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notícias Ano XIX- nº 68 - Março/Abril 2016 NOVAS PERSPECTIVAS João Cruz Reis Filho, secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, destaca o programa Minas Pecuária como solução para o fortalecimento do setor Págs. 8 a 11 Saúde com sabor Soro do leite tem alto valor nutricional, sendo alternativa para quem busca uma vida saudável págs. 14 e 15 De olho Laticínios participantes do Leite Saudável atuam focados no desenvolvimento de produtores rurais págs. 6 e 7 Rua Piauí, 220, 5º andar – Santa Efigênia – BH/MG CEP: 30150-320 EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente Não existe n 0 indicado Falecido Ausente Não procurado EM / / Responsável

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Page 1: Ano XIX- nº 68 - Março/Abril 2016 NOVASsilemg.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Silemg-Not...Ano XIX- nº 68 - Março/Abril 2016 NOVAS PERSPECTIVAS João Cruz Reis Filho, secretário

notíciasAno XIX- nº 68 - Março/Abri l 2016

NOVAS PERSPECTIVAS

João Cruz Reis Filho, secretário de Agricultura, Pecuária e

Abastecimento de Minas Gerais, destaca o programa Minas Pecuária

como solução para o fortalecimento do setor

Págs. 8 a 11

Saúde com sabor Soro do leite tem alto valor nutricional, sendo alternativa para quem busca uma vida saudávelpágs. 14 e 15

De olhoLaticínios participantes do Leite Saudável atuam focados no desenvolvimento de produtores ruraispágs. 6 e 7

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Page 2: Ano XIX- nº 68 - Março/Abril 2016 NOVASsilemg.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Silemg-Not...Ano XIX- nº 68 - Março/Abril 2016 NOVAS PERSPECTIVAS João Cruz Reis Filho, secretário

Quando o assunto é cadeia lei-teira, Minas Gerais aparece em des-taque, devido ao seu alto potencial produtivo. Essa relevância é consta-tada por meio dos números alcan-çados em 2015, em que a produção totalizou 9,4 bilhões de litros de leite, representando 27% do volume nacional. Esse é só um demonstra-tivo da capacidade do nosso Estado perante o longo caminho que ainda temos que percorrer para o alcance da excelência produtiva e da quali-dade de nossos produtos.

Essa evolução é nossa perspec-tiva de futuro, e estamos satisfeitos em perceber que o Governo de Minas Gerais está caminhando ao nosso lado nessa busca. Um exem-plo, retratado em entrevista nesta edição da revista Silemg Notícias, é o programa Minas Pecuária, que irá capacitar a cadeia para a compe-tição no mercado internacional do leite. A iniciativa tem como premis-sa a identificação das prioridades para alavancagem e melhoria da produção primária, para o forne-cimento de leite de qualidade, com foco na preservação do meio am-biente e no aprimoramento da ges-tão das propriedades leiteiras. Esse é um importante passo para o setor e uma forma de enfatizar a vocação e a afinidade da atividade leiteira na geração de renda e trabalho nos mais de 800 municípios mineiros.

Paralelamente ao crescimento da produção no Estado, não po-demos deixar de mencionar que o

mercado interno atingiu nível de consumo próximo ao estipulado pela Organização Mundial da Saú-de (OMS), na obtenção da quan-tidade mínima de cálcio exigido pelo organismo humano para uma vida saudável, que é de 180 litros de leite, em média, por ano. Esse número, ao mesmo tempo que nos envaidece por nos aproximar da meta de saudabilidade, nos indica crescimento em menor volume do consumo per capita, daqui pra fren-te, pelos brasileiros.

Daí a importância de progra-mas como o Leite Saudável, mais uma iniciativa que objetiva gerar melhorias para a cadeira leiteira e cujos projetos dos laticínios, pro-tocolados pelo Ministério da Agri-cultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa), já estão em andamento. O momento agora é de colocarmos as ações em prática bem como cum-prir as metas de melhoria da qua-lidade e produtividade propostas.

O somatório dos esforços des-pendidos pelos programas Leite Saudável e Minas Pecuária trarão como recompensa ganhos expres-sivos para a cadeia produtiva tanto no nosso Estado quanto em todo Brasil. Estamos confiantes e oti-mistas de um futuro promissor e de ascensão para o nosso setor. Vamos em frente!Boa leitura!

