ano 34 | estética e cosmética ed. especial 2018 › portal › images › pdf › documentos ›...
TRANSCRIPT
-
Ed.Especial
2018Ano 34 | Estética e Cosmética
-
Rua Alagoas, 2050 CEP 86082-430 - Fone (43) 3357-7405 - Londrina, Pr.
www.unifil.br
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA
ENTIDADE MANTENEDORA
INSTITUTO FILADÉLFIA DE LONDRINA
Diretoria:
Sr.a Ana Maria Moraes Gomes................................ Presidente
Sr. Getúlio Hideaki Kakitani.................................... Vice-Presidente
Sr.a Edna Virginia Castilho Monteiro de Mello........... Secretária
Sr. José Severino................................................... Tesoureiro
Dr. Osni Ferreira (Rev.).......................................... Chanceler
Dr. Eleazar Ferreira.................................................. Reitor
http://www.unifil.br/
-
Revista Terra e Cultura: cadernos de ensino e pesquisa./ Centro Universitário Filadélfia. – Londrina, PR, v.1, n. 1. jun./dez. (1985-).
v. 33, nesp. 67, jun. 2018
Semestral. ISSN 0104-8112 Estética e Cosmética
1. Estética e Cosmetologia. 2. Educação superior - Periódicos. I. UniFil – Centro Universitário Filadélfia.
CDD 378.05
Bibliotecária Responsável Erminda da Conceição Silva de Carvalho CRB9/1756
-
CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA
REITOR Dr. Eleazar Ferreira
PRÓ-REITOR DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
Prof. Ms. Lupércio Fuganti Luppi
PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO E INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Mario Antônio da Silva
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Ms. Francisco Carlos D'Emílio Borges
Coordenadores do Curso de Graduação
Administração Prof.a Ms. Denise Dias Santana
Agronomia Prof. Dr. Fábio Suano de Souza
Arquitetura e Urbanismo Prof. Ms. Ivan Prado Júnior
Biomedicina Prof.a Dr.a Karina de Almeida Gualtieri
C. Computação./ S. de Informação Prof. Ms. Sérgio Akio Tanaka
Ciências Contábeis Prof. Ms. Eduardo Nascimento da Costa
Design Gráfico Prof.a Esp. Cristiana Maria Conte Bouças
Direito Prof. Dr. Osmar Vieira
Educação Física Prof.a Ms. Rosana Sohaila T. Moreira
Enfermagem Prof.a Ms. Thaise Castanho da S. Moreira
Engenharia Civil Prof.a Ms. Carolina Alves do Nascimento Alvim
Estética e Cosmética Prof.a Ms. Mylena C. Dornellas da Costa
Farmácia Prof.a Ms. Fabiane Yuri Yamacita Borim
Fisioterapia Prof.a Ms. Heloisa Freiria Tsukamoto
Gastronomia Prof.a Esp. Cláudia Diana de Oliveira
Logística Prof. Esp. Pedro Antonio Semprebom
Medicina Veterinária Prof.a Dr.a Suelen Tulio de Córdova Gobetti
Nutrição Prof.a Ms. Lucievelyn Marrone
Psicologia Prof.a Dr.a Denise Hernandes Tinoco
Teologia Prof. Dr. Mário Antônio da Silva
-
REVISTA TERRA E CULTURA
EDIÇÃO ESPECIAL – 2018
GERENTE GERAL DA UNIFIL EAD
Paula Renata Ferreira
COORDENADORA ACADÊMICA
Profa Ms Camila Fernandes de Lima
COORDENADOR DE EXPANSÃO DE POLOS
Prof. Dr. Leandro Henrique Magalhães
Coordenadores de Cursos em EaD
Administração, Processos gerenciais e Marketing Cristiano Ferreira
Ciências Contábeis e Gestão Financeira Marlon Athos Marçal
Construção de Edifícios, Eletrotécnica Industrial,
Engenharias, Gestão de Produção Industrial e
Gestão de Qualidade
Adriano Rodrigues Siqueira
Gestão Ambiental, Gestão Comercial e Logística Pedro Semprebom
Gestão Pública e Serviços Jurídicos Priscila Vieira
História e Letras Ana Maria Valle Teixeira
Licenciatura em Educação Física Rosana Sohaila Teixeira Moreira
Negócios Imobiliários Thiago Moreno
Pedagogia Tácito Graminha Campois
Podologia Cleonice Aparecida Cartolari Figueiredo
Radiologia Juliana de Lucca
Serviço Social Adarly Rosana Moreira Goes
Teologia Emerson Macedo Patriota
Rua Alagoas, nº 2.050 - CEP 86.020-430
Fone: (43) 3375-7405 - Londrina - Paraná
www.unifil.br
http://www.unifil.br/
-
[Título do documento] [Data]
[Digite aqui]
-
[Título do documento] [Data]
[Digite aqui]
TERRA E CULTURA
Ano XXXIV - EDIÇÃO ESPECIAL
CONSELHO EDITORIAL
PRESIDENTE
Prof. Dr. Mário Antônio da Silva
CONSELHEIROS
Conselho Editorial Interno Conselho Editorial Externo Prof.a Dr.a Damares Tomasin Biazin........................ Prof. Ms. Adalberto Brandalize
Prof.a Dr.a Denise Hernandes Tinoco....................... Prof.a Ms. Ana Claudia Cerini Trevisan
Prof.a Ms. Elen Gongora Moreira.............................. Prof.a Ms. Angela Maria de Souza Lima
Prof. Dr. Fábio Suano de Souza............................. Prof. Ms. Eduardo M. de Albuquerque Maranhão
Prof. Dr. Leandro Henrique Magalhães................ Prof.a Dr.a Gislayne Fernandes L. Trindade Vilas Boas
Prof. Dr. Marcos Roberto Garcia............................ Prof. Dr. João Juliani
Prof.a Ms. Maria Eduvirge Marandola...................... Prof. Ms. José Antônio Baltazar
Prof.a Dr.a Miriam Ribeiro Alves Maiola.................... Prof. Ms. José Augusto Alves Netto
Prof.a Dr.a Mirian Cristina Maretti............................... Prof. Dr. José Miguel Arias Neto
Prof.a Ms. Mirian Maria Bernardi Miguel.................. Prof.a Ms. Karina de Toledo Araújo
Prof.a Ms. Patricia Martins C. Branco....................... Prof. Dr. Lourival Antonio Vilas Boas
Prof.a Dr.a Selma Frossard Costa.............................. Prof. Ms. Marcelo Caetano de Cervec Rosa
Prof. Ms. Sérgio Akio Tanaka................................... Prof.a Ms. Maria Elisa Pacheco
Prof.a Ms. Silvia do Carmo P. Fachineeli................. Prof.a Ms. Patricia Queiroz
Prof.a Dr.a Suzana Resende Lemanski.................... Prof. Ms. Pedro Lanaro Filho
Prof. Dr. Rovilson José da Silva
Prof.a Ms. Silvia Helena Carvalho
Prof.a Ms. Elis Carolina de Souza Fatel
Prof. Dr. João Antonio Zequi
Prof. Dr. Rodrigo Duarte Seabra
Prof. Dr. Tiago Pellini
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
SUMÁRIO
AROMATERAPIA ASSOCIADA À MASSAGEM CLÁSSICA.............................11
SANTOS, V.R.; AMORESE, R.C.P.; BRENE, C.; MORAES, P.A.
REAÇÕES ADVERSAS AO USO DOS COSMÉTICOS EM ALUNOS DO
CAMPUS CANADÁ DO CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA (UNIFIL)
EM LONDRINA ...........................................................................................................21
SANTOS, R.N.; CRUZ, F.; COSTA, M.C.D.
INGESTA DE ÁGUA PARA HIDRATAÇÃO CUTÂNEA......................................34
SILVA, G.C.; MELO, M.F.R.
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DOS TRATAMENTOS
ESTÉTICOS PARA RUGAS DURANTE O INVERNO NAS CLÍNICAS DE
LONDRINA...................................................................................................................49
REIS, A.P.B.; SOUZA, R.C.
TRATAMENTO DE ESTRIA ALBA COM O USO DO
ELETROLIFTING........................................................................................................61
SILVA, T.M.; AMORESE, R.C.P.; SILVA, T.O.; BRENE, C.
AVALIAÇÃO DA CONDUTA DE BIOSSEGURANÇA DE
MAQUIADORES..........................................................................................................73
REZENDE, C.E.S.; FERREIRA, A.M.; OLIVEIRA, L.D.M..
BIOSSEGURANÇA NA ESTÉTICA DO CONHECIMENTO À PRÁTICA DAS
REGRAS ENTRE MANICURES E PEDICURES....................................................82
FESTI, A.C.P.; FERREIRA, A.M.; OLIVEIRA, L.D.M.
DELINEAMENTO DE SOBRANCELHAS E SUA
BIOSSEGURANÇA......................................................................................................92
COLUSSI, I.P.A.; LABS, T.C.; MUNHOZ, L.D.
A FUNÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO
DE LIPOASPIRAÇÃO DE ABDÔMEN...................................................................105
CZELUSNIAK, C.F.; AMORESE, R.C.P.; SILVA, T.O.; MORAES, P.A.
EFICÁCIA DO COLÁGENO UTILIZADO COMO
NUTRICOSMÉTICO.................................................................................................112
TURCO, M.A.L.; MELO, M.F.R.
A MASSAGEM MODELADORA NO TRATAMENTO DE FIBRO EDEMA
GELÓIDE....................................................................................................................126
LU, C.C.B.; AMORESE, R.C.P.; SANTOS, F.C.R.; SILVA, T.O..
O USO DO ULTRA SOM NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA
GELÓIDE...................................................................................................................135
FERREIRA, C.; AMORESE, R.C.P.; SANTOS, F.C.R.; SILVA, T.O..
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
ANTIOXIDANTES E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO COMBATE AOS
RADICAIS LIVRES....................................................................................................144
NUNES, B.B.V.; FERREIRA, A.M.; CRUZ, F.; SILVA, T.O.
