apresentação pedreiro

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  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    Apresentao

    A fim de satisfazer s necessidades didticas do programa APRENDENDO E CONSTRUINDO,

    elaboramos esta cartilha com o objetivo de permitir aos alunos do curso de pedreiro o

    acompanhamento das aulas tericas e prticas, desenvolvidas no decorrer do mesmo, no sentido

    de auxiliar o aluno na aprendizagem dos conhecimentos, das tcnicas e atitudes do oficio de

    pedreiro.

    Os autores

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    1. Introduo 05

    2. Noes Bsicas 06

    3.Leitura e Interpretao de Projetos 12

    4. Materiais de Construo 18

    5. Ferramentas 24

    6. Locao da Obra 30

    7. Escavao da Obra 36

    8. Fundao 38

    9. Parede 46

    10.Acabamento 54

    1. Introduo

    O pedreiro o profissional da obra que atua na construo das etapas de fundao, paredes e

    acabamento. Ele deve ter conhecimento sobre o emprego de materiais, sobre ferramentas e

    equipamentos, sobre as tcnicas utilizadas na construo, entre outros.

    Deve saber construir vigas e pilares, levante de parede, revestimento de piso e paredes, etc. e

    como funciona um canteiro de obras e suas instalaes. Ter noes sobre instalaes de gua,

    esgoto e instalaes eltricas, saber ler e interpretar projetos e ter conhecimento sobre clculos

    de rea e volume so conhecimentos essenciais que completa a formao do pedreiro.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 4

    2. Noes Bsicas 2.1. Nivelamento

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    Operao que consiste em transportar uma referncia de nvel marcada em uma determinada

    altura para outro local, estabelecendo assim um plano horizontal. Numa obra a referncia de

    nvel (marca) estabelecida a 1,0 metro do nvel do piso e transportada para as paredes dos

    outros cmodos. atravs do nivelamento que marcamos as alturas da alvenaria, dos vos de

    janelas e portas, do p direito das alturas do piso e contrapiso na pavimentao.

    A ferramenta utilizada para realizar o nivelamento a mangueira de nvel e no caso de vos

    pequenos o nvel de madeira.

    Nivelamento com mangueira:

    2.2. Alinhamento

    Operao que consiste em posicionar numa mesma direo, atravs de uma linha, os elementos

    de uma construo.

    Para se utilizar a tcnica do alinhamento necessrio que esteja estabelecido o ponto inicial e

    final do mesmo e a partir da fixar uma linha (linha de pedreiro) entre estes ponto.

    Numa obra utilizamos este procedimento no levante de parede construindo as fiadas de blocos

    cermicos, no assentamento das mestras intermedirias dos revestimentos de parede e piso,

    etc..

    Operao de alinhamento utilizado na construo da segunda fiada de uma alvenaria de bloco

    cermico:

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 5

    2.3. Esquadro

    Operao que consiste em marcar os vos de uma obra a um ngulo de 90 (noventa graus).

    utilizado no locao da obra, na marcao das alvenarias e nos revestimentos de paredes, etc. A

    ferramenta empregada nesta operao o esquadro, porm limita-se aos vos pequenos. Nocaso das locaes da obra utilizamos a relao do tringulo retngulo que so medidas

    marcadas em alinhamento nas propores de 3:4:5.

    Esquadro de 60 cm, 80 cm e 100 cm

    2.4. Prumada

    Operao que consiste em posicionar numa direo vertical os elementos de uma construo.

    utilizada na construo da fiada de blocos levante de parede aprumando os blocos iniciais efinais de cada fiada, na marcao das mestras superiores do reboco de uma parede, na

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    obteno de eixos de elementos estruturais de uma fundao, etc. As ferramentas utilizadas para

    obter a prumada so: prumo de face e o prumo de centro.

    Comprimento

    Metro (m)

    Centmetro (cm) Milmetro (m)

    Relao entre as unidades: 1m = 100cm = 1000mm

    rea

    Volume Massa

    Metro quadrado (m )2 Centmetro quadrado ( cm )2

    Relao entre as unidades: 1m = 10.0 cm22

    Metro cbico (m )3 Litro (l)

    Relao entre as unidades: 1 m = 1000 l3

    Quilograma (Kg) Grama (g)

    Relao entre as unidades: 1Kg = 1000g

    1cm

    1cm

    1cm 1cm

    1cm Kg

    2.5. Unidades de Medida

    Clculo da rea:

    O clculo da rea obtido pelo produto (multiplicao) de duas dimenses (comprimento x

    largura).

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    Ex.: Para calcularmos a rea de um quarto com as dimenses de 4 metros de comprimento e 3

    metros de largura fazemos:

    A (m) rea = 4m (comprimento) x 3m (largura). A= 12 m Clculo do Volume:

    O clculo do volume obtido pelo produto (multiplicao) de trs dimenses (comprimento x

    largura x altura).

    Ex.: Para calcularmos o volume de uma lata com as dimenses de 0,21 metros de comprimento,

    0.21 metros de largura e 0,41 metros de altura fazemos:

    V (m) Volume = 0,21m (comprimento) x 0,21m (largura) x 0,41m (altura). V = 0,018m

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 6

    2.6. A Argamassa

    a mistura de cimento, areia e gua com ou sem outros elementos como arenoso, saibro e a

    cal. utilizada nas alvenarias, nas fundaes de pedra, nos revestimentos de paredes, etc.

    A resistncia, a facilidade de trabalho, a qualidade das argamassas dependem da qualidade dos

    materiais empregados, de suas propores (traos) e da quantidade de gua na mistura.

    Na pavimentao (pisos e contrapisos), no assentamento de piso cermico e azulejos, etc.

    devemos sempre preparar a quantidade de argamassa necessria para que no ocorra o

    endurecimento da mesma antes de secar a aplicao.

    Devemos tambm utilizar as argamassas retiradas ou cadas das alvenarias ou revestimento seremovidos sem sujeiras.

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    2.7. O Concreto

    O concreto a mistura de cimento, areia, brita e gua. utilizado em elementos estruturais como

    vigas e pilares, em lajes, etc.

    A resistncia do concreto aumenta com o aumento da quantidade de cimento que o constitui e

    diminui com o aumento da quantidade de gua na mistura.

    A qualidade e resistncia do concreto dependem da dosagem dos materiais, da qualidade dos

    mesmos e tambm do preparo.

    Devemos utilizar areia e brita de boa qualidade ( ver assunto de materiais de construo),

    adicionar apenas a gua necessria a tornar o concreto mole e fcil de ser trabalhado, mistur-lo

    de forma a obter um material uniforme com partes iguais em toda a sua composio.

