an.lise pr.via de viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/análise prévia de... ·...

47
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS Estudo de um modelo para Análise Prévia de Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José Anísio Leal Costa Neto José Viana Brim Júnior Paulo Henrique Melo de Amorim Salvador, Dezembro 2003

Upload: nguyennguyet

Post on 06-Feb-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS

Estudo de um modelo para Análise Prévia de Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos

Imobiliários em Salvador - Ba

José Anísio Leal Costa Neto José Viana Brim Júnior

Paulo Henrique Melo de Amorim

Salvador, Dezembro 2003

Page 2: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS

Estudo de um modelo para Análise Prévia de Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos

Imobiliários em Salvador - Ba

José Anísio Leal Costa Neto José Viana Brim Júnior

Paulo Henrique Melo de Amorim

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras da UFBA, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras.

Orientador: Emerson de Andrade Marques Ferreira

Salvador, Dezembro 2003

Page 3: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

3

AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer ao nosso orientador, prof. Dr. Emerson de

Andrade Marques Ferreira pela dedicação e aprofundamento nas reflexões que nortearam o

presente trabalho.

Aos professores que ministraram o Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras,

contribuindo assim para o enriquecimento de nossas práticas nessa seara incessante em busca

do saber e da qualificação profissional.

Aos nossos familiares pelo carinho e incentivo para a concretização de nossos objetivos.

Aos companheiros e amigos pela força e encorajamento para vencermos os obstáculos em

torno de nosso crescimento pessoal e profissional.

Nosso agradecimento especial a todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para a

finalização deste estudo, auxiliando-nos com suas sugestões e conhecimentos técnico-

científicos.

Page 4: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

4

SUMÁRIO RESUMO

1. INTRODUÇÃO. ......................................................................................... 8

2. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................... 10

2.1 VIABILIDADE ECONÔMICA. ................................................................. 10

2.2 VIABILIDADE FINANCEIRA. ................................................................. 10

2.3 PRINCÍPIOS DE ANÁLISE, INDICADORES DA QUALIDADE DA

ANÁLISE. ........................................................................................................ 11 2.3.1 Fluxo de caixa ........................................................................................... 12

2.3.2 Taxa de desconto do fluxo de caixa .......................................................... 13

2.3.3 Critérios de fluxo de caixa descontado ..................................................... 15

Critério do valor presente líquido (VPL) ......................................... 15

Critério do índice de lucratividade (IL) ........................................... 15

Critério da taxa interna de retorno (TIR) ......................................... 15

2.3.4 Outros critérios tradicionalmente adotados sem fluxo de caixa descontado 16

Critério do período de retorno do investimento (pay back) ............. 16

2.3.5 Aplicação da teoria da engenharia econômica aos estudos de viabilidade

de empreendimentos imobiliários. ..................................................................... 16

2.4 RISCO E INCERTEZA NAS DECISÕES DE INVESTIMENTOS. ......... 16

2.4.1 Incerteza quanto à previsão das receitas ................................................... 17

2.4.2 Incerteza quanto à previsão dos custos .................................................... . 17

2.4.3 Incerteza quanto ao nível de rentabilidade do reinvestimento dos fluxos de caixa do

projeto ....................................................................................................... 18

2.4.4 Risco de um projeto de investimento ........................................................ 18

2.4.5 Avaliação de empreendimentos em condição de risco .............................. 18

2.4.6 Considerações finais sobre risco e incerteza ............................................. 19

Page 5: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

5

2.5 FERRAMENTAS PARA TOMADA DE DECISÃO ................................ 20

2.5.1 Árvore de decisão ..................................................................................... 20

2.5.2 Matriz (Tabela) de decisão ....................................................................... 22

3. SISTEMÁTICA DA ANÁLISE ............................................................... 23

4. APRESENTAÇÃO DE CASO DE ESTUDO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

........................................................................................................................... 32

4.1 Empreendimento – Exemplo ...................................................................... 32

4.2 Premissas da análise .................................................................................... 33

4.3 Desenvolvimento da análise ........................................................................ 34

5. CONSIDERAÇÔES FINAIS ................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 41

ANEXOS

Page 6: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

6

RESUMO

O mercado imobiliário é visto como uma importante estratégia para a economia do

país, gerando emprego e renda e movimentando uma considerável monta de recursos

financeiros por diversos setores da sociedade. Dito assim, torna-se relevante a continuidade e

o sucesso de investimentos nesta área. No entanto, ainda é usual a análise de investimentos no

setor imobiliário realizada de forma expedita e embasada em dados e métodos empíricos

fundamentados na experiência do investidor.

Este trabalho pretende apresentar uma metodologia de estudo prévio de viabilidade

econômico-financeira de investimentos imobiliários calcada em pesquisas no mercado

imobiliário de Salvador, em conceitos da Engenharia Econômica e da Matemática Financeira.

Deste modo, pretende-se propiciar uma gama de possibilidades de análise ao investidor, a fim

de instrumentá-lo de ferramentas e métodos de avaliação que o permitam uma tomada de

decisão objetiva e, acima de tudo, mais segura – até mesmo para abortar um estudo, caso isto

se apresente como o mais indicado. Para tanto, foram realizadas pesquisas com empresas e

profissionais do ramo imobiliário em Salvador e apresentados conceitos econômicos e

financeiros, além de técnicas de tomadas de decisão. Por fim, a apresentação do

desenvolvimento de um estudo prévio de viabilidade econômico-financeira, chegando à

montagem do fluxo de caixa para o empreendimento.

Page 7: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

7

1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da sua existência, no período paleolítico, o homem tem uma

relação com a pedra, que se tornou atávica. Inicialmente, tendo descoberto como fazer fogo,

ele habitava cavernas, nelas procurando segurança. Durante esse período, bem como no

período seguinte, o neolítico, aprendeu a trabalhar a pedra, dela fazendo armas e ferramentas.

Armas para caçar, para atacar seus semelhantes e se defender.

Houve uma primeira transição quando o homem, deixando de lado as cavernas,

passou a morar em árvores e em tendas feitas com o couro dos animais que caçava. À medida

que caçava animais vivos e os domesticava, seus deslocamentos iam se tornando cada vez

mais lentos. Surgiu então a necessidade de abrigo. Nesta etapa da evolução humana, estava-se

criando a demanda para o mercado imobiliário.

Abstraindo um pouco dos relatos históricos pode-se imaginar que, provavelmente,

alguns de nossos antepassados, mais atentos às mudanças em voga, se dispuseram a construir

casas para os demais em troca de alimentos e segurança. Já, neste momento, fez-se necessária

uma primeira avaliação do que seria viável aceitar em troca pela construção de um abrigo. Foi

o primeiro estudo de viabilidade econômica de empreendimento.

O mercado imobiliário é um dos mais importantes segmentos da economia

nacional. Além da complexidade inerente à realização dos projetos compostos por inúmeros

elementos, a atividade carrega elevados riscos, em conseqüência dos investimentos de porte

que são exigidos antecipadamente à absorção do produto final pelo mercado. Investidores,

sejam eles empreendedores, incorporadores, construtores ou particulares buscam atingir

algum benefício com o empreendimento e, antes de decidir, deve ser desenvolvida uma

avaliação cuidadosa para assegurar que o projeto proposto pode efetivamente atingir seus

objetivos. No caso da construção civil, quando uma nova construção é investigada, denomina-

se tradicionalmente de “análise de viabilidade” (BALARINE, 1997, GONZÁLEZ, 1999).

Este trabalho pretende apresentar diretrizes para a análise prévia de

empreendimentos imobiliários, desenvolvendo uma sistemática simples, objetivando verificar

de antemão a viabilidade econômico-financeira das incorporações imobiliárias, num momento

anterior à tomada de decisão por implantar (ou não) o empreendimento.

Page 8: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

8

Para atingir esta finalidade, foi desenvolvida uma metodologia de trabalho que

consistiu em revisão teórica dos textos, artigos e livros sobre o tema; consultas a engenheiros

com experiência prática no mercado imobiliário de Salvador; busca por informações em

empresas construtoras com atuação nesta capital. Por fim, elaborou-se uma análise crítica dos

resultados obtidos, desenvolveu-se então uma planilha eletrônica na qual se pretende, através

de dados de mercado e de informações geradas pelo empreendedor, atingir um resultado

esperado para o negócio, por um fluxo de caixa descontado.

Apresentar-se-á, ao fim deste trabalho, um exemplo que servirá de modelo a um

estudo prático de viabilidade prévia de empreendimentos. Para alçar a proposta de apresentar

diretrizes para a análise prévia de empreendimentos imobiliários, serão abordados conceitos

de engenharia econômica, princípios de risco e tomada de decisão, além de conceitos

gerenciais especificamente voltados para o caso de empreendimentos imobiliários.

Enquanto os métodos gerais de análise de investimentos são bem conhecidos, há

pouco material especificamente ligado ao setor imobiliário. O estudo que precede o

lançamento de um novo empreendimento, muitas vezes, é realizado de forma expedita, e é

importante incrementar o grau de objetividade das decisões, geralmente tomadas em critérios

meramente subjetivos (GONZÁLEZ, 1999).

Page 9: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

9

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A análise de investimentos consiste em coletar as informações e aplicar técnicas de

engenharia econômica, considerando as taxas de desconto, os prazos e os valores previstos em

um fluxo de caixa. A análise de viabilidade está relacionada especificamente ao estudo de

uma nova construção. Versa sobre a comparação entre as receitas e as despesas da obra

considerando o tempo decorrido. Se os resultados apontam benefícios, o processo pode

prosseguir;caso contrário, o projeto deve ser ajustado ou até abandonado.

2.1 VIABILIDADE ECONÔMICA

Parte-se do pressuposto de que a viabilização de qualquer negócio começa sempre

pelo aspecto econômico. Dentre as várias oportunidades, existe sempre a possibilidade de se

identificar a mais atraente para escolher a melhor - um empreendimento pelo qual se possa

cobrar um bom preço, receber rápido e que custe pouco. Tudo dentro de estimativas realistas

de venda e levantamento de custos confiáveis. Em outras palavras, busca-se inicialmente o

lucro, o benefício projetado para o futuro e alguma garantia de que ele será realmente obtido.

O preço deverá ser maior do que o custo, e as receitas, ou entradas, deverão ser maiores que

os gastos, ou saídas.

Resumindo, quando a decisão de investir está baseada apenas na análise

comparativa da quantidade de recursos entrantes e de saídas referentes ao custeio do

empreendimento, resultando em um lucro, trata-se de viabilização econômica. (BEZERRA

DA SILVA, 1995)

2.2 VIABILIDADE FINANCEIRA

A grande maioria dos negócios de construção civil exige o investimento de capital.

