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ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Paulo Henrique Paulista (UNIVÁS) [email protected] Danielle Fernandes Campos (UNIFEI) [email protected] João Batista Turrioni (UNIFEI) [email protected] Com os avanços e transformações ocorridas no mundo, tanto as empresas como pesquisadores passaram a trabalhar e estudar a gestão do conhecimento para obter melhorias, mostrando assim uma evolução nos estudos e publicações nessas áreas. Acommpanhando essa tendência, este artigo tem o objetivo de analisar a área de gestão do conhecimento para elaborar uma fundamentação teórica, descobrir os trabalhos mais citados e os principais autores. Para isso, utilizou-se da técnica de bibliometria que usa análise de citação e cocitação para identificar os trabalhos mais citados e os principais autores. Em forma de tabelas e gráficos, essas características são apresentas neste artigo. Palavras-chaves: Análise Bibliométrica, Fundamentação Teórica, Gestão do Conhecimento XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA GESTÃO

DO CONHECIMENTO

Paulo Henrique Paulista (UNIVÁS)

[email protected]

Danielle Fernandes Campos (UNIFEI)

[email protected]

João Batista Turrioni (UNIFEI)

[email protected]

Com os avanços e transformações ocorridas no mundo, tanto as

empresas como pesquisadores passaram a trabalhar e estudar a gestão

do conhecimento para obter melhorias, mostrando assim uma evolução

nos estudos e publicações nessas áreas. Acommpanhando essa

tendência, este artigo tem o objetivo de analisar a área de gestão do

conhecimento para elaborar uma fundamentação teórica, descobrir os

trabalhos mais citados e os principais autores. Para isso, utilizou-se da

técnica de bibliometria que usa análise de citação e cocitação para

identificar os trabalhos mais citados e os principais autores. Em forma

de tabelas e gráficos, essas características são apresentas neste artigo.

Palavras-chaves: Análise Bibliométrica, Fundamentação Teórica,

Gestão do Conhecimento

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

A maioria das ideias e teorias sobre estratégia foca o modelo “baseado em recursos”, no qual

a vantagem competitiva advém do equilíbrio de ativos tangíveis e intangíveis (BESSANT,

CAFFYN, GALLAGHER, 2001).

As transformações no cenário econômico, político e social provocaram uma reavaliação e

questionamento da postura empresarial adotada, gerando o aumento do interesse mundial

relativo à gestão do conhecimento.

As empresas estão adotando a gestão do conhecimento de modo a obter uma melhor

colocação no mercado, pois o conhecimento e a informação são fundamentais para qualquer

empresa.

O objetivo deste artigo é analisar a gestão do conhecimento por meio da realização de uma

fundamentação teórica com base em artigos de autores que apresentam destaque em pesquisa

nas respectivas áreas, de modo a responder as seguintes perguntas:

Quais os artigos mais citados na área de gestão do conhecimento?

Quem são os principais autores da área de gestão do conhecimento?

Este artigo consiste na elaboração de uma revisão da literatura utilizando a técnica da

bibliometria, que consiste em análises matemáticas e estatísticas dos padrões que aparecem na

publicação e uso de documentos (DIODATO, 1994).

Este artigo possui algumas limitações, como:

A busca foi feita somente considerando os artigos publicados no site da ISI;

Limitou-se a busca para somente artigos que foram publicados entre os anos de 1995 a

2010;

Ao utilizar o Excel, ficou-se limitado ao número máximo de linhas que o software permite,

sendo de 65535 linhas;

2. Gestão do Conhecimento

De acordo com Teixeira Filho (2001, p. 22), “a gestão do conhecimento pode ser vista como

uma coleção de processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento

para atingir plenamente os objetivos da organização”. Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001, p.

45) acrescentam que “o verdadeiro desafio gerencial é capacitar para a criação de

conhecimento”, onde conhecimento pode ser entendido como a mistura de experiências

condensadas, valores, crenças e informação contextual, para avaliação e desenvolvimento de

novas informações e experiências (DAVENPORT, PRUSAK, 1998)

Para as empresas, obter conhecimento é cada vez mais uma questão de sobrevivência em um

mercado globalizado e competitivo. Demarest (1997) afirma que conhecimento é informação

agregada no conjunto de práticas de trabalho, teorias, habilidades, equipamentos, processos e

heurísticas dos empregados da empresa, sendo a parte mais importante dos ativos intangíveis

das empresas que competem numa economia globalizada de informação intensiva.

