anÁlise florÍstica e estrutural do parque estadual da...

225
ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICAL INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE VEGETAL: CONHECER PARA CONSERVAR ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS Orientação: Dr a DOROTHY SUE DUNN ARAUJO Rio de Janeiro 2008 1 Foto: Cássio Gaecez

Upload: duongkien

Post on 08-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICALINSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE VEGETAL: CONHECER PARA CONSERVAR

ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ,

RJ, BRASIL

ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS

Orientação: Dra DOROTHY SUE DUNN ARAUJO

Rio de Janeiro

2008

1

Foto

: Cás

sio

Gae

cez

Page 2: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ESCOLA NACIONAL DE BOTÂNICA TROPICALINSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA DIVERSIDADE VEGETAL: CONHECER PARA CONSERVAR

ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ,

RJ, BRASIL

ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica Diversidade Vegetal: Conhecer para Conservar, como requisito para obtenção do grau de Doutor em Botânica.

Orientação: Dra Dorothy Sue Dunn Araujo

Rio de Janeiro

2008

2

Page 3: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS

ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ,

RJ, BRASIL

Apresentada em 31 de março de 2008.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________Dra Dorothy Sue Dunn Araujo (Orientadora)

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de EcologiaPresidente da Banca

________________________________________________Dr. Haroldo Cavalcante de Lima

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

______________________________________________Dr. Cyl Farney Catarino de Sá

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

______________________________________________Dr. Rogério Ribeiro Oliveira

Pontifícia Universidade Católica RJ

____________________________________________Dra Maria Cândida Mamede

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro2008

3

Page 4: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Barros, Ana Angélica Monteiro de.B277a Análise florística e estrutural do Parque Estadual da Serra da

Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil / Ana Angélica Monteiro de Barros. – Rio de Janeiro, 2008.

xii, 237 f.: il.

Tese (Doutorado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2008.

Orientadora: Dorothy Sue Dunn Araujo.Bibliografia.

1. Fito-fisionomia. 2. Fitossociologia. 3. Mata Atlântica. 4. Conservação. 5. Afloramentos Rochosos. 6. Diversidade. 7. Trepadeiras. 8. Rio de Janeiro (Estado). I.Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 581.98153

4

Page 5: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

5

Page 6: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A todos aqueles que lutam para que a natureza se perpetue.

S antuário de coisas vivasE splendor da NaturezaR elicário de rara beleza R espira verdade ativaA inda com realeza

D a bromélia e do jeriváA brigo do caiapiá

T iririca, como é chamadaI nsana erva, o batismo,R egaço p´ro tamanduá I ntensas fendas e abismoR eserva para o tucano‘I nda p´ro gato do mato

6

Page 7: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

C actus, por coberturaA clamada, aqui estás!

Mariney Klecz

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram para realização desse trabalho e que lutam para que as gerações futuras ainda possam conhecer a Serra da Tiririca.

À Dra Dorothy Sue Dunn Araujo, minha orientadora, por acreditar que eu era capaz de realizar tudo isso.

Ao biólogo MSc. Luiz José Soares Pinto, companheiro e amigo incansável nesse trabalho.

Aos amigos Jorge Antônio Pontes, Laura França, Cássio Garcez, Rosani Arruda, Eduardo Sícoli Seoane, Joel Romano Bartaline e Sérgio Tadeu Meirelles, com os quais eu comecei a conhecer a Serra da Tiririca e arredores.

Ao Dr. Cyl Farney Catarino de Sá pela grande ajuda e sugestões dadas a esse trabalho.

A bióloga MSc Leonor Ribas, entusiasta no estudo das trepadeiras da Mata Atlântica, pelas sugestões dadas a esse trabalho.

A Dra Regina Helena P. Andreata, pioneira nos estudos florísticos no Alto Mourão, cujo importante trabalho foi subsídio fundamental para criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Aos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que foram imprescindíveis na identificação das espécies vegetais: Alexandre Quinet, Ângela Maria S.F. Vaz, Ariane Luna Peixoto, Bruno Resende Silva, Cláudio Nicoletti Fraga, Fábio França, Elsie F. Guimarães, João Marcelo A. Braga, Haroldo C. de Lima, Lúcia d’Ávila de Carvalho, Marcus A. Nadruz Coelho, Maria de Fátima Freitas, Mássimo G. Bovini, Ronaldo Marquete, Rosa Fuks (in memorian), Sheila Profice e Vidal Mançano.

Aos pesquisadores de outras instituições de pesquisa que também foram imprescindíveis na identificação das espécies vegetais: André Amorim, Arline O. de Souza, Daniela Zappi, Genise V. Somner, Ivete Silva, Jorge Fontella, Jorge Pedro Carauta, José Rubens Pirani, Luci Senna Valle, Maria Célia Vianna, Mário Gomes, Marccus Alves, Marcos Sobral e Roberto Lourenço Esteves.

7

Page 8: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Ao biólogo Robson Dalmas Ribeiro imenso agradecimento pela super ajuda com a identificação das plantas.

Aos alunos da ENBT e estagiários do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que sempre estiveram dispostos a dar uma olhadinha no material quase impossível de identificar e, sem eles, muitos nomes não estariam na listagem final: Adriana Q. Lobão, Berenice Chiavegato, Carine Garcia Quinet, Carlos Henrique Reif, Luciana Tachigali, Marcelo C. Souza e Michel João Pereira Barros.

Ao Alexandre Gabriel Christo imenso agradecimento pela ajuda fundamental na parte estatística.

A grande amiga Inês Machline Silva que conheci durante o doutorado e que quero continuar amiga até os fins do tempo. Obrigada por todas as palavras positivas que você sempre tem para dar.

As amigas de doutorado da ENBT Micheline Silva, Micheline Marcon, Raquel Azeredo Muniz e Dulce Mantuano.Aos vários amigos do Mestrado da ENBT......................... São muitos........

Aos incríveis professores da ENBT........

A banca que examinou o projeto de tese e a apresentação dos resultados preliminares, dando inúmeras sugestões valiosas para realização desse trabalho: Cyl Farney Catarino de Sá, Ariane Luna Peixoto, Gustavo Martinelli, Rejan R. Guedes-Bruni, Vidal Mansano, Denise Costa e Helena Bergallo.

Ao Rogério Ribeiro Oliveira que me cedeu parte da bibliografia consultada.

A todos os estagiários da UERJ-FFP que participaram das coletas de campo e das aventuras pelas trilhas da Serra da Tiririca. Em especial: Pollyana W. Feteira, Leandro de Oliveira Furtado de Sousa, Wander Carvalho Brasil, Henrique Pereira Moreira, Eduardo do Nascimento Fontes, Anderson Guedes Pereira, Vanessa C. Matos, Thais de Assis M. Muritiba, Leonardo Ferreira dos Santos, Laiza Tahara Vassal, Natália Coqueiro Mendonça, Bruno de Aquino Alves e Sandra Amália.

Aos amigos da ONG Protetores da Floresta que tanto tem lutado pela preservação das nossas matas: Alicia Leite, Mônica Pontes, Cristina Teper, Marta Marques, Maria Velasco, Gabriela Alejandra e Maria Collares.

Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de estórias e histórias da Região Oceânica de Niterói, que permitiu o acesso ao seu acervo histórico sobre a Fazenda Engenho do Mato.

A toda comunidade tradicional da Serra da Tiririca que mostrou os segredos da floresta, em especial a Joel Bartaline, Renato Bonfim, Izaquiel, Roque, “Seu Bichinho” (Américo Fernandes de Souza), Tide, Marcelo, Isaías e Dona Dalva.

Aos técnicos do Laboratório de Biologia da UERJ-FFP pela paciência e fundamental ajuda em todos os momentos: Fernanda Cascaes Gonçalves Cunha, Raquel Mendonça, Kelly Araújo Lúcio, Alberto Araújo Valente, Priscilla Gomes da Silva, Silviane Franco Charret, Alexandre Raposo, Flávia Lima e Carlos Eduardo Jascone.

8

Page 9: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Aos funcionários do Herbário RB, em especial a Luiz Fernando da Conceição e Rosângela da Silva Gomes pela constante ajuda.

Aos secretários da ENBT: Marcinha, Abílio, Nilson e Janúsia

Aos ex Diretores da Faculdade de Formação de Professores da UERJ Marisa Assis, Glauber Almeida de Lemos e Cláudio Barbosa (in memorian) pelo incentivo.

Ao amigo, parceiro e ex-chefe Douglas de Souza Pimentel, professor assistente da UERJ-FFP-DCIEN, por tudo que fez para me ajudar a conseguir fazer o Doutorado.

Aos ex-administradores do Parque Estadual da Serra da Tiririca que sempre foram parceiros e ajudaram na realização desse trabalho: Laura França, Carlos Eduardo Sícoli Seoane, Ronaldo Rolão e Alex Figueiredo.

Aos Herbários consultados e seus curadores que mantém as magníficas coleções representativas da nossa flora do Rio de Janeiro: RB, GUA, RFFP, RUSU, RFA e R.

A amiga, geógrafa e poetisa Mariney Klecz pela linda poesia inspirada na Serra da Tiririca.SUMÁRIO

FOLHA DE APROVAÇÃO........................................................................ 03DEDICATÓRIA........................................................................................... 05EPÍGRAFE................................................................................................... 06AGRADECIMENTOS................................................................................. 07SUMÁRIO..................................................................................................... 09RESUMO...................................................................................................... 11ABSTRACT.................................................................................................. 12

INTRODUÇÃO GERAL............................................................................. 13Objetivos................................................................................................... 15Objetivo Geral.......................................................................................... 15Objetivos Específicos............................................................................... 15Questionamentos...................................................................................... 15Referências Bibliográficas........................................................................ 16

ÁREA DE ESTUDO.................................................................................... 181. Localização.............................................................................................. 182. Histórico da proteção legal...................................................................... 203. Relevo, geomorfologia, geologia e solo.................................................. 244. Clima....................................................................................................... 275. Hidrografia............................................................................................... 286. Vegetação................................................................................................ 307. Aspectos históricos da ocupação............................................................. 328. Passagem dos naturalistas nos séculos XVIII e XIX pela região............ 449. Referências bibliográficas....................................................................... 45

Anexo....................................................................................................... 51

9

Page 10: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ARTIGO I: Análise florística de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil............................. 53

Introdução................................................................................................. 54Metodologia.............................................................................................. 56Resultados e Discussão............................................................................. 58Conclusão................................................................................................. 77Referências Bibliográficas........................................................................ 78Anexo I..................................................................................................... 87Anexo II.................................................................................................... 114

ARTIGO II: Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.................................................................... 118

Introdução................................................................................................ 129Material e Métodos.................................................................................. 121Resultados e Discussão............................................................................ 124Conclusão................................................................................................ 130Referências Bibliográficas....................................................................... 131Anexo....................................................................................................... 135

ARTIGO III: Vegetação de afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil............................ 140

Introdução................................................................................................ 141Material e Métodos.................................................................................. 143Resultados e Discussão............................................................................ 145Referências Bibliográficas....................................................................... 153Anexo....................................................................................................... 159

ARTIGO IV: Caracterização fisionômico-florística e aspectos conservacionistas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e 206

ARTIGO V: Análise fitossociológica do estrato lenhoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil............................................................................................................. 164

Introdução................................................................................................ 165Material e Métodos.................................................................................. 166Resultados e Discussão............................................................................ 170Conclusões............................................................................................... 183Referências Bibliográficas....................................................................... 185Anexos I................................................................................................... 189Anexos II................................................................................................. 193Anexos III................................................................................................ 203

10

Page 11: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.......................................................................Introdução................................................................................................ 207Metodologia............................................................................................. 208Resultados e Discussão............................................................................ 210Conclusão................................................................................................ 228Referências Bibliográficas....................................................................... 229Anexo....................................................................................................... 234

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 236

RESUMO

A Mata Atlântica antes da chegada dos colonizadores ocupava uma área de 15% do território brasileiro. Devido aos processos históricos de ocupação e uso econômico da costa brasileira, atualmente restringe-se a manchas disjuntas localizadas principalmente nas regiões Sudeste e Sul. A alta taxa de desmatamento e degradação de seus ambientes tem levado ao desaparecimento de várias espécies tanto da flora quanto da fauna. Esse quadro fez com que fosse incluída entre os cinco hotspots mundiais mais importantes, ou seja, entre as regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta. No estado do Rio de Janeiro restam apenas 16,7% da área original antes ocupada pela Mata Atlântica. Os estudos realizados mostram que os fragmentos remanescentes ainda detêm uma importante diversidade biológica, inclusive com a ocorrência de várias espécies endêmicas. A Serra da Tiririca representa uma porção da Mata Atlântica inserida no maciço costeiro da Serra do Mar, entre os municípios de Niterói e Maricá no estado do Rio de Janeiro. Nessa região foi criado em 1991 o Parque Estadual da Serra da Tiririca. A vegetação apresenta um aspecto geral escleromórfico, com intensa queda de folhas nos meses mais secos. Contudo, é caracterizada pela floresta ombrófila densa e afloramentos rochosos, sendo seu aspecto escleromórfico associado ao clima regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Tem baixa similaridade florística com outras áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro, porém apresentou maior relacionamento com a flora das restingas fluminenses. Cinco espécies novas para a ciência foram encontradas na área, além de 66 espécies ameaçadas, reforçando a importância da sua conservação. O inventário florístico registrou 926 espécies de Magnoliophyta pertencentes a 436 gêneros e 99 famílias, além de 122 espécies consideradas ruderais. Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae (87 spp.), Myrtaceae (58 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (34 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Asteraceae (26 spp.) e Solanaceae (26 spp.). As plantas arbóreas representam (35,5%), seguido de trepadeiras (22,1%), ervas (18,1%), arbustos (17,3%), epífitas (4,9%), hemi-epífitas (1,8%) e parasitas (0,3%) Especificamente nos afloramentos rochosos foram registradas 259 espécies, sendo que essa amostragem corresponde a 28% do total de espécies levantadas no PEST. Dessas, 42,8% têm ocorrência exclusiva nos afloramentos rochosos. Essas formações representam ilhas terrestres entremeadas à floresta, que contribuem de forma significativa para a diversidade florística local. As trepadeiras correspondem a uma forma de vida que se destacou no levantamento florístico e foi tratada a parte. Têm alta representatividade em várias formações vegetais, correspondendo a cerca de 25% da diversidade taxonômica das florestas tropicais. Foram relacionadas 39 famílias, 108 gêneros, 215 espécies. A maior riqueza foi das famílias Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (19 spp.), Convolvulaceae (13 spp.), Cucurbitaceae (11 spp.) e Dioscoreaceae (11 spp.). Essas famílias perfazem 59,5% do total de trepadeiras levantadas. Houve um predomínio de trepadeiras lenhosas e de formas volúveis. A

11

Page 12: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

expressiva riqueza e diversidade de espécies mostra que a vegetação forma um mosaico de vários estádios sucessionais, de acordo com o processo de uso e abandono da terra. A estudo fitossociológico foi realizado em três diferentes áreas com critério de inclusão de DAP≥ 2,5 cm, utilizando-se 10 transects de 2 X 50 m, totalizando 0,1 ha em cada área. Mediu-se indivíduos lenhosos, incluindo árvores, arbustos e trepadeiras. Foram amostrados 1.449 indivíduos, correspondendo a 215 espécies, 1 morfo-espécie, 146 gêneros e 54 famílias. 140 espécies são arbóreas, 39 arbustos e 36 trepadeiras. As dez famílias mais representativas são Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (23 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) e Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). As espécies dominantes são Pseudopiptadenia contorta no Morro do Telégrafo, Cupania racemosa no Morrote do Córrego dos Colibris e Guapira opposita no Morro do Cordovil. No Morrote do Córrego dos Colibris a vegetação encontra-se em regeneração mais recente. Foram obtidos altos valores de diversidade (H’) nos Morros do Cordovil (4,59), Telégrafo (3,24) e Morrote do Córrego dos Colibris (4,17). Os dados mostram que a Serra da Tiririca encontra-se em diferentes estádios de regeneração, porém vêm se recuperando naturalmente. Trata-se de um importante fragmento de floresta ombrófila densa que ainda detêm uma diversidade florística relevante e que deveria ser mais bem protegida pelo poder público.

Palavras chaves: Floresta ombrófila densa, fito-fisionomia, fitossociologia, Mata Atlântica, conservação, afloramentos rochosos, diversidade, trepadeiras, Rio de Janeiro.

ABSTRACT

The Atlantic Forest, before the colonizers arrival, had occupied 15% of Brazilian territory. Due to historic process of Brazilian shore occupation and economic use, actually is restricted to isolated spots located primordially on South and Southeast regions. The high deforestment and degradation rate of their environments had been lead to the disappearing of several species, both flora and fauna. This picture motivates its inclusion among the five most important world hotspots, either the most biological rich and threatened regions of the planet. On Rio de Janeiro state, only 16.7% of Atlantic Forest original area remains. The studies show that the remaining fragments still detain an important biological diversity, including the occurrence of several endemic species. The Serra da Tiririca represents an Atlantic Forest portion inserted on coastal massif of Serra do Mar, between Niterói and Maricá districts of Rio de Janeiro state. The Serra da Tiririca State Park was created in this region in 1991. In general, the vegetation is scleromorphic with intense leaf fall during drier months. However, it is characterized by dense ombrophilous forest and rocky outcrops. The scleromorphic aspect is associated with the regional climate, proximity to the sea and shallow soils. It has low floristic similarity when compared to other areas in Rio de Janeiro state, although it was more closely related to the flora from the restingas. Five new species to science have been found in the area, plus 66 threatened ones, strengthening conservation importance. The floristic inventory registered 926 species of Magnoliophyta belonging to 436 genera and 99 families and 122 weedy species. The following families are important for their species richness: Leguminosae (87 spp.), Myrtaceae (58 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (34 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Asteraceae (26 spp.) and Solanaceae (26 spp.). Trees represent 35.5% of the flora, followed by climbers (22.1%), herbs (18.1%), shrubs (17.3%), epiphytes (4.9%), hemiepiphytes (1.8%) and parasites (0.3%). Specifically on rocky outcrops, 259 species were registered. This sample corresponds to 28% of total Serra da Tiririca State Park species. Between these 42.8% have exclusive occurrence on rocky outcrops. This formations represent terrestrial islands intermingled the Forest that contribute significantly to local floristic diversity. The climbers correspond to a detached life form on floristic survey and were studied separately. They have high representativity on several vegetal formations, corresponding around 25% of tropical forest taxonomic diversity. It was listed 39 families, 108 genera and 215 species. The high richness was from the families Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (19 spp.), Convolvulaceae (13 spp.), Cucurbitaceae (11 spp.) and Dioscoreaceae (11 spp.). These families totaled 59.5% of the total number of climbers. There were a relevant number of woody and twining climbers. An expressive species richness and diversity shows that the vegetation forms a mosaic of many successional stages, according to the use process and abandonment of the land. The structure survey was realized on three different areas with DAP ≥ 2.5 cm including criteria, using 10 transects of 2 X 50 m, totalizing 0.1 ha in each

12

Page 13: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

area. Woody individuals were measured including trees, bushes and climbers. 1.449 individuals were sampled, corresponding to 215 species, 1 morfo-specie, 146 genera and 54 families. 140 species are arboreal, 39 bushes e 36 climbers. The ten most representative families are Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (23 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) and Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). The dominant species are Pseudopiptadenia contorta on Telégrafo Hill, Cupania racemosa on Córrego dos Colibris little Hill and Guapira opposita on Cordovil Hill. The vegetation on Córrego dos Colibris little Hill is founded on more recent regeneration. High diversity scores (H’) were obtained on Cordovil (4.59), Telégrafo (4.17) and Córrego dos Colibris (3.24). The data shows that the Serra da Tiririca is on different regeneration states, but is recovering naturally. It is a dense ombrophilous forest important fragment that still detain a relevant floristic diversity and should been well protected by the public authorities.

Key Words: Dense ombrophilous forest, physiognomic-floristic, structure, Atlantic Forest, conservation, rocky outcrops, diversity, climbers, Rio de Janeiro.

Introdução Geral

As florestas tropicais ocupam aproximadamente 7% da superfície emersa do

planeta e contém mais da metade das espécies da biota terrestre (Wilson 1988). A maior

extensão dessas florestas encontra-se na faixa neotropical, que corresponde a quatro

milhões km2. Essa região é dividida em três blocos principais: a) Bacia dos rios Amazonas

e Orinoco; b) Costa do Equador e Colômbia até a costa atlântica do México e c) Floresta

Pluvial Atlântica compreendida na estreita faixa de florestas entre a costa atlântica

brasileira, serras e planaltos interioranos (Whitmore 1990).

O Brasil tem as maiores extensões da floresta tropical úmida, com área estimada

em 3,6 milhões de km2, sendo que a maior parte está na Amazônia. Em conseqüência disso

está entre os países que apresentam maior riqueza de espécies da flora mundial (Giulietti

& Gonzáles 1990). As estimativas variam entre 55.000 – 65.000 espécies de

Magnoliophyta das 220.000 conhecidas no mundo (Giulietti et al. 2005). Isso se deve a

grande extensão do país, acima de 8,5 milhões km2, a ampla variação de clima,

diversidade de solos e geomorfologia, resultando na grande variabilidade de tipos de

vegetação (Wanderley 2006).

13

Page 14: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A Mata Atlântica antes da chegada dos colonizadores europeus possuía uma área

original em torno de 1.100.000 km2 (Mori et al. 1981). Estendia-se do Cabo de São Roque

no Rio Grande do Norte até Osório no Rio Grande do Sul (Joly et al. 1991). Ocupava 15%

do território brasileiro em 17 estados (ISA 2001). Segundo Veloso et al. (1991) é

constituída por formações diferenciadas, que inclui a floresta ombrófila densa, floresta

ombrófila mista, floresta estacional semidecidual, áreas de formações pioneiras (restingas

e manguezais), vegetação xeromórfica e refúgios ecológicos.

Essa grande diversidade biológica, de habitats e diferentes fito-fisionomias resulta,

em parte, do passado de transgressões e retrações florestais ocorridas durante as oscilações

climáticas do quaternário somadas aos diversos gradientes altitudinais, geopedológicos,

orométricos e latitudinais (Mori et al. 1981). Dessa forma, os remanescentes são

testemunhos das formações florestais mais antigas do Brasil, estabelecidas há cerca de 70

milhões de anos (Leitão-Filho 1987).

Devido aos processos históricos de ocupação e uso econômico da costa brasileira, a

Mata Atlântica atualmente restringe-se a manchas disjuntas, concentradas principalmente

nas regiões Sudeste e Sul. A alta taxa de desmatamento e degradação de seus ambientes

tem levado ao desaparecimento de várias espécies, tanto da flora quanto da fauna. Tais

ações resultaram na fragmentação do hábitat e isolamento das áreas remanescentes

(Tanizaki-Fonseca & Moulton 2000). Esse quadro levou Mittermeier et al. (1999) a incluir

a Mata Atlântica, juntamente com o Cerrado, entre os 5 hotspots mais importantes, ou

seja, entre as regiões mais ricas e ameaçadas do planeta. Esses autores estimaram para a

Mata Atlântica cerca de 20.000 espécies de plantas vasculares, sendo que 6.000 são

endêmicas desse bioma.

No estado do Rio de Janeiro a Mata Atlântica ocupava 98,6% da área total do

estado de 43.305 km2 (ISA 2001). Atualmente concentra os maiores fragmentos florestais

nas cadeias montanhosas da Serra do Mar acima de 500 m. Analisando em conjunto com

os fragmentos menores estima-se que tenha restado cerca de 8.000 km2 de florestas

(Tanizaki-Fonseca & Moulton 2000). Dados levantados pelo SOS Mata Atlântica em 2000

apontaram uma área correspondente a 16,7% do estado do Rio de Janeiro ocupada pelo

que restou da Mata Atlântica, sendo que 29,8% encontram-se em Unidades de

Conservação (SOS Mata Atlântica 2002).

14

Page 15: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Apesar do Rio de Janeiro ser explorado em relação às coletas botânicas desde a

passagem dos naturalistas a partir do século XVI, somente no século XIX Vellozo (1829)

elaborou a “Florae Fluminensis”. Essa importante publicação reuniu informações sobre a

diversidade florística conhecida até então. No século XX a flora começou a ser

documentada com esforços de levantamentos florísticos em diversas áreas. Esses estudos

tiveram início nas regiões de Teresópolis (Veloso 1945), Itatiaia (Brade 1956) e Serra dos

Órgãos (Rizzini 1953/54).

A impulsão no conhecimento da flora fluminense se deve ao Programa de Ação em

Botânica, criado pelo CNPq no fim da década de 1980 (Lima 2000) e diversas parcerias

com instituições financiadoras nacionais e internacionais. Sendo assim, os inventários

florísticos e fitossociológicos no estado do Rio de Janeiro foram mais intensificados nos

últimos 30 anos. Nesse sentido, a partir de 2006, teve início o Programa de Mapeamento e

Caracterização da Diversidade Biológica da Mata Atlântica, num acordo firmado entre a

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado do Rio de Janeiro e o Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Participam desse programa, herbários,

pesquisadores e taxonomistas de 14 instituições com a finalidade de ampliar os

conhecimentos sobre a flora, fauna e microorganismos do estado, além de mapear as áreas

estratégicas para investigação e conservação (Sá 2006).

Apesar disso, ainda existem lacunas de conhecimento florístico, como chama

atenção Sá (2006), principalmente na região compreendida entre Cabo Frio e Niterói. Essa

região corresponde à área 419 incluída pelo Ministério do Meio Ambiente entre aquelas de

extrema importância biológica. Dessa forma, é considerada prioritária para conservação da

biodiversidade da Mata Atlântica. Nesse contexto também está inserida a Serra da Tiririca.

OBJETIVO GERAL

Contribuir para o conhecimento da flora e conservação do Parque Estadual da Serra

da Tiririca.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Realizar o levantamento florístico do Parque Estadual da Serra da Tiririca,

incluindo todas as formas de vida;

15

Page 16: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

b) Caracterizar fito-fisionomicamente a vegetação;

c) Comparar as áreas florestadas da Serra da Tiririca com os morros litorâneos e

Restingas do estado do Rio de Janeiro em termos florísticos;

d) Analisar a estrutura do estrato lenhoso.

QUESTÕES NORTEADORAS

a) A vegetação da Serra da Tiririca se parece mais estruturalmente com a floresta

ombrófila densa ou com a floresta estacional semidecídual?

b) Qual o grau de similaridade entre a flora da Serra da Tiririca e outras áreas

investigadas floristicamente no estado do Rio de Janeiro, incluindo as restingas

fluminenses?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brade, A. C. 1956. A flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: 7–85.

Giulietti, A. M. & Gonzáles, E. F. 1990. Workshop Diversidade taxonômica e padrões de distribuição das angiospermas brasileiras. Acta Botanica Brasilica 4(1): 3–9.

Giulietti, A. M.; Harley, R. M.; Queiroz, L. P.; Wanderely, M. G. L. & Van den Berg, C. 2005. Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biology 19(3): 632–639.

ISA. 2001. Dossiê Mata Atlântica 2001. Monitoramento participativo da Mata Atlântica. Instituto Sócio Ambiental. 409p.

Joly, C. A.; Leitão-Filho, H. F. & Silva, S. M. 1991. O patrimônio florístico In: Cecchi, J. C. & Soares, S. M. (eds.). Mata Atlântica / Atlantic Rain Forest. Fundação SOS Mata Atlântica: Pp. 95–125.

Leitão-Filho, H. F. 1987. Considerações sobre a florística de florestas tropicais e sub-tropicais do Brasil. Instituto de Pesquisas de Estudos Florestais 35: 41–46.

Lima, H. C. 2000. Leguminosas arbóreas da Mata Atlântica: Uma análise da riqueza, padrões de distribuição geográfica e similaridades florísticas em remanescentes florestais

16

Page 17: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

do estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 151p.

Mittermeier, R. A.; Myers, N.; Gil, P. R. & Mittermeier, C. G. 1999. Hotspots. Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. CEMEX. Conservation International. Sierra Madre, Mexico. 430p.

Mori, S. A.; Boom, B. M. & Prance, G. T. 1981. Distribution patterns and conservation of brazilian coastal forest tree species. Brittonia 33: 233–245.

Rizzini, C. T. 1953/54. Flora Organensis. Lista preliminar dos cormophyta da Serra dos Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 117–246.

Sá, C. F. C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p.

SOS Mata Atlântica. 2002. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica período 1995 – 2000. Relatório parcial. Estado do Rio de Janeiro [on line]. <http://www.sosmatatlântica.org.br/atlas2001/dados/relatorioatlas.pdf> Arquivo acessado em janeiro de 2008.

Tanizaki-Fonseca, K. & Moulton, T. P. 2000. A fragmentação da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. In: Bergalo, H. G.; Rocha, C. F. D.; Alves, M. A. D. & Sluys, M. V. (eds.). A fauna ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. EDUERJ: Pp. 23–35.

Veloso, H. P. 1945. As comunidades e estações botânicas de Teresópolis, estado do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Nacional, Série Botânica (3): 1-95.

Veloso, H. P.; Rangel-Filho, A. L. R. R. & Lima, J. C. A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p.

Vellozo, J. M. C. 1829. Florae Fluminensis. Rio de Janeiro: Tipographia Nacionali.

Wanderley, M. G. L. 2006. Estudos sobre a flora da região Sudeste do Brasil: Situação atual e perspectivas. In: Mariath, J.E. & Santos, R.P. (eds.). Os avanços da botânica no início do século XXI. Morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia e genética. Sociedade Botânica do Brasil. Pp. 676-679.

Whitmore, T. C. 1990. An introduction to tropical rainforests. Oxford. Clarendon. 226p.

Wilson, E. O. 1988. The current state of biological diversity. In: Wilson, E.O. (ed.). Biodiversity. National Academy Press. Washington: Pp. 3–18.

17

Page 18: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Área de Estudo

Parque Estadual da Serra da Tiririca

1. LOCALIZAÇÃO

A Serra da Tiririca está inserida entre os municípios de Niterói e Maricá no estado

do Rio de Janeiro (22º48`; 23º00’ S e 42º57`; 43º02` W) (Figura 1 e 2). Em Niterói

localiza-se nas Regiões Oceânica e Leste do município, nos bairros do Engenho do Mato,

Itaipu, Itacoatiara, Várzea das Moças e em Maricá no Distrito de Inoã no bairro de

Itaipuaçu.

No município de Niterói a Mata Atlântica abrangia 80 - 90% do seu território,

porém restam apenas 21 km2 de áreas florestadas, ou seja, 16% do município. As áreas

contínuas estão restritas as Serras do Malheiro, Grande, Cantagalo e Jacaré (Reserva

Ecológica Darcy Ribeiro), Serra da Tiririca e pelo conjunto formado pelos morros da

Viração, Sapezal e Santo Inácio (Prefeitura Municipal de Niterói 1992). No município de

Maricá os maiores remanescentes florestais estão nas Serras do Mato Grosso, Macaco,

Espraiado, Lagarto, Silvado, Caju, Barro do Ouro, Tapuaba, Calaboca, Camburi, Pedra de

Inoã e Pedra de Itaocaia. Grande parte dessa região é inexplorada do ponto de vista

científico.

A Serra da Tiririca era conhecida como Serra de Inoã, de Maricá ou pelos nomes

dos morros que compõe seu relevo, como consta em relatos de antigos moradores da

região. O atual nome está relacionado com a passagem de tropas de burro levando

mercadorias que atravessavam a Serra em direção a Região dos Lagos por um caminho

cheio de tiriricas. Tiriricas são plantas do gênero Cyperus da família das Cyperaceae,

sendo comumente encontradas em áreas desmatadas, como beiras de caminho (Barros &

Seoane 1999).

18

Page 19: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

19

Figu

ra 1

: Map

a co

m a

loca

lizaç

ão d

o Pa

rque

Est

adua

l da

Serr

a da

Tiri

rica,

Nite

rói /

Mar

icá

( RJ)

. (LA

GIE

F –

IEF-

RJ 2

007)

.

Page 20: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Figura 2: Foto aérea do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá (RJ) mostrando em destaque o Morro do Telégrafo, Morro do Elefante e o Alto Mourão ao fundo (SEMADS 2001).

2. HISTÓRICO DA PROTEÇÃO LEGAL

Das Unidades de Conservação da região metropolitana do Rio de Janeiro, o Parque

Estadual da Serra da Tiririca (PEST) é o único que nasceu da vontade popular, por meios

de movimentos comunitários organizados. As ações para proteção da Serra da Tiririca

tiveram início em meados da década de 80 do século passado. A iniciativa partiu do Dr.

Cláudio Martins, professor do Departamento de Geografia da UFF, e do biólogo Jorge

Antônio Lourenço Pontes através do Clube de Conservação da Natureza e Exploração

Suçuarana (Primo & Carvalho-Filho 1989). Em 1987 Pontes publicou o primeiro trabalho

referente à necessidade de conservação da Serra da Tiririca.

Contudo, o passo decisivo para criação do PEST foi a tentativa da empresa Ubá

Imobiliária em 1989 de lotear a área conhecida como Córrego dos Colibris (Barros et al.

2003). O desmatamento dessa área foi denunciado a Prefeitura de Niterói pelo biólogo

Paulo Carvalho Filho. Fiscais da Prefeitura em conjunto com o Batalhão Florestal,

membros da FEEMA, da Federação das Associações de Moradores de Niterói (FAMNIT)

20

Page 21: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

e da Associação de Moradores de Itaipu, que estavam reunidos na sede da Prefeitura

Distrital da Região Oceânica, foram ao local e conseguiram flagrar o desmatamento,

interrompendo-o. A Prefeitura de Niterói, constatando diversas irregularidades na planta,

cancelou o projeto do condomínio (IEF et al. 1994).

Tal fato desencadeou uma grande mobilização popular culminando com a criação

da Frente Tiririca. Esse grupo congregou ONGs ambientalistas que promoveram várias

ações chamando atenção para necessidade de proteger a Serra da Tiririca. Deixou de existir

em 1990, porém seus integrantes fundaram em novembro de 1989 o Movimento Cidadania

Ecológica. Essa ONG foi bastante atuante na defesa das questões ambientais na década de

90 do século passado. Em 1990 elaborou e encaminhou à Assembléia Legislativa do estado

do Rio de Janeiro, através do Deputado Estadual Carlos Minc, o documento “Exposição de

motivos para criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca”. Sendo assim, o PEST foi

criado pela Lei Estadual nº 1901 de 29/11/1991, estando sua administração a cargo da

Fundação Instituto Estadual de Florestas (IEF-RJ). Essa medida teve o intuito de proteger

remanescentes da Mata Atlântica que se encontravam extremamente ameaçados pela

especulação imobiliária, entre outras formas de atividades antrópicas.

Em Niterói, a Serra da Tiririca é protegida pelo Decreto Municipal nº 5.902/90,

como Área Permanente de Proteção, e pela Lei Orgânica do Município de 04/04/1991. Em

Maricá é considerada Área de Proteção Ambiental (APA) pela Lei Orgânica promulgada

em 05/04/1990, no artigo 339. Foi tombada provisoriamente a partir da cota 100 pelo

Governo de Estado (D.O./RJ de 06/03/1991).

Teve seus limites em estudo previstos para uma “área em estudo” de 6,96 km2

(2.400 ha), segundo Decreto nº 18.598 de 19/04/1993. Em 10/10/1992 foi reconhecida

internacionalmente como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela

UNESCO. Apesar de tantas leis de proteção, na prática, a conservação dos recursos

bióticos da região só existe no papel (Barros et al. 2003).

A Lei que criou o PEST em seu artigo 2o estabeleceu a organização da Comissão

Pró-Tiririca com o objetivo de determinar e participar das ações necessárias a sua

delimitação e implantação, bem como da elaboração de seu plano de manejo. Após muitas

discussões políticas essa Comissão foi instituída pela portaria do IEF/RJ/PR nº 68 de 26 de

maio de 1999. Dessa forma, juntamente com as prefeituras dos municípios de Niterói e

21

Page 22: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Maricá, elaborou e apresentou ao IEF em 2001 a proposta para os limites definitivos. Esse

documento previu a redução da área do PEST de 2.400 ha para 1.800 ha, além da inclusão

do Morro das Andorinhas. Faz desvios de condomínios e loteamentos já implantados e

exclui áreas florestadas valorizadas pela especulação imobiliária. Abrange, principalmente,

áreas de antigas fazendas que hoje pertencem a trabalhadores rurais, sitiantes e a empresas

imobiliárias que aguardam a valorização dessas terras e leis mais tolerantes à urbanização.

Esse documento traz à luz, a força da pressão imobiliária sobre o PEST. A redução da área

do PEST foi bastante significativa, mesmo com a anexação do Morro das Andorinhas. A

idéia de inclusão dessa área é uma antiga reivindicação dos ambientalistas, sustentada por

argumentos legais, ambientais e sociais (Barros & Garcez 2003; Barros et al. 2004).

A proposta foi remetida à Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro

(ALERJ) e após anos de discussões políticas os limites definitivos do PEST foram votados

e aprovados em 14 de agosto de 2007. A Lei Estadual nº 5079 de 03 de setembro de 2007

estipula duas partes continentais e uma marinha numa área total de 2.077 ha. A primeira

parte continental encontra-se entre os municípios de Niterói e Maricá e a segunda inclui o

Morro das Andorinhas, localizado entre as praias de Itaipu e de Itacoatiara em Niterói. A

parte marinha está inserida entre as pontas do Alto Mourão e do Costão de Itacoatiara,

numa região denominada Enseada do Bananal, avançando 1.700 m mar adentro por uma

linha imaginária. A Lei garante os direitos das populações tradicionais de pescadores

artesanais do alto do Morro das Andorinhas e sitiantes tradicionais da Serra da Tiririca.

A luta agora é para reintegrar áreas perdidas. A ONG Protetores da Floresta

encaminhou ao Deputado Estadual Carlos Minc em 1998 um anteprojeto de lei que visa a

inclusão nos limites do PEST da Pedra de Itaocaia (383 m), o Morro da Peça e o Brejo da

Penha no município de Maricá, além das Ilhas Menina, da Mãe e do Pai no município de

Niterói. Contudo, essa proposta foi engavetada e não teve resposta do Deputado.

Os limites do PEST foram ampliados pelo Decreto-Lei nº 41.266 de 16 de abril de

2008, abrangendo uma área de 186 ha no entorno da Laguna de Itaipu e incluindo três

sítios arqueológicos: Duna Grande, Duna Pequena e Sambaqui Camboinhas. Tal área foi

denominada Núcleo Restinga e Duna de Itaipu e compreende quatro setores: Setor A

(Duna Grande), Setor B (orlas leste, norte e oeste da Laguna de Itaipu e áreas úmidas

adjacentes), Setor C (orla sudoeste e restinga adjacente) e Setor D (orla sul e restinga

adjacente). A anexação dessa área é palco de disputa com a especulação imobiliária (Pinto

22

Page 23: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

de Almeida Fernandes Empreendimentos Imobiliários) que se articula na Justiça para

construir edifícios com vista para o mar. Essa região já fez parte da Reserva Biológica

Goethea, criada em 19/03/1932 pelo então Prefeito Samuel Barreira (Ato nº 11), quando a

Região Oceânica de Niterói pertencia ao município de São Gonçalo. O nome é em

homenagem ao centenário de morte do poeta alemão Johann Wolfgang Goethe. Tinha o

objetivo de proteger a fauna e flora local, sobretudo uma planta ameaçada das restingas

fluminenses que ocorria na região, Goethea alnifolia Eichl. (Malvaceae), hoje denominada

Pavonia alnifolia A. St. Hil. Essa foi a segunda Reserva brasileira, sendo a primeira a

Reserva Florestal do Acre, criada pelo Presidente Hermes da Fonseca em 1911. Sua

delimitação ficou a cargo da então Diretoria de Agricultura e Estatística do Rio de Janeiro,

contudo nunca sai do papel.

Independente de leis e decretos específicos para a Serra da Tiririca, sua proteção é

assegurada por uma série de instrumentos legais, por ser considerada uma Área de

Preservação Permanente (Barros et al. 2003) (Anexo). Além disso, o IEF-RJ, no exercício

da sua atribuição fiscalizadora, deve autuar o infrator ambiental, lavrando autos de

constatação e de infração, encaminhando-os para o Conselho Estadual de Controle

Ambiental (CECA). Esse órgão estipula o valor da multa e notifica o infrator para seu

pagamento ou apresentação de defesa, que é examinada e decidida pelo seu colegiado.

Além da CECA, existem dois outros órgãos colegiados, o Fundo Estadual de Conservação

Ambiental (FECAM) e o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA), cujas ações

podem subsidiar e orientar a atuação do IEF-RJ na administração do PEST (Conceição

2000).

Contudo, o IEF–RJ é falho no exercício de suas atribuições. Nunca conseguiu se

firmar como órgão responsável pela política florestal fluminense. É notório o sucateamento

do órgão devido à falta de infra-estrutura e ao quadro precário de funcionários. No PEST,

por exemplo, os administradores sempre foram contratados e, em alguns casos,

despreparados para exercer o cargo. Essa situação, associada ao péssimo funcionamento da

fiscalização, levou o Banco de Reconstrução Ambiental Alemã (KFW – Kreditanstal fur

Wiederaufbal) a retardar a liberação de fundos para proteção florestal até que o IEF-RJ

resolvesse esses problemas e se adequasse às exigências de qualidade do Banco. Esse

quadro vem se modificando lentamente (Vallejo 2004). A Prefeitura de Maricá doou um

terreno em Itaipuaçu, onde foi construída a sede do PEST e existe uma guarita de controle

23

Page 24: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

de acesso ao complexo do Costão de Itacoatiara, Alto Mourão e Enseada do Bananal.

Recentemente foram colocadas placas informativas em algumas localidades, mas são ações

insuficientes para conter a devastação antrópica ao qual a Serra da Tiririca está sujeita.

Sendo assim, a ONG Protetores da Floresta, verificando a omissão do órgão gestor

do PEST na sua implantação decidiu ajuizar uma Ação Civil Pública Ambiental (ACPA),

que foi encaminhada a 2º Vara de Fazenda Pública da Capital, sob o número

2001001059390-2, em maio de 2001. A ACPA teve como objetivo fazer com que o IEF-

RJ, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMADS) e

Governo do estado do Rio de Janeiro, na qualidade de réus, implantassem o PEST,

conforme determinado pelo § 1° do art. 1° da Lei 1.901/91. Além disso, custear a

demarcação dos limites definitivos, fiscalizar e administrar a então área de estudo (área

determinada pelo Decreto Estadual 18.598/93 – combinado com a Portaria IEF/RJ/PR/N°

014/94) até a demarcação definitiva, item este com pedido de tutela antecipada (Barros et

al. 2002). Essa ACPA seguiu os trâmites legais e sete anos depois, após várias audiências e

recursos previstos nas leis, ainda não foi dada à sentença final.

3. RELEVO, GEOMORFOLOGIA, GEOLOGIA E SOLO

A Serra da Tiririca está inserida na porção litorânea da Serra do Mar. É formada por

um conjunto de montanhas com altitude média aproximada em torno de 250 m. Apresenta

sete Morros: Telégrafo (387 m), Alto Mourão (412 m), Catumbi (344 m), Serrinha (277

m), Cordovil (256 m), Costão de Itacoatiara (217 m) e Penha (128 m) (Barros & Seoane

1999) que constituem o Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST). Recentemente foi

incluído na área do Parque o Morro das Andorinhas (196 m) (Figura 3).

É considerada um divisor de águas de direção NE – SW, que acompanha a

estruturação regional da Faixa Móvel Ribeira, contrastando com as planícies costeiras do

estado do Rio de Janeiro (Rossi et al. 2007). Sua geomorfologia é similar ao relevo

característico do litoral do Rio de Janeiro, com costões de granito-gnáissicos alternados

com as planícies arenosas holocênicas de origem marinha-continental.

O Projeto RADAM incluiu a Serra da Tiririca na unidade geomorfológica de Colinas

e Maciços Costeiros. Essa unidade tem como características marcantes o alinhamento de

morros de perfis arredondados, conhecidos como “Pães de Açúcar”, além de paredões com

afloramentos rochosos cobertos por uma fina camada de detritos onde cresce a vegetação.

24

Page 25: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Os morros escarpados apresentam paredes que mergulham diretamente no mar ou

permanecem sob estreita faixa de planície litorânea. Os Maciços Costeiros estão

circundados pela unidade de Planície Costeira, localizada na faixa de dobramentos

remobilizados, que se estendem ao longo da costa do estado do Rio de Janeiro

(Multiservice 1995).

Segundo Heilbron et al. (2004) a Serra da Tiririca está situada na Província

Mantiqueira, entidade geológica que consiste em faixas móveis de idade brasiliana (750 a

480 Ma), que acompanham a atual costa leste brasileira e uruguaia. Na região sudeste do

Brasil aflora a Faixa Ribeira, nesta região surgem rochas ígneas e metamórficas de alto

grau. A Faixa Ribeira Central (FR) é o substrato geológico do estado do Rio de Janeiro e

de partes dos estados vizinhos, sendo compartimentada em terrenos representantes de

antigas massas continentais. Essas massas se aproximaram e colidiram durante a

Orogênese Brasiliana (650-480 Ma), devido a episódios de convergência litosférica que

culminaram na formação do super continente Gondwana (Rossi et al. 2007).

A geologia também é similar a da região costeira, compreendida entre Parati e

Saquarema. Nesse trecho do litoral as rochas graníticas intrusivas ou anatéticas datam do

período Pré-Cambriano, com idades entre 630 e 480 milhões de anos. Estas se

estabeleceram em meio a uma grande bacia sedimentar durante a colisão continental do

evento brasiliano (Rossi et al. 2007). Compreende as Unidades Geológicas de gnaisse

facoidal e Cassorotiba. A Unidade gnaisse facoidal apresenta rochas típicas de Niterói,

formando um complexo que se estende de Piratininga a Itaipu. São rochas homogêneas e

caracterizadas pela presença de porfiroblastos ovais, constituídos por K-feldspato com

estrutura cristalina, dando a rocha uma textura lenticular (Penha 1999). A Unidade

Cassorotiba é encontrada entre Itacoatiara e Maricá, sendo constituída por gnaisses

porfiroblásticos. Estes apresentam associações complexas agrupadas em duas fases

distintas de formação: uma sintectônica, representada por granitóides com face facoidal e

outra por granitos pós-tectônicos (Ferrari et al. 1982). Uma estrutura bem característica

dessa formação são os diques de pigmatitos e veios de quartzo orientados de nordeste para

sudoeste que formam riscos nas rochas como no Costão de Itacoatiara (tupi guarani - ita=

pedra, cuatiara= riscada).

25

Page 26: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A B

C D

E F

G H

Figura 3: Diferentes localidades do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá (RJ). A. Morro do Alto Mourão – vista da Praia de Itacoatiara, Niterói; B. Morro do Cordovil, Niterói; C. Costão de Itacoatiara, Niterói; D. Morro das Andorinhas, Niterói; E. Mata da Enseada do Bananal, Niterói; F. Enseada do Bananal, Niterói; G. Vale do Córrego dos Colibris, Niterói e H. Morro do Telégrafo, Maricá, vista de Itaipuaçu.

26

Page 27: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A decomposição das rochas originou solos rasos, onde partículas minerais foram

transportadas pela ação das chuvas, ventos e, principalmente, por processos gravitacionais.

Estas partículas se depositaram em rampas menos íngremes ou acumularam-se em frestas

dos paredões rochosos. Os solos são do tipo alissolo crômico, luvissolo hipocrômico,

neossolo litólico e formações turfosas (Multiservice 1995), adaptado de acordo com a

classificação de solos proposta por Zimback (2003). O solo alissolo crômico é encontrado

recobrindo as áreas mais elevadas do maciço (Multiservice 1995).

4. CLIMA

O clima da região é influenciado pela presença das massas de ar Equatorial

Continental no verão e Tropical Atlântico durante o restante do ano, além da passagem

freqüente de frentes polares, principalmente durante a primavera. É enquadrado na zona

climática das planícies e maciços costeiros com precipitação média entre 1.000 e 1.500

mm/ano (Barbiére & Coe-Neto 1999). Segundo esses mesmos autores, na área dos

maciços costeiros a quantidade de chuva aumenta gradualmente na direção sudeste-

nordeste, principalmente para regiões mais interioranas, onde ocorrem os primeiros sinais

do clima tropical. A área do presente estudo se insere justamente na transição

pluviométrica entre a planície costeira e o maciço costeiro. Na figura 4 é mostrada a

variação da precipitação em três diferentes estações próximas a área de estudo, sendo as

estações do Horto Florestal e da Ilha do Modesto (Piratininga) localizadas em no

município de Niterói.

Meses

Figura 4: Precipitação anual nas estações metereológicas do Horto Florestal, Ilha do Modesto e Maricá (RJ) (Barbiére & Coe-Neto 1999).

27

Prec

ipita

ção

(mm

)

Page 28: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Pela classificação de Köppen o clima é do tipo Aw, ou seja, quente e úmido, com

estação chuvosa no verão e seca no inverno (maio e junho). A estação chuvosa inicia-se na

primavera, culminando no verão nos meses de dezembro e janeiro, quando ocorre intensa

precipitação pluviométrica. Corresponde a 60% do total anual, porém não excede 171 mm/

mês. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas. Contudo em março, devido à

chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A menor precipitação se dá nos

meses de julho e agosto (Figura 5), quando fica abaixo de 60 mm. A temperatura média

está em torno de 23oC, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes e o mais frio em

junho. O vento predominante é o nordeste (Bernardes 1952).

Figura 5: Diagrama ombrotérmico do município de Niterói - Dados do INMET, Estação Meteorológica do Horto Florestal 1931/75.

5. HIDROGRAFIA

A Serra da Tiririca compreende as nascentes de rios das macrobacias da Região

Oceânica e da Baía da Guanabara, que são protegidas pela vegetação ali encontrada. A

macrobacia da Região Oceânica apresenta os seguintes rios com nascentes na Serra da

Tiririca: Rio João Mendes, Córrego Tiririca ou Colibri, Valão de Itacoatiara, Córrego da

Moréia, Córrego da Perereca Branca e Córrego Bebedouro dos Caranguejos, que deságuam

na Laguna de Itaipu. Fazem parte da macrobacia da Baía da Guanabara com nascentes na

Serra da Tiririca: Rio do Ouro, Rio Várzea das Moças e Bacia do Rio Aldeia, que drenam

para a Baía da Guanabara (Prefeitura de Niterói 1992). No lado do município de Maricá

28

0

50

100

150

200

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Meses

Prec

ipita

ção

(mm

)

0

10

20

30

40

Tem

pera

tura

(o C)

Precipitação

Temperatura

Page 29: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

nascem os Rios Inoã e Itaocaia, que drenam para o Canal de São Bento, desaguando no

Oceano Atlântico na altura da ponta do Alto Mourão.

A bacia do Rio João Mendes é a mais importante da região e apresenta uma área de

14,6 km2, sendo caracterizada pela intensa ocupação do seu vale. Recebe toda

contaminação de esgotos que são lançados in natura no seu leito. Carneiro et al. (1994),

em estudo realizado na região, constataram altas concentrações de nutrientes na água dos

rios, tais como nitrogênio inorgânico total (N-Nit), ortofosfato (P-PO4), carbono orgânico

particulado (C.O.P.) e oxigênio dissolvido (O.D.). Esse fato caracteriza ambientes

eutrofizados devido à ocupação humana. Dos demais rios e córregos não há informações

sobre a qualidade da água. Durante muitos anos, os dejetos domésticos foram despejados

nos cursos d’água e alagados que drenam para a Lagoa de Itaipu, pois não existia sistema

de tratamento ou recolhimento de esgoto sanitário. Porém, a partir de 2000, a empresa

Águas de Niterói iniciou o abastecimento de água tratada para a região e, posteriormente,

estabeleceu uma estação de tratamento primário e secundário de esgoto próximo a Lagoa

de Itaipu. Contudo, esse serviço não é disponibilizado para toda Região Oceânica e a

situação ambiental da bacia do Rio João Mendes não se modificou muito.

A região do Córrego dos Colibris é uma das mais importantes áreas do PEST e

constantemente é alvo de pressões de empresas imobiliárias, como a Mattos & Mattos, que

tenta implantar loteamentos bem próximos ao seu leito (Barros et al. 2002). Este córrego

apresenta água cristalina e uma seção média de 0,50 m, com profundidade de 0,15 m.

Registra-se a presença do caranguejo de rio Trichodactylus sp., um crustáceo que não

tolera ambientes pouco oxigenados e/ou poluídos. Na região externa do Parque, o córrego

é canalizado, passando a receber esgotos domésticos (Multiservice 1995).

O Córrego da Moréia também apresenta água cristalina e possui uma seção média

de 0,15 m, com profundidade na ordem de 0,05 m. Este sofre constantes incêndios nas

áreas próximas a sua nascente, o que vem diminuindo seu volume d’água. O Córrego

Bebedouro dos Caranguejos apresenta uma vazão baixíssima, podendo secar em épocas de

estiagem, com largura de apenas 0,05 m (Multiservice 1995).

O número de nascentes e córregos vem diminuindo aceleradamente nos últimos

anos, devido à destruição da cobertura vegetal. Isso aumenta os processos erosivos,

diminui a recarga natural do lençol freático e modifica o microclima local. Muitos desses

29

Page 30: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

córregos só apresentam água nos meses de maior pluviosidade, drenando para as regiões de

baixada e alimentando brejos e a Lagoa de Itaipu.

6. VEGETAÇÃO

Embora os municípios de Niterói e Maricá estejam localizados próximos aos

grandes centros de pesquisa do Rio de Janeiro são pouco conhecidos em relação à

diversidade florística da floresta ombrófila densa. Esse tipo de formação florestal ocupa

26% da área do município de Niterói e 25% em Maricá (CIDE 1994). Em Maricá os

trabalhos concentram-se principalmente na restinga da Área de Proteção Ambiental de

Maricá (Silva & Somner 1989, Ribas et al. 1993, Pereira et al. 2001). Em Niterói as

primeiras informações foram publicadas a partir da década de 80 do século passado com os

trabalhos de Araujo & Vilaça (1981) no Morro das Andorinhas, Lopes (1992) no Alto

Mourão, Meirelles (1999) no Costão de Itacoatiara e Fevereiro & Santos (2001) no que

sobrou da Restinga de Itacoatiara. Embora existam outras áreas florestadas as informações

florísticas estão disponíveis apenas nas coleções de herbários, que são muito pobres em

relação à flora de Niterói e Maricá.

Em levantamento realizado no Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB)

para coletas realizadas no estado do Rio de Janeiro, Marques & Novaes (1996) mostraram

que o município de Niterói é representado apenas por 0,38% das coletas e Maricá com

1,76%. Em Maricá essa amostragem refere-se principalmente a Restinga de Maricá.

Avaliando os dados da coleção do RB para Niterói percebem-se coletas muito antigas com

amostras obtidas por Auguste François Marie Glaziou no Morro da Viração e Morro do

Cavalão, além de Karl August Wilhelm Schwacke na Restinga de Itaipu, ambos no século

XIX. No início do século XX foram feitas coletas por João Geraldo Kuhlmann na Restinga

de Piratininga, além de Alexander C. Brade na Restinga de Itaipu e no Morro do Imbui. No

final da década de 60 Dimitri Sucre também coletou nas Restingas de Itaipu e Piratininga e

depois só na década de 80 foram registradas coletas de Regina H.P. Andreata, Cyl F.C. de

Sá e Gustavo Martinelli no Alto Mourão. Muitas áreas ainda florestadas precisam ser

investigadas em Niterói como a Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, Morro da Viração,

Morro do Santo Inácio e o Complexo dos Fortes em Jurujuba.

30

Page 31: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A Serra da Tiririca está inserida no Bioma Mata Atlântica. No âmbito internacional,

segundo o código numérico nomenclatural e a classificação biogeográfica mundial da

UNESCO, a Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro é enquadrada na região

fitogeográfica nº 8 (Região Neotropical), na província biogeográfica nº 7 (Serra do Mar) e

no grupo nº 01 (Floresta Tropical Úmida). Recebe a notação 8.07.01, para fins de

caracterização e localização planetária. Pela classificação fitogeográfica de Veloso et al.

(1991) a vegetação do PEST corresponde a extensas áreas cobertas por floresta ombrófila

densa submontana. Este tipo de formação florestal ocorre na faixa de altitude entre 50 -

500 m no relevo da Serra do Mar, nos contrafortes litorâneos e nas ilhas (Oliveira 1985).

O relevo apresenta encostas íngremes e pequenos vales que são cobertos por

vegetação em vários estádios sucessionais. O mosaico florestal é resultado de

transformações naturais, mas, sobretudo, de atividades humanas no local devido aos

diversos tipos de uso da terra. Parte da vegetação original foi derrubada e as encostas

ocupadas por antigos sítios que foram abandonados a cerca de trinta anos atrás. Uma

prática comum na região era o cultivo de banana, produção de carvão, culturas de

subsistência e recentemente capineiras para alimentação de cavalos dos haras da região.

Restam poucos bananais, presentes principalmente na encosta voltada para o Engenho do

Mato (Niterói). Dessa forma, a floresta que veio abaixo, hoje está se recuperando

naturalmente. Embora grande parte corresponda a formações secundárias é possível

encontrar fragmentos de vegetação com alto grau de desenvolvimento sucessional nos

topos de morros.

Na Serra da Tiririca, em alguns pontos do maciço cristalino, aflora o gnaisse

facoidal formando os inselbers. Essa região apresenta uma fisionomia típica de ambientes

sujeitos escassez de água e solos rasos onde predominam plantas herbáceas e

subarbustivas, principalmente Cactaceae, Bromeliaceae e Cyperaceae. A rocha pode

apresentar fendas com acúmulo de sedimento e, nesse caso, observam-se plantas de porte

arbustivo. Em algumas áreas do Costão de Itacoatiara formam-se pequenas matas de médio

porte no topo da Pedra e na Pata do Gato. As espécies arbóreas podem chegar até 10 m de

comprimento.

Também ocorrem áreas alagadas adjacentes a Serra da Tiririca. Formam um

sistema integrado pela água proveniente das nascentes, localizadas nas encostas da Serra e

que descem pelos vales em direção a regiões mais planas formando brejos. Destacam-se

31

Page 32: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

aqueles ao redor da Laguna de Itaipu, Brejo do Telégrafo, Brejo das Pacas e o Brejo da

Penha. Esse último localizado próximo ao Morro da Penha, em Itaipuaçu. As áreas

alagadas apresentam uma biota própria que vem sendo bastante ameaçada, devido aos

aterros ilegais para ocupação de populações de alta e baixa renda. São ambientes que

representam à interface entre o meio terrestre e aquático onde ocorrem espécies endêmicas

da fauna aquática, que podem ser extintas facilmente. No programa de implantação do

PEST, estava previsto a inclusão do Brejo da Penha no Parque devido a sua importância

como parada de aves migratórias. Contudo, esse brejo foi bastante reduzido devido aos

aterros para invasões de baixa renda.

7. ASPECTOS HISTÓRICOS DA OCUPAÇÃO

A ocupação humana na região é muito antiga, quando grupos nômades pré-

históricos de caçadores-coletores percorriam o litoral de Itaipu em busca de alimento. Os

estudos demonstraram faixas cronológicas de 7.958, 4.475, 2.328 e 1.410 AC (Kneip &

Pallestrini 1984). Foram hábeis na fabricação de utensílios líticos a partir dos afloramentos

rochosos de gnaisse facoidal, basalto, quartzo e quartzito que ocorrem nas proximidades. O

registro de sambaquis na região de Itaipu é um testemunho dessa atividade (Kneip et al.

1981). Desenvolveram uma economia mista que englobava principalmente a pesca e coleta

de moluscos, frutos, sementes e raízes silvestres, demonstrando um amplo aproveitamento

dos recursos naturais para sobrevivência (Beltrão 1978). Os sambaquis da Duna Grande,

Duna Pequena, Camboinhas e de Anomalocardia mostram essa antiga relação do homem

com a exploração da diversidade biológica local. O sambaqui de Camboinhas foi

descoberto durante os trabalhos de terraplanagem da Companhia de Desenvolvimento

Territorial VEPLAN e sobre ele foi construído um apart hotel. O Sambaqui da Duna

Pequena foi destruído na construção da estrada de Camboinhas e sobre o de

Anomalocardia existe uma pequena praça de retorno na Praia de Itaipu. Contudo, ainda

resta o sambaqui da Duna Grande, descoberto em 1960 e tombado pelo SPHAN em

26/07/1961 através da Lei Federal nº 3.924 (Kneip et al. 1981).

Mais tarde estabeleceram-se na região aldeias de índios Tamoios ou Tupinambás da

nação Tupi, que habitavam as zonas de lagunas e enseadas do litoral de Cabo Frio até

Angra dos Reis. No momento da chegada dos primeiros europeus, esses índios viviam em

aldeias ou tabas. A aldeia era a maior unidade política das sociedades indígenas. Cada uma

tinha autonomia e reconhecia como autoridade maior o seu chefe, tuxuaua, morubixaba ou

32

Page 33: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

cacique. Os índios viviam da agricultura de subsistência, caça e demais recursos da

natureza. Em Niterói existiam muitas aldeias como Icaraí, Itauna, Nurucuné, Arapatué,

Urapué, Uraramery e Caramacuy (Freire & Malheiros 2000). Muitos dos nomes dos

lugarejos da região têm origem indígena fazendo referência à presença desse povo

(Tibiriçá 1985): Itaipu (ita-ypu) - fonte das pedras; Itaipuaçu (ita-ypu-açu) - fonte das

pedras grandes; Itacoatiara (ita-cuatiara) - pedra riscada; Itaocaia (ita-ocaia) - choça de

pedra; Inoã (nho-ã) - campo alto; catumbi (caá-tubi / caá-tubira) - mato cinza pardacento;

Piratininga (pira-tininga) - peixe seco.

Com a chegada dos portugueses há 508 anos teve início a exploração mercantilista

do pau-brasil, para extração do corante vermelho brasilina, até meados do século XIX. O

comércio foi tão lucrativo que, em 1535, a Coroa Portuguesa declarou sua exploração

monopólio real e, em 1605, o Regimento do Pau-brasil estabeleceu a pena de morte aos

infratores (Aoki et al. 2000). Em relatório ao seu sucessor, o vice-rei do Brasil Dom Luiz

de Almeida Portugal (Marquês do Lavradio), que governou de 1769 a 1779, relata o

intenso comércio dessa árvore na região de Niterói e São Gonçalo (Braga 1998). Após a

independência, o governo declarou o pau-brasil patrimônio nacional, sendo sua exploração

e comercialização monopólio do Estado. No século XIX a Coroa Portuguesa regulamentou

o corte do pau-brasil no Rio de Janeiro e Espírito Santo através de Decreto datado de

20/10/1817. Apesar da legislação, sempre houve contrabando desta madeira, como

comprovado em Itaipu em 1845 por João Pinto de Lacerda, que mandou derrubar nos

matos de sua fazenda uma porção de pau-brasil (Casadei 1988). Com o advento da

revolução industrial foram desenvolvidos corantes artificiais que substituíram àqueles

extraídos diretamente das plantas. Contudo, grande parte da Mata Atlântica foi devastada,

resultando na quase extinção dessa espécie, que antes se distribuía na faixa litorânea

brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro (Cunha & Lima 1992). Apesar disso,

ainda é possível encontrar populações nativas de pau-brasil no município de Niterói (Serra

da Tiririca, Serra do Malheiro e Morro da Viração).

33

Page 34: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Figura 6: Carta Portuguesa da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, de Luiz Teixeira, datada de 1574 (Braga 1998).

A fixação do colonizador fez com que a região fosse dividida em grandes sesmarias

no século XVII, em resposta a necessidade de povoamento e defesa do litoral brasileiro

que se encontrava a mercê de corsários, aventureiros e franceses. A região de Piratininga

(Figura 6) foi doada por Estácio de Sá a José Adorno (400 braças ao longo da costa e 600

braças para o interior). Mais tarde, essa sesmaria foi concedida por Martim de Sá a José

Gonçalves Malheiro no início do século XVII. Outra sesmaria importante na região foi a

de Duarte Martins Mourão, que ganhou as terras de Sua Majestade Rei de Portugal em

janeiro de 1567, por combater os índios e os franceses que tentaram invadir o litoral do Rio

de Janeiro. Essas terras compreendiam 3.000 braças de costa por 4.500 braças de sertão,

estendendo-se da Praia de Itaipu até a Laguna de Maricá (Simão et al. 1979). Em 1661, seu

filho Diogo Mourão requisitou formalmente a Sesmaria que se estendia desde a Barra da

Lagoa de Piratininga até as proximidades da Pedra de Inoã, em Maricá. Juntamente com

seus escravos iniciou o processo de ocupação da região para fins agrícolas construindo

benfeitorias no local (Casadei 1988). Hoje seu nome é referência geográfica para o Alto

Mourão, também conhecido como Pedra do Elefante ou Falso Pão de Açúcar.

34

Page 35: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Em 12/01/1755 foi criada por alvará a Freguesia de São Sebastião de Itaipu, cujas

terras pertenceram à sesmaria de José Gonçalves Malheiros. Teve origem a partir de um

povoado iniciado por volta de 1587. No período de 1779 a 1789 tinha uma população de

1.279 habitantes (Braga 1998). Em 1819 passou a compor a Vila Real da Praia Grande,

juntamente com as freguesias de São Batista de Carahy (hoje Icaraí), São Lourenço dos

Índios e São Gonçalo do Amarante (Welrs 1984). A Freguesia de São Lourenço dos Índios

originou-se da sesmaria doada ao índio Araribóia (Cobra de Tempestade – Martim Afonso

de Souza), cacique dos Temiminós, por Mém de Sá em 16/03/1568 pelos serviços

prestados na expulsão dos franceses e índios do litoral do Rio de Janeiro (Lessa 1991).

Em 1716 foi construída por padres jesuítas a capela em devoção a São Sebastião no

Morro das Andorinhas, na vertente voltada para a Praia de Itaipu. Essa capela destinava-se

a atender a comunidade de pescadores e índios catequizados. Em 1722 foi elevada a

Paróquia, entrando na classe das igrejas perpétuas pelo alvará de 12/01/1755. O primeiro

pároco foi o Padre Manuel Francisco da Costa (Pizarro & Araújo 1946). A construção

perdurou ao longo do tempo e hoje é a Igreja Matriz de São Sebastião de Itaipu, tombada

pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural em 26/09/1978 (Processo E-03/16.511/78).

Em 1763 foi construída próxima a capela o Recolhimento de Santa Teresa, a mando do

vigário Manoel da Rocha. Tinha o intuito de abrigar mulheres pela vocação religiosa ou

“cujas circunstâncias da vida forçavam a procurar castigo dos pecados cometidos”. Além

disso, para ali eram encaminhadas jovens e esposas de fazendeiros a serem “preservadas”,

quando eles precisavam empreender longas viagens. Durante algum tempo o recolhimento

funcionou ilegalmente, apesar de ser apoiado pelo Bispo do Rio de Janeiro e pelo Vice-Rei

da época, D. Luis de Vasconcelos, até que a Rainha Portuguesa, Dona Maria, a piedosa,

desse o seu consentimento oficial (Welrs 1984). O projeto arquitetônico foi realizado com

pedras fixadas com óleo de baleia. Hoje as ruínas dessa construção abrigam o Museu de

Arqueologia de Itaipu, vinculado ao sítio arqueológico da Duna Grande. Esse conjunto é

tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural (IPHAN) (Processo

0365T-46, inscrição 425 de 08/01/1955). Em Itacoatiara também podem ser encontradas as

ruínas da antiga capela de Nossa Senhora da Conceição, erguida no século XVIII, que

apresenta o mesmo estilo arquitetônico do Recolhimento de Santa Teresa. Atualmente essa

área encontra-se dentro do Condomínio Ubá Itacoatiara, sendo o acesso restrito a visitação.

No final do século XX a administração do condomínio queria demolir o que sobrou das

ruínas para construção da área de lazer para os moradores. Também fazem parte da

35

Page 36: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Paróquia as capelas históricas de Nossa Senhora do Bonsucesso e Nossa Senhora da

Assunção, também datadas do século XVIII, ambas em Piratininga.