João Lúcio Barreto Carneiro Presidente do Silemg

PRÓXIMOS PASSOS PARA O FUTURO

ANO XVIII / Número 63 / Maio e Junho/2015SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaPresidenteGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceVice-presidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTACarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro Ltda Carlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri Ltda Carlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/A Carlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing Ltda Cícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez Ltda Emerson Faria do Amaral - Hebrom Produtos do Laticínios Ltda Estevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Itambé Alimentos S/A Gregor Lima Viana Rodrigues - Gregor L V Rodrigues - ME Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Humberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/A Ivan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio Ltda Jaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista Ltda João Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda Jorge Vinícius Nico - Coop. Agropecuária de Resplendor Ltda José Márcio Fernandes Silveira - F. Silveira Campos José Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares Ltda Juarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/A Léo Luiz Cerchi - Scalon & Cerchi Ltda Louise de Souza Fonseca - Laticínios Coalhadas Ltda Lucia Alvarenga Fagundes Couto - Laticínios Lulitati Ltda Marcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios Ltda Marcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria Ltda Marcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirante Ltda Odorico Alexandre Barbosa - Usina de Laticínios Jussara S/A Ricardo Cotta Ferreira - Itambé Alimentos S/A Robson de Paula Valle - Laticínios Sabor da Serra Ltda Rodrigo de Oliveira Pires - BRF - Brasil Foods S/A Valéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda Vicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. Ltda Welson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri Ltda Wilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/A Luiz Fernando Esteves Martins - Efetivo Barbosa & Marques S/A Roberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial Ltda

CONSELHO FISCAL SUPLENTECloves Fernandes de Almeida Filho - ME - Laticínios Santa CruzElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceJoão Lúcio Barreto Carneiro - Porto Alegre Indústria e Comércio Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG -SUPLENTESGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Luiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/A

PRODUÇÃO: REDE COMUNICAÇÃO DE RESULTADOJornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Gráfico: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Camila Côrrea, João Luís Chagas e Pamella BerzoiniDiagramação: Cláudia DanielFoto de capa: Herberth Xavier

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POSIÇÃO DE DESTAQUEA Cooperativa Mista Agropecuária de Patos de Minas

(Coopatos) já comemora quase 60 anos de atuação. A empre-sa, que começou com uma pequena loja, em 1957, logo adqui-riu armazéns, fez a aquisição de terrenos para a construção de um laticínio próprio e ampliou a estrutura da sua indústria. Hoje, o principal ramo é a industrialização e a comercialização de leite produzido por seus associados, além do fornecimento de insumos, bens de consumo, equipamentos e assistência téc-nica veterinária, agronômica e mecânica nas suas lojas físicas, localizadas nas cidades de Patos de Minas, Lagoa Grande, João Pinheiro, Guimarânia, Presidente Olegário e Vazante.

Dando continuidade a essa expansão, recentemente foi inaugurado um novo estabelecimento no Mercado Central, um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte. Na

avaliação do gerente de vendas, Leodávio Nascentes, a uni-dade abriu as portas para novos consumidores, que agora têm a oportunidade de levar os produtos da Coopatos para casa. “O Mercado Central será uma vitrine e um ponto de referência da cooperativa na capital mineira, possibilitando o fortalecimento da marca no mercado nacional. A nossa intenção é atrair novos parceiros para a abertura de outras lojas com esse mesmo perfil”, explica.

Outra novidade é o lançamento de cinco produtos: queijo de coalho, coalhada integral e requeijão cremoso em nova gramatura, creme de leite pasteurizado balde e doce de leite light e diet. Eles irão completar o atual mix da coo-perativa, atualmente composto por leite, queijo, requeijão, manteiga, doces, iogurte, bebidas lácteas e coalhada.

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GIRO NOS ASSOCIADOS 3

Coopatos inaugurou loja no Mercado Central, na capital mineira

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IDEIA QUE VALE OURO

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Uma produção caseira que ganhou o mercado de lác-teos. Assim pode ser resumida a história do Laticínios Coalhadas, que, há 25 anos, oferece uma variedade de derivados do leite. “Após concluir o curso de técnico em laticínios, decidi abrir o meu próprio negócio. A coalhada foi o início de tudo. Vendia o produto para os amigos. De-pois, resolvi me arriscar com a produção do queijo minas frescal. Queria um produto macio, úmido e saboroso que seguisse princípios básicos de excelência, procedimentos altamente seguros e de análises rigorosas. Esse foi o pon-tapé para a abertura da empresa”, lembra a proprietária, Louise de Souza da Fonseca.

Hoje, a linha de produtos oferece 11 opções - coalha-da light, creme de leite pasteurizado, manteiga com sal, queijo prato lanche, queijo tipo cottage, requeijão em barra, cremoso e light, ricota fresca com sal e queijo mi-nas frescal e padrão, que são comercializadas para Juiz

de Fora, cidade natal do laticínio, além do Rio de Janeiro e Serra Fluminense.

O diferencial da marca, segundo Louise, está no cuidado e zelo com as diferentes etapas de produção. “Desde a cria-ção da empresa, eu acompanho cada passo do processo, o desenvolvimento de novidades e toda a rotina da equipe, for-mada, na atualidade, por 50 colaboradores. Preocupo-me, também, com os nossos clientes e a entrega dos produtos. Tenho paixão pelo que faço”, frisa.

