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 Considerações á ce rc a do termo “p es qu isa de terreno” pa ra desi gn ar es ta estratégica metodológica. A “pesquisa de terreno” é um método ou antes uma estratégia metodológica que consiste numa forma ampla de organizar e gerir todo um processo de investigação. Em Portugal, o termo tem-se vindo a solidificar, a estabilizar, de forma a ser mobilizado frequentemente.  No entanto, também pode ser chamado de etnografi a ou método etnográfi co. Este termo tem sido sujeito, sobretudo na antropologia, a discussão, pois não é só uma estratégia metodológica. Na sociologia, esse problema não se coloca. Outras possibilidades de designar “pesquisa de terreno”: - Trabalho de campo: em antropologia social, é a pesquisa de terreno. Em sociologia, seria um equívoco utilizar este termo, pois designa todas as démarches na investigação empírica. - Estudo de Caso: também não se aplica porque a pesquisa de terreno não tem que estar confinada a estudar espaços e segmentos sociais totalmente definidos e delimitados. Podem ser utilizados inquéritos e entrevistas para estudar casos, sem se recorrer à  pesquisa de terreno. Algumas das especificidades desta estratégia metodológica face a outros tipos de métodos. A) Tipo de rel açõe s do investig ador co m o terreno Esta estratégia distingue-se de outras estratégias de investigação compreensiva porque  pressupõe um tipo particular de relação do investigador com o terreno onde está a investigar. Implica uma presença geralmente prolongada do investigador nos contextos sociais em estudo e contacto directo com as pessoas e situações estudadas. Em muitos casos, isto obriga-o a inserir-se em redes sociais, desenvolver certos papéis e até penetrar nas negociações e conflitos do quotidiano. Por vezes, também obriga o investigador a familiarizar-se com o quadro de referências no contexto social local: aprender códigos locais, modo de falar e linguagem local, perceber como as pessoas concebem a realidade social onde estão inseridas (perceber a sua visão do mundo). O investigador pode sofrer um processo de ressocialização no confronto com realidades sociais estudadas e com aqueles que estuda. Este conceito é por vezes muito exagerado em antropologia social, quando se pressupõe que o investigador pode alterar os seus valores e representações. Isto pode não ocorrer necessariamente. Para conhecer a realidade é preciso perceber os códigos locais etc… mas isso não eq ui vale a uma tr an sf or ma çã o pe ssoa l. O qu e ac on te ce é qu e o inve stig ador , nos cont extos de inve stig ação , toma conh ecimento da existência de valores, normas e concepções totalmente diferenciadas das suas. Com este embate, o 1

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Considerações á cerca do termo “pesquisa de terreno” para designar estaestratégica metodológica.

A “pesquisa de terreno” é um método ou antes uma estratégia metodológica queconsiste numa forma ampla de organizar e gerir todo um processo de investigação. Em

Portugal, o termo tem-se vindo a solidificar, a estabilizar, de forma a ser mobilizadofrequentemente.

 No entanto, também pode ser chamado de etnografia ou método etnográfico. Este termotem sido sujeito, sobretudo na antropologia, a discussão, pois não é só uma estratégiametodológica. Na sociologia, esse problema não se coloca.

Outras possibilidades de designar “pesquisa de terreno”:

- Trabalho de campo: em antropologia social, é a pesquisa de terreno. Em sociologia,

seria um equívoco utilizar este termo, pois designa todas as démarches na investigaçãoempírica.

- Estudo de Caso: também não se aplica porque a pesquisa de terreno não tem que estar confinada a estudar espaços e segmentos sociais totalmente definidos e delimitados.Podem ser utilizados inquéritos e entrevistas para estudar casos, sem se recorrer à

 pesquisa de terreno.

Algumas das especificidades desta estratégia metodológica face a outros tipos demétodos.

A) Tipo de relações do investigador com o terreno

Esta estratégia distingue-se de outras estratégias de investigação compreensiva porque pressupõe um tipo particular de relação do investigador com o terreno onde está ainvestigar. Implica uma presença geralmente prolongada do investigador nos contextossociais em estudo e contacto directo com as pessoas e situações estudadas.

Em muitos casos, isto obriga-o a inserir-se em redes sociais, desenvolver certos papéis eaté penetrar nas negociações e conflitos do quotidiano. Por vezes, também obriga oinvestigador a familiarizar-se com o quadro de referências no contexto social local:

aprender códigos locais, modo de falar e linguagem local, perceber como as pessoasconcebem a realidade social onde estão inseridas (perceber a sua visão do mundo). Oinvestigador pode sofrer um processo de ressocialização no confronto com realidadessociais estudadas e com aqueles que estuda.

Este conceito é por vezes muito exagerado em antropologia social, quando se pressupõeque o investigador pode alterar os seus valores e representações. Isto pode não ocorrer necessariamente. Para conhecer a realidade é preciso perceber os códigos locais etc…mas isso não equivale a uma transformação pessoal. O que acontece é que oinvestigador, nos contextos de investigação, toma conhecimento da existência devalores, normas e concepções totalmente diferenciadas das suas. Com este embate, o

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investigador, nos contextos de investigação, toma consciência do seu próprio processode socialização (percebe que é apenas um dentro de muitas outras formas desocialização possíveis) e pode produzir uma visão bastante relativista da sua própriacultura.

O confronto directo com a realidade, as pessoas e a permanência duradoura no terrenofaz com que a pesquisa de terreno se distinga muito de estratégias metodológicas queimpliquem confronto pontual e muitas vezes indirecto (questionário)

B) Tipo de técnicas utilizadas

Há técnicas de observação directa ou de desenvolvimento de conversas informais,entrevistas pouco estruturadas ( em simultâneo com a observação directa).

É possível desenvolver Pesquisas de Terreno só com este tipo de técnicas. Também se

 podem adoptar (dependendo da disponibilidade de interesse, de recursos) outros tiposde técnicas conjugadas com técnicas especificas da pesquisa de terreno, comoentrevistas em profundidade (historias de vida) e inquéritos. As técnicas especificas de

 pesquisa de terreno podem também ser técnicas complementares de outras estratégiasmetodológicas.

C) Tipo de potencialidades

Permite captar os discursos produzidos pelos indivíduos estudados in loco, á medidaque vão sendo produzidos em situação natural, no seu quotidiano (através de discursos

com o investigador ou no quadro de relações que estabelecem entre si). É possívelcaptar valores, crenças, representações diferentes dos captados através de entrevistasformais (mas podem ser iguais ou complementares).

Permite a observação de práticas não-discursivas – o que fazem e não apenas o quedizem. Da observação de práticas não-discursivas é possível extrair informação acercade representações, valores, crenças e informações acerca da realidade social que não sãoacessível através de uma mera análise de discursos.

