apostila de liturgia completo

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano. 1 APRESENTAÇÃO A presente apostila tem como objetivo formar jovens interessados no Santo Serviço do Altar, no auxílio a Sacerdotes, na Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano, a Missa Tridentina, conforme as prescrições de 1962. Mediante isso, chamamos a atenção dos candidatos que as normas litúrgicas aqui expostas, tratam-se unicamente de atender a esta forma litúrgica, anterior ao Concílio Vaticano II. Cabe a nós entender e ter presente em nossas conciências a eliminação de qualquer comparação e juízos de valores quanto às formas litúrgicas diferentes das aqui expostas. O Organizador.

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Page 1: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

1

APRESENTAÇÃO

A presente apostila tem como objetivo formar jovens interessados no Santo

Serviço do Altar, no auxílio a Sacerdotes, na Santa Missa na Forma Extraordinária do

Rito Romano, a Missa Tridentina, conforme as prescrições de 1962.

Mediante isso, chamamos a atenção dos candidatos que as normas litúrgicas

aqui expostas, tratam-se unicamente de atender a esta forma litúrgica, anterior ao

Concílio Vaticano II.

Cabe a nós entender e ter presente em nossas conciências a eliminação de

qualquer comparação e juízos de valores quanto às formas litúrgicas diferentes das

aqui expostas.

O Organizador.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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ORAÇÕES PARA INICIAR AS REUNIÕES

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis.

E acendei neles o fogo do Vosso amor.

Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

OREMOS

Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,

Fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito.

E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Ave Maria, cheia de graça,

o Senhor é convosco.

Bendita sois vós entre as mulheres,

e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus,

rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte.

Amém.

Nossa Senhora do Carmo, Rogai por nós.

São João Bosco, Rogai por nós.

São Tarcísio, Rogai por nós.

+ Nos cum prole pia,

Benedictat Virgo Maria

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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NOÇÕES, NORMAS,

EXPLICAÇÕES E

PRÁTICA CERIMONIAL

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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15 CONSELHOS DE OURO PARA OS SERVIDORES DO ALTAR

1) CONSIDERAR UMA GRANDE HONRA O SER ACÓLITO (= NÃO INSTITUÍDO, COROINHA).

ESFORÇAR-SE POR HONRAR ESTE CARGO E SER FIEL A ESTA GRAÇA.

2) FAZER BEM CADA MOVIMENTO E COM EXATIDÃO. POR EXEMPLO: PREPARAR O ALTAR, AJUDAR NA MISSA,

ACENDER OS CARVÕES DO TURÍBULO, AS ENTRADAS E SAÍDAS DAS CERIMÔNIAS. DAR O MELHOR DE SI.

3) PIEDADE. GRANDE AMOR A JESUS EUCARISTIA. FAZER UMA VISITA AO SANTÍSSIMO CADA VEZ QUE FOR À

IGREJA. AÇÃO DE GRAÇAS APÓS A COMUNHÃO. ROSÁRIO (OU TERÇO) DIÁRIO À NOSSA SENHORA.

4) ESTADO DE GRAÇA. PERMANECER SEMPRE NA AMIZADE COM DEUS. SE CAIR EM PECADO, CONFESSAR-SE O

QUANTO ANTES. FUGIR DAS OCASIÕES DE PECADO (TV, MÁS COMPANHIAS, MAUS AMBIENTES).

5) CONHECER-SE E CORRIGIR-SE. TEMOS DEFEITOS E FRAQUEZAS. ACEITAR AS CORREÇÕES COM HUMILDADE.

PEDIR A GRAÇA DE DEUS.

6) SERIEDADE E RESPONSABILIDADE NO CUMPRIMENTO DO DEVER. LEVAR A SÉRIO AS ORDENS, OS AVISOS, AS

CERIMÔNIAS, OS DEVERES PRÓPRIOS DO ACÓLITO.

7) NÃO OLHAR PARA OS FIÉIS OU OUTRAS PARTES DURANTE AS CERIMÔNIAS.

8) PERMANECER ERGUIDO, EM POSIÇÃO RETA:

- AJOELHADO: ERGUIDO, AS MÃOS JUNTAS, SEM CRUZAR OU MOVER OS PÉS;

- EM PÉ: OS PÉS ENDIREITADOS, AS MÃOS JUNTAS;

- SENTADO: O CORPO ERGUIDO, OS JOELHOS JUNTOS, AS MÃOS SOBRE AS PERNAS;

- CAMINHANDO: COMPASSADAMENTE. OS OLHOS BAIXOS. NÃO CAMINHAR PARA TRÁS.

9) REALIZAR CADA AÇÃO SOMENTE DEPOIS DE TER CONCLUÍDO A ANTERIOR. SENTAR-SE, AJOELHAR-SE,

COLOCAR-SE DE PÉ (NÃO SE APOIAR QUANDO ESTIVER EM PÉ).

10) ATENÇÃO ÀS CERIMÔNIAS. FAZER AS COISAS BEM E COMPASSADAMENTE, MAS COM PRONTIDÃO E

DESENVOLTURA. ENSAIAR. APRENDER BEM.

11) SIMETRIA E SINCRONIZAÇÃO NAS CERIMÔNIAS. REALIZAR AS AÇÕES JUNTO COM OS OUTROS AO MESMO

TEMPO, POR EX: AS INCLINAÇÕES E AS RESPOSTAS DA MISSA. GUARDAR SEMPRE A MESMA DISTÂNCIA QUANTO

AOS OUTROS ACÓLITOS.

12) SILÊNCIO: NA IGREJA, NA SACRISTIA. NÃO CONVERSAR NA IGREJA, NÃO RIR, NÃO GESTICULAR.

13) PRONUNCIAR BEM AS PALAVRAS [EM LATIM].

14) RESPEITO E OBEDIÊNCIA AOS SACERDOTES, SUPERIORES E CERIMONIÁRIOS MAIS VELHOS.

15) BOM EXEMPLO: NO CATECISMO, NA ESCOLA, NA RUA, NA IGREJA. OBSERVAR UM COMPORTAMENTO

EXEMPLAR (QUE MOTIVE A SER IMITADO). FAZER AS COISAS COM DEDICAÇÃO, PIEDADE E ZELO.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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I – PARTICIPAÇÃO NA SANTA MISSA

Introdução. Nesta apostila vamos seguir o que diz o Papa Pio XII na “Instrução sobre Música Sacra e

Sagrada Liturgia”, de 3 de setembro de 1958. Este é o último documento que trata sobre o assunto

até o ano de 1962.

1) Noções prévias. A Santa Missa pode ser:

a) Missa Pontifical: é a Missa celebrada pelo Bispo. Esta pode ser:

Solene: celebrada com canto e ministros sagrados.

Rezada: sem canto com a ajuda de dois Sacerdotes Capelães (mesmas normas de

participação da Missa dialogada ou rezada pelo sacerdote).

b) Missa com canto: quando o Sacerdote canta as partes que lhe são próprias. Subdivide-se

em:

Solene: quando o Sacerdote é ajudado pelo Diácono e Subdiácono;

Cantada (de guardião): quando o Sacerdote é ajudado só por acólitos.

c) Missa Dialogada: quando os fiéis participam liturgicamente, ou seja, respondendo ao

Celebrante e rezando com ele o Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei.

d) Missa Rezada: quando os fiéis participam em silêncio ou em comum por meio de orações

e cânticos de piedade popular (extra-litúrgicos).

2) Participação dos fiéis nas Missas com canto. Na Missa Solene a participação ativa dos fiéis pode realizar-se em três graus:

a) Primeiro grau: Quando todos os fiéis cantam as respostas litúrgicas: Amen; Et cum spiritu

tuo; Gloria Tibi, Domine; Habemus ad Dominum; Dignum et iustum est; Sed libera nos a malo;

Deo gratias. Deve-se trabalhar para que em todos os lugares os fiéis sejam capazes de cantar essas

repostas.

b) Segundo grau: Quando todos os fiéis cantam as partes do Ordinário da Missa: Kyrie,

Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. Deve-se esforçar para que os fiéis saibam a cantar essas partes

da Missa com as melodias gregorianas mais simples.

c) Terceiro grau: Quando todos os presentes estejam de tal modo exercitados no canto

gregoriano, que saibam cantar as partes do Próprio da Missa. Deve-se urgir essa participação plena

sobretudo nas comunidades religiosas e seminários.

Nos domingos e festas deve-se optar (optandum est) para que a Missa paroquial ou principal

seja celebrada com canto.

Para as Missas cantadas, aplicam-se as mesmas normas de participação da Missa solene.

3) Participação dos fiéis nas Missas rezadas. O primeiro modo com o qual os fiéis podem participar da Missa rezada dá-se quando, cada

um, por própria indústria, participa internamente, ou seja, com atenção às partes principais da

Missa, ou externamente, segundo os costumes aprovados das diversas regiões.

São principalmente dignos de louvor os que, com um pequeno missal adaptado à sua

capacidade, rezam com o Sacerdote as mesmas orações da Igreja. Como, porém, nem todos os fiéis

são igualmente idôneos para entender os ritos e fórmulas litúrgicas, estes podem participar de um

modo mais apto e fácil, ou seja “meditando piamente nos mistérios de Jesus Cristo, ou fazendo

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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exercícios de piedade e orações que, embora difiram da forma dos ritos sagrados, no entanto pela

sua natureza a eles convém1”.

O segundo modo de participação dá-se quando os fiéis participam da Santa Missa com

orações comuns e cânticos. Deve-se cuidar para que tais orações e cânticos estejam de acordo com

as diversas partes da Missa.

O terceiro modo de participação e o mais perfeito de todos, dá-se quando os fiéis respondem

liturgicamente ao Celebrante, como que dialogando com ele e rezando em voz alta as partes que

lhes são próprias. Esta participação plena se distingue em quatro graus:

a) Primeiro grau: se os fiéis dão ao Celebrante as respostas mais fáceis: Amen; Et cum

spiritu tuo...

b) Segundo grau: se os fiéis dizem todas as respostas do acólito, rezam o Confiteor antes da

comunhão e o Domine non sum dignus.

c) Terceiro grau: se os fiéis rezam com o Celebrante as partes do Ordinário da Missa: Kyrie,

Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei.

d) Quarto grau: se os fiéis rezam juntamente com o Celebrante as partes do Próprio da

Missa: Intróito, Gradual, Ofertório e Comunhão. Este último grau pode ser usado com dignidade

por grupos mais seletos e cultos.

Outras normas:

Nas Missas rezadas, todo o Pater Noster pode ser rezado pelos fiéis juntamente com o

Celebrante, mas somente em língua latina, e acrescentando o Amen. Em razão do costume, enquanto

o Celebrante reza o Pai Nosso em latim, os fiéis podem rezá-lo juntos em português.

Nas Missas rezadas os fiéis podem cantar hinos populares, guardando-se, porém, a lei de que

estejam de acordo com cada parte da Missa.

1 Mediator Dei.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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4) Posições dos fiéis na Santa Missa.

Partes da Cerimônia Missa

Rezada

Missa Dialogada Missa Cantada e

Solene

Missa Pontifical

Recepção do Bispo (Ecce

Sacerdos)

De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos

Entrada do Celebrante De pé De pé De pé De pé

Canto do Asperges De pé De pé De pé De pé

Orações ao pé do altar De joelhos De joelhos De pé De pé

Ao subir ao altar De joelhos De pé De pé De pé

Incensação - - De pé De pé

Intróito e Kyrie De joelhos De pé De pé De pé

Gloria De joelhos De pé De pé/sentados De pé/sentados

Colecta (oração do dia). De joelhos De pé2 De pé

5 De pé

5

Epístola Sentados Sentados Sentados Sentados

Gradual/Aleluia Sentados Sentados Sentados Sentados

Evangelho De pé De pé De pé De pé

Credo De pé De pé De pé/sentados De pé/sentados

Et incarnatus est Genuflexão Genuflexão De joelhos De joelhos

Dñus. vob./Oremus De pé De pé De pé De pé

Ofertório Sentados Sentados Sentados Sentados

Incensação do Celebrante - - De pé De pé

Orate fratres De pé De pé De pé De pé

Após o Sanctus (rezado

ou cantado)

De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos

Todo o Cânon De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos

Pater Noster/Agnus Dei De joelhos De pé De pé De pé

Após o Agnus /comunhão De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos

Abluções até Communio De joelhos De joelhos De pé De pé

Postcommunio De joelhos De pé1 De pé

1 De pé

1

Bênção final De joelhos De joelhos De joelhos De joelhos

Evangelho final De pé De pé De pé De pé

Orações finais/pé do altar De joelhos De joelhos - -

Saída do Celebrante De pé De pé De pé De joelhos

2 Exceção: nos dias de penitência (advento, quaresma), salvo no domingo, e nas Missas de defuntos, deve-se ajoelhar

durante a Colecta e a Postcommunio.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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II – Normas para os Acólitos

1) Regras para ajudar a Missa rezada com 1 Acólito3.

1. O acólito da Missa, sempre que possível, deve apresentar-se vestido de batina e sobrepeliz.

2. Na sacristia, quando o sacerdote começa a paramentar-se, deve colocar-se à sua esquerda e

oferecer-lhe sucessivamente o amito, a alva, o cíngulo, o manípulo, a estola e a casula. Depois que o

sacerdote põe o cíngulo, ajusta a alva de maneira que as suas extremidades fiquem igualmente

elevadas do chão e as pregas igualmente distribuídas.

3. Uma vez paramentado o sacerdote, tomará o missal segurando-o com ambas as mãos, por baixo,

tendo-o diante do peito e com a abertura para o lado esquerdo.

4. Ao partir da sacristia, fará reverência à cruz, juntamente com o sacerdote, e lhe oferecerá água

benta, seguindo na sua frente. Se a Missa não for no altar-mor ou no altar do Santíssimo, passando

por estes fará genuflexão simples, e, se o Santíssimo, estiver exposto, fará genuflexão dupla,

juntamente com o sacerdote.

5. Chegando ao altar, receberá com a mão direita o barrete, beijando-o, depois de ter beijado

também a mão do sacerdote; fará genuflexão junto com o sacerdote, colocando em seguida o missal

no altar sobre a estante, e o barrete na credência do lado da Epístola.

Note-se que o acólito sempre faz genuflexão durante a Missa, desde a chegada até a

saída, mesmo se não há o Santíssimo no sacrário.

6. De volta da credência, passará para o lado do Evangelho, fazendo genuflexão no meio, ficando de

pé, mãos postas e virado para o altar. Nas Missas com o povo, antes de ir para o seu lugar ao lado

do Evangelho, o acólito tocará a campainha, na credência, assim que o celebrante, após abrir o

missal, se dirigir para o meio do altar.

7. Quando o sacerdote desce o degrau para começar a Missa, se ajoelhará no chão (e não no degrau)

e benzendo-se com ele, responderá com voz clara e compassada, conservando sempre as mãos

postas e a cabeça virada para o altar.

Sempre que o sacerdote se benze ou bate no peito, o acólito fará o mesmo (exceto no

Confíteor que o acólito também reza depois do sacerdote e durante o Cânon).

8. O Confiteor deve ser rezado com inclinação profunda; às palavras ''tibi pater" e ''te pater" o

acólito deve virar-se para o sacerdote; só ao "Indulgentiam" é que cessa a inclinação.

9. Quando o sacerdote sobe ao altar, o acólito levantará com a mão direita a extremidade dianteira

da alva para não ser pisada, e passará a ajoelhar-se sobre o degrau, aí ficando, de joelhos, até o fim

da Epístola.

10. Terminada a Epístola, responderá ''Deo gratias" e, levantando-se irá buscar o missal para passá-

lo ao lado do Evangelho, esperando porém ao lado do sacerdote, que este se dirija para o meio do

altar.

3 Extraídas do Manual da Próquia.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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11. No princípio do Evangelho fará o sinal da cruz juntamente com o celebrante, estando virado

para ele e ao seu lado esquerdo, e, ao ouvir a palavra "Iesus" fará reverência e voltará para o lado da

Epístola onde ficará até o fim do Evangelho, de pé e mãos postas.

12. Durante o Credo se conservará de joelhos.

13. Terminado o Credo e dito o "Oremus", subirá ao altar para dobrar o véu do cálice, colocando-o

dobrado sobre o altar (com a cruz para cima), e se dirigirá para a credência, trazendo as galhetas

para o lado do altar, tomando a do vinho na mão direita e a da água na mão esquerda. Oferecerá ao

sacerdote primeiro a do vinho, beijando-a na alça antes de dar e depois de receber, e depois a da

água, com a colherinha.

14. Logo em seguida levará as galhetas para a credência e voltará para o ''Lavabo'' com a galheta de

água na mão direita e o pratinho do Lavabo na mão esquerda, colocará no braço esquerdo o

manustérgio, ou colocará sobre o altar ou debaixo do pratinho, pendente na direção do sacerdote.

No Lavabo, quando o sacerdote se aproxima, o acólito lhe fará reverência antes de derramar a água,

como também depois, antes de voltar para a credência. Terminado o "Lavabo" tomará a campainha

da credência e irá se ajoelhar do lado da Epístola.

15. Ao "Orate fratres" esperará que o sacerdote termine de dar a volta, para começar a responder o

"Suscipiat".

16. Ao "Sanctus" tocará três vezes a campainha e ao "Benedictus" se benzerá com o sacerdote.

17. Antes da elevação, quando o sacerdote estender as duas mãos sobre o cálice, dará um toque de

campainha, levantar-se-á e levando a campainha irá se ajoelhar bem perto do celebrante, mas atrás e

para o lado. Durante a elevação (tanto da hóstia como do cálice) tocará três vezes a campainha, bem

espaçadamente, sustentando com a mão esquerda a ponta da casula, e inclinando-se, dando um

toque na campainha, quando o sacerdote faz a genuflexão.

18. Terminada a elevação voltará a ajoelhar-se onde estava. Ao “Per ipsum” (pequena elevação),

tocará a campainha; ao "Agnus Dei" baterá três vezes no peito como o sacerdote, e ao "Domine non

sum dignus" tocará três vezes a campainha.

19. Quando o sacerdote faz genuflexão após ter tomado a Hóstia, o acólito levanta-se e vai à

credência buscar a patena. Ajoelha-se no seu lugar e, enquanto o sacerdote toma o cálice, reza o

"Confiteor" e reponde "Amen" ao "Misereatur" e ao "Indulgentiam". Bate a campainha quando o

sacerdote abre o sacrário, exceto quando na Missa foram consagradas partículas para o povo em

alguma âmbula. Bate a campainha nas três vezes em que o Padre diz “Domine non sum dignus”.

Quando o sacerdote vai se dirigir para a mesa da comunhão, o acólito se levanta, afasta-se

para a esquerda sem voltar as costas para o Santíssimo, deixa o padre passar e o acompanha pelo

lado direito, colocando bem a patena sob o queixo dos comungantes, acompanhando o movimento

da mão do sacerdote.

No final entrega a patena ao sacerdote. Bate a campainha ao fechar-se o sacrário. O acólito

deve segurar a patena sem tocar no centro dela, sempre em posição horizontal.

20. Abluções: O Acólito vai à credência e traz para o altar as duas galhetas de vinho e água, uma em

cada mão. Fica atento aguardando que o padre incline o cálice para a ablução. Então porá vinho no

cálice e, pouco depois vinho e água, devagar e aos poucos, parando quando o celebrante erguer o

cálice ou os dedos.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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21. Voltará em seguida para a credência onde deixa as galhetas, cobrindo-as, e, vindo novamente

para o altar, levará o véu desdobrado, segurando-o com ambas as mãos, para o lado do Evangelho e

de lá passará o missal para o lado da Epístola, fazendo genuflexão ao passar pelo meio do altar.

22. Posto o missal no altar (reto, não em diagonal), voltará para o lado do Evangelho para entregar

ao sacerdote a bolsa e o véu; depois se ajoelhará no degrau do lado do Evangelho.

23. Dada a bênção pelo sacerdote, levantar-se-á indo imediatamente para perto do altar do lado do

Evangelho e aí fará o sinal da cruz, respondendo ao sacerdote; em seguida, feita reverência ao

celebrante, passará para o lado da Epístola, indo buscar na credência a folha com as orações finais

(se for preciso).

24. Ao "Et Verbum caro factum est" fará genuflexão e logo após se ajoelhará no chão para

responder às orações finais, apresentando a folha das orações finais quando o sacerdote pedir.

Terminadas as orações, levará a folha para a credência, trará o barrete, apanhará o missal, fará

genuflexão com o sacerdote, dar-lhe-á o barrete, beijando-o primeiro e depois a mão do sacerdote, e

voltará para a sacristia, na frente, da mesma forma que veio no princípio da Missa.

25. Chegando à sacristia fará reverência à cruz com o sacerdote, receberá o barrete e se ajoelhará

para receber a bênção do sacerdote. Depois, colocará o barrete juntamente com o missal sobre a

mesa; passando depois para a esquerda do sacerdote, o ajudará a desvestir-se, recebendo os

paramentos e colocando-os em ordem sobre a mesa.

26. Terminado tudo, fará uma reverência ao sacerdote e lhe pedirá a bênção, retirando-se da

sacristia.

Se comungou, deverá ir para a igreja para dar ação de graças. Depois, guardar no seu

lugar a batina e a sobrepeliz. Se for o encarregado, deverá arrumar o altar, apagar as velas e guardar

os paramentos.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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2) Particularidades da Missa rezada com 2 Acólitos.

1. Princípios gerais:

Eles se colocam ao pé do altar; no chão, de cada lado: o primeiro no lado da epístola e o

segundo no lado do evangelho.

Antes e depois dos diversos deslocamentos, eles vêm juntos fazer a genuflexão no meio do

altar, no chão.

É sempre o primeiro acólito (o da direita) que toca a campainha.

2. Na saída da sacristia: o segundo vai à frente, toca o sino da entrada e, chegando ao altar, deixa o

primeiro, que leva o missal, e o celebrante passarem diante dele.

3. Depois da Epístola: o primeiro acólito transporta sozinho o missal; o segundo acólito se levanta

para ouvir o Evangelho, ou transporta o pedestal do microfone, se for o caso.

4. Ao Ofertório: Após a genuflexão, o segundo sobe ao altar para dobrar o véu do cálice, enquanto o

primeiro vai à credência apanhar as galhetas, toma a do vinho e dá a de água, com a colherinha,

para o segundo acólito; e ambos vão até o lado direito do altar.

5. No Lavabo: O primeiro derrama a água sobre os dedos do padre e ele mesmo segura o pratinho.

O segundo apresenta o manustérgio.

6. Na elevação: Sobem ambos para os lados do padre, um pouco atrás, e levantam um pouquinho a

casula só na elevação.

7. Depois da comunhão dos fiéis: O primeiro acólito serve o padre nas abluções e guarda a patena

enquanto o segundo aguarda de joelhos. A seguir, o segundo sobe e transporta o missal ao mesmo

tempo em que o primeiro toma e transporta o véu do cálice; o primeiro deixa o segundo passar

diante dele, por respeito pelo missal que ele transporta. O primeiro apresenta ao padre a bolsa

aberta, o véu e de novo a bolsa fechada, enquanto o segundo o aguarda no chão ao lado da Epístola

ao lado do altar. Ambos fazem vênia ao altar e vêm juntos ao meio, onde genufletem, vão o

primeiro para a esquerda e o segundo para a direita. Destrocam os lugares quando o primeiro voltar

da resposta ao último Evangelho.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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3) Modo de ajudar a Missa rezada do Bispo. 1. Arrumação: a) Do altar:

Arrumar o paramento no meio do altar, com o manípulo ao lado.

Não precisa colocar sacra se tiver o “cânon”.

O missal já deve estar aberto na Missa do dia.

Acendem-se quatro velas.

Coloca-se uma candela ao lado do Missal (a candela deve estar sempre junto ao Missal).

Coloca-se um genuflexório aos pés do altar para o bispo com o “cânon”.

b) Da credência: arruma-se para a Missa como de costume acrescentando o lavabo do bispo (jarro,

bacia (com água) e toalha) e um pratinho para colocar a cruz e o solidéu. O cálice deve ser colocado

na credência da missa.

2. Para a Missa rezada do Bispo, sempre se requerem dois Acólitos. Chegando à igreja, o Bispo fará

as orações preparatórias no genuflexório: os Acólitos ficarão de joelhos a seus lados. Depois que o

Bispo fizer as orações preparatórias, faz-se o lavabo no meio do altar4, o A2 tira o genuflexório e

coloca o “cânon” em frente ao sacrário (no lugar da sacra maior), o A1 traz o pratinho para o bispo

colocar a cruz peitoral e o solidéu, e depois os acólitos ajudam o Bispo paramentar. Os acólitos

devem levar os paramentos ao bispo, um de cada vez. Depois que o Bispo se paramentar, o A1 traz o

pratinho e coloca o solidéu no Bispo; o A2 vai ajoelhar-se com o manípulo nas mãos.

3. Depois da absolvição para o povo, na oração aos pés do altar, o A2 entrega ao bispo o Manípulo

(o lado aberto deve estar virado para a direita).

4. Depois da Epístola, o A1 passa o Missal e A2 passa a candela.

5. O Ofertório: o A1 coloca o cálice no meio do altar. Tudo segue normal, sendo que o lavabo se faz

de joelhos: o A1 segura o jarro e a bacia, e o A2 a toalha.

Depois da Secreta, o A1 pega o pratinho na credência, tira o solidéu do bispo e o coloca no

pratinho. O A2 tira o Missal da estante e coloca em seu lugar o “cânon” se tiver, e coloca o Missal

na credência. Se não houver “cânon” nada do que foi dito será feito.

6. Na hora da comunhão dos fiéis o A1 vai com a patena e o A2 vai coma candela; de modo que: o

A1 fica à direita do Bispo e o A2 à sua esquerda. Depois da comunhão, o A2 já pode deixar a candela

no lado da epístola.

7. Depois que o A1 fizer as abluções, coloca o solidéu no Bispo. Depois que o cálice estiver

arrumado, o A1 levará o cálice novamente para a credência. E o A2 faz o lavabo do bispo como já

foi mostrado acima (se o A1 chegar a tempo deve ajudar, e para não complicar muito, pode , desta

vez, segurar a toalha)

8. Antes da bênção final há mais respostas: V: Sit nomen Domini benedictum. R: Ex hoc nunc et

usque in saeculum. / V: Adiutorium nostrum in nomine Domini. R: Qui fecit caelum et terram.

9. Se tiver “cânon” o A2 segurá-lo-á para o bispo; se não, segurará a sacra.

10. Depois de acabar a Missa os acólitos ajudarão o Bispo a tirar os paramentos. Depois o A1 pegará

o pratinho para entregar a cruz peitoral; e o A2 colocará o genuflexório para o Bispo (se o Bispo for

fazer as orações finais, o genuflexório deve ser colocado antes). Os acólitos devem permanecer

junto ao Bispo.

4 Acólito 1 leva o jarro e bacia; Acólito 2 leva a toalha e sabonete (se houver).

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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4) Missa Cantada com Cerimoniário e Turiferário

1. Turiferário à frente da procissão, com o turíbulo na mão direita, os dois acólitos com as mãos

postas, o clero presente, o cerimoniário e, por fim, o celebrante. Chegando ao altar o TUR faz

genuflexão e se dirige para o lado da Epístola. O CER fica à direita do CEL e os ACS um de cada

lado. O CER recebe o barrete e passa-o ao AC1, fazem todos a genuflexão, se ajoelham, enquanto

que o AC1 vai até a credência ou cadeira para deixar o barrete, ao voltar se ajoelha do lado epístola

à direita do CER.

2. Se houver Asperges, entram os ACs, em seguida o Clero presente. Atrás entra o CER (direita) e o

TUR (esquerda), segurando a capa do CEL. Chegando ao altar. Os ACS se colocam um de cada

lado. O TUR permanece ao lado esquerdo e o CER à direita do CEL. O CER apresenta a água

benta. Todos se ajoelham e o CEL entoa o Asperges. Depois que o CEL se aspergir, como também

aos ministros ao seu lado, todos se levantam. O CEL tendo o CER à sua direita faz com este a

genuflexão e asperge o Clero e depois o povo. Se houver espaço o TUR acompanha o CEL

segurando a capa do lado esquerdo.

3. Chegando ao altar de volta todos permanecem de pé até o final da oração. Finda a oração todos

genufletem e vão aos bancos. O CER recebe a capa do CEL e passa ao TUR que a leva para a

sacristia. Depois de colocar o manípulo e a casula o CEL vai ao meio do altar acompanhado dos

ACs e do CER para o início da Missa.

4. Terminadas as orações ao pé do altar, quando o CEL subir ao altar, o CER suspende a alva do

CEL, dá um sinal para que todos se levantem; chama o TUR, recebe a naveta e ambos se dirigem ao

centro do altar para benzer o incenso. O CER oferece ao celebrante a colherinha, beija primeiro a

colherinha e depois a mão do padre (na ordem inversa ao recebê-la). Depois que entregou a

colherinha diz: “Benedicite pater reverende”, inclinando a cabeça.

5. Depois de bento o incenso, o CER recebe o turíbulo do TUR e lhe entrega a naveta passando, em

seguida, o turíbulo ao CEL beijando a parte superior do turíbulo e depois a mão do celebrante . O

TUR deixa a naveta na credência, faz genuflexão no centro, e se coloca à esquerda do CEL.

6. Enquanto o CEL incensa a cruz, o AC1, sem genuflexão, pega o Missal e fica de pé do lado

epístola, virado para o altar. Ele fica com o Missal, enquanto o CEL incensa este lado do altar, e em

seguida o coloca sobre o altar, voltando para seu lugar sem genuflexão. O CER e o TUR

acompanham o CEL fazendo as genuflexões sustentando-o com a mão sob o cotovelo. (Porém não

seguram a parte posterior da casula.).

Após a incensação do altar o CER recebe o turíbulo do CEL (beijando a mão da sacerdote e

depois o turíbulo), o TUR desce com ele para o lado epístola e se coloca à sua esquerda. O CER,

diante do CEL, o incensa com três ductos de dois ictus, fazendo com o TUR reverência profunda

antes e depois. Em seguida o CER entrega o turíbulo ao TUR, que volta para o seu lugar.

7. O CER mantém-se à direita do CEL e lhe indica o intróito, em seguida recita o Kyrie alternando

com o CER e os ACs (que estão de pé). Se houver tempo o CEL faz vênia à cruz e vai se sentar e os

ACs fazem genuflexão no meio do altar e vão se sentar junto à credência ,o CER permanece de pé à

direita do celebrante, voltado para a nave. (Fig. 6)

8. Ao cantar-se o último Kyrie, o CEL, ao convite do CER, se dirige para o centro do altar, onde,

entre os dois ACs e estando o CER à direita do AC1, faz, juntamente com eles a genuflexão. O CEL

Page 14: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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sobe ao altar para entoar o “Gloria” (se houver). Depois de recitado o Gloria, o CEL genuflete no

supedâneo; o CER e os ACs acompanham a genuflexão e todos se dirigem para as cadeiras. Ao

canto do “Cum Sancto Spiritu”, todos voltam para o altar.

