modelagem tridimensional de superfÍcies utilizando …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ANDREY AUGUSTO ALVES DE OLIVEIRA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO IMAGEM TOF - ESTUDO COM A CÂMARA PMD CAMCUBE 2.0 CURITIBA 2011

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Page 1: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANAacute

ANDREY AUGUSTO ALVES DE OLIVEIRA

MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFIacuteCIES UTILIZANDO

IMAGEM TOF - ESTUDO COM A CAcircMARA PMD CAMCUBE 20

CURITIBA

2011

ANDREY AUGUSTO ALVES DE OLIVEIRA

MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFIacuteCIES UTILIZANDO

IMAGEM TOF - ESTUDO COM A CAcircMARA PMD CAMCUBE 20

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas Departamento de Geomaacutetica Setor de Ciecircncias da Terra Universidade Federal do Paranaacute como requisito final para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias Geodeacutesicas

Orientador Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno

CURITIBA

2011

O48 Oliveira Andrey Augusto Alves de Modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando imagem TOF

estudo com a cacircmara PMD CamCube 20 Andrey Augusto Alves de Oliveira ndash Curitiba 2011

127f il tabs Impresso Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Paranaacute Setor de Ciecircncias da Terra Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas Orientador Jorge Antonio Silva Centeno

1 Imagem tridimensional 2 Fotogrametria 3 Projeccedilatildeo ortogonal I

Centeno Jorge Antonio Silva II Tiacutetulo

CDD 526982

iv

Agrave minha famiacutelia em especial meus pais

Dedico este trabalho

v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais familiares namorada e amigos pelo apoio incentivo e

companheirismo

Ao Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno pela orientaccedilatildeo e confianccedila

Aos Professores amigos e colegas do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Geodeacutesicas e do Curso de Engenharia Cartograacutefica da Universidade

Federal do Paranaacute pelos momentos compartilhados

Aos colaboradores da UFPR que com seu trabalho e dedicaccedilatildeo fazem a

Universidade funcionar

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

pelo fomento

Ao instituto de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto da Universidade de

Karlsruhe (KIT ndash Karlsruhe Institute of Tecnology) pela cooperaccedilatildeo e empreacutestimo da

cacircmara PMD CamCube 20 utilizada para obter as imagens TOF analisadas neste

trabalho Ao Prof Dr Jorge A S Centeno pela captaccedilatildeo das imagens na Alemanha

no iniacutecio do ano 2010 e a Fabiana Castro pela aquisiccedilatildeo de novas imagens TOF

Aos componentes da banca avaliadora Prof Dr Antonio Maria Garcia

Tommaselli e Prof Dr Hideo Araki que contribuiacuteram com importantes observaccedilotildees

para a melhora deste trabalho de pesquisa

Muito Obrigado

vi

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a modelagem tridimensional de superfiacutecies

utilizando imagens TOF (Time-Of-Flight) para isto avaliou-se a qualidade dos dados

obtidos com a cacircmara PMD[vision]regCamCube 20 Este equipamento calcula a

distacircncia de objetos em relaccedilatildeo ao seu sensor utilizando o princiacutepio TOF Com o

objetivo de corrigir a geometria dos dados contidos na imagem foram calculados

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior (POI) atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da

cacircmara Estes paracircmetros definem a geometria interior do sistema de lentes e

permitem fazer as correccedilotildees geomeacutetricas necessaacuterias Outro fator que influenciou na

qualidade dos dados foi agrave presenccedila de ruiacutedo em funccedilatildeo da iluminaccedilatildeo que pode ser

controlada variando o tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo das imagens Duas opccedilotildees

para a reduccedilatildeo do ruiacutedo foram analisadas filtragem no domiacutenio espacial e no tempo

de integraccedilatildeo Experimentos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana

foram realizados a fim de reduzir o ruiacutedo no domiacutenio espacial Com a mesma

finalidade a meacutedia para cada tempo de integraccedilatildeo foi calculada a partir de uma

seacuterie de cinco imagens tomadas com o mesmo ponto de vista A partir destes

experimentos foi determinado o melhor tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo da

imagem A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem para identificar

superfiacutecies do objeto de estudo Em uma primeira abordagem aplicou-se o meacutetodo

de crescimento de regiotildees utilizando a distacircncia do ponto ao plano como criteacuterio de

similaridade A segunda abordagem utilizou o caacutelculo de autovalores locais para

gerar uma nova imagem onde as bordas dos objetos foram evidenciadas Esta nova

imagem foi segmentada para obter superfiacutecies de interesse do objeto atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia A partir do arquivo com as distacircncias da

imagem TOF e dos POI piacutexeis da imagem segmentada foram projetados

ortogonalmente gerando uma nuvem de pontos com coordenadas 3D Com isto as

dimensotildees de arestas do objeto foram comparadas com medidas de referecircncia

encontrando-se diferenccedilas na ordem de 2 centiacutemetros Finalizando o estudo as

superfiacutecies do objeto foram modeladas tridimensionalmente

Palavras-chave Imagem TOF Modelagem tridimensional de superfiacutecies

Calibraccedilatildeo de cacircmaras Anaacutelise de ruiacutedo Autovalores Autovetores Projeccedilatildeo

Ortogonal Segmentaccedilatildeo Crescimento de regiotildees em nuvem de pontos 3D

Algoritmo de deslocamento pela meacutedia

vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Page 2: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

ANDREY AUGUSTO ALVES DE OLIVEIRA

MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFIacuteCIES UTILIZANDO

IMAGEM TOF - ESTUDO COM A CAcircMARA PMD CAMCUBE 20

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Geodeacutesicas Departamento de Geomaacutetica Setor de Ciecircncias da Terra Universidade Federal do Paranaacute como requisito final para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias Geodeacutesicas

Orientador Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno

CURITIBA

2011

O48 Oliveira Andrey Augusto Alves de Modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando imagem TOF

estudo com a cacircmara PMD CamCube 20 Andrey Augusto Alves de Oliveira ndash Curitiba 2011

127f il tabs Impresso Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Paranaacute Setor de Ciecircncias da Terra Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas Orientador Jorge Antonio Silva Centeno

1 Imagem tridimensional 2 Fotogrametria 3 Projeccedilatildeo ortogonal I

Centeno Jorge Antonio Silva II Tiacutetulo

CDD 526982

iv

Agrave minha famiacutelia em especial meus pais

Dedico este trabalho

v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais familiares namorada e amigos pelo apoio incentivo e

companheirismo

Ao Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno pela orientaccedilatildeo e confianccedila

Aos Professores amigos e colegas do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Geodeacutesicas e do Curso de Engenharia Cartograacutefica da Universidade

Federal do Paranaacute pelos momentos compartilhados

Aos colaboradores da UFPR que com seu trabalho e dedicaccedilatildeo fazem a

Universidade funcionar

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

pelo fomento

Ao instituto de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto da Universidade de

Karlsruhe (KIT ndash Karlsruhe Institute of Tecnology) pela cooperaccedilatildeo e empreacutestimo da

cacircmara PMD CamCube 20 utilizada para obter as imagens TOF analisadas neste

trabalho Ao Prof Dr Jorge A S Centeno pela captaccedilatildeo das imagens na Alemanha

no iniacutecio do ano 2010 e a Fabiana Castro pela aquisiccedilatildeo de novas imagens TOF

Aos componentes da banca avaliadora Prof Dr Antonio Maria Garcia

Tommaselli e Prof Dr Hideo Araki que contribuiacuteram com importantes observaccedilotildees

para a melhora deste trabalho de pesquisa

Muito Obrigado

vi

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a modelagem tridimensional de superfiacutecies

utilizando imagens TOF (Time-Of-Flight) para isto avaliou-se a qualidade dos dados

obtidos com a cacircmara PMD[vision]regCamCube 20 Este equipamento calcula a

distacircncia de objetos em relaccedilatildeo ao seu sensor utilizando o princiacutepio TOF Com o

objetivo de corrigir a geometria dos dados contidos na imagem foram calculados

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior (POI) atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da

cacircmara Estes paracircmetros definem a geometria interior do sistema de lentes e

permitem fazer as correccedilotildees geomeacutetricas necessaacuterias Outro fator que influenciou na

qualidade dos dados foi agrave presenccedila de ruiacutedo em funccedilatildeo da iluminaccedilatildeo que pode ser

controlada variando o tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo das imagens Duas opccedilotildees

para a reduccedilatildeo do ruiacutedo foram analisadas filtragem no domiacutenio espacial e no tempo

de integraccedilatildeo Experimentos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana

foram realizados a fim de reduzir o ruiacutedo no domiacutenio espacial Com a mesma

finalidade a meacutedia para cada tempo de integraccedilatildeo foi calculada a partir de uma

seacuterie de cinco imagens tomadas com o mesmo ponto de vista A partir destes

experimentos foi determinado o melhor tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo da

imagem A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem para identificar

superfiacutecies do objeto de estudo Em uma primeira abordagem aplicou-se o meacutetodo

de crescimento de regiotildees utilizando a distacircncia do ponto ao plano como criteacuterio de

similaridade A segunda abordagem utilizou o caacutelculo de autovalores locais para

gerar uma nova imagem onde as bordas dos objetos foram evidenciadas Esta nova

imagem foi segmentada para obter superfiacutecies de interesse do objeto atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia A partir do arquivo com as distacircncias da

imagem TOF e dos POI piacutexeis da imagem segmentada foram projetados

ortogonalmente gerando uma nuvem de pontos com coordenadas 3D Com isto as

dimensotildees de arestas do objeto foram comparadas com medidas de referecircncia

encontrando-se diferenccedilas na ordem de 2 centiacutemetros Finalizando o estudo as

superfiacutecies do objeto foram modeladas tridimensionalmente

Palavras-chave Imagem TOF Modelagem tridimensional de superfiacutecies

Calibraccedilatildeo de cacircmaras Anaacutelise de ruiacutedo Autovalores Autovetores Projeccedilatildeo

Ortogonal Segmentaccedilatildeo Crescimento de regiotildees em nuvem de pontos 3D

Algoritmo de deslocamento pela meacutedia

vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

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    • Page 1
Page 3: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

O48 Oliveira Andrey Augusto Alves de Modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando imagem TOF

estudo com a cacircmara PMD CamCube 20 Andrey Augusto Alves de Oliveira ndash Curitiba 2011

127f il tabs Impresso Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Paranaacute Setor de Ciecircncias da Terra Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias

Geodeacutesicas Orientador Jorge Antonio Silva Centeno

1 Imagem tridimensional 2 Fotogrametria 3 Projeccedilatildeo ortogonal I

Centeno Jorge Antonio Silva II Tiacutetulo

CDD 526982

iv

Agrave minha famiacutelia em especial meus pais

Dedico este trabalho

v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais familiares namorada e amigos pelo apoio incentivo e

companheirismo

Ao Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno pela orientaccedilatildeo e confianccedila

Aos Professores amigos e colegas do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Geodeacutesicas e do Curso de Engenharia Cartograacutefica da Universidade

Federal do Paranaacute pelos momentos compartilhados

Aos colaboradores da UFPR que com seu trabalho e dedicaccedilatildeo fazem a

Universidade funcionar

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

pelo fomento

Ao instituto de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto da Universidade de

Karlsruhe (KIT ndash Karlsruhe Institute of Tecnology) pela cooperaccedilatildeo e empreacutestimo da

cacircmara PMD CamCube 20 utilizada para obter as imagens TOF analisadas neste

trabalho Ao Prof Dr Jorge A S Centeno pela captaccedilatildeo das imagens na Alemanha

no iniacutecio do ano 2010 e a Fabiana Castro pela aquisiccedilatildeo de novas imagens TOF

Aos componentes da banca avaliadora Prof Dr Antonio Maria Garcia

Tommaselli e Prof Dr Hideo Araki que contribuiacuteram com importantes observaccedilotildees

para a melhora deste trabalho de pesquisa

Muito Obrigado

vi

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a modelagem tridimensional de superfiacutecies

utilizando imagens TOF (Time-Of-Flight) para isto avaliou-se a qualidade dos dados

obtidos com a cacircmara PMD[vision]regCamCube 20 Este equipamento calcula a

distacircncia de objetos em relaccedilatildeo ao seu sensor utilizando o princiacutepio TOF Com o

objetivo de corrigir a geometria dos dados contidos na imagem foram calculados

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior (POI) atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da

cacircmara Estes paracircmetros definem a geometria interior do sistema de lentes e

permitem fazer as correccedilotildees geomeacutetricas necessaacuterias Outro fator que influenciou na

qualidade dos dados foi agrave presenccedila de ruiacutedo em funccedilatildeo da iluminaccedilatildeo que pode ser

controlada variando o tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo das imagens Duas opccedilotildees

para a reduccedilatildeo do ruiacutedo foram analisadas filtragem no domiacutenio espacial e no tempo

de integraccedilatildeo Experimentos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana

foram realizados a fim de reduzir o ruiacutedo no domiacutenio espacial Com a mesma

finalidade a meacutedia para cada tempo de integraccedilatildeo foi calculada a partir de uma

seacuterie de cinco imagens tomadas com o mesmo ponto de vista A partir destes

experimentos foi determinado o melhor tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo da

imagem A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem para identificar

superfiacutecies do objeto de estudo Em uma primeira abordagem aplicou-se o meacutetodo

de crescimento de regiotildees utilizando a distacircncia do ponto ao plano como criteacuterio de

similaridade A segunda abordagem utilizou o caacutelculo de autovalores locais para

gerar uma nova imagem onde as bordas dos objetos foram evidenciadas Esta nova

imagem foi segmentada para obter superfiacutecies de interesse do objeto atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia A partir do arquivo com as distacircncias da

imagem TOF e dos POI piacutexeis da imagem segmentada foram projetados

ortogonalmente gerando uma nuvem de pontos com coordenadas 3D Com isto as

dimensotildees de arestas do objeto foram comparadas com medidas de referecircncia

encontrando-se diferenccedilas na ordem de 2 centiacutemetros Finalizando o estudo as

superfiacutecies do objeto foram modeladas tridimensionalmente

Palavras-chave Imagem TOF Modelagem tridimensional de superfiacutecies

Calibraccedilatildeo de cacircmaras Anaacutelise de ruiacutedo Autovalores Autovetores Projeccedilatildeo

Ortogonal Segmentaccedilatildeo Crescimento de regiotildees em nuvem de pontos 3D

Algoritmo de deslocamento pela meacutedia

vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

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    • Page 1
Page 4: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

iv

Agrave minha famiacutelia em especial meus pais

Dedico este trabalho

v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais familiares namorada e amigos pelo apoio incentivo e

companheirismo

Ao Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno pela orientaccedilatildeo e confianccedila

Aos Professores amigos e colegas do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Geodeacutesicas e do Curso de Engenharia Cartograacutefica da Universidade

Federal do Paranaacute pelos momentos compartilhados

Aos colaboradores da UFPR que com seu trabalho e dedicaccedilatildeo fazem a

Universidade funcionar

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

pelo fomento

Ao instituto de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto da Universidade de

Karlsruhe (KIT ndash Karlsruhe Institute of Tecnology) pela cooperaccedilatildeo e empreacutestimo da

cacircmara PMD CamCube 20 utilizada para obter as imagens TOF analisadas neste

trabalho Ao Prof Dr Jorge A S Centeno pela captaccedilatildeo das imagens na Alemanha

no iniacutecio do ano 2010 e a Fabiana Castro pela aquisiccedilatildeo de novas imagens TOF

Aos componentes da banca avaliadora Prof Dr Antonio Maria Garcia

Tommaselli e Prof Dr Hideo Araki que contribuiacuteram com importantes observaccedilotildees

para a melhora deste trabalho de pesquisa

Muito Obrigado

vi

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a modelagem tridimensional de superfiacutecies

utilizando imagens TOF (Time-Of-Flight) para isto avaliou-se a qualidade dos dados

obtidos com a cacircmara PMD[vision]regCamCube 20 Este equipamento calcula a

distacircncia de objetos em relaccedilatildeo ao seu sensor utilizando o princiacutepio TOF Com o

objetivo de corrigir a geometria dos dados contidos na imagem foram calculados

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior (POI) atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da

cacircmara Estes paracircmetros definem a geometria interior do sistema de lentes e

permitem fazer as correccedilotildees geomeacutetricas necessaacuterias Outro fator que influenciou na

qualidade dos dados foi agrave presenccedila de ruiacutedo em funccedilatildeo da iluminaccedilatildeo que pode ser

controlada variando o tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo das imagens Duas opccedilotildees

para a reduccedilatildeo do ruiacutedo foram analisadas filtragem no domiacutenio espacial e no tempo

de integraccedilatildeo Experimentos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana

foram realizados a fim de reduzir o ruiacutedo no domiacutenio espacial Com a mesma

finalidade a meacutedia para cada tempo de integraccedilatildeo foi calculada a partir de uma

seacuterie de cinco imagens tomadas com o mesmo ponto de vista A partir destes

experimentos foi determinado o melhor tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo da

imagem A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem para identificar

superfiacutecies do objeto de estudo Em uma primeira abordagem aplicou-se o meacutetodo

de crescimento de regiotildees utilizando a distacircncia do ponto ao plano como criteacuterio de

similaridade A segunda abordagem utilizou o caacutelculo de autovalores locais para

gerar uma nova imagem onde as bordas dos objetos foram evidenciadas Esta nova

imagem foi segmentada para obter superfiacutecies de interesse do objeto atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia A partir do arquivo com as distacircncias da

imagem TOF e dos POI piacutexeis da imagem segmentada foram projetados

ortogonalmente gerando uma nuvem de pontos com coordenadas 3D Com isto as

dimensotildees de arestas do objeto foram comparadas com medidas de referecircncia

encontrando-se diferenccedilas na ordem de 2 centiacutemetros Finalizando o estudo as

superfiacutecies do objeto foram modeladas tridimensionalmente

Palavras-chave Imagem TOF Modelagem tridimensional de superfiacutecies

Calibraccedilatildeo de cacircmaras Anaacutelise de ruiacutedo Autovalores Autovetores Projeccedilatildeo

Ortogonal Segmentaccedilatildeo Crescimento de regiotildees em nuvem de pontos 3D

Algoritmo de deslocamento pela meacutedia

vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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    • Page 1
Page 5: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais familiares namorada e amigos pelo apoio incentivo e

companheirismo

Ao Prof Dr Jorge Antonio Silva Centeno pela orientaccedilatildeo e confianccedila

Aos Professores amigos e colegas do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Geodeacutesicas e do Curso de Engenharia Cartograacutefica da Universidade

Federal do Paranaacute pelos momentos compartilhados

Aos colaboradores da UFPR que com seu trabalho e dedicaccedilatildeo fazem a

Universidade funcionar

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq)

pelo fomento

Ao instituto de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto da Universidade de

Karlsruhe (KIT ndash Karlsruhe Institute of Tecnology) pela cooperaccedilatildeo e empreacutestimo da

cacircmara PMD CamCube 20 utilizada para obter as imagens TOF analisadas neste

trabalho Ao Prof Dr Jorge A S Centeno pela captaccedilatildeo das imagens na Alemanha

no iniacutecio do ano 2010 e a Fabiana Castro pela aquisiccedilatildeo de novas imagens TOF

Aos componentes da banca avaliadora Prof Dr Antonio Maria Garcia

Tommaselli e Prof Dr Hideo Araki que contribuiacuteram com importantes observaccedilotildees

para a melhora deste trabalho de pesquisa

Muito Obrigado

vi

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a modelagem tridimensional de superfiacutecies

utilizando imagens TOF (Time-Of-Flight) para isto avaliou-se a qualidade dos dados

obtidos com a cacircmara PMD[vision]regCamCube 20 Este equipamento calcula a

distacircncia de objetos em relaccedilatildeo ao seu sensor utilizando o princiacutepio TOF Com o

objetivo de corrigir a geometria dos dados contidos na imagem foram calculados

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior (POI) atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da

cacircmara Estes paracircmetros definem a geometria interior do sistema de lentes e

permitem fazer as correccedilotildees geomeacutetricas necessaacuterias Outro fator que influenciou na

qualidade dos dados foi agrave presenccedila de ruiacutedo em funccedilatildeo da iluminaccedilatildeo que pode ser

controlada variando o tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo das imagens Duas opccedilotildees

para a reduccedilatildeo do ruiacutedo foram analisadas filtragem no domiacutenio espacial e no tempo

de integraccedilatildeo Experimentos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana

foram realizados a fim de reduzir o ruiacutedo no domiacutenio espacial Com a mesma

finalidade a meacutedia para cada tempo de integraccedilatildeo foi calculada a partir de uma

seacuterie de cinco imagens tomadas com o mesmo ponto de vista A partir destes

experimentos foi determinado o melhor tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo da

imagem A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem para identificar

superfiacutecies do objeto de estudo Em uma primeira abordagem aplicou-se o meacutetodo

de crescimento de regiotildees utilizando a distacircncia do ponto ao plano como criteacuterio de

similaridade A segunda abordagem utilizou o caacutelculo de autovalores locais para

gerar uma nova imagem onde as bordas dos objetos foram evidenciadas Esta nova

imagem foi segmentada para obter superfiacutecies de interesse do objeto atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia A partir do arquivo com as distacircncias da

imagem TOF e dos POI piacutexeis da imagem segmentada foram projetados

ortogonalmente gerando uma nuvem de pontos com coordenadas 3D Com isto as

dimensotildees de arestas do objeto foram comparadas com medidas de referecircncia

encontrando-se diferenccedilas na ordem de 2 centiacutemetros Finalizando o estudo as

superfiacutecies do objeto foram modeladas tridimensionalmente

Palavras-chave Imagem TOF Modelagem tridimensional de superfiacutecies

Calibraccedilatildeo de cacircmaras Anaacutelise de ruiacutedo Autovalores Autovetores Projeccedilatildeo

Ortogonal Segmentaccedilatildeo Crescimento de regiotildees em nuvem de pontos 3D

Algoritmo de deslocamento pela meacutedia

vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Page 6: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

vi

RESUMO

Neste trabalho estudou-se a modelagem tridimensional de superfiacutecies

utilizando imagens TOF (Time-Of-Flight) para isto avaliou-se a qualidade dos dados

obtidos com a cacircmara PMD[vision]regCamCube 20 Este equipamento calcula a

distacircncia de objetos em relaccedilatildeo ao seu sensor utilizando o princiacutepio TOF Com o

objetivo de corrigir a geometria dos dados contidos na imagem foram calculados

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior (POI) atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da

cacircmara Estes paracircmetros definem a geometria interior do sistema de lentes e

permitem fazer as correccedilotildees geomeacutetricas necessaacuterias Outro fator que influenciou na

qualidade dos dados foi agrave presenccedila de ruiacutedo em funccedilatildeo da iluminaccedilatildeo que pode ser

controlada variando o tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo das imagens Duas opccedilotildees

para a reduccedilatildeo do ruiacutedo foram analisadas filtragem no domiacutenio espacial e no tempo

de integraccedilatildeo Experimentos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana

foram realizados a fim de reduzir o ruiacutedo no domiacutenio espacial Com a mesma

finalidade a meacutedia para cada tempo de integraccedilatildeo foi calculada a partir de uma

seacuterie de cinco imagens tomadas com o mesmo ponto de vista A partir destes

experimentos foi determinado o melhor tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo da

imagem A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem para identificar

superfiacutecies do objeto de estudo Em uma primeira abordagem aplicou-se o meacutetodo

de crescimento de regiotildees utilizando a distacircncia do ponto ao plano como criteacuterio de

similaridade A segunda abordagem utilizou o caacutelculo de autovalores locais para

gerar uma nova imagem onde as bordas dos objetos foram evidenciadas Esta nova

imagem foi segmentada para obter superfiacutecies de interesse do objeto atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia A partir do arquivo com as distacircncias da

imagem TOF e dos POI piacutexeis da imagem segmentada foram projetados

ortogonalmente gerando uma nuvem de pontos com coordenadas 3D Com isto as

dimensotildees de arestas do objeto foram comparadas com medidas de referecircncia

encontrando-se diferenccedilas na ordem de 2 centiacutemetros Finalizando o estudo as

superfiacutecies do objeto foram modeladas tridimensionalmente

Palavras-chave Imagem TOF Modelagem tridimensional de superfiacutecies

Calibraccedilatildeo de cacircmaras Anaacutelise de ruiacutedo Autovalores Autovetores Projeccedilatildeo

Ortogonal Segmentaccedilatildeo Crescimento de regiotildees em nuvem de pontos 3D

