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www.cers.com.br OAB 2ª FASE XV Direito do Trabalho Aryanna Manfredini 1 APOSTILA DE RECLAMAÇÃO TRABLHISTA C) DURAÇÃO DO TRABALHO HORAS EXTRAS Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada de trabalho e horário de trabalho. Alice Monteiro de Barros leciona que “jornada é o período, durante um dia em que o empregado permanece à disposição do empregador, trabalhando ou aguardando ordens (art. 4°, CLT). Já o horário de trabalho abrange o período que vai do início ao término da jornada, como também os intervalos que existem durante o seu cumprimento”. O art.4º estabelece que se considera como de serviço o período em que o empregado estiver à disposição do empregador, aguardando o ou executando ordens. Observe: Art. 4, CLT. Considera-se como de serviço o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. O limite da jornada de trabalho é de 8 (oito) horas diárias (art. 7º, XIII, CF e art. 58, CLT) e 44 horas semanais, conforme o (art. 7º, XIII, da CF). Extrapolados quaisquer desses limites, as horas excedentes devem ser postuladas como horas extras, acrescidas do adicional de 50% , nos termos do art. 7º, XVI, da CF e art. 59, § 1º, da CLT. Observe a legislação referida: Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho[...] XVI remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal ; [...] Art. 58, CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Art. 59, CLT. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. § 1º. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. Segue exemplo de pedido de horas extras:

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    OAB 2 FASE XV Direito do Trabalho Aryanna Manfredini

    1

    APOSTILA DE RECLAMAO TRABLHISTA

    C) DURAO DO TRABALHO

    HORAS EXTRAS

    Vrios doutrinadores distinguem as expresses: jornada de trabalho e horrio de trabalho. Alice Monteiro

    de Barros leciona que jornada o perodo, durante um dia em que o empregado permanece disposio do empregador, trabalhando ou aguardando ordens (art. 4, CLT). J o horrio de trabalho abrange o

    perodo que vai do incio ao trmino da jornada, como tambm os intervalos que existem durante o seu

    cumprimento.

    O art.4 estabelece que se considera como de servio o perodo em que o empregado estiver disposio

    do empregador, aguardando o ou executando ordens. Observe:

    Art. 4, CLT. Considera-se como de servio o perodo em que o empregado esteja disposio do

    empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposio especial expressamente consignada.

    O limite da jornada de trabalho de 8 (oito) horas dirias (art. 7, XIII, CF e art. 58, CLT) e 44 horas

    semanais, conforme o (art. 7, XIII, da CF). Extrapolados quaisquer desses limites, as horas excedentes

    devem ser postuladas como horas extras, acrescidas do adicional de 50% , nos termos do art. 7, XVI, da

    CF e art. 59, 1, da CLT.

    Observe a legislao referida:

    Art. 7, CF. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua

    condio social:

    XIII durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de

    trabalho[...]

    XVI remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinquenta por cento do normal; [...]

    Art. 58, CLT. A durao normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, no

    exceder de 8 (oito) horas dirias, desde que no seja fixado expressamente outro limite.

    Art. 59, CLT. A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no

    excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato

    coletivo de trabalho.

    1. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho dever constar, obrigatoriamente, a importncia

    remunerao da hora suplementar, que ser, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior da hora

    normal.

    Segue exemplo de pedido de horas extras:

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    I MRITO

    01. Horas extras

    Durante todo o pacto laboral laborou de segunda a sbado, das 08h00 s 22h00, sem receber pelas horas

    extras trabalhadas. (Fato)

    Nos termos do art. 7, XIII, da CF e do artigo 58 da CLT, direito do trabalhador a durao mxima do

    trabalho de 8 horas dirias e 44 horas semanais, os quais foram extrapolados no curso da relao de

    trabalho. (Fundamento)

    Diante do exposto, postula-se a condenao da reclamada ao pagamento das horas extraordinrias, assim

    consideradas todas as horas excedentes da 8 diria e 44 semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos

    termos do art. 7, XVI, CF e art. 59, 1, da CLT, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitrias,

    em DSR, aviso prvio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais

    acrescidas do tero constitucional e FGTS (depsitos e multa de 40%) (Pedido).

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    INTERVALO INTRAJORNADA

    O intervalo intrajornada concedido para alimentao e repouso durante a jornada de trabalho. Quando

    esta ultrapassar 6 (seis) horas dirias, o intervalo dever ser de no mnimo 1 (uma) e no mximo 2 (duas)

    horas, salvo acordo ou conveno coletiva de trabalho que podero elastecer o intervalo.

    O intervalo intrajornada no computado na jornada de trabalho (art. 71, 2, CLT), salvo quando no

    estiver previstos em lei (smula 118, TST) ou quando a mesma estabelecer que deva ser computado.

    Seguem exemplos em que o prprio legislador estabelece que os intervalos sero computados na jornada

    de trabalho:

    empregados que atuam no servio permanente de mecanografia e digitao: 10 minutos de intervalo para cada 90 minutos t\rabalhados consecutivamente (art. 72 da CLT e Smula 346,

    TST);

    empregados que trabalham em cmaras frias: 20 minutos de descanso para cada 1 hora e 40 minutos de trabalho (art. 253, CLT);

    empregados que trabalham em minas e subsolo tem direito a intervalo de 15 minutos para cada 3 horas de trabalho (art. 298, CLT).

    Mesmo que a jornada contratual de trabalho do empregado seja de 6 (seis) horas, se extrapolada

    habitualmente, devido intervalo de no mnimo (uma) 1 hora. Nesse sentido a smula 437, IV, TST.

    O empregador que no conceder o intervalo intrajornada fica obrigado a remunerar o perodo

    correspondente com um acrscimo de no mnimo 50% sobre o valor da remunerao da hora normal de

    trabalho (art. 71, 4, CLT e Smula 437, I, TST).

    Mesmo que a supresso do intervalo seja parcial (concesso de intervalo de 45 minutos, quando devido

    no mnimo uma hora de intervalo), o empregador ser obrigado a remunerar ao empregado o valor

    correspondente ao perodo integral do repouso, ou seja, dever pagar uma hora acrescida de 50%. Isso

    porque a supresso do intervalo intrajornada, ainda que parcial, inviabiliza a sua finalidade, que a de

    garantir ao empregado o tempo adequado para alimentao e repouso. Portanto, o empregador dever

    remunerar a hora cheia acrescida do adicional de 50%.

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    Smula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-O. APLICAO

    DO ART. 71 DA CLT (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-

    1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

    ...

    IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, devido o

    gozo do intervalo intrajornada mnimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o perodo para

    descanso e alimentao no usufrudo como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma

    prevista no art. 71, caput e 4 da CLT.

    Art. 71, CLT. Em qualquer trabalho contnuo cuja durao exceda de seis horas, obrigatria a

    concesso de um intervalo para repouso ou alimentao, o qual ser no mnimo, de uma hora e, salvo

    acordo ou contrato coletivo em contrrio, no poder exceder de duas horas.

    1. No excedendo de seis horas o trabalho, ser, entretanto, obrigatrio um intervalo de quinze minutos

    quando a durao ultrapassar quatro horas.

    2. Os intervalos de descanso no sero computados na durao do trabalho.

    3. O limite mnimo de uma hora para repouso e refeio poder ser REDUZIDO por ato do Ministrio do

    Trabalho, quando, ouvido o Departamento Nacional de Segurana e Higiene do Trabalho, se verificar que

    o estabelecimento atende integralmente s exigncias concernentes organizao dos refeitrios e

    quando os respectivos empregados no estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas

    suplementares.

    4. Quando o intervalo para repouso e alimentao, previsto neste artigo, no for concedido pelo

    empregador, este ficar obrigado a remunerar o perodo correspondente com um acrscimo de no mnimo

    50% (CINQENTA POR CENTO) SOBRE O VALOR DA REMUNERAO DA HORA NORMAL DE

    TRABALHO.

    Ressalte-se que o intervalo tem natureza salarial, nos termos da smula 437, III, do TST.