9. Depois do canto do Kyrie ou do Gloria, o CEL canta o Dominus vobiscum e se dirige para o lado

da epístola para cantar a oração. O CER, estando do lado do missal, vira a página e indica as

orações, os ACs permanecem de pé.

10. Se o CEL for se sentar para o canto da epístola, quando um leitor for cantá-la, o movimento é

idêntico ao do Kyrie. Terminado o canto da epístola, o CEL e o CER dirigem-se para o altar para

rezar o gradual, alelluia ou tractus, e em seguida, regressam às cadeiras se o canto for longo. Se o

CEL não se sentar para o canto da epístola todos permanecem no mesmo lugar, e vão se sentar só

depois de rezado o gradual, tractus ou alelluia.

11. No versículo que segue ao alelluia, ou na última estrofe da prosa, ou no último versículo do

tractus, ao sinal do CER, todos se levantam e voltam para o altar para a benção do incenso, que se

procede como no início. Terminada a imposição do incenso, enquanto o CEL reza o Munda Cor

Meum, o CER toma o missal e, com o TUR, desce ao meio do altar: então os acólitos se juntam aos

dois e todos fazem a genuflexão. O CER sobe para deixar o missal no altar, descendo em seguida

para colocar-se à direita do TUR; o TUR vai para o lado do evangelho e fica em baixo, de frente

para o altar. Os ACs se colocam juntos de pé no plano, na lateral do altar. Depois que o CEL cantou

“Sequentia” ou “Initium”, com o sinal da cruz, o TUR passa o turíbulo ao CER, e este o apresenta

ao CEL beijando o turíbulo e em seguida a mão do mesmo; o CER acompanha o CEL nas

reverências. Terminado a incensação do livro, o CER recebe de volta o turíbulo, beijando a mão do

CEL e o turíbulo e o entrega ao TUR. Terminado o canto do evangelho, se o CEL for pregar os

quatro ministros fazem juntos a genuflexão; o TUR vai alimentar o turíbulo; os ACs e o CER vão se

sentar. Se outro sacerdote for pregar, o movimento é feito junto com o celebrante: CER à direita e

TUR à esquerda do CEL, ACs em cada ponta.

12. Terminado o sermão os ACs dirigem-se para o altar, fazem genuflexão com o CEL ao sinal do

CER; se o CEL tiver pregado fazem genuflexão no centro, o CER à direita do AC 1; depois os ACs

se abrem e o CER vai para o lado da epístola, todos permanecem de pé; todos os ministros

genufletem ao “Et incarnatus est”; tendo o CEL recitado o Credo ele desce os degraus do altar para

ajoelhar-se juntamente com os ministros ao canto do “Et incarnatus”. Se ainda faltar muito para o

canto destas palavras, todos se dirigem para as cadeiras procedendo-se como no Gloria. Então ao

canto do “Et Incarnatus” o CEL tira o barrete e se inclina assim como os acólitos, enquanto que o

CER se põe de joelhos. No “Crucifixus”, o CER, se for clérigo, vai levar o cálice para o altar, se o

CER não for clérigo, um dos clérigos que estiverem no coro, dando preferência ao mais digno, vai

levar o cálice ao altar depois do “Et homo factus est” do “Credo”, desdobra o corporal e coloca

sobre ele o cálice coberto com o véu. Se não houver “Credo”, faz-se o mesmo logo depois do

evangelho. Ao canto do “Et vitam”, ao sinal do CER, todos voltam para o altar. Os ministros

esperam, de pé, em seus devidos lugares o “Oremus” do Ofertório para fazerem a vênia.

13. Depois que fizeram a reverência no “Oremus” do ofertório, os ACs fazem no meio a

genuflexão; o AC2 vai dobrar o véu do cálice, o AC1 vai à credência para pegar as galhetas; depois

de dobrar o véu o AC2 se coloca à esquerda do AC1 e recebe deste a galheta com água. Fazem a

reverência ao CEL ao apresentar-lhe as galhetas beijando-as antes e depois (exceto na Missa de

Requiem), e o saúdam novamente com uma inclinação de cabeça, antes de se retirarem. Em seguida

voltam aos seus lugares e permanecem de pé.

Page 15: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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14. No oferecimento do cálice, quando o CEL estiver rezando o “Veni sanctificator spiritus”, o

CER chama o TUR e ambos sobem ao altar para a benção o incenso. Quando o CEL estiver

incensando a cruz o AC2 tira o missal, esperando do lado do evangelho, e o põe de volta depois que

o CEL incensou este lado do altar. Desce em seguida, fazendo a genuflexão com o AC1 no centro, e

se dirigem para a credência, para preparar o lavabo.

15. Terminado a incensação do altar, o CER incensa o CEL, como no intróito; o AC2 pega com as

duas mãos o manustérgio desdobrado, o AC1 pega com a mão esquerda o pratinho, e com a direita a

galheta de água, e se coloca à esquerda do AC2. Os ACs se aproximam do CEL e fazem uma

inclinação; o AC1 derrama a água e o AC2 apresenta o manustérgio. Quando o CEL devolve o

manustérgio, os ACs fazem a inclinação, voltam à credência e deixam a galheta, o manustérgio e o

pratinho, pegando em seguida a campainha; depois vão ao meio do altar genufletem e ficam de pé,

nos seus lugares, até serem incensados, em seguida ajoelham.

Depois de incensado o CEL, o TUR recebe o turíbulo do CER, fazem juntos a genuflexão

diante do altar; o CER vai para o lado do evangelho para indicar as orações ao CEL; o TUR vai

incensar, primeiro o clero, um sacerdote de cada vez com um golpe duplo; em seguida o coro,

primeiro o lado do evangelho depois o da epístola, com três golpes duplos em cada lado: um para o

centro outro para a sua esquerda e outro para a sua direita.

16. O TUR, depois que incensou o coro, vai diante do altar faz a genuflexão e incensa de um ducto

e um ictus a cada um, ao CER, ao AC1 e ao AC2. Em seguida faz a genuflexão, vai até a entrada do

coro, e incensa o povo com 3 ductus e 1 ictus (no meio, à sua esquerda e à sua direita); depois, volta

diante do altar faz a genuflexão e vai alimentar o turíbulo, para entrar na hora do Sanctus. Se não

houver clero, o TUR espera o fim do lavabo para incensar os ministros.

17. O CER deve estar atento para indicar as orações ao CEL e virar as páginas do missal. Pouco

antes da consagração, o TUR se coloca do lado da epístola; o AC1, põe o incenso no turíbulo. O

TUR se ajoelha no degrau central mais baixo, ao mesmo tempo que o CER se ajoelha do lado

esquerdo do CEL, ou seja, quando tiver virado a folha do missal que corresponde à consagração, e

incensa o Ssmo. com 3 ductos e 2 ictus a cada elevação, fazendo uma inclinação mediana, antes e

depois. . O CER, de joelhos à esquerda do CEL, levanta a casula durante a elevação. O AC1 toca a

campainha, ou os dois, se houver duas campainhas.

Depois da consagração, o CER e o TUR se levantam ; o CER continua a virar as folhas do

missal. O TUR depois de fazer uma genuflexão no centro vai deixar o turíbulo na sacristia. Em

seguida volta e se ajoelha ao lado direito do AC1. Os ACs permanecem de joelhos até o “Domine

non sum dignus”.

18. Quando o CER virou a folha do missal onde esteja o “Domine non sum dignus”, ele desce os

degraus e se ajoelha ao lado esquerdo do AC2. Terminado o terceiro “Domine non sum dignus”,os

quatro se levantam; o AC1 vai à credência deixar a campainha e pegar a patena. Quando o AC1

chegar, fazem todos a genuflexão e sobem ao supedâneo para comungar. Quando o sacerdote

estiver comungando o Preciosíssimo Sangue, o CER reza o “Confiteor”, que todos acompanham.

Depois que comungaram, os ACs voltam para seus lugares ao pé do altar e se ajoelham; o TUR

volta a se ajoelhar ao lado do AC1; e o CER acompanha o CEL com a patena. Ao voltar da

Comunhão, o CER se coloca de joelhos no degrau inferior do altar, lado da epístola.

19. Depois da comunhão, quando o CEL fechar o sacrário, todos se levantam; o AC1 vai pegar as

galhetas que apresenta ao CEL como na missa rezada. Depois que deixou as galhetas na credência

Page 16: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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vai ao meio do altar e faz genuflexão com o AC2; em seguida o AC1 transporta o missal enquanto

que o AC2 transporta o véu do cálice. Depois que o CEL cobriu o cálice, descem e se colocam cada

qual no seu lugar. O TUR vai à sacristia buscar o turíbulo e se coloca junto à credência, onde

permanece até a procissão de saída. Durante o Evangelho final, o próprio TUR coloca incenso no

turíbulo.

20. O CER, quando o CEL fechou o sacrário, se levanta e permanece no mesmo lugar, do lado da

epístola; quando o AC1 deixar o missal sobre o altar ele sobe e se coloca do lado do missal, no lado

da epístola, marca o missal para a antífona de comunhão e assiste durante as orações. Depois da

última oração, ele fecha o missal, pega e mostra ao CEL um livro com o “Ite Missa est”. Quando o

CEL terminou de cantar o “Ite Missa est”, o CER desce, faz genuflexão no meio e se coloca do lado

evangelho, de pé; quando o coro terminar de cantar o “Deo Gratias”, ao sinal do CER, todos se

ajoelham para a bênção; terminada a bênção todos se levantam e o CER vai segurar a sacra para o

sacerdote; se houver um evangelho próprio ele deixa o missal aberto e o leva para o lado evangelho,

assim que o CEL cantar o “Ite missa est”. Contudo o CER deve ir para o lado do evangelho neste

momento. Durante o Evangelho, os ACs estão de pé virados para o CEL; no “Et Verbum” eles

fazem a genuflexão.

21. Depois do evangelho final, o CER vai pegar o barrete do CEL; quando este desce, todos fazem a

genuflexão, depois o CER entrega o barrete ao CEL beijando primeiro o barrete e depois a mão de

celebrante. Voltam para a sacristia na mesma ordem de entrada. Chegando à sacristia o CEL tira o

barrete e todos fazem vênia à cruz como antes da missa; o CEL tira os paramentos, ajudado pelo

CER.

A . M . D. G .

ANOTAÇÕES

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Transcrição resumida de algumas partes do livro

A SANTA MISSA NA HISTÓRIA E NA MÍSTICA.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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INTROÍBO AD ALTARE DEI

Entrarei ao Altar de Deus. Um dia, como um cervo acossado por matilhas, debatia-se David

com mil inimigos, assim externos como internos, para livrar-se deles e levar vida mais tranquila.

Mas só depois de longo, penoso e renhido combate, quando forças humanas já não lhe podiam

valer, foi que chamou por socorro do Alto: “Julgai-me, ó Deus, e separai a minha causa da gente

ímpia; livrai-me do homem injusto e enganador!”.

Foi, então, que, talvez arrebatado em êxtase, como o profeta Jeremias, entrou a contemplar

os povos da Terra, ascendendo ao Monte Sião para lá celebrar a nova aliança; e os ouvia aclamar

triunfalmente, lá do alto, aplaudindo aos que vinham carregados dos bens do Senhor, como trigo,

vinho novo... e os via como em um jardim irrigado e florido, sem nunca elanguescer e entristecer-

se: fortalecia-os o Senhor e lhes mudava o pesar em alegria. E o Senhor repetia: “Saturá-los-ei de

graças; inebriarei as almas dos meus sacerdotes, e o meu povo usará à fartura dos meus bens” (Jer

31, 12-15).

Foi, então, repito, que David resolveu entrar ao Altar do Senhor, erguido no Monte Sião. –

Introíbo ad altare Dei.

* * *

O que David queria, e em êxtase via, não lhe foi possível obter. Qual Moisés, viu e suspirou

pela terra em que corre leite e mel, viu e suspirou pelo Altar, em que sacrifica o Cordeiro

imaculado, mas como Moisés, morreu sem entrar na terra prometida.

“Introíbo ad altare Dei!” – Sim, entrarei ao altar de Deus; entrarei senão eu, ao menos, em

um dos meus descendentes!

E a profecia se realizou. O Filho da Casa de David, Jesus Cristo, entrou ao altar de Deus,

levantado no Monte calvário, levantado no Monte Sião, que se multiplicou tantas vezes quantas são

as Igrejas do Senhor no mundo universo.

* * *

O Sacrifício.

Que é um sacrifício? O sacrifício verdadeiro e propriamente dito, segundo no-lo define o

próprio Espírito Santo pela boca de Moisés e São Paulo, é a oblação de coisa sensível com a sua

destruição quer parcial, quer total, quer seja física (como se dá com o holocausto) quer mística,

(como se dá com a libação e efusão de vinho ou água) efetuada por um ministro legítimo e feita só a

Deus, com o fim de manifestar os sentimentos internos, com que o homem deve reconhecer o seu

supremo domínio. Desde que há memória do homem decaído, não faltaram sacrifícios entre os

povos.

Passando pelos mais, limito-me a apontar o de Melquisedec, narrado nas Escrituras, e que

tem, por isso mesmo, o testemunho infalível do Espírito Santo, e que é muito próprio para o nosso

caso.

Melquisedec ofereceu a Deus o sacrifício de pão e vinho, símbolo perfeitíssimo do sacrifício

da Nova Aliança, em que o pão, pelo poder das palavras da consagração, se transubstancia em

Corpo de Cristo, e o vinho em Sangue de Cristo. Recordo ainda o sacrifício da lei mosaica, que é

considerado debaixo de quatro pontos de vista, devido aos quatro diversos fins:

O sacrifício latrêutico, que visa direta e exclusivamente, segundo a intenção do sacrificante,

o fim de reconhecer por ele o supremo e inalienável domínio de Deus sobre tudo o que existe. Por

isso, neste sacrifício há destruição total da oferta ou vítima, há destruição física; e é por isso dito

holocausto.

O sacrifício eucarístico, que visa diretamente o fim de render graças a Deus pelos favores e

benefícios outorgados; e chama-se “hóstia pacífica”.

Page 22: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

22

O impetratório, que visa a obtenção de novas graças e novos benefícios.

O propiciatório, que visa aplacar a Deus, e por isso é chamado também de satisfatório, cujo

escopo é oferecer a Deus vítimas em expiação dos pecados, em satisfação das penas devidas pelos

pecados, e chama-se “hóstia pro delicto” e “hóstia pro peccatis”.

Do dito se colhe que o sacrifício tem como fim reconhecer a perfeição infinita do ser Divino

e do seu soberano domínio sobre quanto veio à existência por seu infinito poder. O reconhecimento

do Ser perfeitíssimo, que é Deus, é uma Eucaristia ou agradecimento no pleno rigor da significação

do termo; ela abrange em sua verdadeira acepção as idéias da adoração, em virtude da qual o

homem se aniquila na presença da divina Majestade; da gratidão, que leva o homem a exaltar os

benefícios de Deus; da imperfeição, que induz o homem a implorar as graças de que necessita; da

expiação, que faz com que se obtenha a supressão da justa ira do Senhor, prestes a fulminar sobre o

homem o seu tremendo castigo.

Estes são e devem ser os quatro fins que visa todo e qualquer sacrifício que se oferece à

Divindade, os quais se podem reunir em um púnico, que é o de unir intimamente o homem a Deus;

e chama-se a eucaristia-sacrifício.

O sacrifício da Nova Aliança.

Exposta a noção geral do sacrifício, qual é entendido por todas as religiões verdadeiras e

falsas, releva acentuar mais a significação do sacrifício da Nova Lei, o sacrifício da religião

revelada, sacrifício da religião cristã, o único aceitável a Deus, sendo o único prescrito por ele

próprio. Abrogando Deus a religião mosaica, aboliu o sacrifício que nela fora ordenado; e fundando

uma religião diversa da de Moisés, estabeleceu um sacrifício diferente do de Moisés.

Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo para fazer a vontade do Pai. Depois de haver

aperfeiçoado a lei de Moisés e modificando a religião judaica, instituiu um sacrifício digno da lei e

da religião divinamente acabadas: é o sacrifício de um homem-Deus.

A natureza humana, unida hipostaticamente à Pessoa divina, isto é, ao verbo, segunda

Pessoa da santíssima Trindade, não pratica ação que não se deva atribuir à Pessoa; ora, em Jesus há

uma única Pessoa, e esta é divina; Jesus é Deus, e o que Deus faz é ato de valor infinito e, se bem

que o sacrifício seja de natureza humana, todavia o sacrifício de Jesus é ação que se deve atribuir à

Pessoa divina, ao Verbo; mas a ação do Verbo é infinita, logo, infinito é o sacrifício; logo, o

sacrifício do homem-Deus é de valor infinito. Portanto, de todos os sacrifícios é o sacrifício de

cristo, o Homem-Deus, que de um modo mais perfeito preenche os quatro fins acima expostos;

porque, considerada a dignidade da vítima imolada em holocausto, que vítima houve jamais ou

haverá que supere em dignidade ou excelência a Vítima divina, Jesus Cristo? O sacrifício de Cristo,

embora um único, valeu infinitamente mais do que os milhões e bilhões de vítimas puramente

humanas ou irracionais de todos os tempos.

Esta é a verdade que a Igreja definiu nos Concílios Efesino e Tridentino, quando disse que

Cristo se ofereceu a Deus Pai sobre o altar da cruz, para lá efetuar a nossa eterna redenção.

Sim, a morte de Cristo na cruz foi um verdadeiro sacrifício. Em Cristo temos o sacerdote

constituído por Deus desde toda a eternidade e por isso legítimo. Em Cristo temos a vítima sensível,

verdadeira e realmente imolada na cruz. Temos portanto, os dois requisitos essenciais para todo o

sacrifício: o sacerdote e a vítima. (N.B. Não é requisito essencial que seja o sacerdote quem mate a

vítima, mas sim quem a ofereça). Em Cristo temos outrossim perfeitamente verificados os quatro

fins do sacrifício: Cristo por sua morte na cruz reconhece o supremo domínio de Deus, aplaca a

divina majestade, expia as penas dos pecados, impetra novas bênçãos do alto e rende graças a Deus

pelos benefícios recebidos.

Page 23: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

23

O Santo Sacrifício da Missa.

Enquanto houver homens sobre a terra é mister que haja sacrifícios; e isto por força dos fins

que visa toda sacrifício: o reconhecimento da soberania absoluta de Deus, o rendimento de graças

ao Senhor pelos benefícios recebidos, a impetração de novos favores divinos e o aplacamento da ira

divina, ofendida pelos pecados, e a satisfação das penas merecidas.

Ora, que outro sacrifício poderia ser mais grato a Deus e preencher de modo mais perfeito a

finalidade do sacrifício do que o sacrifício do Homem-Deus?

Eis aqui por que, fundando Cristo sua religião sobre a terra, lhe deu um novo sacrifício, que

é a continuação do sacrifício oferecido outrora, cruentamente, sobre o Calvário: o sacrifício da

Missa!

O sacrifício da Missa é um verdadeiro sacrifício; porque é, primeiro, um ato público

efetuado segundo um rito determinado e por ministros para isso especificamente deputados. Este

rito e estes ministros foram instituídos por Deus mesmo, que aboliu o rito e os mistérios da Lei

Antiga. Por isto, de todos os sacrifícios, é o da santa Missa o único aceitável a Deus, porquanto é

ele a renovação e a aplicação daquele do Calvário, do qual tem a plena eficácia.

É, em segundo lugar, verdadeiro sacrifício, porque se oferece na Missa uma coisa sensível,

que é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, debaixo das espécies de pão e vinho, o mesmo Corpo e o

mesmo Sangue que um dia ficou imolado no alto do Calvário, oferecido pelo próprio Sumo

Sacerdote, Jesus Cristo. Se há uma diferença entre os dois, esta consiste em que o Sacrifício do

Calvário foi cruento; em que no Calvário Cristo se ofereceu pessoalmente sem ministros, enquanto

nos nossos altares se oferece mediante o ministério dos sacerdotes; em que no Calvário o sacrifício

nos mereceu a redenção, e nos nossos altares, a aplicação dos frutos dela.

Portanto, não há motivo algum para negar que o Sacrifício da Missa seja verdadeiro

sacrifício: temos nela o sacerdote e temos a vítima.

A Eucaristia – Sacramento.

A respeito do sacrifício seria incompleto se passássemos em silêncio um elemento, não digo

essencial, mais integral de todo o sacrifício: A Eucaristia-Sacramento.

Parece provado que a todos os sacrifícios, assim pagãos como judaicos, estava anexa a ideia

de que, para ser completo o sacrifício, era mister unir-se à divindade com a participação efetiva e

real das vítimas: isto é, com a comunhão, como diríamos hoje, em que se come da vítima.

Fosse como fosse a ideia dos pagãos e juDeus a respeito da comunhão, o certo é que o

sacrifício da Missa, não só é Eucaristia-Sacrifício, senão também Eucaristia-sacramento. Sim, no

sacrifício da Missa a criatura não só se dá inteiramente a Deus em holocausto, mas é por Deus

convidada a assentar-se à sua mesa celeste, sobre a qual ele oferece a comer e a beber aquela

mesma vítima, a carne e o sangue preciosíssimos de Jesus.

Ó alimento divinizado pela consagração! Alimento divino! O Corpo e o Sangue unidos à

alma e à divindade de nosso Senhor Jesus Cristo! Alimento único; pois só ele tem a virtude de

operar a fusão de Deus com o homem, união que proporciona à criatura bens inúmeros, que a

transforma e a torna sempre mais semelhante ao seu Criador.

Que realidade consoladora! Pela Eucaristia-Sacramento ou pela comunhão que devo fazer,

sempre que celebro, uno-me de modo admirável a Deus; nutro-me com a substância divina; sou de

certa maneira divinizado; preparo-me insensivelmente para a páscoa da vida eterna.

* * *

Quer-me agora parecer que não é necessário insistir ainda no valor do santo sacrifício da

Missa. É mais que evidente. Aqui temos um Deus que se imola, um Deus que é imolado. Que

cúmulo de mistérios!

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Entretanto, importa relembrar que o sacrifício da Missa é de valor infinito, para que ninguém

se escuse de não ter encontrado o suficiente para si. É um mar inexaurível de graças e benefícios. Só

quem bebe deste mar agrada a Deus; só quem assiste à Missa presta a Deus o sacrifício por ele

aceito. Afora o sacrifício da Missa, nenhum outro pode ser agradável a Deus e proveitoso ao

homem e tão proveitoso, que santos do céu participam da sua glória, as almas do purgatório e os

vivos da terra gozam superabundantemente dos seus benefícios. É que o sacrifício da Missa

constitui o único holocausto verdadeiramente digno do Senhor, em que se sacrifica o Cristo sempre

vivo para interceder em nosso favor. Aqui, como sobre a cruz, o Cristo se constitui o vínculo vivo

que nos une a Deus.

No santo sacrifício da Missa temos o ato em volta do qual gravita e dele se irradia o próprio

sacrifício da Redenção. Sim, na santa Missa, aquele mesmo sacrifício, oferecido um dia sobre o

Calvário, assume a condição como de coisa que ocupa a circunferência, como de um satélite

gravitando em volta do sol, como de uma fonte viva que deságua no oceano. A santa Missa é o

entro, é o sol e é o oceano onde se concentra o próprio sacrifício do Calvário que é eterno, e ao

mesmo tempo perpetuado no tempo, no céu perante Deus e na terra entre os homens; é o mistério da

consumação de todos os desígnios de Deus, realizado um dia e renovado por todos os séculos até ao

fim do mundo.

* * *

É tendo presente o exposto que o sacerdote deve oferecer o tremendo ato religioso. Oxalá se

aproximasse sempre para o futuro da ara sagrada do Senhor com estas disposições de alma que o

dominam ao presente!

Quem dera, pudesse comunicar e, comunicadas, conservar estas mesmas santas e invejáveis

disposições nas almas de todos os assistentes ao santo e inefável sacrifício da Missa! Quisera, sim,

que todos os cristãos se persuadissem de vez por todas ser o santo sacrifício da Missa o ato de

religião mais necessário!

PARAMENTANDO-SE

1. O amicto.

2. A alva.

3. O cíngulo.

4. O manípulo;

5. A estola.

6. A casula.

7. A dalmática.

O sacerdote é no altar o substituto e representante de Jesus Cristo. Para apresentar-se

dignamente diante de Deus Pai, e da Corte Celeste, deve trazer na alma o ornamento das virtudes

daquele que representa.

O sacerdote deverá apresentar-se diante do Pai celeste como um outro Jacó diante de Isaac,

vestido das vestes de Esaú, o primogênito. Exultará Deus por aquela fragrância que se desprenderá

do coração de seu Filho primogênito e unigênito, oculta debaixo das vestes desde sacerdote. Manda

a Igreja, qual outra Rebeca, vestir o sacerdote de vestes não suas, como para atrair sobre si, por esta

piedosa fraude, a complacência divina, e tornar o sacrifício incruento da santa Missa aceito a Deus

Pai.

Quão pequeno e ao mesmo tempo quão grande é o sacerdote; nada em si, tudo em Jesus!

Nisto pensando, vai se paramentando; e a cada paramento que enverga novas ideias lhe ocorrem.

Ouçamo-lo!

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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1. O amicto.

A primeira peça, que o sacerdote veste, é o amicto. Beija-o; lança-o sobre aos ombros, descansa-o

por um momento na cabeça; fixa-o em volta do pescoço; deixa-lhe as extremidades caírem pelas

espáduas, e segura-as em seguida com duas longas fitas, em volta dos rins, enquanto diz: “Ponde-

me na cabeça, Senhor, o elmo da salvação para que repila os assaltos do demônio”.

* * *

O amicto é de origem muito antiga, comum aos clérigos e leigos. Estes, porém, o

abandonaram, e Roma o adotou. Era então o amicto desdobrado não pr baixo, mas por cima da alva,

como peça litúrgica, e prescreve seu uso a partir do século XI. Ainda o prescreve o rito ambrosiano.

Cinge-se com o amicto o pescoço, para significar segundo Amalário, a moderação que se

deve ter no uso da voz, visto que esta se localiza na garganta: “Collum undique cingimos, quia vox

in collo est”. Esta é de fato a idéia que expressa ainda hoje o bispo, quando, na ordenação do

subdiácono, diz, impondo-lhe o amicto: “Recebe o amicto, símbolo da moderação na voz”.

Se perguntarmos por que descansa o amicto por um momento na cabeça, respondemos que

foi uso já antes do século XI cobrir primeiro a cabeça, da qual se tirava só depois de se tem

envergado todos os mais paramentos, que o amicto deveria cobrir. Posto que fosse isto de direito

exclusivo dos papas a partir do século XII até XVI, estava em uso também entre os simples

sacerdotes de alguns lugares, que se cobriam cm ele a cabeça durante certa parte da Missa. Deste

uso originou-se o sentido místico dado ao amicto. Chamaram-no de – “galea salutis” – elmo da

salvação.

Belo sentido místico tem ele! Bem necessário é ao sacerdote este elmo da salvação. Agarre-

se ele a este símbolo da verdadeira esperança cristã!

Elmo de aço, capacete inamolgável, quanto és necessário ao ministro e batalhador da causa

de Deus! É justamente contra o sacerdote que o demônio arma e assesta de preferência sua

formidável bateria para arrancar-lhe da alma a paz, e do coração a coragem. Protege-o, ó – “galea

salutis”.

2. A alva.

Vestido o amicto, enverga a alva, veste talar qual fora prescrita por Deus aos sacerdotes

descendentes de Aarão. É geralmente tecida de linho. Comforma-se assim melhor com as vestes que

São João viu em sua visão e descreve: “E foi-lhe dado vestir-se de finíssimo linho, resplandecente e

branco” (Apoc 19, 8). A alva representa, no seu lavor como na sua brancura, a justiça e a inocência

conquistadas mediante as tribulações padecidas em união com Cristo: “E este linho fino são as

virtudes dos Santos” (Apoc 19, 8). “Esses lavaram seus vestidos e os embranqueceram no sangue

do Cordeiro” (Apoc 7, 14).

Os ministros da Igreja primitiva andavam sempre vestidos com essa alva, também fora das

funções litúrgicas. Os neófitos e os néo-batizados vestiam-se na oitava da pascoela e a depunham no

sábado seguinte, que por isso chamava “in albis”, donde vem o nome da veste: “alva”.

3. O cíngulo.

Pega depois o cíngulo, corda de certo comprimento que serve para estreitar a alva em volta

dos flancos assim que a sua amplitude não impeça no desempenho das suas funções religiosas.

O cíngulo é de origem muito antiga, e com ele cingiam, então, todos os que gozavam ou

queriam gozar do bom nome e da boa reputação, pois simbolizava o recato, a continência, a

probidade; é por isso prescrito já no primeiro “Ordo Romanus’, como peça que deve fazer parte das

vestes eclesiásticas.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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E cingindo-se os rins com este cíngulo, reza: “Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza, e

extingui em mim as chamas da volúpia, para que reine em mim a virtude da continência e da

castidade”.

Cíngulo, cinge os rins dos sacerdotes, para que tenham sempre presente a necessidade da

mortificação, que lhes assegura e garante a inocência da vida! Sem se mortificar não são e não

podem ser Ministros do Crucificado, porque quem quer ser de Cristo crucifica a carne com seus

vícios e concupiscências.

4. O manípulo.

Enfia, ao depois, no braço esquerdo o manípulo. Sua origem, além de remotíssima, é

interessante. Usavam-no os Cônsules Romanos por ocasião da inauguração dos jogos no circo.

Depois que o cristianismo entrou em Roma, e criou nela raízes, as estátuas e monumentos cristãos,

que simbolizavam o Salvador e a Santíssima Virgem, eram distinguidas das mais pelo manípulo.

Logo vê-se nele um sinal de respeito todo peculiar prestado a Jesus e a Maria.

As personagens distintas, em ocasiões de darem ou receberem presentes, levavam o

manípulo ricamente trabalhado. As estátuas ou imagens destas personagens são representadas com

o manípulo sobre o braço esquerdo. No primeiro “Ordo Romanus”, é prescrito como insígnia de

autoridade: tem-no o subdiácono desdobrado sobre o braço direito na ocasião de dirigir a “Schola

Cantorum”.

