manual de fitoterapicos - principais interações medicamentosas

Upload: pauloadriano-machado-de-souza

Post on 31-Oct-2015

550 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

  • FITOTERPICOS

    Principais Interaes Medicamentosas

  • Os autores e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crdito a

    todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se

    a possveis acertos caso, inadvertidamente, a identificao de algum deles tenha sido omitida.

    SRIE ANFARMAG

    FITOTERPICOS

    Principais Interaes Medicamentosas

    1 Edio Ano 2012

    Presidente

    Ademir Valrio da Silva

    Diretores

    Hugo Guedes de Souza | 1 Vice-presidente Ivan da Gama Teixeira | 2 Vice-presidente

    Carlos Alberto P. Oliveira | 3 Vice-presidente Simone de Souza Aguiar | Secretria Geral

    lvaro Favaro Junior | 2 Secretrio Adolfo Cabral Filho | Tesoureiro

    Marcos Antonio C. Oliveira | 2 Tesoureiro Antnio Geraldo R. S. Jnior | Conselho Fiscal Rejane Alves Gue Hoffmann | Conselho Fiscal

    Luiz Carlos Gomes | Conselho Fiscal Ana Lcia Mendes | Diretora de Comunicao

    Gerson Appel | Diretor de Comunicao

    NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterpicos Principais Interaes Medicamentosas. So Paulo: ASSOCIAO NACIONAL DE FARMACUTICOS MAGISTRAIS - Brasil, 1 edio (2012), 118 pgs. 1 Fitoterpicos, 2 Interaes Medicamentosas, 3 - IN 05, I - Fundao Biblioteca Nacional.

  • Os autores e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crdito a

    todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se

    a possveis acertos caso, inadvertidamente, a identificao de algum deles tenha sido omitida.

    SRIE ANFARMAG

    FITOTERPICOS

    Principais Interaes Medicamentosas

    Principais interaes com fitoterpicos de uso oral constantes na Instruo Normativa (IN) n 05, de 11 de dezembro de 2008

    Autores

    Maria Aparecida Nicoletti Carolina Andrea Leiva Dalsin Fiore

    Vagner Miguel Lucia Helena Gonzaga Pinto

    Contribuio e reviso

    Maria do Carmo Garcez Ivan da Gama Teixeira

  • Prefcio O registro do uso de plantas com fins teraputicos data de tempos primrdios e se confunde com a histria do farmacutico e da medicina. A fitoterapia considerada uma das primeiras formas de cuidado da sade utilizada pela espcie humana. A imensa biodiversidade de nosso planeta disponibiliza uma variedade de espcies com aplicabilidade teraputica, mostrando respostas positivas no tratamento. Nos dias atuais, estudos sobre o uso dos fitoterpicos crescem de maneira expoente, comprovando e reconhecendo seus efeitos teraputicos, sendo prescritos tanto no sistema pblico de sade quanto no privado de todo o Brasil. O contedo desta obra rene informaes importantes para o uso consciente dos fitoterpicos aqui citados, representando uma fonte de apoio de valor inestimvel para o desenvolvimento da dispensao ativa de preparaes magistrais fitoterpicas e, consequentemente, contribuindo de forma significativa para o enriquecimento da sade pblica. A Anfarmag tem conscincia de seu papel no mercado farmacutico e se orgulha em poder ofertar ao profissional magistral informaes que permitam o uso da fitoterapia com maior segurana. Parabenizo a todos os profissionais que idealizaram este material e fizeram com que se tornasse realidade.

    Ademir Valrio da Silva

    Anfarmag Nacional Presidente

  • Agradecimentos

    Agradeo aos ex-estagirios de iniciao cientfica da Fundao de Apoio Universidade de So Paulo / Farmcia Universitria Departamento de Farmcia FCF/USP, cujo interesse e dedicao sempre foram motivadores de novos desafios: Karen Cristina Carvalho, Marcos Antnio Oliveira Jnior, Carla Cristina Bertasso, Patrcia Yunes Caporossi e Ana Paula Libois Tavares.

    Dr Maria Aparecida Nicoletti

    A Anfarmag agradece o apoio, suporte e colaborao de toda a equipe interna.

  • SUMRIO

    Parte 1 | Histrico e Contextualizao............................................................ 8

    Parte 2 | A regulamentao de plantas, drogas vegetais e fitoterpicos no Brasil ............................................................................................................... 13

    Parte 3 | Conceitos empregados ................................................................... 18

    Parte 4 | Contextualizao da utilizao de medicamentos ....................... 21

    Parte 5 | Interao medicamentosa .............................................................. 23

    Parte 6 | Quadros orientativos das principais interaes de medicamentos fitoterpicos de uso oral constantes na Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008. .................................................................................... 27

    1- Aesculus hippocastanum L. (Castanha-da-ndia) ............................................................... 28

    2 - Allium sativum L. (Alho) ....................................................................................................................... 29

    3 - Arctostaphylos uva-ursi Spreng (Uva-ursi) ........................................................................... 31

    4 - Centella asiatica (L.) Urban (Centela) ......................................................................................... 32

    5 - Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. (Cimicfuga) ......................................................................... 33

    6 - Cynara scolymus L. (Alcachofra)................................................................................................... 34

    7 - Echinacea purpurea Moench. (Equincea) ............................................................................. 35

    8- Eucalyptus globulus Labill. (Eucalipto)...................................................................................... 36

    9 - Ginkgo biloba L. (Ginkgo).................................................................................................................... 37

    10 - Glycyrrhiza glabra L. (Alcauz)..................................................................................................... 39

    11 - Hamamelis virginiana L. (Hamamlis) ..................................................................................... 40

    12 - Hypericum perforatum L. (Hiprico) ......................................................................................... 41

    13 - Matricaria recutita L. (Camomila) ................................................................................................ 44

    14 - Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reiss. (Espinheira-santa)................................................ 45

    15 - Melissa officinalis L. (Melissa, erva-cidreira) ..................................................................... 46

    16 - Mentha piperita L. (Hortel-pimenta) ........................................................................................ 47

    17- Mikania glomerata Sprengl. (Guaco) ......................................................................................... 48

  • 18 - Panax ginseng C. A. Mey (Ginseng) ......................................................................................... 49

    19 - Passiflora incarnata L. (Maracuj, passiflora) ................................................................... 51

    20 - Paullinia cupana H. B. & K. (Guaran) ..................................................................................... 53

    21 - Peumus boldus Molina (Boldo, boldo-do-chile) .............................................................. 55

    22 - Pimpinella anisum L. (Erva-doce, anis) .................................................................................. 56

    23 - Piper methysticum G. Frost. (Kava-Kava) ............................................................................ 57

    24 - Polygala senega L. (Polgala) ......................................................................................................... 59

    25 - Rhamnus purshiana DC. (Cscara-sagrada) ...................................................................... 60

    26 - Salix alba L. (Salgueiro-branco) ................................................................................................... 61

    27 - Sambucus nigra L. (Sabugueiro)................................................................................................. 62

    28 - Senna alexandrina Mill., Cassia angustifolia Vahl ou Cassia senna L. (Sene).......................................................................................................................................................................... 63

    29 - Serenoa repens (Bartram) J. K. Samll L. (Saw palmetto) .......................................... 64

    30 - Tanacetum parthenium Sch. Bip. (Tanaceto)..................................................................... 65

    31 - Valeriana officinalis L. (Valeriana) .............................................................................................. 66

    32 - Zingiber officinale Rosc. (Gengibre) ......................................................................................... 68

    Parte 7 | Instruo Normativa n 05 de 11 de dezembro de 2008 ............... 69

    Anexo | Lista de Medicamentos Fitoterpicos de Registro Simplificado .. 70

    Parte 8 | Referncias bibliogrficas .............................................................. 85

    Parte 09 | ndice Remissivo ........................................................................... 92

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    8

    PARTE 1 | HISTRICO E CONTEXTUALIZAO

    Histrico

    O termo fitoterapia tem como significado o tratamento e/ou a preveno de doenas usando plantas, partes das plantas e preparaes feitas com plantas. Sua origem vem do grego phyton (planta), entretanto, a origem exata do termo fitoterapia desconhecida e atribuda ao mdico francs Dr. Henri Leclerc (1870-1955).

    A histria do medicamento muito antiga, entretanto, os registros histricos so escassos. O uso de plantas e animais pode ser evidenciado atravs de pinturas rupestres referentes ao perodo Paleoltico Superior com o homem de Neanderthal, representando plantas, folhas e rgos humanos em uma clara aluso correspondncia teraputica.

    O uso da papoula, entre os sumrios, data de 5.000 a.C. Por meio das denominadas Tabletas de Nippur (regio da Sumria 4.000 a.C.) so encontradas menes sobre a utilizao de resina, tomilho, pereira, entre outras matrias-primas.

    Na China, atribuda ao Imperador Amarelo e Sheri-nong a criao da Medicina Tradicional Chinesa, h aproximadamente 4.000 anos.

    J no Papiro de Ebers (rolo contnuo de 18 metros 1.600 a.C.) esto descritas mais de 800 formulaes e de 700 substncias (predominantemente vegetais).

    Algumas contribuies foram decisivas para o desenvolvimento do medicamento. Entre elas podemos citar:

    Hipcrates (460 a.C. data provvel de nascimento): mdico de Cs, foi o fundador da medicina racional e seus escritos se referem forma e s operaes farmacuticas. Graas ao seu trabalho pioneiro na cincia mdica, ensinamentos e filosofias avanadas se tornaram uma parte da medicina moderna. Hipcrates considerado o Pai da Medicina e sua obra iniciadora de uma conscincia metdica da medicina que culmina com Galeno.

