appcc em abate de aves - karen m o d nogueira

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇAO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL APPCC: ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE EM ABATE DE AVES Karen Michelline de Oliveira Dias Nogueira São Paulo, outubro de 2010.

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  • UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

    PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

    COORDENAO DE PS-GRADUAAO

    CURSO DE PS-GRADUAO LATO SENSU EM

    HIGIENE E INSPEO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

    APPCC: ANLISE DE PERIGOS E PONTOS CRTICOS DE CONTROLE EM ABATE DE AVES

    Karen Michelline de Oliveira Dias Nogueira

    So Paulo, outubro de 2010.

  • Karen Michelline de Oliveira Dias Nogueira

    Aluna do Curso de Especializao Lato sensu em

    Higiene e Inspeo de Produtos de Origem Animal

    APPCC: ANLISE DE PERIGOS E PONTOS CRTICOS DE CONTROLE EM ABATE DE AVES

    So Paulo, outubro de 2010

    Trabalho de Concluso do Curso de Ps-Graduao

    Lato sensu em Higiene e Inspeo de Produtos de

    Origem Animal apresentado Universidade Castelo

    Branco, como requisito parcial para a obteno de

    Ttulo de Especialista em Higiene e Inspeo de

    produtos de Origem Animal, sob a orientao da

    Professora Marta Maria B. Baptista S. Xavier.

  • Em especial ao meu esposo, pelo

    apoio e compreenso, a minha famlia

    que sempre esteve ao meu lado.

  • AGRADECIMENTOS Aos meus pais... Ao meu querido marido... Deus.... Professora Marta Maria B. Baptista S. Xavier pela ateno que teve comigo em ser minha orientadora. com enorme satisfao que reconheo todos aqueles que tiveram um papel determinante para que eu cumprisse mais uma etapa em minha vida.

  • NOGUEIRA, Karen Michelline de Oliveira Dias. APPCC: Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle em abate de aves.

    RESUMO

    O programa de qualidade de Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC) um plano sistemtico para identificao e controle de perigos nas diferentes fases do processo industrial que tem como pr-requisitos as Boas Prticas de Fabricao (BPF) e os Procedimentos Padres de Higiene Operacional (PPHO). Esses pr-requisitos identificam os perigos potenciais segurana do alimento desde a obteno das matrias-primas at o consumo, estabelecendo em determinadas etapas, os Pontos Crticos de Controle (PCC), medidas de controle e monitorizao que garantem, ao final do processo, a obteno de um alimento seguro e com qualidade. Neste trabalho sero abordados conceitos referentes qualidade voltados para indstria alimentcia, em especial a indstria avcola. O foco principal ser a aplicao dos planos de autocontrole baseados nos princpios do APPCC nos matadouros de aves, atravs da descrio do fluxograma dos processos empregados na indstria.

    Palavras chave: APPCC; Aves; Risco; Perigos; Sade Coletiva.

  • ABSTRACT

    The program quality the Hazard Analysis and Critical Control Points (HACCP) is a systematic plan to identify and control hazards in different stages of the industryal process that has as pre requisites the Good Manufacturing Practices (GMP) and Sanitation Standard Operating Procedures (SSOP). These pre requisites identify potential hazards to food safety, from obtaining raw materials to consumption, establishing certain steps in the Critical Control Points (CCP), control measures and monitoring to ensure, at the end of the process, achieving a safe and quality food. In this study, concepts relating to quality-oriented food industry, particularly the poultry industry. The main focus will be implementing the plans of self-control based on the principles of HACCP in poultry slaughterhouses in the description of the flowchart of the processes used in industry.

    Key-words: HACCP, poultry, Risk, Hazard, Public Health.

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

    BPF Boas Prticas de Fabricao

    CMS Carne Mecanicamente Separada

    DIPOA Departamento de Inspeo de Produtos de Origem Animal

    GMP Good Manufacturing Practices

    HACCP Hazard Analysis and Critical Control Point

    IF Inspeo Federal

    MAPA Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento

    PC Ponto de Controle

    PCC Ponto Critico de Controle

    PPHO Procedimento Padro de Higiene Pr e Operacional

    PSO Procedimento Sanitrio Operacional

    SIF Servio de Inspeo Federal

    SSOP Sanitation Standard Operating Procedures

    FFO Fbrica de Farinha e leo

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Representao esquemtica dos sete pontos de Analise de Pontos

    Crticos de Controle (APPCC)............................................................................... 20

    Figura 2: Fluxograma da planta de funcionamento do matadouro de aves

    ............................................................................................................................... 26

    Figura 3: Fluxograma dos setores de produo da indstria................................. 27

    Figura 4: Colaborador descarregando as gaiolas....................................................34

    Figura 5: Pendura de frangos................................................................................35

    Figura 6: Insensibilizao......................................................................................37

    Figura 7: Escaldagem............................................................................................38

    Figura 8: Depenagem.............................................................................................39

    Figura 9: Profissionais do servio de inspeo federal...........................................42

    Figura 10: Pr-Chiller...............................................................................................45

    Figura 11: Chiller....................................................................................................46

    Figura 12: Expedio.............................................................................................55

  • SUMRIO

    RESUMO............................................................................................................ 8

    ABSTRACT ........................................................................................................ 9

    LISTA DE ABREVIATURA .............................................................................. 10

    1 INTRODUO .............................................................................................. 11

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ......................................................................... 13

    2.1 HISTRICO ............................................................................................... 13

    2.2 HACCP ...................................................................................................... 14

    2.3 HACCP NA INDSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL ............................. 15

    2.4 CLASSES DE PERIGOS ........................................................................... 15

    3 PR-REQUISITOS E MEDIDAS PREVENTIVAS ......................................... 17

    3.3 IMPLANTAO HACCP ............................................................................ 18

    4 SETE PONTOS DO HACCP ......................................................................... 21

    4.1 PRINCIPIO 1 .............................................................................................. 21

    4.2 PRINCIPIO 2 .............................................................................................. 21

    4.3 PRINCIPIO 3 ............................................................................................. 22

    4.4 Principio 4 ................................................................................................... 22

    4.5 Principio 5 ................................................................................................... 22

    4.6 Principio 6 ................................................................................................... 23

    4.7 Principio 7 ................................................................................................... 23

    5 EQUIPE DO HACCP ..................................................................................... 24

  • 5.1 DESCRIO DO PRODUTO ..................................................................... 24

    5.2 FLUXOGRAMA DO ABATEDOURO .......................................................... 25

    5.3 FLUXOGRAMA DOS SETORES .............................................................. 27

    5.4 DEFINIR AES PREVENTIVAS ............................................................. 28

    6 SELEO DOS PONTOS CRTICOS .......................................................... 29

    7 DEFINIR MEDIDAS CORRETIVAS ............................................................. 30

    8 CONCLUSO ............................................................................................... 31

    9 REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................. 41

    10 ANEXOS.........................................................................................................33

  • 1 INTRODUO

    Segundo Paladini (1996) o termo qualidade h muito tempo j faz parte do

    vocabulrio de muitas pessoas, portanto a qualidade envolve muitos aspectos

    simultaneamente e sofre alteraes conceituais ao longo do tempo

    Alguns conceitos de qualidade foram estruturados tendo a satisfao do

    consumidor como o elemento principal.

    Juran; Gryna (1993) definiram a qualidade como a adequao ao uso.

    A Organizao Europia de Controle de Qualidade define que qualidade a

    condio necessria de aptido para o fim a que se destina.

    Para Jenkins (1991) a qualidade o grau de ajuste de um produto demanda

    que pretende satisfazer.

    interessante ressaltar que esses conceitos correlacionam os interesses da

    empresa com o atendimento s necessidades do cliente. Logo, para que se tenha

    uma contnua evoluo da qualidade, deve-se saber o quanto os consumidores

    esto satisfeitos com os produtos que adquiridos.

    A qualidade hoje uma vantagem competitiva que diferencia uma empresa

    de outra, pois os consumidores esto cada vez mais exigentes em relao sua

    expectativa no momento de adquirir um determinado produto. Logo, as empresas

    que no estiverem preocupadas com esta busca pela qualidade podero ficar

    margem do mercado consumidor.

    Quando se fala em qualidade para a indstria de alimentos, o aspecto

    segurana do produto sempre um fator determinante, pois qualquer problema pode

  • comprometer a sade do consumidor. Espera-se que empresas diferenciadas

    atuantes nesse ramo de atividade tenham algum sistema eficaz para exercer esse

    controle.

    No Brasil h empresas lderes do ramo de alimentos que esto

    implementando sistemas de gerenciamento atravs de programas de qualidade,

    porm ainda existe um grande nmero de outras empresas que no aplicam

    ferramentas para garantir este atributo aos produtos.

