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    Apontamentos de Biologia e Geologia- Biologia

    10 ano -Tixaah ^^:

    Biosfera

    A Biosfera a camada superficial terrestre capaz de suportar a vida. Assim a Biosferaconstitui um sistema global que inclui toda a vida na Terra, o ambiente onde essa vida sedesenrola e as relaes que se estabelecem entre todos os seus elementos.

    Organizao Biolgica

    A unidade fundamental da vida a clula. As clulas podem surgir de forma isolada - no

    caso dos seres unicelulares - ou associadas entre si - constituindo seres multicelulares oupluricelulares.

    Os sistemas biolgicos esto organizados de uma forma hierrquica. Nos serespluricelulares, as clulas idnticas e com funes semelhantes formam tecidos. Normalmente,diferentes grupos de tecidos associam-se para formar grandes estruturas designadas rgos.Estes rgos podem formarsistemas de rgos (sistema digestivo). Diferentes sistemas dergos cooperam entre si, formando um organismo.

    Os organismos idnticos capazes de se cruzarem entre si, originam descendentes frteis

    e partilham um caritico idntico, dizem-se pertencentes mesma espcie. Assim os seresvivos pertencentes mesma espcie e que habitam uma determinada rea, num determinadomomento, constituem uma populao. Indivduos de espcies diferentes que habitam umamesma rea e estabelecem relaes entre si formam uma comunidade bitica. O conjunto dacomunidade bitica, do ambiente fsico e qumico e as relaes que se estabelecem entre siformam um ecossistema.

    Dinmica dos Ecossistemas

    Os seres vivos de um ecossistema estabelecem relaes trficas (alimentares) que

    envolvem transferncias de matria e energia. Estas relaes trficas constituem cadeiasalimentares (sequncia de seres vivos que se relacionam a nvel alimentar). As cadeiasalimentares inter-relacionam-se originando as teias-alimentares. Nas teias-alimentares podeconsiderar-se a existncia de trs categorias de seres vivos de acordo com as estratgias naobteno de alimento:

    Produtores - seres vivos capazes de elaborar matria orgnica a partirde matria inorgnica utilizando, para isso, uma frente de energiaexterna - seres autotrficos.

    Consumidores - seres vivos capazes de produzir compostos orgnicosa partir de compostos inorgnicos - seres heterotrficos - e, por isso,

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    alimentam-se direta ou indiretamente da matria elaborada pelosprodutores.

    Decompositores - seres vivos que obtm a matria orgnica a partir deoutros seres vivos, decompondo cadveres e excrementos. Destaforma, transformam a matria orgnica em inorgnica, assegurando adevoluo dos minerais (inicialmente incorporados pelos produtores) aomeio.

    Diversidade Biolgica

    Atualmente, estima-se que existam na Terra cerca de 30 milhes de espcies deorganismos. Alguns so formados por uma s clula muito simples, sem ncleo organizado -seres procariontes. Outras apresentam clulas mais complexas, com ncleo organizado -seres eucariontes. Estes seres vivos podem ser unicelulares ou pluricelulares.

    Na tentativa de facilitar a compreenso da evoluo da vida na Terra, utilizam-sesistemas de classificao; um dos mais utilizados o proposto por Whitaker.

    Reinos

    Monera - seres procariontes (contm clulas sem ncleo), autotrficos (fotossntese equimiossntese) e heterotrficos (absoro), unicelulares.

    Ex: Bactrias;

    Protista seres eucariontes. Reino mais heterogneo.

    Exemplos:Protistas semelhantes a plantas- unicelulares ou pluricelulares,fotossintticos, autotrficos (ex. algas)Protistas semelhantes a animais- unicelulares, alimentam-se poringesto. (ex. Protozorios)Protistas semelhantes a fungos- massas celulares, alimentam-se porabsoro (ex. Mixomicetos)

    Fungi seres eucariontes, unicelulares (leveduras) e pluricelulares (cogumelos ebolores), alimentam-se por absoro.

