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- 101 - Antonio de Pereda 1611-1678 Antonio de Pereda y Salgado, nascido na cidade Valladolid no ano de 1611 e falecido em Madri no ano de 1678, foi um pintor do Barroco espanhol, formado no naturalismo tenebrista, que é a utilização do chiaroscuro de uma forma exacerbada, aumentando sensivelmente a dramacidade da obra. (O tenebrismo espanhol surgiu no início do século XVII, como resultado das experiências realizadas pelo italiano Caravaggio e pelo espanhol José de Ribera (El Españoleto), este último radicado em Nápoles). Filho de um modesto pintor vallisoletano (de Valladolid), ainda jovem, foi enviado a Madri, onde se tornou discípulo de Pedro de las Cuevas, demonstrando rapidamente sua perícia e chamando a atenção de patrocinadores. Inicialmente, foi um protegido do ouvidor do Conselho Real, D. Francisco de Tejada, para viver, em seguida, sob o abrigo de Giovanni Battista Crescenzi, marquês de la Torre. Foi com este apoio que conseguiu obter o patronato régio, participando da pintura de uma série de batalhas no Salão dos Reinos do Palácio do Bom Retiro. Mais tarde, com o auxílio do segundo marquês de Santa Cruz, pintou uma tela para fazer parte da série dos reis godos, no mesmo palácio. Todas essas obras se acham atualmente no Museu do Prado. Com a morte de seu protetor Giovanni Crescenzi, o artista foi sendo afastado paulatinamente das rodas palacianas e transmudou sua produção para o gênero da pintura religiosa, seja de pequeno formato, para oratórios particulares, seja de tamanho maior, para altares de diferentes ordens. Paralelamente, voltou a pintar naturezas-mortas, um gênero que era preferido de Crescenzi. Costuma-se dizer que o bom artista é mau comerciante, necessitando de um marchand para cuidar de seus negócios. Não era o caso de Pereda, que tinha também habilidade nas transações comerciais, o que lhe proporcionou uma invejável estabilidade econômica. De olho do mercado, tinha jogo de cintura e se ajustava facilmente às preferências da clientela, mudando de um gênero a outro, conforme a necessidade. (Traduzido do espanhol, de texto do Museo del Prado, com apoio de outras fontes)

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- 101 -

Antonio de Pereda

1611-1678

Antonio de Pereda y Salgado, nascido na cidade Valladolid no ano de 1611

e falecido em Madri no ano de 1678, foi um pintor do Barroco espanhol, formado

no naturalismo tenebrista, que é a utilização do chiaroscuro de uma forma

exacerbada, aumentando sensivelmente a dramacidade da obra. (O tenebrismo

espanhol surgiu no início do século XVII, como resultado das experiências

realizadas pelo italiano Caravaggio e pelo espanhol José de Ribera (El

Españoleto), este último radicado em Nápoles).

Filho de um modesto pintor vallisoletano (de Valladolid), ainda jovem, foi

enviado a Madri, onde se tornou discípulo de Pedro de las Cuevas,

demonstrando rapidamente sua perícia e chamando a atenção de

patrocinadores. Inicialmente, foi um protegido do ouvidor do Conselho Real, D.

Francisco de Tejada, para viver, em seguida, sob o abrigo de Giovanni Battista

Crescenzi, marquês de la Torre. Foi com este apoio que conseguiu obter o

patronato régio, participando da pintura de uma série de batalhas no Salão dos

Reinos do Palácio do Bom Retiro. Mais tarde, com o auxílio do segundo

marquês de Santa Cruz, pintou uma tela para fazer parte da série dos reis godos,

no mesmo palácio. Todas essas obras se acham atualmente no Museu do Prado.

Com a morte de seu protetor Giovanni Crescenzi, o artista foi sendo afastado

paulatinamente das rodas palacianas e transmudou sua produção para o gênero

da pintura religiosa, seja de pequeno formato, para oratórios particulares, seja

de tamanho maior, para altares de diferentes ordens. Paralelamente, voltou a

pintar naturezas-mortas, um gênero que era preferido de Crescenzi.

Costuma-se dizer que o bom artista é mau comerciante, necessitando de um

marchand para cuidar de seus negócios. Não era o caso de Pereda, que tinha

também habilidade nas transações comerciais, o que lhe proporcionou uma

invejável estabilidade econômica. De olho do mercado, tinha jogo de cintura e

se ajustava facilmente às preferências da clientela, mudando de um gênero a

outro, conforme a necessidade. (Traduzido do espanhol, de texto do Museo del

Prado, com apoio de outras fontes)

- 102 –

Antonio de Pereda, “Alegoria da Vaidade” (Fonte, Commons), onde se

nota o “tenebrismo” de Caravaggio e José de Ribera (El Español)

Antonio de Pereda, “Santísima Trinidad” > O pintor tinha facilidade em

trocar de estilo para atender o desejo da clientela.

