apostila de promoÇÃo da saÚde e segurança no trabalho

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Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Amazonas Composição do Conselho Regional José Roberto Tadros Presidente Composição da Diretoria Regional Silvana Maria Ferreira de Carvalho Diretora Regional Maria Socorro de Souza Pereira Gerente da Divisão Administrativa Marcilene de Oliveira Carvalho Gerente da Divisão de Educação Profissional Silmar Maria Medeiros Nunes Gerente da Divisão de Planejamento e Marketing SENAC/AM Av. Djalma Batista, 2507 Manaus-Am. Disk – cursos: (92) 3216-5757 www.am.senac.br SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 1

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Page 1: APOSTILA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E Segurança no Trabalho

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no Amazonas

Composição do Conselho Regional

José Roberto TadrosPresidente

Composição da Diretoria Regional

Silvana Maria Ferreira de CarvalhoDiretora Regional

Maria Socorro de Souza PereiraGerente da Divisão Administrativa

Marcilene de Oliveira CarvalhoGerente da Divisão de Educação Profissional

Silmar Maria Medeiros NunesGerente da Divisão de Planejamento e Marketing

SENAC/AMAv. Djalma Batista, 2507Manaus-Am.Disk – cursos: (92) 3216-5757www.am.senac.br

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Senac Amazonas – Centro de Formação Profissional Alfredo Pequeno Franco

Apostila de Promoção da Saúde e Segurança no Trabalho

Elaboração e digitação: Ana Paula Machado – Enfermeira

Supervisão pedagógica: Lia Mara do Couto Diniz

Gerência: Eleni Meneses Calixto

Normas bibliográficas: Rozineide Amorim

Catalogação na fonte: SEDOC/AM

Referências bibliográficas de acordo com as normas de documentação do SIC’s.

SENAC/AM/CFP/PF

Rua Saldanha Marinho, 410

Centro – Manaus-Am

(92) 3215 - 7180

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SENAC. DR. AM. Apostila de Promoção da saúde e Segurnça no Trabalho / Ana Paula Machado. Manaus : SENAC/AM/CFP/PF, 2007. 22 p. Il. Inclui exercício; bibliografia. Por.

RISCOS QUÍMICOS, FÍSICOS, BIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS; DOENÇAS RELACIONADAS AO AMBIENTE DE TRABALHO E SUAS RESPECTIVAS AÇÕES PREVENTIVAS; ACIDENTES DE TRABALHO- CARACTERÍSTICAS E IMPLICAÇÕES; EPIs e EPC, MEIOS DE PREVENÇÃO E COMBATE AO FOGO, TRIÂNGULO DO FOGO; CLASSES DE INCÊNDIO; AGENTES EXTINTORES E CONDUTAS EM SITUAÇÕES DE SINISTRO; LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA RELACIONADA A DOENÇA OCUPACIONAL E ACIDENTES DE TRABALHO; NR 4, 5, 6 E7; NORMA TÉCNICA.

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MAPA DE RISCO

É atribuição da CIPA identificar riscos do processo de trabalho, e com assessoria da SESMT, elaborar mapa de riscos com participação do maior número possível de trabalhadores. O mapa de risco é a representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento etc. PUC-MINAS, 2006).

O mapa de risco tem como objetivo reunir informações necessárias para estabelecer diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho. As etapas para a realização do mapa são as seguintes:

1. Conhecer o processo de trabalho no local analisado.2. Identificar os riscos existentes no local.3. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia.4. Identificar indicadores de saúde.5. Conhecer levantamentos ambientais já realizados no local.6. Elaborar mapa observando a regras das cores:

RISCO FÍSICO – círculo de cor verde RISCO BIOLÓGICO – círculo de cor marrom RISCO QUÍMICO – círculo de cor vermelha RISCO ERGONÔMICO E PSICOLÓGICO – círculo de cor amarela RISCO DE ACIDENTES – círculo de cor azul

Cada tipo de risco está descrito a seguir.

RISCOS FÍSICOS: são aqueles que se apresentam sob forma de energia: ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como ultra-som e infra-som.Radiações ionizantes são aquelas originárias de fonte de cobalto ou raios X. Os órgãos reprodutores e hematopoiéticos, devido à sensibilidade de suas células, estão mais sujeitos a alterações quando expostos a raios X. A Organização Mundial de Saúde (OMS) criou normas de proteção de ambientes para quem trabalha com radiação-item representado pela cor verde.

RISCOS QUÍMICOS: são substâncias ou produtos químicos que possam penetrar no organismo pelas vias aéreas – poeira, fumo, névoa, neblina, gases ou vapores – ou

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terem contato e ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Este item é representado pela cor vermelha.

