appcc melÃo

ISSN 1677-1915 Dezembro, 2005Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Centro Nacional de Pesquisa de Agroindstria Tropical Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

Documentos 100

Manual de Boas Prticas Agrcolas e Sistema APPCC para o MeloJos de Arimatia Duarte de Freitas Janice Ribeiro Lima Renata Tieko Nassu Maria do Socorro Rocha Bastos

Fortaleza, CE 2005

Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Embrapa Agroindstria Tropical Rua Dra. Sara Mesquita 2270, Pici CEP 60511-110 Fortaleza, CE Caixa Postal 3761 Fone: (85) 3299-1800 Fax: (85) 3299-1803 Home page: www.cnpat.embrapa.br E-mail: [email protected] Comit de Publicaes da Embrapa Agroindstria Tropical Presidente: Valderi Vieira da Silva Secretrio-Executivo: Marco Aurlio da Rocha Melo Membros: Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo, Marlos Alves Bezerra, Levi de Moura Barros, Jos Ednilson de Oliveira Cabral, Oscarina Maria Silva Andrade, Francisco Nelsieudes Sombra Oliveira Supervisor editorial: Marco Aurlio da Rocha Melo Revisor de texto: Maria Emlia de Possdio Marques Normalizao bibliogrfica: Ana Ftima Costa Pinto Fotos: Fernando Antnio Pinto de Abreu Editorao eletrnica: Arilo Nobre de Oliveira 1a edio 1a impresso (2006): 100 exemplares

Todos os direitos reservados. A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610).

CIP - Brasil. Catalogao-na-publicao Embrapa Agroindstria Tropical Manual de Boas Prticas Agrcolas e Sistema APPCC para o Melo/ Jos de Arimatia Duarte de Freitas...[et al] - Fortaleza : Embrapa Agroindstria Tropical, 2005. 65 p. (Embrapa Agroindstria Tropical. Documentos, 100). ISSN 1677-1915 1. Melo - Produo - Segurana de alimentos. I. Freitas, Jos de Arimatia Duarte de. II. Lima, Janice Ribeiro. III. Nassu, Renata Tieko. IV. Bastos, M. do S. Rocha. V. Srie. CDD 635.611 Embrapa 2005

Autores

Jos de Arimatia Duarte de Freitas Eng. Agronmo, D.Sc., Embrapa Agroindstria Tropical, Rua Dra. Sara Mesquita, 2.270, Pici, CEP 60511-110, tel.: (85) 3299-1800 E-mail: [email protected] Fortaleza, CE Janice Ribeiro Lima Eng. Alimentos, D.Sc., Embrapa Agroindstria Tropical, tel.: (85) 3299-1800 E-mail: [email protected] Renata Tieko Nassu Eng. Alimentos, D.Sc., Embrapa Agroindstria Tropical, tel.: (85) 3299-1800 E-mail: [email protected] Maria do Socorro Rocha Bastos Eng. Alimentos, D.Sc., Embrapa Agroindstria Tropical, tel.: (85) 3299-1800 E-mail: [email protected]

Apresentao

O melo constitui um produto de elevada importncia econmico-social para o Brasil e, em especial, para o agronegcio da Regio Nordeste. Trata-se de uma cultura que vem conquistando espaos cada vez maiores nos mercados nacional e internacional. O crescimento das exigncias dos mercados sobre a qualidade dos frutos requer dos produtores a utilizao de sistemas de produo baseados em princpios de sustentabilidade, e que tambm garantam a iseno de quaisquer perigos (fsico, qumico ou biolgico) que possam comprometer a sade dos consumidores. As Boas Prticas Agrcolas BPAs, se baseiam na aplicao de procedimentos desenvolvidos para o controle dos perigos possveis e potenciais, com o objetivo de aumentar a qualidade do produto final e a produtividade no campo. A Embrapa Agroindstria Tropical, em cooperao com a Organizao das Naes Unidas para a Agricultura e Alimentao FAO, a partir do apoio recebido do CNPq e do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento para o desenvolvimento do PIF Melo, e contando com a colaborao de inmeros produtores e tcnicos de outras instituies, notadamente dos Estados do Cear e do Rio Grande do Norte, elaborou e realizou a validao do Manual de Boas Prticas Agrcolas para o melo. Espera-se que as orientaes aqui contidas contribuam para os agentes produtivos elevarem a qualidade dos frutos produzidos e a sua competitividade, com o intuito maior de promoo do desenvolvimento dessa atividade econmica. Lucas Antonio de Sousa Leite Chefe-Geral da Embrapa Agroindstria Tropical

Sumrio

Introduo ................................................................. 9 Perigos na produo de melo .................................... 11 Boas prticas agrcolas na pr-colheita ........................ 15 Boas prticas agrcolas na ps-colheita ........................ 26 Procedimentos operacionais na pr e ps-colheita ......... 39 Aplicao do sistema APPCC ...................................... 41 Fluxogramas do sistema de produo de melo ........... 45 Formulrios para aplicao do sistema APPCC .............. 47 Anlise de perigos (exemplo) ...................................... 52 Determinao PC/PCC (exemplo) ................................ 55 Resumo do plano APPCC (exemplo) ............................. 57 Bibliografia Consultada .............................................. 60

Manual de Boas Prticas Agrcolas e Sistema APPCC para o MeloJos de Arimatia Duarte de Freitas Janice Ribeiro Lima Renata Tieko Nassu Maria do Socorro Rocha Bastos

IntroduoA produo mundial de melo, segundo dados da FAO, foi de 21,7 milhes de toneladas em 2002, aparece como a oitava fruta mais produzida e est entre as dez principais frutas frescas mais exportadas. O mercado internacional passou de 1,3 milho de toneladas em 1997 para cerca de 1,6 milho em 2002, com 23% de incremento. O Brasil o 6 maior exportador mundial de melo, respondendo por cerca de 7% do mercado, apresentando-se como a cultura de posio mais uniforme e de maior ascendncia entre as frutas frescas produzidas no Pas. As exportaes tiveram um crescimento de 116% nos ltimos cinco anos, passando de 45,7 mil toneladas em 1997 para 98,7 mil toneladas em 2002, correspondendo a US$ 37,8 milhes. Esse valor representou 15,8% do total de frutas frescas comercializadas externamente pelo Brasil em 2002. A produo nacional de melo teve incremento de 51,7% nos ltimos cinco anos, aumentando de 167,4 mil toneladas em 1997 para 283 mil toneladas em 2002. Os principais Estados produtores so Rio Grande do Norte, Cear e Bahia, que responderam por 93,7% da produo nacional e 77,3% da rea cultivada com melo no pas, no mesmo ano. Os Estados do Rio Grande do Norte e Cear registram uma produtividade mdia em 25 t/ha para o melo Amarelo, a maior do Pas. Estima-se que 35% da produo nacional seja orientada para a exportao, dirigida, principalmente, Unio Europia.

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O melo do tipo Amarelo o mais resistente ao transporte longa distncia e ao armazenamento em temperatura ambiente, o que se reflete na opo de cultivo por esse tipo pelos produtores, chegando a ocupar cerca de 70% da rea cultivada no pas, embora tenha se observado crescimento da rea cultivada com meles dos tipos Cantaloupe, Glia, Orange e Charentais, na safra de 2002. Esses meles atendem s preferncias de consumidores mais exigentes, porm necessitam de maiores cuidados no manejo cultural e na ps-colheita, principalmente em relao cadeia de frio. A segurana dos alimentos conseqncia do controle de todas as etapas da cadeia produtiva, desde o campo at a mesa do consumidor. No caso das frutas, alm da aparncia e durabilidade, os consumidores passaram a exigir a garantia de que as mesmas estejam tambm isentas de qualquer perigo fsico, qumico ou biolgico que venha a comprometer sua sade. Para frutas como melo, que so consumidas in natura, em saladas e/ou minimamente processadas, a preocupao reforada. Sistemas de garantia de qualidade e segurana dos alimentos, tais como os sistemas de Boas Prticas Agrcolas (BPA), aplicados ao campo, e Anlise de Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC), aplicado empacotadora, devem ser adotados como forma de reduzir os perigos que possam afetar, de forma adversa, a segurana e a adequao para o consumo. Os objetivos bsicos para a segurana, que servem de base para as BPA e para o sistema APPCC so os de eliminar, controlar e reduzir, at nveis satisfatrios e aceitveis, a presena de perigos de natureza biolgica, qumica e fsica que possam representar um risco sade do consumidor e comprometer a eficcia dos demais elos da cadeia produtiva do alimento. O presente documento descreve os pr-requisitos para implantao do sistema BPA-APPCC para a cultura do melo, conforme requisitos internacionais, e dever ser utilizado para a elaborao de planos especficos, de acordo com as caractersticas de cada empresa. Com base nos princpios gerais de higiene alimentar, sua aplicao oferecer garantia do controle e uma gesto eficiente de segurana dos alimentos.


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Perigos na produo de meloPerigos biolgicosOs perigos biolgicos para o melo so provenientes de vrias fontes, tais como: matria orgnica do solo, rpteis, insetos, sistemas de irrigao, gua poluda com material fecal, fertilizantes orgnicos no tratados adequadamente e, ainda, higiene do pessoal e dos equipamentos de colheita. O fato de os meles serem cultivados diretamente em contato com o solo faz com que os perigos biolgicos sejam, inevitavelmente, os mesmos referentes aos microrganismos de onde esto sendo cultivados. A microbiota desses frutos caracteriza-se pela presena de Pseudomonas spp, Erwinia herbicola, Enterobacter agglomerans, bactrias do cido ltico, como Leuconostoc mesenteroides, Lactobacillus spp e leveduras. Em relao aos patgenos, os meles podem carrear do campo Salmonella, Shigella, Campylobacter, Escherichia coli, Clostridium botulinum, Bacillus cereus, espcies de Vbrio, vrus da hepatite A e Norwalk, alm de fungos como Cryptosporidium e Cyclospora. Estudos comprovam que Salmonella enteritidis e Listeria monocytogenes so capazes de rpida multiplicao no melo, desde que mantidas em temperaturas acima de 20C, condio em que o tempo de gerao de aproximadamente 30 minutos. Por ter como caracterstica a baixa acidez, a preocupao com a presena de patgenos nesse fruto reforada, visto que, na maioria das vezes, os meles so consumidos de forma in natura, em saladas e/ou minimamente processados. O histrico do solo no qual so produzidas as frutas um fator geralmente ignorado, mas no deve ser descuidado, pois algumas bactrias podem sobreviver em solos por meses ou anos. Por exemplo, Salmonella e Listeria monocytogenes poderiam sobreviver por meses em adubos provenientes de material de esgoto, humano ou animal aplicado em solos. Animais, insetos e pssaros so fontes de contaminao, pois so carreadores de microrganismos patognicos. Meles Cantaloupe provenientes do Mxico tm sido fonte de vrias estirpes de Salmonella, dentre elas a Salmonella poona, que foi associada com vrios casos de salmonelose no perodo de 2000-2002, sendo o veculo da contaminao atribudo a rpteis, tais como iguanas. Os microrganismos patognicos, como Listeria monocytogenes, Salmonella, Clostridium botulinum e Escherichia coli so os mais associados com a agricul-

