apostila - direito processual civil - completo

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Apostila de Processo Civil. Resumo com principais tópicos.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

APOSTILA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL

LIVRO I PROCESSO DE CONHECIMENTO

TTULO I TEORIA GERAL DO PROCESSOCAPTULO I NOES GERAIS

1. Definio - Direito Processual Civil

Ramo da cincia jurdica que trata do complexo das normas reguladores do exerccio da jurisdio civil.

Unidade: O direito processual um s, porquanto a funo jurisdicional nica, sendo comum a todos os seus ramos os princpios fundamentais da jurisdio e do processo.

Instrumentalidade: Serve de forma ou instrumento de atuao da vontade concreta das leis de direito material ou substancial, que h de solucionar o conflito de interesses estabelecido entre as partes sob a forma de lide.

Diferena entre direito material e instrumental (formal): Enquanto o direito material cuida de estabelecer as normas que regulam as relaes jurdicas entre as pessoa, o processual visa a regulamentar uma funo pblica estatal. Os princpios so inteiramente diferentes.

2. Natureza

Pertence ao Direito Pblico, pois regula o exerccio de parte de uma das funes soberanas do Estado, que a jurisdio. Mesmo quando o conflito de interesses de ordem privada, h no processo sempre um interesse pblico, que a pacificao e a manuteno do imprio da ordem jurdica.

3. Relaes com outros ramos do Direito

Com o direito constitucional: Na Constituio esto os atributos e limites da funo do judicirio, traando regras sobre os direitos individuais que falam de perto ao direito processual, como o tratamento igualitrio das partes do processo (art. 5o, inc. I), a que assegura a todos o direito de submeter toda e qualquer leso de direito apreciao do judicirio (art. 5o, inc. XXXV), a que probe a priso por dvidas (art. 5o, inc. LXVII), as que garantem o devido processo legal (art. 5o, inc. LIV), o contraditrio e a ampla defesa (art. 5o, inc. LV), a razovel durao do processo e os meios que asseguram a celeridade de sua tramitao (art. 5o, LXXVIII).

Constituio e rgos judicirios: A Constituio traa as normas a serem observadas na composio dos rgos judicirios, fixando-lhes a competncia e regulado matrias pertinentes ao seu funcionamento.

Com o direito privado: So o direito comercial e o direito civil os que fornecem as regras materiais que o juiz deve aplicar na composio da maioria dos litgios que lhe so submetidos a julgamento.

4. Objetivo

Objetivo imediato: aplicao da lei ao caso concreto.

Objetivo mediato: restabelecer a paz entre os particulares e, com isso, manter a da sociedade.

Do ponto de vista estatal: resguardar a prpria ordem jurdica, de modo que, ao pacificar os litgios, o rgo jurisdicional cumpre funo eminentemente pblica, assegurando o imprio da lei e da paz social.

Do ponto de vista das partes: Funciona tambm como veculo de proteo a seus direitos individuais.

Em relao Constituio: simplesmente o instrumento de realizao do direito material atingido por agresso ou ameaa ilcita.

5. Novos Rumos do Direito Processual Civil

Fase Cientfica: Comea a partir do momento em que se outorgam poderes ao juiz para apreciar a prova de acordo com as regras da crtica sadia e para produzir ex officio as provas que se impuserem para o objetivo de alcanar a justia em sua deciso, deixando assim, de ser o magistrado simples espectador da vitria do litigante mais hbil.

Idias como instrumentalidade e efetividade passam a dar forma ao processo contemporneo. Fala-se mais em garantia de um processo justo do que em um processo legal, colocando em primeiro as idias ticas em lugar do estudo sistemtico das formas e solenidades do procedimento.

Busca-se a desburocratizao do processo, para reduzir sua durao temporal, e a valorizao de mtodos alternativos de soluo de conflito, dentre os quais se destaca a conciliao.

Tcnica Processual: reclama a observncia das formas (procedimentos), mas estas se justificam apenas enquanto garantias do adequado debate em contraditrio e com ampla defesa. No podem descambar para o formalismo doentio e abusivo.

Efetividade do processo: Efetivo o processo justo, com a maior celeridade possvel, mas com respeito segurana jurdica (contraditrio e ampla defesa), e que proporcione s partes o resultado desejado pelo direito material.

CAPTULO II - FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

1. Fontes imediatas

A lei - sem dvida sua principal fonte;

Os costumes

2. Fontes mediatas

Doutrina

Jurisprudncia

CAPTULO III - LEI PROCESSUAL

1. Conceito

a lei que regula o processo civil.

O cdigo a lei geral que regula exaustivamente os procedimentos nele contidos e exerce a tarefa suplementar de preencher subsidiariamente as lacunas da leis extravagantes.

2. Objeto

Tudo que trata sobre o exerccio da jurisdio civil, como:

Regras de organizao esttica da jurisdio, como a distribuio de atribuies entre os componentes do rgos judicirios;

Regras sobre a forma e a dinmica do exerccio da ao em juzo (procedimento);

Normas e princpios gerais ou especficos de interpretao e equacionamento da funo jurisdicional e do exerccio do direito de ao, como as condies e pressupostos processuais, a definio dos nus e faculdade das partes no processo, meios e nus de prova permitidos, meios de harmonizar o direito processual com outras normas jurdicas estranhas ao Cdigo, e de solucionar conflitos intertemporais de normas.

3. Lei Processual no Tempo

No sendo temporria, conserva-se at que outra lei posterior a modifique ou a revogue. Entram em vigor em 45 dias se nada for disposto.

A lei que se aplica em questes processuais a que vigora no momento da prtica do ato formal, e no a do tempo em que o ato material se deu.

Quando lei nova atinge processo em andamento, nenhum efeito tem sobre os fatos ou atos ocorridos sobre o imprio da lei revogada. Essa alcana o processo no estado em que se achava no momento de sua entrada em vigor, mas respeita os efeitos dos atos j praticados.

4. Lei Processual no Espao

Princpio da territorialidade: O juiz aplica ao processo a lei processual do local onde exerce a jurisdio.

Vem disposta no art. 1o do CPC na expresso em todo o territrio nacional.

Deriva da soberania de cada Estado, onde dentro de cada territrio s podem vigorar as prprias leis processuais do pas.

Exceo: em relao aos meios e nus de produo de provas, que prevalecer a lei estrangeira, quando o negcio jurdico matria tiver sido praticado em territrio aliengena, mesmo que a demanda seja ajuizada no Brasil (art. 13, LICC).

Em caso de conflito entre a leis processuais federais e as estaduais de organizao judicirias, deve prevalecer a federal, salvo nos casos em que houver inconstitucionalidade desta por invaso de competncia privativa do Estado-membro.

5. Interpretao das Lei Processuais

Aplicam-se as normas comuns de hermenutica legal. Mas especialmente o art. 5o da LICC, que mando o aplicador atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum.

O que interessa hoje uma resoluo justa e imparcial e a utilizao das normas de procedimento no deve ser um obstculo no caminho da pronta realizao do verdadeiro direito.

Como regra os procedimentos traados em lei ho de ser obedecidos rigorosamente, pois no dado s partes nem aos rgos judicirios criar, por acordo, ritos ou procedimentos no previstos em lei, ou desprezar os trmites legais.

O que importa evitar a anulao pura e simples, de modo que o juiz dever fazer adaptao dos procedimentos irregularmente eleitos pela parte queles recomendados pela lei (art. 295, no V) e, uma vez atingido o objetivo do processo, mesmo por procedimento irregular, nenhuma nulidade ser decretada, sem que tenha havido prejuzo para os litigantes.

Princpios de interpretao:

O processo deve conceder parte a mesma utilidade que esta poderia conseguir atravs da normas substancial;

O processo de cognio visa a concluir com um pronunciamento de mrito e somente excepcionalmente deve se extinguir por inobservncia formal de regras procedimentais.

CAPTULO IV - PRINCPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO

1. Devido Processo Legal

Definio: Sua funo de um superprincpio, coordenando e delimitando todos os demais princpios que informam tanto o processo como o procedimento. Seu papel atuar sobre os mecanismos procedimentais de modo a preparar e proporcionar provimento jurisdicional compatvel com a supremacia da constituio e a garantia de efetividade dos direitos fundamentais. Compreende:

A justa composio da lide s pode ser alcanada quando prestada a tutela jurisdicional dentro das normas processuais traadas pelo Direito Processual Civil, das quais no dado ao Estado declinar perante nenhuma causa (CF, art. 5o, incs. LIV e LV).

Compreende tambm a garantia do juiz natural (CF, art. 5o, inc. XXXVII) e do juiz competente (CF, art. 5o, inc. LIII), a garantia do acesso a justia (CF, art. 5o, inc. XXXV), de ampla defesa e contraditrio (CF, art. 5o, inc. LV) e, ainda, a de fundamentao de todas as decises judiciais (CPC, art. 93, inc. IX).

Assegura a razovel durao do processo e os meios que proporcionem a celeridade de sua tramitao CF, art. 5o, inc. LXXVIII).

Aspecto procedimental: impe a fiel observncia do contraditria e da ampla defesa, decorrncia obrigatria da garantia constitucional do princpio da igualdade

Aspecto substancial: a vontade concretizada pelo provimento jurisdicional ter de fazer prevalecer, sempre, a supremacia das normas, do princpios e valores constitucionais.

2. Processo Justo

O processo justo, em que se transformou o antigo devido processo legal, o meio concreto de praticar o processo judicial delineado pela Constituio para assegurar o pleno acesso Justia e a realizao das garantias fundamentais traduzidas nos princpios da legalidade, liberdade e igualdade.

Aspecto Procedimental: Para ser justo o processo deve consagrar no plano procedimental:

O direito de acesso justia;

O direito de defesa;

O contraditrio e a paridade de armas (processuais) entre as partes;

A independncia e a imparcialidade do juiz;

A obrigatoriedade da motivao dos provimentos judiciais decisrios;

A garantia de uma durao razovel, que proporcione uma tempestividade tutela jurisdicional.

Aspecto Substancial: o processo justo dever proporcionar a efetividade da tutela quele a quem corresponda a situao jurdica amparada pelo direito material.

3. Princpio Inquisitivo e Princpio Dispositivo

Inquisitivo: caracteriza-se pela liberdade da iniciativa conferida ao juiz, tanto na instaurao da relao processual como no seu desenvolvimento. Por todos os meios a seu alcance, o julgador procura descobrir a verdade real, independentemente da iniciativa ou a colaborao das partes.

Dispositivo: Atribui s partes toda a iniciativa, seja na instaurao do processo, seja no seu impulso. As provas s podem ser produzidas pelas prprias partes. Visa principalmente manter a neutralidade do juiz em determinados casos.