    Ele racionalizou a medicina, sistematizou o conhecimento mdico e colocou a prtica da medicina em um plano tico elevado. Seus pensamentos sobre tica e cincia dominaram os escritos mdicos tanto da sua como de geraes sucessivas, e seus conceitos e preceitos tomaram forma no renomado Juramento Hipocrtico sobre a conduta tica de profissionais da sade. Seu trabalho inclui a descrio de centenas de medicamentos.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    9

    Galeno (Claudius Galenus): de origem grega (129 d.C.-199 d.C.), da cidade de Prgamo, escreveu livros sobre a composio de medicamentos, surgindo da o termo Farmcia Galnica, no sculo XVI. Estudou na Grcia e em Esmirna; fixou-se em Roma no imprio de Marco Aurlio. Escreveu numerosas obras: De ptisana; De simplicium medicamentorum facultatibus; De antidote; De

    medicamentorum compositione secundum locos.

    o criador da farmcia racional, considerando desde a concepo at a obteno do produto final.

    Foi um dos mais prolficos autores de sua ou de qualquer poca, tendo recebido o crdito da realizao de 500 tratados sobre medicina e de outros 250 sobre filosofia, leis e gramtica. Seus escritos mdicos incluem a descrio de vrias drogas de origem natural, juntamente com frmulas e mtodos de manipulao. A mais famosa frmula por ele desenvolvida foi o Cold Cream, ou seja, Cerato de Galeno, que muito semelhante s preparaes atualmente utilizadas.

    A farmcia permaneceu atrelada medicina por muitos anos, at que fosse, oficialmente, separada da medicina em 1240 d.C., por meio do decreto do Imperador Frederico II, da Alemanha, que regulamentou a prtica da farmcia dentro de parte de seu reino, chamado de Duas Siclias. Seu edito separou as duas profisses, reconhecendo que a prtica da farmcia requeria conhecimentos, habilidades, iniciativas e responsabilidades especiais, para que cuidados adequados s necessidades mdicas das pessoas fossem garantidos. Os farmacuticos passaram a ser obrigados a prestar juramento quanto preparao de medicamentos confiveis e de qualidade uniforme. Qualquer explorao do paciente, por meio de relaes comerciais entre o farmacutico e o mdico, era proibida. Entre esse perodo e a consolidao da qumica como cincia exata, a farmcia e a qumica permaneceram unidas, assim como a farmcia e a medicina foram um dia.

    Na Europa da Idade Mdia e do Renascimento, os cultos praticados por feiticeiras e por mgicos estavam intimamente ligados ao consumo de beladona (Atropa belladonna), meimendro (Hyoscyamus niger) e mandrgora (Mandragora officinarum).

    Essas plantas eram usadas para a preparao de unguentos com os quais as bruxas se untavam e que, supostamente, as faziam voar. Esse unguento, conhecido como frmula de voo, era passado em certas partes do corpo, principalmente nas que continham pelos, e esfregado sobre o cabo de uma vassoura, que era colocada entre as pernas pelas bruxas como se fosse um instrumento de voo. Em contato com as mucosas vaginal e anal, o unguento era absorvido mais rapidamente pelo organismo. Os efeitos alucingenos e a sensao de voar, causados por essas ervas, podem ser explicados pela

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    10

    presena, no unguento, dos alcaloides tropnicos escopolamina, atropina e hiosciamina.

    Esses alcaloides possuem efeitos psicoativos alucingenos, caracterizados por um estado de embriaguez seguido de um sono profundo, acompanhado de amnsia. Causam delrios e, ao que parece, a sensao de levitao, fato que explica as viagens fantasiosas das supostas bruxas.

    No Brasil, podemos dividir os momentos vividos no desenvolvimento da prtica farmacutica, considerando a fase poltica pela qual o pas vivenciava no perodo.

    Brasil Colnia | 1500-1822

    A prtica profissional estava limitada s boticas dos colgios jesutas, das quais se valia tambm a populao civil; s boticas e hospitais militares; s poucas farmcias existentes e s boticas particulares de fazendas, presdios e conventos.

    Os oficiais da prtica, geralmente, no eram diplomados nos primeiros sculos e aps o sculo XVIII eram aprovados em exame. No havia curso de Farmcia.

    Desde 1808, o Brasil teve ensino mdico na Bahia e no Rio de Janeiro e, nesses cursos, eram ministradas aulas de Farmcia, mas apenas para estudantes de medicina.

    Brasil Imprio | 1822-1889

    Surgiu em 1839 a primeira escola autnoma de Farmcia Escola de Farmcia de Ouro Preto.

    No sculo XIX, havia farmcias importantes na Corte e nas grandes capitais dos estados, mas as boticas eram geralmente pobres e a maior parte do exerccio estava nas mos dos prticos, dada a insuficincia de diplomados, embora a lei j exigisse a presena de um titulado responsvel para cada estabelecimento farmacutico.

    A autorizao imperial para abrir botica, dada pessoa no diplomada (boticrio), era a maneira para resolver o problema social de assistncia de medicamentos s pessoas do interior.

    Datas representativas do setor:

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    11

    1870 | Incio da indstria farmacutica nacional.

    1877 | Funda-se o Instituto Farmacutico do Rio de Janeiro, que promoveu um congresso de classe.

    Brasil Repblica | a partir de 15 de novembro de 1889

    Principais momentos:

    1895 | Fundao da Sociedade Farmacutica de So Paulo.

    1898 | Fundao da Escola de Farmcia de So Paulo.

    1901 | Reforma do ensino Epitcio Pessoa com reduo do curso para 2 anos.

    1911 | Reforma Rivadavia Correia amplia novamente o curso para 3 anos.

    1913 | Criao da Unio Farmacutica de So Paulo.

    1917 | Publicao da Farmacopeia Paulista, a primeira Farmacopeia Brasileira.

    1925 | Reforma do ensino Rocha Vaz aumenta o curso de Farmcia para 4 anos.

    1929 | Publicada e tornada de uso obrigatrio a Farmacopeia Brasileira.

    1931 | Decreto n 19.606, que regulamenta o exerccio da profisso farmacutica no Brasil.

    1934 | criada a Universidade de So Paulo, nela incorporando a Faculdade de Farmcia e Odontologia.

    1946 | Decreto n 20.497, primeiro regulamento da Indstria Farmacutica no Brasil.

    1959 | Publicao da segunda edio da Farmacopeia Brasileira.

    1960 | Lei Federal n 3.820, de 11 de novembro, cria os Conselhos Federal e Regional de Farmcia.

    1961 | A Universidade de So Paulo aprova a mudana do ttulo conferido pela Faculdade de Farmcia e Odontologia para farmacutico-bioqumico, sendo a turma desse ano a primeira a ter esse diploma.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    12

    A partir de ento, o segmento farmacutico teve desenvolvimento nos diferentes campos envolvidos.

    As menes acima se referem, somente, a alguns dos inmeros dados que podem ser considerados histricos e que subsidiaram o desenvolvimento da rea farmacutica no Brasil.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    13

    PARTE 2 | A REGULAMENTAO DE PLANTAS, DROGAS VEGETAIS E FITOTERPICOS NO BRASIL

    O Brasil vem acompanhando a evoluo mundial na rea, conforme demonstra a relao de publicaes abaixo, as quais norteiam o desenvolvimento do segmento de produtos que contenham insumos de origem vegetal.

    Principais aes para a regulamentao da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no Sistema nico de Sade (PNPIC)

    Declarao de Alma-Data (1978): Desde ento, a OMS tem expressado sua posio a respeito da necessidade de valorizar a utilizao de plantas medicinais no mbito sanitrio.

    A partir da dcada de 80

    Resoluo Ciplan n 8/88, 8 de maro de 1988: Regulamenta a implantao da fitoterapia nos servios de sade e cria procedimentos e rotinas relativos a sua prtica nas unidades assistenciais mdicas.

    Relatrio da 10 Conferncia Nacional de Sade, ocorrida entre 2 e 6 de setembro de 1996: Incorporar ao SUS, em todo o pas, as prticas de sade como a fitoterapia, a acupuntura e a homeopatia, contemplando as terapias alternativas e prticas populares.

    O Ministrio da Sade deve incentivar a fitoterapia na assistncia farmacutica pblica e elaborar normas para sua utilizao...

    Portaria n 3.916, 30 de outubro de 1998: Aprova a Poltica Nacional de Medicamentos.

    Dever ser continuado e expandido o apoio s pesquisas que visem ao aproveitamento do potencial teraputico da flora e fauna nacionais, enfatizando

    a certificao de suas propriedades medicamentosas.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    14

    Relatrio do Seminrio Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterpicos e Assistncia Farmacutica, ocorrido entre 28 e 30 de agosto de 2003: Recomenda integrar no Sistema nico de Sade o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterpicos.

    Relatrio da 12 Conferncia Nacional de Sade, ocorrida entre 7 a 11 de dezembro de 2003: Aponta a necessidade de se investir na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para produo de medicamentos homeopticos

    e da flora brasileira, favorecendo a produo nacional e a implantao de

    programas para uso de medicamentos fitoterpicos nos servios de sade, de

    acordo com as recomendaes da 1 Conferncia Nacional de Medicamentos e

    Assistncia Farmacutica

    Resoluo n 338, de 6 de maio de 2004: Conselho Nacional de Sade aprova a Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica.

    [...] definio e pactuao de aes intersetoriais que visem utilizao das plantas medicinais e de medicamentos fitoterpicos no processo de ateno

    sade [...].

