aplicaÇÃo da escala de equilÍbrio de berg em...

71
UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Aline Domingues Sozzo Gabriela dos Santos Silva Vilma Maria Coelho Tobaldini Correa APLICAÇÃO DA ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG EM PACIENTES APÓS AVC UniSALESIANO - Lins LINS-SP 2017

Upload: ngoquynh

Post on 16-Nov-2018

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UniSALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Aline Domingues Sozzo

Gabriela dos Santos Silva

Vilma Maria Coelho Tobaldini Correa

APLICAÇÃO DA ESCALA DE EQUILÍBRIO DE

BERG EM PACIENTES APÓS AVC

UniSALESIANO - Lins

LINS-SP

2017

ALINE DOMINGUES SOZZO

GABRIELA DOS SANTOS SILVA

VILMA MARIA COELHO TOBALDINI CORREA

APLICAÇÃO DA ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG EM PACIENTES APÓS AVC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação da Profª Ma. Gislaine Ogata Komatsu e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

LINS-SP

2017

ALINE DOMINGUES SOZZO

GABRIELA DOS SANTOS SILVA

VILMA MARIA COELHO TOBALDINI CORREA

Sozzo, Aline Domingues; Silva, Gabriela dos Santos; Correa, Vilma Maria Coelho Tobaldini

Aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg em pacientes após AVC / Aline Domingues Sozzo; Gabriela dos Santos Silva; Vilma Maria Coelho Tobaldini Correa. – – Lins, 2017.

68p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2017.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Gislaine Ogata Komatsu

1. Escala de Equilíbrio de Berg. 2. Riscos de Quedas. 3. Assistência após AVC. I Título.

CDU 615.8

S719a

APLICAÇÃO DA ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG EM PACIENTES APÓS AVC

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em ____/____/____

Banca Examinadora:

Profª. Orientadora: Gislaine Ogata Komatsu

Titulação: Mestra em Saúde Coletiva pela Universidade do Sagrado

Coração.

Assinatura:_________________________

1ºProf(a):

______________________________________________________

Titulação:

______________________________________________________

Assinatura: _________________________

2ºProf(a):

______________________________________________________

Titulação:

______________________________________________________

Assinatura:__________________________

“Toda caminhada é difícil quando pedras se encontram à nossa frente,

mas se souber ultrapassar esses obstáculos com resignação, nossos passos

encontrarão caminhos que nos levará para uma vida melhor.”

Jader Amad

AGRADECIMENTOS

Venho agradecer primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade

de estudar e me formar me dando entendimento e discernimento.

Agradeço também a nossa orientadora Gislaine Ogata Komatsu e

orientadora técnica Jovira Maria Sarraceni pela sua dedicação, contribuição

teórica, compreensão nas horas necessárias, paciência nos momentos de

precisão e necessidade.

Agradeço as minhas amigas de TCC pela paciência, oportunidade e

confiança para que a realização desse trabalho.

Quero agradecer em especial a minha mãe Lourdes, a minha tia Norma,

meu tio Marcos e ao meu amor, Michel, por fazerem parte da minha vida sendo

sempre meu porto seguro de todos os momentos vividos, sejam eles de alegria

ou tristeza, vocês sempre se fizeram presente ao meu lado.

Aline Domingues Sozzo

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por me sustentar em seus braços

me guiando pelo caminho que me fizesse chegar até aqui.

Também agradeço a banca examinadora, e com carinho as minhas

orientadoras Gislaine Ogata Komatsu e Jovira Maria Sarraceni por toda

paciência, determinação, colaboração e disponibilidade para conosco durante

esse trajeto.

E por fim agradeço a minha querida família, que é meu alicerce na vida.

Obrigada ao meu pai José, minha mãe Marilda, meu esposo Paulo e meu filho

Henry, que sempre lutaram comigo, me transmitindo força e fé para a

realização desse sonho. E a você meu filho que durante esse período me

destinou cada dia mais dedicação e força de vontade de chegar até aqui. Seu

sorriso e inocência foi referência para saber me aguardar todas as noites ao

voltar e te pegar no colo, muito obrigada.

Gabriela dos Santos Silva

A construção desse trabalho se deu por meio de Deus e não poderia

deixar de agradecê-lo, por nos ajudar nos orientando e deixando que nossa fé

nos levasse até aqui.

Agradeço a nossa orientadora Gislaine Ogata Komatsu e Jovira Maria

Sarraceni pela paciência e determinação para conosco a fim da concretização

desse trabalho.

Agradeço em especial ao meu pai Antônio, meu esposo Davisson, que

sempre esteve do meu lado em todas as horas de precisão e necessidade,

meu irmão Vilmar, que contribuiu muito para esse tão grande sonho e minha

cunhada Vera, deixo aqui os meus mais sinceros agradecimentos.

Agradeço por fim as minhas amigas de trabalho e peço desculpas por

alguma coisa, agradeço também pela compreensão e colaboração.

Vilma Maria Coelho Tobaldini Correa

RESUMO

O Acidente Vascular Cerebral ocorre após uma lesão vascular súbita

ocasionando um déficit neurológico local. Uma das maiores alterações fisiológicas ocorridas em indivíduos com AVC é o comprometimento da marcha, onde ocorre alteração da capacidade funcional. Desta forma, ocorre o déficit de equilíbrio desses pacientes proporcionando um elevado risco de quedas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o equilíbrio de pacientes após AVC através da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg. Para tanto, busca traçar o déficit de equilíbrio de cada um para poder contribuir em um direcionamento fisioterapêutico. Esta pesquisa orienta-se pela hipótese de que, segundo Katherini, em 1992, surge a Escala de Equilíbrio de Berg com intuito de avaliar o equilíbrio estático e dinâmico em indivíduos da terceira idade, através de 14 tarefas como sentar, levantar, girar, transferências. Tendo como um pontapé de início instruções necessárias aos devidos participantes, demonstrando a tarefa proposta e assistência ao participante. As tarefas foram qualificadas por meio da observação através de uma escala ordinal de cinco alternativas, variando de zero a quatro, somando um escore máximo de 56. O total de participantes da pesquisa foram dez, sendo seis do gênero feminino e quatro do gênero masculino. Dessa maneira, a análise aqui realizada baseia-se em uma metodologia de cunho exploratório e descritivo, bem como, de uma acurada incursão bibliográfica de natureza quantitativa. Os resultados obtidos por meio da pesquisa mostrou que o risco de quedas é expressivo, atingindo a todos os participantes, em porcentagens diferentes. O que nos mostra que o direcionamento para um proposto tratamento fisioterapêutico é essencial a fim de atender as necessidades de cada paciente, proporcionando melhora na qualidade de vida.

Palavras- chave: Escala de Equilíbrio de Berg, Riscos de Quedas, Assistência após AVC.

ABSTRACT

The stroke occurs after a sudden vascular injury causing a focal

neurological deficit. One of the major physiological changes occurred in individuals with stroke is gait deficiency, where impairment of functional capacity occurs. Thus, the balance deficit of these patients leads to a high risk of falls. The objective of this study was to evaluate the balance of patients after stroke through the application of the Berg Balance Scale. To do so, it seeks to trace the balance deficit of each one in order to contribute to a physiotherapeutic targeting. This research is guided by the hypothesis that, according to Katherini, in 1992, the Berg Balance Scale arises in order to evaluate the static and dynamic equilibrium in the elderly, through 14 tasks such as sit, lift, spin, transfers . taking as a kick start necessary instructions to the appropriate participants, demonstrating the proposed task and assistance to the participant. The tasks were qualified through observation through an ordinal scale of five alternatives, ranging from zero to four, adding a maximum score of 56. In this way, the analysis performed here is based on an exploratory and descriptive methodology as well as an accurate bibliographical incursion of a quantitative nature. The results obtained through the present research showed that the risk of falls is significant, affecting all participants, in different percentages. This shows us that targeting a proposed physiotherapeutic treatment is essential in order to meet the needs of each patient, thus improving the quality of life.

Key words: Berg Balance Scale, Falls Risk, Post-stroke Care.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Média do gênero, idade e resultados.............................................. 35

Tabela 2: Escore alcançado pelos participantes através das 14 tarefas......... 36

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Características e estilo de vida............................................ 18

Quadro 2: Patologias ou marcadores patológicos................................ 18

Quadro 3: Lesões estruturais assintomáticas....................................... 19

LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Referente a quem está sentado e consegue ficar de pé............. 52

Gráfico 02: Referente a quem fica em pé sem apoio.................................... 52

Gráfico 03: Referente a quem fica sentado sem apoio.................................. 52

Gráfico 04: Referente a quem Em pé para sentado...................................... 53

Gráfico 05: Referente a quem Transferências ........................................53

Gráfico 06: Referente a quem fica de pé com os olhos fechados................. 53

Gráfico 07: Referente a quem fica de pé com os pés juntos......................... 53

Gráfico 08: Referente a quem conseguiu reclinar à frente com os braços

estendidos................................................................................................................. 54

Gráfico 09: Referente a quem conseguiu apanhar o objeto do

chão................................................................................................................. 54

Gráfico 10: Referente a quem a conseguiu virar e olhar para trás................ 54

Gráfico 11: Referente a quem conseguiu fazer um giro 360 graus............... 55

Gráfico 12: Referente a quem conseguiu colocar os pés alternadamente sobre

um banco................................................................................................................... 55

Gráfico 13: Referente a quem ficou de pé um pé em frente ao outro............. 55

Gráfico 14: Referente a quem ficou em pé apoiado em um dos pés.............. 56

Gráfico 15: Visão Geral da pesquisa............................................................... 56

LISTA DE SIGLAS

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVCH – Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

AVCi – Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

AVD’s – Atividades de Vida Diária

DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

do Brasil

HC – Habeas Corpus

HSA – Hemorragia Subaracnóidea

OAJ – Osteoartrite de Joelho

PCDT – Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................... 12

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ................................................... 14

1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................... 14

1.2 Classificação ....................................................................................................... 15

1.3 Fisiopatologia...................................................................................................... 17

1.4 Sintomas .............................................................................................................. 17

1.5 Hemiparesia ........................................................................................................ 19

1.4.1 Hemiplegia ....................................................................................................... 20

EQUILÍBRIO .......................................................................................... 21

1.DEFINIÇÃO ............................................................................................................ 21

1.1 Estático e Dinâmico .......................................................................................... 22

1.1.1 Estático ............................................................................................................. 22

1.1.2 Dinâmico ........................................................................................................... 23

1.2 Relação entre: Equilíbrio e Idosos ............................................................... 23

1.3 Risco de quedas ................................................................................................ 25

ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG.................................................... 30

1. DEFINIÇÃO ........................................................................................................... 30

1.1 Aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg ............................................... 31

1.2 Validação e Confiabilidade ............................................................................. 32

1.3 Quais benefícios a escala de equilíbrio de Berg pode proporcionar

para fisioterapia? ............................................................................................................... 33

1.4 Pesquisas que já foram realizadas com a Escala de Equilíbrio de

Berg ....................................................................................................................................... 34

A PESQUISA ......................................................................................... 36

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 36

1.1 Métodos e Técnicas ......................................................................................... 36

1.2 Apresentação dos resultados ........................................................................ 37

1.3 Discussão dos resultados ............................................................................... 41

1.4 Parecer final ........................................................................................................ 43

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .......................................................... 44

CONCLUSÃO ........................................................................................ 45

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 46

APÊNDICE ............................................................................................. 52

ANEXOS ................................................................................................ 58

12

INTRODUÇÃO

Conforme retrata, André (1999) o Acidente Vascular Cerebral ocorre

após uma lesão vascular súbita ocasionando um déficit neurológico local. Ao

longo dos anos o termo progride para inclusão das lesões, mesmo sem

alterações detectáveis nas artérias ou veias, causadas por distúrbios

hemodinâmicos e da coagulação. Pelo menos um quarto dos diagnósticos de

AVC refere-se ao extravasamento (derrame) de sangue no espaço

subaracnóide (hemorragia subaracnóidea) ou no parênquima cerebral

(hemorragia cerebral).