- 103 –

Acima, Antonio de Pereda, “Vanitas” (Fonte, Commons)

Abaixo, “El somni del cavaller”, 1655, (Fonte: Commons)

- 104 –

Acima, Antonio de Pereda, “Alegoria da virtude perdida”

Abaixo, Antonio de Pereda “Natureza-morta”, 1651

- 105 –

Bartolomé Esteban Murillo

1618-1682

Bartolomé Esteban Murillo, tem data de nascimento incerta, mas sabe-se

que foi batizado na igreja de Santa Madalena, Sevilla no dia 1º de janeiro de

1682, havendo falecido na mesma cidade em 3 de abril de 1682. Foi um

conhecido artista barroco, dedicado à pintura religiosa, tendo como diferencial a

idealização e o preciosismo de suas imagens.

Seus principais clientes foram as ordens religiosas, especialmente os

franciscanos, assim como as confrarias de Sevilha e Andaluzia. Vivendo a

influência do mestre sevilhano Juan del Castilho, suas primeiras obras são uma

combinação do maneirismo italiano com o renascente realismo flamengo. Ainda

assim, ele é talvez o pintor que melhor define o barroco espanhol.

O seu pai,Gaspar Esteban, barbeiro de profissão, e a. mãe, Maria Pérez

Murillo, formaram uma família numerosa, da qual Esteban era o 14º filho. Não

obstante o tamanho da família e o trabalho humilde do pai, ainda assim, viviam

em situação financeira estável e consta que era uma família unida e feliz.

Aconteceu, porém que, em 1627, morreu o pai e, logo em seguida, também

a mãe e o menino foi entregue aos cuidados de uma irmã casada.

Isso lhe permitiu iniciar os estudos de pintura com o tio Juan del Castillo que

era um artista de segunda linha, mas com uma pintura limpa e bem delineada,

recebendo o respeito da comunidade sevilhana. Teve um mestre simples mas

honesto em seus conceitos e, com ele, muito apreendeu.

Os primeiros quadros de Murillo eram muito influenciados pelo estilo do seu

mestre, Del Castillo, como se pode apreciar no quadro “A Virgem do Rosário,

com São Domingo".

Em 1645 recebeu a sua primeira encomenda importante: treze quadros para

um claustro do Convento de São Francisco, em Sevilha, cujo êxito lhe rendeu

fama e o aumento no número de encomendas.

Em 1658, Murillo mudou-se para Madrid, onde tomou contato com a pintura

flamenga e veneziana e, para além disso, conheceu Velázquez, Francisco de

- 106 -

Zurbarán, Alonso Cano, entre outros artistas madrilenos, mas, no final do mesmo

ano, voltou para a sua cidade natal. Sua fama estendeu-se por todo o país,

chegando à corte madrilena, onde, segundo Palomino, o próprio rei Carlos II

convidou Murillo a estabelecer-se na cidade.

Em 1681, mudou-se para a paróquia de Santa Cruz, onde recebeu sua última

incumbência: pintar vários retábulos da igreja do Convento de Santa Catalina de

Cádis. Quando trabalhava nesta encomenda, sofreu uma grave queda, que

resultou na sua morte, alguns meses mais tarde, já no ano de 1682. Em sua

honra, os populares fizeram um enorme funeral. Para se ter ideia da sua fama,

o seu caixão foi carregado por dois marqueses e quatro cavaleiros. (Traduzido

da Enciclopédia Britânica, com inclusão de texto da Wikipedia e apoio de outras

fontes)

Abaixo, “São João Batista e o cordeiro”

Fonte: Commons

- 107 –

Bartolomé Esteban Murillo, “Niños comiendo melón y uvas” (c. 1650)

Fonte: Commons

- 108 –

Bartolome Esteban Murillo,

“Santa Justa”, c. 1665, Fonte: Commons

- 109 -

Claudio Coello

1642?-1693

Claudio Coello, nascido em Madri por volta de 1642 e falecido na mesma

cidade no mês de abril de 1693, foi um pintor espanhol do período Barroco,

considerado o último mestre da grande escola de Madrid do Século XVII.

