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Ano 61 | Mai/Jun de 2011 | Nº 03

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Ano 61 | Mai/Jun de 2011 | Nº 03

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Nota da Redação | 3

SBA Nota da RedaçãoPor Airton Bagatini*

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A SBA é muito séria, mas tem bom humor

Para distração, teremos uma crônica bem-humorada do Dr. Leonel dos Santos Pereira sobre a acreditação hospitalar e suas interfaces com os pacientes e os profissionais da saúde, na seção Prata da Casa.

E, finalmente, temos a honra de informar que somos signatários da Convenção de Helsinque, fato ocorrido em junho, durante o Congresso Europeu de Anestesiologia, realizado em Amsterdã, Holanda. Esse documento foi elaborado pelo Conselho Europeu de Anestesiologia, em conjunto com a Sociedade Europeia de Anestesiologia, para melhorar a segurança do paciente cirúrgico.

Uma excelente leitura! ■

* Editor responsável por esta publicação

• Neste número da Anestesia em Revista teremos a oportunidade de conhecer o plano gestor para o ano de 2011 do Departamento de Defesa Profissional, no editorial do Dr. Fernando Carneiro, e, no corpo da revista, saberemos quais medidas visam proteger o homem, seus descendentes e o meio ambiente contra os efeitos causados pela radiação ionizante.

No artigo de Antônio Ferreira, “Entender Sempre”, verificaremos que o bom senso e a disciplina são gestores das relações humanas, mesmo antes de serem criados fenômenos como a web, a globalização e a digitalização.

O secretário-geral da SBA argumenta que estamos vivendo uma fase da anestesia brasileira em que teremos de rever certos conceitos que insistem em permanecer não só em nossa especialidade e nos faz pensar nos seguintes questionamentos: por que será que muitos anestesistas não são sócios da SBA? E onde é que erramos na influência que exercemos sobre nossos médicos em especialização?

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Os artigos publicados na Anestesia em revista são de inteira responsabilidade dos seus respectivos autores

Foto do Sumário: Bandeira da SBA - Bordada pela Sra. Brígida Reis, esposa do Dr. Almiro dos Reis Junior. Doada à SBA em 1971.Foto da capa: Campo Grande - MSConselho Editorial: Nádia Maria da Conceição Duarte, José Mariano Soares de Moraes, Ricardo Almeida de Azevedo, Sylvio Valença de Lemos Neto, Oscar César Pires, Antônio Fernando Carneiro e Airton BagatiniDiretor Responsável: Airton BagatiniProjeto Gráfico: ag.totemDiagramação: Ito, Wellington Equipe Editorial: José Bredariol Jr., Marcelo Marinho, Mercedes Azevedo e Rodrigo MatosJornalista Responsável: Iara CruzImpressão e Acabamento: Walprint Gráfica e Editora - Tiragem 9500 - Distribuição Gratuita

Importante: Cadastre seu e-mail na SBARua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJCEP 22251-080 | Tel.: (21) 3528-1050 / 2537-8100 - Fax: (21) 3528-1099

Expediente

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EditorialDefesa profissional da SBA – ontem, hoje e sempre

Artigos CientíficosSaúde ocupacional Princípios básicos de radioproteçãoTubo T de Montgomery e Pneumopatia grave. Desafios perioperatórios

ArtigosEntender sempre

Criamos nossos próprios monstros?

NotíciasTransferência do Instituto de Anestesia

Regional de São José do Rio Preto para João Pessoa

Brasileiros no ESA em Amsterdã

Datas associativas importantes não devem ser esquecidas

Data limite para Inscrições nas provas da SBA

Calendário Científico

Regionais e Cooperativas42ª Jornada do Brasil Central - Atualizações em Anestesia

Balanço geral da 45ª JASB

OpiniãoConsiderações sobre o relato de um sobrevivente

Cuidar do outro

Prata da CasaNão! Eu não acredito!

Responsabilidade SocialResponsabilidade social com foco no futuro

Sumário

06 | Anestesia em revista

Defesa profissional da SBA – ontem, hoje e sempre•A diretoria da defesa profissional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), assim que escolhida, iniciou seus trabalhos tendo como lema valorizar as relações de seus membros para, a partir da somatória da contribuição de cada um, obter um trabalho parceiro, no qual a voz de todos possa ser ouvida e as opiniões, respeitadas. Com esse comportamento, acreditamos na força da união em prol de escolhas mais acertadas para toda a classe médica e, em particular, para o maior ganho dos colegas anestesiologistas.

Passando das ideias às ações, elencamos aspectos considerados vulneráveis e merecedores de um olhar mais cuidadoso. Para alguns, observamos a necessidade de uma reestruturação, enquanto para outros, a urgência seria apresentar estratégias novas de esclarecimento e conduta que dariam um caminhar mais seguro ao anestesiologista em seu cotidiano profissional, tão delicado e excessivamente julgado na sociedade.

Construímos, então, um plano gestor para 2011 que contempla a inserção de atuações específicas e vistas como eminentemente necessárias. São ações simples, tidas como possíveis, e que trarão soluções a vários problemas já focalizados.

Citamos alguns pontos mais importantes desse plano para que todos possam tomar conhecimento deles e até mesmo oferecer sua participação efetiva.

• IncluiremtodasasjornadasoficiaisdaSBAtemassobre qualidade e segurança.

• Elaborarumprogramaerealizarsuacampanhadedivulgação perante as regionais, para que todos os eventos adversos sejam notificados.

• Criarprodutoseminstituiçõesprivadasparaosócio da SBA (consórcios, planos de saúde etc.).

• Incentivararealizaçãodepesquisasobreasaúdecomportamental do anestesiologista brasileiro.

• Realizarcampanhadevacinaçãocontrahepatite/HPVparatodososME.

• DesenvolverprojetodeRDCquecontempleuma estrutura mínima à prática do ato anestésico(compatívelcomaResoluçãodoCFM nº 1.802).

• Atuarpoliticamenteparaaaprovaçãodaemenda29.

• Buscarmelhoriasdaremuneraçãodosprocedimentosde baixa e média complexidades.

• Solicitaracodificaçãodetodososprocedimentos

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SBA EditorialPor Antônio Fernando Carneiro*

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“Vimos nitidamente a necessidade de esclarecer à população a realidade do que acontece na relação entre os médicos da saúde suplementar e os planos de saúde”

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cirúrgicos e diagnósticos com porte anestésico.

• SubstituirasediçõesdaCBHPMporumaversão única, editada anualmente.

Esseéoconjuntodeideias e sugestões. Que seja possível que os distintos colegas tomem conhecimento de alguns objetivos que pretendemos alcançar, mostrando o rumo para onde levarão nossos passos futuros.

É importante lembrar: somos, neste ano, apenas os representantes de nossa classe. Todas as sugestões e ideias serão bem-vindas.

É oportuno lembrar nossa atuação na paralisação realizada pela classe médica, em 7 de abril passado, quando apoiamos e estimulamos a participação de todos, numa atitude de protesto contra o desrespeito com que são tratados os médicos e os usuários dos planosdesaúde.Vimosnitidamenteanecessidadede

esclarecer à população a realidade do que acontece na relação entre os médicos da saúde suplementar

e os planos de saúde, conhecimento esse ao

qual os usuários não têm acesso. Acreditamos

que esse movimento, que foi visto em todo o país,

ganhou notoriedade por seu caráter pacífico,

revestido de justiça e seriedade.

Assim como estivemos presentes nesse evento, não

nos furtaremos a participar de toda ocasião em que pudermos vislumbrar a

luta justa, o trabalho correto, a iniciativa necessária à melhoria e ao crescimento qualitativo de nossa classe.

Contamos com todos. ■

*OautoréDiretordoDepartamentodeDefesaProfissional da SBA

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Saúde ocupacional Princípios básicos de radioproteção

1 - efeitos probabilísticos ou estocásticos: são aqueles que são mais prováveis quanto maior for a quantidade de radiação recebida. Ainda que não existam certezas absolutas, aceita-se que, por muito pequena que seja a quantidade de radiação recebida, poderá ocorrer algum tipo de efeito, o qual, uma vez que apareça, será sempre grave.

2 - efeitos determinísticos ou não estocásticos: são aqueles que só ocorrem quando a dose de radiação excede determinado valor ou limiar e cuja gravidade depende da dose e do tempo de exposição. Os órgãos e sistemas mais afetados são os olhos (cataratas), a pele (queimaduras), o couro cabeludo (alopecia) e os órgãos reprodutores (infertilidade).

ANESTESIA E RADIOPROTEÇÃO

SALAS DE ULTRASSONOGRAFIA E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Emtaissalas,nãosãonecessáriosmétodosdeproteçãoradiológica, haja vista que tais equipamentos não emitem radiação ionizante.

APARELHOS PORTÁTEIS DE RADIOLOGIA CONVENCIONAL (RAIOS X) EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)

SBA Artigos CientíficosPor Antônio Fernando Carneiro*

• Introdução

A radioproteção pode ser definida como um conjunto de medidas que visam proteger o homem, seus descendentes e o meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante.

A radiação constitui uma forma de energia que, de acordo com sua capacidade de interagir com a matéria, pode ser subdividida em:

A.RadiaçãoIonizante:possuienergiasuficienteparaionizar os átomos e as moléculas com as quais interage, sendo a mais conhecida os raios X.

B.RadiaçãoNãoIonizante:nãopossuienergiasuficientepara ionizar os átomos e as moléculas com as quais interage; como exemplo, o micro-ondas de aquecimento.

Dadaàimportânciadessetema,serãoabordadasapenasas radiações ionizantes que têm possíveis efeitos negativos para os profissionais da saúde.

Os efeitos da radiação ionizante podem se classificar em somáticos, se aparecerem no indivíduo exposto, e em hereditários. Os efeitos da radiação ionizante podem ainda se classificar de outra forma:

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São aparelhos de baixa miliamperagem e quilovoltagem utilizadosempacientesnoleito.Normalmente,possuemcontroleremotoadistância(fioelétricolongo,emtornode 2 metros). Se o profissional de saúde se posicionar a mais de 2 metros do equipamento, não é necessária a proteção radiológica.

SALAS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Tomógrafos computadorizados são, por natureza, grandes aparelhos de raios X e, portanto, emissores de radiação ionizante quando em funcionamento. Todo profissional de saúde que precisar ficar na sala (baritada) durante a realização do exame, deverá utilizar capote de chumbo e protetor de tireoide. Além de se posicionar o mais longe possível do aparelho.

Ex.:anestesiologistasqueestejamacompanhandopacientes entubados.

