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SETOR SEGURADOR APRESENTA RECUPERAÇÃO, MESMO DIANTE DE ATIVIDADE ECONOMICA FRACA SEGUROS RESISTEM À ESTAGNAÇÃO As vendas do mercado segurador apre- sentaram sinais claros de recuperação no segundo trimestre, depois de o setor ter iniciado o ano em desacele- ração. Entre abril e junho, a atividade de seguros registrou um faturamento (prêmios diretos) de R$ 43,339 bilhões, o que representou um salto de 24,4% em comparação com o verificado nos três primeiros meses do ano, de acordo com a Susep. Mesmo descontando-se os dados relativos ao desempenho do VGBL no segundo trimestre, que exibiu uma expansão de faturamento de 61%, o que se tem é um crescimento de 4% ante o primeiro trimestre do ano. Os números da indústria seguradora soam ainda mais positivos se for leva- do em conta que o cenário macroeco- nômico foi marcado, justamente no se- gundo trimestre, por discussões sobre se o país já não estaria vivenciando um quadro de recessão técnica. A queda na confiança dos empresários atingiu, no período, os piores níveis. E as de- missões de trabalhadores começaram a surgir no noticiário. Mesmo os mais oti- mistas entre os economistas acreditam, diante desse quadro, que o crescimen- to do PIB em 2014 não deverá ultrapas- sar a marca de 1%. Um dos mais tradicionais produtos da indústria seguradora, o seguro de vida individual também apresentou sinais de recuperação, neste período. Dados do Portal Tudo Sobre Seguros, da Funenseg, compilados a partir de números da Susep, revelam que no período entre janeiro e maio, este produto teve desempenho superior ao do setor: registrou um crescimento de 6% no período. “Teremos em 2014, quando compara- do com 2013, um crescimento menor. Até porque sofremos a influência de fatores alheios ao segmento de segu- ros: a economia não vai bem; a renda não está aumentando, como espera- do; e a Copa do Mundo certamente prejudicou”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Mon- geral Aegon, Nilton Molina. Apesar da queda, o crescimento das vendas nesse segmento deverá ser muito superior à expansão do PIB. Transcorrido o primeiro semestre de 2014, a indústria do seguro também vi - venciou os efeitos da perda de ritmo da economia brasileira. Os resultados do setor têm sido afetados por fatores que tem contribuído para um quadro de es- tagnação econômica, como a redução da renda do trabalhador. O segmento, contudo, tem exibido grande resiliên- cia. Enquanto as análises mais otimis- tas preveem um crescimento de cerca de 1% para o PIB, as expectativas de expansão do faturamento do setor se situam em patamares de dois dígitos. Prova da maturidade da nossa indústria. Os corretores de seguros conseguiram, em 07 de agosto, uma vitória muito im- portante: a sanção da presidente Dilma Rousseff que permitiu a adesão da cate- goria ao Simples Nacional. Com a inicia- tiva, os corretores passaram a ter acesso a um sistema tributário mais simplifica- do e que determina as taxas de acordo com o faturamento da empresa, trazen- do mais eficiência à cadeia do seguro. Uma vez conquistada a tão espera- da inclusão da categoria no Super Sim- ples, o próximo passo dos corretores de seguros para se beneficiarem do novo sistema tributário será realizar a sua opção. No período entre o primeiro dia útil de novembro e o penúltimo dia útil de dezembro de 2014, os correto- res poderão agendar a entrada no novo EDITORIAL SUPER SIMPLES: UMA CONQUISTA PARA A CATEGORIA MERCADO ANO 8 | NÚMERO 51 | JUN/JUL/AGO 2014 SINDICATO DAS SEGURADORAS, PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO sistema tributário no site da Receita Federal. O agendamento permitirá que a tributação pelo Supersimples já passe a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2015, de acordo com informações do Sebrae fornecidas pelo Sincor-SP. A opção pelo Super Simples impli- cará redução da burocracia: os impos- tos federais, estaduais e municipais são pagos em um único boleto. “É um impos- to de 6%, que inclui o imposto de renda de pessoa jurídica, a Contribuição Social, o Cofins, o PIS, a Contribuição Previden- ciária Patronal e o ISS. São vários tribu- tos em apenas uma taxa”, explica o pre- sidente do Sindicato dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros do Pa- raná (Sincor-PR), José Antônio de Castro. NOTÍCIAS SINDSEGSP 1

