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Introdução à Fitoterapia e Suplementação Nutricional 1 Introdução à Fitoterapia e Suplementação Nutricional Professora Dra. Daniela Caetano Gonçalves

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  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

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    Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    Professora Dra. Daniela Caetano Gonalves

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

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    Introduo Fitoterapia 3Interaes 4

    Fitoterapia avanada 4

    Prescrio Nutricional Aplicada 5

    Legislao em fitoterapia e suplementao nutricional 5Avaliao e prescrio nutricional 6

    Definies importantes de termos usados na prescrio nutricional e de suplementos nutricionais 6

    Legislao sobre suplementao nutricional 7

    Legislao aplicada fitoterapia 8Fitoterpicos que necessitam de prescrio mdica 9

    Avaliao do Estado Nutricional 15Anamnese 16

    Avaliao diettica 16

    Avaliao bioqumica 20

    Avaliao bioqumica do metabolismo de carboidratos 20

    Avaliao bioqumica do metabolismo de lipdios 21

    Avaliao antropomtrica 21

    Tcnicas de tomada de medida, ndices e indicadores 22

    Necessidades e recomendaes nutricionais 32Necessidades Energticas 32

    Nutrientes 33

    Guias alimentares 36

    Pirmide alimentar adaptada populao brasileira 37

    Nova pirmide alimentar 38

    Bases da nutrigenmica 41O que nutrigenmica? 41

    Mecanismos de transcrio gnica 41

    Funo dos fitoterpicos e suplementao nutricional na nutrigenmica 42

    Referncias bibliogrficas 43

    SUMRIO

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

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    INTRODUO FITOTERAPIA

    A fitoterapia um ramo da cincia mdica que se utiliza de plantas, drogas vegetais e preparados delas obtidos para o tratamento de doenas e problemas de sade. Esta cincia tem sido utilizada pelo homem h milhares de anos e h relatos da utilizao de plantas com finalidades teraputicas por volta de 3.000 a.C. na obra Pen Tsao do chins Shen Nung.

    Foram descritas 600 plantas medicinais no ano 78 d.C., pelo botnico grego Pedanius Dioscorides, em uma publicao denominada De materia medica. Esse tratado foi utilizado como referncia para mdicos do mundo inteiro por mais de catorze sculos (TUROLLA; NASCIMENTO, 2006).

    Ao observar e experimentar, os povos primitivos descobriram as propriedades teraputicas de determinadas plantas, propagando-as de gerao em gerao, o que faz parte da cultura popular.

    No sculo XVI, foi desenvolvida a Teoria das Assinaturas, baseada no provrbio latino similia similibus curantur, semelhante cura semelhante. Pelo mdico suo Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, conhecido tambm como Paracelsus (1493-1541). Nesta teoria, Paracelsus defendia que a forma, cor, sabor e odor das plantas estavam relacionados s suas propriedades

    teraputicas, e poderiam ser utilizados como indcios de seu uso clnico. Algumas dessas plantas eram utilizadas nas farmacopeias alopticas e homeopticas a partir do sculo XIX, e nesta mesma poca, suas bases teraputicas comearam a ser investigadas.

    O incio do processo de extrao de princpios ativos de plantas teve incio com o isolamento da morfina da Papaver somniferum em 1803 pelo farmacutico Friedrich Wilhelm Adam Sertrner. Na sequncia, houve o isolamento da quinina e a quinidina, obtidas da Cinchona spp, em 1819, e a atropina da Atropa belladona, em 1831. A partir deste momento, todos estes extratos passaram a ser utilizadas em substituio aos extratos vegetais (TUROLLA; NASCIMENTO, 2006).

    Apesar das descobertas importantes do sculo XIX, a ausncia de comprovaes cientficas de efi-ccia das substncias de origem vegetal, associado ao crescimento do poder econmico das indstrias farmacuticas e aliados s dificuldades de controle qumico, fsico-qumico, farmacolgico e toxicolgico dos extratos vegetais, impulsionaram a substituio destes por frmacos sintticos (TUROLLA; NASCI-MENTO, 2006).

    A facilidade em produo de substncias sintticas fez com que as empresas farmacuticas e os institutos de pesquisa se desinteressassem pela busca de novas substncias de origem vegetal. Alm disso, acreditava-se que as principais substncias ativas das drogas vegetais conhecidas j haviam sido isoladas, e que todas as possveis modificaes qumicas de interesse destas substncias j haviam sido realizadas.

    Com os avanos tecnolgicos e o desenvolvimento de novos mtodos de isolamento de substncias ativas a partir de fontes naturais desenvolvidas na dcada de 80, o interesse pela pesquisa dessas substncias para o desenvolvimento de novos frmacos reiniciou, pois a identificao de substncias em amostras complexas, como os extratos vegetais, agora se

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    tornou mais fcil. Apesar da facilidade de isolamento destes compostos vegetais, a produo sinttica de frmacos ainda permanece mais rpida e fcil, tornado a fitoterapia e o uso de plantas medicinais como forma alternativa de tratamento em vrias partes do mundo.

    Interaes

    Segundo a organizao mundial da sade, dentre os 252 frmacos essenciais, 11% so de origem exclusivamente vegetal e uma grande parcela obtida a partir de precursores naturais.

    Para a OMS, podemos definir plantas medicinais como: todas as plantas silvestres ou cultivadas, que so utilizadas como recurso para prevenir, aliviar, curar ou modificar uma condio clnica insatisfatria e/ou patologia.

    J os fitoterpicos so considerados produtos medicinais rotulados e etiquetados, cujos componentes ativos so formados por partes areas ou subterrneas de plantas, ou outro material vegetal, ou combinaes destes, em estado bruto ou em formas de preparaes vegetais. Atualmente sabe-se que cerca de 25% dos medicamentos prescritos mundialmente so de origem vegetal (CORDEIRO et al., 2005).

    As interaes medicamentosas so observadas pela interferncia de um frmaco na ao de outro, ou de um alimento ou nutriente na ao de medicamentos. Atualmente sabe-se que ocorrem interaes medicamentosas benficas ou desejveis, pois podem reduzir efeitos adversos, prolongar a durao do efeito do frmaco, impedir o surgimento de resistncia bacteriana, aumentar a adeso ao tratamento, incrementar a eficcia do frmaco ou permitir a reduo de dose deste.

    As interaes indesejveis geralmente causam reduo do efeito ou resultado contrrio ao esperado, aumento na incidncia e na gama de efeitos adversos

    e no custo da terapia, no produzem incremento no benefcio teraputico.

    Alguns fatores so importantes para determinar estas interaes, como: fatores genticos, idade, condies gerais de sade, consumo de lcool, tabagismo, dieta, entre outros fatores ambientais.

    Os medicamentos base de plantas, assim como na alopatia, tambm apresentam importantes interaes medicamentosas que devem ser analisadas e avaliadas quanto segurana na administrao conjunta com outros medicamentos.

    O conhecimento sobre o mecanismo de ao do fitoterpico, bem como suas doses teraputicas, previve eventos de interaes medicamentosas e assegura a sade do paciente e qualidade do tratamento.

    Fitoterapia avanada

    Dentro da fitoterapia, algumas plantas receberam especial ateno devido s suas propriedades farmacolgicas e ao seu potencial na indstria farmacutica. Tais plantas foram extensamente estudadas, seus componentes farmacolgicos isolados e seu mecanismo de ao esclarecido de forma explcita. Dentre essas, podemos citar ao Ginkgo biloba, o Hipricum, a Kawa-kawa, a Valeriana entre outros.

    Cerca de 400 estudos foram realizados com os extratos de Ginkgo biloba, nos ltimos 30 anos, entretanto somente os extratos padronizados comprovam os efeitos teraputicos estudados. As folhas frescas ou os extratos em baixas concentraes, no produzem os efeitos descritos por esta planta.

    O primeiro extrato intensivamente estudado quanto aos aspectos qumicos, farmacolgicos e toxicolgicos do Ginko Biloba foi o EGb 761, desenvolvido por W.Schwabe Co., na Alemanha. Observou-se neste estudo que os ginkgoldeos, em especial o ginkgoldeo

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    B, agem como potentes inibidores do Fator Ativador de Plaquetas. Desta forma, seu uso crnico est associado com o aumento no tempo de sangramento e com o risco de hemorragia espontnea (TUROLLA; NASCIMENTO, 2006).

    Nesse contexto, os fitoterpicos apresentam diferenas importantes entre si, pois, se de um lado encontramos medicamentos cuja eficcia tem sido comprovada em estudos clnicos controlados (comparativo com placebo, duplo-cego, randomizado) e metanlises, como, por exemplo, o Hypericum perforatum (erva de So Joo) e o Piper methirsticum (kava-kava), de outro temos fitoterpicos como a Passiflora edulis e a P. incarnata, cujos estudos so bem limitados.

    Prescrio Nutricional Aplicada

    A prescrio de fitoterpicos e suplementos nutricionais deve estar embasada na legislao sanitria vigente para que seja feito de forma tica e baseada cientificamente, pois esta rea de atuao intensamente legislada e regulamentada para minimizar qualquer tipo de risco sade e integridade da populao.

    Sabe-se que as normas vigentes so elaboradas pelas entidades representativas da profisso do nutricionista (Conselho Federal de Nutricionistas) e sanitrias nacionais (ANVISA), as quais so fiscalizadas pelas suas representaes regionais (Conselhos Regionais de Nutricionistas; Vigilncias Sanitrias Estaduais).

    Dessa forma, o profissional nutricionista deve estar atualizado sobre esta temtica, para que com base na tica profissional e nos princpios tcnico-cientficos que regem a fitoterapia e a suplementao nutricional. Assim, critrio e rigor cientfico direcionam a tomada da deciso clnica e interveno nutricional, caso necessrio.

    LEGISLAO EM FITOTERAPIA E SUPLEMENTAO NUTRICIONAL

    LEI n 8.234/1991: Regulamenta a profisso de Nutricionista e determina outras providncias. A prescrio de suplementao nutricional direito do profissional nutricionista na regulamentao profissional como uma das atribuies profissionais, desde que esteja relacionada com alimentao e nutrio humana, e necessria complementao da dieta.

    RESOLUO CNE/CES n 5/ 2001: Institui Dire-trizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Nutrio, as quais determinam que o Curso de Graduao em Nutrio deve ter como perfil profis-sional do formando, um nutricionista crtico em sua atuao profissional, que vise segurana alimentar e ateno diettica em todas as reas de atuao relacionadas alimentao e nutrio, objetivando promover, manter e recuperar a sade, assim como prevenir doenas, seja no mbito individual ou co-letivo, com base nos princpios ticos e levando em considerao as condies econmicas, polticas, sociais, culturais, considerando o estado nutricional do indivduo ou populao em questo, assim como planejar, prescrever, analisar, supervisionar e avaliar tanto a prescrio diettica como a de suplementa-o nutricional.

    RESOLUO CFN n 334/2004: Dispe sobre o Cdigo de tica do Nutricionista e d outras providncias. O Cdigo de tica deixa claro que o nutricionista como profissional da sade, baseado nos princpios da cincia da Nutrio, deve contribuir

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    para a sade do indivduo ou coletividade ao produzir conhecimento sobre a Alimentao e Nutrio nas diversas reas de atuao profissional, buscando continuamente o aperfeioamento tcnico-cientfico, pautado nos princpios ticos que regem a prtica profissional e do pesquisador.