Hoje as legislaes processuais so mistas e apresentam preceitos tanto de ordem inquisitiva como dispositiva. Embora a iniciativa da abertura do processo seja da parte (dispositivo), o seu impulso oficial, isto , do juiz (art. 262), que promove o andamento do feito at o provimento final, independentemente de provocao dos interessados (inquisitivo).

Quanto s provas: Prevalece o princpios dispositivos, e s excepcionalmente caber ao juiz determinar realizao de provas ex officio (art. 130).

Derivaes do princpio dispositivo:

Princpio da demanda: s se reconhece parte o poder de abrir o processo

Princpio da congruncia: o juiz dever ficar limitado ou adstrito ao pedido da parte, de maneira que apreciar e julgar a lide nos termos em que foi proposta (art. 128).

4. Princpio do Contraditrio

Conceito: Consiste na necessidade de ouvir a pessoa perante a qual ser proferida a deciso, garantindo-lhe o pleno direito de defesa e de pronunciamento durante todo o curso do processo. absoluto e deve sempre ser observado, sob pena de nulidade do processo.

Consequncias bsicas:

A sentena s afeta as pessoas que foram parte no processo, ou seus sucessores;

S h relao processual completa aps regular citao do demandado;

Toda deciso s proferida depois de ouvidas ambas as partes;

Cerceamento de defesa: quando se assegura a audincia da parte adversria, mas no lhe faculta a contra prova.

Contraditrio diferido: No caso de medidas liminares (cautelares ou antecipatrias), a providncia judicial deferida a uma das partes antes da defesa da outra. Isto se admite porque, sem essa atuao imediata da proteo do interesse da parte, a eficcia do processo anularia a garantia mxima de acesso tutela da justia. O contraditrio nesses casos protelado para logo depois de cumprida a liminar.

Renncia: Cabe parte, a liberdade de exercitar o contraditrio ou no, pois ningum obrigado a defender-se.

5. Princpio da Recorribilidade e do Duplo Grau de Jurisdio

Recorribilidade: Todo ato do juiz que possa prejudicar um direito ou um interesse da parte deve ser recorrvel, como meio de evitar ou emendar os erros e falhas que so inerentes aos julgamentos humanos.

Duplo grau de jurisdio: a parte tem o direito a que sua pretenso seja conhecida e julgada por dois juzos distintos, mediante recurso, caso no se conforme com a primeira deciso.

Exceo: Causas de competncia originria dos tribunais.

6. Princpio da Boa-f e da Lealdade Processual

Boa-f:

Lealdade processual: conseqncia da boa-f no processo e exclui a fraude processual, os recursos torcidos, a prova deformada, as imoralidades de toda ordem.

Para evitar a m-f e a deslealdade processual o juiz deve agir com poderes inquisitoriais, deixando de lado o carter dispositivo do processo civil.

7. Princpio da Persuaso Racional do Juiz

Definio: Tal princpio regula a apreciao e avaliao das provas existentes nos autos, indicando que o juiz livremente sua convico. O juiz no desvinculado da prova e dos elementos existentes nos autos. O juiz s decide com base nos elementos existentes no processo, mas os avalia segundo critrios crticos e racionais (art. 131)

8. Princpio da Motivao das Decises Judiciais

Conceito: O juiz dever mostrar quais foram os pontos que o levou a proferir a sentena, ou seja, a fundamentao de sua sentena. Sua sentena dever conter os motivos que lhe formaram o convencimento (art. 131)

9. Princpio da Verdade Real

Conceito: A verdade provada de maneira confivel sem a utilizao de presunes. Se relaciona com o princpio da persuaso racional e da motivao

Verdade formal: a verdade que se presume ser verdadeira em face das provas acarretadas aos autos. permitida em alguns casos.

CAPTULO V - PRINCPIOS INFORMATIVOS DO PROCEDIMENTO

1. Princpio da Oralidade

Elementos que caracterizam o processo oral:

A identidade da pessoa fsica do juiz, de modo que este dirija o processo desde o seu incio at o julgamento; (h excees obrigatoriedade fsica do juiz, art. 132)

A concentrao, isto , que em uma ou em poucas audincias prximas se realize a produo das provas e o julgamento da causa; (pode haver julgamento sem audincia)

A irrecorribilidade das decises interlocutrias, evitando a ciso do processo ou a sua interrupo contnua, mediante recursos, que devolvem ao tribunal julgamento impugnado. (No adotado pelo nosso cdigo que admite o recurso de agravo a todas as decises, muito embora sem efeito suspensivo).

2. Princpio da Publicidade

Definio: Todos, e no apenas o litigantes, tm o direito de conhecer e acompanhar tudo o que se passa durante o processo (CF, art. 93, inc. IX). Pode ser resumido no direito discusso das provas, na obrigatoriedade de motivao da sentena e de sua publicao, bem como a faculdade de interveno das partes e seus advogados em todas as fases do processo.

Segredo de justia: nada impede que no interesse das partes existam processos em segredo de justia. O sigilo somente restrito a estranhos.

3. Princpio da Economia Processual

Conceito: Preconiza o mximo resultado na atuao do direito com o mnimo emprego possvel de atividades processuais. Deve-se buscar uma justia barata e rpida.

4. Princpio da Eventualidade ou de Precluso.

Conceito: Cada faculdade processual deve ser exercida dentro da fase adequada, sob pena de se perder a oportunidade de praticar o ato respectivo.

Precluso: consiste na perda da faculdade de praticar um ato processual, quer pela consumao do ato no momento adequado, quer pela falta do uso da faculdade no seu devido momento.

CAPTULO VI - JURISDIO

1. Justia Pblica

O Estado assumiu para si o encargo e monoplio de definir o direito concretamente aplicvel diante das situaes litigiosas, bem como o de realizar esse mesmo direito, se a parte condenada recusar-se a cumprir espontaneamente o comando concreto da lei.

2. Conceitos Jurisdio: a funo do Estado de declarar e realizar, de forma prtica, a vontade da lei diante de uma situao jurdica controvertida.

Conflitos de interesses: quando mais de um sujeito procura usufruir o mesmo bem.

Lides ou litgios: Quando o conflito de interesses no encontra soluo voluntria, havendo assim uma pretenso resistida.

Interesse: Posio favorvel para a satisfao de uma necessidade

Pretenso: a exigncia de uma parte de subordinao de um interesse alheio a um interesse prprio.

3. Caractersticas

Secundria: porque atravs dela o Estado realiza uma tarefa que deveria ter sido resolvida primariamente, de maneira pacfica e espontnea, pelos prprios sujeitos da relao jurdica.

Instrumental: tem o objetivo principal de dar atuao prtica s regras de direito material.

Declarativa ou executiva: exercita a vontade concreta de leis nascidas anteriormente ao pedido de tutela jurdica.

Desinteressada (imparcial): o juiz mantm-se equidistante dos interessados e sua atividade subordinada exclusivamente lei, a cujo imprio se submete sua imparcialidade na soluo do conflito de interesse.

Princpio da imparcialidade: Deriva assim a imparcialidade, sendo o rgo jurisdicional sempre um terceiro diante da relao material controvertida. Ex.: afastamento do juiz por suspeio e impedimento.

Provocada: No tem cabimento de prestao jurisdicional, a no ser quando solicitada, nos casos controvertidos, pela parte interessada. Princpio da disponibilidade.

4. Objetivo

Causa final: a atuao da vontade da lei, como instrumento de segurana jurdica e de manuteno da ordem jurdica;

Causa material: o conflito de interesses, qualificado por pretenso resistida, revelado ao juiz atravs da invocao da tutela jurisdicional;

Causa imediata ou eficiente: a provocao da parte, isto , a ao.

5. Princpios Fundamentais

Princpio do juiz natural: o juiz previamente investido no cargo sendo vedados os tribunais de exceo. S pode exercer a jurisdio aquele rgo a que a Constituio atribui o poder jurisdicional. Princpio da improrrogabilidade: os limites do poder jurisdicional, para cada justia especial, e, por excluso, da justia comum, so os traados pela Constituio.

Princpio da identidade fsica do juiz: o juiz que colhe a prova, dever proferir a sentena, por ser o mais apto a dar a sentena.

A jurisdio inafastvel (inafastabilidade): o rgo constitucionalmente investido no poder de jurisdio tem a obrigao de prestar a tutela jurisdicional. CF, art. 5o, XXXV. Indelegabilidade: veda a delegao da competncia entre os rgos do Poder Judicirio.

Cartas precatrias: no consiste em exceo ao princpio da indelegabilidade, pois o que ocorre a colaborao entre rgos judicirios, cada um dentro de sua natural e indelegvel competncia.

Vedao ao non liquet (art. 126, CPC): a causa no pode ficar sem resultado, mesmo havendo lacuna ou obscuridade na lei, recorrendo se necessrio analogia e princpios gerais do direito.6. Jurisdio Civil

Unidade: a jurisdio una e abrange todos os litgios que se possam instaurar em torno de quaisquer assuntos de direito. A diferena de matria jurdica a ser manipulada pelos juzes deriva da necessidade prtica de especializao no s dos julgadores mas das prprias leis que regulam a atividade jurisdicional.

mbito: aquilo que no couber na jurisdio penal e nas jurisdies especiais ser alcanada pela jurisdio civil, pouco importando que a lide verse sobre direito material pblico ou privado.

7. Jurisdio Contenciosa e Jurisdio Voluntria

Contenciosa: a jurisdio propriamente dita, ou seja, a funo estatal de pacificao ou composio de litgios. Pressupe controvrsia entre as partes (lide), a ser solucionada pelo juiz.

Voluntria: Algumas situaes sociais para que produzam efeitos devem ser levadas ao judicirio. O Estado realiza gesto pblica de interesses privados de carter administrativo. No existe lide nem partes. uma forma de administrao pblica de interesses privados (Frederico Marques). Finalidade: preventiva e tambm constitutiva;

Sujeitos: so chamados de interessados; no h processo, mas apenas procedimentos;

Terminologia: incorreta, uma vez que no h lide.

CaractersticasContenciosaVoluntria

LideAusncia de Lide

PartesInteressados

Substitutiva (substitui a vontade das partes)Integrativa (homologa um acordo de vontades)

Qualquer tipo de sentenaSentena Homologatria

Coisa JulgadaNO faz coisa julgada (art. 1111, CPC)

Cabe ao rescisriaCabe ao anulatria

8. Substitutivos da Jurisdio

Transao: o negcio jurdico em que os sujeitos da lide fazem concesses recprocas para afastar a controvrsia estabelecida entre eles.

Conciliao: transao obtida em juzo, pela interveno do juiz junto s partes, antes de iniciar a instruo da causa.

Juzo arbitral: importa renncia via judicirias, confiando s partes a soluo da lide a pessoas desinteressadas, mas no integrantes do poder judicirio.