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tura, constituindo perigos potenciais na cultura do melo. Listeria, devido sua grande distribuio no ambiente, tem capacidade de sobreviver por longos perodos no solo ou em material de plantas, sob condies adversas e pode tambm ser veiculada por meio de pssaros. Salmonella encontrada no solo, gua, esgoto, animais, humanos, equipamentos de processamento e produtos alimentcios. Seu habitat natural o trato intestinal de animais. Clostridium botullinum encontrado, principalmente, no solo. A Escherichia coli est presente no trato de animais e homens e pode ser encontrada como contaminante do solo, gua e plantas. Esses microrganismos, geralmente, no sobrevivem por muito tempo no solo e na planta, portanto, sua presena sugere contaminao recente. Muitas estirpes desse microrganismo so habitantes naturais do trato intestinal humano e, geralmente, so inofensivos. Entretanto, outras estirpes como E. coli O157:H7 so capazes de causar doenas e at a morte no homem. Fezes e gua no tratadas so as maiores fontes de contaminao desse microrganismo. Estudos relatam que esterco utilizado como fertilizante ou corretivo de solos fonte potencial de E. coli 0157:H7 e Salmonella e que esses patgenos podem sobreviver em estercos bovinos por 42-49 dias a 37 0C e por 49-56 dias a 22 0C. Os perigos biolgicos para melo, representados pela gua de irrigao, so principalmente patgenos como Escherichia coli, Salmonella sp, Vibrio cholerae, Shigella sp; parasitas como Chyptosporidium parvum, Giardia lamblia, Cyscospora cayetanenses e diversos vrus como Norwalk, Hepatitis A, Hepatitis E, Enterovirus, Rotavirus, e outros. Alm dos patgenos, bactrias deterioradoras, leveduras e fungos dominam a microflora de frutas frescas como o melo, causando doenas infecciosas ao homem. A presena e o nmero desses microrganismos dependem do tipo de produto, prticas agronmicas, rea geogrfica de produo e condies climticas antes da colheita. Nas etapas de colheita e ps-colheita a introduo do contato humano, com mquinas, equipamentos e superfcies tem tido maior impacto na segurana microbiolgica de produtos frescos. Os perigos nessas etapas advm da contaminao por manuseio ps-colheita, animais domsticos, contato com esteiras transportadoras e superfcies da rea de trabalho, gua de lavagem, contato com caixas e/ou monoblocos para embalagens, pallets e caminhes utilizados para o transporte.


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Os perigos associados a pessoal esto diretamente relacionados a prticas sanitrias insatisfatrias. Trabalhadores rurais tm sido relacionados como a principal fonte de contaminao, em casos de surtos de clera provocados por meles. Patgenos como S. aureus tm sido um dos mais preocupantes, embora outras bactrias, como enterobactrias, possam constituir perigos sade pblica. A presena de animais domsticos, selvagens e insetos deve ser evitada nas instalaes da empacotadora. Os utenslios, equipamentos, meios de transportes (tratores e caminhes) e, ainda, as empacotadoras constituem fontes potenciais desses perigos, assim, planos de higiene e sanitizao devem ser implementados para reduo dos mesmos. A ausncia e/ou ineficincia do processo de sanitizao pode promover a formao de biofilmes (agregados microbianos que abrigam bactrias, leveduras e fungos) em equipamentos, utenslios e meio de transporte requerido para colheita e ps-colheita de frutos.

Perigos qumicosA preocupao com os perigos qumicos vem com o prprio manejo da cultura levando-se em considerao a adubao, irrigao, os tratamentos fitossanitrios, a colheita e a ps-colheita. O principal perigo de natureza qumica o de contaminao dos frutos por resduos de agrotxicos. Devem ser observados os limites mximos de resduos (LMR) fixados na legislao vigente no Brasil e pelo Codex Alimentarius, e no caso de frutos para exportao, tambm, no mercado de destino. Todos os agrotxicos apresentam um certo grau de toxicidade, podendo provocar danos ao organismo. A severidade da intoxicao depende da interao entre as caractersticas qumicas e toxicolgicas do produto, concentrao, dose de exposio, vias de absoro, grau, tempo e freqncia de exposio, suscetibilidade individual, exposio a um nico produto ou a vrios deles. A cultura do meloeiro altamente demandante de agrotxicos. No Brasil, cerca de 95 agrotxicos esto registrados e autorizados para essa cultura, representando 58 princpios ativos e 28 grupos qumicos diferentes. Cerca de 30% desses produtos so classificados como extremamente ou altamente txicos, 46% como moderadamente txicos e 25% como pouco txicos. Na classe dos inseticidas, h vrios produtos do grupamento qumico dos organofosforados e piretrides. Com respeito aos fungicidas, merecem ateno especial os inorgnicos, triazis, benzimidazis e ditiocarbamatos.

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Quanto ao potencial de periculosidade em relao ao meio ambiente, dos 60 agrotxicos registrados que possuem classificao ambiental, 92% so classificados como produtos altamente perigosos, muito perigosos e perigosos. A aplicao de agrotxicos realizada, em geral, de forma preventiva. Dessa forma, ocorre o uso intensivo de agrotxico ao longo do cultivo, promovendo prejuzo biodiversidade benfica cultura do melo, gerando espcies resisitentes s substncias qumicas utilizadas, contaminando o solo, pelo acmulo de metais pesados, as guas, pela lixiviao e carreamento, e os trabalhadores pela bioacumulao ao longo do tempo. Para racionalizar o uso de agrotxicos na cultura do meloeiro, faz-se necessria a utilizao de tcnicas de monitoramento e controle de pragas e doenas. Essas tcnicas devem considerar a ao de agentes naturais de controle biolgico. Devem ser usados apenas produtos aprovados pela legislao brasileira. As recomendaes do rtulo quanto dosagem e ao prazo de carncia devem ser atendidas. O uso de equipamentos de proteo individual (EPIs) , muitas vezes negligenciado, expondo os trabalhadores que fazem as aplicaes, ao contato direto com substncias txicas. Trabalhadores responsveis pelos tratos culturais tambm podem entrar em contato direto com os agrotxicos por estarem no campo no perodo de aplicao e devem, portanto, tambm usar EPIs. As embalagens dos produtos qumicos devem receber lavagem trplice com gua que deve ser retornada ao pulverizador. As embalagens devem ser colocadas em local apropriado, em centrais de recolhimento de embalagem mais prximas da rea de cultivo. Porm, ainda h muitas empresas de melo que realizam a queima dessas embalagens nas proximidades da rea de cultivo, contaminando o ar pelo lanamento de gases txicos aos animais, s plantas e comunidade rural circunvizinha. Outro aspecto a ser considerado o horrio de aplicao dos agrotxicos. Embora seja usualmente indicado realizar a aplicao no incio da manh e no final da tarde, quando a temperatura mais amena, no perodo da manh que as abelhas polinizam as flores do meloeiro. Muitas empresas produtoras de melo fazem uso dos agrotxicos ao longo do dia, contribuindo para uma reduo nas populaes de abelhas, com prejuzos fauna e flora nativas.


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Outros perigos qumicos, tais como contaminao com metais pesados, gases clorofluorcarbonos, vapor de mercrio e leo queimado, podem aparecer como resultado de prticas inadequadas na pr e ps-colheita. Apenas com a implantao das BPA (Boas Prticas Agrcolas) e respeitando o perodo de carncia ou intervalo de segurana no uso de agrotxicos, pode-se reduzir os nveis de resduos e contaminao dos alimentos.

Perigos fsicosOs perigos fsicos so menos freqentes cultura do melo, entretanto, podem existir na ps-colheita, principalmente nas etapas de embalagem e de armazenamento, sendo caracterizados pela presena de pedaos de madeira, vidros, resduos de areia e metais.

Boas prticas agrcolas na prcolheitaHigiene e seguranaAs pessoas que trabalham no campo e no transporte devem ser conscientizadas para as medidas de higiene e segurana. Cartazes em linguagem simples, lembrando medidas de segurana, devem ser fixados em locais apropriados. Quem desempenha atividades que envolvam contato direto ou indireto com os frutos deve receber capacitao relacionada sade, higiene pessoal, segurana no trabalho, aplicao de agrotxicos, ao manejo dos frutos no campo, gesto dos recursos naturais, ao monitoramento da contaminao do ambiente, bem como sobre temas que reforcem a capacitao das Boas Prticas Agrcolas e de manejo. Devem vestir roupas apropriadas e limpas para o trabalho - camisas que cubram o trax e antebraos e calas largas, sem bolsos, preferencialmente de cores claras, sapatos fechados e luvas. Esses materiais devem permanecer em perfeitas condies de higiene e serem renovados quando necessrio. As unhas devem ser curtas e limpas, e os cabelos aparados. As mos e os antebraos devem ser bem lavados, no incio do trabalho, depois de usarem os sanitrios, aps o descanso, quando retornarem das refeies e depois de tocarem ferramentas contaminadas ou superfcies sujas. Aplicar uma

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poro de sabo lquido, esfregar as mos e antebraos por, pelo menos, 20 segundos, limpando as reas abaixo das unhas e entre os dedos, enxaguar com gua limpa e corrente, secar as mos com toalhas descartveis. Os funcionrios que estejam com ferimentos, infeco ou afeco nos olhos, boca, nariz ou rgos excretores devem ser remanejados, temporariamente, para atividades nas quais ocorram menores possibilidades de contaminao de outras pessoas e dos frutos. Os ferimentos apresentados nas partes do corpo que possam manter contato com os frutos ou com os equipamentos devero ser protegidos com curativos impermeveis. proibido tocar o nariz, orelhas e boca, bem como tossir ou espirrar diretamente sobre os frutos. Enquanto estejam realizando atividades de manejo do cultivo, colheita e seleo de frutos, no devem transportar rdios portteis, fones de ouvido e adereos pessoais que possam desprender-se, ou que no possam ser higienizados adequadamente. No permitido comer, beber, fumar, mascar chicletes durante o trabalho. Essas atividades sero realizadas em reas designadas para essa finalidade. Empregados no podem transportar artigos de uso pessoal para dentro da rea de cultivo. Mochilas e garrafas com gua devem ser mantidas margem dos carreadores durante as atividades de campo, especialmente na colheita.