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Page 1: aNo 8 | NÚMERO 51 | JUN/JUL/aGo 2014 SINDICato DaS ......da Funenseg, compilados a partir de números da Susep, revelam que no período entre janeiro e maio, este ... Prova da maturidade

SetoR SeGURAdoR APReSentA ReCUPeRAçÃo, MESMO DIANTE DE ATIVIDADE ECONOMICA FRACA

SEgUROS RESISTEMà EStaGNação

As vendas do mercado segurador apre-sentaram sinais claros de recuperação no segundo trimestre, depois de o setor ter iniciado o ano em desacele-ração. Entre abril e junho, a atividade de seguros registrou um faturamento (prêmios diretos) de R$ 43,339 bilhões, o que representou um salto de 24,4% em comparação com o verificado nos três primeiros meses do ano, de acordo com a Susep. Mesmo descontando-se os dados relativos ao desempenho do VGBL no segundo trimestre, que exibiu uma expansão de faturamento de 61%, o que se tem é um crescimento de 4% ante o primeiro trimestre do ano. Os números da indústria seguradora soam ainda mais positivos se for leva-do em conta que o cenário macroeco-nômico foi marcado, justamente no se-gundo trimestre, por discussões sobre se o país já não estaria vivenciando um

quadro de recessão técnica. A queda na confiança dos empresários atingiu, no período, os piores níveis. E as de-missões de trabalhadores começaram a surgir no noticiário. Mesmo os mais oti-mistas entre os economistas acreditam, diante desse quadro, que o crescimen-to do PIB em 2014 não deverá ultrapas-sar a marca de 1%.Um dos mais tradicionais produtos da indústria seguradora, o seguro de vida individual também apresentou sinais de recuperação, neste período. Dados do Portal Tudo Sobre Seguros, da Funenseg, compilados a partir de números da Susep, revelam que no período entre janeiro e maio, este produto teve desempenho superior ao do setor: registrou um crescimento de 6% no período.“Teremos em 2014, quando compara-do com 2013, um crescimento menor. Até porque sofremos a influência de fatores alheios ao segmento de segu-ros: a economia não vai bem; a renda não está aumentando, como espera-do; e a Copa do Mundo certamente prejudicou”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Mon-geral Aegon, Nilton Molina. Apesar da queda, o crescimento das vendas nesse segmento deverá ser muito superior à expansão do PIB.

Transcorrido o primeiro semestre de 2014, a indústria do seguro também vi-venciou os efeitos da perda de ritmo da economia brasileira. Os resultados do setor têm sido afetados por fatores que tem contribuído para um quadro de es-tagnação econômica, como a redução da renda do trabalhador. O segmento, contudo, tem exibido grande resiliên-cia. Enquanto as análises mais otimis-tas preveem um crescimento de cerca de 1% para o PIB, as expectativas de expansão do faturamento do setor se situam em patamares de dois dígitos. Prova da maturidade da nossa indústria.

Os corretores de seguros conseguiram, em 07 de agosto, uma vitória muito im-portante: a sanção da presidente Dilma Rousseff que permitiu a adesão da cate-goria ao Simples Nacional. Com a inicia-tiva, os corretores passaram a ter acesso a um sistema tributário mais simplifica-do e que determina as taxas de acordo com o faturamento da empresa, trazen-do mais eficiência à cadeia do seguro.

Uma vez conquistada a tão espera-da inclusão da categoria no Super Sim-ples, o próximo passo dos corretores de seguros para se beneficiarem do novo sistema tributário será realizar a sua opção. No período entre o primeiro dia útil de novembro e o penúltimo dia útil de dezembro de 2014, os correto-res poderão agendar a entrada no novo

EditORiAL

SUpER SiMpLES: UMA COnQUiStA pARA A CAtEGORiA

MERCAdO

aNo 8 | N Ú M E R O 5 1 | JUN/JUL/aGo 2014

SINDICato DaS SEGURaDoRaS, PREVIDÊNCIa E CaPItaLIZação Do EStaDo DE São PaULo

sistema tributário no site da Receita Federal. O agendamento permitirá que a tributação pelo Supersimples já passe a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2015, de acordo com informações do Sebrae fornecidas pelo Sincor-SP.