A história da região está intimamente ligada ao município de São Gonçalo, uma vez

que a Freguesia de São Sebastião de Itaipu passou a pertencer a esse município em

22/09/1890, fazendo limite com a freguesia de São Batista de Caray. Após várias

mudanças dos limites territoriais a reforma administrativa do estado do Rio de Janeiro,

através do Decreto-Lei Estadual nº 1.055 de 31/12/1943, reincorporou definitivamente o

Distrito de Itaipu a Niterói. O Decreto-Lei Estadual nº 1.056 de 31/12/1943 separou Niterói

em dois Distritos (Niterói e Itaipu). No Decreto-Lei Estadual nº 1.063 de 28/01/1944

passam a ser considerados respectivamente 1º e 2º Distritos (Welrs 1984).

As primeiras grandes transformações ambientais começaram a ocorrer a partir do

século XVI devido às práticas extrativistas, sendo a região ocupada principalmente para

fins agrícolas. No século XVIII havia quatro engenhos de cana-de-açúcar na região:

Fazenda Engenho do Mato (açúcar), Ipiíba de Malheiros (açúcar, aguardente e café),

Piratininga (açúcar, aguardente, café e “mantimentos”) e Santa Eulália (açúcar). Em

Registro de Cartório datado de 1779, Jorge Lemos Parady relata ao Vice-Rei, Marquês do

Lavradio, que na região de Itaipu existiam 107 fogos (residências), além de quatro

engenhos com 138 escravos e produção de 79 caixas de açúcar e 76 pipas de aguardente

(Palmier 1940). Wehrs (1984) também destaca nessa época a Fazenda Arrozal (açúcar,

mandioca, milho, feijão e arroz), localizada em Piratininga. Sobre a Fazenda Itacoatiara

não há muita informação, consta apenas que em 1745 pertencia a Luiz José Viana, filho do

antigo Capitão Mor da Cidade, Domingo Viana Bispo. Grande parte da Serra da Tiririca

está inserida na antiga Fazenda Engenho do Mato (Vallejo 2005), Ipiíba de Malheiros e

Itaocaia.

No lado do atual município de Maricá destaca-se a Fazenda Itaocaia (açúcar e

aguardente). Não foram encontrados registros de seus primeiros donos ou do ano de

fundação, mas consta no livro de registro de terras datado de 01/08/1854 que pertenceu ao

Visconde e a Viscondessa da Vila Real da Praia Grande, Caetano Pinto de Miranda

Montenegro e Maria Elisa Gurgel do Amaral e Rocha respectivamente (Casadei 1988). O

estilo arquitetônico é similar as demais fazendas do século XVIII da região. A

denominação da fazenda vem da Pedra da Tocaia, onde mercadores com tropas de burro

que se dirigiam á Cabo Frio eram tocaiados e roubados. Esse antigo caminho dos índios foi

36

Page 37: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

aproveitado pelos colonizadores. Outro caminho também usado na época passava por São

Gonçalo e atravessava a Serra de Itatendiba, Guaxindiba, Restingas de Maricá e da

Massambaba em direção à Cabo Frio (Figueiredo 1951). A Fazenda Itaocaia situava-se em

parte na Freguesia de São Sebastião de Itaipu e outra na de Maricá. Confrontava-se por um

lado com a Fazenda Engenho do Mato e Ipiíba de Malheiros, por outro lado pelas Fazendas

de Inoã e Taquaral até a Pedra de Inoã. Pelo lado do mar fazia limite com as terras do

Mosteiro de São Bento até o marco que se acha na Pedra de Itaocaia, finalmente desse

marco até a Serra de Itaipuaçu (Serra da Tiririca) (Casadei 1988). Quando o naturalista

Charles Darwin passou pelo Rio de Janeiro atravessou a Serra da Tiririca em direção à

Cabo Frio e parou nessa fazenda em 08/04/1832. Nessa época, as terras pertenciam a João

Machado Nunes e sua esposa Catarina Luiza Machado. No século XX a sede da fazenda

foi hipotecada ao Banco do Brasil e passou por total estado de abandono. Na década de 70

foi arrendada pela Empresa Imobiliária MELGIL Ltda. Hoje área ao redor da sede foi

loteada.

Outra Fazenda da região compreendia as terras do Mosteiro de São Bento (Fazenda

São Bento), que têm continuidade com as da Fazenda Itaocaia, seguindo até a barra de

Itaipuaçu. Os monges receberam a sesmaria do governador Rodrigo Miranda Henriques em

31/10/1635, sendo fundada com o objetivo de servir como pólo evangelizador. Mas tarde

compraram a sesmaria de Duarte Martins Mourão das mãos de terceiros, além de partes de

outras sesmarias. Dessa forma, a propriedade tomou um cunho agrícola e pastoril de

grande porte, sendo um local centralizador e propulsor do município de Maricá (Figueiredo

1951). Após vários conflitos de propriedade (Motta 2004), a Fazenda São Bento foi

adquirida em 1972 por Lúcio Thomé Feteira, que pretendia implantar o loteamento Cidade

São Bento da Lagoa. Em 2000 vendeu para Terra Ouro Terrenos e Investimentos Ltda.

Posteriormente um consórcio luso-espanhol comprou as terras do Grupo Cintra para

realizar um mega resort de luxo, Fazenda São Bento da Lagoa. Contudo, essa área inserida

na Área de Proteção Ambiental de Maricá.

Os ciclos da cana-de-açúcar no século XVII e do café no século XVIII promoveram

ainda mais a devastação da vegetação nativa para dar lugar a essas monoculturas. O cultivo

da cana-de-açúcar ocupou principalmente áreas de baixadas, mas o café subiu as encostas

dos morros. A devastação atingiu os maciços cristalinos durante o século XIX com o ciclo

do café (Bernardes 1957). Apesar do declínio econômico das práticas agrícolas, esta

37

Page 38: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

continuou a ser uma atividade muito importante, principalmente até próximo à abolição da

escravatura no final do século XIX (Sousa 2001). Na região de Itaipu, apenas as áreas de

restingas não foram mexidas, como ao longo do litoral do estado do Rio de Janeiro, pois

seu solo não se prestava para a agricultura. Contudo, com a especulação imobiliária a partir

de meados do século XX esse perfil se inverteu.

Após essa fase a floresta se recompôs, porém na década de 30 do século XX, veio

abaixo novamente para dar lugar a um novo ciclo econômico com o plantio de frutas

cítricas (Bernardes 1957). Devido ao ataque de fungos, esse tipo de cultura foi abandonado

e o plantio de banana tornou-se uma das principais atividades agrícolas da região. Relatos

de moradores antigos, como “Seu Quero-Quero”, contam que a produção era levada em

lombo de burro e cavalo para comercialização no Centro de Niterói, onde hoje é a Praça

São João.

Palmier (1940) destaca na região a exploração mineral de caolin, argila e feldspato,

além da indústria cerâmica (CROL – Cerâmica Rio do Ouro Ltda). Inclusive a argila

extraída da Fazenda Engenho do Mato foi utilizada na fabricação de tijolos para construção

da Siderúrgica Nacional de Volta Redonda. Outra atividade muito importante foi à

exploração de lenha e carvão, que devastou as reservas florestais. Ainda hoje, em meio à

vegetação em processo de regeneração, é possível encontrar as áreas onde existiam os

”balões de carvão”.

A decadência da atividade agrícola e a proximidade com o mar predispuseram a

região à especulação imobiliária, o que gerou conflitos com posseiros. A construção em

1923 da estrada ligando a Região Oceânica à zona sul e centro de Niterói facilitou o acesso

à região. Assim como pavimentação da estrada da Cachoeira pelo DER-RJ em 1973,

ligando São Francisco a Pendotiba, e a construção do Túnel Raul Veiga, inaugurado em

1980, ligando a Avenida Roberto Silveira a São Francisco. As antigas fazendas deram

lugar aos loteamentos a partir de meados do século passado. É o caso da Fazenda de

Itacoatiara, loteada por seus proprietários, Mathias Sandri e Francisco Felício, em 1938, e

que deu origem ao bairro de Itacoatiara em Niterói. Essa é uma das regiões mais

valorizadas do município de Niterói.

Em 1935 a Fazenda Itaipu foi herdada por Eugênio Francisco Mendes e João das

Chagas Mendes, a partir do espólio de D. Antônia das Chagas Mendes, incluindo as

38

Page 39: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

benfeitorias e a Laguna de Itaipu, uma área de 6.722.500 m2. Em 1939 venderam a

propriedade a Albert Sampaio Coulamy, que a vendeu em 1942 a Cândida de Souza

Guimarães. A Companhia Territorial Itaipu S/A, de propriedade de José Pizarro, comprou

as terras em 1943 e deu início ao Loteamento Cidade Balneária de Itaipu (2.143 lotes) com

a aprovação na prefeitura do Bairro Atlântico (Motta 1983). Em 1944, o então Prefeito de

Niterói, Dr. Brandão Júnior, apresentou o Plano Urbanístico da cidade, já levando em

consideração sua expansão em direção às praias oceânicas. Desde essa época o poder

público já era conivente com a especulação imobiliária. Em 1946 o DNOS (Departamento

Nacional de Obras e Saneamento) finalizou o Canal de Camboatá, ligando as Lagunas de

Piratininga e Itaipu. Esse canal tinha o objetivo de evitar o alagamento de suas orlas

(Coelho 1983), além de drenar a região para ser loteada. Essa ação reduziu em três vezes a

área do espelho d’água da Laguna de Itaipu e permitiu a venda de lotes subaquáticos desde

essa época.

A Fazenda Engenho do Mato foi adquirida de Francisco de Paula Antunes em

24/07/1933 por Fábio de Azevedo Sodré e sua mulher Irene Lopes Sodré. Em 1939 o casal

se separa e em 1941 é feita à partilha do desquite, sendo a fazenda dividida em duas partes

(norte e sul). Irene fica com a parte sul, onde está inserida a Serra da Tiririca. A parte da

fazenda que ficou com o Fábio de Azevedo Sodré deu origem em 1949 aos Loteamentos

Maravista (6.195 lotes) e Soter Fazendinha (2.599 lotes).

Em 1946, devido a dívidas de jogo, Irene Lopes Sodré hipotecou parte da fazenda

ao Banco Português do Brasil. Com sua morte, os herdeiros contrataram, em 1948,

Fernando Suarez de Mendonza para implementar o primeiro loteamento, com 131 quadras

e 4.135 lotes, que veio a denominar-se Jardim Fazendinha – Itaipu e o segundo com 5

quadras e 119 lotes, Parque da Colina. Foi excluída desse loteamento a Gleba A. Pelo

mesmo contrato, Fernando Suarez de Mendonza tornou-se procurador do espólio na

administração dos loteamentos. Na 33º cláusula, os credores, representados pelo Banco Sul

Americano do Brasil, concordaram em levantar a hipoteca, que recaiu sobre os lotes à

medida que fossem integralmente pagos pelos compradores. Em 1949 substabeleceu sua

procuração para Empresa Imobiliária e Comercial Terrabraz Ltda, que passou a administrar

o loteamento. Em 1953 os herdeiros de Irene Lopes Sodré passaram escritura definitiva da

Gleba A para Antônio Carlos França Ourívio. Em 1955 essa área deu lugar ao loteamento

Vale Feliz com 542 lotes e quadras nomeadas de A - Z. Em 1959 a Terrabraz vendeu para

39

Page 40: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Sebastião Lyra Gomes Pedrosa a antiga sede da Fazenda, datada de 1759, e 20.138 m2 que

a circundam. Hoje a construção histórica pertence à Fundação Leão XIII, sendo um abrigo

para moradores de rua. Em 18/01/1962 foi decretada a falência da Terrabraz. Em 1968,

Hirson Bezerra Fernandes adquiriu quotas da Terrabraz e conseqüentemente as áreas

pertencentes à empresa. Essa pessoa se tornou um dos grandes problemas ambientais da

região, loteando áreas dentro e fora do PEST de forma bastante questionável e com a

conivência da Prefeitura de Niterói.

Os problemas fundiários da região são muito antigos. Pereira (1962) já chamava

atenção para reforma agrária na Fazenda Engenho do Mato. Esta compreendia uma área de

54 ha de propriedade da Terrabraz e de Antônio Carlos França Ourívio. Em 1962 estavam

registrados 30 posseiros e suas respectivas famílias que ocupavam 74 alqueires da fazenda.

A produção agrícola básica na época era banana prata e hortigranjeiros que abasteciam

parte do município de Niterói. Em 03 de janeiro de 1961 o Governador Roberto Silveira

homologou o Decreto Estadual nº 7281 expropriando as áreas agrícolas da antiga Fazenda

do Engenho do Mato, visando à criação de um núcleo agrícola. Essa foi a primeira reforma

agrária do Brasil. Com a morte do Governador, seu sucessor Celso Peçanha ampliou e

redefiniu as áreas desapropriadas pelo Decreto nº 7577 de 02 de agosto de 1961.

Posteriormente o Decreto nº 7836 de 18 de janeiro de 1962 tratou da organização e

execução do plano de colonização agrícola, estabelecendo a inalienabilidade e

impenhorabilidade de cada gleba cedida aos colonos da Fazenda.

A inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) em 04/03/1974,

ligando os municípios do Rio de Janeiro a Niterói, levou a intensificação do fluxo

migratório para região, incluindo Maricá e a Região dos Lagos. O que antes era moradia de

veraneio passou a ser residencial e a Região Oceânica tornou-se uma área de expansão do

município de Niterói (Barros & Seoane 1999).

Em 1973 a Companhia Territorial Itaipu foi comprada pelo Grupo VEPLAN

Residência (Companhia de Desenvolvimento Territorial Ltda), que intensificou as

transformações espaciais, ambientais e sociais em Itaipu. Teve início a mais devastadora

fase de degradação ambiental na região. Com a fusão dos estados da Guanabara e Rio de

Janeiro em 15/03/1975, a política ambiental não estruturada piorou ainda mais. Dessa

forma, o DNOS autorizou obras de estabilização da barra da Lagoa de Itaipu, com

drenagens e aterros, sistematização da orla, dragagem da lagoa e remembramento das

40

Page 41: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Fazendas da Fonte, Engenhoca, Piratininga e Itaipu (Motta 1983). Em 1976 teve início o

Plano Estrutural de Itaipu, no governo do então prefeito Ronaldo Fabrício (1974-1977),

com continuidade na prefeitura seguinte de Wellington Moreira Franco (1977-1981).

Com a construção do canal permanente ligando a Lagoa de Itaipu ao mar em 1979

houve uma mudança ambiental e social sem precedentes da região. A água que se

acumulava na estação chuvosa na Laguna de Piratininga passou a drenar continuamente

para a Laguna de Itaipu. Isso acarretou a interrupção da abertura natural da barra de

Piratininga. Com isso as zonas marginais lagunares secaram, foram aterradas e ocupadas

por loteamentos e posseiros (Barroso et al. 1994). A Praia de Itaipu foi separada em duas

porções, sendo a área denominada Camboinhas ocupada por loteamentos de alto luxo. Os

pescadores que residiam na praia foram obrigados a vender suas posses. Os que não

queriam vender foram intimidados e expulsos. Parte da comunidade permaneceu

comprimida no “Canto de Itaipu”, vertente do Morro das Andorinhas voltado para a Praia

de Itaipu. Alguns foram morar precariamente nas ruínas do Recolhimento de Santa Teresa,

outros foram ocupar áreas de baixa renda no Vale do Rio Jacaré e no Engenho do Mato.

Parte da comunidade tradicional de pescadores permaneceu no topo do Morro das

Andorinhas.

A degradação ambiental foi tão escandalosa que em 1979 a Comissão Estadual de

Controle Ambiental (CECA-RJ), através da deliberação nº 50/79, exigiu no prazo de 60

dias a apresentação do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto

Ambiental). A deliberação nº 52/79 proibiu a VEPLAN de executar dragagens,

terraplanagem, aterros ou quaisquer outros serviços e obras que pudessem ter como

conseqüência a alteração do volume d’água do complexo lagunar Itaipu-Piratininga. Após

a apresentação do EIA/RIMA a CECA determinou, através da deliberação nº 56/79, a

definição da orla lagunar, além de uma série de exigências relativas ao Plano Estrutural de

Itaipu.

Com a falência da VEPLAN, suas propriedades foram hipotecadas ao BIAPE

(Banco Interamericano de Poupança e Empréstimo) com sede em Caracas, Venezuela.

Atualmente a Empresa Imobiliária Mattos & Mattos se diz detentora dos direitos sobre

áreas de propriedade da VEPLAN (Barros et al. 2003) e tenta ocupar áreas protegidas em

Unidades de Conservação na Região Oceânica de Niterói. Junto com a empresa Ubá

41

Page 42: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Imobiliária, a Mattos & Mattos pretende dar continuidade a devastação iniciada em

meados do século passado.

Também na vertente voltada para o município de Maricá, em Itaipuaçu, a

especulação imobiliária atuou de forma arrasadora na Serra da Tiririca. Entre as décadas de

70 e 80 do século XX, a companhia Empreendimentos Imobiliários MELGIL marcou lotes

até a cumeeira da Serra da Tiririca para estabelecimento do loteamento Morada das Águias

nas terras pertencentes a antiga Fazenda Itaocaia. Com 40 empregados e 2 tratores abriu

estradas na Serra e pressionou de forma questionável os sitiantes a entregarem seus sítios.

Apenas três sitiantes permaneceram: Seu Dico, Noca e Joel Bartaline. A grande resistência

local e o embargo feito pelo antigo IBDF (IBAMA) impediram a derrubada da mata. O

loteamento Morada das Águias foi liberado apenas abaixo da cota 100 msm na Serra da

Tiririca. Mas as estradas abertas próximas à cumeeira da Serra da Tiririca deixaram seus

impactos sobre a floresta. Também na vertente de Maricá existem outros loteamentos

inseridos na Serra da Tiririca como Itaocaia Valley, Floresta do Elefante e Serra Mar.

Hoje a região encontra-se alterada sob os pontos de vista ambiental e social. Os

últimos remanescentes florestais nas Serras da Tiririca, Malheiro, Cantagalo e Grande

teoricamente encontram-se protegidos no Parque Estadual da Serra da Tiririca e Reserva

Ecológica Darcy Ribeiro respectivamente. Embora toda região constitua a Área de

Proteção Ambiental de Lagunas e Florestas do município de Niterói, tal fato não assegura a

conservação de outras áreas florestadas não incluídas em Unidades de Proteção Integral ou

de Uso Sustentável em Niterói, como os Morros da Viração e Peça. Ficou a herança

negativa deixada pelas transformações históricas na região. Ocupações de alta renda

entremeadas com comunidades carentes, ambas ocupando as encostas dos morros, as orlas

rios e o complexo lagunar Piratininga/Itaipu geram um quadro caótico em termos de falta

de planejamento urbano. Além disso, o problema de falta de saneamento básico fez com

que os rios virassem valões de esgoto drenando para as lagoas e daí para o mar.

Nas décadas de 80 e 90 do século XX a região apresentou a maior taxa de

crescimento populacional, aumentando os problemas gerados pela ocupação desordenada e

crescente do espaço territorial. Dessa forma, áreas onde a Mata Atlântica permaneceu ou se

recuperou passou a sofrer com a pressão antrópica e a especulação imobiliária avançou

sobre as florestas com seus projetos de loteamentos de luxo. Essa região cresceu entre

1970 e 2000 656% em relação a sua população residente. No lado de Maricá na região

42

Page 43: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

limítrofe ao PEST a população cresceu 83% entre 1991 e 2000 (Vallejo 2005). Dessa

forma, a omissão do poder público e as políticas de ocupação da região, tanto no lado de

Maricá quanto em Niterói projetam um quadro nada promissor para o século XXI. Isso

pode ser nitidamente percebido através da aprovação questionável do discutível Plano

Urbanístico da Região Oceânica pela Câmara de Vereadores de Niterói em 2004.

A criação do PEST em 1991 não resolveu os problemas ambientais da região,

devido a vários fatores, principalmente pela falta de limites definitivos, a caótica situação

fundiária, disputas políticas, negociatas com a especulação imobiliária e precariedade

administrativa do IEF-RJ. Os conflitos territoriais se agravaram, sendo que grileiros,

posseiros e empresas imobiliárias se apropriaram de áreas ainda florestadas da Serra da

Tiririca. Outra questão séria foi a atividade mineradora dentro do PEST, representada pela

Mineradora Inoã e Saibreira da Avenida Central que deixaram grandes áreas devastadas e

degradadas. A Mineradora Inoã foi alvo de Ação Civil Pública para terminar com suas

atividades e mesmo assim a Prefeitura de Niterói em 2004 cogitou transformar o buraco

deixado pela mineradora no novo lixão de Niterói.

O órgão gestor do PEST limita-se a cuidar apenas das trilhas que dão acesso ao

Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Enseada do Bananal. As demais áreas continuam

abandonadas. Não existe plano de manejo, sendo que os desmatamentos, queimadas, caça,

turismo desordenado, contaminação biológica com introdução de espécies exóticas,

extrativismo vegetal e mineral vêm se agravando. A situação fundiária não está resolvida e

dentro da área PEST existem loteamentos e condomínios, sítios entre outras formas de

ocupação. Duas comunidades tradicionais com representação legal (Associação da

Comunidade Tradicional do Morro das Andorinhas e Associação de Sitiantes Tradicionais

da Serra da Tiririca) lutam por seus direitos, uma vez que o Parque foi criado sem levar em

consideração quem realmente vive na área determinada nos seus limites.

Esses fatos distanciam o PEST dos objetivos que nortearam a sua criação em 1991,

que essencialmente era a conservação da diversidade biológica. Em contrapartida a intensa

atuação das ONGs vem cobrando do Governo de Estado mais empenho em relação ao

PEST, fiscalizando e denunciando a agressões ao meio ambiente da região.

43

Page 44: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

8. PASSAGEM DOS NATURALISTAS NOS SÉCULOS XVIII E XIX PELA REGIÃO

A visita de naturalistas nos século XVIII e XIX gerou as primeiras informações

sob a biota da região. Pela Serra da Tiririca passaram visitantes ilustres como o Príncipe

Maximiliano de Weid-Neuwied em 1815. Narrou aspectos da travessia da Serra,

chamando atenção para presença do Papaguaio-Chauá e do Mico-Leão-Dourado (Wied-

Neuwied 1958), que hoje não são mais encontrados na região.

“... Aproximamo-nos agora de uma cadeia de montanhas, conhecida

como Serra de Inoã. O selvático espetáculo excedeu de muito tudo quanto a

minha fantasia concebera sobre as grandes cenas da natureza. Entramos

num profundo vale, em que a água muito límpida ora corre sobre um leito de

pedra, ora descansa em lagoa tranqüila, pouco além de uma floresta

imensa. Por toda parte, as palmeiras e as magníficas árvores da região se

entrelaçam tanto com as trepadeiras, que era impossível à vista penetrar

aquela espécie de muralha verdejante... Quando atingimos o alto da Serra

de Inoã, vimos acima das árvores, numerosos papagaios voando aos pares

com grande alarido. Era o papagaio de cabeça vermelha, aí conhecidos

como camutanga ou chauá... A Serra de Inoã é um braço que se projeta para

o mar da altaneira cadeia montanhosa que corre paralela a costa. Cobrem-

na densas florestas, onde existem muitas qualidades úteis de madeira... e o

pequeno macaco vermelho conhecido como mariquina...Esse belo

animalzinho é ai chamado de sauí-vermelho...Continuando a viagem,

descemos a uma aprazível região campestre e passamos a noite na Fazenda

Inoã.”

Também Charles Darwin passou pela Serra da Tiririca em 1838 (Darwin s.d.),

seguindo em direção à Cabo Frio. Quando chegou a Vila Real da Praia Grande (atual

Niterói), Darwin foi guiado por tropeiros passando pela Freguesia de São Sebastião de

Itaipu. Em seu relato destacou a exuberância das florestas da região (Darwin 1996).

“A paisagem que se descortinava quando estávamos cruzando as

montanhas atrás da Praia Grande...”

44

Page 45: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Após atravessar a Serra da Tiririca, já no município de Maricá, chegou à Fazenda

Itaocaia, como constatado no seu relato:

“... Depois de havermos atravessado algumas áreas de terra

cultivada, embrenhamo-nos por uma floresta, cujos recantos eram de

inexcedível grandiosidade. Ao meio dia chegamos a Itacaia, pequena aldeia

situada numa planície. Em torno da casa principal, ali existente, viam-se as

choupanas dos negros... Como a lua nascesse cedo resolvemo-nos a partir

na mesma tarde, a fim de pernoitarmos na Lagoa de Maricá. Estando a cair

a noite, passamos sob íngremes colinas de granito da região, tão comuns

neste país. É notório este lugar, pelo fato de ter sido durante muito tempo o

quilombo de alguns escravos fugitivos que, cultivando pequeno terreno

próximo à vertente, conseguiram suprir-se de necessário sustento. Mas

foram, um dia, descobertos e reconduzidos dali por uma escolta de soldados.

Uma velha escrava, no entanto, preferindo a morte à vida miserável que

vivia, lançou-se do alto do morro, indo despedaçar-se contra as pedras da

base. Se se tratasse de alguma matrona romana, esse gesto seria

interpretado como nobilitante amor à liberdade, mas numa pobre negra não

passava de caturrice de bruto...”

O caminho de Darwin através da Serra da Tiririca foi refeito em 2000 em atividade

de educação ambiental, sendo a preservação da natureza discutida no contexto biológico e

histórico (Selles & Abreu 2002). A trilha através da Estrada da Barrinha (Vai e Vêm) é

muito utilizada por professores das escolas da região para discussão com os alunos sobre

problemas ambientais.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aoki, H.; Lobão, D. E. & Lima. H. C. 2000. Unidades de Conservação e sua importância na preservação do pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.). In: Milano, M. S. & Theulen, V. (eds.). Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação 2. Anais... Campo Grande: Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação. 2: Pp. 777–783.

Araujo, D. S. D. & Vilaça, A. M. N. 1981. Avaliação da cobertura vegetal remanescente de Itaipu. In: Kneip, L.M.; Pallestrini, L. & Cunha, F.L.S. (eds.). Pesquisas Arqueológicas no Litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial: Pp. 27–46.

45

Page 46: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Barbiére, E. B. & Coe-Neto, R. 1999. Spatial and temporal variation of the east fluminense coast and atlantic Serra do Mar, State of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.; Bidone, E. D. & Abrão, J. J. (eds.). Environmental Geochemistry of Coastal System, Rio de Janeiro, Brazil. Série Geoquímica Ambiental 6: Pp. 47–56.

Barros, A.A.M. & Garcez, C. 2003. Atividades de educação ambiental na recuperação da vegetação do Morro das Andorinhas, Niterói, RJ. In: EREBIO. 2. Anais... São Gonçalo, SBENBIO, Regional 2, UERJ-FFP. 1. Pp. 110-114.

Barros, A. A. M.; Pontes, J. A. L.; Pimentel, D. S.; Sathler, E. B. & Conceição, M. C. F. 2004. Argumentos legais, ambientais e sociais para a conservação: Avaliação da proposta de inclusão do Morro das Andorinhas no Parque Estadual da Serra da Tiririca (RJ). Interagir: Pensando a Extensão (6): 39-45.

Barros, A. A. M.; Pontes, J. A. L.; Sathler, E. B.; Conceição, M. C. F. & Pimentel, D. S. 2003. Aspectos ambientais e legais da conservação do Córrego dos Colibris no Parque Estadual da Serra da Tiririca, RJ. In: Simpósio de Áreas Protegidas. Conservação no Âmbito do Cone Sul. 2. Anais... Pelotas: Universidade Católica de Pelotas. 1 v. CD-room. 10p.

Barros, A. A. M.; Sathler, E. B. & Conceição, M. C. F. 2002. Implantação de Unidade de Conservação postulada em juízo via Ação Civil Pública: O caso do Parque Estadual da Serra da Tiririca, RJ. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. 3. Anais... Fortaleza: Rede Nacional de Unidades de Conservação. 2: Pp. 774-781.

Barros, A. A. M. & Seoane, C. E. S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: Vallejo, L. R. & Silva, M. T. C. (eds.). Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF: Pp. 114–124.

Barroso, L. V.; Silva, L. F. F. & Knoppers, B. A. 1994. Diagnóstico ambiental do sistema lagunar de Piratininga/Itaipu, RJ. Parte I: Fisiografia e sócio-economia. In: Watanabe, S. (ed.). Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. Subsídios a um Gerenciamento Ambiental, 3. Serra Negra. Anais... São Paulo: Academia de Ciências do Estado de São Paulo. 1: Pp. 188-195.

Beltrão, M. 1978. Pré-História do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. Forense-Universitária/SEEC-RJ. 274p.

Bernardes, L. M. C. 1952. Tipos de clima do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro (14): 57-80.

Bernardes, L. M. C. 1957. Planície litorânea e zona canavieira do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia. 248p.

Braga, M. N. C. 1998. O Município de São Gonçalo e sua história. 2º edição. São Gonçalo. 216p.

Carneiro, M. E. R.; Barroso, L. V.; Ramalho, N. M.; Azevedo, C.; Knoppers, B. A.; Kjerfve, B. & Kirstein, K. O. 1994. Diagnóstico ambiental do sistema lagunar de

46

Page 47: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Piratininga/Itaipu, RJ. Parte II: Hidroquímica. In: Watanabe, S. (ed.). Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. Subsídios a um Gerenciamento Ambiental, 3. Serra Negra. Anais... São Paulo: Academia de Ciências do Estado de São Paulo. 1: Pp. 196-203.

Casadei, T. O. 1988. A Imperial Cidade de Nictheroy. Niterói: Serviços Gráficos Ímpar. 355p.

CIDE (Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro). 1994. <http://www.cide.rj.gov.br/tabelas/CoberturaVegetal.htm> Arquivo acessado em janeiro de 2008.

Coelho, V. M. B. 1983. Parecer técnico sobre as obras e a urbanização da Laguna de Itaipu, Niterói / RJ. Rio de Janeiro: FEEMA. Impresso. 53p.

Conceição, M. C. F. 2000. Conflito de atribuições e instrumentos de proteção de Unidade de Conservação: Estudo de caso no estado do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais). Universidade Federal Fluminense. 70p.

Cunha, M. W. & Lima, H. C. 1992. Viagem à terra do pau-brasil. 63p.

Darwin, C. R. s.d. Viagem de um naturalista ao redor do mundo. Rio de Janeiro: Ed. Sedegra, v. 1. 291p.

Darwin, C. R. 1996. O Beagle na América do Sul. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra.

Ferrari, A. L.; Brenner, T. L.; Malcomo, M. T. & Nunes, H. R. C. 1982. O Pré-Cambriano das folhas Itaboraí, Maricá, Saquarema e Baía de Guanabara In: Congresso Brasileiro de Geologia. 32. Salvador. Anais... Sociedade Brasileira de Geologia. 1: Pp. 103–114.

Fevereiro, P. C. A. & Santos, M. G. 2001. A restinga de Itacoatiara (Niterói, Rio de Janeiro) e a necessidade de sua conservação. In: Esteves, M. S.; Vasquez, A. C.; Gama, B. A. P.; Ferreira, A. J. & Peixinho, M. M. Simpósio sobre Meio Ambiente e Direito Ambiental. 9. Anais... UNIVERSO. CD-room. 9p.

Figueiredo, E. R. 1951. Grandeza e decadência na vila rural de Maricá. Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro 4: 41–78.

Freire, J. R. B. & Malheiros, M. F. 2000. Aldeamentos indígenas do Rio de Janeiro. Programa de Estudos dos Povos Indígenas, UERJ. 82p.

Heilbron, M.; Pedrosa-Soares, A. C.; Campos Neto, M. C.; Silva, L. C.; Trouw, R. A. J.; Janasi, V. 2004. A Província Mantiqueira. In: Mantesso-Neto, B.; Carneiro, C. D. R. e Brito-Neves (eds.). Geologia do continente Sul-Americano: Evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. Beca: Pp. 203-234.

IEF, Comissão Pró-Parque Estadual da Serra da Tiririca, Prefeitura Municipal de Niterói & Prefeitura Municipal de Maricá. 1994. Programa de Implantação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, PESET, 1ª versão. Impresso 66p.

47

Page 48: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Kneip, L. M. & Pallestrini, L. 1984. Restingas do Estado do Rio de Janeiro (Niterói a Cabo Frio): 8 mil anos de ocupação humana. In: Lacerda, L. D.; Araujo, D. S. D.; Cerqueira, R. & Turq, B (eds.). Restingas. Origem, Estrutura, Processos. CEUFF: Pp. 139–146.

Kneip, L. M.; Pallestrini, L. & Cunha, F. L. S. 1981. Pesquisas Arqueológicas no Litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial. 173p.

Lessa, L. C. 1991. Araribóia. O cobra de tempestade. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio. 129p.

Lopes, R. C. 1992. Plantas medicinais e outras utilidades do Morro Alto Moirão, Itaipuaçu, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Santa Úrsula. 170p.

Marques, M. C. M. & Novaes J. R. C. 1996. Espécies coletadas no Estado do Rio de Janeiro e depositadas no Herbário RB. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 107p.

Meirelles, S. T.; Pivello, V. R. & Joly, C. A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Envirommental Conservation 26(1): 10–20.

Motta, M. M. M. 2004. Sesmarias e o mito da primeira ocupação. Revista Justiça & História. 4(7): 2-17.

Motta, R. C. 1983. Comunidade Planejada de Itaipu. Um estudo de caso sobre a ação integrada do capital imobiliário. (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 214p. Multiservice. 1995. Avaliação de 10 Unidades de Conservação Ambiental na região metropolitana do Rio de Janeiro. Anexo. 28p.

Oliveira, R. F. 1995. Mata Atlântica: Reserva da biodiversidade no estado do Rio de Janeiro. Revista FEEMA 4(18): 46-50.

Palmier, L. 1940. São Gonçalo Cinqüentenário. História, geografia e estatística. Rio de Janeiro. 237p.

Penha, H. M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B. A.; Bidone, E. D. & Abrão, J. J. (eds.). Environmental geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental. 6: Pp. 3–10.

Pereira, I. M. 1962. Plano de ação agrária. Estudo sobre a Fazenda Engenho do Mato. Niterói: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 24p.

Pereira, M. C. A.; Araujo, D. S. D. & Pereira, O. J. 2001. Estrutura de uma comunidade arbustiva da restinga de Barra de Maricá-RJ. Revista Brasileira de Botânica 24(3): 273-281.

48

Page 49: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Pizarro, M. & Araújo, J. S. A. 1946. Memórias históricas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.

Prefeitura de Niterói. 1992. Niterói. Diagnóstico Ambiental. Versão resumida. Niterói: Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente. 194p.

Primo, P. B. & Carvalho-Filho, O. P. 1989. Programa de Implantação do Parque Estadual da Serra da Tiririca. 2º versão. Movimento Cidadania Ecológica. 44p.

Ribas, L. A.; Hay, J. D. & Caldas-Soares, J. F. 1993. Moitas de restinga: ilhas ecológicas? In: Watanabe, S. (ed.). Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. Subsídios a um Gerenciamento Ambiental, 3. Serra Negra. Anais... São Paulo: Academia de Ciências do Estado de São Paulo. 3: Pp. 79-88.

Rossi, A.; Ferranssoli, M. & Almeida, J. C. H. 2007. Levantamento de informações geológicas básicas e avaliação das condições de poluição das águas na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. In: Araujo, F. V. Relatório FAPERJ do projeto Aspectos Biológicos, Geológicos e Hídricos em Áreas de Mata Atlântica nos Municípios de Niterói e Maricá, RJ. Programa de apoio a entidades estaduais: desenvolvimento científico da UERJ. Impresso. 93p.

Selles, S. E. & Abreu, A. 2002. Darwin na Serra da Tiririca: Caminhos entrecuzados entre a biologia e a história. Revista Brasileira de Educação (20): 5-22.

SEMADS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). 2001. Atlas das Unidades de Conservação da Natureza do Estado do Rio de Janeiro. Ed. Metalivros. Rio de Janeiro. 48p.

Silva, J. G. & Somner, G. V. 1989. A vegetação de Restinga no Município de Maricá, RJ. Acta Botanica Brasilica 3(2): 253–272.

Simão, M. T. B.; Pucurull, C. A. P. & Prochnik, M. L. 1979. Vistoria para o levantamento dos bens imóveis de valor histórico existente no Município de Maricá. Impresso. 100p.

SNUC. 2002. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. IBAMA. Impresso. 36p.

Souza, A. J. 2001. Laguna de Itaipu: Histórico da ocupação territorial e ambiental. Monografia (Bacharelado em Geografia). Universidade Federal Fluminense. 57p.

Tibiriçá, L. C. 1985. Dicionário Topônimos de Origem Tupi. Significados de Nomes Geográficos. São Paulo: Ed. Traço. 197p.

Vallejo, L. R. 2004. Políticas de governo e as Unidades de Conservação do estado do Rio de Janeiro. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. 2. Anais... Curitiba: Rede Nacional de Unidades de Conservação. CD room: Pp. 774-781.

Vallejo, L. R. 2005. Conflitos territoriais em Parques Estaduais no Rio de Janeiro: Uma avaliação à luz das políticas de governo. Revista Geo-paisagem 4(7). On line.

49

Page 50: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Veloso, H. P.; Filho, A. L. R. R. & Lima, J. C. A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p.

Wehrs, C. 1984. Niterói Cidade Sorriso. A história de um lugar. 366p.

Weid-Neuwied, M. 1958. Viagem ao Brasil nos anos de 1815 a 1817. 2º edição. São Paulo: Ed. Companhia Nacional. 536p.

Zimback, C. R. L. 2003. Classificação de solos. Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias Georreferenciadas, FCA, UNESP, Botucatu. 13p.

50

Page 51: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ANEXO

INSTRUMENTOS LEGAIS DE PROTEÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA

Constituição Federal Brasileira promulgada em 1988 (artigo 225o) em seu inciso 4o

declara a Mata Atlântica e a zona costeira como patrimônio nacional.

Lei Federal n° 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente,

transformou em Reserva Ecológica as florestas e demais formas de vegetação de

preservação permanente, relacionadas no artigo 2° do Código Florestal.

Decreto Federal n° 99.574/90 que proíbe por prazo indeterminado o corte e

respectiva exploração da vegetação nativa da Mata Atlântica.

Resolução CONAMA n° 004/85 que ampliou o conceito de Reserva Ecológica em

seus artigos 3° e 4° e reforça ainda mais a proteção da área em questão. Esta mesma

Resolução, em seu artigo 5°, atribui aos estados e municípios a competência de estabelecer

normas e procedimentos mais restritivos, através de seus órgãos ambientais.

Constituição Estadual, em seu artigo 265o, define como Áreas de Preservação

Permanente:

III – as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais;

IV – as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros, vulneráveis

ou menos conhecidos, na fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como

local de pouso, alimentação ou reprodução;

V – as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico e cultural;

Por sua vez, o artigo 270o determina que: As coberturas florestais nativas

existentes no Estado são consideradas indispensáveis ao processo de desenvolvimento

equilibrado e a sadia qualidade de vida de seus habitantes e não poderão ter suas

áreas reduzidas.

51

Page 52: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Lei n° 9985, de 18 de julho de 2000 e o Decreto n° 4340 de 22 de agosto de 2002

estabelecem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, enquadrando os

Parques Nacionais como Unidades de Proteção Integral, que admitem apenas o uso

indireto dos recursos naturais. O SNUC permite a criação deste tipo de Unidade de

Conservação nas esferas estaduais e municipais. No inciso 1o fica estabelecido que (SNUC

2002):

“O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas

particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que

dispõe a lei.”

Lei Federal n° 5.197/67 de Proteção à Fauna que proíbe a perseguição e

destruição de espécies da fauna silvestre em extinção. O artigo 27º desta Lei, com a

redação que lhe foi dada pela Lei Federal n° 7.653/88, torna esse ato em crime

inafiançável.

Portaria n° 1.522/89 do IBAMA em seu artigo 1º torna conhecida a lista oficial

de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção e no artigo 2° estabelece que os

animais nela constantes gozem de proteção integral.

Portaria n° 006/92-N do IBAMA em relação à flora, que além dos dispositivos

legais citados, reconhece em seu artigo 1º as espécies da flora brasileira ameaçadas de

extinção.

Resolução CONAMA n° 001/86 em seu artigo 6º, inciso I, item b, que

estabelece que a presença de espécies ameaçadas de extinção em Área de Preservação

Ambiental exige o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental

(EIA/RIMA) para o licenciamento de qualquer obra naquela área.

52

Page 53: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Artigo I

ANÁLISE FLORÍSTICA DE MAGNOLIOPHYTA DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA,

NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido ao Morphology, Distribution, Functional Ecology of Plants

53

Page 54: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Análise Florística de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Análise florística de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). O Parque Estadual da Serra da Tiririca está inserido na porção costeira da Serra do Mar do estado do Rio de Janeiro entre os municípios de Niterói e Maricá (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). A vegetação corresponde à floresta ombrófila densa submontana e afloramentos rochosos presentes nos inselbergs do Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas. É uma região com elevada riqueza florística que está bastante ameaçada pela ação humana. O inventário florístico registrou 926 espécies de Magnoliophyta pertencentes a 436 gêneros e 99 famílias, além de 122 espécies consideradas ruderais. Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae (87 spp.), Myrtaceae (58 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (34 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Asteraceae (26 spp.) e Solanaceae (26 spp.). As plantas arbóreas representam 35,5% da flora, seguido de trepadeiras (21,1%), ervas (18,1%), arbustos (17,3%), epífitas (4,9%), hemiepífitas (1,8%) e parasitas (0,3%).

Palavras chaves: Mata Atlântica, diversidade, flora, afloramento rochoso

ABSTRACT- (Floristic analyses of Magnoliophyta from the Serra da Tiririca State Park, Brazil: Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). Serra da Tiririca State Park is located on the coast of the Serra do Mar in Rio de Janeiro between Niterói and Maricá municipal districts (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). The vegetation is dense ombrophilous forest and rocky outcrops on the inselbergs of Alto Mourão, Costão de Itacoatiara and Morro das Andorinhas. It is a region with high floristic richness that is truely endangered by the human activities. The floristic inventory registered 926 species of Magnoliophyta belonging to 436 genera and 99 families and 122 weedy species. The following families are important for their species richness: Leguminosae (87 spp.), Myrtaceae (58 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae (41 spp.), Sapindaceae (34 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.), Asteraceae (26 spp.) and Solanaceae (26 spp.). Trees represent 35.5% of the flora, followed by climbers (21.1%), herbs (18.1%), shrubs (17.3%), epiphytes (4.9%), hemiepiphytes (1.8%) and parasites (0.3%).

Key words: Atlantic Forest, diversity, flora, rock outcrop

INTRODUÇÃO

A flora do estado do Rio de Janeiro vem sendo investigada desde o século XVI,

quando os primeiros naturalistas começaram a coletar exemplares nas matas fluminenses

(Guedes-Bruni & Peixoto 2003). Descobriram uma série de novas espécies representativas

da diversidade florística da Mata Atlântica. Os primeiros trabalhos publicados enfocaram a

porção serrana da Serra do Mar, mais especificamente a Serra dos Órgãos (Veloso 1945;

Rizzini 1953/54) e a Serra da Mantiqueira em Itatiaia (Brade 1956). Contudo, apenas nos

últimos 30 anos, esses estudos se intensificaram. Foram feitos esforços de coletas em

inventários florísticos realizados nas serranias da Serra do Mar, onde as florestas

encontram-se mais preservadas (Lima & Guedes-Bruni 1994; Lima & Guedes-Bruni 1996;

Lima & Guedes-Bruni 1997). A vegetação litorânea foi explorada principalmente em

relação às restingas (Ule 1967; Araujo & Henriques 1984; Oliveira & Araujo 1988; Silva

& Somner 1989; Sá 1992; Sá 1996; Montezuma 1997; Araujo et al. 1998; Araujo 2000;

54

Page 55: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Pereira & Araujo 2000; Fernandes & Sá 2000; Costa & Dias 2001; Cordeiro 2005; Sá

2006).

A diversidade florística da floresta ombrófila densa na região litorânea da Serra do

Mar é evidenciada nos estudos realizados em remanescentes florestais localizados

principalmente em Unidades de Conservação: Floresta da Tijuca (Mattos et al. 1976;

Santos 1976; Silva et al. 1994; Marquete et al. 2001), Maciço da Pedra Branca (Oliveira &

Costa 1985; Peixoto et al. 2004; Solórzano 2006), Reserva Biológica do Tinguá

(Rodrigues 1996; Braz et al. 2004; Lima 2008), Área de Proteção Ambiental de Cairuçu

(Marques 1997; Marques et al. 1997). Nas florestas de terras baixas destacam-se os

trabalhos na Reserva Biológica de Poço das Antas (Lima et al. 2006; Lima et al. 2008).

Em relação às florestas estacionais semideciduais foram realizados estudos florísticos em

Bom Jesus de Itabapoana (Carauta et al. 1989), na Área de Proteção Ambiental de

Sapiatiba (Sá 2006) e Área de Proteção Ambiental do Pau-brasil (Farág 1999).

Na Serra da Tiririca foram realizados estudos principalmente no complexo formado

pelo Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas (Araujo & Vilaça 1981),

onde são encontrados os afloramentos rochosos. Santos & Lima (1998) fizeram uma

avaliação simplificada da vegetação do PEST em uma pequena localidade do Morro do

Telégrafo. No Alto Mourão Lopes (1992) registrou a presença de 308 espécies

pertencentes a 75 famílias, sendo, em sua maioria, de ocorrência restrita à Mata Atlântica.

A partir dessa listagem foi dado um enfoque sobre a utilização econômica das plantas

medicinais (Lopes & Andreata 1989, 1990, 1991, 1992) e ornamentais (Lopes et al. 2004).

As informações desses trabalhos foram importantes subsídios para criação do Parque

Estadual da Serra da Tiririca em 1991.

No Costão de Itacoatiara foram analisados outros aspectos da flora nos trabalhos de

Reinert & Meirelles (1993), Arruda (1994), Meirelles et al. (1999), Santos et al. (2005)

Santos & Sylvestre (2006) e Ribeiro et al. (2007). Leme & Rezende (2001) descreveram

uma nova espécie de bromélia endêmica do entorno da Baía de Guanabara, Vriesea costae

Leme & B.R. Silva, encontrada no paredão íngreme voltado para a Praia de Itacoatiara.

Também foram estudadas com mais detalhes as famílias Orchidaceae (Pinheiro 1999) e

Euphorbiaceae (Pinto 2004). Oliveira-e-Silva (2002) coordenou o projeto de levantamento

de criptógamas do PEST, onde foram listadas 92 espécies de briófitas, 69 de pteridófitas e

92 de macroalgas bentônicas.

55

Page 56: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Apesar de todos esses trabalhos ficou uma grande lacuna de conhecimento sobre a

flora da Serra da Tiririca, uma vez que apenas uma pequena porção dessa área foi

estudada. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo realizar o inventário mais amplo

das espécies de Magnoliophyta ocorrentes na área de estudo.

METODOLOGIA

O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) está localizado entre os municípios

de Niterói e Maricá, estado do Rio de Janeiro (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). Foi

criado pela Lei Estadual nº 1901/91 de 29 de novembro de 1991, tendo seus “limites em

estudo” estabelecidos pelo Decreto nº 18.598 de 19 de maio de 1993 para uma área de

2.400 ha (Pontes 1987). A Lei Estadual nº 5079 de 03 de setembro de 2007 estipulou os

limites definitivos com duas partes continentais (Serra da Tiririca e Morro das Andorinhas)

e uma marinha (Enseada do Bananal) numa área de 2.077 ha. Em 1992 foi considerado

pela UNESCO como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. O PEST é

formado por um conjunto de montanhas com altitude média aproximada em torno de 250

m: Pedra do Elefante (412 m), Morro do Telégrafo (387 m), Alto Mourão (369 m), Morro

do Catumbi (344 m), Morro da Serrinha (277 m), Morro do Cordovil (256 m), Costão de

Itacoatiara (217 m), Morro da Penha (128 m) (Barros & Seoane 1999) e Morro das

Andorinhas (196 m), incluído no Parque em 2007. Apresenta rochas do período Pré-

Cambriano com cerca de 600 milhões de anos, compreendendo as unidades geológicas

gnaisse facoidal e Cassorotiba (Penha 1999). Os solos são do tipo alissolo crômico,

luvissolo hipocrômico, neossolo litólico e formações turfosas (Multiservice 1995),

adaptado de acordo com a classificação de solos proposta por Zimback (2003). Na

classificação de Köppen o clima é do tipo Aw, ou seja, quente e úmido, com estação

chuvosa no verão e seca no inverno (maio e junho). A estação chuvosa inicia-se na

primavera, culminando no verão nos meses de dezembro e janeiro, quando ocorre intensa

precipitação pluviométrica, correspondendo a 60% do total anual, porém não excede 171

mm/mês. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas. Contudo em março, devido à

chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A menor precipitação se dá nos

meses de julho e agosto, quando fica abaixo de 60 mm. A temperatura média está em torno

de 22o C, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes e o mais frio em junho. O vento

predominante é o nordeste (Bernardes 1952). A Serra da Tiririca está inserida no bioma

Mata Atlântica, sendo a vegetação classificada por Veloso et al. (1991), como floresta

56

Page 57: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ombrófila densa, com extensas áreas cobertas pela formação submontana em vários

estádios sucessionais. Nos afloramentos rochosos de gnaisse facoidal observa-se uma

vegetação típica de ambientes sujeitos a escassez de água (Barros & Seoane 1999). Grande

parte da vegetação corresponde a formações secundárias, mas é possível encontrar

fragmentos de vegetação em estádios sucessionais mais avançados. A região foi ocupada

por antigas fazendas do século XVIII e passou por vários ciclos econômicos que alteraram

a vegetação original. Atualmente vem sofrendo o impacto de ocupação pela especulação

imobiliária.

O levantamento florístico das Magnoliophyta foi realizado através de coletas

mensais nas várias áreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) no período de

março/1997 a junho/2007. Essas coletas foram feitas pela equipe do Laboratório de

Biodiversidade – Botânica Taxonômica da Faculdade de Formação de Professores da

UERJ, referentes ao projeto “Flórula do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e

Maricá, RJ”. Também foram realizados levantamentos nos Herbários do Jardim Botânico

do Rio de Janeiro (RB), Alberto Castellanos - FEEMA (GUA), Bradeanum (HB) e Santa

Úrsula (RUSU). As plantas foram coletadas e herborizadas segundo técnicas usuais

utilizadas em inventários florísticos (Guedes-Bruni et al. 2002). O material testemunho foi

incorporado aos Herbários da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (RFFP) e

do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB).

As espécies foram identificadas através de bibliografia especializada, comparações

com os acervos dos Herbários RB, GUA, HB e RUSU, além de consultas aos taxonomistas

especialistas. Seguiu-se o sistema de Cronquist (1988) para organização das famílias,

exceto Leguminosae que foi tratada como uma única família como proposto por Polhill et

al. (1981). A correção ortográfica e taxonômica das espécies foi feita acessando bancos de

dados do Royal Botanic Garden - Kew (International Plant Names Index 2004), Missouri

Botanical Garden (W3Tropicos 2006) e The New York Botanical Garden (2006).

Na análise desse trabalho foram consideradas apenas as espécies não ruderais e

aquelas identificadas até nível de gênero, específico e infra-específico. As espécies

ruderais ou invasoras foram separadas de acordo com Kissmann (1997), Kissmann &

Groth (1995) e Kissmann & Groth (1999) e são apresentadas numa tabela à parte.

57

Page 58: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Os dados sobre formas de crescimento das plantas foram obtidos através de

observações em campo e complementados, quando necessário, com informações de

etiquetas do material herborizado dos Herbários RFFP, RB e GUA, além de consultas a

bibliografia especializada. Espécies que exibem mais de uma forma de vida foram

colocadas na categoria onde comumente são mais observadas no PEST. As categorias

consideradas nesse estudo seguem o trabalho de Lima & Guedes-Bruni (1997):

Árvore - planta lenhosa com mais de 3,0 m de altura, tronco bem definido,

ramificações acima da base e sistema radicular fixado no solo durante todo ciclo de vida.

Arbusto- planta lenhosa com até 3,0 m de altura, que se ramifica desde a base e

possui sistema radicular fixado no solo durante todo ciclo de vida.

Erva – planta herbácea de pequeno porte, com sistema radicular fixado no solo

durante todo ciclo de vida.

Trepadeira – planta com ramos flexíveis que se apóiam sobre suportes,

passivamente ou por meio de órgãos preensores. O sistema radicular permanece fixado ao

solo durante todo ciclo de vida (inclui os arbustos escandentes).

Epífita – planta em geral herbácea que desenvolve todo o seu ciclo de vida sobre

outro vegetal, utilizando-o apenas como suporte e com sistema radicular não fixado no

solo.

Hemi-epífita – planta lenhosa ou herbácea, cujo ciclo de vida é composto por uma

fase epífita e outra terrestre.

Parasita: planta herbácea ou lenhosa que cresce sobre outro vegetal nutrindo-se de

sua seiva. Foram incluídas nessa categoria espécies saprófitas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Riqueza Taxonômica

Os estudos na área do PEST tiveram início a partir de uma listagem preliminar com

351 espécies, baseada em trabalhos de Araujo & Vilaça (1981), Meirelles et al. (1999) e

Lopes (1992), além de coletas aleatórias realizadas pela autora a partir de 1992. Esses

trabalhos enfocaram principalmente as regiões onde estão localizados os inselbergs do

PEST na entrada da Baía de Guanabara. Dessa forma, a maior parte da Serra da Tiririca era

desconhecida sob o ponto de vista da riqueza florística. A partir de 1997 a equipe do

Laboratório de Biodiversidade – Botânica Taxonômica da UERJ-FFP-DCIEN iniciou um

58

Page 59: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

levantamento florístico mais apurado, concentrando as coletas no Costão de Itacoatiara,

Enseada do Bananal e Córrego dos Colibris (Morro do Telégrafo). Somente em 2000 o

trabalho foi estendido para outras áreas do PEST abrangendo o Morro do Telégrafo nas

vertentes de Niterói e Maricá, Morro do Cordovil, Morro da Serrinha e Morro do Catumbi.

No presente estudo foram coletados cerca de 4.000 espécimes, sendo registradas

1.048 espécies de Magnoliophyta (Anexo I). Dessa listagem 99% foram identificados em

nível de espécie e 1% em nível de gênero. Cinco espécies ficaram identificadas apenas até

família (três Capparaceae, uma Cucurbitaceae e uma Commelinaceae) e cinco espécies

permaneceram sem identificação. Essas não foram computadas na listagem final de

espécies do PEST. Do total, 122 foram consideradas espécies ruderais (Anexo II). Essas

espécies estão presentes principalmente nas áreas mais próximas as casas e de sítios

abandonados ou não, onde a ocupação antrópica se faz mais presente. Sendo assim, a

composição florística conta com 926 espécies de Magnoliophyta, incluindo um híbrido

(Bromeliaceae), 436 gêneros e 99 famílias (Anexo I). Com os resultados atuais houve um

incremento de 67% no conhecimento sobre a flora do PEST. Essa alta riqueza de espécies

é resultado da heterogeneidade ambiental da Serra da Tiririca, que apresenta encostas

íngremes, vales profundos e afloramentos rochosos.

Foram registradas seis espécies novas para a ciência: quatro Myrtaceae do gênero

Eugenia (M. Sobral & M. Souza comunicação pessoal), uma Marantaceae do gênero

Calathea (Braga 2008) e uma Bromeliaceae, Vriesea costae E. Leme & B.R. Silva (Leme

& Rezende 2001). Foi descrito um híbrido natural de bromélia entre as espécies

Hohenbergia augustae e Aechmea ramosa var. ramosa para o Morro das Andorinhas,

Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa (Sousa et al. 2003).

Destacam-se as seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae (87

spp.), Myrtaceae (58 spp.), Rubiaceae (54 spp.), Euphorbiaceae (42 spp.), Bromeliaceae

(41 spp.), Sapindaceae (34 spp.), Bignoniaceae (29 spp.), Orchidaceae (28 spp.),

Asteraceae (26 spp.) e Solanaceae (26 spp.) (Figura 1). Essas famílias juntas representam

46% da riqueza de espécies do PEST. Na mesma análise feita para as dez principais

famílias nas demais áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro (Tabela 1), esse valor

variou entre 38% (Entorno do Jardim Botânico) e 48% (Centro de Diversidade Vegetal de

Cabo Frio e REBIO de Poço das Antas). O alto valor apresentado pela localidade de Macaé

de Cima (62%) foi fortemente influenciado pela riqueza florística de Orchidaceae. As

59

Page 60: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

famílias Myrtaceae, Leguminosae, Rubiaceae, Euphorbiaceae estão entre as sete famílias

com maior riqueza de espécies arbustivo-arbórea da Mata Atlântica no estado do Rio de

Janeiro (Guedes-Bruni & Peixoto 2003) e também se destacam no PEST.

Figura 1: As famílias com maior riqueza de espécies no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Em todas as áreas bem estudadas floristicamente no estado do Rio de Janeiro

foram citadas as famílias Leguminosae, Myrtaceae e Rubiaceae entre as 10 famílias mais

representativas em diferentes formações vegetais (Tabela 1). Também são as famílias mais

ricas em espécies nas restingas fluminenses (Araujo 2000). Juntas representam 21% das

espécies do PEST e nas demais áreas esse valor varia entre 15% (Macaé de Cima) e 27%

(Poço das Antas). Correspondem às três principais famílias na floresta ombrófila em

baixas altitudes. Leguminosae e Myrtaceae são consideradas as famílias mais

representativas na Mata Atlântica s.l. do sudeste brasileiro, no que se refere às formações

ombrófilas e semideciduais (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Também se destacam nas

florestas tropicais de terras baixas e áreas sazonalmente secas no Neotrópico (Gentry

1982, 1988, 1995). Rubiaceae, em terceiro lugar dentre as famílias mais ricas do PEST, é

considerada a terceira família mais rica em espécies lenhosas nas florestas neotropicais

(Gentry 1995). No estado do estado do Rio de Janeiro também é a terceira família em

número de gêneros com representantes arbóreos e arbustivos (Vaz 1992).

60

Page 61: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Tabela 1: As dez famílias com maior riqueza de espécies nas áreas bem estudadas florísticamente no estado do Rio de Janeiro, Brasil. *CDVCF= Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio

LOCALIDADE TIPOS DE VEGETAÇÃO FAMÍLIAS MAIS RICAS spp.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARNA de Jurubatiba

Macaé, Carapebus e Quissamã

(n= 588)

RestingaLeguminosaeAsteraceaeCyperaceaeRubiaceaeEuphorbiaceaePoaceaeMyrtaceaeBromeliaceaeOrchidaceaeSolanaceae

44313029232221191515

42%

Araujo et al. (2001)

CDVCF *

Armação de Búzios, Cabo Frio, São Pedro d’ Áldeia, Arraial do Cabo

(n= 1.184)

Restinga

Floresta estacional semidecidual

Vegetação arbustiva dos morros

LeguminosaeMyrtaceaeOrchidaceaeRubiaceaeAsteraceaeBromeliaceaeEuphorbiaceaeSapindaceaePoaceaeBignoniaceae

117826762544542353330

48%

Sá (2006)

Macaé de Cima

Nova Friburgo

(n=1.023)

Floresta ombrófila densa montana e altomontana

OrchidaceaeMelastomataceaeRubiaceae LeguminosaeMyrtaceaeBromeliaceaeLauraceaeAsteraceaeSolanaceaePiperaceae

229735351474644422922

62%

Lima & Guedes-Bruni (1997)

REBIO de Poço das Antas

Silva Jardim

(n=751)

Floresta ombrófila densa de terras baixas

LeguminosaeMyrtaceaeRubiaceaeMelastomataceaeLauraceaeBignoniaceaeEuphorbiaceaeMoraceaePiperaceaeBromeliaceae

89783627252521212219

48%

Lima et al. (2006)Lima et al. (2008)

Entorno do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

(n=431)

Floresta ombrófila densa submontanaRubiaceaeLeguminosaeOrchidaceaePiperaceaeAraceaeEuphorbiaceaeBignoniaceaeMyrtaceaeMelastomataceaeBromeliaceaeMonimiaceae

2822201615141310888

38%

Marquete et al. (2001)

APA de Cairuçu

Paraty

(n= 972)

Restinga

Manguezal

Floresta ombrófila densa submontana e montana

MyrtaceaeLeguminosae RubiaceaeOrchidaceaePiperaceaeSolanaceaeEuphorbiaceaeAsteraceaeBromeliaceaeBignoniaceae

72635854463029272726

44%

Marques et al. (1997)

PEST

Niterói e Maricá

(n= 924)

Floresta ombrófila densa submontanaLeguminosaeMyrtaceaeRubiaceaeEuphorbiaceaeBromeliaceaeSapindaceaeBignoniaceaeOrchidaceaeSolanaceaeAsteraceae

87585442413429282626

46%

ESSE ESTUDO

61

Page 62: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Leguminosae é predominante principalmente nas regiões mais litorâneas e foi a

família mais rica em espécies no PEST. É considerada uma das mais amplamente

distribuídas nas regiões tropicais, estando entre as três maiores famílias de fanerógamas em

número de espécies. No Brasil são catalogados cerca de 188 gêneros com 2.100 espécies,

com grande representatividade na Mata Atlântica, principalmente no que se refere ao

extrato arbóreo (Lima 2000). Tal fato também foi observado por Forero & Gentry (1988)

nas florestas tropicais. Estudos realizados por Siqueira (1994) com espécies arbóreas da

Mata Atlântica em 63 localidades registraram 101 táxons para a família. A região Sudeste

apresentou um número significativo de espécies (158 spp.) em relação à região Sul (23

spp.), mostrando uma diminuição da riqueza de espécies em latitudes mais altas. Esse

mesmo padrão foi observado em análise realizada nas restingas fluminenses (Araujo 2000).

Myrtaceae é uma família essencialmente pantropical e subtropical, com grande

diversidade na região Neotropical e na Austrália. No Brasil ocorrem 23 gêneros e

aproximadamente 1.000 espécies (Souza & Lorenzi 2005). No PEST ocorrem 58 táxons,

incluindo quatro novas espécies para a ciência. A importância dessa família para a Mata

Atlântica é mostrada no estudo de Mori et al. (1983) na região sul da Bahia e nos

inventários florísticos realizados no Rio de Janeiro (Tabela 1). O CDVCF apresenta o

maior número de espécies, seguido de Poço das Antas, Cairuçu, PEST e Macaé de Cima.

Análise feita por Oliveira-Filho & Fontes (2000) mostra que Myrtaceae apresenta-se 40%

mais rica nas florestas ombrófilas do que em florestas semideciduais. Tal fato não é

corroborado pelos dados mostrados por Sá (2006), uma vez que as florestas do CDVCF

são semideciduais e possui maior riqueza de espécies de Myrtaceae que as demais áreas

analisadas da floresta ombrófila densa.

Euphorbiaceae é a quarta família com maior riqueza de táxons no PEST com 42

espécies, além de outras 14 ruderais. Juntamente com o CDVCF apresenta maior riqueza

de espécies para a família nas áreas analisadas (Tabela 1). Apenas em Macaé de Cima não

aparece entre as 10 famílias mais importantes. É bem representada nos levantamentos de

0,1 ha realizados por Gentry (1995), principalmente em formações estacionais

neotropicais.

Bromeliaceae e Orchidaceae são famílias essencialmente herbáceas que também se

destacaram no PEST e nas demais áreas avaliadas. Estão entre as cinco famílias mais ricas

em espécies da flora brasileira. Isso se deve a grande capacidade de se adaptar a diferentes

62

Page 63: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

situações ambientais, podendo ser terrestres, epífitas, rupícolas, saxícolas e paludosas

(Giulietti et al. 2005). Bromeliaceae tem maior representatividade nas Restingas e Mata

Atlântica do que em outros biomas brasileiros (Araujo 2000). Destaque também para seu

expressivo valor ecológico, devido à interação com a fauna (Martinelli et al. 2008).

Fontoura et al. (1991) mostraram a grande riqueza de espécies e padrões de endemismo

dessa família na flora do estado do Rio de Janeiro, sobretudo na Mata Atlântica. Cerca de

82% das espécies brasileiras ocorrem nesse bioma, sendo muitas delas endêmicas. O

grande endemismo da família na Mata Atlântica faz com que essa região seja considerada

um dos principais centros de diversidade de Bromeliaceae (Martinelli et al. 2008).

O PEST apresenta o terceiro lugar em riqueza de espécies de Bromeliaceae das

áreas mais bem estudadas floristicamente do estado do Rio de Janeiro. Das 803 espécies

registradas para Mata Atlântica (Martinelli et al. 2008) 5,1% estão representadas no PEST.

Tal fato se deve, em grande parte, a ocorrência de vários táxons nos inselbergs do Costão

de Itacoatiara e Alto Mourão e Morro das Andorinhas ou sobre afloramentos rochosos no

interior da mata. As espécies que ocorrem nesses ambientes correspondem a 61% das

bromélias do PEST, sendo 46% exclusivas dos afloramentos rochosos. Fontoura et al.

(1991) relacionaram 314 espécies para o estado do Rio de Janeiro e, quando comparadas

com os dados do PEST, verificam-se 14 ocorrências novas das 41 amostradas. Isso

demonstra a falta de conhecimento florístico das florestas ombrófilas densas litorâneas

fluminenses.

Orchidaceae apresenta ampla distribuição cosmopolita, principalmente nas regiões

tropicais (Christenson 2004). No Brasil estima-se 195 gêneros e 2.400 espécies (Souza &

Lorenzi 2005), com grande riqueza de espécies na Mata Atlântica, que é um dos centros de

diversidade da família (Barros 1996). No estado do Rio de Janeiro é bastante representativa

em regiões serranas com maior pluviosidade como Macaé de Cima. Tal fato também é

observado em outras regiões tropicais e subtropicais, visto a riqueza de espécies diminui

das áreas montanhosas para as de baixadas (MacQueen & MacQueen 1993). Em

levantamento feito por Vaz (1992), embora antigo, demonstra a importância dessa família

na flora do estado do Rio de Janeiro. Apresenta o maior número de gêneros, sendo os

principais representantes epífitos. No PEST ocorrem apenas 28 espécies, o que

corresponde a 3,3% da riqueza da flora local. Cerca de 74% dessas espécies estão

associadas aos afloramentos rochosos, sendo 50% exclusivas desses ambiente.

63

Page 64: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Asteraceae está entre as 10 famílias com maior riqueza de espécies nos inventários

florísticos que constam da Tabela 1. É cosmopolita, correspondendo a uma das maiores

famílias dentre as Magnoliophyta. No Brasil apresenta 300 gêneros e 2.000 espécies, sendo

bem representada principalmente no Cerrado em áreas mais abertas (Souza & Lorenzi

2005). No PEST ocorrem 26 espécies, além de outras 20 espécies ruderais. Na área de

estudo é caracterizada principalmente por plantas herbáceas. Solanaceae é a décima família

com maior número de espécies no PEST (Tabela 1), tendo representantes arbóreos,

arbustivos, herbáceos, trepadeiras e uma hemi-epífita. É cosmopolita, contudo apresenta

grande riqueza de espécies na região Neotropical (Souza & Lorenzi 2005). Destaca-se

também em Cairuçu, Macaé de Cima e em Jurubatiba, principalmente na floresta ombrófila

densa.

Sapindaceae e Bignoniaceae estão bem representadas na flora do PEST,

principalmente por espécies trepadeiras. Essas famílias são muito expressivas em regiões

de baixa altitude nas Américas, dessa forma prevalecendo nos levantamentos florísticos em

florestas tropicais (Gentry 1991). Além do PEST, se destacaram apenas no CDVCF e, com

menor riqueza, em Poço das Antas. Esse fato pode estar relacionado à metodologia

utilizada para análise estrutural da vegetação (Barros & Araujo Capítulo 5), já que no

PEST e CDVCF o levantamento quantitativo em 0,1 ha incluiu as trepadeiras. Dessa

forma, houve um incremento das informações florísticas dessa forma de vida.

Embora Lauraceae não seja uma família de destaque no PEST, possui grande

riqueza de espécies principalmente em florestas mais preservadas da região Sudeste-Sul. O

estado do Rio de Janeiro apresenta cerca de 109 espécies distribuídas em 16 gêneros, que

ocorrem principalmente na floresta ombrófila densa e restingas (Quinet 2005). O PEST

conta apenas com 18% das espécies fluminenses. Lauraceae e Melastomataceae são mais

expressivas nas florestas com maiores altitudes como em Macaé de Cima.