BENEFÍCIOS DO USO DA VITAMINA A RETINOL NA PREVENÇÃO E
TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
FACIAL........................................................................................................................152
BERIGO, T.G.; PEREIRA,C.B.; SILVA, T.O.
A INFLUÊNCIA DA ACNE VULGAR NA AUTOESTIMA DOS
ADOLESCENTES.......................................................................................................169
TRINDA, B.C.; SILVA, T.O.; PEREIRA, C.B.; AMORESE, R.C.P.
PROCESSOS DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO...........................................183
SILVA, T.O.; FERREIRA, A.M.; AMORESE, R.C.P.; PEREIRA, C.B.
UTILIZAÇÃO DA VITAMINA C NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO...........................................................................194
SANTOS, R.P.; SILVA, T.O.; AMORESE, R.C.P.; PEREIRA, C.B.
EFICÁCIA DOS TRATAMENTOS PARA ESTRIAS: REVISÃO DE
LITERATURA.............................................................................................................209
VENTURIN, S.R.; TROSDORF, T.A.L.
O PADRÃO DE BELEZA IMPOSTO PELA SOCIEDADE E SUA INFLUÊNCIA
NA AUTOESTIMA E SAÚDE DE ESTUANTES UNIVERSITÁRIOS: ESTUDO
TRANSVERSAL.........................................................................................................222
RIBEIRO, B.C.; BOZINA, B.M.; LIMA, T.A.
MELANOMA E O USO DE FILTRO SOLAR COMO FORMA DE
PREVENÇÃO..............................................................................................................236
LABS, T.C.; VIVAN, R.H.F.; SILVA, T.O.; COSTA, M.C.D.
O USO DE FOTOPROTETORES NA PREVENÇÃO DO ENVELHECIMENTO
CUTÂNEO.....................................................................................................................241
MARTELLI, P.A.A.; SILVA, T.O.
AÇÃO DOS ÁCIDOS KÓJICO E MANDÉLICO NO TRATAMENTO DO
MELASMA...................................................................................................................252
BARDASSON, A.K.; PEREIRA, C.B.
PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DO MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DA
CLÍNICA ESCOLA DE ESTÉTICA DE UM CENTRO
UNIVERSITÁRIO.......................................................................................................266
YAMAMOTO, R.V.T.; GARAVELLO, C.R.G.
A INFLUÊNCIA DOS NUTRIENTES E COMPOSTOS BIOATIVOS NA
DOENÇA DE ALZHEIMER.....................................................................................283
KIKUCHI, G.; KUWAHARA, M.A.N.; FERNANDEZ, F.H.
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS ADICIONAIS NO CONTROLE DE
QUALIDADE DE CAPPUCCINO............................................................................302
DOMINGOS, A.S.; FERNANDEZ, F.H.
VERIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS COM DADOS
ANTROPOMÉTRICOS EM PROJETO SOCIAL DE LONDRINA-PR..............313
EDUARDO, B.C.C.; SOUZA, M.F.; KUWAHARA, M.A.N.; FERNANDEZ, F.H.
ÓLEO DE CÔCO E SUA INFLUÊNCIA NO TRATAMENTO DA
OBESIDADE................................................................................................................328
ROCHA, C.R.; FERNANDEZ, F.H.
USO DE SPIRULINA NA PERFORMANCE ESPORTIVA E QUALIDADE DE
VIDA.............................................................................................................................343
MACEDO, D.C.S.; FERNANDEZ, F.H.
ATUALIDADES SOBRE AS POSSÍVEIS PROPRIEDADES FUNCIONAIS DO
GOJI BERRY (Lyciumbarbarum and L.
chinese).........................................................................................................................359
PACE, P.V.; FERNANDES, F.H.
ATUALIDADES SOBRE TRATAMENTOS NA ALERGIA À LACTOSE EM
CRIANÇAS..................................................................................................................374
JUNIOR, J.C.F.; FERNANDEZ, F.H.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O USO INDISCRIMINDO DE
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS, ESTIMULANTES E ANABOLIZANTES,
POR PRATICANTES DE
ACADEMIAS...............................................................................................................397
QUINTILHANO, K.P.; NAKAMURA, M.A.; FERNANDEZ, F.H.
OS EFEITOS QUE A ACNE VULGAR CAUSA NA PELE E COMO OS
TRATAMENTOS ESTÉTICOS AJUDAM EM SUA
MELHORA..................................................................................................................407
DUARTE, M.F.; PEREIRA, C.B.; AMORESE, R.C.P.; SILVA, T.O.
DESENVOLVIMENTO E ESTUDO DE ESTABILIDADE ACELERADA PARA
DERMOCOSMÉTICOS EM CREME BASE LANETTE N® E CREME BASE
POLAWAX®...............................................................................................................422
RICARDO, C.A.M.; COSTA, M.C.D.; OLIVEIRA, S.P.L.F.; ARAKAWA, J.A.R
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
11
AROMATERAPIA ASSOCIADA À MASSAGEM CLÁSSICA
AROMATHERAPY ASSOCIATED WITH CLASSICAL MASSAGE
Vitoria Ribeiro dos Santos1
Roberta Chaves Penco Amorese2
Cleiciane Brene3
Perla Almeida de Moraes4
RESUMO
Atualmente o estresse vem afetando cada vez mais as pessoas, em consequência, aumenta o cansaço,
insônia, ansiedade, irritação e dores musculares no nosso corpo. Com tudo isso, podemos perceber como
a massagem clássica vem sendo procurada por diversas classes sociais, não tendo mais distinção de idade.
A massagem clássica pode trazer grandes benéficos para o nosso organismo, e o principal dele é diminuir
as dores musculares. Já a aromaterapia que utiliza substâncias aromáticas naturais, que são os óleos
essenciais, tem como objetivo de ajudar a melhorar as tensões que afetam o nosso dia, provocando um
bem-estar físico e psicológico. Quando esses dois tratamentos são associados, é possível ter um
relaxamento profundo de todo o corpo, pois ele aumenta a oxigenação dos tecidos e consequentemente as
dores, além de ajudar nos problemas respiratórios, ansiedade, depressão e muitos outros. O intuito deste
trabalho é mostrar como a massagem clássica e a aromaterapia podem e devem ser utilizadas no dia-a-dia.
Palavras-chaves: Massagem clássica; Aromaterapia; Óleo essencial; Camomila; Capim-limão; Lavanda.
ABSTRACT
Nowadays stress is affecting people more and more, as a result, it increases fatigue, insomnia, anxiety,
irritation and muscle pains in our body. With all this, we can see how the classic massage has been sought
by various social classes, having no further distinction of age. The classic massage can bring great
benefits to our body, and the main one of them is to decrease the muscular pains. The aromatherapy that
uses natural aromatic substances, which are the essential oils, aims to help improve the tensions that
affect our day, provoking a physical and psychological well-being. When these two treatments are
associated, it is possible to have a deep relaxation of the whole body, as it increases the oxygenation of
the tissues and consequently the pains, besides helping in respiratory problems, anxiety, depression and
many others. The purpose of this paper is to show how classic massage and aromatherapy can and should
be used in daily life.
Keyword: Classical massage; Aromatherapy; Essential oil; Chamomile; Lemongrass; Lavender.
INTRODUÇÃO
1 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética do Centro Universitário Filadélfia – Unifil Londrina PR. 2 Professora Orientadora Fisioterapeuta,Especialista em Dermato Funcional, Docente do Curso Superior de Tecnologia em Estética
e Cosmética do Centro Universitário Filadélfia – Unifil Londrina PR 3 Professora Coautora docente do curso de estética e cosmética Unifil Londrina PR 4 Professora Coautora docente do curso de estética e cosmética Unifil Londrina PR
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
12
Nos dias de hoje, percebemos como as tensões estão aumentando, o
nosso estresse se eleva e com ele vem a insônia, o cansaço, a irritação, a ansiedade e é
claro, as dores musculares. Percebemos que cada vez mais as pessoas se queixam das
dores musculares em diversas partes do corpo.
A massagem clássica vem com o intuito de melhorar essas dores,
ajudar a fortalecer e melhorar a elasticidade dos músculos, eliminar o ácido lático e
outras toxinas, melhorar a oxigenação nos tecidos e o tônus muscular (MOREN, 2009).
E a aromaterapia vem com o objetivo de ajudar também nas tensões
do dia-a-dia, provocando um bem-estar físico e psicológico.
A aromaterapia nada mais é que uma ciência e uma arte da terapia,
que utiliza substâncias aromáticas naturais, que são os óleos essenciais (MALUF,
2008).
Os óleos essenciais agem restaurando as energias e ajudam no
equilíbrio entre o corpo, mente e espírito (MALUF, 2008).
Cada óleo essencial tem suas propriedades e vai ser trabalhado de
forma única para cada cliente. Se uma pessoa quer relaxar, o óleo essencial deve conter
propriedades relaxantes, se uma pessoa quer ficar mais ativa, então o óleo essencial
deve conter propriedades estimulantes e assim por diante.
A massagem clássica se feita corretamente pode trazer grandes
benefícios para o nosso organismo, e quando não estiver recebendo uma massagem, é
possível associar a aromaterapia durante o dia, podendo ser como inalação, compressas,
nos banhos ou aromatizando um ambiente, só precisa escolher um óleo essencial com as
propriedades que se deseja.
Como estamos falando da massagem clássica e seu objetivo principal
que é o relaxamento, vamos também falar de óleos essenciais que também tem essa
mesma propriedade, esses óleos são o de camomila, capim-limão e lavanda.
Quando esses dois tratamentos são associados é possível ter um
relaxamento profundo, e em consequência todos os seus benefícios poderão ser bem
aproveitados.
O intuito desse trabalho é mostrar o que é a massagem clássica e
aromaterapia, para o que podem ser utilizados, os seus efeitos e suas propriedades.
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
13
DESENVOLVIMENTO
Pele
A pele é essencial para o funcionamento adequado do organismo
(TAKANO, 2012).
