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- 151 - Ugo da Carpi 1480?-1520 Ugo da Carpi, nascido por volta de 1480 e falecido por volta de 1520 (não se sabe ao certo as datas, havendo grande variação entre uma fonte e outra) foi um pintor e gravador do Maneirismo italiano. É mais lembrado por suas xilogravuras (matrizes gravadas em madeira), realizadas como cópias de obras célebres, onde aperfeiçoou a técnica para que apresentasse efeitos de chiaroscuro. A técnica criada por ele consistia em usar várias placas da mesma cor, cada uma delas produzindo uma tonalidade diferente até chegar ao efeito desejado. Carpi exerceu suas atividades em Veneza e Roma e muitas de suas gravuras com o efeito chiaoscuro são cópias de obras de Rafael e Parmigianino. Conquanto buscou registrar o processo de impressão por ele criado, foi por longo tempo contestado. (Enciclopédia Britânica e outras fontes). Ugo da Carpi, “The Miraculous Draught of Fishes”, c. 1520

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- 151 -

Ugo da Carpi

1480?-1520

Ugo da Carpi, nascido por volta de 1480 e falecido por volta de 1520 (não se

sabe ao certo as datas, havendo grande variação entre uma fonte e outra) foi um

pintor e gravador do Maneirismo italiano. É mais lembrado por suas xilogravuras

(matrizes gravadas em madeira), realizadas como cópias de obras célebres,

onde aperfeiçoou a técnica para que apresentasse efeitos de chiaroscuro. A

técnica criada por ele consistia em usar várias placas da mesma cor, cada uma

delas produzindo uma tonalidade diferente até chegar ao efeito desejado. Carpi

exerceu suas atividades em Veneza e Roma e muitas de suas gravuras com o

efeito chiaoscuro são cópias de obras de Rafael e Parmigianino. Conquanto

buscou registrar o processo de impressão por ele criado, foi por longo tempo

contestado. (Enciclopédia Britânica e outras fontes).

Ugo da Carpi, “The Miraculous Draught of Fishes”, c. 1520

- 152 –

Ugo de Carpi, “A Sibila com uma criança segurando tocha”

- 153 -

Giorgio Vasari

1511-1574

Giorgio Vasari, nascido em Arezzo no dia 30 de julho de 1511 e falecido em

Florença no dia 27 de junho de 1574, foi um pintor e arquiteto italiano do estilo

maneirista. Sua importância para nós, entretanto vem de sua atividade como

escritor, havendo produzido as biografias dos principais artistas da Renascença

e do Maneirismo, com valiosas informações que, de outra maneira, teriam se

perdido para sempre.

Ainda quando criança, ele foi discípulo de Guglielmo de Marcillat, onde

aprendeu o rudimentar das artes, porém, seu treinamento decisivo se deu em

Florença, onde teve a amizade e o patrocínio dos Medici, o que lhe permitiu

treinar no círculo de Andrea del Sarto, na companhia de outros discípulos

emergentes, como Rosso e Jacopo Pontormo. Teve também a oportunidade de

conhecer Michelangelo, cuja arte o influenciou bastante.

Seus serviços eram regularmente utilizados pela família dos Médici tanto em

Florença como em Roma, mas trabalhou também em locais como Nápoles e

Arezzo. Se teve sucesso com a pintura, teve ainda maior êxito como arquiteto,

podendo-se citar a loggia do Palazzo degli Uffizi, ao lado do Arno: o

planejamento urbanístico do longo e estreito jardim que funciona como praça

pública (piazza) e a longa passagem que o conecta ao Palácio Pitti através da

Ponte Vecchio.

Em vida, Vasari contou com alta reputação e fez fortuna. Em 1547, construiu

para si uma mansão em Arezzo (que hoje é museu em sua homenagem) e

passou incontáveis dias dedicando-se a decorá-la com obras-de-arte. Foi eleito

para o Conselho Municipal (priori) de sua cidade natal, tendo alcançado, mais

tarde, o cargo supremo de Gonfaloneiro (membro do conselho administrativo).

Em 1563, fundou a Accademia del Disegno em Florença. O grão-duque local

e Michelangelo tornaram-se líderes da instituição e trinta e seis artistas foram

escolhidos para tornarem-se membros. (Enciclopédia Britânica, Wikipedia e

outras fontes).

