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Londrina 2015 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM ODONTOLOGIA TIENI CARLA FELL BUBLITZ ANÁLISE TRIDIMENSIONAL EM MODELOS DIGITAIS DOS EFEITOS PRODUZIDOS PELO ESPORÃO E MENTONEIRA NO TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR

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Londrina 2015

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM ODONTOLOGIA

TIENI CARLA FELL BUBLITZ

ANÁLISE TRIDIMENSIONAL EM MODELOS DIGITAIS DOS EFEITOS PRODUZIDOS PELO ESPORÃO E

MENTONEIRA NO TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR

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Londrina 2015

TIENI CARLA FELL BUBLITZ

ANÁLISE TRIDIMENSIONAL EM MODELOS DIGITAIS DOS EFEITOS PRODUZIDOS PELO ESPORÃO E

MENTONEIRA NO TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Ortodontia Orientadora: Profª. Drª. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti

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TIENI CARLA FELL BUBLITZ

ANÁLISE TRIDIMENSIONAL EM MODELOS DIGITAIS DOS EFEITOS PRODUZIDOS PELO ESPORÃO E

MENTONEIRA NO TRATAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR

Dissertação apresentada à UNOPAR, no Mestrado em Odontologia, área e

concentração em Ortodontia como requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:

________________________________________ Profª. Drª. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti

UNOPAR

_______________________________________ Profº. Dr. Marcio Rodrigues de Almeida

UNOPAR

_______________________________________ Profª. Drª. Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru

Londrina, 03 de fevereiro de 2015.

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Dedicatória

Dedico este trabalho a

minha família que sempre me apoiou .

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Agradecimentos

Agradeço a Deus...

Agradeço por minha vida, por minha saúde, por minha família maravilhosa. Agradeço por todas as pessoas iluminadas que o Senhor colocou no meu caminho nesta jornada. Agradeço ao Senhor Meu Deus por nunca me abandonar, por sempre estar ao meu lado em todos os momentos que mais precisei. “Tu és Senhor o meu pastor, por isso nada em minha vida faltará”.

Agradeço a Minha Família...

Agradeço aos meus pais, Rodolfo e Iani, que são meus exemplos de vida, me orgulho muito de vocês, que sempre batalharam para que pudéssemos estudar e termos a nossa profissão. Agradeço por todas as oportunidades que me proporcionaram, pelo apoio sempre. Agradeço as orações, ao carinho e ao amor a mim dedicados. Agradeço a Deus por tê-los como meus pais. Amo vocês!!!

Agradeço aos meus pais pelo melhor presente que me deram meu irmão Rodolfo Fell Júnior, amigo de todas as horas, companheiro, profissional dedicado, pai exemplar, te admiro muito, amo você!!! Agradeço a minha cunhada Elizangela Treméa Fell, mulher determinada, esforçada, sempre me incentivou, e me ajudou muito. Só tenho que agradecer a este casal maravilhoso, principalmente por nos

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ter presenteado com as maiores alegrias das nossas vidas: Alícia e Anita. Amor maior que tudo!!! Agradeço aos meus sogros, Erni e Bernadete, que são meus segundos pais, sempre me acolheram com muito amor. Admiro muito vocês!!! Agradeço aos meus cunhados Erni Erico e Gigliola, por sempre estarem presentes nas nossas vidas, e por nos presentearem com duas figurinhas lindas, que amamos muito: Bruno e Érico. Agradeço a tia Ir. Dalva, somos abençoados por tê-la em nossa família, a senhora é a nossa luz, a nossa fonte da vida, com a senhora a nossa Fé é renovada a cada dia. Muito obrigada pelas orações, sempre que pedi a senhora me atendeu. A senhora é a nossa intercessora junto a Jesus. Obrigada tia, amo você!! Agradeço a todos meus familiares, que sempre torceram por mim.

Agradecimento ao Meu Amor...

Agradeço ao meu esposo Eder Eduardo Bublitz, outro presente que ganhei de Deus, do jeitinho que eu pedi. Obrigada meu amor por sempre me apoiar e incentivar nesses anos juntos. Obrigada por acreditar em mim, mais do que eu mesma. Você é meu companheiro, meu amigo, meu amor. Uma pessoal especial, que tem um coração enorme, determinado, batalhador. Te admiro demais, você é essencial na minha vida! TE AMO

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Agradecimentos Especiais...

A minha orientadora profa. Dra. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti, que soube me ensinar e transmitir seus conhecimentos durante esta caminhada. Sempre muito atenciosa e disposta a ajudar. Só tenho a agradecer a paciência e dedicação. Muito obrigada!!! A todos os professores do mestrado que sempre nos incentivaram e contribuíram para que pudéssemos crescer profissionalmente e nos tornarmos mestres conscientes da nossa missão. Agradeço a toda coordenação do curso de Mestrado, ao prof. Alcides Gonini especialmente. Agradeço ao Gleydson, pela atenção e ajuda sempre. Ao Jhone pela disponibilidade e sempre disposto a solucionar nossos problemas. Aos colegas de mestrado, Nádia, Celso, Adriana, Paula, Lucineide, Gabriel, Aline, Danna e Thiago. Agradeço a amizade e o companheirismo nesta árdua caminhada. Agradeço especialmente ao meu amigo Thiago, a “minha dupla”, posso dizer que ganhei mais um irmão e tenho certeza que foi Deus que te colocou no meu caminho. Você é iluminado, determinado, disciplinado, amigo, parceiro e muito querido, sentirei saudades das nossas viagens em busca do conhecimento!!!! Admiro-te muito!!! E te desejo muito sucesso, pois você merece!! Agradeço a amizade da Nádia e Danna, pelas longas conversas, conselhos, sempre com palavras de incentivo. Passamos momentos muito bons nesta jornada, agradeço a Deus por tê-las conhecido!! Agradeço a amizade do pessoal da especialização em Ortodontia, que tornaram nosso segundo ano de mestrado mais alegre.

MUITO OBRIGADA!!!

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BUBLITZ, Tieni Carla Fell. Análise tridimensional em modelos digitais dos efeitos produzidos pelo esporão e mentoneira no tratamento da mordida aberta anterior. 69 folhas [Dissertação de Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2015.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações dentoalveolares de pacientes com mordida aberta anterior, tratados com dois protocolos: esporão e mentoneira. A amostra randomizada foi constituída por documentações ortodônticas iniciais e finais, de 41 pacientes (27 meninas e 14 meninos) com idades entre 7 a 10 anos (média de idade de 8,37 anos), em fase de dentadura mista, com mordida aberta anterior(média -3,43mm), tratados por um ano. Os grupos foram divididos segundo a terapêutica empregada: grupo 1(n=23) esporão lingual Nogueir@(Abzil 3M) e grupo 2(n=18) mentoneira pré-fabricada Morelli(Sorocaba-Brasil). Os modelos de gesso foram digitalizados por um scanner de superfície a laser 3Shape R700(Dinamarca), reproduzindo uma imagem tridimensional digitalizada, sobre a qual foram realizadas mensurações nos tempos T1 (antes do início do tratamento) e T2 (um ano do início do tratamento), por meio do software OrthoAnalyzer 3D. Alterações transversais, comprimento e perímetro dos arcos dentários superiores e inferiores, assim como medidas referentes ao trespasse horizontal e vertical e a inclinação dos incisivos foram mensuradas. O coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e Bland Altman foram empregados para verificar o erro intraexaminador. Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste “t” independente, sendo que para as alterações obtidas para cada grupo o teste “t” pareado foi adotado, ambos com nível de significância de 5 %. De acordo com os resultados, para cada grupo as medidas apresentaram alterações estatisticamente significantes, com exceção para perímetro e comprimento de ambos os arcos, inclinação do incisivo central superior direito e overjet, mas essas alterações foram similares entre os grupos. Concluiu-se que os dois protocolos são semelhantes no tratamento precoce da mordida aberta anterior. Palavras-chave: Mordida Aberta; Má-oclusão; Modelos digitais.

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BUBLITZ, Tieni Carla Fell. Análise tridimensional em modelos digitais dos efeitos produzidos pelo esporão e mentoneira no tratamento da mordida aberta anterior. 69 folhas [Dissertação de Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2015.

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the dentoalveolar changes in digital models in patients with anterior open bite, treated with two protocols: spur and chin cup. The sample randomized consisted of initial and final orthodontic records of 41 patients (27 gilrs and 14 boys) aged 7-10 years (mean age 8,37 years) in mixed dentition, with anterior open bite (mean -3,43mm) treated for one year. The groups were divided according to the therapy employed: Group 1 (n = 23) used lingual spur Nogueir@(Abzil 3M) and group 2 (n = 18) used prefabricated chincup Morelli(Sorocaba-Brasil). The plaster models were scanned by a laser surface scanner 3Shape R700(Dinamarca) reproducing a digitized three dimensional image on which measurements were performed with a 3D software OrthoAnalyzer at T1 (immediately before treatment) and T2 (one year after the initiation of treatment). Transverse changes, length and perimeter of the upper and lower dental arches, horizontal and vertical overlap as well as the inclination of the incisors were evaluated. The intraclass correlation coefficient (ICC) and Bland Altman were employed to verify the intra-examiner error. Paired and non-paired “t” test, with 5% significance analyzed the results. After one year treatment, all variables were statistically altered, but perimeter and length of upper and lower arches, right central upper incisor proclination and overjet, besides those changes were similar between groups. It was concluded that both protocols were similar after one year of early treatment of anterior openbite. Key words: Open bite; Malocclusion; Dental models.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Esporão Colado.................................................................................. 23

Figura 2 - Mentoneira.......................................................................................... 24

Figura 3 - Modelo de Gesso Inicial..................................................................... 24

Figura 4 - Modelo de Gesso Final....................................................................... 24

Figura 5 - Escaneamento dos modelos através do Scanner 3D R700 3Shape 25

Figura 6 - Obtenção dos modelos digitais.......................................................... 25

Figura 7 - Perímetro do Arco Superior................................................................ 27

Figura 8 - Perímetro do Arco Inferior.................................................................. 27

Figura 9 - Comprimento do Arco Superior.......................................................... 28

Figura 10 - Comprimento do Arco Inferior............................................................ 28

Figura 11 - Plano Oclusal Posterior...................................................................... 29

Figura 12 - Linha superior perpendicular ao plano oclusal posterior.................... 29

Figura 13 - Inclinação do ICS direito..................................................................... 30

Figura 14 - Vista aproximada do ICS direito......................................................... 30

Figura 15 - Altura do Incisivos Centrais Superiores.............................................. 30

Figura 16 - Overjet................................................................................................ 31

Figura 17 - Vista aproximada Overjet................................................................... 31

Figura 18 - Overbite.............................................................................................. 32

Figura 19 - Vista aproximada do Overbite............................................................ 32

Figura 20 - Distâncias transversais superiores..................................................... 33

Figura 21 - Distâncias transversais inferiores....................................................... 33

Figura 22 - Desenvolvimento Vertical Dentoalveolar Superior............................. 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de interpretação do CCI................................................... 35

Tabela 2 - Média (M), desvio padrão (DP) e diferença da primeira e

segunda avaliação (milímetros e graus). Coeficiente de

Correlação Intraclasse, Bland & Altman e Erro Sistemático

(teste t) .........................................................................................