É formada por tecidos de origem ectodérmica e mesodérmica que se
superpõem, a partir da superfície, em três estruturas distintas: a epiderme, a derme e a
hipoderme (KEDE, 2009).
A epiderme é uma estrutura em contínua renovação (FITZPATRICK,
2011). Trata-se de um epitélio escamoso estratificado e queratinizado e o queratinócito
é o seu principal constituinte celular. Podemos ressaltar a presença de pelo menos
outros três tipos celulares distintos: os melanócitos, as células de Langerhans e as
células de Merkel (TAKANO, 2012). Os queratinócitos se encontram organizados em
quatro camadas, de baixo para cima: a camada basal, a camada espinhosa, a camada
granulosa, a camada lúcida e a camada córnea (VELAZQUEZ, 2011). A epiderme tem
função de proteção, revestimento, absorção, transporte, excreção e percepção.
(BORGES, 2006).
A derme é um dinâmico tecido conjuntivo de suporte, constituído por
uma matriz extracelular que inclui variados tipos de colágeno, fibras do sistema elástico
e uma substancia fundamental, e estão intimamente associados a componentes celulares
representados principalmente por fibroblastos, macrófagos, células dendríticas dérmicas
e mastócitos. Em meio a derme, existem também anexos cutâneos com sua bainha de
tecido conjuntivo, músculos eretores de pelos, vasos sanguíneos e nervos, e seus órgãos
terminais (VELAZQUEZ, 2011). A derme consiste em duas camadas: a derme papilar e
derme reticular (VELAZQUEZ, 2011).
A hipoderme é a camada mais profunda da pele e tendo uma espessura
variável. Formada por células de gordura, tem como funções, proteção mecânica e
regularidade do relevo corporal. A hipoderme apoia e faz a união da pele ao resto do
corpo (BORGES, 2006). É formada por células adiposas e finos septos conjuntivos,
onde se encontram vasos e nervos (KEDE, 2009).
O tegumento tem como função criar uma barreira eficiente contra
agressões exógenas, de natureza biológica ou química, e ajuda a impedir a perda de
água e de proteínas para o exterior e, ainda assim, manter-se maleável (KEDE, 2009).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
14
A pele também age como órgão sensorial, participando do sistema
imunológico e exercendo funções, como regulação da temperatura corpórea, produção
de vitamina D, e a excreção de eletrólitos e outras substâncias. É considerado o maior
órgão humano, pois a sua extensão corresponde a uma área de 2 metros quadrados,
ainda que, represente menos de 15% do peso corporal (KEDE, 2009).
Na pele há também os anexos cutâneos, suas estruturas se originam
por invaginação da epiderme e na derme. São eles: folículo piloso, glândulas sebáceas,
glândulas sudoríparas e unhas (OLIVEIRA, 2008).
Sistema Muscular
O sistema muscular é responsável pelo movimento. Ele é formado por
células responsáveis pela contração e pelo relaxamento do órgão ativo do movimento, o
músculo. O músculo é composto por fibras musculares, e cada fibra muscular é
composta por células musculares (VAZ, 2014).
O tecido muscular é composto por células alongadas, fusiformes,
especializadas para realizar a função de contração e, por consequência, de movimento.
Outras propriedades, além da contratilidade, são a irritabilidade, condutividade,
extensibilidade e elasticidade (DI DIO, 2002).
O tecido corporal tem 4 funções, produzir movimentos do corpo,
como caminhar, correr, escrever, são alguns exemplos; estabilizar posições do corpo;
armazenar e mover substancias dentro do corpo; e produzir calor, quando há contração
de um músculo, ele produz calor (TORTORA, 2012).
Os músculos podem ser classificados como: músculo voluntário,
aquele que é controlado pela vontade do individuo, e músculo involuntário, que não são
controlados pelo individuo, mas pela ação do sistema nervoso central. Há também três
tipos de músculos: músculo não estriado (liso), músculo estriado cardíaco e músculo
estriado esquelético (VAZ, 2014).
Diminuição da Tensão Músculo Esquelética
Doenças nos músculos, tendões, ossos, articulações, fáscias
musculares e ligamentos são as causas mais frequentes de dores e que podem levar a
limitações no dia a dia do paciente. A dor músculo esquelética pode ocorrer e ser
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
15
agravadas por questões como o sexo, o físico, comportamento e condições de estresse
tanto familiar como por causa do trabalho (TEIXEIRA, 2001).
Fisiologicamente, quando ocorre a contração muscular, ocorrem
também processos químicos que liberam energia para a execução do movimento. Após
a contração e durante o relaxamento do músculo, as reservas de energia são
reconstituídas outra vez. Quando isso não ocorre, pode acontecer uma diminuição na
sua função (CIELO, 2014).
Ocorre um aumento na tensão muscular, pois o corpo quer sinalizar
alguma alteração em determinada parte do mesmo. Isso leva a uma sobrecarga que
proporciona prejuízos na funcionalidade corporal (CIELO, 2014).
Massagem Clássica
De forma geral, a massagem clássica é a mobilização dos tecidos
corporais através da mão ou objetos a fim de promover um relaxamento físico, muscular
e mental (SOUZA, 2014).
Os principais objetivos da massagem são fortalecer e melhorar a
elasticidade dos músculos; ajudar na flexibilidade; promover relaxamento, pois elimina
a congestão; fazer desintoxicação de ácido lático e outras toxinas, melhorar a circulação
e tônus muscular e aliviar dores e tensões musculares (MOREN, 2009).
Tem como principais manobras, o deslizamento superficial e o
profundo, amassamento, fricção, percussão, vibração (MORETTI, 2010).
E as manobras devem ser realizadas na direção do coração, ou seja, no
sentido centrípeto (PEREIRA, 2007).
A massagem desempenha três efeitos básicos: efeito mecânico, efeito
psicológico e efeito fisiológico (DOMENICO, 1998).
Esses efeitos estão ligados uns com os outros e são todos relevantes
(CASSAR, 2001).
O efeito mecânico refere-se às influências que a massagem exerce
sobre os tecidos moles que estão sendo manipulados. Porém, é difícil atribuir uma
técnica de massagem somente com efeito mecânico, pois com um único contato com a
pele, o paciente pode produzir outros efeitos. Entre os seus efeitos estão o alongamento
e relaxamento dos músculos, melhora da circulação sanguínea e linfática e ajuda a
movimentar conteúdos intestinais para frente (CASSAR, 2001).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
16
A massagem tem um efeito muito importante no estado psicológico do
paciente, e consequentemente, em seu comportamento emocional. O efeito do seu
relaxamento, que se dá no músculo, se estende para o corpo como um todo. Tem então
como objetivo primário, substituir sentimentos como tensão por calma. Por isso, até
depressão e raiva podem ser aliviados com a massagem (CASSAR, 2001).
E no efeito fisiológico há uma melhora do sistema cardiovascular,
ocasionando então hiperemia; ajuda a eliminar os metábolitos; a oxigenação nos tecidos
é aumentada; a nutrição nos tecidos é melhorada; e ocorre um melhor funcionamento do
sistema linfático (SOUZA, 2014).
A massagem clássica tem suas contra indicações, são elas, neoplasias,
processos inflamatórios, lesões na pele, alterações vasculares, diabetes descompensado,
hipotensão ou hipertensão descompensada, insuficiência cardíaca, insuficiência renal,
gravidez e período menstrual (VASCONCELOS, 2014).
Aromaterapia
Aromaterapia nada mais é que uma ciência e uma arte da terapia, que
utiliza substâncias aromáticas naturais – óleos essenciais. Ela tem como objetivo
trabalhar com o corpo de forma natural e holística (MALUF, 2008).
Os óleos essenciais agem no corpo restaurando as energias e fornece
um balanceamento entre corpo, mente e espírito (MALUF, 2008).
Óleos essenciais são substâncias naturais, extraídas das plantas, seja
em sua semente, raiz, caule, flor ou fruto (PEREZ, 2014).
Dependendo do seu uso, devem ser diluídos com óleos carreadores
por serem muito potentes (HOARE, 2010).
O óleo essencial traz muitos benéficos, porém, também tem suas
contra indicações como, não utilizar internamente ou na pele sem estar diluído, não
utilizar antes de exposição solar, em caso de gravidez, hipertensão, hipotensão,
epilepsia, doenças sistêmicas como câncer ou diabetes, áreas com infecção, inflamação
ou qualquer ferida aberta. Em caso de qualquer reação alérgica ou erupções cutâneas
interromper o uso do óleo imediatamente (MAREN, 2009).
A aromaterapia é atualmente muito popular por se tratar de uma
terapia relaxante que mostra ter grandes benefícios para melhorar o bem-estar e aliviar
as tensões do dia-a-dia (HOARE, 2010).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
17
Quando há uma exposição ao cheiro, ocorre uma estimulação das
terminações nervosas olfativas, que é onde ocorrem impulsos nervosos, dando origem a
reações psicológicas, intelectuais e fisiológicas (PEREZ, 2014).
Podemos observar que o segredo da aromaterapia está em seu
estímulo, desde a percepção do cheiro até as alterações sensoriais que são provocadas
no organismo (PEREZ, 2014).
Há várias maneiras de usar os óleos essenciais, entre elas estão, a
inalação, massagens, utilizar em vaporizadores, compressas, banhos, escalda-pés e
saunas (SOUZA, 2009).
Óleos Essenciais para Massagem Clássica
Camomila Alemã
Tem uma boa reputação como erva medicinal. É muito conhecido
pelo sua propriedade calmante e reconfortante (HOARE, 2010).
Além dessas propriedades, a camomila alemã também é anti-
inflamatório, cicatrizante, analgésico, fungicida, sudorífero e antitérmico (HOARE,
2010).
Pode ser utilizada na massagem, pois suas propriedades aliviam dores
musculares, ajuda na insônia, dores de cabeça e tensão nervosa (HOARE, 2010).
Esse óleo essencial não é irritante e nem tóxico, porém, deve ser usado
com cautela, pois pode causar dermatite (HOARE, 2010).