    Plantas seres eucariontes, autotrficos, fotossintticos e pluricelulares.

    Animalia seres eucariontes, heterotrficos, pluricelulares, alimentam-se por ingesto.

    Conservao (reservas naturais) e extino

    Desde o surgimento das primeiras formas de vida at aos nossos dias, um sem-nmerode espcies ter surgido e quase outro tanto ter sido extinto. Se a extino de espcies ocorre

    naturalmente, por que razo existe uma preocupao crescente relativamente a este fenmeno?A resposta parece estar no elevado ritmo a que a extino de espcies poder ocorrer devido

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    ao direta ou indireta do Homem. As espcies podem ser ameaadas devido sobre-explorao, introduo de predadores ou de doenas, interveno de relaes de simbiose,s alteraes climticas e destruio de habitats.

    A extino de espcies um assunto preocupante. No podemos esquecer que, de

    diversas formas, dependemos de outras espcies (uma grande percentagem de medicamentoscontm produtos derivados de plantas ou animais) e que os processos que ocorrem nosecossistemas so responsveis por muitos outros benefcios para a Humanidade, como:

    A manuteno da fertilidade dos solos; A preveno da eroso dos solos; O tratamento e a reciclagem de produtos residuais; A regulao do ciclo da gua e da composio da atmosfera; O controlo de pragas na agricultura;

    A polinizao.A Clula

    O entendimento dos processos biolgicos est centrado na unidade fundamental da vidaa clula cuja existncia era desconhecida at inveno do microscpio (devido spequenas dimenses da clula). Na realidade, a inveno do microscpio foi um grande passona Biologia, abrindo portas ao desenvolvimento do desconhecimento cientfico.

    Em 1665, Robert Hooke, interessado em conhecer a estrutura da cortia, obteve umalmina muito fininha deste material e observou-a atravs de um microscpio, por ele construdo.

    Na realidade, Hooke, observou clulas vegetais mortas, das quais restavam apenas as paredescelulares. Estas observaes abriram caminho a outros cientistas para o exame microscpio.Como consequncia deste facto, Schleiden e Schwann postularam a Teoria Celular:

    A clula a unidade bsica estrutural e funcional de todos os seres vivos (isto , todosos seres vivos so constitudos por clulas, onde ocorrem os processos vitais);

    Todas as clulas provm de clulas pr-existentes; A clula a unidade de reproduo, de desenvolvimento e de hereditariedade de seres

    vivos.

    A inveno do microscpio eletrnico de transmisso, por Max Knoll (1897-1969) e ErnestRuska (1906-1988), no incio da dcada de 30 do sculo XX, permitiu novos progressos noconhecimento da clula (imagens muito mais ampliadas, logo, mais detalhes daultraestrutura da clula).

    Unidade estrutural e funcional

    Todos os seres vivos so compostos por clulas. Por esta razo, dizemos que a clulaconstitui a unidade bsica da vida. Os organismos unicelulares so compostos por uma nica

    clula, capaz de realizar todas as funes vitais, enquanto que, os organismos multicelulares so

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    constitudos por vrias clulas, organizadas em tecidos diferenciados e especializados emdiversas funes.

    NOTA!

    Uma clula eucaritica mais eficaz (metabolicamente) que uma clula procaritica.As clulas apresentam uma grande variedade morfolgica, de acordo com o organismo

    a que pertencem e com a funo que desempenham. Apesar de existirem algumas diferenasestruturais entre as clulas animais e as clulas vegetais, ambas possuem trs constituintesfundamentais: a membrana, o citoplasma e o ncleo.

    Bactria (Ser Procarionte Clula Procaritica)

    Clulas Eucariticas (Animais e Vegetais)

    Preparaes:

    Temporrias duram menos tempo, permitem ver organismos vivos, e so depreparao simples.

    Definitivas duram mais tempo, no permitem ver organismos vivos, e so de difcilpreparao.