    Este trabalho tem por objetivo descrever a relevncia da implementao deste

    programa de qualidade no abate de frangos, como ferramenta para avaliar de forma

    contnua e sistemtica a qualidade do produto durante as diferentes fases do

    processamento industrial.

    12

  • 2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 HISTRICO

    O termo alimento seguro um conceito que est crescendo na conjuntura

    global, no somente pela sua importncia para a sade pblica, mas tambm pelo

    seu importante papel no comrcio internacional (BARENDSZ, 1998).

    Este sistema foi utilizado pela primeira vez, nos anos 60, pela Pillsburg

    Company, junto com a NASA (National Aeronautics and Space Administration) e o

    US Army Laboratories em Natick, com o objetivo de desenvolver um programa de

    qualidade que, utilizando algumas tcnicas, desenvolvesse o fornecimento de

    alimentos para os astronautas da NASA (BENNET; STEED, 1999), sendo

    apresentado ao pblico pela primeira vez em 1971, durante a conferncia nacional

    para proteo de alimentos, realizada nos Estados Unidos (ATHAYDE, 1999).

    Segundo Jouve (1998) a legislao em segurana do alimento geralmente

    entendida como um conjunto de procedimentos, diretrizes e regulamentos

    elaborados pelas autoridades, direcionados para a proteo da sade pblica. O

    programa de Anlises de Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC) ou Hazard

    Analysis and Critical Control Points (HACCP) foi uma ferramenta desenvolvida

    originalmente pelo setor privado para garantir a segurana do produto e atualmente

  • introduzida na legislao de vrios pases. A partir de 14 de dezembro de 1995,

    todas as empresas de alimentos daUnio Europia deveriam ter um sistema de

    HACCP implementado. Este foi o resultado de diretrizes da EEC / 93-43, aprovada

    pelo Conselho da Europa em 14 de junho de 1993 (GRIJSPAARDT-VINK, 1994).

    No Brasil, apesar de existirem alimentos com padres de excelncia

    comparveis aos produzidos nos pases do Primeiro Mundo, ainda existem

    problemas que comprometem a qualidade e apresentam riscos sade humana

    (BRANDIMARTI, 1999).

    Nas pequenas indstrias, podem ser apontadas como questes ainda no

    resolvidas a falta de aplicao das BPF (Boas Prticas de Fabricao)

    (BRANDIMARTI, 1999).

    Apesar dos programas de BPF e do APPCC estarem estabelecidos na

    legislao por meio de portarias, Portarias n. 1428 (BRASIL, 1993), Portaria n. 326

    (BRASIL, 1997), do Ministrio da Sade e as Portarias n. 40 (BRASIL, 1998),

    Portaria n. 46 (BRASIL, 1998), do Ministrio da Agricultura Pecuria e

    Abastecimento (MAPA). suas aplicaes quase inexistente (BRANDIMARTI,

    1999).

    Inicialmente, o sistema HACCP desenvolvido pela The Pillsbury Company

    consistia de trs princpios: Anlise de perigo e avaliao do risco; Determinao

    dos pontos crticos de controle; Monitoramento dos pontos crticos de controle

    (JOUVE, 1998):

    2.2 ANLISE DOS PONTOS CRTICOS DE CONTROLE (APPCC)

    A University of Nebraska citou que o APPCC um sistema preventivo para

    garantir a produo segura de alimentos. A aplicao do programa baseada em

    princpios tcnicos e cientficos que assegurem o alimento seguro. Os princpios

    descritos no APPCC podem ser aplicados no abate, e processamento industrial,

    transporte e distribuio, em toda cadeia alimentar (FIGUEREDO, 2001).

    O aspecto mais importante do sistema APPCC que deve ser um sistema de

    inspeo de controle e preveno de riscos. No devendo ser realizada somente na

    14

  • inspeo do produto final. Atualmente, um sistema de APPCC pode ser certificado

    pela ISO 22000 (ibid.).

    O sistema APPCC recomendado por organismos internacionais como a

    Organizao Mundial do Comrcio (OMC), Organizao das Naes Unidas para

    Alimentao e Agricultura (FAO), Organizao Mundial de Sade (OMS) e pelo

    MERCOSUL, e exigido pela Comunidade Europia e pelos Estados Unidos

    (CAMARGO; PIEDADE, 2010).

    2.3 APPCC NA INDSTRIA DE ALIMENTOS NO BRASIL

    A legislao nacional referente ao APPCC teve incio em 1993 estabelecida

    pelo SEPES/MAARA, normas e procedimentos para pescados, e, no mesmo ano, a

    Portaria n.1428 (BRASIL, 1993) recomendou normas para obrigatoriedade em

    todas as indstrias de alimentos.

    A Portaria n. 40 (BRASIL, 1998), estabeleceu um manual de procedimentos

    baseado no sistema APPCC para bebidas e vinagres e, logo em seguida, a Portaria

    n. 46 (BRASIL,1998), obrigou a implantao gradativa em todas as indstrias de

    produtos de origem animal do programa de garantia de qualidade APPCC, cujo pr-

    requisito essencial so as BPF (CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA, 2001).

    2.4 PERIGOS DESCRITOS PELO PLANO APPCC

    Segundo o Programa de autocontrole da Empresa Rigor Alimentos em 2008,

    as classes de perigos cobertos pelo plano HACCP se dividem em trs classes:

    Perigos Biolgicos: Salmonella spp., Escherichia coli, Staphylococcus aureus,

    Coliformes 45 C e Aerbios Mesfilos Viveis, Enterobactereaceas,

    Campylobacter spp., Yersnia enteroltica, Listeria monocytgenes, Listeria spp.,

    Clostridium perfringens e Clostridium spp.;

    15

  • Perigos Fsicos: Penas, Materiais estranhos, Corpos metlicos, Osso e Cartilagens;

    Perigos Qumicos: Cloro, Bile, Medicamentos, Aflatoxinas, Pesticidas e Metais

    pesados.

    16

  • 3 PROGRAMAS DE PR-REQUISITOS E MEDIDAS PREVENTIVAS

    O APPCC no um programa isolado, mas parte de um sistema de

    Garantia da Qualidade. Para assegurar a eficcia do sistema de APPCC necessita

    dos seguintes programas de pr-requisitos e suas respectivas medidas preventivas:

    3.1 BPF

    As Boas Prticas de Fabricao so procedimentos a serem seguidos para

    prevenir eventual contaminao biolgica, qumica ou fsica do produto final. O

    objetivo do programa assegurar que os requisitos gerais de higiene e de Boas

    Prticas de Fabricao sejam cumpridos para que o produto esteja a salvo de

    contaminantes, ou seja, preparado, manipulado e embalado sob condies

    sanitrias adequadas. As regras sobre BPF relacionam as prticas envolvidas no

    processamento, embalagem e armazenamento dos alimentos destinados ao

    consumo humano. Esses guias gerais incluem normas bsicas de higiene pessoal,

    PPHO, manuteno preventiva de equipamentos e calibrao, controle de pragas,

    treinamentos peridicos, Programa de Rastreabilidade e Programa 5S (PROGRAMA

    DE AUTOCONTROLE RIGOR ALIMENTOS, 2008).

    Desempenham um importante papel nas operaes de uma planta

    processadora de alimentos. Neste programa esto includos os controles da

    preveno e contaminao por lixo e sujidades, a qualidade

  • da gua, o controle de pragas, a remoo de matrias-primas imprprias, a proteo

    quanto contaminao da matria-prima e os danos sade coletiva, controles de

    armazenamento e o transporte, prticas sanitrias dos manipuladores,

    adequacidade das instalaes e equipamentos e tratamento de efluentes (BRASIL,

    1997).

    3.2 PPHO

    Os Procedimentos Operacionais Padro de Higiene tem como objetivo

    estabelecer procedimentos de limpeza e sanitizao dos equipamentos, utenslios e

    instalaes, visando eliminar as sujidades e corrigir problemas que possam levar

    contaminao por substncias qumicas estranhas, fsicas, microorganismos, pragas

    e pessoal (PROGRAMA DE AUTOCONTROLE RIGOR ALIMENTOS, 2008).

    Delazari (2002) fez aluso ao PPHO, como sistema capaz de garantir que

    todas as superfcies dos equipamentos, utenslios e instrumentos de trabalho que

    entrem em contato com os alimentos, ou no, mas que de alguma forma implica no

    processo sejam limpos visando evitar condies que possam causar alterao dos

    produtos (PROGRAMA DE AUTOCONTROLE RIGOR ALIMENTOS, 2008).

