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Apresentação:Guilherme Sales, Paulo Sergio Zerbini, Rodrigo Borduni Coordenação: Paulo Roberto Margotto www.paulomargotto.com.br Brasília, 10 de outubro de 2014 J Pediatr 2014 (publicação online) Temperatura cerebral em neonatos com encefalopatia hipóxico- isquêmica durante a hipotermia terapêutica

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Page 1: Apresentação:Guilherme Sales, Paulo Sergio Zerbini, Rodrigo Borduni Coordenação: Paulo Roberto Margotto  Brasília, 10 de outubro

Apresentação:Guilherme Sales, Paulo Sergio Zerbini, Rodrigo BorduniCoordenação: Paulo Roberto Margotto

www.paulomargotto.com.br Brasília, 10 de outubro de 2014

J Pediatr 2014 (publicação online)

Temperatura cerebral em neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica durante a

hipotermia terapêutica

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Ddos Paulo Sérgio, Guilherme Sales, Cássio, Rodrigo e Paulo Vitor

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Objetivo

Determinar a temperatura cerebral de modo não invasivo em recém-

nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica durante e após hipotermia

terapêutica.

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Introdução• Encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) afeta 1-6 em

1000 nascidos vivos a termo1,2.– Causa importante de morbidade e mortalidade de RN

apesar dos avanços do manejo obstétrico.– Consequências:

• Morte• Paralisia cerebral• Déficit intelectual• Atraso no desenvolvimento• Convulsões de difícil controle

– Mais de 60% dos pacientes com dano grave morrem e quase 100% dos sobreviventes apresentam danos neurológicos permanentes2-4.

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Introdução

• Modelos animais com EHI:– Pequenos aumentos na temperatura cerebral estão

associados com aumento de severidade da lesão cerebral clínica e histopatológica5,6.

– Prevenção da hipertermia ou redução da temperatura cerebral reduzem o dano neuronal7,8.

– Processo semelhante ocorre em humanos com lesões cerebrais (trauma, Acidente vascular cerebral, EHI) 9-12

• Há relação diretamente proporcional entre o aumento da temperatura e a área cerebral lesada, determinando um prognóstico mais feservado12-15.

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Introdução• Hipotermia terapêutica tornou-se o padrão na

assistência aos recém-nascidos (RN) com EHI, pois reduz o prejuízo funcional e a mortalidade16-19.

• Devido ao caráter invasivo da mensuração direta da temperatura, utiliza-se como parâmetro temperatura esofágica e retal.

No entanto, temperatura cerebral frequentemente excede a temperatura sistêmica o que torna estas temperaturas pouco confiáveis para a medida da

temperatura cerebral20-21.

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Introdução• No presente estudo os autores avaliam a efetividade da

hipotermia terapêutica em RN com EHI.• Os autores especulam que os RN com severa EHI

apresentam maior temperatura cerebral em relação aos RN com EHI moderada.

• Para avaliação da validade do uso da temperatura retal como indicador da temperatura cerebral. Os autores compararam o gradiente de temperatura cerebral-retal nos RN com EHI moderada e nos RN com EHI severa, tanto durante como após a hipotermia terapêutica.

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Métodos• Seleção da pacientes:– Children’s Hospital Los Angeles– Abril 2012 – Agosto 2013– Prospectivo– Critérios de elegibilidade22:– IG ≥ 36 semanas– Peso ao nascimento >1800g– Admissão nas primeiras 6 horas de vida– Sinais de acidose severa

• Gasometria cordão: pH ≤ 7 ou BE < -16• Na ausência de gasometria ou pH entre 7,01-7,15 ou BE entre -10 e -16 + evento

perinatal + Apgar 10’ ≤ 5 ou ventilação assistida ≥ 10 minutos, deveria apresentar evento perinatal documentado (descolamento de placenta, prolapso de cordão, desacelerações cardíacas, variável ou tardia) como também Apgar ≤5 no 10º minuto ou necessidade de ventilação assistida por≥10 minutos

– Apresentar também:• Convulsão ou;• Alteração no EEG ou;• Sinais de encefalopatia baseado no exame neurológico realizado pelo

Neonatologista.

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Métodos• Critérios de exclusão:

– Anomalia congênita– Uso de óxido nítrico inalado– Ventilação de alta frequência– Oxigenação por membrana extracorpórea

• Dados demográficos foram coletados restrospectivamente• Estudo aprovado pelo Comitê de Ética Médica com consenso escrito• Hipotermia terapêutica do corpo inteiro foi obtida com uso de cobertor térmico

descartável mantendo a temperatura retal em 33,5ºC por 72 horas.• Para a medição da temperatura cerebral, usou-se a Espectroscopia por ressonância

magnética (RNM) durante a hipotermia terapêutica (não houve interrupção). • RNM

– 2 avaliações • 1º: primeiros 3 dias de vida durante a hipotermia• 2º: após reaquecimento

– Análise da temperatura retal utilizando sonda apropriada• Classificação do grau de EHI:

– De acordo com escala de Sarnat.