    Com relao aos seus deveres, o nutricionista deve utilizar de todos os recursos disponveis ao seu alcance, para diagnstico e tratamento nutricional em benefcio do indivduo ou coletividade sob sua responsabilidade profissional. Assim como encami-nhar a outros profissionais legalmente habilitados os indivduos sob sua responsabilidade profissional, quando identificar que so necessrias atividades as-sistncias que fujam s suas atribuies.

    Avaliao e prescrio nutricional

    RE CFN n 306/2003: da competncia do nutricionista a solicitao de exames laboratoriais necessrios avaliao, prescrio e evoluo nutricional do cliente-paciente, levando em considerao os critrios tcnicos e cientficos de sua conduta, estando ciente de sua responsabilidade frente aos questionamentos tcnicos decorrentes. Assim como considerar diagnsticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre que necessrio, outros exames laboratoriais. E cujos mtodos e tcnicas tenham sido aprovados cientificamente.

    RE CFN n 417/2008: estabelece os procedimentos nutricionais para atuao do nutricionista, devendo ser adotada os procedimentos e respectivas definies que constam na Referncia Nacional de Procedimentos Nutricionais do Sistema CFN/CRN e nos temos a aprovao da Tabela Nacional de Procedimentos Nutricionais do Sistema CFN/CRN de acordo com a rea de atuao profissional.

    Segundo o Cdigo de tica do nutricionista, este s poder prescrever tratamento nutricional aps a avaliao pessoal presencial do indivduo sob sua

    responsabilidade profissional. fundamental que o profissional nutricionista analise, com rigor tcnico e cientfico, qualquer tipo de prtica ou pesquisa, podendo recusar sua utilizao se no estiver convencido de sua eficcia.

    Alm disso, este profissional deve assumir total responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou delegado, mesmo com solicitao ou consentimento do indivduo.

    No permitido ao nutricionista divulgar, fornecer, anunciar ou indicar produtos, ou marcas alimentares de empresas, atribuindo a estes produtos benefcios para a sade, sem que os mesmos tenham os devidos fundamentos cientficos ou de eficcia comprovada, mesmo que atendam legislao de alimentos vigentes ou produtos de fornecedores que no atendam s exigncias tcnicas e sanitrias cabveis (CDIGO DE TICA, Resoluo CFN N. 334/2004).

    RESOLUO CFN n 380/2005: Dispe sobre a definio das reas de atuao do nutricionista e suas atribuies, estabelece parmetros numricos de referncia, por rea de atuao e d outras providncias.

    Definies importantes de termos usados na prescrio nutricional e de suplementos nutricionais

    Complemento Nutricional: produto que possui a funo de complementar a dieta regular de uma pessoa saudvel, que apresenta algum dficit de nutrientes, e espera alcanar os valores da dose diria recomendada (DDR).

    Necessidades Nutricionais Especficas: quantidade de nutrientes e de energia nos alimentos que indivduos saudveis devem ingerir para satisfazer suas necessidades fisiolgicas, assim como prevenir doenas ocasionadas por possveis deficincias, ou para recuperar um estado de sade dependente de fatores nutricionais.

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    Suplementos Nutricionais: alimentos que podem complementar com calorias, ou outros nutrientes, a dieta diria de uma pessoa saudvel, quando sua ingesto, por meio da alimentao, insuficiente, ou quando suas necessidades encontram-se to elevadas que a dieta necessitar de suplementao (Resoluo CFN N. 380/2005).

    Suplementos so alimentos que podem complementar com calorias, ou outros nutrientes, a dieta diria de uma pessoa saudvel, quando sua ingesto, por meio da alimentao, insuficiente, ou quando suas necessidades encontram-se to elevadas que a dieta necessitar de suplementao de micronutrientes.

    Devem conter no mnimo 25% e no devem ultrapassar 100% da ingesto diria recomendada (IDR) de vitaminas e/ou minerais, mas no devem ser utilizados como substitutos dos alimentos ou utilizados de forma exclusiva.

    Legislao sobre suplementao nutricional

    RESOLUO CFN n 390 de 27 de outubro de 2006: Regulamenta a prescrio diettica de suplementos nutricionais pelo nutricionista e d outras providncias. Esta resoluo regulamenta a prescrio diettica, pelo nutricionista, de suplementos nutricionais.

    Deve-se respeitar os nveis mximos de segurana, regulamentados pela ANVISA e na falta destes, os definidos como Tolerable Upper Intake Levels (UL), tambm conhecidos como limite de Ingesto Mxima Tolervel, ou seja, a quantidade mxima diria de um nutriente que pode ser ingerida sem causar efeitos adversos sade da maioria da populao.

    Dessa forma, a prescrio de suplementos nutricionais, quando houver indicao de uso, dever ser realizada nos seguintes casos com base no diagnstico nutricional:

    I - estados fisiolgicos especficos;

    II - estados patolgicos;

    III - alteraes metablicas.

    O diagnstico nutricional deve estar fundamentado numa prvia avaliao nutricional sistematizada que envolve critrios objetivos e/ou subjetivos que permitam a identificao ou risco de deficincias nutricionais.

    O profissional nutricionista, ao realizar a prescrio diettica de suplementos nutricionais, dever:

    Considerar o indivduo integralmente e respeitar fatores como: condio clnica, fatores socioeconmicos, cultura e religio;

    Considerar os diagnsticos, laudos e pareceres realizados pelos profissionais da sade que avaliaram este indivduo, levando em considerao os diagnsticos e condutas em questo.

    Avaliar as carncias nutricionais que podem ocorrer por deficincia de consumo ou distrbios na biodisponibilidade;

    Considerar que, aps a correo de hbitos alimentares, este indivduo pode necessitar de suplementao nutricional para suprir possveis deficincias nutricionais

    Considerar que, alguns indivduos possuem algumas patologias em que h a necessidade de restries alimentares, ou de uma necessidade aumentada de determinados nutrientes

    Respeitar os princpios da biotica e das atribuies do profissional nutricionista;

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    Definir o perodo de utilizao do suplemento nutricional, bem como realizar periodicamente reavaliaes do estado nutricional e do plano alimentar.

    Fonte: http://brazil.indymedia.org/content/20 09/03/443802.shtml (Acesso em: 27 mai. 2014).

    Legislao aplicada fitoterapia

    A Fitoterapia um ramo da cincia que utiliza como medida teraputica o uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacuticas, porm sem o isolamento de substncias ativas, ainda que de origem vegetal, pela qual o nutricionista pode utiliz-la como ferramentas no tratamento de doenas que estejam associadas sua rea de atuao profissional. Estas ferramentas so classificadas em duas formas: como alimentos, na forma de plantas medicinais na forma in natura (a) e como droga vegetal (b) e como medicamentos, na forma de manipulados (c) e industrializados (d).

    O Consolidado de Normas da Coordenao de Fitoterpicos, Dinamizados e Notificados da ANVISA um documento que contm todas as legislaes sanitrias do Brasil sobre fitoterpicos e plantas medicinais.

    Existem duas formas de obteno dos fitoterpicos: manipulados ou industrializados. A manipulao de fitoterpicos feita em farmcias com autorizao da Vigilncia Sanitria, a partir de preparaes magistrais (elaboradas a partir de prescries mdicas, de nutricionistas, dentistas ou veterinrios) ou oficinais (inscrita no Formulrio Nacional ou em Formulrios Internacionais reconhecidos pela ANVISA).

    A resoluo de Diretoria Colegiada n. 67/07 a norma que regulamenta a manipulao e define as Boas Prticas de Manipulao de preparaes

    magistrais e oficinais. A Portaria 22, que foi seguida pela Portaria 6, publicada em 1995, RDC 17, publicada em 2000, a RDC 48, publicada em 16 de maro de 2004 e a norma vigente RDC 14/2010, publicada em 05 de abril de 2010 registra os medicamentos fitoterpicos, que possui regulamentao especfica desde 1967.

    A Resoluo do CFN n 402/2007, que regulamenta a prescrio pelo nutricionista de plantas in natura frescas ou como droga vegetal nas diferentes formas farmacuticas, alm de prover inteira liberdade constitucional para o exerccio das suas atividades profissionais legalmente fixadas em lei, estabelece:

    Art.3: o contedo obrigatrio da prescrio Fitoterpica, tais como: nomenclatura botnica, dosagem e frequncia de uso e o pargrafo nico estabelece as formas farmacuticas, exclusivamente de uso oral (infuso, decoco, tintura, alcoolatura e extrato).

    Art.6: o nutricionista no poder prescrever aqueles produtos cuja legislao vigente exija prescrio mdica.

    Art.7: o nutricionista somente poder prescrever aqueles produtos que tenha indicaes teraputicas relacionadas ao seu campo de atuao.

    Fonte: http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res /2007/res402.pdf (Acesso em: 27 mai. 2014

    Para dar base legal prescrio de medicamentos fitoterpicos pelo nutricionista, orientada pelo CFN a utilizao da Instruo Normativa n. 5, de 11 de dezembro 2008, da ANVISA, que determina a Lista de Medicamentos Fitoterpicos de Registro Simplificado, com 36 medicamentos industrializados e estabelece

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    quais so os de venda sob prescrio mdica e sem prescrio mdica. Cabe ressaltar que, com base nesta resoluo, no permitido ao nutricionista prescrever os fitoterpicos (sejam industrializados ou manipulados) que esto classificados nesta legislao sanitria como venda sob prescrio mdica.

    Assim, sendo de uso oral e estando relacionado com a rea de atuao do nutricionista, podem ser prescritos os demais, como prtica complementar atividade dietoterpica, desde que possuam comprovao de eficcia e segurana em humanos e em condies clnicas relacionadas com a rea de atuao do nutricionista.

    Por tratar-se de uma prtica recente formao do nutricionista, importante que o profissional busque capacitao complementar especfica para adoo da fitoterapia como ferramenta teraputica, e assim, obter conhecimentos tcnico-cientficos sobre sinnimos de plantas, nomenclatura botnica, partes utilizveis da planta, constituintes qumicos/metablitos secundrios, tipos de extratos vegetais, formas farmacuticas, indicaes de uso, dosagens, posologia, mecanismo de ao, precaues, advertncias, contraindicaes, interaes com nutrientes e medicamentos, reaes adversas e toxicidade.

    Para que seja feita a prescrio de forma racional de fitoterpicos, o profissional nutricionista deve-se certificar da eficcia e da segurana em humanos na condio clnica em questo e que pode ser feita atravs da:

    Existncia de ensaios clnicos em publicaes indexadas, em ordem decrescente de grau de evidncia: estudos de reviso sistemtica com ou sem meta-anlise (nvel I de evidncias); ensaios clnicos com mais de 1.000 pacientes (nvel II de evidncias); ensaios clnicos com menos de 1.000 pacientes (nvel III de evidncias); estudos de coorte no-randomizados (nvel IV de evidncias), estudos de caso-controle (nvel V de evidncias); sries de

    casos (nvel VI de evidncias), relatos de caso (nvel VII de evidncias), devendo-se preferir por estudos entre nvel I e nvel III de evidncias;

    Documentaes tcnico-cientficas oficial-mente reconhecidas, relacionadas na Instruo Nor-mativa n. 5 de 2010;

    Levantamentos bibliogrficos etnofarmacol-gicos;

    Informaes presentes na Lista de Registro Simplificado na Instruo Normativa n. 5 de 2008.