As famílias com mais de 10 gêneros perfazem 41% do total da flora do PEST:

Leguminosae (38 gên.), Rubiaceae (21 gên.), Euphorbiaceae (22 gên.), Orchidaceae (20

gên.), Asteraceae (18 gên.), Bignoniaceae (16 gên.) e Bromeliaceae (14 gên.) (Figura 1).

Nessa análise apenas sete famílias se destacam, sendo que Myrtaceae e Sapindaceae,

importantes quanto à riqueza de espécies, são excluídas nesse momento. Essas famílias

apresentam um grande número de espécies, contudo distribuídas em poucos gêneros.

64

Page 65: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Os gêneros com maior número de espécies no PEST são: Eugenia (29 spp.),

Psychotria (16 spp.), Solanum (16 spp.), Anthurium (12 spp.), Rudgea (11 spp.),

Dioscorea (10 spp.), Machaerium (10 spp.), Myrcia (10 spp.) e Passiflora (10 spp.).

Eugenia, Psychotria e Solanum estão entre os maiores gêneros do mundo com mais de

1.000 espécies. Segundo Oliveira-Filho & Fontes (2000) Eugenia é um dos principais

gêneros em número de espécies arbóreas, tanto em florestas ombrófilas densas quanto em

florestas estacionais. Também destacam outros gêneros de Myrtaceae como Myrcia,

Marlierea e Gomidesia em altas e baixas altitudes. Embora Marlierea também tenha

representante no PEST não apresenta número significativo de espécies. Psychotria e

Rudgea também predominam nas florestas ombrófilas e estacionais. Solanum é o terceiro

gênero mais importante no PEST, em Cairuçu e nas restingas fluminenses. Na avaliação de

Oliveira-Filho & Fontes (2000) esse gênero tem destaque nas florestas estacionais e

florestas ombrófilas densas montanas.

Formas de Crescimento

Em relação às formas de crescimento a maior percentagem obtida foi para

espécies arbóreas (35,5%), seguido de trepadeiras (22,1%), ervas (18,1%), arbustos

(17,3%), epífitas (4,9%), hemi-epífitas (1,8%) e parasitas (0,3%) (Tabela 2). Há um

predomínio de espécies arbóreas, ao contrário do que é observado nas restingas, onde

nenhuma forma de vida se destaca em relação à outra (Araujo 2000).

Tabela 2: Espécies, gêneros e famílias de Magnoliophyta por forma de crescimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

FORMAS DE VIDA ESPÉCIES GÊNEROS FAMÍLIAS

Árvores 329 164 53Trepadeiras 205 103 37Ervas 167 106 29Arbustos 160 80 36Epífitas 45 23 6Hemi-epífitas 17 7 3Parasitas 3 2 2

ÁRVORES

65

Page 66: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

No PEST foram levantadas 329 espécies arbóreas, pertencentes a 165 gêneros e 53

famílias. As famílias com maior número de espécies arbóreas são: Myrtaceae (55 spp.),

Leguminosae (50 spp.), Lauraceae (20 spp.), Euphorbiaceae (15 spp.), Sapindaceae (12

spp.), Meliaceae (12 spp.), Moraceae (11 spp), Rutaceae (11 spp.) e Sapotaceae (10 spp.)

(Figura 2). Nessas nove famílias estão concentradas 59,6% das espécies arbóreas

amostradas. A riqueza de gêneros e espécies das demais famílias com representantes

arbóreos consta da Tabela 3.

Figura 2: Famílias com maior riqueza de gêneros e espécies arbóreas de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Os gêneros mais representativos dessa forma de crescimento são: Eugenia (29

spp.), Inga (10 spp.), Myrcia (10 spp.), Ocotea (8 spp.), Ficus (8 spp.) e Trichilia (7 spp.).

Esses gêneros são bem característicos da Mata Atlântica. Ocotea, por exemplo, apresenta

95% das espécies nesse bioma (Siqueira 1994), porém é mal representado nas florestas dos

maciços costeiros (Araujo et al. 1998). No estado do Rio de Janeiro ocorrem 52 espécies,

muitas agrupadas em complexos que necessitam de melhor delimitação (Quinet 2005). Nos

levantamentos florísticos Ocotea foi relevante em Macaé de Cima (25 spp.) e no CDVCF

(14 spp.). Eugenia e Inga são o segundo e terceiro gênero respectivamente de maior

ocorrência na Mata Atlântica. Também com destaque Myrcia, outro gênero importante

para essa formação florestal (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Ficus ocorre principalmente

sobre afloramentos rochosos no interior da mata, tendo um papel muito importante na

estabilização dos matacões e na colonização por espécies herbáceas desse ambiente.

66

Page 67: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Tabela 3: Número de gêneros e espécies/infra-espécies arbóreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros EspéciesANACARDIACEAE 5 9ANNONACEAE 5 5APOCYNACEAE 4 6ARALIACEAE 1 1ARECACEAE 5 6ASTERACEAE 2 2BIGNONIACEAE 4 5BOMBACACEAE 4 6BORAGINACEAE 1 7BURSERACEAE 1 1CACTACEAE 1 1CAPPARACEAE 1 1CECROPIACEAE 2 3CELASTRACEAE 1 5CHRYSOBALANACEAE 1 2CLUSIACEAE 4 7CUNONIACEAE 1 1DICHAPETALACEAE 1 1ELAEOCARPACEAE 1 3ERYTHROXYLACEAE 1 4EUPHORBIACEAE 11 15FLACOURTIACEAE 3 7HIPPOCRATEACEAE 1 1LACISTEMATACEAE 1 2LAURACEAE 7 20LECYTHIDACEAE 3 3LEGUMINOSAE 24 50MALPIGHIACEAE 1 1MELASTOMATACEAE 2 7MELIACEAE 4 12MONIMIACEAE 1 1MORACEAE 4 11MYRISTICACEAE 1 1MYRSINACEAE 1 2MYRTACEAE 8 55NYCTAGINACEAE 1 1OCHNACEAE 1 1OLACACEAE 1 1POLYGONACEAE 2 2PHYTOLACCACEAE 2 2PROTEACEAE 1 1RUBIACEAE 8 9RUTACEAE 9 11SAPINDACEAE 5 12SAPOTACEAE 5 10SIMAROUBACEAE 1 1SOLANACEAE 2 2STECULIACEAE 2 2TILIACEAE 1 1ULMACEAE 2 5URTICACEAE 1 1VERBENACEAE 2 2VOCHYSIACEAE 1 1TOTAL 165 329

67

Page 68: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

São observadas espécies arbóreas emergentes nos de topos de morros. Entre essas

destacam-se Cariniana legalis, Miconia cinnamomifolia, Cabralea canjerana e Cordia

trichotoma, que podem chegar a mais de 30 m de altura. Em algumas áreas da cumeeira do

Morro do Telégrafo é comum observá-las em destaque por certo tempo e posteriormente

tombam abrindo grandes clareiras. Tal fato está relacionado ao desmatamento em áreas

mais baixas que vão deixando essas árvores sujeitas aos evidentes efeitos de borda. Em

regiões de solos mais rasos e afloramentos rochosos destaca-se uma palmeira típica da

região, Syagrus romanzoffiana, muito comum nas encostas do Morro das Andorinhas e

Alto Mourão.

TREPADEIRAS

Excluindo as plantas ruderais foram levantadas no PEST 205 espécies de

trepadeiras (lenhosas e herbáceas), pertencentes a 103 gêneros e 36 famílias (Tabela 4). As

famílias mais representativas dessa forma de crescimento são: Leguminosae (28 spp.),

Bignoniaceae (22 spp.), Sapindaceae (21 spp.), Malpighiaceae (19 spp.), Dioscoreaceae

(11 spp.), Cucurbitaceae (10 spp.), Apocynaceae (9 spp.), Passifloraceae (9 spp.),

Convolvulaceae (9 spp.) e Euphorbiaceae (8 spp.) (Figura 3). Essas famílias correspondem

a 71% das trepadeiras inventariadas. As trepadeiras lenhosas são 61% das espécies

amostradas e as herbáceas 39%.

Tabela 4: Número de gêneros e espécies/infra-espécies de trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros Espécies

AMARANTHACEAE 2 3

APOCYNACEAE 5 9

ARECACEAE 1 1

ARISTOLOCHIACEAE 2 4

ASCLEPIADACEAE 5 6

ASTERACEAE 2 3

BIGNONIACEAE 12 22

BORAGINACEAE 1 1

CACTACEAE 1 1

CAPPARACEAE 1 1

CONNARACEAE 1 2

CONVOLVULACEAE 5 9

CUCURBITACEAE 4 10

DILLENIACEAE 1 1

EUPHORBIACEAE 3 8

DIOSCOREACEAE 1 11

HIPPOCRATEACEAE 1 1

ICACINACEAE 1 1

LEGUMINOSAE 16 28Famílias Gêneros Espécies

LILIACEAE 2 2

LOGANIACEAE 1 1

MALPIGHIACEAE 8 19

MARCGRAVIACEAE 1 1

MENDONCIACEAE 1 1

68

Page 69: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

MENISPERMACEAE 6 6

NYCTAGINACEAE 3 3

PASSIFLORACEAE 1 9

POACEAE 1 1

POLYGALACEAE 1 2

RHAMNACEAE 1 1

RUBIACEAE 3 3

SAPINDACEAE 4 21

SMILACACEAE 1 3

SOLANACEAE 1 1

TRIGONIACEAE 1 3

VIOLACEAE 1 1

VITACEAE 1 5

Total 103 205

Figura 3: Famílias com maior riqueza de gêneros e espécies de trepadeiras de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

A forma de crescimento trepadeira se destacou no PEST e será tratada a parte no

capítulo III dessa Tese. No estado do Rio de Janeiro as trepadeiras foram abordadas com

maior ênfase apenas na flora da Reserva Ecológica de Macaé de Cima (Lima et al. 1997).

ERVAS

O componente herbáceo normalmente é mal representado nos inventários

florísticos, porém são relevantes sob o ponto de vista da diversidade biológica. A

predominância dessa forma de crescimento ocorre principalmente em áreas abertas como

no cerrado s.l. (Mendonça et al. 1998), campos sulinos e campos de altitude. No PEST

caracterizam os afloramentos rochosos, onde formam ilhas de vegetação. Foram levantadas

167 espécies herbáceas, pertencentes a 106 gêneros e 29 famílias.

69

Page 70: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

As famílias com maior riqueza de espécies são: Bromeliaceae (21 spp.), Asteraceae

(20 spp.), Orchidaceae (15 spp.), Acanthaceae (14 spp.), Cyperaceae (11 spp), Marantaceae

(11 spp.), Poaceae (10 spp.) e Araceae (9 spp.) (Figura 4). Essas oito famílias representam

66,5% das espécies herbáceas amostradas. A riqueza de gêneros e espécies das demais

famílias com representantes herbáceos é apresentada na Tabela 5.

Figura 4: Famílias com maior riqueza de gêneros e espécies herbáceas de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Bromeliaceae se destaca principalmente nos inselbergs do Alto Mourão, Costão de

Itacoatiara e Morro das Andorinhas, além dos paredões de rocha exposta dos Morros do

Telégrafo e Cordovil. Representam um componente importante na paisagem local. Das 20

espécies herbáceas registradas 12 são saxícolas e 6 rupícolas. Destaque para Alcantarea

glaziouana, bromélia endêmica dos afloramentos rochosos do entorno da Baía de

Guanabara. Típicas desse tipo de ambiente também podem ser citadas como Tillandsia

araujei, Tillandsia dura e Vriesea botafoguensis.

Orchidaceae é a família mais importante em florestas montanas e altomontanas de

Macaé de Cima, apresentando grande diversidade de gêneros e espécies (229 spp.) (Lima

& Guedes-Bruni 1997). Contudo, essa diversidade diminui nas regiões costeiras, mas a

família ainda se mantém como uma das importantes em termos florísticos. Nas restingas

70

Page 71: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

fluminenses ocupa o quinto lugar em riqueza de espécies (46 spp.) (Araujo 2000). No

PEST o estudo realizado por Pinheiro (1999) apresentou 12 espécies epífitas, 7 rupícolas, 6

terrestres e 2 saxícolas. Tem grande representatividade nos afloramentos rochosos.

Oceoclades maculata é a espécie que apresenta maior distribuição na área de estudo.

Epécies raras e ameaçadas possuem distribuição restrita a algumas áreas do PEST como

Corymborchis flava, Cattleya forbesii e Constantia rupestris.

Tabela 5: Número de gêneros e espécies/infra-espécies herbáceas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros EspéciesACANTHACEAE 11 14AGAVACEAE 1 1AMARANTHACEAE 1 1AMARYLLIDACEAE 1 2ARACEAE 2 9ARECACEAE 1 1ASTERACEAE 15 20BEGONIACEAE 1 5BROMELIACEAE 11 21CACTACEAE 5 5CANNACEAE 1 1COMMELINACEAE 5 6CONVOLVULACEAE 1 2COSTACEAE 1 1CRASSULACEAE 1 1

Famílias Gêneros EspéciesCYPERACEAE 7 11EUPHORBIACEAE 1 2GESNERIACEAE 2 5HELICONIACEAE 1 4IRIDACEAE 1 2LILIACEAE 1 1LEGUMINOSAE 3 4MARANTACEAE 4 11MORACEAE 1 3ORCHIDACEAE 13 15PIPERACEAE 1 4POACEAE 8 10RUBIACEAE 3 3VELLOZIACEAE 2 2Total 106 167

No PEST as espécies de Asteraceae são comumente observadas nas áreas mais

alteradas ou de regeneração recente ao longo das trilhas. Essa família tem maior

representatividade nas formações abertas, principalmente no cerrado (Mendonça et al.

1998), do que nas formações florestais. Acanthaceae aparece com destaque no sub-bosque,

apresentando várias espécies como Shaueria calycotricha, Justicia brasiliana, Justicia

plumbaginifolia e Aphelandra longiflora.

Das 10 espécies de Poaceae registradas no PEST, sete ocorrem também nas

restingas fluminenses. Pharus lappulaceus é uma das mais comumente encontradas nas

áreas florestadas, compondo o estrato herbáceo de alguns locais. Quanto as Cyperaceae,

das 12 espécies relacionadas, apenas duas são encontradas nas restingas (Becquerelia

cymosa e Scleria secans). Cyperus hermaphroditus e Trilepis lhotzkiana têm ocorrência

restrita nos afloramentos rochosos do PEST. As demais espécies estão presentes

preferencialmente nas beiras de trilhas. Marantaceae apresenta espécies muito importantes

71

Page 72: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

no estrato herbáceo, sendo o gênero Calathea o mais representativo, inclusive com uma

espécie nova coletada no Córrego dos Colibris. Araceae é basicamente representada por

oito espécies de Anthurium e Asterostigma lombardii, sendo essa a segunda referência de

local de ocorrência para essa espécie (M. Nadruz comunicação pessoal).

ARBUSTOS

De um modo geral, a representatividade das formas arbustivas também é

subestimada nos levantamentos florísticos. Isso se deve ao maior enfoque dado ao

componente arbóreo. Contudo, essa forma de crescimento tem uma importante

contribuição na análise da diversidade florística da Mata Atlântica (Andreata et al. 1997).

Tal fato também foi apontado por Gentry & Dodson (1987a) paras as florestas tropicais.

Foram levantadas no PEST 160 espécies arbustivas, pertencentes a 80 gêneros e 36

famílias. As famílias com maior número de espécies são: Rubiaceae (39 spp.), Solanaceae

(22 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Malvaceae (8 spp.) e Piperaceae (8 spp.) (Figura 5).

Essas seis famílias representam 59% das espécies arbustivas amostradas. A riqueza de

gêneros e espécies das demais famílias com representantes arbustivos consta da Tabela 6.

Figura 5: Famílias com maior riqueza de gêneros e espécies arbustivas de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Rubiaceae é uma das famílias mais importantes no conjunto dos biomas

neotropicais, sendo encontrada em diferentes formas de crescimento. Contudo, na Mata

Atlântica apresenta maior concentração de espécies e gêneros no estrato arbustivo (Gomes

1996). Dessa forma, foi a família mais importante em termos de riqueza de espécies

72

Page 73: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

arbustivas no PEST, caracterizando o sub-bosque das áreas florestadas. Solanaceae é a

nona família com maior riqueza no PEST, sendo que 84,6% das suas espécies apresentam a

forma arbustiva. Também é uma família de destaque em outras áreas do estado do Rio de

Janeiro, estando entre as 10 famílias mais importantes de Macaé de Cima, Cairuçu e

Jurubatiba.

Tabela 6: Número de gêneros e espécies/infra-espécies arbustivas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros EspéciesANNONACEAE 1 1ARALIACEAE 1 1ASTERACEAE 1 1BIGNONIACEAE 2 2BOMBACACEAE 2 2BORAGINACEAE 2 5CACTACEAE 1 1CAPPARACEAE 3 4EUPHORBIACEAE 10 17FLACOURTIACEAE 2 2ICACINACEAE 1 1LECYTHIDACEAE 1 1LEGUMINOSAE 3 5MALPIGHIACEAE 1 1MALVACEAE 3 8MELASTOMATACEAE 3 4MELIACEAE 1 1MONIMIACEAE 2 4MORACEAE 1 2MYRTACEAE 2 3

Famílias Gêneros EspéciesFamílias Gêneros Espécies

OCHNACEAE 1 2OLEACEAE 1 1PIPERACEAE 1 8POLYGALACEAE 1 1POLYGONACEAE 2 2RHAMNACEAE 1 1RUBIACEAE 10 39RUTACEAE 3 6SAPINDACEAE 1 1SIMAROUBACEAE 1 1SOLANACEAE 8 22STERCULIACEAE 1 1THEOPHRASTACEAE 1 1TURNERACEAE 1 2VERBENACEAE 2 3VIOLACEAE 2 3ANNONACEAE 1 1Total 80 160

Euphorbiaceae se destaca tanto no estrato arbóreo quanto no arbustivo com grande

riqueza de gêneros e espécies. Um dos representantes mais comumente observados nas

matas do PEST é Sebastiania gaudichaudii, que também pode chegar ao porte arbóreo.

Também Actinostemon klotzschii é bastante comum, principalmente nas trilhas do Morro

do Telégrafo em áreas que estão em estádios iniciais de regeneração, formando densas

populações. Nos afloramentos rochosos destaque para Stillingia dichotoma, um dos

arbustos característicos das ilhas de vegetação.

Malvaceae é uma família que se destacou apenas em relação ao estrato arbustivo.

As espécies mais comuns são: Abutilon anodoides, Abutilon bedfordianum, Pavonia

nemoralis e Pavonia sepium. Piperaceae é uma família bastante comum na Mata Atlântica,

com vários representantes no estrato arbustivo. No PEST é representada apenas pelo

73

Page 74: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

gênero Piper. Destaque para Piper hoffmannseggianum, Piper mollicomum e Piper

arboreum, os dois últimos são observados principalmente nas áreas em regeneração mais

recente.

No PEST os gêneros mais representativos da forma arbustiva foram Psychotia (16

spp.), Solanum (14 spp.), Rudgea (11 spp.) e Piper (8 spp.). Esses gêneros normalmente

apresentam grande número de espécies na Mata Atlântica. Nas matas do entorno do Jardim

Botânico Psychotria e Piper também apresentam grande diversidade arbustiva,

representando 32% do total de arbustos levantados para esse local (Marquete et al. 2001).

Em Macaé de Cima são gêneros arbustivos de grande relevância. Contudo, quando a

análise é feita no nível de espécies verifica-se a ocorrência de táxons diferentes entre as

formações montana, altomontana e submontana da região serrana e maciços costeiros.

Dentre as Psychotria, destaque para P. leiocarpa e P. tenuinervis, largamente encontradas

em várias áreas do PEST, principalmente nas mais preservadas. Rudgea tem várias

espécies de ocorrência restrita a Mata Atlântica fluminense, sendo muitas ameaçadas

(Zappi 2003). Destaque no interior da mata, principalmente, para R. interrupta. Espécies

de Solanum são encontradas com maior freqüência nas áreas em regeneração mais recentes

como S. torvum, S. caavurana e S. argenteum.

EPÍFITAS E HEMI-EPÍFITAS

O epifitismo é considerado uma das mais importantes associações vegetais,

promovendo a interação entre indivíduos com diferentes formas de crescimento. A árvore

hospedeira, forófito, disponibiliza estrutura morfológica para o desenvolvimento de outras

plantas sobre si. Vários grupos vegetais utilizam essa estratégia para sobrevivência,

principalmente briófitas, pteridófitas e angiospermas. A presença de plantas epífitas numa

formação florestal é um indicativo do enriquecimento da diversidade biológica,

propiciando a ocupação dos diferentes estratos da floresta e com isso permitindo a

manutenção da vida independente do solo (Cervi & Borgo 2007).

As plantas epífitas apresentam grande riqueza de espécies nas florestas tropicais.

Benzing (1983) relacionou 65 famílias de vegetais vasculares com hábito epífito, sendo

que 36 ocorrem na região Neotropical, segundo Gentry & Dodson (1987b). Além disso, as

estimativas indicam que 10% das espécies conhecidas cientificamente são epífitas. No

Brasil a maioria dos trabalhos enfocando plantas epífitas foram realizados na região Sul

74

Page 75: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

(Waechter 1986, 1998; Gonçalves & Waechter 2003; Borgo et al. 2002; Cervi & Borgo

2007). No estado do Rio de Janeiro é possível citar o trabalho de Fontoura et al. (1997),

que analisou as epífitas vasculares e hemi-epífitas da Reserva Ecológica de Macaé de

Cima.

No PEST as plantas epífitas representam apenas 4,9% das espécies levantadas, com

45 espécies, 23 gêneros e 6 famílias. Destaque para as famílias Bromeliaceae (20 spp.),

Orchidaceae (12 spp.) e Cactaceae (8 spp.) (Tabela 7). Essas são as famílias com maior

riqueza de espécies epífitas na Mata Atlântica (Vaz 1992). Também são as mais

representativas em Macaé de Cima e em levantamentos realizados na região Sul do Brasil

(Cervi & Borgo 2007).

Tabela 7: Número de gêneros e espécies/infra-espécies epífitas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Família Gêneros EspéciesARACEAE 1 1BROMELIACEAE 8 20CACTACEAE 3 8GESNERIACEAE 1 1ORCHIDACEAE 9 12PIPERACEAE 1 3Total 23 45

Excluindo da análise as pteridófitas, Macaé de Cima apresenta 254 espécies de

plantas epífitas, representada principalmente pela riqueza de espécies de Orchidaceae. No

PEST o número de espécies é muito menor. Nas florestas montanas as condições

ambientais permitem essa grande diversidade devido à alta umidade e pluviosidade. Na

região onde está localizada a Serra da Tiririca a pluviosidade é bem menor que na região

serrana. Além disso, somado o processo histórico de uso da terra, esses fatores contribuem

para baixa representatividade das plantas epífitas nos maciços costeiros. Tal fato é

comprovado por Fontoura et al. (1997), que chama atenção para maior riqueza de espécies

em regiões de mata primária, sendo que em matas secundárias o número de espécies

diminui.

Os gêneros que se destacam são Tillandsia (5 spp.), Vriesea (5 spp.), Aechmea (5

spp.) e Rhipsalis (5 spp.). A maioria das espécies ocorre nos afloramentos rochosos ou nas

matas associadas aos inselbergs. Piperaceae é representada por três espécies, Peperomia

corcovadensis, Peperomia psilostachya e Peperomia tetraphylla. Araceae apresentou

75

Page 76: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

apenas duas espécies epífitas, Anthurium scandens e Anthurium solitarium, que também

têm ocorrência em Macaé de Cima, Cairuçu, no entorno do Jardim Botânico e nas restingas

fluminenses. Gesneriaceae com uma espécie, Codonanthe gracilis.

As hemi-epífitas constituem um grupo de plantas que apresenta durante o seu ciclo

de vida duas fases distintas: uma epifítica e outra terrestre (Putz & Holbrook 1986). Kelly

(1985) separa as hemi-epífitas em dois grupos: (a) plantas que inicialmente se

desenvolvem sobre um hospedeiro arbóreo, apresentando hábito epifítico, contudo emitem

raízes para se conectarem ao solo, passando ao hábito terrestre. Nessa categoria estão as

plantas estranguladoras, conhecidas popularmente como mata-paus e (b) plantas que

inicialmente apresentam o hábito terrestre, desenvolvendo-se de modo escandente e cujos

caules morrem gradualmente e perdem sua conexão com o solo, tornando-se epífita. Putz

& Holbrook (1986) denominou essas duas categorias como hemi-epífitas primárias e

secundárias respectivamente.

Na análise feita para a flora de Macaé de Cima, Vieira & Vaz (1994) consideraram

três fases de desenvolvimento para hemi-epífitas primárias: (a) epifítica, que abrange desde

a germinação do indivíduo até a implantação das raízes ao solo; (b) estranguladora, que

inclui a fase terrestre, quando se observam as raízes em alça que abraçam o caule do

hospedeiro, podendo ou não causar sua morte e (c) arbórea, que abrange a fase terrestre

posterior, em que o indivíduo tornou-se independente de suporte, sendo confirmada através

de vestígios remotos da presença do hospedeiro.

Na flora do PEST as hemi-epífitas têm pequena representatividade (1,8%), com 17

espécies, sete gêneros e três famílias. Dessas, apenas uma espécie foi classificada como

hemi-epífita primária, Dyssochroma viridiflora, coletada no Alto Mourão. Essa planta

também pode ser encontrada na natureza nas formas arbustiva e arbórea. As demais

espécies são hemi-epífitas secundárias.

Araceae apresenta 15 espécies e 5 gêneros. Philodendron é o gênero que com maior

riqueza de espécies (9 spp.), sendo essas consideradas ornamentais por Lopes et al. (2004)

em análise feita para plantas do Alto Mourão. Tem distribuição tipicamente Neotropical,

com grande diversidade nas florestas tropicais, podendo ocorrer também em áreas brejosas

e afloramentos rochosos (Coelho 2000). Dentre as Araceae a espécie com maior

distribuição no PEST é Monstera adansonii var. klotzschiana e a mais restrita é Heteropsis

76

Page 77: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

rigidifolia, coletada apenas numa localidade do Morro do Cordovil. Também foram

encontradas mais duas espécies de Anthurium (A. intermedium e A. parasiticum) e

Syngonium vellozianum. Orchidaceae é representada apenas por Vanilla bahiana, com

ocorrência restrita nos afloramentos rochosos.

PARASITAS

A forma de vida menos representativa é a parasita. Nessa categoria foram registradas

3 espécies: 1 Balanophoraceae (Lophophytum mirabile subsp. mirabile) e 2 Loranthaceae

(Struthanthus marginatus e S. maricensis) consideradas hemiparasitas. L. mirabile é uma

planta saprófita, que segundo Hansen (1980) ocorre em florestas tropicais úmidas acima de

500 msm, contudo no PEST foi coletada no Morro do Telégrafo na localidade do Córrego

dos Colibris a cerca de 200 – 250 msm. Também já foi encontrado na restinga de Barra de

São João (D.S.D. Araujo comunicação pessoal). Essa planta normalmente cresce sobre

raízes de espécies de Leguminosae Mimosoideae, principalmente dos gêneros Inga,

Piptadenia e Enterolobium (Falcão 1975).

CONCLUSÃO

O inventário florístico mostrou a exuberância da flora de uma porção litorânea da

Serra do Mar que foi muito mal investigada no passado. A Serra da Tiririca apresenta uma

elevada riqueza florística, representada por 926 espécies de Magnoliophyta, além de 122

espécies ruderais. Contudo, parte dessa diversidade foi perdida após anos de

desmatamentos, ocupações irregulares e todas as formas de alterações das condições

originais. As principais famílias com maior número de espécies seguem os padrões da

Mata Atlântica, com destaque para Leguminosae, Rubiaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae e

Bromeliaceae. As espécies arbóreas predominam, porém as demais formas de crescimento

juntas contribuem significativamente para composição da diversidade local (64,5%). Isso

indica que a caracterização florística das diferentes áreas de estudo baseado em estudos

fitossociológicos, que enfocam apenas o estrato arbóreo, não representa a diversidade de

espécies da Mata Atlântica.

A heterogeneidade do ambiente local reflete a alta riqueza de espécies. O relevo

acidentado com encostas íngremes e vales profundos compõe uma paisagem com

microambientes específicos. Associam-se a esses fatores o clima local, a baixa

77

Page 78: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

pluviosidade e o mosaico de solos que selecionam espécies que caracterizam as regiões

costeiras. A presença dos inselbergs e afloramentos rochosos no interior da mata

constituem um componente significativo para o enriquecimento florístico local. Esses

ambientes são caracterizados pela presença de espécies herbáceas, em especial as

Bromeliaceae.

Esses atributos tornam a Serra da Tiririca muito especial para fins

conservacionistas. Contudo, apesar de ser uma Unidade de Conservação de Proteção

Integral ainda está longe de ser efetiva em termos de assegurar a permanência da floresta

em meio aos diferentes interesses políticos, econômicos e sociais da região.

Agradecimentos

Agradecemos aos taxonomistas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Adriana Q. Lobão (Annonaceae), Alexandre Quinet (Lauraceae), Ângela Maria S.F. Vaz (Leguminosae), Ariane Luna Peixoto (Monimiaceae), Berenice Chiavegato (Melastomataceae), Bruno Resende Silva (Bromeliaceae), Cláudio Nicoletti Fraga (Orchidaceae), Fábio França (Apocynaceae), Elsie F. Guimarães (Piperaceae), João Marcelo A. Braga (Heliconiaceae, Marantaceae e Menispermaceae), Haroldo C. de Lima (Leguminosae), Lúcia d’Ávila de Carvalho (Solanaceae), Marcelo C. Souza (Myrtaceae), Marcus A. Nadruz Coelho (Araceae), Maria de Fátima Freitas (Myrsinaceae), Mássimo G. Bovini (Malvaceae), Michel João Pereira Barros (Leguminosae – Senegalia), Ronaldo Marquete (Flacourtiaceae), Sheila Profice (Acanthaceae), Robson Dalmas Ribeiro (Leguminosae) e Vidal Mançano (Leguminosae). Além de taxonomistas de outras instituições de pesquisas brasileiras e extrangeiras André Amorim (Malpighiaceae), Arline B. de Souza (Euphorbiaceae), Carlos Henrique Reif (Loranthaceae), Carine Garcia Quinet (Apocynaceae), Daniela Zappi (Cactaceae e Rubiaceae – Rudgea), Genise V. Somner (Sapindaceae), Ivete Silva (Euphorbiaceae), João Pedro Carauta (Moraceae), Jorge Fontella (Asclepiadaceae), José Rubens Pirani (Rutaceae e Simaroubaceae), Leandro de Oliveira Furtado de Sousa (Bromeliaceae), Luci Senna (Euphorbiaceae), Luiz José Soares Pinto (Euphorbiaceae), Maria Célia Vianna (Vochysiaceae), Mário Gomes (Rubiaceae), Marccus Alves (Cyperaceae), Marcos Sobral (Myrtaceae), Pollyana Wendhausen Feteira (Malpighiaceae) e Roberto Lourenço Esteves (Asteraceae) pela identificação e/ou confirmação do material coletado. Também a todos os coletores que depositaram o material testemunho nos herbários fluminenses.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Andreata, R. H.; Gomes, M. & Baumgratz, J. F. 1997. Plantas herbáceo-arbustivas terrestres da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade florística e composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Pp. 65–73.

Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 169p.

Araujo, D. S. D. & Henriques, R. P. B. 1984. Análise florística das restingas do estado do Rio de Janeiro. In: Lacerda, L. D.; Araujo, D. S. D.; Cerqueira, R. & Turcq, B. (eds.). Restingas: Origem, Estrutura, Processos. Niterói: CEUFF: Pp. 159-193.

Araujo, D. S. D.; Lima, H. C.; Farág, P. R. C.; Lobão, A. Q.; Sá, C. F. C. & Kurtz, B. C. 1998. O centro de diversidade vegetal de Cabo Frio: Levantamento preliminar da flora. In:

78

Page 79: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Simpósio de Ecossistemas Costeiros: Conservação. 4. Águas de Lindóia. Anais... ACIESP. 104(3): Pp. 147–157.

Araujo, D. S. D. & Vilaça, A. M. N. 1981. Avaliação da cobertura vegetal remanescente de Itaipu. In: Kneip, L. M.; Pallestrini, L. & Cunha, F. L. S. (eds.). Pesquisas Arqueológicas no Litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial: Pp. 27–46.

Arruda, R. C. O. 1994. Anatomia foliar de Trilepis lhotzkiana Nees. e Trilepis ciliatifolia T. Koyama (Cyperaceae). Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 119p.

Barros, A. A. M. & Seoane, C. E. S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: Vallejo, L. R. & Silva, M. T. C. (eds.). Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF: Pp. 114–124.

Barros, F. 1996. Notas taxonômicas para espécies brasileiras dos gêneros Epidendrum, Platystele, Pleurothallis e Scaphyglottis (Orchidaceae). Acta Botanica Brasilica 10(1): 139-151.

Benzing, D. H. 1983. Vascular epiphytes: A survey with special reference to their interactions with other organisms. In: Suton, S. L.; Whitmore, T. C. & Chadwick, A. C. (eds.). Tropical rainforest: Ecology and management. Brit. Ecol. Soc. Special Pub. Ser. (2): Pp. 11–24.

Bernardes, L. M. C. 1952. Tipos de clima do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro (14): 57-80.

Borgo, M.; Silva, M. & Petean, M. P. 2002. Epífitos vasculares em um remanescente de floresta estacional semidecidual, Município de Fênix, PR, Brasil. Acta Biologica Leopoldinensia 24: 121–130.

Brade, A. C. 1956. A flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: 07–85.

Braga, J.M.A. 2008. Two new species of Calathea (Marantaceae) from South-eastern Brazil. Kew Bulletin 63: 309-314.

Braz, D. M.; Moura, M. V. L. P. & Rosa, M. M. T. 2004. Chave de identificação para espécies de dicotileôneas arbóreas da Reserva Biológica de Tinguá, RJ, com base em caracteres vegetativos. Acta Botanica Brasilica 18(2): 225–240.

Brummit, R. K. & Powell, C. E. 1992. Authors of plants names. Royal Botanic Gardens, Kew. 732p.

Carauta, J. P. P.; Széchy, M. T. M.; Rizzini, C. M.; Almeida, E. C.; Santos, A. A.; Rosa, M. M. T.; Lima, H. C.; Lima, H. A. & Brito, A. L. V. T. 1989. Vegetação de Bom Jesus de Itabapoana, RJ. Observações preliminares e propostas conservacionistas. Albertoa 1(15): 169–181.

79

Page 80: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Cervi, A. C. & Borgo, M. 2007. Epífitos vasculares no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (Brasil). Levantamento preliminar. Fontqueria 55(51): 415–422.

Christenson, E. 2004. Orchidaceae. In: Mori, S. A.; Henderson, A.; Stevenson, D. W. & Scott, N. H. (eds.). Flowering plants of the Neotropics. Princeton and Oxford, Princeton University Press. Pp. 465–468.

Coelho, M. A. N. 2000. Philodendron Schott (Araceae): Morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 51(78/79): 21–68.

Cordeiro, S. Z. 2005. Composição e distribuição herbácea em três áreas com fisionomias distintas na Praia do Peró, Cabo Frio, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(4): 679–693.

Costa, A. F. & Dias, I. C. A. 2001. Flora do Parque Nacional de Jurubatiba e arredores, Rio de Janeiro, Brasil: Listagem, florística e fitogeografia. Angispermas, pteridófitas e algas continentais. Museu Nacional. Série Livros 8. 200p.

Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2º edição. New York Botanical Garden, New York. 556p.

Falcão, W. F. A. Balanoforáceas. In: Reitz, P.R. (ed.). Flora Ilustrada Catarinense. 43p.

Farág, P. R. C. 1999. Estrutura do estrato arbóreo de mata litorânea semicaducifolia sobre solo arenoso no município de Búzios, RJ. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGE. 92p.

Fernandes, D. S. & Sá, C. F. C. 2000. Estudo florístico preliminar das restingas remanescentes de Armação de Búzios, RJ. In: Simpósio de Ecossistemas Costeiros: Conservação. 5. Vitória. Anais... ACIESP 109(3): Pp. 57–65.

Fontoura, T.; Costa, A. & Wendt, T. 1991. Preliminary checklist of the bromeliaceae of Rio de Janeiro state, Brazil. Selbyana 12: 05–45.

Fontoura, T.; Sylvestre, L. S.; Vaz, A. M. S. F. & Vieira, C. M. 1997. Epífitas vasculares, hemi-epífitas e hemiparasitas da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade florística e composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Pp. 89–101.

Forero, E. & Gentry, A. H. 1988. Neotropical plant distribution patterns with emphasis on northwerstern South America: A preliminary overview. In: Vanzolini, P. E. & Heyer, W. R. (eds.). Proceedings of a workshop on Neotropical distribution patterns. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro. Pp. 21–37.

Gentry, A. H. 1982. Patterns of neotropical plant species diversity. Evolutionary Biology 15: 1–84.

Gentry, A. H. 1988. Changes in plant community diversity and floristic composition on environment and geographical gradients. Annals of Missouri Botanical Garden 75: 1–34.

80

Page 81: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Gentry, A. H. 1995. Diversity and floristic composition of neotropical dry forest. In: Bullock, S. H., Mooney, H. A. & Medina, E. (eds.). Seasonally dry tropical forest. Cambridge University Press. Pp. 146–194.

Gentry, A. H. & Dodson, C. H. 1987a. Contribution of nontrees to species richness of tropical rain forest. Biotropica 19(2): 148–156.

Gentry, A. H. & Dodson, C. H. 1987b. Diversity and biogeography of neotropical vascular epiphytes. Annals of Missouri Botanical Garden 74: 205–233.

Giulietti, A. M.; Harley, R. M.; Queiroz, L. P.; Wanderely, M. G. L. & Van den Berg, C. 2005. Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biology 19(3): 632–639.

Gomes, M. 1996. Rubiaceae. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ: Aspectos florísticos das espécies vasculares. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro 2: Pp. 344-426.

Gonçalves, C. N. & Waechter, J. L. 2003. Aspectos florísticos e ecológicos de epífitos vasculares sobre figueiras isoladas no norte da planície costeira do Rio Grande do Sul. Acta Botanica Brasilica 17(1): 89–100.

Guedes-Bruni, R. R.; Morim, M. P.; Lima, H. C. & Sylvestre, L. S. 2002. Inventário florístico. In: Sylvestre, L. S. & Rosa, M. M. T. (eds.). Manual metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica. Ed. Universidade Rural, Seropédica. Pp. 24-50.

Guedes-Bruni, R. R. & Peixoto, A. L. 2003. Diversidade florística e conservação da Mata Atlântica no Rio de Janeiro. In: Jardim, A. G. J.; Bastos, M. N. C. & Santos, J. U. M. Desafios da Botânica brasileira no novo milênio: Inventário, sistematização e conservação da diversidade vegetal. Sociedade Botânica do Brasil. Congresso Nacional de Botânica. 54. Pp. 195-197.

Hansen, B. 1980. Balanophoraceae. Flora Neotropica. Monograph 23, New York, New York Botanical Garden. 80p.

International Plant Names Index. 2004. Royal Botanic Garden - Kew. <http://www.ipni.org> Arquivo da internet acessado de março de 2004 a janeiro de 2008.

Kelly, D. L. 1985. Epiphytes and climbers of a Jamaican rain forest: vertical distribution life forms and life histories. Journal of Biogeography 12: 223–241.

Kissmann, K. G. 1997. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I: Plantas inferiores e monocotiledôneas. 2º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 823p.

Kissmann, K. G. & Groth, D. 1999. Plantas infestantes e nocivas. Tomo II: Plantas dicotiledôneas por ordem alfabética de famílias. Acanthaceae a Fabaceae. 2º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 978p.

81

Page 82: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Kissmann, K. G. & Groth, D. 1995. Plantas infestantes e nocivas. Tomo III: Plantas dicotiledôneas de Geraniaceae e Verbanaceae. 1º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 683p.

Leme, E. M. C. & Rezende, B. S. 2001. Two apple green new species from southearstern, Brazil. Journal of the Bromeliad Society 51(4): 147–153.

Lima, H. C. 2000. Leguminosas arbóreas da Mata Atlântica: Uma análise da riqueza, padrões de distribuição geográfica e similaridades florísticas em remanescentes florestais do estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 151p.

Lima, H. C. 2008. Reserva Biológica do Tinguá. Lista de espécies vasculares [on line]. <http//:jbrj.gov.br/pesquisa/reservatingua/listaespecies> Arquivo da internet acessado em 02 de janeiro de 2008.

Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. 1997. Plantas vasculares da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Pp. 315-345.

Lima, H. C.; Lima, M. P. M.; Vaz, A. M. S. F. & Pessoa, S. V. A. 1997. Trepadeiras da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Pp. 75–87.

Lima, H. C.; Morim, M. P.; Guedes-Bruni, R. R.; Sylvestre, L. S.; Pessoa, S. V. A.; Silva-Neto, S. V. A.; Quinet, A.; Guimarães, E. F. & Mansano, V. 2008. Reserva Biológica de Poço das Antas. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via <http://graziela.jbrj.gov.br/pesquisa/pma/macaedecima/checklist/Lista_Plantas_vasculares_apresentação.htm.> Arquivo capturado em 02 de janeiro de 2008.

Lima, H. C.; Pessoa, S. V. A.; Guedes-Bruni, R. R.; Moraes, L. F. D.; Granzotto, S. V.; Iwamoto, S. & Ciero J. D. 2006. Caracterização fisionômico-florística e mapeamento da vegetação da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57(3): 369–389.

Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. 1994. Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 1. 404p.

Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. 1996. Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2. 465p.

Lopes, R. C. 1992. Plantas medicinais e outras utilidades do Morro Alto Moirão, Itaipuaçu, Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Santa Úrsula. 170p.

82

Page 83: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Lopes, R. C. & Andreata, R. H. P. 1989. Plantas medicinais do Pico do Alto Moirão I. Eugeniana 16: 1-9.

Lopes, R. C. & Andreata, R. H. P. 1990. Plantas medicinais do Pico do Alto Moirão II. Eugeniana 17: 15-21.

Lopes, R. C. & Andreata, R. H. P. 1991. Plantas medicinais do Alto Moirão III. Eugeniana 18: 21-30.

Lopes, R. C. & Andreata, R. H. P. 1992. Plantas medicinais do Alto Moirão IV. Eugeniana 19: 1-8.

Lopes, R. C.; Coelho, M. A. N. & Andreata, R. H. P. 2004. Plantas ornamentais ocorrentes na Mata Atlântica do Morro Alto Mourão, Niterói / Maricá, Rio de Janeiro. Publicações Avulsas do Museu Nacional (102): 3–14.

MacQueen, J. & MacQueen, B. 1993. Orchids of Brazil. Timber Press, Portland, Oregon. 200p.

Marquete, R.; Valente, M. C.; Marquete, N.; Guimarães, E. F.; Marquete, O.; Giordano, L. C. S.; Vaz, A. M. S. F.; Quinet, A.; Silva, C. N. A.; Macedo, P. B.; Mynssen, C.; Pinto, C. G.; Pinheiro, F. C.; Garcia, R. O. & Medeiros, E. S. 2001. Checklist das espécies ocorrentes nas áreas do entorno do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pteridófitas e Angiospermas. Bradea 8(37): 227–258.

Marques, M. C. M. 1997. Mapeamento da cobertura vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Município de Parati, RJ. Série Estudos e Contribuições. Jardim Botânico do Rio de Janeiro (13): 96p.

Marques, M. C. M.; Vaz, A. S. F. & Marquete, R. 1997. Flórula da APA Cairuçu, Parati, RJ: Espécies vasculares. Série Estudos e Contribuições. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (14): 576p.

Martinelli, G.; Vieira, C. M.; Gonzalez, M.; Leitman, P.; Piratininga, A.; Costa, A. F. & Forzza, R. C. 2008. Bromeliaceae da Mata Atlântica: lista de espécies, distribuição e conservação. Rodriguésia 59(1): 209-258.

Mattos, C. C. L. V; Mattos, M. D. L. V. & Laroche, R. C. 1976. Aspecto do clima e da flora do Parque Nacional da Tijuca. Brasil Florestal 7(25): 3–12.

Meirelles, S. T.; Pivello, V. R. & Joly, C. A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Envirommental Conservation 26(1): 10–20.

Mendonça, R. C.; Felfili, J. M.; Walter, B. M. T.; Silva-Junior, M. C.; Rezende, A. V.; Filgueiras, T. S. & Nogueira, P. E. 1998. Flora vascular do cerrado. In: Sano, S. M. & Almeida, P. E. (eds.). Cerrado: Ambiente e Flora. EMBRAPA, Planaltina, DF: Pp. 289–556.

83

Page 84: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Montezuma, R.C.M. 1997. Estrutura da vegetação em uma restinga de ericácea no Município de Carapebus, RJ. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 102p.

Mori, S. A.; Boom, B. M.; Carvalino, A. M. & Santos, T. S. 1983. Ecological importance of Myrtaceae in eastern Brazilian wet forest. Biotropica 15(1): 68–70.

Multiservice. 1995. Avaliação de 10 Unidades de Conservação Ambiental na região metropolitana do Rio de Janeiro. Anexo. 28p.

Oliveira-e-Silva, M. I. M. N. 2002. Levantamento taxonômico das criptógamas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Relatório Científico, FAPERJ. 37p.

Oliveira-Filho, A. T. & Fontes, M. A. L. 2000. Patterns of floristc differentiation among Atlantic Forest in southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32(4b): 793–810.

Oliveira, R. R. & Araujo, D. S. D. 1988. Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (Ilha Grande, Estado do Rio de Janeiro): Lista preliminar da flora. Acta Botanica Brasilica 1(2): 112–122.

Oliveira, R. R. & Costa, E. 1985. Levantamento florístico do Camorim: Dados preliminares. Atas da Sociedade Botânica do Brasil, secção RJ 3(2): 9-13.

Peixoto, G. L.; Martins, S. V.; Silva, A. F. & Silva, E. 2004. Composição florística do componente arbóreo de um trecho de floresta atlântica na Área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(1): 151–160.

Penha, H. M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B. A.; Bidone, E. D. & Abrão, J. J. (eds.). Environmental geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental. 6: Pp. 3–10.

Pereira, O. J. & Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística das restingas dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. In: Esteves, F. A. & Lacerda, L. D. (eds.). Ecologia de restingas e lagoas costeiras. NUPEM/UFRJ, Macaé. Pp. 25-63.

Pinheiro, F. C. 1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Dissertação. (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p.

Pinto, L. J. S. 2004. Euphorbiaceae Juss. no Parque Estadual da Serra da Tiririca e Arredores, Municípios de Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 186p.

Polhill, R. M.; Raven, P. H & Stirton, C. H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R. M. & Raven, P. H. (eds.). Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Gardens. Pp. 1-26.

84

Page 85: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Putz, F. E. & Holbrook, M. N. 1986. Notes on the natural history of hemiepiphytes. Selbyana 9: 61–69.

Quinet, A. 2005. Sinopse taxonômica da família Lauraceae no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(3): 563-572.

Reinert, F. & Meirelles, S. T. 1993. Water aquisition strategy shifts in the heterophylous saxicolous bromeliad Vriesea geniculata (Wawra) Wawra. Selbyana 14: 80-88.

Ribeiro, M. L. R. C.; Santos, M. G. & Moraes, M. G. 2007. Leaf antomy of two Anemia Sw. species (Schizaeaceae – Pteridophyte) from a rocky outcrop in Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 695-702.

Rizzini, C. T. 1953/54. Flora Organensis. Lista preliminar das cormophyta da Serra dos Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 117–246.

Rodrigues, H. C. 1996. Composição florística e estrutura fitossociológica de um trecho de Mata Atlântica na Reserva do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 94p.

Rodrigues, P. J. F. 2004. A vegetação da Reserva União e os efeitos de borda na Mata Atlântica fragmentada. Tese (Doutorado em Biociências e Biotecnologia). Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes. 153p.

Sá, C. F. C. 1992. A vegetação da restinga de Ipitangas, Reserva Ecológica de Jacarepiá, Saquarema (RJ). Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 31: 87-102.

Sá, C. F. C. 1996. Regeneração em área de floresta de restinga na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema/RJ: I – Estrato herbáceo Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 34: 177-192.

Sá, C. F. C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p.

Santos, L. A. F. & Lima, J. P. C. 1998. Potencial florístico do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Floresta e Ambiente 5(1): 43–49.

Santos, M. G.; Carvalho, C. E. M.; Kelecon, A.; Ribeiro, M. L. R. C.; Freitas, C. V. C.; Costa, L. M. & Fernandes, L. V. G. 2005. Cianogênese em esporófito de pteridófitas avaliada pelo teste do ácido pícrico. Acta Botanica Brasilica 19(4): 783–788.

Santos, M. G. & Sylvestre, L. S. 2006. Aspectos florísticos e econômicos das pteridófitas de um afloramento rochoso do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(1): 115–124.

Santos, N. 1976. Plantas existentes no Parque Nacional da Tijuca. Brasil Florestal 26(1): 54–68.

85

Page 86: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Silva, J. G. & Somner, G. V. 1989. A vegetação de restinga no Município de Maricá, RJ. Acta Botanica Brasilica 3(2): 253–272.

Silva, N. M. F.; Valente, M. C.; Marquete, R.; Marquete, O.; Guimarães, E. F.; Fuks, R. & Giordano, L. C. S. 1994. Vegetação das áreas do entorno do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Horto Florestal e Parque Lage- 1. JBRJ / IBAMA. Série Estudos e Contribuições (12): 1-69.

Siqueira, M. F. 1994. Análise florística e ordenação de espécies arbóreas na Mata Atlântica através de dados binários. Dissertação (Mestrado em Botânica). UNICAMP, Deptº de Botânica. 143p.

Solórzano, A. 2006. Composição florística e estrutura de dois trechos de floresta ombrófila densa submontana no Parque Estadual da Pedra Branca, RJ. (Mestrado em Botânica) Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 140p.

Sousa, L. O. F.; Silva, B. R. & Sousa, R. C. O. S. 2003. Hohenmea, a new natural intergeneric hybrid in the Bromelioideae. Journal of the Bromeliad Society 53(2): 71–76.

Souza, V. C. & Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática. Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Ed. Plantarum. 640p.

The New York Botanical Garden. 2006. <http://www.nybg.org> Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a janeiro de 2008.

Ule, E. A. 1967. A vegetação de Cabo Frio. Boletim Geográfico (200): 21–32.

Vaz, A. M. S. F. 1992. Diversidade de plantas vasculares da floresta atlântica do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Biológico. Mello Leitão 1: 77–82.

Veloso, H. P. 1945. As comunidades e estações botânicas de Teresópolis, estado do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Nacional, Série Botânica (3): 1-95.

Vieira, C. M. & Vaz, A. M. S. F. 1994. Espécies de hemiepífitas primárias ocorrentes na floresta atlântica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 23: 31–38.

Waechter, J. L. 1986. Epífitos vasculares da mata paludosa do Faxinal, Torres, Rio Grande do Sul, Brasil. Ilheringia. Série botânica 34: 39–49.

Waechter, J. L. 1998. Epifitismo vascular em uma floresta de restinga do Brasil subtropical. Revista Ciência e Natura 20: 43–66.

W3Tropicos. 2006. Missouri Botanical Garden. <http://www.mobot.org/W3T/Search/ vast.html> Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a janeiro de 2008.

Zappi, D. 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in southeastern and southern Brazil. Kew Boletin 58: 513–596.

86

Page 87: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Zimback, C. R. L. 2003. Classificação de solos. Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias Georreferenciadas, FCA, UNESP, Botucatu. 13p.

ANEXO IListagem de Magnoliophyta do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.

FAMÍLIA ESPÉCIES HÁBITOACANTHACEAE (11/14) Aphelandra longiflora (Lindl.) Profice Erva

Aphelandra prismatica (Vell.) Hieron. ErvaChamaeranthemum beyrichii Nees ErvaGeissomeria cincinnata Nees ErvaHerpetacanthus rubiginosus Nees ErvaJusticia beyrichii (Nees) Lindau ErvaJusticia brasiliana Roth ErvaJusticia plumbaginifolia J. Jacq. ErvaLepidagathis nemoralis (Nees) Kameyana ErvaOrthotactus fulvohirsutus Rizzini ErvaPachystachys spicata (Ruiz et Pavon) Wassh. ErvaRuellia solitaria Vell. ErvaSchaueria calycotricha (Link & Otto) Nees ErvaStenandrium mandioccanum Nees Erva

AGAVACEAE (1/1) Furcraea gigantea Vent. ErvaAMARANTHACEAE (3/4) Celosia grandifolia Moq. Erva

Chamissoa altissima (Jack.) Kunth TrepadeiraChamissoa macrocarpa Kunth TrepadeiraPfaffia paniculata (Mart.) Kuntze Trepadeira

AMARYLLIDACEAE (1/2) Hippeastrum reginae (L.) Herb. ErvaHippeastrum reticulatum (L.Hér.) Herb. Erva

ANACARDIACEAE (5/9) Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. ÁrvoreAstronium glaziovii Mattick ÁrvoreAstronium gracile Endl. ÁrvoreAstronium graveolens Jacq. ÁrvoreMyracrodruon urundeuva Allemão ÁrvoreSchinus terebinthifolius Raddi ÁrvoreSpondias mombin L. ÁrvoreSpondias venulosa Mart. ex Engl. ÁrvoreTapirira guianensis Aubl. Árvore

ANNONACEAE (5/6) Annona acutifolia Mart. ÁrvoreDuguetia flagellaris Huber ÁrvoreGuatteria nigrescens Mart. ÁrvoreGuatteria reflexa R.E.Fr. ArbustoRollinia emarginata Schltdl. ÁrvoreRolliniopsis parviflora (A. St. Hil.) Saff. Árvore

APOCYNACEAE (9/15) Aspidosperma gomezianum A. DC. ÁrvoreAspidosperma parvifolium A. DC. ÁrvoreCondylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC. TrepadeiraForsteronia pilosa (Vell.) Müll. Arg. TrepadeiraForsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. TrepadeiraGeissospermum laeve (Vell.) Miers ÁrvoreMalouetia arborea (Vell.) Miers ÁrvoreMandevilla crassinoda (Gardner) Woodson TrepadeiraMandevilla guanabarica Cassareto ex M.F. Salles, Kin-Gouv. & Trepadeira

87

Page 88: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A.O. SimõesPeltastes peltatus (Vell.) Woodson TrepadeiraPrestonia coalita (Vell.) Woodson TrepadeiraPrestonia denticulata (Vell.) Woodson TrepadeiraPrestonia didyma (Vell.) Woodson TrepadeiraTabernaemontana histrix Steud. ÁrvoreTabernaemontana laeta Mart. Árvore

ARACEAE (6/25) Anthurium comtum Schott ErvaAnthurium coriaceum G. Don ErvaAnthurium harrisii (Grah.) Enoll. ErvaAnthurium intermedium Kunth Hemi-epífitaAnthurium luschnathianum Kunth ErvaAnthurium maximiliani Schott ErvaAnthurium minarum Sakuragui et Mayo ErvaAnthurium parasiticum (Vell.) Stellfeld. Hemi-epífitaAnthurium pentaphyllum (Aubl.) G. Don Hemi-epífitaAnthurium scandens (Aubl.) Engl. ErvaAnthurium sucrei G.M. Barroso ErvaAnthurium validinervium Engl. ErvaAsterostigma lombardii E.G. Gonçalves ErvaHeteropsis rigidifolia Engl. Hemi-epífitaMonstera adansonii var. klotzschiana (Schott) Madison Hemi-epífitaPhilodendron bipennifolium Schott Hemi-epífitaPhilodendron corcovadense Kunth Hemi-epífitaPhilodendron cordatum Kunth ex Schott Hemi-epífitaPhilodendron crassinervium Lindl. Hemi-epífitaPhilodendron ochrostemon Schott Hemi-epífitaPhilodendron ornatum Schott Hemi-epífitaPhilodendron pedatum (Hook.) Kunth Hemi-epífitaPhilodendron propingium Schott Hemi-epífitaPhilodendron speciosum Schott ex Engl. Hemi-epífitaSyngonium vellozianum Schott Hemi-epífita

ARALIACEAE (2/2) Dendropanax monogynus (Vell.) Seem. ArbustoSchefflera succinea Frodin & Fiaschi Árvore

ARECACEAE (7/8) Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret ÁrvoreAttalea humilis Mart. ErvaBactris caryotifolia Mart. ÁrvoreBactris setosa Mart. ÁrvoreDesmoncus polycanthos Mart. var. polycanthos TrepadeiraEuterpe edulis Mart. ÁrvoreGeonoma elegans Mart. ÁrvoreSyagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Árvore

ARISTOLOCHIACEAE (2/4) Aristolochia odora Steud. TrepadeiraHowardia cymbifera (Mart. et Zucc.) Klotzch TrepadeiraHowardia raja (Mart. et Zucc.) Klotzch TrepadeiraHowardia rumicifolia (Mart. et Zucc.) Klotzch var. oblonga Trepadeira

ASCLEPIADACEAE (5/6) Ditassa burchellii Hook. et Arn. TrepadeiraMacroditassa grandiflora (E. Fourn.) Malme TrepadeiraMarsdenia loniceroides E. Fourn. TrepadeiraMarsdenia suberosa (E. Fourn.) Malme TrepadeiraOxypetalum banksii Schult. subsp. banksii TrepadeiraPeplonia riedelii (E. Fourn.) Fontella & Rapini Trepadeira

ASTERACEAE (18/26) Baccharis serrulata (Lam.) Pers. ErvaBarlettina hemisphaerica (DC.) R.M. King & H. Robinson Erva

88

Page 89: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Barrosoa apiculata (Gardn.) R.M. King & H. Robinson ErvaBarrosoa organensis (Gardn.) R.M. King & H. Robinson ErvaCampuloclinium macrocephalum (Less.) DC. ErvaChromolaena odorata (L.) R.M. King & H. Robinson ErvaDelilia biflora (L.) Kuntze ErvaEupatorium odoratum L. ErvaGochnatia polymorpha (Less.) Cabrera ÁrvoreHebeclinium macrophyllum (L.) DC. ErvaHeterocondylus vitalbae (DC.) R.M. King & H. Robinson ErvaIdiothamnus pseudorgyalis R.M. King & H. Robinson ErvaKoanophyllon tinctorium Arruda ex H. Kost. TrepadeiraMikania hastifolia Baker TrepadeiraMikania nigricans Gardn. TrepadeiraPraxelis clematidea (Griseb.) R.M. King & H. Robinson ErvaTilesia baccata (L.) Pruski ErvaTrixis antimenorrhoea (Schrank) Kuntze ErvaVernonia brasiliensis (Spreng.) Less. ErvaVernonia cinerea (Less.) Less. ErvaVernonia megaphylla Hieron Arbusto Vernonia muricata DC. ErvaVernonia persicifolia Desf. ErvaVernonia rupestris Gardner ÁrvoreVernonia serrulata (Lam.) Pers. ErvaYoungia japonica (L.) DC. Erva

BALANOPHORACEAE (1/1) Lophophytum mirabile Schott et Endl. var. mirabile SaprófitaBEGONIACEAE (1/5) Begonia hirtella Link Erva

Begonia maculata Raddi ErvaBegonia reniformis Dryander ErvaBegonia salicifolia A. DC. ErvaBegonia tomentosa Schott Erva

BIGNONIACEAE (16/29) Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC. TrepadeiraAdenocalymma marginatum (Cham.) DC. TrepadeiraAdenocalymma paulistarum Bureau & K. Schum. TrepadeiraAdenocalymma subsessilifolium DC. ArbustoAdenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche TrepadeiraAnemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum. TrepadeiraAnemopaegma prostratum DC. TrepadeiraArrabidaea conjugata (Vell.) Mart. TrepadeiraArrabidaea leucopogon (Cham.) Sandwith TrepadeiraArrabidaea rego (Vell.) DC. TrepadeiraArrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith TrepadeiraArrabidaea subincana Mart. TrepadeiraClytostoma binatum (Thunb.) Sandwith TrepadeiraClytostoma sciuripabulum Bureau & K. Schum. TrepadeiraCybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. ÁrvoreGlaziovia bauhinioides Bureau ex Baill. TrepadeiraJacaranda jasminoides (Thunb.) Sandwith ArbustoJacaranda micrantha Cham. ÁrvoreLundia cordata (Vell.) A. DC. TrepadeiraMansoa difficilis (Cham.) Bureau & K. Schum. TrepadeiraMansoa lanceolata (DC.) A.H. Gentry TrepadeiraParabignonia unguiculata (Vell.) A.H. Gentry TrepadeiraPithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry TrepadeiraSparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. Árvore

89

Page 90: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers TrepadeiraTabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl. ÁrvoreTabebuia ochracea (Cham.) Standl. ÁrvoreTynanthus micranthus Correa de Mella ex K. Schum. TrepadeiraXylophragma pratense (Bureau & K. Schum.) Sprague Trepadeira

BOMBACACEAE (5/8) Bombacopsis glabra (Pasq.) A. Robyns ÁrvoreBombacopsis stenopetala (Casar.) A. Robyns ÁrvoreCeiba crispiflora (Kunth) Ravenna ÁrvoreCeiba erianthos (Cav.) K. Schum. ArbustoCeiba insignis (K. Schum.) P.E. Gibbs & Semir ÁrvoreEriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns ÁrvorePseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns ÁrvoreQuararibea turbinata (Sw.) Poir. Arbusto

BORAGINACEAE (2/13) Cordia aberrans Johnst. ÁrvoreCordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult. ArbustoCordia guazumaefolia (Desv.) Roem. & Schult. ArbustoCordia magnoliifolia Cham. ÁrvoreCordia ochnacea DC. ÁrvoreCordia superba Cham. ÁrvoreCordia taguahyensis Vell. ÁrvoreCordia trichoclada DC. ÁrvoreCordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. ÁrvoreTournefortia bicolor Sw. ArbustoTournefortia gardneri A. DC. TrepadeiraTournefortia paniculata Vent. ArbustoTournefortia salicifolia A. DC. Arbusto

BROMELIACEAE (14/41) Aechmea fasciata (Lindl.) Baker var. fasciata ErvaAechmea floribunda Mart. ex Schult. f. ErvaAechmea nudicaulis (L.) Griseb. var. nudicaulis ErvaAechmea organensis Wawra ErvaAechmea purpureo-rosea (Hook.) Wawra ErvaAechmea ramosa var. ramosa Mart. ex Schult. f. ErvaAechmea sphaerocephala Baker ErvaAlcantarea glaziouana (Lemaire) Leme ErvaBillbergia amoena (Lodd.) Lindl. ErvaBillbergia iridifolia (Nees & Mart.) Lindl. ErvaBillbergia pyramidalis (Sims.) Lindl. var. pyramidalis ErvaBillbergia zebrina (Herbert) Lindl. ErvaBromelia antiacantha Bertoloni ErvaCryptanthus acaulis (Lindl.) Beer ErvaEdmundoa lindenii (Regel) Leme ErvaX Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa ErvaHohenbergia augusta (Vell.) E. Morren ErvaNeoregelia ampullacea (E. Morren) L.B. Smith ErvaNeoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith ErvaNeoregelia sapiatibensis E. Pereira & L.A. Pereira ErvaNeoregelia sarmentosa (Regel) L.B. Smith ErvaNidularium sp. ErvaPitcairnia albiflos Herbert ErvaPitcairnia flammea Lindl. ErvaPitcairnia staminea Loddiges ErvaPseudoananas sagenarius (Arruda da Câmara) Camargo ErvaQuesnelia liboniana (De Longhe) Mez ErvaTillandsia araujei Mez Erva

90

Page 91: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Tillandsia dura Baker ErvaTillandsia gardneri Lindl. ErvaTillandsia geminiflora Brongniart ErvaTillandsia recurvata (L.) L. ErvaTillandsia stricta Soland. var. stricta ErvaTillandsia usneoides (L.) L. ErvaVriesea botafogensis Mez ErvaVriesea costae E. Leme & B. Rezende ErvaVriesea eltoniana Pereira & Ivo ErvaVriesea flammea L.B. Smith ErvaVriesea neoglutinosa Mez ErvaVriesea procera (Mart. ex Schult. f.) Wittm. ErvaVriesea psittacina (Hook.) Lindl. Erva

BURSERACEAE (1/1) Protium widgrenii Engl. ÁrvoreCACTACEAE (9/16) Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg. Arbusto

Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb ErvaEpiphyllum phyllanthus (L.) Haw. ErvaHylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer ErvaLepismium cruciforme (Vell.) Miquel ErvaLepismium grandiflora (Haw.) Backeb. ErvaOpuntia monacantha Haw. ErvaPereskia aculeata Mill. TrepadeiraPereskia grandiflora Pfeiff. subsp. grandiflora ÁrvorePilosocereus arrabidae (Lem.) Byles ex G.D. Rowley ErvaRhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. ErvaRhipsalis lindbergiana K. Schum. ErvaRhipsalis mesembryanthemoides Haworth ErvaRhipsalis oblonga Loefgren ErvaRhipsalis paradoxa (Salm-Dyck ex Pfeiff.) Salm-Dyck subsp. paradoxa

Erva

Rhipsalis teres (Vell.) Steud. ErvaCANNACEAE (1/1) Canna denudata Roscoe ErvaCAPPARACEAE (4/6) Capparidastrum brasilianum (DC.) Hutch. Arbusto

Capparis flexuosa (L.) L. ArbustoCapparis lineata Pers. TrepadeiraCleome dendroidea Schult. f. ArbustoCleome diffusa Banks ex DC. ArbustoCrateva tapia L. Árvore

CECROPIACEAE (2/3) Cecropia glaziovi Snethlage ÁrvoreCecropia lyratiloba Miquel ÁrvoreCoussapoa curranii S.F. Blake Árvore

CELASTRACEAE (1/5) Maytenus aquifolium Mart. ÁrvoreMaytenus ardisiifolia Reissek ÁrvoreMaytenus brasiliensis Mart. ÁrvoreMaytenus communis Reissek ÁrvoreMaytenus commuta Reissek Árvore

CHRYSOBALANACEAE (1/2) Hirtella hebeclada Moric. ex DC. ÁrvoreHirtella triandra Sw. subsp. punctulata (Miq.) G.T. Prance Árvore

CLUSIACEAE (4/7) Clusia criuva Cambess. ÁrvoreClusia fluminensis Planch. & Triana ÁrvoreGarcinia brasiliensis Mart. ÁrvoreGarcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi ÁrvoreKielmeyera membranacea Casar. ÁrvoreKielmeyera rizziniana Saddi Árvore

91

Page 92: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Tovomita leucantha (Schltdl.) Planch. & Triana ÁrvoreCOMMELINACEAE (5/6) Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. Erva

Dichorisandra thyrsiflora J.C. Mikan ErvaGibasis geniculata (Jacq.) Rohweder ErvaSiderasis fuscata (Lood.) Moore ErvaTradescantia zanonia (L.) Sw. ErvaTripogandra elongata (G. Mey) Woodson Erva

CONNARACEAE (1/2) Connarus nodosus Baker TrepadeiraConnarus rostratus (Vell.) L.B. Smith Trepadeira

CONVOLVULACEAE (6/11) Argyreia baronii Deroin TrepadeiraEvolvulus glomeratus Nees & Mart. ErvaEvolvulus nummularius (L.) L. ErvaIpomoea daturaeflora Meissn. TrepadeiraIpomoea daturaeflora Meissn. TrepadeiraIpomoea philomega (Vell.) House TrepadeiraIpomoea tiliacea (Willd.) Choisy TrepadeiraJaquemontia holosericea (Weinm.) O’Donell TrepadeiraJacquemontia martii Choisy TrepadeiraMerremia umbellata (L.) Hallier f. TrepadeiraOperculina macrocarpa (L.) Urb. Trepadeira

COSTACEAE (1/1) Costus spiralis (Jacq.) Roscoe var. spiralis ErvaCRASSULACEAE (1/1) Kalanchoe crenata (Andrews) Haw. ErvaCUCURBITACEAE (4/10) Cayaponia martiana Cogn. Trepadeira