    Apenas as plantas que possuam programas bsicos slidos de BPF e PPHO

    esto aptas a implantarem o sistema HACCP (DELAZARI, 2002).

    3.3 IMPLANTAO DO SISTEMA DE ANLISE DE PONTOS CRTICOS DE

    CONTROLE

    O sucesso da implantao do sistema APPCC dependente do

    comprometimento da direo, pois requer a locao de recursos, de fundos e de

    mo-de-obra especializada. Esse comprometimento deve ser alcanado mediante o

    fornecimento de informaes sobre os conceitos e benefcios da implantao do

    sistema. A motivao pelo envolvimento dos funcionrios um dos principais fatores

    18

  • para o atendimento das exigncias legais e sucesso do programa. (Foodsafety,

    2005)

    Toda essa discusso est embasada no fato de uma alterao na integridade

    fsica ou qualidade qumica e microbiolgica da matria prima pode vir a constituir

    risco sade do consumidor e, por isso, deve ser evitada (Foodsafety, 2005)

    O plano APPCC documento formal que rene as informaes-chave

    elaboradas por equipe capacitada contendo todos os detalhes do que crtico para

    a produo de alimentos seguros, e consiste em catorze etapas, sendo citados sete

    os princpios do sistema (Foodsafety, 2005)

    1 Etapa: Definio dos objetivos.

    2 Etapa: Identificao e organograma da empresa.

    3 Etapa: Avaliao de pr-requisitos*.

    4 Etapa: Programa de capacitao tcnica*.

    5 Etapa: Descrio de produto e uso esperado.

    6 Etapa: Elaborao do fluxograma de processo.

    7 Etapa: Validao do fluxograma de processo.

    *Avaliao de pr-requisitos e programa de capacitao tcnica citados nas etapas

    acima so exigncias para o MAPA. Na conduo dessas etapas existem variaes,

    dependendo do rgo competente que as preconiza, quando pelo Ministrio da

    Sade, as etapas so resumidas em doze.

    Na Portaria 46 (BRASIL, 1998) consta que o plano APPCC tambm

    utilizado para controlar aspectos de qualidade e de fraude econmica.

    A primeira etapa inicia-se com a definio dos objetivos, seguida pela

    identificao e organograma da empresa (2 etapa) com nomes e atribuies,

    avaliao de pr-requisitos (3 etapa), programa de capacitao tcnica (4 etapa) e,

    depois, a partir da 5 etapa, a seqencia seria igual para ambos (MS e MAPA).

    Observa-se que as exigncias do Ministrio da Sade diferenciam-se,

    iniciando-se na 1. etapa, conseguinte a 2. etapa, a 5. etapa, nessa, descreve-se o

    produto e o uso esperado, todas as informaes devem constar, ingredientes, pH,

    instrues de rotulagem e etc. Um fluxograma de processo deve ser elaborado na

    19

  • 6. etapa, para proporcionar descrio fiel das etapas que envolvem o produto e, o

    mesmo, deve ser validado no local, na 7. etapa. Inicia-se ento a aplicao dos

    sete princpios do APPCC (ou seja, as sete etapas restantes), adotado pelo Codex

    Alimentarius (Figura 1).

    Figura 1: Representao esquemtica dos sete pontos de Analise de Pontos Crticos de Controle (APPCC). Fonte: CANA, 2008.

    20

  • 4 OS SETE PONTOS DE ANALISE DE PONTOS CRTICOS DE CONTROLE

    4.1 PRINCPIO 1: ANLISE DE PERIGOS E MEDIDAS PREVENTIVAS

    A equipe do APPCC deve conduzir uma anlise de perigos potenciais e

    identificar as etapas do processo em que os perigos significativos possam ocorrer

    (PARDI, 2001).

    O critrio para incluso do perigo na lista dos pontos crticos de controle deve

    ser desenvolvido com base nas especificaes para produo de alimentos incuos.

    Dessa maneira a equipe do APPCC poder determinar as medidas corretivas

    aplicveis a cada um dos perigos, decidir quais perigos so significativos e quais

    devem ser includos no plano (SILVA, 2004).

    4.2. PRINCPIO 2: IDENTIFICAO DOS PONTOS CRTICOS DE CONTROLE

    Um Ponto Crtico de Controle pode ser definido como um ponto na fase de

    produo, ou procedimento, em que se podem aplicar medidas corretivas para

    manter o perigo em nveis aceitveis, ou seja, abaixo do limite de segurana (

    SILVA, 2004).

    Um PCC pode se localizar em qualquer ponto onde os perigos possam existir,

    por isto, deve ser descrito e documentado detalhadamente. (ibid.).

  • 4.3. PRINCPIO 3: ESTABELECIMENTO DOS LIMITES CRTICOS

    Toda medida preventiva tem seu limite crtico. O mesmo pode ser definido

    como sendo o limite que assegura a preveno, eliminao ou reduo dos perigos

    que podem interferir na inocuidade de um produto, como temperatura, tempo,

    umidade, pH (PARDI, 2001).

    4.4. PRINCPIO: ESTABELECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE

    MONITORAMENTO

    Com a utilizao dos resultados do monitoramento, deve-se ajustar e fazer a

    manuteno do processo. Os requisitos de controle devem ser uma seqencia de

    observaes e medidas que tm como objetivo avaliar se o PCC est sob

    controle,baseados em trs propsitos:

    Garantir a inocuidade do alimento, medida que acompanha todas as etapas

    das operaes, implementando-se se necessrio, medias corretivas imediatas;

    Detectar perdas de controle e desvios dos limites crticos, onde medidas corretivas

    devem ser implantadas; Proporcionar documentao escrita a ser utilizada na

    verificao do plano APPCC; Como caracterstica final deste princpio, o intervalo

    entre as observaes deve ser suficientemente confivel para que se possa

    assegurar que o perigo est sob controle (PARDI, 2001).

    4.5. PRINCPIO 5: ESTABELECIMENTO DAS AES CORRETIVAS

    A ocorrncia de desvios dos limites crticos passvel de acontecer no plano

    APPCC. Deve ser estabelecido para cada PCC um plano de aes corretivas

    quando houver ocorrncia destes desvios (SILVA, 2004).

    22

  • Em relao aos registros, tanto a identificao do lote em no conformidade,

    quanto s aes corretivas realizadas, devero constar no registro do plano APPCC,

    desta maneira, o PCC estar sempre sob efetivo controle (ibid.).

    4.6. PRINCPIO 6: ESTABELECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE

    VERIFICAO

    um princpio fundamental visando-se a operao adequada,

    constantemente avaliada, corrigida de um sistema APPCC (PARDI, 2001).

    Os procedimentos de verificao demonstram a adequao dos limites

    crticos para os Pontos Crticos de Controle, garantem que o plano HACCP est

    funcionando de maneira efetiva, e comprovam a confiabilidade do sistema, mediante

    validaes peridicas.

    4.7. PRINCIPIO 7: ESTABELECIMENTOS DOS PROCEDIMENTOS DE REGISTRO

    Segundo Silva 2004, o sistema de registro do plano APPCC,quando bem

    desenvolvido,confere credibilidade e dinamismo s operaes de controle, devem

    ser includos os seguintes registros:

    - Relao dos integrantes da equipe HACCP com suas respectivas funes;

    - Descrio do produto e seu uso;

    - Fluxograma das operaes de produo, com indicao dos respectivos PCC;

    - Perigos relacionados em todos os PCC e suas medidas corretivas;

    - Limites crticos em todos os PCC;

    - Sistemas de monitoramento utilizados para todos os PCC;

    - Aes corretivas quando do desvio dos limites crticos;

    - Procedimento de verificao e registro do plano.

    23

  • 5 A EQUIPE DO APPCC

    Toda equipe do APPCC deve ser composta por profissionais que detenham

    conhecimento tcnico-cientfico sobre a produo de alimentos. Basicamente, deve

    ser formada por um coordenador geral do programa, a quem ser delegada a

    responsabilidade e a autonomia das decises do projeto e, por uma Equipe

    Multidisciplinar, de no mnimo trs e no mximo sete integrantes que devem estar

    diretamente envolvidos operacionalmente no processo.

    importante assegurar-se de que todos eles possuam qualificaes que lhes

    permitam entender o treinamento que iro receber, para conduzir adequadamente

    sua parte do trabalho (DELAZARI, 2002).

    Os membros da equipe devem ser capazes de reconhecer e identificar os

    perigos, definir o nvel de severidade e os riscos associados, recomendar os

    sistemas de monitoramento a serem efetuados, os critrios a serem adotados e as

    medidas corretivas a serem tomadas no caso da ocorrncia de desvios, o

    monitoramento e a forma de registro. (US NATIONAL ADVISORY COMMITTEE ON

    MICROBIOLOGICAL CRITERIA FOR FOODS, 1991).