    Resoluo RDC n 296, de 29 de novembro de 2004: Institui a Cmara Tcnica de Medicamentos Fitoterpicos (Catef), uma instncia colegiada, de natureza consultiva, vinculada tecnicamente Coordenao de Fitoterpicos, Dinamizados e Notificados (Cofid). A Catef tem por finalidade assessorar a Cofid nos procedimentos relativos a medicamentos fitoterpicos. O regimento e a portaria que nomearam os membros participantes foram republicados em 2007 atravs das Portarias 453/07, e 454/07 respectivamente. Cabe Catef manifestar-se quanto definio de mtodos, de procedimentos cientficos e tecnolgicos relativos anlise da qualidade, da eficcia e da segurana desses medicamentos, inclusive emitindo recomendaes. Representantes da Cofid participam regularmente da Catef. Alm disso, dois desses membros tambm fazem parte dos Comits da Farmacopeia Brasileira relacionados a Plantas Medicinais e Fitoterpicos.

    Resoluo RE n 90, de 16 de maro de 2004: Guia para a realizao de estudos de toxicidade pr-clnica de fitoterpicos. Estabelece os critrios mnimos aceitveis para o estudo toxicolgico agudo, subcrnico e crnico, os testes para medicamentos de uso tpico e o estudo especial de genotoxicidade. Para os estudos clnicos, devem ser seguidas as

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    15

    determinaes do Conselho Nacional de Sade (CNS), por meio das Resolues n 196/96 e n 251/97, alm da RDC no 39/2008.

    Resoluo RE n 91, de 16 de maro de 2004: Guia para a realizao de alteraes, incluses, notificaes e cancelamentos ps-registro de fitoterpicos.

    Decreto Presidencial, de 17 de fevereiro de 2005: Cria o Grupo de Trabalho para a elaborao da Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.

    Portaria Ministerial MS/GM n 971, de 3 de maio de 2006: Aprova a Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema nico de Sade.

    Decreto Presidencial n 5.813, de 22 de junho de 2006: Aprova a Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e d outras providncias.

    Portaria Interministerial n 2.960, de 9 de dezembro de 2008: Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e Cria o Comit Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.

    O primeiro objetivo do programa foi construir e aperfeioar o marco regulatrio em todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterpicos, a partir dos modelos e das experincias existentes no Brasil e em outros pases.

    Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008: Determina a publicao da Lista de Medicamentos Fitoterpicos de Registro Simplificado, que contempla 36 espcies vegetais para as quais dispensada a comprovao de eficcia e segurana, considerando a quantidade de estudos que j foram publicados sobre cada uma dessas espcies. Se o solicitante do registro seguir todos os parmetros especificados na lista citada, que so: parte da planta, forma de uso, quantidade de marcador, indicaes, via de administrao, dose diria e restries de uso, fica dispensada a apresentao de comprovao de eficcia e segurana no processo de registro.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    16

    Secretaria de Cincia e Tecnologia e Insumos Estratgicos Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos, em 2009: Estabelece Relao Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus).

    Resoluo RDC n 47, de 8 de setembro 2009: Dispe sobre a padronizao de informaes fornecidas sobre medicamentos fitoterpicos populao e aos prescritores por meio da publicao da RDC n 95/2008, atualizada pela RDC 47/2009, que padroniza as informaes disponveis nas bulas de medicamentos fitoterpicos obtidos de 13 espcies vegetais, selecionadas entre as mais registradas e constantes do registro simplificado.

    Os textos de bulas hoje padronizados esto disponveis no link: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/bula_padronizadas_fitoterapico.pdf e so disponibilizados pelo Bulrio eletrnico da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa). Os textos de bulas foram elaborados pelo corpo tcnico da Cofid e revisados pela Catef. Eles s podem ser modificados em dois casos: 1) quando da republicao da norma, que pode ocorrer por iniciativa da Anvisa ou por solicitao de qualquer interessado; 2) quando forem apresentados estudos clnicos especficos para o produto conforme disposto na RDC n 47/2009. Os outros medicamentos fitoterpicos que ainda no tiveram suas bulas padronizadas seguem a RDC n 47/2009 em forma e contedo.

    Resoluo RDC n 10, de 9 de maro de 2010: Dispe sobre a notificao de drogas vegetais na Anvisa e d outras providncias. Foi elaborada com base em normativas alems para os Chs Medicinais, seguindo os requisitos de qualidades citados naquela legislao. Tambm foi determinado o limite mximo de carga bacteriana, fngica e de aflatoxinas, que pode estar presente nesses produtos, conforme determina a Organizao Mundial da Sade (OMS). Outros controles preconizados so da quantidade de outros contaminantes, como metais pesados, partes no permitidas da prpria planta, outras plantas medicinais etc. As drogas vegetais industrializadas e notificadas na Anvisa, conforme essa norma, so destinadas ao uso episdico, oral ou tpico, para o alvio sintomtico das doenas, devendo ser disponibilizadas exclusivamente na forma de droga vegetal para o preparo de infuses, decoces e maceraes. Vale ressaltar que cpsula, tintura, comprimido, extrato, xarope, entre outras formas farmacuticas, no se enquadram nessa categoria, ou seja, drogas vegetais no podem ser confundidas com medicamentos fitoterpicos. Ambos so obtidos de plantas medicinais, porm elaborados de forma diferenciada: enquanto as drogas vegetais so constitudas da planta seca, inteira ou rasurada (partida em pedaos menores), e utilizadas na

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    17

    preparao dos chs. Os medicamentos fitoterpicos so produtos tecnicamente mais elaborados, apresentados na forma final de uso (comprimidos, cpsulas e xaropes). A forma de uso, se infuso, decoco ou macerao, como tambm o tempo de uso das drogas vegetais, foram determinados nessa resoluo.

    Resoluo RDC n 14, de 31 de maro de 2010: Dispe sobre o registro de medicamentos fitoterpicos.

    Instruo Normativa n 05, de 31 de maro de 2010: Lista de referncias bibliogrficas para a avaliao de segurana e de eficcia de fitoterpicos. Essa norma disciplina a utilizao de artigos cientficos e de monografias publicados sobre a espcie que se pretende registrar para comprovar a segurana e a eficcia. No mnimo, metade dos artigos apresentados deve ser sobre ensaios clnicos. Os estudos citados tm de se referir ao derivado especfico que se pretende registrar e apresentar as mesmas indicaes solicitadas para o produto em dosagens semelhantes s testadas no estudo.

    Apenas os medicamentos fitoterpicos industrializados para uso humano so registrados na Anvisa. Para o registro desses medicamentos, existe regulamentao especfica desde 1967, a Portaria n 22, que foi seguida pela Portaria n 06, publicada em 1995, a RDC n 17, publicada em 2000, a RDC n 48, publicada em 16 de maro de 2004, e a norma vigente RDC n 14, publicada em 5 de abril de 2010.

    Em 2011, , ento, publicado o Formulrio de Fitoterpicos da Farmacopeia Brasileira (disponvel em: http://www.anvisa.gov.br/farmacopeiabrasileira/ conteudo/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf), que contm formulaes embasadas em vasta literatura cientfica disponibilizada internacionalmente e que tratam de dados como eficcia e segurana das plantas utilizadas nas preparaes levando populao maiores conhecimentos sobre a biodiversidade brasileira. A publicao disponibiliza, alm das inmeras solues extrativas, vrias outras formulaes em diferentes formas farmacuticas que as contm.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    18

    PARTE 3 | CONCEITOS EMPREGADOS

    Citocromo P450 (pode ser abreviado para CYP450 ou CYP): Superfamlia, extensa e diversificada, de enzimas presentes no nosso organismo (intestino e fgado). Protagonizam grande parte das reaes de biotransformao de fase I.

    Droga vegetal: Planta medicinal, ou suas partes, que contm as substncias, ou classes de substncias, responsveis pela ao teraputica, aps processos de coleta, estabilizao, se aplicvel, e secagem, podendo estar na forma ntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.

    Derivado vegetal: Produtos de extrao da planta medicinal in natura ou da droga vegetal: extrato, tintura, alcoolatura, leo fixo e/ou voltil, cera, exsudato e outros.

    Efeito colateral: qualquer efeito no intencional de um medicamento que ocorra em determinada dose normalmente utilizada nos seres humanos, que relacionada com as propriedades farmacolgicas do medicamento.

    Erro de medicamento: definido pela Organizao Mundial de Sade (OMS, 2005):

    Qualquer evento evitvel que pode conduzir ao uso inadequado de um medicamento ou causar dano ao paciente enquanto o medicamento est

    no controle do profissional de sade, paciente ou consumidor. Tais

    eventos podem estar relacionados com a prtica profissional, com os

    procedimentos ou com os sistemas, incluindo falhas na prescrio,

    comunicao, etiquetao, rotulagem, denominao, preparao,

    dispensao, distribuio, educao, monitoramento e utilizao.

    Evento adverso/experincia adversa: qualquer ocorrncia mdica desagradvel que pode aparecer durante um tratamento medicamentoso, mas que no possui, necessariamente, uma relao causal com o tratamento.

    O evento adverso definido pela OMS como um dano relacionado interveno mdica desfavorvel, em contraste com complicaes de doenas.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    19

    Inclui todos os aspectos do cuidado, falhas nos diagnsticos e tratamento e nos sistemas e equipamentos utilizados no desenvolvimento do cuidado (OMS, 2005).

    Eventos Adversos Relacionados a Medicamentos (EAMs): so caracterizados por qualquer dano causado aos pacientes durante a terapia medicamentosa e se dividem em: evento adverso medicamentoso evitvel produzido por erro na medicao (ex.: dose errada do medicamento); e evento adverso medicamentoso inevitvel.