RISCOS BIOLÓGICOS: são formas vivas ou produtos e substâncias deles derivados – plantas, vírus, bactérias, fungos e protozoários. Este item é representado pela cor marrom.

RISCOS ERGONÔMICOS E PSICOLÓGICOS: são riscos referentes à organização do trabalho, mobiliário, equipamentos e condições ambientais do posto de trabalho, levantamento e transporte de objetos, e também mecânica corporal, e psicológicos são fatores psicológicos como monotonia do trabalho, a necessidade de excessiva concentração, o isolamento excessivo do trabalhador, Itens representados pela cor amarela.

RISCOS DE ACIDENTES: são ferramentas inadequadas, manutenção imprópria, animais, eletricidade, desabamento, quedas, incêndios, cortes, queimaduras, inundação, batidas, escoriações, equipamentos quebrados, política de manutenção imprópria e explosão. Podem ocasionar lesões mediatas e imediatas. As lesões mediatas estão relacionadas com riscos físicos, químicos e biológicos, e as imediatas com riscos mecânicos e ergonômicos – item representado pela cor azul (PUC – MINAS. 2006).

Promoção da Saúde e Segurança no trabalho

1. Epidemiologia e História Natural das Doenças

Introdução

No final do século XVI, percebe-se, nos países europeus, uma preocupação crescente com a situação de saúde de suas populações. A constituição dos governos nacionais absolutistas na Europa, o mercantilismo e os conflitos entre as nações foram importantes para a realização das primeiras contabilidades de população. Nos fins do século XVII, William Petty e John Graunt, na Inglaterra, iniciam a aplicação da estatística – compreendida como a medida do estado – aos problemas de saúde da população (Foucault, 1984a).

A medicina urbana na França e a medicina de estado alemã, no século XVIII, contribuíram para a aproximação da medicina com as ciências naturais e para a ampliação suas funções sociais, assim como foram fundamentais para o desenvolvimento da noção de salubridade e para a constituição da Higiene Pública. Já no século XIX, o desenvolvimento da medicina e da força de trabalho, na Inglaterra, se caracterizou pelo controle da saúde e dos corpos da classe trabalhadora, permitindo a organização de três sistemas médicos: um, assistencial, voltado para os pobres; um, administrativo, encarregado da saúde pública; e um, privado, destinado aos que podiam pagar:

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O sistema inglês possibilitava a organização de uma medicina assistencial, administrativa e privada, setores bem delimitados, que permitiram durante o final do século XIX e a primeira metade do século XX, a existência de um esquadrinhamento médico bastante completo. (Foucault, 1984a, p. 97)

A revolução industrial, a consolidação do capitalismo e as suas conseqüentes transformações sociais foram responsáveis pela degradação das condições ambientais e sociais das principais cidades européias. Isto colaborou para o desenvolvimento de teorias que relacionavam a ocorrência das doenças com as condições de vida da população, estabelecendo-se a idéia da medicina como uma ciência social (Rosen, 1979). O conhecimento epidemiológico foi, nesse contexto, influenciado pelo estudo dos aspectos sociais do adoecer humano.

A medicina moderna – que se consolidou com o advento da bacteriologia – estabeleceu a hegemonia da teoria da transmissão dos germes na explicação da gênese das doenças. Estas passaram a ser compreendida como a relação entre o agente etiológico, as alterações fisiopatológicas e um conjunto de sinais e sintomas. A explicação microbiológica para a causa das enfermidades forneceu à medicina a condição de interferir no curso das doenças transmissíveis, que constituíam o principal problema de saúde pública (Nunes, 1998). De acordo com Rosen:

...não foi difícil passar o doente e o seu ambiente para um plano secundário e estabelecer uma relação de causa e efeito entre o germe e a doença. A doença, e não o cliente, se tornava assim a preocupação principal do médico. (Rosen, 1979, p 115)

Mas, mesmo quando a bacteriologia era proclamada como a verdade médica, muitos ainda mantinham o interesse pelas condições sociais na causa das doenças, reagindo contra o exagero do ponto de vista bacteriológico (Rosen, 1979).

No início do século XX – em particular, na Inglaterra e nos EUA –, a epidemiologia iniciou o seu desenvolvimento institucional com a criação dos primeiros departamentos em Universidades (Ayres, 1997). Entre as disciplinas médicas, a epidemiologia se dedicou ao estudo da dimensão populacional das doenças transmissíveis. Os estudos epidemiológicos se caracterizavam pela investigação de doenças particulares, buscando estabelecer suas distribuições específicas de acordo com características demográficas, sazonais e geográficas (Silva, 1990).

