apostila - trafico de entorpecentes[1].pdf

48
TRÁFICO DE ENTORPECENTES RIO DE JANEIRO 2004

Upload: ferreirasilvio

Post on 04-Dec-2015

77 views

Category:

Documents


41 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

TRÁFICO DE ENTORPECENTES

RIO DE JANEIRO

2004

Page 2: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

i

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS................................................................................................... iiiINTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 11. MODELO DE GESTÃO DO TRÁFICO DE ENTORPECENTES ............................ 2

1.1. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ........................................................................... 21.2. CARACTERÍSTICAS MARCANTES ................................................................. 21.3. RELACIONAMENTOS EXTERNOS - ALIANÇAS ............................................... 3

2. SEUS RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS ............................................................... 42.1. RECURSOS MATERIAIS ................................................................................... 4

2.1.1. Boca ................................................................................................................... 42.1.2. Estica ...................................................................................................... 42.1.3. Barracão .................................................................................................. 42.1.4. Armamento ............................................................................................. 5

2.2. RECURSOS HUMANOS ..................................................................................... 62.2.1. Dono do Movimento ................................................................................... 72.2.2. matuto ou Mula ....................................................................................... 82.2.3. Tesoureiro ............................................................................................... 82.2.4. Chefe da Segurança ................................................................................ 82.2.5. Gerente da Endolação ............................................................................. 82.2.6. Gerente de Vendas .................................................................................. 92.2.7. Avião ...................................................................................................... 10

3. A MERCADORIA E SUA COMERCIALIZAÇÃO .................................................... 113.1. MERCADORIA .................................................................................................... 11

3.1.1. Cocaína ................................................................................................... 123.1.2. "Crack" ................................................................................................... 123.1.3. Maconha ................................................................................................. 133.1.4. Haxixe ..................................................................................................... 133.1.5. LSD ......................................................................................................... 133.1.6. "Ecstasy" ................................................................................................. 143.1.7. Classificação das Substâncias Entorpecentes ......................................... 14

3.2. MÉTODO DE COMERCIALIZAÇÃO ................................................................ 154. FORMAS DE COLHER INFORMAÇÕES SOBRE O TRÁFICO DE ENTORPECENTES ............................................................................................................ 16

4.1. INFORMAÇÕES BÁSICAS ................................................................................ 164.1.1. Espaço ................................................................................................... 164.1.2. Tempo ................................................................................................... 17

4.2. MONTAGEM INICIAL ....................................................................................... 174.2.1. Histórico ................................................................................................ 174.2.2. Análise .................................................................................................. 17

4.3. MERCADORIA COMERCIALIZADA ............................................................... 174.4. INSTRUMENTOS DE TRABALHO EMPREGADOS ....................................... 18

4.4.1. Arma de Fogo ....................................................................................... 184.4.2. Artefato Explosivo ................................................................................ 19

Page 3: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

ii

4.4.3. Munição e/ou Componentes ................................................................. 204.4.4. Projétil de Arma de Fogo e Cápsula Deflagrada .................................. 204.4.5. Fogos de Artifício ................................................................................. 214.4.6. Material de Manipulação e Embalagem de Entorpecente ..................... 224.4.7. Documentos .......................................................................................... 23

5. OS ENVOLVIDOS ........................................................................................................... 245.1. TRAFICANTE ........................................................................................................ 255.2. USUÁRIO ........................................................................................................... 255.3. REPRESSOR ....................................................................................................... 27

GLOSSÁRIO......................................................................................................................... 28REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 32APÊNDICES ......................................................................................................................... 33

Page 4: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

iii

LISTA DE SIGLAS

AAAPAI - Auto de Apreensão de Adolescente por Ato Infracional ADA - Amigos dos Amigos AIAI - Auto de Infração de Ato Infracional ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária ASPLAN - Assessoria de Planejamento da Polícia Civil COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras CONAD - Conselho Nacional Antidrogas CONFEN - Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes CPC - Chefia da Polícia Civil CV - Comando Vermelho CVJ - Comando Vermelho Jovem D.ENT - Delegacia de Entorpecentes DAS - Delegacia Anti-Seqüestro DCD - Delegacia de Costumes e Diversões DEA - Drug Enforcemment Administration DFAE - Delegacia de Fiscalização de Armas de Explosivos DFSP - Departamento Federal de Segurança Pública DIMED - Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos DP - Delegacia de Polícia DRE - Delegacia de Repressão a Entorpecentes DRE - Divisão de Repressão a Entorpecentes DRFA - Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis EUA - Estados Unidos da América FBI - Federal Bureau of Investigation FUNAD - Fundo Nacional Antidrogas FUNCAB - Fundo de Prevenção, Recuperação e de Combate às Drogas de Abuso ICCE - Instituto de Criminalística Carlos Éboli LSD - Lyserg Säure Diäthylamid NA - Narcóticos Anônimos OMC - Organização Mundial de Saúde PAF - Projétil de arma de fogo PCERJ - Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro RO - Registro de Ocorrência SE - Setor de Entorpecentes SENAD - Secretaria Nacional Antidrogas SEPC - Secretaria de Estado da Polícia Civil SER - Serviço de Repressão a Entorpecentes SESP - Secretaria de Estado de Segurança Pública SINARM - Sistema Nacional de Armas SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente SNC - Sistema Nervoso Central SNFMF - Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia1 SSP - Secretaria de Segurança Pública STF - Supremo Tribunal Federal TC - Terceiro Comando THC - Tetrahidrocanabinol UPAJ - Unidade de Polícia Administrativa e Judiciária VPI - Verificação da Procedência das Informações

1 Hoje DIMED

Page 5: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

1

INTRODUÇÃO A todo momento, um usuário de drogas adquire um entorpecente em qualquer esquina da cidade. Esse ato faz parte do Tráfico de Entorpecentes, que envolve também a fabricação da droga, o envio para todas as partes, tanto nacional quanto internacionalmente, e a compra e venda de armas. A lei que rege o tráfico de entorpecentes é a lei econômica mais antiga da civilização: a lei da oferta e da procura. Enquanto houver procura, haverá oferta, independentemente da quantidade ou da qualidade da repressão e de suas formas. Para combater a estrutura organizacional gerada pelo Tráfico de Entorpecentes, é necessário conhecer mais do que a legislação constitucional e infraconstitucional que trata do tema. O planejamento da investigação deve ser feito com base no conhecimento: - das características básicas do tráfico de entorpecentes; - de sua forma de organização; - de seus recursos humanos e materiais e; - das substâncias entorpecentes e os métodos de comercialização.

Page 6: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

2

1. MODELO DE GESTÃO DO TRÁFICO DE ENTORPECENTES Estudar a legislação constitucional e infraconstitucional não é suficiente para estabelecer um plano de investigação capaz de enfrentar a máquina organizacional criada pelo Tráfico de Entorpecentes. Necessário se faz conhecer suas características básicas, sua forma de organização, seu relacionamento com outras facções criminosas, seus recursos materiais e humanos e, principalmente, as substâncias entorpecentes comercializadas, ou seja, a mercadoria e seus métodos de comercialização. A lei que rege o tráfico de entorpecentes é simplesmente a lei econômica mais antiga da civilização: a lei da oferta e da procura. Assim, enquanto houver procura, haverá oferta, independentemente da quantidade ou da qualidade da repressão e de suas formas.

1.1. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO A estrutura do tráfico de entorpecentes é piramidal. No primeiro escalão de sua estrutura organizacional, no topo da pirâmide, encontra-se o chefe supremo do tráfico, coordenador de toda a atividade e, como um déspota, alguém que determina todas as ações de seus comandados. No segundo escalão, encontram-se seus lugares-tenentes, diretamente ligados ao chefe. Trata-se de pessoas de confiança, que desfrutam as regalias e as migalhas do poder, executando rapidamente as determinações superiores. O terceiro escalão é composto de traficantes e de viciados, verdadeiros operários do crime, todos descartáveis. Radiografando sua estrutura, destacam-se: a) organização piramidal; b) lucros altíssimos; c) violência constante; d) altos índices de corrupção; e) hierarquização do trabalho; f) regras rígidas.