    Fitoterpicos que necessitam de prescrio mdica

    Tabela I - Lista de Registro Simplificado de Fitoterpicos

    Nomenclatura botnica

    Aesculus hippocastanum L.

    1

    Nome popular Castanha da ndia Parte usada Sementes

    Padronizao/Marcador Escina

    Formas de uso Extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Fragilidade capilar, insuficincia venosa

    Dose Diria 32 a 120 mg de escina

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Allium sativum L. 2

    Nome popular Alho

    Parte usada Bulbo

    Padronizao/Marcador Aliina ou Alicina

    Formas de uso Tintura, leo, extrato seco

    Indicaes / Aes teraputicas

    Coadjuvante no tratamento da hiperlipidemia e hipertenso arterial leve; preveno da aterosclerose

    Dose Diria Equivalente a 6-10 mg aliina

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

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    Nomenclatura botnica

    Aloe vera ( L.) Burm f. 3

    Nome popular Babosa ou loe

    Parte usada folhas - gel mucilaginoso

    Padronizao/Marcador 0,3% polissacardeos totais

    Formas de uso Creme, gel Indicaes / Aes teraputicas

    Tratamento de queimaduras trmicas (1 e 2 graus) e de radiao

    Dose Diria Preparao com 35 a 70% do gel duas vezes ao dia

    Via de Administrao Tpico

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Arctostaphylos uva-ursi Spreng.

    4

    Nome popular Uva-ursi

    Parte usada Folha

    Padronizao/Marcador Quinonas calculadas em arbutina

    Formas de uso Extratos, tinturas

    Indicaes / Aes teraputicas

    Infeces do trato urinrio

    Dose Diria 400 a 840 mg quinonas (arbutina)

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica; no utilizar continuamente por mais de 1 semana nem por mais de 5 semanas/ano; no usar em crianas com menos de 12 anos

    Nomenclatura botnica

    Calendula officinalis L. 5

    Nome popular Calndula Parte usada Flores

    Padronizao/Marcador Flavonoides totais expressos em quercetina ou hiperosdeos;

    Formas de uso Tintura, extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Cicatrizante, anti-inflamatrio

    Dose Diria 8,8-17,6 mg de flavonoides Via de Administrao Tpico

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Centella asiatica (L.) Urban, Hydrocotile asiatica L.

    6

    Nome popular Centela, ?Gotu kola? Parte usada Caule e Folhas Padronizao/Marcador cidos triterpnicos

    (asiaticosdeos, madecassosdeo)

    Formas de uso Extrato seco

    Indicaes / Aes teraputicas

    Insuficincia venosa dos membros inferiores

    Dose Diria 6,6-13,6 mg de asiaticosdeos

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Cimicifuga racemosa (L.) Nutt.

    7

    Nome popular Cimicfuga Parte usada Raiz ou rizoma

    Padronizao/Marcador 27-deoxyactena ou cido isoferlico

    Formas de uso Extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Sintomas do climatrio

    Dose Diria 1-8 mg de 27-deoxyactena Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Cynara scolymus L. 8

    Nome popular Alcachofra

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Cinarina ou Derivados do cido cafeoilqunico expressos em cido Clorognico

    Formas de uso Tintura, extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Colertico, colagogo

    Dose Diria 7,5 mg a 12,5 mg de cinarina ou derivados

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

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    Nomenclatura botnica

    Echinacea purpurea Moench

    9

    Nome popular Equincea

    Parte usada Caule e Folhas (partes areas) Padronizao/Marcador Derivados do cido cafeico -

    c. Clorognico, c. Chicrico Formas de uso Extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Preventivo e coadjuvante na terapia de resfriados e infeces do trato respiratrio urinrio

    Dose Diria 12-31 mg de cido Chicrico Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Ginkgo biloba L. 10

    Nome popular Ginkgo

    Parte usada Folhas, partes areas (caule e flores)

    Padronizao/Marcador Extrato a 24% ginkgoflavonoides (Quercetina, Kaempferol, Isorhamnetina), 6% de terpenolactonas (Bilobalide, Ginkgolide A,B,C,E)

    Formas de uso Extrato

    Indicaes / Aes teraputicas

    Vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de distrbios circulatrios; distrbios circulatrios perifricos (claudicao intermitente), insuficincia vascular cerebral

    Dose Diria 80-240 mg de extrato padronizado, em 2 ou 3 tomadas ou 28,8-57,6 mg de ginkgoflavonoides e 7,20-14,4 mg de terpenolactonas.

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Hypericum perforatum L.

    11

    Nome popular Hiprico

    Parte usada Partes areas

    Padronizao/Marcador Hipericinas totais

    Formas de uso Extratos, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Estados depressivos leves a moderados, no endgenos

    Dose Diria 0,9 a 2.7 mg hipericinas

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Matricaria recutita L. 12

    Nome popular Camomila Parte usada Captulos Padronizao/Marcador Apigenina -7 - glucosdeo

    Formas de uso Tintura, extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Antiespasmdico, anti-inflamatrio tpico, distrbios digestivos, insnia leve.

    Dose Diria 4 a 24 mg de Apigenina -7 - glucosdeo

    Via de Administrao Oral e tpico, tintura apenas tpico

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.

    13

    Nome popular Espinheira-Santa

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Taninos totais

    Formas de uso Extratos, tintura,

    Indicaes / Aes teraputicas

    Dispepsias, coadjuvante no tratamento de lcera gstrica

    Dose Diria 60 a 90 mg taninos / dia

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Melissa officinalis L. 14

    Nome popular Melissa, Erva-cidreira

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador cidos hidroxicinmicos calculados como cido rosmarnico

    Formas de uso Tintura, extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Carminativo, antiespasmdico, distrbios do sono

    Dose Diria 60-180 mg de cido rosmarnico

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    12

    Nomenclatura botnica

    Mentha piperita L. 15

    Nome popular Hortel-pimenta

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Mentol 30%-55% e mentona 14%-32%

    Formas de uso leo essencial Indicaes / Aes teraputicas

    Carminativo, expectorante, clicas intestinais

    Dose Diria leo 0,2g a 0,8 g Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Panax ginseng C. A. Mey.

    16

    Nome popular Ginseng

    Parte usada Raiz

    Padronizao/Marcador Ginsenosdeos

    Formas de uso Extratos, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Estado de fadiga fsica e mental, adaptgeno

    Dose Diria 5mg a 30 mg de ginsenosdeos totais (Rb1, Rg1)

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica (utilizar por no mximo 3 meses)

    Nomenclatura botnica

    Passiflora incarnata L. 17

    Nome popular Maracuj, Passiflora Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Flavonoides totais expressos na forma de isovitexina ou vitexina

    Formas de uso Tintura, extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Sedativo

    Dose Diria 25mg a 100 mg de vitexina/isovitexina

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Paullinia cupana H.B.&K.

    18

    Nome popular Guaran

    Parte usada Sementes

    Padronizao/Marcador Trimetilxantinas (cafena) Formas de uso Extratos, tinturas

    Indicaes / Aes teraputicas

    Astenia, estimulante do SNC

    Dose Diria 15 a 70 mg de cafena

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Peumus boldus Molina 19

    Nome popular Boldo, Boldo-do-Chile Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Alcaloides totais calculados como boldina

    Formas de uso Tintura e extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Colagogo, colertico, tratamento sintomtico de distrbios gastrointestinais espsticos

    Dose Diria 2 a 5 mg de boldina

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Pimpinella anisum L. 20

    Nome popular Erva-doce, Anis

    Parte usada Frutos

    Padronizao/Marcador Trans-anetol

    Formas de uso Tinturas, extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Antiespasmdico, carminativo, expectorante, distrbios disppticos;

    Dose Diria 0-1 ano: 16-45mg de trans-anetol; 1-4 anos: 32-90 mg de trans-anetol; adultos: 80-225mg de trans-anetol

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    13

    Nomenclatura botnica

    Piper methysticum Forst. f.

    21

    Nome popular Kava-kava

    Parte usada Rizoma

    Padronizao/Marcador Kavapironas Kavalactonas

    Formas de uso Extratos, tintura,

    Indicaes / Aes teraputicas

    Ansiedade, insnia, tenso nervosa, agitao

    Dose Diria 60-120 mg de kavapironas

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica - utilizar no mximo por 2 meses

    Nomenclatura botnica

    Rhamnus purshiana DC.

    22

    Nome popular Cscara Sagrada Parte usada Casca Padronizao/Marcador Cascarosdeo A Formas de uso Extratos,Tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Constipao ocasional

    Dose Diria 20-30 mg cascarosdeo A

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Salix alba L. 23

    Nome popular Salgueiro branco

    Parte usada Casca Padronizao/Marcador Salicina

    Formas de uso Extratos,

    Indicaes / Aes teraputicas

    Antitrmico, antiinflamatrio, analgsico

    Dose Diria 60-120 mg de salicina

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Senna alexandrina Mill.

    24

    Nome popular Sene

    Parte usada Folhas e frutos

    Padronizao/Marcador Derivados hidroxiantracnicos (calculados como senosdeo B)

    Formas de uso Extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Laxativo

    Dose Diria 10-30 mg de derivados hidroxiantracnicos (calculados como senosdeo B)

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Serenoa repens (Bartram) J.K. Small

    25

    Nome popular Saw palmetto

    Parte usada Frutos

    Padronizao/Marcador cidos graxos

    Formas de uso Extrato

    Indicaes / Aes teraputicas

    Hiperplasia benigna da prstata

    Dose Diria 272mg a 304 mg de cidos graxos

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Symphytum officinale L.

    26

    Nome popular Confrei Parte usada Partes areas e razes

    Padronizao/Marcador Alantona

    Formas de uso Extrato

    Indicaes / Aes teraputicas

    Cicatrizante

    Dose Diria Preparao com 5% a 20% da droga seca

    Via de Administrao Tpico

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica. Utilizar por no mximo 4-6 semanas / ano

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    14

    Nomenclatura botnica

    Tanacetum parthenium Sch. Bip.

    27

    Nome popular Tanaceto

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Partenoldeos

    Formas de uso Extratos, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Profilaxia da enxaqueca

    Dose Diria 0,2-1 mg de partenoldeos

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Zingiber officinale Rosc.

    28

    Nome popular Gengibre

    Parte usada Rizomas

    Padronizao/Marcador Gingerois (6-gingerol, 8-gingerol, 10-gingerol, 6-shogaol, capsaicin)

    Formas de uso Extratos

    Indicaes / Aes teraputicas

    Profilaxia de nuseas causada por movimento (cinetose) e ps-cirrgicas

    Dose Diria Crianas acima de 6 anos: 4-16mg de gingerois; adulto: 16-32mg de gingerois

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Valeriana officinalis 29

    Nome popular Valeriana

    Parte usada Razes

    Padronizao/Marcador Sesquiterpenos (cido valernico, cido acetoxivalernico)

    Formas de uso Extrato, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Insnia leve, sedativo, ansioltico

    Dose Diria 0,8-0,9 mg de sesquiterpenos Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Venda com prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Mikania glomerata Sprengl.