Recursos naturaisPlanejamento ambientalA atividade do sistema produtivo na empresa rural deve ser organizada respeitando as aptides ecolgicas da regio, de forma a promover o desenvolvimento sustentvel. Deve ser garantida a preservao da rea destinada reserva legal, que corresponde a 20% da rea total da propriedade, de acordo com a legislao em vigor. recomendada a realizao de diagnstico ambiental para fins de implantao de sistema de gesto ambiental. proibido aplicar restos de agrotxicos ou outras substncias txicas em reas de preservao ambiental permanente.

Monitoramento ambiental necessrio monitorar as caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas das guas superficiais e subterrneas, principalmente em relao a resduos de agrotxicos


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e produtos afins, metais pesados e contaminantes biolgicos. As variaes nas profundidades dos poos em reas irrigadas com gua subterrnea tambm devem ser acompanhadas. As caractersticas fsicas e qumicas do solo devem ser monitoradas quanto compactao, presena de sais, metais pesados e substncias nitrogenadas. recomendado elaborar inventrio em programas de valorizao da fauna e da flora.

Sementes e mudasNa escolha do material para o plantio devero ser considerados registro de procedncia credenciada, certificado fitossanitrio de origem da semente/muda, adaptabilidade regio de cultivo, produtividade, tolerncia s principais pragas e doenas de importncia econmica da regio de cultivo, frutos adequados ao gosto do consumidor com boa conservao ps-colheita e resistncia ao transporte. As caractersticas de resistncia s doenas e de conservao ps-colheita devem ser destacadas, uma vez que os hbridos suscetveis s doenas, podem requerer a aplicao de maiores quantidades de agrotxicos, com reflexos no meio ambiente, na sade dos trabalhadores e consumidores e, ainda, no custo de produo.

Implantao da culturapoca de plantioA poca de plantio mais adequada aquela em que ocorrem as condies climticas mais favorveis. Deve-se considerar a variao estacional de preos do produto no mercado interno, bem como observar as janelas de exportao, no momento da poca de plantio. Nos plantios realizados em perodos com excessos de chuva, alm de perdas na produtividade e qualidade dos frutos, observa-se uma maior incidncia de doenas foliares e de frutos, e so empregadas maiores quantidades de agrotxicos.

LocalizaoAntes do plantio necessrio avaliar a adequao das condies de aptido edafoclimticas do local, para o cultivo do meloeiro. Os solos mais recomendados para esse cultivo so os planos, com boa exposio ao sol, com textura franco-arenosa a areno-argilosa, profundos, bem drenados, com boa aerao, frteis, ricos em matria orgnica, com pH variando entre 6,0 e 7,5. A salinidade

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elevada afeta o desenvolvimento das plantas, provocando decrscimo na produtividade. A combinao de alta temperatura, alta luminosidade, baixa umidade relativa e baixos ndices pluviomtricos proporciona as condies climticas mais adequadas ao desenvolvimento e a produtividade do meloeiro. Temperatura e fotoperodo so fatores que afetam o desenvolvimento da cultura, desde a germinao da semente at a conservao ps-colheita, considerados timos aqueles entre 20 e 30 C e 2.000 e 3.000 horas/ano, respectivamente, com umidade relativa entre 65% e 75%.

Antecedentes sanitriosPara se obter uma produo adequada, do ponto de vista da segurana e inocuidade alimentar, necessrio conhecer o histrico da rea na qual se pretende realizar o plantio, ou seja, cultivos anteriores, ocorrncia de pragas e doenas e agrotxicos empregados. Para se assegurar que a rea adequada para o cultivo necessrio realizar anlise microbiolgica, de metais pesados e de resduos de agrotxicos no solo. No podero ser utilizadas para o cultivo do meloeiro reas nas quais, no ano anterior ao plantio, tenham sido desenvolvidas atividades pecurias ou industriais, que impliquem na incorporao de materiais contaminantes em nveis capazes de comprometer a qualidade dos frutos. Recomenda-se, no incio do cultivo, instalar cercas vivas ou outro tipo de barreira fsica, para controlar a entrada de animais e pessoas no autorizadas nas reas de cultivo, especialmente no perodo da colheita; manter os animais confinados em currais e os fertilizantes orgnicos armazenados em local distante das reas de cultivo, para evitar a contaminao. Quando o histrico ou os perigos da rea no so conhecidos, deve-se avaliar o uso atual das reas adjacentes, a fim de identificar fontes ou perigos potenciais de contaminao procedentes do meio ambiente e demonstrar que a quantidade de microrganismos patognicos, resduos de agrotxicos e metais pesados no solo no ultrapassam os limites mximos permitidos. Caso existam fontes de contaminao nas reas adjacentes, como criao de animais, por exemplo, que possam por em risco a segurana e inocuidade dos


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meles, devem ser estabelecidas medidas preventivas para evitar a contaminao do cultivo, a proliferao de insetos, assim como o escoamento superficial de gua que possa ter mantido contato com dejetos de animais ou outro contaminante.

Rotao de culturasA alternncia de cultivos em uma mesma rea apresenta diversas vantagens em relao monocultura, alm de ser uma estratgia para o manejo integrado de pragas, doenas e ervas daninhas e utilizao mais adequada dos agrotxicos e dos nutrientes. necessrio preparar mapas de uso atual da rea da propriedade, os quais podem ser utilizados para planejar a poca de plantio e colheita e demais atividades agrcolas, bem como planejar a rotao de culturas.

Calagem e adubaoCalagemA calagem visa corrigir a acidez do solo, as deficincias de clcio e magnsio e tambm prevenir a toxidez, principalmente do alumnio, ao desenvolvimento do meloeiro. Deve ser realizada pelo menos cerca de 60 dias antes do plantio. Recomenda-se utilizar somente corretivos registrados, sem substncias txicas, especialmente metais pesados, que possam provocar riscos de contaminao do solo e dos lenis de gua subterrneos. A calagem deve ser feita visando aumentar a saturao por bases do solo a 80% (V1 = 80%) e garantir um teor mnimo de magnsio. Quando o teor de magnsio trocvel no solo for inferior a 8 mmolc/dm3, utilizar calcrio dolomtico.

AdubaoAs recomendaes de adubao devem ser baseadas na anlise qumica do solo para fins de fertilidade e na diagnose foliar como critrio complementar, embora fatores como a produtividade esperada e o histrico da rea cultivada devam ser considerados na tomada de deciso. Deve-se utilizar fertilizantes minerais registrados, sem substncias txicas, especialmente metais pesados, os quais podem provocar riscos de contaminao do solo e dos lenis de gua subterrneos. A aplicao de potssio em cobertura deve ser realizada junto com o nitrognio, sendo conveniente que se faa uma irrigao logo aps sua aplicao, para reduzir as perdas desses fertilizantes.

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Devero ser evitadas aplicaes de nutrientes alm das recomendaes, especialmente nitrognio, para no elevar demasiadamente o contedo de nitrato (NO3-) nas plantas e provocar sua perda por lixiviao. necessrio proceder ao fracionamento das quantidades de fertilizantes recomendadas, de acordo com o crescimento e necessidade da planta, principalmente dos nitrogenados e potssicos. Os fertilizantes orgnicos so incuos e eficazes se forem usados corretamente, entretanto, seu uso incorreto pode constituir uma fonte de contaminao do solo. O perigo consiste na sua utilizao sem tratamento ou com tratamento incompleto ou, ainda, na contaminao acidental dos frutos e das guas superficiais por escoamento superficial, subsuperficiais e lixiviao. Os fertilizantes orgnicos a serem utilizados devem ser registrados, evitando, o uso de materiais sem composies definidas, provenientes de fontes contaminadas e com teores elevados de substncias txicas - especialmente metais pesados, resduos de agrotxicos e microrganismos patognicos. Na adubao de fundao, os fertilizantes minerais devem ser aplicados e misturados com os orgnicos e com o solo dentro do sulco, cobrindo-os por completo. O contato entre os frutos do meloeiro e os fertilizantes orgnicos deve ser reduzido ao mximo. necessrio considerar, quando da fertilizao mineral, a quantidade de nutrientes adicionada ao solo pelos fertilizantes orgnicos aplicados. O tempo necessrio para o tratamento do esterco e composto depende da regio, do clima e da origem do material empregado. recomendvel no compostar na propriedade restos vegetais com sintomas de ataques de pragas e doenas. O armazenamento desses fertilizantes deve ocorrer em local especfico, distante das reas de cultivo, utilizando-se barreiras de conteno para evitar sua disseminao pelo vento ou chuva.

Manejo do solo e de plantas invasorasO meloeiro uma cultura anual de ciclo curto e as reas cultivadas so intensamente mecanizadas. As operaes de preparo do solo devem ser realizadas com base em critrios conservacionistas. Em reas no cultivadas anteriormente, o preparo inicial do solo inclui a limpeza da rea por desmatamento, arao e gradagem. Em reas cultivadas anterior-


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mente, a arao pode ser precedida de uma passada de roadeira ou grade de discos. Em reas que apresentam camadas compactadas e/ou adensadas, recomenda-se realizar uma subsolagem. Para complementar a arao, costuma-se gradear a rea, facilitando as operaes subseqentes e a implantao da cultura. Em geral, a profundidade de arao de 30 cm enquanto a da gradagem de cerca de 20 cm. Nessas operaes comum a incorporao do calcrio. Em seguida arao e gradagem, realizado o sulcamento para aplicao dos fertilizantes em fundao. Em certas condies, cultivo no perodo chuvoso ou solo com baixa drenagem recomendvel o plantio em camalhes, com largura variando de 1,0 a 1,5 m e altura de 15 a 25 cm, seguido do sulcamento com a finalidade j especificada. necessrio realizar o manejo das plantas invasoras, especialmente cucurbitceas, alternando mtodos de controle - mecnicos e culturais. O controle pode ser feito com trao animal entre linhas e com enxada entre as plantas, com objetivo de manter a cultura no limpo. Com o desenvolvimento da planta, as capinas devem ser feitas com enxada e localizadas, para evitar o manuseio das ramas. Ainda no existem herbicidas seletivos para o melo.