1.2. CARACTERÍSTICAS MARCANTES O tráfico de entorpecentes constitui a atividade comercial mais rendosa no mercado mundial. ZIEGLER (1989?, pág. 25) ilustra bem essa rentabilidade: Primavera de 1989, nas ruas de Nova Iorque, o quilo de cocaína (pura a 45%) é vendido aos consumidores ou pequenos revendedores a um preço que pode variar entre 80.000 e 120.000 dólares. A pasta de cocaína-base – chamada pasta – provém essencialmente do Peru, da Bolívia e, em menor medida, da Amazônia colombiana. São principalmente os laboratórios colombianos que transformam esta pasta em hidrocloreto de cocaína. A fabricação de um quilo de pasta exige a produção de uma quantidade muito elevada de folhas de coca. Mas o camponês (colombiano, boliviano, peruano) que cultiva a folha de

Page 7: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

3

coca só obtém 150 a 200 dólares pela quantidade de folhas necessárias ao fabrico de um quilo de pasta. Por se constituir em atividade criminosa, não há regras oficiais regulando-a. E, assim, sem a garantia do Poder Estatal, as disputas de poder são, via de regra, realizadas por meio da força física. Existindo e funcionando à margem da lei, uma das formas de o tráfico de entorpecentes conviver com o aparato repressivo do Estado é por meio da corrupção, comprando-se a proteção ou a omissão daqueles que deveriam, por dever de ofício, combatê-lo. Estudando as relações de poder entre seus diversos segmentos, chega-se à conclusão de que o tráfico de entorpecentes possui as mesmas características de uma organização empresarial. Ao contrário do que se poderia esperar de uma atividade sem regras escritas e fora do amparo legal, o tráfico de entorpecentes apresenta usos e costumes rígidos, pontuados por forte tradição com base na rápida resolução da quebra das regras pela violência, exteriorizada por ameaças, espancamentos e mortes.

1.3. RELACIONAMENTOS EXTERNOS - ALIANÇAS Em face do baixo investimento e dos altos lucros auferidos no cometimento desse ilícito, o afluxo de pessoas para trabalhar no tráfico é inesgotável, com grande competitividade entre os pretendentes. Esse fato é reforçado pelo tráfico não exigir conhecimento técnico especializado, nem mesmo um razoável grau de escolaridade para a realização de suas atividades. Os homicídios sucedem-se com elevada freqüência em busca da hegemonia na venda, da obtenção de poder e do aferimento de elevados ganhos financeiros. As necessidades de fortalecimento de posições pessoais na estrutura do tráfico e de prestação de auxílio mútuo, tanto em armas quanto em pessoal, levam os chefes do movimento a selarem alianças entre si. Tais alianças, além de fortalecerem diretamente o chefe da quadrilha, minimizam as despesas com “pessoal” e armamento, e multiplicam o “poder de fogo” de sua facção criminosa. O poder de um chefe no tráfico de entorpecentes pode ser medido pela sua capacidade de arregimentar homens e armas em maior número e no menor tempo possível. As associações informais mais conhecidas no Rio de Janeiro, no meio do tráfico de entorpecentes são: a) Amigos dos Amigos (ADA); b) Comando Vermelho (CV); c) Comando Vermelho Jovem (CVJ); d) Terceiro Comando (TC).

Page 8: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

4

2. SEUS RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS

2.1. RECURSOS MATERIAIS A estrutura organizacional mencionada anteriormente não pode ser sustentada nas nuvens. Faz-se necessário que se materializem dentro de um contexto real, como qualquer empresa. Compreende esse segmento o estudo dos recursos materiais do tráfico de entorpecentes, destacando-se sua matriz, chamada de "boca", suas filiais, denominadas "esticas" e seus depósitos, alcunhados "barracões". Para complementar esse item, destaca-se o instrumento mais importante empregado pelo tráfico de entorpecentes na sustentação de todo o seu poder: as armas de fogo. A lista de armamento é interminável e variável de acordo com a oferta e a procura do mercado negro de armas.

2.1.1. Boca "Boca" ou “boca de fumo” são as denominações do local onde se concentram os traficantes para a venda de entorpecentes já embalados. A venda das drogas processa-se na rua, sem a necessidade de uma edificação. É realizada, todavia, em local determinado e geograficamente propício à atividade, em razão de sua visibilidade. É local que possibilita facilidade de deslocamento para a fuga. Esse local é defendido pelos “soldados”, apenas para a retirada ou fuga dos componentes da boca. O dimensionamento do local comporta apenas o "movimento" de entorpecentes que será vendido na "boca", a denominada “carga”. Existem diversas “bocas” auxiliares, denominadas “esticas”, cada uma possuindo um nome-código ligado à qualidade do material entorpecente à venda.

2.1.2. Estica "Estica" significa “boca de fumo” de segunda categoria. São eventuais e não possuem raízes. Apresentam menor complexidade que as "bocas". Não seguem plantões predeterminados. Funcionam em horários compatíveis com a procura do entorpecente. Obedecem às leis de mercado, surgindo e funcionando conforme o movimento de procura do entorpecente pelos viciados.

2.1.3. Barracão "Barracão" é o local onde se encontram os traficantes para a “malhação” e a embalagem do entorpecente. O lugar é ignorado por praticamente por todos os membros do tráfico de entorpecentes. Normalmente é composto de uma estrutura habitacional, mutável conforme as circunstâncias, oferecendo sigilo absoluto. Constitui-se na zona de maior segurança do complexo do tráfico, defendido pelos traficantes até a retirada do material entorpecente, em caso de ataque. Assim, resguarda-se o patrimônio da “empresa”. Além

Page 9: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

5

do entorpecente, o "barracão" é provido de material de apoio, tal como papel vegetal, sacos plásticos também conhecidos por "sacolés', grampeadores, carimbos, colheres, balanças, volantes de loteria e substâncias para a “malhação”. Existem vários "barracões" em partes secretas e estratégicas da região do complexo do tráfico, constituindo-se no centro nevrálgico do movimento.

2.1.4. Armamento As armas de fogo possuem grande quantidade de modelos, com características próprias e origens diversas. Alguns modelos foram separados e apresentam-se com suas características básicas e seu preço no mercado negro de armas (SET - 2001), preços esses altamente variáveis.

2.1.4.1. Colt AR-15 Versão civil do fuzil M-16 empregado pelas Forças Armadas dos USA. Foi adaptado para dar rajadas livres. Carregador para 20, 30 e 40 tiros. Permite tiros com precisão a até 600 m de distância do alvo. O projétil atravessa o corpo com rapidez. Possui valor aproximado, no câmbio negro, de quatro a cinco mil dólares.

2.1.4.2. Uzi Submachines Semelhante à Intratec, a Uzi é fabricada em três versões: Uzi Carabine, Mini Uzi e Pistol Uzi, sendo este último modelo o preferido dos traficantes. A Pistol é fabricada para disparar tiros intermitentes, mas os marginais conseguiram encontrar uma maneira de adaptá-la para dar rajadas. Possui valor aproximado, no câmbio negro, de dois a três mil e quinhentos dólares, dependendo da versão.

2.1.4.3. Pistola Desert Eagle calibre 357 Arma de impacto, ou seja, possui grande poder de parada (stopping power). Possui carregador para oito cartuchos. Garante tiro preciso a uma distância de 50 m, embora o projétil possa alcançar até 500 m. No câmbio negro, possui valor aproximado de mil e quinhentos dólares.

2.1.4.4. Pistola Automática Glock Austríaca, calibre 9 mm. Existe em duas versões, com carregador para 15 ou 17 tiros, com opcionais para 17, 19 e 32 tiros. Fabricada também nos calibres .40 e .45. No caso do calibre 9 mm, o tiro é mais penetrante, com poder de parada (stopping power), médio.

Page 10: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

6

De fácil manuseio e de tamanho médio (cerca de 22 cm.). Possui valor aproximado, no câmbio negro, de mil e quinhentos dólares.

2.1.4.5. Auto Pistol 9 mm Metralhadora fabricada nos EUA. Costuma ser vendida com carregadores descartáveis, feitos de plástico. Possui o mesmo tamanho da Uzi, entre 25 e 28 cm. Pode disparar rajadas de 20 a 30 tiros e tem uma cadência muito rápida. Não é empregada para tiros de precisão. Possui valor aproximado, no câmbio negro, de dois mil dólares.

2.2. RECURSOS HUMANOS Delineada a estrutura material do tráfico de entorpecentes, descrever sua estrutura de cargos e funções passa a ser tarefa mais simples. Ainda na analogia entre uma empresa comercial normal e o tráfico de entorpecentes, não há como fugir de uma hierarquia funcional, conforme organograma apresentado na figura 1. O significado dos cargos, o perfil dos homens que ocupam, as funções inerentes aos mesmos e suas remunerações são informações que não podem ser ignoradas.

Page 11: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

7

FIGURA 1: ORGANOGRAMA DO TRÁFICO DE ENTORPECENTES

FONTE: Organograma desenvolvido pelo Autor.

