assíria, a fimde que o povo daquela cidade searrependesse de seus pecados.

O Senhor Jesus mencionou o"grande peixe" e a missão de Jonasem Mateus 12.39-41.

2. Joel. No hebraico é Yoel esignifica "Jeová é Deus", nomebastante comum no Antigo Testa-mento (l Sm 8.2; l Cr 11.38;15.7). É o profeta pentecostiil, porter profetizado o derramamento

86 Lições Bíblicas

Page 89: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

"Dia doSenhor"

Diz respeitotanto ao

julgamentodivino sobre

Israel e outrasnações da épocaquanto ao Juízo

Final que incluiráa tribulação dos

sete anos e avolta de Cristo

para reinar sobrea Terra.

do Espírito San-to para estes úl-timos dias; en-tretanto é tam-bém reconheci-do como o pro-feta do "Dia doSENHOR".

Joel e Jonasestão entre osprimeiros profe-tas literários naordem cronológi-ca dos ProfetasMenores. O pri-

meiro capítulo anuncia uma grandedevastação causada pela praga degafanhotos, que muitos interpretamcomo a invasão dos caldeus. O se-gundo encerra-se com a promessa daefusão do Espírito Santo, cujo cum-primento iniciou-se no Pentecostese continua até nossos dias.

E o terceiro capítulo é escato-lógico; fala do julgamento das na-ções no vale de Josafá, parte ori-ental de Jerusalém.

II. OS PROFETASCONTEMPORÂNEOS

1. Oséias. Oséias, Amos eMiquéias viveram na mesma épo-ca. Com o profeta Isaías, eles for-mam o quarteto do período áureoda profecia hebraica (790 e 695a.C).

Oséias e Amos profetizaram noReino do Norte, enquanto Mi-quéias, em Judá.

a) Vida pessoal de Oséias. Tudoo que se sabe da vida pessoal doprofeta Oséias é proveniente de

seu próprio livro. Seu nome emhebraico é Oshea, e significa"Jeová é salvação". Profetizou noReino do Norte no período de suamaior anarquia nacional; época emque o povo vivia em apostasia ge-neralizada.

b) Conteúdo do livro. Oséiasencabeça a lista dos Profetas Me-nores. Contém 14 capítulos e estádividido em duas partes: a primei-ra, relata a história do próprio pro-feta e o estado espiritual de seupovo naqueles dias (1-3). É o su-mário do livro. A segunda parterefere-se ao mesmo assunto, po-rém, de maneira mais ampla e de-talhada.

Oséias é o livro do amor deJeová. Sua mensagem aborda oalerta divino contra o pecado, ad-vertências sobre o juízo divino, oamor eterno de Jeová e a profeciasobre a restauração de Israel, nofim dos tempos.

O profeta é citado nominal-mente no Novo Testamento (Rm9.25,26), e seu livro mencionado,em outras partes, como a profeciamessiânica (11.1; Mt 2.15).

2. Amos. No hebraico é Amos,e significa "fardo pesado, carga". Estenome não aparece em outra partedo Antigo Testamento. Apesar deDeus tê-lo chamado do meio do re-banho em Tecoa para o ministériodos profetas, o próprio Amos seapresentou apenas como "boieiro ecultivador de sicômoros" (7.10-14).

Em virtude de sua mensagem,foi perseguido por Amazias, sacer-dote apóstata de Betei. Mesmo sen-

Lições Bíblicas 87

Page 90: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

do de Judá, exerceu seu ministé-rio no Reino do Norte.

O livro de Amos consiste numasérie de ameaças contra as naçõesvizinhas; é o livro da justiça deJeová. Termina com a promessa doretorno de Judá à sua terra paranunca mais ser desarraigado(9.14,15).

O livro foi citado por Estêvão(At 7.42,43) e por Tiago, no Con-cílio de Jerusalém (At 15.16-18).

3. Miquéias. No hebraico éMikhah, e significa "quem é seme-lhante a Jeová?". Ele era de More-sete-Gate (1.14). O livro está divi-do em três seções que começamcom a palavra "Ouvi" (1.2; 3.1; 6.1).Cada parte inicia-se com repreen-são aos transgressores por causa deseus pecados, e anuncia o juízo. Porfim, vem as promessas de bênçãocom a vinda do Messias. Miquéiasé citado por Jeremias (26.18,19) epelo Senhor Jesus (Mt 10.35,36). Olivro contém profecias similares ade Isaías; alguns trechos são idên-

ticos (4.1-3; Is2.2-4).