    Areia Cimento Brita

    O preparo do concreto pode ser manual ou mecnico. Para preparar o concreto manual

    necessrio que se tenha uma rea pavimentada com um piso cimentado ou com um lastro de

    madeira sobre o cho. O preparo mecnico realizado por um equipamento chamado betoneira

    que uma caamba acionada por um motor eltrico ou a combustvel, que gira misturando os

    componentes do concreto.

    2.8. Traos

    Chama-se de trao a relao ( em volume ou peso) entre as quantidades de materiais dos

    concretos e das argamassas. representado por um nmero que indica a proporo de cada

    material que o constitui.

    Ex.: trao 1:2:4 de cimento, areia e brita. Preparo dos Traos

    Medem-se as quantidades dos materiais em uma lata, balde ou padiola na proporo indicada

    pelo trao. Derrama-se sobre o local do preparo e mistura-se at obter uma cor igual em todas aspartes. Nos concretos mistura-se primeiro o cimento e a areia, depois adiciona-se a quantidade

    de brita indicada pelo trao e distribui-se sobre a mistura de cimento e areia. Nas argamassas

    misturam-se o cimento, a areia e o arenoso.

    Faz-se um buraco no centro da mistura e adiciona-se gua pouco a pouco at obter uma mistura

    fcil de manusear e de ser moldada. Nos concretos abre-se uma vala na beira da mistura e

    adiciona-se gua pouco a pouco.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 7

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    3. Leitura e Interpretao de Projetos

    3.1. Plantas

    A planta um projeto que representado no papel, indica o que se vai construir numa obra.Tambm chamada de planta baixa o projeto de que se faz uso logo na locao da obra,

    atravs dela que obtemos as distncias que sero marcadas no gabarito dos vos dos cmodos.

    Utilizamos tambm para a marcao da alvenaria de bloco cermico, marcao dos vos de

    janelas e portas, basculantes, combogs, vos livre, etc.

    As distncias ou comprimentos e larguras dos vos dos cmodos so chamados de cotas. So

    os nmeros escritos em cima das linhas e entre duas linhas laterais, geralmente fora das

    paredes. As unidades de medida das cotas so o metro ou o centmetro.

    A planta nos mostra:

    As paredes dos cmodos (quartos, salas, cozinhas, etc.), com suas dimenses;

    Espessura das paredes;

    Localizao, altura e dimenses de portas, janelas, combogs, basculantes, etc.;

    Piso com localizao de aparelhos sanitrios, pias, lavanderias e conforme o caso mveis;

    Nome dos cmodos e suas respectivas reas;

    Projeo do telhado (indicao da largura do beiral);

    Posio do corte, conforme a necessidade, posio do reservatrio de gua.

    Carimbo

    3.2. Corte

    Outro projeto tambm utilizado na construo da obra o corte. um projeto representado num

    plano vertical com a direo (para frente ou para o fundo) indicado na planta. V-se somente o

    lado cuja direo foi feito o corte.

    O corte nos mostra: A altura das paredes (empenas) que iro apoiar o telhado.

    A posio das peas do telhado.

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    A altura do p direito (altura que vai do piso pronto at o teto da casa) e de portas, janelas,

    combogs, basculantes, etc.;

    A indicao dos cmodos e cotas.

    Carimbo

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1010

    4. Materiais de Construo

    Materiais de construo so todos os materiais utilizados nas obras (construo de casas,prdios, etc.), podendo ser obtido da natureza ou atravs da interveno do homem para

    produzi-los.

    Os materiais de construo devem satisfazer as condies de acordo com a funo que

    desempenham:

    Facilidade de aplicao do material na obra;

    Resistncia ao do tempo ( durabilidade)

    Preservao das condies de higiene como o isolamento do calor, do som e de infiltraes de

    gua.

    Esttica que resulta dos aspectos dos materiais, de cujo emprego pode tirar proveito para a

    beleza da construo.

    4.1. Tipos de Materiais de Construo

    4.1.1. Agregados:

    So materiais que constituem grande parte da composio das argamassas e dos concertos.

    Tm menor custo e sua presena d maior resistncia ao desgaste.

    So classificados em naturais ou artificiais, midos ou grados e em leves ou pesados.

    Exemplos: Areia, Arenoso e Brita.

    Areia- Componente das argamassas e dos concretos. um agregado mido. So materiais

    minerais que se apresentam sob forma de gros. A areia de boa qualidade aquela em que no

    h presena de raizes, barro, leo ou graxa e outros tipos de sujeira. Classificam-se em areias

    finas, mdias e grossas. A unidade de medida da areia o m (metro cbico).

    Arenoso- Material de origem mineral sob a forma de gros finos. um agregado mido. Fazem

    parte das argamassas e na sua composio encontra-se a argila, um tipo de solo que da liga

    (cola) quando misturado com gua. Tem a aparncia de barro.

    A unidade de medida do arenoso o m (metro cbico).

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    Brita- Componente dos concretos. um agregado grado. So materiais que resultam da quebra

    de pedaos pequenos de rochas atravs do britamento de pedras nas pedreiras. A brita utilizada

    na construo deve ser limpa sem presena de terra ou barro e sem p de pedra.

    A unidade de medida da brita o m (metro cbico).

    Os tipos de brita so classificadas segundo suas dimenses:

    Brita 0 menor que 1,0 cm (Gravilho)

    Brita 1 entre 1,0 e 2,5 cm

    Brita 2 de 2,5 a 5,0 cm

    Pedra de Mo de 10,0 a 30,0 cm

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1

    Resistncia por cm

    4.1.2. Aglomerantes

    So os materiais que unidos aos agregados formam os concretos ou as argamassas. Tambm

    chamados de ligantes pois so componentes que do liga ou seja tm a propriedade de colar osagregados.

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    Ex: Cal, cimento e gesso.

    Cimento- Material que d liga (cola) aos componentes das argamassas e dos concretos. Quando

    em contato com a gua, ocorrem reaes qumicas e endurece. Com o passar do tempo torna-se

    mais resistente atingindo maior resistncia aos 28 dias.

    O cimento vendido em sacos de 50 quilos.

    Cuidados quanto ao estoque de cimento:

    Proteger da chuva e do contato direto com o terreno.

    Empilhar no mximo 10 sacos por fileira.

    Usar o cimento de forma a no envelhecer na obra.

    Gesso- Material a base de clcio usado em forros e pinturas. P branco que misturado com gua

    forma uma pasta e seu momento de pega mais rpido com menos gua.