Uma das maiores alterações fisiológicas ocorridas em indivíduos com

AVC é o déficit na marcha, onde ocorre o comprometimento da capacidade

funcional através das seqüelas proporcionadas pela patologia, o que vem a

afetar na maioria dos casos a deambulação e as aptidões físicas de força e

equilíbrio nos mesmos e que é frequentemente utilizado em atividades da vida

diária o que contribui assim para a incapacidade desses indivíduos em realizar

tarefas cotidianas (CARDOSO; LIMA; SILVA, 2014, p.91).

Para Gobbi, Villar, Zago (2005), equilíbrio é a capacidade física que

permite controlar qualquer posição do corpo sobre uma base de apoio, sendo

parada ou em movimento, esse equilíbrio é alcançado por uma combinação de

ações musculares que tem o propósito de sustentar uma posição corporal e

interage com a força da gravidade.

De acordo com Leite et al (2009), com o envelhecimento o controle

postural sofre influências nas alterações fisiológicas. Por isso é importante a

integração dos vários sistemas corporais sob o comando central para o

controle do equilíbrio corporal, onde o desempenho desses sistemas sofrem

reflexos nas habilidades dos indivíduos na execução das tarefas diárias e na

capacidade funcional.

Rebelatto et al (2008), relata que com a senescência o sistema postural

fica deficitário onde pode sofrer variação nas diversas etapas do controle

postural, diminuição na capacidade compensatória do sistema levando a um

aumento da instabilidade, e como o equilíbrio depende de impulsos sensoriais,

13

qualquer falha em um dos sistemas envolvidos pode causar desequilíbrio

postural e quedas.

Paixão Júnior e Heckmann, (apud FREITAS et al. 2013), refere que as

quedas são freqüentes em qualquer etapa da vida, e nos idosos representam

um problema de saúde, e, quando os idosos sofrem quedas, correm mais

riscos de lesões.

A aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg é de extrema importância

para demonstrar o déficit de equilíbrio de cada indivíduo, principalmente em

pacientes que sofreram AVC e apresentam um comprometimento motor. Sendo

assim, o tratamento fisioterapêutico visa atender as necessidades de cada

paciente, minimizando o risco de quedas.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o equilíbrio de pacientes após AVC

através da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg. Para tanto, busca traçar

o déficit de equilíbrio de cada um para poder contribuir em um direcionamento

fisioterapêutico.

Foi realizada a pesquisa no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco,

através da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg constituída por 14 tarefas,

mostrada no anexo.

O trabalho está estruturado da seguinte forma:

Capítulo I – descreve os conceitos básicos do Acidente Vascular

Cerebral, abrangendo a classificação e os sintomas.

Capítulo II – fala sobre o equilíbrio, o risco de quedas e a sua relação

com o idoso.

Capítulo III – relata a Escala de Equilíbrio de Berg e a sua importância

dentro da fisioterapia.

Capítulo IV – Descreve a pesquisa.

Para finalizar o trabalho, segue-se a proposta de intervenção e a

conclusão.

14

CAPÍTULO I

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

1 DEFINIÇÃO

Conforme retrata, André (1999) o Acidente Vascular Cerebral (AVC)

ocorre após uma lesão vascular súbita ocasionando um déficit neurológico

local. Ao longo dos anos o termo progride para inclusão das lesões, mesmo

sem alterações detectáveis nas artérias ou veias, causadas por distúrbios

hemodinâmicos e da coagulação. Expressões como AVC, Derrames,

Hemiplegia são frequente em leigos ou até mesmo em grupos profissionais,

porém devem ser vistos como reservas. Pelo menos um quarto dos

diagnósticos de AVC refere-se ao extravasamento (derrame) de sangue no

espaço subaracnóide (hemorragia subaracnóidea) ou no parênquima cerebral

(hemorragia cerebral). As lesões vasculares podem afetar áreas do encéfalo

levando, por exemplo, a distúrbios do campo visual ou alterações da fala, por

sua vez, pode ser originada por uma série de mecanismos não vasculares.

A lesão tem instalação aguda, duração variável, e pode levar a

morte. Lesões embólicas e a hemorragia subaracnóidea (HSA)

tendem a exibir este início abrupto, enquanto as hemorragias

cerebrais (HC) e os infartos lacunares por oclusão de

pequenos ramos penetrantes das artérias cerebrais tendem a

instalar-se ao longo de vários minutos a poucas horas. A

gravidade do quadro pode variar grandemente, de uma

hemiplegia maciça com alterações da consciência até quadros

leves e transitórios que sequer chamam a atenção do paciente

ou do médico.(ANDRÉ, 1999 p. 3 e 4).

É notório que, nas palavras de André (1999) que o AVC, não é uma

doença comum e de baixo risco, pois a gravidade das lesões hemorrágicas a

pessoa chegará a um quadro clínico bem mais grave que requer um

15

acompanhamento para as supostas recuperações, isso quando não acontece

uma antecipação que leva o paciente a morte.

Ainda, segundo afirmações de André, (1999) após os 6 meses que

indivíduos sofreram AVC, cerca de 40 a 50% estavam mortos. Aqueles que

sobreviveram exibirá incapacidades residuais significativas e deficiências

neurológicas, o que faz do AVC a primeira causa de incapacitação funcional no

mundo ocidental. Um meio eficaz de economizar recursos hoje utilizados no

tratamento dos doentes ou perdidos em produtividade é reduzir o aumento do

AVC, através da prevenção de risco. O AVC pode surgir em qualquer idade,

tanto entre crianças quanto recém-nascidos, sua medida cresce em

decorrência que avança a idade (dobra aproximadamente a cada década). A

raça negra exibe maior tendência ao desenvolvimento de AVC pela genética do

desenvolvimento e a incidência no sexo masculino é prudentemente superior

em relação as faixas mais idosas.

Grande maioria dos pacientes com AVC agudo deve ser hospitalizada. A internação se justifica pela necessidade de rápida investigação da natureza do problema e pelo grande potencial de desenvolvimento de complicação clínicas e neurológicas. Há hoje sólida evidência de que a hospitalização em local onde há especialização A no tratamento dos AVC pode melhorar o prognóstico.(ANDRÉ, 1999, p.27)

1.2 Classificação

Para Einsten (2011) o Acidente Vascular Cerebral se classifica em dois

diferentes e grandes grupos: AVC Isquêmico (AVCi) e o AVC Hemorrágico.

Com cerca de 85% o mais frequente entre os casos é o AVCi, que caracteriza-

se pela interrupção do fluxo sanguíneo, é uma obstrução arterial por trombos

ou êmbolos em uma determinada área do encéfalo.

Segundo Almeida (2012) no Brasil, foram registradas 160.621

internações por doenças cerebrovasculares em 2009, segundo os dados de

domínio público do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da

Saúde. A taxa de mortalidade foi de 51,8 a cada grupo de 100.000 habitantes.

Nas palavras de Abramczuk; Villela (2017) é a maior causa de

incapacitação da população na faixa etária maior que 50 anos, sendo

responsável por 10% do total de óbitos, 32,6% das mortes com causas

16

vasculares e 40% das aposentadorias precoces no Brasil. O país está entre os

dez primeiros com maiores índices de mortalidade por AVC.

Conforme Einsten (2011) em uma parte do cérebro ocorre um

rompimento de um vaso sanguíneo em consequência ocorre um sangramento

que é caracterizado pelo Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH),

esse rompimento pode ocorrer dentro do cérebro ou do tronco cerebral (AVCH

intraparenquimatoso) ou pode ocorrer para dentro das meninges (hemorragia

subracnóidea). Cerca de 15% dos casos de AVC é acometido pela hemorragia

intraparenquimatosa que por consequência é o subtipo mais comum de

hemorragia cerebral. Este tipo é o mais grave e de pior prognóstico. Essa

hemorragia pode vir acompanhada de uma forte dor de cabeça, vômitos e

náuseas, e pode ser mais comum entre os jovens.

Segundo Einsten (2011), ela pode vir sem nenhum sinal também.

Fatores como fumar, usar contraceptivos orais e o abuso de álcool e drogas

favorecem o ataque dessa hemorragia.Já a hemorragia subracnóide, ela ocorre

pela ruptura de dilatações arteriais chamadas aneurismas cerebrais. Onde

ocorre um sangramento dentro do crânio, num espaço normalmente ocupado

pelo líquor, mas ao redor do cérebro chamado de espaço subaracnóide.Essa

hemorragia pode ser muito extenso, causando um aumento na pressão

intracraniana tão intensa que pode ser fatal e as vezes um ataque epilético ou

pode ser de pequeno volume causando apenas uma dor de cabeça.

Einsten (2011) declara que a hemorragia intracerebral, quando ocorre

um derrame sem sangramento (derrame isquêmico que ocorre por um

“entupimento” de uma artéria do cérebro) pode causar uma hemorragia

intracerebral. Quando se tem o sangramento ele acontece dentro do próprio

cérebro tendo um rompimento do vaso sanguíneo ocorrendo um sangramento.

A pressão alta, o uso abusivo de álcool, a idade avançada e o uso de

cocaína ou anfetaminas são os principais risco. Os sintomas de uma

hemorragia intracerebral aparecem quando o paciente está acordado, tem

casos que ele aparece em situações estressantes. Os sintomas aparecem sem

aviso prévio, mas no inicio dos sintomas pode ser muito gradual, eles pioram

com o decorrer de 30 a 90 minutos. Estes sintomas podem incluir fraqueza

súbita, paralisia em qualquer parte do corpo, incapacidade para falar, perda da

17

consciência, divergência súbita dos olhos para uma direção, náuseas e

vômitos, dificuldades para respirar, estupor e coma.

1.3 Fisiopatologia

Perkin (1998) declara que um influxo de cálcio ocorre por que a

membrana celular é despolarizada, como resultado da isquemia

proporcionando uma serie de efeitos metabólicos, tal como a falência da

fosforilação oxidativamitocondral. De modo simultâneo, a liberação de

glutamato altera a permeabilidade da membrana celular ao sódio, potássio e

cálcio. Acompanha-se um influxo de água, causando o edema cerebral. A

produção de ácido láctico, com vasodilatação focal associada, propicia de

modo inicial algumas desordens metabólicas, que incluem uma queda no pH

intra e extracelular. As áreas de infarto cerebral podem perder sua capacidade

auto regulatória, isto é, a capacidade dos vasos de alterarem seu calibre em

respostas á estímulos metabólicos ou neurogênicos. A síndrome de perfusão

luxuriante é um fluxo sanguíneo inapropriadamente elevado em uma área

contiguo ao infarto, relativamente ao fluxo sanguíneo na área análoga do

hemisfério contralateral. A principio, após o infarto, ocorre perda da auto

regulação que propicia a perfusão extravagante. Mais tarde, é a consequência

de brotamento capilar (neovascularização). A Perfusão extravagante, definida

metabolicamente, é uma área na qual há um fluxo sanguíneo maior do que a

taxa metabólica está requisitando.

Os indivíduos que obtiveram sequelas do AVC normalmente seguem uma rotina de intervenção e tratamento de acordo com o tipo e causa do acidente vascular cerebral, essa rotina varia desde a intervenção cirúrgica ao tratamento clínico, passando posteriormente, para o tratamento de reabilitação, este tratamento consiste na medida do possível em restabelecer funções ou minimizar as sequelas deixadas.(CARDOSO; LIMA; SILVA, 2014, p.89).