Obs.: Todas essas formas extrajudiciais de composio de litgios s podem ocorrer entre pessoas maiores e capazes e apenas quando a controvrsia girar em torno de bens patrimoniais ou direitos disponveis.

9. Jurisdio Coletiva

Relaciona-se com interesses relevantes para a sociedade como um todo, no suscetveis de fracionamento para que cada um possa defend-los particularmente. Trata-se de direitos difusos ou coletivos.

Ao popular: confere ao cidado a defesa do patrimnio pblico contra ato abusivo de autoridade (Lei no 4.717).

Mandado de segurana coletivo: Atribudo a partidos polticos, organizaes sindicais e associaes ou entidade de classe, e utilizvel como remdio processual de defesa coletiva dos membros ou associados, segundo um mecanismo de substituio processual (atuam em nome prprio, na defesa de direitos alheios).

Aes civis pblicas: utilizada para tutela de interesses difusos e coletivos de um modo geral.

Coisa julgada: goza de possibilidade de eficcia alm dos sujeitos da relao processual - eficcia erga omnes.

Controle de constitucionalidade: permite aes sem lide, pois no h nelas um sujeito passivo.

CAPTULO VII - PROCESSO

1. Conceito

o mtodo, isto , o sistema de compor a lide em juzo atravs de uma relao jurdica vinculativa de direito pblico.

Entre o pedido da parte e o provimento jurisdicional se impe a prtica de uma srie de atos que formam o procedimento judicial, e cujo contedo sistemtico o processo.

Aspecto continente: srie de atos coordenados regulados pelo direito processual, atravs dos quais se leva a cabo o exerccio da jurisdio.

Objeto: mrito da causa

2. Procedimento

Conceito: a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. O modo prprio de desenvolver-se o processo, conforme as exigncias de cada caso.

D exterioridade ao processo, ou relao processual, revelando-lhe o modus faciendi com que se vai atingir o escopo da tutela jurisdicional.

O processo o procedimento realizado mediante o desenvolvimento da relao entre seus sujeitos, presente o contraditrio.

Caractersticas:

Do ponto de vista objetivo, a multiplicidade de atos que necessariamente o compem, todos coordenados numa verdadeira dependncia recproca, de mo que um provoca o outro, todos enfim explicados em conjunto com um s objetivo final, que vem a ser o provimento jurisdicional capaz de solucionar a lide

Do ponto de vista subjetivo, o procedimento se apresenta como obra de cooperao necessria entre seus protagonistas: s se estabelece por iniciativa de parte, s se desenvolve em contraditrio com a contraparte.

3. Autonomia do Processo

O objeto do processo: o pedido formulado pela parte em face da relao material controvertida.

Autonomia: O processo no depende da existncia substancial da parte que o invoca. O direito de provoc-lo abstrato de maneira que a funo jurisdicional atua plenamente, sem subordinao maior ou menor procedncia das razes de mrito argidas pela parte. Da deriva a autonomia do processo.

4. Espcies de Processo

Processo de cognio ou de conhecimento: h um pretenso jurdica contestada, compondo assim, o litgio declarando a vontade concreta da lei atravs do processo. Acerta-se pela sentena, a efetiva situao jurdica das partes.

Processo de execuo: h certeza prvia do direito do credor e a lide se resume na insatisfao do crdito, o processo limita-se a tomar conhecimento liminar da existncia do ttulo do credor, para, em seguida, utilizar a coao estatal sobre o patrimnio do devedor, e, independentemente da vontade deste, realizar a prestao a que tem direito o primeiro.

Processo cautelar: utilizado para prevenir, em carter emergencial e provisrio, a situao da lide contra as alteraes de fato ou de direito que possam ocorrer antes que a soluo de mrito seja prestada pela Justia.

5. Funes do Processo

A de verificar a efetiva situao jurdica das partes (processo de cognio);

A de realizar efetivamente a situao jurdica apurada (processo de execuo); e

A de estabelecer as condies necessrias para que se possa, num ou noutro caso, pretender a prestao jurisdicional (condies da ao)

6. Independncia dos Processos

O direito processual civil moderno tende a neutralizar ou minimizar a rgida dicotomia existente entre os processos de conhecimento e de execuo. O processo de execuo, em ao autnoma somente subsiste para os ttulos executivos extrajudiciais.

7. Tutelas Diferenciadas

H uma tendncia de se criar procedimento diferenciados para fugir dos inconvenientes da tutela tardia e propiciar ao jurisdicionado provimento compatvel com as necessidades da fiel realizao do direito material.

Podem corresponder criao de ritos mais simples;

s vezes dentro do prprio rito ordinrio, fases processuais so descartadas por serem desnecessrias ou incompatveis com o princpio da celeridade processual;

8. Tutela de Urgncia

Regra: no deve o juiz, em princpio, portanto, autorizar medidas de alterao na situao jurdica patrimonial dos litigantes, antes que o acertamento, operado por mio de sentena, se torne firme e definitivo (coisa julgada).

Tutela de urgncia: porm existem casos em que aguardar a composio definitiva da lide significa tornar o provimento final intil. Para essas situaes existem tutelas de urgncia que se desdobram em:

Tutela cautelar: apenas preserva a utilidade e eficincia do futuro e eventual provimento;

Antecipao de tutela: por meio de liminares ou de medidas incidentais, permite parte, antes do julgamento definitivo de mrito, usufruir, provisoriamente, do direito subjetivo resistido pelo adversrio.

CAPTULO VIII - AO

1. Conceitos Gerais

Conceito de ao: o direito subjetivo que consiste no poder de produzir o evento a que est condicionado o efetivo exerccio da funo jurisdicional e pblico porque dirigido contra o Estado. Direito Pblico subjetivo deduzido contra o Estado.

Exerccio: No exercida somente pelo autor, mas tambm pelo ru quando se ope prestao do primeiro, buscando a declarao de ausncia do direito subjetivo invocado pelo autor.

2. Caractersticas do Direito de Ao

Subjetividade: no importa se a pessoa esta ampara ou desamparada pretenso de quem o exerce;

Pblico: dirigido contra o Estado

Autonomia: O direito subjetivo no se vincula ao direito material da parte, pois no pressupe que aquele que o maneje venha a ganhar a causa.

Abstrao: A ao um direito abstrato (direito composio do litgio), que atua independentemente da existncia ou inexistncia do direito material.

Instrumental: porque se refere sempre a deciso a uma pretenso ligado ao direito material

O direito substancial que se dirige contra a outra parte, de natureza privada, e a ao, que se volta contra o Estado, tem natureza pblica.

3. Prestao Jurisdicional e Tutela Jurisdicional

Prestao jurisdicional: independe da efetiva existncia do direito subjetivo invocado pela parte;

Tutela jurisdicional: Somente ser prestada a quem realmente detenha o direito subjetivo invocado.

4. Condies da Ao

Necessidade: Embora abstrata, a ao no genrica, de modo que, para obter a tutela jurdica, indispensvel que o aturo demonstre uma pretenso idnea a ser objeto da atividade jurisdicional do Estado.

Condies ou requisitos: So categorias lgico-jurdicas, existentes na doutrina e, muitas vezes na lei (caso do Brasil), mediante as quais se admite que algum chegue obteno da sentena final. As condies operam no plano de eficcia da relao processual;

So trs as categorias fundamentais do processo moderno Pressupostos processuais

Condies da ao

Possibilidade jurdica do pedido

Interesse de agir;

Legitimidade de parte

Mrito da causa: a prpria lide

5. Possibilidade Jurdica do Pedido

Conceito: indica a exigncia de que deve existir, abstratamente, dentro do ordenamento jurdico, um tipo de providncia como a que se pede atravs da ao. a viabilidade jurdica da pretenso deduzida pela parte. O pedido deve ser previsto em lei ou no proibido por esta. Anlise: A possibilidade jurdica deve ser analisado no pedido imediato (contra o Estado), na permisso ou no do direito positivo a que se instaure a relao processual.

Inpcia: A petio inicial inepta quando da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso (impossibilidade de direito material, ou do pedido mediato) - art. 295, inc. II - ou quando o pedido for juridicamente impossvel (impossibilidade de direito instrumental, ou do pedido imediato) - art. 295, inc. III.

Na primeira hiptese (inc. II) o indeferimento importar na apreciao do mrito da causa e, com rejeio liminar do pedido, far, desde logo, coisa julgada material. Equivale verdade declarao de improcedncia do pedido.

No inc. III, h uma apreciao de uma verdadeira condio da ao. No ocorrer coisa julgada material e a parte poder deduzir novamente o seu pedido em juzo aps sanado o requisito da ao faltante.

6. Interesse de Agir

Conceito: um interesse instrumental e secundrio que surge da necessidade de obter atravs do processo a proteo ao interesse substancial.

Binmio, necessidade-adequao:

Necessidade: Localiza-se o interesse processual no apenas na utilidade, mas especificamente na necessidade do processo como remdio.

Adequao: Haver falta de interesse processual se, descrita determinada situao jurdica, a providncia pleiteada no for adequada situao.

Obs.: O interesse do autor pode se limitar declarao da existncia ou da inexistncia de uma relao jurdica, ou da autenticidade ou falsidade de documento (art. 4o).

7. Legitimidade ad causam Legitimidade de Parte Legitimao Ordinria Parte: Basta estar no processo, no precisa ter direitos. quem pede e a quem se pede. Parte legtima: a titularidade ativa e passiva da ao. a coincidncia das partes que figuraram no direito material com as que esto no processo. Legitimidade: preciso que os sujeitos sejam, de acordo com a lei, partes legtimas.

Autor: estar legitimado o autor quando for o possvel titular do direito pretendido.

Ru: quando for ele a pessoa indicada, quando procedente a ao, a suportar os efeitos oriundos da sentena.

Extraordinria ou substituio processual: decorre da lei, que permite que a parte demande em nome prprio, mas na defesa de interesse alheio. Age em nome prprio em defesa de interesse alheio.8. Pressupostos Processuais

Conceito: so as exigncias legais sem cujo atendimento o processo, como relao jurdica, no se estabelece ou no se desenvolve validamente. Requisitos jurdicos para a validade da relao processual.

Classificao:

Pressupostos de existncia: so os requisitos para que a relao processual se constitua validamente.

Pressupostos de desenvolvimento: so aqueles a ser atendidos, depois que o processo se estabeleceu regularmente, a fim de que possa ter curso tambm regular.

Subjetivos: relaciona-se com os sujeitos do processo: juiz e partes.

Competncia do juiz para a causa (tambm no pode haver nenhum fato impeditivo ou que o deixe suspeito, art. 134-138);

A capacidade civil das partes;

Sua representao por advogado.

Objetivos: relacionam-se com a forma procedimental e com a ausncia de fatos que impeam a regular constituio do processo, segundo a sistemtica do direito processual civil.