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Métodos• Análise dos dados:

– Temperatura cerebral: fórmula elaborada a partir da calibragem do equipamento.

– Ao fazer o cálculo, o indivíduo desconhecia a temperatura retal e o grau da EHI

– O t-test foi usado para comparar temperatura cerebral e diferença temperatura retal e cerebral nos grupos de pacientes com EHI grave e moderada durante e após a hipotermia terapêutica.

– Análise de variância: para avaliar a diferença entre temperatura cerebrais regionais durante e após a hipotermia terapêutica• Significativo p<0,05.

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Resultados• Registrados 22 pacientes:

– 4 não realizaram nenhuma RNM– 18 pelo menos uma RNM

• 14 completaram as 2 imagens (durante e após o tratamento)• 14 classificados como EHI moderada • 4 classificados como EHI severa (destes, 3 morreram)• Todos iniciaram terapia < 6horas de vida.

• Em todos, a temperatura cerebral e retal foram significativamente menores durante a terapia hipotérmica que as temperaturas pós-terapia:34.0± 1.4oC versus 37.2 ± 1.6oC –P<0,01 e 33,1 ±0,3oC versus 36,1 ± 0,5oC, respectivamenteEm72 das 90 mensurações demonstraram que a temperatura

cerebral ser maior que a retal e a diferença das temperaturas (cerebral-retal) foi, em média, de 0,86 com amplitude ± 1,1ºC.

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Resultados• No caso de EHI severa a temperatura cerebral foi significativamente

maior durante e após a terapia em relação ao grupo com EHI moderada tanto durante a hipotermia (35,1 ±1,3oC versus 33,7 ±1,2oC-P<0,01) como após (38,1 ±1,5oC versus 36,8 ±1,3oC-P<0,001), respectivamente.

• Sem diferenças significativas nas temperatura retal entre os dois grupos (EHI severa e grave).

• Gradiente de temperatura cerebral-retal foi significativo maior durante e após a terapia nos RN com EHI severas em relação aos RN com EHI moderada: 2,1 ±1,3oC versus 0,7 ±1,2oC- p<0,01) e 2,1 ± 1,3oC versus 0,7 ± 1,2oC-P<0,01), respectivamente.

• Houve diferença significativa nas temperaturas regionais entre a ganglia basal e o tálamo durante a hipotermia terapêutica (P<0,02), mas NÃO após a hipotermia terapêutica (P>0,5).

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Discussão• A hipotermia terapêutica diminui a demanda metabólica para glicose e

oxigênio e, assim, atenua a falha secundária de energia e neuroapoptose28,28.

• Dado que o principal órgão alvo da hipotermia terapêutica é o cérebro, a temperatura do cérebro deve ser suficientemente reduzida para atingir a neuroproteção.

• Devido à natureza invasiva do monitoramento direto da temperatura do cérebro, até o momento a maioria dos estudos avalia a temperatura do cérebro durante a hipotermia em animais.

• Assim, os dados da temperatura do cérebro durante a hipotermia terapêutica em humanos são limitados.

• Neste estudo, os autores usaram a espectroscopia pela ressonância magnética (MRS) para avaliar a temperatura do cérebro durante e após a hipotermia terapêutica e investigaram o gradiente de temperatura cérebro- retal em recém-nascidos humanos com EHI sob hipotermia terapêutica

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Discussão • Devido ao estrito controle da temperatura retal dos RN sob

hipotermia terapeutica, mesmo quando transportados ao local de exame23, os valores derivados da MRS representa a temperatura do cérebro dos RN recebendo hipotermia terapêutica na Unidade de Cuidados Intensivos.

• Durante a hipotermia terapêutica a temperatura do cérebro a se mostrou maior do que a da temperatura central: 34 ± 1,1°C vs 33,1 ± 0,3 °C

• Este achado está de acôrdo com o consenso geral de que a temperatura cerebral é 0,5 a 1,0 °C maior que a temperatura central30-32.

• A temperatura cerebral e o gradiente entre a temperatura cerebral-retal foi significativamente maior nos RN com EHI grave em relação aos RN com EHI moderada (Figura 2). Este achado é semelhante ao descrito nos pacientes com severa lesão traumática cerebral20,21 e sugere que a temperatura alvo usada no resfriamento terapêutica não seja efetiva na diminuição da temperatura cerebral nos RN com EHI grave.