2.2.1. Dono do Movimento Chefe supremo do tráfico de entorpecentes em determinada área. Senhor todo-poderoso, acima do bem e do mal, que procede com toda a violência possível no sentido de manter seu status e sua respeitabilidade entre pares e subordinados. Determina todas as ações de seus comandados, participando direta ou indiretamente de tudo o que acontece no complexo do tráfico, concordando com os homicídios e roubos cometidos por seus asseclas. Apresenta outras terminologias, como: "Homem", "Patrão" e "Cabeça".

Page 12: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

8

2.2.2. Matuto ou mula Pessoa experiente, de confiança, que não desperta as suspeitas de ninguém. Realiza a venda e o transporte da droga ou do armamento para o local de endolação ou para o ponto de venda do entorpecente. Recebe por empreitada.

2.2.3. Tesoureiro Pessoa experiente, de confiança, com grau de instrução superior à média dos integrantes do tráfico de entorpecentes. Materializa as transações comerciais do tráfico de entorpecentes e toda a sua contabilidade. Não é uma figura comum a todos os “movimentos”. Seu salário não possui valores definidos.

2.2.4. Chefe da Segurança Pessoa experiente, de alta confiança, com grande conhecimento em armamentos e passado de comprovada violência. Comanda o corpo armado do tráfico de entorpecentes, selecionando os seguranças do dono do “movimento”. Trata-se de uma das pessoas mais influentes da facção criminosa. Não é uma figura comum a todos os “movimentos”. Seu salário também não possui valores definidos.

2.2.5. Gerente da Endolação Homem pertencente à cúpula do tráfico. Coordena um grupo de traficantes na execução do trabalho de endolação, que se constitui na separação, no preparo, na pesagem e na embalagem dos entorpecentes, acondicionando-os, assim, para a venda a varejo. Recebe normalmente uma comissão. Pode optar pelo recebimento total em dinheiro ou uma parte na forma de entorpecente que esteja sob sua responsabilidade. Responde diretamente pelos homens sob seu comando e pelo entorpecente da “boca”.

2.2.5.1. Endolador Normalmente é um “vapor” mais experiente. Encontra-se quase sempre armado. Executa o trabalho artesanal de preparar o material para o comércio, multiplicando sua quantidade por meio de diversos processos e acondicionando o entorpecente em invólucros com quantidades preestabelecidas, que determinam seu preço de venda. Recebe semanalmente por seus serviços.

Page 13: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

9

2.2.6. Gerente de Vendas Homem pertencente à cúpula do tráfico, um escalão abaixo do Gerente de Endolação. Coordena um grupo de traficantes na venda de material entorpecente. Também recebe normalmente uma comissão. Pode optar pelo recebimento total em dinheiro ou uma parte na forma de entorpecente que esteja sob sua responsabilidade. Responde diretamente pelos homens sob seu comando e pela carga de entorpecente recebida para venda. O gerente de vendas possui as seguintes categorias: a) Gerente geral: coordenador geral da venda do entorpecente, não sendo comum em todos os “movimentos”; b) Gerente do preto: coordena a venda do entorpecente conhecido vulgarmente como “maconha”; c) Gerente do branco: coordena a venda do entorpecente conhecido vulgarmente como “cocaína”. Em “movimentos” maiores, pode existir um gerente para cada preço da droga vendida, como por exemplo, um “Gerente do papel de cinco” e um “Gerente do papel de dez".

2.2.6.1. Soldado Degrau inicial da organização do tráfico de entorpecentes. Juntamente com o “vapor”, sustenta a base da equipe de plantão que comercializa a droga. É encontrado sempre portando armamento fornecido pelo “movimento”. Fornece proteção contra policiais ou “alemães” e sustenta o tiroteio contra as forças adversas, objetivando a retirada do material entorpecente do ponto de venda. Recebe semanalmente por seus serviços.

2.2.6.2. Vapor ou vapozeiro Recrutado entre os “soldados”. Pode portar arma leve, tal como revólver ou pistola. Sua função é vender o material entorpecente ao usuário. Recebe comissão sobre a venda.

2.2.6.3. Olheiro ou fogueteiro Normalmente menores de idade, sem importância na escala criminosa. Geralmente não portam armas. São descartáveis e de alta rotatividade. Possuem como função alertar quanto a policiais ou “alemães” que se aproximam do movimento. Recebe semanalmente um valor fixo. Nos dias de “plantão”, recebe uma quentinha e entorpecente.

Page 14: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

10

2.2.7. Avião Trata-se de um usuário que atende a outro usuário, fornecendo quantidades de entorpecentes fora da “boca” ou da “estica”. Atua como free lancer, como atravessador, normalmente para sustentar seu próprio vício. Nunca se encontra armado. Vende material entorpecente no “asfalto", fora do movimento. Normalmente não está vinculado ao movimento. Recebe comissão paga pelo próprio comprador do entorpecente.

Page 15: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

11

3. A MERCADORIA E SUA COMERCIALIZAÇÃO

3.1. MERCADORIA O bem mais precioso de uma empresa é seu nome, sua marca, e esse nome ou marca está diretamente vinculado a um produto, a uma mercadoria. A expressão cópia reprografada é denominada de "xerox", refrigerante está associado a "coca-cola" e lâmina de barbear virou "gillete". Para essas e outras empresas, a comercialização de seus produtos é a razão de sua existência. No tráfico de entorpecentes, o binômio "produto x empresa" não é diferente. Assim, não basta apenas apresentar a vasta lista de substâncias entorpecentes apresentada pelo Ministério da Saúde, com seus nomes científicos em uma relação em ordem alfabética. Preliminarmente, devem ser destacadas as substâncias entorpecentes comercializadas pelo tráfico de entorpecentes, definindo as seguintes variáveis: a) nome comumente empregado para identificar a substância entorpecente; b) nome científico da substância entorpecente; c) outras denominações vulgares para a substância entorpecente; d) forma em que se apresenta no mercado consumidor; e) processo de diluição ou carga, ou seja, substâncias não entorpecentes com que os traficantes multiplicam o volume da substância entorpecente original; f) processo de embalagem, ou forma como a substância entorpecente é acondicionada para seu comércio no varejo; g) quantidade mais usual, em suma, qual a quantidade de substância entorpecente usualmente encontrada na embalagem unitária de comércio.

Page 16: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

12

3.1.1. Cocaína Nome científico CLORIDRATO DE COCAÍNA Outras denominações "Dama Branca", "Deusa Branca", Stardust,

"Pó do Sonho", "Pixicata", Heaven Dust, White Girl, "Corine" e "Brizola".

Forma Pó ou pasta. Processo de diluição ou carga a) ácido bórico;

b) açúcares (redutores e não redutores); c) bicarbonato de sódio; d) cimento branco; e) farinha de trigo (amido); f) fermento; g) maisena (amido); h) pó de gesso (sulfato de cálcio); i) pó de mármore (carbonato de cálcio); j) sacarina; k) sais anestésicos (cloridratos de benzocaína, xilocaína e procaína); l) sal de frutas; m) talco; n) vidro moído.

Processo de embalagem Saco plástico (sacolé) e papelote. Quantidade mais usual Variação de 0,1 a 0,5 g.

3.1.2. "Crack" Nome científico CLORIDRATO DE COCAÍNA mais

BICARBONATO DE SÓDIO Outras denominações Não apresenta. Forma Pedrinhas. Processo de diluição ou carga Não existe. Processo de embalagem Enroladas em qualquer tipo de papel. Quantidade mais usual Sem quantidade definida, vendidas em

diversos tamanhos.

Page 17: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

13

3.1.3. Maconha Nome científico CANNABIS SATIVA. Outras denominações Marijuana, "Diamba", "Manga Rosa". Forma Seca, prensada (com ou sem mel, em

grande quantidade), picada (pronta para o consumo), tablete, cone, balinha (sacolé de maconha), "trouxinha", "fininho", "baseado", "dólar", "meio dólar", "dolão" e "mutuca".

Processo de diluição ou carga Estrume, capim e ervas em geral. Processo de embalagem Papéis diversos (volante de loteria, folha de

catálogo, revistas, plásticos etc.). Quantidade mais usual 0,5 a 1 g.

3.1.4. Haxixe Nome científico CANNABIS SATIVA. Outras denominações Não apresenta. Forma Balinha. Processo de diluição ou carga Trata-se simplesmente de maconha sem

nenhum aditivo, totalmente pura. O teor de THC (tetrahidrocanabinol - C21 H30 O2) é de cerca de 10 a 12%. Na maconha de boa qualidade, este teor pode chegar a 2%.

