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Análise das demonstrações contábeis I Aula Estrutura das demonstrações contábeis – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Prezados e prezadas, Estamos chegando à metade de nossas aulas, isso é muito bom, concordam? Para darmos continuidade em nossa caminhada, o foco desta aula será um pouco mais reflexiva. O que vocês acham de elaborarmos uma demonstração do resultado do exercício de uma empresa, deixando em evidência como seria esse processo? Em frente! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, vocês serão capazes de: • reconhecer as características da Demonstração do resultado do exercício; • identificar os principais grupos de custos; • entender e analisar as despesas necessárias para uma empresa.

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Análise das demonstrações contábeis I

4º Aula

Estrutura das demonstrações contábeis – Demonstração do Resultado do

Exercício (DRE)

Prezados e prezadas,Estamos chegando à metade de nossas aulas, isso é

muito bom, concordam? Para darmos continuidade em nossa caminhada,

o foco desta aula será um pouco mais reflexiva. O que vocês acham de elaborarmos uma demonstração do resultado do exercício de uma empresa, deixando em evidência como seria esse processo?

Em frente!Boa aula!

Objetivos de aprendizagemAo final desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer as características da Demonstração do resultado do exercício;• identificar os principais grupos de custos;• entender e analisar as despesas necessárias para uma empresa.

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1 - Como elaborar a demonstração do resultado do exercício

2 - Receitas de Vendas de produtos e serviços3 - CPV ou CMV - Custos de Produtos Vendidos e

Serviços Vendidos4 - Despesas Operacionais5 - Outras Receitas e Despesas Operacionais6 - Demais Contas da Demonstração do Resultado

Seções de estudo

Nesta aula, serão apresentados os principais itens para se construir uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e, ainda, as receitas de vendas de produtos e serviços, bem como as despesas operacionais, que são necessárias para a empresa funcionar, veremos ainda outros tipos de receitas e depesas. Também, as contas da demonstração do resultado. Bons estudos!

1 – Como elaborar a demonstração do resultado do exercício (DRE)

Nesta Seção, veremos que a Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa.

Dessa forma, as receitas representam normalmente um aumento do Ativo, por meio de ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações.

Assim, segundo o site Fecra (2012), aumentando o Ativo, aumenta-se o Patrimônio Líquido. Entretanto, as despesas representam redução do Patrimônio Líquido, por maio meio de um entre dois caminhos possíveis, ou seja, a redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível.

Você Sabia?Que todas as receitas e despesas se acham compreendidas na Demonstração do Resultado, seguindo uma forma de apresentação que as ordena de acordo com sua natureza, fornecendo informações signifi cativas sobre a empresa (FECRA, 2012, p. 1).

Entretanto, de acordo com Sebrae (2012, p. 1), a Demonstração do Resultado trata-se da síntese do movimento de determinadas entradas e saídas no balanço, entre duas datas.

A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo do dinheiro).

Entretanto, para a Demonstração do Resultado não importa se uma receita ou despesa tem refl exos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido (SEBRAE, 2012, p. 1).

Temos como exemplo a depreciação que é uma despesa não desembolsada. A receita de equivalência patrimonial (em controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento nos investimentos (e o Patrimônio Líquido), sem entrada de recursos monetários.

Enfi m, como as modifi cações no patrimônio Líquido produzidas por receitas e despesas afetam a riqueza dos proprietários, elas são

retratadas na Demonstração do Resultado que é uma peça de caráter eminentemente econômico (relacionado à riqueza) e não fi nanceiro (relacionado a dinheiro) (FECRA, 2012, p. 1).

Como vocês podem perceber, a partir da leitura acima, a demonstração do resultado é fundamental, também, para administradores, uma vez que permite uma compreensão mais ampla do contexto, ao se voltar para a riqueza e não apenas pontualmente para o dinheiro.

Passemos, agora, ao estudo sobre as formas de apresentação de uma DRE.

1.1 Forma de apresentaçãoDe acordo com a Lei nº 6.404/76, é preciso definir o

conteúdo da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

O DRE deve ser apresentado na forma dedutiva, com os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e perdas, definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício e, por ação, sem confundir com a conta de Lucros Acumulados, em que é feita a distribuição ou alocação do resultado (FECRA, 2012).

