aplicação dos conceitos de lean startup e open innovation...

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Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças Empresariais Aplicação dos conceitos de Lean Startup e Open Innovation na criação de startup direcionada ao ensino de empreendedorismo, cidadania fiscal, ética e contabilidade Ronaldo de Lúcio São Paulo 2019

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Universidade Presbiteriana Mackenzie

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças

Empresariais

Aplicação dos conceitos de Lean Startup e Open Innovation na

criação de startup direcionada ao ensino de empreendedorismo,

cidadania fiscal, ética e contabilidade

Ronaldo de Lúcio

São Paulo

2019

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Ronaldo de Lúcio

Aplicação dos conceitos de Lean Startup e Open Innovation na

criação de startup direcionada ao ensino de empreendedorismo,

cidadania fiscal, ética e contabilidade

Trabalho de Conclusão apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em

Controladoria e Finanças Empresariais da

Universidade Presbiteriana Mackenzie

como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Controladoria e

Finanças Empresariais.

Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar

São Paulo

2019

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L938a Lúcio, Ronaldo de. Aplicação dos conceitos de Lean Startup e Open Innovation na criação de startup direcionada ao ensino de empreendedorismo, cidadania fiscal, ética e contabilidade. / Ronaldo de Lúcio. 155 f. : il. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Controladoria e Finanças Empresariais) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019. Orientador: Profª. Drª. Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar. Bibliografia: f. 114-124 1. Empreendedorismo. 2. Startup enxuta. 3. Inovação aberta. 4. Crowdsourcing. 5. Modelo de negócio. 6. Startup. I. Cesar, Ana Maria Roux Valentini Coelho, orientador. II. Título.

658.11

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Rona量do de L屯cio

Aplica辞O do§ CO皿Ceitos de Lean捌a肋やe Qp幼J料not’adon m

Cria辞O de sta血P direcionada ao en§i皿O de empreendedorismo,

Cidada皿ia範sca萱, etica e contabilidade

Trabalho de Conc看us奮o apresentado ao

P rogra ma de P6s-Gra dua飼o em

Co皿trO量adoria e Finanやs E血PreSariais da

Universidade Presbite正ana Mackenzie como

requisito parcial para obten辞o do titulo de

Mestre em Controladoria e Financas

E皿Pre§ari租is.

Aprovado em: 2÷」_⊆亘⊥〇三空」 C]

BAN CA EXAMINADORA

Prof Dr. A重exandre Nabi] Ghobri主Examinador Intemo

Universi dade Presbiteri ana Mackenzi e

Prof Dr. Tales Andreassi - Examinador Extemo

EAESP - Fundap各o Getulio Vargas

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Dedico este trabalho a Rosana, minha

esposa e às minhas filhas Mariana e Maria

Fernanda, pela paciência e constante apoio

que me deram.

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Agradecimentos

Agradeço à minha orientadora Prof.ª Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar, pela

orientação, disponibilidade em ajudar e a confiança depositada em mim.

Agradeço ao Prof.º Dr. Alexandre Nabil Ghobril, da Universidade Presbiteriana Mackenzie

pelos comentários e sugestões dados na banca de qualificação.

Agradeço ao Prof.º Dr. Tales Andreassi da Escola de Administração de Empresas da Fundação

Getúlio Vargas pelas orientações na banca de qualificação.

Agradeço à Prof.ª Drª. Debora da Silva Cardoso Silva, mestre e doutora em Educação, Arte e

História da Cultura, pela disponibilidade em avaliar e me orientar quanto aos protótipos

desenvolvidos.

Agradeço ao Prof. º Ms. Ricardo Alves de Jesus pela ajuda e apoio na avaliação dos resultados

de pesquisa.

Agradeço à Coordenadora Pedagógica Bruna Cerrone do Colégio Nova Cachoeirinha pela

abertura e sugestões referente às atividades realizadas no colégio.

Agradeço a todos os professores das 2ª, 3ª,4ª, e 5ª séries do Colégio Nova Cachoeirinha pela

colaboração e, em especial, à Prof.ª Priscila, pelas sugestões e realização das atividades.

.

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RESUMO

Objetivo do trabalho: Os indicadores de empreendedorismo e as condições de empreender no

Brasil, mostram um elevado índice de mortalidade de empresas e baixo nível educacional nos

temas de empreendedorismo e inovação, empreender sem a utilização de um framework de um

plano de negócios tradicional, pode representar uma alternativa aos novos empreendedores,

nesse contexto, este estudo aplicado busca demonstrar o processo de criação de uma startup

com base no modelo lean startup e nos conceitos de open innovation.

Design/metodologia/abordagem: Este trabalho é de natureza aplicada, é um estudo de caso

único com objetivos exploratórios, da unidade caso denominada GatoXadrez.com que atuará

na área de educação com temas de empreendedorismo, ética, cidadania fiscal e contabilidade.

Com abordagem qualitativa, para analisar aspectos não quantificáveis e quantitativa visando

maior precisão dos resultados. A coleta de dados foi feita através de: levantamentos de dados

por fontes secundárias e diretas, observação direta e aplicação de 270 questionários. A análise

de dados se deu através de: análise de conteúdo, análise multivariada, descritiva e documental.

Resultados: Os resultados mostraram que a utilização do modelo lean startup possibilitou a

criação da nova empresa e do seu primeiro MVP, favorecendo o processo de validação das

premissas e confirmando sua viabilidade. A união do modelo lean startup com os conceitos de

open innovation também se mostraram viáveis, visto que se reuniu os profissionais necessários

para desenvolvimento do primeiro produto e desenvolvimento do negócio.

Implicações práticas: Novos empreendedores poderão utilizar esses conceitos para criar

empresas, com o mínimo de recursos financeiros, sem a utilização de planos de negócios

tradicionais, utilizando-se além do controle contábil e implantação gradual de controles

gerencias, a contabilidade para a inovação, o que resulta em maiores oportunidades de sucesso.

Essa combinação, também sugere, uma nova forma de ensinar os conceitos de

empreendedorismo para crianças a partir da colaboração.

Originalidade e contribuições: O modelo lean startup propõe um novo modo de pensar e

construir produtos e serviços e os conceitos de open innovation podem suprir as demandas do

novo negócio. O trabalho busca contribuir com o ecossistema do empreendedorismo, com uma

nova forma de empreender. A unidade caso também se mostra relevante, quando buscar ensinar

crianças de forma lúdica, preparando-as para o futuro, conceitos de empreendedorismo,

contabilidade, ética e cidadania fiscal.

Palavras Chaves: Empreendedorismo. Startup Enxuta. Inovação aberta. Crowdsourcing.

Modelo de Negócio. Startup.

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ABSTRACT

Study objectives: The indicators of entrepreneurship and the conditions of to undertake in

Brazil, show a high index of business mortality and low educational level in entrepreneurship

and innovation, to undertake without using a framework of a traditional business plan, may

represent an alternative to new entrepreneurs, in this context, this applied study seeks to

demonstrate the process of creating a startup based on the lean startup model and the concepts

of open innovation.

Design / methodology / approach: This work is of an applied nature, is a unique case study

with exploratory objectives, of the unit case called GatoXadrez.com that will act in the area of

education with themes of entrepreneurship, ethics, fiscal citizenship and accounting. With

qualitative approach, for to analyze non quantifiable aspects and quantitative aiming for greater

precision of the results. Data collection was done through: data collection by secondary and

direct sources, direct observation and application of 270 questionnaires. Data analysis was

performed through: content analysis, multivariate, descriptive and documentary analysis.

Results: The results showed that the use of the lean startup model allowed the creation of the

new company and its first MVP, favoring the process of validation of the premises and

confirming its viability. The union of the lean startup model with the concepts of open

innovation were also viable, as it gathered the professionals needed to develop the first product

and develop the business.

Practical implications: New entrepreneurs will be able to use these concepts to create

companies with the minimum of financial resources, without the use of traditional business

plans, using besides accounting control and gradual implementation of management controls,

the accounting for innovation, which results in opportunities for success. This combination also

suggests a new way of teaching entrepreneurship concepts to children from collaboration.

Originality and contributions: The lean startup model propose a new way of thinking and

building products and services and the concepts of open innovation can meet the demands of

the new business. The work seeks to contribute to the ecosystem of entrepreneurship, with a

new way of undertaking. The unit case is also relevant when seeking to teach children in a

playful way, preparing them for the future, concepts of entrepreneurship, accounting, ethics and

fiscal citizenship.

Key Words: Entrepreneurship. Lean Startup. Open Innovation. Crowdsourcing. Business

Model. Startup.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Crowdsourcing, inovação aberta, inovação do usuário e código aberto...................40

Figura 2 - Diagrama de introdução de novos produtos..............................................................45

Figura 3 - Ciclo de feedback Construir-Medir-Aprender...........................................................47

Figura 4 - Desenho do negócio - GatoXadrez.com....................................................................85

Figura 5 - Ciclo de construção do negócio GatoXadrez.com.....................................................87

Figura 6 - Ideia - Hipóteses - Construir.....................................................................................88

Figura 7 - Produto - Medir - Validação do Protótipo.................................................................93

Figura 8 - Dados - Aprender - Mensuração do desempenho do produto.................................113

Figura 9 - Premissas - Validação - Open Innovation................................................................115

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Taxas de empreendedorismo segundo estágio do empreendimento: TEA (iniciais),

TEE (estabelecidos), TTE (total) - Brasil - 2002/2016...............................................................38

Gráfico 2 - Taxas de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade como proporção

da taxa de empreendedorismo inicial - Brasil - 2002/2016.......................................................38

Gráfico 3 - Perfil do leitor por idade..........................................................................................55

Gráfico 4 - Perfil do leitor por gênero........................................................................................55

Gráfico 5 - Evolução faturamento¹ vendas de e-books 2012-2016............................................66

Gráfico 6 - Percentual de alunos total/quant. de acertos - Atividade 1 Protótipo B....................97

Gráfico 7 - % de alunos - Ativ. 2 Prot. B...................................................................................98

Gráfico 8 - % de alunos - Ativ. 2 Prot. B S/T 1.........................................................................98

Gráfico 9 - Percentual Sim/Não - Total de alunos por Questão - Ex. 3 Prot. B..........................99

Gráfico 10 - Percentual de sim por idade/Questão Ex. 3 Prot. B..............................................100

Gráfico 11 - Percentual de não por idade/Questão Ex.3 Prot. B..............................................101

Gráfico 12 - Percentual por gênero - Exercício -3 Protótipo B................................................101

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estratégias e propósitos de pesquisa........................................................................70

Quadro 2 - Tipos básicos de projetos para estudo de caso........................................................70

Quadro 3 - Coleta de dados por etapa do estudo de caso...........................................................75

Quadro 4 - Análise de dados por etapa do estudo de caso.........................................................77

Quadro 5 - Produtos propostos para a empresa GatoXadrez.com.............................................86

Quadro 6 - Modelo Canvas - Visão Geral do Negócios...........................................................90

Quadro 7 - Público total - atividades com alunos.......................................................................96

Quadro 8 - Programação - atividades com alunos......................................................................96

Quadro 9 - Retorno Plataformas de internet............................................................................118

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição percentual dos motivos indicados para não buscar órgãos de apoio

segundo estágio - Brasil -2016...................................................................................................18

Tabela 2 - Taxas específicas de empreendedorismo inicial (TEA) e estabelecido (TEE) segundo

faixa etária e gênero. Países selecionados - 2016.......................................................................20

Tabela 3 - Taxas específicas de empreendedorismo inicial (TEA) e estabelecidos (TEE)

segundo nível de escolaridade - Países selecionados - 2016.......................................................21

Tabela 4 - Total empreendedores por região do Brasil população entre 18 e 64 anos – milhões

- 2014.........................................................................................................................................35

Tabela 5 - Taxas específicas de empreendedorismo - estágio inicial/estabelecido - Brasil - faixa

etária, escolaridade e renda - 2014............................................................................................36

Tabela 6 - Taxas e estimativas de empreendedorismo segundo o estágio dos empreendimentos

- Brasil - 2016............................................................................................................................37

Tabela 7 - Matrículas na educação básica por faixa etária e etapa do ensino - Brasil - 2017....54

Tabela 8 - Influência e motivação de leitura - faixa de idade.....................................................56

Tabela 9 - Gêneros de leitura por faixa de idade e escolaridade % - 2015................................57

Tabela 10 - Percepção sobre hábito de leitura dos pais por perfil.............................................58

Tabela 11- Significado da leitura...............................................................................................59

Tabela 12 - Uso do tempo livre por escolaridade.......................................................................60

Tabela 13 - Atividade que se realiza na internet por faixa etária-geral e relacionada a leitura..61

Tabela 14 - Frequência de leitura GFK......................................................................................61

Tabela 15 - Comportamento do setor editorial brasileiro 2012-2017........................................62

Tabela 16 - Preço médio do livro no mercado brasileiro por subsetor......................................63

Tabela 17 - Participação da leitura infantil e juvenil..................................................................64

Tabela 18 - Faturamento e participação - livros digitais 2016..................................................65

Tabela 19 - Vendas em unidades - Livros digitais 2016............................................................65

Tabela 20 - Questões 3 do protótipo B - Respostas..................................................................100

Tabela 21 - Dados da pesquisa - Soma, Média e Variância - Exercício 3 Prot. B - Sim.........102

Tabela 22 - Anova Fator Único - Resumo tabela 21...............................................................102

Tabela 23 - Cálculos Anova....................................................................................................102

Tabela 24 - Teste Tukey...........................................................................................................103

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Tabela 25 - Teste T - duas amostras presumindo variância diferentes....................................104

Tabela 26 - KMO and Bartlett's Test - 10 indicadores............................................................105

Tabela 27 - Matriz Anti-imagem - 10 indicadores.................................................................106

Tabela 28 - Comunalidades - 10 indicadores...........................................................................107

Tabela 29 - Variância Total Explicada = 10 indicadores.........................................................107

Tabela 30 - Matriz de componentes rotacionados - 10 indicadores.........................................108

Tabela 31 - KMO and Bartlett's Test - 7 indicadores...............................................................109

Tabela 32 - Matriz Anti-imagem - 7 indicadores.....................................................................109

Tabela 33 - Comunalidades - 7 indicadores.............................................................................110

Tabela 34 - Variância Total Explicada = 7 indicadores............................................................110

Tabela 35 - Matriz de componentes rotacionados - 7 indicadores...........................................111

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................15

1.1 Contextualização do tema..................................................................................................17

1.2 Pergunta de pesquisa..........................................................................................................22

1.3 Objetivo geral....................................................................................................................22

1.4 Objetivos específicos.........................................................................................................22

1.5 Justificativa........................................................................................................................23

2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................25

2.1 Startups..............................................................................................................................25

2.2 Empreendedorismo............................................................................................................28

2.2.1 Empreendedorismo no Brasil..........................................................................................35

2.3 Open Innovation................................................................................................................39

2.4 Lean startup.......................................................................................................................44

2.4.1 MVP - Minimum Viable Product......................................................................................49

2.4.2 Pivot.................................................................................................................................51

2.5 Contexto educacional brasileiro...........................................................................................53

2.6 Mercado de livro no Brasil...................................................................................................62

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................67

3.1 Estudo de caso.....................................................................................................................67

3.1.1 Tipos e características dos estudos de caso......................................................................69

3.2 Protocolo de Pesquisa........................................................................................................72

3.3 Coleta de dados..................................................................................................................74

3.4 Amostragem utilizada na fase de teste do produto............................................................76

3.5 Procedimentos de análise.....................................................................................................76

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS..................................................78

4.1 Projeto GatoXadrez.com....................................................................................................78

4.2 Apresentação dos temas de interesse didático instrucionais da GatoXadrez.com.............80

4.2.1 Empreendedorismo...........................................................................................................80

4.2.2 Ética..................................................................................................................................81

4.2.3 Cidadania Fiscal...............................................................................................................81

4.2.4 Contabilidade....................................................................................................................83

4.3 Modelo de negócios GatoXadrez.com...............................................................................83

4.3.1 Produtos e Serviços...........................................................................................................85

4.4 Ciclo de construção do negócio GatoXadrez.com.............................................................87

4.4.1. Ideia - Hipóteses - Construir............................................................................................88

4.4.1.1 Construir - MVP Minimum Viable Product...................................................................90

4.4.2 Produto - Medir - Validação protótipo..............................................................................93

4.4.2.1 Resultados Observação direta - Atividades 1 e 2 do Protótipo B..................................97 4.4.2.2 Resultados da atividade 3 do Protótipo B......................................................................99

4.4.3 Dados - Aprender - Mensuração desempenho do produto...............................................113

4.4.4 Premissas - Validação - Open innovation.......................................................................115

5 - CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................................122

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Apêndices e anexos

Apêndice 1 - Resumo MVP - Livro: As Histórias do Gato Xadrez..................................... ....133

Apêndice 2 - Questionário de compreensão - História.............................................................134

Apêndice 3 - Autorizações unidades pesquisa - validação protótipo - Solicitação.................140

Apêndice 4 - Relatório de observação direta...........................................................................142

Apêndice 5 - Considerações sobre o trabalho de prospecção de profissionais.........................149

Anexo 1 - Autorização unidade pesquisada.............................................................................153

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1 INTRODUÇÃO

Considerando-se o contexto, o Brasil não é considerado um país inovador, pois os países

impulsionados pela inovação caracterizam-se por intensivos empreendimentos voltados para o

conhecimento, expansão e modernização do setor de serviços, conforme relatório The Global

Competitiveness Report 2016–2017 (TGCR 2016), publicado pelo Fórum Econômico Mundial.

O Brasil é considerado como impulsionado pela eficiência, cujas características são o avanço

da industrialização e ganhos em escala e com influência de organizações intensivas em capital

(GEM, 2016). Esse posicionamento se dá em decorrência de situações como: taxas de

impostos, corrupção, regulamentos fiscais, burocracia governamental ineficiente, instabilidade

política, regulamentação trabalhista restritiva, fornecimento inadequado de infraestrutura, mão

de obra inadequadamente educada, acesso ao financiamento, instabilidade do governo,

capacidade insuficiente para inovar, inflação, saúde pública deficiente, falta de ética de trabalho

e na força de trabalho nacional, crimes e roubos, regulamentos em moeda estrangeira, etc., que

colocam o pais com índice de competitividade em 81º entre 138 países ( TGCR 2016 p. 126).

Por conseguinte, outras situações se mostram igualmente preocupantes, como por

exemplo, o índice de procura por parte dos empreendedores brasileiros de órgãos de apoio,

sendo que 42,2% não o fazem por desconhecimento, 40,3% por falta de interesse e outros

33,7% por falta de necessidade e tempo, podendo um indivíduo ter mais de um item

selecionado (GEM Brasil 2016). Essa característica, somada às deficiências da formação

empreendedora, que impedem o acesso a muitas opções de apoio instrucional e financeiro,

contribuem para o elevado índice de mortalidade das empresas (FDC 2014); além disso, há

outros fatores que, acumulados, resultam na situação de 71% dos empreendedores brasileiros

encontrarem dificuldades no primeiro ano de atividade. Em vista disso, os motivos de

mortalidade de empresas no Brasil são os mais variados possíveis (SEBRAE, 2014).

Não somente, mas também, situações de ensino precárias para a maioria da população

produzem um elevado índice de analfabetismo funcional, na ordem de 27% da população

(INAF, 2016, p. 7), embora tenha havido uma melhora no índice de alfabetização funcional,

que nos últimos 15 anos passou de 61% para 73%. Outrossim, nos últimos 10 anos (2005 a

2015) a frequência escolar entre o público de 6 a 14 anos e 4 a 5 anos aumentou de 96,5% para

98,6% e de 62,8% para 84,3% respectivamente (FAILLA, 2016, p. 28), (PNAD 2015, p. 37).

Todavia, o Brasil é um dos países que possuem os maiores percentuais de

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empreendedores iniciantes e estabelecidos nas faixas etárias de 18 a 64 anos (GEM, 2016)

evidenciando que o brasileiro tem uma visão positiva do empreendedorismo, tanto que o Brasil

é considerado um país com espirito empreendedor, sendo referência mundial até pelo número

de que 3 em cada 4 brasileiros tem preferência por empreender (ENDEAVOR, 2013).

Certamente, o empreendedorismo pode representar riscos elevados, trazendo vantagens como

possibilidade de elevados ganhos financeiros, sentimento de realização, geração de emprego,

abertura de novos mercados, incentivos a novos estudos e pesquisas, redução da economia

informal, mas também desvantagens como: elevada carga de trabalho, dificuldades de gestão

do negócio, de gestão de pessoas, desgaste emocional, dificuldades de relacionamento com

sócios e ameaças constantes de fracasso, entre outros (BRITO, PEREIRA e LINARD 2013;

MIRANDA, SANTOS JUNIOR e DIAS, 2016). Em suma, o empreendedorismo pode trazer

mobilidade vertical, pois "o empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais riqueza"

(MENDES e ZAIDEN FILHO, 2012, p. 53).

Em vista disso, a utilização de uma metodologia para criar empresas pode contribuir para

o desenvolvimento do ecossistema do empreendedorismo, pois propõe o menor investimento

possível, traz maiores chances de se evitar erros e desperdícios e principalmente, pode aumentar

as chances de sucesso. A metodologia denominada lean Startup, elaborada por Ries (2011),

propõe que essas condições possam ser alcançadas. Além disso, há a possibilidade para os

empreendedores, de trabalhar com a colaboração e o conhecimento da multidão e dos clientes,

através dos conceitos de open innovation.

Com o propósito de contribuir para que esse contexto descrito melhore, este trabalho

apresenta o processo de criação de uma nova empresa, que se apoia nos conceitos de lean

startup e open innovation, ampliando a discussão sobre a colaboração na criação de novas

empresas com modelos de participação que promovam a inclusão do maior número de pessoas

nesses processos.

A empresa em questão, é voltada para a área de educação infantil, para crianças de 6 a

10 anos de idade e busca ensinar os conceitos de cidadania fiscal, contabilidade,

empreendedorismo e ética, através de livros impressos e eletrônicos, de forma lúdica e

interativa, além de outros produtos com os mesmos objetivos temáticos.

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1.1 Contextualização do Tema

O Brasil, conforme relatório The Global Competitiveness Report 2016–2017

(TGCR 2016), publicado pelo Fórum Econômico Mundial, não é considerado um país inovador.

Os "países impulsionados pela inovação – são caracterizados por empreendimentos intensivos

em conhecimento e pela expansão e modernização do setor de serviços". O Brasil faz parte do

grupo de países impulsionados pela eficiência que "são caracterizados pelo avanço da

industrialização e ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em

capital", (GEM 2016) estando na mesma classificação de países como: África do Sul, Albânia,

Armênia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Cabo Verde, China, Colômbia, Egito, El Salvador,

Equador, Geórgia, Guatemala, Indonésia, Irã, Jamaica, Jordânia, Macedônia, Marrocos,

Montenegro, Namíbia, Paraguai, Peru, República Dominicana, Romênia, Sérvia, Sri Lanka,

Tailândia e Tunísia. Muitos países desse mesmo grupo estão em transição para países com

economias direcionadas por inovação como: Argentina, Barbados, Chile, Costa Rica, Croácia,

Eslováquia, Hungria, Letônia, Líbano, Lituânia, Malásia, Maurício, México, Omã, Panamá,

Polônia, Turquia e Uruguai, (TGCR 2016).

Diante disso, o índice de competitividade global do país está em 81º lugar entre 138

países (TGCR, 2016), devido à problemas tais como: taxas de impostos, corrupção,

regulamentos fiscais, burocracia governamental ineficiente, instabilidade política,

regulamentação trabalhista restritiva, fornecimento inadequado de infraestrutura, mão de obra

inadequadamente educada, acesso ao financiamento, instabilidade do governo, capacidade

insuficiente para inovar, inflação, saúde pública deficiente, falta de ética de trabalho e na força

de trabalho nacional, crimes e roubos, regulamentos em moeda estrangeira, etc. (TGCR 2016

p. 126).

Acrescenta-se os números apresentados pelo GEM - Global Entrepreneurship Monitor,

Empreendedorismo no Brasil, 2016 (GEM, 2016) e SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à

Micro e Pequena Empresa, apesar de o Brasil possuir diversas plataformas de apoio ao

empreendedor, são poucos exploradas, visto que somente 46% dos proprietários formais e 31%

dos proprietários informais tiveram algum relacionamento com o Sebrae, conforme Endeavor

(2013), além disso, entre os empreendedores que iniciam seus negócios, 42,2 % não procuram

nenhum órgão de apoio por falta de conhecimento e informação, além de outros motivos

listados na tabela 1 (GEM, 2016).

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Tabela 1 - Distribuição percentual¹ dos motivos indicados para não buscar órgãos de apoio

segundo estágio - Brasil - 2016

Fonte: GEM Brasil 2016 - ¹ Percentual da população de 18 a 64 anos que tem como motivo o item especificado.

Cada indivíduo pode ter mais de um item selecionado.

Salienta-se ainda que 71% dos empreendedores iniciantes encontram dificuldades no

primeiro ano de atividade, por consequência, contribuem para a mortalidade das empresas, pois,

pelo menos 25% das startups morrem em um tempo menor que 1 ano, 50% com tempo menor

que 4 anos e 75% com tempo menor que 13 anos, (FDC, 2014). Para efeito de comparação, no

período de 5 anos, de 2011 a 2016, o IBGE (2018 p. 36) apresenta que as empresas criadas em

2011, segundo as faixas de pessoal ocupado, no final de 2016 tiveram as seguintes taxas de

mortalidade: empresas sem funcionários, 68,9%; empresas de 1 a 9 funcionários, 44,3% e

empresas acima de 10, taxa de 34,8%; com total no período de 68%. Contribuem para isso

situações que se iniciam na montagem da empresa, uma vez que, conforme a pesquisa Causa

Mortis do Sebrae (SEBRAE, 2014), 88% dos empreendedores contam basicamente com

recursos próprios e da família, somente 12% buscam recursos em bancos, com valores médios

para investimentos fixos de R$ 22.850,00 e R$ 11.030,00 para capital de giro, convém destacar

que 58% fazem o investimento fixo de até R$ 10.000,00 e 65% fazem o investimento em capital

de giro de até R$ 5.000,00.

Ainda conforme dados da pesquisa citada, dos empreendedores iniciantes que

encontraram dificuldades no primeiro ano de atividade, 22% deles a dificuldade ocorreu na

formação da carteira de clientes, 14% por falta de capital de giro, 6% por problemas com

planejamento e administração, situação que se confirma pelo fato de que as empresas que estão

em atividade, 69% delas dedicaram à pesquisa e planejamento um período inferior a 6 meses,

entre as empresas encerradas o percentual é de 82%. Observa-se a necessidade de maior tempo

de planejamento e pesquisa de mercado nas duas situações.

Igualmente, para a Fundação Dom Cabral (FDC, 2014) os fatores para a

descontinuidade se dão pela falta de conhecimento dos fundadores em gerenciamento e/ou

Motivos % de empreendedores

Nascentes Novos Estabelecidos Total

Por falta de conhecimento / informação 60,9 41,4 36,9 42,2

Por não ter interesse 23,4 43,8 44,1 40,8

Por não ter necessidade 14,3 24,9 20,0 21,5

Por falta de tempo 19,7 9,4 12,4 12,2

Falou apenas com o contador - 0,5 0,8 0,5

Outro 4,0 0,4 1,0 1,3

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gestão do negócio, comprometimento do tempo integral dos fundadores exclusivamente para

as startups, falta de alinhamento dos interesses pessoais e ou profissionais dos fundadores e

falta de capital para investir no negócio. Outros temas como criação e melhorias de processos

de gestão em qualidade, custos, metas e gestão financeira também foram identificados como

maior nível de preocupação pelos empreendedores, conforme a pesquisa Desafios dos

Empreendedores Brasileiros realizada pela Endeavor Brasil (ENDEAVOR, 2016).

Os principais motivos alegados pelos empreendedores que encerram suas empresas são:

19% por falta de capital de giro, 14% encontrou outra atividade, 9% por falta de clientes, 8%

devido a problemas de planejamento/administração, 9% por problemas particulares, 8% devido

perda de um único cliente, 7% por problemas com sócios, 6% em função de

burocracia/impostos, 3% devido concorrência forte e 17% em outras situações. Observando-se

que o comportamento dos empreendedores que encerram suas empresas, somente 24% deles

fizeram algum curso para aprimorar-se, 23% realizou empréstimos em banco, 10% participou

de reuniões /parcerias e somente 6% fez ações em conjunto com outras empresas (SEBRAE,

2014). Similarmente, verifica-se que no ambiente dos empreendedores há dificuldades em

avaliar, estudar e expor ideias, carência de conhecimento para analisar se produtos têm

penetração ou não, de fazer pesquisas de mercado, gestão de empresas, gestão de pessoas,

montar um plano de negócios, de captação de recursos financeiros e até mesmo de conhecer

todas as opções de apoio ao empreendedor disponível no mercado e “a correta compreensão do

contexto ambiental é o primeiro e o mais importante passo para a definição da estratégia.”

(CECCONELLO & AJZENTAL, 2012, p. 71). Observa-se no contexto geral, uma situação na

qual é necessário treinamento e conhecimento ao empreendedor, visto que 70,8% dos

empreendedores afirmam que o sucesso ou o fracasso dos seus negócios tem como principal

agente, o próprio empreendedor (ANPROTEC, 2016).

Entretanto, no ambiente dos investidores, as exigências sobre os empreendedores vão

além das dificuldades listadas: o projeto tem que ser atrativo, tem que estar efetivamente no

momento e com necessidade de receber investimentos, além das qualificações dos gestores.

Para os investidores, os empreendedores devem ter o conhecimento efetivo das necessidades

de investimentos, como serão aplicados e a relevância dos negócios, se gerarão impactos no

mercado, na concorrência, se continuarão tendo atratividade a novos investidores, devem ter

uma estratégia clara de atuação no mercado, um modelo de geração de receita e custos

corretamente dimensionados.

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Contudo, o Brasil em relação aos países: África do Sul, Alemanha, China, Estados

Unidos, Índia, México e Rússia, é o país que possui os maiores percentuais de empreendedores

iniciantes e estabelecidos nas faixas etárias de 18 a 64 anos, por gênero e também por nível de

escolaridade, conforme tabela 2 e 3, GEM (2016), o que mostra que o brasileiro tem uma visão

positiva sobre empreendedorismo, e é favorável à atividade empreendedora, tanto que o Brasil

é considerado um país com espirito empreendedor, sendo referência mundial, sendo que 3 em

cada 4 brasileiros tem preferência por empreender. O empreendedorismo como opção de

carreira é desejado por 89% da população adulta (a média mundial é de 65%), estando o Brasil

à frente de países como: África do Sul, Argentina, Chile, China, México, Rússia e Turquia

(ENDEAVOR, 2013). Afinal, novas empresas geram novos empregos, promovem

oportunidades de ascensão social, crescimento econômico, estimulam a competição, a

eficiência e a inovação, gerando benefícios à sociedade (VASCONCELLOS, 2014),

(ORSIOLLI e NOBRE, 2016). O empreendedorismo é uma atividade importante, de tal maneira

que no contexto brasileiro, as micros e pequenas empresas (MPE's) representam 99% dos

estabelecimentos, 52% dos empregos, contribuindo com 27% do PIB - Produto Interno Bruto,

(SEBRAE, 2014).

Tabela 2 - Taxas específicas¹ de empreendedorismo inicial (TEA)² e estabelecido (TEE)³

segundo faixa etária e gênero - Países Selecionados 2016

Fonte: GEM 2016 p. 35-37 - Adaptado pelo autor - ¹ Percentual de empreendedores iniciais/estabelecidos em cada classe.

² Empreendedores Iniciais - TEA - Nascentes (Estão envolvidos na estruturação de um negócio do qual são proprietários, mas que ainda não

pagou salário, pró-labore ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de 3 meses.), Novos (Estão envolvidos na

estruturação de um negócio do qual são proprietários, mas que ainda não pagou salário, pró-labore ou qualquer outra forma de remuneração

aos proprietários por mais de 3 meses e menos de 42 meses.)

³ Empreendedores Estabelecidos - TEE - Empreendedores estabelecidos administram e são proprietários de negócios estabelecidos que pagou

salário, pró-labore ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de 42 meses

Taxas específicas¹ de empreendedorismo inicial e estabelecido (TEA / TEE) segundo faixa etária e gênero - Países Selecionados 2016

18 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anosMasculino Feminino

Brasil TEA 20,1 22,9 19,7 17,5 15,0 19,2 19,9

TEE 5,5 11,7 22,4 24,2 23,9 19,6 14,3

África do Sul TEA 6,7 6,3 8,4 9,6 3,1 8,0 5,9

TEE 0,7 3,9 1,7 4,1 1,7 3,8 1,2

Alemanha TEA 4,2 5,0 5,7 4,8 3,2 6,0 3,1

TEE 1,1 2,9 6,1 11,8 8,4 9,4 4,4

China TEA 8,5 15,3 11,2 9,6 5,7 11,8 8,6

TEE 3,1 6,5 8,7 9,6 8,1 8,5 6,4

Estados Unidos TEA 10,7 15,6 16,8 11,7 7,3 14,8 10,5

TEE 2,2 4,8 10,9 12,3 14,4 10,9 7,6

Índia TEA 9,9 11,1 11,5 10,4 9,4 13,5 7,6

TEE 3,0 4,8 4,6 4,7 7,2 5,7 3,4

México TEA 7,7 12,1 12,0 7,2 6,1 9,3 10,0

TEE 2,3 8,1 10,9 8,8 7,4 8,7 6,5

Rússia TEA 6,5 9,6 6,3 6,5 1,5 6,9 5,7

TEE 0,4 4,9 7,7 7,7 4,7 6,0 4,6

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Tabela 3 - Taxas específicas¹ de empreendedorismo inicial (TEA) e estabelecido (TEE)

segundo nível de escolaridade ²- Países Selecionados 2016

Fonte: GEM 2016 p. 39 - Adaptado pelo Autor - ¹ Percentual de empreendedores iniciais/estabelecidos em cada classe.

