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ANNA LUIZA COUTO BATISTA A RELAÇÃO ENTRE O MARKETING PESSOAL E AS PROFISSIONAIS QUE ATUAM COMO SECRETÁRIAS EXECUTIVAS NA EMPRESA ARCELORMITTAL BRASIL MONOGRAFIA Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG Brasil 2008

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ANNA LUIZA COUTO BATISTA

A RELAÇÃO ENTRE O MARKETING PESSOAL E AS

PROFISSIONAIS QUE ATUAM COMO SECRETÁRIAS

EXECUTIVAS NA EMPRESA ARCELORMITTAL

BRASIL

MONOGRAFIA

Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG

Brasil 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE

A RELAÇÃO ENTRE O MARKETING PESSOAL E AS

PROFISSIONAIS QUE ATUAM COMO SECRETÁRIAS

EXECUTIVAS NA EMPRESA ARCELORMITTAL

BRASIL

Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, como exigência da disciplina SEC 499 – Monografia e como requisito para a conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, tendo como Orientador o Professor Odemir Vieira Baêta e como Co-orientadora a Secretária Executiva Maika Bueque Zampier.

Anna Luiza Couto Batista

Viçosa - MG Brasil 2008

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A monografia intitulada

A RELAÇÃO ENTRE O MARKETING PESSOAL E AS PROFISSIONAIS QUE ATUAM COMO SECRETÁRIAS

EXECUTIVAS NA EMPRESA ARCELORMITTAL BRASIL

elaborada por

Anna Luiza Couto Batista

como exigência da Disciplina SEC 499 - Monografia e como requisito para conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe foi aprovada por todos

os membros da Banca Examinadora.

Viçosa, 15 de dezembro de 2008.

Prof. Odemir Vieira Baêta (DLA/UFV) Orientador

Maika Bueque Zampier (AESCA/MG) Co-orientadora

Prof.ª Ana Carolina Gonçalves Reis (DLA/UFV) Examinadora

Prof.ª Rosália Beber de Souza (DLA/UFV) Examinadora

Conceito______

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Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, a Deus, por sempre iluminar meu caminho e colocar nele

pessoas tão maravilhosas com as quais posso contar sempre, seja nos momentos de alegria e

principalmente, nos momentos difíceis.

À minha família, pelo apoio, carinho, incentivo e por me mostrar que tudo posso

“Naquele” que me fortalece (Fp. 4,13).

Aos amigos “viçosenses”: colegas de curso, companheiras de república e de

alojamento, que sempre acreditaram em mim e que fizeram parte de uma época muito especial

da minha vida, tornando-a inesquecível!

Aos professores do curso de Secretariado Executivo Trilíngue, que contribuíram

enormemente para que eu me tornasse uma pessoa melhor e uma profissional competente.

Ao professor Odemir, por ter me orientado no desenvolvimento desta pesquisa com

todo seu conhecimento e experiência.

Em especial, à Maika, por toda sua paciência, dedicação e gentileza ao me ensinar

como pesquisar.

Finalmente, agradeço às minhas companheiras de trabalho na ArcelorMittal Brasil,

que com sua colaboração, me ajudaram a concretizar este trabalho.

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Viva!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,

abraçar a vida com paixão,

perder com classe

e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve

e a vida é "muito" pra ser insignificante.

(Charles Chaplin)

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................9 2. OBJETIVOS .......................................................................................................................13

2.1 Objetivos específicos......................................................................................................13 3. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................14

3.1 Marketing .......................................................................................................................14 3.1.1 A Teoria do Marketing ............................................................................................14 3.1.2 Composto de Marketing ..........................................................................................15 3.1.3 Posicionamento da Marca........................................................................................17

3.2 Empregabilidade.............................................................................................................18 3.2.1 Competências, Habilidades e os Seis Pilares da Empregabilidade .........................19

3.3 O Perfil Atual do Profissional de Secretariado Executivo .............................................22 3.4 Marketing Pessoal ..........................................................................................................28

3.4.1 A Importância da Capacidade de Adaptação para o Profissional de Secretariado Executivo..........................................................................................................................28 3.4.2 Marketing Tradicional – Bases para o Marketing Pessoal ......................................29 3.4.3 Marketing Pessoal: Conceitos .................................................................................30 3.4.4 Relacionando o Composto de Marketing com o Desenvolvimento Pessoal ...........33 3.4.5 Gerenciamento da Marca Pessoal............................................................................35 3.4.6 O Networking como Estratégia do Marketing Pessoal ............................................36

4. METODOLOGIA...............................................................................................................38 4.1 Delimitação do Campo de Estudo ..................................................................................39

4.1.1 Amostragem ............................................................................................................39 4.2 Instrumentos de Coleta de Dados ...................................................................................39

4.2.1 Questionários ...........................................................................................................39 5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................................................40

5.1 Identificação das Entrevistadas ......................................................................................40 5.2 Interpretação das percepções sobre Marketing Pessoal e Empregabilidade...................42

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................56 6.1 Implicações da Pesquisa .................................................................................................58

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................59 8. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................62 9. APÊNDICES.......................................................................................................................63

APÊNDICE A – Questionário aplicado às profissionais que atuam no Secretariado Executivo ..................................................................................................................................64 10. ANEXOS ...........................................................................................................................68

ANEXO A – Lei 7.377 de 30 de Setembro de 1985............................................................69 ANEXO B – Lei 9.261 de 10 de Janeiro de 1996 ...............................................................71

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Lista de figuras

Figura 1 - Formação Acadêmica ..............................................................................................41 Figura 2 - Faixa Etária ..............................................................................................................41 Figura 3 - Tempo de atuação como Secretária Executiva ........................................................42 Figura 4 - Tempo de serviço na atual empresa.........................................................................42 Figura 5 - Clareza quanto aos objetivos profissionais..............................................................44 Figura 6 - Conhecimento das habilidades e deficiências profissionais ....................................45 Figura 7 - Relacionamento com profissionais de áreas diversas ..............................................47 Figura 8 - Participação em eventos fora da empresa ................................................................48 Figura 9 - Utilização de métodos para organização/classificação de contatos.........................48 Figura 10 - Compatibilidade da remuneração com as atividades exercidas.............................49 Figura 11 - Recebimento de promoção/reconhecimento no trabalho.......................................50 Figura 12 - Indicação para oportunidade de emprego ..............................................................50 Figura 13 - Identificação com as atividades exercidas .............................................................51 Figura 14 - Realização Profissional..........................................................................................51 Figura 15 - Pró-atividade ou capacidade de antever a problemas ............................................52 Figura 16 - Outros cursos de longa duração após graduação ...................................................54 Figura 17 - Domínio de Informática.........................................................................................55 Figura 18 - Fluência em idiomas estrangeiros ........................................................................55

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Lista de Quadros

Quadro 1 - Profissional de Secretariado Executivo de ontem e de hoje...................................26 Quadro 2 - Comparativo do Mix de Marketing para Produto e Pessoa....................................35 Quadro 3 - Definições de Marketing Pessoal ...........................................................................43 Quadro 4 - Características, fatores e/ou requisitos essenciais ao profissional de Secretariado Executivo..................................................................................................................................46 Quadro 5 - Importância sobre a participação em atividades de atualização/aperfeiçoamento profissional ...............................................................................................................................53

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1. INTRODUÇÃO

Ao mesmo tempo em que os profissionais se beneficiam com as facilidades e

vantagens geradas pelo desenvolvimento tecnológico, como o permanente e eficaz acesso à

informação e ao conhecimento, eles também convivem com outros padrões, enfrentam

preocupações e desafios oriundos da acirrada concorrência profissional em que se vive na

atualidade. As empresas estão centradas na redução de custos, o que, muitas vezes, força a

redução de quadros funcionais, e em alguns casos até a extinção de funções. Ao mesmo

tempo, novas profissões surgem, exigindo do profissional um contínuo preparo quanto a sua

formação e investimento maciço em si mesmo.

O grande desafio de um profissional está, assim, em manter-se empregável, apesar

das adversidades. As empresas procuram por indivíduos talentosos, criativos e

empreendedores. O profissional que quer se destacar precisa se tornar especial, atender às

expectativas da empresa e, claro, gerar lucros em curto espaço de tempo. Ele deve se

posicionar como um solucionador de problemas. Objetividade, polivalência e pró-atividade

são alguns dos ingredientes indispensáveis nesses tempos.

A realidade do mundo atual exige que os profissionais desenvolvam métodos e

técnicas de diferenciação e superação como alternativas de permanência e destaque no

mercado, explica Cunha (2006).

Uma ferramenta bastante utilizada, nos dias de hoje, para que o profissional consiga

esse destaque em sua atuação é o Marketing Pessoal. Xavier (2004) ressalta a importância do

investimento permanente em ações de Marketing para se gerir a marca pessoal. Para ele, as

mesmas estratégias vencedoras aplicadas por marcas líderes de mercado devem ser aplicadas

pelo profissional, em um investimento continuado em si mesmo. No Marketing Pessoal, cada

pessoa é responsável por definir seu próprio êxito.

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A habilidade de tornar-se empregável – empregabilidade – é outro atributo muito

valorizado pelo mercado hoje, conforme ressaltado por Minarelli (1995). As empresas

almejam profissionais que consigam enxergar o que está acontecendo em sua volta e apóiam

quem pensa sempre em agregar valor aos processos e atividades organizacionais.

Independente do campo de atuação, o profissional tem que estar constantemente atento ao

mercado do seu serviço, identificando as tendências, oportunidades e necessidades dos

clientes para ajustar a sua competência nos serviços oferecidos.

O profissional de Secretariado Executivo, inserido nesse contexto, deve, então,

buscar visibilidade para si. Para estar em evidência no disputado mercado de trabalho, ele

precisa se ver como uma marca. Precisa saber se posicionar, expor-se adequadamente para o

mercado, pensar em sua “embalagem” e nos meios disponíveis de exibi-la.

Como salienta Cunha (2006), o Marketing Pessoal tornou-se um instrumento

fundamental para a construção de uma marca pessoal forte, sendo essa marca uma das

principais estratégias de posicionamento no mercado profissional e diante de tantos desafios.

O interesse pela pesquisa em Marketing Pessoal na área de Secretariado Executivo

surgiu durante a graduação, quando a pesquisadora, ao cursar a disciplina LET 396 – Gestão

Secretarial I –, elaborou um pequeno trabalho sobre o tema. Depois de cursar a disciplina

LET481 – Estratégias de Marketing Pessoal –, ela pôde, efetivamente, perceber a relevância

do Marketing Pessoal para a formação dos profissionais, principalmente, para a formação do

Secretário Executivo. Assim, decidiu aprofundar seus estudos e descrever sobre o tema nesta

monografia.

Além disso, durante o período universitário e no desenvolvimento desta investigação,

a pesquisadora vivenciou situações em que foi possível constatar a eficácia do Marketing

Pessoal, especificamente, o poder de uma boa rede de relacionamentos, pois várias pessoas de

sua convivência, por exemplo, souberam de oportunidades de trabalho e conseguiram

emprego através de informações fornecidas por seus contatos. Ao mesmo tempo, outras, no

entanto, por não conseguirem se posicionar adequadamente, perderam excelentes

oportunidades de contratação ou promoção dentro da empresa em que atuavam.

Assim, a escolha do tema foi estimulada pelo propósito de mostrar o que pode ser

feito por profissionais de qualquer área de atuação e, sobretudo, pelos profissionais de

Secretariado Executivo para chamar a atenção para suas competências, ou seja, obter destaque

e conquistar uma boa posição no mercado de trabalho.

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Igualmente, objetivou apontar as vantagens e obstáculos enfrentados na utilização do

Marketing Pessoal e, ainda, evidenciar como sua aplicação pode contribuir para a

empregabilidade daquelas que atuam como Secretárias Executivas na ArcelorMittal Brasil.

A opção pela empresa se justifica pelo fato de a pesquisadora também atuar como

Secretária Executiva nesta, o que facilitou o acesso às informações.

Trata-se do maior grupo siderúrgico mundial com capacidade para a produção de 130

milhões de toneladas de aço por ano. A ArcelorMittal gerou em 2006 uma receita de US$

88,6 bilhões, um lucro operacional de US$ 11,8 bilhões e um lucro líquido de US$ 7,9

bilhões. Com aproximadamente 320 mil empregados em 61 localidades e unidades industriais

em 27 países, a empresa agrupa os dois maiores produtores mundiais de aço: Arcelor e Mittal

Steel.

No Brasil, a ArcelorMittal controla a ArcelorMittal Brasil, empresa formada a partir

da união dos ativos das três empresas siderúrgicas mais competitivas do país: a ArcelorMittal

Aços Longos, a ArcelorMittal Tubarão e a ArcelorMittal Vega, além de ser o acionista

controlador da Acesita. É uma das principais siderúrgicas da América Latina e foi constituída

em dezembro de 2005.

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2. OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi descrever as contribuições e limitações do

Marketing Pessoal na empregabilidade daquelas que atuam no Secretariado Executivo na

ArcelorMittal Brasil.

2.1 Objetivos específicos

♦ Observar o entendimento de Marketing Pessoal e suas contribuições e limitações

no mercado empresarial pelos que atuam no Secretariado Executivo;

♦ Descrever a importância do Marketing Pessoal e dos relacionamentos para a

Empregabilidade;

♦ Identificar se a adequação profissional, juntamente com a competência e a

habilidade profissional, são desenvolvidas em função da empregabilidade.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Marketing

3.1.1 A Teoria do Marketing

O Marketing teve início quando o homem procurou realizar a primeira troca, a

primeira intenção comercial. Como teoria, o Marketing teve como berço os Estados Unidos.

Sua essência é a relação de troca transformada ao longo dos anos (KOTLER, 1998 apud

UCHOA e SILVA, 2004).

Segundo Day (2001 apud XAVIER 2004), a Teoria do Marketing passou por um

processo de aprimoramento desde as suas origens, e o conceito de orientação para o mercado

foi uma das suas últimas atualizações.