36

Tabela 3 - Compatibilização dos grupos quanto ao gênero (Qui-Quadrado)

e a idade.......................................................................................

37

Tabela 4 - Comparação entre os grupos G1 e G2 na fase Inicial (T1).......... 38

Tabela 5 - Comparação entre os grupos G1 e G2 na fase Final (T2)............ 39

Tabela 6 - Comparação entre as fases Inicial (T1) e Final (T2) do grupo G1 40

Tabela 7 - Comparação entre as fases Inicial (T1) e Final (T2) do grupo G2 41

Tabela 8 - Comparação entre os grupos G1 e G2 da variação ocorrida

entre as fases Inicial e Final..........................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Alt. 11 Altura dente 11

Alt. 21 Altura dente 21

Comp.Arc.Sup. Comprimento do Arco Superior

Comp.Arc.Inf. Comprimento do Arco Inferior

Des.Vertical Desenvolvimento Vertical

Dist.Cer.16-26 Distância Cervical do dente 16 ao 26

Dist.Cer.36-46 Distância Cervical do dente 36 ao 46

Incl.IC.Sup.Dir. Inclinação do Incisivo Central Superior Direito

Per.Arc.Sup. Perímetro do Arco Superior

Per.Arc.Inf. Perímetro do Arco Inferior

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 7

2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO....................... 8

3 PROPOSIÇÃO....................................................................................... 19

4 ARTIGO.................................................................................................. 20

5 CONCLUSÃO........................................................................................ 51

REFERÊNCIAS...................................................................................... 52

APÊNDICES........................................................................................... 59

ANEXOS................................................................................................. 61

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1 INTRODUÇÃO

A mordida aberta anterior pode ser definida como a presença de um

trespasse vertical negativo que ocorre na região anterior, quando os dentes

posteriores estão em oclusão11,51.

A prevalência desta má oclusão é de 17% na dentadura mista, e a

etiologia é multifatorial7,76, sofrendo influência de diversos fatores ambientais, como

hábitos de sucção digital, sucção de chupeta, respiração bucal e interposição lingual

ou labial, que aliados aos fatores genéticos, como o padrão de crescimento

desfavorável, podem levar ao seu agravamento11,12,22.

Muitos autores enfatizam que o tratamento da mordida aberta

anterior, deve ser precoce e na dentadura mista para aproveitar o potencial de

crescimento e obter resultados mais favoráveis12,21. A correção espontânea, pode

ocorrer em até 80% dos casos, quando o hábito deletério é eliminado até a

dentadura mista43,76. O tratamento normalmente consiste na interrupçãp dos hábitos

deletérios, com aparelhos recordatórios, como os esporões e a mentoneira para

indivíduos com padrão de crescimento mais vertical21,49.

Atualmente na literatura, existem diversos estudos que avaliam as

alterações cefalométricas após o tratamento da mordida aberta anterior, e não

existem estudos em relação as alterações dimensionais dos arcos dentários,

utilizando modelos digitais, em pacientes submetidos ao tratamento da mordida

aberta, desta forma, este trabalho terá como objetivo principal, avaliar as alterações

dentoalveolares nos arcos dentários, analisados por meio de modelos digitais, após

o tratamento da mordida aberta anterior, com o uso do esporão e mentoneira.

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2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 Mordida Aberta Anterior

A mordida aberta pode ser definida como uma deficiência no contato

vertical normal entre os dentes antagonistas, podendo manifestar-se numa região

limitada, anterior ou posterior ou, mais raramente, em todo arco dentário,

comprometendo a estética facial, a fala e mastigação; prejudicando a autoestima do

indivíduo6,11,55,76. É caracterizada pelo excesso de erupção dos dentes posteriores

superiores e rotação posterior da mandíbula25,65,70.

2.1.1 Classificação

Na literatura, existem vários tipos de classificações para a mordida

aberta anterior12,25,53,65,70.

Em 1975, Nahoum classificou a mordida aberta em duas categorias:

dental e esquelética. Na mordida aberta dental, ou dentoalveolar, o distúrbio ocorre

na erupção dos dentes e no crescimento alveolar. Neste tipo de má oclusão os

componentes esqueléticos são relativamente normais. Na mordida aberta

esquelética, além dos distúrbios dentoalveolares, há desproporção entre os diversos

ossos que compõem o complexo craniofacial53.

Almeida e Ursi classificaram a mordida aberta em três categorias:

dentária, dentoalveolar e esquelética12,25. As de natureza dentária são resultantes da

interrupção do desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores, sem o

comprometimento do processo alveolar. Quando este é atingido, significa que a má

oclusão evoluiu para dentoalveolar. Neste caso, existe um comprometimento do

desenvolvimento ósseo, pois o fator causal está bloqueando o seu curso normal de

desenvolvimento. As mordidas abertas esqueléticas, por sua vez, caracterizam-se

por um maior envolvimento ósseo, possuindo características como rotação

mandibular horária, ângulo goníaco aberto, ramo mandibular curto, divergência entre

os planos palatinos e mandibular irrupção excessiva dos dentes posteriores e

aumento da altura facial anteroinferior25,65.

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2.1.2 Prevalência

A prevalência da mordida aberta anterior, segundo Worms et al., é

de 17% na dentadura mista, e esta porcentagem decresce com a idade, devido ao

abandono natural do hábito por parte da criança, diminuição das adenóides e ao

desenvolvimento de um padrão normal de deglutição76.

Silva Filho et al., em 1989 avaliaram 2416 escolares entre 7 e 11

anos de idade, na fase da dentadura mista, encontraram prevalência de 18,5% de

mordida aberta anterior67. Por sua vez, Cozza et al. encontraram um prevalência de

17,7% desta má oclusão na dentadura mista23.

2.1.3 Etiologia

A etiologia da mordida aberta é multifatorial7,51. Na mordida aberta

do tipo dentária e dentoalveolar, predominam as causas ambientais, como hábitos

de sucção digital, sucção de chupeta, respiração bucal e interposição lingual ou

labial10,11,12. Já na mordida aberta do tipo esquelética, predominam os fatores

genéticos, que se resumem ao padrão de crescimento desfavorável. Na maioria dos

casos, há uma combinação de fatores dentários, alveolares e esqueléticos,

resultando no característico trespasse vertical negativo19.

A seguir, destacaremos os fatores etiológicos que mais

frequentemente participam da evolução da mordida aberta:

2.1.3.1 Hábitos de Sucção

A sucção dos dedos, língua e lábios do ser humano, já começa no

ventre materno, numa atitude instintiva dos mamíferos. Ao nascer, o indivíduo

apresenta a função de sucção completamente desenvolvida, e por meio desta,

adquirirá o nutriente necessário para a vida. Na impossibilidade de amamentação

materna, aconselha-se o uso de mamadeiras com bicos ortodônticos que tentam

copiar a anatomia do seio8,9.

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O hábito de sucção digital e da chupeta até os 3 anos de idade,

consiste em um mecanismo de suprimento emocional da criança e que não deve

sofrer interferências29. Existe uma tendência natural de que a própria criança venha

a abandonar o hábito com o desenvolvimento de sua maturidade emocional e com o

início da socialização, que normalmente ocorre a partir dos 5 anos de idade12,43.

A persistência do hábito durante a fase inicial da dentadura mista

deve ser considerada como deletéria, uma vez que os incisivos estão irrompendo e o

hábito pode prejudicar o desenvolvimento normal da oclusão e do crescimento

facial11,55.

Silva Filho et al. estudaram a relação entre os hábitos de sucção e a

mordida aberta anterior, e observaram que 78,5% das crianças com hábitos de

sucção prolongados, tinham mordida aberta anterior66.

A instalação de uma má oclusão, não depende apenas da simples

existência do hábito, mas também do padrão de crescimento facial que a criança

possui, bem como da duração, intensidade e frequência com que o hábito é

realizado (Tríade de Graber)29. Este fato explica porque há crianças que, não

obstante possuam algum tipo de hábito, ainda assim não apresentam a má oclusão

característica11.

Warren e Bishara75 em 2002, concluíram que hábitos de sucção

digital ou chupeta levam à mordida aberta anterior, a partir de estudo em que

acompanharam 372 crianças do nascimento até os 5 anos de idade, divididas em

grupos de acordo com o hábito que possuíam: dedo ou chupeta.

Moyers51 em 1991, explica que o tecido ósseo, apesar de ser um

dos tecidos mais duros do organismo, é bastante plástico, e reage à pressão,

principalmente àquelas de baixa magnitude e relativamente constantes, como a

pressão de musculatura peribucal ou de hábitos de sucção, que podem facilmente

modificar a morfologia óssea, sobretudo quando incidem na fase de crescimento e

desenvolvimento dentofacial.