1.4 Sintomas

Segundo Amendola, (2017) dependendo do tamanho, da área do

cérebro atingida, o tipo do AVC, pode se manifestar de diversos modos. A

18

depressão é um distúrbio da área afetiva ou do humor com forte impacto

funcional. A depressão possui uma natureza multifatorial por envolver diversos

aspectos biológicos, sociais e psicológicos. Nos idosos a depressão é

ignorada, pois, em geral, os profissionais de saúde veem os sintomas

depressivos como manifestações normais decorrentes do processo de

envelhecimento. De maneira geral as principais características são: instalação

aguda ou de progressão rápida sem história de trauma; cefaleia, vômito,

depressão do nível de consciência, confusão mental; paresia ou plegia de um

ou mais segmentos ou facial; alteração da marcha, incoordenação e quedas;

crises convulsivas; perda da visão ou de parte do campo visual; afasia

(sensitiva motora e global); disartria, vertigem, diplegia; retenção urinária;

elevação da pressão arterial; sialorréia; e cianose. Essas alterações servem de

alerta de que algo esta acontecendo, elas não são alterações exclusivas do

AVC, mas deve - se procurar um auxilio médico imediatamente.

Uma das maiores alterações fisiológicas ocorridas em

indivíduos com AVC é o déficit na marcha, onde ocorre o

comprometimento da capacidade funcional através das

sequelas proporcionadas pela patologia, o que vem a afetar na

maioria dos casos a deambulação e as aptidões físicas de

força e equilíbrio na maioria dos casos e que é frequentemente

utilizado em atividades da vida diária o que contribuem assim

para a incapacidade desses indivíduos em realizar tarefas

cotidianas.(CARDOSO; LIMA; SILVA, 2014, p.91).

Quadro 1: Características e estilos de vida

Características Estilo de Vida

Idade, sexo, raça, hereditariedade, tabaco, consumo exagerado de álcool e abuso de drogas.

Padrão de personalidade, localização geográfica, estação do ano, clima, fatores económicos, mortalidade materna precoce, uso de contraceptivos orais, dietas ricas em gordura animal, obesidade e hiperlipidêmica.

Fonte: Graça (2015 apud MARTINS, ROLIM, 2011. p.7)

19

Quadro 2: Patologias ou marcadores patológicos

Hipertensão arterial, doença cardíaca, acidente isquêmico transitório, hematócrito elevado, diabetes mellitus, elevada concentração de fibrinogénio, enxaqueca.

Hiperuricémia e hipotiroidismo.

Fonte: Graça (2015 apud MARTINS; ROLIM, 2011. p.7)

Quadro 3: Lesões estruturais assintomáticas

Detectadas por exames físicos: ruídos carotídeos, embolia retiniana, diferença da pressão arterial entre os dois braços e diminuição da pressão na óculopletismografia. Detectados por imagem: enfartes silenciosos ou hemorrágicos detectados por tomografia axial computorizada ou ressonância magnética, malformações arteriovenosas, aneurisma, hematoma, aterosclerose com estende arterial e displasia fibromuscular. Fonte: Graça (2015, apud MARTINS; ROLIM, 2011, p.7).

1.5 Hemiparesia

Para Gomes et al. (2006) o AVC tem uma alteração motora mais

evidente que é a hemiparesia, caracterizada pela diminuição motora no

hemicorpo. Existe uma perda extremamente importante da atividade dos

músculos que controlam o tronco, especificamente músculos responsáveis pela

flexão, rotação e flexão lateral. O comprometimento mais evidente é manter-se

em uma posição de assimetria postural, com distribuição de peso menor sobre

o hemicorpo parético. Quando ocorre a hemiparesia os músculos abdominais

demonstra uma diminuição da atividade e tônus, quando acontece uma

hemiparesia esquerda o déficits posturais são maiores em relação a

hemiparesia direita, quem teve hemiparesia esquerda tem menor equilíbrio

postural sentado, em pé comparando aos pacientes hemiparéticos a direita em

que ocorre um alto grau de anormalidades posturais nos indivíduos

hemiparéticos que tem negligência.

A hemiparesia é uma sequela que repercute com alterações na marcha. Entre os déficits neurológicos residuais, os distúrbios do hemiparético afetam principalmente a função, limitando a habilidade de realizar atividades funcionais como andar e autocuidar-se, devido a alterações na força muscular, em

20

funções motoras e sensitivas, de espasticidade e do equilíbrio. Pacientes com hemiparesia exibem diminuição do equilíbrio, além de fazer uso de elevado consumo de energia e inabilidade em transferir o peso para o membro acometido. O déficit de equilíbrio dos pacientes hemiparéticos é a principal variável a ser recuperada para a melhora da marcha.(LEITE, et al. 2009, p.124).

1.4.1 Hemiplegia

Segundo Resende, et al. (2000) a partir dos 65 anos com o

envelhecimento, há uma redução na força muscular de 1% a 2% ao ano. Com

essa diminuição da força pode ser um fator limitante na manutenção do estilo

de vida independente e na prevenção de quedas que representam 82% das

mortes acidentais no lar após os 72 anos. Nos hemiplégicos, as alterações são

agravadas pelo déficits inerentes a patologia de base.

Contudo, pacientes hemiplégicos crônicos, quando submetidos a programas de fortalecimento muscular e condicionamento físico apresentam melhora funcional e na qualidade de vida. (RESENDE, et al. 2000, p.109).

Para Rabuske (2010) alguns estudos indicam que ao reabilitar os

pacientes hemiplégicos deve-se ter início ainda quando se está no hospital.

Portanto a participação do fisioterapeuta torna-se cada vez mais necessária.

Luna (2015) diz que a hemiplegia é definida como paralisia ou paresia

do hemicorpo. Os sintomas são consequente de uma lesão em um hemisfério

cerebral afetado um lado contra-lateral do corpo, esses sintomas de

hemiparesia é rápido para se desenvolverem e pode evoluir para

espasticidade.

Para o tratamento de hemiplegia, a Fisioterapia dispõe de uma variedade de recursos, tais como a cinesioterapia, exercícios respiratórios, crioterapia, hidroterapia, Método de Kabath, Método de Klein, técnicas com base no princípio de Sherington, reeducação postural, mobilizações passivas, dentre outras técnicas, visando a restauração dos déficits motores e respiratórios, promovendo o retorno da função ea sua independência.(LUNA, 2015, p. 234).

21

CAPÍTULO II

EQUILÍBRIO

1 DEFINIÇÃO

Para Gobbi, Villar e Zago (2005), equilíbrio é a capacidade física que

permite controlar qualquer posição do corpo sobre um apoio, sendo parada ou

em movimentação, esse equilíbrio é alcançado por uma combinação de ações

musculares que tem o propósito de sustentar uma posição corporal e interage

com a força da gravidade.

O equilíbrio é a capacidade de se manter ereto durante o movimento. O equilíbrio é obtido através do controle contínuo pelo deslocamento da massa do centro do corpo sobre uma base de apoio em movimento.(STUDENSKI; WOLTER, apud DUTHIE; KATZ, 2002, p.193).

Para Rebelatto et al (2008), o equilíbrio é um meio que engloba a

integração de estímulos sensoriais, onde o sistema de controle postural coleta

as informações do sistema somato sensorial, o sistema nervoso central é o

responsável por coletar as informações e liberar impulsos nervosos aos

músculos.

Nas palavras de Leite et al (2009), com o envelhecimento o domínio

sobre a postura sofre influências nas alterações fisiológicas. Por isso é

importante a integração dos vários sistemas corporais sob o comando central

para o domínio postural, onde o desempenho desses sistemas sofrem reflexos

nas habilidades dos indivíduos na execução das tarefas diárias e na

capacidade funcional.

Os dados visuais, vestibulares e táteis-proprioceptivos formam o retrato interno da localização, movimento e o ambiente de uma pessoa são, portanto, fundamentais para as habilidades motoras que dão suporte ao equilíbrio.(BADDOUR; WOLFSON apud DUTHIE; KATZ, 2002, p.312).

22

De acordo com Ramos, Toniolo e Netto (2005), defendem que a

habilidade é afetada por alterações nos sistema sensorial e motor. E com o

envelhecimento, os sistemas vestibulares, visual, e somato sensorial sofrem

mudanças e diminuem o controle da postura, com isso os músculos efetores

não tem capacidade de desenvolver e conservar a estabilidade corpórea.

A manutenção da postura ereta estável só é possível se houver integridade estrutural e funcional de três sistemas sensoriais: visual, vestibular e proprioceptivo.(DELIBERATO, 2007, p.159).

Para Deliberatto (2007), qualquer alteração do distúrbio dos sistemas

visual, vestibular ou proprioceptivo pode acometer alterações do equilíbrio,

lesões ou disfunções nas vias ascendentes e descendentes, desuso e

envelhecimento, também pode acarretar na diminuição da capacidade da

pessoa se manter em pé e realizar as tarefas diárias do cotidiano.

Gobbi, Villar e Zago (2005), refere-se que o aparelho vestibular

localizado no labirinto interno do ouvido é responsável por controlar o equilíbrio,

especialmente às alterações da cabeça em ligação ao corpo, o aparelho

vestibular detecta apenas os movimentos da cabeça.

1.1 Estático e Dinâmico

1.11 Estático

Segundo Gobbi, Villar e Zago (2005), por mais que a pessoa tente ficar

totalmente imóvel, é impossível, pois existem contrações musculares mínimas

dos músculos responsáveis pela manutenção de determinada postura, esses

músculos estarão em oscilação para manter determinada postura. Essa

contração mínima contribui para o retorno sanguíneo venoso e na prevenção

da fadiga neuromuscular, através do mecanismo bomba muscular, um bom

exemplo para equilíbrio estático é quando a pessoa permanece imóvel como

uma estátua por um período de tempo, sem a realização de movimentos

visíveis em suas articulações. Os autores relatam ainda a manutenção de uma

posição particular do corpo com um mínimo de oscilação, sem movimentos

23

aparentes, equilíbrio estático é a preservação postural parada que é mantida

pelo sistema músculo - esquelético.

Refere-se a manutenção de uma posição particular do corpo com o mínimo de oscilação, sem que haja movimentos aparentes. É a manutenção de uma postura parada mantida pelo sistema músculo - esquelético.(GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p.226).

1.1.2 Dinâmico

Nas palavras de Gobbi, Villar e Zago (2005), equilíbrio dinâmico é

quando o indivíduo se mantém em uma postura eficiente durante o movimento,

onde a manutenção dessa estabilizada com a realização do mesmo depende

do dinamismo dos processos nervosos e técnica de cada tarefa a ser realizada.

Ainda para Gobbi, Villar e Zago (2005), o tronco em equilíbrio deve

sofrer um desequilíbrio a fim de que o movimento aconteça e ocorra a

restauração do equilíbrio. Dessa forma, o ciclo equilíbrio - desequilíbrio está

totalmente interligado para gerar o movimento, a recuperação dos movimentos

acontece através de contrações musculares compensatórias.

Para se movimentar de um lugar para o outro, a massa óssea deve se deslocar para fora da base de sustentação, e a massa corporal rapidamente recoloca a base sobre a massa em movimento. Essas condições não são estáveis em uma base de segundo -a- segundo; por isso, a marcha pode ser chamada “queda controlada”, e o movimento realmente representa um “equilíbrio dinâmico”.(STUDENSKI; WOLTER, apud DUTHIE; KATZ, 2002, p.193).

Segundo Gobbi, Villar e Zago (2005), um bom exemplo de equilíbrio

dinâmico é a caminhada e a corrida, pois deve-se manter uma postura

adequada para que mantenha também o equilíbrio e consequentemente um

desequilíbrio que será recuperado no momento da passada.

1.2 Relação entre Equilíbrio e Idosos

Para Rebelatto et al. (2008), com o passar dos anos, o envelhecimento

compromete a habilidade do sistema nervoso central em realizar o

24

processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos, esses sinais

são responsáveis pela preservação postural, ocorre também a diminuição da

capacidade de modificações dos reflexos adaptativos.

Para Gonçalves, Ricci e Coimbra (2009), o processo de envelhecimento,

afeta os componentes do comando da postura, onde fica impossível diferenciar

os efeitos da idade, seja causado pelas doenças ou estilo de vivência do idoso.