    NOTA!

    Ambas as preparaes so para microscpio tico.

    Estrutura Celular Clula Animal Clula VegetalParede Celular

    Cloroplastos MitocndriasCentrolos

    Reticulo Endoplasmtico (liso e

    rugoso)Complexo de Golgi

    Lisossomas e Ribossomas

    Vacolos

    Membrana, Citoplasma e Ncleo

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    Componentes Celulares

    Membrana Plasmtica - Invlucro que mantm a integridade celular, sendo responsvelpela troca de substncias entre o meio intracelular e meio extracelular.

    Ncleo - o maior organelo celular e encontra-se delimitado por uma membrana comporos. Coordena a atividade celular e contm a informao gentica daa clula.

    Cloroplastos - Organelos que possuem uma membrana dupla, onde se encontrampigmentos envolvidos na fotossntese. Tm ribossomas e DNA.

    Vacolos - Organelos de tamanho varivel, rodeados por uma membrana. Os vacolospodem armazenar no seu interior gases, pigmentos, aucares, protenas ou outrassubstncias.

    Parede Celular - Parede rgida que envolve as clulas vegetais e bacterianas,conferindo-lhes proteo e suporte.

    Centrolos - Estrutura de aspeto cilndrico, constituda por microtbulos. Os centrolosintervm na diviso celular.

    Retculo Endoplasmtico (liso) - Sntese de lpidos; transporte dentro da clula (no temribossomas).

    Reticulo Endoplasmtico (rugoso) - Sntese de protenas e outras substncias;transporte de substncias (tem ribossomas).

    Complexo de Golgi - Conjunto de cisternas achatadas e de vesculas onde soarmazenadas e amadurecidas as protenas; transporte para o exterior da clula(secreo).

    Lisossomas - Estruturas esfricas, rodeadas por uma membrana simples, que contmno seu interior enzimas, que intervm na decomposio de molculas e estruturascelulares.

    Ribossomas - Pequenas estruturas, constitudas por duas pores (grande e pequenasubunidade), por vezes, associadas ao retculo endoplasmtico. So fundamentais paraa sntese de protenas.

    Citosqueleto - Rede de fibras intercruzadas, existente no citoplasma; suporta osorganitos celulares.

    Mitocndrias - Organelos que possuem duas membranas, uma externa e outra interna(esta pode apresentar invaginaes para o exterior); mobilizao da fotossntese- central

    energtica da clula. Possui DNA.

    Constituintes Bsicos

    A unidade biolgica da clula no se limita a caractersticas estruturais e funcionais; ela

    revela-se tambm a nvel molecular. Todos os seres vivos, e consequentemente as suas clulas,so constitudos por molculas orgnicas de grandes dimenses- macromolculas- formadas

    Membrana Externa

    Membrana Interna

    Matriz Mitocondrial

    Crista Mitocondrial

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    por um nmero relativamente reduzido de elementos qumicos (Carbono (C), Oxignio (O),Hidrognio (H), entre outros). As funes destas biomolculas so variadas e incluem:

    Funes estruturais; Funes energticas; Funes enzimticas; Funes de armazenamento; Funes de transferncia de informao;Da constituio da clula tambm fazem parte vrios sais minerais.

    gua

    O composto mais importante nas clulas a gua, podendo atingir de 75% a 90% dototal da sua massa. A gua constitui um meio onde ocorrem todas as reaes celulares, sendo

    igualmente responsvel por numerosas reaes qumicas vitais. As propriedades da guaresidem no facto desta molcula, apesar de eletronicamente neutra, apresentar polaridade. Estapolaridade permite a ligao entre as molculas de gua e outras substncias polares, atravsde pontes de hidrognio. Por outro lado, a polaridade contribui para o grande poder solvente dagua, cujas molculas so capazes de estabelecer ligaes com diversos ies formandocompostos mais estveis. Para alm disso, a gua o principal constituinte dos seres vivos.