1.2 Definição de lucro líquidoO conceito de lucro líquido deve estabelecer os critérios

de classificação de certas despesas, de acordo com a Lei, por meio da DRE.

Dessa forma,

[...] o lucro ou prejuízo líquido apurado nessa demonstração é o que se pode chamar de lucro dos acionistas, pois, além dos itens normais, já se deduzem como despesa o IR e as participações sobre os lucros a outros que não os acionistas, de forma que o lucro líquido demonstrado é o valor fi nal a ser adicionado ao patrimônio líquido da empresa, que em última análise, pertence aos acionistas, ou distribuídos como dividendo (FECRA, 2012, p. 1).

1.3 Regime de competênciaNo Regime de competência, conforme sugere o site Fecra

(2012, p. 1), tanto as receitas como despesas precisam ser apropriadas “ao período em função de sua incorrência e da vinculação da despesa à receita, independentemente de seus reflexos no caixa”.

1.4 ClassificaçãoNa Classificação temos o resultado subdividido em

alguns tópicos, sendo: a) Lucro Bruto. b) Lucro operacional. c) Resultados não operacionais. d) Impostos.

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Análise das demonstrações contábeis I 26e) Participações sobre o lucro e resultado líquido.Pode-se destacar que a tendência, nos países mais

desenvolvidos, não é a “de se utilizar o conceito operacional/não operacional, mas a de se segregar os itens extraordinários e aos relativos às operações continuadas” (FECRA, 2012, p. 1).

Veremos a seguir um exemplo de como apresentar a Demonstração do resultado do exercício:

Quadro 1.1 Exemplo de Demonstração do resultado do exercício.

Demonstração do Resultado do Exercício

Receita Bruta das Vendas e Serviços

( - ) Devoluções( - ) Abatimentos( - ) Impostos= Receita Líquida de Vendas e Serviços( - ) Custos das Mercadorias e Serviços Vendidos= Lucro Bruto( - ) Despesas com Vendas( - ) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)( - ) Despesas Gerais e Administrativas( - ) Outras Despesas Operacionais( + )Outras Receitas Operacionais= Lucro ou Prejuízo Operacional(+ ) Receitas não Operacionais( - ) Despesas não Operacionais(+ ) Saldo da Correção Monetária= Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social( - ) Participações de Debêntures ( - ) Participações de Empregados( - ) Participação de Administradores e Partes Benefi ciárias( - ) Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados= Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício= Lucro ou Prejuízo por Ação

Fonte: acervo pessoal.

Saiba mais sobre a as Demonstrações do Resultado do Exercício, acessando o link: PORTAL DE CONTABILIDADE. Demonstrações do resultado do exercício. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm>. Acesso em: 15 jun. 2012.Agora, passemos ao estudo de receitas de vendas de produtos e serviços.

2 - receitas de vendas de produtos e serviços

2.1 LegislaçãoDe acordo com a Lei nº 6.404/76, em seu art. 187, itens

I e II, as empresas devem discriminar na DRE “a receita bruta das vendas e serviços”, as deduções das vendas, dos abatimentos e dos impostos” e a “receita líquida de vendas e serviços” (VIDEOAULA ESTUDANTE, 2012, p. 1).

Desse modo, as vendas contabilizadas pelo valor

bruto e impostos contabilizados em contas específicas, serão classificadas como contas redutoras de vendas.

2.2 Deduções das vendasAs deduções das vendas são “representadas pelas contas

de vendas canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas” (FECRA, 2012, p. 1), as quais também são importantes e precisam figurar na DRE.

2.3 Vendas canceladasPodemos notar que nas vendas canceladas a conta

devedora deve incluir todas as devoluções de vendas.

Nesse sentido, essas devoluções não devem ser deduzidas diretamente na conta vendas, mas registradas na conta vendas canceladas que é a devedora específi ca. Esse procedimento é também útil para fi ns internos da administração no sentido de acompanhar o volume das vendas efetuadas, mas devolvidas posteriormente pelos clientes (FECRA, 2012, p. 1).