Influenciado tanto por Diego Velázquez e também por Juan Carreño de Miranda,

colocou seu empenho em manter o ardor da arte espanhola, tentando evitar sseu

visível declínio e o trabalho foi muito admirado pelos contemporâneos. Filho de

um famoso escultor português (daí o sobrenome Coello, uma corruptela de

Coelho em português e de Conejo em espanhol), estudou sob a orientação de

Francisco Rizi e teve de vencer os vícios da primeira fase, caracterizados por um

estilo popular e afetado. Em 1683, foi nomeado pintor do rei Carlos II, ocasião

em que realizou sua mais importante obra, “La Adoración de la Sagrada

Familia” na sacristía do Monasterio de El Escorial. Pintor de grandes telas de

altar para as igrejas e conventos de Madrid e seus arredores, foi também pintor

em afrescos de grande sentido cenográfico. (Traduzido da Enciclopédia Britânica

em inglês e da Wikipedia em espanhol, com apoio de outros textos)

- 110 –

Claudio Coello, “ Portrait of a Woman”

Óleo sobre tela, 1642circa

Fonte: Commons

- 111 –

Claudio Coello, “Sagrada Família”, Óleo sobre tela, 2,48 x 1,69 m,

Museum of Fine Arts (Budapest) , Fonte, Commons

- 112 –

Claudio Coello, “Susana e os Anciãos”, tema bíblico

Museo de Arte de Ponce, Ponce, Puerto Rico

Abaixo,”Virgem e criança adorados por São Luís”, Museu do Prado

- 113 –

Diego Velázquez

1599-1660

Diego Rodríguez de Silva Velázquez, nascido em Sevilla em data ignorada

e batizado no dia 6 de junho de 1599, e falecido em Madri no dia 6 de agosto de

1660, denominado simplesmente como Diego Velázquez, foi o mais importante

pintor espanhol de todo o Século XVII, considerado um gigante da arte ocidental.

Ele é reconhecido universalmente como um dos maiores artistas do mundo em

todas as épocas. Adotando um estilo naturalista e dotado de excepcional

capacidade de expressão e síntese, foi um gênio na criação de imagens, seja

retratando seres vivos ou lidando com naturezas-mortas. Tornou-se o principal

pintor na corte do rei Filipe IV de Espanha. Com o prestígio que adquiriu na corte,

tinha um recurso único e exclusivo, que era a permissão de poder visitar, sempre

que quisesse, o acervo real de obras-primas.

Era um artista individualista do período barroco contemporâneo, importante

como um retratista, mas mestre em qualquer outro gênero. Além de inúmeras

interpretações de cenas de significado histórico e cultural, pintou inúmeros

retratos da família real espanhola, outras notáveis figuras nobreza e plebeus,

culminando na produção de sua obra-prima, “Las Meninas”, de 1656. O termo

“Meninas” em português era usado para distinguir as donzelas que

acompanhava “La Niña” (a Infanta Real).

Desde o primeiro quarto do século XIX, a obra de Velázquez foi um modelo

para os pintores realistas e impressionistas, em especial Édouard Manet, que

chegou a afirmar que Velázquez era o "pintor dos pintores". Desde essa

época, os artistas mais modernos, incluindo os espanhóis Pablo Picasso e

Salvador Dalí, bem como o pintor anglo-irlandês Francis Bacon, que

homenageou Velázquez recriando várias de suas obras mais famosas.

No período de 1628-1629, conheceu o grande mestre do barroco Peter Paul

Rubens que era também era membro da corte. Conhecer Rubens motivou

Velázquez a ampliar seu campo, passando a pintar, também, cenas mitológicas.

(Traduzido da Enciclopédia Britânica, com trechos da Wikipedia e outras fontes)

- 114 –

Velazquez, “Las meninas”, detalhe

A obra Las Meninas, é uma tela de grandes proporções (3,18 x 2,76 metro),

que se encontra, atualmente no Museu do Prado em Madrid. Originalmente,

estava intitulada como A Família e a tela foi salva de um incêndio que atingiu o

Palácio Real de Madrid em 1750, passando ao Museu do Prado em 1819 e

recebendo, posteriormente, o título de “Las Meninas”.

Note que a palavra “Meninas” é da língua portuguesa e não do idioma

espanhol, onde seria “Niñas”. Na corte espanhola, a palavra, quando usada em

português, significava “dama de companhia” e não exatamente uma criança.

A pintura foi terminada em 1656, data que encaixa com a idade que aparenta

a infanta Margarida (uns cinco anos).

Filipe IV e dona Mariana costumavam entrar com frequência na oficina do

pintor, conversavam com ele e às vezes ficavam bastante tempo vendo-o

trabalhar, sem protocolo algum. Isto era algo muito repetido na vida normal do

palácio e Velázquez estava acostumado a estas visitas. O lugar onde trabalhava

Velázquez era uma sala ampla do piso térreo do antigo Alcázar de Madrid, que

fora outrora o aposento do príncipe Baltasar Carlos, falecido em 1646, dez anos

antes da data pintura de "As Meninas". É precisamente este aposento que

aparece retratado no quadro.