    O gesso vendido em quilos.

    Cal- Usada em pintura e em argamassas. Serve como aglomerante ou corante. A cal virgem no

    diretamente empregada, tem que ser extinta (hidratada) para ser utilizada.

    A cal vendida em quilos.

    4.1.3. Outros:

    Ao- Usado nas ferragens de concreto armado, vendido em quilos sob a forma de varas ou rolos.

    So utilizados nos concretos de lajes, vigas, pilares e vergas.

    gua- Utilizada nas argamassas e nos concretos. Deve ser limpa cristalina isenta de leos egraxas e que possa ser utilizada para o consumo humano (potvel).

    A unidade de medida da gua o litro.

    Azulejo- Material cermico impermevel gua com uma das faces lisas e vidradas e outra

    rstica ou porosa. Destina-se ao revestimento de paredes que devam ser lavveis.

    A unidade de medida o metro quadrado (m).

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    Ladrilho de Cimento- So placas de material feito a base de cimento, resistente a umidade.

    Usado em revestimento de pisos lavveis (banheiro, cozinha, copa, etc.)

    A unidade de medida o metro quadrado (m).

    Ladrilho Cermico- So placas de materiais cermicos impermeveis gua com uma das faces

    lisas e vidradas e outra rstica ou porosa. Destina-se aos revestimentos de pisos lavveis dos

    banheiros, cozinhas, reas de servios, copas, varandas, etc.

    Existem com diversos tipos e dimenses. A unidade de medida o metro quadrado (m).

    Mrmore e Granito- Material usado em revestimento de pisos e paredes sob forma de placas ou

    cacos.

    A unidade de medida o metro quadrado (m).

    Saibro- Material usado como componente das argamassas. rico em argila e tem a aparncia de

    barro.

    Porcelana- Usada principalmente na aparelhagem sanitria como vasos sanitrios, bids,

    lavatrios, lavanderias, etc.

    Existem em cores brancas ou coloridas e so vendidos em unidades ou o jogo completo deaparelhos.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1212

    Madeira- Usado na construo do madeiramento das coberturas e nas esquadrias de madeira.

    Deve estar seca e livre de brocas e fendas.

    No telhado: Massaranduba, ip, sucupira, etc.; forro: cedro, peroba, etc.; Nas portas e janelas:

    cedro, peroba, sucupira, imbuia, etc. Formas de concreto: pinho-do-paran A unidade de medida

    o metro linear (m).

    Vidro- Material utilizado principalmente nas esquadrias de portas e janelas. Deve ser bem plano,

    sem bolhas, rachaduras, manchas, estrias e espessura regular.

    Apresenta-se nos seguintes tipos: Vidro liso e vidro fantasia (martelado, canelado, etc.) Quanto

    cor: Vidro incolor, colorido e leitoso A unidade de medida o metro quadrado (m)

    Impermeabilizantes- Usados geralmente em revestimentos para proteger contra a infiltrao de

    gua. So adicionados aos concretos e argamassas de lajes, terraos, reservatrio, etc.

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    A unidade de medida o litro.

    Telha- Material utilizado nas coberturas. Existem diversos tipos sendo os mais comuns:

    Telha de ferro zincado

    Metais- Materiais utilizados como esquadrias (portas, janelas e basculantes), grades, portes,

    torneiras e registros, etc.

    Tijolos- So materiais componentes das alvenarias assentados com argamassas utilizados na

    construo de paredes e da fundao.

    Tipos de Tijolos:

    Tijolo macio- Muito usado em paredes estreitas de armrios, em caixas d'gua, caixas de

    esgoto ou em paredes comuns;

    Dimenses: 5 x 9 x 19cm, etc.

    Tijolo furado- Mais leve que o tijolo macio, barato e no sobrecarregam as estruturas;

    Dimenses: 9 x 14 x 19cm, 9 x 14 x 19cm, etc.

    Tijolos vazados- Mais leve que o tijolo furado. Usado particularmente nas paredes divisrias

    sobre estrutura de concreto armado. o tijolo mais leve e tem furos quadrados.

    Dimenses: 9 x 14 x 19cm, 9 x 17 x 25cm, etc.

    Tijolo de concreto- Tambm chamado bloco de concreto, tem maior resistncia do que o de barro

    e pode ser utilizado sem revestimento.

    Dimenses: 9 x 19 x 39cm, 14 x 19 x 39cm, etc.

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1313

    5. Ferramentas

    A utilizao das ferramentas apropriadas para cada etapa de servio importante para o bom

    desempenho das atividades. Algumas ferramentas tm uso especifico, outras podem serutilizadas em varias etapas da construo.

    As ferramentas devem estar sempre em boas condies de uso e ser guardadas em locais

    adequados ao final de cada jornada de trabalho.

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1515

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1616

    6. Locao da Obra

    Locar ou marcar a obra uma das etapas de maior importncia na construo. Ela consiste em

    medir e assinalar no terreno a posio dos furos ou valas de fundaes, paredes, colunas e

    outros detalhes, tudo de acordo com o projeto.

    Se a locao de uma obra for feita com erros de medidas, esquadro, etc. a mesma ter prejuzos

    em funo do aumento de materiais empregados (pois as dimenses do projeto so alteradas,

    aumentando assim o desperdcio de materiais), e do tempo gasto para construir novamente ou

    seja refazer o que j foi construdo. Trata-se ento de uma das etapas mais importantes de uma

    obra e que merece ateno especial quando se est realizando.

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    A locao de pequenas construes necessita das seguintes ferramentas e materiais:

    Escala

    Mangueira de nvel

    Esquadro

    Prumo de centro

    Linha de pedreiro

    Martelo

    Marreta

    Faco

    Barbante

    Piquetes ou estacas de madeira

    Ripes

    Pregos

    Plantas

    Para iniciar a locao necessrio que o terreno esteja limpo sem a presena de lixo, raizes ou

    entulhos, materiais de construo, etc..

    Devem ser identificadas as estacas ou outros marcos do terreno, que sejam at mesmo de uma

    construo vizinha, uma rua, etc. para que se tenha uma referncia do lote e se estabelea um

    alinhamento (lado do terreno).

