aula04 eixos organizadores2 (1)

40
Eixos organizadores do sentido do espaço (parte II) Curso de Arquitetura e Urbanismo Profa Dra Mônica Peixoto Vianna

Upload: gustavo-santos

Post on 09-Nov-2015

57 views

Category:

Documents


24 download

DESCRIPTION

cgghdghfdghdfghdfghdfghdghdghdghdfghdghdfghdfghdfghdfgdfghdfghdfghdfghdfghdfghdfhdfghdghdfghgdhdghdfghdgdghdfghdfghdghgh

TRANSCRIPT

  • Eixos organizadores do sentido do espao (parte II)

    Curso de Arquitetura e Urbanismo Profa Dra Mnica Peixoto Vianna

  • Contedo programtico IUP (N01 e N03)

    06/02 - Aula 02: Introduo Teoria, ao Pensamento Crtico e Esttica.

    13/02 - Aula 03: O Sentido do Espao. Os eixos organizadores do Espao 1:

    interior X exterior / privado X comum / construdo e no-construdo

    20/02 - Aula 04: Os eixos organizadores do Espao 2:

    natural X artificial / amplo X restrito / vertical X horizontal / geomtrico e

    no-geomtrico

    27/02 - Aula 05: As idades do Espao: espao grego e romano, cristo e

    bizantino

    06/03 - Aula 06: As idades do Espao (2): espao romnico e gtico, do

    sculo XV e XVI e barroco

    13/03 - Aula 07: As idades do Espao (3): espao urbanstico do sc. XIX, a

    planta livre e o espao orgnico da idade moderna

    20/03 - Aula 08: Apresentao dos seminrios em grupo

    27/03 - Aula 09: Avaliao terica

    10/04 - Aula 10: Devoluo da prova e apresentao da IIUP.

  • Contedo programtico IUP (N02)

    04/02 - Aula 02: Introduo Teoria, ao Pensamento Crtico e Esttica.

    11/02 - Aula 03: O Sentido do Espao. Os eixos organizadores do Espao 1:

    interior X exterior / privado X comum / construdo e no-construdo

    25/02 - Aula 04: Os eixos organizadores do Espao 2:

    natural X artificial / amplo X restrito / vertical X horizontal / geomtrico e

    no-geomtrico

    04/03 - Aula 05: As idades do Espao: espao grego e romano, cristo e

    bizantino

    11/03 - Aula 06: As idades do Espao (2): espao romnico e gtico, do sculo

    XV e XVI e barroco

    18/03 - Aula 07: As idades do Espao (3): espao urbanstico do sc. XIX, a

    planta livre e o espao orgnico da idade moderna

    25/03 - Aula 08: Apresentao dos seminrios em grupo

    01/04 - Aula 09: Avaliao terica

    08/04 - Aula 10: Devoluo da prova e apresentao da IIUP.

  • Eixos organizadores do sentido do espao

    1 Eixo: Espao Interior X Espao Exterior

    2 Eixo: Espao Privado X Espao Comum

    3 Eixo: Espao Construdo X Espao No-Construdo

    4 Eixo: Espao Artificial X Espao Natural

    5 Eixo: Espao Amplo X Espao Restrito

    6 Eixo: Espao Vertical X Espao Horizontal

    7 Eixo: Espao Geomtrico X No-Geomtrico

    Segundo: COELHO NETTO, 2009.

  • Eixos organizadores do sentido do espao

    1 Eixo: Espao Interior X Espao Exterior

    2 Eixo: Espao Privado X Espao Comum

    3 Eixo: Espao Construdo X Espao No-Construdo

    4 Eixo: Espao Artificial X Espao Natural

    5 Eixo: Espao Amplo X Espao Restrito

    6 Eixo: Espao Vertical X Espao Horizontal

    7 Eixo: Espao Geomtrico X No-Geomtrico

    Segundo: COELHO NETTO, 2009.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    San Gimignano

    (Itlia)

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    Espao Artificial Construdo Espao Natural No-Construdo

    Se a Arquitetura a construo de um espao (elaborao e proposio feita

    pelo homem, ou seja, algo que no existe na natureza)

    como pode haver espao arquitetural Artificial e Natural?