SALAS DE HEMODINÂMICA/RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA

São salas que funcionam como extensão do centro cirúrgico e necessitam de cuidado com relação a métodos de limpeza e desinfecção.

OsaparelhosderaiosXdahemodinâmicaemitemcontinuamente radiação ionizante durante a realização do exame.

Quando no interior da sala, o profissional de saúde deve

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s“Os efeitos negativos no organismo ocorrem, sobretudo, no globo ocular e na pele”‘

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sempre utilizar capote de chumbo e protetor de tireoide. Nocasodoscirculantesemédicosanestesistas,estesdevem se posicionar o mais longe possível do tubo de raios x.

Salas/LASER

LASERsignif icaLight Amplification by Stimulated Emission of Radiation e se caracteriza, principalmente, pelo direcionamento do feixe e pela elevada energia incidente por unidade de área. O anestesista é, com frequência, chamado para os procedimentos dermatológicos que precisamdesedaçãoe/ouanestesiageral.Os efeitos negativos no organismo ocorrem, sobretudo, no globo ocular e na pele. É imprescindível o uso do equipamento de proteção individual (óculos com proteção em todo o redor, vestuário e luvas adequados).

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE ESPECÍFICA

Raioslaser

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Substânciasradioativas

Radiaçõesnãoionizantes

CONTROLE DA RADIAÇÃO IONIZANTE

Como princípios gerais, todas as atividades que envolvam exposição à radiação ionizante necessitam:

- que seja evitada a exposição ou contaminação desnecessária de pessoas e do meio ambiente;

- que os níveis de exposição sejam sempre tão baixos quanto possível e inferiores aos valores-limite fixados por lei;

- que as condições de exposição (habituais ou acidentais) sejam avaliadas;

- de autorização prévia, licenciamento e parecer favorável para o uso de fontes radioativas;

- de determinação das doses-limite;

- de proteção coletiva e individual e de acompanhamento da dosimetria individual, que deverão ser da responsabilidade de técnicos especialistas na matéria, qualificados pelo Ministério da Saúde;

- daaplicaçãodalegislaçãovigente:Decreto-leinº348/89,de12/10,queestabelecenormasediretivasdeproteçãocontraasradiaçõesionizantes,eDecretoRegulamentarnº9/90,de19/4,alteradopeloDecretoRegulamentarnº3/92,queestabelecearegulamentação das normas e diretivas de proteção contra a radiação ionizante. ■

*OautoréDiretordoDepartamentodeDefesaProfissionalePresidentedoConselhodeDefesaProfissional/SBAeResponsávelpeloCETdoHosp.deClínicas da Universidade Federal de Goiás.

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Introdução

OtuboTdeMontgomeryfoiidealizadoem1964porWilliamW.Montgomery.1Essaórteseconsisteem um tubo de silicone que funciona como um stent traqueal e tubo de traqueostomia (Figura 1). A parte vertical do tubo T é intraluminal. A parte horizontal é extraluminal, projetando-se através de um orifício de traqueostomia.1 As extremidades proximais e distais intraluminais da órtese são cônicas e suaves para evitar a abrasão da mucosa traqueal e a formação de tecido de granulação. A porção extraluminal pode ser fechada com um plug, permitindo a passagem e a umidificação do ar através da nasofaringe. A porção proximal intraluminal é menor do que a porção distal, paraacomodaracurtadistânciaentreascordasvocaise o orifício da traqueostomia.

O tubo T pode ser utilizado em doenças benignas e malignas, com intenções paliativas ou curativas. Um exemplo é a estenose benigna da traqueia, em razão de complicações decorrentes de entubação prolongada.1 O tubo T de Montgomery é declaradamente eficaz na maioria dos pacientes com estenose traqueal porque apresenta baixa incidência de complicações.2 O paciente usuário da órtese de Montgomery e candidato à anestesia geral apresenta desafios para o anestesiologista, sendo necessária uma avaliação pré-operatória criteriosa, com planejamento dos cuidados a serem adotados no

Tubo T de Montgomery e Pneumopatia grave. Desafios perioperatórios

período perioperatório, com especial ênfase na ventilação mecânicacontrolada.3

O objetivo deste relato é apresentar o caso de uma paciente usuária de tubo T de Montgomery. Pneumopata grave, portadora de via aérea difícil e síndrome de Cushing por adenoma adrenal, foi submetida à adrenalectomia sob anestesia geral balanceada.

Relato do caso

Pacientedosexofeminino,branca,38anos,IMC34,8kg/m²,comdiagnósticodesíndromedeCushingporadenoma suprarrenal esquerdo. Apresenta, ainda, pneumopatia grave, manifestada por fibrose difusa do pulmão direito (Figura 2), consequência de tuberculose prévia, e uso de órtese de Montgomery em razão de estenose traqueal importante, sequela de período prolongado de entubação traqueal e ventilaçãomecânicaadvindasdecomplicaçõessecundárias à doença hipertensiva específica da gestação no passado.

Duranteaavaliaçãopré-operatória,apacienteapresentava-se com níveis pressóricos e glicêmicos controlados. A ausculta pulmonar esquerda (pulmão sem fibrose) evidenciava sibilos e roncos difusos, refratários à nebulização com agente beta-2 agonista realizada a uma semana da cirurgia. Ao exame da via aérea foi observado

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um tubo T de Montgomery com estreito orifício que se exteriorizava através da traqueostomia, Mallampati 4, aberturadaboca<3cm,distânciaexternomento<12cme circunferência cervical avantajada (Figura 3).

EmumaavaliaçãointerdisciplinarpeloServiçodePneumologia, foi relatado que a paciente encontrava-se nas melhores condições respiratórias possíveis para a realização do procedimento.

Foi agendada uma adrenalectomia mediante incisão cirúrgica subcostal esquerda sob anestesia geral, com entubação traqueal, combinada com anestesia peridural contínua.

Planejamento do manejo da via aérea: foi solicitada uma avaliação do serviço de cirurgia torácica, que contraindicou a retirada do tubo T em razão da dificuldade de reintrodução, o que limitou o uso da ostomia traqueal para a inserção de um traqueóstomo com cuff. A ventilação através da via extratraqueal

também não seria possível pela ausência de cuff no tubo T, o que incorreria em vazamentos peritubo.

Figura1–TuboTdeMontgomery(adaptadodeNiCA,O’ConnorT,O’HaganC.AnovelapproachtoinsertionoftheMontgomeryT-tube.Anaesthesia1994;49:605-7).

Figura2–Radiografiadetóraxnopré-operatório.

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s“O tubo T de Montgomery foi idealizado em 1964 por William W. Montgomery”‘

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Optou-se, então, por realizar uma entubação orotraqueal com a passagem de um tubo aramado de fino calibre pordentrodostent.Realizou-seomanuseiodaviaaéreacom a paciente acordada, tendo em vista a conjunção de fatores preditores de entubação difícil. Por causa do estreitocalibredostenttraqueal,somentetubosde5,0e5,5seriamcompatíveis.

Nãohavianainstituiçãoumfibroscópiocompatívelcom o calibre dos respectivos tubos. Administrou-se leve sedação intravenosa (midazolan 2 mg e fentanil 50mcg),mantendo-seapacientecontinuamentesobusodeoxigêniosuplementar.Realizou-seobloqueiode via aérea superior (bloqueio de nervo laríngeo superior) com lidocaína (2%), associada à anestesia tópica em cavidade oral e orofaringe com lidocaína

spray (10%).4 Procedeu-se à laringoscopia e, com o auxíliodeumdefio-guiadotipobougie,5aviaaéreafoi cateterizada, inserindo-se o guia no interior do stent, seguida da introdução de um tubo aramado número5,5lubrificadocomlidocaínagel.Fixou-seavia extraluminal da órtese no momento da introdução do tubo traqueal, assegurando a não mobilização do dispositivo. A entubação foi bem-sucedida, confirmada pela capnografia.

Planejamento da técnica anestésica: antes da manipulação da via aérea, foi realizada a analgesia peridural com punção em L1-L2, seguida da administraçãoderopivacaína(0,5%,10ml),associada à morfina (3 mg), e introduzido o cateter peridural.

Figura 3 – Avaliação da via aérea.

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Após a via aérea garantida, a anestesia foi induzida suavemente com propofol, remifentanil e cisatracúrio e a manutenção foi realizada com remifentanil em infusão contínua(0,1-0,2mcg/kg/min)associadoasevoflurano(concentraçãoexpirada1,6%-1,8%).Administrou-sehidrocortisona (100 mg) no início da indução anestésica com o objetivo de evitar insuficiência adrenal pós-operatória. A paciente foi monitorizada com cardioscópio, oxímetro,pressãoarterialnãoinvasiva,BIS®,bloqueioneuromuscular (TOF), temperatura e níveis glicêmicos intraoperatórios.Realizou-seoprocedimentocirúrgicopropostosemintercorrências.Nofimdacirurgia,foifeitauma radiografia de tórax, que não mostrou alterações em relação à anterior. Aguardou-se o despertar suave da paciente, que foi extubada depois de estar bem acordada, com força muscular preservada e padrão respiratório basal. A paciente não referia dor, tendo sido encaminhada à sala de recuperação pós-anestésica com infusão contínuaderopivacaína(0,1%,10ml/h)viacateterperidural. Apresentou ótima recuperação pós-operatória, com alta hospitalar em 48 horas.

Discussão

O caso descrito se mostrou desafiador para a equipe de anestesia por se tratar de uma paciente pneumopata grave, com via aérea difícil, portadora de órtese de Montgomery, que necessitava de anestesia geral para a realização de um procedimento cirúrgico.

O tubo T de Montgomery foi idealizado para pacientes com estenose traqueal por diversas causas e, apesar de ser considerado uma opção de tratamento para estenose traquealempacientesdependentesdoventilador,6nãooferece condições ideais para promover anestesia geral e

ventilação com pressão positiva.7 Muitas vezes, pode ser necessário recorrer a formas engenhosas e ideias criativas paralidarcomaventilaçãomecânicaduranteaanestesiageral nessa população.7,8

A literatura é escassa em relação ao manejo anestésico ou da via aérea em portador de tubo T. A maioria dos relatos refere-se ao manejo quando há inserção ou troca do tubo T.8,9,10

EmpacientesquenecessitamdeanestesiageralcomtuboTin situ, a substituição do dispositivo por um traqueóstomo com cuff, antes da indução, parece ser a opção mais cogitada, embora o risco de complicações decorrentes da manipulação torne essa conduta discutível.