Algoritmo de deslocamento pela meacutedia

vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

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vii

ABSTRACT

This work aims at studying the quality of 3D data obtained with a range

camera the PMD[vision]regCamCube 20 and assessing its potential to model object

surfaces The equipment computes the distance to the objects using the Time-Of-

Flight (TOF) principle Initially the equipment was calibrated using camera calibration

methods The Interior Orientation Parameters (IOP) allow reducing geometric

distortion in the images Another factor that influences the quality of data is the

presence of noise caused by illumination conditions which can be controlled by

varying the integration time of the light source Two options to reduce noise were

analyzed spatial filtering with low-pass and median filter and computing the

average of a series of images taken from the same point of view After determining

the best integration time and Interior Orientation Parameters the 3D coordinates of a

point cloud was computes The next step consists in image segmentation to identify

the surfaces of an object In a first approach it is applied a region growing method

using the point-plane distance as similarity parameter The second approach is

based on the calculation of local eigenvalues using small moving windows to

generate a new image where borders are highlighted This new image is segmented

using the mean-shift approach to delineate the surfaces of interest Each interest

pixel of the segmented image was projected for the 3D points cloud The dimensions

of the object are compared with real values The comparison showed differences

around 2cm within the expected range Finally the object surfaces can then be

modeled with the 3D points cloud

Keywords TOF image Range image Three-dimensional modeling surfaces

Camera calibration Noise analysis Eigenvalues Eigenvectors Orthogonal

projection Segmentation Region growing in 3D point clouds Mean Shift Algorithm

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

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Page 8: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF 19

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase 20

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase 23

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF 25

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD 26

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF 27

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS 29

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja 30

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF 31

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD 32

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido 33

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD 35

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20 36

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20 37

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI 39

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF 39

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF 44

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto 45

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens 47

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto 51

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas 52

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana 55

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores 59

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada 66

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF 69

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia 80

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana 80

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal 81

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores 85

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas 85

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara 87

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara 88

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF 88

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

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Page 9: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

ix

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF 90

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10 93

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m 93

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m 94

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m 95

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI 96

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m 97

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m 98

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m 99

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m 100

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m 101

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto 103

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida 104

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal 104

FIGURA 523 ndash Nuvem de pontos vista perspectiva 3D 105

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF 106

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal 107

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D 107

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821 109

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822 109

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823 109

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas 110

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada 111

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal 112

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D 113

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada 114

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem 114

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo 115

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior 117

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior 118

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Page 10: MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE SUPERFÍCIES UTILIZANDO …

x

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 21 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 37

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF 40

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores 57

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados 89

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas 116

xi

LISTA DE SIGLAS

Sigla Significado

AMISE Asymptotic Mean Integrated Square Error

CCD Charge Coupled Device

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

CP Centro Perspectivo

EDISON Edge Detection and Image SegmentatiON System

FC Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo

FPN Fixed Pattern Noise

FPS Frames Per Second

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

LED Light Emitting Diode

MDE Modelo Digital de Elevaccedilatildeo

MVC Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

PMD Photonic Mixer Device

POE Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior

POI Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior

PP Ponto Principal

SBI Supression of Background Ilumination

TI Tempo de Integraccedilatildeo

TOF Time-Of-Flight

xii

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

11 OBJETIVO GERAL 16

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

13 JUSTIFICATIVA 17

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO 18

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 19

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF 19

22 IMAGEM TOF 25

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO 26

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD 28

25 CAcircMARAS PMD 34

251 Cacircmara PMD CamCube 20 36

252 Dispositivo SBI 38

253 Modelos de cacircmaras TOF 39

26 ERROS DE MEDIDA 40

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF 41

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 45

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D 50

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES 53

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES 56

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA 60

3 MATERIAIS 67

4 MEacuteTODOS 68

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 69

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO 78

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia 79

422 Filtragem pela mediana 80

423 Filtragem com a meacutedia temporal 81

43 SEGMENTACcedilAtildeO 82

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente 82

xiii

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores 84

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia 86

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 87

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA 87

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA 92

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS 96

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS 102

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES 106

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES 108

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS 113

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D 117

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 119

61 CONCLUSOtildeES 119

62 RECOMENDACcedilOtildeES 122

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 122

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 123

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A informaccedilatildeo meacutetrica para a representaccedilatildeo espacial de objetos eacute uma

necessidade para diferentes aacutereas de estudo Algumas aplicaccedilotildees exigem que o

processo de aquisiccedilatildeo e representaccedilatildeo graacutefica desta informaccedilatildeo seja realizado com

rapidez e qualidade Em Ciecircncias Geodeacutesicas a obtenccedilatildeo desta informaccedilatildeo pode

ser feita atraveacutes de diversas maneiras dentre elas citam-se os levantamentos de

campo e as imagens obtidas por sensores remotos exemplos satildeo teacutecnicas

aplicadas em Topografia e Fotogrametria

Com a Topografia o trabalho pode alcanccedilar alto grau de exatidatildeo

dependendo da teacutecnica e precisatildeo do equipamento utilizado No entanto se gasta

bastante tempo para realizar o levantamento das informaccedilotildees em campo e tambeacutem

para o processamento e organizaccedilatildeo dos dados em escritoacuterio Algumas aplicaccedilotildees

da Topografia estatildeo na locaccedilatildeo de obras como rodovias geraccedilatildeo de perfis de

terrenos e rios monitoramento de deformaccedilotildees na estrutura de barragens pontes e

tambeacutem no levantamento de pontos 3D para representar fachadas de edifiacutecios

Com a Fotogrametria o levantamento das informaccedilotildees tridimensionais de um

objeto pode ser feito em tempo relativamente curto As fotografias satildeo obtidas de

forma instantacircnea No entanto quando se utilizam teacutecnicas convencionais de

Fotogrametria necessita-se de pelo menos duas fotografias com sobreposiccedilatildeo das

aacutereas imageadas para a geraccedilatildeo do modelo fotogrameacutetrico Outra forma eacute a teacutecnica

conhecida por Monorestituiccedilatildeo Digital onde se utiliza uma fotografia digital em

conjunto com um Modelo Digital de Elevaccedilatildeo (MDE) normalmente gerado por uma

nuvem de pontos proveniente de outro equipamento ou sensor (MITISHITA 1997)

Na modalidade terrestre da Fotogrametria eacute possiacutevel determinar pontos 3D

para representar fachadas de preacutedios obras de arte mapeamentos de ruas e

imoacuteveis com a plataforma em movimento dentre outras aplicaccedilotildees

Aleacutem das teacutecnicas convencionais de levantamentos utilizadas em Topografia

e Fotogrametria e com o objetivo de viabilizar a aquisiccedilatildeo da informaccedilatildeo espacial

equipamentos e teacutecnicas tecircm sido constantemente desenvolvidos e aperfeiccediloados

Avanccedilos tecnoloacutegicos tecircm possibilitado a obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tridimensional

para a representaccedilatildeo dos objetos de forma raacutepida e precisa Exemplos satildeo os

sistemas de varredura laser scanner e as cacircmaras TOF (Time-Of-Fligth) tambeacutem

15

conhecidas na literatura por Range Cameras Estas cacircmaras geram imagens com

informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel do objeto imageado denominadas

imagens de profundidade distacircncia ou Range Image Neste trabalho seraacute utilizada

preferencialmente a denominaccedilatildeo ldquoimagem TOFrdquo

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas de varredura laser scanner tecircm sido muito

utilizados para mapeamento Equipamentos com esta tecnologia possibilitam a

obtenccedilatildeo de milhares de pontos por segundo e podem ser instalados em

plataformas aeacutereas ou terrestres No entanto devido a este ser um equipamento

oacuteptico e mecacircnico o alto custo na sua aquisiccedilatildeo torna-o inviaacutevel para algumas

aplicaccedilotildees

Cacircmaras TOF atraem a atenccedilatildeo de diferentes aacutereas que necessitam de

pontos com coordenadas 3D de seus objetos de estudo tais como a Visatildeo

Computacional e a Engenharia de Automaccedilatildeo Um modelo de cacircmara TOF eacute a PMD

CamCube 20 que capta 25 imagens por segundo (Frames Per Secunde - FPS)

Com esta frequecircncia de aquisiccedilatildeo pode obter o movimento dos objetos na cena e de

grande quantidade de informaccedilatildeo tridimensional sobre os mesmos

No entanto a grande quantidade de dados captada deve ter sua qualidade

avaliada A iluminaccedilatildeo exterior ao sistema interfere negativamente Outro fator a ser

observado eacute a configuraccedilatildeo da cena pois interferecircncias satildeo causadas pelas

distacircncias orientaccedilotildees e refletividade das superfiacutecies dos objetos em relaccedilatildeo ao

sensor da cacircmara Em uma mesma cena podem-se apresentar medidas ambiacuteguas

de distacircncia para os pontos devido a erros causados pela iluminaccedilatildeo utilizada no

sistema As influencias causadas por erros sistemaacuteticos assim como ruiacutedos devem

ser observadas para cada tipo de aplicaccedilatildeo (MAY et al 2008)

A cacircmara TOF utilizada para a aquisiccedilatildeo das imagens nesta pesquisa foi a

PMD[vision]regCamCube 20 Esta utiliza um sensor de imageamento PMD (Photonic

Mixer Device) que possibilita armazenar informaccedilatildeo de distacircncia para os piacutexeis de

uma imagem de intensidade O equipamento fornece a imagem TOF que eacute

composta por um arquivo com as intensidades que o sinal retornou para o sensor e

um arquivo com as informaccedilotildees de distacircncia para cada pixel o que possibilita a

percepccedilatildeo da profundidade dos objetos na cena

16

11 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho de pesquisa eacute desenvolver uma metodologia

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos a partir da nuvem de

pontos 3D proveniente da imagem TOF

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Realizar a correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados da imagem TOF atraveacutes de

Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior obtidos com o processo de

calibraccedilatildeo da cacircmara

Testar meacutetodos de filtragem para a reduccedilatildeo de ruiacutedo presente nas

imagens TOF e analisar formas para a aquisiccedilatildeo da imagem TOF

com menor presenccedila de ruiacutedo

Analisar o tempo de integraccedilatildeo para diferentes situaccedilotildees de aquisiccedilatildeo

da imagem TOF

Avaliar meacutetodos para a segmentaccedilatildeo das superfiacutecies de objetos a

partir da imagem TOF

Gerar nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais das

superfiacutecies segmentadas e modelar estas superfiacutecies

tridimensionalmente

Avaliar a qualidade das medidas obtidas com a modelagem

tridimensional das superfiacutecies do objeto de estudo

17

13 JUSTIFICATIVA

Com o desenvolvimento e aperfeiccediloamento das cacircmaras TOF acredita-se

na viabilizaccedilatildeo deste equipamento para a medida de distacircncia e modelagem

tridimensional das superfiacutecies de objetos para diferentes finalidades Apresenta as

seguintes vantagens

Recobrimento da aacuterea de forma instantacircnea

Possibilidade de filmar a cena registrando o movimento dos objetos

com frequecircncia de aquisiccedilatildeo de 25 imagens por segundo

Fornece grande quantidade de pontos com coordenadas 3D dos

objetos imageados

Uma imagem eacute suficiente para estimar a distacircncia dos objetos

Informaccedilatildeo na banda espectral do infravermelho

Uma imagem TOF captada instantaneamente disponibiliza informaccedilatildeo sobre

a distacircncia de objetos contidos na cena sendo possiacutevel a geraccedilatildeo de nuvens de

pontos para a representaccedilatildeo tridimensional de objetos sem necessitar de

informaccedilatildeo proveniente de outro sensor Outra vantagem eacute o sistema natildeo precisar

de iluminaccedilatildeo exterior

Algumas aplicaccedilotildees para as imagens TOF foram realizadas nas aacutereas de

prevenccedilatildeo de acidentes automobiliacutesticos e seguranccedila de pedestres (RINGBECK

2007) Visatildeo Computacional (WIEDEMANN et al 2008) mapeamentos

tridimensionais de objetos em ambientes fechados para a movimentaccedilatildeo roboacutetica

(MAY et al 2008) Computaccedilatildeo Graacutefica (KOLB 2009 et al KOCH et al 2009)

realizaccedilatildeo de medidas do corpo humano para a induacutestria de roupas (APUZZO

2009) e anaacutelise de deformaccedilotildees (JAMTSHO 2010)

18

14 ESTRUTURA DA DISSERTACcedilAtildeO

A presente dissertaccedilatildeo foi estruturada em seis capiacutetulos No primeiro

capitulo realiza-se a introduccedilatildeo ao tema descreve-se o objetivo geral e os objetivos

especiacuteficos aleacutem da justificativa para a pesquisa

O segundo capiacutetulo apresenta uma revisatildeo de conceitos sobre medida de

distacircncia utilizando o princiacutepio TOF descriccedilatildeo da imagem TOF e seus arquivos de

intensidades e distacircncias influencia do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo da

imagem TOF princiacutepio de funcionamento do sensor PMD modelos de cacircmaras

TOF erros de medida que podem ocorrer utilizando estas cacircmaras projeccedilatildeo

ortogonal das distacircncias obtidas com a imagem TOF para a geraccedilatildeo da nuvem de

pontos 3D meacutetodo para o refinamento da nuvem de pontos 3D detecccedilatildeo de

superfiacutecies por autovetores e autovalores anaacutelise de superfiacutecies por momentos

invariantes e algoritmo de deslocamento pela meacutedia para a segmentaccedilatildeo de

imagens

No terceiro capitulo descrevem-se os materiais equipamentos e espaccedilo

fiacutesico utilizado para a realizaccedilatildeo do trabalho de pesquisa

Com o quarto capitulo satildeo descritos os meacutetodos utilizados para o

desenvolvimento da pesquisa calibraccedilatildeo da cacircmara filtragens para anaacutelise e

tratamento de ruiacutedo presente nas imagens meacutetodos de segmentaccedilatildeo por

crescimento de regiotildees na nuvem de pontos segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores no arquivo de distacircncias da imagem TOF e geraccedilatildeo de imagem

de intensidade com as bordas do objeto intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem

com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

Com o quinto capitulo descrevem-se os resultados obtidos tais como

valores dos paracircmetros calculados no processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

experimentos realizados para a anaacutelise da presenccedila de ruiacutedo nas imagens TOF

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo

local de autovalores anaacutelise das medidas obtidas com a nuvem de pontos 3D

segmentada e tambeacutem se realiza a modelagem tridimensional de duas superfiacutecies

do objeto estudado

Finalmente com o sexto capitulo satildeo apresentadas conclusotildees

consideraccedilotildees finais e recomendaccedilotildees para trabalhos futuros de acordo com os

experimentos realizados

19

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 MEDIDA DE DISTAcircNCIA COM O PRINCIacutePIO TOF

O princiacutepio TOF (Time-Of-Flight) permite calcular a distacircncia de objetos a

partir da emissatildeo e recepccedilatildeo de um sinal luminoso Com este objetivo utiliza-se um

conjunto de emissor e receptor oacutepticos que mede o tempo necessaacuterio para o sinal

retornar para o sensor apoacutes atingir o alvo com base no conhecimento do valor da

velocidade da luz propagada no vaacutecuo De acordo com Baltsavias (1999) o caacutelculo

da distacircncia com o princiacutepio TOF pode ser realizado atraveacutes de dois meacutetodos

Tempo de percurso de pulsos curtos de energia

Mudanccedila de fase de um sinal modelado na forma de onda contiacutenua

Sistemas que utilizam o primeiro meacutetodo de medida transmitem um pulso e

medem o seu tempo de retorno Isto eacute possiacutevel devido ao retardo de tempo gasto no

percurso do sinal que eacute medido atraveacutes de um ponto no pulso de retorno com

referecircncia no pulso emitido Quanto melhor eacute a medida do tempo melhor a distacircncia

calculada sendo o reloacutegio do sensor um fator de grande importacircncia neste meacutetodo

Para obter precisatildeo meacutetrica necessita-se realizar a medida de tempo em nano

segundos (ƞs) O afastamento e duraccedilatildeo do pulso tambeacutem satildeo fatores importantes

na resoluccedilatildeo da medida de distacircncia com este meacutetodo A Figura 21 Ilustra a medida

de distacircncia com o princiacutepio TOF (LANGE 2000)

FIGURA 21 ndash Princiacutepio TOF

FONTE LANGE (2000)

20

Utilizando pulsos de uma fonte de luz pode-se calcular a distacircncia de um

alvo atraveacutes da Equaccedilatildeo (21)

119863 =119888 119905

2 (21)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre emissatildeo e recepccedilatildeo do pulso

O segundo meacutetodo trabalha com a determinaccedilatildeo da mudanccedila de fase do

sinal contido em uma onda contiacutenua modulada Pode ser utilizado para evitar o

problema na medida de tempo com alta precisatildeo O sinal luminoso pode ser emitido

utilizando fontes LED (Light Emitting Diode) ou LASER (Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation) Estas fontes permitem a modulaccedilatildeo direta do

sinal luminoso atraveacutes da voltagem do sistema (LANGE 2000)

Para a utilizaccedilatildeo do meacutetodo da diferenccedila de fase considera-se que o sinal

refletido pelo alvo manteacutem a forma do sinal modulado emitido mas a fase do sinal

emitido eacute diferente da fase do sinal recebido conforme ilustrado com a Figura 22

FIGURA 22 ndash Meacutetodo da diferenccedila de fase

21

Sendo assim a mudanccedila de fase entre os sinais pode ser utilizada para

calcular a distacircncia conforme Equaccedilatildeo (22)

119863 =120593∙119888

4∙120587∙120574 (22)

onde

119863 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz

120574 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal

Em cacircmaras TOF a distacircncia entre o sensor e o alvo eacute medida utilizando o

meacutetodo da diferenccedila de fase com uma Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo (FC) entre o sinal

emitido e o refletido As amplitudes dos sinais satildeo moduladas com a mesma

frequecircncia Com isto a iluminaccedilatildeo pode ser feita utilizando diacuteodos emissores de luz

LED tendo-se a vantagem que a FC pode ser obtida com o sensor PMD a partir da

forma senoidal do sinal recebido (RAPP 2007)

A FC eacute calculada atraveacutes do sinal emitido e recebido Estes sinais satildeo

modelados matematicamente com forma senoidal tendo em vista que sua

propagaccedilatildeo ocorre na forma de onda Dado um sinal luminoso emitido 119892 119905 e um

sinal recebido 119904 119905 em um ponto do sensor PMD as amostras 119888 120591 podem ser

calculadas atraveacutes da Equaccedilatildeo (23) Estas amostras satildeo utilizadas para modelar a

FC em um atraso de tempo 120591

119888 120591 = 119904 119905 otimes 119892 119905 = lim119879rarrinfin 119904 119905 ∙ 119892 119905 + 120591 +119879

2

minus119879

2

119889119905 (23)

onde

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso recebido

119892 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal luminoso emitido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso de tempo no recebimento do sinal

22

O sinal emitido pode ser expresso com 119892 119905 = cos(120603119905) o recebido eacute

expresso atraveacutes da relaccedilatildeo 119904 119905 = 1 + 119886 ∙ cos(120603119905 minus 120593) Ambos com forma senoidal

amplitude 119886 e diferenccedila de fase 120593 Com isto a FC pode ser apresentada na forma da

Equaccedilatildeo (25)

119888 120591 = 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603120591 minus 120593 otimes 119888119900119904 120603120591 (24)

119888 120591 = lim119879acuterarrinfin1

119879acute 1 + 119886 ∙ 119888119900119904 120603119905 minus 120593 ∙ 119888119900119904 120603119905 + 120603119905

+119879 acute

2

minus119879 acute

2

119889119905 (25)

119888 120591 =119886

2∙ cos 120593 + 120603119905 (26)

onde

119892 119905 ndash Funccedilatildeo senoidal que modela a forma do sinal emitido

119904 119905 ndash Funccedilatildeo que modela a forma do sinal recebido

119905 ndash Variaccedilatildeo de tempo entre a emissatildeo e recepccedilatildeo do sinal

120591 ndash Atraso no tempo de recebimento do sinal

119886 ndash Amplitude da onda portadora do sinal

120593 ndash Diferenccedila de fase

120603 ndash Referecircncia de fase para o sinal modelado na forma senoidal

Lange (2000) avaliou a FC para fases 120596 119905 preacute-definidas escolhendo quatro

fases 120596 119905 = 0deg 120596 119905 = 90deg 120596 119905 = 180deg 120596 119905 = 270deg Verificou que eacute possiacutevel calcular a

diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do sinal recebido 119904(119905) Considerando que o sinal

recebido tem sobreposiccedilatildeo ao sinal emitido deve-se adicionar uma constante de

deslocamento 119870 conforme a Equaccedilatildeo (27)

119862 120591 = 119888 120591 + 119870 (27)

119862 1205910 = 119888 1205910 + 119870 =119886

2∙ cos 120593 + 119870 (28)

119862 1205911 = 119888 1205911 + 119870 = minus119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (29)

119862 1205912 = 119888 1205912 + 119870 = minus119886

2∙ cos 120593 + 119870 (210)

119862 1205913 = 119888 1205913 + 119870 =119886

2∙ 119904119890119899 120593 +119870 (211)

23

Analisando a FC em quatro pontos a diferenccedila de fase 120593 e a amplitude 119886 do

sinal 119904(119905) podem ser calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (212) e (213)

120593 = 119905119892minus1 119862 1205913 minus119862 1205911

119862 1205910 minus119862 1205912 (212)

119886 = 119862 1205913 minus119862 1205911 2+ 119862 1205910 minus119862 1205912 2

2 (213)

Pode-se fazer a simplificaccedilatildeo das Equaccedilotildees (214) agrave (217) para quatro

pontos amostrais que satildeo necessaacuterios na modelagem da FC

119862 1205911 = 1198601 (214)

119862 1205912 = 1198602 (215)

119862 1205913 = 1198603 (216)

119862 1205910 = 1198604 (217)

A anaacutelise da FC entre o sinal oacuteptico e eleacutetrico recebido no dispositivo do

sensor eacute feita utilizando a diferenccedila de fase conforme ilustrado com a Figura 23

FIGURA 23 ndash FC utilizada no meacutetodo da diferenccedila de fase

FONTE Adaptado de LANGE (2000)

A FC permite calcular a distacircncia entre o alvo e a cacircmara utilizando quatro

amostras 11986011198602 1198603 e 1198604 com defasagem de 90ordm A diferenccedila de fase 120593 entre o sinal

24

emitido e o recebido eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e a cacircmara O valor para

a diferenccedila de fase pode ser calculado atraveacutes da Equaccedilatildeo (218)

120593 = 119886119903119888119905119886119899 1198601minus1198603

1198602 minus1198604 (218)

onde

120593 ndash Diferenccedila de fase entre a onda emitida e a recebida

1198601119860211986031198604 ndash Pontos amostrais utilizados na modelagem da FC

Aleacutem do valor da diferenccedila de fase entre os sinais dois outros valores

podem ser calculados a amplitude 119886 e o valor de intensidade 119887 do sinal recebido

conforme as Equaccedilotildees (219) e (220) respectivamente

119886 = 1198601minus1198603 2+ 1198602 minus1198604 2

2 (219)

119887 =1198601+1198602 +1198603+1198604

4 (220)

onde

119886 ndash Amplitude do sinal recebido

119887 ndash Intensidade do sinal recebido (offset)

A distacircncia 119889 do sensor ao alvo eacute calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (221)

119889 =119888∙120593

4120587∙119891119898119900119889 (221)

onde

119889 ndash Distacircncia entre o sensor e o alvo

119888 ndash Valor constante da velocidade da luz propagada no vaacutecuo

120593 ndash Diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido

119891119898119900119889 ndash Frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal luminoso utilizado

A frequecircncia de modulaccedilatildeo do sinal emitido estabelece a distacircncia maacutexima

que poderaacute ser medida para um determinado comprimento de onda Em um sinal

25

modulado com a frequecircncia 119891119898119900119889 = 20119872119867119911 e comprimento de onda 120582119898119900119889 = 15m

conforme a Equaccedilatildeo (222) a distacircncia maacutexima que poderaacute ser medida eacute de 75

metros (MOumlLLER et al 2005)

119889119898119886119909 =120582119898119900119889

2= 75119898 (222)

22 IMAGEM TOF

Os piacutexeis da imagem TOF contecircm informaccedilotildees de distacircncia e intensidade

das superfiacutecies dos objetos Proporcionam a anaacutelise da profundidade dos objetos na

cena aleacutem da informaccedilatildeo de intensidade do sinal captado pelo sensor A Figura 24

ilustra a informaccedilatildeo 3D contida na imagem TOF

FIGURA 24 ndash Informaccedilatildeo das imagens TOF

FONTE Adaptado de RINGBECK (2007)

Com a informaccedilatildeo de profundidade e o posicionamento bidimensional dos

objetos na imagem pode-se realizar o mapeamento destes objetos e estimar suas

dimensotildees As cacircmaras TOF podem captar imagens e viacutedeos para realizar medidas

e detectar movimentos A Figura 25 ilustra os arquivos da imagem TOF

26

FIGURA 25 ndash Imagem TOF obtida com cacircmara PMD

FONTE PMD Technologies (2009)

A Figura 25a ilustra o arquivo com informaccedilatildeo das distacircncias dos objetos

presentes na imagem TOF A Figura 25b ilustra o arquivo com as intensidades que

o sinal retornou para o sensor registrada em cada piacutexel da imagem infravermelha

captada com comprimento de onda de 870nm

23 TEMPO DE INTEGRACcedilAtildeO

O periacuteodo de tempo que o sensor da cacircmara ficou exposto para obter a

imagem eacute chamado de tempo de integraccedilatildeo (TI) A quantidade de energia

eletromagneacutetica captada pelo sensor eacute diretamente influenciada por este tempo

pelas caracteriacutesticas refletivas das superfiacutecies dos objetos e pelo meio em que a

imagem foi tomada Os elementos do sensor podem ser carregados de acordo com

seu intervalo de capacidade do insaturado ao supersaturado Estes valores causam

ruiacutedos na imagem variando de acordo com a distacircncia entre o objeto e o sensor