O objetivo agora é ampliar a linha de produtos light e sem lactose de forma a atender à atual demanda do merca-do. Também está prevista uma mudança na identidade visu-al da marca, que ressaltará ainda mais as características de modernização, sofisticação e leveza do Laticínios Coalhadas. “Esse novo conceito já vem sendo trabalhado por meio da participação em atividades artístico-culturais, esportivas e gastronômicas em Juiz de Fora”, detalha a empreendedora.

Laticínio surgiu a partir da produção de queijo minas frescal

VOCÊ NO SILEMG NOTÍCIAS!A história da sua empresa e cooperativa pode aparecer em nossa revista. Os interessados em participar podem enviar e-mail para [email protected], que a nossa equipe entrará em contato.

notíciasAno XVIII - nº 66 - Novembro/Dezembro 2015

Empresas do setor lácteo inovam para

atender um público mais informado,

exigente e que preza por uma vida saudável

Págs. 8 a 11

InovaçãoLaticínios usam redes sociais como o principal

canal de comunicação com o consumidor

págs. 12 e 13Entrevista Marta Pimentel, professora da Fundação Dom

Cabral, fala sobre a importância da marca

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MERCADOUM NOVO

notíciasAno XIX - nº 67 - Janeiro/Fevereiro 2016

VENDAS ONLINEE-commerce ganha força no país e cria oportunidade para a indústria de laticínios Págs. 8 a 11

De olhoInvestir em nicho de mercado garante vantagem competitivapágs. 12 e 13

EntrevistaValter Galan, da Milk Point, fala sobre o cenário leiteiro e as previsões para 2016págs. 6 e 7

notícias

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5PONTO DE VISTA

FIDELIZAÇÃO É O CAMINHO PARA

A SUSTENTABILIDADE O tempo em que o processo de venda se baseava apenas

na lei da oferta e da procura ficou para trás. O desenvolvi-mento da concorrência em uma sociedade globalizada faz com que qualidade e preço sejam atributos secundários em um mercado em que diferenciais como atendimento, relacionamento e reputação agregam valor ao produto. Sairão bem dessa corrida aquelas empresas que entrega-rem, além do item físico, uma experiência positiva com a marca, tendo os anseios do cliente como norte - e isso vale tanto para o atacado quanto para o varejo.

A fidelização do cliente é o maior patrimônio que uma empresa pode ter. Mas a consolidação dessa vanta-gem competitiva é conquistada em longo prazo, a partir de um planejamento estruturado e da construção de uma cultura corporativa que valorize as pessoas e as capacite para compreender as demandas do consumidor e atender a elas com excelência. Antes de qualquer medida, é preciso conhecer a fundo o comprador, suas expectativas e neces-sidades, tendo a clareza de que trabalhar com nichos pode ser mais eficiente do que tentar abraçar o mercado inteiro. Afinal, quem promete agradar a todos pode acabar não agradando a ninguém.

Em seguida, é preciso encontrar a melhor forma de comunicação com cada tipo de público, entendendo que suas demandas, perfis e necessidades de informação são completamente diferentes. O comprador de uma rede de supermercados, por exemplo, precisa de uma comu-nicação direta e comercial, pois inevitavelmente sofrerá interferências concorrenciais no momento da negocia-ção. Já o consumidor final precisa ser cativado por uma linguagem lúdica e emocional, que reforce os atributos e benefícios do produto.

Além de entregar o que foi prometido, atendendo às necessidades de quem opta pelo produto, é preciso inves-tir permanentemente em inovações e manter o diálogo frequente com seus públicos para identificar potencia-lidades e pontos críticos que devem ser aprimorados. O processo de fidelização é orgânico e delicado, precisando ser retroalimentado permanentemente, a partir da conso-lidação de valores positivos da marca, como credibilidade, qualidade e respeito ao cliente.

Isso quer dizer que o consumidor fiel e assíduo é conquistado diariamente em função de uma experiência

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positiva, que se sustenta ao longo do tempo. A partir da satisfação de suas necessidades, ele passa a atuar espon-taneamente como um embaixador da marca, divulgando suas impressões e, involuntariamente, contribuindo para a conquista de novos clientes de forma mais assertiva, com seu testemunhal. Sendo assim, manter um cliente pode ser até cinco vezes mais barato do que tentar atrair um novo.

Por isso, é preciso valorizar esse relacionamento, in-vestindo em ações especiais para o consumidor fiel. Medi-das simples, como um serviço diferenciado, um programa de benefícios ou brindes exclusivos, podem fortalecer essa relação e servir de chamariz para a perpetuação da car-teira de consumidores fidelizados. A fidelização cria uma barreira para a concorrência e pode ser um caminho para a sustentabilidade do negócio.