Inúmeras alterações devidas à senescência e a doença podem influenciar os elementos do sistema de controle postural, resultando em dificuldade do controle da tarefa biomecânica. (STUDENSKI; WOLTER apud DUTHIE; KATZ, 2002, p. 193).

Rebelatto et al. (2008), relata que com a senescência o sistema postural

fica deficitário onde pode sofrer variação nas diversas etapas do domínio de

tronco, diminuição na capacidade compensatória do sistema levando a um

aumento da instabilidade, e como o equilíbrio depende de impulsos sensoriais,

qualquer falha em um dos sistemas envolvidos pode causar desequilíbrio

postural e quedas.

Existem, porém, evidências crescentes de que um risco aumentado de quedas pode resultar de uma habilidade reduzida do sistema de controle postural em se recuperar de perturbações, possivelmente mesmo em situações de desestabilização mínima que seriam facilmente compensadas por adultos jovens saudáveis.(PAIXÃO JÚNIOR; HECKMANN apud FREITAS et al., 2013, p.625).

Para Deliberato (2007), existem fatores não patológicos que interferem

no equilíbrio, como o sexo, idade, altura, peso e tamanho do pé, o preparo

físico e os distúrbios nos membros inferiores. Na idade, a instabilidade postural

sofre diminuição devido a degradação do conjunto sensorial e a diminuição da

força muscular, pessoas idosas e principalmente as muito idosas possuem

incidência maior de riscos de quedas com relação a população em geral.

Entre os fatores complicadores da senescência destaca-se o aspecto físico, como a diminuição da capacidade funcional, desenvolvimento de doenças crônicas e osteoarticulares e modificações do equilíbrio. Esses aspectos podem levar a quedas e também a uma redução da independência do indivíduo, da realização de atividades de vida diária (AVDs) e

25

possível piora na qualidade de vida do mesmo.(STIVAL et al., 2015, p. 55).

Radanovic e Caramelli (apud GUIMARÃES, CUNHA 2004), diz que os

idosos apresentam alterações nos movimentos, as alterações ocorrem por

meio de deterioração do sistema motor, doenças do sistema nervoso central,

ou por uso de drogas antipsicóticos que causam efeito colateral.

Os fatores de risco descritos como relacionados com as quedas são variáveis de um estudo para outro e incorporam uma larga faixa de perspectivas peculiares tais como problemas demográficos, médicos, e funcionais.(STUDENSKI; WOLTER, apud DUTHIE; KATZ,2002, p.192).

De acordo com Mazo et al. (2007), a competência funcional sofre um

declínio que resulta em parte, de alterações neuromusculares, como a

desnervação muscular, atrofia e perda seletiva de fibras musculares,

especialmente fibras tipo II. As mesmas alterações sofrem efeitos negativos no

equilíbrio e na mobilidade funcional dos idosos, isso porque ocorre uma

redução na eficácia dos mecanismos do ajustamento postural e do controle

motor, que acabam contribuindo para o aumento do risco de quedas e fraturas,

principalmente fraturas do colo do fêmur.

Segundo Baddour e Wolfson (apud DUTHIE, KATZ 2002), as pessoas

idosas perdem seu equilíbrio com muito mais frequência que as pessoas mais

jovens, o equilíbrio das pessoas idosas funciona com eficácia e pode até

melhorar quando submetidos a testes repetitivos, concluindo assim, que

declínios no equilíbrio relacionados à idade tem semelhança aqueles de outras

funções que são dependentes do sistema nervoso central.

1.3 Risco de quedas

Gonçalves, Ricci e Coimbra (2009) relata que as quedas estão dentre as

relevantes razões de morbidade e mortalidade entre os idosos, as causas

envolvem fatores intrínsecos, comportamentais e ambientais, o perigo das

quedas aumenta a medida que se acumulam os índices de risco.

26

As quedas e riscos associados com as quedas em indivíduos idosos usualmente são múltiplas, sendo resultado da interação e da convergência de vários fatores. Estes fatores responsáveis pelas quedas podem ser classificados tipicamente em intrínsecos, que estão relacionados ao próprio individuo e extrínsecos, relacionados com o meio ambiente. (NETTO; BRITO, 2001, p.327).

Conforme Figueiredo, Lima e Guerra (2007), as chances dos idosos

caírem aumentam conforme o maior número de índice de risco presente. As

queixas de dificuldades de equilíbrio, tem etiologia multifatorial, que envolvem

fatores intrínsecos, como idade, deficiência visual, fraqueza muscular,

medicações, e os fatores extrínsecos, como comportamento e atividades do

idoso e o meio ambiente.

Netto e Brito (2001), relata que as alterações da memória, a depressão e

a ansiedade, estão diretamente ligadas ao medo de cair, podendo contribuir

para o aumento do perigo de quedas nos idosos.

A deterioração da locomoção e de mecanismos de controle do equilíbrio, com a idade, impõe maior solicitação aos processos antes automatizados para compensar a perda de feedback e a integração neuromuscular. Assim, a oscilação postural reveste-se de importância por tratar-se de uma medida funcional significativa, relacionada com os riscos de quedas na velhice. (ALMEIDA; VERAS; DOIMO, 2010, p. 56).

Segundo Carvalho, Pinto e Mota (2007), as lesões sofridas em

indivíduos de idade mais avançadas, traz conseqüências mais graves do que

em pessoas mais jovens. Os idosos têm mais incapacidade em relação a

lesões da mesma gravidade, ficam mais tempo internados, tem um período

mais longo para reabilitação e também maior risco de dependência posterior e

de morte. Para uma prevenção precoce dos idosos com maior risco de quedas

decorrentes ou não de alguma patologia, é necessária uma identificação eficaz.

E relatam ainda que a prática de exercícios físicos atua na melhora da

capacidade funcional, equilíbrio, força, coordenação e velocidade de

movimento e os mesmos contribuem para prevenção de quedas, e para uma

maior segurança na população idosa.

As mudanças naturais que ocorrem nos indivíduos que envelhecem podem ser responsáveis por limitações funcionais

27

que, frente ao aparecimento de afecções agudas ou crônicas ou mesmo riscos ambientais, podem levar o idoso a sofrer queda.(NETTO; BRITO, 2001, p. 327).

Netto e Brito (2001), declara que as quedas são comuns, frequentes e

muito temida pelos idosos , elas representam um sério problema de saúde

pública em países desenvolvidos , devido ao grande percentual de população

idosa. Elas representam sinais evidentes de uma situação clínica de

fragilidade, imobilidade, instabilidade e doenças agudas ou crônicas não

diagnosticadas. As típicas lesões associadas às quedas são resultantes do

impacto sofrido pelo corpo no solo ou superfície e da rápida transmissão das

forças para tecidos e órgãos corporais.

As quedas representam importante preocupação para muitos indivíduos idosos. As quedas são muito mais comuns e graves quando o adulto é mais velho, do que no início da idade adulta. (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p.534).

Paixão Júnior, Heckmann, (apud FREITAS et al. 2013), refere que as

quedas são frequentes em qualquer etapa da vida, e nos idosos representam

um problema de saúde, e, quando os idosos sofrem quedas, correm mais

riscos de lesões. O psicológico dessas pessoas idosas sofrem um impacto

significativo. A queda está relacionada com a marcha e a postura que sofre

degradação pelo envelhecimento, sendo ele normal ou patológico.

Há sempre uma razão pela qual alguém sofre uma queda. Em geral, é possível determinar ao menos alguns dos fatores que causam a queda e oferecer alguma forma de tratamento para alguns desses fatores, objetivando reduzir o risco de novas quedas. Qualquer queda é resultado de uma interação de vários desses fatores.(PAIXÃO JÚNIOR;HECKMANN apud FREITAS et al. 2013, p. 632).

Ainda segundo Studenski e Wolter (apud DUTHIE, KATZ 2002), quedas

podem ser indícios de má saúde geral, podendo ter consequências físicas e

psicológicas, que incluem lesões, hospitalização, restrição de atividade,

colocação em asilos e medo de cair novamente.

Embora a maioria das quedas experimentadas por adultos mais velhos seja menor e não resulte em lesões, quedas mais

28

sérias podem resultar em lesões de tecidos moles, em fraturas, no desenvolvimento de medo psicológico ou em morte. (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p.534).

Guimarães e Cunha (2004), afirma que um quarto dos idosos que

sofreram quedas, diminuem as atividades e o relacionamento social, e nos

casos mais extremos desenvolvem a síndrome pós-queda, que é quando os

pacientes não conseguem caminhar sem suporte, mesmo na ausência de

qualquer impedimento neurológico ou ortopédico, e as quedas aumentam a

hospitalização e nos idosos mais frágeis, até mesmo ocorrendo a morte.

As quedas representam um terço das mortes por lesão no mundo, que levam o idoso a incapacidades, e levam a uma degeneração da condição física do individuo até o óbito. A ocorrência de quedas pode levar a lesões que tem uma incidência de aproximadamente 40-60% nestes episódios, sendo 30-50% de menor gravidade, 5-6% mais graves e 5% de fraturas. Estas acarretam mais de 200 mil hospitalizações, sendo a sexta causa de morte nessa população.(STIVAL et al., 2015, p. 1).

Segundo Stival et al. (2015), a queda em idosos pode ocasionar fraturas

tornando o idoso mais dependente, agravando problemas de saúde já

existente, tornando assim o processo de envelhecimento mais difícil para o

paciente e sua família.

O tratamento de um paciente com risco de quedas exige, geralmente uma conduta multidisciplinar, envolvendo enfermagem, terapia física ou ocupacional, serviço social e especialidades médicas. A redução do risco de quedas e lesões deve ser ponderada levando-se em conta também o risco de diminuição da independência do indivíduo. Ademais, o sucesso de um plano terapêutico muitas vezes depende do envolvimento dos familiares ou cuidadores, bem como do próprio paciente.(PAIXÃO JÚNIOR; HECKMANN apud FREITAS, et al., 2013, p. 634).

Netto e Brito (2001), referem - se que as quedas ocasionam limitações

no desempenho das atividades, por decorrência das deficiências físicas e o

medo de novas quedas.

As quedas são as consequências mais perigosas do desequilíbrio e da dificuldade de locomoção, como consequência as fraturas são responsáveis por deixar os

29

idosos acamados por dias ou até mesmo meses. Essas manifestações dos distúrbios do equilíbrio têm grande impacto na vida do idoso, eles sofrem redução da sua autonomia social, e das atividades na vida diária.(RUWER; ROSSI; SIMON, 2005, p.299).

Ainda segundo Paixão Júnior e Heckmann (apud FREITAS et al, 2013),

prevenção primária é possível para prevenir quedas em idosos, e a prevenção

das quedas é um assunto de muita importância na saúde pública, podendo

reduzir os prejuízos relacionados a morbilidade.

Entretanto, para Figueiredo, Lima e Guerra (2007), adotar atitudes e

conduta políticas a fim de prevenir, conhecer e identificar os fatores e motivos

que colocam os idosos em riscos de quedas.

As quedas e lesões nos idosos frágeis tendem a ocorrer dentro de casa nas atividades de rotina. Os idosos vigorosos podem ter mais probabilidade de cair e sofrer lesões fora de casa, durante as atividades dinâmicas, ou quando lidam com escadas ou outros perigos ambientais.(STUDENSKI; WOLTER, apud DUTHIE; KATZ 2002, p. 193).

30

CAPÍTULO III

ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG

1. DEFINIÇÃO

De acordo Silva et al. (2008), a criação da Escala de Equilíbrio de Berg

ocorreu em 1992 por Katherine Berg com intuito de mensurar a estabilidade em

pessoas acima de 60 anos. É um instrumento confiável para ser usado na

análise do equilíbrio dos pacientes idosos, tendo sua adaptação e tradução

para língua portuguesa por Miyamoto em sua dissertação de mestrado.

Para Resende et al. (2008), ela tem a finalidade de mensurar o equilíbrio

estático e dinâmico. Entretanto, abre outros leques descritivos como determinar

um fator de risco para quedas de idosos, consequentemente o equilíbrio

funcional. É também muito utilizada em pesquisas e clínicas para expor a

estabilidade do indivíduo.