Embora o preço seja, via de regra, superior aos custos, a receita entra no caixa bem depois da

necessidade de pagamentos de despesas. Contratos de prestação de serviços de construção

civil por empreitada e incorporações imobiliárias quase sempre exigem que se coloque

antecipadamente uma quantidade de recursos para alavancar a sua produção. Em suma,

Page 10: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

10

quando a decisão de investir está baseada na disponibilização de recursos, com objetivo de se

obter o equilíbrio das entradas e saídas, levando-se em conta os saldos a cada momento (fluxo

de caixa), trata-se de viabilização financeira (BEZERRA DA SILVA, 1995).

Portanto, o estudo de viabilidade econômico-financeira é tal que pretende

caracterizar um empreendimento que proporcione um lucro aos investidores ao final do

negócio, bem como ser capaz de evitar saldos negativos proporcionando, conseqüentemente,

um fluxo de caixa positivo em qualquer momento do empreendimento.

Entretanto, não deve, uma análise prévia de viabilidade, se restringir a uma análise

econômico-financeira, pois esta não leva em consideração fatores não quantificáveis que

influenciam na qualidade dos indicadores do resultado final do negócio.

.

2.3 PRINCÍPIOS DE ANÁLISE, INDICADORES DA QUALIDADE DA ANÁLISE.

Para que o estudo de viabilidade se aproxime da realidade, deve-se partir de um

bom cenário, dispor de um bom modelo matemático para simulação, conhecer os indicadores

de qualidade fornecidos pelo modelo de cálculo e saber interpretar os indicadores,

estabelecendo critérios particulares de decisão. (BEZERRA DA SILVA, 1995, p.21).

As características especiais do mercado imobiliário tornam muito difícil o

processo de decisão de investimento ou de lançamento de novas construções. Principalmente

na análise de viabilidade, na qual, muitas vezes, esta decisão é tomada pelo empresário de

forma intuitiva, de acordo com sua experiência e sua percepção das condições momentâneas

do mercado, sem ter como base uma análise criteriosa, embasada em dados (GONZÁLEZ,

1999).

Visto que é grande a quantidade de fatores intervenientes e que é longo o período

que decorre entre o momento da decisão e a conclusão do empreendimento, torna-se

necessário analisar objetivamente a viabilidade econômica e financeira do mesmo,

empregando as técnicas gerais de engenharia econômica, acrescidas das peculiaridades

relativas ao mercado imobiliário. No processo decisório é importante levar em consideração a

diferença entre a disponibilidade de capital no presente e no futuro. Isto decorre da existência

de incertezas e da necessidade de remunerar o capital, através de uma taxa de juros. O

dinheiro é um recurso escasso, existindo um preço, que são os juros pagos pelo direito de uso

deste bem. Como, no Brasil, as taxas de juros são extremamente elevadas, podendo-se afirmar

serem proibitivas para empresas construtoras, faz-se necessário um controle rígido dos

períodos de fluxo de caixa negativos, que, gerando juros, corroem o lucro almejado.

Page 11: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

11

Na prática, os parâmetros da análise sofrem ainda por influência de variáveis

monitoráveis e não monitoráveis. As variáveis monitoráveis são aquelas que o incorporador

pode exercer algum tipo de controle ou pode alterá-las de alguma forma. As variáveis não

monitoráveis são as que fogem totalmente do raio de ação do incorporador, sendo impostas

pelo mercado. Pode-se citar, como variáveis monitoráveis, os custos de produção, o

cronograma físico da obra, o cronograma de desembolso da produção, as taxas de BDI (Bônus

e Despesas Indiretas) e a remuneração dos serviços; quanto às variáveis não monitoráveis,

encontram-se, dentre outras, a expectativa de inflação e dos juros da economia, a variação no

valor dos imóveis e a velocidade de vendas.

As técnicas mais comuns para a tarefa de análise econômica e financeira são a taxa

interna de retorno (TIR) e o valor presente líquido (VPL). Emprega-se também o custo

periódico (CP), período de retorno do investimento (pay back) e o índice de lucratividade

(IL). Geralmente, a análise busca identificar o lucro ou se a taxa de retorno é maior do que a

taxa de atratividade.

Decidir é escolher entre alternativas disponíveis, após uma análise baseada nos

critérios da engenharia econômica. Caso haja apenas um investimento em estudo, seu

rendimento deverá ser comparado ao rendimento de aplicações financeiras correntes no

mercado, disponíveis ao investidor para o mesmo volume de recursos. As taxas destas

aplicações serão os parâmetros de comparação, definindo a taxa mínima de atratividade deste

investimento.

É sempre importante trabalhar com técnicas que considerem o momento em que

ocorrem as despesas e receitas, através de um fluxo de caixa descontado, o que não

incrementa significativamente a dificuldade de análise. A seguir são revisados conceitos sobre

as técnicas empregadas na análise financeira de investimentos. Para incorporar o custo-tempo

do dinheiro, torna-se fundamental determinar uma taxa de desconto adequada. Esta é a

primeira questão.

2.3.1. Fluxo de caixa

Fluxo de caixa é a apreciação das contribuições monetárias (entradas e saídas de

dinheiro) ao longo do tempo a uma caixa simbólica já construída. Pode ser representada de

uma forma analítica ou gráfica.

Page 12: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

12

O fluxo de caixa de uma incorporação, por ser complexo, exige a montagem de

uma matriz, que relacione as transações financeiras com os períodos em que foram efetuadas,

podendo ser chamada de matriz do fluxo de caixa.

O diagrama de fluxo de caixa é uma representação dos fluxos de dinheiro ao longo

do tempo. Graficamente, emprega-se uma linha horizontal representando o tempo, com

vetores identificando os movimentos monetários, adotando-se convenções cartesianas: fluxos

positivos para cima e negativos para baixo. São considerados fluxos positivos os dividendos,

as receitas ou economias realizadas; são considerados fluxos negativos as despesas em geral,

a aplicação de dinheiro, o custo de aplicações ou as parcelas que foram deixadas de receber.

Fluxos de caixa são construídos para dar apoio a decisões empresariais, estudar

aplicações de resíduos de caixa de permanência temporária e servir de base para a obtenção

dos indicadores necessários para a análise financeira. No caso do caixa da incorporação, pode-

se mencionar os seguintes indicadores, entre outros:

• exposição máxima (mês onde se verifica o maior saldo positivo);

• prazo de retorno e

• taxa de retorno.

Com a ajuda do fluxo de caixa, pode-se determinar o momento em que a

incorporação requisitará o ingresso de recursos de financiamento ou investimento, e ainda,

determinar o momento que parte do faturamento poderá ser transferido para o retorno,

conforme esquema da figura 1:

Figura 1

2.3.2. Taxa de desconto do fluxo de caixa

O capital equivalente a um real aplicado durante t anos a uma taxa de juros de k%

a .a . equivale a (1+k)t ao final de t anos. Para se dispor de um real ao cabo de t anos seria

suficiente aplicar hoje, a uma taxa de juros k, o valor de 1/(1+k)t. Ou seja, 1/(1+k)t é o valor

presente de um real a ser recebido dentro de t anos. Assim, um projeto será dito rentável se o

I0

Ri

Dj

n

SnRj

Di

Page 13: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

13

total das entradas de caixa trazidas ao presente, a uma taxa k, tiver um valor superior ao total

das saídas de caixa do projeto, também trazidas ao presente à mesma taxa k. (GALESNE,

1999, p. 35).

Convém discutir a taxa a ser utilizada para descontar os fluxos de caixa de um

projeto, antes de se passar à descrição destes critérios de análise. Para a avaliação um projeto

de investimento, a taxa de desconto k será a taxa mínima de rentabilidade exigida do projeto,

também chamada taxa mínima de atratividade (TMA). Esta taxa representa o custo de

oportunidade do capital investido ou uma taxa definida pela empresa em função de sua

política de investimentos. Para a análise desenvolvida neste trabalho, será considerada a taxa

de desconto k como a taxa mínima de rentabilidade que a empresa exige de seus projetos de

investimentos, ou simplesmente taxa mínima de atratividade. Em última análise, a taxa de

desconto k tem a finalidade de tornar os valores dos fluxos de caixa equivalentes aos valores

presentes (GALESNE, 1999, p. 39).

A taxa de desconto, referida como taxa mínima de atratividade, é também tratada

como “custo de capital”, ou como custo de oportunidade. Estes termos, contudo, não são

sinônimos e, de outra parte, o valor assumido para cada taxa depende do porte da empresa e

da conjuntura momentânea da economia. Pode-se discriminar essas taxas em:

a) Custo de oportunidade do capital de terceiros (ka) – é a taxa de captação dos

recursos no mercado, seja através de instituições financeiras ou investidores

privados;

b) Custo de oportunidade de capital próprio (ke) – é o custo de uso do capital próprio

da empresa. Representa as oportunidades de uso de capital perdidas quando é

decidida determinada alocação de recursos;

c) Taxa de reinvestimento (rs) – é a taxa de aplicações futuras dos fluxos de caixa

positivos gerados pela empresa. Não deve ser tomada como o custo do capital

próprio (ke), porque os fluxos positivos nem sempre podem ser aplicados a esta

taxa, por questões de prazo e volume de recursos. Deve ser ligada à taxa efetiva de

reaplicação dos fluxos futuros, nas aplicações em que dispõe;

d) Taxa mínima de atratividade (TMA) – do ponto de vista teórico, a taxa de desconto

deveria ser igual ao custo de oportunidade do capital próprio (k=ke). Porém, pode ser

substituída por uma taxa politicamente definida pelo decisor, em função da política de

investimento da empresa (k=TMA). A taxa de atratividade representa a rentabilidade mínima

exigida pelo investidor, ou seja, sua motivação para investir. Como não tem sentido que a

TMA seja inferior ao custo de oportunidade do capital próprio, geralmente adota-se TMA ≥ ke,

Page 14: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

14

pois a empresa desejará obter mais do empreendimento do que obteria em uma alternativa de

investimento comparável e segura, devendo ainda incluir uma parcela de risco.

Assim, a taxa k de desconto poderá assumir um dos valores acima, conforme as

premissas e o enfoque da análise. Na construção civil, deve-se verificar ainda que geralmente

o investimento próprio é pequeno, trabalhando-se fundamentalmente com os recursos dos

compradores e, na verdade, a taxa de atratividade reflete a viabilidade do empreendimento

globalmente.