Desenho da Pesquisa de terreno ( Planeamento da Investigação)

Várias etapas: cada etapa tenta responder a determinado conjunto de problemasconcretos. Transitamos para a etapa seguinte quando conseguimos resolver problemasda etapa anterior. Mas ao longo da investigação, das várias etapas, o primeiro problema(ex: colocar problema de análise) pode ser reaberto, e temos que voltar a etapasanteriores (reformular questão inicial).

  Na PT, esta verdade que se aplica a qualquer investigação ganha particular  proeminência.

1. Formulação de um problema de partida (idealmente sob a forma de questão)

2. Seleccionar o segmento social a investigar (identificação dos contetos espacio-temporais onde a pesquisa irá decorrer).

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3. Decidir quem, quando e onde observar e contactar para se obter informaçãonecessária.

4. Definir uma estratégia para ganhar acesso ao terreno.

5. Selecção de estratégias e técnicas de recolha de informação

6. Selecção de estratégias e técnicas de registo de informação

7. Análise de dados: elaboração de texto.

1 – Formular o problema central que permite guiar a investigação. É necessário ter cultura teórica. (Como…? – é mais estimulante em Pesquisa de terreno que“Porque…?”). Definir hipóteses (que depois podem surgir ao longo da investigação por isso não é necessário explicitá-las). PT que partem de hipóteses surgem sobretudoquando já conhecemos com alguma profundidade o segmento social e contexto queestamos a estudar.

2- Segmento social: parcela da realidade, do sistema social – devem ser seleccionadossegundo determinados critérios de delimitação espacio-temporal. Têm que ser 

 justificados do ponto de vista lógico.

3- Quando não é possível observar o conjunto do segmento social temos que seleccionar grupos, relações entre as pessoas, o que supõe o conhecimento prévio do terreno, aleitura de trabalhos já feitos sobre o segmento, recorrer a informantes privilegiados eum trabalho exploratório.

4- Formas diferenciadas conforme o terreno a estudar (depende de circunstancia paracircunstancia). O investigador pode ganhar acesso a terrenos empíricos nos quais dá a

conhecer a sua presença e transmite às pessoas que se encontra a realizar um estudo. Aforma como transmite às pessoas que o estudo pode ser diferente do estudo que de factoestá a realizar: pode não relevar exactamente o conteúdo do estudo.

Há um principio apesar de tudo deontológico que devemos respeitar: a identificação das pessoas não é facultável e às vezes até o terreno empírico não é identificado. Isto porqueo resultado do texto pode afectar negativamente a vida das pessoas que estudámos.

Há estudos em que as pessoas ocultam totalmente a sua identidade enquantoinvestigadores (“pesquisas clandestinas”). Isto sobretudo perante grupos fechados, nosquais nunca se poderia aceder se se dissesse que estava a realizar um estudo – o

investigador assume papeis que são assumidos pelos próprios indivíduos que seencontram nesse terreno – ou se já se tem aceso a essa realidade e se considera que hávantagens em não relevar e se está a realizar um estudo.

Ganhar acesso a grupos informais –  grupos cuja composição não se encontrasubmetida a um quadro jurídico e cujas actividades não estão organizadas por umdocumento escrito:

  Nem todos os investigadores têm acesso ao estudo de qualquer realidade: hácaracterísticas do investigador que dificultam a possibilidade de ganhar acesso adeterminado tipo de terreno (ex: pertenças sociais). Quando o investigador é

 proveniente de contextos exteriores ao grupo, tem que em primeiro lugar encontrar um ponto de contacto com o grupo, um vínculo de entrada – “guardião de acesso” (garante

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acesso e permanência no grupo). Devemos escolher uma pessoa que não comprometa aentrada em determinados segmentos do terreno que consideramos essenciais para onosso estudo, alguém estimado no grupo que estamos a investigar.

Depois, tem que encontrar justificações para a sua presença. Uma das justificações é a

realização de m estudo (pode-se dizer de uma forma geral, revelar uma parte ou todo oestudo). Mas na verdade as justificações podem ser múltiplas e diferenciadas consoanteas pessoas com quem nos encontramos no terreno. É importante perceber que as pessoastrocam impressões entre si: as justificações não podem ser contraditórias.

O investigador tem também que definir um papel pelo qual que ser conhecido. Énecessário assumir um papel para que se possa permanecer nos locais, participar nasrelações sociais, observar acontecimentos e escutar conversas. Em geral, os papeis estãoestreitamente associados às justificações.

Por fim, tem que aprender os quadros de referencia, as regras e os códigos locais – competências que permitem ser aceite e comunicar com pessoas alvo da investigação.

Ganhar acesso a grupos formais

O investigador tem que passar pelos mesmos passos que para ganhar acesso a gruposinformais. No entanto, ao contrario do que acontece em grupos informais, é necessárioobter uma autorização de acesso junto dos níveis mais altos da hierarquia daorganização. É preciso definir um conjunto de direitos e deveres em relação àorganização ( passa por arranjar uma boa justificação, assumir o dever deconfidencialidade absoluta e anonimato das pessoas e dizer que o trabalho seráapresentado à organização antes de ser publico). Além disso, tem que apresentar 

 justificações para o estudo e definir um papel social no interior da organização que lhe

 permita desvincular da administração.

5 – depois de se ter escolhido quem ou o que é que se vai estudar ou observar a regra no processo de observação participante é ser exaustivo: observar dentro de quem se vaiestudar a maior variedade possível de pessoas e de acontecimentos (quer rotineiros quer extradinários). Para isso, o observador tem que estar sempre presente ou multiplicar os

 pedidos de permanência.

 No caso de existirem vários espaços (segmentos) no interior do espaço mais amplo énecessário garantir que a multiplicidade de segmentos e de momentos do dia são alvo deobservação.

O problema da regra de exaustividade é que temos saber qual a informação relevante, oque queremos investigar. Quando se começa a estudar a realidade social, todos oscomponentes dessa realidade são importantes (características do espaço, pessoas,acções, relações sociais, acontecimentos). É necessário fazer um retrato global darealidade em estudo com o máximo de detalhe possível.

À medida que o trabalho de campo vai sendo desenvolvido e se colocam questões maisaprofundadas, podemos focalizar e seleccionar informação que queremos observar deforma circunscrita.

O investigador deve ter presente que ele é o principal instrumento de pesquisa: tem que

desenvolver um esforço no sentido de se constituir enquanto instrumento de pesquisa deforma a recolher informação de qualidade. Esta depende de se conseguir ter acesso á

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informação e de influenciar o mínimo possível o terreno de pesquisa. No entanto, ofacto dos observados se relacionarem com o investigador de uma determinada forma

 pode em si mesmo ser uma informação relevante.