2.1.3.2 Respiração Bucal

O hábito de respirar pela cavidade bucal acompanha cerca de 83%

dos casos de mordida aberta anterior66. Entre as causas das obstruções das vias

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aéreas superiores, podemos citar: a hipertrofia dos cornetos, devido a rinites

alérgicas; malformações septais, como desvios de septo; presença de pólipo nos

tecidos nasais, que possui como uma das causas, as alergias; hipertrofia das

tonsilas faringeanas (adenóides); a hipertrofia das tonsilas palatinas (amígdalas),

que pressionam o palato mole contra a parede posterior da nasofaringe, estreitando

a passagem de ar proveniente da cavidade nasal11.

A respiração bucal exige uma mudança na postura para assegurar a

abertura de uma via aérea bucal. A criança permanece com os lábios entreabertos,

com a mandíbula deslocada para baixo e para trás, e a língua repousando mais

inferior e anteriormente, sem contato com a abóbada palatina. Estas alterações

posturais favorecem um maior desenvolvimento ântero-inferior da face, assim como

a atresia do arco dentário superior e a mordida aberta anterior8,9.

Ressalta-se que, mesmo após a remoção do obstáculo respiratório,

seja por meios cirúrgicos ou medicamentosos, a criança pode continuar a respirar

pela boca, numa atitude habitual, neste caso, a terapia fonoaudiológica se torna

imprescindível para o restabelecimento da respiração nasal8.

2.1.3.3 Interposição lingual ou labial

Da mesma forma que para a interposição lingual, o posicionamento

do lábio inferior entre os incisivos pode decorrer de uma alteração morfológica já

estabelecida, sendo executado com o objetivo de permitir o selamento labial durante

a deglutição. A constância desse hábito também acaba por prolongar a presença da

má oclusão. Durante a deglutição atípica, a musculatura hipertônica do músculo

mentoniano exerce um forte movimento do lábio inferior contra os dentes anteriores

da mandíbula, provocando uma retroinclinação destes, e sobre os dentes anteriores

do arco superior uma inclinação para vestibular, acentuando o trespasse horizontal

já existente. Embora a interposição labial seja, em geral, uma adaptação funcional

às alterações já existentes, realizada durante a deglutição, deve-se salientar que,

em alguns casos, o desenvolvimento de um trespasse horizontal acentuado pode

favorecer a instalação de um verdadeiro hábito de sugar o lábio inferior, que traz

tanta satisfação sensorial ao paciente quanto à sucção do dedo9,11.

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2.1.3.4 Fatores Genéticos

Os fatores hereditários, representam os principais fatores etiológicos

pré-natais das más oclusões; pois influenciam no crescimento e desenvolvimento do

inivíduo8. Quanto mais vertical for o vetor de crescimento, maior será a probabilidade

de existir uma tendência a mordida aberta anterior do tipo esquelética51.

Durante o crescimento facial, os maxilares; a mandíbula

especialmente pode exibir um movimento de rotação no sentido horário ou anti-

horário. No primeiro caso a altura facial tende a aumentar, com maior tendência ao

desenvolvimento da mordida aberta, no segundo caso, há tendência para diminuição

da altura facial inferior, com maiores chances de desenvolvimento de uma

sobremordida17.

O padrão de face longa, também chamado de hiperdivergente,

caracteriza-se por um excesso vertical maxilar, com irrupção excessiva dos dentes

posteriores16,19,65; altura dentoalveolar aumentada, tanto na região dos molares,

quanto na dos incisivos; rotação mandibular no sentido horário; planos e linhas

faciais divergentes em relação à base do crânio, com aumento significativo dos

ângulos SN.GoGn e SN.GN53.

Em muitos casos, o ramo mandibular apresenta-se encurtado,

devido à falta de crescimento vertical do côndilo, proporcionando um aumento do

ângulo goníaco, com aumento da altura facial anterior e redução da altura facial

posterior, evidenciando uma aparente deficiência mandibular, com uma maior

convexidade do perfil70.

Outro fator hereditário que contribui para o desencadeamento da

mordida aberta é a miscigenação racial. Nas populações raciais homogêneas

(grupos geneticamente puros) quase não se observa má oclusão, enquanto que nos

grupos que apresentam grande miscigenação racial, a prevalência desta má oclusão

aumenta substancialmente8.

Nanda54 em 1988, realizou um estudo longitudinal com 32 indivíduos

dos 3 aos 18 anos, para avaliar as diferenças no padrão de crescimento facial entre

indivíduos com mordida aberta anterior e indivíduos com mordida profunda; tendo

como base, as alturas faciais totais, e concluiu-se que o padrão de crescimento já

está estabelecido em idade precoce, antes mesmo da irrupção dos dentes

permanentes.

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2.1.4 Diagnóstico

Para um correto diagnóstico da mordida aberta anterior, deve-se

examinar detalhadamente o paciente, a fim de elucidar as possíveis causas

relacionadas à má oclusão, ou seja, o que de fato deve ser tratado: um problema

emocional, um distúrbio respiratório, uma alteração funcional, uma discrepância

esquelética, ou a combinação de todos esses fatores11. A idade em que o paciente

receberá o tratamento também é de extrema importância, deve ser corrigida o mais

precocemente possível, após os cinco anos de idade, para que o crescimento

favoreça a obtenção de resultados melhores11.

Segundo Subtelny e Sakuda70 em 1964, para se tratar uma mordida

aberta deve-se antes definir critérios para seu diagnóstico, como por exemplo, sua

definição, sua classificação, o envolvimento de dentes inferiores e/ou superiores e,

finalmente, a sua etiologia, enumerada em três fatores de maior importância: 1-

deficiência de crescimento vertical condilar; 2-crescimento deproporcional ou função

atípica da língua; 3-hábitos de sucção. Com o uso da cefalomentria, ele observou

que em casos de mordida aberta anterior havia extrusão dos molares e dos incisivos

superiores e aumento da dimensão vertical da face. Citou ainda que muitos

ortodontistas decepcionavam-se com os resultados finais em casos de mordida

aberta, especialmente quando tratadas em estágios tardios do desenvolvimento e

quando eram esqueléticas.

No estudo de Nahoum53, ele avaliou cefalometricamente vários tipos

e mordida aberta anterior, e encontrou que a razão entre a altura facial anterior

superior (AFAS) e inferior (AFAI) (R= AFAS/AFAI), constitui um bom critério de

diagnóstico: normal, R=0.800; mordida aberta, R< 0,700 e mordida profunda, R>

0.900. Outros parâmetros que também podem ser utilizados é inclinação do plano

mandibular e abertura do ângulo goníaco.

2.1.5 Tratamento

O tratamento da mordida aberta anterior, está diretamente

relacionado com a etiologia desta má oclusão, e com a época em que será realizada

a intervenção. Há um consenso geral, de que pacientes com mordida aberta anterior

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ou com tendência a mordida aberta, estão entre os mais difíceis de tratar. A recidiva,

da correção da mordida aberta a longo prazo, é um achado comum, não só após o

tratamento ortodôntico, mas também após a terapia ortodôntica cirúrgica22,26,47.

Worms et al.76 em 1971, afirmou que a correção espontânea da

mordida aberta anterior, pode ocorrer em até 80% dos casos, quando o hábito

deletério é eliminado até a dentadura mista, fase em que a prevalência da mordida

aberta anterior é de 17%. Esta porcentagem decresce com a idade, devido ao

abando natural do hábito por parte da criança, diminuição das adenoides e ao

desenvolvimento de um padrão normal de deglutição.

O tratamento para a remoção do hábito de sucção deve ser

realizado somente quando a criança está motivada e que o aparelho ortodôntico

deve atuar como um “lembrete” de que o problema só será corrigido se o hábito for

abandonado29.

A abrupta interrupção do hábito de sucção do polegar, segundo a

filosofia freudiana, pode ocasionar problemas no desenvolvimento da personalidade

da criança29,51. Desta maneira, a utilização de aparelhos fixos pode parecer um tanto

agressiva, ao impedir que o paciente exerça o hábito que lhe proporcionava

conforto, mas Haryett et al. (1970), após o exame de 800 casos tratados com grades

fixas, não encontraram nenhuma incidência significativa de neurose, sendo que o

tratamento ortodôntico foi muito mais efetivo do que a simples orientação

psicológica32.

2.1.5.1 Esporão

É uma opção para o tratamento da mordida aberta anterior, e tem

sido utilizado por diversos autores nos últimos anos4,22,28,32,38,49,51,56.

Podem se apresentar das seguintes maneiras: soldados a um arco

palatino, fixos às bandas nos molares superiores; soldados a um arco lingual inferior,

cimentados por meio de bandas nos molares inferiores; soldados às bandas dos

incisivos centrais superiores; soldados a um arco lingual inferior, fixo nas bandas dos

incisivos laterais inferiores; e colado na lingual dos incisivos4,22,28,38,49,51,56,62.

Baseado nos princípios dos esporões tradicionais, Nogueira et al.

em 2005, desenvolveram um novo dispositivo, o esporão lingual colado Nogueira®,

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semelhante a um bráquete ortodôntico, para colagem nos incisivos centrais

superiores e /ou inferiores, que apresenta uma base e, soldado a esta base, duas

hastes afiladas com as extremidades levemente arredondadas e medindo

aproximadamente 3mm56.

O primeiro a relatar o uso de esporões, para o tratamento da

mordida aberta foi Rogers62.

A principal função deste aparelho é impedir a sucção digital. O

indivíduo poderá até levar o polegar à boca, porém, não haverá mais satisfação

durante a sucção. Devido a sua construção, o aparelho elimina a pressão do polegar

sobre os incisivos superiores, prevenindo a criação de alterações na musculatura

bucal e lingual, ou mesmo o agravamento destas alterações. O aparelho força a

língua para uma posição mais retruída, alterando a sua forma e tônus durante a

postura de repouso, e como resultado, a língua tende a exercer mais pressão nos

segmentos posteriores da maxila, revertendo o hipodesenvolvimento maxilar28.

Graber relatou que durante 17 anos, mais de 600 casos com hábito de sucção digital

foram tratados no período de dentadura decídua e mista precoce, e o sucesso com o

tratamento foi plenamente obtido.

