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Antonio Circignani
1560-1620
Antonio Circignani, nascido em Pomerance no ano de 1560 e falecido em
Roma no ano de 1620, foi um pintor italiano do Maneirismo, com incursões no
então recém surgido barroco. É conhecido também como Antonio Pomarancio,
em homenagem à sua cidade natal. Seu pai foi o também pintor Niccolò
Circignani, chamado il Pomarancio e os dois trabalharam juntos, no mesmo
estúdio. Uma de suas mais famosas obras, "Casamento da Virgem", está na
basílica de Santa Maria degli Angeli, em Assis, na Itália. Registre-se também
"Quatro Evangelistas", no Museo di San Francesco, em San Marino, e
"Trindade", em Santissima Trinità, Foiano della Chiana. .
(Wikipedia e outras fontes)
Abaixo, Antonio Circignani, “Deposição da cruz”
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“A Crucificação”, por Antonio Circignani
(1620-1621), óleo sobre tela, Italia, Emilia
Romagna, Modena, Estense Gallery.
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Niccolò Circignani
1517?-1496-ativo
Niccolò Circignani, nascido por volta de 1517 e falecido em data incerta (em
1496 ainda se achava ativo), chamado de il Pomarancio, foi um pintor italiano
do período maneirista. Era pai do também pintor Antonio Circignani, que morreu
primeiro, aos 60 anos. Ambos trabalharam durante todo o tempo no mesmo
estúdio. Nascido em Pomarance, é dos três pintores italianos chamados de
Pomarancio. Suas primeiras obras, atestadas na década de 1560, são afrescos
com histórias do Antigo Testamento, pintadas para a Cortile del Belvedere, no
Vaticano, provavelmente com apoio de Santi di Tito e Giovanni de Vecchi. Na
época, ele completou ainda retábulos para Orvieto (1570), Umbertide (1572),
Città di Castello (1573–1577) e Città della Pieve.
Niccolò trabalhou com Hendrick van den Broeck, provavelmente um
membro de uma família flamenga de pintores que incluía Crispin van den Broeck
da Catedral de Orvieto. Ele pintou afrescos (1568) na igreja de Maestà delle
Volte, em Perugia, uma Ressurreição (1569, em Panicale) e uma Anunciação
(1577, atualmente na pinacoteca Città di Castello). Pintou, também, afrescos
sobre temas mitológicos a partir de 1574, incluindo o "Julgamento de Páris",
"Histórias da Eneida" e outras, em colaboração com Giovanni Antonio Pandolfi
no Palazzo della Corgna em Castiglione del Lago.
A partir de 1579, ele retornou para Roma para trabalhar com Matthijs Bril e
decorou a Sala della Meridiana na Torre dei Venti (terminada antes do final de
1580) além das Loggia (1580–1383) no Vaticano. Logo depois, Nicollò tornou-
se um dos artistas favoritos dos jesuítas. Ajudado por Matteo da Siena, começou
a pintar cenas de martírios jesuítas, inclusive os afrescos de mártires para
Santo Stefano Rotondo, executados com a ajuda de Antonio Tempesta. São
mais de trinta cenas bastante gráficas sobre as horríveis mortes dos santos,
retratando em detalhes cada método como se fosse uma propaganda de uma
câmara de tortura. A última pintura documentada de Circignani, em Cascia, é de
1596. (Wikipedia e outras fontes)
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Acima, “Papa Silvestre batiza Constantino”
Abaixo, pintura Niccolo Circignani na Academia Real
de Espanha em Roma (1585 ) – Fonte: Commons
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Ascanio Condivi
1525-1574
Ascanio Condivi, nascido no ano de 1525 e falecido o dia 10 de dezembro
de 1574, foi um escritor e pintor maneirista. Como artista era considerado
mediano, mas ficou lembrado por ser o biógrafo de Michelangelo. Filho de
Latino Condivi e Vitangela de Ricci, ele era um nobre, procedente da comuna
de Ripatransone, na região de Marche. Mudou-se para Roma por volta de
1545, onde conheceu Michelangelo e, em 1552, publicou o livro “Michelagnolo
[sic] Buonarroti” uma biografia que contém um viés positivo e outro negativo.
O positivo é ser escrito por alguém da convivência do artista, que conhecia os
detalhes de sua vida e da forma de viver. O negativo é que se trata de uma
biografia autorizada e Michelangelo teve um controle quase que absoluto sobre
seu conteúdo, o que lhe tira parte da credibilidade. Após essa publicação,
Ascanio voltou à cidade natal, onde cumpriu seus deveres cívicos, casou-se e
voltou-se para a pintura religiosa. Uma de suas pinturas, Família Sagrada e
outras figuras (página 056), ficou inacabada e tinha um tinha procedência
ambígua, pois foi realizada a partir de um esboço que lhe fora dado pelo próprio
Michelangelo. O cartão pintado pelo grande mestre é conhecido como Epifania
(detalhe abaixo) e se encontra no British Museum, London. Releitura ou
plágio? Você decide. (Wikipedia em inglês e outras fontes)
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Ascanio Condivi, “La Santa Famiglia, e vari altri Santi”
gravura em papel, 37 x 26 cm
Fonte: http://www.britishmuseum.org/
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Cristóvão de Figueiredo
(? - 1543?)
Cristóvão de Figueiredo foi um pintor maneirista português que viveu na
primeira metade do Século XVI. Ligado à corte, foi nomeado “examinador do
ofício e pintor” do infante-cardeal D. Afonso, filho do rei D. Manuel I e irmão de
D. João III. Ignoram-se os locais do seu nascimento e da sua morte. A vida e a
atividade artística encontram-se, porém, documentadas de 1515 a 1543. Casado
com Ana Pires, filha do mestre régio das obras de carpintaria Pero Anes e de
Beatriz Afonso, teve um filho chamado Pedro de Figueiredo, “moço de câmara”
do infante D. Afonso; era cunhado de Isabel Pires, mulher do arquiteto francês
João Ruão.