De Moléon (1718) aventou a ideia de que o manípulo teria servido de lenço para enxugar o

suor: daí o nome “sudarium”. Dele se serviam os rapazes que, na abadia de Cluni, cantavam no

coro; como também durante o mesmo ofício, dele usavam os rapazes de São João de Lyon. Estes

seguravam-no entre os dedos da mão esquerda.

Isto parece sugerir a ideia de que a finalidade do manípulo fora sempre qual é hoje a dos

lenços. Mas, por serem estes casos esporádicos, parece ser mais aceitável a ideias dos manípulos,

em sua origem, eram verdadeiros distintivos de nobreza e autoridade, sendo que consta, com toda a

certeza, que eram levados pelos clérigos “in sacris”, e só durante a Missa, desde o século X.

Entretanto, assim uma como outra ideia pode ser interpretada pela oração que a Igreja põe na

boca do sacerdote ao introduzir-lhe no braço o manípulo: “Possa eu tornar-me digno, Senhor, de

carregar o manípulo das lágrimas e da dor, para que receba na glória o prêmio dde minhas fadigas”.

5. A Estola.

Depois do manípulo vem a vez da de pendurar ao pescoço, peito abaixo, e cruzar sobre o

mesmo a estola. Interessante a sua origem! As pessoas de posição e abastadas usavam

originariamente um rico tecido de linho pendente do pescoço para com ele enxugar o rosto. Deste

pano, chamado orarium (do latim, os= boca, rosto), usavam mais tarde os que falavam em público;

por isso tornou-se ele, aos poucos, nas Igrejas, o ornamento dos bispos, dos padres e dos diáconos;

daí quererem alguns derivar a origem do “orarium”, de “orator” = pregador; daí o costume de

subirem ainda hoje, os pregadores ao púlpito com a estola.

É certo que primitivamente caía a estola direito por trás e pela frente. Passou-se depois a

cruzá-la sobre o peito e até a firmá-la cruzada debaixo do braço direito.

A Igreja conserva ainda hoje três modos de levar a estola. O bispo observa primeiro, o

sacerdote o segundo e o diácono o terceiro.

6. A Casula.

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Vem a vez de envergar a casula (casa pequena, chamada pelos gregos de “planeta”) peça não

fixa, mas móvel. A casula primitiva assemelhava-se bastante a uma pequena casa, em que parecia

estar encerrado o sacerdote. A sua forma redonda permitia o giro fácil em redor do pescoço.

É a antiga “paenula” derivado de “pannus”, vestimenta de uso universal, vestida em toda

parte e por todos.

Pelo fim do século IV tornou-se mais o hábito próprio e cotidiano dos senadores; e aos

poucos passou a ser veste exclusiva dos sacerdotes ou ministros do culto divino.

Santo Ambrósio é representado em um mosaico do século V vestido da “paenula”, mosaico

que se encontra na capela de São Sátiro em Milão.

Para ter livres as mãos, o sacerdote recolhia a casula dos braços aos ombros; na elevação o

diácono soerguia-a por detrás, para que o celebrante fosse mais desimpedido em seus movimentos,

ato este, ainda hoje em uso, posto que de nenhuma finalidade prática.

Desde o século XV foi-se-lhe cortando parte do que cobria os braços, assim que veio

tomando imperceptivelmente a forma atual, que muito pouco se assemelha àquela primitiva. Só a

“gótica” relembra mais de perto o que fora a casula primitiva.

* * *

O diácono e o subdiácono são ministros, servos, ajudantes que servem o sacerdote no altar.

O diaconato e o subdiaconato são as duas Ordens chamadas Maiores para se distinguirem

das Menores, que são os ostiariato, leitorato, exorcistato e acolitato.

O ofício próprio do diácono é cantar o santo Evangelho e servir o sacerdote no altar.

Antigamente, quando os sacerdotes eram pouco numerosos, incumbiam-se os diáconos de outras

funções mais importantes, hoje reservados ao sacerdote: eles batizavam, distribuíam a santa

comunhão, o que se lhes concede ainda hoje em certos casos raros.

O subdiácono canta a Epístola e serve diretamente ao diácono, indiretamente ao sacerdote,

no que se refere ao santo Sacrifício. São estes dois ministros do Sacerdote, em virtude do seu ofício,

revestidos de dignidade extraordinária. É a eles que se permite chegar mais perto do Santo dos

Santos; são os que representam no altar os fiéis e respondem em nome deles.

* * *

Como disse, paramentam-se: o diácono leva manípulo, mas só durante a santa Missa e no

ofício da sexta-feira santa e sábado santo; põe estola, que, ao invés do sacerdote, cruza, não sobre o

peito, mas sob o braço direito. Em vez de casula enverga dalmática. Dos mesmos paramentos,

menos a estola, se veste o subdiácono.

7. A dalmática.

A dalmática é, com poucas variantes, a tunicela dos antigos romanos, veste comprida, de

mangas, antes estreitas que largas, que se sobrepunha à alva; mas não logrou generalizar-se na

liturgia.

A dalmática, originária da Dalmácia (donde lhe vem o nome) entrou em uso litúrgico já no

século II do cristianismo. Era mais comprida que a tunicela e muito ampla. As mangas mais largas,

porém fechadas, como as da tunicela. Mais tarde se abriram as mangas da dalmática e da tunicela.

Eram mangas curtas; pois não ultrapassavam os cotovelos.

Vestia-se então a dalmática por sobre a tunicela, como hoje ainda o faz o bispo ao celebrar

pontificalmente. Até os imperadores envergavam este hábito. Como paramento sagrado, a dalmática

foi primeiramente reservada aos Bispos. São Silvestre, no século IV, a concedeu também aos

diáconos; e não tardou que se tornasse paramento exclusivo deles. Chama-se na liturgia a veste da

justiça – “dalmática justitiae”.

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AS CORES DOS PARAMENTOS

1. O Branco.

2. O Encarnado.

3. O Verde.

4. O Roxo.

5. O Preto.

6. O Róseo.

1. O Branco.

Os paramentos que ostentam cor branca revelam dia de festa e júbilo.

É sempre o fundo dos paramentos que diz se um paramento é branco, encarnado, verde,

roxo, preto ou róseo, e não a corda da cruz da casula, e é o fundo que se apresenta com relevos

artísticos trabalhados em ouro, pedraria e prata.

Entre as cores é o branco a expressão da alegria da inocência, da glória angélica, do trunfo

dos Santos, da dignidade e da vitória do Salvador.

Por isso os paramentos de cor branca são usados na Igreja romana nas festas de Nosso

Senhor Jesus Cristo: Natal, Epifania, Ascenção, Corpo de Deus, festas do Sagrado Coração de

Jesus; nas festas de Nossa Senhora, de todos os Santos, Pontífices, Doutores, Confessores e

Virgens, numa palavra, nas festas dos santos e santas que não forem mártires.

2. O vermelho.

A Igreja Romana prescreve, além dos paramentos brancos, os encarnados, os verdes, os

roxos, e os pretos. Entende-se aqui por paramentos a casula, a estola e o manípulo.

Os paramentos encarnados ou vermelhos são usados nas festas do Espírito Santo, da Cruz, e

dos Santos Mártires.

Quão bem quadra o encarnado nestas Missas! Simboliza, em seus esplendor, o fogo, e em

sua cor, o sangue: o fogo da caridade pura e santa, o fogo que teve o poder de levar os que o

sentiam crepitar estuante, no peito, a dar a vida e o sangue por Deus.

3. O verde.

Os paramentos verdes são usados nas funções religiosas das Têmporas, que significam na

liturgia mística a peregrinação rumo do céu, i. é, no tempo que segue à Epifania e Pentecostes.

Em verdade, muito bem sabe a Igreja interpretar os pensamentos mais sublimes por meio

dos mais simples sinais e símbolos! Manda ao sacerdote que use dos paramentos verdes nestes dias

para ficar com o sentir do povo cristão, que vê no verde a cor da primavera e o símbolo da

esperança, dando-lhe ocasião de suspirar pela eterna primavera como peregrinos que têm postos os

olhos só na Cidade Eterna, com a firme esperança de lá chegar.

4. O roxo.

Os paramentos roxos ou violáceos são usados durante o Advento, Septuagésima, Quaresma,

Têmpora, Vigílias, Rogações e as três solenes bênçãos litúrgicas do ano, i. é, das velas, das cinzas e

das palmas.

Também aqui está a cor maravilhosamente escolhida. É a cor da penitência; e os dias em que

ela é usada são de penitência. É a cor, cujos reflexos ora claros, ora escuros fascinam a vista,

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considerada na antiguidade como a cor significativa do poder régio, da soberania, das altas

dignidades, das riquezas.

A Igreja, longe de abolir este simbolismo, ampliou-o, modificando lhe o aspecto e

aplicando-o à penitência, à oração em meio da aflição e da humilhação. E não é precisamente isto

que nos enriquece, eleva e dignifica? Não é a penitência, a oração e a humilhação que nos tornam

gratos a Deus e nos conquistam a sua graça?

5. O preto.

O preto está em perfeito antagonismo com o branco. Se esta cor é símbolo da alegria, aquela

é o símbolo da tristeza.

A cor preta recorda tristeza, designa luto, relembra a morte.

A Igreja veste luto na comemoração da morte de Jesus e de seus filhos. Chora-lhes a morte

como Esposa que é de Jesus e como Mãe que é dos cristãos. Lá está ela vestida de preto no altar a

interceder e a sacrificar pelos filhos bem amados.

6. O róseo.

Os paramentos róseos foram introduzidos nas Igrejas ricas e são usados só duas vezes ao

ano: no terceiro domingo do Advento, chamado “Gaudete”, e no quarto domingo da Quaresma,

chamado “Laetare”. A origem desta cor litúrgica vem disso: no domingo “Laetare”, o Papa benzia a

rosa que enviaria, ora a um, ora a outro dos príncipes cristãos.

Só mais tarde é que esta cor ficou introduzida no domingo “Gaudete”, que apresenta

algumas analogias litúrgicas como o domingo “Laetare”.

Estas são as cores dos paramentos na Igreja romana, que não reconhece nenhuma outra mais.

N.B. A uniformidade exige que todas as mais peças, com o frontal, o conopéu, etc., sejam

sempre da cor da casula, excetuado o conopéu, que nunca deve ser de cor preta.

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COISAS DO CULTO DIVINO

1. A pia da água benta.

2. A aspersão – Caldeirinha com o hissope.

3. O cantochão ou gregoriano (cantoria).

4. O incenso (naveta).

5. O turíbulo.

6. O altar (fixo, móvel e portátil).

7. O Tabernáculo.

8. As toalhas.

9. O Corporal com a Bursa.

10. A pala.

11. O purificatório.

12. O manustérgio.

13. O cálice com o véu.

14. A vela com Castiçal.

1. A pia da água benta.

A água benta. A benção da água é uma cerimônia litúrgica antiquíssima, Tertuliano, no século

III, fala da água santificada por meio da invocação de Deus.

A benção mais solene da água foi sempre a da fonte batismal, que se faz nas Vigílias da Páscoa

e Pentecoste.

Nos primeiros séculos muitos do povo cristão levavam às suas casas um pouco de água benta,

antes que fosse misturada com o sacro crisma, a fim de aspergir as casas e os campos.

Generalizando-se este costume, tornou-se muito cedo tão grande o número de pretendentes desta

água que, não bastando a que fora benta nas duas preditas solenidades, ordenou Carlos magno em

seus Capitulares (Código de leis dividido em capítulos) que se benzesse a água em todos os

domingos do ano antes da Missa.

O rito da benção da água está cheio de belos significados. O sacerdote toma sal e água, que

primeiro exorciza, e, misturando-os em seguida, os benze recitando algumas orações.

Que significam estas cerimônias e matérias?

A tarefa própria do sal é preservar da corrupção; a da água purificar. O sacerdote os exorciza,

isto é, os livra de todo o contato diabólico, coisa que a Igreja faz sempre que eleva alguma criatura

ao uso santo. Mistura-os o sacerdote para que esta água consagrada tenha em si a virtude que

preserva da corrupção e a que purifica. Lança-lhes a bênção ainda, com o sinal da cruz, que é a

arma da defesa contra os inimigos da salvação e a fonte de toda a graça. Reza, enfim, implorando a

virtude de poder, mediante esta água, expulsar o diabo das nossas almas, dos nossos corpos e das

nossas casas; curar as nossas doenças e atrair sobre nós o socorro do espírito Santo.

Possui a água benta o poder de apagar os pecados veniais de todos os que dela se servem com fé

em Jesus Cristo e com o arrependimento das próprias culpas.

“Lavai-me, Senhor, sempre mais das minhas iniquidades e purificai-me dos meus pecados.” (Sl

50, 4)

2. A aspersão – caldeirinha com hissope.

A aspersão do altar e da Casa de Deus que é prescrita para certas Igrejas antes de começar a

Santa Missa Solene, e é louvavelmente praticada nas matrizes, oncorre belamente para instruir o

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povo fiel acerca de grande e importante verdade: é necessário que nós nos purifiquemos antes de

assistir ao Santo sacrifício. São numerosíssimas as purificações prescritas na Lei antiga, aos

sacerdotes e ao povo que se propõe a fazer suas oblações a Deus. E, todavia, quão inferiores são os

sacrifícios de Israel aos dos cristãos! A nação alguma foi dado ter a divindade tão perto, como o

nosso Deus nos é tão vizinho, exclama São Tomás.

Enquanto se vai procedendo à aspersão, o coro canta a antífona: “asperges me, Domine,

hyssopo, et mundabor, lavabis me et super nivem dealbabor”. – Aspergi-me Senhor, com o hissope,

e serei purificado; lavai-me, senhor, e serei mais alvo que a neve.

Asperge-se primeiramente o altar, para afugentar o espírito das trevas que se introduz em toda a

parte, mesmo no santuário.

A seguir, o sacerdote se asperge a si mesmo; pois, se a pureza há de ser o condão de todos, é

evidente que deve ser particularmente do sacerdote, que se propõe percorrer as filas dos fiéis,

levando-lhes as graças da purificação.

Segue a aspersão dos fiéis. E, à medida que vai desempenhando estas cerimônias, recita a meia

voz, com os seus ministros, o “Miserere”, expressando os sentimentos de penitência, que o animam

a ele e aos fiéis, dispondo-se assim a receber os dons divinos.

Durante o tempo Pascal, ou melhor, desde a Páscoa a Pentecoste, o coro canta uma outra

antífona, acompanhada da primeira estrofe, não já do “Miserere” mas do Salmo 117: “Confitemini

Domino”: - “Vidi aquam egredientem de templo a latare dextro, aleluia! Et omnes ad quos pervenit

aqua ista salvi facti sunt et dicent: aleluia, aleluia, aleluia!” – Vi a água romper do lado direito do

templo, aleluia! E salvaram-se todos os que foram aspergidos com esta água; e todos dirão: aleluia,

aleluia, aleluia!

Mas por que este canto durante o tempo pascal? É que antigamente era nos dias de Páscoa e

Pentecoste que se administrava o santo sacramento do Batismo aos catecúmenos. A antífona

relembra os frutos salutares do sacramento da regeneração. Convida-nos a Igreja à alegria e ao

recolhimento, por tão grande benefício. Entende-se, por isso que estaria fora de lugar o “Miserere”,

que é próprio para dias de dor e penitência.

Se tivéssemos maior fé, de certo estaríamos sempre em tempo na Igreja a fim de participar das

graças da aspersão!

3. O cantochão ou gregoriano.

O coro canta, e canta um canto todo próprio da Santa Igreja, um canto sagrado pela elevação

divina dos pensamentos e melodias.

Longe de ser inferior a qualquer outro, o Canto Gregoriano supera a todos pela expressão da

prece, que irrompe tão intensa quão simples da alma humana que procura a Deus.

O Canto gregoriano merece ser aqui recordado por constituir uma nota característica na santa

Missa Solene, e nos demais ofícios divinos.

O nome de “cantus planus” – cantochão – orignou-se da sua simplicidade; assim, foi chamado a

partir do século XIV, em oposição ao canto compassado e figurado que entrou a lhe fazer

concorrência.

4. O incenso – Naveta.

E enquanto os ouvidos se embalam e a alma se eleva às regiões superiores com as suaves

melodias do cantochão, turvam os olhos e o olfato nuvens espiraladas que ascendem do turíbulo ao

alto e enchem a Igreja toda.

É o incenso cuja origem, símbolo e uso despertam certo interesse, como coisa inseparável em

todas as solenes funções religiosas.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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O incenso é uma substancia resinosa, extraída de uma planta que cresce na Palestina e na

Arábia.

A língua latina tem duas palavras para indicar essa substancia: a palavra “thus”, de um verbo

grego, que significa perfumar, e a palavra “incensum”, de um verbo latino, que quer dizer queimar,

donde o termo incenso. Podemos reunir os dois significados e dizer que o incenso é um perfume

destinado a se consumir em honra de Deus.

O uso do incenso era conhecido entre os Gregos e Romanos, que o ofereciam aos seus Deuses.

Em sinal de honra, era queimado também diante de personagens ilustres. Aos poucos foi usado

outrossim para incensar os bispos, depois de pessoas em geral, por fim, os próprios objetos.

5. O turíbulo.

O turíbulo é um instrumento litúrgico, em que crepita o fogo que devorará o incenso, e donde se

evolará em nuvens aromáticas. Em sua origem era o turíbulo um enorme perfumador sem correntes

e repleto de carvão aceso. Um mosaico de São Vital de Ravena prova que o turíbulo já era suspenso

por correntes no século VI. Era o turíbulo carregado pelos acólitos e levado “ad nares hominum” –

aos narizes dos homens – que estendiam para ele as mãos e recolhiam a si o fumo suave do incenso.

Há testemunhos que depõem ter sido o incenso usado, desde o século II, para perfumar as Igrejas; e

só mais tarde se passou a usa-lo para incensar as pessoas e as cosas. A “Peregrinatio Sylvias ad loca

santa” narra que na manhã do domingo, ao canto do galo, quando o Bispo e os seus ministrantes

entraram no santuário do “Atanásis” (Ressurreição) já alumiado por numerosíssimas lâmpadas, após

a oração e a salmodia, e antes que o Bispo lesse o Evangelho ao povo, eram carregados turíbulos; e

a “Basílica da Ressurreição ficou cheia de um suave aroma”.

O uso do incenso na liturgia é ainda hoje muito frequente. É usado quase em todas as

cerimônias litúrgicas: na Missa Solene; durante os ofícios das Laudes e das Vésperas; nas bênçãos

do Santíssimo; e, entre outras, nas grandes bênçãos litúrgicas do ano, das velas, da Purificação, das

cinzas, e das palmas.

Falar-se-á em seu lugar da incensação do altar durante a missa solene.

Também o incenso tem o seu simbolismo. Este aroma, que a Igreja usa em todas as solenidades,

deve recordar-vos continuamente que devemos ter o bom cheiro de Jesus Cristo, e rescender em

todo lugar o conhecimento e o amor de nosso Deus.

Ascendamos ainda mais alto para achar um belíssimo significado do incenso! Como o discípulo

predileto, em sua visão de Patmos, contemplamos no céu os turíbulos de ouro, movidos pelos

Anjos, junto ao trono do Cordeiro. Estes turíbulos estavam cheios de perfumes, narra o vidente; e

revela-nos também que eles não eram outra coisa que as orações dos Santos. O incenso, portanto,

segundo São João, simboliza também a oração; e quando se eleva ao céu, relembra-nos como há de

ser a nossa prece; isto é, pura, ardente, aromatizante com o perfume das nossas virtudes.

6. O altar (fixo, móvel e portátil)

Fixam-se agora os olhares mais intensa e demoradamente no altar. Os maiores e mais vivos

sentimentos despertam à sua vista.

Que é o altar? Quantas espécies há? Que representa?

O altar significa coisa alta, “alta res”; e é uma tábua soerguida um tanto acima do solo, em que

se oferece o sacrifício.

A Igreja devia ter o seu altar, altar sagrado por excelência, porque a vítima que nele se imola é

um Deus.

Há duas espécies de altares: o altar fixo ou imóvel e o altar portátil ou móvel. O primeiro consta

de uma grande laje de pedra (geralmente de mármore) que descansa sobre um bloco ou colunatas da

mesma matéria, e forma um todo consagrado e fixo soalho. O outro não passa de uma simples laje

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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de pedra, assaz larga para pousarem sobre ela o cálice e a hóstia; e é engastada em uma lousa de

pedra ou madeira. A pedra ou altar móvel consagrado pode ser transportado de um lugar para outro

sem prejuízo da consagração, o que não se dá com o altar imóvel.

Há nas Igrejas geralmente mais de um altar. O altar-mor, quase sempre fixo, é o principal; é o

lugar em que se efetuam de preferências as sagradas cerimônias.

Os altares laterais não eram conhecidos nos primeiros séculos; principiaram a sê-lo, quando foi

introduzido o costume de rezar mais missas simultaneamente em uma e mesma Igreja.

Seja qual for o material com que se constrói o complexo de peças que compõem o altar, nele

não poderá faltar nunca a lousa de pedra consagrada sobre a qual possam caber pelo menos a hóstia

e o cálice.

Sobre o altar está colocada a cruz com a imagem de Jesus Cristo Crucificado, a fim de recordar

ao celebrante e aos fiéis a paixão de Jesus Cristo, que o sacrifício renova misticamente.

Não podem faltar duas velas acesas, uma à direita, outra à esquerda do Crucifixo, em sinal da

honra e veneração que se deve tributar à adorável vítima.

São regularmente três os degraus no altar-mor, e simbolizam as virtudes teologais da fé,

esperança e caridade que conduzem a Jesus Cristo.

De fato, o altar representa Jesus Cristo; e disso adverte o bispo aos subdiáconos no dia da sua

ordenação. O rito da consagração dos altares é comovente: são mais de duzentos sinais da cruz que

se fazem sobre o altar durante as cerimônias de sua consagração, o que bem deve lembrar o

pensamento predominante do sacrifício da cruz.

O altar é de pedra, ao menos a parte que deve receber a hóstia e o cálice; ora, a pedra é uma

figura de Jesus Cristo, “pedra angular” (Ef 2, 20) da Igreja, como chama São Paulo. Cinco cruzes

estão gravadas nesta pedra e figuram as cinco chagas do Salvador.

É ela purificada por numerosas bênçãos, porquanto simboliza aquele Pontífice eterno, santo,

inocente, imaculado, de quem fala o Apóstolo.

Passa ainda por diversas unções executadas com o óleo dos Catecúmenos e do Sagrado Crisma.

Constitui emblema daquele de quem está escrito: “O espírito do Senhor descasa sobre mim; por isso

ele me ungiu” (Lc 4 ,18)

No sepulcro desta pedra jazem algumas relíquias de Santos, devendo ser, ao menos uma delas,

de um mártir, para assim relembrar o piedoso costume dos primeiros séculos em que se celebravam

os santos mistérios sobre o sepulcro dos mártires.

O altar representa, portanto, Jesus Cristo; é a figura de Deus que reside no meio do seu povo.

7. O tabernáculo.

Releva fixar a atenção no tabernáculo, que ocupa o centro do altar e é encimado de uma

cupulazinha ou baldaquim. Encontra-se quase so no altar-mor. Sua finalidade, desde os tempos mais

remotos, é guardar as sagradas hóstias e partículas das mesmas. O baldaquim é absolutamente

necessário para que se possa expor o Santíssimo no ostensório.

O tabernáculo deve ser no interior revestido ou de ouro ou de seda branca, e no exterior, ao

menos a parte da frente, de um véu chamado “conopéu’.

Sobre o tabernáculo não deve haver nada, afora o crucifixo. Assim o tabernáculo como o

baldaquim devem ser de obra prima, tanto quanto possível. Em alguns lugares são riquíssimos e de

execução artística. Neste sentido a Igreja não poupou nunca dinheiro ou tempo.

O altar há de ser exornado de forma que mereça, tanto quanto a matéria o possa, servir de

morada de Deus três vezes santo.

Concorrem de modo especial a santificar o altar as relíquias dos Santos que, em arcas preciosas,

ficam expostas sobre ele. É este costume muito antigo e muito digno e justo, porque digno e justo é

que no momento da sacrifício do augusto e soberano Senhor, Cabeça dos fiéis, os Santos, como

membros desse corpo, estejam presentes e se associem à glória do supremo ato da Religião Cristã.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Ordena, porém, a Igreja que, mesmo assim, se devem afastar do altar todas as relíquias e

relicários durante a santa missa, que se celebra no tempo do advento e da quaresma, bem como

durante o ofício de réquiem e a exposição do Santíssimo Sacramento.

8. As toalhas.

O que prende a atenção sobre o altar são as três toalhas de linho ou cânhamo alvíssimo Uma

dessas se estende por sobre a ara sagrada de forma a encobrir quase inteiramente o altar dos lados e

da frente. Duas outras que se ocultam aos olhares cobrem a mesa do altar e devem cobrir ao menos

a pedra sagrada. O sacerdote que celebra sem estas três toalhas peca gravemente, como também se

admite outras de pano que não sejam linho ou cânhamo. Sua finalidade é óbvia: pode suceder que se

entorne o santíssimo Sangue e então uma única toalha não bastaria para recolher. O uso da toalha

remonta ao menos ao século IV: isto se pode provar historicamente.

9. O corporal com a Bursa.

Quero aqui antecipar a referência a outros panos, que, por rigor da ordem proposta neste

trabalho, deveriam ser mencionados quando ocorressem no ato da celebração da missa. Faço-o para

não distrair então a atenção, que reclamam coisas mais simples.

Assim, pois, importa saber que, afora as toalhas, que cobrem o altar, são usados, durante o santo

sacrifício da Missa, o corporal, a pala, o purificatório e o manustérgio.

O corporal é um pano de linho do formato de grande lenço, que o sacerdote estende sobre o altar

e em que se faz a consagração das sagradas espécies. É com muita razão que assim se chama:

devido ao seu contato imediato com o adorável Corpo de Cristo. Que antigamente era ele muito

mais amplo, é evidente: nele se depositavam os pães e o vinho dos fiéis para serem consagrados.

Daqui a opinião de que nos primeiros tempos se prestava o corporal para o mesmo fim com a

toalha; ou melhor: que o corporal e a toalha fossem um e a mesma coisa. A isto nos induz,

outrossim, o fato de que então se cobria a mesa do altar para o sacrifício e era descoberta logo

depois de acabado.

E quem não vê reproduzido este antigo costume nas atuais cerimônias, com que se desnudam os

altares nas quintas-feiras santas e se cobrem com a toalha no dia seguinte?

10. A pala.

A pala tem a forma quadrada, e serve para cobrir o cálice. Primitivamente era uma única peça

com o corporal, cujas extremidades, dobradas por sobre o cálice se prestavam para cobri-lo. Tendo-

se reduzido as dimensões do corporal, foi mister achar meio com que se cobrisse o cálice; daí a

origem da pala.

Segundo as instruções da sagrada Congregação dos Ritos, a parte da pala, que toca diretamente

o cálice, deve ser de linho ou cânhamo; tolera-se na parte superior a seda e os recamos; mas é

proibida a cor preta, mesmo qualquer emblema de morte.

11. O purificatório.

O purificatório é um pano, de proporções de lençozinho, que serve para enxugar o cálice. Os

antigos não falam dele; só é conhecido que os monges de Cluny abstergiam o cálice com uma

toalha dependurada junto ao altar, do lado da epístola; mas com o andar dos tempos foi substituída

por um pano, que se tornou um acessório indispensável do cálice.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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12. O manustérgio.

O manustérgio é o paninho que o público vê facilmente, quando dele usa o celebrante para

enxugar os dedos depois de lavados com a água, que o acólito sobre eles entorna na parte da missa,

que se chama “Lavabo”.

Assim as toalhas, como o corporal e a pala, devem ser bentas pelo próprio bispo ou por um

sacerdote para isso delegado. Para o purificatório a benção é facultativa. Para o manustérgio não há

benção.

Assim como a nenhum leigo é permitido tocar, sem necessidade ou sem licença especial, o

corporal, a pala e o purificatório, depois de terem sido usados na santa missa, muito menos os

poderão lavar antes que o sacerdote ou o diácono e subdiácono os haja lavado primeiro.

Estas peças tem também seu simbolismo e sobretudo por serem de linho: simbolizam os lenços

de linho, em que José de Arimatéia envolveu o Corpo do Senhor; e exercem realmente em cada

santa missa a mesma função de receber em si o Corpo adorável de Jesus imolado sobre os nossos

altares.

A alvura desses panos nos ensina que, se as nossas almas desejam receber dignamente o “Pão

que faz viver eternamente” (Jo 6, 59), deve, a seu exemplo, desenrolar-se e apresentar-se

imaculadas aos olhos do Cordeiro divino.

13. O cálice com o véu.

Resta mencionar o cálice, por todos conhecido, de uso primordial entre todos os povos, e usado

por Cristo na última ceia.

Dos vasos sagrados do templo de Jerusalém fazem menção as sagradas Escrituras. Também é

notório o castigo fulminado aos profanadores dos vasos sagrados no banquete de Nabucodonosor.

Em que reverência se devem ter os cálices sagrados da Nova Lei, não é de difícil inteligência

para os homens de fé: receptáculos são do Sangue divino, derramado em remissão dos pecados.

Ordena a Igreja que assim os cálices como os cibórios, em que se consagram e guardam as

hóstias para distribuir aos fiéis, devem ser por dentro dourados. No mais, o material usado para o

seu fabrico há de ser prata, ouro ou outro que não se oxide ou absorva líquidos.

Do mesmo material deve ser a patena, que se destina a receber a hóstia. Simboliza o sepulcro de

Cristo.

14. A Vela com castiçal.

Não se poderá passar em silêncio a vela na liturgia. Sua história e seu simbolismo são de real

interesse.

Todas as velas que crepitam no altar ou em volta dele devem ser de cera que as abelhas

fabricaram: de cera bruta, tal qual é fabricada pelas abelhas, quando houver missa de “Réquiem” e

se realizarem as funções comemorativas da paixão e morte de Jesus Cristo durante a semana santa; -

de cera refinada e branca para todas as demais funções litúrgicas.

Velas, portanto, feitas de qualquer outro material (estearina, sebo, etc.) são rigorosamente

proibidas no altar, a não ser que devam servir para ornamentar e alumiar a Igreja ou para fazer luz

ao celebrante que reza a santa missa.

É multíplice o uso da vela nas cerimônias litúrgicas; mas limitemo-nos ao uso que dela se faz

durante o santo sacrifício da missa.