(CENTENO e JUTZI 2010)

Este pode ser considerado o paracircmetro interno mais criacutetico em uma cacircmara

TOF pois descreve o periacuteodo de tempo que os elementos sensores necessitam

para detectar o sinal luminoso com a finalidade de obter a diferenccedila de fase utilizada

27

para o caacutelculo da distacircncia Quando o TI eacute muito baixo alguns elementos do sensor

podem natildeo ser ativados ocasionando piacutexeis com valor zero natildeo sendo possiacutevel

calcular sua distacircncia Por outro lado se o TI eacute muito elevado o pixel pode ficar

supersaturado o que tambeacutem causa erro na medida da distacircncia Sendo assim eacute

necessaacuterio determinar um TI especiacutefico para cada situaccedilatildeo Nas cacircmaras PMD o

controle do TI eacute realizado atraveacutes de software em outros modelos de cacircmaras TOF

este controle pode ser feito atraveacutes de hardware (WIEDEMANN et al 2008)

A Figura 26 ilustra a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF influenciada pelo

TI Nesta figura as nuvens de pontos 3D foram geradas com imagens TOF obtidas

com a cacircmara PMD CamCube 20 a partir do mesmo ponto de vista mas com

diferentes TI (140micros 1400micros e 14000micros) isto causou a presenccedila de ruiacutedo com

diferentes comportamentos

FIGURA 26 ndash Ruiacutedo na nuvem de pontos 3D proveniente de imagem TOF

FONTE PMD CamCube Tutorial (2009)

A nuvem de pontos gerada com a imagem obtida com TI de 1400micros

ilustrada com a Figura 26b foi a que melhor representou a forma das superfiacutecies do

objeto A nuvem de pontos da Figura 26a foi gerada a partir da imagem obtida com

TI igual a 140micros considerada com baixa saturaccedilatildeo pois a intensidade do sinal

captado pelo sensor foi pequena A nuvem de pontos da Figura 26c foi gerada com

imagem obtida com TI igual a 14000micros o que causou a saturaccedilatildeo do sinal recebido

pelo sensor e maior presenccedila de ruiacutedo A nuvem de pontos apresentada com a

Figura 26c apresentou-se menos consistente para representar as superfiacutecies do

objeto em questatildeo

28

24 PRINCIacutePIO DE FUNCIONAMENTO DO SENSOR PMD

O dispositivo PMD (Photonic Mixer Device) realiza medidas de distacircncia

utilizando o princiacutepio TOF Com este objetivo o dispositivo emite sinais luminosos

com frequecircncia modulada e o sensor capta a intensidade de retorno do sinal

refletido pelo alvo Informaccedilotildees sobre as fases e intensidades destes sinais satildeo

obtidas com o processamento A Figura 27 ilustra as etapas deste processo

FIGURA 27 ndash Princiacutepio de funcionamento do sistema PMD

FONTE LUAN (2001)

O sinal modulado eacute emitido com uma fase determinada pelo oscilador do

sistema Para que se possa realizar a medida da distacircncia o sinal recebido deve ter

fase diferente da que foi emitido No dispositivo PMD as cargas eleacutetricas do sinal

recebido satildeo separadas de acordo com a voltagem do diodo de leitura tambeacutem

chamado de fotodiodo O arquivo de saiacuteda deste dispositivo conteacutem informaccedilatildeo de

fase e intensidade do sinal recebido o que possibilita obter informaccedilatildeo de distacircncia

e intensidade para cada piacutexel da imagem (LUAN 2001)

O sensor utilizado no imageamento eacute um CMOS (Complementary Metal-

Oxide-Semiconductor) que tem tecnologia similar a dos sensores CCD (Charged-

Coupled Device) O CMOS apresenta a vantagem de ser um circuito integrado com

baixo consumo de energia No CMOS a conversatildeo de voltagem e a amplificaccedilatildeo do

sinal ocorrem em cada fotodiodo e os valores podem ser lidos independentemente

29

A desvantagem eacute que a amplificaccedilatildeo no fotodiodo gera imagens com maior

presenccedila de ruiacutedo (PECHT e FOSSUM 1997)

Quando os foacutetons sensibilizam o sensor CCD a carga eleacutetrica eacute transferida

sequencialmente linha por linha coluna por coluna A conversatildeo de voltagem e

amplificaccedilatildeo do sinal eacute realizada fora da aacuterea do sensor Uma vantagem do sensor

CCD eacute a geraccedilatildeo de imagens mais niacutetidas devido agrave menor complexidade no seu

sistema Por processar as cargas eleacutetricas de forma unificada menores interferecircncias

satildeo causadas diminuindo a presenccedila de ruiacutedo (KEMENY et al 1991)

A diferenccedila no princiacutepio de funcionamento dos sensores CCD e CMOS eacute

Ilustrada com a Figura 28

FIGURA 28 ndash Captaccedilatildeo da carga do sinal em sensores CCD e CMOS

FONTE LANGE (2000)

O princiacutepio de funcionamento do sensor CCD eacute ilustrado com as Figuras

28a e 28c onde a leitura da informaccedilatildeo eacute feita de forma sequencial pelos elementos

do sensor Esta varredura realizada no sensor CCD faz com que a geraccedilatildeo da

30

imagem final seja mais lenta que no sensor CMOS que realiza a conversatildeo foacuteton-

eleacutetron e eleacutetron-voltagem diretamente em cada elemento sensor conforme eacute

ilustrado com as Figuras 28b e 28d Com isto o sensor CMOS tem maior

velocidade de transferecircncia de cargas acumuladas para o conversor analoacutegico-

digital

Fotodiodos satildeo os elementos fotossensiacuteveis utilizados como portas de

entrada para o sinal luminoso em sensores CMOS ou CCD Estes captam cargas

eleacutetricas presentes no sinal e estatildeo inseridos sobre uma placa de Siliacutecio O

transporte das cargas para o interior da placa eacute explicado fisicamente atraveacutes dos

campos de franjas ilustrado com a Figura 29 Os campos de franja estatildeo

representados para diferentes voltagens os elementos do sensor apresentado tem

entradas para trecircs voltagens 10V 5V e 0V

FIGURA 29 ndash Representaccedilatildeo de campos de franja

FONTE THEUWISSEN (1995)

A seccedilatildeo A-A‟ na Figura 29 ilustra os campos de franja gerados mais

proacuteximos agrave superfiacutecie da placa A forma do sinal pode ser modelada de forma

aproximada por segmentos de linhas retas Na seccedilatildeo B-B‟ com profundidade meacutedia

na placa de Siliacutecio a influecircncia do campo eleacutetrico das entradas vizinhas a porta

central de 5V estaacute em seu niacutevel maacuteximo Quanto mais fundo encontra-se a entrada

de cargas na placa de Siliacutecio menor seraacute a interferecircncia dos campos eleacutetricos

gerados pelas portas de entrada das cargas vizinhas conforme pode ser visualizado

na seccedilatildeo C-C‟ Nesta profundidade diferentes portas de entrada estatildeo praticamente

31

agrave mesma distacircncia da superfiacutecie e o valor de dispersatildeo do campo de franja diminui

O campo de franja miacutenimo de uma entrada que tecircm profundidade maacutexima

proporciona ao sensor o maior aproveitamento aumentando assim a velocidade no

transporte de cargas (THEUWISSEN 1995)

Quanto maior a modulaccedilatildeo na voltagem da entrada das cargas maior o

potencial de armazenamento conforme ilustrado com a Figura 210

FIGURA 210 ndash Princiacutepio de armazenamento de cargas em sensores TOF

FONTE LANGE (2000)

O sinal modulado recebido 119904 119905 e a Funccedilatildeo de Correlaccedilatildeo 119891 119905 + 120591 do sinal

modulado emitido satildeo ilustrados com a Figura 210b A Figura 210a ilustra a luz

incidente no sensor com as cargas captadas e armazenadas de acordo com a

modulaccedilatildeo do fotodiodo

O dispositivo PMD utiliza a tecnologia CMOS para o imageamento com dois

elementos fotossensiacuteveis e dois diodos que captam as cargas eleacutetricas do sinal

modulado recebido As informaccedilotildees oacutepticas e eleacutetricas misturadas geram os piacutexeis

da imagem com informaccedilatildeo de distacircncia dos pontos imageados A Figura 211

ilustra este elemento sensor

32

FIGURA 211 ndash Princiacutepio de captaccedilatildeo de cargas pelo sensor PMD

FONTE LUAN (2001)

As placas claras e centrais na Figura 211a correspondem ao circuito de

leitura do sinal oacuteptico estas placas satildeo condutoras e transparentes para possibilitar

a entrada de luz Os diodos satildeo os componentes do circuito de leitura que captam e

direcionam as cargas eleacutetricas recebidas em um determinado sentido satildeo ilustrados

com as placas mais afastadas na Figura 211a As cargas que chegam satildeo

distribuiacutedas de acordo com a voltagem do diodo Uma fina camada de oacutexido isola os

circuitos de leitura do dispositivo

A voltagem da carga que entra no sistema eacute controlada de acordo com a

modulaccedilatildeo do sinal aplicada pelo dispositivo emissor Sendo assim pode ser

captada pelo diodo da direita ou esquerda que registraraacute a quantidade de carga

recebida de acordo com sua voltagem A distribuiccedilatildeo de potencial na regiatildeo

superficial do dispositivo eacute influenciada pela seleccedilatildeo de cargas que faz este sistema

dinacircmico e equilibrado Para valores natildeo nulos a luz modulada recebida e a

diferenccedila de fase podem ser comparadas atraveacutes das cargas eleacutetricas recebidas A

quantidade de carga captada pelos diodos depende diretamente da diferenccedila de

fase entre o sinal modulado emitido e o recebido pelo sensor Esta informaccedilatildeo pode

ser utilizada para calcular a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o recebido pois

33

eacute diretamente proporcional a carga que cada diodo captou Com isto a distacircncia

entre o sensor e o objeto pode ser calculada utilizando o princiacutepio da diferenccedila de

fase No entanto se a luz incidente eacute modulada como um sinal retangular mas sua

fase entre a emissatildeo e a recepccedilatildeo eacute igual a zero a carga seraacute captada por apenas

um dos diodos e a distacircncia resultante seraacute igual a zero (MOumlLLER et al 2005)

A Figura 212 ilustra o comportamento dos diodos de leitura ao receber o

sinal com distacircncia diferente de zero entre o alvo e o sensor Na Figura 212a eacute

ilustrado o sinal luminoso recebido por um elemento fotossensiacutevel Este sinal eacute

captado pela porta de entrada PA do fotodiodo que registra parte desta carga de

acordo com sua modulaccedilatildeo

FIGURA 212 ndash Medida da diferenccedila de fase do sinal recebido

FONTE Adaptado de MOumlLLER et al (2005)

Na Figura 212a o sinal recebido pelo elemento fotossensiacutevel do sensor eacute

ilustrado no momento em que eacute captado pela porta com modulaccedilatildeo A (PmodA) A

carga eacute captada pelos dois fotodiodos com defasagem de meio ciclo com isto cada

um capta parte da carga recebida A Figura 212b ilustra a medida da diferenccedila de

fase do sinal recebido atraveacutes da quantidade de carga que foi captada pelos

fotodiodos com modulaccedilatildeo Mod_A e Mod_B A voltagem do diodo eacute estabelecida de

acordo com a modulaccedilatildeo do sinal luminoso que seraacute emitida pelo dispositivo

34

25 CAcircMARAS PMD

As cacircmaras TOF com tecnologia PMD consistem de um chip sensor fonte

de iluminaccedilatildeo transmissor e receptor oacutepticos aleacutem de perifeacutericos eletrocircnicos e

interface digital de controle realizada atraveacutes de software Dependendo das

exigecircncias de aplicaccedilatildeo os componentes da cacircmara podem ser adaptados Cada

um deles pode afetar os paracircmetros internos da cacircmara tais como o campo de

visatildeo (FOV) taxa de captaccedilatildeo e tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens

A distacircncia da superfiacutecie a ser medida eacute o fator preponderante para a escolha destes

paracircmetros O fato destas cacircmaras serem modulares amplia sua gama de

aplicaccedilotildees Isto eacute possiacutevel levando-se em conta as condiccedilotildees adicionais que cada

aplicaccedilatildeo pode exigir tais como a luz exterior ao sistema e a necessidade de

mudanccedila na fonte de iluminaccedilatildeo utilizada (PMD Technologies 2009)

O sensor PMD proporciona o imageamento instantacircneo dos objetos

utilizando um sensor com tecnologia CMOS adaptado Este sensor eacute um arranjo de

elementos fotossensiacuteveis que permitem a raacutepida detecccedilatildeo e modulaccedilatildeo do sinal

luminoso com suas variaccedilotildees Isto eacute feito de acordo com a distacircncia da superfiacutecie

que atinge do objeto imageado Pode adquirir dados de distacircncia e intensidade

simultaneamente sem precisar de um sistema de digitalizaccedilatildeo mais complexo como

um laser scanner Apresenta a desvantagem de ser muito sensiacutevel agrave luz exterior ao

sistema que interfere causando a presenccedila de ruiacutedo na imagem TOF e consequente

erro na medida de distacircncia (KHONGSAB 2009)

O desempenho do sistema PMD depende da fonte de iluminaccedilatildeo utilizada

capacidade de fornecimento de energia e eficiecircncia oacuteptica na criaccedilatildeo da imagem

Normalmente eacute utilizada fonte de iluminaccedilatildeo LED nas cacircmaras PMD No entanto

outros fabricantes utilizam diodos LASER para a iluminaccedilatildeo isto porque possibilita

realizar medidas de distacircncias maiores O desenvolvimento dos sistemas LED fez

com que sua eficiecircncia de transformaccedilatildeo de energia eleacutetrica em energia oacuteptica seja

de 30 Com a iluminaccedilatildeo LED tem-se um sinal luminoso jaacute modulado devido a

suas caracteriacutesticas eletro-oacutepticas Como uma parte consideraacutevel da luz fica na

borda do feixe isto se torna uma desvantagem pois esta aacuterea normalmente fica fora

do campo de visatildeo do sensor PMD Outra desvantagem diz respeito ao limite de

modulaccedilatildeo dos LED‟s comerciais que trabalham na faixa de 20 MHz agrave 30 MHz Os

diodos LASER tecircm eficiecircncia oacuteptica de ateacute 50 dependendo da potecircncia de saiacuteda

35

utilizada sendo de aproximadamente 100 MHz a modulaccedilatildeo maacutexima da frequecircncia

que pode ser atingida O perfil do feixe LASER pode ser adaptado ao campo de

visatildeo do sensor PMD A desvantagem eacute que este seria um circuito modular mais

complexo e que teria necessidade de um maior nuacutemero de etapas para conseguir

estabilizar a fase da onda portadora do sinal Outra desvantagem eacute que a

implantaccedilatildeo de um sistema LASER necessita de maior atenccedilatildeo agrave seguranccedila dos

olhos do que o sistema LED (RINGBECK 2007)

Com a Figura 213 ilustra-se a medida de distacircncia com a cacircmara TOF

modelo 19k da PMD A fonte de iluminaccedilatildeo LED emite o sinal luminoso em direccedilatildeo

dos objetos que estatildeo no campo visual da cacircmara O retorno deste sinal eacute captado

pelo sensor e possibilita o caacutelculo da diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido

FIGURA 213 ndash Medida de distacircncia com a cacircmara PMD

FONTE MOLLER et al (2005)

36

251 Cacircmara PMD CamCube 20

A cacircmara TOF modelo PMD[VISION]regCamCube 20 funciona em ambientes

internos e externos com sensor de 204x204 piacutexeis que captam os niacuteveis de cinza da

imagem de intensidade Simultaneamente realiza a medida da quantidade de carga

recebida utilizada para determinar a diferenccedila de fase entre o sinal emitido e o

recebido Isto possibilita o caacutelculo da distacircncia entre o sensor e os objetos presentes

na cena A Figura 214 ilustra a cacircmara PMD CamCube 20 com as fontes de

iluminaccedilatildeo LED acopladas em suas laterais

FIGURA 214 ndash Cacircmara PMD CamCube 20

FONTE PMD Technologies (2009)

Este equipamento pode ter seu campo de visatildeo variaacutevel possibilitando a

diminuiccedilatildeo de distorccedilotildees manchas ou outras imperfeiccedilotildees da imagem O software

de interface da cacircmara com o computador apresenta a possibilidade de trabalhar

com dados brutos para o processamento das imagens aleacutem de funcionar em

diferentes canais de frequecircncia Tambeacutem disponibiliza compatibilidade com o

software Matlab para realizar esta interface

A imagem de intensidade captada de uma parede utilizando a cacircmara PMD

CamCube 20 eacute ilustrada com a Figura 215

37

FIGURA 215 ndash Imagem captada com a cacircmara PMD CamCube 20

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

Com a Figura 215a eacute ilustrada a cacircmara PMD CamCube 20 instalada em

um tripeacute sobre uma mesa Na Figura 215b tem-se a imagem infravermelha da

superfiacutecie plana de uma parede obtida com esta cacircmara O Quadro 21 ilustra as

especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20

PARAcircMETROS VALOR PADRAtildeO OBSERVACcedilOtildeES

Tipo do sensor PhotonICs PMD41k-S (204x204 piacutexeis)

Tamanho efetivo do pixel no sensor igual a 45microm

Distacircncia de mediccedilatildeo 03 ndash 7metros

Precisatildeo na medida de distacircncia (1σ) lt 3mm

Para aacuterea central da imagem obtida agrave 2m do sensor em superfiacutecie com refletividade de 90

Frequecircncia de aquisiccedilatildeo de imagens 25 fps Configuraccedilatildeo padratildeo

Campo de visatildeo (FOV) 40ordmx40ordm f = 128mm

Comprimento de onda da fonte de iluminaccedilatildeo

870nm Infravermelho proacuteximo

Fonte de iluminaccedilatildeo [V] 12 V plusmn 10

Interface USB 20

Temperatura de operaccedilatildeo 0ordmC agrave 50ordmC

Temperatura de armazenamento -20ordmC agrave 85ordmC

QUADRO 21 - Especificaccedilotildees teacutecnicas da cacircmara PMD CamCube 20 FONTE Adaptado de PMD Technologies (2009)

O sensor PhotonICs PMD41k-S utilizado na cacircmara PMD CamCube 20 vem

com um dispositivo SBI para a supressatildeo de cargas provenientes da iluminaccedilatildeo

exterior ao sistema Estas cargas causam a saturaccedilatildeo dos piacutexeis da imagem TOF

38

252 Dispositivo SBI

O dispositivo SBI (Supression of Background Illumination) eacute uma soluccedilatildeo

teacutecnica encontrada para melhorar o contraste das imagens geradas com o sensor

PMD em ambientes com iluminaccedilatildeo exterior A presenccedila desta iluminaccedilatildeo na cena

do objeto imageado causa maior presenccedila de ruiacutedo no sinal captado pelo sensor

Esta iluminaccedilatildeo pode saturar os elementos do sensor fazendo com que

ocorram falhas na medida de distacircncia Este efeito pode ser minimizado utilizando o

tempo de integraccedilatildeo adequado para a tomada das imagens Outros distuacuterbios que

podem ocorrer satildeo devidos agrave corrente negra (DC - Dark Current) Este efeito eacute

causado porque o sensor natildeo capta o valor zero na imagem que seria a falta

completa de iluminaccedilatildeo nas superfiacutecies da cena A corrente negra natildeo pode ser

evitada em dispositivos semicondutores especialmente quando haacute altas

temperaturas Com uma temperatura de 80ordmC a corrente negra pode ser 1000 vezes

maior do que o normal o que afeta significativamente a qualidade das medidas

realizadas Para tornar o dispositivo PMD mais confiaacutevel na medida de distacircncias foi

criado o circuito SBI que suprime instantaneamente a iluminaccedilatildeo de fundo Neste

circuito eacute utilizada uma teacutecnica para a captaccedilatildeo do sinal luminoso minimizando a

interferecircncia de fatores externos Isto possibilita realizar medidas de distacircncia

confiaacuteveis mesmo em ambientes onde o sinal eacute modificado por interferecircncia de

iluminaccedilatildeo externa ou por altas temperaturas O sistema SBI pode ser desativado ou

ateacute mesmo ajustado para que seja possiacutevel realizar medidas de distacircncia com

qualidade em cenas tomadas em diferentes ambientes independente da presenccedila

de iluminaccedilatildeo exterior (MOumlLLER 2005)

O circuito SBI adiciona cargas eleacutetricas de compensaccedilatildeo instantacircnea nos

diodos de leitura minimizando os efeitos de saturaccedilatildeo causados por fatores externos

ao sistema Com o SBI espera-se que o sensor capte apenas o sinal correlacionado

com a medida de distacircncia sem interferecircncia de iluminaccedilatildeo exterior reduzindo

assim a interferecircncia da iluminaccedilatildeo de fundo no sinal recebido

A Figura 216a ilustra um sensor sem o dispositivo SBI a carga captada com

influecircncias externas de iluminaccedilatildeo e calor eacute maior do que a enviada pela fonte de

iluminaccedilatildeo refletida pela superfiacutecie do objeto e recebida pelo sensor Neste caso a

medida de distacircncia estaacute influenciada por fatores externos ao sistema e conteraacute

erros Na Figura 216b as cargas geradas por fatores externos ao sistema satildeo

39

minimizadas pelo dispositivo SBI Com isto tem-se maior quantidade de carga

captada com o sinal recebido eliminando a carga gerada por fatores externos

FIGURA 216 ndash Princiacutepio de funcionamento do SBI

FONTE MOumlLLER et al (2005)

Cacircmaras TOF com iluminaccedilatildeo LED infravermelha utilizam o dispositivo SBI

para a supressatildeo da iluminaccedilatildeo de fundo Outros modelos de cacircmaras TOF utilizam

iluminaccedilatildeo LASER para evitar o problema com a iluminaccedilatildeo exterior

253 Modelos de cacircmaras TOF

Diferentes cacircmaras TOF foram desenvolvidas nos uacuteltimos anos a Figura

217 ilustra alguns modelos destas cacircmaras

FIGURA 217 ndash Modelos de cacircmaras TOF

a) Effector O3D FONTE httpwwwifm-electroniccom

b) PMD[vision] CamCube 20 FONTE httpwwwpmdteccom

c) PMD[vision] 19k FONTE httpwwwpmdteccom

d) SwissRanger SR-3000 FONTE httpwwwmesa-imagingch

40

O Quadro 22 descreve as especificaccedilotildees teacutecnicas destas cacircmaras TOF

a)Effector

O3D

b)PMD[vision]

CamCube 20

c)PMD[vision]

19k

d)SwissRanger

SR-3000

Resoluccedilatildeo (piacutexeis) 64 x 50 204 x 204 160 x 120 176 x 144

Dimensotildees dos piacutexeis (microm) 100 x 100 45 x 45 40 x 40 40 x 40

Distacircncia focal (mm) 86 128 120 80

Fonte de iluminaccedilatildeo 1 matriz LED 2 matrizes LED 2 matrizes LED 1 matriz LED

Modulaccedilatildeo da fonte de

iluminaccedilatildeo (nm) 850 870 870 850

Frequecircncia de modulaccedilatildeo 20 MHz 20 MHz 20 MHz 20 MHz

Frequecircncia na aquisiccedilatildeo de

imagens

Maacuteximo

100 fps

Maacuteximo

25 fps

Maacuteximo

15 fps

Maacuteximo

40 fps

Conexatildeo Ethernet USB 2 Ethernet USB 2

Dimensotildees (mm) 55 x 45 x 85 194 x 60 x 60 220 x 210 x 55 60 x 50 x 65

QUADRO 22 ndash Especificaccedilotildees teacutecnicas de cacircmaras TOF FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A partir do Quadro 22 verifica-se que estes modelos de cacircmaras TOF em

sua configuraccedilatildeo padratildeo possuem fonte de iluminaccedilatildeo LED distacircncia focais

variando de 8mm agrave 128mm e apresentam pequenas dimensotildees

26 ERROS DE MEDIDA

Observaccedilotildees realizadas com instrumentos de medida estatildeo acompanhadas

de erros provenientes da falibilidade humana imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo do

equipamento e de interferecircncias causadas pelo ambiente em que o instrumento

utilizado e o objeto estavam no momento em que se realizou a medida Erros de

observaccedilatildeo satildeo tradicionalmente classificados como erros grosseiros sistemaacuteticos e

acidentais Erros grosseiros devem ser detectados e evitados pelo observador com

os devidos cuidados na obtenccedilatildeo da informaccedilatildeo tambeacutem ocorrem devido agrave

presenccedila de ruiacutedo nas observaccedilotildees Erros sistemaacuteticos se repetem seguindo um

determinado padratildeo e podem ser preditos e corrigidos Existem opccedilotildees para evitaacute-

los atraveacutes de teacutecnicas de observaccedilatildeo ou entatildeo eliminaacute-los a posteriori atraveacutes de

foacutermulas especiacuteficas Os erros acidentais ou aleatoacuterios satildeo randocircmicos natildeo

previsiacuteveis e podem ser distribuiacutedos entre o conjunto de observaccedilotildees por teacutecnicas