IrrigaoManejoO sistema de irrigao predominante utilizado na cultura do meloeiro o localizado por gotejamento, considerado o mais adequado. A filtragem fundamental para melhorar a qualidade da gua, impedindo os entupimentos e garantindo melhor distribuio. Os valores da evapotranspirao de cultivo (ETc), evapotranspirao potencial de referncia (ETo), coeficiente de cultivo (Kc) e coeficiente de irrigao (Ki) so importantes para determinar a quantidade de gua necessria cultura, levando a um correto planejamento, dimensionamento e manejo de sistemas de irrigao, e uma eficiente avaliao das fontes hdricas e de energia eltrica. A necessidade de gua do meloeiro depende das condies climticas, ciclo da cultivar e sistema de irrigao, alm de estdio de desenvolvimento da cultura. exceo da fase de germinao, o meloeiro apresenta tolerncia moderada concentrao de sais na soluo do solo. Na prtica, gua com condutividade

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eltrica (CE) entre 2,2 e 3,6 dS/m produz frutos mais doces, desde que bem manejada e em solos bem drenados. A uniformidade da aplicao de gua do sistema de irrigao, influenciando na distribuio da gua e dos fertilizantes, afeta diretamente o desenvolvimento das plantas, a produo e a qualidade dos frutos.

Qualidade da guaOs fatores de risco a serem considerados para monitorar a qualidade da gua para a irrigao so os seguintes procedncia da gua, sistema de irrigao utilizado, caractersticas do cultivo, proximidade dos frutos com o solo e o tempo transcorrido entre a ltima irrigao e a colheita. necessrio avaliar as possibilidades de contaminao do solo e das guas de cultivo por dejetos humanos ou animais (armazenamento de esterco e dejetos fecais, acesso de animais, proximidade de granjas e currais), e evit-las. Recomenda-se criar estruturas para reduzir o escoamento superficial, como por exemplo, faixas de vegetao. A freqncia de anlise da gua deve ser em razo da sua origem. Quando a irrigao do meloeiro realizada com guas subterrneas procedentes de poos fechados, o perigo de contaminao menor. Da mesma forma, quando o sistema de irrigao empregado o de gotejamento - onde o volume de gua utilizado menor e mais localizado, os riscos de contaminao tambm so menores. Entretanto, os frutos esto em contato direto com o solo e apresentam superfcies amplas (apesar da rigidez da casca), rendilhadas (algumas variedades), aumentando a possibilidade de contaminao. Um dos mtodos mais utilizados para o controle de bactrias e algas a adio de cloro na gua de irrigao, injetado de uma a duas vezes por semana, durante os ltimos 30 minutos da irrigao. Para maior eficincia, o cloro deve ser usado em gua com pH entre 5,5 e 6,5.

Proteo integrada da plantaA incidncia de patgenos deve ser regularmente avaliada e registrada, baseandose em um sistema de amostragem e freqncia de observaes especficas para cada praga.


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Devem ser empregados mtodos integrados de manejo de pragas e doenas, priorizando-se os culturais e biolgicos, a fim de se reduzir o emprego de agrotxicos. Dever ser implantada em cada propriedade a infra-estrutura necessria ao monitoramento das condies agroclimticas, visando-se auxiliar na tomada de deciso em relao ao manejo de pragas e doenas, realizando-se registro sistemtico da precipitao pluviomtrica, temperatura e umidade relativa do ar.

Uso de agrotxicosPara o controle fitossanitrio s devero ser utilizados agrotxicos registrados, com uso autorizado para a cultura e praga/doena em questo e seguindo as instrues dos rtulos dos produtos. A gua utilizada para fazer as misturas com agrotxicos deve estar livre de contaminantes que possam por em risco a inocuidade do produto. Na escolha dos agrotxicos devero ser consideradas as persistncias, toxicidade, nvel de resduos nos frutos e impactos ao ambiente. No caso de frutos para exportao, responsabilidade do produtor utilizar agrotxicos que estejam autorizados para a cultura, tanto no Brasil como no mercado de destino. necessrio registrar em uma planilha do caderno de campo as informaes sobre o uso de agrotxicos, informando a data, estdio vegetativo, data prevista para a colheita, horrio da aplicao, praga/doena alvo, justificativa para a prtica (nvel de ao ou controle), produto, dosagem, perodo de carncia do produto, responsvel tcnico pela aplicao e operador. Recomenda-se, sempre que possvel, utilizar as informaes geradas em Estaes de Avisos, associadas aos dados registrados na regio, para orientar a tomada de deciso, com vistas ao emprego dos agrotxicos. proibido utilizar pessoas sem a devida capacitao tcnica na manipulao, preparo e aplicao de agrotxicos. Deve-se utilizar Equipamento de Proteo Individual - EPI, conforme o Manual de Preveno de Acidentes no Trabalho com Agrotxicos. A aplicao de agrotxicos dever ser realizada utilizando-se equipamentos adequados, os quais devero ser mantidos em bom estado de funcionamento e devero ser limpos depois de cada uso. Os equipamentos utilizados devero

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receber manuteno e calibrao peridicas, utilizando-se mtodos e tcnicas recomendadas pelos fabricantes e especialistas do setor. Recomenda-se priorizar o uso de tratores ou outras mquinas equipadas com cabine de proteo para o aplicador e dispositivo para a lavagem pressurizada de embalagens vazias de agrotxicos. Deve-se realizar o preparo de agrotxicos em locais especficos, construdos para essa finalidade, observando-se, tambm, as recomendaes tcnicas sobre manipulao de agrotxicos, conforme a legislao vigente. importante observar o pH da calda antes da pulverizao, visando aumentar a eficincia da aplicao dos agrotxicos, bem como analisar a gua utilizada na pulverizao quanto contaminao com coliformes fecais, corrigindo problemas por acaso existentes. Os agrotxicos devem ser armazenados em local adequado, observando-se as normas de segurana pertinentes a essa finalidade. Deve-se manter registro sistemtico da movimentao de estoque de produtos qumicos. As embalagens vazias de agrotxicos e afins no podero ser reutilizadas. Deve-se fazer a trplice lavagem e aps sua inutilizao, armazen-las em local adequado, onde seja mnimo o perigo de contaminao para o trabalhador, solo, gua e frutos. As embalagens vazias devem ser encaminhadas aos centros regionais para o recolhimento, em colaborao com os estabelecimentos revendedores de agrotxicos, conforme recomenda a legislao em vigor.

Colheita e transporte para a empacotadoraTcnicas de colheitaA colheita do melo feita com o uso de facas ou tesouras de poda bem afiadas, de material inoxidvel, as quais devero ser mantidas em condies adequadas de manuteno, limpeza e sanitizao. Os frutos cortados devem ser deixados entre as folhas da planta para serem recolhidos posteriormente. Independente do tipo de melo, na colheita deve-se manter o pednculo com 1 a 3 cm de comprimento.


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Os instrumentos de colheita devem ser lavados com gua e sabo e desinfetados com uma soluo sanitizante 200 mg/L de cloro ativo a pH 6,5 a 7,5, por 15 minutos, por exemplo. Os trabalhadores devem dispor de reservatrio contendo gua limpa para limpeza das mos durante a colheita. Os frutos coletados devero ser protegidos do sol, do vento e da chuva e transportados para a empacotadora o mais rpido possvel. Recomenda-se eliminar restos de solo e matria orgnica dos frutos antes que saiam do campo. Os resduos originados por ocasio da colheita - restos vegetais, restos de plstico e isopor, entre outros, devem ser coletados, depositados em um recipiente prprio e encaminhados para compostagem ou recuperao.

TransporteOs frutos devem ser transportados, preferencialmente, em caixas plsticas ou, eventualmente, em carrocerias de tratores, as quais devero ser utilizadas somente para o transporte de frutos, mantidas em bom estado de conservao e limpas. As caixas de colheita devem ser preenchidas at, no mximo, com duas camadas de frutos. As superfcies de transporte e descarregamento de frutos devem ser forradas com material que amortea impactos e/ou atritos, de forma a reduzir danos mecnicos. Apesar de as carretas serem revestidas e o melo ter uma resistncia razovel ao transporte a pequenas distncias, os frutos devem ser transportados com cuidado, evitando-se velocidade alta e estradas ruins, pois nessa etapa ocorrem os maiores problemas de injrias mecnicas. Todo carregamento de frutos destinado empacotadora deve estar acompanhado de uma ficha de identificao e conter, pelo menos, as seguintes informaes empresa, rea, parcela, hbrido/variedade, nmero do corte, quantidade, data da colheita, horrio e responsvel pela colheita. A limpeza das caixas de colheita dever ser realizada diariamente, ao final do trabalho. As caixas devem ser submersas em soluo desinfetante 1 L de detergente para cada 100 L de gua, enxaguadas em gua potvel e imersas em soluo sanitizante 200 mg/L de cloro ativo e pH 6,5 a 7,5, por 1 minuto, por exemplo.

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Os materiais utilizados na limpeza das caixas de colheita - escovas, esponjas, panos devero ser usados, exclusivamente, para essa finalidade, lavados e sanitizados diariamente. Os tanques nos quais so limpas as caixas de colheita devem ser lavados e sanitizados, diariamente, devendo ser esvaziados, parcialmente ocupados com gua e detergente - at metade do volume, enxaguados com gua limpa e sanitizados. Todo o material utilizado no campo durante a colheita, depois de limpo e sanitizado, deve ser armazenado em um local amplo, fechado e limpo dentro das instalaes da empresa.

Boas prticas agrcolas na pscolheitaHigiene e seguranaAs pessoas da empacotadora, devidamente treinadas, devem estar conscientes e capazes de praticar medidas de higiene e segurana para evitar a contaminao dos frutos. Devem ser afixados cartazes em locais apropriados e em linguagem simples, que lembrem as medidas necessrias. Deve ser oferecida capacitao relacionada com a sade, higiene pessoal e segurana no trabalho, manejo dos frutos na empacotadora, gesto dos recursos naturais e monitoramento da contaminao do ambiente. As roupas dos funcionrios devem ser apropriadas e limpas para o trabalho camisas que cubram o trax e antebraos e calas largas, sem bolsos, preferencialmente de cores claras, sapatos fechados e luvas. Os botes das roupas devem ser substitudos por velcro e devem ser usados toucas, luvas, aventais plsticos e outros acessrios que minimizem os perigos de contaminao. Esses materiais devem permanecer em perfeitas condies de higiene e serem renovados quando necessrio. proibido sair da empacotadora com roupas e artigos de trabalho. Os visitantes da empacotadora devem usar a roupa protetora e cumprir as disposies de asseio pessoal. O pessoal envolvido com a atividade deve lavar bem as mos e antebraos no incio do trabalho, depois de usarem os sanitrios, depois dos descansos,


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quando retornarem das refeies e depois de tocarem superfcies sujas. Recomenda-se aplicar uma poro de sabo lquido, esfregar as mos e antebraos por, pelo menos, 20 segundos, limpando as reas abaixo das unhas e entre os dedos, enxaguar com gua limpa e corrente, secar as mos com toalhas descartveis. Quando apresentarem algum ferimento, infeco ou afeco nos olhos, boca, nariz ou rgos excretores, devem ser remanejados, temporariamente, para atividades nas quais ocorram menores possibilidades de contaminao de outras pessoas e frutos. Os ferimentos apresentados nas partes do corpo que possam manter contato com os frutos ou com os equipamentos, devero ser protegidos com curativos impermeveis. Os funcionrios, em atividades que possibilitem contato com os frutos no devem transportar rdios portteis, fones de ouvido e adereos pessoais que possam desprender-se ou que no possam ser higienizados adequadamente, tais como relgios, anis, brincos, pulseiras, colares, clios e unhas postias e adereos. Todos devem ter as unhas curtas e limpas. As mulheres no devem usar unhas pintadas. proibido tocar o nariz, orelhas e boca, bem como tossir ou espirrar diretamente sobre os frutos.Os homens devem manter cabelo curto. No permitido comer, beber, fumar, mascar chicletes durante o trabalho. Essas atividades sero realizadas em reas designadas para essa finalidade. Todas as condies devem ser dadas para que as pessoas trabalhem confortavelmente no ambiente da empacotadora. Todos os equipamentos devem ser adequados e confortveis para os trabalhadores. Deve-se evitar o carregamento de pesos excessivos pelos trabalhadores e posies desconfortveis de trabalho.

