apostila disturbios de aprendizagem
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Mdulo I
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Sumrio
Introduo ......................................................................................................................... 1
Unidade 1 Aspectos Gerais............................................................................................ 2
1 O que so Distrbios de Aprendizagem? .................................................................. 2
1.2. Diferenas entre Dificuldades e Distrbios de Aprendizagem .............................. 4
1.3. A Educao Infantil ............................................................................................... 7
Unidade 2 Tipos de Distrbios de Aprendizagem ......................................................... 8
Classificao dos distrbios.......................................................................................... 8
2.1. Distrbios de Entrada ............................................................................................ 8
2.1.1. Distrbios de Percepo Visual ...................................................................... 9
2.1.2. Distrbios de Percepo Auditiva ............................................................... 10
2.1.3. Distrbios de Integrao ............................................................................... 11
2.1.4. Distrbios de Memria ................................................................................. 12
2.2. Distrbios de Sada .............................................................................................. 13
2.2.1. Distrbios de Linguagem.............................................................................. 14
2.2.2 Distrbios de Atividade Motora .................................................................... 15
2.4 Outras origens das dificuldades de aprendizagem ................................................ 45
2.4.1 Autismo ......................................................................................................... 46
2.4.2. Sndrome de Asperger .................................................................................. 47
2.4.3 Deficincia mental ......................................................................................... 48
2.4.4 Sndrome de Down ........................................................................................ 49
Concluso do Mdulo I .................................................................................................. 51
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Introduo
Seja Bem Vindo(a) ao Curso de Distrbios de Aprendizagem !
Ao longo do curso sero transmitidos contedos que permitem conhecer o que
so os distrbios de aprendizagem, quais seus principais tipos, suas causas e como
lidar com eles.
O objetivo do curso fornecer ao
aluno o conhecimento necessrio para
detectar possveis distrbios de aprendizagem
e obter competncias e habilidades para lidar
com diversas situaes.
No entanto, preciso estar claro que
pessoas que apresentam distrbios de
aprendizagem devem ter o apoio de profissionais especializados, pois existem diferentes
tipos de distrbios e, cada um deles, necessita de uma ajuda profissional especfica. O
curso no traz informaes sobre todos os tipos existentes, embora aborde uma grande
parte deles.
Os contedos aqui existentes sero de grande utilidade para profissionais que
convivem, trabalham ou pretendem trabalhar com pessoas detentoras de distrbios de
aprendizagem.
Bom Estudo!
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Unidade 1 Aspectos Gerais
1 O que so Distrbios de Aprendizagem?
Os distrbios de aprendizagem podem ser encontrados em crianas,
adolescentes e pessoas na fase adulta. Eles geram dificuldades que esto presentes
no cotidiano da escola sendo enfrentadas por educadores e tambm pelos
responsveis e demais pessoas que convivem com indivduos detentores desses
problemas. Muitas vezes, crianas e
adolescentes tm sua imagem denegrida por
adjetivos como, por exemplo, preguiosas e
desinteressadas em funo da falta de
conhecimentos de seus educadores. Existe
um grande nmero de professores que
desconhecem os distrbios de
aprendizagem e no possuem as
capacidades necessrias para lidar com eles, agindo de forma errnea na execuo
do seu trabalho. As prprias crianas so o alvo para explicar o fracasso escolar e as
responsabilidades por no aprenderem so atribudas a elas mesmas. Em muitos
casos, desenvolvida uma autoestima negativa e isso pode ser levado at a vida
adulta. Alm de prejudicar de forma particular essas crianas, ainda impede o
desenvolvimento do processo de ensino de uma maneira geral, isentando o sistema
de ensino de qualquer erro ou defasagem em sua qualidade. Para analisar as
dificuldades de aprendizagem preciso considerar o processo todo e no apenas a
capacidade de quem aprende ou deixa de aprender. Sendo assim, fundamental que
os educadores, de maneira geral, conheam os problemas mais comuns relacionados
aprendizagem para saber agir diante deles ou, ao menos, encaminh-los a
profissionais especializados.
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Os distrbios de aprendizagem no so caracterizados pela falta de
inteligncia, mas ao contrrio. Muitas das pessoas que os possuem tm QI
(Quociente de Inteligncia) acima da mdia. Eles constituem deficincias
reversveis, tendo que receber ateno especial e formas de ensino apropriadas.
As deficincias no processo de aprendizagem podem ter diversas causas que
afetam a capacidade dos indivduos. Exemplos delas so problemas no aparelho
auditivo ou na viso, conflitos no ambiente familiar, defasagem na qualidade do
ensino, inadaptao ao mtodo utilizado, averso por determinada matria,
diferenas culturais, problemas sociais como a desnutrio, questes genticas,
ocorrncia de acidentes e muitas outras.
Em funo da grande quantidade de causas que podem ser atribudas s
dificuldades de aprendizagem, existem muitas crianas que so encaminhadas para
tratamentos mdicos e psicolgicos desnecessariamente. Por isso, preciso ter claro
que o diagnstico correto de um distrbio de aprendizagem depende de uma srie
de procedimentos como o acompanhamento constante da criana, a anlise de um
especialista e condies adequadas de vida. Muitos dos problemas podem ser
resolvidos facilmente e detectar a causa deles evita que a criana passe por situaes
mais difceis e desconfortveis sem que isso seja preciso.
Durante o curso sero abordadas as dificuldades encontradas na realizao de
atividades como a leitura, a escrita, a fala, funes motoras, raciocnio e habilidades
matemticas. Elas so percebidas, na maioria das vezes, no incio do processo de
aprendizagem, quando a criana passa a frequentar a escola e surgem diferenas no
acompanhamento dos contedos com relao aos demais alunos da mesma faixa
etria.
A aprendizagem pode ser compreendida como um processo que se realiza no
interior do indivduo e que provoca uma mudana de comportamento. Na sociedade
atual, o conhecimento de extrema importncia e tem diferentes significados,
atingindo o indivduo, a famlia, o meio social, a escola e os educadores.
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O sucesso escolar para as crianas evidencia o seu desempenho na atuao como
aluno; para a famlia, o sucesso escolar dos filhos se traduz em xito no
cumprimento de seu papel como responsveis e educadores e, para a escola, alunos
com bom desempenho significam profissionais bem sucedidos no futuro.
Sendo assim, faz-se necessrio que os distrbios de aprendizagem sejam
conhecidos por todos aqueles que rodeiam o processo educacional, para que seja
possvel uma atuao em conjunto capaz de trazer resultados efetivos. O que se
nota, que conforme os contedos vo aumentando o seu grau de dificuldade e o
tempo vai passando, os obstculos enfrentados pelas crianas tambm tendem
apenas a aumentar, tornando o tratamento cada vez mais difcil e intensificando as
demais questes enfrentadas pelos alunos.
1.2. Diferenas entre Dificuldades e Distrbios de Aprendizagem
Existe uma ampla discusso entre autores e profissionais da rea da educao
com relao a esse assunto. No entanto, no h um consenso ou uma posio definida
para o mesmo. Dessa forma, vamos adotar neste curso o princpio de que existem
determinadas diferenas entre os termos dificuldades e distrbios de aprendizagem.
O termo dificuldades pode ser usado para designar qualquer tipo de obstculos
encontrados pelos indivduos no processo de ensino-aprendizagem. Eles podem ser das
mais diversas ordens. Muitas vezes, os problemas no esto no aluno, mas ligados a
elementos externos que o influenciam. Abaixo voc pode ver exemplos de fatores que
causam dificuldades na apreenso do conhecimento:
Problemas sociais como a desnutrio
Ausncia de motivao
Conflitos familiares
Baixa qualidade do sono
Diferenas culturais
Deficincias na estrutura da educao: salas superlotadas; professores mal
remunerados, pouco treinados e sobrecarregados
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Material didtico inadequado
Inadequao metodolgica
Mudanas no padro de exigncias da escola
Baixo QI (Quociente de Inteligncia)
Falta de interesse
Problemas na viso
Problemas na audio
Problemas genticos
Comprometimentos neurolgicos
Problemas de ordem psicopedaggica
Assim, pode-se perceber que, independente da natureza das causas, elas podem
gerar dificuldades e at mesmo impedimentos nas capacidades de aprendizado dos
indivduos. Porm, durante este curso, o foco ser dado aos Distrbios de
Aprendizagem. Eles tambm causam dificuldades no processo de aprendizagem, porm
suas causas esto ligadas a caractersticas especficas dos indivduos que refletem em
dificuldades tambm especficas como ser visto ao longo do curso. Abaixo voc pode
ver algumas caractersticas de pessoas que possuem Distrbios de Aprendizagem:
Apresentam quociente de inteligncia normal, muito prximo da normalidade ou
at mesmo superior.
No apresentam deficincias sensoriais, nem neurolgicas significativas.
Possuem rendimento escolar insatisfatrio em relao s demais pessoas que se
encontram na mesma faixa etria.
Apresentam uma disfuno no sistema nervoso central.
Suas dificuldades so detectadas, na maioria das vezes, no incio da
alfabetizao, quando a criana passa a frequentar a escola e nota-se suas
diferenas de aprendizado em relao ao restante do grupo.
Tm dificuldades em um aspecto especfico da aprendizagem (leitura, fala,
escrita, matemtica, raciocnio).
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Ao contrrio das dificuldades de aprendizagem, que podem estar ligadas a
problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distrbios de aprendizagem
esto mais vinculados ao prprio aluno independente de questes relacionadas, por
exemplo, estrutura geral da educao ou ao ambiente familiar e suas condies
econmicas, atingindo a criana em nvel individual. Essas questes podem influenciar
de forma negativa a aprendizagem, mas no so determinantes nesses casos.