² Alguma educação = Ensino fundamental completo e ensino médio incompleto; Secundário Completo = Ensino médio completo e superior

incompleto; Pós-Secundário = Superior completo, especialização incompleto e completo e mestrado incompleto; Experiência pós-graduação

= Mestrado completo, Doutorado incompleto e completo.

Em síntese, apesar de já existir um grande número de iniciativas governamentais,

empresariais e associativas que buscam desenvolver todo o ecossistema do empreendedorismo,

percebe-se que ainda há inúmeras necessidades para o avanço desse tema no Brasil, destacando-

se: a educação empreendedora, tendo em vista as deficiências citadas; novos modelos de

criação e gestão de empresas; universalização do ensino da disciplina Empreendedorismo até

mesmo como parte do currículo escolar em idades anteriores à universidade.

Taxas específicas¹ de empreendedorismo inicial e estabelecido (TEA / TEE) segundo nível de escolaridade ²- Países Selecionados 2016

Alguma educação Secundário completo Pós-secundárioExperiência Pós

graduaçãoTEA TEE

Brasil TEA 19,5 20,5 14,4 22,9 19,6

TEE 21,7 14,6 13,3 - - 16,9

África do Sul TEA 4,6 7,4 11,9 - 6,9

TEE 1,6 3,1 4,1 - - 2,5

Alemanha TEA 1,9 4,7 7,1 - 4,6

TEE 5,3 6,6 9,5 - - 7,0

China TEA 6,6 11,2 12,1 18,5 10,3

TEE 5,0 9,8 8,2 9,2 7,5

Estados Unidos TEA 10,1 10,6 13,1 14,0 12,6

TEE 4,8 8,7 8,5 13,0 9,2

Índia TEA 8,1 11,3 14,1 6,1 10,6

TEE 5,4 4,0 3,3 25,6 4,6

México TEA 7,0 11,2 14,7 17,1 9,6

TEE 7,5 6,8 10,8 34,3 7,5

Rússia TEA 6,4 2,8 7,1 - 6,3

TEE 1,0 2,5 6,5 - - 5,3

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1.2 Pergunta de pesquisa

No cenário apresentado na contextualização do tema, empreender sem a utilização de

um framework de um plano de negócios tradicional, pode representar uma alternativa aos novos

empreendedores, ajudando a superar parte dos problemas já citados. Uma nova combinação de

atuação pode configurar-se como uma forma de contribuir com o desenvolvimento do

ecossistema do empreendedorismo no Brasil. Diante disso busca-se responder à seguinte

questão de pesquisa:

Como a metodologia Lean Startup e os conceitos de Open Innovation podem contribuir

para a constituição e desenvolvimento de novas empresas?

1.3 Objetivo geral

Utilizar a metodologia lean startup e os conceitos de open innovation na constituição

de uma startup da área de educação, analisando a contribuição dos mesmos no processo.

A startup foco do estudo é denominada GatoXadrez.com, é voltada para o segmento

infanto-juvenil e tem como propósito ensinar os conceitos de cidadania fiscal, contabilidade,

empreendedorismo e ética, utilizando para tal materiais didáticos como livros interativos, jogos

e outros, sempre em plataformas multimídia.

1.4 Objetivos específicos

- Descrever a metodologia learn startup e o conceito de open innovation;

- Apresentar o ambiente de negócios relacionado aos produtos previstos para a

GatoXadrez.com;

- Analisar a contribuição da metodologia learn startup e o conceito de open innovation durante

as etapas de constituição da startup GatoXadrez.com.

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1.5 Justificativa

Este trabalho traz um exemplo a ser compartilhado, a constituição de uma nova empresa

utilizando uma metodologia que busca o menor investimento possível, proporcionando a

possibilidade de evitar erros, restringir desperdícios e principalmente aumentando as chances

de sucesso, condições que podem ser alcançadas através da metodologia denominada Lean

Startup, elaborada por Ries (2011), com os conceitos do ciclo construir-medir-aprender,

utilizando-se além da contabilidade para a inovação e a implantação gradual de controles

gerenciais.

O trabalho também apresenta a possibilidade de trabalhar com a colaboração e o

conhecimento da multidão e dos clientes, através dos conceitos de open innovation; pode assim

contribuir para evitar muitos dos erros dos empreendedores iniciantes, como citado na

contextualização quando do início de seus negócios, dessa forma, a junção desses dois

conceitos, possivelmente pode contribuir para a criação de novas empresas com maiores

chances de sucesso.

Além disso, os níveis de talento e conhecimentos serão cada vez mais exigidos dos

novos empreendedores, como: capacidade de pensar criticamente, capacidade de solução de

problemas, conhecimento de novas tecnologias e inovação, pensamento flexivel, habilidades

de trabalhos com diferentes indivíduos, entre outros. O Índice de Competitividade Global

apresenta respostas preliminares sobre três importantes pilares: educação e habilidades,

dinamismo empresarial e capacidade de inovação, e a análise prévia dos resultados sugere que

a competitividade de economias avançadas e emergentes dependerão da orientação futura de

um país e de sua capacidade de atualizar habilidades, e dos regulamentos e normas sociais que

promovem o empreendedorismo e acolhem a mudança, a colaboração e a criatividade. (TGCR,

2016 p. 60).

Ademais, o desenvolvimento de uma nova empresa que busca ensinar crianças sobre

quatro temas interligados: empreendedorismo, ética, cidadania fiscal e contabilidade, mostra-

se importante para construir um nível de conhecimento que direcione minimamente os

estudantes no futuro e pode-se considerar relevante e necessário, apresentar esse processo de

construção aos novos empreendedores através de estudo de caso, devido à diversos contextos:

níveis de conhecimento e preparo dos empreendedores atuais, taxas elevadas de mortalidade

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das empresas denominadas startups (FDC, 2014) e as deficiências de ensino para a maioria dos

cidadãos.

Todavia, empreendedorismo, ética, contabilidade e educação fiscal não são

componentes curriculares comuns, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular que

procura garantir a aprendizagem essencial conforme preceitua o Plano Nacional de Educação -

PNE (BNCC, 2017). Esses conceitos estão no campo Currículos, onde a aplicação estão a cargo

dos sistemas e redes de ensino (Estados e Municípios), dentro de suas autonomias e

competências para incorporar ao currículo e as propostas pedagógicas, temas considerados

contemporâneos e que afetam a vida humana e isso se deve a autonomia dos entes federados,

à diversidade cultural regional e desigualdades sociais profundas. (BNCC, 2017 p. 15-21). Entre

esses assuntos destacam-se temas importantes como: direitos da criança e do adolescente,

educação para o trânsito, educação ambiental, educação alimentar e nutricional, processo de

envelhecimento, respeito e valorização do idoso, educação em direitos humanos, educação das

relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, bem

como saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, educação financeira, trabalho,

ciência e tecnologia e diversidade cultural. (BNCC, 2017 p. 13-33).

Mediante o exposto, espera-se que este trabalho contribua para a geração de

conhecimento para novos empreendedores e para o desenvolvimento do ecossistema do

empreendedorismo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo do trabalho, serão apresentados os aspectos teóricos para a

fundamentação do estudo de caso, considera-se importante conhecer os conceitos do qual o

negócio proposto está inserido. Inicia-se com a definição do conceito de startup e os riscos

envolvidos em sua criação, segue com a exposição do conceito de empreendedorismo e as

formas como pode ser praticado, além de um panorama sobre como estamos neste aspecto no

Brasil, e parte-se para os temas relacionados ao estudo de caso, a metodologia lean startup e os

conceitos de open innovation.

2.1 Startups

O termo startup tem sido utilizado de maneira ampla, não basta abrir uma empresa para

que a mesma seja assim considerada. Startup é uma instituição humana formada para

transformar ideias em produtos de uma forma sustentável e em condições de extrema incerteza,

Ries (2011). No entanto, Brigide (2009, p. 61) afirma que poucos trabalhos trazem uma

definição clara do conceito do que seja uma startup. Outrossim, Boufleur, Ayala e Frank (2016)

afirmam que o termo startup ficou mais conhecido no final da década de 90, como consequência

do grande volume de investimentos que muitas empresas de tecnologia denominadas empresas

ponto.com receberam, em função das oportunidades que se abriram com o avanço da internet e

conforme relatado por Ofek e Richardson (2003), esse período foi marcado pela bolha

econômica gerada por essas empresas, pois muitas delas fracassaram devido à má gestão no

investimento dos recursos recebidos e também no desenvolvimento de produtos e serviços,

popularizando o termo que já caracterizava essas empresas, chamadas startups.

Entretanto, conforme The Global Startup Ecosystem Ranking 2015 (COMPASS, 2015),

a partir desse período houve uma explosão no surgimento de novas empresas, principalmente

voltadas para a área de tecnologia, alcançando quase todas as áreas da sociedade em detrimento

do crescimento da indústria tradicional, citando principalmente o Vale do Silício. Embora não

haja certeza se poderá haver uma nova bolha, há consenso de que o crescimento das empresas

denominadas startups estão baseados em fundamentações mais sólidas em relação ao primeiro

período referente a bolha da internet, tornando o futuro menos arriscado, muitos pesquisadores

contribuíram para essa fundamentação, citando exemplos das razoes desse crescimento que se

deram devido: redução do custo na formação de novas startups, principalmente no aspecto de

novas tecnologias; diluição do risco de investimento com o surgimentos de investidores anjos,

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aceleradoras, possibilitando que pequenas apostas possam originar um maior número de

startups; novos modelos e processos de gestão que procuram antecipar problemas e adequação

às condições do mercado e necessidades dos clientes, com pouco investimento e redução

substancial do risco de perda e por último a velocidade nos processos de comunicação com

clientes, vendas, testes, devido à facilidade de acesso global com uma internet rápida e sem fio

(COMPASS 2015, p.13-14). Contudo, novas definições já trazem um conceito mais realista

como o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, Sebrae (2017,

p. 2) que define startup como:

Uma startup é uma empresa nova, até mesmo embrionária ou ainda em fase

de constituição, que conta com projetos promissores, ligados à pesquisa,

investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Por ser jovem e estar

implantando uma ideia no mercado, outra característica das startups é possuir

risco envolvido no negócio. Mas, apesar disso, são empreendimentos com

baixos custos iniciais e são altamente escaláveis, ou seja, possuem uma

expectativa de crescimento muito grande quando dão certo.

Conforme pesquisa Lado/A - Lado/B Startups, Sebrae (2015) que representa a visão de

empreendedores e investidores, startups são definidas como empresas que estão em fase inicial

de atividade, com propostas inovadoras, modelos de negócios escaláveis, de base tecnológica e

baixo custo para iniciar suas atividades, além de uma ideia com grandes possibilidades de se

transformar em um negócio.

De acordo com Gulati e DeSantola (2016, pag. 1-14) as startups passam por diversas

situações em sua fase de expansão: necessidade de profissionalização, de estrutura

organizacional, de implantação de cultura, de descentralização, situações que muitas vezes os

empreendedores não estão preparados por acreditarem que a empresa pode funcionar com

aquela estrutura inicial, descontraída e onde os sócios fazem de tudo um pouco, além do medo

de perder agilidade e controle de sua empresa e criação. São situações que somadas as condições

de mercado, distribuidores e fornecedores não confiáveis e uma infinidade de outras forças

externas que podem repetidamente atingir a empresa de maneira que a mesma não consiga

evoluir e até mesmo deixar de existir. Mas há os casos de sucesso onde a tática é administrar o

crescimento de longo prazo, contratar profissionais especializados e que possam somar

conhecimento, adicionar uma estrutura gerencial, fortalecer o planejamento e a previsão e

reforço na cultura da organização, ações que podem tornar a empresa mais eficiente e ajudar a

encontrar e explorar novas oportunidades de negócios.

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Para Miranda et al. (2016) os fracassos são ameaças constantes e podem ocorrer na

criação de novas startups, mesmo que possuam ideias originais, recursos e pessoas experientes

(MORRIS, SCHINDEHUTTE e ALLEN, 2005). Parte da vulnerabilidade inicial dessas

empresas podem ser compensadas parcialmente com o esforço e a motivação dos

empreendedores, porém, em um cenário de longo prazo, precisarão testar sua competência e

legitimidade para que tenham acesso a recursos que possibilitem o crescimento do negócio.

(STRODOMSKYTE, DAI e HAUGE, 2012). O desempenho da organização deve se basear em

indicadores que mensurem o desenvolvimento e o sucesso organizacional, devendo buscar a

melhoria contínua através de planejamento e execução. O monitoramento do desempenho

através de indicadores deve focalizar diferentes dimensões da organização, como análise de

indicadores financeiros e não-financeiros (DRAGHICI, POPESCU e GOGAN, 2014)

(MELNYK, BITITCI, TOBIAS e ANDERSEN, 2014). A não utilização de uma estrutura

adequada de informações e controles gerenciais, acompanhadas pelas deficiências listadas nas

pesquisas do FDC e ENDEAVOR, somadas as dificuldades e pressões impostas pelo ambiente

de mercado são motivos de elevado índice de mortalidade das startups e a utilização desses

sistemas de controle podem contribuir para melhorar a sobrevivência das empresas e suas

respostas aos desafios do mercado conforme afirmação de Farah (2003, p. 365):

O ambiente empresarial impõe pressões sobre as organizações. Estas,

impostas pelos diversos segmentos ambientais diferenciam-se em forma e

grau, constituindo-se em ameaças e oportunidades que as empresas devem

responder. As mesmas deverão acompanhar esta evolução ambiental

modificando seus sistemas para responder adequadamente as novas

mudanças, ao mesmo tempo em que criam sistemas com fins específicos para

lidar com as mudanças.

Paralelamente, momentos de turbulência afetam o desempenho das empresas e em

ambientes turbulentos, as que sobrevivem e que podem até prosperar são aquelas que mantém

um sistema de informações e controle gerencial eficaz e que proporciona condições de decisões

rápidas e acertadas independentemente do tamanho, com vantagens para as pequenas empresas,

que possuem estruturas enxutas e facilidade de comunicação entre os gestores, proprietários e

os empregados (PEKKOLA, SAUNILA e RANTATEN, 2016). Registra-se que startups de

base tecnológica "tem como intuito propor soluções inovadoras, novas e diferenciadoras no

mercado, que permitam dar “um passo em frente” em qualquer esfera da vida humana, desde a

produção de um novo medicamento, à implementação de modelos mais eficazes de liderança"

(PALMA, 2018, p. 1).

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2.2 Empreendedorismo

A palavra empreendedorismo, conforme Baggio e Baggio (2014) é derivada do latim

Imprehendore, tendo seu uso na língua portuguesa a partir do século XV, embora a palavra seja

uma tradução da palavra inglesa Entrepreneurship, composta da palavra francesa Entrepreneur,

com o sufixo inglês Ship. Dornelas (2001, p. 37) também define empreendedorismo como “[...]

um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar

os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seus sistemas de atividades e seu

universo de atuação.”

As pesquisas sobre empreendedorismo e suas variações que são praticados hoje no

Brasil e no mundo, são importantes descrever para efeito de enriquecer o referencial sobre o

tema, não há pretensão de esgotar o assunto de cada um desses tipos, uma vez que alguns deles

indicam diferentes formas de realização dentro do seu próprio conceito. Ressalta-se que não foi

localizado em pesquisa artigos ou livros que listassem tipos de empreendedorismo, então,

buscou-se apresentar os tipos dentro da descrição apresentada abaixo por Baggio e Baggio

(2014). O termo empreendedorismo tradicional é utilizado para diferenciar os tipos de

empreendedorismos que se busca retratar, poderia ser somente empreendedorismo e segue-se a

linha semântica de vários autores como Schmidt e Dreher (2008), Campos, Martens, Resende,

Carmona e Lima, (2012) e Robinson (2006), ou empreendedorismo empresarial como é

chamado por Campelli, Casarotto Filho, Barbejat e Moritz. (2011) ou ainda empreendedorismo

comercial conforme Medeiros, Machado, Pereira e Costa (2017). O empreendedorismo

conforme Baggio e Baggio (2014, p. 26) "pode ser compreendido como a arte de fazer acontecer

com criatividade e motivação. Consiste no prazer de realizar com sinergismo e inovação

qualquer projeto pessoal ou organizacional, em desafio permanente às oportunidades e riscos".

O conceito exposto por Baggio e Baggio pode ser aplicado a todos os tipos de

empreendedorismo pela abrangência da definição.

Por conseguinte, para Brito et al. (2013) o empreendedorismo pode representar riscos

elevados, trazendo vantagens e desvantagens aos empreendedores e ao ambiente de negócios,

apontam vantagens como: possibilidade de elevados ganhos financeiros, satisfação e

sentimento de realização, geração de emprego, contribuição com o desenvolvimento

econômico, estímulo a competição, criação de novos produtos e de melhor qualidade, abertura

de novos mercados, estímulos a aumentos de produtividade, incentivos a novos estudos e

pesquisas e redução da economia informal. Como desvantagens do empreendedorismo são

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apontados: elevada carga de trabalho, dificuldades de gestão do negócio, de gestão de pessoas,

desgaste emocional, dificuldades de relacionamento com sócios e ameaças constantes de

fracasso, entre outros.

Leite (2012) afirma que o lucro é a mola propulsora para avançar no empreendimento,

sendo fundamental para a sobrevivência e para o crescimento da empresa, tendo também como

finalidade a satisfação dos desejos e das necessidades das pessoas que o fazem.

Para Mendes e Zaiden Filho (2012 p. 53) "O empreendedorismo é o processo dinâmico

de criar mais riqueza" e Hitt, Ireland e Hoskisson (2013 p. 372) afirmam que empreendedorismo

"é o processo pelo qual indivíduos ou grupos identificam e buscam oportunidades empresariais

sem serem imediatamente restringidos pelos recursos que controlam atualmente", expondo duas

situações: i) o empreendedorismo empresarial, referindo-se à criação de novas empresas (que

para o autor, geralmente são mais eficazes em inovação) e identificação de oportunidades; ii) o

empreendedorismo corporativo, que está voltado para as empresas estabelecidas e é praticado

de maneira estratégica para identificar oportunidades e inovações por questões ligadas à

sobrevivência e ao sucesso empresarial.

Empreendedorismo social

O empreendedorismo social, para os autores Campelli et al. (2011), atua em ações que

tragam benefícios a uma coletividade, tenham impacto local, os problemas sociais sejam a

causa, e estejam sempre buscando o resultado coletivo. Esses autores defendem ainda que o

empreendedorismo social é incrementado a partir da redução do empreendedorismo por

necessidade e pelo aumento do nível educacional. Campos et al. (2012) apresenta o

empreendedorismo social como um derivado do empreendedorismo tradicional, com objetivos

voltados para o desenvolvimento social, envolvendo comunidades que apresentam condições

econômicas e sociais precárias, utilizando-se da colaboração solidária para contribuir com a

melhora das condições de vida dos indivíduos envolvidos nessas ações, ressaltando que a

maioria dos empreendimentos sociais são desenvolvidos por ações organizacionais, sem

finalidade lucrativa e com a missão de contribuir com a inclusão e a emancipação social.

Martin e Osberg (2007 p. 35) procuram esclarecer o conceito expondo três elementos

fundamentais que definem o empreendedorismo social - exclusão, marginalização ou

sofrimento de grupos que não possuem recursos financeiros ou meios políticos para transformar

o seu ambiente por conta própria, para identificar uma oportunidade nesse ambiente

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(considerado injusto). Dessa forma, tais grupos podem desenvolver uma proposta de valor

social que desafie a situação e buscar criar um equilíbrio novo e estável que possa aliviar o

sofrimento dos envolvidos, de modo a gerar um ecossistema estável, garantindo um futuro

melhor para o grupo e até mesmo à sociedade em geral. Nesse contexto o empreendedor social

não se organiza para obter lucro das suas ações, sua visão de valor está na escala

transformacional de uma sociedade necessitada.

Os autores Martin e Osberg (2007) afirmam a importância de distinguir os tipos de

empreendedorismo sociais classificando-os como: ativismo social, que procura influenciar

indiretamente outros visando criar um equilíbrio sustentável; o provedor de serviços, que

executa ações diretas para melhorar o equilíbrio atual; e o empreendedor social, que leva ação

direta para gerar um novo equilíbrio sustentável. Destaca-se que há ações onde a busca do lucro

e da justa remuneração podem ser considerados como empreendedorismo social. A

possibilidade de lucro também é exposta por Robinson (2006) quando o define como um

processo de identificação de um problema social, no qual a solução, com a devida avaliação do

impacto social, permite à entidade ter uma missão social orientada ou não orientada para o

lucro.

O empreendedorismo social, conforme Medeiros et al. (2017), possui uma abordagem

aberta para corrigir situações onde o estado não consegue atender satisfatoriamente, buscando

soluções ao público atingido, além da visão com foco no ambiente de negócios.

Empreendedorismo coletivo

O empreendedorismo coletivo, também conhecido como compartilhado, é tratado como

um associativismo onde pode ser representado por pequenas empresas em processos de compras

em comum, entidades de representações, sindicatos entre outras do gênero (SCHIMIDT e

DREHER 2008). Esses mesmos autores retratam esse tipo de empreendedorismo em um

ambiente de Arranjo Produtivo Local – APL, nomenclatura que representam ações locais que

buscam o desenvolvimento de um setor, ou de uma região ou ainda a melhoria de condições de

um grupo de empresas.

O empreendedorismo coletivo, na visão de Martinez (2004), é um conceito existente

que envolve equipe, grupo ou até mesmo uma empresa; o contexto de estudo sobre

empreendedorismo coletivo deste autor é baseado em equipes de trabalho e reforça que o

empreendedorismo ocorre quando todo o esforço coletivo é maior que os esforços e

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contribuições individuais, reforçando que a satisfação com o trabalho, o compromisso da

equipe, a comunicação e a colaboração entre os membros e por parte da liderança, o

gerenciamento de conflitos, o comportamento e a gestão participativa, aspectos que são

fundamentais para uma gestão que busca sucesso através do empreendedorismo coletivo.

Burres e Cook (2009), ainda sobre empreendedorismo coletivo, documentaram o uso

do termo examinando em que contexto o mesmo é utilizado. Os autores afirmam que o termo

apresenta grandes variações de uso, deixando pouco espaço para construção de uma teoria sobre

o assunto. Identificaram que o descritor coletivo é utilizado de três formas relevantes, sendo: i)

reconhecimento de múltiplas partes engajadas com empreendedorismo quando se refere a

muitos envolvidos no processo empreendedor, com grande variedade de empreendimentos

coletivos entre provedores de capital, funcionários de empresas, empresas, governos,

universidades e ou combinações entre esses citados; ii) como referência ao tipo de bem

econômico gerado pelo empreendedorismo, como quando há interessados na geração de bens

públicos, comuns ou de clubes; iii) quando o termo é utilizado para diferenciar o

empreendedorismo de caráter não coletivo e para denotar a propriedade de ativos: quando o

coletivo toma decisões em relação à aplicação dos recursos coletivos, assumindo o risco do

investimento, conceito utilizado por regimes socialistas em tentativa de melhorar a vida de

trabalhadores de empresas geridas pelos próprios trabalhadores.

Empreendedorismo colaborativo

Para Franco e Haase (2013) o conceito de empreendedorismo colaborativo está baseado

na criação de valor, decorrentes de novas ideias criadas em conjunto, através do

compartilhamento de conhecimento e informações, reforçam que a colaboração entre empresas

é uma decisão mútua de duas ou mais empresas independentes que buscam compartilhar

recursos para benefícios mútuos. Em consonância com Soriano e Urbano (2009), Karlsson e

Nilsoon (2015) e Ratten (2014), expõem que as empresas enfrentam ambientes de negócios

complexos, agitados e maior concorrência e o empreendedorismo colaborativo pode ser um

meio para o crescimento e sustentação dos negócios.

O empreendedorismo colaborativo é visto, conforme os autores pesquisados, em uma

perspectiva de colaboração entre empresas, troca de conhecimentos, inovação continua e

geração de valor. O ambiente de negócios se tornou mais complexo, turbulento e mutável,

fazendo com que o conhecimento seja o principal ativo das organizações, podendo determinar

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o sucesso ou o insucesso de muitas empresas conforme afirmação de Soriano e Urbano (2009).

Nesse ambiente surgem as possibilidades de cooperação entre empresas por meio do

empreendedorismo colaborativo. Segundo os autores a colaboração entre empresas as torna

mais empreendedoras, mantendo-as mais inovadoras e ressaltam duas importantes

características para que empresas de diferentes setores possam buscar uma estratégia de atuação

conjunta: as relações de colaboração devem ser voluntárias e essas relações devem facilitar a

criação de conhecimento e, por sua vez, inovação.

Para Ratten (2014), o próprio comportamento empreendedor também promove o

empreendedorismo colaborativo, que formando parcerias entre pequenas e grandes

organizações ajudam na criação de valor econômico e geração de ideias, a capacidade de

inovação de maneira continua através da troca de conhecimento amplia as informações sobre o

potencial de mercado. O autor afirma que a capacidade de inovar e a proatividade na formação

de parcerias são aspectos fundamentais da colaboração, e destaca a importância desse tipo de

empreendedorismo para os países, principalmente os que estão em desenvolvimento, como a

colaboração envolvendo a criação e a utilização de oportunidades facilitadas por vínculos entre

empresas, indivíduos e entidades governamentais, a sobrepondo-se à falta da capacidade de

empreender, situação comum nesses países.

Nessa mesma linha, Karlsson e Nilsoon (2015) expõem que no contexto da

globalização, rápido crescimento nas áreas de tecnologia e indústria, além de elevados custos

de desenvolvimento de novos projetos, as empresas buscam novas alternativas para explorar

oportunidades e criar negócios; afirmam que as empresas têm quebrado paradigmas de

investimentos e aquisições para buscar, por meio da colaboração entre empresas, o

compartilhamento de ideias, conhecimentos e oportunidades. Esse tipo de empreendedorismo

é estudado por essas autoras no contexto de grandes empresas e multinacionais que tem

explorado o empreendedorismo colaborativo como estratégia. As autoras afirmam que as

grandes empresas buscam a colaboração por orientação empreendedora e identificaram três

estágios de reciprocidade que compõem os elementos do processo de colaboração: a

complementariedade baseada em recursos e compatibilidade organizacional; o nível da relação

colaborativa e a saída colaborativa, que estabelece como pré-requisito a inovação contínua, a

experiência da parceria e a troca de conhecimento e aprendizado.

A utilização desse conceito, conforme Ketchen Jr., Ireland e Snow (2007) chamado

pelos autores de inovação colaborativa permite que grandes e pequenas empresas superem os

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desafios do empreendedorismo estratégico. Por parte das pequenas a colaboração permite

manter sua criatividade e flexibilidade, e evitar que a inovação criada possa ser copiada por

uma grande corporação que por possuir maior estrutura de funcionamento obtenha ganhos de

mercado, antes que a pequena possa se desenvolver. Para os autores, as grandes empresas

podem até certo ponto pensar estrategicamente como as pequenas, mas não mantêm essa forma

de atuação por muito tempo, pois o crescimento e o tamanho das companhias trazem

procedimentos burocráticos, estruturas complexas e cultura rígida, e a inovação colaborativa

precisa de um ambiente que alimente a renovação estratégica essencial pelas grandes empresas.

Concluem que as inovações colaborativas podem contribuir para a geração de riquezas, onde

as desvantagens podem motivar as organizações de todos os tamanhos a unir forças para

compartilhar conhecimento e desenvolver um pacote estratégico de empreendedorismo.

Empreendedorismo por estilo de vida

Identifica-se ainda um conceito de empreendedorismo onde o foco está no indivíduo

empreendedor e não no aspecto econômico ou outros tipos de empreendedorismo, mas sim na

qualidade de vida dos empreendedores, que é o chamado empreendedorismo por estilo de vida.

Marketti, Niehm e Fuloria (2006) cita fatores demográficos, expectativa de vida mais longa,

aposentadorias precoces e possibilidades de alterações na carreira como fatores que

contribuíram para o surgimento desse tipo de empreendedorismo. Para o autor, o

empreendedorismo por estilo de vida e a relação com a qualidade de vida desses

empreendedores, é um fator que os fazem criar e operar empresas alinhadas aos seus valores

pessoais, interesses e paixões, buscando ganhar uma vida respeitável, satisfação nas realizações,

mais tempo de qualidade com a família e amigos. Cita que:

[...] os empreendedores de estilo de vida são movidos por uma mentalidade

específica e valores relacionados à qualidade de vida familiar, comunitária e

individual. Essa mentalidade, por sua vez, influencia as decisões de negócios

e o comportamento em relação à criação e entrega de produtos, serviços ou

processos [...] A saída resultante da atividade do sistema é a percepção dos

empresários de como o esforço empreendedor afeta amplamente a qualidade

de vida. O nível de qualidade de vida percebido serve como feedback do

sistema que motiva os esforços empresariais contínuos [...] . (Marketti et al.

2006 p. 255, tradução nossa)

Além disso, os autores retratam que esses empreendedores frequentemente e de forma

consistente mencionam a exclusão das oportunidades de crescimento do seu negócio, em

benefício dos seus objetivos de cumprir compromissos familiares e pessoais. Expõem que

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quando alcançam algum nível de sucesso, esse tipo de empreendedor percebe um

aprimoramento na qualidade vida, na forma como o negócio afeta positivamente os clientes e a

comunidade em geral. Velasco e Saleilles (2007) afirmam que esses empreendedores criam

seus próprios negócios principalmente para beneficiar seu estilo de vida, enquanto o ganho

financeiro é secundário. Segundo os autores esse tipo de empreendedorismo teve um pouco

mais de atenção de estudiosos de empreendedorismo por ser um fenômeno crescente em países

desenvolvidos, e pelo fato desses comportamentos serem resultados de novas tendências sociais

como: desenvolvimento de novas tecnologias, surgimento de empresas geograficamente

virtuais e da hipermodernidade. Esses fatores contribuem para essa forma de empreender, pois

os indivíduos buscam formas alternativas de trabalho em relação aos empregos que possuem.

Conforme o autor, esses empreendedores não são agentes de desenvolvimento, as criações das

suas empresas estão vinculadas aos seus interesses pessoais, mas a nova atividade não impede

a geração de lucro.

Peters, Frehse e Buhalis (2009) também afirmam que há poucos estudos nessa área,

principalmente entre os empreendedores por estilo de vida e sua qualidade de vida percebida.

O autor realizou estudos sobre empreendedorismo na indústria do turismo e nesse ramo de

negócios identificou que muitos empreendedores são consumidores experientes desse

segmento, e sua atuação como empreendedor volta-se para o produto ou serviço de maior

identificação e consumo, criando um negócio relacionado ao seu próprio passatempo favorito

onde grande parte acaba por rever seu negócio voltando à atividade anterior devido à

deterioração de sua qualidade de vida, sendo esse insucesso atribuído à própria característica

desse tipo empreendedorismo, ou seja, à motivação por estilo de vida e não por crescimento,

investimentos e lucros.

Dessa forma, as empresas criadas por estilos de vida são retratadas por este autor como

o oposto das empresas criadas por empreendedores tradicionais que visam o crescimento e os

lucros e até mesmo a venda do negócio. O empreendedorismo por estilo de vida, conforme

pesquisa de Ribeiro e Krakauer (2016, p. 112-131) ainda é um tema pouco estudado, representa

um conceito de empreendedorismo que considera o empreendedor em sua individualidade,

nesse contexto, o empreendedor é motivado mais por seu estilo de vida desejado do que em

relação à aspectos financeiros, novos sócios e funcionários são atraídos desde que alinhados ao

conceito, identificando-se com o estilo do empreendedor.

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2.2.1 Empreendedorismo no Brasil

Para Vasconcellos (2014, p. 310), o empreendedorismo no Brasil possui um papel

relevante de mobilidade social vertical, o empreendedorismo não é um fenômeno de elite,

também se encontra associado à classe média baixa e baixa, e tal fato influência a motivação

para a criação de empreendimentos. Conforme a classificação do GEM 2014, tabela 4, nos

mostra que entre a população de 18 e 64 anos no Brasil em 2014 havia 45,6 milhões de

empreendedores, 34,92% da população citada, sendo que desses, 50% estavam no estágio de

empreendedores nascentes e novos com possibilidade de apoio e/ou parceria, esse número

representou o total de 22,8 milhões de empreendedores.

Tabela 4 - Total empreendedores por região do Brasil população entre 18 e 64 anos – milhões

-2014

Fonte: GEM - 2014 p. 34-35 - Adaptado pelo autor.

Assim, no contexto do empreendedorismo, a motivação para se tornar empreendedor é

muito importante para a evolução da empresa, uma vez que o potencial da equipe sempre será

analisado. A motivação se dá por necessidade ou oportunidade. A motivação por necessidade

abrange pessoas que por falta ou perda de emprego fixo buscam empreender para trazer renda

para si e sua família. O empreendimento por oportunidade se dá pela identificação de uma

oportunidade de mercado e o empreendedor pode estar com trabalho fixo ou envolvido em outra

atividade remunerada. Observa-se que na tabela 5 as taxas específicas por faixa etária em

estágio inicial, percentualmente, os mais jovens arriscaram mais em empreender no Brasil,

percebe-se que uma parte deles conseguem se manter e levar suas propostas adiante conforme

perfil em faixa etária em estágio estabelecido.