A versão inglesa da medicina social – que se consolidou nos países centrais – desenvolveu práticas de saúde pública e epidemiologia nos países coloniais e periféricos. O controle das doenças tropicais teve como característica a

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subordinação das ações da saúde pública e da epidemiologia às ciências básicas da medicina.

No Brasil, os problemas econômicos causados pela ocorrência de doenças infecciosas nas principais cidades criaram as condições necessárias para a implantação de ações de saúde pública, que propiciaram o surgimento de instituições, como, por exemplo, o Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e a Escola de Higiene de São Paulo. Essas instituições tiveram papel fundamental no desenvolvimento da pesquisa e do ensino em saúde e, de certa forma, não só a epidemiologia como também a medicina científica têm suas origens, no país, na Saúde Pública. A Sociedade Brasileira de Higiene concentrava o debate das questões de saúde. O pensamento sanitário brasileiro associava práticas de higiene com investigações clínicas e utilizava os novos conhecimentos da microbiologia, parasitologia e imunologia (Ferreira, 1999a).

A insuficiência da explicação unicausal – baseada no agente etiológico para a explicação da ocorrência das doenças – deu origem às concepções multicausais dominantes durante todo o século XX. Estas teorias passaram por transformações ao longo do tempo, mas tiveram a redução do social a uma forma natural como característica nos diferentes modelos (Barata - 1985). Apesar de ampliarem os modelos de causalidade com a inclusão de variáveis sociais e psíquicas em uma perspectiva ecológica, mantiveram a base biológica do conceito de doença.

Até meados do século XX, a epidemiologia e a medicina – impulsionadas pelo crescente aperfeiçoamento dos métodos diagnósticos, terapêuticos e estatísticos – proporcionaram a compreensão dos modos de transmissão e possibilitaram intervenções que contribuíram para o controle de grande parte das doenças transmissíveis, pelo menos nos países centrais. Consolidou-se a posição privilegiada da medicina e dos médicos na definição dos problemas de saúde e na escolha das ações necessárias ao controle, tratamento e prevenção das doenças.

A partir da Segunda Guerra Mundial, com a transição epidemiológica que ocorreu nos países centrais, houve o estabelecimento das regras básicas da análise epidemiológica, o aperfeiçoamento dos desenhos de pesquisa e a delimitação do conceito de risco (Ayres, 1997). Isto, associado ao desenvolvimento das técnicas de diagnóstico, à evolução da estatística e à introdução dos computadores, consolidou a posição da epidemiologia como disciplina autônoma, criando inclusive a possibilidade de uma epidemiologia clínica que trata a atenção médica como um fator de risco de morbidade e mortalidade. Cada vez mais, é:

... uma lógica epidemiológica que justifica diagnosticar, tratar e prevenir as doenças, bem como fornece os parâmetros que delimitarão, na prática, as formas concretas

assumidas pelos procedimentos de tratamento e prevenção. (Gonçalves, 1990)

No Brasil, a epidemiologia manteve-se como disciplina ligada às atividades da Saúde Pública. Foi a partir da campanha de erradicação da varíola, nos anos 60,

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que se começou a organizar um sistema nacional de vigilância epidemiológica e a difundir-se, no país, o uso das ferramentas epidemiológicas. Foi também nessa década que a disciplina chegou aos cursos, através da criação dos Departamentos de Medicina Preventiva (Nunes, 1998).

A História Natural das Doenças define duas dimensões da causalidade, a primeira, epidemiológica, é a da determinação do aparecimento das doenças, e a segunda, fisiopatológica, trata da evolução das mesmas. A epidemiologia assume, como conceito de causa, a noção de associação, ao passo que a divisão entre as associações é realizada pela estatística. A seguir, os fatores associados são organizados em redes de causalidade, constituindo-se em modelos ecológicos, em que as diferentes variáveis são admitidas ao modelo através de testes estatísticos. Ocorre uma redução das condições sociais em atributos naturais dos indivíduos e/ou do ambiente, ou seja, uma naturalização do social. É a partir do estabelecimento de condutas em geral, que se estabelece à neutralidade técnica da prática nas intervenções sobre o processo saúde e doença nos indivíduos e populações.

2. As abordagens da relação saúde-trabalho

Os avanços científicos nas diferentes áreas do saber trouxeram importantes contribuições nas investigações acerca da relação trabalho-saúde. As abordagens sobre a interseção do trabalho no processo saúde-doença estão relacionadas aos paradigmas científicos que se constituíram nos diferentes contextos históricos, considerando-se as dimensões política, econômica, e social que se configuraram em cada época e local.