As caractersticas que devem ser observadas em crianas que possuem distrbios
de aprendizagem, so dificuldades especficas para a realizao de atividades como a
leitura, a escrita, a fala, o raciocnio e as habilidades matemticas. Essas crianas
precisam de ateno e tratamentos diferenciados como a ajuda de profissionais
especializados, formas diferentes de ensino, escolas com recursos especficos, entre
outras.
preciso estar claro, como j foi dito anteriormente, que a confirmao de um
diagnstico de distrbio de aprendizagem, depende de um conjunto de fatores e exames
especficos. Crianas com dificuldades causadas por outros motivos podem ter seus
problemas sanados quando inseridas em ambientes com qualidades diferenciadas de
organizao, ambientes saudveis e profissionais capacitados.
As dificuldades de aprendizagem podem ser transitrias quando suas causas so
tratadas ou eliminadas, enquanto os distrbios permanecem pela vida toda, j que so
disfunes do sistema nervoso central. Eles tambm podem e devem ser tratados,
porm, essas aes representam alternativas para que as pessoas possam conviver de
forma saudvel com suas dificuldades e saber como super-las e no constituem curas
definitivas.
Dessa forma, a disfuno neurolgica uma caracterstica fundamental para
diferenciar uma criana com distrbios de aprendizagem daquelas que apenas
apresentam algumas dificuldades. Aqueles tm uma relao mdica, o que explica o
fato de apenas uma pequena parte da populao que encontra dificuldades de
aprendizagem, terem nos distrbios as causas de seus problemas.
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1.3. A Educao Infantil
A existncia de uma educao infantil de qualidade fundamental para todas as
escolas que trabalham com esta faixa etria. necessrio que se tenha educadores
prontos a superar qualquer espcie de
problemas presentes em sua docncia,
pois, existem diversos tipos de alunos
e, no caso dos que estamos tratando
aqui neste curso, torna-se
indispensvel que todos os
professores, mas principalmente os da
rea infantil, tenham conhecimentos
sobre os distrbios de aprendizagem.
Para os pais de crianas com essas
dificuldades, torna-se mais complicado reparar esses problemas sem o apoio da escola e
de profissionais capacitados.
A escola e os pais devem caminhar sempre juntos, afinal na instituio de
ensino que a criana passa a maior parte do tempo e, por isso, ela tambm deve ter
conhecimentos e ambientes especficos para pessoas que apresentam esses distrbios,
contando com profissionais tambm especializados no assunto. Ao perceber que o aluno
encontra dificuldades no aprendizado, a escola deve avisar aos pais desde o incio, para
que se possa buscar um diagnstico mais preciso. Caso o aluno continue apresentando
os mesmos resultados, necessrio procurar psiquiatras infantis e pedagogos
especializados no assunto. A criana precisar de todo o apoio possvel, tanto da escola
como em seu ambiente familiar.
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ESTE O FIM DA UNIDADE 1! NESTA UNIDADE VOC APRENDEU QUE:
Os Distrbios de Aprendizagem so causados por problemas no sistema nervoso
central que geram dificuldades em reas especficas da aprendizagem.
Existem algumas diferenas entre o termo dificuldades e distrbios de
aprendizagem e elas devem ser consideradas quando este tema abordado.
Para lidar com os distrbios de aprendizagem preciso a ajuda de profissionais
especializados.
A maior parte dos distrbios passam a ser percebidos quando as crianas
comeam a frequentar a escola e, por isso, necessrio que as mesmas estejam
inseridas em instituies de ensino de qualidade capazes de ajud-las.
Unidade 2 Tipos de Distrbios de Aprendizagem
As pessoas que possuem distrbios de aprendizagem, assim como todas as
outras, tm capacidade menor para realizar determinadas atividades e uma afinidade e
facilidade maior para outras. Essas dificuldades podem ser de diferentes naturezas e
esse ser o assunto tratado nesta unidade.
Os distrbios de aprendizagem podem ser classificados em distrbios de entrada
ou sada. Os principais tipos de distrbios e as diferentes implicaes que eles tm na
aprendizagem sero vistos a partir deste momento.
Classificao dos distrbios
2.1. Distrbios de Entrada
Os distrbios de entrada se caracterizam pelas informaes chegadas ao crebro
que podem ser atravs do ouvido (entrada de audio) e da viso (entrada visual). E esse
processo todo de entrada, realizado no crebro.
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2.1.1. Distrbios de Percepo Visual
O distrbio de percepo visual no se caracteriza por pessoas quem tm
dificuldades para enxergar em funo de
problemas como, por exemplo, a miopia e o
astigmatismo. Nesse distrbio, as duas
caractersticas mais presentes so:
Dificuldade em definir a posio e/ou forma do que se v
A entrada de informao pode ser recebida com letras ao contrrio ou giradas
Essas caractersticas podem fazer com que a criana confunda letras semelhantes
como o b com o d, o g com o q, o f com o v e outras variaes de letras que
possuem um som parecido na hora de se dizer alguma coisa como, por exemplo, em
faca = vaca.
As crianas tm esses distrbios detectados geralmente na fase em que esto
comeando a ler, escrever e copiar letras e desenhos. Algumas das dificuldades que
elas costumam apresentar so:
Leitura (trocam as linhas na hora da leitura, pulam palavras)
Erros na avaliao de profundidade (esbarram o tempo todo nas coisas)
No conseguem entender direita e esquerda, em cima e em baixo
No conseguem determinar sua posio no espao
No conseguem participar de atividades esportivas como pegar uma bola ou
pular corda, por serem inseguras com as informaes que recebem.
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Essas dificuldades fazem com que a criana tenha uma limitao para fazer as
coisas, pois ela no consegue determinar a sua posio no espao, podendo se confundir
em locais como campos abertos ou ginsios. Na hora de praticar algum esporte, por
exemplo, ao jogar futebol, o crebro dela vai precisar perceber a posio correta da bola
e o seu trajeto e dizer para as partes do seu corpo exatamente o que elas precisam fazer.
A m percepo de distncia ou de velocidade ou a fato de seu crebro orientar o corpo
de forma errnea, faz com que ela no alcance a bola de maneira alguma.
No momento de transmitir a informao, encontrada uma dificuldade
consideravelmente grande, pois a criana recebe uma informao que ultrapassa o seu
objetivo ou no chega a ele, como o exemplo da bola.
2.1.2. Distrbios de Percepo Auditiva
Assim como o distrbio de percepo visual,
este est ligado s dificuldades da leitura. A
percepo auditiva consiste na transformao do som
para uma informao. As pessoas com distrbio de
percepo auditiva, no conseguem fazer esta
transformao com perfeio, pois o contedo que recebido no crebro chega
distorcido, apresentando vrias falhas como, por exemplo, a troca de palavras. Elas
tambm no tm a capacidade de processar as entradas de som to rpido como as
outras pessoas, o que conhecido como retardo auditivo. So caractersticas de pessoas
com distrbio de percepo auditiva:
Dificuldades em distinguir pequenas diferenas nos sons compreendendo a
mensagem de forma incorreta. Exemplo: Confundir bala com bola.
Dificuldades com a relao figura e fundo. Exemplo: A criana est assistindo
televiso num local em que h outras pessoas conversando. Algum, em outro
cmodo, chama a criana e comea a falar com ela. A mesma no consegue
distinguir a voz, demorando para perceb-la. Essas crianas so vistas pelos pais e
educadores como aquelas que nunca prestam ateno a nada do que lhe dito.
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Para lidar com pessoas que apresentam essas caractersticas, preciso falar
devagar, dar as instrues separadamente para que elas consigam acompanhar as
mesmas, entre outros cuidados. Se as falas forem realizadas de forma rpida,
provavelmente parte das informaes sero perdidas.
2.1.3. Distrbios de Integrao
Esses problemas tambm constituem distrbios de entrada, mas esto ligados a
outros sentidos diferentes da viso e da audio. Quando as informaes chegam ao
crebro, elas precisam ser compreendidas, o que se d em dois momentos: a sequncia e
a abstrao. As pessoas podem ter esse distrbio em uma rea ou outra ou, ainda, em
ambas.
Distrbios de Sequncia
As crianas que apresentam esse distrbio compreendem as informaes
transmitidas, mas no conseguem repetir suas sequncias. Veja alguns exemplos abaixo:
Uma criana pode ouvir ou ler uma histria, mas, na hora de recont-la,
pode inverter a ordem dos fatos discorrendo, primeiramente, sobre o final
e depois ir para o incio da histria.
Nas operaes matemticas, os problemas so entendidos, mas, as ordens
invertidas:
Exerccio: 4 + 2 = ? Resposta dada pela criana: 4 + 6 = 2.
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Pessoas com essas caractersticas tambm podem encontrar dificuldades com
jogos de tabuleiro que exijam um movimento
em sequncia; ao colocar cada coisa em seu
lugar arrumando uma mesa de jantar, ou, ainda,
ao realizar a grafia de palavras, trocando a
ordem das letras. Uma criana que tem
dificuldade em dar sequncia ao que visto, tem
um distrbio de sequncia visual e outra que tenha dificuldade em dar sequncia ao que
ouvido, tem distrbio de sequncia auditiva.
Distrbios de Abstrao
A abstrao diz respeito capacidade de dar significados s coisas. Em crianas
com distrbios de abstrao, e informao recebida registrada e colocada na sequncia
correta. Porm, no se pode fazer relaes com o conhecimento adquirido e nem
signific-lo.
Exemplo: Um educador pode ler uma histria sobre policiais e perguntar para a criana
se ela conhece algum policial que seja da famlia ou algum com quem tenha contato.
Essa criana no tem capacidade para responder a esse questionamento, pois ela
consegue falar apenas do policial da histria de forma especfica e no sobre esses
profissionais de forma geral.
2.1.4. Distrbios de Memria
Quando se recebe uma informao, alm da mesma ter que ser registrada e
compreendida, ela precisa ser arquivada para que possa ser usada em outros momentos,
o que se d atravs da memria. Existem dois tipos de memria: a memria a curto
prazo e a memria a longo prazo.