Se quiser uma análise completa do quadro, entre na internet e abra

http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/06/as-meninas-de-diego-

velasquez-analise.html

- 115 –

Velazquez, “Retratos”

- 116 -

“Los borrachos”

de Diego Velázquez

A influência de Caravaggio e Rubens na obra de Diego Velázquez (1599-

1660), pela utilização do chiaroscuro e das cores primárias, está mais uma vez

presente neste Los Borrachos (1628-29) – um dos expoentes da caricatura

social no Barroco.

Descendente de nobres portugueses, Velázquez grangeou fama na Corte

Espanhola através dos bodegones – cenas de interior com elementos de

naturezas-mortas. O seu estilo, muito próprio e inimitável, de natureza

contemplativa e profundamente humanista, não fez, porém, escola. A obra

assume um especial significado na pintura espanhola, pois a embriaguez era

considerada um vício desprezível, sendo ”borracho” o maior dos insultos.

Convidar e embebedar pessoas de classe baixa dos teatros de comédia para

divertimento das senhoras, era, pois, uma forma de entretenimento na Corte

Real. Foi neste enquadramento que Velázquez pintou Baco para Filipe IV, que o

colocou no seu quarto de verão.

Este divertido Deus do Vinho, rodeado por oito bêbados com quem convive,

confere-lhes uma sensação de majestade, ao coroá-lo com uma hera; por isso

riem para quem se ri deles: o rei. A caricatura da censura dos nobres face aos

prazer dos camponeses pelo vinho, é simultaneamente máscara e disfarce –

através da visão de um deus cortesão que se diverte, de igual modo.

Fonte: http://abrancoalmeida.com/tag/diego-velazquez/

- 117 –

Velazquez, “Retrato do Infante Fernando da Áustria como caçador”

1633circa, óleo sobre tela, 1,91 x 1,07 m, Museu do Prado, Madrí,

Fonte: Commons

- 118 –

Diego Velázquez, “The Needlewoman” (A costureira),

óleo sobre tela, 74x 65 cm, National Gallery of Art,

Washington, D.C., Fonte: Commons

- 119 -

Francisco de Zurbarán

1598-1664

Francisco de Zurbarán, nascido em data não sabida, mas batizado em

Fuente de Cantos, Espanha, no dia 7 de novembro de 1598 e falecido em Madri

no dia 27 de agosto de 1664, foi um destacado pintor do Barroco espanhol,

especializado sobretudo em temas religiosos.

Seu estilo segue o naturalismo e o tenebrismo de Caravaggio, com o

profundo contraste de luz e sombra. Entre1614 e 1616, foi discípulo de Pedro

Diaz de Villanueva, em Sevilha, onde passou a maior parte de sua vida.

Nada se pode dizer sobre seu mestre, já que nenhuma das obras deste

chegou até nós, mas os primeiros trabalhos de Zurbarán, como “Imaculada

Conceição”, datado de 1616, sugere a orientação que lhe foi dada em direção

ao seu contemporâneo Diego Velazquez

Nos próximos 10 anos (1618 a 1628), Zurbarán viveu em Llerena, próxima à

sua cidade natal, depois retornou a Sevilha, onde se estabeleceu, por convite da

corporação da cidade.

Em 1634, visitou Madri e pintou uma série com os “12 Trabalhos de

Hércules” e mais duas cenas da “Defesa de Cadiz” que fizeram parte da

decoração do palácio Reinos em Buen Retiro. A “Adoração dos Reis”, da série

pintada para o Carthusian Monastery, em Jerez, está assinada com o título

“Pintor do Rei” e é datada de 1638, o mesmo ano em que Zurbarám decorou um

cerimonial para apresentação de um navio apresentado ao rei em Sevilla.