Cayaponia fluminensis (Vell.) Cogn. TrepadeiraCayaponia trifoliata (Cogn.) Cogn. TrepadeiraCayaponia trilobata Cogn. TrepadeiraFevillea trilobata L. TrepadeiraMelothria cucumis Vell. var. cucumis TrepadeiraMelothria fluminensis Gardner var. fluminensis TrepadeiraWilbrandia ebracteata Cogn. TrepadeiraWilbrandia glaziovii Cogn. TrepadeiraWilbrandia verticillata (Vell.) Cogn. Trepadeira

CUNONIACEAE (1/1) Lamanonia ternata Vell. ÁrvoreCYPERACEAE (7/11) Becquerelia cymosa Brongn. Erva

Cyperus dichromennaeformis Kunth ErvaCyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl. ErvaCyperus laxus Lam. ErvaCyperus pohlii (Nees) Steud. ErvaFimbristylis littoralis Gaudich. ErvaPleurostachys puberula Boeck. ErvaPleurostachys stricta Kunth ErvaRhynchospora exaltata Kunth. ErvaScleria secans (L.) Urb. ErvaTrilepis lhotzkiana Nees ex Arn. Erva

DICHAPETALACEAE (1/1) Stephanopodium sessile Rizzini ÁrvoreDILLENIACEAE (1/1) Davilla rugosa Poir. TrepadeiraDIOSCOREACEAE (1/11) Dioscorea altissima Lam. Trepadeira

Dioscorea cinnamomifolia Hook. & Griseb. TrepadeiraDioscorea coronata Hauman TrepadeiraDioscorea dodecaneura Vell. TrepadeiraDioscorea filiformis Griseb. TrepadeiraDioscorea glomerulata Hauman TrepadeiraDioscorea mollis Mart. TrepadeiraDioscorea ovata Vell. Trepadeira

92

Page 93: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd. TrepadeiraDioscorea sinuata Vell. TrepadeiraDioscorea sp. Trepadeira

ELAEOCARPACEAE (1/3) Sloanea garckeana K. Schum. ÁrvoreSloanea guianensis (Aubl.) Benth. ÁrvoreSloanea monosperma Vell. Árvore

ERYTHROXYLACEAE (1/4) Erythroxylum frangulifolium A. St. Hil. ÁrvoreErythroxylum gaudichaudii Peyr. ÁrvoreErythroxylum magnoliifolium A. St. Hil. ÁrvoreErythroxylum pulchrum A. St. Hil. Árvore

EUPHORBIACEAE (22/42) Acalypha amblyodonta Müll. Arg. (Müll. Arg.) ArbustoAcalypha brasiliensis Müll. Arg. var. brasiliensis ArbustoAcalypha gracilis Müll. Arg. ArbustoActinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. ArbustoActinostemon echinatus Müll. Arg. ÁrvoreActinostemon klotzschii (Didr.) Pax ArbustoActinostemon verticillatus (Klotzsch) Baill. ArbustoAlchornea glandulosa subsp. iricurana (Casar.) Secco ÁrvoreAlgernonia brasiliensis Baill. ÁrvoreBernardia axillaris (Spreng.) Müll. Arg. ArbustoCroton celtidifolius Baill. ÁrvoreCroton compressus Lam. ÁrvoreCroton floribundus Spreng. ÁrvoreCroton klotzschii (Didr.) Baill. ArbustoCroton lobatus L. ArbustoCroton urticifolius Lam. ArbustoDalechampia alata Müll. Arg. TrepadeiraDalechampia brasiliensis Lam. TrepadeiraDalechampia convolvuloides Lam. TrepadeiraDalechampia micromeria Baill. TrepadeiraDalechampia pentaphylla Lam. TrepadeiraDalechampia triphylla Lam. TrepadeiraDitaxis simoniana Casar. ArbustoEuphorbia comosa Vell. ErvaEuphorbia insulana Vell. ErvaJatropha gossypiifolia L. ArbustoJoannesia princeps Vell. ÁrvoreJulocroton fuscescens (Spreng.) Baill. ArbustoJulocroton triqueter (Lam.) Didr. ArbustoManihot leptopoda (Müll. Arg.) D.J. Rogers & Appan ArbustoMargaritaria nobilis L.f. ÁrvorePachystroma longifolium (Nees) I.M. Johnt. ÁrvorePera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. ÁrvorePera leandri Baill. ÁrvoreRomanoa tamnoides (A. Juss.) A. Radcliffe Smith TrepadeiraSapium glandulatum (Vell.) Pax. ÁrvoreSebastiania brasiliensis Spreng. ÁrvoreSebastiania gaudichaudii (Müll. Arg.) Müll. Arg. ArbustoSebastiania nervosa Müll. Arg. ÁrvoreStillingia dichotoma Müll. Arg. ArbustoTetraplandra leandri Baill. ÁrvoreTragia volubilis L. Trepadeira

FLACOURTIACEAE (4/9) Carpotroche brasiliensis (Raddi) Engl. ÁrvoreCasearia commersoniana Cambess. Arbusto

93

Page 94: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Casearia luetzelbergii Sleumer ÁrvoreCasearia obliqua Spreng. ÁrvoreCasearia oblongifolia Cambess. ÁrvoreCasearia sylvestris Swartz ÁrvoreProckia crucis P. Browne ex L. ArbustoXylosma ciliatifolia (Clos) Eichler ÁrvoreXylosma glaberrima Sleumer Árvore

GESNERIACEAE (3/6) Codonanthe gracilis (Mart.) Hanstein ErvaPaliavana prasinata (Ker-Gawl) Benth. ErvaSinningia aggregata (Ker-Gawl) Wiekler ErvaSinningia bulbosa (Ker-Gawl) Wiehler ErvaSinningia pusilla (Mart.) Baill. ErvaSinningia speciosa (Lood.) Hiern. Erva

HELICONIACEAE (1/4) Heliconia angusta Vell. ErvaHeliconia episcopalis Vell. ErvaHeliconia lacletteana Emygdio & Santos ErvaHeliconia spathocircinata Aristeg. Erva

HIPPOCRATEACEAE (2/2) Hippocratea volubilis L. TrepadeiraSalacia arborea (Leandro) Peyr. Árvore

ICACINACEAE (2/2) Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard ArbustoLeretia cordata Vell. Trepadeira

IRIDACEAE (1/2) Neomarica candida (Hassl.) Sprague ErvaNeomarica gracilis (Herb.) Sprague Erva

LACISTEMATACEAE (1/2) Lacistema pubescens Mart. ÁrvoreLacistema serrulatum Mart. Árvore

LAURACEAE (7/20) Aniba brittonii Mez ÁrvoreAniba firmula (Nees & Mart.) Mez ÁrvoreCryptocarya moschota Nees & Mart. ex Nees ÁrvoreCryptocarya saligna Mez ÁrvoreEndlicheria glomerata Mez ÁrvoreNectandra oppositifolia Nees ÁrvoreNectandra puberula (Schott) Nees ÁrvoreNectandra reticulata (Ruiz et Pavon) Mez ÁrvoreOcotea aniboides Mez ÁrvoreOcotea brachybotrya (Meisn.) Mez ÁrvoreOcotea daphnifolia (Meisn.) Mez ÁrvoreOcotea diospyrifolia (Miesn.) Mez ÁrvoreOcotea elegans Mez ÁrvoreOcotea microbotrys (Meisn.) Mez ÁrvoreOcotea odorifera (Vell.) Rohwer ÁrvoreOcotea schotii (Miesn.) Mez ÁrvoreOcotea tenuiflora (Nees) Mez ÁrvorePhyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm. ÁrvoreUrbanodendron bahiense (Meiss.) Rohwer ÁrvoreUrbanodendron verrucosum (Nees) Mez Árvore

LECYTHIDACEAE (4/4) Cariniana legalis (Mart.) Kuntze ÁrvoreCouratari pyramidata (Vell.) Knuth ÁrvoreEschweilera compressa (Vell.) Miers ArbustoLecythis pisonis Camb. Árvore

LEGUMINOSAE (38/87) Abarema cochliocarpus (Gomes) R.C. Barneby & J.W. Grimes ÁrvoreAcosmium lentiscifolium Schott ÁrvoreAlbizia polycephala (Benth.) Killip ex Record ÁrvoreAnadenanthera colubrina (Vell.) Brenan ÁrvoreApuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. Árvore

94

Page 95: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Bauhinia forficata Link ÁrvoreBauhinia longifolia (Bong.) Steud. ÁrvoreBauhinia microstachya (Raddi) J.F. Macbr. TrepadeiraBauhinia radiata Vell. TrepadeiraCaesalpinia echinata Lam. ÁrvoreCaesalpinia ferrea Mart. ÁrvoreCaesalpinia pluviosa var. peltophoroides (Benth.) G.P. Lewis ÁrvoreCamptosema isopetalum (Lam.) Taub. TrepadeiraCanavalia parviflora Benth. TrepadeiraCentrolobium tomentosum Guill. ex Benth. ÁrvoreCentrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandeg. ex L. Riley

Trepadeira

Centrosema virginianum (L.) Benth. TrepadeiraChaetocalyx scandens (L.) Urb. TrepadeiraChamaecrista fasciculata (Michx) Greene ErvaChamaecrista glandulosa var. brasiliensis (Vogel) H.S. Irwin & R.C. Barneby

Erva

Copaifera trapezifolia Hayne ÁrvoreCrotalaria verrucosa L. ErvaDalbergia frutescens (Vell.) Britton TrepadeiraDalbergia lateriflora Benth. TrepadeiraDioclea violacea Mart. ex Benth. TrepadeiraExostyles venusta Schott ex Spreng. ÁrvoreGalactia striata (Jacq.) Urb. TrepadeiraInga capitata Desv. ÁrvoreInga congesta T.D. Penn. ÁrvoreInga cordistipula Mart. ÁrvoreInga flagelliformis (Vell.) Mart. ÁrvoreInga lanceifolia Benth. ÁrvoreInga laurina (Sw.) Willd. ÁrvoreInga lenticellata Benth. ÁrvoreInga sellowiana Benth. ÁrvoreInga subnuda subsp. luschnathiana (Benth.) T.D. Penn. ÁrvoreLonchocarpus virgilioides (Vogel) Benth. ÁrvoreMachaerium aculeatum Raddi TrepadeiraMachaerium angustifolium Vogel ÁrvoreMachaerium firmum Benth. ÁrvoreMachaerium hirtum (Vell.) Stellf. ÁrvoreMachaerium incorruptibile Allemão ÁrvoreMachaerium lanceolatum (Vell.) J.F. Macbr. TrepadeiraMachaerium leucopterum Vogel ÁrvoreMachaerium oblongifolium Vogel TrepadeiraMachaerium pedicellatum Vogel ÁrvoreMachaerium reticulatum Pers. TrepadeiraMachaerium violaceum Vogel TrepadeiraMimosa arenosa (Willd.) Poiret. ÁrvoreMimosa artemisiana Heringer & Paula ÁrvoreMimosa bimucronata (DC.) Kuntze ÁrvoreMimosa caesalpiniifolia Benth. ÁrvoreMimosa extensa Benth. ArbustoMimosa schomburgkii Benth. ÁrvoreMimosa velloziana Mart. TrepadeiraMucuna urens L. TrepadeiraOrmosia arborea (Vell.) Harms Árvore

95

Page 96: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr. TrepadeiraPiptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. ÁrvorePiptadenia paniculata Benth. ÁrvorePlatymiscium floribundum Vogel ÁrvorePseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima ÁrvorePseudopiptadenia inaequalis (Benth.) Rauschert ÁrvorePseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M.P. Lima ÁrvorePterocarpus rohrii Vogel ÁrvorePterogyne nitens Tul. ÁrvoreSenegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger ÁrvoreSenegalia lacerans (Benth.) Seigler & Ebinger TrepadeiraSenegalia martiusiana (Steud.) Seigler & Ebinger TrepadeiraSenegalia mikanii (Benth.) Seigler & Ebinger TrepadeiraSenegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger TrepadeiraSenegalia velutina (DC.) Seigler & Ebinger ÁrvoreSenegalia sp. 1 TrepadeiraSenegalia sp. 2 TrepadeiraSenna affinis (Benth.) H.S. Irwin & R.C. Barneby ArbustoSenna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & R.C. Barneby var. macranthera

Árvore

Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin & R.C. Barneby ArbustoSenna tenuifolia (Vogel) H.S. Irwin & R.C. Barneby ArbustoSophora tomentosa L. ArbustoSwartzia apetala Raddi var. apetala ÁrvoreSwartzia langsdorffii Raddi ÁrvoreSwartzia simplex var. grandiflora (Raddi) R.S. Cowan ÁrvoreTeramnus volubilis Sw. TrepadeiraVigna adenantha (G. Mey) Maréchal, Mascherpa & Stainer TrepadeiraVigna speciosa (Kunth) Verdc. TrepadeiraZollernia glabra (Spreng.) Yakovlev ÁrvoreZornia latifolia Sm. Erva

LILIACEAE (3/3) Alstroemeria caryophyllaea Jacq. ErvaBomarea edulis (Tussac) Herb. TrepadeiraHerreria salsaparilha Mart. Trepadeira

LOGANIACEAE (1/1) Strychnos acuta Progel TrepadeiraLORANTHACEAE (1/2) Struthanthus marginatus (Desr.) Blume Parasita

Struthanthus maricensis Rizz. ParasitaMALPIGHIACEAE (10/21) Amorimia rigida (A. Juss.) W.R. Anderson Trepadeira

Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates TrepadeiraBunchosia maritima (Vell.) J.F. Macbr. ArbustoByrsonima laxiflora Griseb. ÁrvoreHeteropterys bicolor A. Juss. TrepadeiraHeteropterys chrysophylla (Lam.) Kunth TrepadeiraHeteropterys fluminensis (Griseb.) W.R. Anderson TrepadeiraHeteropterys leschenaultiana A. Juss. TrepadeiraHeteropterys pauciflora A. Juss. TrepadeiraHeteropterys sericea (Cav.) A. Juss. TrepadeiraHeteropterys ternstroemiifolia A. Juss. TrepadeiraMascagnia sepium (A. Juss.) Griseb. TrepadeiraNiedenzuella acutifolia (Cavanilles) W.R. Anderson TrepadeiraPeixotoa hispidula A. Juss. TrepadeiraStigmaphyllon auriculatum (Cav.) A. Juss. TrepadeiraStigmaphyllon gayanum A. Juss. TrepadeiraStigmaphyllon lalandianum A. Juss. Trepadeira

96

Page 97: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Stigmaphyllon paralias A. Juss. TrepadeiraStigmaphyllon tomentosum A. Juss. TrepadeiraStigmaphyllon vitifolium A. Juss. TrepadeiraThryallis brachystachys Lindl. Trepadeira

MALVACEAE (3/8) Abutilon anodoides A. St. Hil. & Naud. ArbustoAbutilon bedfordianum (Hook.) A. St. Hil. et Naud. ArbustoAbutilon pauciflorum A. St. Hil. ArbustoAbutilon purpurascens (Link) K. Schum. ArbustoHibiscus diversifolius subsp. rivularis (Bremek. & Oberm.) Exell ArbustoPavonia malvacea (Vell.) Krapov. & Cristobal ArbustoPavonia nemoralis A. St. Hil. & Naud. ArbustoPavonia sepium A. St. Hil. Arbusto

MARANTACEAE (4/11) Calathea cylindrica (Roscoe) K.Schum. ErvaCalathea eichleri Petersen ErvaCalathea sphaerocephala K. Schum. ErvaCalathea truncata (Link) K. Schum. ErvaCalathea violacea Lindley ErvaCalathea sp. nov. ErvaMaranta bicolor Ker-Gawl ErvaMaranta divaricata Roscoe ErvaSaranthe eichleri Petersen ErvaSaranthe leptostachya Eichler ErvaStromanthe tonckat (Aubl.) Eichler Erva

MARCGRAVIACEAE (1/1) Schwartzia brasiliensis (Choise) Bedell ex Giraldo-Canãs TrepadeiraMELASTOMATACEAE (4/11) Clidemia hirta (L.) D. Don. Arbusto

Miconia albicans (Sw.) Triana ArbustoMiconia cinerascens Miq. ArbustoMiconia cinnamomifolia (DC.) Naud. ÁrvoreMiconia latecrenata Triana ÁrvoreMiconia prasina (Sw.) DC. ÁrvoreMiconia staminea (Desr.) DC. ÁrvoreOssea marginata (Desr.) Triana. ArbustoTibouchina corymbosa (Raddi) Cogn. ÁrvoreTibouchina grandifolia Cogn. ÁrvoreTibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Árvore

MELIACEAE (4/13) Cabralea canjerana (Vell.) Mart. subsp. canjerana ÁrvoreCedrela odorata L. ÁrvoreGuarea guidonia (L.) Sleumer ÁrvoreGuarea kunthiana A. Juss. ÁrvoreGuarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn. ÁrvoreTrichilia alternans DC. ÁrvoreTrichilia casaretti C. DC. ÁrvoreTrichilia catigua A. Juss. ÁrvoreTrichilia elegans subsp. richardiana T.D. Penn. ÁrvoreTrichilia hirta L. ÁrvoreTrichilia martiana C. DC. ÁrvoreTrichilia pseudostipularis (A. Juss.) C. DC. ArbustoTrichilia silvatica C. DC. Árvore

MENDONCIACEAE (1/1) Mendoncia velloziana (Mart.) Nees TrepadeiraMENISPERMACEAE (6/6) Abuta convexa (Vell.) Diels. Trepadeira

Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers TrepadeiraDisciphania hernandia (Vell.) R.C. Barneby TrepadeiraHyperbaena oblongifolia (Eichler) Chodat & Hassl. TrepadeiraOdontocarya vitis Miers Trepadeira

97

Page 98: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Ungulipetalum filipendulum (Mart.) Moldenke TrepadeiraMONIMIACEAE (2/5) Macrotorus utriculatus Perkins Arbusto

Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins ArbustoMollinedia lamprophylla Perkins ÁrvoreMollinedia longifolia Tulasne ArbustoMollinedia puberula Perkins Arbusto

MORACEAE (6/16) Brosimum guianense (Aubl.) Huber ÁrvoreClarisia ilicifolia (Spreng.) Lanjouw & Rossberg ÁrvoreDorstenia arifolia Lam. ErvaDorstenia cayapia Vell. ErvaDorstenia turnerifolia Fisch. & Meyer ErvaFicus adhatodifolia Schott ex Spreng. ÁrvoreFicus arpazusa Casar. ÁrvoreFicus citrifolia Miller ÁrvoreFicus cyclophylla (Miquel) Miquel ÁrvoreFicus enormis (Mart. ex Micq.) Miquel ÁrvoreFicus gomeleira Kunth & C.D. Bouché ÁrvoreFicus luschnathiana (Miquel) Miquel ÁrvoreFicus tomentella (Miquel) Miquel ÁrvorePseudomedia hirtula Kuhlmann ÁrvoreSorocea hilarii Gaudich. ArbustoSorocea racemosa Gaudich. Arbusto

MYRISTICACEAE (1/1) Virola gardneri (A. DC.) Warb. ÁrvoreMYRSINACEAE (1/2) Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. Árvore

Myrsine guianensis (Albl.) Kuntze ÁrvoreMYRTACEAE (9/58) Calyptranthes grandiflora O. Berg Árvore

Calyptranthes lucida Mart. ex DC. ÁrvoreCalyptranthes obovata Kiaersk. ÁrvoreCampomanesia laurifolia Gardn. ÁrvoreEugenia amazonica DC. ÁrvoreEugenia bahiensis DC. ÁrvoreEugenia bunchosiifolia Nied. ÁrvoreEugenia candolleana DC. ÁrvoreEugenia cuprea (O. Berg) Nied. ÁrvoreEugenia excelsa O. Berg ÁrvoreEugenia flamingensis O. Berg ÁrvoreEugenia florida DC. ÁrvoreEugenia jurujubensis Kiaersk. ÁrvoreEugenia marambaiensis M.C. Souza et M.P. Morim ÁrvoreEugenia microcarpa O. Berg. ÁrvoreEugenia monosperma Vell. ÁrvoreEugenia neoglomerata Sobral ÁrvoreEugenia oxyoentophylla Kiaersk. ÁrvoreEugenia prasina O. Berg ÁrvoreEugenia punicifolia (Kunth) DC. ÁrvoreEugenia rostrata O. Berg ÁrvoreEugenia rotundifolia Casar. ÁrvoreEugenia sulcata Spreng. ex Mart. ÁrvoreEugenia tinguyensis Cambess. ÁrvoreEugenia umbrosa O. Berg ÁrvoreEugenia uniflora L. ArbustoEugenia villae-novae Kiaersk. ÁrvoreEugenia xanthoxyloides Cambess. ÁrvoreEugenia zucarini O. Berg Árvore

98

Page 99: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Eugenia nov. sp. 1 ÁrvoreEugenia nov. sp. 2 ÁrvoreEugenia nov. sp. 3 ÁrvoreEugenia nov. sp. 4 ÁrvoreGomidesia gestasiana (Cambess.) Legrand ArbustoGomidesia sanderiana O. Berg. ArbustoMarlierea choriophylla Kiaersk. ÁrvoreMarlierea excoriata Mart. ÁrvoreMarlierea glazioviana Kiaersk. ÁrvoreMarlierea obscura O. Berg ÁrvoreMarlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. ÁrvoreMarlierea sylvatica (Gardner) Kiaersk. ÁrvoreMyrcia dilucida G.M. Barroso ÁrvoreMyrcia fallax (Rich.) DC. ÁrvoreMyrcia innovans Kiaersk. ÁrvoreMyrcia insularis (O. Berg) Kiaersk. ÁrvoreMyrcia ovata Cambess. ÁrvoreMyrcia pubipetala Miq. ÁrvoreMyrcia racemosa (O. Berg) Kiaersk. ÁrvoreMyrcia richardiana (O. Berg) Kiaersk. ÁrvoreMyrcia selloi (Spreng.) N. Silveira ÁrvoreMyrcia vittoriana Kiaersk. ÁrvoreMyrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg ÁrvoreMyrciaria glazioviana (Kiaersk.) G.M. Barroso ex Sobral ÁrvoreMyrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos & D. Legrand ÁrvoreMyrciaria sp. ÁrvorePlinia ilhensis G.M. Barroso ÁrvorePsidium cattleyanum Sabine ÁrvorePsidium guineensis Sw. Árvore

NYCTAGINACEAE (3/4) Bougainvillea spectabilis Willd. TrepadeiraGuapira opposita (Vell.) Reitz ÁrvoreGuapira pernambucensis (Casar.) Lundell TrepadeiraLeucaster caniflorus (Mart.) Choisy Trepadeira

OCHNACEAE (1/3) Ouratea cuspidata Tiegh. ÁrvoreOuratea oliviformis (A. St. Hil.) Engl. ArbustoOuratea parviflora (DC.) Baill. Arbusto

OLACACEAE (1/1) Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer ÁrvoreOLEACEAE (1/1) Chionanthus fluminensis (Miers) P.S. Green ArbustoORCHIDACEAE (20/28) Aspidogyne argentea (Vell.) Garay Erva

Brassavola tuberculata Hook. ErvaCampylocentrum robustum Cogn. ErvaCattleya forbesii Lindl. ErvaConstantia rupestris Barb. Rodr. ErvaCorymborchis flava (Sw.) Kuntze ErvaCyclopogon bicolor (Ker-Gawl) Schltr. ErvaCyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros ErvaEltroplectris triloba (Lindl.) Pabst ErvaEpidendrum denticulatum Barb. Rodr. ErvaEpidendrum filicaule (Sw.) Lindl. ErvaEpidendrum rigidum Jacq. ErvaHabenaria leptoceras Hook. ErvaHabenaria parviflora Lindl. ErvaMaxillaria marginata Fenzl ErvaOctomeria alpina Barb. Rodr. Erva

99

Page 100: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. ErvaOncidium ciliatum Lindl. ErvaOncidium fimbriatum Lindl. ErvaOncidium pumilum Lindl. ErvaPleurothallis grobyi Lindl. ErvaPleurothallis pardipes Rchb. f. ErvaPleurothallis saundersiana Rchb. f. ErvaPrescottia plantaginea Lindl. ErvaRenanthera sp. ErvaSarcoglottis fasciculata (Vell.) Schltr. ErvaSophronites cernua Lindl. ErvaVanilla bahiana Hoehne Hemi-epífita

PASSIFLORACEAE (1/9) Passiflora alata Curtis TrepadeiraPassiflora capsularis L. TrepadeiraPassiflora edulis Sims TrepadeiraPassiflora farneyi Pessoa & Cervi TrepadeiraPassiflora mucronata Lam. TrepadeiraPassiflora organensis Gardner TrepadeiraPassiflora racemosa Brot. TrepadeiraPassiflora setacea DC. TrepadeiraPassiflora suberosa L. Trepadeira

PHYTOLACCACEAE (2/2) Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. ÁrvoreSeguieria langsdorfii Miq. Árvore

PIPERACEAE (2/15) Peperomia arifolia Miq. ErvaPeperomia corcovadensis Gardner ErvaPeperomia incana (Haw.) Hook. ErvaPeperomia psilostachya C. DC. ErvaPeperomia rubricaulis (Nees) A. Dietr. ErvaPeperomia tetraphylla (Forst.) Hook. & Arn. ErvaPeperomia urocarpa Fisch. et Meyer ErvaPiper amalago var. medium (Jacq.) Yunck. ArbustoPiper amplum Kunth ArbustoPiper anisum (Spreng.) Angely ArbustoPiper arboreum Aubl. var. arboreum ArbustoPiper hispidum L. ArbustoPiper hoffmannseggianum Roem. et Schult. ArbustoPiper mollicomum Kunth ArbustoPiper rivinoides Kunth Arbusto

POACEAE (9/11) Ichnanthus glaber (Raddi) A.S. Hitchc. ErvaIchnanthus pallens (Sw.) Munro ex Benth. ErvaLasiacis ligulata Hitchc. & Chase TrepadeiraOlyra brasiliensis (Bertol.) Spreng. ErvaOlyra ciliatifolia Raddi ErvaOplismenus hirtellus (L.) P. Beauv. ErvaPanicum racemosum (P. Beauv.) Spreng. ErvaPharus lappulaceus Aubl. ErvaSaccharum asperum (Nees) Steud. ErvaSetaria parviflora (Poir) Kerguélen ErvaStipa latifolia (L.) Raspail Erva

POLYGALACEAE (2/3) Polygala albicans (A.W. Benn.) Grondona ArbustoSecuridaca lanceolata A. St. Hil. & Moq. TrepadeiraSecuridaca ovalifolia A. St. Hil. et Moq. Trepadeira

POLYGONACEAE (3/4) Coccoloba confusa Howard ArbustoRuprechtia laxiflora (Meisn.) Kuntze Árvore

100

Page 101: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Ruprechtia lundii Meisn. ArbustoTriplaris americana L. Árvore

PROTEACEAE (1/1) Roupala montana Aulb. var. paraensis (Sleumer) K.S. Edwards ÁrvoreRHAMNACEAE (2/2) Condalia buxifolia Reissek Arbusto

Reissekia smilacina (Sm.) Steud. TrepadeiraRUBIACEAE (21/54) Alseis floribunda Schott Árvore

Alseis involuta K.Schum. ArbustoAnisomeris brasiliana (A. Rich.) Standl. ArbustoBasanacantha calycina (Cham.) K. Schum. ArbustoBathysa mendoncaei K. Schum. ÁrvoreBorreria verticillata (L.) G. Meyer ErvaCoccocypselum cordifolium Nees & Mart. ErvaCoussarea accedens Müll. Arg. ArbustoCoussarea capitata (Benth.) Benth. et Hook. f. ArbustoCoussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg. ArbustoCoutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. ÁrvoreEmmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. TrepadeiraFaramea calyciflora A. Rich. ex DC. ArbustoFaramea coerulea (Nees & Mart.) DC. ArbustoFaramea macrocalyx Müll. Arg. ArbustoFaramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC. ArbustoGenipa americana L. ÁrvoreHamelia patens Jacq. TrepadeiraIxora gardneriana Benth. ÁrvoreManettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K. Schum. TrepadeiraMitracarpus lhotzkyanus Cham. ErvaPosoqueria acutifolia Mart. ÁrvorePsychotria brachyceras Müll. Arg. ArbustoPsychotria carthagenensis Jacq. ArbustoPsychotria cephalantha (Müll. Arg.) Standl. ArbustoPsychotria chaenotricha DC. ArbustoPsychotria deflexa DC. ArbustoPsychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. ArbustoPsychotria nitidula Cham. & Schltdl. ArbustoPsychotria racemosa Rich. ArbustoPsychotria rauwolfioides Standl. ArbustoPsychotria stenocalyx Müll. Arg. ArbustoPsychotria subspathacea Müll. Arg. ArbustoPsychotria subtriflora Müll. Arg. ArbustoPsychotria suterella Müll. Arg. ArbustoPsychotria tenuinervis Müll. Arg. ArbustoPsychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl. ArbustoPsychotria sp. ArbustoRandia armata (Sw.) DC. ArbustoRudgea coriacea (Spreng.) K. Schum. ArbustoRudgea coronata (Vell.) Müll. Arg. ArbustoRudgea discolor Benth. ArbustoRudgea eugenioides Standl. ArbustoRudgea francavillana Müll. Arg. ArbustoRudgea interrupta Benth. ArbustoRudgea minor ssp. minor Benth. ArbustoRudgea recurva Müll. Arg. ArbustoRudgea subcordata Müll. Arg. Arbusto

101

Page 102: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Rudgea umbrosa Müll.Arg. ArbustoRudgea sp. ArbustoSimira sampaiona (Standl.) Steyerm. ÁrvoreSimira viridiflora (Allemão & Saldanha) Steyerm. ÁrvoreTocoyena bullata (Vell.) Mart. ArbustoTocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Árvore

RUTACEAE (11/17) Almeida rubra A. St. Hil. ÁrvoreBalfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. ÁrvoreConchocarpus fontanesianus (A. St. Hil.) Kallunchi & Pirani ArbustoConchocarpus gaudichaudianus (A. St. Hil.) Kallunchi & Pirani ArbustoConchocarpus macrophyllus J.C. Mikan ArbustoConchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani ArbustoCusparia ovata (A. St. Hil.) Tul. ÁrvoreErythrochiton brasiliensis Nees & Mart. ArbustoEsenbeckia febrifuga (A. St. Hil.) Juss. ÁrvoreEsenbeckia grandiflora Mart. subsp. grandiflora ÁrvoreFagara nigra (Mart.) Engl. ÁrvoreGalipea jasminiflora (A. St. Hil.) Engl. ÁrvoreNeoraputia alba (Nees & Mart.) Emmerich ÁrvorePilocarpus spicatus A. St. Hil. ArbustoRauia resinosa Nees & Mart. ÁrvoreZanthoxylum rhoifolium Lam. ÁrvoreZanthoxylum tingoassuiba A. St. Hil. Árvore

SAPINDACEAE (9/34) Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. ÁrvoreAllophylus heterophylus Radlk. ÁrvoreAllophylus laevigatus Radlk. ArbustoAllophylus puberulus (Cambess.) Radlk. ÁrvoreAllophylus semidentatus (Miq.) Radlk. ÁrvoreAllophylus sericeus (Cambess.) Radlk. ÁrvoreCupania emarginata Cambess. ÁrvoreCupania oblongifolia Mart. ÁrvoreCupania platycarpa Radlk. ÁrvoreCupania racemosa (Vell.) Radlk. ÁrvoreMatayba guianensis Aubl. ÁrvorePaullinia coriacea Casar. TrepadeiraPaullinia fusiformis Radlk. TrepadeiraPaullinia meliifolia A. Juss. TrepadeiraPaullinia micrantha Cambess. TrepadeiraPaullinia racemosa Wawra TrepadeiraPaullinia trigonia Vell. TrepadeiraSerjania caracasana (Jacq.) Willd. TrepadeiraSerjania clematidifolia Cambess. TrepadeiraSerjania communis Cambess. TrepadeiraSerjania corrugata Radlk. TrepadeiraSerjania cuspidata Cambess. TrepadeiraSerjania dentata Radlk. TrepadeiraSerjania elegans Cambess. TrepadeiraSerjania orbicularis Radlk. TrepadeiraSerjania tenuis Radlk. TrepadeiraTalisia coriacea Radlk. ÁrvoreThinouia mucronata Radlk. TrepadeiraThinouia scandens (Cambess.) Triana & Planchon TrepadeiraTripterodendron filicifolium Radlk. ÁrvoreUrvillea glabra Cambess. Trepadeira

102

Page 103: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Urvillea laevis Radlk. TrepadeiraUrvillea stipitata Radlk. TrepadeiraUrvillea triphylla (Vell.) Radlk. Trepadeira

SAPOTACEAE (5/10) Chrysophyllum flexuosum Mart. ÁrvoreChrysophyllum lucentifolium Cronquist ÁrvoreEcclinusa ramiflora Mart. ÁrvorePouteria caimito (Ruiz & Pavon) Radlk. ÁrvorePouteria filipes Eyma ÁrvorePouteria guianensis Aubl. ÁrvorePouteria psammophila (Mart.) Radlk. ÁrvorePouteria subsessilifolia Cronquist ÁrvorePradosia lactescens (Vell.) Radlk. ÁrvoreSideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. Árvore

SIMAROUBACEAE (2/2) Picramnia grandifolia Engler ArbustoSimaba floribunda A. St. Hil. Árvore

SMILACACEAE (1/3) Smilax brasiliensis Spreng. var. grisebachii TrepadeiraSmilax quinquenervia Vell. TrepadeiraSmilax subsessiliflora Duham. Trepadeira

SOLANACEAE (10/26) Acnistus arborescens (L.) Schltdl. ArbustoAthenaea anonacea Sendtn. ArbustoAureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. ArbustoBrugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Bercht. & J. Presl

Arbusto

Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don ArbustoCapsicum flexuosum Sendtn. ArbustoCapsicum schottianum Sendtn. ArbustoCestrum laevigatum Schltdl. ArbustoDyssochroma viridiflora Miers Hemi-epífitaMetternichia princeps Mikan var. princeps ÁrvoreSolanum alternatopinnatum Steud. TrepadeiraSolanum arenarium Sendtner ArbustoSolanum argenteum Dun. ArbustoSolanum asperum Rich. ArbustoSolanum caavurana Vell. ArbustoSolanum campaniforme Roem. & Schult. ÁrvoreSolanum curvispinum Dun. ArbustoSolanum gnaphalocarpon Vell. ArbustoSolanum incarceratum Ruiz & Pavon ArbustoSolanum megalochiton Mart. ArbustoSolanum melissarum Bohs ArbustoSolanum piluliferum Dun. ArbustoSolanum polytrichum Sendtn. ArbustoSolanum sublentum Hiern. ArbustoSolanum swartzianum Roem. & Schult. var. swartzianum ArbustoSolanum torvum Sw. Arbusto

STERCULIACEAE (3/3) Guazuma crinita Mart. ÁrvoreHelicteris ovata Lam. ArbustoSterculia chicha A. St. Hil. ex Turpin Árvore

THEOPHRASTACEAE (1/1) Clavija spinosa (Vell.) Mez ArbustoTILIACEAE (1/1) Luehea paniculata Mart. ÁrvoreTRIGONIACEAE (1/3) Trigonia eriosperma (Lam.) Fromm & Santos Trepadeira

Trigonia nivea Cambess. TrepadeiraTrigonia villosa Vell. Trepadeira

TURNERACEAE (1/2) Turnera lucida Urb. Arbusto

103

Page 104: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Turnera serrata Vell. var. latifolia ArbustoULMACEAE (2/5) Celtis chichape (Wedd.) Miq. Árvore

Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. ÁrvoreCeltis iguanaea (Jacq.) Sarg. ÁrvoreCeltis pubescens (Kunth) Spreng. ÁrvoreTrema micrantha (L.) Blume Árvore

URTICACEAE (1/1) Boehmeria caudata Sw. ÁrvoreVELLOZIACEAE (2/2) Barbacenia purpurea Hook. Erva

Vellozia candida J.C. Mikan ErvaVERBENACEAE (2/5) Aegiphila chrysantha Haykek Arbusto

Aegiphila mediterranea Vell. ÁrvoreAegiphila vitelliniflora Klotzsch ex Walp. ArbustoVitex polygama Cham. ÁrvoreVitex rufescens A. Juss. Arbusto

VIOLACEAE (3/4) Amphirrhox longifolia (A. St. Hil.) Spreng. ArbustoAnchietea pyrifolia var. hilariana (Eichl.) Marquete & Dan. TrepadeiraRinorea guianensis Aubl. ArbustoRinorea laevigata (Solander ex Gingins) Hekking Arbusto

VITACEAE (1/5) Cissus paullinifolia Vell. TrepadeiraCissus serroniana (Glaziou) Lombardi TrepadeiraCissus simsiana Schult. & Schult. f. TrepadeiraCissus sulcicaulis (Baker) Planch. TrepadeiraCissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Javis Trepadeira

VOCHYSIACEAE (1/1) Callisthene dryadum A.P. Duarte Árvore

ANEXO II

Listagem de espécies ruderais de Magnoliophyta encontradas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

104

Page 105: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

FAMÍLIAS ESPÉCIES HÁBITOACANTHACEAE (1/1) Thunbergia alata Bojer TrepadeiraAMARANTHACEAE (2/2) Achyranthes aspera L. Erva

Alternanthera brasiliana var. villosa (Moq.) Kuntze ErvaARACEAE (1/1) Dieffenbachia aff picta Schott ErvaASTERACEAE (17/20) Acanthospermum hispidum DC. Erva

Achyrocline alata (Kunth) DC. ErvaAchyrocline satureioides (Lam.) DC. ErvaBaccharis dracunculifolia DC. ArbustoBaccharis trinervis Pers. ErvaBidens pilosa L. ErvaBlainvillea dichotoma (Murray) Stewart ErvaCentratherum punctatum Cass. ErvaChaptalia nutans (L.) Pol. ErvaConysa canadensis (L.) Cronquist ErvaElephantopus mollis Kunth. ErvaElvira biflora (L.) DC. ErvaEmilia coccinea (Sims) G. Don ErvaGalinsoga parviflora Cav. ErvaMikania nigricans Gardn. TrepadeiraPterocaulon virgatum (L.) DC. ErvaTilesia baccata (L.) Pruski ErvaTithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray ArbustoVernonia mariana Mart. ex Baker ErvaVernonia scorpioides (Lam.) Pers. Erva

BRASSICACEAE (2/2) Brassica campestris subsp. rapa (L.) Hook. f. ErvaCrucifera virginica (L.) E.H.L. Krause Erva

COMMELINACEAE (2/3) Commelina benghalensis L. ErvaCommelina erecta L. ErvaTripogandra elongata (G. Mey) Woodson Erva

CONVOLVULACEAE (2/4) Ipomoea aristolochiifolia G. Don TrepadeiraIpomoea ramosissima (Poir.) Choisy TrepadeiraMerremia dissecta (Jacq.) Hallier f. TrepadeiraMerremia macrocalyx (Ruiz et Pavon) O’Donnell Trepadeira

CUCURBITACEAE (1/1) Momordica charantia L. TrepadeiraCYPERACEAE (3/7) Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke Erva

Cyperus distans L.f. ErvaCyperus entrerianus Boeck. ErvaCyperus haspan L. ErvaCyperus iria L. ErvaCyperus ligularis L. ErvaEleocharis nodulosa (Roth) Schult. Erva

EUPHORBIACEAE (7/13) Acalypha communis Müll. Arg. ErvaAcalypha poiretii Spreng. ErvaChamaesyce hirta (L.) Millsp. ErvaChamaesyce hyssopifolia (L.) Small ErvaChamaesyce prostrada (Ailton) Small ErvaCnidosculos urens (L.) Arthur ErvaCroton glandulosus L. ErvaEuphorbia graminea Jacq. ErvaEuphorbia heterophylla L. ErvaPhyllanthus niruri var. amarus (Schum. & Thonn.) Leandri ErvaPhyllanthus subemarginatus Müll. Arg. ErvaPhyllanthus tenellus Roxb. Erva

105

Page 106: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Ricinus communis L. ErvaHYPOXIDACEAE (1/1) Hypoxis decumbens L. ErvaLAMIACEAE (4/4) Leucas martinicensis (Jacq.) R.Br. Erva

Marsipianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze ErvaOcimum gratissimum L. ErvaSalvia splendens Sellow ex Wied-Neuw. Erva

LEGUMINOSAE (6/10) Abrus precatorius L. TrepadeiraChamaecrista nictitans var. pilosa (Vogel) H.S. Irwin & R.C. Barneby

Erva

Crotalaria pallida Ait ErvaDesmodium adscendens (Sw.) DC. ErvaDesmodium affine Schltdl. ErvaDesmodium incanum (Sw.) DC. ErvaDesmodium uncinatum (Jacq.) DC. ErvaMimosa pudica L. ErvaStylosanthes scabra Vogel ErvaStylosanthes viscosa (L.) Sw. Erva

LOASACEAE (1/1) Loasa parviflora (DC.) Weigend ErvaLYTHRACEAE (1/2) Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F. Macbr. Erva

Cuphea flava Spreng. ErvaMALVACEAE (5/8) Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke Erva

Sida cordifolia L. ErvaSida planicaulis Cav. ErvaSida linifolia Cav. ErvaSida rhombifolia L. ErvaSidastrum micranthum (L.) Fryxell ErvaUrera lobata L. ErvaWissadula amplissima (L.) R.E. Fries Erva

MOLLUGINACEAE (1/1) Mollugo verticillata L. ErvaNYCTAGINACEAE (1/1) Mirabilis jalapa L. ErvaONAGRACEAE (1/1) Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven ErvaOXALIDACEAE (1/3) Oxalis barrelieri L. Erva

Oxalis corymbosa DC. ErvaOxalis fruticosa R. Knuth Erva

PHYTOLACCACEAE (3/3) Microtea scabrida Urb. ErvaPetiveria alliacea L. ErvaRivina humilis L. Erva

PLANTAGINACEAE (2/2) Plantago tomentosa Lam. ErvaVeronica persica Poir. Erva

PLUMBAGINACEAE (1/2) Plumbago auriculata Lam. ArbustoPlumbago scandens L. Arbusto

POACEAE (6/7) Andropogon bicornis L. ErvaAndropogon leucostachyus Kunth ErvaMelinis minutiflora P. Beauv. ErvaPanicum maximum Jacq. ErvaPaspalum millegrana Schrad. ErvaPennisetum setosum (Sw.) Rich. ErvaRhychelytrum repens (Willd.) C. E. Hubb. Erva

PONTEDERIACEAE (1/1) Eichhornia crassipes (Mart.) Solms ErvaPORTULACACEAE (2/5) Portulaca hirsutissima Cambess. Erva

Portulaca mucronata Link. ErvaPortulaca oleracea L. ErvaTalinum paniculatum (Jacq.) Gaertn. ErvaTalinum racemosum (L.) Rohrb. Erva

106

Page 107: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ROSACEAE (1/1) Rubus urticifolius Poiret ArbustoRUBIACEAE (1/1) Richardia grandiflora (Cham. & Schlecht.) Steudel ErvaSAPINDACEAE (1/2) Cardiospermum corindum L. Trepadeira

Cardiospermum grandiflorum Sw. TrepadeiraSOLANACEAE (2/2) Lycianthes repens (Spreng.) Bitter Erva

Solanum americanum Mill. ErvaSTERCULIACEAE (1/1) Waltheria indica Linn. ErvaURTICACEAE (3/5) Pilea nummulariifolia (Sw.) Weed. Erva

Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Griseb. ArbustoUrera caravasana (Jacq.) Gaudich. ex Griseb. TrepadeiraUrera mitis Miq. ArbustoUrtica dioica L. Erva

VERBENACEAE (2/4) Lantana camara L. ArbustoLantana fucata Lindl. ArbustoLantana viscosa Pohl ex Schauer ArbustoStachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl Erva

107

Page 108: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Artigo II

TREPADEIRAS DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ,

RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros, Leonor de Andrade Ribas & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido à Rodriguésia

Page 109: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). Trepadeiras têm alta representatividade em várias formações vegetais, correspondendo a cerca de 25% da diversidade taxonômica das florestas tropicais, mas mal representadas nos levantamentos florísticos devido a dificuldades metodológicas de coleta. Estudos na floresta ombrófila densa são raros e o presente trabalho vem contribuir para o aumento do conhecimento da flora de trepadeiras dessa formação vegetal. Foram feitas coletas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado entre os municípios de Niterói e Maricá, RJ. O levantamento florístico relacionou 39 famílias, 108 gêneros, 215 espécies. A maior riqueza foi das famílias Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (19 spp.), Convolvulaceae (13 spp.), Cucurbitaceae (11 spp.) e Dioscoreaceae (11 spp.). Essas famílias perfazem 59,5% do total de trepadeiras levantadas. Houve um predomínio de trepadeiras lenhosas e de formas volúveis. A expressiva riqueza e diversidade de espécies mostram que a vegetação forma um mosaico de vários estádios sucessionais, de acordo com o processo de uso e abandono da terra.

Palavras chaves: Trepadeiras, florística, Mata Atlântica, diversidade, Serra da Tiririca

ABSTRACT- (Climbers from Serra da Tiririca State Park, Brazil: Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). Climbers have high representativity in several vegetation formations, corresponding to ca. 25% of tropical forest taxonomic diversity, but they are very badly represented in floristic surveys because of methodological difficulties in collecting. Studies on the dense ombrophilous forests are rare and this work is increasing the knowledge of the climbers of this plant formation. The survey was done in the Serra da Tiririca State Park, located between Niterói and Maricá, Rio de Janeiro. The floristic survey listed 39 families, 108 genera and 215 species. The high richness was from the Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae (23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (19 spp.), Convolvulaceae (13 spp.), Cucurbitaceae (11 spp.) and Dioscoreaceae (11 spp.) families. These families totaled 59.5 % of the total number of climbers. There were a relevant number of woody and twining climbers. An expressive species richness and diversity shows that the vegetation forms a mosaic of many successional stages, according to the use process and abandonment of the land.

Key Words: Climbers, floristic, Atlantic Rainforest, diversity, Serra da Tiririca

INTRODUÇÃO

As plantas trepadeiras apresentam alta representatividade em várias formações

vegetacionais. Correspondem a cerca de 25% da diversidade taxonômica das florestas

tropicais, sendo um importante componente florístico, estrutural e funcional (Gentry 1991;

Engel et al. 1998). Têm grande variedade de formas e tamanhos, sendo que cerca da

metade das famílias de Magnoliophyta possuem representantes com hábito trepador

(Peñalosa 1984). Ocorrem abundantemente em bordas de florestas, margens de cursos

d’água, clareiras e áreas sob influência antrópica. Contudo, ocorrência de espécies com

este hábito não está relacionada apenas com áreas degradadas.

As trepadeiras podem ocasionar alta mortalidade das árvores que servem de

suporte. Dessa forma, exercem importante força seletiva na evolução do componente

arbóreo nas florestas tropicais (Putz 1984). Enquanto as árvores investem em tecidos de

119

Page 110: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

sustentação, as trepadeiras investem em crescimento rápido direcionando-se ao dossel em

busca de luz (Gentry 1991). Outra questão de destaque é que grande parte da serrapilheira

das florestas tropicais provém de trepadeiras por terem alta percentagem de biomassa foliar

(Gentry 1983). Isso significa que as trepadeiras têm um expressivo papel na ciclagem de

nutrientes dessas formações florestais. Além disso, as trepadeiras são importantes na

dinâmica das comunidades vegetais em florestas estacionais semidesciduais por serem

fornecedoras de néctar, pólen e frutos para a fauna no período de seca (inverno), enquanto

que as árvores produzem estes recursos predominantemente no período de chuvas

(Morellato & Leitão-Filho 1996).

De uma forma geral, as trepadeiras são mal representadas nos levantamentos

florísticos. Isso se deve a dificuldades metodológicas, uma vez que nem sempre é possível

observá-las com flores e/ou frutos. Os ramos férteis muitas vezes estão no dossel, o que

prejudica a sua visualização e conseqëntemente a coleta. Tal fato é ressaltado por Gentry

(1991) que as coloca como a forma de crescimento menos coletada em relação às demais

plantas. O reflexo desse contexto é observado na pouca representatividade nas coleções

dos herbários. Muitas trepadeiras atingem o dossel arbóreo em busca de luz e formam um

emaranhado difícil de ser individualizado. Coletá-las estéreis também gera outro problema,

uma vez que a descrição das espécies baseia-se principalmente nos ramos férteis. As

trepadeiras podem atingir muitos metros de comprimento e, em vários grupos, existe uma

diferenciação morfológica entre as partes apicais, medianas e basais. Isso dificulta a

identificação precisa das espécies, visto que as partes vegetativas são negligenciadas nessa

descrição.

No Brasil, a partir da década de 1990 os estudos florísticos e fitossociológicos têm

dado um enfoque maior às plantas trepadeiras, com trabalhos na Amazônia (Prance 1994),

cerrado (Weiser 2001) e florestas estacionais semideciduais (Bernacci & Leitão-Filho

1996; Stranghetti & Ranga 1998; Morellato & Leitão-Filho 1998; Rezende & Ranga

2005). No estado do Rio de Janeiro destaca-se o trabalho pioneiro de Lima et al. (1997) na

floresta ombrófila densa montana e altomontana da Reserva Biológica de Macaé de Cima e

a chave para identificação de famílias de Vaz & Vieira (1994).

Aspectos ecológicos das trepadeiras foram abordados em Araújo & Martins (1999),

Lombardi et al. (1999), Hora & Soares (2002) e Sá (2006). Os trabalhos de Peixoto &

Gentry (1990) e Sá (2006) utilizando a metodologia de amostragem em 0,1 ha contribuiu

120

Page 111: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

para aumentando o conhecimento do papel das trepadeiras na estrutura florestal da Mata

Atlântica. Estudos com anatomia de trepadeiras como os de Carlquist (1991), Araújo &

Costa (2006, 2007) e Brandes (2007) vêm ajudando na elucidação do problema de

identificação das trepadeiras. Mas ainda existem lacunas a serem preenchidas como, por

exemplo, a elaboração de um catálogo anatômico comparativo que seja representativo da

flora brasileira.

A proposta deste estudo é caracterizar a composição florística das trepadeiras em

formações remanescentes da floresta ombrófila densa submontana litorânea do Parque

Estadual da Serra da Tiririca no estado do Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) está localizado entre os municípios

de Niterói e Maricá no estado do Rio de Janeiro (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). Foi

criado pela Lei Estadual nº 1901/91 de 29 de novembro de 1991, tendo seus “limites em

estudo” estabelecidos pelo Decreto nº 18.598 de 19 de maio de 1993 para uma área de

2.400 ha (Pontes 1987). A Lei Estadual nº 5079 de 03 de setembro de 2007 estipulou os

limites definitivos com duas partes continentais (Serra da Tiririca e Morro das

Andorinhas) e uma marinha (Enseada do Bananal) numa área de 2.077 ha. Em 1992 foi

considerado pela UNESCO como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata

Atlântica. O PEST é formado por um conjunto de montanhas com altitude média

aproximada de 250 m: Pedra do Elefante (412 m), Morro do Telégrafo (387 m), Alto

Mourão (369 m), Morro do Catumbi (344 m), Morro da Serrinha (277 m), Morro do

Cordovil (256 m), Costão de Itacoatiara (217 m), Morro da Penha (128 m) (Barros &

Seoane 1999) e Morro das Andorinhas (196 m), incluído no PEST em 2007. Apresenta

rochas do período Pré-Cambriano com cerca de 600 milhões de anos, compreendendo as

unidades geológicas gnaisse facoidal e Cassorotiba (Penha 1999). Os solos são do tipo

alissolo crômico, luvissolo hipocrômico, neossolo litólico e formações turfosas

(Multiservice 1995), sendo a classificação adaptada de acordo com Zimback (2003). Na

classificação de Köppen o clima é do tipo Aw, ou seja, quente e úmido, com estação

chuvosa no verão e seca no inverno (maio e junho). A estação chuvosa inicia-se na

primavera, culminando no verão entre os meses de dezembro e janeiro, quando ocorre

121

Page 112: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

intensa precipitação pluviométrica, correspondendo a 60% do total anual, porém não

excede 171 mm/mês. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas. Contudo em

março, devido à chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A menor

precipitação se dá nos meses de julho e agosto, quando fica abaixo de 60 mm. A

temperatura média é de 22oC, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes e o mais

frio em junho. O vento predominante é o nordeste (Bernardes 1952). A Serra da Tiririca

está inserida no bioma Mata Atlântica e sua vegetação é classificada como floresta

ombrófila densa (Veloso et al. 1991), com extensas áreas cobertas pela formação

submontana em vários estádios sucessionais.

Nos afloramentos rochosos de gnaisse facoidal observa-se uma vegetação típica de

ambientes sujeitos a escassez de água (Barros & Seoane 1999). Grande parte da vegetação

corresponde a formações secundárias, mas é possível encontrar fragmentos de vegetação

em estádios sucessionais mais avançados. A região foi ocupada por antigas fazendas do

século XVIII e passou por vários ciclos econômicos que alteraram a vegetação original.

Atualmente vem sofrendo o impacto de ocupação pela especulação imobiliária.

Amostragem florística

Foram realizadas coletas aleatórias de plantas férteis no período de março/1997 a

agosto/2007. O material coletado foi herborizado e seco em estufa 60ºC, sendo

posteriormente incorporado aos Herbários da Faculdade de Formação de Professores da

UERJ (RFFP) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). As espécies foram

identificadas através de bibliografia especializada, comparações nos herbários fluminenses

(RB, GUA, RUSU e HB) e consultas aos especialistas. A listagem foi organizada segundo

o sistema de Cronquist (1988), exceto Leguminosae que foi tratada como uma única

família como proposto por Polhill et al. (1981). A correção gráfica dos nomes das espécies

segue os bancos de dados do Royal Botanic Garden - Kew (International Plant Names

Index 2004), The Missouri Botanical Garden (W3Tropicos 2006) e The New York

Botanical Garden (2006) disponíveis na internet. Para padronização das abreviaturas dos

nomes dos autores adotou-se Brummit & Powell (1992).

Nesse estudo foram consideradas trepadeiras as plantas vasculares que utilizam

plantas ou outro tipo de suporte para ascender, porém são fixas ao solo pelo sistema

122

Page 113: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

radicular durante todo seu ciclo de vida (Mueller-Dombois & Ellenberg 1974; Gentry

1985, 1991). As trepadeiras foram classificadas como revisto por Schnell (1970) com base

nos diferentes mecanismos de fixação e ascensão como: passivas ou escandentes (ESC)

aquelas que apenas se apóiam sobre um suporte sem qualquer mecanismo sensível de

aderência; volúvel (VOL) aquelas que se enroscam de maneira espiralada em torno de um

suporte; com órgãos preensores (PRE) aquelas que possuem sensibilidade localizada na

estrutura de aderência ao suporte e radicantes (RAD) aquelas que se apóiam ao suporte por

meio de raízes adventícias. Também foram classificadas com base na estrutura caulinar,

sendo divididas em: trepadeiras herbáceas (HERB) quando apresentam caules delgados

não lenhosos e trepadeiras lenhosas (LENH) quando apresentam caules lenhosos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O inventário catalogou 39 famílias, 108 gêneros, 215 espécies com hábito trepador,

incluindo 10 espécies ruderais (4,6%) (Tabela 1 e anexo). Esses dados correspondem a

20,5% do total de espécies levantadas para o PEST, estando em segundo lugar na

representatividade das formas de crescimento, logo depois do componente arbóreo. Vaz

(1992) estimou a representatividade de gêneros e famílias de plantas da floresta ombrófila

densa na flora do Rio de Janeiro, baseado na coleção do Herbário do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro (RB), onde as trepadeiras correspondem a 53 famílias e 169 gêneros (22,4%

do total). Estão na segunda posição em termos de riqueza de gêneros, perdendo apenas

para as famílias arbóreas/arbustivas. Comparando os dados desse estudo com trabalho de

Vaz (1992) verifica-se que 73,6% das famílias e 61,5% dos gêneros de trepadeiras da

floresta ombrófila densa do estado do Rio de Janeiro registrados no herbário RB estão

representados no PEST.

A maior riqueza de espécies foi das famílias: Leguminosae (29 spp.), Sapindaceae

(23 spp.), Bignoniaceae (22 spp.), Malpighiaceae (19 spp.), Convolvulaceae (13 spp.),

Cucurbitaceae (11 spp.) e Dioscoreaceae (11 spp.) (Figura 1). Essas famílias perfazem

59,5% do total de trepadeiras levantadas, indicando que apenas sete famílias são

responsáveis por mais da metade da riqueza de espécies no PEST. Segundo Gentry (1991)

embora muitas famílias de plantas fanerógamas do Neotrópico apresentem espécies de

trepadeiras a grande diversidade se concentra em poucas famílias.

123

Page 114: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Tabela 1: Número de gêneros e espécies/infra-espécies de trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

FAMÍLIAS GÊNEROS ESPÉCIES

ACANTHACEAE 1 1

AMARANTHACEAE 2 3

APOCYNACEAE 5 9

ARECACEAE 1 1ARISTOLOCHIACEAE 2 4

ASCLEPIADACEAE 5 6

ASTERACEAE 2 3

BIGNONIACEAE 12 22

BORAGINACEAE 1 1

CACTACEAE 1 1

CAPPARACEAE 1 1

CONNARACEAE 1 2CONVOLVULACEAE 5 13

CUCURBITACEAE 5 11

DILLENIACEAE 1 1

DIOSCOREACEAE 1 11

EUPHORBIACEAE 3 8

HIPPOCRATEACEAE 1 1

ICACINACEAE 1 1

LEGUMINOSAE 17 29

LILIACEAE 2 2

LOGANIACEAE 1 1

MALPIGHIACEAE 8 19

MARCGRAVIACEAE 1 1

MENDONCIACEAE 1 1MENISPERMACEAE 6 6

NYCTAGINACEAE 3 3

PASSIFLORACEAE 1 9

POACEAE 1 1

POLYGALACEAE 1 2

RHAMNACEAE 1 1

RUBIACEAE 3 3

SAPINDACEAE 5 23SMILACACEAE 1 3

SOLANACEAE 1 1

URTICACEAE 1 3

TRIGONIACEAE 1 1

VIOLACEAE 1 1

VITACEAE 1 5TOTAL 108 215

124

Page 115: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Figura 1: Riqueza de gêneros e espécies das famílias mais representativas de trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Em outros levantamentos florísticos essas famílias também são representativas em

relação ao hábito trepador mudando apenas a ordem de importância, como nos estudos de

Lima et al. (1997), Morellato & Leitão-Filho (1998), Lombardi et al. (1999), Weiser 2001,

Hora & Soares (2002) e Rezende & Ranga (2005). No trabalho de Lima et al. (1997) na

floresta ombrófila densa montana e altomontana de Macaé de Cima (RJ) destacaram-se

Asteraceae, Leguminosae, Sapindaceae, Malpighiaceae e Passifloraceae. No PEST a

família com maior número de espécies foi Leguminosae Está na segunda posição em

relação ao número de gêneros dentre as famílias com espécies de trepadeiras fluminenses

(Vaz 1992).

Nas florestas estacionais de São Paulo Bignoniaceae é a família de maior expressão

(Udulutsch et al. 2004), sendo também considerada por Gentry (1991) a família com maior

riqueza de espécies nas florestas neotropicais de baixas altitudes. Esse autor também

ressaltou a importância de Convolvulaceae, Leguminosae, Asteraceae, Malpighiaceae,

Sapindaceae, Passifloraceae, Cucurbitaceae e Apocynaceae como as mais ricas em

espécies nas Américas (Gentry 1991). Bignoniaceae, Sapindaceae e Malpighiaceae são

mais representadas em regiões de baixa altitude, dessa forma prevalecendo nos

levantamentos florísticos em florestas tropicais (Gentry 1991). No PEST Bignoniaceae

apresentou o terceiro lugar quanto à riqueza de espécies, porém em Macaé de Cima não

figura nem entre as dez famílias mais importantes. Dioscoreaceae normalmente não é

125

Page 116: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

citada como uma das famílias mais relevantes, contudo no PEST é a sétima família com

maior riqueza em espécies.

Vaz (1992) também mostrou que poucas famílias possuem alta riqueza de gêneros

como Bignoniaceae, Leguminosae, Asteraceae (mais de 10 gêneros com espécies de

trepadeiras), enquanto a maioria das famílias apresenta poucos gêneros com hábito

trepador. No PEST as famílias com maior riqueza de gêneros são Leguminosae e

Bignoniaceae (Tabela 1), da mesma forma que em Macaé de Cima (Lima et al. 1997).

Essas famílias também são as mais representativas em relação às trepadeiras do estado do

Rio de Janeiro (Vaz 1992). Os gêneros com maior riqueza de espécies são: Dioscorea (11

spp.), Passiflora (9 spp.), Serjania (9 spp.), Heteropterys (7 spp.), Dalechampia, Paullinia,

Stigmaphyllon, Senegalia e Ipomoea com 6 spp. cada. Esses gêneros representam 30,7%

das espécies amostradas no PEST.

Houve um predomínio de trepadeiras lenhosas (58,6%) em relação às herbáceas

(41,4%). O mesmo fato foi constatado para as florestas estacionais semideciduais de São

Paulo (Bernacci & Leitão-Filho 1996; Morellato & Leitão-Filho 1998; Udulutsch et al.

2004). Esses dados se contrapõem as estimativas de Gentry (1991) nas quais as trepadeiras

lenhosas e herbáceas se equivalem quanto à representatividade nas florestas tropicais de

baixas altitudes. Essa relação foi observada em florestas equatorianas do Rio Palenque

(Gentry & Dodson 1987), Barro Colorado (Croat 1978) e Costa Rica (Jansen & Liesner

1980).

As trepadeiras lenhosas são mais freqüentes sobre as copas das árvores (Morellato

& Leitão-Filho 1998) e contribuem significativamente para a dinâmica do dossel durante

os primeiros estádios sucessionais (Hegarty 1990). Contudo podem ser encontradas tanto

em estádios sucessionais iniciais quanto tardios. São muito robustas e atingem vários

metros chegando às copas das árvores em busca de luz, utilizando diferentes estratégias de

apoio. Segundo Gentry & Dodson (1987), as famílias mais representativas dentre as

trepadeira lenhosas são Leguminosae, Malpighiaceae, Sapindaceae e Bignoniaceae. O

mesmo ocorre no PEST, sendo Machaerium aculeatum, Bauhinia microstachya,

Heteropterys leschenaultiana, Paullinia fusiformis, Adenocalymma trifoliatum, Mansoa

lanceolata e Tynanthus micranthus representantes dessas famílias. Uma espécie muito

comum nas áreas em regeneração é Arrabidaea selloi, que na época de floração destaca-se

nas trilhas e bordas de mata pelas suas flores róseas perfumadas. É interessante ressaltar

126

Page 117: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

que algumas trepadeiras lenhosas podem também se apresentar com hábito arbustivo como

Strychnos acuta e Leretia cordata. S. acuta quando na forma de trepadeira desenvolve

ganchos como órgão preensor.

As trepadeiras herbáceas normalmente estão associadas às áreas abertas degradadas

como bordas de florestas e clareiras, sendo expressivas nas fases iniciais de sucessão.

Contudo, nem sempre isso é evidente, uma vez nessas áreas ocorrem indivíduos jovens de

trepadeiras lenhosas (Lima et al. 1997). As famílias mais representativas são Leguminosae,

Passifloraceae, Cucurbitaceae e Convolvulaceae. No PEST trepadeiras dessas famílias são

muito comuns, destacando-se Vigna adenantha, Passiflora racemosa, Wilbrandia

glaziovii, Wilbrandia verticillata e Jacquemontia martii.

Em afloramentos rochosos próximos ao mar, como no Costão de Itacotiara, Alto

Mourão e Morro das Andorinhas, ocorrem trepadeiras como Anemopaegma

chamberlaynii, Arrabidaea rego, Lundia cordata, Pereskia aculeata, Heteropterys

chrysophylla, Passiflora farneyi, Schwartzia brasiliensis, Mimosa velloziana, Cissus

verticillata, Cissus paulliniifolia entre outras. Essas espécies também podem ser

encontradas no interior da mata em florestas ombrófilas densas e nas restingas. É muito

comum a presença de trepadeiras em afloramentos rochosos no interior da mata tais como

Glaziovia bauhinioides e Parabignonia unguiculata que aderem às rochas, podendo

também usar árvores como suporte.

As trepadeiras volúveis e volúveis com órgãos preensores predominam,

correspondendo juntas a 92% das espécies levantadas. Os órgãos preensores mais presentes

foram gavinhas, espinhos e ganchos. As demais formas representaram 7% de espécies

escandentes, 0,5 com órgãos preensores (Glaziovia bauhinioides) e 0,5% de volúvel

escandente com órgãos preensores e radicante (Parabignonia unguiculata). Não foi

verificada a ocorrência de espécies radicantes. Lima et al. (1997) analisando trechos de

florestas preservadas em Macaé de Cima (RJ), observaram a grande incidência de

trepadeiras com órgãos preensores e consideraram essa a forma mais eficiente das plantas

alcançarem o dossel. Gentry (1985, 1991) destaca a ocorrência de trepadeiras em estados

sucessionais mais tardios com maior tendência de especialização da forma de fixação. Na

Serra da Tiririca o predomínio de formas volúveis pode indicar um estado inicial de

regeneração da vegetação, contudo deve-se encarar essa região como um mosaico de

estados sucessionais. As formas volúveis e com órgãos preensores correspondem a 41,8%

127

Page 118: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

das espécies e as apenas volúveis 50,2%. Dessa forma, a região em estudo pode se

encontrar em um estágio intermediário de regeneração.

Em relação à conservação, seis espécies estão listadas em categorias de ameaça de

extinção, segundo a Lista Brasileira de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção revisada

em 2005 em workshop realizado pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas 2005):

Banisteriopsis sellowiana (vulnerável), Heterpterys terntroemiifolia (criticamente em

perigo), Stigmaphyllon vitifolium (vulnerável), Odontocarya vitis (vulnerável), Passiflora

farneyi (quase ameaçada) e Ungilipetalum filipendum (em perigo). Wilbrandia glaziovii é

considerada endêmica do estado do Rio de Janeiro, sendo enquadrada como vulnerável

dentre as categorias de espécies ameaçadas de extinção por Klein (1996).

Avaliando outras áreas inventariadas floristicamente no Brasil, destacam-se os

dados levantados nesse estudo, os quais mostram uma grande riqueza de espécies para as

formações vegetacionais do estado do Rio de Janeiro (Tabela 2). Embora seja necessário

avaliar o grau de perturbação de cada área, os dados mostram que a floresta ombrófila

densa, representada por Macaé de Cima e Serra da Tiririca, apresentou maior riqueza de

espécies do que as demais formações vegetais avaliadas. A similaridade da Serra da

Tiririca com outras áreas estudadas (Tabela 2) mostra pouco relacionamento florístico.

Tabela 2: Riqueza de espécies de trepadeiras na Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado e similaridade florística entre as áreas avaliadas.

Áreas de Estudo Nº de taxons SimilaridadeSorensen (%)

Formação Florestal Referência

Reserva Ducke, AM 71 2,8 Amazônica Prance (1994)

Santa Genebra, SP 136 19,5 Floresta estacional semidecidual

Morellato & Leitão- Filho (1998)

Rio Claro, Araras, SP 148 17,3 Floresta estacional semidecidual

Udulutsch et al. (2004)

Estação Ecológica do Noroeste Paulista, SP

105 12,1 Floresta estacional semidecidual

Rezende & Ranga (2005)

Parque Estadual de Vassununga, Gleba Maravilha, SP

120 15,0 Floresta estacional semidecidual

Tibiriçá et al. (2006)

Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ

144 16,0 Floresta ombrófila densa montana e submontana

Lima et al. (1997)

Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ

215 - Floresta ombrófila densa submontana

Este estudo

128

Page 119: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Segundo Hora & Soares (2002), a grande quantidade de espécies num fragmento

florestal pode ser atribuída, em parte, à heterogeneidade de habitats, ao grau de perturbação

desses fragmentos por causas naturais e antrópicas. Sendo assim, áreas com maior

incidência de luz, como clareiras e bordas, favorecem o desenvolvimento de trepadeiras

(Morellato & Leitão-Filho 1998), principalmente as herbáceas. Segundo Engel et al.