Hildebrando Vasconcelos MachadoCoordenador do Departamento de Arrecadação da Fecomércio MG

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Desde o início do ano, o Laticínio Coronata vem reali-zando um trabalho de melhoria da qualidade do leite com 20 produtores da cidade de Coromandel, no Alto Parana-íba. Esse trabalho faz parte das ações do programa Leite Saudável, lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecu-ária (Mapa) no fim de 2015, cujo objetivo é capacitar toda a cadeia leiteira do país, garantindo maior competividade em relação aos players mundiais do setor. Uma das propos-

DE OLHO 6

MERCADO EM ASCENSÃOProjetos da indústria de laticínios entram em vigor com foco

no aumento da competitividade do setor

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Laticínio Coronata vem realizando trabalho de melhoramento da qualidade do leite com produtores de Coromandel

tas permite que as agroindústrias leiteiras recuperem 50% da contribuição de 9,25% do PIS/Cofins incidente sobre a compra de leite in natura do produtor rural pessoa física.

Com isso, fica a cargo das empresas a destinação de 5% incidente sobre o valor do crédito tributário a iniciativas voltadas para os produtores rurais, visando à qualidade e/ou à produtividade do produto adquirido.

Para tal, as empresas elaboraram um projeto com as ações a serem realizadas junto a esse grupo, submetendo--o à avaliação e aprovação do Mapa. Só em Minas Ge-rais, foram mais de 80 projetos, e um deles, já aprovado, é do Laticínio Coronata. “O nosso projeto tem como foco trabalhar os índices de qualidade do leite junto aos pro-dutores, entre eles a Contagem Bacteriana Total (CBT), que diz respeito às condições higiênicas de produção e conservação de matéria-prima, e a Contagem de Célula Somática (CCS), que indica a saúde animal”, explica o contador Fábio Donizete.

De acordo com a Instrução Normativa 62, a CBT deve ser reduzida de 300 mil para 100 mil, e a CCS, de 500 mil para 400 mil. “Estamos auxiliando os produtores a se ade-quarem à legislação e, para isso, disponibilizamos dois téc-nicos in loco, responsáveis por orientá-los”, detalha Fábio.

Investimento na produçãoOutro projeto também aprovado pelo Mapa vem do Lati-

cínios Tirolez e está sendo realizado nas regiões do Alto Pa-

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Laticínios Tirolez investe em capacitações voltadas para gestão eficiente de qualidade e produtividade

AÇÃO CONJUNTAO diálogo entre o Silemg e o Mapa é constante. Por isso,

no mês de março, foi realizado o seminário “Os Projetos de Melhoria da Qualidade do Leite – Programa Leite Saudá-vel”, com o intuito de sanar dúvidas dos laticinistas de Mi-nas Gerais a respeito do programa Leite Saudável e otimi-zar o processo de modificações e aprovações dos projetos propostos. O evento contou com a presença do diretor do Departamento de Produção e Sustentabilidade da Secreta-

ria do Produtor Rural e Cooperativismos do Mapa/Brasília, Arno Jerk Jr., e do coordenador de Produção Integrada da Pecuária do Mapa/Brasília, Rodrigo Moreira Dantas.

“O seminário foi positivo para nós, da indústria de laticínios. Pouco após a sua realização, os projetos começaram a ser apro-vados, fato que permitiu dar início às ações e caminhar rumo ao fortalecimento do setor”, afirma o presidente do Silemg, João Lú-cio Barreto Carneiro. O evento foi uma iniciativa do Mapa/MG, realizado pelos fiscais federais agropecuários João Carlos Vianna Carvalho Ribeiro e Humberto Ferreira de Carvalho Neto, res-ponsáveis pela aprovação dos projetos no Estado.

ranaíba, em Minas Gerais, e São José do Rio Preto, em São Paulo. A iniciativa visa orientar os produtores sobre a gestão eficiente da propriedade, melhorando assim a produtividade de 79 produtores, e a qualidade de 200 produtores, fato que está atrelado ao índice de CBT.

“Este trabalho já era realizado junto aos nossos produtores, mas a partir do programa Leite Saudável propomos ampliar a atuação para a um universo ainda maior. Vamos disponibi-lizar profissionais qualificados para orientá-los na gestão da propriedade, para que possam ofertar produtos com qualida-de ainda melhor e em maior quantidade”, explica o gerente de Política Leiteira da Tirolez, Luiz Antônio Marques.