A literatura traz algumas descrições. O próprio Montgomery, criador da órtese, sugeriu passar um cateter de Fogarty pelo lúmen do traqueóstomo, em direção superior ao tubo T, para promover a oclusão daextremidadesuperioraoinflarobalãodocateter,seguindo-se de conexão do traqueóstomo ao aparelho deventilaçãomecânica.11Al-Kaisyetal¹²citamque usar um cateter Fogarty e obstruir o membro intraluminal superior do tubo T, como orienta o próprio Montgomery, não é adequado para a ventilação de longaduração.Essesautoresdescrevemmétodosdeventilação através do tubo T que utilizam um tubo aramado personalizado que permite o uso tanto para anestesia quanto para assistência ventilatória em UnidadedeTerapiaIntensiva.13Kailashetal,apesarde descreverem um método semelhante, utilizando a via de traqueostomia, alertam quanto ao risco de

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s“O tubo T de Montgomery foi idealizado para pacientes com estenose traqueal por diversas causas”‘

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acotovelamento do tubo endobrônquico ou do próprio tubo T, podendo incorrer na perda aguda da via aérea.13

OHebelertuboT(BostonMedicalProducts,Westborough, MA) (Figura 4) é uma modificação do tubo T de Montgomery que contém um balão localizado na parte proximal do membro intraluminal, o que permiteadequadaventilaçãomecânicacompressãopositiva através do ramo da órtese que emerge da traqueostomia.1,7

Foi relatado o caso de um paciente portador de tubo T com quadro de obstrução intestinal aguda no qual se optou pelo uso do fibroscópio com passagem do tubo traqueal pela órtese de Montgomery com o paciente acordado.³

Nocasorelatado,foirealizadaainserçãodotubotraquealaramado de estreito calibre pelo lúmen da órtese, tendo sido esta a opção mais viável, tendo em vista a provável dificuldade de reinserção da órtese em caso de substituição por traqueóstomo com cuff. A paciente apresentava, como fator complicador de hipoxemia, função pulmonar unilateral, associada a grau moderado de hiperreatividade brônquica no pulmão funcionante. Por esse motivo, havia constante preocupação com uma viaaéreaefetivaparaoestabelecimentodeparâmetrosventilatórios adequados para a condição pulmonar.

O objetivo do planejamento da analgesia pós-operatória também levou em consideração a prevenção de complicações pulmonares e a fisioterapia. A realização da entubação acordada com bloqueio de via aérea superior contou com a colaboração da paciente, que foi advertida previamente na avaliação pré-anestésica.

Outros métodos, como fibroscopia e entubação retrógrada, foram cogitados durante a discussão prévia do caso, mas logo descartados. O fibroscópio disponível na instituição era incompatível com os tubos de estreito calibre. A entubação retrógrada com passagem de fio-guia através do orifício do tubo T adaptado na traqueostomia foi cogitada, porém, havia o risco de deslocamento da órtese com a inserção do tubo traqueal. Optou-se, então, pela entubação acordada com inserção do guia bougie em razão da existência de fatores preditivos de via aérea difícil.

Osbonsresultadosalcançadosforamreflexodeumaavaliação pré-operatória ampla e interdisciplinar, compatível com a complexidade do caso, e da busca pela segurançaequalidadenointraenopós-operatório.EsseFigura 4 - Tubo T com balão.

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casoreforçaaimportânciadaboapráticaemmedicinaperioperatória, tendo como alvo a busca de resultados positivos, com retorno precoce do paciente ao domicílio e às atividades laborais.

A abordagem e a interlocução interdisciplinar, respeitando e levando em consideração as opiniões das especialidades envolvidas – anestesiologia, endocrinologia, pneumologia e cirurgias torácica e geral –, possibilitaram melhor tomada de decisão e, consequentemente, desfecho positivo.

O paciente portador de tubo T de Montgomery in situ ou de outros stents traqueais ainda é um desafio para o manejo anestésico. A existência de protocolos é bastante útil.Noentanto,oplanejamentoindividualizadodecadapaciente e o comprometimento dos membros da equipe envolvida tornam as responsabilidades divididas e as condutas mais seguras.

RogerBenevidesMontenegro,1CláudiaReginaFernandes,2 Lia Cavalcante Cezar,3 Josenília Maria Alves Gomes4

1AnestesiologistagraduadopeloCETMEC/SBA,HospitalUniversitárioWalterCantídio(UFC). 2ResponsávelpeloCETMEC/SBA,HospitalUniversitário Walter Cantídio (UFC). 3ME2doCETMEC/SBA,HospitalUniversitárioWalterCantídio (UFC). 4ProfessoraadjuntadoDepartamentodeCirurgiadaUniversidade Federal do Ceará (UFC); responsável pelo CETMEC/SBAOzieldeSouzaLima,SantaCasadeMisericórdia de Sobral (UFC). ■

Referências

1. WahidiMM,ArminE-TheMontgomeryT-tubetrachealstent.Clin Chest Med, 2003;24:437-443.

2. LiuYH,WuYC,HsiehMJetal.-Extra-longMontgomeryTtubeinmajorairwaystenosis.TheJournalofLaryngology&Otology,2008;1.

3. WoutersKMA,ByreddyR,GleesonMetal.-Newapproachtoanaesthetizing a patient at risk of pulmonary aspiration with a MontgomeryT-tubeinsitu.BrJAnaesth,2008;101:354-357.

4. LeonardF,Walts,KassityKJ-Spreadoflocalanesthesiaafterupperairwayblock.ArchOtolaryngol,1965;81:77-79.

5. BraudeD,RonanD,WeissSetal.-Comparisonofavailablegum-elasticbougies.AmJEmergMed,2009;27:266-270.

6. WuCY,LiuYH,HsiehMJetal.-UseoftheMontgomeryTtubeinventilator-dependentpatients.EuropeanJournalofCardio-thoracicSurgery,2006;29:122-124.

7. Agrawal S, Payal YS, Sharma JP et al. - Montgomery T-tube: anestheticmanagement.JClinAnesth,2007;19:135-137.

8. KulkarniVR,KelkarVS,SalunkheSA-Anaestheticchallengesof the Montgomery T-tube insertion in a pacient with fascioscapulohumeraldystrophy.IndianJ.Anaesth,2005;49:502-504.

9. LiuYH,WuYC,HsiehMJetal.-MontgomegryT-tubeinsertionusingarigidbronchoscopeunderdirectobservation.ANZJ.Surg,2006;76:853-854.

10.NiCA,O’ConnorT,O’HaganC-AnovelapproachtoinsertionoftheMontgomeryT-tube.Anaesthesia,1994;49:605-607.

11. Montgomery WW - Manual for care of Montgomery silicone trachealTtube.AnnOtolLaryngol,1980;89:1-7.

12.Al-KaisyAA,KentAP,WattJWH-Maintainingventilationthrough the Montgomery t-tube. Canadian Journal of Anesthesia, 1997;44.

13.KailashFnu,DaSilvaSL,BlockFEJr.-Anovelapproachtomantain positive pressure ventilation during Montgomery tube T placement.CanJAnesth,2009.

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Entender sempre

Valenotarquefenômenoscomoweb,globalizaçãooudigitalização ainda não haviam sido criados, mas o texto já os previa e os submetia ao rigor inexorável do bom senso e da disciplina como gestores das relações humanas.

Fica explícito, então, que nos deparamos com uma incomensurável inabilidade

de pautar nosso comportamento

de acordo com o equilíbrio

eivado de bom senso e disciplina para entender sempre que meu próximo é o outro e que ele merece meu bom senso

e minha disciplina, e, por sua vez, deverá me

devolver idêntica prática de bem viver.

Háumprovérbiolibanês,deautoriadesconhecida,quediz:

“Sou contra meu irmão e meu irmão é contra meu

SBA ArtigosPor Antônio Ferreira Couto Filho*

• Em um pequeno e velho livro, cuja primeira edição data de 1923, de João Nunes Maia in CIRURGIA MORAL, encontrei, entre muitos, um texto que me conforta e entusiasma transcrever:

“(...) A comunicação entre os homens é a arte da civilização moderna, que aprimorou os meios com clareza singular, para que possam entender as mensagens de uns para com os outros. Nãoobstante,não é necessária somente a clareza no dizer, nem a facilidade de expressar os pensamentos; acima de tudo, diz-nos o bom senso que a educação há que levar vantagens em todos os tipos de entendimentos e que a disciplina no falar não pode ser esquecida...”

Artigos | 17

primo, mas meu irmão, meu primo e eu somos contra o vizinho.”

Fica provado, de modo indelével, que o ser humano não consegue se subsumir aos benéficos e profícuos rigores do bom senso e da disciplina. Assim, vivemos de forma medíocre, retroalimentando nossas xenofobias.

Um amigo me escreveu comentando que deveríamos deixar de “explicar” a loucura do outro, vez que isso só nos justifica e aliena, além de banalizar todas as injustiças.

Poderíamos nos ater aos milhares e milhares de exemplos que a civilização humana nos brinda com a mais ampla, geral e irrestrita ausência de bom senso e de disciplina em nossas relações, mas uma em especial me chama a atenção, qual seja, o segmento saúde – e submeto-me a um questionamento que não cala em meu peito:

Como pode uma lei rigorosa e desigual, como o Código deProteçãoeDefesadoConsumidor,serusadapelapessoa humana do paciente contra a pessoa humana do médico?

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“Como pode uma lei rigorosa e desigual, como o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, ser usada pela pessoa humana do paciente contra a pessoa humana do médico?”

‘ Essafaltaabsolutadebomsensoededisciplinaseráaresponsável pelo fomento da banalização do ato médico e dos atritos que se traduzem em uma indústria de pedidos indenizatórios.

A falta de bom senso nos levou a criar uma regra na Constituição para determinar que saúde é dever do Estadoe,aomesmotempo,criaroutra,naprópriaConstituição, em que saúde é um negócio com lucro incentivado e custo combatido.

Caso fechemos nossa visão e nossa audição para o assunto aqui exposto, negando as questões das leis naturais, vamos permanecer sendo um país que ostenta a vergonhosaclassificaçãode125ºlugaremqualidadedosserviços de saúde, segundo rol da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nossopaísparecesignatáriodoprovérbiolibanês,vezque gerou uma lei para incentivar que médicos e pacientes sejam inimigos.