Conforme Abreu e Caldas (2008) a escala tem intuito de avaliar nas

pessoas idosas a diminuição do equilíbrio funcional. No ano de 2004, foi

moldada culturalmente para o Brasil.

A escala tem sido direcionada a idosos que vivem institucionalizados ou na comunidade, e a pacientes que, independentimente da idade, apresentam déficits do equilíbrio em diversas patologias. (FIGUEIREDO, 2008, p. 12)

Para Pimentel e Scheicher (2009), a escala é capacitada para prever a

probabilidade de ocorrências de quedas através das tarefas existentes no

respectivo teste, entretanto, é analisado tanto a forma como é realizada a

tarefa como o tempo para realizá-la. Os elementos dos testes são movimentos

comuns nas AVD’S, indicando o equilíbrio do sujeito ao realizar as atividades

motoras.

O teste satisfaz várias necessidades, incluindo a descrição quantitativa do equilíbrio, o monitoramento do progresso clínico do paciente e a avaliação da eficácia da intervenção realizada na prática clínica e em estudos. A escala apresenta sensibilidade que varia de 82% a 91% e especificidade que

31

varia de 70% a 95%, para avaliar risco de queda em idosos.(SOUZA et al.,2008, p.275).

Figueiredo (2008) declara que, o objetivo é avaliar o equilíbrio em

idosos. Foi adaptada transculturalmente e desenvolvida na universidade de

McGill. Descrição quantitativa do equilíbrio, prediz as quedas, separa os

pacientes capacitados a reabilitação e o feedback do indivíduo ao processo de

reabilitação, são algumas das finalidades.

Apesar de não existir um consenso sobre o melhor instrumento para mensurar o equilíbrio corporal, o chamado “padrão-ouro”, devido á complexidade e interação de diversos sistemas no processo do equilíbrio, a escala de avaliação do equilíbrio de Berg é um instrumento consagrado na literatura e largamente utilizado em ambientes clínicos e de pesquisas cientificas.(FIGUEIREDO, 2008, p.1).

1.1 Aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg

Abreu e Caldas (2008), afirmam que a Escala de Equilíbrio de Berg

constitui-se por 14 tarefas: sentado para em pé, em pé sem apoio, sentado

sem apoio, em pé para sentado, transferências, em pé com os olhos fechados,

em pé com os pés juntos, reclinar á frente com os braços estendidos, apanhar

objeto no chão, virando-se para olhar para trás, girando 360 graus, colocar os

pés alternadamente sobre o banco, em pé com um pé em frente ao outro e em

pé apoiado um dos pés, que cerca o equilíbrio estático e dinâmico. As tarefas

serão qualificadas através da observação e de uma escala ordinal de 5

alternativas, variando de zero a quatro, somando um escore máximo de 56. Se

caso o tempo e a distância não forem alcançados, ou o paciente necessite de

uma supervisão na execução da tarefa ou de uma assistência, esses pontos

devem ser subtraídos.

A pontuação dada é baseada na qualidade do desempenho, necessidade de assistência e no tempo para completar a tarefa. Uma das vantagens da Escala de Equilíbrio de Berg é que ela é propicia ao ambiente clínico, pois é fácil de administrar e não requer muito tempo nem equipamentos sofisticados, sendo necessário apenas cronômetro, cadeira, banquinho e régua.(FIGUEIREDO, 2008, p. 8).

32

Segundo Pimentel e Scheicher (2009), uma das particularidades dessa

escala é a relação não-linear entre a pontuação e a ameaça de quedas

correspondente. Cada ponto a menos na escala corresponde a um aumento do

risco de quedas; entre os escores 56 à 54, cada ponto a menos é associado a

um aumento de 3 à 4% no risco de quedas; entre 54 e 46, a um aumento de 6

à 8% de chances, sendo que abaixo de 36 pontos o risco de quedas é de

quase 100%.

Para Carvalho (2016) a pontuação final é totalmente definida através de

3 fatores: 1. O tempo em que uma posição pode ser mantida; 2. A distância em

que o membro superior é habilitado para alcançar a frente do corpo e 3.O

tempo para completar a tarefa. As 14 tarefas devem ser demonstradas ao

paciente, além de orientações quanto á vestimenta, sapatos e uso de qualquer

órtese.O paciente precisa estar ciente que a finalidade das tarefas é preservar

o equilíbrio.

Conforme as palavras de Figueiredo (2008), o risco de quedas aumenta

à medida que os escores vão diminuindo. Entretanto a escala tem melhor

capacidade discriminatória para identificar indivíduos os quais sofrem quedas

recorrentes do que aqueles que caem uma vez só. Os idosos com uma

pontuação total da escala menor que 40 demonstram um aumento no risco de

quedas.

1.2 Validação e Confiabilidade

Nas palavras de Figueiredo (2008) há vários estudos que evidenciam

altos níveis de confiabilidade inter e intra observador, onde foi testada a

produtividade, tanto na soma total quanto para os itens individuais. No estudo

de validação da Escala de Equilíbrio de Berg para a população brasileira foram

encontrados valores similares.

Instrumentos de avaliação do equilíbrio confiáveis e validados são necessários tanto para pesquisas quanto para prática clinica, no intuito de diminuir as incertezas associadas com as decisões de diagnósticos e prognósticos. (FIGUEIREDO, 2008, p.7).

33

Segundo Figueiredo (2008), a credibilidade e validade da Escala de

Equilíbrio de Berg, para a utilização em pesquisas científicas foi maior do que

algumas ferramentas de avaliação. Entretanto em uma revisão destacou a

utilização na reabilitação. A mesma é importante para avaliação e previsão de

futuras quedas, sendo demonstrado por elevados índices de sensibilidade e

especificidades.

Figueiredo (2008) afirma que em uma pesquisa da versão original da

Escala de Equilíbrio de Berg, a confiabilidade inter e intra-observador foram de

0,98 e 0,99, apresentando alto grau de consistência interna (a Cronbach=

0,96). Na aplicação de confiabilidade do teste na população norueguesa foi de

0,83 a 1,0 entre os diferentes itens e de 0,98 na pontuação total. Na população

turca foi encontrada uma variabilidade de 0,86 a 0,99 de forma individual, e nas

confiabilidades inter e intra-examinadores na pontuação total foi de 0,97 a 0,98.

E por fim, realizou-se na Suécia um estudo da confiabilidade em idosos

institucionalizados e dependentes nas tarefas do dia a dia de 7,7 pontos e 0,97

na pontuação total dos itens, sendo desta forma, considerado a confiabilidade

absoluta.

1.3 Quais benefícios a escala de equilíbrio de Berg pode proporcionar para

fisioterapia?

Para Figueiredo (2008) a escala é importante para fisioterapeutas que

trabalham com idosos, para mensurar o equilíbrio de cada indivíduo. A

avaliação é imprescindível em uma boa abordagem terapêutica, examinando

os aspectos envolvidos na ação motora para um diagnóstico funcional,

possibilitando no tratamento traçar metas realísticas e preventivas daquele

idoso que necessite de um atendimento fisioterapêutico.

Segundo Carvalho et al. (2007), as escalas em si mostram uma visão

clínica para uma linguagem objetiva e universal, que proporciona uma base

científica para a comunicação. Através desses atributos, a mesma vem sendo

uma das formas de avaliação mais procurada. As capacidades motoras podem

ser quantificadas através de escalas e índices, porém a vantagem das escalas

e que permitem uma reavaliação do paciente, permitindo ao terapeuta analisar

a eficiência do tratamento fisioterapêutico que está sendo executado.

34

Carvalho et al. (2007), declara que a Escala de Equilíbrio de Berg vem

sendo utilizada como um parâmetro para serviços relacionados à reabilitação

de indivíduos. O parecer do equilíbrio nos indivíduos com hemiplegia nos

permite analisar se há um aumento do risco de quedas de cada paciente,

individualmente ou até mesmo em grupo, podendo interferir isoladamente no

indivíduo que apresenta escores críticos demonstrando os prejuízos do

desequilíbrio.

A fisioterapia durante o envelhecimento é importante na prevenção de quedas e melhora na qualidade de vida, por meio de programas fisioterapêuticos que melhorem força e equilíbrio, exercícios de transferência de peso, tratamento do distúrbio primário, cinesioterapia, reeducação funcional, hidroterapia e orientações. (CASTRO et al., apud MARQUES et al., 2016, p. 63).

1.4 Pesquisas que já foram realizadas com a Escala de Equilíbrio de Berg

Souza e Santos (2012) diz que a Escala de Equilíbrio de Berg é

amplamente utilizada para identificar o nível de probabilidade de tombos em

idosos e também em pessoas com algum distúrbio neurológico. Portanto, se

uma pessoa sofreu queda ela pontuará menos do que um indivíduo sem queixa

de queda. Um estudo encontrado na literatura de SUN et al. (2006), comparou

o equilíbrio funcional entre indivíduos com e sem osteoartrite de joelho (OAJ),

através da escala sendo verificado que os primeiros apresentam desempenho

inferior ao segundo, indicando assim maior pré-disposição de quedas.

Nas palavras de Souza (2012), realizou-se um estudo para mensurar o

equilíbrio funcional em indivíduos com o diagnóstico de espondilite

anquilosante, tendo como um de seus critérios de avaliação a Escala de

Equilíbrio de Berg que forneceram os resultados com a média do escore de

48,83, sendo que valores menores que 45 indicam comprometimento grave do

equilíbrio.

Segundo Carvalho et al. (2007), foi desenvolvido um trabalho

objetivando caracterizar os pacientes e as atividades realizadas no projeto de

hemiplegia para a prática de fisioterapia em grupo, utilizando como meio de

análise a Escala de Equilíbrio de Berg para avaliar a sua influência sobre o

35

equilíbrio de hemiplégicos. Nos resultados obtidos foi observada uma

progressão nos valores caracterizando debilidades funcionais e capacidades a

serem exploradas.

36

CAPÍTULO IV

A PESQUISA

1 INTRODUÇÃO

A fim de avaliar o equilíbrio em pacientes após o AVC, com a utilização

da Escala de Equilíbrio de Berg, visando um direcionamento no tratamento

fisioterapêutico e a diminuição do risco de quedas, foi realizada pesquisa

descritiva com abordagem quantitativa e amostra de 10 participantes no Centro

de Reabilitação Física Dom Bosco, no setor de neurologia, situado na Rua

Nove de Julho, n° 1010, na cidade de Lins, São Paulo.

Após apresentação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido TCLE (ANEXO B), foi realizada a aplicação da Escala de Equilíbrio

de Berg e a demonstração das 14 tarefas a serem realizadas, proporcionando

assistência ao participante.

1.1 Métodos e Técnicas

O presente estudo está amparado na pesquisa descritiva com

abordagem quantitativa.

Foi realizada a aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg, utilizando uma

cadeira, uma bola, um banquinho, a rampa-escada, uma fita métrica e

cronômetro, dentro do setor de neurologia do Centro de Reabilitação Física

Dom Bosco de Lins. O total de participantes da pesquisa foram 10, sendo 6

correspondente ao gênero feminino e 4 ao gênero masculino.

As tarefas foram qualificadas por meio da observação através de uma

escala ordinal de 5 alternativas, variando de zero a quatro, somando um escore

máximo de 56, que corresponde a 56 à 54, 3 à 4% risco de quedas, 54 e 46 a

um aumento de 6 à 8% de chances, e abaixo de 36 pontos o risco de quedas é

de quase 100%. Posteriormente serão apresentadas em forma de tabelas e

gráficos com os devidos comentários com o intuito de facilitar sua distribuição e

compreensão.