    Observe o disposto na smula 437 do TST:

    Smula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-O. APLICAO

    DO ART. 71 DA CLT (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-

    1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

    I - Aps a edio da Lei n 8.923/94, a no concesso ou a concesso parcial do intervalo intrajornada

    mnimo, para repouso e alimentao, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do

    perodo correspondente, e no apenas daquele suprimido, com acrscimo de, no mnimo, 50% sobre o

    valor da remunerao da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuzo do cmputo da efetiva

    jornada de labor para efeito de remunerao.

    II - invlida clusula de acordo ou conveno coletiva de trabalho contemplando a supresso ou

    reduo do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, sade e segurana do

    trabalho, garantido por norma de ordem pblica (art. 71 da CLT e art. 7, XXII, da CF/1988), infenso

    negociao coletiva.

    III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, 4, da CLT, com redao introduzida pela Lei

    n 8.923, de 27 de julho de 1994, quando no concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mnimo

    intrajornada para repouso e alimentao, repercutindo, assim, no clculo de outras parcelas salariais.

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    IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, devido o gozo do intervalo

    intrajornada mnimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o perodo para descanso e

    alimentao no usufrudo como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art.

    71, caput e 4 da CLT.

    Em razo disso, sempre que o examinando postular a condenao da reclamada ao pagamento do

    intervalo intrajornada deve postular tambm os reflexos.

    Segue exemplo de pedido do intervalo:

    II - Mrito

    01. Intervalo Intrajornada

    O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas dirias, usufruindo apenas 30 minutos para repouso e

    alimentao. (Fato)

    Nos termos do art. 71 da CLT o empregado que trabalho mais de 6 horas dirias faz jus a, no mnimo, 1

    hora de intervalo intrajornada para descanso e alimentao. (Fundamento)

    Diante da exposio, requer a condenao da reclamada ao pagamento da hora cheia do intervalo

    acrescida do adicional de 50%, nos termos do art. 71, 4, da CLT e smula 437, I, do TST, bem como,

    reflexos, uma vez que o intervalo tem natureza salarial nos termos da smula 437, III do TST, em

    verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso prvio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional,

    frias integrais e proporcionais acrescidas do tero constitucional e FGTS (depsitos e multa de 40%).

    (Pedido)

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    INTERVALO INTERJORNADAS

    O intervalo interjornada refere-se ao intervalo entre um dia e outro de trabalho, isto , entre duas jornadas

    de trabalho. A durao do intervalo interjornada , em regra, de pelo menos 11 horas consecutivas.

    Observe o art. 66 da CLT.

    Art. 66, CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haver um perodo mnimo de 11 (onze) horas

    consecutivas para descanso.

    Caso entre uma jornada de trabalho e a seguinte, o perodo de descanso seja de apenas 8 horas,

    por exemplo, o empregado far jus a 3 horas acrescidas do adicional de 50%, por aplicao analgica do

    art. 71, 4 da CLT e smula 110 do TST (OJ 355, SDI-1, TST).

    OJ 355, SDI-1, TST. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVNCIA. HORAS EX-TRAS. PERODO

    PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAO ANALGICA DO 4 DO ART. 71 DA

    CLT. DJ 14.03.2008.

    O desrespeito ao intervalo mnimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os

    mesmos efeitos previstos no 4 do art. 71 da CLT e na Smula n 110 do TST, devendo-se pagar a

    integralidade das horas que foram subtradas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.

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    Smula 110, TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

    21.11.2003

    No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com

    prejuzo do intervalo mnimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser

    remuneradas como extraordinrias, inclusive com o respectivo adicional.

    Observe o exemplo:

    I MRITO

    01. Intervalo Interjornadas

    Durante todo o perodo contratual o reclamante lavorava nas segundas-feiras das 9h s 18h00, iniciando

    sua jornada de trabalho nas teras-feiras, s 2h, ou seja, usufruindo apenas 8 horas de intervalo

    interjornadas. (Fato)

    Nos termos do art. 66 da CLT, entre 2 (duas) jornadas de trabalho dever haver um perodo mnimo de 11

    (onze) horas consecutivas para descanso, o qual no foi observado. O desrespeito ao intervalo

    interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no 4 do art.

    71 da CLT e na Smula n 110 do TST, ou seja, a integralidade das horas que foram subtradas do

    intervalo, acrescidas do respectivo adicional. (Fundamento)

    Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento das horas faltantes para completar

    as 11 horas de descanso, acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e

    resilitrias, em DSR, aviso prvio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e

    proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depsitos e multa de 40%). (Pedido)

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

    Nos termos do art. 7, XV, da CF e 67 da CLT, todo trabalhador tem direito a um dia de descanso

    semanal remunerado, o qual deve ser concedido preferencialmente aos domingos. O art. 1 da lei 605/49

    tambm estabelece que todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas

    consecutivas, preferentemente aos domingos, e ao descanso remunerado nos feriados civis e religiosos.

    Para fazer jus ao descanso semanal remunerado os requisitos so assiduidade e pontualidade (art.

    6, Lei 605/49). Nesses casos, o empregado perder to somente a remunerao do dia de descanso e

    no o direito de no trabalhar.

    O trabalho prestado em domingos e em feriados, no compensado, deve ser pago em dobro

    (smula 146, TST).

    Nesse sentido seguem os dispositivos referidos:

    Art. 7, CF. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua

    condio social:

    ...

    XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

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    Art. 67, CLT. Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas

    consecutivas, o qual, salvo motivo de convenincia pblica ou necessidade imperiosa do servio, dever

    coincidir com o domingo, no todo ou em parte.

    Pargrafo nico. Nos servios que exijam trabalho aos domingos, com exceo quanto aos elencos

    teatrais, ser estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro

    sujeito fiscalizao.

    Art. 1, Lei 605/49. Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas

    consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigncias tcnicas das empresas, nos

    feriados civis e religiosos, de acordo com a tradio local.

    Art. 6, Lei 605/49. No ser devida a remunerao quando, sem motivo justificado, o empregado no

    tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horrio de trabalho.

    1 So motivos justificados:

    a) os previstos no artigo 473 e seu pargrafo nico da Consolidao das Leis do Trabalho;

    b) a ausncia do empregado devidamente justificada, a critrio da administrao do estabelecimento;

    c) a paralisao do servio nos dias em que, por convenincia do empregador, no tenha havido trabalho;

    d) a ausncia do empregado, at trs dias consecutivos, em virtude do seu casamento;

    e) a falta ao servio com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;

    f) a doena do empregado, devidamente comprovada.

    2 A doena ser comprovada mediante atestado de mdico da instituio da previdncia social a que

    estiver filiado o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de mdico do Servio Social do Comrcio

    ou da Indstria; de mdico da empresa ou por ela designado; de mdico a servio de representao

    federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de sade pblica; ou no existindo

    estes, na localidade em que trabalhar, de mdico de sua escolha.

    Smula 146, TST. O trabalho prestado em domingos e feriados, no compensado, deve ser pago em

    dobro, sem prejuzo da remunerao relativa ao repouso semanal.

    OJ 410, SDI-1, TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSO APS O STIMO DIA

    CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7, XV, DA CF. VIOLAO. (DEJT divulgado em 22, 25 e

    26.10.2010)

    Viola o art. 7, XV, da CF a concesso de repouso semanal remunerado aps o stimo dia consecutivo de

    trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

    1I MRITO

    01. Descanso Semanal Remunerado

    Durante todo o perodo contratual o reclamante jamais usufruiu de descanso semanal remunerado. (Fato)

    Nos termos do art. 7, XV da CF, 67 da CLT e art. 1 da Lei 605/49, tal descanso, preferencialmente aos

    domingos, trata-se de direito dos trabalhadores. Sua inobservncia implica o pagamento em dobro do

    perodo correspondente, nos termos da smula 146 do TST. (Fundamento)

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    Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento dos dias de descanso semanal

    remunerado em dobro. (Pedido)

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    INTERVALO INTERJORNADAS E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

    H uma peculiaridade no que concerne ao intervalo interjornadas e ao descanso semanal remunerado.

    Quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 24 horas, este

    deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas. Quando o empregado termina sua jornada de

    trabalho no sbado, retornando a trabalhar apenas na segunda-feira, por exemplo, por se tratar o domingo

    de dia de descanso semanal remunerado, o empregado deve usufruir de 35 horas de descanso entre o

    trmino da jornada no sbado e o incio da seguinte, na segunda-feira, sendo 11 horas relativas ao

    intervalo interjornada e 24 em razo do DSR. As horas faltantes para completar as 35 devero ser pagas

    como horas extras acrescidas do adicional de 50%.