Tinha estúdio próprio e morava em Lisboa, na Rua da Mangalassa, na
freguesia de Santa Justa. Existe documentação que se encontrava nesta cidade
em 1515 e por ocasião da peste de 1518-1519. Esteve posteriormente em
Coimbra, no ano de 1530, em Lamego, em 1533-1534, e novamente em Lisboa
a partir de 1538. Foi aluno da oficina lisboeta, orientada por Jorge Afonso, pintor
régio de D. Manuel I, por onde passaram numerosos artistas, alguns dos quais
constituíram uma segunda geração de pintores que viria a alcançar grande
importância. Como desenhista, trabalhou para o rei D. João III e fez esboços de
painéis que haviam de ser pintados por outros artistas, como é de crer que tenha
acontecido com os do retábulo do altar-mor da Igreja de Valdigem, encomendado
ao pintor Bastião Afonso.
Trabalhou como examinador de pintores em 1515. Cerca de 1518-1519,
trabalhou nas obras para a Relação de Lisboa sob a chefia de Francisco
Henriques, juntamente com André Gonçalves, Gaspar Vaz, Gregório Lopes,
Garcia Fernandes e outros artistas, entre os quais sete pintores flamengos. Entre
1522 e 1533, por encomenda do rei D. Manuel I, trabalha na pintura do retábulo
grande da capela-mor do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, que lhe foi
atribuído primeiro por Teixeira de Carvalho, com base numa carta de Gregório
Lourenço, vedor das obras do mosteiro, que, em 19 de março de 1522, escreve
a D. João III e, entre outras coisas, faz-lhe saber que o retábulo grande da capela
mor, já concluído na parte da marcenaria, precisa de ser pintado.
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A 20 de maio do mesmo ano, o rei, recomendando que se acabem algumas
obras do mosteiro e se façam outras, menciona a pintura do referido retábulo.
Em 07 de outubro de 1530, Cristóvão de Figueiredo estava em Coimbra,
possivelmente a trabalhar no retábulo, visto que assina como testemunha, na
casa do Conselho de Santa Cruz, um contrato entre o Padre Frei Brás,
governador do Mosteiro, e o arquiteto francês Hodart, para execução do passo
da Ceia de Cristo. Dos seus quadros neste retábulo, de que foi entalhador
Francisco Lorete, destacam-se A Deposição de Cristo no Túmulo, A Invenção
da Cruz, Ecce Homo e Milagre da Ressurreição do Mancebo. Há diversas
características sugerindo que estas obras foram realizadas em parceria.
O retábulo foi apeado no início do século XVII quando foi substituído pelo
novo retábulo maneirista do escultor Bernardo Coelho e dos pintores Simão
Rodrigues e Domingos Vieira Serrão. Deste retábulo de Cristóvão de
Figueiredo subsistem outras tábuas na sacristia do Cenóbio Crúzio e no Museu
Machado de Castro.
Trabalhou ainda, durante o ano de 1533, em Lamego. Em 31 de outubro de
1533 assinou, como testemunha, uma procuração que o rev. António Lopes,
camareiro do bispo D. Fernando de Meneses Coutinho e Vasconcelos, fez a
Jorge Alvares, feitor de sua senhoria. Este é o mais antigo documento conhecido
em que o artista se intitula pintor do infante cardeal.
No mês seguinte, a 27 de novembro de 1533, no paço episcopal de Lamego,
assina com o Padre Frei Francisco de Vila-Viçosa, guardião do Mosteiro de
Ferreirim, e de acordo com o que antes ficara estabelecido perante o infante D.
Fernando, um contrato para execução de três retábulos destinados à igreja
daquele mosteiro franciscano, conforme desenhos que fizera e outras obras que
realizara com o seu parceiro Garcia Fernandes. Por uma procuração, feita
igualmente em Lamego aos 22 de abril de 1534, sabe-se, porém, que na
execução dos referidos retábulos colaboraram igualmente Garcia Fernandes e o
pintor régio Gregório Lopes, tendo este grupo sido apelidado por Luís Reis-
Santos de "Mestres de Ferreirim".
Dos retábulos iniciais destinados à igreja de Santo António de Ferreirim
apenas subsistem dois compostos por quatro tábuas cada uma inicialmente
destinada aos altares colaterais, e que se encontram distribuídas por duas
séries, cuja reconstituição conjetural foi recentemente ensaiada por Fernando
António B. Pereira. Uma diz respeito à vida da Virgem e deste ciclo fazem parte
os seguintes temas: Anunciação, Natividade, Dormição da Virgem e
Assunção da Virgem. O outro retábulo representa temas da Paixão de Cristo:
Caminho para o Calvário, Crucificação, (tábuas bastante danificadas por um
incêndio), Pranto sobre Cristo morto e Ressurreição de Cristo.
Conforme refere Luís Alberto Casimiro, "as pinturas, que ainda
permanecem na mesma igreja embora deslocadas do seu lugar de origem,
refletem uma maior sensibilidade às fórmulas italianas e grande coerência
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e unidade apesar de serem o resultado de um trabalho de parceria entre
artistas com linguagens plásticas diversificadas. Tal constatação evidencia
não só a grande qualidade dos artistas intervenientes como a sua formação
comum."
No primeiro trimestre de 1538, Cristóvão de Figueiredo compromete-se,
perante a Mesa da Consciência e Ordens, a acabar o retábulo do Infante Santo,
que a rainha D. Leonor, viúva de D. João II, mandara fazer para o Mosteiro da
Batalha. Em agosto de 1539 já esse retábulo estava concluído. Trabalhou a
mando do cardeal-infante D. Afonso e celebrizou-se por pintar quadros sacros
ricos em colorido e dramatismo. Influenciado pelas correntes estéticas
florentinas e flamengas, trouxe para a pintura portuguesa uma opulência
inusitada. Especializou-se na reconstituição dos passos da Paixão, onde os
rostos ganham expressividade notável.