2.3.3. Critérios de fluxo de caixa descontado

Critério do valor presente líquido (VPL)

O VPL de um projeto de investimento é igual à diferença entre o saldo dos valores

presentes das entradas e saídas líquidas de caixa associadas ao projeto e ao investimento

inicial necessário, com o desconto dos fluxos de caixa feito a uma taxa k definida pela

empresa (TMA). Todo projeto de investimento que tiver um VPL positivo será rentável; para

um projeto analisado, havendo mais de uma variante rentável, o de maior VPL será o mais

lucrativo. É o valor presente dos retornos diminuídos dos investimentos, descontados até a

data da análise pela taxa de juros do custo do capital (GALESNE, 1999, p.39).

Critério do índice de lucratividade (IL)

Este critério consiste em estabelecer a razão entre o saldo dos valores presentes das

entradas e saídas líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial. Neste critério também,

os cálculos são efetuados com base na taxa mínima de atratividade (k) da empresa. Este índice

informa a percentagem de quanto se está ganhando, além do custo do capital, em relação ao

valor presente do investimento. (GALESNE, 1999, p.40)

Critério da taxa interna de retorno (TIR)

Por definição, a taxa que anula o valor presente líquido do empreendimento é

chamada de taxa interna de retorno (TIR). É uma taxa média de desconto do fluxo de caixa,

ou, em outras palavras, é a taxa que torna o valor presente dos fluxos de caixa igual ao

Page 15: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

15

investimento inicial. É a mínima taxa de retorno que garante a recuperação da quantidade

investida (GONZALEZ, 1999). Todo projeto cuja taxa de retorno seja superior à taxa mínima

de rentabilidade que o dirigente da empresa exige para seus investimentos, o negócio é

interessante (,GALESNE, 1999, p. 41)

2.3.4 Outros critérios tradicionalmente adotados sem fluxo de caixa descontado

Critério do período de retorno do investimento (pay back)

Consiste na análise do período necessário para se obter o retorno do investimento

inicial sem considerar nenhum tipo de juros. O que é falho neste critério é que ele é utilizado

como um critério de rentabilidade de projetos, quando, na verdade, ele se caracteriza mais

como uma medida da liquidez do capital investido no projeto. O uso deste critério pode ser

justificado quando empregado em conjunto com os critérios baseados nos fluxos de caixa

descontados, jamais como critério principal.

2.3.5 Aplicação da teoria da engenharia econômica aos estudos de viabilidade de

empreendimentos imobiliários

Raros são os estudos especificamente direcionados à aplicação das técnicas

apresentadas acima na avaliação de empreendimentos imobiliários.

As técnicas atualmente em uso para avaliação prévia de empreendimentos utilizam

formatos mais simples, baseando-se exclusivamente no comparativo entre custos e receitas

totais. Como o tempo é elemento significativo e a incidência de custos e receitas ocorrem em

diferentes momentos, é importante descontar (ou capitalizar) tais ocorrências para uma data

única, usualmente a data do estudo de viabilidade. Para tanto, identifica-se a taxa de

atratividade e/ou custos financeiros incidentes, para a aplicação dos métodos disponíveis,

através da engenharia econômica (BALARINE, 1997).

Page 16: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

16

2.4 RISCO E INCERTEZA NAS DECISÕES DE INVESTIMENTOS

A incerteza é o desconhecimento das condições de variabilidade de um parâmetro,

impedindo a adequada previsão de seu comportamento.

A previsibilidade do futuro, por parte do dirigente de uma empresa, está

diretamente influenciada por diversos fatores externos sobre os quais este dirigente não tem

domínio. O clima, os acontecimentos políticos e sociais e as descobertas científicas são

exemplos de fatores que influenciam as decisões de investimento. Assim, o dirigente da

empresa deve, para manter a empresa no mercado, assumir riscos: o risco de fracasso do

empreendimento é um deles. É este risco que o dirigente da empresa vai se esforçar em

reduzir, tentando prever, quando não influenciar, a evolução futura dos elementos

determinantes da rentabilidade de seu investimento (GALESNE, 1999, p.131).

Quatro elementos têm influência determinante sobre a rentabilidade de um projeto

de investimento: os montantes das receitas anuais, os custos anuais e o nível de rentabilidade

do reinvestimento dos fluxos de caixa do projeto.

2.4.1 Incerteza quanto à previsão das receitas

O sucesso ou fracasso de um investimento depende da maneira como o produto

resultante do investimento é aceito pelo mercado consumidor. Contudo, dependerá também do

tipo de organização do mercado para o produto considerado. O mercado consumidor muda ao

sabor da alteração dos gostos e das necessidades de cada consumidor individual. É assim que

muitos produtos de grande aceitação, num dado momento, declinam e, até mesmo,

desaparecem, enquanto outros podem apresentar um crescimento muito rápido. Em geral,

pode-se constatar que a incerteza das receitas é tanto maior quanto mais inovador é o produto.

Para uma situação de monopólio de mercado, o grau de incerteza é menos elevado

e pode ser reduzido por meio de estudos de mercado. Para uma situação concorrencial, o

sucesso da estratégia de uma empresa dependerá, em grande parte, da reação das demais à

tomada de sua ação. Esta segunda fonte de incerteza é mais incômoda que a primeira por fugir

totalmente ao controle da empresa que inicia a ação.

Page 17: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

17

2.4.2 Incerteza quanto à previsão dos custos

A necessidade de se reduzir a incerteza existente na estimativa de custos de

produção tem levado as empresas a implantarem sistemas de custos e estrito controle dos

orçamentos. Estes orçamentos são baseados em experiências anteriores da empresa.

Entretanto, esta experiência anterior não se constitui, de forma alguma, em garantia de

repetição de fatores no futuro. Fatores relacionados a agentes externos, como aumentos de

preços de matérias-primas, podem contribuir para que as previsões baseadas em séries

históricas possam fracassar.

Mesmo reduzida, a incerteza nas previsões de custo permanece um elemento

importante na avaliação do investimento.

2.4.3 Incerteza quanto ao nível de rentabilidade do reinvestimento dos fluxos

de caixa do projeto

A conseqüência essencial desta incerteza parece ser a variabilidade potencial da

rentabilidade esperada. Visto que não se pode assegurar a rentabilidade, pode-se concluir que

a incerteza quanto ao resultado dos fluxos líquidos de caixa seja também elevada.

2.4.4 Risco de um projeto de investimento

Risco e incerteza, embora ligados, são noções distintas; são ligados no sentido de

que o risco de um projeto de investimento é a conseqüência da incerteza associada ao projeto;

são distintos à medida que um projeto de investimento, com resultados incertos, somente é

arriscado quando suscetível de apresentar resultados não desejados.

Segundo Galesne (1999, p.136),

“cada vez mais autores têm julgado que se deve considerar como situação

de risco toda situação para a qual uma distribuição de probabilidades, seja

qual for sua natureza, possa ser associada aos resultados, e situação incerta

àquela para a qual nenhum tipo de distribuição de probabilidade possa ser

associada aos resultados”.

Page 18: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

18

2.4.5 Avaliação de empreendimentos em condição de risco

Como visto, em presença de risco, admite-se que há uma probabilidade conhecida

de variação dos parâmetros. Conforme infere Riggs (1968 apud González 1999), algumas

vezes, o risco é tão remoto que pode ser desconsiderado como fator; em outras ocasiões

precisa ser ignorado pela falta absoluta de dados para análise ou porque esta análise envolve

demasiado tempo ou custo.

O risco deve ser considerado se as atividades são projetadas para um futuro

distante e os resultados estão sujeitos a influências condicionais. É necessário determinar as

alternativas possíveis e deve-se desenvolver uma árvore de decisão. Ainda segundo o autor

supracitado, a identificação das alternativas inclui:

• Definição dos estados ou condições futuros (mercado e macro economia);

• Predição da probabilidade de cada estado ocorrer;

• Determinação dos retornos associados a cada estado.

Estados futuros podem ser antecipados, mas não controlados. A questão chave é

decidir quais estados são relevantes para a solução do problema, limitando a complexidade de

análise a um nível razoável.

Algumas questões estão sob o controle da empresa, ao menos relativamente, tais

como datas de lançamento e entrega do produto, custo de produção, tamanho e especificações

do empreendimento e projetos, entre outros, e, com algum esforço, a empresa poderá

antecipar as variações possíveis e mantê-las nestes níveis durante a execução.

Para a análise do risco, há técnicas complexas, entre elas, a teoria dos jogos e as

árvores de decisão. Ainda se pode realizar a análise da sensibilidade do fluxo de caixa,

percebendo-se a influência na variação de parâmetros importantes, tentando de forma

simplificada prever situações futuras.

2.4.6 Considerações finais sobre risco e incerteza

Existem diversas técnicas para a avaliação do risco e das incertezas, porém são de

difícil utilização prática. Contudo, como refere Rocha Lima Jr. (1998, p.7):

“não é válido tentar pesquisar técnicas para predizer, porque, em processos nos quais se exige, constantemente, uma nova decisão, porque o seu sistema é instável, ou o ambiente sofre conturbações sem monitoramento, é a opção

Page 19: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

19

do decisor que vai responder pelo resultado e o mais que é possível é dar informação de conteúdo sólido, para que o resultado da decisão ganhe resistência, de sorte que o sistema se habilite a reagir à sua própria instabilidade e às conturbações do ambiente, mas este é o limite”.

Seguindo esta linha de raciocínio, não interessa tentar reproduzir ou antecipar o

comportamento do decisor, mas apenas dotá-lo de ferramentas de análises adequadas ao setor

imobiliário. Desta forma, não há interesse em determinar curvas de utilidade, ou identificar

seu comportamento frente ao risco ou à incerteza; busca-se um modelo analítico coerente para

a análise de empreendimentos na construção civil, capaz de permitir o julgamento objetivo de

propostas de construção. Determinar qual o caminho que tomará o decisor, diante das

alternativas que dispõe, está fora do escopo deste trabalho (GONZÁLEZ, 1999).

2.5 FERRAMENTAS PARA A TOMADA DE DECISÃO

2.5.1 Árvore de decisão

A análise de árvore de decisão é o método que pode ser utilizado para identificar o

melhor ato inicial, bem como os melhores atos subseqüentes.

A primeira etapa desta análise consiste em construir a árvore de decisão que

corresponde à situação de decisão seqüencial. A árvore é construída da esquerda para a direita

com a identificação apropriada dos pontos de decisão (pontos seqüenciais nos quais deve ser

feita uma escolha) e pontos casuais (pontos seqüenciais nos quais ocorrerá um evento

probabilístico). A construção de uma árvore de decisão válida para uma situação de decisão

seqüencial depende particularmente da análise apropriada da situação de decisão geral.

