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RELATÓRIO EXPEDIÇÃO AVICULTURA 2015

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Page 1: relatórIO expedIçãO avIcultura 2015 · A Expedição Avicultura chegou à terceira edição ampliando o enfoque das discussões e, consequentemente, o roteiro. Pela primeira vez,

relatórIO expedIçãO avIcultura 2015

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ÍNdIce

32

4 Histórico

7 Roteiro

22 Logística

Tendências de Mercado24

8 Oferta e Demanda

14 Mercado

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HIStórIcO

Realizada pela primeira vez em 2012, a Expedição Avicultura simbolizou um avanço nas discussões sistêmicas promovidas pelo

Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo. Baseado na experiência de uma década adquirida com o projeto da Expedição Safra -

que acompanha in loco o andamento da produção brasileira e internacional de grãos - o trabalho promoveu um debate holístico da

produção de aves, em um levantamento que fomentou discussões desde os criadores até o mercado consumidor. A análise segue a

abordagem de agregação de valor dentro da cadeia produtiva, já que as agroindústrias de proteína estão intimamente relacionadas à

produção de grãos.

A primeira edição da Expedição Avicultura, em 2012, foi concentrada no estado do Paraná, em um roteiro de 5 mil quilômetros. Na época,

o pano de fundo das discussões foi a crise que atingiu o setor. Principais insumos da ração animal, soja e milho registraram salto nas cotações internacionais, elevando os custos da cadeia avícola.

Aliado a isso, houve aumento na produção da proteína, pressionando os preços e comprimindo ainda mais as margens das indústrias.

O quadro resultou em fechamento de empresas e pedidos de recuperação judicial no setor. Os desafios para a atividade se manter

viável e as perspectivas de longo prazo pautaram as discussões da Expedição naquele momento.

Passado o tombo de 2012, o mercado avícola começou a se recuperar, ampliando os volumes de produção e exportação da carne nacional a taxas mais sustentáveis. Essa retomada também reforçou

a importância econômica e social da atividade, manifestada por meio da geração de empregos e renda, que impulsionam economias regionais. O pós-crise deixou as empresas mais cautelosas, gerando

uma obsessão pela busca por eficiência e sustentabilidade na produção. Com isso, o setor equilibrou as contas em 2013 e iniciou

uma retomada em 2014, justamente no ano em que foi realizada a segunda edição da Expedição Avicultura.

4 5

Na segunda edição do projeto, em 2014, o roteiro passou a contemplar Paraná e Santa Catarina que, na ocasião, respondiam

por 53% da exportação brasileira. Os debates assumiram então uma abordagem nacional. As discussões também passaram a almejar uma interação com o público urbano, que muitas vezes não se dá

conta da presença dessa cadeia em sua rotina, seja no restaurante, no supermercado ou na alimentação diária.

MaIS equIlIbrada, a avIcultura MaNteve a trajetórIa aSceNdeNte eM 2015. Num ano de

enfraquecimento da economia brasileira, o setor conseguiu se manter competitivo. A migração de consumo para proteínas mais

acessíveis deu fôlego no mercado interno. Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do real perante o dólar privilegiou as exportações, que ganharam mais importância. Esse foi o contexto para a realização da

terceira edição do projeto, cujo os resultados são sintetizados neste relatório técnico.

A terceira edição do projeto foi viabilizada graças ao apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o Banco

do Brasil, a C. Vale – Cooperativa Agroindustrial e o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar).

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A Expedição Avicultura chegou à terceira edição ampliando o enfoque das discussões e, consequentemente, o roteiro. Pela primeira vez, o projeto passou a contemplar os três estados

da região Sul. O bloco concentra a maior parcela da produção e da exportação avícola nacional, sendo favorecido pela proximidade dos polos produtores de grãos e também dos principais portos

exportadores de proteína.

FOI eStruturadO uM rOteIrO de 5 MIl quIlôMetrOS de eStradaS percOrrIdaS para a realIzaçãO de vISItaS a INcubatórIOS,

MatrIzeIrOS, avIcultOreS, INdúStrIaS, eNtIdadeS repreSeNtatIvaS, ceNtrOS de treINaMeNtO, terMINaIS lOgÍStIcOS e pOrtOS.