    5.1 DESCRIO DO PRODUTO

    Uma vez selecionado o produto, a equipe do APPCC inicia o trabalho com a

    descrio do mesmo. A descrio inclui informaes sobre ingredientes, formulao,

  • especificaes, detalhes de composio (ph, atividade da gua), informaes

    sobre embalagem, condies de processa meto e instrues de rotulagem (SMITH,

    1990).

    O histrico do produto deve ser descrito com base nas informaes obtidas

    por manifestaes dos clientes e consumidores, por anlises de laboratrio e

    estudos de vida de prateleira. Os procedimentos na rede de distribuio podem ser

    descritos juntamente com as informaes do modo de conservao do produto.

    O uso pretendido para o produto deve ser baseado nas prticas normais dos

    consumidores, a menos que sejam transmitidas aos usurios, instrues que

    alertem sobre cuidados especficos de manuseio e preparo.

    5.2 FLUXOGRAMA DO MATADOURO

    Toda equipe do APPCC deve elaborar um fluxograma do processo em estudo

    (Figura 2). Este deve ter carter ilustrativo para facilitar uma anlise mais detalhada

    da racionalidade e segurana do fluxo de processo. Esta fase de extrema

    importncia pois evidencia as linhas de produo (DELAZARI, 2002).

    exatamente neste ponto que os membros da equipe se conscientizam das

    diferenas entre o grau de percepo e conhecimento das operaes que compem

    o processo como um todo.

    25

  • Recepo de aves

    Insensibilizao e

    sangria

    PCC1-Q

    F.F.O

    Escaldagem /

    Depenagem

    Eviscerao

    Pr resfriamento

    Por imerso

    Re pendura

    Pr-resfriamento

    Ar chiller

    Pr resfriamento

    miudos

    Saquinhos de

    miudos

    Frango Inteiro Frango em Cortes

    Adio de midos

    Embalagem

    primria

    Padronizar

    Embalagem

    Secundria

    Tnel de

    congelamento

    Contrtil

    Paletizar

    Armazenar/Estocar

    Expedir

    Corte Asa Corte Coxa Corte Peito

    Recorte de Asa

    Dorso

    Desossa de Coxa

    Moer

    Recorte de Fil

    Congelamento em

    placas

    Embalagem

    Primria

    1

    PCC1-Quimico - presena de resduos nos

    produtos acima do LMR

    PCC2-B PCC2-Biolgico

    presena de contaminao gastro

    intestinal e biliar

    PCC3-Biolgico 4 graus Celsius em 4 horas PCC3-B

    Figura 2: Fluxograma da planta de funcionamento do matadouro de aves. Fonte: Programa de auto controle Rigor alimentos, 2008.

    26

  • 5.3 FLUXOGRAMA DOS SETORES

    4.3 IDENTIFICAO E ANLISE DOS PERIGOS

    Frango Vivo Frango Morto

    Sangria

    Frango batido

    Depenagem

    Frango com Vsceras

    Eviscerado

    Graxaria

    Frango abatido sem midos, cabea e

    pescoo

    Gotejamento/

    Embalagem

    Frango com Midos

    embalados

    embalados

    Sangue

    Penas

    PS

    Frango condenado

    Parcial/total Cortes SIF

    Corao, Moela e

    Fgados embalados Frango com defeito Desossa

    Produto Mercado

    Interno

    Padronizao Tnel de congelamento esttico

    Detector de Metais

    Exportao

    Colocao de

    contrtil

    Cmara de

    estocagem Expedio

    Plataforma de desembarque

    Figura 3: Fluxograma dos setores de produo da indstria. Fonte: Programa de auto controle Rigor alimentos, 2008.

    27

  • Esta anlise tem como objetivo identificar os perigos reais e potenciais

    associados a processos, modo pelo qual o alimento exposto a venda e o seu

    uso/preparo para o consumo.

    Nesta fase requer competncia tcnica para identificao correta dos perigos,

    prtica para estabelecer a severidade dos mesmos e os possveis riscos

    conseqentes (US NATIONAL ADVISORY COMMITTEE ON MICROBIOLOGICAL

    CRITERIA FOR FOODS, 1991).

    Ainda a equipe do APPCC deve considerar quais so os consumidores- alvo,

    pois o alimento pode destinar-se a apenas uma faixa restrita da populao. muito

    importante que a equipe considere que um alimento exposto no ponto de venda

    possa ser adquirido por pessoas pertencentes ao grupo de risco, susceptveis a

    toxinfeces, como crianas, mulheres grvidas e idosos. Assim, a equipe de

    minunciar o processo de produo com obstculos fortes o bastante para inibir,

    destruir ou controlar todos os perigos.

    5.4 DEFINIR AES PREVENTIVAS

    Cada PCC ter uma ou mais medidas preventivas.A equipe do APPCC deve

    estabelecer medidas preventivas que possam ser aplicveis a cada PCC

    .Delazari (2002) relatou que possvel existir situaes onde sejam

    necessrias mais de uma medida preventiva para controlar um perigo bem como

    situaes onde mais de um perigo seja prevenido com o uso de uma s medida

    preventiva.

    28

  • 6 SELEO DOS PONTOS CRTICOS

    A seleo dos PCCs deve ser conduzida atravs de respostas ordenadas a

    uma srie de perguntas pr-estabelecidas conhecidas como rvore Decisria de

    PCC, que alm da identificao fornece informaes sobre qual o tipo do PCC. Os

    principais PCC dizem respeito :

    - Formulao de um alimento;

    - Processos trmicos empregados durante a produo;

    - Refrigerao;

    - Congelamento;

    - E quaisquer outros processos e/ou etapas que possam interferir na qualidade final

    do produto.

  • 7 DEFINIR MEDIDAS OU AES CORRETIVAS

    Aes corretivas devem ser estabelecidas para o caso de desvios dos limites

    de segurana ou limites crticos. Para contaminaes inaceitveis ou falhas no

    processo, medidas corretivas imediatas devem ser tomadas a fim de restabelecer as

    condies de normalidade de todo o processo produtivo. Essas medidas corretivas

    podem variar de acordo com tipo de operao das medidas de controle, porm,

    devem englobar todos os PCC, em todas as etapas de produo.

  • 8 CONCLUSO

    O sistema APPCC um programa de qualidade utilizado na indstria de

    alimento que visa identificar os perigos podem ocorrer em uma linha de produo,

    estabelecendo os processos de controle, possibilitando a reversibilidade de correo

    nas falhas durante as etapas de processamento, desde o campo a mesa do

    consumidor, garantindo a inocuidade do produto, e a preocupao com a sade

    coletiva.

    Neste trabalho foram descritos os requisitos do sistema de gesto

    implantados por empresas, com a finalidade de demonstrar a capacidade em se

    produzir produtos que atendam aos requisitos do cliente, legislaes, regulamentos,

    acrescentando a satisfao por meio da efetiva aplicao do sistema, incluindo

    processos para melhoria contnua do mesmo e a garantia da conformidade do

    produto final.

    Os padres, diretrizes e outras recomendaes do Codex tornaram-se a base

    identificada para a produo de alimentos seguros e proteo do consumidor no

    comrcio internacional de alimentos. Sendo assim, as diretrizes para a aplicao do

    APPCC atravs Codex Alimentarius tornou-se o ponto de referncia para as

    exigncias internacionais de inocuidade de alimentos.

    A equipe do sistema APPCC de qualquer empresa deve estar ciente que a

    responsabilidade pela produo do alimento seguro, torna-se um comprometimento

    em fornecer um produto com caractersticas sensoriais preservadas, e qualquer

    falha no processo, os transtornos passveis de ocorrerem, as penalidades previstas

  • recarem no somente sobre a indstria produtora, mas comprometendo seus

    fornecedores e os profissionais envolvidos na linha de produo.

    Concluiu-se que por ser um sistema baseado em emprego de tcnicas que

    apontem os Pontos Crticos de Controle, suas falhas e correes, seus registros,

    certificando a origem da matria prima, seu beneficiamento durante as etapas

    tecnolgicas as quais obter-se- um produto final com qualidade, seguro, sem

    comprometimentos e riscos sade coletiva.

    32

  • 9 ANEXOS

    9.1 DESCRIO DAS ETAPAS DO PROCESSO

    9.1.1 Galpo de espera

    Neste estabelecimento existem galpes de espera com capacidade para 10

    caminhes, equipados com ventiladores de nebulizao. das aves enquanto ela

    aguardam o momento do incio do abate.