Há uma concordância entre alguns autores, de que os esporões são

mais efetivos em impedir o hábito de sucção digital e corrigir a mordida aberta

anterior do que apenas uma grade palatina. Isso porque a grade impede somente o

hábito, enquanto os esporões desencorajam a língua de repousar sobre

eles33,38,40,56.

Nogueira et al.56 em 2005, apresentaram 3 casos clínicos que

demostraram o uso de esporões linguais colados Nogueira® como tratamento

coadjuvante da deglutição atípica por pressionamento lingual. Os pacientes foram

submetidos a exames de eletromiografia (EMG) para avaliação neuromuscular,

antes e após 10 meses do início do tratamento, demonstrando uma melhora no

padrão da forma dos arcos e relações interarcos, com o uso de aparelhos

ortopédicos e ortodônticos associados aos esporões. Os esporões estimularam a

língua a mudar a sua postura nas funções de deglutição, fonação, mastigação e

repouso, e isto, provavelmente ocorreu porque não foi encontrado nenhum sinal de

ferimento na língua, comprovando que esta ficou estimulada a assumir uma nova

posição durante suas funções e no repouso.

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Cozza et al.22 em 2006, utilizaram o aparelho quadri-hélice com

esporões, e obtiveram os seguintes resultados: das 23 crianças tratadas que foram

comparadas com outras 23 não tratadas, pertencentes a um grupo controle, houve

fechamento da mordida aberta anterior em 19 delas (90%). Em aproximadamente

1,5 anos de tratamento, o aumento do overbite foi de 3,6mm a mais no grupo

experimental quando comparado com o grupo controle. Houve extrusão e

verticalização dos incisivos superiores e inferiores e uma rotação no sentido horário

do plano palatino. Os autores também constataram uma maior retrusão dos lábios

superior e inferior no grupo tratado.

Avaliando a estabilidade do tratamento, Justus em 2001,

demonstrou o resultado em longo prazo do fechamento da mordida aberta anterior

com o uso de esporões. Tal método de tratamento mostrou-se efetivo na correção

das más-oclusões e na obtenção da estabilidade. Segundo o autor, a postura mais

anterior da língua, pós-tratamento, é o principal agente da recidiva39.

2.1.5.2 Mentoneira

Com este aparelho, pode-se fazer o controle da dimensão vertical,

quando a mordida aberta anterior apresenta o envolvimento de fatores esqueléticos

em sua composição e um aumento da altura facial anteroinferior (AFAI)10,19,35.

Iscan et al.36 em 2002, investigou os efeitos da mentoneira de tração

alta no tratamento da mordida aberta anterior. Dezoito pacientes foram submetidos

ao tratamento com a mentoneira, a qual exerceu uma força de 400 g de cada lado,

16 horas por dia, durante 9 meses. Estes pacientes foram comparados a um grupo

controle e os resultados mostraram que o ângulo do plano mandibular diminuiu,

assim como o ângulo goníaco, indicando rotação mandibular para anterior e

sugerindo inibição do crescimento vertical na região posterior, ao nível dentoalveolar.

A irrupção dos incisivos inferiores tiveram um papel importante no fechamento da

mordida.

Ritucci e Nanda61 em 1986, estudaram o efeito isolado da

mentoneira, com o vetor de força direcionado ao côndilo, sobre o crescimento e

desenvolvimento facial. Foi utilizado por no mínimo 12 horas por dia, com uma força

de aproximadamente 500g (250g de cada lado). A mentoneira inibiu

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significantemente o crescimento vertical da maxila, e o crescimento da altura facial

superior, controlou o deslocamento inferior da maxila e promoveu uma rotação desta

no sentido horário, diminuindo a altura facial anteroinferior (AFAI), mas os autores

não constataram alterações na irrupção dos molares.

Alguns autores enfatizaram a redução vertical por meio de intrusão

dos dentes posteriores, e com isso proporcionar a rotação mandibular no sentido

anti-horário, para o controle vertical e a correção da mordida aberta anterior10,36.

Almeida et al.11 em 1998, apresentaram dois casos clínicos, tratados

com grade palatina fixa soldada a um expansor tipo bi-hélice, associados ao uso da

mentoneira (16 horas por dia), com força direcionada 45º acima do plano oclusal.

Aparelhos fixos foram utilizados para finalização dos casos. Os resultados foram

excelentes, com fechamento das mordidas abertas anteriores e estabilidade dos

resultados. Houve efeitos dentoalveolares, mas também compensações

esqueléticas, pelo bom padrão de crescimento dos pacientes e talvez pela ação

ortopédica da mentoneira.

Torres et al. em 2006 e Pedrin et al., também em 2006,

demonstraram com estudos clínicos, prospectivos e controlados, que a utilização da

mentoneira com uma força de 450 a 500g por lado, associada à grade palatina

removível, não proporcionou efeito de controle vertical nos pacientes com mordida

aberta anterior, uma vez que a AFAI, a extrusão dos molares e outras variáveis

similares não diferiram entre grupo experimental e grupo controle59,72.

2.2 Modelos Digitais Tridimensionais

Os avanços tecnológicos resultaram num aumento significativo do

emprego de novas tecnologias em todos os níveis da sociedade. Na Ortodontia,

radiografias e fotografias digitais já são usadas de forma rotineira. E agora, a

utilização de modelos digitais, obtidos por meio de Scanner 3D, vem sendo

anunciada como novo componente da documentação ortodôntica computadorizada.

Os modelos digitais estão cada vez mais disponíveis, necessitam menos espaço

físico e tem a capacidade de compartilhar informações, através da Internet com

outros profissionais5,45,48,57.

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Os modelos de gesso tradicionalmente representam o registro

tridimensional da má oclusão, fornecendo informações fundamentais, muitas das

quais não poderiam ser obtidas diretamente da boca do paciente. O recente recurso

de digitalização dos modelos ortodônticos, transformando-os em arquivos de

computador através de um scanner tridimensional, eleva as possibilidades de

avaliação dos aspectos da má oclusão e morfologia dentoalveolar, seja com

propósitos clínicos ou de pesquisa18.

Na Ortodontia especificamente, essa tecnologia enriquece as

análises quantitativas, visto que os modelos digitais podem ser manipulados,

aproximados deliberadamente e seccionados em qualquer ponto nos três planos. O

scanner a laser tem um grande potencial de investigação devido à sua alta precisão,

reprodutibilidade, eficácia e efetividade das medidas, além da facilidade de

utilização5,13,46,57,60.

Os modelos digitais parecem ser uma alternativa clinicamente

aceitável para as medições de rotina utilizadas na prática odontológica. São

confiáveis para diversas medições. Exigem adequada calibração do operador e

padronização da técnica64,69.

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3 PROPOSIÇÃO

Desta forma, o objetivo deste estudo foi testar a hipótese nula de que não

existem diferenças nos efeitos dentoalveolares entre os aparelhos esporão e

mentoneira no tratamento precoce da mordida aberta, analisados por meio de

modelos digitais.

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4 ARTIGO

ANÁLISE TRIDIMENSIONAL EM MODELOS DIGITAIS DOS EFEITOS PRODUZIDOS PELO ESPORÃO E MENTONEIRA NO TRATAMENTO DA

MORDIDA ABERTA ANTERIOR

RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações dentoalveolares de pacientes com mordida aberta anterior, tratados com dois protocolos: esporão e mentoneira. A amostra randomizada foi constituída por documentações ortodônticas iniciais e finais, de 41 pacientes (27 meninas e 14 meninos) com idades entre 7 a 10 anos (média de idade de 8,37 anos), em fase de dentadura mista, com mordida aberta anterior(média -3,43mm), tratados por um ano. Os grupos foram divididos segundo a terapêutica empregada: grupo 1(n=23) esporão lingual Nogueir@(Abzil 3M) e grupo 2(n=18) mentoneira pré-fabricada Morelli(Sorocaba-Brasil). Os modelos de gesso foram digitalizados por um scanner de superfície a laser 3Shape R700(Dinamarca), reproduzindo uma imagem tridimensional digitalizada, sobre a qual foram realizadas mensurações nos tempos T1 (antes do início do tratamento) e T2 (um ano do início do tratamento), por meio do software OrthoAnalyzer 3D. Alterações transversais, comprimento e perímetro dos arcos dentários superiores e inferiores, assim como medidas referentes ao trespasse horizontal e vertical e a inclinação dos incisivos foram mensuradas. O coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e Bland Altman foram empregados para verificar o erro intraexaminador. Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste “t” independente, sendo que para as alterações obtidas para cada grupo o teste “t” pareado foi adotado, ambos com nível de significância de 5 %. De acordo com os resultados, para cada grupo as medidas apresentaram alterações estatisticamente significantes, com exceção para perímetro e comprimento de ambos os arcos, inclinação do incisivo central superior direito e overjet, mas essas alterações foram similares entre os grupos. Concluiu-se que os dois protocolos são semelhantes no tratamento precoce da mordida aberta anterior. ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the dentoalveolar changes in digital models in patients with anterior open bite, treated with two protocols: spur and chin cup. The sample randomized consisted of initial and final orthodontic records of 41 patients (27 gilrs and 14 boys) aged 7-10 years (mean age 8,37 years) in mixed dentition, with open bite(mean -3,43mm) treated for one year. The groups were divided according to the therapy employed: Group 1 (n = 23) used lingual spur Nogueir@(Abzil 3M) and group 2 (n = 18) used prefabricated chincup Morelli(Sorocaba-Brasil). The plaster models were scanned by a laser surface scanner 3Shape R700(Dinamarca) reproducing a digitized three dimensional image on which measurements were performed with a 3D software OrthoAnalyzer at T1 (immediately before treatment) and T2 (one year after the initiation of treatment). Transverse changes, length and perimeter of the upper and lower dental arches, horizontal and vertical overlap as well as the inclination of the incisors were evaluated. The intraclass correlation coefficient (ICC) and Bland Altman were employed to verify the intra-examiner error. Paired and non-paired “t” test, with 5% significance analyzed the results. After one year treatment, all variables were statistically altered, but perimeter and length of upper and lower arches, right central upper incisor proclination and overjet, besides those changes were similar between groups. It was concluded that both protocols were similar after one year of early treatment of anterior open bite.