A opção pelo Super Simples impli-cará redução da burocracia: os impos-tos federais, estaduais e municipais são

pagos em um único boleto. “É um impos-to de 6%, que inclui o imposto de renda de pessoa jurídica, a Contribuição Social, o Cofins, o PIS, a Contribuição Previden-ciária Patronal e o ISS. São vários tribu-tos em apenas uma taxa”, explica o pre-sidente do Sindicato dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros do Pa-raná (Sincor-PR), José Antônio de Castro.

NOTÍCIAS SINDSEGSP 1

Page 2: aNo 8 | NÚMERO 51 | JUN/JUL/aGo 2014 SINDICato DaS ......da Funenseg, compilados a partir de números da Susep, revelam que no período entre janeiro e maio, este ... Prova da maturidade

NOTÍCIAS SINDSEGSP2

niLton MoLinAPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA MONGERAL AEGON

EntREViStA

Com a experiência de mais de 50 anos no mercado segurador, Nilton Molina, presi-dente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon e diretor da CNSeg, trata, na entrevista abaixo, de questões pontuais e estruturais que permeiam o mercado de seguros de vida no Brasil. Ao traçar um re-trato do momento, Molina acredita que o mercado de seguros de vida deverá con-tinuar crescendo em 2014, mas exibindo desaceleração, o que deve ser atribuído à conjuntura econômica desfavorável, marca-da, entre outros fatores, por uma redução da renda do brasileiro. Ao focar em ques-tões estruturais, ele afirma que é preciso investir na formação dos vendedores e criar a figura do “agente de seguros”. Defende, também, que o próprio mercado estabe-leça regras para expurgar produtos legais, mas não éticos. Veja a íntegra da entrevista:

Notícias SindsegSP - A Fenaprevi registrou crescimento significativo das vendas de seguros de vida, em 2013. A indústria de seguros conseguirá obter, neste ano, de-sempenho semelhante?Nilton Molina – Vamos considerar somen-te os seguros de vida de risco, excluindo VGBL e PGBL. No caso do VGBL e do PGBL, houve um impacto negativo imenso, no ano passado e até o início desse ano, por conta de crise, de modificações nas re-gras de VGBL e das normas relativas às apli-cações de recursos. Tudo isso influenciou estes dois produtos. Acho que temos de olhar para o seguro de vida. Não obstante tenha crescido, realmente, sempre na base de dois dígitos, teremos em 2014, quando comparado com 2013, um crescimento menor. Até porque sofremos a influência de diversos fatores em 2014: a economia não vai bem; a renda não está aumentando como esperado; e a Copa do Mundo certa-mente prejudicou. NS - Levantamento realizado pela Swiss Re

indica que 44% da população não contrata seguros porque teme o custo da apólice. Por que existe essa percepção? O seguro de vida é um produto “caro”?Nilton Molina – Não creio que exista uma prevenção ou preconceito. Comprar o seguro de vida significa abrir mão do consumo de curto prazo em favor de um negócio de longuíssimo prazo e que não é para você. Se você tem uma reserva de poupança no final do mês, o que fazer com esta sobra? O que proporciona prazer e sa-tisfação é consumir. O seguro de vida não proporciona este sentimento. Além disso, ninguém pretende morrer. Então, se exis-te alguma adversidade é esta. E isso não permeia só o raciocínio do brasileiro e sim de qualquer cidadão no mundo inteiro. No caso do brasileiro, existem outras conside-rações que afetam esta percepção, como: baixa escolaridade, distribuição de renda, poucas campanhas de educação financei-ra. Um seguro de vida não é comprado, é vendido. Isso difere o produto do seguro saúde e do seguro de automóvel, que são necessidades sentidas pelo consumidor. Em relação ao seguro de vida, há uma re-pulsa, pois trata da morte e ninguém sente essa necessidade.NS - Considerando que o seguro de vida é vendido, e não comprado, existem for-mas de ampliar a venda desse produto? Há empresas oferecendo, juntamente com o seguro de vida, outros produtos. É esse o caminho?Nilton Molina – Acho que oferecer outros produtos agregados é apenas um item de marketing. Não vai alterar o processo. O segredo é ter vendedores capacitados. O brasileiro compra pouco seguro de vida? Sim e não. Se formos fazer uma pesquisa, perguntando às pessoas se elas têm este seguro, vamos nos surpreender. Um per-centual alto dirá que sim. Porém, com co-bertura insignificante. Um seguro de vida,