Processo de embalagem Acondicionado em qualquer papel ou saco plástico, com uma ou várias balinhas.

Quantidade mais usual 1 g.

3.1.5. LSD Nome científico LYSERG SÄURE DIÄTHYLAMID

(Dietilamina do Ácido Lisérgico - C2O H25 N3 O)

Outras denominações Não apresenta. Forma O LSD possui como característica própria

vir sempre aplicado em suporte que funciona como sua “embalagem”. É apresentado na forma de micropontos aderidos a tecidos, papéis, figuras e selos.

Processo de diluição ou carga Não existe. Quantidade mais usual Pequenas quantidades não determinadas.

Page 18: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

14

3.1.6. "Ecstasy" Nome científico METANFETAMINA. Outras denominações Não apresenta. Forma Comprimidos com figuras impressas em

baixo relevo, como cavalo, boquinha, fantasminha, índio, peixinho, tulipa etc.

Quantidade mais usual Comprimidos grandes vendidos isoladamente, com diâmetro de 9 mm e altura de 3,5 mm.

3.1.7. Classificação das substâncias entorpecentes Os entorpecentes alinhados nos itens anteriores não esgotam o rol exaustivo apresentado pelo Ministério da Saúde. Uma classificação geral dos entorpecentes, apresentando como viés os efeitos provocados por seu uso no sistema nervoso central – SNC, se faz necessária para classificar os entorpecentes já destacados.

3.1.7.1. Entorpecentes estimulantes do SNC a) cocaína; b) “crack”; c) anfetaminas.

3.1.7.2. Entorpecentes depressores do SNC a) álcool; 2) barbitúricos; 3) tranqüilizantes; 4) inalantes; 5) opióides naturais (heroína e morfina); 6) opióides sintéticos (codeína, metadona, meperidina etc.).

3.1.7.3. Entorpecentes perturbadores do SNC (alucinógenos) a) maconha; b) LSD – ácido lisérgico; c) “ecstasy”; d) hoasca ou ayahuasca (chá alucinógeno); e) beladona (chá).

Page 19: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

15

3.2. MÉTODO DE COMERCIALIZAÇÃO A forma de colocação da substância entorpecente no mercado não difere das campanhas de lançamento do comércio regular e legal, onde não só o usuário recebe enfoque estratégico como, também, a concorrência (facções rivais) é monitorada, os problemas de mercado (repressão estatal) são analisados e a competitividade interna da empresa (brigas internas de poder) exerce influência em seu desempenho. Em razão dessas variantes, o tráfico de entorpecentes, devidamente adaptado aos novos tempos, descentralizou a comercialização dos entorpecentes. Foram acrescentados mecanismos de prevenção contra a ação policial, dentre os quais o fornecimento de apenas de pequena quantidade de tóxico a seu "Gerente de Vendas", a chamada “carga”, minimizando os prejuízos em caso de apreensão por parte da polícia. Foi introduzido o rodízio entre os integrantes da equipe de vendas, com o objetivo de não incorrer em solução de continuidade na comercialização do entorpecente, em caso de prisão do gerente ou de seus auxiliares. Em suma, a ação da venda de entorpecentes nos “movimentos” tornou-se tão sofisticada e independentemente da ação policial, de prisões ou de “ocupações”, a venda permanece contínua, nada alterando a distribuição das drogas. É provável que o desfile das Escolas de Samba na Marquês de Sapucaí e o Tráfico de Entorpecentes sejam os exemplos de empresas informais mais bem estruturadas do mundo, seguindo modelos da mais nova economia de mercado.

Page 20: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

16

4. FORMAS DE COLHER INFORMAÇÕES SOBRE O TRÁFICO DE ENTORPECENTES Em um rápido resumo comparativo, pode-se afirmar que os traficantes de entorpecentes que possuem o controle do abastecimento do material entorpecente no Estado do Rio de Janeiro, detêm as técnicas mais modernas de comercialização de sua mercadoria. Controlam a distribuição de acordo com a demanda, diversificam a entrega, dividem as áreas de atuação, personalizam o entorpecente para propaganda e efetuam "promoções". Concomitantemente, investem em recursos humanos, aumentam a quantidade de pessoas vinculadas diretamente ao tráfico de entorpecentes, redividem as tarefas com a criação de novas formas de atuação, especializando funções e investindo em pessoas mais qualificadas. Ao longo dos anos, sofisticou-se o uso de armamento, aumentando não só a quantidade de armas como sua qualidade das mesmas, ampliando, com isso, o poder de controle das regiões ocupadas. Em contrapartida, os órgãos de repressão estatal permanecem estagnados em suas formas de controle do tráfico de entorpecentes, aplicando técnicas compatíveis com as das décadas de 70 e 80 do século passado, inexistindo qualquer outra ação concreta, à exceção das mudanças estruturais das Unidades Policiais já estudadas, desconhecendo-se a premissa milenar tão bem sintetizada por SUN TZU há 25 séculos: "Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas". Nesse segmento, busca-se delimitar algumas formas de colher informações sobre o tráfico de entorpecentes para alimentar não só as diversas investigações, como também para pautar a política de controle do tráfico de entorpecentes sob o viés dos órgãos de repressão.

4.1. INFORMAÇÕES BÁSICAS A primeira ação a executar para se desenvolver uma investigação sobre o tráfico de entorpecentes é trabalhar com dois pilares iniciais de identificação: espaço e tempo. A ausência dessas bases permitirá mais tarde o surgimento de mal-entendidos e distorções irremediáveis na busca das conclusões da investigação.

4.1.1. Espaço Não é difícil definir a região em que a facção criminosa efetua seu comércio clandestino. O "movimento" possui normalmente uma área definida como "boca", local privilegiado pela sua disposição estratégica. Esse ponto possui duas características principais: domina toda a área a sua volta e permite fácil acesso a todas as pessoas. Ele é o centro de todos os acontecimentos no tráfico. As demais áreas de influência, as chamadas "esticas", demarcam a circunferência limitadora da ação delituosa daquela facção.

Page 21: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

17

4.1.2. Tempo Sendo o tráfico uma atividade que se desenvolve no tempo, devem ser definidos marcos temporais a fim de enquadrar os diversos fatos que serão compilados ao longo da investigação. Pode-se usar como marcação, por exemplo, uma mudança de comando imposta ao "movimento" pela morte de um dos seus chefes. Esse marco irá pontuar o desenvolvimento da investigação, aliando uma data a um fato, como a morte ou a mudança de poder, de forma que os acontecimentos irão sendo inseridos em torno de cada marco.

4.2. MONTAGEM INICIAL

4.2.1. Histórico Delimitados o tempo e o espaço, inicia-se o desenvolvimento do histórico do "movimento", não importando as lacunas existentes inicialmente. Elas irão sendo preenchidas à medida que as múltiplas investigações forem se cruzando. Trata-se da montagem de um jogo de quebra-cabeça, em que as peças irão surgindo a partir das investigações individuais. A imagem final do jogo será determinada pela associação das individualidades.

4.2.2. Análise A crença existente, de que nenhuma informação pode ser obtida quando se investiga o tráfico de entorpecentes, é quebrada na análise progressiva dos fatos que se avolumam ao longo do histórico de crimes relacionados direta ou indiretamente com a facção criminosa que comercializa o entorpecente. No item a seguir, são analisadas as três principais fontes de informação para a montagem da investigação do tráfico de entorpecentes: a Mercadoria Comercializada, os Instrumentos de Trabalho Empregados e os personagens Envolvidos na relação comercial.

4.3. MERCADORIA COMERCIALIZADA A mercadoria comercializada recebe sempre o mesmo tratamento por parte da Polícia Judiciária: apreensão e encaminhamento a exame pericial, a fim de determinar tecnicamente sua identidade, sua quantidade e seu acondicionamento. Nessa dupla providência administrativa são colhidas informações que produzirão fatos que irão consubstanciar provas, conforme a seguinte relação. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão;

Page 22: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

18

d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de entorpecente; f) quantidade do entorpecente; g) forma de acondicionamento. O APÊNDICE 1 apresenta o QUADRO 1 - Mercadoria comercializada, em que as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações.

4.4. INSTRUMENTOS DE TRABALHO EMPREGADOS Os traficantes de entorpecentes fazem uso de diversos objetos para materializar suas atividades, alguns lícitos e outros ilícitos. Todos os objetos recebem o mesmo tratamento nas Unidades Policiais: são apreendidos. A seguir são listados esses "instrumentos de trabalho", e os dados que podem ser colhidos a partir de suas apreensões e, em seguida, os dados significativos em matéria de prova.

