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notícias Ano XVIII - nº 65 - Setembro/Outubro 2015 Assembleia Geral une laticínios mineiros na busca pelo crescimento contínuo e competitivo Págs. 8 a 10 Porções individuais Indústria aposta em novas embalagens para atender mercado single pág. 12 Rede conectada UFJF oferece aos profissionais um ambiente online para troca de informações pág. 11 EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente Não existe n 0 indicado Falecido Ausente Não procurado EM / / Responsável Rua Piauí, 220, 5º andar – Santa Efigênia – BH/MG CEP: 30150-320 SETOR FORTALECIDO

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notíciasAno XVIII - nº 65 - Setembro/Outubro 2015

Assembleia Geral une laticínios mineiros na busca pelo crescimento contínuo e competitivo Págs. 8 a 10

Porções individuaisIndústria aposta em novas embalagens para atender mercado single pág. 12

Rede conectada UFJF oferece aos profissionais um ambiente online para troca de informações pág. 11

EMPRESA BRASILEIRADE CORREIOS E TELÉGRAFOS

Mudou-se

Desconhecido

Recusado

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SETORFORTALECIDO

A união de pessoas em torno de um único objetivo é condicionante para o alcance de resultados compe-titivos. Por isso, este ano, realizamos mais uma edição da Assembleia Ge-ral, reunindo associados, lideranças e formadores de opinião de todo o estado. O objetivo, por meio da troca de experiências e de conheci-mento, foi fortalecer a indústria de laticínios para, juntos, construirmos o caminho do crescimento pleno. O encontro aconteceu no dia 22 de ou-tubro, na Fiemg, em Belo Horizonte.

A instabilidade econômica vivi-da pelo país neste ano foi um dos te-mas de nossas discussões. Esse mo-mento exige cautela nas tomadas de decisões, e precisamos saber como agir. Para nos guiar, a jornalista da Globo News, Cristiana Lôbo, mi-nistrou a palestra Brasil: Economia e Política, Presente e Futuro. Em um bate-papo rico e informativo, foi fei-to um apanhado geral sobre o cená-rio econômico nacional e uma aná-lise para os próximos meses. Outro momento marcante do nosso anual encontro foi a mesa de debate. Com

ERRata Na edição nº 64 do Silemg Notícias, na matéria sobre o Minas Láctea, erramos ao dizer que Fernando Antônio Resplande Magalhães era pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora. O cargo correto é pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

a presença de renomados profissio-nais, pudemos proporcionar aos pre-sentes uma conversa saudável sobre os desafios do setor, os problemas que enfrentamos como a questão da mão de obra qualificada no campo e as ações para manter nosso segmen-to estável diante de um momento tão delicado para a economia.

A partir do compartilhamento do conhecimento e experiências, acredito que a participação de todos é fundamental para a construção de um diálogo sólido e direcionado ao crescimento contínuo da indústria. Afirmo que mesmo em tempos di-fíceis há sempre uma oportunidade. Mas para que isso aconteça, temos que estar em constante sintonia.

Agradeço a presença de todos e espero ter cumprido nosso papel em manter todos bem-informados e mais fortes para vivenciar o futuro que está por vir.

Boa leitura!

João Lúcio Barreto Carneiro Presidente do Silemg

DIALOGARPARA CRESCER

ANO XVII / Número 60 / Dezembro de 2014SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaPresidenteGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceVice-presidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTACarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro Ltda Carlos Eduardo Abu Kamel -Coop. dos Produtores Rurais de Itam-bacuri Ltda Carlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/A Carlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing Ltda Cícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez Ltda Emerson Faria do Amaral - Hebrom Produtos do Laticínios Ltda Estevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Itambé Alimentos S/A Gregor Lima Viana Rodrigues - Gregor L V Rodrigues - ME Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Humberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/A Ivan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio Ltda Jaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista Ltda João Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda Jorge Vinícius Nico - Coop. Agropecuária de Resplendor Ltda José Márcio Fernandes Silveira - Laticínios Cristaulat Ltda.José Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares Ltda Juarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/A Léo Luiz Cerchi - Scalon & Cerchi Ltda Louise de Souza Fonseca - Laticínios Coalhadas Ltda Lucia Alvarenga Fagundes Couto - Laticínios Lulitati Ltda Marcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios Ltda Marcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria Ltda Marcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirante Ltda Odorico Alexandre Barbosa - Usina de Laticín ios Jussara S/A Ricardo Cotta Ferreira - Itambé Alimentos S/A Robson de Paula Valle - Laticínios Sabor da Serra Ltda Rodrigo de Oliveira Pires - BRF - Brasil Foods S/A Valéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda Vicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. Ltda Welson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri Ltda Wilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/A Luiz Fernando Esteves Martins - Efetivo Barbosa & Marques S/A Roberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial Ltda