    Referncia do lote no Terreno

    Fixa-se uma linha nas estacas desse alinhamento (que o primeiro levantado em campo) e se

    obtm o alinhamento fixo. Loca-se o segundo alinhamento do terreno (alinhamento mvel)

    utilizando o procedimento do esquadro: amarra-se um pedao de barbante no alinhamento fixo a

    60cm a partir do cruzamento com o mvel, amarra-se tambm no alinhamento mvel um pedaode barbante a 80cm do mesmo modo (a partir do cruzamento das linhas). Estica-se uma trena ou

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    escala com o zero da mesma partindo do ponto onde est o barbante do alinhamento fixo at o

    comprimento de 1 metro (100 centmetro) e movimenta-se o ponto do alinhamento mvel at

    coincidir com a medida de 1 metro da trena. Cravase uma estaca e estabelece-se assim o

    segundo alinhamento (segundo lado do terreno). Os demais lados ou seja os outros dois

    restantes so obtidos das mesma forma sendo que o alinhamento mvel anterior passa a ser o

    alinhamento fixo.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1717

    Locao dos Alinhamentos (Lados do Terreno)

    Esquadro

    Depois de marcados todos os lados do terreno deve-se medir os lado opostos do terreno e

    comparlos. Se as medidas no forem iguais existe erro de esquadro em algum alinhamento.

    necessrio ento verificar as operaes em todos os alinhamentos.

    Obtida a marcao dos alinhamentos do terreno, inicia-se a montagem do gabarito que pode ser

    em tbua corrida (contnuo) ou em cavaletes.

    Gabarito com Cavaletes

    Gabarito Contnuo

    Em funo da leitura da planta baixa, obtmse as medidas dos recuos ou afastamentos dos

    limites do lote at as paredes externas. Marcam-se os pontos desses recuos nos alinhamentos

    do terreno fixando para isto pedaos de barbantes.

    Estendem-se linhas passando pelos pontos marcados e cravam-se estacas aprumadas

    afastadas de 50cm dessas linhas. Estabelece-se assim o primeiro lado do gabarito.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1818

    Armao do Gabarito

    Fixa-se um ripo nas estacas do lado estabelecido nivelando-o a no mnimo 20cm do ponto mais

    alto do terreno. As estacas intermedirias devem estar alinhadas com as das extremidades.

    Repete-se o mesmo procedimento para a armao dos outros lados fechando-se o gabarito.

    Armao do Gabarito

    Sobre os ripes do gabarito pronto, faz-se a marcao das faces das paredes: Estendem-se as

    linhas de marcao dos recuos passando pelos seus pontos (linha de marcao de uma parede

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    externa) marcados nos alinhamentos do terreno. Transporta-se para o ripo do gabarito (atravs

    do prumo de centro).

    Gabarito Completo

    Marcao das Faces das paredes no gabaritos

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 1919

    7. Escavao da Obra

    A escavao da obra consiste nos servios de abertura de furos ou valas no terreno na posio

    onde ser construda a fundao. Para realizar a escavao necessrio que o gabarito esteja

    pronto com a marcao das paredes e com o nvel estabelecido.

    Atravs das linhas de marcao do gabarito (linha de eixo de paredes, linha de face das paredes

    e da fundao) marca-se no terreno a rea ou os furos onde ser escavado, utilizando-se para

    isto um cavador reto, observando-se nesta operao, a sua verticalidade ou o prumo de centro,

    no caso da escavao de furos. Com a referncia de nvel estabelecida (linha de nvel) marca-se

    a profundidade da escavao.

    A abertura das valas ou furos feita com a utilizao de picaretas, cavadores e trados, a

    remoo do material com os ps e enxadas e a regularizao das faces das valas ou furos com o

    cavador reto. Com o prumo de face encostado na linha de marcao das valas obtm-se a

    verticalizao das faces (bordas). Na escavao dos furos, faz-se na medida que se escava, a

    verificao da prumada do trado para que o mesmo esteja em direo vertical. Com a utilizao

    de uma escala medindo a altura da linha de eixo de parede (que tambm a linha de nvel pois o

    gabarito est nivelado) at a base da vala ou furo, obtm-se o nivelamento da base conforme

    indicado na figura abaixo.

    O material escavado deve ser depositado a uma distncia mnima de 50 cm da borda da vala,

    permanecendo neste local at ser utilizado como aterro ou ser removido da construo caso no

    tenha utilidade.

    Escavao com Valas Escavao com Furos

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2020

    8. Fundao

    A fundao a base de sustentao de toda a construo, tem a importante funo de transmitir

    ao terreno todo o seu peso. Existem vrios tipos de fundao: sapatas soldadas ou corridas,alvenaria de pedra, blocos de concreto, estacas metlicas e de concreto armado, etc..

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    A escolha do tipo de fundao depende de estudos iniciais da resistncia do solo no local da

    construo e das cargas (peso) da construo.

    8.1. Fundao em Estaca Broca

    Com o gabarito construdo, localizam-se os pregos de marcao das paredes da casa e divide-se

    ao meio (7,5 cm de distncia dos pregos) em seguida, fixamos um prego neste ponto obtendo-se

    assim o eixo da parede. Amarramos uma linha de um prego de eixo ao outro de uma mesma

    parede e fazemos o mesmo para a parede que a encontra no mesmo canto. No cruzamento das

    linhas encontrado o eixo das estacas.

    Locao de estacas

    O eixo das estacas transportado para o terreno atravs do prumo de centro obtendo-se a

    marcao do local onde a mesma ser construda.

    A escavao feita com a utilizao de um trado (ver assunto de escavao) iniciada na parte

    mais baixa do terreno. A profundidade da primeira estaca determinada medindo-se a altura

    entre a linha de nvel (que a mesma do eixo das paredes) at a marcao da estaca no cho,

    acrescentando-se a altura da estaca. Esta profundidade a altura entre a linha de nvel e o fundo

    da estaca e ser a mesma para todas as outras estacas. Ou seja, se uma estaca tiver a

    profundidade de 2m, e se a distncia da linha de nvel ao terreno for 35cm, a profundidade de

    todas as valas ser de 2,35m, a partir da linha de nvel.

    Realizadas a escavao das estacas, prepara-se o concreto com trao 1:3,5:4 de cimento, areia

    e brita e lana-se um pouco no fundo das mesmas at a altura de 4 cm. Coloca-se a ferragem

    das estacas do incio e do fim de uma parede com espaadores e aprumam-se as ferragens em

    relao ao cruzamento das linhas de eixo. Alinham-se as estacas intermedirias de acordo com

    as das extremidades, lana-se concreto nos furos e vibra (soca) com um pedao de vergalho

    at chegar ao nvel da estaca.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2121

    8.2. Viga Baldrame

    Faz-se o mesmo procedimento utilizado nas estacas para marcar no terreno o eixo da parede

    que tambm o eixo da viga. Marca-se com a escala 5 cm para cada lado obtendo-se a largura

    da viga (10,0cm). Cravam-se piquetes ou vergalhes em cada marcao, estendem-se as linhas

    entre os mesmos e faz-se no cho, a marcao das valas.