Por todos esses benefícios propostos, o programa Leite Sau-dável é bastante estimado por profissionais do setor. Para Mô-nica Maria Oliveira Pinho Cerqueira, professora da Escola de Veterinária e coordenadora geral do Laboratório de Análise da Qualidade do Leite da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele supre o apelo constante da cadeia leiteira por me-lhorias na qualidade do leite adquirido e na saúde animal. “Mi-nas Gerais tem um importante papel no setor leiteiro, visto que

o Estado representa 25% da produção nacional. Esse programa nos auxiliará a trabalhar recorrentes problemas prejudiciais à qualidade do leite, como as taxas de CBT, que já têm apresen-tado melhorias, e a CCS, que ainda é de grande preocupação, visto que as perdas de animais permanecem relevantes”, afirma.

Porém, a especialista ressalta a importância de os latici-nistas não restringirem seus projetos à questão da qualidade do leite. “Precisamos nos atentar, também, a outros pontos preocupantes, como a questão sanitária. Nós vamos evoluir se houver um esforço, por exemplo, no controle da mastite (inflamação da glândula mamária do animal), que é a prin-cipal causa da queda da produção leiteira.” Em sua opinião, a simples análise do tanque feita pelas indústrias também não é suficiente para melhorar indicadores, tornando-se necessário o uso de ferramentas para tomada de decisão em curto prazo. “Muitos dos problemas vivenciados pelos produtores vêm da falta de informação. Eles não têm noção das perdas econômi-cas devido à ausência de controle, e essas podem chegar a 30% da produção. Portanto, todos esses investimentos e discussões devem ser contínuos”, ressalta.

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8CAPA

O FUTURO DA CADEIA DO LEITE

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Ampliar a competitividade, promover a geração de renda do produtor rural, estabelecer sistemas de produção sustentáveis e possibilitar o acesso à tecnologia são alguns dos objetivos do programa Minas Pecuária. Lançada em fevereiro, a iniciativa busca fortalecer todo o setor do leite no Estado com a proposta de que, até 2018, mais de R$ 100 milhões sejam investidos em programas de assistência téc-nica, beneficiando oito mil propriedades rurais.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho, um dos ideali-zadores do programa, afirma que esse momento será um divisor de águas na cadeia do leite mineira. Em entrevista à revista Silemg Notícias, ele destacou as perspectivas do mercado, a importância dos investimentos em tecnologia e os ganhos para o fortalecimento da indústria de laticínios. Confira, a seguir, a conversa na íntegra:

Minas Gerais ocupa, hoje, o quinto lugar nos índices de produtividade de leite no país. Como melhorar essa rea-lidade e beneficiar produtores e indústrias?

A forma mais eficiente de mudarmos esse cenário é ampliar o acesso às tecnologias. Nas áreas onde existem as-sistência e extensão rural e transferência de tecnologia, os produtores alcançam índices de produtividade muito maio-res. Com o aumento da produtividade, garantimos que os produtores tenham condições de renda, permaneçam na atividade e façam sucessão. Isso para a indústria, de forma

Governo estadual lança programa Minas Pecuária, que beneficiará indústria láctea e produtores em todo o Estado

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geral, é muito importante, pois as empresas da cadeia láctea dependem diretamente dos resultados dos fornecedores.

Quais são os impactos da guerra fiscal sobre a cadeia do leite em Minas Gerais, visto que 60% da produção mi-neira é exportada para outros estados?

Historicamente, nosso Estado sempre foi um polo de exportação de leite. Em especial, fornecendo para Rio de Janeiro e São Paulo e, mais recentemente, Distrito Federal. Acredito firmemente que continuaremos nessa posição. Para isso, o primeiro passo é garantir a qualidade dos nos-sos produtos, alcançando novos mercados. No que diz res-peito aos impactos fiscais, há um grande custo do ponto de vista administrativo e contábil, tanto para o Estado quanto para as indústrias, para fazer as demonstrações necessá-rias. Por consequência, sente-se um impacto financeiro. Ainda assim, estamos prontos para enfrentar esse cenário.

O Silemg tem conversado com o senhor sobre a necessi-dade de o setor ser ouvido quanto às possíveis alterações na legislação do ICMS. Já existem mudanças prontas para serem colocadas à mesa de discussão com a parti-cipação de indústrias, cooperativas e produtores rurais?

O Silemg é um parceiro de grande importância para a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Nós respeitamos o setor lácteo não somente pela competência, mas também pela tradição. Mantemos essa relação aberta também com a Secretaria da Fazenda. O nosso entendimento é que, uma vez que haja mudanças, seremos intermediários entre essas duas frentes, compati-bilizando os interesses. Por enquanto, não há nada do pon-to de vista tributário sendo discutido.

Quais são os principais entraves para produtores e in-dústrias no Estado e em que proporção prejudicam o crescimento do setor?