É importante reforçar a ideia de que é preciso registrar as devoluções em vendas canceladas, uma vez que elas não podem ser deduzidas diretamente da conta vendas.

2.4 AbatimentosNessa conta, devem-se abrigar os descontos concedidos

a clientes, posteriormente à entrega dos produtos, por defeitos de qualidade apresentados nos produtos entregues, ou por defeitos oriundos do transporte ou desembarque etc.

Desse modo, os abatimentos não se referem a descontos financeiros por pagamentos antecipados, que são tratados como despesas financeiras, e não incluem ainda descontos de preços dados no momento da venda, que são deduzidos diretamente nas notas fiscais.

No entanto, há empresas que adotam sistemas de contabilização das vendas de forma a registrar as vendas brutas pelos preços normais e a debitar em conta especial de Descontos Comerciais as reduções dadas no preço, relativas a clientes especiais, grandes volumes etc., para o controle desses descontos.

Diante disso, tal desconto também deve figurar como redução das vendas brutas para apurar a receita operacional líquida (FECRA, 2012).

2.5 Impostos incidentes sobre vendas

2.5.1 IPIO IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados, como

preconiza o site Fecra (2012, p. 1) trata-se de um imposto cobrado pela União sobre os produtos que passam por industrialização, a qual pode ser entendida “como operação que lhe modifique a natureza, o funcionamento ou o seu acabamento”.

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3 - CPV ou CMV - custos de produtos vendidos e serviços vendidos

Dessa forma, a empresa atua como agente arrecadador do IPI, assim, nas suas vendas cobra dos clientes o IPI correspondente, no entanto, desse valor deduz parcela já paga nas compras, e com isso a diferença entre o imposto cobrado nas vendas e o pago nas compras é recolhida ao governo federal. Portanto, para fi ns de apresentação a empresa mostra o valor das vendas brutas com a dedução do IPI incidente sobre as vendas. Mas, algumas empresas incluem o IPI entre os impostos incidentes sobre vendas (FECRA, 2012, p. 1).

Figura 4.1 Representação do IPI e seu papel como um dos pilares de sustentação do país.

FONTE: INTROMETEU. Como calcular o IPI. Disponível em: <http://intrometeusa.blogspot.com.br/2010/09/como-calcular-ipi.html>. Acesso em: 20 jun. 2012.

Saber MaisPara saber como calcular o IPI acesse o site: INTROMETEUSA. Como calcular o IPI. Disponível em: <http://intrometeusa.blogspot.com.br/2010/09/como-calcular-ipi.html>. Acesso em: 17 jul. 2012.

2.5.2 ICMSO ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias e

serviços é um imposto incidente sobre o valor agregado em cada circulação de mercadoria.

Nesse sentido, o valor pago pela empresa refere-se à diferença entre o imposto contido nas vendas e aquele pago nas compras, apurado por meio escrituração fi scal específi ca (FECRA, 2012).

Figura 4.2 ICMS.

FONTE: PASSOFIRME. Isenção do ICMS sobre veículos para pessoas com defi ciência é ampliada. Disponível em: <http://passofi rme.wordpress.com/2012/04/14/isencao-do-icms-para-pessoas-com-defi ciencia-e-ampliada/>. Acesso em: 20 jun. 2012.

2.5.3 ISS ou ISSQNO ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer

Natureza é um imposto cobrado pelos municípios, e incide

sobre serviços prestados (FECRA, 2012).Figura 4.3 Imagem ilustrativa sobre o ISSQN.

FONTE: MIGALHAS. Isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza na exportação de serviços. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI121124,81042-Isencao+do+Imposto+Sobre+Servicos+de+Qualquer+Natureza+na+exportacao>. Acesso em: 20 jun. 2012.

Para dar continuidade aos seus estudos, é importante que não fi quem dúvidas para trás. Por isso, sugerimos que, se necessário, retome os conteúdos vistos até o momento. Passemos, agora, ao estudo sobre a CPV ou CMV.