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INTRODUÇÃO

A mordida aberta anterior pode ser definida como a presença de um

trespasse vertical negativo que ocorre na região anterior, quando os dentes

posteriores estão em oclusão1,2.

A prevalência desta má oclusão é de 17% na dentadura mista, e a

etiologia é multifatorial3,4, sofrendo influência de diversos fatores ambientais, como

hábitos de sucção digital, sucção de chupeta, respiração bucal e interposição lingual

ou labial, que aliados aos fatores genéticos, com o padrão de crescimento

desfavorável, podem levar ao seu agravamento1,5,6.

Muitos autores enfatizam que o tratamento da mordida aberta

anterior, deve ser precoce e na dentadura mista para aproveitar o potencial de

crescimento e obter resultados mais favoráveis5,7. A correção espontânea, pode

ocorrer em até 80% dos casos, quando o hábito deletério é eliminado até a

dentadura mista4,8. O tratamento normalmente consiste na interrupçãp dos hábitos

deletérios, com aparelhos recordatórios, como os esporões e a mentoneira para

indivíduos com padrão de crescimento mais vertical7,9.

Atualmente na literatura, existem diversos estudos que avaliam as

alterações cefalométricas após o tratamento da mordida aberta anterior, e não

existem estudos em relação as alterações dimensionais dos arcos dentários,

utilizando modelos digitais, em pacientes submetidos ao tratamento da mordida

aberta, desta forma, este trabalho terá como objetivo principal, avaliar as alterações

dentoalveolares nos arcos dentários, analisados por meio de modelos digitais, após

o tratamento da mordida aberta anterior, com o uso do esporão e mentoneira.

MATERIAL E MÉTODO

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Norte do Paraná – UNOPAR (Parecer n. 773.874) (Anexo A).

AMOSTRA

A coleta da amostra deste estudo retrospectivo, foi a partir da

amostra de um estudo clínico prospectivo e randomizado11,12, onde foram

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observadas 4563 crianças das escolas municipais de Londrina, 125 foram pré-

selecionadas e orientadas a comparecer a UNOPAR para uma nova avaliação em

ambiente clínico. Os critérios de inclusão utilizados foram: relação molar de Classe I

de Angle, com mordida aberta anterior maior que 1mm, dentadura mista, com idade

entre 7 e 10 anos, primeiros molares permanentes em oclusão, leucodermas,

ausência de agenesias e supranumerários, sem perdas de dentes permanentes,

ausência de apinhamento de moderado a severo e com saúde bucal.

Por fim, o estudo foi iniciado com número total de 99 pacientes, que

foram alocados de forma randomizada em 4 grupos, esporão, mentoneira, grade fixa

e grade removível, por um avaliador externo ao estudo, segundo a terapêutica

empregada11,12. E assim para desenvolver o nosso estudo, foram selecionados o

Grupo 1- Esporão (n=23) e o Grupo 2- Mentoneira (n=18), com número total de 41

pacientes.

Foi realizado o cálculo amostral, para verificar a quantidade de

crianças necessárias para se obter uma amostra considerável. Utilizando como

parâmetro de cálculo da amostra o desvio padrão médio entre os 2 grupos (dp =

2,00) para a medida MMA, adotando-se como nível de significância 5% e poder do

teste de 80%, seriam necessários um mínimo de 17 sujeitos em cada grupo.

Os grupos G1 e G2 foram comparados estatisticamente a fim de

verificar a homogeneidade para fatores como: idade e gênero (Tabela 3).

Todos os pacientes tinham documentação em dois tempos, antes

(T1) e após 1 ano do início do tratamento (T2). Estas documentações apresentavam:

radiografias digitais (panorâmica e telerradiografia), fotos intra e extra bucais,

modelos de estudo (superior e inferior).

O grupo 1 (Esporão), composto por 23 pacientes, foi tratado com o

aparelho fixo, denominado esporão lingual colado Nogueir@, acessório idealizado e

desenhado com base nos princípios dos esporões tradicionais, desenvolvido e

produzido pela Abzil (Abzil, 3M Unitek, São José do Rio Preto, São Paulo – Brasil).

O esporão apresenta aproximadamente 3mm, uma base com uma malha convexa

na sua parte posterior, para colagem nas superfícies linguais dos incisivos

superiores e inferiores, e soldado a esta base, apresenta duas hastes já afiladas13.

Previamente a instalação dos dispositivos, foi realizada uma profilaxia dentária com

pedra pomes, e a colagem foi feita com o mesmo sistema de fixação ortodôntica

conforme orientações do fabricante (Transbond XT®– 3M Unitek Monróvia,

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Califórnia – EUA). Os dispositivos foram colados no arco superior e inferior, o mais

próximo da região cervical para evitar interferências oclusais, com o fechamento da

mordida aberta anterior (Figura 1). Uma recomendação adicional foi dada aos

responsáveis dos pacientes deste grupo, pois se sabe que estes dispositivos ao

descolarem podem ser aspirados ou engolidos pelos pacientes7,11,12.

As medidas cefalométricas deste grupo, em relação as médias

iniciais foram: SNA: 82,48º, SNB: 78,01º, ANB: 4,46º, SN-GoGn: 35,54º.

Figura 1 – Esporão Colado

Fonte: Urnau-2014

O grupo 2 (Mentoneira), composto por 18 pacientes, foi tratado com

a mentoneira pré-fabricada da marca Morelli (Sorocaba, SP, Brasil). A ligação entre

o casquete apoiado na cabeça e o suporte no mento, é feito por um elástico bilateral

com ajuste de comprimento que controla a intensidade de força. A resultante de

força gerada é 450 a 500grs de cada lado e incide 45° em relação ao plano

oclusal7,14,15(Figura 2). Os pacientes foram orientados a utilizar a mentoneira por 12

horas no período noturno11,12.

As medidas cefalométricas deste grupo, em relação as médias

iniciais foram: SNA: 84,08º, SNB: 78,98º, ANB: 5,11º, SN-GoGn: 36,21º.

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Figura 2 – Mentoneira

Fonte: Urnau-2014

OBTENÇÃO DOS MODELOS DE GESSO

Os pares de modelos de gesso foram obtidos através de moldagens

feitas no centro de documentação antes e após 1 ano de tratamento (Figuras 3 e 4).

Figura 3 – Modelo de gesso inicial Figura 4 – Modelo de gesso final

Fonte: Do autor (2015) Fonte: Do autor (2015)

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DIGITALIZAÇÃO E MENSURAÇÃO DOS MODELOS

Os modelos de gesso foram digitalizados, por um scanner de

superfície a laser 3Shape R700 (3Shape A/S, Copenhagen, Dinamarca),

desenvolvido para escaneamento em alta precisão de modelos de gesso,

reproduzindo uma imagem tridimensional digitalizada, sobre a qual serão realizadas

mensurações (Figuras 5 e 6).

Figura 5 - Escaneamento dos modelos através do scanner 3D R700 3Shape

Fonte: Bressane-2012

Figura 6 - Obtenção dos modelos digitais

Fonte: Bressane-2012

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Após a digitalização, os modelos iniciais e após um ano de

tratamento foram mensurados pelo método digital no software OrthoAnalyzer™ 3D

(3Shape A/S, Copenhagen, Dinamarca), por um examinador previamente calibrado.

As seguintes variáveis, foram obtidas:

1 Perímetro do Arco Superior e Inferior

Os perímetros dos arcos foram mensurados, em T1 e T2, por meio

dos segmentos. As mensurações foram padronizadas seguindo os mesmos pontos e

segmentos, tanto para o arco superior quanto inferior, sendo o numero 1 referente

as mensurações no arco superior, e o número 2 no arco inferior. Segmentos A1 e

A2, correspondem a distância entre o ponto de contato mesial do primeiro molar

permanente direito ao ponto de contato mesial do canino direito, superior e inferior,

respectivamente. Segmentos B1 e B2, correspondem a distância do ponto de

contacto mesial do canino direito ao ponto de contato mesial do incisivo central

direito, superior e inferior respectivamente. Segmentos C1 e C2, correspondem a

distância entre o ponto de contato mesial do incisivo central esquerdo até o ponto de

contato mesial do canino esquerdo, superior e inferior respectivamente. Segmentos

D1 e D2, correspondem a distância entre o ponto de contato mesial do canino

esquerdo ao ponto de contato mesial do primeiro molar permanete esquerdo,

superior e inferior respectivamente (Figuras 7 e 8). Na presença de diastemas entre

os dentes, marcar o ponto médio do espaço entre os dois dentes. Na ausência de

canino decíduo, marcar o ponto na distal do incisivo lateral. E na ausência do

segundo molar decíduo marcar na mesial do primeiro molar permanente.

Os modelos foram girados e visualizados sob diversas perspecticas,

bem como aproximados pela ferramenta zoom, para facilitar a definição dos

pontos16,17,18,19,20.

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Figura 7 – Perímetro do Arco Superior

Fonte: Do autor (2015)

Figura 8 – Perímetro do Arco Inferior

Fonte: Do autor (2015)

2 Comprimento do Arco Superior e Inferior

Para mensurar essa variável nos arcos superior e inferior,

inicialmente, por meio de uma vista oclusal, traçamos uma linha transversal

passando pela mesial dos primeiros molares permanentes. Em seguida foi realizada

uma medida linear milimétrica entre o ponto de contato dos incisivos centrais, com

um ponto de intersecção perpendicular à linha traçada previamente entre os

molares (Figuras 9 e 10). Desta forma obteve-se o comprimento dos arcos no tempo

T1 e T216,21,22.

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Figura 9 – Comprimento do Arco Superior

Fonte: Do autor (2015)

Figura 10 – Comprimento do Arco Inferior

Fonte: Do autor (2015)

3 Inclinação do Incisivo Central Superior Direito

Esta variável foi obtida através da inclinação da coroa do incisivo

central superior direito, em relação ao plano oclusal posterior, em T1 e T2.