Do ponto de vista do produtor, a maior dificuldade é incorporar tecnologia para a conquista de eficiência econômica e administrativa. É preciso observar a ativi-dade mais como uma empresa que como uma fazenda. Essa frente está muito pressionada do ponto de vista do custo dos insumos, como medicamentos veterinários,

fertilizantes, alimentação animal, produtos esses, muitas vezes, cotados em dólar. Essa é uma das dificuldades do produtor, que não consegue alcançar máxima eficiência do ponto de vista técnico e administrativo. Do ponto de vista da indústria, tivemos um grande desenvolvimento recente. Os investimentos fizeram com que superássemos a capacidade produtiva do leite. Por isso, há grande inte-resse, por parte da indústria, no aumento da produção. Percebo que a indústria tem diversificado muito, inves-tindo em novas gamas de produtos. Isso, com certeza, contribui para competir em um mercado de alimentação que oferece ampla variação.

De que forma o Minas Pecuária beneficiará os produ-tores e indústrias? Como serão desenvolvidas as ações do programa?

Esperamos que toda a cadeia ganhe com as ações do Minas Pecuária. Esse é, na verdade, o grande objetivo do programa. Trata-se de uma aliança entre privado e públi-co e, também, entre as diversas esferas governamentais. Nós, Governo do Estado, e nossas vinculadas – Empre-sa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), Empresa de Pesquisa Agrope-cuária de Minas Gerais (Epamig) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Rural Minas –, trabalhamos arti-culadamente com os nossos parceiros privados, como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), responsável pelo programa Balde Cheio, e o Serviço Brasileiro de apoio às Micros e Pequenas Em-presas (Sebrae), com o Educampo. Faremos, então, com que esse grande movimento de transferência de tecnolo-gia chegue ao produtor rural. Temos certeza de que esses produtores oferecerão um produto de maior qualidade, terão maior controle da gestão do negócio e, por conse-quência, ofertarão matéria-prima mais rica à indústria.

A proposta é que, até 2018, sejam aplicados mais de R$ 100 milhões em programas de assistência técnica em Minas Gerais. Nesse primeiro momento, o que se pode esperar, em curto prazo, da iniciativa?

Algumas ações já estão em curso, em especial as reali-zadas pelos nossos parceiros. Dentro do escopo do Minas

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COM O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE, GARANTIMOS QUE OS

PRODUTORES TENHAM CONDIÇÕES DE RENDA,

PERMANEÇAM NA ATIVIDADE E FAÇAM

SUCESSÃO

10CAPA

Pecuária, as ações da Faemg e do Sebrae já estão em pleno vapor. Em ritmo acelerado, temos o desenvolvimento do Pró-Genética, programa de melhoria da qualidade genéti-ca do rebanho bovino, além de licitações para infraestru-turas rurais. Temos, também, muita expectativa de diálogo entre o Minas Pecuária e o programa Leite Saudável.

Qual a relação entre o Leite Saudável, idealizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Minas Pecuária?

O Leite Saudável e o Minas Pecuária têm uma relação umbilical. Boa parte da equipe que desenvolveu o escopo dos programas é comum, a filosofia entre eles é semelhan-te, e o objetivo também é único: trazer ganhos para toda a cadeia produtiva do leite.

De que maneira a participação de instituições parceiras como o Silemg contribuirá para a implementação do Minas Pecuária?

Nós não conseguiríamos fazer tudo de forma cen-tralizadora. As parcerias com empresas civis são a forma mais eficiente para conduzirmos as políticas públicas. Nós fazemos uso parcimonioso dos recursos, otimizando pro-cessos, evitando sobreposição de ações e caminhando em busca de resultados comuns.

Com os resultados dessa intervenção, a expectativa é que Minas Gerais mantenha-se líder na produção nacional?

O nosso foco é liderar em renda os produtores rurais. A produtividade, apenas, sem a associação da análise cri-teriosa dos custos, pode conduzir os produtores à falência.

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Assistência técnica e extensão rural

Pesquisa e inovação tecnológica

Gestão de atividade

Boas práticas de produção

Qualidade dos produtos

Sanidade animal

Melhoramento genético

Infraestrutura e logística

Políticas setoriais e marcos regulatórios

Para viabilizar todas as ações, foi firmada uma série de parcerias entre universidades e iniciativas privadas.

Por isso, caminharemos para que os produtores tenham produção robusta, adotem tecnologia e garantam produ-tividade no máximo econômico e não apenas produtivo. Todas as tecnologias, bem como o esforço para levá-las ao campo, nortearão o alcance desse resultado.

Uma das frentes propostas pela iniciativa é a intensa uti-lização de tecnologias para modernizar os processos de produção. Que estratégias serão necessárias para levar essas ferramentas aos pequenos e médios produtores?

Esse é nosso maior desafio. Sabemos que o grande nú-mero de produtores gera essa dificuldade. Para isso, temos essas parcerias indispensáveis. Dentro da nossa articulação, a Emater é indispensável para esse alcance. Ela está presente em mais de 790 cidades, ou seja, 92% dos municípios onde há produtores de leite. A estratégia de estabelecimento de uni-dades demonstrativas impactará positivamente a vizinhança e mostrará o quanto a tecnologia traz ganhos ao negócio.