Observncia da forma processual adequada pretenso;

A existncia nos autos do instrumento de mandato conferido ao advogado;

A inexistncia de litispendncia, coisa julgada, compromisso, ou de inpcia da petio inicial;

A inexistncia de qualquer das nulidades previstas na legislao processual.

9. Tipos de Sentena

O reconhecimento da ausncia de pressupostos processuais leva ao impedimento da instaurao da relao processual ou nulidade do processo;

O da ausncia das condies da ao redunda em declarao de carncia de ao e extino do processo sem resoluo de mrito; e

O da ausncia do direito material subjetivo conduz declarao judicial de improcedncia do pedido, e no da ao, como de praxe viciosa e corriqueira na linguagem forense.

10. Classificao das Aes

Leva-se em conta a espcie e a natureza de tutela que se pretende do rgo jurisdicional, classificando-se em:

Ao de cognio: provoca a instaurao de um processo de conhecimento, busca o pronunciamento de uma sentena que declare entre as partes quem tem razo. Desdobra-se em:

Ao condenatria: a que busca no apenas a declarao do direito, mas tambm a formulao de um comando que imponha uma prestao a ser cumprida pelo ru. Tende a formao de ttulo executivo.

Ao constitutiva: a que alm da declarao do direito, cria, modifica ou extingue um estado ou relao jurdica material.

Ao declaratria: aquela que se destina apenas a declarar a certeza da existncia ou inexistncia de relao jurdica, ou de autenticidade ou falsidade de documento (art. 4o).

Ao de execuo: a que gera o processo de execuo, no qual o rgo judicial desenvolve a atividade material tendente a obter, coativamente, o resultado prtico equivalente aquele que o devedor deveria ter realizado com o adimplemento da obrigao.

Ao cautelar: provoca o surgimento de um processo cautelar, colima uma finalidade auxiliar e subsidiria frente s funes jurisdicionais de cognio e de execuo.

11. Pretenso e Causa

Pretenso: a exigncia de prevalecimento do interesse prprio sobre o de outrem. A pretenso pressuposto da ao.

Causa: Lide ou questo agitada entre os litigantes em juzo. Possui os seguintes elementos identificadores, que servem para individuar uma ao (art. 301, 2o):

Partes: sujeito ativo e sujeito passivo do processo. Autor e ru. Pedido: equivale lide, isto , matria sobre a qual a sentena de mrito tem de atuar. o bem jurdico pretendido pelo autor perante o ru.

Imediato: a sentena.

Mediato: o bem da vida.

Causa de pedir: Fato jurdico que ampara a pretenso deduzida em juzo. Os motivos. Causa remota: o fato em si mesmo. Causa prxima: a repercusso jurdica do fato (fundamento jurdico).Obs.: Uma ao idntica outra quanto tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Ocorrendo assim litispendncia ou coisa julgada. A causa remota e prxima devem ser as mesmas (art. 301, 2o).

12. A Defesa do Ru

Abstrao: como h um direito abstrato de ao, tambm h um direito abstrato de defesa, isto , o direito de defesa no est condicionado existncia efetiva do direito subjetivo que o ru invoca para se defender.

Conceito: o direito pblico subjetivo de opor-se pretenso que o autor deduziu em juzo, no exerccio do direito de ao.

Interesses: Enquanto o autor pretende que seu pedido seja acolhido pelo Poder Judicirio, o ru pretende que este seja rejeitado. Autor e ru so tratados em condies de igualdade.

13. Espcies de Defesa

Reconveno: no defesa, mas um contra-ataque do ru, atravs da propositura de uma outra ao contra o autor dentro do mesmo processo.

Exceo: a defesa processual indireta, que visa ao afastamento do juiz, por impedimento ou suspeio, ou o deslocamento do feito para outro juzo por questo de competncia.

Contestao: o meio de resistncia direta pretenso do autor, tanto por motivos de mrito como processuais.

Defesa substancial ou de mrito: quando se busca o reconhecimento da inexistncia do fato jurdico arrolado pelo autor como fundamento do pedido, ou que se lhe negue a conseqncia buscada pelo promovente.

Defesa formal ou processual: quando a defesa se restringe ao processo e procura invalid-lo, sem atingir a soluo do litgio.

CAPTULO IX - ELEMENTOS DO PROCESSO

1. Viso Dinmica e Esttica do Processo

Viso dinmica: o processo se resume no complexo dos atos ou fatos que o compem.

Viso esttica: o processo estudado fora do tempo. encarado como uma situao, dando-se relevo apenas aos elementos que o compem e relao que se estabelece entre eles, enquanto a questo controvertida estiver posta em juzo.

2. A Relao Processual

A relao jurdico-processual estabelece-se, inicialmente, entre o autor e o juiz. apenas bilateral nessa fase. Com a citao do ru, este passa tambm a integr-la, tornando-a completa e trilateral.

Caractersticas:

Relao jurdica: estabelecida segundo regras de direito e com a produo de efeitos jurdicos;

De Direito Pblico: envolve um sujeito de direito pblico, que o rgo judicial, e serve para realizao de uma funo pblica do Estado;

Autonomia: pode ser estabelecida independentemente da existncia de uma relao jurdica de direito material entre as partes;

Complexidade: abrange no apenas um ato, mas uma srie de atos processuais;

Unitria: vrios atos processuais se ligam a uma nica relao de finalidade (sentena final).

Concreta: No se pode formas sem um contedo material, isto , no pode deixar de referir-se a uma relao de direito substancial;

Dinmica: No se estabiliza, evolui e transforma-se a cada instante no caminho para a sentena de mrito.

3. Classificao dos Elementos do Processo

Subjetivos: Compreendem as partes e o rgo judicial, que so os sujeitos principais do processo.

Objetivos: compreendem as provas e os bens, que so os objetos do processo.

O processo de conhecimento tem por objeto as provas, e o processo de execuo, os bens.

CAPTULO X - EFEITOS DA RELAO PROCESSUAL

1. Direitos Processuais

Os principais direitos subjetivos das partes so o de ao e o de defesa, mas deles decorrem vrios outros, como de presenciar todos os atos do processo, o de recusar o juiz suspeito, o de recorrer, etc.

2. Obrigaes Processuais

Conceito de obrigao: em sentido lato todo o vnculo que importe em sujeitar algum a uma prestao de valor econmico.

Do processo decorrem vrias obrigaes, como a de pagar a taxa judiciria, a de adiantar o numerrio para as despesas dos atos processuais requeridos, a de reembolsar a parte vencedora pelas custas e honorrios advocatcios, etc.

3. Deveres Processuais

As prestaes, que no de ordem econmica configuram deveres. So de natureza pblica, e seu descumprimento, em muitos casos, gera graves sanes, at de natureza penal.

Citado alguns temos, o dever de agir com lealdade e boa-f, o de testemunhar, o de exibir documentos e coisas, o de colabora com a Justia no esclarecimento da verdade.

4. nus Processuais

Os nus processuais no obrigam a parte a praticar determinados atos no curso do processo, mas lhe acarretam prejuzos jurdicos quando descumpridos, quase sempre traduzem na perda de um faculdade processual no exercida em tempo hbil.

TTULO II TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL

CAPTULO I - PARTES E PROCURADORES

1. Partes

Em sentido material: como sujeito da lide

Em sentido processual: como sujeito do processo. A pessoa que pede ou perante a qual se pede, em nome prprio, a tutela jurisdicional.

o sujeito que intervm no contraditrio ou que se expe s suas conseqncias dentro da relao processual.

Obs.: Nem sempre o sujeito da lide se identifica com o que promove o processo, como nos casos de substituio processual.

Autor: a que invoca a tutela jurdica do Estado e toma a posio ativa (sujeito ativo) de instaurar a relao processual

Ru: a que fica na posio passiva (sujeito passivo) e se sujeita relao processual instaurada pelo autor.

2. Substituio Processual

Conceito: consiste em demandar a parte, em nome prprio, a tutela de um direito controvertido de outrem. Possvel somente nos casos expressamente autorizados pela lei (art. 6o).

Ocorre o pressuposto de uma conexo de interesse entre a situao jurdica do substituto e a do substitudo.

Poderes do substituto processual: so amplos no que tange os atos e faculdade processuais, mas no compreendem, obviamente, os atos de disposio do prprio direito matria do substitudo, como confisso, transao, reconhecimento do pedido, etc.

Obs.: Em regra, a titularidade da ao vincula-se titularidade do pretendido direito material subjetivo, envolvido na lide. A substituio processual exceo.

3. Alienao do Bem Litigioso

Alienao inter vivos: No caso de alienao do bem envolvido no litgio, se for entre vivos, o processo pode:

Prosseguir entre as partes originrias, ocorrendo apenas uma substituio processual; ou

A parte adquirente do bem litigioso poder ingressar em juzo substituindo a parte originria, desde que haja consentimento da parte contrria (art. 42, 2o), havendo assim uma substituio de parte.

Alienao causa mortis: No caso de alienao do bem litigioso por conseqncia da morte de uma das partes, o processo corre perante o sucessor a ttulo universal, havendo uma substituio de parte.

Substituio de parte: ocorre uma alterao nos plos subjetivos do processo. Uma outra pessoa passa a ocupar o lugar do primitivo sujeito da relao processual.

4. Capacidade Processual

Conceito: A aptido de participar da relao processual, em nome prprio ou alheio.

Regra: Toda pessoa capaz, a princpio, possui capacidade processual, pois em regra geral, a capacidade processual que se exige a mesma que se reclama para os atos da vida civil.

Possibilidade: Podem ser partem as pessoas naturais e as pessoas jurdicas regularmente constitudas, de direito pblico ou privado.

H certas massas patrimoniais necessrias, que, embora no gozem de personalidade jurdica, so admitidas a figurar em relaes processuais como parte ativa ou passiva. So as pessoas formais.

Pressuposto processual: a capacidade processual um pressuposto processual e sua inobservncia impede a formao vlida da relao jurdico-processual. Seu exame e reconhecimento de sua falta dever ser procedidos ex officio pelo juiz.

5. Representao do Incapaz

O sujeito que no tiver capacidade processual ser representado ou assistido pelos pais, tutores ou curadores (Art. 8o).

Gestor de interesses alheio: o representante da parte incapaz ou do privado de demandar pessoalmente. No parte.

Representao voluntria: aquela em que a pessoa escolhe voluntariamente o representante para atuar em seu nome.

Representao necessria: embora o representante seja de livre escolha (voluntria) do representado, no pode deixar de eleger um representante qualificado para a prtica do ato.

6. Capacidade Processual das Pessoas Casadas

Nas aes, em geral, no necessria a outorga da mulher ou do marido para que o outro possa estar em juzo. Esta autorizao somente ser necessria para propor aes que versem sobre direito reais imobilirios (art. 10).