Na faixa de escolaridade no estágio inicial e estabelecido, os percentuais de

empreendedores são próximos a nível país e todas possuem pessoas envolvidas com a atividade

Região Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste País

População 18 a 64 anos 10,4 34,9 56,2 19,1 10,0 130,6

Empreendedores nascentes 0,54 1,2 2,3 0,61 0,15 4,8

Empreendedores novos 1,4 4,6 7,9 2,7 1,4 18,0

Empreendedores estabelecidos 1,5 7,1 9,0 3,5 1,7 22,8

Total de empreendedores 3,44 12,9 19,2 6,81 3,25 45,6

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empreendedora, porém, a faixa 4 de empreendedores estabelecidos mostram maior

envolvimento de pessoas com nível de doutorado. No Brasil, conforme (GEM 2014, p. 32) o

empreendedorismo compreende negócios que são em sua maioria simples e que o propósito é

de geração de renda ao empreendedor em substituição ao trabalho assalariado. Nesse campo há

muito espaço de treinamento e capacitação para a criação de negócios inovadores. Quando se

analisa empreendedores por faixa de renda na mesma tabela, vê-se que a faixa de renda acima

de 6 salários mínimos tem maior potencial de empreender e se estabelecer, com destaque para

o público em estágio inicial com faixa de renda de 3 a 6 salários mínimos que também buscam

empreender, os números são próximos a faixa de renda superior.

Tabela 5 - Taxas específicas de empreendedorismo - Estágio Inicial / Estabelecido - Brasil -

Faixa etária, escolaridade e renda - 2014

Fonte: GEM Brasil 2014 - Adaptado pelo autor

¹ Percentual de empreendedores iniciais/estabelecidos de cada classe (18-24 anos: 55-64 anos)

² Percentual de empreendedores iniciais/ estabelecidos de cada classe (Faixa 1: Faixa 4) - Escolaridade: Faixa 1 inclui primeiro grau completo

até segundo grau incompleto; Faixa 2 inclui segundo grau completo até superior incompleto; Faixa 3 inclui superior completo, pós-graduação

completo e incompleto, mestrado completo e incompleto e doutorado incompleto; Faixa 4 inclui doutorado

³ Percentual de empreendedores iniciais/estabelecidos de cada classe (Até 3 salários mínimos: Mais de 9 salários mínimos).

ESTÁGIO INCIAL

Faixa etária ¹

18-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos TEA

16,2 22,2 18,2 15,1 10 17,2

Faixa de escolaridade²

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4 TEA

18,5 17,5 17,5 0 17,2

Faixa de renda³

Até 3

S.M

Mais de 3

até 6 S.M

Mais de 6

até 9 S.M

Mais de

9 S.M TEA

15,8 20,5 21,1 20,1 17,2

ESTÁGIO ESTABELECIDO

Faixa etária¹

18-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos TEE

4,0 13,1 23,7 26,8 23,2 17,5

Faixa de escolaridade²

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 4 TEE

16,4 14,5 14,5 5,3 17,5

Faixa de renda³

Até 3

S.M

Mais de 3

até 6 S.M

Mais de 6

até 9 S.M

Mais de

9 S.M TEE

15,5 20,3 24,2 26,8 17,5

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Com base nas tabelas analisadas conclui-se que o espaço de empreendedorismo no

Brasil é amplo e em todas as faixas pesquisadas: etária, escolaridade e renda, com grande

desafio de capacitar os empreendedores a buscar a criação de negócios inovadores. As análises

efetuadas com base nos dados apresentados no GEM 2014, mostram-se importantes devido

detalhamento por região do Brasil, o relatório GEM – Global Entrepreneurship Monitor:

Empreendedorismo no Brasil 2016, GEM (2016), atualiza as informações, porém, sem o nível

de detalhamento apresentado no relatório de 2014. Conforme tabela 6 é possível efetuar

comparação com a tabela 4, onde observa-se que o número total de empreendedores conforme

estimativas, evoluiu nos dois anos posteriores a 2014.

Tabela 6 - Taxas¹ e estimativas² de empreendedorismo segundo o estágio dos

empreendimentos - Brasil - 2016

Fontes: GEM Brasil 2016 - ¹ Percentual da população de 18 a 64 anos. ² Estimativas calculadas a partir de dados

da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2016: 133,9 milhões. / IBGE/Diretoria de Pesquisas.

Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2000-2030 (ano 2016).

Em uma análise mais ampla das taxas de empreendedorismo, o gráfico 1 demonstra que

ocorreu um crescimento considerável na evolução do empreendedorismo total no período de

2002 a 2016, tendo uma taxa de 21% em 2002 e evolução para 36% em 2016, com queda em

2011 e retomada em 2012, atingindo o maior percentual da série em 2015 com taxa de 39 %. A

partir de 2015, verifica-se uma diminuição de 3%, provocado pela diminuição dos

empreendedores estabelecidos, muito em função do contexto sócio econômico, pois a queda

dos empreendedores iniciais, que envolve os empreendedores nascentes e novos foi menor,

principalmente pelo quesito de necessidade conforme gráfico 2.

O gráfico 2 apresenta um panorama sobre empreendedorismo por oportunidade e

necessidade, observa-se que empreendimentos por oportunidade cresceram entre 2002 e 2014

com queda em 2015, onde 57 de cada 100 empreendedores o fazem por oportunidade,

diferentemente do empreendimento por necessidade que teve crescimento substancial a partir

de 2014, percebe-se nesse gráfico a influências das condições econômicas do país no

empreendedorismo.

Estágio Taxas Estimativas

Iniciais 19,6 26.191.876

Nascentes 6,2 8.350.471

Novos 14,0 18.793.132

Estabelecidos 16,9 22.674.916

Total de empreendedores 36,0 48.238.058

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Gráfico 1 - Taxas¹ de empreendedorismo segundo estágio do empreendimento: TEA (iniciais),

TEE (estabelecidos), TTE (total) - Brasil - 2002/2016.

Fonte: GEM 2016 - ¹ Percentual da população de 18 a 64 anos. Adaptado pelo autor.

Gráfico 2 - Taxas de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade como

proporção da taxa de empreendedorismo inicial - Brasil - 2002/2016.

Fonte: GEM 2016 – Adaptado pelo autor

2120

2321

2322

2627

32

27

3032

34

39

36

1413

14

1112

1315 15

18

15 1517 17

2120

8 810 10

1210

12 12

15

12

15 15

1819

17

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6

Total de empreendedores Empreendedores iniciais Empreendedores estabelecidos

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2.3 Open Innovation

Para Chesbrough (2003, p. 43) "inovação aberta significa que ideias valiosas podem vir

de dentro ou de fora da empresa e também podem ser lançadas no mercado". Esta abordagem

sugere que ideias e caminhos externos tem o mesmo nível de importância como aquela

reservada para ideias internas. Nascimento, Heber e Luft. (2013) tratam do uso da inteligência

coletiva presente na internet, no ambiente externo à empresa, como ferramenta de inovação

aberta, referindo-se a esse movimento como crowdsourcing. Em decorrência da rápida e intensa

competição global, com grandes mudanças tecnológicas, forçam as empresas à processos de

adaptações constantes frente a esses desafios, tendo a necessidade contínua de pesquisas, ofertas

de novos produtos e serviços conforme afirmação de Melo, Nascimento, Melo, Bernardes e

Souza (2014).

Do mesmo modo, estes autores analisam o conceito de crowdsourcing dentro desse

ambiente de competição, onde a gestão da informação e do conhecimento é uma necessidade,

tendo o capital intelectual como um dos ativos mais importantes. Os autores Melo et al. (2014

p. 15) conceituam crowdsourcing como "um modelo de estratégia de inovação inédito no

contexto empresarial que propõe a valorização da opinião da multidão dentro da organização,

trazendo as pessoas para participarem do processo produtivo". Além disso, analisam esse

modelo também dentro do conceito de inovação, expondo que as empresas que necessitam

continuamente de inovação utilizam o crowdsourcing para a elaboração de novas ideias,

melhorias nos produtos ou serviços, além de novos lançamentos, a utilização das ideias da

multidão traz essas possibilidades, o termo apresenta-se como uma nova forma de elaborar

projetos com pessoas mais conectadas, gerando grandes números de soluções para o mesmo

problema.

Conforme Hossain e Kauranen (2015), o termo crowdsourcing é um dos temas mais

utilizados na literatura de inovação aberta e embora seja um termo recente, essa metodologia

vem ocorrendo há vários séculos, citando exemplos como: o Premio Longitude de 1714, onde

o governo britânico oferecia recompensa de £20,000 para quem de maneira confiável

desenvolvesse uma forma de cálculo da longitude; em 1884 a Oxford English Dictionary

utilizou 800 leitores para catalogar palavras, e em um dos primeiros casos utilizados no campo

empresarial foi realizado pela Toyota com o Toyota Logo Competion em 1936. Segundo

Brabham (2008) crowdsourcing é um modelo de solução de problemas que pode ser aplicado

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a uma variedade de tarefas, simples e complexas e em diversas industrias, afirma que pode ser

visto como uma ferramenta estratégica para atrair multidões com interesses e motivações para

fornecer soluções em quantidade e qualidade em relação as formas tradicionais de negócios.

No entanto, para Melo et.al ( 2014), o crowdsourcing tem um conceito próprio, com

diferenças em relação a outros conceitos de inovação como: Open innovation, que é a inovação

aberta com foco nos processos de inovação, descreve principalmente os fluxos de conhecimento

onde as informações circulam entre as empresas, já o crowdsourcing trata das ligações entre

as empresas e as multidões; User innovation, conceito focado no usuário, que são ativos na

colaboração de melhorias dos processos de inovação, e as empresas enfrentam as necessidades

dos processos, arcando com os custos e riscos associados com as inovações; Co-creation que

busca trabalhar em conjunto com os clientes para o desenvolvimento de novos produtos e

serviços, priorizam uma relação próxima com os clientes onde a comunicação é uma prioridade.

O autor conclui que "dentro deste paradigma, Crowdsourcing, Open Innovation, User

Innovation e Co-creation podem ser percebidos como uma ferramenta para reunir ideias e

inovações. E assim, serem vistos como um método da inovação aberta (Open Innovation)"

(MELO et al. 2014, p.16), (SHENK e GUITARD, 2009). Contudo, Aitamurto, Leiponen e Tee

(2011, p. 5) afirmam que do ponto de vista conceitual crowdsourcing sobrepõe-se a esses

conceitos, dentro do paradigma da inovação aberta, "o crowdsourcing pode ser percebido como

uma ferramenta para reunir ideias, inovações ou informações para determinados fins. Pode

assim, ser visto como um método de inovação aberta" pois o considera com um conjunto de

inovação do usuário, que é um subconjunto da inovação aberta e a noção de co-criação que

combina inovação do usuário, crowdsourcing e inovação aberta, conforme figura 1.

Figura 1 - Crowdsourcing, Inovação Aberta, Inovação do Usuário e Código Aberto

Fonte: AITAMURTO et al. (2011 p. 3) Modified from Schenk and Guittard, (2009). Tradução nossa.

Inovação centrada no usuário

Inovação aberta

Co-Criação

Crowdsourcing

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Acrescentando-se os estudos de Hossain e Kauranen (2015), os autores identificaram

que as atividades de crowdsourcing estão se expandindo, e apesar da atenção dada pelos

praticantes e pesquisadores, ainda há mal entendidos sobre o conceito e com isso surge uma

série de definições e termos sobrepostos, citando: produção por pares, sistemas acionados pelos

usuários, conteúdos gerados pelos usuários, sistemas colaborativos, sistemas comunitários,

sistemas sociais, busca social, mídia social, inteligência coletiva, sabedoria da multidão,

colaboração em massa e computação humana.

Ademais o crowdsourcing pode ser utilizado para uma série de objetivos e com os mais

variados problemas, porém, a motivação de participação da multidão é diferente para cada tipo

de proposta, com base na revisão bibliográfica realizada pelos autores Hossain e Kauranen

(2015), citam exemplos de colaboração intrínseca e extrínseca, onde a motivação que prevalece

na colaboração intrínseca estão plataformas de jornalismo cidadão, ciência cidadã,

participações públicas e comunitárias e a participação extrínseca está presente em problemas

mais complexos envolvendo retornos financeiros e prêmios, embora haja plataformas que

buscam ideias da multidão e não oferecem retorno financeiro.

Assim também, Kleemann, Vob e Rieder (2008) afirmam que os usuários que

participam através de uma colaboração extrínseca, o fazem não só por retorno financeiro, mas

também por benefícios na carreira, reconhecimento do trabalho realizado ou satisfação na busca

de objetivos comuns, diferentemente das pessoas com motivações intrínsecas que o fazem por

prazer.

Para Hossain e Kauranen (2015) apesar do conhecimento que se tem sobre as

contribuições que a multidão pode oferecer, de estar cada vez mais estruturado através da

internet, o crowdsourcing tem um potencial pouco utilizado e pode trazer benefícios como

novos empregos para populações de baixa renda em países em desenvolvimento. Igualmente,

Melo et al. (2014), o conceito traz benefícios às empresas que o utilizam, é um modelo que

agrupa a criatividade das pessoas, e mesmo que não haja trabalho voluntário, representa redução

de custos, tempo para a solução de problemas, pesquisas com clientes e também uma nova

forma de criar produtos, além de colocá-las mais próximas dos seus clientes, facilitando a

assertividade das empresas em relação as necessidades identificadas nessa relação.

Entretanto, apesar dos benefícios, há pontos negativos que segundo Melo et al. (2014),

ainda dificultam a evolução do conceito, como a grande quantidade de pessoas que não tem

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acesso à internet, a falta de conexões de alta velocidade, a falta de conhecimento e de

especialização de parte dos participantes, além do risco de não conseguir atrair um número

suficiente de pessoas para a elaboração de projetos.

O conceito representa conforme Kleemann et al. (2008), o surgimento do consumidor

que trabalha, baseados na premissa de que as empresas envolvem-se com o crowdsourcing com

objetivo de mobilização de pessoas para a criação de novos produtos e serviços, tendo esse

processo como uma forma de geração de valor e lucros, o descrevem como uma terceirização

de serviços efetuados pelas empresas, para os autores esse novo tipo de consumidor tem sua

capacidade de trabalho explorada para fins comerciais e com consequências futuras, podendo

envolver distribuição de lucros, salários ou outras consequências econômicas.

Os autores Kleemann et al. (2008) afirmam que os fenômenos empíricos de

crowdsourcing podem ser organizados pelos seguintes diferenciais:

- Participação dos consumidores no projeto de desenvolvimento ou configuração de produtos:

chamadas por empresas estabelecidas, variando de pesquisas simples para participação efetiva

na criação de produtos reais;

- Design de produto: mobilização de clientes e usuários de internet para criação de produtos

exclusivamente através das colaborações, podendo haver remuneração sobre as vendas ou o

próprio colaborador vender através da plataforma solicitante ou ainda receber uma loja virtual,

incluindo o preço dentro de uma faixa estabelecida pelo contratante;

- Chamadas competitivas para execução de tarefas ou solução de problemas específicos: o

respondente com a solução mais adequada é recompensado financeiramente;

- Chamadas abertas permanentes: chamada permanente para apresentação de informações ou

documentação sendo a prática mais conhecida, os repórteres amadores;

- Relatórios de comunidades: busca transformar informações de muitos usuários de internet,

identificando tendências de consumo, informações de novos produtos ou outro tipo de

informação que contribua com a contratante;

- Classificação de produtos por consumidores e perfis: prática de ativar e publicar os

conhecimentos e opiniões dos consumidores de produtos comprados via e-commerce podendo

influenciar a compra por outros clientes;

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- Suporte de cliente para cliente: organização do suporte de cliente a cliente por meio de bate

papo e ou fórum de discussões, permitindo o compartilhamento de experiências sobre

problemas e desafios enfrentados.

Contudo, para Brabham (2008) não existe um sistema perfeito e em consonância com

Kleemann et al. (2008), expõe que as organizações que fazem chamadas para solução de um

problema ou criação de um produto, obtêm como resultado um potencial de maximização de

lucros; afirma que as contribuições dos participante podem tem incorridos em custos, tendo

como retorno recompensas não compensatórias, situações também identificadas por Howe

(2006) que expõe os significativos ganhos em redução de custo por parte das empresas quando

utilizam o conhecimento coletivo.

As motivações das empresas contratantes, conforme Kern, Zirpins e Agarwal (2008),

são as combinações de estratégias econômicas: terceirização do capital humano e

racionalização de processos de negócios, o que garante aumento na capacidade de trabalho sem

os custos e riscos da relação de trabalho formal. Em contraposição, Williamson (2016)

apresenta casos reais da vulnerabilidade de quem está do outro lado, a parte contratada, citando

exemplos de pessoas em condições de subsistência, buscando nos trabalhos oferecidos por

plataformas de crowdsourcing uma fonte alternativa de renda, que segundo a autora, por ser

muita baixa, passa a questionar a ética dos contratantes, embora a adesão às ofertas sejam

opcionais.

Além do mais, Liu, Xia, Zhang e Wang (2016, p. 2237) apresentam os riscos do

crowdsourcing e os definem como: "a incerteza que ameaça a conclusão bem-sucedida de uma

tarefa de crowdsourcing" e analisaram os riscos envolvidos na utilização do conceito, expondo

que embora esse processo vem sendo utilizado por empresas no desenvolvimento de produtos

e serviços, há muitos riscos não estudados e não explorados adequadamente. Em pesquisa

efetuada pelos autores, retratam que a maioria dos colaboradores nesse processo, os chamados

crowdsourcess, fornecem resultados de baixa qualidade. Os autores utilizam a teoria

sociotécnica para explorar e explicar os riscos relacionados ao tema, uma vez que, a teoria

sustenta que o desempenho do negócio depende da influência do sistema social e fatores do

sistema técnico, que estão inter-relacionados, discriminando que o sistema social envolve: as

relações interpessoais, atitudes e valores e o sistema técnico enfatiza: processos, operações,

tarefas e tecnologia.

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Com base nessa teoria, desenvolveram o perfil de risco do conceito, onde o sistema

social é definido como as incertezas do ambiente social e compreende os aspectos da empresa

que solicita o trabalho (crowdsourcer), o colaborador (crowdsourcees) e o relacionamento entre

ambos. O sistema social contempla: atitudes negativas, falta de cooperação, falta de

conhecimentos, inexperiência, interação ineficaz, falta de confiança e comunicação; o sistema

técnico compreende: o risco de complexidade da tarefa, o risco de a tarefa requisitada ocorrer

sem clareza ou incorreta e com resultados indesejados e o aumento da incerteza da realização

da tarefa. Assim sendo, três questões importantes sobre o crowdsourcing permanecem em

grande parte sem resposta conforme Kleemann et al. (2008, p. 20): i) Quais são os métodos

típicos empregados por empresas de crowdsourcing para mobilizar e utilizar o trabalho de

usuários e consumidores? ii) O que motiva as empresas a fazer crowdsourcing? iii) O que

motiva os usuários e consumidores a responder e participar? (TROLL, BLOHM e

LEIMEISTER, 2016). Essas questões se mostram relevantes para o processo de criação da

startup Gato Xadrez.com, as respostas das mesmas poderão contribuir na junção dos conceitos

de open innovation com o modelo Lean startup.

2.4 Lean Startup

O modelo startup enxuta (lean startup) assim denominado por Ries (2012) se

desenvolveu sobre uma série de outras abordagens de administração e desenvolvimento de

produto, além dos conceitos como a manufatura enxuta, design thinking, desenvolvimento de

clientes (customer development) e o desenvolvimento ágil. Com esse agrupamento de

ferramentas já existentes e utilizando linguagem simples e acessível, o trabalho de Ries facilitou

a compreensão dos empreendedores para o desenvolvimento de seus negócios e com maiores

chances de sucesso (RIBEIRO, 2014). Conforme afirmação de Blank e Dorf (2012) e Ries

(2012), um plano de negócios raramente sobrevive ao primeiro contato com o cliente devido a

fatores contingenciais como incertezas, poucas informações, falta de estrutura de planejamento,

gerando limitações para retorno do investimento.

Blank e Dorf (2012) citam o modelo tradicional conhecido como desenvolvimento de

produto, utilizado por grande parte das organizações para lançamento de novos produtos

como uma das causas do fracasso de diversas startups, figura 2. O modelo é descrito

sinteticamente em quatro etapas, porém, para o autor não é eficiente na construção de uma

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startup. Há inúmeras incertezas sobre todo o modelo de negócios, sobretudo sobre quem

exatamente são seus potenciais clientes.

Figura 2 - Diagrama de introdução de novos produtos

Fonte: Blank e Dorf (2012, p. 3). Adaptado pelo autor. Tradução nossa.

Para os autores, o processo que se inicia com a idealização do produto não tem muita

proximidade com cliente, o que pode representar alto custo e até mesmo fracasso, situação que

para o autor não é adequada para startups,

Ries (2012), que já praticava metodologias de desenvolvimento de softwares,

conhecidas como desenvolvimento ágil e com origens no pensamento enxuto, estudou a

manufatura enxuta, processo nascido no Japão com o sistema de produção da Toyota, cujo

princípio era a eliminação de desperdícios e fabricação com qualidade, fazendo nascer a

produção enxuta que buscava um processo de fabricação com o máximo de economia de

recursos (MAXIMINIANO, 1997).

Por conseguinte, Ries (2012) adaptou essas ideias com ajustes e mudanças aos seus

desafios empresariais, evoluindo para a aplicação do processo enxuto ao processo de inovação,

surgindo um dos pilares da startup enxuta.

A compreensão dos problemas dos clientes, mesmo que em um nível não muito

aprofundado, conforme Ries (2012) ajuda a compor um arquétipo do cliente, ou seja, um

sumário que busca humanizar o cliente alvo proposto, sendo um guia essencial para o

desenvolvimento do produto. Essas técnicas foram desenvolvidas através do design thinking,

onde um problema pode ser visto como "tudo aquilo que prejudica ou impede a experiência

(emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas (considerando todos os

aspectos da vida, como trabalho, laser, relacionamentos, cultura etc.)" (VIANNA, SILVA

FILHO, ADLER, LUCENA e RUSSO, 2012, p. 13) e com essas informações, a principal tarefa

passa a ser não só identificar esses problemas, mas também propor soluções. O

Desenvolvimento de Clientes foi proposto pela primeira vez por Blank (2006, p. 15) e

Concepção

semente Desenvolvimento

de produto

Teste Alfa /

Beta

Lançamento do

produto e primeiro

envio ao cliente

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desenvolvido posteriormente por Blank e Dorf (2012, p. 19-50), consistindo em validar

hipóteses através do seguinte fluxo:

1. Definir hipóteses

2. Criar experimentos

3. Testar

4. Criar soluções

Desta maneira, através de interações com clientes e o mercado, as hipóteses são

estudadas e validadas, efetuando-se os ajustes necessários no modelo de negócios da startup.

Ries (2012, p. 13-14) expões os cinco princípios da startup enxuta, onde:

1 - Empreendedores estão por toda parte: afirma que a abordagem da startup enxuta pode

funcionar em empresas de qualquer tamanho. As empresas são instituições humanas projetadas

para criar produtos e serviços em ambiente de grandes incertezas e riscos elevados, e a

metodologia busca reduzir esses riscos.

2 - Empreender é administrar: relaciona-se a capacidade de gerenciar, para empreender é

necessário administrar, deve-se estar preparado para a gestão nesse ambiente de incerteza para

gerar respostas rápidas as necessidades do negócio.

3 - Aprendizado validado: refere-se ao aprendizado onde não se pode supor que as empresas

devem apenas fazer produtos, vender e ganhar dinheiro, atender clientes, etc. Deve-se buscar o

desenvolvimento de um negócio sustentável. A aprendizagem pode ser validada cientificamente

através de experimentos frequentes, permitindo ao empreendedor testar cada elemento de sua

visão.

4 - Construir-medir-aprender: trata-se da atividade fundamental de uma startup que é transformar

ideias em produtos, medir a reação dos clientes e, então, aprender se é o caso de pivotar ou

perseverar. Todos os processos da empresa devem ser voltados a acelerar esse ciclo de feedback.

5 - Contabilidade para inovação: está relacionado aos controles, deve-se buscar sempre melhores

resultados e criar mecanismos de controles que possam medir o progresso da empresa, definir

objetivos e prioridades, exigindo uma nova forma de contabilização e com os responsáveis

identificados.

O autor expõe que a atividade de uma startup, é fundamentalmente ser uma catalizadora

que transforma ideias e produtos, a partir da interação com os clientes; inicialmente se

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desenvolve um experimento e com esta aprendizagem busca-se desenvolver uma empresa

sustentável, esse processo de transformar ideias contém três etapas conforme figura 3.

Figura 3 - Ciclo de feedback: Construir-medir-aprender

Fonte: Ries (2012 p. 51) Adaptado pelo autor.

O ciclo construir-medir-aprender está no centro do modelo lean startup. Pelo modelo

é necessário concentrar energia na minimização do tempo total a ser gasto neste ciclo de

feedback e testar as hipóteses de valor e crescimento, expostas por Ries (2012) como as duas

suposições mais importantes. A hipótese de valor pressupõe que existe um problema e que a

solução apresentada será valorizada pelos clientes; a hipótese de crescimento é aquela que

determina de que maneira os clientes encontrarão o produto, mais especificadamente, como a

empresa irá crescer. Essas hipóteses fornecerão as variáveis de ajustes e determinarão o motor

de crescimento da empresa, uma vez identificado a possibilidade de avançar, o passo seguinte

é o desenvolvimento do produto mínimo viável (MVP - Minimum Viable Product) que

representa uma versão mínima do produto e/ou conceito que está sendo oferecido e

desenvolvido pela nova empresa.

O objetivo nessa etapa é disponibilizar no menor tempo possível uma versão do produto

que possa ser experimentado pelos clientes, e por meio de feedback analisar se o projeto está

no caminho planejado, se deve efetuar correções, ou ainda se deve permanecer com a estratégia

ou promover mudanças nos componentes fundamentais do modelo de negócio. Além disso a

criação do MVP exige, por parte do empreendedor, a habilidade de criar uma versão mínima

para ser testada pelo cliente, de maneira que a reação dos mesmos possam ser avaliadas, e a

partir dessas análises avançar para a fase de medir os resultados dessa interação, etapa em que

Ries (2012) recomenda a utilização do método de contabilidade para a inovação. Esse conceito

IDEIAS

DADOS

MEDIR

CONSTRUIRAPRENDER

PRODUTO

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representa a criação de métricas quantitativas de acompanhamento, o que segundo o autor, são

úteis, pois cria o ambiente de aprendizagem em função dos resultados identificados.

Contabilidade tradicional x Contabilidade para a inovação

Convém registrar, para o entendimento da própria unidade caso, como também de outros

empreendedores que Ries (2011 p, 82) afirma que a "contabilidade tradicional não é útil na

avaliação de empreendedores. As startups são muito imprevisíveis", para o autor a

contabilidade para a inovação leva a pivôs mais rápidos e permite que as startups demonstrem

de maneira objetiva se estão aprendendo a desenvolver um negócio sustentável e cita exemplos

do tipo de controle que conduz a contabilidade para a inovação: o plano de negócios de uma

empresa manufatureira já estabelecida, mostraria o crescimento em proporção ao volume de

vendas e conforme os lucros das vendas são reinvestidos em marketing e em promoções, a

empresa ganha novos clientes. Para o autor, as forças motoras do modelo de crescimento da

empresa são a rentabilidade proporcionada por cada cliente, o custo de obter novos clientes e a

taxa de repetição de compras dos clientes existentes, quanto maiores esses valores, mais rápido

a empresa crescerá e se tornará mais lucrativa.

Outro exemplo, são empresas cujo produto é um mercado para compradores e

vendedores (Marketplace), neste caso, o sucesso depende dos efeitos de rede em se tornar o

principal destino de ambos para realizarem negócios, para esse tipo de startup é importante

medir se os efeitos de rede estão funcionando, evidenciado pela alta taxa de retenção de novos

compradores e vendedores, pois os compradores querem um mercado com maior concorrência

entre os vendedores e os vendedores querem um mercado com maior quantidade de clientes

possíveis.

Entende-se que cada tipo de atividade exige um tipo de controle específico ao ramo e

que a contabilidade para a inovação pode contribuir em muito para o crescimento e

desenvolvimento do negócio, entretanto, de acordo com o crescimento da empresa, há a

necessidade de outros sistemas de controle como a própria contabilidade tradicional, assim

chamada por Ries (2011). Ademais, os sistemas de controles gerenciais também podem

contribuir para isso, como exemplo os modelos citados por Oyadomari, Neto, Lima, Nisiyama

e Aguiar (2018 p. 197): o modelo das alavancas de controle, que envolve o sistema de crenças

(valores, missão e direções), sistema de restrições (atividades aceitáveis), sistemas diagnósticos

(metas/desempenho) e sistemas interativos (comunicação em diferentes níveis) e o pacote de

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práticas de controle gerencial, divido em cinco grandes grupos: controles culturais (valores,

crenças e normas), controles de planejamento (metas/esforço e comportamento), controles

cibernéticos (medidas de desempenho), controles de compensação (remuneração/desempenho)

e controles administrativos (políticas, governança e divisão de tarefas).

Pode-se supor que uma empresa que está começando não tenha a necessidade de

implantar sistemas completos de controle gerencial, mas partes dos mesmos devem ser

considerados e analisados, os autores Davila e Foster (2007, p. 907-937) efetuaram estudos para

identificar o processo evolutivo e implantação dos sistemas de controles gerenciais em 78

empresas iniciantes. Selecionaram 8 indicadores centrais com 46 subsistemas: Planejamento

Financeiro, Avaliação Financeira, Planejamento de Recursos Humanos, Avaliação de Recursos

Humanos, Planejamento Estratégico, Desenvolvimento de Produtos, Vendas / Marketing e

Parcerias. O período de análise de foi de 5 anos.

Como resultado da pesquisa identificaram que Planejamento Financeiro (orçamentos

operacionais, projeções de fluxo de caixa e projeções de vendas) foi o mais freqüentemente

adotado entre todas as oito categorias definidas pelos autores. Em segundo lugar, os indicadores

mais adotados nos primeiros anos desde a fundação das empresas foram planejamento

estratégico e planejamento de recursos humanos. Avaliação financeira e avaliação de recursos

humanos aumentam em importancia a patir do 4º ano de fundação, vendas / marketing e

parcerias têm menor adoção do que outras categorias em cada um dos primeiros cinco anos

desde a fundação da empresa.

Todos os indicadores foram tilizados em maior e menor grau pelas empresas estudadas,

constataram que o crescimento da empresa, medida pelo número de funcionários, está associado

a implantação de sistemas de controle e a implantação de sistemas de controle está associado

ao crescimento da empresa, um é consequencia do outro e ainda que CEO´s que menos

implantam sistemas de controles gerenciais são substituidos mais cedo.

2.4.1 MVP - Minimum Viable Product

Para Ries (2011), o método da startup enxuta é projetado para que se aprenda a dirigir

uma startup, não se prender em planos complexos antes de montar a própria empresa. Os

empreendedores possuem sonhos, grandes planos e objetivos: startups com produtos escaláveis,

mercados, funcionários, prosperidade e sucesso. O autor chama esse norte, como visão de uma

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startup e para alcançar essa visão é necessário estratégia, o que inclui um modelo de negócio.

Assim o modelo dentro do que é sugerido pelo autor refere-se a um plano de produto, uma

opinião sobre parceiros e concorrentes e as ideias de quem serão os clientes, sendo o produto,

o resultado dessa estratégia.

Blank e Dorf (2012) reforçam que o objetivo do MVP é construir o menor conjunto de

recursos possíveis, pois afirmam que tudo que uma nova startup tem é uma visão do que o

problema, o produto e a solução pareçam ser, reforçam que desenvolver um MVP não é reunir

solicitações de novos recursos para alterar o produto ou tornar um conjunto de recursos maior,

mas sim descobrir se há entendimento sobre o problema do cliente para definir propostas de

solução, sugerindo a utilização do Business Model Canvas para acompanhar o progresso na

pesquisa e do próprio modelo de negócio.

No entanto, para aplicar essa metodologia é necessário identificar as hipóteses a serem

testadas, como sugere Ries (2012), as hipóteses de valor e crescimento, pois as mesmas

oferecem os ajustes necessários no produto, é necessário identificar se o produto cria ou não

cria valor para o cliente, é a criação real de valor que traz o crescimento. Para o autor é

fundamental entender os motivos de crescimento de uma startup, "Uma empresa que cresce por

meio da captação contínua de investimentos e de muita propaganda paga, mas que não

desenvolve um produto que cria valor" (RIES, 2012, p. 57-58) é um exemplo de crescimento

que deve ser evitado.

O conceito de MVP remete a uma versão de produto que permite uma volta completa

no ciclo construir-medir-aprender, com o mínimo de esforço empreendido e o menor tempo de

desenvolvimento, apesar da elaboração do MVP parecer simples, exige cuidados, pois cada

produto possui suas características mínimas necessárias para tornar viável a avaliação. Um dos

aspectos citados por Ries (2012, p, 71) refere-se à qualidade do produto, pois os clientes podem

reagir de maneiras diferentes, um produto de baixa qualidade pode representar a perda do futuro

cliente, devendo concentrar esforços "exclusivamente na produção de resultados que o cliente

percebe como dotados de valor" e havendo percepção de baixa qualidade, deve-se utilizar esse

feedback como um oportunidade de descobrir com quais atributos os clientes se preocupam.