EmpacotadoraA estrutura da empacotadora deve ser funcional (movimentao dos frutos antes e aps o processamento, armazenamento separado de frutos, caixas de campo, paletes e caixas de embalagem), econmica, de fcil limpeza, e ser projetada em consonncia da capacidade produtiva. Deve ser planejada de maneira a oferecer proteo contra a entrada de pragas, assim como de contaminantes, incluindo a preveno da contaminao cruzada durante as diferentes operaes.

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InstalaesEscolha da reaA empacotadora deve ser localizada em rea plana, livre de poluentes e/ou contaminantes e eqidistante das reas de plantio. Os locais de confinamento de animais, tratamento e armazenamento de esterco devem ficar distncia mnima recomendvel de 200 m. Ao redor da empacotadora deve ser colocada cerca de arame, ou outro material, para evitar a entrada de animais. Os quebra-ventos devem estar localizados distncia mnima recomendvel de 80 m, para proteger a empacotadora de ventos fortes e trazer sombra para os veculos em perodos de grande movimentao. As rvores prximas empacotadora devem ser podadas anualmente. Cercas, placas, postes e depsitos de lixo devem receber cuidados permanentes, no mnimo, uma vez ao ano. Devem ser reservados, tambm, locais para manobras de caminhes e tratores ao redor da empacotadora, de preferncia, pavimentados.

Estradas, carreadores e veculosAs estradas e carreadores devem ser sinalizadas e apresentar boas condies para trnsito de veculos pesados, desde o percurso do campo empacotadora e desta para as vias de escoamento dos frutos. Devem ser mantidas livres de ervas daninhas e irrigados diariamente, noite, para reduzir o levantamento de poeira dos veculos que circulam durante o dia. Os veculos e carrocerias usados para o transporte de frutos devem ser utilizados somente quando no tenham sido usados em atividades que representem perigo de contaminao aos frutos. Devem ser lavados e sanitizados, no mnimo, duas vezes em cada safra, utilizando-se gua, sabo, escova e soluo sanitizante 200 mg/L de cloro ativo a pH 6,5 a 7,5, por exemplo.

Abastecimento e qualidade da guaA rea escolhida para a construo da empacotadora deve ter disponibilidade de gua compatvel com as quantidades a serem utilizadas no beneficiamento, higienizao das instalaes, equipamentos, utenslios, consumo humano e higiene pessoal.


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A gua que mantenha contato direto com os frutos ou com qualquer superfcie de contato com estes (caixas de colheita, carrocerias, esteiras), dever ser potvel e cumprir as especificaes estabelecidas na legislao vigente. A concentrao de cloro residual livre e o pH da gua devem ser monitorados. A limpeza de locais e equipamentos que no tenham contato direto com os frutos deve ser realizada com gua limpa. A gua potvel utilizada na empacotadora deve ser transportada por tubulaes exclusivas. No caso de armazenamento de gua, deve-se dispor de instalaes apropriadas, com adequado sistema de distribuio e com proteo eficiente contra contaminaes. Os tanques e caixas dagua devem ser lavados e sanitizados a cada seis meses ou quando necessrio, empregando-se detergente, escovas e gua clorada. Deve haver um esgoto compatvel com o volume de gua a ser utilizado na empacotadora. Devem existir ralos (tipo sifo ou similar) a fim de evitar o acmulo de gua e entrada de roedores. Nas atividades da empacotadora devem ser utilizadas tcnicas que minimizem o volume de guas residuais geradas e que facilitem seu processamento, reciclagem e disposio final. As guas residuais jamais devem ser lanadas diretamente no solo, audes ou rios.

Ventilao e iluminaoO ambiente da empacotadora deve ter um sistema de ventilao adequado, de origem natural ou artificial. Uma alternativa a colocao de telas substituindo parede ou meia parede nas divisrias internas da empacotadora. Os sistemas de ventilao mecnicos devero ser construdos de modo que seja possvel realizar facilmente a limpeza e manuteno dos seus componentes. A ventilao adequada tambm permite a eliminao do ar contaminado, desde que a corrente de ar tenha um fluxo do local limpo para o sujo. A iluminao deve ser uniformemente distribuda no ambiente. As lmpadas devem possuir sistemas de segurana contra possveis rupturas ou quedas acidentais, e devem ser instaladas de modo a no oferecer riscos aos alimentos. A fixao das lmpadas ao teto ou s paredes dever ser feita de modo a facilitar sua limpeza e evitar a acumulao de poeira.

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As armadilhas luminosas contra insetos, se utilizadas, no devero estar situadas sobre os equipamentos e linhas de manipulao e embalagem de frutos.

Controle de pragas nas instalaesOs roedores, insetos e outras pragas constituem um perigo sanitrio, pois podem contaminar materiais de embalagem e empacotamento ou frutas em processo de embarque. Cada empresa deve dispor de um plano de controle de pragas nas instalaes, de acordo com suas necessidades. No plano de controle de pragas deve ser identificada a equipe de trabalho e tarefas, especificados os materiais e produtos utilizados, mapa de iscas para roedores, freqncia e mtodo de aplicao dos produtos e medidas de segurana. Os produtos empregados, alm de no causarem contaminao aos frutos, devero cumprir normas vigentes e estar autorizados para utilizao na indstria alimentcia. A incidncia de insetos na empacotadora e reas circunvizinhas ser avaliada e registrada por meio de monitoramento para se assegurar que no existe infestao, com ateno especial aos locais de armazenamento de caixas e embalagens, locais onde se depositem lixos e dejetos. Como os pssaros podem ser portadores de enfermidades, devem ser tomadas medidas para excluir sua entrada e estabelecimento de ninhos nas instalaes. As janelas e portas da empacotadora devero ser protegidas e as portas devero ser mantidas fechadas, exceto nos momentos de carga e descarga de frutos.

LaboratrioDentro do laboratrio deve existir uma rea reservada para os equipamentos e reagentes qumicos a serem utilizados na avaliao da qualidade dos frutos. A rea deve conter bancada com dimensionamento eltrico para alocao de equipamentos. Pisos, paredes e bancadas devem ser de cores claras e de fcil limpeza. O local deve ser bem arejado.

reas de recepo e carregamentoAs reas de descarregamento e carregamento dos tratores e caminhes devem ser cobertas para evitar que a exposio ao sol afete a qualidade dos frutos. Essas reas devem conter rampas no mesmo nvel da carroceria dos caminhes.


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A rea de carregamento para frutos resfriados deve ter um sistema vedado para manuteno da temperatura de armazenamento e evitar quebra na cadeia de frio.

Armazenamento de embalagensDeve-se reservar um local para montagem e armazenamento de embalagens. Esse local deve ser bem ventilado, seco, limpo, protegido contra respingos de gua ou vazamentos e protegido contra a entrada de insetos, morcegos, roedores e outros. As caixas devem ser colocadas sobre estrados de madeira e mantidas afastadas das paredes, no mnimo 50 cm, para evitar a umidade e facilitar a limpeza.

Armazenamento de produtos qumicosDe forma geral, os produtos qumicos devem ser armazenados a uma distncia segura de no mnimo 100 m da empacotadora. O ambiente de armazenamento desses prodtuos deve ser bem ventilado e todos devem estar em suas embalagens originais, em estantes ou sobre estrados. Todo o material qumico em uso pode ser mantido no ambiente da empacotadora, desde que seja acondicionado em sala ou armrios reservados, onde no tenham contato direto com os frutos e as pessoas.

RefugoDeve existir um local reservado, fora da empacotadora, para os frutos que forem descartados da linha de embalagem, por no atenderem aos pr-requisitos de seleo e classificao. Os frutos refugados devem ser direcionados para uso alternativo, desde que o defeito no comprometa a segurana para consumo.

rea para deposio de lixoNas atividades da empacotadora devem ser utilizadas tcnicas que minimizem o volume de resduos produzidos, que facilitem seu processamento, reciclagem e disposio final. As reas para depsito de lixo devem estar distantes da empacotadora e em locais em que a coleta seja facilitada. Os frutos descartados devem ser transformados em composto orgnico. Os restos vegetais com sintomas de ataques de pragas e doenas no devem ser utilizados. Embalagens, restos de plstico e isopor, leo combustvel e lmpadas devem ser encaminhados para reciclagem ou recuperao. O lixo deve estar disposto, adequadamente, em recipientes com tampa para

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evitar contaminaes. A retirada do lixo no deve cruzar com a entrada ou sada de matria-prima e produto acabado, devendo-se optar por horrios diferenciados. Todos os recipientes que contenham lixo devem ser esvaziados e lavados diariamente.

Equipamentos e utensliosA disposio dos equipamentos e utenslios na empacotadora deve permitir a manuteno e limpeza apropriadas, devendo ser mantidos sempre em bom estado de conservao, funcionamento e serem revestidos com proteo contra impactos. As superfcies que esto em contato direto com os frutos devem ser slidas, lisas, durveis e de fcil manuteno, limpeza e sanitizao. Os equipamentos que requerem lubrificaes devem ser projetados de forma que a mesma possa ser realizada sem contaminar os frutos. Partes que oxidam com facilidade devem receber pintura especial ou serem trocadas periodicamente. Cuidados especiais devem ser tomados na proteo s partes cortantes ou pontiagudas.

Processos na empacotadoraDentro e nos arredores da empacotadora no devem transitar materiais estranhos, visitantes ou animais. Deve-se estabelecer uma linha de processamento, em que o material sujo no entre em contato com o material limpo e embalado. Todas as pessoas que tm contato direto com produtos qumicos devem usar equipamentos de proteo como luvas, mscaras, aventais, e conhecer as medidas de primeiros socorros em caso de acidentes. Deve existir uma caixa de primeiros socorros em local de fcil acesso.