Capim-Limão
Tem um odor forte de limão, pode ser usado em perfumarias, como
aromatizador de ambiente e até mesmo como tempero de comida. É muito utilizado na
medicina indiana por tratar doenças infecciosas e febre, e também atua como sedativo
no sistema nervoso central (HOARE, 2010).
O capim-limão tem muitas propriedades, sendo elas, bactericida,
fungicida, inseticida, antidepressivo, analgésico, antioxidante, adstringente,
antimicrobiano, antitérmico, sedativo, e combate a fadiga (HOARE, 2010).
Pode ser utilizado na massagem, pois suas propriedades ajudam nas
dores musculares, nas dores de cabeça, exaustão nervosa ou qualquer problema
relacionado ao estresse, melhora a fadiga e ajuda na concentração (HOARE, 2010).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
18
Esse óleo não é tóxico, porém deve ser usado com cuidado, pois pode
ocorrer sensibilidade e irritação (HOARE, 2010).
Lavanda
O óleo essencial de lavanda é usado em tratamentos de mais de setenta
problemas de saúde (HOARE, 2010).
Era muito utilizado em banhos e considerado o purificador favorito
pelos antigos romanos. E desde o século XVIII, o óleo de lavanda é muito utilizado na
fabricação de perfumes, talcos e sabonetes (MALUF, 2008).
O óleo essencial de lavanda tem muitas propriedades, sendo elas,
antisséptico, analgésico, tônico, cicatrizante, anti-inflamatório, relaxante muscular,
adstringente, antidepressivo, desodorante, sedativo, calmante, ajuda na área emocional,
entre outros (MALUF, 2008). Ele também é antibacteriano, antiviral, antiespasmódico,
descongestionante, promove um equilíbrio e é reconfortante (HOARE, 2010).
É muito utilizado na massagem, pois tem ação anti-inflamatória,
ajudando então nas dores musculares. É muito benéfico para o sistema nervoso pelo seu
efeito calmante, pois ajuda na ansiedade, irritação, frustração e insônia (HOARE, 2010).
Ele não é tóxico ou irritante. Esse óleo essencial pode ser aplicado na
pele puro, ou seja, sem ser diluído (HOARE, 2010).
Aromaterapia associada à Massagem Clássica
Com uma combinação de aromaterapia e massagem clássica, temos
um processo completamente relaxante. Então os movimentos não devem ser severos e
nem repentinos, todo o processo deve ser suave e bem calmo (HOARE, 2010).
Tem como finalidade facilitar a absorção dos óleos essenciais. Tem
também como um dos principais movimentos, o deslizamento ou enffleurage, pois esse
movimento aquece a pele ao aumentar o suprimento de sangue no organismo (HOARE,
2010).
Quando a pele esta aquecida, maior será sua permeabilidade cutânea.
Então o ativo será absorvido com mais eficácia no tecido. O ativo é levado para o
sistema linfático, e em consequência para a corrente sanguínea, ou seja, ele circula por
todo o corpo e pode proporcionar efeitos em todo o organismo (SOUZA, 2009).
A massagem clássica é muito procurada principalmente pelo seu
efeito de relaxamento e a aromaterapia também (HOARE, 2010).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
19
A junção desses dois ativa as circulações linfáticas e sanguíneas, ajuda
o organismo a liberar as toxinas, auxilia no relaxamento dos músculos contraídos e no
alivio das dores (SOUZA, 2009).
Podemos ver que a aromaterapia junto com a massagem clássica,
trazem efeitos tanto na química quanto na fisiologia do corpo, mas possivelmente os
maiores efeitos estejam nos aspectos emocionais, espirituais e mentais (HOARE, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As tensões do dia-a-dia afetam cada vez mais as pessoas, não
existindo mais distinções de idade ou trabalho. Elas causam insônia, dores musculares,
fadiga mental e física, alterações de humor e várias outras coisas.
A massagem e a aromaterapia então vem para melhorar essas causas
com os seus efeitos da melhor maneira.
É possível com as técnicas de massagem, melhorar a oxigenação do
tecido e consequentemente as dores, além de seus outros efeitos.
Os óleos essenciais, se usado corretamente, também traz grandes
benefícios, além de seus efeitos relaxantes, podem ajudam em problemas respiratórios,
de pele, ansiedade, depressão e muitos outros.
REFERÊNCIAS
BORGES, Fábio dos Santos. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas
disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.
BORGES, Fábio dos Santos; SCORZA, Flávia Acedo. Terapêutica em estética:
conceitos e técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2016.
CASSAR, Mario-Paul. Manual de massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2001.
CIELLO, Carla A.; CHRISTMANN, Mara K.; RIBEIRO, Vanessa V.; HOFFMAN,
Carla F.; PADILHA, Juliana F.; STEIDL, Eduardo M. S.; BASTILHA, Gabriele R.;
ANDRIOLLO, Débora B.; FRIGO, Letícia F. Síndrome de tensão
musculoesquelética, musculatura laríngea extrínseca e postura corporal: considerações teóricas. Revista CEFAC, São Paulo, v. 16, n. 5, set./out., 2014.
DI DIO, Liberato J. A. Tratado de anatomia sistêmica aplicada: princípios básicos
sistêmicos: esquelético, articular e muscular. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2002. 2 v.
DOMENICO, Giovanni de; WOOD, Elizabeth C. Técnicas de massagem de Beard. 4.
ed. São Paulo: Manole, 1998.
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
20
ELDER, David E.; LEVER, Walter F. Lever, histopatologia da pele. 10. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
FITZPATRICK, Thomas B.; WOLFF, Klaus; DEFFERRARI, Rafael. Tratado de
dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2011.
GERSON, Joel et al. Fundamentos de estética: ciências da pele. São Paulo: Cengage
Learning, 2011.
HOARE, Joanna; WILSON, Sarah; DUARTE, Claudia G. Guia completo de
aromaterapia: um curso estruturado para alcançar a excelência profissional. São Paulo:
Pensamento, 2010.
KEDE,Maria Paulina Villarejo; SABATOVICH, Oleg. Dermatologia estética. 2. ed.
São Paulo: Atheneu, 2009.
MALUF, Sâmia. Aromaterapia: uma abordagem sistêmica. São Paulo: Ed. do Autor,
2008.
MOREN, Sandra Alexcae. Spas e salões de beleza: terapias passo a passo. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
MORETTI, Andrezza; LIMA, Valquíria de. Massagem no ambiente de trabalho. São
Paulo: Phorte, 2010.
OLIVEIRA, Andrea Lourenço de; PEREZ, Erika; VASCONCELOS, Maria Goreti de;
VASCONCELOS, Maria Goreti de (Org.). Curso didático de estética. 2. ed. São
Caetano do Sul: Yendis. 2014. 2.v.
PEREIRA, Franklin. Eletroterapia sem mistérios: aplicações em estética facial e
corporal. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2007.
RODRIGUES, Mecciene Mendes. Dermatologia: do nascer ao envelhecer. Rio de
Janeiro: MedBook, 2012.
SOUZA, Valéria Maria de; JÚNIOR, Daniel Antunes. Ativos dermatológicos, columes
1 a 4: guia de ativos dermatológicos utilizados na farmácia de manipulação para
médicos e farmacêuticos. São Paulo: Pharmabooks Editora, 2009.
TEIXEIRA, Manoel J.; YENG, Lin T.; KAZIYAMA, Helene H.S.; RAMOS, Carolina
A. Fisiopatologia da dor músculo-esquelética. Revista Med, São Paulo. 80(ed. esp.
pt.1):63-77, 2001.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan; PASSO, Marco Aurélio F. SILVA,
Patrícia Cristina L. da (Rev. Téc.); WERNECK, Alexandre L. (Rev. Téc.) (Trad.).
Princípios de anatomia e fisiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de
anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
21
REAÇÕES ADVERSAS AO USO DOS COSMÉTICOS EM ALUNOS DO CAMPUS
CANADÁ DO CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA (UNIFIL) EM LONDRINA
ADVERSE REACTIONS TO THE USE OF COSMETICS IN STUDENTS FROM THE
CANADA CAMPUS OF THE UNIVERSITY CENTER PHILADELPHIA (UNIFIL) IN
LONDRINA
Rebeca Nigro dos Santos¹ Franciele Cruz²
Mylena C. Dornellas Costa³
RESUMO
As doenças alérgicas são caracterizadas pela ativação das células Th2, e produção exacerbada de IgE, isso
acontece devido aos indivíduos atópicos desenvolverem respostas fortes de Th2 e gerar IgE intensamente. Dentre
as reações de hipersensibilidade, somente as do tipo I e IV estão relacionadas a reações decorrentes de
cosméticos, devido à resposta imune estimulada. Dentre as reações publicadas, as dermatites alérgicas aos
cosméticos apresentam importante papel devido ao fato de que apresentam eminente importância médica.
Independentemente da reação adversa suscitada por cosmético e de qual cosmético, tal produto deve ter um grau
aceitável de segurança, pois as reações estão cada vez mais constantes, justamente porque o uso de cosméticos
vem aumento ao decorrer dos anos. Ainda que a maioria dessas reações não seja tão drástica e ordinariamente
são apresentadas na pele, existem ocorrências críticas publicadas. Desta forma, o presente estudo objetiva
apresentar os fundamentos fisiológicos do tratamento cosméticos, nas reações de hipersensibilidade,
relacionando aspectos técnicos e legais quando da ocorrência de reações de hipersensibilidade relacionada aos
cosméticos para então compreender as reações adversas causadas por cosméticos. Para o alcance do referido
objetivo, foi realizada uma pesquisa exploratória por amostragem em quarenta e quatro pessoas do sexo
feminino e masculino, sem delimitação de idade, que frequentam o curso de Estética e Cosmética no Campus
Canadá do Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL), no qual os indivíduos responderam oito perguntas
referentes ao assunto abordado no trabalho. Verificou-se que as respostas já foram as prováveis, confirmando a
existência de reações alérgicas à cosméticos, concluindo que ainda há muitas reações causados por cosméticos e
principalmente que não há o acionamento do sistema de notificação da agencia de vigilância sanitária.