Primeiramente, foi definido o plano oclusal posterior, representado pela união dos

seguintes pontos: um ponto correspondente a ponta de cúspide mésio vestibular do

primeiro molar permanente superior direito, um ponto correspondente a ponta de

cúspide disto vestibular do primeiro molar permanente superior direito e um ponto

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correspondente a ponta de cúspide mésio vestibular do primeiro molar permanente

superior esquerdo (Figura 11). Posteriormente, em vista frontal, foi marcado um

ponto na cervical do incisivo central superior direito, e traçamos uma linha

perpendicular ao plano oclusal (Figura 12). Em vista lateral, definimos o ângulo

formado entre uma linha que passa tangente a 2/3 (terço cervical e médio) da face

vestibular do incisivo central superior direito, com a linha correspondente ao plano

oclusal posterior, previamente determinado23,24,25 (Figuras 13 e 14).

Figura 11 – Plano Oclusal Posterior

Fonte: Do autor (2015)

Figura 12 – Linha superior perpendicular ao plano oclusal posterior

Fonte: Do autor (2015)

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Figura 13 – Inclinação do ICS Figura 14 – Vista aproximada do ICS

Fonte: Do autor (2015) Fonte: Do autor (2015)

4 Altura dos Incisivos Centrais Superiores

A mensuração desta variável foi realizada por vestibular em uma

vista frontal, através de uma medida linear vertical unindo dois pontos: um

correspondente ao ponto médio da margem cervical da coroa clínica, e o outro ao

ponto médio da borda incisal da coroa clínica dos dentes 11 e 21. As mensurações

foram feitas em T1 e T2, formando-se uma linha paralela ao longo eixo da coroa

clínica destes dentes21,26 (Figura 15).

Figura 15– Altura dos Incisivos Centrais Superiores

Fonte: Do autor (2015)

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5 Overjet

Para mensurar esta variável, primeiramente, foi definido o plano

oclusal posterior, representado pela união dos seguintes pontos: um ponto

correspondente a ponta de cúspide mésio vestibular do primeiro molar permanente

superior direito, um ponto correspondente a ponta de cúspide disto vestibular do

primeiro molar permanente superior direito e um ponto correspondente a ponta de

cúspide mésio vestibular do primeiro molar permanente superior esquerdo (Figura

11).

Após esta etapa, o overjet foi medido paralelamente ao plano oclusal

posterior. Foi marcado um ponto na borda incisal do incisivo superior e outro ponto

na borda incisal do incisivo inferior. Marcados estes pontos, o próprio programa

medirá o overjet automaticamente19,22,26,27,28,29 (Figuras 16 e 17).

Figura 16 – Overjet Figura 17 – Vista aproximada

Fonte: Do autor (2015) Fonte: Do autor (2015)

6 Overbite

Para mensurar o overbite, primeiramente, foi definido o plano oclusal

posterior, representado pela união dos seguintes pontos: um ponto correspondente a

ponta de cúspide mésio vestibular do primeiro molar permanente superior direito, um

ponto correspondente a ponta de cúspide disto vestibular do primeiro molar

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32

permanente superior direito e um ponto correspondente a ponta de cúspide mésio

vestibular do primeiro molar permanente superior esquerdo (Figura 11).

Após obtermos o plano oclusal, o overbite foi medido

perpendicularmente ao plano oclusal posterior. Marcou-se um ponto na borda incisal

do incisivo superior e outro ponto na borda incisal do incisivo inferior. Marcados

estes pontos, o próprio programa medirá o overbite automaticamente19,22,26,27,28,29

(Figuras 18 e 19).

Figura 18 – Overbite Figura 19 – Vista aproximada

Fonte: do autor (2015) Fonte: do autor (2015)

7 Distância transversal entre os primeiros molares permanentes superiores e

inferiores

Para mensurar a distância transversal entre os primeiros molares

permanentes superiores e inferiores, foram marcados pontos na cervical destes

dentes, bilateralmente, na direção do sulco lingual. E depois foram medidas estas

distâncias19,20,26,30,31 (Figuras 20 e 21).

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33

Figura 20 – Distância transversal superior

Fonte: do autor (2015)

Figura 21 - Distância transversal inferior

Fonte: do autor (2015)

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34

8. Desenvolvimento Vertical Dentoalveolar Superior

Após estabelecido o plano oclusal posterior, em uma vista frontal, foi

realizada uma medida linear milimétrica entre o ponto de contato dos incisivos

centrais superiores, ou o ponto médio entre eles, caso não haja ponto de contato,

com um ponto de intersecção perpendicular a este plano oclusal previamente

traçado. Esta mensuração foi realizada automaticamente pelo software e mostrará a

distância vertical dos processos alveolares superiores com relação ao plano

oclusal32,33 (Figura 22).

Figura 22 – Desenvolvimento Vertical Dentoalveolar Superior

Fonte: Do autor (2015)

MÉTODO ESTATÍSTICO

No intuito de confirmar a calibração do examinador e garantir a

reprodutibilidade dos dados, foi realizada a avaliação do erro metodológico intra-

examinador. Foram selecionadas aleatoriamente 30% do total da amostra e

realizada as medidas, após 30 dias as medidas foram repetidas. O erro sistemático

foi calculado pelo teste t , com nível de significância 5% (p<0,05). O erro de medição

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35

intraexaminador foi avaliado pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse(CCI) e Bland

& Altman. Para sua interpretação utilizou-se os valores sugeridos por Fleiss34 em

1986 (Tabela 1 e 2).

Tabela 1 – Valores de interpretação do CCI (Fleiss,1986).

CCI < 0,4 Pobre

0,4 <= CCI < 0,75 Satisfatório

CCI >= 0,75 Excelente

Análise estatística

Os dados foram descritos por meio dos parâmetros de média e

desvio padrão. Para verificar se os dados apresentavam distribuição normal e dessa

forma possibilitar o emprego de testes paramétricos, foi aplicado o teste de

Kolmogorov-Smirnov. Para verificar as alterações intragrupos (T2-T1) foi utilizado o

teste t de Student pareado. Para a comparação entre os dois grupos foi adotado o

teste t de Student não-pareado.

Todas as análises estatísticas foram realizadas pelo programa

Statistica versão 5 (StatSpft Inc., Tulsa, USA).

RESULTADOS

Após a realização do teste de Kolmogorov-Smirnov constatou-se

que todos os grupos e medidas apresentaram distribuição normal.

A Tabela 2 apresenta os resultados do Erro do Método, por meio do

Coeficiente de Correlação Intraclasse, seguido do Bland & Altmann e Erro

sistemático por meio de aplicação do teste “t” pareado.

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Tabela 2 – Média (M), desvio padrão (DP) e diferença da primeira e segunda

avaliação (milímetros e graus). Coeficiente de Correlação Intraclasse, Bland &

Altman e Erro Sistemático (teste t).

Medidas

Avaliação

Avaliação

Dif.

CCI

Bland

& Altmann

Erro

Sistemático

(teste t)

M DP

M DP

Lim.

Inf.

Lim.

Sup

.

p

Per.Arc.Sup.(mm) 78,22 4,89 78,21 4,95 -0,01 0,99 -0,61 0,58 0,37

Per.Arc.Inf. (mm) 71,25 3,48 71,04 3,58 -0,18 0,99 -0,38 0,80 0,25

Comp.Arc.Sup.(mm) 29,49 2,19 29,51 2,19 0,02 0,99 -0,24 0,21 0,52

Comp.Arc.Inf.(mm) 25,26 1,66 25,32 1,66 0,06 0,99 -0,42 0,30 0,11

Incl.IC.Sup.Dir.(°) 77,27 6,81 77,19 6,92 -0,08 0,99 -0,54 0,69 0,25

Alt. 11(mm) 8,58 0,90 8,57 0,90 -0,01 0,99 -0,15 0,17 0,42

Alt. 21(mm) 8,50 1,15 8,52 1,14 0,02 0,99 -0,23 0,18 0,26

Overjet(mm) 4,22 1,29 4,24 1,28 0,02 0,99 -0,26 0,22 0,49

Overbite(mm) -3,50 2,02 -3,52 2,03 -0,02 0,99 -0,19 0,23 0,40

Dist.Cer16-26(mm) 35,65 2,33 35,68 2,26 0,03 0,99 -0,48 0,41 0,45

Dist.Cer36-46(mm) 33,05 1,54 33,08 1,57 0,03 0,99 -0,34 0,28 0,36

Des.Vertical(mm) 8,90 2,65 8,84 2,66 -0,06 0,99 -0,16 0,27 0,20

*Significante para p<0,05 Fonte: do autor (2015)

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Quanto à proporção dos gêneros e idade média inicial, a Tabela 3

apresenta o resultado do teste Qui-Quadrado para avaliar a compatibilidade dos

grupos quanto à proporção dos gêneros, assim como, os resultados do teste t para

a compatibilidade dos dois grupos quanto às idades iniciais.

Tabela 3 – Compatibilização dos grupos quanto ao gênero (Qui-Quadrado) e a idade

VARIÁVEIS G1 (n=23)

ESPORÃO

G2 (n=18)

MENTONEIRA

p

IDADE

MÉDIA ± DP 8,47 ± 0,67 8,28 ± 1,05 0,478

GÊNERO

MASCULINO 9 5

FEMININO 14 13 0,447

*Significante para p<0,05 Fonte: do autor (2015)

Com o objetivo de verificar o grau de similaridade entre os grupos,

no que diz respeito às medidas iniciais (T1), quando comparado verificou-se

diferença estatisticamente significante para as variáveis: Altura 11 e Altura 21. A

maioria das variáveis não apresentou diferença estatística, o que denotou uma

amostra homogênea nos dois grupos inicialmente (Tabela 4).

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Tabela 4 – Comparação entre os grupos G1 e G2 na fase Inicial (T1).