(1998) a presença de trepadeiras nas clareiras indica a perda de sustentabilidade desse tipo

de ambiente. Normalmente a grande abundância de trepadeiras está associada a ambientes

degradados em regeneração, formando verdadeiros emaranhados de difícil penetração e

caracterizando a fisionomia dessas áreas. Sendo assim, a maior riqueza de espécies na

Serra da Tiririca indica que a região se apresenta num mosaico sucessional, em diferentes

estádios de recuperação.

Nas bordas das matas e clareiras estão presentes trepadeiras herbáceas, como

Cayaponia trifoliata, Cayaponia trilobata, Dalechampia convolvuloides, Canavalia

parviflora, Trigonia eriosperma, Prestonia denticulata, Mendoncia velloziana, Anchietea

pyrifolia e trepadeiras lenhosas como Mascagnia sepium, Stigmaphyllon tomentosum,

Mucuna urens, Serjania caracasana. No interior das matas em recuperação são observadas

trepadeiras lenhosas como Adenocalymma trifoliatum, Adenocalymma bracteatum,

Mansoa lanceolata, Tynanthus micranthus, Connarus nodosus, Dioscorea dodecaneura,

Dioscorea altissima, Hippocratea volubilis, Bauhinia microstachya, Machaerium

aculeatum, Machaerium oblongifolium, Heteropterys leschenaultiana, Chondrodendron

platiphyllum entre outras. No interior da mata também ocorrem trepadeiras herbáceas

como Aristolochia raja, Disciphania hernandia e Passiflora racemosa.

Trepadeiras ruderais não são muito representativas em florestas maduras e habitam

preferencialmente as bordas das matas. No PEST são comumente encontradas nessas

condições, principalmente nas clareiras e trilhas, as seguintes trepadeiras herbáceas:

Thunbergia alata, Ipomoea aristolochiifolia, I. ramosissima, Merremia dissecta,

Momordica charantia, Cardiospemum corindum, C. grandiflorum, Abrus precatorius e

Urera caravasana. Essas espécies são consideradas infestantes de lavouras perenes e

normalmente encontradas em terrenos abandonados (Kissmann & Groth 1995, 1999).

Algumas espécies foram introduzidas no Brasil a partir da África, como T. alata e M.

charantia. A. precatorius é cosmopolita de regiões tropicais e as demais espécies têm

ocorrência natural na América Tropical (Kissmann & Groth 1995, 1999). Considerando

129

Page 120: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

todo o processo de ocupação da Serra da Tiririca e uso da terra seria de esperar encontrar

essas plantas na região. Principalmente nas áreas de antigos sítios abandonados a cerca de

30 anos.

CONCLUSÃO

Considerando o histórico de uso da terra na Serra da Tiririca, a expressiva riqueza e

diversidade de espécies mostram um mosaico de diferentes estádios sucessionais ao qual se

encontra a vegetação. Apresenta áreas mais conservadas nas cumeeiras dos morros e outras

em regeneração nas encostas, antes ocupadas por sítios com produção agrícola variada.

Dessa forma, muitas espécies são encontradas nas bordas dos fragmentos, ao longo das

trilhas e nas clareiras. Nessa situação são observadas tanto trepadeiras herbáceas quanto

lenhosas, contudo com maior incidência de espécies herbáceas. Nas áreas florestadas em

regeneração ocorrem trepadeiras lenhosas com espécies encontradas tanto nas bordas

quanto no interior da mata. Apenas nos trechos mais preservados a incidência de

trepadeiras diminui e ocorrem espécies características de estádios de sucessão mais tardios.

Nessas condições também são observadas trepadeiras mais especializadas quanto à forma

de fixação, embora no geral haja um predomínio de formas volúveis.

Os estudos realizados na Mata Atlântica vêm ressaltando a importância das

trepadeiras na estrutura e diversidade das florestas tropicais. O que pode ser constatado

tanto nas florestas ombrófilas densas como nas formações mais secas das florestas

semideciduais. Isso demonstra a necessidade de enfocar mais essas formas de vida nos

levantamentos florísticos.

Agradecimentos

Agradecemos aos taxonomistas Luiz José Soares Pinto (Euphorbiaceae), Genise Somner (Sapindaceae), Robson Dalma Ribeiro (Leguminosae), Haroldo C. de Lima (Leguminosae), Michel Barros (Leguminosae – Senegalia), André Amorim (Malpighiaceae), João Marcelo de A. Braga (Menispermaceae), Mário Gomes (Rubiaceae), Jorge Fontella (Asclepiadaceae), Elsie F. Guimarães (Trigoniaceae e Boraginaceae) e Roberto L. Esteves (Asteraceae) pela identificação e/ou confirmação do material coletado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araújo, F. S. & Martins, F. R. 1999. Fisionomia e organização da vegetação do carrasco no Planalto de Ibiapaba, estado do Ceará. Acta Botanica Brasilica 13(1): 1–13.

Araújo, G. U. C. & Costa, C. G. 2006. Cambial variant in the stem of Serjania corrugata (Sapindaceae). IAWA Journal 27(3): 269–280.

130

Page 121: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Araújo, G. U. C. & Costa, C. G. 2007. Anatomia do caule de Serjania corrugata Radlk. (Sapindaceae). Acta Botanica Brasilica 21(2): 489–497.

Barros, A. A. M. & Seoane, C. E. S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: Vallejo, L. R. & Silva, M. T. C. (eds.). Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF. Pp. 114–124.

Bernacci, L. C. & Leitão-Filho, H. F. 1996. Flora fanerogâmica da floresta da Fazenda São Vicente, Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica 19(2): 149–164.Bernardes, L. M. C. 1952. Tipos de clima do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia (14): 57-80.

Biodiversitas. 2005. Revisão da Lista da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção. <http://www.biodiversitas.org.br> Arquivo da internet acessado em 02 de janeiro de 2008.

Brandes, A. F. N. 2007. Anatomia do lenho e dendrocronologia de lianas da família Leguminosae ocorrentes na Mata Atlântica. Dissertação (Mestrado em Botânica). Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 94p.

Brummit, R. K. & Powell, C. E. 1992. Authors of plants names. Royal Botanic Gardens, Kew. 732p.

Carlquist, S. 1991. Anatomy of vine and liana stems: a review and synthesis. In: Putz, F. E. & Mooney, H. A. (eds.). The Biology of vines. Cambridge: Cambridge University Press. Pp. 53-72.

Croat, T. 1978. Flora de Barro Colorado Island. California, Stanford University Press. 943p.

Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2º edição. New York Botanical Garden, New York. 556p.

Engel, E. E.; Fonseca, R. C. B. & Oliveira, R. E. 1998. Ecologia de lianas e o manejo de fragmentos florestais. Série Técnica IPEF 12(32): 43–64.

Gentry, A. H. 1983. Lianas and the paradox of contrasting latitudinal gradients in woods and litter production. Tropical Ecology 24(1): 63-67.

Gentry, A. H. 1985. An ecotaxonomic survey of Panamanian lianas. In: D’Arcy, W. G. & Correa, A. M. D. (eds.). The Botany of Natural History of Panama. St. Louis, Missouri Botanical Garden: Pp. 29-42.

Gentry, A. H. 1991. The distribution and evolution of climbing plants. In: Putz, P. E. & Mooney, H. A. (eds.). The Biology of Vines. Cambridge: Cambrige Univ. Press: Pp. 3–49.

Gentry, A. H. & Dodson, C. H. 1987. Contribution of nontrees to species richness of tropical rain forest. Biotropica 19(2): 148–156.

131

Page 122: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Hegarty, F. E. 1990. Leaf life-span and leafing phenology of lianas and associated trees during a rainforest sucession. Journal of Ecology 78(2): 300–312.

Hora, R. C. & Soares, J. J. 2002. Estrutura fitossociológica da comunidade de lianas em uma floresta estacional semidecidual na Fazenda Canchim, São Carlos, SP. Revista Brasileira de Botânica 25(3): 323–329.

International Plant Names Index. 2004. Royal Botanic Garden - Kew. <http://www.ipni.org> Arquivo da internet acessado de março de 2004 a janeiro de 2008.

Janzen, D. H. & Liesner, R. 1980. Annotated checklist of lowland Guanacaste Provincia Costa Rica, exclusive of grasses and nonvascular cryptogams. Brenesia 18: 15-90.

Kissmann, K. G. & Groth, D. 1995. Plantas infestantes e nocivas. Tomo III: Plantas dicotiledôneas de Geraniaceae e Verbanaceae. 1º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 683p.

Kissmann, K. G. & Groth, D. 1999. Plantas infestantes e nocivas. Tomo II: Plantas dicotiledôneas por ordem alfabética de famílias. Acanthaceae a Fabaceae. 2º edição. Ed. BASF, São Bernardo do Campo. 978p.

Klein, V. L. G. 1996. Cucurbitaceae do Estado do Rio de Janeiro: Subtribo Melothriinae E.G.O. Muell et F. Pax. Arquivos do Jardim Botânico Rio de Janeiro 34(2): 93–172.

Lima, H. C.; Lima, M. P. M.; Vaz, A. M. S. F. & Pessoa, S. V. A. 1997. Trepadeiras da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Pp. 75–87.

Lombardi, J. A.; Temponi, L. G. & Leite, C. A. 1999. Mortality and diameter growth of lianas in semideciduous forest fragment in Southeasterm Brazil. Acta Botanica Brasilica 13(2): 159–165.

Morellato, L. P. C. & Leitão-Filho, H. F. 1996. Reproductive phenology of climbers in a Southeastern Brazilian forest. Biotropica 28(2): 180–191.

Morellato, L. P. C. & Leitão-Filho, H. F. 1998. Levantamento florístico da comunidade de trepadeiras de uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. Boletim do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Série Botânica 103: 1–15.

Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York. Ed. John Wiley & Sons. 547p.

Multiservice. 1995. Avaliação de 10 Unidades de Conservação Ambiental na região metropolitana do Rio de Janeiro. Anexo. 28p. Peixoto, A. L. & Gentry, A. H. 1990. Diversidade e composição florística na mata de tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 13: 19-25.

132

Page 123: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Peñalosa, J. 1984. Basal branching and vegetative spread in two tropical rain forest lianas. Biotropica 16(1): 01–09.

Penha, H. M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B. A.; Bidone, E. D. & Abrão, J. J. (eds.). Environmental Geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental 6: Pp. 03–10.

Polhill, R. M.; Raven, P. H & Stirton, C. H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R. M. & Raven, P. H. (eds.). Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Garden. Pp. 1-26.

Pontes, J. A. L. 1987. Serra da Tiririca, RJ. Necessidade de conservação (1a Contribuição). Boletim da FBCN 22: 89-94.

Prance, G. T. 1994. A comparison of the efficacy of higher taxa and species numbers in the assessment of biodiversity in the Neotropics. Philosphical Transactins of the Royal Society Lond. B. 345: 89-99.

Putz, F. E. 1984. The natural history of lianas on Barro Colorado Island, Panamá. Ecology 65(6): 1713–1724.Rezende, A. A. & Ranga, N. T. 2005. Lianas da Estação Ecológica do Noroeste Paulista, São José do Rio Preto/Mirassol, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(2): 273–279.

Sá, C. F. C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p.

Schnell, R. 1970. Introdution a la phytogeographie des pays tropicaux. Les flores – Les strutures. v. I. Paris: Ed. Gauthier-Villars. 499p.

Stranghetti, V. & Ranga, N. T. 1998. Levantamento florístico das espécies vasculares de uma floresta estacional mesófila semidecídua da Estação Ecológica de São Paulo de Faria, SP. Revista Brasileira de Botânica 21(3): 289–298.

The New York Botanical Garden. 2006. <http://www.nybg.org> Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a janeiro de 2008.

Tibiriçá, Y. J. A.; Coelho, L. F. M. & Moura, L. C. 2006. Florística de lianas em um fragmento de floresta estacional semidecidual, Parque Estadual de Vassununga, Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(2): 339–346.

Udulutsch, R. G.; Assis, M. A. & Picchi, D. G. 2004. Florística de trepadeiras numa floresta estacional semidecídua, Rio Claro – Araras, Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27(1): 125–134.

Vaz, A. M. S. F. 1992. Diversidade de plantas vasculares da floresta atlântica do Rio de Janeiro. Boletim do Museu Biológico Mello Leitão 1: 77–82.

133

Page 124: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Vaz, A. M. S. F. & Vieira, C. M. 1994. Identificação de famílias com espécies trepadeiras. In: Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. v. 1: Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pp. 75–82.

Veloso, H. P.; Rangel-Filho, A. L. R. & Lima, J. C. A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p.

Weiser, V. L. 2001. Ecologia e sistemática de lianas em um hectare de cerrado stricto sensu da ARIE Cerrado Pé-de-Gigante, Santa Rita do Passa Quatro – SP. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto. 188p.

W3Tropicos. 2006. Missouri Botanical Garden. <http://www.mobot.org/W3T/Search/ vast.html> Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a janeiro de 2008.

Zimback, C. R. L. 2003. Classificação de solos. Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias Georreferenciadas, FCA, UNESP, Botucatu. 13p.

ANEXO

Listagem florística de trepadeiras do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. ESC= passivas ou escandentes, VOL= volúvel, PRE= com órgãos preensores, HERB= trepadeira herbácea e LENH= trepadeira lenhosa.

FAMÍLIAS ESPÉCIES FORMA DE ASCENÇÃO

HÁBITO COLETOR

ACANTHACEAE (1/1) Thunbergia alata Bojer VOL HERB A.A.M. de Barros 1077 et al.AMARANTHACEAE (2/3) Chamissoa altissima (Jack.) Kunth VOL LENH A.A.M. de Barros 3110 et al.

Chamissoa macrocarpa Kunth VOL LENH A.A.M. de Barros 3082 et al.Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze ESC LENH A.A.M. de Barros 2216 et al.

APOCYNACEAE (5/9) Condylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC. VOL LENH A.A.M. de Barros 3032 et al.Forsteronia pilosa (Vell.) Müll. Arg. VOL LENH A.A.M. de Barros 2945 et al.Forsteronia thyrsoidea (Vell.) Müll. Arg. VOL LENH P.W. Feteira 212 et al.Mandevilla crassinoda (Gardner) Woodson VOL HERB L.O.F. de Sousa 123 et al.Mandevilla guanabarica Cassareto ex M.F. Salles,

Kin-Gouv. & A.O. Simões VOL HERB A.A.M. de Barros 679 et al.Peltastes peltatus (Vell.) Woodson VOL LENH A.A.M. de Barros 3125 et al.Prestonia coalita (Vell.) Woodson VOL HERB A.A.M. de Barros 2757 et al.Prestonia denticulata (Vell.) Woodson VOL HERB A.A.M. de Barros 1492 et al.Prestonia didyma (Vell.) Woodson VOL HERB A.A.M. de Barros 856

ARECACEAE (1/1) Desmoncus polycanthos Mart. var. polycanthos VOL+PRE LENH M.C.F. dos Santos 154 et al.ARISTOLOCHIACEAE (2/4) Aristolochia odora Steud. VOL HERB L.J.S. Pinto 407 et al.

Howardia cymbifera (Mart. et Zucc.) Klotzch VOL HERB R.H.P. Andreata 487 et al.Howardia raja (Mart. et Zucc.) Klotzch VOL HERB A.A.M. de Barros 1562 et al.Howardia rumicifolia (Mart. et Zucc.) Klotzch var.

oblonga VOL HERB P.W. Feteira 221 et al.ASCLEPIADACEAE (5/6) Ditassa burchellii Hook. et Arn. VOL HERB A.A.M. de Barros 1898 et al.

Macroditassa grandiflora (E. Fourn.) Malme VOL HERB D.S.D. Araujo 3151 et al.Marsdenia loniceroides E. Fourn. VOL HERB L.O.F. de Sousa 66Marsdenia suberosa (E. Fourn.) Malme VOL HERB A.A.M. de Barros 2373 et al.

Oxypetalum banksii Schult. subsp. banksii VOL HERB A.A.M. de Barros 768 et al.

Peplonia riedelii (E. Fourn.) Fontella & Rapini VOL HERB L.J.S. Pinto 433 et al.

134

Page 125: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ASTERACEAE (2/3)Koanophyllon tinctorium Arruda ex H. Kost. ESC HERB R.S. Oliveira 23 et al.

Mikania hastifolia Baker ESC HERB R.S. Oliveira 53 et al.

Mikania nigricans Gardn. ESC HERB D.S.D. Araujo 3763BIGNONIACEAE (12/22)

Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3096 et al.

Adenocalymma marginatum (Cham.) DC. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2037 et al.

Adenocalymma paulistarum Bureau & K. Schum. VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 354 et al.

Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2039 et al.Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K.

Schum. VOL+PRE LENH K.M. Leal 23 et al.

Anemopaegma prostratum DC. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 399 et al.

Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1529 et al.

Arrabidaea leucopogon (Cham.) Sandwith VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2131

Arrabidaea rego (Vell.) DC. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 767 et al.

Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 954 et al.Arrabidaea subincana Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2336 et al.Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1736 et al.Clytostoma sciuripabulum Bureau & K. Schum. VOL+PRE LENH L.O.F. de Sousa 326 et al.Glaziovia bauhinioides Bureau ex Baill. PRE LENH A.A.M. de Barros 2779 et al.Lundia cordata (Vell.) A. DC. VOL+PRE LENH H.P. Moreira 15 et al.Mansoa difficilis (Cham.) Bureau & K. Schum. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 422 et al.Mansoa lanceolata (DC.) A.H. Gentry VOL+PRE LENH N. Coqueiro 270 et al.Parabignonia unguiculata (Vell.) A.H. Gentry VOL+PRE+RAD LENH A.A.M. de Barros 3083 et al.Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry VOL+PRE LENH C. Farney 740a

Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers VOL+PRE LENH R.S. Oliveira 24 et al.Tynanthus micranthus Correa de Mella ex K.

Schum. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3084 et al.Xylophragma pratense (Bureau & K. Schum.)

Sprague VOL+PRE LENH L.O.F. de Sousa 207 et al.BORAGINACEAE (1/1) Tournefortia gardneri A. DC. ESC LENH A.A.M. de Barros 2411 et al.CACTACEAE (1/1) Pereskia aculeata Mill. ESC+PRE LENH A.A.M. de Barros 1480 et al.CAPPARACEAE (1/1) Capparis lineata Pers. VOL HERB A.A.M. de Barros 824CONNARACEAE (1/2) Connarus nodosus Baker VOL+PRE LENH N. Coqueiro 288 et al.

Connarus rostratus (Vell.) L.B. Smith VOL LENH A.A.M. de Barros 2974 et al.CONVOLVULACEAE (5/13) Argyreia baronii Deroin VOL HERB R.H.P. Andreata 538 et al.

Ipomoea aristolochiifolia G. Don VOL HERB D.S.D. Araujo 3766 et al.Ipomoea daturaeflora Meissn. VOL HERB A.A.M. de Barros 2132 et al.Ipomoea grandifolia (Dammer) O’Donell VOL HERB R.H.P. Andreata 367Ipomoea philomega (Vell.) House VOL LENH A.A.M. de Barros 2978 et al.Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy VOL HERB L.O.F. de Sousa 279 et al.Ipomoea tiliacea (Willd.) Choisy VOL HERB A.A.M. de Barros 1386Jaquemontia holosericea (Weinm.) O’Donell VOL HERB A.A.M. de Barros 3086 et al.Jacquemontia martii Choisy VOL HERB A.A.M. de Barros 689 et al.Merremia dissecta (Jacq.) Hallier f. VOL HERB L.J.S. Pinto 419 et al.Merremia macrocalyx (Ruiz et Pavon) O’Donnell VOL HERB A.A.M. de Barros 698 et al.Merremia umbellata (L.) Hallier f. VOL HERB A.A.M. de Barros 616 et al.Operculina macrocarpa (L.) Urb. VOL HERB L.O.F. de Sousa 314 et al.

CUCURBITACEAE (5/11) Cayaponia martiana Cogn. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2211Cayaponia fluminensis (Vell.) Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 150 et al.Cayaponia trifoliata (Cogn.) Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 411 et al. Cayaponia trilobata Cogn. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2210Fevillea trilobata L. VOL+PRE HERB T.A. da Silva 87 et al.Melothria cucumis Vell. var. cucumis VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 230 et al.Melothria fluminensis Gardner var. fluminensis VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 340 et al.Momordica charantia L. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 611 et al.

135

Page 126: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Wilbrandia ebracteata Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 570 et al.Wilbrandia glaziovii Cogn. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 1935 et al.

Wilbrandia verticillata (Vell.) Cogn. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 572 et al.DILLENIACEAE (1/1) Davilla rugosa Poir. VOL LENH A.A.M. de Barros 1512 et al.DIOSCOREACEAE (1/11) Dioscorea altissima Lam. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 801 et al.

Dioscorea cinnamomifolia Hook. & Griseb. VOL HERB L.J.S. Pinto 416 et al.Dioscorea coronata Hauman VOL LENH A.A.M. de Barros 2086 et al.Dioscorea dodecaneura Vell. VOL LENH A.A.M. de Barros 2943 et al.Dioscorea filiformis Griseb. VOL HERB L.J.S. Pinto 416 et al.Dioscorea glomerulata Hauman VOL LENH R.H.P. Andreata 406 et al.

Dioscorea mollis Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1530 et al.Dioscorea ovata Vell. VOL HERB L.J.S. Pinto 416 et al.Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd. VOL HERB A.A.M. de Barros 2087 et al.Dioscorea sinuata Vell. VOL HERB A.A.M. de Barros 3088 et al.

Dioscorea sp. VOL HERB P.W Feteira 206 et al.EUPHORBIACEAE (3/8) Dalechampia alata Müll. Arg. VOL HERB A.A.M. de Barros 1758 et al.

Dalechampia brasiliensis Lam. VOL HERB L.J.S. Pinto 134 et al.Dalechampia convolvuloides Lam. VOL HERB L.J.S. Pinto 385 et al.Dalechampia micromeria Baill. VOL HERB L.J.S. Pinto 556 et al.Dalechampia pentaphylla Lam. VOL HERB L.J.S. Pinto 384 et al.Dalechampia triphylla Lam. VOL HERB A.A.M. de Barros 936Romanoa tamnoides (A. Juss.) A. Radcliffe Smith VOL HERB A.A.M. de Barros 2437 et al.

Tragia volubilis L. VOL HERB L.J.S. Pinto 380 et al.HIPPOCRATEACEAE (1/1) Hippocratea volubilis L. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2113 et al.ICACINACEAE (1/1) Leretia cordata Vell. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3041 et al.LEGUMINOSAE (17/29) Abrus precatorius L. VOL LENH A.A.M. de Barros 671 et al.

Bauhinia microstachya (Raddi) J.F. Macbr. VOL LENH A.A.M. de Barros 1978 et al.Bauhinia radiata Vell. ESC LENH A.A.M. de Barros 1932 et al.Camptosema isopetalum (Lam.) Taub. VOL HERB H.P. Moreira 101 et al.Canavalia parviflora Benth. VOL HERB A.A.M. de Barros 786 et al.Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.)

Brandeg. ex L. Riley VOL HERB A.A.M. de Barros 2293 et al.Centrosema virginianum (L.) Benth. VOL HERB N. Coqueiro 52 et al.Chaetocalyx scandens (L.) Urb. VOL HERB K.A. Lúcio 97 et al.Dalbergia frutescens (Vell.) Britton VOL LENH P.T. dos Santos 61 et al.Dalbergia lateriflora Benth. VOL LENH A.A.M. de Barros 2993 et al.Dioclea violacea Mart. ex Benth. VOL LENH L.J.S. Pinto 117 et al.Galactia striata (Jacq.) Urb. VOL HERB R.H.P. Andreata 366 et al.Machaerium aculeatum Raddi VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3100 et al.Machaerium lanceolatum (Vell.) J.F. Macbr. VOL LENH A.A.M. de Barros 1928 et al.Machaerium oblongifolium Vogel VOL LENH L.J.S. Pinto 187 et al.Machaerium reticulatum Pers. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1099 et al.Machaerium violaceum Vogel VOL LENH H.C. de Lima 2596Mimosa velloziana Mart. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1100 et al.Mucuna urens L. VOL LENH A.A.M. de Barros 2204Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr. VOL LENH A.A.M. de Barros 3087 et al.Senegalia lacerans (Benth.) Seigler & Ebinger ESC+PRE LENH D.S.D. Araujo 3219 et al.Senegalia martiuniana (Steud.) Seigler & Ebinger VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3092 et al.Senegalia mikanii (Benth.) Seigler & Ebinger VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 616 et al.Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2870 et al.Senegalia sp. 1 VOL+PRE LENH N. Coqueiro 26 et al.Senegalia sp. 2 VOL+PRE LENH N. Coqueiro 39 et al.Teramnus volubilis Sw. VOL HERB R.S. Oliveira 07 et al.Vigna adenantha (G. Mey) Maréchal, Mascherpa &

Stainer VOL HERB A.A.M. de Barros 2288 et al.

136

Page 127: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Vigna speciosa (Kunth) Verdc. VOL HERB A.A.M. de Barros 1909LILIACEAE (2/2) Bomarea edulis (Tussac) Herb. VOL HERB L.J.S. Pinto 436 et al.

Herreria salsaparilha Mart. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 475 et al.LOGANIACEAE (1/1) Strychnos acuta Progel VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2368 et al.MALPIGHIACEAE (8/19) Amorimia rigida (A. Juss.) W.R. Anderson VOL LENH A.A.M. de Barros 1469 et al.

Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates VOL LENH A.A.M. de Barros 2040 et al.Heteropterys bicolor A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2146 et al. Heteropterys chrysophylla (Lam.) Kunth VOL LENH A.A.M. de Barros 928 et al. Heteropterys fluminensis (Griseb.) W.R. Anderson VOL LENH P.W. Feteira 05 et al.Heteropterys leschenaultiana A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2797 et al.Heteropterys pauciflora A. Juss. VOL LENH W.B. de Carvalho 204 et al.Heteropterys sericea (Cav.) A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2503 et al.Heteropterys ternstroemiifolia A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 2237 et al.Mascagnia sepium (A. Juss.) Griseb. VOL LENH A.A.M. de Barros 1718 et al.Niedenzuella acutifolia (Cavanilles) W.R. Anderson VOL LENH A.A.M. de Barros 919 Peixotoa hispidula A. Juss. ESC LENH T.A.M. Muritiba 66 et al.Stigmaphyllon auriculatum (Cav.) A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 1499 et al.Stigmaphyllon gayanum A. Juss. VOL LENH P.W. Feteira 93 et al.Stigmaphyllon lalandianum A. Juss. VOL LENH L.F. dos Santos 27 et al.Stigmaphyllon paralias A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 1540 et al.Stigmaphyllon tomentosum A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 918Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. VOL LENH A.A.M. de Barros 777 et al.Thryallis brachystachys Lindl. VOL LENH A.A.M. de Barros 1392

MARCGRAVIACEAE (1/1) Schwartzia brasiliensis (Choise) Bedell ex Giraldo-

Canãs ESC LENH R.S. de Oliveira 15 et al.MENDONCIACEAE (1/1)

Mendoncia velloziana (Mart.) Nees VOL HERB M.C.F. dos Santos 508 et al.MENISPERMACEAE (6/6) Abuta convexa (Vell.) Diels. VOL LENH L.J.S. Pinto799 et al.

Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers VOL LENH A.A.M. de Barros 780 et al.Disciphania hernandia (Vell.) R.C. Barneby VOL HERB A.A.M. de Barros 1709 et al.Hyperbaena oblongifolia (Eichler.) Chodat & Hassl. VOL LENH A.A.M. de Barros 3007 et al.Odontocarya vitis Miers VOL LENH A.A.M. de Barros 1941 et al.Ungulipetalum filipendulum (Mart.) Moldenke VOL HERB H.P. Moreira 49 et al.

NYCTAGINACEAE (3/3) Bougainvillea spectabilis Willd. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2236 et al.Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell ESC HERB W.B. de Carvalho 20 et al.Leucaster caniflorus (Mart.) Choisy VOL LENH A.A.M. de Barros 1508 et al.

PASSIFLORACEAE (1/9) Passiflora alata Curtis VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 424 et al.Passiflora capsularis L. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 204 et al.Passiflora edulis Sims VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 1713 et al.Passiflora farneyi Pessoa & Cervi VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 159Passiflora mucronata Lam. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 1927 et al.Passiflora organensis Gardner VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 580 et al.Passiflora racemosa Brot. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 585 et al.Passiflora setacea DC. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 88 et al.Passiflora suberosa L. VOL+PRE HERB M.G. Santos 947 et al.

POACEAE (1/1) Lasiacis ligulata Hitchc. & Chase ESC HERB A.A.M. de Barros 289POLYGALACEAE (1/2) Securidaca lanceolata A. St. Hil. & Moq. ESC LENH N. Coqueiro 309 et al.

Securidaca ovalifolia A. St. Hil. et Moq. ESC LENH A.A.M. de Barros 2316 et al.RHAMNACEAE (1/1) Reissekia smilacina (Sm.) Steud. VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 586 et al.RUBIACEAE (3/3) Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. VOL HERB A.A.M. de Barros 773 et al.

Hamelia patens Jacq. VOL HERB A.A.M. de Barros 2428 et al.Manettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K.

Schum. VOL HERB A.A.M. de Barros 2532 et al.SAPINDACEAE (5/23) Cardiospermum corindum L. VOL+PRE HERB L.J.S. Pinto 342 et al.

Cardiospermum grandiflorum Sw. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1671 et al.Paullinia coriacea Casar. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1466 et al.

137

Page 128: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Paullinia fusiformis Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 3051 et al.Paullinia meliifolia A. Juss. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2140 et al.Paullinia micrantha Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2983 et al.Paullinia racemosa Wawra VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2038 et al.Paullinia trigonia Vell. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1926 et al.Serjania caracasana (Jacq.) Willd. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1620Serjania clematidifolia Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2206Serjania communis Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2047 et al.Serjania corrugata Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1890 et al.Serjania cuspidata Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2049 et al.Serjania dentata Radlk. VOL+PRE LENH W.B. de Carvalho 265 et al.Serjania elegans Cambess. VOL+PRE LENH L.T. Vassal 17 et al.Serjania orbicularis Radlk. VOL+PRE LENH M.C.F. dos Santos 397 et al.Serjania tenuis Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1561 et al.Thinouia mucronata Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2372 et al.Thinouia scandens (Cambess.) Triana & Planchon VOL+PRE LENH L.J.S. Pinto 379 et al.Urvillea glabra Cambess. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 1544 et al.Urvillea laevis Radlk. VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 668 et al.Urvillea stipitata Radlk. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2046 et al.Urvillea triphylla (Vell.) Radlk. VOL+PRE LENH C. Farney 739

SMILACACEAE (1/3) Smilax brasiliensis Spreng. var. grisebachii VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 2507 et al.Smilax quinquenervia Vell. VOL+PRE LENH A.A.M. de Barros 943 et al.Smilax subsessiliflora Duham. VOL+PRE LENH R.H.P. Andreata 527 et al.

SOLANACEAE (1/1) Solanum alternatopinnatum Steud. VOL+PRE LENH K.A. Lúcio 84 et al.TRIGONIACEAE (1/3) Trigonia eriosperma (Lam.) Fromm & Santos VOL LENH A.A.M. de Barros 2670 et al.

Trigonia nivea Cambess. VOL LENH W.B. de Carvalho 225 et al.Trigonia villosa Vell. VOL LENH A.A.M. de Barros 2312 et al.

URTICACEAE (1/1) Urera caravasana (Jacq.) Gaudch. ex Griseb. ESC LENH A.A.M. de Barros 612 et al.VIOLACEAE (1/1) Anchietea pyrifolia var. hilariana (Eichl.) Marquete

& Dan. VOL LENH A.A.M. de Barros 1509 et al.VITACEAE (1/5) Cissus paullinifolia Vell. VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 772 et al.

Cissus serroniana (Glaziou) Lombardi VOL+PRE HERB W.B. de Carvalho 49 et al.Cissus simsiana Schult. & Schult. f. VOL+PRE HERB N. Coqueiro 28 et al.Cissus sulcicaulis (Baker) Planch. VOL+PRE LENH M.C.F. dos Santos 650 et al.Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Javis VOL+PRE HERB A.A.M. de Barros 2568 et al.

138

Page 129: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Artigo III

VEGETAÇÃO DE AFLORAMENTO ROCHOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA

TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido à Revista Brasileira de Botânica

Vegetação de Afloramento Rochoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

139

Page 130: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

RESUMO – (Vegetação de afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). O Parque Estadual da Serra da Tiririca localiza-se na entrada da Baía de Guanabara entre os municípios de Niterói e Maricá, RJ (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). É uma região inserida no bioma Mata Atlântica, sendo as encostas dos morros cobertas por floresta ombrófila densa e áreas abertas onde o maciço cristalino fica exposto. As rochas são formadas por gnaisse facoidal com idades entre 630 e 480 milhões de anos. A vegetação de afloramento rochoso é encontrada no Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro das Andorinhas, Morro do Telégrafo e Morro do Cordovil. Registraram-se a presença de 259 espécies, pertencentes a 64 famílias e 183 gêneros de Magnoliophyta. Essa amostragem corresponde a 28% do total de espécies levantadas no PEST, sendo que 111 (12%) têm ocorrência exclusiva em afloramentos rochosos. As principais famílias são Bromeliaceae (25 spp.), Orchidaceae (20 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Myrtaceae (14 spp.), Rubiaceae (13 spp.), Leguminosae (13 spp.), Asteraceae (12 spp.) e Bignoniaceae (10 spp.). As espécies herbáceas predominam, seguida das arbóreas, trepadeiras, arbustivas e hemi-epífitas. Os afloramentos rochosos são ambientes frágeis e necessitam de atenção quanto à conservação, visto que a expansão da ocupação humana, visitação sem controle, incêndios e instalação de espécies exótica invasoras vêm contribuindo para perda de diversidade biológica.

Palavras chaves: Serra da Tiririca, florística, Mata Atlântica, inselberg, afloramento rochoso

ABSTRACT- (Rocky outcrop vegetation at Serra da Tiririca State Park, Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). Serra da Tiririca State Park lies at the entrance to Guanabara Bay in Niterói and Maricá municipalities, Rio de Janeiro state (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W). This region is part of the Atlantic forest biome. The mountain slopes are covered with dense ombrophilous forest and rocky outcrops where the crystalline massif is exposed, formed by facoidal gnaisse, 630 million to 480 million years old. Rocky outcrop vegetation grows at the following localites: Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro das Andorinhas, Morro do Telégrafo and Morro do Cordovil. The survey recorded 259 species belonging to 64 families and 183 genera of Magnoliophyta. This represents 28% of the total number of species recorded for Serra da Tiririca State Park. A total of 111 (12%) are found exclusively on rocky outcrops. The most species-rich families are Bromeliaceae (25 spp.), Orchidaceae (20 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Myrtaceae (14 spp.), Rubiaceae (13 spp.), Leguminosae (13 spp.), Asteraceae (12 spp.) and Bignoniaceae (10 spp.). Herbs predominate, followed by trees, climbers, shrubs and hemi-epiphytes. Rocky outcrops are fragile habitats and require special attention for conservation. Human occupation, excessive visitation, fire and invasion by exotic species are contributing to the loss of biological diversity.

Key words: Serra da Tiririca, floristc, Atlantic Rainforest, diversity, rock outcrop

INTRODUÇÃO

Nos maciços cristalinos tropicais ocorrem regiões escarpadas que apresentam

grande complexidade biológica, ecológica e geomorfológica. Os afloramentos rochosos

constituem um habitat único com muitas espécies endêmicas (Meirelles et al. 1999). Essas

formações são denominadas inselbergs (do alemão insel=ilha; berg=montanha)

(Porembski 2002), sendo características das áreas montanhosas e maciços costeiros da

Serra do Mar e da Mantiqueira no estado do Rio de Janeiro. Formam um cenário único de

cartão postal do entorno da Baía de Guanabara conhecido internacionalmente como o

complexo do Pão de Açúcar e Corcovado. Ecologicamente funcionam como ilhas

terrestres com a rocha exposta rodeada por vegetação arbóreo-arbustiva (Porembski 2007).

De forma análoga equivalem as ilhas oceânicas por apresentarem multiplicidade de

formas, tamanhos e graus de isolamento (Conceição et al. 2007a). Nesse contexto, a Mata

140

Page 131: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Atlântica funciona como matriz vegetacional primária onde estão inseridos os inselbergs

da região Sudeste brasileira.

Os processos evolutivos ocorridos ao longo de milhões de anos resultaram no

estabelecimento de comunidades de plantas características desses ambientes. As

oscilações climáticas e tectônicas ocorridas durante o Período Quaternário da Era

Cenozóica, com alternância de períodos úmidos e secos, tiveram fortes influências sobre a

geomorfologia, evolução e distribuição das espécies (Safford & Martinelli 2000).

Nos últimos anos os estudos realizados em afloramentos rochosos brasileiros vêm

ganhando força com os mais diferentes enfoques (Scarano 2007). Dessa forma, é possível

citar os trabalhos de Aguiar et al. (1986), Fernandes & Baptista (1988), Waldemar &

Irgang (2003) no Rio Grande do Sul; Caiafa & Silva (2005, 2007) nos campos de altitude

do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (MG) e Conceição et al. (2007a, 2007b) na

Chapada Diamantina (BA). No estado do Rio de Janeiro os estudos mais antigos foram

realizados em inselbergs interioranos na Serra da Mantiqueira (Dusén 1955, Brade 1956,

Segadas-Vianna & Dau 1965) e Serra dos Órgãos (Rizzini 1953/54). Martinelli &

Bandeira (1989) e Porembski et al. (1998), estudaram a vegetação do Morro do Cuca e

Campo das Antas na Serra dos Órgãos, Pico do Frade em Macaé, Pedra do Desengano em

Santa Maria Madalena, Pico do Itatiaia na Serra da Mantiqueira. Martinelli & Vaz

(1986/88) trabalharam os padrões fitogeográficos de Bromeliaceae dos campos de altitude.

Também no planalto do Itatiaia têm os estudos de Ribeiro & Medina (2002) e Ribeiro et

al. (2007).

Em relação aos inselbergs costeiros da Serra do Mar um dos primeiros trabalhos a

enfocar esse tipo de ecossistema foi o de Oliveira et al. (1975) nos maciços da Tijuca e

Pedra Branca, além de inselbergs da Baixada de Jacarepaguá. Uma das áreas mais bem

estudadas corresponde ao complexo dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão na

porção carioca do entorno da Baía de Guanabara (Carauta & Oliveira 1982, 1984; Miranda

& Oliveira 1983). Meirelles et al. (1999) deram um enfoque ecológico a análise da flora

das Pedras da Macumba, Itanhangá e Urca no município do Rio de Janeiro, Imbuí e

Costão de Itacoatiara em Niterói, Ilha de Santana em Macaé e Araras em Teresópolis.

A Serra da Tiririca apresenta várias áreas com afloramentos rochosos expostos. O

Alto Mourão, por exemplo, já foi alvo de estudos florísticos de Lopes et al. 2004, da

141

Page 132: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

mesma forma que Morro das Andorinhas (Araujo & Vilaça 1981). O Costão de Itacoatiara

foi estudado por Meirelles et al. (1999) com enfoque na estrutura da vegetação de ilhas de

solo, sendo observadas apenas 27 espécies de Magnoliophyta. Santos et al. (2005) e

Santos & Sylvestre (2006) estudaram o mesmo local avaliando as pteridófitas, sendo

levantadas 24 espécies. Ribeiro et al. (2007) trabalharam com anatomia de duas espécies

de Anemia (Anemiaceae) do Costão de Itacoatiara.

Embora a Serra da Tiririca já tenha sido alvo de estudos envolvendo comunidades

de plantas em afloramentos rochosos, ainda não há uma avaliação mais abrangente em

termos florísticos. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar a

composição florística de Magnoliophyta das áreas de afloramentos rochosos do Parque

Estadual da Serra da Tiririca, além de avaliar os problemas de conservação relacionados

com essas áreas.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) apresenta o maciço cristalino

coberto pela floresta ombrófila densa que limita áreas de paredões expostos nas regiões

mais íngremes e inselbergs costeiros. Formam ilhas entremeadas pela floresta, sendo

ocupadas por comunidades de plantas rupícolas e saxícolas adaptadas as condições

ambientais extremas. Na Serra da Tiririca os afloramentos rochosos são encontrados no

complexo formado pelo Alto Mourão (412 m), Costão de Itacoatiara (217 msm) e Morro

das Andorinhas (196 m). Parte do maciço cristalino também fica exposto nos Morros do

Telégrafo e Cordovil, onde a incidência de escarpas rochosas com declives muito

acentuados dificultam o estabelecimento de espécies arbóreas e arbustivas. A vegetação se

fixa aos sedimentos orgânicos e solos rasos retidos nas fendas das rochas.

O clima é do tipo Aw (quente e úmido, com estação chuvosa no verão e seca no

inverno entre maio e junho) seguindo a classificação de Köppen. A estação chuvosa inicia-

se na primavera, culminando no verão nos meses de dezembro e janeiro, quando ocorre

intensa precipitação pluviométrica. Em fevereiro há uma queda no volume das chuvas,

contudo em março, devido à chegada de massas frias, registram-se chuvas intensas. A

menor precipitação se dá nos meses de julho e agosto, quando fica abaixo de 60 mm. A

142

Page 133: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

temperatura média está em torno de 22oC, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes

e o mais frio em junho. O vento predominante é o nordeste (Bernardes 1952).

Os afloramentos rochosos do PEST estão inseridos na unidade geológica de gnaisse

facoidal, que forma um complexo que se estende da região de Piratininga a Itaipu.

Apresenta rochas graníticas intrusivas que datam do período Pré-Cambriano com idades

entre 630 e 480 milhões de anos. Estas se estabeleceram em meio a uma grande bacia

sedimentar formada durante a colisão continental do evento brasiliano (Rossi et al. 2007).

São rochas homogêneas e caracterizadas pela presença de porfiroblastos ovais, constituídos

por K-feldspato com estrutura cristalina, dando a rocha uma textura lenticular (Penha

1999). Uma estrutura bem característica dessa formação são os diques de pigmatitos e

veios de quartzo orientados de nordeste para sudoeste que formam riscos nas rochas como,

por exemplo, no Costão de Itacoatiara (tupi guarani - ita= pedra, cuatiara= riscada).

Amostragem florística

Foram realizadas coletas aleatórias de plantas férteis (Magnoliophyta) no período

de março de 1997 a agosto de 2007. Essas coletas se restringiram apenas a vegetação dos

afloramentos rochosos, não sendo considerada a mata de encosta adjacente. O material

coletado foi herborizado e seco em estufa 60ºC, sendo posteriormente incorporado aos

Herbários da Faculdade de Formação de Professores da UERJ (RFFP) e do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro (RB). As espécies foram identificadas através de bibliografia

especializada, comparações nos herbários fluminenses (RB, GUA e HB) e consultas aos

especialistas. A listagem foi organizada segundo o sistema de Cronquist (1988) em ordem

alfabética de famílias e gêneros. Leguminosae que foi tratada como uma única família

como proposto por Polhill et al. (1981). Não foram consideradas espécies ruderais. A

correção ortográfica e taxonômica das espécies foi feita acessando bancos de dados

disponíveis na internet do Royal Botanic Garden - Kew (International Plant Names Index

2004), Missouri Botanical Garden (W3Tropicos 2006) e The New York Botanical Garden

(2006). Para correção das abreviaturas dos nomes dos autores adotou-se Brummit &

Powell (1992).

A vegetação dos afloramentos rochosos foi comparada com as restingas

fluminenses com base na listagem de Pereira & Araujo (2000). Foram consideradas as

plantas identificadas apenas até nível de específico e infra-específico. A análise

143

Page 134: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

comparativa foi feita através do índice de similaridade de Sørensen pela fórmula Cs= 2j /

(a+b), onde j= número de espécies comuns nas áreas amostradas, a= número de espécies de

cada área a e b= número de espécies de cada área b (Magurran 1988).

A classificação quanto ao status de conservação baseou-se nas listas de espécies

ameaçadas do IBAMA (1992), IUCN (2004), Biodiversitas (2005) e em trabalhos

publicados por especialistas para as famílias Araceae (Coelho 2000; 2004), Bromeliaceae

(Martinelli et al. 2008), Cactaceae (Barthlott & Taylor 1995; Taylor & Zappi 2004) e

Calvente et al. (2005), Cucurbitaceae (Klein 1996), Orchidaceae (Pinheiro 1999) e

Rubiaceae (Zappi 2003).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise Florística

Foram listadas 259 das espécies, 64 famílias e 183 gêneros de Magnoliophyta

presentes nos afloramentos rochosos da Serra da Tiririca (Tabela 1). Essa amostragem

corresponde a 28% do total de espécies levantadas no PEST, que apresenta 111 espécies

(12%) com ocorrência exclusiva nos afloramentos rochosos. Sendo assim, esse tipo de

ambiente tem relevante contribuição para o enriquecimento da diversidade florística local.

As famílias com maior riqueza de espécies são (Figura 1): Bromeliaceae (25 spp.),

Orchidaceae (20 spp.), Euphorbiaceae (17 spp.), Myrtaceae (14 spp.), Rubiaceae (13 spp.),

Leguminosae (13 spp.), Asteraceae (12 spp.) e Bignoniaceae (10 spp.). Essas famílias

correspondem a 48% das espécies levantadas nos afloramentos rochosos da Serra da

Tiririca.

Nos inselbergs do Neotrópico predominam espécies de monocotiledôneas

(Meirelles et al. 1999; Safford & Martinelli 2000; Ribeiro et al. 2007). Em termos de

riqueza de espécies, esse grupo representa 29,4% (75 spp.) da flora desse ambiente no

PEST. Cyperaceae e Poaceae normalmente são famílias que se destacam nos afloramentos

rochosos por serem generalistas e tolerantes a condições ambientais extremas (Safford &

Martinelli 2000), como ocorre em áreas de vegetação aberta. Contudo, no PEST não são

representativas em relação à riqueza de espécies. Porém têm grande importância em termos

ecológicos como, por exemplo, Trilepis lhotztkiana uma planta pioneira rupícola, cuja

presença caracteriza as ilhas de vegetação de afloramentos rochosos na porção costeira da

144

Page 135: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Serra do Mar. É uma das principais espécies dos ambientes rochosos, se destacando em

outros estudos no Brasil (Meirelles et al. 1999, Ribeiro et al. 2007; Caiafa et al. 2007).

Figura 1: Famílias com maior riqueza de espécies dos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

O predomínio de Bromeliaceae e Orchidaceae é citado em alguns estudos

(Oliveira et al. 1975; Carauta & Oliveira 1982; Carauta & Oliveira 1984; Conceição et al.

2007). Essas famílias estão entre as três maiores em número de espécies dentre as

monocotiledôneas no Brasil (Shepherd 2003). Bromeliaceae dos afloramentos rochosos da

Serra da Tiririca representam 61% do total de espécies levantadas dessa família no PEST e

as Orchidaceae 71,4%. Dentre as orquídeas, Cattleya forbesii e Constantia rupestris estão

ameaçadas, sendo enquadradas na categoria vulnerável (Biodiversitas 2005; Pinheiro

1999).

Bromeliaceae é um grupo em evidência no contexto da conservação, sendo

considerado um importante indicador de diversidade. O principal centro de diversidade e

endemismo é a costa leste brasileira, onde muitos gêneros e espécies são exclusivos da

Mata Atlântica, principalmente no Rio de Janeiro (Martinelli 2008). As bromélias são

dominantes na paisagem dos afloramentos rochosos da Serra da Tiririca, com destaque

Alcantarea glaziouana que é endêmica dos paredões rochosos das circunvizinhanças do

Rio de Janeiro em altitudes próximas do mar (Leme 1995). O gênero Alcantarea é

endêmico do Brasil e restrito aos afloramentos rochosos da Mata Atlântica, Cerrado e

145

Page 136: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Caatinga (RJ, ES, MG e BA) (Grant 1995). Também registra-se a presença de outras

espécies endêmicas do estado do Rio de Janeiro como Pitcairnia albiflos, Vriesea

botafogensis, Vriesea costae e Vriesea eltoniana. Inclusive o material typus de V. costae

foi coletado nos paredões inclinados do Costão de Itacoatiara. Outra espécie de destaque é

Tillandsia araujei, uma pequena bromélia rupícola considerada pioneira no processo de

sucessão para formação de ilhas de vegetação (Meirelles et al. 1999).

No PEST ocorrem híbridos naturais de bromélias, Pitcairnia albiflos x staminea no

Costão de Itacoatiara e X Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa, descrita a partir

de material coletado no Morro das Andorinhas (Sousa et al. 2003). Embora a hibridização

natural em plantas seja um fenômeno comum, existem poucos relatos para a família

Bromeliaceae. Contudo, trabalhos realizados por Wendt et al. (2000) e Wendt (2001)

mostram a ocorrência de híbridos naturais entre bromélias em outros afloramentos

rochosos do entorno da Baía de Guanabara (Morro do Corcovado e Pão de Açúcar). Esses

autores estudaram populações simpátricas de quatro espécies de Pitcairnia: P. albiflos

Herbert, P. staminea Loddiges, P. flammea Lindley e P. corcovadensis Wawra. A

distribuição geográfica dessas quatro espécies é quase que restrita a poucos afloramentos

rochosos no estado do Rio de Janeiro, exceto para P. flammea que apresenta uma

distribuição geográfica mais ampla (Wendt 1994). Embora o Costão de Itacoatiara não

tenha sido incluído nesses estudos, também foi palco para formação de híbridos entre P.

albiflos e P. staminea. Após avaliar vários materiais encontrados nessa região verificou-se

a presença apenas de híbridos entre essas duas espécies. Dessa forma, supõe-se que as

espécies parentais tenham reduzido drasticamente suas populações e podem não existir

mais na região (T. Wendt comunicação pessoal).

Embora Cactaceae seja uma família que caracteriza os ambientes rochosos, na Serra

da Tiririca não se destaca entre as aquelas com maior riqueza de espécies, contudo são

importantes em termos ecológicos e na paisagem. São apenas nove espécies, sendo duas

ameaçadas de extinção. Rhipsalis cereoides encontra-se na categoria vulnerável

(Biodiversitas 2005, Barthlott & Taylor 1995, Taylor & Zappi 2004). Coleocephalocereus

fluminensis é considerado vulnerável por Calvente et al. (2005).

Das 27 espécies apontadas por Meirelles et al. (1999) como as mais freqüentes nos

afloramentos rochosos do Rio de Janeiro, 14 (51,9%) têm ocorrência na Serra da Tiririca:

Trilepis lhotztkiana, Vellozia candida, Coleocephalocereus fluminensis, Barbacenia

146

Page 137: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

purpurea, Pitcairnia staminea, Alcantarea glaziouana, Stillingia dichotoma, Euphorbia

comosa, Sinningia bulbosa, Tillandsia araujei, Kalanchoe crenata, Vernonia rupestris e

Vriesea neoglutinosa.

Quanto ao hábito destacam-se as espécies herbáceas (105 spp.), seguida de

trepadeiras (56 spp.), árvores (54 spp.), arbustos (39 spp.), hemi-epífitas (4 spp.) e uma

parasita (1 spp.) (Figura 2). É natural o predomínio de espécies herbáceas nos ambientes

rochosos, como ocorre em outros tipos de vegetação aberta. Dentre as trepadeiras

predominam espécies de Bignoniaceae e Leguminosae que fazem com que essas famílias

sobressaiam dentre as mais importantes.

Figura 2: Percentagem de espécies por formas de vida de Magnoliophyta dos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

O destaque para as espécies arbóreas se deve a presença de regiões onde as fendas

permitem o acúmulo de sedimentos e matéria orgânica com formação de solos rasos,

desenvolvendo uma vegetação de médio porte arbórea-arbustiva. Isso é observado nas

bordas dos afloramentos em contato com a floresta adjacente, no Costão de Itacoatiara

(Mata do Cume e Pata do Gato), no Morro das Andorinhas e Alto Mourão. Daí famílias

como Myrtaceae e Euphorbiaceae sobressaírem dentre as mais importantes. Inclusive foi

coletada uma espécie nova do gênero Eugenia no Costão de Itacoatiara. As espécies

arbórea-arbustivas mais comumente observadas são: Syagrus romanzoffiana, Tabebuia

chrysotricha, Tibouchina corymbosa, Myrcia selloi, Jacaranda jasminoides, Polygala

albicans e Chionanthus fluminensis.

147

Page 138: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

A sobrevivência em ambientes de afloramentos rochosos implica numa série de

adaptações que determinam à distribuição das plantas. O tipo de rocha, declividade,

insolação e o grau de umidade são importantes na seleção das espécies. Sendo assim,

algumas são capazes de suportar a carência hídrica, tolerando o dessecamento, sendo

denominadas poiquilohídricas. Tais plantas podem suspender suas atividades fisiológicas,

levando a perda da clorofila, encolhimentos ordenados e modificações da área foliar

restringindo a perda d`água. Quando as condições hídricas se tornam mais favoráveis,

rapidamente recuperam sua aparência normal (de-Mattos 1997). Podem ser citadas como

exemplo dessas plantas no PEST Trilepis lhotztkiana e Vellozia candida. Outros

mecanismos de tolerância podem ser utilizados como em Barbacenia purpurea, que enrola

suas folhas, porém não perde sua cor (Meirelles et al.1999). Também são encontradas

plantas chamadas evitadoras, que têm como estratégia de sobrevivência a restrição das

trocas hídricas com o meio ambiente (de-Mattos et al. 1998), como, por exemplo, as

cactáceas de maneira geral.

A vegetação de afloramento rochoso está intimamente relacionada com a formação

florestal que rodeia essa ilha de diversidade. A partir da floresta em direção aos

afloramentos desaparecem alguns componentes, surgindo novas combinações estruturais

nas cumeeiras contíguas aos grandes declives das escarpas (Martinelli & Bandeira 1989).

A floresta cria condições microclimáticas específicas protegendo a vegetação do

afloramento rochoso. As duas formações interagem, sendo interessante observar algumas

espécies que, embora não tenham ocorrência específica nos afloramentos rochosos, são

observadas nas matas de encostas na periferia desses ambientes. Na Serra da Tiririca é

possível destacar espécies arbóreo-arbustivas Metternichia princeps var. princeps, Rudgea

minor subsp. minor, Rudgea interrupta, Rudgea francavillana, Tovomita leocantha,

Clavija spinosa, Campomanesia laurifolia e Urbanodendron verrucosum. Não significa

que essas espécies não ocorram em outras condições ambientais, tanto em substrato

arenoso de restinga quanto na mata de encosta, mas no PEST são mais observadas

associadas às áreas com afloramentos rochosos.

Muitos componentes das restingas estão presentes nos afloramentos rochosos,

representando uma importante conexão biogeográfica entre esses ecossistemas (Safford &

Martinelli 2000). As espécies ocorrentes no PEST e nas restingas do Rio de Janeiro

apresentam similaridade de 20,6%. Quando comparada com as listagens em separado

148

Page 139: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

dessas restingas os maiores valores obtidos foram com áreas do município do Rio de

Janeiro. Contudo, esse tipo de análise também mostra relação com restingas mais próximas

da Serra da Tiririca, como a da Massambaba, Ipitangas (Jacarepiá) e Maricá (Tabela 2). As

restingas e afloramentos rochosos são áreas abertas consideradas periféricas a matriz

florestal do entorno (Scarano 2002). Tal fato seleciona espécies que precisam se adaptar as

condições microclimáticas e edáficas específicas de cada ambiente. Dessa forma,

compartilham componentes florísticos representados em 137 espécies, o que corresponde a

52,9% da listagem da vegetação dos afloramentos rochosos do PEST. Essas espécies

pertencem principalmente às famílias Bromeliaceae (14 spp.), Orchidaceae (13 spp.) e

Euphorbiaceae (10 spp.).

Tabela 2: Similaridade florística dos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada às Restingas do estado do Rio de Janeiro a nível específico e infra-específico (n= número de espécies).

Restingas Nº total de espécies

Nº de espécies compartilhadas com

PEST (n= 137)

Similaridade(Sørensen %)

Marambaia 403 76 29,0Grumari 200 55 24,0Massambaba 628 102 23,0Ipitangas (Jacarepiá) 390 72 22,2Maricá 338 63 21,0Barra de São João 240 51 20,4Macaé 512 77 20,0São João da Barra 181 36 16,4Praia do Sul 251 39 15,2

Conservação

A fragilidade dos ambientes rochosos é apontada por vários autores (Meirelles et

al. 1999; Ribeiro et al. 2007; Conceição et al. 2007) e necessitam de atenção quanto à

conservação. Uma das questões mais preocupantes é a intensa visitação que sofre o

complexo formado pelo Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Enseada do Bananal. Os

impactos causados pela presença humana estão levando a perda da diversidade biológica

nessas áreas. Destaque para visitação desordenada que leva a compactação do solo, coleta

de plantas ornamentais para comercialização, incêndios, destruição das ilhas de vegetação,

pichações, esporte local do surf na pedra e introdução de espécies exóticas invasoras.

Nas áreas mais inclinadas as raízes das árvores de maior porte são utilizadas como

escada expondo as plantas à erosão do solo. Conseqüentemente, com o tempo, essas

149

Page 140: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

árvores podem tombar abrindo novas clareiras na mata. No Costão de Itacoatiara, Alto

Mourão e Morro das Andorinhas o sedimento muito fino de matéria orgânica que recobre a

rocha vai sendo removido com o pisoteio das pessoas. Isso expõe a rocha e dificulta o

estabelecimento da cobertura vegetal.

Além disso, é comum ocorrerem incêndios, devido às pontas de cigarro e queda de

balões, sendo a vegetação nativa substituída por gramíneas como o sapê (Imperata

brasiliensis Trin.) e o capim-gordura (Melinis minutiflora Beauv.) no Costão de Itacoatiara

e no Morro das Andorinhas. No vale formado na Enseada do Bananal, próximo aos

afloramentos, parte da floresta foi subtraída e os vários incêndios promoveram a ocupação

da área por capim-colonião (Panicum maximum Jacq.). Essas plantas de origem africana

têm difícil controle sendo muito agressivas, impedindo a recomposição natural da

vegetação original, além de serem altamente inflamáveis. A presença de espécies exóticas

invasoras configura a segunda causa mundial de perda de diversidade biológica. Em

Unidades de Conservação de Proteção Integral estão em primeiro lugar (Primack &

Rodrigues 2002). Quando chegam ao estádio de invasão, freqüentemente é difícil encontrar

uma forma de erradicar o problema (Catharino & Silva 2007).

Outra questão séria é a expansão da ocupação humana, que vem aumentando sobre

as encostas e atingindo os afloramentos rochosos. No Rio de Janeiro é comum observar

essas áreas sendo ocupadas por populações de baixa renda que crescem desordenadamente.

Também populações de alta renda procuram essas áreas para morar como observado na

encosta do Morro das Andorinhas, causando danos ambientais irreversíveis. Esses locais

são altamente valorizadas pela especulação imobiliária, sendo palco de negociatas para

diminuição dos limites do PEST.

Esses frágeis ambientes abrigam uma flora extremamente ameaçada, sendo que no

PEST ocorrem 27 espécies nessa situação. Dentre essas, 17 espécies são consideradas

vulneráveis, 5 criticamente ameaçadas e 5 em perigo (Tabela 3). Inclui-se nessa lista

Laelia lobata, criticamente ameaçada (Biodiversitas 2005) e citada na lista CITES (2008)

no anexo I. Essa espécie foi observada in situ no Alto Mourão, porém não coletada por

estar em local de difícil acesso em escarpas muito inclinadas dos paredões rochosos.

Também citadas no CITES (2008), porém no anexo II estão: Brasiliopuntia brasiliensis,

Coleocephalocereus fluminensis, Hylocereus setaceus, Rhipsalis cereoides, Rhipsalis

mesembryanthemoides e Cattleya forbesii.

150

Page 141: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Tabela 3: Espécies ameaçadas de extinção presentes nos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil. VU – vulnerável, EN - em perigo, CR – criticamente ameaçada.

Trichilia silvatica C. DC. VU Biodiversitas 2004MYRTACEAE Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. EN IUCN 2004

Plinia ilhensis G.M. Barroso VU IUCN 2004OLACACEAE Chionanthus fluminensis (Miers) P.S.

GreenCR IUCN 2004

ORCHIDACEAE Cattleya forbesii Lindl. VU Biodiversitas 2005; Pinheiro 1999

Constantia rupestris Barb. Rodr. VU Biodiversitas 2005; Pinheiro 2000

RUBIACEAE Rudgea interrupta Benth. EN Biodiversitas 2005; Zappi 2003

Rudgea minor ssp. minor Benth. VU Biodiversitas 2005; Zappi 2004

SAPOTACEAE Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn.

VU IBAMA 1992

151

Page 142: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Nesse contexto encontram-se os afloramentos rochosos do PEST, que representam

um ecossistema de relevante importância em termos de diversidade florística, que inclui 23

espécies endêmicas do estado do Rio de Janeiro (Tabela 1). Muitas dessas espécies são

restritas a Serra do Mar. A grande relevância florística e ecológica desses ambientes devem

ser considerados no plano de manejo do PEST. O acesso as trilhas que levam aos

inselbergs do Alto Mourão, Costão de Itacoatira e Morro das Andorinhas precisam ser

controladas pelo órgão governamental responsável pela administração do Parque (IEF-RJ),

que atualmente negligencia suas atribuições.

Agradecimentos

Agradecemos os colaboradores que auxiliaram nas coletas de campo. A Sérgio Tadeu Meirelles que há mais de vinte anos atrás estudou ecologicamente a vegetação do Costão de Itacoatiara e abriu um novo mundo de conhecimento para seus alunos e estagiários. Aos taxonomistas Luiz José Soares Pinto (Euphorbiaceae e Passifloraceae), Genise Somner (Sapindaceae), Robson Dalmas (Leguminosae), Marcos Nadruz (Araceae), Michel Barros (Leguminosae – Senegalia), João Marcelo de A. Braga (Heliconiaceae, Marantaceae e Menispermaceae), Mário Gomes (Rubiaceae), Marcelo C. Souza (Myrtaceae), Marcos Sobral (Myrtaceae), Daniela Zappi (Cactaceae e Rubiaceae), Leandro de Oliveira F. Sousa (Bromeliaceae) André Amorim (Malpighiaceae), Pollyana W. Feteira (Malpighiaceae) e Roberto L. Esteves (Asteraceae).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aguiar, L. W.; Martau, L.; Soares, Z. F.; Bueno, O. L.; Mariath, J. E. & Klein, R. M. 1986. Estudo preliminar da flora e vegetação de morros graníticos da região da grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica (34): 3-38.

Araujo, D. S. D. & Vilaça, A. M. N. 1981. Avaliação da cobertura vegetal remanescente de Itaipu. In: Kneip, L. M.; Pallestrini, L. & Cunha, F. L. S. (eds.). Pesquisas arqueológicas no litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN Companhia de Desenvolvimento Territorial: Pp. 27–46.

Barthlott, W. & Taylor, N. 1995. Notes towards a monography of Rhipsalideae (Cactaceae). Bradleya 13: 43–79.

Biodiversitas. 2005. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. <http://www.biodiversitas.org.br> Arquivo da internet acessado em 02 de janeiro de 2008.

Bernardes, L. M. C. 1957. Planície litorânea e zona canavieira do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia. 248p.

Brade, A. C. 1956. A flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: 7–85.

152

Page 143: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Brummit, R. K. & Powell, C. E. 1992. Authors of plants names. Royal Botanic Gardens, Kew. 732p.

Caiafa, A. N. & Silva, A. F. 2005. Composição florística e espectro biológico de um campo de altitude no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 56(87): 163-173.

Caiafa, A. N. & Silva, A. F. 2007. Structural analysis of the vegetation on a highland granite outcrop in Southeast Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 657-664.

Calvente, A. M.; Freitas, M. F. & Andreata, R. H. P. 2005. Listagem, distribuição e conservação das espécies de Cactaceae no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56(87): 141–162.

Carauta, J. P. P. & Oliveira, R. R. 1984. Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia 36(59): 13-24.

Carauta, J. P. P. & Oliveira, R. R. 1982. Fitogeografia das encostas do Pão de Açúcar. Cadernos FEEMA, Série Trabalhos Técnicos (2/82): 9-31.

Catharino, E. L. M. & Silva, V. S. 2007. Análise preliminar da contaminação biológica para manejo e conservação de três Unidades de Conservação da região metropolitana de São Paulo. In: Barbosa, L. M. & Santos-Junior, N. A. (eds.). A botânica no Brasil: pesquisa, ensino e políticas públicas ambientais. São Paulo, Sociedade Botânica do Brasil: Pp. 400-405.

CITES. 2008. Convenção internacional das espécies da flora e da fauna selvagens em perigo de extinção. <www.ukcites.gov.uk/defaut.asp> Arquivo da internet acessado em 5 de janeiro de 2008.

Coelho, M. A. N. 2000. Philodendron Schott (Araceae): Morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 51(78/79): 21–68.

Coelho, M. A. N. 2004. Taxonomia e biogeografia de Anthurium (Araceae) seção Urospadix, subseção Flavescentiviridia. Tese (Doutorado em Botânica). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 321p.

Conceição, A. A.; Giulietti, A. M. & Meirelles, S. T. 2007. Ilhas de vegetação em afloramentos de quartzito-arenito o Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21(2): 335–347.

Conceição, A. A.; Pirani, J. R. & Meirelles, S. T. 2007. Floristic structure and soil of insular vegetation in four quartizite-sandstone outcrops of Chapada Diamantina, Northeast, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 641-656.

Cronquist, A. 1988. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press, New York. 556p.

153

Page 144: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

de-Mattos, E.A. 1998. Perspectives on comparative ecophysiology of some brazilian vegetation types: Leaf CO2 and H2O gas exchange, chlorophyll a fluorescence and carbon isotope discrimination. In: Scarano F. R. & Franco, A. C. (eds.). Ecophysiological strategies of xerophytic and amphibious plants in the neotropics. Series Oecologia Brasiliensis 4: Pp. 1-13.

de-Mattos, E. A.; Grams, T. E. E.; Ball, E.; Franco, A. C.; Haag-Kerwer, A.; Herzog, B.; Scarano, F. R. & Lüttge, U. 1997. Diurnal patterns of chlorophyll a fluorescence and stomatal conductance in species of two types of coastal tree vegetation in southeastern Brazil. Trees 11: 363-369.

Dúsen, P. 1955. Contribuições para flora do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 4: 9-91.

Fernandes, I. & Baptista, L. R. M. 1988. Levantamento da flora vascular rupestre do Morro Sapucaia e Morro do Cabrito, Rio Grande do Sul. Acta Botanica Brasilica 1(2) Suplemento: 95-102.

IBAMA. 1992. Lista oficial de flora ameaçada de extinção. <http://www.ibama.gov.br/flora/extincao.htm> Arquivo da internet acessado em 02 de janeiro de 2008.

International Plant Names Index. 2004. Royal Botanic Garden - Kew. <http://www.ipni.org>. Arquivo da internet acessado de março de 2004 a janeiro de 2008.

IUCN. 2004. Red list of threatened species. <http://www.iucnredlist.org> Arquivo da internet acessado em 06 de janeiro de 2008.

Grant, J. R. 1995. Sinopse do gênero Alcantarea. Bromélia 2(3): 24-26.

Klein, V. L. G. 1996. Cucurbitaceae do Estado do Rio de Janeiro: Subtribo Melothriinae E.G.O. Muell et F. Pax. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 34(2): 93–172.

Leme, E. M. C. 1995. Contribuição ao estudo do gênero Alcantarea I. Bromélia 2(3): 15-23.

Lopes, R. C.; Coelho, M. A. N. & Andreata, R. H. P. 2004. Plantas ornamentais ocorrentes na Mata Atlântica do Morro Alto Mourão, Niterói / Maricá, Rio de Janeiro. Publicações Avulsas do Museu Nacional (102): 3–14.

Magurran, A. E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University Press. Princeton, New Jersey. 179p.

Martinelli, G. & Bandeira, J. 1989. Campos de altitude. Ed. Index, Rio de Janeiro. 159p.

Martinelli, G. & Vaz, A. M. S. F. 1986/88. Padrões fitogeográficos em Bromeliaceae dos campos de altitude da floresta pluvial tropical costeira no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 64/66: 3-10.

154

Page 145: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Martinelli, G.; Vieira, C. M.; Gonzalez, M.; Leitman, P.; Piratininga, A.; Costa, A. F. & Forzza, R. C. 2008. Bromeliaceae da Mata Atlântica: lista de espécies, distribuição e conservação. Rodriguésia 59(1): 209-258.