    30

    Nome popular Guaco

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador cumarina

    Formas de uso Extrato, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Expectorante, broncodilatador

    Dose Diria 0,525-4,89 mg de cumarina Via de Administrao oral

    Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Hamamelis virginiana 31

    Nome popular Hamamelis

    Parte usada Folha

    Padronizao/Marcador Taninos

    Formas de uso Extrato, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Hemorroidas - uso interno; hemorroidas externas, equimoses - uso externo

    Dose Diria 160-320 mg taninos

    Via de Administrao Oral e tpica

    Restrio de uso Venda com prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Polygala senega 32

    Nome popular Polgala

    Parte usada Razes

    Padronizao/Marcador Saponinas triterpenicas

    Formas de uso Extrato, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Bronquite crnica, faringite

    Dose Diria 18-33 mg de saponinas triterpenicas

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Sem prescrio mdica

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    15

    Nomenclatura botnica

    Eucalyptus globulus 33

    Nome popular Eucalipto

    Parte usada Folhas

    Padronizao/Marcador Cineol Formas de uso leo , extrato, tintura Indicaes / Aes teraputicas

    Antissptico e antibacteriano das vias areas superiores; expectorante

    Dose Diria 14 - 42,5 mg cineol

    Via de Administrao Oral

    Restrio de uso Sem prescrio mdica

    Nomenclatura botnica

    Arnica Montana 34

    Nome popular Arnica

    Parte usada Sumidades floridas Padronizao/Marcador Lactonas sesquiterpnicas

    totais

    Formas de uso Extrato, tintura

    Indicaes / Aes teraputicas

    Equimoses, hematomas, contuses em geral

    Dose Diria Tintura: 1 mg/ml de lactonas sesquiterpnicas, diluir de 3 a 10x; Cremes e pomadas : 0,20-0,25 mg/mg de lactonas sesquiterpnicas;

    Via de Administrao Tpica

    Restrio de uso Venda sem prescrio; no usar em ferimentos abertos

    Fonte: Adaptado da resoluo RE n 89, de 16 de maro de 2004.

    AVALIAO DO ESTADO NUTRICIONAL

    Avaliao do estado nutricional caracterizada, segundo a American Dietetic Association (1994), como a abordagem completa para determinar o estado nutricional de um indivduo. Os principais objetivos desta avaliao so:

    Identificar os indivduos que necessitam de interveno nutricional;

    Identificar as intervenes nutricionais e mdicas necessrias para recuperar ou manter o estado nutricional adequado do indivduo;

    Monitorar a eficcia das intervenes.

    Para a realizao desta avaliao, so necessrias 4 etapas diferentes:

    Anamnese dados pessoais, histrico clnico, comportamental, fatores socioeconmicos, culturais etc.;

    Avaliao Bioqumica exames laboratoriais;

    Avaliao Diettica ou consumo alimentar;

    Avaliao fsica, antropomtrica e de composio corporal;

    O estado nutricional expressa o grau no qual as necessidades fisiolgicas por nutrientes e energia esto sendo alcanadas. considerado estado nutricional adequado quando h o equilbrio entre ingesto e necessidades nutricionais mantendo a composio e funes adequadas do organismo. A alterao do estado nutricional contribui para o aumento da morbimortalidade dos indivduos.

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    16

    Estado nutricional no adequado pode ser dividido de duas formas:

    Desnutrio: tendncias a infeco, defici-ncia de cicatrizao, falncia respiratria, insuficin-cia cardaca etc.

    Obesidade: hipertenso, doenas cardiovas-culares, diabetes, hrnia de hiato etc.

    Desta forma, deve-se seguir todas as etapas da avaliao nutricional para um melhor diagnstico do estado nutricional e identificao dos principais problemas nutricionais do indivduo, no intuito de reverter, a partir da elaborao do plano nutricional, todos os erros alimentares.

    Anamnese

    A anamnese consiste em entrevista em que se procura levantar a histria clnica e alimentar do indivduo, levando em considerao fatores familiares, hbitos de vida, costumes religiosos, culturais e regionais. Algumas das informaes importantes para a anamnese esto listadas abaixo:

    Dados de identificao

    Objetivos

    Quadro de atividades

    Dados clnicos

    Antecedentes familiares

    Frmacos em uso

    Suplementos em uso

    Hbito intestinal e urinrio dirio

    Uso de bebida alcolica, refrigerantes e outros lquidos

    Ingesto de gua

    Avaliao do consumo alimentar

    Avaliao corporal

    Observaes relevantes

    Avaliao diettica

    A avaliao diettica realizada afim de se obter informaes sobre o consumo alimentar de uma pessoa. Na prtica clnica, a avaliao diettica realizada por meio de inquritos alimentares, ferramentas que consistem em entrevistas e questionrios para deteco de consumo alimentar em quantidades e qualidade da alimentao.

    Os inquritos alimentares oferecem algumas desvantagens como: Falta de confiabilidade (subestima ou superestima); Os mtodos geralmente no avaliam o habitual; a escolha errada do mtodo pode atrapalhar a avaliao; em todos os mtodos existem erros de mensurao. Alm disso, pacientes podem sentir dificuldades em responder aos questionamentos relativos sua prpria alimentao por motivos como:

    Falta de conhecimentos sobre os alimentos e as medidas normalmente utilizadas para o consumo destes;

    Inexperincia com o preparo dos alimentos;

    Pouca familiaridade com os ingredientes de preparaes consumidas;

    Desinteresse pelos aspectos da prpria alimentao;

    Falta de tempo e ateno ao responder o inqurito;

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    17

    Podemos dividir os mtodos de avaliao diettica em:

    Mtodos Retrospectivos: Avaliam o con-sumo alimentar do passado imediato ou de longo prazo. Vantagens: Fcil aplicao, pois exige pouco tempo do entrevistado (10 a 30 minutos), no inter-fere (modifica) o hbito alimentar, fcil treinamen-to do entrevistador e compreenso do entrevistado. Desvantagens: A qualidade da informao depende da memria do entrevistado, muitos indivduos tm dificuldades em estimar a poro consumida, no ca-racteriza a dieta habitual do indivduo, no podendo estabelecer a relao de causalidade.

    Mtodos Prospectivos: Registram o con-sumo alimentar do presente. Vantagens: Medem o consumo atual, so mais indicados para avaliar con-sumo individual e no dependem muito da memria do entrevistado. Desvantagem: Omisso de dados dos pacientes, pode induzir modificao do hbito alimentar.

    Mtodo de AvaliaoRetrospectivo ProspectivoRecordatrio 24 horas Registro alimentar

    Histria alimentar Mtodos de pesagem

    Questionrio de frequncia de consumo alimentar

    Anlise em duplicata

    Estes mtodos podem se classificados tambm em qualitativos e quantitativos

    Recordatrio 24h (mtodo quantitativo)

    O recordatrio 24h consiste em definir e quantificar todos os alimentos e bebidas ingeridas no perodo anterior entrevista (24 horas precedentes, ou o dia anterior). Desenvolvido por Bertha Burcke (1947), Mc Henry (1939) e Kruse et al (1940). Trata-se de uma entrevista pessoal, em que um indivduo treinado questiona sobre o consumo alimentar do dia anterior, assim como horrio das refeies e local.

    Exemplo:

    H

    Horrio e Local 7:00hsCasa

    Alimentos ou preparaes

    Po de forma 7 gros

    Quantidade 2 fatiasMarca Comercial WickboldObservao Po de forma sem casca

    Orientaes de preenchimento:

    No incio do recordatrio, o entrevistador deve perguntar ao entrevistado: Por favor me descreva todos os alimentos que voc comeu ontem, desde o momento que voc acordou at a hora que voc foi dormir.

    No esquecer de sempre questionar sobre acares, balas, doces, bebidas (gua e caf), bebidas alcolicas, forma de preparo das carnes, tipos de leite (integral, tipo B), adio de temperos salada.

    Histria alimentar (mtodo quantitativo)

    A histria alimentar consiste na descrio de todas as refeies e alimentos normalmente consumidos pelo paciente em dias passados no consecutivos. Trata-se de um mtodo de avaliao da dieta usual, sendo eliminadas as variaes do dia a dia. Este instrumento pouco difundido, mas com uma boa utilizao na prtica clnica permite conhecer o padro alimentar do indivduo e servir de base para a definio de planos de orientao diettica. Difcil aplicao, pois a maioria dos pacientes no possui lembrana exata de suas refeies de dias de semanas passadas.

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    18

    Refeies Horrio/ Local Alimentos/Preparaes/Quantidades

    Caf da manh

    Lanche

    Almoo

    Lanche

    Jantar

    Ceia

    Orientaes de preenchimento:

    No incio da histria alimentar, o entrevistador deve perguntar ao entrevistado: Por favor me descreva o que voc normalmente come ao acordar. Qual a quantidade? Mais alguma coisa? E depois?

    Questionrio de frequncia alimentar (QFA) (Mtodo qualitativo)

    O QFA um inqurito alimentar tambm desenvolvido por Bertha Burke (dcada 40). Foi criado para obteno de informao qualitativa ou semiquantitativa sobre o padro alimentar e a ingesto de alimentos ou nutrientes especficos dos indivduos.

    Exemplo:

    Fonte: retirado de http://www.gac-usp.com.br/resources/QFA%20-%202013.pdf. Acesso em 28/04/2014.

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    19

    O QFA apresenta como principais vantagens poder ser utilizado para avaliao da relao entre dieta e doena, permitir avaliar o consumo habitual do indivduo sem alterar o padro de consumo alimentar e um mtodo de baixo custo. As principais desvantagens do QFA so: depender da memria do entrevistado, necessita de tempo (30 minutos mnimo), no permite avaliao da adequao do consumo alimentar em quantidade, exige processos de validao, calibrao e reprodutibilidade para aplicao em diferentes populaes e deve ser especfico para idade e condies fisiolgicas e patolgicas.

    Registro alimentar (mtodo quantitativo)

    O registro alimentar um instrumento de avaliao do consumo alimentar muito utilizado na prtica clnica. Para sua realizao, o prprio indivduo entrevistado deve registrar durante alguns dias (3, 5 ou 7 dias) os alimentos consumidos com as respectivas quantidades (em gramas ou medidas caseiras). O preenchimento do registro alimentar deve ser realizado em dias no consecutivos e deve constar pelo menos um dia do fim de semana para se aumentar a acurcia da avaliao.

    Exemplo:

    ESTE O FORMULRIO DE REGISTRO ALIMENTAR QUE VOC PREENCHER DURANTE 3 DIAS, SENDO 1 DIA DE FINAL DE SEMANA E 2 DIAS DURANTE A SEMANANeste formulrio coloque todos os alimentos e bebidas que voc ingerir no decorrer de cada dia, inclusive balas, chicletes, refrigerante, suco. Sugerimos que, tenha esse formulrio sempre a mo durante todo o dia para facilitar as anotaes e nenhum dado ser perdido, pois o preenchimento correto deste registro imprescindvel para que sua avaliao nutricional seja completa.

    DIA HORA LOCAL (Ex: casa, escola, trabalho, restaurante)

    QUANTIDADE (Ex: colher de sopa, copo, concha, unidade, prato, mL, grama, pacote, dose, escumadeira, xcara etc..)

    NOME DO ALIMENTO E TIPO DE PREPARAO (Ex: bife milanesa, macarro com molho branco, brcoli refogado com manteiga etc..)