Ao longo da história da humanidade, o trabalho sempre exerceu papel determinante na relação saúde-doença. Porém, a interseção do trabalho no processo saúde-doença só assume relevância a partir da Revolução Industrial, no final do século XVIII e início do século XIX. Segundo Gomez, Thedim e Porto (1992) desde a antigüidade existem registros do reconhecimento da relação entre o trabalho e a saúde - doença. O que muda, ao longo da história, são as formas de apreender e de intervir nesta relação.

3. A Medicina do Trabalho e a Saúde Ocupacional

Foi na Inglaterra que o desenvolvimento industrial deu-se de forma mais acelerada e o trabalho, sob o sistema de produção capitalista, torna-se elemento essencial para gerar riqueza. As lamentáveis condições de trabalho e sobrevivência dos primeiros trabalhadores industriais, inclusive mulheres e crianças, passaram a constituir uma ameaça à produção e geraram expressões de resistência por parte dos trabalhadores.

Nas fábricas, as aglomerações humanas em espaços inadequados, propiciavam a ocorrência e disseminação de doenças infecto-contagiosas que, associadas às imposições do ritmo da produção determinado pelas máquinas, configuravam altas

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taxas de mortalidade por doenças e acidentes de trabalho. Este quadro ameaça os interesses da produção num momento em que a força de trabalho era fundamental à industrialização emergente e suscita movimentos sociais como a luta por melhores condições de trabalho.

Ensaiavam-se as primeiras propostas controvertidas de intervir nas empresas para minimizar os efeitos danosos do trabalho sobre as vidas humanas que se expressaram numa sucessão de normatizações e legislações. A criação da Lei das Fábricas, em 1833, foi seu ponto mais relevante e constitui a origem dos serviços de Medicina do Trabalho (Gomez & Thedim, 1997; Mendes e Dias, 1991).

No mundo do trabalho ocorrem rápidas mudanças no processo de produção industrial, com o desenvolvimento de forças produtivas, da ciência e tecnologia, surgem novas máquinas e equipamentos, desenvolvem-se novos processos, ampliam-se à utilização de materiais e substâncias. Essas transformações traduzem-se na diversificação de agentes de riscos e agravos à saúde dos trabalhadores.

A relação trabalho-saúde é abordada como resultante exclusiva da ação isolada ou associada dos agentes patogênicos (físicos, químicos, mecânicos, biológicos) e seus efeitos mais evidentes sobre o corpo do trabalhador, resultando apenas em medidas curativas sobre o organismo doente e em ações pontuais sobre os locais de trabalho.

4. A constituição do campo da Saúde do Trabalhador

No Brasil, a implantação de ações de vigilância em saúde do trabalhador desenvolvidas a partir do setor saúde é recente. Contudo, algumas experiências concretas de investigação de acidentes industriais e da exposição de trabalhadores aos agentes químicos privilegiaram em suas abordagens a investigação da relação processo de trabalho e saúde em situações reais, revelando a dimensão social do processo de trabalho e sua relação com os acidentes. A partir de uma perspectiva interdisciplinar, mediante o diálogo entre diferentes disciplinas como as próprias das ciências sociais, da engenharia e epidemiologia, essas pesquisas apontam para a necessidade de incorporação do conhecimento dos trabalhadores nas análises e no gerenciamento de riscos, a fim de que as decisões sobre os critérios de aceitabilidade de acidentes ou de limites de tolerância para as exposições sejam mais participativas e democráticas.

De acordo com Machado (1997: p.34), a vigilância em saúde do trabalhador corresponde a um processo de articulação de ações de controle sanitário no sentido de promoção, proteção e atenção à saúde dos trabalhadores que tem como objetivo específico à investigação e intervenção na relação do processo de trabalho com a saúde.

5. A Ergonomia Contemporânea: uma ferramenta na Saúde do Trabalhador

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A Ergonomia, enquanto campo de conhecimento científico, centra-se no estudo da adaptação do trabalho ao homem de forma prazerosa.

Wisner (1987: p.12) define ergonomia como o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia. Seu objetivo central é projetar e/ou adaptar situações de trabalho ajustando-as às capacidades e limitações do ser humano (Iida, 1997).

Enfim, a saúde do trabalhador deve ser muito bem observada, pois engloba todo um contexto sócio-histórico e até mesmo social.