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2.4.2 Pivot

A palavra inglesa to pivot, dentro do conceito lean startup significa uma mudança

radical no rumo do projeto e as perguntas que devem ser feitas, são: Estamos fazendo

progresso? Nossas hipóteses estão validadas? Nossa estratégia está correta ou precisamos

mudar, alterar o produto e/ou forma de atuação?

Em uma tradução livre para o português, o conceito é chamado de pivotar e é uma tática

que pode definir os rumos dos negócios, ao final do ciclo construir-medir-aprender essa questão

deve ser analisada: pivotar ou perseverar, o processo do MVP permite tomar essa decisão mais

cedo e de maneira mais acertada, se a empresa está caminhando na direção ideal, significa que

está absorvendo aprendizado dentro desse ciclo, se não há progressos, deve-se decidir sobre

quais mudanças a fazer. Para Ries (2012) pivotar é uma decisão que requer coragem e cita 3

motivos para essa afirmação: o primeiro diz respeito às métricas da vaidade, onde o

empreendedor pode estar convencido com falsas conclusões e vivendo sua própria realidade,

forçar uma mudança sob essas condições torna o processo mais difícil e com resultado

duvidoso; o segundo trata de hipóteses confusas, que não permitem vivenciar um fracasso ou

enxergar a necessidade de mudança e o terceiro refere-se ao medo, pois o reconhecimento do

fracasso pode conduzir ao desânimo, o que é uma situação que pode retardar a decisão de

pivotar, o que se agrava quando os recursos já estão escassos (RIES, 2012)

Conforme Ries (2012), na metodologia proposta existem dez tipos de pivôs:

1 - Pivô Zoom-in: transformar o que antes era apenas um recurso isolado do seu produto

ou serviço em todo o seu produto ou serviço.

2. Pivô Zoom-Out: é o movimento contrário do primeiro item, um único recurso é

insuficiente para suportar um produto completo. O produto completo torna-se recurso

isolado de um produto maior.

3. Pivô de segmento de cliente: trata-se de adaptar o seu produto ao público-alvo correto.

O produto soluciona um problema real para clientes reais, mas não eram os que estavam

no planejamento da empresa.

4. Pivô de necessidade do cliente: trata-se de adaptar o seu produto ao público-alvo,

pode -se dizer que é um reposicionamento do produto existente, casos em que a hipótese

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é parcialmente confirmada. O cliente alvo tem um problema que merece solução, além

do previsto anteriormente.

5. Pivô de plataforma: refere-se a mudança no seu serviço, o que antes foi planejado

como uma plataforma de internet, pode funcionar melhor como um aplicativo e vice-

versa.

6. Pivô de arquitetura de negócio: é fazer com que o que era pensado como um negócio

de alta margem e baixo volume mudar para um modelo de baixa margem e alto volume

o primeiro está mais relacionado a negócios B2B e o segundo voltado para o consumidor

final e vice-versa.

7. Pivô de captura de valor: refere-se ao método de monetização ou receita criado pela

empresa, podendo ser alterado de acordo as necessidades do produto, do negócio ou

estratégias de marketing.

8. Pivô motor de crescimento: buscar alternativas estratégicas para um crescimento mais

rápido ou mais lucrativo, podendo ser um modelo de crescimento viral, recorrente e

pago.

9. Pivô de canal: é a mudança de logística de entrega do seu produto. A mesma solução

pode ser fornecida através de outro canal distinto com a mesma eficácia.

10. Pivô de tecnologia: buscar uma nova tecnologia que irá tornar o seu negócio mais

competitivo, ou seja, oferecer a mesma solução com uma tecnologia diferente sendo

mais comum em negócios já estabelecidos e que pode trazer uma melhoria incremental

que atraia e retenha os clientes.

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2.5 Contexto educacional brasileiro

As informações sobre analfabetismo e suas tendências, frequência escolar, crescimento

do público foco e a quantidade da população atual em idade escolar matriculada, além dos

indicadores de leitura são importantes para fundamentar a escolha dos temas instrucionais e

como poderão contribuir para o aprendizado das crianças. O Brasil em 2015 apresentava entre

a população acima de 15 anos uma taxa de analfabetismo de 8 %, com concentração entre a

população de 40 a 59 e acima de 60 anos, entre o grupo de 15 a 19 anos era de 0,8%. O

percentual da população acima de 15 anos registra diminuição, pois em 2005 estava em 11,5 %

e continua com tendências de queda conforme PNAD (2015 p. 42,44).

Contudo, a avaliação do Indicador de Alfabetismo Funcional - INAF (2016 p. 7), o

alfabetismo funcional no Brasil representa 27 % da população, composto pelo grupo de

analfabetos em 4% e pelo grupo de alfabetismo rudimentar com 23 %, este definido pela escala

de proficiência do INAF como "o grupo que concentra aquela população que realiza tarefas

de simples localização de informações explícitas, expressas de forma literal, e operações

matemáticas básicas, mas que dificilmente conseguem localizar mais de uma informação em

textos de extensão média". O IBGE, considera o conceito de analfabetismo funcional, e o

mesmo representa 17,1% em 2015, porém, para o instituto é considerado analfabeto funcional,

"[...] a proporção de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de 4 anos de estudo em

relação ao total de pessoas do mesmo recorte etário" PNAD (2015 p.45).

Entretanto, com a exposição de FAILLA (2016 p. 28) percebe-se melhora nos últimos

15 anos no percentual da população funcionalmente alfabetizada, em 2001 representava 61% e

passou para 73%, em 2015, ou seja, apenas um em cada quatro brasileiros domina plenamente

as habilidades de leitura e escrita. A faixa etária que é relevante nesta pesquisa são pessoas

com o máximo de até 14 anos devido as faixas de idade estabelecidas pelo IBGE, e é uma

população que vem diminuindo ao longo dos anos, o grupo de pessoas entre 0 e 4 anos passou

de 8,2% em 2004 para 6,3% em 2015 em relação a população total residente, respectivamente,

o grupo de 5 a 9 anos passou de 9,5% para 7% e os de idade entre 10 e 14 anos de 9,4% para

7,7%. PNAD (2015 p. 37).

Esse mesmo público apresentou nos últimos 10 anos uma evolução na taxa de frequência

escolar, no período de 2005 a 2015 o público de 6 a 14 anos aumentou a frequência de 96,5%

para 98,6% respectivamente. Com a obrigatoriedade de educação básica para crianças de 4 a 5

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anos, a frequência desse grupo passou de 62,8% para 84,3% no mesmo período, público que já

pulou de faixa, devido último levantamento da pesquisa, em 2015. A tabela 7 evidencia o

público total dentro da faixa proposta de atuação e público que entrará no target definido nos

próximos 3 anos.

A capacidade de o País proporcionar escolaridade mínima obrigatória a

gerações de jovens brasileiros vem sendo prejudicada há décadas pelo elevado

nível de repetência no sistema educacional brasileiro, associado à ausência de

regulação centralizada para essa prática. Os efeitos da “pedagogia da

repetência” foram revelados nos trabalhos seminais de Sergio Costa Ribeiro

(1991). O autor relacionou a alta taxa de evasão entre os mais pobres à alta

repetência, uma vez que essas crianças e suas famílias ficariam desestimuladas

a permanecerem na escola (OLIVEIRA; GIVISIEZ, 2014). Mesmo após a

implementação de políticas de correção de fluxo a partir da década de 1990, o

Brasil apresentou, em 2009, a maior taxa de repetência no ensino fundamental

quando comparado aos demais países da América Latina e Caribe, segundo o

relatório Global Education Digest (OPPORTUNITIES..., 2012), elaborado

pelo Instituto de Estatística da Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (United Nations Educational, Scientific and

Cultural Organization - Unesco Institute for Statistics) (PNAD 2016 p. 59)

Tabela 7 - Matrículas na Educação Básica por faixa etária e etapa de ensino Brasil 2017

Fonte: Sinopse Estatística da Educação Básica 2017 (INEP, 2018) Adaptado pelo autor

¹- O total dos anos iniciais do ensino fundamental inclui matrículas em turmas da 1ª a 4ª série do ensino fundamental de 8 anos e do 1º ao 5º

ano do ensino fundamental de 9 anos de ensino regular e/ou especial.

² - O total dos anos finais do ensino fundamental inclui matrículas em turmas da 5ª a 8ª série do ensino fundamental de 8 anos e do 6º ao 9º ano

do ensino fundamental de 9 anos de ensino regular e/ou especial.

³- O total da educação infantil inclui matrículas na creche e na pré-escola de ensino regular e/ou especial.

⁴- O total do ensino fundamental inclui matrículas em turmas de 8 e 9 anos de ensino regular e/ou especial.

No Brasil, estima-se que 56% da população são consideradas leitores, aqueles que nos

últimos 3 meses leram inteiro ou em partes pelo menos 1 livro conforme pesquisa realizada

pelo IPL - Instituto Pró-Livro (2016, p. 22). Através dos gráficos 3 e 4 pode-se visualizar o

Mátriculas por faixa Etária

Faixa Etária até 3 anos 4 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 14 anos

Número de matrículas 3.411.841 4.997.654 14.048.722 11.859.750

Matrículas por etapa de ensino

Educação infantil Ensino Fundamental

Creche 3.406.796 Anos iniciais¹ 15.328.540

Pré escola 5.101.935 Anos finais² 12.019.540

Total³ 8.508.731 Total⁴ 27.348.080

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55

percentual de leitores por idade dentro da amostra da pesquisa e por gênero todas as idades

respectivamente.

Gráfico 3 - Perfil do leitor por idade

Fonte: IPL (2016, p. 56) Adaptado pelo autor.

Gráfico 4 - Perfil do leitor por gênero

Fonte: IPL (2016, p. 56) Adaptado pelo autor.

Dentro da faixa etária estudada, leitores de 5 a 10 anos representam 9% da amostra, os

leitores de 11 a 13 anos 5% e os de 14 a 17 anos 8%, conforme tabela 8. Nestas faixas etárias,

40% dos leitores de 5 a 10 anos e 42 % entre 11 e 13 anos leem por gosto, representando o

maior percentual das respostas, respectivamente, 9% e 12% para atualização, 10% e 16% para

distração e 22% e 12% por exigência escolar. Um ponto importante, conforme tabela 8, são os

fatores que influenciam na escolha do livro, para a população entre 5 e 10 anos, os cinco

principais fatores são: a capa do livro representando 27%, a dica do professor 18%, o tema ou

assunto 16%, o título do livro 13% e o autor 8%.

67

% 84

%

75

%

33

%

16

% 25

%

5 a 10 anos 11 a 13 anos 14 a 17 anos

Perfil do leitor por idade 2015

Leitor Não Leitor

52

%

59

%

48

%

41

%

Masculino Feminino

Perfil do leitor por gênero 2015

Leitor Não Leitor

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Para os de idade entre 11 e 13 anos, a capa ainda é o maior fator de influência com 23%,

a dica do professor 11%, o tema e o assunto representam 19%, o título do livro 13% e o autor

12%, respondendo menos ao estimulo dado pelo professor e mais as dicas de outras pessoas em

relação as crianças de 5 a 10 anos. Ambas as idades, quando se trata de gênero de leitura,

conforme tabela 9, possuem uma média de 3 gêneros por ordem de importância, para a criança

de 5 a 10 anos são livros infantis, contos e a bíblia, porém com destaques para livros de histórias

em quadrinhos, ciências e didáticos, entre 11 e 13 anos são contos, a bíblia e empatados livros

didáticos e de poesias, com destaques também para infantis, histórias em quadrinhos e ciências.

Tabela 8 - Influência e motivação de leitura - faixa de idade

Fonte: FAILLA (2016, p. 193,196) - Adaptado pelo autor.

Influência e Motivação de Leitura

Faixa etária por idade 5 a 10 anos 11 a 13 anos 14 a 17 anos

População considerada leitora no Brasil - 56%

Representação percentual dentro da amostra 9% 5% 8%

Fatores de influência de escolha do livro

Capa do livro 27% 23% 15%

Dica do professor 18% 11% 12%

Tema ou assunto 16% 19% 23%

Título de livro 13% 13% 10%

Dicas de outras pessoas 3% 8% 10%

Publicidade 0% 0% 2%

Redes sociais 0% 2% 0%

Críticas ou resenhas 1% 3% 7%

Autor 8% 12% 9%

Editora 1% 2% 3%

Não sabe/não respondeu 13% 5% 9%

Motivação para leitura

Por gosto 40% 42% 29%

Atualização cultural ou conhecimento geral 9% 12% 15%

Distração 10% 16% 19%

Exigência escolar 22% 12% 14%

Crrscimento pessoal 4% 7% 9%

Motivos religiosos 3% 3% 1%

Não sabe/Não respondeu 11% 4% 9%

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Tabela 9 - Gêneros de leitura por faixa de idade e escolaridade - % 2015

Fonte: FAILLA (2016 p. 217) - Adaptado pelo autor

Na medida em que a construção do hábito de leitura sofre grande influência da família,

as crianças consideradas leitoras possuem estimulo maior em relação às crianças consideradas

não leitoras, portanto, o hábito de leitura dos pais tem forte influência na construção do hábito

de leitura dos filhos, conforme tabela 10. Dentre os pais leitores, as mães possuem um índice

de leitura superior aos pais, e as crianças leitoras que sempre e as vezes observam a mãe lendo,

apresentam melhores índices de leitura em relação as crianças cujas mães possuem um índice

de leitura menor (Não leitor). O mesmo comportamento se observa entre os pais considerados

leitores e não leitores, porém a influência de leitura é menor.

Genêros Por faixa de idade Por escolaridade

de Leirura % 2015 % 2015

5 a 10 11 a 13 14 a 17 Fundamental I

(1º ao 5º ano)

Fundamental II

(6º ao 9º ano)

Ensino

Médio

Bíblia 32 31 24 48 40 43

Religiosos 14 6 12 23 17 26

Contos 37 40 32 22 25 20

Romance 8 20 33 8 19 29

Didáticos (livros utilizados nas matérias do seu curso) 23 27 21 13 14 14

Infantis 41 22 9 24 14 11

História em quadrinhos, Gibis/RPG 29 21 15 15 14 12

Poesia 14 27 19 9 14 13

História, Economia, Política, Filosofia ou Ciências Sociais 6 8 11 4 6 12

Ciências 22 21 15 13 12 7

Culinária, Artesanato, “Como Fazer” 6 3 3 7 6 13

Técnicos ou universitários, para formação profissional 0 0 3 0 2 9

Saúde e Dietas 3 3 5 5 6 10

Biografias 5 6 12 3 6 11

Autoajuda 1 1 3 2 3 9

Artes 16 11 8 10 7 5

Juvenis 7 20 14 4 10 6

Educação ou pedagogia 5 5 4 3 4 4

Viagens e esportes 3 6 5 2 4 6

Línguas (como inglês, espanhol, etc.) 6 9 6 3 4 5

Enciclopédias e dicionários 4 3 4 2 3 4

Direito 1 1 2 0 1 3

Esoterismo ou ocultismo 0 0 0 0 1 2

Não sabe/Não respondeu 10 4 9 8 5 5

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Tabela 10 - Percepção sobre hábito de leitura dos pais, por perfil

Fonte: IPL (2016 p. 78) Adaptado pelo autor

[...] a leitura é libertadora e promove o protagonismo no acesso ao

conhecimento e à cultura. A leitura transforma, informa, emociona e

humaniza. Traduz e nos aproxima do que é humano em diferentes tempos,

lugares, sentidos, culturas e sentimentos. É a principal ferramenta para a

aprendizagem e para a educação de qualidade, e condição essencial para o

desenvolvimento social de uma nação. (FAILLA 2016 p, 21)

A citação da autora Failla, é identificada nos leitores quando perguntados sobre o

significado da leitura: 53% dos leitores e 43% dos não leitores acreditam que a leitura traz

conhecimento, respectivamente, 26% e 19% acreditam que a leitura traz atualização e

crescimento profissional e 26% e 17% acreditam que a leitura ensina a viver melhor. A Tabela

11 apresenta uma versão mais detalhada sobre os significados da leitura por escolaridade e

classe social.

Mas transformar um país em um país leitor não é tarefa fácil e exige décadas

de investimentos e ações efetivas e contínuas, orientadas por políticas e

programas construídos pela sociedade e pelo governo. Sabemos que são

muitos os agentes dessa transformação e que há necessidade de unir as ações.

(FAILLA 2016 p. 23)

Contudo, o significado da leitura conduz ao hábito de ler, que por sua vez leva quem

estuda e quem não estuda a adotar diferentes hábitos de atividades em horários livres conforme

tabelas 12 e 13. Frente a esse retrato da leitura, tem-se informação relevante para o

desenvolvimento de um conteúdo que chame a atenção da criança. Diante desses contextos,

percebe-se que os temas selecionados estão interligados e diretamente relacionados as

necessidades atuais de aprendizagem e podem contribuir para a educação e o desenvolvimento

social através da leitura.

"O hábito da leitura implica um processo de sedução. Os primeiros livros têm, por assim

dizer, que “fisgar” o leitor, para que mais tarde ele se disponha a usufruir dos mais complexos.

Percepção Hábito de leitura da mãe Hábito de leitura do pai

das criançasLeitor Não Leitor Leitor Não Leitor

Sempre 26% 12% 17% 10%

Às vezes 31% 20% 24% 14%

Nunca 42% 64% 53% 69%

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Quando alguém cria uma relação intensa e profunda com os livros, ler se torna parte de sua

vida". (CARRASCO 2016, p. 48-49).

Tabela 11 - Significado da leitura

Fonte: FAILLA (2016) p. 242-243 - Adaptado pelo autor

As atividades realizadas no tempo livre tanto por não alfabetizados, como por estudantes

do ensino fundamental I, Fundamental II e ensino médio, possui concentração em assistir

televisão, ouvir música ou radio, com indicadores elevados principalmente aos estudantes, com

exceções aos estudantes do ensino fundamental I no itens: internet, redes sociais como

WhatsApp, Facebook, Twitter ou Instagram em função das limitações de acesso, porém, com

crescimento a partir da mudança para o ensino fundamental II. A leitura de livros em papel ou

digital representa em ordem de preferência a 6ª, 9ª e 10ª posição para os estudantes do

fundamento I, fundamental II e ensino médio respectivamente.

Por escolaridade Por classe social

O que significa leitura %Não

alfabetizado

Fundamental I

(1º ao 5º ano)

Fundamental II

(6º ao 9º ano)

Ensino

Médio

Classe

A

Classe

B

Classe

C

Classe

D/E

A Leitura traz conhecimento 34 39 49 59 56 53 50 41

A leitura traz atualização e

crescimento profissional14 16 20 28 34 27 24 17

A leitura me ensina a viver melhor 15 25 26 20 18 22 22 23

A leitura pode fazer uma pessoa

"vencer na vida" e melhorar26 20 17 15 10 12 16 23

A leitura é uma atividade interessante 16 17 18 15 11 18 16 15

A leitura facilita a aprendizagem ne

escola ou faculdade14 13 15 16 17 15 16 14

A leitura é uma atividade prazerosa 8 13 10 13 21 18 12 10

A leitura ocupa muito tempo 2 5 7 6 5 5 6 4

A leitura é uma atividade cansativa 3 6 6 4 4 4 5 5

Só leio porque sou obrigado (a) 2 3 4 3 3 2 3 3

A leitura não serve pra nada 0 1 1 1 1 0 0 1

Nenhuma destas - Não sabe/

Não respondeu22 7 2 1 1 1 3 9

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Tabela 12 - Uso do tempo livre por escolaridade

Fonte: FAILLA (2016) - 4 p. 236 - Adaptado pelo autor

Conforme tabela 13, as atividades realizadas dentro da internet também possuem suas

prioridades, e o objetivo não é tecer críticas sobre os hábitos, mas sim evidenciar a importância

da evolução da leitura, mesmo porque esse movimento também faz parte do processo de

evolução e novos produtos podem aproveitar esses canais utilizados para interagir com o

público alvo. Para o público de 5 a 10 anos e para os de entre 11 e 13 anos, as principais

atividades estão relacionadas por ordem da mesma prioridade, os jogos; músicas; filmes, vídeos

ou tv on line e aplicativos Whatzapp e Snapchat.

Da mesma forma, as atividades que se realizam em relação a leitura na internet, para as

mesmas faixas etárias, as duas primeiras prioridades são semelhantes: estudar, fazer trabalho

escolar ou pesquisar temas escolares e ler notícias e informações em geral. Tendo como 3ª

prioridade a leitura de livros para as idades de 5 a 10 anos, para as idades de 11 a 13 e 14 a 17

anos, respectivamente como 3ª e 4ª prioridades: aprofundar conhecimento sobre os temas do

seu interesse e compartilhar em blogs, fóruns ou nas redes sociais sobre literatura, temas de

livros, autores, trechos de livros, etc.

O que gosta de fazer em seu tempo livre ( % de sempre)

por escolaridade

Não

alfabetizado

Fundamental I

(1º ao 5º ano)

Fundamental II

(6º ao 9º ano)

Ensino

Médio

Assite televisão 66 75 78 71

Escuta música ou rádio 40 50 63 68

Usa a internet 7 19 46 67

Reúne-se com amigos ou familia ou sai com amigos 30 35 45 51

Assiste a vídeos ou filmes em casa 22 35 46 49

Usa WhatsApp 5 13 42 63

Escreve 10 34 42 45

Usa Facebook, Twitter ou Instagram 3 10 38 51

Lê jornais, revistas ou noticias 2 15 18 31

Lê livros em papel ou livros digital 5 20 20 25

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Tabela 13 - Atividade que se realiza na internet por faixa etária - geral e relacionada à leitura

Fonte: FAILLA (2016, p. 258, 260) - Adaptado pelo autor

Entretanto, a Global GfK Survey, (GFK, 2017) na pesquisa Frequency of reading books

em pesquisa realizada no Brasil identificou a frequência de leitura da população acima de 15

anos conforme tabela 14.

Tabela - 14 Frequência de Leitura GFK

Fonte: GFK (2017) p. 59-60. Adaptado pelo autor. Tradução nossa.

Atividades em geral que realiza na internet por faixa etária - % 5 a 10 anos 11 a 13 anos 14 a 17 anos

Trocar mensagens no WhatsApp ou no Snapchat 43 57 75

Enviar ou receber e-mails 24 33 51

Acessar ou par:cipar de redes sociais, blogs ou fóruns 23 39 55

Escutar música 48 51 63

Assistir a vídeos, filmes ou TV on-line 58 55 60

Trabalhar ou buscar informações sobre trabalho ou profissão 17 17 23

Jogar 69 59 48

Fazer compras 8 12 17

Atividades relacionadas à leitura que realiza na internet - %

Ler noticias e informações em geral 21 25 37

Estudar, fazer trabalho escolar ou pesquisar temas escolares 44 57 52

Aprofundar conhecimento sobre os temas do seu interesse 13 24 20

Compartilhar em blogs, fóruns ou nas redes sociais sobre

literatura, temas de livros, autores, trechos de livros, etc. 12 19 20

Ler jornais 4 5 5

Ler livros 15 19 12

Buscar informações sobre literatura, temas de livros, autores,

trechos de livros, editoras, lançamentos 7 9 12

Ler revistas 4 7 8

Participar de elaboração de histórias coletivas, como Fanfic,

por exemplo1 5 1

Não sabe/Não respondeu 11 2 8

Frequência de LeituraTodos os dias ou a

maioria dos dias

Pelo menos uma vez

por semana

Pelo menos uma vez

por mês

Menos

frequentementeNunca

População em Geral 26% 27% 18% 24% 6%

Homens 23% 26% 19% 24% 8%

Mulheres 29% 27% 16% 24% 9%

15 a 19 anos 31% 24% 18% 21% 7%

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A utilização das informações da pesquisa Frequency of reading books (GFK 2017) é

utilizada neste trabalho para efeito de comparação de proximidade de resultados com os

números apresentados na pesquisa Retratos da leitura e por estar mais próxima do público

estudado, pois há diferenças na composição e na amostragem da pesquisa. Neste caso a

pesquisa foi realizada através de entrevistas virtuais em 17 países com 22 mil consumidores,

com idade superior a 15 anos, no Brasil foram entrevistadas 1.500 pessoas no verão de 2016 e

optou-se por retratar a faixa de 15 a 19 anos

2.6 Mercado de livros no Brasil

O mercado editorial brasileiro, conforme pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial

Brasileiro1¹ no período de 2012 a 2017 realizada pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas (FIPE, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018), retrata que o setor editorial livreiro

continuou a sentir os efeitos da retração econômica brasileira conforme Tabela 15.

Tabela 15 – Comportamento do setor editorial brasileiro 2012 - 2017

Fonte: Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – (FIPE, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018). Adaptado

pelo autor.

¹ A pesquisa é uma estimativa, elaborada a partir dos dados de uma amostra de editoras, da performance do setor

editorial e de seus subsetores num determinado ano, a partir da verificação do comportamento dessa amostra, os

dados do universo do setor são, a cada ano, atualizados. (FIPE 2015)

2012 2013

Varianção

%

2013 /

2012

2014

Varianção

%

2014 /

2013

2015

Varianção

%

2015 /

2014

2016

Varianção

%

2016/

2015

2017

Variação

%

2017 /

2016

Variação

%

2012 /

2017

TÍTULOS 57.473 62.235 8,29% 60.829 -2,26% 52.427 -13,81% 51.819 -1,16% 48.879 -5,67% -14,95%

Exemplares

Produzidos total485.261.331 467.835.900 -3,59% 501.371.513 7,17% 446.848.572 -10,87% 427.188.093 -4,40% 393.284.611 -4,40 -18,95%

Faturamento (R$)

Total4.984.612.881 5.359.426.185 7,52% 5.408.506.141 0,92% 5.231.396.423 -3,27% 5.269.973.134 0,74% 5.167.057.537 -1,95 3,66%

Mercado 3.668.664.472 3.885.004.147 5,90% 4.169.658.915 7,33% 4.003.182.263 -3,99% 3.872.510.546 -3,26% 3.951.075.849 2,03 7,70%

Governo 1.315.948.409 1.474.422.038 12,04% 1.238.847.226 -15,98% 1.228.214.160 -0,86% 1.397.462.588 13,78% 1.215.981.688 -12,99 -7,60%

Exemplares

vendidos total434.920.064 479.970.310 10,36% 435.690.157 -9,23% 389.274.495 -10,65% 385.095.807 -1,07% 354.938.361 -7,43 -18,39%

Mercado 268.564.404 279.662.399 4,13% 277.387.290 -0,81% 254.680.102 -8,19% 226.621.534 -11,02% 222.336.845 -1,89 -17,21%

Governo 166.355.660 200.307.911 20,41% 158.302.867 -20,97% 134.594.394 -14,98% 156.794.917 16,49% 132.601.516 -15,43 -20,29%

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Observa-se que no período de 2012 a 2017, conforme tabela 15, o volume de produção

de livros tem variado negativamente, com exceção do ano de 2014, no acumulado do mesmo

período a produção total decaiu em 18,95%. Outro fato refere-se ao número de títulos lançados,

que diminui desde 2013, tendo no acumulado uma baixa de 14,95% na quantidade de ofertas.

Vê-se que o mercado de livros impressos envolvendo os últimos 6 anos retratados na tabela,

registra queda na produção total, porém, verifica-se que o faturamento total cresceu em 3,66%,

sem considerar a demanda governamental, as vendas ocorridas para o mercado, apresentou

crescimento de 7,7%. A produção total considera quatro subsetores: Didáticos, Obras Gerais,

Religiosos e CTP (livros de conteúdo técnico profissional) envolvendo todas as áreas temáticas

medidas pela pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro.

Os subsetores mais representativos são didáticos e religiosos, dentro desses subsetores

e áreas temáticas há publicações que registram comportamentos de volume de produção e

faturamento diferentes em relação aos números apresentados na tabela 15. O comportamento

dos preços médios dos livros em todos os subsetores, conforme tabela 16 apresentaram uma

performance superior, justificando o aumento do faturamento, mesmo com queda na quantidade

de títulos e exemplares produzidos no mesmo período.

Tabela 16 - Preço médio do livro no mercado brasileiro por subsetor.

Fonte: Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – (FIPE, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018). Adaptado

pelo autor.

Na avaliação por área temática, a participação no volume total de exemplares

produzidos da literatura infantil e juvenil no mesmo período, ocorreram grandes oscilações de

participação no volume total de produção, conforme tabela 17.

Subsetor2012

(R$)

2013

(R$)

Varianção

%

2013 / 2012

2014

(R$)

Varianção

%

2014 / 2013

2015

(R$)

Varianção

%

2015 / 2014

2016

(R$)

Varianção

%

2016/ 2015

2017

(R$)

Variação

%

2017 / 2016

Variação

%

2012 / 2017

Didáticos 24,10 25,23 4,69% 25,26 0,12% 27,30 8,08% 29,96 9,74% 32,82 9,55% 36,18%

Obras Gerais 8,94 8,68 -2,91% 9,59 10,48% 9,86 2,82% 10,54 6,90% 10,83 2,75% 21,14%

Religiosos 6,26 7,17 14,54% 7,60 6,00% 8,17 7,50% 8,93 9,30% 9,15 2,46% 46,17%

Conteúdo Ténico

Profissional27,36 29,75 8,74% 33,57 12,84% 37,22 10,87% 40,23 8,09% 44,79 11,33% 63,71%

Total (R$) 13,66 13,89 1,68% 15,03 8,21% 15,72 4,59% 17,09 8,72% 17,77 3,98% 30,09%

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64

Tabela 17 – Participação da literatura Infantil e Juvenil

Fonte: Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – (FIPE, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018). Adaptado

pelo autor.

Convém registrar que a própria instituição de pesquisa, ressalta que a literatura infantil

e literatura juvenil são temas incluídos em obras gerais e destacam não haver um padrão de

classificação de áreas temáticas, sendo efetuadas pelas editoras por meio de normas próprias.

Afirmam que é possível que exista algum desvio nos dados apresentados, pois os limites que

separam uma área temática de outra são muitas vezes, tênues, determinados livros podem

receber classificação como literatura juvenil quanto como literatura adulta, e literatura infantil

quanto como literatura juvenil. Outro ponto destacado pelo instituto refere-se a grande variação

na quantidade de exemplares produzidos, conforme exposto na tabela 17, atribuindo a

lançamentos de sucesso que ocorrem nesse segmento.

A literatura infantil e juvenil ainda se mostra de grande importância no cenário

brasileiro, uma vez que, em relação as áreas temáticas, a literatura infantil e juvenil ocupa a 5ª

e a 6ª posição em relação volume total produzido, respectivamente, estando atrás dos temas

relacionados a livros didáticos, religião, literatura adulta e livros de autoajuda, respectivamente

no 1º, 2º, 3º e 4º lugar (FIPE 2017).

O preço médio de capa dos livros classificados como Infantil, Juvenil e Educacional

pela pesquisa Painel de Vendas de Livros no Brasil realizada pela Nielsen Brasil e SNEL -

Sindicato Nacional dos Editores de Livros teve um crescimento de 3,69% entre 2015 e 2016,

de R$ 36,02 para R$ 37,35 e variação de 3,84% em 2017, de R$ 36,89 para 38,30. Na mesma

pesquisa há destaque sobre o crescimento da importância no mercado do gênero Infantil, Juvenil

e Educacional, passando de 21,34% em 2015 para 23,11% em 2016 (NIELSEN, SNELL 2016),

(NIELSEN, SNELL 2018).

Área Temática 2012 2013 2014 2015 2016 2017

(Subsetor:

Obras Gerais)Número de

exemplares

Participação

(%)

Número de

exemplares

Participação

(%)

Número de

exemplares

Participação

(%)

Número de

exemplares

Participação

(%)

Número de

exemplares

Participação

(%)

Número de

exemplares

Participação

(%)

Literatura

Infantil32.030.337 6,58% 39.269.715 8,39% 37.259.612 7,43 12.499.466 2,80 16.621.398 3,89 15.990.129 4,07

Literatura

Juvenil15.383.065 3,16% 20.315.473 4,34% 20.085.348 4,01 11.277.437 2,52 10.201.932 2,39 9.692.825 2,46

Exemplares

Produzidos total485.261.331 467.835.900 501.371.513 446.848.572 427.188.093 393.284.611

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No mercado de livros, os livros eletrônicos apresentam baixa representatividade,

conforme Censo do Livro Digital efetuado pela FIPE e CBL - Câmera Brasileira do Livro 2016,

(FIPE, 2016), com acervo total de 49.662 ISBN’s até 31/12/2016, o faturamento total foi de R$

42,5 milhões, incluindo as vendas de conteúdo fracionado e aluguel/assinaturas, com total

equivalente a 1,09 % do mercado editorial brasileiro excluindo as vendas governamentais,

conforme tabela 18.

Tabela 18 - Faturamento e Participação - Livros digitais - 2016

Fonte: Censo do Livro Digital (FIPE 2016, p. 6-7) Adaptado pelo autor

Conforme tabela 18 vê-se que o volume de vendas de e-books nas temáticas Obras

Gerais e Conteúdos Técnicos Profissionais possuem mais representatividade no mercado de

livros eletrônicos, e este último também, quando relacionado a vendas fracionadas e aluguel/

assinaturas, em termos de quantidade de unidades vendidas, a temática de obras gerais

concentra a maior parte do volume deste mercado conforme tabela 19.