A idéia central da abordagem da orientação para o mercado é que a empresa conheça

seu mercado profundamente e se movimente com ele, identifique o que ele precisa e atenda as

suas necessidades de consumo. Xavier (2004:2) ressalta que:

Na era de competição acirrada e global esta empresa somente atingirá os resultados e concretizará o seu potencial se souber seduzir o seu cliente e conseguir manter vínculo permanente com ele numa parceria afetuosa e em longo prazo.

De acordo com abordagens contemporâneas, o Marketing, assim como todo

planejamento e operação, deve ser orientado para os clientes, isto é, todos os departamentos e

funcionários devem estar empenhados em contribuir para a satisfação das necessidades deste.

Para Cobra (2003), a evolução do conceito de Marketing se deu em quatro períodos

distintos: a era da produção, das vendas e finalmente a era do marketing. É nesta última que se

destaca uma maior preocupação com o cliente e, portanto, uma atenção direcionada a

conquistá-los.

A partir de uma das definições de Kotler e Amstrong (2003) sobre o Marketing,

pode-se entendê-lo como um processo administrativo e social pelo qual os consumidores

obtêm o que necessitam e anseiam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor

com os outros.

Muitas pessoas vêem o Marketing como sinônimo de propaganda, usada para vender

um produto ou serviço. Porém, o Marketing vai além, pois ele compreende: desenvolver o

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conteúdo do produto, definir quem vai consumi-lo, descobrir como apresentá-lo ao mercado

para, então, montar uma estratégia de venda.

Para Carvalho e Grisson (1998), o conceito de Marketing engloba todas as atividades

referentes às relações de troca de bens entre pessoas ou instituições, sendo seu principal

objetivo buscar a satisfação dos desejos e das necessidades dos consumidores. Ele é uma das

ferramentas mais importante das relações interpessoais, pois através de seu estudo, da

utilização de suas estratégias e em função da análise de mercado, é possível atingir, com

lucro, os objetivos traçados pela empresa.

Assim, a essência do pensamento do Marketing moderno compreende em entender,

criar, comunicar e proporcionar ao cliente valor e satisfação. Através de outro conceito dado

por Kotler e Armstrong (2003:3) também pode-se definir Marketing como:

Entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício. Os dois principais objetivos do marketing são: atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, e manter os clientes atuais, propiciando-lhes satisfação.

Richers (1981 apud UCHOA e SILVA, 2004) explica que o Marketing se integrou

rapidamente na sociedade brasileira devido a alguns fatores como: o processo de substituição

de importações; a adoção de tecnologia inovadora e novos métodos e sistemas administrativos

e pela difusão da inovação através das escolas superiores e de cursos especiais. Porém, o

principal motivo é a preocupação com o cliente que, ao se encantar pelo produto ou serviço,

os assume como os ideais para atender suas necessidades e desejos.

3.1.2 Composto de Marketing

De acordo com Cunha (2006), os profissionais de Marketing precisam sempre

analisar as vontades humanas, buscando criar desejos através da utilização de elementos

persuasivos, e, conseqüentemente, gerar uma demanda em torno daquilo que foi

desenvolvido, ou seja, do produto ou serviço que foi criado para satisfazer uma necessidade

ou desejo.

Ainda segundo Cunha (2006), as empresas devem estar atentas às demandas de seus

públicos-alvos, para assim, poderem vender não apenas o bem físico, mas também os

benefícios implícitos deste, os quais possivelmente serão elementos de apoio no momento de

decisão do consumidor.

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Para implantar uma estratégia de Marketing, primeiramente é necessário ter atenção

quanto à criação do produto. Essa estratégia, chamada de Composto de Marketing ou Mix de

Marketing é definida por Santos (2002:47) como sendo:

um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Consiste em tudo que a empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu produto. As diversas possibilidades podem ser agrupadas em quatro grupos de variáveis conhecidas como os “4Ps”: produto, preço, praça e promoção.

O composto de Marketing envolve, então, os meios ou métodos utilizados para

informar ao cliente potencial, sobre a existência de um produto ou serviço.

Assim, produto significa a combinação de bens e serviços que a empresa oferece

para o mercado-alvo.

Como segundo item do composto de Marketing tem-se o preço. O preço é a quantia

de dinheiro que os clientes têm de dispor para obterem o produto desejado. Cunha (2006:15)

aponta que “elementos como valor e preço tornam-se essenciais para qualquer prática, pois

estão ligados ao processo de satisfação quando ocorre o consumo”.

O cliente procura por bens que irão proporcioná-lo os maiores benefícios e, o valor e

o preço são dois benefícios decisivos para que o consumidor opte por levar determinado

produto ou serviço.

O valor é verificado quando existe a satisfação de certo conjunto de necessidades.

Quanto ao preço, Ballback e Slater (1995:25) dizem que este é determinado pelas empresas

“em função da concorrência, das expectativas do mercado, das percepções relativas à

qualidade, dos produtos alternativos oferecidos, [...], das metas de lucratividade e de diversos

outros fatores”. Desta maneira, percebe-se que o preço consiste em uma série de fatores nele

embutidos, e que estes vão determinar que tipo de cliente poderá consumir o que está sendo

oferecido, ou seja, qual será o mercado atingido.

Cunha (2006) explica que as empresas também desenvolvem atividades com o

objetivo de certificar que seus produtos estejam acessíveis nas quantidades apropriadas, nos

lugares e momentos certos. Esse é o item do Composto de Marketing denominado praça e

que envolve estratégias e táticas para colocar o produto à disposição dos consumidores-alvos.

As empresas precisam divulgar seus bens e serviços e para isso utilizam diversos

meios. “A promoção refere-se a todos os esforços de comunicação desenvolvidos direta ou

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indiretamente pela empresa, como apoio à venda do produto.” (BALLBACK e SLATER,

1999:24).

Mansur (1998 apud CONSTANTE e MAINO 2007), explica que a ferramenta mais

utilizada quando se fala em promoção é a propaganda, ou qualquer forma de apresentação

para a promoção de idéias de bens e serviços, como incluir anúncios em jornais, rádio, ou

televisão. As estratégias de promoção são desenvolvidas para convencer os clientes da compra

do produto e por isso devem comunicar pontos fortes.

Ballback e Slater (1999:48) enfatizam que, para um Marketing efetivo, os elementos

do Mix de Marketing devem ser combinados num programa coordenado, que vise atingir os

objetivos definidos pela empresa por meio da entrega de valor aos consumidores. Os autores

ainda consideram um “5º P” nesse composto que denominam de posicionamento:

O posicionamento representa o somatório de todos os esforços de marketing da empresa, como ela é vista pelo mercado. O posicionamento é a ênfase que se dá a certos atributos, como a empresa líder em preço baixo, em qualidade ou em atendimento, a empresa da família, a empresa inovadora, etc.

3.1.3 Posicionamento da Marca

Segundo definição de Aaker (1998:7-8), marca:

é um nome diferenciado e/ou símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem) destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores e a diferenciar esses bens e serviços daqueles dos concorrentes. Assim, uma marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e protege, tanto o consumidor quanto o fabricante, dos concorrentes que oferecem produtos que pareçam idênticos.

O Marketing moderno tem dado o seu enfoque na criação de marcas distintas, como

forma de diferenciação, diz Aaker (1998). Pinho (1996:7) acrescenta que a marca “passa

então a significar não somente o produto real, mas incorpora um conjunto de valores e

atributos tangíveis e intangíveis que contribuem para diferenciá-la daqueles que lhe são

similares”.

Cunha (2006) salienta a importância da construção de uma marca organizacional

sólida e destaca que o desempenho da empresa é o fator mais importante na constituição de

uma imagem organizacional também ética e forte.

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Para a autora, além de ter personalidade, a marca deve oferecer benefícios

emocionais ao cliente para influenciá-lo de maneira tal que o convença a adquirir o produto

ou serviço que está sendo oferecido.

Portanto, estabelecer um posicionamento adequado para uma marca significa

investir em estratégias certas e em um planejamento adequado para que esta se transforme em

uma marca forte e possa oferecer vantagens competitivas em relação as suas concorrentes.

3.2 Empregabilidade

A partir das exigências atuais do mercado que busca profissionais cada vez mais

competentes, melhor preparados e que possuam habilidades renovadas, surgiu o conceito de

empregabilidade, que se refere à capacidade de adequação do profissional às novas

necessidades e dinâmica dos novos mercados de trabalho. O termo remete à competência do

profissional em proteger sua carreira dos riscos inerentes ao mercado de trabalho e, ainda, às

ações tomadas pelas pessoas que buscam desenvolver habilidades e conhecimentos favoráveis

ao alcance de uma colocação profissional. Lima, M. (2001), entende a empregabilidade como:

a habilidade de tornar-se empregável, não no sentido de ter carteira assinada, descanso semanal remunerado etc, mas como uma capacidade de ter trabalho, de alugar ou prestar um serviço em troca de uma remuneração financeira 1.

A nova dinâmica do mercado traz a empregabilidade como um novo conceito para o

perfil do trabalhador, que deve possuir habilidades, conhecimentos e capacidades que vão

além do necessário em sua área de atuação, o que demanda do profissional ser polivalente,

explica Magalhães (1997 apud RUEDA, MARTINS E CAMPOS, 2004).

Medeiros e Hernandes (2003) afirmam que hoje a grande prerrogativa para o

profissional está em cuidar da sua carreira como se fosse um bem de consumo, e investir na

própria capacidade, aprimorando seus talentos.

Ter segurança profissional hoje é mais do que ter um emprego e salário. É ter a

possibilidade, a condição de conseguir trabalho e remuneração, independente da idade e de

estar ou não empregado. Assim, é possível simplificar o conceito de empregabilidade em: a

capacidade de prestar serviço e de obter trabalho.

1 Conceito retirado do artigo: Mudança no trabalho: E agora, o que eu faço? Disponível em: www.fenassec.com.br. Acesso em: 01/04/2008.

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Minarelli (1995) evidencia que o profissional precisa empresariar a si mesmo, vender

sua competência e investir em cursos de atualização e em sua própria reciclagem.

A empregabilidade exige que o profissional se aprimore constantemente, exigência

esta fundamental para a inserção e permanência no mercado de trabalho.

3.2.1 Competências, Habilidades e os Seis Pilares da Empregabilidade

Visto que há uma relação estreita entre os termos competência e habilidade com a

empregabilidade, faz-se necessário explicá-los. Conforme Almeida (2006), a competência

representa o saber efetivo da matéria enquanto a habilidade relaciona-se à sua execução, ou

seja, sua prática.

Qualquer profissional que busca inserção, ou mesmo se manter no mercado de

trabalho, deve estar atento à empregabilidade e por isso a importância de procurar ter

consciência das verdadeiras competências e habilidades, pois é a partir do conhecimento

destas é que ele vai identificar onde é necessário investir mais, quais pontos precisa melhorar,

sempre buscando o aperfeiçoamento e atualização. O profissional diversificado e atualizado é

capaz de atuar em qualquer ambiente organizacional.

Minarelli (1995) estabelece o que ele denomina de seis pilares da empregabilidade,

que proporcionam a segurança profissional do indivíduo e lhe conferem a capacidade de gerar

trabalho, de trabalhar e ganhar. São eles: adequação vocacional, competência profissional,

idoneidade, saúde física e mental, reserva financeira e fontes alternativas e relacionamentos.

Os pilares da empregabilidade orientam os profissionais a serem competitivos para se

ajustarem à velocidade das informações e às mudanças no mercado de trabalho, informa

Alves (2000).

Para Minarelli (1995), os seis pilares são como seis colunas que juntas formam uma

plataforma, ou seja, são interdependentes. A união de todos os pilares, o equilíbrio entre eles,

dá a segurança profissional. Se o emprego for retirado, mas os pilares desta plataforma

estiverem coesos, o profissional se sustenta. De acordo com o autor, para atingir e manter a

empregabilidade, é preciso seguir os seis pilares com rigor.

O primeiro pilar é o da adequação profissional, que diz respeito à vocação do

indivíduo para o trabalho desempenhado. Minarelli (1995) diz que a proximidade entre

adequação profissional e vocação é fundamental para que a pessoa tenha motivação e

disposição de ir para o trabalho todos os dias.

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O profissional que não se identifica com as atividades que exerce deve adotar uma

atitude positiva de convergência entre o trabalho e a vocação, mesmo que para isso ele tenha

que mudar de emprego ou atividade, como explica Minarelli (1995). O autor acrescenta que

cada profissional é administrador de sua carreira. “Uma proposta, uma oportunidade é boa e

deve ser aceita se contribui para o progresso de sua carreira e se ajusta à sua opção

vocacional.” (MINARELLI, 1995:52).

O pilar da competência profissional compreende a capacitação profissional

desenvolvida pela formação escolar, pelos treinamentos, pelo autodidatismo e pela vivência

cotidiana. Minarelli (1995) salienta que não se pode descuidar da qualificação e atualização

para não perder a “atratividade”. Para ele, o profissional atual, empregado ou não, tem que ir

atrás da informação. Comprar livros, revistas especializadas, participar de seminários,

palestras, exposições. Tem que ter a humildade de aprender com quem está à sua volta, fazer

perguntas e saber ouvir.

De acordo com Cendron (2006), diversos autores enumeram as competências

essenciais a serem desenvolvidas e/ou aperfeiçoadas, para que uma pessoa se torne

empregável. Algumas delas são: habilidade de trabalhar em equipe; descobrir seus valores;

consciência do todo; visão holística; não se limitar somente à sua responsabilidade funcional;

criatividade e flexibilidade; entusiasmo pela inovação; pró-ação ou pró-atividade, aptidão para

lidar com os erros e a consciência de que o saber é muito valorizado no atual mercado de

trabalho.

Minarelli (1995) também destaca a importância da divulgação, do posicionamento

adequado, de se mostrar disposto ao mercado e a solucionar problemas. O profissional precisa

saber vender o seu trabalho, fazer o seu marketing, absorver o papel de prestador de serviço e

fornecer resultados para o cliente. Atender o cliente significa entender as suas necessidades,

trocar problemas por soluções, por isso é preciso saber vender, pois sem venda não há trocas,

sem trocas não há soluções para os problemas. Na venda, o profissional oferece a sua

competência, sua capacidade e sua experiência para conseguir promover a troca de sua

capacitação por trabalho, contrato ou emprego e conseqüentemente, por receita, salário ou

honorários.