Palavras-chave: Toxicologia, Reações alérgicas, Cosmetovigilância, Hipersensibilidade.
ABSTRACT
Allergic diseases are characterized by activation of Th2 cells and exacerbated production of IgE. It happens
because of the atopic individuals develop strong responses of Th2 and intensely generate the IgE. Among
hypersensitivity reactions, only the type 1 and 4 are associated to cosmetic reactions caused by the immune
stimulate response. Among the published reactions, the allergic dermatitis to cosmetics indicate an important
role because the fact that have present imminent medical importance. Independently of the adverse reactions by
cosmetic and which is the cosmetic the product must have an acceptable level of security, insofar as the reactions
are increasingly constant, even because the use of cosmetics has increased to over the years. Although most of
these reactions is not as drastic and are ordinarily presented in the skin, there are critical events published. Thus,
this study aims to present the physiological fundamentals of cosmetic treatment, in hypersensitivity reactions,
relating technical and legal aspects in the event of hypersensitivity reactions and then understand the adverse
reactions caused by cosmetics. To achieve the aims, an exploratory research was conducted for sampling in
forty-four female and male people, no definition of age, the people attended the course Aesthetics and Cosmetic
at Canada Campus in Philadelphia University Center (UNIFIL), the individuals answered eight questions about
the subject of study. The answers were already probable, confirming the existence of allergic reactions to
cosmetics, concluding that there are still many reactions caused by cosmetics and especially there is not
activation of the notification system of Health Surveillance Agency.
Keywords: Toxicology, Allergic Reactions, Cosmetovigilance, Hypersensitivity.
1 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética do Centro Universitário Filadélfia – Unifil Londrina PR.
² Professora Orientadora, Docente do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética do Centro Universitário Filadélfia – Unifil
Londrina PR 3 Professora Coautora docente do curso de estética e cosmética Unifil Londrina PR
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
22
INTRODUÇÃO
Conceituada como o maior órgão do corpo humano e imprescindível à vida,
a pele representa uma ligação entre individuo, sociedade e ambiente físico. Representa a vida
de cada pessoa, possui total aptidão para falar por si, e em muitas ocorrências pelos demais
órgãos, propagando resposta inflamatória, infecciosa, poder de vitalidade e saúde
(DOMANSKY; BORGES, 2012).
Considerando a importância da pele em relação à homeostase humana, cabe
destacar que as afecções da pele se constituem em um problema estratégico. Nesse sentido,
qualquer processo lesivo merece especial atenção. Considerando o especial recorte deste
estudo, o qual remete às reações alérgicas causadas por procedimentos estéticos e produtos
cosméticos, há de se destacar que muitos destes processos ocorrem na condição de efeitos
adversos. Os efeitos adversos que certos cosméticos podem causar quando utilizados são
conhecidos e relatados desde séculos. Julga-se que cerca de 20% da população ocidental sofre
algum tipo de alergia (SOUZA et al., 2010)
Dentre os efeitos adversos ocasionados pelos procedimentos estéticos, as
reações alérgicas são uma categoria muito frequente. As reações alérgicas apoderam-se de
mecanismos imunológicos que podem ou não ser mediados pela IgE Imunoglobulina E), que
normalmente é localizada em reações de hipersensibilidade (PEREIRA; MOURA;
CONSTANT, 2008)
Pode-se caracterizar uma alergia pelo aumento da capacidade de os
Linfócitos B de sintetizarem a imunoglobulina do isótopo IgE contra os antígenos que se
introduzem no organismo por via respiratória, ingestão ou permeação da pele. O tema é vasto
e decorrente a isto, é possível ter diversos fatores envolvidos no processo de alergia
desencadeado como resposta anormal a algum componente, o próprio processo imunológico,
herança genética ou por anormalidades metabólicas (MOREIRA, 2006).
Devido ao aumento do uso de cosméticos no Brasil, a preocupação com a
eficácia e principalmente com a segurança desses produtos deve ser reforçada mesmo aqueles
cosméticos que apresentem baixo índice de reações adversas relatadas que causem danos à
saúde. Para avaliar essas prováveis reações que podem ser manifestadas pelos produtos a
Legislação Brasileira exige a comprovação da eficácia e segurança do produto cosmético
(CHIARI et al., 2012).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
23
Pode-se dizer que o uso de cosméticos em geral é universal, considera-se
que tais produtos possuam um grau admissível de segurança. Apesar da maioria das reações
adversas não serem tão drásticas e normalmente está relacionada à pele, existem episódios de
casos graves relatados na literatura. Sendo assim Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) passou a fortalecer a vigilância, denominando então esse processo de
cosmetovigilância, consequentemente criado o Sistema de Notificação em Vigilância
Sanitária (NOTIVISA) para queixas de eventos adversos e tóxico (HUF et al., 2013).
Este trabalho visa, portanto, apontar a fisiologia do tratamento cosmético de
forma que seja possível compreender as reações de hipersensibilidade subsequentes se assim
causadas para assim ter conhecimento sobre a cosmetovigilância e NOTIVISA.
METODOLOGIA
Este estudo enquadra-se como uma pesquisa exploratória de campo.
Adotou-se para análise a perspectiva quantitativa de caráter exploratório a qual é definida
como uma pesquisa que visa apenas levantar dados sobre um determinado objeto, delimitando
assim uma área de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto
(SEVERINO, 2007). Tem objetivo de propiciar uma visão geral a respeito de determinado
acontecimento, visando à elaboração de problemas mais precisos para estudos ulteriores
(BIAZIN, 2016).
A presente pesquisa foi realizada com acadêmicos do curso de Estética e
Cosmética do ano de 2016, regularmente matriculados em um Centro Universitário do
município de Londrina, região norte do Estado do Paraná.
Para a seleção de sujeitos do estudo, adotou-se a técnica de amostragem
probabilística de 30%. Desta forma, a amostra foi composta por quarenta e quatro pessoas do
sexo feminino e masculino sem delimitação de idade, que realizam o curso de Estética e
Cosmética no Campus Canadá do Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL). Os indivíduos
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual consta o que seria
realizado, e logo após assinar o indivíduo ficou com uma via. O pesquisador se compromete
em garantir que as informações pessoais concedidas para a pesquisa serão preservadas em
confidência e somente o pesquisador e orientador terá acesso.
Para a coleta de dados, adotou-se um questionário de autoria da
pesquisadora, composto de zero pergunta abertas, oito perguntas fechadas e duas perguntas
semiabertas (apêndice B).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
24
Em relação às normas éticas em pesquisa, o presente estudo adotou o
anonimato dos sujeitos, o termo de consentimento livre e esclarecido e o projeto de pesquisa
foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Centro Universitário Filadélfia, sob
protocolo número 112068/2015, com número de CAAE 50693715.3.0000.5217
DESENVOLVIMENTO
Anatomia e fisiologia da pele
Conceituada como o maior órgão do corpo humano e imprescindível à vida,
ela representa uma ligação entre indivíduo, sociedade e ambiente físico. A pele é um órgão
externo, que reveste e protege o organismo humano. Seu nome anatômico internacional é
cútis; compõe 10-16% do peso do corpo, 1,5 a 2,0 m² de superfície e espessura variável desde
as pálpebras a planta dos pés (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
A pele exerce inúmeras funções, como a auto reparação, proteção mecânica,
barreira química, foto proteção, termo regulação, imunidade, produção de vitamina D,
depuração, eliminação de toxinas, entre outras. Considerada praticamente impermeável à
água, ela necessita de nutrição e hidratação, por isso está concentrado 30% do sangue na pele,
com a função de oxigenar, nutrir, entre outras. (RESENDE; BACHION; ARAUJO, 2006). A
pele humana é dividida incialmente em duas camadas: epiderme, sendo a mais externa e
derme, camada interna ou intermediária. Abaixo da derme há um tecido subcutâneo
denominado tecido conjuntivo gorduroso ou hipoderme, sendo essa tecnicamente externa,
porém relacionado funcionalmente (DOMANSKY; BORGES, 2012).
Epiderme
A epiderme é a camada mais externa, não possui vascularização, constituída
de tecido epitelial pavimentoso estratificado e células que se renovam a partir da sua primeira
camada, a basal ou germinativa, diferenciando-se constantemente. (HAHN, 2001; ROSA;
RODRIGUES; SOUZA, 2014).
As principais células que compõem a epiderme são os queratinócitos,
melanócitos e células de Langerhans. Glândulas sudoríparas (écrinas e apócrinas), glândulas
sebáceas e folículo piloso são anexos cutâneos que estão localizados na pele, e juntamente
com a pele fazem parte do sistema tegumentar (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
25
Derme
A derme é rica em material fibrilar de três tipos: fibras elásticas, fibras
colágenas e fibras reticulares, compreendem um verdadeiro gel rico em mucopolissacarídeos.
Subdividida em derme papilar (faz divisão com a epiderme) e reticular (camada abaixo),
sendo a principal diferença a forma em que as fibras se entrelaçam (NORONHA et al., 2004,
SAMPAIO; RIVITTI, 2001).
A derme domicilia as estruturas anexiais da pele, glândulas sudoríparas
écrinas e apócrinas, folículos pilossebáceos e o musculo eretor do pelo. Apresentam-se, ainda,
suas células próprias, fibroblastos, histiócitos, mastócitos, células mesenquimais
indiferenciadas e as células de origem sanguínea, leucócitos e plasmócitos. Em diferentes
quantidades também estão na derme vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas nervosas
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008).
Mecanismos de Hipersensibilidade
Segundo os imunologistas britânicos Philip Gell e Robin Coombs, reações
de hipersensibilidade podem ser definidas como respostas inflamatórias específicas geradas
pela atuação dos mecanismos de hipersensibilidade; essas reações são habitualmente
categorizadas de acordo com o tipo de reposta imunológica e o mecanismo efetor autor da
lesão celular e tecidual (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013).