CONSELHO FISCAL SUPLENTECloves Fernandes de Almeida Filho - ME - Laticínios Santa CruzElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceJoão Lúcio Barreto Carneiro - Porto Alegre Indústria e Comércio Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG -SUPLENTESGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Luiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/A

Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Gráfico: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Bárbara Fonseca, Fernanda Fonseca, Pamella Berzoini e Rayane DieguezDiagramação: Mayron HenriqueProdução: Rede Comunicação de Resultado Foto de capa: Ana Paula Couto

EXPEDIENTE

EDITORIAL

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GIRO NOS ASSOCIADOS 3

ITAMBé AMPLIA PRODUTOS DA LINHA FIT

A procura por alimentos saudáveis vem obrigando as indústrias de laticí-nios a inovarem. Recentemente, a Itambé ampliou seu portfólio com novos produtos que agregarão valor à linha Fit. Trata-se de dois iogurtes sem gordu-ra, nos sabores mamão com laranja e uva verde com chá verde, que irão com-plementar os demais sabores como, morango e ameixa; e o leite fermentado Nolac, com zero lactose, para atender a uma demanda de pessoas intolerantes a essa substância, em embalagens com seis unidades de 75g. Os produtos já estão à venda nos estabelecimentos.

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O MAIOR qUEIJO DO MUNDO é MINEIROPela 5ª vez consecutiva, a cidade de Ipanema, no Vale do Rio

Doce, conquistou o título de fabricante do Maior queijo do mundo. O reconhecimento foi concedido, no mês de agosto, pelo RankBra-sil, que atua como o Guinness Book nacional, responsável por aferir peso e medidas e verificar se o produto é próprio para o consumo.

O queijo Minas, de 1.850 quilos, foi produzido pela Cooperativa Agropecuária de Ipanema (Capil Vida), com o apoio da Prefeitura Municipal, e desfilou em carro aberto pela Praça Coronel Calhau durante a 6ª edição do Festival do queijo. Para o seu preparo foram gastos 17.500 litros de leite. “O objetivo da cooperativa é diferenciar a Ipanema mineira da Ipanema carioca. Dessa forma, elevamos a identidade da cidade, cuja economia se baseia na pecuária de leite, já que somos os representantes do setor lácteo da região”, destaca o vice-presidente da Capil Vida, Ruy Gonçalves Rodrigues. quase 12 mil pessoas, presentes no festival, saborearam o queijo acompanha-do pelo tradicional doce de leite, que, neste ano, pesou 517 quilos.

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CONTANDO HISTóRIAGIRO NO MERCADO 54

Patrimônio gastronômico e cultural de Minas Gerais, o queijo minas tem uma história muito mais antiga que os 24 anos de existência do Laticínios Porto Alegre, comemorados em julho de 2015. No entanto, a origem da empresa está com-pletamente relacionada à produção do queijo no Estado, quan-do o leite proveniente do gado bovino, além de utilizado para consumo direto, passou a ser usado na fabricação do produto nas fazendas, ainda no século XVIII.

Na Zona da Mata mineira, a família de João Lúcio Barreto Carneiro, sócio-fundador do Laticínios Porto Alegre, produzia leite em uma fazenda no município de Rio Doce. Para benefi-ciar a produção leiteira da Fazenda Porto Alegre, e ela passou a fabricar, além do leite pasteurizado tipo C, queijo curado, muçarela e manteiga. Foi assim que nasceu a empresa de la-ticínios, batizada com o mesmo nome da propriedade onde foi fundada, em 1991, pelos irmãos João Lúcio e José Afonso Carneiro, com o objetivo de aumentar a receita da família e agregar valor ao negócio que ali crescia.

Em apenas três anos, a empresa familiar virou indústria. A partir da inauguração da sede na cidade vizinha de Ponte Nova – onde os produtos já eram comercializados –, com estrutura mais adequada e equipamentos mais modernos, a capacidade de processamento quadruplicou e um novo produto ganhou destaque: o requeijão, um dos atuais carro-chefe do Laticínios Porto Alegre. “A receita original do requeijão é a mesma desde o seu lançamento. Como a empresa nasceu em uma fazenda,

buscamos preservar a tradição do campo na fabricação dos nossos produtos. Por isso, o sabor caseiro é um dos diferenciais da marca e, felizmente, tem sido valorizado pelo mercado”, co-memora o sócio-fundador,João Lúcio Carneiro.