    1- Antes de ser construo de um espao, arquitetura disposio e

    organizao de um espao que, tanto pode ser criado por ela ou a ela

    oferecido como um dado inicial e j pronto.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    Casa da Cascata (casa Kaufmann), EUA, F. L. Wright, 1939.

    O arquiteto disps um

    espao artificialmente

    criado com um espao que

    j se oferecia de imediato

    (castata) como um dado:

    fez arquitetura!

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    2- inadequado o conceito que o homem ocidental faz da natureza e do

    espao natural: aquilo que pernanece quase intocado pela mo do homem.

    Jardins orientais: pedras, plantas, so a prpria natureza (mesmas sensaes, mais prtico e racional).

    Para o oriental a natureza sem

    algum arranjo, sem alguma

    disposio do homem (no

    excessiva) no tem muito

    significado.

    Jardim japons.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    Jardins ocidentais: so apenas lembranas, engenhos artificiais. Dilogo artificial x natural (plstico = racionalismo humano).

    A concepo de um espao arquitetural natural pode constituir-se no apenas da natureza livre como tambm por elementos da natureza dispostos pela ao do arquiteto.

    Jardins do Palcio de Versalhes.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    Espao arquitetural no-construdo artificial X no-construdo natural

    Praa de So Marcos: artificial: construo quadriltera, com um dos lados

    abertos, fechado por outra construo independente da primeira (catedral) e

    com uma sada lateral para o mar (solo calado = artificial).

    Praa de So Marcos, Veneza.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    Praa de So Marcos: modelo de praa perfeita, humana (clima de lazer e ociosidade, espao amplo sem ser demasiado, a viso do cu aberta mas a

    praa fechada, pertence ao homem e no mquina, o homem no

    esmagado pela verticalidade das construes, paisagem uniforme sem ser

    montona). Opostos:

    Place de la Concorde, Paris.

    Trafalgar Square, Londres.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    Espao arquitetural no-construdo artificial X no-construdo natural

    Hyde Park: natural espao de realizao mais fcil como lugar agradvel,

    com apenas algumas poucas obras humanas (caminhos, casas).

    Hyde Park, Londres.

  • 4 Eixo:

    Espao Artificial X Espao Natural

    A soluo mais adequada aquela na qual o espao exterior no-

    construdo (artificial ou natural) seja tal que se integre ao tecido urbano e no se destaque dele acentuadamente, tal como se propunham as ideias de

    cidades-jardins (sc.XIX-XX).

    Cidade-jardim de

    Letchworth:

    integrao espao

    natural e

    artificial.

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    San Gimignano

    (Itlia)

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    Espao Amplo Espao Exterior (aberto) Espao Restrito Espao Interior (fechado)

    Espao fechado: como um espao ntimo, de mistrio, de proteo.

    Espao aberto: como mundo aberto, mundo exterior, hostil.

    A rea/volume ocupado por cada indivduo se mantm a mesma em muitos

    lugares h mais de dois sculos, como Veneza, Paris etc.

    Mitologia do restrito (do fechado) muito praticada ao nvel do real: o homem,

    principalmente o ocidental, receia a imensido e se refugia no pequeno, a grandeza parece destinada a ser apenas contemplada e no vivida.

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    Ca Rezzonico (vista externa e internas), Veneza-Itlia.

    Ca Rezzonico (residncia do Papa Clemente XIII): parte social (ampla para ser exibida e impressionar) e parte ntima com os aposentos pessoais em

    pequenas dimenses (espao restrito, fechado).

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    Palcio dos Doges, Veneza-Itlia.

    A amplido exibe o poder de seu possuidor e atemoriza, um espao de excluso. A imensido to misteriosa quanto o restrito.