Tem que se escolher portanto um papel social que permita obter informação de

qualidade. Tipologia clássica dos papeis (Burghes, R. Golo)1) O participante

2) O papel de observador participante

3) O papel de participante-observador 

4) O observador 

Geralmente são os 1 e 2. Vantagens escolher papeis com participante: permite observar e caracterizar de forma mais próxima e duradoura a realidade, as relações sociais, ouvir 

discursos acerca da realidade em que os actores estão envolvidos e provocá-los (passosnecessários para conhecer representações dos actores acerca da sua realidade e das suas praticas, sendo esse um dos objectivos principais da PT)

A par da observação participante há outra técnica de recolha de informação em PT: asentrevistas, muito associadas à própria observação, até ao ponto em que se torna difícil

 perceber quando é que um processo de observação ou uma entrevista (isto porque seentende que as entrevistas são conversas).

 Na PT, as entrevistas ocorrem no decurso da própria observação ( não são entrevistasformais, abertas ou semi-abertas). O grau de preparação é mínimo, têm muito dealeatório, são particularmente desestruturadas (por vezes, só há uma questão de partida).

A par destas, podem desenvolver-se entrevistas mais formais, realizadasindividualmente ou em grupo.

Princípios e instrumentos da observação

Tipos de materiais que podem ser considerados

Falas ( entrevistas)

Técnicas de recolha de informação

Gravação

Entrevistas individuais

- Não directivas

- Directivas “activas”

- Mais/ Menos estruturadas

- Expolarizadas – recolha de factos significativos; - técnicas de comentários provocadose técnicas projectivas.

Técnicas de entrevista- reunir condições da entrevista que facilitem o seu sucesso

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- técnicas de apoio á produção de informação:

- pedir complementos de informação

- controlar a dinâmica da entrevista

- ajudar o entrevistador ou suscitar desenvolvimentos mais aprofundadosfornecendo-lhes sínteses ou reformulando de forma diferente aquilo que ele diz.

Descrição de conteúdo

- momento que se segue à analise de conteúdo

- deve arranjar o tema

- abordagem qualitativa (Maxwell)

As principais operações da investigação

- objectivos da investigação (o que queremos estudar)

- quadro conceptual ( onde vamos estudar)

- questões de investigação ( as questões mais pertinentes para o objectivo)

- métodos (o que vamos utilizar para chegar a conclusões)

- validação (validar hipóteses/são ou não verdadeiras)

O Modelo

- não é um projecto

- permite ganhar tempo ou então não o perder 

O Modelo serve para:

- adequar 

- equilibrar 

- regular 

Modelo interactivo da investigação qualitativaObjectivos--------------------Quadro conceptual - Modelo interactivo: itinerário de

Questões de investigação conjuntura

Métodos-----------------------Validação – Modelo interactivo: itinerário de validação

Principais propriedades dinâmicas do modelo

- interactividade, interdependência entre os elementos

- plasticidade, os elementos do modelo devem ser adaptados às circunstancias ecaracterísticas de cada investigação

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- flexibilidade, a dinâmica do modelo e o estatuto dos seus elementos podem adaptar-seá natureza da investigação.

Porque razão se faz um estudo?

Níveis dos objectivos

- objectivos pessoais

- objectivos práticos ou políticos

- objectivos da própria investigação (compreender o sentido/ contextos/ processos/ produzir teoria…)

Para que serve a definição dos objectivos?, para orientar as operações do modelo.

O quadro conceptual

Que ideia se faz sobre como as coisas se passam?

Principais funções do quadro conceptual

• Exprime a nossa representação sobre como funciona o objecto.

- interliga entre si as dimensões do objecto da investigação

- na base de uma ideia global que se tem sobre o seu modelo de funcionamento

• Organiza as teorias que existem sobre o objecto

A teoria não se limita a uma revisão da literatura:- A operação de revisão da literatura sobre o tema não cobre muitas vezes oconhecimento que a comunidade cientifica tem sobre o tema

- A revisão da literatura é geralmente demasiado vasta e pouco centrada sobre a vossaquestão de investigação.

- A revisão da literatura é geralmente demasiado descritiva e respeitosa das posições dosautores.

Questões de investigação

O que se pretende entender?

O tratamento de todas as questões de investigação singulariza a proposta de Maxwell.

Com efeito, ele pretende que as questões de investigação em vez de serem colocadas,como é habito, no inicio do processo, devem apenas ser formuladas depois de teremsido elaborados os objectivos e o quadro de referencias.

Função das questões de investigação

Especificar o que o estudo tentará descobrir ou compreender

- centrar o estudo adequado a relação entre as questões, os objectivos e o contextoconceptual (teórico).

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- fornecer indicações sobre a forma de responder (empírica).

Tipos de questões

É importante distinguir entre:

- questões de investigação e os objectivos

- questões de investigação e questionário

- (…)

Questões segundo o tipo de compreensão visando:

Tipos de compreensão:

- Descrição

- Interpretação- Interiorização

As questões devem ser:

- simples

-clara

- não ambígua

- viável ou realista

Continuam das abordagens segundo Everston e Oreen (1986)

Abordagens Fechadas aos contextos dosobjectos

Abordagens Abertas aos contextos dosobjectos

Dinâmica de Prova Dinâmica de Descoberta

Constroem uma bipolaridade: abordagens abertas e fechadas (há 2 pólos com situaçõesintermédias) aos contextos dos objectos. Não interessa o contexto de onde vêem asafirmações.

Orientação das abordagens

Estudo de caso

Estudos tipológicos

Experimentação

Modelização

Orientações das Abordagens

Quantitativo Qualitativo

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 Natureza dosdados

DadosMétricos

Medidas Dados nãométricos

Palavras

Codificaçãonumérica

Imagens

Transformações numéricas

Textos/gráficos

Experimental Avaliativo/Funcional

Hipotético/dedutivo

Indutivo/

Exploratório

Verificativo Conceptualização/

Especulação

Sentido,significados

Formais(lógico – teórico)

 Nomotética Perspectivas Éticos(valores)

 Normativas(costumes)

Proxeológicas(objectivos)

Uma ajuda de Sherlock Holmes:

• Dedução

• Indução

• Abdução

O enigma policial vai servir-nos como uma metáfora. Numa investigação temos desaber o que procuramos. Para resolvermos um enigma de ter um acontecimento que nossirva de indagação.

 Não há investigação sem observação. Só com os dados não podemos resolver tudo,temos de ter um fio condutor.

A dedução e indução são inferências e estão em causa porque parte-se dosacontecimentos, indícios para o desenvolvimento do raciocínio.

O silogismo exige que haja um universo delimitado e é isto que fazemos na indução.