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Discussão• Os autores especulam que em pacientes com EHI grave, maiores graus de

disfunção mitocondrial, a falha de energia secundária e a neuroapoptose iniciam uma cascata inflamatória mais generalizada,tornando o cérebro lesado mais resistentes à refrigeração.

• Além disso, estes resultados também indicam que a temperatura retal é uma estimativa menos confiável da temperatura do cérebro em recém-nascidos com EHI grave.

• O esôfago é o outro local comum de monitorização da temperatura central esofágica.

• A temperatura esofageana tem-se mostrado maior que temperatura temperatura retal (aumento mediano de 0,78oC: IQR:0,58-0,83oC) durante a hipotermia terapêutica33.

• Mais estudos são necessários para determinar se a monitorização da temperatura esofágica proporciona uma maior aproximação da temperatura do cérebro.

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Discussão• Ensaios clínicos publicados anteriormente relataram

menor efeito neuroprotetor da hipotermia terapêutica padrão em recém-nascidos com EHI grave em comparação com aqueles com EHI moderada.

• Os autores especulam que os presentes resultados de maiores temperatura cerebral e gradiente cerebral –retal nos pacientes com EHI grave durante a hipotermia terapêutica pode explicar estes achados, pelo menos em parte.

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Discussão• Outros fatores, incluindo a mais extensa lesão

neuronal, provavelmente pode contribuir com a diminuição da eficácia da hipotermia terapêutica em recém-nascidos com EHI severa.

• No entanto, é possível que neonatos com EHI grave podem se beneficiar de hipotermia mais profunda e / ou mais prolongada.

• No entanto são necessários estudos nesta linha, assim como o acompanhamento do desenvolvimento neurocomportamental nos RN com EHI grave.

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Discussão• Avaliação Regional temperatura do cérebro revelou uma

diferença significativa entre a temperatura da ganglia basal (BG) e tálamo (Thal) durante hipotermia terapêutica, havendo uma tendência para as temperaturas mais elevadas na substância cinzenta (GM), em comparação com a região central do cérebro ( BG-Thal).

• Este resutados diferem dos resultados em estudos em animais34 e está em concordância com estudos em adultos10.

• A tendência observada de uma temperatura mais baixa do na região central do cérebro (GM-Thal) no presente estudo pode refletir lesão mais extensa nesta região do cérebro

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Discussão Limitações do Estudo

• Pequeno número de pacientes envolvidos e somente 4 RN com EHI grave• Em segundo lugar, o cérebro é um órgão termogênico com produção de calor

reflexivo da atividade neuronal e metabolismo32 e ambas as convulsões e sedação podem afetar a temperatura do cérebro.

• Embora os dados de eletroencefalograma não foram obtidos durante a aquisição de temperatura do cérebro, nenhuma atividade convulsiva clínica foi observado durante o estudo (18 crianças apresentaram convulsões antes, recebendo terapia anticonvulsivante).

• O uso de sedação devido a tremores pela hipotermia e agitação devido a ventilação mecânica estiveram sob critérios do médico assistente.

• Em resumo, o impacto potencial da atividade de apreensão ou de seu tratamento e sedação nas temperaturas do cérebro não puderam ser analisados de forma independente nesta população de pacientes.

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Discussão• A termometria por espectroscopia ressonância magnética não fornece uma

monitorização contínua da temperatura cerebral, no entanto as medidas pontuais fornecem informações valiosas que talvez possam, em estudos futuros, ser utilizadas para o desenvolvimento de planos individualizados de hipotermia terapêutica em pacientes com EHI e especialmente os com EHI severa.

• No entanto, mais estudos e informação são necessários antes de se façam recomendações de modificações de tratamento individual.

• modificações do plano pode ser feito, no entanto. Nesse meio tempo, The Optimizaing (Deeper Longer,) Cooling Trial

(NCT01192776) pode lançar alguma luz sobre a eficácia de mais tempo e / ou mais profunda hipotermia terapêutica em recém-nascidos com EHI grave

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ABSTRACT

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“Uma nuvem não sabe por que se move em tal direção e em tal

velocidade; sente o impulso...é para este lugar que devo ir agora.

Mas o céu sabe os motivos e desenhos por trás de todas as

nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes.”

Richard Bach

Obrigado!