37

1.2 Apresentação dos resultados

No desenvolver da pesquisa, houve uma apresentação da seguinte

forma: de acordo com a aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg, foi

analisando a necessidade de assistência, propondo uma ajuda mínima após

várias tentativas independente do uso das mãos ou não. Conforme o resultado

esperado, foi atribuído segundo a analise feita, que de 0 a 36 pontos aplicados,

quase 100%, corre o risco de queda, entre 46 à 54 pontos, 6 à 8 %, tem

chance de queda e entre 54 à 56 pontos, 3 à 4%, ocorre chances de queda.

É válido salientar que, na pesquisa houve participação dos dois gêneros,

masculino e feminino, trazendo uma amostra de 60%, dos mesmos eram do

gênero feminino e 40% dos entrevistados, eram do gênero masculino, entre

eles três com idade de 60 anos, cinco com idade referente a 61 a 70 anos e

dois dos mesmos com idade entre 71 a 80 anos, trazendo assim, uma amostra

30% com idade de 60 anos, 50% até 70 anos e 20% com idade até 80 anos,

ficando assim evidenciado o resultado das idades dos participantes da

pesquisa.

Tabela 1: Média do gênero, idade e resultados.

Características Frequência

n %

Gênero

Masculino 4 40

Feminino 6 60

Idade

60 anos 3 30

61 a 70 anos 5 50

71 a 80 anos 2 20

Interpretação da Escala de Berg

Quase 100% risco de quedas 3 30

6 a 8% de chance de queda 7 70

3 a 4% de chance de queda 0 0

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017

38

Nesta etapa do trabalho procederemos a uma análise quantitativa dos

dados coletados, sendo 10 pessoas vítimas de AVC, assistidas no Centro de

Reabilitação Física Dom Bosco, utilizaremos tabelas apenas com a finalidade

de suporte demonstrativo, ancorando as nossas análises nos dados subjetivos

colhidos através da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg junto aos

participantes.

Tabela 2: Escore alcançado pelos participantes através das tarefas propostas.

Tarefas propostas Escore % 0 1 2 3 4

Sentado para em pé 0 0 10 40 50 Em pé sem apoio 0 0 20 40 50 Sentado sem apoio 0 0 10 10 80 Em pé para sentado 0 10 0 30 60 Transferências 0 10 20 30 40 Em pé com os olhos fechados 0 0 10 30 60 Em pé com pés juntos 0 10 20 10 60 Reclinar á frente com braços estendidos 0 10 0 50 40 Apanhar o objeto no chão 10 10 10 10 60 Virando-se para olhar para trás 10 0 20 10 60 Girando 360 graus 10 20 10 30 30 Colocar os pés sobre um banco 40 0 20 40 0 Em pé com um pé em frente ao outro 30 30 30 0 10 Em pé apoiada em um dos pés 30 20 10 20 20 Visão geral 0 10 0 30 60

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017

Para a aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg, foi realizado as 14

tarefas proposta pela mesma, a fim de verificarmos as condições e

39

necessidades de cada um. O primeiro teste aplicado referente à sentado para

em pé atribuiu que 10% dos entrevistados, são capazes de realizar a tarefa

através de varias tentativas e usando as mãos, 40% são capazes de

permanecer em pé independentemente usando as mãos, 50% dos

entrevistados, são capazes de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e

estabilizar de maneira independente.

Foi proposto para cada um ficar de pé sem apoio. Dessa forma, a

pesquisa atribuiu que: 10% dos participantes foram capazes de permanecer em

pé durante 30 segundos sem suporte e 90% dos participantes conseguiram

ficar de pé sem apoio com segurança durante 2 minutos.

Foi permitido no decorrer da pesquisa, os participantes realizarem

testes como ficar sentado sem apoio. Sendo assim, foi visto que: 10% foram

capazes de sentar durante 30 segundos, 10% foram capazes de sentar por 2

minutos sob supervisão e 80% mostraram-se capazes de sentar com

segurança por 2 minutos.

Sequenciando as análises do estudo, foi feito em seguida o teste para

observar a capacidade dos movimentos nos entrevistados, propondo eles ficar

de pé e depois sentar sem apoio. Nessa reflexão, verificou-se que 10% dos

colaboradores voluntários da nossa pesquisa sentam independentemente, mas

apresenta descida descontrolada, 30% controlam a descida utilizando as mãos

e 60% dos mesmos sentam com segurança e o mínimo uso das mãos.

Foi dada seqüência a análise do estudo, usando a transferência dos

pacientes de uma cadeira para outra, sendo assim ficou evidenciado que 10%

dos mesmos necessitam de assistência de uma pessoa, 20% conseguiram

somente com supervisão ou pistas verbais, 30% realizam com segurança,

porém com o uso das mãos e 40% deles são completamente independentes,

com o mínimo uso das mãos.

Nesse estudo foi proposta a realização de mais um teste com os

participantes, levando os mesmos ficarem de pé com os olhos fechados, dessa

forma ficou evidenciado que: 10% conseguiram realizar o teste somente por 3

segundos, 30% necessitam de supervisão e 60% deles são totalmente

independentes, conseguiram permanecer em pé com segurança por 10

segundos.

40

Em seguida, mostra o resultado de mais um teste o qual foi pedido para

ficar de pé com os pés juntos sem suporte, com base na atribuição do teste

obteve o seguinte resultado: 10% necessitam de ajuda para manter a posição,

20% dos pesquisados, realizaram a tarefa somente por 30 segundos, 10%

conseguiram somente com supervisão durante 1 minuto e 60% conseguiram

realizar o teste com segurança durante 1 minuto, independentemente.

Em decorrência da nossa pesquisa, foi atribuídos resultados dos

participantes fazendo o teste de reclinar-se a frente com os braços estendidos,

levantou os seguintes resultados: 10% são capazes de alcançar, porém com

supervisão, 50% foram capazes de alcançar acima de 12,5 cm e 40% capaz de

alcançar com confiabilidade acima de 25 centímetros.

A próxima tarefa aplicada foi apanhar um objeto do chão a partir da

posição em pé, ficou relatado da seguinte forma: 10% foram incapazes de

tentar, necessitando assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda, 10%

mostraram-se incapazes de apanhar e necessitam de supervisão enquanto

tentam realizar o teste, 10% é incapaz de apanhar o objeto, mas alcança 2 á 5

centímetros, 10% conseguiram, porém com supervisão e 60% realizaram a

tarefa facilmente com total segurança.

Foi visto nessa mesma análise, que os participantes da pesquisa

realizaram o teste do virar-se declinando o corpo para olhar por trás, dessa

forma foram atribuídos os seguintes dados: 10% dos participantes necessitam

de ajuda para concluir a tarefa, 20% apenas vira para os dois lados, mantendo

o equilíbrio, 10% mostrou dificuldade em girar para um dos lados e 60%

conseguiram realizar a tarefa proposta com perfeição.

No próximo teste foi pedido para realizarem um giro de 360 graus, 10%

necessitaram de assistência, 20% necessitaram de supervisão ou orientação

verbal, 10% realizaram a tarefa bem lentamente, 30% conseguiram com

segurança apenas para um dos lados e 30% conseguiu girar-se

independentemente em 4 segundos ou menos.

Colocar os pés alternados sobre degrau ou banco permanecendo em pé

e sem apoio: 40% necessitam de assistência para prevenir quedas, 20%

completaram 4 passos sem ajuda, mas com supervisão e 40% é capaz de ficar

em pé independentemente e completar 8 passos em 20 segundos.

41

Ainda dentro das tarefas aplicadas com os pacientes, foi pedido para

eles ficarem de pé com um pé em frente do outro, sendo assim: 30%

apresentam perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé,

30% necessitam de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos,

30% capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30

segundos e 10% foram capazes de posicionar o pé independentemente e

manter por 30 segundos.

E por fim, foi proposta a última tarefa de permanecer em pé apoiado em

uma perna, onde 10% levantaram a perna mas foram incapazes de manter por

3 segundos, 30% conseguiram manter entre 5 e 10 segundos e 60%

conseguiram manter por mais de 10 segundos.

É válido ressaltar, que a amostra do estudo ficou pontuada da seguinte

forma: três dos mesmos apresentam 100% o risco de quedas e sete ficou entre

6 a 8% de quedas.

1.3 Discussão dos resultados

De acordo com Maciel e Guerra (2006) surge um fator de grande

relevância epidemiológica, social e econômica, que são as quedas e suas

conseqüências. A queda é o tipo de acidente mais freqüente no idoso e suas

complicações, a principal causa de morte nos maiores de 65 anos. Associada a

instabilidade postural, existe um componente multifatorial externo a função

física que pode modificar o risco de queda nas pessoas com mobilidade

comprometida. Esse componente compreende, essencialmente, o suporte

social, função comportamental e cognitiva. Assim sendo, o conhecimento dos

fatores que geram ou estão associados ao déficit de equilíbrio e,

consequentemente, predispõem o idoso às quedas é fundamental para reduzir

a frequência delas, como também a gravidade de suas sequelas. Como vimos

o risco de quedas hoje no Brasil em idosos é preocupante, o que confirma a

importância do nosso estudo em aplicar a Escala de Equilíbrio de Berg para

mensurar o risco de quedas de cada indivíduo, podendo direcionar um

tratamento fisioterapêutico.

Santos et al. (2011) realizou uma pesquisa com dois grupos de idosos,

um grupo de praticantes de atividades físicas e o outro não – praticantes, os

42

resultados obtidos indicaram que o grupo de idosos não - praticantes,

apresentaram resultados positivos ao risco de quedas, ou seja, mais fácil de

ser detectados. Enquanto que no grupo de praticantes de atividade física, os

resultados foram negativos. A presente pesquisa apresentou um resultado

positivo referente ao risco de quedas em pacientes após AVC, sendo que três

dos mesmos apresentam 100% o risco de quedas e sete ficou entre 6 a 8% de

quedas.

Souza e Santos (2012) relata um estudo transversal com mulheres

acima de 50 anos de idade com osteoartrite de joelho. Participaram desse

estudo 69 mulheres com um diagnóstico de OAJ de causa primária bilateral, 33

mulheres relataram histórico de queda nos últimos doze meses e 36 não

relataram o histórico de queda. Foram aplicados questionários e a escala de

equilíbrio de Berg com finalidade de avaliar o equilíbrio e a mobilidade

funcional. O grupo OAJq apresentou 72,7% na condição e o grupo OAJsq

apresentou 66,7% e apresentaram um grau de III e IV de comprometimento

articular. O grupo OAJq apresentou maior preocupação em relação a queda

durante as realizações das atividades. Diante dos resultados os autores não

consideraram eficaz esse meio de avaliação do equilíbrio, perante ao receio

dos participantes durante as realizações das tarefas. Em contrapartida a

presente pesquisa apresentou desfechos estatisticamente significantes

observando qualidade e resultados na avaliação do equilíbrio dos participantes.

Para Woellner et al (2014) a escala de equilíbrio de Berg é uma das

mais utilizadas em pesquisa, uma vez que avalia vários aspectos funcionais do

equilíbrio. Porém, na prática clínica, observa-se uma compensação em

algumas situações, uma vez que o paciente tende a escolher o membro de sua

preferência em algumas atividades, o que limita a observação de ganhos

adicionais após uma intervenção terapêutica, por exemplo. Entretanto, é

considerada uma das escalas mais utilizadas na avaliação do equilíbrio,

monitorizando o estado do paciente, o curso de uma doença, para predizer

quedas e selecionar pacientes aptos ao processo de reabilitação, mostrando

sua eficácia diante do nosso estudo.

Existem vários métodos de avaliação através de escalas que mensuram

o equilíbrio do indivíduo e consequentemente o risco de quedas, porém a

43

Escala de Equilíbrio de Berg é um instrumento consagrado na literatura e

largamente utilizado em ambientes clínicos e de pesquisas científicas por ser

de fácil aplicação.

1.3 Parecer final

No decorrer da pesquisa, pôde-se concluir que é de suma importância

avaliar o equilíbrio de pacientes que já sofreram AVC, para o direcionamento

do tratamento fisioterapêutico, a fim de atender as necessidades de acordo

com o déficit de cada paciente. É válido ressaltar que 3 pacientes

apresentaram 100% o risco de quedas e 7 ficaram entre 6 a 8%.