4.4.1. Arma de Fogo No competitivo mundo do tráfico de entorpecentes, o amadorismo foi sepultado há muito tempo. A navalha e o revólver calibre .22, empregados antigamente, podem ser agora encontrados apenas no Museu da Polícia Civil. Toda arma apreendida em qualquer investigação em curso na Unidade Policial deve passar pelo questionamento de estar ou não vinculada ao tráfico de entorpecentes. Em caso afirmativo, os dados mencionados na seguinte relação devem ser objeto de coleta e análise. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de arma de fogo; f) quantidade de armas de fogo; g) fabricante; h) proprietário. O APÊNDICE 2 apresenta o QUADRO 2 - Armas de fogo, onde as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações. Especial atenção deve ser dada a duas informações de suma importância. A primeira, o país de origem da fabricação da arma apreendida, que pode fornecer subsídios sobre a violação do artigo 18 da Lei n.° 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento.

Page 23: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

19

Lei 10.826/03 Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente. Pena: reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Em caso de registro da arma nos arquivos da Delegacia de Fiscalização de Armas e Explosivos - DFAE, seu histórico pode fornecer a ligação com outros ilícitos, tais como roubo, latrocínio, homicídio etc., permitindo a abertura de outra linha de investigação de que se tratará mais à frente.

4.4.2. Artefato explosivo É muito comum nos dias atuais, principalmente no município do Rio de Janeiro, encontrar e apreender artefatos explosivos dos mais diversos tipos. Normalmente, eles estão ligados a integrantes do tráfico de entorpecentes, que os empregam em diversas ocasiões. Outras vezes, são simplesmente encontrados em locais vinculados ao tráfico. Os dados da relação a seguir devem ser levados em consideração quando se conduz uma investigação que envolve explosivos. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de artefato explosivo; f) quantidade; g) fabricante; h) proprietário. O APÊNDICE 3 apresenta o QUADRO 3 - Artefatos explosivos, onde as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações. Pelo histórico dos explosivos encontrados, muitos estão ligados às próprias Forças Armadas de nosso País. Trata-se, portanto, de crime militar. Nesse caso, a identificação, a definição da origem e a investigação das causas do "desvio" do artefato dos depósitos militares são da alçada da respectiva Força Armada vinculada ao artefato explosivo. No caso de artefato de origem estrangeira, se está diante da possibilidade de violação do artigo 16, parágrafo único, III da Lei n.° 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento.

Lei 10.826/03 Art. 16. ................................................................................................................... Pena: reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único: Nas mesmas penas incorre quem: ................................................................................................................................. III – possuir, detiver, fabricar ou empregra artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

Page 24: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

20

4.4.3. Munição e/ou componentes Em certas ocasiões, pode não haver a apreensão de armas, mas apenas de munição. Onde há fumaça há fogo, e essas informações não podem ser desprezadas. Não se pode esquecer dos componentes da munição, tais como projéteis ou balins, cápsulas ou cartucho e espoletas. Portanto, não só a apreensão de munição, mas também a de seus componentes, constitui subsídio para a composição das provas contra o tráfico de entorpecentes. Ambas as apreensões devem fornecer dados para a investigação, de acordo com a relação que se segue. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de munição e/ou componente; f) quantidade; g) fabricante; h) proprietário. O APÊNDICE 4 apresenta o QUADRO 4 - Munição e/ou componentes, em que as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações. Seguindo os mesmos passos das armas de fogo e dos explosivos, a munição e seus componentes podem estar vinculados à violação do “Estatuto do Desarmamento”.

4.4.4. Projétil de arma de fogo e cápsula deflagrada O disparo de arma de fogo resulta em dois objetos importantes para a investigação: o projétil arremessado e a cápsula deflagrada, ou seja, o estojo vazio que antes do disparo acondicionava a munição. Ambos podem ser empregados no confronto de balística, que consiste na comparação entre um projétil de arma de fogo ou uma cápsula deflagrada apreendida e um projétil ou cápsula colhida por meio de disparo da arma sob teste. A partir dessa comparação, pode-se concluir se a mesma arma deu origem aos dois projéteis ou às duas cápsulas. A importância desses dois objetos é grande para uma investigação, bem como o espaço e o tempo a que estão vinculados. O cruzamento dessas informações poderá esclarecer várias perguntas e preencher diversos hiatos em uma investigação. A relação a seguir indica os dados que podem ser obtidos.

Page 25: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

21

a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de apreensão: projétil ou cápsula; f) quantidade; g) fabricante da cápsula; h) confronto balístico. O APÊNDICE 5 apresenta o QUADRO 5 - Projétil de arma de fogo e cápsula deflagrada, onde as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações.

4.4.5. Fogos de artifício São várias e inventivas as formas de atuação do tráfico de entorpecentes. Uma delas é a maneira como propagam o alarme da proximidade de opositores a suas atividades criminosas. Preliminarmente, cercam a área onde atuam, colocando em pontos estratégicos e de boa visibilidade os chamados "olheiros", que, à menor suspeita de ação policial ou invasão da área por parte de facções contrárias, acionam várias cargas de fogos de artifício, alertando assim a comunidade criminosa. A apreensão de fogos de vista com estampido, fogos de estampido, foguetes com flecha, com apito, com bomba, baterias e os morteiros com tubos de ferro pode sugerir a presença do tráfico de entorpecentes. Nesse caso, os dados relacionados a seguir devem ser recolhidos. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo dos fogos de artifício; f) quantidade. O APÊNDICE 6 apresenta o QUADRO 6 - Fogos de artifício, onde as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações.

Page 26: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

22

4.4.6. Material de manipulação e embalagem de entorpecente O material entorpecente, enquadrado pelas normas administrativas que alimentam a tipicidade da Lei 6.368/76, é acondicionado pelos traficantes nas formas mais diversas. Inocentes saquinhos, também usados para acondicionar sorvetes, os chamados "sacolés", são empregados para embalar a cocaína. Papel de loteria para jogos esportivos é empregado para invólucro da cannabis sativa. Tesouras, balanças, colheres, potes, facas, grampeadores, réguas, pratos e copos, em suma, objetos que podem ser encontrados em qualquer cozinha ou escritório são empregados no trabalho de acondicionamento e na embalagem do material entorpecente para a venda no varejo. Paralelamente, muitas substâncias lícitas são empregadas na manipulação de substâncias entorpecentes proibidas, objetivando multiplicar seu volume no denominado processo de diluição ou carga. De maneira idêntica, aparelhagens industriais e comerciais plenamente lícitas são empregadas de forma ilícita no tráfico de entorpecentes. Essa é a razão pela qual qualquer objeto ou substância lícita empregada direta ou indiretamente para ou pelos traficantes pode ser apreendida, se empregada para esse fim. O que determina seu emprego ilícito são as próprias circunstâncias que determinaram a sua apreensão, que pode ou não ocorrer com a presença de substância entorpecente. Isoladamente, alguns objetos só são identificados como relacionados com o tráfico de entorpecentes de acordo com a percepção policial. Normalmente essa é a única maneira de guiar uma apreensão de material de manipulação e embalagem de entorpecentes. Claro exemplo disso é a “maisena". Trata-se de uma substância empregada na culinária para a elaboração de diversos pratos. Não obstante, pode ser apreendida junto com o cloridrato de cocaína, pois a mistura de ambos é um processo de diluição ou carga, que constitui no aumento do volume e do peso do entorpecente e, por conseguinte, no aumento de sua quantidade e dos lucros obtidos no comércio ilegal. Os dados que podem ser fornecidos por essas apreensões devem se pautar pela relação a seguir. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de material apreendido; f) quantidade. O APÊNDICE 7 apresenta o QUADRO 7 - Material de manipulação e embalagem de entorpecentes, onde as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações.