*O autor é presidente da Comissão de Biodireito do InstitutodeAdvogadosBrasileiros(IAB).■

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Criamos nossos próprios monstros?eaCOOPANESTtentamconteressaexploraçãodoresidente, exigindo que, para se afiliar à cooperativa, o anestesista tem que ser sócio ativo da regional, mas existem várias formas para burlar essa determinação e o problema se perpetua. Além do quê, não existe, por lei, nada que proíba esse tipo de trabalho, teoricamente não qualificado. Até que ponto essa situação prejudica a formaçãodoaspirante?Deumacoisaeutenhocerteza,pelo menos, nos dois primeiros anos, não trazem nenhum benefício, apenas cansaço e, com frequência, um deslumbramento precoce com a especialidade, que levará à criação de uma série de vícios que podem prejudicá-lo no futuro.

Entãooqueesperardeumresidentequepassoutodooperíodo de formação trabalhando como um profissional qualquer, sem receber praticamente nenhum tipo de assistência, com um início cada vez mais precoce no mercado de trabalho e que, muitas vezes, nunca viu o responsávelpeloCETnocentrocirúrgico!?

Essesmesmosresidentessetornarãoaquelesquenãocontinuarão nos quadros da SBA, pois acham que ela nunca fez nada por eles; aqueles que farão concorrência desleal, muitas vezes contra o mesmo serviço que os “formou”; aqueles que não respeitam o paciente, o colega e que nem sabem que existe um código de ética e, se sabem, não obedecem a ele.

Se não tivermos mais cuidado na formação de nossos aspirantes, se não pararmos de olhar para eles como uma

SBA ArtigosPor Ricardo Almeida de Azevedo*

• Estamosvivendoumafasedaanestesiologiabrasileiraem que teremos de rever certos conceitos que insistem empermanecernãosóemnossaespecialidade.Vamospensar um pouco: todos nós ou, melhor dizendo, a maioriadenósjáfoiresidenteemalgumCET,então,porque será que muitos não são sócios da SBA? A gênese pode estar no exemplo que o aspirante recebe, em sua formação, de seu responsável e seus instrutores. Mas até ondeinfluenciamosocomportamentodosaspirantes?

O que esperar de um colega que, durante sua formação, foi explorado? Às vezes, ouvimos os aspirantes reclamando e expondo uma situação de pura exploração, na qual eles têm que anestesiar os pacientes e o instrutor, muitas vezes, é outro residente, já que não existe um número adequado de profissionais no serviço do hospital formador.

A SBA faz sua parte dentro de seus limites, já que não possui poder de polícia e precisa de uma denúncia para exercer a função de fiscalização, e essa denúncia, muitas vezes, não ocorre por muitos motivos, o mais comum talvez seja porque os aspirantes sentem medo de represálias ou porque, simplesmente, não querem expor o CET.

Outra situação, e esta vivi na época em que era presidente daSAEB,éofatodeosresidentestrabalharememdiversos hospitais de Salvador, principalmente nos públicos, sob a alegação de que não há anestesistas suficientes e o serviço tem que funcionar. As associações

Artigos | 19

mera mão de obra barata, estaremos cavando a própria sepultura,poisjádiziaopoeta:“Nosperderemosentremonstros da nossa própria criação.”

Longe de mim achar que o mais importante na formação de um aspirante sejam apenas os bons exemplos, pois ética, educação, caráter, determinação, autoestima e a própria personalidade as pessoas “trazem de casa”. Quantas vezes já dissemos ou já ouvimos que o residente é o principal responsável por sua formação? Será que isso é realmente verdade? Ou é apenas uma forma de não assumirmos nossas responsabilidades como formadores?

Afinal, a ocasião faz o ladrão? Ou ele já é um ladrão esperando uma ocasião? Por isso, temos que ficar atentos para evitar as situações em que o pior das pessoas se manifesta.Eseelasacontecerem,quesejamrapidamenteneutralizadas com atitudes proativas para impedir que se repitam. Assim, nós não evitaremos a entrada de maus residentes no serviço, mas conseguiremos inibir que estes influenciemnegativamenteosquerealmentequeremfazer uma boa pós-graduação. Talvez, no futuro, a SBA possa usufruir essas atitudes e se tornar maior ainda do que já é.

Atéquepontopodemosinfluenciarapersonalidadeeocaráter de um pós-graduando? Por mais que esse tema gere discussões filosóficas e até mesmo psicanalíticas, o que realmente importa é que todos nós, instrutores, responsáveis, corresponsáveis e colaboradores, temos que dar o bom exemplo, não pensando em mudar ninguém, mas, simplesmente, fazendo o que é certo, isto é, ser ético com o aspirante, com o serviço e, sobretudo, com a especialidade.

O que podemos concluir diante de tantas interrogações?Naverdade,opós-graduandojáchegacom o caráter e a personalidade bem definidos. Aqueles que já têm boa formação provavelmente serão bons profissionais, mas precisam ser preservados. Já os que chegam com desvio de caráter ou personalidade duvidosa precisam ser monitorados ou até mesmo eliminados, pois se trata de verdadeiras ameaças ao sistema. Mas como evitar que a ocasião ocorra e o ladrãosemanifeste!?Aíentramoexemplo,adedicaçãoe a presença mais constante dos responsáveis pelos serviços, para que os aspirantes saibam que eles não estãosozinhosnessajornadaequeavigilânciaseráasegurança de uma boa formação.

Vamosevitarasituaçãodotipo“eufinjoqueensinoe você finge que aprende” e que a demanda do serviço seja suprida pelo trabalho do aspirante, que tem, com isso, a falsa impressão de que está aprendendo com a prática diária, enquanto o responsável fecha os olhos para sua qualificação, pois, assim, ocorre a situação em que “eu não te cobro nada, então não me cobre nada também”, que é cômoda para os envolvidos e extremamente prejudicial para a sociedade.

A SBA está atenta e, cada vez mais, se preocupa com a formação de seus aspirantes, pois sabe queelessãoofuturodaespecialidade.Vamosnos esforçar hoje para colhermos um amanhã grandioso. ■

*OautoréSecretário-GeraldaSBAeResponsávelpeloCETdoHospitalGeralRobertoSantos/BA

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SBA NotíciasPor Luiz Eduardo Imbelloni*

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Transferência do Instituto de Anestesia Regional de São José do Rio Preto para João Pessoa

“A história prende o ser humano ao passado, ao invésde libertá-lo em busca de novas experiências.”

KarimRashid

• Emmaiode2000,duranteoCongressoMundialdeAnestesiaRegionalemQuebec,Canadá,apósatransmissãodireta de Lyon, na França, do bloqueio do isquiático, eu e o Gouveia idealizamos um projeto para a divulgação da anestesia regional no Brasil. Ali nasceu a ideia de realizarmos workshops regionais de anestesia, nos quais seriam demonstrados todos os bloqueios por meio de vídeos. Ao retornarmos ao Brasil, entrei em contato com a empresa B. Braun,queabraçouaideia.Iniciou-se,então,oprojetodedivulgação da anestesia regional em workshops itinerantes.

PorseropresidentedaSAERJnaqueleanoeparahomenagear minha iniciadora na anestesiologia, a Dra.Consuelo,oprimeiroeventosedeunacidadedoRiodeJaneiro.OsdemaisocorreramnascidadesdeBeloHorizonte(SAMG),Salvador(SAEB),Curitiba(SPA),Recife(SAEP),Fortaleza(SAEC)ePortoAlegre(SAERS).

Durantearealizaçãodosegundoevento,emBeloHorizonte,noHotelOuroMinas,fuiabordadopordoiscolegas que demonstraram interesse em estagiar conosco

paraaprenderastécnicasapresentadas.Naquelanoitede 2 de dezembro, em reunião com Gouveia, Cristina eElizabeth,nasceuaideiadacriaçãodoInstitutodeAnestesiaRegional(IAR),oqueagradeçoameusamigosDr.NewtoneDr.JoséRobertoessepedido.

Os tempos demandam mudanças e estas nem sempre são bem-vistas por aqueles que se acham conhecedores naarteestabelecida.Depossedoprojetototalmentepatrocinado pela B. Braun, eu e o Gouveia visitamos cinco hospitaisnoRiodeJaneiroeemNiterói,paraconseguirum local para o ensino e a pesquisa da anestesia regional. NenhumdelesdemonstrouinteresseemalojaroIAR.

Nodia24demarçode2001,ministreiaaula“AnestesiaRegionalÉaMelhorTécnicaparaaCirurgiaOrtopédicanoPacienteIdoso:PróseContras”,noCongressodoHospitalSírio-Libanês.Naplateia,estavaaDra.EneidaVieira,chefedoServiçodeAnestesiologiadoHospitaldeBasedeSãoJosédoRioPreto,SP(HB-FUNFARME),que, no fim da aula, convidou-me para fazer demonstrações sobre anestesia regional naquele hospital. Estasocorreramnosdias26e27deabrilde2001.Nofimdoevento,propusaoServiçodeAnestesiologiadoHB-FUNFARMEumaparceriaparaainstalaçãodoprojetoIAR.Em14deagostode2002,foifirmadooconvênioque deu início ao projeto.

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Nodia3demaiode2003,napresençadequatromembrosdaDiretoriadaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia(Dr.EsaúBarbosaMagalhãesFilho,presidente;Dr.PedroThadeuGalvãoVianna,vice-presidente;Dr.RobertoBastosdaSerraFreire,diretordedefesaprofissional;eDr.IsmarLimaCavalcanti,diretorcientífico),foiinauguradooficialmenteoInstitutodeAnestesiaRegional,combrilhante palestra proferida pelo diretor científico.

NosseteanosdeexistênciadoIARpassaramporlácercade600anestesiologistasdequasetodososestadosdoBrasil, de diversos países da América Latina e da África. Além disso, tanto eu como o Gouveia fizemos parte doCET-SBAdoHospitaldeBaseepublicamos,emconjuntocomdiversosprofissionaisdesseCET,cercade30 trabalhos científicos, tanto no Brasil como no exterior.

De2000a2009,realizamos25workshopsdeanestesiaregional em diferentes cidades do Brasil, com a presença de cercade2.500anestesiologistas.Adivulgaçãodoensinodaanestesia regional no Brasil nos encaminhou para os seguintes países da América Latina, com objetivo de ensinar a arte daanestesiaregional:Uruguai,Paraguai,Bolívia,Equador,Colômbia,Venezuela,Panamá,NicaráguaeMéxico.Emalgunsdessespaíses,oIARestevepresentecincovezes.

Com a divulgação da anestesia regional em todo o Brasil e na América Latina e o aparecimento de outros centros de ensino no sul do país, percebemos que a frequência dos estágios em São JosédoRioPretoestavadiminuindo.Duranteumareuniãocoma empresa patrocinadora, B. Braun, sugerimos, e foi aprovada, a transferênciadoIARparaoutrolocal.Assim,nodia11dejaneirode2010,foiencerradooprimeirociclodoIAReficouacordadaatransferênciaparaalgumacapitaldoNordeste.