    9.2 PLATAFORMA

    9.2.1 Recepo de aves - PCC1Q

    O funcionrio do controle de qualidade capacitado pelo APPCC para atuar no

    PCC1Q, PCC2B e PCC3B, analisa o Boletim Sanitrio e a Ficha Tcnica do avirio

    para confrontar as informaes referentes ao cumprimento das exigncias das

    vacinaes realizadas e do perodo de carncia da utilizao de drogas veterinrias.

    Caso o perodo de carncia no tenha sido respeitado, o lote interditado

    para o abate, devendo retornar para a granja.

  • Caso o medicamento utilizado no esteja na lista de drogas permitidas, o lote

    somente ser liberado para abate aps averiguao com o setor de fomento de

    todas as informaes pertinentes.

    Em qualquer um dos casos no tendo condies de retorno do lote para o

    avirio, o abate dever ser feito no final do turno, o produto dever ser seqestrado

    enquanto aguarda o resultado das anlises laboratoriais do PNCRB. De acordo com

    o resultado emitido no laudo os produtos sero liberados para a comercializao ou

    destinados para o setor de subprodutos.

    9.2.2 Descarga dos caminhes

    Atravs de esteiras feito o transporte de gaiolas at o processo de pendura

    (Figura 4). Aps esta etapa, as gaiolas passam pelo lavador de gaiolas, os

    caminhes sero higienizados, providos com as gaiolas lavadas e liberados.

    Figura 4: Colaborador descarregando as gaiolas. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    34

  • 9.2.3 Pendura

    Retirada dos frangos das caixas de transporte, e apanh-los pelo tarso.

    Ocorre verificao visual se o frango est vivo ou morto.

    Caso o animal encontre-se morto, destin-lo para o container de produtos

    condenados (graxaria / subprodutos).

    Etapa onde os colaboradores penduram as aves pelos ps (Figura 5).

    9.2.4 Lavagem e Desinfeco das Gaiolas

    Aps a pendura das aves, as gaiolas seguem para a mquina de lavagem a

    qual subdividida em dois estgios.

    Subseqente lavagem ocorre a desinfeco das gaiolas, atravs de injeo

    de quaternrio de amnio ou cido peractico por bicos aspersores.

    Figura 5: Colaboradores pendurando os frangos. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    35

  • 9.2.5 Controle da Plataforma

    Os horrios de entrada e sada dos caminhes da plataforma so anotados.

    realizada a contagem de aves mortas em viagem e carregadas mortas nos

    caminhes. Aves mortas so transportadas para o container de produtos

    condenados. Os dados referentes realizao da Inspeo ante mortem pelo

    Servio de Inspeo Federal (SIF).

    9.3 LAVAGEM E DESINFECO DOS CAMINHES

    Aps o descarregamento das caixas com as aves, cada caminho segue para

    rea de higienizao dos veculos, a qual se localiza ao lado do galpo de espera.

    A higiene do caminho feita com uma mangueira de gua de alta presso.

    Posteriormente o caminho passa pelo processo de desinfeco. Em seguida

    as caixas lavadas e desinfetadas so colocadas no caminho e o mesmo segue

    viagem.

    9.4 INSENSIBILIZAO

    Etapa seguinte pendura das aves. Os frangos dependurados pelas patas,

    onde h contacto com o metal em 3 pontos, passam por uma cuba contendo

    soluo salina, onde suas cabeas encontram-se imersas at a asa e recebem

    corrente contnua de 65 V a 75 V, com Amperagem de 1, freqncia de 1,3 Hz

    (Figura 6).

    36

  • 9.5 SANGRIA

    Aps passar pela insensibilizao, as aves entram na calha de sangria, em

    que o corte feito em equipamento prprio, h um funcionrio para fazer o repasse.

    O equipamento utilizado para fazer o corte da sangria esterilizado vapor.

    9.6 ESCALDAGEM

    Fase seguinte sangria, onde as aves mortas so submersas em um tanque

    de escaldagem, com gua temperatura de no mximo de 62C. Esta etapa tem por

    finalidade a dilatao dos folculos das penas, facilitando sua retirada no processo

    seguinte (Figura 7). A renovao da gua constante.

    Existe tambm uma escaldadeira especfica para a cabea que trabalha com

    gua temperatura mxima de 64 C.

    Figura 6: Tanque da insenbilizao. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    37

  • 9.7 DEPENAGEM

    Aps a passagem pelo tanque de escaldagem, as aves atravessam duas

    depenadeiras em srie (Figura 8).

    Nesta etapa se verifica a separao de rea suja para rea limpa do

    estabelecimento.

    realizada o repasse e rependura aps as depenadeiras, e Inspeo prvia

    pelo funcionrio designado pelo SIF.

    Figura 7: Etapa seguinte sangria, onde as aves mortas passam pelo tanque de escaldagem. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    38

  • 9.8 CORTE DE PATAS

    Terminado o processo da depenagem das carcaas, estas seguem para sala

    de eviscerao, sendo que a pata separada da carcaa atravs de disco seguido

    para o depilador de patas.

    9.9 ESCALDADOR DE PS / DECUTILAO DAS PATAS

    A pata desenganchada da nrea atravs de um sistema automtico caindo

    dentro do tanque de escaldador de ps a temperatura mxima de 64C. Atravs de

    uma calha segue para uma mquina, e no seu interior a cutcula separada atravs

    de um eixo com dedos de borracha que giram em um sentido s, com alta rotao

    tendo o auxlio de gua a temperatura mnima de 63C para amolecer a cutcula.

    Figura 8: Sada das carcaas de frango das depenadeiras. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    39

  • O p classificado, o que estiver quebrado, com calo ou melanose

    condenado, os demais so liberados e por meio da calha seguem para o chiller

    situado na sala de midos. O p condenado pesado e destinado para o setor de

    subproduto.

    Os ps para exportao so transportados para sala prpria para nova

    seleo e acondicionamento em caixas brancas, seguem para o setor de

    padronizao, onde so acondicionados em caixas de papelo e a seguir so

    acondicionados em carrinhos para congelamento.

    9.10 EVISCERAO MANUAL

    A linha de eviscerao subdivide-se em duas linhas manuais.

    Aps o corte das patas separando-as das carcaas, esta desprende-se da

    nrea e cai em uma esteira, outra vez, estas so rependuradas nas nreas de

    eviscerao pela cabea.

    9.11 PENDURA / TOALETE INICIAL

    As carcaas passam por um chuveiro inicial providos de bicos com alta

    presso de gua com intuito de retirar qualquer resduo permanente observado.

    9.12 CORTE DA PELE DO PESCOO

    Corte realizado manualmente visando retirar o excesso de pele residual do

    corte do pescoo. Deve-se atentar para uma perfeita higienizao das facas

    utilizadas nesta etapa. A cada 10 aves, a faca utilizada deve ser esterilizada em

    equipamento prprio a temperatura mnima de 85C.

    40

  • 9.13 EXTRAO DA CLOACA

    Fase anterior ao processo de eviscerao, realizado por meio de pistola

    automtica extratora de cloaca, com sistema de auto limpeza.

    9.14 CORTE ABDOMINAL

    Nesta etapa, o colaborador deve estar capacitado para sua realizao, pois o

    corte realizado com destreza a fim de evitar o rompimento de vsceras e no

    causar a contaminao da carcaa.

    A esterilizao da faca deve ser realizada a cada 10 aves, em equipamento

    prprio, temperatura mnima de 85C.

    9.15 EVENTRAO

    Realizada por colaborador capacitado para desempenhar esta funo. H o

    deslocamento das vsceras da cavidade celomtica da carcaa de frango, e

    exposio das mesmas.

    A cada 10 aves os colaboradores devem lavar as mos para evitar a

    contaminao das carcaas subseqentes.

    9.16 SERVIO DE INSPEO FEDERAL (SIF)

    Os profissionais designados a servio da Inspeo Federal tm como funo

    avaliar as condies sanitrias das aves, desviando aquelas com comprometimento

    parcial ou total da carcaa ou vsceras para rea de Inspeo Federal.

    41

  • Na rea de inspeo final, realizado o critrio de julgamento e destino das

    carcaas pelo Mdico Veterinrio do SIF, auxiliado por profissionais que esto sob

    sua ordem direta, onde determinado o aproveitamento parcial ou condenao total

    das carcaas, as partes liberadas so pr-resfriadas em chiller especfico para esta

    finalidade.

    A Inspeo post mortem so realizadas nas linhas A, B, C (Figura 9). As

    carcaas e vsceras no conformes, que exigem exame minudenciado, estas sero

    destinadas para o Departamento de Inspeo Final (DIF), onde sero julgadas e

    destinadas condenao total ou parcial.

    9.17 CORAO

    Durante a eviscerao, este rgo nobre, separado manualmente e

    conduzido atravs da calha at o chiller de pr-resfriamento no setor de midos.