    Retiram-se as linhas e os piquetes e comea-se a escavao das valas com p e picareta, todas

    niveladas a 4 cm abaixo das estacas.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    Prepara-se o concreto magro com o trao 1:5:5 de cimento, areia e brita, lana-o na vala e

    nivela-se com um sarrafo apoiado nas estacas.

    Aps a colocao do concreto magro montam-se as formas e colocam-se as ferragens com

    espaadores. Prepara-se o concreto com trao 1:3,5:4 de cimento, areia, brita, e lana-o naforma at a altura da viga.

    8.3. Construo da Camada de

    Concreto Magro

    O concreto magro uma camada de concreto fraco, de resistncia baixa com pouco cimento,

    muito agregado e pouca gua, apresentando-se de forma farofada. Sua funo regularizar a

    base da vala tornando-a nivelada, ocupando toda a rea que receber a estrutura de uma

    fundao.

    O concreto magro utilizado em fundaes do tipo sapata corrida, vigas baldrames, etc..

    Conferido o nvel no fundo da vala, cravamse piquetes ao longo da mesma com altura de 5 cm e

    espaamento mximo de 2.0 metros (comprimento da rgua).

    A altura que devemos cravar os piquetes, igual a distncia entre a linha de nvel ao fundo da

    vala menos 5 cm, ou seja, se a distncia for de 52 cm o piquete ser cravado at 47 cm.

    Prepara-se o concreto magro no trao 1:5:5 de cimento, areia e brita e lana-se nas valas at a

    altura dos piquetes. Espalha-se o concreto com a colher de pedreiro e nivela-o com a rgua de

    alumnio sarrafeando-o na altura do piquete. Com um soquete, apiloa-se (soca) o concreto para

    que a camada se torne firme ao cho da vala.

    Construo do Concreto Magro

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2

    8.4. Construo de Sapatas Corridas

    A sapata corrida um tipo de fundao em concreto armado, ou seja concreto com ferragens

    que serve para suportar todo o peso da construo. Ela construda sobre uma camada de

    concreto magro e suas dimenses dependem do porte das obras.

    Sobre a camada de concreto magro, colocam-se as ferragens da sapata corrida com os

    espaadores (calos) para evitar o contato das ferragens com a superfcie do concreto magro.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    Prepara-se o concreto estrutural (concreto resistente, forte) no trao 1:3,5:4 de cimento, areia e

    brita, lana-o dentro das valas sobre as ferragens. Espalha-se o concreto com a colher de

    pedreiro, vibra (soca) o mesmo com uma haste de ferro ou com a ponta da colher e faz -se o

    nivelamento a partir da linha de nvel. A medida da altura utilizada no nivelamento (altura da linha

    at a superfcie da sapata corrida) obtida diminuindo a altura da linha de nvel at a camada do

    concreto magro com a altura da camada da sapata corrida.

    8.5. Construo de Alvenaria de Bloco

    Estrutural

    Os blocos estruturais so blocos de concreto pr-moldados, fabricados com cimento, areia e

    pedrisco. So utilizados nas fiadas intermedirias da fundao com a parede, como tambm, em

    todas as fiadas de uma parede.

    Sobre uma fundao em sapata corrida, molha-se a sua superfcie, polvilha-se com cimento e

    estende-se a linha de marcao do eixo das paredes que se encontra marcado no gabarito.

    Assenta-se, em cada extremidade, um bloco estrutural com argamassa de cimento e areia no

    trao de 1:5. No bloco deve ser marcado seu eixo para que coincida a marcao do eixo do bloco

    com a ponta do prumo de centro que sair da linha de eixo da parede.

    Detalhe da Prumada de Centro da Alvenaria de Bloco Estrutural

    Com o bloco na direo do eixo das paredes, procedesse a operao de prumada da face internae do nivelamento conforme indicado na figura ao lado:

    Detalhe da Prumada da Face e do Nivelamento da Alvenaria de Bloco de Concreto Estrutural

    Assentados os blocos das extremidades (cabeceira) , fixam-se duas linhas (uma em cima outra

    em baixo da face aprumada) e os distorce (encosta-os totalmente nas linhas). Completa-se a

    fiada assentandose os demais blocos estruturais colocando-se a argamassa da junta horizontal

    na rea em que sero assentados os blocos, posicionandose os mesmos atravs da operao de

    alinhamento.

    Construo da Sapata Corrida

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2323

    Detalhe da Alvenaria de Bloco de Concreto Estrutural

    Depois de completar a alvenaria necessrio encher os furos dos blocos com concreto no trao

    1:3,5:4 de cimento, areia e gravilho (brita 0). Quando h ferragem vertical na sapata, os blocosestruturais devem ser assentados de forma que esta ferragem fique dentro destes furos.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    8.6. Construo de Alvenaria de Bloco de Concreto

    Estrutural Tipo Calha

    Os blocos calhas so blocos de concreto pr-moldados, fabricados da mesma forma que o blocoestrutural. So utilizados como cinta de amarrao (vigas) de fundaes ou paredes.

    Sobre uma alvenaria de blocos estruturais assentam-se 2 (dois) blocos calhas nas extremidades

    (cabeceiras), aprumados na mesma face que foi aprumado o bloco estrutural com argamassa de

    cimento e areia no trao de 1:5. Fixa-se uma linha entre os blocos, na parte de cima dos mesmos

    e completa-se a fiada assentando-se os demais blocos calhas, colocando-se a argamassa da

    junta horizontal em cima da fiada de bloco estrutural posicionando-os atravs da operao de

    alinhamento ou seja encostado-os na linha.

    Detalhe da Prumada do Nivelamento da Alvenaria de Bloco Calha

    Construda a alvenaria de bloco calha, colocam-se as ferragens nas calhas, prepara-se um

    concreto no trao 1:3,5:4 de cimento, areia e gravilho (brita 0) e lana-o sobre a calha.

    Espalhase o concreto com a colher de pedreiro e vibra (soca) o mesmo com uma haste de ferro

    ou com a ponta da colher de pedreiro at a altura do bloco.

    8.7. Construo de Fundao em Alve- naria de Pedra

    A fundao em alvenaria de pedra um tipo fundao construda em terrenos firmes e

    resistentes. constituda de pedras bruta unidas com argamassa de cimento e areia.