Meirelles, S. T.; Pivello, V. R. & Joly, C. A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Environmental Conservation 26(1): 10–20.

Miranda, F. E. L. F. & Oliveira, R. R. 1983. Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar, Rio de Janeiro. Acta Botanica Brasilica 1(1): 99-105

Oliveira, R. F.; Coimbra-Filho, A. F. & Silva, Z. L. 1975. Sobre a litosere: Algumas espécies para revestimento de encostas rochosas. Brasil Florestal 6(24): 3–18.

Penha, H. M. 1999. A synthesis of geology of the east fluminense coast, state of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B. A.; Bidone, E. D. & Abrão, J. J. (eds.). Environmental geochemistry of coastal lagoon systems of Rio de Janeiro, Brazil. Universidade Federal Fluminense, Programa de Geoquímica Ambiental. Série Geoquímica Ambiental 6: Pp. 3–10.

Pereira, O. J. & Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística das restingas dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. In: Esteves, F. A. & Lacerda, L. D. (eds.). Ecologia de restingas e lagoas costeiras. NUPEM/UFRJ. Macaé: Pp. 25–63.

Pinheiro, F. C. 1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Dissertação. (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p.

Polhill, R. M.; Raven, P. H & Stirton, C. H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R. M. & Raven, P. H. (eds.). Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanical Garden. Pp. 1-26.

Porembski, S. 2002. Terrestrial habitat islands as model systems for biodiversity research. In: Araujo, A. L.; Moura, A. N.; Sampaio, E. V. S. B.; Gestinari, L. M. S. & Carneiro, J. M. T. (eds.). Biodiversidade, conservação e uso sustentável da flora do Brasil. Universidade Federal de Pernambuco. Recife: Pp. 158–161.

Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 579-586.

Porembski, S.; Martinelli, G.; Ohlemüller, R. & Barthlott, W. 1998. Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Diversity and distribution 4: 107-119.

Primack, R. B. & Rodrigues, E. 2002. Biologia da Conservação. Londrina. 327p.

Ribeiro, K. T. & Medina, B. M. O. 2002. Estrutura, dinâmica e biogeografia de ilhas de vegetação sobre rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 10: 11–82.

155

Page 146: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Ribeiro, K. T.; Medina, B. M. O. & Scarano, F. R. 2007. Species composition and biogeographic relations of the rock outcroup flora on the high plateau of Itatiaia. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 623-640.

Ribeiro, M. L. R. C.; Santos, M. G. & Moraes, M. G. 2007. Leaf anatomy of two Anemia Sw. species (Schizaeaceae – Pteridophyte) from a rocky outcroup in Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 695-702.

Rizzini, C. T. 1953/54. Flora Organensis. Lista preliminar dos cormophyta da Serra dos Órgãos. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 13: 117–246.

Rossi, A.; Ferranssoli, M. & Almeida, J. C. H. 2007. Levantamento de informações geológicas básicas e avaliação das condições de poluição das águas na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. In: Araujo, F. V. Relatório FAPERJ do projeto Aspectos Biológicos, Geológicos e Hídricos em Áreas de Mata Atlântica nos Municípios de Niterói e Maricá, RJ. Programa de apoio a entidades estaduais: desenvolvimento científico da UERJ. Impresso. 93p.

Safford, H. D. & Martinelli, G. 2000. Southeast Brazil. In: Porembski, S. & Barthlott, W. (eds). Inselbergs. Biotic diversity of isolated rock outcrops in tropical and temperate regions. Ecological Studies. Springer. 146. Pp. 339-389.

Santos, M. G.; Carvalho, C. E. M.; Kelecon, A.; Ribeiro, M. L. R. C.; Freitas, C. V. C.; Costa, L. M. & Fernandes, L. V. G. 2005. Cianogênese em esporófito de pteridófitas avaliada pelo teste do ácido pícrico. Acta Botanica Brasilica 19(4): 783–788.

Santos, M. G. & Sylvestre, L. S. 2006. Aspectos florísticos e econômicos das pteridófitas de um afloramento rochoso do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20(1): 115–124.

Scarano, F. R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plants communities in stressful habits marginal to the Brazilian Atlantic forest. Annals of Botany 90: 517-524.

Scarano, F. R. 2007. Rock outcrop vegetation in Brazil: a brief overview. Revista Brasileira de Botânica 30(4): 561-568.

Segadas-Vianna, F. & Dau, L. 1965. Ecology of the Itatiaia Range, Southeastern Brazil. II. Climate and altitudinal climatic zonation. Arquivos do Museu Nacional 53: 31-53.

Shepherd, G. J. 2003. Conhecimento de diversidade de plantas terrestres do Brasil. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. <www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/plantas1> Arquivo da internet acessado em 12 de maio de 2006.

Sousa, L. O. F.; Silva, B. R. & Sousa, R. C. O. S. 2003. Hohenmea, a new natural intergeneric hybrid in the Bromelioideae. Journal of the Bromeliad Society 53(2): 71–76.

Taylor, N. & Zappi, D. 2004. Cacti of Eastern Brazil. Kew: The Royal Botanic Garden. 499p.

156

Page 147: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

The New York Botanical Garden. 2006. <http://www.nybg.org> Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a janeiro de 2008.

Waldemar, C. C. & Irgang, B. E. 2003. A ocorrência do mutualismo facultativo entre Dyckia maritima Baker (Bromeliaceae) e o cupim Cortaritermes silvestrii (Holmgren), Nasutitermitinae, em afloramentos rochosos no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS. Acta Botanica Brasilica 17(1): 37–48.

Wendt, T. 1994. Pitcairnia L`Heritier (Bromeliaceae) of Rio de Janeiro State, Brazil. Selbyana 15: 66-78.

Wendt, T. 2001. Hybridization and reproductive isolation between four Pitcairnia species in Brazilian rocky outcrops. Journal of Bromeliad Society 51: 73-79.

Wendt, T.; Paz, N. P. L. & Rios, R. I. 2000. A morphometric analysis of a putative hybrid between Pitcairnia albiflos and P. staminea (Bromeliaceae). Selbyana 21(1/2): 132-136.

W3Tropicos. 2006. Missouri Botanical Garden. <http://www.mobot.org/W3T/Search/ vast.html> Arquivo da internet acessado no período de março de 2004 a janeiro de 2008.

Zappi, D. 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in southeastern and southern Brazil. Kew Boletin 58: 513–596.

157

Page 148: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ANEXO

Tabela 1: Listagem florística de espécies de Magnoliophyta presente nos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. (* espécies endêmicas RJ).

FAMÍLIA ESPÉCIES FORMA DE VIDA

COLETORES

ACANTHACEAE (4/4) Justicia brasiliana Roth Erva W.B. de Carvalho 160 et al.

Lepidagathis nemoralis (Nees) Kameyana Erva A.A.M. de Barros 973 et al.

*Schaueria calycotricha (Link & Otto) Nees Erva F.E. Miranda 18 et al.

Stenandrium mandioccanum Nees Erva A.A.M. de Barros 1662 et al.

AGAVACEAE (1/1) Furcraea gigantea Vent. Erva T. Plowman 12.855 et al.

ANACARDIACEAE (1/1) Schinus terebinthifolius Raddi Árvore A.A.M. de Barros 1922 et al.

APOCYNACEAE (3/4) Aspidosperma parvifolium A. DC. Árvore R.H.P. Andreata 696 et al.

Mandevilla crassinoda (Gardner) Woodson Trepadeira L.O.F. de Sousa 123 et al.

Mandevilla guanabarica Cassareto ex M.F. Salles, Kin-Gouv. & A.O. Simões

Trepadeira A.A.M. de Barros 679 et al.

Prestonia coalita (Vell.) Woodson Trepadeira A.A.M. de Barros 2757 et al.

ARACEAE (3/6) Anthurium coriaceum G. Don Erva A.A.M. de Barros 1492 et al.

*Anthurium sucrei G.M. Barroso Erva R.S. de Oliveira 39 et al.

*Anthurium validinervium Engl. Erva E.N. Fontes 08 et al.

Monstera adansonii var. klotzschiana (Schott) Madison

Hemi-epífita T.A. da Silva 91 et al.

Philodendron bipennifolium Schott Hemi-epífita L.O.F. de Sousa 49 et al.

Philodendron corcovadense Kunth Hemi-epífita W.B. de Carvalho 158 et al.

ARECACEAE (1/1) Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Árvore R.S. de Oliveira 22 et al.

ASCLEPIADACEAE (3/3) Marsdenia loniceroides E. Fourn. Trepadeira L.O.F. de Sousa 66

Oxypetalum banksii Schult. subsp. banksii Trepadeira A.A.M. de Barros 768 et al.

Peplonia riedelii (E. Fourn.) Fontella & Rapini Trepadeira L.J.S. Pinto 433 et al.

ASTERACEAE (9/12) Baccharis serrulata (Lam.) Pers. Erva R. de C. C. Silva 06 et al.

Barrosoa apiculata (Gardn.) R.M. King & H. Robinson

Erva M.G. Santos 1277 et al.

Barrosoa organensis (Gardn.) R.M. King & H. Robinson

Erva R.H.P. Andreata 314 et al.

Campuloclinium macrocephalum (Less.) DC. Erva K.A. Lúcio 25 et al.

Eupatorium odoratum L. Erva L.J.S. Pinto 119 et al.

Heterocondylus vitalbae (DC.) R.M. King & H. Robinson

Erva P.W. Feteira 50 et al.

Mikania hastifolia Baker Trepadeira R.S. Oliveira 53 et al.

Mikania nigricans Gardn. Trepadeira D.S.D. Araujo 3763

158

Page 149: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Praxelis clematidea (Griseb.) R.M. King & H. Robinson

Erva A.A.M. de Barros 1025 et al.

Tilesia baccata (L.) Pruski Erva V.C. Matos 37 et al.

Vernonia rupestris Gardner Árvore L.T. Vassal 80 et al.

Vernonia serrulata (Lam.) Pers. Erva A.A.M. de Barros 781 et al.

BEGONIACEAE (1/3) Begonia maculata Raddi Erva A.A.M. de Barros 2792 et al.

Begonia reniformis Dryander Erva A.A.M. de Barros 2799 et al.

Begonia tomentosa Schott Erva A.A.M. de Barros 2798 et al.

BIGNONIACEAE (7/10) Adenocalymma paulistarum Bureau & K. Schum. Trepadeira R.H.P. Andreata 354 et al.

Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche Trepadeira A.A.M. de Barros 2039 et al.

Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

Trepadeira K.M. Leal 23 et al.

Anemopaegma prostratum DC. Trepadeira L.J.S. Pinto 399 et al.

Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. Trepadeira A.A.M. de Barros 1529 et al.

Arrabidaea rego (Vell.) DC. Trepadeira A.A.M. de Barros 767 et al.

Jacaranda jasminoides (Thunb.) Sandwith Arbusto K.M. Leal 47 et al.

Lundia cordata (Vell.) A. DC. Trepadeira H.P. Moreira 15 et al.

Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl. Árvore K.M. Leal 03 et al.

Xylophragma pratense (Bureau & K. Schum.) Sprague

Trepadeira L.O.F. de Sousa 207 et al.

BOMBACACEAE (3/3) Ceiba erianthos (Cav.) K. Schum. Arbusto A.A.M. de Barros 1539 et al.

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns Árvore L.J.S. Pinto 133 et al.

Quararibea turbinata (Sw.) Poir. Arbusto A.A.M. de Barros 1498 et al.

BORAGINACEAE (2/3) Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult. Arbusto A.A.M. de Barros 672 et al.

Cordia guazumaefolia (Desv.) Roem. & Schult. Arbusto K.A. Lúcio 91 et al.

*Tournefortia salicifolia A. DC. Arbusto A.A.M. de Barros 2305 et al.

BROMELIACEAE (10/25) Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. var. nudicaulis Erva L.J.S. Pinto 120 et al.

Aechmea ramosa var. ramosa Mart. ex Schult. f. Erva R. de C.C. Silva 58 et al.

Aechmea sphaerocephala Baker Erva T. Wendt 330 et al.

*Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme Erva L.J.S. Pinto 83 et al.

Billbergia amoena (Lodd.) Lindl. Erva L.O.F. de Sousa 122 et al.

Billbergia iridifolia (Nees & Mart.) Lindl. Erva A.A.M. de Barros 2070 et al.

Bromelia antiacantha Bertoloni Erva A.A.M. de Barros 3133 et al.

Cryptanthus acaulis (Lindl.) Beer Erva L.O.F. de Sousa 225

X Hohemea itaipuana B.R. Silva & L.O.F. Sousa Erva L.O.F. de Sousa 347 et al.

Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith Erva F. Pinheiro 55 et al.

Neoregelia sarmentosa (Regel) L.B. Smith Erva R.H.P. Andreata 204 et al.

*Pitcairnia albiflos Herbert Erva A.A.M. de Barros 776 et al.

Pitcairnia flammea Lindl. Erva L.O.F. de Sousa 228

Pitcairnia staminea Loddiges Erva A.A.M. de Barros 2878 et al.

Pseudoananas sagenarius (Arruda da Câmara) Camargo

Erva F. Pinheiro 175 et al.

Tillandsia araujei Mez Erva A.A.M. de Barros s.n.

Tillandsia gardneri Lindl. Erva L.O.F. Sousa 354 et al.

Tillandsia geminiflora Brongniart Erva L.O.F. Sousa 46 et al.

Tillandsia dura Baker Erva A.A.M. de Barros 1502 et al.

Tillandsia stricta Soland. var. stricta Erva L.J.S. Pinto 157 et al.

*Vriesea botafogensis Mez Erva R. de C.C. Silva 17 et al.

*Vriesea costae E. Leme & B. Rezende Erva A.A.M. de Barros 992

*Vriesea eltoniana Pereira & Ivo Erva A.A.M. de Barros 788 et al.

Vriesea neoglutinosa Mez Erva A.A.M. de Barros 790 et al.

Vriesea procera (Mart. ex Schult. f.) Wittm. Erva L.O.F. Sousa 203 et al.

CACTACEAE (7/9) Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg. Arbusto L.J.S. Pinto 458 et al.

Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb Erva A.A.M. de Barros 2299 et al.

Hylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer Erva A.A.M. de Barros 1274

Opuntia monacantha Haw. Erva A.A.M. de Barros 2301 et al.

159

Page 150: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Pereskia aculeata Mill. Trepadeira A.A.M. de Barros 1480 et al.

Pereskia grandiflora Pfeiff. subsp. grandiflora Árvore A.A.M. de Barros 2322 et al.

Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles ex G.D. Rowley

Erva A.A.M. de Barros 2300 et al.

*Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. Erva A.A.M. de Barros 2302 et al.

*Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth Erva A.A.M. de Barros 2041 et al.

CANNACEAE (1/1) Canna denudata Roscoe Erva A.A.M. de Barros 2221 et al.

CAPPARACEAE (4/4) Capparidastrum brasilianum (DC.) Hutch. Arbusto A.A.M. de Barros 2214 et al.

Capparis flexuosa (L.) L. Arbusto A.A.M. de Barros 1278

Cleome diffusa Banks ex DC. Arbusto L.J.S. Pinto 156 et al.

Crateva tapia L. Árvore A.A.M. de Barros 1731 et al.

CECROPIACEAE (1/2) Cecropia glaziovi Snethlage Árvore A.A.M. de Barros 2602 et al.

Cecropia lyratiloba Miquel Árvore M.C.F. dos Santos 478 et al.

CLUSIACEAE (2/2) Clusia criuva Cambess. Árvore M.G. Santos 1098 et al.

Kielmeyera membranacea Casar. Árvore A.A.M. de Barros 2567 et al.

COMMELINACEAE (2/3) Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. Erva D.S.D. Araujo 4779 et al.

Dichorisandra thyrsiflora J.C. Mikan Erva A.A.M. de Barros 663 et al.

*Siderasis fuscata (Lood.) Moore Erva A.A.M. de Barros 3127 et al.

CONVOLVULACEAE (3/3) Evolvulus glomeratus Nees & Mart. Erva A.A.M. de Barros s.n.

Jacquemontia martii Choisy Trepadeira A.A.M. de Barros 689 et al.

Operculina macrocarpa (L.) Urb. Trepadeira L.O.F. de Sousa 314 et al.

CRASSULACEAE (1/1) Kalanchoe crenata (Andrews) Haw. Erva W.B. de Carvalho 32 et al.

CYPERACEAE (3/3) Cyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl. Erva A.A.M. de Barros 978 et al.

Rhynchospora exaltata Kunth. Erva A.A.M. de Barros 686 et al.

Trilepis lhotzkiana Nees ex Arn. Erva A.A.M. de Barros 659 et al.

DICHAPETALACEAE (1/1) Stephanopodium sessile Rizzini Árvore M.C.F. dos Santos 221 et al.

DIOSCOREACEAE (1/2) Dioscorea mollis Mart. Trepadeira A.A.M. de Barros 1530 et al.

Dioscorea piperifolia Humb. & Bonpl. ex Willd. Trepadeira A.A.M. de Barros 2087 et al.

ERYTHROXYLACEAE (1/1) Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. Árvore L.O.F. de Sousa 342

EUPHORBIACEAE (11/17) Acalypha amblyodonta Müll. Arg. (Müll. Arg.) Arbusto A.A.M. de Barros 1654 et al.

Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 974 et al.

Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax Arbusto A.A.M. de Barros 653 et al.

Bernardia axillaris (Spreng.) Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 2095 et al.

Croton compressus Lam. Árvore A.A.M. de Barros 1467 et al.

Croton klotzschii (Didr.) Baill. Arbusto A.A.M. de Barros 927 et al.

Dalechampia alata Müll. Arg. Trepadeira A.A.M. de Barros 1758 et al.

Dalechampia brasiliensis Lam. Trepadeira L.J.S. Pinto 134 et al.

Dalechampia micromeria Baill. Trepadeira L.J.S. Pinto 556 et al.

Dalechampia pentaphylla Lam. Trepadeira L.J.S. Pinto 384 et al.

Euphorbia comosa Vell. Erva A.A.M. de Barros 1113 et al.

Euphorbia insulana Vell. Erva L.O.F. de Sousa 277 et al.

Jatropha gossypiifolia L. Arbusto A.A.M. de Barros 2471

Manihot leptopoda (Müll. Arg.) D.J. Rogers & Appan

Arbusto A.A.M. de Barros 2551

Margaritaria nobilis L.f. Árvore A.A.M. de Barros 2314 et al.

Sebastiania brasiliensis Spreng. Árvore A.A.M. de Barros 774 et al.

Stillingia dichotoma Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 2558

FLACOURTIACEAE (1/2) Casearia luetzelbergii Sleumer Árvore R.H.P. Andreata 94

Casearia obliqua Spreng. Árvore R.H.P. Andreata 914

GESNERIACEAE (2/5) Paliavana prasinata (Ker-Gawl) Benth. Erva A.A.M. de Barros 2549

Sinningia aggregata (Ker-Gawl) Wiekler Erva R.H.P. Andreatta 542 et al.

Sinningia bulbosa (Ker-Gawl) Wiehler Erva A.A.M. de Barros 2219 et al.

Sinningia pusilla (Mart.) Baill. Erva A.A.M. de Barros 982 et al.

Sinningia speciosa (Lood.) Hiern. Erva L.J.S. Pinto 431 et al.

HIPPOCRATEACEAE (2/2) Hippocratea volubilis L. Trepadeira A.A.M. de Barros 2113 et al.

160

Page 151: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Salacia arborea (Leandro) Peyr. Árvore L.O.F. de Sousa 344

ICACINACEAE (1/1) Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard Arbusto W.B. de Carvalho 157 et al.

IRIDACEAE (1/2) Neomarica candida (Hassl.) Sprague Erva A.A.M. de Barros 2920

Neomarica gracilis (Herb.) Sprague Erva A.A.M. de Barros 1921 et al.

LEGUMINOSAE (10/13) Bauhinia radiata Vell. Trepadeira A.A.M. de Barros 1932 et al.

Dioclea violacea Mart. ex Benth. Trepadeira L.J.S. Pinto 117 et al.

Inga congesta T.D. Penn. Árvore A.A.M. de Barros 1116 et al.

Inga cordistipula Mart. Árvore A.A.M. de Barros 2213 et al.

Machaerium lanceolatum (Vell.) J.F. Macbr. Trepadeira A.A.M. de Barros 1928 et al.

Mimosa velloziana Mart. Trepadeira A.A.M. de Barros 1100 et al.

Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger Árvore F. Pinheiro 188

Senegalia velutina (DC.) Seigler & Ebinger Árvore A.A.M. de Barros 770 et al.

Senegalia sp. Trepadeira N. Coqueiro 26 et al.

Senna affinis (Benth.) H.S. Irwin & R.C. Barneby Arbusto L.J.S. Pinto 178 et al.

Sophora tomentosa L. Arbusto W.B. de Carvalho 21 et al.

Vigna adenantha (G. Mey) Maréchal, Mascherpa & Stainer

Trepadeira A.A.M. de Barros 2288 et al.

Zornia latifolia Sm. Erva L.O.F. de Sousa 73 et al.

LORANTHACEAE (1/1) *Struthanthus maricensis Rizz. Parasita A.A.M. de Barros 828 et al.

MALPIGHIACEAE (6/8) Amorimia rigida (A. Juss.) W.R. Anderson Trepadeira A.A.M. de Barros 1469 et al.

Heteropterys chrysophylla (Lam.) Kunth Trepadeira A.A.M. de Barros 928 et al.

Niedenzuella acutifolia (Cavanilles) W.R. Anderson

Trepadeira A.A.M. de Barros 919

Peixotoa hispidula A. Juss. Trepadeira T.A.M. Muritiba 66 et al.

Stigmaphyllon auriculatum (Cav.) A. Juss. Trepadeira A.A.M. de Barros 1499 et al.

Stigmaphyllon paralias A. Juss. Trepadeira A.A.M. de Barros 1540 et al.

*Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. Trepadeira A.A.M. de Barros 777 et al.

Thryallis brachystachys Lindl. Trepadeira A.A.M. de Barros 1392

MARANTACEAE (3/3) Calathea violacea Lindley Erva A.A.M. de Barros 678 et al.

Maranta divaricata Roscoe Erva A.A.M. de Barros 1896 et al.

Stromanthe tonckat (Aubl.) Eichler Erva A.A.M. de Barros 2062 et al.

MARCGRAVIACEAE (1/1)Schwartzia brasiliensis (Choise) Bedell ex Giraldo-Canãs

Trepadeira R.S. de Oliveira 15 et al.

MELASTOMATACEAE (1/2) Tibouchina corymbosa (Raddi) Cogn. Árvore A.A.M. de Barros 1388

Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Árvore A.A.M. de Barros 2750 et al.

MELIACEAE (1/2) Trichilia casaretti C. DC. Árvore A.A.M. de Barros 1500 et al.

Trichilia pseudostipularis (A. Juss.) C. DC. Arbusto A.A.M. de Barros 677 et al.

MENISPERMACEAE (1/1) Chondrodendron platiphyllum (A. St. Hil.) Miers Trepadeira A.A.M. de Barros 780 et al.

MORACEAE (1/1) Ficus arpazusa Casar. Árvore M.C.F. dos Santos 504 et al.

MYRTACEAE (6/14) Eugenia candolleana DC. Árvore A.A.M. de Barros 1489 et al.

Eugenia jurujubensis Kiaersk. Árvore A.A.M. de Barros 957 et al.

Eugenia monosperma Vell. Árvore L.J.S. Pinto 208

Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. Árvore L.J.S. Pinto 151

Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Árvore L.J.S. Pinto 137 et al.

Eugenia rotundifolia Casar. Árvore F. Pinheiro 168 et al.

Eugenia uniflora L. Arbusto A.A.M. de Barros 655 et al.

Eugenia nov. sp. 1 Árvore L.J.S. Pinto 440 et al.

*Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. Árvore R.H.P. Andreata 473 et al.

Myrcia insularis (O. Berg) Kiaersk. Árvore R.H.P. Andreata 940 et al.

Myrcia selloi (Spreng.) N. Silveira Árvore A.A.M. de Barros 2303 et al.

Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg Árvore A.A.M. de Barros 2795 et al.

Plinia ilhensis G.M. Barroso Árvore A.A.M. de Barros 2889 et al.

Psidium guineensis Sw. Árvore L.O.F. de Sousa 71 et al.

NYCTAGINACEAE (2/3) Bougainvillea spectabilis Willd. Trepadeira A.A.M. de Barros 2236 et al.

Guapira opposita (Vell.) Reitz Árvore A.A.M. de Barros 2504 et al.

161

Page 152: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell Trepadeira W.B. de Carvalho 20 et al.

OCHNACEAE (1/1) Ouratea cuspidata Tiegh. Árvore A.A.M. de Barros 1101 et al.

OLACACEAE (1/1) Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer Árvore L.J.S. Pinto 81 et al.

OLEACEAE (1/1) Chionanthus fluminensis (Miers) P.S. Green Arbusto A.A.M. de Barros 771 et al.

ORCHIDACEAE (16/20) Brassavola tuberculata Hook. Erva A.A.M. de Barros s.n.

Campylocentrum robustum Cogn. Erva L.J.S. Pinto 175 et al.

Cattleya forbesii Lindl. Erva L.J.S. Pinto 149 et al.

Constantia rupestris Barb. Rodr. Erva F. Pinheiro 146 et al.

Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros

Erva A.A.M. de Barros 2552

Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst Erva F. Pinheiro 161

Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. Erva L.J.S. Pinto 86 et al.

Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl. Erva F. Pinheiro 195 et al.

Habenaria parviflora Lindl. Erva F. Pinheiro 194

Maxillaria marginata Fenzl Erva F. Pinheiro 181

Octomeria alpina Barb. Rodr. Erva F. Pinheiro 173

Oncidium ciliatum Lindl. Erva F. Pinheiro 204

Oncidium fimbriatum Lindl. Erva F. Pinheiro 180

Oncidium pumilum Lindl. Erva F. Pinheiro 215

Pleurothallis grobyi Lindl. Erva L.O.F. de Sousa 41 et al.

Pleurothallis saundersiana Rchb. f. Erva F. Pinheiro 151

Prescottia plantaginea Lindl. Erva L.J.S. Pinto 52 et al.

Sarcoglottis fasciculata (Vell.) Schltr. Erva K.A. Lúcio 23 et al.

Sophronites cernua Lindl. Erva L.O.F. de Sousa 208 et al.

Vanilla bahiana Hoehne Hemi-epífita L.J.S. Pinto 123 et al.

PASSIFLORACEAE (1/4) Passiflora alata Curtis Trepadeira L.J.S. Pinto 424 et al.

Passiflora capsularis L. Trepadeira A.A.M. de Barros 2726 et al.

*Passiflora farneyi Pessoa & Cervi Trepadeira L.J.S. Pinto 159

*Passiflora racemosa Brot. Trepadeira A.A.M. de Barros 585 et al.

PIPERACEAE (2/4) *Peperomia incana (Haw.) Hook. Erva A.A.M. de Barros 1184 et al.

Peperomia rubricaulis (Nees) A. Dietr. Erva A.A.M. de Barros 929 et al.

Peperomia tetraphylla (Forst.) Hook. & Arn. Erva R.H.P. Andreata 201

Piper mollicomum Kunth Arbusto A.A.M. de Barros 1394

POACEAE (5/6) Olyra ciliatifolia Raddi Erva L.J.S. Pinto 388 et al.

Oplismenus hirtellus (L.) P. Beauv. Erva A.A.M. de Barros 2776 et al.

Panicum racemosum (P. Beauv.) Spreng. Erva A.A.M. de Barros 2888 et al.

Saccharum asperum (Nees) Steud. Erva P.W. Feteira 45 et al.

Setaria parviflora (Poir) Kerguélen Erva N. Coqueiro 273 et al.

Stipa latifolia (L.) Raspail Erva A.A.M. de Barros 2069 et al.

POLYGALACEAE (1/1) Polygala albicans (A.W. Benn.) Grondona Arbusto E.N. Fontes 13 et al.

RHAMNACEAE (1/1) Condalia buxifolia Reissek Arbusto D.S.D. Araujo 3152 et al.

RUBIACEAE (11/13) Borreria verticillata (L.) G. Meyer Erva P.T. dos Santos 92 et al.

*Coussarea capitata (Benth.) Benth. et Hook. f. Arbusto W.B. de Carvalho 44 et al.

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Árvore A.A.M. de Barros 950 et al.

Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. Trepadeira A.A.M. de Barros 773 et al.

*Faramea macrocalyx Müll. Arg. Arbusto A.A.M. de Barros 1735 et al.

Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC. Arbusto A.A.M. de Barros 2875 et al.

Genipa americana L. Árvore F. Pinheiro 187

*Manettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

Trepadeira A.A.M. de Barros 2532 et al.

*Mitracarpus lhotzkyanus Cham. Erva L.J.S. Pinto 197 et al.

Randia armata (Sw.) DC. Arbusto A.A.M. de Barros 2714 et al.

Rudgea interrupta Benth. Arbusto A.A.M. de Barros 956 et al.

Rudgea minor ssp. minor Benth. Arbusto A.A.M. de Barros 1531 et al.

Tocoyena bullata (Vell.) Mart. Arbusto L.J.S. Pinto 152

162

Page 153: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

RUTACEAE (3/4)Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

Arbusto A.A.M. de Barros 2060 et al.

Esenbeckia febrifuga (A. St. Hil.) Juss. Árvore R.H.P. Andreata 484 et al.

Esenbeckia grandiflora Mart. subsp. grandiflora Árvore A.A.M. de Barros 2151 et al.

Pilocarpus spicatus A. St. Hil. Arbusto A.A.M. de Barros 2334 et al.

SAPINDACEAE (3/4) Cupania emarginata Cambess. Árvore K.A. Lúcio 77 et al.

Cupania oblongifolia Mart. Árvore A.A.M. de Barros 1903 et al.

Paullinia racemosa Wawra Trepadeira A.A.M. de Barros 2038 et al.

Serjania corrugata Radlk. Trepadeira A.A.M. de Barros 1890 et al.

SAPOTACEAE (1/1) Chrysophyllum lucentifolium Cronquist Árvore A.A.M. de Barros 2541 et al.

SMILACACEAE (1/2) Smilax quinquenervia Vell. Trepadeira A.A.M. de Barros 943 et al.

Smilax subsessiliflora Duham. Trepadeira R.H.P. Andreata 527 et al.

SOLANACEAE (2/2) Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. Arbusto A.A.M. de Barros 2473

*Metternichia princeps Mikan var. princeps Árvore A.A.M. de Barros 1516 et al.

TURNERACEAE (1/1) *Turnera serrata Vell. var. latifolia Arbusto A.A.M. de Barros 2294 et al.

ULMACEAE (1/1) Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. Árvore A.A.M. de Barroos 1619

VELLOZIACEAE (2/2) Barbacenia purpurea Hook. Erva M.C.F. dos Santos 32 et al.

Vellozia candida J.C. Mikan Erva K.M. Leal 06 et al.

VERBENACEAE (1/1) Vitex polygama Cham. Árvore R.H.P. Andreata 543 et al.

VIOLACEAE (2/2)Anchietea pyrifolia var. hilariana (Eichl.) Marquete & Dan.

Trepadeira A.A.M. de Barros 1509 et al.

Rinorea laevigata (Solander ex Gingins) Hekking Arbusto A.A.M. de Barros 2218 et al.

VITACEAE (1/1) Cissus paullinifolia Vell. Trepadeira A.A.M. de Barros 772 et al.

163

Page 154: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Artigo IV

ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGICA DO ESTRATO LENHOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA

TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

164

Page 155: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Artigo a ser submetido à Acta Botanica Brasilica

Análise Fitossociológica do Estrato Lenhoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá,

Rio de Janeiro, Brasil

RESUMO – (Análise fitossociológica do estrato lenhoso no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). Parque Estadual da Serra da Tiririca corresponde a um maciço costeiro coberto por floresta ombrófila densa situada no estado do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado em três diferentes áreas com critério de inclusão de DAP≥ 2,5 cm, utilizando-se 10 transects de 2 X 50 m, totalizando 0,1 ha em cada área. Apenas indivíduos lenhosos foram medidos, considerando-se árvores, arbustos e trepadeiras. Foram amostrados 1.449 indivíduos, correspondendo a 215 espécies, 1 morfo-espécie, 146 gêneros e 54 famílias. Dessas 140 espécies são arbóreas, 39 arbustos e 36 trepadeiras. As dez famílias mais representativas são Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) e Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). As espécies dominantes são Pseudopiptadenia contorta no Morro do Telégrafo, Cupania racemosa no Morrote do Córrego dos Colibris e Guapira opposita no Morro do Cordovil. No Morrote do Córrego dos Colibris a vegetação encontra-se em regeneração mais recente. Foram obtidos altos valores de diversidade (H’) no Morro do Cordovil (4,59), Morro do Telégrafo (4,17) e Morro do Telégrafo (3,24). Os dados mostram que a Serra da Tiririca encontra-se em diferentes estádios de regeneração, porém vêm se recuperando naturalmente. Trata-se de um importante fragmento de floresta ombrófila densa que ainda detêm uma diversidade florística relevante e que deveria ser mais bem protegida pelo poder público.

Palavras chaves: Fitossociologia, Mata Atlântica, Serra da Tiririca

Abstract – (Structure analysis of woody strata on Serra da Tiririca State Park, Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). The Serra da Tiririca State Park corresponds to a coastal massif covered by dense ombrophilous forest localize on Rio de Janeiro. The structure survey was realized on three different areas with DAP ≥ 2.5 cm including criteria, using 10 transects of 2 X 50 m, totalizing 0.1 ha in each area. Woody individuals were measured including trees, bushes and climbers. 1.449 individuals were sampled, corresponding to 215 species, 1 morfo-specie, 146 genera and 54 families. 140 species are arboreal, 39 bushes e 36 climbers. The ten most representative families are Myrtaceae (26 spp.), Leguminosae (24 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13 spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) and Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae (6 spp.). The dominant species are Pseudopiptadenia contorta on Morro do Telégrafo, Cupania racemosa on Córrego dos Colibris little Hill and Guapira opposita on Morro do Cordovil. The vegetation on Córrego dos Colibris little Hill is founded on more recent regeneration. High diversity scores (H’) were obtained on Morro do Cordovil (4,59), Morro do Telégrafo (4,17) e Córrego dos Colibris (3,24). The data shows that the Serra da Tiririca is on different regeneration states, but is recovering

165

Page 156: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

naturally. It is a dense ombrophilous forest important fragment that still detain a relevant floristic diversity and should been well protected by the public authorities.

Key Words: Structure, Atlantic Forest, Serra da Tiririca

INTRODUÇÃO

O processo de ocupação do litoral brasileiro resultou na intensa degradação da Mata

Atlântica levando a alteração da paisagem, fragmentação das áreas florestadas e

ocasionando perda de diversidade biológica. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica

(2002), apenas 6% da cobertura original restou ao longo da costa brasileira. Embora o

estado do Rio de Janeiro esteja totalmente inserido no bioma Mata Atlântica, só é possível

encontrar áreas florestadas em apenas 16,73% do território fluminense, ou seja, 734.629

ha. A maioria dessas áreas apresenta um relevo acidentado, o que dificultou sua ocupação

histórica pela exploração econômica extrativista, práticas agrícolas e pecuárias

degradadoras, além do estabelecimento de cidades e conseqüente expansão urbana. Apenas

29,8% estão teoricamente protegidas em Unidades de Conservação a níveis federal e

estadual (Fundação SOS Mata Atlântica 2002). As demais áreas estão à mercê das

questionáveis políticas ambientais em todas as esferas do poder e aos diferentes interesses

econômicos que são justificados pela tônica geração de emprego e renda.

Apesar de ter sido drasticamente reduzido, os fragmentos florestais ainda detêm

importantes informações sobre a diversidade biológica da Mata Atlântica, mesmo após

décadas de isolamento (Turner & Corlett 1996). Dessa forma, os estudos florísticos e

fitossociológicos são estratégicos para, não só conhecer essa diversidade, mas também

gerar argumentos sólidos que visem à conservação desses fragmentos, associados ao

restabelecimento da conectividade dessas áreas.

Estudos fitossociológicos enfocando a Mata Atlântica do Rio de Janeiro vêm

ganhando destaque nos últimos 20 anos (Guedes 1988; Rodrigues 1996; Guedes-Bruni et

al. 1997; Pessoa et al. 1997; Kurtz & Araujo 2000; Silva & Nascimento 2001; Bórem &

Ramos 2001; Bórem & Oliveira-Filho 2002; Moreno et al. 2003; Sá 2006; Guedes-Bruni

et al. 2006a; Guedes-Bruni et al. 2006b; Pessoa & Oliveira 2006; Svorc 2007). Esses

estudos foram realizados principalmente em Unidades de Conservação de Proteção Integral

e Uso Sustentável nas Regiões Serrana, dos Lagos, norte e sul fluminense. Utilizaram

diferentes metodologias e critério de inclusão do estrato lenhoso.

166

Page 157: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Uma grande lacuna de informações em relação à composição florística e estrutura

dos maciços litorâneos foi apontada por Sá (2006), que mostrou a escassez de

conhecimentos sobre os remanescentes florestais entre a região de Cabo Frio e Niterói.

Dessa forma, o presente estudo tem como finalidade descrever e caracterizar a estrutura e

diversidade florística em diferentes áreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca,

localizado entre os municípios de Niterói e Maricá no estado do Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram escolhidas três áreas do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) para a

amostragem fitossociológica. O critério de escolha baseou-se em prospecções de campo

que vinham sendo desenvolvidas de forma sistemática desde 1997. Foram consideradas

áreas em diferentes estádios de conservação de acordo com o histórico de ocupação e uso

da terra na antiga Fazenda Engenho do Mato. Outro fator importante é a acessibilidade,

uma vez que o entorno do PEST é densamente ocupado por condomínios de luxo,

residências de alta, média e baixa renda, além de posses e sítios particulares dentro e fora

do Parque. Poucas trilhas tradicionais que levam a cumeeira dos morros permaneceram

abertas e acessíveis. Desta forma, a amostragem foi realizada no período de novembro de

2005 a agosto de 2007 em dois pontos no Morro do Telégrafo e um no Morro do Cordovil:

a) Morro do Telégrafo, Cumeeira da Serra da Tiririca via Trilha da Barreira (22º56’45,8”S;

43º00’16,8”W, altitude máxima 334 msm); b) Morro do Telégrafo, Morrote do Córrego

dos Colibris (22º56’57,3”S; 43º01’17,2”W, altitude máxima 135 msm) e c) Morro do

Cordovil no Vale das Borboletas, Loteamento Jardim Fluminense (22º55’18,4”S;

42º59’58,2”W, altitude máxima 252 msm).

A amostragem fitossociológica baseou-se na metodologia utilizada por Gentry

(1982). Essa técnica permite uma avaliação rápida da diversidade vegetal lenhosa local e

inclui na amostragem as trepadeiras. Como esse autor trabalhou em diversas partes do

mundo usando uma metodologia uniforme, é possível comparar os dados locais com esses

lugares. Em cada área foram estabelecidas 10 parcelas de 2,0 X 50,0 m sob a forma de

transectos, totalizando unidades amostrais de 100 m2 (0,1 ha em cada área) distribuídas nas

vertentes N e S, tomando como base a cumeeira dos morros. Estabeleceu-se 20 m mínimos

de distanciamento entre os transectos.

167

Page 158: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Nessas unidades amostrais todos os indivíduos lenhosos, incluindo arbustos,

arvoretas, árvores e trepadeiras foram medidos, usando como critério de inclusão o

diâmetro a altura do peito (DAP) ≥ 2,5 cm a 1,30 m do ponto de enraizamento e altura

mínima de 2,0 m. Incluiu-se na amostragem a palmeira acaule Attalea humilis, sendo

medido o DAP do pecíolo. As alturas de árvores, arvoretas e arbustos foram estimadas a

partir do comprimento do podão de vara. Indivíduos enraizados no limite das parcelas

foram marcados quando mais da metade de seu diâmetro estava dentro da parcela. Quando

os indivíduos apresentavam ramificações foram consideradas apenas aquelas que tinham

DAP ≥ 2,5 cm para posterior cálculo da área basal. O DAP das trepadeiras foi medido a

1,30 m de comprimento em relação ao seu ponto de enraizamento. Quando o mesmo

indivíduo apresentava mais de um ponto de enraizamento foi marcado apenas uma vez.

Não foram medidas as alturas das trepadeiras.

Todos os indivíduos, férteis ou não, foram coletados em campo, exceto as

palmeiras, recebendo códigos para identificação da área amostrada. Esse material foi

herborizado e seco em estufa a 60ºC. A identificação das espécies baseou-se na

bibliografia especializada, comparações nos herbários fluminenses (RB, GUA, RFFP) e

consultas aos taxonomistas especialistas. Como a maior parte das plantas coletadas não

estava fértil utilizou-se bibliografia com chaves de identificação para material estéril para

famílias e gêneros (Gentry 1993; Vaz & Vieira 1994; Lima et al. 1994). O material

testemunho foi incorporado ao Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e da

Faculdade de Formação de Professores da UERJ (RFFP). Seguiu-se o sistema de Cronquist

(1981) para organização das famílias em ordem alfabética, exceto Leguminosae que foi

tratada como uma única família como proposto por Polhill et al. (1981).

Os parâmetros fitossociológicos foram calculados pelo programa FITOPAC

(Shepherd 1995), sendo apresentado o valor de importância (VI) das espécies como

resultado do somatório dos parâmetros relativos de densidade, dominância e freqüência

(Brower & Zar 1984). Os cálculos basearam-se nas seguintes fórmulas:

Densidade Total (DT) DT= N.U / ADensidade Absoluta (DA) DA= (ni / A) . UDensidade Relativa (DR) DR= (ni / N) . 100Freqüência Absoluta (FA) FA= (Pi / P) . 100

168

Page 159: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Freqüência Relativa (FR) FR= (Fai / ∑ FA) . 100Dominância Absoluta (DoA) DoA= (Abi) . U /ADominância Relativa (DoR) DoR= (Abi / ∑AB) . 100Área Basal (AB) AB= π . D2 / 4Valor de Importância (VI) VI= DRi + Fri + DoRi

Valor de Cobertura (VC) VC= DRi + DoR

Onde: N= número total de Indivíduos, A= área amostrada em m2, U= 10000 m2,

Ni= número indivíduos da espécie i, P= número de parcelas amostradas, Pi= número de

parcelas onde ocorre a espécie i, Fai= freqüência absoluta da espécie i, ∑FA=somatório das

freqüências absolutas de todas as espécies, D= diâmetro, Abi= área basal da espécie i,

∑AB= somatório da área basal de todas as espécies, DRi= densidade relativa da espécie i,

FRi= freqüência relativa da espécie i e DoR= dominância relativa da espécie i.

O valor de importância das famílias (IVIF) foi calculado segundo fórmula proposta

por Mori et al. (1983). Esse índice leva em consideração a riqueza, dominância e

densidade para as famílias amostradas. IVIF= [NSpF / NTSp + NiF / NTi + ABF / ABT] .

100, onde: NSpF= número de espécies da família, NTSp= número total de espécies, NiF=

número de indivíduos da família, NTi= número total de indivíduos, ABF= área basal da

família e ABT= área basal total.

A diversidade (H’) para cada área amostrada foi calculada pelo índice de Shannon

H’= - ∑рi . ln pi, onde pi =ni / N é a relação entre o número de indivíduos da espécie i (ni) e

o número total de indivíduos (N) e ln= logarítimo neperiano.

A equabilidade (J’) foi calculada pela fórmula proposta por Pielou (1975) apud

Magurran (1988) J’= H’ / ln S, onde S= número total de espécies amostradas. A

similaridade entre as áreas foi calculada pelo coeficiente de Sorensen Cs= 2j / (a+b), onde

j= número de espécies comuns nas áreas amostradas, a= número de espécies da área A e b=

número de espécies da área B (Magurran 1988).

As espécies arbóreas foram classificadas quanto a caráter sucessional em quatro

categorias, segundo Gandolfi et al. (1995):

a) Pioneiras: Espécies dependentes de luz que não ocorrem no sub-bosque,

se desenvolvendo em clareiras ou nas bordas das matas.

169

Page 160: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

b) Secundárias iniciais: Espécies que se desenvolvem em condições de sombreamento

médio ou luminosidade não muito intensa. Ocorre em pequenas clareiras, bordas de

clareiras grandes, bordas de floresta ou no sub-bosque não densamente sombreado.

c) Secundárias tardias: Espécies se desenvolvem no sub-bosque em condições de sombra

leve ou densa, podendo ai permanecer toda a vida ou então crescer até alcançar o dossel

ou a condição emergente.

d) Sem classificação: Espécies que em função da carência de informação não puderam ser

incluídas em nenhuma das categorias anteriores.

A classificação baseou-se em observações de campo, consulta aos especialistas

quando possível e principalmente na literatura que envolve a discussão sobre dinâmica

sucessional (Gandolfi et al. 1995; Sanchez et al. 1999; Dislich et al. 2001; Oliveira et al.

2001; Oliveira-Filho et al. 2004; Solórzano 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise Florística

Nas três áreas estudadas foram amostrados 1.449 indivíduos, correspondendo a 215

espécies, 1 morfo-espécie, 146 gêneros e 54 famílias (Tabela 1 e Anexo 1). Dessas 98,1%

foram identificados em nível específico, 1,4% apenas em nível de gêneros (Eugenia sp.,

Myrciaria sp. e Abutilon sp.) e 0,5% permaneceu sem identificação.

Tabela 1: Número de gêneros, espécies/infra-espécies da amostragem fitossociológica do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Famílias Gêneros EspéciesAMARANTHACEAE 1 1ANACARDIACEAE 1 1ANNONACEAE 3 4APOCYNACEAE 3 3ARALIACEAE 1 1ARECACEAE 3 3ASTERACEAE 1 1BIGNONIACEAE 9 13BOMBACACEAE 2 2BORAGINACEAE 1 1BURSERACEAE 1 1CACTACEAE 1 1CHRYSOBALANACEAE 1 2CLUSIACEAE 3 4CONNARACEAE 1 2CONVOLVULACEAE 1 1DICHAPETALACEAE 1 1

Famílias Gêneros EspéciesDILLENIACEAE 1 1ELAEOCARPACEAE 1 1ERYTHROXYLACEAE 1 3EUPHORBIACEAE 8 11FLACOURTIACEAE 2 4HIPPOCRATEACEAE 1 1ICACINACEAE 2 2LACISTEMATACEAE 1 1LAURACEAE 7 14LECYTHIDACEAE 2 2LEGUMINOSAE 16 23LOGANIACEAE 1 1MALPIGHIACEAE 4 4MALVACEAE 1 1MELASTOMATACEAE 2 3MELIACEAE 3 6MENISPERMACEAE 3 3

170

Page 161: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Famílias Gêneros EspéciesMONIMIACEAE 1 2MORACEAE 5 6MYRISTICACEAE 1 1MYRTACEAE 8 26NYCTAGINACEAE 2 2OCHNACEAE 1 2OLACACEAE 1 1PIPERACEAE 1 1POLYGONACEAE 1 1PROTEACEAE 1 1RUBIACEAE 12 20

Famílias Gêneros EspéciesRUTACEAE 3 4SAPINDACEAE 7 10SAPOTACEAE 4 6SIMAROUBACEAE 1 1THEOPHRASTACEAE 1 1TILIACEAE 1 1TRIGONIACEAE 1 2ULMACEAE 2 2VIOLACEAE 2 2Total 146 215

O Morro do Cordovil foi a área que apresentou maior riqueza de espécies, seguida

do Morro do Telégrafo e Córrego dos Colibris (Tabela 2). A contribuição das trepadeiras

para a diversidade local variou de 19,4% no Córrego dos Colibris, 15% no Morro do

Telégrafo e 13,3% no Morro do Cordovil. Na amostragem fitossociológica as trepadeiras

correspondem a 16,7% do total de espécies dessa forma de vida no PEST. Segundo Gentry

(1991), as trepadeiras têm um papel de destaque na diversidade taxonômica das florestas

tropicais, sendo um importante componente florístico, estrutural e funcional. Na Serra da

Tiririca estão em segundo lugar em termos de riqueza de espécies (Barros & Araujo,

capítulo 2).

Tabela 2: Diversidade e formas de crescimento por espécies com DAP ≥ 2,5 cm encontradas nas áreas amostradas de 0,1 ha na Serra da Tiririca (n= número de indivíduos).

As 10 famílias que apresentaram maior riqueza de espécies foram: Myrtaceae (26

spp.), Leguminosae (23 spp.), Rubiaceae (20 spp.), Lauraceae (14 spp.), Bignoniaceae (13

spp.), Euphorbiaceae (11 spp.), Sapindaceae (10 spp.) e Meliaceae/Moraceae/Sapotaceae

(6 spp.) (Figura 1). Essas famílias representam 63% da riqueza total das espécies

amostradas. Em Myrtaceae, Leguminosae, Lauraceae, Meliaceae, Moraceae e Sapotaceae

ÁREAS FAMÍLIAS GÊNEROS ESPÉCIES ESPÉCIES Árvores/Arbustos Trepadeiras

Morro do Cordovil

(n=506)

45 111 150 127 23

Morro do Telégrafo

(n=506)

44 90 113 96 17

Córrego dos Colibris

(n=437)

29 49 64 51 13

171

Page 162: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

predominaram, principalmente, espécies arbóreas. Em Rubiaceae destacaram-se espécies

arbustivas e em Bignoniaceae trepadeiras.

Em outras áreas investigadas por Guedes-Bruni (1998) Myrtaceae, Leguminosae,

Rubiaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae, Melastomataceae e Moraceae representam as

famílias com maior riqueza de espécies para a Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro.

Gentry (1982) aponta Leguminosae, Rubiaceae, Euphorbiaceae e Bignoniaceae entre as 10

mais ricas do Neotrópico.

Leguminosae e Myrtaceae são famílias de destaque tanto em florestas ombrófilas

densas, quanto em florestas estacionais semideciduais. Também predominam nas florestas

tropicais de terras baixas e áreas sazonalmente secas no Neotrópico (Gentry 1982, 1988,

1995). Oliveira-Filho & Fontes (2000) verificaram que Myrtaceae chega a ser 40% mais

rica em florestas ombrófilas do que em florestas semideciduais, principalmente no que se

refere aos gêneros Eugenia, Myrcia, Marlieria e Gomidesia em altas e baixas altitudes.

Mori et al. (1981) também destaca Myrtaceae como a família dominante na Mata

Atlântica. A região Sudeste é considerada como o centro de diversidade desse grupo

taxonômico. Na região Neotropical essa riqueza é restrita a costa brasileira, sendo típica

também de muitas florestas na Austrália e Madagascar (Gentry 1988).

Figura 1: As dez famílias mais ricas em espécies na amostragem fitossociológica combinada de três áreas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

172

0 5 10 15 20 25 30

MYRTACEAE

LEGUMINOSAE

RUBIACEAE

LAURACEAE

BIGNONIACEAE

EUPHORBIACEAE

SAPINDACEAE

MORACEAE

SAPOTACEAE

MELIACEAE

Nº de Gêneros e Espécies

GênerosEspécies

Page 163: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Os estudos realizados no estado do Rio de Janeiro mostram que Myrtaceae

predomina apenas na REBIO do Paraíso, no Imbé-250 m (Tabela 3) e na Serra da Tiririca

(Tabela 4), todas de formação ombrófila densa submontana. A maioria desses trabalhos

também destacou Leguminosae como a família dominante. É mais representativa nas

florestas ombrófilas densas, principalmente no que se refere aos gêneros Inga e

Machaerium (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Porém, Leguminosae, Myrtaceae,

Euphorbiaceae, Lauraceae e Rubiaceae são indicadas como as famílias mais expressivas,

mudando apenas de posição quanto à riqueza de espécies. Nas florestas ombrófilas densas

com histórico de degradação é interessante notar o predomínio de Bignoniaceae arbóreas

(Peixoto et al. 2005; Guedes-Bruni et al. 2006a).

Tabela 3: Famílias de maior riqueza de espécies em estudos fitossociológicos de diferentes trechos de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. Diferentes metodologias e critérios de inclusão de DAP.

LOCALIDADE FORMAÇÃO FLORESTAL

FAMÍLIAS MAIS RICAS(% espécies)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Biovert, Silva Jardim Floresta ombrófila densa submontana

Leguminosae Lauraceae EuphorbiaceaeRubiaceaeAnnonaceae

15,711,15,35,23,9

Bórem & Ramos (2001)

Imbau, Silva Jardim Floresta ombrófila densa submontana

LeguminosaeLauraceaeRubiaceaeBignoniaceaeEuphorbiaceae

13,17,76,55,35,3

Bórem & Oliveira- Filho (2002)

Poço das Antas, Silva Jardim

Floresta ombrófila densa submontana de

terras baixas

BignoniaceaeLeguminosaeClusiaceaeMyrtaceaeEuphorbiaceae

13,911,52,99,08,8

Guedes-Bruni et al. (2006a)

Poço das Antas, Silva Jardim

Floresta ombrófila densa submontana

EuphorbiaceaeLeguminosaeMoraceaeLauraceae/Melatomataceae/Myrtaceae/Monimiaceae

12,416,76,25,75,7

Guedes-Bruni et al. (2006b)

Paraíso, Guapimirim Floresta ombrófila densa submontana

MyrtaceaeSapotaceaeLauraceaeRubiaceaeMelastomataceae

19,610,110,16,54,3

Kurtz & Araujo (2000)

Imbé, Campos – 250 m Floresta ombrófila densa submontana

MyrtaceaeSapotaceaeLeguminosaeLauraceaeMoraceae

20,018,017,015,012,5

Moreno et al. (2003)

Imbé, Campos – 50 m Floresta ombrófila densa submontana

LeguminosaeLauraceaeMoraceaeMyrtaceaeSapotaceae

17,017,012,010,09,0

Moreno et al. (2003)

Capoeira Grande, Rio de Janeiro

Floresta ombrófila densa submontana

LeguminosaeMyrtaceaeEuphorbiaceaeBignoniaceae

19,18,87,44,4

Peixoto et al. (2005)

173

Page 164: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Bombacaceae 4,4

Macaé de Cima, Nova Friburgo (antropizada)

Floresta ombrófila densa montana

LeguminosaeLauraceaeMelatomataceaeSolanaceaeAsteraceae

14,013,510,06,06,0

Pessoa et al. (1997)

Macaé de Cima, Nova Friburgo

Floresta ombrófila densa montana

MelastomataceaeLauraceaeMyrtaceaeLeguminosaeRubiaceae

11,611,311,09,05,1

Guedes-Bruni et al. (1997)

Bom Jesus, Campos Floresta estacional semidecidual de terras

baixas

LeguminosaeMyrtaceaeLauraceaeEuphorbiaceaeAnacardiaceae

15,711,16,55,54,6

Carvalho et al. (2006)

Mata do Carvão, Bom Jesus de Itabapoana

Floresta estacional semidecidual de terras

baixas

LeguminosaeMyrtaceaeEuphorbiaceaeLecythidaceaeRutaceae

20,59,67,26,04,8

Silva & Nascimento (2001)

Gentry (in Phillips & Miller 2002) trabalhou 126 localidades na América do Sul

utilizando a metodologia padrão de 0,1 ha, sendo cinco inventários realizados na região

Sudeste (Tabela 4). No presente trabalho não foram considerados os dados de Santa

Genebra (Campinas, SP) por estarem incompletos. Esses estudos também mostram a alta

riqueza de espécies em Leguminosae, Myrtaceae e Rubiaceae.

Rubiaceae também se sobressai nos levantamentos realizados, estando entre as

cinco famílias mais ricas das florestas neotropicais secas (Gentry 1995). Está em quarto

lugar na Serra da Tiririca e também se destaca nas florestas ombrófilas densas como em

Macaé de Cima (Guedes-Bruni et al. 1997), Paraíso (Kurtz & Araujo 2000), Matas do

Imbau (Bórem & Ramos 2001) e nas florestas estacionais semideciduais do Centro de

Diversidade Vegetal de Cabo Frio (Sá 2006). Oliveira-Filho & Fontes (2000) mostraram a

importância do gênero Psychotria, principalmente nas florestas ombrófilas, sendo o mesmo

foi observado na Serra da Tiririca.

A presença de Lauraceae no presente estudo entre as cinco famílias com maior

riqueza de espécies se deve principalmente a amostragem feita no Morro do Cordovil.

Nessa área foram registradas 12 espécies, seis no Morro do Telégrafo e apenas uma no

Córrego dos Colibris, Nectandra oppositifolia, que normalmente é encontrada em áreas

secundárias que se encontram em regeneração. Sá (2006) chama atenção para a

importância econômica da família Lauraceae devido à madeira de boa qualidade fornecida

pelas “canelas” para construção civil e fabricação de móveis. Dessa forma, a escassez de

espécies dessa família nas duas áreas pode ser explicada por se localizar em áreas da

174

Page 165: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

antiga Fazenda Engenho do Mato, onde foram assentados os sitiantes da reforma agrária

que ocorreu nessa região de 1962. O maior número de espécies foi observado no Morro do

Cordovil, que é a área mais preservada devido ao difícil acesso, solos rasos e presença de

grandes blocos de gnaisse facoidal, não sendo um bom local para agricultura. Contudo,

Lauraceae pode apresentar alta riqueza de espécies tanto em áreas alteradas quanto

preservadas. Em um trecho de floresta pertubada de Macaé de Cima foram encontrados

altos índices de riqueza de espécies para essa família (Pessoa et al. 1997). Mas é preciso

avaliar não só a riqueza, mas também apontar as espécies que caracterizam cada área, visto

que muitas Lauraceae são consideradas secundárias tardias e outras secundárias iniciais.

Tabela 4: Famílias de maior riqueza de espécies lenhosas em estudos fitossociológicos de diferentes trechos de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro em 0,1 ha, com critério de inclusão de DAP ≥ 2,5 cm (Gentry 1982) (n= número total de espécies).

LOCALIDADE FORMAÇÃO FLORESTAL

FAMÍLIAS MAIS RICAS(% espécies)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ(n=215)

Floresta ombrófila densa submontana

Myrtaceae Leguminosae RubiaceaeLauraceaeBignoniaceae

12,811,09,16,45,9

Esse estudo

Camorim, Rio de Janeiro, RJ(n=158)

Floresta ombrófila densa submontana

LeguminosaeMyrtaceaeRubiaceaeSapindaceaeCelastraceae/Moraceae

10,79,57,65,75,1

Gentry, Peixoto& Oliveira inPhillips & Miller (2002)

Serra de Sapiatiba, São Pedro da Aldeia, RJ(n=140)

Floresta estacional semidecidual

MyrtaceaeLeguminosaeBignoniaceaeRubiaceaeEuphorbiaceae

23,612,86,45,73,6

Sá (2006)

Ilha de Cabo Frio, Arraial do Cabo, RJ(n=129)

Floresta estacional semidecidual

MyrtaceaeLeguminosaeRubiaceaeLauraceaeSapindaceae

11,610,88,57,76,2

Sá (2006)

Morros da Piaçava e Mico, Cabo Frio, RJ(n=84)

Floresta estacional semidecidual

LeguminosaeMyrtaceaeEuphorbiaceaeRubiaceaeBignoniaceae

17,816,77,15,95,9

Sá (2006)

Armação de Búzios, RJ(n=115)

Floresta estacional semidecidual

LeguminosaeRubiaceaeMyrtaceaeEuphorbiaceaeSapindaceae/Bignoniaceae

14,89,69,66,05,2

Sá (2006)

Boraceia, SP(n=124)

Floresta ombrófila densa

MyrtaceaeLauraceaeLeguminosaeRubiaceaeSapindaceae/Myrsinaceae

23,49,76,56,54,0

Custódio-Filho & Gentry in Phillips & Miller (2002)

175

Page 166: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Carlos Botelho, Ribeirão Branco, SP(n=148)

Floresta ombrófila densa

MyrtaceaeLeguminosaeRubiaceaeBignoniaceaeMonimiaceae/Nyctaginaceae

21,67,46,14,74,1

Gentry, Dias & Franco in Phillips & Miller (2002)

Reserva Florestal de Linhares, ES(n=219)

Floresta de Tabuleiro

LeguminosaeMyrtaceaeSapotaceaeBignoniaceaeCelastraceae/Lauraceae

14,614,16,45,04,1

Gentry & Peixotoin Phillips & Miller (2002)Peixoto & Gentry (1990)

Embora famílias como Arecaceae e Myristicaceae apresentem número expressivo

de espécies nas florestas pluviais tropicas, são pouco representadas no PEST. Tal fato já foi

relatado por Peixoto & Gentry (1990) na Reserva da Vale do Rio Doce em Linhares (ES) e

também é observado em outras localidades inventariadas por Gentry (Tabela 4).

Em relação às formas de crescimento, as espécies de trepadeiras somam 16,7% da

amostragem e as espécies arbóreos-arbustivas 83,3%. As 140 espécies arbóreas estão

distribuídas em 94 gêneros e 39 famílias, enquanto que a mesma avaliação para arbustos

mostram 39 espécies, 27 gêneros e 18 famílias. As trepadeiras apresentam 36 espécies, 28

gêneros e 14 famílias. Contudo, cabe ressaltar que Leretia cordata e Strychnos acuta são

espécies que possuem tanto o hábito trepador quanto arbustivo. S acuta foi contabilizada

como arbusto por ser a forma principal com que se apresenta no PEST. L. cordata foi

considerada arbusto no Morro do Telégrado e trepadeira no Morro do Cordovil.

Famílias como Apocynaceae, Bignoniaceae, Icacinaceae, Leguminosae,

Malpighiaceae e Sapindaceae apresentam gêneros e espécies com hábito trepador e

arbustivo. Bignoniaceae é a família que apresenta maior riqueza de espécies dentre as

trepadeiras (10 spp.), seguida por Leguminosae (5 spp.) e Sapindaceae (5 spp.). Famílias

como Amaranthaceae, Apocynaceae, Convolvulaceae, Dilleniaceae, Hipocrateaceae

apresentaram apenas uma espécie cada com hábito trepador. As maiores riquezas de

espécies arbóreo/arbustivas são das famílias Myrtaceae (25 spp.), Rubiaceae (20 spp.),

Leguminosae (18 spp.), Lauraceae (14 spp.) e Euphorbiaceae (11 spp.). Juntas essas

famílias representam 41,2% das espécies dessa forma de vida.

No Morro do Telégrafo foram registradas 113 espécies, 90 gêneros e 42 famílias,

sendo as principais famílias Leguminosae (15 spp.), Rubiaceae (13 spp.), Myrtaceae (8

176

Page 167: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

spp.), Bignoniaceae (5 spp.) e Sapindaceae (5 spp.), que representam 44,3% do total da

riqueza de espécies amostradas para essa área (Tabela 5). Leguminosae, Rubiaceae e

Myrtaceae mantêm o padrão de riqueza de espécies observadas na Mata Atlântica.

Leguminosae e Myrtaceae catacterizam o dossel desse tipo de vegetação (Guedes-Bruni

1998).

Tabela 5: Famílias mais ricas em espécies (%) com DAP ≥ 2,5 cm encontradas nas áreas amostradas de 0,1 ha do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ (n= número de espécies).

MORRO DO TELÉGRAFO

(n =113 spp.)

CÓRREGO DOS COLIBRIS

(n =64 spp.)

MORRO DO CORDOVIL

(n= 150 spp.)Leguminosae 13,3 Bignoniaceae 12,5 Myrtaceae 15,3Rubiaceae 11,5 Leguminosae 10,9 Leguminosae 9,3Myrtaceae 7,1 Euphorbiaceae 7,8 Lauraceae 8,0Bignoniaceae 6,2 Sapindaceae 6,2 Rubiaceae 8,0Sapindaceae 6,2 Rubiaceae/Flacourtiaceae 6,2 Euphorbiaceae/Sapindaceae 5,3Total (%) 44,3 49,8 51,2

No Morrote do Córrego dos Colibris foram registradas 64 espécies, 54 gêneros e 29

famílias, sendo as principais famílias Euphorbiaceae (9 spp.), Bignoniaceae (8 spp.),

Leguminosae (7 spp.), Rubiaceae (4 spp.), Sapindaceae (4 spp.) e Flacourtiaceae (4 spp.),

representando 49,8% do total de espécies amostradas para essa área (Tabela 5).

Bignoniaceae destacou-se nessa área como a família mais rica, sendo representada

principalmente por Adenocalymma trifoliatum e Mansoa lanceolata. Leguminosae

também é expressiva, mas compõe-se principalmente por espécies pioneiras e secundárias

iniciais. Rubiaceae não é representativa, contudo apresenta uma população com muitos

indivíduos de Rudgea coriacea, que não foi observada em nenhuma outra região do PEST.

No Morro dos Cordovil foram registradas 150 espécies, 11 gêneros e 45 famílias,

sendo as principais famílias Myrtaceae (23 spp.), Leguminosae (14 spp.), Rubiaceae (12

spp.), Lauraceae (12 spp.), Euphorbiaceae (8 spp.) e Sapindaceae (8 spp.), representando

51,3% do total de espécies amostradas para essa área (Tabela 5). A riqueza de Myrtaceae

foi expressiva, sendo Eugenia o principal gênero com 16 espécies.

ANÁLISE ESTRUTURAL

177

Page 168: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Nas três áreas estudadas as curvas de suficiência amostral evidenciaram uma

distribuição florística heterogênea em termos espaciais, uma vez que não foi obtida sua

estabilização (Figura 2). Isso é comum em florestas tropicais, onde raramente a curva se

estabiliza. Novos transectos deveriam ser amostrados, contudo o objetivo do método de

amostragem em 0,1 ha, com critério de inclusão de DAP ≥ 2,5 cm, é uma avaliação rápida

da diversidade florística.

Figura 2: Curva de suficiência amostral comparativa das três áreas do estudo fitossociológico realizado no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Tabela 6: Área basal, índice de Shannon (H’) e equabilidade (J’) nas três áreas amostradas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

MORRO DO CORDOVIL

MORRO DO TELÉGRAFO

CÓRREGO DOS COLIBRIS

Área basal (m2/ha) 62,99 49,91 38,80H’ (nats/ind.) 4,59 4,17 3,24J’ 0,99 0,88 0,78

Os Morros do Telégrafo e Cordovil apresentaram as maiores áreas basais totais

(Tabela 6). O Córrego dos Colibris foi a localidade com menor área basal total, o que pode

indicar que a vegetação encontra-se em processo de recomposição mais recente que nas

demais. Segundo Silva & Nascimento (2001) valores baixos de áreas basais são

indicativos de locais perturbados. Outros estudos realizados no estado do Rio de Janeiro

mostram altos valores nas florestas em estádios sucessionais mais avançados como na

178

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Número de parcelas

ColibrisCordovilTelegrafo

Núm

ero

de e

spéc

ies

Page 169: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Estação Ecológica Estadual do Paraíso (57,28 m2/ha) (Kurtz & Araujo 2000). Tal fato

também é evidenciado na floresta de Morrote em Pariquera-Açu, São Paulo, sendo um dos

maiores valores obtidos em extensa área de floresta considerada em bom estádio de

conservação (39,3 m2/ha) (Sztutmam & Rodrigues 2002). Na Serra da Tiririca as áreas

basais nos Morros do Cordovil e do Telégrado são ainda maiores, 62,9 e 49,9 m2/ha

respectivamente. Em áreas com histórico de pertubação normalmente os valores são mais

baixos (Silva & Nascimento 2001; Bórem & Oliveira-Filho 2002; Pessoa 2006). Contudo

é necessário considerar também os fatores ambientais que podem influenciar esses valores,

como observado por Peixoto et al. (2005) na Serra da Capoeira Grande, que apresenta

áreas com solo raso sobre afloramento rochoso. Tal condição também ocorre na Serra da

Tiririca.

As maiores diversidades foram obtidas nos Morros do Cordovil (4,59 nats/ind.) e

Telégrafo (4,17 nats/ind) (Tabela 6). A equabilidade segue esse mesmo padrão, destacando

o alto valor obtido no Morro do Cordovil (0,99). Esses valores são comumente

encontrados na floresta ombrófila densa submontana e montana no estado do Rio de

Janeiro em inventários florísticos com DAP ≥ 5 - 10 cm (Guedes-Bruni 1998). O mesmo já

não ocorre no Córrego dos Colibris, que apresentou valores baixos de diversidade (3,24

nats/ind.) e equabilidade (0,78). Essa situação já foi mostrada na análise feita em

fragmentos pertubados com diferentes formas e dimensões na Reserva Biológica de Poço

das Antas (Pessoa & Oliveira 2006).