Tabela 19 - Vendas em unidades - Livros digitais 2016

Fonte: Censo do Livro Digital (FIPE 2016, p. 5) Adaptado pelo autor

Faturamento Livros Digitais

Participação

Mercado Total

de Livros

E-BooksConteúdo fracionado

Capítulos

Aluguel

Assinatura Total 2016 2016

Vendas em unidades 2.751.630 2.751.630 0,71%

Faturamento Total 34.446.595,21 3.619.685,59 4.477.636,16 42.543.916,96 1,09%

Concentração

Obras Gerais 24.066.078,68 107.354,74 798.265,96 24.971.699,38 2,38%

% sobre faturamento total 69,86% 2,97% 17,83% 58,70%

CTP - Cientifícos, Técnicos e Profissionais 8.166.878,25 3.226.032,85 3.584.852,20 14.977.763,30 1,68%

% sobre faturamento total 23,71% 89,12% 80,06% 35,21%

Religiosos 1.006.409,58 284.661,00 34.518,00 1.325.588,58 0,25%

% sobre faturamento total 2,92% 7,86% 0,77% 3,11%

Didáticos 1.207.228,70 1.637,00 60.000,00 1.268.865,70 0,09%

% sobre faturamento total 3,50% 0,05% 1,34% 2,98%

Vendas em unidades 2016

Total de unidades de e-books vendidos 2.751.630

Concentração Preço médio

Obras Gerais 10,05 2.394.097

% sobre volume vendas 87,01%

CTP - Cientifícos, Técnicos e Profissionais 36,54 223.522

% sobre volume vendas 8,12%

Religiosos 10,06 100.026

% sobre volume vendas 3,64%

Didáticos 35,52 33.984

% sobre volume vendas 1,24%

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Ainda que a representatividade seja pequena em relação ao mercado de livros totais, no

período de 2012 a 2016 o comercio de e-books teve um crescimento de 1.104 %, conforme pode

ser verificado no gráfico 5.

Gráfico 5 - Evolução faturamento¹ vendas de e-books 2012-2016

Fonte: Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro (FIPE 2013, 2014, 2015), Censo do Livro Digital (FIPE

2016). Adaptado pelo autor. ¹ Inclui conteúdo digital: Conteúdo fracionado e aluguel/ assinaturas.

Conforme global eBook Report 2017 (Global ebook, 2017), metade da população

mundial esteve on-line, dois terços de todas as pessoas possuiam um telefone celular e 37% se

tornaram usuários ativos de mídia social. Afirmam que comunicar, socializar e acessar conteúdo

digitalmente tornou-se o padrão nos dias atuais. Para editores de livros, isso pode ter

consequências diretas, pois clientes, que querem ler livros, em papel, em uma tela, ou ouvindo-

os em áudio, têm se reunido em torno desse novo tipo de acesso, que são smartphones, usados

para comunicação, para informações de acesso, para selecionar o que é relevante e o que não é,

bem como para compartilhar suas leituras e experiências com os amigos, essa nova situação

traz como principal concorrente aos livros digitais qualquer um que use esse mecanismo de

maneira mais eficiente para atrair a atenção do consumidor. Essa situação já apresenta reflexos

negativos em 5 dos 6 maiores mercados mundiais de livros: Alemanha, Japão e França com

involução no volume de faturamento desde 2012, Estados Unidos e Reino Unido sem apresentar

crescimento e a China em destaque com crescimento desde 2012, esses países juntos

representam 67 % do mercado mundial. Em relação ao Brasil, apesar da crise econômica que o

país vem atravessando desde 2014, o que desacelerou o mercado de livros, a publicação sugere

oportunidades em materiais de aprendizagem, além dos livros didáticos em função da demanda

por educação e possível melhora nos indicadores econômicos.

3.928.498,00

12.772.913,00

16.793.243,00

20.439.477,00

42.543.917,00

-

5.000.000,00

10.000.000,00

15.000.000,00

20.000.000,00

25.000.000,00

30.000.000,00

35.000.000,00

40.000.000,00

45.000.000,00

2012 2013 2014 2015 2016

Evolução faturamento E-books

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67

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo trata da escolha do processo metodológico que será aplicado no trabalho

em relação aos objetivos propostos, apresenta toda a estrutura da pesquisa envolvendo os

instrumentos: tipos e característica do estudo de caso, registro de dados, procedimentos de

análise e protocolos de pesquisa.

3.1 Estudo de caso

O estudo de caso é abordado por muitos autores como como uma estratégia de

investigação, (EISENHARD,1989), (YIN, 2003), (ALVES-MAZZOTI 2006), (MEIRINHOS

E OSÓRIO, 2010), este tipo de pesquisa orienta-se por consecutivas etapas de coleta de dados,

análises e interpretações das informações, com propósito de investigação intensiva de um ou

poucos casos com vantagens como a aplicabilidade a situações humanas e contextos

contemporâneos da vida real e é uma forma comum de se fazer estudos de natureza qualitativa

em ciências sociais aplicadas. (MEIRINHOS E OSÓRIO, 2010), (CESAR, 2005). Essa

abordagem estratégia, para Yin (2003), é preferida quando se colocam questões "como" e

"porque" e quando há pouco controle por parte do pesquisador sobre os eventos focados em

fenômenos contemporâneos dentro de um contexto de vida real. Fonseca (2002, p. 33-34)

afirma que:

Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade

bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma

pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o

porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos

aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e

característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser

estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode

decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura

compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma

perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma perspectiva

global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do

ponto de vista do investigador.

Estudo de caso, em seu sentido clássico, é definido por Gil ( 2002, p. 138 ) como o

estudo de um indivíduo em um contexto definido; no entanto, para o autor, o conceito de caso

ampliou-se a ponto de ser entendido "como uma família ou qualquer outro grupo social, um

pequeno grupo, uma organização, um conjunto de relações, um papel social, um processo

social, uma comunidade, uma nação ou mesmo toda uma cultura."

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O estudo de caso, para os autores Coraiola, Sander, Maccali e Bulgacov (2014), pode

ser considerado como uma das principais estratégias metodológicas para desenvolver pesquisas

acadêmicas na área de administração. Consideram-no adequado para a abordagem de problemas

práticos e recomendam para a problemática inerente ao campo de conhecimento aplicado.

Afirmam que essa metodologia também é bastante utilizada por oferecer mecanismos de

exploração e análise de unidades sociais complexas, com grandes conjuntos de variáveis inter-

relacionadas, principalmente situações nas quais haja dificuldade para estabelecer separação,

no estudo, entre a parte de interesse e o contexto no qual essa unidade se encontra inserida. Para

Silva, Shitake, França e Vasconcelos (2014 p. 128) "o estudo de caso define-se como método

de exploração de realidades, denominadas de unidades-caso, apresentando cunho investigativo

(analítico). Sua operacionalização pode ser norteada por uma ou mais provocações, as quais

podem surgir ao longo da experiência de imersão, suscitando novos recortes e análises."

Yazan (2015) e Brown (2008), realizaram estudos sobre os autores Robert Stake, Robert

K. Yin e Sharan Merrian, por eles considerados os três maiores estudiosos que fornecem

procedimentos a serem seguidos na condução de estudos de casos; esses autores citados são

vistos como metodologistas fundacionais dessa área, cujas sugestões impactam nas decisões de

pesquisadores e estudantes que utilizam esta metodologia. Yazan (2015) realizou o estudo, por

considerar que na metodologia de estudo de caso existe uma multiplicidade de abordagens e

um terreno contestado, marcado por uma variedade de perspectivas.

Brown (2008), considerou o escopo do estudo de caso limitado, mas discute que o

método pode fornecer insights ricos e significativos sobre eventos e comportamentos. Para a

autora, a pesquisa qualitativa de estudo de caso é apoiada pela abordagem pragmática de

Merriam, informada pelo rigor de Yin e enriquecida pela interpretação criativa descrita por

Stake.

O foco em profundidade do particular dentro de um sistema limitado pode

ajudar a fornecer uma visão holística de uma situação. É uma visão que inclui

o contexto e os detalhes de um indivíduo. Os estudos de caso fornecem uma

compreensão humanista e holística de situações complexas e, como tal, são

ferramentas de pesquisa valiosas. No entanto, a menos que o pesquisador

entenda completamente o estudo de caso e seu lugar no processo de pesquisa,

e esteja confiante no paradigma de pesquisa de onde trabalha, os debates sobre

seus méritos irão obscurecer a força e a direção do esforço de pesquisa.

(BROWN 2008 p. 10).

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3.1.1 Tipos e características dos estudos de caso

Há dois diferentes tipos de estudos de caso: estudos de casos únicos e de casos múltiplos.

O primeiro é apropriado para várias circunstâncias de pesquisas, sendo análogo a um

experimento único.

Yin (2001) apresenta uma série de justificativas para o estudo de caso único como a

possibilidade de poder confirmar, contestar ou estender uma teoria, ainda determinar se as

proposições de uma teoria são corretas ou se novas interpretações possam trazer maior

relevância, podendo ainda contribuir à base de conhecimento, construção de teorias e direcionar

investigações futuras. Para Cesar (2005 p. 4) outra importante contribuição do caso único pode

ser a utilização do mesmo para determinar se as proposições de uma teoria estão corretas

"quando o caso sob estudo é raro ou extremo, ou seja, não existem muitas situações semelhantes

para que sejam feitos estudos comparativos, quando o caso é revelador, ou seja, quando o

mesmo permite o acesso a informações não facilmente disponíveis." Nesta perspectiva, os casos

únicos teriam como principal papel mostrar justamente aquilo que é desprezado quando se

busca a generalização empírica: o específico (ZANNI, MORAES e MARIOTTO 2011 p. 8).

O segundo tipo de estudo de caso é a composição de mais de um caso único (YIN, 2001

p, 67); segundo Yin (2001) as provas deste tipo metodológico são consideradas mais

convincentes e robustas, mas é um tipo de estudo que pode envolver mais tempo e recursos que

normalmente um estudante ou pesquisador possuem. Ainda nesse conceito exige-se a lógica da

replicação, que é análoga à utilizada por experimentos múltiplos; para a utilização de estudos

de casos múltiplos cada caso deve ser selecionado cuidadosamente, conforme Yin (2001 p. 67),

de forma a prever resultados semelhantes ou reproduzir resultados contrastantes apenas por

razões previsíveis (uma replicação teórica). São exemplos na utilização de estudos de casos

múltiplos, o estudo das inovações introduzidas em diferentes áreas dentro de uma empresa

(CESAR, 2005).

Os estudos de caso podem ser realizados sob três propósitos: pesquisa explanatória,

exploratória e descritiva. Desses critérios de classificação emergem seis tipos diferentes de

estudos de casos, conforme quadro 1, chamados por Yin como estratégias de pesquisa (YIN,

2001 p. 24-25).

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Quadro 1 - Estratégias e propósitos de pesquisas

Fonte: Adaptado de YIN (2001, p. 23-33)

Para Meirinhos e Osório (2010, p. 57), "os estudos exploratórios têm como finalidade

definir as questões ou hipóteses para uma investigação posterior. Isto é, são o prelúdio para uma

investigação subsequente, mas não necessariamente um estudo de caso". O autor considera que

esses estudos são diferentes dos estudos descritivos, tendo potencial de buscar hipóteses e

proposições consideráveis para orientar futuras pesquisas, buscando fornecer um certo suporte

para a teorização. Yin (2001, p. 25) exemplifica " o que pode ser feito para tornar as escolas

mais eficazes?" para o autor este tipo de questionamento é um argumento consistente para se

iniciar um estudo exploratório, objetivando desenvolver hipóteses e propostas relacionadas às

indagações adicionais.

Os estudos descritivos representam descrições completas de um fenómeno inserido no

seu contexto. Os estudos explanatórios investigam informações que proporcionem o

estabelecimento de relações de causa e efeito, ou seja, examinam a causa que melhor explica o

fenómeno estudado e suas relações causais.

Yin (2001) apresenta os atributos do desenho de estudos de caso, expondo que os casos

podem ser únicos ou múltiplos e simultaneamente holísticos ou incorporados; no quadro 2

podem ser vistos os tipos de projetos de pesquisa envolvendo casos; o autor pressupõe situações

de projeto diferentes e que, dentro desses dois tipos, também podem haver unidades unitárias

ou múltiplas de análise.

Quadro 2 - Tipos básicos de projetos para estudos de casos

Fonte: YIN (2001, p. 61) Adaptado pelo autor

Estratégia de pesquisa /

PropósitosEstudos de caso único Estudos de casos múltiplos

Exploratórios Exploratórios únicos Exploratórios múltiplos

Descritivos Descritivos únicos Descritivos múltiplos

Explanatórios Explanatórios únicos Explanatórios múltiplos

Tipos de projetos Estudos de caso único Estudos de casos múltiplos

Holísticos

(unidade única de análise)Projetos de caso único holísticos

Projetos de casos múltiplos

holísticos

Incorporados

( unidades múltiplas de análise)

Projetos de caso único

Incorporados

Projetos de casos múltiplos

incorporados

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O estudo de caso refere-se à criação de uma startup denominada GatoXadrez.com, que

busca através da junção dos conceitos lean startup e open innovation, viabilizar o

desenvolvimento do negócio, é uma empresa que atuará na área de educação, com o propósito

de ensinar os conceitos de empreendedorismo, cidadania fiscal, ética e contabilidade para o

público infanto-juvenil. A formação dessa empresa apresenta as seguintes etapas de

constituição:

- Desenho inicial do negócio

- Definição sobre o primeiro MVP

- Validação e testes do MVP

- Prospecção de profissionais

- Finalização do primeiro produto

- Formalização da empresa

- Venda do produto

Este estudo, de natureza aplicada quanto aos seus procedimentos, utilizou a estratégia

de estudo de caso único com objetivos exploratórios, com abordagens qualitativa e quantitativa.

A abordagem qualitativa procura descrever a complexidade do problema e analisar a interação

entre variáveis e "se preocupa com aspectos da realidade que não podem ser quantificados,

centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais" (FONSECA, 2002

p. 20). Conforme Gerhardt e Silveira (2009) a abordagem qualitativa não se preocupa com

representação numérica, e sim em aprofundar a compreensão de um grupo social, de uma

organização, e apresenta as características de: objetivação do fenômeno; hierarquização das

ações de descrever, entender e esclarecer com a máxima exatidão as relações entre o global e o

local em determinado fenômeno; procura observar as diferenças entre o mundo social e o

mundo natural com respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados, suas orientações

teóricas e seus dados empíricos empenhando-se para obter os resultados mais realistas

possíveis. A abordagem quantitativa concentra-se na objetividade recorrendo a linguagem

matemática para analisar e descrever as relações entre variáveis, busca focalizar uma pequena

quantidade de conceitos, iniciando com ideias pré-concebidas do modo pelo qual os conceitos

estão correlacionados, utilizando-se de procedimentos estruturados e instrumentos formais para

coleta de dados, analisando-os através de procedimentos estatísticos.

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72

3.2 Protocolo de pesquisa

Após a escolha do caso único a ser estudado, recomenda-se a criação do protocolo de

pesquisa, documento que contém instrumento de coleta de dados e informações, além de regras

e procedimentos que deverão ser seguidas para orientação do pesquisador na condução do caso.

É de fundamental importância a adoção desse procedimento para aumentar a confiabilidade da

pesquisa de estudo de caso (GIL, 2002), (YIN, 2001), (TOLEDO E SHIAISHI, 2009).

O protocolo de pesquisa conforme Yin (2001, p. 89) deve conter uma visão geral do

projeto do estudo de caso (objetivos e patrocínios do projeto, questões do estudo de caso e

leituras importantes sobre o tópico que está sendo investigado), procedimentos de campo

(credenciais e acesso aos locais do estudo de caso, fontes gerais de informações e advertências

de procedimentos), questões do estudo de caso (as questões específicas que o pesquisador do

estudo de caso deve manter em mente ao coletar os dados, uma planilha para disposição

específica de dados e as fontes em potencial de informações ao se responder cada questão),

guia para o relatório do estudo de caso (resumo, formato de narrativa e especificação de

quaisquer informações bibliográficas e outras documentações).

O protocolo de pesquisa para a execução deste estudo de caso, está adaptado com base

nos trabalhos de Yin, (2001) e Lima, Antunes, Mendonça Neto e Peleias (2012). Conforme

abaixo:

Protocolo de Pesquisa

1 - Objetivo do estudo / Justificativa.

2 - Revisão dos principais artigos e publicações sobre o assunto abordado na pesquisa.

3 - Descrição da unidade caso.

4 - Análise do contexto da unidade caso.

5 - Aspecto metodológico - tipo de pesquisa, estudo de caso e coleta de dados.

6 - Elaboração do plano de amostragem - alinhado ao objetivo do estudo / unidade caso.

7 - Unidades de Análise - Instituições de ensino

Obrigatório a apresentação detalhada dos objetivos de pesquisa, materiais a serem

utilizados e carta de solicitação de autorização.

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8 - Obtenção da autorização formal da(s) instituição (es) objeto(s) de estudo para realizar a

pesquisa de campo.

A unidade de estudo deve formalizar autorização para a realização de atividade de

pesquisa acadêmica endereçada ao solicitante, através de carta em papel timbrado assinado (a)

pelo (a) diretor (a) responsável contendo: nome e endereço do solicitante responsável pela

atividade acadêmica, local, data e horários liberados para execução das atividades, séries dos

alunos envolvidos, nomes dos observadores autorizados, ressaltar que os observadores não

terão qualquer interatividade com os alunos e a permanência dos mesmos na unidade está

restrita ao local e horários de realização da atividade, ressaltar que a atividade será conduzida

por professor designado pela instituição e que não serão repassados dados pessoais dos alunos

participantes. A respectiva autorização foi fornecida pela instituição conforme anexo 1.

9 - Estabelecimento dos instrumentos de coleta de dados - descrição da aplicação. Aplicação

exclusiva por representante da unidade de análise, obrigatório observador sem interação com

público definido.

10 - Protótipo- especificações e objetivos.

11 - Construção de um banco de dados para armazenamento das respostas obtidas pelos sujeitos

participantes.

Estabeleceu-se que os dados obtidos através da pesquisa efetuada, deverá estar

disponível aos sujeitos participantes e terceiros com objetivos estritamente acadêmicos,

conforme abaixo:

- Apresentação em arquivo eletrônico e disponibilizado para consulta através de link definido

para esse fim no Google Drive. Solicitação de link de acesso para o autor através de endereço

eletrônico: [email protected]. Especificar assunto: Base de Dados Pesquisa NC.

- Questionários individuais com respostas obtidas pela pesquisa através do protótipo B em

arquivo mantido pela unidade caso por prazo mínimo de 5 anos. Poderá ser solicitado

agendamento para consulta. Solicitação de acesso através de endereço eletrônico especifico

para esse fim: [email protected]. Especificar assunto: Agendamento Questionários

Pesquisa NC. O pesquisador deverá encaminhar os resultados da pesquisa efetuada a unidade

de pesquisa, para conhecimento dos resultados, após avaliação e aprovação pelo professor

orientador.

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12 - Avaliação, análise, interpretação e discussão dos resultados

13 - Elaboração do relatório final.

O estudo de caso envolveu diferentes etapas de desenvolvimento: 1) desenho do

negócio, momento no qual foi efetuado levantamento de dados do mercado de livros impressos

e eletrônicos e do contexto educacional brasileiro, produtos e plataformas semelhantes aos

objetivos da GatoXadrez.com já disponíveis no mercado e pesquisas sobre os conceitos

utilizados na formação da startup; 2) Concepção/criação do primeiro produto a ser trabalhado

pela nova empresa e a validação e teste junto ao público definido, em uma amostra de 270

crianças de 7 a 11 anos de idade e avaliação dos resultados; 3) Identificação dos profissionais

alinhados aos objetivos da empresa com abordagens através de plataformas de crowdsourcing,

com a apresentação dos objetivos da empresa e formação da equipe de finalização do primeiro

produto, marketing, vendas, entre outros e 4) Avaliação final do estudo de caso com a

apresentação dos resultados alcançados pela nova empresa.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados em um estudo de caso para Gil (2002) é mais complexa do que em

outras modalidades de pesquisa devido à utilização sempre de mais de uma técnica de obtenção

de dados, sendo este procedimento um princípio que não pode ser descartado. Obter

informações através de diferentes formas de coleta é fundamental para garantir a qualidade dos

resultados do estudo, conferindo validade cientifica ao trabalho efetuado (LIMA et al. 2012),

(MEIRINHOS E OSÓRIO, 2010), Yin (2001) afirma que a coleta de dados para um estudo de

caso pode se basear em muitas fontes de evidências e apresenta seis fontes importantes que

podem ser utilizadas em um estudo de caso: documentação, registro em arquivos, entrevistas,

observações diretas, observação participante e artefatos físicos.

Neste estudo foram adotados os seguintes procedimentos: observação direta sobre o

comportamento das crianças durante o tempo de pesquisa que envolveu a apresentação e

validação do MPV- Minimum Viable Product, como complemento à forma seguinte de coleta

de dados. A observação direta permite ao pesquisador avaliar comportamentos durante o tempo

de pesquisa determinado; esse tipo de coleta de dados, conforme Yin, possibilita obter

informações adicionais em relação ao que se pretende estudar (YIN, 2001); para Gil (2008) este

tipo de observação apresenta algumas vantagens, como a obtenção de novos elementos para a

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definição de problemas de pesquisas além de poder proporcionar a construção de novas

hipóteses relacionadas ao objeto de estudo.

Outra forma de coleta de dados se deu por questionário aplicado na etapa de criação de

teste de produto da startup a um grupo de crianças que seriam público alvo dos produtos da

startup. O questionário tinha 24 questões, sendo: 7 perguntas com respostas de múltipla escolha

e 7 questões abertas, 10 questões fechadas cujas alternativas representavam a avaliação que o

sujeito fazia das premissas estabelecidas pela empresa que estava sendo criada em relação ao

seu tipo de produto. Para tal, as questões se relacionavam a uma história que lhes era

apresentada.

Foi realizado levantamento de dados por fontes secundárias sobre o mercado de livros,

contexto educacional brasileiro, concorrência e referencial teórico sobre os conceitos élan

startup e open innovation e também para identificar plataformas de crowdsourcing com

objetivos de divulgação da proposta e captação dos profissionais que poderiam se tornar

colaboradores, e por fontes diretas através de e-mails trocados com profissionais interessados

no projeto e posterior seleção dos mesmos. Abaixo, no quadro 3 apresenta-se o tipo de coleta

de dados por etapa do estudo de caso.

Quadro 3 - Coleta de dados por etapa do estudo de caso

Fonte: Elaborado pelo autor

Coleta de dados por etapa

do estudo de casoTipo de coleta de dados

Etapa 1 Levantamento de dados do mercado de livros no Brasil.

Levantamento de dados do contexto educacional brasileiro.

Pesquisa Bibliográfica sobre Lean Startup e Open Innovation .

Levantamento de dados sobre concorrentes.

Etapa 2 Levantamento de unidades para pesquisa - escolas.

Observação direta - Validação do MVP.

Questionário - Validação do MVP.

Etapa 3 Coleta de dados por fontes secundárias - Pesquisa de plataformas

de crowdsourcing - pesquisa de profissionais.

Coleta de dados por fontes diretas - E-mails com profissionais

selecionados.

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3.4 Amostragem utilizada na fase de teste do produto

A proposta envolveu inicialmente a validação das premissas do negócio com a

apresentação do MVP em escolas da região norte de São Paulo, para crianças de 6 a 10 anos de

idade do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, anos iniciais. A amostra pretendida buscava

representar a quantidade de crianças matriculadas conforme dados da Sinopse Estatística da

Educação Básica 2017 (INEP, 2018), no total de 14.048.772, exigindo uma amostra mínima de

385 crianças, com 95 % de nível de confiança e margem de erro em 5 %, conforme cálculos

efetuados para populações finitas. Estabeleceu-se esses valores em função das incertezas quanto

à abertura das escolas para a realização da atividade de pesquisa, porém, são números que

poderiam sofrer alterações conforme resultados das abordagens.

Como será visto no item 4.4.2 ocorreu adequação na quantidade de crianças alterando a

configuração inicial da amostra. As atividades foram realizadas em uma única escola com 270

alunos, de 7 a 11 anos, e duas crianças com 12 e 13 respectivamente. Esse número representa a

mesma população citada, porém, com margem de erro de 6 % e o mesmo nível de confiança.

Desconsiderou-se as idades de 6, 12 e 13 anos e trabalhou-se crianças de 7 a 11 anos, no total

de 268, o que não altera a última margem de erro citada.

3.5 Procedimentos de análise

Para Gil (2008, p. 151) a análise tem objetivo de "organizar e sumariar os dados de

forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.

Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas". Para Lima

et al. (2012, p. 138) como o estudo de caso envolve procedimentos de coleta de dados variados,

pode também envolver diferentes modelos de análises no processo de análise e interpretação,

exemplificando: análise de conteúdo, descritiva, inferencial, de discurso e documental. Para

Yin (2002) a análise das evidencias de um estudo de caso é um assunto pouco explorado e

recomenda que as abordagens analíticas devem ser desenvolvidas como parte integrante do

protocolo de pesquisa, o autor ainda recomenda que independente da estratégia de análise dos

dados que for utilizada a mesma deve se basear em todas as evidências relevantes, deve

abranger toda as principais interpretações concorrentes, deve se dedicar aos aspectos mais

significativos do estudo de caso e o pesquisador deve utilizar todo o seu conhecimento prévio,

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como especialista em seu estudo de caso. No quadro 4 apresenta-se os tipos de análise de dados

por etapa do estudo de caso.

Quadro 4 - Análise de dados por etapa do estudo de caso

Fonte: Elaborado pelo autor

Análise de dados por

etapa do estudo de casoAbordagem Tipo de análise de dados

Etapa 1 Análise de conteúdo - modalidade: análise temática

Qualitativa Oportunidades no mercado de livros

Oportunidades na área de educação infanto-juvenil

Possibilidade de junção dos conceitos Lean startup e open innovation

Etapa 2 Quantitativa Análise descritiva

Organização, resumo e representação dos dados através de gráficos -

resultados da observação direta

Aplicação de análise fatorial exploratória - Avaliação das premissas

estabelecidas

Etapa 3 Qualitativa Análise documental

Eletrônico - pesquisa de plataformas adequadas a abordagem de

profissionais

Eletrônico - Avaliação de perfil e habilidades dos profissionais que

responderam aos chamados efetuados pela empresa e troca de e-mails

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Projeto GatoXadrez .com

O objeto do estudo de caso é o projeto de empresa denominado GatoXadrez.com, startup

que busca atuar com a combinação do interesse econômico e social através da publicação de

livros infantis impressos e eletrônicos, com foco em um conteúdo didático instrucional, lúdico

e interativo que incentive a leitura, a criatividade, a diversão e o aprendizado nos temas de

empreendedorismo, ética, cidadania fiscal e contabilidade, justificados no item 4.2. O público

alvo de atuação concentra-se na população infantil entre 6 e 10 anos de idade, representando

um potencial de mais de 22 milhões de crianças no mercado brasileiro, conforme tabela 7.

Estabeleceu-se que o início da atividade será baseado na metodologia lean srtatup e

conceitos de open innovation, ou seja, busca-se a união desses dois conceitos para explorar

como os mesmos podem contribuir para o desenvolvimento dessa empresa, detalhando

inclusive etapa por etapa do processo como forma evidenciar se há viabilidade. Pretende-se

com isso, não só a divulgação do resultado desse trabalho a novos e futuros empreendedores e

no caso da GatoXadrez.com, minimizar despesas iniciais do negócio e atrair pessoas com ideais

semelhantes aos propostos pela nova empresa (open innovation).

Contudo, pensou-se também, em um modelo de negócios baseado em uma plataforma

de internet, descrito no item 4.3 e outros produtos relacionados aos temas propostos conforme

quadro 5, ambos para uma atuação futura, conforme detalhado a frente, e sob condições de

possíveis mudanças devido as incertezas dos resultados dos testes futuros e do mercado.

A empresa está em fase final de formalização, possui seu próprio site, que no momento,

só trabalha o processo de captação de profissionais interessados, possui o personagem principal

Gato Xadrez já registrado no INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial como

apresentação figurativa, com natureza de marca de produto, com especificações em livros.

Inicia formalmente como Editora, com código de atividade econômica principal 58.11-5-00 -

Edição de livros, e secundários relacionados: 47.61-0-01 - Comércio varejista de livros, 47.63-

6-01 - Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos, 47.72-5-00 - Comércio varejista

de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, 47.81-4-00 - Comércio varejista

de artigos do vestuário e acessórios, 63.19-4-00 - Portais, provedores de conteúdo e outros

serviços de informação na internet, 73.12-2-00 - Agenciamento de espaços para publicidade,

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exceto em veículos de comunicação e 74.90-1-04 - Atividades de intermediação e

agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários.

Dentro do contexto da unidade caso, buscou-se analisar oportunidades de atuação no

mercado de livros infantis impressos e digitais, vendas dos produtos no mercado, além do

governo e instituições de ensino privada, visando inserir os temas na abertura proporcionada

pela BNCC - Base Nacional Curricular Comum. Mediante as possibilidades de negócios, a

empresa se adiantou no processo de formalização, mesmo antes do lançamento do protótipo

(MVP), com objetivo de denotar seriedade e segurança aos interessados, principalmente nos

aspectos de direitos autorais e morais, pois, conforme relatado no site da empresa, todos os

envolvidos serão remunerados de acordo com a participação, além do reconhecimento do

trabalho.

Nesse contexto, a empresa também pesquisou plataformas com ofertas semelhantes no

mercado brasileiro, o que se viu, são situações onde:

- Já se oferece inserção da criança dentro da história, porém, com personalização ainda

aproximada por desenhos envolvendo cor, vestimentas, acessórios e o nome, com histórias pré-

definidas.

- Criação da própria história, onde a criança cria e ilustra sua própria história e a

publicação e venda é restrita aos familiares a amigos. A abordagem desse modelo busca captar

escolas públicas e privadas para venda desse serviço para incentivo à leitura ou adaptado a

algum tema pedagógico de interesse das escolas.

- Vendas de livros infantis adequado a idade, com serviços de assinatura mensal, e apoio

pedagógico aos pais sobre o desenvolvimento literário e cognitivo, atuando em temas

relacionados a geografia, ciências, história e artes, além de marketplace com produtos

relacionados a crianças, (Móveis, roupas, acessórios para bebês, amamentação, segurança,

instrumento musicais e jogos eletrônicos).

- Vendas de livros diversos, exclusivamente para leitura de forma eletrônica, com

assinatura mensal e inventivo a leitura com os pais.

- Oferta de biblioteca virtual com livros infantis digitais em inglês e português, onde a

escola e os pais podem acompanhar o desempenho da criança sobre o processo de proficiência

da leitura.

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A empresa considera sua oferta diferenciada em relação as ofertas citadas acima, pois

acredita que poderá envolver de maneira mais efetiva as crianças no processo de leitura, criação

de histórias, individualmente ou em família de acordo com a premissas validadas.

4.2 Apresentação dos temas de interesse didático instrucionais da GatoXadrez.com

Neste item procura-se esclarecer os motivos da escolha dos temas pela empresa

GatoXadrez.com. A empresa considera que há uma inter-relação entre os mesmos de maneira

que um item complementa o outro, entende que o empreendedorismo não deve sem pensado e

iniciado sem conceitos éticos sólidos, sem responsabilidade social, pois a empresa deve cumprir

suas obrigações fiscais e com isso contribuir com o desenvolvimento da sociedade, e através da

contabilidade compreender que um novo negócio necessita de entendimentos sobre custos,

preços, controles financeiros, orçamento e objetivos. O ensino desses temas de forma lúdica e

interativa e nos anos iniciais de aprendizagem buscam preparar as crianças para que no futuro

possam estar minimente orientadas e preparadas caso queiram empreender.

4.2.1 Empreendedorismo

O empreendedorismo não é um tema que está incluído no sistema de ensino nacional,

vê-se muitas iniciativas em universidades, organizações de apoio, escolas privadas e outras

inciativas isoladas para crianças, jovens e adultos, cuja pretensão é contribuir para o

desenvolvimento desse ecossistema devido ao baixo nível de educação empreendedora

(SILVA e CÁRIA 2015), 86 % dos jovens não tiveram nenhum preparo ou qualificação nesse

tema ao longo da idade escolar, apesar de ser um seguimento de grande transformação da

sociedade. (CONAJE 2016), (ENDEAVOR 2013). A exposição do conceito de

empreendedorismo no item 2.2 e o contexto do empreendedorismo no Brasil descrito no item

2.2.1, evidencia que há necessidade de avanços na educação empreendedora, a escolha do tema

e do público se justifica, pois pode ajudar a construir um maior entendimento através do ensino

continuo as crianças. A educação empreendedora na educação infantil, principalmente em

idades precoces, antes da adolescência, é o momento adequado e importante para o

desenvolvimento de habilidades não cognitivas como a criatividade, auto eficiência e

habilidades sociais e que podem beneficiar o empreendedorismo. (ROGERS e HEWSON,

2016), (PALINHAS, 2010).

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4.2.2 Ética

Dolabela e Filion, (2013) afirmam que "o empreendedorismo muitas vezes é visto sob

um aspecto negativo e os empreendedores retratados como exploradores e antiéticos. A ética

deve ser levada em conta." A educação empreendedora deve conter todos os aspectos éticos do

relacionamento humano, esse conceito deve ser ensinado de maneira a ser absorvido e visto

como fundamental e necessário.

O empreendedorismo também é visto como algo de grande relevância e importância, é

valorizado pela sociedade, é uma atividade que pode transformar uma nação, que pode

contribuir para o desenvolvimento de um país, gerando mobilidade social, não só para quem

empreende, mas também pelos empregos gerados (BRITO et al. 2013) VASCONCELLOS,

2014), ORCIOLLI E NOBRE, 2016). A atividade vai além da contribuição econômica e pode

também ser exemplo da maneira correta de agir e fazer (BOAVA e MACEDO, 2017). A ética

nesse contexto deve ser ensinada em conjunto para que futuros empreendedores possam

promover a conduta ética através do seu comportamento, na sua empresa, no relacionamento

com seus fornecedores e clientes.