No necessria a aplicao da regra no caso de regime de separao total;

No se consideram cnjuges aqueles unidos por unio estvel;

A regra do art. 10 no determina um litisconsrcio ativo necessrio, basta o consentimento de um ao outro, mesmo fora do processo.

Supresso judicial: permitido que a autorizao do cnjuge possa ser suprida judicialmente, quando um cnjuge a recuse ao outro sem motivo justo, ou lhe seja impossvel d-la.

Nulidade: a outorga do cnjuge faz parte da capacidade processual, sua falta, desde que no suprida pelo juiz, invalida o processo (art. 11, pargrafo nico).

A nulidade no absoluta e s pode ser argida pelo cnjuge interessado;

Ambos os cnjuges devem ser citado para as aes (art. 10, 1o):

I - que versem sobre direitos reais imobilirios;

II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cnjuges ou de atos praticados por eles;

III - fundadas em dvidas contradas pelo marido a bem da famlia, mas cuja execuo tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;

IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituio ou a extino de nus sobre imveis de um ou de ambos os cnjuges.

Obs.: trata-se de um litisconsrcio passivo necessrio, cuja inobservncia leva nulidade do processo. O juiz tem o poder de determinar a citao do cnjuge, mesmo se a petio inicial for omissa.

7. Curatela Especial

Curador especial ou curado lide: nomeado em alguns casos de incapacidade e de revelia como (Art. 9o):

I - ao incapaz, se no tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele;

II - ao ru preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.

Incumbncia: velar pelo interessa da parte tutela, no que diz respeito regularidade de todos os atos processuais, cabendo-lhe ampla defesa dos direitos da parte representada. No pode naturalmente transacionar.

8. Representao das Pessoas Jurdicas e das Pessoas Formais

O art. 12 dispe sobre a representao das pessoas jurdicas.

Tendo a pessoa jurdica pluralidade de domiclio, pode a citao recair na pessoa do gerente do seu estabelecimento filial, pelo qual se determinou a competncia do juzo.

Em regra a citao do gerente depende de poderes especiais. Se a ao versar sobre atos que no foram praticados pelo citando, no basta a sua qualidade de gerente, pois indispensvel ser a existncia de poderes adequados para o ato;

Se a ao versar sobre atos praticados pelo gerente da filial, a sua citao ser eficaz, mesmo que no disponha de mandato especial

VII - as sociedades sem personalidade jurdica, [ser representada] pela pessoa a quem couber a administrao dos seus bens;

A massa do insolvente civil massa patrimonial necessria, com capacidade processual ativa e passiva, cuja representao compete ao administrador nomeado pelo juiz da causa (art. 766, no II).

9. Incapacidade processual e irregularidade de representao

Cumpre ao juiz verifica ex officio as questes pertinentes capacidade das partes e regularidade de sua representao nos autos, por se tratar de pressuposto processual.

Verificando alguma irregularidade o juiz suspender o processo e marcar prazo razovel para ser sanado o defeito (art. 13). O prazo no pode ser superior a 30 dias (art. 327). No sendo sanado o defeito no prazo estipulado, o juiz:

Decretar a nulidade do processo, se a diligncia competia ao autor; (inc. I)

Considerar revel o ru se tivesse a seu cargo a providncia saneadora; (inc. II)

Excluir o terceiro do processo, se a irregularidade a ele se referia; (inc. III)

Pessoa jurdica de direito privado: nus das sociedade demonstrarem sua personalidade. Por isso ao ingressar em juzo, a pessoa jurdica de direito privado deve provar sua constituio, a fim de demonstrar a regularidade de sua representao.

CAPTULO II - DEVERES E DIREITOS DAS PARTES E PROCURADORES

1. Deveres

Os deveres so das partes e de todos aqueles que participam do processo, devendo estes se portarem segundo os princpios da lealdade e probidade ou pormenorizadamente:

I - expor os fatos em juzo conforme a verdade;

II - proceder com lealdade e boa-f;

III - no formular pretenses, nem alegar defesa, cientes de que so destitudas de fundamento;

IV - no produzir provas, nem praticar atos inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do direito.

V - cumprir com exatido os provimentos mandamentais e no criar embaraos efetivao de provimentos judiciais, de natureza antecipatria ou final.

Expresses injuriosas: vedado o emprego de expresses injuriosas, cabendo ao juiz, quando escritas, risca-las de ofcio ou requerimento do ofendido. E quando for feita verbalmente, o juiz dever advertir o advogado, sob pena de ser cassada a palavra.

Violao dos deveres: ocorre violao do dever de lealdade em todo e qualquer ato inspirado na malcia ou m-f e principalmente naqueles que procuram desviar o processo da observncia do contraditrio.

2. Atentado ao Exerccio da Jurisdio

a violao do inc. V, que acarreta na fixao de multa de at 20% do valor da causa, levando em conta a gravidade da conduta.

A exigibilidade da multa somente ser feita aps o trnsito em julgado da deciso final;

O beneficirio da multa o Poder Pblico que a arrecadar como dvida ativa;

No se aplica aos advogado particulares ou pblicos.

3. Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Litigncia de m-f: a realizao dos atos elencados no art. 17:

Dever de indenizar: como resultado da m-f surge o dever legal de indenizar as perdas e danos causados parte prejudicada (art. 16). A indenizao devida pessoa prejudicada.

A responsabilidade pressupe o elemento objetivo dano e o subjetivo culpa, no se restringindo somente ao dolo, mas tambm da culpa em sentido estrito de natureza grave.

O dever de indenizar subsiste, independente de qualquer que seja o resultado da causa. H a inverso de sucumbncia mesmo que o litigante de m-f saia vitorioso ou perde o direito???

Pedido de indenizao incidental: No necessrio a instaurao de uma ao autnoma para reclamar a indenizao. O prejudicado pode fazer o pedido de condenao incidentemente, nos prprios autos dos processo que o ilcito foi cometido.

O juiz pode decretar a indenizao mesmo de officio; podendo fixar o valor da multa tomando por base o valor da causa (limite de 20%) ou de determinar que se proceda liquidao por arbitramento.

Multa: O litigante de m-f esta sujeito a pagar multa de at 1%, verba que tambm se reverter para a pessoa prejudicada (art. 18)

Pluralidade: havendo mais de um litigante de m-f o juiz condenar cada um na proporo de seu respectivo interesse na causa.

Solidariedade: se a m-f for praticada em comum, a condenao atingir os partcipes solidariamente.

4. Direitos

Prestao jurisdicional: os litigantes tm o direito subjetivo pblico de exigir do poder judicirio a prestao jurisdicional a ser realizada dentro dos parmetros legais e constitucionais do devido processo legal.

Poderes do juiz: A todo poder-dever atribudo ao juiz, surge o direito de exigir que a funo seja regular e adequadamente exercida.

Litigantes idosos: Toda vez que no processo houver parte com mais de sessenta anos, este processo ganha preferncia de tramitao. Justifica-se pelo litigante idoso no ter perspectiva de vida para aguardar a lenta atividade jurisdicional.

CAPTULO III - DESPESAS E MULTAS

1. nus Financeiro do Processo

Servio Pblico remunerado: a prestao da tutela jurisdicional servio pblico remunerado, a no ser nos casos de miserabilidade, quando a parte recebe o benefcio da assistncia judiciria.

Despesas do processo: cabe s partes prover s despesas dos atos que realizam ou requerem no processo (art. 19). Essas despesas compreendem as custas e todos os demais gastos efetuados com os atos do processo.

Custas: so as verbas pagas aos serventurio da Justia e aos cofres pblicos, pela prtica de ato processual conforme a tabela da lei ou regimento interno. Pertencem ao gnero dos tributos, por representarem remunerao de servio pblico.

Despesas: so todos os demais gastos feitos pelas partes na prtica dos atos processuais, com excluso dos honorrios advocatcios.

2. Antecipao das Despesas

As despesas dos atos que realizar ou requerer no curso do processo devem ser pagas antecipadamente (art. 19, caput)

Ao autor incumbe o nus de adiantar as despesas relativas aos atos cuja realizao for determinado pelo juiz, ou a requerimento do Ministrio Pblico

Descumprimento: a no antecipao do pagamento das despesas resulta no-realizao do ato requerido.

Abandono de causa: Se a falta do ato realizado impedir o prosseguimento da marcha processual, provocar a figura do abandono de causa, e poder redundar em extino do processo, sem resoluo do mrito.

Desero de recurso: quando a falta do preparo prvio de custas recursais, d-se a desero do recurso.

Quando for das custas iniciais, passados 30 dias, ensejar a extino do processo, com cancelamento da distribuio e arquivamento dos autos (art. 257).

3. A Sucumbncia e as Obrigaes Financeiras do Processo

Sucumbncia: a obrigao que resulta para a parte vencida de ressarcir vencedora todos os gastos que antecipou.

Qualquer que seja a natureza principal da sentena, conter sempre uma parcela de condenao, como efeito obrigatrio da sucumbncia.

Ao decidir qualquer incidente ou recurso, o juiz dever condenar o vencido s respectivas despesas (art. 20, 1o).

Sentena que extingue o processo: Com o sem resoluo do mrito, a condenao do vencido abrange as despesas processuais e os honorrios advocatcios (art. 20, caput).

Deciso interlocutria: o juiz s deve condenar nas despesas (art. 20, 1o).

Vrios litigantes: os vencidos respondero pelas despesas e honorrios sem proporo (art. 23). Se os litisconsortes eram solidrios, tambm ser a responsabilidade.

4. Ressalvas aos Efeitos da Sucumbncia

Os efeitos da sucumbncia sofrem, s vezes, influncia do dolo ou culpa do vencedor:

Assim, o ru que, por no argir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatar o julgamento da lide, ser condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perder, ainda que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorrios advocatcios (art. 22).

Desistncia ou reconhecimento: Se o processo terminar por desistncia ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorrios sero pagos pela parte que desistiu ou reconheceu (art. 26). Se a desistncia ou o reconhecimento for parcial, a responsabilidade pelas despesas e honorrios ser proporcional parte de que se desistiu ou que se reconheceu (art. 26, 1)

A desistncia s pode ser praticada livremente caso no tenha transcorrido o direito de resposta do ru, aps transcorrido esse prazo, o autor depender da autorizao do ru para desistir da ao. A desistncia no acarreta em coisa julgada material.

Nos casos de reconhecimento faz-se coisa julgada material e em momento nenhum precisa da autorizao do autor.

Transao: quando o processo findar por transao, prevalecer aquilo que foi ajustado entre as partes. Se nada tiverem disposto, as despesas sero divididas em partes iguais (art. 26, 2).

A transao faz coisa julgada material.