    Segue exemplo:

    I MRITO

    01. Intervalo Interjornadas e Descanso Semanal Remunerado

    Durante todo o perodo contratual, uma vez por ms, o reclamante laborava aos sbados at s 22h00 e

    iniciava sua jornada na segunda-feira subsequente s 06h00. (Fato)

    Nos termos do art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho deve ser observado um intervalo mnimo

    de descanso de 11 horas consecutivas de descanso e, conforme estabelece o art. 7, XV da CF, 67 da

    CLT e art. 1 da Lei 605/49, o trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remunerado,

    preferencialmente aos domingos. Assim, quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso

    semanal remunerado, de 24 horas, este deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas,

    totalizando um perodo de descanso de 35 horas. Perodo este que no foi observado, uma vez que entre

    uma jornada e outra de trabalho decorreu apenas 32 horas. (Fundamento)

    Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento de 3 horas extras acrescidas do

    adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso prvio, dcimo

    terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depsito

    e multa de 40%). (Pedido)

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    ADICIONAL NOTURNO

    O horrio noturno, no meio urbano, das 22h00 s 05h00. A hora noturna no corresponde a 60

    minutos, mas sim a 52 minutos e 30 segundos. Ao trabalho no perodo noturno, assegura-se um

    acrscimo de 20% sobre o valor da hora diurna.

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    No meio rural, o trabalho noturno disciplinado pelo art. 7 da Lei 5889/73, o qual estabelece que

    se considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 s 05h00 e, na pecuria, das 20h00 s

    04h00. A hora noturna de 60 minutos e o adicional de 25%.

    O art. 73 da CLT afasta o direito ao adicional noturno dos empregados que trabalham em turnos

    ininterruptos de revezamento. Tal disposio, entretanto, no foi recepcionada pela Constituio de 1998,

    que em seu art. 7, IX, CF, assegura a todos indistintamente o direto ao adicional noturno (smula 213,

    STF).

    Art. 7, CF. So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua

    condio social:

    ...

    IX - remunerao do trabalho noturno superior do diurno;

    Smula 213, STF. devido o adicional de servio noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de

    revezamento.

    Art. 73, CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno ter

    remunerao superior a do diurno e, para esse efeito, sua remunerao ter um acrscimo de 20 % (vinte

    por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

    1 A hora do trabalho noturno ser computada como de 52 minutos e 30 segundos.

    2 Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia

    e as 5 horas do dia seguinte.

    3 O acrscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que no mantm, pela

    natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, ser feito, tendo em vista os quantitativos pagos

    por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relao s empresas cujo trabalho noturno decorra da

    natureza de suas atividades, o aumento ser calculado sobre o salrio mnimo geral vigente na regio, no

    sendo devido quando exceder desse limite, j acrescido da percentagem.

    4 Nos horrios mistos, assim entendidos os que abrangem perodos diurnos e noturnos, aplica-se s

    horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus pargrafos.

    5 s prorrogaes do trabalho noturno aplica-se o disposto neste captulo.

    Em sntese, nos termos do art. 73 da CLT, tem-se que:

    a) considera-se noturno, para efeitos desse artigo, o trabalho urbano executado entre as 22 horas de um

    dia e as 5 horas do dia seguinte.

    b) o adicional noturno de, no mnimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna.

    c) a hora de trabalho noturna ser computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos.

    Destaca-se acerca do adicional noturno a Smula 60 do TST. Observe:

    Smula 60, TST. I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salrio do empregado para

    todos os efeitos. II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, devido

    tambm o adicional quanto s horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5, da CLT.

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    Segue o exemplo:

    II MRITO

    01. Adicional noturno

    A jornada do reclamante iniciava-se s 22 horas e encerrava-se s 5 horas do dia seguinte, quando

    chegava o outro empregado da reclamada. Apesar de trabalhar no perodo noturno, o reclamante sempre

    recebeu o mesmo salrio que o empregado que laborava no perodo diurno. (Fato)

    Nos termos do art. 7, IX da Constituio Federal, o trabalho prestado no perodo noturno ter

    remunerao superior ao do perodo diurno. O art. 73 da CLT estabelece que o adicional deve ser de 20%

    sobre o valor da hora diurna. Adicional este que jamais foi pago ao reclamante. (Fundamento)

    Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento do adicional noturno, no

    importe de 20% do valor da hora diurna, em relao s horas trabalhadas no perodo noturno, bem como,

    reflexos em verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso prvio, dcimo terceiro salrio integral e

    proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas do tero constitucional e FGTS (depsitos e multa

    de 40%). (Pedido)

    possvel transferir o empregado do perodo noturno para o diurno, retirando-lhe o adicional

    noturno, por se tratar de alterao contratual mais benfica para a sade do trabalhador (art. 468 da CLT e

    smula 265, TST).

    Smula 265, TST. A transferncia para o perodo diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional

    noturno.

    Acerca do adicional noturno importante destacar:

    vedado ao menor o trabalho noturno (art. 7, XXXIII, CF).

    Smula 214, STF: a durao legal da hora de servio noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem suplementar, que no dispensa o salrio adicional.

    OJ 97, SDI 1, TST: o adicional noturno integra a base de clculo das horas extras prestadas no perodo noturno.

    Smula 402, STF: o vigia noturno tem direito a salrio adicional.

    Advogados art. 20, 3, Lei 8906/94: o trabalho noturno o compreendido entre s 20h00 e 05h00 e o adicional de 25%.

    No meio rural: o trabalho noturno disciplinado pelo art. 7 da Lei 5889/73, o qual estabelece que se considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 s 05h00 e, na pecuria, das 20h00 s

    04h00. A hora noturna de 60 minutos e o adicional de 25%.

    HORAS IN ITINERE - LEIA TAMBM

    O tempo despendido pelo empregado at o local de trabalho, bem como, para o seu retorno, por qualquer

    meio de transporte, no ser computado na jornada de trabalho, salvo se o local de trabalho for de difcil

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    acesso ou no servido de transporte pblico e o empregador fornecer a conduo (art. 58, 2, CLT).

    Art. 58, 2, CLT. O tempo despendido pelo empregado at o local de trabalho e para o seu retorno, por

    qualquer meio de transporte, no ser computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de

    local de difcil acesso ou no servido por transporte pblico, o empregador fornecer a conduo.

    Portanto, as horas in itinere possuem dois requisitos para que sejam computadas na jornada de trabalho,

    sendo que ambos devem coexistir para caracterizar a exceo prevista nesse dispositivo:

    Local de difcil acesso OU no servido por

    transporte pblico regular

    +

    Conduo fornecida pelo empregador de forma

    gratuita ou onerosa

    Nesse sentido o entendimento jurisprudencial enunciado pelas smulas 90 e 320, do TST.

    Smula 90. I - O tempo despendido pelo empregado, em conduo fornecida pelo empregador, at o local

    de trabalho de difcil acesso ou no servido por transporte regular pblico, e para o seu retorno,

    computvel na jornada de trabalho.

    II - A incompatibilidade entre os horrios de incio e trmino da jornada do empregado e os do transporte

    pblico regular circunstncia que tambm gera o direito s horas in itinere.

    III - A mera insuficincia de transporte pblico no enseja o pagamento de horas in itinere.

    IV - Se houver transporte pblico regular em parte do trajeto percorrido em conduo da empresa, as

    horas in itinere remuneradas limitam-se ao trecho no alcanado pelo transporte pblico.

    V - Considerando que as horas in itinere so computveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a

    jornada legal considerado como extraordinrio e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

    Smula 320, TST. O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou no, importncia pelo transporte

    fornecido, para local de difcil acesso, ou no servido por transporte regular, no afasta o direito

    percepo do pagamento das horas in itinere.