Fim dos Em Miquéias

tempos encontramos aUltima etapa do ,, . , . ,. ,. . . profecia da cida-plano divino cujo , , ,

início deu-se com de natal ^ do Mês-os sinais preditos sias (5.2; Mt Al-em Mt 24.0 auge 6).

dar se á com o „, OMDIflS £

NAUMarrebatamento daIgreja, a partir do

que todo oprograma

escatológico háde se desenrolar.

1. Obadias."No hebraico éObadiah, e signi-f ica "servo de

Jeová". Nome comum no AntigoTestamento (l Rs 18.3; 2 Cr 34.12;Ed 8.9). É o menor livro dos Profe-tas Menores, de apenas um capí-tulo.

O conteúdo do livro de Oba-dias é uma mensagem proféticaacerca da condenação de Edom,em razão desta nação ter ajudadoos caldeus durante o cerco de Je-rusalém e se alegrado com a que-da e desterro desta.

2. N a u m . No hebraico éNahum, e significa "consolação".Este nome não aparece em outraparte da Bíblia. EradeElcose (1.1),lugar ainda desconhecido. Naumprofetizou em Judá, pois nos seusdias o Reino do Norte estava nocativeiro, e é reconhecido como omais veemente dos profetas.

O conteúdo do livro é um sim-ples poema, porém, de elevadaordem. O tema da profecia é o fimdo império assírio, cerca de 150anos depois de Jonas. Há uma re-ferência ao livro de Naum noNovo Testamento (1.15; Rm10.15). Outra passagem similarem Isaías (52.7). É possível que oapóstolo tivesse em mente as duaspassagens.

IV. HABACUQUE E SOFON1AS1. Habacuque. Seu nome em

hebraico é Habaquq, de significa-do incerto; mas pode significar"abraço ardente", pois o verbohebraico habaq quer dizer "abra-çar", ideia defendida porMartinhoLutero. Outros acham que o nomeé proveniente de uma planta co-

Lições Bíblicas

Page 91: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

mum nos jardins assírios chama-da hambaququ, todavia essa pos-sibilidade é remota. Nada sabemosde sua vida pessoal.

a) Conteúdo. O livro de Ha-bacuque apresenta uma caracterís-tica atípica em relação aos outroslivros, pois os outros profetas fala-vam em nome de Deus, enquantoHabacuque interroga ao Todo-Po-deroso; é o registro de sua própriaexperiência com Deus. "Por queolhas, pois, para os que procedemaleivosamente e te calas quando oímpio devora aquele que é maisjusto do que ele?" (1.13). Eis a res-posta do Senhor a essa e a outrasperguntas: "... o justo, pela sua fé,viverá" (2.4). O primeiro capítulonarra a invasão dos caldeus; o se-gundo prediz o juízo divino contraos invasores e o terceiro, a destrui-ção das potências inimigas e a vin-da do Senhor Jesus.

b) No Novo Testamento. A men-sagem principal é a profunda de-claração "o justo, pela sua fé, vi-verá", citada três vezes no NovoTestamento (Rm 1.17;G1 3.11; Hb10.38). O apóstolo Paulo citouHabacuque quando pregou na si-nagoga de Antioquia da Pisídia(1.5; At 13.14,40,41).

2. Sofonias . Seu nome emhebraico é Tsephan-Yah, que sig-nifica "Jeová esconde". Tudo quese sabe da vida pessoal desseprofeta é que era filho de Cusi,tataraneto do rei Ezequias, e queseu ministério transcorreu nosdias de Josias, rei de Judá (1.1).O primeiro capítulo do seu livroanuncia juízos iminentes sobre

Judá em conse- Martinhoquência de sua Luteroinjustiça, hipocri- Monge agostinianosia e idolatria; o alemão que,segundo, os casti-gos divinos sobrediversas naçõese, no terceiro, háuma censura à ci-dade de Jerusa-

fundamentado nasSagradas

Escrituras, passoua discordar dosabusos e falsas

interpretações doCatolicismo. Suas

lém. Não há cita- 95 Teses afixadascão direta de Só- em Wittembergfonias no Novo marcaram o inícioTestamento, no da Reformaentanto, temos o Protestante (séc.seu tipo de lin- *"*•guagem e de suasexpressões proféticas como o "diada ira" (1.15,18; Rm 2.5; Ap 6.17)e também o derramamento da"indignação" d iv ina (3.8; Ap16.1).