O terceiro pilar diz respeito à idoneidade, à ética e à conduta de vida do profissional.

Para Minarelli (1995) esta é uma questão que não se discute. Aquele profissional que é

competente, que tem ocupação adequada à sua vocação, sempre encontra trabalho, sempre

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encontra quem o apresente, dê boas referências e faça recomendações. Boas referências

decorrem de um trabalho bem feito e de uma conduta correta, exemplar.

Xavier (2004) acredita que atitudes éticas nas relações comerciais são inspiradoras ao

desempenho do profissional consciente do seu papel no mundo do trabalho. Para ele, prezar

bons valores continua sendo uma exigência nas relações de mercado. Atitudes éticas podem

ainda alavancar carreiras.

Cuidar do equilíbrio, do desgaste exagerado, cuidar do corpo, procurar se relacionar

bem com todos e interagir de maneira favorável, manter a auto-estima; tudo isso é cuidar da

saúde física e mental, o quarto pilar sustentador da empregabilidade. Deve-se buscar o

equilíbrio entre o trabalho e o lazer, conciliar o lado profissional com os demais, cuidar do

corpo para estar mais bem preparado para os períodos de maior desgaste.

Minarelli (1995) relata que dentro de uma empresa o profissional poderá se deparar

com situações de enfrentamento ou com outras que divergem de sua opinião, oferecendo

assim, no caso de hesitação, por exemplo, riscos à sua estabilidade. “O profissional precisa

pensar nisso assim que entrar numa empresa. Precisa fazer uma reserva que o sustente diante

de qualquer contratempo.” (MINARELLI, 1995:66). As reservas são uma conveniência, uma

defesa, mais um pilar que sustenta a empregabilidade.

O último pilar se refere aos relacionamentos, que, segundo Minarelli (1995) e Xavier

(2004), são de extrema importância. Quem conhece pessoas, adquire informações importantes

e relevantes e, por esse motivo, deve-se ter o cuidado de registrar seus relacionamentos,

retornar as ligações, que podem se referir a oportunidades de trabalho.

Em termos profissionais, é essencial exercitar o networking,2 mantendo contato com

os relacionamentos. Minarelli (1995) explica que quem adota a atitude de valorização de seus

contatos, pode até passar-se por "interesseiro", mas cuidando bem dos relacionamentos tornar-

se-á possuidor de um extraordinário pilar, principalmente nos momentos críticos, quando a

ajuda vinda dos contatos será de fundamental utilidade. Por isso a importância de cultivar os

relacionamentos, também considerados como capital social, pois este é um verdadeiro

patrimônio.

São muitos os benefícios proporcionados pela prática do networking, conforme

explicitado por Xavier (2004), mas o autor salienta que este precisa ser bem trabalhado. Trata-

se de uma ferramenta indispensável para profissionais de qualquer área de atuação. 2 Através de um conceito simplificado, networking é uma rede de relacionamentos cultivada para impulsionar a carreira profissional. Disponível em: http://sisnema.com.br/Materias/idmat016477.htm. Acesso em: 15/04/2008.

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Através da rede de relacionamentos, o profissional troca experiências, pode

conseguir uma recolocação e até obter informações que vão além do oficial.

O networking é, atualmente, um dos meios mais inteligentes para gerar

empregabilidade. As melhores oportunidades de emprego e novos negócios muitas vezes

vêem de bons relacionamentos. Por isso, a importância em estar sempre disposto a ajudar os

outros e em ter comportamento ético, pois se existe confiança, se o profissional tem boa

reputação, sua navegação na rede é facilitada.

Para o networking eficaz é importante destacar que sua função vai muito além do

ganho pessoal. A rede deve ter sempre duas vias. Uma vez o profissional ajuda e na outra é

ajudado.

Enfim, as possibilidades geradas pela prática do networking são muitas, e para

aproveitá-las o profissional deve manter contato com grupos de interesse, participar de

eventos e congressos. Nessas ocasiões, além de exercitar seu networking, ele também estará

aprimorando sua competência profissional.

Para Minarelli (1995), os seis pilares, devido à sua coesão e articulação, precisam

estar também equilibrados. Às vezes um pilar é mais desenvolvido, mas não se pode

descuidar do outro. Quanto maior o descuido de um aspecto em relação aos demais, mais

difícil se torna sustentar a empregabilidade. O ônus de montar, desenvolver e manter estes

pilares é de cada profissional.

3.3 O Perfil Atual do Profissional de Secretariado Executivo

O Secretariado, no Brasil, apareceu com mais força no mercado de trabalho, a partir

dos anos 50, com a chegada das multinacionais automobilísticas. A profissão até então era

exercida por mulheres e suas atividades se restringiam à apenas algumas técnicas secretariais,

de acordo com Lima, D. (2006).

A partir da década de 70, mudanças relevantes aconteceram na profissão. Alguns

gerentes já passam a considerar a Secretária como um membro ativo da equipe, explica Lima

D. (2006). As empresas começam a oferecer treinamentos para a Secretária com foco no

ambiente de negócios.

Em 1985, foi sancionada a Lei número 7.377 (vide Anexo A) que regulamenta a

profissão de Secretário. De acordo com essa lei, são considerados Secretários Executivos os

profissionais diplomados por curso superior de Secretariado e também aqueles que, embora

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não graduados em Secretariado, tenham, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez)

anos intercalados de exercício em atividades próprias de secretária.

Durante os anos 90, a imagem da Secretária, até então tida como: sem capacidade de

decisão, simples cumpridora de ordens e cartão de visita da empresa é desfeita. Ela deixou de

ser executora de tarefas simples e começou a enfrentar grandes desafios nas organizações. As

funções exercidas passam a exigir da profissional mais criatividade e os treinamentos agora,

têm ênfase na gestão da qualidade, produtividade, marketing, trabalho em equipe, entre

outros.

Em 1996, a Lei 9.261 (Anexo B) altera a redação dos Incisos I e II do Art. 2, “caput”

do art. 3, o inciso VI do art. 4 e o parágrafo único do art. 6 da Lei 7.377. Com as alterações

feitas, passa a ser enquadrado como Secretário Executivo, o portador de qualquer diploma de

nível superior que, na data de início da vigência desta lei, houver comprovado, através de

declarações de empregadores, o exercício efetivo na profissão, durante pelo menos trinta e

seis meses.

Atualmente, devido às novas solicitações do mercado, as exigências em relação ao

profissional de Secretariado Executivo se alteraram, afirma Grion (2002). Hoje, as empresas

não solicitam funcionários que simplesmente executem tarefas, que se submetam sem

restrições às ordens de chefia, as empresas buscam profissionais participativos e capazes de

dar respostas eficientes.

Não se quer mais a mocinha que apenas transmita ou receba telefonemas, mas uma pessoa ativa, interessada nos caminhos da empresa, capaz de absorver as informações necessárias ao melhor desempenho de suas funções. (GRION, 2002:7).

Devido ao período de instabilidade econômica, principalmente, alguns entraves

financeiros fazem com que as empresas repensem as suas estruturas organizacionais e suas

estratégias de negócio. O objetivo das empresas passa a ser centrado na redução de custos,

assim o quadro de pessoal é atingido seja com demissões, seja com redistribuição de cargos.

Incertezas e inseguranças se manifestam neste cenário e como condição de permanência no

emprego, o profissional deve se adequar a esta realidade, buscar atender às novas exigências

do mercado e atualizar seu perfil profissional

Carvalho e Grisson (1998) enfatizam que ao fazer um planejamento estratégico, o

profissional terá que conhecer em profundidade a cultura e missão da empresa, para que possa

estar sintonizado com o foco e com os objetivos da empresa, isto é, ele precisa procurar

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conhecer a história da organização, seus produtos, seus serviços, sua clientela e mais do que

isso, saber da filosofia e das práticas que a empresa adota, bem como os seus passos para o

futuro.

Faz-se importante, portanto, que o Secretário Executivo procure adaptar-se às

estruturas empresariais, que ao se aproximar das pessoas, busque com elas aprender. O

Secretário Executivo deve conhecer então, a filosofia empregada em sua empresa bem como

suas estratégias, para poder alinhar seus objetivos com os objetivos da mesma, numa atitude

de convergência, para alcançar assim, o êxito pessoal e empresarial e/ou organizacional.

Grion (2002) observa que a competitividade torna-se cada vez mais acirrada. Manter-

se no mercado de trabalho, com sucesso, exige do profissional conhecimentos específicos e

das mais diversas áreas, além de uma formação “humanística”; além disso, as empresas

querem capacidade de decisão, desembaraço e ambição. Essa tríade é fator de diferenciação

para o profissional. As habilidades tradicionais já não bastam para a garantia de emprego na

economia atual.

A autora ainda reforça sobre a importância da utilização do Marketing Pessoal ao

dizer que o profissional é um produto que deve ser mostrado com as melhores qualidades,

num mercado de trabalho competitivo, e, portanto, exigente.

Assim, percebe-se que o novo perfil do profissional de Secretariado Executivo é

polivalente, multifuncional, empreendedor e aberto a mudanças. No conceito de polivalência,

pode-se dizer que o Secretário Executivo deve agora ser mais generalista do que especialista.

Quanto à multifuncionalidade, Alonso (2000:19 apud GONÇALVES, 2007:17),

destaca que:

O profissional de Secretariado Executivo/Assessor Executivo pode trabalhar como Gestor, Empreendedor, Consultor, entre muitas outras funções, pois ele gerencia projetos, trabalha em busca do cumprimento das metas, participa do planejamento estratégico, e ainda facilita a atuação dos dirigentes das organizações, auxiliando-os na busca de soluções para problemas complexos.

Ser multifuncional, segundo Santana (2005 apud CARVALHO 2007) também

engloba: ser capaz de pensar estrategicamente; ter uma postura pró-ativa, executando ações

eficientes e em tempo real, pensando junto ou até antes dos executivos que o profissional

assessora; conseguir compreender a dinâmica de todos os projetos com os quais o executivo

esteja comprometido; agregar conhecimento por meio da educação continuada, como a

participação em MBA e em alternativas de extensão universitária; entre outros.

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Na análise deste novo perfil profissional, percebe-se a importância crescente do

aspecto empreendedor. Ser empreendedor de acordo com Uriarte (2000 apud LIMA, D.,

2006) significa estar disposto a realizar coisas novas, e a assumir riscos, pois o seu sucesso

está em sua capacidade de conviver e sobreviver a estes. Para o autor, os riscos são inerentes a

qualquer atividade e é preciso saber administrá-los. “O empreendedor não é mal-sucedido nos

seus negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los.” (URIARTE 2000 apud

LIMA, D., 2006:12)

Garcia e Silva (2005) evidenciam que o profissional de Secretariado Executivo atua

como elo entre clientes internos e externos, fornecedores; gerencia informações; administra

processos de trabalho da empresa; prepara e organiza o “meio de campo” para que as soluções

e decisões sejam tomadas com qualidade.

A seguir, pode-se observar as principais características do profissional de

Secretariado Executivo de alguns anos atrás e as características deste profissional hoje.

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Quadro 1 - Profissional de Secretariado Executivo de ontem e de hoje (NATALENSE 1998).

ONTEM HOJE

• Trabalha para pessoas

• Interage com chefes

• Trabalha isolada

• Evita riscos

• Direciona a sua ação para garantir

• o seu emprego

• Motivada por símbolos de poder

• Centralizadora

• Desculpa-se pelos erros

• Faz as coisas bem feitas

• Economiza os recursos

• Cumpre o seu dever

• Trabalha em função da sua

pessoa e personalidade

• Trabalha para a empresa

• Interage com clientes, fornecedores,

parceiros

• Trabalha em equipe

• Assume riscos moderados, investe

• Não tem medo de ser demitida

• Motivada por metas

• Cria alternativas para o trabalho em

equipe, desenvolvendo pessoas

• Faz dos seus erros uma forma de

aprendizado e segue em frente

• Faz as coisas certas nos momentos

certos

• Maximiza a utilização dos recursos

• Obtém resultados

• Trabalha para alcançar objetivos,

produzindo resultados e auto-realização

Bruno (2006) afirma que, devido à sua formação generalista, o profissional de

Secretariado Executivo pode atuar nas diversas áreas de uma organização, seja planejando,

organizando, dirigindo ou controlando os processos necessários para assessorar o

administrador e/ou uma equipe de trabalho.

Garcia e Silva (2005) consideram o profissional de Secretariado Executivo como

profissional vital dentro das empresas para trabalhar ao lado do poder decisório, otimizando

resultados, projetos, e em outras múltiplas opções que o novo mercado de trabalho oferece.

Vale ressaltar que esse profissional tem a possibilidade de conhecer a empresa como

um todo, uma vez que possui uma visão mais ampla dos setores, tendo excelentes

oportunidades para dar sua contribuição a diversos projetos e, assim, fazer transparecer sua

imagem de competência dentro de uma organização.

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Garcia e Silva (2005:21) confirmam a transformação quanto ao papel secretarial e

dizem que hoje, o profissional secretário tornou-se: “agente de resultados; agente facilitador;

agente de qualidade; e agente de mudanças”. E completam dizendo: “a missão de todo

profissional e, principalmente, da profissional secretária é construir pontes, através dos seus

relacionamentos e da arte da comunicação.”

No mundo dos negócios, onde idéias são trocadas, decisões são tomadas e

impressões são formadas, o profissional de Secretariado Executivo precisa demonstrar

confiança e competência, manter bons relacionamentos, desenvolver sua credibilidade

pessoal, pois comportamentos positivos e uma comunicação eficaz propiciam a interação e

favorecem seu potencial de influência junto à organização.

Bruno (2006) explica que a era da qualidade e os avanços tecnológicos permitiram ao

profissional de Secretariado Executivo iniciar sua transformação, gerando uma atuação

empreendedora e uma parceria de sucesso entre esse profissional e o administrador.

De acordo com Garcia e Silva (2005:19), “ao atuar como agente facilitadora, a

profissional secretária vai revelando o seu desempenho na rede de relações interpessoais que

administra. É nessa rede que imprimirá sua marca”.