Nos juzos divisrios, no havendo litgio, os interessados pagaro as despesas proporcionalmente aos seus quinhes (art. 25).

Jurisdio voluntria: No h sucumbncia por no existir lide. O requerente adiantar o pagamento de todas as despesas, mas ter direito de rate-las entre os demais interessados (art. 24). Havendo impugnao, conduzir configurao da sucumbncia.

Assistncia: O assistente do vencido ser condenado nas custas em proporo atividade que houver exercido no processo (art. 32). No h contra ele condenao de honorrios.

Inutilidade das despesas: Quando as despesas no so referentes ao processo ou no tem utilidade para o andamento deste, nesse caso quem os tiver praticado que dever arcar com as despesas desde que estas tenham sido impugnadas pela outra parte (Art. 31).

Perito: Art. 33. Cada parte pagar a remunerao do assistente tcnico que houver indicado; a do perito ser paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofcio pelo juiz.

Extino sem resoluo de mrito por abandono de causa: o autor no poder intentar de novo a ao, sem pagar ou depositar em cartrio as despesas e os honorrios, em que foi condenado (art. 28).

Obs.: Os efeitos da sucumbncia dependem da coisa julgada e s podem ser reclamados em execuo forada.

5. Sucumbncia Recproca

Conceito: quando o autor sai vitorioso apenas em parte de sua pretenso. Tanto ele quanto o ru, so vencidos e vencedores, a um s tempo.

Clculo: os gastos devem ser calculados e rateado na proporo em que sucumbiram. Se a derrota for igual, a verba de um anular a do outro.

6. Multas

Quem receber custas indevidas ou excessivas obrigado a restitu-las, incorrendo em multa equivalente ao dobro de seu valor (art. 30).

Custas excessivas: as exigidas em valor superior ao da tabela legal;

Custas indevidas: as no previstas no respectivo regimento;

As sanes impostas parte, sero includas na conta de custas do processo, mas revertero em benefcio da parte contrria (art. 35).

As sanes impostas aos serventurios, se revertero ao Estado (art. 35).

7. Honorrios de Advogado

S a sentena, ao encerrar o processo, que resolver a questo dos honorrios. No h condenao de honorrios nas decises interlocutrias, nem nos recursos a elas pertinentes (art. 20, 1);

No importa o contrato firmado entre a parte e o advogado. O ressarcimento dos gastos advocatcios ser sempre feito conforme valor fixado pelo juiz na sentena (art. 20, 3).

8. Cabimento dos Honorrios

Regra: Em todos os procedimentos contenciosos, inclusive nas medidas cautelares e aes declaratrias, aplica-se a condenao de honorrios.

Desnecessidade de pedido: Ainda que no haja pedido expresso do vencedor devido os honorrios. Mesmo atuando em causa prpria, o vencedor ter direito indenizao de seus honorrios.

Execuo de ttulo: mesmo nos extrajudiciais no embargados, o juiz impor ao devedor a obrigao de pagar os honorrios em favor do credor.

Pagamento da dvida: mesmo se logo aps a citao o ru pagar a dvida, ainda assim deve haver condenao de honorrios.

9. Inoperncia da Sucumbncia

Nos seguintes casos a parte ter de arcar com o pagamento de honorrios, mesmo sendo vencedora:

Quando dilatar o julgamento da lide por no argir na resposta, fato extintivo, impeditivo ou modificativo do pedido do autor e que mais tarde veio a ser causa de improcedncia do pedido ou de extino do processo (art. 22)

Quando a parte vencedora, ou no, for havida como litigante de m-f (art. 18)

10. Fixao de Honorrios

Com base no valor condenatrio: A fixao realizada em funo do valor da condenao principal. Deve ser entre 10 e 20% do valor da condenao (art. 20, 3).

Apreciao eqitativa do juiz: quando a causa for de pequeno valor ou de valor inestimvel, bem como quando no resultar condenao, e de modo geral em todas as condenaes em que for vencida a Fazenda Pblica, o juiz fixar os honorrio consoante a apreciao eqitativa, atendidas as alneas a, b e c do art. 20, 3.

Sentenas no condenatrias: a base de clculo mais segura o valor da causa, embora o cdigo no faa referncia. Em tal situao, a jurisprudncia dominante no sentido de admitir a correo monetria da verba advocatcia a partir do ajuizamento da causa.

Execues: embargadas ou no, os honorrios so fixados pelo critrio eqitativo.

11. Casos Especiais de Fixao de Honorrios

Ao de alimentos: os honorrios sero fixados com base no montante de 12 prestaes, ou um ano de pensionamento.

Mandado de segurana: No h condenao de honorrios para a autoridade coatora, nem tampouco do impetrante quando este sucumbe (STF, Smula 512).

Indenizao por dano moral: uma vez que o arbitramento da verba indenizatria de exclusiva competncia do juiz, o STJ decide que na ao de indenizao por dano moral, a condenao em montante inferior ao postulado na inicial no implica sucumbncia recproca (Smula, 326, STJ).

12. Execuo dos Honorrios

O advogado tem direito autnomo para executar a sentena, na parte relativa aos honorrios.

A parte no tem disponibilidade dessa indenizao.

13. Assistncia Judiciria

A assistncia judiciria devida aos necessitados de acordo com a lei 1.060 de 1950.

Necessitado: todo aquele cuja situao econmica no lhe permita pagar as custas do processo e os honorrios de advogado, sem prejuzo do sustento prprio ou da sua famlia.

direito personalssimo, que no se transfere.

Pode ser requerida a qualquer momento.

Conseqncias na sucumbncia:

Se vitorioso o necessitado, seu assistente far jus ao pagamento dos honorrios advocatcios, que ficar a cargo do vencido;

Se o necessitado for vencido, no se submeter ao ressarcimento das despesas processuais e honorrios da parte vencedora. O art. 12 da referida lei, prev que o necessitado obrigado a pagar as custas do processo se, no prazo extintivo de 5 anos, melhorar de situao econmica.

Divergncia jurisprudencial: o STJ afirma que no foi recepcionada esta normas. O STF afirma que a norma constitucional.

Exigncia: simples afirmao, na prpria petio inicial, de que no est em condies de pagar as custas do processo e os honorrios de advogado, sem prejuzo prprio ou de sua famlia. Presume-se pobre que afirmar essa condio nos terma da Lei, sob pena de pagamento de at o dcuplo das custas judiciais.

Impugnao: pode haver revogao dos benefcios da assistncia pelo juiz da causa, por provocao da parte contrria ou ex officio. O procedimento de revogao corre em apartado sem prejuzo para a marcha do processo principal.

Defensor Pblico: a intimao de todos os atos do processo ser sempre pessoal e a contagem de todos os prazos ser feita em dobro, a exemplo do que ocorre com o Ministrio Pblico.

Recursos: Se h incidente (impugnao) o recurso cabvel o de apelao. Se no h incidente (indeferimento de plano) o recurso cabvel o agravo de instrumento.

Inconstitucionalidade: Art. 14 da Lei 1.060 inconstitucional visto que o profissional liberal no pode ser obrigado a trabalhar gratuitamente e podem escolher as suas demandas.

Revogao tcita: O art. 18 da Lei 1.060 incompatvel com o estatuto da OAB, pois o estagirio deve atuar juntamente com o auxilio de um advogado.

CAPTULO III - ADVOGADOS

1. Capacidade Postulatria

Conceito: aptido para realizar os atos do processo de maneira eficaz.

Exclusividade: Compete exclusivamente aos advogados, de modo que obrigatria a representao da parte por um advogado legalmente habilitado (art. 36). O bacharel deve ser legalmente habilitado conforme os ditames da OAB.

Exceo: postulao em causa prpria, quando a parte j for advogado, quando no houver advogado no local ou quando os existentes se recusarem ao patrocnio da causa ou estiverem impedidos (art. 36, incs. I e II).

Exceo dos Juizados Especiais: admite a postulao direta das partes, tornando facultativa a representao por advogado, desde que o valor da casa no ultrapasse 20 salrios mnimos (art. 9o, Lei 9.099.

Habeas corpus: pode ser impetrado por algum que no seja advogado

2. Mandato Judicial

Conceito: investimento de poderes adequados para o advogado representar a parte no processo. Deve ser escrito, pblico ou particular (art. 38).

Analfabetos e os que podem assinar o nome: obrigatrio instrumento pblico.

Instrumento particular: no se exige maiores solenidade, apenas que seja assinado pelo outorgante (art. 38). Qualquer pessoa maior e capaz, mesmo os incapazes devidamente representados ou assistidos, pode constituir advogado por instrumento particular.

Urgncia: em casos de urgncia a exibio do instrumento de mandato pelo advogado dispensada provisoriamente. permitido em nome da parte, intentar ao, a fim de evitar decadncia ou prescrio. Poder intervir e praticar atos reputados urgentes como contestar uma ao ou embargar uma execuo, estando ausente a parte interessada (art. 37).

Prazo: o advogado obrigado a apresente o mandato no prazo de 15 dias, prorrogvel por mais 15, por despacho do juiz (art. 37).

Falta de apresentao do mandato: Apresentada a procurao, o ato praticado estar perfeito e considerar-se- ratificado na data em que foi praticado. Porm, no exibido o documento, os atos praticados sem mandato sero havidos como inexistentes, ficando o advogado responsvel pelas despesas e perdas e danos que acarretar o processo (art. 37, pargrafo nico).

A falta do mandato no implica em defeito de representao, mas em ausncia de representao

Revogao: o mandato pode ser livremente revogado pelo outorgante, mas a parte ter que, no mesmo ato, constituir outro advogado para substituir o primitivo no processo (art. 44).

Procurao: A procurao o instrumento do mandato e faz prova da contratao.

Procurao Ad jucidia: procurao para foro em geral habilitando o advogado para praticar todo os atos do processo, menos, receber citao inicial, confessar, reconhecer a procedncia do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ao, receber, dar quitao e firmar compromisso (art. 38).

Substabelecimento: Transferir os poderes para outro advogado.

Com reserva de poderes: transfere-se os poderes, porm mentem-se os poderes do advogado originrio.

Sem reserva: transfere totalmente os poderes para outro advogado.

3. Direitos e Deveres

Deveres: art. 39:

I - declarar, na petio inicial ou na contestao, o endereo em que receber intimao;

Descumprido o item I, o juiz antes de mandar citar o ru, mandar suprir a omisso no prazo de 48 horas. No sanada a falta a petio ser indeferida (art. 39, pargrafo nico).

II - comunicar ao escrivo do processo qualquer mudana de endereo.

Descumprida o item II, as intimaes continuaro sendo vlidas, enviadas em cartas registrada, para o endereo constante nos autos (art. 39, pargrafo nico).