Aliás, as pinturas do palácio do Bom Retiro foram os únicos trabalhos dele,

que se conhece, envolvendo temas históricos. Seu contato com a corte não

contribuiu para sua evolução artística e permaneceu o resto da vida no tema que

elegera, qual seja, a pintura religiosa. Em 1658, o pintor mudou-se

definitivamente para Madri, onde morreu seis anos depois. (Traduzido da

Enciclopédia Britânica, com apoio de outras fontes)

- 120 –

Francisco de Zurbaran, “São Jerônimo na companhia de Santa Paula e

Santa Eustáquia, (1640-1650circa) National Gallery of Art, Washington,

Fonte, Enciclopédia Britânica

- 121 -

Acima, “Bodegón”, ou “Still Life with Pottery Jars”, por Francisco de

Zurbarán. 1636, Óleo sobre tela; 46 x 84 cm; Museo del Prado, Madrid

Abaixo, “Natureza-morta com limões, laranjas e uma rosa”, 1633,

60 x 107 cm, Norton Simon Museum. EUA

Nas duas imagens, o forte contraste do “chiaroscuro”

- 122 –

Francisco de Zurbarán, Apoteose de Santo Tomás,

1631, Museo Provincial de Bellas Artes, Sevilla

- 123 –

Francisco de Zurbarán, “Cristo na Cruz”, 1627, 2,90 x 1,68m,

Art Institute, Chicago, Fonte: Commons

- 124 –

Francisco de Zurbarán, “Santa Isabel de Portugal”, 1640circa, óleo sobre

tela, 1,84 x 0,90 m, Museo del Prado, Madrid, Fonte: Commons

- 125 -

Francisco de Herrera, el Mozo

1627-1685

Francisco de Herrera, el Mozo, nascido na cidade de Sevilla no ano de 1627

e falecido em Madri no ano de 1685, foi um pintor e arquiteto do Barroco,

denominado “O jovem” para distinguir-se de seu pai, Francisco Herrera, el

Viejo. Recebeu os primeiros ensinamentos de seu próprio pai, homem rígido,

com quem viria a ter sérios conflitos e uma dolorosa separação.

Conflituoso por si mesmo, o jovem pintor casou-se, para divorciar-se logo em

seguida, viajando à Itália sob o pretexto de buscar um aperfeiçoamento na arte,

onde pintou várias naturezas-mortas com peixes, ao ponto de ser chamado de

«el español de los peces».

Em 1653, estava de regresso à Espanha, pintando, em Madri, um retábulo

para o Convento dos Carmelitas de San Hermenegildo. Dois anos depois, volta

à cidade natal e ali pinta o “Triunfo del Sacramento” da Hermandad

Sacramental del Sagrario da catedral. Em 1657, é a vez de pintar a “Apoteosis

de san Francisco” na capela do mesmo nome, também na catedral.

Em 1660, muda-se para Madri, por requisição do rei Felipe IV e é contratado

para a execução dos afrescos da cúpula do Santuário de Atocha, sob patronado

do rei, e em meio a grandes elogios.

En 1672, faz a decoração da obra de Vélez de Guevara “Los celos hacen

estrelas”, em comemoração ao aniversário da rainha. No mesmo ano, obtém o

título de pintor do rei e cinco anos depois, é promovido a mestre-chefe das obras

reais. Nos anos seguintes, realiza obras de arquitetura e, em 1680, vai a

Zaragoza para dirigir as obras da Basílica de Pilar. Morre coberto de glórias.

Como artista, foi um dos mestres fundamentais do Barroco espanhol, audaz

em suas composições dinâmicas e coloridas, com um traço ligeiro, que algumas

vezes se espessa em caroços e em outras é fluído e suave como a aquarela.

(Tradução de texto do Museu do Prado, em Madri, com apoio de outras fontes)

- 126 –

Francisco Herrera, O Moço, “El triunfo de San Hermenegildo, 1654

Óleo sobre tela, 3,26 x 2,28 cm, Museu do Prado

O santo se eleva aos céus, rodeado de anjos que portam os símbolos de

sua origem e martírio. Na parte inferior do quadro, aparecem o rei

Leovigildo, vestido com armadura e o bispo com o cálice da Eucaristia.

- 127 -

Francisco Ribalta

1565-1628

Francisco Ribalta, nascido em data incerta, mas batizado em Lérida no dia

2 de junho de 1565 e falecido na cidade de Valência no dia 12 de janeiro de

1628, foi um pintor do Barroco espanhol, influenciado pelo tenebrismo italiano.