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A memria a curto prazo se refere a guardar uma informao no momento em
que se concentra nela. Ela dura apenas minutos ou horas e faz com que seja possvel
continuar as atividades ou pensamentos no presente. Um exemplo que pode ser usado
quando algum recebe um nmero de telefone. Certamente, ele poder ser usado se a
ligao for realizada dentro de pouco tempo, mas, ser esquecido se a ligao deixada
para o dia seguinte ou depois.
J a memria a longo prazo, refere-se ao processo em que a repetio de uma
informao faz com que ela seja gravada ou arquivada. Esta memorizao faz com que
seja possvel recordar-se rapidamente ao pensar nela ou levar um pouco mais de tempo,
mas, ainda assim, ter a informao na memria. Como exemplo, pode-se pensar em
como cada um lembra o endereo de suas respectivas casas, mas encontra mais
dificuldades em lembrar o endereo de familiares ou amigos.
Crianas com distrbios de memria, geralmente tm a sua memria de curto
prazo afetada. Esses problemas tambm podem atingir de forma significativa o
desempenho escolar. Muitas vezes so necessrias de 10 a 15 repeties para memorizar
algo que uma criana sem este distrbio o faria em 3 ou 5 repeties. No entanto, essas
pessoas no possuem dificuldades na memria a longo prazo, podendo lembrar de
determinados acontecimentos nos mnimos detalhes.
2.2. Distrbios de Sada
Assim como determinadas pessoas encontram dificuldades na forma como
recebem as informaes, outras tm problemas no momento da sada de informaes, ou
seja, no momento de concretizao do conhecimento adquirido.
Isso percebido quando a criana realiza aes como escrever, desenhar,
atividades motoras e outras. Quando essa dificuldade implica na escrita ou na fala, ela
chamada de Distrbios de Sada de Linguagem e, quando se d na realizao de
atividades musculares, chamada de Distrbios de Sada Motora.
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2.2.1. Distrbios de Linguagem
Os distrbios de linguagem podem ser divididos em dois tipos: Distrbio de
Linguagem Espontnea e Distrbio de Linguagem de Demanda.
Distrbio de Linguagem Espontnea
A linguagem espontnea se d quando o indivduo
inicia uma conversa atravs de um comentrio, um
cumprimento ou um questionamento. Nesta forma de
comunicao, a pessoa que inicia a conversa escolhe o
assunto que ser tratado (provavelmente um do qual tenha conhecimento e facilidade
para discorrer), usa o tempo necessrio para organizar seus pensamentos e encontrar as
melhores palavras para se expressar.
Porm, pessoas com distrbio de aprendizagem espontnea, encontram
dificuldades em realizar tal tarefa, no iniciando dilogos ou, ento, o fazendo de forma
inadequada.
Distrbio de Linguagem de Demanda
J a linguagem de demanda se d quando algum
iniciou uma conversa e preciso interagir. Pessoas que
so portadoras deste distrbio, geralmente no possuem
dificuldade com a linguagem espontnea.
Na linguagem de demanda, a outra pessoa quem
estabelece a circunstncia na qual voc tem que se comunicar, de forma que no h
tempo para organizar os pensamentos e encontrar as palavras adequadas, mas, ainda
assim, preciso responder de forma apropriada.
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Pessoas com esses problemas costumam pedir para que a pergunta seja repetida,
pois, dessa maneira, conseguem mais tempo para pensar na resposta. Quando so
foradas a dar uma resposta, o fazem de maneira confusa e difcil acompanh-las. Isso
pode parecer contraditrio, j que este mesmo indivduo consegue falar perfeitamente
em outros momentos como, por exemplo, quando inicia uma conversa.
Essas crianas podem ser vistas como preguiosas pelos professores, afinal,
falam normalmente atravs da linguagem espontnea e, quando so questionadas, dizem
que no sabem ou simplesmente no respondem. Esse o tipo de dificuldade que
detectada apenas quando se conhece minimamente os distrbios, de onde nasce a
importncia de se ter profissionais capacitados para o processo de ensino-aprendizagem.
2.2.2 Distrbios de Atividade Motora
Os distrbios de atividade motora podem ser divididos em dois tipos: distrbio
de atividade motora grosseira e distrbio de atividade motora fina.
O distrbio de atividade motora grosseira caracterizado pela dificuldade de
usar grandes grupos musculares. Ele faz com que a criana seja desajeitada fazendo-a
cair sobre as coisas ou enfrentar problemas para realizar atividades fsicas como correr,
escalar ou nadar.
J o distrbio de atividade motora fina, consiste na dificuldade de realizar tarefas
que demandam que muitos msculos
trabalhem juntos. Ele percebido quando a
criana comea a escrever. Ela apresenta uma
incapacidade de fazer com que os msculos
da mo dominante trabalhem em conjunto. A
sua velocidade de escrever no consegue
acompanhar o ritmo do seu pensamento, o que resulta em uma letra lenta e feia.
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Escrever exige uma srie de elementos que acabam passando despercebidos para
as pessoas que no possuem tais dificuldades como a forma, o tamanho, o espaamento
e o posicionamento. Para crianas com distrbios de atividade motora fina, esse
processo muito mais complicado.
A partir desse momento sero conhecidos os principais distrbios de linguagem
e de atividade motora, sendo que eles podem ser classificados como um e/ou outro.
Dislexia
Disgrafia
Disortografia
Afasia
Disartria
Discalculia
Acalculia
Apraxia
Dispraxia
Gagueira
Dficit de ateno
A) Dislexia
A dislexia tem sido o distrbio de maior incidncia nas salas de aula. Ela reflete
na dificuldade de aprendizagem na
qual a capacidade de uma criana
para ler ou escrever est abaixo do
seu nvel de inteligncia. A mesma
pode ser caracterizada como uma
insuficincia para assimilar os
smbolos grficos da linguagem.
Sua origem congnita (nata) e
hereditria e seus sintomas podem
ser identificados logo na pr-escola em crianas que demoram para comear a falar ou
trocam os sons das letras e tm dificuldades para aprender a ler e escrever.
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Ela pode ser chamada de a me dos transtornos de aprendizagem porque foi a
partir da identificao deste problema que se iniciou uma busca pelo conhecimento de
todos os outros tipos de distrbios existentes. Com o passar do tempo, surgiu a
necessidade de estabelecer as diferenas entre os problemas na aprendizagem e, a partir
de ento, eles comearam a ser subdivididos e classificados. A dislexia tambm foi
conhecida durante um grande perodo como cegueira verbal congnita devido s
dificuldades para ler e escrever em pessoas que possuam viso normal.
Esse distrbio se d em crianas com audio, viso e inteligncia normais, que
vivem em ambientes familiares saudveis e possuem condies econmicas adequadas.
Assim, em casos de dislexia, as causas no podem ser atribudas a questes emocionais,
culturais ou instrucionais. Embora esses fatores tenham uma influncia no desempenho
de pessoas dislxicas, eles no so determinantes.
Nos indivduos que no possuem dislexia, a rea esquerda do crebro a
responsvel pela percepo e pela linguagem, subdividida em trs partes: uma que
processa fonemas, outra que analisa as palavras e a ltima que reconhece as palavras.
Essas trs partes trabalham em conjunto e do capacidade para que os indivduos
aprendam a ler e escrever. A crianas conseguem realizar essa tarefa apenas quando
reconhecem e processam fonemas, memorizando as letras e seus sons. Com o tempo e o
desenvolvimento da criana na leitura e na escrita, sua memria permanente comea a
ser construda, o que faz com que ela reconhea as palavras com mais agilidade e sem
grande esforo.
As crianas dislxicas possuem falhas nas conexes cerebrais. Elas podem
contar apenas com a regio do crebro responsvel por processar fonemas e slabas,
enquanto a rea responsvel pela anlise de palavras, no exerce a sua funo. Suas
ligaes cerebrais no incluem a rea responsvel pela identificao de palavras e,
portanto, a criana no consegue reconhecer palavras que j tenha lido ou estudado. A
leitura se torna um grande esforo para ela, pois toda palavra que ela l aparenta ser
nova e desconhecida. Para simplificar, pode-se dizer que a dislexia causada por
alteraes nas reas do crebro responsveis pelos sons da linguagem e do sistema que
transforma o som em escrita.
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Esse distrbio confundido com frequncia com outros problemas de adaptao
escolar como os atrasos de desenvolvimento e a
deficincia mental ligeira, afinal, a criana
dislxica tem dificuldades em compreender o
que est escrito e de escrever o que est
pensando. Quando tenta expressar-se no papel, o
faz de maneira incorreta e o leitor no
compreende as suas ideias. Abaixo voc pode
ver algumas das caractersticas mais encontradas por crianas que tm dislexia:
Fraco desenvolvimento da ateno
Falta de capacidade para brincar com outras crianas
Atraso no desenvolvimento da fala e escrita
Atraso no desenvolvimento visual
Falta de coordenao motora
Dificuldade em aprender rimas/canes
Falta de interesse em livros impressos
Dificuldade em acompanhar histrias
Dificuldade com a memria imediata e a organizao em geral
A pronncia ou a soletrao de palavras monossilbicas uma dificuldade
evidente
Inverso de palavras de maneira parcial ou total
Exemplo: A palavra casa lida como saca.
Inverso das letras e nmeros
Exemplo: p por b; 3 por 5
Alterao na ortografia em funo de alteraes no processo auditivo
Cometem erros na separao das palavras
Dificuldades em distinguir esquerda e direita
Alterao na sequncia das letras que formam as slabas e palavras
Dificuldades na matemtica
Pobreza de vocabulrio
Escassez de conhecimentos prvios (memria de longo prazo)
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Falhas na elaborao de oraes complexas e na redao espontnea
Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa como so
escritas.
Alm disso, os dislxicos tambm sofrem com a falta de rapidez ao ler. Sua
leitura sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifcio, decodificam as palavras, mas
no conseguem compreend-las.