O desafio maior dos nossos dias é forjar uma cidadania universal na qual todos

os seres humanos se sintam e se saibam cidadãos, ou seja, precisamos aceitar

a impossibilidade de um universalismo moral absoluto, que imporia valores

detalhados para todos os povos e comunidades e, simultaneamente, não aceitar

o relativismo e o ceticismo éticos, que acarretam um vale-tudo aético, bem

presente nas atuais sociedades liberais. [...] Em uma sociedade plural, como a

contemporânea, é essencial que sejamos capazes de construir um projeto ético

que permita conciliar as exigências irrenunciáveis de justiça com a diversidade

dos diferentes projetos de vida [...]. (ESAF, 2014, p. 53)

4.2.3 Cidadania Fiscal

A educação tem um papel transformador na sociedade, ajuda na formação de cidadãos

conscientes, reflexivos e contribui para a transformação social através de uma conduta solidária,

que valorize o bem comum, ajudando a evitar desperdícios e corrupção. Os cidadãos devem

conhecer os prejuízos que podem ser causados a toda a sociedade com uma conduta inadequada,

a exemplo de pirataria que provoca redução de arrecadação, perdas de empregos, concorrência

desleal e fechamento de industrias. A educação fiscal não é um componente curricular comum

conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC 2017 p. 28-33), que procura garantir a

aprendizagem essencial conforme preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). A educação

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fiscal está no campo Currículos, e sua aplicação está a cargo dos sistemas e redes de ensino,

que têm autonomia e competência para incorporar o tema ao currículo e às propostas

pedagógicas. O tema cidadania fiscal é um tema considerado contemporâneo e que afeta a vida

humana (BNCC, 2017 p. 15-21).

O Brasil possui o PNEF - Plano Nacional de Educação Fiscal e apresenta conceito de

educação fiscal como:

Processo educativo que visa à construção de uma consciência voltada ao

exercício da cidadania, objetivando e propiciando a participação do cidadão

no funcionamento e aperfeiçoamento dos instrumentos de controle social e

fiscal do Estado. (PNEF, 2017 p. 6)

A GatoXadrez.com traz o tema de cidadania fiscal como área de interesse, até porque a

implantação da educação fiscal esteve a cargo dos estados e municípios, apesar de fazer parte

do BNCC Currículos juntamente com outros temas como: direitos da criança e do adolescente,

educação para o trânsito, educação ambiental, educação alimentar e nutricional, processo de

envelhecimento, respeito e valorização do idoso, educação em direitos humanos, educação das

relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, bem

como saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, educação financeira, trabalho,

ciência e tecnologia e diversidade cultural. Considera-se relevante incluir o tema com

abordagem voltada para o empreendedorismo. (BNCC, 2017 p. 13-14). Para uma compreensão

do modo que se pretende ensinar as crianças, abaixo vê-se detalhes do primeiro MVP da Gato

Xadrez.com que trata do tema de cidadania fiscal e está inserido na história: O Gato Xadrez, o

Juarez e o duende da floresta negra, primeira vez, esta história envolve os personagens Gato

Xadrez e Juarez com um duende de outro planeta e traz temas como:

- A importância do pagamento de impostos para a cidade e para o coletivo;

- A observação sobre os resultados da destinação dos impostos (o que é recebido de

volta como serviços, educação, organização, etc.);

- A importância de cada uma fazer a sua parte como cidadão e acompanhar a aplicação

dos recursos.

Esse mesmo título de história se repete como: O Gato Xadrez, o Juarez e o duende da

floresta, segunda vez, que tratará do tema de empreendedorismo, no qual os personagens Gato

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Xadrez e Juarez para promover um segundo encontro com o duende, terão que empreender.,

situação onde deverão aprender conceitos de custos, de vendas, orçamento e ética.

4.2.4 Contabilidade

O tema de contabilidade foi considerado importante ensinar devido à necessidade dos

conceitos contábeis para empreender. Para a GatoXadrez.com é um tema interessante pois se

entende, na proposta da empresa, que ensinar contabilidade seja uma oportunidade para expor

esse tema podendo incentivar as crianças e os pais a adotarem outras iniciativas sob essa mesma

perspectiva. O trabalho envolve repassar conceitos básicos de contabilidade para que a criança

tenha noção de controles relacionados à atividade empreendedora. Ensinar os conceitos de

custos, preços, controles financeiros, orçamento, objetivos entre outros de forma lúdica,

interativa e integrada aos demais conceitos que se pretende ensinar, visa proporcionar um

aprendizado amplo sobre empreendedorismo. Efetuaram-se consultas para identificar trabalhos

relacionados ao ensino de contabilidade para crianças em inglês e português com os seguintes

descritores em português: contabilidade e ensino de crianças, educação contábil para crianças,

contabilidade para crianças e criança e contabilidade, os mesmos descritores em inglês, sendo:

accounting and teaching children, accounting education for crildren, accounting for children

e child and accounting. As pesquisas foram realizadas no dia 03/09/2018, as 21:00 nas

plataformas: Portal Capes - Web of Science (Tópico - 1945-1918 - Todas as bases de dados).

No SIBi da Universidade de São Paulo e nas bases de dados Scopus Elsevier e não foram

localizados artigos que tratassem desses temas.

4.3 Modelo de Negócios GatoXadrez.com

O desenho do negócio do projeto GatoXadrez.com divide-se em 2 grupos: o primeiro

representa os associados profissionais e o segundo é relacionado ao público alvo envolvendo

crianças de 6 a 10 anos. Os associados profissionais referem-se a um círculo de pessoas com

interesses de atuação conjunta e relacionamento através de crowdsourcing, um dos conceitos

de open innovation; no caso da GatoXadrez.com a ideia é buscar profissionais para atuar através

da colaboração intrínseca. O segundo, refere-se ao público alvo e às formas de atuação nesse

mercado, conforme tabela 7, o potencial dentro da faixa de idade estipulada são mais de 22

milhões de crianças. Além de atuação específica sobre o potencial de clientes, devido à

motivação e ao gênero de leitura, pretende-se trabalhar com o processo de co-creation, outro

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conceito de open innovation, em virtude do nível de influência de pais e professores; por

conseguinte, pretende-se também estreitar o relacionamento com esse público. Cada público

terá uma abordagem diferente e sinérgica, conforme descrição que se faz a seguir dos dois

grupos do desenho de negócio, e seus componentes. A figura 4 apresenta essa estrutura

interligada.

- Associado profissional: Refere-se ao grupo de profissionais com interesses de

atuação conjunta e que executarão serviços conforme as necessidades de cada

produto, sendo remunerados pelas vendas relacionadas aos produtos trabalhados

e pelo grau do reconhecimento dos serviços executados. São exemplos de

profissionais: ilustradores, diagramadores, capistas, escritores, desenvolvedores

de jogos, etc.

- Espaço da criança - Local onde as crianças poderão interagir com a plataforma

gratuitamente: Leitura de livros, pinturas, escrever histórias, participar de

competições de histórias, jogos individuais ou em grupos.

- Espaço Pais: Os pais podem acompanhar as atividades dos filhos na plataforma

e efetuar e/ou autorizar compras de produtos, acompanhar as atividades

selecionadas por escolas e professores. Disponibilização de pesquisas e

reportagens sobre crianças, incentivo aos estudos, sugestões de leituras via redes

sociais e/ou site.

- Espaço Professores - Espaço destinado ao cadastramento de professores para

disponibilização de material didático instrucional nos temas definidos pela

empresa, atividades em sala, promoção de concursos de histórias. Livro para o

professor. Canal de compartilhamento de atividades em sala com outros

professores e canal de feedback sobre os produtos da GatoXadrez.com.

- Market Place - Espaço para venda de produtos: livros impressos, livros

eletrônicos, jogos eletrônicos, publicação de histórias, brinquedos, mini

acampamentos, workshop de empreendedorismo e outros para licenciamento de

brinquedos, roupas, calçados, material escolar, etc.

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Figura 4 - Desenho do negócio - GatoXadrez.com

Fonte: O autor - *Outros produtos descritos no quadro 5.

O que se mostra na figura 4 e também no quadro 5 representa a idealização final do

projeto de empresa, formulação inspirada nas sugestões de Ries (2011), como diz na frase

“pensar grande e começar pequeno”; o processo de construção do negócio se inicia através da

utilização do conceito lean startup, etapa por etapa, até a decisão de pivotar ou perseverar.

4.3.1 Produtos e serviços

Todos os produtos constantes no quadro 5 estão relacionados a oito personagens

infantis: O Gato Xadrez, personagem principal, o primo Juarez, a colega Inês e o duende

Astronez, além dos tios do Gato Xadrez chamados Martinez e Roza Inez e os pais do Gato

Xadrez: Sr. Galvez Xadrez e Sra. Mercês Xadrez.

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Quadro 5 - Produtos propostos para a empresa GatoXadrez.com

Fonte: O autor

A empresa pretende ensinar os conceitos sobre empreendedorismo, cidadania fiscal,

ética e contabilidade, através de publicação de livros infantis, que poderão ser escritos por

colaboradores externos, pais, professores e as próprias crianças a partir de temas que direcionem

ao aprendizado proposto pela GatoXadrez.com envolvendo todos os personagens, sempre com

um conteúdo lúdico e interativo, além de outros produtos listados, a exemplo do workshop para

crianças, envolvendo atividades de ensino, brincadeiras e desafios, além de mini acampamento

para empreendedores. Essas são atividades e programas a serem desenvolvidas de acordo com

a evolução dos negócios. O modelo lean startup é um conceito que pode facilitar o início dessa

atividade, de maneira enxuta, focada no aprendizado e reduzindo as chances do

Produtos Gato Xadrez.com

As Histórias do Gato Xadrez: publicação livro normal nos idiomas português, inglês e espanhol e

Livros com possibilidade de alterar o final da história (interativo). - Adesivado e/ou quebra cabeça;

Livros impressos Em preto e branco vazados para colorir.

Somente com ilustrações para que a criança crie sua própria história. Coloridos e em preto e branco para

colorir

Atividade: As Histórias do Gato Xadrez colorido e em preto e branco para colorir.

Plataforma de internet Somente com ilustrações para que a criança crie sua própria história.

Espaço para que a criança crie sua própria história, com movimentação e interação dos personagens com

possibilidade de publicação de forma impressa ou eletrônica e compartilhamento

Competições de melhores histórias recriadas pelas crianças - A partir de uma história inicial retirada da

publicação.

Competições de melhores histórias criadas pelas crianças, famílias e turmas escolares para publicação

Mini escola de empresas - Cursos para crianças

Conteúdo didático instrucional para pais e professores via rede social.

Livros eletrônicos As Histórias do Gato Xadrez, nos idiomas português, inglês e espanhol .

Jogos eletrônicos Jogos para computador, tablets e celular: Interativos com possibilidade de competições, Jogos de formação

de negócios e empresas com possibilidade de competições

Brinquedos Jogos de tabuleiro

Material escolar, produtos de papelaria e licenciamentos

Outros produtosWorkshop para crianças - Brincadeiras de empresas

Acampamento de mini empreendedores

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erro e a inovação aberta se mostra como alternativa a integração de indivíduos que possam

colaborar com a construção desse empreendimento de modo intrínseco ou extrínseco.

4.4 Ciclos de construção do negócio GatoXadrez.com

Na figura 5 apresenta-se o fluxo de construção do negócio utilizado para a criação da

empresa GatoXadrez.com, utilizando o método lean startup, partindo para o MVP do seu

primeiro produto baseado no Ciclo de feedback: Construir-medir-aprender de Ries (2011)

combinado com os conceitos da inovação aberta.

Figura 5 - Ciclo de construção do negócio GatoXadrez.com

Fonte: Ries (2012 p. 51), Lhamas Fernández e Fernández Rodríguez (2018, p. 87) Adaptado pelo autor.

Dentro do ciclo de feedback - Construir-medir-aprender, a empresa GatoXadrez.com

inicia o processo de utilização da metodologia lean startup, porém, para efeito de maior

compreensão visual do modelo, a empresa adaptou o ciclo de construção do negócio

acrescentando os itens: pivotar, à partir da não validação das premissas e perseverar, à partir

da validação das premissas estabelecidas; ambas as etapas foram acrescentadas à figura do

modelo.

Embora a empresa tenha definido sobre a utilização dos conceitos de open innovation

em conjunto com ciclo de construção do negócio, decidiu-se que o mesmo não seria utilizado

na fase inicial de Ideia - Hipóteses - Construir com objetivo de preservar a proposta do novo

negócio; assim, no desenho do modelo adotado, esse tópico foi colocado solto dentro do ciclo,

para avaliar em qual fase seria mais adequada iniciar sua utilização.

Ideia Produto / MVP

Medir Aprender

Premissas

reprovadas

Premissas

aprovadas

Pivotar

Open Innovation

Perseverar

Dados

Construir

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4.4.1 Ideia - Hipóteses - Construir

Figura 6 - Ideia - Hipóteses - Construir

Fonte: Ries (2012 p. 51), Lhamas Fernández e Fernández Rodríguez (2018, p. 87) Adaptado pelo autor.

Sabe-se que o modelo lean startup procura reduzir o desperdício de tempo e dinheiro,

e busca manter contato constante com o cliente para validar as premissas do negócio o quanto

antes, pois toda atividade inicial que não contribui com o aprendizado sobre o cliente é

considerada desperdício de tempo. O empreendedor tem a ideia, constrói o MVP, mede os

indicadores, aprende sobre o que deu certo e errado e decide o caminho em função desses

resultados, Ries (2011). Entretanto, a empresa GatoXadrez.com considerou que, ao ter uma

ideia, deve-se fazer uma pesquisa abrangente sobre o mercado onde essa nova ideia pretende

entrar. Embora esse trabalho não tenha tanta ênfase no ciclo Construir-Medir-Aprender,

definiu-se que é uma tarefa de grande importância devido às condições de incerteza de

sobrevivência e continuidade de uma startup; portanto, quanto maior o número de informações

acerca do ambiente, antes do primeiro passo, foi considerado relevante.

Em vista disso, foram realizados estudos sobre o mercado de livros impressos e

eletrônicos no Brasil, o contexto educacional, os hábitos e as motivações de leitura, o público

alvo, os concorrentes, os conteúdos didáticos instrucionais que serão ensinados e um panorama

do empreendedorismo. Com base nesses estudos e em função dos objetivos sociais do projeto,

o negócio da empresa foi aprimorado em relação ao que pensava o empreendedor. Com isso,

foi definido uma ideia a ser testada e isso possibilitou a execução do modelo Business Model

Canvas, conforme abaixo. Nesta etapa, até mesmo para justificar a não inclusão dos conceitos

de open innovation. a empresa analisou se incluiria ou não questões relacionadas à inovação

aberta, se compartilharia a ideia do produto ou a ideia do projeto. No caso de compartilhar a

Ideia Produto / MVP

Medir Aprender

Premissas

reprovadas

Premissas

aprovadas

Pivotar

Open Innovation

Perseverar

Dados

Construir

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ideia do produto, poderia ser um risco, ou não, mas elevaria o prazo de conclusão, da mesma

forma em relação à ideia do projeto, que talvez demandasse um tempo ainda maior. Além disso,

abertura do projeto ou produto se contrapõe à sugestão de Ries, para quem qualquer atividade

inicial que não contribua com o aprendizado sobre o cliente é considerada desperdício de tempo,

pois com o MVP é possível começar o processo de aprendizagem o mais rápido possível.

Conforme afirma Ries (2001 p. 70):

No entanto, não é necessariamente o menor produto imaginável; trata-se,

apenas, da maneira mais rápida de percorrer o ciclo construir-medir-aprender

de feedback com o menor esforço possível. Ao contrário do desenvolvimento

de produto tradicional, que, em geral, envolve um período de incubação longo

e ponderado e aspira à perfeição do produto, o objetivo do MVP é começar o

processo de aprendizagem, não terminá-lo. Diferentemente de um protótipo

ou teste de conceito, um MVP é projetado não só para responder a perguntas

técnicas ou de design do produto. Seu objetivo é testar hipóteses fundamentais

do negócio.

Conforme recomenda Blank e Dorf (2012), a empresa adotou a utilização do Business

Model Canvas para uma visão geral do negócio e como forma de explicitar as hipóteses de valor

e crescimento, que devem ser confirmadas na interação com os clientes. A orientação é utilizá-

lo como um guia para facilitar a identificação de onde e de qual maneira a empresa deve se

movimentar para adequação do MVP.

Abaixo as hipóteses levantadas pela GatoXadrez.com. e representam a primeira versão

para o desenvolvimento do negócio, podendo ocorrer alterações a partir dos resultados da

metodologia lean startup e respostas sobre a abordagem da inovação aberta.

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Quadro 6 - Modelo Canvas - Visão Geral do Negócios

Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011, p. 19). Adaptado pelo autor.

4.4.1.1 Construir - MVP - Minimum Viable Product

Nesta etapa do ciclo, ocorreram dúvidas sobre o processo. Como sair da ideia para o

produto direto? Como construir o produto? No caso da GatoXadrez.com, poderia ser um livro

impresso como qualquer um outro e colocar à venda para um teste direto. Em se tratando de um

livro infantil, o mesmo deveria ser completo e atrativo como qualquer outro disponível no

mercado, diferentemente de produtos digitais, para os quais se pode disponibilizar uma pequena

quantidade de recursos e de acordo com o feedback dos clientes, ir promovendo as adaptações

e disponibilizando mais recursos.

A empresa ponderou os riscos envolvidos em lançar um livro que não agradasse o

público, o que poderia prejudicar a imagem do personagem principal e dos demais, o que talvez

levasse à falta de oportunidade para um segundo lançamento. Além disso, havia a escassez de

recursos necessários, o que exigiria abrir o projeto de imediato para buscar parceiros através

do crowdsourcing, porém, através de colaboração intrínseca, o que poderia aumentar o tempo

de construção do produto.

2 - Proposições de

Valor:

Aprendizado com

diversão e interatividade

sobre

empreendedorismo,

ética, cidadania fiscal e

contabilidade

Ajudar os pais, escolas e

a sociedade na formação

de uma nova geração

de pessoas para

transformar o país

através do

empreendedorismo

3 -Canais

Site

GatoXadrez.com

Lojas parceiras

7 - Atividades Chaves:

Criatividade e inovação

Gestão de Plataforma

Interatividade

6 - Recursos Chaves:

Plataforma internet

Sistemas / Software

Recursos Humanos

4 -

Relacionamento

com cliente:

Redes Sociais:

Facebook

Instagram

Blog

Co-criação

1 - Segmento de clientes:

Segmento:

Infanto Juvenil.

8 -Parceiros Chaves:

Crowdsourcess:

Web designers / Escritores

Revisores/Tradutores/

Ilustradores/

Programadores

Gráficas

Outras empresas - Criação

e manutenção plataforma

9 - Estrutura de custo:

Manutenção mensal da plataforma

5 - Fontes de receitas:

Vendas de produtos: Livros impressos e eletrônicos, Jogos

eletrônicos, Brinquedos, Eventos. Outros produtos.

(Compra e uso repetido)

.

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Embora a preocupação com a qualidade tenha existido, definiu-se que seria construído

um primeiro produto para rodar no círculo de Ries. Esse produto consistiu em um protótipo de

livro infantil e um caderno de testes para validação das premissas, interação do público alvo

com a história para analisar o entendimento em relação ao tema proposto e não a apreciação ao

design do produto final. Assim, a primeira história testada envolveu 3 dos 8 personagens, trouxe

um enredo atrativo (segundo alguns pré testes feitos com crianças na faixa etária selecionada)

e um conteúdo didático instrucional relacionado à cidadania fiscal. A GatoXadrez.com

apresentou o desenho do seu negócio conforme figura 4 e uma lista de produtos que pretendia

trabalhar no futuro, conforme quadro 5, de acordo com o desenvolvimento e validação de suas

premissas. Todavia, o início da atividade se deu como citado acima, desse modo, o primeiro

MVP da GatoXadrez.com foi um protótipo de um livro infantil composto de duas partes,

conforme descrições abaixo:

Protótipo parte A

Nome: As Histórias do Gato Xadrez

Produto: Livro infantil

Títulos: O Gato Xadrez, o Juarez e o duende da floresta negra, primeira vez.

Personagens: Gato Xadrez, Juarez e Astronez.

Conteúdo didático instrucional: Cidadania Fiscal

Formato: A4 - 21 x 29,7 cm

Fonte: Comic Sans MS - tamanho 16 - Cinza escuro

Número de páginas: 34

Idioma: Português

Quantidade produzida: 10 unidades

Acabamento: espiral

Este protótipo tem um resumo da história do livro apresentada no Apêndice 2.

Premissas a serem testadas, elaboradas pela empresa:

P 1- As crianças gostariam de construir suas próprias histórias com personagens infantis.

P 2 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os amigos da sala

de aula.

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P 3 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os pais, irmãos,

tios ou avós.

P 4 - As crianças gostam de alterar o final das histórias infantis.

P 5 - As crianças gostam de mudar as cores nos livros de histórias infantis.

P 6 - As crianças gostam de acrescentar outros personagens às histórias que leem.

P 7 - As crianças gostam de fazer parte das histórias infantis.

P 8 - As crianças se envolvem com os personagens de histórias infantis.

P 9 - As crianças gravam e aprendem com histórias infantis.

P10 - As crianças gostam de ler histórias no tablet e celular.

Protótipo parte B

Nome: As Histórias do Gato Xadrez

Produto: Livro de atividades

Títulos: O Gato Xadrez, o Juarez e o duende da floresta negra, primeira vez. Brincadeiras e

atividades

Personagens: Gato Xadrez, Juarez e Astronez.

Conteúdo didático instrucional: Cidadania Fiscal

Formato: A4 - 21 x 29,7 cm

Fonte: Comic Sans MS - tamanho 16 - Cinza escuro

Número de páginas: 6

Idioma: Português

Quantidade produzida: 300

Acabamento: Grampo

Este protótipo pode ser visualizado no Apêndice 3.

O MVP foi composto por duas unidades, um protótipo de livro texto e um livro de

atividades, editados no formato do programa Word, sem ilustrações, sendo um formato que

não demandou recortes, em papel na cor branca, com texto em cinza escuro e imagem do Gato

Xadrez em todas as páginas. Os livros textos foram produzidos em baixa quantidade de

exemplares através de impressão a laser, com capa colorida e parte interna em cinza escuro. O

livro texto é para uso exclusivo dos professores e o livro de atividades foi desenvolvido para

uso dos alunos, pois o objetivo era testar em escolas através de contação de histórias e aplicação

das atividades. O protótipo foi revisado no aspecto pedagógico e literário por pedagoga

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especializada em história infantil, além de passar por revisão ortográfica e gramatical. A obra

não foi registrada na agência brasileira do ISBN - International Standard Book Number, com

exceção da figura do Gato Xadrez, que está registrado no Instituto Nacional de Propriedade

Industrial - INPI.

Nessa fase do modelo lean startup, a compreensão sobre a construção do produto é de

fundamental importância, percebe-se que nem todos os produtos podem iniciar como produtos

prontos, segundo Ries (2001, p. 49), no modelo da startup enxuta, "um experimento é mais do

que uma pesquisa teórica, também é o primeiro produto" pois se for bem sucedido permite a

construção do produto final. Construir um MVP para Ries (2001 p, 77) também envolve muitos

riscos, reais e imaginários. "Ambos podem sabotar os esforços da startup, a menos que sejam

compreendidos antecipadamente. Os obstáculos mais comuns são questões legais, receios

acerca da concorrência, riscos para a marca e o impacto sobre o moral". No caso da

Gatoxadrez.com a construção do primeiro produto em forma de protótipo se mostrou como a

melhor alternativa.

4.4.2 Produto - Medir - Validação protótipo

Figura 7 - Produto - Medir - Validação do protótipo

Fonte: Ries (2012 p. 51), Lhamas Fernández e Fernández Rodríguez (2018, p. 87) Adaptado pelo autor.

O conceito de medir o negócio apresentado por Ries (2011, p. 81) expõe que

"a tarefa da startup é (1) medir rigorosamente onde ela está naquele momento (baseline),

confrontando as duras verdades reveladas pela avaliação, e, em seguida, (2) criar experiências

para descobrir como mover os números reais para mais perto do ideal [...]." Essa é uma situação

que sugere um MVP em estágio de venda, mesmo que somente para testá-lo e utilizar a

contabilidade para a inovação, que é baseada em 3 passos: o primeiro utiliza um MVP factível

Ideia Produto / MVP

Medir Aprender

Premissas

reprovadas

Premissas

aprovadas

Pivotar

Open Innovation

Perseverar

Dados

Construir

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94

para determinar "dados reais a respeito de onde a empresa está naquele exato momento

(baseline). Sem um quadro claro do status corrente ⸺ não importa a distância que se está do

objetivo ⸺, é impossível começar a acompanhar o seu progresso"; o segundo trata da

regulagem do motor de crescimento "a partir da baseline na direção do ideal. Isso pode exigir

muitas tentativas. Após a startup fazer todos os ajustes e otimizações de produto possíveis para

mover sua baseline rumo ao ideal", situação que leva a empresa a um ponto de decisão, que é

o terceiro passo: pivotar ou perseverar (RIES, 2011 p. 83).

A descrição acima refere-se aos três marcos de aprendizagem, retratando como funciona

a contabilidade para a inovação. No caso da GatoXadrez.com, a empresa optou por utilizar um

protótipo de produto, sem vendas, para medir as premissas que contribuirão para os ajustes

necessários no produto inicial e nos demais que pretende lançar, a descrição acima também

sugere o processo de aprendizagem validada, apresentada pelo mesmo autor dentro do conceito

aprender; porém, nesta fase, apresenta-se todo o processo de coleta de dados para validação

das premissas e dados relevantes para o aprendizado.

Inicialmente pretendia-se efetuar a validação do MVP em 4 escolas privadas da região

norte da cidade de São Paulo, sendo uma delas no bairro Imirim e três na Vila Nova

Cachoeirinha; esses bairros estão nos distritos de Santana e Cachoeirinha respectivamente. A

ideia era fazer o teste dentro da faixa de idade especificada pelos objetivos do projeto; porém,

devido ao período bimestral e à quantidade de alunos disponibilizados para pesquisa na primeira

escola abordada, o que impossibilitou a realização em mais de uma instituição de ensino. O

trabalho foi concentrado em uma escola da Vila Nova Cachoeirinha, denominada Colégio Nova

Cachoeirinha.

Foi feita uma reunião com a coordenadora pedagógica do Colégio Nova Cachoeirinha,

na data de 20/10/2018, na qual foi apresentada a proposta da atividade e com o “de acordo” do

colégio, foi enviada carta de solicitação de autorização para pesquisa com detalhamento da

proposta (apêndice 3) e modelo de carta de resposta para autorização (anexo 1).

A coordenação pedagógica da escola considerou inadequada a participação dos alunos

da 1ª série, devido à fase de alfabetização; assim sendo, o trabalho envolveu 270 alunos do 2º

ao 5º ano do ensino fundamental - anos iniciais. Foi programado que o trabalho seria

desenvolvido em sala de aula, em um prazo estimado de até duas semanas, com duas séries por

dia; entretanto, devido às dificuldades do colégio em conciliar horários para 16 séries em dois

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turnos diferentes, matutino e vespertino, foi sugerida a realização do teste em auditório com

mais de uma série em conjunto, sendo que a data, os horários e as turmas foram definidos pela

instituição de ensino.

A atividade envolveu também crianças com 11 anos de idade devido às séries do 5º ano

contarem com 50 % dos alunos nesta faixa de idade, e 48 % com 10 anos de idade, além de 1

aluno com 12 anos e outro com 13 anos de idade. Esses alunos participaram do teste por não

ser possível dispensá-los da aula, porque nessa situação não havia condições de monitoramento

por parte dos professores, uma vez que, os mesmos estariam no auditório com os demais alunos.

A atividade foi conduzida por professora com experiência em contação de histórias, tendo a

mesma recebido com antecedência os protótipos A e B. Contou-se também com a colaboração

das professoras de cada série envolvida durante o processo, principalmente na aplicação das

atividades do protótipo B. Devido à distribuição por turmas e em cada uma delas conterem

todas as idades, adotou-se a seguinte dinâmica:

1ª atividade - Leitura do protótipo A.

2ª atividade - Leitura das questões das atividades 1 e 3 do protótipo B.

3ª atividade - Orientação e liberação para a atividade 2 do protótipo B.

Essa dinâmica foi adotada, para que as crianças do 2ª e 3ª ano pudessem ter um maior

nível de compreensão dos exercícios 1 e 3 do protótipo B, como também para que os alunos

ficassem mais à vontade para o desenvolvimento da atividade 2 que envolveu exercícios de

reflexão, criação e desenhos, além do apoio dos professores para orientação de como executar.

Todas as séries foram anteriormente orientadas a levar para o auditório, 1 caderno ou livro para

apoio e estojo de lápis ou canetas coloridas, devido às cadeiras não contarem com pranchetas

dobráveis. O trabalho teve o acompanhamento de um observador, que não efetuou qualquer

tipo de interação com alunos e professores durante o processo. O processo foi conduzido

diretamente pela instituição de ensino, sem envolvimento de terceiros, desse modo, não foi

necessário autorização dos pais e do comitê de ética da Universidade. As atividades ocorreram

conforme se descreve a seguir:

Data da realização: 01/11/2018

Local: Auditório do Colégio Nova Cachoeirinha

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Horários: - 9h às 9h30min - reunião com professora responsável para contar a história e

aplicação do livro de atividades. Abaixo, no quadro 7, total do público abordado e no quadro 8,

horários por turma.

Quadro 7 - Público total - atividades com alunos

Fontes: Dados da pesquisa - adaptado pelo autor

Quadro 8 - Programação - atividades com alunos

Fonte: Dados da pesquisa - adaptado pelo autor

O processo de medir - validação do Protótipo buscou informações para evidenciar o

nível de compreensão da história pelos alunos com as atividades 1 e 2 do Protótipo B -

Brincadeiras e Atividades e confirmação das 10 premissas do MVP através da atividade 3, com

Séries Número de Idades alunos

Gênero

alunos alunos por idade Masc. Fem.

2ªSérie 70 7 45 132 137

3ª Série 53 8 58

4ª Série 62 9 56

5ª Série 84 10 65

11 43

12 e 13 2

Turma Horário Séries Número de Idades alunos Gênero

Total de

alunos

alunos alunos por idade Masc. Fem. por tuma

1 9h30min. - 2ºA 21 7 23 36 37 73

10h30min. 2ºB 13 8 11

4ºB 17 9 12

5ºA 22 10 14

11 13

2 10h30min.- 3ºA 16 8 17 28 34 62

11h30mi. 3ºB 13 9 18

4ºA 12 10 17

5ºB 21 11 9

13 1

3 13h30min - 2ºC 18 7 9 37 39 76

14h30min 3ºC 12 8 25

3ºD 11 9 15

4ºD 16 10 19

5ºD 19 11 7

12 1

4 15h - 16 h 2ºD 18 7 13 31 27 58

4ºC 18 8 5

5ºC 22 9 11

10 15

11 14

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esse procedimento de pesquisa foi possível identificar as respostas das 3 atividades por idade,

série, gênero e turma, além de aspectos atitudinais durante a atividade gerando os dados

apresentados a frente.

4.4.2.1 Resultados observação direta - atividades 1 e 2 do protótipo B

Em relação ao trabalho de observação direta, conclui-se que as atividades transcorreram

de maneira adequada e uniforme, com exceção dos prejuízos de tempo da turma 1, conforme

detalhado no apêndice 5 - Relatório de observação direta. Apesar das dispersões registradas

(desenhando ou não atentas), 35,6% na turma 1, 38,1 % na turma 2, 34,2% na turma 3 e 10,3%

na turma 4, percebeu-se que ocorreram no início da história, com aumento da atenção entre 10

e 12 minutos, momentos onde a história inicia uma interação maior entre os personagens,

envolvendo nave espacial e viagem para outro planeta, o que sugere que o enredo é mais

interessante a partir desta parte da história. Considera-se também adequada a realização

completa da atividade 3 do protótipo B, com leituras, explicações, apoio e sem interferências

quanto às opções de resposta pelos alunos. Para efeito de avaliação da observação direta

realizada e do protótipo A, excluindo as análises da atividade 3, considerando que na atividade

1 as questões tiveram os índices de acertos apresentados no gráfico 6.

Gráfico 6 - Percentual de alunos total / quant. de acertos - Atividade 1 Protótipo B

Fonte: Dados da pesquisa - Elaborado pelo autor

38,1%

27,4%

16,3%

9,7%

7,8%

0,7% 0,0%

Percentual de alunos total / quant. de acertos - Atividade 1 Protótipo B

7 6 5 4 3 2 1

Quantidade de questões

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Observa-se que 81,8% dos estudantes acertaram entre 5 e 7 questões da atividade 1

sugerindo que houve atenção e retenção, pois, os alunos não tiveram material para consulta.

Neste exercício, as questões 4, 5, 6 e 7 estão relacionadas ao tema inserido na história e teve os

seguintes índices de acertos: questão 4 - 88,5%, questão 5 - 82,5%, questão 6 - 91,8%, questão

7 - 68,8% e as 4 questões juntas 57,0%. Na atividade 2 do protótipo B, que foi a última

desenvolvida por sugestão da professora responsável pela condução dos trabalhos, pode ser

considerada como uma atividade livre, os alunos a realizaram espontaneamente conforme

apresentado no gráfico 7.