Page 27: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

23

4.4.7. Documentos Embora se constitua em atividade comercial ilícita, são feitas anotações, mesmo que rudimentares, sobre o fluxo da mercadoria comercializada e seus desdobramentos. São comuns as anotações sobre a quantidade do material recebido e entregue, a data de sua entrega e as pessoas que receberam as encomendas. Em algumas ocasiões, a "contabilidade" do tráfico estabelece as sucessivas entregas e as respectivas prestações de contas, delineando acertos financeiros, saldos e dívidas das partes envolvidas. Os papéis "contábeis" do tráfico de entorpecentes existem e devem ser apreendidos e classificados como documentos. Suas peculiaridades ímpares se apresentam da seguinte forma: a) anotações rústicas, normalmente em um caderno escolar ou semelhante; b) ausência de forma estabelecida, não possuindo as anotações uma ordem cronológica; c) ausência de texto explicativo; d) algumas vezes falta de correspondência entre quantidades, valores e nomes; e) partes envolvidas apresentadas por meio de alcunhas; os nomes verdadeiros normalmente não são conhecidos; f) emprego de códigos primários para dificultar a identificação das partes (macaco - alcunha correta, cocama - grafia da contabilidade). Qualquer anotação com essas características constitui importante fonte de pesquisa, podendo carrear muitas informações para as investigações. A relação seguinte apresenta as informações que podem ser obtidas desses documentos. a) data e hora da apreensão; b) local da apreensão; c) autor da apreensão; d) tipo de procedimento realizado ou em curso; e) tipo de documento; f) dados representativos. O APÊNDICE 8 apresenta o QUADRO 8 - Documentos, onde as informações são detalhadas, especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações.

Page 28: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

24

5. OS ENVOLVIDOS Como em um livro, aqui a ação é desempenhada por personagens. São eles que efetivamente formam o objetivo da investigação policial. Deve-se identificá-los e levantar suas ações, descrevendo a participação de cada um deles no arcabouço geral da estrutura criminosa. Há três personagens na relação lícita do tráfico: o Traficante, o Usuário e o Repressor. Suas diversas formas de interagir fornecem subsídios investigativos da atividade delitiva "tráfico de entorpecentes”, conforme alguns exemplos:

a) o aumento da oferta de cloridrato de cocaína e a diminuição do valor do "papelote", juntamente com o aumento do valor da "trouxinha" de maconha pelos traficantes, estabelecem uma mudança nos hábitos dos usuários: há aumento tanto na quantidade consumida quanto no número de dependentes de cocaína;

b) em razão da asfixia provocada pela repressão nos pontos de venda de entorpecentes de uma determinada região, os usuários locais deslocam-se para outra área, o que provoca uma diminuição do consumo de entorpecentes e a descapitalização dos traficantes do antigo local, ocasionando um aumento de crimes contra o patrimônio;

c) a venda de entorpecentes por preços mais baixos em uma certa localidade favorece o aumento de usuários locais, que passam a comercializar em outras áreas da cidade o entorpecente adquirido, para assim sustentar o próprio vício. Os exemplos se sucedem e não se esgotam com facilidade. A clara inter-relação entre os três personagens, que normalmente possuem interesses conflitantes, produz imediata ressonância. As ações se multiplicam e se explicam, caracterizando várias reações previsíveis que podem explicar crimes perpetrados pelos traficantes de entorpecentes no estudo da interação dos três personagens. Portanto, o estudo pormenorizado a seguir de cada personagem possibilitará melhores esclarecimentos sobre vários desdobramentos delitivos praticados pelo tráfico de entorpecentes. Qualquer ação desenvolvida em um dos vértices do triângulo da figura seguinte imediatamente se reflete nos demais vértices. FIGURA 2: INTER-RELAÇÃO ENTRE TRAFICANTE, REPRESSOR E USUÁRIO

REPRESSOR USUÁRIO

TRAFICANTE

Page 29: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

25

5.1. TRAFICANTE Como a estrutura organizativa do tráfico de entorpecentes é piramidal, pode-se acompanhar e, até mesmo, antecipar as sucessivas mudanças e progressões de alguém na cadeia de comando do tráfico de entorpecentes, com o passar do tempo. Para visualizar essa realidade, faz-se necessário exibir graficamente a posição de cada indivíduo no contexto delitivo, preenchendo o painel já estudado (vide 2.2). O painel é composto de quadros, cada um deles definindo uma função no tráfico. As explicações sobre o significado de cada função, suas atribuições e peculiaridades mais acentuadas estão descritas no item 2.2. Cada quadro pode conter um ou vários nomes das pessoas que exercem aquela função. Cada nome e seus dados qualificativos compõem uma cartela. Assim, um quadro pode conter uma ou mais cartelas. Cada cartela deve conter o maior número possível de dados qualificativos do personagem, possibilitando definir sua identidade, sua personalidade e seu papel ao longo do tempo em que atua no tráfico de entorpecentes. A inexistência de qualquer dado qualificativo do personagem não impede a elaboração de sua cartela, que normalmente se inicia apenas com uma alcunha e uma descrição física bastante deficiente do personagem. Paulatinamente, os demais dados vão sendo agregados, compondo a cartela de acordo com a relação de dados abaixo:

a) dados qualificativos principais do traficante; b) histórico funcional do traficante; c) descrição física do traficante; d) vida pregressa do traficante; e) histórico de anotações policiais do traficante; f) observações sobre as anotações policiais do traficante; g) análise do parentesco do traficante.

O APÊNDICE 9 apresenta o QUADRO 9 - Dados qualificativos principais do traficante, onde as informações são detalhadas especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações.

5.2. USUÁRIO Em outro vértice do triângulo está o Usuário, pessoa que efetua a compra do material entorpecente do tráfico, para consumo próprio. A legislação enquadra-o como infrator penal pela compra, uso ou porte, respondendo a sanções penais de natureza leve. O dependente de entorpecentes é visto por muitos como uma vítima da ação ilícita do tráfico, passível de tratamento e não de encarceramento conforme o projeto de lei tramitando no Poder Legislativo. Não se analisa aqui essa questão em razão da profunda

Page 30: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

26

riqueza de sua proposição, o que poderia desviar totalmente este trabalho de seu rumo original. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o usuário pode ser desdobrado em três figuras representativas: Usuário Leve - utilizou drogas, mas no último mês o consumo não foi diário ou semanal; Usuário Moderado – utilizou drogas semanalmente, mas não diariamente, no último mês e Usuário Pesado – utilizou drogas diariamente no último mês. Embora os três níveis de usuário sejam importantes para o estudo do tráfico, deve-se preferencialmente focalizar esforços investigativos no denominado “usuário pesado”, que se encontra em elevado grau de dependência do entorpecente. Vive para ele, toda a sua vida gira ao redor de seu consumo, e seus esforços são direcionados para obter dinheiro a fim de pagar pelo seu vício. Os problemas do usuário pesado surgem inicialmente no interior de sua própria família, onde ele se agrega como parasita. O dinheiro da casa começa a "desaparecer", objetos de valor "somem", e atitudes cada dia mais agressivas são tomadas pelo usuário para exigir dinheiro, no intuito de sustentar seu vício. Esgotados os recursos familiares, ou vedados esses recursos pela família ao perceber as atitudes do viciado, passam a restar a este, apenas algumas saídas, como: cair na prostituição, cometer crimes contra o patrimônio, como roubo e principalmente furto, agir como "avião" ou aventurar-se como traficante. A prostituição, de curta carreira, acabará nas demais opções. Os crimes contra o patrimônio irão se sucedendo até levá-lo à porta de uma cela ou do necrotério em razão da prisão ou da morte decorrente de uma ação criminosa mal sucedida. A vida na função de "avião" ficará na dependência da perícia do viciado em driblar tanto a ação da polícia quanto a dos traficantes que não admitem qualquer "vacilo". A última opção, integrar-se ao tráfico de entorpecentes, esbarra na competitividade acirrada existente na própria comunidade, optando o dono do "movimento" normalmente pela prata da casa, o que não esgota a "contratação de estrangeiros", preferencialmente para exercerem serviços que necessitam de maior trânsito no "asfalto". Infelizmente, as tintas são negras para o usuário pesado. Por ser dependente de seu vício, é facilmente manipulado, usado e posteriormente descartado pelo tráfico, quando não apresenta mais lucro. Analisando-se friamente a questão, o usuário traz muitos dados para compor uma investigação sobre o tráfico. Ao ser preso e autuado em flagrante, podem ser dele obtidas as seguintes informações, relacionadas a seguir:

a) dados qualificativos principais do usuário; b) descrição física do usuário; c) vida pregressa do usuário; d) histórico de anotações policiais do usuário; e) observações sobre o histórico policial do usuário; f) análise do parentesco do usuário.

Page 31: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

27

O APÊNDICE 10 apresenta o QUADRO 10 - Dados qualificativos principais do usuário, onde as informações são detalhadas, especificando-se cada segmento de dados e suas conseqüentes implicações. O cadastro e a organização das informações possibilitam desvendar diversos furtos no interior dos condomínios onde residem, bem como monitorar a ação da venda de entorpecentes em bares e similares, localizados próximos de escolas, usados pelos "aviões" do tráfico para o comércio de entorpecentes a estudantes. Não raro, os usuários pesados são vítimas de homicídio, onde o principal suspeito, sem surpresas, é o próprio traficante. Seu antigo "cliente preferencial", ao se tornar uma figura inconveniente, consumindo e não pagando a mercadoria, causando "vacilos", agindo contra o bom andamento do serviço, passou a ser considerado não lucrativo.