Tipos de hipersensibilidade Imunopatologia dos mecanismos Mecanismos de lesão tecidual e
apresentação clínica
Tipo I (imediata ou anafilática) Anticorpos IgE Mastócitos e seus mediadores
(aminas vasoativas, mediadores
lipídicos, citocinas); urticária,
angioedema, anafilaxia, etc.
Tipo II (citotoxicidade mediada
por anticorpos)
Anticorpos IgM e IgG contra
micro-organismos da superfície da
célula ou da matriz extracelular
Opsonização e fagocitose das
células. Recrutamento de fagócitos
mediados pelo receptor Fc e
complemento; citopenias,
tireoidite, etc.
Tipo III (citotoxicidade mediada
por imunocomplexos)
Complexos imunes de antígenos
circulantes e imunoglobulinas IgM
e IgG
Recrutamento e ativação de
leucócitos mediados por receptor
Fc e complemento; vasculites, etc
Tipo IV (citotoxicidade mediada Células T CD4+ (inflamação Inflamação mediada por citocinas,
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
26
por linfócitos T) mediada por citocinas)
Linfócito T citotóxico CD8+
(citólise mediada por célula T)
recrutamento e ativação de
leucócitos, morte celular direta;
dermatites, etc.
Tabela 1 - Mecanismos de hipersensibilidade
Fonte: (VOLTARELLI, 2009)
As doenças de hipersensibilidade acontecem em indivíduos que possuem
uma forte predisposição genética para o desenvolvimento de tal atopia. No caso da
hipersensibilidade tipo I esses indivíduos possuem linfócitos B com maior quantidade de IgE
em sua superfície que quando entram em contato com o alérgeno (que é como são chamados
os antígenos na hipersensibilidade imediata), as IgE reconhecem, endocitam, processam e
externalizam tal agressor , logo em seguida os linfócitos T auxiliar (Th2) reconhecem o
mesmo, ligam-se ao TCR em ligação ao CD4+ (linfócito T "helper") que juntos formam um
complexo, ocorrendo assim a sinalização parácrina, que concumina no LT excretando
interleucina IL-4 para sinalizando ao LB inicial (REBORDÃO et al, 2005; ENSINA, 2009).
Os problemas nas doenças de hipersensibilidade relacionam-se à resposta
desencadeada e mantida de forma desapropriada e exacerbada, com lesão tecidual. O
problema é que uma vez que a resposta imunológica é iniciada, é difícil manter o seu controle
ou interrompê-la, portanto as doenças de hipersensibilidade propendem a se tornarem crônicas
(ROITT; RABSON, 2011).
Referente à hipersensibilidade mediada por anticorpos, ou
hipersensibilidade tipo II, pode-se dizer que são produzidas tanto por anticorpos que se ligam
a antígenos em certas células ou em tecidos extracelulares, como por complexos antígeno-
anticorpo que são formados na circulação e são depositados na parede do vaso sanguíneo.
Anticorpos IgG e IgM podem causar traumatismo tecidual devido a ativação do sistema
complemento, recrutando células inflamatórias, interferindo nas funções de células normais
(VOLTARELLI, 2009).
As doenças mediadas por complexos imunes, ou hipersensibilidade do tipo
III, é resultado da deposição de complexos imunes nos tecidos e vasos sanguíneos; os
complexos imunes que causam a doença podem ser tanto de anticorpos ligados a antígenos
próprios como a antígenos estranhos. As características da doença dependem do local da
deposição dos complexos imunes. Consequentemente, esse tipo de doença predispõe a atacar
diversos tecidos e órgãos, sendo alguns deles propensos, como rins e articulação (LUZ, 2009).
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
27
As reações de hipersensibilidade do tipo IV, ou doenças causadas por
linfócitos T são caracterizadas pela citotoxicidade mediada por linfócitos T. Ocorre de
maneira que o linfócito CD4+ secreta citocinas que reúne células de defesa, e em algumas
desordens mediadas pelas células CD8+ que eliminam células que carregam antígenos
adjuntos ao complexo principal de histocompatibilidade de classe I (MHC). Essas células
podem ser ou não específicas para micro-organismos estranhos, sendo que a lesão causada
pode estar entremeada de uma forte resposta imunológica contra antígenos principalmente
intracelulares, que são resistentes à extirpação por fagócitos e imunoglobulinas
(VOLTARELLI, 2009).
Somente as reações de hipersensibilidade tipo I e IV estão associadas a
reações contra cosméticos, devido à resposta imunológica desencadeada. Na
hipersensibilidade do tipo anafilática, a urticária é um exemplo de reação resultante da
resposta imune. No caso da hipersensibilidade mediada por linfócitos T, as dermatites, como a
atópica de contato e alérgica, são as principais manifestações clínicas consequentes da
resposta imunológica (BROOKS et al., 2012).
Podemos dizer que a dermatite atópica, que é desencadeada pela
hipersensibilidade tipo IV, é uma doença complexa onde interage a genética, a estrutura
própria da pele que é uma característica destes doentes devido à alteração da função de
barreira, os distúrbios imunológicos e não imunológicos, sendo vários fatores participantes da
sua patogênese (RODRIGUES et al., 2011).
As dermatites de contato irritativas representam 80% dos casos de
dermatites de contato, enquanto que as dermatites alérgicas totalizam 20%. Dentre as reações
indesejadas, relatadas na literatura, as dermatites alérgicas aos cosméticos apresentam
importante papel por apresentarem destacada importância médica. Essas reações podem
aparecer em sítios distintos e/ou no próprio local de aplicação, podendo se manifestar por
eritema, edema e secreção com formação de crostas, elas podem advir desde substâncias
contidas nos produtos ou pela própria resposta imunológica do paciente (VOLTARELLI,
2009).
Toxicologia
Não é fácil categorizar um efeito como tóxico, ou seja, a partir de que ponto
determinado efeito biológico passa a ser tóxico, porém entende-se por efeito tóxico a entidade
química capaz de provocar danos a um sistema biológico, modificando seriamente uma
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
28
função ou levando-o à morte, por meio de interação físico-química. O efeito toxicante está
relacionado tanto ao prisma qualitativo quanto quantitativo. No ponto de vista quantitativo
considera-se que toda substância, riscosa em certas porções, pode ser desprovida de risco em
porções menores. No prisma qualitativo, pode-se considerar que uma substância nociva para
uma espécie, pode ser carente de perigo para outra espécie (OGA; CAMARGO;
BATISTUZZO, 2008).
Uma vez ocorrido o contato sensibilizante, reações alérgicas podem decorrer
da evidenciação de doses muito baixas desses produtos. Entretanto, reações alérgicas são
dose-dependentes. A maioria desses produtos, assim como seus metabolitos, não são
razoavelmente grande para serem reconhecidos pelo sistema imunológico como uma
substância estranha, assim é necessário que essa molécula se ligue com uma proteína
endógena para formar o antígeno. Essa molécula formada é denominada hapteno e tem
capacidade de induzir a produção de anticorpos. A exposição conseguinte ao mesmo produto
resulta na interação antígeno-anticorpo, podendo provocar então a alergia (KLAASSEN;
WATKINS, 2012).
Cosmetovigilância
O sistema de Cosmetovigilância foi criado para facilitar a comunicação
sobre problemas decorrentes do uso, defeitos de qualidade ou efeitos indesejáveis dos
produtos a que se refere e para melhorar o acesso do consumidor as informações sobre esses
produtos. Através do sistema de Cosmetovigilância, as empresas fabricantes e/ou
importadoras de produtos cosméticos deverão ter registro de todos os relatos feitos pelos
consumidores em relação a problemas causados por cosméticos, e avaliá-los. A partir dessa
avaliação devem ser tomadas medidas com o intuito de garantir a qualidade e segurança do
produto em questão. No caso de situações que impliquem em risco à saúde do usuário, as
empresas deverão notificar à Anvisa sobre o relato (ANVISA).
O NOTIVISA é o sistema informatizado nacional para o registro de
problemas relacionados ao uso de tecnologias e de processos assistenciais, por meio do
monitoramento da ocorrência de queixas técnicas de medicamentos e produtos para a saúde,
incidentes e eventos adversos, com o propósito de fortalecer a vigilância pós-uso das
tecnologias em saúde, e na vigilância dos eventos adversos assistenciais (ANVISA).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
29
Dentre os entrevistados, quarenta e três eram do sexo feminino e somente
um do sexo masculino. Com relação à idade, somente trinta e nove dos voluntários
forneceram tal informação para a pesquisa e a idade variou de dezessete a trinta e seis anos,
obtendo a média de vinte e dois anos.
Quando questionado se o voluntário faz uso de algum tipo de cosmético
diariamente, 100,0% afirmaram que sim, no entanto 4,5% não especificaram quais são os que
fazem uso.
Apesar de Silva et al (2004), afirmar que a incidência de doenças alérgicas
vem crescendo nas últimas décadas como decorrência de predisposição familiar e fatores
ambientais, como se apresenta na tabela seguinte (Tabela 2), vinte e três entrevistados
confirmaram já ter apresentado reação alérgica a algum tipo de cosmético, contudo vinte e um
dos voluntários relataram não apresentar qualquer tipo de reação alérgica a algum cosmético.
Determina, portanto a partir das respostas dada, que não há uma diferença relevante sobre as
respostas como era esperado.
Já apresentou algum tipo de reação alérgica a algum cosmético? Frequência % % Válido
Sim 23 52,3 52,3
Não 21 47,7 47,7
Total 44 100,0 100,0
Tabela 2 – Manifestação de algum tipo de reação alérgica a algum cosmético.
Fonte: Autor, 2016.
Quando questionados se alguém na família apresenta ou já apresentou
qualquer reação alérgica a um cosmético, de todos os entrevistados vinte e um afirmaram que
sim, dez pessoas garantiram que não e treze pessoas não souberam responder à pergunta.