No Custo dos Produtos Vendidos, as empresas industriais, caracterizadas pela transformação de bens e sua comercialização, apresentam os seguintes componentes do custo dos produtos vendidos:

CPV = EI + CPP – EFCPP = MC + MOD + CIF

Onde: EI – Estoques IniciaisCPP – Custo de Produção do PeríodoEF - Estoques FinaisMC – Materiais consumidosMOD – Mão de obra DiretaCIF – Custos Indiretos de Fabricação

Já em relação Custo dos Serviços Prestados temos no caso das empresas prestadoras de serviços, corresponde aos custos incorridos para a prestação do serviço.

Dessa forma, os itens componentes do custo dos serviços prestados variam de empresa para empresa em função de seu próprio ramo de atividade.

No entanto, há casos de empresas prestadoras de serviços que não evidenciam na demonstração do resultado o custo dos serviços prestados, contabilizando-o com as despesas operacionais, o que é um erro bastante prejudicial para a análise de balanços.

No Custo dos Produtos Vendidos (CMV), as empresas comerciais caracterizadas pela atividade de compra de mercadorias para serem revendidas no mercado apresentam os seguintes componentes do custo das mercadorias vendidas:

CMV = EI + CL – EF

Onde:a) EI - Estoque das mercadorias destinadas à venda no

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Análise das demonstrações contábeis I 28início do período.

b) CL - Compras Líquidas: as compras brutas de mercadorias realizadas no período deduzidas das devoluções de compras, abatimentos, impostos (IPI, ICMS) e adicionadas das despesas com transportes de compras, seguros de compras, etc.

c) EF - Estoque das mercadorias destinadas à venda, existente no final do exercício.

Dessa forma, a Lei das S.A determinou a apresentação somente do montante de “custos das mercadorias e serviços vendidos”, razão por que apenas esse total é publicado pelas S.A.

Com isso, para a análise de balanços isso é insuficiente, pois há um valor essencial que deixa de ser fornecido, pois trata-se do montante de compras (FECRA, 2012).

Entretanto, por meio desse valor será possível ao analista calcular o prazo médio de pagamento de compras cuja fórmula é:

360 x Fornecedores / Compras.

Assim, no caso de empresas comerciais, é possível encontrar o valor das compras da seguinte forma:

CL = EF + CMV – EI

Conforme preconiza o site Administradores (2012, p. 1) os estudos sobre os custos podem ser usados no momento da bonança, em que tudo está colaborando para que os lucros aumentem. “Quando a empresa está atenta aos custos, ela está um passo à frente no processo de melhoria dos resultados”. Isso acontece porque com esses estudos é possível visualizar os pontos fracos e realizar devidas correções, no momento em que a empresa está mais forte. Vale salientar que “isso é o mesmo que você se alimentar bem, sua saúde tende a estar intacta e com exercícios físicos seu corpo melhorara ganhando músculos”. Assim, tornar-se mais forte! Quando a pessoa está fraca e ela tem uma boa alimentação, primeiro ela terá que melhorar gradativamente, e em um processo mais lento ela vai se recuperando, “correndo o risco de carregar para sempre as consequências daquele momento. Assim funciona com as empresas, devemos cuidar dela cada vez melhor por melhor que ela esteja, evitando deixá-la chegar no estágio de ir para a UTI. Na UTI tudo é mais difícil”.Pensem nisso, a empresa precisa ser reestruturada nos bons momentos. A gestão deve visar a um processo de melhoria contínua para obter seu sucesso (CAMPAL, 2012, p. 1).Passemos, agora, ao estudo das despesas operacionais!

4 - Despesas operacionaisPodemos observar que as despesas operacionais, segundo

a Lei das S.A., compreendem as despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, vender, administrar e financiar suas atividades. No entanto, não se confundem com as despesas de produção, ou seja, aquelas necessárias para transformar a matéria-prima em produto acabado.

Do ponto de vista da Análise de Balanços, seria interessante que as despesas fi nanceiras não estivessem entre as despesas operacionais.

Porém, poderia apurar o lucro das empresas independente de sua estrutura de capital, pois as despesas fi nanceiras dependem do volume de empréstimos tomados (FECRA, 2012, p. 1).