Verifica-se no gráfico 7 que 64% dos estudantes realizaram entre 5 e 7 questões da

atividade 2, e pelo menos a metade dos alunos, 50,7% realizaram 100%, desconsiderando os

resultados da turma 1, devido atraso no início da atividade, no gráfico 8 temos que 76,1%

realizaram entre 5 e 7 questões e 65% dos alunos realizaram 100%. Neste exercício, as

questões 4, 5, 6 e 7 estão relacionadas ao tema inserido na história e teve os seguintes índices

de aderência: questão 4 - 69,3%, questão 5 - 64,4%, questão 6 - 63,7 %, questão 7 - 54,4 % e

as 4 questões juntas 53,3%.

50,7%

8,9%4,4%

4,8%

5,9%

7,8%

10,4%

7,0%

% de alunos que realizaram atividade

2 do protótipo B c/ turma 1

7 6 5 4 3 2 1 0

Quantidade de questões

65,0%9,1%

2,0%

6,1%

4,6% 7,6%

5,1% 0,5%

% de alunos que realizaram atividade

2 do protótipo B s/ turma 1

7 6 5 4 3 2 1 0

Quantidade de questões

Gráfico 7 - % de alunos. Ativ. 2 Prot. B Gráfico 8 - % de alunos. Ativ. 2 Prot. B - S/T 1

Fonte: Dados da pesquisa - Elaborado pelo autor

Fonte: Dados da pesquisa - Elaborado pelo autor

: E

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4.4.2.2 Resultados da atividade 3 do protótipo B

Esta atividade está diretamente relacionada às premissas elaboradas pela empresa para

confirmar se o que foi desenhado em termos de produtos para crianças de 6 a 10 anos estão

apropriados; no gráfico 9, vê-se que aparentemente as premissas 1, 2, 3, 6, 7, 9 e 10 foram

validadas pelos alunos e as premissas 4, 5 e 8 não foram validadas, na tabela 20, pode-se ver as

questões referentes às premissas estabelecidas. Em seguida são apresentados gráficos que

mostram os percentuais de sim e não por premissa estudada. No gráfico 10, há os percentuais

de sim por faixa de idade, na mesma questão e pode-se observar as diferenças em relação à

idade e ao interesse pela proposta. No gráfico 11, apresenta-se o percentual de não por faixa de

idade. Vê-se que o interesse/desinteresse pelas propostas contidas nas premissas

diminui/aumenta a partir da evolução da idade. O gráfico 12 apresenta uma visão por gênero,

evidenciando diferenças significativas nas premissas 1, 3 e 7.

Gráfico 9 - Percentual Sim/Não - Total Alunos por Questão - Ex. 3 Prot. B

Fonte: Dados da pesquisa - elaborado pelo Autor

71,11%

27,78%

70,37%

28,15%

67,04%

31,85%

45,56%

51,85%

39,26%

59,63%

62,96%

34,81%

67,41%

30,37%

36,67%

61,11%

74,07%

24,44%

66,30%

32,22%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

Percentual Sim / Não Total alunos por questão - Exercício 3 Protótipo B

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100

Tabela 20 - Questões 3 do protótipo B - Respostas

Fontes: Protótipo B - As Histórias do Gato Xadrez - Livro de atividades. Adaptado pelo autor

Gráfico 10 - Percentual de sim por idade/ Questão - Ex. 3 Prot. B

Fonte: Dados da pesquisa - elaborado pelo Autor

Questões da atividade 3 - Prototipo B % Sim

Total

% Não

Total

P1- Você gostaria de construir suas próprias histórias com personagens infantis? 71,11% 27,78%

P2 - Você gostaria de construir histórias com personagens infantis junto com os amigos da sua sala de aula? 70,37% 28,15%

P3 - Você gostaria de construir histórias com personagens infantis em sua casa, com seus pais, irmãos, tios ou avós? 67,04% 31,85%

P4 - Você gostaria de alterar o final das histórias infantis? 45,56% 51,85%

P5 - Você gostaria de mudar as cores dos desenhos nos livros de histórias infantis? 39,26% 59,63%

P6 - Você gostaria de acrescentar outros personagens nas histórias que lê? 62,96% 34,81%

P7 - Você gostaria de fazer parte das histórias infantis? 67,41% 30,37%

P8 - Você se envolve com os personagens de histórias infantis? 36,67% 61,11%

P9 - Você aprende coisas novas com as histórias infantis que lê? 74,07% 24,44%

P10 - Você gostaria de ler histórias no tablet e celular? 66,30% 32,22%

87

80

89

4947

78

84

53

91

7673

76

69

76

4547

64

76

34

81

74

64

7170

73

45

46

61

63

39

80

5761

69

75

54

48

35

5760

31

65 65

56

51

58

47

40

19

58 56

26

53

63

47

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Média

Percentual de sim nas questões da atividade 3 do Protótipo B por idade

7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos

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101

Gráfico 11 - Percentual de não por idade/ Questão - Ex. 3 Prot. B

Fonte: Dados da pesquisa - elaborado pelo Autor

Gráfico 12 - Percentual por gênero - Exercício 3 - Protótipo B

Fonte: Dados da Pesquisa - elaborado pelo autor

11

20

11

47

53

22

11

44

7

20 25 24

31

24

53 53

33

22

64

17

26

35 29

30

25

54 54

38 38

61

20

43 39

29

22

45

51

62

40

37

68

34 34

42

47

37

51 56

79

40 42

67

44

35

50

-

10

20

30

40

50

60

70

80

90

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 Média

Percentual de não nas questões da atividade 3 do Protótipo B

7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos

79%

20%

72%

25%

72%

27%

43%

54%

42%

57%60%

37%

72%

24%

40%

57%

76%

22%

62%

36%

63%

36%

68%

31%

62%

37%

48% 50%

36%

62%66%

33%

62%

37%33%

65%

72%

27%

70%

2…

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

Feminino

Visão por gênero - Exercício 3 - Protótipo B

Feminino Masculino

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102

Para os resultados tornarem-se mais apurados estatisticamente, foi aplicada a técnica de

análise da variância, ANOVA para avaliar como as variáveis idade escolar interagem umas com

as outras com base nas respostas sim para as premissas estabelecidas. "A análise da variância

(anova) é uma técnica estatística usada para determinar se as amostras de dois ou mais grupos

surgem de populações com médias iguais (ou seja, as médias de grupos diferem

significativamente?)." (HAIR, BLACK, BABIN, ANDERSON E TATHAM, 2009 p. 304).

Dados baseados na questão 3 do protótipo B.

Tabela 21 - Dados da pesquisa - Soma, Média e Variância - Exercício 3 Prot. B - Sim

Fonte: Dados da pesquisa - Adaptado pelo autor

Tabela 22 - Anova Fator Único - Resumo tabela 21

Anova: Fator único

Fonte: Dados da Pesquisa - Adaptado pelo Autor

Tabela 23 - Cálculos Anova

Fonte: Dados da pesquisa - Adaptado pelo autor

Idades Questões Soma Média Variância

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

7 0,866667 0,800000 0,888889 0,488889 0,466667 0,777778 0,844444 0,533333 0,911111 0,755556 7,333333 0,733333 0,029300

8 0,758621 0,689655 0,758621 0,448276 0,465517 0,637931 0,758621 0,344828 0,810345 0,741379 6,413793 0,641379 0,026476

9 0,714286 0,696429 0,732143 0,446429 0,464286 0,607143 0,625000 0,392857 0,803571 0,571429 6,053571 0,605357 0,018598

10 0,692308 0,753846 0,538462 0,476923 0,353846 0,569231 0,600000 0,307692 0,646154 0,646154 5,584615 0,558462 0,020568

11 0,511628 0,581395 0,465116 0,395349 0,186047 0,581395 0,558140 0,255814 0,534884 0,627907 4,697674 0,469767 0,021729

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

7 anos 10 7,333333 0,733333 0,0293

8 anos 10 6,413793 0,641379 0,02648

9 anos 10 6,053571 0,605357 0,0186

10 anos 10 5,584615 0,558462 0,02057

11 anos 10 4,697674 0,469767 0,02173

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 0,3819091 4 0,0954773 4,091697 0,006515 2,57873918

Dentro dos grupos 1,0500479 45 0,0233344

Total 1,431957 49

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103

O objetivo principal da técnica de análise da variância ANOVA, é destacar se um grupo

é estatisticamente diferente do outro ou não. Logo, se a hipótese nula é rejeitada a um

determinado nível de significância, sabe-se então que existe pelo menos uma das médias de um

tratamento que é diferente das demais (HAIR, et. al, 2009). No caso, conforme cálculos acima,

o valor-P 0,006515 < α 0,05 (nível de significância escolhido), então, conclui-se que existem

evidências de diferença significativa entre pelo menos um par de médias. Ainda pelo cálculo

da estatística F, temos que o F calculado (4,091697) é maior que o F crítico (2,57873918), o

que também leva à conclusão que diferenças estão presentes entre os grupos (HAIR et. al,

2009). Após concluir que existem diferenças, o teste post hoc Tukey, também conhecido como

teste de Tukey da diferença honestamente significativa HSD - Honestly Significant Difference,

permite testar qualquer contraste entre duas médias de diferença, sendo o teste baseado na

diferença entre a Diferença Mínima Significativa (DMS), sendo recomendado para testar todos

os pares de médias (FIELD, 2009). Neste teste, pode-se observar que as diferenças estão

baseadas nas médias referentes às idades de 7 e 11 anos, conforme apresentado no gráfico 10.

Por outro lado, evidência que as idades de 8 a 10 anos não apresentam os mesmos resultados.

Tabela 24 - Teste Tukey

Fonte: Dados da pesquisa

O Teste-t duas amostras presumindo variâncias diferentes, busca analisar as amostras

identificadas no teste Tukey e confirmar que as mesmas revelam diferenças estatisticamente

significativas em suas médias, conforme resultados em P(T<=t) uni-caudal = 0,00168 é menor

que 0,05, logo, rejeita-se a hipótese nula de igualdade entre as médias, ou seja, há diferença

significativa entre as médias dos alunos de 7 e 11 anos.

Tukey HSD,a

idade N Subset for alpha = 0.05

1 2

11 10 0,4698

10 10 0,5585 0,5585

9 10 0,6054 0,6054

8 10 0,6414 0,6414

7 10

Sig. 0,106 0,096

Means for groups in homogeneous subsets are displayed.

a Uses Harmonic Mean Sample Size = 10,000.

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104

Tabela 25 - Teste T: duas amostras presumindo variâncias diferentes

Fonte: Dados da pesquisa

Além das análises efetuadas, procurou-se através da análise fatorial exploratória

identificar a existência de padrões subjacentes nos dados coletados no questionário 3, do

protótipo B. Conforme Corrar, Paulo e Dias Filho (2014 p.74) a análise fatorial é uma técnica

estatística que procura "através da avaliação de um conjunto de variáveis, a identificação de

dimensões de variabilidade comuns existentes em um conjunto de fenômenos; o intuito é

desvendar estruturas existentes, mas que não observáveis diretamente". A partir das premissas

sujeitas a confirmação estabelecida pela empresa, agrupou-se todos os fatores em 3 variáveis

conforma abaixo:

Conjunto original:

P1- As crianças gostariam de construir suas próprias histórias com personagens infantis.

P2 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os amigos da sala de aula.

P3 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os pais, irmãos, tios ou avós.

P4 - As crianças gostam de alterar o final das histórias infantis.

P5 - As crianças gostam de mudar as cores nos livros de histórias infantis.

P6 - As crianças gostam de acrescentar outros personagens às histórias que leem

P7 - As crianças gostam de fazer parte das histórias infantis.

P 8 - As crianças se envolvem com os personagens de histórias infantis.

P 9 - As crianças gravam e aprendem com histórias infantis.

P10 - As crianças gostam de ler histórias no tablet e celular.

Teste-t: duas amostras presumindo variâncias diferentes

7 anos 11 anos

Média 0,7333333 0,469767442

Variância 0,0293004 0,021729463

Observações 10 10

Hipótese da diferença de média 0

gl 18

Stat t 3,6895802

P(T<=t) uni-caudal 0,0008386

t crítico uni-caudal 1,7340636

P(T<=t) bi-caudal 0,0016771

t crítico bi-caudal 2,100922

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105

Agrupamento nas variáveis:

V1 Contruir

P1- As crianças gostariam de construir suas próprias histórias com personagens infantis.

P2 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os amigos da sala de aula.

P3 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os pais, irmãos, tios ou avós.

P7 - As crianças gostam de fazer parte das histórias infantis.

P 9 - As crianças gravam e aprendem com histórias infantis.

V2 Alterar

P4 - As crianças gostam de alterar o final das histórias infantis.

P5 - As crianças gostam de mudar as cores nos livros de histórias infantis.

P6 - As crianças gostam de acrescentar outros personagens às histórias que leem

V3 Envolvimento/ Leitura Outros

P 8 - As crianças se envolvem com os personagens de histórias infantis

P10 - As crianças gostam de ler histórias no tablet e celular.

Com base nas variáveis e nos fatores encontrados efetuou-se o teste Kaiser-Meyer-Olkin

(Measure of Sampling Adequacy - MAS), que "indica o grau de explicação dos dados a partir

dos fatores encontrados na análise fatorial. Conforme Corrar et. al (2014, p. 100), caso o MAS

indique um grau de explicação menor do que 0,50 significa que os fatores encontrados na

análise fatorial não conseguem descrever satisfatoriamente as variações dos dados originais.

Tabela 26 - KMO and Bartlett's Test - 10 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

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106

No caso aplicado, o KMO apresentou um grau de explicação de 0,743 o que viabiliza a

utilização da análise fatorial de forma satisfatória. Outro item que indica se há relação suficiente

entre os indicadores para aplicação da análise fatorial é o teste de esfericidade de Bartlett's, que

se mostrou significativo conforme acima, confirmando com Sig. < 0,05. A matriz de correlação

anti-imagem representa o grau em que indica o valor negativo da correlação parcial entre as

variáveis. A diagonal da parte inferior da tabela (Anti-image Correlation), indica o MAS para

cada uma das variáveis analisadas (CORRAR et. al, 2014) (HAIR et. al. 2009).

Tabela 27 - Matriz Anti-imagem - 10 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

Apesar de 5 (P4, P5, P6, P8 e P10) dos fatores apresentados na matriz Anti-image

Correlation, estarem com medidas próximas de 0,50, não muito adequados (correlação ruim,

segundo Hair (2009, p. 110), o KMO (acima de 0.70) indica que se pode continuar com a AF.

A tabela de Communalities, evidencia a quantia total de variância que uma variável original

compartilha com todas as outras variáveis incluídas na análise (HAIR et al, 2009. p.101), tem-

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107

se que as premissas P2, P5, P6, P8 e P9 apresentam menores poderes de explicação,

considerando ajuste menor que 0,5.

Tabela 28 - Comunalidades - 10 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

Outra análise é o total da variância explicada, considerando a relação entre os 3 fatores

calculados e as variáveis o modelo consegue explicar 50,45 % da variância dos dados originais.

Tabela 29 - Variância Total Explicada - 10 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

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108

A matriz de componentes rotacionados permite após a rotação de todos os fatores

listados uma melhor classificação dos indicadores em cada um dos fatores, ou seja, quais dos

fatores melhores explicam cada um dos indicadores considerados.

Tabela 30 - Matriz de componentes rotacionados - 10 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

Em uma segunda avaliação, excluindo as 3 variáveis com as menores comunalidades: P2, P5

e P9 e reagrupando a P8 com a V1 Construir, temos um novo conjunto de indicadores:

V1 Contruir

P1- As crianças gostariam de construir suas próprias histórias com personagens infantis.

P3 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os pais, irmãos, tios ou avós

P7 - As crianças gostam de fazer parte das histórias infantis.

P 8 - As crianças se envolvem com os personagens de histórias infantis

V2 Alterar

P4 - As crianças gostam de alterar o final das histórias infantis.

P6 - As crianças gostam de acrescentar outros personagens às histórias que leem

V3 Envolvimento/ Leitura Outros

P10 - As crianças gostam de ler histórias no tablet e celular.

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Nessa nova configuração o KMO passou a 0,647, que apesar de ter diminuído em

relação a análise anterior com 10 indicadores, o teste de esfericidade de Bartlett's, se mostrou

significativo conforme abaixo, confirmando com Sig. < 0,05, o que permite a continuação da

aplicação da análise fatorial.

Tabela 31 - KMO and Bartlett's Test - 7 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

Apesar dos fatores apresentados na matriz Anti-image Correlation, não estarem

totalmente adequados ao KMO com as variações registradas, não impede a utilização da AF.

Tabela 32 - Matriz Anti-imagem - 7 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

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110

Na tabela de Communalities, que evidência a quantia total de variância que uma variável

original compartilha com todas as outras variáveis incluídas na análise, apresentam maiores

poderes de explicação em relação a análise anterior.

Tabela 33 - Comunalidades - 7 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

A análise da variância total explicada, considerando a relação entre fatores calculados e

as variáveis, o modelo aumentou o poder de explicação para 62,17 % da variância dos dados

originais.

Tabela 34 - Variância Total Explicada - 7 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

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Conforme mencionado, a matriz de componentes rotacionados permite após a rotação

de todos os fatores listados uma melhor classificação dos indicadores em cada um dos fatores,

ou seja, quais dos fatores melhores explicam cada um dos indicadores considerados, pode-se

verificar que não ocorreu alteração.

Tabela 35 - Matriz de componentes rotacionados - 7 indicadores

Fonte: Dados da pesquisa

Com esse resultado, conclui-se que:

O Fator 1 é composto pelas premissas P1, P7, P3 e P8.

O Fator 2 é composto pelas premissas P4 e P6.

O Fator 3 é composto pela premissa P10.

Buscando correlacionar esses resultados com as variáveis estabelecidas, confirma-se

que o fator 1 refere-se a V1 Construir, o fator 2 a V2 Alterar e o fator 3 a V3

Envolvimento/Leitura. Considerando os testes efetuados e excluindo os indicadores com baixa

comunalidades, tem-se:

V1 Contruir

P1- As crianças gostariam de construir suas próprias histórias com personagens infantis.

P3 - As crianças gostam de construir histórias com personagens infantis com os pais, irmãos, tios ou avós

P7 - As crianças gostam de fazer parte das histórias infantis.

P 8 - As crianças se envolvem com os personagens de histórias infantis

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V2 Alterar

P4 - As crianças gostam de alterar o final das histórias infantis.

P6 - As crianças gostam de acrescentar outros personagens às histórias que leem

V3 Envolvimento/ Leitura Outros

P10 - As crianças gostam de ler histórias no tablet e celular.

Com os dados da análise fatorial, percebe-se que as premissas P4 e P8 antes tidas como

não validadas, fazem parte do interesse das crianças e as premissas P2, P5 e P9 excluídas devido

à baixa comunalidade entre as demais podem não ter a representação apresentada no gráfico

10.

Nesta etapa medir, Ries (2011) afirma que o maior desafio da empresa será determinar

se o esforço do trabalho realizado conduzirá o negócio ao sucesso e recomenda a utilização dos

critérios da contabilidade para a inovação. Como o primeiro dos três passos dessa forma de

controle envolve a utilização de um MVP para determinar o estágio que a empresa se encontra,

pode-se dizer que a GatoXadrez.com está realizando progressos na direção do ideal, pois os

resultados das análise efetuadas acima, mostram que a empresa precisa realizar ajustes nos tipos

de produtos que pretende ofertar, principalmente produtos e/ou atividade para realização em

sala de aula, produtos de colorir e trabalhar a retenção de conhecimento através de histórias

infantis, mas não apresenta uma situação que a conduza ao segundo passo da contabilidade

para a inovação, no qual as startups devem regular o motor a partir da baseline na direção do

ideal, pois o produto ainda não foi a mercado, procurou-se ajustá-lo antes desse processo. Desse

modo, com base em uma primeira fase de aprendizagem validada, através de um teste anterior,

iniciará um processo de venda efetiva e depois verificará se haverá necessidades de ajustes para

que se decida sobre o terceiro passo conforme citado no item 4.4.2.

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113

4.4.3 Dados - Aprender - Mensuração do desempenho do produto

Figura 8 - Dados - Aprender - Mensuração do desempenho do produto

Fonte: Ries (2012 p. 51), Lhamas Fernández e Fernández Rodríguez (2018, p. 87) Adaptado pelo autor.

Nesta fase Dados-Aprender, pode-se dizer que a empresa conseguiu reunir dados

relevantes para o processo de aprendizado, e utilizou todas as informações recolhidas da etapa

anterior para apresentar no que o projeto pode ser melhorado. Conforme Ries (2001, p. 34):

No modelo da startup enxuta, reabilitamos a aprendizagem com um conceito

que denomino aprendizagem validada. A aprendizagem validada não é uma

racionalização depois do fato ou uma boa história elaborada para ocultar o

fracasso. É um método rigoroso para demonstrar o progresso quando uma

pessoa está pisando no solo da extrema incerteza no qual as startups crescem.

A aprendizagem validada é o processo de demonstrar empiricamente que uma

equipe descobriu verdades valiosas acerca das perspectivas de negócio

presentes e futuras de uma startup. Ela é mais concreta, mais exata e mais

rápida do que prognósticos de mercado ou o clássico planejamento

empresarial. É o antídoto principal contra o problema fatal de alcançar o

fracasso: executar com sucesso um plano que não leva a lugar nenhum.

Com base nos aspectos analisados no item 4.4.2, sugere-se que apresentar produtos que

criem maior interação com as crianças, possibilitando que as mesmas participem ou se

envolvam em processos criativos no formato impresso ou eletrônico, seja o melhor caminho

para iniciar o processo de adequação e vendas dos produtos, no caso, não só o lançamento de

um livro de prateleira, mas, o mesmo produto em vários formatos: impresso, eletrônico, jogos

e ou brinquedos. A empresa tem, com essas informações condições de reavaliar o proposto no

quadro 5 e a configuração do seu modelo exposto na figura 4, focando inicialmente nos produtos

alinhados as premissas validadas.

Ideia Produto / MVP

Medir Aprender

Premissas

reprovadas

Premissas

aprovadas

Pivotar

Open Innovation

Perseverar

Dados

Construir

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Em relação à aprendizagem, são vários os temas em que a empresa necessita readequar:

em relação ao público definido anteriormente com idades de 6 a 10 anos, entendeu-se que:

- Crianças com 6 anos de idade não se encaixam no conceito de livro/história apresentado,

considerando as premissas validadas; devido à fase de alfabetização, entretanto, pode-se criar

produtos adaptados a esta faixa de idade em separado, além de outros produtos, como

relacionado no quadro 5.

- Identificou-se que as crianças de 7 anos são a faixa de idade mais entusiasmada com a ideia

apresentada, pois foram as que tiveram o maior percentual de aceitação das premissas

apresentadas.

- O público entre 8, 9 e 10 anos possui certa homogeneidade em relação à aceitação da proposta,

todos tiveram um comportamento próximo em relação as respostas apresentadas, conclui-se

que o produto é adequado para essas idades, além das crianças com 7 anos.

- Por exigência da unidade de pesquisa, a participação de alunos com 11 anos de idade, apesar

de não fazerem parte do público definido anteriormente, foi considerado como uma

oportunidade e uma estratégia não pensada, forneceram insights importantes para a

GatoXadrez.com. Percebeu-se que esse público não demostrou o mesmo interesse nas

premissas propostas, vê-se conforme gráficos 10 e 11 que apresentaram as menores médias de

sim e as maiores de não, registrando as diferenças em relação às idades anteriores. Situação

que sugere melhor avaliação na formatação de um produto para esta faixa etária.

Aprendizado da observação direta

- Há necessidade de revisão da parte inicial da história. Percebeu-se desatenção entre 10 e 12

minutos iniciais, o que sugere que o enredo passa a ficar mais interessante a partir da página

16, conforme medição de tempo efetuada.

- Apesar da parte inicial da história, o índice de acerto relacionado ao texto foi elevado,

sugerindo que houve retenção de conteúdo lúdico e instrucional. O conteúdo é de fácil

assimilação.

- Através da observação direta percebe-se que houve interesse por parte das crianças na faixa

etária estudada, sugerindo que o conteúdo e os personagens podem ser explorados. A

participação em atividade livre foi considerada adequada (atividade 2, protótipo B).

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- Em situações de interação com unidades de estudo deve-se perguntar e explorar características

do público e do ambiente, ouvir e readequar se necessário a aplicação de testes e ou pesquisas.

No caso específico do protótipo apresentado, as sugestões dos envolvidos no dia a dia da

unidade de estudo se mostrou de fundamental importância para que o trabalho fosse realizado.

A partir dos resultados obtidos com a pesquisa efetuada a empresa entra na fase de

produção e é a partir dessa etapa que se inicia o processo de incluir os conceitos de open

innovation em conjunto com o modelo lean startup. A opção de incluir a partir dessa etapa, no

caso da GatoXadrez.com, ocorreu em função da necessidade de maior aprendizado sobre o

produto e mercado, entretanto considera-se possível a partir da primeira etapa.

4.4.4 Premissas - Validação - Open Innovation

Figura 9 - Premissas - Validação Open Innovation

Fonte: Ries (2012 p. 51), Lhamas Fernández e Fernández Rodríguez (2018, p. 87) Adaptado pelo autor.

Diante dos resultados apresentados na avaliação do protótipo A expostos nos tópicos

4.4.3 Dados Aprender - Mensuração do desempenho do produto, a empresa optou por

perseverar no lançamento do seu primeiro produto de forma completa, onde atuará através do

seu próprio site e canais de vendas convencionais, com amplo uso das redes sociais, através de

colaboradores intrínsecos e extrínsecos, como segue.

Com relação à open innovation, a GatoXadrez.com busca utilizar dois conceitos:

crowdsourcing e co-creation. No primeiro caso, a proposta envolveu oferecer oportunidades de

participação no projeto para pessoas diretamente ligadas à parceiros chaves e aos recursos e

atividades chaves da empresa, conforme discriminado no Business Model Canvas, com serviços

Ideia Produto / MVP

Medir Aprender

Premissas

reprovadas

Premissas

aprovadas

Pivotar

Perseverar

Dados

Construir

Open

Innovation

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116

através de: cessão de tempo, conhecimento e recursos para o desenvolvimento das

contribuições.

Buscou-se realizar chamadas de participação através de colaborações intrínsecas, com

retornos adequados ao desempenho da contribuição oferecida, além de amplo reconhecimento

do trabalho realizado, ou seja, a proposta procurou explorar as possibilidades do retorno

financeiro e a satisfação pessoal por participar de uma causa que busca contribuir com a

transformação da sociedade através do ensino às crianças, alinhados aos conceitos apresentados

pelos autores Kleemann et al. (2008), Howe (2006), Kern et al. (2008) e atenção as

vulnerabilidades apresentadas por Willianson (2016) e Liu et al. (2016).

O objetivo dessa forma de atuação busca atender às necessidades do primeiro

lançamento e aos futuros, para o desenvolvimento do negócio. Temas como: necessidade

constante de novas histórias para publicações, desenvolvimento e manutenção de plataforma de

internet, conteúdo para pais e professores, desenvolvimento e melhorias de produtos

demandarão uma grande quantidade de recursos humanos e as facilidades de comunicação

através da internet podem contribuir para essas questões.

O segundo caso, busca o envolvimento dos clientes no desenvolvimento de produtos,

mas especificamente na publicação de novas histórias, conceito que será utilizado à partir do

primeiro lançamento e finalização da plataforma de internet, essa forma de atuação pretende

intensificar o relacionamento do cliente com a empresa, conforme discriminado no Business

Model Canvas e será realizada através dos produtos discriminados no quadro 5. O foco inicial

da empresa está no crowdsourcing.

A etapa relacionada ao uso do crowdsourcing, pode-se dizer que foi a mais complicada

para a GatoXadrez.com, como a proposta buscou a participação de profissionais para o primeiro

lançamento. A primeira chamada envolveu colaboradores como: revisores, ilustradores,

diagramadores, editores e especialistas em marketing digital. Entretanto, quase a totalidade das

plataformas de crowdsourcing no Brasil e no exterior disponibilizam os serviços dos seus

participantes para contratação a partir do cadastramento do trabalho solicitado e recebimento

das propostas dos profissionais interessados, momento no qual é apresentado o preço e o

portfólio de cada concorrente ao trabalho, além de plataformas com assinatura mensal e de

lançamento de desafios.

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A opção de publicar um trabalho, com objetivos de captar colaboradores dispostos a

executar uma tarefa e arriscar quanto ao recebimento pelos serviços, devido à dependência do

desempenho do produto, ficou prejudicada, em razão de a totalidade das plataformas, em seus

termos e condições de uso proibirem essa forma de interação, inclusive plataformas de trocas

de serviços dos mais diversos tipos, entre pessoas físicas, cujas moedas são o tempo. Diante

dessas circunstâncias, a alternativa utilizada pela Gatoxadrez.com, foi a divulgação em

plataformas exclusivas para compartilhamento de ideias e projetos que possibilitam encontrar

empreendedores, investidores ou mentores e profissionais, aplicativo aberto à prospecção de

profissionais, além do seu próprio site. Ainda assim, a empresa manteve os objetivos de reunir

apoio e/ou pessoas dentro das necessidades do primeiro lançamento, expondo as necessidades

nos canais viáveis. Para efeito de avaliação, interesse e orçamentos, também foi efetuada

divulgação em plataforma de trabalhos freelancer, apesar da colaboração ser considerada

extrínseca, há a possibilidade de redução de custos. Em suma, a GatoXadrez.com, ainda dentro

dos conceitos de open innovation, passou a utilizar os dois conceitos de colaboração e utilizou-

se de plataformas nacionais e estrangeiras conforme quadro 9.

Observa-se que os maiores retornos vieram das solicitações de plataformas cuja

colaboração é extrínseca, porém, na maioria dos casos, devido aos objetivos do projeto e

perspectivas de continuidade, obteve-se descontos consideráveis dos profissionais com

possibilidades de parceria, envolvendo profissionais do Brasil, Índia, Argentina e Tailândia,

além de outros países como Estados Unidos, Paquistão, Palestina, Filipinas, Bangladesh e

Suécia, que ficou para uma segunda etapa de negociação.

Diante dos resultados apresentados a empresas, a GatoXadrez.com definiu pelo

lançamento do primeiro produto, com utilização de recursos extrínsecos, mantendo em seu site

a abordagem de prospecção de colaboradores dentro do conceito definido anteriormente.

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Quadro 9 - Retorno Plataformas de internet

Fonte: Plataformas de internet cadastradas pela GatoXadrez.com - adaptado pelo autor

Resultados de uso de

chamadas na internet.

Tipo de

solicitaçãoAcessos Retornos Profissional

Possível

ParceriaInício/Fim

www.socioteca.com

(Nacional)Intrínseca 4 0 16/11/2018 - atual

www.findoutstartups.com

(Nacional)Intrínseca 8 0 16/11/2018 - atual

www.empreendajunto.com

(Nacional)Intrínseca 114 1 Em contato Marketing Digital 1 18/11/2018 - 13/01/2019

App goodpeople

(Nacional)Intrínseca 2 1 APP's Games - Fortaleza 1 23/11/2018 - 13/01/2019

Workana - Freelancers

(Internacional)Extrínseca 42 42

Ilustração - Argentina/ Campinas

/ São Paulo 3 18/11/2018 - 13/01/2019

Freelancer.com

(Internacional)Extrínseca 14 14

Webdesigner - Índia

Ilustração - Agerntinha3 27/11/2018 - 13/01/2019

www.freelancermap.com

(Internacional)Extrínseca 131 5 1.692 Visualizações 2 12/10/2018 - 13/01/2019

www.gatoxadrez.com Intrínseca 2 2 WebDesigner ( Tailândia) 1 10/11/2018 - atual

Total 317 65 11

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5 - Conclusão e Considerações Finais

O intuito deste trabalho foi apresentar o projeto de construção de uma nova empresa

através da metodologia lean startup combinada com os conceitos de open innovation:

crowdsourcing e co-creation. A proposta apresenta etapa por etapa o processo de construção

dentro da metodologia apresentada, até o momento de inclusão dos conceitos de inovação

aberta. O estudo foi focado na unidade caso: GatoXadrez.com, que é uma startup voltada para

a área educacional, com propósito de ensinar conceitos de cidadania fiscal, contabilidade,

empreendedorismo e ética para crianças de 6 a 10 anos.

No contexto do empreendedorismo no Brasil, onde o nível de mortalidade das empresas

denominadas startups são elevados, por razões como as condições do mercado, a falta de

preparo do empreendedor, a falta de recursos e fontes de financiamentos acessíveis, tributos,

entre outros, uma proposta que apresente uma alternativa de constituição de uma nova empresa

através de um modelo que busca o menor gasto possível associado a colaboração de outras

pessoas pode representar uma alternativa para muitos empreendedores.

Considerando esse objetivo, o estudo teve como pergunta de pesquisa: Como a

metodologia Lean Startup e os conceitos de Open Innovation podem contribuir para a

constituição e desenvolvimento de novas empresas? Para responder essa questão, o trabalho

efetuou pesquisa sobre os conceitos de startup, empreendedorismo, startup enxuta, inovação

aberta, modelos de negócios e entrou no detalhe do mercado da unidade caso: o mercado de

livros e o contexto educacional brasileiro. Utilizou-se da metodologia de estudo de caso único,

de caráter exploratório, com coleta de dados através de questionário e observação direta,

adotando uma abordagem qualitativa e quantitativa.

Como a metodologia Lean Startup e os conceitos de Open Innovation podem contribuir

para a constituição e desenvolvimento de novas empresas?