As caractersticas colocadas acima no so suficientes para se fechar um
diagnstico a respeito da dislexia, afinal, existem outros distrbios de aprendizagem que
tambm possuem elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um
ponto a partir do qual se levado a procurar a ajuda de profissionais especializados e
buscar formas de superao.
A dislexia responsvel por altos ndices de repetncia e abandono escolar. A
ausncia de conhecimentos dos professores contribui para uma evaso escolar e o
agravamento dos problemas enfrentados pelas crianas. Essas so incompreendidas em
seu fracasso e no valorizadas em suas tentativas vs para superar suas dificuldades,
desenvolvendo uma imagem negativa sobre si mesmas. A escola se torna um ambiente
que causa ansiedade e as exigncias dos pais e professores acabam se revertendo em
comportamentos agressivos, inibies e outros.
As crianas dislxicas precisam olhar e ouvir atentamente, prestar ateno aos
movimentos da mo enquanto escrevem e da boca quando
falam para associar os fonemas aos seus sons e sua escrita.
recomendada a montagem de manuais de alfabetizao
apropriada para pessoas com essas dificuldades. Alm disso,
o sucesso escolar de um dislxico est baseado em uma
terapia multisensorial (uso de todos os sentidos), sempre
combinando atividades que motivem o uso da viso, da
audio e do tato para ajud-lo a ler e soletrar corretamente
as palavras. Abaixo esto colocadas algumas atitudes que podem ajudar essas pessoas
no processo de aprendizagem:
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Usar folhas quadriculadas para matemtica.
Usar letras com vrias texturas.
Usar mscara para leitura de texto.
Evitar dizer que a criana lenta, preguiosa ou compar-la aos outros alunos da
classe.
No forar a criana a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo
em faz-lo.
Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas
escritas.
Sempre que possvel, a criana deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito
para fazer, isto inclui mensagens. Sua prpria voz de muita ajuda para
melhorar a memria.
Revises devem ser frequentes e importantes.
Copiar do quadro sempre um problema, tente evitar isso, ou d-lhe mais tempo
para faz-lo.
Demonstre pacincia, compreenso e amizade durante todo o tempo,
principalmente quando voc estiver ensinando a alunos que possam ser
considerados dislxicos.
Ensine-a quando for ler palavras longas, a separ-las com uma linha a lpis.
D-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta
tarefa.
No risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como voc precisa
estudar mais para melhorar.
Procure no dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz
infeliz.
No a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrvel e no
gosta de v-la no papel. A modulao da caligrafia um processo longo.
Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliaes orais e
principalmente nas escritas.
Uma lngua estrangeira muito difcil para elas, faa suas avaliaes sempre em
termos de trabalhos e pesquisas.
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Alm do apoio da escola, as crianas precisam receber apoio em casa. Os pais e demais
responsveis devem ajudar a melhorar sua autoestima, oferecendo carinho, sendo
compreensivos e elogiando a cada acerto alcanado e encorajando a realizao de
tarefas em que se saiam bem e que podem ser estimulantes. As crianas tambm devem
ser ajudadas em seus trabalhos escolares e no se pode permitir que seus problemas
escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites.
Para diagnosticar corretamente a dislexia, deve-se procurar a ajuda de
profissionais como fonoaudilogos, psiclogos, neurologistas e psicopedagogos. No
se espera encontrar todas as dificuldades numa nica criana dislxica, mas a presena
de pelo menos uma delas, associada s dificuldades de ler, pode fazer supor a existncia
de um quadro de dislexia. Os problemas podem ser avaliados atravs de um
acompanhamento adequado e direcionado s condies de cada caso.
Faz-se necessrio adequar mtodos e materiais que atendam o desenvolvimento
da criana, bem como o acompanhamento e a observao para que se conhea as
particularidades de cada um considerando o seu tempo e a sua construo de saberes.
Para finalizar, importante que se fale sobre o dom da dislexia. Quando um
dislexo domina alguma coisa, ele a aprendeu to bem que pode faz-lo sem pensar sobre
o que est fazendo. Dominar algo realmente aprender algo. Se o processo de
aprendizagem o mesmo, ento quando algum dominou alguma coisa, esta pessoa
criou conhecimento necessrio para realizar aquela atividade.
B) Disgrafia
A disgrafia tambm conhecida como letra feia porque as crianas que
possuem esse tipo de distrbio, apresentam uma escrita ilegvel e lenta. Isso leva a um
desempenho ruim na escola mesmo em alunos que possuem inteligncia normal ou
acima da mdia. Esse problema constitui uma deficincia na qualidade do trao grfico,
o que se reflete atravs de grandes dificuldades para escrever corretamente a linguagem
falada.
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A criana com disgrafia tem dificuldades em coordenar as informaes visuais e
na realizao motora do ato de escrever. Algum que tem apenas dificuldades para
escrever, mas no apresenta problemas em outras atividades motoras, provavelmente
no tem este distrbio.
Existem dois tipos de disgrafia: a motora e a pura. A primeira atinge a maioria das
crianas com este distrbio e consiste na dificuldade
em escrever palavras e nmeros corretamente. A
segunda mais difcil de ser diagnosticada porque
aparece quando a criana sofre algum trauma
emocional e isso se reflete na sua letra. Existem
alguns sinais que podem indicar as relaes entre os
problemas causados por este distrbio e as condies emocionais da criana:
Letras pequenas demais podem indicar uma timidez excessiva.
Letras grandes demais podem indicar uma criana que necessita estar sempre no
centro das atenes.
Letras feitas com muita fora, que chegam a marcar as outras pginas do
caderno, podem indicar que a criana esteja tensa.
No entanto, a disgrafia acontece tambm em crianas com capacidade intelectual
normal, sem qualquer transtorno neurolgico, sensorial, motor ou afetivo. Elas, ainda
que tenham boas notas e facilidade de se expressar pela fala, no conseguem planejar os
movimentos para conseguir o traado da letra. Ao observarem os contedos de uma
lousa ou um papel, no so capazes de reproduzir o que viram. Algumas das
caractersticas mais encontradas em crianas com este tipo de distrbio so:
Letras ilegveis
Traos pouco precisos ou incontrolados
Falta de presso nos traos ou presso muito forte a ponto de marcar o papel
Letras distantes ou extremamente juntas
Omisso de letras
Dificuldade em manter uma frase na mesma linha
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Dificuldade em recordar a grafia correta para representar um determinado som
ouvido ou elaborado mentalmente
A criana escreve devagar, retocando cada letra, realizando de forma inadequada
as unies entre as letras ou amontoando-as para esconder os erros ortogrficos.
A ortografia pode ser verificada como uma das dificuldades da disgrafia a partir do
momento que se exige rapidez e um ritmo grfico de uma criana que ainda no
automatizou a relao som-letra. Nesse caso, a escrita das palavras lenta e, na maioria
das vezes, incompleta, porque o aluno tem certas dificuldades em recordar com rapidez
qual a grafia para representar determinado som.
Todos os elementos anteriormente citados podem ser resumidos em trs
caractersticas bsicas:
M organizao da pgina
Essa caracterstica est ligada orientao espacial, ou seja, a criana encontra
dificuldades para organizar sua escrita numa folha de papel. O texto apresentado de
forma desordenada com margens mal feitas ou inexistentes, espao entre palavras e
linhas irregulares.
M organizao das letras
Incapacidade de seguir as regras caligrficas. O traado de m qualidade e os
contornos das letras so deformados.
Formas e propores
Refere-se ao grau de limpeza do traado das letras, sua dimenso (muito grandes ou
minsculas), desorganizao das formas e escrita alongada ou comprimida.
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A disgrafia normalmente observada um ou dois anos depois que a criana
aprende a escrever. comum que os professores demorem para perceber o problema,
pois eles esto mais preocupados com o desenvolvimento intelectual dos alunos do que
com o motor. Embora no se treine de forma efetiva a organizao espacial das
crianas, exige-se que elas tenham uma boa escrita, o que pode ser visto como uma
problemtica na educao infantil. O professor deve ficar atento s possveis posturas
inadequadas para poder corrigi-las o mais cedo possvel e, junto com um profissional
especializado, estabelecer estratgias de ajuda que favoream a qualidade do traado
grfico.
Uma grande parte dos professores no conhecem os distrbios ligados
aprendizagem e acabam julgando de forma errnea seus alunos ao dizer que eles no
so caprichosos, so preguiosos e pouco esforados. Por esse e outros motivos,
preciso saber que o que diferencia uma letra sem capricho da disgrafia, o fato de a
criana ter tambm outras dificuldades motoras leves como problemas na hora de
amarrar o sapato ou abotoar a camisa.
A idade mais indicada para se comear a tratar a disgrafia a partir dos oito
anos, quando a letra comea a se firmar. Quando no tratado, o distrbio pode trazer
problemas mais srios na vida adulta, entre eles a dificuldade de comunicao. Em
processos seletivos como vestibulares, por exemplo, preciso escrever textos
relativamente longos e tem-se pouco tempo disponvel pra isso. Candidatos que sofrem
com a disgrafia, j se apresentam em desvantagem na concorrncia.
Alm da antecedncia, a disgrafia precisa ser superada atravs de tratamentos
psicolgicos e treinos motores. Sem a busca de um tratamento, a criana comea a se
sentir atrasada em relao aos outros alunos e no compreende porque no consegue se
expressar atravs das palavras no caderno. A finalidade dos tratamentos fazer com que
a criana atinja o domnio do gesto e do instrumento, a percepo e compreenso da
imagem a reproduzir.
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Algumas atitudes podem ser tomadas no sentido de minimizar os problemas
causados pela disgrafia. Pode-se citar como exemplo exerccios como o ombro (como
os realizados com o brinquedo vai e vem), para o cotovelo (como os realizados ao
jogar peteca), para os punhos e mos (como brincar com massinhas ou argilas e pintar
com lpis de cor ou giz de cera).