Desse modo, como mencionado no site Fecra (2012, p. 1), caso a empresa não tome empréstimos, não terá despesas financeiras. Com isso, essas despesas não dependem da capacidade operacional, mas de sua estrutura de capital.

Nesse ensejo, prosseguindo com as ideias citadas no site Fecra (2012, p. 1), podemos inferir que as Despesas de Vendas, no entanto, representam as despesas necessárias para as vendas, bem como as de promoção e distribuição dos produtos da empresa no mercado, e ainda os riscos assumidos pela venda como garantias e provisão para devedores duvidosos.

Assim, “as Despesas Administrativas compreendem as despesas incorridas para a direção e execução das tarefas administrativas, pois as despesas gerais que beneficiam os negócios da empresa” (FECRA, 2012, p. 1).

Figura 4.5 Imagem ilustrativa sobre receita versus despesas.

FONTE: CONSULTORIA A DISTÂNCIA. Sistema para acompanhamento das receitas e despesas do empreendedor individual_SEBRAE nacional. Disponível em: <http://consultoriaadistancia.com.br/blog/tag/acompanhamento-das-despesas>. Acesso em: 18 jun. 2012.

Já as Despesas Financeiras representam a remuneração paga a terceiros que financiaram a empresa. As despesas financeiras englobam:

a) Comissões e despesas bancárias: são despesas cobradas por instituições fi nanceiras nas operações de descontos, repasses, empréstimos, etc.b) Descontos concedidos: são descontos dados a clientes por pagamentos antecipados de duplicatas.c) Juros: são os juros pagos em empréstimos, fi nanciamento, descontos de títulos etc. (FECRA, 2012, p. 1).

As Receitas Financeiras representam os ganhos de capitais aplicados em investimentos temporários, pois obtém outros ganhos de natureza financeira, tais como:

a) Descontos obtidos: decorrem de pagamentos antecipados de duplicatas a fornecedores.b) Juros ativos: referem-se aos juros cobrados de clientes por atraso de pagamento. Postergação de vencimento de títulos etc.c) Receita de Investimentos Temporários: aqui são registradas as receitas totais provenientes de aplicações temporárias de caixa (FECRA, 2012, p. 1).

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5 - Outras receitas e despesas operacionais

É importante saber que, segundo o site Fecra (2012, p. 1), “outras receitas e despesas operacionais correspondem às receitas e despesas oriundas de atividades acessórias do objeto social da empresa”, tais como:

a) Participação nos resultados de coligadas e controladas pelo método de equivalência patrimonial;b) Dividendos e rendimentos de outros investimentos - referem-se às receitas auferidas pela empresa provenientes de outros investimentos não avaliados pelo método de equivalência patrimonial.c) Amortização de Ágio ou Deságio de Investimentos - compreende os ganhos ou perdas decorrentes de amortização de ágio ou deságio havido na aquisição de ações e quotas avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.d) Receitas Diversas - compreendem receitas provenientes de transações eventuais ou secundárias (FECRA, 2012, p. 1).

É válido salientar que as outras receitas e despesas operacionais também precisam ser tratadas com igual importância, em relação às receitas já citadas anteriormente nesta aula, uma vez que também constituem parte integrante do objeto social da empresa.

6 - demais contas da demonstração do resultado

Nas Demais contas e demonstrações do resultado, após a apuração do Lucro Operacional, surgem diversos itens na Demonstração do Resultado.

Inicialmente, como citado no site Fecra (2012, p. 1), pode-se afirmar que “são os resultados não operacionais que representam receitas e despesas, ganhos e perdas não previsíveis”, sendo que sua “ocorrência constitui um fato esporádico ou eventual, não ligado às atividades normais de obtenção de lucro ou de despesas”.

Após o resultado não operacional temos o saldo da correção monetária, a provisão para imposto de renda, as participações no lucro (representadas por gratifi cações aos empregados, participações de administradores, debenturistas etc.). Entretanto, chega-se então ao lucro líquido que representa o resultado fi nal alcançado pela empresa após remunerar todos os fatores de produção, exceto o capital próprio, cuja remuneração é o próprio lucro líquido (FECRA, 2012, p. 1).