Uma característica que Bruno (2006) também ressalta é o fato de o profissional de

Secretariado Executivo ser considerado a interface entre o administrador e o mundo

organizacional (equipe de trabalho, clientes, fornecedores, governo etc.) e por esse motivo, ele

terá como habilidade essencial saber lidar com pessoas, processos de comunicação e

expectativas.

Sendo a interface entre as partes interessadas, deverá efetuar a triagem do processo e definir prioridades com o objetivo de facilitar e viabilizar as relações interpessoais, e, quando for necessário, direcionar e (re)direcionar as questões conflitantes com ética e profissionalismo, sempre primando por atitudes assertivas. (BRUNO 2006:32).

Assim, nota-se que o papel exercido pelo Secretariado é de conciliador entre os

interesses individuais e do grupo, mas sempre observando os objetivos da organização.

Conforme Gonçalves (2007:19):

O profissional de Secretariado Executivo hoje possui um perfil que não se assemelha nem um pouco com o paradigma imposto há mais de cinco décadas, o de que a profissão é uma função maternal, feminina, doméstica e uma "vocação feminina".

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Segundo Lima, D. (2006:34), “Temos hoje o Secretariado como peça chave para o

desenvolvimento da organização. Por isso o Secretariado deve tentar, inventar, fazer diferente

para fazer acontecer.”

3.4 Marketing Pessoal

3.4.1 A Importância da Capacidade de Adaptação para o Profissional de

Secretariado Executivo

Hoje, o mundo vivencia mudanças constantes, principalmente em termos de trabalho.

Cunha (2006:52) explica que “a sociedade industrial dá lugar à sociedade da informação e do

conhecimento”.

Os cargos tradicionais, os empregos vitalícios e estáveis estão desaparecendo, e

novas formas de trabalho surgem, mais dinâmicas, mutáveis e altamente flexíveis, sendo

redefinidas a cada instante. Cunha (2006) ressalta que o maior desafio para os profissionais é

interagir com as novas realidades, o que lhes exige alta capacidade de adaptação e abandono

de velhas posturas. O profissional que não atender a essas solicitações tende a ter menos

competitividade no mercado de trabalho, colocando-se em situação de risco.

O indivíduo, muitas vezes, apresenta um comportamento natural de se opor às

mudanças, resistindo em aceitar o que de novo lhe é proposto, informa Cunha (2006). A

mudança para uma situação desconhecida exige do indivíduo um esforço de adaptação. Ao

mesmo tempo, identifica-se que a conquista dos objetivos está, muitas vezes, intimamente

ligada à mudança das atitudes, isto é, é preciso alterar o comportamento em prol dos

objetivos.

A competitividade aumenta intensamente o que requer uma melhor preparação

profissional, bem como uma atualização constante de conhecimentos frente à concorrência. O

profissional deve então se preparar da melhor forma para não correr o risco de ser excluído do

mercado de trabalho.

Para Cunha (2006:53-54):

Uma das respostas mais apropriadas para as questões que surgem, está na ênfase da estratégia de preparação pessoal. Nesse momento de alta competitividade, mudanças freqüentes e crescente exigência por qualidade, o Marketing é uma ferramenta de auxílio fundamental para o processo de elaboração da estratégia pessoal e, consequentemente, ascensão profissional dos indivíduos. Nesse cenário surge o

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Marketing Pessoal como forma de valorização das capacidades e competências do homem.

3.4.2 Marketing Tradicional – Bases para o Marketing Pessoal

De acordo com Xavier (2006), o Marketing consiste em um conjunto de estratégias

utilizadas por uma empresa para se relacionar com o seu mercado, com o objetivo de

intensificar a demanda dos seus produtos ou serviços. Quando reduzido à dimensão humana,

este mesmo princípio também é válido, sempre nas devidas proporções. Neste sentido,

Marketing Pessoal consiste no uso criativo de determinadas estratégias para o que o

profissional crie e mantenha vínculos com o seu mercado, com o objetivo de garantir o

consumo da sua especialização, explica Xavier (2006).

O autor ainda acrescenta que o profissional deve oferecer soluções em nível de

excelência aos seus clientes, conceder mais valor a estes, inspirando parceria, surpreender a

concorrência, investir em comunicação e tratar a sua marca pessoal como um valioso

patrimônio.

O Marketing Pessoal, equivocadamente, vem sendo deturpado e confundido com

melhoria na apresentação pessoal. Cunha (2006:54 apud PERSONA 2005) refere-se ao

Marketing Pessoal como “um conjunto de ações que buscam entender o mercado em que se

atua, detectar necessidades, possibilidades e criar um posicionamento que estimule esse

mercado a escolher determinado indivíduo como a melhor opção”.

Para Cunha (2006), assim como no Marketing convencional, em que a empresa antes

de lançar um produto busca entender o seu mercado, no Marketing Pessoal o profissional deve

fazer o mesmo: entender as expectativas do seu mercado de atuação, planejando de forma

estratégica, a sua carreira.

Xavier (2004) diz também que aqueles profissionais orientados para o seu mercado

empregam as mesmas estratégias de Marketing aplicadas a uma empresa: eles se sustentam

em valores e crenças, de forma consciente e deliberada; desenvolvem práticas especiais de

monitoramento e sondagem do seu mercado para se manterem atualizados; procuram formas

de reforçar o valor ao cliente como um elemento intrínseco no seu raciocínio estratégico e se

estruturam com o propósito de manter esses clientes fiéis no mais longo prazo possível.

Assim, entende-se que o Marketing Pessoal utiliza os conceitos do Marketing

Tradicional em benefício da carreira do profissional e, dessa maneira, este deve procurar

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valorizar seus diferenciais, suas qualidades, focar em seus potenciais e direcioná-los para

obter o melhor posicionamento no mercado.

Em síntese, Xavier (2004:4) conceitua Marketing Pessoal como a “promoção de ‘si

mesmo’ dentro do mercado em que atua como um produto, exposto ao consumo de clientes,

transformado em desafio que exige estratégias específicas e criativas como condição de

êxito”.

Cunha (2006) ainda ressalta que não basta apenas apresentar uma imagem positiva, é

preciso que o profissional tenha as reais qualificações do conteúdo apresentado. Para a

construção do Marketing Pessoal, o indivíduo deve apresentar as vantagens que ele poderá

proporcionar a todos que fazem parte do seu círculo profissional. Cunha (2006:55) completa

dizendo que “Toda venda começa com a venda de si próprio, da imagem e da capacidade de

gerar confiança naquele que irá realizar a compra”.

3.4.3 Marketing Pessoal: Conceitos

O desenvolvimento tecnológico vem provocando mudanças velozes que são

percebidas por todos os profissionais, qualquer que seja a área de atuação. Trata-se de um

ciclo contínuo e irreversível, que é capaz de alterar culturas, sociedades e o próprio homem.

A busca permanente pela qualidade de produtos e serviços; a maior presença da

mulher no mercado de trabalho e em outros segmentos da sociedade, a segmentação do

consumo, para atender novos mercados cada vez mais competitivos e exigentes; o trabalho em

equipe, o conceito e prática da melhoria contínua - aplicada a processos e pessoas; todas essas

transformações compõem o cenário atual.

A partir das transformações citadas, que ocorrem no meio organizacional e social,

surge o Marketing Pessoal, como forma de valorização das capacidades e competências do

homem.

Para Ballback e Slater (1999), hoje, as mudanças geradas pelo processo de

reengenharia e pelas novas tecnologias fazem com que o profissional, para ser reconhecido e

garantir o espaço que merece, utilize seu Marketing Pessoal, a fim de se autopromover. “Boas

técnicas de marketing, somadas a um trabalho bem feito, sempre levarão vantagem sobre um

trabalho extremamente bem feito mas ausente de técnicas de marketing.” (BALLBACK E

SLATER , 1999:13).

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O Marketing Pessoal visa a valorização do ser humano em todos os seus atributos

na medida em que possibilita a utilização plena das capacidades e potencialidades humanas na

área profissional e na vida pessoal.

Esse processo é facilitado a medida que os talentos e dons que uma pessoa possui

podem ser comparados a produtos e serviços sobre os quais se pode aplicar todas as técnicas e

processos de Marketing.

Dessa maneira, empresas, organizações e indivíduos obtêm o que necessitam através

da criação, oferta e troca de idéias, produtos e serviços. Numa ação que satisfaz tanto às

expectativas dos fornecedores, ou seja, dos profissionais que dispõem de serviços a oferecer,

como a dos consumidores, que neste caso podem ser: diretores ou chefes, amigos e colegas de

trabalho do funcionário.

O Marketing Pessoal envolve a concepção, o planejamento e a execução de ações

que contribuirão para: a formação profissional e pessoal do indivíduo, a atribuição de um

valor, justo e compatível com o seu posicionamento frente ao mercado almejado, a execução

de ações divulgadoras que buscam a valorização pessoal e a visibilidade, para que assim, as

organizações ou pessoas para quem trabalhe ou em quem exerça influência, e ele próprio, se

sintam satisfeitos.

Ballback e Slater (1999:31) dizem que Marketing Pessoal:

envolve o autoconhecimento e saber o que você tem para oferecer, capacitando-o a promover sua mensagem junto às pessoas certas nos lugares certos, atribuindo-se um preço justo e posicionando de forma a conseguir o maior impacto possível sobre a sua carreira.

É importante ressaltar que um bom posicionamento de mercado requer do

profissional, além do conhecimento dos processos sob os quais o Marketing atua, consciência

da necessidade de mudança. O domínio pleno de aspectos inerentes à profissão é altamente

relevante, entretanto, de nada adianta um diploma na mão, se o profissional não tem

posicionamento adequado. Dai a urgência da utilização das técnicas de Marketing Pessoal.

Com relação ao profissional de Secretariado Executivo, este também deve buscar

colocar-se corretamente no mercado, por meio de metas bem definidas e objetivos claros para

alcançar seu prestígio profissional. Ele deve valorizar aquilo que deseja para sua vida

profissional e também pessoal, caracterizar seus pontos fortes, analisar a imagem que os

outros fazem a respeito dele, enfim, definir suas metas e buscar cumpri-las com rigor.

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Segundo Uchôa e Silva (2004), para desenvolver o Marketing Pessoal é preciso

possuir um planejamento pessoal do que quer ser, onde se deseja estar, ocupar, num

determinado período de tempo; ou seja, possuir objetivos, definindo prioridades, caminhos,

recursos, meios etc.

Garcia e Silva (2005:92) explicam que, assim como o produto precisa ter um bom

conteúdo, o profissional de Secretariado Executivo também o deve ter. Ter bom conteúdo, de

acordo com Garcia e Silva (2005:92), significa: “formação especifica na área; cursos de

reciclagem e especialização permanentes; domínio de tecnologia de ponta; domínio de dois ou

mais idiomas; postura de aprender, aprender, aprender”.

Garcia e Silva (2005:92) continuam dizendo que o produto precisa ter uma excelente

e atrativa embalagem e, traduzindo para a linguagem profissional, a embalagem compreende a

postura e comportamento social. Os valores então ressaltados pela autora são: “ética;

etiqueta; vestimenta adequada.”

A conquista de um espaço no mercado de trabalho e a melhoria nos relacionamentos

pessoais estão diretamente relacionadas com o autoconhecimento e a capacidade de explorar

potenciais. A eficácia no Marketing Pessoal depende, dentre outros fatores, do conhecimento

da dimensão humana e seu aprimoramento individual, porque o Marketing Pessoal é um

processo de desenvolvimento pessoal.

Doin (2003) define Marketing Pessoal como:

um conjunto de atitudes e comportamentos que conduzem a vida pessoal e profissional para um feliz sucesso por meio de qualidades e habilidades inatas ou adquiridas do indivíduo que, aperfeiçoadas, promoverão comportamentos favoráveis à realização dos seus próprios objetivos”.

Santos (2002) salienta que a utilização correta das ferramentas de Marketing Pessoal

contribui para minimizar as características fracas do produto e valorizar e fortalecer suas

características consideradas fortes para um determinado mercado.

A autora ainda explica que o Marketing Pessoal não se restringe somente a boas

maneiras, etiqueta, modo de vestir-se e modo de falar. Apesar da visão distorcida que muitos

profissionais têm, o Marketing Pessoal não se resume apenas em aparência física. Ele visa

projetar as reais competências dos profissionais não só dentro, como também fora das

organizações.

Sendo o principio básico do marketing pessoal transformar as potencialidades de cada individuo em diferencial competitivo, garante-se assim a individualidade, pois

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em marketing pessoal, valoriza-se e direciona-se o potencial de cada um. (SANTOS, 2002:87)

Com a competitividade em que se vive, é grande a importância de um diferencial na

atuação do profissional. Este deve construir uma marca pessoal em seu universo de trabalho,

sendo essa a sua principal ferramenta para se posicionar diante dos desafios. A trajetória

pessoal e profissional sempre foi e continuará sendo um patrimônio individual a ser

administrado com rigor e competência.

3.4.4 Relacionando o Composto de Marketing com o Desenvolvimento Pessoal

Conforme Ballback e Slater (1999:26), o Mix de Marketing ou Composto de

Marketing também deve ser utilizado para o desenvolvimento profissional.

Tentar vender a si mesmo sem levar em conta todos os fatores envolvidos no marketing pessoal seria o mesmo que uma empresa tentar vender um tubo de pasta de dente sem a mínima preocupação quanto à qualidade, às características especiais, aos preços das marcas concorrentes, aos aspectos de publicidade e divulgação ou à maneira como o produto seria comercializado e à praça onde esse creme dental seria vendido. O sucesso do profissional depende do posicionamento.

Para Cunha (2006), assim como o Composto de Marketing simboliza uma estratégia

para influenciar os processos de venda e atingir o sucesso em uma organização, o Marketing

Pessoal faz o mesmo, porém o produto-alvo aqui é o profissional.

Cunha (2006:55-56) ainda faz uma analogia com o Marketing Pessoal: “é possível

enxergar o composto da seguinte forma: o produto é o profissional, o preço é o salário, o

ponto de venda é a área de atuação e a promoção é a comunicação”.