    Macromolculas Biolgicas

    Existem 4 grandes tipos de macromolculas nas clulas: os prtidos, os glcidos, os

    lpidos e os cidos nucleicos.

    Estes polmeros so conjuntos de monmeros: aminocidos, monossacardeos, glicerole cidos gordos e nucletidos, respetivamente. Os monmeros unem-se e formam cadeias,originando polmeros (Polimerizao). Quando dois monmeros (molculas simples) se ligam,ocorre a libertao de uma molcula de gua, tendo como resultado um polmero (molculacomplexa), a este processo podemos denominar tambm de Reao/Ligao de Sntese ouCondensao. Por sua vez, quando adicionada uma molcula de gua a um polmero, estedesdobra-se nos seus diversos monmeros, esta reao toma a designao deDespolimerizao ou Reao/Ligao de Hidrlise.

    Prtidos

    Os prtidos so compostos orgnicos quaternrios, constitudos por C, H, O e N. Deacordo com a sua complexidade, os prtidos podem-se classificar em aminocidos, pptidos eprotenas. Os aminocidos so os prtidos mais simples, constituindo as unidades estruturaisdos pptidos e das protenas.

    Existem cerca de 20 aminocidos que entram na constituio dos prtidos de todas asespcies de seres vivos e todos eles possuem um grupo amina (NH2), um grupo carboxlico

    (COOH) e um tomo de hidrognio ligados ao mesmo tomo de carbono. H

    COOH C NH2

    R1

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    Radical- define propriedades como a pluridade e o grau de ionizao.

    Os pptidos so o resultado da unio entre dois ou mais aminocidos, a que se chama

    ligao peptdica. A ligao peptdica estabelece-se entre o grupo carboxlico de umaminocido e o grupo amina de outro.

    Por cada ligao peptdica que se estabelece, forma-se uma molcula de gua.

    Os pptidos formados por dois aminocidos denominam-se dipptidos, os que soformados por trs, tripptidos, etc. Entre dois e vinte aminocidos designam-se oligopptidos eas que ultrapassam esse nmero chamam-se polipptidos.

    Os cerca de 20 aminocidos que constituem as protenas podem existir em quantidadese sequncias muito variadas, o que torna possvel a existncia de um nmero quase infinito deprotenas diferentes.

    As protenas so macromolculas constitudas por uma ou mais cadeias polipeptdicas eapresentam uma estrutura tridimensional definida. Estas molculas apresentam vrios nveis deorganizao.

    Nveis de organizao dos prtidos

    Estrutura primria:

    A estrutura primria das protenas designa uma sequncia de aminocidos unidos porligaes peptdicas.

    Estrutura secundaria:

    Cadeias da estrutura primria podem dispor-se paralelamente e ligar-se entre si porpontes de hidrognio, formando uma estrutura em folha pregueada, que um tipo de estruturasecundaria. Por outro lado, as cadeias peptdicas podem enrolar-se em hlice, devido aoestabelecimento de pontes de hidrognio entre grupos amina e carboxilo de aminocidos

    diferentes. Esta conformao em hlice constitui o tipo mais comum de estrutura secundaria dasprotenas.

    H

    COOH C NH2 +

    R1

    H

    COOH C NH2

    R1

    H

    COOH C NH2 +

    R1

    H

    COOH C NH2

    R1

    H2O

    H H

    COOH C N

    R1

    O H

    C C NH2

    +

    R1

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    Estrutura terciria:

    A estrutura secundaria pode, ainda, dobrar-se sobre si prpria, ficando com uma formaglobular. A este tipo de conformao d-se o nome de estrutura terciria.

    Estrutura quaternria:Por fim vrias cadeias globulares podem estabelecer ligaes entre si, constituindo uma

    estrutura quaternria.

    As protenas podem ser formadas apenas por aminocidos ou podem conter uma porono proteica, denominada grupo prosttico.