    Palcio de Versalles, Frana.

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    Fascnio e temor pela imensido e pelo restrito!

    Veneza (predominantemente restrito com ocasionais aberturas de praas) uma cidade dimenso do homem.

    Los Angeles (baseada em eixos amplamente rasgados para dar passagem ao automvel) cidade inumana, opressora.

    Veneza-Itlia.

    Los Angeles-EUA

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    Como determinar e medir na prtica as dimenses reais e fsicas desse espao humano que se identifica antes com o espao reduzido do que com o

    amplo (mas que no pode descer abaixo de certos limites sob pena de

    igualmente tornar-se inumano)?

    Modulor, Le Corbusier.

  • 5 Eixo:

    Espao Amplo X Espao Restrito

    A fixao de um mdulo sempre ser insuficiente (cada cultura prope um).

    O que bom para a Europa no bom para o Brasil ou para a Nigria? O

    que valeu no sculo XVII porque no vale hoje?

    Todas as disciplinas mudam porque o homem muda, menos a arquitetura.

    Os conceitos de proposio, utilizao e fruio do espao continuam

    essencialmente os mesmos.

    O usurio nada pode contra o projeto.

    A modificao do espao deve ser uma necessidade, uma

    possibilidade e no um luxo!!!

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal San Gimignano

    (Itlia)

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    A casa imaginada como um ser vertical (G. Bachelard, filsofo e poeta

    francs).

    A verticalidade da casa uma realidade assegurada pela polaridade entre o

    sto e o poro, a propor uma oposio entre a racionalidade do teto

    (claro, ntido, simples) e a irracionalidade do poro (misterioso, tenebroso).

    As construes para o alto so edificadas,

    construdas racionalmente, enquanto a parte

    inferior simplesmente cavada.

    Apartamentos: verticais no exterior mas

    essencialmente horizontais!

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    Verticalidade = Gtico (originalmente)

    (racionalidade, clareza arquitetnica, equivalncia, transparncia conjunto

    orgnico entre exterior e interior)

    Inspirou a Sagrada Famlia (de Gaud) em

    Barcelona (de 1883 at hoje) 172m.

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    Verticalidade = Gtico (originalmente)

    (arquitetura mstica, com pretenso irracional de elevar-se aos cus)

    Catedral de Estrasburgo (144m), Frana, 1439.

    Monte Sant Michel (Frana), sc. XIII.

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    O misticismo religioso substitudo pela f no dinheiro.

    Torre Eiffel (324m), Paris (Frana), 1889.

    The Illinois, arranha-cu (1.609m) de Frank Lloyd Wright, 1956.

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    Estes aspectos da verticalidade so metafricos, mas todos procuram ver quais

    as manifestaes implcitas neste tipo de configurao, e o efeito prtico da

    verticalidade e horizontalidade sobre o homem.

    Atualmente, prevalecem espaos excessivamente tediosos quer sejam internos ou externos, horizontais ou verticais. Soluo:

    Temporalizao do Espao: um dos elementos programticos fundamentais da arquitetura (as permutaes entre horizontal e vertical; o

    rompimento da monotonia, a adoo de um espao que se percorra, um espao

    com movimento, um espao vivido).

    Hoje em dia se produz arquitetura como um mero ato de viso: eu

    vejo a cidade mas no a uso.

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    O ver tem que ser substitudo pelo viver, pelo sentir (em arquitetura experimentar, tocar, percorrer, modificar, uma ao)

    O espao sem tempo, sempre igual, exige ser temporizado, isto , modificado.

    Veneza: um dos casos mais perfeitos de temporalizao do espao.

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    Nova York (Manhattan) a monotonia atinge seus limites mximos, o da neurose geomtrica, na cidade onde o espao o mais absolutamente

    atemporal, onde o espao nem mesmo existe a rigor.

  • 6 Eixo:

    Espao Vertical X Espao Horizontal

    Em Nova York se v, em Veneza se vive.