- 154 –

Giorgio Vasari, “Perseu e Andrômeda”, 1570, óleo sobre tela

Andrômeda, na mitologia grega, foi uma princesa da Etiópia,

oferecida como sacrifício a um monstro marinho. Foi salva por

Perseu, que a tomou como esposa. Este é um tema recorrente

de pintores e de escultores

- 155 -

Paolo Veronese

1528-1588

Paolo Veronese, nascido em Verona no ano de 1528 e falecido em Veneza

em 9 de abril de 1588, foi um dos maiores pintores da escola veneziana no

período Cinquecento. Suas telas eram, geralmente, enormes, com pinturas

vívidas revelando cenas bíblicas ou alegóricas, com um cenário mais

contundente da paisagem e da arquitetura clássica. Sendo um mestre no uso da

cor, criou composições ilusórias que se desgarram do cenário bidimensional e

se estendem por todo o espaço visível.

Nasceu com o nome de Paolo Cagliari, ou Paolo Caliari, tendo incorporado,

como usado na Itália de seu tempo, o topônimo que o tornou conhecido - na

própria Itália, "Il Veronese", por haver nascido em Verona. Sua produção e vida

artística, porém, desenvolveram-se em Veneza. Era filho de um certo escultor

chamado Gabriele e já em 1541 torna-se discípulo no ateliê do pintor Antonio

Badile (c1518-1560), cujo estilo conservador seria mantido como uma forte

influência sobre o artista que, em 1548, realiza sua primeira obra por

encomenda. Os trabalhos desta fase do artista apresentam uma característica

de fortes contrastes, com figuras bastante convencionais.

Sua obra começa a ganhar força e personalidade com a adesão ao

Maneirismo, mas ainda mantendo suas complexas perspectivas e as posturas

forçadas dos modelos, como as que se encontram em Michelangelo. Esse estilo

se revela, por exemplo, na maestria com que elaborou "A tentação de Santo

Antônio", feito para a Catedral de Mântua, em 1552 (hoje no Museu de Belas-

artes de Caen, na França). Trabalhou em Castelfranco, para a família dos

Soranzo (1551), para o Cardeal Ercole Gonzaga, em Mântua (1552),

transferindo-se finalmente para Veneza em 1553, onde havia sido contratado

para decorar o "Salão dos Dez" do Palácio Ducal. Após um breve retorno à

terra natal, mudou-se definitivamente para Veneza, em 1556.

Adquirindo e firmando-se no estilo que o caracteriza, o primeiro momento da

fase madura de Veronese é bem ilustrado por seu trabalho na Igreja de S.

Sebastião, em Veneza. O antigo contraste acentuado da fase inicial em Verona

- 156 -

dá lugar aos tons mais harmoniosos. Faz composições notáveis, com

perspectivas íngremes, especialmente nas pinturas de tetos.

Veronese tinha especial interesse pela arquitetura de fundo, patenteada em

quadros como "Bodas de Caná" (imagem abaixo), Museu do Louvre. Fez uma

série de pinturas de cenas bíblicas, onde retratava os modos e costumes da vida

opulenta dos palácios venezianos, nelas incluindo retratos de pessoas

contemporâneas.

Os trabalhos da maturidade (de 1565 a 1580) tornam-se mais clássicos, de

tom quase cerimonioso, em tons mais suaves, como na "Crucifixão", por volta

de 1572 (Louvre).

Quando contava com cerca de 45 anos foi chamado a dar explicações à

Inquisição, que queria que justificasse a adoção de tantas figuras

disformes e vulgares em suas pinturas feitas num monastério veneziano,

sendo obrigado a corrigi-las.

Ao final de sua vida, tinha tantas encomendas a realizar, dada a enorme

quantidade de pedidos, que um irmão, dois de seus filhos e um sobrinho, tiveram

que concluir as numerosas obras inacabadas, depois de sua morte.

Veronese morreu no auge do sucesso como artista e bastante próspero. Mas

isto não bastou para que sua pintura tivesse maiores influências nos artistas

posteriores. Marcam como tendo sofrido influência de suas pinturas o holandês

Rubens e o veneziano Tiepolo.

- 157 –

Acima, Paolo Veronese, “Ceia em Emaús” (1560circa)

Localização: Museu Louvre, París

Abaixo, As Bodas de Caná (1560), detalhe

Localização: Gemäldegalerie, Dresden, Germany

- 158 –

Acima, Paolo Veronese, “O Batismo de Cristo”, 1550(década)

Abaixo, “Anunciação”, 1578, óleo sobre tela, - 2,79 x 5,51 m –

Localização: Academia de Veneza, Fonte: Commons

- 159 –

Paulo Veronese, “Bacchus and Ceres” (1560-61) Afresco Villa Barbaro,

Maser, Fonte: http://www.wga.hu/html_m/v/veronese/07/

Abaixo, “Vulcan and Venus” Afresco Villa Barbaro, Maser

Fonte, http://www.wga.hu/support/viewer_m/z.html

- 160 –

Paolo Veronese, “Matrimonio mistico di Santa Caterina”, 1575 circa

(Venezia, Gallerie dell’Accademia) –

- 161 -

Joachim Wtewael

1566-1638

Joachim Anthonisz Wtewael, nascido em Utrecht no ano de 1566 e falecido

na mesma cidade no dia 1º de agosto de 1638, foi um destacado pintor,

desenhista e gravador holandês, também conhecido como Joachim Uytewael.