    Fitoterpico: o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substncias isoladas, com finalidade profiltica, curativa ou paliativa.

    Idiossincrtico: relativo suscetibilidade particular de um indivduo, em geral inata, para reagir a determinados fatores fsicos ou qumicos, e que se manifesta por uma reao que lembra alergia ou anafilaxia.

    Matria-prima vegetal: planta medicinal, droga vegetal ou derivado vegetal.

    Medicamento fitoterpico tradicional: elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerado na tradio popular, sem evidncias, conhecidas ou informadas, de risco sade do usurio, cuja eficcia validada por meio de levantamentos etnofarmacolgicos e de utilizao, documentaes tecnocientficas ou publicaes indexadas.

    Planta medicinal: espcie vegetal, cultivada ou no, utilizada com propsitos teraputicos.

    Problema Relacionado a Medicamentos (PRM): O Terceiro Consenso de Granada (Comit de Consenso, 2007) define PRM como as situaes em que o medicamento provoca um resultado negativo associado a seu uso. Esse consenso prope a classificao dos PRMs em funo dos requisitos que todo medicamento deve ter para ser utilizado: ser necessrio, efetivo e seguro. Os PRMs podem ser decorrentes de vrios fatores desencadeantes, por exemplo, administrao errnea do medicamento, conservao inadequada,

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    20

    contraindicaes, dose/posologia/durao do tratamento inadequadas, erros na prescrio/dispensao, no adeso ao tratamento, interaes decorrentes, problemas de sades existentes, efeitos adversos, e inmeros outros.

    Reao adversa a medicamentos: qualquer resposta a um frmaco que seja prejudicial, no intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para a profilaxia, diagnstico e tratamento de doenas ou para a modificao de uma funo fisiolgica.

    Reao adversa grave: quando resulta em morte, ameaa vida, hospitalizao ou prolongamento de hospitalizao; deficincia/incapacidade persistente ou significante, anomalia congnita/defeito no nascimento ou efeito clinicamente importante, incluindo os efeitos por uso no preconizado na bula ou por abuso.

    Resultados Negativos associados aos Medicamentos (RNMs): so resultados na sade dos pacientes no adequados ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso ou falha no uso de medicamentos. De acordo com o 3 Consenso de Granada (2007), so estabelecidas seis categorias de RNM: problema de sade no tratado, efeito de medicamento desnecessrio, inefetividade no quantitativa, inefetividade quantitativa, insegurana no quantitativa e insegurana quantitativa.

    Segmento farmacoteraputico: esse servio implica um compromisso; deve prover-se de forma continuada, sistematizada e documentada, em colaborao com o prprio paciente e com os demais profissionais do sistema de sade, com o objetivo de alcanar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente (Terceiro Consenso de Granada, 2007).

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    21

    PARTE 4 | CONTEXTUALIZAO DA UTILIZAO DE MEDICAMENTOS

    A planta medicinal utilizada em medicamentos um xenobitico, isto , um produto estranho ao organismo humano e que nele introduzido com finalidades teraputicas (podendo ou no ser txica, dependendo da natureza do xenobitico, da respectiva dose e de fatores inerentes a cada indivduo). Portanto, necessrio seu conhecimento para poder utiliz-la com segurana.

    As recomendaes internacionais e nacionais sugerem que o farmacutico seja formado para atuar no sistema de sade como membro de uma equipe multiprofissional, pautado pela ateno farmacutica, visando no s melhorar a qualidade de vida do usurio, mas tambm a realizao dos objetivos de sade do sistema como um todo. Atualmente, muitas propostas tm sido discutidas para melhorar a qualidade do entendimento do indivduo em relao ao uso racional de medicamentos. A expresso Educao Teraputica est sendo difundida e circunstanciada no entendimento de que o paciente tem experincias acumuladas durante sua vida, bem como gera expectativas e preocupaes ante uma srie de aspectos, alm de apresentar um comportamento individualizado em relao a seus problemas vivenciados. Isso exige um entendimento do paciente em relao farmacoterapia proposta para que tenha um comportamento de adeso ao tratamento e se sinta estimulado a alterar hbitos que foram adquiridos durante sua vida e que no contribuam com o estado de sade.

    O usurio de medicamento (paciente/indivduo) tem responsabilidade no processo da recuperao da sade, entretanto, ele precisa do conhecimento sobre o que est ocorrendo para que possa fazer essa assuno consciente de seu papel no processo como um todo.

    O profissional farmacutico um elemento fundamental nesse contexto, considerando a identificao dos PRMs para evitar o aparecimento dos RNMs.

    Um dos aspectos importantes est no conhecimento das interaes que podero ocorrer entre inmeros outros fatores envolvidos.

    Os modelos de atendimento aos usurios de medicamentos esto sendo cada vez mais aprimorados, justamente pelo entendimento de que a postura de simples paciente no colabora no processo de cura. O modelo mais recente o de concordncia, ou seja, o farmacutico e o indivduo interagem em igualdade de condies, permitindo assim a formao de uma aliana teraputica entre eles. Dessa forma, o farmacutico passa a apoiar o indivduo na construo do seu prprio conhecimento e de atitudes objetivando o uso

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    22

    racional de medicamentos, alm de ser considerado um conhecedor de sua prpria doena e dos medicamentos utilizados.

    Segundo levantamento estatstico realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), foi evidenciado que 31,3% (59,5 milhes de pessoas) afirmaram ter pelo menos uma doena crnica e 5,9% declararam ter trs ou mais. Deve ser considerado tambm que a populao brasileira est envelhecendo e com isso, provavelmente, o nmero de usurios crnicos de medicamentos tambm aumentar.

    Esse quadro leva necessidade de reflexo por parte dos profissionais da sade sobre as necessidades dos indivduos em relao ao esquema farmacoteraputico estabelecido e de que a possibilidade do surgimento de interaes um fato real, que deve ser preditivo quando possvel, para o desenvolvimento de outro esquema alternativo.

    Considerando a necessidade de uma orientao geral no atendimento ao usurio de medicamento, foram elaborados guias orientativos dos principiais fitoterpicos, considerando as principais interaes descritas na literatura daqueles constantes na Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    23

    PARTE 5 | INTERAO MEDICAMENTOSA

    Segundo Fonseca, quando duas drogas interagem, a resposta farmacolgica final pode resultar, entre outras, no aumento dos efeitos de uma ou outra droga; no aparecimento de efeitos totalmente novos, diferentes dos observados com quaisquer das drogas usadas isoladamente; na inibio dos efeitos de uma droga pela outra; ou pode no ocorrer nenhuma modificao no efeito final, apesar de a cintica e de o metabolismo de uma ou de ambas as drogas terem sido substancialmente alterados.

    Interao pode ser definida como uma resposta farmacolgica ou clnica administrao de dois ou mais frmacos que seja diferente da resposta desencadeada por esses frmacos, quando tomados individualmente. Ou seja, os efeitos resultantes podem ser benficos quando melhoram a eficcia teraputica ou reduzem seus efeitos adversos.

    considerada prejudicial quando aumenta exageradamente os efeitos farmacolgicos dos princpios ativos ou estes se antagonizam a ponto de anular, mesmo que parcialmente, seus efeitos teraputicos.

    Tipos:

    Adio: dois frmacos que possuem mecanismos de ao semelhantes apresentam efeitos aditivos.

    Somao: dois frmacos produzem efeitos semelhantes, mas atuam por mecanismos diferentes.

    Potencializao: o efeito resultante da associao de dois frmacos maior que a soma dos efeitos de cada um. a potencializao por sinergismo.

    Classificao das interaes medicamentosas

    Fsico-qumicas (interessante sob o ponto de vista de antagonizar os efeitos exacerbados de frmacos):

    Mecanismos frequentemente observados: reaes de xido-reduo; reao de precipitao; adsoro; neutralizao.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    24

    Farmacocinticas:

    So decorrentes das modificaes produzidas por um frmaco desencadeante sobre os processos de absoro, distribuio, biotransformao e excreo de um outro frmaco, cujo efeito modificado. Um dos agentes capaz de modificar os parmetros farmacocinticos de outro agente administrado concomitantemente ou os dois agentes tm sua farmacocintica alterada.

    Interaes bioqumicas:

    Podem ser enquadradas no grupo das interaes farmacocinticas; contudo, seus mecanismos que envolvem modificaes das atividades de diversos sistemas enzimticos justificam a constituio de um grupo especial.

    Farmacodinmicas:

    Resultam das modificaes na resposta do rgo efetor, dando origem a fenmenos de sinergia, antagonismo ou potenciao. Essas interaes podem ser verificadas no nvel dos receptores farmacolgicos ou no nvel de processos moleculares subsequentes ativao dos receptores. Constituem as interaes nas quais os efeitos finais so resultantes das aes farmacodinmicas prprias dos agentes concorrentes. Ou seja, quando os efeitos da adio, somao ou potencializao so semelhantes e quando os efeitos so opostos: antagonismo.

    Antagonismo:

    Fisiolgico: dois agentes com mecanismos independentes exibem efeitos opostos;

    Farmacolgico: os agentes concorrentes atuam nos receptores comuns ou sobre as mesmas estruturas, tendo-se, respectivamente, antagonismo farmacolgico competitivo;

    Fsico: antagonismo se faz por mecanismo puramente fsico;

    Qumico: quando os agentes concorrentes reagem entre si quimicamente.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    25

    A ocorrncia de possveis interaes envolve um conhecimento amplo de vrios aspectos relacionados aos medicamentos, aos pacientes (talvez seja esse o de maior complexidade) e, tambm, via de administrao.