Até há pouco tempo, os cosméticos não apresentavam riscos ou danos à
saúde, ou se os apresentavam, facilmente não eram considerados (CHIARI et al, 2012). Com
base na afirmação do autor, pode-se compreender que a dificuldade em considerar uma reação
como alérgica ou não a algum cosmético, devido ao fato que não havia relatos consideráveis
de tal afecção até pouco tempo atrás.
De entre os cosméticos que induzem essa reação adversa, o desodorante e a
maquiagem foram os cosméticos mais relatados, como desencadeadores de reações de
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
30
hipersensibilidade a cosméticos. Graças às informações cedidas, é possível analisar que
50,0% das pessoas notaram que a pele não se apresentava íntegra após a reação alérgica,
sendo as alterações mais presentes, a vermelhidão, o ardor e a coceira. Dos vinte e três
voluntários que afirmaram ter sofrido reação alérgica, apenas uma pessoa não descreveu como
a pele se apresentou após a reação.
Dentre as quarenta e quatro pessoas questionadas, apenas oito indicaram ter
feito o uso de algum tipo de medicamento para a alergia decorrente do uso de cosmético. O
uso de medicamentos tópicos (pomada, géis ou loções antialérgicas) foi a opção mais
assinalada (50,0%), associada em dois casos com o uso de medicamentos via oral
(comprimidos) (25,0%).
Na busca da prevenção de alergia causada por cosméticos não registrados na
ANVISA, a intenção da pergunta seguinte foi evitar a falta de conhecimento sobre tal
informação, primeiramente na hora da compra, ou senão quando o produto for ser utilizado.
Quando você compra algum cosmético, observa se o mesmo
possui registro na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária)?
Frequência % % Válido
Sim 14 31,8 31,8
Não 30 68,2 68,2
Total 44 100,0 100,0
Tabela 3 – Observação se o produto a ser utilizado possui registro na ANVISA.
Fonte: Autor, 2016.
Graças a essa pergunta é possível constatar que a maioria dos entrevistados
(68,2%), não observa se o produto possui registro na ANVISA, e somente quatorze pessoas
(31,8%) afirmaram fazer esse tipo de informação.
Considerando que as reações adversas a cosméticos são capazes de também
acontecer pelo uso inadequado, por desvios de qualidade, rotulagem e comunicação do
produto, esses pontos devem também ser examinado no exercício da Cosmetovigilância
(ANVISA).
CONSIDERACÕES FINAIS
Dentre as reações indesejadas, descritas na literatura, as alergias aos
cosméticos apresentam importante papel por ostentarem destacada importância médica. O
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
31
estudo das alergias em cosmetologia é significativo para a prevenção e prestação dos
primeiros cuidados ao paciente vítima de efeitos colaterais dos produtos de uso tópico. Não
obrigatoriamente o paciente com reações adversas consumiu o produto incorretamente, pois
cada indivíduo é singular, e as defesas da pele podem não diferenciar determinadas
substâncias como inertes, e começar processos que tendem a eliminá-las. Assim, entende-se a
importância de registrar todo relato de uso de produtos do paciente, a fim de não voltar a
realizar erros de prescrição.
Neste estudo aqui sucedido foi possível comprovar que há muitos casos de
reações adversas aos cosméticos em indivíduos que fazem o uso destes, e que há diversas
maneiras da pele de apresentar perante tal reação, sendo essa reação manifestada localizada
em sua maioria, se apresentando como vermelhidão, coceira e ardor. Graças aos resultados
obtidos das tabelas, conclui-se que os cosméticos mais utilizados diariamente dentre as opções
fornecidas foram o protetor solar, perfume e desodorante e a incidência das reações alérgicas
são presentes principalmente após o uso de cosméticos do tipo perfume, desodorante e
maquiagem.
Embora não seja o foco deste estudo, é importante ressaltar a questão
preocupante da automedicação devido às reações alérgicas, outro fator importante que vale ser
ressaltado é em relação ao número de produtos que não possuem registro na ANVISA, e
graças a NOTIVISA essas informações se torna mais acessível.
REFERENCIAS
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia básica: funções e
distúrbios do sistema imunológico. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 320 p.
ANVISA. Notivisa – Sistema de Notificação em Vigilância Sanitária. Ministério da
Saúde. Disponível em: Acesso em
17 Ago 2015.
BIAZIN, Damaris T. Diretrizes para elaboração de trabalhos científicos: normas da abnt e
aspectos gráficos. Londrina: EdUnifil, 2016. 134 p.
BROOKS, Geo F. et al. Microbiologia Médica de Jawets, Melnick e Adelberg. 25. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2012. 812 p.
CHIARI, Bruna G.;et al. Estudo da segurança de cosméticos: presente e futuro. Revista de
Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 33, n. 03, p. 323-330, 2012 [S.l.]. Disponível
em Acesso em
19 de Junho de 2015.
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/apresenta.htm
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
32
DOMANSKY, Rita de Cássia; BORGES, Eline Lima. Manual para prevenção de lesões de
pele: recomendações baseadas em evidências. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.
ENSINA, Luis F et al. Reações de hipersensibilidade em medicamentos. Rev. Bras. Alerg.
Imunopatol, v. 32, n. 2, p. 42-47, 2009. Disponível em
. Acesso em 28 de Maio de 2016.
HAHN, Luciana Perrini. Pele do recém-nascido prematuro. 2001. Monografia –
Departamento de pediatria, Hospital de clínicas da Universidade Federaldo Paraná, Curitiba,
2001. Disponível em . Acesso em
30 abr. 2016.
HUF, Gisele et al. Reações adversas aos produtos cosméticos e o Sistema de Notificação em
Vigilância Sanitária: um inquérito.Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, v. 16, n.
4, p. 1017-1020, 2013. Disponível em: . Acesso em 19 de Junho de 2015.
JUNQUEIRA, Luiz C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 11. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008. 524 p.
KLAASSEN, Curtis D; WATKINS III, John B. Fundamentos em toxicologia de Cassarett
e Doull. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. 472 p.
LUZ, Ana Maria Neves. Hipersensibilidade alimentar em cães e gatos. 2009, 39 f.
Monografia (Especialização em clinica medica de pequenos animais). Universidade Federal
Rural do Semi-Árido, Salvador. 2009.
MOREIRA, L. F. Estudo dos componentes nutricionais e imunológicos na perda de peso
em Camundongos com alergia alimentar. 2006. Dissertação (Mestrado em Patologia Geral)
– Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
NORONHA, Lúcia de et al. Estudo morfométrico e morfológico da cicatrização após uso do
laser erbium: YAG em tecidos cutâneos de ratos. J. Bras. Patol. Med. Lab., v. 40, n. 1, p.
41-48, Março 2004. Disponível em
.
Acesso em 30 Abr. 2016.
OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia Maria de Almeida; BATISTUZZO, José Antonio de
Oliveira. Fundamentos de toxicologia. 3. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2008. 677 p.
PEREIRA, Ana Carolina da Silva; MOURA, Suelane Medeiros; CONSTANT, Patrícia
Beltrão Lessa. Alergia Alimentar: sistema imunológico e principais alimentos envolvidos.
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 189-200, jul./dez. 2008.
http://www.asbai.org.br/revistas/Vol322/ART%202-09%20-%20GP%20-%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20de%20Hipersensibilidade%20a%20Medicamentos%20-%20parte%20I.pdfhttp://www.asbai.org.br/revistas/Vol322/ART%202-09%20-%20GP%20-%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20de%20Hipersensibilidade%20a%20Medicamentos%20-%20parte%20I.pdfhttp://www.asbai.org.br/revistas/Vol322/ART%202-09%20-%20GP%20-%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20de%20Hipersensibilidade%20a%20Medicamentos%20-%20parte%20I.pdfhttp://www.hc.ufpr.br/acad/pediatria/visitas/luciana.htmhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2013000401017&script=sci_arttext&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2013000401017&script=sci_arttext&tlng=pthttps://www.researchgate.net/profile/Lucia_Noronha/publication/26375482_Estudo_morfomtrico_e_morfolgico_da_cicatrizao_aps_uso_do_laser_erbium_YAG_em_tecidos_cutneos_de_ratos/links/543abf670cf2d6698be2f14f.pdfhttps://www.researchgate.net/profile/Lucia_Noronha/publication/26375482_Estudo_morfomtrico_e_morfolgico_da_cicatrizao_aps_uso_do_laser_erbium_YAG_em_tecidos_cutneos_de_ratos/links/543abf670cf2d6698be2f14f.pdfhttps://www.researchgate.net/profile/Lucia_Noronha/publication/26375482_Estudo_morfomtrico_e_morfolgico_da_cicatrizao_aps_uso_do_laser_erbium_YAG_em_tecidos_cutneos_de_ratos/links/543abf670cf2d6698be2f14f.pdfhttps://www.researchgate.net/profile/Lucia_Noronha/publication/26375482_Estudo_morfomtrico_e_morfolgico_da_cicatrizao_aps_uso_do_laser_erbium_YAG_em_tecidos_cutneos_de_ratos/links/543abf670cf2d6698be2f14f.pdf
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
33
ROSA, Mário Fabrício Fleury; RODRIGUES, Suélia; SOUZA, Êmilly Késsy Ferreira
de.Sistema complexo bio inspirado – Modelagem matemática da pele humana via Bond
Graph. Estudos Tecnológicos em Engenharia, vol. 10, n. 2, p. 49-56, jul/dez 2014.
Disponível em
.
Acesso em 01 Mai. 2016.
REBORDÃO, Manuela et al. Citocinas T1 e T2 na doença atópica: avaliação do contributo
relativo de diferentes subpopulações celulares T periféricas. Rev. Port. Imunoalergologia,
vol. 13, n. 2, p. 141-152, 2005. Disponível em
http://www.spaic.pt/client_files/rpia_artigos/citocinas-t1-e-t2-na-doenca-atopica:-avaliacao-
do-contributo-relativo-de-diferentes-subpopulacoes-celulares-t-perifericas.pdf>. Acesso em
28 de Maio de 2016.