De uma Escritura de “Renunciação e Encampação” de um emprazamento
em três vidas com data de 11 de junho de 1543, documento esse que foi
encontrado por João de Lacerda ficou a conhecer-se a vida e obra de Cristóvão
de Figueiredo. Em 1940 foi feita uma “Exposição de Os Primitivos
Portugueses” realizada em Lisboa e ai foram atribuídos a Cristóvão de
Figueiredo os painéis: Calvário, da Igreja de Santa Cruz de Coimbra;
Achamento da Cruz pela Rainha Santa Helena; O Imperador Heraclito,
levando para Jerusalém a Verdadeira Cruz, ou Exaltação da Cruz, ambos do
Museu Machado de Castro, de Coimbra, Deposição de Cristo no Túmulo, do
Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa; Tríptico da Igreja de Nossa Senhora
do Pébulo, das Caldas da Rainha; Martírio de Santo André, Martírio de Santo
Hipólito, e dois pequenos trípticos tendo ao centro o Calvário que
pertencem ao Museu de Arte Antiga em Lisboa bem como do mesmo Museu O
Menino Jesus entre os Doutores.
Abaixo: "Trânsito da virgem" - Museu Nacional
de Arte Antiga. " (Fonte: Commons)
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Acima: Chegada das Relíquias de Santa Auta
ao Convento da Madre de Deus, em Lisboa
Abaixo: “Jesus entre os doutores”, Museu Nacional de Arte Antiga)
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Cristóvão de Morais Ativo entre 1551 e 1571
Cristóvão de Morais foi um pintor português do Maneirismo, ativo na corte
portuguesa entre 1551 e 1571. Não se sabe ao certo a data de seu nascimento,
nem de sua morte. Dedicou-se à pintura de retratos e retábulos, assim como à
decoração. É possível que fosse de origem castelhana e que tenha estudado em
Antuérpia. Em 1554 foi indicado “examinador de pintores”, o que indica o grau
de estima em que era tido pela corte. Em 1551 decorou uma liteira real
entalhada por Diogo de Çarça e em 1554 uma cama para a câmara da rainha
D. Catarina, esposa de D. João III, ambas obras perdidas. Em 1567 pintou o
retábulo-mor da igreja do Convento da Conceição de Beja, também perdido.
Suas obras mais conhecidas são dois retratos do rei D. Sebastião, um
localizado no Convento das Descalças Reais em Madrid e o outro, muito
semelhante ao primeiro, localizado hoje no Museu de Arte Antiga de Lisboa. O
retrato madrilenho, de corpo inteiro, é assinado e datado "1565 Christoforus a
Morales faciebat", enquanto que o lisboeta foi realizado provavelmente em
1571 a pedido de D. Catarina, avó de Sebastião. Nestas obras o jovem rei é
representado com uma expressão fria e desafiante, condizente com sua
personalidade, e veste uma esplêndida armadura. Segundo Vítor Serrão, o
retrato do rei "constitui um dos marcos mais transcendentes de nossa
cultura maneirista".
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“Joanna of Austria, Princess of Portugal”;
by Cristóvão de Morais, 1551.
Fonte: Commons
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Jacopino del Conte
1510-1598
Jacopino del Conte, nascido no ano de 1510 e falecido em 1598, foi um
pintor do estilo maneirista, ativo tanto em Roma quanto em Florença. Ele nasceu
em Florença no mesmo ano em que vinha ao mundo outro mestre florentino,
Cecchino del Salviati, que morreu 35 anos antes dele (1510-1563). Ambos
receberam aprendizado do pintor e desenhista Andrea del Sarto, que teve a
oportunidade de treinar vários artistas emergentes no mesmo período.
Seus primeiros afrescos, incluindo Anunciação a Zacarias (1536),
Pregação de São João Batista (1538) e Batismo de Cristo (1541),
aconteceram no Oratório de San Giovanni Decollato, localizado em Roma. O
afresco da “Pregação” foi baseado em um desenho de Perin del Vaga.
Em 1552, em colaboração com Siciolante da Sermoneta, completou o
retábulo “Deposição” para a capela de San Remigio, em San Luigi dei Francesi,
cujo desenho, algumas vezes, é atribuído a Daniele da Volterra. (Wikipedia em
inglês e outras fontes).
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Jacopino del Conte – “Santa Catarina de Alexandria” - Vendido
em leilão da Christie’s de 29/01/2014 por 701 mil dólares
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Diogo de Contreiras Ativo entre 1521 e 1562
Diogo de Contreiras, pintor maneirista português ativo entre 1521 e 1562,
era até algum tempo atrás identificado como o Mestre de São Quintino.
Suas primeiras obras registadas foram decorações efêmeras realizadas para
a entrada triunfal de D. Manuel e de sua terceira mulher D. Leonor de
Áustria, em Lisboa, em 1521; cerca de 429 bandeiras, pagas pela Câmara de
Lisboa, elaboradas juntamente com os pintores Álvaro Pires, Diogo Gonçalo,
Martins Fernandes e Fernão de Oliveira.
Em 1537, pinta o retábulo da Igreja de São Silvestre de Unhos, do qual
sobreviveram somente 4 tábuas. A par deste conjunto, a Igreja de Unhos possui
um outro grupo de quatro painéis, que pertenceriam a um segundo retábulo,
onde se representam São Roque, São Pedro, São Brás e São Sebastião, feitos
embora numa fase mais tardia, possivelmente entre 1560-1570.
Um ano mais tarde, em 1539, pinta o retábulo da Igreja de Nossa Senhora
das Misericórdias de Ourém, perdido, cujos trabalhos se prolongaram até 1541.
Pela mesma época, Contreiras pintou outro retábulo para o Convento de Santa
Maria de Almoster, por encomenda de D. Gil Eanes da Costa, de que restam
ainda três painéis em coleções particulares. São eles Ressurreição, São
Vicente e São Sebastião, tendo um outro sido perdido.