    Ex: Glicoprotenas: mucina, imunoglobina;

    Fosfoprotenas: vitelina, casena;

    Neste caso, as protenas designam-se conjugadas ou heteroprotenas, o que aumentaainda mais a sua diversidade.

    As estruturas das protenas so mantidas por interaes fracas e, por isso, sofacilmente quebradas quando expostas ao calor, agitao, a sais e cidos, por exemplo. perda da estrutura tridimensional chama-se desnaturao. A importncia biolgica dasprotenas enorme:

    Funes Protenas LocalizaoEnzimticas Pepsina Suco gstricoEstrutural Queratina Cabelo, unhas

    Defesa Anticorpos Plasma, tecidosTransporte Hemoglobina SangueReguladora Insulina PncreasContrctil Miosina Tecido muscular

    Glcidos

    Os glcidos ou hidratos de carbono so compostos orgnicos ternrios (constitudos porC,O e H). De acordo com a sua complexidade, consideram-se trs grandes grupos de glcidos:monossacardeos, oligossacrideos e polissacardeos.

    Os monossacardeos, ou oses, so os glcidos mais simples e so classificados deacordo com o numero de tomos de carbono que as compem (entre 3 e 9).

    Ex: trioses (3C); tetroses (4C); pentose (5C); hexoses (6C); heptose (7C), etc.

    As pentoses e as hexoses, como a ribose, desoxirribose, glicose e frutose

    (respetivamente) so as mais comuns.

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    Estes monossacardeos, quando em soluo aquosa, apresentam uma estrutura emanel de carbono.

    Ex: glicose ; frutose

    Dois destes anis podem estabelecer ligaes entre si, formando um dissacardeo. Osdissacardeos mais comuns so:

    Lactose (galactose + glicose); Maltose (glicose + glicose); Sacarose (glicose + frutose);A ligao qumica que une dois monossacardeos denomina-se ligao glicosdica. Se mais

    um monossacardeo se ligar por este processo forma-se um trissacardeo e assimsucessivamente. D-se o nome de oligossacardeos s molculas constitudas por 2 a 10

    monossacardeos unidos entre si. Se este nmero for superior, as molculas denominam-sepolissacardeos.

    Grande parte dos polissacardeos, como a cebulose e a amilose, formada por molculaslineares; contudo, em alguns polissacardeos, como a amilopectina, as molculas soramificadas.

    Os glcidos so compostos orgnicos com uma importante variedade de funes.

    Funes dos glcidos:

    Funo energtica/ armazenamento: amido nas plantas e glicognio nos animais; Funo estrutural: celulose e quitina;

    Lpidos

    Os lpidos constituem um grupo de molculas muito heterogneo, do qual fazem parte asgorduras (animais e vegetais), as ceras, os esteroides, entre outras. Geralmente, so compostospor O,H e C, mas tambm podem conter outros elementos, como S, N ou P.

    A insolubilidade na gua e a solubilidade em solventes orgnicos, como o benzeno, o

    ter e o clorofrmio, so caractersticas comuns a este tipo de substancias.De uma forma muito simples, podem-se classificar os lpidos em trs grandes grupos, de

    acordo com a sua funo: lpidos de reserva, lpidos estruturais e lpidos com funoreguladora.

    Lpidos de Reserva

    Alguns lpidos de reserva possuem dois componentes fundamentais: cidos gordos eglicerol.

    Os cidos gordos so constitudos por uma cadeia linear de tomos de carbono, com umgrupo terminal carboxlico (COOH). Os cidos gordos possuem tomos de carbono ligados entre

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    si por ligaes duplas ou triplas, dizem-se insaturados. Nos cidos gordos saturados, todos ostomos de carbono esto ligados entre si por ligaes simples.