Aquiumparêntesedeveseabrir.ADra.EneidaVieira,com sua determinação, vontade de aprender, necessidade demudar,abriuasportasdoHospitaldeBaseepermitiuque nosso sonho se tornasse realidade. A ela não faltam palavras para agradecer, mas seria preciso um Aurélio ou umHouaissparafazê-lo.

OcavaleiroandantedeCervantesdisse:“Equeaventuramais palpitante do que conhecer novas terras.” Quem podeensinarsemaprender?Nãohárefrãoquenãoseja verdadeiro, porque todos são sentenças extraídas da própria experiência, mãe de todas as ciências, especialmente a que diz: “Onde uma porta se fecha, outra seabre.”Assim,meuamigoDr.GualterRamalhoabriuasportasparaatransferênciadoIARparaJoãoPessoa.

Doislivrosmarcaramprofundamenteminhajuventude.Diáriosíntimos,deBaudelaire,eCartasaumjovempoeta,deRainerMariaRilke.Ambosmeperturbarampormotivossemelhantes: certa qualidade de alma ou de solidão, algo contra a tristeza ou a angústia, como uma coragem desesperada, enfim–sobretudo–,aexaltaçãodotrabalhoedoesforço.DeBaudelaire adotei a máxima: “É preciso trabalhar, se não por gosto,pelomenospordesespero.”DeRilke,retivetudo.

Com o passar do tempo, perdemos aquele ímpeto da juventudedebuscarcoisasnovas,oquerefleteumsintomadematuridadeoudevelhiceprecoce.Eunãoperdiaânsiadebuscarcoisasnovas,hajavistaadefesade meu doutorado em anestesiologia pela Faculdade de MedicinadeBotucatu,nodia19dejaneiro,aos65anos.

EueoGouveiaadquirimos,então,pelaanestesiaepeloensino, uma paixão que nos dominou por um bom tempo,

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e algo dela permanece até hoje, quando transferimos o IARparaJoãoPessoa.Rompemos,cortamos,quebramos,dissemosefizemos,comodisseDomQuixote,maisdoquetodo cavaleiro andante. Agora em nova etapa de nossas vidas.

Nodia4dejulhode2010,memudei,comminhamulher, para João Pessoa, para dar início ao processo de transferênciadoIAR.FuirecebidodebraçosabertosportodososfuncionáriosdoComplexoHospitalarMangabeiraGov. Tarcísio Burity, e comecei o ensino da anestesia regional em todos os plantões. Uma palavra de carinho especialparaaDra.AdrianaLobão,chefedoServiçodeAnestesiologia,eoDr.EdsonNeves,ex-diretordohospital.Por experiência anterior, sabíamos que o tempo para a assinatura do convênio giraria em torno de 10 meses.

Após a obtenção do título de doutor em anestesiologia, a FaculdadedeMedicinaNovaEsperança(FAMENE)abriuas portas para que eu pudesse, finalmente, trabalhar em uma universidade.Inicieiasatividadesvoltadasparaapesquisaejáestoucomumtrabalhodeanatomia–NovaAbordagemLateraldoPlexoBraquialAxilareLombarInguinalparaUsoContínuo – em fase final de conclusão. Com a demora para a assinatura do convênio, sugeri à empresa B. Braun uma parceria comaFAMENEcomoobjetivodecriarumapós-graduaçãolatu sensu, o que ficou acordado no último dia 14 de abril.

EssaparceriaproporcionaráamanutençãodoIARno programa de pós-graduação. O programa está em fase final de elaboração e constará de aulas teóricas, dissecação dos plexos e do neuroeixo nos cadáveres, aulas no laboratório de informática da biblioteca através do projeto de anatomia virtual, bloqueios periféricos em animais(porcos)e,finalmente,oestágiode50horasnoComplexoHospitalarMangabeiraGov.TarcísioBurity

dentrodoIAR.Assim,aideiadoIARseexpandiu,possibilitando que novos colegas possam aprender a nobre arte da anestesia regional.

A crítica mais contundente ao modo de ensino em São JosédoRioPretoeraafaltadesepraticaremosbloqueiosperiféricos, os diversos tipos de raquianestesia e os bloqueios para entubação acordado. Os alunos nunca perceberam que não adiantaria realizar apenas um bloqueio, além do que,parapraticar,seriaprecisopossuirCRMdoestadodeSãoPauloeautorizaçãodaDireçãodoHospitaldeBase.Dessaforma,emrazãodeaFAMENEpossuirbiotérioeveterinário, será incluído na programação o treinamento de todos os bloqueios em porcos, através de neuroestimulação e ultrassonografia. Assim, será corrigida a crítica.

EstamosemestudoparaaimplantaçãodoprojetoACERTO(AcelerandoaRecuperaçãoTotalPós-operatória),inspiradonoERAS(europeu),combaseemevidênciascientíficasatualizadas.Emprincípio,seráaplicado em pacientes ortopédicos com cirurgia de grande porte e fará parte do treinamento e do aprendizado do programadepós-graduaçãoondeestáinseridooIAR.

Maquiavel afirmou: “Quem quer que queira saber o que será, deverá analisar o que foi: tudo neste mundo, em todas as eras, possui um correspondente nos tempos antigos.” Nãoseiseteveuminstitutodeanestesiaregionalnaantiguidade, mas, com certeza, os gregos ensinaram a arte depensarederealizar.Nissopretendemosimitá-los.■

*O autor é doutor em anestesiologia, professor da FaculdadedeMedicinaNovaEsperançaeanestesiologistadoComplexoHospitalarMangabeiraGov.TarcísioBurity.

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Brasileiros participam do Congresso Europeu de Anestesiologia em Amsterdã

• OsdiretoresdaSBA,Dra.NádiaDuarte,Dr.JoséMariano,Dr.OscarCésarPireseDr.AirtonBagatini,acompanhados de uma comitiva de anestesistas brasileiros, participaram das atividades científico-associativas do CongressoEuropeudeAnestesiologia,emAmsterdã,Holanda,de11a14dejunho de 2011.

ODr.GastãoDuvalNeto,representante do Brasil na World Federation of Societies of Anaesthesiologists (WFSA), participou do fórum sobre qualidade de segurança em anestesia, no qual apresentou uma conferência em que descreveu a pesquisa realizada no Brasil sobre oestressenavidadoanestesista.Naplateia lotada, membros e a presidente daWFSA,Dra.AngelaEnright,e grande delegação de brasileiros prestigiaram a apresentação.

Qualidade e segurança em anestesia mereceram destaque na programação científica da European Society of Anaesthesiology (ESA), durante a qual ocorreu uma sessão

Da esquerda para a direita: Drs. Monte Neto, Oscar Pires, Nádia Duarte, Airton Bagatini e José Mariano

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científica para reavaliação e feedbackdaDeclaraçãodeHelsinque,aprovadanoCongressoESA2010,sobacoordenaçãodosdoutoresHugoVanAken(NASC,presidente),JannickeMellin-Olsen(EBA,presidente)ePaoloPelosi(ESA,presidente).

ADra.JannickecitouoBrasilcomoumimportantepaís signatário, considerando que a inscrição brasileira foi realizada por assinatura virtual. O documento impresso, que confirma a adesão do Brasil a esse importante projeto, foi assinado pela presidente da SBA,Dra.NádiaDuarte,nofimdasessão,juntamentecom outros líderes mundiais de sociedades de especialidades. ■

A seguir, transcrevemos, na íntegra da página eletrônica doESA,aDeclaraçãodeHelsinque.

Daesquerdaparaadireita:Drs.AnaCaetano,LigiaMathias,GastãoDuval,AirtonBagatini,

NádiaDuarte,OscarPireseMonteNeto

Dra. Nádia Duarte assina a Declaração de Helsinque

FULL DECLARATIONBackground

Anaesthesiology shares responsibility for quality and safety inAnaesthesia,IntensiveCare,EmergencyMedicineandPain Medicine, including the whole perioperative process and also in many other situations inside and outside the hospital where patients are at their most vulnerable.

• Around230millionpatientsundergoanaesthesiafor major surgery in the world every year. Seven million develop severe complications associated with these surgical procedures from which one milliondie(200,000inEurope).1Allinvolvedshould try to reduce this complication rate significantly.

• Anaesthesiologyisthekeyspecialtyinmedicinetotakeup responsibility for achieving the goals listed below whichwillnotablyimprovePatientSafetyinEurope.

Heads of Agreement

We, the leaders of societies representing the medical specialityofanaesthesiology,metinHelsinkion14June2010 and all agree that:

• Patientshavearighttoexpecttobesafeandprotected from harm during their medical care and anaesthesiology has a key role to play improving patient safety perioperatively. To this end we fully endorse the World Federation of Societies of AnaesthesiologistsInternationalStandardsforaSafe Practice of Anaesthesia.

• Patientshaveanimportantroletoplayintheirsafecare which they should be educated about and given opportunities to provide feedback to further improve the process for others.

• Thefundersofhealthcarehavearighttoexpectthat perioperative anaesthesia care will be delivered safely and therefore they must provide appropriate resources.

• Educationhasakeyroletoplayinimprovingpatient safety, and we fully support the development, dissemination and delivery of patient safety training.

• Humanfactorsplayalargepartinthedeliveryofsafe care to patients, and we will work with our surgical, nursing and other clinical partners to reliably provide this.

• Ourpartnersinindustryhaveanimportantroletoplay in developing, manufacturing and supplying safedrugsandequipmentforourpatients’care.

• Anaesthesiologyhasbeenakeyspecialtyinmedicineleading the development of patient safety. We are not complacent and know there are still more areas to improve through research and innovation.

• Noethical,legalorregulatoryrequirementshouldreduce or eliminate any of the protections for safe caresetforthinthisDeclaration.

Principal requirements

TodaywepledgetojoinwiththeEuropeanBoardofAnaesthesiology(EBA)indeclaringthefollowingaimsforimprovingPatientSafetyinEurope.ClosecooperationbetweenEuropeanorganisationswillberequiredtoachieve these goals, for which the input and efforts of theEuropeanSocietyofAnaesthesiology(ESA)willbeinstrumental:

1. All institutions providing perioperative anaesthesia caretopatients(inEurope)shouldcomplywiththeminimum standards of monitoring recommended bytheEBAbothinoperatingtheatresandinrecovery areas.