    A construo feita sobre a base da vala, colocando-se uma camada de argamassa no trao 1:5

    de cimento e areia e sobre esta camada as pedras, de modo que fiquem todas bem assentadas e

    posicionadas para que as brechas (vazios) sejam reduzidos ao mximo. Nos espaos existentes

    entre as pedras grandes so colocadas pedras pequenas e nos demais espaos coloca-se

    argamassa de forma que a mesma penetre nos vazios.

    Detalhe da 1 Camada da Alvenaria

    Quando a alvenaria estiver fora da vala, devem-se utilizar pedras que tenham pelo menos uma

    face regularizada para alinhar a fundao. A construo feita em camadas e alcanando-se a

    altura da fundao, nivela-se a ltima camada.

    Detalhe de Todas as Camadas da Fundao de Alvenaria de Pedra

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2424

    9. Parede

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    9.1. Alvenaria de Bloco Cermico

    Uma alvenaria em geral constituda por blocos cermicos mas tambm pode ser feita com

    outros elementos como blocos de concreto, blocos de vidro, tijolos macios, etc.. A alvenaria tem

    a funo de separar ou isolar as reas dos cmodos (quartos, sala, cozinha, etc. bem comoseparar a rea externa que est em sua volta (ruas, outras construes, etc.) alm de ser a

    estrutura principal da parede.

    construda em cima da fundao e em camadas de blocos cermicos tambm chamadas de

    fiadas todas com o mesmo alinhamento. Estas fiadas so assentadas em uma nica direo

    vertical (prumada) e devem ter a mesma altura do incio ao fim de cada fiada ( nivelamento).

    Com dimenses padronizadas, (veja assunto de materiais de construo) os blocos so

    assentados lado a lado com elementos de ligao que so chamados de juntas e so feitas de

    argamassa. As fiadas de cima amarram as fiadas de baixo com o assentamento do bloco na

    junta vertical da fiada de baixo. A altura das juntas de 1,5 a 2,0cm

    No incio da construo da alvenaria da parede, tambm chamado de levante de parede, deve-se

    fazer a limpeza da superfcie da fundao e polvilhar com cimento esta superfcie, apenas a rea

    em que sero assentados os blocos. Deve-se ter ateno na construo da primeira fiada pois se

    trata da fiada que ir marcar todas as paredes (fiada de marcao).

    Os primeiros blocos a serem assentados so os das extremidades (incio e fim da fiada) de duas

    paredes que se encontrem. A direo dessas fiadas obtida com a marcao no gabarito daface interna da parede (descontando da linha da parede a medida do reboco=2.5cm) ou com o

    eixo da fundao.

    Marcao das Primeiras Fiadas

    Obtida a direo das duas primeiras fiadas, estica-se uma linha nessa direo em cada fiada e

    assentam-se os blocos das extremidades das duas paredes: Coloca-se argamassa na superfcie

    polvilhada, fixam-se os blocos nesta argamassa, apruma-os batendo com a lmina da colher na

    parte de cima do bloco, nivela-os e esquadrejam-se os blocos que so de encontro das fiadas.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2525

    Feita a marcao das duas primeiras paredes, procede-se a marcao das paredes opostas s

    duas primeiras.

    Repete-se o mesmo procedimento para o bloco da outra extremidade com o mesmo

    comprimento lido em planta e marca-se a terceira parede. A quarta parede fecha um vo da casa

    e obtida da mesma forma que foi marcada a terceira parede.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    Com os blocos das extremidades de todas as paredes j marcadas, iniciamos o fechamento das

    fiadas. Obtemos o alinhamento da fiada com duas linhas fixadas uma em cima e outra em baixo

    da face dos blocos das extremidades de uma mesma fiada.

    Com estas linhas fixas, posicionamos os blocos intermedirios j com argamassa no lado dosfuros (frente) em cima da argamassa da base e apertamos em direo aos furos do bloco

    anterior.

    Alinhamento da Fiada

    Nas fiadas em que h marcao dos vos de portas, devemos marcar um comprimento, a partir

    do bloco da boneca, da largura da porta mais a folga do contra marco e deix-lo livre sem

    assentamento de bloco. Esta abertura na fiada serve para a colocao dos contra marcos ou

    aduelas das portas.

    A boneca um pedao de parede que varia de 10 a 20 cm construdo entre a marca do contra

    marco e a face do bloco da fiada lateral.

    Quando observamos na planta baixa as paredes, vemos que h pontos em que as mesmas

    formam cantos, encontros ou cruzamentos.

    Estes pontos devem ser identificados e analisados cada um para que haja amarrao de uma

    fiada com a outra.

    O exemplo a seguir mostra as paredes de uma planta baixa e define o esquema de amarraes

    que existir na fase do levante de blocos cermicos.

    Exemplo de um Esquema de Armao de Paredes

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2626

    As amarraes de canto de parede ocorrem quando uma fiada encontra outra nas suas

    extremidades (incio ou fim).

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    As amarraes de encontro de parede ocorrem quando uma fiada encontra apenas o incio ou

    fim de outra. Pode ser na junta ou em toda a face do bloco.

    As amarraes de cruzamento de paredes ocorrem quando uma fiada encontra outra sem ambas

    estarem nas suas extremidades.

    No decorrer do levante de blocos cermicos, quando atingir o nvel de 1 metro do piso pronto,

    geralmente entre a quinta e a stima fiadas (a depender da dimenso da altura do bloco)

    devemos ter paredes com janelas. A marcao das janelas na alvenaria realizada utilizando-se

    a medida da posio da mesma, obtida na planta baixa com relao parede lateral e com a

    medida do vo que ficar aberto para o encaixe da janela na parede. Janelas prontas com

    contramarco medem a largura da janela acrescentando 2.0 cm de cada lado correspondendo a

    folga do contramarco.

    Quando a construo estiver a mais ou menos 1,20 m de altura devemos bater o nvel, ou seja,

    marcar referncia de nvel em todos os comodos da mesma (cantos, encontros, vos de portas e

    janelas, etc.). Esta referncia deve ser tirada na porta de entrada a 1 m do piso pronto, mas

    como no execultamos o piso nem o contrapiso vamos dar uma foga 5 cm marcando 1,05 m a

    partir da fundao que corresponde 1 m do piso pronto.

    Para construir as fiadas acima dos vos de portas, janelas, vos livres, etc. necessrio a

    construo de vergas para apoiar as mesmas.