para garantir que uma família se estabilize com a morte de quem provê o dinheiro, tem de ser algo como 5 a 7 anos de renda. Se um cidadão ganha R$ 5 mil, têm de fazer um se-guro de vida de pelo menos R$ 300 mil. Com esse dinheiro, a família conseguirá se reorga-nizar. Mas só que para vender esse seguro tem de ter um bom vendedor.NS - Qual é o caminho? Investir na forma-ção do vendedor? Nilton Molina – Sim, investir na formação e criar a figura do agente. O Brasil só tem cor-retor. Os Estados Unidos, por exemplo, têm mais de 3 milhões de agentes que vendem seguro de vida. Outro exemplo é a China. Visitei uma companhia chinesa que tinha 1,2 milhão de agentes. O brasileiro é previdente. Mas é mais fácil comprar seguros sem maior significado econômico. Para fazer uma venda consultiva, entender a realidade do cliente e, ainda, qual a poupança necessária se ele mor-resse prematuramente, é fundamental ter um profissional qualificado. O Brasil possui entre 40 mil e 60 mil corretores que, hoje, vendem seguros: automóveis, saúde etc. No Brasil, falta capacitação, novos produtos e, principal-mente, quem venda.NS - O senhor observou, em um evento re-cente, que o mercado segurador está cheio de produtos que, na prática, não oferecem co-bertura nenhuma para o consumidor. O que é preciso fazer para resolver esse problema?Nilton Molina – O que separa um proce-dimento ético de um legal é uma linha mui-to tênue. Às vezes se têm um produto legal, mas não ético. Como o produto que citei na resposta anterior, em que o indivíduo compra achando que está coberto e sua família prote-gida, e na verdade não está. Não foi explica-do ao consumidor em detalhes, fazendo com que o cliente criasse uma imagem equivoca-da de proteção. Em minha opinião, o merca-do deveria fazer uma revisão deste processo ético e eliminar as más práticas, oferecendo apenas produtos legais, técnicos e éticos.

SEgURO DE VIDA: ExpANSÃO EM2014, MAS eM deSACeLeRAçÃoNilton Molina

Investir na formação das pessoas e criar a figura do agente

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NOTÍCIAS SINDSEGSP 3

ALeXAndRe CAMiLLoPRESIDENTE DO SINDICATO DOS CORRETORES DE SEGUROS, DE EMPRESAS CORRETORAS DE SEGUROS, DE RESSEGUROS, DE SAÚDE, DE VIDA, DE CAPITALIZAÇÃO, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA NO ESTADO DE SÃO PAULO (SINCOR-SP)

EntREViStA

CAMILLO COMEMORA INCLUSÃO DO SUpERSIMpLES E FOCA NO eMPReendedoRiSMo

P residente do Sincor-SP desde 30 de abril último, Alexandre Camillo inicia a sua gestão comemoran-

do uma vitória histórica da categoria: a sanção presidencial à inclusão da cate-goria do corretor de seguros no regime tributário diferenciado do Super Simples Nacional. Uma conquista que combina com o programa de gestão que o levou à vitória nas eleições do sindicato, que tem como um de seus pilares o estímu-lo ao empreendedorismo. Na entrevista publicada abaixo, Camillo trata, além da conquista histórica, dos planos para sua gestão e suas expectativas para 2014:

Notícias SindsegSP - O senhor assumiu a presidência do Sincor-SP em março para quatro anos de gestão. Quais são os planos para a sua gestão?alexandre Camillo – Temos de ser fi-éis ao nosso programa de gestão, que é composto por quatro pilares. O primei-ro pilar são os negócios do corretor de seguros, ou seja, tudo aquilo que afeta a atividade, o empreendedorismo, o re-lacionamento com a cadeia do segmen-to, com a Susep, entre outros pontos. O segundo é a disseminação do papel da indústria, que envolve a divulgação in-terna e depois um trabalho para a comu-nidade. A ação vai ser voltada para atrair e proporcionar benefícios que atendam o corretor. No nosso segmento, 85% das empresas são familiares. Queremos que os corretores enxerguem o sindi-cato como um investimento. A ideia

é atraí-los pela eficiência dos serviços oferecidos por esta entidade. Nossa vi-são também é a de termos um sindicato patronal focado no empreendedorismo, formado por empreendedores. Quere-mos que os corretores se vejam como empreendedores na área de corretagem. Minha missão é criar um cenário em que os corretores se sintam seguros para se desenvolverem, realizar seus negócios. Com isso, toda a cadeia do seguro se beneficiará.NS - A presidente Dilma Rousseff san-cionou lei que enquadra a categoria do corretor de seguros no Super Simples, um regime tributário diferenciado.

O que representa essa conquista?alexandre Camillo – A aprovação do Super Simples Nacional beneficiou 145 ca-tegorias, em especial os corretores de segu-ros, que passaram a ter um enquadramento tributário justo. Trata-se de uma vitória in-comensurável, uma vez que essa era uma luta que vinha de décadas e que havia sido frustrada em três tentativas anteriores, uma no governo Fernando Henrique Cardoso e duas no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Com essa conquista histórica, o corretor de seguros deixa de ser tributado como agen-te financeiro, com taxas elevadas de Cofins. Com isso, a categoria tem a possibilidade de investir em seu negócio como nunca ocorreu anteriormente. Outro benefício é a desburo-cratização. É preciso destacar nesse processo todo a ação do ministro Afif Domingos (da Secretaria da Micro e Pequena Empresa). Foi fundamental a atuação do deputado federal Armando Vergílio (SD-GO), que lutou muito para incluir o despacho para enquadramen-to. Nós aqui do Sincor-SP também tivemos uma forte atuação junto ao Executivo, tra-balhando nos bastidores. Estivemos reu-nidos com o ex-prefeito de São Paulo Gil-berto Kassab. Tivemos também o prazer de estar com o vice-presidente Michel Temer, levando a ele os nossos anseios. Vale lem-brar que São Paulo representa 50% da força do mercado de seguros.NS - O segmento de seguros tem crescido, nos últimos anos, sempre a taxas de dois dí-gitos. Qual é a sua expectativa para o desem-penho dos negócios do setor em 2014?alexandre Camillo – Lamentavelmente a economia caminha para a estagnação. Mes-mo considerando que esse é um ano de elei-ções e de Copa do Mundo, o que se avista não é um cenário dos melhores, se não forem adotadas medidas econômicas para evita-lo. O modelo de desenvolvimento econômico

puxado pelo consumo das classes D e E está enfraquecido. As famílias estão com um com-prometimento grande de sua renda. Não vejo para 2014 uma situação favorável em relação à indústria do seguro. Não deveremos repetir o índice de crescimento de 16%, 17%, mas deveremos ainda registrar um crescimento de dois dígitos. Considerando-se as previsões de que a economia brasileira deverá crescer cerca de 1%, ainda deveremos registrar um desempenho bastante favorável.

Queremos que os corretores se vejam como empreendedores na área de corretagem

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ExpEdiEntE

NOTÍCIAS SINDSEGSP4

Antonio PenteAdo MendonçA

ARtiGO

E ste ano o setor de seguros deve crescer menos do que em 2013. A principal razão está no desaque-