O número de velas acessas no altar durante a santa missa varia, segundo varia a solenidade da

mesma. Para uma missa simples devem ser duas. É permitida uma terceira, que se deverá acender

ao “Sanctus” e apagar depois da “Communio”. Seu lugar será o lado da “Epístola”. Mas é uso que

tende a desaparecer de todo. Para uma missa cantada ou solene, se deverão acender seis velas, três

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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de cada lado do tabernáculo; mas, sendo missa pontifical, isto é, em que o bispo diocese pontifica

pessoalmente, ajuntar-se-á mais uma sétima.

A Igreja simboliza desta forma os sete dons que o espírito santo dispensou, no dia da

consagração episcopal, àquele que recebeu então a plenitude do sacerdócio com o poder de conferir

os sete Sacramentos.

Observe-se ainda que nas Missas solenes é o diácono que canta o evangelho do dia, e que nesta

ocasião os dois acólitos empunham castiçais com velas acesas e se postam à esquerda e à direita do

subdiácono, que segura o missal.

Ora, antigamente se costumava, em algumas Igrejas da França, carregar nestas ocasiões um

número variado de círios, segundo a solenidade da festa.

Daqui o designarem-se as tais festas: festas de três, de cinco e de sete círios ou castiçais.

Se indagamos agora a significação da vela de cera, devemos dizer que simboliza Jesus Cristo,

chamado a “Luz do mundo” (Jo 8, 12); a “Luz que dissipa as trevas” (Jo 1, 5)

A vela alumia, aquece; Jesus Cristo dissipa as trevas da nossa ignorância e acende em nossos

corações o verdadeiro amor.

Esta luz eterna, que é o Verbo divino, encarnou-se um dia; e a vela recorda este mistério: “A

cera, produzida pelas abelhas virgens, é o símbolo da carne de Cristo formada no seio da Virgem

Maria; o pavio é o símbolo de sua alma; a chama, o de sua divindade”. É Santo Anselmo que assim

se exprime.

Quando, pois, vemos consumir-se sobre os nossos altares esta cera, recordemos aquele de quem

ela é símbolo. Saibamos contemplar nestes lampejos os raios daquele Jesus, cuja face resplandece

nos céus como o sol em toda a sua pujança; re-animemos a nossa fé no que vem imolar-se sobre o

altar da nossa terra, naquele Cordeiro sempre imolado da cidade celeste, de que é a Luz.

Esforcemo-nos por ser e por caminhar como os filhos da luz, correspondendo ao chamamento

que nos dirige a vela acesa!

AO PÉ DO ALTAR

A santa Missa em geral

A divisão da Santa Missa

A Santa Missa em geral.

Grandes preparativos, na verdade, para o ato religioso que se está para começar!

O aparato até aqui apontado e descrito visa só e unicamente a santa Missa. São preparativos

remotos, sim, mas intimamente conexos com o ato central da santa Missa. Este ato central, augusto,

sublime e cheio de mistérios, é o da consagração; ato em que o pão e o vinho se transubstanciam no

Corpo e Sangue de Jesus cristo. É o ato central em torno do qual gravitam a bem dizer os outros

atos, desde os mais remotos aos mais próximos.

Descritos e explanados os atos remotos, resta descrever e explanar os próximos. Antes, porém,

de entrar nos particulares, convém dar o conceito da Missa, a sua história, e suas partes principais.

* * *

Que se entende por Missa?

Se é só questão de nome, Missa é o que entre os gregos se chama “mistagogia”, que quer dizer,

iniciação nos mistérios de uma religião; Hierurgia, isto é, ação sagrada, santa; e liturgia, isto é, rito.

Missa é o que entre os latinos se chama sacrifício, oblação, agenda, ação por excelência, fração

dos pães, oferta e comunhão.

Tudo isso significa Missa e tudo se qualifica pelo nome “Missa”.

Mas donde veio semelhante nome a tão augusta ação, de modo a dominar todos os mais que são

em si muito mais expressivos e próprios para dar-nos dela uma ideia mais exata?

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Veio do fato seguinte: Os catecúmenos eram despedidos da assembleia dos fiéis antes de se

iniciarem os santos mistérios. Dizia-se-lhes então: “Ite, Missa est!” – Ide-vos, é a hora de partir! –

Outros diziam: - Ide-vos, estais despachados!

Não se perca pela expressão. O pensamento é assaz claro: “Missa” vem do verbo latino

“mittere” que quer dizer ação de enviar, despachar, etc., donde a palavra “misso” – envio, despacho,

etc.

E porque de ordinário, seguiam à despedida dos catecúmenos os sagrados mistérios, passou-se

desde logo a denominar “Missa” o conjunto de todos esses mistérios.

A Igreja continua ainda hoje, na liturgia da Missa, a usar o “Ite, missa est”, com a única

diferença de que agora não já despede catecúmenos, a quem era vedado assistir ao santo sacrifício,

mas fiéis que acabam de assistir a ele. O “Ite, missa est’ de hoje declara que a Missa acabou, ao

passo que o de outrora dizia que a Missa ia começar.

Restaria expender agora o conceito de Missa quanto à sua essência; mas bastará recorda-lo,

visto não diferenciar em sua substancia do que se disse acima a respeito do “Sacrifício da Nova

Aliança”. Sempre, pois, que ouvimos falar de Missa, devemos, como cristãos católicos, crer o que

dela diz o Concílio Tridentino contra os hereges de Lutero, Calvino, etc. quando assim a define:

“A Missa é o sacrifício da Nova Lei, em que Cristo é oferecido e incruentamente imolado,

debaixo das espécies de pão e vinho, pelo ministério de um homem, em prol da Igreja, a fim de

reconhecer o supremo domínio de Deus e nos aplicar as satisfações (pelos pecados) e os

merecimentos de sua paixão”.

A santa Missa é, na verdade, como já acima dissemos, um verdadeiro sacrifício: nela

encontram-se os dois elementos essenciais do sacrifício: a oblação e a imolação, como também o

elemento integral: a comunhão.

Que isto seja assim, bem se vê pela definição do Concílio Tridentinno, que, anatematizando os

inovadores do século XVI, se exprime, a respeito, desta forma:

“Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus um verdadeiro e próprio sacrifício, ou

que o que se oferece não é mais que o Cristo que se nos dá a nós em alimento, seja anátema” (Sess.

X, XII, can. 1).

* * *

Sabendo o que é a santa Missa, pode-se passar a ver em traços rápidos a sua história, isto é, o

seu desenvolvimento quanto às preces e ritos.

Se voltarmos os olhos para a primeira santa Missa, celebrada pelo seu próprio Instituidor, Jesus

Cristo, naquela memorável hora da última ceia; e se lermos o que São João Evangelista escreve

sobre as cerimônias e orações, nos convenceremos facilmente de que a primeira Santa Missa

continha em botão o que em séculos posteriores foi desabrochando nesta formosa flor de sedutoras

e impressionantes cerimônias litúrgicas e sublimes e divinas orações rituais.

A santa Missa foi sempre a mesma desde a sua origem até aos nossos tempos, se a considerarmos

em sua essência; mas assumiu disposições externas diversas através dos séculos, vindo a dar nas

que tem hoje.

Sendo diversos os ritos, cerimônias e composição das orações, sobretudo na Igreja Oriental e

Ocidental, e sendo que a nós mais interessam as da Igreja Ocidental, a que pertencemos, nestas nos

demoraremos um pouco.

* * *

A divisão da santa Missa

A divisão mais histórica e litúrgica da santa Missa é, segundo o atual rito romano, a que segue:

I parte: A preparação para a santa Missa, que consta das orações rezadas ao pé do altar pelo

celebrante e ajudante ou acólitos.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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II parte: A Missa dos catecúmenos que encerra as preces e leitura das epistolas apostólicas, etc., e

que constitui a parte catequética e doutrinária; pois era nesta altura da Missa que se instruíam os

catecúmenos, donde lhe vem o nome. Vai do intróito ao ofertório.

III parte: A Missa dos fiéis, assim dita, porque a partir do ofertório ao - Ite, Missa est - só era

permitida a assistência dos batizados.

* * *

Para melhor penetrarmos na compreensão destes augustos mistérios da santa Missa, demos a seguir

uma nova exposição da divisão da santa Missa, bem como seu esquema.

I parte: A oração preparatória, que consta do salmo 42 e mais preces recitadas ao pé do altar entre

o celebrante e os acólitos. - Examine as aspirações da alma para Deus e seu pesar ou dor de o haver

ofendido.

II parte: O ofício divino deprecatório, que parte do intróito e vai à epístola, exclusive, abrangendo

por conseguinte o intróito - Kyrie - glória - oração (orações) da Igreja. - Destina-se esta parte ao fim

de impetrar de Deus as graças, que Cristo nos granjeou mediante sua vida, paixão e morte.

III parte: O ofício divino doutrinal, que parte da epístola e vai até ao credo, inclusive, constando

por isso da epistola - gradual - verso aleluia - tracto - sequência - evangelho - credo. - Escutamos

nesta parte a doutrina e os exemplos de Cristo: entendemos o que Jesus fez por nós e o que devemos

nós fazer por Jesus.

IV parte: A preparação do Sacrifício, que parte do ofertório e vai até à secreta, inclusive,

abrangendo assim a antífona - as orações do ofertório e da mistura da água e vinho - o lavabo - orate

fratres - a oração (ou orações) da secreta. – É a parte dita: a primeira parte PRINCIPAL da Missa. É

nesta que fazemos sob o símbolo do pão e vinho oferecido a Deus a nossa entrega total e

incondicional à divina Majestade.

V parte: O santo Sacrifício, que parte do prefácio e vai até à oração pela comunhão dos santos,

inclusive, compreendendo desta maneira a prefação - santo - comemoração dos vivos - consagração

- comemoração da obra da redenção - comemoração dos defuntos - comunhão dos santos.

Se excluímos a prefação, podemos intitular esta parte de - Cânon - e é a assim chamada segunda

parte PRINCIPAL da Missa. Nesta ficam dadas as nossas ofertas (pão e vinho) no Corpo e Sangue

de Jesus Cristo. - Rogamos ao Pai que se digne aceitar este sacrifício do Filho em agradecimento

pelos benefícios que recebemos - em expiação dos pecados que cometemos - em petição das graças

que precisamos.

VI Parte: O banquete sacrificaI, que parte do Padre nosso e vai até a oração (ou orações) depois da

comunhão ("postcommunio") inclusive, constando desta forma do Padre nosso - Agnus Dei -

comunhão - antífona - "postcommunio". Aqui se realiza o que diz S. Paulo: Nós estamos em Deus e

Deus em nós; porquanto o Pai, em troca das nossas dádivas, nos dá seu Filho Unigênito, Jesus

Cristo, feito pão dos Anjos, na Sagrada Comunhão. É a assim chamada terceira parte PRINCIPAL

da Missa.

VII parte: A despedida, que parte do "ite, Missa est" até o último evangelho inclusive, donde se

segue que consta do "ite, Missa est", - placeat - benção - último evangelho. - Expressamos aqui a

Deus Pai, em prova do grande benefício que recebemos em assistir á santa Missa, a nossa completa

adesão ao Filho e a nossa sincera vontade de irmos aos trabalhos com Jesus e como Jesus.

A santa Missa consta de partes fixas e móveis ou mutáveis. As partes fixas י o conjunto de fórmulas

e ritos habituais da Missa, que se observam inalteravelmente em todas as Missas, e se denominam o

"Ordinário da Missa". As partes móveis ou mutáveis é o conjunto de fórmulas e ritos que variam

segundo as espécies de Missas, e denominam-se o "Próprio da Missa"; porque assim as fórmulas

como os ritos são apropriados aos mistérios ou ás festas que se celebram.

O Ordinário da Missa, hoje em uso em todos os Missais romanos, remonta ao século XIII,

estampado em Milão na edição "Princeps do Missal Romano" em 1474; e definitivamente

consagrado, anunciado e preparado pelo Concílio Tridentino; e publicado finalmente pelo Papa S.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Pio V em 1570. Se não foram outros motivos, bastava o de ser o "Ordinário da Missa" de tão

vetusta origem, para o termos na mais alta estima e veneração. Mas a isso, e a mais que isso, nos

impele este "Ordinário" por ser o mais sagrado formulário de preces e ritos com que se invoca a

Deus e se obriga Jesus a descer dos céus sobre os nossos altares. Para formarmos ideia clara da

santa missa, ponderemos a origem histórica de cada uma das partes componentes da santa Missa e a

significação própria e figurada de cada uma delas.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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PEQUENO

DICIONÁRIO LITÚRGICO

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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DICIONÁRIO LITÚRGICO (Missal cotidiano - D. Gaspar Lefebvre)

ALFAIA - O mesmo que Paramento

ALITÚRGICO - É o dia em que não se pode celebrar o Santo Sacrifício, que é a expressão

máxima e o centro da Liturgia: não havendo Missa, não há Liturgia.

ALTAR - Mesa sobre a qual o sacerdote oferece o Sacrifício da Missa. Onde existe sacrifício

oficial, existe altar; por isso o judaísmo e o paganismo também possuíam e possuem altares; o

protestantismo, abolindo o sacrifício, excluiu necessariamente o altar. Embora de modo diverso

para as várias espécies de altar, o rito romano exige quatro coisas para o altar: mesa, base, sepulcro

e sagração. A mesa é a superfície larga e comprida que descansa sobre a base. O sepulcro é a

pequena cova que contém relíquias de santos mártires. A sagração do altar é a sua solene dedicação

feita pelo bispo. - Altar fixo ou imóvel: altar cuja mesa de pedra natural, se estende sobre toda a

base, também de pedra, com a qual foi consagrada inseparavelmente; o mesmo dizendo-se do

sepulcro que deve ser também inseparável da mesa. Nas igrejas consagradas deve haver pelo menos

um altar imóvel. - Altar portátil ou móvel: chapa consistente de pedra natural, de tr6es ou quatro

centímetros de espessura, que contenha o sepulcro, e sobre a qual possa estar pelo menos a hóstia

grande e a maior parte do cálice. É consagrado pelo bispo ou por quem tenha tal faculdade; chama-

se também pedra d'ara: do termo latino ARA que significa altar. É também móvel a mesa

semelhante ao altar fixo, sagrada pelo bispo ou por quem tenha tal faculdade, não porém

inseparavelmente da base. - Altar-mór: altar principal, nem sempre consagrado, em que geralmente

se conserva o Santíssimo e se celebram os principais atos de culto. - Privilégio do altar portátil:

faculdade outorgada pelo Direito ou por concessão apostólica, de celebrar sobre a pedra d'ara em

qualquer lugar. - Altar privilegiado: altar em que o sacerdote lucra uma indulgência plenária em

benefício da alma em cujo sufrágio celebra; pode ser privilégio quotidiano ou não, perpétuo ou não,

conforme reze a concessão papal. "também privilégio o altar em que se podem celebrar certas

Missas votivas mesmo em dias proibidos pelas rubricas; é ainda o altar a cuja visita estão anexas

indulgências pelos vivos e defuntos".

ÂMBULA - (Píxide, Cibório). Cálice com tampa, para a conservação e distribuição das sagradas

partículas.

ÁMEN ou AMÉM - Aclamação hebraica que significa: ASSIM SEJA, com a qual o povo dá sua

adesão às preces do sacerdote. Não sendo final de prece, significa; NA VERDADE. Neste sentido

encontra-se com freqüência nos textos escriturais.

AMITO - Pano branco, de forma quadrangular, que os eclesiásticos colocam sobre a cabeça e

depois sobre os ombros, deixando-o cair nas costas, antes de vestir a alva.

ANO ECLESIÁSTICO - É o Ano da Igreja, e gira em torno de seu Sol, que é Cristo ressuscitado.

Distribui nas cinqüentas e duas semanas os mistérios da vida do Senhor e as fases da história

passada, presente e futura da Igreja. Valoriza, com as Têmporas, as quatro estações do ano; santifica

o semana, consagrando a Deus o Domingo. O Ano Litúrgico inicia com o primeiro Domingo do

Advento.

ANTÍFONA - Estribilho litúrgico usado nas Orações e nos Salmos da Missa e do Ofício.

ASPERGES - Aspersão com água benta. Rito com que se borrifa água benta sobre pessoas ou

coisas.

ÁZIMO - Pão sem fermento que se usa como matéria eucarística no rito romano.

BÁCULO - Bastão episcopal, símbolo da jurisdição.

BALAUSTRADA ou MESA DA COMUNHÃO - Série de balaústres, ou seja, de colunelos, que

separa o presbitério da nave da igreja. A balaustrada cobre-se com uma toalha de linho, para a

Comunhão dos fiéis.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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BALDAQUINO ou BALDAQUIM - Espécie de dossel sustido por colunas, que cobre um altar ou

trono. cfr. Pálio e Umbela.

BÁLSAMO - Resina perfumada que o bispo, na Quinta- feira Santa, infunde no Óleo, para a

consagração do Crisma.

BARRETE - Chapéu quadrangular dos eclesiásticos.

BEIJO ou ÓSCULO - Sinal litúrgico de respeito, amor, obséquio e paz. Sinal de veneração para

com as coisas santas. Muito usado na liturgia antiga, entre os ministros do altar, foi caindo em

desuso: poucas vezes se usa atualmente, como na ordenação sacerdotal, em que o bispo oscula a

face direita do neo-sacerdote. - BEIJO ou ÓSCULO DA PAZ : abraço litúrgico, durante a Missa

solene, em sinal de caridade e amizade.

BREVIÁRIO - Livro litúrgico do Ofício Divino que os Sacerdotes e Ordens Religiosas devem

recitar diariamente.

BUGÍA - Pequeno castiçal usado como sinal de honra, quando oficiam os Prelados.

CALENDÁRIO LITÚRGICO - Ordem das festas do Ano Litúrgico( Próprio do Tempo) e das

festas dos Santos( Próprio dos Santos) harmonizada com os 365 ou 366 dias do Ano Civil. O

Calendário Litúrgico se altera todos os anos, conforme o dia da Páscoa, que é festa móvel. (cfr.

Páscoa).

CÁLICE - Vaso sagrado para a consagração do vinho na Missa. Deve ser de ouro, ou pelo menos

de prata internamente dourada.

CAMPAINHA - Sino pequeno usado para os sinais no interior da igreja. Veja também "Matraca ".

CANDELABRO - Grande castiçal com ramificações, em cada uma das quais se coloca uma vela.

CÂNON - Significa Regra fixa e imutável. É a parte central da Missa que contém a "Grande Prece

Eucarística" da Consagração. Precedido de uma solene introdução ou Prefácio, o Cânon vai do TE

IGITUR ao PATER NOSTER.

CANTO - Exprime o esplendor das formas solenes do culto, e deve ser executado preferivelmente

por todos os participantes: celebrante, ministros, cantores e povo. - O CANTO GREGORIANO ou

CANTO - CHÃO é o canto genuinamente litúrgico, ao qual pode associar-se o polifônico e o

popular.

CAPELA - Templozinho de um só altar, ou divisão de uma igreja com altar próprio. - Significa

também a solene função papal e o coro de cantores a serviço de uma igreja ou capela.

CASTIÇAL - Utensílio com bocal na parte superior, para segurar velas.

CATAFALCO ou ÉSSA - Estrado alto sobre o qual se coloca o féretro. A éssa pode acolher o

féretro ou apenas simbolizá-lo nas funções exequiais. Neste último caso, pode ser substituída por

um pano preto estendido no chão.

CATECÚMENO - É a pessoa que estuda o catecismo católico, a fim de preparar-se para o

Batismo. - MISSA DOS CATECÚMENOS é a parte do Santo Sacrifício à qual podiam eles assistir

e que vai do início da Missa até o fim do Credo.

CATEDRAL - Igreja matriz e central de cada diocese. Nela encontra-se a cátedra ou trono do

bispo. Chama-se também IGREJA DA SÉ, porque ela é a sé ou sede do bispo.

CELEBRANTE - É o sacerdote que celebra o Santo Sacrifício da Missa, ou preside ofícios

litúrgicos.

CINZAS - Sacramental que se impõe na fronte dos fiéis, ao iniciar-se a Quaresma, para simbolizar

a penitência. Obtêm-se estas cinzas pela combustão dos ramos bentos no Domingo de Ramos do

ano precedente.

CÍRIO PASCAL - Grande vela de cera, que, apagada, representa Cristo morto, e acesa, Cristo

ressuscitado para iluminar o mundo. Benze-se solenemente na função da Vigília Pascal; acende-se

nas funções solenes, até o dia da Ascensão.

CLÉRIGO - É a pessoa consagrada ao serviço do altar.

Page 43: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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CLERO - Corporação das pessoas consagradas ao culto de Deus, e, por isso, separadas do mundo.

O ingresso no clero dá-se com a recepção da tonsura, ocasião em que o aspirante se torna clérigo

para todos os efeitos.

COLETA ou OREMUS - Prece sacerdotal própria da Missa, que resume as homenagens a Deus e

reúne os votos e desejos dos fiéis que constituem a Família de Deus. A Coleta se diz logo depois do

KYRIE ou GLÓRIA IN EXCÉLSIS.

COMEMORAÇÃO - Breve memória litúrgica de uma festividade, no dia em que se celebra outra

festa mais importante, relegando-se aquela a segundo plano.

COMUNHÃO - Consumação do Sacrifício Eucarístico, obrigatória para o celebrante e vivamente

recomendado para os fiéis. - É também a antífona cantada pelo coro e que o celebrante recita após a

comunhão.

CONOPEU - Véu que envolve o tabernáculo, ou cortina que lhe cobre a fachada, quando nele se

conserva o Santíssimo.

CONSAGRAÇÃO - Oferta e dedicação a Deus de uma pessoa ou coisa. Tem caráter

irrevogável e separa de todo o uso profanado. Chama-se Consagração. de modo particular, a

Transubstanciação Eucarística.

COR - São cinco as cores litúrgicas, simbolizando cada uma a característica litúrgica do dia:

Branco (símbolo da santidade), vermelho (fogo da caridade e sangue do martírio). Verde

(esperança). Roxo (penitência) e preto (luto).

- Branco, nas festas do Senhor, da Virgem, dos Anjos e de todos os santos não mártires. -

Vermelho, no triunfo de Jesus Cristo (Domingo de Ramos), e nas festas do Espírito Santo e dos

mártires. - Verde em todos os domingos da Epifania e de Pentecostes. - Roxo no Advento, na

Quaresma, e em todos os demais dias de penitência e súplica. Admitem-se também o rosa e o ouro.

A cor rosa, símbolo de alegria, nos domingos III do Advento e IV da Quaresma, em cujas Missas o

Intróito abre-se respectivamente com as palavras Laetáre e Gaudéte, que significam : Alegrai-vos e

Exultai. A cor ouro pode substituir o branco, o roxo e o verde.

CORO - Parte da igreja reservada ao Clero para a recitação e o cato das funções sacras. Indica

também o grupo de cantores.

COROINHA - Menino que presta serviços nas funções, substituindo os ministros de ordem

inferior.

CORPORAL - Pano quadrangular, de linho ou cânhamo, com pequena com pequena cruz no

centro, sem ornatos, que se estende sobre o altar, para acolher o Cálice e a Hóstia durante a Missa,

as âmbulas e o ostensório com o Santíssimo.

CULTO - É o complexo de atos com que exprimimos, em particular ou em público, com a alma só

ou com toda a nossa pessoa, as nossas relações com Deus. O culto a Deus se chama culto de latria

ou de adoração. O culto aos Anjos e Santos se diz culto de dulia ou de veneração aos servos de

Deus(do grego dúlos: servos). Devido ao excepcional privilégio de Mãe de Deus, a Virgem

Santíssima recebe o culto de hiperdulía, ou seja, de especialíssima veneração devida à mais santa

das criaturas de Deus. cfr. Adoração e Liturgia.

DALMATICA - Paramento próprio do diácono, ministro principal do bispo e do sacerdote.

DOXOLOGIA - Expressão de louvor à Santíssima Trindade. A <<grande doxologia>> é o Glória

in excélsis. A "pequena doxologia": o Glória Patri e as estrofes finais dos hinos de Ofício.

ELEVAÇÃO - Gesto com que se executa o rito de oferta. E, por excelência, elevação o ato com o

celebrante ergue a Hóstia e o Cálice após a consagração.

EPÍSTOLA - E o trecho escritural que se lê antes do Gradual na Missa. Tem esse nome, que quer

dizer carta, porque na maioria dos casos é extraído das cartas ou Epístola dos Apóstolos.

ESTOLA - Insígnia do poder particular do bispo, do sacerdote e do diácono. E um faixa que pende

em duas partes do pescoço e se cruzam no peito. O diácono usa a estola sempre a tiracolo.

Page 44: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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EVANGELHO - Cada um dos quatro primeiros livros do Novo Testamento. -Trecho extraído de

um deles e lido ou cantado na Santa Missa.

EXEQUIAS - Rito da bênção, - também chamada absolvição - que se dá aos defuntos, com ou sem

a presença do féretro. Por extensão, indicam também toda uma função fúnebre.

FÉRIA - Cada dia da semana, exceto o Sábado e o Domingo.

FESTA - Dia de celebração dos mistérios cristãos. Na liturgia há uma graduação entre as festas, a

saber : rito duplo e simples. As festas de RITO DUPLO é dividido em quatro categorias: de I e de II

classe; rito duplo maior e menor, e RITO SIMPLES. (cfr. Rito). Há festas de preceito, ou sejam,

festas em que é obrigatório assistir à Missa e abster-se de todo o trabalho servil. São festas de

preceito: todos os domingos e as seguintes festas que podem cair em dias de semana: 1.º de janeiro

(Circuncisão do Senhor) - 6 de janeiro (Epifania); - Ascensão (cinqüenta dias após a Ressurreição:

cai sempre em Quinta-feira); - Corpo de Deus (Quinta feira após o Domingo da SS. Trindade); -

Imaculada Conceição (8 de dezembro); - Natal (25 de dezembro).

FUNERAL - rito litúrgico em sufrágio dos fiéis defuntos. Compreende cada uma ou o conjunto das

seguintes funções: a trasladação do féretro até a igreja, o Ofício e a Missa fúnebres, as Exéquias e o

Transporte ao cemitério.

GENUFLEXÃO - Ato de dobrar o joelho ou de ajoelhar. É por excelência o gesto litúrgico de

adoração a Deus. Emprega-se, contudo, também como sinal de veneração diante de pessoas ou

coisas sagradas. É SIMPLES quando de dobra somente o joelho direito, e DUPLA quando ambos.

GRADUAL - Canto intercalar, na Missa, entre a Epístola e o Evangelho. O nome Gradual lhe vem

do latim GRADUS, degrau, pelo fato de ser, antigamente, executado do alto dos degraus do púlpito.

GREGORIANO - É o canto oficial da Igreja, coordenado, reformado e promulgado pelo Papa S.

Gregório Magno.

HOMILIA ou HOMÍLIA - Explicação do Evangelho que o celebrante faz ao povo durante a

Missa. (cfr. Sermão).

INCENSAÇÃO - Gesto com que se oferece o perfume do incenso queimado, em sinal de adoração

a Deus, de veneração aos Santos, ou de respeito a pessoas e coisas sagradas.

INTROITO - Canto com que se inicia a Missa.

ITE: MISSA EST - Fórmula de despedida no fim da missa. Significa: Ide-vos, é a despedida!

JEJUM EUCARÍSTICO - Limita o uso de alimentos sólidos e bebidas alcoólicas a três horas

antes da Comunhão, e o uso de bebidas não alcoólicas a uma hora. A água não quebra o jejum

eucarístico.

KYRIE ELEISON - Invocação grega que se conserva na liturgia latina e que significa: Senhor,

tende piedade.

LADAINHA - Oração litúrgica de origem popular, composta de uma série de invocações a que

segue, em forma de estribilho, a súplica. Lembramos as ladainhas do Sagrado Coração de Jesus, do

Nome de Jesus e de Nossa Senhora.

LÂMPADA - Serve de ornamento para altares e imagens. Exige-se acesa, dia e noite, no altar onde

esteja o Santíssimo Sacramento.

LAVABO - Início do salmo que o sacerdote recita ao lavar as mãos depois do Ofertório.

LITURGIA - Pio XII a define assim: "O culto público que nosso Redentor, como Cabeça da

Igreja, oferece ao Pai Eterno, e o culto público que a Igreja, sociedade dos fiéis, oferece à Cabeça,

Cristo, e por meio dele, ao Pai Eterno. Em suma : é o culto integral do Corpo Místico de Jesus

Cristo, ou seja, de Cristo, a Cabeça, e juntamente dos membros, que são os fiéis".

LIVROS LITÚRGICOS - Livros oficiais do culto católico. São os seguintes: Missal, Breviário,

Ritual, Pontifical, Martirológio e respectivos excertos autorizados.

MANÍPULO - É a insígnia litúrgica do subdiácono, derivada talvez do lenço que se pendurava ao

pulso, ou, segundo o nome, "na mão".

MANUSTERGIO - Toalhinha de linho com que o celebrante enxuga as mãos após o Lavabo.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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MATRACA - Instrumento de madeira formado por tabuinhas movediças que se agitam, à guisa de

campainha, para substituí-la no Tríduo Sagrado. (cfr. Campainha).

MEMENTO - Duas orações do Cânon - uma antes da Consagração, e outra depois, _ nas quais o

celebrante lembra os vivos e os defuntos respectivamente. O termo latino "memento" significa

precisamente: "Lembra-te".

MINISTRO - É, no Corpo Místico, a pessoa que cumpre os atos de culto, em nome de Jesus Cristo.

Em prática, porém, entende-se por ministros o Diácono e o Subdiácono, que servem na missa

solene; os demais auxiliares são considerados ministros inferiores.

MISSA - É o ato central máximo do culto católico. A ele se orienta todo o restante da liturgia:

Sacramentos, Sacramentais, Ofícios e Catequese. O nome deriva da despedida final dirigida pelo

diácono aos fiéis: "Ite, Missa est". (cfr. Ite: Missa est).

MISSA CANTADA - Celebrada sem auxílio de Ministros sagrados, mas intercalada com o canto

de vários textos, executados pelo celebrante e pelo coro.

MISSA CONVENTUAL - É a missa coligada ao Ofício Coral a que se acham obrigados os

cabidos de cônegos e as Ordens Religiosas.

MISSA DIALOGADA - Missa rezada em que os fiéis se unem ao coroinha para responder aos

diálogos do celebrante. Os fiéis podem, também, recitar continuamente, sem alternar com o

celebrante, as partes que na Missa solene são executadas pelo coro.

MISSA PAROQUIAL - É a Missa que, nas festas de preceito, o pároco deve aplicar pelos próprios

paroquianos.

MISSA PONTIFICAL - Missa solene celebrada pelo bispo e também pelos prelados que tenham

tal faculdade.

MISSAL - Livro que contém os textos das Missas e as regras para a sua celebração. (cfr. Livros

Litúrgicos).

MISSA REZADA - celebrada sem auxílio de Ministros sagrados e sem canto.