    OBSERVAES (Ex: se light ou diet e marca do produto quando possvel)

    As principais vantagens do registro alimentar so: O consumo anotado pelo prprio paciente e no depende necessariamente da memria deste. As desvantagens encontradas neste mtodo so: O consumo pode ser alterado, pois o indivduo sabe que est sendo avaliado, depende mais da dedicao do entrevistado, muitos encontram dificuldade em estimar pores e sobras, indivduos analfabetos so impossibilitados de preencher o inqurito.

    Mtodo de pesagem e anlise de duplicatas

    O mtodo de pesagem e anlise de duplicatas so mtodos utilizados normalmente na pesquisa cientfica e muito difceis de realizao na prtica clnica. O mtodo de pesagem consiste em pesar todos os alimentos consumidos para estabelecer o consumo alimentar exato e a anlise de duplicatas consiste em analisar bromatologicamente todas as refeies, coletando exatamente a mesma quantidade de tipo de alimento para a anlise.

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    20

    Avaliao bioqumica

    A avaliao bioqumica realizada a partir de exames laboratoriais que podem indicar problemas de sade ocasionados por carncias nutricionais. Os exames laboratoriais mais solicitados na prtica clnica so os relacionados ao metabolismo de carboidratos e lipdios.

    Avaliao bioqumica do metabolismo de carboidratos

    Os exames relacionados ao metabolismo de carboidratos incluem dosagens sanguneas de glicose, hemoglobina glicosilada e insulina e so utilizadas na

    deteco de diabetes, resistncia insulina e doenas relacionadas ao metabolismo da glicose.

    Glicose Sangunea em Jejum

    A glicemia de jejum serve para diagnstico e moni-toramento teraputico de Diabetes Mellitus. Tambm pode ser utilizado para diagnstico diferencial das aci-doses metablicas, desidrataes e hipoglicemias.

    Glicose ps-prandial

    Coleta de sangue e dosagem da glicemia 2 horas aps a ingesto de 75g de dextrosol ou do consumo de dieta padro definida pelo mdico.

    Valores de glicose plasmtica (mg/ dL) para diagnstico de DM e seus estgios pr-clnicos.

    CATEGORIA JEJUM 1 PS PRANDIAL

    CASUAL2

    GLICEMIA NORMAL < 100 < 140 ---------TOLERNCIA GLICOSE DIMINUDA

    110 a 126 140 a 200 ---------

    DM 126 200 200 (com sintomas clssicos 3)

    1. Jejum definido como a falta de ingesto calrica por no mnimo 8hs.2. Glicemia plsmatica casual definida como aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a ltima refeio3. Os sintomas clssicos de Dm incluem poliria, polidispsia e perda enexplicvel de peso.Nota: o diagnstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetio do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequvoca com descompenso metablica aguda ou sintomas bvios de DM.

    Hemoglobina Glicosilada

    Reflete a concentrao mdia de glicose circulante nos ltimos 2 a 3 meses que precedem o exame. No deve-se utilizar em pacientes com Hemoglobinopatias. Valores de referncia (WALLACH, 2003) 5,0 a 8,0% da hemoglobina total.

    Frutosamina

    A dosagem de frutosamina no sangue pode ser utilizada como monitoramento a curto prazo do controle da glicemia em diabticos. Pode ser utilizado por pacientes com hemoglobinopatias. Valores de referncia (WALLACH, 2003) 1,8 a 2,8mmol/L.

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    21

    Teste de tolerncia oral glicose (Curva Glicmica)

    A curva glicmica deve ser utilizada em pacientes que encontram-se com glicemia de jejum no limite estabelecido e apresentam sintomas clssicos associados. O objetivo deste exame : confirmar ou excluir diagnstico de DM, explorar glicosria sem hipoglicemia, oferecer diagnstico de DM gestacional. Para realizao deste exame, o paciente deve estar em jejum mnimo de 10 horas, consumir dieta rica em carboidratos 3 dias antes. Curvas anormais (no crescentes e posteriormente decrescentes) podem indicar distrbios como Sndrome de Cushing, feocromocitoma ou acromegalia.

    Coleta de amostras de sangue conforme tipo de curva glicmica:

    Curva Glicmica Tempos de ColetaClssica Basal, 30, 60, 90

    e 120 minutos

    Simplificada em gestantes Basal e 60 minutosClssica em gestantes Basal, 60, 120 e

    180 minutosVariada Tempo conforme

    pedido mdico

    Prolongada Basal, 30, 60, 120, 180, 240 e 300 minutos

    Fonte: Adaptado de Lima (2001)

    Avaliao bioqumica do metabolismo de lipdios

    A avaliao bioqumica de lipdios sricos est relacionado diretamente com o diagnstico ou risco para doenas cardiovasculares (DCV) e dislipidemias. As principais determinaes bioqumicas realizadas so:

    Colesterol total (CT)

    Colesterol ligado HDL ou HDL - colesterol (HDL-C)

    Triglicerdeos (TG)

    Colesterol ligado LDL ou LDL-colesterol (LDL-C)

    Classificao das Dislipdemias:

    a) Hipercolesterolemia isolada: Elevao isolada do LDL-C ( 130 mg/dL).

    b) Hipertrigliceridemia isolada: Elevao isolada dos TG ( 130 mg/dL).

    c) Hiperlipidemia mista: Valores aumentados de ambos LDL-C ( 130 mg/dL) TG ( 130 mg/dL).

    d) HDL-C baixo: Reduo do HDL-C (homens < 45 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associao com aumento de LDL-C ou TG.

    Fonte: Rossi (2009).

    Para a coleta de sangue para determinao destes parmetros, deve-se observar as seguintes recomendaes:

    Jejum de 12 a 14 horas

    72 horas sem ingesto de lcool

    24 horas sem atividade fsica vigorosa

    Avaliao antropomtrica

    A avaliao antropomtrica caracterizada como a medida do tamanho corporal e suas propores. As principais medidas utilizadas para esta avaliao so: peso, estatura, dobras cutneas e circunferncias. Essas medidas em conjunto so utilizadas para clculo de ndices e indicadores que so importantes para a avaliao final do estado nutricional.

    NDICES combinaes de medidas.

    INDICADORES interpretao dos ndi-ces.

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    Tcnicas de tomada de medida, ndices e indicadores

    Peso

    Peso: somatria de todos os componentes corporais, reflete o equilbrio proteico energtico do indivduo

    Equipamento: balana calibrada de plata-forma ou eletrnica.

    Tcnica: Indivduo posicionado em p, no centro da balana, descalo e com roupas leves.

    Peso Usual ou Habitual: utilizado como referncia na avaliao das mudanas recentes de peso e em casos de impossibilidade de medir o peso atual.

    Peso Ideal ou Desejvel: Peso utilizado para estimar um peso ideal do indivduo. Para estabelecer o peso ideal, utiliza-se o IMC ideal como base. Exemplo:

    Homens = 22 kg/m2. Para o clculo do peso ideal, utiliza-se a seguinte frmula: 22 X Altura2

    Mulheres = 21 kg/m2. Para o clculo do peso ideal, utiliza-se a seguinte frmula: 21 X Altura2

    Peso Ajustado: Utilizado para a determinao da necessidade energtica e de nutrientes. Deve ser utilizado quando a adequao do peso encontra-se inferior a 95% ou superior a 155%.

    ADEQUAO DO PESO (%) = (PESO ATUAL X 100) PESO IDEAL

    PESO AJUSTADO = (PESOIDEAL - PESOATUAL) x 0,25 + PESOATUAL

    ADEQUAO DE PESO (%)

    ESTADO NUTRICIONAL

    < 70 Desnutrio grave

    70,1 80 Desnutrio moderada80,1 90 Desnutrio leva90,1 110 Eutrofia110,1 120 Sobrepeso

    > 120 Obesidade

    Fonte: Blackburn e Thorton (1979)

    Perda de peso involuntria: Indicador im-portante para avaliar a gravidade de um problema de sade.

    Significado da perda de peso em relao ao tempo

    PERDA DE PESO (%) = (PESO USUAL PESO ATUAL) X 100 PESO USUAL

    TEMPO PERDA SIGNIFICATIVA DE PESO

    PERDA GRAVE DE PESO

    1 semana 1% a 2% > 2%

    1 ms 5% > 5%

    3 meses 7,5% > 7,5%

    6 meses 10% > 10%

    Fonte: Blackburn e Thorton (1977)

    Estatura

    A estatura reflete inadequaes nutricionais de carter crnico.

    Equipamento: Estadimetro ou antropme-tro crianas > de 2 anos, adolescentes e adul-tos. Infantmetro comprimento criana at 2 anos.

    Tcnica: Descalo, vestindo roupas leves visualizao do contorno do corpo evitando possveis desvios.

    Ps paralelos com a parte interna dos calcanhares e joelhos se tocando distribuio do corpo em ambos os ps.

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    Corpo ereto com os braos relaxados.

    Posicionar 5 pontos anatmicos na superfcie posterior do estadimetro ou na parede ou no mnimo 3 pontos.

    Cabea posicionada pelo plano de Frankfurt margem inferior da abertura do orbital e margem superior do condutor auditivo externo em uma mesma linha horizontal.

    IMC

    ndice de massa corprea, reflete a quantidade de massa por metro quadrado de um indivduo.

    IMC (kg/m2) = PESO ALTURA2

    Classificao do estado nutricional segundo IMC e riscos de doenas crnicas

    IMC (kg/m2) Estado Nutricional

    Risco de Doenas Crnicas

    < 18,4 Baixo peso Baixo risco18,5 24,9 Eutrofia Sem risco25 29,9 Pr Obesidade

    ou SobrepesoRisco aumentado

    30 34,9 Obesidade Grau I Moderado

    35 39,9 Obesidade Grau II Severo

    >40 Obesidade Grau III Muito Severo

    Adaptado de OMS (2000)

    O IMC o ndice mais utilizado na atualidade para avaliao do estado nutricional. Entretanto, possui limitaes e pode sub ou superestimar o resultado em algumas situaes. Abaixo, listamos as principais vantagens e desvantagens do IMC:

    Vantagem:

    No invasivo

    Baixo custo operacional

    Execuo fcil

    Diagnstico rpido

    Alta correlao com massa corporal

    Desvantagem:

    No distingue peso associado com a massa magra e massa gorda.

    Circunferncias e permetros

    As circunferncias ou permetros corporais indi-cam a juno de massa adiposa, massa muscular e tamanho sseo.

    Equipamento: Fita antropomtrica inelstica flexvel.

    Tcnica geral:

    Exercer leve presso sobre a pele.

    No deixar o dedo entre a fita e a pele.

    Sempre que possvel medir sobre a pele nua.

    Circunferncia do punho:

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    A circunferncia do punho um importante Indicador de crescimento e seu valor aliado estatura fornece o tamanho da ossatura a partir da compleio fsica.

    Tcnica:

    Brao em posio supina

    Punho direito medir na regio imediata aps os processos estilides da ulna e do rdio.

    Compleio ssea

    Compleio = Altura (cm) Circ punho (cm)

    Circunferncia do Brao:

    Representa a soma das reas constitudas pelos tecidos sseos, muscular e gordura do local.

    Tcnica:

    Em p, brao fletido em direo ao trax, formando um ngulo de 90;

    Marcar o ponto mdio entre o acrmio e o olcrano;

    Relaxar o brao e circundar o permetro com a fita, sem comprimir as partes moles.