Deve-se destacar ainda a importncia dos esportes. Atravs deles possvel
trabalhar a orientao espacial e a coordenao motora da criana. Brincadeiras como
jogar vlei, xadrez e peteca tambm podem ajudar na melhora da letra, j que fazem a
criana usar as mos e planejar os movimentos.
No se pode descartar o papel que pais e professores tm nesse processo. Eles
precisam estar cientes das capacidades motoras da criana e no exigir resultados que
esto acima daqueles que ela pode apresentar num dado momento. claro que no se
pode esperar que o aluno desenvolva suas habilidades sozinho, mas sim estimular esse
desenvolvimento atravs de prticas motoras baseadas em crescimentos graduais que
exijam pouco a pouco mais rapidez e controle do ato motor.
O desenvolvimento do controle motor uma caracterstica bsica para atingir a
qualidade na escrita. Afinal, o ato de escrever mobiliza uma srie de segmentos do
corpo. Antes de se atingir o nvel ideal de desenvolvimento motor, que permite a
realizao da escrita de forma rpida, precisa, legvel e sem cansao, a coordenao
motora passa por diversos estgios. Em cada estgio um segmento do corpo realiza uma
funo at chegar o momento em que se atinge o controle total do ato de escrever, que
caracterizado pela fixao do cotovelo na mesa e a rpida movimentao dos dedos
durante a escrita.
Alm disso, no se pode esquecer que, independente da presena ou ausncia de
dificuldades das crianas na escrita, alguns fatores so fundamentais para qualquer
pessoa que se proponha a escrever. Deve-se tomar cuidado e orientar as crianas para
que tenham uma postura adequada na hora de sentar e pegar no lpis ou caneta e
posicionar corretamente a folha de papel ou caderno em que se pretende escrever.
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Para finalizar o assunto sobre a disgrafia, preciso citar dois assuntos que,
embora possam parecer bsicos, so de extrema importncia que sejam considerados: a
caracterizao do incio da alfabetizao e as peculiaridades pessoais dos traos grficos
ou da letra da cada um.
Quando comea a ser alfabetizada, natural que as palavras da criana no
saiam de forma perfeita no papel, afinal, ela est apenas comeando a aprender. No
entanto, se com o tempo e o treinamento em cadernos de caligrafia, a criana ainda
estiver longe de escrever corretamente, preciso que pais e educadores comecem a
buscar as causas dessas dificuldades e procurem formas de superao.
Por ltimo, no se pode esquecer tambm que o traado grfico feito de
caractersticas pessoais e, portanto, vai adotando peculiaridades individuais ao longo do
desenvolvimento de cada um. Baseados nisso, responsveis e professores no podem
impor nenhum modelo de letra para os alunos, mas sim respeitar o seu grafismo desde
que ele seja legvel, claro e atinja o objetivo principal da escrita, que a transmisso da
linguagem oral com o mximo de eficincia sem o desprendimento de grandes esforos.
C) Disortografia
A disortografia tambm um problema encontrado na linguagem, onde a criana
apresenta dificuldades em realizar a escrita e a fala, lidar com todas as sinalizaes
grficas e outros conhecimentos que as crianas da 2 srie do ensino fundamental I, j
deveriam saber e ter total domnio.
Assim como outros distrbios, a disortogragia tambm est ligada dislexia e
apresenta algumas caractersticas presentes em outros problemas, o que dificulta a
identificao do tipo de distrbio com o qual se est lidando. Por isso, de extrema
importncia que os educadores tenham conhecimentos suficientes para exercer a
profisso e trabalhar o desenvolvimento de seus alunos. Eles certamente precisaro
observar de forma atenta as dificuldades das crianas para poder deixar os pais cientes e
procurar a melhor maneira de dar o atendimento necessrio para tais alunos durante o
processo de ensino-aprendizagem.
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Abaixo podem ser vistas algumas das caractersticas encontradas no cotidiano
escolar de crianas disortogrficas:
Troca de grafemas: Geralmente as trocas de grafemas (unidades grficas)
que representam fonemas homorgnicos (fonemas que tm a articulao
realizada pelo mesmo rgo do aparelho responsvel pela emisso de
sons) acontecem por problemas de discriminao auditiva. Quando a
criana troca fonemas na fala, a tendncia que ela escreva apresentando
as mesmas trocas, mesmo que os fonemas no sejam auditivamente
semelhantes.
Falta de vontade de escrever.
Dificuldade em perceber as sinalizaes grficas (pargrafos, travesso,
pontuao e acentuao).
Dificuldade no uso de coordenao/subordinao das oraes.
Aglutinao ou separao indevida das palavras.
Os pais de crianas com esses problemas precisam lev-las a mdicos
especializados para que possam ter orientaes mais precisas do caso, podendo tambm
ter o conhecimento se este distrbio possui algum tipo de tratamento para diminuir as
dificuldades. Existem alguns fatores que devem ser analisados no processo de
verificao dos educadores:
Nvel de escolaridade
Frequncia dos erros e quais acontecem
A frequncia de palavras no vocabulrio
A frequncia visual
Atravs dessas colocaes, os educadores conseguem ter um diagnstico mais
preciso do distrbio. Dessa forma, podero realizar um trabalho eficiente, apresentando
menos falhas quando comparados a educadores sem conhecimento algum sobre o
assunto no geral.
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Para lidar com a disortografia, alm da importncia do seu diagnstico,
necessrio ter o acompanhamento e a compreenso de todos os que convivem com as
crianas, principalmente os membros da famlia, que constituem a base de sua infncia.
D) Afasia
Este distrbio tambm est ligado linguagem e tem como principais
caractersticas a perca das capacidades e habilidades da comunicao tanto escrita,
como falada.
Ele est muito envolvido com a rea da neurologia clnica, uma vez que pode
originar-se de acontecimentos como acidentes vasculares cerebrais, infeces e outros,
afetando, dessa forma, reas especficas do crebro responsveis pela comunicao. De
acordo com o local da leso cerebral, so ocasionados tipos diferentes de alteraes. Por
isso, a afasia divide-se em quatro tipos:
Afasia de Broca
Afasia de Wernicke
Afasia de Conduo
Afasia Global
Essa diviso se d em funo das diversas caractersticas que podem servir de
base para identificar um caso de afasia. O fato de elas estarem divididas em tipos
diferentes, possibilita aos profissionais da rea mdica uma maior facilidade para dar
diagnsticos e encontrar o melhor tratamento.
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Afasia de Broca
A Afasia de Broca, ou afasia no fluente, est ligada rea do crebro humano
responsvel pelo processamento da linguagem, produo da fala e compreenso, que
tem o nome broca. Ela causa algumas dificuldades como:
Na rea de clculos e escrita
Em reconhecer sons
Em articular os sons
Em encontrar as palavras adequadas para
as situaes. O indivduo sempre utiliza a
mesma palavra ou frase para diferentes
situaes de comunicao.
Como afeta uma regio especfica do crebro, essa leso poder ser identificada
atravs de mtodos de imagem como a TC (tomografia computadorizada) e a RM
(ressonncia magntica). O uso desses recursos pode revelar as possveis leses ou
assimetrias no local.
Os indivduos que possuem esse distrbio, alm de apresentarem as dificuldades
citadas, ainda sofrem de fraqueza na hemiface, ou seja, no tm controle total de um dos
lados da face. Isso faz com que seja difcil controlar, por exemplo, a abertura e o
fechamento dos olhos.
Quando tm conscincia de suas dificuldades, essas pessoas acabam ficando
deprimidas com mais facilidade, pois a recuperao de parte da linguagem falada exige
tempo. Esse processo pode demorar alguns meses at que o indivduo seja capaz de
realizar uma fala simples. preciso estar claro que esse desenvolvimento tambm
depende de cada um. Pode-se levar mais ou menos tempo para que se alcance falas
abreviadas e, gradualmente, se tornar fluente.
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Afasia de Wernicke
Este tipo de afasia caracterizada com elementos opostos aos da afasia de broca,
como voc pode ver a seguir:
Fala fluente, mas com pouco sentido
Fala espontnea, mas de modo vago
Os indivduos no conseguem perceber seu dficit
Recuperao mais difcil
Os pacientes geralmente por no perceberem o seu problema, acabam no
apresentando fraquezas associadas a ele como, por exemplo, a fraqueza na hemiface ou
a depresso.
Quando algum conversa com um indivduo que possui afasia de Wernicke,
percebe que, de uma hora para a outra, o assunto no faz mais sentido, j que essas
pessoas tm uma grande facilidade para fugir da temtica em questo, alm de terem
uma fala muito fluente e substituir determinadas palavras por outras que no do sentido
algum ao que est sendo dito.
Afasia de Conduo
A afasia de Conduo um distrbio voltado para a compreenso. A fala
fluente e espontnea, mas existe, no entanto, uma incapacidade ao se repetir palavras,
ocorrendo erros variados nas tentativas. um tipo de afasia que no possui muitas
caractersticas, pois a principal dificuldade causada por ela a de se fazer repeties.
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Afasia Global
Diferente dos demais tipos de Afasia, que apresentam algumas caractersticas
negativas e outras que ainda podem ser consideradas positivas quando trabalhadas, a
Afasia Global no tm limitaes, apresentando todos os aspectos dos outros tipos de
afasia em um nico indivduo:
Perca de compreenso
Perca da fala
No consegue fazer leitura
No consegue escrever
O indivduo que possui esta afasia perde totalmente suas capacidades de
linguagem. Geralmente, isso causado por infarto no territrio da artria cerebral ao
lado esquerdo, ou seja, o paciente tambm pode apresentar paralisia em um determinado
lado do corpo, sendo normalmente do lado direito, o que faz com que ele perca a fora
total desta regio.
Este considerado o tipo mais grave de afasia e, por isso, muito voltado para a
rea da sade. Quando no tratado, o paciente pode correr risco de vida. Isso no
acontece em funo do distrbio, mas sim pelas consequncias de ocorrncia de infartos
e a perca total de sentido de um dos lados do corpo.