MITRA - Insígnia de honra com que, nas funções, o Papa, os Cardeais, os Bispos e alguns

Prelados cobrem a cabeça. Tem a forma de cone bipartido: as pontas simbolizam o Antigo e o Novo

Testamento.

NAVETA - Pequeno recipiente de metal em forma de barco e no qual se conserva o incenso.

NEÓFITO - O mesmo que néo-batizado.

OBLATAS - São as "coisas oferecidas a Deus, ou seja, o pão e o vinho a serem consagrados".

OFERTÓRIO - Esta palavra designa três coisas: 1) a Ação pela qual o celebrante, na Missa,

oferece a Deus o pão e o vinho a serem consagrados; 2) a Antífona cantada pelo coro, logo depois

do Credo; 3) toda a parte da Missa que vai dessa antífona até a Secreta inclusive.

OITAVA - Continuação litúrgica das três solenidades máximas: Páscoa, Pentecostes e Natal, por

oito dias.

ÓLEO - Elemento natural de rico simbolismo e que serve para a confecção da matéria de alguns

Sacramentos e Sacramentais. Na Quinta- feira Santa o bispo consagra os Santos Óleos, isto é, o

Óleo dos Catecúmenos, o Óleo dos Enfermos, e o Santo Crisma; este último é uma composição de

óleo com bálsamo. Para todos esses casos, requer-se óleo de oliva. Para as lâmpadas que devem

arder no altar do Santíssimo Sacramento, pode-se usar, como combustível, qualquer espécie de

óleo, o qual pode também ser substituído por velas de cera.

ORATÓRIO - Lugar de oração e culto, erigido particularmente para uma família( oratório privado

ou familiar) ou para uma comunidade (oratório público ou semipúblico). É público, se nele tem

direito de assistir aos Ofícios divinos qualquer fiel, embora seja erigido para utilidade de algum

colégio. É semi-público, se erigido exclusivamente para uma comunidade ou grupo de fiéis, sem

que outros tenham direito de assistir nele aos Ofícios Divinos.

ORDEM - Sacramento que confere ao cristão os poderes sacerdotais. Chama-se Ordem por constar

de vários graus ascendentes, divididos em quatro Ordens Menores: Ostiariato, Leitorato,

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Exorcistato, Acolitato; e três Ordens Maiores ou Sagradas: Subdiaconato, Diaconato e Presbiterato

ou Sacerdócio. O Episcopado não é uma Ordem particular, mas simplesmente o Sacerdócio em sua

plenitude. Eis as particularidades de cada Ordem:

Ostiariato: confere ao Ostiário a faculdade de abrir e fechar a igreja, de cuidar das alfaias.

Leitorato: confere ao Leitor a faculdade de ler, do púlpito, livros da Sagrada Escritura, durante o

Ofício Divino.

Exorcistato: confere ao Exorcista a faculdade de impor as mãos sobre os energúmenos, cristãos ou

não, para expulsar o demônio. Hoje, o uso dessa faculdade está reservado aos bispos, que só o

delegam a sacerdotes de comprovada virtude.

Acolitato: confere ao Acólito o poder de servir ao diácono e subdiácono na Missa. Qualquer leigo

pode fazer as funções de acólito.

Subdiaconato: confere ao Subdiácono o poder de executar vários ofícios, especialmente cantar a

Epístola na Missa solene e colocar água no cálice para a consagração eucarística. O Subdiaconato

impõe a obrigação perpétua da castidade e da recitação diária do Ofício Divino.

Diaconato: confere o poder espiritual de servir proximamente ao Sacerdote e cantar o Evangelho na

Missa solene. Como antecipação, também confere a faculdade de exercer em caso de necessidade,

ofícios propriamente sacerdotais; distribuir a Comunhão, pregar e administrar o Batismo solene.

Sacerdócio: distinguem-se, no Sacerdócio, dois graus: o Presbiterato e o Episcopado. O primeiro

confere ao Presbítero ou Sacerdote o poder de consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo, e de perdoar

os pecados. O Episcopado, ou Sacerdócio em plenitude, confere ao Bispo o poder exclusivo de

"conferir a outrem todas as Ordens".

ORDINÁRIO DA MISSA - Conjunto de orações e fórmulas da Missa que não variam. Opõe-se ao

"Próprio" que reúne as partes variáveis, que mudam conforme a festa e o tempo litúrgicos.

ORGÃO - "E o instrumento musical tradicional da Igreja. Pela suavidade e majestade dos sons foi

considerado digno de desposar a Liturgia Sagrada, para acompanhar os cantos e para encher, com

suaves harmonias, os silêncios do coro". (S. Pio XI).

OSTENSORIO - Custódia metálica circundada de raios e que se usa para a exposição solene do

SSmo. Sacramento.

PALA - Pequeno linho quadrado e engomado ou cartão recoberto de linho, com que o sacerdote

cobre o Cálice depois do Ofertório até a Comunhão.

PÁLIO - Sobrecéu portátil, com varas, que se leva em procissões, como para proteger o sacerdote

portador do Santíssimo Sacramento. cfr. Umbela e Baldaquino.

PÃO - É, com o vinho e as gotas d'água, a matéria da Eucaristia. (cfr. Hóstia).

PARAMENTO - Vestimenta litúrgica. Fazem parte dos paramentos para a Missa: amito, alva,

cíngulo, manípulo, estola e casula. O subdiácono, em lugar de estola e casula, usa a tunicela; o

diácono, no lugar da casula, veste a dalmática. Na benção com o Santíssimo Sacramento, o

sacerdote usa: sobrepeliz, estola e capa de aspérges.

PARTICULA - A pequena hóstia consagrada que se distribui em comunhão aos fiéis.

PÁSCOA - Festa central do Ano Eclesiástico. Celebra-se no primeiro Domingo depois da primeira

lua cheia, que segue ao dia 19 de março. Pode portanto ocorrer do dia 21 de março a 25 de abril.

PATENA ou Pátena - Pratinho de metal dourado que serve para cobrir o Cálice, e para receber a

Hóstia. A patena usada para a distribuição da Comunhão tem dimensões um pouco maiores.

PATRONO - É o santo Padroeiro local.

PLANETA - O mesmo que casula.

PLUVIAL - Manto usado nas funções solenes, nas procissões e bençãos. Pluvial e Planeta

excluem-se mutuamente.

POS-COMUNHÃO - Oração de agradecimento após a Comunhão na Missa.

POSIÇÕES DO CORPO - A liturgia admite quatro posições do corpo: em pé, sentado, de joelhos

e prostrado. A primeira é a mais eminente, conservada pelo celebrante durante toda a Santa Missa.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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PREFÁCIO - Introdução solene de grande Prece Eucarística, ou Cânon. O celebrante o lê em voz

ou canta.

PRESBITÉRIO - Parte do templo reservada ao clero. Ao presbitério fazem parte o altar-mór e o

coro clerical; separa-o da nave a balaustrada ou mesa da comunhão.

PROCISSÃO - Cortejo religioso de fiéis guiados pelo Clero que se transferem de um lugar sagrado

par outro, cantando e rezando.

PURIFICADOR - Pano com que o sacerdote enxuga o Cálice depois de comungar. - O mesmo que

sangüíneo.

RITO - Em sentido próprio, é o conjunto de cerimônias, orações e fórmulas que compõem uma

ação litúrgica.

RITUAL - Livro que traz os ritos - preces e rubricas - dos Sacramentos e Sacramentais.

ROGAÇÕES - Orações litúrgicas de súplica, que se fazem no dia 25 de abril e no Tríduo que

precede à Ascensão.

ROQUETE - Sobrepeliz estreita com mangas, rendas e pregas ; insígnia de cônegos e prelados.

RUBRICA - Nota, geralmente em letra vermelha, (rubra), nos livros litúrgicos.

SACRAMENTAL - Ato religioso, semelhante ao Sacramento, mas de instituição eclesiástica, para

santificação da alma : bênçãos, consagrações, etc..

SACRAMENTO - Ato religioso, de instituição divina, para santificação da alma. São sete :

Batismo, Crisma ou Confirmação, Eucarística, Penitencia ou Confissão, Extrema-Unção, Ordem e

Matrimônio.

SACRÁRIO - Parte do altar na qual se conservam as Sagradas Espécies. Chama- se também

"Tabernáculo"

SACRISTIA - Local da igreja no qual se conservam as alfaias sagradas e no qual o clero se

paramenta.

SECRETA - Oração coletiva, recitada em voz baixa, com que o celebrante conclui o rito de

Ofertório. (cfr. Coleta).

SERMÃO - Discurso cristão pregado do púlpito e que versa s6obre qualquer assunto moral-

religioso. (cfr. Homilia).

SOBREPELIZ - Martelete branco que os clérigos usam sobre o hábito. (cfr. Roquete).

TÊMPORAS - Três dias de penitência (Quarta- feira, Sexta e Sábado) no início de cada estação.

São as seguintes temporas: do Advento, da Quaresma, de Pentecostes e de setembro.

TITULAR - O Santo a que é dedicada a igreja ou o altar.

TOCHA - Grande vela de cera, que, no candelabro ou sem ele, se usa nas Missas solenes, bençãos

eucarísticas, procissões e funerais.

TRANSUBSTANCIAÇÃO - Efeito da consagração eucarística. Consiste na substância do Corpo e

do Cristo.

TRONO - Templozinho onde se coloca o ostensório com o Santíssimo Sacramento. - Cátedra do

bispo diocesano.

TUNICELA - Veste sagrada própria do subdiácono; é semelhante à dalmática do diácono.

TURÍBULO - Recipiente em que se queima incenso nas funções.

VENERAÇÃO - Culto prestado aos servos de Deus.

VÉSPERAS - Parte do Ofício Divino que se celebra ao pôr do sol nos dias festivos.

VÉU UMERAL - Faixa larga de seda que vela os ombros e as mãos quando o subdiácono segura a

patena durante a Missa solene, ou quando o sacerdote ou diácono leva o ostensório em procissão e

nas bênçãos do Santíssimo.

VINHO - Com o pão e as gotas d'água constitui a matéria eucarística.

Page 48: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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CALENDÁRIO

LITÚRGICO

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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ANO LITÚRGICO PARA A

FORMA EXTRAORDINÁRIA DO RITO ROMANO.

I) Ciclo do Natal:

1 - Tempo do Advento

2 - Tempo Natalício:

2.1 - Tempo do Natal: do Natal ao dia 5 de janeiro

2.2 - Tempo da Epifania: da Epifania ao Batismo de Jesus (6 a 13/01)

TEMPUS PER ANNUM (depois da Epifania)

II) Ciclo da Páscoa:

1 - Tempo da Septuagésima

2 - Tempo Quaresmal:

2.1 - Tempo da Quaresma

2.2 - Tempo da Paixão (Semana Santa)

3 - Tempo Pascal:

3.1 - Tempo da Páscoa

3.2 - Tempo da Ascensão

3.3 - Tempo de Pentecostes: festa e oitava

TEMPUS PER ANNUM (depois de Pentecostes)

Percebam que, no que se refere à catequese, o ano é dividido em duas grandes seções:

1) Uma primeira, que vai do Advento até Pentecostes, é essencialmente constituída pelos mistérios

de Cristo: a Igreja recorda resumidamente os principais estágios da existência terrestre de Seu

Esposo. Se nossa alma estiver pronta, essa representação será para nós uma fonte abundante de luz.

Dessa viva representação, repetida todos os anos, tiramos um conhecimento profundo e seguro dos

mistérios de Cristo, recebendo, na medida de nossa fé, as mesmas graças como se tivéssemos vivido

com Nosso Senhor e assistido a todos os Seus mistérios. Assim, podemos nos assemelhar mais a

Cristo.

2) A segunda parte é formada pela longa seqüência dos domingos de Pentecostes, o chamado tempo

durante o ano, no qual a oração e o ensino da Igreja nos são ministrados com base permanente de

sua vida, independente de qualquer circunstância particular. Podemos ver nessa segunda seção a

vida da Igreja de sua fundação em Pentecostes até a vinda de Cristo nos últimos tempos.

Claro, no meio dessas duas seções também temos as festas dos santos e da Virgem Santíssima.

Page 50: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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I) Ciclo do Natal

1 - Tempo do Advento

Espiritualidade

A palavra Advento vem do latim, e quer dizer vinda: é o tempo litúrgico de oração e penitência em

preparação para a festa do Santo Natal.

As quatro semanas do Advento representam o Antigo Testamento: os séculos nos quais os Santos

Patriarcas, Reis e Profetas aspiravam pela vinda do Messias prometido por Deus.

Este tempo litúrgico celebra as três vindas de Nosso Senhor, como explica São Bernardo:

"No primeiro advento, Ele vem em carne e enfermidade; no segundo, Ele vem em espírito e poder;

no terceiro, Ele vem em glória e em majestade; e o segundo advento é o meio pelo qual se passa do

primeiro ao terceiro."

O primeiro advento já passou: foi o nascimento de Jesus em Belém, fato passado na história; nele,

Jesus foi julgado injustamente pelos homens. Atualmente estamos no segundo advento, que é a

vinda de Jesus pela graça em nossas almas: Nosso Senhor vem para nos tornar justos. O terceiro

advento irá ainda realizar-se, mas não sabemos o dia nem a hora: é o juízo final, no qual Cristo

julgará todas as coisas com eqüidade.

Estrutura e normas litúrgicas

a) O tempo do Advento consta de quatro domingos com suas respectivas semanas. Os domingos do

Advento são todos de primeira classe, não admitindo nenhuma festa ou comemoração.

b) As férias são de terceira classe: assim, quando não há nenhuma festa dos santos, deve-se

celebrar a Santa Missa do tempo, usando os textos do domingo anterior.

c) A partir de 17 de dezembro começam as chamadas férias maiores, que são de segunda

classe: já não permitem as festas comuns dos santos (terceira classe).

d) O Advento é tempo de penitência, porém é menos rigoroso que a Quaresma. Nas missas do

tempo não se ornamenta o altar com flores, exceto no terceiro domingo, quando se usam

paramentos róseos. É muito importante destacar este espírito penitencial durante as funções

litúrgicas.

e) Coro e organistas: durante o Advento (salvo o terceiro domingo) não se permite tocar o órgão, a

não ser para acompanhar o canto. É importante fazer com que o canto expresse o tempo litúrgico,

por isso é bom usar mais os hinos próprios desse tempo.

Page 51: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Celebrações de destaque

a) Festa da Imaculada Conceição (8/12 - primeira classe): é dia santo de guarda e uma das

principais festividades marianas. A tradicional novena (que se aconselha fazer em todas as

paróquias) começa no dia 29 de novembro.

b) Festa de Nossa Senhora de Guadalupe (12/12 - primeira classe): é a padroeira da América

Latina. Embora não seja uma devoção muito popular entre nós, é sempre bom lembrar que se trata

de nossa padroeira também.

c) Novena do Santo Natal (16 a 24/12): é a mais tradicional das novenas. É interessante cantar

durante elas as "Antífonas Maiores" (também chamadas "Antífonas O") que a liturgia coloca no

ofício das Vésperas. Normalmente é para o começo da novena que se monta o Presépio nas igrejas.

d) Vigília do Natal (24/12): é de grande valor restaurar a importância dessa vigília como um dia

dedicado mais a oração e penitência, como preparação imediata para o Santo Natal.

2 - Tempo Natalício:

2.1 - Tempo do Natal: do Natal ao dia 5 de janeiro

Espiritualidade

Depois da preparação de quatro semanas do Advento, chega o grande dia do Natal. A festa do Natal

tem um ordenamento litúrgico muito especial: celebram-se três santas missas, tal é a grandeza do

mistério. E isso, principalmente, porque Aquele que hoje nasce manifestou-se em três nascimentos.

Ele nasce nesta noite da Virgem Bendita; Ele vai nascer por sua graça nos corações dos pastores,

que são as primícias de toda a cristandade; Ele nasce eternamente no seio do Pai, nos esplendores

dos santos. Este triplo nascimento deve ser honrado com uma tripla homenagem.

Nas três missas podemos ver presentes estes três aspectos do mistério do Natal; porém, podemos

assinalar a cada Missa um aspecto principal. D. Guérranger, baseando-se no Evangelho que é lido

em cada uma delas, ensinava:

» A Missa da meia-noite honra o nascimento de Jesus segundo a carne, narrado no Evangelho de

São Lucas.

» A Missa da aurora honra o segundo nascimento de Cristo: o nascimento da graça e da

misericórdia, que se realiza no coração de cada fiel, como aconteceu no coração dos pastores que

foram visitar Jesus.

» A Missa do dia honra o nascimento eterno do Filho de Deus no seio do Pai, explicado de maneira

maravilhosa no Prólogo do Evangelho de São João.

Estrutura e normas litúrgicas

a) A festa do Natal é de primeira classe, com oitava de segunda classe, sendo o oitavo dia (01/01)

de primeira classe. Assim, durante toda a oitava (de 25/12 a 01/01) deve-se ornamentar o altar e a

igreja de modo festivo.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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b) A imagem do Menino Jesus pode ser exposta sobre o altar do dia 25/12 até o dia 01/01.

c) Coro e organistas: usar os hinos próprios do tempo do Natal. Tocar o órgão com melodias

festivas.

d) Depois de 01/01 até a Epifania: são dias feriais comuns (quarta classe).

Celebrações de destaque

a) Durante a oitava do Natal, celebram-se festas de santos de muita devoção na Igreja Universal:

26/12 - Santo Estevão, Protomártir da Igreja

27/12 - São João Evangelista

28/12 - Santos Inocentes

b) Último dia do ano: há o costume de cantar o Te Deum de ação de graças diante do Santíssimo

Sacramento exposto (quem participa pode lucrar indulgência planária).

c) O dia 01/01: é a oitava do Natal (primeira classe) e dia santo de guarda: festa da Circuncisão do

Senhor e Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.

d) No dia 01/01 celebra-se também o Dia Mundial da Paz, quando o Santo Padre envia sua

mensagem de paz ao mundo todo. É interessante aproveitar a ocasião para cantar hinos, fazer

orações e até ornamentações alusivas à paz. Há também o costume em muitos lugares de se cantar o

Veni Creator, pedindo luzes do Espírito Santo para conduzir o novo ano.

e) Festa do Santo Nome de Jesus: celebra-se no domingo entre 2 e 5 de janeiro, ou, caso não haja

domingo, no dia 2 de janeiro.

2.2 - Tempo da Epifania: da Epifania ao Batismo de Jesus (6 a 13/01)

Espiritualidade

A Epifania (quer dizer aparição, manifestação) é uma festa coletiva de três milagres que

manifestaram Nosso Senhor:

"Hoje a estrela conduziu os Magos ao presépio, hoje nas bodas a água se tornou vinho, hoje Cristo

quis ser batizado no Jordão para nos salvar" (Ad Vesp. antif. ad Magnificat)

Porém, se considerarmos em detalhe o múltiplo objeto desta solenidade, vemos que a Igreja romana

celebra a adoração dos magos com maior destaque. A maior parte dos cantos do Ofício e da Missa o

celebra, e os dois grandes doutores da Sé Apostólica, São Leão e São Gregório, falaram quase

exclusivamente dos Santos Reis em suas homilias sobre a festa.

Dada esta preferência da Igreja pela primeira manifestação, foi necessário que as outras duas

tivessem uma celebração em outros dias.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

53

Assim, a Igreja escolheu o dia da oitava da Epifania (13 de janeiro) para celebrar a comemoração do

Batismo de Nosso Senhor (festa de segunda classe), e no segundo domingo após a Epifania se fixou

o Evangelho das Bodas de Caná.

O dia da manifestação de Jesus aos magos, primeiros pagãos que receberam o anúncio do Seu

nascimento, deve nos fazer lembrar e agradecer a Deus o dom da fé. Ao mesmo tempo é ocasião de

rezarmos e colaborarmos com a obra missionária da Igreja, para que Cristo se manifeste muito mais

nas almas.

Estrutura e normas litúrgicas

a) A festa da Epifania é de primeira classe. Caso o dia 6 caia em dia de semana, pode ser

comemorada no domingo seguinte. Ornamentação, cantos e órgão festivo.

b) Os dias que se seguem à festa são dias feriais normais.

Celebrações de destaque

a) Festa da Sagrada Família: celebra-se no domingo seguinte da Epifania. Data importante para

destacar a família: fazer um trono para a imagem da Sagrada Família, cantar hinos alusivos à

família.

b) Comemoração do Batismo de Jesus: dia 13 de janeiro.

TEMPUS PER ANNUM (depois da Epifania)

Espiritualidade

A partir do dia 14 de janeiro entramos no tempo durante o ano depois da Epifania.

Este tempo, que medeia entre os ciclos do Natal e da Páscoa, transcorre independentemente da

celebração de qualquer mistério da vida de Nosso Senhor. Nele a Santa Igreja, unindo-nos à sua

prece e reconhecendo-nos sua doutrina, vai nos inculcando o seu genuíno espírito.

O tempo depois da Epifania pode ter de um a seis domingos, o que vai depender da data em que cai

a Páscoa. Os domingos que não podem ser celebrados quando a Páscoa cai muito cedo, são

transferidos para depois do vigésimo terceiro depois de Pentecostes.

Estrutura e normas litúrgicas

a) O tempo durante o ano é o "tempo comum": não apresenta nenhuma norma litúrgica especial.

b) Os dias feriais são de quarta classe. No Ordo aparece sempre a cor litúrgica do tempo: a cor

verde. Mas, por serem dias de quarta classe, o sacerdote é livre para celebrar missas votivas (assim

a cor dos paramentos varia conforme a Missa escolhida pelo celebrante).

Celebrações de destaque

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a) Apresentação do Senhor e Purificação de Nossa Senhora (02/02): dia da Bênção e Procissão das

Velas. Ornamentação, canto e órgão festivos. Deve-se destacar o duplo aspecto da festa: o principal

é Jesus luz do mundo; conjuntamente a tradição sempre honrou a virgindade e o exemplo de Nossa

Senhora. Cerimônia: o celebrante usa capa e pluvial branca. Ajudantes: cerimoniário, dois acólitos e

turiferário para a bênção; crucífero e tocheiros para a procissão.

b) O dia 2 de fevereiro também é o Dia Mundial da Vida Consagrada. A narração evangélica da

apresentação de Jesus ao Pai no Templo, o exemplo de obediência e pobreza de São José e Nossa

Senhora, e ainda a virgindade de Maria, sugeriram transformar este dia em um dia de orações por

todos aqueles que se consagram a Deus sob alguma forma de vida religiosa.

II) Ciclo da Páscoa:

1 - Tempo da Septuagésima

Espiritualidade

O tempo da Septuagésima compreende a duração das três semanas que precedem imediatamente à

Quaresma. Ele forma uma das principais divisões do ano litúrgico e é repartido em três seções

hebdomadárias: Septuagésima, Sexagésima e Quinquagésima. Como vemos, esses nomes

expressam uma relação numérica com o nome Quaresma.

Este tempo foi criado para que nós, católicos, não entremos desprevenidos na Quaresma. Dado que

ela é o grande tempo de conversão e renovação da Igreja, era necessário ir avisando os fiéis da sua

chegada. Assim, o tempo da Septuagésima é uma espécie de tempo de exame de consciência, ou

seja, é um tempo para refletirmos sobre nossos pecados pelos quais deveremos fazer penitência na

Quaresma.

O próprio número setenta é simbólico: lembra os setenta anos do cativeiro do povo escolhido na

Babilônia, símbolo do cativeiro do pecado, do qual Jesus veio nos libertar.

Estrutura e normas litúrgicas

a) Com a Septuagésima começa o tempo penitencial de preparação para a Páscoa: os paramentos

são roxos, omite-se o Glória e o Aleluia em todos os ritos litúrgicos.

b) É um tempo de penitência moderada: pode-se ornamentar o altar com flores, mas é interessante

já ir marcando a penitência com adornos mais sóbrios.

c) Coro e órgão: pode-se tocar o órgão, ficando proibidos todos os demais instrumentos (violino,

flauta, etc.). Começar a cantar hinos penitenciais.

d) Durante a semana, quando não há festas de santos, são dias feriais normais.

2 - Tempo Quaresmal:

2.1 - Tempo da Quaresma

Espiritualidade

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Dá-se o nome de Quaresma ao jejum de quarenta dias pelo qual a Igreja se prepara para celebrar a

festa da Páscoa; e a instituição desse jejum solene remonta aos primeiros tempos do cristianismo. O

próprio Nosso Senhor inaugurou-o com Seu exemplo, jejuando quarenta dias e quarenta noites no

deserto.

O homem é pecador, eis porque, mesmo depois dos mistérios divinos, pelos quais Cristo operou

nossa salvação, a expiação faz-se ainda necessária. Por isso os Apóstolos, vindo em socorro da

nossa fraqueza, estabeleceram, desde o começo do cristianismo, que a solenidade da Páscoa fosse

precedida de um jejum universal. E, fundando-se no exemplo do Salvador, estabeleceram que tal

jejum durasse quarenta dias. A instituição apostólica da Quaresma nos é atestada por São Jerônimo,

São Leão Magno, São Cirilo de Alexandria, Santo Isidoro de Sevilha e outros.

Como o fervor cristão diminuiu muito através dos séculos, a Quaresma conservou-se como um

tempo de penitência, mas o jejum ficou reduzido somente a dois dias: a quarta-feira de cinzas e a

sexta-feira santa. Malgrado as variações dos séculos, a disciplina da Igreja conservou como

essencial do jejum a redução da alimentação ordinária a uma só refeição por dia, acompanhada da

abstinência de carne, alimentação não tão necessária para a vida.

A tradição da Igreja nos mostra a Quaresma como o tempo de praticar a oração, o jejum e a esmola:

três grandes armas para alcançarmos de Deus nossa conversão.

E para nos ajudar a isso, a Santa Igreja julgou oportuno abrir a Quaresma pela imposição das cinzas

na fronte culpável de seus filhos, repetindo a cada um as terríveis palavras do Senhor que nos

condenaram à morte. No entanto, o uso da cinza como símbolo de humilhação e penitência, é bem

anterior a esta instituição. O Antigo Testamento nos dá vários exemplos: Jó, Davi depois de seu

pecado, os ninivitas, etc. Desde então se via a relação existente entre esta poeira de um ser material

visitado pelo fogo, e o homem pecador, cujo corpo deve ser reduzido ao pó, pelo fogo da Justiça

Divina. Para salvar pelo menos a alma do fogo da vingança celeste, o pecador recorria à cinza e,

reconhecendo sua triste fraternidade com ela, sentia-se mais protegido da cólera d´Aquele que

resiste aos orgulhos e perdoa os humildes.

Estrutura e normas litúrgicas

a) Todos os domingos da Quaresma são de primeira classe: não admitem nenhuma festa. As festas

de primeira classe que caírem no domingo, devem ser transferidas para a segunda-feira.

b) Todos os dias da Quaresma são de terceira classe: não admitem as festas de santos de terceira

classe.

c) A Quaresma é o tempo da grande penitência da Igreja: não se pode ornamentar o altar com flores;

deve-se manter um ambiente de austeridade na igreja. – Exceção: no quarto domingo da Quaresma,

em que se usam paramentos róseos, pode-se ornamentar o altar com flores.

d) Coro e órgão: Nas missas da Quaresma só se permite o órgão para acompanhar os cânticos. É

tempo de cantar hinos penitenciais e alusivos à Paixão de Jesus. - Exceção: no quarto domingo da

Quaresma, em que se usam paramentos róseos, pode-se tocar o órgão.

Celebrações de destaque

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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a) Quarta-feira de cinzas: abertura da Quaresma, dia de jejum e abstinência. Antes da Santa Missa,

faz-se a bênção e imposição das cinzas. Para a cerimônia da bênção o celebrante usa pluvial roxo.

Ajudantes: dois acólitos, um turiferário e um cerimoniário. Após as orações da bênção, o celebrante

impõe incenso, asperge e incensa as cinzas. Em seguida começa a imposição.

b) Festa de São José (19/03 – primeira classe): pode-se tocar o órgão, música e ornamentação

festiva. É interessante colocar em destaque a imagem de São José.

c) Festa da Anunciação de Nossa Senhora (25/03 – primeira classe): pode-se tocar o órgão, música

e ornamentação festiva.

2.2 Tempo da Paixão

Espiritualidade

Depois de ter proposto à mediação dos seus fiéis, durante as quatro primeiras semanas da

Quaresma, os quarenta dias de jejum de Jesus Cristo, a Santa Igreja consagra à meditação das Suas

dores, as duas semanas que ainda nos separam da festa da Páscoa. Ela não quer que seus filhos

cheguem ao dia da imolação do Cordeiro Divino sem tê-los preparado pela compaixão aos

sofrimentos que Ele suportou em seu lugar.

O tempo da Paixão abrange as duas semanas que precedem a festa da Páscoa. A razão é porque foi

justamente duas semanas antes da Páscoa israelítica que teve início a Paixão de Nosso Senhor pelo

decreto de morte lançado contra Ele, exequível em qualquer momento. Esta sentença injusta era

consequência do milagre da ressurreição de Lázaro.

Muito marcante neste tempo litúrgico, é a cerimônia de velar as imagens de roxo. Segundo o

piedoso pensar da Idade Média e da liturgia, a “igreja material” deve tomar parte da penitência da

Igreja, Esposa de Cristo. Uma outra razão são as palavras do Evangelho do dia: "Jesus, escondeu-

se". Esta cerimônia parece ser de origem galicana. Era conhecida na Gália já no século VII, na Itália

por volta do ano 1000. A cruz velada no altar representa o grande mistério de Nosso Senhor que

escondeu Sua divindade por nosso amor. Este heroísmo inflama o coração nobre a amar o Redentor,

que foi capaz de tanta humilhação para alcançar aos filhos adotivos de Deus a glorificação do Céu.

Estrutura e normas litúrgicas

a) Segue os padrões do tempo da Quaresma: os domingos são de primeira classe e as férias da

primeira semana são de terceira classe.

b) As imagens devem ser veladas de roxo na tarde do sábado anterior ao Primeiro Domingo da

Paixão.

c) Coro e organista: mesmas normas da Quaresma.

Semana Santa

Espiritualidade

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Incluída dentro do tempo da Paixão, a Semana Santa é o centro, o cume de todo o Ano Litúrgico,

por celebrarem-se nela os grandes mistérios da nossa Redenção. Assim sendo, a Santa Igreja, para

celebrar dignamente tão santos mistérios, estabeleceu desde muito cedo, cerimônias especiais que

deixassem a memória destes bem gravada nos fiéis. Os ritos da Semana Santa são os mais antigos e

veneráveis da liturgia católica romana, ocupando um lugar único em todo o ano eclesiástico.