    As vergas so peas de concreto armado com comprimento igual a largura do vo mais 20cm decada lado transpassando a alvenaria da parede. A altura da verga obtida utilizando-se a altura

    da janela, acrescentandose a folga do contramarco conforme indicado na figura anterior. A verga

    nivelada a partir da referncia de nvel da alvenaria que 1.0 metro do piso pronto.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2727

    Da mesma forma, as vergas de portas, basculantes, etc. so marcadas e niveladas.

    Quando a alvenaria passa do nvel das vergas de portas, janelas, etc. est prxima da altura dop direito. O p direito a altura compreendida entre o piso pronto e o teto ou nvel das peas da

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    cobertura. Para marc-lo nas fiadas do levante, obtm-se a altura na planta e a partir da

    referncia de nvel utiliza-se a medida desta altura descontando 1m do piso.

    Com a alvenaria construda at a altura do p direito, inicia-se a construo de outra fase do

    levante que so as empenas. As empenas so alvenarias de formato triangular com a mesmainclinao da cobertura, utilizadas para apoiar a estrutura de madeira da mesma. Atravs do

    projeto (corte) identificamos as paredes em que sero construdas as empenas e obtemos a

    medida da altura que cada uma ter em relao ao piso pronto. Com esta medida marcamos a

    empena.

    Para executamos a alvenaria da empena fixamos dois barrotes um em cada extremidade da

    parede e marcamos nele a altura de cada lado da empena, esticamos uma linha ligando as duas

    alturas e apartir da construimos a empena.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2828

    10. Acabamentos

    10. 1. Revestimento

    O revestimento de uma parede pode ser feito em uma ou mais camadas de argamassa tornando

    a mesma mais resistente e com uma superfcie plana, nivelada de aspecto liso.

    As camadas de revestimento da parede so construdas sobre a alvenaria e cada uma tem uma

    funo:

    Chapisco

    Camada irregular sem nenhum aspecto de acabamento feito de argamassa forte aplicada sobre

    a superfcie de alvenaria. Sua funo melhorar a unio entre a superfcie da alvenaria e a

    camada do revestimento.

    O chapisco deve ser lanado fortemente sobre a alvenaria com a colher de pedreiro. A camada

    aplicada deve cobrir toda a alvenaria no ultrapassando 0,5cm de largura.

    Emboo

    Camada de argamassa mais fraca assentada sobre a superfcie da alvenaria j chapiscada.

    utilizada para cobrir buracos das juntas dos blocos e eventuais falhas da alvenaria,

    proporcionando uma superfcie regularizada. Deve apresentar acabamento no liso (sem estar

    desempolado) para facilitar a unio com o reboco. Sua largura varia entre 1,0cm a 2,5cm

    devendo ser aplicado com no mnimo 24 horas aps a aplicao do chapisco.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    Reboco

    Camada de argamassa assentada sobre a superfcie da alvenaria j chapiscada (massa nica)

    ou sobre o emboo, com a finalidade de unir-se alvenaria da parede tornando-a lisa e bem

    nivelada.

    Sua largura varia entre 1,5 a 2,5cm e deve ser construda com no mnimo 7 dias aps a

    aplicao do emboo, com os marcos, aduelas, peitoris, caixa de luz, etc., colocados.

    O reboco deve apresentar-se perfeitamente desempenado, aprumado, alinhado e nivelado.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 2929

    Quando toda a rea da alvenaria j est chapiscada, iniciamos a construo do revestimento

    com a marcao do mesmo atravs das mestras. As mestras so pedaos de madeira ou

    cermica (bloco ou piso cermico) com dimenses em torno de 25cm x 5cm x 0,5cm

    (comprimento, largura e altura ) que servem para marcar a distncia entre a face da alvenaria at

    a superfcie do reboco. A quantidade de mestras necessrias depende do comprimento da rgua.

    Com uma rgua de 2,0metros e a altura da parede de 2,6metros sero necessrias 3 (trs)

    mestras na direo vertical da parede o mesmo raciocnio utilizado para as mestras horizontais

    (na direo do comprimento da parede). A rgua deve ser apoiada sobre a mestra com uma folga

    de pelo menos 10cm de sua ponta.

    Iniciamos a marcao das mestras, tambm chamadas de pontos do reboco, primeiramente na

    direo do comprimento da parede (mestras de baixo) a uma altura em torno de 50cm da base

    da alvenaria esquartejando as mestras de duas paredes que se encontram (amarraes) depreferncia a que tem porta.

    O assentamento das mestras feito com colocao de argamassa na rea em que ser fixada a

    mestra, pressionando a mesma com a colher de pedreiro at a medida do reboco (1,.5 a 2,0cm).

    Da mesma forma assentamos a mestra da outra extremidade. As mestras intermedirias so

    obtidas atravs da fixao de uma linha entre as mestras das extremidades (incio e fim da

    alvenaria) sendo assentada a uma distncia em que possa ser apoiada a rgua.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 3030

    A marcao das mestras opostas s duas primeiras paredes feita assentando a mestra com a

    distncia indicada na planta das dimenses entre as paredes.

    Com as mestras da base j fixadas nas paredes, atravs da operao de prumada, marcamos as

    mestras das extremidades da parte de cima da parede.

    As mestras intermedirias de direo vertical, sero assentadas com o auxlio de duas linhas de

    nivelamento fixadas nas mestras das extremidades.

    Feita a marcao com todas as mestras necessrias assentadas na alvenaria, comeamos o

    revestimento da parede enchendo de argamassa (chapando a parede com a colher de pedreiro)

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    a faixa formada pelas mestras verticais. Com a rgua apoiada nas mestras, em movimentos de

    vai e vem cortamos a massa no nvel da mestra.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 3131

    Com a faixa j nivelada ou seja cortada pela rgua na marca da mestra, enchemos as reas

    entre as mesmas, seguindo as zonas ou as de baixo ou as de cima, sendo que as de cima

    necessitam da montagem de andaimes para alcanar a parte mais alta da parede.

    Nivelamos a argamassa contida nas reas entre as mestras apoiando a rgua na faixa das

    mesmas:

    Com toda a alvenaria revestida de argamassa e nivelada com a rgua, iniciamos o

    desenpolamento da superfcie do revestimento utilizando a desempoladeira. Comeamos pela

    primeira zona que foi revestida de argamassa pois a mesma j est "puxando" endurecendo a

    mais tempo. Pressionamos a desempoladeira em movimentos circulares sobre a argamassa

    molhando-a com o trincho dando acabamento liso ao revestimento. Utilizamos uma esponja no

    revestimento desempolado para torn-lo mais liso.

    Desempolamos toda a superfcie do revestimento at completar toda a parede.