Os trabalhos começaram pela região Norte e Noroeste do Paraná, com passagem pelos municípios de Cianorte, Maringá, Arapongas e Nova Esperança. Essa região concentra o maior número de

empresas independentes, que dominam apenas parte da cadeia produtiva (frigoríficos).

Depois, as viagens continuaram pelo Oeste paranaense. Essa região concentra um elevado número de cooperativas atuantes na avicultura, o que permite o controle da produção de insumos para

a ração animal até a logística de exportação. As cidades contempladas foram Palotina, Assis Chateaubriand, Toledo e Cascavel.

Na terceira etapa, a Expedição Avicultura seguiu para Santa Catarina, onde uma parcela substancial de pequenos produtores atua na atividade. Há uma coexistência de grandes cooperativas e empresas

de pequeno e médio porte atuando na região. Foram visitadas as cidades de Galvão, Xavantina, Ipuaçu, Concórdia e Chapecó.

Na reta final dos trabalhos de campo, a equipe percorreu o Rio Grande do Sul e conferiu também a infraestrutura logística para a exportação da carne de frango. Foram visitas às cidades gaúchas de Tapejara, Teutônia, Westfália e Vespasiano Corrêa. Na sequência, o roteiro logístico contemplou os

portos de Itajaí (SC) e Paranaguá (PR).

rOteIrO

pr

Sc

rS

5 MIl quIlôMetrOS percOrrIdOS

Brasil Produção: 13,9 milhões de t Exportação: 4,07 milhões de t

Paraná Produção: 31,5 % Exportação: 35,6%

santa Catarina Produção: 16,3 % Exportação: 22,3 %

rio Grande do sul Produção: 14,1 % Exportação: 17,6%

Pr+sC+rs Produção: 61,8 % Exportação: 75,5%

76

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prOduçãO

A carne de frango é a segunda proteína mais produzida no mundo, atrás apenas dos suínos. A produção mundial é concentrada em quatro grandes players globais: Estados Unidos, China, Brasil e União Europeia.

Conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), o Brasil desbancou a China em 2015 e assumiu a segunda colocação no ranking global de produção. Ao todo, o quarteto produz mais de 54 milhões de

toneladas da proteína ao ano.

Dentro do Brasil, a maior parte da produção se concentra na região Sul do país. Os três estados do bloco responderam por 61,8% do abate nacional de frangos em 2015.

8

OFerta e deMaNda

9

Maiores produtores Mundiais de Frango(milhões de toneladas)

Estados Unidos

Brasil

China

União Europeia

Índia

Rússia

México

Argentina

Turquia

Tailândia

Outros

17,3

12,7

13,0

10,3

3,7

3,3

3,0

2,1

2,0

1,6

19,2

18,0

13,1

13,0

10,6

3,9

3,6

3,1

2,1

2,0

1,7

17,0

Fonte: USDA | Elaboração: AgroGP

2014 2015

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

produção Mundial(milhões de toneladas)

Suínos 117,3 118,4

Bovinos 68,0 68,1

Aves 109,4 112,0

2014 2015

Fonte: FAO

cabeças de frango abatidas no brasil

uF/ano

Paraná

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

São Paulo

Minas Gerais

Outros

Total

2015

1.707.839.890

883.046.463

762.426.074

547.024.793

396.121.860

1.129.965.335

5.426.424.415

Share

31%

16%

14%

10%

7%

21%

100%

Fonte: Sif/Mapa | Elaboração: AgroGP

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cONSuMO

Na média, a carne de frango é a proteína com maior consumo per capita no mundo, à frente das carnes de suínos, bovinos e cordeiros. Conforme projeção da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação

(FAO), o frango também foi a única proteína que contou com incremento no consumo per capita no ano passado.