CONCLUSÃOOs Doze Profetas são conside-

rados como um só livro desde oPeríodo Interbíblico. Isso significaque todos os livros desses Profe-tas Menores são inspirados e reco-nhecidos no Novo Testamento, ain-da que alguns deles não sejam ci-tados de maneira direta, comoObadias e Sofonias. Ageu, Zacari-as e Malaquias serão analisados napróxima e última lição.

Subsídio TeológicoMoisés, além de primeiro pro-

feta nac iona l ( N m 11.29; Dt18.18), tornou-se modelo para os

Lições Bíblicas 89

Page 92: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

profetas. Apesar de Samuel ser apersonagem que deu novo im-pulso à ordem dos profetas numaépoca de crise nacional, criandoescolas de profetas (l Sm19.18,20; 2 Rs 2.3,5; 4.38; 6.1),foram Moisés e Aarão que per-petuaram o ofício profético emIsrael (Dt 18.9,15). Esses profe-tas apresentavam Deus ao povoe lutavam contra a idolatria e ze-lavam pela pureza religiosa, pelajustiça sociq] e pela fidelidade aDeus." (Oséias, a Restauraçãodos F i lhos de Deus, CPAD,págs.189 e 190)

c Leia maisRevista Ensinador Cristão

\, n° 14, pág. 42

A b o r d a r : Tratar de, versar(tema, assunto).

Aleivosamente: Referente afingimento de amizade; dolo, frau-de, traição.

Desar ra igar : Arrancar pelaraiz.

Desterro: Expulsão da pátria.Efusão: Ato de efundir; der-

ramamento.S i c ô m o r o : espécie de f i -

gueira.Similar: Semelhante.

BIBLIOGRAFIA SUGEBIDA

*/ Bíblia de Estudo Pentecostal,CPAD.

k/História de Israel no AntigoTestamento, Eugene H. Merrill,CPAD.l/Merecem Confiança as Profeci-

as?, Claudionor C. de Andrade,CPAD.l/ Oséias, a Restauração dos Filhos

de Deus, Esequias Soares, CPAD.

1. O que testemunha o livro dejonas quanto à soberania de Deus?

R. Que Deus é o Senhor e Soberano de toda a Terra, faz justiça eusa de misericórdia para com todos os homens.

2. Quem é conhecido como o profeta do amor de Jeová?

R. O profeta Oséias.

3. Como é conhecido o livro do profeta Amos?

R. O livro da justiça de Jeová.4. Que profeta anunciou a cidade natal do Messias?

R. Miquéias.JK

5. Qual o profeta da justificação pela fé?

R. Hitbacuque.

90 Lições Bíblicas

Page 93: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Lição 13OS PROFETAS MENORES (II)

29 de junho de 2OO3

o TEXTO ÁUREO

"E Ageu, profeta, e Zacarias, filhode Ido, profeta, profetizaram aosjudeus que estavam em Judá e

em Jerusalém; em nome do Deusde Israel lhes profetizaram"

(Ed5.1).

* i1 1 , f 1 1 JOs últimos profetas do Antigo

Testamento foram os do PeríodoPós-Exílio de Judá; depois deles

Segunda - Ed 3.16O lançamento da pedrafundamental da Casa de Deus

Terça - Ed 4.23,24A construção da Casa de Deus éembargada

Quarta - Ed 6.12,13O rei da Pérsia suspende oembargo da construção

seguiu-se o "silêncio profético", ouPeríodo Interbíblico.

HINOS SUGERIDOSHarpa Cristã 288, 450 e 162.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

ESORAS 5.1-11l - E Ageu, profeta, e Zacarias, filhode Ido, profeta, profetizaram aosjudeus que estavam em Judá e emJerusalém; em nome do Deus deIsrael lhes profetizaram.