41

estatiacutesticas Eacute comum o uso da expressatildeo ldquopropriedades estatiacutesticas das

observaccedilotildeesrdquo devido a este erro (GEMAEL 1994)

Erros na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF tambeacutem podem ser

divididos em natildeo-sistemaacuteticos e sistemaacuteticos conforme descrito nas seccedilotildees 261 e

262 onde seratildeo apresentados 3 erros natildeo-sistemaacuteticos e 7 erros sistemaacuteticos

261 Erros natildeo-sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

De acordo com MAY et al (2008) a classificaccedilatildeo de erros natildeo-sistemaacuteticos

na medida de distacircncia utilizando cacircmaras TOF pode ser feita da seguinte maneira

1) Erro devido agrave relaccedilatildeo sinal-ruiacutedo (Signal-to-noise) quando a relaccedilatildeo da

carga recebida com o sinal eacute baixa e o ruiacutedo presente eacute alto haveraacute distorccedilatildeo na

medida de distacircncia que natildeo poderaacute ser corrigida posteriormente Para diminuir este

erro pode-se tomar cuidado com o tempo de exposiccedilatildeo do sensor na aquisiccedilatildeo da

imagem e tambeacutem amplificar a iluminaccedilatildeo do sistema Outra soluccedilatildeo eacute filtrar os

valores medidos com baixas amplitudes no sinal recebido

2) Reflexatildeo do sinal por muacuteltiplos caminhos (Multiple ways reflection) em

objetos com descontinuidade em suas superfiacutecies o sinal emitido pode percorrer

diferentes caminhos antes de retornar ao sensor Exemplos satildeo objetos com

superfiacutecies cocircncavas que podem refletir vaacuterias vezes o sinal e gerar erro na medida

de distacircncia Neste caso o sinal eacute refletido com sobreposiccedilatildeo ou seja pode ser

captado o sinal da uacuteltima superfiacutecie que o refletiu gerando uma distacircncia diferente

do valor esperado

3) Espalhamento da luz (Light scattering) ocorre na lente da cacircmara

causado pela presenccedila de objetos proacuteximos Este efeito e o causado pela reflexatildeo

por muacuteltiplos caminhos satildeo imprevisiacuteveis pois a topologia da cena observada eacute

desconhecida a priori

262 Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF

Segundo RAPP (2007) nas cacircmaras TOF erros tambeacutem indicam a relaccedilatildeo

entre a variacircncia da distacircncia e a amplitude do sinal captado pelo sensor A relaccedilatildeo

42

estabelecida eacute que a variacircncia dos dados de distacircncia eacute inversamente proporcional agrave

raiz quadrada da amplitude do sinal recebido para realizar a medida Alguns erros

sistemaacuteticos das cacircmaras TOF estudados por RAPP foram

1) Erro devido a uma funccedilatildeo natildeo harmocircnica utilizada para correlacionar o

sinal emitido ao recebido

2) Ruiacutedos relacionados com o tempo de integraccedilatildeo Este tempo pode causar

exposiccedilatildeo insuficiente ou saturaccedilatildeo dos elementos do sensor

3) Erros geomeacutetricos no posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico

da cacircmara

O erro devido agrave falta de harmonia na funccedilatildeo de correlaccedilatildeo entre o sinal

emitido e o recebido pode ser causado quando o sistema oacuteptico utilizado emite o

sinal de referecircncia com sua forma inicial e recebe o sinal refletido com forma

diferente Com isto a funccedilatildeo que representa o sinal recebido natildeo teraacute a forma

senoidal teoacuterica do sinal emitido Isto ocorre por conter harmocircnicos de Fourier

iacutempares quando eacute necessaacuteria uma amostra com pelo menos quatro pontos para

definir a FC entre os sinais Este erro tem grande influecircncia no caacutelculo da distacircncia

do objeto pois eacute a FC que possibilita a medida da diferenccedila de fase entre o sinal

emitido e o recebido

A presenccedila de ruiacutedo pode ser notada variando o TI na aquisiccedilatildeo da imagem

O conjunto de dados apresenta maiores distorccedilotildees radiomeacutetricas e geomeacutetricas

quando a presenccedila de ruiacutedo eacute forte Quando o TI eacute aumentado o ruiacutedo observado no

conjunto de dados pode diminuir Poreacutem valores extremamente altos introduzem

erros na mediccedilatildeo por causar saturaccedilatildeo do sensor Com esta informaccedilatildeo procura-se

definir uma funccedilatildeo para a modelagem do ruiacutedo de acordo com o tempo de

integraccedilatildeo Analisando dados obtidos com diferentes TI pode-se especificar qual o

melhor para cada situaccedilatildeo

Erros causados por exposiccedilatildeo insuficiente do sensor natildeo satildeo considerados

sistemaacuteticos poreacutem podem ser preditos Se o valor da amplitude do sinal eacute reduzido

o erro na medida da distacircncia aumenta Para reduzir os piacutexeis obtidos com

exposiccedilatildeo insuficiente pode-se definir um limite no valor da amplitude do sinal

Outra forma de controlar a exposiccedilatildeo eacute com o TI na obtenccedilatildeo da imagem Piacutexeis que

tem amplitude menor que 1 do valor maacuteximo das amplitudes na imagem TOF satildeo

considerados piacutexeis com exposiccedilatildeo insuficiente

43

Erros de posicionamento dos piacutexeis devido ao sistema oacuteptico da cacircmara

podem ser notados quando capta-se a imagem de uma fachada com portas e

janelas As linhas horizontais e verticais que representam estes elementos na

imagem aparecem com curvaturas de acordo com o sistema de lentes utilizado na

cacircmara A distorccedilatildeo de lentes tem um padratildeo fixo em cacircmaras com sensor CMOS

ou CCD e pode ser corrigida geometricamente atraveacutes dos POI da cacircmara que

captou a imagem

Erros sistemaacuteticos em cacircmaras TOF tambeacutem foram estudados por FUCHS e

HIRZINGER (2008) e MAY et al (2008) e foram classificados da seguinte maneira

4) Erro na medida de distacircncia (Distance-related error) este erro eacute causado

devido agrave assimetria da forma do sinal infravermelho recebido pelo sensor

Teoricamente assume-se que este sinal possui forma senoidal e harmocircnica com a

forma do sinal emitido o que na praacutetica pode natildeo acontecer Sendo assim o

pressuposto baacutesico para que se possa calcular o atraso de fase eacute que o sinal

luminoso emitido e o recebido satildeo harmocircnicos e com forma senoidal

Consequentemente se o caacutelculo do atraso de fase do sinal eacute impreciso a distacircncia

entre o objeto e o sensor tambeacutem seraacute calculada de forma imprecisa

5) Erro na amplitude do sinal captado (Amplitude-related error) o sensor natildeo

capta a energia eletromagneacutetica recebida com o sinal perfeitamente Deixando-se a

cacircmara e o objeto na mesma posiccedilatildeo podem-se obter diferentes medidas de

distacircncia devido a esta imperfeiccedilatildeo na fabricaccedilatildeo dos elementos do sensor Este

erro eacute relacionado com a amplitude de valores na captaccedilatildeo da imagem depende da

distacircncia e de caracteriacutesticas como a refletividade das superfiacutecies dos objetos

6) Erro devido agrave latecircncia dos elementos do sensor (Latency-related error) o

atraso de fase do sinal recebido eacute calculado atraveacutes das latecircncias com que o sensor

captou o sinal Estaacute relacionado com propriedades semicondutoras dos materiais

utilizados nos elementos sensores que satildeo responsaacuteveis pela medida da quantidade

de carga recebida Eacute causado quando o sinal emitido e o recebido satildeo

correlacionados diretamente na matriz do sensor Diferentes latecircncias do sinal

devem ser captadas por cada elemento do sensor para possibilitar o caacutelculo da

distacircncia de cada pixel de forma confiaacutevel

7) Ruiacutedo com padratildeo fixo (FPN - Fixed pattern noise) eacute relacionado com o

erro devido agrave latecircncia e ocorre devido agraves propriedades dos materiais utilizados na

fabricaccedilatildeo de cada elemento do sensor CMOS Este eacute um ruiacutedo com padratildeo fixo

44

pode ser corrigido a partir de uma imagem que tenha um pixel com valor constante

que serviraacute como referecircncia para a calibraccedilatildeo dos valores dos piacutexeis vizinhos

Tendo-se como referecircncia um pixel obtido em uma superfiacutecie uniforme de um objeto

pode-se utilizar um padratildeo de similaridade como referecircncia para os outros piacutexeis

Sendo assim a qualidade dos dados depende da posiccedilatildeo do pixel na imagem

Os uacuteltimos quatro erros sistemaacuteticos podem ser corrigidos utilizando o

meacutetodo de calibraccedilatildeo descrito em Fuchs et al (2007) Conforme realizado em

experimento por May et al (2008) os resultados alcanccedilados no mapeamento de uma

sala obtiveram a precisatildeo centimeacutetrica Este experimento foi realizado com o

objetivo de medir paredes opostas de uma sala com o sensor TOF em movimento

instalado em uma plataforma moacutevel O erro encontrado na medida das distacircncias

tambeacutem foi influenciado por erros na estimaccedilatildeo do posicionamento do sensor que eacute

obtido com a Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara no momento de aquisiccedilatildeo das imagens

Durante o registro dos quadros fotograacuteficos o erro em rotaccedilatildeo foi determinado como

sendo igual a 22ordm e o erro de translaccedilatildeo foi de 071m no eixo 119883 004m no eixo 119884 e

de -021m no eixo 119885 A distacircncia calculada entre paredes opostas foi igual a 105m

para a distacircncia de referecircncia de 108m A diferenccedila entre as duas medidas resultou

em 03m o que representa aproximadamente 28 da distacircncia de referecircncia A

nuvem de pontos 3D gerada por MAY et al (2008) eacute ilustrada com a Figura 218

FIGURA 218 ndash Nuvem de pontos 3D gerada a partir de imagem TOF

FONTE MAY et al (2008)

45

27 PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

As coordenadas tridimensionais dos pontos da imagem TOF satildeo obtidas

atraveacutes da projeccedilatildeo ortogonal Isto ocorre devido ao fato do equipamento utilizado

calcular as distacircncias dos objetos em um sistema esfeacuterico Esta projeccedilatildeo eacute feita a

partir da colinearidade entre o ponto no espaccedilo objeto o Centro Perspectivo (CP) e

o ponto no espaccedilo imagem conforme eacute ilustrado com a Figura 219

FIGURA 219 ndash Colinearidade entre os pontos no espaccedilo imagem e objeto

FONTE Adaptado de RAPP (2007)

A Figura 219 ilustra os sistemas referenciais adotados nos espaccedilos imagem

e objeto O sistema referencial fotogrameacutetrico (119909119875 119910119875) tem sua origem no CP que eacute

materializado pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes da cacircmara Este ponto

projetado no plano da imagem gera o Ponto Principal (PP) A projeccedilatildeo do sistema

referencial fotogrameacutetrico na imagem eacute realizada considerando a simplificaccedilatildeo de

haverem apenas translaccedilotildees entre os eixos deste sistema e o sistema da imagem O

46

sistema referencial de imagem levoacutegiro (119862 119871) tem sua origem no canto superior

esquerdo Atraveacutes das Equaccedilotildees (223) e (224) esta origem pode ser transladada

para o centro da imagem (MACHADO 2006)

119862prime = 119862 minus119899119862minus1

2 (223)

119871prime = 119871 minus119899119871minus1

2 (224)

onde

119862 119871 ndash Sistema referencial de coordenadas da imagem (piacutexeis)

119899119862 119899119871 ndash Nuacutemero total de colunas e linhas da imagem (piacutexeis)

119862prime 119871prime ndash Sistema referencial auxiliar no centro da imagem (piacutexeis)

Para tornar o sistema referencial auxiliar (119862prime 119871prime) de imagem levoacutegiro em um

sistema dextroacutegiro (119909119894119898 119910119894119898 ) pode-se realizar uma reflexatildeo do eixo 119871prime atraveacutes da

Equaccedilatildeo (226)

119909119894119898 = 119862prime (225)

119910119894119898 = minus119871prime (226)

onde

119909119894119898 119910119894119898 ndash Coordenadas de um ponto no sistema referencial dextroacutegiro da

imagem (piacutexeis)

Com isto tem-se um sistema referencial dextroacutegiro centralizado na imagem e

que se relaciona com o sistema referencial fotogrameacutetrico projetado atraveacutes da

translaccedilatildeo de eixos determinada pelas coordenadas (119909119900 119910119900) do PP conforme

ilustrado com a Figura 220

47

FIGURA 220 ndash Sistemas de coordenadas utilizados em imagens

FONTE Adaptado de MACHADO (2006)

A partir do sistema referencial de imagem dextroacutegiro com origem no centro

da imagem e do sistema referencial fotogrameacutetrico projetado com origem no PP

satildeo estabelecidas as relaccedilotildees entre os sistemas de acordo com as Equaccedilotildees (227)

e (228)

119909119894119898 = (119909 minus 1199090) (227)

119910119894119898 = (119910 minus 1199100) (228)

onde

11990901199100 ndash Satildeo as coordenadas do ponto principal no sistema referencial de

imagem (piacutexeis)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (piacutexeis)

Os valores das coordenadas dos pontos do sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem estatildeo em piacutexeis A transformaccedilatildeo destes valores para miliacutemetros pode

ser feita multiplicando estas coordenadas pelo tamanho efetivo do pixel nas direccedilotildees

119909 e 119910 da imagem conforme as Equaccedilotildees (229) e (230)

48

119909 = 119909119894119898 ∙ 119875119909 (229)

119910 = 119910119894119898 ∙ 119875119910 (230)

onde

119909119910 ndash Satildeo as coordenadas dos pontos no sistema fotogrameacutetrico projetado

na imagem (miliacutemetros)

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

O tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 satildeo calculados a partir do

fator de escala nestas direccedilotildees conforme Equaccedilotildees (231) e (232)

119875119909 = 119875 ∙ 119904119909 (231)

119875119910 = 119875 ∙ 119904119910 (232)

onde

119875119909 119875119910 ndash Tamanho efetivo dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119875 ndash Dimensatildeo do pixel obtida no manual do equipamento (miliacutemetros)

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

Os fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910 podem ser calculados

atraveacutes das Equaccedilotildees (233) e (234)

119904119909 =119891

119891119909 (233)

119904119910 =119891

119891119910 (234)

onde

119904119909 119904119910 ndash Fatores de escala dos piacutexeis nas direccedilotildees 119909 e 119910

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119891 ndash Distacircncia focal da cacircmara obtida no manual do equipamento

(miliacutemetros)

49

Quando o valor da distacircncia focal 119891119909 obtido com a calibraccedilatildeo da cacircmara

difere do valor 119891119910 tem-se um indicativo de escalas diferentes nos eixos 119909 e 119910 da

imagem

Realizadas as etapas de Orientaccedilatildeo Interior da imagem podem-se calcular

as coordenadas 3D dos pontos O posicionamento de cada ponto depende da

precisatildeo na determinaccedilatildeo dos acircngulos verticais e horizontais no sistema referencial

de imagem A projeccedilatildeo ortogonal das distacircncias dos pontos coordenada 119885 pode ser

feita atraveacutes da Equaccedilatildeo (235)

119885 = 119889119903 ∙ cos120573 (235)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto observado no espaccedilo objeto

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema referencial esfeacuterico

120573 ndash Acircngulo formado entre o eixo que atinge o ponto na imagem partindo do

CP e o eixo principal da cacircmara (CP-PP)

O acircngulo 120573 pode ser calculado atraveacutes da funccedilatildeo trigonomeacutetrica expressa

com a Equaccedilatildeo (236)

tan120573 = 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (236)

onde

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

A Expressatildeo (235) relaciona a distacircncia radial 119889119903 com a coordenada 119885 dos

pontos no sistema ortogonal 3D em funccedilatildeo do acircngulo 120573 Substituindo a Equaccedilatildeo

(236) na Equaccedilatildeo (235) podemos explicitar a coordenada 119885 em funccedilatildeo das

distacircncias focais da cacircmara e das coordenadas dos pontos no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem conforme Equaccedilatildeo (237)

50

119885 = 119889119903 ∙ cos tanminus1 1199092

1198911199092 +

1199102

1198911199102 (237)

onde

119885 ndash Distacircncia ortogonal do CP ao ponto (miliacutemetros)

119889119903 ndash Distacircncia radial do CP ao ponto no sistema esfeacuterico da cacircmara

(miliacutemetros)

119891119909 119891119910 ndash Distacircncia focal da cacircmara ao longo dos eixos 119909 e 119910 (miliacutemetros)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos no sistema referencial fotogrameacutetrico

projetado na imagem (miliacutemetros)

As coordenadas (119883119884) dos pontos no sistema referencial ortogonal podem

entatildeo serem calculadas atraveacutes das Equaccedilotildees (238) e (239)

119883 = 119909 ∙119885

119891119909 (238)

119884 = 119910 ∙119885

119891119910 (239)

28 REFINAMENTO DA NUVEM DE PONTOS 3D

O processo de refinamento da nuvem de pontos 3D obtida com a imagem

TOF compreende a filtragem dos pontos que estejam esparsos devido agrave presenccedila

de ruiacutedo no arquivo de distacircncias da imagem TOF Com a Figura 221a satildeo

ilustrados pontos que natildeo pertencem agraves superfiacutecies do objeto aparecem na aresta

superior direita do objeto O sinal emitido atinge uma aacuterea da superfiacutecie do objeto e

natildeo apenas um ponto Esta aacuterea eacute proporcional agrave distacircncia entre o alvo e o sensor

ocorre devido agrave divergecircncia do feixe de luz emitido Com o princiacutepio TOF o valor da

distacircncia calculada eacute resultado da integraccedilatildeo do sinal recebido de acordo com a

aacuterea iluminada da superfiacutecie Quando o sinal emitido atinge superfiacutecies natildeo

coplanares o valor de distacircncia armazenado eacute um resultado interpolado Este

fenocircmeno ocorre principalmente nas bordas dos objetos e pode ser visto com a

51

Figura 221a que mostra um objeto com trecircs superfiacutecies planas uma base um

plano vertical na direita e um plano na parte superior

FIGURA 221 ndash Filtro para a definiccedilatildeo de bordas do objeto

FONTE MAY et al (2008)

A Figura 221b apresenta a nuvem de pontos 3D apoacutes a aplicaccedilatildeo do filtro

para o refinamento Este eacute um filtro gaussiano utilizado para a definiccedilatildeo de bordas e

desniacuteveis dos objetos eacute tambeacutem uma ferramenta para a remoccedilatildeo de pontos

esparsos provenientes da presenccedila de ruiacutedo nos dados da imagem TOF Funciona

considerando o acircngulo formado entre dois piacutexeis adjacentes na imagem onde o CP

eacute o ponto que completa o triacircngulo sendo o criteacuterio de seleccedilatildeo utilizado a distacircncia

meacutedia dos k pontos vizinhos mais proacuteximos

De acordo com May et al (2008) a distacircncia medida a partir de cacircmaras

TOF pode ser afetada pelo efeito de arredondamento das bordas Isto ocorre pela

suavizaccedilatildeo causada com a transiccedilatildeo entre as superfiacutecies iluminadas Dado um

conjunto de pontos 3D 119875 = 119901119894 119901119894 isin ℝ3 119894 = 1hellip 119873119901 as bordas podem ser

detectadas utilizando a Equaccedilatildeo (240) Esta eacute uma comparaccedilatildeo do acircngulo entre

dois piacutexeis 120585119894 119899 com base em um triacircngulo formado pelo centro perspectivo 119891 = 0 o

ponto 119901119894 e a vizinhanccedila deste ponto 119875119899 = 119901119894 119899 119899 = 1hellip 8 com o acircngulo de

vizinhanccedila 120585119905119893

120585119894 = max arcsin 119901119894 119899

119901119894 119899minus119901119894 ∙ 119904119894119899120593 (240)

52

119869 = 119901119894 120585119894 gt 120585119905119893 (241)

onde

120593 ndash Acircngulo maacuteximo entre dois piacutexeis veacutertice do triacircngulo no ponto 119891 = 0

O triacircngulo utilizado como referecircncia no filtro para a detecccedilatildeo de bordas

com veacutertice no ponto 119891 = 0 eacute ilustrado com a Figura 222

FIGURA 222 ndash Geometria do filtro para a definiccedilatildeo de bordas

FONTE MAY et al (2008)

Um conjunto 119878 de pontos pode ser filtrado atraveacutes da condiccedilatildeo expressa

com a Equaccedilatildeo (243)

119889 119901119894 = 1

119896 119901119894 minus 119901119894 119899 119896119899=1 (242)

119878 = 119901119894 isin 119875 119889 119901119894 lt 119889119905119893 (243)

onde

119889119905119893 ndash Distacircncia de vizinhanccedila constante

O conjunto 119876 de pontos selecionados satildeo os pontos filtrados da nuvem 3D

conforme a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (244)

119876 = 119902119894 119902119894 isin 119875(119869 cup 119878) (244)

53

29 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR AUTOVALORES E AUTOVETORES

A anaacutelise da forma de superfiacutecies pode ser feita pela variaccedilatildeo local de

autovalores que possibilita a classificaccedilatildeo e segmentaccedilatildeo de pontos com

coordenadas tridimensionais (BELTON e LICHTI 2006)

Autovetores e seus respectivos autovalores podem ser obtidos a partir da

Matriz de Variacircncias e Covariacircncias (119872119881119862) de um conjunto de observaccedilotildees O

tamanho relativo e a direccedilatildeo dos autovetores podem indicar propriedades locais

desta superfiacutecie permitindo analisar sua forma (PAULY et al 2002)

De acordo com Johnson e Wichern (1998) a 119872119881119862 pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (245)

11987211988111986231199093 =1

119896 119903 119894 minus 119903 119896119894=1 ∙ 119903 119894 minus 119903

119879=

1205901199092 120590119909119910 120590119909119911

120590119909119910 1205901199102 120590119910119911

120590119909119911 120590119910119911 1205901199112

(245)

onde

119872119881119862 ndash Matriz de Variacircncias e Covariacircncias

119903 119894 ndash Vetor com as coordenadas 3D do ponto em questatildeo na amostra

119903 ndash Vetor com as coordenadas do centroacuteide da superfiacutecie

1205901199092120590119910

2 1205901199112 ndash Variacircncias

120590119909119910 120590119909119911 120590119910119911 ndash Covariacircncias

119896 ndash Nuacutemero de pontos da amostra

O vetor com as coordenadas do 119894-eacutesimo ponto da amostra eacute denotado com

119903 119894 pela Expressatildeo (246) A posiccedilatildeo relativa do centroacuteide pode ser calculada atraveacutes

da Equaccedilatildeo (247)

119903 119894 = 119909119894 119910119894 119911119894 119879 (246)

119903 =1

119896 119903 119894119896119894=1 (247)

54

A 119872119881119862 eacute quadrada simeacutetrica positiva-semidefinida e pode ser decomposta

em autovetores 119890 e autovalores 120582 atraveacutes da Equaccedilatildeo (248) Os autovalores 120582119894 satildeo

elementos escalares associados aos respectivos autovetores 119890 119894 (LEON 1998)

119872119881119862 ∙ 119890 = 120582 ∙ 119890 (248)

A partir do teorema de decomposiccedilatildeo espectral (decomposiccedilatildeo de Jordan) a

119872119881119862 pode ser isolada nesta igualdade conforme a Equaccedilatildeo (249) Maiores

detalhes podem ser vistos em Johnson e Wichern (1998) e Shakarji (1998)

119872119881119862 = 120582119894 ∙ 119890 119894 ∙ 119890 1198941198792

119894=0 (249)

onde

119872119881119862 ndash Matriz Variacircncia Covariacircncia

119890 119894 ndash Vetor com os autovetores 119890 119894

120582119894 ndash Matriz com os autovalores 120582119894

Os autovalores satildeo valores reais e os autovetores formam um sistema de

base ortogonal que correspondem aos componentes principais do conjunto de

observaccedilotildees (BELTON 2008)

De acordo com PAULY et al (2002) pode-se adotar a convenccedilatildeo entre os

autovalores da Expressatildeo (250) A partir desta convenccedilatildeo algumas propriedades

para superfiacutecies normais podem ser descritas

1205821 ge 1205822 ge 1205823 (250)