O uso carregado nas variações de luz e sombra, fez dele o primeiro pintor

tenebrista da Espanha, chamando a atenção de outros artistas para essa

manifestação pictorial. Muito provavelmente, ele estudou sob a orientação de

Navarrete (El Mudo), no Monasterio de El Escorial, em Madri. (Enc.Britânica)

“Deposição da Cruz, Cristo abraçando São Bernardo”, detalhe, Commons

- 128 –

Francisco Ribalta, “Última Ceia”, detalhe,

1604, Fonte: Commons

- 129 –

Francisco Ribalta, “Aparição de Cristo a São Vicente Ferrer”

desenho, 1604, Commons, Google Art Project

- 130 –

Francisco Ribalta, “Cristo Carregando a cruz”

(Encuentro del Nazaren con su madre”, 1612circa,

óleo sobre tela, 1,82 x 1,46 m (Fonte: Commons)

Museu de Belles Arts de València

O “tenebrismo” de Caravaggio

presente na pintura de Ribalta

Tenebrismo foi uma tendência pictórica nascida no Barroco que se

perpetuou irregularmente até o Romantismo. Seu nome deriva de tenebra

(treva, em latim), e é uma radicalização do princípio do chiaroscuro. Teve

precedentes no Renascimento e se desenvolveu com maior força a partir

da obra do italiano Caravaggio, sendo praticada também por outros

artistas da Espanha, Países Baixos e França. Como corrente estilística

teve curta duração, mas em termos de técnica representou uma

importante conquista, que foi incorporada à história da pintura ocidental.

Por vezes o Tenebrismo é usado como sinônimo de Caravaggismo, mas

não são coisas idênticas: O “chiaroscuro” de Caravaggio era

frequentemente tétrico (Wikipedia)

- 131 –

José Claudio Antolinez

1635-1675

José Claudio Antolinez, nascido em Madri no ano de 1635 e falecido na mesma

cidade no dia 30 de maio de 1675, foi um pintor espanhol do período barroco,

havendo recebido treinamento no estúdio de Francisco Rizi. Seu caráter altivo,

com uma personalidade sarcástica, lhe renderam muitos inimigos entre os

contemporâneos. Certa vez, fez piadas de mau gosto contra os colegas Claudio

Coello e Cabezalero, chamando-os de pintores de parede, em alusão às

decorações murais feitas para o Palácio do Bom Retiro. Sua obra abundante e

bem recebida indica que, apesar disso, tratou-se de um artista laborioso, com

vida ordenada e amante de sua família. Teve, como discípulo, ao menos Alonso

del Barco, que se tornou um pintor de paisagens. (Traduzido da Wikipedia em

inglês) > Abaixo, Assumpção de Maria Magdalena, 1672circa.

- 132 –

José Antolinez, “Inmaculada Concepcion”, 1670circa, 1,88 x 1,53m

Óleo sobre tela, Bowes Museum, Fonte: Commons

- 133 -

José de Ribera

1591-1652]

José de Ribera, nascido em data incerta, mas batizado no dia 17 de fevereiro

de 1591, e falecido no dia 2 de setembro de 1652, também conhecido como José

Ribeira, Jusepe Ribera, Josef Ribera e Giuseppe Ribeira, com o apelido de

“Lo Spagnoletto” (El Espanholito), foi um pintor e impressor do período barroco,

notado por seu realismo dramático e suas representações de temas religiosos e

mitológicos.

Ele nasceu na Espanha, mas passou a maior parte de sua vida na Itália. Nada

se sabe de seu passado na Espanha, a não ser que foi discípulo de Francisco

Ribalta.

E é só. Ribera deixou a Espanha aos 17 anos para se aventurar pelo Norte

da Itália e, seguindo os passos de Caravaggio, passou por Cremona, Milão e

Parma, descendo até Roma e, finalmente, se instalando em Nápoles, mais ao

Sul, com a crença que sua pintura seria ali melhor entendida e consumida.

Três meses depois, muito jovem ainda, contraiu matrimônio com uma garota

de 17 anos, filha do velho pintor Giovanni Bernardino Azzolini, em cuja casa se

achava hospedado. Não havia mais porque sair de Nápoles e o tempo revelou

que sua intuição se achava correta, pois conseguiu conquistar os napolitanos,

depois a Itália e depois a Europa. Reza a lenda que até Rembrandt tinha quadros

seus na própria coleção.

Sua fama aportou, afinal, à Espanha. O apoio dos vice-reis e de outras

autoridades de origem espanhola explicam o fato de que as suas obras tenham

chegado em abundância à Península Ibérica, espalhando-se por toda a

Península Ibérica, de tal maneira que só o Museu do Prado possui mais de

quarenta quadros seus.

Ainda em vida, era famoso na sua terra natal e a prova disso é que Velázquez

o visitou em Nápoles em 1630. O sucesso é resultado do talento, do esforço,

mas também da sorte e esta não lhe faltou em todas as ocasiões, garantindo

prosperidade em meio à tão sofrida classe artística. (Traduzido da Enciclopédia

Britânica, com trechos da Wikipedia e apoio de outras fontes).