    O glicerol, ou glicerina, um lcool que contm trs grupos hidroxilo (HO), capazes deestabelecer ligaes covalentes com os tomos de carbono dos grupos carboxilo (COOH) dos

    cidos gordos. Esta ligao denomina-se ligao stere conforme se estabelece entre oglicerol em um, dois ou trs cidos gordos, assim se forma um monoglicerdeo, um diglicerdeoou um triglicerdeo.

    Lpidos Estruturais

    Dentro do grupo dos lpidos estruturais, podem-se destacar, pela sua importncia, osfosfolpidos, que so lpidos que contem um grupo fosfato.

    Os fosfolpidos so os constituintes mais abundantes das membranas celulares. A sua

    estrutura resulta da ligao de uma molcula de glicerol com dois cidos gordos e com umamolcula de cido fosfrico.

    Fosfolpido:

    cido fosfrico; Glicerol; 2 2 Cadeias de cidos gordos;

    Os fosfolpidos so molculas anfipticas, isto , possuem uma parte hidroflica (zonapolar - 1) e outra hidrofbica (zona apolar - 2).

    Lpidos com Funo Reguladora

    Alguns lpidos intervm nos processos de regulao do organismo. Neste contexto,destacam-se as hormonas sexuais.

    Funes dos lpidos:

    Funo energtica Ex: triglicerdeos; Funo estrutural- Ex: fosfolpidos; Funo hormonal Ex: testosterona e progesterona;

    cidos Nucleicos

    Os cidos nucleicos so as principais molculas envolvidas em processos de controlocelular.

    Existem dois tipos de cidos nucleicos: cido desoxirribonucleico (DNA) e o cidoribonucleico (RNA),sendo ambos polmeros de nucletidos. Cada nucletido constitudo poruma base azotada, uma pentose e um grupo fosfato, que lhe conferem as caractersticas cidas.

    Existem cinco tipos de bases azotadas: Adenina (A), Guanina (G), Citosina (C),Timina (T) e Uracilo (U).

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    NOTA!

    A timina s existe no DNA e o uracilo no RNA. As restantes existem nos dois.

    No DNA, as bases ligam-se entre si por complementaridade: citosina liga-se uma guanina; e a

    adenina liga-se timina.Ex: Estrutura do DNA.

    Relativamente s pentoses, o DNA contm desoxirribose e o RNA contm ribose.

    DNA RNAcido Fosfrico; cido Fosfrico;Desoxirribose; Ribose;

    Adenina, guanina, citosina e timina. Adenina, guanina, citosina e uracilo.

    Ultraestrutura da membrana plasmtica

    Todas as clulas encontram-se envolvidas por uma estrutura membranar designadamembrana plasmtica ou membrana celular. Esta membrana mantm a integridade celular edelimita a fronteira entre o meio intracelular e extracelular.

    A membrana plasmtica, contudo, no totalmente impermevel; pelo contrrio,

    constitui uma barreira seletiva, atravs da qual se processam trocas de substncias e energiaentre a clula e o meio exterior. A membrana celular tambm funciona como um sensor,permitindo clula modificar-se como resposta a diversos estmulos ambientais.

    Apesar da espessura da membrana plasmtica ser inferior ao poder de resoluo domicroscpio eletrnico, graas aos resultados obtidos com a aplicao de vrias tcnicasindiretas. De facto, a variao do volume de clulas colocadas em meios com diferentesconcentraes apontava para a existncia de um invlucro dotado de uma certa plasticidade.Tambm a resistncia da superfcie celular penetrao por microagulhas e o extravasamentodo citoplasma, quando a clula era lesionada, levaram a pressupor que as clulas possuam

    uma membrana a envolv-las.

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    Constituio da membrana plasmtica

    O isolamento de membranas plasmticas, atravs de tcnicas especiais, permitiuidentificar os seus constituintes e as propores relativas em que estes se encontram.

    Assim, hoje sabe-se que as membranas so complexos lipoproteicos, constitudos por60% a 75% de protenas e 25% a 40% de lpidos, podendo ainda conter at 10% de glcidos.Esta composio varivel conforme o tipo de clula.