Em um conjunto de pontos 3D que formam uma superfiacutecie plana espera-se

que 1205821 ne 0 1205822 ne 0 e que 1205823 asymp 0 Com isto o menor autovetor 119890 3 apontaraacute na direccedilatildeo

normal a esta superfiacutecie Com a Figura 223 satildeo ilustrados os trecircs autovetores de

uma regiatildeo da superfiacutecie descrita pela nuvem de pontos 3D O terceiro autovetor 119890 3

com o menor autovalor 1205823 eacute ortogonal agrave superfiacutecie plana definida pelos outros dois

autovetores 119890 1 e 119890 2

55

FIGURA 223 ndash Autovetores em nuvem de pontos 3D de uma superfiacutecie plana

Pontos contidos na interseccedilatildeo entre duas superfiacutecies planas podem ser

identificados atraveacutes das relaccedilotildees 1205821 asymp 21205822 e 1205823 asymp 0 O autovetor 119890 1 apontaraacute na

direccedilatildeo da linha limitante da superfiacutecie plana e o autovetor 119890 3 seraacute ortogonal a esta

direccedilatildeo Podem-se encontrar segmentos de retas que limitam a borda de uma

superfiacutecie atraveacutes das relaccedilotildees 1205822 asymp 1205823 e 1205821 asymp 1205822+1205823

Quando os autovalores apresentam valores aproximadamente iguais

1205821 asymp 1205822 asymp 1205823 torna-se possiacutevel encontrar o veacutertice formado por trecircs superfiacutecies

planas

Normalizando os autovalores com a Equaccedilatildeo (251) remove-se a sua

dependecircncia em relaccedilatildeo ao tamanho da amostra utilizada

120582119894prime =

120582119894

1205821+1205822+1205823=

120582119894

119905119903119886 ccedil119900(120582) (251)

Para o autovalor miacutenimo (119894 = 3) pode-se definir o nuacutemero 119873 de pontos para

representar as variaccedilotildees na superfiacutecie atraveacutes da Equaccedilatildeo (252)

119873 =1205823

119905119903119886 ccedil119900(120582) (252)

O valor resultante da Equaccedilatildeo (252) eacute uma medida aproximada de

curvatura local e pode representar a rugosidade da superfiacutecie de forma normalizada

56

210 ANAacuteLISE DE SUPERFIacuteCIES POR MOMENTOS INVARIANTES

Caracteriacutesticas de superfiacutecies planas podem ser obtidas atraveacutes da anaacutelise

de momentos invariantes para isto utiliza-se a 119872119881119862 dos pontos que descrevem esta

superfiacutecie De acordo com MASS e VOSSELMAN (1999) os momentos invariantes

119898119894119895 podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (253)

119898119894119895 = 119909119894119910119895119891(119909119910)119889119909 1198891199101199102

1199101

1199092

1199091 (253)

onde

119894 119895 ndash Correspondem agrave ordem do momento

119891(119909119910) ndash A coordenada 119911 dos pontos eacute funccedilatildeo das coordenadas planas 119909 e 119910

em um conjunto de pontos que descrevem a superfiacutecie contiacutenua

A Equaccedilatildeo (254) permite determinar o volume de uma esfera unitaacuteria com

raio 119877 em um domiacutenio contiacutenuo 119873 de pontos 3D eacute obtida a partir da Equaccedilatildeo (253)

e possibilita o estudo de propriedades das superfiacutecies com padratildeo planar

119898119894119895119896 = 119909119894119910119895 119911119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(254)

onde

119894 119895119896 ndash Pertencem ao domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo com 119873 pontos

119894 + 119895 + 119896 ndash Corresponde agrave ordem do momento

119891(119909119910 119911) ndash Eacute o volume da esfera unitaacuteria

Atraveacutes da Equaccedilatildeo (254) GROSS e THONNESSEN (2006) conseguiram

descrever algumas relaccedilotildees entre autovalores e as propriedades de superfiacutecies

normais conforme eacute ilustrado com o Quadro 23

57

ESTRUTURA AUTOVALORES

120640120783 120640120784 120640120785

PONTO ISOLADO

0 0 0

PONTO FINAL DE SEGMENTO

DE RETA

1

12= 0083 0 0

LINHA RETA 1

3= 0333 0 0

12 PLANO 1

4= 025

1

4 1 minus

64

91205872 = 00 0

PLANO 1

4= 025

1

4= 025 0

14 PLANO 1

4 1 minus

2

120587 = 009

1

4+

2

120587minus

32

91205872= 00 0

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

1

3= 0333

1

8= 0125

1

8minus

8

91205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 3 PLANOS

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 minus

1

120587 = 011

1

6 1 +

2

120587 minus

26

331205872= 003

INTERSECcedilAtildeO DE 2 PLANOS

Agrave 30deg 025 01875 001747

QUADRO 23 ndash Propriedades de superfiacutecies normais obtidas com autovalores FONTE GROSS e THOENNESSEN (2006)

Os autovalores do Quadro 23 foram determinados analiticamente a partir da

Equaccedilatildeo (254) e podem ser utilizados como referecircncia para a estimaccedilatildeo da forma

das superfiacutecies que compotildeem a estrutura dos objetos

Restringindo a ordem dos momentos com 119894 + 119895 + 119896 le 2 pode-se calcular o

centro de gravidade da superfiacutecie conforme a Equaccedilatildeo (255) e os elementos da

119872119881119862 podem serem obtidos atraveacutes da Equaccedilatildeo (256)

119909 =119898100

119898000 119910 =

119898010

119898000 119911 =

119898001

119898000 (255)

58

119898 119894119895119896 = 119909119894 minus 119909 119894 119910 minus 119910 119895 119911 minus 119911 119896119891(119909119910 119911)119889119907119881

(256)

Os momentos de 2ordf ordem normalizados para os pontos 3D em um domiacutenio

discreto podem ser calculados atraveacutes da Equaccedilatildeo (257)

119898 119894119895119896 = 119909119897minus119909

119894 119910119897minus119910 119895 119911119897minus119911

119896119873119897=1

119877119894+119895+119896119873 (257)

onde

119898 119894119895119896 ndash Momentos de 2ordf ordem para os pontos 3D

119873 ndash Nuacutemero de pontos da amostra no domiacutenio contiacutenuo da funccedilatildeo

119877 ndash Raio da esfera unitaacuteria considerada para seleccedilatildeo de pontos

Desta forma os valores calculados para os momentos natildeo satildeo influenciados

pelo nuacutemero de pontos unidade fiacutesica das medidas ou peso dos elementos da 119872119881119862

Utilizando momentos de 2ordf ordem a 119872119881119862 pode ser obtida atraveacutes da Equaccedilatildeo

(258)

119872119881119862 =

119898 200 119898 110 119898 101

119898 110 119898 020 119898 011

119898 101 119898 011 119898 002

(258)

O caacutelculo dos autovalores 120582119894 e autovetores 119890 119894 com 119894 = 123 eacute variaacutevel para

cada ponto do conjunto de observaccedilotildees Sendo assim as classes de valores

geradas por GROSS e THONNESSEN (2006) com objetivo de modelar superfiacutecies

com padratildeo planar foram agraves seguintes

O primeiro autovalor 1205821 foi definido constante e igual a 025

O segundo autovalor 1205822 varia de 0125 agrave 025

O terceiro autovalor 1205823 varia de 0 agrave 0125

Com a aproximaccedilatildeo teoacuterica dos valores contidos no Quadro 24 JUTZI e

GROSS (2009) mostraram a possibilidade de determinar matematicamente

inclinaccedilotildees entre as superfiacutecies para os acircngulos de 0ordm 30ordm e 90ordm No entanto

quando satildeo utilizados dados reais para representar as superfiacutecies pequenas

variaccedilotildees nestes valores podem ser percebidas Um exemplo eacute que o terceiro

59

autovalor 1205823 natildeo teraacute valor igual a zero mesmo em uma superfiacutecie plana Isto ocorre

por haverem pequenos desvios entre os pontos desta superfiacutecie que satildeo causados

por ruiacutedo presente no conjunto de dados reais Este fato pode ser observado

calculando o terceiro autovalor que seraacute um valor positivo pequeno mas diferente

de zero Com isto quanto mais proacuteximo de zero o terceiro autovalor 1205823 maior seraacute o

indicativo que a superfiacutecie eacute plana conforme ilustrado com a Figura 224

FIGURA 224 ndash Inclinaccedilotildees de superfiacutecies determinadas por autovalores

FONTE JUTZI e GROSS (2009)

60

211 ALGORITMO DE DESLOCAMENTO PELA MEacuteDIA

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia (Mean Shift) pode ser utilizado no

reconhecimento de padrotildees para a segmentaccedilatildeo de imagens A densidade de

pontos vizinhos em relaccedilatildeo a um ponto central pode ser estimada com a meacutedia do

conjunto de dados discretos A anaacutelise espacial de atributos eacute utilizada neste

contexto com o objetivo de extrair informaccedilotildees Para isto utiliza a vizinhanccedila de um

ponto na imagem Com os atributos definidos pode-se encontrar o centro das

regiotildees com as maiores densidades que representam caracteriacutesticas significativas

dos objetos presentes na imagem

Para realizar a anaacutelise espacial de atributos e obterem-se resultados

satisfatoacuterios deve-se reduzir o volume de dados ateacute que se tenham apenas as

caracteriacutesticas significativas distribuiacutedas em um sistema de coordenadas contiacutenuo O

conteuacutedo do espaccedilo de atributos deve ser passiacutevel de modelagem atraveacutes de uma

amostragem com distribuiccedilatildeo multivariada de probabilidade Devido a este

pressuposto eacute necessaacuterio verificar se a condiccedilatildeo de normalidade dos dados eacute

satisfeita em aplicaccedilotildees estatiacutesticas tradicionais que utilizam testes parameacutetricos

Em outras aplicaccedilotildees podem-se utilizar meacutetodos estatiacutesticos natildeo

parameacutetricos com menos restriccedilotildees sobre o comportamento dos dados como por

exemplo natildeo se preocupar com o tipo de distribuiccedilatildeo para as variaacuteveis aleatoacuterias O

conceito de Kernel pode ser empregado em meacutetodos natildeo parameacutetricos para a

estimativa de propriedades Esta eacute uma funccedilatildeo estatiacutestica contiacutenua simeacutetrica e com

limite superior e inferior de integraccedilatildeo definidos cuja integraccedilatildeo resulta na unidade

por conveniecircncia O Kernel atua na imagem como uma janela de convoluccedilatildeo

suavizando as caracteriacutesticas dos pontos analisados (MACHADO 2006)

De acordo com COMANICIU e MEER (2002) o algoritmo de deslocamento

pela meacutedia eacute uma ferramenta versaacutetil para anaacutelises espaciais de feiccedilotildees presentes

em amostras Utiliza o Kernel para a estimaccedilatildeo da densidade dos elementos no

conjunto de dados tendo como referecircncia um ponto fixo na regiatildeo central da

amostra Dado um conjunto de pontos 120169119894=1hellip119899 em um espaccedilo 119877 com dimensatildeo 119889 o

estimador de densidade multivariada por Kernel 119870(120169) e a matriz de paracircmetros 119867

com bandas de dimensatildeo 119889 pode ser calculada com os pontos 120169 Com estes

61

paracircmetros definidos a funccedilatildeo para estimar a densidade multivariada no ponto 120169 eacute

expressa com a Equaccedilatildeo (259)

119891 (120169) =1

119899 119870119867 120169 minus 120169119894 119899119894=1 (259)

119870119867(120169) = 119867 minus1

2119870(119867minus1

2120169) (260)

O Kernel 119870(120169) com dimensatildeo 119889 eacute uma funccedilatildeo para a anaacutelise da densidade

da vizinhanccedila dos pontos expressa atraveacutes das Equaccedilotildees (261) e (262)

119870(120169)119877119889

119889120169 = 1 lim 119909 rarrinfin 120169 119889 119870 120169 = 0 (261)

119909119870(120169)119889120169119877119889

= 0 120169120169119879119870(120169)119889120169119877119889

= 119888119870119868 (262)

Onde 119888119870 eacute uma constante A partir do Kernel univariado 1198701 119909 o Kernel

multivariado pode ser calculado de duas maneiras conforme as Equaccedilotildees (263) e

(264)

119870119875 120169 = 1198701 119909119894 119889119894=1 (263)

119870119878 120169 = 119886119896 1198891198701( 120169119894 ) (264)

Onde 119870119875(120169) eacute obtido com o produto dos Kernels univariados e 119870119878(120169) eacute

obtido rotacionando 1198701(119909) no espaccedilo 119877119889 o que faz 119870119878(120169) ser radialmente simeacutetrico

A constante 119886119896 119889minus1 = 1198701 120169 1198891201691198774

com 119870119878(119909) integrado de 0 agrave 1 O Kernel

radialmente simeacutetrico eacute de interesse em anaacutelises espaciais de imagens desde que

satisfaccedila a condiccedilatildeo da Equaccedilatildeo (265)

119870 119909 = 119888119896 119889119896( 120169 2) (265)

Neste caso define-se a funccedilatildeo de cada elemento do Kernel 119896 119909 para 119909 ge 0

A constante de normalizaccedilatildeo 119888119896 119889 pode ser calculada integrando 119870 120169 de 0 a 1

assumindo-se que eacute positiva A estimaccedilatildeo pode ser parametrizada com a matriz

diagonal de bandas do Kernel 119867 = 1198932119868 = 119889119894119886119892 11989312hellip 119893119889

2 onde 119868 eacute a matriz

identidade com dimensatildeo 119889 Esta matriz apresenta a vantagem de ser determinada

62

utilizando como uacutenico paracircmetro o nuacutemero de bandas 119893 ge 0 do Kernel Empregando

paracircmetros com o nuacutemero de bandas 119893 e dimensatildeo 119899 o estimador de densidade por

Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (266)

119891 (120169) =1

119899119893119889 119870119867

120169minus120169119894

119893 119899

119894=1 (266)

A qualidade do estimador de densidade por Kernel pode ser analisada

atraveacutes do erro meacutedio quadraacutetico entre a densidade real e a estimada Na praacutetica

somente a aproximaccedilatildeo assintoacutetica das medidas pode ser calculada (AMISE ndash

Asymptotic Mean Integrated Square Error) Para os Kernels multivariados o erro

meacutedio quadraacutetico AMISE eacute minimizado utilizando o Kernel de Epanechnikov

(COMANICIU e MEER 2002)

119896119864 119909 = 1 minus 119909 0 le 119909 le 1

0 119909 gt 0 (267)

119870119864 120169 = 1

2119888119889

minus1 119889 + 2 (1 minus 120169 2) 120169 le 1

0 119888119886119904119900 119888119900119899119905119903aacute119903119894119900 (268)

Onde 119888119889 eacute o volume de uma esfera com raio unitaacuterio e com dimensatildeo 119889 O

elemento do Kernel 119896119873 119909 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (269)

119896119873 119909 = exp minus1

2119909 119909 ge 0 (269)

Para o Kernel multivariado calculado com a Equaccedilatildeo (269) um Kernel

normal 119870119873 pode ser calculado utilizando a Equaccedilatildeo (270)

119870119873 120169 = (2120587)minus1198892exp minus1

2 120169 2 (270)

Sendo o Kernel normal simeacutetrico e admitido finito Para a anaacutelise espacial de

imagens estas duas formas de calcular o Kernel satildeo suficientes e os resultados

obtidos com estas condiccedilotildees impostas satildeo satisfatoacuterios O estimador de densidade

por Kernel da Equaccedilatildeo (259) pode ser reescrito conforme a Equaccedilatildeo (271)

63

119891 119893 119870(120169) =119888119896 119889

119899119893119889 119896

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (271)

Para anaacutelise de feiccedilotildees espaciais primeiramente deve-se calcular a

densidade do conjunto de dados e verificar o seu comportamento espacial Isto pode

ser feito calculando o gradiente da funccedilatildeo de densidade 119891(120169) igual a zero nabla119891 120169 = 0

O algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute uma maneira de localizar estes zeros

para estimar a densidade do conjunto de observaccedilotildees Calculando o gradiente da

funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (271) pode-se estimar a densidade atraveacutes da

Equaccedilatildeo (272)

nabla 119891119893 119870(120169) equiv2119888119896 119889

119899119893119889+2 (120169 minus 120169119894)119896prime

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (272)

Substituindo 119896prime pela funccedilatildeo 119892(119909) conforme expresso com a Equaccedilatildeo (273)

119892 119909 = 119896prime(119909) (273)

Assumindo que a derivada do Kernel 119896 exista para o conjunto finito de

pontos 119909 isin [0infin) O Kernel 119866(119909) com seus elementos 119892(119909) pode ser definido atraveacutes

da Equaccedilatildeo (274)

119866 119909 = 119888119892 119889119892( 120169 2) (274)

Onde 119888119892119889 corresponde a uma constante de normalizaccedilatildeo O Kernel 119866 119909

pode ser considerado uma aproximaccedilatildeo do Kernel 119870(119909) dependendo do contexto

em que seraacute empregado De forma similar o Kernel de Epanechnikov eacute uma

simplificaccedilatildeo do Kernel uniforme da esfera unitaacuteria com dimensatildeo 119889 Introduzindo

119892(119909) na Equaccedilatildeo (272) tem-se a Equaccedilatildeo (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 120169 minus 120169119894 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (275)

nabla 119891119893 119870 120169 =2119888119896 119889

119899119893119889+2 119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 ∙

120169119894119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

(276)

64

119892 120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (277)

Considerando que o resultado da funccedilatildeo expressa com a Equaccedilatildeo (277) eacute

um nuacutemero positivo O primeiro termo da Equaccedilatildeo (276) eacute proporcional agrave densidade

estimada calculada para 120169 com o Kernel 119866 conforme Equaccedilatildeo (271) e expresso

agora em funccedilatildeo de 119892(119909) atraveacutes da Equaccedilatildeo (278)

119891119893 119866 120169 =119888119892 119889

119899119893119889 119892

120169minus120169119894

119893

2

119899119894=1 (278)

O segundo termo da Equaccedilatildeo (276) corresponde ao algoritmo de

deslocamento pela meacutedia conforme Equaccedilatildeo (279)

119898119893 119866 120169 = 120169119894119892

120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

119892 120169minus120169119894119893

2 119899

119894=1

minus 120169 (279)

A Equaccedilatildeo (279) representa a diferenccedila entre as meacutedias ponderadas

utilizando o Kernel 119866 para os pesos e o centro da janela de convoluccedilatildeo em 120169 A

partir das Equaccedilotildees (276) (278) e (279) chega-se as Equaccedilotildees (280) e (281)

nabla 119891119893 119870 120169 = 119891 119893 119866 120169 2119888119896 119889

1198932119888119892 119889119898119893 119866 120169 (280)

119898119893 119866 120169 =1

21198932119888nabla

119891 119893 119870 120169

119891 119893 119866 120169 (281)

Para a posiccedilatildeo 120169 o vetor de deslocamento pela meacutedia calculado com Kernel

119866 eacute proporcional agrave estimaccedilatildeo de densidade normalizada obtida resolvendo a funccedilatildeo

com gradiente igual a zero e Kernel 119870 Eacute a normalizaccedilatildeo da densidade estimada em

119909 calculada com o Kernel 119866

O vetor de deslocamento pela meacutedia aponta na direccedilatildeo de maacuteximo

crescimento da densidade do conjunto de dados A estimaccedilatildeo da densidade de

pontos com mesma caracteriacutestica eacute obtida atraveacutes de interaccedilotildees com sucessivos

caacutelculos do vetor de deslocamento pela meacutedia 119898119893 119866 120169 e translaccedilotildees do Kernel 119866(119909)

sobre a imagem Isto garante a convergecircncia ao redor do ponto de interesse

65

utilizando a Equaccedilatildeo (281) com gradiente igual a zero Regiotildees com baixa

densidade de observaccedilotildees natildeo satildeo interessantes para anaacutelises espaciais com o

algoritmo de deslocamento pela meacutedia pois muitas iteraccedilotildees seriam necessaacuterias

para obtenccedilatildeo de resultados pouco satisfatoacuterios De forma anaacuteloga em locais com

densidade maacutexima poucas iteraccedilotildees satildeo necessaacuterias e a anaacutelise pode atingir bons

resultados (COMANICIU e MEER 2002)

Imagens satildeo representadas matematicamente na forma de matrizes onde

cada posiccedilatildeo da matriz eacute ocupada por vetores com dimensatildeo 119901 onde 119901 = 1 no caso

de imagens em niacuteveis de cinza ou coloridas e 119901 ge 2 no caso de imagens

multiespectrais O posicionamento de cada pixel na matriz imagem estaacute contido no

domiacutenio espacial (Spatial domain) enquanto o valor digital do pixel faz parte do

domiacutenio de caracteriacutesticas da imagem (Range domain) assumindo-se estes

domiacutenios como espaccedilos euclidianos Deste modo o Kernel multivariado pode ser

definido como o produto de dois Kernels radialmente simeacutetricos em um espaccedilo

euclidiano calculado com um paracircmetro de cada domiacutenio atraveacutes da Equaccedilatildeo

(282)

119870119893119904119893119903(119909) =119862

1198931199042119893119903

119901 119896 120169119904

119893119904

2

119896 120169119903

119893119903

2

(282)

onde

120169119904 ndash Corresponde ao domiacutenio espacial

120169119903 ndash Corresponde ao domiacutenio de caracteriacutesticas

119896(119909) ndash Elemento da funccedilatildeo calculado em ambos os domiacutenios

119893119904 119893119903 ndash Paracircmetros das bandas de cada domiacutenio do Kernel empregado

119862 ndash Constante de normalizaccedilatildeo entre as bandas

Na praacutetica o Kernel de Epanechnikov tambeacutem conhecido por Kernel normal

atinge resultados satisfatoacuterios O usuaacuterio deve escolher apenas os paracircmetros das

bandas 119893 = 119893119904 119893119903 e a quantidade miacutenima 119867 de pixels das regiotildees segmentadas na

imagem determinando assim a resoluccedilatildeo na estimaccedilatildeo da densidade A Figura 225

ilustra um exemplo de segmentaccedilatildeo realizada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia sobre uma imagem em niacuteveis de cinza

66

FIGURA 225 ndash Imagem segmentada FONTE COMANICIU e MEER (2002)

A segmentaccedilatildeo de imagens atraveacutes do algoritmo de deslocamento pela

meacutedia foi implementada no software EDISON (Edge Detection and Image

SegmentatiON System) desenvolvido pela Universidade RUTGER de New Jersey

Este software aleacutem da segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

realiza uma filtragem preservando as descontinuidades e detectando os limites dos

objetos contidos na imagem atraveacutes de uma funccedilatildeo gradiente (CHRISTOUDIAS et

al 2002)

67

3 MATERIAIS

Neste trabalho foram utilizadas imagens TOF obtidas com a cacircmara PMD

CamCube 20 que fornece dados de distacircncia e intensidade sob forma de matrizes

de imagem Para realizar os experimentos foram obtidos trecircs conjuntos de imagens

De um gabarito com a forma de um tabuleiro de xadrez para realizar

o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

De uma parede branca com padratildeo planar para anaacutelise de ruiacutedos e

distorccedilotildees geomeacutetricas das imagens e

Do objeto de estudo uma caixa de papelatildeo com superfiacutecies planas e

brancas

Para o processamento das imagens TOF foi utilizado um microcomputador

do laboratoacuterio de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto Departamento de

Geomaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute com as seguintes caracteriacutesticas

Processador Intelreg Coretrade2 Duo 293GHz

Capacidade do disco riacutegido de 320GB

Memoacuteria principal de 2GB

68

4 MEacuteTODOS

Neste capitulo descreve-se o desenvolvimento metodoloacutegico do presente

trabalho de pesquisa para a aquisiccedilatildeo e processamento da imagem TOF Esta

imagem eacute composta por dois arquivos O primeiro arquivo conteacutem informaccedilatildeo de

intensidade de retorno do sinal captado com iluminaccedilatildeo infravermelha O segundo

arquivo conteacutem informaccedilatildeo de distacircncia (range) para cada pixel gerado com o

sensor da cacircmara TOF

Considerando que as imagens TOF podem apresentar ruiacutedo em funccedilatildeo das

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo e da natureza das superfiacutecies dos objetos estudos para a

reduccedilatildeo do ruiacutedo foram efetuados Para isto utilizaram-se janelas na regiatildeo central

da imagem ao redor do pixel com coordenadas de imagem (102 102) As filtragens

foram realizadas em aacutereas que circundam este pixel central

Apoacutes a anaacutelise do tempo de integraccedilatildeo na aquisiccedilatildeo da imagem

determinaram-se POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara Os POI

permitiram corrigir a geometria dos dados da imagem TOF Esta correccedilatildeo eacute

necessaacuteria devido agraves distorccedilotildees causadas pelo sistema de lentes da cacircmara

A etapa seguinte consistiu na segmentaccedilatildeo da imagem TOF onde duas

metodologias foram avaliadas

1) Segmentaccedilatildeo do conjunto de dados por crescimento de regiotildees no

espaccedilo tridimensional utilizando pontos semente escolhidos no arquivo de

intensidades da imagem TOF como referecircncia para o posicionamento (119883119884) dos

pontos com distacircncia (119885)