    Deparando-se com qualquer dessas hipteses o examinando deve somar as horas de percurso s horas

    efetivamente laboradas e, caso extrapolem os limites de 8 horas dirias e/ou 44 semanais, deve postular

    as excedentes com o acrscimo de 50%. Primeiramente, o candidato deve explicar porque as horas de

    percurso esto sendo computadas na jornada (art. 58, 2, CLT) e, em seguida, postular as horas

    excedentes, com fundamento no art. 7, XIII, CF e art. 58 da CLT, acrescidas do adicional de 50%, com

    fundamento no art. 7, XVI, CF e art. 59, 1, da CLT.

    Ateno! O art. 58, 3, da CLT, estabelece que podero ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou conveno coletiva, em caso de transporte fornecido

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    pelo empregador, em local de difcil acesso ou no servido por transporte pblico, o tempo mdio

    despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remunerao. Ressalte-se que para as demais empresas sero consideradas como horas in itinere as efetivamente despendidas no percurso.

    Essa argumentao foi exigida pela Banca Examinadora para a resoluo da pea prtico-profissional do

    IX Exame de Ordem Unificado.

    Segue exemplo:

    I Mrito

    01. Horas in itinere

    A empresa Reclamada est localizada muito distante do centro urbano e devido falta de transporte

    pblico, a conduo era fornecida gratuitamente pela empresa aos empregados. O tempo despendido no

    percurso no era computado na jornada de trabalho do Reclamante, sendo extrapolada em 1 (uma) hora a

    jornada mxima diria. (Fato)

    Nos termos do art. 58, 2, da CLT e item I, da Smula 90, do TST, o tempo do percurso deve ser computado na jornada de trabalho quando a empresa no estiver servida de transporte pblico regular e o

    empregador fornecer a conduo. (Fundamento)

    Ante o cumprimento das normas referidas, requer que o perodo despendido pelo empregado no percurso

    seja computado na jornada de trabalho e a condenao da reclamada ao pagamento das horas

    excedentes a 8 diria e 44 semanal acrescidas do adicional de 50% (smula 90, V, TST, art. 7, XVI, da

    CF e art. 59, 1, da CLT), bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso prvio,

    dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas do tero

    constitucional e FGTS (depsitos e multa de 40%). (Pedido)

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    D) VERBAS RESCISRIAS

    As verbas rescisrias so provenientes da extino do contrato de trabalho, ou seja, so as

    parcelas que devem ser pagas pelo empregador na ocasio daresciso contratual.

    Seguem relao de verbas rescisrias devidas nas principais formas de extino do contrato de

    trabalho:

    CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO

    Forma de Extino Verbas Rescisrias Devidas

    Dispensa sem justa causa - saldo de salrio;

    - aviso prvio (art. 7, XXI, CF, art. 487,

    1, CLT);

    - dcimo terceiro proporcional;

    - frias vencidas e proporcionais + 1/3;

    - multa de 40% do FGTS (art. 18, caput e

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    12

    1, Lei 8036/90);

    - guias: CD/SD (seguro desemprego smula 389, TST) e para liberao do

    FGTS.

    Pedido de demisso - saldo de salrio;

    - dcimo terceiro proporcional;

    - frias vencidas e proporcionais + 1/3

    (smula 261, TST);

    Aviso prvio: caso no cumprido pelo

    empregado, o empregador pode

    descontar o valor correspondente a ele

    (art. 487, 2 CLT);

    O empregado NO tem direito de

    receber: aviso prvio, multa de 40% do

    FGTS, guias para recebimento do seguro

    desemprego e levantamento do FGTS e

    perde a proteo das garantias de

    emprego.

    Dispensa por Justa Causa (falta grave do

    empregado)

    - saldo de salrio;

    - frias vencidas;

    O empregado NO tem direito de

    receber: aviso prvio, multa de 40% do

    FGTS, guias para percepo do seguro

    desemprego e levantamento do FGTS e

    perde a proteo das garantias de

    emprego.

    Resciso (falta grave do empregador)

    - saldo de salrio;

    - aviso prvio;

    - dcimo Terceiro proporcional;

    - frias vencidas e proporcionais + 1/3;

    - multa de 40% do FGTS;

    - guias: CD/SD (seguro desemprego smula 389, TST) e para liberao do

    FGTS.

    CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

    Forma de Extino Verbas Rescisrias Devidas

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    No prazo - saldo de salrio;

    - dcimo Terceiro proporcional;

    - frias vencidas e proporcionais + 1/3;

    - guia: para liberao do FGTS.

    O empregado NO tem direito de

    receber: aviso prvio, multa de 40% do

    FGTS e guia para percepo do seguro

    desemprego.

    Dispensa antecipada por ato empresarial sem clusula assecuratria de direito recproco de resciso antecipada:

    - saldo de salrio;

    - multa do art. 479 da CLT;

    - dcimo terceiro proporcional;

    - frias vencidas e proporcionais + 1/3;

    - multa de 40% do FGTS (h divergncia,

    mas devemos pedir na petio inicial);

    - guia para levantamento do FGTS e

    percepo do seguro desemprego

    (smula 389, TST).

    O empregado NO tem direito de receber

    aviso prvio.

    com clusula assecuratria de direito recproco de resciso

    antecipada

    - so devidas as mesmas verbas do

    contrato de trabalho por prazo

    indeterminado em que o empregado

    dispensado sem justa causa.

    Dispensa antecipada por ato do

    empregado

    sem clusula assecuratria de direito recproco de resciso

    antecipada:

    - saldo de salrio;

    - multa do art. 480, CLT;

    - dcimo terceiro proporcional;

    - frias vencidas e proporcionais + 1/3.

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    O empregado NO tem direito s guias

    para liberao do FGTS e percepo do

    seguro desemprego.

    com clusula assecuratria de direito recproco de resciso

    antecipada

    - so devidas as mesmas verbas do

    contrato de trabalho por prazo

    indeterminado em que o empregado pede

    demisso.

    Segue exemplo:

    II MRITO

    01. VERBAS RESILITRIAS

    O reclamante foi dispensado sem justa causa pela reclamada no dia, e no recebeu suas verbas rescisrias. (Fatos)

    Diante disso, requer a condenao da reclamada ao pagamento de todas as verbas rescisrias

    provenientes da dissoluo do contrato de trabalho, quais sejam: saldo de salrio, aviso prvio, dcimo

    terceiro salrio proporcional, frias proporcionais acrescidas do tero constitucional vencida e proporcional

    e multa de 40% do FGTS. Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e a guia para percepo do

    seguro desemprego (smula 389 do TST), bem como a baixa da CTPS. (Pedido)

    Cuidado! O art. 7, XXI da CF assegura aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo

    de 30 dias, nos termos da lei. A lei 12.506/2011 entrou em vigor na data de sua publicao, em

    13/10/2011, regulamentando o aviso prvio proporcional previsto no art. 7, XXI, CF, assegurando-o na

    proporo de 30 dias aos empregados com menos de 1 ano de servio na mesma empresa, acrescidos 3

    (trs) dias por ano de servio prestado na mesma empresa quando completarem um ano e assim

    sucessivamente, at o mximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de at 90 (noventa) dias.

    Assim, tais regras se aplicam aos contratos extintos aps 13/10/2011. Ressalte-se, entretanto, que h

    decises isoladas do STF considerando devido o aviso prvio proporcional mesmo no caso de contratos

    concludos antes desta data.

    Segue a lei:

    LEI N 12.506, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011

    Dispe sobre o aviso prvio e d outras providncias

    A PRESIDENTA DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

    seguinte Lei:

    Art. 1o O aviso prvio, de que trata o Captulo VI do Ttulo IV da Consolidao das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n 5452, de 1 de maio de 1943, ser concedido na proporo de 30 (trinta) dias aos empregados que contem at 1 (um) ano de servio na mesma empresa.

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    Pargrafo nico. Ao aviso prvio previsto neste artigo sero acrescidos 3 (trs) dias por ano de servio prestado na mesma empresa, at o mximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de at 90 (noventa) dias.

    Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 11 de outubro de 2011; 190o da Independncia e 123o da Repblica.

    DILMA ROUSSEFF

    Jos Eduardo Cardozo

    Guido Mantega

    Carlos Lupi

    Fernando Damata Pimentel

    Miriam Belchior

    Garibaldi Alves Filho

    Lus Incio Lucena Adams

    Este texto no substitui o publicado no DOU de 13.10.2011

    O Ministrio do Trabalho expediu Nota Tcnica n 184/2012 tratando da aplicabilidade na nova lei.