    Quando consideramos os aspectos relacionados aos medicamentos, temos que abordar tanto a questo farmacocintica quanto a questo farmacodinmica, alm das situaes que podero influenciar a ao de determinado frmaco, como uma simples alterao de pH urinrio.

    As caractersticas apresentadas pelo paciente devero ser consideradas. Por exemplo, a constituio gentica, os estados patolgicos (diabetes, hipo ou hipertireoidismo, etilismo etc.), a funo heptica (com diminuio, poder ocorrer uma metabolizao insuficiente dos medicamentos gerando alterao dos nveis sricos e aumento da possibilidade de interao), os nveis sricos de protenas (a hipoalbuminemia aumenta a gravidade de interao de drogas, cuja eliminao envolve a conjugao proteica), a ingesto de alimentos, a idade, entre outros aspectos, so de grande importncia para a orientao correta em relao ao uso de medicamentos.

    No podemos deixar de mencionar as consideraes sobre as vias de administrao, que, tal como os aspectos mencionados anteriormente, tm papel fundamental na predio de possveis interaes. Nesse sentido, devemos considerar a via e o tempo de administrao, o perodo do tratamento (algumas interaes podero ser desencadeadas aps determinado tempo de utilizao do medicamento), a posologia (s vezes a interao dose-dependente) e a forma farmacutica.

    Conforme exposto anteriormente, entendemos que o aparecimento de possveis interaes medicamentosas no um processo simples de ser verificado e, particularmente, quando se trata de fitoterpicos, j que grande parte da populao, por crendice popular, acredita que medicamentos contendo drogas de origem vegetal no apresentam problemas em sua administrao por, essencialmente, apresentarem componentes vegetais em sua composio.

    Uma das reas que est sendo desenvolvida intensamente a farmacovigilncia. Sua importncia fundamental para os registros de reaes adversas a medicamentos que ocorrem durante ou aps o uso de um medicamento, a interao medicamentosa, o desvio de qualidade, o uso abusivo e a ineficcia teraputica.

    As pesquisas realizadas na rea de fitoterpicos para a avaliao do uso eficaz e seguro de fitoterpicos so ainda incipientes, e as notificaes de eventos auxiliam na gerao de novas informaes, colaborando para a promoo de seu uso racional.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    26

    Em publicao, Balbino & Dias (2010) apresentam os resultados da avaliao das notificaes de eventos adversos a plantas medicinais e seus derivados (fitoterpicos), efetuadas voluntariamente ao Sistema Nacional de Farmacovigilncia, coordenado pela Anvisa, no perodo de janeiro de 1999 a maro de 2009. Para destacar a importncia desse assunto, est representado parcialmente abaixo o quadro elaborado pelos citados autores que retrata a importncia das notificaes para a melhoria das informaes relacionadas utilizao de medicamentos fitoterpicos.

    Fonte: BALBINO E.E.; DIAS, M.F. Farmacovigilncia: um passo em direo ao uso racional de plantas medicinais e fitoterpicos. Rev Bras Farmacogn. 2010;20(6). Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2010000600027&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

    Essa situao poder ser modificada com a exposio do usurio de medicamento educao em sade por meio das orientaes recebidas por profissionais capacitados, o que poder ser intensificado atravs da prtica da ateno farmacutica. O quadro a seguir (parte 6) contm as principais informaes descritas em literatura sobre os medicamentos fitoterpicos de uso oral constantes na Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008. Sua finalidade facilitar o acesso no atendimento ao usurio de medicamento, considerando que se constitui uma ferramenta aditiva, porm, no nica na orientao sobre a predio de possveis interaes.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    27

    PARTE 6 | QUADROS ORIENTATIVOS DAS PRINCIPAIS INTERAES DE MEDICAMENTOS FITOTERPICOS DE USO ORAL

    CONSTANTES NA INSTRUO NORMATIVA N 05, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2008.

    Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008.

    Determina a publicao da LISTA DE MEDICAMENTOS FITOTERPICOS DE REGISTRO SIMPLIFICADO

    Relao de medicamentos de uso oral e possveis interaes decorrentes:

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    28

    1- AESCULUS HIPPOCASTANUM L. (CASTANHA-DA-NDIA)

    Uso teraputico: fragilidade capilar, insuficincia venosa

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Antiplaquetrios e anticoagulantes

    cido acetilsaliclico, varfarina, heparina,

    clopidogrel

    Aumento do risco de sangramentos.

    Anti-inflamatrios no esteroidais

    Ibuprofeno e naproxeno Aumento do risco de

    sangramentos.

    Hipoglicemiantes Insulina e outros frmacos

    para diabetes (em animais) Intensificao dos

    efeitos hipoglicemiantes. Anticidos e antiulcerosos

    ---- Diminuio da ao.

    Laxativos Sene Intensificao do efeito. Antibiticos Gentamicina Intensificao da nefrotoxicidade.

    Comentrios gerais

    A escina pode se ligar s protenas plasmticas e afetar a ligao a outras drogas.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    29

    2 - ALLIUM SATIVUM L. (ALHO)

    Uso teraputico: coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia e hipertenso arterial leve, auxilia na preveno de aterosclerose

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Anticoagulantes e antiplaquetrios

    Varfarina, heparina, cido acetilsaliclico e clopidogrel

    Aumento do risco de sangramentos.

    Anti-inflamatrios no esteroidais

    Ibuprofeno e naproxeno Aumento do risco de

    sangramentos.

    Hipoglicemiantes Insulina e glipizida Intensificao dos efeitos

    hipoglicemiantes.

    Antirretrovirais inibidores da

    protease

    Saquinavir e outros antirretrovirais

    Diminuio de nveis plasmticos, podendo ocorrer ineficcia

    teraputica. Diminuio e/ou elevao da

    biodisponibilidade do frmaco.

    Quimioterpicos Citarabina e fludarabina Intensificao dos efeitos

    antineoplsicos. Frmacos

    metabolizados pelo sistema

    heptico enzimtico P450

    ---- Interao varivel.

    Anti-hipertensivos inibidores da ECA

    Lisinopril Aumento do efeito hipotensor do

    frmaco.

    Antidiabtico Clorpropamida Elevao da biodisponibilidade do

    frmaco. Analgsico e antitrmico

    Paracetamol Alteraes nos perfis

    farmacocinticos do frmaco. Tuberculostticos Isoniazida Reduo da absoro. Bloqueadores de canais de clcio

    Diltiazem, nicardipine, verapamil

    Reduo de efetividade.

    Quimioterpicos Etoposide, paclitaxel,

    vinblastina, vincristina, vindesina

    Reduo de efetividade.

    Antifngicos Cetoconazol, itraconazol Reduo de efetividade. Glicocorticoides ---- Reduo de efetividade.

    Anestsico e analgsico opioide

    Alfentanil Reduo de efetividade.

    Tratamento do refluxo

    gastroesofgico Cisaprida Reduo de efetividade.

    Analgsico narctico

    Fentanil Reduo de efetividade.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    30

    Antiarrtmicos da classe I (subgrupo

    1B), anestsico local

    Lidocana Reduo de efetividade.

    Antagonistas dos Receptores da Angiotensina (ARAs) e para hipertenso

    arterial

    losartan Reduo de efetividade.

    Benzodiazepnico Midazolam Reduo de efetividade. Contraceptivos Estrognios Reduo da efetividade.

    Comentrios gerais

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este

    medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.

    No foram estabelecidas precaues para uso peditrico e em idosos (OMS, 1998).

    Esse medicamento no pode ser utilizado em associao com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolticos, antiagregantes plaquetrios e anti-inflamatrios no esteroidais, por aumentarem o risco de hemorragias" (MICROMEDEX, 2007). Quando associado a inibidores da protease, pode reduzir as concentraes sricas dessa classe, aumentando o risco de resistncia ao antirretroviral e falhas no tratamento (GALLICANO et al. 2003; PISCITELLI et al., 2002). Alm disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo (GURLEY et al., 2002).

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    31

    3 - ARCTOSTAPHYLOS UVA-URSI SPRENG (UVA-URSI)

    Uso teraputico: infeces do trato urinrio

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Acidificantes urinrios ---- A uva-ursi no deve ser

    administrada concomitantemente a medicamentos ou alimentos que

    acidificam a urina.

    Comentrios gerais

    Restrio de uso: no utilizar continuamente por mais de uma semana nem por mais de cinco semanas/ano. No usar em crianas com menos de 12 anos.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    32

    4 - CENTELLA ASIATICA (L.) URBAN (CENTELA)

    Uso teraputico: insuficincia venosa dos membros inferiores

    Classe Exemplo Possveis consequncias da

    interao

    Anti-inflamatrio Dexametasona

    (em animais) Ao antagnica aos efeitos que a dexametasona

    exerce como agente supressor no processo de cicatrizao

    (portanto, contribuio efetiva no processo cicatricial).

    Anti-hansenase ---- Administrao oral com cloreto de

    potssio resultou em terapia eficaz.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    33

    5 - CIMICIFUGA RACEMOSA (L.) NUTT. (CIMICFUGA)

    Uso teraputico: sintomas do climatrio

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Antiplaquetrios cido acetilsaliclico Intensificao da ao.

    Hormnios Estrognios e

    contraceptivos orais Interao negativa.

    Hipotensores betabloqueadores

    Metoprolol e propranolol Intensificao do efeito hipotensor.

    Hipotensores bloqueadores do canal de clcio

    Diltiazem e verapamil Intensificao do efeito hipotensor.

    Quimioterpico e infertilidade anovulatria

    Tamoxifeno Potencializao do

    efeito do tamoxifeno.

    Para alcoolismo crnico

    Dissulfiram Desencadeamento de

    usea e vmito.