As áreas que apresentaram maior similaridade entre si foram os Morros do

Cordovil e Telégrafo (52,5%) e a menor entre o Morro do Cordovil e Córrego dos Colibris

(27,1%). Entre o Morro do Telégrafo e Córrego dos Colibris a similaridade foi

intermediária (38,4%). Esses dados indicam que as áreas de estudo estão em estádios

sucessionais diferenciados, refletindo o histórico de uso e abandono da terra. No Morrote

de Córrego dos Colibris a vegetação foi cortada para ser utilizada como carvão, porém

abandonada a cerca de 30 anos. No Morro do Telégrafo o acesso é mais difícil e apresenta

grandes matacões de gnaisse facoidal, sendo uma área de sítios abandonados a cerca de 40

anos. Nessa área plantou-se banana e a vegetação também foi subtraída para produção de

carvão e lenha para utilização doméstica. O Morro do Cordovil é a área mais íngrime,

apresentando calhas com depressões profundas que dificultaram sua utilização para fins

agrícolas. Dessa forma a vegetação ficou mais preservada.

179

Page 170: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Quando as áreas são avaliadas a respeito do caráter sucessional das espécies

arbóreas verifica-se que o Morro do Cordovil apresentou maior percentagem de espécies

secundárias tardias (74,7%), seguido de secundárias iniciais (16,7%) e a menor

percentagem de pioneiras (6,7%). O Morro do Telégrafo encontra-se em situação

intermediária com 53,9% de espécies secundárias tardias, 31,6% de secundárias iniciais e

14,5% de pioneiras. O Morrote do Córrego dos Colibris encontra-se em estádio sucessional

mais recente indicado pela presença de 48,8% espécies secundárias iniciais, 29,3% de

pioneiras e 21,9% de secundárias tardias (Figura 3). As espécies sem classificação estão

presentes no Morro do Cordovil e foram identificadas apenas em nível de gêneros.

Segundo Oliveira (2007) áreas que foram submetidas à agricultura de subsistência e

posteriormente abandonadas, de uma maneira geral, sofrem redução no número de espécies

de porte arbóreo-arbustivo e predominância de espécies pioneiras e secundária iniciais em

detrimento das secundárias tardias.

Figura 3: Distribuição percentual das espécies nos grupos ecológicos nas três áreas estudadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. SC= sem classificação.

Na tabela 7 são apresentadas as 10 famílias com maiores IVI em cada área

amostrada. No Morro do Telégrafo essas famílias representam 65% da amostragem, no

Morrote do Córrego dos Colibris 72,5% e no Morro do Cordovil 64,8%.

180

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Pioneira Secundária inicial Secundária tardia SC

% d

e E

spéc

ies

Morro do TelégrafoCórrego dos ColibrisMorro do Cordovil

Page 171: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

No Morro do Telégrafo apenas 15 famílias somam 76,5% do VI. As cinco famílias

dominantes são respectivamente Leguminosae, Rubiaceae, Flacourtiaceae, Sapindaceae e

Myrtaceae (Tabela 7). Os valores obtidos para Leguminosae (15 spp.) e Rubiaceae (13

spp.) resultam da maior riqueza de espécies e número de indivíduos apresentados por essas

famílias. Leguminosae domina o dossel, enquanto Rubiaceae caracteriza, principalmente, o

sub-bosque. O destaque dado a Flacourtiaceae deve-se a presença de muitos indivíduos de

Casearia sylvestris nessa área.

No Morrote do Córrego dos Colibris, 11 famílias são responsáveis por 75,6% do

VI. As famílias dominantes são Sapindaceae, Moraceae, Bignoniaceae, Leguminosae e

Nyctaginaceae (Tabela 7). Essas famílias apresentam poucas espécies, em contrapartida

usam como estratégia de ocupação densas populações com muitos indivíduos. Sapindaceae

é representada principalmente por Cupania racemosa e Moraceae por Brosimum

guianense. Duas famílias com espécies de trepadeiras estão entre as cinco dominantes

nessa área. Bignoniaceae, com predomínio de Adenocalymma trifoliatum e Mansoa

lanceolata, além de Menispermaceae com Hyperbaena oblongifolia e Abutua convexa.

Tabela 7: Descritores fitossociológicos das dez famílias arbóreas e trepadeiras com maiores IVI e DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca (Niterói e Maricá, Rio de Janeiro) apresentados em ordem decrescente de valor de importância (IVI). N = número de indivíduos, No

spp.= número de espécies por famílas, DR fam = densidade relativa de famílias (%), DoR fam.= dominância relativa de famílias (%), RiqRel.= riqueza relativa, IVI= índice de valor de importância (%).

FAMÍLIA N No spp. DR fam. DoR fam. RiqRel. VI IVIMORRO DO TELÉGRAFOLEGUMINOSAE 62 15 12,28 19,83 13,60 45,27 15,09RUBIACEAE 63 13 12,47 4,86 11,40 28,73 9,58FLACOURTIACEAE 14 2 2,77 16,63 1,75 21,15 7,05SAPINDACEAE 34 7 6,73 3,46 6,14 16,33 5,44MYRTACEAE 22 8 4,37 3,57 7,02 14,96 4,99NYCTAGINACEAE 25 2 4,76 8,37 1,75 14,88 4,96ARECACEAE 38 4 7,51 2,6 3,51 13,62 4,54EUPHORBIACEAE 31 5 6,13 3,00 4,39 13,52 4,51BIGNONIACEAE 27 7 5,35 1,93 6,14 13,42 4,47LAURACEAE 16 5 3,18 5,45 4,39 13,03 4,34MORROTE DO CÓRREGO DOS COLIBRISSAPINDACEAE 79 4 18,09 16,00 6,35 40,44 13,48MORACEAE 76 2 17,39 12,61 3,17 33,17 11,06BIGNONIACEAE 51 8 11,67 3,52 12,70 27,89 9,30LEGUMINOSAE 21 7 4,82 9,94 11,11 25,87 8,62NYCTAGINACEAE 29 1 6,64 16,49 1,59 24,75 8,24EUPHORBIACEAE 16 4 3,67 8,10 6,35 18,12 6,04LECYTHIDACEAE 31 1 7,09 4,60 1,59 13,28 4,43RUBIACEAE 16 4 3,66 2,98 6,35 12,99 4,33FLACOURTIACEAE 14 4 3,20 1,62 6,35 11,17 3,72MENISPERMACEAE 17 3 3,89 1,03 4,76 9,68 3,23

181

Page 172: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

MORRO DO CORDOVILMYRTACEAE 52 22 10,31 5,38 14,77 30,46 10,15LEGUMINOSAE 32 14 6,34 11,67 9,40 27,41 9,14LAURACEAE 35 12 6,94 4,77 8,05 19,76 6,59RUBIACEAE 47 12 9,30 2,13 8,05 19,48 6,49MELIACEAE 28 6 5,54 9,57 4,03 19,14 6,38MORACEAE 24 6 4,74 10,27 4,03 19,04 6,35SAPINDACEAE 29 8 5,75 6,46 5,37 17,58 5,86NYCTAGINACEAE 16 2 3,16 11,36 1,34 15,86 5,29EUPHORBIACEAE 17 8 3,38 4,65 5,37 13,40 4,47MELASTOMATACEAE 6 2 1,19 9,76 1,34 12,29 4,10

No Morro do Cordovil 15 famílias perfazem 75,81% do IVI para essa área. As

famílias dominantes do dossel são Myrtaceae, Leguminosae e Lauraceae (Tabela 7).

Também são as que apresentam as maiores riquezas de espécies e muitos indivíduos.

Myrtaceae é representada principalmente por Eugenia (12 spp.) e Lauraceae por Ocotea (6

spp.).

Nessa análise famílias específicas caracterizam as diferentes áreas como resultado

de variações locais de fatores abióticos que incluem as condições edáficas, topográficas e,

principalmente, fatores de perturbação (Rodrigues 2004; Pessoa & Oliveira 2006).

Myrtaceae e Lauraceae se destacaram na área mais preservada do Morro do Cordovil e

Leguminosae ocorre com várias espécies nas três áreas. Famílias com espécies de

trepadeiras se destacaram na área em regeneração mais recente do Córrego dos Colibris.

No que se refere ao valor de importância das espécies (Anexo II), observa-se uma

variação entre os dez elementos florísticos de maior expressão para cada uma das áreas

levantadas. No Morro do Telégrafo destacaram-se Pseudopiptadenia contorta, Casearia

sylvestris, Guapira opposita, Eriotheca pentaphylla, Attalea humilis, Brosimum guianense,

Astronium graveolens, Tetraplandra leandri, Rudgea interrupta e Ocotea schotii. Outras

42 espécies apresentaram apenas um indíviduo cada, tendo baixos valores de dominância,

freqüência e VI. Apenas cinco espécies perfazem 80,4% do VI para o Morro do Telégrafo.

No Morrote do Córrego dos Colibris sobressaíram Cupania racemosa, Brosimum

guianense, Guapira opposita, Escheweilera compressa, Pera glabrata, Astronium

fraxinifolium, Adenocalymma trifoliatum, Myrcia fallax, Nectandra oppositifolia e

Astrocaryum aculeatissimum. Onze espécies representam 75,65% de VI. Outras 25

espécies apresentaram apenas um indivíduo cada. Espécies amostradas por um único

indivíduo poderiam ser consideradas raras por terem baixo recrutamento ou estarem em

extinção na área. Porém a presença de espécies pioneiras nesse grupo pode indicar a

182

Page 173: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ocorrência de antigas clareiras (Kurtz & Araujo 2000). É o caso de Trema micrantha,

Albizia polycephala e Machaerium hirtum.

No Morro do Cordovil as espécies que mais contribuíram foram Guapira opposita,

Miconia cinnamomifolia, Cupania racemosa, Tovomita leucantha, Guarea guidonia,

Apuleia leiocarpa, Ficus cyclophylla, Rudgea interrupta, Hippocratea volubilis e

Strychnos acuta. Nove espécies são responsáveis por 76,4% de VI nessa área. G. opposita

têm ocorrência de destaque em todas as áreas, apresentando altos valores de dominância e

freqüência com vários indivíduos, principalmente no Córrego dos Colibris. Essa espécie

tem ampla distribuição na Mata Atlântica, sendo citada em vários inventários

fitossociológicos no estado do Rio de Janeiro entre as dez espécies de maior VI (Guedes-

Bruni 1998). É considerada uma espécie indicadora de floresta de baixada, o que não é o

caso da Serra da Tiririca. T. leucantha e R. interrupta são observadas com freqüência em

áreas com grantes matacões de gnaisse facoidal no interior da mata.

Normalmente M. cinnnamomifolia é encontrada em antigas roças abandonadas,

sendo sua densidade e alocação de biomassa uma decorrência do tempo passado de

abandono das áreas (Delamonica et al. 2002). No PEST tal fato foi verificado nos Morros

do Cordovil e Telégrafo, onde essa espécie se destaca em segundo e décimo segundo lugar

em termos de VI. No Morro do Cordovil M. cinnnamomifolia é representada por poucos

indivíduos, mas esses são árvores de grande porte, o que influenciou nos altos valores de

dominância. Existem evidências de que podem atingir cerca de 100 anos (Oliveira 2007).

As figueiras geralmente apresentam espécies de destaque em estudos

fitossociológicos na Mata Atlântica (Guedes-Bruni 1998; Kurtz & Araujo 2000; Sztutmam

& Rodrigues 2002; Solórzano 2006; Svorc 2007), contudo com poucos indivíduos e altos

valores de importância. No PEST F. cyclophylla ficou em sétimo lugar no Morro do

Cordovil com apenas um individuo. Já foi evidenciado que em antigas roças caiçaras no

sul fluminense essas figueiras de grande porte são preservadas por questões culturais e

religiosas em áreas onde a floresta foi derrubada (Oliveira 2007).

Dentre as trepadeiras, destaque para A. trifoliatum no Morro do Telégrafo, M.

lanceolata no Córrego dos Colibris e H. volubilis no Morro do Cordovil, a única

enquadrada entre as dez espécies de maior VI em todas as áreas estudadas.

183

Page 174: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

CONCLUSÕES

As áreas estudadas representam amostras da vegetação em diferentes estádios

sucessionais, mostrando a distribuição florística heterogênea da vegetação. Apesar de todos

os distúrbios que sofreu ao longo dos tempos está se recompondo naturalmente. Isso se

deve, em parte, as áreas que escaparam do uso intensivo e permaneceram mais

preservadas, dessa forma funcionando como matrizes para o intercâmbio de propágulos e

ajudando na recuperação da vegetação.

As principais famílias quanto à riqueza de espécies são Myrtaceae, Leguminosae,

Rubiaceae, Lauraceae e Bignoniaceae, que seguem os padrões de outras áreas amostradas

no estado do Rio de Janeiro. Nas áreas mais preservadas destacaram-se Myrtaceae,

Leguminosae e Lauraceae Nas mais perturbadas Sapindaceae, Moraceae e Bignoniaceae. A

reprentatividade das trepadeiras na estrutura da mata ocorre com mais intensidade nas

áreas em recuperação mais recente, desepenhando um importante papel na cicatrização das

clareiras.

As espécies que se destacaram em relação ao VI mostraram duas estratégias de

ocupação do ambiente. A primeira com a presença de muitos indivíduos que dominam o

dossel como Cupania racemosa, Pseudopiptadenia contorta, Casearia oblongifolia,

Guapira opposita e Brosimum guianense. A segunda com poucos indivíduos de grande

porte como Ficus cyclophylla, Apuleia leiocarpa e Miconia cinnamomifolia.

O Morro do Cordovil é a área mais preservada, apresentando a maior riqueza de

espécies, diversidade e presença de espécies arbóreas secundárias tardias. O Morrote do

Córrego dos Colibris representa a área em regeneração mais recente com poucas espécies

dominantes, menor diversidade e riqueza de espécies. O Morro do Telégrafo encontra-se

em situação intermediária. Sendo assim, a cumeeira do Morro do Telégrafo e o Morro do

Cordovil deveriam ser incluídos na zona núcleo do PEST, quando o plano de manejo for

elaborado.

Agradecimentos

Agradecemos aos taxonomistas Adriana Lobão (Annonaceae), Alexandre Quinet (Lauraceae), Ângela Vaz (Leguminosae), Carine Quinet (Apocynaceae), Ariane Luna Peixoto (Monimiaceae), Elsie F. Guimarães (Trigoniaceae), Evelin Andrade Moura (Loganiaceae), Genise Somner (Sapindaceae), Haroldo C. de Lima (Leguminosae), João Marcelo de A. Braga (Menispermaceae e Chrysobalanaceae), Luiz José Soares Pinto (Euphorbiaceae), Marcelo Souza (Myrtaceae), Marcos Sobral (Myrtaceae), Marcos Nadruz Coelho

184

Page 175: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

(Elaeocarpaceae), Mário Gomes (Rubiaceae), Mássimo Bovini (Malvaceae), Michel Barros (Leguminosae – Senegalia), Robson Dalmas Ribeiro (Leguminosae) e Ronaldo Marquete (Flacourtiaceae) pela identificação e/ou confirmação do material coletado. Alexandre Christo pelo auxílio nos cálculos estatísticos. Também a ajuda dada por Natália Coqueiro Mendonça, Luiz José Soares Pinto e Bruno Aquino Alves nos trabalhos de campo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Borém, R. A. T. & Oliveira-Filho, A. T. 2002. Fitossociologia do extrato arbóreo em uma toposseqüência alterada de Mata Atlântica no município de Silva Jardim, RJ. Revista Árvore 26(6): 727–742.

Borém, R. A. T. & Ramos, D. P. 2001. Estrutura fitossociológica da comunidade arbóreo de uma toposseqüência pouco alterada de uma área de floresta atlântica no município de Silva Jardim, RJ. Revista Árvore 25(1): 131–140.

Brower, J. E. & Zar, J. H. 1984. Field and laboratory methods for general ecology. WmC. Brown Publ., Dubuque, Iowa. 226p.

Carvalho, F. A.; Braga, J. M. A.; Gomes, J. M. L.; Souza, J. S. & Nascimento, M. T. 2006. Comunidade arbórea de uma floresta de baixada aluvial no município de Campos dos Goyacazes, RJ. CERNE 12(2): 157–166.

Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2º edição. New York Botanical Garden, New York. 556p.

Delamonica, P.; Lima, D. F.; Oliveira, R. R. & Mantovani, W. 2002. Estrutura e funcionalidade de populações de Miconia cinnnamomifolia (DC.) Naud. em florestas secundárias estabelecidas sobre antigas roças caiçaras. Pesquisas Botânica 52. 125-142.

Dislich, R.; Cersósimo, L. & Mantovani, W. 2001. Análise da estrutura de fragmentos florestais no planalto paulistano, SP. Revista Brasileira de Botânica 24(3): 321-332.

Fundação SOS Mata Atlântica. 2002. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica período 1995–2000. Relatório parcial. Estado do Rio de Janeiro [on line]. <http://www.sosmatatlântica.org.br/atlas2001/dados/relatorioatlas.pdf.> Arquivo da internet acessado em janeiro de 2008.

Gandolfi, S.; Leitão-Filho, H. F. & Bezerra, C. L. 1995. Levantamento florístico e caráter sucessional das espécies arbustivo-arbóreas de uma floresta mesófila semidecídua no município de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Biologia 55(4): 753-767.

Gentry, A. H. 1982. Patterns of neotropical plant species diversity. Evolutionary Biology 15: 1–84.

Gentry, A. H. 1988. Changes in plant community diversity and floristic composition on environment and geographical gradients. Annals of Missouri Botanical Garden 75: 1–34.

185

Page 176: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Gentry, A. H. 1991. The distribution and evolution of climbing plants. In: Putz, P. E. & Mooney, H. A. (eds.). The biology of vines. Cambrige Univ. Press, Cambridge: Pp. 3–49.

Gentry, A. H. 1993. A field guide to the families and genera of woody plants of northwest South America (Colombia, Equador, Peru) with supplementary notes on herbaceous taxa. Conservation International, Washington.

Gentry, A. H. 1995. Diversity and floristic composition of neotropical dry forest. In: Bullock, S. H.; Money, H. A. & Medina, E. (eds.). Seasonally dry tropical forests. Cambridge University Press, Cambridge: Pp. 146–194.

Guedes, R. R. 1988. Composição florística e estrutura de um trecho de Mata Atlântica perturbada no Município de Magé, Rio de Janeiro. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 39: 155–200.

Guedes-Bruni, R. R. 1998. Composição, estrutura e similaridade de dossel em seis unidades fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Tese. (Doutorado em Botânica). Universidade de São Paulo. 231p.

Guedes-Bruni, R. R.; Pessoa, S. V. A. & Kurtz, B. C. 1997. Florística e estrutura do componente arbustivo-arbóreo de um trecho preservado de floresta montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pp. 127-145.

Guedes-Bruni, R. R.; Silva-Neto, S. J.; Morim, M. P. & Mantovani, W. 2006a. Composição florística e estrutura de trecho de floresta ombrófila densa atlântica aluvial na Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57(3): 413–428.

Guedes-Bruni, R. R.; Silva-Neto, S. J.; Morim, M. P. & Mantovani, W. 2006b. Composição florística e estrutura de trecho de floresta ombrófila densa atlântica sobre morrote mamelonar na Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57(3): 429-442.

Kurtz, B. C. & Araujo, D. S. D. 2000. Composição florística e estrutura do estrato arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica de Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro. Rodriguésia 51(78/112): 69-112.

Lima, M. P. M.; Guedes-Bruni, R.R., Vieira, C. M.; Correia, C. M. B. & Araújo, I. A. 1994. Identificação das famílias com espécies arbustivo-arbóreas. In: Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pp. 61- 74.

Magurran, A. E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University Press, Princeton, New Jersey. 179p.

186

Page 177: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Moreno, M. R.; Nascimento, M. T. & Kurtz, B. 2003. Estrutura e composição florística do estrato arbóreo em duas zonas altitudinais na Mata Atlântica de encosta da região do Imbé, RJ. Acta Botanica Brasilica 17(3): 325–486.

Mori, S. A.; Boom, B. M.; Carvalino, A. M. & Santos, T. S. 1983. Ecological importance of Myrtaceae in eastern Brazilian wet forest. Biotropica. 15(1): 68–70.

Mori, S. A.; Boom, B. M. & Prance, G. T. 1981. Distribution patterns and conservation of eastern Brazilian coastal forest tree species. Brittonia 33: 233-245.Oliveira, J. R.; Mantovani, W. & Melo, M. M. R. F. 2001. Estrutura do componente arbustivo-arbóreo da floresta atlântica de encosta, Peruíbe, SP. Acta Botanica Brasilica 15(3): 391-412.

Oliveira, R. R. 2007. Mata Atlântica, paleoterritórios e história ambiental. Ambiente & Sociedade 10(2): 11-23.

Oliveira-Filho, A. T.; Carvalho, D. A.; Vilela, E. A.; Curi, N. & Fontes, M. A. L. 2004. Diversity and structure of the community of a fragment of tropical secondary forest of the Brazilian Atlantic Forest domain 15 and 40 years logging. Revista Brasileira de Botânica 27(4): 685-701.

Oliveira-Filho, A. T. & Fontes, M. A. L. 2000. Patterns of floristic differentiation among atlantic forest in southeastern Brazil and influence of climate. Biotropica 32(4b): 793–810.

Peixoto, A. L. & Gentry, A. 1990. Diversidade e composição florística na mata de tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 13: 19-25.

Peixoto, G. L.; Martins, S. V.; Silva, A. F. & Silva, E. 2005. Composição florística do componente arbóreo de um trecho de floresta atlântica na área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(1): 151–160.

Pessoa, S. V. A.; Guedes-Bruni, R. R. & Kurtz, B. C. 1997. Florística e estrutura do componente arbustivo-arbóreo de um trecho secundário de floresta montana na Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pp. 147-67.

Pessoa, S. V. A. & Oliveira, R. R. 2006. Análise estrutural da vegetação arbórea em três fragmentos florestais na Reserva Biológica de Poço das Antas. Rodriguésia 57(3): 391–411.

Phillips, O. L. & Miller, J. S. 2003. Global patterns of plant diversity: Alwyn H. Gentry’s forest transect data set. Monographys in Sistematic Botany from the Missouri Botanical Garden. 89: 319p.

Polhill, R. M.; Raven, P. H & Stirton, C. H. 1981. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: Polhill, R. M. & Raven, P. H. (eds.). Advances in legume systematics, part 1. Royal Botanical Garden, Kew. Pp. 1-26.

187

Page 178: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Rodrigues, H. C. 1996. Composição florística e estrutura fitossociológica de um trecho de Mata Atlântica na Reserva do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 94p.

Rodrigues, P. J. F. P. 2004. A vegetação da Reserva Biológica União e os efeitos de borda na Mata Atlântica fragmentada. Tese (Doutorado). Universidade Estadual do Norte Fluminense. Campos dos Goytacazes. 153p.

Sá, C. F. C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p.

Sanchez, M.; Pedroni, F.; Leitão-Filho, H. F. & Cesar, O. 1999. Composição florística de um trecho de floresta ripária na Mata Atlântica em Picinguaba, Ubatuba, SP. Revista Brasileira de Botânica 22(1): 31-42.

Silva, G. C. & Nascimento, M. T. 2001. Fitossociologia de um remanescente de mata sobre tabuleiros no norte do estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão). Revista Brasileira de Botânica 214(1): 51–62.

Shepherd, G. J. 1995. FITOPAC 1 – Manual do Usuário. Departamento de Botânica. Universidade Estadual de Campinas. 93p.

Solórzano, A. 2006. Composição florística, estrutura e história ambiental em áreas de Mata Atlântica no Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ. Dissertação (Mestrado em Botânica). Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro, Fundação Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 140p.

Svorc, R. C. P. F. 2007. Figueiras centenárias, história ambiental e estrutura da Mata Atlântica no município de Angra dos Reis, RJ. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Florestais) Ciências Ambientais e Florestais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Sztutmam, M. & Rodrigues, R. R. 2002. O mosaico vegetacional numa area de floresta contínua da planície litorânea, Parque Estadual da Campina do Encantado, Pariquera-Açu, SP. Revista Brasileira de Botânica 25(2): 161-176.

Turner, I. M. & Corlett, R. T. 1996. The conservation value of small, isolated fragments of lowland tropical rain forest. Trends in Ecology and Evolution 11(8): 330-333.

Vaz, A. M. S. F. & Vieira, C. M. 1994. Identificação de famílias com espécies trepadeiras. In: Lima, M. P. M. & Guedes-Bruni, R. R. (eds.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pp. 75–82.

188

Page 179: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ANEXO I

Listagem florística das espécies amostradas na análise fitossociológica do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. ST= secundária tardia, SI= secundária inicial, PI= Pioneira, SC= sem classificação.

FAMÍLIA ESPÉCIE HÁBITO CATEGORIA COLETORESAMARANTHACEAE (1/1) Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze Trepadeira - A.A.M. de Barros 2659ANACARDIACEAE (1/2) Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng. Árvore ST A.A.M. de Barros 2848

Astronium graveolens Jacq. Árvore ST A.A.M. de Barros 3104ANNONACEAE (3/4) Annona acutifolia Mart. Arbusto SI A.A.M. de Barros 3000

Duguetia flagellaris Huber Arbusto - A.A.M. de Barros 2598Guatteria nigrescens Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 3022Guatteria reflexa R.E.Fr. Arbusto - A.A.M. de Barros 2735

APOCYNACEAE (3/3) Condylocarpon isthmicum (Vell.) A. DC. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3032Geissospermum laeve (Vell.) Miers Árvore ST A.A.M. de Barros 3037Malouetia arborea (Vell.) Miers Árvore SI A.A.M. de Barros 2957

ARALIACEAE (1/1) Dendropanax monogynus (Vell.) Seem. Arbusto - A.A.M. de Barros 2982ARECACEAE (3/3) Astrocaryum aculeatissimum (Schott)

BurretÁrvore SI -

Attalea humilis Mart. Erva acaule - A.A.M. de Barros 2561Bactris setosa Mart. Árvore SI A.A.M. de Barros 2956

ASTERACEAE (1/1) Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Árvore PI A.A.M. de Barros 2759BIGNONIACEAE (9/13) Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3096

Adenocalymma subsessilifolium DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 3103Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

Trepadeira - A.A.M. de Barros 2955

Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

Trepadeira - A.A.M. de Barros 3072

Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3121Arrabidaea rego (Vell.) DC. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3080Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith Trepadeira - A.A.M. de Barros 2998Clytostoma binatum (Thunb.) Sandwith Trepadeira - A.A.M. de Barros 2981Jacaranda micrantha Cham. Árvore PI A.A.M. de Barros 3064Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry Trepadeira - A.A.M. de Barros 2954Sparattosperma leucanthum (Vell.) Schum. Árvore SI A.A.M. de Barros 2862Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers Trepadeira - A.A.M. de Barros 3093Tynanthus micranthus Correa de Mella ex K. Schum.

Trepadeira - A.A.M. de Barros 3084

BOMBACACEAE (2/2) Ceiba crispiflora (Kunth) Ravena Árvore SI A.A.M. de Barros 2947Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns Árvore SI A.A.M. de Barros 2921

BORAGINACEAE (1/1) Cordia trichoclada DC. Árvore SI A.A.M. de Barros 3055BURSERACEAE Protium widgrenii Engl. Árvore SI A.A.M. de Barros 3102CACTACEAE (1/1) Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A.

Berg.Arbusto - A.A.M. de Barros 3143

CHRYSOBALANACEAE (1/2) Hirtella hebeclada Moric. ex DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 2980Hirtella triandra Sw. subsp. punctulata (Miq.) G.T. Prance

Árvore ST A.A.M. de Barros 2922

CLUSIACEAE (3/4) Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi

Árvore ST A.A.M. de Barros 3112

Kielmeyera membranacea Casar. Árvore SI A.A.M. de Barros 3075Kielmeyera rizziniana Saddi Árvore ST A.A.M. de Barros 2808Tovomita leucantha (Schltdl.) Planch. & Triana

Árvore SI A.A.M. de Barros 2979

CONNARACEAE (1/2) Connarus nodosus Baker Trepadeira - A.A.M. de Barros 2953

189

Page 180: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Connarus rostratus (Vell.) L.B. Smith Trepadeira - A.A.M. de Barros 2974CONVOLVULACEAE (1/1) Ipomoea philomega (Vell.) House Trepadeira - A.A.M. de Barros 2978DICHAPETALACEAE (1/1) Stephanopodium sessile Rizzini Arbusto - A.A.M. de Barros 3011DILLENIACEAE (1/1) Davilla rugosa Poir. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3144ELAEOCARPACEAE (1/1) Sloanea monosperma Vell. Árvore ST A.A.M. de Barros 3010ERYTHROXYLACEAE (1/3) Erythroxylum gaudichaudii Peyr. Árvore SI A.A.M. de Barros 3119

Erythroxylum magnoliaefolium A. St. Hil. Árvore SI A.A.M. de Barros 3076Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. Arvore SI A.A.M. de Barros 3056

EUPHORBIACEAE (8/11) Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg.

Arbusto - A.A.M. de Barros 2680

Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax Arbusto - A.A.M. de Barros 2709Alchornea glandulosa subsp. iricurana (Casar.) Secco

Arvore ST A.A.M. de Barros 3145

Algernonia brasiliensis Baill. Árvore ST A.A.M. de Barros 2715Joannesia princeps Vell. Árvore PI A.A.M. de Barros 2997Pachystroma longifolium (Nees) I.M. Johnt. Árvore ST A.A.M. de BarrosPera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Árvore ST A.A.M. de Barros 3021Pera leandri Baill. Árvore PI A.A.M. de Barros 3146Sebastiania gaudichaudii Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2597Sebastiania nervosa (Müll.) Arg. Müll. Arg.

Arbusto - A.A.M. de Barros 2996

Tetraplandra leandri Baill. Árvore SI A.A.M. de Barros 2560FLACOURTIACEAE (2/4) Casearia commersoniana Cambess. Arbusto - A.A.M. de Barros 2872

Casearia oblongifolia Cambess. Árvore SI A.A.M. de Barros 3145Casearia sylvestris Sw. Árvore PI A.A.M. de Barros 3068Prockia crucis P. Browne ex L. Arbusto - A.A.M. de Barros 3070

HIPPOCRATEACEAE (1/1) Hippocratea volubilis L. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2923ICACINACEAE (2/2) Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard Arbusto - A.A.M. de Barros 2977

Leretia cordata Vell. Arbusto/Trepadeira

- A.A.M. de Barros 3041

LACISTEMATACEAE (1/1) Lacistema serrulatum Mart. Árvore SI A.A.M. de Barros 3047LAURACEAE (7/14) Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez Árvore SI A.A.M. de Barros 3042

Cryptocarya moschota Nees & Mart. ex Nees

Árvore ST A.A.M. de Barros 3019

Cryptocarya saligna Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 3052Endlicheria glometata Mez Árvore SI A.A.M. de Barros 2839Nectandra oppositifolia Nees Árvore SI A.A.M. de Barros 3069Ocotea aniboides Miq. Árvore ST A.A.M. de Barros 2992Ocotea daphnifolia (Meiss.) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2924Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 3095Ocotea elegans Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2925Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Árvore ST A.A.M. de Barros 3038Ocotea schotii (Miesn.) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2976Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm.

Árvore ST A.A.M. de Barros 3009

Urbanodendron bahiensis (Meiss.) Rohwer Árvore ST A.A.M. de Barros 3059Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez Árvore ST A.A.M. de Barros 2964

LECYTHIDACEAE (2/2) Couratari pyramidata (Vell.) Knuth Árvore ST A.A.M. de Barros 2926Escheweilera compressa (Vell.) Miers Árvore SI A.A.M. de Barros 2730

LEGUMINOSAE (15/23) Albizia polycephala (Benth.) Killip. Árvore PI A.A.M. de Barros 3114Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Árvore PI A.A.M. de Barros 2603Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. Árvore SI A.A.M. de Barros 2836Bauhinia microstachya (Raddi) J.F. Macbr. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3115Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Trepadeira - A.A.M. de Barros 3146Exostyles venusta Schott ex Spreng. Árvore SI A.A.M. de Barros 2995Inga capitata Desv. Árvore ST A.A.M. de Barros 2962Inga lenticellata Benth. Árvore ST A.A.M. de Barros 3053Machaerium aculeatum Raddi Trepadeira - A.A.M. de Barros 3100Machaerium hirtum (Vell.) Stellf. Árvore PI A.A.M. de Barros 3078Machaerium incorruptibile Allemão Árvore SI A.A.M. de Barros 3033Machaerium oblongifolium Vogel Trepadeira - A.A.M. de Barros 3090Ormosia arborea (Vell.) Harms Árvore ST A.A.M. de Barros 3099Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.

Árvore PI A.A.M. de Barros 3109

Piptadenia paniculata Benth. Árvore SI A.A.M. de Barros 3091Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima

Árvore SI A.A.M. de Barros 2961

190

Page 181: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Pseudopiptadenia inaequalis (Benth.) Rauschert

Árvore ST A.A.M. de Barros 3101

Pseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M.P. Lima

Árvore ST A.A.M. de Barros 3048

Pterogyne nitens Tul. Árvore PI A.A.M. de Barros 2964Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger

Trepadeira - A.A.M. de Barros 3043

Swartzia apetala Raddi var. apetala Árvore ST A.A.M. de Barros 3094Swartzia simplex var. grandiflora (Raddi) R.S. Cowan

Árvore ST A.A.M. de Barros 3006

Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev Árvore ST A.A.M. de Barros 3020LOGANIACEAE (1/1) Strychnos acuta Prog. Arbusto - A.A.M. de Barros 2960MALPIGHIACEAE (4/4) Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B.

GatesTrepadeira - A.A.M. de Barros 3147

Bunchosia maritima (Vell.) J.F. Macbr. Arbusto - A.A.M. de Barros 2991Byrsonima laxifolia Griseb. Árvore SI A.A.M. de Barros 3065Heteropterys leschenaultiana A. Juss. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2990

MALVACEAE (1/1) Abutilon sp. Árvore SC -MELASTOMATACEAE (2/3) Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. Árvore PI A.A.M. de Barros 2595

Miconia staminea DC. Árvore PI A.A.M. de Barros 3049Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Árvore PI A.A.M. de Barros 3111

MELIACEAE (3/6) Cabralea canjerana (Vell.) Mart. subsp. canjerana

Árvore SI A.A.M. de Barros 2973

Guarea guidonia (L.) Sleumer Árvore ST A.A.M. de Barros 2903Guarea kunthiana A. Juss. Árvore ST A.A.M. de Barros 3134Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn.

Árvore ST A.A.M. de Barros 2816

Trichilia elegans subsp. richardiana T.D. Penn.

Árvore ST A.A.M. de Barros 2959

Trichilia martiana C. DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 3039MENISPERMACEAE (3/3) Abutua convexa (Vell.) Diels. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3106

Chondrodendron patiphyllum (A. St. Hil.) Miers

Trepadeira - A.A.M. de Barros 2958

Hyperbaena oblongifolia (Eichler) Chodat & Hassl.

Trepadeira - A.A.M. de Barros 3007

MONIMIACEAE (1/2) Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins Arbusto - A.A.M. de Barros 3054Mollinedia longifolia Tulasne Árvore ST A.A.M. de Barros 3045

MORACEAE (5/6) Brosimum guianense (Aubl.) Huber Árvore ST A.A.M. de Barros 2928Clarisia ilicifolia (Spreng.) Lanjouw & Rossberg

Árvore ST A.A.M. de Barros 2989

Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng. Árvore ST A.A.M. de Barros 3040Ficus cyclophylla (Miquel) Miquel Árvore ST A.A.M. de Barros 2795Pseudomedia hirtula Kuhlmann Árvore ST A.A.M. de Barros 2929Sorocea hilarii Gaudich. Arbusto SI A.A.M. de Barros 2930

MYRISTICACEAE (1/1) Virola gardnerii (A. DC.) Warb. Arbusto - A.A.M. de Barros 3016MYRTACEAE Calyptranthes grandifolia O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3141

Calyptranthes lucida Mart. ex DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 3140Campomanesia laurifolia Gardn. Árvore ST A.A.M. de Barros 3015Eugenia bahiensis DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 2930Eugenia bunchosiifolia Nied. Árvore ST A.A.M. de Barros 3062Eugenia exelsa O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 2967Eugenia flamingensis O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3030Eugenia florida DC. Árvore ST A.A.M. de Barros 3031Eugenia marambaiensis M.C. Souza et M.P. Morim

Árvore ST A.A.M. de Barros 2932

Eugenia microcarpa O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3029Eugenia monosperma Vell. Árvore ST A.A.M. de Barros 3148Eugenia prasina O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3026Eugenia rostrata O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 2972Eugenia tinguyensis Cambess. Árvore ST A.A.M. de Barros 3014Eugenia villae-novae Kiaersk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3024Eugenia sp. Árvore SC -Marlierea glazioviana Kiaersk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3060Marlieria sylvatica (Gardner) Kiaersk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3027Myrcia dilucida G.M. Barroso Árvore ST A.A.M. de Barros 3061Myrcia fallax (Richard) DC. Árvore PI A.A.M. de Barros 3149Myrcia richardiana O. Berg Árvore ST A.A.M. de Barros 3028

191

Page 182: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg

Árvore ST A.A.M. de Barros 3008

Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos & D. Legrand

Árvore ST A.A.M. de Barros 2814

Myrciaria sp. Árvore SC -Plinia ilhensis G.M. Barroso Árvore ST A.A.M. de Barros 3025Psidium cattleyanum Sabine Árvore SI A.A.M. de Barros 2832

NYCTAGINACEAE (2/2) Bougaivillea spectabilis Willd. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3150Guapira opposita (Vell.) Reitz Árvore SI A.A.M. de Barros 2971

OCHNACEAE (1/2) Ouratea olivaeformis (A. St. Hil.) Engl. Arbusto - A.A.M. de Barros 3066Ouratea parviflora (DC.) Baill. Arbusto - A.A.M. de Barros 3005

OLACACEAE (1/1) Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer Arbusto - A.A.M. de Barros 2066PIPERACEAE (1/1) Piper arboreum Aubl. var. arboreum Arbusto - A.A.M. de Barros 3151POLYGONACEAE (1/1) Ruprechtia lundii Meisner Árvore SI A.A.M. de Barros 3113PROTEACEAE (1/1) Roupala montana Aubl.var. paraensis

(Sleumer) K.S. EdwardsÁrvore SI A.A.M. de Barros 3067

RUBIACEAE (12/20) Anisomeris brasiliana (A. Rich.) Standl. Arbusto - A.A.M. de Barros 3050Coussarea accedens Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 3004Coussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros2592Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Árvore ST A.A.M. de Barros 3152Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 2970Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.) DC.

Arbusto - A.A.M. de Barros 2809

Genipa americana L. Árvore ST A.A.M. de Barros 3153Ixora gardneriana Benth. Árvore ST A.A.M. de Barros 2933Posoqueria acutifolia Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 2988Psychotria carthagenensis Jacq. Arbusto - A.A.M. de Barros 3003Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. Arbusto - A.A.M. de Barros 2627Psychotria nitidula Cham. & Schltdl. Arbusto - A.A.M. de Barros 2934Psychotria tenuinervis Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2935Psychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl.

Arbusto - A.A.M. de Barros 2813

Randia armata (Sw.) DC. Arbusto - A.A.M. de Barros 2714Rudgea coriacea (Spreng.) K. Schum. Arbusto - A.A.M. de Barros 3073Rudgea interrupta Benth. Arbusto - A.A.M. de Barros 2801Rudgea recurva Müll. Arg. Arbusto - A.A.M. de Barros 2987Simira viridiflora (Allemão & Saldanha) Steyerm.

Árvore ST A.A.M. de Barros 2986

Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

Árvore ST A.A.M. de Barros 2693

RUTACEAE (3/4) Conchocarpus fontanesianus (A. St. Hil.) Kallunki & Pirani

Arbusto - A.A.M. de Barros 3058

Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

Arbusto - A.A.M. de Barros 3035

Galipea jasminiflora (A. St. Hil.) Engl. Árvore ST A.A.M. de Barros 3002Zanthoxylum rhoifolium Lam. Árvore PI A.A.M. de Barros 2969

SAPINDACEAE (7/10) Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 3098Cupania oblongifolia Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 3074Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 2984Matayba guianensis Aubl. Árvore SI A.A.M. de Barros 3154Paullinia fusiformis Radlk. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3051Paullinia micrantha Cambess. Trepadeira - A.A.M. de Barros 2983Paullinia racemosa Wawra Trepadeira - A.A.M. de Barros 3117Serjania clematidifolia Cambess. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3107Talisia coriacea Radlk. Árvore SI A.A.M. de Barros 2936Urvillea glabra Cambess. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3046

SAPOTACEAE (4/6) Chrysophyllum flexuosum Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 2937Chrysophyllum lucentifolium Cronquist Árvore ST A.A.M. de Barros 2545Ecclinusa ramiflora Mart. Árvore ST A.A.M. de Barros 2773Pouteria filipes Eyma Árvore ST A.A.M. de Barros 3013Pouteria guianensis Aubl. Árvore ST A.A.M. de Barros 3012Pradosia lactescens (Vell.) Radlk. Árvore ST A.A.M. de Barros 3001

SIMAROUBACEAE (1/1) Simaba floribunda Rizzini Árvore ST A.A.M. de Barros 3036THEOPHRASTACEAE (1/1) Clavija spinosa (Vell.) Mez Arbusto - A.A.M. de Barros 3156TILIACEAE (1/1) Luechea paniculata Mart. Árvore PI A.A.M. de Barros 3044TRIGONIACEAE (1/2) Trigonia nivea Cambess. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3157

Trigonia villosa Vell. Trepadeira - A.A.M. de Barros 3081

192

Page 183: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ULMACEAE (2/2) Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Árvore PI A.A.M. de Barros 3080Trema micrantha (L.) Blume Árvore PI A.A.M. de Barros 3158

VIOLACEAE (2/2) Amphirrhox longifolia (A. St. Hil.) Spreng. Arbusto - A.A.M. de Barros 3097Rinorea guianensis Aubl. Arbusto - A.A.M. de Barros 3124

INDETERMINADA Indetermina sp. 1 Árvore SC -

ANEXO II

Tabelas dos inventários fitossociógicos nas 3 áreas amostradas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

Descritores fitossociológicos de espécies arbóreas e trepadeiras com DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Telégrafo, Barreira, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (VI). N = número de indivíduos, P = número de parcelas com ocorrência da espécie. DR = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência relativa (%).

ESPÉCIES FAMÍLIA N P DR DoR FR VI1. Pseudopiptadenia contorta (DC.)

G.P. Lewis & M.P. PiresLEGUMINOSAE 23 5 4,55 14,64 1,89 21,07

2. Casearia sylvestris Sw. FLACOURTIACEAE 13 4 2,57 16,61 1,51 20,693. Guapira opposita (Vell.) Reitz NYCTAGINACEAE 24 7 4,74 8,35 2,64 15,744. Eriotheca pentaphylla (Vell.) A.

RobynsBOMBACACEAE 17 4 3,36 8,26 1,51 13,13

5. Attalea humilis Mart. ARECACEAE 26 8 5,14 1,64 3,02 9,806. Brosimum guianense (Aubl.) Huber MORACEAE 24 6 4,74 1,37 2,26 8,387. Astronium graveolens Jacq. ANACARDIACEAE 17 7 3,36 1,78 2,64 7,788. Tetraplandra leandri Baill. EUPHORBIACEAE 20 3 3,95 1,92 1,13 7,009. Rudgea interrupta Benth. RUBIACEAE 16 5 3,16 1,93 1,89 6,9810. Ocotea schotii (Miesn.) Mez LAURACEAE 10 6 1,98 2,55 2,26 6,7911. Myrcia fallax (Richard) DC. MYRTACEAE 13 5 2,57 2,16 1,89 6,6112. Miconia cinnamomifolia (DC.)

Naud.MELASTOMATACEAE 12 2 2,37 3,21 0,75 6,34

13. Escheweilera compressa (Vell.) Miers

LECYTHIDACEAE 7 5 1,38 2,39 1,89 5,67

14. Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

BIGNONIACEAE 13 7 2,57 0,24 2,64 5,45

15. Matayba guianensis Aubl. SAPINDACEAE 6 5 1,19 2,28 1,89 5,3516. Paullinia micrantha Cambess. SAPINDACEAE 13 6 2,57 0,38 2,26 5,2117. Amphirrhox longifolia (A. St. Hil.)

Spreng.VIOLACEAE 12 5 2,37 0,67 1,89 4,93

18. Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.

RUBIACEAE 13 4 2,57 0,29 1,51 4,36

19. Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. MELASTOMATACEAE 7 3 1,38 1,79 1,13 4,3120. Faramea stipulacea (Cham. &

Schltdl.) DC.RUBIACEAE 7 5 1,38 0,98 1,89 4,25

21. Psychotria tenuinervis Müll. Arg. RUBIACEAE 9 5 1,78 0,19 1,89 3,8522. Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.

Macbr.LEGUMINOSAE 6 3 1,19 1,48 1,13 3,80

23. Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn.

MELIACEAE 5 5 0,99 0,89 1,89 3,77

24. Pterogyne nitens Tul. LEGUMINOSAE 7 5 1,38 0,39 1,89 3,6625. Exostyles venusta Schott LEGUMINOSAE 5 4 0,99 0,55 1,51 3,0426. Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez LAURACEAE 1 1 0,20 2,31 0,38 2,8927. Astrocaryum aculeatissimum

(Schott) BurretARECACEAE 5 3 0,99 0,75 1,13 2,87

28. Ixora gardneriana Benth. RUBIACEAE 6 4 1,19 0,12 1,51 2,8129. Bactris setosa Mart. ARECACEAE 7 3 1,38 0,21 1,13 2,7330. Roupala montana Aubl.var.

paraensis (Sleumer) K.S. EdwardsPROTEACEAE 3 3 0,59 0,94 1,13 2,67

31. Machaerium aculeatum Raddi LEGUMINOSAE 5 4 0,99 0,10 1,51 2,59

193

Page 184: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

32. Hirtella triandra Sw. subsp. punctulata (Miq.) G.T. Prance

CHRYSOBALANACEAE 3 3 0,59 0,69 1,13 2,42

33. Protium widgrenii Engl. BURSERACEAE 2 1 0,40 1,63 0,38 2,4034. Sparattosperma leucanthum (Vell.)

Schum.BIGNONIACEAE 2 1 0,40 1,50 0,38 2,27

35. Malouetia arborea (Vell.) Miers APOCYNACEAE 4 3 0,79 0,30 1,13 2,2236. Stizophyllum perforatum (Cham.)

MiersBIGNONIACEAE 5 3 0,99 0,08 1,13 2,20

37. Ruprechtia lundii Meisner POLYGONACEAE 4 1 0,79 0,93 0,38 2,1038. Ormosia arborea (Vell.) Harms LEGUMINOSAE 1 1 0,20 1,52 0,38 2,0939. Couratari pyramidata (Vell.) Knuth LECYTHIDACEAE 5 2 0,99 0,33 0,75 2,0740. Allophylus edulis (A. St. Hil.)

Radlk.SAPINDACEAE 4 3 0,79 0,15 1,13 2,07

41. Algernonia brasiliensis Baill. EUPHORBIACEAE 5 2 0,99 0,30 0,75 2,0542. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. SAPINDACEAE 3 3 0,59 0,30 1,13 2,0343. Sorocea hilarii Gaudich. MORACEAE 4 3 0,79 0,10 1,13 2,0244. Machaerium oblongifolium Vogel LEGUMINOSAE 4 3 0,79 0,08 1,13 2,0045. Pseudomedia hirtula Kuhlmann MORACEAE 3 3 0,59 0,27 1,13 2,0046. Eugenia marambaiensis M.C. Souza

et M.P. MorimMYRTACEAE 2 2 0,40 0,84 0,75 1,99

47. Guatteria nigrescens Mart. ANNONACEAE 3 3 0,59 0,21 1,13 1,9448. Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev LEGUMINOSAE 3 3 0,59 0,11 1,13 1,8349. Geissospermum laeve (Vell.) Miers APOCYNACEAE 2 2 0,40 0,59 0,75 1,7450. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax EUPHORBIACEAE 4 2 0,79 0,17 0,75 1,7251. Chrysophyllum flexuosum Mart. SAPOTACEAE 4 2 0,79 0,11 0,75 1,6652. Cryptocarya moschota Nees &

Mart. ex NeesLAURACEAE 2 2 0,40 0,34 0,75 1,49

53. Paullinia racemosa Wawra SAPINDACEAE 5 1 0,99 0,11 0,38 1,4854. Posoqueria acutifolia Mart. RUBIACEAE 3 2 0,59 0,11 0,75 1,4655. Chrysophyllum lucentifolium

CronquistSAPOTACEAE 3 1 0,59 0,43 0,38 1,40

56. Ocotea elegans Mez LAURACEAE 2 2 0,40 0,24 0,75 1,3957. Zanthoxylum rhoifolium Lam. RUTACEAE 2 1 0,40 0,59 0,38 1,3658. Piptadenia paniculata Benth. LEGUMINOSAE 2 2 0,40 0,17 0,75 1,3259. Talisia coriacea Radlk. SAPINDACEAE 2 2 0,40 0,14 0,75 1,2960. Tocoyena sellowiana (Cham. &

Schltdl.) K. Schum.RUBIACEAE 1 1 0,20 0,67 0,38 1,25

61. Trichilia martiana C. DC. MELIACEAE 2 2 0,40 0,08 0,75 1,2362. Eugenia tinguyensis Cambess. MYRTACEAE 2 2 0,40 0,07 0,75 1,2263. Strychnos acuta Prog. LOGANIACEAE 2 2 0,40 0,07 0,75 1,2264. Adenocalymma subsessilifolium DC. BIGNONIACEAE 2 2 0,40 0,05 0,75 1,2065. Leretia cordata Vell. ICACINACEAE 2 2 0,40 0,04 0,75 1,1966. Ouratea parviflora (DC.) Baill. OCHNACEAE 2 2 0,40 0,04 0,75 1,1967. Hippocratea volubilis L. HIPPOCRATEACEAE 2 2 0,40 0,04 0,75 1,1968. Coussarea nodosa (Benth.) Müll.

Arg.RUBIACEAE 2 2 0,40 0,03 0,75 1,18

69. Trichilia elegans A. Juss. subsp. richardiana (A. Juss.) T.D. Penn.

MELIACEAE 2 2 0,40 0,03 0,75 1,18

70. Psychotria carthagenensis Jacq. RUBIACEAE 2 2 0,40 0,03 0,75 1,1871. Sebastiania gaudichaudii Müll. Arg. EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,59 0,38 1,1772. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. ASTERACEAE 1 1 0,20 0,57 0,38 1,1573. Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.

Macbr.LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,51 0,38 1,08

74. Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.

ANACARDIACEAE 1 1 0,20 0,48 0,38 1,06

75. Sloanea monosperma Vell. ELAEOCARPACEAE 1 1 0,20 0,48 0,38 1,0676. Adenocalymma bracteatum (Cham.)

DC.BIGNONIACEAE 3 1 0,59 0,03 0,38 1,00

77. Genipa americana L. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,31 0,38 0,8878. Connarus nodosus Baker CONNARACEAE 1 1 0,20 0,28 0,38 0,8679. Eugenia exelsa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,23 0,38 0,8180. Coussarea accedens Müll. Arg. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,16 0,38 0,7381. Garcinia gardneriana (Planch. &

Triana) ZappiCLUSIACEAE 1 1 0,20 0,15 0,38 0,72

82. Inga capitata Desv. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,10 0,38 0,6883. Cupania oblongifolia Radlk. SAPINDACEAE 1 1 0,20 0,10 0,38 0,6884. Eugenia bahiensis DC. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,10 0,38 0,67

194

Page 185: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

85. Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard

ICACINACEAE 1 1 0,20 0,09 0,38 0,67

86. Calyptranthes grandifolia O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,08 0,38 0,6687. Bauhinia microstachya (Raddi) J.F.

Macbr.LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,08 0,38 0,65

88. Rinorea guianensis Aubl. VIOLACEAE 1 1 0,20 0,07 0,38 0,6589. Heisteria perianthomega (Vell.)

SleumerOLACACEAE 1 1 0,20 0,07 0,38 0,64

90. Eugenia umbrosa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,06 0,38 0,6491. Abutua convexa (Vell.) Diels MENISPERMACEAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,6392. Pradosia lactescens Vell. SAPOTACEAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,6393. Cabralea canjerana (Vell.) Mart.

subsp. canjeranaMELIACEAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,63

94. Machaerium incorruptibile Allemão LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,05 0,38 0,6295. Duguetia flagellaris Huber ANNONACEAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,6196. Eugenia microcarpa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,6197. Bunchosia maritima (Vell.) J.F.

Macbr.MALPIGHIACEAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,60

98. Pseudopiptadenia inaequalis (Benth.) Rauschert

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,03 0,38 0,60

99. Swartzia apetala Raddi var. apetala LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60100. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex

Baill.EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

101. Psychotria nitidula Cham. & Schltdl.

RUBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

102. Casearia commersoniana Cambess.

FLACOURTIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,60

103. Randia armata (Sw.) DC. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59104. Davilla rugosa Poir. DILLENIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59105. Erythroxyllum gaudichaudii Peyr. ERYTHROXYLACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59106. Mansoa lanceolata (DC.) A.

GentryBIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,38 0,59

107. Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze AMARANTHACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59108. Clarisia ilicifolia (Spreng.)

Lanjouw & RossbergMORACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

109. Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau ex K. Schum.

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

110. Bougainvillea spectabilis Willd. NYCTAGINACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59111. Lacistema serrulatum Mart. LACISTEMATACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59112. Virola gardnerii (A. DC.) Warb. MYRISTICACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59113. Urbanodendron verrucosum

(Nees) MezLAURACEAE 1 1 0,20 0,01 0,38 0,59

195

Page 186: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Descritores fitossociológicos de espécies arbóreas e trepadeiras com DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morrote do Córrego dos Colibris, município de Niterói, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (VI). N = número de indivíduos, P = número de parcelas com ocorrência da espécie. DR = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência relativa (%).

ESPÉCIES FAMÍLIA N P DR DoR FR VI

1. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. SAPINDACEAE 72 8 16,48 15,37 5,16 37,002. Brosimum guianense (Aubl.) Huber MORACEAE 71 9 16,25 12,03 5,81 34,083. Guapira opposita (Vell.) Reitz NYCTAGINACEAE 29 9 6,64 16,49 5,81 28,934. Escheweilera compressa (Vell.) Miers LECYTHIDACEAE 31 5 7,09 4,60 3,23 14,925. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. EUPHORBIACEAE 11 7 2,52 4,96 4,52 11,996. Astronium fraxinifolium Schott ex

Spreng.ANACARDIACEAE 10 5 2,29 5,71 3,23 11,23

7. Adenocalymma trifoliatum (Vell.) R.C. Laroche

BIGNONIACEAE 23 8 5,26 0,75 5,16 11,18

8. Myrcia fallax (Richard) DC. MYRTACEAE 15 7 3,43 1,53 4,52 9,489. Nectandra oppositifolia Nees LAURACEAE 10 4 2,29 4,32 2,58 9,1910. Astrocaryum aculeatissimum Mart. ARECACEAE 12 5 2,75 3,15 3,23 9,1211. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P.

Lewis & M.P. PiresLEGUMINOSAE 2 2 0,46 4,92 1,29 6,67

12. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

LEGUMINOSAE 4 3 0,92 3,51 1,94 6,37

13. Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry BIGNONIACEAE 15 3 3,43 0,62 1,94 5,9914. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. ASTERACEAE 3 2 0,69 3,10 1,29 5,0715. Abutua convexa (Vell.) Diels. MENISPERMACEAE 11 3 2,52 0,38 1,94 4,84

196

Page 187: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

16. Joannesia princeps Vell. EUPHORBIACEAE 2 2 0,46 2,97 1,29 4,7217. Machaerium incorruptibile (Vell.) Fr.

All. ex Benth.LEGUMINOSAE 7 3 1,60 1,11 1,94 4,64

18. Rudgea coriacea (Spreng.) K. Schum. RUBIACEAE 8 4 1,83 0,17 2,58 4,5819. Sorocea hilarii Gaudich. MORACEAE 5 4 1,14 0,58 2,58 4,3020. Casearia sylvestris Sw. FLACOURTIACEAE 5 3 1,14 0,97 1,94 4,0521. Roupala montana Aubl.var. paraensis

(Sleumer) K.S. EdwardsPROTEACEAE 5 3 1,14 0,84 1,94 3,91

22. Sparattosperma leucanthum (Vell.) Schum.

BIGNONIACEAE 3 2 0,69 1,75 1,29 3,73

23. Rudgea interrupta Benth. RUBIACEAE 6 3 1,37 0,13 1,94 3,4424. Hyperbaena oblongifolia (Mart.)

ChodatMENISPERMACEAE 5 3 1,14 0,14 1,94 3,22

25. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. ULMACEAE 2 2 0,46 1,27 1,29 3,0226. Machaerium aculeatum Raddi LEGUMINOSAE 4 3 0,92 0,10 1,94 2,9527. Matayba guianensis Aubl. SAPINDACEAE 4 2 0,92 0,43 1,29 2,6428. Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. RUBIACEAE 1 1 0,23 1,74 0,65 2,6129. Arrabidaea rego (Vell.) DC. BIGNONIACEAE 5 2 1,14 0,11 1,29 2,5530. Malouetia arborea (Vell.) Miers APOCYNACEAE 4 2 0,92 0,26 1,29 2,4631. Byrsonima laxifolia Griseb. MALPIGHIACEAE 2 1 0,46 1,19 0,65 2,2932. Trigonia villosa Vell. TRIGONIACEAE 5 1 1,14 0,36 0,65 2,1533. Casearia commersoniana Cambess. FLACOURTIACEAE 5 1 1,14 0,27 0,65 2,0634. Ouratea olivaeformis (A. St. Hil.) Engl. OCHNACEAE 3 2 0,69 0,05 1,29 2,0235. Serjania clematidifolia Cambess. SAPINDACEAE 2 2 0,46 0,11 1,29 1,8636. Psychotria nitidula Cham. & Schltdl. RUBIACEAE 1 1 0,23 0,94 0,65 1,8137. Prockia crucis P. Browne ex L. FLACOURTIACEAE 3 1 0,69 0,29 0,65 1,6238. Chondrodendron platiphyllum (A. St.

Hil.) MiersMENISPERMACEAE 1 1 0,23 0,51 0,65 1,39

39. Jacaranda micrantha Cham. BIGNONIACEAE 2 1 0,46 0,25 0,65 1,3540. Indeterminada sp. 1 INDETERMINADA 1 1 0,23 0,36 0,65 1,2441. Pera leandri Baill. EUPHORBIACEAE 2 1 0,46 0,13 0,65 1,2442. Exostyles venusta Schott LEGUMINOSAE 2 1 0,46 0,08 0,65 1,1943. Ouratea parviflora (DC.) Baill. OCHNACEAE 2 1 0,46 0,07 0,65 1,1744. Rinorea guianensis Aubl. VIOLACEAE 1 1 0,23 0,21 0,65 1,0845. Annona acutifolia Mart. ANNONACEAE 1 1 0,23 0,21 0,65 1,0846. Machaerium hirtum (Vell.) Stellf. LEGUMINOSAE 1 1 0,23 0,17 0,65 1,0547. Cupania oblongifolia Radlk. SAPINDACEAE 1 1 0,23 0,09 0,65 0,9748. Casearia oblongifolia Cambess. FLACOURTIACEAE 1 1 0,23 0,09 0,65 0,9749. Erythroxylum magnoliaefolium A. St.

Hil.ERYTHROXYLACEAE 1 1 0,23 0,08 0,65 0,96

50. Bactris setosa Mart. ARECACEAE 1 1 0,23 0,06 0,65 0,9451. Trema micrantha (L.) Blume ULMACEAE 1 1 0,23 0,06 0,65 0,9452. Albizia polycephala (Benth.) Killip. LEGUMINOSAE 1 1 0,23 0,05 0,65 0,9353. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax EUPHORBIACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,9254. Miconia staminea DC. MELASTOMATACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,9255. Chrysophyllum flexuosum Mart. SAPOTACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,9256. Guatteria reflexa R. & Fr. ANNONACEAE 1 1 0,23 0,04 0,65 0,9157. Eugenia florida DC. MYRTACEAE 1 1 0,23 0,03 0,65 0,9058. Lacistema serrulatum Mart. LACISTEMACEAE 1 1 0,23 0,03 0,65 0,9059. Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B.

GatesMALPIGHIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,89

60. Arrabidaea conjugata (Vell.) Mart. BIGNONIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,8961. Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.

Arg.EUPHORBIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,89

62. Kielmeyera membranacea Casar. CLUSIACEAE 1 1 0,23 0,02 0,65 0,8963. Anemopaegma chamberlaynii (Sims)

Bureau ex K. Schum.BIGNONIACEAE 1 1 0,23 0,01 0,65 0,89

64. Adenocalymma bracteatum (Cham.) DC.

BIGNONIACEAE 1 1 0,23 0,01 0,65 0,89

197

Page 188: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Descritores fitossociológicos de espécies arbóreas e trepadeiras com DAP ≥ 2,5 cm amostradas em transecto de 0,1 ha no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Morro do Cordovil, Vale das Borboletas, município de Niterói, Rio de Janeiro, apresentados em ordem decrescente de valor de importância (VI). N = número de indivíduos, P = número de parcelas com ocorrência da espécie. DR = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência relativa (%).

ESPÉCIES FAMÍLIA N P DR DoR FR VI1. Guapira opposita (Vell.) Reitz NYCTAGINACEAE 15 7 2,96 11,33 2,22 16,502. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. MELASTOMATACEAE 5 3 0,99 9,61 0,95 11,553. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. SAPINDACEAE 10 5 1,98 4,66 1,58 8,224. Tovomita leucantha (Schltdl.) Planch. &

TrianaCLUSIACEAE 19 8 3,75 1,65 2,53 7,94

5. Guarea guidonia (L.) Sleumer MELIACEAE 9 1 1,78 5,62 0,32 7,716. Apuleia leiocarpa J.F. Macbr. LEGUMINOSAE 2 2 0,40 5,86 0,63 6,897. Ficus cyclophylla (Miquel) Miquel MORACEAE 1 1 0,20 5,95 0,32 6,468. Rudgea interrupta Benth. RUBIACEAE 16 7 3,16 0,22 2,22 5,609. Hippocratea volubilis L. HIPPOCRATEACEAE 18 4 3,56 0,71 1,27 5,5310. Strychnos acuta Prog. LOGANIACEAE 16 6 3,16 0,33 1,90 5,3911. Heisteria perianthomega (Vell.)

SleumerOLACACEAE 5 5 0,99 2,67 1,58 5,24

12. Myrcia fallax (Richard) DC. MYRTACEAE 8 7 1,58 1,41 2,22 5,2113. Clarisia ilicifolia (Spreng.) Lanjouw &

RossbergMORACEAE 11 6 2,17 0,77 1,90 4,84

14. Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D. Penn.

MELIACEAE 9 3 1,78 2,01 0,95 4,74

15. Joannesia princeps Vell. EUPHORBIACEAE 6 3 1,19 2,37 0,95 4,5016. Astronium fraxinifolium Schott ex

Spreng. ANACARDIACEAE 2 2 0,40 3,32 0,63 4,34

17. Sloanea monosperma Vell. ELAEOCARPACEAE 8 5 1,58 1,06 1,58 4,2218. Eugenia tinguyensis Cambess. MYRTACEAE 8 7 1,58 0,40 2,22 4,2019. Guatteria nigrescens Mart. ANNONACEAE 8 6 1,58 0,40 1,90 3,8820. Posoqueria acutifolia Mart. RUBIACEAE 8 5 1,58 0,67 1,58 3,8321. Machaerium aculeatum Raddi LEGUMINOSAE 11 4 2,17 0,20 1,27 3,6422. Ocotea schotii (Miesn.) Mez LAURACEAE 6 4 1,19 1,18 1,27 3,6323. Brosimum guianense (Aubl.) Huber MORACEAE 7 5 1,38 0,65 1,58 3,6124. Chrysophyllum flexuosum Mart. SAPOTACEAE 7 6 1,38 0,32 1,90 3,6125. Ecclinusa ramiflora Mart. SAPOTACEAE 6 3 1,19 1,44 0,95 3,5826. Clavija spinosa (Vell.) Mez THEOPHRASTACEAE 9 5 1,78 0,17 1,58 3,5427. Ficus adhatifolia Schott MORACEAE 1 1 0,20 2,84 0,32 3,3628. Ipomoea philomega (Vell.) House CONVOLVULACEAE 9 4 1,78 0,15 1,27 3,1929. Heteropterys leschenaultiana A. Juss. MALPIGHIACEAE 7 5 1,38 0,10 1,58 3,0730. Cupania oblongifolia Radlk. SAPINDACEAE 5 4 0,99 0,80 1,27 3,0531. Bunchosia maritima (Vell.) Macbride MALPIGHIACEAE 8 4 1,58 0,16 1,27 3,0032. Campomanesia laurifolia Gardn. MYRTACEAE 5 3 0,99 0,99 0,95 2,9333. Cabralea canjerana (Vell.) Mart.

subsp. canjeranaMELIACEAE 3 2 0,59 1,68 0,63 2,91

34. Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez LAURACEAE 4 2 0,79 1,47 0,63 2,9035. Ocotea aniboides Miq. LAURACEAE 5 5 0,99 0,30 1,58 2,8736. Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 2,14 0,32 2,6537. Ceiba crispiflora (Kunth) Ravena BOMBACACEAE 1 1 0,20 2,14 0,32 2,6538. Casearia oblongifolia Cambess. FLACOURTIACEAE 5 3 0,99 0,65 0,95 2,5839. Eugenia bahiensis DC. MYRTACEAE 5 4 0,99 0,20 1,27 2,4640. Leretia cordata Vell. ICACINACEAE 8 2 1,58 0,22 0,63 2,44

198

Page 189: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

41. Bactris setosa Mart. ARECACEAE 5 4 0,99 0,14 1,27 2,3942. Myrciaria floribunda (H. West ex

Willd.) O. BergMYRTACEAE 3 3 0,59 0,66 0,95 2,20

43. Ocotea daphnifolia (Meiss.) Mez LAURACEAE 4 2 0,79 0,76 0,63 2,1944. Trichilia martiana C. DC. MELIACEAE 5 3 0,99 0,22 0,95 2,1645. Hyperbaena oblongifolia (Mart.)

ChodatMENISPERMACEAE 7 2 1,38 0,13 0,63 2,15

46. Abutilon sp. MALVACEAE 2 2 0,40 1,10 0,63 2,1347. Annona acutifolia Mart. ANNONACEAE 4 3 0,79 0,37 0,95 2,1148. Eriotheca pentaphylla (Vell.) A.

RobynsBOMBACACEAE 2 2 0,40 1,05 0,63 2,08

49. Tetraplandra leandri Baill. EUPHORBIACEAE 3 2 0,59 0,85 0,63 2,0750. Citronella paniculata (Mart.) R.A.

HowardICACINACEAE 5 2 0,99 0,44 0,63 2,06

51. Inga capitata Desv. LEGUMINOSAE 3 2 0,59 0,83 0,63 2,0652. Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith BIGNONIACEAE 6 2 1,19 0,21 0,63 2,0353. Faramea stipulacea (Cham. & Schltdl.)

DC.RUBIACEAE 5 3 0,99 0,08 0,95 2,01

54. Coussarea nodosa (Benth.) Müll. Arg. RUBIACEAE 4 3 0,79 0,12 0,95 1,8655. Coussarea accendens Müll. Arg. RUBIACEAE 3 3 0,59 0,23 0,95 1,7756. Urbanodendron verrucosum (Nees)

MezLAURACEAE 4 2 0,79 0,26 0,63 1,69

57. Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer LAURACEAE 4 1 0,79 0,57 0,32 1,6758. Pachystroma longifolium (Nees.) I.M.

Johnt.EUPHORBIACEAE 2 2 0,40 0,61 0,63 1,64

59. Geissospermum laeve (Vell.) Miers APOCYNACEAE 2 2 0,40 0,61 0,63 1,6460. Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev LEGUMINOSAE 3 3 0,59 0,09 0,95 1,6361. Anadenanthera colubrina (Vell.)