    Em sntese, conforme resumo constante na prpria Nota Tcnica:

    III. Concluso

    Em sntese, estes so os entendimentos que se submete considerao superior para fins de

    aprovao:

    a lei no poder retroagir para alcanar a situao de aviso prvio j iniciado;

    a proporcionalidade de que trata o pargrafo nico do art. 1 da norma sob comento aplica-se,

    exclusivamente, em benefcio do empregado;

    o acrscimo de 3 (trs) dias por ano de servio prestado ao mesmo empregador, computar-se- a

    partir do momento em que a relao contratual supere um ano na mesma empresa;

    a jornada reduzida ou faculdade de ausncia no trabalho, durante o aviso prvio, prevista no art.

    488 da CLT, no foram alterados pela Lei 12.506/11;

    A projeo do aviso prvio integra o tempo de servio para todos os fins legais;

    Recaindo o trmino do aviso prvio proporcional nos trinta dias que antecedem a data base, faz jus

    o empregado despedido indenizao prevista na lei n 7.238/84; e,

    As clusulas pactuadas em acordo ou conveno coletiva que tratam do aviso prvio proporcional

    devero ser observadas, desde que respeitada a proporcionalidade mnima prevista na Lei n 12.506, de

    2011.

    O Ministrio do Trabalho e Emprego, na referida Nota Tcnica, apresenta o seguinte quadro:

    Tempo de Servio

    (anos completos)

    Aviso Prvio

    Proporcional ao

    Tempo de Servio

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    (n de dias)

    0 30

    1 33

    2 36

    3 39

    4 42

    5 45

    6 48

    7 51

    8 54

    9 57

    10 60

    11 63

    12 66

    13 69

    14 73

    15 75

    16 78

    17 81

    18 84

    19 87

    20 90

    Ateno! Caso o examinador fornea dados suficientes, o Candidato deve indicar o nmero de dias do

    saldo de salrio postulado e a proporcionalidade das frias e dcimo terceiro.

    pargrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    E) MULTA DO ART. 467 DA CLT

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    A defesa da reclamada, no Processo do Trabalho, sempre ser ofertada na primeira audincia,

    momento em que dever contestar todas as verbas pleiteadas pelo reclamante, sob pena de restarem

    incontroversas.

    Nesse diapaso, todas as verbas no contestadas pelo empregador so devidas ao empregado e

    devem ser quitadas em primeira audincia, sob pena de multa de 50%.

    Art. 467, CLT. Em caso de resciso de contrato de trabalho, havendo controvrsia sobre o montante das

    verbas rescisrias, o empregador obrigado a pagar ao trabalhador, data do comparecimento Justia

    do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pag-las acrescidas de cinquenta por

    cento.

    Pargrafo nico. O disposto no caput no se aplica Unio, aos Estados, ao Distrito Federal, aos

    Municpios e as suas autarquias e fundaes pblicas.

    O pargrafo nico do artigo referido prev uma exceo ao caput: a multa no aplicvel Unio,

    aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municpios e as suas autarquias e fundaes pblicas.

    Segue exemplo:

    II MRITO

    02. MULTA DO ART. 467, CLT

    Nos termos do artigo 467 da CLT, o Reclamante requer que o pagamento das verbas

    incontroversas seja realizado em primeira audincia, sob pena da incidncia de multa de 50% sobre o

    valor correspondente.

    F) MULTA DO ART. 477 DA CLT

    A resciso de um contrato de trabalho enseja o pagamento das verbas rescisrias ao empregado.

    O empregador, ao efetuar esse pagamento, deve observar o prazo legal estipulado pelo artigo 477, 6 da

    CLT.

    O pagamento das verbas rescisrias possui dois prazos distintos que so definidos em funo do

    aviso prvio. Observe:

    AVISO PRVIO PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VR

    Cumprido 1 dias til aps do trmino

    Indenizado 10 dias corridos

    O artigo 477, 6, alnea a da CLT, afirma que, se o aviso prvio for cumprido, o pagamento das verbas rescisrias deve ser realizado at o primeiro dia til imediato ao trmino do contrato.

    A alnea b, por sua vez, afirma que se o aviso prvio for indenizado, o pagamento dever ser efetuado at o dcimo dia, contado da data da notificao da demisso. Note que NO o dcimo dia til. A

    contagem do prazo de 10 (dez) dias a partir da dispensa.

    A multa prevista pelo 8 do artigo 477 da CLT s incidir se o empregador no respeitar o prazo legal

    previsto no 6 para o pagamento das verbas rescisrias. A penalidade prevista corresponde ao valor de

    um salrio do empregado percebido poca da dissoluo do contrato de trabalho.

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    Art. 477, CLT. assegurado a todo empregado, no existindo prazo estipulado para a terminao do

    respectivo contrato, e quando no haja ele dado motivo para cessao das relaes de trabalho, o direito

    de haver do empregador uma indenizao, paga na base da maior remunerao que tenha percebido na

    mesma empresa.

    6. O pagamento das parcelas constantes do instrumento de resciso ou recibo de quitao dever ser

    efetuado nos seguintes prazos:

    a) at o primeiro dia til imediato ao trmino do contrato; ou

    b) at o dcimo dia, contado da data da notificao da demisso, quando da ausncia do aviso prvio,

    indenizao do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.

    8. A inobservncia do disposto no 6 deste artigo sujeitar o infrator multa de 160 BTN, por

    trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu

    salrio, devidamente corrigido pelo ndice de variao do BTN, salvo quando comprovadamente, o

    trabalhador der causa mora.

    Segue exemplo:

    II MRITO

    03. MULTA DO ART. 477, 8, CLT

    A reclamada no respeitou o prazo para pagamento das parcelas rescisrias previsto no artigo 477, 6 da

    CLT. Diante desse fato, o Reclamante requer a condenao da reclamada ao pagamento de multa no

    valor equivalente ao seu salrio, nos termos do 8 do artigo 477 da CLT.

    Cumpre destacar o CANCELAMENTO da OJ 351 da SDI-1 do TST ocorrido em novembro de 2009. De

    acordo com essa orientao, a multa do artigo 477, 8 da CLT, era incabvel quando houvesse fundada

    controvrsia quanto existncia da obrigao cujo inadimplemento gerou a multa. Logo, a partir do seu

    CANCELAMENTO, mesmo que haja controvrsia acerca de uma determinada verba, o empregado poder

    pleitear a incidncia da referida multa.

    G) DANO MORAL

    A EC 45/04 ampliou a competncia da Justia do Trabalho, incluindo as aes de indenizao por

    danos morais oriundas da relao de trabalho (art. 114, VI da CF).

    Art. 114, CF. Compete Justia do Trabalho processar e julgar:

    ...

    VI - as aes de indenizao por dano moral ou patrimonial, decorrentes da

    relao de trabalho;

    O dano moral configurado diante da presena dos trs requisitos da responsabilidade civil: culpa,

    dano e nexo causal, e sua fundamentao jurdica est positivada no artigo 5, X da CF e nos artigos. 186

    e 927 do CC.

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    Art. 5, CF. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos

    brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade,

    igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

    ...

    X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a

    indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao; [...]

    Art. 186, CC. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e

    causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

    Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    desnecessria a demonstrao da culpa quando a atividade do empregador for de risco (art. 927,

    par. , CLT), bastando o dano e o nexo para que seja devida a indenizao.

    Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    Pargrafo nico. Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos

    especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por

    sua natureza, risco para os direitos de outrem.

    Ateno! Deve-se verificar se o dano moral precisa ser postulado, principalmente quando:

    a proposta indicar o abalo emocional do empregado causado pelo empregador;

    o empregador praticar falta grave;

    o empregado for demitido injustamente por justa causa.

    Abaixo temos um trecho da proposta do Exame de Ordem 2005.3/PR para identificao do pedido de

    indenizao por danos morais e gabarito.

    3 EXAME DA ORDEM 2005/PR:

    Em razo dos atrasos nos salrios, Tomi tornou-se inadimplente no pagamento das mensalidades

    escolares vendo-se obrigado a retirar seu nico filho do colgio particular em que estudava, sendo que

    esta situao est lhe causando profunda humilhao perante seus familiares e colegas, pretendendo, por

    isto, ser indenizado em valor a ser fixado pelo juiz.