    Adequao da circunferncia do brao (CB)

    ADEQUAO DA CB (%) = CB obtida (cm) x 100 CB percentil 50* (cm)

    Estado nutricional segundo circunferncia do brao

    DESNUTRIO GRAVE < 70%

    DESNUTRIO MODERADA

    70% 80%

    DESNUTRIO LEVE 80% 90%EUTROFIA 90% 110%

    SOBREPESO 110% 120%

    OBESIDADE > 120%

    Circunferncia Muscular do Brao (CMB):

    Avalia a reserva de tecido muscular sem correlao da rea ssea.

    CMB (cm) = CB (cm) - X DCT(mm) 10

    < 5 Dficit de massa magrap5 - p10 Risco de dficit de

    massa magra

    p10 - p90 Normalidade

    > p90 Musculatura desenvolvida

    Fonte: Frisancho (1990)

    Adequao da CMB

    ADEQUAO DA CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100 CMB percentil 50 (cm)

    COMPLEIO PEQUENA MDIA GRANDEHOMENS > 10,4 9,6 A 10,4 < 9,6

    MULHERES >10,9 9,4 A 10,9 < 9,4

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    Estado nutricional segundo circunferncia do brao

    Desnutrio Grave

    Desnutrio Moderada

    Desnutrio Leve

    Eutrofia

    < 70% 70% - 80% 80% - 90% 90% - 110%

    Fonte: Black e Thorton (1979)

    Circunferncia do Quadril:

    Dado utilizado para a identificar o tipo de distribui-o de gordura na razo cintura quadril.

    Tcnica:

    Indivduo em p, lateralmente em relao ao avaliador;

    Circundar o permetro com a fita no nvel de maior protuberncia posterior dos glteos.

    Circunferncia do Abdmen:

    Tcnica:

    Indivduo em p, de frente ao avaliador;

    Circudar o permetro com a fita na altura da cicatriz umbilical ou ponto de maior permetro do tronco.

    Circunferncia Abdominal:

    Valor absoluto sugerido como forma de avaliar risco para sade devido acmulo de gordura na regio central do corpo.

    Classificao de risco de obesidade associada com complicao metablicas OMS (1997)

    Risco de obesidade associada com complicaes metablicas a partir da circunferncia abdominalSexo Aumento Muito Aumentado

    Homens > 94 cm > 102 cm

    Mulheres > 80 cm > 88 cm

    Fonte: OMS (1997)

    Risco de doenas cardiovasculares segundo a circunferncia abdominalRisco DCV Circunferncia (cm)

    Homens Mulheres

    Sem risco < 94 < 80Risco aumentado > 94 > 80Risco muito aumentado

    > 102 > 88

    Fonte: OMS (2000)

    Circunferncia da Cintura:

    Acompanha as variaes na distribuio de gordura corporal.

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    Tcnica:

    Indivduo em p, de frente ao avaliador.

    Marcar o ponto mdio entre o ltimo arco costal e a crista ilaca.

    Circundar o permetro com a fita e fazer a leitura no final de uma expirao normal.

    Relao ou ndice Cintura Quadril (RCQ):

    Identifica a deposio de gordura corporal na regio central do corpo;

    Vantagens medida simples, baixo custo e alta predio de doenas crnicas no transmissveis (enfermidades cardiovasculares, cerebrovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de cncer).

    Tipos fsicos baseados na distribuio da gordura corporal:

    Tipo Andride (Maa): Obesidade central ou visceral.

    Acmulo de gordura na regio abdominal locali-zada entre os rgos e tecido subcutneo.

    Reflete um perfil metablico alterado associado maior ocorrncia de doenas crnicas.

    Tipo Ginide (Pra): Obesidade de membros inferiores ou perifricos.

    Acmulo de gordura na regio glteo-femoral (quadril, ndegas e pernas) mais observado no sexo feminino.

    RCQ = circunferncia da cintura (cm) cirunferncia do quadril (cm)

    Valores de referncia que indicam risco: Bray e Gray (1986)

    Risco de alteraes metablicas segundo a relao cintura e do quadril (RCQ)

    SexoRisco de alterao MetablicaIdade Baixo Moderado Alto Muito Alto

    Homens

    20-29 < 0,83 0,83 - 0,88 0,89 - 0,94 > 0,9430-39 < 0,84 0,84 - 0,91 0,92 - 0,96 > 0,9640-49 < 0,88 0,88 - 0,95 0,96 - 1,00 > 1,0050-59 < 0,90 0,90 - 0,96 0,97 - 1,02 > 1,02

    60-69 < 0,91 0,91 - 0,98 0,99 - 1,03 > 1,03

    Mulheres

    20-29 < 0,71 0,71 - 0,77 0,78 - 0,82 > 0,8230-39 < 0,72 0,72 - 0,78 0,79 - 0,84 > 0,8440-49 < 0,73 0,73 - 0,79 0,80 - 0,87 > 0,8750-59 < 0,74 0,74 - 0,81 0,82 - 0,88 > 0,8860-69 < 0,76 0,76 - 0,83 0,84 - 0,90 > 0,90

    Fonte: Bray e Gray (1986)

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    Circunferncia da Coxa:

    Coxa proximal - Tcnica:

    Indivduo em p, circundar o permetro da coxa, imediatamente abaixo da prega gltea.

    Coxa Medial - Tcnica:

    Indivduo em p, com os ps levemente afastados e peso distribudo entre eles.

    Marcar o ponto mdio entre a linha inguinal e a borda superior da patela e circundar o permetro com a fita.

    Circunferncia da perna ou panturrilha:

    Tcnica:

    Indivduo em p, com as pernas levemente afastadas.

    Circundar a fita no maior permetro da perna.

    Dobras cutneas

    As dobras cutneas so utilizadas para estimar a quantidade de gordura corporal subcutnea, a partir de equaes de regresso propostas. Tambm podem ser indicadores individuais, levando em considerao parmetros j estipulados de dobras de acordo com o percentil para idade e gnero.

    Vantagens: No invasivo, relativo baixo custo operacional, correlao com a reserva de gordura local e total.

    Desvantagens: Grande variabilidade existente inter e intra-avaliador e no so consistentes em situaes de obesidade mrbida e edema.

    EQUIPAMENTO: adipmetro, plicmetro ou compasso de dobras cutneas.

    TCNICAS GERAIS:

    Indivduo em p, com os braos relaxados e estendidos ao longo do corpo

    Identificar e marcar o local a ser medido hemicorpo direito ou no no dominante.

    Segurar firmemente a dobra formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador da mo esquerda a 1 cm do ponto marcado.

    Pinar a dobra com o adipmetro exatamente no local marcado, formando um ngulo de 90, perpendicular dobra.

    Manter a dobra entre os dedos at o trmino da aferio.

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    Soltar a presso das hastes do compasso lentamente.

    A leitura dever ser realizada em 2 a 3 segundos no milmetro mais prximo. Manter a dobra pressionada durante a aferio.

    Realizar a tomada das dobras no mnimo 3 vezes, no consecutivas, isto , mensurar de forma rotativa.

    Dobra Cutnea Tricipital (DCT):

    Tcnica:

    Paciente em p, brao fletido em direo ao trax, formando um ngulo de 90;

    Marcar na parte posterior do antebrao, sobre o msculo tricipital, o ponto mdio entre o acrmio e o olcrano;

    Paciente dever relaxar o brao ao longo do corpo;

    Segurar a dobra 1cm acima do local marcado;

    Pinar a dobra, no local marcado, com adipmetro;

    Realizar a leitura.

    Dobra Cutnea Biciptal (DCB):

    Tcnica:

    Paciente em p, com a palma da mo voltada para fora;

    Marcar na parte anterior do antebrao, na linha da marcao para a dobra tricipital;

    Segurar a dobra 1cm acima do local marcado;

    Pinar a dobra, no local marcado, com adipmetro;

    Realizar leitura.

    Dobra Cutnea Subescapular (DCSE):

    Tcnica:

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    Paciente em p, de costas para o avaliador, com os braos e ombros relaxados;

    Marcar o local logo abaixo do ngulo inferior a escpula;

    Segurar a dobra 2 cm do local marcado de tal forma que se possa observar um ngulo de 45 entre a dobra e a coluna vertebral;

    Pinar a dobra, no local marcado, com o adipmetro;

    Realizar a leitura.

    Dobra Cutnea Suprailaca (DCSI):

    Tcnica:

    Marcar o local obliquamente em relao ao eixo longitudinal, no ponto mdio entre o ltimo arco costal e a crista ilaca, sobre a linha axilar medial;

    Afastar o brao do paciente para trs para permitir a execuo da medida;

    Segurar a dobra 1 cm do local marcado;

    Pinar a dobra, no local marcado, com o adipmetro;

    Realizar a leitura.

    Dobra Cutnea Abdominal (DCA):

    Tcnica:

    Marcar o local 2 cm direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal;

    Segurar a dobra 1 cm acima do local marcado;

    Pinar a dobra, no local marcado, com o adipmetro;

    Realizar a leitura.

    Dobra Cutnea da Coxa (DCC):

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    Tcnica:

    Deslocar o membro inferior direito do paciente frente, com uma semi-flexo do joelho, mantendo o peso do corpo no membro esquerdo;

    Marcar o local paralelamente ao eixo longitudinal sobre o msculo reto femoral:

    Guedes (1985) DCC Proximal 1/3 da distncia do ligamento inguinal e a borda superior da patela.

    Pollock e Wilmore (1993) DCC Medial 1/2 da distncia do ligamento inguinal e a borda superior da patela.

    Segurar a dobra 1 cm acima do local marcado;

    Pinar a dobra, no local marcado, com o adipmetro;

    Realizar a leitura.

    Dobra Cutnea da Torcica (DCTc):

    Tcnica:

    Marcar obliquamente em relao ao eixo longitudinal:

    Mulher 1/3 da distncia entre a linha axiliar anterior e o mamilo.

    Homem 1/2 da distncia entre a linha axiliar anterior e o mamilo.

    Segurar a dobra 1 cm acima do local marcado;

    Pinar a dobra, no local marcado, com o adipmetro;

    Realizar a leitura.

    O clculo do percentual de gordura corporal a partir das dobras cutneas pode ser estimado por equaes que levam em considerao a densidade corporal. Duas frmulas so capazes de fazer a estimativa:

    SIRI (1961) % G = ( 4,75 4,5) X 100 D

    BROZEK et al (1963) % G = ( 4,75 4,242) X 100 D

    O clculo de densidade corporal pode ser estabelecido por meio de diversas frmulas que utilizam diferentes dobras cutneas.

    A seguir segue alguns exemplos de dobras cutneas:

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    Clculo da densidade corporal (mulher adulta)

    a) D = 1,0994921 - 0,0009929 (X1) + 0,0000023 (X1)2 - 0,0001395 (X2)b) D = 1,21389 - 0,04057 (log X1) - 0,00016 (X2)c) D = 1,1466399 - 0,0009300 (X1) + 0,0000028 (X1)2 - 0,0006171 (X3)d) D = 1,23824 - 0,03248 (logX1) - 0,00067 (X3)e) D = 1,1470292 - 0,0009376 (X1) + 0,0000030 (X1)2 - 0,0001156 (X2) - 0,0005839 (X3)f) D = 1,23530 - 0,03192 (log X1) - 0,00013 (X2) - 0,00062 (X3)

    D: densidade corporalX1: soma das dobras cutneas (mm) tricipital, supra-ilaca e coxaX2: idade (anos)X3: circunferncia do quadril (cm)

    Fonte: Jackson; Pollonck; Ward 1980.