As dinâmicas das analises

Dedução

Indução Abdução

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Dimensões de uma lógica de descoberta

1- Conhecimento indirecto (devido á transparência do objecto)

2- Informação Indiciária (porque se baseia em informações que são signos deoutras coisa)

3- Construção conjuntural (porque permite inferir conhecimentos, contar umahistoria)

A partir de um indicio tenho de ser capaz de contar uma historia. O facto de um indicio permitir-me relacionar coisas, que podem ter sentidos inversos.

A conjectura é importante porque sem esta não conseguimos ligar elementos dainferência.

Observamos o indicio, relacionamos as coisas e realizamos uma conjectura que nos

 permite contar uma historia.

Operações de uma lógica de descoberta

1- Observação indiciária

2- Experimentação lógica

3- Imaginação realista

O indício

O indicio não é um signo, nem uma sintonia (ele permite passar do visível para ointeligível, de um registo a outro)

O indicio não é um exemplo nem uma ilustração, ele quebra, instaura uma perplexidade de raciocínio; é um enigma

O indicio deve apoiar-se em marcas estruturadas dos contextos; deve ser  plausível

O indicio permite estabelecer relações e tem pouco valor.

Experimentação lógica

2 Tipos de movimentos interdependentes:

1- A observação permitindo a recolha de indícios que permitem estabelecer relações entre elementos significativos para o enigma.

2- A conjuntura, a partir de indícios, de soluções plausíveis, orienta a recolha e otratamento de indícios que se perfilam como provas.

Imaginação Realista

1- Evitar indefinição das valências que podem caracterizar os indicios

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2- Construção estruturante que atribui, progressivamente, sentido às coisas

3- Consolidação progressiva dos quadros interpretativos e integração progressivados indícios como elementos de prova (hipótese nula de H. Becker: esta permitecaminhar, começar a contar a historia, é uma orientação)

Backer tem uma metodologia de codificação de 3 níveis. A hipótese nula permitecomeçar a aproximar as coisas, e mesmo falsa, permite-nos caminhar numa direcçãoobjectiva.

Orientação das abordagens: ponto de vista morfológico

Para Bruyne a metodologia divide-se em 4 pólos:

Epistemológico Morfológico

Estudos de caso, questionário, entrevista

Teórico

Marxismo, Funcionalismo, Quadros dereferencia

Técnico

Onde se fecha muitas vezes ametodologia: como se faz umquestionário, uma entrevista.

A morfologia é constantemente interpelada por estas 4 lógicas. Há um movimento quealimenta o nosso processo de investigação à volta destas bipolaridades.

Do ponto de vista morfológico, tentam-se perceber quais as formas que tenho deinvestigar.

A metodologia é o que nos permite produzir sociologicamente. Temos de escolher emfunção de todos os momentos.

Continuum das abordagens segundo Evertson e Green (1986)

Abordagens fechadas aos comentários dos objectivos/ contexto da prova(quantitativa)

Abordagens abertas aos contextos dos objectos/ contexto da descoberta (lógicada descoberta, qualitativa)

Estudos comparativosEm situação

Aberto

 Não-controlado

Artificial

Fechado

Controlado

 Num estudo de caso permite delimitar uma situação; vai-se tentar estudar de formaaprofundada as questões daquele espaço, e para isso tenha de estar aberto a todas asexigências do terreno para o compreender.

Estudos tipológicos: Forma de terreno que exige uma concentração um pouco diferente

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Experimentação: Há vários tipos. Pode ser próximo de uma abertura muito grande, emque vou para o terreno e implico-me no jogo vendo como é que as coisas vão mudando(próximo da investigação aberta).

Modelização: Há um certo número de informações variáveis.

Estudos comparativos: Questionário, entrevista, observações. Os estudoscomparativos podem ser mais fechados ou mais abertos.

Há um certo número de hipóteses que apoiam as abordagens. A diferença entre umaabordagem aberta e uma fechada num questionário são a forma como elaboramos ashipóteses, como as organizamos num questionário de forma a motivar o entrevistado.

Podemos fazer um questionário sem hipóteses científicas. Temos de saber o quequeremos, porque quando aplicamos um questionário não podemos voltar atrás.

A entrevista é diferente. É uma relação em que temos que explicar o que queremos

conhecer o contexto e a posição em que se encontra o entrevistado. Numa entrevista fechada, temos um guião com um certo numero de tópicos.

A dedução, indução e abdução são processos diferentes. A dedução parte do geral para a particular. A indução parte do particular para o geral e a abdução está situada entre asduas.

A dedução: parte-se do geral para o particular. Há um certo número deproposições que consideramos aceitáveis.

A indução, no sentido estrito, exige uma recolha de informação, passo a passo.

Parte-se do particular para o geral.

A abdução está entre os dois, tem de estar articulada com a dedução e a indução. Éaplicável numa investigação sociologica (partimos dos terrenos – dedução+indução, articulação)

Estudos de caso:

1 - Visam o conhecimento de uma situação delimitada pelo objecto de estudocontemporâneo e num contexto de vida real.

2 – Observação multidimensional

3 – Implicação do observador que pode interagir com a situação estudada

Estudo de caso: Objectivos

- Orientação exploratória ( descobrir a generalização sem quadro teórico)

- Monografia de casos concretos ( dificuldade de generalização sem quadro teóricointermédio)

- Diagnostico ou avaliação de instituições e organizações

Abordagens tipológicas:1- Construir vectores estruturantes de um determinado espaço de atributos

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2- As tipologias podem ser “empíricas” ou construídas

3- Os objectos desta abordagem podem variar entre uma preocupação exploratóriae uma ambição de modelização teórica.

Substução: cruzamento de 2 variáveis com características variadas.

Ponto de vista técnico

Domínio da linguística: estrutura formal das línguas

Métodos lógico-esteticos e formais: analises de discurso/ efeitos de sentido deum texto

Método lógico-semanticos: analises de conteúdo, categorias, tendências

Modelo semânticos e semântico-estruturais: significados implícitos; analisede modelos culturais/narrativas simbólicas ou míticas

Domínio da hermenêutica: procura de sentidos

Exemplos de analises

1- Analises de estilos ou de orientações de discursos por computador 

2- Analises temáticas ou categorias

3- Analises de modelos culturais

Modelos Teoricos ( orientação de produção teórica no campo da compreensão)

1- Uma dinâmica tensional

2- Abertura a múltiplos objectos de investigação

3- Graus de sistematização teóricas variados

4- Um esforço de consolação epistemológica em curso

Investigação de Maxwell – La modélisation de la recherche qualitative ( Uneapproche interactive)

O modelo que temos no inicio da investigação é uma construção equilibrada, permiteganhar tempo e serve para adequar, equilibrar e regular entre elas as operações deinvestigação. As principais questões da investigação qualitativa são os objectos dainvestigação, o quadro conceptual (a observação empírica faz-nos construir uma teoria),as questões de investigação, os modelos e os meios de validação.