    CRITRIO DE CORREO: Pagamento de indenizao por danos morais, em valor a ser fixado pelo juiz,

    com fundamento na responsabilidade civil do empregador (ausncia de pagamento de salrio culpa; humilhao por tirar o filho do colgio dano; nexo causal).

    Os dois exemplos dispostos a seguir tambm ilustram bem pedidos de indenizao por danos morais:

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    Exemplo 1:

    I MRITO

    01. DO DANO MORAL

    A Reclamada tentou submeter a Reclamante a revista ntima por funcionrios do sexo oposto. A

    Reclamante no aceitou tal constrangimento, motivo pelo qual foi dispensada por justa causa. (Fato)

    Encontram-se presentes todos os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos artigos 186 e 927 do

    CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Observe:

    A culpa demonstra-se pela tentativa da Reclamada de submeter a Reclamante revista ntima, conduta

    vedada expressamente pelo artigo 373-A, VI da CLT. J o dano est configurado pelo constrangimento

    sofrido pela Reclamante. A conduta da Reclamada a causa do constrangimento sofrido pela

    Reclamante, desta forma, resta comprovado tambm o nexo causal.

    Destaca-se, ainda, a violao do artigo 5, X, CF, que sustenta a inviolabilidade intimidade, vida privada,

    honra e imagem das pessoas, sendo-lhes assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral

    decorrente de sua violao. (Fundamento)

    Diante do exposto, tendo em vista que a Justia do Trabalho competente para processar e julgar pedidos

    de danos morais e patrimoniais decorrentes das relaes de trabalho (art. 114, VI, CF e smula 392, TST)

    requer a sua condenao da reclamada ao pagamento de indenizao por danos morais em valor a ser

    arbitrado pelo juiz. (Pedido)

    Exemplo 2:

    II MRITO

    02. DO DANO MORAL

    A reclamada, a partir de janeiro de 2012, passou a descumprir o contrato de trabalho, uma vez que deixou

    de efetuar o pagamento do salrio do Reclamante, o qual se obrigou a fazer emprstimos de familiares e

    amigos para pagamento das dvidas que adquiriu em razo da ausncia dos salrios, o que est lhe

    causando profunda humilhao. (Fato)

    Encontram-se presentes todos os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos artigos 186 e 927 do

    CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Observe-se:

    A culpa verificada pela falta de pagamento, que obrigao da Reclamada e, quando descumprida,

    constitui falta grave do empregador, de acordo com o artigo 483, d da CLT. O dano, por sua vez, est configurado pelo constrangimento sofrido pelo Reclamante diante da impossibilidade de pagamento das

    dvidas que possui, restando demonstrado o nexo causal.

    Destaca-se, ainda, a violao do artigo 5, X, CF, que sustenta a inviolabilidade da intimidade, vida privada,

    honra e imagem das pessoas, sendo-lhes assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral

    decorrente de sua violao. (Fundamento)

    Diante do exposto, tendo em vista que a Justia do Trabalho competente para processar e julgar pedidos

    de danos morais e patrimoniais decorrentes das relaes de trabalho (art. 114, VI, CF e smula 392, TST)

    requer a condenao da reclamada ao pagamento de indenizao por danos morais em valor a ser

    arbitrado pelo juiz. (Pedido)

    Ateno! Quando a conduta do empregador for contnua, restar configurado o assdio moral, portanto,

    se a situao humilhante para o empregado se prolongar no tempo, em virtude de uma conduta reiterada

    do empregador, estar caracterizado o assdio moral. O fundamento legal no caso de assdio moral o

    mesmo do pedido de indenizao por danos morais. Nesse caso, o examinando deve: a) denominar o

    tpico, no mrito, de assdio/dano moral; b) contar os fatos e ao final do pargrafo afirmar que tal

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    conduta reiterada caracteriza assdio moral; c) apontar a mesma fundamentao do pedido de

    indenizao por danos morais e d) por fim, requerer a condenao da reclamada ao pagamento de

    indenizao por danos morais em valor a ser arbitrado pelo juiz, considerando que o dano decorreu do

    assdio.

    Segue exemplo:

    II MRITO

    01. DO ASSDIO MORAL/DANO MORAL

    No ltimo ano do contrato de trabalho a Reclamada humilhou a reclamante perante seus colegas de

    trabalho e clientes da empresa, afirmando que a Reclamante a pior e mais incompetente funcionria da

    empresa, alm de ser feia, feia de do, afirmando constantemente que ela deve pedir demisso. Tal conduta prolongada caracteriza o ASSDIO MORAL. (Fato)

    Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos artigos 186 e 927 do CC,

    quais sejam: culpa, dano e nexo. Observe:

    A culpa verificada pela conduta da reclamada, que no ltimo ano do contrato de trabalho humilhou

    reiteradamente a Reclamante perante seus colegas e clientes da empresa, chamando-a de incompetente

    e feia, feia, feia de do, com o propsito de faz-la pedir demisso. O dano, por sua vez, est configurado pelo constrangimento sofrido pela Reclamante. A conduta da Reclamada a causa do

    constrangimento sofrido pela Reclamante, dessa forma, est demonstrado o nexo causal.

    Destaca-se, ainda, a violao do artigo 5, X, CF, que sustenta a inviolabilidade da intimidade, vida

    privada, honra e imagem das pessoas, sendo-lhes assegurado o direito a indenizao pelo dano material

    ou moral decorrente de sua violao. (Fundamento)

    Diante do exposto, tendo em vista que a Justia do Trabalho competente para processar e julgar pedidos

    de danos morais e patrimoniais decorrentes das relaes de trabalho (art. 114, VI, CF e smula 392, TST),

    requer a condenao da Reclamada ao pagamento de indenizao por danos morais em valor a ser

    arbitrado pelo juiz, considerando que o dano decorreu do assdio. (Pedido)

    Obs.: As referncias entre parnteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do pargrafo busca apenas

    orientar o leitor, entretanto, no devem ser includas na prova.

    H) DANO MATERIAL: (ART. 186 E 927, CC)

    1. DANO MATERIAL: LUCROS CESSANTES E DANOS EMERGENTES: ART. 402, CC

    ART. 402, CC. SALVO AS EXCEES EXPRESSAMENTE PREVISTAS EM LEI, AS PERDAS E DANOS

    DEVIDAS AO CREDOR ABRANGEM, ALM DO QUE ELE EFETIVAMENTE PERDEU, O QUE

    RAZOAVELMENTE DEIXOU DE LUCRAR.

    2. DANOS MATERIAIS INCAPACIDADE TEMPORRIA:

    ART. 949. NO CASO DE LESO OU OUTRA OFENSA SADE, O OFENSOR INDENIZAR O

    OFENDIDO DAS DESPESAS DO TRATAMENTO E DOS LUCROS CESSANTES AT AO FIM DA

    CONVALESCENA, ALM DE ALGUM OUTRO PREJUZO QUE O OFENDIDO PROVE HAVER

    SOFRIDO.

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    3. DANOS MATERIAIS INCPACIDADE PERMANENTE PENSO: ART. 950, CC

    ART. 950. SE DA OFENSA RESULTAR DEFEITO PELO QUAL O OFENDIDO NO POSSA EXERCER O

    SEU OFCIO OU PROFISSO, OU SE LHE DIMINUA A CAPACIDADE DE TRABALHO, A

    INDENIZAO, ALM DAS DESPESAS DO TRATAMENTO E LUCROS CESSANTES AT AO FIM DA

    CONVALESCENA, INCLUIR PENSO CORRESPONDENTE IMPORTNCIA DO TRABALHO PARA

    QUE SE INABILITOU, OU DA DEPRECIAO QUE ELE SOFREU.

    PARGRAFO NICO. O PREJUDICADO, SE PREFERIR, PODER EXIGIR QUE A INDENIZAO SEJA

    ARBITRADA E PAGA DE UMA S VEZ.