A capacidade inovadora das organizações perdurará como motor do crescimento da economia

mundial (Terra, 2000).

Alguns autores que estudaram o processo de geração de conhecimento são: Davenport e

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Prusak; Leonard-Barton; Nonaka e Takeuchi; Von Krogh, Ichijo e Nonaka.

Segundo Davenport e Prusak (1998), as maneiras de gerar conhecimento nas empresas são:

Aquisição;

Aluguel e financiamento de conhecimento;

Recursos dedicados;

Fusão;

Adaptação;

Redes de conhecimento.

De acordo com Leonard-Barton (1998) as atividades geradoras e difusoras de conhecimento,

direcionadas ao ambiente organizacional são:

Solução criativa e compartilhada de problemas;

Implementação e integração de novas técnicas e metodologias;

Experimentação formal e informal;

Incorporar know-how de fontes externas à empresa.

Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam que a conversão do conhecimento tácito em explícito é

um processo essencialmente social, ou seja, ocorre entre os indivíduos e não isoladamente.

Pode ser representada como uma espiral do conhecimento com quatro maneiras de conversão

do conhecimento tácito em explícito, denominadas:

Socialização;

Externalização;

Combinação;

Internalização.

Segundo Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001), o processo de criação de conhecimento é

composto de cinco fases:

Compartilhamento do conceito tácito;

Criação de conceitos;

Justificação de conceitos;

Construção de protótipos;

Nivelação do conhecimento.

Segundo Guerra (2002), a gestão do conhecimento nada mais é que uma estratégia para

obtenção de conhecimento das pessoas, aplicação e disseminação desse conhecimento em prol

do desempenho da empresa.

Os autores Nonaka e Takeuchi apresentam as etapas do processo “Socialização –

Externalização – Combinação – Internalização”, que caracterizam a uma organização baseada

na criação de conhecimento. (NONAKA e TAKEUCHI, 1986, 1996, 2000)

Davenport, Long e Beers (1998) identificaram oito fatores que parecem caracterizar um

projeto de sucesso na área de gestão do conhecimento:

O projeto envolve o dinheiro guardado ou ganhos, como o projeto da Dow Chemical que

tem a melhor gestão de patentes de empresa;

O projeto usa uma ampla infraestrutura de tecnologia e organização. A infraestrutura

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tecnológica comum inclui tecnologias de computação desktop e comunicações. Uma

infraestrutura organizacional estabelece papéis para as pessoas e grupos para servir como

recursos para projetos específicos;

O projeto tem uma estrutura equilibrada que, embora flexível e evolutiva, ainda faz o

conhecimento de fácil acesso;

Dentro da organização, as pessoas são pontos positivos sobre a criação, utilização e

partilha de conhecimentos;

O objetivo do projeto é claro, e a linguagem que os gestores de utilização do conhecimento

para descrever, que é estruturada em termos comum para a cultura da empresa;

O projeto motiva as pessoas a criar, compartilhar e usar o conhecimento (por exemplo,

dando prêmios para os compartilhadores de conhecimento);

Há muitas maneiras de transferência de conhecimento, tais como a Internet, Lotus Notes e

sistemas de comunicações globais, incluindo também a comunicação face-a-face;

O projeto tem o apoio e compromisso dos gerentes seniores.

Choi e Lee (2002) afirmam que o conhecimento passou a ser considerado uma valiosa

estratégica que pode proporcionar vantagens competitivas exclusivas. É mais importante para

as empresas se distinguirem por meio de estratégias de gestão do conhecimento. Sem uma

constante criação de conhecimento, a empresa é condenada a um desempenho ruim. No

entanto, ainda não está claro como essas estratégias afetam a criação de conhecimento.

Estratégias de gestão do conhecimento podem ser classificadas como sendo humano ou

sistema orientado.