Quinta - Ed 6.16A Casa de Deus éinaugurada

Sexta - Ag 2.9A glória da última Casa

Sábado - Ml 2.8O declínio espiritual deIsrael nos dias do profetaMalaquias

Lições Bíblicas

Page 94: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

2 - Então, se levantaram Zorobabel,filho de Sealtiel, e Jesua, filho deJozadaque, e começaram a edificara Casa de Deus, que está em Jerusa-lém; e com eles os profetas de Deus,que os ajudavam.3 • Naquele tempo, veio a elesTatenai, governador daquém do rio,e Setar-Bozenai, e os seus compa-nheiros e disseram-lhes assim: Quemvos deu ordem para edificardes estacasa e restaurardes este muro?4 - Então, assim lhes dissemos: Equais são os nomes dos homensque construíram este edifício?5 - Porém os olhos de Deus estavamsobre os anciãos dos judeus, e nãoos impediram, até que o negócioveio a Dario, e, então, responde-ram por carta sobre isso.6 - Cópia da carta que Tatenai, ogovernador daquém do rio, comSetar-Bozenai e os seus companhei-ros, os afarsaquitas, que estavamdaquém do rio, enviaram ao reiDario.7 - Enviaram-lhe uma relação; eassim estava escrito nela: Toda apaz ao rei Dario.8 - Seja notório ao rei que nósfomos à província de Judá, à casado grande Deus, que se edifica comgrandes pedras, e já a madeira seestá pondo sobre as paredes; e essaobra apressuradamente se faz e seadianta em suas mãos.9 • Então, perguntamos aos anciãose assim lhes dissemos: Quem vosdeu ordem para edificardes estacasa e restaurardes este muro?

10 - Demais disto, lhes perguntamostambém pelos seus nomes, para tosdeclararmos, para que te pudésse-mos escrever os nomes dos homensque são entre eles os chefes.11 - E esta resposta nos deram,dizendo: Nós somos servos do Deusdos céus e da terra e reedificamos acasa que foi edificada muitos anosantes; porque um grande rei deIsrael a edificou e a aperfeiçoou.

PONTO DE CONTATAntítese é a figura pela qual

se salienta a oposição entre duaspalavras ou ideias. Ex.: Semeaismuito e recolheis pouco; comeis,mas não vos fa r ta i s ; bebeis,mas..."(Ag 1.6).

Ainda focalizando figuras deestilo ajude sua turma a encontraroutros exemplos. Aproveite a con-clusão da revista para fazer umarevisão de todas as figuras estuda-das neste trimestre.

OBIETIVOS oApós esta aula seu aluno aeve-

rá estar apto a:Determinar em que época vi-

veram os profetas estudados nes-ta lição.

Identificar as quatro mensa-gens do livro de Ageu.

Mencionar a referência que citaZorobabel no Novo Testamento.

SÍNTESE TEXTOALAgeu e Zacarias empenharam-

se junto a Zorobabel na rcconstru-

92 Lições Bíblicas

Page 95: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

cão do Templo. Impelidos pelo Es-pírito do Senhor despertaram nopovo, que estava acomodado, ointeresse pela obra.

Zacarias é uma coletânea de oitovisões que finalizam com a coroaçãodo sacerdote Josué prefigurando oMessias. Exorta à obediência os cati-vos em Babilónia e prevê o cerco deJerusalém pelas grandes potênciasmundiais. Fala do grande livramen-to mediante o reconhecimento doSenhor Jesus como o Messias.

Malaquias profetizou quando oTemplo já estava reconstruído, po-rém, a indiferença e a decadênciaespiritual eram grandes. Reaviva aesperança messiânica com a pro-messa do "Sol da Justiça". Prevê,também, a aparição de João Batis-ta, o precursor do Messias.

ORIENTAÇÃO DIDATICA

Os alunos costumam assimilarmelhor a matéria à medida que con-seguem associar os conteúdos didá-ticos recebidos a algo factível, pos-sível. É necessário que percebamclaramente a relação da históriacom a realidade, com o tempo e oespaço real. Portanto, ao introduzira lição procure situá-la geográfica ehistoricamente. Mencione os fatosmarcantes, decisivos, e suas impli-cações com a vida e o ministério decada profeta mencionado.

INTRODUÇÃOA participação de Ageu e Za-

carias foi marcante na construção

da Casa de Deus. Essa históriaestá registrada em Esdras e Nee-mias. O declínio espiritual dosjudeus, descrito no final do livrode Neemias, parece coincidir comos dias difíceis de frieza espiri-tual e de indiferentismo religio-so denunciados por Malaquias noseu livro.

I. O LIVRO DO PROFETA AGEU1. Ageu. Foi contemporâneo

do líder Zorobabel e do profeta Za-carias. Seu nome hebraico é Haggãie significa "festivo". Juntamentecom Zacarias, o Espírito Santo le-vantou Ageu para despertarem nopovo o interesse pela construçãodo Templo de Jerusalém (Ed5.1,2).