O tratamento fisioterapêutico visa melhora da qualidade de vida do

paciente, recuperando ou melhorando suas funções que foram debilitadas pela

patologia. O direcionamento para esse tratamento abrirá caminhos diferentes

ao terapeuta podendo enfatizar o problema principal do paciente, minimizando

o risco de quedas.

44

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Nesta exposição, foi possível avaliar o equilíbrio de pacientes através da

aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg após um AVC. Uma intervenção é a

aquisição da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg para que seja usado em

todos os pacientes que são atendidos no Centro de Reabilitação Física Dom

Bosco, proporcionando a eles um atendimento adequado segundo as

necessidades de cada indivíduo, minimizando assim o risco de quedas.

Complementando a isso, a inclusão de palestras e orientações dentro da

instituição para os pacientes acometidos pela patologia e também a família que

nesse processo de reabilitação se torna indispensável.

45

CONCLUSÃO

Concluiu-se, nessa pesquisa, que a Escala de Equilíbrio de Berg é de

extrema importância para mensurar o equilíbrio estático e dinâmico de pessoas

que sofreram AVC, visto que, após a lesão há o comprometimento do

equilíbrio, dificultando as atividades de vida diária. Assim, podemos direcionar

um tratamento fisioterapêutico específico para as necessidades apresentadas

por cada paciente.

A utilização da Escala de Equilíbrio de Berg é uma boa ferramenta para

acompanhar a evolução durante o processo de reabilitação do paciente, por se

tratar de uma fonte confiável, validada e de fácil aplicação. O nosso estudo

relatou que o risco de quedas nesses pacientes abrange uma grande camada,

tornando evidente a importância do processo de reabilitação fisioterapêutico.

46

REFERÊNCIAS

ABRAMCZUK, B.; VILLELA, E. A luta contra o AVC no Brasil. Campinas: 2017.Disponível em:<http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542009000500002&lng=e&nrm=iso&tlng=e >.Acesso em: 04 jun 2017.

ABREU, S. S. E.; CALDAS C. P. Velocidade de marcha, equilíbrio e idade: um estudo correlacional entre idosas praticantes e idosas não praticantes de um programa de exercícios terapêuticos. Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos Jul/Ago 2008. Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/2350/235016539012/ >.Acesso em: 19 Jun 2017.

ALMEIDA, A. P. P. V.; VERAS, R. P.; DOIMO, L. A. Avaliação do equilíbrio estático e dinâmico de idosas praticantes de hidroginástica e ginástica. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano, v.12, n. 1, p. 55-61, 2010. Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Renato_Veras/publication/271162288_Avaliacao_do_equilibrio_estatico_e_dinamico_de_idosas_praticantes_de_hidroginastica_e_ginastica_DOI105007198000372010v12n1p55/links/5588143e08ae65ae5a4e14dc.pdf >.Acesso em: 01 jun 2017.

ALMEIDA, S. R. M. Análise epidemiológica do Acidente Vascular Cerebral no Brasil. Revista Neurociência. Campinas, p.481-482, 2012. Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/RN2004/editorial%2020%2004/edSara.pdf >.Acesso em: 04 jun 2017.

AMENDOLA, F. et al. Sintomas depressivos em idosos assistidos pela estratégia saúde da família. Curitiba: 2017. Disponível em:< http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/17850 >. Acesso em: 22 abr 2017.

ANDRÉ C. Manual de AVC. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.

CARDOSO F. B.; LIMA A. P. de; SILVA A. S. D., A Relação Benéfica entre o exercício físico e a fisiopatologia do acidente vascular cerebral. Rondônia, v. 8, n. 43, p. 88-99, janeiro/fevereiro. 2014 Disponível em:> file:///C:/Users/Aline/Downloads/Dialnet-

47

ARelacaoBeneficaEntreOExercicioFisicoEAFisiopatolo-4923199.pdf >. Acesso em: 23 abr 2017.

CARVALHO F. R. de Avaliação do equilíbrio em crianças e adolescentes surdos antes e após a prática da capoeira por meio da escala de equilíbrio de Berg. 2016. Dissertação (Mestrado em Disturbio da Comunicação) – Universidade Tuiuti do Paraná – UTP. Disponível em: < http://tede.utp.br:8080/jspui/bitstream/tede/1075/2/AVALIACAO%20DO%20EQUILIBRIO%20EM%20CRIANCAS%20E%20ADOLESCENTES%20SURDOS.pdf >. Acesso em: 20 Jun 2017.

CARVALHO, J.; PINTO, J.; MOTA. J. Atividade física, equilíbrio e medo de cair: um estudo em idosos institucionalizados. Revista Porte Ciência Desportiva. Portugal. 2007. Disponível em: < http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpcd/v7n2/v7n2a11.pdf >.Acesso em 01 jun 2017.

DELIBERATO, P. C. P. Exercícios terapêuticos: guias teórico para estudantes e profissionais. São Paulo: Manole 2007.

DUTHIE, E. H.; KATZ, P. R. Geriatria prática: instabilidade e quedas. 3. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.

EINSTEN, A. Neurologia – Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://www.fiocruz.br/media/qualidade_tomografia.pdf >.Acesso em: 09 abr 2017.

FIGUEIREDO K. M. O.B. de Confiabilidade interobservador da escala do equilíbrio de Berg entre fisioterapeutas com extensa e escassa prática clínica. 2008. Dissertação (Pós-Graduação em ciências da saúde) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: < https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/13216 >.Acesso em: 20 Junho 2017.

FIGUEIREDO, K. M. O. B.; LIMA, K. C; GUERRA, R. O. Instrumentos de avaliação do equilíbrio corporal em idosos. Revista Brasileira de Cineantropometria e desempenho. Rio Grande do Norte, v. 9, n. 4, p. 408-413, janeiro. 2007. Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Ricardo_Guerra4/publication/26488763_Instruments_for_the_assessment_of_physical_balance_in_the_elderly/links/00b7d53c7cf1849323000000.pdf. >. Acesso em 24 maio 2017.

48

FREITAS, E. V. et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor em bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001.

GOBBI, S; VILLAR, R; ZAGO, A. S. Educação física no ensino superior: bases teórico - práticas do condicionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

GOMES, B. M. et al. O efeito da técnica de reeducação postural global em um paciente com hemiparesia após acidente vascular encefálico. Mogi das Cruzes: 2006. Disponível em: <http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=229>.Acesso em: 04 jun 2017.

GONÇALVES, D. F. F; RICCI, N. A; COIMBRA, A. M. V. Equilíbrio funcional de idosos da comunidade: comparação em relação ao histórico de quedas. Revista Brasileira Fisioterapia. São Carlos, fev. 2009. Disponível em:> http://www.scielo.br/pdf/rbfis/2009nahead/aop042_09.pdf >. Acesso em: 22 maio 2017.

GUIMARÃES, R. M; CUNHA, U. G. V. Sinais e sintomas em geriatria. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

LEITE, N.N. et al. Uso da bola terapêutica no equilíbrio estático e dinâmico de pacientes com hemiparesia. Fisioterapia em Movimento. Curitiba, v. 22, n. 1, p. 121-131, janeiro/março. 2009. Disponível em:< file:///C:/Users/Win7/Downloads/rfm-2609%20(1).pdf >. Acesso em: 05 jun 2017.

LUNA, M. E. B. et al. Os efeitos da bola suíça nos pacientes portadores de hemiplegia por acidente vascular cerebral. Red. De revistas científicas de américa latina. v. 2, n. 2, p. 233 – 239. 2015. Disponível em:< http://www.redalyc.org/html/408/40811508002/>. Acesso em:> 26 set. 2017.

MACIEL, A. C. C.; GUERRA, R. O. Prevalência e fatores associados ao déficit de equilíbrio em idosos. Revista Brasileira Ci e Mov. v. 13, n. 1, p. 37-44. 2005. Disponível em:< https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/610/622 >. Acesso em: 18 out 2017.

49

MARQUES H. et al. Escala de equilíbrio de Berg: instrumentalização para avaliar qualidade de vida de idosos. Bauru 2016. Disponível em: < https://secure.usc.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v35_n1_2016_art_04.pdf >.Acesso em: 20 Jun 2017.

MARTINS, M.; ROLIM, C. L. R. C. Qualidade do cuidado ao acidente vascular cerebral isquêmico no SUS. Rio de Janeiro. 2011. Disponível em: http://www.fiocruz.br/media/qualidade_tomografia.pdf >.Acesso em: 09 abr 2017.

MATA, F. A. F.; BARROS, A. L. S.; LIMA, C. F. Avaliação do risco de queda em pacientes com Doença de Parkinson. Revista Neurociência. Pernambuco, v. 16, n. 1, p. 20-24. 2008. Disponível em: <http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2008/RN%2016%2001/Pages%20from%20RN%2016%2001-5.pdf >. Acesso em: 18 out 2017.

MAZO, G. Z. et al. Condições de saúde, incidência de quedas e nível de atividade física dos idosos. Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos, v. 11, n. 6, p. 437-442, nov./dez. 2007. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v11n6/v11n6a04 > .Acesso em: 01 jun 2017.

MIYAMOTO, S. T. et al. Brazilian version of the Berg balance scale. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 37, n. 9, p. 1411-1421, 2004. Disponível em:< http://www.scielo.br/img/revistas/bjmbr/v37n9/html/5292ap.htm > Acesso em: 04 jul 2017.

NETTO, M.P; BRITO,F. C. Urgências em geriatria: epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico, controle terapêutico , São Paulo: Atheneu, 2001.

PERKIN, D. G. Atlas Mosby em Cores e Texto de Neurologia ed. Manole, São Paulo: 1998.

PIMENTEL R. M.; SCHEICHER M. E. Comparação do risco de quedas em idosos sedentários e ativos por meio da escala de equilíbrio de Berg. São Paulo Janeiro/Março 2009. Disponível em:< https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/27026/S1809-29502009000100002.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.Acesso em: 19 Jun 2017.

RABUSKE, M.; MULLER, M. R.; ESCARCEL, B. W. Análise do controle postural de pacientes com AVC isquêmico próximo a alta hospitalar. Pelotas: 2010. Disponível em:<

50

http://revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1804/447%20relato%20de%20caso.pdf >.Acesso em: 26 set. 2017.

RAMOS, L. R; TONIOLO, J. N. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar. Manole, 2005.

REBELLATO, J. R. et al . Equilíbrio estático e dinâmico em indivíduos senescentes e o índice de massa corporal. Fisioterapia em Movimento. São Carlos, v. 21, n. 3, p. 69 – 75, jul/set. 2008. Disponível em: < https://scholar.google.com.br/scholar?q=equilibrio+estatico+e+dinamicos&btnG=&hl=pt-PT&as_sdt=0%2C5 >.Acesso em: 22 maio 2017.

RESENDE, G. P. et al. Fortalecimento muscular e condicionamento físico em hemiplégicos. ACTA Fisiátrica. v. 7, n. 3, p. 108-118. 2000 Disponível em:< http://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102266/100646>.Acesso em: 26 set. 2017.

RESENDE S. M.; RASSI C. M.; VIANA F. P. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, Janeiro/Fevereiro 2008. Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/2350/235016536010/>.Acesso em: 19 Jun 2017.

RUWER, S. L; ROSSI, A. G; SIMON, L. F. Equilíbrio no idoso. Revista Brasileira Otorrinolaringol. Rio Grande do Sul, v. 71, n. 3, p. 298-303, mai./jun. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/%0D/rboto/v71n3/a06v71n3.pdf >.Acesso em: 22 maio 2017.

SANTOS, G. M. et al. Valores preditivos para o risco de queda em idosos praticantes e não praticantes de atividade física por meio do uso da Escala de Equilíbrio de Berg. Revista Brasileira de Fisioterapia. Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 95-101, mar/abr 2011. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v15n2/pt_a03v15n2.pdf >.Acesso em: 18 nov. 2017.