Depois de ter sido construída a árvore de decisão, os valores de probabilidade

associados com os eventos ao acaso e as conseqüências econômicas que podem ocorrer são,

ambos, colocados no diagrama. Muitas das conseqüências econômicas são diversas etapas

retiradas do ponto de decisão inicial. Com o fim de determinar os valores esperados dos atos

alternativos no ponto de decisão inicial, os valores esperados são sistematicamente calculados

da direita para a esquerda na árvore de decisão. Este processo é chamado, às vezes, de

“reversão”. Como resultado da aplicação deste processo analítico, pode ser identificado o

melhor ato para o ponto de decisão inicial (KAZMIER, 1982).

Page 20: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

20

Exemplo de utilização de árvore de decisão

Considerando-se no momento da decisão de lançar um novo empreendimento, que

poderá ser com unidades de padrão luxo ou de médio padrão, pôde-se construir a árvore de

decisão abaixo partindo das seguintes premissas:

• Investimento para o lançamento de empreendimento padrão luxo: $500.000,00

• Investimento para lançamento de empreendimento de médio padrão: $300.000,00

• Legenda:

A = Empreender

B = Não empreender: conseqüência econômica = $ 0,00

C = Empreender com êxito: probabilidade = 0,80

D = Empreender sem êxito: probabilidade = 0,20

E = Optar por padrão luxo

F = Optar por padrão médio

G = Demanda elevada: probabilidade = 0,70

H = Demanda baixa: probabilidade = 0,30

I = Demanda elevada: probabilidade = 0,40

J = Demanda baixa: probabilidade = 0,60

• Resultados esperados para os eventos (sem abater o investimento inicial):

o B = $ 0,00

o G = $ 1.000.000,00

o H = $ 300.000,00

o I = $ 600.000,00

o J = $ 200.000,00

Cálculo da conseqüência econômica:

• G = $1.000.000,00 - $500.000,00 = + $500.000,00

• H = $300.000,00 - $500.000,00 = - $ 200.000,00

• I = $600.000,00 - $300.000,00 = + $300.000,00

• J = $200.000,00 - $300.000,00 = - $100.000,00

Page 21: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

21

Cálculo do valor esperado:

VE (luxo) = 0,70*500.000 + 0,30*(-200.000) = $290.000,00

VE (médio padrão) = 0,40*300.000 + 0,60*(-100.000) = $60.000,00

Comparando-se os dois valores esperados, o empresário certamente optará por um

empreendimento de luxo.

Em face das expectativas de êxito deste empreendimento, segue-se para o cálculo

do valor esperado da decisão de empreender ou não empreender:

*Nota: a conseqüência econômica da decisão de empreender sem êxito é de -$500.000,00,

visto ter sido feita a opção por empreender padrão luxo.

VE (empreender) = 0,80*290.000 + 0,20*(-500.000) = $132.000,00 VE (não empreender) = $0,00

Comparando-se os dois Valores Esperados, o melhor ato no ponto de decisão

inicial é “Empreender”. No cálculo do valor esperado para “Empreender”, notar que a

probabilidade de empreender com êxito (0,80) é multiplicada por $290.000,00, sendo

ignorados os $60.000,00 do ramo adjacente, porque eles estão associados com um ato decisão

eliminado na etapa anterior da análise; a figura 2 ilustra o referido:

Figura 2

A

B

C

D

E

F

G

H

J

I

Page 22: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

22

2.5.2 Matriz (Tabela) de decisão

A matriz de decisão é um auxílio visual a um problema de decisão. A matriz é

geralmente assim constituída:

• Nas linhas, lista-se as alternativas possíveis;

• Nas colunas, lista-se os estados da natureza;

• Em cada cruzamento linha/coluna coloca-se o relutado correspondente.

A tabela 1 a seguir mostra o aspecto de qualquer matriz de decisão com p

alternativas e k estados da natureza:

Tabela 1

Velocidade de Vendas

Padrão Boa Média Ruim

A 100 70 30

B 72 60 50

C 90 90 25

Após o tabelamento, as análises que podem ser feitas, dependem muito do perfil do decisor (pessimista, otimista ou ponderado). Neste exemplo, o pessimista irá escolher o padrão B, que é a decisão que assegura o máximo do mínimo. Já o otimista decidirá pelo padrão A, que assegura o máximo do máximo. E o ponderado analisará os valores através de uma média ponderada entre o melhor e o pior resultado. Caso tenha parecido que a Matriz de Decisão apresente resultados simplistas ou superficiais, convém destacar que sua utilização ocorre em circunstâncias bastante desfavoráveis para uma análise mais detalhada, pois se dispõe de dados muito precários sobre o que vai acontecer. O decisor, portanto, deverá ter a percepção para extrair o resultado que melhor se adpte à situação em estudo.

2.5.3 Análise de Sensibilidade

É o estudo do efeito que a variação de um dado de entrada pode ocasionar nos resultados, ou seja, quando uma pequena variação num parâmetro altera drasticamente a rentabilidade de um projeto. Portanto, é o artifício utilizado para a transformação da incerteza em risco.

Page 23: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

23

3. SISTEMÁTICA DA ANÁLISE

Identificados os fatores que afetam a decisão de incorporar e revistos alguns

métodos para avaliar investimentos, solidifica-se a visão de que, em momento bem anterior à

execução do projeto, deve ser realizado um estudo de viabilidade que forneça informações

sobre a exeqüibilidade do empreendimento, tanto sob o ponto de vista econômico (retornos),

como financeiro (solvência). O primeiro passo seria definir um cronograma para o

desenvolvimento dos diversos estágios do projeto, conforme se segue:

1. Estudo prévio de viabilidade (t1 = 2 meses)

2. Anteprojeto arquitetônico (t2 = 1 mês)

3. Aquisição do terreno (ao final de t1)

4. Projeto arquitetônico legal/especificação definitiva (t4 = 2 meses)

5. Orçamentação e planejamento (t5 = 2 meses)

6. Aprovação junto aos órgãos competentes, registro de incorporação (t6 = 4 meses)

7. Publicidade (t7 = 1 mês)

8. Desenvolvimento de projeto arquitetônico definitivo/projetos complementares (t8 = 6

meses)

9. Construção (t9)

10. Vendas (t10 = t9 + 6 meses)

11. Administração do empreendimento (t11)

12. Entrega e manutenção pós-ocupação (t12)

13. Revisão, análise e sistematização dos resultados (t13).

Considerando um prazo de construção de 18 (dezoito) meses, cabe aqui a sugestão do

cronograma construído segundo consta na tabela 2 a seguir:

Page 24: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

24

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 31 32 33Estudo prévio de viabilidadeAnte-projeto

Aquisição do terrenoProjeto arquitetônico legal / especificação definitiva

Orçamentação e planejamentoAprovação junto aos órgãos competentes

PublicidadeDesenvolvimento de projetos

EntregaAnálise

Administração do empreendimento

Meses

VendasConstrução

......

Tabela 2

Com a utilização do diagrama acima, fica facilitada a conversão do fluxo de caixa

do empreendimento em outros fluxos equivalentes, mediante a utilização de taxas de desconto

que conduzam a comparações entre moedas de diferentes valores, em um mesmo momento do

tempo.

Conforme o explicado, o gráfico acima representa um diagrama que reflete um

empreendimento com prazo de construção de 18 meses. Não obstante, em se tratando de

empreendimentos com prazo de construção diferente deste proposto, pode-se ter uma

alteração na faixa vertical identificada no desenho, dilatando-a ou contraindo-a, conforme a

situação, para os casos em que o prazo de construção da obra seja maior ou menor que os 18

meses propostos no exemplo acima.

Na fase inicial do empreendimento, a configuração dos diversos estágios que irão

alimentar a elaboração do fluxo de caixa do empreendimento pode assumir o seguinte

referencial:

Estudo prévio de viabilidade

Nesta etapa, são definidas as características gerais do empreendimento de forma a

que se possa estimar gastos com os diversos grupos de custo do empreendimento, listados

abaixo:

• Terreno

• Despesas legais

• Despesas financeiras

• Projetos

Page 25: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

25

• Construção

• Impostos e taxas

• Publicidade

• Corretagem

• Administração central

• Manutenção pós-ocupação

• Resultado.

Assim, através de uma estimativa inicial de preço de venda, chega-se,

preliminarmente, a um valor de resultado que servirá de base para a decisão da

implementação, ou reformulação ou abandono do projeto.

Anteprojeto arquitetônico (Projeto Virtual)

Nesta etapa, define-se o programa do empreendimento: conceito e padrão do

produto, número de unidades, tamanho das unidades, número de quartos, número de vagas na

garagem e equipamentos das áreas comuns. Para tal, o investidor pesquisa as tendências do

mercado, ouve opiniões de chefes de venda e corretores de imóvel, pessoas ligadas à

atividade, familiares e outros empresários, para decidir que produto é mais adequado ao

terreno em estudo. É importante, para respaldar esta tarefa, a consulta prévia ao provável

arquiteto que desenvolverá o projeto arquitetônico, podendo-se, até mesmo, celebrar contratos

de riscos com estes arquitetos.

Aquisição do terreno

Nesta etapa, adquire-se o terreno que pode ser numa das modalidades seguintes, ou

combinações destas: compra direta do terreno, troca por área construída, participação no

resultado do empreendimento.

Projeto arquitetônico legal/especificação definitiva

Partindo-se do programa do empreendimento, definido no momento do anteprojeto

arquitetônico, desenvolve-se o projeto arquitetônico legal e a especificação definitiva para

serem submetidos à aprovação dos órgãos competentes.

Page 26: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

26

Orçamentação e planejamento

Com a etapa anterior concluída, inicia-se a orçamentação da obra. Cuidados

especiais devem ser tomados no momento das estimativas dos custos de fundações, estrutura e

instalações, uma vez que estes projetos ainda não foram desenvolvidos.

Aprovação junto aos órgãos competentes, registro de incorporação.

Neste momento, procede-se a juntada de documentação necessária para os

registros legais do empreendimento e estará concluída com a obtenção do Alvará de

Construção expedido pela Prefeitura Municipal.

Publicidade

Após a aprovação da construção do empreendimento pelos órgãos competentes,

poderá ser iniciada a etapa de vendas e, para tanto, é aconselhável a contratação de uma

equipe especializada em publicidade e marketing para apresentar o produto ao mercado.

Desenvolvimento de projeto arquitetônico definitivo/projetos complementares

Comprovada a viabilidade do empreendimento, através da evolução inicial das

vendas, deve-se partir para o desenvolvimento dos projetos definitivos de arquitetura e

complementares.

Construção

Esta é a etapa da concretização do empreendimento. É, via de regra, a etapa que,

sozinha, mais impacta no resultado final do empreendimento, dado o seu peso proporcional ao

investimento total e ao grau de incerteza das variáveis envolvidas.