Pode-se dizer que a proposta atingiu seu objetivo geral e seus objetivos específicos, os

resultados foram satisfatórios na junção dos conceitos, e possibilitou a evolução do processo de

criação da nova startup, novos empreendedores podem utilizar essa alternativa em relação a um

framework tradicional de planejamento ou à um dos conceitos de forma isolada, na constituição

de novas empresas, com resultados ainda melhores, o que pode trazer uma contribuição ao

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ambiente de empreendedorismo. Na opinião deste autor, é possível empreender através da

colaboração e com o mínimo de recursos.

A utilização do modelo lean startup requer dos novos empreendedores um maior

desprendimento dos conceitos arraigados sobre planejamento e processos de controles. Deve-

se fazer um esforço para o entendimento desse processo de três etapas fundamentais: construir,

medir e aprender. Entre essas fases também existem muitas outras atividades de grande

importância e que garantem o avanço de uma etapa para outra, somadas à proposta de incluir

a inovação aberta, deve-se também desvincular-se, se necessário for, de orientações,

regulamentos ou normas sociais que não apoiem a mudança, a criatividade e principalmente a

colaboração.

Este estudo apresentou algumas limitações. Em primeiro lugar pode-se nomear a

amostra para validação do MVP da GatoXadrez.com; apesar do número considerável, a mesma

está concentrada em um único bairro da cidade de São Paulo, o que limita a extrapolação para

a totalidade do perfil dos estudantes que se buscou estudar. Porém, com os resultados obtidos

pode-se conhecer melhor o comportamento desse público.

A segunda limitação encontrada e que representou uma dificuldade foi a busca de

plataformas nas quais a proposta da empresa pudesse ser compartilhada de maneira ampla e

aberta; esse fato limitou a pesquisa e a divulgação da proposta, forçando a empresa a adotar

estratégias diferentes para prospecção de associados colaboradores, haja visto o retorno

apresentado até a data informada neste trabalho das plataformas possíveis de serem utilizadas,

porém, a GatoXadrez.com, mantém a proposta de atração de colaboradores externos por

acreditar ser de fundamental importância para o seu crescimento.

Como sugestão de novas pesquisas, a realização de estudos que busquem demonstrar o

quão amplo pode ser a utilização da metodologia lean startup em termos de segmentos e ramos

de negócios, pois conforme afirmação de Ries (2011) o modelo alcança todos os negócios e

com isso contribuir para que esse conceito se amplie em sua utilização e, consequentemente,

ajude mais efetivamente os novos empreendedores. Na sequência da sugestão acima, novos

exemplos podem ser de grande utilidade, pois entende-se que nem todo produto pode ser testado

no conceito de um MVP; há produtos que necessitam de um teste ou experimento, como é o

caso de empresas baseadas em informática, internet, dentre outras.

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O conceito de contabilidade para a inovação também é um item que merece mais estudos

e divulgação, pois aparentemente, o modelo apresentado com os três marcos de aprendizagem,

se mostraram mais apropriados para empresas com tecnologias baseadas na internet, entretanto,

as startups também necessitam de um modelo quantitativo de controle. Como pode ser esse

processo em empresas não baseadas na internet cujo MVP é um teste ou experimento? Pode-se

efetuar pesquisas por setores e ramos de negócios de modo a identificar quais alternativas de

controle se mostram mais eficiente e alinhados a proposta da contabilidade para a inovação.

Como sugestão ao modelo lean startup, a descrição de forma mais clara dos conceitos

e principalmente entre as etapas do círculo de feedback se mostra, pelo menos para este autor,

necessária para facilitar o processo de aprendizagem. Como exemplo, o processo de ideia: O

que fazer quando se tem a ideia? Como começar e tratar o teste da ideia? A recomendação

deste autor é explorar o ambiente que envolve o novo negócio e assim evitar um MVP ruim e

de resultados imprevisíveis ou até mesmo inúmeros pivot's até a morte da empresa.

Considerando-se que os conceitos de open innovation representam uma opção para

contribuir efetivamente na criação e expansão de um negócio, sugere-se que novas pesquisas

sejam necessárias para explorar todos os conceitos disponíveis e a forma de acessá-los para

facilitar esse processo para novos empreendedores.

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APÊNDICE 1 - Resumo MVP - Livro: As Histórias do Gato Xadrez

O Gato Xadrez, o Juarez e o duende da floresta negra, primeira vez.

(A história completa nesta fase do trabalho está à disposição do orientador e membros da banca. O Presente resumo

é utilizado como parte do briefing para chamada de profissionais.)

Trata-se de uma história envolvendo três personagens: O Gato Xadrez, o Juarez e o

Astronez, os dois primeiros em passeio pelo parque da cidade onde moram, em uma parte de

floresta densa e escura, chamada como floresta negra, se encontram com um suposto duende,

que se revela como um extraterrestre, se tornam amigos e começam a brincar juntos até que o

Astronez é chamado para voltar à sua nave espacial, pela mãe e volta correndo sem se despedir

dos novos amigos. Durante o retorno para casa, O Gato Xadrez e o Juarez são surpreendidos,

ainda no meio da floresta, pelo retorno da espaçonave e convidados para um passeio no planeta

do Astronez, o que é aceito de imediato.

No planeta chamado 243 os dois personagens ficam completamente surpreendidos pelas

diferenças existentes entre o planeta terra e o planeta do Astronez, um mundo praticamente sem

sol e cujos prefeitos criaram estruturas para que todas as cidades fossem iluminadas e tivessem

energia para utilização nos prédios, residências e em veículos voadores. A luz do pequeno e

distante sol era captada por estrelas prateadas, agrupadas pelos prefeitos na atmosfera do planeta

e que refletiam nos prédios, nas arvores douradas e telhados das casas, todos projetados para

isso, que por sua vez, refletiam nos veículos, todos os locais onde refletia-se a luz a

transformava em energia, assim tudo funcionava perfeitamente.

Nesse contexto de diferenças e o modo de funcionamento do planeta 243, o Gato Xadrez

questiona como tudo funciona, então, o Astronez apresenta os detalhes do seu mundo e toda a

dinâmica envolvendo os adultos, os impostos e os prefeitos, que juntos proporcionam bem estar

para todos os habitantes do planeta 243. Próximo do final da apresentação o Gato Xadrez lembra

do horário e pede desesperadamente para voltar, é levado de volta pela mãe do Astronez e em

sua casa começa a se questionar se tudo o que aconteceu era verdade, confirma com a Juarez e

já começam a pensar em como voltar naquele lugar.

A história acima contempla o tema de cidadania fiscal, a segunda parte intitulada:

O Gato Xadrez, O Juarez, e o duende da floresta negra, segunda vez, finaliza esses dois títulos

e tratará do tema de empreendedorismo.

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APÊNDICE 2 - Questionário de compreensão - História

O Gato Xadrez, o Juarez e o

duende da floresta negra,

primeira vez.

Brincadeiras e atividades

PRIMEIRO NOME:_____________________

SUA IDADE:________

SUA SÉRIE:________

MENINO ( ) MENINA ( )

Depois de terminar entregue ao

professor

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Parte 1

Agora que você já ouviu a história O Gato Xadrez, o Juarez

e o duende da floresta negra, primeira vez, mostre o que

você aprendeu de interessante do mundo do Astronez.

Marque com um X a alternativa correta.

1) Como são as ruas na cidade do Astronez?

( ) As ruas são amareladas.

( ) As ruas são brancas.

( ) As ruas são pintadas com as cores do arco íris.

2) Porque as estrelas são prateadas?

( ) Porque são mais fáceis de limpar.

( ) Porque refletem a luz do sol.

( ) Eles pintaram só para a chegada do Gato Xadrez.

3) Como são os prédios da cidade?

( ) São quadrados.

( ) São triângulos com 3 lados.

( ) São em formato de pizza.

4) Quem cuidava da cidade do Astronez?

( ) O Astronez.

( ) A Prefeitura.

( ) A mãe do Astronez.

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5) Qual era o nome do prefeito?

( ) Sr. Cobraldez.

( ) Duzentosequarentaetrezentuniano.

( ) Tio Martinez.

6) Como o imposto chamado PREZ era utilizado no planeta

243?

( ) Para o prefeito enviar o dinheiro para construir outro

planeta.

( ) Para o prefeito manter toda a cidade limpinha.

( ) Para o prefeito guardar e não deixar ninguém pegar.

7) Quem pagava o imposto PREZ no planeta 243?

( ) O Gato Xadrez e o Juarez.

( ) Os terráqueos.

( ) Os duzentosequarentaetrezentunianos.

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Parte 2

Vamos criar uma cidade para o planeta 453, que fica próximo

do planeta 243 do Astronez.

1 Desenhe aqui o planeta 453

2 Qual O nome da cidade?

3 Qual o nome dos Habitantes?

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4 Qual O nome do prefeito?

5 Qual nome você daria para o imposto?

6 Quem vai pagar os impostos?

7 Escreva aqui o que você quer que seja

feito com o dinheiro do imposto. Pode

desenhar!

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Respondam Sim ou Não

P1- Você gostaria de construir suas próprias histórias com personagens

infantis?

( ) SIM ( ) Não

P2 - Você gostaria de construir histórias com personagens infantis junto

com os amigos da sua sala de aula?

( ) SIM ( ) Não

P3 - Você gostaria de construir histórias com personagens infantis em sua

casa, com seus pais, irmãos, tios ou avós?

( ) SIM ( ) Não

P4 - Você gostaria de alterar o final das histórias infantis?

( ) SIM ( ) Não

P5 - Você gostaria de mudar as cores dos desenhos nos livros de histórias

infantis?

( ) SIM ( ) Não

P6 - Você gostaria de acrescentar outros personagens nas histórias que

lê?

( ) SIM ( ) Não

P7 - Você gostaria de fazer parte das histórias infantis?

( ) SIM ( ) Não

P8 - Você se envolve com os personagens de histórias infantis?

( ) SIM ( ) Não

P9 - Você aprende coisas novas com as histórias infantis que lê?

( ) SIM ( ) Não

P10 - Você gostaria de ler histórias no tablet e celular?

( ) SIM ( ) Não

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APÊNDICE 3 - Autorizações unidades pesquisa - validação protótipo - Solicitação

GATOXADREZ.COM

Responsável: Ronaldo de Lucio - e-mail: [email protected]

(Endereço e telefones suprimido neste anexo, porém, foi enviado de modo completo para o destinatário)

São Paulo, 22 de outubro de 2018.

Ao

Colégio Nova Cachoeirinha

Rua dos Patis, 141 - Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo - SP - Cep. 02614-110

At. Coordenadora Pedagógica Sra. Bruna Cerrone V. Ferraz

Ref.: Autorização para realização de atividade de pesquisa acadêmica: Avaliação de protótipo

de um livro infantil do projeto GatoXadrez.com

Prezada Sra. Bruna Cerrone

Conforme contato realizado, solicitamos avaliação da proposta de pesquisa acadêmica abaixo

e autorização para a realização de atividade nas dependências do colégio para alunos de 6 a 10

anos de idade (1º ao 5º ano).

Projeto:

Dissertação de mestrado intitulada: Gatoxadrez.Com: Um estudo de caso sobre a criação de

uma empresa através da metodologia lean startup e princípios de open innovation.

A dissertação busca apresentar a criação de uma startup através de metodologias que reduzem

as despesas de iniciar um novo negócio e promove a participação de profissionais de dentro e

fora do Brasil através do processo de inovação aberta. A startup atuará na produção de material

didático instrucional, ensinando os conceitos de empreendedorismo, cidadania fiscal, ética e

contabilidade, através de histórias infantis com a série de personagens das Histórias do Gato

Xadrez. O projeto também espera, através deste estudo de caso ajudar novos empreendedores

a iniciar seus negócios. Os produtos envolvem inicialmente livros impressos e eletrônicos.

Atividades:

- Leitura do Livro (protótipo): O Gato Xadrez, o Juarez e o Duende da Floresta Negra primeira

vez. Conteúdo instrucional: Cidadania Fiscal

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- Leitura da história exclusivamente pelo professor e após a leitura, realizar a aplicação de teste

de compreensão e validação de premissas. Duração das duas atividades estimada em

1 hora.

- A atividade terá o acompanhamento de 1 observador: Ronaldo de Lucio, RG 18.357.244-0, e-

mail: [email protected] (Endereço e telefones suprimido neste anexo, porém, foi enviado de modo completo para o destinatário)

Ressaltamos que o observador não fará nenhum tipo de interação com os alunos, sendo

autorizado somente sua permanência em sala exclusivamente durante a apresentação pelo

professor responsável pela leitura e avaliação. Não serão fornecidos dados pessoais dos alunos

envolvidos, com exceção de idade, série e gênero.

Espera-se como resultado dessa atividade identificar o nível de aceitação dos

personagens, do tipo de história, do nível de compreensão do conteúdo didático instrucional e

qual o tipo de interação que a criança gostaria de ter com novas publicações, além da idade

adequada e preferencias por gênero. Para completar sua avaliação segue modelos dos materiais

que serão utilizados:

- Protótipo do livro texto

- Protótipo do livro de atividades

- Relatório de observação da atividade

- Modelo de carta de solicitação e de autorização para realização da pesquisa

Após a finalização da atividade e tabulação das informações coletadas, a escola receberá

cópia do Protocolo de Pesquisa, onde apresentará todos os resultados alcançados.

_________________________________________________

Ronaldo de Lucio - RG 18.357.244-0 - Matrícula 71717374

Mestrando em Controladoria e Finanças Empresariais

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Orientadora: Prof.ª. Dr.ª Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar

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APÊNDICE 4 - Relatório de observação direta

Relatório de observação direta

Projeto: GatoXadrex.Com

Livro: O Gato Xadrez, o Juarez e o duende da floresta negra, primeira vez.

Atividade: Leitura do livro pelo professor e aplicação de teste de livro de atividade.

Observador: Ronaldo de Lúcio

Local: Colégio Nova Cachoeirinha

Data 01/11/2018

Atividades de teste MVP - Protótipo A e B

A observação direta neste projeto envolveu analisar o nível de interesse das crianças

sobre a atividade proposta, durante a sua realização. A observação foi realizada pelo autor, sem

interação com os alunos. Foi efetuada a leitura da história O Gato Xadrez, o Juarez e o duende

da floresta negra primeira vez, protótipo A, com conteúdo didático instrucional focado em

cidadania fiscal, após a leitura, foi iniciada as atividades complementares constantes no

protótipo B.

Todas as turmas tiveram uma variedade de séries, idades e gênero, as turmas da manhã

e tarde foram divididas em dois grupos por período para facilitar a observação. A atividade foi

conduzida por professora experiente e especializada em contação de histórias para crianças, não

foi permitida a entrada de celulares, o que já é uma prática da escola durante qualquer atividade

de ensino. Aos alunos foi orientado se dirigir ao auditório com caderno e estojos de lápis e

canetas para a realização das atividades complementares, uma vez que, as cadeiras não

possuíam braços dobráveis. No início de cada turma, todo o processo foi apresentado e não

teve orientações quanto ao comportamento, ou seja, advertências para permanecerem em

silêncio, prestarem atenção. A atividade teve o apoio de todos os professores responsáveis por

cada série, especificadamente durante a realização da atividade do protótipo B, durante a

história, os professores não interagiram com os alunos, o objetivo era deixá-los mais à vontade.

Foi sugerido pela professora responsável por contar a história e aceito pelo observador,

que as questões das atividades 1 e 3 deveriam ser realizadas na sequência e por último a

atividade 2, devido considerar necessário a leitura dessas questões para que os alunos das 2ª e

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143

3ª séries pudessem acompanhar e não se dispersar nas respostas, pois a maioria das crianças

nessas séries possuem entre 7 e 8 anos de idade. Cada pergunta da atividade 3, além da leitura

e explicação ainda contou com o apoio dos outros professores em caso de dúvidas pelos

estudantes. Os alunos das 4ª e 5ª séries ficaram livres quanto ao acompanhamento da leitura das

atividades 1 e 3, podendo realizá-las durante o processo.

A atividade 1 buscou analisar através de questões objetivas o nível de atenção e

compreensão da história. A atividade 2 foram questões que buscou o exercício da criatividade,

como um reforço de compreensão e interesse pelo assunto, além de reflexão quanto a destinação

dos impostos, período em que as crianças ficaram livres para a realização. A questão 3 foram

perguntas reflexivas e buscou-se identificar a validação das premissas elaboradas pela

GatoXadrez.com. A observação buscou incidências das seguintes situações: atenção a leitura

e distrações (conversas paralelas, desenhos).

Primeira observação, dados da turma 1:

Início da história: 9h43min - duração: 29 minutos

Início das atividades do protótipo B: 10h14min - duração: 16 minutos

A primeira turma teve seu início prejudicado, pois os alunos não levaram os materiais

necessários para a realização das atividades do protótipo B. Todos retornaram à sala de aula e

até que estivessem prontos, perdeu-se 10 minutos. Observou-se que durante o processo, 20

crianças não identificadas mantiveram conversas paralelas e outras 6 estavam dispersas

(desenhando ou não atentas), representando 35,6% da turma, porém, ocorreram somente

durante os 12 primeiros minutos da história, depois disso todos acompanharam até o final. A

maioria dos alunos dessa turma não realizou a questão 2 devido ao tempo que foi perdido,

porém, todos efetuaram as atividades 1 e 3. Na atividade 2, 24,7 % das crianças não a

realizaram, 24,7% realizaram pelo menos 1 questão, 17,8 % entre 2 e 3, 12,3 % entre 4 e 5 e

20,5% entre 6 e 7 questões.

9h30min às 10h30min Turma 1 - 73 alunos

Séries: 2º A 2º B 4º B 5º A

Alunos por série: 21 13 17 22

Idades: 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos

Alunos por idade 23 11 12 14 13

Gênero: Feminino 37 Masculino 36

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Segunda observação, dados da turma 2:

Início da História: 10h37min - duração: 26 minutos

Início das atividades do protótipo B: 11h07min - duração: 23 minutos

Na segunda turma, observou-se o mesmo comportamento da primeira turma, onde 16

crianças mantiveram conversas paralelas e 8 crianças estavam dispersas (desenhando ou não

atentas), representando 38,1% da turma, porém, ocorreram somente durante os 10 primeiros

minutos da história, essa turma, teve um problema parecido com a turma 1, todos realizaram

as atividades 1 e 3, porém, no final da atividade 2, devido ao necessário deslocamento até o

transporte escolar, que se inicia as 11h30min, entre 11h20min e 11h30min percebeu-se maior

agitação, apesar disso, a turma teve um desempenho melhor na atividade 2 em relação a turma

1, 4,8% realizaram pelo menos 1 questão, 12,7 % entre 2 e 3, 4,8% entre 4 e 5 e 77,7 % entre 6

e 7 questões.

Terceira observação, dados da turma 3:

Início da história: 13h38mins - duração: 27 minutos

Início das atividades do protótipo B: 14h08min - duração: 22 minutos

Na terceira turma, observou-se que pelo menos 14 crianças mantiveram conversas

paralelas e 12 crianças estavam dispersas (desenhando ou não atentas), representando 34,2% da

turma, em situação semelhante as demais turmas, essa situação ocorreu entre os primeiros 12

minutos da história. Todos realizaram as atividades 1 e 3 e na atividade 2, 6,6% das crianças

realizaram pelo menos 1 questão, 19,7% entre 2 e 3, 6,6% entre 4 e 5 e 67,1% entre 6 e 7

questões.

10h30min às 11h30min Turma 2 - 63 alunos

Séries: 3º A 3º B 4º A 5º B

Alunos por série: 16 14 12 21

Idades: 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 13 anos

Alunos por idade: 17 18 17 9 1

Gênero: Feminino 35 Masculino 28

13h30min às 14h30min Turma 3 - 76 alunos

Séries: 2º C 3º C 3º D 4º D 5º D

Alunos por série: 18 12 11 16 19

Idades: 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos

Alunos por Idade: 9 25 15 19 7 1

Gênero: Feminino: 39 Masculino: 37

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Quarta observação, dados da turma 4

Início da história: 15h09min - duração: 26 minutos

Início das atividades do protótipo B: 15h38min - duração: 22 minutos

Na quarta turma, observou-se um comportamento diferente em relação as demais, pelo

menos 2 crianças mantiveram conversas paralelas e 4 crianças estavam dispersas (desenhando

ou não atentas), representando 10,3% da turma, em situação semelhante as demais turmas, essa

situação ocorreu entre os primeiros 10 minutos da história. Todos realizaram as atividades 1 e

3 e na atividade 2, 1,7% não a realizaram, 3,5 % realizaram pelo menos 1 questão, 1,7% entre

2 e 3, 13,8% entre 4 e 5 e 79,3% entre 6 e 7 questões.

Conclui-se que as atividades ocorreram de maneira adequada e uniforme, com exceção

dos prejuízos de tempo da turma 1. Apesar das dispersões registradas, percebeu-se que

ocorreram no início da história, com aumento da atenção entre 10 e 12 minutos, momentos onde

a história inicia uma interação maior entre os personagens, envolvendo nave espacial e viagem

para outro planeta, o que sugere que o enredo é mais interessante a partir desta parte da história.

Considera-se também adequado a realização completa das atividades 1 e 3 do protótipo B, com

leituras, explicações, apoio e sem interferências quanto as opções de respostas pelos alunos.

Para efeito de avaliação da observação direta realizada, considerando que na atividade

1 as questões tiveram os seguintes índices de acertos:

15h às 16h Turma 4 - 58 alunos

Séries: 2º D 4º C 5º C

Alunos por série: 18 18 22

Idades: 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos

Alunos por Idade: 13 5 11 15 14

Gênero: Feminino: 27 Masculino: 31

Quantidade de

Acertos

% de acertos / Quant.

questoes% alunos

7 100% 38,1%

6 86% 27,4%

5 71% 16,3%

4 57% 9,7%

3 43% 7,8%

2 29% 0,7%

1 14% 0,0%

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Nestes resultados, observa-se que 81,8% dos estudantes acertaram entre 5 e 7 questões da

atividade 1 sugerindo que houve atenção e retenção, pois, os alunos não tinham material para

consulta. Neste exercício, as questões 4, 5, 6 e 7 estão relacionadas ao tema inserido na história

e teve os seguintes índices de acertos: questão 4 - 88,5%, questão 5 - 82,5%, questão 6 - 91,8%,

questão 7 - 68,8% e as 4 questões juntas 57,0 %.

A atividade 2 do protótipo B, que foi a última desenvolvida por sugestão da professora

responsável pela condução dos trabalhos, pode ser considerada como uma atividade livre e os

alunos a realizaram espontaneamente conforme abaixo:

Verifica-se que 64% dos estudantes realizaram entre 5 e 7 questões da atividade 2, e

pelo menos a metade dos alunos, 50,7% realizaram 100%, desconsiderando os resultados da

turma 1 devido atraso no início da atividade, temos que 76,1% realizaram entre 5 e 7 questões

e 65 % dos alunos realizaram 100%. Resultados que sugerem aderência as questões e interesse

pelo tema e reflexão em relação a destinação dos impostos, neste exercício, as questões 4, 5, 6

e 7 estão relacionadas ao tema inserido na história e teve os seguintes índices de acertos:

questão 4 - 69,3%, questão 5 - 64,4%, questão 6 - 63,7%, questão 7 - 54,4% e as 4 questões

juntas 53,3 %.

Na questão 3, composta por 10 perguntas diretamente ligadas as premissas estabelecidas

pela GatoXadrez.com, com perguntas fechadas e dicotômicas, foi realizada por 99,26% dos

alunos. Ressalta-se que estas questões foram lidas para acompanhamento dos alunos das 2ª e 3ª

séries e os professores estavam disponíveis para esclarecer dúvidas quanto a pergunta, porém,

sem nenhum tipo de interferência quanto a escolha da resposta e apresentou o seguinte

resultado:

Quantidade de

questões

% de alunos que

realizaram

% de alunos que

realizaram sem

turma 1

7 50,7% 65,0%

6 8,9% 9,1%

5 4,4% 2,0%

4 4,8% 6,1%

3 5,9% 4,6%

2 7,8% 7,6%

1 10,4% 5,1%

0 7,0% 0,5%

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Conclusões da observação direta

- Atividades realizadas com normalidade

- Resultados sugerem necessidade de revisão da parte inicial da história, pelo menos até a página

16 no sentido de melhorar o enredo, devido períodos de desatenção entre 10 e 12 minutos.

- Apesar de na parte inicial da história ter ocorrido um período de desatenção, o índice de acerto

na atividade 1 do protótipo B, relacionado ao texto foi elevado, sugerindo que houve retenção

de conteúdo lúdico e instrucional.

- Através da observação direta percebe-se que houve interesse por parte das crianças na faixa

etária estudada, sugerindo que o conteúdo e os personagens podem ser explorados.

- Faz-se necessário avaliação detalhada das respostas do exercício 3 para confirmação das

premissas, com todos os respondentes em um único gráfico, sugerem que as premissas 4, 5 e 8

não foram validadas. Os dados coletados permitem avaliações por idade, série, gênero e turmas.

- Concluiu-se que a contribuição da escola, através da coordenadora pedagógica, Sra. Bruna

Cerrone, para que os alunos das 1ª séries não fossem excluídos na pesquisa foi importante para

a realização dessa atividade, supõe-se que, se houvesse a inclusão dessas séries, devido a fase

de alfabetização a atividade estaria prejudicada.

- Concluiu-se que a sugestão dada pela professora responsável pela contação de história de

alterar a ordem das questões, realizando primeiro a leitura das atividades 1 e 3 para as crianças

71,11%

27,78%

70,37%

28,15%

67,04%

31,85%

45,56%

51,85%

39,26%

59,63%62,96%

34,81%

67,41%

30,37%

36,67%

61,11%

74,07%

24,44%

66,30%

32,22%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

Percentual Sim / Não Total alunos por questão - Exercício 3 Protótipo B

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das 2ª e 3ª séries, e depois, a realização da atividade 2 do protótipo B de maneira mais livre,

foi considerada relevante e contribuiu para um melhor aproveitamento desta atividade.

Alteração que se não realizada, a atividade estaria prejudicada.

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APÊNDICE 5 - Considerações sobre o trabalho de prospecção de profissionais

Projeto: GatoXadrex.Com

Livro: O Gato Xadrez, o Juarez e o duende da floresta negra, primeira vez.

Atividade: processo de prospecção de profissionais via plataformas de crowdsourcing.

Período: 10/11/2018 a 13/01/2019

A primeira atividade realizada pela GatoXadrez.com, relacionada a essa etapa foi a

busca de plataformas de crowdsourcing dentro e fora do Brasil que possibilitasse a apresentação

da ideia de formação de uma equipe para finalização completa do primeiro livro, e

posteriormente com a evolução dos negócios, o mesmo grupo, além de novos profissionais

poderiam participar do processo de formação da nova empresa. O aspecto de co-creation foi

definido que teria atuação a partir da finalização do primeiro livro e do site do projeto de forma

completa.

O trabalho inicial de prospecção de profissionais envolvia: revisores, designers de

livros, ilustradores, capistas, diagramadores, produtores gráficos, desenvolvedores de jogos,

especialistas em comunicação e marketing digital. Antes do processo de postagens dessas

solicitações foi criado o site www.gatoxadrez.com, com texto explicando o projeto nos idiomas

português, inglês e espanhol, além de páginas no Facebook e Instagram, e com visualização

possível nos dispositivos: tablet, mobile, Iphone, android e Windows phone, além de espaço

para comunicação através de e-mail específico e WhatsApp.

Dentro do conceito de colaboração, procurou-se estabelecer parcerias através de um

relacionamento intrínseco e este foi o maior desafio da empresa, pois, pesquisou-se por

plataformas dentro e fora do Brasil que ofertasse essa possibilidade, contudo, a grande maioria

não possibilitam um tipo de abordagem comercial para profissionais que estejam dispostos a

se associar a um projeto. Verificou-se que todas as plataformas continham cláusulas em seus

termos e condições de uso que impediam qualquer tipo de abordagem diferente da ofertada,

sendo possível estabelecer somente uma relação de compra e venda intermediada pela

plataforma, situação onde é apresentado a necessidade da empresa e recebe-se orçamentos com

preços variados. Outras são plataformas com assinatura mensal para acesso a sua base de

profissionais ou de lançamento de ideias com premiações pré-definidas.

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Diante dessa situação e para cumprir as exigências dessas plataformas a

Gatoxadrez.com optou por realizar também chamadas para colaborações extrínsecas,

solicitando orçamentos, porém, chamadas exclusivas para realização de trabalhos específicos,

sem menções a parcerias futuras e ou associação aos negócios.

Abaixo as plataformas onde foi apresentado o projeto GartoXadrez.com e solicitações

de serviços:

Observa-se que as plataformas onde foi solicitado parcerias intrínsecas, o retorno foi

mínimo, e onde foi solicitado profissionais para execução de trabalhos específicos, o retorno

foi considerável e envolvem profissionais do Brasil, Índia, Argentina, Estado Unidos,

Paquistão, Palestina, Filipinas, Bangladesh, Argentina e Suécia.

Diante do resultado apresentado, a empresa decidiu iniciar a produção do seu primeiro

produto contratando os profissionais, porém, as respostas continham preços e prazos com

diferenças significativas, devido a isso, foi repassado aos interessados um briefing detalhado

das solicitações, buscando assim uma maior clareza em relação aos preços.

Paralelamente ao início da produção do primeiro produto, continua o acompanhamento

e busca de novas plataformas para pesquisa de profissionais interessados em se associar ao

projeto, além do início do uso das redes socias.

Abaixo, texto apresentado no site www.gatoxadrez.com nos idiomas português, inglês e

espanhol:

Resultados de uso de chamadas na internet. Tipo de solicitação Acessos Retornos Início/Fim

www.socioteca.com (Nacional) Intrínseca 4 0 16/11/2018 - atual

www.findoutstartups.com (Nacional) Intrínseca 8 0 16/11/2018 - atual

www.empreendajunto.com (Nacional) Intrínseca 114 1 18/11/2018 - 13/01/2019

App goodpeople (Nacional) Intrínseca 2 1 23/11/2018 - 13/01/2019

Workana - Freelancers (Internacional) Extrínseca 42 42 18/11/2018 - 13/01/2019

Freelancer.com (Internacional) Extrínseca 14 14 27/11/2018 - 13/01/2019

www.freelancermap.com (Internacional) Extrínseca 131 5 12/10/2018 - 13/01/2019

www.gatoxadrez.com Intrínseca 2 2 10/11/2018 - atual

Total 317 65

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O Projeto Gato Xadrez é uma ideia de startup que busca atuar com a combinação do interesse

econômico e social através da publicação de livros infantis impressos e eletrônicos, com foco

em um conteúdo didático instrucional, lúdico e interativo que incentive a leitura, a criatividade,

a diversão e o aprendizado nos temas de empreendedorismo, ética e cidadania fiscal. O público

alvo de atuação concentra-se na população infantil entre 6 e 10 anos de idade, representando

um potencial de mais de 22 milhões de crianças no mercado brasileiro.

Se você é um profissional apaixonado por crianças e educação infantil, esta é uma ótima

oportunidade. Profissionais como ilustradores, diagramadores, editores, revisores, produtores

gráficos, escritores, designers, tradutores, capistas, desenvolvedores de jogos e softwares, das

áreas de comunicação e de marketing digital podem participar do projeto GatoXadrez.com.

Você investirá seu tempo e conhecimento; caso tenhamos sucesso, os recursos oriundos das

vendas dos produtos serão repassados ao grupo que o confeccionou proporcionalmente ao seu

trabalho, durante todo o período de vendas, com os créditos de participação e desenvolvimento

do projeto. Nossos primeiros produtos são livros com histórias que envolvem 8 personagens, e

precisamos de vários dos profissionais mencionados acima para finalizá-las.

Sabemos que é arriscado, mas acreditamos que com paixão, dedicação, perseverança e

produtos de qualidade cresceremos e teremos presença onde quisermos. Todo colaborador

pode contribuir para mudar a realidade de outras pessoas, pois o empreendedorismo ajuda a

criar mobilidade vertical, ética, ajuda no desenvolvimento de uma sociedade justa e correta, e

a cidadania fiscal auxilia na formação de cidadãos conscientes.

Conclusões

- A GatoXadrez.com efetuou satisfatoriamente pesquisas de plataformas que permitisse sua

utilização para captação de profissionais, porém, são poucas as que trabalham para a

aproximação desses interesses.

- Apesar dos resultados serem maiores no processo de colaboração extrínseca, nos contatos

realizados entre os interessados, ocorreram substanciais reduções dos preços de alguns dos

serviços solicitados, principalmente ilustrações e serviços de web designers, muito em função

do repasse dos detalhes dos projetos.

- Por decisão da GatoXadrez.com, não foi considerado outras possibilidades, como processos

de pré-incubação, este devido as exigências de realizar parte das atividades em horário pré-

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definidos pelas incubadoras, porém, era um caminho que poderia facilitar o contato com outros

empreendedores. Recomenda-se que se faça a divulgação em incubadoras.

- A empresa por opção de buscar sua constituição dentro dos conceitos propostos não utilizou

outros recursos possíveis como plataformas de crowdfunding.

- Nos retornos recebidos de outros países, a empresa considerou inicialmente inadequado

contratar ilustrações de estrangeiros não fluentes em língua portuguesa, devido processo de

tradução de português/idioma do profissional, o que alongaria o prazo de realização do primeiro

produto.

- A empresa apesar desses resultados e novas possibilidades de divulgação, acredita na

viabilidade de relacionamento com interessados em colaborar e participar do processo de

maneira intrínseca, que poderá ocorrer após o lançamento do seu primeiro produto em conjunto

com campanhas em redes sociais.

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ANEXO 1 - Autorização unidade pesquisada