    Antiprotozorio Metronidazol Desencadeamento de

    nusea e vmito. Antianmicos

    (anemia ferropriva)

    ---- Inibio da absoro de ferro.

    Comentrios gerais

    Venda sob prescrio mdica.

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco B. Este medicamento no deve ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.

    H um relato de hepatite necrosante ocorrida aps a tomada de um produto base de C. racemosa por uma semana, portanto, este medicamento deve ser administrado com cuidado a pacientes com insuficincia heptica grave.

    Pessoas alrgicas a salicilatos devem utilizar este medicamento com cuidado, pois produtos base de C. racemosa contm pequenas quantidades de cido saliclico.

    Pode potencializar o efeito de medicamentos anti-hipertensivos.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    34

    6 - CYNARA SCOLYMUS L. (ALCACHOFRA)

    Uso teraputico: colertico (aumento da liberao de blis a partir da vescula biliar) e colagogo (aumento da produo de blis pelo fgado)

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Diurticos

    Furosemida (diurtico de ala), tiazdicos

    (clortalidona, hidroclorotiazida,

    indapamida)

    (em animais) Queda de presso arterial por reduo de volume

    sanguneo (aumento de diurese), alm de aumentar a excreo de potssio causando a hipocalemia.

    Comentrios gerais

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    O uso concomitante deste medicamento com diurticos em presena de hipertenso ou cardiopatias deve ser realizado sob estrita superviso mdica, dada a possibilidade de haver descompensao da presso arterial, ou, se a eliminao de potssio considervel, uma potencializao de drogas cardiotnicas. No existem estudos disponveis para recomendar o uso em menores de 12 anos ou durante a gravidez.

    Pode reduzir a eficcia de medicamentos que interferem na coagulao sangunea, como cido acetilsaliclico e anticoagulantes cumarnicos (por exemplo, a varfarina).

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    35

    7 - ECHINACEA PURPUREA MOENCH. (EQUINCEA)

    Uso teraputico: preventivo e coadjuvante na terapia de resfriados e infeces do trato respiratrio e urinrio

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Frmacos imunossupressores

    ---- No poder ser administrada.

    Esteroides anabolizantes

    ---- Hepatotoxicidade aumentada.

    Quimioterpico Metrotexato Hepatotoxicidade aumentada. Antifngico Cetoconazol Hepatotoxicidade aumentada.

    Antiarrtmico Amiodarona Hepatotoxicidade aumentada. Analgsico Acetominofeno Hepatotoxicidade aumentada.

    Estimulante Cafena Aumento das reaes adversas

    da cafena.

    Imunossupressores Azatioprina, ciclosporina

    e prednisona Possvel interferncia.

    Frmacos que so submetidos ao metabolismo

    heptico

    Clozapina, haloperidol, imipramina, teofilina, propranolol e outros.

    Intensificao do efeito e das reaes adversas.

    Comentrios gerais

    Venda sob prescrio mdica. Restrito para no mximo oito semanas de uso contnuo, pois poder causar danos hepticos. No poder ser administrada em pacientes com tuberculose, esclerose mltipla, sndrome da imunodeficincia adquirida e doenas autoimunes.

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    No h estudos disponveis sobre o uso deste medicamento em mulheres e lactantes (OMS, 1998).

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C, no devendo ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. No existem recomendaes especficas para o uso de E. purpurea em pacientes idosos e outros grupos de risco. No so conhecidas interaes medicamentosas de extratos de E. purpurea com outros medicamentos.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    36

    8- EUCALYPTUS GLOBULUS LABILL. (EUCALIPTO)

    Uso teraputico: antissptico/antibacteriano de vias areas superiores e expectorante

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Medicamentos que atuam no

    Sistema Nervoso Central (SNC)

    Benzodiazepnicos (lorazepam ou diazepam), barbitricos (fenobarbital),

    narcticos (codena), alguns antidepressivos e

    lcool)

    Intensificao na dificuldade de raciocnio.

    Hipoglicemiantes ---- Intensifica a diminuio dos nveis

    de acar no sangue. Quimioterpico 5-Fluoruracila Aumento da absoro.

    Frmacos metabolizados pelo sistema enzimtico

    citocromo P450

    ---- Diminuio dos nveis sanguneos do frmaco com reduo de ao

    farmacolgica.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    37

    9 - GINKGO BILOBA L. (GINKGO) Uso teraputico: vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de distrbios circulatrios; distrbios circulatrios perifricos (claudicao intermitente); e insuficincia vascular cerebral

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Antiplaquetrios cido acetilsaliclico

    clopidogrel Risco de sangramento.

    Anticoagulantes Varfarina

    Heparina Risco de sangramento.

    Anti-inflamatrios no esteroidais

    Ibuprofeno

    naproxeno Risco de sangramento.

    Alho ---- Risco de sangramento. Vitamina Vitamina E Risco de sangramento.

    Anticonvulsivantes Fenitona Diminuio do efeito.

    Antidepressivos (inibidores da

    Monoaminoxidase) ----

    Intensificao do efeito e tambm dos efeitos colaterais (cefaleia,

    tremores e surtos manaco-depressivos).

    Antidepressivo Sertralina Aumento de batimentos

    cardacos, hipertermia, sudorese, rigidez muscular e agitao.

    Hipoglicemiantes ---- Poder afetar os nveis de

    insulina e do acar no sangue. Disfuno ertil Sildenafil Intensificao do efeito.

    Quimioterpico 5-Fluoruracila Intensificao dos efeitos

    colaterais. Imunossupressor Ciclosporinas Intensificao da toxicidade renal.

    Alimentos que contenham

    tiramina ---- Elevao da presso arterial.

    Inibidor reversvel da

    acetilcolinesterase (Alzheimer)

    Donepezil e tacrine Intensificao de urina e

    salivao.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    38

    Comentrios gerais

    Venda sob prescrio mdica. Alertar pessoas que utilizam antiplaquetrios, anticoagulantes, alho, vitamina E sobre o risco das interaes.

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. Este medicamento no deve ser utilizado em crianas menores de 12 anos e no existem contraindicaes ou precaues especficas para os pacientes idosos.

    A associao deste medicamento com anticoagulantes, antiplaquetrios, anti-inflamatrios no esteroidais (AINES) e/ou agentes trombolticos pode aumentar o risco de hemorragias.

    Este medicamento pode diminuir a efetividade dos anticonvulsivantes e alterar os efeitos da insulina, aumentando a sua depurao. Pode provocar mudanas no estado mental quando associado buspirona ou Hypericum perforatum.

    Potencializa o efeito dos inibidores da monoaminaoxidase e aumenta o risco dos efeitos colaterais da nifedipina.

    Pode aumentar o risco de aparecimento da sndrome serotoninrgica quando associado aos inibidores da recaptao de serotonina e pode causar hipertenso em uso concomitante com os diurticos tiazdicos.

    A associao deste medicamento com omeprazol acarreta diminuio de nvel srico do omeprazol (YIN et al, 2004).

    A associao com trazodona pode trazer risco de sedao excessiva (GALLUZZI et al, 2000a).

    Quando associado com risperidona e/ou fluoxetina h diminuio da disfuno sexual (LIN et al,2007).

    A associao com papaverina pode acarretar potencializao de efeitos teraputicos e adversos (SIKORA et al, 1989).

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    39

    10 - GLYCYRRHIZA GLABRA L. (ALCAUZ)

    Uso teraputico: expectorante, coadjuvante no tratamento de lceras gstricas e duodenais

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Anti-hipertensivos ---- Intensificao do efeito

    hipopotassmico.

    Diurticos ---- Intensificao do efeito

    hipopotassmico.

    Glicosdeo cardaco

    Digoxina Aumenta o risco de intoxicao

    por digoxina por induzir a hipopotassemia.

    Antialrgico Loratadina Efeito aditivo. Contraceptivos

    orais ----

    Risco de hipertenso, edema e hipocalemia.

    Anti-inflamatrio Hidrocortisona Potencializao da

    vascularizao cutnea.

    Comentrios gerais

    No dever ser utilizado continuamente por mais de seis semanas sem acompanhamento mdico.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    40

    11 - HAMAMELIS VIRGINIANA L. (HAMAMLIS)

    Uso teraputico: hemorroidas

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    ---- ----

    Por apresentar taninos em sua composio o uso desta planta poder ocasionar a reduo na

    absoro de alguns medicamentos.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    41

    12 - HYPERICUM PERFORATUM L. (HIPRICO)

    Uso teraputico: estados depressivos leves a moderados

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Contraceptivos orais ----

    Reduo da efetividade do medicamento.

    Sangramentos ou gravidez indesejada.

    Inibidores da bomba de prtons

    Lansoprazol, omeprazol

    Aumento da fotossensibilidade.

    Anti-inflamatrio Piroxicam Aumento da fotossensibilidade. Bacteriosttico Sulfonamida Aumento da fotossensibilidade. Inibidores da

    monoaminoxidase ---- Aumento da presso sangunea.

    Imunossupressor Ciclosporina

    Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com

    comprometimento da ao farmacolgica.

    Antirretrovirais Indinavir

    Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com

    comprometimento da ao farmacolgica.

    Glicosdio cardiotnico

    Digoxina

    Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com

    comprometimento da ao farmacolgica.

    Antiasmtico Teofilina

    Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com

    comprometimento da ao farmacolgica.

    Anticoagulante Varfarina

    Diminuio nos nveis sanguneos destes frmacos com

    comprometimento da ao farmacolgica.