2) Segmentaccedilatildeo utilizando a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores ao

longo do arquivo de distacircncias da imagem TOF Realizada para a geraccedilatildeo de uma

imagem com bordas intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia e projeccedilatildeo ortogonal dos pontos

pertencentes agraves aacutereas segmentadas As superfiacutecies segmentadas foram entatildeo

separadas atraveacutes do conjunto de pontos 3D

O passo seguinte consistiu no caacutelculo das coordenadas tridimensionais dos

pontos dos objetos imageados a partir da informaccedilatildeo de distacircncia das coordenadas

dos piacutexeis na imagem de intensidade e dos POI Com isto gerou-se a nuvem de

pontos 3D e tornou-se possiacutevel a modelagem tridimensional das superfiacutecies do

69

objeto de estudo sendo tambeacutem avaliado o resultado obtido A Figura 41 apresenta

as etapas realizadas no processamento das imagens TOF com as duas propostas

de metodologia para a etapa de segmentaccedilatildeo

FIGURA 41 ndash Processamento da imagem TOF

41 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

A calibraccedilatildeo foi realizada com o objetivo de determinar os Paracircmetros de

Orientaccedilatildeo Interior (POI) da cacircmara Estes paracircmetros possibilitam a reconstruccedilatildeo

do feixe perspectivo que gerou a imagem para o instante em que foi captada

permitindo a correccedilatildeo de sua geometria (ANDRADE 1998)

Com o processo de Orientaccedilatildeo Interior satildeo obtidos os seguintes POI

distacircncia focal calibrada (119891119888 ) posiccedilatildeo do Ponto Principal (1199090 1199100) na imagem

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica (119870111987021198703) Distorccedilatildeo Descentrada (11987511198752) e os

paracircmetros que indicam falta de afinidade do sensor (119860119861)

IMAGEM TOF

CORRECcedilOtildeES GEOMEacuteTRICAS COM POI

ARQUIVO DE INTENSIDADES

SUPERFIacuteCIE SEMENTE

CRESCIMENTO DE REGIOtildeES COM PONTO SEMENTE

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

ARQUIVO DE DISTAcircNCIAS

IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS VARIACcedilAtildeO LOCAL DE AUTOVALORES

SEGMENTACcedilAtildeO DA IMAGEM COM BORDAS INTENSIFICADAS

PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL

NUVEM DE PONTOS 3D

MODELAGEM 3D DAS SUPERFIacuteCIES

70

Os POI obtidos com o processo de calibraccedilatildeo possibilitam realizar correccedilotildees

geomeacutetricas nos arquivos de intensidades e distacircncias das imagens TOF Com a

calibraccedilatildeo objetiva-se corrigir as distorccedilotildees ocorridas na passagem do raio de luz

pelo sistema de lentes ateacute atingir o plano focal Este erro ocorre pela impossibilidade

na construccedilatildeo de um sistema de lentes perfeito para a cacircmara A correccedilatildeo dos erros

sistemaacuteticos da cacircmara eacute realizada no plano da imagem no ponto onde uma linha

reta passante pelo ponto nodal anterior do sistema de lentes eacute ortogonal a este

plano

O meacutetodo de calibraccedilatildeo fotogrameacutetrica eacute o tradicionalmente utilizado na

determinaccedilatildeo dos POI em Ciecircncias Geodeacutesicas Para isto necessita de pontos de

apoio com coordenadas tridimensionais conhecidas na superfiacutecie de objetos com

correspondentes coordenadas bidimensionais observadas na imagem Relaciona-se

a informaccedilatildeo 3D da cena com a informaccedilatildeo 2D da imagem atraveacutes das equaccedilotildees de

colinearidade fazendo-se uma correspondecircncia entre a posiccedilatildeo dos pontos de

referecircncia 3D e os mesmos pontos reconhecidos na imagem 2D Esta calibraccedilatildeo

pode ser realizada de forma eficiente desde que sejam utilizadas teacutecnicas e campos

de calibraccedilatildeo apropriados para cada tipo de cacircmara e aplicaccedilatildeo que se destina a

imagem Outra teacutecnica que pode ser utilizada para a Orientaccedilatildeo Interior das imagens

eacute conhecida como auto-calibraccedilatildeo na qual natildeo haacute necessidade de pontos com

coordenadas conhecidas no espaccedilo objeto (ZHANG 2000)

A Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica eacute a parcela de refraccedilatildeo natildeo desejaacutevel que um

feixe luminoso sofre ao atravessar um sistema de lentes A Distorccedilatildeo Descentrada eacute

composta pelas distorccedilotildees Tangencial e Radial Assimeacutetrica Eacute causada pela

impossibilidade de alinhar-se perfeitamente o eixo oacuteptico do sistema de lentes que

compotildee a objetiva Correccedilotildees para estas distorccedilotildees podem ser feitas atraveacutes da

Equaccedilatildeo (41) Maiores detalhes podem ser vistos em Andrade (1998)

119909prime119910prime =

119909119910

119900119887119904minus

1199090

1199100 minus

120575119909120575119910 119903119886119889

minus 120575119909120575119910 119889119890119904

minus 120575119909120575119910 119886

(41)

71

onde

119909prime119910prime 119879 ndash Coordenadas corrigidas no sistema referencial de imagem

119909 119910 119900119887119904119879 ndash Coordenadas de imagem observadas

1199090 1199100 119879ndash Coordenadas do PP no sistema referencial de imagem

120575119909 120575119910 119903119886119889119879 ndash Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

120575119909 120575119910 119889119890119904119879 ndash Distorccedilatildeo Descentrada

120575119909 120575119910 119886119879 ndash Distorccedilatildeo causada pela falta de afinidade entre os eixos do

sensor

Andrade (1998) ilustra algumas correccedilotildees necessaacuterias para as imagens

utilizadas em Fotogrametria e mostra a influencia dos POI nestas correccedilotildees Um

exemplo eacute a correccedilatildeo da distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica que pode ser realizada atraveacutes

das Equaccedilotildees (42) e (43)

120575119909119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119909 (42)

120575119910119903119886119889 = (1199032 ∙ 1198701 + 1199034 ∙ 1198702 + 1199036 ∙ 1198703) ∙ 119910 (43)

onde

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119870111987021198703 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

72

A distacircncia 119903 entre o ponto com coordenadas na imagem e o Ponto Principal

pode ser calculada atraveacutes da Equaccedilatildeo (44)

119903 = 119909 2 + 119910 2 (44)

A Distorccedilatildeo Descentrada pode entatildeo ser corrigida atraveacutes das Equaccedilotildees

(45) e (46)

120575119909119889119890119904 = [1198751 ∙ (1199032 + 2 ∙ 1199092

) + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (45)

120575119910119889119890119904 = [2 ∙ 1198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ (r2 + 2 ∙ 119910 2)] ∙ (1 + 1198753 + r2 + ⋯ ) (46)

onde

119875111987521198753 ndash Coeficientes de Distorccedilatildeo Descentrada

A diferenccedila de escala dos eixos horizontal e vertical da imagem possiacutevel

natildeo ortogonalidade entre os elementos do sensor pode ser modelada utilizando as

Equaccedilotildees (47) e (48) que introduzem correccedilotildees utilizando os paracircmetros de

afinidade 119860 e 119861 (HABIB e MORGAN 2003)

120575119909119886 = 119860 119909 minus 1199090 + 119861(119910minus1199100) (47)

120575119910119886 = 119861(119910minus1199100) (48)

onde

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

73

A partir da formulaccedilatildeo proposta por Brown (1971) e incluindo os paracircmetros

de afinidade 119860 e 119861 as Equaccedilotildees (49) e (410) possibilitam a correccedilatildeo da imagem

utilizando os coeficientes 119870111987021198703 e 11987511198752

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 1198751 ∙ 1199032 + 2 ∙ 119909

2 + 2 ∙ 1198752 ∙ 119909 ∙ 119910 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119909 119860 + 119910 119861 (49)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4+11987031199036 + ⋯ +

+ 21198751 ∙ 119909 ∙ 119910 + 1198752 ∙ 1199032 + 2119910 2 ∙ 1 + 1198753 ∙ 119903

2 + ⋯ + 119910 119861 (410)

A Equaccedilatildeo (41) ilustra as correccedilotildees necessaacuterias na geometria da imagem

quando objetiva-se a extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas Eacute um modelo jaacute consagrado

na Fotogrametria e bastante aplicado em Ciecircncias Geodeacutesicas Pode ser utilizado

para o entendimento das correccedilotildees necessaacuterias nas imagens devido agraves distorccedilotildees

causadas pelo sistema de lentes da cacircmara e pela falta de afinidade entre os

elementos do sensor Outros modelos matemaacuteticos para correccedilotildees geomeacutetricas de

imagens satildeo utilizados em aacutereas correlatas como a Visatildeo Computacional Com a

precisatildeo requerida em cada aplicaccedilatildeo alguns POI tecircm maior relevacircncia que outros

podendo haver a supressatildeo de alguns A correlaccedilatildeo entre os paracircmetros deve ser

analisada e evitada

As Equaccedilotildees (49) e (410) podem ser simplificadas para realizar apenas as

correccedilotildees utilizando os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198961 e 1198962 e os

paracircmetros de afinidade 119860 e 119861 Estes paracircmetros satildeo os mais significativos para a

correccedilatildeo da imagem obtida com cacircmaras digitais de pequeno formato conforme eacute

expresso atraveacutes das Equaccedilotildees (411) e (412)

119909prime = 119909 + 119909 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119909 119860 + 119910 119861 (411)

119910prime = 119910 + 119910 ∙ 11987011199032+1198702119903

4 + 119910 119861 (412)

74

onde

119909119910 ndash Coordenadas dos pontos com distorccedilotildees no sistema referencial

fotogrameacutetrico projetado na imagem

119909 = (119909 minus 1199090)

119910 = (119910 minus 1199100)

11990901199100 ndash Coordenadas do Ponto Principal

119860119861 ndash Paracircmetros de afinidade

Cacircmaras digitais de pequeno formato apresentam principalmente a

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica causada pelo sistema de lentes sendo os coeficientes 1198961

e 1198962 os mais significativos Os paracircmetros de afinidade entre os eixos da imagem 119860

e 119861 tambeacutem podem ser considerados para a correccedilatildeo das imagens obtidas

dependendo da precisatildeo com que o sensor da cacircmara foi construiacutedo pelo fabricante

Alguns softwares calculam os POI de forma raacutepida com soluccedilatildeo aproximada

e dependendo da aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem podem ser utilizados sem

maiores restriccedilotildees Um deles eacute o Toolbox CALIB para Matlab utiliza o algoritmo

proposto por Zhang (2000) Este meacutetodo consiste em determinar os POI da cacircmara

tomando diferentes imagens de um gabarito com quadrados pretos e brancos

similar a um tabuleiro de xadrez fixado em uma superfiacutecie riacutegida e com padratildeo

planar Devem ser obtidas imagens do gabarito variando a posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da

cacircmara natildeo sendo necessaacuterio conhecer a trajetoacuteria do seu movimento para a

determinaccedilatildeo dos POI Este algoritmo possibilita o caacutelculo dos POI da cacircmara de

forma aproximada atraveacutes de sucessivas iteraccedilotildees Para sua utilizaccedilatildeo eacute necessaacuterio

conhecer a dimensatildeo dos quadrados do gabarito e indicar os pontos posiccedilotildees dos

veacutertices que seratildeo utilizados como pontos de referecircncia

No algoritmo proposto por Zhang um vetor de pontos 2D eacute denotado por

119898 = [119906 119907]119879 e um vetor de pontos 3D por 119872 = [119883119884119885]119879 De forma similar pode-se

aumentar estes vetores adicionando uma linha com valor igual a 1 sendo os vetores

aumentados 119898 = [119906 119907 1]119879 e 119872 = [119883119884119885 1]119879 A colinearidade entre o ponto no

espaccedilo objeto centro perspectivo e o ponto no espaccedilo imagem eacute utilizada para

75

estabelecer a relaccedilatildeo entre os pontos 3D contidos no vetor 119872 e os pontos na

imagem 2D contidos no vetor 119898 conforme a Equaccedilatildeo (413)

119904119898 = 119860[119877 119905]119872 (413)

onde

119904 ndash Fator de escala

119877 119905 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior (POE) compostos por elementos de

rotaccedilatildeo e translaccedilatildeo que relacionam as coordenadas obtidas no sistema 3D do

espaccedilo objeto com o sistema de coordenadas 2D da imagem

119860 ndash Eacute a matriz com os POI da cacircmara Apresenta as coordenadas 1199060 e 1199070 do

PP 119864120572 e 119864120573 satildeo os fatores de escala na imagem com eixos 119906 e 119907 O paracircmetro 120574

descreve a falta de ortogonalidade entre os eixos do sistema referencial da imagem

A matriz 119860 eacute expressa atraveacutes da Equaccedilatildeo (414)

119860 = 119864120572 120574 1199060

0 119864120573 1199070

0 0 1

(414)

Comparando as Equaccedilotildees (411) e (412) com o modelo proposto por Zhang

expresso atraveacutes da Equaccedilatildeo (413) tecircm-se as seguintes correspondecircncias

119860 e 119861 satildeo os paracircmetros de afinidade das Equaccedilotildees (411) e (412)

que correspondem aos fatores de escala 119864120572 e 119864120573 da Equaccedilatildeo (413)

Sendo que o paracircmetro 120574 acircngulo entre os eixos da imagem pode ser

calculado a partir destes fatores de escala

1199090 e 1199100 satildeo as coordenadas do Ponto Principal expressas com as

Equaccedilotildees (411) e (412) que tem suas correspondecircncias nas

coordenadas 1199060 e 1199070 da Equaccedilatildeo (413)

O caacutelculo dos POI pode ser entatildeo ser realizado atraveacutes da Equaccedilatildeo (415)

119898119894119895 minus119898 119860119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (415)

76

onde

119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 ndash Eacute a projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 sobre a imagem 119894

119877119894 ndash Eacute o vetor de rotaccedilatildeo com paracircmetros 119903

O algoritmo proposto por Zhang (2000) utiliza somente os dois primeiros

termos de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica para a correccedilatildeo da imagem atraveacutes dos

coeficientes 1198961 e 1198962 conforme Equaccedilotildees (416) e (417) Cacircmaras digitais de

pequeno formato normalmente apresentam distorccedilotildees de lentes significantes

especialmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica A funccedilatildeo de distorccedilatildeo eacute fortemente

influenciada pelos componentes radiais principalmente o primeiro termo 1198961 Dadas

as coordenadas de uma imagem (119906 119907) consideradas livres de distorccedilatildeo e as

correspondentes coordenadas de imagem observadas (119906 119907 ) consegue-se projetar

os pontos atraveacutes da relaccedilatildeo de colinearidade entre eles De forma similar (119909119910) satildeo

as coordenadas de imagem consideradas livres de distorccedilatildeo e (119909 119910 ) as coordenadas

que possuem distorccedilatildeo Estas coordenadas tecircm suas escalas compatibilizadas

atraveacutes de uma normalizaccedilatildeo

119909 = 119909 + 119909 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (416)

119910 = 119910 + 119910 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (417)

onde

11989611198962 ndash Satildeo os coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica O centro desta

distorccedilatildeo encontra-se no Ponto Principal projetado na imagem

Com 119906 = 1199060 + 119886119909 + 120574119910 e 119907 = 1199070 + 120573119910 e assumindo 120574 = 0 em uma imagem

que tem os eixos perpendiculares tem-se a relaccedilatildeo expressa com as Equaccedilotildees

(418) e (419)

119906 = 119906 + 119906 minus 1199060 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (418)

119907 = 119907 + 119907 minus 1199070 1198961 1199092 + 1199102 + 1198962 119909

2 + 1199102 2 (419)

Uma opccedilatildeo para estimar os coeficientes 1198961 e 1198962 eacute feita atraveacutes de

sucessivas iteraccedilotildees utilizando as coordenadas 119906 e 119907 dos piacutexeis considerados

77

isentos de erro Com isto tecircm-se duas expressotildees para os pontos da imagem

conforme a Equaccedilatildeo (420)

119906 minus 1199060 119909

2 + 1199102 119906 minus 1199060 1199092 + 1199102 2

119907 minus 1199070 1199092 + 1199102 119907 minus 1199070 119909

2 + 1199102 2 1198961

1198962 =

119906 minus 119906119907 minus 119907

(420)

Dados 119898 pontos em 119899 imagens podemos obter 2 ∙ 119898 ∙ 119899 equaccedilotildees Na forma

matricial 119863119896 = 119889 onde 119896 = 1198961 1198962 119879 A soluccedilatildeo deste sistema de equaccedilotildees eacute

possiacutevel pelo meacutetodo dos miacutenimos quadrados conforme a Equaccedilatildeo (421)

119896 = 119863119879119863 minus1119863119879119889 (421)

Uma vez que 1198961 e 1198962 foram calculados pode-se refinar a estimaccedilatildeo dos

outros paracircmetros resolvendo novamente a Equaccedilatildeo (415) substituindo os valores

de 119898 119860119877119894 119905119894 119872119894 pelos valores calculados com as Equaccedilotildees (418) e (419)

A estimaccedilatildeo do conjunto completo de POI pode ser expressa atraveacutes da

Equaccedilatildeo (422)

119898119894119895 minus119898 1198601198961 1198962119877119894 119905119894 119872119895 2119898

119895=1119899119894=1 (422)

onde

119898 119860 11989611198962119877119894 119905119894 119872119895 - Eacute funccedilatildeo da projeccedilatildeo do vetor do ponto 119872119895 na imagem

119894 de acordo com a Equaccedilatildeo (413)

Com este meacutetodo no miacutenimo duas imagens devem ser adquiridas com

orientaccedilotildees diferentes se os elementos sensores da cacircmara forem quadrados

Zhang (2000) recomenda a aquisiccedilatildeo de pelo menos cinco imagens para obter

melhores resultados com o processo de calibraccedilatildeo Sendo assim os passos para

realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara utilizando este meacutetodo satildeo

1 Imprimir o gabarito e fixaacute-lo em uma superfiacutecie plana e riacutegida

2 Tomar imagens do gabarito com diferentes orientaccedilotildees variando a

posiccedilatildeo e orientaccedilatildeo da cacircmara

78

3 Realizar a leitura das coordenadas dos pontos de controle nas

imagens

4 Estimar os POI e POE utilizando soluccedilatildeo aproximada

5 Refinar todos os paracircmetros incluindo os paracircmetros de distorccedilatildeo de

lentes atraveacutes da Equaccedilatildeo (422)

Os passos 4 e 5 satildeo realizados automaticamente pelo Toolbox CALIB do

software Matlab devendo o usuaacuterio apenas inserir as imagens no software e realizar

as leituras dos veacutertices dos quadrados nas imagens do gabarito

42 ANAacuteLISE DA PRESENCcedilA DE RUIacuteDO

Os piacutexeis saturados causados por exposiccedilatildeo prolongada do sensor na

aquisiccedilatildeo da imagem e tambeacutem os piacutexeis com baixa exposiccedilatildeo devem ser

cuidadosamente analisados na imagem pois tambeacutem podem causar erros nas

medidas de distacircncia devido agrave presenccedila de ruiacutedo Quando o sensor capta o sinal

luminoso existe um limite maacuteximo de saturaccedilatildeo que natildeo pode ser diminuiacutedo

posteriormente

Khongsab (2009) utilizou como paracircmetro principal o tempo de integraccedilatildeo na

captaccedilatildeo da imagem para controlar a saturaccedilatildeo dos piacutexeis Como este tempo eacute

aplicado globalmente ao sensor acaba influenciando os valores digitais dos piacutexeis

da imagem de forma equivalente Alguns apresentam erros devido agrave baixa

exposiccedilatildeo pois com a reduccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo natildeo receberam energia

eletromagneacutetica suficiente para sensibilizar o sensor sendo chamados de piacutexeis

insaturados Estes problemas podem ser minimizados definindo-se tempos de

integraccedilatildeo adequados para a obtenccedilatildeo da imagem TOF

O tratamento do ruiacutedo pode ser realizado com diferentes filtragens na

imagem Com este objetivo foram estudados os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana Outro processo de filtragem realizado foi o caacutelculo da meacutedia dos valores

de distacircncia para diferentes imagens de uma mesma cena com o mesmo tempo de

integraccedilatildeo mas adquiridas em instantes brevemente diferentes

79

421 Filtragem passa-baixas pela meacutedia

O caacutelculo da meacutedia dos valores da vizinhanccedila em torno do pixel de interesse

tem o efeito de suavizar a imagem Este processo conhecido como filtro linear

passa-baixas atenua as altas frequecircncias que no espaccedilo de frequecircncias

correspondem agraves transiccedilotildees raacutepidas Este tipo de variaccedilatildeo caracteriza tambeacutem a

presenccedila de ruiacutedo na imagem A suavizaccedilatildeo tende a minimizar a presenccedila de ruiacutedo

e tecircm o efeito de tornar a imagem menos contrastante O filtro linear passa-baixas

utilizado tem dimensatildeo 3x3 com pesos iguais para os vizinhos Filtros lineares

resultam da convoluccedilatildeo de uma janela moacutevel sobre a imagem A Equaccedilatildeo (423)

representa o modelo matemaacutetico aplicado na filtragem linear passa-baixas pela

meacutedia (CENTENO 2004)

119866 119910 119909 = (119901(119894 119895) ∙ 119868(119910 + 119894 minus 119886 119909 + 119895 minus 119886))119879119895=1

119879119894=1 (423)

onde

119868(119910 119909) ndash Corresponde ao valor do pixel na posiccedilatildeo ldquolinha = 119910rdquo e ldquocoluna = 119909rdquo

119901(119894 119895) ndash Representa o filtro

119879 ndash Tamanho da janela de filtragem

119866(119910 119909) ndash Imagem resultante da filtragem

119886 = 119894119899119905 119879

2 + 1

A Figura 42 Ilustra o filtro linear passa-baixas pela meacutedia a janela central

cinza que estaacute na matriz de uma imagem Este filtro tem dimensatildeo de 3x3 piacutexeis e

atua no valor digital 48 do pixel central O valor digital do pixel apoacutes a filtragem

passa a ser 41222 que corresponde a meacutedia dos valores digitais dos piacutexeis

vizinhos

80

FIGURA 42 ndash Filtragem passa-baixas pela meacutedia

422 Filtragem pela mediana

A filtragem natildeo linear pela mediana consiste na substituiccedilatildeo do valor do pixel

central pelo valor correspondente a mediana da vizinhanccedila Este meacutetodo tambeacutem

suaviza a presenccedila de ruiacutedo A diferenccedila principal em relaccedilatildeo ao filtro da meacutedia eacute

que o filtro da mediana natildeo introduz novos valores na imagem pois substitui o valor

central da vizinhanccedila por um valor jaacute existente na imagem Sendo assim natildeo

degrada as bordas dos objetos de forma extrema A Figura 43 ilustra esta filtragem

que resultaraacute no valor digital 44 para o pixel filtrado que anteriormente apresentava

valor digital 48

FIGURA 43 ndash Filtragem pela mediana

81

423 Filtragem com a meacutedia temporal

A terceira opccedilatildeo eacute a ponderaccedilatildeo dos valores dos piacutexeis ao longo do tempo

Para isto uma seacuterie de imagens foi obtida a partir do mesmo ponto de vista em

instantes diferentes O resultado foi um conjunto de imagens de um uacutenico objeto

desde a mesma perspectiva natildeo sendo a geometria da imagem alterada Assim

cada pixel de uma imagem tem seu equivalente nas outras Assumindo que o ruiacutedo

seja aleatoacuterio eacute esperado que o uso de mais de uma imagem diminua a presenccedila

de ruiacutedo atraveacutes do caacutelculo da meacutedia dos valores observados

A filtragem com a meacutedia temporal eacute ilustrada com a Figura 44 Nesta figura

tem-se a representaccedilatildeo de trecircs imagens com suas matrizes de valores digitais

(Ii=123) e a imagem filtrada (IF) resultante que corresponde a meacutedia das trecircs

imagens originais

FIGURA 44 ndash Filtragem utilizando a meacutedia temporal

82

43 SEGMENTACcedilAtildeO

Com a etapa de segmentaccedilatildeo objetivou-se separar o conjunto de dados em

subconjuntos Estes subconjuntos satildeo compostos por pontos com coordenadas

tridimensionais que descrevem as superfiacutecies de objetos Eacute assumido que estas

superfiacutecies satildeo partes estruturais do objeto a ser identificado Para atingir esta meta

duas alternativas foram desenvolvidas e avaliadas

1) Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

utilizando o arquivo de intensidades da imagem TOF para selecionar a posiccedilatildeo de

pontos ou regiotildees semente sendo o arquivo de distacircncias utilizado para o

crescimento de regiotildees

2) Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores utilizando

somente o arquivo de distacircncias da imagem TOF para gerar uma imagem de

intensidade com bordas intensificadas que posteriormente eacute segmentada em

regiotildees que tecircm seus piacutexeis projetados gerando uma nuvem de pontos 3D destas

superfiacutecies segmentadas A segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com bordas

evidenciadas gerada eacute realizada utilizando o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