Acidentes de trabalho

Conceito Legal: Acidente de trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, o serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou a perda, ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

Incluem-se, entre os acidentes do trabalho, todos os sofridos pelo empregado no local ou diante do trabalho em conseqüência de:

- ato de sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiros de trabalho;

- ofensa física intencional, inclusive de terceiros por motivo de disputa relacionada com o trabalho;

- qualquer ato de imprudência, de negligência ou brincadeira de terceiros, inclusive companheiros de trabalho;

- ato de pessoa privada de uso da razão;

- desabamento, inundação ou incêndio;

- outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior, como acidentes sofridos pelo empregado no período destinado às refeições, ao descanso ou na satisfação de outras necessidades fisiológicas.

O que ocorre fora do local e horário de trabalho passam a ter significado jurídico de acidente de trabalho desde que:

- o empregado, no momento, esteja executando ordem ou serviços sob a autoridade do empregador;

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- o empregado, voluntariamente, esteja prestando, na ocasião, serviço do qual resulte proveito econômico para o empregador, seja proporcionando lucro, evitando prejuízos ou apagando incêndio;

- esteja em transito, a serviço do empregador, independente da espécie ou do meio de locomoção;

- ocorra no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.

Doenças do trabalho - qualquer das chamadas doenças profissionais, inerentes a determinados ramos de atividades e relacionadas em atos do Ministério do Trabalho e Previdência Social, são consideradas doenças de trabalho. Inclui-se também, a doença não degenerativa, nem inerente a grupos etários resultante das condições especiais ou excepcionais em que o trabalho é executado desde que, diretamente relacionada com a atividade exercida, cause a redução permanente para o trabalho justificando a concessão de auxílio-acidente.

Benéficos e Serviços Gerados por acidentes de trabalho

Em casos de acidentes de trabalho ou doença resultante em incapacidade ou morte, serão prestados ao acidentado ou a seus dependentes, conforme o caso, independente do período de carência, os seguintes benefícios de serviços:

- auxílio-doença

- pensão por morte

- reabilitação profissional

- aposentadoria pro invalidez

- auxílio-acidente

- assistência médica.

Causas dos acidentes de trabalho

Fatores determinantes:

-Fator pessoal inseguro – si dá devido a características mentais ou físicas que permite ou provoca determinado ato inseguro, como por exemplo: falta de motivação, nervosismo, deficiência física, etc.

-Ato inseguro – consiste na violação de um procedimento geralmente aceito como seguro, como por exemplo: operar máquinas antes de conhecer o seu

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funcionamento, deixar de usar ou usar essa máquina danificada e não utilizar equipamentos de proteção individual, etc.

-Condição insegura – condição que poderia ter sido evitada ou protegida, como por exemplo: iluminação inadequada, ruído excessivo, ferramentas de trabalho gastas, etc.

Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Finalidade da utilização

O emprego dos EPI’s é uma das determinações legais, contidas na NR 6 – da Portaria MTB 3214/78 que visa disciplinar as condições em que o mesmo deve ser empregado na proteção do trabalhador.

O empregador assume a obrigatoriedade de fornecer gratuitamente, sem nenhum ônus para o trabalhador, o EPI adequado para a tarefa a ser executada, como meio de neutralizar agentes físicos ou biológicos nocivos à saúde do indivíduo.

Por outro lado, o empregado está obrigado a usar o EPI fornecido pela empresa de modo adequado e exclusivamente para fim a que se destina, sendo a recusa ao uso do mesmo é considerada como infração, o que pode ser punida, na forma da legislação, até mesmo com a dispensa, por justa causa, do empregado faltoso.

Nenhum EPI poderá ser comercializado e/ou adquirido sem que possua o “Certificado de Aprovação”, emitido pela S.S.M.T do MTB, o qual atesta haver sido aprovado pela autoridade competente e considerado apto para o fim a que se destina.

Os EPI’s, são empregados, rotineiramente e excepcionalmente, em quatro principais circunstâncias:

1ª Quando o trabalhador se expõe diretamente a fatores agressivos que não são controláveis por outros meios técnicos de segurança;

2ª Quando o trabalhador se expõe a riscos apenas em parte controlados por outros recursos técnicos;

3ª Em casos de emergência, ou seja, quando a rotina do trabalho é quebrada por qualquer anormalidade e se torna necessário o uso de proteção complementar e temporária pelos trabalhadores envolvidos.

4ª Provisoriamente, em período de instalação, reparos ou substituição dos meios que impedem o contato do trabalhador com o produto ou objeto agressivo.

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Equipamentos de Proteção Individual – Específico para profissionais da área da saúde.