Contextualização do modelo

Elementos que vão intervir na definição do contexto nas condições nas quais o modelose vai aplicar.

Recursos (financeiros, tempo, institucionais)

Competências do investigador 

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 Normas (morais, sociais, cientificas/ que se aplicam ao tema estudado)

Modelo interactivo: itinerário da conjectura

Objectivos --------------------------------Quadro conceptual

Questões de Investigação

Modelo interactivo: itinerário da validação

Questões de investigação

Técnicas de Investigação ----------------Validação

Principais propriedades dinâmicas do modelo

Interactividade - interdependência entre os modelos Plasticidade – os elementos do modelo devem ser adoptados ás circunstancias e

características de cada investigação

Flexibilidade – dinâmica do modelo e o estatuto dos seus elementos podemadaptar-se à natureza da investigação

A plasticidade, sendo uma das características primeiras de analise compreensivaconstitui uma das partes mais criticadas.

Exemplo de um itinerário de investigação

Necessidades e aspirações dos trabalhadores estrangeiros

A orientação do pedido (definições das populações/ níveis de responsabilidades/níveis e acção visados)

A descoberta do quadro de oferta (problemática dos equipamentos colectivos)

Como se constroem as disposições individuais (problemática dos modos de vida/a fileira invertida da produção das necessidades)

mas será que os dispositivos so descriminam as populações estrangeiras?(problemática das desigualdades)

Qual é então o estatuto centrado sobre as populações estrangeiras?

As aspirações das pessoas não são diferentes.

Há um desafio que está presente nesta dupla alicerce de investigação, as necessidadesdas pessoas e os equipamentos.

Os objectivos da investigação são muito importantes e difíceis de fixar.

Os objectivos de uma investigação podem ser pessoais, práticos ou políticos ou serem  provenientes da própria investigação (compreender sentidos, contextos, processos/ produzir teorias enraizadas/ apoio aos questionários/ desenvolvimento de explicações

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causais). A definição dos objectivos serve para orientar as operações do modelo e justificar o interesse da investigação.

As funções do quadro conceptual (que ideia se faz sobre como as coisas se passam) – cf ideia de conjectura) são exprimir a nossa representação sobre como funciona o

objecto (interliga entre si as dimensões do objecto da investigação, na base de uma ideiaglobal que se tem sobre o seu modo de funcionamento) e organizar teorias que existemsobre o objecto.

A teoria não se limita a ser uma revisão da literatura, na medida em que esta não cobremuitas vezes o conhecimento que a comunidade cientifica tem sobre o tema; égeralmente demasiado vasta e pouco centrada sobre a nossa questão de investigação e égeralmente demasiado descritiva e respeitosa das posições dos autores sem adoptar uma

 posição mais criativa.

O conceptual resulta de uma construção e exige que o investigador assuma posiçõescriticas em relação aos autores que utiliza. As questões de investigação só devem ser formuladas depois dos objectivos e do quadro de referência terem sido elaboradas.Servem para especificar o que o estudo tentará descobrir ou compreender ( relação entrequestões, objectivos e contexto conceptual – conceptualização teórica/ indicadores sobrea forma de resposta, relação com técnicas de investigação e validação – conceptualização empírica).

Em linhas gerais, o quantitativo tem um modelo hipotético – dedutivo e o compreensivoum modelo indutivo.

É importante distinguir diferentes questões:

- questões de investigação e objectivos- questões de investigação e questões de um questionário

- questões que servem a conceptualização teórica (gerais) e questões que servem aconceptualização empírica (particulares) – como abordagem para amostragem e paraestudos de caso.

- questões operatórias (instrumentais) e questões sugestivas (realistas)

- questões de variação (quantidades) e questões de processo (sentido)

A compreensão podem ser de tipo descritivo ou interpretativoA codificação do corpus serve para a sua manipulação (que pode exercer asnecessidades do investigador – ex. corpus que têm mais do que queremos), interfaceentre o universo de estudo e as questões (função heurística), a operacionalização dasantecipações interpretativas e as hipóteses e antecipações de sentido.

As operações de classificação são a abstracção (ex das profissões, por no mesmo saco  pessoas segundo o mesmo critério), a indução e a classificação. As unidades deapreensão podem ser semânticas (sentidos diferentes que as coisas podem ter),linguísticas ou psicológicas.

Escolha das unidades de registo

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Estas são unidades de sentido a codificar e correspondem ao segmento de conteúdo aconsiderar como uma unidade de base, visando a categorização e a contagemfrequencial (palavra, proposição, frase, paragrafo, pagina, toda a entrevista)

Escolha das unidades de contexto

Serve de unidade de compreensão para a unidade de registo e corresponde ao segmentoda mensagem superior à unidade de registo.

Regras da contagem ou da enumeração

Distinguir entre unidade de registo – o que se conta – e a regra da enumeração – modode contagem (Presencia/ Ausencia; Frequencia; intensidade e respectiva direcção ouescala mais ou menos neutra; ordem, co-ocorrencia).

Critérios de qualidade da grelha de codificação

- Exaustividade (todo o material)- Exclusividade (um elemento pertence a uma só categoria)

- Objectividade (acordo intersubjectivo)

- Pertinência (em relação aos objectivos)

- Auto – suficiência ( evitar retorno ao texto)

Critério de qualidade de um plano de codificação

- capacidade de saturação (representar o mais possível o universo)

- Facilitar a fidelidade do codificador ao corpus (código bem explicito)

- Auto-suficiencia

Operações de analise temática

I. Descrever, enumerar, objectivar

1 - Identificar núcleos de sentido ( ou referencia) para a anlise

- fazer inventários dos núcleos (temas, personagens…)

- os temas podem ser subdivididos ou organizados de forma diferente

- gestão entre necessidade de documentar o melhor possível o núcleode sentido (extensão) e necessidade de condensar o mais possível asetiquetas temáticas (necessidade de redução).

2 – Redução das proposições

Eliminar repetições (sinónimos, expressões que conduzem a um mesmo significado pratico), fazer redução que adequa material aos objectivos de estudo

3

 – Reescritura do texto

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 Nova versão do corpus: condensada, com informação adicional, organizada de acordocom uma intenção sistematizante, sobre a qual podem ser feitos investimentosinterpretativos.