5.3. REPRESSOR Delineados os papéis dos dois primeiros personagens, resta tratar do último ator, não menos importante na complexa relação do tráfico de entorpecentes: o Repressor. O Estado não poderia assistir placidamente à ação ilícita de personagens criminosos sem elaborar mecanismos de controle social para enfrentá-los. Dentre as várias formas de controle, destacam-se os órgãos policiais do Estado, a Polícia Civil e a Polícia Militar, que produzem no contato com os dois outros vértices do triângulo fatos relevantes para as investigações. A forma de materializar a ação policial é por meio de investigações, investigações estas, que objetivam identificar a autoria e reunir provas das infrações penais cometidas. Assim, não só os delitos diretamente ligados ao tráfico de entorpecentes são importantes, mas também outros ilícitos que, embora aparentemente irrelevantes, tornam-se importantes elementos para a composição do mosaico global do tráfico de entorpecentes. As infrações penais diretamente ligadas ao tráfico estão descritas na Lei 6.368/76. Todos os procedimentos gerados por esses fatos são sempre relevantes. Seguem-se, em grau de importância, as apreensões dos instrumentos empregados pelos traficantes, o próprio entorpecente e qualquer outro objeto vinculado ao tráfico. Cabe salientar que as apreensões podem se apresentar isoladamente, podem ser objeto de infração penal, ou podem apenas ser seu instrumento. Teoricamente, toda infração penal poderia ser listada como possível de se conectar com o tráfico de entorpecentes. Entretanto, uma análise lógica demonstra que o universo de possibilidades de conexão recai sobre uma parcela mínima de ilícitos. As infrações penais são tratadas no item a seguir, em razão da complexidade das ligações que necessitam ser delineadas.

Page 32: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

28

GLOSSÁRIO

Alemão Pessoa estranha ao movimento, inimigo. Anfetamina Líquido incolor, com ação marcada sobre o organismo humano, e utilizado como vasoconstritor e como estimulante; benzedrina [fórm.: C9H13N]. Avião Usuário de entorpecente que vende o material tóxico fora do “movimento”, no “asfalto” como free lancer ou atravessador. Barbitúrico Medicamento a base de ácido. Barracão Local onde se encontram os traficantes para a “malhação” e a embalagem do entorpecente. Baseado Cigarro da substância entorpecente conhecida vulgarmente como "maconha". Beladona Planta ornamental, originária da Europa e da Ásia, da família das solanáceas (Atropa belladona), dotada de folhas grandes e bagas globosas, medicinal, com propriedades diaforética e diurética, e cujo alcalóide, a atropina, é de uso perigoso. Boca/boca de fumo Denominações do local onde se concentram os traficantes para a venda de substâncias entorpecentes já embaladas. Camponeses Aqueles que habitam e/ou trabalham no campo. Carga Certa quantidade de substância entorpecente já devidamente acondicionada, entregue pelo "Dono do Movimento" a um de seus gerentes para venda no varejo. Cocaína Substância entorpecente - cloridrato de cocaína mais bicarbonato de sódio. Atua como estimulante do sistema nervoso central.

Page 33: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

29

Crack Substância entorpecente - cloridrato de cocaína mais bicarbonato de sódio. Atua como estimulante do sistema nervoso central. Déspota Senhor absoluto e arbitrário; tirano, opressor; dominador absoluto; pessoa de tendências dominadoras; que é senhor absoluto e arbitrário; despótico. Ecstasy Substância entorpecente - metanfetamina. Atua como perturbadora do sistema nervoso central. Endolação Processo de acondicionar o entorpecente em pequenas embalagens, para a venda no varejo. Endolador Pessoa que efetua a endolação. Estica Boca de fumo de segunda categoria. Fogueteiro Integrante do tráfico de entorpecentes com a função de vigiar os acessos da “boca” ou “estica”, avisando a chegada de policiais ou “alemães”. Haxixe Substância entorpecente – cannabis sativa. Atua como perturbadora do sistema nervoso central. Heroína Substância entorpecente classificada como opióide natural. Atua como depressor do sistema nervoso central. Hoasca ou ayahuasca Substância entorpecente em forma de chá. Atua como perturbadora do sistema nervoso central. Inalante Substância própria para inalação. LSD Substância entorpecente cujo nome é a sigla em alemão da dietilamida do ácido lisérgico. Atua como perturbadora do sistema nervoso central.

Page 34: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

30

Maconha Substância entorpecente – cannabis sativa. Atua como perturbadora do sistema nervoso central. Malhação Acrescentar substância normalmente lícita aos entorpecentes, para multiplicar seu volume, para venda no varejo. Matuto/mula Realiza a venda e o transporte da droga e/ou armamento para o local de endolação ou para o ponto de venda de substância entorpecente. Metanfetamina Substância cristalina, incolor, derivada da anfetamina, que, como esta, é usada em medicina (e também ilicitamente) como anoréxico e estimulante [fórm.: C10H15N]. Morfina O principal e mais ativo dos alcalóides do ópio, branco, cristalino, usado como sedativo [fórm.: C17H19O3N]. Movimento Total do tráfico de entorpecente. Ocupação Diz-se da ação de tomada de pontos estratégicos em um morro pela polícia, a fim de coibir o tráfico de entorpecentes. Olheiro Integrante do tráfico de entorpecentes com a função de vigiar os acessos da “boca” ou “estica”, avisando a chegada de policiais ou “alemães”. Opióide Qualquer substância, sintética ou não, com ação semelhante à do ópio, mas que não derive dele. Papel de cinco Quantidade da substância entorpecente conhecida vulgarmente como "cocaína", comprada por cinco reais. Papel de dez Quantidade da substância entorpecente conhecida vulgarmente como "cocaína", comprada por dez reais. Papelote Menor acondicionamento da substância entorpecente conhecida vulgarmente como “cocaína”.

Page 35: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

31

Sacolé Pequeno acondicionamento para venda no varejo da substância entorpecente conhecida vulgarmente como "cocaína". Soldado Integrante do tráfico de entorpecentes com a função de prestar segurança armada a “boca” ou a “estica”. Tranqüilizante Diz-se de medicamento que exerce a sua ação, predominantemente, sobre a ansiedade e a tensão nervosa, sem ter ação hipnótica direta, podendo, contudo, dependendo da dose administrada e da susceptibilidade do paciente, ter efeito hipnótico; ansiolítico, tensiolítico. Vapor/vapozeiro Integrante do tráfico de entorpecentes; possui como função a venda do material entorpecente na “boca” ou na “estica”.

Page 36: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

32

REFERÊNCIAS

ZIEGLER, Jean. A Suíça lava mais branco. Tradução: A. Rabaça. Lisboa, Portugal: Inquérito, [1989?].

Page 37: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

33

APÊNDICE

APÊNDICE 1 QUADRO 1 – MERCADORIA COMERCIALIZADA Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência

Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito

Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo do entorpecente Cannabis sativa, cloridrato de cocaína etc.

Quantidade do entorpecente Sempre em gramas.

Forma de acondicionamento

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Fornece a indicação da facção, da "boca" ou da "estica".

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 38: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

34

APÊNDICE 2 QUADRO 2 – ARMAS DE FOGO Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo de arma de fogo Descrição da arma

Quantidade de armas de fogo Em unidades

Fabricante Empresa nacional ou estrangeira

Proprietário

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Identificação da origem ilícita da arma, por meio de roubo ou furto junto ao DFAE.

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 39: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

35

APÊNDICE 3 QUADRO 3 – ARTEFATOS EXPLOSIVOS Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar do tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo de artefato explosivo Descrição do artefato

Quantidade Em unidades

Fabricante Empresa nacional ou estrangeira

Proprietário

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Identificação da Força Armada à qual o objeto está vinculado.

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 40: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

36

APÊNDICE 4 QUADRO 4 – MUNIÇÃO E/OU COMPONENTES Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo de munição e/ou componente Descrição do material.

Quantidade Em unidades.

Fabricante Empresa nacional ou estrangeira.

Proprietário

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Identificação da origem ilícita do material.

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 41: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

37

APÊNDICE 5 QUADRO 5 – PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO E CÁPSULA DEFLAGRADA Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo de apreensão: PAF ou cápsula Descrição do material.

Quantidade Em unidades.