Israel detém a maior taxa de consumo anual, com 63,5 quilos por pessoa ao ano, aponta a FAO. Na sequência, aparecem Estados Unidos, Arábia Saudita, Malásia e Austrália, com índices acima de 40kg/pessoa/ano.

consumo per capita de carnesmédia mundial (kg por habitante/ano)

Aves 13,2 13,3

Bovinos 6,5 6,5

Suínos

Cordeiro

12,6

1,7

12,6

1,7

2014 2015

Fonte: FAO

Maiores consumidores per capita de carnes (kg por habitante/ano)

Israel

Austrália

Estados Unidos

Brasil

Arábia Saudita

Peru

Argentina

Malásia

Nova Zelândia

Canadá

63,5

40,2

45,5

39,9

43,5

36,7

35,5

41,1

36,4

33,4

2015

Fonte: FAO

10 11

cadeIa prOdutIva

Mais do que uma produção pujante no campo, a avicultura gera benefícios que chegam ao meio urbano. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) indicam que o setor gera mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos, e foi responsável pela geração de um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 51 bilhões em 2013.

A renda bruta, medida pelo Valor Bruto da Produção (VBP), cresceu 3,5% em 2015, mesmo com o contexto econômico desfavorável do Brasil, aponta o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Apenas a soja e a bovinocultura são capazes de gerar renda superior nos campos brasileiros:

Participação no Valor Bruto da Produção em 2015 (%)

Valor Bruto da Produção de Frango (R$ milhões)

Outros 20,4%

Suínos 2,7%

Café (em grão) 3,8%

Laranja 4,2%

Leite 5,8%

Milho (em grão) 6,7%

Cana-de-açúcar 8,9%

Frango 13,2%

Bovinos 14,7%

Soja (em grão) 19,6%

10.000,00

22.860,70

24.254,3727.868,35

29.113,07

28.186,48

27.652,31

35.699,85 41.547,79

60.932,01

63.043,96

54.082,38

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

70.000,00

60.000,00

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A exportação ainda detém uma parcela pouco expressiva da produção avícola global, fazendo com que o setor tenha como carro-chefe o mercado interno. Entretanto, há países que compram volumes expressivos da proteína nas mais distintas regiões do globo, como América, Oriente Médio, África e Europa. Em 2015, Arábia Saudita e Japão dividiram a liderança nas aquisições da proteína branca.

Embora o Brasil esteja apto a vender para os dez maiores compradores de frango no mundo, nem todos os grandes players globais compram volumes expressivos brasileiros. Apostando em fatores como garantias sanitárias, produção em escala e preços competitivos, o mercado nacional avalia que há potencial de incremento nas vendas para essas nações.

atualmente, a arábia Saudita é a maior compradora de frango do brasil. O país respondeu por aproximadamente 20% da receita e do volume exportado em 2015.

Conforme análise da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações responderam por 33% do mercado avícola nacional em 2015, sendo os 67% restantes alocados para a demanda interna. Isso equivale a 43,25 quilos de consumo per capita da proteína, valor 1,1% maior que o obtido em 2014. Isso mantém o status do frango como a carne mais consumida no país, seguida pela proteína bovina e suína, respectivamente.

Mesmo sem ocupar a liderança na produção global de aves, o Brasil é o mercado que mais se beneficia com as exportações. Em 2015, o mercado brasileiro forneceu 36% de todo o frango exportado no mundo, apontam dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). A ABPA estima que o número é ainda maior, chegando a 4,3 milhões de toneladas no período. Para o futuro, a tendência é que as vendas sigam crescendo.

MercadO

Maiores Importadores de carne de Frango

(mil toneladas)

Arábia Saudita

Japão

México

União Europeia

Iraque

África do Sul

Hong Kong

Rússia

China

Angola

900

900

760

710

690

420

360

260

250

240

Fonte: USDA | Elaboração: AgroGP

2015

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Maiores exportadores de carne de Frango

(mil toneladas)

Brasil

Estados Unidos

União Europeia

Tailândia

China

Turquia

Argentina

Ucrânia

Canada

Bielorrússia

3,74

2,99

1,15

0,58

0,395

0,34

0,2

0,18

0,13

0,12

Fonte: USDA | Elaboração: AgroGP

2015

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

principais compradores de carne de frango brasileira em 2015

Arábia Saudita

Japão

China

Emirados Árabes Unidos

Países Baixos (Holanda)