    Frmacos que so submetidos s

    enzimas hepticas

    Omeprazol, talbutamida, cafena,

    carbamazepina,

    Os nveis sanguneos dos frmacos podero ser

    aumentados em curto espao de

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    42

    citocromo P450 ciclosporina, midazolam, nifedipina, sinvastatina, teofilina,

    antidepressivos tricclicos, varfarina,

    inibidores da transcriptase reversa no nucleosdeos ou

    inibidores da protease

    tempo, causando aumento dos efeitos ou potencializao das reaes adversas srias e/ou serem diminudas em maior

    espao de tempo.

    Antidepressivos tricclicos

    Amitriptilina

    Reduo da eficcia da amitriptilina.

    Uso concomitante com o hiprico poder causar sndrome

    serotoninrgica. Inibidores da

    recaptao da serotonina

    ---- Uso concomitante com o hiprico

    poder causar sndrome seratoninrgica.

    Inibidores da monoaminoxidase

    ----

    Uso concomitante com o hiprico poder causar sndrome

    seratoninrgica. Elevao intensa da presso

    arterial.

    Inibidores de apetite ---- Uso concomitante com o hiprico

    poder causar sndrome seratoninrgica.

    Antiexaquequosos (agonistas

    serotoninrgicos e alcaloides do ergot)

    ---- Uso concomitante com o hiprico

    poder causar sndrome seratoninrgica.

    Broncodilatadores ---- Uso concomitante com o hiprico

    poder causar sndrome seratoninrgica.

    Ansioltico Alprazolam Reduo da eficcia do

    alprazolam.

    Fotossensibilizantes

    cido aminolevulnico, amitriptilina,

    ciprofloxacina, norfloxacina,

    lomefloxacina, ofloxacina,

    levofloxacina, sparfloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina,

    trimetoprima/sulfametoxazol, tetraciclina,

    metoxsalen e trioxsalen

    Aumento de fotossensibilidade.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    43

    Quimioterpicos Imatinibe, irinotecan Reduo da eficcia.

    Inibidores da protease

    Amprenavir, nelfinavir, ritonavir e saquinavir

    Reduo na eficcia dos frmacos.

    Analgsicos narcticos

    Hidrocodona, morfina, oxicodona e outros

    Intensificao da ao dos frmacos e tambm dos efeitos

    colaterais.

    -----

    Meperidina, nefazodona, paroxetina,

    pentazocina, sertralina, tramadol

    Intensificao da ao dos frmacos e tambm dos efeitos

    colaterais.

    -----

    Mefenitona, nortriptilina, fenobarbital,

    fencroupomom, fenitona, reserpina,

    barbitricos, tracolimus

    Reduo na eficcia dos frmacos.

    Comentrios gerais

    Venda sob prescrio mdica. Cuidados: alimentos e plantas que contenham tiramina. Deve ser reiterado o cuidado na administrao desse fitoterpico considerando todas as interaes descritas e outras de menor gravidade. O hiprico utiliza o sistema enzimtico P450, particularmente, CYP3A4 e P-glicoprotena, interferindo na eficcia de inmeros frmacos.

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    Existe interao de H. perforatum com ciclosporina, anticoagulantes cumarnicos, anticoncepcionais orais, teofilina, digoxina, indinavir e possivelmente outros inibidores da protease e transcriptase reversa, prejudicando os efeitos destes. Isto ocorre devido induo pelo H. perforatum da via metablica envolvendo o citocromo P450.

    A utilizao de H. perforatum concomitante a antidepressivos inibidores da recaptao de serotonina e inibidores da monoaminoxidase poder causar sndrome serotoninrgica. No recomendado utilizar H. perforatum com drogas fotossensibilizantes como clorpromazina ou tetraciclina. O extrato de H. perforatum no demonstrou interao com o lcool em estudos farmacolgicos, porm sabe-se que o lcool pode piorar o quadro depressivo.

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    44

    13 - MATRICARIA RECUTITA L. (CAMOMILA)

    Uso teraputico: antiespasmdico intestinal, dispepsias funcionais

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Anticoagulantes e antiplaquetrios

    Varfarina, heparina, clopidogrel

    Aumento do risco de sangramento.

    Barbitricos e outros depressores do SNC

    Fenobarbital Intensificao ou prolongamento

    da ao depressora do SNC. Alimentos ou

    medicamentos ---- Reduo da absoro de ferro.

    Anti-inflamatrios no esteroidais

    Ibuprofeno, naproxeno Aumento do risco de sangramento.

    Quimioterpico Tamoxifeno Interage com moduladores seletivos dos receptores de

    estrognio. Inibidores da

    reabsoro ssea (anti-hipercalcmico)

    Raloxifeno Interage com moduladores seletivos dos receptores de

    estrognio.

    Comentrios gerais

    Tintura dever ser administrada somente em uso tpico. Dados sugerem que a camomila interfere no sistema enzimtico citocromo P450, e os frmacos que

    utilizam essa via podero estar em concentrao aumentada na corrente sangunea e intensificar as reaes adversas.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    45

    14 - MAYTENUS ILICIFOLIA MART. EX REISS. (ESPINHEIRA-SANTA)

    Uso teraputico: dispepsias, coadjuvante no tratamento de gastrite e de lcera gastroduodenal

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    ---- Etanol e outros medicamentos

    No existem informaes disponveis na literatura

    consultada sobre possveis interaes e, portanto, a

    administrao concomitante no recomendada.

    Comentrios gerais

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.

    No existem recomendaes especficas para o uso de M. ilicifolia em pacientes idosos e outros grupos de risco.

    A administrao concomitante de M. ilicifolia com bebidas alcolicas e outros medicamentos no recomendada, pois no existem estudos disponveis sobre as interaes medicamentosas deste fitoterpico.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    46

    15 - MELISSA OFFICINALIS L. (MELISSA, ERVA-CIDREIRA)

    Uso teraputico: carminativo, antiespasmdico e ansioltico leve

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Depressores do SNC

    ---- Intensificao da ao

    depressora.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    47

    16 - MENTHA PIPERITA L. (HORTEL-PIMENTA)

    Uso teraputico: carminativo, antiespasmdico intestinal, expectorante

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Antianmicos (anemia

    ferropriva) ---- Inibio da absoro de ferro.

    Drogas cardivasculares

    Felodipino e sinvastatina Elevao da concentrao dos

    frmacos no sangue.

    Imunossupressor Ciclosporina (animais) Intensificao da

    absoro do frmaco. Frmacos que

    utilizam o sistema enzimtico heptico

    citocromo P450

    ----

    Elevao da concentrao dos frmacos no sangue, podendo provocar a intensificao dos

    efeitos ou potencializar reaes adversas.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    48

    17- MIKANIA GLOMERATA SPRENGL. (GUACO)

    Uso teraputico: expectorante e broncodilatador

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Antibiticos Tetraciclinas, cloranfenicol, gentamicina, vancomicina

    e penicilina

    (estudo in vitro) Ao sinrgica contra Staphylococcus aureus.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    49

    18 - PANAX GINSENG C. A. MEY (GINSENG)

    Uso teraputico: estado de fadiga fsica e mental, adaptgeno

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Quimioterpico Imatinibe Aumento de hepatotoxicidade. Frmaco para insuficincia

    coronria aguda e crnica

    Nifedipina Aumento dos efeitos colaterais da

    nifedipina.

    Hormnios Estrognios

    Efeito aditivo na ao dos estrognios, falha nos perodos menstruais, sangramentos ps-menopausa, aumento de mama

    em homens, dificuldade na manuteno da ereo, aumento

    da libido.

    Anticoagulantes Varfarina Reduo nos efeitos

    anticoagulantes do frmaco.

    Antiplaquetrios cido acetilsaliclico, heparina, clopidogrel

    Aumento do risco de sangramento.

    Bloqueadores do canal de clcio

    ---- Diminuio da efetividade do

    medicamento.

    Inibidores da monoaminoxidase

    ---- Promoo de insnia, tremor, intensificao da depresso,

    agitao e cefaleia. Hipoglicemiantes ---- Aumento do risco de hipoglicemia.

    Analgsicos opioides

    ---- Diminuio da efetividade do

    medicamento. Medicamentos

    para controle de presso arterial

    ---- O ginseng poder aumentar ou diminuir a presso sangunea.

    Alimentos Caf, chs, chocolates etc. Aumento do efeito estimulante.

    Frmacos que utilizam o sistema enzimtico P450

    ----

    Elevao dos frmacos no sangue podendo ocorrer aumento

    do efeito ou intensificao dos efeitos colaterais.

    Fitoterpico Ginkgo biloba Aumento da funo cognitiva.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    50

    Comentrios gerais

    Usar por no mximo trs meses. No dever ser administrado a mulheres grvidas ou em fase de amamentao. H relato de morte neonatal e o desenvolvimento de caractersticas masculinas em beb do sexo feminino aps utilizao de ginseng na gravidez.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    51

    19 - PASSIFLORA INCARNATA L. (MARACUJ, PASSIFLORA)

    Uso teraputico: ansioltico leve

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Anticoagulantes e antiplaquetrios

    Varfarina, cido acetilsaliclico, clopidogrel,

    heparina

    Aumento do risco de sangramento.

    Benzodiazepnicos Vrios Intensificao da ao depressora do SNC.

    Barbitricos Vrios Intensificao da ao depressora do SNC.

    Frmacos inibidores da

    Monoaminoxidase

    Isocarboxazida, fenelzina, tranilcipromina

    Efeito aditivo.

    Anti-inflamatrios no esteroidais

    Ibuprofeno e naproxeno Aumento do risco de

    sangramento. Estimulantes Cafena e efedrina Aumento da presso arterial.