Direitos: art. 40:

I - examinar, em cartrio de justia e secretaria de tribunal, autos de qualquer processo, salvo o disposto no art. 155;

Pode ser utilizado por qualquer advogado, mesmo que no tenha procurao. E tem o direito de obter cpia de qualquer processo (Art. 7o, Est. OAB)

II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) dias;

III - retirar os autos do cartrio ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que lhe competir falar neles por determinao do juiz, nos casos previstos em lei.

Os autos no devero sair do cartrio, a no ser mediante prvio ajuste dos interessados, manifestado em petio dirigida;

O advogado obrigado a passar recibo no competente livro de carga do cartrio.

Obs.: Incs. II e III so exclusivos dos advogados das partes.

CAPTULO IV - SUBSTITUIO DAS PARTES E PROCURADORES

1. Substituio de Parte

Conceito: uma alterao nos plos subjetivos do processo. Uma outra pessoa passa a ocupar o lugar do primitivo sujeito da relao processual.

Exceo: A substituio de partes uma exceo e s permitida nos casos expressos na lei (art. 41).

Alienao de bem litigioso: A alienao no altera a legitimidade para ser parte do alienante, passando a agir como substituto processual do alienante (Art. 42). O adquirente s poder ocupar a posio de parte se o outro litigante consentir (art. 42, 1o), ocorrendo nesse caso uma substituio de parte.

No havendo consentindo o adquirente somente poder ser assistente (art. 42, 2o).

A sentena estende os efeitos ao adquirente (art. 42, 3o).

Pessoa jurdica: no considerada substituio de parte a que decorre de alterao estaturia de pessoas jurdicas, com admisso de novos scios, nem proveniente de fuso ou incorporao, por no se tratar de transmisso a ttulo particular do art. 42, caput.

Morte: no caso de morte do litigante, a substituio por seu esplio ou seus sucessores necessria, salvo a hiptese de ao intransmissvel. H assim uma substituio de parte.

2. Substituio do Advogado

Substituio provocada pela parte: quando h revogao do mandato outorgado, constituindo outro advogado no mesmo ato (art. 44).

Desobedincia: levar extino do processo, se for autor (art. 267, III) ou configurao de revelia se for o ru (art. 322).

Substituio provocada pelo prprio advogado: o advogado pode renunciar o seu mandato, tendo que cientificar a parte para que lhe nomeie um sucessor.

Cientificao: pode ser feita por qualquer meio, deve que se possa provar posteriormente.

Durante os 10 dias seguintes, o advogado continuar representando a parte, desde que necessrio para lhe evitar prejuzo (art. 45).

Substituio por motivo de fora maior: no caso de morte ou incapacidade do advogado, o juiz suspender o processo e marcar o prazo de 20 dias para a parte constituir novo procurador.

A falta de substituio: acarretar a extino do processo se for autor ou a revelia ser for ru.

CAPTULO V - LITISCONSRCIO

1. Pluralidade de Partes

Litisconsorte: Os diversos litigantes, que se colocam do mesmo lado da relao processual, chamam-se litisconsortes.

Justificativa: O que justifica o cmulo subjetivo o direito material disputado tocar a mais de um titular ou obrigado, ou a existncia de conexo entre os pedidos formulados pelos diversos autores ou opostos aos diversos rus.

Motivos: economia processual e harmonia dos julgados. Previne-se julgados diferentes.

2. Classificaes

Litisconsrcio ativo: estabelecido entre vrios autores;

Litisconsrcio passivo: estabelecido entre vrios rus;

Litisconsrcio misto: vrios autores e vrios rus ao mesmo tempo; Litisconsrcio inicial: j nasce com a propositura da ao, quando vrios so os autores que a intentam, ou quando so vrios os rus convocados pela citao;

Litisconsrcio incidental ou ulterior: surge no curso do processo em razo de um fato ulterior propositura da ao. S pode se for necessrio.

tambm incidental o que decorre de ordem do juiz, na fase de saneamento para que sejam citados os litisconsortes necessrios (art. 47, pargrafo nico)

E ainda o que ocorre na denunciao da lide quando o terceiro denunciado comparece em juzo e se integra na relao processual (art. 74); - denunciao da lide medida obrigatria, portanto necessria.

3. Espcies de Litisconsrcio

Necessrio: o que no pode ser dispensado, mesmo com o acordo geral dos litigantes;

Facultativo: o que se estabelece por vontade das partes e que se subdivide em:

Recusvel: admite rejeio pelos demandados. Irrecusvel: quando requerido pelos autores no pode ser recusado pelos rus; Litisconsrcio multitudinrio: Quando houver evidencias que a rpida soluo do litgio ou a defesa do ru estejam sendo prejudicadas, o juiz poder limitar o nmero de litisconsortes facultativos. para os casos de uma grande quantidade de litisconsortes, sendo que uma grande quantidade varia em cada caso concreto.

Unitrio (especial): ocorre quando a deciso da causa deva ser uniforme em relao a todos os litisconsortes;

Se, no plano material, s for possvel um julgamento, o litisconsrcio ser unitrio;

No-unitrio (comum, simples): aquele que embora proferida no mesmo processo, pode ser diferente para cada um dos litisconsortes;

Se for possvel materialmente, definir direito distintos, embora conexos, para cada co-litigante, o litisconsrcio ser no-unitrio;

Obs.: O litisconsrcio necessrio no presume que seja unitrio, como parece indicar o art. 47. Entretanto a regra que o litisconsrcio necessrio unitrio.4. Casos Legais de Litisconsrcio

I - entre elas houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide;

II - os direitos ou as obrigaes derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;

III - entre as causas houver conexo pelo objeto ou pela causa de pedir;

IV - ocorrer afinidade de questes por um ponto comum de fato ou de direito

5. Litisconsrcio Necessrio

Conceito: ativo ou passivo aquele sem cuja observncia no ser eficaz a sentena, seja por exigncia da prpria lei, seja pela natureza da relao jurdica.

O que de fato, torna necessrio o litisconsrcio a forosa incidncia da sentena sobre a esfera jurdica de vrias pessoas. Sem que elas estejam presentes no processo, no ser possvel emitir um julgado oponvel a todos os envolvidos na relao jurdica material litigiosa e, consequentemente, no haver uma soluo eficaz do litgio.

Disciplina: O litisconsrcio ativo necessrio sempre fruto de exigncia da lei.

Aplicabilidade: Somente ao litisconsrcio passivo se aplica a segunda parte do art. 47 (necessidade de deciso uniforme para as partes). Sendo que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes do processo.

6. Litisconsrcio Necessrio No Observado na Propositura da Ao

Autor: Se o autor no requerer a citao dos litisconsortes necessrios e o processo tiver curso at a sentena final, esta no produzir efeito nem para os que participaram do processo. Ocorrer nulidade total do processo.

Juiz: Cabe ao juiz cuidar para que isso no acontea, por isso deparando-se com casos dessa espcie, o juiz ordenar ao autor que promova a citao de todos os litisconsortes necessrios, dentro do prazo que esse assinalar, sob pena de declarar extinto o processo (art. 47, pargrafo nico).

A citao s poder ocorrer quando for litisconsrcio passivo, pois ningum pode ser obrigado a figurar como autor no processo, sendo que a ordem jurdica fornece meios para o litisconsorte defenda sozinho o direito comum.

Embora no possa ordenar a citao do litisconsorte ativo, o juiz, reconhecendo que o autor no teria legitimidade para intentar a ao sozinho, pode-lhe assinar prazo para obter adeso do co-interessado. No vindo o consorte para o feito, o processo ser extinto, sem apreciao do mrito.

Somente ao autor incumbe a escolha do sujeito passivo da causa.

Recursos: A deciso que ordena a promoo da citao de litisconsorte de natureza interlocutria, cabendo recurso de agravo. A que extingue o processo por falta de citao de litisconsorte necessrio sentena terminativa. Cabe recurso de apelao.

O descumprimento do litisconsrcio passivo necessrio se torna irrelevante pela falta de prejuzo do litisconsorte no citado, em face do sucesso alcanado em seu benefcio.

7. Posio de Cada Litisconsorte no Processo

Distino: os litisconsortes so considerados como litigantes distintos e por isso os atos e as omisses de um no prejudicaro nem beneficiaro os outros (art. 48). Esse princpio mais aplicado ao litisconsrcio simples, que funciona como cumulao de aes de vrios litigantes, sendo possvel solues diferentes para cada um dos vrios litisconsortes.

No litisconsrcio unitrio, essa regra tem menor aplicao, pois como a sentena deve ser a mesma, os atos que beneficiarem um acabaro por beneficiar o outro. Porm os que prejudicarem um, no prejudicam os demais, so considerados ineficazes. Comunho da prova: As provas produzidas no processo so do juzo, no importando a quem tenha cabido a iniciativa de produzi-las. Dessa maneira as provas produzidas por um pode prejudicar ou beneficiar o outro.

Confisso: a confisso de um litisconsorte no prejudica os demais (art. 350). No caso de litisconsorte necessrio, a confisso de um deles no valer sem a do outro (art. 350, pargrafo nico).

8. Autonomia dos Litisconsortes Para os Atos Processuais

Prtica dos atos processuais: Prevalece a autonomia dos litisconsortes, em qualquer circunstncia.

Diferentes procuradores: os litisconsortes podem instituir diferentes procuradores e nesses casos, sero contados em dobro os prazos para contestar, recorrer, de modo geral, para falar nos autos (art. 191). A regra, porm, s se aplica quando, na fase recursal, persiste o litisconsrcio.