O profissional precisa possuir características que o levem a ser considerado um

verdadeiro talento por aqueles com quem convive. Também são esperados desse profissional,

conhecimentos múltiplos e que ele saiba trabalhar em diferentes estruturas, diz Cunha (2006).

Todas essas peculiaridades compõem o produto a ser formado.

Assim como no Marketing Tradicional, no Marketing Pessoal o produto é também

considerado o ponto inicial. É preciso que se conheça bem o que será colocado à disposição

dos consumidores. No que se refere ao profissional, de acordo com Constante e Maino (2007)

esse é o estágio considerado mais difícil no processo de definição do Composto de Marketing

para o profissional, pois exige uma auto-análise que requer humildade para detectar pontos

fracos e fortes do indivíduo.

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34

Para Ballback e Slater (1999), o produto em termos de Marketing Pessoal, refere-se

às habilidades, realizações, formação, credenciais, treinamento, experiência anterior, cargos

ocupados, personalidade, imagem e atitude do profissional. Mas ele não se restringe apenas a

um currículo.

A promoção, para Santos (2002), consiste em criar visibilidade, colocar o

profissional em evidência. Para se promover da melhor forma, é preciso que o profissional se

concentre na mensagem que pretende veicular e decidir como e para quem ela será enviada.

Como estratégias que o profissional pode utilizar para ter maior visibilidade no

mercado, Junqueira (2003 apud UCHÔA e SILVA 2004) destaca muitas ações, dentre as

quais estão: associar-se aos órgãos de classe; freqüentar reuniões e debates na área; manter

contato com outros profissionais da área; freqüentar congressos, seminários; realizar cursos de

pós-graduação; assinar revistas, comprar livros e acessar regularmente a internet,

compartilhando as informações descobertas; manter-se bem informado sobre as notícias da

área.

Para Balback e Slater (1999) a simples atitude de almoçar com colegas diferentes

sempre que possível, já é uma forma de gerar maior visibilidade.

Santos (2002:24) ressalta que a divulgação pessoal “permite o surgimento de várias

relações que conseqüentemente divulgam o produto em outros mercados, aumentando a

chance do surgimento de boas oportunidades de negócio”.

Para realizar o Marketing Pessoal com êxito, é necessário identificar as praças onde

ele será colocado em prática. A praça está relacionada ao lugar onde se vende o produto.

Conforme Santos (2002), quanto maior o número de canais de distribuição ou ambientes

freqüentados, seja ele profissional, social ou familiar, maiores serão as oportunidades e

condições de negociar o seu produto. Para a autora, aqueles que conseguem estabelecer

corretamente os canais de distribuição do produto evitam o desgaste da imagem e otimizam as

ações.

Para o profissional, assim como no caso do produto, é necessário agregar valor e

qualidade aos serviços que serão oferecidos para alcançar competitividade, destaca Santos

(2002).

Ballback e Slater (1999) destacam que o indivíduo deve se atribuir um preço de

acordo com a mensagem que está veiculando, com o produto que está oferecendo, com o

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mercado onde está tentando ingressar. E salientam que esse preço deverá ser coerente com o

restante do seu mix de marketing.

Preço, para Bordin (2005 apud CONSTANTE e MAINO, 2007:69) é:

o valor que o mercado irá pagar para ter o trabalho, ou melhor, as tarefas a serem desenvolvidas pelo indivíduo, onde, no final, levará a sua “marca”, que, por sua vez, será sinônimo de griffe. Ter a assinatura final de um profissional altamente qualificado deve ser remunerado à altura, pois produtos e serviços de qualidade não são e não devem ser baratos, pois o barato e comum será sinônimo de má qualidade.

Um trabalho eficiente de Marketing demanda cuidadosa pesquisa de mercado,

planejamento do produto, embalagem, preço, promoção e distribuição e isso, nas devidas

proporções, é válido para as pessoas. No entanto, Cunha (2006) ressalta que existem

dificuldades em gerir uma marca pessoal, pelo fato das pessoas serem conduzidas pela

emoção. Segundo Balback e Slater (1999) essa barreira emocional é justificada por alguns

motivos como: as pessoas não são educadas para ressaltar suas qualidades e pontos fortes;

muitas vezes as estratégias de Marketing Pessoal são confundidas com exibicionismo e as

pessoas têm medo de serem rejeitadas, de ouvirem um não. Por isso, o investimento no

crescimento pessoal poderá ser um importante diferencial.

Abaixo, o Quadro 2 contém o demonstrativo da comparação entre produto e pessoa,

conforme o Composto ou Mix de Marketing:

Quadro 2 - Comparativo do Mix de Marketing para Produto e Pessoa (Constante e Maino, 2007:69).

Mix de Marketing 4 P`S Produto Pessoa Produto Mercadoria ou serviço Conhecimento, habilidades e

atitudes Promoção Propaganda Ser, saber fazer e conquistar seu

público Ponto de Venda Distribuição/praça Ambiente de trabalho e Redes

de contato Preço Valor pago pela aquisição Remuneração pela competência

e pelo trabalho desenvolvido.

3.4.5 Gerenciamento da Marca Pessoal

As marcas vão além de produtos e serviços. Para Zaninelli (2008), pessoas também

podem ser vistas como marcas, pois muitas vezes elas também têm imagens bem definidas,

que podem ou não ser entendidas e amadas.

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Zaninelli (2008) afirma que qualquer pessoa, ao construir sua carreira, está tentando

criar sua própria marca. Para a autora, uma das chaves para uma carreira de sucesso é fazer

com que determinadas pessoas (colegas de trabalho, superiores, ou até mesmo pessoas de fora

da empresa) saibam quem você é e conheçam suas habilidades, talentos, atitude e assim por

diante.

A marca, assim, compreende um conjunto de atributos tais como: conhecimentos

técnicos; comportamentos e atitudes; desenvoltura; a forma utilizada para divulgá-los, que

deve ser coerente e verdadeira para não causar danos ao profissional.

Zaninelli (2008) ainda explica que ao construir um nome, uma reputação, o

profissional está criando sua marca para se posicionar da melhor forma no mercado. Assim a

transmissão da imagem certa é inestimável para a maneira como as pessoas o tratam e

interpretam suas palavras e ações.

Segundo Peters (2000:75 apud UCHOA e SILVA, 2004:3), é preciso ter consciência

de que “você é um produto no mercado de trabalho - e deve acreditar nisso, se não quiser ficar

encalhado na prateleira”, ou seja, sem se enxergar como um produto, dificilmente se

conseguirá um emprego que satisfaça, onde consiga aplicar o que tem de melhor e no qual

encontre uma fonte permanente de aprendizado.

Ainda conforme Peters (2000:78-80 apud UCHOA e SILVA, 2004:4):

Você é a sua marca, você é o seu projeto, você deve saber se vender, você deve administrar a sua própria marca. [...] hoje em dia, o mais importante, para quem quer trabalhar e fazer negócios, é ser diretor de marketing da marca chamada você. [...] a boa notícia é que todo mundo tem a chance de se destacar. [...] há várias etapas num processo de diferenciação do produto: auto-análise (quem você é, quais são as suas habilidades e competências), plano de desenvolvimento (como atacar suas deficiências) e currículo (as informações a seu respeito que as empresas querem ler).

O Marketing Pessoal enquanto instrumento gerador de credibilidade da marca se

torna um recurso acessível ao profissional que quer alcançar o êxito no planejamento e na

condução da sua carreira.

3.4.6 O Networking como Estratégia do Marketing Pessoal

A palavra networking é de origem inglesa e segundo Minarelli (2001 apud

ZANINELLI 2008) ela designa o sistema de interação na rede de relacionamentos. Como as

demais redes existentes, a de relacionamentos também é multifuncional, pois oferece

proteção, descanso, captação, distribuição e integração, informa Zaninelli (2008).

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Segundo Minarelli (2001 apud ZANINELLI, 2008:9) “a rede é o canal que capta,

integra e distribui informações, bens e serviços com maior eficiência, e isso é verdade tanto na

operação de negócios quanto em relação às pessoas”.

Xavier (2004) define networking como a valorização da rede entre profissionais,

sendo uma ferramenta de especial utilidade na aplicação do Marketing Pessoal. “Uma rede

organizada de relacionamentos humanos, que seja ampla e atualizada. O networking, quando

bem trabalhado, abre possibilidades de negócio e de resultados pessoais.” (XAVIER,

2004:10). Segundo Xavier (2004), a sustentação do networking está em manter informações

atualizadas sobre os relacionamentos que o profissional criou em sua vida. Xavier (2004)

classifica esses relacionamentos como uma base de dados sem fim. E completa dizendo que,

em qualquer momento os componentes da rede podem ser de utilidade definitiva, sendo a

recíproca amplamente verdadeira.

“Administrar bem a rede, mantendo-a atualizada é uma atitude profissional

recomendável, evitando-se equívocos e exageros.” (XAVIER, 2004:10). Ou seja, o

profissional não deve procurar seus contatos somente quanto estiver com problemas

financeiros, por exemplo, ou desempregado, nem deve confundir networking com idolatria ou

bajulação.

Xavier (2004) enfatiza a idéia de que no Marketing Pessoal cada pessoa que passar

na vida do profissional deve ser considerada como um patrimônio que poderá promover

excelentes oportunidades, mas ao mesmo tempo, se mal administrada, pode prejudicar a sua

carreira.

A rede de relacionamentos humanos é considerada por muitos a ferramenta mais

eficaz para proporcionar aos profissionais acesso à informação e às oportunidades no mercado

de trabalho

Segundo Medeiros e Hernandes (2003), 96% das oportunidades de trabalho não são

divulgadas em jornais ou em outros meios de informação. A maioria das representações,

funções de confiança e até mesmo o preenchimento de vagas em postos de trabalho se

realizam por meio de indicações, o que denota a importância da gama de relacionamentos que

o profissional possui.

Quando alguém é informado sobre uma oportunidade de emprego, por exemplo, está usando a rede como instrumento de captação. Quando através dela, oferece-se uma vaga, a rede está sendo usada como instrumento de distribuição. Essa bilateralidade, essa via de mão dupla, é uma característica importante da rede de relacionamentos humanos. (ZANINELLI, 2008:9).

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Concomitantemente, Medeiros e Hernandes (2003) enfatizam que o que mantém um

profissional no emprego é sua competência. Uma pessoa pode ser bem relacionada e

influente, no entanto, não ser competente. Nesse caso, nenhum contato poderá segurá-la no

trabalho.

Grion (2002) ressalta que o profissional que quer divulgar suas habilidades precisa

criar sua rede de contatos. A pessoa agrega em si mesma todos os departamentos que a

empresa utiliza para transmitir suas informações (relações públicas, publicidade, marketing

etc.). O produto precisa ser testado, divulgado, remodelado se necessário etc. A autora ainda

alerta que o profissional não deve deixar para pensar na sua rede de relacionamento quando

estiver na iminência de ficar desempregado.

Conforme Peters (2000 apud UCHÔA e SILVA 2004:4), o princípio básico do

networking é: “quanto mais pessoas conhecemos, quanto mais circulamos, maiores as chances

das oportunidades aparecerem”. Também para o autor, não significa que o profissional deve

fazer contatos somente na hora em que estiver procurando uma nova colocação. Muitas

pessoas cometem esse erro, mas o exercício do networking precisa ser uma prática constante.

Zaninelli (2008:10) enfatiza que o objetivo do networking é estimular um

comportamento natural de solidariedade e de ajuda recíproca, considerando que, todos os

indivíduos estão em interdependência na rede de relacionamentos humanos.

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4. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento desta pesquisa e para melhor atender os objetivos do

trabalho, foi adotada a abordagem qualitativa, cujo objetivo tem o caráter descritivo. Gil

(1999:42) define pesquisa como “o processo formal e sistemático de desenvolvimento

científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante

o emprego de procedimentos científicos”. Pesquisar para Lopes (2005), de uma forma

simples, significa procurar respostas para indagações propostas.

Quanto á pesquisa qualitativa, Lopes (2005) entende que há uma relação dinâmica

entre o mundo real e o sujeito. Para Lopes (2005) a interpretação dos fenômenos e a

atribuição de significados são elementos básicos neste processo que não requer métodos e

técnicas estatísticas. “O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o

pesquisador é instrumento chave. [...] O processo e seu significado são os focos principais da

abordagem.” (LOPES, 2005:44).

Já a pesquisa de caráter descritivo visa descrever as características de determinada

população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Gil (2006) ainda

completa dizendo que, ela envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados como

questionários e observação sistemática, que assumem em geral, as formas de levantamento

mais comumente utilizadas.

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4.1 Delimitação do Campo de Estudo

4.1.1 Amostragem

Gil (1999) explica que as pesquisas abrangem um universo de elementos tão grande

que se torna impossível considerá-los em sua totalidade. Por esse motivo é comum trabalhar

com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o universo.

Para este estudo, foi utilizada a amostragem por conveniência, na qual “o

pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam [...]

representar o universo.” (GIL, 1999:104).

Dessa forma, foram escolhidas 12 (doze) profissionais que atuam como Secretárias

Executivas nos seguintes setores da ArcelorMittal Brasil, empresa na qual a pesquisadora está

trabalhando atualmente: Controladoria, Crédito e Cobrança, Exportação, Finanças, Logística,

Meio Ambiente, Melhoria Contínua, Recursos Humanos e Presidência. Devido ao grande

número de funcionários em alguns setores, estes têm entre 2 (duas) a 3 (três) Secretárias em

cada.

4.2 Instrumentos de Coleta de Dados

4.2.1 Questionários

A técnica escolhida para coleta de dados foi a aplicação de questionários semi-

abertos (vide Apêndice A), que abrangem tanto questões abertas como fechadas. A opção por

essa técnica deve-se às inúmeras vantagens, citadas por Gil (1999). Entre elas estão a garantia

do anonimato das respostas, a conveniência para que as pessoas o respondam no momento

em que acharem oportuno e por contar com questões abertas, o respondente não é forçado a

enquadrar toda sua percepção em alternativas preestabelecidas. Estas características permitem

uma maior uniformidade na coleta de dados.