RecepoA rea de recepo dos frutos, na empacotadora, deve ser isolada da rea de tratamento ps-colheita e embalagem e no deve haver circulao de pessoas, nem de materiais entre as reas sem a devida higienizao. A recepo dos frutos deve ser feita sombra. O descarregamento deve ser processado na ordem de chegada ao galpo de embalagem. Os frutos que apresentem matria estranha, danos por pragas e doenas, que possam por em risco a inocuidade dos demais frutos recebidos na empacotadora devem ser eliminados. Os frutos selecionados no devem entrar em contato com esterco, dejetos biolgicos, materiais de embalagem sujos, contaminados ou manipulados de maneira no higinica.


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Os frutos estragados devem ser retirados da rea em torno do galpo para evitar a contaminao dos frutos sadios.

Limpeza dos frutosA limpeza dos frutos deve ser realizada por lavagem com soluo sanitizante (por exemplo, soluo de hipoclorito a 50 mg/L, pH 6,8-7,0) e auxlio de escovas, com o objetivo de retirar qualquer material aderido superfcie do fruto, que possa constituir risco de contaminao (restos de solo, matria orgnica e outros). A maioria dos produtores no emprega a limpeza por lavagem em poca no chuvosa, realizando-a com panos midos, limpos e macios. Os materiais utilizados na limpeza (panos e escovas), devem ser limpos, sanitizados e usados, exclusivamente, para essa finalidade. Os panos devero ser imersos em soluo sanitizante cada vez que forem utilizados.

Seleo e classificaoA seleo e classificao dos frutos deve ser criteriosa, visando garantir a homogeneidade e qualidade do produto final. A seleo feita com base em critrios como tipo, danos mecnicos, manchas, ataques de pragas e doenas, entre outros. A classificao dos meles deve ser feita de acordo com o Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento (Portaria SARC No 495, de 12 de setembro de 2002, em homologao), considerando: a) Grupos (I para os meles com casca reticulada, polpa aromtica e de colorao intensa; II para meles com casca lisa ou rugosa sem retcula; III, para meles com casca rugosa em listras ou com gomos), b) Classes (de acordo com o peso dos frutos em quilogramas, variando de 4,00 kg), e c) Categorias (extra, com 0% de defeitos graves e 5% de defeitos leves categorias; I, com 3% de defeitos graves e 10% de defeitos leves; II, com 10 % de defeitos graves e 35% de defeitos leves e III, com 20% de defeitos graves e 100% de defeitos leves). So considerados defeitos graves frutos imaturos, que apresentem sintomas de

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ataque de viroses, podrides e mancha grave. Frutos amassados, apresentando leso cicatrizada, barriga branca ou deformao, entre outros, so considerados como apresentando defeitos leves.

Tratamento ps-colheitaEm geral, s necessria a aplicao de fungicida para evitar a podrido na regio do pednculo. Portanto, o produto pode ser aplicado com pincel, apenas no local do corte do pednculo (ou talo), depois que os frutos j estiverem nas caixas.

Embalagem e paletizaoAps a colheita, seleo e classificao, os frutos devem ser embalados. Os empregados devem manipular cuidadosamente os materiais utilizados na embalagem dos frutos (caixas, selos, etiquetas). Os materiais que caiam ao solo ou que estejam danificados devero ser descartados. As caixas devem conter a identificao dos frutos, apresentando informaes importantes ao consumidor (empresa e contato, parcela, hbrido/variedade e nmero e peso lquido de frutos). A disposio das caixas em paletes facilita o manuseio da carga e o carregamento do produto. Devem ser usados paletes que no vedem as perfuraes inferiores das caixas. Cada palete deve ser identificado com um nmero correspondente ao nmero de frutos por caixa, colocado no canto superior nos quatro lados, e impresso em tamanho suficiente para ser visualizado a uma distncia de at 50 metros.

Pr-resfriamentoImediatamente aps a paletizao deve-se fazer um pr-resfriamento, com o objetivo de reduzir rapidamente a temperatura de campo, seguido de armazenamento refrigerado. A cadeia de frio uma vez iniciada no poder ser quebrada. fundamental que a temperatura da polpa dos frutos seja acompanhada periodicamente durante o processo de resfriamento rpido com termmetros de polpa, para evitar a ocorrncia de danos por frio.

ArmazenamentoPara o armazenamento refrigerado fundamental que as cmaras frias sejam mantidas em bom estado de conservao e funcionamento, bem como constan-


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temente higienizadas e sanitizadas. Para armazenamento temperatura ambiente, o local deve ser bem ventilado, apresentar sombra em todas as horas do dia, no apresentar vazamentos, ter barreiras contra aves, roedores e insetos. As condies de temperatura e umidade relativa no interior das cmaras frias devem ser monitoradas durante o perodo de armazenamento dos frutos. Equipamentos de medio de temperatura e umidade relativa devem ser calibrados, periodicamente. O sistema de pr-resfriamento e conservao das cmaras frias dever ser limpo, anualmente, e antes do incio da colheita.

Limpeza, sanitizao e manutenoA estrutura da empacotadora, alm de funcional em relao s diversas etapas do fluxograma de beneficiamento, deve ser de fcil manuteno, limpeza e sanitizao, de maneira a oferecer proteo contra contaminantes. A limpeza deve ser realizada com gua e sabo, retirando-se todas as sujidades aparentes. Aps a limpeza realiza-se o enxge para retirar os resduos de sabo. Para sanitizar superfcies e utenslios podero ser utilizados um dos seguintes produtos para obteno de uma soluo com cloro ativo a 200 mg/L: hipoclorito de clcio a 65% (300 g do produto comercial em 500 L de gua); hipoclorito de sdio a 5,25% (4 L do produto comercial em 500 L de gua) e hipoclorito de sdio a 12% (2 L do produto comercial em 500 L de gua).

Pisos, paredes, tetos e portasOs pisos da empacotadora devem ser construdos com material resistente, impermevel, antiderrapante, de fcil limpeza e sanitizao. Deve haver uma declividade de, no mnimo, 1%, que poder ser orientada para uma linha de esgoto, garantindo um bom escoamento da gua de limpeza das instalaes e equipamentos. Os tetos e paredes devero ser construdos com materiais impermeveis, no txicos, de fcil limpeza e sanitizao. As paredes devem ser lisas, de cores claras, durveis e resistentes a limpezas freqentes. O material do teto deve permitir uma boa ventilao e iluminao, alm de no absorver calor. No caso de telhas de alumnio, utilizar pintura anti-reflexo. Os tetos da empacotadora devem ser lavados e sanitizados semanalmente, empregando-se gua, sabo e gua clorada.

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As portas devem ter fechamento de corredias, e abertura mxima de 1 cm acima do piso. Podem ser tambm utilizadas cortinas de ar nas portas para evitar a entrada de insetos. Em aberturas para entrada e sada de frutos, colocar cortinas de ar ou plsticas com o objetivo de evitar a entrada de insetos. Deve ser utilizado sistema de telas contra insetos, pssaros, morcegos e roedores em todas as aberturas da rea, com malha menor ou igual a 2 mm. As paredes, portas e pilares da empacotadora devem ser pintados anualmente. Paredes, tetos e pisos das cmaras frias devem ser lavados e sanitizados duas vezes em cada safra, no mnimo.

Lavabos, banheiros e vestiriosA empacotadora deve possuir um nmero suficiente de lavabos para lavagem de mos das pessoas envolvidas nas diversas etapas do fluxograma de beneficiamento, os quais devero ser servidos com gua corrente, sabo lquido e toalhas descartveis ou ar aquecido para secagem das mos. Aconselham-se torneiras de tempo ou de pedal, por questes higinicas e econmicas. Toda a gua residual dos lavabos dever ser destinada central de esgoto da empacotadora. A rea reservada para a construo dos banheiros no deve ser prxima a fontes de gua (lenol fretico, poos ou cisternas). de extrema importncia que o sistema de fossas seja eficiente, seguro e localizado distante da empacotadora. Os banheiros e vestirios devem estar completamente separados da empacotadora, a uma distncia mnima de 50 m, tambm, devem ser bem iluminados e ventilados. O nmero de banheiros deve ser dado considerando-se o nmero de empregados (20 pessoas/banheiro), alm de se discriminar ambientes masculinos e femininos. Os sanitrios mveis, no campo, devem ser mantidos a uma distncia inferior a 500 m dos locais de trabalho, na relao de um sanitrio para cada 20 pessoas. Os depsitos com dejetos devem ser esvaziados, limpos, enxaguados e sanitizados como, por exemplo, soluo contendo 200 mg/L de cloro ativo e pH 6,5 a 7,5 entre 25 oC a 27 oC, trs vezes por semana, no mnimo. Os banheiros devem conter pias, sanitrios e chuveiros fechados com boxe individual. As paredes e pisos devem ser de cores claras, material liso, resistente


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e impermevel; as portas devem ter molas e as janelas devem ser teladas. Os vestirios devem ser amplos e possuir armrios para guardar bens pessoais dos empregados. Os dormitrios devem ser limpos e organizados diariamente. Todas as reas do piso devem ser varridas e limpas com pano umedecido em uma soluo sanitizante todos os dias. Os pisos e paredes devem ser lavados com gua, sabo e escova, semanalmente. O lixo deve ser retirado o mais breve possvel de dentro das instalaes. Os banheiros, lavabos e recipientes de sanitizao de mos devem ser abastecidos com sabo, toalhas de papel, papel higinico e solues sanitizantes, repondo-os sempre que necessrio. A concentrao da soluo sanitizante deve ser monitorada durante o dia e, se necessrio, deve ser substituda. As pias, vasos e assentos sanitrios, pisos, mveis, portas e depsitos para lixo devem ser lavados e satinizados diariamente usando gua limpa, desinfetante (detergente e soluo sanitizante) e escova, enxaguando-os em seguida. As paredes e portas dos banheiros devem ser limpas mensalmente, utilizando-se um pano umedecido com soluo sanitizante. As lmpadas dos banheiros devem ser limpas com um pano umedecido. Os materiais utilizados na limpeza dos banheiros (escovas, esponjas, panos, entre outros) devem ser usados, exclusivamente, no banheiro, lavados e sanitizados diariamente. Fossas e sumidouros devem ser seguros e periodicamente limpos, respectivamente bem fechados e telados.

Refeitrio e cozinhaA rea destinada construo do refeitrio e da cozinha deve estar a uma distncia aproximada de 50 m da empacotadora. O refeitrio deve ser em local amplo e agradvel, onde os funcionrios faam suas refeies, evitando que se alimentem dentro do ambiente da empacotadora. A rea de descanso, aps as refeies, deve ser adequada, evitando que os trabaladores se deitem sobre caixas e equipamentos dentro da empacotadora.