cimento da economia brasileira, com a queda da venda de veículos novos e o desempenho abaixo do esperado do comércio varejista impactando a venda de dois importantes produtos.Isso não significa que o cenário vai ficar “preto” e que algumas segura-doras terão dificuldades sérias para passar o mau momento. Ao contrá-rio, ainda que crescendo menos, o setor deve apresentar índices positi-vos e acima da atividade econômica nacional. Afinal, apenas uma parte da sociedade conhece seguros e uma parte menor ainda contrata apólices, desde as mais simples, começando pelos seguros residenciais, até sofis-ticados seguros empresariais.A verdade é que o setor de seguros, apesar de todo o crescimento das úl-timas duas décadas, ainda tem mui-to, mas muito chão para crescer. Isso quer dizer que ainda há espaço para ele dobrar de tamanho. E a tarefa não é tão complicada assim, uma vez que a sociedade necessita dos produtos para poder ter um grau de proteção da mesma ordem que o encontrado nos países mais desenvolvidos.

Notícias Sindsegsp é uma publicação do Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização do Estado de São Paulo.Presidente: Mauro Batista Secretário-executivo: Fernando Simões Produção: Néctar Comunicação Corporativa Jornalista responsável: Eugênio Melloni (MTb 19.590) Redação e edição: Eugênio Melloni Fotos: Divulgação

Começando pela carteira de veícu-los, uma das mais importantes para grande parte das seguradoras, atu-almente perto de 20% da frota de automóveis brasileira tem algum tipo de seguro e a conta sobe para 28% quando consideramos o DPVAT, que é um seguro obrigatório, mas não é um seguro de veículo.Ou seja, há espaço para a criação de produtos capazes de atender pelo menos o dobro dos veículos hoje se-gurados. Para não falar no enorme potencial dos seguros de responsabi-lidade civil para veículos e acidentes pessoais de passageiros, que podem ser contratados sem a necessidade da venda do seguro do casco.Mas o negócio fica melhor ainda quando lembramos que um enorme número de imóveis não tem prote-ção de qualquer natureza. Há alguns anos se falava em 17 milhões de resi-dências sem seguro. Não sei se este número continua bom, mas, ainda que o segmento tenha crescido, com certeza mais de 10 milhões de imóveis continuam sem seguro. Se o número de contratações de seguros subiu, o número de novos imóveis subiu também, e isso permite man-ter como boa a afirmação acima.

Olhando o que acontece no agrone-gócio brasileiro, se de um lado somos altamente competentes para produzir, de outro, o agricultor tem muito pou-co seguro para minimizar os riscos de sua atividade. Isso deve mudar e não é demais pensar na introdução de pro-dutos modernos, que garantam a ren-da do produtor rural, em espaço de tempo relativamente curto.Neste número do jornal temos a en-trevista de Milton Molina, mostrando o imenso potencial de crescimento dos seguros de pessoas, especial-mente pela introdução de produtos novos, capazes de atender as deman-das de uma sociedade moderna, com anseios e necessidades que não estão mais contemplados nos seguros ofe-recidos ao mercado. Com estas quatro áreas sendo trabalha-das, não há como, em poucos anos, o setor não se colocar nos mesmos pa-tamares encontrados nos países ricos. Diante disso, um crescimento menor ao longo de 2014 e, eventualmente, em 2015, não chega a ser sequer um trope-ço. Com paciência e profissionalismo o mercado tem tudo para chegar lá.

O QUE NÃO FALTA É oPoRtUnidAde

O governo de São Paulo já está fazendo valer a Lei 15.256, conhecida como Lei dos Des-montes, intensificando a fis-calização sobre a atividade de desmontes que atuam à mar-

gem da lei. Nas últimas semanas, várias ofensivas da fiscalização foram realizadas, o que resultou na interdição de vários estabe-lecimentos. O balanço das atividades de fiscalização respaldadas

na nova legislação foi feito pelo diretor de Veículos do Detran, Israel de Souza, durante seminário sobre salvados realizado no dia 26 de agosto pelo SindisegSP e pela Fenseg. Souza também fez um balanço relativo ao funcionamento da Portaria 1218, que trata de transferência de veículos de seguradoras e que trouxe, como benefícios, maior agilidade e segurança do processo. Rea-lizado no auditório do SindsegSP, o seminário ofereceu a funcio-nários das seguradoras informações sobre as melhores práticas relacionadas com operações envolvendo salvados.

LEi dOS dESMOntES JÁ SURtE EFEitO