O envio dos questionários se deu por meio eletrônico, via e-mail. A aplicação e o

recebimento das respostas aconteceram entre os dias 29 de setembro e 05 de dezembro de dois

mil e oito.

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5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Nesta seção serão apresentados a análise e os resultados obtidos a partir da aplicação

dos questionários às 12 (doze) entrevistadas que atuam no Secretariado Executivo.

Esta análise teve por finalidade responder os objetivos do estudo: 1) Observar o

entendimento de Marketing Pessoal e suas contribuições e limitações no mercado empresarial

pelos que atuam no Secretariado Executivo; 2) Descrever a importância do Marketing Pessoal

e dos relacionamentos para a Empregabilidade e 3) Identificar se a adequação profissional,

juntamente com a competência e a habilidade profissional, são desenvolvidas em função da

empregabilidade.

Gil (1999:168) explica que:

A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.

Desta forma, têm-se, a seguir, os pontos mais significativos resultantes do estudo.

5.1 Identificação das Entrevistadas

Todas as entrevistadas têm curso superior completo, porém, identificou-se que

apenas 33,3% são graduadas em Secretariado Executivo, enquanto os outros 66,7% têm

formação superior em outros cursos. Apesar de a maioria das profissionais não ter formação

em Secretariado Executivo, elas são, de acordo com a lei nº 7.377 de 1985, consideradas

Secretárias Executivas, pois já têm o tempo exigido de atuação na área, inclusive todas já têm

seu registro junto ao órgão responsável. Contudo, este aspecto se opõe ao que explicam

Garcia e Silva (2005) a respeito do bom conteúdo do profissional de Secretariado Executivo

visto como um produto no mercado de trabalho. Para Garcia e Silva (2005), ter bom conteúdo

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significa, dentre outros pontos, ter formação específica na área. Na figura 1 pode-se observar

a formação acadêmica das entrevistadas.

41,7%

33,3%

16,7%8,3%

Letras

Secretariado Executivo

Comunicação Social -

Relações Publicas

Pedagogia

Figura 1 - Formação Acadêmica. Fonte: Dados da pesquisa

Em relação à faixa etária das entrevistadas, tem-se que 41,7% delas têm entre 26 e 35

anos; 33,3% estão na faixa de 36 a 45 anos; 16,7% têm acima de 45 anos e 8,3% têm idade até

25 anos, conforme é demonstrado na figura 2.

41,7%16,7%

8,3%

33,3%

De 26 a 35 anos

De 36 a 45 anos

Acima de 45

anos

Até 25 anos

Figura 2 - Faixa Etária. Fonte: Dados da pesquisa

As entrevistadas foram questionadas quanto ao tempo de atuação como Secretária

Executiva e há quanto tempo trabalham na atual empresa. Assim tem-se que,

aproximadamente 41,6% delas atuam como Secretárias Executivas há 11 anos ou mais; 25%

entre 1 a 3 anos; 16,7% entre 4 a 7 anos e 16,7% de 8 a 10 anos (vide figura 3). Vale sublinhar

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que esse tempo de atuação se refere ao tempo ininterrupto de trabalho na função e que aquelas

que atuam na profissão há menos de 3 anos, são todas profissionais graduadas em

Secretariado Executivo.

41,6%

16,7%

16,7%

25%

11 anos ou mais

De 1 a 3 anos

De 4 a 7 anos

De 8 a 10 anos

Figura 3 - Tempo de atuação como Secretária Executiva. Fonte: Dados da pesquisa

Em relação há quanto tempo estão na atual empresa, tem-se que 41,7% trabalham na

empresa entre 1 a 3 anos; 41,7% há 8 anos ou mais; 8,3% de 4 a 7 anos e 8,3% atuam na

empresa há menos de 1 ano (vide figura 4).

41,7%

41,7%

8,3%8,3%

De 1 a 3 anos

8 anos ou mais

De 4 a 7 anos

Menos de 1 ano

Figura 4 - Tempo de serviço na atual empresa. Fonte: Dados da pesquisa

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5.2 Interpretação das percepções sobre Marketing Pessoal e

Empregabilidade

Quanto ao conhecimento sobre Marketing Pessoal, 100% delas responderam

que conhecem o seu significado. Também foi questionado se o conceito de Marketing Pessoal

está relacionado apenas com a aparência, e a totalidade das entrevistadas responderam que

não, o que confirma que elas, de fato, possuem um entendimento sobre o assunto, pois como

ressalta Santos (2002), Marketing Pessoal não se resume apenas em aparência física, ele tem

por objetivo valorizar todos os atributos, capacidades e potencialidades do profissional. No

quadro a seguir, são apresentadas algumas das definições que elas deram sobre o tema.

Quadro 3 - Definições de Marketing Pessoal. Fonte: Dados da pesquisa.

Entrevistadas Respostas

2 “É a estratégia que o indivíduo utiliza para atrair contatos interessantes, tanto sob o ponto de

vista pessoal, quanto profissional. É a forma como o indivíduo trabalha suas habilidades e

competências que o levem a uma aceitação e reconhecimento por parte dos outros.”

4 “Marketing pessoal seria a forma como alguém se apresenta e o relacionamento que mantém

com seus contatos.”

5 “É a forma de você apresentar suas qualidades, conhecimentos e competência.”

6 “É a forma que você se apresenta perante as pessoas. Se a apresentação for clara, espontânea e

concisa, provavelmente seu círculo profissional / pessoal aumentará.”

8 “[...] Acredito no Marketing Pessoal como sendo um conjunto de práticas e ações capazes de

levar uma Pessoa/Profissional a obter Sucesso em seu meio. É uma forma de você agregar valor

a si mesmo por meio de uma observação sistemática do ambiente onde você atua, das

expectativas que as pessoas têm de você, e podemos até chamá-las de ‘clientes’, e da melhor

maneira de atender a essas expectativas com um comportamento adequado, seja através do

modo de vestir, da forma de tratar outras pessoas, da maneira de levar o conhecimento e obtê-lo.

Podem ser enumeradas várias práticas.”

9 “Marketing pessoal pode ser definido como “saber“ valorizar e demonstrar suas qualidades, seus

pontos fortes.”

10 “Conjunto de características, tais como, formas de comportamento; simpatia; modo de falar;

visual; linguagem corporal, entre outros que, quando apresentados de forma positiva ajudam a

acrescentar valor a imagem de uma pessoa.”

A partir dessas definições já é possível inferir que as pesquisadas conhecem a

importância da rede de relacionamentos para o Marketing Pessoal, quando elas fazem

referência a esta através de termos como: “contatos” e “clientes”, por exemplo.

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Quando questionadas se o Marketing Pessoal é considerado um diferencial

competitivo no mercado atual de trabalho, e se ele tem poder de influência em sua profissão, a

totalidade das entrevistadas (100%) concorda com essas premissas e todas acreditam que ele

pode sim, ser um elemento influenciador na profissão delas, ajudando-as no dia-a-dia. Estes

dados reafirmam o que destaca Cunha (2006), ao dizer que o Marketing Pessoal tornou-se

uma ferramenta de posicionamento estratégica e fundamental no mercado profissional.

Constatou-se que, em relação aos objetivos profissionais, em torno de 58,4% das

entrevistadas disseram que têm seus objetivos a curto, médio e longo prazos, definidos em

partes; 8,3% não têm seus objetivos definidos e somente 33,3% os têm claramente definidos

(vide figura 5).

Do mesmo modo que acontece no Marketing Tradicional, o Marketing Pessoal

envolve todo um planejamento de ações para que o profissional consiga um posicionamento

tal que instigue o mercado a escolhê-lo como a melhor opção, conforme explana Cunha (2006

apud PERSONA, 2005). Dessa forma, o profissional deve estabelecer metas bem definidas e

ter objetivos claros e precisos em mente, de acordo com o evidenciado por Uchôa e Silva

(2004).

58,4%33,3%

8,3%

Têm objetivos

definidos em partes

Têm objetivos

claramente definidos

Não têm objetivos

definidos

Figura 5 - Clareza quanto aos objetivos profissionais. Fonte: Dados da pesquisa.

Verificou-se que a maioria das entrevistadas (75%) conhece profundamente suas

habilidades e falhas profissionais e procura evidenciar as primeiras e se aperfeiçoar quanto

aos seus pontos fracos. Contudo, 16,7% não possuem conhecimento sobre suas habilidades e

fraquezas e os outros 8,3% apenas as conhecem, mas não buscam mostrar suas habilidades ou

melhorar quanto ás suas falhas, conforme ilustrado na figura 6.

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Ballback e Slater (1999) relatam sobre a importância do autoconhecimento para o

Marketing Pessoal, pois cada indivíduo deve conhecer suas habilidades, ou seja, o que tem de

melhor a oferecer, pois dessa maneira o profissional é capaz de promover sua mensagem

adequadamente para pessoas e lugares certos.

16,7%8,3%

75%

Conhecem habilidades e

falhas profissionais,

evidenciam as primeiras e

se aperfeiçoam quanto aos

pontos fracos

Não conhecem nem

habilidades, nem falhas

profissionais

Apenas conhecem

habilidades e falhas

profissionais

Figura 6 - Conhecimento das habilidades e deficiências profissionais. Fonte: Dados da pesquisa

Como é apontado por Constante e Maino (2007), o estágio de consolidação do

produto é considerado muito difícil, pois requer de cada um, muita humildade para identificar

seus pontos fracos e fortes, ou seja, detectar suas habilidades e deficiências.

De acordo com Santos (2002), a correta utilização das ferramentas de Marketing

Pessoal contribui para minimizar as deficiências do produto (aqui considerado como o

profissional) e valorizar suas melhores características frente ao mercado a que se destina.

De acordo com o perfil atual do profissional de Secretariado Executivo, nota-se que

as exigências em relação a este são muitas, o que demanda deles o desenvolvimento de

algumas competências, o que inclui: fluência em pelo menos dois idiomas, domínio de

informática, além de que ele deve possuir caráter empreendedor, multifuncional e polivalente.

Todos esses atributos contribuem para a empregabilidade do profissional, de acordo com o

segundo pilar estabelecido por Minarelli (1995). As características levantadas pelas

pesquisadas condizem com aquelas apontadas por Grion (2002), Garcia e Silva (2005) e

Bruno (2006), conforme ilustrado no quadro que segue.

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Quadro 4 – Características, fatores e/ou requisitos essenciais ao profissional de Secretariado Executivo.

Fonte: Dados da pesquisa.

Entrevistadas Respostas

1 “Bom humor, boa comunicação, bom relacionamento interpessoal, pró-atividade.”

2 “Para que o trabalho da secretária seja bem desenvolvido é preciso ter crédito com as

pessoas, as pessoas precisam aceitar e confiar em você como uma boa profissional. Para

conseguir essa aceitação são necessárias uma série de fatores, como disciplina, espírito de

equipe, desenvoltura, ética, comprometimento, discrição e dinamismo e são justamente

esses fatores que compõem o marketing pessoal.”

4 “A primeira coisa a se pensar em qualquer profissão é ter em mente que se deve fazer o que

se gosta e executar as tarefas buscando sempre a perfeição pois o retrabalho desmotiva as

pessoas.

A ética e comprometimento são pontos de grande destaque devido o cargo ser de alta

confiança e muitas não estarem preparadas para lidar com informações do dia-a-dia.

A aparência e atitudes também são fatores importantes na profissão, visto sermos o cartão

de visita daquele que representamos, tanto da empresa quanto do executivo que

assessoramos [...]. Sempre se lembrarão de alguém que está bem vestida e que tem atitudes

positivas, além de ser uma pessoa que sabe passar por vários assuntos em uma conversa,

sendo versátil. Para tal, estar sempre atualizada sobre acontecimentos, inovações e

tecnologia é fundamental.”

6 “A principal postura de uma secretária é saber ouvir e não passar adiante assuntos

confidenciais e não deixar-se envolver em fofocas. Hoje em dia para exercer melhor a

profissão é preciso falar idiomas e ter domínio de TI.”

7 “Competência, responsabilidade, bom relacionamento, simpatia, receptividade.”

8 “A comunicação eficaz é um diferencial, seja em Português, melhor ainda se agregar mais

2 idiomas. Boa aparência e feição, pró-atividade (antecipar acontecimentos), organização,

capacidade de se adequar à novas mudanças. Paciência e capacidade para exercer a

diplomacia. Ter boa influência e bons contatos, saber lidar com público interno e externo e

principalmente vontade de aperfeiçoar-se sempre, para acompanhar as mudanças do mundo

moderno!”

12 “Hoje é imprescindível que o profissional de secretariado conheça bem a empresa, seu

organograma, seu produto, domine pelo menos dois idiomas [...]. Assim o profissional

secretário tende a assumir papéis importantes, o que exige boa cultura e conhecimentos

gerais nas áreas de comunicação e liderança, adaptando-se com agilidade às mudanças

organizacionais.”

No que se refere aos relacionamentos, 100% delas consideram o networking como

uma ferramenta de divulgação pessoal eficaz, capaz de proporcionar aos profissionais acesso

à informação e às oportunidades no mercado de trabalho. Esses dados confirmam o que relata

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Minarelli (2001 apud ZANINELLI, 2008) e Xavier (2004) a respeito da eficácia da rede de

relacionamentos humanos.

A maior parte das entrevistadas (66,7%) sempre se relaciona com profissionais de

outras áreas e se sente confortável com esta convivência; 25% disseram se relacionar com

outras áreas regularmente, enquanto somente 8,3% se relacionam às vezes (vide figura 7).

Interagir com outras áreas é também quesito importante no Marketing Pessoal, pois

segundo uma observação feita por Balback e Slater (1999) a pessoa deve, por exemplo,

procurar almoçar com colegas diferentes a cada dia. Junqueira (2003 apud UCHÔA e SILVA

2004) enfatiza que, para criar visibilidade, é preciso manter contatos com outros profissionais.