Precauções-padrão (PP) São as precauções indicadas para os cuidados de todos os clientes, independentemente de sua condição sorológica, raça, sexo, cor ou idade. Essas precauções se aplicam a: sangue, a todos os fluidos corpóreos, secreções e excreções (exceto suor) – independentemente de haver ou não haver sangue visível - à pele com solução de continuidade e a mucosas.

Cuidados:

Fazer sempre a higiene das mãos - as mãos devem ser bem lavadas com água e sabão antes e depois de qualquer procedimento realizado a qualquer cliente, utilizando sempre que necessário uma escova para escovar as unhas. A cutícula não deve ser cortada mais sim afastada e por baixo das unhas sempre ter o cuidado com o acumulo de microorganismos, ovos de parasitas intestinais, o que são fontes de contaminação, quando mal cuidadas. As unhas devem ser cortadas e lixadas, não ruídas. Este mau hábito leva a contaminação à boca, causa aspecto desagradável e má aparência das unhas. O esmalte, embora possua vantagens na estética, é perfeitamente dispensável. Seu uso implica em cuidados especiais, necessitando ser removido com acetona, quando gasto ou quebrado, sob o qual também se abrigam germes. Cada pessoa deve ter sua toalha de mão individual, pois uma serie de doenças são transmitidas pelas mãos, pelos olhos, pela boca, e podem permanecer até 24 horas nas toalhas usadas. Ao lavarmos as mãos utilizando água da torneira, devemos tomar os seguintes cuidados:

Luvas – usar obrigatoriamente para cuidados com sangue do cliente, secreções e excreções, membrana mucosa, pele não-íntegra e outras ocasiões em que possa haver contaminação.

Máscara, avental e óculos de proteção - usar durante os procedimentos e atividades de atendimento ao cliente, para evitar contaminações como espirro, jato de sangue, secreções e excreções.

Materiais perfurocortantes – desprezar em coletor próprio, não reencapar agulhas e não retirar agulhas usadas das seringas, sempre despejá-los em descatex apropriado.

EPI de uso Permanente e Temporário

Proteção Visual e Facial

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Risco: impactos (partículas sólidas quentes ou frias), substâncias nocivas (poeira, líquido, vapores e gases irritantes), radiações (infravermelhos ultravioletas, e calor).

Equipamentos: óculos de segurança, protetor facial e máscaras, toucas.

Proteção respiratória

Riscos: deficiência de oxigênio, contaminantes tóxicos.

Equipamentos: respiradores com filtro mecânico (oferecem proteção contra partículas suspensas no ar), respiradores com filtros químicos (proteção contra concentrações leves de certos gases e alcalinos e vapores orgânicos combinados), equipamentos de provisão do ar, equipamentos portáteis autônomos (de O2 e ar comprimido).

Proteção Auricular

Riscos: o ruído é um elemento de ataque individual que se acumula com o tempo, produzindo efeitos psicológicos e fisiológicos na sua maioria irreversível.

Equipamentos: protetores de inserção (descartáveis e não descartáveis) e protetores externos, também chamados orelheiras ou tipo-concha.

Proteção do Tronco

Riscos: chamas, respingos de ácidos, abrasão, golpes, etc.

Equipamentos: aventais de couro, aventais de PVC, aventais de amianto e jaquetas.

Proteção dos Membros Superiores

Riscos: golpes, abrasão, cortes, substancias químicas, choque elétrico e radiações.

Equipamentos: luvas de couro, luvas de borracha, luvas de silicone, luvas de PVC, luvas de tecidos, luvas de látex.

Proteção de Membros Inferiores

Riscos: superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, frio, perigos elétricos, impactos de objetos pesados, umidade, etc.

Equipamentos: sapatos, guarda-pés, botas de borrachas, perneiras.

Proteção Coletiva

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Equipamentos de proteção coletiva são aqueles que neutralizam a fonte do risco no lugar em que ele se manifesta, dispensando o trabalhador do uso de equipamento individual. Os protetores de pontos de operação em serras, furadeiras, em prensas, sistemas de isolamento de operações ruidosas são exemplos de proteções coletivas que devem ser mantidas nas condições que as técnicas de segurança estabelecem e que devem ser reparadas sempre que apresentarem uma deficiência qualquer.

A observação dos equipamentos de segurança sejam individuais ou coletivos, tem grande importância nas inspeções de segurança. A deficiência desses equipamentos é comprovada pela experiência e, se obedecidas às regras de uso, a maior parte dos acidentes será evitada.