Trabalhou em 1546, pela primeira vez, para o Convento de S. Bento de
Cástris, em Évora, certamente em obra de consideráveis dimensões, pois
recebeu por ele 100 mil reais, uma elevada quantia, a mesma que deveria ter
sido avaliado, em 1538, o retábulo do altar-mor da Igreja Colegiada de Nossa
Senhora da Misericórdia de Ourém.
Desde sua juventude realizou experimentações ousadas na técnica e no
estilo. Suas figuras são de um traço ágil e nervoso, carregadas de
expressividade, e são coloridas com tons incomuns. O grande apelo emocional
de suas pinturas demonstra a profunda identificação do autor com os temas
propostos. (Wikipedia e outras fontes)
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Diogo de Contreiras – “Lamentação sobre o
Cristo Morto” – Fonte: Commons
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Diogo Teixeira
1540-1612
Diogo Teixeira, nascido em Lisboa no ano de 1540 e falecido na mesma
cidade em 1612, foi um importante artista português do Maneirismo.
Já era pintor em 1565, momento em que residia na freguesia de Santa Justa,
em Lisboa, onde se relacionou com os setores aristocráticos e cortesãos, sendo
nomeado por D. António, Prior do Crato, com o título de cavaleiro fidalgo da
sua casa. Em 1577, num precioso requerimento dirigido a D. Sebastião, solicita
e obtém desvinculação dos encargos que devia, como "oficial mecânico", à
Bandeira cooperativa de S. Jorge.
Em 1582-83 colaborou com Francisco Venegas em obras para a Igreja do
Hospital de Todos-os-Santos e, três anos mais tarde, em parceria com o seu
genro e discípulo António da Costa, executou o retábulo da Igreja da Misericórdia
de Alcochete.
Nesse mesmo tempo, pintava para a Misericórdia de Sintra a respectiva
bandeira, e também uma bandeira para a Misericórdia da Lourinhã (1589) e outra
para a Misericórdia de Óbidos (1590-91).
Por volta de 1590, colabora novamente com Francisco Venegas no grandioso
retábulo da Igreja da Luz de Carnide, onde pinta quatro painéis: Visitação,
Adoração dos Pastores, Adoração dos Magos e Apresentação no Templo.
Trabalhou, entre outros lugares, na Igreja de Santa Maria da Graça de
Santarém, na Igreja de Nossa Senhora dos Anjos em Lisboa, na Igreja de Santa
Maria em Óbidos e na Ermida do Espírito Santo em Caldas da Rainha, onde
executou um retábulo, em parceria com seu discípulo Belchior de Matos.
A Sé de Portalegre tem obras atribuídas à sua oficina e o Museu de Arte
Sacra de Arouca preserva outras peças dele em sua coleção. (Wikipedia e outras
fontes)
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Diogo Teixeira – “Incredulidade de S.
Tomé”, 1595-1597 (Museu de Arouca)
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Domingos Vieira Serrão
1570?-1632
Domingos Vieira Serrão, nascido em Tomar (região de Santarém), em torno
de 1570 e falecido provavelmente em Lisboa, no ano de 1632, foi um pintor
maneirista português, nomeado pintor do rei Filipe II de Portugal e III de
Espanha em 1619.No processo aberto em 1625 para a admissão no Santo Ofício
é descrito que é filho de João Henriques Serrão, fidalgo e cobrador de impostos
da Ordem de Cristo, e de Maria Dias, estando casado com Magdalena de Frias,
filha do arquiteto Nicolau de Frias.
Entre 1592 e 1600 trabalhou com Simão de Abreu nos murais que cobrem a
charola (andor de procissão) do Convento de Cristo em Tomar e várias
capelas e altares do mesmo convento. Juntamente com Simão Rodrigues,
trabalhou num grande afresco da igreja do Mosteiro da Anunciata (em 1608,
destruídos em 1755) e numa Alegoria da Caridade no teto da Igreja do Hospital
Real de Todos os Santos (em 1613, destruído em 1750). Também perdido foi
seu afresco pintado no Buen Retiro, em Madrid, por volta de 1630.
Em 1602, com Simão Rodrigues e outros, fundou a Irmandade de São Luca.
Sua morte deve ter ocorrido em 1632, porque nesse ano foi nomeado o pintor
Miguel de Paiva para substituí-lo como pintor do rei.
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Acima, Domingos Vieira Serrão, “Porto de Lisboa”, 1622circa
Abaixo, “Cerimônia do Lavapés”, pintado com Simão Rodrigues
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Jan van Dornicke
1470?-1527?
Jan van Dornicke, nascido em Tournai (Flandres) por volta de 1470 e
falecido em Antuérpia por volta de 1527, também chamado Janssone ou
Janszoon van Doornik, foi um pintor flamengo da escola maneirista de
Antuérpia.
Ele trabalhou em Antuérpia de 1509 até a sua morte, ocorrida provavelmente
por volta de 1527. Atualmente, é considerado um dos mais singulares pintores
do maneirismo flamengo, especialmente por sua capacidade de conciliar
elegantemente os avanços plásticos da estética maneirista à peculiar iconografia
religiosa do gótico tardio.
Não obstante suas notáveis inovações no campo da pintura flamenga do
século XVI, pouco se sabe sobre a sua vida e raros são os exemplares de sua
obra que chegaram aos nossos dias. Estima-se que existam aproximadamente
vinte obras de Dornicke em coleções públicas e privadas, dentre as quais
merecem destaque A Adoração dos Magos do Museu de Belas-Artes de
Chambéry e o Tríptico da Crucificação do Museu de Arte de São Paulo
(MASP).
A identidade do pintor continua sendo objeto de bastante controvérsia. Há
pouco mais de uma década, a maior parte de suas obras eram atribuídas pela
crítica especializada a um artista anônimo denominado Mestre de 1518. Apenas
com a multiplicação de pesquisas acadêmicas sobre o maneirismo de Antuérpia
nos últimos anos é que se conseguiu diferenciar as identidades e as obras de
ambos os artistas.