- 134 –

Acima, José de Ribera, “Isaac Blessing Jacob”, 1637,

Fonte: http://www.wikiart.org/

Acima, “Susana e os anciãos”, tema bíblico,

1610-12, 1,38 x 1,79m, Fonte: Commons

- 135 –

Juan Bautista Maíno

1581-1649

Frei Juan Bautista Maíno, nascido em data não sabida, mas batizado em

Pastrana (Guadalajara, Espanha) em 15 de outubro de 1581 e falecido em Madri

no dia 1º de abril de 1649, foi um pintor espanhol do período Barroco. Seu pai

era um comerciante de tecidos e sua mãe, uma nobre portuguesa que estivera

a serviço da duquesa de Pastrana, a famosa Princesa de Éboli. Acredita-se que

ele tenha sido discípulo de El Greco, mas não há documentação a respeito. Certo

é que sua especialização se deu na Itália, onde esteve de 1600 a 1608, onde

tomou contato com a pintura de Caravaggio, de Orazio Gentileschi, de Guido

Reni e de Annibale Carracci.

De regresso a Pastrana em 1608, mostra um estilo que vai do classicismo

bolonhês, ao naturalismo e ao tenebrismo, em uma “Santíssima Trindade”. Em

março de 1611, se instala em Toledo e, no ano seguinte, pinta, para os

dominicanos, o Retábulo das Quatro Pascoas, sua obra mais conhecida e hoje

no acervo do Museu do Prado, em Madri. São também dignas de nota as telas

“La Adoración de los Reyes Magos” e ainda “La Adoración de los

pastores”, de formato vertical.

Em 20 de junho de 1613, ingressou na Ordem de São Domingos e viveu em

seu monastério de São Pedro Mártir, restringindo, com isso, a atividade artística,

ainda que, nesse período teve alguns trabalhos expressivos, como uma nova

versão de “Adoración de los pastores”, atualmente no Museu de Hermitage

de São Petersburgo. Este tema bíblico foi tratado inúmeras vezes pelo pintor,

sendo que outra versão se encontra no Museu Meadows de Dallas.

Felipe II o chamou à Corte em 1620 para torna-lo mestre de desenho de seu

filho (futuro Felipe IV). Foi nessa ocasião que travou amizade com Diego

Velazquez, a quem protegeu, indicando em um concurso público para pintar o

tema de “La expulsion de los moriscos”, quadro que garantiu a permanência

do jovem Velazquez na corte madrilena. Por infelicidade, um incêndio no Alcázar

de Madri, em 1734, destruiu por completo a obra. (Traduzido da Wikipedia em

espanhol).

- 136 –

Frei Juan Bautista Maíno, “A adoração dos pastores”, 1613,

1,44 x 1,01m, Hermitage Museum, Fonte: Commons

- 137 –

Juan Bautista Maino, “Magdalena

Penitente”, 1615, Fonte: Commons

Abaixo, detalhe de “Petencostes”

- 138 –

Abaixo, Juan Bautista Maino, “São João Evangelista”, 1612,

Museu do Prado, Fonte: Commons

Acima e abaixo, duas versões de “Madalena Penitente”

- 139 -

Juan Bautista Martínez del Mazo

1611?-1667

Juan Bautista Martínez del Mazo, espanhol da província de Cuenca, nascido

por volta de 1611 e falecido em Madri no ano de 1667, foi um pintor do período

barroco, discípulo de Diego Velazquez (1599-1660) e casado com a filha

primogênita deste, a jovem Francisca Velázquez da Silva, com quem teve sete

filhos. Diego tinha grande apreço pelo genro, que se tornou um de seus principais

colaboradores, de tal sorte que as obras, em alguns momentos se confundem e

é difícil separar, entre elas, a mão do mestre e a mão do discípulo. Velazquez

ajudou a aproximação do genro na Corte espanhola e, com a morte do sogro,

ele foi nomeado pintor de câmara, em 1661. Técnicas desenvolvivas do decorrer

do tempo ajudaram a separar o que foi pintado pelo sogro e o que foi pintado

pelo genro. A obra mais surpreendente de Del Mazo é “La Familia”, em que

aparecem Juan Bautista, sua esposa, filhos, servos e até mesmo Velazquez, ao

fundo, de costas.

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Acima, “Deucalion e Pirra, após o dilúvio” (Mitologia grega)

Abaixo, “Infanta Margarita de Áustria” (detalhe), no início atribuído a

Velazquez mas hoje se sabe que foi pintado por seu genro

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Juan Carreño de Miranda

1614-1685

Juan Carreño de Miranda, nascido na cidade de Avilés, Asturias no dia 25

de março de 1614 e falecido em Madri no dia 3 de outubro de 1685, foi

considerado o mais importante pintor da Corte espanhola no período do Barroco,

depois de Diego Velazquez. Bastante influenciado por Velazques e pelo

holandês Van Dick, mas ofuscado por ambos, foi, não obstante, um artista

competente e sensível, à sua própria maneira. Carreño estudou pintura com os

mestres Pedro de las Cavas e Bartolomé Román, tendo sido assistente de

Velazquez na decoração do Alcázar em Madri, e em outros palácios reais. Foi

nomeado pintor pelo rei Carlos II, em 1669 e tornou-se pintor da Corte em 1671.