    Figura 9: Profissionais do Servio de Inspeo Federal (SIF) realizando a inspeo das carcaas desviadas das linhas. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    42

  • 9.18 FGADO

    No processo de eviscerao, o fgado separado manualmente das vsceras

    no comestveis e enviado atravs da calha at o chiller de pr-resfriamento no

    setor de midos.

    9.19 VSCERAS NO-COMESTVEIS/MOELA

    Os colaboradores retiram a moela, o pr-ventrculo e o papo juntamente com

    as vsceras no-comestveis.

    O conjunto segue atravs de uma calha para a mquina de beneficiamento da

    moela. Neste processo ocorre a separao das vsceras no comestveis da moela,

    onde seguem para o setor de subprodutos.

    Sistema automtico corta a moela retira o excesso de gordura e cutcula.No

    final da mquina ser realizado um toalete final, atravs da limpeza manual em um

    sistema de roletes. Aps a limpeza conduzida atravs de calha para chiller de

    resfriamento no setor de midos.

    9.20 EXTRAO DOS PULMES

    A retirada dos pulmes realizada por suco de bomba de vcuo.

    9.21 ARRANCADOR DE CABEAS

    As carcaas seguem atravs de um estrangulador que promove a retirada das

    cabeas.

    43

  • 9.22 REVISO FINAL - PCC2 B

    A reviso da carcaa de frango realizada para se verificar a sua

    conformidade e ausncia de contaminao biliar, fecal, e biliar e fecal.

    O frango inspecionado 100% por colaborador capacitado no APPCC

    especificamente no PCC2B na linha de eviscerao antes do toalete final, se

    apresentar contaminao pequena acima descrita, realizada toalete na prpria

    linha e no caso de contaminao maior o frango retirado da nrea por este

    colaborador capacitado. As partes condenadas so depositadas na calha condutora

    de resduos, e destinadas para o setor do subproduto. Posteriormente o restante da

    carcaa retornar para linha de eviscerao.

    Estas carcaas sero marcadas no baco nosolgico da contaminao, que

    se encontra na frente do funcionrio na linha de eviscerao sendo distinguidas de

    acordo com a contaminao fecal, biliar, e fecal e biliar.

    A cada 2 horas ser realizada uma monitoria (auditoria) do PCC2B, pelo

    colaborador do Controle de Qualidade (C.Q.) capacitado no APPCC no PCC1Q,

    PCC2B e PCC3B, realiza-se inspeo visual de 10 carcaas antes do toalete final.

    A verificao final exercida pela Coordenadora do C.Q. do APPCC do mapa

    de contaminao fecal, biliar e fecal e biliar, alm da reciclagem da capacitao para

    todos os colaboradores envolvidos com o PCC2B.

    9.23 TOALETE FINAL

    Esta etapa ocorre com um sistema de lavagem das carcaas com bicos

    dgua com alta presso. Com renovao de gua de 1,5 L/ave. A gua utilizada

    durante o processamento deve estar nos padres de potabilidade exigidos na

    legislao e clorao de acordo com as exigncias e permissibilidade dos pases

    importadores.

    44

  • 9.24 RESFRIAMENTO DE FRANGO

    A carcaa ainda mantm uma temperatura elevada. No deve ocorrer seu

    resfriamento de maneira brusca, a fim de evitar o encurtamento das fibras

    musculares e danos com perdas oriundas dos equvocos no processamento

    tecnolgico.

    9.24.1 Pr-Chiller

    As carcaas so submersas temperatura de 16C, com renovao de gua

    1,5 L/ave (Figura 10). A conduo de frio para a carcaa ocorre com gua e gelo em

    sentido contra fluxo.

    Figura 10: Carcaas de frango imersas no pr chiller. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    45

  • 9.24.2 Chiller

    A temperatura da gua de abastecimento deve estar em torno de 4C, a

    temperatura da gua do chiller deve encontrar-se no mximo a 4C (Figura 11).

    Sobre o chiller esto instaladas quatro mquinas de gelo que permitem a

    manuteno do frio. A renovao da gua ocorre a 1 L/ave.

    A temperatura da carcaa na sada do chiller deve ser at 7C para Mercado

    Interno ou Lista Geral. Atentando para a temperatura de 4C a 0,5cm da pele no

    subcutneo do peito, medindo a temperatura de cinco carcaas.

    As carcaas com temperatura entre 7C 10C, devero ser destinados ao

    congelamento imediato, devido as medidas preventivas para controle de Salmonella.

    As embalagens dos produtos fornecem instrues ntidas permitindo que o

    consumidor tenha condies de manusear, dispor, armazenar e usar o produto com

    segurana.

    Figura 11: Carcaas de frango imersas no chiller. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    46

  • Este alimento se manuseado incorretamente e ou consumido cru pode

    causar danos sade. Para sua segurana, siga as instrues abaixo:

    - Mantenha resfriado ou congelado;

    - Descongele somente no refrigerador ou no microondas;

    - Mantenha o produto cru separado dos outros alimentos;

    - Lave com gua e sabo as superfcies de trabalho (incluindo tbuas de

    corte), utenslios e mos depois de manusear o produto cru;

    - Consuma somente aps cozido, frito ou assado completamente.

    9.24.3 Ar Chiller

    Aps a sada do chiller, as carcaas so rependuradas e seguem para o ar

    chiller. um tnel em que as carcaas permanecem por um tempo mnimo de 3

    minutos temperatura de 2C.

    9.25 ANTE CMARA

    Localiza-se no setor de pr-resfriamento, a cmara de estocagem de

    produtos durante o processo, todos os produtos devem possuir ficha de estocagem

    de produtos durante o processo, devendo constar o nome do produto, data de

    produo, turno, devem estar em caixas brancas ou contentores.

    9.26 RESFRIAMENTO E PRODUO DE PACOTES DE MIDOS COMESTVEIS

    Os midos so resfriados em chillers individuais (sendo para cabea, fgado,

    corao, moela, e ps).

    A temperatura da gua de abastecimento deve estar em torno de 4C e a

    temperatura de gua do chiller deve estar em torno de 4C. Aps o chiller de

    47

  • resfriamento os produtos caem em caixas brancas, seguem para mesas de ao inox

    para serem embalados em sacos plsticos que so transportados por uma esteira

    em bandeja que seguindo para o setor de padronizao.

    A parte dos produtos ser destinada para a produo de pacotinhos de

    midos seguindo para a mquina de pacotes de midos.

    A temperatura dos midos no deve ultrapassar 4C, caso isso acontea deve

    ser adicionado gelo a gua dos chillers e caso no seja possvel fazer a adio de

    gelo, sero destinados para graxaria.

    Para se produzir os pacotinhos de midos, estes consistem em 2 ps,

    cabea, 1 fgado e 1 moela.

    Quando h excesso de pacotinhos so conduzidos para ante cmara. Depois

    de prontos so conduzidos atravs do culo para o setor de embalagem de frango

    inteiro para acondicionamento dentro de carcaas selecionadas.

    9.27 CHILLER DO SIF

    Aps aproveitamento parcial das carcaas contaminadas ou condenadas pelo

    SIF os cortes so colocados em um chiller prprio, para resfriar.

    A temperatura entre 7C 10C todos produtos devero ser embalados

    imediatamente e congelados para comercializao no Mercado Interno,

    permanecendo seqestrados em cmara de congelado at o resultado da anlise

    microbiolgica.

    Aps emisso dos resultados das anlises o CQ juntamente com o SIF

    analisar o mesmo, destinando os produtos de acordo com os padres

    microbiolgicos descritos nos Programas e Verificaes Laboratoriais (R.A.7.5.5.1),

    RDC n12 (BRASIL, 2001) e Circular 12/DICAO/CGI/DIPOA. Dentro do padro do

    mesmo destina-se para o setor de graxaria.

    Encontrando-se nos padres pr determinados destinam-se para o Mercado

    Interno, fora do mesmo destina-se para o setor de subprodutos.

    48

  • Nas embalagens de produtos congelados so indicadas medidas preventivas

    para controle de Salmonela fornecendo ao consumidor instrues que permitem

    manusear, dispor, armazenar e usar o produto com segurana.

    9.28 EMBALAGEM DOS FRANGOS

    As carcaas so retiradas da linha para acondicionamento do pacote de

    midos no interior da carcaa. Posteriormente so embalados e conduzidos atravs

    de uma esteira at as grampeadeiras onde so fechados, em seguida seguem para

    o setor de padronizao.

    9.29 PADRONIZAO

    A pesagem realizada em balanas automticas que pesam os frangos

    embalados de acordo com a faixa de peso, at 20 kg.