Alguns especialistas apontam para a possibilidade de van Dornicke ser Jan
Mertens, pai do pintor Pieter Coecke van Aelst.
Há também um pintor holandês denominado Jan van Dornicke, ativo no
século XVIII. Nada a ver. Claro que se trata de outro. (Wikipedia e outras fontes).
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Acima, Jan Van Dornick, Tríptico da Crucificação (1520). (Museu de Arte
de São Paulo (MASP) – Fonte: Commons
Abaixo, “The Adoration of the Magi” Painel, 37 x 51 cm
Fonte: www.fompfriends.eu
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El Greco 1541-1614
El Greco, cujo nome de batismo era Doménikos Theotokópoulos, nasceu
no ano de 1541 em Candia (ilha de Creta) e morreu no dia 7 de abril de 1614 na
cidade de Toledo (Espanha). É reconhecido como o mestre da pintura
espanhola, cuja expressividade dramática e estilo inconfundível deixou
perplexos os seus contemporâneos, mas sobretudo, ganhou uma nova
dimensão na análise crítica mais recente de seus trabalhos, surpreendendo os
críticos de arte modernos.
Sua principal atividade foi a pintura, mas, paralelamente, atuou também como
escultor e arquiteto. Embora desenvolvendo todo seu trabalho na Espanha,
jamais desprezou sua descendência grega e usualmente assinava suas pinturas
com seu nome completo, Doménikos Theotokópoulos.
El Greco nasceu em Creta, mas, naquela época, a ilha pertencia à República
de Veneza e, por causa disso, acabou por tornar-se um centro artístico pós-
bizantino. O jovem treinou ali e tornou-se um mestre dentro dessa tradição
artística, antes de viajar, aos vinte e seis anos, para Veneza, como já tinham
feito outros artistas gregos.
Em 1570 mudou-se para Roma, onde abriu um ateliê e executou algumas
séries de trabalhos. Durante sua permanência na Itália, enriqueceu seu estilo
com elementos do maneirismo e da renascença veneziana. Mudou-se finalmente
em 1577, para Toledo, na Espanha, onde viveu e trabalhou até sua morte. Ali,
El Greco recebeu diversas encomendas e produziu suas melhores pinturas
conhecidas.
Os críticos mais avançados consideram El Greco como um precursor do
expressionismo e do cubismo, ao mesmo tempo em que sua personalidade e
trabalhos foram fonte de inspiração a poetas e escritores como Rainer Maria
Rilke e Nikos Kazantzakis. Todavia, El Greco é considerado pelo modernos
estudiosos como um artista tão individual, não pertencente a nenhuma das
escolas convencionais. Ele é ele mesmo, e ponto final... (Enciclopédia Britânica,
Wikipedia e outras fontes)
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El Greco, “The Burial of the Count of Orgaz” (El entierro del Señor de
Orgaz) (1587), óleo sobre tela, 4,80 x 3,60 m, Igreja de San Tomé,
Toledo, Espanha > Fonte: Commons
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El Greco, “Las lágrimas de San Pedro”, 1580, óleo sobre tela,
1,09 x 0,80 m, Browes Museum
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El Greco, “Mater Dolorosa”, 1590 (circa), óleo sobre tela,
Musée des Beaux-Arts de Strasbourg, Palais Rohan
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Fernão Gomes
1548-1612
Fernão Gomes ou Hernán Gómez Román, nascido na cidade de
Albuquerque (Portugal) no ano de 1548 e falecido em Lisboa no ano de 1612, foi
um pintor maneirista de origem espanhola.
Os primeiros dados biográficos, nós os encontramos em seu depoimento ao
ao Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), prestado no ano 1588 Por ele, ficamos
sabendo que o pintor Hernán Gómez Román nasceu em Albuquerque (Castela)
em 1548. Radicado muito cedo em Portugal certamente sob o mecenato dos
Vimiosos, faz o aportuguesamento definitivo do seu nome aos 30 anos, em 1578.
Por essa época já tinha pintado, ou melhor, desenhado a sua obra mais
conhecida, o retrato de Camões, chamado o Retrato pintado a vermelho.
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Nativo da Espanha do período de Carlos V, imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, que compreendia a Holanda, Fernão Gomes partiu
estudar em Delft (Flandres) como discípulo de Anthonie Blocklandt, entre
1570 e 1572. Instala-se em Lisboa o ano seguinte, à procura de "um mercado
propício para desenvolver a sua atividade de pintor."
Em 1594, Fernão Gomes virá a ser nomeado «pintor a óleo de sua
majestade» por Filipe II da Espanha (e Felipe I de Portugal). Em 1601,é
também «pintor dos Mestrados das Ordens Militares». Em 1602 é um dos nove
pintores que fundam a Irmandade de S. Lucas, confraria dos pintores da cidade,
e em 1612, ano da sua morte, vem a ser um dos doze que "assumem um
movimento de reivindicação que vai conduzir ao reconhecimento da Pintura
como «Arte liberal».
Fernão Gomes, não obstante seus dois anos passados na Holanda, foi
representante dos valores "italianizantes" no Maneirismo português, e "figura de
grande prestígio no seu tempo, com fama que perdurou ao longo dos séculos
XVII e XVIII".
"Em vida, ele próprio se considerava «o mais idóneo e suficiente do Reino na
arte da Pintura".
Depois de sua morte, Félix da Costa Meesen fala do seu "bravo talento",
"grande valentia", "mui destro no pintar" e fazendo "admirações em suas obras".
O autor do Santuário Mariano, em 1707 refere Gomes como "o mais insigne
pintor daqueles tempos".
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Rosso Fiorentino
1494-1540
Rosso Fiorentino ("Ruivo Florentino", em italiano), ou simplesmente Il
Rosso ("O Ruivo"), cujo nome de batismo era Giovan Battista di Jacopo,
nascido na cidade de Florença (Itália) no ano de 1494 e falecido em
Fontainebleau (França) no ano de 1540), foi um destacado pintor italiano,
considerado um dos principais expoentes do maneirismo na pintura.