Fabricante da cápsula

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecente

Empresa nacional ou estrangeira.

Positivo Indicação relevante. Confronto balístico

Negativo Sem relevância.

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 42: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

38

APÊNDICE 6 QUADRO 6 – FOGOS DE ARTIFÍCIO Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo dos fogos de artifício Descrição do material.

Quantidade Em unidades.

Origem

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Fabricante, distribuidor e vendedor.

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 43: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

39

APÊNDICE 7 QUADRO 7 – MATERIAL DE MANIPULAÇÃO E EMBALAGEM DE ENTORPECENTES Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO ou VPI consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Tipo de material apreendido Descrição do material.

Quantidade Em unidades.

Origem

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Fabricante, distribuidor e vendedor.

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 44: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

40

APÊNDICE 8 QUADRO 8 – DOCUMENTOS Data e hora da apreensão

Local da apreensão

Fornece a indicação do tempo e do lugar no tráfico de entorpecentes.

Polícia Civil

Polícia Militar Autor da apreensão Identifica o órgão repressor que atuou.

Outros

Registro de Ocorrência Documento oficial da comunicação de um fato ilícito ou administrativo em uma Unidade Policial.

VPI Investigação intermediária entre o RO e o Inquérito.

Inquérito Investigação oriunda de RO consubstanciado com a indicação de autoria ou com a autoria delineada.

Flagrante Investigação que envolve a prisão em flagrante de alguém.

Tipo de procedimento realizado ou em curso (grau de importância investigativa)

AAAPAI Investigação que envolve a apreensão de adolescente infrator.

Papel manuscrito ou impresso avulso.

Agenda, bloco, caderno etc.

Fotografias.

Filmes.

Tipo de documento Indica a forma do documento

Outros.

Alcunhas e codinomes empregados.

Contabilidade, números e correspondências.

Datas

Dados representativos

Fornece a indicação da existência do tráfico de entorpecentes.

Telefones

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 45: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

41

APÊNDICE 9

QUADRO 9 – DADOS QUALIFICATIVOS PRINCIPAIS DO TRAFICANTE (A) DADOS QUALIFICATIVOS PRINCIPAIS DO TRAFICANTE

NOME: Alcunha: Pai: Mãe: Naturalidade: Data de nascimento: Estado civil: Documento de Identidade: Residência: Hierarquia atual: Facção:

(B) HISTÓRICO FUNCIONAL DO TRAFICANTE Status Data da mudança Novo status

Matuto ou mula Dono do movimento Gerente geral Tesoureiro Chefe da segurança Segurança pessoal Gerente do armamento Gerente do preto Gerente do branco Gerente da endolação Soldado Vapor Endolador Olheiro Avião

(C) DESCRIÇÃO FÍSICA DO TRAFICANTE Faixa Etária Cor dos Olhos Tipo de Queixo Tipo de Rosto Tipo de Cabelo Amputação Tipo de Testa Cor do Cabelo Tatuagem Tipo de Sobrancelhas Tipo de Bigode Cicatriz Tipo de Nariz Tipo de Barba Defeitos Físicos Tipo de Boca Cor da Barba Tom de Fala Tipo de Lábios Tipo de Orelhas Modo de Falar Cútis Tipo de Pescoço Peculiaridades Tipo Físico Estatura Tipo sangüíneo / Fator RH Tipo dos Olhos Tipo de Dentes

(D) VIDA PREGRESSA DO TRAFICANTE Faixa de Idade Atividade Intelectual Renda mensal

Até 12 anos Não alfabetizado Sem renda De 12 a 18 anos 1.º grau incompleto Até 1/2 salário mínimo De 18 a 21 anos 1.º grau completo Entre 1/2 e 2 salários

mínimos De 21 a 25 anos 2.º grau incompleto Entre 2 e 3 salários mínimosDe 25 a 30 anos 2.º grau completo Entre 3 e 5 salários mínimosDe 30 a 40 anos 3.º grau incompleto Entre 5 e 10 salários

mínimos De 40 a 50 anos 3.º grau completo Entre 10 e 15 salários

mínimos De 50 a 60 anos Especialização Entre 15 e 20 salários

mínimos

Page 46: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

42

QUADRO 9 – DADOS QUALIFICATIVOS PRINCIPAIS DO TRAFICANTE Mais de 60 anos Mestrado Acima de 20 salários

mínimos Ignorado Ignorada

Residência atual Vício Atividade laborativa Rua Fumo Trabalho com vínculo

empregatício Bairro Álcool Trabalho sem vínculo (bico)Cidade Maconha Nenhuma atividade

laborativa Estado Cocaína Ignorado Desconhecida Jogo Outros Não possui

(E) HISTÓRICO DE ANOTAÇÕES POLICIAIS DO TRAFICANTE Tipo do

Procedimento Número Data instauração Artigo Envolvimento RO Mandante VPI Autor Inquérito Testemunha Flagrante Vítima AAAPAI Envolvido AIAI Adolescente

infrator (F) OBSERVAÇÕES SOBRE AS ANOTAÇÕES POLICIAIS DO TRAFICANTE

(G) ANÁLISE DO PARENTESCO DO TRAFICANTE Relação Familiar Envolvimento Policial Procedimento

Pai Mandante RO Mãe Autor VPI Irmão Testemunha Inquérito Tio Vítima Flagrante Cônjuge Envolvido AAAPAI Cunhado Adolescente infrator AIAI Sobrinho Primo

NOTA: Dados trabalhados pelo autor.

Page 47: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

43

APÊNDICE 10

QUADRO 10 – DADOS QUALIFICATIVOS PRINCIPAIS DO USUÁRIO (A) DADOS QUALIFICATIVOS PRINCIPAIS DO USUÁRIO

NOME: Alcunha: Pai: Mãe: Naturalidade: Data de nascimento: Estado civil: Documento Identidade: Residência:

(B) DESCRIÇÃO FÍSICA DO USUÁRIO Faixa Etária Cor dos Olhos Tipo de Queixo Tipo de Rosto Tipo de Cabelo Amputação Tipo de Testa Cor do Cabelo Tatuagem Tipo de Sobrancelhas Tipo de Bigode Cicatriz Tipo de Nariz Tipo de Barba Defeitos Físicos Tipo de Boca Cor da Barba Tom de Fala Tipo de Lábios Tipo de Orelhas Modo de Falar Cútis Tipo de Pescoço Peculiaridades Tipo Físico Estatura Tipo sangüíneo / Fator RH Tipo dos Olhos Tipo de Dentes

(C) VIDA PREGRESSA DO USUÁRIO Faixa de Idade Atividade Intelectual Renda mensal

Até 12 anos Não alfabetizado Sem renda De 12 a 18 anos 1.º grau incompleto Até 1/2 salário mínimo De 18 a 21 anos 1.º grau completo Entre 1/2 e 2 salários mínimosDe 21 a 25 anos 2.º grau incompleto Entre 2 e 3 salários mínimos De 25 a 30 anos 2.º grau completo Entre 3 e 5 salários mínimos De 30 a 40 anos 3.º grau incompleto Entre 5 e 10 salários mínimos De 40 a 50 anos 3.º grau completo Entre 10 e 15 salários

mínimos De 50 a 60 anos Especialização Entre 15 e 20 salários

mínimos Mais de 60 anos Mestrado Acima de 20 salários mínimos Ignorado Ignorada

Residência atual Vício Atividade laborativa Rua Fumo Trabalho com vínculo

empregatício Bairro Álcool Trabalho sem vínculo (bico) Cidade Maconha Nenhuma atividade laborativa Estado Cocaína Ignorado Desconhecida Jogo Outros Não possui

(D) HISTÓRICO DE ANOTAÇÕES POLICIAIS DO USUÁRIO Tipo do

Procedimento Número Data instauração Artigo Envolvimento RO Mandante VPI Autor

Page 48: Apostila - Trafico de Entorpecentes[1].pdf

44

QUADRO 10 – DADOS QUALIFICATIVOS PRINCIPAIS DO USUÁRIO Inquérito Testemunha Flagrante Vítima AAAPAI Envolvido AIAI Adolescente

infrator (E) OBSERVAÇÕES SOBRE HISTÓRICO POLICIAL DO USUÁRIO

(F) ANÁLISE DO PARENTESCO DO USUÁRIO Relação Familiar Envolvimento Policial Procedimento

Pai Mandante RO Mãe Autor VPI Irmão Testemunha Inquérito Tio Vítima Flagrante Cônjuge Envolvido AAAPAI Cunhado Adolescente infrator AIAI Sobrinho Primo NOTA: Dados trabalhados pelo autor.