    As protenas presentes na membrana plasmtica possuem composio e funesdiversas. Estas molculas podem ter funo meramente estrutural ou intervir notransporte de substncias atravs da membrana. Funcionam, ainda, como recetores deestmulos qumicos, vindos do meio extracelular, ou como enzimas, catalisando reaesque ocorrem na superfcie da clula.

    Os lpidos constituintes da membrana plasmtica so, maioritariamente, fosfolpidos(presentes em todas as membranas), colesterol e glicolpidos. Os fosfolpidos e osglicolpidos so molculas anfipticas. O colesterol uma molcula pertencente aogrupo dos esteroides (lpidos que possuem uma estrutura contendo anis de carbono). insolvel em gua e ocorre em menor quantidade que os fosfolpidos.

    Os glcidos membranares situam-se na parte exterior da membrana plasmtica. Emboraas suas funes no sejam totalmente conhecidas, sabe-se que tm um papelimportante no reconhecimento de certas substncias por parte da clula.

    Estrutura da membrana plasmtica

    Embora se conhea a composio molecular da membrana plasmtica, a suaorganizao estrutural ainda no est completamente decifrada. Desde o incio do sculo XX,vrios modelos de estrutura da membrana tm sido sucessivamente propostos e substitudos poroutros, medida que os conhecimentos sobre composio, estrutura e funes membranaresvo evoluindo.

    Alm dos dados referidos, outros resultados experimentados contriburam para odesenvolvimento do Modelo Mosaico Fluido. Este modelo assim chamado devido ao facto deadmitir que a membrana no uma estrutura rgida, existindo movimentos das molculas que a

    constituem, dotando-a, assim, de grande fluidez. Verifica-se que as molculas fosfolipdicas tmgrande mobilidade lateral, trocando de posio com outras que se encontrem na mesmacamada. Ocasionalmente, podem ocorrer movimentos transversais de fosfolpidos de umacamada para a outra (movimentos de flip-flop).

    Neste modelo de membrana, proposto por Singer e Nicholson, tal como lpidos, tambmalgumas protenas apresentam mobilidade, enquanto que outras esto fixas.

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    Pode-se, ento, classificar as protenas membranares em dois grandes grupos:

    As protenas perifricas/extrnsecas, que esto superfcie, podendo serfacilmente isoladas da membrana, pois encontram-se associadas por ligaeselectroestticas fracas s partes hidroflicas dos lpidos ou de protenasintegradas;

    As protenas integradas/intrnsecas, que esto fortemente ligadas s zonashidrofbicas dos lpidos, podendo mesmo atravessar a membrana de um lado aooutro. Quando isto acontece, so designadas protenas transmembranares.

    Na superfcie externa da membrana plasmtica, existem molculas de glcidos ligadas sprotenas formando glicoprotenas e, em alguns casos, ligadas a lpidos formandoglicolpidos. Estas molculas formando glicoclix, e so responsveis pelo reconhecimento decertas substncias por parte da clula.

    Ncleo Membrana e Glicoclix

    Citoplasma

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    Movimentos transmembranares

    A membrana plasmtica uma estrutura que separa o meio intracelular do meioextracelular, permitindo a passagem de diversas substncias nos dois sentidos. Esta passagem,contudo, no ocorre de igual forma para todas as substncias.

    A membrana apresenta maior permeabilidade para umas substncias do que paraoutras, sendo mesmo impermevel a alguns compostos.

    A passagem de substncias atravs da membrana pode ocorrer atravs de vriosmecanismos e est dependente, entre outros fatores, da configurao molecular dessassubstncias.

    Osmose

    A gua uma substncia que intervm em muitas funes celulares e formada porpequenas molculas polares, que atravessam facilmente a membrana celular em ambos ossentidos.

    A difuso de molculas de gua entre dois meios separados por uma molculasemipermevel denomina-se osmose e explicada por diferenas de concentrao de solutonos dois meios.