    10.2. Arestameto

    Nos revestimentos onde o reboco interrompido ou finalizado devido ao encontro de uma

    esquadria (porta, janela, etc.), nos encontros das paredes externas (fachadas), encontros entre o

    madeiramento do telhado e a parede, etc. h necessidade de fazer o acabamento moldando

    esses elementos. Este acabamento chamamos de arestamento.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

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    Os arestamentos das esquadrias (portas, janelas, basculantes, etc.) so construdos at a junta

    do contramarco. Para isso necessrio que a argamassa do reboco passe da junta e quando a

    mesma estiver puxado, seja dado um corte com a colher de pedreiro apoiada em uma rgua

    aprumada e posicionada na mesma direo da junta. Aps o corte retira-se a rgua e

    desempola-se a aresta com uma desempoladeira de aresta.

    Nas arestas dos vo livres (onde no h contra marcos) necessrio o apoio de duas rguas

    (uma em cada lado da parede) ambas aprumadas e esquadrejadas fixadas com atracadores ou

    presilhas (gancho de ferro de1/4") - ver ferramentas. Aps encher de argamassa o espao entre

    as rguas, espera-se a argamassa endurecer (puxar) corta-se e desempolase a argamassa

    contida entre as rguas. Em seguida retiram-se as rguas e faz-se o acabamento desempolando

    as laterais onde estavam as rguas.

    Nas arestas das fachadas, apoia-se a rgua na parede lateral a que esta sendo rebocada,

    enche-se de argamassa e espera-se a mesma puxar. Retira-se a rgua e corta-se com a mesmao excesso que passa da parede lateral, em seguida desempolam-se as duas paredes.

    As paredes no concludas no mesmo dia, devem ter os bordos das massas escorrificados (com

    pequenos cortes) completamente para que haja perfeita unio nas emendas e permita-se a

    continuidade da superfcie na mesma direo.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 3232

    10.3. Pavimentao

    A pavimentao na construo de uma casa realizada em duas camadas: A primeira camada

    chamada de contrapiso tem a funo de regularizar a rea a ser pavimentada tornando-a plana,

    resistente e nivelada. O contrapiso construdo em camada de solo cimento, concreto magro,

    etc. A Segunda camada chamada de piso tem a funo de resistir ao peso de pessoas, mveis,

    etc. como tambm dar aspecto de beleza ao pavimento. A camada do piso construda sobre o

    contrapiso e pode ser feita com argamassa de cimento e areia (cimentado), com cermica,

    pedras, etc.

    Contrapiso em Solo Cimento

    Iniciamos a construo do pavimento com a camada de contrapiso. Se o terreno das reas a ser

    pavimentada estiver com muitas ondulaes, necessrio a regularizao atravs de corte ou

    aterro do mesmo.

    Da mesma forma que no revestimento, marcamos as mestras necessrias na rea em que ser

    construda a camada.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

    40/41

    A altura da camada do contrapiso esta em torno de 5cm, com esta altura obtemos a altura do

    nvel at a mestra do contrapiso subtraindo os 5cm (altura da camada) da altura do nvel at o

    terreno.

    Como no revestimento das paredes, assentamos as mestras com colocao de argamassa narea em que ser fixada a mestra, pressionando a mesma com a colher de pedreiro at a medida

    com a trena da altura do nvel a mestra do contrapiso.

    Assentamos a mestra da outra extremidade da mesma forma . As mestras intermedirias so

    obtidas atravs da fixao de duas linhas entre as mestras das extremidades (incio e fim dos

    lados) sendo assentada a uma distncia em que possa ser apoiada a rgua. Nas mestras

    intermedirias de direo oposta (em direo ao pedao de madeira da mestra) utilizamos

    apenas uma linha.

    CARTILHA DO PEDREIROCARTILHA DO PEDREIRO 3

    Feita a marcao das mestras do contrapiso, comeamos a construo do mesmo, enchendo

    ( em pelo menos 2 camadas at passar da altura da mestra) de argamassa de solo cimento trao

    de 1:15 a faixa formada pelas mestras dos lados da rea a ser pavimentada. A cada camada

    devemos compactar (socar) atravs do soquete (ver assunto de ferramentas) para dar resistncia

    ao contrapiso. Com a rgua apoiada nas mestras, em movimentos de vai e vem, cortamos a

    argamassa de solo cimento que passa do nvel da mestra.

    Com as faixas j nivelada ou seja cortada pela rgua, enchemos em pelo menos 2 camadas atpassar da altura da faixa, com solo cimento as reas entre as mesmas socando cada camadas.

    Nivelamos a argamassa de solo cimento contida nas reas entre as mestras que passam do

    nvel da faixa apoiando a rgua nas mesmas concluindo a camada de contrapiso do pavimento.

    Piso cimentado

    A construo do piso cimentado feita sobre o contrapiso. Procedemos da mesma forma para

    obter a marcao das mestras, fixando as linhas entre as mestras das extremidades (incio e fimdos lados) para obter as mestras intermedirias, enchendo de argamassa de cimento e areia no

    trao de 1:5 a faixa formada pelas mestras espalhando-a com a colher de pedreiro. Antes de

    lanar a argamassa na superfcie do contrapiso, polvilha-se cimento para melhorar a unio entre

    as camadas.

    A altura da camada do piso est em torno de 3 cm.

    Como no contrapiso, obtemos a altura do nvel at a mestra do piso subtraindo os 3 cm (altura da

    camada) da altura do nvel at o contrapiso.

  • 8/2/2019 Apresentao pedreiro

    41/41

    Nivelamos a argamassa contida entre as mestras apoiando a rgua nas mesmas, cortando a

    argamassa que passa do nvel das mestras.

    Formadas as faixas entre as mestras lana-se e espalha-se (com a colher de pedreiro)

    argamassa entre as mesmas como no contrapiso. Nivela-se com a rgua, retirando a argamassaacima do nvel das faixas. Em seguida, iniciamos o desempolamento da superfcie do cimentado

    utilizando a desempoladeira. Pressionamos a desempoladeira em movimentos circulares sobre a

    argamassa molhando-a com o trincho dando acabamento liso ao pavimento. Desempolamos

    toda a superfcie coberta de argamassa at completar todo o pavimento.

    1. Bibliografia

    Associao Brasileira de Cimento Portland

    Mos Obra Orientao para construo ou reforma de sua casa

    Chaves, Roberto Como construir uma casa: Concreto, Alvenaria, Pintura, Telhado e Instalaes

    12a ed. Rio de Janeiro: ediouro 1997