Especializou-se em cenas de caráter religioso e na retratística. (Traduzido da

Enciclopédia Britânica, com apoio de outras fontes)

“Magdalena Penitente” (detalhe), Museum Fine Arts Asturias (Commons)

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Juan Carreño de Miranda, (Fonte: Commons)

“St James the Great in the Battle of Clavijo”

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Juan Carreno de Miranda –

“São Francisco” Fonte: Sotheby’s

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Acima, “Retrato de Carreño de Miranda”, «Magdalena penitente» e «San

Francisco», (Museo de Bellas Artes de Asturias).

Abaixo, “El martirio de San Bartolomé” e “Bautismo de Cristo” (detalhe)

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Juan de Arellano

1614-1676

Juan de Arellano, nascido no dia 3 de agosto de 1614 e falecido no dia 13

de outubro de 1676, foi um artista espanhol do Barroco, especializado na pintura

de flores e de naturezas-mortas. Nasceu e morreu em Santorcaz, próximo a

Madri e foi discípulo de Juan de Solis, tendo sido influenciado por artistas

flamengos, como Daniel Seghers e por pintores italianos, como Mario Nuzzi. O

artista teria se especializado em pintura floral principalmente porque ela é mais

fácil de pintar, mais fácil de vender e rende melhor preço. Algumas das obras em

destaque são “Guirlanda de Flores”, “Buquê de Flores” e “Pássaros e

Borboletas”. Fugindo à regra, também fez pinturas para a sacristia da igreja de

São Jerônimo, em Madri. (Traduzido da Wikipedia em inglês, com apoio de

outras fontes).

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Juan de Nisa Valdés Leal

1622-1690

Juan de Nisa Valdés Leal, nascido em Sevilla no dia 4 de maio de 1622 e

falecido na mesma cidade em 15 de outubro de 1690, foi um pintor do período

Barroco, presidente da Academia local e a maior figura da pintura sevilhana,

conhecido por sua pintura agressiva, inventiva e dramática. Seu pai era

português e colocou o filho a estudar em Córdoba, sob a orientação de Antonio

del Castillo. Foi também em Córdoba que ele trabalhou até os 30 anos de idade.

Após isso, passou a alternar Córdoba e Sevilla, até se fixar definitivamente em

sua cidade natal, em 1656, tornando-se membro e depois presidente da

Academia local, fundada pelo também sevilhano Bartolomé Esteban Murillo

(1617-1682). Como, na época, o ofício dependia de registro legal, em 1658,

Valdés Leal pede ao cabido municipal sevilhano para ser eximido do exame

obrigatório de mestre pintor, aludindo sua precária economia, situação que

haveria de acompanhá-lo pelo resto da vida. O cabido concedeu-lhe uma licença

temporária, que permitiu-lhe exercer seu ofício sem nenhum impedimento, e até

mesmo obteve, em 1659 o posto de examinador municipal do grémio dos

pintores sevilhanos. (Traduzido da Enciclopédia Britânica, com apoio de outras

fontes) > Na imagem abaixo, “A Exaltação da Cruz” (c1680) Fonte: Commons.

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Juan de Valdés Leal, “La Inmaculada Concepción”, Fonte: Pinterest

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Juan Sánchez Cotán

1561-1627

Juan Sánchez Cotán, nascido na cidade de Orgaz no ano de 1561 e falecido

na cidade de Granada no dia 8 de setembro de 1627, foi um dos pioneiros do

realismo Barroco na Espanha. Embora tenha sido um homem profundamente

religioso, ficou mais conhecido pelas suas naturezas-mortas que, por sua

harmonia visual e ilusão de profundidade, transmitem uma sensação mística de

humildade e espiritualidade. Tendo sido um discípulo do pintor Blas del Prado,

também especializado em naturezas-mortas, logo cedo se sentiu influenciado

pelo misticismo católico que dominava a vida intelectual de Toledo nessa época.

Ingressou na irmandade do Monastério de Segóvia e, em 1612, foi transferido

para Granada, onde permaneceu até a morte. (Traduzido da Enciclopédia

Britânica, com apoio de outras fontes).

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