Meios de prevenção e combate a acidentes

Para que se obtenha bons resultados em qualquer tipo de prevenção é preciso, antes de qualquer coisa, ter espírito de prevenção consigo mesmo. Isso significa ter a vontade de colaborar em defesa da própria segurança, da segurança de outros seres humanos e de todas as instalações o que garantirá o trabalho de cada um. A solidariedade e o espírito de colaboração são importantes. Mas, para combater o fogo, é necessário ter bons equipamentos de combate, é indispensável que se saiba como utilizá-los, sendo preciso conhecer o inimigo que se pretende dominar, eliminar.

Prevenção contra incêndios

Para que haja fogo, devem atuar quatro elementos:

- Combustível: aquilo que vai queimar e se transformar

- Calor: que dá inicio à combustão

- Oxigênio: um gás que existe no ar atmosférico e que é chamado de comburente.

Reação em cadeia.

Esses elementos são denominados elementos essenciais do fogo.

Isso quer dizer que, se faltar um deles, não haverá fogo. Sendo os elementos essenciais representados por pontos, interligando-se, que se chama Tetraedro do Fogo.

Classes de incêndio:

Os incêndios são divididos em quatro classes:

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Classe A - fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc.)

Classe B - fogo em gases e líquidos inflamáveis (óleo, gasolina, gás liquefeito de petróleo, tiner, gás de rua, etc.)

Classe C - fogo em equipamentos elétricos energizados (com energia passando)

Classe D - fogo em metais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó, etc).

Tipos de equipamentos de combate a incêndio:

Extintores – todos os extintores deverão ser revisados e testados hidrostaticamente a cada cinco anos; extintor de água espuma química e pó químico seco, devem ter suas cargas trocadas anualmente; os extintores de CO2 devem ser pesados a cada seis meses e as ampolas de gás dos extintores de água e de pó químico seco a cada três meses.

Hidrantes – válvulas ou torneiras a que se liga a mangueira para extinção de incêndios.

Chuveiros automáticos ou outros.

Recomendações para casos de incêndio

-Toda área deve ser evacuada;

- A brigada deve intervir e, por seu chefe, isolar a área e dar combate ao fogo e em caso de dúvida chamar os bombeiros;

- Antes de dar-se combate a incêndio, deve ser desligada a entrada de força e ligada a emergência;

- Manter a calma, atuar com serenidade e ninguém deve tentar ser herói.

Prevenção de Incêndios

Armazenagem do material: é fato comum, nas empresas, usar e movimentar material inflamável.

- manter substâncias inflamáveis longe de fontes de calor e de comburentes.

- manter sempre, no local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável e, se possível, o mais longe da área de trabalho de operações.

- possuir um depósito fechado e ventilado para armazenagem de inflamável e, se possível, o mais longe da área de trabalho de operações;

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- proibir as pessoas de fumarem na área onde existam combustíveis ou inflamáveis.

Manutenção Adequada

- instalações elétricas apropriadas;

- pisos antifaíscas;

- instalações mecânicas.

Ordem e limpeza: é essencial para evitar incêndios.

Leis Trabalhistas e Previdenciárias

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) trata a segurança e saúde do trabalhador no Artigo 154 e seguintes, englobando as Normas Especiais de Tutela do Trabalho, as Portarias do Ministério do Trabalho e a Lei 8080, de 1990, conhecida como Lei Orgânica.

Há ainda o Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, sem contar a obrigatoriedade das empresas terem que instituir a CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Artigo 163 da CLT) que se refere a NR 5.

Tudo isso, visando à preservação da qualidade ambiental do local de trabalho. Sendo assim, cabe responsabilização civil – e em alguns casos até criminal – ao empregador que, por inobservância das normas de segurança do trabalho, não fornecer a seus empregados um ambiente de trabalho sadio. Da mesma forma, cabe direito de ressarcimento ao trabalhador que venha a sofrer danos em conseqüência desse ato do empregador.

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO NR7

Conhecido como NR7. Sua implantação visa à saúde do trabalhador. Através deste programa são realizados exames clínicos ou avaliação médica, além de exames complementares como os laboratoriais, com objetivo de prevenir doenças ocupacionais.