CAPTULO VI - INTERVENO DE TERCEIROS

1. Interveno de Terceiros

Conceito: ocorre quando algum ingressa, como parte ou coadjuvante da parte, em processo pendente entre outras partes. sempre voluntria, porm s ocorre nas hipteses previstas na lei. Pode ser espontnea ou provocada.2. Oposio

Conceito: a ao de um terceiro que busca excluir tanto o autor como o ru. O opositor pedi o reconhecimento judicial de seu direito, que exclui o dos litigantes. Espcies: pode ser total ou parcial, ou seja, pode referir-se a toda a demanda ou parte dela. Admissibilidade: em todos os procedimentos, reais ou pessoais, e ainda na ao de execuo. O limite temporal a sentena transitada em julgada da ao principal. Autuao: em separado do processo principal, podendo ter eficcia suspensiva em relao ao principal. Competncia: o juiz da ao principal. A pessoa no pode interpor exceo de incompetncia, mas pode arguir incompetncia absoluta, coisa julgada e litispendncia. Procedimento: pode ser forma autnoma ou de interveno no processo. Se ocorrer antes da audincia interveno se for aps audincia autnoma. Incio: com a petio inicial, atendendo aos requisitos do art. 282 e 283 do CPC. Deferimento e citao: sendo deferida, os opostos sero citados para contestar a oposio no prazo comum de 15 dias. Oposio interveno: ser apensada aos autos principais e correr simultaneamente com a ao principal, sendo ambas julgadas, pela mesma sentena Oposio autnoma: seguir procedimento prprio conforme o rito ordinrio e ser julgada sem prejuzo da causa principal.3. Assistncia

Conceito: ocorre assistncia quando um terceiro tem interesse jurdico em que uma das partes vena a demanda. Pressuposto: o terceiro tem que ter interesse jurdico. A sentena favorvel uma das partes tambm tem que lhe beneficiar. Espcies:

Simples: se o terceiro tiver relao com apenas uma das partes a assistncia ser simples. Litisconsrcio: se o terceiro tiver relao com as duas partes ser litisconsorcial. Ingresso: por meio de uma petio simples, a qualquer momento do processo, todavia recebe o processo da forma em que se encontra. Seu ingresso facultativo. Pode ser qualquer processo, mesmo cautelar e embargos do devedor. Partes originrias: so intimadas na pessoa de seus advogados para se manifestar no prazo de 5 dias. Concordncia: se as partes concordarem ocorre o simples ingresso. Se as partes no se manifestarem o consentimento tcito. STJ: de acordo com o STJ o juiz poder indeferir o ingresso do assistente mesmo com a concordncia das partes. No concordncia: quem decide o ingresso do assistente o juiz, baseado na existncia ou no do interesse jurdico. Atuao do assistente: ser auxiliar da parte principal, exercer os mesmos poderes e sujeitar-se- aos mesmos nus processuais do assistido. A assistncia no pode impedir a transao das partes, a desistncia do autor ou o reconhecimento do pedido pelo ru. Recursos: o assistente tem a faculdade de interpor recursos, ainda que o assistido no o faa.4. Nomeao Autoria

Conceito: a correo do plo passivo da demanda em circunstncias especiais. Arguio de ilegitimidade: a parte ilegtima pode arguir preliminar na contestao procurando finalizar o processo sem resoluo de mrito ou ento pode nomear autoria em petio separada (no pode ser alegada em preliminar), se enquadrar nas hipteses cabveis. Hipteses: I) quando for o detentor ou II) o executor de ordens. Ingresso: por meio de petio simples, no prazo de defesa. Defesa: se a nomeao for indeferida o magistrado devolver o prazo de defesa. Continuando o processo normalmente. Obrigatoriedade: a nomeao obrigatria. Dupla concordncia: para que haja nomeao necessria a anuncia do autor e do terceiro.5. Denunciao da Lide

Conceito: a interveno de garantia. Permite que a parte traga ao processo terceiro garantidor do seu direito. Fundamento: economia processual, evitando uma ao de regresso. Hipteses

I) evico: perda da coisa por deciso judicial. II) posse indireta: quando somente o possuidor direto for demandado. II) direito regressivo de indenizao: seguradora. No cabimento

No procedimento sumrio, salvo caso de seguro; Nas aes de reparao de dano de natureza consumerista; Nos embargos de execuo. Obrigatoriedade: a doutrina e a jurisprudncia entendem que a denunciao obrigatria somente na hiptese de evico. Procedimento

Ingresso: de acordo com a lei obrigatria e se formalizada pelo autor ser na petio inicial. Se formalizada pelo ru ser na contestao. Denunciado: pode Permanecer inerte: o juiz mandar prosseguir a ao somente entre autor e ru; Comparecer e virar litisconsorte: aceita sua qualidade de denunciado. Comparecer e negar: o denunciado contesta a sua qualidade. A ao continua contra o ru e o autor v assegurado o seu direito de ver solucionado na sentena final o direito decorrente da evico ou responsabilidade por perdas e danos. Efeito: o denunciado sofrer os efeitos da sentena da causa. No caso de seguro o juiz pode condenar diretamente o denunciado. Recurso: da admisso do denunciado o recurso cabvel o agravo. Denunciaes sucessivas: o denunciado pode denunciar outra pessoa e assim por diante.6. Chamamento ao Processo

Conceito: a interveno de solidariedade. Permite que o ru traga ao processo os demais co-obrigados que no foram demandados. Hipteses mais comuns: I) O fiador trs o devedor; II) O fiador trs os demais fiadores; III) O devedor trs os demais devedores. O devedor no pode trazer o Fiador. Consequncia: forma um litisconsrcio ulterior. Benefcio de ordem: somente relevante no momento da execuo, podendo chamar o fiador no processo de conhecimento mesmo que este possua benefcio de ordem. Facultatividade: o chamamento ao processo facultativo e deve ser feito no prazo da defesa. Cabimento: em qualquer espcie de procedimento no processo de conhecimento, salvo no procedimento sumrio. Procedimento

Ingresso: o ru deve opor o incidente no prazo de contestao. Recebendo a petio o juiz suspende o processo e ser observado o mesmo procedimento da denunciao da lide. Relao consumerista: pode ter chamamento ao processo de seguradora. A expresso imprprio porque caso de denunciao da lide.CAPTULO VII - O MINISTRIO PBLICO

1. Conceito

rgo atravs do qual o Estado, procura tutelar, com atuao militante, o interesse pblico e a ordem jurdica, na relao processual e nos procedimentos de jurisdio voluntria.

2. Funes

Substituto processual: Ele age em nome prprio, embora defendendo direito alheio. Sua funo nunca a de representante da parte.

Legitimidade: quase sempre possui legitimidade apenas ativa, visto que nunca pode ser demandado como sujeito passivo. Porm, pode eventualmente assumir a defesa de terceiros, como na interdio e na curatela especial de revis citados por edital ou com hora marcada.

Recursal: tem legitimidade para recorrer tanto nos casos em que for parte, quanto nos que atuar como fiscal da lei.

No se pode dilatar o prazo para recorrer previsto no art. 188, no casos em que atuar como custos legis, uma vez que o artigo se refere sua atuao como parte.

nus: possui os mesmo poderes e nus que tocam s partes (art. 81).

Responsabilidade civil: Poder ser responsabilizado civilmente quando agir com dolo ou fraude no exerccio de sua funo.

3. Natureza

Figura entre os rgos da Administrao Pblica, pois realiza a tutela sobre direitos e interesses, sob forma administrativa, ou seja, promovendo, fiscalizando, combatendo e opinando.

4. Ministrio Pblico como parte

Ocasies que o Ministrio Pblico age como parte:

Ao de nulidade de casamento (CC, 1.549);

Ao direta de declarao de inconstitucionalidade (CF, art. 129, inc. IV);

No pedido de interdio;

Na Ao civil pblica;

Em nome da criana de acordo com o estatuto da criana e do adolescente;

No CDC em casos de direito difuso;

Ao popular, como sucessor;

Ao de improbidade pblica.

Privilgios: no se sujeita ao pagamento antecipado de custas (art. 27) - aplica-se igualmente quando atuar como custos legis; o prazo de contestao contado em qudruplo e o de recorre em dobro (art. 188).

5. Ministrio Pblico como custos legis

Relatadas no art. 82:

I - nas causas em que h interesses de incapazes;

II - nas causas concernentes ao estado da pessoa, ptrio poder, tutela, curatela, interdio, casamento, [unio estvel, se equipara ao casamento], declarao de ausncia e disposies de ltima vontade;

III - nas aes que envolvam litgios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que h interesse pblico evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. [no precisa na aes de cobrana da Fazenda Pblica].

Regra: prevalecendo o poder dispositivo das partes sobre os direitos privados, principalmente aqueles de expresso econmica, no cabe interveno. Se o interesse do litgio pblico, a interveno do custos legis intuitiva.

No caso de filiao (ao de paternidade), por ser direito indisponvel, o Ministrio Pblico deve intervir como custos legis, mesmo no caso do autor ser maior e capaz.

Mando de segurana: Deve intervir nos mandados de segurana como fiscal da lei.

6. Ausncia do Ministrio Pblico no processo

Nulidade: em todos os casos em que a lei considera obrigatria a interveno do Ministrio Pblico, a falta de sua intimao para acompanhar o feito causa de nulidade do processo, que afetar todos os atos a partir da intimao omitida (art. 84 e 246).

Ao rescisria: tem legitimidade para propor ao rescisria de sentena, pelo fato de no ter sido ouvido no processo em que sua interveno como custos legis era obrigatria. Atuando como parte.

7. rgos do Ministrio Pblico

Est organizado na rbita federal e estadual.

Seu rgo mximo o Procurador-Geral da Repblica.

Subdividi-se estadualmente em representaes que atuam perante os Tribunais de segundo grau e outros que militam no primeiro grau de jurisdio.

8. Princpios e garantias

Princpios Fundamentais:

Unidade: significa que seus vrios agentes integram uma s corporao, para efeito institucional;

Indivisibilidade: seus diversos membros poder ser indiferentemente substitudos uns pelos outros em suas funes sem que disso decorra alterao subjetiva nos processo em que o Ministrio Pblico atua;

Independncia: significa que cada um dos membros age segundo sua prpria conscincia jurdica, sem se submeter ingerncia do Poder executivo, nem mesmo dos rgos superiores da prpria instituio.

Garantias:

Autonomia funcional e administrativa;

Estruturao em carreira;

Ingresso na carreira mediante concurso de provas;

Vitaliciedade aps dois anos de exerccio;

Inamovabilidade

Irredutibilidade de vencimentos

TTULO III - COMPETNCIA

CAPTULO I - COMPETNCIA INTERNACIONAL1. Conceito e Noes Gerais

Conceito: O critrio de distribuir entre os vrios rgos judicirios as atribuies relativas ao desempenho da jurisdio. a medida da jurisdio, a determinao da esfera de atribuies dos rgos encarregados da funo jurisdicional.

Juzo arbitral: As partes podem instituir o juzo arbitral quando no houver em disputa direito indisponvel ou interesse de incapaz.

Princpio da perpetuao da competncia: Quando um rgo competente ele se conserva competente. No absoluto, como nos casos de supresso do rgo judicirio ou em razo de matria ou hierarquia (Art. 87).

2. Distribuio de Competncia

Critrios: levado em conta a soberania nacional, o espao territorial, a hierarquia dos rgos jurisdicionais, a natureza ou o valor das causas, as pessoas envolvidas no litgio.

Disciplina legal: Se faz por meio de normas constitucionais, de leis processuais e de organizao judiciria.

Competncia estadual: tudo que no toca justia Federal ou s Especiais da competncia dos rgos judicirios dos Estados.

3. Competncia Internacional - Noes gerais

Trata no somente da competncia, mas tambm da prpria jurisdio, determinando quando pode ou no atuar o prprio poder jurisdicional do Estado.

Princpio da efetividade: Essa delimitao decorre do entendimento de que s deve haver jurisdio at onde o Estado efetivamente consiga executar soberanamente suas sente