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As mesas do refeitrio, foges e utenslios de cozinha devem ser limpos diariamente. As mesas devem ser limpas com pano umedecido em gua e detergente e enxaguadas com gua limpa. Os restos de comida devem ser recolhidos do piso o mais breve possvel. O piso deve ser lavado. Realizar o mesmo procedimento para foges e utenslios de cozinha. As pias do refeitrio devem ser abastecidos com sabo e toalhas de papel, repondo-os sempre que necessrio. Os depsitos para o material usado devem estar localizados prximos s pias. Os lixos devem ser tampados e identificados.

Anlise de resduosO produtor deve, periodicamente, submeter os meles anlise de resduos dos produtos utilizados na pr e ps-colheita, empregando pessoas capacitadas, conforme requisitos da cultura e as recomendaes. As coletas de amostras devem ser feitas ao acaso, devendo atingir um mnimo de 10% do total das parcelas. A anlise de resduos em frutos dever ser realizada em laboratrios credenciados. No devero ser comercializados meles com resduos de agrotxicos ou outras substncias txicas acima dos limites mximos recomendados (LMR) fixados na legislao vigente. No caso de frutos para exportao, devem ser observados os LMR permitidos para a cultura, tambm no mercado de destino.

Sistema de rastreabilidade necessrio registrar, em formulrios adaptados s condies de cada empresa, os dados sobre o manejo da cultura, necessrios adequada gesto das Boas Prticas Agrcolas. Os registros devem ser mantidos e realizados por tcnicos e gerentes capacitados no preenchimento dos formulrios, atualizados e com fidelidade, para fins de rastreabilidade. A rastreabilidade no campo deve ser at a rea de produo e na empacotadora at o pallet e/ou carregamento.


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Procedimentos operacionais na pr e ps-colheitaO gerenciamento da segurana das etapas de pr e ps-colheita deve identificar etapas e prticas que representam risco para a segurana do produto final; estabelecer e implantar procedimentos de controle efetivo para as etapas e prticas consideradas crticas; monitorizar os procedimentos de controle para garantir a continuidade da efetividade do controle; rever os procedimentos e prticas, periodicamente, ou sempre que houver modificaes operacionais e registrar em planilhas elaboradas para cada procedimento, para fins de rastreabilidade de possveis problemas. Em geral, os procedimentos operacionais so simples e devem especificar o que, como, com que frequncia e por quem sero realizados, alm da monitorizao, das aes corretivas quando se verificar um desvio ou no conformidade e de um programa de verificao, para garantir que o objetivo e efetividade do procedimento sejam conduzidos e mantidos de forma constante. Exemplos: rotao de estoque de insumos; programas de controle de pragas e doenas; programa de limpeza e sanificao de equipamentos, entre outros. Deve ser considerada a necessidade de estabelecer instrues de trabalho especficas para determinadas atividades operacionais, como por exemplo, para as prticas de aplicao de agrotxicos, as quais devem estabelecer passo a passo o procedimento. importante ressaltar a necessidade de monitorizao (observao, superviso e medies), de registro em planilhas especficas, das aes corretivas e estabelecimento de formas de verificao (validao do procedimento por demonstrao do controle de perigos, confirmao da continuidade da eficincia do procedimento por coleta e anlise de amostras, certificao da concentrao de agrotxicos e fertilizantes, entre outros). Um Procedimento Operacional um documento que deve ter a seguinte estrutura: Objetivo: (Exemplo: preparo de agrotxicos). Documentos de referncia: (Exemplo: instrues de uso do fabricante de agrotxicos).

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Campo de aplicao: Em que etapas da produo (Exemplo: na aplicao de agrotxicos e na colheita, para garantir o cumprimento do perodo de carncia). Definies: Para permitir a uniformizao de conceitos. Responsabilidades: Definindo responsveis pela implementao, operacionalizao e verificao dos procedimentos. Descrio: Descrever de forma sucinta como o procedimento ser operacionalizado. Monitorizao: Estabelecer como, durante a etapa, ser verificado o cumprimento do procedimento. Pode-se usar a superviso ou Check List. Aes corretivas: No caso de no cumprimento do procedimento, estabelecer o que deve ser feito para a correo do desvio. Verificao: Estabelecer como ser confirmado o cumprimento do procedimento, que pode incluir: anlise dos registros, coleta e anlise de amostras; superviso, avaliao de programa de calibrao de equipamentos, avaliao de programa de treinamento pessoal, entre outros. A verificao deve especificar o que, como, com que freqncia e quem o responsvel pela mesma. Registro: Elaborao de planilhas especficas (Ex.: aplicao de agrotxicos), a indexao (data), o arquivamento (Ex.: pasta), o armazenamento (local onde ser mantido o registro), o tempo de reteno do registro (Ex.: seis meses) e a disposio (arquivo ativo ou arquivo morto). Anexos: Complementos que facilitem o entendimento e cumprimento do procedimento. Podem incluir Check List especficos.


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Aplicao do sistema APPCCO objetivo da aplicao do sistema APPCC a garantia, efetividade e eficcia do controle dos perigos e incluem sete princpios:

Anlise de perigosA cada etapa do fluxograma de processo, deve-se avaliar se h ocorrncia de algum tipo de perigo significativo (fsico, qumico ou microbiolgico) e se h alguma medida preventiva para evitar que esse venha causar risco sade do consumidor. Nessa etapa, tambm so estabelecidos o risco e a severidade do perigo. Risco a estimativa da probabilidade (possibilidade) de ocorrncia de um perigo. Pode ser classificado como alto, mdio e baixo. A severidade o dimensionamento da gravidade do perigo quanto s conseqncias resultantes de sua ocorrncia. Pode ser classificada como alta, mdia e baixa.

Identificao dos pontos de controle (PC) e dos pontos crticos de controle (PCC)Aps a anlise de perigos, deve-se avaliar se a etapa relacionada a cada um dos perigos ser um ponto de controle ou ponto crtico de controle. Ponto de Controle (PC): Qualquer ponto, etapa ou procedimento da fase de prcolheita no qual se aplicam medidas para manter um perigo significativo ou uma prtica agrcola sob controle, com o objetivo de eliminar, prevenir ou reduzir os riscos sade do consumidor. Nas etapas de ps-colheita, definido como qualquer ponto, etapa ou procedimento com o objetivo de eliminar, prevenir ou reduzir os riscos sade do consumidor, cujo controle exercido suficiente e efetivamente por programas de pr-requisitos (Boas Prticas Ps-Colheita). Ponto Crtico de Controle (PCC): Qualquer ponto, etapa ou procedimento de pscolheita no qual se aplicam medidas para manter um perigo significativo sob controle, com o objetivo de eliminar, prevenir ou reduzir os riscos sade do consumidor. Os PCC so os pontos caracterizados como realmente crticos segurana. Podem ser apresentados em seqncia numrica, de acordo com a ordem em que so detectados, com indicao, entre parnteses, se o perigo a ser controlado de natureza biolgica (B), qumica (Q) ou fsica (F). Exemplos: PCC1(B), PCC2(B, F), PCC3 (Q), entre outros. Exemplo: presena de enterobactrias, vrus e parasitos entricos que podem permitir a contaminao cruzada em meles, como conseqncia da lavagem ps-colheita por imerso com gua contaminada.

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Estabelecimento de limites crticosIdentificado um PCC, devem ser estabelecidos os limites crticos. Limite crtico um valor mximo e/ou mnimo de caractersticas biolgicas, qumicas ou fsicas que assegure o controle do perigo. Devem estar associados a medidas como temperatura, tempo, atividade de gua, seleo e formas de aplicao de agrotxicos, fertilizantes, gua de irrigao e outros. Exemplos: gua de irrigao do meloeiro com um mximo de 100 coliformes de origem fecal por 1000 mL; mnimo de 2 mg/L de cloro em gua potvel para a lavagem de meles.

Estabelecimento dos procedimentos de monitorizaoA monitorizao uma seqncia planejada de observaes ou mensuraes para avaliar se um determinado ponto, procedimento ou prtica est sob controle e para produzir um registro fiel para uso na verificao. A monitorizao deve ser estabelecida para os PC (pr-colheita) e PCC e PC (ps-colheita), selecionados em razo da necessidade de controle efetivo de um perigo significativo. Na elaborao dos procedimentos de monitorizao, importante determinar o que, como, com que freqncia e quem o responsvel pelo mesmo. A monitorizao contnua prefervel, mas quando no for possvel ser necessrio estabelecer uma freqncia de controle para cada PC ou PCC. Podem ser usadas observaes visuais, anlises sensoriais, mtodos fsicos e qumicos. Exemplos: acompanhamento da preparao e das condies de aplicao de agrotxicos; tempo de carncia de agrotxicos; ausncia de agentes qumicos txicos, em gua usada para irrigao.

Estabelecimento das aes corretivasAes corretivas devem ser aplicadas quando desvios dos limites crticos e dos nveis de segurana estabelecidos ocorrerem. Devero ser adotadas no momento ou imediatamente aps a identificao dos desvios, para a retomada do controle. As aes corretivas devem ser registradas e, dependendo da ocorrncia dos desvios, a freqncia dos controles poder ser aumentada ou o processo modificado. Exemplos: rejeio do lote de insumos e matria-prima; limpeza e sanificao dos equipamentos.

Estabelecimento dos procedimentos de verificaoConsiste na utilizao de procedimentos em adio aqueles utilizados na monitorizao para evidenciar se o perigo est sob controle efetivo. So adotados: a) verificao tcnica ou cientfica verifica se os limites crticos ou os nveis de segurana so satisfatrios e tm respaldo tcnico ou cientfico; b) validao do


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plano verifica se os controles seqenciais utilizados ao longo da produo primria so apropriados e se o plano est funcionando efetivamente. Exames laboratoriais podem ser necessrios para demonstrar que o nvel de qualidade e de segurana pretendido foi alcanado. Auditorias internas e externas podem ser programadas; c) revalidao do plano revalidao peridica documentada, independente de auditoria ou de outros procedimentos de verificao, deve ser realizada para assegurar a eficincia e exatido do programa APPCC. Exemplos: estabelecimento de cronograma apropriado de reviso do Plano APPCC; confirmao da exatido do fluxograma de produo e processo, reviso dos registros de PC e PCC, inspees visuais de operaes, coleta de amostras e anlises para verificao da eficcia do controle dos perigos, calibrao de instrumentos de medies de variveis crticas, avaliao de registros e outros.