Investimentos contínuosSem deixar de lado os investimentos em tecnologia, a em-

presa inaugurou, em 2006, uma nova unidade em Mutum, também na região do Rio Doce. Esse marco trouxe uma nova fase de crescimento e inovação, ampliando o portfólio e a abrangência do negócio, que, desde 2008, passou a realizar a secagem de leite e de soro de leite, transformando-se no maior produtor de soro em pó do Brasil.

Hoje, o Laticínios Porto alegre fabrica 40 produtos, divi-didos entre as linhas tradicional, aperitivo, light, soro e leite em pó, queijos fatiados e UHT – inserida no mix de produtos em 2012. Para que isso fosse possível, em 2011, foi construída uma fábrica em Ponte Nova, com instalações mais amplas e modernas, o que permitiu o lançamento da sua segunda linha UHT, com a produção de achocolatado e creme de leite, inicia-da em 2014. Juntas, as duas unidades fabris já produzem quase duas mil toneladas mensais de produtos refrigerados, envasam aproximadamente 7 milhões de litros de leite longa vida por mês e geram cerca de 1,1 mil empregos diretos.

ATUAçãO ALINHADACOM O MAPA

ORIENTE ABRE MERCADO

TRADIçãOMINEIRA

Com o objetivo de ampliar o diálogo entre o setor pro-dutivo e o poder público, foi criado, pela ministra da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, o Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio. Formado por representantes de 18 entidades do país, o espaço de discussão terá um perfil estratégico e contará com reuni-ões bimensais para avaliar a adoção de medidas e debater as propostas do setor privado.

O Fórum faz parte da estratégia de estabelecer uma li-gação mais próxima e dinâmica entre as ações do Ministé-

O Brasil avança nas negociações internacionais com China para reabertura de mercado para o setor lácteo. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou, no início de setembro, a decisão positiva do país asiático ao certificado sanitário internacio-nal, que viabiliza a exportação de produtos lácteos nacionais. Com esta ampliação, o Brasil passa a exportar para os maiores consumidores de leite e derivados do mundo. Em 2007, ano em que o certificado expirou, o Brasil suspendeu as exportações para o país chinês

rio e as demandas do setor produtivo, além de fortalecer as câmaras temáticas e setoriais, cujo foco é o debate e a avalia-ção das dificuldades enfrentadas por cada cadeia produtiva. Durante a rodada de reuniões, ocorrida em agosto, foram apresentados os cinco eixos das ações do Mapa, com foco na Defesa Agropecuária, e a criação três novas câmaras: a da cadeia produtiva da erva mate, a de discussão da Lei Plu-rianual Agrícola (LPA) e uma provisória (de dois anos) para acompanhar as mudanças no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi).

Ao completar 24 anos, Laticínios Porto Alegre mantém-se firme na vocação de oferecer produtos lácteos com alto padrão de qualidade

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Laticínios Porto Alegre tem um mix de 40 produtos que vai desde a linha tradicional à light

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ENTREVISTA 76

do um resultado que garanta a sobrevivência e o desenvol-vimento do negócio.

Quais são as principais metodologias existentes no mer-cado que podem ser aplicadas na indústria de laticínios? Existem diferentes modelos disponíveis?

Sim. Encontram-se disponíveis no mercado alguns modelos de sistemas de gestão e controle. Entre os mais utilizados pela indústria de laticínios estão o Magistec, Totvs RM, PDCA, que são programas de sistema de ges-tão, da área de Tecnologia de Informação, que podem ser adquiridos pelos empresários. Mas, independente do sistema utilizado, é muito importante que se invista na implantação de boas práticas de fabricação, de pro-cessos operacionais padrão e demais programas de con-trole de qualidade.

Quais são os parâmetros que devem ser levados em con-sideração na mensuração de resultados?

Os principais parâmetros são aqueles que conduzem ao conhecimento dos custos de produção de cada produto, da quantidade produzida, do preço de venda e da quanti-dade comercializada.

Mensurar resultados deve ser apenas sob o ponto de vista financeiro e contábil ou também é importante medir o impacto qualitativo da empresa no mercado?

O controle financeiro e contábil é importantíssimo, mas a sobrevivência das empresas depende da qualidade dos pro-dutos oferecidos ao mercado e da sua capacidade de inovar.

Quais são os principais erros cometidos pela indústria ao trabalhar com este tipo de gestão?

Alguns erros cometidos pela indústria de laticínios podem ser atribuídos à falta de controle dos processos e ao desconhecimento dos custos de produção. Deve-se ter aten-ção especial à confiabilidade dos dados gerados, portanto, é importante que os colaboradores sejam capacitados para identificar e fornecer dados confiáveis do processo.

Quais são as dificuldade enfrentadas pelo setor de laticí-nios e como reverter esse quadro?