Venezuela

Hong Kong

Coveite (Kuweit)

Coreia do Sul

Cingapura

784,6 1352,6

417,6 836,5

307,0 607,7

303,2 508,4

152,4 337,1

132,1 305,7

236,3 293,4

120,6 190,4

93,3 181,5

83,4 162,6

Fonte: Secex/Mapa | Elaboração: AgroGP

volume(mil toneladas)

valor(US$ milhões)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

14 15

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cuStO de prOduçãO

Um dos fatores determinantes para a renda na avicultura são os custos de produção das aves. O principal fator nesse contexto são as cotações internacionais da soja e do milho, os principais insumos utilizados na ração animal. Após um

pico de preços em 2012, as cotações tiveram uma acomodação nos preços, com queda expressiva no ano de 2015:

Aliado à alta dos insumos da ração, há elevação nos custos operacionais da atividade, como a energia elétrica e as despesas com mão de obra. Essa elevação prejudica tanto a atividade nas granjas, que utiliza diversos recursos

eletrônicos, como nas indústrias, para utilização de maquinário e iluminação dos frigoríficos.

No aspecto da comercialização, a cadeia produtiva do frango só não operou deficitária em virtude de preços mais altos na venda. Isso ocorreu em virtude de uma elevação na demanda interna, já que a crise econômica que atingiu

o Brasil gerou uma mudança no hábito de consumo dos consumidores, que passaram a optar por proteínas mais acessíveis na sua alimentação. Como também ocorreu aumento na exportação, houve um direcionamento maior de

carne para fora do país, o que ajudou a sustentar os preços.

Conforme levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), o preço do frango congelado tem oscilado na casa de R$ 4 por quilo:

Apesar dos preços externos estarem mais baixos, o efeito dessa flutuação não pode ser totalmente sentido no Brasil em virtude da alta de 48% do dólar frente ao real em 2015. Isso limitou a baixa dos grãos em território nacional:

16 17

COMPORTAMENTO DOS PREçOS DA SOJA E MILHO NA BOLSA DE CHICAGO (US$/bushel)

PREçO DA SOJA EM PARANGUÁ (R$/60 kg CIF)

PREçOS DO FRANGO CONGELADO CEPEA/ESALQ - ESTADO SP (R$/kg)

$20,00

$18,00

$16,00

$14,00

$12,00

$10,00

$8,00

$6,00

$4,00

$2,00

$-

JAN/

12

MAR

/12

MAI

/12

JUL/

12

SET/

12

NOV/

12

JAN/

13

MAR

/13

MAI

/13

JUL/

13

SET/

13

NOV/

13

JAN/

14

MAR

/14

MAI

/14

JUL/

14

SET/

14

NOV/

14

JAN/

15

MAR

/15

MAI

/15

JUL/

15

SET/

15

NOV/

15

JAN/

16

MAR

/16

$17,71

$13,44

$8,30 $7,04

$4,55$3,21

$4,30 $3,54$5,55

Soja Milho

$15,92

$12,88

$9,12

$10,56$8,74

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

JAN/

15

FEV/

15

MAR

/15

ABR/

15

MAI

/15

JUN/

15

JUL/

15

AGO/

15

SET/

15

OUT/

15

NOV/

15

DEZ/

15

JAN/

16

FEV/

16

MAR

/16

R$59,60

R$70,00

R$80,00

R$80,00R$74,50

R$84,00 R$85,50

R$5,00

R$4,50

R$4,00

R$3,50

R$3,00

R$2,50

R$2,00

R$1,50

R$1,00

R$0,50

R$0,00

JAN/

04

JAN/

05

JAN/

06

JAN/

07

JAN/

08

JAN/

09

JAN/

10

JAN/

11

JAN/

12

JAN/

13

JAN/

14

JAN/

15

JAN/

16

R$1,70

R$1,32

R$1,98

R$2,24R$2,42

R$2,82R$3,01 R$3,14

R$2,95

R$4,01 R$4,13R$4,24

R$3,77

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Nas exportações, os preços médios de venda registraram forte baixa em 2015. Apesar disso, a elevação na quantidade exportada e o fator cambial tornaram as vendas externas altamente rentáveis. A ABPA indica que a renda total obtida

em dólares caiu 11,3% ante 2014, atingindo US$ 7,170 bilhões. No contraponto, o faturamento em real subiu 26% na comparação com o ano anterior, chegando a R$ 23,946 bilhões.