Page 27: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

27

Vendas

Nesta etapa, define-se a forma de venda do empreendimento, com a apresentação

do produto à equipe de vendas, ressaltando seus pontos positivos e esclarecendo as dúvidas da

equipe para evitar que informações incorretas sejam repassadas aos clientes; tenta-se, desta

forma, evitar a frustração futura de clientes.

Administração do empreendimento

Alocam-se, neste item, as despesas referentes ao custo das atividades fixas

desenvolvidas pela empresa, notadamente na sua sede, para a realização dos

empreendimentos.

Entrega e manutenção pós-ocupação

Face à evolução da legislação dos direitos dos clientes, com o desenvolvimento do

Código de Defesa do Consumidor (CDC), esta etapa reveste-se de especial importância, além

de assegurar a satisfação futura do uso – fator importante para a sobrevivência da empresa no

mercado. Portanto, mister se faz a correta alocação de recursos referentes aos serviços

prestados neste momento do empreendimento.

Revisão, análise e sistematização dos resultados

A fim de recolher informações que poderão subsidiar futuros estudos da empresa,

deve-se analisar as decisões tomadas ao longo do desenvolvimento do empreendimento e

comparar o seu comportamento, em todas as etapas, com o que foi previsto no estudo de

viabilidade, para que se possa corrigir possíveis distorções. É importante ressaltar que estas

análises devem ser procedidas também durante o desenvolvimento do projeto para garantir a

correção do rumo das atividades, visando a obtenção do resultado previsto; contudo, não é

este o objetivo nesta descrição das etapas.

A apuração dos custos associados a cada estágio da estimação deve ser cuidadosa.

Compete ao analista levantar comportamentos históricos da empresa e suas experiências com

projetos assemelhados; colher dados de produção e vendas da própria empresa e do mercado,

Page 28: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

28

além de ouvir a opinião de profissionais especializados (projetistas, engenheiros, publicitários,

especialistas em finanças, corretores de imóveis etc.).

O sucesso da análise proposta dependerá diretamente da qualidade das

informações obtidas sobre o produto, mercado e os investimentos necessários; as informações

disponíveis influem no nível de precisão desta análise.

Classificação das despesas

Terreno:

O terreno é uma das maiores despesas, individualmente, na maioria das obras.

Deve-se considerar a forma de aquisição: a compra ou a troca por área construída, abatendo-

se, neste segundo caso, a perda de receita da venda das unidades a serem trocadas. Sendo

negociado no início do processo com pequeno ingresso de receitas, o valor do terreno é peça

importante na análise financeira. Deve-se incluir taxas de transferência (intermediação,

registros e tributos, inclusive débitos anteriores com IPTU, concessionárias etc), as despesas

decorrentes da própria procura e, se houver, despesas para compra de Transcon (este é um

instrumento legal facultado pela Prefeitura Municipal de Salvador que consiste em se comprar

o direito de construir de outra localidade, transferindo para a área desejada). No caso de troca

por área construída, estes valores serão deslocados no tempo.

Despesas Legais:

Neste grupo de custos, devem ser considerados aqueles decorrentes do registro do

empreendimento perante os agentes públicos (Prefeitura Municipal, Concessionárias de

Serviços Públicos etc), bem como as despesas de regulamentação da incorporação e

individualização, quando for o caso, e ainda transferência de propriedade ao final da obra,

caso se aplique.

Despesas Financeiras:

Devem ser considerados segundo o volume de dinheiro envolvido (usualmente as

instituições financeiras têm suas taxas variáveis) e a questão básica é a consideração “custo do

Page 29: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

29

dinheiro no tempo”, às taxas adequadas. Pode ser enquadrado como taxas de financiamento de

bancos ou de grupos de investidores.

Projetos:

Diversos profissionais se envolvem na construção, a exemplo dos os projetistas,

responsáveis pela execução da obra e outros, devendo-se considerar honorários a serem

pagos.

Construção:

O custo de construção é estimado em função das características do imóvel a

construir e mediante informações obtidas no mercado. Pode-se associar a esta etapa,

historicamente, a relação de Preço de venda do m² / Custo de construção do m2 = 2,00.

Ressalte-se que, da receita bruta, serão abatidos custos incidentes sobre as vendas, comissão

de corretagem, custos de publicidade, impostos sobre receitas (exemplo: PIS, COFINS, dentre

outros).

Impostos e Taxas:

É necessário que haja atenção específica para este grupo de custos. Os impostos,

certas vezes, podem ser minorados em função de um planejamento tributário adequado.

Devem ser considerados os impostos de ordem Federal, Estadual e Municipal, de acordo com

as características do empreendimento e com o tipo de receita de cada contrato.

Publicidade:

Os valores incluídos nesta categoria de despesas de comercialização são referentes

ao marketing (anúncios de jornal, de televisão, folders, outdoors e Centrais de Vendas).

Corretagem:

Neste grupo de custo, apresenta-se a remuneração dos corretores de imóveis. É o

custo diretamente ligado à venda do empreendimento.

Page 30: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

30

Administração Central:

Corresponde à taxa histórica de administração da incorporadora. É o custo de

remuneração do escritório central. Deve-se levar em conta o porte da empresa e os custos

fixos para mantê-la operando, tais como salário da Direção, pessoal técnico e administrativo,

amortização ou aluguel da sede, material de escritório, impostos (Licença de Localização e

Funcionamento, IPTU da sede etc.), contas de energia elétrica, água, telefone, consultores e

auditores, advogados e outros mais.

Manutenção pós-ocupação:

Diante da importância crescente da satisfação do cliente, é fundamental estimar

uma parcela de custos referentes a reparos solicitados pelo comprador após a entrega do

imóvel, caso seja parte da estratégia da empresa prestá-los gratuitamente.

Resultado:

É, via de regra, a força motriz do investidor. Não obstante, deve ser adotado de

forma objetiva. É importante abordar as despesas reais do empreendimento de forma a se

obter, com a máxima margem de confiança possível, uma previsão real e factível deste

resultado, a fim de não criar uma expectativa irreal para o investidor. Segundo Ruy Duarte

Machado (1990, notas de aula), deve representar um balanço equilibrado entre a remuneração

do capital e a capacidade de competição da própria empresa, levando-se em consideração o

mercado em que ela atua.

A fim de nortear o estudo de viabilidade do empreendimento, propõe-se a

utilização dos índices listados a seguir na tabela 3, obtidos através do embasamento em

diversas pesquisas com empresas e profissionais do mercado imobiliário de Salvador,

referentes ao preço final de venda:

Page 31: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

31

Tabela 3

ITEM DESCRIÇÃO ÍNDICE

1 TERRENO 20%

2 DESPESAS LEGAIS 0,8%

3 DESPESAS FINANCEIRAS 1,5%

4 PROJETOS 2,5%

5 CONSTRUÇÃO 50%

6

IMPOSTOS E TAXAS

ISS 0%

I.R. 1,2%

PIS 0,65%

COFINS 3%

CONT SIND 1,08%

CPMF 0,38%

6,31%

7 PUBLICIDADE 2%

8 CORRETAGEM 3%

9 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 3%

10 MANUTENÇAÕ PÓS-OCUPAÇÃO 1%

11 RESULTADO 10,61%

Ainda cabe identificar outra indexação e classificação de grupos de custos, segundo

referência na tabela 4, Heineck (2003):

Tabela 4

ITEM DESCRIÇÃO ÍNDICE

1 TERRENO 15% 2 PROJETO 3% 3 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 6% 4 DESPESAS FINANCEIRAS 4% 5 CUSTO DE CONSTRUÇÃO 53% 6 COMERCIALIZAÇÃO 8% 7 LUCRO 5% 8 IMPOSTOS E TAXAS 3% 9 EVENTUAIS 3%

Page 32: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

32

4. APRESENTAÇÃO DE CASO DE ESTUDO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Neste momento, é importante lembrar que é necessário criar um cenário e efetuar

projeções de receitas e despesas para a elaboração de um estudo de viabilidade. Da precisão

destas projeções, dependerá a confiabilidade dos indicadores de qualidade e da própria

decisão gerencial.

Para que se possa ponderar sobre como reduzir as chances de trabalhar com

estimativas erradas, deve-se responder a algumas questões básicas que nortearão o

desenvolvimento dos estudos: DTC –Desenvolvimento e Tecnologia S/C (1997).

• Qual o produto a ser lançado?

• A que preço este produto pode ser vendido?

• Quais as condições para se pagar este preço?

• Qual o preço de custo deste produto?

• Vale a pena financiar a produção? Em que condições?

• Qual o prazo mais adequado para executar a obra?

• Qual a rentabilidade esperada?

• Qual o montante de investimentos necessários para fazer o empreendimento?

• Qual a margem (lucro) que será obtido através do empreendimento?

• Quando o empreendimento começa a “devolver” os recursos que neles foram

investidos? Qual o montante destes recursos?

• Quais os riscos envolvidos no empreendimento?

De início serão apresentadas as características de um empreendimento imobiliário

que servirá de base para o desenvolvimento de estudos iniciais; serão denominados de

“Empreendimento-Exemplo”.

4.1 Empreendimento–Exemplo

Para facilitar a apresentação do tema e possibilitar a análise de sensibilidade, foi

desenvolvido o Empreendimento-Exemplo de uma incorporação imobiliária que se apresentou

da seguinte maneira para um investidor fictício:

Page 33: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

33

• Terreno disponível:

o Local: bairro de classe média alta

o Área do terreno: 1.700,00 m2

o Condições de comercialização do terreno: troca por área construída, numa

proporção de 05 (cinco) apartamentos.

4.2 Premissas da análise

Neste momento, será abordada a metodologia utilizada para a elaboração dos

quadros e tabelas que serão usados para o estudo do Empreendimento-Exemplo:

• Adotar-se-á, em função da pesquisa realizada entre empresas do mercado

imobiliário baiano, o valor de R$ 1.000,00 / m² de área privativa de custo de

construção, por dados de obras executadas no período de 2001 a 2003;

• Através de consulta a três empresas construtoras/incorporadoras, obteve-se os

números referentes ao percentual de custo por item apresentado na tabela de

Pesquisa de Percentual de Custo de Serviço, anexa. É importante assinalar

algumas das características dos empreendimentos pesquisados:

Obra 1, empresa A: edifício residencial de luxo com 18 pavimentos, 01

apartamento por andar, de 04 suítes, com gabinete, com 270 m² de área

privativa;

Obra 2, empresa A: edifício multiuso de luxo, com 18 pavimentos, 05

apartamentos por andar, de 01 ou 02 suítes, com área privativa variando de 50

a 80 m²;

Obra 3, empresa A: edifício residencial de luxo, com 20 pavimentos, 02

apartamentos por andar, de 04 suítes, com gabinete, com 237 m² de área

privativa;

Obra 4, empresa B: edifício comercial de luxo com 14 pavimentos, 14

salas por andar com 28 m² de área privativa;

Obra 5, empresa C: edifício residencial de luxo, com 14 pavimentos, 04

apartamentos por andar, de 03 quartos (01 suíte), com gabinete, com 142 m² de

área privativa;

Obra 6, empresa C: edifício residencial de luxo, com 18 pavimentos, 02

apartamentos por andar, de 02 quartos (01 suíte), com 84 m² de área privativa;

Page 34: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

34

Obra 7, empresa C: edifício residencial de luxo, com 18 andares, 02

apartamentos por andar, de 04 suítes, com 190 m² de área privativa.