A indústria de laticínios, com sua capacidade de agregar valor, sempre foi a protagonista na indução de inovações na cadeia do leite. Para se manter nessa posição, é preciso fortalecer sua capacidade empresarial e de gestão, o que significa, contar com os melhores profissionais nos diversos níveis da empresa.

Quais os resultados gerados para toda a cadeia produtiva se os laticínios fizerem dessa ferramenta um hábito?

Obtendo bons resultados, a indústria será capaz de valo-rizar as atividades nos diversos níveis de produção, além de atender as expectativas dos consumidores em relação aos pro-dutos existentes e, também, quanto aos novos lançamentos.

Dentro da empresa, de quem é a responsabilidade de mensurar os resultados: um profissional especializado ou uma equipe transdisciplinar?

é muito importante a participação de especialistas, a qualificação e o comprometimento da equipe, mas é funda-mental o empenho da alta administração da empresa para que os resultados sejam alcançados, pois ela é capaz de to-mar decisões e alocar recursos nos momentos apropriados.

MEDIR PARACRESCER

é IMPORTANTE qUE OS COLABORADORES SEJAM

CAPACITADOS PARA IDENTIFICAR E FORNECER DADOS

CONFIáVEIS DO PROCESSO

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Mensuração de resultados é a principal ferramenta para quem busca se consolidar e expandir no mercado

Para conquistar mais competitividade e ter tomadas de decisões assertivas é importante mensurar os resultados. Essa é uma das estratégicas mais relevantes de um negócio, em que o empreendedor tem a oportunidade de analisar se o seu planejamento caminhou conforme esperado, avaliar se os indicadores propostos foram realizados e nortear várias ações para atingir o seu planejamento.

Na indústria de laticínios existem diversos mecanismos de controle quantitativo e qualitativo, que variam de acordo com o tamanho, a capacidade tecnológica e o nível organi-zacional do negócio. Para falar um pouco da importância da mensuração de resultados no setor, a reportagem do Silemg Notícias conversou com o recém-empossado chefe-geral do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) e es-pecialista em engenharia de produção e inovação, Cláudio Furtado Soares. Segundo ele, as principais métricas devem ser aquelas que conduzem a um bom planejamento das ati-vidades de produção, logística e comercialização pela em-presa. Confira a seguir.

De que forma a mensuração de resultados é importante para a maior competitividade da indústria de leite e derivados?

Considerando que competitividade é a capacidade de a empresa estar presente no mercado em condições de ser escolhida pelos consumidores, por apresentar fatores como qualidade e preço melhores do que os concorrentes, os siste-mas de gestão e controle disponíveis possibilitam o conhe-cimento dos custos de matéria-prima, insumos, entre outros aspectos. Com esses dados em mãos, é possível estipular um preço de venda capaz de cobrir todos os custos, possibilitan-

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O ano de 2015 tem sido de muita cautela. Desde o primeiro trimestre, o Brasil vem enfrentando crises nos âmbitos político, econômico e ético, que refle-

tiram diretamente na alta da inflação, em desemprego, no aumento das taxas de juros e da dívida pública e na recessão do Produto Interno Bruto (PIB). Esse momento apresenta grandes desafios para a indústria de laticínios, como a redu-ção do consumo e, consequentemente, a elevação de esto-ques. O cenário é preocupante, por isso, é preciso estar pre-parado e informado para enfrentá-lo. Com esse objetivo, o Silemg reuniu os seus associados em um dos mais relevantes encontros do setor de laticínios mineiro, a Assembleia Geral, para refletir sobre os novos caminhos a serem trilhados.

Cerca de 200 empresários e renomados profissionais estiveram presentes durante o anual evento, ocorrido no

dia 22 de outubro, na Fiemg, em Belo Horizonte. “é de gran-de importância estarmos aqui, para debater sobre relevantes assuntos do setor. é por meio da união de todos que nós ganhamos força para alavancar o nosso crescimento e o estí-mulo ao consumo de leite”, afirmou o presidente do Sindica-to, João Lúcio Barreto Carneiro.

O momento também foi oportuno para apresentar neste ano e as ações realizadas para o fomento do mercado lácteo. Parte desse resultado se deve à atuação sólida dos associados, a exem-plo dos laticínios Piracanjuba e Verde Campo, que figuraram en-tre as 20 Melhores Empresas do Agronegócio, ranking divulgado pela revista Globo Rural. “Estamos entre as melhores empresas do país, e isso nos dá mais responsabilidade diante do setor. Por isso, temos sempre que trabalhar ainda mais a favor da causa lei-teira”, ressaltou João Lúcio.

apresentação de resultadosO trabalho constante do Sindicato em busca de melhorias

do setor foi destacado durante a abertura do evento. O secretá-rio da Agricultura de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho, que atua com produção leiteira há 15 anos, comentou a importân-cia da atuação do Silemg ao apoiar os trabalhos desenvolvidos pelo Governo que abrangem a indústria de laticínios. “O nosso maior objetivo é construir uma boa pecuária leiteira em nosso Estado e, para alcançar essa meta, precisamos do apoio de en-tidades ligadas ao setor, e o Silemg vem trabalhando conosco em todas as nossas iniciativas.”