II. Interpretar (questões, intuições)

4 – Investimento analítico e preparação para a generalização

Definição dos procedimentos analíticos em função dos objectivos dos objectivos deanalise (contagens, orientações, construção de paráfrases que traduzem sentidos domaterial, polarizações estruturais, modalização dos pólos – dever, querer, poder – ancoragem das posições nas características individuais)

Critérios de validação

- Fidelidade do investigador aos princípios e regras praticas da observação

- Validade da informação obtida em relação ao conjunto dos conhecimentos de que sedepõem sobre o tema estudado.

No caso especifico das abordagens compreensivas: coerência interna das observações,capacidade explicativa das analises, valor operacional das conclusões.

Niveis de validação segundo Strauss e Corbin

1 – significado

2 – compatibilidade (a teoria com a observação)

3 – generalização

4 – coerência

5 – reprodutibilidade

6 – precisão

7 – verificação

Caso especifico das abordagens compreensivas

- coerência interna das observações

- capacidade explicativa das analises

- valor operacional das conclusões

Princípios e instrumentos de observação

- localização e selecção de um material já existente: material delimitado pela sua próprianatureza: seleccionar corpus a partir duma selecção mais vasta.

- Produção de um material especifico para a investigação

- entrevistas individuais (produção numa relação face-a-face): não-directivas,quando não temos nenhum conhecimento sobre o espaço de vivencia virtual, o

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entrevistador deixa espaço aberto, não intervem tanto – não directivas “activas” – co- produção, sem gravação – mais ou menos estruturantes, polarizadas – em que se defineuma situação e se pede às pessoas para se manifestarem. Estes diferentes modos deestrevistas produzem efeitos diferentes e respondem a objectivos diferentes.

O centro regulador duma entrevista pode ser individual, inter-individual (entrevistacomo um jogo social) ou de instancia externa.

Critérios de validação da analise temática

Processo que procura responder a todas as razões que poderiam invalidar os nossosresultados. É provável que este resultado não se alcance de forma definitiva.

As respostas à questão de validação podem estruturar-se em torno de 2 eixos:

1 – reconhecimento, ou não, da especificidade das abordagens em sociologia e, particulamente, das abordagens compreensivas (existem técnicas de validação

especifica para a analise compreensiva?)2 – importância atribuída a técnica (processo) ou aos resultados como critérios de

validade

Especificidade das abordagens (diferentes concepções de autores)

- um só método de validação geral (critérios definidos para a produção cientifica emgeral) aplicado às abordagens compreensivas.

- critérios tem que ser adaptados à especificidade das abordagens compreensivas

- abordagens compreensivas exigem definição de critérios específicos Na segunda perspectiva, a validade é considerada mais como um objectivo a atingir doque um resultado que traduziria a “verdade” de um objecto. Neste sentido a alidade é,igualmente, relativa (às circunstancias e objectivos)

Para além e se legitimar num processo a validade tem de resultar também da evidenciaque se procura estabelecer entre os resultados e as situações estudadas.

Orientação geral das posições

As diferentes posições que se encontram na literatura podem ser organizadas no espaço

da substracção que resulta do cruzamento dos 2 vectores consideradosTipos ou momentos de validação na abordagem compreensiva (Maxwell)

1- Descrição

2- Interpretação

3- Teorização

4- Generalização

A generalização não se faz correctamente se for feita por defeito (ficar aquém do quedevíamos) ou por excesso (invenções). Alem disso, pode ser feita a nível interno(conjunto dos alunos da faculdade) ou externo (estudantes do ensino superior).

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Causas importantes de invalidação

- o enviesamento introduzido pelo investigador ( a minha posição determina aobservação)

- reactividade (influenciar contexto a partir do nosso resultado)

Testes de validade

1- Modus operandi

2- Utilização de dados divergentes e de contra – exemplos

3- Triagulação

4- Feed-back 

5- Controlo pelos informadores

6- Quantificação

7- Comparação

Experimentação

1 – experimentação em “laboratório” (difíceis em ciências sociais)

Medição duma mudança identificada

Identifica e quantifica as variáveis que intervêm nessa mudança

Verifica relações de causa e efeito isolando variaveis exlicativas

2 – Experimentação no “terreno”.

O contexto da experiencia não é simulada mas real

Transforma os papeis dos actores e do investigador e das respectivasrelações

Abdica da maioria dos controles presentes na experimentação emlaboratório.

- não aleatoriedade da escolha dos indivíduos.

- ausência de grupos de controle, no sentido estrito.

Modalidades de experimentação “no terreno”

Quase

Experimentação

Experimentação

Operacional

Investigação -Acção

Objectivos daInvestigação

Explicação damudança na

Explicação causal eavaliação de

Conhecimento eacção sobre uma

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situação introduzida  por agentesexternos

mudançasconduzidas peloinvestigador 

dinâmica demudança (relaçãodialéctica)

Posição do

Investigador 

Observação passivo Operador 

implicado: conceboe planifica aexperiência

Catalizador 

implicado

Papel doInvestigador 

Analise (de causasou avaliação)

Consultante eanimador damudança

Colaboração

Formulação da problemática

HipótesesExplicativas

Hipóteses

Explicitas

Questões

Conjecturais

VariáveisExperimentais

Pouco numerosasseleccionadas não

 provocadas

Pouco numerosasseleccionadas não

 provocadas

  Numerosas nãoseleccionadas

 provocadas

Orientação das abordagens do ponto de vista técnico

Classificação das abordagens e um ponto de vista técnico

Domíniodalinguística

Método logico  – estético eformais

Método lógico – semânticos

Métodossemânticos esemânticoestruturais

Domínio dahermenêutica

Estruturaformaldaslínguas

AnalisesdeDiscurso

Efeitosdesentidode umtexto

Analisesdeconteúdo

Analisesdecategorias

Analises

detendências

Significadosimplícitos

Analise demodelosculturais

 Narrativassimbólicasou míticas

Procuradesentidos

Modelos teóricos

A analise compreensiva visa essencialmente a compreensão dos sentidos e não da suageneralização. A abertura para a generalização é realizada por inquérito.

O alargamento das competências faz-se através desdobramento dos casos, a carência dá-se na generalização de indivíduos e na complexificação da conjectura.

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Orientação da produção teórica no campo da compreensão

1 – uma dinâmica tencional

2 – abertura a múltiplos objectos de investigação

3 – graus de sistematização teóricas variadas

4 – um espaço de consolidação epistemológica em curso

A fenomenologia

2 Vertentes:

- Filosófica

- SociológicaO interaccionismo

A etnometodologia

- permite compreender os sentidos na pratica

A teoria enraizada

Legitimidade histórica

A banalidade da “análise de conteúdo” no quotidiano da vida em sociedade; necessidadede distinguir e de classificar.

Quando observamos e tomamos decisões temos de ter em conta elementos, avaliá-los econsiderá-los. O problema da sociologia tem a ver com a dificuldade em interpretar.Temos diferentes tipos de informação á disposição (o que pensamos sobre; a partir de…)

O principio das analises quantitativas é natural e ao nível sistematizado e controladotemos a exagese.