    Aps a pesagem os mesmos so colocados em caixas de papelo. As caixas

    so montadas na sala de embalagem secundria e conduzidas atravs de uma

    nrea.

    As caixas de papelo so pesadas e conferidas para se observar se no h

    diferena de peso. Em seguida as caixas de papelo so conduzidas atravs de

    esteiras at o tnel de congelamento.

    9.30 TNEL DE CONGELAMENTO-PCC3B

    O congelamento realizado em tnel de congelamento esttico, atingindo a

    temperatura mxima de 4C em 4 horas. A temperatura de entrada dos produtos no

    tnel de congelamento deve ser de -22C.

    49

  • Os produtos elaborados que entram nos tneis de congelamento so

    monitorados a cada 2 horas, medindo a temperatura de cinco produtos. Esses

    produtos devem atingir at 4C.

    Para assegurar que este tempo de percurso no seja extrapolado feita a

    verificao um a vez ao dia, aferindo o binmio tempo x temperatura do frango.

    cronometrado o tempo desde a sangria at o setor de padronizao, no

    ultrapassando o tempo de processo de 2 horas at entrada do tnel de

    congelamento.

    9.31 SALA DE CORTES

    Os cortes so realizados manualmente e em reas prprias com temperatura

    controlada.

    O fluxograma delineado de acordo com o tipo de corte, embalagem,

    padronizao e pesagem, tratamento pelo frio e armazenagem.

    9.31.1 Esteira da Asa

    A asa cortada, acondicionada em caixas e selecionada para exportao

    e/ou mercado interno.

    9.31.1.1 Asa Mercado Interno

    O colaborador transporta a asa para as esteiras onde so empacotadas,

    grampeadas e seguem para o setor de padronizao, onde so acondicionados em

    caixas de papelo e ajustados seus pesos.

    50

  • 9.31.1.2 Asa Exportao

    Estas asas so acondicionadas em caixas brancas e destinadas para a sala

    de exportao. Na sala de exportao, as caixas so montadas pesadas e seguem

    para o setor de padronizao. O funcionrio da sala de embalagem secundria

    coloca as caixas em carrinhos para serem transportadas at o tnel esttico para

    congelamento.

    9.31.1.3 Meio da Asa, Ponta da Asa, Drumet

    As asas so colocadas nas mquinas de corte automtico de asas. Onde

    separa-se o meio da asa,a ponta e a drumet, este empacotado na calha coletora

    da mquina para o mercado interno.

    O meio das asas segue para a sala de exportao em que as caixas so

    montadas, pesadas e seguem para o setor de padronizao.

    A ponta das asas so condicionadas em embalagem de 15kg, onde seguem

    para a padronizao e tnel de congelamento.

    9.31.2 Esteira da Coxa e Sobrecoxa

    9.31.2.2 Coxas e Sobrecoxas Mercado Interno

    As coxas e sobrecoxas so empacotadas pesadas e depositadas na esteira

    para fechamento com grampo. Seguem para o setor de padronizao, onde so

    acondicionados em caixas de papelo e ajustados seus pesos, para serem

    acondicionadas no tnel de congelamento.

    51

  • 9.31.2.3 Coxa de Exportao

    As coxas so retiradas da esteira do mercado interno, onde feito o corte de

    separao da coxa e sobrecoxa, aps classificao. As coxas seguem para a sala

    de exportao. Na sala de exportao, as caixas so montadas pesadas e seguem

    para o setor de padronizao. O colaborador da sala de embalagem secundria

    coloca as caixas em carrinhos para serem transportadas at o tnel esttico para

    congelamento.

    9.31.3 Esteira do Peito

    Aps a realizao dos cortes da asa e da coxa e sobrecoxa, o peito retirado

    da nrea, depositado em esteira e segue para a sala de retirada de fil.

    9. 31.3.1 Corte do Fil Mercado Interno

    O peito colocado em cones para a retirada do fil, este transportado

    atravs da esteira para a seo de embalagem primria onde so pesados e

    depositados para fechamento com grampo. Seguem para o setor da padronizao,

    onde so acondicionados em caixas de papelo e ajustados seus pesos, para serem

    acondicionados no tnel de congelamento.

    9.31.3.2 Fil Temperado

    Aps a retirada do fil, seguem para as mquinas injetoras para adio de

    salmoura, no mximo 10%, caem na esteira onde so pesados e empacotados para

    52

  • fechamento com grampo. Seguem para o setor de padronizao, onde so

    acondicionados em caixas de papelo e ajustados seus pesos, para serem

    acondicionadas no tnel de congelamento.

    9.32 SALA DE TEMPEROS

    Os condimentos so pesados de acordo com formulao aprovada pelo

    MAPA.

    Os condimentos so diludos em gua e por meio de tubulao prpria

    abastecem as mquinas injetoras de temperos.

    9.33 PADRONIZAO

    Todos os produtos elaborados seguem atravs da esteira para o setor de

    padronizao.

    Na padronizao so acondicionados em caixa de papelo, ajustados seus

    pesos e seguem para o congelamento de tnel esttico.

    9.34 SALA DE CARNE MECANICAMENTE SEPARADA (CMS)

    Atravs da esteira transportadora o dorso oriundo da desossa do fil de peito

    recebido caindo diretamente em balana automtica seguindo para a mquina de

    moer dorso.

    O colaborador abastece o equipamento com a matria-prima.

    A carne mecanicamente separada (CMS) extrada transportada atravs do

    chut para a sala de congelamento em placas para ser congelada.

    53

  • O restante da matria-prima (resduos) transportado atravs de tubulaes

    para o setor de subprodutos.

    9.35 SALA DE CONGELADORES EM PLACAS

    A CMS extrada colocada nos congeladores em placas para congelamento.

    So formados blocos de 15 kg. Aps o perodo de congelamento so

    embalados, selados pesados e conduzidos para a cmara de estocagem.

    9.36 SALA DE ESTERILIZAO

    As facas devem estar afiadas, limpas e esterilizadas, chairas e luvas de ao

    limpas e esterilizadas.

    A temperatura da gua dos esterilizadores de facas deve estar acima de

    85C. O colaborador do setor deve trocar a cada 2 horas facas e chairas verificando

    a colorao do cabo (brancas ou azuis).

    9.37 DETECTOR DE METAIS

    Na padronizao est inserido o detector de metais situado em algum ponto

    nas laterais da esteira, na qual passam as embalagens com os produtos para

    exportao. No detector de metais deve-se verificar o seu funcionamento com o

    padro prprio a cada hora, caso ele no funcionar, a linha de embalagem deve ser

    paralisada de imediato.

    Os pacotes com produto que acionam o detector de metais devem ser

    passadas mais uma vez pelo detector e em caso de reincidncia o pacote

    seqestrado para achar o corpo estranho (metal).

    54

  • Anota-se a irregularidade no processo.

    9.38 SALA DE LAVAGEM DE CAIXAS BRANCAS / SALA DE ARMAZENAMENTO

    DAS CAIXAS LIMPAS

    Os colaboradores devem manter as caixas brancas empilhadas e organizadas

    para lavagem no setor de caixas sujas. As caixas so penduradas na nrea que

    segue para a mquina de lavagem de caixas.

    A mquina tem trs estgios e funciona com gua a uma temperatura de

    45C. As caixas lavadas seguem para a sala de estocagem de caixas limpas.

    9.39 EXPEDIO

    Os produtos estocados em cmaras so retidos para o congelamento de

    acordo com a ficha do conferente, referente ao pedido de compra.

    Figura 12: Caminho sendo carregado na expedio. Fonte: Arquivo do autor, 2010.

    55

  • 9.39.1 Termoencolhvel

    Os produtos elaborados saem do tnel de congelamento, os colaboradores

    acondicionam a caixa de papelo no saco de termoencolhvel seguem por esteira

    para o tnel de encolhimento, aps a passagem pelo equipamento as embalagens

    so armazenadas em raks ou pallets.

    9.39.2 Armazenamento

    Os colaboradores colocam nos produtos raqueados ou palletizados uma ficha

    com a identificao do mesmo, a qual consta nome do produto, data de produo,

    cdigo do produto, quantidade e turno que estocou. Os racks ou pallets so

    armazenados de acordo com o produto nas cmaras.

    Os produtos ficam armazenados nas cmaras at o momento que solicitado

    os pedidos. A partir deste momento seguem para expedio e transferidos para os

    caminhes (Figura 12).

    56

  • 10 FUNDAMENTAO TERICA

    10.1 DOENAS ALIMENTARES

    Os alimentos envolvidos com mais freqncia nos surtos de doenas

    alimentares so aqueles de origem animal. Os produtos podem ser de origem

    bovina, aves e ovos, carne suna, pescados, lcteos.