A programação seguiu com o diretor-financeiro do Si-lemg, Guilherme Silva Costa Abrantes, que apresentou o balanço financeiro-contábil do Sindicato, referente a 2014, que, devido à administração eficiente dos negócios, se man-

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A UNIãOEM TEMPOS DE CRISE

Os desafios da economia do país foram os principais temas debatidos durante a Assembleia Geral do Silemg

teve positivo mesmo diante de um cenário econômico delica-do. “Um fator importante em nossos resultados foi o aumento do número de associados: tivemos o retorno de 10 empresas e a nova associação de outras nove, totalizando um número de 138 empresas ativas na atualidade”, detalhou. Ele também abordou a questão de reajuste da contribuição dos associa-dos, que passou para 8,5%, de acordo com a faixa de litros de leite coletados por dia, que abrange uma quantidade de 2 mil a 300 mil litros, variando entre R$ 25 a R$ 1.085.

Na sequência, a diretora da Rede Comunicação de Resul-tado, agência responsável pela área de comunicação do Sin-dicato, Flávia Rios, apresentou o planejamento de comunica-ção para o ano de 2016, que engloba o relacionamento com a imprensa; a elaboração de ações em datas específicas, como o Dia do Combate ao Osteoporose e o Dia Mundial do Lei-te; a continuidade da revista Silemg Notícias e a inserção do Silemg nas redes sociais, com o lançamento, de uma Fanpa-ge no Facebook. “O nosso maior desafio é tornar o Silemg referência no Brasil no setor de lácteos. Iremos atuar com ações de comunicação que fortaleça essa atuação e focar na conquista de um novo consumidor, a fim de cativá-lo para o consumo de leite e derivados”, enfatizou.

O Brasil de hoje e de amanhãPara debater sobre a crise atual do país e as perspectivas

futuras, a jornalista da GloboNews, Cristiana Lôbo, alertou os presentes sobre os problemas enfrentados pela economia e um possível cenário para 2016 na palestra: Brasil: Economia e Po-lítica, Presente e Futuro. “O país sabe bem o que é uma crise econômica, já que passamos por várias. O problema de agora é que esse momento tem como combustível uma crise política, o que torna o cenário ainda mais complicado”, afirmou.

Segundo ela, o Brasil vem enfrentado um crescimento negativo nos últimos três anos, resultado esse do acúmulo de erros da gestão do Governo atual. “Estamos diante de um sério problema: ninguém está confiando em quem está no poder e na capacidade dele em superar uma situação como essa. A Presidente Dilma Rousseff deve assumir um papel de liderança para reverter essa situação.”

Ao abordar as perspectivas para o ano que vem, a jorna-lista foi enfática: “é difícil dizer. Ainda não sei qual caminho iremos tomar, mas creio que temos uma longa jornada pela frente até tudo isso passar”.

Mesa de debateUm dos momentos mais esperados da Assembleia Geral

foi a Mesa de Debate que, neste ano, teve como mediado-res a jornalista Cristiana Lôbo e o diretor tecnológico do Silemg, Alessandro Rios. O bate-papo contou com a pre-sença de Alessandro Moreira Martins (diretor-presidente da Itambé Alimentos), César Helou (diretor de Relações Institucionais do Laticínios Bela Vista), José Antônio Ber-nardes (diretor de Captação e Logística da Embaré Indústria

CAPA 10 11RADAR ACADÊMICO

que o leite e seus derivados trazem benefícios para a saúde, não há dúvidas. Mas, mesmo assim, a mídia e al-guns especialistas vem denegrindo a imagem desses pro-dutos junto à sociedade, passando a informação de que a ausência de seu consumo não é prejudicial. Para o melhor esclarecimento dessa controvérsia, acadêmicos, profissio-nais de diversas áreas do conhecimento e representantes da cadeia produtiva do leite criaram uma nova rede social: o Nuvlac – Núcleo para Valorização dos Produtos Lácteos na Alimentação Humana.

A plataforma online é uma iniciativa do Polo de Excelên-cia do Leite e Derivados, programa da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior do Governo de Minas Gerais, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Embrapa Gado Leite e Epamig/Instituto de Laticínios Cândido Tostes. O objetivo é torná-la um ambiente seguro de debates e estudos sobre os produtos lácteos e disse-minar o conhecimento científico acerca de seus benefícios à saúde em um canal interativo e inovador.