A Igreja vai fazer questão de acompanhar passo a passo os últimos momentos da vida mortal de seu

Esposo Divino, buscando recolher os mais abundantes frutos de salvação para seus filhos. A

Semana Santa é um tempo de profunda reflexão para todos os fiéis, por isso, mais do que nunca, é

tempo de participar o melhor possível de todas as funções sagradas e atos de devoção da Igreja.

Domingo de Ramos

Recorda-nos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Neste dia a cerimônia possui duas partes:

a) Benção e procissão dos ramos: é a parte festiva, na qual aclamamos Cristo Rei:

»Os paramentos são vermelhos e pode-se ornamentar o altar com ramos.

»Coro: além dos cantos litúrgicos, para a procissão pode-se cantar hinos populares em honra de

Cristo Rei.

b) Santa Missa da Paixão: é a parte penitencial, que nos fala da Paixão de Jesus, cujo relato se lê no

Evangelho de São Mateus.

Os paramentos são roxos.

De Segunda a Quarta-feira Santa

Estes três dias são de primeira classe: seguem as normas gerais do tempo da Paixão e neles não há

nenhuma cerimônia litúrgica especial. São dias centrados na meditação da Paixão de Jesus, que se

lê na terça-feira santa segundo o Evangelho de São Marcos, e na quarta segundo São Lucas.

Quinta-feira Santa

Abertura do Tríduo Sagrado. Neste dia comemoramos a Última Ceia, na qual Jesus nos deu o

Mandamento novo da Caridade e instituiu a Santa Missa, a Comunhão e o Sacerdócio Católico.

a) Por ser a instituição da Eucaristia, deve-se ornamentar o altar como em dias festivos. É

interessante usar motivos eucarísticos como uvas, trigo... O altar da reposição, onde o Santíssimo

ficará para adoração até a meia-noite, deve ser adornado o mais ricamente possível.

b) Coro e órgão: música festiva até o Glória. O órgão é permitido até o fim do Glória, depois será

totalmente silenciado até a Missa da Vigília Pascal.

c) Lava-pés: acontece durante a Santa Missa, após a homilia.

Sexta-feira Santa

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Dia do grande luto da Igreja: dia da Paixão e Morte de Nosso Senhor, dia de jejum e abstinência.

Neste dia não se celebra a Santa Missa: a Paixão de Jesus é recordada na Solene Ação Litúrgica

pós-meridiana (antes da reforma de Pio XII era chamada de Rito dos Pré-Santificados).

a) A cerimônia da Ação Litúrgica tem quatro partes:

I - Leituras e Paixão (paramentos pretos).

II - Orações Solenes nas grandes intenções da Igreja (paramentos pretos).

III - Adoração da Cruz (paramentos pretos).

IV - Comunhão (paramentos roxos).

b) Coro: além dos cantos litúrgicos, hinos em honra da Paixão de Jesus e hinos penitenciais.

Sábado Santo

É a noite mais sagrada de todo o ano litúrgico, quando a Santa Igreja vela em oração, esperando o

triunfo de Nosso Senhor.

a) A Solene Vigília Pascal possui as seguintes partes:

I - Bênção do fogo novo e do Círio Pascal; canto do Precônio (anúncio) Pascal.

II - Leituras das Profecias do Antigo Testamento.

III - Primeira parte da Ladainha de Todos os Santos.

IV - Bênção da Água Batismal (e batizados se houver).

V - Renovação das Promessas do Batismo e aspersão do povo com a água lustral.

VI - Segunda parte da Ladainha.

VII - Solene Missa da Ressurreição.

b) Ornamentação: o altar (atrás da cortina) deve ter a melhor ornamentação do ano: é a Páscoa,

triunfo de Nosso Senhor.

c) Coro e órgão: durante a Vigília cantam-se os cantos litúrgicos, não se toca o órgão. Na Santa

Missa: órgão e música festiva.

3 - Tempo Pascal:

3.1 - Tempo da Páscoa

Espiritualidade

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Dá-se o nome de Tempo Pascal ao período de cinco semanas que vai desde o Domingo de Páscoa

até o sábado depois de Pentecostes. Esta porção do ano litúrgico é a mais sagrada, e para ela

converge todo o ciclo litúrgico: é a Ressurreição, a vitória de Cristo Nosso Senhor.

A eternidade feliz é a verdadeira Páscoa. É por essa razão que a Páscoa da terra é a festa das festas,

a solenidade das solenidades. O gênero humano estava morto, e Nosso Senhor, ressuscitado, lhe

devolve a vida. A Igreja quer, então, que nos olhemos sempre como ressuscitados com Cristo, como

já em possessão da vida eterna. Dizem os Santos Padres que os cinqüenta dias do Tempo Pascal são

figura da eternidade. Eles são consagrados inteiramente à alegria, e a Igreja não sabe dizer nenhuma

palavra a Seu Esposo sem misturá-la com o Aleluia.

A prática do Tempo Pascal se resume na alegria espiritual que este santo tempo deve produzir nas

almas ressuscitadas com Cristo, alegria que é um antegozo da felicidade do Céu; o cristão deve

manter-se nele, buscando sempre mais ardentemente a vida que está no Divino Mestre, fugindo com

energia constante da morte, filha do pecado. Nos diz São Paulo que "Cristo, ressuscitado dentre os

mortos, já não morre; a morte não O dominará. Morto uma só vez, Ele morreu para o pecado; mas,

agora Ele vive, e vive para Deus” (Romanos IX, 10). Ora, nós somos membros de Cristo e,

portanto, Sua sorte deve ser a nossa.

Estrutura e normas litúrgicas

a) A oitava da Páscoa é toda de primeira classe, não permitido nenhuma outra festividade: toda a

semana deve apresentar ornamentação festiva.

b) O Tempo Pascal é todo tempo de alegria. Os dias feriais são comuns, de quarta classe.

c) Círio Pascal: permanece em seu candelabro do lado do Evangelho durante todo o Tempo Pascal.

Deve ser aceso nas missas paroquiais e missas cantadas. Pode ser aceso em todas as missas que se

celebram com certa solenidade ou até em todas as santas missas. Acende-se primeiro o círio e

depois as velas do altar; após a Missa é o contrário, o círio é a último a ser apagado.

Celebrações de destaque

a) Domingo de Páscoa e sua Oitava: são os oito dias de maior festa da Igreja.

b) Ladainhas Maiores (25/04): dia de Procissão com o canto da Ladainha de Todos os Santos.

c) Dia do Bom Pastor: é o segundo domingo depois da Páscoa; dia de orações pelas vocações

sacerdotais.

d) Festa de São José Operário (01/05).

e) Ladainhas menores ou Rogações: são celebradas nos três dias que precedem a festa da Ascenção;

procissão com o canto da Ladainha de Todos os Santos.

f) Festa de Nossa Senhora Rainha (31/05): deve-se fazer a consagração ao Imaculado Coração de

Maria, composta pelo Papa Pio XII.

3.2 - Tempo da Ascensão

Page 60: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Espiritualidade

A festa da Ascensão pertence às mais antigas da Igreja. Eusébio (+ 339) chama-a um dia

soleníssimo. A vigília é do século IV. A solenidade de hoje é o complemento dos mistérios de

Nosso Senhor, e é do número das festas instituídas pelos próprios Apóstolos, como diz Santo

Agostinho. Por fim, ela veio santificar mais uma vez a quinta-feira, dia já especial pela instituição

da Eucaristia.

O dia de hoje respira alegria e triunfo. O triunfo de Nosso Senhor é a causa da alegria de Seus

discípulos; por isso diz São Lucas que os discípulos voltaram a Jerusalém “cheios de uma viva

alegria”.

Estrutura e normas litúrgicas

a) São as mesmas normas gerais do Tempo Pascal.

b) Na Santa Missa da Ascensão, após a leitura do Evangelho, apaga-se o círio pascal.

Celebrações de destaque

a) Festa da Ascensão (primeira classe): dia de grande solenidade (ornamentação e música festiva).

b) Novena ao Divino Espírito Santo: começa na sexta-feira, dia seguinte à Ascensão. Aconselha-se

fazer em todas as paróquias.

c) Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: celebra-se em todo o Brasil desde o domingo

depois da Ascensão até o dia de Pentecostes. São dias de orações especiais pela conversão dos

cismáticos e hereges, para que haja "um só rebanho e um só Pastor". Recomenda-se celebrar uma

Missa votiva pela unidade da Igreja.

3.3 - Tempo de Pentecostes: festa e oitava

Espiritualidade

Fundado sobre um passado de quatro mil anos às figuras, o Pentecostes cristão, o verdadeiro

qüinquagésimo, é do número das festas instituídas pelos próprios Apóstolos. É o dia que celebra a

Missão do Divino Espírito Santo, que desceu sobre os Apóstolos no Cenáculo. Sob a ação do

Espírito Santo, celebramos também hoje a promulgação da Igreja, que, com a primeira pregação de

São Pedro, começa sua missão de levar o Evangelho até os confins da Terra.

A Oitava de Pentecostes é, depois da de Páscoa, a mais solene da Igreja. Todos os seus dias são de

primeira classe. Durante toda ela, a Igreja se ocupa em considerar a misteriosa e sublime ação do

Espírito Santo nas almas. As epístolas, tiradas dos Atos do Apóstolos, narram a ação do Espírito nas

comunidades cristãs, quer pela administração do Batismo, quer mesmo de modo visível e com

carismas sobre os fiéis.

Com esta oitava, a sucessiva série dos mistérios e o ciclo móvel da Santa Liturgia chega a seu

termo.

Page 61: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Estrutura e normas litúrgicas

a) A festa e oitava de Pentecostes têm as mesmas características da oitava da Páscoa: são de

primeira classe e não admitem nenhuma outra festividade.

b) Durante toda a semana: ornamentação, órgão e música festivos.

TEMPUS PER ANNUM (depois de Pentecostes)

Espiritualidade

A Santa Liturgia nos introduz agora num período novo, totalmente diverso dos que percorremos até

agora. Toda a série dos divinos mistérios se consumou, e nós ainda não chegamos ao meio do ano.

Esta última parte do ano não está por isso desprovida de símbolos, mas, em lugar de excitar nossa

atenção sobre uma ação que se realiza no tempo, a liturgia nos oferecerá uma sucessão quase que

contínua de episódios variados, uns gloriosos, outros tocantes, trazendo cada um seu elemento

especial para o desenvolvimento dos dogmas da fé, ou para o progresso da vida cristã.

Para bem compreender a intenção e o alcance desta parte do ano litúrgico, é necessário considerar

toda a série dos mistérios que a Igreja celebrou conosco desde o Advento até a Ascenção. Neste

período, através das celebrações, segundo expressão de São Paulo, “Cristo formou-se em nós”

(Gálatas IV, 19).

Mas, a vinda do Espírito Santo era necessária, para crescer a luz, para aquecer nossas almas num

fogo permanente, para considerar e manter em nós a imagem de Cristo. Descendo, este divino

Paráclito deu-se a nós, e Ele quer residir em nossa alma e dominar nossa vida regenerada. Ora, esta

vida que deve correr conforme a de Cristo e sob direção do Espírito Santo, é figurada e expressada

neste tempo depois de Pentecostes.

São dois os objetos que se apresentam a nós durante este período:

a) A Santa Igreja: celebramos a vida da Igreja, que, com o verde da esperança, caminha na Terra

desde Pentecostes até o fim do mundo, continuando a obra de Jesus sob a ação do Espírito Santo.

Sendo este tempo a celebração da vida eclesial, nele abundam as festas dos santos, frutos da

santidade da Esposa de Cristo no mundo.

b) A alma cristã: quanto à alma fiel, cujo destino é como um resumo do da Igreja, sua marcha

durante este novo período deve ser análoga à de nossa mãe comum. Ela deve viver e agir segundo

Cristo, que a ela se uniu na série de seus mistérios, e segundo o Espírito Santo que ela recebeu.

Assim, a alma irá aspirar à consumação n´Aquele que ela conhece, e em cuja possessão entrará por

meio da morte.

Estrutura e normas litúrgicas

a) O tempo durante o ano é o “tempo comum”: não apresenta nenhuma norma litúrgica especial.

b) Os dias feriais são de quarta classe. No Ordo aparece sempre a cor litúrgica do tempo: verde.

Mas, por serem dias de quarta classe, o sacerdote é livre para celebrar missas votivas e, desse modo,

a cor dos paramentos varia conforme a Missa escolhida pelo celebrante.

Page 62: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Celebrações de destaque

É bom lembrar sempre o princípio de destacar as festas segundo sua classe, através da

ornamentação e da música. Assim, as de primeira classe devem contar, sempre que possível, de

ornamentação e hinos festivos.

1. Festas do Senhor

a) Festa da Santíssima Trindade: primeiro domingo depois de Pentecostes (primeira classe).

b) Festa de Corpus Christi: quinta-feira após o primeiro domingo depois de Pentecostes (primeira

classe). Quando a procissão é feita logo após a Santa Missa, deve-se consagrar na hora da

celebração a Hóstia que será levada.

c) Festa do Sagrado Coração de Jesus: sexta-feira após a oitava de Corpus Christi (primeira

classe). É interessante ornamentar um trono para a imagem do Sagrado Coração. Diante do

Santíssimo Sacramento exposto deve-se renovar o Ato de Consagração ao Coração de Jesus (Papa

Pio XI).

d) Festa do Preciosíssimo Sangue de Jesus: 01/07 (primeira classe).

e) Festa da Transfiguração de Jesus (Santíssimo Salvador; Senhor Bom Jesus): 06/08 (segunda

classe).

f) Festa da Exaltação da Santa Cruz: 17/09 (segunda classe).

g) Festa de Cristo Rei: último domingo de outubro (primeira classe). Diante do Santíssimo exposto

deve-se renovar o Ato de Consagração ao Coração de Jesus (Papa Pio XI).

h) Dedicação da Arquibasílica do Santíssimo Salvador (São João de Latrão, em Roma): 09/11

(segunda classe).

2. Festas de Nossa Senhora

a) Visitação de Nossa Senhora: 02/07 (segunda classe).

b) Assunção de Nossa Senhora: 15/08 (primeira classe). É a principal festa mariana do ano.

c) Imaculado Coração de Maria: 22/08 (segunda classe). Nesse dia renova-se a Consagração ao

Imaculado Coração de Maria (Papa Pio XII).

d) Natividade Nossa Senhora: 08/09 (segunda classe).

e) Nossa Senhora das Dores: 15/09 (segunda classe).

f) Nossa Senhora do Rosário: 07/10 (segunda classe).

g) Maternidade de Nossa Senhora: 11/10 (segunda classe).

Page 63: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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h) Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil: 12/10 (primeira classe).

3. Festas dos Santos

a) Natividade de São João Batista: 24/06 (primeira classe).

b) São Pedro e São Paulo: 29/06 (primeira classe). Neste dia (ou no domingo seguinte) celebra-se o

“dia do Papa”, com a tradicional coleta do Óbulo de São Pedro.

c) São Miguel Arcanjo: 29/08 (primeira classe).

d) Todos os Santos: 01/11 (primeira classe).

4. Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos – 02/11

A Igreja não se esquece dos seus filhos que estão sofrendo a dura purificação do Purgatório. Assim,

ela reserva um dia especial em seu calendário para rezar por essas almas, é o dia 2 de novembro.

Neste dia é tão grande o desejo da Igreja de aliviar as penas de seus filhos padecentes, que a liturgia

permite a todos os sacerdotes celebrar três missas, e todo o Ofício Divino recebe uma ordenação

especial para sufragar as almas.

Bibliografia

Congregazione per il Culto Divino - Direttorio su Pietà Popolare e Liturgia (Vaticano, 2002).

Guéranger OSB, Prosper - L´Anné Liturgique.

Missale Romanum - Rubricae Generales.

Page 64: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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ORDO MISSÆ

Page 65: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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ASPERSÃO

Aos domingos, o celebrante, antes da Missa paroquial, benze a água e asperge os fiéis, a fim de os preparar deste

modo para assistirem dignamente ao Santo sacrifício.

Durante o ano:

Antífona:

Aspergir-me-eis, Senhor, com o hissope e serei

limpo. Lavar-me-eis e ficarei mais alvo que a

neve. Sl. Tende compaixão de mim, Senhor,

segundo a Vossa grande misericórdia.

Asperges me, Domine, hyssopo, et

mundábor: lavábis me, et super nivem

dealdabor. Ps. Miserere mei, secundum

magnam misericórdiam tuam.

V. Glória ao Pai... Aspergir... V. Glória Patri. Asperges...

No Tempo Pascal:

Eu vi água jorrando do templo pelo lado

direito, alleluia; todos aqueles que a água

tocava obtinham a salvação e exclamavam:

alleluia.

Vidi aquam egredientem de templo, a

latere dextro, alleluia: et omnes, ad quos

pervenit aqua ista, salvi facti sunt, et dicent,

alleluia, alleluia.

Acabada a aspersão, o celebrante, tendo chegado ao altar, diz:

V. Mostrai-nos, Senhor, a Vossa misericórdia

(T.P. Aleluia).

V. Ostende nobis, Domine, misericórdiam

tuam (T.P. Allelúja).

R. E dai-nos a Vossa salvação (T.P. Aleluia) R. Et salutáre tuum da nobis (T.P. Allelúja)

V. Senhor, escutai a minha oração. V. Domine, exáudi orationem meam.

R. E fazei que subas até Vós o meu clamor. R. Et clamor meus ad te véniat.

V. O Senhor seja convosco. V...Dominus.vobiscum.

R. E com o vosso espírito R. Et cum spíritu tuo.

Oremos. Ouvi-nos, Senhor Santo, Pai

omnipotente e Deus eterno, e dignai-vos

mandar lá do céu o Vosso Anjo Santo que

guarde, proteja, favoreça, visite e defenda

todos os que habitam neta casa. Por Jesus

Cristo Nosso Senhor.

Oremus. Exáudi nos, Domine sancte,

Pater omnipotens, aeterne Deus: et mítere

dignéris sanctum Angelum tuum de caelis,

qui custodiat, fóveat, prótegat, vísitet atque

deféndat omnes habitantes in hoc habitáculo.

Per Christum, Dóminum nostrum.

R. Amém. R. Amem.

Page 66: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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PREPARAÇÃO

Orações ao pé do altar

De pé, diante dos degraus do altar, o celebrante começa a Missa, fazendo o sinal da cruz:

EM nome do a Pai, e do Filho, e do Espírito.

Amém.

IN nomine Patris, a et Filii, et Spiritus Sancti.

Amen.

Antífona.

V. Subirei ao altar de Deus. V. Introibo ad altare Dei.

R. Ao Deus que é a minha alegria. R. Ad Deum qui lætificat juventutem meam.

Salmo 42 (este salmo omite-se nas Missas de Defuntos e do Tempo da Paixão)

Julgai-me, ó Deus, e separai a minha causa da

causa da gente ímpia. Livrai-me do homem

injusto e enganador.

JUDICA me, Deus, et discerne causam meam

de gente non sancta: ab homine iniquo et

doloso erue me.

R. Pois vós, ó meu Deus, sois a minha força.

Por que me repelis? Por que ando eu triste,

quando me aflige o inimigo?

R. Quia tu es, Deus, fortitudo mea: quare me

repulisti, et quare tristis incedo, dum affligit me

inimicus?

V. Enviai-me a vossa luz e a vossa verdade.

Elas me guiarão e hão de conduzir-me a vossa

montanha santa, ao lugar onde habitais.

V. Emitte lucem tuam et veritatem tuam: ipsa

me deduxerunt et adduxerunt in montem

sanctum tuum, et in tabernacula tua.

R. Entrarei ao altar de Deus, ao Deus que é a

minha alegria.

R. Et introibo ad altare Dei: ad Deum qui

lætificat juventutem meam

V. Louvar-vos-ei ó Deus, Deus meu, ao som

da harpa. Por que estais triste, ó minha alma?

E por que me inquietas?

V. Confitebor tibi in cithara Deus, Deus meus:

quare tristis es anima mea, et quare conturbas

me?

R. Espera em Deus, porque ainda o louvarei

como meu Salvador e meu Deus.

R. Spera in Deo, quoniam adhuc confitebor illi:

salutare vultus mei, et Deus meus

V. Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito

Santo.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.

R. Assim como era no princípio, agora e

sempre, e por todos os séculos dos séculos.

Amém.

R.. Sicut erat in principo, et nunc, et semper: et

in sæcula sæculorum. Amen.

Repete a Antífona:

V. Entrarei ao altar de Deus. V. Introibo ad altare Dei.

R. Ao Deus que é a minha alegria. R. Ad Deum qui lætificat juventutem meam.

V. O nosso a auxílio está em nome do

Senhor.

V. Adjutorium a nostrum in nomine Domine.

R. Que fez o Céu e a Terra. R. Qui fecit caelum et terram.

Profundamente inclinado, o celebrante diz o Confiteor, e depois dele, os assistentes.

Eu pecador me confesso, etc. Confiteor Deo omnipotenti, etc.

R. Que Deus onipotente se compadeça de

vós, perdoe os vossos pecados e vos conduza

à vida eterna.

R. Misereatur tui omnipotens Deus, et dimissis

peccatis tuis, perducat te ad vitam æternam.

V. Amen V. Amen

Page 67: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Os assistentes dizem o Confiteor:

Eu pecador me confesso a Deus todo-

poderoso,à bem-aventurada sempre Virgem

Maria, ao bem-aventurado são Miguel

Arcanjo, ao bem-aventurado são João Batista,

aos santos apóstolos são Pedro e são Paulo, a

todos os Santos, e a vós irmãos, que pequei

muitas vezes, por pensamentos, palavras,

obras e omissões, por minha culpa, minha

culpa, minha máxima culpa. Portanto, rogo à

bem-aventurada Virgem Maria, ao bem-

aventurado são Miguel Arcanjo, ao bem-

aventurado são João Batista, aos santos

apóstolos são Pedro e são Paulo, a todos os

Santos, e a vós irmãos, que rogueis por mim a

Deus Nosso Senhor.

Confiteor Deo omnipotenti, beatæ Mariæ

semper Virgini, beato Michæli Archangelo,

beato Joanni Baptistæ, sanctis Apostolis Petro

et Paulo, omnibus Sanctis, et tibi, pater: quia

peccavi nimis cogitatione, verbo, et opere:

percutiunt sibi pectus ter, dicentes: mea culpa,

mea culpa, mea maxima culpa. Ideo precor

beatam Mariam semper Virginem, beatum

Michælem Archangelum, beatum Joannem

Baptistam, sanctos Apostolos Petrum et

Paulum, omnes Sanctos, et te, pater, orare pro

me ad Dominum Deum nostrum.

Celebrante:

V. Que Deus onipotente se compadeça de

vós, e perdoando os vossos pecados, vos

conduza à vida eterna.

V. Misereatur vestri omnipotens Deus, et

dimissis peccatis vestris, perducat vos ad vitam

æternam.

R. Amém. R. Amen.

Fazendo o sinal da cruz, o celebrante diz:

V.Indulgência aabsolvição, e remissão dos

nossos pecados, conceda-nos o Senhor

onipotente e misericordioso.

V. Indulgentiam a absolutionem, et

remissionem peccatorum nostrorum, tribuat

nobis omnipotens et misericors Dominus:

R. Amém. R. Amen.

O celebrante, inclinado, diz:

V. Ó Deus, voltando-vos para nós nos dareis

a vida.

V. Deus, tu conversus vivificabis nos.

R. E o vosso povo se alegrará em vós. R. Et plebs tua lætabitur in te.

V.Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia. V. Ostende nobis Domine, misericordiam tuam

R. E dai-nos a vossa salvação. R. Et salutare tuum da nobis.

V.Ouvi, Senhor, a minha oração. V. Domine, exuadi orationem meam.

R. E chegue até vós o meu clamor. R. Et clamor meus ad te veniat.

V. O Senhor seja convosco. V. Dominus vobiscum.

R. E com o vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

O celebrante sobe ao altar, dizendo:

Oremos.

Pedimos-vos, Senhor, afasteis de nós as

nossas iniquidades, para que, com almas

puras, mereçamos entrar no Santo dos Santos.

Por Cristo Jesus Nosso Senhor. Amém

Oremus.

Aufer a nobis, quæsumus, Domine, iniquitates

nostras: ut ad Sancta sanctorum puris

mereamur mentibus introire. Per Christum

Dominum nostrum. Amen.

O celebrante beija o altar, e inclinado, diz a seguinte oração:

Nós vos suplicamos, Senhor, pelos méritos de

vossos santos, (beijando o centro do altar)

cujas relíquias aqui se encontram, e de todos

os demais santos, vos digneis perdoar todos

os nossos pecados. Amém.

Oramus te, Domine, per merita Sanctorum

tuorum, quorum reliquiæ hic sunt, et omnium

Sanctorum: ut indulgere digneris omnia peccata

mea. Amen.

Page 68: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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PRIMEIRA PARTE: ANTE-MISSA

Nas Missas solenes, incensa-se o altar.

O celebrante vai para o lado da Epístola, e lê o Introito.

Canto solene de entrada, o Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Às primeiras palavras, todos se benzem, ao mesmo tempo que o celebrante.

INTRÓITO

[ver Missa do dia]

KYRIE ELEISON

O celebrante, no meio do altar, diz, alternadamente com os assistentes:

Senhor, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós

Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Kyrie eleison.

R. Kyrie eleison.

Kyrie eleison.

R. Christe eleison.

Christe eleison.

R. Christe eleison.

Kyrie eleison.

R. Kyrie eleison.

Kyrie eleison.

GLORIA IN EXCELSIS

Canto de alegria, o Gloria in excelsis só se diz nas missas de caráter festivo:

Domingos (fora do Advento, Septuagésima e Quaresma), Tempos do Natal, Tempo Pascal, festas

de Nosso Senhor, da Santíssima Virgem, dos Anjos e dos Santos, e Missas votivas solenes.

Omite-se em todas as outras Missas.

GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS!

E paz na terra aos homens de boa vontade.

Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai

onipotente.

Nós vos louvamos.

Nós vos bendizemos.

Nós vos adoramos.

Nós vos glorificamos.

Nós vos damos graças, por vossa imensa

glória.

Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito. Senhor

Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai.

Vós que tirais o pecado do mundo, tende

piedade de nós.

Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a

nossa súplica.

Vós que estais à direita do Pai, tende piedade

de nós.

Só vós sois Santo.

Só vós sois o Senhor.

Só vós o Altíssimo, Jesus Cristo.

Com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai.

Amém.

GLORIA IN EXCELSIS DEO.

Et in terra pax hominibus bonæ voluntatis.

Laudamus te.

Benedicimus te.

Adoramus te.

Glorificamus te.

Gratias agimus tibi propter magnam gloriam

tuam.

Domine Deus, Rex coelestis, Deus Pater

omnipotens.

Domine Fili unigenite, Jesu Christe. Domine

Deus, Agnus Dei, Filius Patris.

Qui tollis peccata mundi, miserere nobis.

Qui tollis peccata mundi, suscipe

deprecationem nostram.

Qui sedes ad dexteram Patris,

miserere nobis.

Quoniam tu solus Sanctus.

Tu solus Dominus.

Tu solus Altissimus, Jesu Christe.

Cum Sancto Spiritu a in gloria Dei Patris.

Amen.

Page 69: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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O celebrante beija o altar, volta-se ao povo e diz:

V. O Senhor seja convosco. V. Dominus vobiscum.

R. E com vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

Oremos. Oremus.

COLETA

O celebrante, diante do missal, recita a COLETA.

Breve oração que resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembléia,

votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.

[ Ver Missa do dia]

Conclusão:

...por todos os séculos dos séculos.

R. Amém.

...per ómnia saéculua saeculorum.

R. Amen

EPÍSTOLA

Nas Missas solenes, a Epístola é cantada pelo subdiácono.

Nas outras é lida pelo celebrante, em voz alta.

[Ver Missa do dia]

No fim, os assistentes respondem:

R. Demos graças a Deus! R. Deo Grátias!

GRADUAL, ALELUIA, TRACTO

No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.

No Tempo Pascal, omite-se o Gradual, e dizem-se dois Alleluia.

[Ver Missa do dia]

EVANGELHO

O celebrante, ao meio do altar, profundamente inclinado, diz:

Purificai-me, Deus onipotente, o coração e os

lábios, Vós que purificastes os lábios do

profeta Isaías com um carvão em brasa; pela

vossa misericordiosa bondade, dignai-Vos

purificar-me, de vosso santo Evangelho.

Munda cor meum ac lábia mea, omnípotens

Deus, qui lábia Isaíae prophétae cálculo

mundásti igníto: ita me tua grata miserratióne

dignáre mundáre, ut sanctum evangélium tuum

digne váleam nuntiáre. Per Christum Dómine

nostrum. Amem.

Dignai-Vos, Senhor, abençoar-me.

R.Esteja o Senhor no meu coração e nos meus

lábios, para digna e competentemente

proclamar o seu Evangelho. Ámem.

Jube, Dómine, bene, benedicere.

R.Dominus sit in corde meo et in labiis meis: ut

digne et competenter annuntiem evangelium

suum. Amen.

Passa para o lado esquerdo do altar, e lê ou canta o Evangelho.

Nas Missas solenes, o Evangelho é cantado pelo diácono, o qual, antes disso, diz, de joelhos:

Munda cor meum, etc., e em seguida pede a benção ao celebrante:

Purificai-me, etc.

V. Dai-me, senhor, a vossa benção.

R. Esteja o Senhor no teu coração e nos teus

lábios, para digna e competentemente

proclamares o seu Evangelho. Em nome do

Pai e do Filhoa e do Espírito Santo. Ámem.

V. Jube, domne, benedícere.

R. Dominus sit in corde tuo, et in lábiis tuis, ut

digne et competénter annúnties evangélium

suum: in nómine Patris, et Fílii, aet Spíritus

Sanctis. Amen.

Page 70: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

70

Toda a assistência está de pé. Às primeiras palavras - Sequentia, etc. faz-se o sinal da cruz na testa, na boca e no peito.

Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a Leitura ou o canto do

Evangelho, que nos recorda sempre um episódio da vida ou um ponto de doutrina do Salvador, rodeia-se de certa

solenidade. A assembléia conserva-se de pé, por veneração e respeito para com a palavra de Deus. Nas Missas

solenes organiza-se uma pequena procissão. Incensa-se o Livro dos Evangelhos e acompanha-se com círios acesos.

V. O Senhor seja convosco V. Dominus vobiscum.

R. E com vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

Continuação do santo Evangelho a de Nosso

Senhor Jesus Cristo, segundo NN.

SEQUENTIA sancti Evangelii asecundum

NN.