Vivendo a última etapa de sua trajetória na França, ele foi um dos fundadores
da escola de Fontainebleau. (Não se entenda, por escola, uma “sala de aula”. A
expressão escola de Fontainebleau refere-se a um vasto número de artistas,
franceses e de outros países, que trabalharam na corte de Francisco I, na cidade
francesa de Fontainebleau, perto de Paris, durante a segunda metade do Século
XVI. O rei decidira reformar o velho castelo e os artistas envolvidos na reforma
de Fontainebleau [fonte azul], é que criaram um padrão de estilo conhecido por
“escola”.)
Bem cedo, Rosso começou a receber treinamento artístico com estúdio de
Andrea de Sarto, ao lado de seu contemporâneo Jacopo da Pontormo.
Estudiosos garantem que ele recebeu influências tanto do mestre, como se seu
colega, que também viria a ser outra figura expressiva do Maneirismo.
As primeiras obras destes dois incipientes pintores combinam as influências
de Michelangelo com a tendência das gravuras góticas do norte italiano.
Aos 33 anos, mudou-se para França, onde fixou residência e lá permaneceu
até a morte. Ele e Francesco Primaticcio, estavam entre os principais mestres
da Escola de Fontainebleau, no Castelo do mesmo nome, já referido acima.
Não obstante a posição destacada, sua reputação profissional era
desfavorável em relação a seus contemporâneos, que seguiam uma arte mais
graciosa e naturalista.
Incompreendido em seu mundo, a arte de Rosso tem sido revisitada nos
séculos seguintes, com resultado bastante favorável para ele. Sua obra-prima é
a Deposição da Cruz. (Enciclopédia Britânica, Wikipedia e outras fontes)
- 080 –
Rosso Fiorentino, Deposição da Cruz, 1521,
Museu de Volterra, na Itália, Fonte: Commons
- 081 -
Francisco de Campos
(? – 1580)
Francisco de Campos, nascido na Holanda em data incerta e não sabida, e
falecido em Évora (Portugal) no ano de 1580, foi um pintor maneirista flamengo
ativo em Portugal do século XVI. É possível que tenha sido aluno de Martin van
Hemeesckerk, e certo é que mostrou possuir um estilo de grande segurança,
desenvoltura e originalidade, sem precedentes em Portugal. Construía figuras
com proporções inusitadas contra um cenário de espacialidade complexa,
empregando cores cítricas em combinações surpreendentes.
Seu desenho era alheio a todo naturalismo, com um traço nervoso e
expressivo. Sua obra inaugura uma fase de renovada internacionalização na
pintura portuguesa. Suas criações se encontram no Museu de Lagos, no Museu
Rainha Dona Leonor, no Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém e em
diversas igrejas. Foi autor da única amostra de pintura mural profana
quinhentista em Portugal, realizada no Paço dos Condes de Basto em 1578.
(Wikipedia e outras fontes)
- 082 –
Francisco de Campos, “Virgem da Rosa”,
Museu de Beja – Fonte: Commons
- 083 -
Francisco Venegas
1525?-1594
Francisco Venegas, nascido em Sevilha (Espanha) no ano de 1525) e
falecido em Lisboa no ano de 1594, foi um pintor castelhano ativo em Portugal
no último quarto do século XVI, revelando-se um dos mais notáveis pintores
maneiristas em atividade no país no período. Antes de adotar a pintura como
profissão, ele foi ourives.
Ao voltar-se para a pintura, ainda na Espanha, foi discípulo de Luís de
Vargas, e depois passou um período indeterminado em Roma, onde pode
observar a arte maneirista italiana da época, como as obras de Bartolomeu
Spranger e de Hans Speckaert. Em 1578 já estava em Lisboa, e em 1583 foi
nomeado pintor régio por Filipe I de Portugal (Felipe II de Espanha). Em 1582,
dirigiu a decoração do teto da igreja do Hospital Real de Todos-os-Santos, mas
infelizmente essa obra se perdeu num incêndio ocorrido em 1601. Por volta de
1590, projetou um retábulo-mor para a igreja do Mosteiro de São Vicente de
Fora, mas essa obra não chegou a ser realizada devido à morosidade de
construção da igreja. Sobrevive desta empreitada um desenho preparatório,
guardado no Gabinete de Desenhos do Museu Nacional de Arte Antiga.
Uma obra importante de Venegas que ainda subsiste no local original é o
retábulo da Igreja da Luz, em Carnide (Lisboa). As pinturas encontram-se
inseridas num grande retábulo de madeira, em estilo maneirista, na capela-mor
da igreja construída por Jerónimo de Ruão entre 1575 e 1590. Das oito telas do
retábulo, realizadas por volta de 1590, quatro estão assinadas pelo artista,
incluída a tela central, dedicada à Aparição de Nossa Senhora da Luz. As outras
quatro telas são da autoria de Diogo Teixeira, parceiro habitual de Venegas. O
fato de que este assinava suas obras é um sinal de sua afirmação como artista
individual, algo típico do maneirismo, mas relativamente pouco comum no
Portugal da época.
Outra importante obra de Venegas é a pintura ilusionista do teto de madeira
da Igreja de São Roque de Lisboa, uma grande composição que combina
arquitetura clássica fingida com diversos medalhões com imagens religiosas. A
obra, realizada entre 1584 e 1590, foi terminada pelo pintor Amaro do Vale,
autor dos medalhões.
- 084 -
Outra obra de Venegas é uma Santa Maria Madalena (abaixo) na Igreja da
Graça de Lisboa, pintada semidesnuda e carregada de sensualidade. (Wikipedia
e outras fontes)
- 085 -
Gaspar Dias Ativo entre 1560 e 1591
Gaspar Dias foi um pintor maneirista de Portugal, do Século XVI. Dele, não
se sabe nem a data do nascimento nem da morte, mas é seguro que esteve em
plena atividade entre os anos de 1560 e 1591. Ele foi um dos pintores
portugueses que o rei D. Manuel mandou estudar em Itália de modo a melhorar
o seu estilo e a aperfeiçoar-se na arte, para o que tomou por modelo as obras
de Rafael (já falecido em sua época) e de Michelangelo (seu mestre).