Paulo Henrique Fonseca da Silva, professor e coordenador do projeto que atua no Departamento de Nutrição da UFJF, acrescenta que a estratégia do Nuvlac é viabilizar a dissemina-ção de informações de uma forma compreensível. “A ideia é trabalhar no constante estímulo de troca de informações cien-tíficas atualizadas, por meio de debates entre interessados no assunto e especialistas. Com isso, não damos margem a dúvi-das ou interpretações equivocadas e garantimos ao público o acesso direto com credibilidade”, explica.

O Nuvlac tem conquistado cada vez mais adeptos. Aproxi-madamente 780 especialistas no assunto, entre representantes da indústria de alimentos, profissionais do meio acadêmico e de associações, além de consumidores e profissionais de di-versas áreas afins, acessam atualmente a rede. A média é de 10 mil visualizações ao ano, oriundas de 100 países e 900 cidades brasileiras. A estimativa é que a plataforma tenha uma taxa de crescimento em 83% por ano.

“Os consumidores têm nos consultado para buscar escla-recimentos com respaldo científico sobre os alimentos lácteos, tornando-nos um ambiente virtual de referência na procura de informações. Dessa forma, também colaboramos para o fortale-cimento da indústria de laticínios”, comemora Paulo Henrique. Além dessa vantagem competitiva, pesquisadores que colabo-ram com a rede social estão sendo convidados para a realiza-ção de palestras científicas, disseminando informações sobre os benefícios do leite para médicos, nutricionistas, pesquisadores, profissionais e estudantes das áreas de alimentos e saúde. “O ob-jetivo é que, até 2018, a ferramenta se torne uma rede de conhe-cimento científico consolidado”, ressalta o coordenador.

O Nuvlac é gerido por uma equipe multidisciplinar, for-mada por bolsistas, pesquisadores da UFJF e das demais ins-tituições parceiras, que são responsáveis pela manutenção do conteúdo, pelo esclarecimento de questionamentos científi-cos e de dúvidas por parte dos usuários.

LEITEA REDE SOCIAL DO

Nuvlac, nova ferramenta online, é referência no compartilhamento de informações sobre o setor lácteo

de Alimentos), Luiz Augusto da Silva (vice-presidente do Leite Longa Vida da Danone) e Lutz Viana Rodrigues Júnior (diretor-executivo do Laticínios Davaca e presi-dente do Sindileite Bahia).

O grupo abordou a melhora significativa apresenta-da pelo setor nos últimos dez anos, o crescimento do Brasil em relação à produção da alimentação e a falta de uma mão de obra qualificada no campo, como afir-mou José Antônio Bernardes. “O país conta com poucas escolas de laticínios. Mesmo elas sendo de excelência, o estímulo à busca por conhecimento ainda não é uma prática vista como relevante pelos produtores. Muitos deles a encaram com resistência.”

A crise econômica e política também entrou na pauta da discussão. Para César Helou, a superação é a peça-chave para esse momento. “Vendemos o que produzidos, mas não ganhamos dinheiro. Sem contar o aumento do nível de inadimplência que também faz parte da nos-sa realidade. Acredito termos um período de dois a três anos para sairmos dessa situação. é preciso disciplina e planejamento para isso.”

A Assembleia Geral contou, ainda, com a palestra sobre geração de energia por Biogás, ministrada por En-rico Roveda, da eAmbiente Brasil, e as novas regras do PIS/COFINS e o Decreto 8.533/2015, cuja apresentação ficou a cargo do advogado Daniel Jardim Sena.

Importante para os associadosO aumento do número de presentes na Assembleia

Geral – 50 a mais em relação a 2014 - reforçou o in-teresse dos representantes de as indústrias de laticínios se unirem para enfrentar o momento delicado no país.

Esse foi o motivo que fez com que o Laticínio Catupiry se associasse ao Silemg este ano. “Acompanhamos o tra-balho do Sindicato, e diante dos desafios colocados pela economia nacional, sentimos a necessidade de nos unir-mos com outros parceiros do setor em busca de força e melhores soluções para driblar a crise”, pontuou Laerte Oliveira, supervisor de Política Leiteira da empresa. Essa foi a primeira vez que ele participou da Assembleia Geral. “Gostei muito dessa iniciativa e das informações repassa-das aqui. Engrandeceu-nos para futuras ações.”