    Clculo da densidade corporal (homem adulto)

    a) D = 1,1093800 - 0,0008267 (X1) + 0,0000016 (X1)2 - 0,0002574 (X2)b) D = 1,0990750 - 0,0008209 (X1) + 0,0000026 (X1)2 - 0,0002017 (X2) - 0,005675 (X3) + 0,018586 (X4)c) D = 1,18860 - 0,03049 (log X1) - 0,00027 (X2)d) D = 1,15737 - 0,02288 (log X1) - 0,00019 (X2) - 0,0075 (X3) + 0,0223 (X4)

    D: densidade corporalX1: soma das dobras cutneas (mm) coxa, txax e abdomenX2: idade (anos)X3: circunferncia da cintural (cm)X4: circunferncia do antebrao (cm)

    Fonte: Jackson; Pollonck 1978.

    Classificao da porcentagem de gordura por quaisquer equao Lohman et al (1992)

    Valores de referncia para percentuais de gordura corporal para homens e mulheres adultos

    CLASSIFICAO HOMEM (%) MULHER (%)Risco de doenas e desordens associada desnutrio 5 5Abaixo da mdia 6 - 14 9 -22

    Mdia 15 23

    Acima da mdia 16 - 24 24 -31

    Risco de doenas associadas obesidade 25 32

    Fonte: Lohman et al, (1992).

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    NECESSIDADES E RECOMENDAES NUTRICIONAIS

    Para melhor elaborao de um plano alimentar, devemos calcular as necessidades energticas e de nutrientes para cada indivduo. Atualmente temos vrias referncias que nos indicam como calcular as necessidades. Para este captulo, utilizamos as referncias propostas pela FAO/OMS e pelas DRIs.

    Necessidades Energticas

    Os mtodos disponveis para medir o gasto de energia de forma precisa geralmente no so viveis na prtica clnica, pelo seu acesso e custo. Desta forma, para clculo das necessidades energticas totais, utiliza-se na prtica clnica frmulas que contribuem para estipular a necessidade de energia.

    As necessidades energticas totais so compostas pelos valores da Taxa Metablica Basal (TMB), o gasto energtico promovido pelas atividades fsicas dirias e o efeito trmico dos alimentos. Desta forma, podemos caracterizar estes itens da seguinte forma:

    Taxa Metablica Basal (TMB)

    Quantidade de energia necessria para manuteno das funes vitais do organismo, sendo medida em condies padro de jejum, repouso fsico e mental em ambiente tranquilo com controle de temperatura, iluminao e sem rudo (Harris & Benedict, 1919).

    *Principal componente do gasto energtico dirio*

    50 - 70% do total de energia gasta diariamente

    Efeito Trmico dos Alimentos

    Elevao da TMB ocorrida aps a ingesto de uma refeio.

    5 - 10% do gasto energtico total de energia

    Fator Atividade

    Conjunto de atividades fsicas dirias que incluem desde tarefas domsticas at exerccios fsicos intensos: mais varivel, pois pode contribuir com 5 a 40% do consumo energtico dirio. Desta forma, o clculo utilizado para estimar as necessidades energticas dirias :

    Para clculo da TMB, encontram-se disposio frmulas que so estimadas por meio do peso corporal dos indivduos, entretanto algumas delas levam em considerao tambm a estatura, a idade e o gnero.

    A frmula abaixo foi extrada segundo recomendao das DRIs, para clculo da TMB:

    VCT = TMB X FA + EFT (10% do TMB)

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    EQUAO DA TMB PROPOSTA PELO COMIT DA DRI DE ENERGIATMB HOMENS COM IMC ENTRE 18,5 E 40Kg/m2

    TMB (Kcal/dia) = 293 3.8 X idade (anos) + 456.4 X estatura (m) + 10.12 X peso (Kg)TMB MULHERES COM IMC ENTRE 18,5 E 40Kg/m2

    TMB (Kcal/dia) = 247 2.67 X idade (anos) + 401.5 X estatura (m) + 8.6 X peso (Kg)

    Aps o clculo da TMB, deve-se determinar o melhor NAF (nvel de atividade fsica) para cada indivduo, de acordo com suas atividades dirias:

    Nvel de atividade fsica (NAF) Atividade fsicaSedentrio( 1 < 1,4)

    Trabalhos domsticos de esforo leve a moderado, caminhadas para atividades relacionadas com o cotidiano, ficar sentado por vrias horas.

    Leve( 1,4 < 1,6)

    Caminhadas (6,4 km/h), alm das mesmas atividades relacionadas ao NAF sedentrio.

    Moderado( 1,6 < 1,9)

    Ginstica aerbica, corrida, natao, jogar tnis, alm das mesmas atividades relacionadas ao NAF sedentrio.

    Intenso( 1,9 < 2,5)

    Ciclismo de intensidade moderada, corrida, pular corda, jogar tnis, alm de atividades relacionadas ao NAF sedentrio.

    Nutrientes

    Aps a determinao das necessidades energticas dirias, deve-se distribuir as calorias por macronutrientes de forma balanceada. Os intervalos de distribuio aceitveis dos macronutrientes (AMDR) carboidratos, protenas, gorduras totais, cido linoleico e cido linolnico para indivduos foram estabelecidos, segundo tabela abaixo:

    Nutriente AMDR %Carboidratos 45 a 65Protenas 10 a 35

    Gorduras Totais 20 a 35

    mega 6 5 a 10

    mega 3 0,6 a 1,2

    Em relao necessidade de micronutrientes, as DRIs podem ser utilizadas para estabelecer o planejamento de dietas para indivduos, afim de atender suas necessidades nutricionais.

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    Valores de Ingesto Diettica de Referncia (Dietary Reference Intakes - DRIS) - Vitaminas Lipossolveis

    Idade (anos)

    Vitamina A (mcg/dia) Vitamina D (mcg/dia) Vitamina E (mg/dia) Vitamina K (mcg/dia)EAR RDA UL AI UL EAR RDA UL AI UL

    Homens

    19 a 30 625 900 3.000 5 50 12 15 1.000 120 ND

    31 a 50 625 900 3.000 5 50 12 15 1.000 120 ND

    51 a 70 625 900 3.000 10 50 12 15 1.000 120 ND

    71 e mais 625 900 3.000 15 50 12 15 1.000 120 ND

    Mulheres

    19 a 30 500 700 3.000 5 50 12 15 1.000 90 ND

    31 a 50 500 700 3.000 5 50 12 15 1.000 90 ND

    51 a 70 500 700 3.000 10 50 12 15 1.000 90 ND

    71 e mais 500 700 3.000 15 50 12 15 1.000 90 ND

    Gestantes

    19 a 30 550 770 3.000 5 50 12 15 1.000 90 ND

    31 a 50 550 770 3.000 5 50 12 15 1.000 90 ND

    Lactantes

    19 a 30 900 1.300 3.000 5 50 16 19 1.000 90 ND

    31 a 50 900 1.300 3.000 5 50 16 19 1.000 90 ND

    Valores de Ingesto Diettica de Referncia (Dietary Reference Intakes - DRIS) - Vitaminas HidrossolveisIdade (anos)

    Tiamina (mg/dia) Riboflavina (mg/dia) Niacina (mg/dia) Vitamina B6 (mg/dia) Folato (mcg/dia)EAR RDA UL EAR RDA UL EAR RDA UL EAR RDA UL EAR RDA UL

    Homens

    19 a 30 1 1,2 ND 1,1 1,3 ND 12 16 35 1,1 1,3 100 320 400 1.000

    31 a 50 1 1,2 ND 1,1 1,3 ND 12 16 35 1,0 1,3 100 320 400 1.000

    51 a 70 1 1,0 ND 1,1 1,3 ND 12 16 35 1,4 1,7 100 320 400 1.000

    71 e mais 1 1,2 ND 1,1 1,3 ND 12 16 35 1,4 1,7 100 320 400 1.000

    Mulheres

    19 a 30 0,9 1,1 ND 0,9 1,1 ND 11 14 35 1,1 1,3 100 320 400 1.000

    31 a 50 0,9 1,1 ND 0,9 1,1 ND 11 14 35 1,1 1,3 100 320 400 1.000

    51 a 70 0,9 1,1 ND 0,9 1,1 ND 11 14 35 1,3 1,5 100 320 400 1.000

    71 e mais 0,9 1,1 ND 0,9 1,1 ND 11 14 35 1,3 1,5 100 320 400 1.000

    Gestantes

    19 a 30 1,2 1,4 ND 1,2 1,4 ND 14 18 35 1,6 1,9 100 520 600 1.00031 a 50 1,2 1,4 ND 1,2 1,4 ND 14 18 35 1,6 1,9 100 520 600 1.000Lactantes

    19 a 30 1,2 1,5 ND 1,3 1,6 ND 13 17 35 1,7 2 100 450 500 1.000

    31 a 50 1,2 1,5 ND 1,3 1,6 ND 13 17 35 1,7 2 100 450 500 1.000

  • Introduo Fitoterapia e Suplementao Nutricional

    35

    Valores de Ingesto Diettica de Referncia (Dietary Reference Intakes - DRIS) - Vitaminas Hidrossolveis (continuao)Idade (anos)

    Vitamina C (mg/dia)

    Vitamina B12 (mcg/dia)

    cido Pantotnico (mg/dia)

    Biotina (mcg/dia)

    Colina (mg/dia)

    EAR RDA UL EAR RDA UL AI UL AI UL AI UL

    Homens

    19 a 30 75 90 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 550 3.500

    31 a 50 75 90 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 550 3.500

    51 a 70 75 90 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 550 3.500

    71 e mais 75 90 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 550 3.500

    Mulheres

    19 a 30 60 75 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 425 3.500

    31 a 50 60 75 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 425 3.500

    51 a 70 60 75 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 425 3.500

    71 e mais 60 75 2.000 2 2,4 ND 5 ND 30 ND 425 3.500

    Gestantes

    19 a 30 70 85 2.000 2,2 2,6 ND 6 ND 30 ND 450 3.50031 a 50 70 85 2.000 2,2 2,6 ND 6 ND 30 ND 450 3.500Lactantes

    19 a 30 100 120 2.000 2,4 2,8 ND 7 ND 35 ND 550 3.50031 a 50 100 120 2.000 2,4 2,8 ND 7 ND 35 ND 550 3.500

    Valores de Ingesto Diettica de Referncia (Dietary Reference Intakes - DRIS) - MineraisIdade (anos)

    Clcio (mg/dia)

    Fsforo (mg/dia) Magnsio (mg/dia)

    Ferro (mg/dia) Iodo (mcg/dia) Zinco (mg/dia)

    AI UL EAR RDA UL EAR RDA UL EAR RDA UL EAR RDA UL EAR RDA UL

    Homens

    19 a 30 1.000 2.500 580 700 4.000 330 400 350 6 8 45 95 150 1.100 9,4 11 4031 a 50 1.000 2.500 580 700 4.000 350 420 350 6 8 45 95 150 1.100 9,4 11 4051 a 70 1.200 2.500 580 700 4.000 350 420 350 6 8 45 95 150 1.100 9,4 11 4071 e mais 1.200 2.500 580 700 3.000 350 420 350 6 8 45 95 150 1.100 9,4 11 40Mulheres