431 Crescimento de regiotildees a partir de superfiacutecies planas e ponto semente

O primeiro meacutetodo proposto se baseia no crescimento de regiotildees por

agregaccedilatildeo de elementos adjacentes Este meacutetodo utiliza um criteacuterio de similaridade

para avaliar se um ponto pertence a uma determinada regiatildeo A distacircncia de um

ponto a uma superfiacutecie plana e o valor digital de um pixel em uma imagem satildeo

exemplos de criteacuterios de similaridade que podem ser utilizados (GONZALEZ e

WOODS 2000)

Partindo de um subconjunto de pontos adjacentes que pertencem a uma

superfiacutecie plana o processo consiste em buscar na vizinhanccedila outros pontos que

estejam espacialmente proacuteximos a esta superfiacutecie atendendo ao criteacuterio de

coplanaridade Neste criteacuterio a distacircncia ortogonal do ponto a uma superfiacutecie plana eacute

calculada atraveacutes das coordenadas 3D do ponto sendo este ponto considerado

pertencente agrave superfiacutecie quando estaacute dentro do limiar estabelecido A superfiacutecie

plana eacute determinada atraveacutes do autovetor com menor autovalor do conjunto de

83

pontos 3D a distacircncia ortogonal eacute calculada na direccedilatildeo deste autovetor partindo da

superfiacutecie O processo eacute iterativo de forma que o subconjunto inicial cresce

agregando novos elementos em cada iteraccedilatildeo ateacute atingir os limites da superfiacutecie

quando o criteacuterio de coplanaridade natildeo eacute mais satisfeito

O primeiro problema consiste na identificaccedilatildeo de pontos ou regiotildees semente

para dar iniacutecio ao processo de crescimento Uma opccedilatildeo foi identificar visualmente

regiotildees planas no arquivo de intensidades da imagem TOF e realizar a leitura de

coordenadas de pontos nestas regiotildees A partir das coordenadas destes pontos

selecionados na imagem de intensidade e de suas correspondentes no arquivo de

distacircncias da imagem TOF determinou-se a superfiacutecie plana que mais se aproxima

a esta regiatildeo atraveacutes do caacutelculo de seus autovetores e autovalores esta foi

considerada a superfiacutecie semente

A hipoacutetese baacutesica assume que superfiacutecies planas ou pelo menos partes

delas aparecem como regiotildees uniformes na imagem de intensidade devido agraves

condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo Esta hipoacutetese nem sempre pode ser verificada e

confirmada Por exemplo se a superfiacutecie eacute coberta por tonalidades com padratildeo

irregular de cor entatildeo o plano pode mostrar valores natildeo uniformes na imagem de

intensidade sendo este um caso extremo Em uma situaccedilatildeo real pode ocorrer que

parte da superfiacutecie plana esteja pintada ou contenha manchas que alterem a sua

resposta espectral O mesmo pode ocorrer se houverem sombras projetadas de

outros objetos sobre a superfiacutecie Neste caso poreacutem existem outras regiotildees da

superfiacutecie plana que podem aparecer uniformes na imagem de intensidade e serem

utilizadas como regiatildeo semente

Com base nesta suposiccedilatildeo buscaram-se regiotildees uniformes na imagem de

intensidade e verificou-se a possibilidade de formarem superfiacutecies planas que

pudessem ser utilizadas como sementes no arquivo de distacircncias da imagem TOF

A soluccedilatildeo proposta consiste em segmentar a imagem de intensidade em regiotildees

uniformes com atributos de cor Um limite miacutenimo no tamanho das regiotildees deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na anaacutelise visto que

estas regiotildees pequenas podem representar locais com curvatura

A chave para o crescimento de regiotildees eacute a definiccedilatildeo do grau de pertinecircncia

de cada ponto agrave superfiacutecie plana Para isto eacute utilizado o conceito de distacircncia

miacutenima do ponto a esta superfiacutecie Para pertencer a uma regiatildeo os pontos devem

84

estar dentro do limite de proximidade ou seja a distacircncia entre o ponto e a

superfiacutecie plana natildeo pode superar o limiar fixado

A qualidade deste processo depende de fatores como o estabelecimento de

correspondecircncia entre os pontos precisatildeo na determinaccedilatildeo da superfiacutecie normal

utilizada remoccedilatildeo de erros grosseiros do conjunto de observaccedilotildees e identificaccedilatildeo

da regiatildeo semente

432 Segmentaccedilatildeo por anaacutelise da variaccedilatildeo local de autovalores

Esta abordagem baseia-se na anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores e

autovetores A hipoacutetese baacutesica nesta metodologia foi considerar que ao longo de

uma superfiacutecie plana os autovalores devem apresentar valores similares ou muito

proacuteximos Considerando duas regiotildees adjacentes se estas regiotildees forem

coplanares entatildeo a magnitude relativa de seus autovalores seraacute aproximadamente

igual Se uma destas regiotildees encontra-se em uma borda do objeto os autovetores

seratildeo diferentes A regiatildeo a ser considerada eacute uma janela quadrada em torno do

pixel central Para efetuar esta anaacutelise devem ser calculados os autovalores de uma

regiatildeo em torno de cada pixel no arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes

autovalores satildeo armazenados em matrizes que geram trecircs novas imagens digitais

com as bordas dos objetos intensificadas

Com a Figura 45 Ilustra-se a anaacutelise do arquivo de distacircncias da imagem

TOF realizado com o caacutelculo de seus autovalores As bordas dos objetos presentes

podem ser vistas em evidecircncia satildeo representadas com os maiores valores

85

FIGURA 45 ndash Intensificaccedilatildeo de bordas com autovalores

Os autovalores calculados para cada pixel satildeo normalizados na faixa de 0 a

255 utilizando-se 8 bits Assim estes valores podem ser representados como uma

imagem digital passiacutevel de ser analisada com softwares de processamento A Figura

46 ilustra uma imagem com bordas intensificadas proveniente da segmentaccedilatildeo

realizada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

FIGURA 46 ndash Imagem com bordas intensificadas

86

A imagem produzida pode entatildeo ser segmentada utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Os resultados da segmentaccedilatildeo satildeo regiotildees onde os

autovalores satildeo aproximadamente iguais definindo uma superfiacutecie com padratildeo

planar sendo estas superfiacutecies separadas das regiotildees de bordas

433 Segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

A segmentaccedilatildeo com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia eacute realizada

utilizando a imagem com as bordas dos objetos intensificadas gerada com a

segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF pela anaacutelise da variaccedilatildeo

local dos autovalores

Cada um dos trecircs autovalores calculados gera uma imagem com bordas

intensificadas Sendo assim espera-se que os valores digitais dos piacutexeis nas

superfiacutecies dos objetos sejam similares dentro desta imagem Com isto a

segmentaccedilatildeo proporcionaraacute a seleccedilatildeo das superfiacutecies do objeto

Para realizar a segmentaccedilatildeo da imagem de intensidade com as bordas

intensificadas deve-se escolher os paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) mais adequados para a

segmentaccedilatildeo Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio espacial da imagem 119893119904

domiacutenio de caracteriacutesticas dos piacutexeis 119893119903 e o tamanho miacutenimo 119867 que as aacutereas

segmentadas devem possuir O limite miacutenimo na quantidade de piacutexeis deve ser

fixado para evitar que regiotildees muito pequenas sejam incluiacutedas na segmentaccedilatildeo o

que pode prejudicar esta etapa pois se espera que a imagem seja segmentada com

o menor nuacutemero de regiotildees

87

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

Com o objetivo de calcular os POI o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi

realizado com o Toolbox CALIB do software Matlab que utiliza o meacutetodo proposto

por ZHANG (2000) O gabarito fotografado foi impresso com 7x9 quadrados com

dimensatildeo de 117x117mm Estas imagens foram captadas a uma distacircncia

aproximada de 25 metros da cacircmara Para que houvesse pontos do gabarito sobre

a aacuterea da imagem foram obtidas 36 imagens com diferentes orientaccedilotildees conforme eacute

ilustrado com a Figura 51

FIGURA 51 ndash Imagens do gabarito utilizadas na calibraccedilatildeo da cacircmara

88

A Orientaccedilatildeo Exterior das imagens em relaccedilatildeo agrave cacircmara para a calibraccedilatildeo eacute

ilustrada com a Figura 52 A cacircmara eacute representada com a piracircmide em linhas

vermelhas e a origem do sistema fotogrameacutetrico eacute representada com a interseccedilatildeo

das linhas representadas com a cor azul no veacutertice da piracircmide

FIGURA 52 ndash Orientaccedilatildeo Exterior das fotografias para a calibraccedilatildeo da cacircmara

A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara ocorre de forma mais

intensa nas bordas da imagem sendo a regiatildeo central o local com menor presenccedila

desta distorccedilatildeo A Figura 53 comprova este fato onde os vetores representados

com a cor vermelha partem dos pontos de controle na imagem e indicam a direccedilatildeo e

o sentido em que a distorccedilatildeo aumenta

FIGURA 53 ndash Direccedilatildeo das distorccedilotildees nos pontos da imagem TOF

89

Realizada a leitura das coordenadas dos pontos de controle os POI foram

calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e satildeo apresentados com a

Tabela 51

PARAcircMETROS INICIAIS OBTIDOS COM A LEITURA DAS IMAGENS

PARAcircMETRO VALOR

(piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891) (119891119909) (119891119910 )

285 80288 285 80288

1286113 1286113

Coordenadas do Ponto Principal (1199090)

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100) 10150000 10150000

456750 456750

PARAcircMETROS DETERMINADOS COM A CALIBRACcedilAtildeO DA CAcircMARA

PARAcircMETRO VALOR DESVIO (3σ)

(piacutexeis) (mm) (piacutexeis) (mm)

Distacircncia focal (119891119888) calibrada (119891119909119888 ) (119891119910119888 )

29240511 29364057

1315823 1321383

plusmn 373164 plusmn 335357

plusmn 0167924 plusmn 0150911

Coordenadas do Ponto Principal (1199090119888 )

(Origem no canto superior esquerdo) (1199100119888 ) 10435253 10022287

4695864 4510029

plusmn 320459 plusmn 336886

plusmn 0144207 plusmn 0151599

1198701 -046768 -0021045 plusmn 003106 plusmn 0001398

1198702 060997 0027449 plusmn 013880 plusmn 0006246

1198703 000107 48150e-5

plusmn 000162 plusmn 72900e-5

1198751 000035 19350e-5

plusmn 000204 plusmn 91800e-5

1198752 000000 0000000 plusmn 000000 plusmn 0000000

Erro em pixel (119864119909 )

(119864119910 ) 049340 042754

0022203 0019239

TABELA 51 ndash Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Interior calculados

Com os valores dos POI determinados foram calculados os fatores de escala

dos piacutexeis nas direccedilotildees 119904119909 e 119904119910 conforme as Equaccedilotildees (51) e (52)

119904119909 =119891

119891119909119888=

128119898119898

1315823119898119898= 0972775 (51)

119904119910 =119891

119891119910119888=

128119898119898

1321383119898119898= 0968682 (52)

A partir dos fatores de escala e da dimensatildeo do pixel igual a 45120583119898 das

imagens obtidas com a cacircmara PMD CamCube 20 foi calculado o tamanho efetivo

dos piacutexeis nas direccedilotildees x e y atraveacutes das Equaccedilotildees (53) e (54)

119875119909 = P ∙ 119904119909 = 45120583119898 ∙ 0972775 = 43774875120583119898 cong 44120583119898 (53)

119875119910 = P ∙ 119904119910 = 45120583119898 ∙ 0968682 = 43590690120583119898 cong 44120583119898 (54)

90

Os valores obtidos com as Equaccedilotildees (53) e (54) indicam que os elementos

do sensor podem ser considerados quadrados De acordo com Bazan et al (2009)

quando a diferenccedila de escala entre os lados do piacutexel natildeo eacute fornecida pelo fabricante

da cacircmara o fator de escala calculado para x pode absorver esta diferenccedila

Com a razatildeo entre as distacircncias focais obtidas com a calibraccedilatildeo da cacircmara

pode-se verificar a diferenccedila de escala Para a dimensatildeo do sensor esta diferenccedila

de escala natildeo alcanccedila o tamanho de um pixel conforme Equaccedilatildeo (56)

119863119868119865119864119878119862 =119891119909119888

119891119910119888=

1321383119898119898

1315823119898119898minus 1 = 1004225 minus 1 = 0004225 (55)

119863119868119865119864119878119862 = 0004225 lowast 204 = 08619 lt 1119901119894119909119890119897 (56)

A Equaccedilatildeo (56) indica que a diferenccedila de escala entre os eixos x e y eacute

menor que a dimensatildeo de um pixel isto considerando toda a dimensatildeo da imagem

de 204x204 piacutexeis da cacircmara PMD CamCube 20

Determinados os POI a imagem pode entatildeo ter sua geometria corrigida

conforme eacute ilustrado com a Figura 54b A Figura 54a ilustra a imagem original

obtida do gabarito onde se apresentam curvaturas provenientes da distorccedilatildeo

causada pelo sistema de lentes da cacircmara

FIGURA 54 ndash Correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF

91

Para a correccedilatildeo geomeacutetrica de imagens obtidas com cacircmaras de pequeno

formato Zhang (2000) recomenda utilizar somente os paracircmetros de distacircncia focal

calibrada 119891119888 coordenadas do Ponto Principal no plano da imagem 1199090 e 1199100 e os

coeficientes de Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica ateacute o segundo termo 1198701 e 1198702 Isto porque

este modelo de cacircmara apresenta principalmente a Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica

Outro fator diz respeito ao desvio calculado na determinaccedilatildeo de cada um destes

paracircmetros conforme valores apresentados na Tabela 51 o terceiro paracircmetro de

Distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198703 e os paracircmetros de Distorccedilatildeo Descentrada 1198751 e 1198752

apresentaram valores de desvios maiores do que os proacuteprios paracircmetros devendo

entatildeo serem desconsiderados para a correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem

92

52 EXPERIMENTO 1 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 1 IMAGEM TOF INTEIRA

O objetivo deste experimento consistiu em avaliar a presenccedila de ruiacutedo em

funccedilatildeo do tempo de integraccedilatildeo (TI) na aquisiccedilatildeo das imagens TOF Para sua

realizaccedilatildeo foram utilizadas imagens de uma parede com superfiacutecie plana distante

130m da cacircmara PMD CamCube 20 onde tambeacutem aparece parte de uma porta

Foram tomadas cinco imagens para cada valor de TI que variou entre 500 1000

1500 1700 1800 1900 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5300 5500

6000 e 7000μs gerando assim um conjunto de 85 imagens TOF

Com o objetivo de avaliar e reduzir a presenccedila de ruiacutedo nas imagens foram

realizadas as seguintes filtragens

Filtro passa-baixas pela meacutedia

Filtro pela mediana

Caacutelculo da meacutedia dos valores de distacircncia para imagens TOF

adquiridas com mesmo TI em instantes brevemente diferentes

Para cada imagem original foram criadas trecircs novas imagens filtradas com

os procedimentos mencionados

No graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55 os desvios padratildeo para o

conjunto de observaccedilotildees satildeo mostrados em funccedilatildeo do TI Foram calculados com

referecircncia no pixel central com coordenadas (102 102) e a aacuterea utilizada para o

caacutelculo possui dimensatildeo de 10x10 piacutexeis Escolheu-se esta regiatildeo por apresentar

padratildeo planar da superfiacutecie com menor distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da

cacircmara tendo-se em vista que nesta etapa natildeo foi realizada a correccedilatildeo geomeacutetrica

dos dados da imagem TOF

Ainda com a Figura 55 verificou-se que o filtro da mediana aplicado nas

imagens gerou os menores desvios para a janela de 10x10 piacutexeis O menor desvio

calculado foi 12mm encontrado utilizando o filtro da mediana para o TI igual a

3000micros Verificou-se tambeacutem que os desvios apresentam valores similares para os

tempos de integraccedilatildeo que variaram entre 1500 agrave 2500micros para as imagens originais e

tambeacutem para as imagens filtradas

93

FIGURA 55 ndash Desvio padratildeo x TI janelas 10x10

A partir do graacutefico de dispersatildeo da Figura 55 escolheram-se imagens

captadas com os tempos de integraccedilatildeo de 500 2000 e 2500micros para realizar os

testes A Figura 56 ilustra superfiacutecies geradas a partir de filtragens realizadas em

imagem TOF obtida com TI igual a 500μs

FIGURA 56 ndash Imagens para TI=500μs e d=130m

94

Com TI de 500μs verificou-se intensa presenccedila de ruiacutedo na imagem original

e tambeacutem nas imagens filtradas Isto ocorreu devido ao baixo tempo de exposiccedilatildeo

do sensor A distorccedilatildeo causada pelo sistema de lentes da cacircmara tambeacutem pode ser

visualizada nestas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem

TOF As imagens foram obtidas de uma parede plana em que aparece parte de uma

porta o que justifica a descontinuidade vista em forma de degrau A anaacutelise

realizada com TI de 2000μs eacute ilustrada com a Figura 57

FIGURA 57 ndash Imagens para TI=2000μs e d=130m

Com TI de 2000μs obtiveram-se resultados melhores do que os obtidos com

TI de 500μs as superfiacutecies apresentaram-se mais suaves confirmando a tendecircncia

demonstrada com o graacutefico de dispersatildeo da Figura 55

A uacuteltima anaacutelise deste experimento foi realizada com o tempo de integraccedilatildeo

de 2500μs conforme pode ser visualizado com as superfiacutecies geradas com os

arquivos de distacircncias da imagem TOF original e das imagens filtradas ilustradas

com a Figura 58

95

FIGURA 58 ndash Imagens para TI=2500μs e d=130m

As imagens filtradas com TI de 2000μs e 2500μs apresentam suavizaccedilotildees

similares nas superfiacutecies geradas com os arquivos de distacircncias da imagem TOF

Verificou-se que o tempo de integraccedilatildeo para a aquisiccedilatildeo das imagens da parede a

13m de distacircncia da cacircmara deve ser um destes valores O TI de 2000μs pode ser

o escolhido e estaacute de acordo com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 55

As filtragens de suavizaccedilatildeo com o filtro passa-baixas pela meacutedia e pela

mediana mostraram-se as melhores opccedilotildees a serem utilizadas com estas filtragens

apresentaram-se os menores desvios para a janela central de 10x10 piacutexeis Uma

vantagem da filtragem pela mediana eacute que mantecircm os valores originais de distacircncia

para os piacutexeis da imagem e preserva as bordas do objeto imageado No entanto a

filtragem com a mediana degrada as bordas da imagem devendo ser

cuidadosamente analisada para cada aplicaccedilatildeo

Tambeacutem foram calculados os desvios padratildeo para as imagens inteiras e os

valores obtidos foram de 19cm em meacutedia Este grande valor deveu-se a maior

curvatura ocorrer nas extremidades da imagem e tambeacutem ao fato de haver uma

descontinuidade na superfiacutecie presente na imagem TOF causada pela porta

presente na superfiacutecie da parede

96

53 EXPERIMENTO 2 ndash ANAacuteLISE DE RUIacuteDO 2 JANELAS DE 40X40 PIacuteXEIS

O objetivo deste experimento foi analisar a presenccedila de ruiacutedo em aacutereas

centrais da imagem TOF Para isto escolheram-se janelas com dimensotildees de 40x40

piacutexeis ao redor do pixel central da imagem Calculou-se o desvio padratildeo da distacircncia

de cada pixel em relaccedilatildeo a este pixel central As janelas utilizadas tiveram sua

posiccedilatildeo na imagem variando de (8282) ateacute (122122) e correspondem a aacuterea com

superfiacutecie plana de uma parede presente na cena

Primeiramente utilizaram-se imagens TOF adquiridas agrave distacircncia de 130m

entre a cacircmara e a parede com os tempos de integraccedilatildeo iguais a 2000 e 5000micros

Posteriormente utilizaram-se imagens TOF obtidas a 210m da parede com tempos

de integraccedilatildeo iguais a 2000 5000 e 7000micros

O graacutefico de dispersatildeo da Figura 59 ilustra uma anaacutelise para a captaccedilatildeo de

imagens TOF com diferentes distacircncias e tempos de integraccedilatildeo Os desvios padratildeo

foram calculados para imagens TOF captadas com a cacircmara CamCube 20 onde

variaram-se as distacircncias e os tempos de integraccedilatildeo no momento da aquisiccedilatildeo das

imagens

FIGURA 59 ndash Desvios padratildeo para distacircncia x TI

FONTE CENTENO e JUTZI (2010)

97

Com a Figura 510 eacute apresentado o primeiro resultado deste experimento o

graacutefico de dispersatildeo gerado com a imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de

130m da cacircmara com TI igual a 2000micros

FIGURA 510 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=130m

A Figura 511 ilustra as superfiacutecies geradas com o arquivo de distacircncias da

imagem TOF adquirida do objeto agrave distacircncia de 130m da cacircmara com TI igual a

2000micros e com as imagens resultantes das filtragens realizadas

FIGURA 511 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=130m

98

Com a Figura 511 conclui-se que os melhores resultados para a suavizaccedilatildeo

dos dados de distacircncia foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

mediana

A Figura 512 ilustra o graacutefico de dispersatildeo para a imagem adquirida com TI

igual a 5000μs com distacircncia de 130m entre o objeto imageado e a cacircmara TOF A

Figura 513 ilustra as superfiacutecies geradas com as janelas centrais de 40x40 piacutexeis

FIGURA 512 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=130m

FIGURA 513 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=130m

99

O TI de 5000μs utilizado para a aquisiccedilatildeo da imagem saturou os elementos

do sensor e causou maior presenccedila de ruiacutedo nos dados Comparando as Figuras

511 e 513 conclui-se que para a distacircncia de 130m do sensor o tempo de

integraccedilatildeo mais adequado para a aquisiccedilatildeo da imagem foi 2000micros

A Figura 514 ilustra o graacutefico de dispersatildeo gerado para a imagem TOF

obtida com TI igual a 2000μs e distacircncia de 210m As superfiacutecies geradas a partir

das janelas de 40x40 piacutexeis desta imagem satildeo apresentadas com a Figura 515

FIGURA 514 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=2000μs d=210m

FIGURA 515 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=2000μs d=210m

100

O graacutefico de dispersatildeo calculado para a imagem adquirida com TI igual a

5000μs e distacircncia de 210m eacute ilustrado com a Figura 516

FIGURA 516 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=5000μs d=210m

Os menores desvios padratildeo foram encontrados na imagem filtrada utilizando

os filtros passa-baixas pela meacutedia e mediana conforme pode ser visualizado com a

Figura 516 Para a janela de 40x40 piacutexeis o desvio padratildeo de 107mm na imagem

original diminuiu para 96mm com a filtragem pela mediana A Figura 517 ilustra as

superfiacutecies geradas para a imagem obtida com distacircncia de 210m e TI de 5000μs

FIGURA 517 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=5000μs d=210m

101

Com a Figura 517 observa-se novamente que os melhores resultados para

a suavizaccedilatildeo da imagem foram obtidos com os filtros passa-baixas pela meacutedia e

pela mediana

A Figura 518 ilustra o graacutefico de dispersatildeo e a Figura 519 ilustra as

superfiacutecies geradas para as imagens adquiridas com distacircncia de 210m e TI igual a

7000μs

FIGURA 518 ndash Desvios padratildeo para janelas com TI=7000μs d=210m

FIGURA 519 ndash Janelas de 40x40 piacutexeis TI=7000μs d=210m

102

Com o graacutefico de dispersatildeo ilustrado com a Figura 518 observa-se que os

desvios padratildeo calculados para as imagens obtidas com os filtros passa-baixas pela

meacutedia e mediana satildeo maiores do que os desvios apresentados com o graacutefico de

dispersatildeo ilustrado com a Figura 516 Isto indica que as imagens captadas da

parede plana com TI igual a 7000μs e distacircncia de 210m apresentaram maior ruiacutedo

que as imagens obtidas com 5000μs

Comparando as Figuras 519 e 517 verifica-se que a imagem captada com

TI igual a 5000μs com distacircncia de 210m e filtrada com o filtro passa-baixas pela

meacutedia e tambeacutem com a mediana apresentou-se mais suavizada do que a imagem

obtida com TI igual a 7000μs

Comparando as imagens captadas com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs e

5000μs para a distacircncia de 210m conforme Figuras 515 e 517 conclui-se que as

imagens obtidas com TI de 5000μs apresentaram menor presenccedila de ruiacutedo

54 EXPERIMENTO 3 ndash PROJECcedilAtildeO ORTOGONAL DOS PONTOS

Obtidos os POI atraveacutes do processo de calibraccedilatildeo da cacircmara e definido o

melhor TI para a captaccedilatildeo da imagem procedeu-se a um novo experimento no qual

se analisou a imagem de uma caixa com superfiacutecies planas A superfiacutecie do objeto

em questatildeo eacute composta por papel branco riacutegido e refletivo A caixa foi colocada

sobre uma cadeira agrave distacircncia aproximada de 13m da cacircmara Esta cadeira foi

girada enquanto a cacircmara continuou fixa com o mesmo ponto de vista Com base

no estudo da dispersatildeo dos dados em funccedilatildeo da distacircncia ao objeto optou-se por

utilizar o TI de 2000μs para a captaccedilatildeo das imagens Foram entatildeo adquiridas dez

imagens do objeto

Com a distacircncia do objeto em relaccedilatildeo agrave cacircmara igual a 13m e com a

distacircncia focal calibrada da cacircmara de 132mm valor encontrado com a Equaccedilatildeo