Ele iniciou sua carreira com o próprio pai, em sua terra natal, fazendo gravuras

em vidro. Aos 20 anos, começou uma viagem de seis anos pela Europa,

especificamente pela França e Itália, fixando-se principalmente na cidade italiana

de Pádua, onde começou a produzir suas mais conhecidas pinturas, como O

martírio de São Sebastião e Uma cena de cozinha (imagem abaixo).

De volta a Utrecht, em 1592, Wtewael juntou a uma guilda e começou a pintar

desenhos, gravuras e vitrais, mantendo-se fiel ao estilo maneirista e ignorando

as novas tendências artísticas que começavam a predominar em seu país. Nesta

situação, ele tornou-se o líder dos proponentes holandeses do Maneirismo. Seu

estilo continuou encontrando apoio dos apreciadores de arte, ainda alheios ao

naturalismo emergente, caracterizando-se no uso irrestrito da cor e criando

figuras elegantes em poses intencionalmente distorcidas. A melhor coleção de

seu trabalho, que contém inclusive um autoretrato datado em 1601, se encontra

no Museu Central de Utrecht. (Wikipedia e outras fontes)

- 162 –

Joachim Wtewael, “Perseus & Andromeda” ,

1611, óleo sobre tela, 1,80 x 1,50 cm)

- 163 -

Federico Zuccaro

1540?-1609

Federico Zuccaro, nascido em Sant’Angelo in Vado, Urbino por volta de

1540 e falecido em Ancona no dia 20 de julho de 1609, foi um pintor e arquiteto

italiano, que se tornou na figura central da escola maneirista romana, após a

morte de Tiziano Vecelli, tornando-se, quem sabe, um dos melhores pintores

do maneirismo europeu. Entre 1555 e 1563, foi assistente e discípulo de seu

próprio irmão, o pintor Taddeo Zuccaro e isso se tornou uma faca de dois

gumes.

Se, de um lado, o irmão lhe dava uma atenção especial, procurando

transmitir o melhor de seu conhecimento na arte, por outro lado, essa marcação

cerrada acabou pesando sobre o ânimo de Federico, que se sentia tolhido no

desenvolvimento de sua própria personalidade. Isso originou um clima de

rivalidade entre os dois, tanto mais que Taddeu interferia pesadamente nos

trabalhos de seu irmão caçula, chegando a picos de tensão, como por exemplo,

quando Tadeu retocou, com suas próprias mãos, a obra que Federico havia feito

na fachada do Palácio Tizio de Spoleto.

A supervisão firme do irmão, em certo sentido, tinha razão de ser, pelo

espírito demasiado liberal e franco de Federico. Por exemplo, Federico realizou

a obra Alegoria da Calúnia, a partir da descrição de uma celebrada obra do

cortesão (e possível espião) da rainha Elisabeth I da Inglaterra, Francis

Walsingham (1530-1590), retratando em sátira os inimigos da corte inglesa. A

repercussão política foi enorme e isso fez com que tivesse que se exilar de

Roma. Mais tarde, visitou Bruxelas, onde desenhou esboços para tapeçaria. Em

1574, passou pela Inglaterra, onde recebeu encomendas para pintar o retrato da

rainha inglesa, Elizabeth I, da rainha Maria I da Escócia, de Francis Walsingham

e outros. Em 1585, aceitou uma encomenda de Filipe II de Espanha para decorar

o novo El Escorial. Trabalhou lá até 1588, quando voltou a Roma. Foi sucedido

na obra por Pellegrino Tibaldi. Em Roma, fundou a Accademia di San Luca, na

qual foi o primeiro presidente. Bartolomeo Carducci parece ter estudado com ele.

Zuccari tornou-se cavaliere bem perto de sua morte, em Ancona, em 1609.

(Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes)

- 164 –

Abaixo, Federico Zuccari, “Cenas da vida do artista”, pintadas no Palácio

Zuccari, por volta de 1579, Fonte: Commons

Abaixo, “Assunção de Nossa Senhora”, detalhe

- 165 -

Federico Zuccari, “Cabeça de um ancião”,

Royal Museums of Fine Arts of Belgium

- 166 –

Federico Zuccari, “Consegna delle chiavi”

(A entrega das chaves a São Pedro, 1593