    Para que ocorra a doena alimentar, o patgeno ou sua toxina deve estar

    presente no alimento. Entretanto, apenas a presena do patgeno no significa que

    a enfermidade ocorrer.

    O patgeno deve estar em quantidade suficiente para causar uma infeco ou

    para produzir toxinas. O alimento deve ser capaz suprir as exigncias especficas

    para o desenvolvimento do microrganismo.

    O alimento deve permanecer na zona de perigo de temperatura por tempo

    suficiente para que o micrbio se multiplique e/ou produza toxina.

    Deve-se ingerir uma quantidade suficiente do alimento de modo a ultrapassar o

    limiar de susceptibilidade do indivduo que ingere o alimento. De acordo com o

    exposto, as doenas alimentares so classificadas em infeces, intoxicaes ou

    infeces mediadas por toxina (PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR

    ALIMENTOS, 2008).

  • 10.1.1 Infeco transmitida por alimentos

    uma enfermidade que resulta da ingesto de alimentos contendo

    microorganismos vivos prejudiciais (PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR

    ALIMENTOS, 2008).

    10.1.2 Intoxicao causada por alimentos

    Ocorre quando as toxinas ou os metablitos de bactrias ou bolores esto

    presentes no alimento ingerido. Essas toxinas geralmente no possuem odor ou

    sabor e so capazes de causar enfermidade mesmo depois de os microorganismos

    serem eliminados (PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR ALIMENTOS,

    2008).

    10.1.3 Infeco mediada por toxina

    Segundo o PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR ALIMENTOS( 2008)

    uma enfermidade que resulta da ingesto de alimentos contendo uma

    determinada quantidade de microrganismos patognicos, e capazes de produzir ou

    liberar toxinas quando ingeridos, como Vibrio cholerae e Clostridium perfringens,

    respectivamente .

    10.2 CLASSIFICAO DOS PERIGOS

    A definio de perigo para a segurana alimentar um agente biolgico,

    qumico ou fsico presente no gnero alimentcio, com potencial para causar um

    58

  • efeito adverso para a sade (PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR

    ALIMENTOS, 2008).

    Importa diferenciar perigo de risco para a segurana alimentar. O risco

    calculado pela avaliao do perigo (severidade) e sua probabilidade de ocorrncia,

    avaliao esta que servir para determinar quais os perigos significativos num

    determinado processo, na elaborao de um plano APPCC (PROGRAMA DE AUTO

    CONTROLE RIGOR ALIMENTOS, 2008).

    Os perigos so classificados de acordo com sua natureza e podem ser

    biolgicos, qumicos ou fsicos, abordados mais detalhadamente adiante.

    10.2.1 Perigos Biolgicos

    Segundo o PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR ALIMENTOS, 2008

    os perigos biolgicos so os que apresentam o maior risco inocuidade do gnero

    alimentcio. Estes incluem os microrganismos (bactrias, fungos e leveduras) assim

    como as toxinas microbianas (ocratoxina A, aflatoxinas, histamina, entre outros), os

    vrus, parasitas e pragas.

    considerado um perigo quando a fase do processo onde esto inseridos

    esteja fora de controle; agentes que podem causar risco para sade do consumidor;

    e agentes que interferem na qualidade comercial e tecnolgica do produto.

    59

  • PERIGOS BIOLOGICOS IDENTIFICADOS CONTROLE

    SALMONELLA spp BPF e HACCP

    STAPHYLOCOCCUS AUREUS BPF e HACCP

    COLIFORMES TOTAIS E FECAIS BPF e HACCP

    CONTAGEM TOTAL DE MESOFILOS BPF e HACCP

    BOLORES E LEVEDURAS BPF e HACCP

    ANAEROBIOS SULFITO REDUTORES BPF e HACCP

    ENTEROBACTERIACEAS BPF e HACCP

    Continuao da Tabela 1

    E.COLI BPF e HACCP

    CAMPYLOBACTER sp BPF e HACCP

    LISTERIA MONOCITOGENES BPF e HACCP

    YERSINIA ENTEROLITICA BPF e HACCP

    CLOSTRIDIUM sp BPF e HACCP

    10.2.2 Perigos Qumicos

    Os perigos qumicos nos alimentos podem estar associados a produtos

    qumicos adicionados ao gnero alimentcio ou naturalmente presentes no alimento

    na sua composio, tal como uso descontrolado de pesticidas, no controle da

    captao da gua de captao, adoo de materiais prprios para o contacto com

    alimentos, entre outros. (PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR ALIMENTOS,

    2008).

    PERIGOS QUIMICOS IDENTIFICADOS CONTROLE

    DETERGENTES DOSAGEM DE ACORDO COM PPHO

    DESINFETANTES DOSAGEM DE ACORDO COM PPHO

    GRAXAS SOMENTE EM GRAU ALIMENTICIO

    RESIDUOS QUIMICOS PNCR

    Tabela 1: Alguns exemplos de perigos biolgicos e controle.

    Tabela 2: Alguns exemplos de perigos qumicos que podem ocorrer em alimentos.

    60

  • 10.2.3 Perigos Fsicos

    Os perigos fsicos so os mais facilmente identificveis pelo colaborador e

    pelo consumidor (PROGRAMA DE AUTO CONTROLE RIGOR ALIMENTOS, 2008).

    Os perigos fsicos so simplesmente evitveis atravs da aplicao correta e

    adequada de Boas Prticas de Fabricao. No entanto, a contaminao de um

    produto por um perigo fsico associa muitas vezes uma contaminao microbiolgica

    (Tabela 3).

    MATERIAL LESO POTENCIAL FONTES

    VIDRO CORTE, SANGRAMENTO LMPADAS, UTENSILIOS

    MADEIRA CORTE ,SANGRAMENTO PRODUO PRIMARIA

    METAL CORTE,INFECO MAQUINAS, CAMPO

    OSSOS ENGASGO PROCESSO INADEQUADO

    PLASTICO ENGASGO,CORTE,INFECO EMBALAGEM, EQUIPAMENTO

    OBJETOS ENGASGO, CORTES FUNCIONARIOS

    Tabela 3: Alguns exemplos de perigos fsicos que podem ocorrer em alimentos.

    61

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ATHAYDE, A.: Sistemas GMP e HACCP garantem produo de alimentos incuos. Engenharia de Alimentos, ano 5, no 23, janeiro/fevereiro, 1999. BARENDZ, A. W.: Food safety and total quality management. Food Control, vol. 9, no 2-3, 1998. BENNET, W. L.; STEED, L. L.: An integrated approach to food safety. Quality Press, vol. 32, no 2, February, 1999.

    BRANDIMARTI, L.: Comer questo de vida ou de morte. Banas Qualidade, junho de 1999. BRASIL. Ministrio da Agricultura Pesca e Abastecimento. Portaria n. 40 de 20 de Janeiro de 1998. Manual de procedimentos no controle da produo de bebidas, baseados no HACCP. Disponvel em: www.mapa.gov.br Acesso em: 17 out 2010. BRASIL. Ministrio da Agricultura Pesca e Abastecimento. Portaria n. 46 de 10 de Fevereiro de 1998. Institui o HACCP ser implantado nas indstrias de produtos de origem animal sob regime de fiscalizao do servio de inspeo federal. Disponvel em: www.mapa.gov.br Acesso em: 17 out 2010. BRASIL. Ministrio da Agricultura Pesca e Abastecimento. Portaria n. 210 de 10 de Novembro de 1998. Regulamento tcnico da inspeo tecnolgica e higinico-sanitria de carne de aves. Disponvel em: www.mapa.gov.br Acesso em: 17 out 2010. BRASIL, Circular 12 /DICAO/CGI/DIPOA,Departamento de Inspeo de Produtos de Origem Animal. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n. 1428 de 26 de novembro de 1993. Estabelecer as orientaes necessrias que permitam executar as atividades de

  • inspeo sanitria, de forma a avaliar as Boas Prticas para a obteno de padres de identidade e qualidade de produtos e servios na rea de alimentos com vistas

  • proteo da sade da populao. Disponvel em: . Acesso em: 17 out 2010. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n. 326 de 30 de julho de 1997. Regulamento tcnico sobre as condies higinico-sanitria e de boas prticas de fabricao para estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos. Disponvel em:

    SMITH, J. P : Food Technology,vol.7,1990.

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  • US NATIONAL ADVISORY COMMITTEE ON MICROBIOLOGICAL CRITERIA FOR FOODS. Recommendation of the US national Advisory Committee on Microbiological Criteria for Foods.1.HACCP Principles. Food Control,Surrey,1991.

    64