    Comentrios gerais

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    Mulheres grvidas, ou em fase de amamentao, no devem fazer uso deste medicamento sem orientao mdica, face presena dos alcaloides indlicos como harmana, harmina e seus derivados, na espcie vegetal. Estudos pr-clnicos relatam a atividade de estimulao uterina para estes alcaloides (VADEMECUM DE PRESCRIPCIN, 1998).

    Este medicamento no dever ser utilizado junto a bebidas alcolicas. Tambm no dever ser usado associado a outros medicamentos com efeito sedativo, hipntico e anti-histamnico (VADEMECUM DE PRESCRIPCIN, 1998).

    Crianas menores de 12 anos no devem usar este medicamento. De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.

    No existem recomendaes especficas para o uso deste medicamento em pacientes idosos, porm, dever ser acompanhado por orientao mdica.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    52

    Crianas menores de 12 anos no devem fazer uso deste medicamento sem orientao mdica.

    Interaes medicamentosas descritas em bula: este medicamento potencializa os efeitos sedativos do pentobarbital e hexobarbital, aumentando o tempo de sono de pacientes.

    H indcios de que as cumarinas presentes na espcie vegetal apresentam ao anticoagulante potencial e possivelmente interagem com varfarina, porm no h estudos conclusivos a respeito (BRINKER, 2001).

    O uso deste medicamento junto a drogas inibidoras da monoaminoxidase (isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina) pode provocar efeito aditivo (NEWALL, 1996).

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    53

    20 - PAULLINIA CUPANA H. B. & K. (GUARAN)

    Uso teraputico: psicoestimulante/astenia

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Anticoagulantes e antiplaquetrios

    ---- Aumenta o risco de sangramento.

    Analgsicos ---- Potencia a ao de analgsicos.

    Comentrios gerais

    No h estudos bem controlados da utilizao de cafena em mulheres grvidas e,

    portanto, dever ser evitada a sua administrao.

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    Os efeitos nocivos da cafena ocorrem no uso crnico dessa substncia, havendo riscos aumentados de aborto na gestao, reduo do peso fetal e potencializao de agentes teratognicos. As metilxantinas so distribudas em todos os compartimentos corpreos. Elas atravessam a placenta e passam para o leite materno.

    Estudos em mulheres grvidas demonstraram que a eliminao da cafena est significativamente reduzida durante este perodo, o que incrementa um possvel risco de toxicidade para o feto e para a me.

    A cafena tem uma meia-vida plasmtica de 3 a 7 horas, aumentando em duas vezes nas mulheres durante os ltimos estgios de gravidez ou com o uso em longo prazo de anticoncepcionais esteroides orais.

    De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco X. Este medicamento no deve ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.

    Devido seu efeito estimulante, este medicamento no deve ser ingerido noite por ocasionar insnia. Recomenda-se no associar este medicamento a bebidas que contenham metilxantinas (caf, ch, refrigerantes base de extrato de cola e mate), j que pode haver aumento dos efeitos do medicamento. No utilizar em crianas.

    A sensibilidade a P. cupana pode estar alterada com a idade, assim, recomenda-se o uso em idosos apenas sob orientao mdica.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    54

    Este medicamento potencia a ao de analgsicos e, quando administrado com anticoagulantes, poder inibir a agregao de plaquetas aumentando o risco de sangramento (NICOLETTI, 2007).

    Este medicamento pode levar a hipocalcemia e, consequentemente, aumentar a toxicidade da digoxina.

    O etinilestradiol pode potencializar o efeito da cafena, enquanto a cimetidina potencia seu efeito e tambm sua toxicidade.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    55

    21 - PEUMUS BOLDUS MOLINA (BOLDO, BOLDO-DO-CHILE)

    Uso teraputico: colagogo, colertico, dispepsias funcionais, distrbios gastrintestinais espsticos

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Anticoagulantes e Antiplaquetrios

    cido acetilsaliclico, heparina, clopidogrel,

    varfarina

    Ao aditiva em funo de a boldina inibir a formao do

    Tromboxano A2.

    Comentrios gerais

    Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para

    profissionais da sade, pela Anvisa.

    No se recomenda o uso contnuo deste medicamento. O uso de P. boldus no deve ultrapassar quatro semanas consecutivas. De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. Este medicamento no indicado para mulheres grvidas ou em amamentao.

    No existem recomendaes especficas para o uso deste medicamento em pacientes idosos.

    Crianas menores de seis anos no devem fazer uso deste medicamento.

    Segundo informao descrita em bula do medicamento: no foram encontradas na literatura referncias a interaes medicamentosas com medicamentos a base de P. boldus.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    56

    22 - PIMPINELLA ANISUM L. (ERVA-DOCE, ANIS)

    Uso teraputico: expectorante, antiespasmdico, carminativo e dispepsias funcionais

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao Hipnticos e

    sedativos ---- Prolongamento da ao.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    57

    23 - PIPER METHYSTICUM G. FROST. (KAVA-KAVA)

    Uso teraputico: ansioltico/ansiedade e insnia

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Inibidores da Monoaminoxidase

    ---- Aumento do risco dos efeitos

    adversos ocasionado pela inibio excessiva da monoaminoxidase.

    Estimulante dos receptores

    dopaminrgicos (antiparkinsonianos)

    Pergolide Diminuio da efetividade

    do frmaco.

    Ansioltico Alprazolam Aumento da ao depressora

    do SNC. Inibidores da

    galactogenese Bromocriptina

    Diminuio da efetividade do frmaco.

    Antiparkinsoniano Pramipexol Diminuio da efetividade

    do frmaco.

    Antiparkinsoniano Levodopa Diminuio da efetividade

    do frmaco. Agonistas

    dopaminrgicos

    Ropinirol Diminuio da efetividade

    do frmaco.

    Antagonistas dopamnicos

    ----

    Poder causar bloqueio dopaminrgico e provocar

    discenesia, distonia e parkisonismo.

    Frmacos que atuam no SNC

    lcool, barbitricos, benzodiazepnicos e agentes psicoativos

    Intensificao do efeito dos frmacos.

    Anabolizantes Esteroides anabolizantes Ocorrncia de danos hepticos. Antiarrtmico Amiodarona Ocorrncia de danos hepticos.

    Antineoplsico Metotrexato Ocorrncia de danos hepticos. Analgsico/ antitrmico

    Paracetamol Ocorrncia de danos hepticos.

    Antifngico Cetoconazol Ocorrncia de danos hepticos. Relaxantes musculares

    ---- Aumento da ao

    depressora do SNCl.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    58

    Anticoagulante Heparina de baixo peso

    molecular Aumento de risco de ocorrncia

    de sangramento. Frmacos

    trombolticos ----

    Aumento de risco de ocorrncia de sangramento.

    Antiplaquetrios ---- Aumento de risco de ocorrncia

    de sangramento.

    Antipsicticos Fenotiazinas Intensificao dos efeitos

    colaterais dos antagonistas dopaminrgicos.

    Antiparkinsonianos Amantadina Diminuio do efeito do frmaco. Analgsicos

    opioides ----

    Aumento da ao depressora do SNCl.

    Comentrios gerais

    Venda sob prescrio mdica. A OMS orienta que essa droga no seja administrada por mais de trs meses sem orientao mdica. Relatos clnicos de toxicidade heptica: hepatite, cirrose, insuficincia heptica.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    59

    24 - POLYGALA SENEGA L. (POLGALA) Uso teraputico: bronquite crnica, faringite

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    ---- ----

    No existem informaes disponveis na literatura

    consultada sobre possveis interaes e, portanto, a

    administrao concomitante a outros medicamentos no

    recomendada.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    60

    25 - RHAMNUS PURSHIANA DC. (CSCARA-SAGRADA)

    Uso teraputico: constipao ocasional

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Diurticos tiazdicos

    ---- Ocorrncia de perda excessiva de

    potssio resultando em hipocalemia.

    Glicosdeos cardiotnicos

    ---- Ocorrncia de desequilbrio

    eletroltico potencializando o efeito dos glicosdeos cardiotnicos.

    Frmacos administrados por

    via oral ----

    Como estimula o trnsito gastrintestinal poder afetar a

    absoro de frmacos administrados por via oral.

    Comentrios gerais

    No usar continuamente por mais de uma semana.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    61

    26 - SALIX ALBA L. (SALGUEIRO-BRANCO)

    Uso teraputico: antitrmico, anti-inflamatrio, analgsico

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Analgsico/antipirtico

    Paracetamol Nefrotoxicidade

    Antianmicos (anemia

    ferropriva)

    ---- Diminuio da absoro de ferro.

    Comentrios gerais

    Nenhuma informao relevante a ser comentada.

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    62

    27 - SAMBUCUS NIGRA L. (SABUGUEIRO)

    Uso teraputico: mucoltico/expectorante, tratamento sintomtico de gripe e resfriado

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    ---- ----

    No existem informaes disponveis na literatura

    consultada sobre possveis interaes e, portanto, a

    administrao concomitante a outros medicamentos no

    recomendada.

    Comentrios gerais

    No utilizar folhas por conterem glicosdeos cianognicos que podem ser txicos

  • Srie ANFARMAG FITOTERPICOS | Principais Interaes Medicamentosas

    63

    28 - SENNA ALEXANDRINA MILL., CASSIA ANGUSTIFOLIA VAHL OU CASSIA SENNA L. (SENE)

    Uso teraputico: laxativo

    Classe Exemplo Possveis Consequncias da

    Interao

    Frmacos administrados por

    via oral ----

    Poder reduzir a absoro de frmacos administrados por via oral, considerando que haver

    diminuio do tempo do trnsito intestinal.

    Glicosdeos cardiotnicos

    Digitalis e estrofanto Aumenta a perda de potssio e

    inten