    19 a 30 1.000 2.500 580 700 4.000 255 310 350 8,1 18 45 95 150 1.100 6,8 8 4031 a 50 1.000 2.500 580 700 4.000 265 320 350 8,1 18 45 95 150 1.100 6,8 8 4051 a 70 1.200 2.500 580 700 4.000 265 320 350 5 8 45 95 150 1.100 6,8 8 4071 e mais 1.200 2.500 580 700 3.000 265 320 350 5 8 45 95 150 1.100 6,8 8 40Gestantes

    19 a 30 1.000 2.500 580 700 3.500 290 350 350 22 27 45 160 220 1.100 9,5 11 4031 a 50 1.000 2.500 580 700 3.500 300 360 350 22 27 45 160 220 1.100 9,5 11 40Lactantes

    19 a 30 1.000 2.500 580 700 4.000 255 310 350 6,5 9 45 209 290 1.100 10,4 12 4031 a 50 1.000 2.500 580 700 4.000 265 320 350 6,5 9 45 209 290 1.100 10,4 12 40

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    Valores de Ingesto Diettica de Referncia (Dietary Reference Intakes - DRIS) - Minerais (continuao)Idade (anos)

    Selnio (mcg/dia) Cobre (mcg/dia) Flor (mg/dia)

    Mangans (mg/dia)

    Molibidnio (mcg/dia)

    Cromo (mcg/dia)

    EAR RDA UL EAR RDA UL AI UL AI UL EAR RDA UL AI UL

    Homens

    19 a 30 45 55 400 700 900 10.000 4 10 2,3 11 34 45 2.000 35 ND

    31 a 50 45 55 400 700 900 10.000 4 10 2,3 11 34 45 2.000 35 ND

    51 a 70 45 55 400 700 900 10.000 4 10 2,3 11 34 45 2.000 30 ND

    71 e mais 45 55 400 700 900 10.000 4 10 2,3 11 34 45 2.000 30 ND

    Mulheres

    19 a 30 45 55 400 700 900 10.000 3 10 1,8 11 34 45 2.000 25 ND31 a 50 45 55 400 700 900 10.000 3 10 1,8 11 34 45 2.000 25 ND51 a 70 45 55 400 700 900 10.000 3 10 1,8 11 34 45 2.000 20 ND71 e mais 45 55 400 700 900 10.000 3 10 1,8 11 34 45 2.000 20 NDGestantes

    19 a 30 49 60 400 800 1.000 8.000 3 10 2 11 40 50 2.000 30 ND31 a 50 49 60 400 800 1.000 8.000 3 10 2 11 40 50 2.000 30 NDLactantes

    19 a 30 59 70 400 1.000 1.300 10.000 3 10 2,6 11 40 50 2.000 45 ND

    31 a 50 59 70 400 1.000 1.300 10.000 3 10 2,6 11 40 50 2.000 45 ND

    Guias alimentares

    Os guias alimentares so instrumentos utilizados na prtica clnica, pois fornecem informaes bsicas sobre a alimentao para a populao, de forma simples e de fcil entendimento. Os guias so baseados nos hbitos e comportamentos alimentares, disponibilidade de alimentos, assim como recomendaes nutricionais estipuladas e informam os indivduos sobre quantidade, forma e seleo de alimentos que devem ser consumidos de diferentes grupos populacionais. Muitos destes guias so ilustrados em representaes grficas para facilitar o entendimento da populao. Abaixo, alguns exemplos destas ferramentas desenvolvidos:

    A roda dos alimentos Meu prato

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    Pirmide alimentar adaptada populao brasileira

    A pirmide dos alimentos atualmente a representao grfica do guia alimentar utilizado que melhor cumpre este papel, considerado um instrumento de fcil utilizao tanto para os profissionais de sade, quanto para a populao.

    A pirmide dos alimentos foi elaborada por Welsh et al., 1992 e foi adaptada populao brasileira em 1999 por Philippi et al. Esta adaptao levou em considerao os costumes alimentares dos brasileiros e se tornou o mais importante guia alimentar nacional.

    Abaixo a pirmide alimentar adaptada populao brasileira:

    A pirmide de alimentos divide os alimentos em andares, aonde cada andar representado por alimentos de mesma funo (Energticos, reguladores, construtores e energticos extras). Alguns andares so subdivididos em grupos de alimentos que, apesar de exercerem a mesma funo, oferecem caractersticas nutricionais diferenciadas.

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    1 Andar Energticos

    Grupo composto por Cereais e tubrculos. Encontram-se na base, pois este grupo representa os alimentos de maior necessidade de consumo. Este grupo caracterizado pelo fornecimento de carboidratos (amido) e vitamina B1. A recomendao de consumo de alimentos deste grupo de 5 9 pores por dia, sendo que cada poro possui 150 Calorias.

    2 Andar Reguladores

    Grupo composto por frutas, verduras, legumes e hortalias. Este andar caracterizado pelo fornecimento de vitaminas, minerais e fibras. subdivido em dois grupos: O grupo dos legumes e verduras e o das frutas, que oferecem alm de fibras, vitaminas e minerais, a frutose, uma importante fonte de energia. A recomendao de consumo de alimentos deste grupo de 4 5 pores por dia de legumes e verduras, sendo que cada poro possui 15 Calorias e 2 4 pores por dia de frutas, com 70Kcal cada.

    3 Andar Construtores

    Grupo composto por carnes, ovos, lcteos e leguminosas. Este andar caracterizado pelo fornecimento de protenas. subdivido em trs grupos: O grupo das carnes e ovos (fontes de ferro e vitamina B12), o grupo dos lcteos (Fontes de clcio e vitamina D) e o das leguminosas (fontes de fibra e vitaminas do complexo B). A recomendao de consumo de alimentos de 1 2 pores por dia de carnes e ovos, sendo que cada poro possui 190 Calorias; 3 pores de lcteos, com 120Kcal cada; e 1 2 pores por dia de leguminosas, com 55Kcal cada.

    4 Andar Energticos extras

    Grupo composto por acares, gorduras e doces, que possuem valor energtico alto e no possuem nutrientes especficos associados. Este andar caracterizado pelo fornecimento de energia. subdivido em dois grupos: O grupo das gorduras e o grupo dos acares. A recomendao de consumo espordico destes alimentos pois uma poro de acar contm 110Kcal e uma poro de gordura contm 73Kcal.

    Nova pirmide alimentar

    Os guias alimentares so instrumentos que visam dar informao populao sobre alimentao, assim como estilos de vida saudveis. O primeiro guia elaborado surgiu no incio da dcada de 1990, a partir da publicao do guia alimentar americano. Este guia trouxe a diviso dos alimentos em grupos alimentares, o que permitiu uma melhor relao entre sade e doena. Em 1992, a United States Department of Agriculture (USDA) adotou como cone o formato de pirmides.

    A pirmide dos alimentos atualmente um instrumento de orientao nutricional utilizado por profissionais com o objetivo de promover mudanas de hbitos alimentares, visando a sade global do indivduo e a preveno de doenas. A pirmide dos alimentos foi considerada uma representao grfica que facilitava a visualizao dos alimentos, assim como a sua escolha nas refeies do dia a dia. Em 1999, foi publicada a adaptao brasileira da pirmide por Philippi et al.

    Em 2001, Willet props um novo modelo de pirmide alimentar, baseada no apenas nos grupos alimentares, mas na qualidade dos alimentos de cada grupo.

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    Base da pirmide: Ingesto de gua e exerccios fsicos dirios.

    1 Andar: Cereais integrais e leos vegetais (consumir na maioria das refeies).

    2 Andar: Hortalias, verduras (consumir em abundncia) e frutas (2 a 3 Xs dia).

    3 Andar: Leguminosas, legumes, castanhas e olivas (1 a 3Xs ao dia).

    4 Andar: Carnes de frango, peixes, frutos do mar e ovos (0 a 2 Xs ao dia).

    5 Andar: Laticnios, leites, iogurtes, queijos (1 a 2 Xs dia)

    6 Andar: Acares, gorduras, doces, cereais refinados, batata e refrigerantes (consumo espordico).

    A pirmide ainda prev 1 taa de vinho tinto diria para a promoo da sade e suplementao de clcio e vitamina D caso seja necessrio (baixa ingesto).

    Esta pirmide sofreu adaptao do Departamento de Nutrio da Escola de Sade Pblica de Harvard em 2008, e sua nova verso est disponvel no site, e pode-se visualiz-la no seu formato original abaixo.

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    Fonte da imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/c/c8/Harvard_healthy_eating_pyramid.jpg (Acesso em: 26 mai. 2014).

    Poucas mudanas foram propostas da pirmide original de Willet, conforme as descritas abaixo:

    1 Andar: Na base da pirmide preconiza-se medidas saudveis de estilo de vida, como exerccios dirios, controle de peso e alimentao saudvel.

    2 Andar: Neste andar temos 3 grupos: cereais integrais, leos vegetais e frutas e hortalias.

    3 Andar: Este andar dividido em 2 grupos: Grupo das protenas de origem animal, como peixes e aves e grupo das protenas de origem vegetal como leguminosas e oleaginosas.

    4 Andar: Andar do grupo dos laticnios, ou ingesto de clcio e vitamina D na ausncia destes alimentos.

    5 Andar: O topo da pirmide composto de alimentos como carne vermelha, gordura saturada, manteiga, doces, carboidratos refinados, sal, batatas, pes e macarro, biscoitos, arroz branco.

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    BASES DA NUTRIGENMICAAps a decodificao do genoma humano, cien-

    tistas do mundo inteiro iniciaram muitos estudos que relacionam os fatores ambientais com o funcio-namento do nosso DNA. A maioria destes estudos aponta fatores nutricionais como os principais fato-res moduladores dos processos de expresso gnica, desencadeando alteraes metablicas e fisiolgicas importantes em um indivduo. A partir destas desco-bertas, surgiu o conceito da nutrigenmica.

    O que nutrigenmica?

    Os avanos e investigaes cientficas do sculo passado levaram a humanidade a importantes des-cobertas no campo da biologia molecular. O mapea-mento do genoma humano e o aprimoramento das tcnicas de biologia molecular moderna propiciaram o surgimento de uma nova cincia, a nutrigenmi-ca, que conjuntamente com as pesquisas recentes na rea de alimentos funcionais e nutracuticos, so responsveis pelo desenvolvimento de uma nutrio individualizada e especfica.

    A Nutrigenmica estuda nutrientes e substncias alimentares capazes de modular a expresso gnica, levando a modificaes metablicas de um indivduo. A nutrigentica, por sua vez, estuda a susceptibilidade gentica do indivduo em relao ingesto calrica e ao comportamento alimentar. Os nutracuticos so qualquer substncia que pode ser considerada um alimento ou parte dele e proporciona benefcios mdicos e na sade, incluindo o tratamento e a preveno de doenas.

    A nutrigenmica baseada em trs conceitos bsicos para entender como um nutracutico pode agir na alterao metablica:

    Transcriptnica Esta cincia estuda a interferncia do nutracutico na modulao da expresso gnica, ou seja, como uma substncia alimentar pode interferir no funcionamento do DNA.

    Protemica Aps comprovada a modulao da expresso gnica no DNA por um determinado nutr