Chuang (2004) conceitua gestão do conhecimento (GC) como uma poderosa arma

competitiva que tem sido enfatizada na literatura de gestão estratégica, no entanto, a

sustentabilidade das vantagens competitivas de capacidade de GC não está bem explicada.

Lee, Lee e Kang (2005) propõem uma nova métrica, o índice de desempenho de gestão do

conhecimento (KMPI), para avaliar o desempenho de uma empresa em sua gestão do

conhecimento em um ponto no tempo. Presume-se que as empresas sempre estiveram

voltadas para acumulação e aplicação do conhecimento para criar valor econômico e

vantagem competitiva. Por isso, sugerem a necessidade de uma KMPI definida como uma

função logística com cinco componentes que podem ser utilizados para determinar o processo

de circulação do conhecimento (KCP): criação de conhecimento, o acúmulo de conhecimento,

partilha de conhecimentos, a utilização do conhecimento e internalização do conhecimento.

Quando aumenta a eficiência KCP, KMPI também irá ampliar, possibilitando as empresas a

tornar-se um intenso-conhecimento. Para comprovar a contribuição KMPI, uma survey foi

realizada em 101 empresas listadas no mercado de OTC na Coréia. Associou-se KMPI com

três medidas financeiras: preço da ação, relação preço e lucro (PER), e despesas de P&D.

Outros pesquisadores também propuseram modelos para avaliação do conhecimento nas

organizações: Bessant, Caffyn e Gallagher (2001), visando avaliar a melhoria incremental no

desempenho organizacional, Yang (2008), que buscou relacionar gestão do conhecimento e

qualidade, e Khatibian, Hasan goloi pour e Jafari (2010), que propuseram um modelo para

medição da maturidade do sistema de gestão do conhecimento.

Fan et al. (2009) afirmam que capacidade de gestão de conhecimento (CGC) é a fonte para as

organizações obterem vantagem competitiva sustentável. Avaliação de CGC é uma obra

necessária com importância estratégica. No entanto, ainda não foi abordada nas literaturas

existentes.

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3. A pesquisa

3.1. Revisão bibliográfica

Lakatos e Marconi (1992) definem revisão bibliográfica como sendo aquela que tem por base

a pesquisa junto a textos bibliográficos, selecionados mediante rigor técnico.

A revisão bibliográfica é uma visão crítica da pesquisa existente que é significante para o

trabalho que o pesquisador está desenvolvendo. Além de que resumir os trabalhos de outros

pesquisadores seja importante, o pesquisador deve analisar este trabalho, mostrar relações

entre os diferentes.

O objetivo da revisão bibliográfica é captar o estado da arte de um campo do conhecimento. A

partir dessa revisão de trabalhos antigos (clássicos) e recentes, torna-se possível identificar

áreas nas quais uma pesquisa mais profunda poderia ser benéfica, além de conceitos e teorias

relevantes, controvérsias existentes, métodos de pesquisa utilizados na área (BRYMAN e

BELL, 2007).

Uma revisão bibliográfica é uma consideração do que foi publicado em um dado tema por

estudiosos e pesquisadores credenciados. Ao se escrever uma revisão de literatura, o propósito

é comunicar aos leitores quais conhecimentos e ideias foram estabelecidas acerca desse tema

e quais são os seus pontos fortes e os seus pontos fracos.

3.2. Análise bibliométrica

A análise bibliométrica ou bibliometria refere-se a uma análise quantitativa da comunicação

escrita, mais especificamente, no caso desta pesquisa, de artigos.

Há duas técnicas muito utilizadas em bibliometria: citação e cocitação. A análise de citação

baseia-se na premissa de que autores citam artigos que consideram importantes no

desenvolvimento de suas pesquisas. Portanto, trabalhos frequentemente tem, provavelmente,

maior influência sobre a área do que aqueles menos citados (CULNAN, 1987; TAHAI e

MEYER, 1999).

Já a análise de cocitação de artigos registra o número de artigos que citaram qualquer par de

documentos e é entendida como uma similaridade do conteúdo desses dois artigos.