• Para a definição da velocidade de vendas foi feita uma consulta a uma empresa

imobiliária de atuação no mercado de edifícios de luxo de Salvador.

• Adotar-se-á a taxa de atratividade mínima de 1,5% a. m., definida pela equipe

de pesquisa.

• Para a definição do prazo da obra, deve-se considerar o porte do prédio (12

pavimentos).

• O índice de utilização da localidade será baseado nos critérios de Transcon.

4.3 Desenvolvimento da análise

De posse destes dados comerciais do terreno, o investidor passa a algumas

definições para o empreendimento:

• Padrão da construção: edifício de luxo

• Índice de utilização da localidade: 4,5 (com utilização de Transcon)

• Área construída total: 7.650 m2

• Descrição e porte: 12 pavimentos, com 02 aptos por andar, com 230 m² de área

privativa, playground, 02 pavimentos de garagem

• Taxa mínima de atratividade: 1,5% a.m.

• Custo unitário de construção: R$ 1.000,00/m2 de área privativa

• Prazo de construção: 15 meses

• Velocidade de vendas: início das vendas em seis meses antes do início da obra, com

uma previsão de duas vendas por mês

• Condição de venda:

o Sinal : 15%

o Chaves: 15%

o Intermediárias: 20% dividido em quatro parcelas, vincendas a cada três meses

após o sinal

o Mensais: 20% dividido em parcelas iguais a partir do sinal até as chaves

o Saldo: quatro meses após a conclusão da construção

o Valor total à vista para unidades vendidas após a entrega das chaves.

Page 35: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

35

Com estas premissas definidas, o próximo passo do investidor será montar a tabela

de despesas previstas. Note-se que a tabela sugerida anteriormente deve ser tomada apenas

como referência; caso o investidor tenha sua própria distribuição de índices, tenderá a segui-

los. Neste Empreendimento-Exemplo, adotaremos esta tabela oriunda das pesquisas realizadas

no mercado imobiliário baiano; percebendo que o valor do terreno é considerado em função

da proposta existente – troca por 05 (cinco) unidades, considerados a R$460.000,00/un.

Destarte, trabalha-se com os seguintes itens constantes na tabela 5 a seguir:

Tabela 5

ITEM DESCRIÇÃO VALOR (1.000 R$)

1 TERRENO 2.300

2 DESPESAS LEGAIS 88

3 DESPESAS FINANCEIRAS 166

4 PROJETOS 276

5 CONSTRUÇÃO 5.520

6

IMPOSTOS E TAXAS ISS 0% I.R. 1,2% PIS 0,65% COFINS 3% CONT SIND 1,08% CPMF 0,38%

697

7 PUBLICIDADE 220

8 CORRETAGEM 262,20

9 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 331

10 MANUTENÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO 110

11 RESULTADO 1.168,80

TOTAL (PREÇO DE VENDA) 11.139

Page 36: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

36

Definidas as despesas, a próxima tarefa do investidor deve ser avaliar

comparativamente o preço de venda final obtido com os produtos similares, ou concorrentes

em potencial, ofertados pelo mercado.

Desenvolvendo esta análise, tem-se para o Empreendimento – Exemplo:

1. Preço de venda do empreendimento R$ 11.139.000,00

2. Preço de venda médio da unidade R$ 464.125,00/apto

(24 unidades)

3. Preço de venda médio de área privativa R$ 2.017,93/m²

(230 m²)

Com este valor de venda médio por área privativa, e comparando-se com valores

de venda médios por área privativa de outros empreendimentos de mesmo padrão no

mercado, concluir-se-á que é, ou não, viável economicamente. Para a continuidade do

desenvolvimento da análise este Empreendimento-Exemplo será considerado como

economicamente viável.

Vale aqui ressaltar que também há outras práticas de empresas e consultores do

mercado imobiliário de Salvador. Uma delas é a adoção de um quadro de despesas sem o

valor do terreno, quando permutado, mantendo-se, no entanto, todas as demais despesas.

Desta forma, é importante evidenciar que o percentual atribuído, nesta tabela sugerida, para o

terreno de 20% não deverá ser rateado pelas demais despesas. A diferença deste outro método

consiste em se chegar a um valor total de vendas e calcular o valor de venda médio por

unidade considerando-se apenas as unidades a serem comercializadas, desprezando-se, neste

cálculo, as unidades permutadas pelo terreno. Deste modo obter-se-ia:

1. Preço de venda do empreendimento R$ 8.839.000,00

2. Preço de venda médio da unidade R$ 465.210,53/apto

(19 unidades)

3. Preço de venda médio de área privativa R$ 2.022,65/m²

(230 m²)

Page 37: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

37

Utilizando esta outra metodologia, alcança-se um valor de preço de venda médio

de área privativa de 0,2% (dois décimos percentuais) maior do que a metodologia

desenvolvida no Empreendimento-Exemplo, ou seja, não se configura num valor

representativo para uma análise prévia de viabilidade. Então, fica demonstrado que a adoção

de um ou outro critério de estabelecimento de preço de venda é de decisão do investidor.

Pode-se ainda destacar uma outra técnica utilizada para avaliar a viabilidade

econômica de empreendimentos. Esta consiste em se estabelecer a tabela de custos e despesas

do empreendimento, sem a consideração do RESULTADO; obtém-se então o valor de custo

da unidade; comparando-se com o valor de venda de unidades similares do mercado, chega-se

ao RESULTADO esperado para este empreendimento. No caso do Empreendimento –

Exemplo, a tabela de custos seria interrompida no item 10 – Manutenção pós-ocupação;

remetendo-se a um valor total de custo de R$ 9.970.200,00. Dividindo-se este valor pelo nº de

unidades (24 unidades), chega-se ao total de R$ 415.425,00. Baseadas em pesquisas de

mercado, algumas empresas atribuem o preço de venda que a unidade pode valer no mercado.

A título ilustrativo, será considerado que uma unidade deste empreendimento valeria um total

de R$480.000,00 no mercado. Destarte, tem-se um valor de RESULTADO de R$480.000,00

– R$ 415.425,00 = R$ 64.575,00, que corresponde a um valor de 13% (treze pontos

percentuais). Entenda-se que se trata de RESULTADO LÍQUIDO, posto que os impostos já

foram provisionados no item 6. Neste momento, então, cabe ao investidor decidir se este

percentual esperado para o RESULTADO ECONÔMICO do empreendimento atende às suas

expectativas e daí prosseguir com o estudo, ou interrompê-lo para reavaliá-lo, até mesmo

abortando-o.

Prosseguindo com o estudo, neste momento da análise, percebida, portanto, a

viabilidade econômica do empreendimento, comparada aos preços praticados no mercado,

faz-se necessário alocar as despesas no tempo; cabe agora partir para a montagem do fluxo de

caixa do Empreendimento-Exemplo, ou estudo da viabilidade financeira. Sob este prisma, a

escolha do critério de análise de fluxo de caixa mais apropriado aos interesses do investidor

incide sobre o método do fluxo de caixa descontado.

FLUXO 1 (ANEXO)

Já com este fluxo apresentado, percebe-se a importância desta ferramenta num

estudo prévio de viabilidade de empreendimentos. Através dele, e com os conceitos

anteriormente fornecidos, pode-se depreender que o Empreendimento-Exemplo é

Page 38: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

38

economicamente viável – por apresentar um saldo entre receitas e despesas positivo – não

obstante, tem impedimentos financeiros por proporcionar vários períodos com trabalho do

fluxo de caixa negativo. Isto deve servir, para o investidor, como um sinal de necessidade de

maior aporte no início do empreendimento, o que pode levar o investidor a analisar a

necessidade de um financiamento bancário, o estabelecimento de parcerias, uma alteração do

regime de construção para regime de condomínio, entre outras.

Vale ressaltar que os valores apresentados nos saldos mensais e acumulados

referem-se aos Valores Presentes, descontados a uma taxa de 1,50 % - definida pelo

investidor no topo da planilha. Caso houvesse um investimento inicial – por exemplo, o

desembolso para a compra do terreno – seria possível determinar em que momento este valor

seria recuperado, caracterizando o pay back. O investidor pode, portanto, com base nas

informações do fluxo de caixa, alterar suas parcelas de pagamentos dos adquirentes e

renegociar parcelas de pagamentos a terceiros.

Desenvolvendo uma análise de sensibilidade, o investidor poderá identificar as

variáveis que afetam drasticamente seu empreendimento, antevendo assim possibilidades

futuras, a fim de montar um empreendimento estável para estas variações. Portanto,

simulações de diferentes cenários podem ser estudadas pelo investidor. Desta forma, é

possível prever o comportamento do empreendimento em função dos ditos Cenários

Otimistas, Cenários Pessimistas ou Cenários Mais Prováveis. Entretanto, cuidados devem ser

tomados ao definir os tipos e parâmetros de distribuição de cada variável, sob pena de se obter

resultados totalmente inúteis. Houve a proposta de uma amostra deste conceito de cenário

pessimista, simulando-se uma situação de inadimplência de três unidades em suas parcelas

intermediárias, ou seja, três adquirentes não pagariam suas parcelas intermediárias até o prazo

final do estudo.

FLUXO 2 - Inadimplentes (ANEXO)

Outras simulações podem ser criadas; por exemplo, pode-se supor que algumas

unidades somente honrarão com a parcela de sinal e nada mais. Assim, pode-se definir qual a

inadimplência máxima aceitável pelo empreendimento. É ainda salutar - tudo a critério do

investidor e de sua credibilidade nas informações adotadas - elaborar simulações de unidades

não vendidas, de unidades distratadas durante o desenvolvimento do empreendimento. A TIR

também pode ser calculada para cada cenário montado pelo investidor, a fim de estabelecer

qual taxa de desconto pode anular o resultado do VPL do empreendimento.

Page 39: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desempenho de uma ampla classe de investimentos pode ser medido em termos

monetários e, neste caso, utilizando-se técnicas da Engenharia Econômica, que, por sua vez,

descrevem as relações do binômio tempo-dinheiro, posto que “TEMPO É DINHEIRO”, como

assegura a conhecida máxima.