    4. DANOS MATERIAIS

    MORTE

    ART. 948. NO CASO DE HOMICDIO, A INDENIZAO CONSISTE, SEM EXCLUIR OUTRAS

    REPARAES:

    I - NO PAGAMENTO DAS DESPESAS COM O TRATAMENTO DA VTIMA, SEU FUNERAL E O LUTO

    DA FAMLIA;

    II - NA PRESTAO DE ALIMENTOS S PESSOAS A QUEM O MORTO OS DEVIA, LEVANDO-SE EM

    CONTA A DURAO PROVVEL DA VIDA DA VTIMA.

    I) DANOS ESTTICOS

    1 CUMULVEIS COM DANOS MORAIS: SUMULAS 37 E 387 STJ

    2 FUNDAMENTOS: ARTS. 186 E 927, CC.

    J) TUTELA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA

    O direito processual moderno concebeu uma tutela jurisdicional diferenciada, que recebe o nome de tutela de urgncia, desdobrada, no direito brasileiro, em duas espcies distintas: a) a tutela cautelar, que apenas

    preserva a utilidade e eficincia do futuro e eventual provimento; b) a tutela antecipada, que, por meio de

    liminares ou de medidas incidentais, permite parte, antes do julgamento definitivo de mrito, usufruir,

    provisoriamente, do direito subjetivo resistido pelo adversrio

    1. Artigos 659, IX, CLT (impedir a transferncia abusiva do empregado).

    2. Artigos 659, X, CLT (dirigente sindical que foi despedido sem justo motivo).

    3. Empregador no emite e fornece as guias do FGTS e/ou do seguro-desemprego;

    4. Empregador mantm trabalhador adolescente em ambiente insalubre ou perigoso;

    6. Empregador exige atestado de esterilizao de empregadas em idade frtil;

    7. Empregador retm ilegalmente a CTPS do empregado;

    8. Empregado demitido sem justa causa possui estabilidade provisria no emprego e ainda no se exauriu

    o perodo da estabilidade.

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    Ateno! Os incisos IX e X do artigo 659, CLT, preveem as duas nicas situaes em que a CLT

    expressamente prev a concesso de tutela antecipada no Processo do Trabalho, muito embora seja

    cabvel em diversas outras situaes, quando preenchidos seus requisitos.

    Art. 659, CLT. Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, alm das que lhes forem conferidos

    neste Ttulo e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuies:

    IX - conceder medida liminar, at deciso final do processo em reclamaes trabalhistas que visem a

    tornar sem efeito transferncia disciplinada pelos pargrafos do Art. 469 desta Consolidao.

    X conceder em medida liminar, at deciso final do processo em reclamaes trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.

    O inciso IX do artigo acima autoriza a concesso de medida liminar que vise tornar sem efeito a

    transferncia do empregado para localidade diversa daquela previamente definida no contrato de trabalho,

    quando no houver anuncia do empregado e/ou a comprovao da necessidade do servio pelo

    empregador (art. 469, CLT e smula 43, TST).

    J o inciso X refere-se concesso de liminar para reintegrar no emprego dirigente sindical

    afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.

    Lembre-se! A tutela antecipada deve ser requerida.

    So condies da tutela antecipada, previstos no artigo 273 do CPC: prova inequvoca dos fatos,

    verossimilhana das alegaes, receio de dano irreparvel ou de difcil reparao, ou abuso do direito de

    defesa, ou manifesto propsito protelatrio, possibilidade de reverso do provimento antecipado (revogar

    a concesso de liminar).

    Art. 273, CPC. O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela

    pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da

    alegao e:

    I - haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou

    II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio do ru.

    1. Na deciso que antecipar a tutela, o juiz indicar, de modo claro e preciso, as razes do seu

    convencimento.

    2. No se conceder a antecipao da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento

    antecipado.

    3. A efetivao da tutela antecipada observar, no que couber e conforme sua natureza, as normas

    previstas nos arts. 588, 461, 4 e 5, e 461-A.

    4. A tutela antecipada poder ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em deciso fundamentada.

    5. Concedida ou no a antecipao da tutela, prosseguir o processo at final julgamento.

    6. A tutela antecipada tambm poder ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou

    parcela deles, mostrar-se incontroverso.

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    7. Se o autor, a ttulo de antecipao de tutela, requerer providncia de natureza cautelar, poder o juiz,

    quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em carter incidental do

    processo ajuizado.

    Veja, no quadro abaixo, a definio do doutrinador Carlos Henrique Bezerra Leite para cada um

    dos requisitos para a concesso da tutela antecipada:

    a) Prova Inequvoca dos Fatos

    Embora omisso o dispositivo, no h dvida de que a prova inequvoca refere-se aos fatos da causa.

    a aplicao plena do princpio do da mihi factum, ego dabo tibi jus (D-me os fatos que eu te dou o direito).

    Para o autor conseguir o deferimento do pedido de antecipao de tutela, os fatos j devem estar

    demonstrados na petio inicial, possibilitando assim, ao juiz, a formao do seu convencimento certo,

    incontestvel e induvidoso sobre a inequivocidade da prova dos fatos alegados.

    b) Verossimilhana das Alegaes

    No basta, contudo, a existncia da prova inequvoca dos fatos alegados. tambm requisito

    essencial que haja verossimilhana da alegao. E aqui nos parece que a verossimilhana das

    alegaes h de ser entendida como a verossimilhana dos fundamentos jurdicos do pedido. Em

    outros termos, fundamentos jurdicos verossmeis so aqueles que se aproximam, com grande

    intensidade, da verdade, e, por isso mesmo, so de fcil convencimento sobre a sua existncia.

    c) Receio de Dano Irreparvel ou de Difcil Reparao

    Aqui, temos outro instituto conhecido nas medidas cautelares: o periculum in mora. S que de

    vestimenta nova. Vale dizer, o juiz deve sopesar se a no concesso da tutela antecipada poder

    causar prejuzo irreparvel ou de difcil reparao ao autor do pedido enquanto aguarda o desfecho

    da lide.

    d) Abuso do Direito ou Manifesto Propsito Protelatrio

    Esse requisito, a nosso sentir, alternativo em relao ao da alnea c supracitada. Em outras palavras, mesmo se no existir periculum in mora, o juiz poder conceder a antecipao de tutela quando

    verificar que o ru abusa do direito de defesa ou atua de maneira a protelar injustificadamente o

    regular andamento do processo. No unvoco o conceito de abuso do direito. Mas possvel

    estabelecer alguns elementos que servem de apoio para o seu enquadramento. Assim, h abuso do direito

    de defesa toda vez que o ru invocar teses que afrontam literalmente as normas que compem o

    ordenamento jurdico, deturpando-as o sentido ou a sua aplicao ou, ainda, quando altera ou falta com a

    verdade. Outra hiptese para a concesso da tutela antecipada o manifesto propsito protelatrio do ru,

    o que se verifica, por exemplo, quando ele retm injustificada e reiteradamente os autos em seu poder;

    quando interpe recursos manifestamente infundados, j estando a matria preclusa; quando provoca

    incidentes processuais infundados que no guardam relao com a lide e etc.

    EM SNTESE:

    O pedido de antecipao de tutela na petio inicial deve observar o seguinte:

    nome da pea: reclamao ou reclamatria trabalhista com pedido de tutela antecipada (liminar).

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    no mrito: sugiro que o examinando formule primeiro um tpico para o pedido e outro denominado tutela antecipada.

    no mrito, no tpico da tutela antecipada relatar: a) que formulou o pedido e que tem urgncia na concesso da providncia; b) que encontram-se presentes os requisitos autorizadores da

    concesso da tutela antecipada, previstos no art. 273 do CPC, quais sejam: prova inequvoca dos

    fatos, verossimilhana das alegaes e receio de dano irreparvel ou de difcil reparao. Na

    fundamentao, o candidato deve ainda indicar os fatos que demonstram a presena de cada um

    destes requisitos. c) por fim, deve requerer: a) a concesso da liminar para fins de antecipar o

    provimento final; e b) Ateno! Na hiptese da prova tratar dos casos referidos nos arts. 659, IX e

    X, imprescindvel que a liminar seja requerida com fundamento nestes artigos.