2. All such institutions should have protocols and the necessary facilities for managing the following

• Preoperativeassessmentandpreparation• CheckingEquipmentanddrugs• Syringelabelling• Difficult/failedintubation• Malignanthyperpyrexia• Anaphylaxis• Localanaesthetictoxicity• Massivehaemorrhage• Infectioncontrol• Postoperativecareincludingpainrelief3. All institutions providing sedation to patients must

comply with anaesthesiology recognised sedation standards for safe practice.

4.AllinstitutionsshouldsupporttheWHOSafe Surgery Saves Lives initiative and Checklist.

5. AlldepartmentsofanaesthesiologyinEuropemustbe able to produce an annual report of measures taken and results obtained in improving patient safety locally.

6. Allinstitutionsprovidinganaesthesiologicalcaretopatients must collect the required data to be able to produce an annual report on patient morbidity and mortality.

7. All institutions providing anaesthesiological care to patients must contribute to the recognised national or other major audits of safe practice and critical incident reportingsystems.Resourcesmustbeprovidedtoachieve this.

Conclusion

•Thisdeclarationemphasisesthekeyroleofanaesthesiology in promoting safe perioperative care.

Continuity

• Weinviteanyoneinvolvedinhealthcaretojoinusand sign up to this declaration.

• Wewillreconvenetoannuallyreviewourprogressto implement this declaration.

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ELEIÇÕES DA DIRETORIA E DO CONSELHO FISCAL – SBA

De 10/8/2011 a 10/9/2011:Período de inscrição das chapas para a eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal.

10/8/2011:Convocação do associado regularizado para participar das eleições.

9/11/2011:Eleições da Diretoria e do Conselho Fiscal – limite para o recebimento de votos na caixa postal.

ASSEMBLEIA GERAL (AG)

12/8/2011:Convocação para a assembleia geral.

11/11/2011 – 11h30:Assembleia geral, eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal e aprovação das contas.

11/11/2011:Limite para a regularização, com a SBA e a regional, dos membros ativos e remidos que queiram participar da assembleia geral.

ASSEMBLEIA DE REPRESENTANTES (AR)

12/8/2011:Envio à secretaria da SBA, pelas regionais, da listagem dos membros ativos quites com a regional, com ano de quitação e matrícula do associado, para cálculo do número de representantes da AR.

12/09/2011:Convocação para a assembleia de representantes.

12/9/2011:Limite para a regularização associativa dos membros ativos que poderão ser indicados por suas regionais como representantes e/ou suplentes.

12/9/2011:Limite de envio dos relatórios para o Boletim Agenda (diretoria, comissões, comitês, conselhos e RBA).

12/9/2011:Divulgação do número de representantes de cada regional para a assembleia de representantes.

10/11/2011 – até as 13h:Entrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos presidentes das regionais, da lista de representantes e suplentes de suas regionais.

11/11/2011 – até as 11h:Disponibilização das credenciais dos representantes e suplentes para os presidentes das regionais.

11/11/2011 – às 13h:Sessão de instalação da AR.

11/11/2011 – às 13h:Devolução, à mesa da AR, da lista de representantes e suplentes, assinada por eles, para a liberação da bancada.

13/11/2011 – até as 17h:Disponibilização do material da AR para os presidentes, na secretaria da SBA, no CBA.

14/11/2011 – às 13h:Sessão de ordem do dia da AR.

REUNIÃO DA DIRETORIA COM OS PRESIDENTES DAS REGIONAIS (CONVIDADOS: COOPERATIVAS E FEBRACAN)

Às 10h.JABC – 27/8/2011 – sábado.

REUNIÃO DO CONSELHO DE DEFESA PROFISSIONAL

1ª Convocação - às 7h. 2ª Convocação - às 8h.JABC – 27/8/2011 – sábado.

REUNIÃO DA COMISSÃO DE ENSINO E TREINAMENTO COM OS RESPONSÁVEIS PELO CET E MÉDICOS EM ESPECIALIZAÇÃO

Com os responsáveis – 8h.Com o ME – às 11h.JABC – 27/8/2011 – sábado.

REUNIÃO DA COMISSÃO DE TREINAMENTO E TERAPÊUTICA DA DOR COM OS RESPONSÁVEIS PELOS CENTROS CREDENCIADOS

Às 16h.JABC – 26/8/2011 – sexta-feira.

Datas Associativas | 27

• Como efetuar sua inscrição?Encaminhar correspondência pelo correio (modelo no portal da SBA), com aviso de recebimento, com a indicação de qual prova deseja inscrever-se, juntamente com o comprovante de depósito do valor que corresponde à inscrição.

Endereço para envio da solicitação de inscrição: Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - BotafogoCEP 22251-080 - Rio de Janeiro - RJ

Data-limite para a inscrição nos concursos:Dor, TSA escrita e TSA oral segundo semestre – 11/8/2011.

Dados necessários para o depósito:Valor integral para inscrições em todas as provas – R$ 428,00 (quatrocentos e vinte oito reais);Favorecido – Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CNPJ: 33.748.831/0001-03);Bradesco – 237 – agência: 1803-1; conta-corrente: 46.930-0.

Desconto especial para a prova TSA:Provas escrita e/ou oral – os membros ativos ou estrangeiros que efetuarem a inscrição para a prova escrita e/ou oral do concurso do TSA tendo concluído o CET até 31/12/2008 terão direito a desconto de 40% (quarenta por cento); em 2011, o valor com desconto é de R$ 256,80 (duzentos e cinquenta e seis reais e oitenta centavos);Os associados que se encontram fora desse período deverão pagar o valor integral da inscrição.

Informações importantes:

1- Antes de solicitar sua inscrição, confirme, no portal da SBA, os documentos necessários para evitar, assim, o envio de documentação incompleta.

2- Não serão aceitas inscrições por fax ou e-mail.

3- Caso até 15 dias depois do envio de sua solicitação não receba nenhuma comunicação da SBA, favor encaminhar a solicitação de confirmação de sua inscrição, acompanhada do aviso de recebimento emitido pelo correio, para comprovar a entrega de sua correspondência.

4- Em hipótese alguma, haverá prorrogação de prazo para inscrição, assim sendo, não serão aceitas inscrições entregues ou postadas no correio fora do prazo.

5- Caso necessite de mais esclarecimentos sobre o assunto, favor contatar a SBA (21 2537-8100), anotando o nome do funcionário que o atender.

6- No dia da prova, serão exigidos, como identificação do candidato, a carta de confirmação da inscrição e o documento de identidade com foto atualizada. O candidato deverá estar munido de caneta preta ou azul.

7- Data das provas escritas: Prova TEA - dia 13/8/2011; Prova de Dor - dia 9/11/2011; Prova TSA - dia 10/11/2011.

8 - Provas orais:A distribuição dos dias para a realização das provas orais será efetuada pela ordem de recebimento e pelo protocolo das inscrições, assim sendo, antecipe sua inscrição.

Prova nacional para médicos em especialização em centros de ensino e treinamento:

10 de dezembro de 2011 – sábado;horário único: das 9h às 13h.

Prova obrigatória para médicos em especialização em CET/SBA - membros aspirantes da SBA:

- Para o membro aspirante (ME2 e ME3) que não quitou a anuidade até a data de vencimento (30/4/2011), o valor a pagar é de R$ 428,00;

- Data-limite para o pagamento da anuidade de membro aspirante com o valor acima – 01/10/2011;

- Os membros aspirantes em situação irregular não poderão realizar a prova nacional.

Solicitação de realização de prova fora da regional na qual o ME se encontra cadastrado e horário especial por motivos religiosos deverão ser encaminhados para a secretaria da SBA, por escrito, pelo(a) responsável pelo CET, até 01/10/2011.

Mais informações, acesse o portal da SBA:

www.sba.com.br

Provas SBA,Informações gerais.

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29/7/2011XLIIICursoFundamentosCientíficosdaAnestesiologiaTema: A Anestesia Pediátrica 29a31dejulhode2011Parlamundi-Brasília-DF 29/7/2011IXJalagipe29e30dejulhode2011Aracaju/SE 5/8/2011CursoSAVA05e06deagostode2011Belém - PA 18/8/2011IIJornadadeatualizaçãoemanestesiaepós-operatórioem transplante de órgãos18 de agosto de 2011São Paulo - SP 25/8/201142ª JABC - Jornada de Anestesiologia do Brasil-Central25a27deagostode2011Campo Grande - MS 7/9/2011CursoSAVA07 e 08 de setembro de 2011PortodeGalinhas-PE 8/9/2011XIXJAEPE–JornadadeAnestesiologiadoEstadodePernambuco08 a 10 de setembro de 2011PortodeGalinhas-PE

9/9/2011Workshop:UsodeUSGemAnestesia(08h50às15h30)- Turma A08h às 12h - LMA - Turma A (30 vagas)09desetembrode2011PortodeGalinhas-PEInformações

24/9/201124ªJORBA–JornadaBaianadeAnestesiologia24a25desetembrode2011Salvador - BA 15/10/2011Asa Annual Meeting 201115-19deoutubrode2011Chicago,IL-USA 24/10/2011XXXICongressoLatinoamericanodeAnestesiologiaXVICongressoNacionaldeAnestesiologiaXXVAssembleiaOrdinariadelaCLASA24 a 27 de outubro de 2011Panamá 10/11/201158ºCongressoBrasileirodeAnestesiologia10 a 14 de novembro de 2011Fortaleza-CE

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• 25 de agosto de 2011 - quinta-feira 20h - Coquetel de aberturaParquedasNaçõesIndígenas-Yotedy

26 de agosto de 2011 - sexta-feira Das 8h às 9h - Atualização em Obstetrícia Dr. Ricardo Vieira Carlos (SP)AuditóriodoCREA

Das 9h às 10h - Atualização em Anestesia Pediátrica Dr. Sérgio Bernardo Tenório (PR)AuditóriodoCREA

Das 10h às 10h30 - Coffee breakÁrea dos estandes

Das 10h30 às 12h - Mesa-redonda - Anestesia em OftalmologiaAuditóriodoCREACoordenador Dr. Ronaldo de Oliveira Contreiras Vinagre (RJ)

AVisãodoOftalmologistaDr. Jânio Carneiro Gonçalves (MS)

Sedação e Anestesia Tópica Dra. Cátia Sousa Govêia (DF)

UsodeAdjuvantesemBloqueioRegionalDr. Jeová Luís Figueiredo Epaminondas (MT)

TécnicasRegionaisdeBloqueioDr. Eduardo Kawano (MS)