A mesma opinião foi compartilhada pelo vice-presiden-te da Diminas (Cooperativa de Conselheiro Pena), Fernan-do José Carneiro Ribeiro, cuja empresa voltou a se associar ao Sindicato em 2015. “Assumimos a gestão do laticínio há um ano e sentimos a necessidade de nos unir novamente ao Silemg, pois acreditamos que só crescemos a partir de um setor fortalecido, com um objetivo em comum. Aqui, temos a oportunidade de aprender junto com os colegas.”

Associado desde 2009, Odorico Alexandre Barbosa, diretor-superintendente do Laticínio Jussara, destacou a atuação do Sindicato e a importância da realização da Assembleia Geral. “O Silemg firma uma constante luta a favor do nosso, setor e a realização de eventos como esse mostra o nosso amadurecimento e a importância de es-tarmos fortalecidos para as futuras conquistas.”

A Assembleia Geral contou com o patrocínio da Artvac, CH Hansen, Engefril, Engenho 9, FIEMG, Ino-xnew, Magistech Sistemas, Papini e Lacerda Advogados, qconz América Latina Consultoria e Treinamento, TCA Tubos e Conexões, Tetra Pak, WGM Sistemas Importação e Exportação, Prodap, Dixie Toga, Relco South America, IMAAJ, Sistem 2 Informática, Rehagro e Obah Design.

A jornalista Cristiana Lôbo (ao centro) mediou a Mesa de Debate com as principais lideranças da indústria de leite mineira tecnologia: Rede Social NuvlacPesquisador: Profº Paulo Henrique Fonseca da Silva

INOVAÇÃO 1312

consumo individual, seja em casa, no trabalho ou em mo-vimento”, avalia. “Além disso, no momento de instabilidade que o país vive, as pessoas tendem a procurar alimentos que gerem economia, fator que impacta as indústrias do setor e as obriga a pensar em novidades.”

Leite tem o seu lugarO investimento da indústria de leite e derivado no mer-

cado single ainda é restrito, porém tem fôlego suficiente para crescer. Uma das empresas do setor que já vem tra-balhando por essa inovação é o grupo multinacional Royal FrieslandCampina, especializado na produção e venda de produtos lácteos e que, recentemente, lanço uma linha de 80 e 180 ml. A novidade surgiu a partir da demanda dos consumidores por mais conveniência no dia a dia. Segundo

CONHEçA qUEM é O

PúBLICO SINGLE

De acordo com a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), o número de brasileiros que vivem sozinhos vem apresentando um crescimento de mais de 30% nos úl-timos dez anos. O documento retrata, ainda, que a maio-ria desse grupo tem 50 anos ou mais (62%), sendo que a maior parte é do sexo feminino (50,4%). Morando sozinha há quatro anos, a auditora Ana Tereza

Otoni enfrenta sempre o mesmo dilema na hora das com-pras em supermercados: a busca por produtos para consu-mo individual. De acordo com dados do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), ela integra o grupo de 72 milhões de pessoas que moram sozinhas e buscam produtos práticos, vendidos em porções menores e que evi-tem o desperdício. Esse segmento é conhecido como single e apresentou um crescimento de 71% nos últimos dez anos. “A compra de alimentos em porções maiores traz prejuízos. Uma embalagem de leite de um litro, por exemplo, precisa ser consumida durante vários dias seguidos para não aze-dar. Com isso, fico limitada em ter variedade nas refeições, pois preciso consumir todos os produtos abertos antes que estraguem”, comenta Ana Tereza.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia), a linha single corresponde a 7% do faturamento do setor, movimentando quase R$ 30 bilhões ao ano. Observando essa nova demanda, algumas empre-sas começaram a fracionar e acondicionar produtos, como

informações divulgadas pela empresa, as bebidas em emba-lagens sob medida já têm feito sucesso na ásia tanto entre quem reside sozinho quanto entre pessoas que querem mais praticidade no dia a dia.

Para Fabio, o custo-benefício propiciando pela oferta dessa linha mais econômica também atrai o consumidor, visto que os produtos tendem a ter um preço mais atraente. “Há uma clara percepção dos consumidores que buscam o menor desembolso e os que buscam o melhor custo por li-tro. As embalagens de consumo individual representam esse menor desembolso aliado ao melhor custo pela quantidade adquirida”, avalia. “Com opções de acordo com a minha ne-cessidade, eu compraria muito mais produtos e, até mesmo, pagaria a mais por algo que valesse a pena adquirir”, comen-ta a auditora Ana Tereza.

queijo, mortadela, presunto e salame, em blisters (embala-gem no formato de cartela) de 200g e 100g, além de leite em pó em recipientes de 200g.