    Segue exemplo:

    NOME DO RECLAMANTE, qualificao e endereo completos, vem perante Vossa Excelncia, por

    intermdio de seu advogado adiante assinado (PROCURAO EM ANEXO), com escritrio profissional

    no endereo completo, onde recebe intimaes e notificaes, com fulcro no artigo 840 da CLT, propor:

    RECLAMATRIA TRABALHISTA com pedido de tutela antecipada (liminar), pelo rito

    em face de NOME DA RECLAMADA, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n,

    estabelecida no endereo completo, pelas razes de fato e de direito a seguir expostas:(...)

    II - MRITO

    01. DA TUTELA ANTECIPADA

    O Reclamante ocupa o cargo de dirigente sindical, consequentemente, desenvolveu diversos

    projetos para sua categoria, que seriam reivindicados dentro de 15 dias, contudo, a dispensa sem justa

    causa do mesmo inviabilizar a manifestao dos empregados, por isso, faz-se necessria sua imediata

    reintegrao. (Fatos)

    Encontram-se presentes os requisitos autorizadores da concesso de tutela antecipada, previstos

    nos artigos 273 do CPC, os quais sejam: prova inequvoca dos fatos, verossimilhana das alegaes e

    fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao.

    A prova inequvoca dos fatos evidencia-se por se tratar o reclamante de dirigente sindical, o que

    se comprova pela ata de eleio em anexo. A verossimilhana das alegaes decorre dos arts. 8, VIII,

    CF e art. 543, 3, da CLT, que asseguram ao dirigente estabilidade provisria no emprego desde o

    registro da candidatura, e se eleito, at 1 ano aps o trmino do mandato. , portanto, inquestionvel seu

    direito ao emprego. Por fim, o fundado receio de dano irreparvel decorre da razo de ser de sua

    estabilidade, que ocorre em funo do cargo de dirigente, de forma que somente pode agir em favor da

    categoria se estiver trabalhando na empresa. Ademais, a proximidade da data das reivindicaes tornam

    ainda mais urgente a sua reintegrao. (Fundamentos)

    Diante de todo o exposto, requer a concesso liminar, sem a oitiva da outra parte, nos termos do

    artigo 659, X da CLT, determinando a imediata reintegrao do Reclamante. (Pedido)

    K) HONORRIOS ADVOCATCIOS

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    Nas relaes de trabalho diversas das relaes de emprego, os honorrios so devidos em razo

    da mera sucumbncia (art. 5, IN 27/2005, TST).

    Nas relaes de emprego os honorrios dependem do preenchimento de dois requisitos: a) tratar-

    se de reclamante beneficirio da justia gratuita e b) a assistncia por advogado de sindicato (smulas

    219 e 329, TST, OJ 305, SDI-1, TST, art. 14, Lei 5584/70).

    Nesse caso os honorrios so devidos razo de at 15% (quinze por cento) reversveis ao

    sindicato da categoria.

    Smula 219, TST. I - Na Justia do Trabalho, a condenao ao pagamento de honorrios advocatcios,

    nunca superiores a 15% (quinze por cento), no decorre pura e simplesmente da sucumbncia, devendo a

    parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepo de salrio inferior ao

    dobro do salrio mnimo ou encontrar-se em situao econmica que no lhe permita demandar sem

    prejuzo do prprio sustento ou da respectiva famlia.

    Smula 329, TST. Mesmo aps a promulgao da Constituio da Repblica de 1988, permanece vlido

    o entendimento consubstanciado na Smula 219 do Tribunal Superior do Trabalho.

    OJ 305, SDI 1, TST. Na Justia do Trabalho, o deferimento de honorrios advocatcios sujeita-se constatao da ocorrncia concomitante de dois requisitos: o benefcio da justia gratuita e a assistncia

    por sindicato.

    Alguns, entretanto, defendem que o jus postulandi no teria sido recepcionado pela Constituio da

    Repblica, uma vez que esta, em seu art. 133, CF, estabeleceu que o advogado essencial Justia.

    Entende-se que nesse caso os honorrios so sempre devidos em razo da mera sucumbncia, no

    importe de 20%, nos termos do art. 20 do CPC.

    Art. 20, CPC. A sentena condenar o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os

    honorrios advocatcios. Essa verba honorria ser devida, tambm, nos casos em que o advogado

    funcionar em causa prpria.

    3. Os honorrios sero fi xados entre o mnimo de 10% (dez por cento) e o mximo de 20% (vinte por

    cento) sobre o valor da condenao, atendidos:

    a) o grau de zelo do profissional;

    b) o lugar de prestao do servio;

    c) a natureza e importncia da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu

    servio.

    EM SNTESE:

    Na petio inicial devemos requerer honorrios advocatcios sucumbenciais SEMPRE:

    nas relaes de trabalho diversas das relaes de emprego: com fundamento no art. 5, IN 27/2005, pedir honorrios a razo de 20% (vinte por cento), nos termos do art. 20 do CPC.

    nas relaes de emprego em que o examinador relata que fomos contratados como advogados de sindicato: com fundamento nas smulas 219 e 329, TST, OJ 305, SDI-1 e art. 14, Lei 5584/70,

    requerer 15% (quinze por cento) de honorrios.

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    nas relaes de emprego em que o advogado no pertence ao sindicato: com fundamento no art. 133 da CF alegar que o jus postulandi no foi recepcionado pela Constituio e requerer 20%

    (vinte por cento) de honorrios, nos termos do art. 20, 3, CPC.

    PEDIDOS

    O tpico dos pedidos, inserido logo aps o mrito da pea, uma repetio de todos os requerimentos j

    realizados no desenvolvimento da reclamatria trabalhista. importante requerer a parcela principal, bem

    como os seus reflexos. Os pedidos devem seguir a mesma ordem em que foram abordados no mrito.

    Segue exemplo:

    III - PEDIDOS

    Diante de todo o exposto, requer:

    a) o reconhecimento de vnculo de emprego entre as partes, conforme exposto no item supra;

    b) a equiparao salarial, inclusive os reflexos no aviso prvio, 13 salrio, frias acrescidas do tero

    constitucional e FGTS (depsitos e multa de 40%);

    c) a integrao do adicional de insalubridade ao salrio do autor, com reflexos no aviso prvio, 13 salrio,

    frias acrescidas do tero constitucional e FGTS (depsitos e multa de 40%);

    d) a condenao da Reclamada ao pagamento das parcelas rescisrias, bem como a liberao de guia

    para levantamento do FGTS, e para a percepo do seguro desemprego.

    REQUERIMENTOS FINAIS

    Os requerimentos finais so indispensveis reclamatria trabalhista. Este tpico compreende os

    seguintes pedidos: a notificao da reclamada, a produo de todos os meios de prova em direito

    admitidos e a procedncia dos pedidos, com a condenao da reclamada ao pagamento das verbas

    postuladas, acrescidas de juros e correo monetria.

    REQUERIMENTOS

    FINAIS

    NOTIFICAO

    PRODUO DE PROVA

    PROCEDNCIA dos pedidos com a

    condenao do reclamado ao pagamento das

    verbas postuladas, acrescida de juros e

    correo monetria

    Segue exemplo:

    IV REQUERIMENTOS FINAIS

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    Diante do exposto, requer:

    notificao da Reclamada para oferecer resposta Reclamatria Trabalhista, sob pena de revelia e confisso quanto matria de fato.

    a produo de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas.

    Por fim, a procedncia dos pedidos com a condenao da reclamada ao pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correo monetria.

    VALOR DA CAUSA

    Por fim, o examinando deve tratar do valor da causa da seguinte maneira:

    no procedimento ordinrio: basta escrever Atribui-se a causa valor acima de 40 salrios mnimos.

    no procedimento sumarssimo: indicar o valor resultante da somatria de todos os pedidos e caso no seja possvel, escrever apenas que O valor da causa est acima de 2 e no ultrapassa 40 salrios mnimos. Isso porque o art. 852-B, I e II, CLT, estabelece que nesse procedimento o pedido deve ser certo, determinado e lquido, consequentemente, o

    reclamante deve indicar o valor correspondente a cada pedido, sendo o valor da causa o

    resultado da somatria de todos eles.

    FINALIZE A SUA PEA!

    Para finalizar sua pea voc o candidato deve utilizar as seguintes expresses:

    Termos em que,

    Pede deferimento.

    Local, data

    Advogado