Para realizar a análise bibliométrica utilizaram-se os softwares Sitkis (SCHILDT, 2002) e

UCINET.

3.3. Passos da pesquisa

A busca de artigos foi feita na base ISI Web of Science para a área de gestão do

conhecimento.

A busca foi realizada da seguinte maneira: primeiro limitou-se para documentos publicados

entre os anos de 1995 a 2010; depois, utilizou-se o termo “knowledge management” para fazer

a busca por tópicos, o que apresentou um total de 37545 documentos; em seguida, refinou-se

a essa busca para que somente documentos das seguintes: “Computer Science”; “Engineering,

Industrial”; “Engineering, Manufacturing”; “Information Systems”; “Management”;

“Operations Research & Management Science”; “Planning & Development”. Assim passou-

se a ter 7178 documentos.

Novamente, refinou-se a busca para tipos de documentos (document type) artigos de

periódicos e congressos, o que resultou em 6303 artigos. Depois excluiu alguns periódicos e

congressos que não tinham muita relação com a área pesquisada. A última refinação foi

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quanto a linguagem, onde considerou-se somente trabalhos em espanhol, inglês e português.

Depois que todas as refinações foram terminadas, obteve-se um total de 3170 trabalhos.

Ainda na base ISI Web of Science, utilizou-se a ferramenta para análise de citações contida na

própria base.

Depois salvou o arquivo texto gerado, que foi importado por meio do software Sitkis

(SCHILDT, 2002) para realizar as análises bibliométricas com auxílio do software UCINET.

4. Análise bibliométrica

A figura 1 apresenta a quantidade de artigos publicados entre os anos de 1995 a 2010 na área

de gestão do conhecimento, levando em consideração as restrições colocadas na busca

realizada.

FIGURA 1 – Quantidade de artigos publicados na área de gestão do conhecimento. Fonte: ISI (2010)

Já a figura 2 apresenta a quantidade de citações dos artigos publicados da área de gestão do

conhecimento nos respectivos anos.

FIGURA 2 – Quantidade de artigos citados na área de gestão do conhecimento. Fonte: ISI (2010)

Contaram-se as palavras-chaves de cada artigo e obteve-se 25720 palavras-chave. A tabela 1

apresenta as dez palavras mais utilizadas nos artigos pesquisados.

Posição Palavra-chave Ocorrência

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1º MANAGEMENT 768

2º KNOWLEDGE MANAGEMENT 608

3º KNOWLEDGE 563

4º PERFORMANCE 467

5º INNOVATION 411

6º FIRM 318

7º MODEL 258

8º TECHNOLOGY 245

9º SYSTEMS 244

10º PERSPECTIVE 221

Tabela 1 – As 10 palavras-chave mais utilizadas

Realizou-se a análise para saber quais são as referências mais citadas nos artigos pesquisados,

obteve-se 65535 citações. A tabela 2 apresenta os dez autores mais utilizados nos artigos.

Posição Autor Citações

1º MINTZBERG H 106

2º NONAKA I 101

3º DAVENPORT TH 95

4º COOPER RG 80

5º FOUCAULT M 74

6º ARGYRIS C 67

7º LIEBOWITZ J 64

8º ALVESSON M 63

9º PORTER ME 61

10º HOLSAPPLE CW 60

Tabela 2 – Os 10 autores mais citados

As 65535 citações foram separadas por ano e as citações de trabalhos científicos entre 1995 a

2010 pode ser visto na figura 3.

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FIGURA 3 – Quantidade de citações de acordo com as referências dos artigos

Ainda referente às 65535 citações, separou somente os periódicos de acordo com o número de

vezes que cada um foi citado. A tabela 3 apresenta os dez periódicos mais citados

Posição Periódico Citações

1º ACAD MANAGE J 653

2º MANAGE SCI 624

3º STRATEGIC MANAGE J 606

4º HARVARD BUS REV 574

5º ACAD MANAGE REV 546

6º COMMUN ACM 447

7º ORGAN SCI 435

8º RES POLICY 376

9º J MANAGE STUD 373

10º DECIS SUPPORT SYST 328

Tabela 3 – Os 10 periódicos mais citados

Para fazer a análise de cocitações foi necessário colocar uma restrição para considerar

somente as citações que aparecesse pelo menos 130 vezes. Foi necessário fazer tal restrição

para ser possível a verificação. A figura 4 apresenta o resultado da análise de cocitações, com

16 citações. Percebe-se que os autores apresentados na figura 4 são autores clássicos na área

de gestão da qualidade.