“Existe uma tendência positiva de crescimento. Há déca-das, pesquisas já vinham apontando para essa oportunidade, devido à mudança no perfil dos lares, que passaram a ser mono parental, com pessoas vivendo sozinhas, famílias me-nores e/ou com maior consumo on-the-go, ou seja, fora do lar”, avalia Fabio Thomazelli, gerente de Lácteos da Tetra Pak LTDA. Ciente do potencial desse novo mercado, a empresa está apostando na fabricação de embalagens de 80, 160, 200 e 330 ml. A novidade está sendo bem aceita e, nos últimos dez anos, o volume total de produção cresceu cerca de 10%.

No Brasil, apesar dos poucos investimentos no mercado single, é visível que se trata negócio em potencial. Para An-tônio Eduardo, sócio-proprietário da Obah Design, agência de comunicação especializada na criação de embalagens, muitas empresas estão enxergando essa oportunidade de forma estratégica. “Elas querem atender a um novo nicho de mercado e, com isso, estão buscando oferecer produtos para

DO TAMANHO

IDEALInvestir em embalagens de porção individual amplia as oportunidades para o setor lácteo Sh

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14 15SAÚDE COM SABOR

MUITO ALéM DO

CáLCIOEstá com sede? Então, beba leite. À primeira vista, essa

recomendação pode parecer sem sentido, mas o consumo do leite como bebida reidratante não é propriamente uma novidade. Seu uso já é indicado logo após o nascimento - os pediatras orientam que o bebê receba exclusivamente o leite materno, considerado o recurso ideal para o trata-mento da desidratação nos primeiros seis meses de vida. Porém, a partir da idade adulta e na velhice, esse alimento acaba sendo esquecido como fonte de água. O que muitas pessoas não sabem é que, entre os idosos, a desidratação é tão preocupante quanto nas crianças.

“Na terceira idade, ainda que leve, a desidratação é causa de inúmeras doenças e até de morte. O idoso desidratado tem mais chance de apresentar cálculos urinários, distúrbios renais e pulmonares”, alerta a nu-tricionista Adriana Keller, que também é presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasilei-ra de Geriatria e Gerontologia, sessão Minas Gerais. Ela explica que a ingestão de líquidos é um fator chave para prevenir doenças crônicas e combater infecções que atingem os idosos com mais frequência. “A água é muito importante para o metabolismo e outras funções corporais, incluindo regulação térmica e absorção de nutrientes, e, até mesmo, para a eliminação dos resídu-os de medicamentos.”

A especialista acrescenta que, embora a necessidade de água não seja maior na terceira idade, a ingestão hí-drica é reduzida. “Isso ocorre porque o mecanismo da

homeostase é alterado, resultando em uma menor res-posta à sede. Por essa razão, o leite surge como mais uma opção de hidratação para essa faixa etária, que não sente tanta sede”, esclarece.

Vantagens múltiplasAlém de repositores de líquidos, os produtos lácteos

são ricos em proteínas de alto valor biológico e, princi-palmente, em cálcio, que fortalece ossos e dentes, ajuda na contração muscular e na ação do sistema nervoso, po-dendo, inclusive, reduzir o risco de osteoporose. “O leite é um alimento importante para o envelhecimento saudá-vel, com ganho de qualidade de vida”, acrescenta Adriana.

As formas de se consumir o leite são variadas. Ele pode ser ingerido na primeira refeição do dia, puro, com frutas ou café ou usado como ingrediente de outras pre-parações culinárias, como cremes, molhos ou bolos. Na forma integral, os lácteos são ricos em gorduras, por isso as versões desnatadas ou semidesnatadas podem ser mais adequadas para os idosos em determinados casos. Mas, conforme preconiza a nutricionista, não há regra. “Vale lembrar que o leite integral não deve ser fonte de conten-ção desnecessária, ou seja, se não houver excesso de peso nem colesterol elevado, não há necessidade de restringir o consumo do produto integral e substituí-lo pelo des-natado. A opção vai depender da condição de saúde de cada pessoa, que deve consultar um especialista antes de definir qual tipo de leite tomar.”

Leite apresenta alto potencial de hidratação na terceira idade e é fundamental para manter o bom funcionamento do corpo

BENEFíCIOS PARA A TERCEIRA IDADEA população brasileira vem envelhecendo de forma rápida. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de brasileiros acima de 65 anos deve chegar a 58,4 milhões em 2060. Até lá, a expec-tativa média de vida do brasileiro deve aumentar dos atuais 75 anos para 81 anos. E quais são os benefícios do leite na terceira idade?

Melhora o esvaziamento gástrico, aumentando a digestibilidade e a velocidade de absorção dos nutrientes. Diminui o estresse metabólico em situações críticas, como cirurgias, infecções e queimaduras. Auxilia no controle e na manutenção da flora intestinal saudável. Atua nas células do sistema imunológico, aumentando a imunidade e a resistência contra infecções e outras doenças.

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