Portanto, tendo sempre em foco a grande complexidade que envolve a realização

de empreendimentos imobiliários e o elevado risco intrínseco a este importante setor da

economia, pode-se, em verdade, afirmar que se configura de especial importância um objetivo

claro e um prévio estudo confiável de viabilidade. Contudo, este estudo não se caracteriza

como um ente estático no processo do desenvolvimento do produto; ao contrário, se notabiliza

como um elemento norteador de futuras decisões e de possíveis correções de rumo durante o

processo de realização do empreendimento. Por conta desta importância, mister se faz o

desenvolvimento de um estudo baseado em conceitos e dados objetivos e consistentes,

deixando de lado análises subjetivas que dependem do tão comentado feeling do investidor.

Baseado nestes princípios, o investidor deve estar atento às tendências do mercado,

às inovações tecnológicas e tudo o mais que possa diferenciar seu produto em relação aos

concorrentes e torná-lo singular às vistas do público alvo. Porém, mesmo um produto ousado

e inovador também é susceptível de não proporcionar o almejado e planejado resultado

financeiro esperado pelo investidor, em função de algumas distorções no processo que, talvez,

pudessem ser percebidas num momento anterior e corrigidas adequadamente. Assim sendo,

recomenda-se o desenvolvimento de uma metodologia analítica de estudo de viabilidade

prévia de empreendimentos, baseada em conceitos da engenharia econômica e análise de

investimentos; isto direcionado às especificidades inerentes ao mercado imobiliário.

Sob este aspecto, tratamos então de conceitos como Fluxo de Caixa Descontado,

Taxa Mínima de Atratividade, Valor Presente Líquido, pay back, Taxa Interna de Retorno,

Árvore de Decisão, entre outros, cujo objetivo é propiciar um cabedal de informações que

possa munir o investidor de segurança quanto à confiabilidade de sua análise. Uma análise

prévia de viabilidade, realizada de forma confiável, poderá alertar o investidor de possíveis

dificuldades que poderão ocorrer durante o desenvolvimento do empreendimento e, com isto,

ajudá-lo a tomar decisões plausíveis para solucioná-las no devido momento, ou até mesmo

abandonar o estudo do empreendimento. Todavia também poderá reforçar e confirmar as

Page 40: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

40

expectativas do investidor, dando-lhe a segurança necessária para avançar com o processo,

proporcionando sua realização e obtenção dos resultados almejados.

Um investimento imobiliário é permeado de incertezas e riscos e é deveras

influenciado pela extemporaneidade do mercado, mas carrega em sua essência a nobreza do

empreendedorismo que é capaz de proporcionar a alavancagem do desenvolvimento de um

país. Deve, por isto, ser embasado por estudos de avaliação criteriosos e, notadamente,

confiáveis, a fim de atingirem seus mais completos objetivos.

Page 41: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADEMI-BA, Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia. Pesquisa Imobiliária: Mercado Salvador, Janeiro a Dezembro/2002. Salvador: ADEMI-BA, 2003. DTC - DESENVOLVIMENTO E TECNOLOGIA S/C. Apostila do Curso: Estudo de Viabilidade de um Empreendimento. São Paulo, 1997. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação de Citações em Documentos: NBR 10520. Rio de Janeiro, 2001. 4p __________. Referências – Elaboração: NBR 6023. Rio de Janeiro, 2000. 22p BALARINE, Oscar Fernando Osório. Contribuições Metodológicas ao Estudo da Viabilidade Econômico-Financeira das Incorporações Imobiliárias. Cap 1, p. 11-28. In: FORMOSO, Carlos Torres. Métodos e Ferramentas para a Gestão da Qualidade e Produtividade na Construção Civil. Porto Alegre: PQPCC-RS, 1997. BEZERRA DA SILVA, Mozart. Planejamento Financeiro para o Setor da Construção Civil. Texto Técnico 11 (TT/PCC/11). São Paulo: EPUSP, 1995, 47 pág. BRANCO, Anísio Costa Castelo. Matemática Financeira Aplicada: Método Algébrico, HP 12C, Microsoft Excel. 1a. Edição. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002, 253 pág. CASAROTO Filho, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de Investimentos: Matemática Financeira, Engenharia Econômica, Tomada de Decisão, Estratégia Empresarial. 9a. edição. São Paulo: Atlas, 2000, 458.pág. GALESNE, Alain, FENSTERSEIFER, Jaime E, LAMB, Roberto. Decisões de Investimento da Empresa. São Paulo: Atlas, 1999. GOLDMAN, Pedrinho. Introdução ao Planejamento e Controle de Custos da Construção Civil Brasileira. 3a Ed. São Paulo: Pini, 1997. GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf; FORMOSO, Carlos Torres. Proposta de um Modelo de Análise de Viabilidade Econômico-Financeira de Construções Residenciais. In: Seminário de Doutoramento, NORIE. Porto Alegre: UFRGS, 1999. HEINECK, Luiz Fernando Mahlmann (Notas de Aula do Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras) UFBA, 2003. HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia Econômica e Análise de Custos: Aplicações Práticas. 6a Edição. São Paulo: Atlas, 1998.

Page 42: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

42

KAZMIER, Leonard J. Estatística Aplicada à Economia e Administração. Coleção Schaum. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. MOREIRA, Daniel A, Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira, 1993. ROCHA LIMA JR, João da. Análise de Investimentos: Princípios e Técnicas para Empreendimentos do Setor da Construção Civil. Boletim Técnico 06 (BT/PCC/06). São Paulo: EPUSP, 1993, 36 pág. ROCHA LIMA JR, João da. Planejamento do Produto no Mercado Habitacional. Boletim Técnico 110 (BT/PCC/110). São Paulo: EPUSP, 1993, 26 pág. ______________. O Conceito da Taxa de retorno. Boletim Técnico 158 (BT/PCC/158). São Paulo: EPUSP, 1996, 64 pág. ______________. Decidir Sobre Investimentos no Setor da Construção Civil. Boletim Técnico 200 (BT/PCC/200). São Paulo: EPUSP, 1998, 72 pág. ______________. Análise econômica de Empreendimentos de Longo Horizonte de Maturação: Indicadores Avançados para a Análise da Qualidade do Investimento. Boletim Técnico 271 (BT/PCC/271). São Paulo: EPUSP, 2001, 24 pág.

Page 43: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

Descriminação de Serviços Obra 1 Obra 2 Obra 3 Obra 4 Obra 5 Obra 6 Obra 7 Média

Despesas Indiretas 28,41 19,01 19,63 24,48 16,70 16,26 18,35 20,41

Movimento de Terra 1,06 1,28 0,55 0,92 0,52 0,11 2,09 0,93 Fundações 3,24 1,44 3,21 4,59 3,40 4,30 3,18 3,34 Estrutura 21,73 24,44 19,17 24,22 18,29 16,97 20,43 20,75 Cobertura 0,33 0,16 0,15 0,29 0,38 0,13 0,19 0,23

Alvenarias 1,81 1,92 4,02 5,27 5,61 5,26 4,49 4,05 Revest Interno 3,26 4,17 5,10 3,00 7,49 7,23 6,53 5,25 Revest Externo 6,00 6,06 7,02 3,64 5,87 3,67 5,08 5,33 Pavimentações 4,15 6,33 5,16 3,81 5,13 5,56 5,83 5,14

Impermeabilizações 1,23 1,19 1,28 0,67 1,37 1,74 1,57 1,29 Arremates Filetes/soleira/rodapes 1,06 1,62 1,36 1,21 1,77 2,23 1,50 1,54 Esquadrias de Madeira 1,58 1,94 2,10 1,64 2,42 2,34 1,68 1,96 Esquadrias de Aluminio 2,47 4,80 6,86 3,67 3,47 2,76 3,98 4,00

Elementos Metálicos 0,48 0,19 0,31 0,32 0,46 0,79 0,64 0,46 Forros 1,14 1,28 1,77 1,67 1,15 1,11 0,82 1,28 Vidros 0,83 1,14 1,38 1,19 0,79 1,20 0,92 1,06 Pinturas 1,84 1,82 2,90 3,52 4,05 3,91 3,31 3,05

Ferragens 0,21 0,32 0,56 0,35 0,52 0,73 0,36 0,44 Equipamentos Especiais Elevadores 3,27 4,95 2,96 6,26 2,65 4,10 2,47 3,81 Instalações 13,86 13,71 11,82 7,99 13,84 12,50 13,14 12,41 Diversos Bancada/Sinalização/Parque infantil 0,36 0,59 0,68 0,35 1,16 4,87 1,25 1,32

Limpeza Geral 1,12 1,38 1,61 0,91 1,98 1,17 1,33 1,36 Urbanização 0,19 0,08 0,32 0,03 0,79 0,83 0,63 0,41 Drenagem Redes na Garagem 0,03 0,02 0,02 0,00 0,04 0,00 0,06 0,02 Serviços Complementares Equipe p/ entrega 0,34 0,16 0,06 0,00 0,15 0,23 0,17 0,16

total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Page 44: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

44 Descriminação de Serviços 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 Total

Despesas Indiretas 2,00 2,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 10,00 10,00 10,00 8,00 8,00 6,00 4,00 10,00 100,00

0,41 0,41 0,41 0,82 1,22 1,63 2,04 2,04 2,04 2,04 1,63 1,63 1,22 0,82 2,04 20,41 Movimento de Terra 100,00 100,00 0,93 0,93 Fundações 60,00 40,00 100,00 2,00 1,33 3,34 Estrutura 10,00 20,00 25,00 25,00 20,00 100,00 2,08 4,15 5,19 5,19 4,15 20,75 Cobertura 40,00 40,00 20,00 100,00

0,09 0,09 0,05 0,23 Alvenarias 5,00 25,00 30,00 30,00 10,00 100,00 0,20 1,01 1,22 1,22 0,41 4,05 Revest Interno 10,00 5,00 10,00 15,00 15,00 15,00 15,00 10,00 5,00 100,00 0,53 0,79 0,79 0,79 0,79 0,79 0,53 0,26 5,25 Revest Externo 15,00 15,00 15,00 20,00 15,00 10,00 10,00 100,00 0,80 0,80 0,80 1,07 0,80 0,53 0,53 5,33 Pavimentações 10,00 5,00 10,00 15,00 15,00 15,00 10,00 10,00 5,00 5,00 100,00