No fim, os assistentes respondem:

R. Glória a Vós Senhor. R. Glória tibi, Domine.

[Ver Evangelho do dia]

No fim, responde-se:

R. Louvor a vós ó Cristo. R. Laus tibi, Christe

O celebrante beija o sagrado texto, dizendo:

Por este santo Evangelho proclamado, sejam

perdoados os nossos pecados.

Per evangelica dicta deleantur nostra delicta.

CREDO

O celebrante vai ao meio do altar e diz o Credo. Este só se diz aos domingos, nas festas de 1ª

classe, nas festas de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, nas festas natalícias (nascimento para o

céu) dos Aóstolos e Evangelistas, dos Doutores da Igreja e nas missas votivas solenes.

CREIO em um só Deus, Pai onipotente,

criador do céu e da terra, de todas as coisas

visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor,

Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus ,nascido

do Pai, antes de todos os séculos: Deus de

Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus

verdadeiro. Gerado, não criado,

consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas

foram feitas. Ele, por amor de nós, e para

nossa salvação, desceu dos céus; e (todos se

ajoelham) SE ENCARNOU POR OBRA DO

ESPÍRITO SANTO, EM MARIA VIRGEM,

E SE FEZ HOMEM. Também por amor de

nós foi crucificado, sob Pôncio Pilatos;

padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao

terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu

aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há de vir, em sua glória, para julgar

os vivos e os mortos; E o seu reino não terá

fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a

vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai

e o Filho é igualmente adorado e glorificado:

ele o que falou pelos profetas. Creio na Igreja,

una, santa, católica e apostólica. Professo um

só Batismo, para a remissão dos pecados. E

espero a ressurreição dos mortos e a vida ado

mundo que há de vir. Amém

CREDO in unum Deum, Patrem

omnipotentem, factorem coeli et terræ,

visibilium omnium et invisibilium. Et in unum

Dominum Jesum Christum, Filium Dei

unigenitum. Et ex Patre natum ante omnia

sæcula. Deum de Deo, lumen de lumine, Deum

verum de Deo vero. Genitum, non factum,

consubstantialem Patri: per quem omnia facta

sunt. Qui propter nos homines, et propter

nostram salutem descendit de coelis. Hic

genuflectitur ET INCARNATUS EST DE

SPIRITU SANCTO EX MARIA VIRGINE:

ET HOMO FACTUS EST. Crucifixus etiam

pro nobis; sub Pontio Pilato passus, et sepultus

est. Et resurrexit tertia die, secundum

Scripturas. Et ascendit in coelum: sedet ad

desteram Patris. Et iterum venturus est cum

gloria judicare vivos et mortuos: cujus regni

non erit finis. Et in Spiritum Sanctum,

Dominum et vivificantem: qui ex Patre,

Filioque procedit. Qui cum Patre, et Filio simul

adoratur et conglorificatur: qui locutus est per

Prophetas. Et unam, sanctam, catholicam et

apostolicam Ecclesiam. Confiteor unum

baptisma in remissionem peccatorum. Et

exspecto resurrectionem mortuorum. Et vitam

aventuri sæculi. Amen.

Page 71: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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SEGUNDA PARTE: SACRIFÍCIO

OFERTÓRIO

Preparação para o Sacrifício

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

O celebrante oscula o altar e volta-se ao povo com esta saudação:

V. O Senhor seja convosco. V. Dominus vobiscum.

R. E com vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

OREMOS: Nas Missas solenes, enquanto o coro canta a antífona do Ofertório, o subdiácono leva para o altar o cálix e a patena

com a hóstia, que o diácono apresenta ao celebrante. O acólito leva as galhetas com o vinho e a água.

[Ver Missa do dia]

Ofertório do Pão e do Vinho.

O celebrante oferece o pão e coloca-o na patena. Coloquemos também na patena, hóstias

pequenas à beira da grande, ofereçamo-nos com ela ao Senhor.

Oferecimento do pão:

Recebei, santo Pai, onipotente e eterno Deus,

esta hóstia imaculada, que eu vosso indigno

servo, vos ofereço, ó meu Deus, vivo e

verdadeiro, por meus inumeráveis pecados,

ofensas, e negligências, por todos os que

circundam este altar, e por todos os fiéis

vivos e falecidos, afim de que, a mim e a eles,

este sacrifício aproveite para a salvação na

vida eterna. Amém

Suscipe, sancte Pater, omnipotens æterne Deus,

hanc immaculatam hostiam, quam ego indignus

famulus tuus offero tibi, Deo meo vivo et vero,

pro innumerabilibus peccatis, et offensionibus,

et negligentiis meis, et pro omnibus

circumstantibus, sed et pro omnibus fidelibus

Christianis vivis atque defunctis: ut mihi, et

illis proficiat ad salutem in vitam æternam.

Amen.

Ao lado direito do altar, o celebrante deita vinho no cálix,

a que mistura umas gotas de água, dizendo a seguinte oração:

Ó Deus, aque maravilhosamente criastes em

sua dignidade a natureza humana e mais

prodigiosamente ainda a restaurastes,

concedei-nos, que pelo mistério desta água e

deste vinho, sermos participantes da

divindade daquele que se dignou revestir-se

de nossa humanidade, Jesus Cristo, vosso

Filho e Senhor Nosso, que sendo Deus

convosco vive e reina em união com o

Espírito Santo, por todos os séculos dos

séculos. Amém.

Deus, aqui humanæ substantiæ dignitatem

mirabiliter condidisti, et mirabilius reformasti:

da nobis per hujus aquæ et vini mysterium, ejus

divinitatis esse consortes, qui humanitatis

nostræ fieri dignatus est particeps, Jesus

Christus Filius tuus Dominus noster: Qui tecum

vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus:

per omnia sæcula sæculorum. Amen.

No meio do altar, o celebrante faz o oferecimento do cálix:

Nós vos oferecemos Senhor, o cálice da

salvação, suplicando a vossa clemência. Que

ele suba qual suave incenso à presença de

vossa divina majestade, para salvação nossa e

de todo o mundo. Amém.

Offerimus tibi, Domine, calicem salutaris, tuam

deprecantes clementiam: ut in conspectu

divinæ maiestatis tuæ, pro nostra et totius

mundi salute, cum odore suavitatis ascendat.

Amen.

Depois, inclinando-se diz:

Em espírito de humildade e coração contrito,

sejamos por vós acolhidos, Senhor. E assim

se faça hoje este nosso sacrifício em vossa

presença, de modo que vos seja agradável, ó

Senhor Nosso Deus.

In spiritu humilitatis et in animo contrito

suscipiamur a te, Domine: et sic fiat sacrificum

nostrum in conspectu tuo hodie, ut placeat tibi,

Domine Deus.

Page 72: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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Invocação do Espírito Santo:

Vinde, ó Santificador, onipotente e eterno

Deus e, abençoai a este sacrifício preparado

para glorificar o vosso santo nome .

Veni, Sanctificator, omnipotens æterne Deus:

et bene a dic hoc sacrificum, tuo sancto nomini

præparatum.

INCENSAÇÃO

Segue-se, nas Missas solenes, o rito da incensão.

São incensadas primeiro as oblatas, depois a cruz, o altar, celebrante, ministros e fiéis.

BENÇÃO DO INCENSO:

Pela intercessão do bem-aventurado são

Miguel Arcanjo, que está à direita do altar do

incenso, e de todos os seus eleitos, digne-se o

Senhor abençoar a este incenso, e recebê-lo

qual suave perfume. Por Jesus Cristo, Nosso

Senhor. Amém,

Per intercessionem beati Michaëlis archangeli,

stantis a dextris altaris incensi, et omnium

electorum suorum, incensum istud dignetur

Dominus bene a dicere, et in odorem suavitatis

accipere. Per Christum Dominum nostrum.

Amen

O celebrante incensa primeiro as oblatas:

Que este incenso, por vós abençoado, se eleve

até vós, e desça sobre nós a vossa

misericórdia.

Incensum istud, a te benedictum, ascendat ad

te, Domine, et descendat super nos misericordia

tua.

Em seguida incensa a cruz e o altar, dizendo entretanto

os seguintes versículos, tirados do Salmo 140:

Suba como incenso até vós, Senhor, a minha

oração; e como o sacrifício vespertino, seja a

elevação das minhas mãos. Colocai Senhor

uma guarda à minha boca, e uma sentinela à

porta de meus lábios, para que meu coração

não se deixe arrastar por palavras de maldade,

procurando pretextos para pecar.

Dirigatur, Domine, oratio mea, sicut incensum

in conspectu tuo: elevatio manuum mearum

sacrificium vespertinum. Pone, Domine,

custodiam ori meo, et ostium circumstantiæ

labiis meis: ut non declinet cor meum in verba

malitiæ, ad excusandas excusationes in

peccatis.

O celebrante entrega o turíbulo ao diácono, dizendo:

Acenda o Senhor em nós o fogo do seu amor

e a chama de sua eterna caridade. Amém

Accendat in nobis Dominus ignem sui amoris,

et flammam æterne caritatis. Amen. O diácono incensa o celebrante, e depois o clero. Nas Missas de defuntos, é incensado só o celebrante.

LAVABO

O celebrante vai à direita do altar e lava as mãos,

dizendo entretanto os seguintes versículos do salmo 25:

Lavo as minhas mãos entre os inocentes, e me

aproximo do vosso altar, ó Senhor, para ouvir

o cântico dos vossos louvores, e proclamar

todas as vossas maravilhas. Eu amo, Senhor,

a beleza da vossa casa, e o lugar onde reside a

vossa glória. Não me deixeis, ó Deus, perder

a minha alma com os ímpios, nem a minha

vida com os sanguinários. Em suas mãos se

encontram iniquidades, sua direita está cheia

de dádivas. Eu porém, tenho andado na

inocência. Livrai-me, pois, e tende piedade de

mim. Meus pés estão firmes no caminho reto.

Eu te bendigo, Senhor, nas assembléias dos

justos. Glória ao Pai...

Lavabo inter innocentes manus meas: et

circumdabo altare tuum, Domine. Ut audiam

vocem laudis: et enarrem universa mirabila tua.

Domine, dilexi decorem domus tuæ: et locum

habitationis gloriæ tuæ. Ne perdas cum impiis,

Deus, animam meam: et cum viris sanguinum

vitam meam. In quorum manibus iniquitates

sunt: dextera eorum repleta est muneribus. Ego

autem in innocentia mea ingressus sum: redime

me, et miserere mei. Pes meus stetit in directo:

in ecclesiis benedicam te, Domine. Gloria Patri,

et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in

principio, et nunc, et semper: et in sæcula

sæculorum. Amen.

Nas Missas de defuntos e do Tempo da Paixão omite-se o Gloria Patri.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

73

Oração à Santíssima Trindade

Inclinado, ao meio do altar, o celebrante diz:

Recebei, ó Trindade Santíssima, esta oblação,

que vos oferecemos em memória da Paixão,

Ressurreição e Ascensão de Nosso Senhor

Jesus Cristo, e em honra da bem-aventurada e

sempre Virgem Maria, de são João Batista,

dos santos apóstolos Pedro e Paulo, e de

todos os Santos; para que, a eles sirva de

honra e a nós de salvação, e eles se dignem

interceder no céu por nós que na terra

celebramos sua memória. Pelo mesmo Cristo,

Senhor Nosso. Amém.

Suscipe, sancta Trinitas, hanc oblationem,

quam tibi offerimus ob memoriam passionis,

resurrectionis, et ascensionis Jesu Christi,

Domini nostri, et in honorem beatæ Mariæ

semper Virginis, et beati Ioannis Baptistæ, et

sanctorum apostolorum Petri et Pauli, et

istorum, et omnium sanctorum: ut illis proficiat

ad honorem, nobis autem ad salutem: et illi pro

nobis intercedere dignentur in cælis, quorum

memoriam agimus in terris. Per eumdem

Christum Dominum nostrum. Amen.

Voltando-se para a assistência, o celebrante convida-a a orar com ele:

Orate Frates e Secreta

O celebrante volta-se para os fiéis e convida-os a que orem com ele

para que Deus Se digne aceitar-lhes o sacrifício comum:

Orai irmãos, para que este sacrifício, que

também é vosso, seja aceito e agradável a

Deus Pai Onipotente

Orate fratres, ut meum ac vestrum sacrificium

acceptabile fiat apud Deum Patrem

omnipotentem.

Resposta da assistência:

R. Receba, o Senhor, de vossas mãos este

sacrifício, para louvor e glória de seu nome,

para nosso bem e de toda a sua santa Igreja.

R. Suscipiat Dominus sacrificium de manibus

tuis ad laudem et gloriam nominis sui, ad

utilitatem quoque nostram, totiusque Ecclesiæ

suæ sanctæ.

Amém Amem

Em seguida lê a Secreta. À Secreta principal, podem, em certas Missas,

ajuntar-se outras, em número igual e segundo as mesmas regras da Colecta.

SECRETA

[Ver Missa do dia] A Secreta diz-se, como o nome indica, em secreto. No entanto, para que os fiéis possam corroborar com um

amém toda a ação do ofertório que terminou, o celebrante conclui em voz alta:

...Por todos os séculos dos séculos. ...Per omnia sæcula sæculorum.

R. Amém. R. Amen.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

74

CÂNON MISSÆ

Oblação do Sacrifício

O Cânon constitui a parte central da Missa. Com o Prefácio, começa a grande prece eucarística, a

solene oração sacerdotal da Igreja e oblação propriamente dita do Sacrifício. Curto diálogo

introdutório entre o celebrante e a assembléia desperta nas almas os sentimentos de ação de

graças que convêm à celebração dos santos mistérios.

V. O Senhor seja convosco. V Dominus vobiscum.

R. E com o vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

V. Para o alto os corações. V Sursum corda.

R. Já os temos para o Senhor R. Habemus ad Dominum.

V. Demos graças ao Senhor, nosso Deus. V. Gratias agamus Domino Deo nostro

R. É digno e justo. R. Dignum et justum est.

PREFÁCIO COMUM

Este prefácio diz-se sempre que a Missa o não tiver próprio.

Verdadeiramente é digno e justo, razoável e

salutar, que, sempre e em todo lugar vos

demos graças, ó Senhor santo, Pai onipotente,

eterno Deus, por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

É por ele que os Anjos louvam a vossa

Majestade, as Dominações a adoram, tremem

as Potestades. Os céus, as virtudes dos céus, e

os bem- aventurados Serafins a celebram com

recíproca alegria. Aos seus cânticos, vo-lo

pedimos, deixai que se unam nossas vozes,

para cantarmos em súplice louvor:

Vere dignum et justum est, aequum et salutare,

nos tibi semper, et ubique gratias agere:

Domine sancte, Pater omniopetens, aeterne

Deus. Per Christum Dominum nostrum, per

quem majestatem tuam laudant angeli, adorant

dominationes, tremunt potestates; coeli

coelorumque virtutes, ac beata seraphim, socia

exsultatione concelebrant: cum quibus et

nostras voces ut admitti jubeas deprecamur,

supplici confessione dicentes:

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do

universo.

O Céu e a Terra proclamam a vossa glória .

Hosana nas alturas.

Bendito o que vem em nome do Senhor.

Hosana nas alturas!

Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus

Sabaoth.

Pleni sunt cæli et terra gloria tua. Hosanna in

excelsis.

Benedictus qui venit in nomine Domini.

Hosanna in excelsis.

Continuação do Cânon

O celebrante, profundamente inclinado, beija o altar e continua a grande oração sacerdotal.

A vós, Pai clementíssimo, por Jesus Cristo

vosso Filho e Senhor nosso, humildemente

rogamos e pedimos aceiteis e abençoeis estes

dons, estas dádivas, estas santas oferendas

ilibadas.

Te igitur, clementissime Pater, per Jesum

Christum Filium tuum, Dominum nostrum,

supplices rogamus ac petimus, uti accepta

habeas, et benedicas, hæc a dona, hæc a

munera, hæc sancta a sacrificia.illibata;

Oração por toda a Igreja, em especial pela hierarquia:

Nós Vo-los oferecemos, em primeiro lugar,

pela vossa santa Igreja católica, à qual vos

dignai conceder a paz, proteger, conservar na

unidade e governar, através do mundo inteiro,

e tamém pelo vosso servo o nosso Papa...,

pelo nosso Bispo..., e por todos os (bispos)

ortodoxos, aos quais incumbe a guarda da fé

católica e apostólica.

In primis, quae tibi offérimus pro Ecclésia tua

sancta cathólica: quam pacificáre, custódire,

adunáre et régere dignéris toto orbe terrárum:

una cum fámulo tuo Papa nostro N. et Antístite

nostro N. et ómnibus orthodoxis, atque

cathólicae et apostólicae fídei cultóribus.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

75

Memento dos vivos

Lembrai-vos, Senhor, de vossos servos e

servas NN., e de todos os que aqui estão

presentes, cuja fé e devoção conheceis, e

pelos quais vos oferecemos, ou eles vos

oferecem, este sacrifício de louvor, por si e

por todos os seus, pela redenção de suas

almas, pela esperança de sua salvação e de

sua conservação, e consagram suas dádivas a

vós, o Deus eterno, vivo e verdadeiro.

Memento, Domine, famulorum, famularumque

tuarum N. et N. et omnium circumstantium,

quorum tibi fides cognita est, et nota devotio,

pro quibus tibi offerimus: vel qui tibi offerunt

hoc sacrificium laudis pro se, suisque omnibus:

pro redemptione animarum suarum, pro spe

salutis, et incolumitatis suæ: tibique reddunt

vota sua æterno Deo, vivo et vero.

Memória dos Santos

Unidos na mesma comunhão , veneramos

primeiramente a memória da gloriosa e

sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e Senhor

Nosso Jesus Cristo,*a dos vossos bem-

aventurados Apóstolos e Mártires: Pedro e

Paulo, André, Tiago, João e Tomé, Tiago,

Filipe, Bartolomeu, Mateus, Simão e Tadeu,

Lino, Cleto, Clemente, Xisto, Cornélio,

Cipriano, Lourenço, Crisógono, João e Paulo,

Cosme e Damião, e a de todos os vossos

santos. Por seus méritos e preces, concedei-

nos, sejamos sempre fortalecidos com o

socorro de vossa proteção. Pelo mesmo

Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Communicantes, et memoriam venerantes, in

primis gloriosæ semper Virginis Mariæ,

Genitricis Dei et Domini nostri Jesu Christi: *

sed et beatorum Apostolorum ac Martyrum

tuorum, Petri et Pauli, Andreæ, Jacobi, Joannis,

Thomæ, Jacobi, Philippi, Bartholomæi,

Matthæi, Simonis, et Thaddæi, Lini, Cleti,

Clementis, Xysti, Cornelii, Cypriani, Laurentii,

Chrysógoni,Joannis et Pauli, Cosmæ et

Damiani, et omnium Sanctorum tuorum;

quorum meritis precibusque concedas, ut in

omnibus protectionis tuæ muniamur auxilio.

Per eundem Christum Dominum nostrum.

Amen.

Estendendo as mãos sobre as oblatas, o celebrante diz:

Por isso, vos rogamos, Senhor, aceiteis

favoravelmente a homenagem de servidão

que nós e toda a vossa Igreja vos prestamos,

firmai os nossos dias em vossa paz, arrancai-

nos da condenação eterna, e colocai-nos entre

os vossos eleitos. Por Jesus Cristo, Senhor

Nosso. Amém.

Hanc igitur oblationem servitutis nostræ, sed et

cunctæ familiæ tuæ, quæsumus, Domine, ut

placatus accipias: diesque nostros in tua pace

disponas, atque ab æterna damnatione nos eripi,

et in electorum tuorum jubeas grege numerari.

Per Christum Dominum nostrum. Amen.

Da Vigília pascal ao sábado “in albis”

e desde a Vigília do Pentecostes até ao sábado seguinte, diz-se:

Por esta oblação que vos oferecemos também

por aqueles que dignastes regenerar pela água

e pelo Espírito Santo, dando-lhes a remissão

de todos os pecados.

Hanc igitur oblationem servitutis nostræ, sed et

cunctæ familiæ tuæ, quam tibi offerimus pro

his quoque, quos regenerare dignatus es ex

aqua et Spiritu Sancto, tribuens eis

remissionem omnium peccatorum:

O celebrante abençoa as oblatas dizendo:

Nós vos pedimos, ó Deus, que esta oferta seja

por vós em tudo, abenaçoada, aproavada,

ratifia cada, digna e aceitável a vossos olhos,

afim de que se torne para nós o no Corapo e

Sanague do Vosso Filho amantíssimo, Nosso

Senhor Jesus Cristo.

Quam oblationem tu, Deus, in omnibus,

quæsumus, bene a dictam, adscriaptam, raatam,

rationabilem, acceptabilemque facere digneris:

ut nobis Corapus, et Sanaguis fiat dilectissimi

Filii tui Domini nostri Jesu Christi.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

76

CONSAGRAÇÃO

Inclina-se sobre o altar, e profere as palavras da consagração da Hóstia.

Em seguida adora-a, e eleva-a aos olhos dos assistentes, para que todos a adorem em silêncio.

O mesmo faz, depois, para a consagração do Cálix.

Ele, na véspera de sua paixão, tomou o pão

em suas santas e veneráveis mãos, e elevando

os olhos ao céu para vós, ó Deus, seu Pai

onipotente, dando-vos graças, benazeu-o,

partiu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo:

Tomai e Comei Dele, Todos.

Qui pridie quam pateretur, accepit panem in

sanctas ac venerabiles manus suas, et elevatis

oculis in cælum ad te Deum Patrem suum

omnipotentem, tibi gratias agens, beneadixit,

fregit, deditque discipulis suis, dicens:

Accipite, et manducate ex hoc omnes.

ISTO É O MEU CORPO HOC EST ENIM CORPUS MEUM

Consagração do Cálix:

De igual modo, depois de haver ceado,

tomando também este precioso cálice em suas

santas e veneráveis mãos, e novamente

dando-vos graças, benazeu-o e deu-o a seus

discípulos, dizendo: Tomai e Bebei Dele

Todos.

Simili modo postquam cænatum est, accipiens

et hunc præclarum Calicem in sanctas ac

venerabiles manus suas: item tibi gratias

agens, beneadixit, deditque discipulis suis,

dicens: Accipite, et bibite ex eo omnes

ESTE É O CÁLIX DO MEU SANGUE,

DO SANGUE DA NOVA E ETERNA

ALIANÇA: (MISTÉRIO DA FÉ!) O

QUAL SERÁ DERRAMADO POR

AMOR DE VÓS E DE TODOS OS

HOMENS PARA A REMISSÃO DOS

PECADOS. TODAS AS VEZES QUE

ISTO FIZERDES, FAZEI-O EM

MEMÓRIA DE MIM

HIC EST ENIM CALIX SANGUINIS MEI,

NOVI ET ÆTERNI TESTAMENTI:

(MYSTERIUM FIDEI) QUI PRO VOBIS

ET PRO MULTIS EFFUNDETUR IN

REMISSIONEM PECCATORUM. HÆC

QUOTIESCUMQUE FECÉRIT, IN MEI

MEMÓRIAM FACIÉTIS.

O celebrante continua depois as orações do Cânon:

Por esta razão, Senhor, nós, vossos servos,

com o vosso povo santo, lembrando-nos da

bem-aventurada Paixão do mesmo Cristo,

vosso Filho e Senhor Nosso, assim como de

sua Ressurreição, saindo vitorioso do

sepulcro, e de sua gloriação Ascensão aos

céus, oferecemos à vossa augusta Majestade,

de vossos dons e dádivas, a Hóstia a pura, a

Hóstia a santa, a Hóstia a imaculada, o Pão a

santo da vida eterna, e o Cálice da salvação a

perpétua.

Unde et memores, Domine, nos servi tui sed et

plebs tua sancta, eiusdem Christi Filii tui

Domini nostri tam beatæ Passionis, nec non et

ab inferis Resurrectionis, sed et in cælos

gloriosæ Ascensionis: offerimus præclaræ

maiestati tuæ de tuis donis ac datis,

hostiamapuram, hostiam a sanctam, hostiam a

immaculatam, Panem a sanctum vitæ æternæ,

et Calicem a salutis perpetuæ.

Sobre estes dons, vos pedimos digneis lançar

um olhar favorável, e recebê-los

benignamente, assim como recebeste as

ofertas do justo Abel, vosso servo, o

sacrifício de Abraão, pai de nossa fé, e o que

vos ofereceu vosso sumo sacerdote

Melquisedeque, Sacrifício santo, Hóstia

imaculada.

Supra quæ propitio ac sereno vultu respicere

digneris; et accepta habere, sicuti accepta

habere dignatus es munera pueri tui justi Abel,

et sacrificium Patriarchæ nostri Abrahæ: et

quod tibi obtulit summus sacerdos tuus

Melchisedech, sanctum sacrificium,

immaculatam hostiam.

Page 77: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

77

Profundamente inclinado, o celebrante diz:

Suplicantes vos rogamos, ó Deus onipotente,

que, pelas mãos de vosso santo Anjo,

mandeis levar estas ofertas ao vosso Altar

sublime, à presença de vossa divina

Majestade, para que, todos os que,

participando deste altar, recebermos o

sacrossanto Corapo, e Sanague de vosso

Filho, sejamos repletos de toda a bênção

celeste e da Graça.Pelo mesmo Jesus Cristo,

Nosso Senhor. Amém.

Supplices te rogamus, omnipotens Deus, jube

hæc perferri per manus sancti Angeli tui in

sublime altare tuum, in conspectu divinæ

majestatis tuæ: ut quoquot ex hac altaris

partecipatione sacrosanctum Filii tui Corapus,

et Sanaguinem sumpserimus, omni

benedictione cælesti et gratia repleamur. Per

eumdem Christum Dominum nostrum. Amen.

Memento dos defuntos:

Lembrai-vos, também, Senhor, de vossos

servos e servas (NN. e NN. ), que nos

precederam, marcados com o sinal da fé, e

agora descansam no sono da paz.

A estes, Senhor, e a todos os mais que

repousam em Jesus Cristo, nós vos pedimos,

concedei o lugar do descanso, da luz e da paz.

Pelo mesmo Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Amém

Memento etiam, Domine, famulorum

famularumque tuarum N. et N. qui nos

præcesserunt cum signo fidei, et dormiunt in

somno pacis

Ipsis, Domine, et omnibus in Christo

quiescentibus, locum refrigerii, lucis et pacis,

ut indulgeas , deprecamur. Per eumdem

Christum Dominum nostrum. Amen.

O celebrante bate no peito, dizendo:

Também a nós, pecadores, vossos servos, que

esperamos na vossa infinita misericórdia,

dignai-vos conceder um lugar na comunidade

de vossos santos Apóstolos e Mártires: João,

Estevão, Matias, Barnabé, Inácio, Alexandre,

Marcelino, Pedro, Felicidade, Perpétua,

Águeda, Luzia, Inês, Cecília, Anastácia, e

com todos os vossos Santos. Unidos a eles

pedimos, vos digneis receber-nos, não

conforme nossos méritos mas segundo a

vossa misericórdia.Por Jesus Cristo Nosso

Senhor. Amém.

Nobis quoque peccatoribus, extensis manibus

ut prius, secrete prosequitur: famulis tuis, de

multitudine miserationum tuarum sperantibus,

partem aliquam, et societatem donare digneris,

tuis sanctis Apostolis et Martyribus: cum

Joanne, Stephano, Matthia, Barnaba, Ignatio,

Alexandro, Marcellino, Petro, Felicitate,

Perpetua, Agatha, Lucia, Agnete, Cæcilia,

Anastasia, et omnibus Sanctis tuis: intra

quorum nos consortium non æstimator meriti,

sed veniæ, quæsumus, largitor admitte. Per

Christum Dominum nostrum.

Por Ele, ó Senhor, sempre criais, santificais,

viviaficais, abençoais, e nos concedeis todos

estes bens

Per quem hæc omnia Domine, semper bona

creas, sanctificas, vivificas, beneadicis, et

præstas nobis.

DOXOLOGIA FINAL

POR ELE, COM ELE E NELE, A VÓS,

DEUS PAI ONIPOTENTE, NA UNIDADE

DO ESPÍRITO SANTO, TODA A HONRA

E TODA A GLÓRIA

PER IPSUM, ET CUM IPSO, ET IN IPSO,

EST TIBI DEO PATRI OMNIPOTENTI, IN

UNITATE SPIRITUS SANCTI, OMNIS

HONOR ET GLORIA.

O celebrante termina em voz alta:

V. POR TODOS OS SÉCULOS DOS

SÉCULOS

V. PER OMNIA SÆCULA SÆCULORUM

R. Amém. R. Amen.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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COMUNHÃO

Participação no Sacrifício

Pater Noster

O sacrifício já se ofereceu. Deus aceitou-o, deixou-se apaziguar, e vai-Se-nos dar a Si mesmo em

Cristo na Santa Comunhão. O Celebrante prepara-se e recita a oração dominical, e pede a Deus

que nos dê o pão de cada dia e as disposições de caridade para com Ele e o próximo

indispensáveis para bem comungar. Porque receber a Sagrada Eucaristia é apertar os laços que

nos unem com Jesus e com o seu Corpo místico.

OREMOS. Fiéis às ordens do Senhor e,

instruídos pelos divinos ensinamentos,

ousamos dizer:

OREMUS. Præceptis salutaribus moniti, et

divina institutione formati, audemus dicere:

Pai nosso, que estais nos céus, santificado

seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino,

seja feita a vossa vontade, assim na terra

como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai

hoje, e perdoai-nos as nossas dívidas, assim

como nós perdoamos aos nossos devedores. E

não nos deixeis cair em tentação,

Pater noster, qui es in cælis: sanctificetur

nomen tuum: adveniat regnum tuum: fiat

voluntas tua, sicut in cælo, et in terra. Panem

nostrum quotibianum da nobis hodie, et dimitte

nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus

debitoribus nostris. Et ne nos inducas in

tentationem,

R. mas livrai-nos do mal R. Sed libera nos a malo.

O celebrante diz Amen em voz baixa, e continua:

Livrai-nos de todos os males, ó Pai, passados,

presentes e futuros, e pela intercessão da

bem-aventurada e gloriosa sempre Virgem

Maria, dos vossos bem-aventurados

apóstolos, Pedro, Paulo, André e todos os

Santos, dai-nos propício a paz em nossos

dias, para que, por vossa misericórdia,

sejamos sempre livres do pecado, e

preservados de toda a perturbação. Por nosso

Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que, sendo

Deus, convosco vive e reina na unidade do

Espírito Santo, Por todos os séculos dos

séculos.