POR DENTRO DO MINAS PECUÁRIAO programa é baseado em nove diretrizes:

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12DE OLHO

Inovar ou reduzir custos? Eis a questão. Em um mo-mento de intensa crise financeira, arriscar a receita em novos produtos e projetos parece ousado, mas pode ser uma importante estratégia para as empresas. No mercado de laticínios, não é diferente. Dar um novo rumo ao exce-dente do leite, encontrar uma alternativa para fidelizar os clientes e, até mesmo, fazer uso de uma embalagem com menor custo são iniciativas simples, mas que têm grande impacto para o negócio.

Para Rivadávia Drummond, pós-doutor pela Facul-dade de Estudos da Informação, no Canadá, e professor associado da Fundação Dom Cabral, a inovação deve estar presente na rotina da organização, independentemente do seu porte. “A única forma efetiva de desenvolver um negó-cio é investir em inovação. Esse conceito, muitas vezes, é visto apenas como tecnologia. Contudo, ser inovador vai além: inovar é solucionar problemas, sejam eles do cliente ou do processo”, explica.

Para tanto, é necessário ponderar o quanto deve ser in-vestido e poupado. As reservas financeiras são indispensá-veis, pois garantem respiro às empresas nos momentos de dificuldade. “Alocar recursos é importante para que elas se resguardem. É necessário balizar quanto do lucro deve ser poupado e quanto deve ser reinvestido”, destaca o professor.

As empresas de médio e pequeno porte têm maior flexi-bilidade para inovar e devem explorar essa vantagem. “Or-ganizações de grande porte têm lucratividade mais alta. Se uma empresa tem 35% de margem de lucro, ela não arris-cará na aplicação de uma inovação que gere lucro igual ou inferior. O mesmo não acontece com as empresas menores, que têm média mais baixa. Se algo pode representar lucro de 15%, essa ação já é atraente para o empresário.”

Experiências compartilhadasFazer com que as frentes de inovação e redução dia-

loguem é uma estratégia inteligente. “Se hoje o mercado chinês ocupa lugar de destaque em todos os segmentos, isso ocorre porque os processos têm custo mais baixo. En-contrar formas de reduzir custos, sem impactar a qualida-de do produto ou processos, é, portanto, a grande sacada”, comenta Rivadávia Drummond.

A Embaré, que ocupa o 6º lugar no ranking de laticínios no Brasil, entende a necessidade dessa busca. No mercado há mais de 80 anos, a empresa passou por diferentes fases da economia brasileira. O vice-presidente da instituição, Alexandre Antunes, orienta que estar atento ao produto fi-nal é uma importante estratégia, ainda mais em tempos de recessão. “O ramo do agronegócio tem sofrido menos com a crise atual. O que não quer dizer que não estamos sendo afetados, pois os custos operacionais e os insumos subiram muito de preço, e o poder de compra da população baixou. Mesmo assim, ficamos mais atentos e focados nas nossas atividades-fim, ou seja, destinamos toda a nossa atenção à produção e redução de custos operacionais”, revela.

Foi justamente em um momento de recessão eco-nômica que a Embaré lançou o leite UHT Zero Lactose Semidesnatado, em 2012. “Nós soubemos trabalhar com parcimônia e investir em novos produtos com a nossa capacidade de produção, sem adquirir novos equipa-mentos. Assim, conseguimos melhorar a eficiência da fábrica e, ainda, reduzir custos fixos. Este ano, estamos lançando a linha completa de Zero Lactose nas versões integral, semidesnatado e desnatado. Também acredita-mos no potencial que essa novidade irá nos trazer”, en-fatiza Alexandre.

QUAL É A SOLUÇÃO?Em tempos de recessão econômica, empresas devem procurar melhores alternativas para se manterem competitivas

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QUAL É A SOLUÇÃO?

PENSAR DIFERENTESegundo estudos conduzidos pela StrategyOne, empresa global especializada em pesquisas dos setores econômicos, a inovação é a principal ala-vanca para aumentar a competitividade da eco-nomia brasileira. A sustentabilidade também é um dos grandes ganhos, segundo dados da insti-tuição. A avaliação entrevistou 2,8 mil executivos com cargos de liderança em 22 países. Confira:

Competitividade95% consideram que a inovação amplia a com-petitividade econômica.Sustentabilidade91% consideram que a inovação torna a econo-mia mais “verde”.Empregos88% consideram que a inovação é o melhor caminho para criar novos empregos.Sociedade87% consideram que a inovação traz valor para a sociedade.Melhoria de vidaConsideram que a inovação impacta positiva-mente os critérios Comunicação (90%); Saúde (87%); Mercado de Trabalho (84%).