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Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto

Consultem também!Hipotermia terapêutica na Encefalopatia hipóxico-isquêmica (Protocolo)

Paulo R. Margotto

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Hipotermia sistêmica após encefalopatia neonatal: resultados do neo.nEuro.network RCT (Uso de opióide no recém-nascido em hipotermia terapêutica)Autor(es): Georg Simbruner, Rashmi A. Mittal, Friederike Rohlmann. Apresentação: Fábio Coelho Neto; Márcio Ramos; Thiago Rocha Moura; Márcia Pimentel de Castro; Paulo R. Margotto

USO DE ANALGÉSICO OPIÓIDE DURTANTE A HIPOTERMIA

*Thoresen et al mostraram falta de neuroproteção da hipotermia em leitões com severa encefalopatia hipóxico-isquêmica não sedados.

*Os opióides tem propriedades neuroprotetoras, como demonstrado aumento dos seus níveis em mamíferos em hibernação e pode ter efeito mais pronunciado durante a hipotermia por abolir o estresse10 e as respostas metabólica e hormonal a hipotermia.

*Os níveis de morfina são aumentados durante a hipotermia devido as características farmacocinéticas e diminuição da eliminação.

*Os efeitos e o papel da morfina necessitam de ser validados em adicionais ensaios da morfina

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Asfixia perinatalAutor(es): Carlos A. M. Zaconeta, Fabiano Cunha Gonçalves, Paulo R. Margotto

* Á luz das evidências mais atuais, o uso da hipotermia terapêutica para estes recém-nascidos, iniciando dentro das primeiras 6 horas de vida, melhora a sobrevida sem incapacidade motora, com menores taxas de paralisia cerebral e maiores índices de desenvolvimento mental e psicomotor. a Academia Americana de Pediatria recomenda que RN > 36 semanas de gestação com encefalopatia hipóxico-isquêmica de leve a moderada receba hipotermia terapêutica. A hipotermia terapêutica deve ser administrada por profissionais capacitados, mediante protocolos claramente definidos similares aos utilizados nos ensaios clínicos publicados (iniciar nas primeiras 6 horas de vida, por 72 horas com reaquecimento em 4 horas) e nas Instituições com recursos para tratamento multidisciplinar e acompanhamento longitudinal. A hipotermia apresenta complicações como hipotensão arterial, bradicardia severa, obstrução da cânula traqueal por secreções secas e trombocitopenia Vários ensaios multicêntricos controlados sobre hipotermia induzida (33,5°C a 34,5°C) em recém-nascidos, com idade gestacional ≥ 36 semanas, apresentando encefalopatia hipóxico-isquêmica de leve a moderada, demonstraram que os RN resfriados tiveram mortalidade significativamente mais baixa e menor deficiência no desenvolvimento neurológico no acompanhamento de 18 meses.

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E...Com o Protocolo de hipotermia terapêutica que hoje usamos conseguimos resfriar o cérebro? Por

que os resultados da hipotermia terapêutica que hoje usamos são significativamente melhores

para os recém-nascidos com EHI leve a moderada? Será para as crianças com EHI grave

deveríamos usar a hipotermia terapêutica por mais tempo e com menores temperaturas? As

respostas, em parte a estes questionamentos são buscados neste estudo. Com o Protocolo atual,

este estudo mostrou que a temperatura do cérebro, avaliada através da termometria por

espectroscopia por ressonância magnética, durante e após o reaquecimento, é superior a

temperatura central (aqui foi usada a temperatura retal) e o gradiente cerebral-retal foi de 0,86ºC

(± 1,1ºC), principalmente na EHI grave (35,1ºC versos 33,7ºC). Houve também diferença

significativa nas temperaturas regionais entre a ganglia basal e o tálamo durante a hipotermia

terapêutica (P<0,02) (tendência para as temperaturas mais elevadas na substância cinzenta em

comparação com a região central do cérebro, um reflexo que lesões mais extensas ocorram nesta

parte do cérebro!). Uma vez que o principal órgão alvo da hipotermia terapêutica é o cérebro, a

temperatura do cérebro deve ser suficientemente reduzida para atingir a neuroproteção. Nos

neonatos com EHI grave, maiores graus de disfunção mitocondrial, a falha de energia secundária

e a neuroapoptose iniciam uma cascata inflamatória mais generalizada, tornando o cérebro

lesado mais resistentes à refrigeração. Há um ensaio chamado The Optimizaing (Deeper Longer,)

Cooling Trial (NCT01192776) que poderá lançar alguma luz sobre a eficácia de mais tempo e / ou

mais profunda hipotermia terapêutica em recém-nascidos com EHI grave.

Paulo R. Margotto

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OBRIGADO!

Ddos Rodrigo, João Víctor, Cássio (frente), Guilherme, Paulo Zerbini e Dr. PauloR. Margotto