0,51 0,77 0,77 0,77 0,77 0,51 0,51 0,26 0,26 5,14 Impermeabilizações 20,00 40,00 40,00 100,00 0,26 0,52 0,52 1,29 Arremates Filetes/soleira/rodapes 5,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 10,00 10,00 100,00 0,08 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23 0,15 0,15 1,54 Esquadrias de Madeira 5,00 10,00 10,00 5,00 20,00 30,00 10,00 5,00 5,00 100,00 0,10 0,20 0,20 0,10 0,39 0,59 0,20 0,10 0,10 1,96 Esquadrias de Aluminio 15,00 15,00 15,00 15,00 10,00 10,00 5,00 5,00 5,00 5,00 100,00

0,60 0,60 0,60 0,60 0,40 0,40 0,20 0,20 0,20 0,20 4,00 Elementos Metálicos 10,00 25,00 25,00 20,00 20,00 100,00 0,05 0,11 0,11 0,09 0,09 0,46 Forros 15,00 15,00 25,00 9,00 9,00 9,00 9,00 9,00 100,00 0,19 0,19 0,32 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 1,28 Vidros 20,00 20,00 25,00 15,00 15,00 5,00 100,00 0,21 0,21 0,27 0,16 0,16 0,05 1,06 Pinturas 30,00 30,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 100,00

0,92 0,92 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 3,05 Ferragens 30,00 30,00 30,00 5,00 5,00 100,00 0,13 0,13 0,13 0,02 0,02 0,44 Equipamentos Especiais Elevadores 5,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 5,00 100,00 0,19 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,19 3,81 Instalações 1,00 2,00 3,00 5,00 7,00 8,00 13,00 14,00 13,00 12,00 10,00 7,00 5,00 100,00 0,12 0,25 0,37 0,62 0,87 0,99 1,61 1,74 1,61 1,49 1,24 0,87 0,62 12,41 Diversos Bancada/Sinalização/Parque infantil 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 100,00

0,26 0,26 0,26 0,26 0,26 1,32 Limpeza Geral 1,00 2,00 4,00 6,00 8,00 8,00 8,00 8,00 8,00 10,00 12,00 15,00 10,00 100,00 0,01 0,03 0,05 0,08 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,14 0,16 0,20 0,14 1,36 Urbanização 30,00 40,00 30,00 100,00 0,12 0,16 0,12 0,41 Drenagem Redes na Garagem 30,00 40,00 30,00 100,00 0,01 0,01 0,01 0,02 Serviços Complementares Equipe p/ entrega 100,00 100,00

0,16 0,16 1,34 2,60 4,34 5,62 7,95 11,91 12,19 8,44 9,19 9,55 7,71 7,13 4,92 3,54 3,58 1,34 2,60 4,34 5,62 7,95 11,91 12,19 8,44 9,19 9,55 7,71 7,13 4,92 3,54 3,58

Page 45: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

45

FLUXO DE CAIXA DO EMPREENDIMENTO - EXEMPLO Taxa Mínima de Atratividade

1,5%

MOEDA: R$ / 1.000,00

RECEITAS (*1) DESPESAS (*2) SALDOS (Valor Presente) MESE

S SINAL INTERMEDIÁRIAS MENSAIS CHAVES SALDO Pgto À VISTA TERRENO PROJETOS DESP. LEGAIS PUBLICIDADE

CORRETAGEM

CONSTRUÇÃO IMPOSTOS

DESPESAS

FINANCEIRAS

ADM DO EMPREENDIME

NTO

MANUTENÇÃO PÓS

OCUPAÇÃO MENSAL ACUMULA

DO

1 4,88 (4,81) (4,81)

2 4,88 (4,74) (9,55)

3 13,80 4,88 (17,87) (27,42)

4 13,80 4,88 (17,60) (45,02)

5 4,88 (4,53) (49,55)

6 22,00 4,88 (24,59) (74,13)

7 22,00 4,88 (24,22) (98,36)

8 22,00 4,88 (23,86) (122,22)

9 22,00 4,88 (23,51) (145,73)

10 139,24 110,00 27,60 4,88 15,76 (16,38) (162,11)

11 139,24 9,28 110,00 27,60 4,88 15,76 (8,25) (170,36)

12 139,24 19,05 27,60 232,33 4,88 15,76 (102,28) (272,64)

13 139,24 46,40 29,37 27,60 4,88 15,76 137,42 (135,22)

14 139,24 46,40 40,29 41,40 27,60 4,88 15,76 110,64 (24,57)

15 139,24 46,40 51,89 41,40 27,60 4,88 15,76 118,29 93,72

16 139,24 92,80 64,27 41,40 27,60 74,02 4,88 15,76 104,53 198,25

17 139,24 92,80 77,53 41,40 27,60 143,57 4,88 15,76 59,29 257,53

18 139,24 92,80 91,81 41,40 27,60 239,37 4,88 15,76 (3,95) 253,58

19 69,62 139,20 107,29 41,40 13,80 310,36 4,88 15,76 (52,82) 200,76

20 139,20 115,73 438,70 4,88 15,76 (151,77) 48,99

21 139,20 115,73 657,32 4,88 15,76 (309,45) (260,47)

22 162,40 115,73 672,79 4,88 15,76 (299,31) (559,78)

23 139,20 115,73 466,09 4,88 15,76 (164,59) (724,37)

24 139,20 115,73 507,04 232,33 4,88 15,76 (353,34) (1.077,71)

25 116,00 115,73 527,41 4,88 15,76 (218,02) (1.295,72)

26 92,80 115,73 425,42 4,88 15,76 (161,29) (1.457,01)

27 92,80 115,73 393,48 4,88 15,76 (137,54) (1.594,56)

28 69,60 115,73 271,54 4,88 15,76 (70,43) (1.664,99)

29 46,40 115,73 195,52 4,88 15,76 (35,09) (1.700,08)

30 69,60 115,73 1.322,78 197,37 4,88 15,76 825,35 (874,73)

31 4,88 27,50 (20,41) (895,14)

32 4,88 27,50 (20,11) (915,25)

33 4,88 27,50 (19,81) (935,06)

34 2.645,5

6

PE

RM

UTA

PO

R U

NID

AD

ES

PR

ON

TAS

232,33 4,88 27,50 1.435,11 500,05

TOTAL 1.322,7

8 1.763,20 1.763,77 1.322,78 2.645,5

6 276,00 88,00 220,00 262,20 5.520,00 697,00 166,00 331,00 110,00 500,05 (*1) NESTE EXEMPLO, NÃO ESTÁ CONSIDERADA A RECEITA DE 05 (CINCO) UNIDADES REFERENTES À PERMUTA DO TERRENO (*2) NESTE EXEMPLO, NÃO ESTÁ CONSIDERADA A DESPESA DO TERRENO EM FUNÇÃO DA PERMUTA

Page 46: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

46

FLUXO DE CAIXA DO EMPREENDIMENTO - EXEMPLO Taxa Mínima de Atratividade

1,5%

MOEDA: R$ / 1.000,00

RECEITAS (*1) DESPESAS (*2) SALDOS (Valor Presente) MESE

S SINAL INTERMEDIÁRIAS

MENSAIS

CHAVES SALDO Pgto À

VISTA TERREN

O PROJETO

S DESP.

LEGAIS PUBLICIDAD

E CORRETAGE

M CONSTRUÇÃ

O IMPOSTO

S

DESPESAS FINANCEIRA

S

ADM DO EMPREENDIMENT

O

MANUTENÇÃO PÓS

OCUPAÇÃO MENSAL ACUMULAD

O

1 4,88 (4,81) (4,81)

2 4,88 (4,74) (9,55)

3 13,80 4,88 (17,87) (27,42)

4 13,80 4,88 (17,60) (45,02)

5 4,88 (4,53) (49,55)

6 22,00 4,88 (24,59) (74,13)

7 22,00 4,88 (24,22) (98,36)

8 22,00 4,88 (23,86) (122,22)

9 22,00 4,88 (23,51) (145,73)

10 139,24 110,00 27,60 4,88 15,76 (16,38) (162,11)

11 139,24 9,28 110,00 27,60 4,88 15,76 (8,25) (170,36)

12 139,24 19,05 27,60 232,33 4,88 15,76 (102,28) (272,64)

13 139,24 46,40 29,37 27,60 4,88 15,76 137,42 (135,22)

14 139,24 23,20 40,29 41,40 27,60 4,88 15,76 91,81 (43,41)

15 139,24 46,40 51,89 41,40 27,60 4,88 15,76 118,29 74,88

16 139,24 92,80 64,27 41,40 27,60 74,02 4,88 15,76 104,53 179,41

17 139,24 46,40 77,53 41,40 27,60 143,57 4,88 15,76 23,26 202,67

18 139,24 92,80 91,81 41,40 27,60 239,37 4,88 15,76 (3,95) 198,72

19 69,62 139,20 107,29 41,40 13,80 310,36 4,88 15,76 (52,82) 145,90

20 69,60 115,73 438,70 4,88 15,76 (203,45) (57,55)

21 139,20 115,73 657,32 4,88 15,76 (309,45) (367,00)

22 162,40 115,73 672,79 4,88 15,76 (299,31) (666,31)

23 69,60 115,73 466,09 4,88 15,76 (214,01) (880,32)

24 139,20 115,73 507,04 232,33 4,88 15,76 (353,34) (1.233,66)

25 116,00 115,73 527,41 4,88 15,76 (218,02) (1.451,68)

26 46,40 115,73 425,42 4,88 15,76 (192,80) (1.644,47)

27 92,80 115,73 393,48 4,88 15,76 (137,54) (1.782,02)

28 69,60 115,73 271,54 4,88 15,76 (70,43) (1.852,45)

29 23,20 115,73 195,52 4,88 15,76 (50,15) (1.902,61)

30 69,60 115,73 1.322,78 197,37 4,88 15,76 825,35 (1.077,26)

31 4,88 27,50 (20,41) (1.097,67)

32 4,88 27,50 (20,11) (1.117,78)

33 4,88 27,50 (19,81) (1.137,59)

34 2.645,5

6

PE

RM

UTA

PO

R U

NID

AD

ES

PR

ON

TAS

232,33 4,88 27,50 1.435,11 297,52

TOTAL 1.322,7

8 1.484,80 1.763,77 1.322,78 2.645,5

6 276,00 88,00 220,00 262,20 5.520,00 697,00 166,00 331,00 110,00 297,52 (*1) NESTE EXEMPLO, NÃO ESTÁ CONSIDERADA A RECEITA DE 05 (CINCO) UNIDADES REFERENTES À PERMUTA DO TERRENO (*2) NESTE EXEMPLO, NÃO ESTÁ CONSIDERADA A DESPESA DO TERRENO EM FUNÇÃO DA PERMUTA

Page 47: An.lise Pr.via de Viabilidade - gerenciamento.ufba.br 2002-2004/Análise Prévia de... · Viabilidade Econômico-Financeira de Empreendimentos Imobiliários em Salvador - Ba José

47