2. Conteúdo. O livro de Ageuconsiste apenas de quatro curtasmensagens;

a) A primeira mensagem (1.1).Foi um apelo à consciência dopovo por causa do seu comodismoe falta de interesse pela constru-ção da Casa de Deus. Infelizmen-te, ainda hoje existe este tipo degente que não se dói pela Casa deDeus quando ela é profanada, ul-trajada, abandonada e confundi-da com um lugar comum.

b) A segunda mensagem (2.1). Odiscurso sobre a bênção da segundaCasa. Deus confirmou sua palavra eo novo rei da Pérsia desembargou aconstrução. O Templo foi inaugura-do em 516 a.C., "no sexto ano doreinado do rei Dario" (Ed 6.15).

c) A terceira e a quarta mensagens(1.2). A terceira, veio "ao vi-

Liçòes Bíblicas 93

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gésimo-quarto dia do mês nono"(2.10), janeiro de 519 a.C., verbe-rando contra o indiferentismo dopovo. A quarta veio no mesmo dia(2.20); profecia dirigida a Zoroba-bel, príncipe de Judá, herdeiro le-gítimo do trono de Davi.

3. No Novo Testamento. Zo-robabel é mencionado na genealogiade Jesus (Mt 1.12,13; Lc 3.27) e háunia citação direta de Ageu no NovoTestamento (2.6; Hb 12.26,27).

II, O LIVRO DO PROFETAZACARIAS

1. Zacarias. Seu nome he-braico vem de Zachar-Yah, que sig-nifica "Jeová se lembrou". Profeti-zou junto com Ageu nos dias deZorobabel.

2. Conteúdo. Seu livro se di-vide em duas partes principais.

a) A primeira. Até o capítulo6. É uma coletânea de oito visõesque terminam com o sacerdoteJosué coroado, figura do Messias,o único rei e sacerdote da histó-ria, depois de Melquisedeque(6.11-14).

b) A segunda. Consiste numaexortação à obediência aos queestão ainda na Babilónia, e pro-messas futuras para os judeus(7,8). São mensagens proféticassobre os últimos dias de Israel eJerusalém. Falam do cerco de Je-rusalém pelas grandes potênciasmundiais e o grande livramentodos judeus, no dia em que aceita-rão e aclamarão o Senhor Jesuscomo o seu Messias (12.10; 12.2,3;14.2,3).

3. No Novo Testamento. Aentrada triunfal de Jesus em Jeru-salém (Mt 21.5) é o cumprimentode Zacarias 9.9, e que o Messiasseria traspassado por uma espada(12.10; Jo 19.37; Ap 1.7). Da mes-ma forma a profecia do Pastor fe-rido (13.7; Mt 26.31).

III. O LIVRO DO PROFETAMALAQUIAS

1. Malaquias. Seu nome he-braico é Mala 'kh-Yali, que significa"anjo", ou "mensageiro de Jeová". ASeptuaginta traduziu o termo hebrai-co acima por angelou autou, que sig-nifica "seu anjo", ou "mensageiro".

2. Seu ministério. Parece queo ministério de Malaquias coincidecom o período em que Neemias ha-via retornado à Babilónia, "no anotrinta e dois de Artaxerxes" (Ne13.6,7), uma referência a ArtaxerxesI, da Pérsia, que reinou entre 464 e423. A mensagem de Malaquias tevelugar numa época em que o Tem-plo já estava construído. O proble-ma não era mais a falta do Templopara adorar a Deus, mas a decadên-cia espiritual e o indiferentismo re-ligioso do povo.

3. Conteúdo. A infidelidadedos sacerdotes (l. 12,13) e as adver-tências do profeta continuam nocapítulo 2, até o versículo 9. A re-provação divina também inclui oscasamentos mistos e a proliferaçãodo divórcio. É parte da frieza espi-ritual o desprezo pelos dízimos eofertas (3.7-11). O capítulo 4reaviva a esperança messiânica coma promessa do "Sol da Justiça" (4.2).

94 Lições Bíblicas

Page 97: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

4. No Novo Testamento. Oprofeta Malaquias anunciou a vin-da de Elias, a quem o Novo Testa-mento identifica na pessoa de JoãoBatista, o precursor do Messias(3.1; 4.5,6; Mc 1.2; Mt 11.10,14;17.11). Não há qualquer contradi-ção quanto a Elias e João Batista.Eles tinham muitas similitudes emseus ministérios. Em Lucas 1.17,"no espírito e virtude de Elias" tão-somente significa que João Batistatinha um carater como o de Elias:enérgico, positivo, impetuoso, ze-loso e espiritual.