preçO MédIO da tONelada expOrtada - 2015

2003 2004 2005 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 20152006

R$918

R$1.233

R$1.181R$1.461

R$1.849R$1.723

R$2.033

R$1.928

R$2.008

R$1.986

R$1.673R$1.544

R$1.051

Fonte: Secex/Mapa

18

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As principais portas de saídas do frango brasileiro são os terminais portuários da região Sul. Os embarques são realizados via contêineres frigorificados, que são transportados até o porto via rodovias ou ferrovias.

Esse fluxo se concentra principalmente nos portos de Paranaguá e Itajaí, que detêm 60% de participação na movimentação total:

Após um longo período na liderança das exportações, Itajaí foi desbancada por Paranaguá nos embarques de frango em 2015. Também merece destaque que, em 2015, o porto de Santos ganhou uma posição,

tomando o lugar de Rio Grande como o quinto maior exportador da proteína.

A inversão na liderança foi associada a fatores climáticos, já que o fenômeno climático El Niño resultou em mais chuvas em Santa Catarina. Isso fez aumentar a vazão dos rios Itajaí-açu e Itajaí-Mirim, que ficam no canal portuário, gerando correnteza e dificultando a entrada dos navios na baía onde ficam os terminais.

Como agravante, Itajaí foi afetada por um impasse político. Embora as exportações de frango feitas pelos terminais ao longo do rio Itajaí-Açu são denominadas como “Itajaí” pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na prática a origem é divergente. Em uma margem do rio, em Navegantes, a Portonave opera na forma de Terminal de Uso Privado (TUP), construído sobre área própria.

Já no lado itajaiense, a operação da APM Terminals é na forma de concessão de área federal, com tempo delimitado. Ambos disputam frente a frente as cargas exportadas.

PRINCIPAIS PORTOS EXPORTADORES DE CARNE DE FRANGO - 2015

lOgÍStIca

porto

Porto de Paranaguá - PR

Itajaí - SC

São Francisco do Sul - SC

Santos - SP

Porto de Rio Grande - RS

Outros

1.477.594

1.300.403

496.689

386.794

300.908

113.945

volume (ton)

22

DAS GRANJAS AO EXTERIOR

A divergência entre os modelos respinga no frango, que representa um terço do embarque total da região. Na metade deste ano, várias rotas de navios que eram operadas pela APMT migraram para a Portonave devido a diferenças de custos. O quadro motivou uma disputa política entre as duas cidades, que parece estar longe de

ser solucionada.

Em longo prazo, a cadeia da avicultura pede reforço na infraestrutura logística, como rodovias e hidrovias. O principal projeto já confirmado pelo governo federal é a Rodovia do Frango. A proposta é conceder à iniciativa

privada 399 quilômetros de quatro estradas (BR-476, BR-153, BR-282 e BR-480) ao longo do Paraná e Santa Catarina. O projeto é visto com ceticismo pelos catarinenses, que se mostram mais interessados com a

duplicação da BR-470, que liga a região Oeste ao porto de Navegantes (SC).

Projeto da Rodovia do Frango busca fortalecer via rodoviária de escoamento da avicultura rumo à exportação.

Em longo prazo, as apostas também se concentram na ferrovia. Há um projeto para construção da “ferrovia do frango” ligando o município de Dionísio Cerqueira, no extremo Oeste do estado, ao terminal de embarque

do porto de Itajaí, a 862 km de distância.