Medida

G1 (n=23)

ESPORÃO

G2 (n=18)

MENTONEIRA

dif.

p

Média Dp Média Dp

Per.Arc.Sup.(mm) 78,06 3,21 77,63 2,64 -0,43 0,647

Per.Arc.Inf.(mm) 71,10 2,55

71,21 2,80

0,11

0,892

Comp.Arc.Sup.(mm) 29,43 2,22

28,78 1,53

-0,66

0,290

Comp.Arc.Inf.(mm) 25,14 1,70

25,38 1,37

0,24

0,628

Incl.IC.Sup.Dir.(º) 77,13 6,95

80,38 8,91

3,24

0,198

Alt. 11(mm) 8,62 0,91

7,64 0,93

-0,98

0,002*

Alt. 21(mm) 8,54 1,15

7,58 0,96

-0,96

0,007*

Overjet(mm) 4,22 1,30

3,47 1,58

-0,75

0,104

Overbite(mm) -3,62 2,01

-3,37 1,92

0,25

0,685

Dist.Cer16-26(mm) 35,71 2,35

35,64 1,84

-0,08

0,912

Dist.Cer36-46(mm) 33,11 1,56

33,83 1,68

0,72

0,162

Des.Vertical(mm) 9,11 2,46 8,05 2,83 -1,06 0,208

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05) Fonte: do autor (2015)

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Para avaliação dos resultados obtidos após 1 ano de tratamento,

verificou-se diferença estatisticamente significante para as variáveis: Altura 11 e

Altura 21 (Tabela 5).

Tabela 5 – Comparação entre os grupos G1 e G2 na fase Final (T2).

Medida

G1 (n=23) ESPORÃO

G2 (n=18)

MENTONEIRA

dif.

p

Média Dp Média Dp

Per.Arc.Sup.(mm) 78,56 3,76 78,42 3,04 -0,13 0,903

Per.Arc.Inf.(mm) 70,29 2,79

71,21 2,83

0,92

0,304

Comp.Arc.Sup.(mm) 29,48 2,31

29,09 1,66

-0,39

0,544

Comp.Arc.Inf.(mm) 25,12 1,71

25,34 1,45

0,22

0,661

Incl.IC.Sup.Dir.(º) 78,00 6,29

78,87 5,39

0,87

0,642

Alt. 11(mm) 9,22 0,80

8,67 0,88

-0,55

0,043*

Alt. 21(mm) 9,17 0,78

8,53 0,97

-0,64

0,025*

Overjet(mm) 3,95 1,65

3,59 1,75

-0,36

0,507

Overbite(mm) -1,19 2,65

-1,19 2,42

0,00

0,999

Dist.Cer16-26(mm) 36,13 2,26

36,19 1,92

0,05

0,937

Dist.Cer36-46(mm) 33,41 1,54

34,22 1,90

0,81

0,142

Des.Vertical(mm) 7,28 2,48 7,14 2,40 -0,14 0,857

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05) Fonte: do autor (2015)

Nas tabelas 6 e 7 foi possível observar os resultados do teste t

pareado na comparação intragrupos e após 1 ano da fase inicial para determinação

das diferenças ocorridas. No grupo 1 (Esporão), a maioria das variáveis

apresentaram alterações estatísticas, com exceção para Perímetro do Arco Superior

e Inferior, Comprimento do Arco Superior e Inferior, Inclinação do Incisivo Central

Superior Direito e Overjet. No grupo 2 (Mentoneira), a maioria também apresentou

alterações estatísticas, com exceção para Perímetro do Arco Inferior,

Comprimentodo Arco Superior e Inferior, Inclinação do Incisivo Central Superior e

Overjet.

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Tabela 6 – Comparação entre as fases Inicial (T1) e Final (T2) do grupo G1-ESPORÃO

Medida Inicial (T1) Final (T2)

dif.

p Média Dp Média Dp

Per.Arc.Sup.(mm) 78,06 3,21 78,56 3,76 0,50 0,152

Per.Arc.Inf.(mm) 71,10 2,55

70,29 2,79

-0,81

0,064

Comp.Arc.Sup.(mm) 29,43 2,22

29,48 2,31

0,05

0,847

Comp.Arc.Inf.(mm) 25,14 1,70

25,12 1,71

-0,02

0,913

Incl.IC.Sup.Dir.(º) 77,13 6,95

78,00 6,29

0,87

0,389

Alt. 11(mm) 8,62 0,91

9,22 0,80

0,60

<0,001*

Alt. 21(mm) 8,54 1,15

9,17 0,78

0,63

<0,001*

Overjet(mm) 4,22 1,30

3,95 1,65

-0,27

0,215

Overbite(mm) -3,62 2,01

-1,19 2,65

2,43

<0,001*

Dist.Cer16-26(mm) 35,71 2,35

36,13 2,26

0,42

<0,001*

Dist.Cer36-46(mm) 33,11 1,56

33,41 1,54

0,30

<0,001*

Des.Vertical(mm) 9,11 2,46 7,28 2,48 -1,83 <0,001*

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05) Fonte: do autor (2015)

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Tabela 7 – Comparação entre as fases Inicial (T1) e Final (T2) do grupo G2-MENTONEIRA

Medida Inicial (T1) Final (T2)

dif.

p Média Dp Média Dp

Per.Arc.Sup.(mm) 77,63 2,64 78,42 3,04 0,80 0,026*

Per.Arc.Inf.(mm) 71,21 2,80

71,21 2,83

0,00

0,994

Comp.Arc.Sup.(mm) 28,78 1,53

29,09 1,66

0,31

0,118

Comp.Arc.Inf. (mm) 25,38 1,37

25,34 1,45

-0,04

0,838

Incl.IC.Sup.Dir.(º) 80,38 8,91

78,87 5,39

-1,51

0,294

Alt. 11(mm) 7,64 0,93

8,67 0,88

1,03

<0,001*

Alt. 21(mm) 7,58 0,96

8,53 0,97

0,95

<0,001*

Overjet(mm) 3,47 1,58

3,59 1,75

0,12

0,563

Overbite(mm) -3,37 1,92

-1,19 2,42

2,18

<0,001*

Dist.Cer16-26(mm) 35,64 1,84

36,19 1,92

0,55

<0,001*

Dist.Cer36-46(mm) 33,83 1,68

34,22 1,90

0,39

0,006*

Des.Vertical(mm) 8,05 2,83 7,14 2,40 -0,91 0,029*

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05) Fonte: do autor (2015)

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Comparando os resultados entre os grupos G1 e G2 da variação

ocorrida entre as fases T1(Inicial) e T2(Final), não houve diferença estatisticamente

significante (TABELA 8).

Tabela 8 – Comparação entre os grupos G1 e G2 da variação ocorrida entre as fases Inicial e Final.

Medida

G1 (n=23)

ESPORÃO

G2 (n=18)

MENTONEIRA

dif.

p

Média Dp Média dp

Per.Arc.Sup.(mm) 0,50 1,62 0,80 1,39 0,30 0,537

Per.Arc.Inf. (mm) -0,81 1,99

0,00 1,61

0,81

0,170

Comp.Arc.Sup.(mm) 0,05 1,23

0,31 0,81

0,26

0,439

Comp.Arc.Inf. (mm) -0,02 0,96

-0,04 0,80

-0,02

0,952

Incl.IC.Sup.Dir.(º) 0,87 4,72

-1,51 5,90

-2,37

0,161

Alt. 11(mm) 0,60 0,63

1,03 0,87

0,43

0,076

Alt. 21(mm) 0,63 0,58

0,95 0,81

0,32

0,144

Overjet(mm) -0,27 1,01

0,12 0,87

0,39

0,200

Overbite(mm) 2,43 1,87

2,18 2,12

-0,25

0,688

Dist.Cer16-26(mm) 0,42 0,44

0,55 0,34

0,13

0,310

Dist.Cer36-46(mm) 0,30 0,39

0,39 0,52

0,09

0,554

Des.Vertical(mm) -1,83 1,38 -0,91 1,62 0,92 0,057

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05) Fonte: do autor (2015)

DISCUSSÃO

Este é um estudo retrospectivo, a partir de um estudo clínico

prospectivo e randomizado, a amostra foi composta por 41 pacientes, divididos em

dois grupos, Grupo 1(esporão) e Grupo 2 (mentoneira)11,12. A estimativa do tamanho

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adequado da amostra é uma parte importante da metodologia das pesquisas clínicas

e intimamente relacionada à precisão e poder do teste. O tamanho da amostra de

cada grupo foi calculado com um nível de significância alfa de 0,05 e beta de 0,2

para atingir um poder de 80%. O método de estudo consistiu na avaliação dos

modelos digitais iniciais e finais, por meio do programa OrthoAnalyzer 3D, no qual

foram realizadas as medidas.

Em relação ao erro do método, os resultados com os testes do CCI,

Bland & Altmann e Erro Sistemático foram excelentes, comprovando que existe uma

confiabilidade das medidas intraexaminador. Assim, o elevado grau de precisão e

padronização das medições realizadas neste trabalho, imprimem confiabilidade aos

resultados (Tabela 2).

Os indivíduos estudados estavam em fase de crescimento e para

avaliar a compatibilidade dos grupos, foram realizados testes quanto ao gênero e a

idade. Sabe-se que gêneros diferentes apresentam para mesma idade cronológica,

idades biológicas distintas. Devido as diferenças no ritmo de crescimento, cada

paciente responde diferentemente ao mesmo protocolo de tratamento

ortodôntico35,36.

Observou-se que nos grupos deste estudo, havia um número maior

de meninas em relação ao número de meninos. Então para verificar a

compatibilidade dos grupos quanto à proporção dos gêneros, utilizou-se o teste Qui-

Quadrado, porém, não foi demonstrada diferença estatisticamente significante7,37.

Por se tratar de um estudo em que a amostra se encontrava em fase

de crescimento, era essencial que os grupos apresentassem idades semelhantes

para que houvesse confiabilidade na comparação entre os efeitos produzidos pelo

tratamento. Para verificar se havia ou não diferença estatisticamente significante

entre os grupos, no que diz respeito à idade, utilizou-se o teste “t” não pareado. As

idades iniciais dos dois grupos eram similares, com média de 8,47 anos para o G1 e

de 8,28 para o G2. A amostra se mostrou compatível quanto ao gênero e a idade, o

que confirma a confiabilidade dos resultados (Tabela 3).