• Exagese: interpretação de textos sagrados – a bíblia em particular através de

métodos de interpretação que constituíam a hermenêutica;• Analise Formal

Legitimidade Teórica

• O positivismo e a abordagem comreensiva:

- 2 modos de conhecimento sociológico

• Durkheim e Max Weber ou os 2 modelos de cienticidade na pesquisa emciências sociais

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Weber parte do principio que o real não se oferece à observação de forma directa; oobjecto da sociologia dissimula-se. Temos 2 níveis de observação: o positivismo e acompreensão não são sempre conciliáveis, mas há forma de conciliar os limites queimpõem.

Criticas da sociologia compreensiva do modelo positivista1- Os adeptos da sociologia positivista não fizeram um esforço suficiente para

adequar os princípios das ciências da natureza ao objecto particular das ciênciassociais.

2- Os positivistas tendem a reduzir o conhecimento dos objectos limitando a suaobservação apenas aos aspectos que podem ser quantificados.

3- A sociologia positivista não permite aprender facilmente a subjectividade dossujeitos

4- Os limites de regressão causal impedem muitas vezes a sociologia quantitativade motivar através de um quadro compreensivo global a escolha das variáveisque ela considera.

5- Como nas ciências da natureza, o positivismo considera os seus objectosisolados dos contextos históricos nos quais elas se situam. Os limites deconhecimento do objecto residiram, apenas, nas debilidades da investigação.

 Na sociologia compreensiva, pelo contrario, os objectos são histórica e socialmentesituados, por isso, podem manifestar-se de muitas formas e assumir sentidos muitovariados.

Criticas dirigidas á sociologia compreensiva

1- Falta de representatividade

2- Ausência de sistematização metodológica

“Os inquéritos só podem dar lugar a comentários metodológicos muitolimitados. Com efeito, eles apoiam-se, sobretudo, na perspicácia das

  proposições, hipóteses, constatações feitas, na subtileza dos comentários, aserenidade das observações, em suma, a sua qualidade depende mais do valor dos investigadores do que das técnicas”

( Madeleine Grawitz, Méthodes dês sciences sociales, Dalloz 1986, pag 618)

3- Impossibilidade de generalização

Evolução dos debates

A evolução dos debates em torno da pertinência ou não dos métodos qualitativosconduziu os investigadores que lhes são favoráveis, a 2 atitudes diferentes:

- Uns tentam realizar a aproximação do modelo de analise seguido com o modelo decientificidade imposto pelas ciências naturais: neste sentido procura-se uma

estandardização das técnicas de recolha de informação e uma sistematização dasanalises.

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- Outros procuram uma especificidade das ciências do homem em que legitima ummétodo de investigação que lhe seja original. Neste sentido, algumas orientaçõesmerecem ser sublinhadas. (A. Mucchielli, 1991: 11-19): (1)

Esforços no sentido de definir a especificidade das abordagens compreensivas.

1 – Tendência para pôr em causa a universalidade do modelo de cientificidade da físicae das ciências naturais.

2- Efeito da pesquisa epistemológica que se tem vindo a fazer sobre as abordagens detipo qualitativo no sentido de:

• Consolidar a ideia de que o facto humano não é uma coisa.

• Definir modelos de cientificidade próprios dos métodos qualitativos, definido osseus princípios:

- Aceitação interna (pelas pessoas implicadas)- Exaustividade (restituição complexa do fenómeno)

- Saturação (nenhuma informação adicional deve ser necessária)

- Coerência interna

- Confirmação externa

Esforços no sentido de definir a especificidade das abordagens compreensivas:

1- Pôr em causa a universalidade do modelo de cientificidade e das CN

2- Efeito da pesquisa epistemológica que se tem vindo a fazer sobre as abordagensde tipo qualitativo no sentido de:

a) Consolidar que o facto humano não é uma coisa

  b) Definir modelos de cientificidade próprios aos modelos qualitativos,definindo princípios:

- Aceitação interna (pelas pessoas implicadas)

- exaustividade ( restituição completa dos fenómenos)

- saturação ( nenhuma informação adicional deve ser necessária)

- coerência interna

- confirmação externa

c) Prática

Orientação: Não-directiva, semi-directiva, directiva

Objectivos: Controle, verificação, aprofundamento, desenvolvimento,exploração…

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  No positivismo, as abordagens preocupam-se geralmente como sistemas (comestatística, trabalho extensivo). No entanto, temos duas abordagens diferentes, ambascom a preocupação do sistema: o funcionamento (Durkheim; principio de ordem,consenso) e o marxismo (pressuposto de conflito, luta)

As abordagens compreensivas visam entender os sentidos da acção ( teorias do actor;Interaccionismo simbólico).

Legitimidade Prática: utilização dependente

Orientação

Objectivos

directiva Semi-directiva directiva

Controle

Verificação

Aprofundar/desenvolver

Exploração

Legitimidade Prática: utilização autónoma

Os factos só podem ser apreendidos tendo em conta o conhecimento alargado doscontextos.

Objectivos e orientações e modalidades das abordagens compreensivas

Apesar das analises compreensivas serem bem definidos, têm algumas diferençasrelativamente a outras abordagens. A diversidade das abordagens é muito grande.

As etiquetas, escolas servem para organizar e orientar.

Sistema/ Funcionalismo/ Marxismo

Funcionalismo Marxismo

Consenso Conflito

Actor/ Interaccionismo Simbólico/ Accionalismo

Estas construções organizam, mas têm inconvenientes

Os 2 discursos são pressupostos discursivos diferentes e opostos

Objectivos e orientações e modalidades das abordagens compreensivas

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Dependendo dos vectores, as abordagens podem ter mais semelhanças ou maisdiferenças. Dentro do Interaccionismo, também há variantes muito grandes.

Esta distinção das abordagens são processos de investigação, ideais que organizam asteorias. Mas na pratica é difícil aplicar estes ideais

O modelo

O modelo não é um projecto

O modelo permite ganhar tempo ou pelo menos não o perder 

É o que temos de ter no inicio da investigação

Maxwell dá um exemplo que é uma construção de um barco, num período histórico, queera considerado tecnicamente muito avançado, mas que no entanto, afundou.

O modelo tem uma historia equilibrada, tem de ser uma construção que tem de ter emconta certos aspectos. A exigência do modelo, o desafio que temos de desenvolver, éganhar uma coerência, um equilíbrio entre as diferentes componentes da nossaabordagem.

O modelo serve para adequar, equilibrar e regular entre eles as operações deinvestigação.