66,7%

8,3%

25%

Se relacionam

sempre

Se relacionam

regularmente

Se relacionam às

vezes

Figura 7 - Relacionamento com profissionais de áreas diversas. Fonte: Dados da pesquisa

Em relação à participação em eventos fora da empresa, 83,3% das profissionais

disseram que possuem essa prática (vide figura 8). Como salienta Santos (2002), quanto

maior o número de ambientes freqüentados, maiores serão as oportunidades de negociar seu

produto e de criar visibilidade. Peters (2000 apud UCHÔA e SILVA 2004) também evidencia

que quanto mais pessoa se conhece, quanto mais se circula, maiores serão as chances das

oportunidades aparecerem.

Para Balback e Slater (1999), o Marketing Pessoal deve ser praticado continuamente,

tanto na vida profissional quanto na vida pessoal, desde a área de café da empresa, até a sala

de espera de um consultório médico. A praça do profissional não se restringe apenas à

empresa onde trabalha.

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83,3%

16,7% Participam dos

eventos

Não participam dos

eventos

Figura 8 – Participação em eventos fora da empresa. Fonte: Dados da pesquisa

Quanto à utilização de métodos de organização e/ou classificação dos contatos, de

acordo com o ilustrado na figura 9, apenas 16,7% das entrevistadas revelaram não possuir

nenhuma ferramenta para tal. Os outros 83,3% utilizam alguma ferramenta para organizarem

seus contatos, o que demonstra que elas sabem que é importante registrar seus

relacionamentos, confirmando assim, o que ressaltam Minarelli (1995) e Xavier (2004), pois,

segundo os autores, deve-se cuidar dos relacionamentos, registrando e organizando as

informações sobre os contatos que o indivíduo criou em sua vida e manter essas informações

sempre atualizadas.

83,3%

16,7%Utilizam algum

método

Não utilizam nenhum

método

Figura 9 – Utilização de métodos para organização/classificação de contatos. Fonte: Dados da pesquisa

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Ballback e Slater (1999), ao compararem o profissional a um produto, destacam que

cada um deve se atribuir um preço de acordo com aquilo que está sendo oferecido. Esse

preço, um dos itens do Mix de Marketing, é a remuneração, o que compreende também

benefícios, tais como prêmios e promoções, recebidos pelo profissional, segundo abordam

Cunha (2006) e Constante e Maino (2007).

Quando perguntadas sobre a compatibilidade da remuneração com as atividades

exercidas, 75% concordam com a remuneração que ganham. Já 25% consideram que a

remuneração não é compatível com as atividades que exercem, pois acreditam que seus

salários e/ou mais benefícios deveriam ser maiores (vide figura 10).

75%

25%

Consideram a

remuneração

compatível

Consideram a

remuneração não

compatível

Figura 10 - Compatibilidade da remuneração com as atividades exercidas. Fonte: Dados da pesquisa

Igualmente, foi questionado a elas, se já haviam recebido algum tipo de

reconhecimento e/ou promoção no trabalho. A maioria delas (91,7%) disse que já recebeu,

conforme demonstrado na figura 11. Entre o reconhecimento e/ou promoção recebidos, as

pesquisadas apontaram: acúmulo de funções/responsabilidade; aumento de salário/benefício;

melhoria das condições de trabalho (infra-estrutura); prêmio/homenagem e promoção através

de recrutamento interno. Este é mais um dado que reforça a eficácia do Marketing Pessoal

para as pessoas que o exercitam. Nota-se que as profissionais estão obtendo um retorno

satisfatório ao praticá-lo, na medida em que elas conquistaram credibilidade com a empresa

para qual trabalham e conseguiram se destacar, caso contrário, não receberiam mais

responsabilidades. Como forma de gratificação, a empresa as recompensa com prêmios,

promoções, entre outros.

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91,7%

8,3%

Já receberam

Não receberam

Figura 11 – Recebimento de promoção/reconhecimento no trabalho. Fonte: Dados da pesquisa

Medeiro e Hernandes esclarecem que a maior parte das oportunidades de emprego

(96%) não é divulgada em mídias. Muitas das vagas abertas por uma empresa são preenchidas

por meio de indicações, principalmente aquelas referentes aos cargos de confiança, o que

denota a importância dos relacionamentos que o indivíduo possui.

A partir do questionário foi possível averiguar que 83,3% das entrevistadas já foram

indicadas para oportunidades de emprego e entre estas, 80% já foram contratadas (vide figura

12).

83,3%

16,7%Já foram indicadas

Nunca foram indicadas

Figura 12 - Indicação para oportunidade de emprego. Fonte: Dados da pesquisa

Para garantir sua empregabilidade, um dos fatores a serem considerados é a

adequação profissional. Conforme exposto por Minarelli (1995), todo profissional deve se

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identificar com as atividades que exerce, deve adotar uma atitude de convergência entre o

trabalho e a vocação e deve se sentir motivado com sua profissão. Avaliando esse aspecto,

observou-se que todas as pesquisadas se identificam com as atividades exercidas, embora

41,7% delas se identifiquem apenas às vezes (vide figura 13).

58,3%

41,7%

Se identificam

sempre

Se identificam às

vezes

Figura 13 – Identificação com as atividades exercidas. Fonte: Dados da pesquisa

Além disso, foi questionado se elas se sentem realizadas profissionalmente. Obteve-

se que 58,3% delas estão realizadas, enquanto aproximadamente 33,4% se sentem realizadas,

às vezes, e os outros 8,3% não se sentem realizadas com a profissão, conforme demonstra a

figura 14.

58,3%33,4%

8,3%

Se sentem realizadas

sempre

Se sentem realizadas

ás vezes

Não se sentem

realizadas

Figura 14 - Realização Profissional. Fonte: Dados da pesquisa

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Faz-se necessário repetir que a maioria delas não fez o curso de Secretariado

Executivo, ou seja, não possui formação acadêmica na área de atuação, e pelos dados

levantados pode-se inferir que existe falta de adequação profissional e/ou vocação em alguns

casos.

Umas das características requisitadas pelo atual mercado é a pró-atividade. A

habilidade de se antever aos problemas é fator imperativo para o profissional que precisa ter

um diferencial e quer se destacar na carreira. Para Cendron (2006), a pró-atividade é umas das

competências que tornam o profissional empregável. Santana (2005 apud CARVALHO 2007)

também ressalta a importância em ser pró-ativo, de conseguir executar ações eficientes junto

ou até antes dos executivos.

Todas as entrevistadas se consideram pró-ativas, contudo 16,7% delas somente

conseguem se antevir aos problemas, às vezes (vide figura 15).

83,3%

16,7% Se consideram pró-

ativa sempre

Se consideram pró-

ativa às vezes

Figura 15 - Pró-atividade ou capacidade de antever a problemas

Tão essencial quanto a adequação profissional, também o é a competência

profissional. Minarelli (1995) sublinha que o profissional deve buscar por atualização

constante e não pode se descuidar da sua qualificação. A empregabilidade requer do

profissional aprimoramento contínuo.

Ao serem indagadas a respeito de aperfeiçoamento profissional, 75% responderam

que buscam participar de cursos, treinamentos entre outros, pelo menos 1(uma) vez por ano.

Ao participar de tais atividades, elas apresentaram como objetivos: ampliar conhecimentos,

aumentar a bagagem cultural, trocar experiências, crescer profissionalmente, atender às

demandas de mercado e superar novos desafios.

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Todas as entrevistadas consideram a busca por atualização e aperfeiçoamento

profissional como atributos importantes para o profissional. Algumas das respostas obtidas

sobre este aspecto foram transcritas no quadro seguinte:

Quadro 5 - Importância sobre a participação em atividades de atualização/aperfeiçoamento profissional.

Fonte: Dados da pesquisa.

Entrevistadas Respostas

4 “O bom profissional não fica estagnado e não espera que a empresa lhe empurre para frente,

ele está sempre buscando se atualizar. Estar ‘antenado’ em um mundo globalizado faz toda a

diferença principalmente, mas não somente na vida profissional.”

6 “O aperfeiçoamento é estar atualizado globalmente e cumprir meus objetivos profissionais.”

8 “Através da participação nesse tipo de atividade podemos ampliar nossa rede de

relacionamentos, trocar informações, conhecer a política de novas empresas e novas

experiências que estão sendo aplicadas, nos tornar profissionais mais informados e com

maior bagagem, podendo agregar valor ao trabalho atual e sempre pra vida!”

10 “Se você não se atualiza então pára no tempo e você fica para trás. Se estou sempre me

atualizando posso acompanhar o crescimento da empresa e fazer parte da história dela.”

11 “Ter sempre um diferencial e estar apta a atuar em diversas áreas, se necessário. Quanto

maior a multifuncionalidade de um profissional, mais espaço no mercado ele terá.”

12 “Importância de estar sempre atualizado e aperfeiçoado, de modo a atender as novas

demandas impostas pelas transformações trazidas pela ‘globalização’ e também em busca de

alcançar os objetivos da empresa.”

Quanto ao método que utilizam para se manterem atualizadas, as entrevistadas

apontaram em ordem do mais citado para o menos citado, os seguintes: leitura de revistas

técnicas e publicações semanais sobre negócios; leitura de revistas técnicas setoriais e de

economia em geral e participação em seminários da área; troca de informações com seu

networking; elas também se atualizam por meio de noticiários e recebimento de informativos

de determinados segmentos, via e-mail. Minarelli (1995) salienta que não se pode descuidar

da qualificação e atualização. Para ele, o profissional atual, empregado ou não, tem que estar

informado e deve comprar revistas especializadas, participar de seminários, palestras,

exposições.

As pesquisadas responderam também se fizeram ou pretendem fazer mais algum

curso de longa duração após terem concluído a graduação. Assim, verificou-se que: 41,7%

delas já fizeram uma pós-graduação ou especialização; em torno de 33,4% não fizeram

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nenhum curso, mas têm a intenção de fazê-lo e os outros 25% não fizeram e não têm interesse

de fazer (vide figura 16).

Como ressaltado por Garcia e Silva (2005), o profissional de Secretariado Executivo

deve participar de cursos de reciclagem e especialização sempre. Para Santana (2005 apud

CARVALHO 2007), o profissional multifuncional precisa agregar conhecimentos através da

educação continuada, como por exemplo, fazendo um MBA ou por meio de cursos de

extensão oferecidos por universidades.

41,7%

33,3%

25%

Já fizeram

Não fizeram mas

pretendem fazer

Não fizeram e

não pretendem

fazer

Figura 16 - Outros cursos de longa duração após graduação. Fonte: Dados da pesquisa

Dentre os cursos apontados como de interesse das Secretárias Executivas estão a pós-

graduação na área de Negócios, Recursos Humanos e Marketing; e cursos de línguas.

Para verificar se as profissionais possuem domínio em informática foi solicitado que

elas fizessem uma classificação a este respeito, assim, levantou-se que: 58,3% classificam seu

domínio de informática como bem desenvolvido; aproximadamente 25% o classificam como

razoavelmente desenvolvido; e apenas 16,7% consideram seu domínio nesta área com muito

bem desenvolvido, conforme se pode ver na figura 17.

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58,3%

16,7%

25%

Bem desenvolvido

Razoavelmente

desenvolvido

Muito bem

desenvolvido

Figura 17 - Domínio de Informática. Fonte: Dados da pesquisa

O domínio de tecnologia de ponta é um dos itens apontados por Garcia e Silva

(2005) como parte de um bom conteúdo, indispensável para o profissional de Secretariado

Executivo que deseja praticar o Marketing Pessoal com sucesso. Além deste, Garcia e Silva

(2005) também citam a fluência em idiomas estrangeiros.

Notou-se que a maior parte das entrevistadas (aproximadamente 83,4%) tem fluência

em algum idioma estrangeiro (vide figura 18). Dentre estas, 80% são fluentes apenas em

Inglês e 20% têm o Inglês e o Espanhol fluentes. Dentre aquelas que não têm fluência em

nenhum idioma, 8,3% estão estudando o Inglês.

83,4%

8,3% 8,3%Têm fluência

Não têm

fluência

Estão estudando

Figura 18 - Fluência em idiomas estrangeiros. Fonte: Dados da pesquisa

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6. CONCLUSÃO

Percebe-se que, para sobreviver num mercado altamente competitivo, o profissional

não depende apenas da sua capacitação técnica, mas principalmente da sua habilidade em

saber vendê-la.

A partir dos principais conceitos do Marketing admite-se que a pessoa é vista como

um produto, e como tal precisa ser administrado. O produto deve ser: idealizado, difundindo

em seu mercado, mantido através de estratégias de comunicação, cultivado como uma marca

destacada mediante atributos e vantagens em um ambiente concorrido e disputado.

Sendo assim, cada profissional deve conduzir sua carreira como se estivesse

conduzindo um pequeno negócio, o que significa investir em Marketing Pessoal, se preparar

para oferecer aquilo que o mercado demanda, procurando se adequar às necessidades dele.

Neste cenário, é imprescindível que cada um encontre mecanismos inteligentes para estar em

evidência.

O Secretário Executivo faz parte de uma equipe que precisa buscar idéias e soluções

que ampliem os negócios, que melhorem a imagem da organização, visando assim o

crescimento e o desenvolvimento empresarial e pessoal.

Com o objetivo geral de descrever as contribuições e limitações do Marketing

Pessoal na empregabilidade daquelas que atuam no Secretariado Executivo na ArcelorMittal

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Brasil, foi realizada uma análise a partir dos dados coletados junto a algumas profissionais da

área.

Dessa forma, foi possível verificar que as entrevistadas conhecem o conceito de

Marketing Pessoal bem como seus benefícios e confirmam que se trata de uma ferramenta

essencial para quem quer alcançar destaque no mercado de trabalho.

Também se pôde confirmar, a partir dos resultados obtidos, a importância e a eficácia

da rede de relacionamentos, pois ela pode abrir oportunidades de negócios e gerar visibilidade

aos profissionais. É fundamental ressaltar que, para essa rede funcionar adequadamente, ela

deve ser bem conduzida e organizada, conforme explicam Minarelli (1995) e Xavier (2004).

Observou-se ainda que, a maioria das profissionais se considera pró-ativa sempre,

qualidade esta muito requerida e apreciada no atual mercado de trabalho. A maior parte delas

também tem fluência em pelo menos 1(um) idioma estrangeiro, atendendo assim, a outra

exigência relacionada ao profissional de Secretariado Executivo.