SILVA A. et al. Equilíbrio, coordenação e agilidade de idosos submetidos á prática de exercícios físicos resistidos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, Março/Abril 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922008000200001 >.Acesso em: 19 jun 2017.

51

SOUZA, A. C. S.; SANTOS, G. M. Sensibilidade da escala de equilíbrio de Berg em indivíduos com osteoartrite. Centro de Ciência da saúde e do esporte. Florianópolis, v. 18, n. 2, p. 307-318, abr/jun. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/motriz/v18n2/v18n2a11.pdf>.Acesso em:> 18 nov. 2017.

SOUZA M. C. et al. Avaliação do equilíbrio funcional e qualidade de vida em pacientes com espondilite anquilosante. Revista Scielo. São Paulo Setembro/Outubro, 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042008000500004 >. Acesso em: 13 out 2017.

STIVAL, M. M. et al. Risco para quedas em idosos: 4º Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, 2015. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/cieh/trabalhos/TRABALHO_EV040_MD4_SA7_ID1894_24072015214749.pdf >. Acesso em: 24 maio 2017.

WOELLNER, S. S.; ARAÚJO, A. G. S.; MARTINS, J. S. Protocolos de equilíbrio e quedas em idosos. Revista Neurociência. Joinville Abril/Junho, 2014. Disponível em:<http://www.ace.br/documentos/fisioterapia/2014/artigo_protocolos_de_equilibro_alisson.pdf>. Acesso em: 12 out 2017.

52

APÊNDICE

53

Apêndice A – Representação Ilustrativa em Gráficos

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

10%

40%50%

Gráfico 1: Sentado para em pé

Capaz após várias tentativas

Independente usando as mãos

Independente

10%

90%

Gráfico 2: Em pé sem apoio

Apresenta dificuldade

Independente

10%10%

80%

Gráfico 3: Sentado sem apoio

Apresenta dificuldade

Necessita supervisão

Independente

54

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

10%

30%60%

Gráfico 4: Em pé para sentado

Apresenta dificuldade

Independente usando as mãos

Independente

10%

20%

30%

40%

Gráfico 5: Transferências

Necessita de assistência

Necessita de supervisão

Independente usando as mãos

Independente

10%

30%60%

Gráfico 6: Em pé com os olhos fechados

Apresenta dificuldade

Necessita de supervisão

Independente

10%20%

10%60%

Gráfico 7: Em pé com os pés juntos

Não consegue completar a tarefa

Apresenta dificuldade

Necessita de supervisão

Independente

55

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

10%

50%

40%

Gráfico 8: Reclinar à frente com os braços estendidos

Necessita de supervisão

Apresenta dificuldade

Independente

10%10%

10%

10%60%

Gráfico 9: Apanhar objeto do chão

Não realizou a tarefa

Necessita de supervisão

Apresenta dificuldade

Necessita de supervisão

10%20%

10%60%

Gráfico 10: Virando-se para olhar para trás

Necessita de assistência

Não consegue completar a tarefa

Apresenta dificuldade

Independente

56

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

10%20%

10%30%

30%

Gráfico 11: Girando 360 graus

Necessita de assistência

Necessita de supervisão

Realiza a tarefa com maior tempo

Apresenta dificuldade

Independente

40%

20%

40%

Gráfico 12: Colocar os pés alternadamente sobre um

banco

Não conseguiu realizar a tarefa

Necessita supervisão

Independente

30%

30%

30%

10%

Gráfico 13: Em pé com um pé em frente ao outro

Não conseguiu realizar a tarefa

Necessita de assistência

Apresenta dificuldade

Independente

57

Elaborado pelas autoras, 2017

Elaborado pelas autoras, 2017

30%

60%

10%

Gráfico 14: Em pé apoiado em um dos pés

Tarefa incompleta

Apresenta dificuldade

Independente

Tarefa incompleta

30%

70%

Total de pontos

Quase 100% risco de queda

6 a 8% chance de queda

58

ANEXOS

59

Anexo A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu .........................................................................................................................

,portador do RG n°. ............................................................, atualmente com .............

anos, residindo na

...................................................................................................................................

,após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA,

devidamente explicada pela equipe de pesquisadores Aline Domingues Sozzo,

Gabriela dos Santos Silva e Vilma Maria Coelho Tobaldini Correa, apresento meu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em participar da pesquisa proposta, e

concordo com os procedimentos a serem realizados para alcançar os objetivos da

pesquisa.

Concordo também com o uso científico e didático dos dados, preservando a

minha identidade.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou ciente de

que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do

sigilo profissional e que a qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da

pesquisa.

Ciente do conteúdo, assino o presente termo.

Lins, ............. de ............... de 20.....

.............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

.............................................................

Gislaine Ogata Komatsu

Endereço: José Garcia de Carvalho, 842

Telefone:(14) 98118-8390

60

Anexo B – ESCALA DE EQUILÍBRIO DE BERG

Brazilian-Portuguese version of the Berg balance scale

Escala de equilíbrio funcional de Berg - Versão Brasileira

Nome _______________________ Data __________

Local _______________________ Avaliador______

Descrição do item ESCORE (0-4)

1. Posição sentada para posição em pé _____

2. Permanecer em pé sem apoio _____

3. Permanecer sentado sem apoio _____

4. Posição em pé para posição sentada _____

5. Transferências _____

6. Permanecer em pé com os olhos fechados _____

7. Permanecer em pé com os pés juntos _____

8. Alcançar a frente com os braços estendidos _____

9. Pegar um objeto do chão _____

10. Virar-se para olhar para trás _____

11. Girar 360 graus _____

12. Posicionar os pés alternadamente no degrau _____

13. Permanecer em pé com um pé à frente _____

14. Permanecer em pé sobre um pé _____

61

Total _____

Instruções gerais

Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão

descritas. Ao pontuar, registrar a categoria de resposta mais baixa, que se

aplica a cada item.

Na maioria dos itens, pede-se ao paciente para manter uma determinada

posição durante um tempo específico. Progressivamente mais pontos são

deduzidos, se o tempo ou a distância não forem atingidos, se o paciente

precisar de supervisão (o examinador necessita ficar bem próximo do paciente)

ou fizer uso de apoio externo ou receber ajuda do examinador. Os pacientes

devem entender que eles precisam manter o equilíbrio enquanto realizam as

tarefas. As escolhas sobre qual perna ficar em pé ou qual distância alcançar

ficarão a critério do paciente. Um julgamento pobre irá influenciar

adversamente o desempenho e o escore do paciente.

Os equipamentos necessários para realizar os testes são um cronômetro

ou um relógio com ponteiro de segundos e uma régua ou outro indicador de: 5;

12,5 e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem ter uma altura

adequada. Um banquinho ou uma escada (com degraus de altura padrão)

podem ser usados para o item 12.

1. Posição sentada para posição em pé

Instruções: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se

apoiar.

( ) 4 capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se

independentemente

( ) 3 capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos

( ) 2 capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas

62

( ) 1 necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se

( ) 0 necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se

2. Permanecer em pé sem apoio

Instruções: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar.

( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos

( ) 3 capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

( ) 1 necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30

segundos sem apoio

( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio,

dê o número total de pontos para o item No. 3. Continue com o item No. 4.

3. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés

apoiados no chão ou num banquinho

Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os braços

cruzados por 2 minutos.

( ) 4 capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2

minutos

( ) 3 capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão

( ) 2 capaz de permanecer sentado por 30 segundos

( ) 1 capaz de permanecer sentado por 10 segundos

( ) 0 incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos

63

4. Posição em pé para posição sentada

Instruções: Por favor, sente-se.

( ) 4 senta-se com segurança com uso mínimo das mãos

( ) 3 controla a descida utilizando as mãos

( ) 2 utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a

descida

( ) 1 senta-se independentemente, mas tem descida sem controle

( ) 0 necessita de ajuda para sentar-se

5. Transferências

Instruções: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente

para a outra para uma transferência em pivô. Peça ao paciente para transferir-

se de uma cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço,

e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras (uma com e outra sem apoio

de braço) ou uma cama e uma cadeira.

( ) 4 capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos

( ) 3 capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos

( ) 2 capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão

( ) 1 necessita de uma pessoa para ajudar

( ) 0 necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para

realizar a tarefa com segurança

6. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados

Instruções: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos.

( ) 4 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança

64

( ) 3 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé por 3 segundos

( ) 1 incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos,

mas mantém-se em pé

( ) 0 necessita de ajuda para não cair

7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos

Instruções: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar.

( ) 4 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e

permanecer por 1 minuto com segurança

( ) 3 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e

permanecer por 1 minuto com supervisão

( ) 2 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e

permanecer por 30 segundos

( ) 1 necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer

com os pés juntos durante 15 segundos

( ) 0 necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer

nessa posição por 15 segundos

8. Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé

Instruções: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar a

frente o mais longe possível.

(O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço

estiver a 90º. Ao serem esticados para frente, os dedos não devem tocar a

régua. A medida a ser registrada é a distância que os dedos conseguem

alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo que ele consegue.

Quando possível, peça ao paciente para usar ambos os braços para evitar

rotação do tronco).

65

( ) 4 pode avançar à frente mais que 25 cm com segurança

( ) 3 pode avançar à frente mais que 12,5 cm com segurança

( ) 2 pode avançar à frente mais que 5 cm com segurança

( ) 1 pode avançar à frente, mas necessita de supervisão

( ) 0 perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo

9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé

Instruções: Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés.

( ) 4 capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança

( ) 3 capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão

( ) 2 incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e

mantém o equilíbrio independentemente

( ) 1 incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está

tentando

( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o

equilíbrio ou cair

10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e

esquerdo enquanto permanece em pé

Instruções: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu

ombro esquerdo sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro

direito.

(O examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás

do paciente para estimular o movimento)

( ) 4 olha para trás de ambos os lados com uma boa distribuição do peso

66

( ) 3 olha para trás somente de um lado, o lado contrário demonstra

menor distribuição do peso

( ) 2 vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio

( ) 1 necessita de supervisão para virar

( ) 0 necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair

11. Girar 360 graus

Instruções: Gire-se completamente ao redor de si mesmo. Pausa. Gire-

se completamente ao redor de si mesmo em sentido contrário.

( ) 4 capaz de girar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos

( ) 3 capaz de girar 360 graus com segurança somente para um lado em

4 segundos ou menos

( ) 2 capaz de girar 360 graus com segurança, mas lentamente

( ) 1 necessita de supervisão próxima ou orientações verbais

( ) 0 necessita de ajuda enquanto gira

12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho

enquanto permanece em pé sem apoio

Instruções: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho.

Continue até que cada pé tenha tocado o degrau/banquinho quatro vezes.

( ) 4 capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança,

completando 8 movimentos em 20 segundos

( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8

movimentos em mais que 20 segundos

( ) 2 capaz de completar 4 movimentos sem ajuda

67

( ) 1 capaz de completar mais que 2 movimentos com o mínimo de ajuda

( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente

Instruções: (demonstre para o paciente) Coloque um pé diretamente à

frente do outro na mesma linha; se você achar que não irá conseguir, coloque o

pé um pouco mais à frente do outro pé e levemente para o lado.

( ) 4 capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro,

independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 3 capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e

levemente para o lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 2 capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e

permanecer por 30 segundos

( ) 1 necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15

segundos

( ) 0 perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar de pé

14. Permanecer em pé sobre uma perna

Instruções: Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder

sem se segurar.

( ) 4 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por

mais que 10 segundos

( ) 3 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por

5-10 segundos

( ) 2 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por

mais que 3 segundos

68

( ) 1 tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3

segundos, embora permaneça em pé independentemente

( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

( ) Escore total (Máximo = 56)

Fonte: Miyamoto, S. T. et al, 2004.

69