No PCMSO são realizados os seguintes exames:

-Exame Admissional

-Exames periódicos (dirigido a cada setor e aonde há risco ocupacional específico)

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-Exames Demissionais

-Exames de mudança de função

-Exames de retorno ao trabalho (todos os afastamentos de mais de 30 dias por motivo de doença, acidente de trabalho, férias ou parto)

-Análise do absenteísmo

-Avaliação pelo médico do trabalho de todos os afastamentos para possível diagnóstico de doenças ocupacionais

-Visitas técnicas para verificação do posto de trabalho e dos riscos ocupacionais existentes

-Atendimento a doenças ocupacionais (LEER – Lesões por esforços repetitivos e DORT - Doença Osteomusculares Relacionada ao Trabalho /PAIRO - Perda auditiva induzida por ruído ocupacional)

-Atendimento a acidentes de trabalho

-Campanhas de atenção à saúde do trabalhador

-Vacinas

-Atendimento clínico/ortopédico com especial atenção aos DORT

-Atendimento ginecológico e obstétrico com especial atenção a prevenção do câncer de mama e de colo de útero, métodos contraceptivos com distribuição gratuita de anticoncepcionais hormonais, colocação de DIU e pré-natal.

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho NR4

Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, a SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. As fundamentações legal ordinárias e específicas, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, e o artigo 162 da CLT.

Regulamentação da SESMT – Portaria 3214, de 08 de junho de 1978, Norma Regulamentadora, NR-4, artigo 162, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

Atribuições da SESMT – Seguem a abaixo algumas das atribuições importantes deste serviço:

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-Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e medicina do trabalho;

-Determinar os Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, de acordo com a NR-6;

-Manter permanente relacionamento com a CIPA, observando-a, treinando-a, apoiando-a e atendendo a suas solicitações e necessidades, conforme NR-5.

-Esclarecer e conscientizar o empregador;

- Analisar e registrar os acidentes de trabalho, entre outras.

Constituição da SESMT – Todas as empresas com trabalhadores regidos pela CLT, de acordo com o grau de risco de atividade principal e o número de trabalhadores do estabelecimento. O profissional mais específico da SESMT é o Técnico de Segurança do Trabalho.

Profissional que cuida da prevenção de acidentes, visando reduzir, em nível mínimo, os riscos profissionais, ou até mesmo, eliminá-los. Desenvolver atividades promovendo a adoção de meios e recursos técnico - administrativo capaz de criar e desenvolver ações de prevenção de acidentes de trabalho, de modo científico e técnico, para sanar as deficiências das condições do ambiente de trabalho.

Insalubridade e Periculosidade

Trabalho insalubre é aquele em que o trabalhador fica exposto a agentes nocivos à saúde acima dos níveis de tolerância regulamentados pelo Artigo 189 CLT e pela NR5. O exercício do trabalhador em geral, servidores, professores eletivos e profissionais da área da saúde, entre outros, o recebimento de uma porcentagem adicional incidente sobre o salário-base equivalente a:

- 40% quando a insalubridade é caracterizada como grau máximo;

- 20% quando a insalubridade é caracterizada como grau médio;

- 10% quando a insalubridade é caracterizada como grau mínimo (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2005).

Quando o trabalho propicia exposição do trabalho à radiação, explosivos ou eletricidade caracteriza-se uma condição de periculosidade, o que assegura ao trabalhador um adicional de 30% incidente sobre o vencimento básico do cargo efetivo, sem acréscimos resultantes de gratificação, prêmio ou participação nos lucros da empresa. É o que diz a NR-16 no subitem 16.2(SOBES, 2006).

No caso do profissional de saúde, excluindo a parte da Radiologia médica, o trabalhador recebe um subsídio de insalubridade, uma vez que está diretamente ligado a agentes biológicos que podem causar complicações à saúde.

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Para o profissional receber adicional no salário e ter direito a uma aposentadoria especial é necessário um laudo técnico pericial sobre insalubridade/periculosidade. Esse laudo tem por finalidade a identificação e classificação das atividades insalubres ou perigosas no ambiente de trabalho para que, dessa forma, haja o adicional correspondente à função. O laudo técnico pericial deve sempre ser executado por Engenheiro de Segurança do Trabalho da empresa privada, ou profissional liberal (ECO AMBIENTAL, 2005).

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Exercícios de revisãoQuestão 1Qual a relação entre saúde e trabalho?

Questão 2Identifique os riscos dentro do seu trabalho em relação à saúde e a segurança no ambiente profissional.

Questão 3O que diz as NR4, NR5, NR6 e NR7?

Questão 4Conceitue acidentes de trabalho?

Questão 5Enumere as colunas, relacionada à classificação dos incêndios:

( ) classe A( ) classe B( ) classe C( ) classe D

1) fogo em equipamentos elétricos energizados (com energia passando)

2) fogo em gases e líquidos inflamáveis (óleo, gasolina, gás liquefeito de petróleo, tiner, gás de rua, etc).

3) fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc).

4) fogo em metais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó, etc).

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