Voltando à pátria, pintou, por ordem do soberano, vários quadros a óleo para
o Real Mosteiro de Belém e outras igrejas mais. O quadro do Senhor
Crucificado, que está no claustro, foi por ele copiado de outro, original de seu
mestre Michelangelo. Joaquim Caetano o considera um dos dois mais
importantes expoentes da pintura portuguesa na segunda metade do século XVI.
(Wikipedia e outras fontes)
- 086 –
Gaspar Dias, “Aparição do Anjo a S. Roque”
óleo sobre madeira, 3,50 x 3,00 m. -
Igreja de S. Roque, Lisboa, Portugal
- 087 -
Giorgio Ghisi
1520-1582
Giorgio Ghisi, nascido no ano de 1520 e falecido no dia 15 de dezembro de
1582, foi um gravador italiano da cidade de Mantua, mas que também trabalhou
em Antuérpia (Flandres). Era filho de Lodovico Ghisi, um comerciante cuja
família viveu em Mantua por quase dois séculos. Embora não haja
documentação sobre os primeiros momentos de Giorgio, acredita-se que tenha
sido discípulo do gravador Giovanni Battista Scultori (1503-1575). Depois,
aprendeu gravura com Giulio Romano (1492-1546), uma figura dominante nas
artes em Mantua.
Durante o pontificado de Paulo II (1536-1549), Ghisi visitou Roma, onde
quatro de seus trabalhos foram publicados. Outra obra da mesma época
envolveu algumas gravuras incluindo uma grande reprodução do Último
Julgamento, que Michelangelo havia pintado na Capela Sistina (detalhe
abaixo).
Foi em 1549, ou talvez em 1550, que ele esteve em Antuérpia, onde
permaneceu por cinco anos, gravando projetos de Hieronymous Cock e
Volcxken Diericx, fundadores da publicação Aux Quatre Vents, a mais
importante revista do norte europeu.
- 088 -
Entre essas gravuras estava a reprodução de A Escola de Atenas, de
Rafael. Depois, gravou outras obras de artistas famosos, como Disputa do
Santo Sacramento, a Natividade e o Julgamento de Páris. Sabemos que, em
data incerta e não sabida, regressou à sua cidade natal, Mantua.
Nos últimos anos de vida, permaneceu empregado como “fiel guardião de
joias e metais preciosos” para a família Gonzaga que participava da alta
administração da cidade. Um inventário de suas obras foi impresso por volta de
1577, incluindo esboços de desenhos seus. (Wikipedia em inglês e outras
fontes).
Abaixo, “A última ceia”, reprodução em gravura de um afresco de Rafael
Abaixo, detalhe de gravura
- 089 -
Grão Vasco
1475-1542
Vasco Fernandes, nascido provavelmente na cidade de Viseu (Portugal) no
ano de 1475 e falecido na mesma cidade no ano de 1542, mais conhecido por
Grão Vasco, é considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista.
Sua atividade artística se desenvolveu essencialmente no Norte do país.
A primeira referência a ele ocorreu em 1501, quando se iniciou a feitura do
grande retrato da capela-mor da Sé de Viseu. Nesses anos, que duraram de
1501 a 1506, Vasco Fernandes trabalhou com o pintor flamengo Francisco
Henriques. De um modo geral, não é possível estabelecer especificamente a
autoria do trabalho, pois trata-se de uma obra oficinal coletiva e não se sabe qual
o papel que Vasco Fernandes desempenhava no conjunto.
Mais tarde, entre 1506 e 1511, trabalhou em Lamego pintando o retrato da
capela-mor da Sé. Nesta obra, ele assume a responsabilidade individual pelo
conjunto, embora contando com a assistência de entalhadores flamengos.
Esteve depois em Coimbra (cerca de 1530), onde pintou quatro retratos para o
Mosteiro de Santa Cruz, dos quais sobrou apenas um magnífico Pentecostes
na sacristia do mosteiro.
Mais tarde instalou-se novamente em Viseu e realizou vários trabalhos,
considerados as suas obras mais importantes, para a Sé e o Paço Episcopal
do Fontelo, junto com o seu colaborador Gaspar Vaz.
Vasco Fernandes foi um pintor de transição do Manuelino, pintura flamenga
e renascentista à custa do humanista D. Miguel da Silva, que, com o seu
conhecimento e biblioteca, lhe cria influências renascentistas. Além dos traços
italianizantes apresenta-se também com uma iconografia humanista que
mostra o impacto dos ideais de D. Miguel da Silva sobre a oficina de Viseu.
Vasco Fernandes esteve casado duas vezes, a primeira com Ana Correia, e
a segunda com Joana Rodrigues, e teve vários filhos. Não obstante, sua fama
atraiu um sem número de mulheres, com as quais manteve efêmeros romances
em momentos fugazes da vida. (Wikipedia e outras fontes)
- 090 –
'St. Peter', Oil by Vasco Fernandes (Grão Vasco) (1475-1542,
Calvário, c. 1535, óleo sobre madeira, Museu de Grão Vasco,
- 091 -
Giovanni Guerra
1544-1618
Giovanni Guerra, nascido em Modena no ano de 1544 e falecido na mesma
cidade no ano de 1618, foi um desenhista e pintor italiano, mais atuante na
cidade de Roma, onde chegou por volta de 1562, embora sua presença só esteja
documentada a partir de duas décadas depois, quando ele fez, em afresco, três
frisos com figuras alegóricas no Palazzetto Cenci, um projeto modesto
encomendado por um patrono de pouco prestígio na praça.