    Temporalizar o espao: propor um espao que se modifique pela possibilidade de viv-lo realmente, de percorr-lo.

    A ao sobre o eixo vertical-horizontal, como uma proposta de

    ambos os planos simultaneamente, na casa e na cidade, um dos

    instrumentos bsicos contra o tdio e a opresso arquitetnica.

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    San

    Gimignano

    (Itlia)

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    Geometria X Pensamento Arquitetnico (geometria um dos instrumentos fundamentais do pensamento cientfico)

    Alguma dvida de que as casas e as cidades de hoje sofrem com geometrice

    crnica e aguda?

    O ngulo reto, as paralelas e perpendiculares, as formas regulares

    predominam em toda parte. Porque???

    Pela Teoria da Informao, toda forma regular facilmente previsvel,

    contm menos informao, no muda comportamentos, nada modifica, no

    instaura mudanas.

    O geomtrico se impe vida (orgnico) / o artificial ao natural /

    o condicionamento liberdade.

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    Arquitetura geomtrica

    Le Corbusier: as ruas so ortogonais e o esprito v-se liberto

    + uma reta cortando outra reta e formando quatro ngulos retos o prprio gesto da conscincia humana, um ordenador o ortogonal exemplar porque

    nele ningum se perde e o estrangeiro se sente desde logo to em casa quanto o

    morador antigo voc livre e a cidade tambm.

    Ser???

    Plan Voisin, 1925, Le Corbusier.

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    Plano Haussmann em Paris (1853-1870): rasgou a cidade de uma extremidade outra com uma srie de eixos geometricamente projetados que se

    ligavam ou cruzavam.

    Com os novos eixos, o conhecimento da cidade tornava-se mais fcil e assim,

    seu domnio (cerceamento de sua liberdade).

    Ortogonal = Liberdade??

    Paris (Frana).

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    Ognizao das cidades construdas pelos espanhis na Amrica Latina: lotes

    quadrados ou retangulares com que se dispe geometricamente com a

    funo especfica de facilitar a extorso em favor da metrpole europia, tudo

    previsto.

    La Plata (Argentina).

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    Nova York (Manhattan) no h surpresas, no h reconhecimentos, no h intimidade.

    Veneza h sempre algo a conhecer, a descobrir, a viver devido sua diversidade.

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    Bairro do Pacaembu (So Paulo): projetado com um traado tortuoso para dificultar o trnsito de estranhos, para impedir a devassa pelos automveis,

    para garantir a residenciabilidade do local.

    Bairro do Pacaembu (So Paulo).

  • 7 Eixo:

    Espao Geomtrico X Espao No-Geomtrico

    A sensao arquitetural surge em reao s coisas geomtricas.

    Esta reao ao traado geomtrico no se limitou apenas ao projeto urbanstico,

    ela est presente no sentido mais tradicional da prtica arquitetural.

    A Torre Einstein de E. Mendelson, construda em Potsdam na Alemanha

    (1920-1924) um dos exemplos de

    recusa de geometrismo, como tambm as obras de Gaud.

    Torre Einstein, Mendelson (1924).

  • Prximas aulas

    ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. 6. ed. So Paulo: Martins Fontes, 2011.

    (biblioteca ou xrox)

    - Ler captulo 4 (pg. 53-136):

    - aula 05: pg. 53-79

    - aula 06: pg. 80-118

    - aula 07: pg. 118-136

    - Comear a preparar o seminrio de M.E. da IUP!

  • Referncias bibliogrficas

    BENEVOLO, Leonardo. A Histria da Cidade. So Paulo, Perspectiva, 1993.

    BENEVOLO, Leonardo. Introduo Arquitetura, So Paulo, Ed. Mestre Jou, 1972.

    COELHO NETTO, J. Teixeira. A construo do sentido na arquitetura. So Paulo,

    SP: Perspectiva, 2009.

    ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. 6. ed. So Paulo: Martins Fontes, 2011.