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14SAÚDE COM SABOR

SAUDÁVEL E BOM DE MERCADO

Soro do leite é incorporado a bebidas e alimentos variados para elevar o valor nutricional dos produtos e conquistar novos consumidores

Mais opções. Mais soluções.A missão da SPX é oferecer soluções inovadoras para ajudar o mundo a atender à crescente demanda por alimentos de maior qualidade sem perder o sabor. Com foco na inovação e no desenvolvimento, trabalhamos com componentes de alta qualidade e sistemas de engenharia personalizados a fim de oferecer soluções completas para todo e qualquer processo. Escolha uma companhia líder de mercado com marcas que você conhece e confia.

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SAUDÁVEL E BOM DE MERCADO

Por algum tempo, o soro do leite foi visto com des-confiança pela indústria, que não dispunha de recursos tecnológicos para beneficiá-lo. Com o crescente interesse das pessoas por uma rotina mais saudável, na prática de esportes e na suplementação alimentar, este coproduto do leite passou a ser visto com bons olhos.

Do ponto de vista nutricional, o soro do leite é um ali-mento muito rico em proteínas de alto valor biológico, que têm maior biodisponibilidade, ou seja, maior capacidade de absorção pelo organismo e auxilia na formação dos tecidos do corpo. Além disso, o composto possui uma elevada quan-tidade de vitaminas do Complexo B – B1, B2, B6 e B12 –, além de minerais como cálcio, fósforo, magnésio, potássio, selênio e sódio. “O soro do leite é um alimento poderoso, que favorece o ganho de força muscular, auxilia o organismo a otimizar o funcionamento do sistema imunológico, melho-ra o desempenho cognitivo e a saúde cardiovascular, além de proporcionar o aumento da densidade óssea e favorecer a atividade anticâncer”, explica a nutricionista e mestre em tecnologia de alimentos, Fernanda Flores.

Mais comum de ser encontrado na forma de suplemen-tos alimentares, como o whey protein, o soro do leite pode ser incluído em diversos produtos, como sucos naturais, iogurtes, bebidas lácteas, pães, biscoitos e concentrados proteicos, a exemplo das barrinhas de proteína. Atualmen-te, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking mundial de con-sumo desse tipo de produto, em um ritmo de crescimento médio de 15% ao ano.

Para todos os paladares

A obtenção do soro do leite é feita durante a produção de queijos, após a coagulação e o processo de prensagem. Ele pode ser de dois tipos: soro do leite doce ou soro do leite ácido. O primeiro é obtido na fabricação de queijos produzidos com enzimas, como o cheddar, o muçarela e o suíço; o segundo é derivado da produção de queijos como cottage, ricota e cremoso.

Existem formas diferentes de o soro ser processado, as mais comuns são a concentração por evaporação, osmose reversa ou ultrafiltração. Cada um desses processos gera produtos finais com qualidades diferentes, entre eles soro do leite em pó, com proteínas concentradas (Whey Pro-tein Concentrado – WPC), proteínas isoladas (Whey Pro-tein Isolado – WPI), lactose reduzida e desmineralizado. O produto final é formado basicamente pelas proteínas imunoglobulina, alfalactalbumina, lactoferrina, lisozima, soroalbumina e betalactoglobulina.

Para o diretor de Tecnologia do Sindicato da Indús-tria de Laticínios de Minas Gerais, Alessandro Rios, esse é um nicho que ainda tem grande potencial a ser desenvol-vido. “Ao contrário de alguns anos atrás, hoje o mercado e a indústria de laticínios dispõem de tecnologias para a concentração e secagem do soro, para, assim, ampliar o benefício nutricional dos produtos lácteos e utilizá-lo na formulação de diversos outros produtos”, orienta.

Ao fim desses processos, o soro do leite se torna um con-centrado proteico com alto grau de pureza, ideal para atletas e pessoas que procuram ganhar ou manter a massa muscu-lar. Embora o número de alimentos que incluam o soro do leite em sua formulação seja crescente, a forma mais comum de consumo é por meio de suplementos alimentares. Gran-de parte é comercializada em forma de pó, que geralmente é misturado à água, suco ou vitamina. O produto também pode ser encontrado saborizado, em shakes ou gel.

A NATUREZA TAMBÉM AGRADECEAlém de ser benéfica à saúde, a uti-lização do soro do leite possibilita que a cadeia produtiva leiteira seja mais sustentável e cause um impacto menor no meio ambiente. Se descar-tado de forma inadequada em cursos d’água, por exemplo, o subproduto do leite compromete (como todos os alimentos, em razão de sua decom-posição) o nível de oxigênio presente na água e pode provocar a morte de animais, plantas e outros seres vivos do ecossistema.

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