Para o cardeal Montalto, que depois seria eleito papa Sisto V, dedicou uma
elaborada composição sobre o paraíso místico terrestre, gravada com versos
compostos para a ocasião; decorações para a Sala Grande do Palazzo alle
Terme da Villa Montalto são também atribuídas a Guerra.
Em 24 de abril de 1585, o cardeal foi eleito papa com o nome de Sisto V. No
ano seguinte, Guerra recebeu uma importante encomenda, o primeiro projeto de
Sisto no Vaticano, o afresco de uma escadaria que liga a Capela Sistina, no
Palácio Vaticano, à Basílica de São Pedro. Nesta grande empreitada, ele se
associou, a partir do início do ano seguinte, com o experiente Cesare Nebbia e
os dois continuaram a participar, cada vez mais, das obras de decoração de Sisto
V, especialmente no Salone Sistino da Biblioteca Vaticana (completada em
1589), na qual o par foi responsável pelo projeto e supervisão de uma miríade
de assistentes, entre eles Paul Brill Ventura Salimbeni, Giovanni Battista Ricci,
Andrea Lilio, Orazio Gentileschi, Giovanni Battista Pozzo e Avanzino Nucci.
À medida que o projeto se desenvolvia, Guerra se dedicava mais aos
esboços, deixando a pintura propriamente dita aos seus assistentes. Ele
angariou reputação como criador de projetos, destacando-se uma série de
desenhos sobre a história de Judite, atualmente na Biblioteca Averyl, na
Universidade de Colúmbia. Guerra também forneceu os desenhos para a
"Iconologia" de Cesare Ripa (1593) e outros para sua segunda edição romana,
expandida, em 1603, que permaneceu em uso por pintores e desenhistas das
artes decorativas por mais de um século. (Wikipedia e outras fontes)
- 092 –
- 093 -
Giulio Romano
1492-1546
Giulio Pippi, nascido no ano de 1492 e falecido no ano de 1546, mais
conhecido como Giulio Romano, foi um pintor e arquiteto italiano, tido como
maneirista, tendo se tornado um dos principais assistentes de Rafael Sanzio.
Muito chegado ao mestre, a pós a morte deste, recebeu como herança uma
pequena fortuna, em quadros a óleo e esboços em carvão feitos por Rafael.
Em 1524, aceitou o convite de Frederico Gonzaga, Duque de Mântua, para
realizar uma série de trabalhos na área da Arquitetura. Foi neste momento que
os conhecimentos de Giulio Romano foram, de fato, postos à prova, encarregado
que foi de construir um sistema de proteção das inundações dos rios Pó e Mincio.
Durante esta época Giulio construiu ruas, uma catedral, um paço ducal, e
aquela sua melhor obra, que o consagraria definitivamente: o Palazzo del Té, o
qual foi planejado, construído e decorado por Giulio. É neste palácio que se
encontram algumas das obras mais famosas de Giulio Romano, como os
afrescos de Psyche, de Icarus e da Queda dos Titans (detalhe abaixo).
(Wikipedia e outras fontes)
- 094 –
Giulio Romano, “Tributo a Apolo”
Abaixo, Banho de Marte e Vênus
- 095 -
Giovanni da Bologna
(Giambologna)
1529-1608
Giambologna, cujo nome de batismo era Jean Boulogne, também
conhecido como Giovanni da Bologna ou Giovanni Bologna, foi um escultor
maneirista, nascido em Douai (Flandres) no ano de 1529, e falecido em Florença
(Itália) no dia 13 de agosto de 1608. Os críticos da atualidade o consideram o
mais perfeito representante do maneirismo e seu renome vem de suas obras
cheias de movimento, com um precioso polimento de superfície. Entre as mais
conhecidas estão o Mercúrio, da qual existem várias versões, o grupo do Rapto
das Sabinas, uma estátua de São Lucas, o grupo de Hércules e Nesso, e sua
série da deusa Vênus, que estabeleceu um novo cânon de proporções para a
figura feminina e se tornou modelo para duas gerações de escultores italianos e
do Norte da Europa. A divulgação de suas grandes obras em cópias reduzidas
em bronze fez sua fama se espalhar pela Europa, e desde então, seu prestígio
não sofreu decréscimo. Seu estilo foi uma influência decisiva sobre De Vries,
Puget, Tacca, Franqueville, Bernini e Algardi. (Wikipedia e outras fontes)
- 096 –
Abaixo, “Hércules e Centauro”
- 097 –
Giambologna, “Apolo”
- 098 –
Gianbologna, “Estátua equestre”
- 099 -
Cornelis van Haarlem
1562-1638
Cornelis Corneliszoon van Haarlem, nascido em Haarlem (Flandres) no
ano de 1562 e falecido na mesma cidade no dia 11 de novembro de 1638, foi um
pintor holandês, um dos líderes do Maneirismo do norte da Europa.
Foi membro da escola maneirista de Haarlem e recebeu suas primeiras aulas
de Pieter Pietersz, aperfeiçoando-se mais tarde em Antuérpia, França e Bélgica.
Sua primeira encomenda oficial ocorreu em 1583, quando a municipalidade de
Haarlem solicitou uma cena mostrando o Banquete da Guarda Civil, tornando-
se então pintor da cidade e recebendo muitas outras encomendas. Também
participou na reorganização da Guilda de São Lucas na sua cidade.
Suas primeiras obras tinham uma feição italianista muito estilizada, mas
depois evoluiu em direção a um maior naturalismo. Deixou trabalhos nos gêneros
mitológico e bíblico, e foi uma importante referência para Frans Hals no gênero
dos retratos. (Wikipedia em inglês e outras fontes)
- 100 –
Cornelis Cornelisz. van Haarlem - Wikimedia Commons, tema bíblico,
“Bathsheba preparara-se para encontrar o rei Salomão”, 1617, óleo sobre
tela, 1,02 × 1,30 m. - Localização, Berlin, Gemäldegalerie
Abaixo, tema bíblico, “Suzana e os anciãos”, 1599, Fonte: Commons