Principais operações de investigação

Objectivos da investigação

Quadro conceptual

Questões de investigação/ questão de partida

Métodos

Validação

Modelo interactivo da investigação Qualitativa

Objectivos ---------------------------------Quadro conceptual

Questões de investigaçãoMétodos ------------------------------------- validação

(técnicas de investigação)

Os objectivos e o quadro conceptual estão em conjecção com as questões deinvestigação.

O 2º triangulo liga as questões aos métodos, questões e validação.

 Num segundo momento, as questões estão em conjunção com os métodos e validação.Como posso apresentar métodos sem validá-los?

Em cima o triangulo de construção e em baixo e da execução.

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Niveis de objectivos

Pessoais

Práticos ou políticos

Os da própria investigação ( compreender sentidos/os contextos/ processos/  produzir teorias enraizadas/ apoio aos questionários/ desenvolver explicaçõescausais, o que se torna difícil de conseguir ao nível da analise qualitativa)

Para que serve a definição dos objectivos:

Orientar as operações do modelo

Justificar o interesse da investigação

O quadro conceptual

Que ideia se faz sobre como as coisas se passam?

A representação mais importante do quadro é a observação indiciaria, os elementosinterligam-se uns aos outros, o que nos obriga a fazer uma conjectura.

Principais funções do quadro conceptual

O quadro conceptual exprime a nossa representação sobre como funciona oobjecto.

• Interliga entre si as dimensões do objecto de investigação

•  Na base de uma ideia global que se tem sobre o seu modo de funcionamento

Organiza as teorias que existem sobre o objecto

A teoria não se limita a ser uma revisão da literatura

A operação de revisão da literatura sobre o tema não cobre muitas vezes oconhecimento que a comunidade cientifica tem sobre o tema (ver textos não

 publicados, relatórios confidenciais...)

A revisão da literatura é geralmente demasiado vasta e pouco centrada sobre a

nossa questão de investigação

A revisão da literatura é geralmente demasiada descritiva e respeitosa das posições dos autores sem adoptar uma posição mais criativa.

O quadro conceptual de uma investigação

Resulta de uma construção

Exige que o investigador assume criticas em relação aos autores que utiliza

Principais fontes de informação

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Experiencia do investigador 

Teorias resultantes da investigação existente

Investigação exploratória (observação originária)

Intuição

As questões da investigação

O que pretende compreender 

O tratamento dado ás questões de investigação singulariza a proposta de Maxwell. Comefeito, ela pretende que as questões de investigação em vez de serem colocadas, como éhabito, no inicio do processo, devem só ser formuladas após que os objectivos e oquadro de referencias tenham sido elaboradas.

Função das questões de investigação Especificar o que o estudo tentará descobrir ou compreender:

- centrar o estudo adequado a relação entre as questões, os objectivos e ocontexto conceptual ( conceptualização teórica)

- fornecer indicações sobre a forma de responder (relação com as técnicas deinvestigação e a validação ( conceptualização empírica)

Ex: Quais as representações sociais da pobreza e dos modos de vida?

Orienta a forma como vamo-nos centrar no processo• Pergunta bastante abstracta

• Estudo muito abrangente

Forma mais operatória: quais são as representações da pobreza em relação aos modosde vida do bairro.

Preparação do material para a analise

Analise temática ( escolher/sistematizar os temas)

O corpus

Definição:

Corpus definido á priori

Corpus construído á posteriori

Codificação do corpus

Funções da operação de codificação

Manipulação do corpus (que pode exceder as necessidades do investigador)

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Interface entre o universo de estudo e as questões ( função heuristca)

Operacionalização das antecipações interpretativas

Hipóteses e antecipação de sentido

Operações de classificação

Abstracção

Indução

Classificação

Operações de codificação

Escolha das unidades de apreensão

• Unidades semânticas

• Unidades linguísticas

• Unidades psicológicas

Escolha de unidades de registo

A unidade no sentido de codificar corresponde ao segmento do conteúdo a considerar como unidade base visando a categorização e a contagem frequêncial.

Toda a entrevista (palavra, preposição, frase, paragrafo, pagina)

Escolha das unidades de contexto

A unidade de contexto serve de unidade de compreensão para a unidade de registo ecorresponde ao segmento da mensagem superior à unidade de registo

Ex: Horário, pode estar em contextos diferentes.

Regras de vantagem da enumeração

Distinguir entre unidade de registo – o que se conta – e a regra de enumeração – modode contagem – exemplo:

• Presença/ Ausência

• Frequência

• Intensidade e respectiva direcção ou escala (+ ou – neutra)

• Ordem

• Co-ocorrencia

Critérios de qualidade de uma grelha de qualificação

• Exaustividade (todo o material)

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• Exclusividade (um elemento pertence a uma só categoria)

• Objectividade (acordo intersubjectivo)

• Pertinência (em relação aos objectivos)

• Auto-suficiência ( evitar o retorno ao texto)

Critérios de qualidade de um plano de codificação

• Capacidade de saturação

• Facilitar a fidelidade do codificador ao corpus

• Auto-suficiencia

Operações da analise temática

1ª Etapa

• Identificação dos núcleos de sentido para a analise

- Fazer o inventario dos núcleos de referencia ou das expressões equivalentes emtorno dos quais o corpus se organiza:

Temas ou noções

Instancias organizacionais

Personagens

- os temas podem ser organizados de diferentes formas e ser subdividido emunidades de sentido mais pequeno, até que o desfilamento temático coincidacom as necessidades da analise.

- esta operação exige uma gestão cuidadosa da tensão que existe entre anecessidade de documentar o melhor possível o núcleo de sentido (necessidadede extensão) e a necessidade de condensar o mais possível as etiquetas temáticas(necessidades de redução)

2ª Etapa

• Redução das proposições

O facto do corpus ser geralmente redundante, torna necessário uma operaçãoque elimine o mais possível, as repetições. Esta redução pode-se fazer através:

- da eliminação de sinónimos

- da eliminação de expressões que conduzem a um mesmo significado pratico

- da redução que adequa o material aos objectos de estudo

3ª Etapa

• Re-escritura de texto

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Apos a identificação dos núcleos de sentido e da sua estandardização, o corpus pode ser re-escrito de uma segunda forma que representa, em relação ao materialrecolhido, uma nova versão:

- condensada

- com informação

- organizado de acordo com a interacção sistematizante sobre a qual podem ser feitos investimentos interpretativos

4ª Etapa

• Investimento analítico e preparação para a generalização

Definição dos procedimentos analíticos em função dos objectivos da analise:

- contagens

- orientações (afectivos/avaliativos)

- construções e paráfrases que traduzem os sentidos do material

- pluralizações estruturais

- modelização dos pólos ( dever/querer/ poder)

- ancoragem das posições nas capacidades individuais

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