Embora constatado que as Secretárias Executivas sejam cientes da importância de se

realizar um bom trabalho de Marketing Pessoal, notou-se que ainda existem certas barreiras

que impedem que elas aproveitem todas as vantagens que o Marketing Pessoal proporciona.

Nesse sentido, pôde-se observar que algumas das entrevistadas não têm

conhecimento pleno de suas habilidades e deficiências profissionais. Constatou-se também

que ainda falta identificação quanto às atividades exercidas e a não realização profissional por

parte de algumas das pesquisadas. Nem todas buscam por aperfeiçoamento através de cursos,

treinamentos, entre outros, apesar de saberem da importância de tais práticas. Cabe ressaltar

para o fato de que apenas 33,3% das profissionais possuem formação específica na área

Outra limitação notada se refere a não compatibilidade quanto à remuneração

recebida, mesmo que sendo pela minoria das entrevistadas.

Uma parte considerável delas não tem o domínio em informática bem desenvolvido,

o que representa uma deficiência no perfil solicitado para este profissional.

O maior entrave identificado, entretanto, se refere ao planejamento da carreira, pois a

maioria delas não tem seus objetivos profissionais claramente traçados, o que dificulta a

elaboração de uma estratégia pessoal eficaz.

Quanto às limitações relacionadas ao estudo e desenvolvimento deste tema, cabe

citar a escassez de bibliografia com bases científicas e, portanto sólidas, na língua portuguesa

a esse respeito, sendo por isso, necessário recorrer a assuntos afins para complementar e

enriquecer este estudo sobre Marketing Pessoal.

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A partir de tudo o que foi exposto, fica claro que o Marketing Pessoal não se trata de

superficialidades nem se resume em aparência física. Cada profissional precisa estar disposto

a planejar sua carreira focando sempre em suas potencialidades e procurando minimizar suas

deficiências. Tudo isso, de uma maneira contínua e consistente.

Gerenciar a própria vida, o que inclui a carreira, pode parecer óbvio. Porém

administrá-las de forma inteligente é um desafio que é possível de ser transposto, com

sucesso, quando se tem acesso às estratégias de Marketing Pessoal.

6.1 Implicações da pesquisa

A partir das conclusões aqui obtidas e devido ao fato de se acreditar que os

estudantes de Secretariado Executivo podem contribuir com novas pesquisas sobre o tema, é

relevante apontar implicações relacionadas ao Marketing Pessoal na área de Secretariado

Executivo. Dessa maneira, seguem duas sugestões, sendo uma no campo prático e outra no

que diz respeito ao avanço da teoria em futuras pesquisas.

No que se refere ao cotidiano da profissão, faz-se imperativo aumentar a divulgação

sobre as estratégias de Marketing Pessoal através de cursos, treinamentos, palestras, tanto para

a comunidade acadêmica como para os profissionais inseridos ou não no mercado de trabalho;

com vistas na apropriação de suas estratégias e dos pilares da Empregabilidade por parte

destes e como conseqüência, na convergência entre trabalho e vocação e no melhoramento e

ampliação das competências profissionais na categoria dos Secretários Executivos.

Na área acadêmica é importante aprofundar os estudos sobre o Marketing orientado

para o mercado e/ou cliente, bem como o Endomarketing ou Marketing interno, na medida em

que, para que haja satisfação dos clientes externos, e a empresa possa fornecer uma qualidade

coerente de seus serviços, é imprescindível que o cliente interno – funcionário – se sinta

motivado e valorizado. O Endomarketing, de acordo com Kotler e Armstrong (1998), também

envolve treinamento, capacitação e comprometimento dos funcionários e tem como

finalidade, tornar comum a estes, os objetivos, metas e resultados da empresa, ou seja,

promover uma comunicação eficaz que tende a repercutir ao mercado externo a partir de

ações positivas tomadas pelo funcionário, o que torna o Endomarketing uma estratégia de

Marketing Pessoal e de Empregabilidade.

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MARTINS, Rogério. Marketing Pessoal, Sucesso Global. Disponível em: www.guiarh.com.br. Acesso em: 01/04/2008.

RAMOS, Geórgia Miele. A atuação do profissional de Secretariado Executivo em projetos de marketing social: um estudo de caso da DaimlerChrysler do Brasil: Unidade Juiz de Fora. Viçosa, MG: UFV, 2006. Disponível em: http://www.secretariado.ufv.br/monografias.htm. Acesso em: 01/04/2008.

PRADO, Teína Rocha do. O empreendedorismo e a empregabilidade – um estudo do curso do Secretariado Executivo Trilíngüe da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa – MG. Viçosa, MG: UFV, 2007. Disponível em: http://www.secretariado.ufv.br/monografias.htm. Acesso em: 28/09/2008.

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9. APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário aplicado às profissionais e estagiárias de

Secretariado Executivo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE

QUESTIONÁRIO Formação: Área da empresa em que atua: Realizado dia: Faixa etária: ( ) até 25 anos ( ) de 26 a 35 anos ( ) de 36 a 45 anos ( ) Acima de 45 anos 1- Há quantos anos você atua como Secretária Executiva? ( ) De 1 a 3 anos ( ) De 4 a 7 anos ( ) De 8 a 10 anos ( ) 11 anos ou mais 2 - Há quantos anos você trabalha nesta empresa? ( ) Menos de 1 ano ( ) De 1 a 3 anos ( ) De 4 a 7 anos ( ) 8 anos ou mais 3 - Você sabe o que significa Marketing Pessoal? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho interesse por este assunto. 4 - Você acredita que o conceito de Marketing Pessoal está relacionado somente com a aparência? ( ) Sim ( ) Não 5 - Como você definiria Marketing Pessoal?

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6 - Você acredita que o Marketing Pessoal pode influenciar em sua profissão ajudando no seu dia-a-dia? ( ) Sim ( ) Não

7 - Você concorda que utilizar o Marketing Pessoal pode ser um diferencial competitivo no atual mercado de trabalho?

( ) Sim ( ) Não

8 - Você tem claramente definidos seus objetivos profissionais a curto, médio e longo prazo (tais como: empresas em que quer trabalhar, funções que quer exercer, salário que quer receber, etc.)?

( ) Sim

( ) Não

( ) Em partes

9 - Você conhece profundamente suas habilidades e deficiências profissionais procurando evidenciar as primeiras e melhorar as segundas: ( ) Não ( ) Sim, as conheço. ( ) Sim, as conheço e procuro me aperfeiçoar quanto aos pontos fracos. 10 - Para você, quais as características, requisitos e/ou fatores essenciais para que o profissional de Secretariado Executivo desempenhe com qualidade suas atividades e consiga destaque em seu ambiente de trabalho? 11 - Você considera que as redes de contatos, também conhecida como networking é uma ferramenta de divulgação pessoal eficaz, capaz de proporcionar aos profissionais acesso a informação e as oportunidades no mercado de trabalho? ( ) Sim ( ) Não 12 - Você se relaciona com profissionais de outras áreas e se sente confortável com esta convivência: ( ) Às vezes ( ) Regularmente ( ) Sempre

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13 - Você possui alguma ferramenta para organizar/classificar seus contatos? ( ) Não ( ) Sim. Possuo uma agenda. ( ) Sim. Através de um site de relacionamentos ( ) Sim. Através do Outlook ( ) Outra(s). Qual(is)? 14 - Você tem participado de eventos fora da empresa? ( ) Não. É perda de tempo, meu chefe nunca vê se estou participando ou não, portanto não vejo benefícios. ( ) Às vezes, quando sou obrigada. ( ) Sim, pois com isso crio visibilidade com pessoas da minha área de atuação e mantenho uma boa rede de relacionamentos. 15 - Você considera que a sua remuneração (salário + benefícios) é compatível com as atividades que você exerce? ( ) Sim ( ) Não. Justifique: 16 - Você já recebeu algum tipo de reconhecimento/promoção no trabalho? ( ) Não ( ) Sim. Selecione dentre os itens abaixo qual foi: ( ) Acúmulo de funções/responsabilidade ( ) Aumento de salário/benefícios ( ) Melhoria das condições de trabalho (infra-estrutura) ( ) Prêmio/homenagem ( ) Outros. Qual(is)? 17 - Algum amigo(a)/conhecido(a) já lhe indicou para uma oportunidade de emprego? Você foi contratada/selecionada? Relate sua experiência. 18 - Você se identifica com as atividades que exerce? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes 19 - Você se sente realizada atuando nesta profissão? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes 20 - Você se considera uma pessoa pró-ativa, buscando sempre se antever aos problemas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

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21 - Você busca por aperfeiçoamento profissional, através de cursos, treinamentos, etc.? Com qual freqüência? Quais são seus principais objetivos ao participar de tais atividades? ( ) Sim ( ) Não Freqüência: Objetivos:

22 - Qual é a importância para você da participação em atividades de atualização/aperfeiçoamento profissional? 23 - O que você faz para manter-se atualizado? ( ) Leio revistas técnicas e publicações semanais sobre negócios. ( ) Participo de grupos de estudo, faço parte de associações de classe e sempre faço cursos de curta duração. ( ) Leio revistas técnicas setoriais e de economia em geral, participo de seminários de minha área, troco informações com meu networking e tiro proveito de qualquer situação para isso. ( ) Outros. Qual(is)? 24 - Após concluir a graduação, você fez ou pretende fazer mais algum curso de longa duração? ( ) Não ( ) Não, mas pretendo fazer. Qual(is)? ( ) Sim. Fiz outra graduação. Qual? ( ) Sim. Fiz uma especialização. Qual? ( ) Sim. Fiz um mestrado. Qual? ( ) Sim. Fiz cursos de aperfeiçoamento. Qual? ( ) Outros. Qual(is)? 25 - Como você classifica seu domínio de informática? ( ) Muito bem desenvolvido ( ) Bem desenvolvido ( ) Razoavelmente desenvolvido ( ) Pouco desenvolvido 26 - Você tem fluência em algum idioma estrangeiro? ( ) Não. ( ) Não, mas estou estudando. Qual(is) idioma(s)? ( ) Sim. Qual(is) idioma(s)?

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10. ANEXOS

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ANEXO A – Lei 7.377 de 30 de Setembro de 1985

Dispõe sobre a profissão de Secretário e dá outras providências:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - O exercício da profissão de Secretário(a) é regulamentado pela presente lei. Art. 2° - Para os efeitos desta lei, é considerado:

I - Secretário(a) Executivo(a) o profissional diplomado no Brasil por curso superior de Secretariado reconhecido na forma da Lei, ou diplomado no exterior por curso superior de secretariado, cujo diploma seja revalidado no Brasil, na forma da lei;

II - Técnico(a) em Secretariado o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2° grau.

Art. 3° - Fica assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contém, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez) anos intercalados de exercício em atividades próprias de secretária, na data da vigência desta Lei, e sejam porta dores de diplomas ou certificados de alguma graduação de nível médio.

Art. 4° - São atribuições do Secretário(a) Executivo(a): I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; II - assistência e assessoramento direto a executivos; III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; V - interpretação e sintetização de textos e documentos; VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estrangeiro; VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa; VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas; IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia; X - conhecimentos protocolares. Art. 5°- São atribuições do Técnico(a) em Secretariado: I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria; II - classificação, registro e distribuição de correspondência; III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma.estrangeiro; IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico. Art.6° - O exercício da profissão de Secretário(a) requer prévio registro na Delegacia

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Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do art. 2° desta Lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.Parágrafo Único - No caso dos profissionais incluídos no art. 3° desta Lei, a prova de atuação será feita por meio das anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por qualquer outro meio permitido em direito. Art. 7° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art 8° - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 30 de setembro de 1985; 164° da Independência 97° da República.

JOSÉ SARNEY

Almir Pazzianotto

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ANEXO B – Lei 9.261 de 10 de Janeiro de 1996

Dispõe sobre o exercício da profissão de Secretária(o) e dá outras providências Altera a redação dos incisos I e II do art. 2°, caput do Art. 3°, o inciso VI do art. 4° e o parágrafo único do Art. 6° da Lei N° 7.377, de 30 de setembro de 1985.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° - A Lei n°7.377, de 30 de setembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação para os incisos I e II do art. 2°, para o art. 3°, para o inciso VI do art. 4° e para o parágrafo único do art. 6°.

Art. 2° - Para os efeitos desta Lei, é considerado:

I - Secretária(o) Executiva(o)

a) O profissional diplomado no Brasil por curso superior de Secretariado reconhecido na forma da Lei, com diploma no exterior por curso superior de secretariado, cujo diploma seja revalidado no Brasil, na forma da Lei;

b) Portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4° desta Lei;

II - Técnica(o) em Secretariado

a) O profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2° grau;

b) Portador de certificado de conclusão do 2° grau que, na data de vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 5° desta Lei.

Art. 3° - É assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contém pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria, na data da vigência desta Lei.

Art. 4° - São atribuições Secretária(o) Executiva(o):

I - Planejamento, organização e direção de serviços de secretaria; II - Assistência e assessoramento direto a executivos; III - Coleta de informações para consecução de objetivos e metas de empresas; IV - Redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro; V - Interpretação e sintetização de textos e documentos;

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VI - (VETADO) VII - Registro e distribuição de expediente e outras tarefas correlatas; IX - Orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia; X - Conhecimentos protocolares; Art. 5° - São atribuições de Técnica(o) em Secretariado: I - Organização e manutenção dos arquivos da secretaria; II - Classificação, registro e distribuição de correspondência; III - Redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma estrangeiro;

IV - Execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico.

Art. 6° - O exercício da profissão de Secretária(o) requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério Regional do Trabalho e far-se-á mediante apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do art. 2° desta Lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS. Parágrafo Único - No caso dos profissionais incluídos no art. 3° a prova da atuação será feita por meio de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social e através de declarações das empresas nas quais os profissionais tenham desenvolvido suas respectivas atividades, discriminado as atribuições a serem confrontadas com os elencos específicos nos art. 4° e 5°.

Art. 7° - Essa Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8° - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 10 de janeiro de 1996, 175ª da Independência e 108° da República

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Paiva