Podemos notar que, em detalhe, nos títulos aparecem as demais contas de resultados nas demonstrações divulgadas pelas empresas.

No que diz respeito ao Resultado não operacional, podemos observar que ele compreende o resultado de

operações não vinculadas ao objeto social da empresa, como lucros ou prejuízo na venda de Ativo Permanente, baixa de Ativo Permanente, sinistros e suas indenizações etc.

Já no Saldo da Correção Monetária temos expresso o resultado do efeito da inflação sobre o balanço da empresa. Pois, quando o saldo for devedor e subtrativo do lucro, significa que a empresa perdeu dinheiro com a inflação.

Assim, podemos observar que o saldo credor signifi ca que ele expressa o resultado da infl ação, que é apresentado após os resultados não operacionais e que praticamente não surge nas Demonstrações de Resultados sob títulos diferenciados, aparecendo normalmente com os nomes “Saldo da Correção Monetária” ou “Resultado da Correção Monetária” (FECRA, 2012, p. 12).

Na Provisão para Imposto de Renda temos apurado o lucro, uma parte será destacada para pagamento do imposto de renda. A provisão para Imposto de Renda, que figura na Demonstração do Resultado nem sempre é calculada com rigor, apresentando diferenças em relação ao imposto de renda a ser efetivamente declarado.

Dessa forma, essa diferença, se não é signifi cativa e não resulta de erro de cálculo, é geralmente jogada como despesa do exercício seguinte. Caso contrário, deve ser lançado como “Ajustes de Exercícios Anteriores”, na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (FECRA, 2012).

Já nas Gratificações e Participações Estatutárias, temos a representação para a empresa de despesas proporcionais ao lucro, em virtude de participações de empregados, diretores, debenturistas, portadores de partes beneficiárias, bem como contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.

No caso dessas participações e contribuições, sempre que previstas estatutariamente, são contabilizadas na própria data do balanço mediante débito na Demonstração de Resultado e crédito de provisões no Passivo Circulante. Os principais componentes deste item são: as participações no lucro de empregados ou administradores representam uma espécie de parcela complementar de salários cujo valor é apurado com base no lucro, mas não deixa de ser uma despesa adicional da prestação de serviço recebida (FECRA, 2012, p. 1).

Os debenturistas representam uma espécie de despesa financeira adicional, pois é a parte variável da remuneração devida aos adquirentes das debêntures emitidas.

Assim, podemos definir Debêntures como sendo os títulos geralmente de longo prazo emitidos pela companhia com garantia de certas propriedades, bens com o aval do emitente.

Dessa forma, são negociáveis e conferem a seus titulares direito de crédito contra a companhia emitente, nas condições

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Análise das demonstrações contábeis I 30constantes da escritura de emissão e do certificado.

Nesse sentido, as debêntures, como ações, fornecem para companhia recursos de longo prazo para fi nanciar suas atividades. Sobretudo, a diferença é que, enquanto as ações são títulos de participação, as debêntures são títulos que deverão ser liquidados quando de seu vencimento, podendo a companhia emitente reservar-se o direito de resgate antecipado (FECRA, 2012, p. 1).

Assim, geralmente, as debêntures concedem juros fixos ou variáveis, pagos periodicamente, bem como a atualização monetária a ser amortizada juntamente com o valor do título, por ocasião do seu vencimento. Pois, ainda poderão conceder participação no lucro da companhia e prêmio de reembolso.

Portanto, as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados representam as contribuições apuradas em função do lucro do exercício (FECRA, 2012, p. 1).

Fiquem ligados(as)! A partir das nomenclaturas relacionadas à Demonstração do Resultado do exercício, as quais acabamos de estudar, será possível uma maior fundamentação para a compreensão da atuação profi ssional nesta área.

Retomando a aula

Para encerrar a Aula 4, vamos recordar:

1 - Como elaborar a demonstração do resultado do exercício.

Iniciamos nossos estudos da aula 4 aprendendo como elaborar a demonstração do resultado do exercício, vimos que deve conter a Forma de Apresentação, a Definição de Lucro Líquido, o Regime de competência e a Classificação.