    H sempre um fluxo de gua do meio com menos concentrao de soluto (meiohipotnico) para o meio com maior concentrao de soluto (meio hipertnico). Quando aconcentrao do soluto igual nos dois meios, eles dizem-se isotnicos e o fluxo de gua igualnos dois sentidos.

    Quando uma clula colocada em gua destilada (soluo hipotnica), a gua entrapara o vacolo, que aumenta de volume, comprimindo o citoplasma e o ncleo contra a paredecelular, exercendo uma certa presso sobre a mesma (presso de turgescncia). Quando istoacontece, diz-se que a clula ficou turgida, ficando com uma cor mais clara, graas menorconcentrao dos pigmentos.

    NOTA!

    Num meio muito hipotnico, a clula animal, bem como, as hemcias tm um aumento dovolume celular excessivo e est para l da capacidade elstica da membrana, acabando a clulapor rebentar (lise celular).

    Quando a clula colocada numa soluo concentrada de cloreto de sdio (soluohipertnica), a gua situada no vacolo sai para o exterior da clula, diminuindo o volume dovacolo e fazendo com que a clula fique com uma cor mais intensa, e o citoplasma sedesprenda parcialmente da parede celular. Nesta situao, diz-se que a clula se encontraplasmolisada.

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    Difuso Simples

    A difuso um processo fsico, depende apenas da diferena de concentraes entre osdois meios.

    Na difuso, o movimento das substncias faz-se a favor do gradiente deconcentrao- de um meio mais concentrado para um meio menos concentrado, no severificando a interveno de protenas membranares .

    Este processo considerado um transporte passivo pois, a sua ocorrncia noacarreta gasto de energia por parte da clula.

    Difuso Facilitada

    Na difuso facilitada as substncias deslocam-se tambm a favor do gradiente deconcentrao mas a uma velocidade superior esperada, se o fizesse por difuso simples.

    Como na difuso simples no se verifica consumo de energia sendo, portanto,considerado tambm um transporte passivo.

    um transporte em que se verifica a interveno de protenas membranarespermeases.

    A ligao da molcula a transportar parte hidroflica da permease faz com que estamodifique a sua forma, permitindo a passagem da molcula e regressando, em seguida, suaforma inicial.

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    Na+

    K+

    Na+

    K+

    D.S

    D.S

    T.A.

    T.A

    O facto de a difuso facilitada efetuar-se com interveno de permeases explica que avelocidade de transporte da substncia aumente com a concentrao, mas s at ao ponto emque todos os locais de ligao s permeases esto ocupados. Nesta altura, a velocidade de

    transporte estabiliza, mesmo que a concentrao da substncia aumente.

    Etapas da difuso Facilitada:

    Ligao da molcula a transportar protena transportadora (permease); Alterao da configurao da permease, que permite a passagem da molcula

    atravs da membrana e a sua separao da permease; Regresso da protena transportadora forma inicial.

    Transporte Ativo

    Permite a manuteno de umadeterminada diferena de concentrao entredois meios.

    O movimento feito contra o gradientede concentrao, envolvendo assim gastos deenergia sob a forma de ATP.

    Este transporte feito com a interveno

    de protenas transportadoras da membrana quese comportam como enzimas (ATPases).

    NOTA!

    As mudanas de forma das permeases ocorrem devido energia resultante da hidrlise de ATP(Adenosina Trifosfato).

    A bomba de sdio e potssio um dos exemplos mais estudados de transporte ativo.

    1Passo: ligao de 3Na+ ATPase; 2Passo: hidrlise do ATP; 3Passo: libertao do NA+ no exterior

    da clula; 4Passo: ligao de 2K+ ATPase; 5Passo: libertao do K+ no interior

    da clula.NOTA! atravs da hidrlise do ATP em ADP e Pique, a diferena das concentraes entre os

    meios intra e extracelular assegurado.