CONCLUSÃO

O Antigo Testamento anunciabênçãos para toda a humanidade.Através de Jesus, cada crente podehoje oferecer a Deus adoraçãopura e sincera: "Mas, desde o nas-cente do sol até ao poente, serágrande entre as nações o meunome; e, em todo lugar, se ofere-cerá ao meu nome incenso e umaoblação pura; porque o meu nomeserá grande entre as nações, diz oSENHOR dos Exércitos" (MU. 11). Éum convite para todos os povosadorarem a Deus em espírito e emverdade (Jo 4.23).

Subsidio Teológico"A última fonte de informação

histórica do Antigo Testamentopresenciada por alguém que viveuaquela época é o profeta Malaqui-as... Em Malaquias não há qualquerregistro que indique a presença de

Neemias e Esdras. O maior pesosobre o profeta é a violação da ali-ança da lei. Deus sempre amou seupovo, dizia Malaquias, mas estenunca havia assimilado a profun-didade deste amor, e na verdaderctribuía-o com desonra e desobe-diência (Ml 1.6-14). Tudo istopode ser visto na própria indife-rença do povo para com as ofer-tas, pois enquanto se empenhavamem importar o melhor para suaspróprias casas, os sacrifícios eramda pior espécie, com animais ce-gos e doentes. Os próprios sacer-dotes se voltavam contra Deus, vi-olando abertamente o compromis-so de levitas (Ml 2.8). Além disso,muitos judeus tinham se divorcia-do de suas mulheres, sinalizandoassim seu descaso para com osensinamentos das escrituras (MI2.10). Como resultado, o Senhorenviaria seu mensageiro messiâni-co para purgar o mal enraizado nocoração do povo e purificar um re-manescente que andaria diante dapresença do Senhor em verdade.Naquele dia, diz Malaquias, se le-vantará o 'sol da justiça, trazendosalvação nas suas asas' (4.2) e oSenhor 'converterá o coração dospais aos filhos, e o coração dos fi-lhos a seus pais' (4.6). E será as-sim que o eterno propósito deDeus chegará à sua consumação,quando enfim a história alcança-rá seu clímax através do maravi-lhoso ato de amor e sacrifício de seuPilho Unigénito." (História de Is-rael no Antigo Testamento,CPAD, págs. 548 e 549)

Lições Bíblicas 95

Page 98: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Leia maisRevista Ensinador Cristão

* CPAD, n° 14, pág. 42

Aclamar: Aplaudir ou aprovarentusiasticamente por meio debrados ou aplausos; reconhecer so-lenemente, proclamar (chefe de Es-tado).

Coincidir: Ser idêntico, igual;igualar-se, cquiparar-se.

Comodismo: Atitude que levaa atender, acima de tudo, à pró-pria comodidade.

Contradição: Incoerência en-tre afirmação ou afirmações atu-ais e anteriores, entre palavras eacões; desacordo.

E m b a r g a d a : Sob embargo,impedida; paralisada.

índ i fe ren t i smo: Estado deespírito caracterizado pelo desin-teresse ou desprendimento quan-to à religião, à política, ou aquaisquer acontecimentos ou as-suntos.

Oblação: Dedicação de algu-ma coisa inanimada a Deus: vinho,azeite, flor de farinha etc.

Simili tude: Semelhança.Verberar: Reprovar, censurar

energicamente.

: 1 í- 1 í- >

l/ Bíblia de Estudo Pentecostal,CPAD.t/ História de Israel no AntigoTestamento, Eugene H. Merrill,CPAD.

QUESTIONÁRIO

1. Quais profetas foram marcantes na construção da Casa de Deus?

R. Age u e Zacarias.

2. Com que objetivo Deus levantou o profeta Ageu?

R. Despertar no povo o interesse pela construção do Templo deJerusalém.

3. Quem profetizou que o Messias en traria em Jerusalém montadonum jumento?

R. Zacarias,

4. Que expressão usou Malaquias pára identificar o Messias?

R. O Sol da Justiça.

5. Que convite faz Malaquias 1.11?

/;. O L/c1 todos os povos adorem a Deus em espírito e em verdade.

96 Lições Bíblicas

Page 99: VISÃO PANORÂMICA DO ANTIGO TESTAMENTO

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