RESENDE, Daniella de Moura; BACHION, Maria Márcia; ARAUJO, Lorena Aparecida de
Oliveira. Integridade da pele prejudicada em idosos: estudo de ocorrência numa comunidade
atendida pelo Programa Saúde da Família. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 19, n. 2, p.
168-173, Junho 2006 . Disponível em
. Acesso em 30 Abr. 2016.
RODRIGUES, Rosana Neves Dos Santos et al . Avaliação do teste de contato com
aeroalérgenos em pacientes com dermatite atópica. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v.
86, n. 1, p. 37-43, fev. 2011 . Disponível em
. Acesso em 11 out. 2015.
ROITT, Ivan M.; RABSON, Arthur. Imunologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2011. 182 p
SAMPAIO, Sebastião de Almeida Prado; RIVITTI, Evandro A. Dermatologia. São Paulo:
Artes Médicas, 2001. p. 3-35.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. 23 ed. São Paulo:
Cortez Editora. 2007. 304 p.
SILVA, Carlos Augusto Mello da et al. Mortalidade por intoxicações agudas graves: análise
dos casos atendidos pelo Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul,1997-
2004. Toxicovigilância - Toxicologia Clínica. CIT: Rio Grande do Sul. ISSN 1983-2044.
Disponível em: . Acesso em 17
Ago. 2016.
SOUZA, Fabíola Suano, et al. Prebióticos, probióticos e simbióticos na prevenção e
tratamento das doenças alérgicas. Rev. Paul. Pediatr. 2010, v. 28, p. 86-97. Disponível em
. Acesso em 01 Maio 2016.
VOLTARELLI, Julio C. Imunologia clinica na prática médica. São Paulo: Editora
Atheneu, 2009. 1132 p.
http://revistas.unisinos.br/index.php/estudos_tecnologicos/article/view/ete.2014.102.01http://www.spaic.pt/client_files/rpia_artigos/citocinas-t1-e-t2-na-doenca-atopica:-avaliacao-do-contributo-relativo-de-diferentes-subpopulacoes-celulares-t-perifericas.pdfhttp://www.spaic.pt/client_files/rpia_artigos/citocinas-t1-e-t2-na-doenca-atopica:-avaliacao-do-contributo-relativo-de-diferentes-subpopulacoes-celulares-t-perifericas.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962011000100004&lng=pt&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962011000100004&lng=pt&nrm=isohttp://www.cit.rs.gov.br/images/stories/2005_06_2.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/rpp/v28n1/v28n1a14
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
34
INGESTA DE ÁGUA PARA HIDRATAÇÃO CUTÂNEA
WATER INTAKE FOR SKIN HYDRATION
Gabriella Coelho e Silva3
Mirela Fulgencio Rabito-Melo4
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo demonstrar o impacto da ingesta de água na manutenção da hidratação
cutânea para um aspecto saudável. Para tanto, foram descritos a fisiologia da pele e a origem e importância da
água na composição do organismo para entendimento dos processos relacionados ao equilíbrio hídrico. A
pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica para levantamento e análise do que já foi publicado
sobre o tema e justificada pela busca do entendimento da relação entre ingesta de água como fator relevante na
manutenção da hidratação cutânea. Os resultados obtidos sugerem que a ingesta de água causa impacto positivo
na hidratação cutânea.
Palavras-chave: Ingesta de água; hidratação cutânea; envelhecimento; organismo.
ABSTRACT
This study aims to demonstrate the impact of water intake in maintaining skin hydration for a healthy
appearance. For that, it was described the physiology of the skin and the origin and importance of water in body
composition for understanding the processes related to water balance. The survey was conducted through
literature review for research and analysis of what has been published on the subject and justified by the pursuit
of understanding of the relationship between water intake as a relevant factor in maintaining skin hydration. The
results suggest that the water intake has a positive impact on skin hydration.
Keywords: Ingestion of water; skin hydration; aging; body.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que a maior parte do organismo humano é constituída de água e por esta
razão, o equilíbrio hídrico é essencial para a fisiologia humana. A água presente no organismo
é originada de três fontes: da água presente nos alimentos, a produzida no processo
metabólico e a que o indivíduo ingere (PALMA et al, 2012). A água que entra no organismo
tem que ser o suficiente para compensar as excreções, ou seja, a perda de água pela
transpiração, respiração, urina e fezes (SIZER; WHITNEY, 2003).
A água possui funções indispensáveis para o organismo humano. Em condições
climáticas e dieta normais, uma pessoa adulta necessita, para a queima diária de 2000 calorias,
3 Graduação em Tecnólogo em Estética e Cosmética
4 Farmacêutica, Doutora em Ciências Farmacêuticas – Docente do Programa de Pós-Graduação em Estética
Corporal e Facial, do Programa de Pós-graduação em Cosmetologia Clínica, do Curso de Graduação de Farmácia, Enfermagem e Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética do Centro Universitário Filadélfia - Unifil, Londrina PR.
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
35
ingerir entre 2 a 3 litros de água para manter o equilíbrio do organismo (WILLETT, 2002;
SIZER, WHITNEY, 2003). A pele representa cerca de 15% do peso corporal do ser humano e
concentra 20% a 35% do conteúdo total de água do organismo (GIAVAROTTI, 2009).
A quantidade de água ingerida possui um papel importante na hidratação cutânea
impedindo a desidratação do estrato córneo e os sintomas de uma pele ressecada
(LEONARDI, 2008; PUJOL, SUZUKI, 2011).
Frente à importância daágua na hidratação do organismo e sendo a pele um órgão
que concentra uma significativa quantidade de água, estapesquisa buscaráconhecer a
importância da ingesta de água na manutenção da hidratação cutânea para um aspecto
saudável e justifica-se na busca do entendimento da perda e retenção de água na superfície
cutânea.
No decorrer da pesquisa pretende-se alcançar objetivos mais específicos, como
destacar a importância da água na composição do organismo bem como sua necessidade
basal, pesquisar sobre o equilíbrio hídrico do organismo, descrever a fisiologia da pele,
investigar os fatores de hidratação e permeabilidade cutânea, pesquisar sobre a interferência
do envelhecimento na hidratação cutânea e orientar sobre a ingesta adequada de água para o
equilíbrio hídrico do organismo visando amanutenção hídrica da pele para um aspecto
saudável.
A abordagem teórica foi organizada em tópicos iniciando pela estrutura e fisiologia
da pele, seguido tópicos que abordam a importância da água para o organismo humano e seu
papel na hidratação cutânea. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica que abrangeu
estudos já tornados públicos como periódicos, livros, pesquisas, monografias, teses e
dissertações.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica que para Ribeiro e Souza
(2004) “consiste no exame da literatura científica, para levantamento e análise do que já se
produziu sobre determinado tema”.
A opção pela pesquisa bibliográfica deu-se em razão desta propiciar o estudo do
tema sob um enfoque que conduza a considerações inovadoras sobre a importância da ingesta
de água para a hidratação da pele e na manutenção de um aspecto saudável. Esta pesquisa
abrange bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo como periódicos, livros,
pesquisas, monografias, teses e dissertações disponibilizadas nas Bibliotecas da UniFil
Central (campus JK) e Setorial (campus Canadá) e sites Scielo e Google Acadêmico.
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
36
A busca bibliográfica inicial (para definição do assunto-problema) aconteceu nos
meses de junho a agosto do ano de 2015, sendo a mesma realizada por meio físico e por
sistema informatizado de busca, cujo critério adotado para seleção das publicações foi o
período dos últimos 13 anos acerca da discussão sobre a temática.
Os critérios básicos de seleção das publicações foram os que apresentaram o artigo
na íntegra, na língua portuguesa ou inglesa e abordoutemas relacionados à anatomia e
fisiologia da pele, a água no organismo humano, o envelhecimento cutâneo, a hidratação da
pele e a importância da ingesta de água para a manutenção da hidratação utilizando os
seguintes descritores: pele, anexos cutâneos, água, permeabilidade, hidratação cutânea,
envelhecimento cutâneo, desidratação cutânea e organismo, por exemplo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Pele
Todos os grupos de células que possuem estrutura e função semelhantes se definem
como um tecido. O tecido epitelial é um dos tecidos que compõem o organismo humano.
Dentro dele está o sistema tegumentar, constituída pela pele e seus anexos. A pele é um órgão
externo, com capacidade de regeneração em condições normais, que protege o organismo
revestindo-o e delimitando-o. Sua plasticidade é determinada pela sua flexibilidade e
resistência (GIAVAROTTI, 2009; RIZZO, 2012).
Cerca de15% do peso corporal do homem corresponde à pele, sendo 70% do seu
peso (desconsiderando tecido adiposo) composto de água. Além disso, concentra 20% do
conteúdo total de água do organismo (GIAVAROTTI, 2009).
A pele exerce diversos papéis no organismo, dentre eles, a manutenção da
homeostase, a proteção das variações advindas do meio externo funcionando como uma
barreira química, imunológica, microbiana e física contra radiações elétricas e térmicas;
captação de informações sensoriais dolorosas, térmicas e tátil; realização de secreções
glandulares, agindo também como sinalizadora sexual e, ainda, a sintetização da vitamina D
(GIAVAROTTI, 2009;PIAZZA, 2012).
Atualmente, considera-se que a pele é composta por epiderme e derme. A hipoderme,
antes considerada a terceira camada da pele, localizada abaixo da derme, não possui
descontinuidade estrutural com esta, como o que ocorre entre epiderme e derme por meio da
-
TERRA E ECULTURA – Edição Especial nº 67 ISSN 0104-8112
37
lâmina basal que as separam, passando a ser a hipoderme considerada uma camada de gordura
subcutânea (GIAVAROTTI, 2009).
Epiderme
A epiderme está localizada acima da derme, sendo assim, a camada mais externa da
pele. É formada por células epiteliais escamosas, estratificadas e queratinizadas que são
unidas pelos desmossomos. Atua como barreira no organismo contra a entrada de substâncias
estranhas e protegendo-o do ambiente externo, além de evitar a perda de nutrientes, eletrólitos
e água. Sua espessura varia entre 0,06mm e 1,3mm possuindo maior