(57) calculou-se a escala aproximada das fotografias encontrando-se o valor

aproximado para a escala igual a 1100 conforme Equaccedilatildeo (58)

119891119888 =119891119909119888+119891119910119888

2=

1315823119898119898+1321383119898119898

2= 1318603119898119898 cong 132119898119898 (57)

103

119864 =119889

119863=

119891119888

119885=

132119898119898

13119898=

00132119898

13119898=

1

984848cong

1

100 (58)

Para realizar este experimento selecionou-se a terceira imagem captada por

apresentar vista perspectiva de trecircs superfiacutecies com padratildeo planar no objeto

imageado A Figura 520a ilustra o arquivo de intensidades da imagem TOF sem

correccedilatildeo geomeacutetrica A Figura 520b ilustra o arquivo de intensidade corrigido

geometricamente utilizando as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 os

coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e a distacircncia focal calibrada 119891119888

FIGURA 520 ndash Arquivo de intensidades da imagem TOF obtida do objeto

Apoacutes a correccedilatildeo da geometria da imagem TOF geraram-se as superfiacutecies do

objeto Isto foi feito a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF conforme eacute

ilustrado com a Figura 521 onde se tem as distacircncias dos pontos em relaccedilatildeo ao

sensor representadas com a coordenada Z em metros sobre a imagem TOF com

dimensatildeo de 204x204 piacutexeis

104

FIGURA 521 ndash Arquivo de distacircncias da imagem TOF com geometria corrigida

A partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF com a geometria dos

dados corrigida projetaram-se ortogonalmente os pontos gerando a nuvem de

pontos 3D ilustrada com a Figura 522 em vista frontal com o eixo Z ortogonal aos

eixos X e Y representados

FIGURA 522 ndash Nuvem de pontos vista frontal

105

A vista em perspectiva tridimensional da nuvem de pontos do objeto de

estudo eacute ilustrada com a Figura 523 Conteacutem 42025 pontos gerados a partir da

imagem TOF de 204x204 piacutexeis obtida com a cacircmara PMD CamCube 20

FIGURA 523 - Nuvem de pontos vista perspectiva 3D

106

55 EXPERIMENTO 4 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 1 CRESCIMENTO DE REGIOtildeES

Realizou-se a segmentaccedilatildeo por crescimento de regiotildees a partir de trecircs

pontos semente Estes pontos foram escolhidos em aacutereas uniformes no arquivo de

intensidades da imagem TOF corrigida geometricamente e foram projetados

ortogonalmente para a nuvem 3D As coordenadas de imagem destes pontos foram

observadas nas posiccedilotildees indicadas com a Figura 524

FIGURA 524 ndash Pontos semente no arquivo de intensidades da imagem TOF

Os pontos semente foram escolhidos em trecircs superfiacutecies planas da caixa em

locais que apresentavam valores de intensidade uniforme As coordenadas de

imagem lidas em piacutexeis para estes trecircs pontos foram Ponto 1 (11681) Ponto 2

(72103) Ponto 3 (113108)

As Figuras 525 e 526 ilustram o crescimento em trecircs regiotildees realizados na

nuvem de pontos 3D Estes pontos correspondem agraves superfiacutecies frontal superior e

lateral da caixa ilustradas com as cores amarela verde e ciano respectivamente

Os trecircs autovetores calculados satildeo ilustrados com a cor azul ortogonais aos pontos

semente escolhidos nas trecircs superfiacutecies da imagem de intensidade

107

FIGURA 525 ndash Crescimento de regiotildees vista frontal

FIGURA 526 ndash Crescimento de regiotildees vista perspectiva 3D

Com as Figuras 525 e 526 verifica-se que o crescimento das regiotildees

ocorreu de forma coerente acompanhando o padratildeo planar das superfiacutecies do

objeto de estudo No entanto nas trecircs superfiacutecies analisadas houve crescimento de

regiotildees para fora dos limites de suas aacutereas Pontos de superfiacutecies ao fundo e abaixo

do objeto foram incluiacutedos nas regiotildees Isto ocorreu devido agrave utilizaccedilatildeo do criteacuterio de

108

similaridade de distacircncia do ponto agrave superfiacutecie plana sendo esta superfiacutecie definida

pelos pontos semente A distacircncia foi medida ao longo do autovetor o que fez com

que pontos de outras superfiacutecies paralelas a superfiacutecie plana em questatildeo fossem

agrupados na mesma regiatildeo Ou seja pontos que estavam orientados na direccedilatildeo da

superfiacutecie plana definida pelo autovalor que passa pelo ponto semente e que

estavam dentro do limiar de distacircncia estabelecido foram incluiacutedos nas regiotildees

mesmo natildeo pertencendo agrave superfiacutecie analisada

56 EXPERIMENTO 5 ndash SEGMENTACcedilAtildeO 2 ANAacuteLISE COM AUTOVALORES

Neste experimento realizou-se a segmentaccedilatildeo da imagem TOF por anaacutelise

da variaccedilatildeo local de autovalores locais de superfiacutecies O arquivo de distacircncias desta

imagem foi utilizado como ponto de partida para o caacutelculo dos autovalores com o

objetivo de intensificar as bordas dos objetos presentes na cena

O processamento consistiu em definir uma pequena vizinhanccedila quadrada

uma janela moacutevel e utilizar as coordenadas tridimensionais dos pontos nesta

vizinhanccedila para o caacutelculo dos autovalores

Apoacutes a normalizaccedilatildeo os autovalores foram armazenados na forma de trecircs

novas imagens conforme pode ser visualizado com as Figuras 527 528 e 529

Para a geraccedilatildeo destas imagens utilizou-se a janela moacutevel com dimensatildeo de 3x3

piacutexeis para o caacutelculo dos autovalores

109

FIGURA 527 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205821

FIGURA 528 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205822

FIGURA 529 ndash Imagem com bordas intensificadas gerada com 1205823

110

A partir da imagem com bordas intensificadas gerada com os autovalores

locais foi possiacutevel criar uma nova imagem de intensidade que tambeacutem estava com

as bordas dos objetos intensificadas A Figura 530 ilustra as imagens de

intensidade com bordas intensificadas que foram geradas utilizando o segundo

autovalor calculado a partir de janelas com as seguintes dimensotildees a)3x3 b)5x5

c)7x7 d)9x9 e)11x11 f)13x13 piacutexeis

FIGURA 530 ndash Imagens de intensidade com as bordas do objeto intensificadas

111

Com as imagens de intensidade ilustradas com a Figura 530 observou-se

que aumentando a quantidade de piacutexeis da janela utilizada para o caacutelculo dos

autovalores da regiatildeo aumentou-se tambeacutem a suavizaccedilatildeo sobre as superfiacutecies

planas e alargaram-se as bordas que limitam os objetos contidos na cena

Para este experimento utilizou-se a imagem gerada com a janela de 3x3

piacutexeis e com o segundo autovalor Esta imagem foi escolhida por apresentar linhas

finas limitando as bordas do objeto A imagem de intensidade com as bordas do

objeto intensificadas foi segmentada utilizando o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia O resultado da segmentaccedilatildeo eacute ilustrado com a Figura 531

FIGURA 531 ndash Imagem com bordas intensificadas segmentada

112

A Figura 531a ilustra a imagem com bordas intensificadas a ser

segmentada gerada com o segundo conjunto de autovalores 1205822 Na Figura 531b

tem-se esta imagem suavizada por filtragem A Figura 531c corresponde agrave imagem

segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia A imagem com os limites

das aacutereas segmentadas eacute ilustrada com a Figura 531d

A segmentaccedilatildeo foi realizada utilizando o software EDISON com os

paracircmetros (119893119904 119893119903 119867) = (7 9 300) Estes paracircmetros correspondem ao domiacutenio

espacial da imagem 119893119904 domiacutenio de caracteriacutesticas 119893119903 e tamanho miacutenimo das

regiotildees 119867 em piacutexeis O limite miacutenimo foi fixado para evitar que regiotildees muito

pequenas fossem incluiacutedas na segmentaccedilatildeo

Com a imagem segmentada da Figura 529c foi possiacutevel projetar os pontos

de interesse ortogonalmente gerando a nuvem de pontos 3D Para isto utilizou-se

as coordenadas dos piacutexeis no arquivo de intensidades e seus correspondentes no

arquivo de distacircncias da imagem TOF Estes pontos foram escolhidos sobre as

superfiacutecies da caixa A nuvem de pontos 3D resultante deste experimento eacute

apresentada com as Figuras 532 e 533

FIGURA 532 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista frontal

113

FIGURA 533 ndash Nuvem de pontos da imagem segmentada vista 3D

57 EXPERIMENTO 6 ndash ANAacuteLISE DAS MEDIDAS OBTIDAS

Para gerar a nuvem de pontos 3D com as superfiacutecies de interesse

primeiramente corrigiu-se a geometria do arquivo de distacircncias da imagem TOF com

as coordenadas do Ponto Principal 1199090 e 1199100 coeficientes de distorccedilatildeo Radial

Simeacutetrica 1198701 e 1198702 e distacircncia focal calibrada 119891119888 O passo seguinte foi gerar uma

imagem de intensidade com as bordas do objeto intensificadas Com este objetivo

calcularam-se os autovalores para os pontos do arquivo de distacircncias da imagem

TOF e geraram-se trecircs imagens novas correspondendo aos trecircs autovalores

calculados conforme o Experimento 5 O terceiro passo foi a segmentaccedilatildeo da

imagem de intensidade com bordas intensificadas utilizando o algoritmo de

deslocamento pela meacutedia Com a imagem segmentada pocircde-se escolher as

superfiacutecies que teriam seus piacutexeis projetados para a nuvem de pontos 3D

A imagem segmentada com o algoritmo de deslocamento pela meacutedia

apresenta niacuteveis de cinza diferentes para os piacutexeis de cada segmento Com isto foi

possiacutevel separar os pontos que compotildeem as superfiacutecies por seus valores digitais A

Figura 534 apresenta a nuvem de pontos 3D gerada com a imagem TOF corrigida

geometricamente com os pontos da superfiacutecie frontal representados com a cor azul

114

FIGURA 534 ndash Nuvem de pontos 3D segmentada

A superfiacutecie frontal foi projetada com atributo de cor diferenciado por

apresentar a melhor segmentaccedilatildeo na imagem de intensidade e pontos bem

definidos na nuvem 3D A partir desta superfiacutecie escolheram-se os pontos extremos

os veacutertices do objeto para a leitura de suas coordenadas 3D com o objetivo de

calcular o comprimento das arestas Com a Figura 535 satildeo ilustrados os quatro

pontos selecionados

FIGURA 535 ndash Pontos 3D selecionados na nuvem

115

Com as coordenadas destes quatro pontos e atraveacutes da relaccedilatildeo de distacircncia

tridimensional entre eles expressa pela Equaccedilatildeo (59) calcularam-se as dimensotildees

de trecircs arestas do objeto de estudo

119863119894119895 = 119883119894minus119883119895 2

+ 119884119894minus119884119895 2

+ 119885119894minus119885119895 2 (59)

onde

119863119894119895 ndash Distacircncia entre pontos no espaccedilo tridimensional

119883119894 119884119894 119885119894 119890 119883119895 119884119895 119885119895 - Coordenadas dos pontos 119894 e 119895 na nuvem de pontos 3D

Para verificar a confiabilidade das medidas obtidas com a metodologia

proposta compararam-se as medidas das arestas calculadas a partir dos pontos 3D

com as dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo As medidas de referecircncia satildeo

ilustradas com o desenho da Figura 536

FIGURA 536 ndash Dimensotildees de referecircncia do objeto de estudo

A partir das coordenadas tridimensionais dos quatro pontos ilustrados com a

Figura 535 foi possiacutevel calcular as distacircncias entre os pontos e comparar-las com

as medidas de referecircncia As diferenccedilas obtidas satildeo ilustradas com a Tabela 52

116

Ponto

Coordenadas Arestas Medida realizada Diferenccedilas

X (cm) Y (cm) Z (cm) Pontos 3D (cm)

Ref (cm)

(cm) ()

1 -131 -136 -1219 Pontos 1-2 236 260 24 92

2 -80 61 -1098 Pontos 2-3 332 350 18 51

3 234 38 -1203 Pontos 2-4 263 210 53 252

4 -125 180 -1328

TABELA 52 ndash Coordenadas 3D dos pontos e medidas realizadas

O melhor resultado foi obtido para a medida realizada sobre a aresta entre

os pontos 2-3 com diferenccedila de aproximadamente 18 cm em relaccedilatildeo agrave medida de

referecircncia o que representa 5 da distacircncia medida O pior resultado foi obtido com

o calculo da aresta entre os pontos 2 e 4 com diferenccedila de aproximadamente

53cm que equivale 25 da medida de referecircncia Com este resultado conclui-se

que os pontos projetados com maior profundidade na nuvem de pontos 3D

apresentaram maior erro de posicionamento Estes pontos descrevem uma

superfiacutecie plana do objeto pouco aparente na imagem encontra-se muito inclinada

em relaccedilatildeo ao plano da imagem motivo pelo qual erros maiores podem ser

esperados Sobre os pontos 1 2 e 3 da superfiacutecie frontal do objeto o erro foi menor

na ordem de 2 centiacutemetros

Conforme o Experimento 1 realizado para a anaacutelise de ruiacutedo o melhor

resultado foi obtido utilizando o filtro da mediana que apresentou o desvio de 13cm

para a distacircncia de 13m medida utilizando tempo de integraccedilatildeo de 2000micros Este

fato indica coerecircncia com a diferenccedila de 2cm encontrada com a medida da aresta

frontal do objeto

117

58 MODELAGEM DAS SUPERFIacuteCIES 3D

Para a modelagem tridimensional das superfiacutecies segmentadas

primeiramente foi analisada a melhor forma de processamento da imagem TOF

Verificou-se com o Experimento 4 que o crescimento de regiotildees utilizando o arquivo

de intensidades da imagem TOF para escolha do ponto semente e o arquivo de

distacircncias para a projeccedilatildeo ortogonal e crescimento de regiotildees a partir deste ponto

natildeo foi satisfatoacuterio Isto porque o crescimento tambeacutem ocorreu em superfiacutecies que

natildeo pertenciam ao objeto analisado

Melhores resultados foram obtidos com a metodologia de segmentaccedilatildeo que

utilizou a imagem com bordas evidenciadas Esta foi gerada com a anaacutelise dos

autovalores locais das superfiacutecies a partir do arquivo de distacircncias da imagem TOF

conforme Experimento 5 A partir desta segmentaccedilatildeo projetaram-se ortogonalmente

os pontos das superfiacutecies frontal e superior do objeto de estudo gerando assim a

nuvem de pontos 3D que eacute ilustrada com a Figura 537

FIGURA 537 ndash Nuvem de pontos 3D das superfiacutecies frontal e superior

A partir da nuvem de pontos 3D realizou-se a modelagem das superfiacutecies

frontal e superior do objeto conforme eacute ilustrado com a Figura 538

118

FIGURA 538 ndash Modelagem tridimensional das superfiacutecies frontal e superior

Analisando a Figura 538 chegou-se a conclusatildeo que a superfiacutecie frontal do

objeto apresentou-se com padratildeo planar e uniforme Eacute a superfiacutecie que melhor

refletiu o sinal para o sensor devido agrave sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave cacircmara TOF A

superfiacutecie superior apresentou-se um pouco inclinada em relaccedilatildeo ao plano da

imagem e com isto maior rugosidade foi observada nesta superfiacutecie Este

fenocircmeno deve-se a menor captaccedilatildeo do sinal refletido pela superfiacutecie do objeto pelo

sensor da cacircmara

119

6 CONCLUSOtildeES RECOMENDACcedilOtildeES E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

61 CONCLUSOtildeES

Neste trabalho descreveram-se conceitos introdutoacuterios sobre as cacircmaras

TOF Avaliaram-se duas metodologias para a segmentaccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

gerada a partir da imagem TOF Apresentou-se uma aplicaccedilatildeo para esta imagem na

extraccedilatildeo de informaccedilotildees meacutetricas do objeto de estudo imageado a distacircncia

aproximada de 13m

Para isto foram abordados os seguintes assuntos calibraccedilatildeo da cacircmara

para a obtenccedilatildeo de POI correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem TOF filtragens para

anaacutelise e tratamento de ruiacutedo segmentaccedilatildeo atraveacutes do crescimento de regiotildees a

partir de um ponto semente segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF

utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas atraveacutes do

algoritmo de deslocamento pela meacutedia geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D atraveacutes da

projeccedilatildeo ortogonal dos pontos da imagem de bordas segmentada e por fim a

modelagem tridimensional de superfiacutecies do objeto de estudo

O processo de calibraccedilatildeo da cacircmara foi realizado utilizando o meacutetodo

proposto por Zhang (2000) e possibilitou a determinaccedilatildeo de POI A correccedilatildeo

geomeacutetrica das imagens foi feita atraveacutes das coordenadas 1199090 e 1199100 do Ponto

Principal coeficientes de distorccedilatildeo Radial Simeacutetrica de lentes 1198701 e 1198702 e distacircncia

focal calibrada 119891119888

Com os Experimentos 1 e 2 foram realizadas filtragens para o tratamento de

ruiacutedo das imagens TOF disponiacuteveis Nestes experimentos verificou-se que para a

captaccedilatildeo da imagem TOF agrave distacircncia de 13m entre o objeto e a cacircmara o tempo de

integraccedilatildeo de 2000μs foi o que gerou imagens com menor presenccedila de ruiacutedo Assim

como o tempo de integraccedilatildeo de 5000μs foi o mais adequado para captar imagens agrave

distacircncia de 21m No entanto chegou-se a conclusatildeo que para a geraccedilatildeo da nuvem

de pontos 3D natildeo se deveria utilizar filtragem nos dados pois pequenas alteraccedilotildees

no arquivo de distacircncias da imagem TOF poderiam modificar o posicionamento

tridimensional dos pontos o que afetaria a qualidade das medidas realizadas com os

pontos da nuvem 3D

120

A primeira metodologia proposta para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se insatisfatoacuteria para a soluccedilatildeo do problema Empregou-se o crescimento

de regiotildees a partir de pontos semente escolhidos no arquivo de intensidades desta

imagem projetando-os ortogonalmente para a nuvem de pontos 3D utilizando os

valores obtidos com o arquivo de distacircncias da imagem TOF Notou-se que erros no

crescimento de regiotildees ocorreram devido agrave toleracircncia utilizada para a distacircncia do

ponto agrave superfiacutecie plana Isto ocorreu porque a distacircncia foi calculada ao longo do

autovetor que eacute ortogonal a superfiacutecie no ponto semente Por este motivo alguns

pontos de superfiacutecies adjacentes foram selecionados equivocadamente como

pertencentes a uma mesma regiatildeo na nuvem de pontos 3D pois estavam dentro do

limite fixado no criteacuterio de similaridade utilizado mas na realidade natildeo eram

coplanares Para resolver o problema com esta metodologia seria necessaacuterio

estabelecer um limiar de crescimento lateral natildeo apenas de distacircncia ortogonal a

superfiacutecie plana semente Este limiar poderia ser o valor digital do pixel tendo em

vista que superfiacutecies coplanares apresentam uniformidade na resposta espectral A

rugosidade apresentada na superfiacutecie em que se realizava o crescimento da regiatildeo

tambeacutem influenciou em erros na seleccedilatildeo de pontos pois afetou no caacutelculo dos

autovalores fazendo com que inclinaccedilotildees em relaccedilatildeo a esta superfiacutecie fossem

notadas

A segunda metodologia analisada para a segmentaccedilatildeo da imagem TOF

mostrou-se satisfatoacuteria A segmentaccedilatildeo do arquivo de distacircncias da imagem TOF foi

realizada utilizando autovalores locais para a geraccedilatildeo de uma imagem com bordas

intensificadas segmentaccedilatildeo desta imagem com o algoritmo de deslocamento pela

meacutedia e projeccedilatildeo destes segmentos para a nuvem de pontos 3D A extraccedilatildeo de

informaccedilotildees meacutetricas em arestas do objeto de estudo a partir dos pontos 3D

apresentou diferenccedila na ordem de 2cm com a medida de referecircncia sendo a

imagem TOF adquirida com tempo de integraccedilatildeo de 2000μs a uma distacircncia

aproximada de 13m entre o objeto de estudo e a cacircmara

A Figura 61 ilustra as etapas de processamento a serem realizadas para a

geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D utilizando a segunda metodologia considerada

apropriada para a modelagem tridimensional de superfiacutecies utilizando a imagem

TOF Esta eacute a metodologia proposta como conclusatildeo do presente trabalho de

pesquisa

121

FIGURA 61 ndash Etapas da metodologia de processamento da imagem TOF

Foram encontradas medidas com maior qualidade quando a superfiacutecie do

objeto estava paralela ao plano da imagem Esta qualidade tambeacutem foi afetada pela

distacircncia entre a cacircmara e o objeto pela refletividade das superfiacutecies e pela

iluminaccedilatildeo ambiente Conforme o Experimento 6 realizado a aresta frontal do objeto

entre os pontos 2 e 3 apresentou a menor diferenccedila de medida 18cm que equivale

a 5 da distacircncia de referecircncia

Comparaccedilotildees para a diferenccedila de medida encontrada podem ser realizadas

com os seguintes trabalhos Kahlmann et al (2006) obtiveram exatidatildeo de 1cm nas

medidas com o alvo agrave distacircncia de 25m da cacircmara TOF utilizada Wiedemann et al

(2008) obtiveram exatidatildeo de 4cm com o alvo medido a distacircncia de 4m May et al

(2008) obtiveram erro de 30cm para uma medida de 108m considerada como

referecircncia com as imagens TOF captadas do centro de uma sala girando a cacircmara

360ordm e portanto envolviam tambeacutem Paracircmetros de Orientaccedilatildeo Exterior da cacircmara

Kolb et al (2009) obtiveram erro de 2cm para distacircncias medidas de 10m agrave 45m

Nestes trabalhos foram realizadas correccedilotildees geomeacutetricas nas imagens TOF com

POI determinados com a calibraccedilatildeo da cacircmara

Arquivo de distacircncias da imagem TOF

Correccedilatildeo geomeacutetrica dos dados utilizando POI calculados com o processo de calibraccedilatildeo da cacircmara

Imagem de intensidade com bordas itensificadas calculada com a anaacutelise da variaccedilatildeo local dos autovalores

Segmentaccedilatildeo da imagem com bordas intensificadas utilizando o algoriacutetmo de deslocamento pela meacutedia

Projeccedilatildeo ortogonal das aacutereas segmentadas para a geraccedilatildeo da nuvem de pontos 3D

Modelagem tridimensional das superfiacutecies do objeto

122

62 RECOMENDACcedilOtildeES

Recomenda-se realizar a anaacutelise preacutevia do tempo de integraccedilatildeo para a

aquisiccedilatildeo da imagem TOF com o objetivo de diminuir a presenccedila de ruiacutedo Este

tempo deve ser escolhido de acordo com o ambiente em que seraacute adquirida a

imagem e tambeacutem com as caracteriacutesticas de refletividade da superfiacutecie do objeto

Com este mesmo objetivo e devido ao fato desta imagem ser obtida com iluminaccedilatildeo

LED no comprimento de onda infravermelho recomenda-se analisar as influecircncias

da iluminaccedilatildeo exterior ao sistema de iluminaccedilatildeo da cacircmara

De acordo com a aplicaccedilatildeo a que se destina a imagem TOF recomenda-se

tambeacutem realizar a calibraccedilatildeo da cacircmara com meacutetodo fotogrameacutetrico convencional

Isto possibilitaria a melhora na correccedilatildeo geomeacutetrica da imagem e consequente

aumento na qualidade das medidas realizadas com os pontos da nuvem 3D

Correccedilotildees radiomeacutetricas tambeacutem podem ser aplicadas para melhorar a qualidade

das medidas obtidas com a imagem TOF

63 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nuvens de pontos 3D geradas a partir de imagens TOF satildeo ferramentas

para a modelagem tridimensional das superfiacutecies de objetos Propiciam a obtenccedilatildeo

de informaccedilotildees meacutetricas destes objetos para distacircncias de 03 a 70 metros com

erro centimeacutetrico esperado

Aplicaccedilotildees para as imagens TOF podem ser realizadas para a modelagem

3D de tuacuteneis galerias instalaccedilotildees industriais e fachadas de preacutedios com interesse

de preservaccedilatildeo como patrimocircnio histoacuterico e cultural Com a alta frequecircncia de

aquisiccedilatildeo de imagens das cacircmaras TOF torna-se possiacutevel realizar filmagens e

mapeamentos em movimento

Outras aplicaccedilotildees possiacuteveis para as imagens TOF estatildeo na sua utilizaccedilatildeo

para a criaccedilatildeo de cenaacuterios 3D em jogos eletrocircnicos aquisiccedilatildeo de filmes com

tecnologia 3D modelagem tridimensional de obras de arte Biometria e anaacutelise de

movimentos

123

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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