42ª Jornada do Brasil Central - Atualizações em Anestesia

Das 12h às 14h - Intervalo para almoço - livre

Das 14h às 15h - Atualização na Reposição Volêmica no TraumaDr. Luiz Antônio Vane (SP)AuditóriodoCREA

Das 15h às 16h - Atualização em Anestesia fora do Centro Cirúrgico Dr. Antônio Fernando Carneiro (GO)AuditóriodoCREA

Das 16h às 16h30 - Coffee breakÁrea dos estandes

Das 16h30 às 18h - Mesa-redonda - Anestesia em Cirurgia PlásticaAuditóriodoCREACoordenador Dr. Fábio Vinícius Benevenuto Feltrim

VantagenseDesvantagensdaAnestesiaGeralDr. Flávio Rogério Nader Ferreira (TO)

VantagenseDesvantagensdaAnestesiaPeriduralDr. Heber de Moraes Penna (GO)

Sedação + Anestesia Local Dr. Ricardo Gonçalves Prado (MT)

CuidadosTransoperatórios(Hipotermia,Ventilação,ReposiçãoVolêmica)Dra. Ana Rocha Cronemberger (DF)

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27 de agosto de 2011 - sábado Das 8h às 9h - Atualização em Monitorização Transoperatória Dr. Francisco Eduardo Sampaio Fagundes (RJ)AuditóriodoCREA

Das 9h às 10h - Atualização em Analgesia MultimodalDr. Túlio César Azevedo Alves (BA)AuditóriodoCREA

Das 10h às 10h30 - Coffee breakÁrea dos estandes

Das 10h30 às 12h - Mesa-redonda - Qualidade e Segurança em AnestesiaAuditóriodoCREACoordenador Dr. Luís Antônio dos Santos Diego (RJ)

O Anestesiologista e o Mundo GlobalizadoDr. Kléber Machareth de Souza (MS)

Segurança e AnestesiaDra. Fabiane Cardia Salman (SP)

AImportânciadosIndicadoresemAnestesiaDr. João Henrique Silva (RS)A SBA e a Gestão de Qualidade e Segurança em AnestesiaDr. Luís Antônio dos Santos Diego (RJ)

12h - Almoço de encerramentoMiça Bar e Choperia

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45ª JASB 2011- Belo Horizonte, MG Balanço Geral

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• Nosdias23a25dejunho,foirealizadamaisuma edição da Jornada de Anestesiologia do SudesteBrasileiro( JASB),emBeloHorizonte,Minas Gerais.

A diretoria da Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (SAMG) e a comissão executiva da JASB cuidaram das atividades científicas, sociais e associativas com muito esmero, tendo como principal objetivo oferecer o melhor aos colegas participantes e convidados.

Duranteasessãosolenedeaberturadoevento,foramhomenageadas,comflores,aDra.NádiaM.C.Duartee a Sra. Maria Mazzerello Ribeiro.

Diretoria da SAMG com a presidente da SBA. Da esquerda para a direita: Drs. José Roberto Costa, Giuliano Oliveira, Mozart Ribeiro, Nádia Duarte, Adriano Almeida, Magda Fernandes, Vinícius Souza e Ricardo Heneine

Sessão solene da 45ª JASB. Da esquerda para a direita: Drs. Alexandre Slullitel (SAESP); Roberto P. de Castro (vice-presidente CRM-MG); Nádia Duarte (presidente/SBA); Mozart Ribeiro (presidente/SAMG); José Carlos V. Collares Filho (presidente/AMMG); Múcio P. Diniz (presidente/FEBRACAN e COOPANEST-MG); Luiz Bomfim P. da Cunha (presidente/ SAERJ); e Erick F. Curi (presidente/SAES)

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AoDr.LuizAntônioVanefoiconcedidootítulodeMembroHonoráriodaSAMG,pelosrelevantesserviços prestados à anestesiologia mineira e brasileira.

Palestrantes dos quatro estados do Sudeste puderam dar opinião, bem como expor suas ideias e discuti-las com participantes de todo o Brasil. Como sempre, o evento chamou a atenção de diversos colegas da anestesiologia de vários estados, o que contribuiu para um aprendizado amplo e relevante.

Workshops, conferências, mesas-redondaseoscursosSAVA,doNúcleoSBAVida,eTeóricoePráticode Máscara Laríngea estavam à disposiçãodasquase500pessoaspresentes. O evento também contou

Homenagem ao Dr. Vane. Da esquerda para a direita: Mozart Ribeiro e Luiz Antônio Vane

comumconvidadointernacional,oDr.PedroPauloTanaka.

Tivemos, ainda, a representação de membros da ComissãoExecutivado14ºWCA,queserárealizadoem2012, em Buenos Aires, Argentina.

Eparaadescontraçãoeconfraternizaçãodetodos,aprogramação social ofereceu um coquetel e um show de stand up comedy após a solenidade de abertura.

Noencerramento,houveaapresentaçãodeumgrupodequadrilhapremiadoemBeloHorizonteebufêbaseadoem comida de boteco.

Enfim,aJASB2011,emsua45ªedição,pôdeoferecer aos diversos colegas da anestesiologia um evento científico importante e um encontro social agradável. ■

Da esquerda para a direita: Drs. Giuliano (SAMG); Gustavo e Eduardo (WCA); e Ricardo (SAMG)

• Gostaria de comentar sobre um tema, apresentado no último número desta revista, “O relato de um sobrevivente”,deautoriadoDr.EduardoRaia,queencerra lições preciosas e que serão úteis a todos nós.

A descrição é de um erro estúpido e evitável, que só não lhe custou a vida pelo pronto atendimento dos colegas e por muita sorte. Aqui notamos a grande falha: “O carrinho de ressuscitação do hospital estava com asrodasquebradas.”Umabsurdo!Oprimeiromédicoque tomasse conhecimento desse ocorrido deveria ter acionado os colegas e o diretor do hospital, exigindo providências imediatas, ação acompanhada por um documento devidamente arquivado na secretaria do hospital. Caso não houvesse pronta ação, o Serviço de Anestesia determinaria a paralisia do atendimento das rotinas diárias até que isso fosse feito. Segurança em primeirolugar,sempre!

A troca de drogas em anestesia já se tornou rotina e ocorre no mundo inteiro. Um dos mais conhecidos relatos desse tipo de negligência criminal se deu em Manchester, naInglaterra,hápoucosanos,quando200pacientessubmetidas à anestesia peridural para a realização de cesariana foram programadas para o controle de dor pós-operatória com o cateter peridural usado na intervenção, emqueforamministradassoluçõesdebupivacaínaa0,5%ou0,25%.Aexecuçãodesseatoeradelegadaàsparteiras,nasaladerecuperação.Essa“acidental”trocadefrascos–os que continham bupivacaína foram confundidos com

Considerações sobre o relato de um sobrevivente

os de soro e injetados na veia – se repetiu durante meses. Todas as operadas sofreram convulsões e três morreram. Totalmente inadmissível. Pasmem: isso ocorreu na Inglaterra!

Entrenós,publicaçõesproduzidaspelaSBArelatamváriasdezenas de casos em que relaxantes musculares e outras substânciasforaminjetadas,porengano,especialmentenaraque, com resultados fatais ou permanentes. Um sumário desses desastres pode ser lido na conferência que enviei para o Congresso Mexicano Cibernético de Anestesia, intitulado Primum no nocere, em 2008, e essa temática pode também ser vista em várias publicações da SBA. Naqueletrabalhoparaoevento,sugeriaosfabricantesde equipamento hospitalar que tornassem a conexão de cateteres e seringas incompatíveis entre si, de forma que impedisse que os sistemas comuns, com terminações luer lockparaanestesiasnonuroeixo,fossemusados.EssaaçãojásetornouregraeleinoReinoUnido,apartirdesteano.

Nocitadoartigo,propustambémqueassoluçõesparauso em anestesia vertebral e em injeção endovenosa deveriam ser associadas a corantes vitais inócuos, paraevitarerros.Nosanos1950,issofoirealizadonaArgentina, para identificação de relaxantes musculares, peloLaboratórioDr.Gray,sobaorientaçãodeItaloNunziataeJulioParada,tendosidoumsucesso.Nãoseise ainda é assim naquele país, pois creio que o laboratório não existe mais.

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SBA OpiniãoPor Armando Fortuna*

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Outro cuidado ainda mais simples foi o que adotamos emnossoCETnosúltimos30anos:quenadafosseinjetado em um paciente sem que outra pessoa presente confirmasse a identidade do produto.

O bem mais precioso que temos é a vida. A Lei de Murphyéuniversal.VamosaproveitaraexperiênciadoDr.Eduardoparaevitarqueacidentestãoestúpidosquanto possivelmente fatais e traumatizantes, como o que ele descreveu, possam se repetir.

Prevenir é melhor que remediar. Façam uma vistoria nos locais onde trabalham e se certifiquem de que as condições de segurança são obedecidas, desde as preconizadas para evacuação de pacientes em uma emergência até a localização dos extintores de incêndionaunidade.Determinemlocaissegurospara a guarda de agentes anestésicos. Sigam as recomendações para o transporte de pacientes recém-operados para a sala de recuperação, especialmente emlocaisquedemandamousodeelevadores.E,sobretudo, verifiquem se todas as ampolas utilizadas em bloqueios foram esterilizadas – blisters ou óxido de etileno.

Referências

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“O bem mais precioso que temos é a vida”‘

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*Oautoréprofessor,TSA,DA(Ing.),DA(Din.),FACA (USA), advogado (OAB – SP) e bacharel em química.

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“Sigam as recomendações para o transporte de pacientes recém-operados para a sala de recuperação, especialmente em locais que demandam o uso de elevadores”

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Cuidar do outro

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SBA OpiniãoPor Fernando Squeff Nora*

• Será que simplesmente perdemos a capacidade de cuidardooutro?Estábemqueavidamodernaimpõedificuldades de relacionamento. Também é verdade que os relacionamentos virtuais estão cada vez mais frequentesnavidadaspessoas.Isso,comcerteza,esvaziaa emoção do olhar, do olho no olho, do acordo no fio de bigode. A vida mudou, os costumes mudaram, os relacionamentos mudaram e, com eles, a violência que somos capazes de cometer uns contra os outros.

O que preocupa, na verdade, não são as análises que, todos os dias, os especialistas apontam, e sim a mensagem subliminar e às vezes cruel e muito clara com que a sociedade tem demonstrado que está doente e clama porajuda.Detodosostiposdeviolênciaquepodemoscometer contra o outro, penso que a mais cruel de todas ocorre quando perdemos a capacidade de olhar para o outro. Porque, para ter apreço, admirar alguém ou mesmo odiar alguém, é preciso olhar, reparar, sentir. Ter o mínimo de sentimento. Sentimento só surge quando há relacionamento humano. Quanto mais a vida moderna suprimir o contato pessoal entre as pessoas, menos sentimentos seremos capazes de nutrir em relação aos outros. Sem sentimento, não há olhar. Sem olhar, não há cuidado.