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FIGURA 4 – Análise de cocitações

Procurou-se com a análise identificar os trabalhos serem considerados os clássicos na área e

os trabalhos recentes que estão sendo mais citados. A tabela 4 apresenta os dez trabalhos

clássicos mais citados. Para verificar os trabalhos recentes, consideraram-se somente os

trabalhos publicados do ano de 2005 a 2010, totalizando 7212 trabalhos. A tabela 5 apresenta

os dez trabalhos recentes mais citados.

Posição Trabalho Citações

1º DAVENPORT TH - 1998 18

2º NONAKA I - 1994 15

3º ALAVI M - 1999 12

4º GRANT RM - 1996 12

5º NONAKA I - 2000 12

6º ODELL C - 1998 12

7º HANDY C - 1995 11

8º PORTER ME - 1985 11

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9º COOMBS R - 1998 10

10º DAVENPORT TH - 1997 10

Tabela 4 – Os 10 trabalhos clássicos mais citados

Posição Trabalho Citações

1º PASCHKE A - 2005 8

2º JONES W - 2005 7

3º ANTONACOPOULOU EP - 2008 6

4º DESOUZA KC - 2005 5

5º GOTTSCHALK P - 2006 5

6º JENNEX ME - 2005 5

7º JORDAN LJ - 2005 5

8º JUNG JJ - 2007 5

9º KING WR - 2006 5

10º LIN CH - 2005 5

Tabela 5 – Os 10 trabalhos recentes mais citados

Considerando os autores dos artigos utilizados na busca, obteve-se 5174 autores diferentes e

de diferentes países. A tabela 6 apresenta os dez países que mais publicaram artigos, de

acordo com a busca realizada. Nesta lista o Brasil aparece na 30ª colocação com um total de

37 publicações.

Posição País Publicações

1º USA 1816

2º ENGLAND 603

3º TAIWAN 461

4º PEOPLES R CHINA 246

5º CANADA 206

6º SPAIN 149

7º AUSTRALIA 147

8º NETHERLANDS 138

9º ITALY 118

10º USA 1816

Tabela 6 – Os 10 países que mais tiveram publicações

A figura 5 apresenta a quantidade de trabalhos publicados por estados brasileiros.

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FIGURA 5 – Trabalhos publicados por estado

5. Conclusão

A área de gestão do conhecimento está sendo muito utilizada tanto pelas empresas como pelos

pesquisadores. Por isso, este artigo teve como objetivo analisar a gestão do conhecimento por

meio da realização de uma fundamentação teórica com base em artigos de autores que

apresentam destaque em pesquisa nesta área.

Tal análise foi feita por meio da técnica de bibliometria, que utiliza análise de citações e

cocitações. Utilizou-se os softwares Sitkis (SCHIDT, 2002) e UCINET para auxiliar a

realização da análise bibliométrica.

Portanto, os artigos que podem ser considerados como clássicos e trabalhos que foram mais

citados na área de gestão da qualidade podem ser vistos na tabela 4, que apresenta os dez

trabalhos mais citados. Já os autores que podem ser considerados como recentes e que foram

mais citados nessa área pode ser visto na tabela 5, que apresenta os dez trabalhos recentes

mais citados.

A figura 4 apresenta os pares de cocitações que aparecem pelo menos 130 vezes nos artigos

selecionados na busca.

Para trabalhos futuros, é interessante utilizar está técnica para outras áreas de Engenharia de

Produção. Outra sugestão seria acrescentar trabalhos de periódicos nacionais que sejam

relevantes para a área de Engenharia de Produção e que ainda não fazem parte da base da ISI;

mesmo que tenha que ser inseridos de forma manual no banco de dados.

Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio da FAPEMIG e da CAPES no desenvolvimento deste artigo

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