R. Amém

Libera nos, quæsumus, Domine, ab omnibus

malis, præteritis, præsentibus, et futuris: et

intercedente beata et gloriosa semper Virgine

Dei Genitrice Maria, cum beatis Apostolis tuis

Petro et Paulo, atque Andrea, et omnibus

Sanctis, da propitius pacem in diebus nostris:

ut ope misericordiæ tuæ adiuti, et a peccato

simus semper liberi, et ab omni perturbatione

securi. Per eumdem Dominum nostrum Jesum

Christum, Filium tuum. Qui tecum vivit et

regnat in unitate Spíritus Sanctis Deus,

Per ómnia saecula saeculórum.

R. Amen

Fração da Hóstia

O celebrante parte a Hóstia ao meio, de uma das partes tira um pequeno fragmento que deita no

preciosíssimo Sangue, traçando antes, com ele, sobre o Cálix,

três vezes, o sinal da cruz, e dizendo:

V. A paz do Senhor seja sempre convosco. V. Pax Domini sit semper vobiscum.

R. E com o vosso Espírito. R. Et cum spiritu tuo.

Deixa cair uma partícula da Hóstia no cálice e prossegue:

Que esta mistura sacramental do Corpo e do

Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, seja

para nós que os vamos receber, penhor da

vida eterna. Amém.

Hæc commixtio et consecratio Corporis et

Sanguinis Domini nostri Jesu Christi fiat

accipientibus nobis in vitam æternam. Amen.

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Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

79

AGNUS DEI

O celebrante bate três vezes no peito, dizendo:

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do

mundo,

R. Tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do

mundo,

R. Tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do

mundo,

R. Dai-nos a paz.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,

R. Miserere nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,

R. Miserere nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,

R. Dona nobis pacem.

Inclinado, recita a oração seguinte, pela paz da Igreja, depois da qual se dá, nas Missas solenes, o ósculo

da paz. O celebrante dá-o ao diácono, este ao subdiácono, o qual o transmite ao clero presente.

Na Quinta-feira Santa, diz-se das três vezes: miserere nobis. - Nas Missas de Defuntos diz-se: Dona eis

requiem; à terceira vez: dona eis requiem sempiternam. Não se bate no peito.

Senhor Jesus Cristo, que dissestes aos vossos

apóstolos: "Eu vos deixo a paz, eu vos dou a

minha paz": não olheis os meus pecados, mas

para a fé da vossa Igreja; dai-lhe, a paz e a

unidade, segundo a vossa misericórdia. Vós

que sendo Deus, viveis e reinais, em união

com o Espírito Santo, por todos os séculos

dos séculos. Amém.

Domine Jesu Christe, qui dixisti Apostolis tuis:

Pacem relinquo vobis, pacem meam do vobis:

ne respicias peccata mea, sed fidem Ecclesiæ

tuæ: eamque secundum voluntatem tuam

pacificare et coadunare digneris: qui vivis et

regnas Deus, per omnia sæcula sæculorum.

Amen.

Preparação para a Comunhão

Inclinado sobre o altar, o celebrante recita as duas orações seguintes, como preparação imediata

para a Comunhão:

Senhor Jesus Cristo, filho de Deus vivo, que

por vontade do Pai, cooperando com o

Espírito Santo, por vossa morte destes a vida

ao mundo. Livrai-me, por este vosso

sacrossanto Corpo e por vosso Sangue, de

todos os meus pecados e de todos os males.

E, fazei que eu observe sempre os vossos

preceitos, e nunca me afaste de Vós, que,

sendo Deus, viveis e reinais com Deus Pai e o

Espírito Santo, por todos os séculos dos

séculos. Amém.

Domine Jesu Christe, Fili Dei vivi, qui ex

voluntate Patris, cooperante Spiritu Sancto, per

mortem tuam mundum vivificasti: libera me

per hoc sacrosanctum Corpus et Sanguinem

tuum ab omnibus iniquitatibus meis, et

universis malis: et fac me tuis semper inhærere

mandatis, et a te numquam separari permittas.

Qui cum eodem Deo Patre et Spiritu Sancto

vivis et regnas Deus in sæcula sæculorum.

Amen.

Este vosso Corpo, Senhor Jesus Cristo, que

eu, que sou indigno, ouso receber, não seja

para mim causa de juízo e condenação, mas

por vossa misericórdia, sirva de proteção e

defesa à minha alma e ao meu corpo, e de

remédio aos meus males. Vós, que sendo

Deus, viveis e reinais com Deus Pai e o

Espírito Santo, por todos os séculos dos

séculos. Amém.

Perceptio Corporis tui, Domine Jesu Christe,

quod ego, indignus sumere præsumo, non mihi

proveniat in judicium et condemnationem; sed

pro tua pietate prosit mihi ad tutamentum

mentis et corporis, et ad medelam

percipiendam. Qui vivis et regnas cum Deo

Patre in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia

sæcula sæculorum. Amen.

Page 80: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

80

Comunhão do celebrante

O celebrante genuflecte e pegando depois na sagrada Hóstia, diz:

Receberei o Pão do céu e invocarei o nome

do Senhor:

Panem cælestem accipiam, et nomen Domini

invocabo

Em seguida bate três vezes no peito, dizendo:

Senhor, eu não sou digno, de que entreis em

minha morada, mas dizei uma só palavra e a

minha alma será salva.

Domine, non sum dignus, ut intres sub tectum

meum: sed tantum dic verbo, et sanabitur

anima mea.

Faz sobre si o sinal da cruz com a sagrada Hóstia, antes de a comungar:

O Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo a

guarde a minha alma para a vida eterna.

Amém.

Corpus Domini nostri Jesu Christi custodiat a

animam meam in vitam æternam. Amen.

Recolhe-se por uns instantes, e depois recita os

seguintes versículos:

Que retribuirei ao Senhor por tudo o que me

tem concedido? Tomarei o Cálice da salvação

e invocarei o nome do Senhor. Invocarei o

Senhor louvando-O, e ficarei livre de meus

inimigos.

Quid retribuam Domino pro omnibus quæ

tribuit mihi? Calicem salutaris accipiam, et

nomen Domini invocabo.Laudans invocabo

Dominum, et ab inimicis meis salvus ero.

Toma o preciosíssimo Sangue, fazendo antes sobre si o sinal da cruz, dizendo:

O Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo a

guarde a minha alma para a vida eterna.

Amém.

Sanguis Domini nostri Jesu Christi a custodiat

animam meam in vitam æternam. Amen.

Comunhão dos fiéis

Os fiéis, ou o acólito por eles, recitam o CONFITEOR:

(Observar os casos em que se omite este 2º confiteor)

Eu pecador me confesso a Deus todo-

poderoso,à bem-aventurada sempre Virgem

Maria, ao bem-aventurado são Miguel

Arcanjo, ao bem-aventurado são João Batista,

aos santos apóstolos são Pedro e são Paulo, a

todos os Santos, e a vós padre, que pequei

muitas vezes, por pensamentos, palavras,

obras e omissões, batendo três vezes no peito:

por minha culpa, minha culpa, minha máxima

culpa.Portanto, rogo à bem-aventurada

sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado

são Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado são

João Batista, aos santos apóstolos são Pedro e

são Paulo, a todos os Santos, e a vós irmãos,

que rogueis por mim a Deus Nosso Senhor

Confiteor Deo omnipotenti, beatæ Mariæ

semper Virgini, beato Michaëli Archangelo

beato Ioanni Baptistæ, sanctis Apostolis Petro

et Paulo, omnibus Sanctis, et tibi pater: quia

peccavi nimis cogitatione verbo, et opere: mea

culpa, mea culpa, mea maxima culpa. Ideo

precor beatam Mariam semper Virginem,

beatum Michaëlem Archangelum, beatum

Ioannem Baptistam, sanctos Apostolos Petrum

et Paulum, omnes Sanctos, et te pater, orare pro

me ad Dominum Deum Nostrum.

Voltando-se para os fiéis, o celebrante diz:

V. Que Deus onipotente se compadeça de vós

e, perdoando os vossos pecados vos conduza

à vida eterna.

R. Amém.

V. Misereatur vestri omnipotens Deus, et

dimissis peccatis vestris, perducat vos ad vitam

æternam.

R. Amen

V. Indulgência absolvição, e remissão dos

nossos pecados, conceda-nos o Senhor

onipotente e misericordioso.

R. Amém.

V. Indulgentiam, absolutionem, et remissionem

peccatorum vestrorum tribuat vobis omnipotens

et misericors Dominus.

R. Amen.

Page 81: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

81

O celebrante volta-se para o altar, genuflecte

e voltando-se pra os assistentes ergue a Hóstia, dizendo:

Eis o Cordeiro de Deus! Eis aquele que tira o

pecado do mundo!

Ecce Agnus Dei, ecce qui tollit peccata..mundi.

E em seguida, três vezes:

Senhor, eu não sou digno de que entreis em

minha morada, mas dizei uma só palavra e a

minha alma será salva.

Domine, non sum dignus, ut intres sub tectum

meum: sed tantum dic verbo, et sanabitur

anima mea.

Dirigindo-se à mesa de comunhão diz a cada um dos comungantes:

O Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus

Cristo a guarde tua alma para a vida eterna.

Amem.

Corpus Domini nostri Jesu Christi a custodiat

animam tuam in vitam æternam. Amen.

ABLUÇÕES

O celebrante purifica primeiro o cálix e depois os dedos, e toma as abluções.

Entretanto vai dizendo:

Fazei Senhor, que com o espírito puro,

conservemos o que a nossa boca recebeu. E,

que desta dádiva temporal, nos venha

remédio para a eternidade.

Quod ore sumpsimus, Domine, pura mente

capiamus, et de munere temporali fiat nobis

remedium sempiternum.

Concedei, Senhor, que vosso Corpo e vosso

Sangue que recebi, me absorvam

intimamente, e fazei que, restabelecido por

estes puros e santos Sacramentos, não fique

em mim mancha alguma de culpa. Vós, que

sendo Deus, viveis e reinais com Deus Pai e o

Espírito Santo, por todos os séculos dos

séculos. Amém.

Corpus tuum, Domine, quod sumpsi, et

Sanguis, quem potavi, adhæreat visceribus

meis: et præsta; ut in me non remaneat

scelerum macula, quem pura et sancta

refecerunt Sacramenta. Qui vivis et regnas in

sæcula sæculorum. Amen.

Limpa o cálix e deixa-o, coberto, no meio do altar.

Nas Missas solenes, é o subdiácono quem limpa o cálix e o leva para a credência.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO

O celebrante passa para o lado direito do altar, e recita a antífona da Comunhão.

[Ver Missa do dia]

V. O Senhor seja convosco. V. Dóminus vobíscum.

R. E também com o teu espírito. R. Et cum spiritu tuo.

PÓS-COMUNHÃO À Pós-comunhão principal da Missa podem, em certos casos, como para a Colecta, juntar-se outras.

[Ver Missa do dia]

... por todos os séculos dos séculos.

V. Amém

... per ómnia sáecula saeculórum.

V. Amen

FINAL DA MISSA

O celebrante volta ao meio do altar, beija-o, e, voltando-se para os fiéis saúda-os:

V. O Senhor seja convosco V. Dominus vobiscum.

R. E com o vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

V. Ide, a Missa acabou. V. Ite, Missa est.

Ou, nas missas em que omite-se o Glória:

V. Bendigamos ao Senhor. V. Benedicamus Domino.

R. Demos graças a Deus R. Deo gratias.

Page 82: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

82

Ou ainda, nas missas de Réquiem:

V. Descansem em paz.

R. Amém.

V. Requiescant in pace.

R. Amen.

Voltando-se para o altar, recita a seguinte oração

Seja-vos agradável, ó Trindade santa, a oferta

de minha servidão, afim de que este sacrifício

que, embora indigno aos olhos de vossa

Majestade, vos ofereci, seja aceito por Vós, e

por vossa misericórdia, seja propiciatório para

mim e para todos aqueles por quem ofereci.

Por Cristo Jesus Nosso Senhor. Amém.

Placeat tibi, sancta Trinitas, obsequium

servitutis meæ: et præsta, ut sacrificium quod

oculis tuæ maiestatis indignus obtuli, tibi sit

acceptabile, mihique, et omnibus pro quibus

illud obtuli, sit, te miserante, propitiabile. Per

Christum Dominum nostrum. Amen.

Beija o altar, volta-se para a assistência, e dá a bênção, dizendo:

Abençoe-vos o Deus onipotente, Pai, e Filho,

e Espírito Santo.

Benedicat vos omnipotens Deus: Pater, et

Filius, a et Spiritus Sanctus.

R. Amém. R. Amen.

ÚLTIMO EVANGELHO

O celebrante passa para o lado esquerdo do altar e recita, como útimo Evangelho, o princípio do

Evangelho de S. João (que se omite na Quinta-feira Santa e na Vigília pascal).

V. O Senhor seja convosco. V.Dominus vobiscum.

R. E com o vosso espírito. R. Et cum spiritu tuo.

Início do santo Evangelho segundo são João Initium sancti Evangelii secundum Joannem.

R. Glória a Vós Senhor. R. Gloria tibi, Domine.

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com

Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no

princípio com Deus Todas as coisas foram

feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito

se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos

homens. E a luz resplandece nas trevas, e as

trevas não a compreenderam. Houve um

homem enviado de Deus, cujo nome era João

Este veio como Testemunha para dar

testemunho da luz, afim de que todos cressem

por meio dele. Não era Ele a luz, mas veio para

dar testemunho da luz. Ali estava a Luz

verdadeira, a que ilumina a todo o homem que

vem a este mundo Estava no mundo, e o mundo

foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu.

Veio para o que era seu, e os seus não O

receberam. Mas, a todos quantos O receberam,

deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,

aos que crêem no seu Nome; Os quais não

nasceram do sangue, nem do desejo da carne,

nem da vontade do homem, mas nasceram de

Deus.E O VERBO SE FEZ CARNE, (ajoelhar):

e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória

própria do Filho Unigênito do Pai, cheio de

graça e de verdade.

R. Demos graças a Deus

In principio erat Verbum et Verbum erat apud

Deum, et Deus erat Verbum. Hoc erat in

principio apud Deum. Omnia per ipsum facta

sunt, et sine ipso factum est nihil quod factum

est; in ipso vita erat, et vita erat lux hominum;

et lux in tenebris lucet, et tenebræ eam non

comprehenderunt. Fuit homo missus a Deo cui

nomen erat Joannes. Hic venit in testimonium,

ut testimonium perhiberet de lumine, ut omnes

crederent per illum. Non erat ille lux, sed ut

testimonium perhiberet de lumine. Erat lux

vera quæ illuminat omnem hominem

venientem in hunc mundum. In mundo erat, et

mundus per ipsum factus est et mundus eum

non cognovit. In propria venit, et sui eum non

receperunt. Quotquot autem receperunt eum,

dedit eis potestatem filios Dei fieri; his qui

credunt in nomine ejus, qui non ex sanguinibus,

neque ex voluntate carnis, neque ex voluntate

viri, sed ex Deo nati sunt. (ajoelhar): ET

VERBUM CARO FACTUM EST, et surgens

prosequitur: et habitavit in nobis: et vidimus

gloriam ejus, gloriam quasi Unigeniti a Patre,

plenum gratiæ et veritatis.

R. Deo gratias.

Page 83: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

83

ORAÇÕES NO FIM DA MISSA REZADA

De joelhos diante do altar, o celebrante diz com os fiéis as seguintes preces prescritas pelo papa

Leão XIII e por Pio XI enriquecidas de indulgências (10 anos). Este último papa mandou se

rezassem pela conversão da Rússia.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é

convosco, bendita sois Vós entre as mulheres

e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós

pecadores, agora e na hora de nossa morte.

Amém.

(três vezes)

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida,

doçura e esperança nossa, salve! A Vós

bradamos, os degredados filhos de Eva. A

Vós suspiramos, gemendo e chorando neste

vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa,

esses vossos olhos misericordiosos a nós

volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos

Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Ó

clemente! Ó piedosa! Ó doce sempre Virgem

Maria!

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.

R: Para que sejamos dignos das promessas de

Cristo.

Oremos:

Deus, nosso refúgio e fortaleza, olhai propício

para o povo que a Vós clama; e, pela

intercessão da gloriosa e imaculada Virgem

Maria, Mãe de Deus, de S. José, seu Esposo,

dos vossos bem-aventurados Apóstolos S.

Pedro e S. Paulo e de todos os Santos, ouvi

misericordioso e benigno as preces que Vos

dirigimos para a conversão dos pecadores,

para a liberdade e exaltação da Santa Madre

Igreja. Pelo mesmo Jesus Cristo Senhor

Nosso.

V. Amém.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no

combate, cobri-nos com o vosso escudo

contra os embustes e ciladas do demônio.

Subjugue-o Deus, instantemene o pedimos. E

vós, príncipe da milícia celeste, pelo divino

poder, precipitai no inferno a Satanás e a

todos os espíritos malignos que andam pelo

mundo para perder as almas. Amém.

Ave María, grátia plena, Dóminus técum,

benedícta tu in muliéribus, et benedictus

fructus ventris tui Jesus. Sancta Maria, Mater

Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora

mortis nostræ.

Amém

Salve Regína, Mater Misericórdia, vita,

dulcédo et spes nostra salve. Ad te clamámus,

éxsules fílii Evæ. Ad te suspirámus gementes et

flentes in hac lacrimárum valle. Eia ergo,

advocate nostra, illos tuos misericórdes óculos

ad nos converte.Et Jesum, benedíctum fructum

ventris tui, nobis, post hoc exsílium, osténde. O

clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria!

Ora pro nobis Sancta Dei Génitrix

R: Ut digni efficiámur promissionibus Christi.

Orémus:

Deus, refugium nostrum et virtus, populum ad

te clamantem propitius respice; et intercedente

gloriosa et imaculata Virgine Dei Genitrice

Maria, cum beato Joseph, ejus sponso, ac beatis

apostolis tuis Petro et Paulo, et omnibus

sanctis, quas pro conversione peccatorum, pro

libertate et exaltatione sanctæ Matris Ecclesiæ,

preces effundimus, misericors et benignus

exaudi. Per eumdem Christum Dominum

nostrum.

R: Amém

Sancte Michael Archangele, defende nos in

prælio; contra nequitiam et insidias diaboli esto

præsidium. Imperet illi Deus, supplices

deprecamur: tuque, Princeps militiæ cælestis,

Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad

perditionem animarum pervagantur in mundo,

divina virtute in infernum detrude. Amen.

R: Amém

S. Pio X pediu se ajuntasse três vezes a seguinte jaculatória:

V. Sacratíssimo Coração de Jesus. Cor Jesu sacratíssimum

R. Tende piedade de nós. R: Miserere nobis

Page 84: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

84

Carta Apostólica

em forma de Motu Proprio

SUMMORUM PONTIFICUM

Page 85: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

85

Disposições de S.S. o Papa Bento XVI sobre o uso da liturgia romana anterior à reforma realizada em 1970

Sempre foi preocupação dos Sumos Pontífices até o tempo presente, que a Igreja de Cristo ofereça um culto

digno à Divina Majestade "para louvor e glória de seu nome" e "para nosso bem e o de toda sua Santa

Igreja".

Desde tempos imemoriais até o futuro deve ser respeitado o princípio "segundo o qual cada Igreja particular

deve estar de acordo com a Igreja universal não só sobre a doutrina da fé e os sinais sacramentais, mas nos

usos universalmente transmitidos pela tradição apostólica contínua. Estes devem manter-se não só para

evitar os enganos, mas também para que a fé seja transmitida em sua integridade, já que a regra de oração

da Igreja (lex orandi) corresponde a sua regra da fé (lex credendi)." 5

Entre os Pontífices que expressaram tal preocupação destacam os nomes de São Gregório Magno, quem se

preocupou com a transmissão aos novos povos da Europa tanto a fé Católica como os tesouros do culto e a

cultura acumulados pelos romanos durante os séculos precedentes. Temos instruções para a forma da

Sagrada Liturgia tanto do Sacrifício da Missa como do Ofício Divino tal como eram celebrados na Cidade.

Ele fez grandes esforços para promover monges e monjas, que militavam sob a Regra de São Bento, em todo

lugar junto com a proclamação do Evangelho para que suas vidas igualmente exemplificassem aquela tão

saudável expressão da regra "Nada, pois, antepor-se à Obra de Deus" (capítulo 43). Desta maneira a Sagrada

liturgia segundo a maneira romana fez fértil não só a fé e a piedade, mas a cultura de muitos povos. Mais

ainda é evidente que a Liturgia Latina em suas diversas formas estimulou a vida espiritual de muitíssimos

Santos em cada século da Era Cristã e fortalecido na virtude da religião a tantos povos e fazendo fértil sua

piedade.

Entretanto, com o fim que a Sagrada Liturgia possa de modo mais eficaz cumprir com sua missão, muitos

outros Romanos Pontífices no curso dos séculos vieram a expressar particular preocupação, entre eles São

Pio V é eminente, quem com grande zelo pastoral, segundo a exortação do Concílio de Trento, renovou o

culto em toda a Igreja, assegurando a publicação de livros litúrgicos corrigidos e "restaurados segundo as

normas dos Pais" e os pôs em uso na Igreja Latina.

É evidente que entre os livros litúrgicos de Rito Romano o Missal Romano é eminente. Nasceu na cidade de

Roma e gradualmente ao longo dos séculos tomou formas que são muito similares a aquelas em vigor em

recentes gerações.

"Este mesmo objetivo foi açoitado pelos Romanos Pontífices ao longo dos séculos seguintes, assegurando a

colocação em dia, definindo os ritos e os livros litúrgicos, e empreendendo, do começo deste século, uma

reforma mais geral".6 Foi desta forma em que atuaram nossos Predecessores Clemente VIII, Urbano VIII, São

Pio X7, Bento XV, Pio XII e o Beato João XXIII.

Mais recentemente, entretanto, o Concílio Vaticano Segundo expressou o desejo de que com o devido

respeito e reverência pela divina liturgia esta fora restaurada e adaptada às necessidades de nossa época.

Impulsionado por este desejo, nosso Predecessor o Sumo Pontífice Paulo VI em 1970 aprovou para a liturgia

da Igreja Latina livros restaurados e parcialmente renovados, e que ao redor do mundo foram traduzidos em

diversas línguas vernáculas, foram acolhidos pelos Bispos e pelos sacerdotes e fiéis. João Paulo II revisou a

5 Instrução Geral sobre o Missal Romano, terceira edição típica, 2002, n. 397.

6 Papa João Paulo II, Carta Apostólica Vicesimus Quintus Annus (4 de dezembro de 1988), 3: AAS 81 (1989), 899.

7 Cf. ibid.

Page 86: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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terceira edição típica do Missal Romano. Desta maneira os Romanos Pontífices atuaram para que "este

edifício litúrgico, por assim dizer,[...]volte outra vez a aparecer esplêndido em sua dignidade e harmonia". 8

Entretanto, em algumas regiões, um número não pequeno de fiéis estiveram e permanecem aderidos com

tão grande amor e afeto às formas litúrgicas prévias, e imbuíram profundamente sua cultura e espírito, que o

Sumo Pontífice João Paulo II, movido pela preocupação pastoral por estes fiéis, em 1984 mediante um

indulto especial Quattuor abhinc annos, desenhado pela Congregação para a Liturgia Divina, outorgou a

faculdade para o uso do Missal Romano publicado por João XXIII em 1962; enquanto que em 1988 João

Paulo II uma vez mais, mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei, exortou aos Bispos a fazer um uso mais amplo e

generoso desta faculdade em favor de todos os fiéis que o solicitem.

Tendo ponderado amplamente os insistentes pedidos destes fiéis a nosso Predecessor João Paulo II, tendo

escutado também os Padres do Consistório de Cardeais realizado em 23 de março de 2006, tendo sopesado

todos os elementos, invocado o Espírito Santo e pondo nossa confiança no auxílio de Deus, pela presente

Carta Apostólica, DECRETAMOS o seguinte:

Art. 1. O Missal Romano promulgado por Paulo VI deve ser considerado como a expressão ordinária da lei

da oração (lex orandi) da Igreja Católica de Rito Romano, enquanto que o Missal Romano promulgado por

São Pio V e publicado novamente pelo Beato João XXIII como a expressão extraordinária da lei da oração (lex

orandi) e em razão de seu venerável e antigo uso goze da devida honra. Estas duas expressões da lei da

oração (lex orandi) da Igreja de maneira nenhuma levam a uma divisão na lei da oração (lex orandi) da Igreja,

pois são dois usos do único Rito Romano.

Portanto, é lícito celebrar o Sacrifício da Missa de acordo com a edição típica do Missal Romano promulgado

pelo Beato João XXIII em 1962 e nunca anulado, como a forma extraordinária da Liturgia da Igreja. Estas

condições estabelecidas pelos documentos prévios Quattuor abhinc annos e Ecclesia Dei para o uso deste

Missal são substituídas pelas seguintes:

Art. 2. Em Missas celebradas sem o povo, qualquer sacerdote de Rito Latino, seja secular ou religioso, pode

usar o Missal Romano publicado pelo Beato João XXIII em 1962 ou o Missal Romano promulgado pelo Sumo

Pontífice Paulo VI em 1970, qualquer dia exceto no Sagrado Tríduo. Para a celebração segundo um ou outro

Missal, um sacerdote não requer de nenhuma permissão, nem da Sé Apostólica nem de seu Ordinário.

Art. 3. Se Comunidades ou Institutos de Vida Consagrada ou Sociedades de Vida Apostólica de direito

pontifício ou diocesano desejam ter uma celebração da Santa Missa segundo a edição do Missal Romano

promulgado em 1962 em uma celebração conventual ou comunitária em seus próprios oratórios, isto está

permitido. Se uma comunidade individual ou todo o Instituto ou Sociedade desejam ter tais celebrações

freqüente ou habitualmente ou permanentemente, o assunto deve ser decidido pelos Superiores Maiores

segundo as normas da lei e das leis e estatutos particulares.

Art. 4. Com a devida observância da lei, inclusive os fiéis Cristãos que espontaneamente o solicitem, podem

ser admitidos à Santa Missa mencionada no art. 2.

Art. 5, § 1. Em paróquias onde um grupo de fiéis aderidos à prévia tradição litúrgica existe de maneira

estável, que o pároco aceite seus pedidos para a celebração da Santa Missa de acordo ao rito do Missal

Romano publicado em 1962. Que o pároco vigie que o bem destes fiéis esteja harmoniosamente reconciliado

com o cuidado pastoral ordinário da paróquia, sob o governo do Bispo e segundo o Cânon 392, evitando

discórdias e promovendo a unidade de toda a Igreja.

§ 2. A celebração segundo o Missal do Beato João XXIII pode realizar-se durante os dias de semana,

enquanto que aos Domingos e dias de festa deve haver só uma destas celebrações.

8 Papa Pio X, Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio Abhinc Duos Annos (23 de outubro de 1913): AAS 5 (1913),

44-450; cf. Papa João Paulo II, Carta Apostólica Vicesimus Quintus Annus (4 de dezembro de 1988), 3: AAS 81, 899.

Page 87: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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§ 3. Que o pároco permita celebrações desta forma extraordinária para fiéis ou sacerdotes que o peçam,

inclusive em circunstâncias particulares tais como matrimônios, funerais ou celebrações ocasionais, como

por exemplo peregrinações.

§ 4. Os sacerdotes que usem o Missal do Beato João XXIII devem ser dignos e não impedidos canonicamente.

§ 5. Nas Igrejas que não são nem paroquiais nem conventuais, é o Reitor da Igreja quem concede a permissão

acima mencionada.

Art. 6. Nas Missas celebradas com o povo segundo o Missal do Beato João XXIII, as Leituras podem ser

proclamadas inclusive nas línguas vernáculas, utilizando edições que tenham recebido a recognitio da Sé

Apostólica.

Art. 7. Onde um grupo de fiéis laicos, mencionados no art. 5§1 não obtém o que solicita do pároco, deve

informar ao Bispo diocesano do fato. Ao Bispo lhe solicita seriamente aceder a seu desejo. Se não puder

prover este tipo de celebração, que o assunto seja referido à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.

Art. 8. O Bispo que deseje estabelecer provisões para os pedidos dos fiéis laicos deste tipo, mas que por

diversas razões se vê impedido de fazê-lo, pode referir o assunto à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, que

deveria proporcionar conselho e ajuda.

Art. 9, § 1. Da mesma forma um pároco pode, uma vez considerados todos os elementos, dar permissão para

o uso do ritual mais antigo na administração dos sacramentos do Batismo, Matrimônio, Penitência e Unção

dos Enfermos, conforme sugira o bem das almas.

§ 2. Concede-se aos Ordinários a faculdade de celebrar o sacramento da Confirmação utilizando o anterior

Missal Romano, conforme sugira o bem das almas.

§ 3. É lícito para sacerdotes em sagradas ordens usar o Breviário Romano promulgado pelo Beato João XXIII

em 1962.

Art. 10. É lícito que o Ordinário local, se o considerar oportuno, erija uma paróquia pessoal segundo as

normas do Canon 518 para as celebrações segundo a forma anterior do Rito Romano ou nomear um reitor ou

capelão, com a devida observância dos requisitos canônicos.

Art. 11. Que a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, ereta em 1988 por João Paulo II, 9 siga levando adiante sua

função. Esta Comissão deve ter a forma, tarefas e normas de ação que o Romano Pontífice deseje atribuir.

Art. 12. A mesma Comissão, em adição às faculdades das que atualmente goza, exercerá a autoridade da

Santa Sé para manter a vigilância sobre a observância e aplicação destas disposições.

Tudo o que é decretado por Nós mediante este Motu Proprio, ordenamos que seja assinado e ratificado para

ser observado a partir de 14 de Setembro deste ano, festa da Exaltação da Santa Cruz, em que pese a todas as

coisas em contrário.

Dado em Roma, junto a São Pedro, em 7 de julho no Ano do Senhor de 2007, Terceiro de nosso Pontificado.

9 Cf. Papa João Paulo II, Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Ecclesia Dei (2 de julho de 1988), 6: AAS 80 (1988),

1498.

Page 88: Apostila de Liturgia COMPLETO

Curso Para Formação de Acólitos na Forma Extraordinária do Rito Romano.

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ÍNDICE DAS MATÉRIAS

ORAÇÕES PARA INICIAR AS REUNIÕES......................................................... 02

NOÇÕES, NORMAS, EXPLICAÇÕES E PRÁTICA CERIMONIAL............... 03

Transcrição resumida de algumas partes do livro

A SANTA MISSA NA HISTÓRIA E NA MÍSTICA............................................ 20

PEQUENO DICIONÁRIO LITÚRGICO.............................................................. 40

CALENDÁRIO LITÚRGICO................................................................................. 48

ORDO MISSÆ......................................................................................................... 64

Carta Apostólica em forma de Motu Proprio

SUMMORUM PONTIFICUM............................................................................. 84