Independente do tipo de afasia que um indivduo possa ter, deve-se seguir
algumas dicas:
Em funo da dificuldade de compreenso, preciso dar pistas, fazer
repeties, apoiar e dar ordens curtas e objetivas para serem bem recebidas.
A reeducao das funes da fala e da linguagem sempre vlida e deve ser
iniciada o quanto antes, melhorando, assim, o prognstico.
prioritrio que a famlia se envolva com a recuperao, estimulando o
afsico a buscar sempre a comunicao e jamais o isolamento.
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E) Disartria
Esse distrbio causado por alteraes dos mecanismos nervosos que
coordenam os rgos responsveis pela fonao (processo que d origem ao som
articulado). Isso reflete na m coordenao dos msculos da fala. Assim como outros
distrbios, a disartria tambm pode ter origem em uma leso no cerebelo (parte do
crebro mais responsvel pela coordenao das sequncias dos movimentos e do
controle do equilbrio e da postura).
Leses que causam a disartria podem nascer com os indivduos ou serem
provocadas no decorrer de suas vidas. O uso abusivo e prolongado de bebidas
alcolicas, acidentes vasculares cerebrais, tumores, esclerose mltipla, ingesto crnica
de certas substncias qumicas, caractersticas hereditrias e outras, so exemplos de
elementos que podem provocar a disartria independente da faixa etria das pessoas.
Algumas das caractersticas encontradas em pessoas que possuem disartria so:
Fala pastosa
Falta de controle no volume da voz
Exagero nos movimentos dos msculos dos lbios e do maxilar ao falar
Alterao no controle da deglutio
Dificuldade na conexo de slabas e palavras.
Alm das caractersticas anteriormente citadas, este distrbio tambm pode ser
evidenciado atravs de alguns sintomas fsicos observados no organismo das pessoas
disrtricas:
Taquicardia
Palpitao
Sangramento nasal
Tosse
Respirao pela boca
Coriza
Boca seca
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Dor no peito
Dor abdominal
Bocejo
Incontinncia ou reteno urinria
Dor de cabea
Fadiga
Desmaios
Para lidar com a disartria, preciso submeter-se a tratamentos fonoaudilogos
adequados que podem compensar as dificuldades encontradas pelas pessoas que a
possuem. O objetivo dos tratamentos deve ser a coordenao global do paciente,
considerando sua articulao e passando por melhoras graduais atravs da correo
respiratria, da modificao da emisso sonora e da adequao da ressonncia
(prolongao dos sons).
A criana disrtrica costuma reclamar de que tem que fazer grandes esforos
para obter ar suficiente para falar. O tratamento, nesses casos, deve incluir a melhora da
respirao atravs do trabalho dos msculos do tronco, reforando-os atravs de
fisioterapias e aumentando a capacidade geral de esforo do paciente.
F) Discalculia
A discalculia est ligada s dificuldades com as habilidades matemticas. As
crianas so capazes de compreender as lies transmitidas, mas quando tentam colocar
em prtica o que aprenderam, acabam trocando e invertendo as ordens das operaes.
Pessoas com discalculia no apresentam problemas fonolgicos, mas encontram
dificuldades em:
Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior.
Conservar a quantidade .
Exemplo: No compreenderm que 1kg igual a quatro pacotes de 250 g
Os sinais de soma, multiplicao e os demais.
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Sequenciar nmeros, como, por exemplo, o que vem
antes do 11 e depois do 15 (antecessor e sucessor).
Classificar nmeros.
Dificuldade na memria de trabalho.
Dificuldade de memria em tarefas no-verbais.
Dificuldade na soletrao de no-palavras (tarefa de
escrita).
Dificuldade na memria de trabalho que implica contagem.
Dificuldade nas habilidades viso-espaciais.
Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-tteis.
Montar operaes.
Contar atravs dos nmeros cardinais e ordinais.
Estabelecer correspondncia um a um: no relaciona o nmero de alunos de
uma sala quantidade de carteiras.
Este problema pode ser dividido em diversos tipos, como explicitado abaixo:
1. Discalculia Verbal - Dificuldade para nomear as quantidades matemticas, os
nmeros, os termos, os smbolos e as relaes.
2. Discalculia Practognstica - Dificuldade para enumerar, comparar e
manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
3. Discalculia Lxica - Dificuldades na leitura de smbolos matemticos.
4. Discalculia Grfica - Dificuldades na escrita de smbolos matemticos.
5. Discalculia Ideognstica Dificuldades em fazer operaes mentais e na
compreenso de conceitos matemticos.
6. Discalculia Operacional - Dificuldades na execuo de operaes e clculos
numricos.
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A discalculia pode comprometer o desenvolvimento escolar das crianas de
forma global apesar de ser caracterizada por algumas incapacidades na rea da
matemtica. No entanto, ela faz com que o aluno fique confuso e com medo de novas
situaes, tenha baixa autoestima em funo de crticas e punies de pais, professores e
colegas. Ao crescer, o mesmo vai continuar encontrando dificuldade para usar a
matemtica em simples situaes colocadas pelo cotidiano.
Indivduos com discalculia, tambm necessitam da compreenso de todas as
pessoas que convivem prximas a elas, pois encontram grandes dificuldades, at mesmo
nas coisas bvias.
Tome cuidado para no caracterizar qualquer problema relacionado
matemtica como discalculia. Muitas vezes, as crianas no gostam de matemtica por
no terem afinidade com a disciplina ou, ainda, por questes como inadaptaes ao
ensino da escola ou ao mtodo utilizado pelo professor. Deve-se analisar todos os
motivos possveis de forma adequada e cuidadosa antes de dar um diagnstico.
G) Acalculia
A acalculia tambm uma dificuldade relacionada s habilidades matemticas e
est diretamente ligada discalculia. A criana no tem dificuldade com elementos
como a contagem, mas sim em como relaciona isso com o mundo que a cerca. A
acalculia ocorre quando o indivduo, aps sofrer leso cerebral, como um acidente
vascular cerebral ou um traumatismo crnio-enceflico, perde as habilidades
matemticas j adquiridas.
H) Apraxias
A apraxia uma incapacidade de se realizar atividades motoras a partir de um
comando ou de uma imitao. Isso pode ser causado pela ausncia de sensibilidade ou
at mesmo de fora muscular. Esse distrbio tambm pode ser chamado de afasia
aferente por apresentar algumas caractersticas ligadas afasia.
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A apraxia est dividida em trs tipos diferentes, sendo eles:
Ideomotora
Ideatria
Construtiva
Apraxia Ideomotora
Ela pode ter como causa a leso em duas partes do crebro: o fascculo arqueado
e a poro anterior do corpo caloso. Ela provoca dificuldades como a de se realizar atos
motores motivados por comandos verbais. Ainda que esse seja um ato espontneo para
o ser humano, para o aprxico, constitui uma tarefa bastante complexa.
Apraxia Ideatria
a incapacidade de realizar movimentos sequenciais na realizao de um ato,
embora os movimentos de forma separada sejam realizados com facilidade.
Apraxia Construtiva
A apraxia construtiva, assim como o distrbio de percepo visual e atividade
motora, apresenta-se na incapacidade de reproduo ou cpia de um modelo visual. Ela
tambm causada por leses localizadas no crebro, como nas parietais do lado direito.
O indivduo tambm pode ter, ao mesmo tempo, leses do lado esquerdo, o que
ocasiona em quadros mais intensos.
I) Dispraxia
A dispraxia a incapacidade de executar movimentos voluntariamente na
ausncia de alteraes motoras. Esse dficit tambm conhecido como sndrome da
criana desajeitada. Ele implica em problemas neurolgicos que causam dificuldade
de planejamento de qualquer sequncia de movimentos coordenados, tendo como, por
exemplo, amarrar os sapatos.
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Uma criana com dispraxia, alm de ter
dificuldades ao amarrar um tnis, tambm
apresenta dficit na escrita, no conseguindo ter
um bom rendimento na escola. Ela no consegue
acompanhar o aprendizado em sala de aula. Por
isso, sempre importante que as crianas ao apresentarem sintomas parecidos a estes,
tenham alguns diagnsticos. Os pais devem perguntar aos educadores sobre seus
desempenhos e procurar ter o acompanhamento de um especialista no assunto.
Algumas caractersticas que podem ser encontradas nas crianas so:
Irritao e problemas na alimentao.
Lerdeza no desenvolvimento de atingir metas.
Evitam tarefas que exigem destreza manual.
Incapacidade de ficar quieto (balanando os ps, batendo os ps, etc.).
Voz estridente.
Temperamento alterado.
Caiem e batem em objetos por nada.
Derramam bebidas frequentemente.
Preferem comer com os dedos e se sujam muito ao comer (comparando com
crianas da mesma idade).
Falta de criatividade.
Pouca concentrao.
Dificuldades de adaptao s rotinas da escola.
Dificuldade na educao fsica em comparao com as outras crianas.
Caligrafia ruim.
Dificuldade na coordenao motora.
No conseguir amarrar o tnis.
Lerdeza nos trabalhos escolares.
Dificuldade em dormir.
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Essas so algumas das caractersticas presentes nos portadores de dispraxia. O
distrbio pode ser encontrado em qualquer fase da vida, pois sua causa a imaturidade
no desenvolvimento dos neurnios ou a ocorrncia de traumas, doenas e leses
cerebrais ao longo da vida.
J) Gagueira
Ainda hoje no se sabe ao certo quais so as causas da gagueira. Ela um
distrbio ligado s dificuldades da fala e pode prejudicar o cotidiano daqueles que a
possuem. Devido sua incidncia, s dificuldade que pode causar na aprendizagem e
importncia de saber como lidar com ela, julgou-se relevante abord-la neste material.
Esse distrbio caracterizado por uma fala que envolve bloqueios, hesitaes,
prolongamentos e repetio de sons, slabas e palavras. A fala tambm pode ser
acompanhada de tenso muscular, piscar de olhos, irregularidades na respirao e
caretas. As crianas sentem grande dificuldade para achar o que ser dito, fazendo
repeties de palavras at encontrarem uma sada.