2 - Receitas de Vendas de produtos e serviços.Ao darmos continuidade aos nossos estudos, ficou

claro a importância da Legislação, das Deduções das Vendas, das Vendas Canceladas, dos Abatimentos, dos Impostos incidentes sobre vendas, ainda compreendemos o que é o IPI, o ICMS e o ISS ou ISSQN.

3 - CPV ou CMV - Custos de Produtos Vendidos e Serviços Vendidos.

Na Seção 3, vimos que, no Custo dos Produtos Vendidos as empresas industriais, caracterizadas pela transformação de bens e sua comercialização. Elas apresentam diversos componentes do custo dos produtos vendidos.

4 - Despesas Operacionais.Já na Seção 4, tivemos a oportunidade de observar que as

despesas operacionais, segundo a Lei das S.A., compreendem as despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, vender, administrar e financiar suas atividades. Portanto, não

se confundem com as despesas de produção, ou seja, aquelas necessárias para transformar a matéria-prima em produto acabado.

5 - Outras Receitas e Despesas Operacionais.Concluímos na Seção 5 que outras Receitas e despesas

operacionais correspondem às receitas e despesas oriundas de atividades acessórias do objeto social da empresa.

6 - Demais Contas da Demonstração do Resultado.Para finalizar o estudo da aula 4, foram apresentados na

Seção 5, as demais contas e demonstrações do resultado após a apuração do Lucro Operacional, em decorrência das quais surgem diversos itens na Demonstração do Resultado, pois são os resultados não operacionais que representam receitas e despesas, ganhos e perdas não previsíveis, cuja ocorrência constitui um fato esporádico ou eventual, não ligado às atividades normais de obtenção de lucro ou de despesas.

Continuem seus estudos sobre os temas propostos. Para tanto, a seguir, apresentamos algumas sugestões de leituras, sites e vídeo. Além disso, é importante que acessem o campo AGENDA/ATIVIDADES e desenvolvam as atividades relacionadas a aula 4. Ao realizá-las, fi quem atentos aos prazos e procurem seguir as orientações do professor, as quais objetivam ampliar ao máximo as possibilidades de atingir os objetivos de aprendizagem!

ADMINISTRADORES. A importância da gestão de custos. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-importancia-da-gestao-de-custos/63090/>. Acesso em: 17 jul. 2012.

ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1981.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995.

FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 4. ed. São Paulo: Atlas.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7 ed. São Paulo: Harbra, 1997.

INTROMETEUSA. Como calcular o IPI. Disponível em: <http://intrometeusa.blogspot.com.br/2010/09/como-calcular-ipi.html>. Acesso em: 17 jul. 2012.

JOHNSON, Robert W. Administração financeira. São Paulo: Pioneira, 1977.

LEITE, H. de P. Introdução a administração financeira. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1995.

LEITE, L. L. Factoring no Brasil. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1997.MARTINS, E.; ASSAF NETO, A. Administração

financeira: as finanças das empresas sob condições inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1991.

SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C.C. Administração financeira. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1991.

Vale a pena

Vale a pena ler

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ACADÊMICOS. Administração financeira. Disponível em: <http://a3academicos.wordpress.com/2009/08/12/conteudo-programatico-administracao-financeira/>. Acesso em: 15 jun. 2012.

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WEB QUEST BRASIL. Administração científica. Disponível em: <www.webquestbrasil.org/criador2/.../soporte_tablon_w.php?id...1>. Acesso em: 15 jun. 2012.

Vale a pena acessarYOU TUBE. Demonstração de Resultados do Exercício-

DRE - Sevilha Contabilidade Ltda. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=lW1iF8HxtlI>. Acesso em: 20 jun. 2012.

______. Contabilidade na TV: Programa 59 - Composição do DRE Demonstrativo do Resultado do Exercício. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=S1bQZPVzaGo>. Acesso em: 20 jun. 2012.

______. Contabilidade na TV: Programa 57 - DRE Demonstrativo do Resultado do Exercício. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=tVC_6X9lPVc>. Acesso em: 20 jun. 2012.

Vale a pena assistir

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