Estabelecimento dos procedimentos de registrosOs registros devem incluir: identificao dos membros da equipe APPCC e definio das responsabilidades de cada integrante; descrio do produto e do uso pretendido; fluxogramas de produo; confiabilidade da base de dados: na identificao de perigos significativos, na caracterizao das medidas aplicadas como controle; procedimentos para identificao dos PC e PCC; limites crticos e confiabilidade dos dados; sistema e programa de monitorizao; programa de aes corretivas em caso de desvios dos limites crticos para a retomada do controle do processo ou prtica agrcola e para o produto elaborado durante o desvio; registros de monitorizao dos PC e PCC; procedimentos para verificao dos procedimentos. Exemplos: relatrios de auditorias, pareceres e dados de especialistas, concentrao de agrotxicos (ou de fertilizantes qumicos) na soluo preparada para aplicao; calibrao de instrumentos para aplicao de agrotxicos, registros de temperatura de estocagem, registros de desvios e aes corretivas, registros de treinamentos, relatrios de validao e modificao do Plano APPCC, registros de tempo. O programa APPCC aplicado produo primria deve ter por base as seguintes etapas: Etapa 1: formao da Equipe APPCC. Etapa 2: descrio do produto, considerando-se, nesse caso, o produto final, embalado, como expedido pelo produtor agrcola. Etapa 3: inteno de uso do produto, considerando como ser transportado,

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comercializado e consumido. importante que a produo primria esteja informada como o produto ser ofertado ao consumidor, considerando os hbitos e tendncias de consumo. Etapa 4: elaborao de fluxogramas de etapas operacionais de produo, incluindo plantio, cuidados com a cultura, colheita e armazenamento. Os fluxogramas devem incluir as prticas agrcolas que so usadas eventualmente em razo do surgimento de uma praga na cultura e as que so dirias, como a irrigao. Deve incluir prticas que no so realizadas cotidianamente na pr e ps-colheita e que podem ser diferenciadas durante o ano agrcola. Etapa 5: confirmao do fluxograma referente a cada uma das prticas e etapas que so realizadas durante o ano agrcola ou por safra. A elaborao do fluxograma inclui a identificao dos programas, prticas especficas e suas respectivas etapas. Cada uma das etapas e prticas dever ser verdadeira. Etapas de 6 a 12: os sete princpios do sistema, que podem ser divididos em duas atividades principais: A primeira refere-se anlise de perigos e caracterizao das medidas preventivas, e a segunda, s estratgias de controle dos perigos. Essa separao entre as atividades permite avaliar os perigos relacionados com o produto final, com a cultura, com o meio ambiente e com a sade dos trabalhadores rurais.


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Fluxogramas do sistema de produo de meloFluxograma de pr-colheita de melo (exemplo)

Plantio

Adubao Irrigao Tratamentos fitossanitrios Outras prticas

Manejo cultural

Colheita

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Fluxograma de ps-colheita de melo (exemplo)Transporte

Recepo

Limpeza

PCC1(B)

Seleo e classificao

Embalagem

Tratamento ps-colheita

Pr-resfriamento

Armazenamento resfriado

Melo


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Formulrios para aplicao do sistema APPCC

Formulrio A - Identificao da Empresa Razo Social:______________________________________________________________ Endereo:_________________________________________________________________ CEP:_______________Cidade:__________________________Estado:_______________ Telefone:_________________________ Fax:____________________________________ CGC:_______________________________ I.E.:__________________________________ Responsvel Tcnico:______________________________________________________ Supervisor do Programa de Segurana:______________________________________

Identificao do produto agrcola (como expedido pela fazenda):

Destino e finalidade de uso da produo:

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Formulrio B - Organograma da Propriedade/Empresa

Produtor/Gerente

Coordenador do Programa de Segurana

Responsvel pela propriedade/empresa que deve estar comprometido com a implantao do programa de segurana, analisando-o e revisando-o, sistematicamente, em conjunto com o pessoal da esfera gerencial. Responsvel pelo gerenciamento da produo/processo, participando da reviso peridica do Plano junto Direo Geral. Responsvel pela elaborao, implantao, acompanhamento, verificao e melhoria contnua da produo/processo; deve estar diretamente ligado Direo Geral.


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Formulrio C - Equipe APPCC / Equipe do Programa de Segurana

Nome

Funo na empresa

Data:______________________ Aprovado por:_________________________________

Fonte: extrado e adaptado da Portaria 46 de 10/02/1998, do M.A.A.

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Formulrio D - Caracterizao do produto/propriedade Produto agrcola:__________________________________________________________ Lote: _____________________________________________________________________ Data da produo final do lote:______________________________________________ Caractersticas importantes do produto final: (pH, Aw, umidade, Brix, etc.):

Outras (especificar):________________________________________________________ Classificao:______________________________________________________________ Forma de uso do produto pelo consumidor ou usurio:

Caractersticas da embalagem:

Local de venda do produto:

Instrues contidas no rtulo:

Controles especiais durante distribuio e comercializao:

Data:___________________ Aprovado por:____________________________________



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Formulrio E - Insumos usados na produo primria INSUMOS USADOS NA PR-COLHEITA Tipo de solo:______________________________________________________________ Adubo:___________________________________________________________________ Tipo de gua para irrigao: ________________________________________________ Agroqumicos:_____________________________________________________________ Outros (especificar):________________________________________________________

INSUMOS USADOS NA PS-COLHEITA Tipo de gua para lavagem:_________________________________________________ Impermeabilizante da superfcie:_____________________________________________ Aditivos:__________________________________________________________________ Embalagem:_______________________________________________________________ Outros (especificar):________________________________________________________


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Anlise de perigos (exemplo)

Etapa pr-colheitaJustificativa Utilizao de adubo orgnico no tratado Alto Mdia Risco Severidade Medidas preventivas Compostagem correta do adubo orgnico

Etapas do processo

Perigos

Plantio

Manejo cultural Adubao Mdio Alto Mdia Utilizao de adubo qumico de m qualidade ou com uso inadequado gua de irrigao contaminada com nveis inaceitveis de microrganismos patognicos Alto Mdia Mdia

No identificado Perigo biolgico: microrganismos patognicos

Certificado do fornecedor Certificao de anlise do adubo Utilizao de gua tratada ou de fontes seguras Certificao de anlise do adubo Obedincia ao receiturio agronmico e programa de BPA

Manejo cultural Irrigao

Perigo qumico: metais pesados Perigo biolgico: microrganismos patognicos Perigo qumico metais pesados e agrotxicos Utilizao de adubo qumico de m qualidade ou com uso inadequado na fertirrigao e/ ou de agrotxicos em doses excessivas ou no observao do perodo de carncia Alto Alta -

Manejo cultural Outras prticas

No identificado


Manejo cultural Tratamentos fitossanitrios

Colheita

Uso indevido de agrotxicos (produto no permitido, carncia no observada e dosagem excessiva) gua de preparo de agrotxicos contaminada com nveis inaceitveis de microrganismos patognicos Falta de higiene dos manipuladores Caixas de colheita e utenslios sujos gua de limpeza contaminada

Mdio

Mdia

Obedincia ao receiturio agronmico e programa de BPA Utilizao de gua tratada ou de fontes seguras Alto Mdia Treinamento dos manipuladores em higiene pessoal Programa de limpeza e sanificao de utenslios e caixas de colheita Utilizao de gua tratada ou de fontes seguras

Perigo qumico: resduos de agrotxicos Perigo biolgico: microrganismos patognicos Perigo biolgico: microrganismos patognicos

Etapa ps-colheitaJustificativa Utilizao de veculos de transporte (carroes) ou caixas de colheita sujos ou empregados para outras finalidades gua de limpeza das caixas de colheita e dos veculos (carroes) contaminada Alto Mdia Programa de limpeza e sanificao dos veculos e caixas de colheita Utilizao os veculos (carroes) somente para transporte de frutos Risco Severidade Medidas preventivas

Etapas do processo

Perigos

Transporte para a empacotadora

Perigo biolgico: microrganismos patognicos

Recepo Equipamentos e utenslios de transporte e recepo sujos e contaminados


Falta de higiene dos manipuladores na recepo

Alto

Mdia

Utilizao de gua tratada ou de fontes seguras Treinamento dos manipuladores em higiene pessoal.

Limpeza Tanque de lavagem e utenslios sujos e contaminados gua de limpeza contaminada


Falta de higiene dos manipuladores na limpeza.

Alto

Mdia

Programa de limpeza e sanificao dos equipamentos e utenslios transporte e recepo Treinamento dos manipuladores em higiene pessoal Programa de limpeza e sanificao dos equipamentos e utenslios Utilizao de gua limpa e tratada, renovada periodicamente e sem excesso de matria orgnica A temperatura da polpa do fruto no deve ser superior em 10oC da temperatura da gua de limpeza


(Continua...)

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Etapa ps-colheita (Continuao)Justificativa Falta de higiene dos manipuladores na seleo Esteira de seleo suja Alto Mdia Risco Severidade Medidas preventivas

Etapas do processo

Perigos

Seleo e classificao


Embalagem Falta de higiene dos manipuladores na embalagem Embalagem contaminada por armazenamento inadequado Alto Mdia


Presena de materiais estranhos provenientes da colheita, transporte e embalagem Baixo Uso indevido de fungicidas (produto no permitido, dosagem excessiva) Antecmaras mal-higienizadas Contaminao por acesso de pragas, pssaros, roedores e insetos Dutos de ventilao mal-higienizados Mdio

Baixa

Treinamento dos manipuladores em higiene pessoal Programa de limpeza e sanificao das esteiras Treinamento dos manipuladores em higiene pessoal Armazenamento de embalagens de acordo com BPF Treinamento dos manipuladores em Boas Prticas de Fabricao (BPF) Media Obedincia ao receiturio agronmico e programa de BPF

Tratamento ps-colheita


Pr-resfriamento

Perigo fsico: pedaos de madeira, vidro, metal, areia Perigo qumico: resduos de fungicidas Perigo biolgico: microrganismos patognicos Mdio

Mdia

Armazenamento


Cmaras mal-higienizadas Proliferao de patgenos pelo controle deficiente das condies de armazenamento Controle deficiente das condies de armazenamento

Mdio

Media

Programa de limpeza e sanificao das antecmaras e dutos de ventilao. Programa de controle integrado de pragas e outras prticas de BPF Programa de limpeza e sanificao das cmaras e dutos de ventilao Programa de Boas Praticas de Fabricao - B PF Controle das condies de armazenamento

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Etapa ps-colheita

Etapa do Processo

Perigos

O perigo controlado pelo programa de prrequisitos? Questo 3 O perigo pode aumentar a nveis inaceitveis? Sim -

Questo 1 Existem medidas preventivas para o perigo?

Questo 2 Esta etapa elimina ou reduz o perigo a nveis aceitveis?

Transporte para a empacot

appcc melÃo

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