Algumas de suas possveis causas so:
Gentica/Hereditariedade
Alteraes cerebrais
Prematuridade
Distrbio no sistema nervoso central
Freio da lngua muito curto
Traumas de nascimento
Infeces
Problemas emocionais
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As crianas com gagueira devem ser reconhecidas e aceitas como normais. No
se pode humilhar ou criticar uma criana por falar dessa maneira, afinal ela no tem
conhecimento acerca da causa do seu erro e, atitudes como essas, apenas a deixa mais
nervosa, aumentando a sua dificuldade de fala. Portanto, preciso manter a crianas em
boas condies fsicas, ambientes familiares saudveis e com bons exemplos de fala.
importante que elas desenvolvam sua autoconfiana, atravs do destaque de suas
aptides e da minimizao de suas deficincias.
A fala uma das coisas mais esperadas pelos pais de crianas pequenas,
independente de quantos filhos eles j tenham, essa expectativa sempre existe. Por isso,
eles sempre ficam repetindo palavras o tempo todo e, conforme o tempo vai passando,
comeam a fazer isso com frases maiores. Assim, as palavras vo sendo gradualmente
juntadas e cada passo motivo de felicidade para os pais e demais familiares ou
responsveis.
Diante dessa empolgao, os pais podem perceber determinadas falhas na fala de
seus filhos. No entanto, a maior parte deles, demora para procurar a ajuda e opinio de
especialistas no assunto. Eles sempre tendem a buscar uma causa muito depois do
comeo da gagueira e, at este momento, criam desculpas para si mesmos acreditando
que seja apenas uma fase ou algo normal nas crianas pequenas. Esse comportamento
apenas dificulta a aplicao de tcnicas capazes de auxiliar no desenvolvimento dessas
crianas. As caractersticas da gagueira complicam-se com o passar do tempo, pois o
sujeito acaba se adaptando ao seu modo de falar, embora nunca esteja satisfeito consigo
mesmo por no ser capaz de participar de uma conversa por mais simples que ela possa
parecer.
Os professores tambm tm um papel de suma importncia no desenvolvimento
das crianas com gagueira. Eles podem agir em sala de aula atravs de aes como
aceitar a criana e manter uma postura objetiva em relao ao seu problema; eliminar ao
mximo as dificuldades e interrupes da criana e motivar as demais a fazerem isso
tambm; criar um ambiente calmo e sereno evitando tenses; evitar falas rpidas; dando
nfase s habilidades que ela possui; encorajando-a a falar, mas nunca forando-a e de
muitas outras formas.
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Existem determinadas terapias usadas no tratamento da gagueira. Algumas delas
esto dispostas a seguir.
Terapias da gagueira
A terapia algo que ajuda o paciente a diminuir aquilo em que ele apresenta
dificuldades, no caso da gagueira, a fala. Existem diversos tipos de terapia para este
distrbio. Abaixo esto descritas algumas tcnicas:
Tcnica Sombreananto:
Na aplicao desta tcnica, faz-se uma gravao com a voz de algum e o
detentor de gagueira a escuta atravs de fones de ouvido. Ele tem que repetir
imediatamente o que escuta em voz baixa, de modo que escuta e fala quase ao
mesmo tempo. Isso permite que ele alcance a fluncia atravs da repetio.
Tcnica Feedback auditivo retardado (FAR):
Essa tcnica se d atravs de um gravador magntico onde possvel, com uma
aplicao conveniente, levar o paciente a ouvir a prpria voz, atravs de fones de
ouvido, cerca de 1/5 (um quinto) de segundos aps haver falado.
Terapia da silabao:
Aqui o paciente aprende a empregar o mesmo tempo e a mesma tonicidade em cada
slaba. Por exemplo: Meu nome Jonathan poderia ser transformado em Meu no
me Jo na than, o que aparenta ser mais fcil na aprendizagem e muitos pacientes
ao praticarem, acabam deixando a fala natural.
Tcnica metrnomo eletrnico:
O paciente recebe um sinal atravs de um fone no ouvido, que pode ter a sua
velocidade controlada. O mesmo precisa aprender a harmonizar o ritmo da sua fala
com o sinal do instrumento.
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O tratamento para crianas pequenas possui tcnicas especficas e deve-se
procurar por profissionais capacitados que saibam lidar com elas. Normalmente, esse
processo deve comear por volta dos cinco anos de idade, antes da entrada para a
escola.
Os pais de demais familiares devem aprender a no demonstrar nenhuma reao
com relao forma de falar da criana. Dizer frases como no tenha pressa ou
respire fundo pode fazer com que a criana perceba o seu prprio problema e inibir a
sua vontade de praticar a fala. Para que ela se sinta livre para gaguejar, preciso
eliminar a presso. Tambm no se pode esquecer que a melhora da gagueira um
processo e, portanto, no se pode ter pressa, mas sim permitir que ela melhore
gradualmente.
L) Dficit de Ateno
Conhecida tambm como TDAH (Transtorno do Dficit de Ateno com
Hiperatividade), esse distrbio caracterizado, principalmente, pela desateno, pela
agitao e pela impulsividade. Crianas hiperativas so capazes de aprender, mas
encontram dificuldades no desempenho escolar devido ao impacto que seus sintomas
causam.
Para essas crianas, concentrar-se algo complicado. Elas se distraem com
facilidade, esquecem de suas obrigaes, perdem e esquecem objetos com frequncia,
tm dificuldades em seguir instrues e se organizarem, falam de maneira excessiva a
ponto de no serem capazes de esperar a sua vez, o que as leva a responderem perguntas
antes mesmo delas serem concludas.
A hiperatividade tambm pode ser caracterizada por um descontrole motor
acentuado, que faz com que as crianas tenham movimentos bruscos e inadequados,
mudanas de humor e instabilidade afetiva.
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O distrbio est ligado produo de neurotransmissores (substncias produzidas no
sistema nervoso central responsveis pela regulao do mesmo). Todos os seres
humanos possuem uma rea no crebro que desenvolve o equilbrio entre a percepo, a
estimulao ambiental e a capacidade de resposta do crebro a tudo isso. Quando ocorre
uma deficincia nesse processo como, por exemplo, na produo de substncias como a
dopamina, gerada uma falta de equilbrio nesse sistema. Da origina-se o TDAH.
A hiperatividade costuma melhorar ou at mesmo desaparecer em grande parte das
crianas quando elas atingem a puberdade, embora, em alguns casos, possa continuar na
adolescncia e na vida adulta. Existem algumas crianas que possuem maior propenso
a ter estes problemas como os filhos de pais hiperativos, irmos de pessoas hiperativas e
os irmos gmeos.
Alm da deficincia na produo de neurotransmissores, a hiperatividade tambm
pode ser causada por outros motivos como a ansiedade, frustraes, depresses, criao
imprpria e outros.
O TDAH afeta as crianas na escola, no ambiente familiar, na comunidade e
tambm pode prejudicar o seu relacionamento com professores, colegas e familiares. Os
sintomas mais encontrados podem ser divididos entre desateno e
hiperatividade/impulsividade e, muitas vezes, tambm pode haver uma mistura entre os
dois.
Hiperatividade/Impulsividade
Dificuldade para se manter parada ou sentada.
Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas.
Inquietao, mexendo com as mos e/ou ps, ou se remexendo na cadeira.
Age como se fosse movida a motor, eltrica.
Fala excessivamente.
Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente.
Responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente.
Interrompe frequentemente as conversas e atividades alheias.
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Dificuldade em esperar sua vez em filas e brincadeiras.
Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas.
Desateno
No sabe onde colocou as coisas.
Dificuldade em manter a ateno.
Distrai-se com facilidade.
Parece no ouvir.
No enxerga detalhes ou comete erros por falta de cuidado.
Dificuldade em seguir instrues.
No gosta e evita tarefas que exigem um esforo mental prolongado.
Dificuldade de organizao.
Frequentemente perde ou esquece objetos necessrios.
Esquece rapidamente o que aprende.
Existem ainda algumas crianas que apresentam algumas caractersticas ligadas
a esse distrbio, mas em quantidade insuficiente para que se possa realizar um
diagnstico completo. No entanto, essas caractersticas so capazes de desequilibrar a
vida diria. Alm dos sintomas citados, pode-se considerar:
Choros inexplicveis nos primeiros meses
Baixa autoestima
Depresses frequentes
Caligrafia de difcil entendimento
Mudanas rpidas de interesse (comeam vrias coisas e no terminam)
Dificuldades de relacionamento
Existem estgios avanados e reduzidos desse distrbio. Para cada um deles h um
tratamento diferenciado. Em estgios avanados, especialistas indicam o uso de
medicaes. Em outros, simples programas de modificao do comportamento so
capazes de diminuir o nvel de atividade ou desateno.
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Para diagnosticar o TDAH, os sintomas devem interferir de forma significativa na
vida da criana atravs de um comportamento crnico que se repita em diferentes
ambientes, por exemplo.
Esse diagnstico precisa passar por uma ampla avaliao. Afinal, alguns dos
sintomas tambm podem ser indicadores de outros tipos de distrbios. O importante
que seja feito um histrico cuidadoso onde so includos dados recolhidos de
professores, pais e outros adultos que tenham contato com a criana avaliada. A
avaliao tambm deve contar com um levantamento do funcionamento intelectual,
social, emocional, acadmico e mdico obtidos com a ajuda de profissionais como o
neuropediatra e outros capazes de realizar testes psicolgicos e neurolgicos.
A hiperatividade normalmente aparece na primeira infncia e atinge uma parcela
pequena da populao, independente do grau de inteligncia, o nvel de escolaridade ou
a classe social.