O investimento no modal ferroviário também é considerado estratégico para o fornecimento de insumos. Santa Catarina e Rio Grande do Sul não são autossuficientes em milho para abastecer as granjas e dependem

de importações do Centro-Oeste para suprir as indústrias de ração. Nesse contexto, o trem seria uma arma para garantir a redução de custos aos catarinenses, já que a proposta da ferrovia do frango é se conectar à

Ferrovia Norte-Sul, garantindo acesso aos grãos do Cerrado.

398,9 kmé a extensão total previstapara a Rodovia do Frango.O traçado passará pelas seguintes estradas:

pr

Scchapecó

lapa

União da Vitória

traçado da Rodovia do Frango

portos

S. Mateus do Sul

Paranaguá

Itapoá

Itajaí

S. Francisco do Sul

Curitiba

br-282

br-480

br-153

br-476

23

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Conforme projeção da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o frango tomará o lugar do porco e será a carne mais produzida no mundo em 2021. Essa migração de consumo

está associada a fatores como garantias sanitárias da produção, preço competitivo e ausência de barreiras religiosas para o consumo.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento projeta que até 2025 a produção nacional de frango crescerá pelo menos 34,7%, chegando a um patamar entre 17,6 e 20,4 milhões de toneladas. No mesmo período,

as exportações serão ampliadas em 41,7%, podendo atingir entre 5,8 e 7,5 milhões de toneladas.

O salto na oferta internacional também abre espaço para o crescimento da avicultura brasileira. O setor tem se articulado para conquistar a abertura de novos mercados, ao mesmo tempo em que aproveita movimentos

pontuais de mercado, como a crise de gripe aviária que atingiu os Estados Unidos em 2015. Os problemas sanitários norte-americanos fizeram parte da demanda se direcionar para o Brasil. A indústria calcula que é

possível ampliar entre 3% a 5% o faturamento nos próximos anos.

teNdêNcIaS de MercadO

PRODUçãO MUNDIAL DE CARNES 2014-2024 (milhões de ton.)

PROJEçãO DE PRODUçãO DE CARNES (MIL TONELADAS)

PROJEçãO DE EXPORTAçãO DE CARNES (MIL TONELADAS)

117,3 118,4 120,2 121,8 123,2 124,1 125,1 126,9 129,3 131,6 133,8

119,9 122,2 124,6 126,0 126,8 127,8 128,8117,5114,4

109,4

68,0

14,2 14,5 14,7 15,0 15,3 15,6 15,9 16,2 16,5 16,8 17,1

68,1

2014 2015 2016 2017

Boi Porco Frango Cordeiro

2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

68,2 68,8 69,8 71,1 72,0 72,9 73,9 74,7 75,4

112,0

13.133

9.206

3.480 3.675 3.823 3.980 4.049 4.140 4.227 4.358 4.478 4.600 4.700

9.695 9.840 9.69010.237

10.521 10.566 10.796 11.185 11.199 11.355

13.730 14.010 14.626 14.918 15.541 15.838 16.465 16.763 17.390 17.689

Bovinos

Bovinos

Suínos

Suínos

Aves

Aves

2025

2025

2024

2024

2023

2023

2022

2022

2021

2021

2020

2020

2019

2019

2018

2018

2017

2017

2016

2016

2015

4.095

2.099

515 538 561 584 607 630 652 675 698 721 744

2.164 2.239 2.318 2.398 2.479 2.560 2.640 2.721 2.802 2.883

4.258 4.396 4.582 4.734 4.929 5.0875.284 5.443 5.642 5.802

2015

24 25

Fonte: FAO | Elaboração: AgroGP

Fonte: Mapa | Elaboração: AgroG

Fonte: Mapa | Elaboração: AgroG

Page 14: relatórIO expedIçãO avIcultura 2015 · A Expedição Avicultura chegou à terceira edição ampliando o enfoque das discussões e, consequentemente, o roteiro. Pela primeira vez,
Page 15: relatórIO expedIçãO avIcultura 2015 · A Expedição Avicultura chegou à terceira edição ampliando o enfoque das discussões e, consequentemente, o roteiro. Pela primeira vez,

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