Para cuidar, é preciso conhecer, amar, odiar, dar importância,refletirsobreoquequeremosdavida.

Será muito triste para todos nós se um dia nos dermos conta de que perdemos a capacidade de nos emocionar pelos sentimentos que a vida proporciona pela visão do outro. Se a morte de dezenas de crianças se tornar banal, algo com que fatalmente acabaremos nos acostumando e tratando como mero acontecimento triste ocasionado por um doente mental qualquer, estaremos dando a maior demonstração de banalidade ante o cotidiano triste que, caso contrário, poderia ser diferente. Cuidar do outro significa um pouco de tudo isso. Significa aprendermos de uma vez por todas que qualquer ser humano precisa de emoção. Precisa de um sentimento que possa nutrir a alma e dar sentido à vida. Seja ele qual for.

QueDeusnãopermita,jamais,queagentepercaacapacidadedeolharparaooutro.Esseéomaiortesouroque a humanidade tem. O cuidado, o afeto, o amor, a diferença, um sentimento que determine uma relação, um laço qualquer para manter a vida. A gente cria os filhos para vê-los crescer, para que tenham escolhas, para que tenham chances de ser felizes, para que possam aprender que, apesar das dificuldades, é bom viver e é gratificante olhar o outro e fazer algo pelo outro. Somente assim, os pequenos de hoje serão os adultos que, amanhã, saberão olharparanós.Cuidardenós!■*OautoréanestesistadogrupoAlfadePortoAlegre/HospitaisMoinhosdeVentoeMãedeDeus.

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• Acreditar é um verbo intransitivo. Quem acredita, acredita e ponto final. Concordo que deixamos algumas crenças para trás ao longo da vida. Já acrediteiemPapaiNoel,super-heróise,maisrecentemente, em partido político íntegro e honesto. A realidade sobrepujou minha fé. Agora querem queeuacreditena“acreditaçãohospitalar”!Tenhampaciência,elaestáédestruindoaflorestabrasileira!Prefiro acreditar em duendes porque, sejamos honestos, além de preencher um número incalculável depapéis,paraqueserveaquilo?Nãodemora,oPartidoVerdevaiserebelarcontraaderrubadadeárvores martirizadas pela volúpia burocratizante.

Quando vou a um hospital “acreditado” perco meu sononavéspera.Játivecâimbranamãoemeugasto de caneta esferográfica duplicou, sim, porque me nego a usar qualquer coisa de qualidade com inutilidades.Daquiapouco,vaiterbancadecamelôna porta do “nosocômio padrão” só para abastecer o mercado interno diante do aumento de consumo provocado pela papelada.

Nãobastasseoinfernodaliberaçãodeguiasparainternação etc., enfrentamos o tal “consentimento informado”, que tem por finalidade esclarecer o paciente sobre as mazelas que podem acontecer. Legal!Acoisafuncionamaisoumenoscomobuladeremédio: se você ler não toma ou fica na dúvida se prefere morrer da terapêutica. Alguém acha que o tal

Não! Eu não acredito!termoprotegeomédicoouopaciente?Dápara,emtrês ou quatro linhas, alinhavar o que pode acontecer durante uma anestesia?

Já tive pesadelos com isso, daí resolvi dar um passo adiante e contratei uma paranormal. Agora, sim, nãoerromaisnemcorroperigo.MadameZuleideé a alcunha de minha vidente, leva bola de cristal, cartas de tarô, búzios, incorpora até médico alemão e afiança que o trabalho, o meu, não, o dela, está garantido.OúnicoproblemaéqueZuleidenãoaceitareceberpelaAMB90einsisteemtabelaprópria.Euinvejoaimaginaçãodoscarasquebolaramesse“nego$$io”.

Aquele quadro na sala de cirurgia que pergunta sobre a “marcação da lateralidade”, se o material foi testado, é coisa de gênio. O que mais gosto é quando perguntam se o paciente é ele mesmo: “Senhor Leonel Pereira, o senhor é o senhor mesmo? Tem certeza?Nãominta!”Sófaltabotarofoconorostodo pobre coitado como num interrogatório de filme de espionagem. Acho que essa parte da “acreditação” foidesenvolvidapelaCIA.Aliás,creioseressaarazãode não darem a medicação pré-anestésica na hora que prescrevo, isso atrapalharia a “investigação” na SO.

Háfichadeanestesiacomtantodetalhequeestávindo em capítulos. Preenchê-la com tranquilidade

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SBA Prata da CasaPor Leonel dos Santos Pereira*

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“Nóstemoscritériosmuitorígidosparaahipotermia,entãovamosavaliar...”MeusDeus!Elaestáquicandona cama, por quê? Cena de exorcismo ou, na outra encarnação,elafoigelatina?Nãodáparacompetir.

Nãoaguentomais!Temosdeentregaropodera quem manda de fato no hospital... o maqueiro. EsseéoCara,chegadeintermediários.Odiaqueos “acreditados” colocarem o paciente na SO em velocidade de Fórmula 1 eu me rendo porque até agora estamos em ritmo de marginal do Tiete na hora do rush. Sei não, reclamo, mas talvez seja essa aoportunidadedeeumetornarempresário.Voucriar um sistema de transporte alternativo de macas

nesses hospitais. Seu doente na sala

cirúrgica em três minutos

ou seu dinheiro de volta. Nãotenho

dúvida, vou ficar rico. ■

*OautoréprofessordeanestesiologiadaUFRJ.

só em neurocirurgia ou transplante hepático. Aquele ditado “Um olho no peixe e o outro no gato” se aplica à cirurgia. Um olho no monitor e o outro na ficha. EscaladeAldretenaprimeiraeúltimafolha!Équeleva tanto tempo para escrever tudo que, quando terminamos, o paciente já está de alta hospitalar.

Se a questão é segurança, não seria mais lógico os “acreditados” serem obrigados a ter uma “recuperação pós-anestésica?” Ah, mas isso custa dinheiro, treinamento... não dá para fazer na gráfica.

Ser “acreditado” é de tal importânciaquealógica, a mais cristalina evidência, perde para os critérios de avaliação. A paciente entra noCTIcommantatérmica e tremendo como se estivesse na Sibéria de biquíni em pleno inverno. Os dentes batem um no outro e mandam, em código Morse, o pedido SOS Me Aqueça. O que você ouve?

40 | Anestesia em revista

• O futuro sempre dependeu do que nós, seres humanos, fizéssemos com o planeta. Mas não tínhamos consciência disso. As transformações socioeconômicas dos últimos 20 ou 30 anos foram despertando alguns indivíduos que, pouco a pouco, conseguiram alertar a sociedade para a importância da união de todos em torno de um projeto que garanta não só a vida, mas mais qualidade de vida para o ser humano.

E a SBA, uma entidade sempre atenta aos importantes movimentos da sociedade, há muito vem desenvolvendo ações de responsabilidade social, de olho no futuro cada vez mais presente.

A responsabilidade social anda de mãos dadas com o desenvolvimento sustentável, o que exige atitudes responsáveis em relação ao ambiente e à sociedade. Para tanto, a SBA ampliou o conceito de preservação de recursos ao trabalhar exclusivamente com papel ecologicamente correto, proveniente de programas de reflorestamento. Para complementar, foi implementada a filosofia de evitar desperdício, com a adoção da cultura de reutilização de material, de imprimir só o que for extremamente necessário e poupar energia, entre outras medidas.

Para imprimir esta revista, a opção foi trabalhar com uma gráfica que usasse papel de reflorestamento e tivesse o selo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (o SFC Brasil), certificador da qualidade e da procedência do papel. Para o próximo número, a administração da SBA vai escolher uma empresa que, além do selo FSC, possua a certificação que ateste a qualidade da tinta quanto a seu potencial sustentável e

Responsabilidade social com foco no futuro

o selo que garanta a coleta adequada de material poluente, para que não seja descartado no meio ambiente, entre outras ações.

Na área social, o Núcleo SBA Vida, da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, está desenvolvendo o projeto Salvar uma Vida, que visa ensinar diferentes setores da sociedade a salvar vidas, por meio de técnicas simples, mas de suma importância, como a manobra de Heimlich. O lançamento desse projeto ocorreu durante a 46ª Jornada Sul-Brasileira de Anestesiologia (JOSULBRA), em Joinvile. O próximo evento deverá acontecer no dia 23 de julho deste ano, no Rio de Janeiro.

Esses podem ser os primeiros passos. Muitos outros ainda virão, porque a prática de gestão e as melhorias organizacionais, agora mais do que nunca, sem perder o foco na responsabilidade social, são compromissos da SBA com seu público interno, sua clientela e a sociedade em geral.

Para saber mais

O Conselho de Manejo Florestal (Forest Stwardship Council, FSC) no Brasil é uma organização não governamental, presente em mais de 80 países, criada em 1993, formada por representantes do movimento ambiental, produtores e comerciantes de produtos florestais, pesquisadores, empresários e populações tradicionais. Sua meta é diminuir a exploração predatória e a degradação das florestas, usando, para isso, bons métodos de manejo florestal. É o selo verde mais reconhecido e com mais credibilidade no mundo. ■

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PRÊMIODE INCENTIVO AOESTUDO DA DORPÓS-OPERATÓRIA

Prêmio de Incentivoao Estudo da Dor Pós-operatória - 2011

O Prêmio de Incentivo ao Estudo da Dor Pós-operatória 2011 vai reconhecer os 3 melhores trabalhos

técnico-cientí� cos no estudo da Dor Pós-operatória.

Se você é Anestesiologista ou Médico em especialização em Anestesiologia e deseja inscrever

um ou mais trabalhos que tenham como foco a analgesia pós-operatória em adultos, conheça o

regulamento completo e inscreva-se.

Os vencedores serão divulgados durante o 58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, que

acontecerá de 10 a 14 de Novembro de 2011 em Fortaleza/CE, e a entrega dos prêmios (pacotes para

Congressos Internacionais e Nacionais) acontecerá em Dezembro de 2011 na sede da Sociedade

Brasileira de Anestesiologia (Rio de Janeiro), com a participação da P� zer e Diretoria da SBA.

Para mais informações acesse o REGULAMENTO em

www.sba.com.br

Inscrições: de 1º de Abril a 30 de Setembro de 2011.

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