O tratamento de crianas com TDAH demanda a interveno psicolgica,
pedaggica e mdica. Uma abordagem que envolva todas essas reas do conhecimento
origina um processo de treinamento dos pais para controlar o comportamento dos filhos,
um programa pedaggico adequado e possveis medicamentos. Existem diversos
programas para pais de crianas com TDAH, bem como uma diversidade de vdeos e
outros materiais com dados a respeito das dificuldades e estratgias efetivas que podem
ser usadas no ambiente familiar.
Os pais devem recompensar as crianas quando se comportam de forma adequada.
Elas precisam de respostas imediatas, frequentes, previsveis e coerentes aplicadas ao
seu comportamento. Alm disso, tambm necessitam de mais tentativas para aprender.
Quando conseguem terminar uma tarefa ou outros tipos de atividades, devem ser
recompensadas.
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Os professores e a escola tambm possuem um papel essencial no desenvolvimento
das crianas. O sucesso da sala de aula pode exigir uma srie de intervenes. A maior
parte das crianas hiperativas podem continuar na classe regular com pequenas
adaptaes no ambiente estrutural como a modificao do currculo e estratgias
adequadas. Apenas crianas com problemas muito mais srios podem exigir salas de
aula especiais.
Alguns alunos com TDAH precisam ter algo em mos para dar um foco para a sua
ateno. Tambm pode ser efetivo combinar algo que passe despercebido (como msica
de fundo), circular pela sala e a proximidade fsica para controlar e avisar os alunos
(mos no ombro, contato de olhar, toque na carteira).
Alm disso, tambm se pode criar opes de atividades para os alunos que terminam
seus deveres mais cedo para evitar problemas como o tdio. Nesse processo, de
extrema importncia que se tenha cuidado para no pedir que eles faam trabalhos que
no sejam capazes de realizar com xito, pois isso pode gerar frustraes.
Deve-se certificar que as atividades so estimulantes e que os alunos compreendem
a lio, atravs de tcnicas eficientes e providenciando, ainda, oportunidades para que
essas crianas possam se mover dentro da sala de aula nos intervalos entre as atividades.
2.4 Outras origens das dificuldades de aprendizagem
Existem dificuldades de aprendizagem que so causadas por motivos diferentes
daquelas que tm sua origem nos distrbios que foram discutidos at o momento. Como
foi dito anteriormente, uma das principais caractersticas dos distrbios de
aprendizagem o fato de eles provocarem dificuldades para a realizao de atividades
especficas, como a de leitura ou a de escrita. No entanto, elementos como o Autismo, a
Sndrome de Down, a Deficincia Mental, a Sndrome de Asperger e outros, tambm
causam dificuldades no processo de ensino-aprendizagem para aqueles que os possuem.
Eles no implicam apenas em dificuldades especficas como, por exemplo, a
compreenso da matemtica, mas tornam difcil todo o processo de aprendizagem,
independente da rea em que se aplica, ou seja, implicam em dificuldades globais. A
seguir, sero descritos alguns desses elementos.
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2.4.1. Autismo
O autismo uma desordem global que causa reaes como, por exemplo, o no
desenvolvimento normal da inteligncia. Isso ocasiona na dificuldade de desenvolver
relaes sociais normais e em comportamentos compulsivos e ritualsticos. Embora
algumas pessoas tenham inteligncia e fala intacta, outras possuem srios retardos em
seu desenvolvimento da linguagem.
Existem alguns mitos que envolvem o autismo como o de que pessoas autistas
vivem em seus prprios mundos, fechadas para as outras pessoas e interagindo apenas
com o ambiente por elas criado. Essa crena se deve ao simples fato desses indivduos
encontrarem dificuldades para se comunicar, no conseguindo iniciar, manter ou
terminar uma simples conversa.
Algumas caractersticas que podem ser encontradas em indivduos com autismo
so:
Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
Riso inapropriado
Pouco ou nenhum contato visual
Insensibilidade dor
Preferncia pela solido
Ausncia de respostas aos mtodos normais de ensino
Insistncia em repetio
Resistncia mudana de rotina
No tm real medo de perigo
Repetem palavras ou frases em lugar da linguagem normal (Ecolalia)
Recusam colo ou carinhos
Agem como se estivessem surdos
Demonstram extrema aflio sem razo aparente
Habilidade motora irregular
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Essas so caractersticas possveis de serem encontradas em pessoas autistas,
porm, preciso lembrar que elas nem sempre se manifestam da mesma forma em todos
os indivduos, podendo sofrer variaes. Elas tambm podem ser diferentes de acordo
com a faixa etria, de onde surge a importncia da ajuda de especialistas para o
diagnstico e o aconselhamento sobre as maneiras adequadas de lidar com o autismo.
Os exames para detect-lo so realizados em clnicas especializadas. Pode ser
necessria uma srie de testes como, por exemplo, os auditivos, os que detectam
alergias alimentares e outros essenciais para a elaborao de um diagnstico preciso. Os
tratamentos variam de caso a caso de acordo com as necessidades de cada um e seu
respectivo quadro clnico.
Normalmente, os autistas tm uma expectativa de vida alta quando comparados
mdia da populao. Porm, os transtornos causados nessas pessoas esto presentes o
tempo todo e no h possibilidades de alterar esse quadro, mas apenas lidar com ele de
maneira adequada.
Esses indivduos devem estar em contato com profissionais capazes de lidar com
os mesmos como os especialistas em pediatria, neurologia, psiquiatria, psicologia,
pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e outros. A orientao familiar tambm
um fator fundamental e a base de tratamentos teraputicos.
No existem tratamentos ou medicamentos especficos para o autismo, mas
preciso que os indivduos responsveis e que convivem com pessoas autistas se
emprenhem em ajudar no seu desenvolvimento com competncia e compreenso.
2.4.2. Sndrome de Asperger
Esta sndrome est ligada ao autismo, diferenciando-se dele por no causar
dificuldades globais no desenvolvimento cognitivo (apreenso do conhecimento) e na
linguagem das pessoas. Porm, essa diferena no suficiente para determinar se um
indivduo autista ou possui sndrome de asperger, afinal, alguns deles tambm podem
apresentar dificuldades na comunicao, da mesma forma que determinadas crianas
autistas tambm so capazes de desenvolver a fala.
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As crianas inicialmente tm um desenvolvimento aparentemente normal, mas,
no decorrer dos anos, acabam se tornando montonas, com caractersticas peculiares e
apresentam, com frequncia, preocupaes obsessivas. Sua capacidade de interagir com
as outras crianas se torna mnima, pois elas tm um comportamento que caminha no
sentido de distanciar-se das pessoas. Sua forma de se vestir tambm pode parecer
estranhamente alinhada e a grande dificuldade de socializao, tende a torn-la solitria.
Indivduos com essa sndrome tambm apresentam prejuzos na coordenao
motora e na percepo viso-espacial. Comparando-se s demais crianas, eles podem
aprender coisas na idade prpria, outros cedo demais e alguns podem aprender tarde
demais ou apenas quando so cuidadosamente ensinados.
A sndrome de Asperger considerada por alguns pesquisadores como um tipo
de autismo, se diferenciando dele apenas em funo de algumas caractersticas
peculiares como, por exemplo, o desenvolvimento da fala j citado anteriormente.
As medidas para lidar com portadores dessa sndrome se aproximam muito do
tratamento destinado aos autistas, j que a melhor maneira de faz-lo, independente da
sndrome ou distrbio, atravs da procura de profissionais especializados, do
envolvimento da famlia e outras.
2.4.3 Deficincia mental
A deficincia mental, tambm chamada de deficincia intelectual, aponta
problemas que se situam no crebro, causando uma baixa aquisio e produo de
conhecimento, ou seja, provocando no sujeito dificuldades de aprendizagem devido ao
baixo nvel intelectual.
Ela pode ser causada por inmeros fatores como questes de ordem gentica;
complicaes ocorridas ao longo da gestao, do parto ou nos ps-natais e outros. Esses
acontecimentos comprometem as funes intelectuais da criana e tem repercusses
para toda a vida.
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importante que no se confunda a deficincia mental como uma doena
mental. O portador de necessidades especiais mantm a percepo de si mesmo e da
realidade que o cerca, sendo capaz de tomar decises importantes sobre assuntos da sua
vida. J o doente mental, tem o discernimento comprometido necessitando de apoios
maiores no seu cotidiano.
Existe uma parcela entre os portadores de deficincia mental que manifestam
algum tipo de ligao com problemas como a sndrome do pnico, a depresso, a
esquizofrenia e outros. Isso acontece porque as deficincias mentais podem atingir o
comportamento dos indivduos, j que lesam reas cerebrais como as responsveis pelo
poder de concentrao e o humor.
importante que pessoas com essa deficincia no sejam bajuladas por seus
familiares, pois esse tratamento pode impedir que elas desenvolvam sua independncia,
fazendo com que as mesmas sempre precisem de ajuda ainda que para realizarem
simples atos, limitando a sua capacidade de se relacionar com a sociedade. Assim,
preciso que se dedique a elas a ateno necessria, dosando-a na medida certa.
Para finalizar, no desnecessrio repetir que, assim como em muitos outros
problemas, preciso adotar cuidados especficos e procurar a ajuda de profissionais
especializados.
2.4.4. Sndrome de Down
A sndrome de Down causada por alteraes genticas que
podem ter trs origens diferentes:
Trissomia 21: Esta a causa mais comum presente na
sndrome de Down. As pessoas possuem 47 cromossomos
em todas as clulas. Isso acontece em 95% dos casos.
Mosaico: Problema gentico pouco conhecido caracterizado
por uma alterao gentica que compromete apenas parte das
clulas, ou seja, algumas clulas tm 47 e outras 46
cromossomos.
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Translocao: Acontece quando o cromossomo extra do par 21 "gruda" em
outro cromossomo. Embora o indivduo tenha os 46 cromossomos, ele ser
portador da Sndrome de Down em funo desta alterao.
As crianas portadoras dessa Sndrome apresentam
caractersticas como:
Ach