Quando os grupos foram comparados na fase inicial em relação as

variáveis estudadas, verificou-se diferença estatisticamente significante para as

variáveis: altura 11 e 21. De acordo com o teste t, ficou evidenciado uma

compatibilidade da amostra, pois as medidas são similares nos dois grupos ao início

do tratamento. A medida que teve maior diferença estatística foi quanto a altura dos

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incisivos centrais superiores, no G1 os incisivos estavam aproximadamente

1milímetro mais extruídos que no G2. Assim sendo, verificou-se um grau de

similaridade elevado entre os grupos na fase inicial (Tabela 4).

E quando os grupos foram comparados na fase final, após um ano

de tratamento, foi possível observar que a amostra continuou apresentando uma

similaridade nas características apresentadas (Tabela 5).

Com a finalidade de descrever melhor as alterações ocorridas em

cada grupo, após um ano de tratamento, utilizou-se o teste “t” pareado. Em relação

às variáveis aferidas no Grupo 1, a maioria apresentou alterações estatísticas, com

exceção para perímetro do arco superior e inferior, comprimento do arco superior e

inferior, inclinação do incisivo central superior direito e overjet (Tabela 6). O mesmo

pode ser observado no Grupo 2, com exceção para perímetro do arco inferior,

comprimento do arco superior e inferior, inclinação do incisivo central superior direito

e overjet (Tabela 7).

O perímetro do arco, o comprimento do arco, a inclinação do incisivo

central superior direito e o overjet, apresentaram algumas variações nos dois grupos,

das medidas iniciais para as medidas finais, mas não foram alterações significantes.

Essas variações se dão pelo fato dos pacientes estarem em crescimento, pela

remoção dos hábitos deletérios, e principalmente pelo tratamento desta mordida

aberta, com o uso dos aparelhos por um ano. Sinclair et al em 1983, confirmaram

que ocorre aumento transversal na região de molares, até os 12 anos, sem aumento

no comprimento do arco e perímetro38.

Já as variáveis que apresentaram alterações estatisticamente

significantes foram: altura dos incisivos, overbite, distâncias transversais e

desenvolvimento vertical do processo alveolar superior. O aumento da altura dos

incisivos, a diminuição do overbite e do desenvolvimento vertical do processo

alveolar são alterações esperadas com o fechamento da mordida no tratamento da

mordida aberta anterior. Atribui-se estas alterações à remoção da interposição

lingual ou paralisação dos hábitos bucais, do crescimento facial e do equilíbrio

muscular obtido. Estes resultados concordam com os de Silva Filho et al39 e Hering

et al40, que também observaram extrusão dos incisivos superiores. Quando o

aparelho esporão é utilizado, ele impede a língua de tocar nos dentes anteriores,

tirando a pressão da língua sobre os dentes. No caso da mentoneira, a mordida

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fecha pelo abandono do hábito de sucção, pela motivação e colaboração do

paciente7.

Segundo o estudo de Kunh41 em 1968, nos casos em que a etiologia

da mordida aberta não está bem definida, o tratamento deve, normalmente, ser

conduzido para que se controle o crescimento vertical do indivíduo. Por isso muitos

estudos consideraram importante o uso da mentoneira42. Considerando o estudo de

Iscan et al em 2002, resultados positivos foram obtidos quanto ao uso exclusivo da

mentoneira para pacientes com mordida aberta anterior que apresentavam ângulo

aumentado. Considerando também trabalhos que utilizaram a mentoneira

juntamente com outros dispositivos7,15, optou-se neste estudo por um grupo

utilizando unicamente a mentoneira, para que em uma amostra com características

semelhantes, fosse possível comparar o resultado de cada dispositivo em 1 ano11.

Nas alterações transversais, apesar da ausência de qualquer

dispositivo na região posterior, pequenas mudanças foram observadas, isso se deve

ao fato dos pacientes estarem em crescimento. Segundo o estudo de Heikinheimo,

foram avaliados pacientes de 7 a 15 anos, e observaram que neste período ocorre

um pequeno crescimento transversal da maxila, que varia de 0,5 a 2 mm, na região

dos primeiros molares permanentes43. No estudo de Moyers et al em 1976, os

pacientes não tratados foram observados de 7 a 12 anos, na maxila ocorreu

crescimento transversal até 3mm e na mandíbula até 2mm44.

Moorrees em 1969 apontou em seu estudo que ocorre uma

considerável variação na forma do arco do indivíduo quando em crescimento, com

um aumento na largura do arco durante a passagem da dentição decídua para

permanente45.

Nos estudos que foram comparados anteriormente, todos

apresentavam um grupo controle, o que é uma limitação desta pesquisa, a falta do

grupo controle não tratado. Nem sempre é possível ou ético conduzir um estudo com

grupo controle6. Ao considerar o presente estudo, seria antiético manter um grupo

não tratado, pois os pacientes seriam expostos à radiação desnecessária, além de

permanecerem sem tratamento por um período de um ano, mesmo sabendo da

necessidade de intervenção imediata em função da idade.

Os resultados discutidos a seguir, mostram a comparação das

variações entre os grupos G1 e G2, ocorrida entre as fases T1 (inicial) e T2 (final),

que tiveram a função de elucidar as alterações dentárias produzidas pelo uso do

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46

esporão colado e compará-las ao uso da mentoneira. Mediu-se a variação ocorrida

no grupo 1 (T2-T1) e no grupo 2 (T2-T1), e os resultados foram semelhantes (Tabela

8).

Destaca-se, ainda, que as modificações verificadas nos pacientes

deste estudo podem ser devido à eliminação de hábitos deletérios, como sucção

digital prolongada, uso de chupeta, ou pela normalização das funções de deglutição,

posicionamento da língua ou selamento labial37. Provavelmente, a falha na correção

da mordida aberta em alguns casos pode ser atribuída à persistência dos hábitos ou

postura lingual inadequada. Isso porque, apesar dos esforços realizados para

remoção dos hábitos e controle da cooperação do paciente, estes aspectos são

inerentes a cada indivíduo e fogem do controle do pesquisador.

Dessa forma, cabe ao clínico considerar o custo-benefício e indicar

qual dispositivo deve ser utilizado para obter melhores resultados. Pode-se utilizar

aparelhos fixos ou removíveis, sendo que cada aparelho apresenta sua

particularidade. A mentoneira de uso noturno pode ser associada a qualquer um dos

dispositivos citados para que os resultados possam ser somados.

Por ser um estudo inédito com scanner, são necessários mais

pesquisas para avaliar os resultados promovidos por um maior período de

intervenção e avaliar a estabilidade em longo prazo da correção.

CONCLUSÃO

Concluiu-se que os dois grupos G1 e G2, apresentaram alterações

similares no tratamento precoce da mordida aberta anterior. As medidas verticais

foram as que mais apresentaram variações, as alterações das outras variáveis

podem ser atribuídas ao crescimento dos pacientes.

Assim, a hipótese nula, no presente estudo, foi aceita, ou seja, não

houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos estudados.

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5 CONCLUSÃO

Conclui-se que os dois grupos G1 e G2, apresentaram alterações

similares que independente do aparelho utilizado, a resposta é muito parecida. O

que mais alterou foram as medidas verticais e que as outras alterações foram devido

ao crescimento.

Assim, a hipótese nula, no presente estudo, foi aceita, ou seja, não

houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos estudados.

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Page 64: ANÁLISE TRIDIMENSIONAL EM MODELOS DIGITAIS DOS EFEITOS ... · Amo vocês!!! Agradeço aos meus pais pelo melhor presente que me deram meu irmão ... pai exemplar, te admiro muito,

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62 Rogers AP. Open bite cases involving tongue habits. Int J Orthod.

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63 Rossato PH. Efeitos dentários do tratamento precoce da mordida aberta

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66 Silva Filho OG, Freitas SF, Cavassan AO. Prevalência de oclusão normal e

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má oclusão em escolares da cidade de Bauru (São Paulo) Parte II: influência da

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73 Urnau FDA. Avaliação das Alterações Esqueléticas e Tegumentares do

Tratamento Precoce de Mordida Aberta Anterior: Um estudo clínico prospectivo e

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75 Warren JJ, Bishara SE. Duration of nutritive habits and nonnutritive sucking

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APÊNDICES

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Departamento de Ortodontia

Rua Marselha,183 – Jardim Piza Londrina/PR 86041-140 tel. 33717991

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhores Pais, Por meio desta, vimos justificar e explicar a pesquisa e o tratamento a serem

realizados. Os hábitos bucais inadequados, como o uso prolongado de chupeta, mamadeira e a

sucção do dedo, podem provocar alterações nos arcos dentários e na fala das crianças. A finalidade

deste tratamento será proporcionar um bom relacionamento entre os arcos dentários, corrigindo a

“mordida aberta anterior” presente. Será utilizado um aparelho, com a função de impedir a língua de

se interpor entre os dentes da frente e para auxiliar a criança a não mais utilizar chupeta ou chupar o

dedo. Correta higiene bucal e cuidados com alimentos duros são importantes para a manutenção da

saúde bucal e do aparelho em boas condições.Em caso de falta de colaboração do paciente ou dos

pais, no que diz respeito ao tratamento e ao comparecimento, pode-se interromper o tratamento. As

radiografias são fundamentais para avaliação do tratamento.Qualquer dúvida dos pais ou dos

pacientes, referentes ao tratamento, será esclarecida. As imagens dos pacientes, referentes ao

tratamento, poderão ser utilizadas para publicações em revistas da área odontológica, livros, teses e

outros, assim como para se ministrar aulas. Pelo presente instrumento que atende às exigências

legais, o Sr. (a) ______________________________________________________, portador da

cédula de identidade _________________________, após leitura minuciosa das informações

constantes neste TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, devidamente explicada

pelos profissionais em seus mínimos detalhes, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será

submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO concordando em participar da pesquisa proposta. Fica

claro que o sujeito da pesquisa ou seu representante legal, pode a qualquer momento retirar seu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar desta pesquisa e ciente de que

todas as informações prestadas tornaram-se confidenciais e guardadas por força de sigilo profissional

(Art. 9o do Código de Ética Odontológica). Por estarem de acordo assinam o presente termo.

__________________________________ _______________________________

Assinatura do responsável legal Assinatura do autor(a)

Londrina, _____ de _________________ de 20____.

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ANEXOS

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