BrenanLEGUMINOSAE 1 1 0,20 1,10 0,32 1,62

62. Psidium cattleianum Sabine MYRTACEAE 2 1 0,40 0,90 0,32 1,6163. Sorocea hilarii Gaudich. MORACEAE 3 3 0,59 0,05 0,95 1,5964. Matayba guianensis Aubl. SAPINDACEAE 4 1 0,79 0,47 0,32 1,5765. Pradosia lactescens Vell. SAPOTACEAE 4 2 0,79 0,13 0,63 1,5566. Chomelia brasiliana A. Rich. RUBIACEAE 3 2 0,59 0,29 0,63 1,5267. Paullinia fusiformis Radlk. SAPINDACEAE 4 2 0,79 0,08 0,63 1,5068. Swartzia simplex (Sw.) Spreng. var.

grandifloraLEGUMINOSAE 2 2 0,40 0,43 0,63 1,46

69. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. EUPHORBIACEAE 2 2 0,40 0,42 0,63 1,4570. Astrocaryum aculeatissimum Mart. ARECACEAE 2 2 0,40 0,37 0,63 1,4071. Mollinedia longifolia Tulasne MONIMIACEAE 2 2 0,40 0,36 0,63 1,3972. Eugenia flamingensis O. Berg MYRTACEAE 3 2 0,59 0,16 0,63 1,3873. Cordia trichoclada DC. BORAGINACEAE 2 1 0,40 0,63 0,32 1,3574. Lacistema serrulatum Mart. LACISTEMATACEAE 3 2 0,59 0,10 0,63 1,3275. Davilla rugosa Poir. DILLENIACEAE 3 2 0,59 0,04 0,63 1,2676. Urvillea glabra Cambess. SAPINDACEAE 2 2 0,40 0,10 0,63 1,1377. Endlicheria glometata Mez LAURACEAE 2 2 0,40 0,09 0,63 1,1178. Pseudopiptadenia schumanniana

(Taub.) Lewis & M.P. LimaLEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,59 0,32 1,11

79. Urbanodendron bahiensis (Meiss.) Rohwer

LAURACEAE 2 2 0,40 0,06 0,63 1,09

80. Connarus rostratus (Vell.) L.B. Smith CONNARACEAE 3 1 0,59 0,15 0,32 1,0681. Faramea coerulea (Nees & Mart.) DC. RUBIACEAE 2 2 0,40 0,02 0,63 1,0582. Condylocarpon isthimicum (Vell.) A.

DC.APOCYNACEAE 2 2 0,40 0,02 0,63 1,05

83. Conchocarpus ovatus (A. St. Hil. & Tul.) Kallunki & Pirani

RUTACEAE 2 1 0,40 0,32 0,32 1,03

84. Eugenia sp. MYRTACEAE 3 1 0,59 0,08 0,32 0,9985. Hirtella hebeclada Moric. ex DC. CHRYSOBALANACEAE 1 1 0,20 0,46 0,32 0,9886. Zanthoxylum rhoifolium Lam. RUTACEAE 1 1 0,20 0,43 0,32 0,9487. Mansoa lanceolata (DC.) A. Gentry BIGNONIACEAE 3 1 0,59 0,03 0,32 0,9488. Simira viridiflora (Allemão &

Saldanha) Steyerm.RUBIACEAE 1 1 0,20 0,41 0,32 0,92

89. Abutua convexa (Vell.) Diels. MENISPERMACEAE 2 1 0,40 0,10 0,32 0,8190. Pouteria guianensis Aubl. SAPOTACEAE 2 1 0,40 0,09 0,32 0,8091. Paullinia micrantha Cambess. SAPINDACEAE 2 1 0,40 0,08 0,32 0,7992. Alchornea glandulosa subsp. iricurana

(Casar.) SeccoEUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,27 0,32 0,78

199

Page 190: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

93. Allophylus edulis (A. St. Hil.) Radlk. SAPINDACEAE 1 1 0,20 0,25 0,32 0,7694. Plinia ilhensis G.M. Barroso MYRTACEAE 2 1 0,40 0,03 0,32 0,7595. Pouteria filipes Eyma SAPOTACEAE 1 1 0,20 0,22 0,32 0,7496. Trigonia nivea Cambess. TRIGONIACEAE 2 1 0,40 0,02 0,32 0,7397. Rudgea recurva Müll. Arg. RUBIACEAE 2 1 0,40 0,02 0,32 0,7398. Virola gardnerii (A. DC.) Warb. MYRISTICACEAE 1 1 0,20 0,21 0,32 0,7399. Luechea paniculata Mart. TILIACEAE 1 1 0,20 0,20 0,32 0,72100. Eugenia villae-novae Kiaersk. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,17 0,32 0,69101. Miconia staminea DC. MELASTOMATACEAE 1 1 0,20 0,15 0,32 0,67102. Pterogyne nitens Tul. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,15 0,32 0,66103. Kielmeyera rizziniana Saddi CLUSIACEAE 1 1 0,20 0,14 0,32 0,65104. Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A.

BergCACTACEAE 1 1 0,20 0,09 0,32 0,61

105. Algernonia brasiliensis Baill. EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,09 0,32 0,60106. Myrciaria guaquiea (Kiaersk.) Mattos

& D. LegrandMYRTACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,60

107. Erythroxylum pulchrum A. St. Hil. ERYTHROXYLACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,60108. Marlierea sylvatica (Gardner)

Kiaersk.MYRTACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,60

109. Attalea humilis Mart. ex Spreng. ARECACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,59110. Simaba floribunda Rizzini SIMAROUBACEAE 1 1 0,20 0,08 0,32 0,59111. Myrciaria sp. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,07 0,32 0,58112. Dalbergia frutescens (Vell.) Britton LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,07 0,32 0,58113. Psychotria carthagenensis Jacq. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,05 0,32 0,56114. Eugenia bunchosiifolia Nied. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,04 0,32 0,55115. Inga lenticellata Benth. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,04 0,32 0,55116. Astronium graveolens Jacq. ANACARDIACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,55117. Marlierea glazioviana Kiaersk. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54118. Trichilia elegans A. Juss. subsp.

richardiana (A. Juss.) T.D. Penn.MELIACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54

119. Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm.

LAURACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54

120. Bougaivillea spectabilis Willd. NYCTAGINACEAE 1 1 0,20 0,03 0,32 0,54121. Eugenia monosperma Vell. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54122. Eugenia microcarpa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54123. Tynanthus micranthus Correa de

Mella ex K. Schum.BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

124. Stizophyllum perforatum (Cham.) Miers

BIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

125. Galipea jasminiflora (A. St. Hil.) Engl.

RUTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54

126. Eugenia prasina O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54127. Cryptocarya saligna Mez LAURACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54128. Actinostemon klotzschii (Didr.) Pax EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54129. Eugenia rostrata O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54130. Myrcia dilucida G.M. Barroso MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,54131. Ocotea diospyrifolia (Miesn.) Mez LAURACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53132. Dendropanax monogynus (Vell.)

Seem.ARALIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

133. Myrcia richardiana O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53134. Sebastiania nervosa (Müll.) Arg.

Müll. Arg.EUPHORBIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53

135. Ouratea parviflora (DC.) Baill. OCHNACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53136. Eugenia florida DC. MYRTACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53137. Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins MONIMIACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53138. Serjania clematidifolia Cambess. SAPINDACEAE 1 1 0,20 0,02 0,32 0,53139. Ocotea elegans Mez LAURACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53140. Eugenia exelsa O. Berg MYRTACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53141. Clytostoma binatum (Thunb.)

SandwithBIGNONIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53

142. Senegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger

LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,53

143. Piper arboreum Aubl. var. arboreum PIPERACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52144. Pseudomedia hirtula Kuhlmann MORACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52145. Stephanopodium sessile Rizzini DICHAPETALACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52146. Exostyles venusta Schott ex Spreng. LEGUMINOSAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

200

Page 191: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

147. Psychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl.

RUBIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

148. Conchocarpus fontanesianus (A. St. Hil.) Kallunki & Pirani

RUTACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

149. Ixora gardneriana Benth. RUBIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52150. Guarea kunthiana A. Juss. MELIACEAE 1 1 0,20 0,01 0,32 0,52

ANEXO III

ÁREA 1: Morro do Telégrafo, PESTLOCALIDADE: Morro do Telégrafo, Trilha da Cumeeira / Barreira, PEST, Niterói / Maricá, RJ.COORDENADAS: 22º56’44,7” S – 43º00’15,8” W COLETORES: A.A.B.M. de Barros & N.C. MendonçaDATAS: 11/2005 – 08/2006

DADOS ECOLÓGICOS E FLORÍSTICOS

TIPO DE VEGETAÇÃO: Floresta atlântica pluvial submontana (floresta de encosta)ALTITUDE: 323 – 280 msmPRECIPITAÇÃO ANUAL: 1.000 e 1.500 mm/anoDADOS DE SOLO:ÁREA AMOSTRADA: 1,000 m2 (0,1 ha)ÍNDICE DE SHANNON: 4,598 (espécies) / 3,282 (famílias)ÁREA BASAL TOTAL: 49,916 m2/haNº DE FAMÍLIAS: 41Nº DE ESPÉCIES: 113Nº DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS: 510

201

Morro do Telégrafo

0

10

20

30

40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº do Transect

Nº d

e Es

péci

es

Morro do Telégrafo

020406080

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº do Transect

Nº d

e In

diví

duos

Page 192: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ÁREA 2: Morrote do Córrego dos Colibris, PESTLOCALIDADE: Morrote do Córrego dos Colibris, Morro do Telégrafo, PEST, Niterói, Itaipu, RJ.COORDENADAS: 22º56’58,7”S – 43º01’17,2”WCOLETORES: A.A.B.M. de Barros & N.C. MendonçaDATAS: 11/2006 – 01/2007

DADOS ECOLÓGICOS E FLORÍSTICOS

TIPO DE VEGETAÇÃO: Floresta atlântica pluvial submontana (floresta de encosta)ALTITUDE: 126 – 74 msmPRECIPITAÇÃO ANUAL: 1.000 e 1.500 mm/anoDADOS DE SOLO:ÁREA AMOSTRADA: 1,000 m2 (0,1 ha)ÍNDICE DE SHANNON: 3,238 (espécies) / 2,681 (famílias)ÁREA BASAL TOTAL: 38,802 m2/haNº DE FAMÍLIAS: 29Nº DE ESPÉCIES: 64Nº DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS: 437

FAMÍLIAS DOMINANTESNÚMERO DE ESPÉCIES

FAMÍLIAS DOMINANTESNÚMERO DE INDIVÍDUOS

ESPÉCIES DOMINANTESNÚMERO DE INDIVÍDUOS

Leguminosae 15 Rubiaceae 63 Attlalea humilis 26Rubiaceae 13 Leguminosae 62 Guapira opposita 24 Myrtaceae 8 Arecaceae 38 Pseudopitadenia contorta 23Bignoniaceae/ Sapindaceae/ Bonbacaceae 7

Sapindaceae 34 Tetraplandra leandri 20

Euphorbiaceae / Lauraceae 5 Moraceae 32 Astronium graveolens / Eriotheca pentaphylla 17

Moraceae / Meliaceae 4 Euphorbiaceae 31 Casearia sylvestris / Myrcia fallax /Adenocalymma trifoliatum / Paullinia micrantha / Psychotria leiocarpa 13

Bignoniaceae 27Nyctaginaceae 25Myrtaceae 22

ÁRVORES/ARBUSTOS TREPADEIRAS TOTALNº de Espécies 103 11 113Nº de Indivíduos 466 41 510N º de Famílias 36 08 41Área Basal 49,916 m2/ha

FAMÍLIAS DOMINANTESNÚMERO DE ESPÉCIES

FAMÍLIAS DOMINANTESNÚMERO DE INDIVÍDUOS

ESPÉCIES DOMINANTESNÚMERO DE INDIVÍDUOS

Bignoniaceae 8 Sapindaceae 79 Cupania racemosa 72Leguminosae 7 Moraceae 76 Brosimum guianensis 71Euphorbiaceae 5 Bignoniaceae 51 Escheweilera compressa 31Sapindaceae/Rubiaceae/Flacourtiaceae 4

Lecythidaceae 31 Guapira opposita 29

Nyctaginaceae 29 Adenocalymma trifoliatum 23

Leguminosae 21 Myrcia fallax 15Euphorbiaceae / Menispermaceae 17

Astrocaryum aculeatissimum 12

Myrtaceae / Rubiaceae 16 Pera glabrata 11Flacourtiaceae 14 Nectandra oppositifolia 10

ÁRVORES/ARBUSTOS TREPADEIRAS TOTALNº de Espécies 53 11 64Nº de Indivíduos 374 63 437N º de Famílias 27 06 29Área Basal 38,802 m2/ha

202

Morrote do Córrego dos Colibris

0

5

10

15

20

25

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº do Transect

de E

spéc

ies

Morrote do Córrego dos Colibris

0

20

40

60

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº do Transect

Nº d

e In

diví

dos

Page 193: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

ÁREA 3: Morro do Cordovil, PESTLOCALIDADE: Morro do Cordovil, Vale das Borboletas, Trilha da Jararaca, PEST, Niterói, RJ.COORDENADAS: 22º55’19,3”S - 42º59’59,8”WCOLETORES: A.A.B.M. de Barros, L.J.S. Pinto e B.A. AlvesDATAS: 03 – 05/2007

DADOS ECOLÓGICOS E FLORÍSTICOS

TIPO DE VEGETAÇÃO: Floresta atlântica pluvial submontana (floresta de encosta)ALTITUDE: 243 – 207 msmPRECIPITAÇÃO ANUAL: 1.000 e 1.500 mm/anoDADOS DE SOLO:ÁREA AMOSTRADA: 1,000 m2 (0,1 ha)ÍNDICE DE SHANNON: 4,598 (espécies) / 3,282 (famílias)ÁREA BASAL TOTAL: 62,99 m2/haNº DE FAMÍLIAS: 45Nº DE ESPÉCIES: 150Nº DE INDIVÍDUOS AMOSTRADOS: 506

FAMÍLIAS DOMINANTESNÚMERO DE ESPÉCIES

FAMÍLIAS DOMINANTESNÚMERO DE INDIVÍDUOS

ESPÉCIES DOMINANTESNÚMERO DE INDIVÍDUOS

Myrtaceae 23 Myrtaceae 53 Hippocratea volubilis 18 Leguminosae 14 Rubiaceae 47 Tovomita leucantha 19 Lauraceae 12 Lauraceae 35 Rudgea interrupta 16Rubiaceae 12 Leguminosae 32 Strychnos acuta 16Sapindaceae / Euphorbiaceae 8

Sapindaceae 29 Guapira opposita 15

Moraceae / Meliaceae 6 Meliaceae 28 Claricia ilicifolia 11Sapotacae / Bignoniaceae 5 Moraceae 24 Cupania racemosa 10

Clusiaceae/Sapotaceae 20 Guarea guidonia 9Hippocrateaceae 18 Ipomoea philomega 9

ÁRVORES/ARBUSTOS TREPADEIRAS TOTALNº de Espécies 129 21 150Nº de Indivíduos 398 108 506N º de Famílias 40 12 45Área Basal 62,99 m2/ha

ÁRVORES/ARBUSTOS TREPADEIRAS TOTALNº de Espécies 2 150Nº de Indivíduos 108 506N º de Famílias 12 45Área Basal 62,99 m2/ha

203

Morro do Cordovil

0

10

2030

40

50

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº do Transect

Nº d

e Es

péci

es

Morro do Cordovil

0

20

40

60

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº do Transect

Nº d

e In

diví

duos

Page 194: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Artigo V

CARACTERIZAÇÃO FISIONÔMICO-FLORÍSTICA E ASPECTOS CONSERVACIONISTAS DO PARQUE

ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ana Angélica M. de Barros & Dorothy Sue Dunn Araujo

Artigo a ser submetido ao Enviromental Conservation

204

Page 195: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

CARACTERIZAÇÃO FISIONÔMICO-FLORÍSTICA E ASPECTOS CONSERVACIONISTAS DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA

TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL

RESUMO – (Caracterização fisionômico-florística e aspectos conservacionistas do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil). Foram identificadas e descritas duas unidades fisionômicas do Parque Estadual da Serra da Tiririca (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W), localizado entre os municípios de Niterói e Maricá, RJ. De forma geral, a vegetação apresenta um aspecto geral escleromórfico, com intensa queda de folhas nos meses mais secos. Contudo, é caracterizada pela floresta ombrófila densa e afloramentos rochosos, sendo seu aspecto escleromórfico associado ao clima regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Tem baixa similaridade florística com outras áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro, porém apresentou maior relacionamento com a flora das restingas fluminenses. Apesar da vegetação ter sido muito alterada ao longo dos anos, abriga uma parcela da floresta ombrófila densa com grande relevância sob ponto de vista florístico. Algumas espécies pouco conhecidas para a ciência foram encontradas na área, além de 66 espécies ameaçadas, reforçando a importância da sua conservação. Nesse sentido, a área do Parque não deveria ter sido diminuída pela Lei Estadual nº 5079, mas sim ampliado para respeitar as diretrizes que nortearam sua criação que é a conservação da diversidade biológica.

Palavras chaves: Brasil, Serra da Tiririca, Mata Atlântica, fito-fisionomia, conservação

ABSTRACT- (Physiognomic-floristic characterization and conservation aspects from the Serra da Tiririca State Park, Niterói and Maricá, Rio de Janeiro, Brazil). There were identified and described in two physiognomic units from the Serra da Tiririca State Park (22º48`-23º00’ S; 42º57`-43º02` W), located between Niterói and Maricá municipal districts, Rio de Janeiro. In general, the vegetation is scleromorphic with intense leaf fall during drier months. However, it is characterized by dense ombrophilous forest and rocky outcrops. The scleromorphic aspect is associated with the regional climate, proximity to the sea and shallow soils. It has low floristic similarity when compared to other areas in Rio de Janeiro state, although it was more closely related to the flora from the restingas. Although the vegetation has been greatly disturbed over the years, there are small fragments of dense ombrophilous forest with great relevance from a floristic point of view. Several species new to science have been found in the area, plus 67 threatened ones, strengthening conservation importance. In this way, the park area should not have been diminished by State law nº 5079, but extended to respect the guidelines that directed park creation, that is conservation of biological diversity.

Key words: Brazil, Serra da Tiririca, Atlantic Forest, physiognomy, conservation

INTRODUÇÃO

O estado do Rio de Janeiro está inserido no bioma Mata Atlântica, sendo a

cobertura vegetal constituída por um complexo vegetacional. Nesse contexto, destacam-se

as florestas ombrófilas densas, florestas estacionais semideciduais e formações pioneiras

que incluem as restingas, manguezais e vegetação de influência fluvial (Veloso et al.

1991). As diferentes fito-fisionomias fluminenses são influenciadas por fatores físicos,

principalmente pela topografia local, que caracteriza paisagens heterogêneas resultando

numa grande diversidade florística. Os estudos indicam que há diferenciação dos padrões

florísticos quando observados os diferentes gradientes altitudinais (Guedes-Bruni 1998).

205

Page 196: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Aliado a esse fator, os padrões climáticos e tipos de solo têm influência marcante sobre a

vegetação local. Tais fatores fazem com que a Mata Atlântica fluminense apresente um

forte endemismo (Mori 1981), demonstrando sua importância como centro de diversidade

biológica.

Segundo Scarano (2002), além das formações florestais existem áreas abertas

constituídas por comunidades vegetais que são periféricas as áreas florestadas. Nesse

contexto estão incluídos os afloramentos rochosos litorâneos, campos de altitude, as

restingas, florestas alagadas e vegetação xeromórfica do Centro de Diversidade Vegetal de

Cabo Frio. As plantas nessas regiões periféricas estão sujeitas as condições ambientais

extremas, sendo muito sensíveis ás agressões ambientais antrópicas.

A partir da década de 90 do século passado houve um incremento de inventários

florísticos no estado do Rio de Janeiro, com parcerias de várias instituições de pesquisa.

Esses estudos focaram principalmente as regiões com maiores coberturas florestais na

porção serrana da Serra do Mar e os maciços costeiros, onde se insere a Serra da Tiririca.

Essas áreas inspiram muitas preocupações conservacionistas, uma vez que grande parte da

diversidade biológica já foi perdida irreversivelmente. Isso se deve ao processo histórico

de ocupação humana, que atualmente pressiona as áreas florestadas com a expansão

urbana.

O presente trabalho tem como objetivos caracterizar fito-fisionomicamente a

vegetação do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) e compará-la com as demais

áreas inventariadas do estado do Rio de Janeiro. Além disso, avaliar as espécies endêmicas

e ameaçadas da flora fluminense que ocorrem na área de estudo. Com isso discutir os

problemas relacionados à conservação do PEST.

MATERIAL E MÉTODOS

A caracterização fito-fisionômica da Serra da Tiririca foi feita com base na

classificação de Veloso et al. (1991), no levantamento florístico (Barros & Araujo capítulo

I) e nas observações de campo.

A diversidade florística da Serra da Tiririca foi comparada com outras áreas

inventariadas no estado do Rio de Janeiro. Nessa análise foram consideradas as plantas

206

Page 197: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

identificadas apenas em nível de específico e infra-específico. Dessa forma, o número de

espécies de Magnoliophyta consideradas no levantamento florístico foi 918. Oito espécies

identificadas apenas até gênero foram excluídas.

A flora da Serra da Tiririca foi confrontada com listagens de levantamentos

florísticos mais abrangentes das seguintes localidades: Reserva Biológica de Macaé de

Cima (Lima & Guedes-Bruni 1997), Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (Marques

1997), Reserva Biológica de Poço das Antas (Lima et al. 2008), Reserva Biológica do

Tinguá (Lima et al. 2008), entorno do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, Floresta da

Tijuca (Marquete et al. 2001), Área de Proteção Ambiental de Sapiatiba (Sá 2006), Mata

de José Gonçalves em Armação de Búzios (Farag 1999) e Área de Proteção Ambiental do

Pau-Brasil (Sá 2006). Dessas listas foram retiradas as espécies ruderais e exóticas. Não

foram considerados estudos fitossociológicos, por representarem basicamente o estrato

arbóreo-arbustivo. Além disso, também foi feita a comparação com listagens de diferentes

biomas brasileiros: Cerrado, incluindo as matas de galeria e campos rupestres (Mendonça

et al. 1998), Caatinga (CNIP 2008) e Amazônia (Ribeiro et al. 1999). A comparação com a

Mata Atlântica foi feita apenas com relação às espécies da flora do estado do Rio de

Janeiro, baseada numa planilha unificada das áreas inventariadas, cujas listagens foram

publicadas em relação à floresta ombrófila densa (Lima & Guedes-Bruni 1997, Marques

1997; Marquete et al. 2001) e floresta estacional semidecidual (Farág 1999; Sá 2006) ou

disponíveis no site do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro da Mata

Atlântica (Lima 2008; Lima et al. 2008). Para plantas das restingas fluminenses utilizou-se

a listagem de Pereira & Araujo (2000). A análise comparativa foi feita através do índice de

similaridade de Sørensen pela fórmula Cs= 2j / (a+b), onde j= número de espécies comuns

nas áreas amostradas, a= número de espécies de cada área a e b= número de espécies de

cada área b (Magurran 1988).

A classificação quanto ao status de conservação baseou-se nas listas de espécies

ameaçadas do IBAMA (1992), IUCN (2008), Biodiversitas (2005) e em trabalhos

publicados por especialistas para as famílias Araceae (Coelho 2000; 2004), Bromeliaceae

(Martinelli et al. 2008), Cactaceae (Barthlott & Taylor 1995; Taylor & Zappi 2004;

Calvente et al. 2005), Cucurbitaceae (Klein 1996), Malvaceae (Bovini 2003), Moraceae

(Carauta 1996), Orchidaceae (Pinheiro 1999), Passifloraceae (Pessoa & Cervi 1992) e

207

Page 198: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Rubiaceae (Zappi 2003). Também foi consultada a listagem da Convenção Internacional

das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A vegetação da Serra da Tiririca apresenta um aspecto geral escleromórfico, com

intensa queda de folhas nos meses mais secos. Daí advém o questionamento se essa

vegetação floristicamente teria mais afinidade com a floresta ombrófila densa ou com a

floresta estacional semidecídual.

Comparando a flora da Serra da Tiririca com formações vegetais do bioma Mata

Atlântica no estado do Rio de Janeiro e demais biomas brasileiros verifica-se a baixa

similaridade com as áreas de Cerrado, Caatinga e Amazônia (Tabela 1). As espécies em

comum com esses biomas, em geral, são aquelas que apresentam ampla distribuição (e.g.

Tapirira guianensis, Guarea guidonia). Apesar de baixas, as maiores similaridades obtidas

foram com as formações da Mata Atlântica fluminense (34,3%). Dentre essas, destaque para

as restingas (33,0%), seguida da floresta estacional semidecidual (31,7%) e floresta

ombrófila densa (26,5%). A flora fluminense é heterogênea e baseada na listagem elaborada

para Mata Atlântica, 412 espécies só têm registro na Serra da Tiririca. Esse dado

corresponde a 44,9% do total de espécies levantadas.

Tabela 1: Similaridade florística da flora do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada com outros biomas brasileiros.

LOCALIDADES Nº total de espéciesNº de espécies

compartilhadas com PEST (n= 918)

SIMILARIDADE(Sørensen %)

Mata Atlântica RJ 2837 644 34,3Restingas 1064 336 33,9Floresta Estacional RJ 597 260 31,7Floresta ombrófila densa RJ 2903 506 26,5Caatinga 8293 482 10,5Cerrado 6069 224 6,4Amazônia 1865 46 3,3

A diversidade florística do estado do Rio de Janeiro é influenciada por vários

fatores. Dentre esses, um dos mais importantes é o relevo. A cadeia montanhosa mais

próxima do Oceano Atlântico é a Serra do Mar, que apresenta paredões abruptos e

208

Page 199: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

contínuos, cortando o Estado de WSW para ENE desde o limite com o estado de São

Paulo até o município de Campos. Na região Sul, as escarpas emergem diretamente do mar

e daí vão se afastando do litoral, seguindo paralelo à costa, sendo separada por planícies

aluviais. Ao norte forma uma série de pontões e serras isoladas. Essa disposição do relevo

tem influência marcante no clima das diferentes regiões (Guedes-Bruni & Lima 1996).

Nesse contexto se insere a Serra da Tiririca, sendo formada por um maciço cristalino que

emerge do mar, seguindo em direção NE – SW próximo a Baía de Guanabara.

Os fatores climáticos são fundamentais para caracterizar a vegetação de uma dada

área. A Serra da Tiririca encontra-se numa região de clima quente e úmido (Aw), com

precipitação média entre 1.000 e 1.500 mm/ano. Apresenta três meses mais secos de junho a

agosto, quando a precipitação pode ficar abaixo de 60 mm (Barbiére & Coe-Neto 1999). A

temperatura média está em torno de 23oC. A área de estudo está situada justamente na zona

de transição pluviométrica entre a planície costeira e o maciço costeiro.

As florestas estacionais semidesciduais ocorrem em regiões de baixa precipitação,

com quatro a seis meses secos por ano (Veloso et al. 1991). As áreas utilizadas para

comparação (Tabela 2) encontram-se no Centro de Diversidade de Cabo Frio na zona de

influência da ressurgência. Nessa área, a planície arenosa se projetada mar adentro e ocorre

o afastamento da Serra do Mar da linha da costa. O clima é semi-árido quente (BSh),

segundo classificação de Köeppen, com cinco meses secos por ano e precipitação anual em

torno de 1.000 mm/ano (Barbiére 1984). As temperaturas médias anuais estão em torno de

25ºC em fevereiro e 20ºC em agosto. Nos meses de verão pode chegar a 40ºC (Barbiére

1975). Os fatores responsáveis pela baixa precipitação na região são as correntes costeiras e

os freqüentes ventos de quadrante nordeste quente e seco (Barbiére & Coe-Neto 1996). Esse

tipo de vegetação foi pouco conhecida no Rio de Janeiro e a maior parte da sua área de

extensão foi ocupada por pastagens e atividades agrícolas diversas. Restam pequenos

fragmentos que ainda guardam preciosas informações florísticas. No norte fluminense

foram realizados estudos fitossociológicos na Mata do Carvão (Silva & Nascimento 2001) e

Serra da Concórdia no Vale do Rio Paraíba do Sul (Spolidoro 2001), além dos trabalhos no

Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio (Farág 1999; Sá 2006). A região de Cabo Frio

representa o limite meridional da distribuição das florestas estacionais na costa sudeste

brasileira.

209

Page 200: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

As florestas ombrófilas densas ocorrem em regiões de precipitação mais elevada,

com zero a quatro meses secos. As áreas utilizadas para comparação (Tabela 2) estão

inseridas em diferentes pontos do estado do Rio de Janeiro, representando as formações

altomontana, montana, submontana e de terras baixas. A precipitação varia em torno de

1.500 a 2500 mm/ano. A baixa similaridade (26,5%) é um reflexo desse contexto (Tabela

1). Apesar dessa formação florestal ser mais estudada no Rio de Janeiro, as listagens nas

quais se basearam a análise de similaridade englobam poucas informações florísticas do

maciço costeiro da Serra do Mar. Como a Mata Atlântica fluminense apresenta-se muito

heterogênea, a similaridade da floresta ombrófila densa com a Serra da Tiririca foi

relativamente inferior aos demais tipos de vegetação do Rio de Janeiro.

Tabela 2: Similaridade florística do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada com outras localidades inventariadas no estado do Rio de Janeiro a níveis específico e infra-específico.

LOCALIDADESFORMAÇÃO FLORESTAL

Nº total de espécies

Nº de espécies compartilhadas

com PEST (n= 918)

SIMILARIDADE(Sorensen %)

REBIO de Poço das Antas (Silva Jardim)

Floresta ombrófila densa de terras baixas

743 252 30,3

APA de Cairuçu (Parati) Floresta ombrófila densa submontana e montana

884 269 29,8

Entorno do Jardim Botânico -Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro)

Floresta ombrófila densa submontana

337 174 27,7

REBIO do Tinguá (Nova Iguaçu)

Floresta ombrófila densa submontana

716 173 21,2

APA do Pau-Brasil (Búzios)

Floresta estacional semidecidual/Restinga

182 91 16,5

APA de Sapiatiba (São Pedro d’Aldeia)

Floresta estacional semidecidual

144 90 16,9

REBIO de Macaé de Cima (Nova Friburgo)

Floresta ombrófila densa montana e altomontana

826 134 15,4

Macaé de Cima (Lima & Guedes-Bruni 1997), Poço das Antas (Lima et al. 2006, Lima et al. 2008), Cairuçu (Marques 1997), Tinguá (Lima 2008), Entorno do Jardim Botânico (Marquete et al. 2001), Sapiatiba (Sá 2006) e Pau-Brasil (Sá 2006).

210

Page 201: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Outro questionamento desse trabalho refere-se ao grau de similaridade entre a flora

da Serra da Tiririca com outras áreas investigadas florísticamente no estado do Rio de

Janeiro.

Embora existam muitas semelhanças entre a flora do PEST e demais áreas da Mata

Atlântica fluminense quanto às famílias e gêneros (Barros & Araujo Capítulo I), o mesmo

não confere quanto às espécies. A flora da Serra da Tiririca apresentou-se mais relacionada

com a floresta ombrófila densa. Dentro desse contexto, as maiores similaridades foram

obtidas com os maciços litorâneos (Poço das Antas e Cairuçu). A menor similaridade

também foi com uma área de floresta ombrófila densa, porém com a formação montana e

altomontana de Macaé de Cima. Existe diferenciação da flora de acordo com as faixas

altitudinais (Guedes-Bruni 1998) e a ampliação do conhecimento florístico das áreas

inventariadas no estado do Rio de Janeiro vem evidenciando tal fato. Com as áreas mais

secas (Sapiatiba e Pau-Brasil) a similaridade foi ainda menor.

Quando as restingas de todo o estado do Rio de Janeiro são analisadas em conjunto,

a similaridade é maior que os demais tipos vegetacionais. Contudo, quando a análise é

feita por trecho de restinga as similaridades são menores (Tabela 3). A restinga mais

próxima geograficamente da Serra da Tiririca é a de Maricá (20%), no entanto a maior

similaridade obtida foi com Cabo Frio (29,8%). Nas restingas mais distantes a similaridade

é menor: São João da Barra (13,3%) e Praia do Sul (16,9%). Araujo (2000) verificou que o

distanciamento da flora da Praia do Sul com as demais restingas ocorre devido a sua

localização na Ilha Grande, litoral sul fluminense, encontrando-se em situação fisiográfica

e regime pluviométrico diferenciado das outras restingas fluminenses.

Tabela 3: Similaridade florística do Parque Estadual da Serra da Tiririca relacionada às Restingas do estado do Rio de Janeiro a nível específico e infra-específico.

RESTINGASNº total de

espéciesNº de espécies

compartilhadas com PEST (n= 918)

Similaridade(Sorensen %)

Cabo Frio 628 230 29,8Marambaia 401 161 24,4Jacarepiá 628 230 29,8Jurubatiba 509 156 21,9Grumari 268 124 20,9Maricá 200 112 20Barra de São João 241 98 16,9Praia do Sul 251 96 16,4São João da Barra 181 73 13,3

211

Page 202: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Sendo assim, a caracterização florística da Serra da Tiririca é fortemente

influenciada por fatores ambientais tais como: o relevo acidentado que proporciona a

presença de vales profundos entremeados à floresta de encosta; a exposição do maciço

cristalino com áreas de afloramento rochoso, em conseqüência a ocorrência de solos rasos;

o posicionamento geomorfológico na direção NE – SW e a localização em zona climática

de transição. Essas condições ambientais selecionaram espécies capazes de suportar as

adversidades levando a vegetação a apresentar um aspecto escleromórfico. Apesar da maior

similaridade florística com áreas de restinga e floresta estacional semidecidual, a vegetação

da Serra da Tiririca corresponde à floresta ombrófila densa. Ressalta-se que muitas espécies

têm ocorrência em ambos os tipos vegetacionais. Além disso, a floresta estacional

semidecidual é considerada por Oliveira-Filho & Fontes (2000) um subconjunto da floresta

ombrófila, sendo que as espécies arbóreas foram selecionadas para enfrentar uma estação

seca mais prolongada. A maior similaridade com Poço das Antas é um reflexo dessa

situação, uma vez que o PEST apresenta elementos de ambos as formações florestais.

Firme et al. (2001) chama atenção para outro maciço litorâneo com características

fisionômicas escleromórficas semelhantes, onde os solos são rasos e também há exposição

de parte do maciço cristalino. Tais condições restringem o desenvolvimento das árvores.

Trata-se do Pico do Itaiaci, localizado no Parque Estadual da Pedra Branca na zona oeste

do município do Rio de Janeiro. Peixoto et al. (2005) também relata uma situação

semelhante na Serra da Capoeira Grande em Pedra de Guaratiba, inserida no Maciço da

Pedra Branca. Além do aspecto escleromórfico, essas áreas também compartilham

espécies heliófilas presentes nas restingas, como ocorre com a Serra da Tiririca.

CARACTERIZAÇÃO FISIONÔMICO-FLORÍSTICA

A Serra da Tiririca apresenta 2 unidades fisionômicas: (a) floresta ombrófila densa

submontana, presente na mata de encosta, vales e topos de morro (Figura 1) e (b)

vegetação de afloramento rochoso (Alto Mourão, Costão de Itacoatiara, Morro das

Andorinhas e paredões dos Morros do Telégrafo e Cordovil) (Figura 2).

212

Page 203: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Floresta Ombrófila Densa Submontana

Na região onde está inserida a Serra da Tiririca a formação florestal ocorre entre 50

a 500 m de altitude, sendo classificada por Veloso et al. (1991) como floresta ombrófila

densa submontana. Esse é o tipo de formação vegetal predominante na Serra da Tiririca

(Figura 1).

B

A

C

D E

Figura 1: Floresta ombrófila densa do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. A. Imagem aérea do PEST (Fonte: Google Earth). B. Vista geral do Morro do Telégrafo, vertente voltada para Itaipu e

213

Page 204: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Engenho do Mato, Niterói. C. Vegetação florestal na encosta do Alto Mourão. D. Interior da mata no Morro do Telégrafo. E. Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.

As regiões mais degradadas são encontradas nas áreas com até 150 msm, formando

capoeiras mais próximas às ocupações humanas e onde teoricamente seriam os limites do

PEST. Esse tipo de vegetação ocorre em todos os morros que compõe a Serra da Tiririca.

O dossel é descontínuo, com presença de muitas clareiras, sendo que a altura varia entre 5 -

e 10 m. Isso permite que haja maior disponibilidade de luz no interior da mata. As espécies

arbóreas mais características dessas áreas são essencialmente pioneiras e secundárias

iniciais: Myrcia fallax, Tabernaemontana laeta, Piptadenia paniculata, Albizia

polycephala, Mimosa artemisiana, Piptadenia gonoacantha, Pterogyne nitens,

Anadenanthera colubrina, Trema micrantha, Gochnatia polymorpha, Cybistax

antisyphilitica, Aegiphila mediterranea, Casearia sylvestris e Sparattosperma leucanthum.

O sub-bosque apresenta uma vegetação pouco desenvolvida, onde ocorrem principalmente

espécies arbustivas e sub-arbustivas como Sebastiania gaudichaudiana, Actinostemon

klotzschii, Solanum argenteum, Solanum caavurana, Solanum torvum, Cestrum

laevigatum, Cordia curassavica, Pavonia nemoralis, Clidemia hirta, Piper mollicomum e

Turnera serrata. O estrato herbáceo é pouco expressivo tendo a presença de Oeceoclades

maculata e Coccocypselum cordifolium. Trepadeiras lenhosas como Adenocalymma

trifoliatum e Mansoa lanceolata formam emaranhados que dificultam o deslocamento no

interior da mata. Nas bordas das matas e trilhas estão presentes tanto trepadeiras lenhosas

quanto herbáceas. Espécies epífitas são raras.

As áreas em estádio secundário um pouco mais desenvolvido apresentam o dossel

relativamente contínuo com altura variando entre 10 – 15 m, com as espécies emergentes

Miconia cinnamomifolia e Astronium graveolens. Destacam-se espécies arbóreas como:

Brosimum guianensis, Gallesia integrifolia, Miconia prasina, Cabralea canjerana,

Pseudopiptadenia contorta, Cupania racemosa, Astrocaryum aculeatissimum,

Tetraplandra leandri, Guarea guidonia, Guatteria nigrescens, Bombacopsis glabra,

Nectandra oppositifolia e Pera glabrata. O sub-bosque apresenta-se mais estruturado com

espécies como: Attalea humilis, Casearia commersoniana, Eschweilera compressa,

Abutilon anodoides, Amphirrhox longifolia, Piper hoffmannseggianum, Psychotria

carthagenensis, Mollinedia glabra e Bunchosia maritima. Espécies epífitas são raras,

sendo a mais comumente observada Tillandsia stricta. Esse tipo de vegetação é encontrada

nas encostas dos Morros do Telégrafo, do Cordovil, da Serrinha e do Catumbi. Trepadeiras

214

Page 205: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

lenhosas estão presentes, formando emaranhados próximo ao solo, porém também atingem

o dossel.

A vegetação em estádio secundário tardio está restrita as áreas de difícil acesso,

nas cumeeiras dos morros e regiões íngrimes com grandes matacões que não foram

utilizadas para agricultura no Morro do Telégrafo e Morro do Cordovil. O dossel é

contínuo, sendo que a altura varia entre 10 a 20 m. Apresenta espécies emergentes com até

25 m de altura, como Lecythis pisonis, Cariniana legalis e Eriotheca pentaphylla. A

disponibilidade de luz é menor que nas demais áreas. Predominam as espécies arbóreas

Euterpe edulis, Caesalpinia echinata, Caesalpinia ferrea, Couratari pyramidata, Ocotea

brachybotra, Zollernia glabra, Tabebuia ochracea, Garcinia gardneriana, Sloanea

guianensis, Sloanea monosperma, Pachystroma longifolium, Carpotroche brasiliensis,

Guarea kunthiana, Roupala montana, Simira viridiflora e Galipea jasminiflora. Nos topos

dos morros onde o maciço cristalino está exposto, a fisionomia local passa a ser dominada

pela palmeira Syagrus romanzoffiana. Isso ocorre no Morro das Andorinhas e no Alto

Mourão. O sub-bosque é bem formado, sendo caracterizado pela presença de Psychotria

leiocarpa, Psychotria tenuinervis, Adenocalymma subsessilifolium, Faramea coerulea,

Faramea stipulacea, Aphelandra prismatica, Sorocea hilarii, Rudgea interrupta e

Conchocarpus gaudichaudianus. Epífitas quase não são observadas, contudo destaca-se a

presença de Oncidium ciliatum, Oncidium pumilum e Vriesea psittacina.

No interior da mata são observados grandes blocos de rocha de gnaisse facoidal,

que formam um ambiente colonizado por vegetação específica. Esses afloramentos

constituem ilhas de diversidade vegetal na mata com ocorrência de espécies de porte

arbóreo. Não há solo formado sobre esses afloramentos, na verdade existe um acúmulo de

matéria orgânica particulada que é suficiente para o desenvolvimento de espécies

herbáceo-arbustivas. Plantas como Abutilon bedfordianum, Dichorisandra thyrsiflora,

Xylosma ciliatifolia, Brasiliopuntia brasiliensis, Anthurium harrisii, Neoregelia

sapiatibensis, Billbergia iridifolia, Cryptanthus acaulis e Jatropha gossypifolia são

encontradas nessa situação. Também são observadas outras espécies de médio e grande

porte como Ceiba crispiflora, Faramea coerulea, Sloanea monosperma, Campomanesia

laurifolia, Myrciaria guaquiea, Tibouchina granulosa entre outras. Nesses blocos de

rochas, espécies pendentes podem formar verdadeiras cortinas, dentre essas destacam-se

Codonanthe gracilis, além de raízes de Philodendron ochrostemon e Philodendrum

corcovadense.

215

Page 206: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Nesses afloramentos rochosos é comum encontrar figueiras de grande porte como

Ficus adhatodifolia, Ficus arpazusa, Ficus cyclophylla, Ficus enormis e Ficus

gommeleira. Essas plantas apresentam longas e grossas raízes que se inserem nos

interstícios da rocha estabilizando os matacões. Formam uma rede contentora importante

na fixação de grandes blocos de rocha evitando seu deslizamento. Oliveira et al. (1975)

chamam atenção para essas plantas, recomendando sua utilização em reflorestamentos nas

encostas degradadas do município do Rio de Janeiro. A permanência de grandes figueiras

na Mata Atlântica em áreas que foram desmatadas está associada a questões religiosas

(Fonseca 2005). Além disso, entremeado as suas raízes há acúmulo de matéria orgânica,

que promove o estabelecimento de uma litosere de plantas herbáceas e arbustivas. Comum

encontrar nessa situação várias espécies de Begoniaceae (Begonia hirtella, Begonia

maculata, Begonia reniformis, Begonia salicifolia, Begonia tomentosa), Gesneriaceae

(Paliavana prasinata Sinningia aggregata, Sinningia pusilla e Sinningia speciosa),

Alstroemeriaceae (Alstroemeria caryophyllaea) e Amaryllidaceae (Hippeastrum reginae e

Hippeastrum reticulatum) entre outras.

Vegetação de Afloramento Rochoso

No estado do Rio de Janeiro as escarpas cristalinas expostas constituem parte

integrante do relevo local, sendo denominadas inselbergs por Porembski (2002). Esses

afloramentos rochosos ocorrem tanto nos maciços litorâneos quanto mais para o interior

fluminense, estando associados a duas importantes cadeias montanhosas, Serra do Mar e

da Mantiqueira. Apresentam variações altitudinais que influenciam os padrões de

distribuição das espécies, que se organizam em comunidades formando ilhas de vegetação.

No entorno da Baía de Guanabara, os inselbergs, entremeados à floresta ombrófila

densa, caracterizam a paisagem local. O conjunto formado pelos Morros da Urca, Pão de

Açúcar, Cara de Cão e o Pão de Açúcar são referências no município do Rio de Janeiro.

Nesse contexto, do outro lado da Baía estão presentes o Alto Mourão, o Costão de

Itacoatiara e o Morro das Andorinhas no Parque Estadual da Serra da Tiririca (Figura 2).

Inicialmente os afloramentos rochosos são colonizados por cianobactérias, que

começam a preparar o ambiente para o estabelecimento de comunidades vegetais que se

fixam diretamente na rocha ou sobre sedimentos orgânicos muito rasos. Plantas rupícolas

216

Page 207: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

e saxícolas formam ilhas de vegetação, gerando um mosaico de acordo com a declividade

da rocha e a profundidade do substrato. Essas ilhas apresentam a forma elíptica com

tamanhos variados, desde alguns centímetros até vários metros quadrados de área. Podem

ser considerados pequenos ecossistemas que funcionam como modelos, onde é possível

testar as teorias de ilhas. Isso se deve a presença de uma borda definida que delimita

precisamente uma área com composição florística conhecida (Meirelles et al. 1999).

B C

D

A

E F G

Figura 2: Afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ. A. Imagem aérea do Costão de Itacoatiara (Fonte: Google Earth). B. Complexo formado Alto Mourão, Pedra do Elefante e Costão de Itacoatiara. C. Enseada do Bananal. D. Ilha de vegetação com Neoregelia cruenta,

217

Page 208: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Coleocephalocereus fluminensis e Stillingia dichotoma. E. Ilhas de vegetação de Trilepis lhotzkiana F. Anemopaegma chamberlaynii. G. Tillandsia araujei.

A distribuição espacial e abundância de plantas nos afloramentos rochosos estão

relacionadas principalmente às variações bruscas em relação à disponibilidade de água,

que vêm da chuva e do orvalho. Sendo assim, a sobrevivência nesses ambientes é bem

difícil, exigindo das plantas uma série de adaptações, principalmente no que diz respeito

ao déficit hídrico (de Mattos et al. 1997).

Além do Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas esse tipo de

vegetação também é observado em alguns pontos dos Morros do Telégrafo e Cordovil,

onde a incidência de escarpas rochosas com declives muito acentuados dificultam o

estabelecimento de espécies arbóreas e arbustivas. Sendo assim, os paredões formam áreas

abertas onde a rocha fica exposta devido a processos erosivos. Isso resulta no deslizamento

das finas camadas de solo que recobrem parcialmente a superfície das escarpas.

Grande parte da fisionomia desses ambientes é constituída por plantas das famílias

Bromeliaceae e Cactaceae. Esse padrão também ocorre em outros inselbergs litorâneos

estudados no município do Rio de Janeiro (Oliveira et al. 1975; Carauta & Oliveira 1984).

Alcantarea glaziouana e Coleocephalocereus fluminensis são exemplos, apresentando

grandes populações dominantes nos afloramentos rochosos do PEST.

Nas vertentes mais inclinadas ocorrem muitas plantas pioneiras rupícolas, que

podem agregar ao seu redor outras espécies, contudo essas pequenas ilhas de vegetação são

instáveis. Em ocasiões de fortes chuvas e ventos intensos podem desprender-se da rocha.

Isso é observado no paredão do Alto Mourão voltado para a Enseada do Bananal, onde se

encontram as últimas populações de Tillandsia dura e Vriesea botafoguensis que

escaparam da coleta extrativista para venda como ornamental. Tal situação também é

observada nos paredões do Costão de Itacoatiara com a bromélia Vriesea costae, cujo

holotypus foi coletado nessa área.

Algumas espécies podem se fixar diretamente na rocha lisa como, por exemplo,

Tillandsia araujei, Tillandsia dura, Vriesea botafoguensis, Vriesea costae, Alcantarea

glaziouana e Brassavola tuberculata. Essas plantas têm um importante papel como

pioneiras no processo de sucessão ecológica dos afloramentos rochosos. A partir da

instalação de uma espécie colonizadora ocorre o acúmulo de sedimentos, provenientes da

218

Page 209: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

erosão da rocha, levando ao desenvolvimento de outras plantas mais exigentes (Meirelles

et al. 1999).

Nas fendas da rocha acumulam-se sedimentos orgânicos onde plantas saxícolas

podem se instalar. Em determinadas áreas o sedimento acumulado permite o

desenvolvimento de vegetação arbóreo-arbustiva no Costão de Itacoatiara, com porte até 5

m de altura e emergentes como Syagrus romanzoffiana com até 10 m de altura. No topo da

pedra (Mata do Cume) e área conhecida como Pata do Gato ocorrem espécies arbóreas

como Tabebuia chrysotricha, Kielmeyera membranacea, Tibouchina corymbosa, Myrcia

selloi, Genipa americana, Metternichia princeps, Cupania oblongifolia, Heisteria

perianthomega entre outras. Dentre as espécies arbustivas destaque para Jacaranda

jasminoides, Schaueria calycotricha, Polygala albicans, Tocoyena bullata, Rinorea

laevigata e Chionanthus fluminensis. No estrato herbáceo são comumente observadas

Dichorisandra thyrsiflora, Calathea violacea, Neomarica candida, Begonia maculata e

Lepidagathis nemoralis.

Conservação e Endemismos

Um dos grandes desafios do século XXI é a necessidade de se reverter o quadro

crescente da perda da diversidade biológica. Segundo Primack & Rodrigues (2001), a

diversidade global das espécies atingiu um grau sem precedentes no período geológico

atual. Contudo, a riqueza de espécies tem diminuído sensivelmente à medida que a

população humana aumenta. Tal fato ocasiona a elevação das taxas de extinção de várias

espécies.

Estimativas feitas por Reid & Miller (1989) (apud Primack & Rodrigues 2001)

indicam que para as 250.000 espécies aproximadamente conhecidas de angiospermas,

0,2% foram extintas do planeta (extinções registradas de 1600 até o presente). Embora, a

princípio, esse número não seja alarmante, a tendência é o aumento da taxa de extinção,

sendo que a maioria delas vem ocorrendo nos últimos 150 anos. Nesse contexto, espécies

endêmicas são mais vulneráveis por serem restritas a determinados locais e apresentarem

uma ou poucas populações.

Em conseqüência de todas as alterações ambientais ocasionadas por ação antrópica,

muitas espécies enfrentam problemas de diminuição drástica de suas populações. Sendo

assim, a preocupação com a redução da diversidade biológica é tratada a nível

219

Page 210: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

internacional pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA). Um dos

principais instrumentos legais sobre o assunto é a Convenção da Diversidade Biológica

(CDB), ratificada por vários países, sendo o Brasil um de seus signatários. Uma das

principais colocações desse documento é a indicação da responsabilidade do poder público

na conservação da fauna, flora e dos ecossistemas.

Dentre as principais causas da perda de diversidade biológica pela atividade

humana estão: a destruição dos habitats naturais, introdução de espécies exóticas,

fragmentação, super exploração das espécies para uso humano e o aumento da ocorrência

de doenças (Primack & Rodrigues 2001). Localmente, uma das principais causas da perda

de diversidade biológica no PEST é especulação imobiliária (Barros & Seoane 1999).

Apesar da vegetação do PEST ter sido muito alterada ao longo dos anos, abriga

uma parcela da floresta ombrófila densa com grande relevância sob ponto de vista

florístico. Algumas das espécies pouco conhecidas para a ciência foram encontradas na

área reforçando a importância da sua conservação. Parte dessas espécies foi considerada

rara devido às poucas coletas registradas nas coleções científicas, sendo algumas

conhecidas apenas pelo seu exemplar typus. É o caso de Abutilon anodoides, Guatteria

reflexa, Picramnia grandifolia, Ocotea microbotrys e Rudgea discolor. Em outros casos,

devido à redução de seus habitas, espécies são consideradas raras por terem suas

populações muito reduzidas, sendo encontradas em poucas localidades como Anthurium

luschnathianum, Anthurium validinervium, Wilbrandia glaziovii, Macrotorus utriculatus e

Callisthene dryadum. Esse último, até o registro no PEST, era considerado extinto no

estado do Rio de Janeiro (M.C. Vianna comunicação pessoal), tendo sido coletado no

Córrego dos Colibris. Essa é uma das áreas constantemente ameaçada pela especulação

imobiliária.

No levantamento florístico foram registradas 77 espécies endêmicas do estado do

Rio de Janeiro no PEST (Tabela 4). Essas espécies merecem um cuidado especial em vista

da sua vulnerabilidade. Esse grupo representa 8,3% do total das espécies relacionadas para

o PEST. É uma percentagem baixa, quando comparada com outras áreas inventariadas no

estado do Rio de Janeiro como, por exemplo, em Macaé de Cima (35%) (Lima & Guedes-

Bruni 1997) e nas restingas fluminenses (21%) (Araujo 2000). Dessas, 31,2% são espécies

associadas ao Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas, as áreas mais

visitadas do PEST. Meirelles et al. (1999) já havia chamado atenção para o endemismo

220

Page 211: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

que é observado nos afloramentos rochosos do Rio de Janeiro. O controle da visitação

nessas áreas do PEST é exercido de maneira precária pelo IEF-RJ e os sinais de

degradação promovidos pelos “ecoturistas” são crescentes.

Tabela 4: Plantas endêmicas do estado do Rio de Janeiro com ocorrência no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ: ma+r espécies que ocorrem na Mata Atlântica e restinga; ma espécies que ocorrem na Mata Atlântica.

FAMÍLIAS ESPÉCIES OCORRÊNCIA

ACANTHACEAE Justicia beyrichii (Nees) Lindau maSchaueria calycotricha (Link & Otto) Nees ma

ANNONACEAE Guatteria reflexa R.E.Fr. maARACEAE Anthurium harrisii (Grah.) Enoll. ma+r

Anthurium luschnathianum Kunth ma+rAnthurium maximiliani Schott maAnthurium sucrei G.M. Barroso maAnthurium validinervium Engl. maPhilodendron speciosum Schott ex Engl. ma

ARISTOLOCHIACEAE Howardia raja (Mart. et Zucc.) Klotzch maBROMELIACEAE Aechmea fasciata (Lindl.) Baker var. fasciata ma+r

Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme maNeoregelia sapiatibensis E. Pereira & L.A. Pereira ma+rPitcairnia albiflos Herbert maVriesea botafogensis Mez maVriesea costae E. Leme & B. Rezende maVriesea eltoniana Pereira & Ivo ma

BORAGINACEAE Tournefortia salicifolia A. DC. maCACTACEAE Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. ma

Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth maCLUSIACEAE Kielmeyera rizziniana Saddi ma+rCOMMELINACEAE Siderasis fuscata (Lood.) Moore maCONNARACEAE Connarus nodosus Baker ma+rCUCURBITACEAE Wilbrandia glaziovi Cogn. maERYTHROXYLACEAE Erythroxylum gaudichaudii Peyr. ma

Erythroxylum magnoliifolium A. St. Hil. maEUPHORBIACEAE Algernonia brasiliensis Baill. maLAURACEAE Ocotea microbotrys (Meisn.) Mez ma

Ocotea schotii (Miesn.) Mez ma+rLECYTHIDACEAE Couratari pyramidata (Vell.) Knuth ma

Eschweilera compressa (Vell.) Miers maLEGUMINOSAE Inga lanceifolia Benth. ma

Inga lenticellata Benth. maMachaerium firmum Benth. maPseudopiptadenia schumanniana (Taub.) Lewis & M. Lima

ma

Senegalia mikanii (Benth.) Seigler & Ebinger maSenegalia pteridifolia (Benth.) Seigler & Ebinger ma

LORANTHACEAE Struthanthus maricensis Rizz. ma+rMALPIGHIACEAE Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates ma+r

Heteropterys ternstroemiifolia A. Juss. maStigmaphyllon gayanum A. Juss. ma

221

Page 212: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. maMALVACEAE Abutilon anodoides A. St. Hil. et Naud. maMARANTACEAE Calathea sphaerocephala K. Schum. maMENISPERMACEAE Hyperbaena oblongifolia (Eichler.) Chodat & Hassl. maMONIMIACEAE Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins ma+r

Mollinedia lamprophylla Perkins maMollinedia longifolia Tulasne ma

MYRTACEAE Campomanesia laurifolia Gardn. maEugenia excelsa O. Berg ma+rEugenia marambaiensis M.C. Souza et M.P. Morim ma+rGomidesia gestasiana (Cambess.) Legrand maMarlierea choriophylla Kiaersk. ma+rMarlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. ma+r

PASSIFLORACEAE Passiflora farneyi Pessoa & Cervi ma+rPassiflora racemosa Brot. ma

PIPERACEAE Peperomia incana (Haw.) Hook. maRUBIACEAE Alseis involuta K.Schum. ma+r

Coussarea capitata (Benth.) Benth. et Hook. f. ma+rFaramea calyciflora A. Rich. ex DC. maFaramea macrocalyx Müll. Arg. maManettia mitis var. fimbriata (Cham. & Schltdl.) K. Schum.

ma+r

Mitracarpus lhotzkyanus Cham. ma+rPosoqueria acutifolia Mart. ma+rPsychotria rauwolfioides Standl. maPsycotria stenocalyx Müll. Arg. maPsychotria subspathacea Müll. Arg. maPsychotria tenuinervis Müll. Arg. maPsychotria umbellurigera (Müll. Arg.) Standl. maRudgea eugenioides Standl. maRudgea discolor Benth. maRudgea interrupta Benth. maRudgea umbrosa Müll.Arg. RJ ma

RUTACEAE Cusparia ovata (A. St. Hil.) Tul. maSIMAOUBACEAE Picramnia grandifolia Engler maSOLANACEAE Metternichia princeps Mikan var. princeps maTURNERACEAE Turnera serrata Vell. var. latifolia ma

Algumas espécies apresentam distribuição restrita à região do entorno da Baía de

Guanabara como: Abutilon anodoides (Bovini 2003), Rhipsalis cereoides, Rhipsalis

mesembryanthemoides (Barthlott & Taylor 1995; Taylor & Zappi 2004; Calvente 2005),

Vriesea costae (Sousa et al. 2003), Alcantarea glaziouana (Leme 1995), Rudgea

interrupta (Zappi 2003). Embora Struthanthus maricensis, Banisteriopsis sellowiana e

Marlieria choriophylla tenham sido indicadas por Araujo (2000) como restritas as

restingas fluminenses foram coletadas também no PEST. Dessa forma, no presente estudo

essas espécies têm sua região de ocorrência expandida para a floresta ombrófila densa

222

Page 213: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

submontana. Ao todo no PEST ocorrem 20 espécies endêmicas que podem ser encontradas

tanto na floresta ombrófila densa quanto na restinga (Tabela 4).

Espécies Ameaçadas

A ameaça de extinção de espécies levou a criação de várias listas vermelhas que

indicam o status de conservação em escala global, regional ou local. Nesse sentido, a

International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN) foi

pioneira na elaboração das listas de espécies ameaçadas. Criou critérios de avaliação que

são utilizados para apontar quais são essas espécies. As listas vermelhas tornaram-se

instrumentos legais para proteção da diversidade biológica incitando o poder público a

cumprir seu papel previsto na Convenção da Diversidade Biológica de 1997.

No Brasil o status de conservação das espécies da flora é apontado oficialmente

pela Portaria 37-N de 03/04/1992 do IBAMA (1992). Mais recentemente essas espécies

foram reavaliadas e apresentadas na Lista Brasileira de Espécies da Flora Ameaçada

revisada em 2005 em workshop realizado pela Fundação Biodiversitas. Não há ainda uma

lista específica para o estado do Rio de Janeiro, apenas para o município do Rio de Janeiro

(Rio de Janeiro 2000), que não traduz a realidade para todo Estado.

Figura 3: Categorias de conservação de espécies vegetais ameaçadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

223

Page 214: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Foram registradas no PEST 66 espécies da flora englobadas em alguma categoria

de ameaça de extinção (Anexo). Esse dado corresponde a 7,1% do total de espécies

amostradas. Nessa relação 24 espécies são endêmicas do estado do Rio de Janeiro. A

maioria encontra-se na categoria vulnerável, (42 spp.), seguida de em perigo (15 spp.) e

criticamente ameaçadas (7 spp.) (Figura 3). Além dessas, três outras espécies estão quase

ameaçadas (Pilosocereus arrabidae, Sinningia pusilla e Passiflora farneyi). Na lista

vermelha da IUCN constam 23 espécies reconhecidas internacionalmente com algum grau

de ameaça de extinção. Dessas 13 são vulneráveis, oito em perigo e duas criticamente

ameaçadas (Eschweilera compressa e Mollinedia lamprophylla). Cinquenta espécies que

ocorrem no PEST estão incluídas na lista de espécies ameaçadas de extinção do município

do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro 2000).

Dentre as espécies criticamente ameaçadas inclui-se Vriesea costae, encontrada nos

paredões íngrimes do Costão de Itacoatiara. Quando descrita foi considerada endêmica do

PEST, contudo já foi coletada no Parque Estadual da Chacrinha, município do Rio de

Janeiro. Também nessa categoria Heteropterys ternstroemiifolia, encontrada no Córrego

dos Colibris, Morro do Cordovil e Morro do Telégrafo; Abutilon anodoides, espécie

redescoberta na Serra da Tiririca, sendo coletada no Córrego dos Colibris e no Morro das

Andorinhas. Callisthene dryadum e Picramnia grandifolia não contam dessas listas, mas

são ameaçadas, uma vez que apresentam populações reduzidas e já foram consideradas

extintas no Rio de Janeiro. A única população conhecida, até então, de C. dryadum

localiza-se no Córrego dos Colibris.

Na categoria em perigo destaque para Anthurium luschnathianum, que ocorre em

floresta de restinga, raramente em floresta submontana até 250 msm; Anthurium sucrei,

rupícola ocorre nos afloramentos rochosos da região metropolitana do Rio de Janeiro e

Anthurium validinervium, raríssima e endêmica do estado do Rio de Janeiro. Também

nessa categoria Euterpe edulis com apenas duas pequenas populações no Morro do

Telégrafo e que foi largamente coletada de forma extrativista; Mollinedia glabra e Rudgea

interrupta, características do sub-bosque; Dorstenia arifolia, que embora ameaçada, tem

ampla distribuição no PEST, o que já não ocorre com D. cayapia, encontrada apenas no

Alto Mourão.

Cabe ressaltar a importância do registro no PEST da presença de Caesalpinia

echinata, espécie considerada em perigo. Foram encontradas três pequenas populações no

224

Page 215: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Morro do Telégrafo. Pensava-se que o pau-brasil estivesse completamente extinto em

Niterói, como consta no Diagnóstico Ambiental do município (Prefeitura de Niterói 1992).

Contudo, além da Serra da Tiririca, essa espécie já foi coletada em Niterói no Morro da

Viração e na Serra do Malheiro, localizada na Reserva Ecológica Darcy Ribeiro. Essa

espécie ocorre no estado do Rio de Janeiro apenas em áreas como a Serra das Emerências,

Cabo Frio (Sá 2006), na Reserva Ecológica de Jacarepiá, Saquarema (Sá 1992) e APA da

Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro (Peixoto et al. 2005).

Dentre as espécies vulneráveis destaque para: Mollinedia lamprophylla, apenas um

registro no Morro do Cordovil; Coussapoa curranii, apenas um registro no Alto Mourão;

Cattleya forbesii, observada no Costão de Itacoatiara e Córrego dos Colibris, sendo muito

cobiçada por colecionadores; Constantia rupestris, pequena orquídea epífita encontrada no

Costão de Itacoatiara; Macrotorus utriculatus, apenas um registro no Córrego dos Colibris;

Rhipsalis cereoides, endêmico de afloramentos rochosos do entorno da Baía de Guanabara,

ocorre no Alto Mourão, Costão de Itacoatiara e Morro das Andorinhas; Rhipsalis

mesembryanthemoides, endêmico da região metropolitana do Rio de Janeiro (Calvente et

al. 2005) e Alcantarea glaziouana, endêmica dos paredões rochosos da circunvizinhança

do Rio de Janeiro em altitudes próximas do mar (Leme 1995).

Coleocephalocereus fluminensis não foi enquadrado nas listas de espécies

ameaçadas consultadas. Contudo, Calvente et al. (2005) consideram essa espécie

vulnerável no estado do Rio de Janeiro, por apresentar populações restritas aos

afloramentos rochosos. Sofre redução de seu habitat devido à pressão antrópica como

urbanização intensa, especulação imobiliária no entorno das áreas de ocorrência e

queimadas.

Tabela 5: Plantas presentes na lista do CITES com ocorrência no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ.

FAMÍLIAS ESPÉCIES ANEXO CITESCACTACEAE Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A. Berg. II

Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb IIHylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer IILepismium cruciforme (Vell.) Miquel IIRhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. IIRhipsalis lindbergiana K. Schum. IIRhipsalis mesembryanthemoides Haworth IIRhipsalis oblonga Loefgren IIRhipsalis paradoxa (Salm-Dyck ex Pfeiff.) Salm-Dyck IIRhipsalis teres (Vell.) Steud. II

LEGUMINOSAE Caesalpinia echinata Lam. II

225

Page 216: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

MELIACEAE Cedrela odorata L. IIIORCHIDACEAE Cattleya forbesii Lindl. II

Epidendrum rigidum Jacq. IILaelia lobata (Lindl.) Veitch. IOncidium pumilum Lindl. II

No PEST ocorrem 17 espécies que estão incluídas na lista do CITES (2008)

(Convenção Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de

Extinção), da qual o Brasil é signatário a partir do Decreto 76.623 de 17 de novembro de

1975. Essa convenção tem como objetivo controlar o comércio internacional de fauna e

flora silvestres e, dessa forma, exercer fiscalização sobre a comercialização das espécies

contidas na sua lista. Contudo, não atua sobre o comércio ilegal. As espécies sobre controle

são listadas nos anexos I (inclui todas as ameaçadas de extinção que são ou podem ser

afetadas pelo comércio e estão sob controle rigoroso), II (inclui espécies que, embora não

estejam necessariamente em perigo de extinção podem vir a extinguir-se se o comércio não

estiver submetido à regulamentação rigorosa para evitar a exploração incompatível com

sua sobrevivência) e III (inclui as espécies que requerem algum tipo de regulamentação

para impedir ou restringir sua exploração e que necessitam da cooperação de outras partes

no controle do comércio) (CITES 2008).

Embora não tenha sido coletada por se encontrar em área de difícil acesso, registra-

se a ocorrência no PEST da orquídea Laelia lobata, que está em perigo de extinção,

segundo lista de espécies ameaçadas do IBAMA (1992). Consta da lista do CITES como

espécie ameaçada no anexo I.

CONCLUSÃO

A Serra da Tiririca está inserida no maciço litorâneo da Serra do Mar e apresenta

uma vegetação típica desse tipo de ambiente, constituída por floresta ombrófila densa e

afloramentos rochosos. O aspecto escleromórfico dessa vegetação está associado ao clima

regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Os afloramentos constituem

um fator de enriquecimento para a flora local, correspondendo a ilhas de diversidade

florística entremeadas a floresta ombrófila densa. A flora da Serra da Tiririca apresenta

relações com a flora de outras áreas cobertas por floresta ombrófila densa e restingas do

estado do Rio de Janeiro. Contudo, a similaridade com essas áreas é baixa, devido à grande

diversidade da Mata Atlântica fluminense, que é influenciada por fatores como relevo, solo

e clima.

226

Page 217: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Nesse estudo, espécies pouco conhecidas foram redescobertas, além da presença de

várias outras ameaçadas. Apesar da grande relevância florística, os problemas

conservasionistas do PEST são complexos. Essa Unidade de Conservação de Proteção

Integral criada em 1991 foi palco de muitas discussões políticas. Efetivamente isso só

contribuiu para o avanço da ocupação de áreas florestadas que eram parte integrante dos

limites em estudo com 2.400 ha (Decreto nº 18.598 de 19/04/1993). A falta de limites

definitivos e do plano de manejo contribuiu para o aumento da perda de diversidade

biológica. Apenas em 2007 (Lei Estadual nº 5079) esses limites foram aprovados pela

Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, baseados na proposta elaborada pela

comissão Pró-Tiririca e Instituto Estadual de Florestas-RJ, além de emendas de deputados

estaduais liberando mais áreas para a especulação imobiliária. Houve uma redução da área

do PEST, quando os dados florísticos desse estudo e de Costa (2005) mostram que

deveriam ter sido ampliados. Além disso, muitos exemplos mostram que a cada diminuição

de dez vezes na área perde-se cerca de 30% das espécies da comunidade original (Roche &

Dourojeanni 1984, apud Kageyama 1987). Dessa forma, as diretrizes de conservação da

diversidade biológica que nortearam a criação do PEST se perderam nas discussões

políticas, que nada contribuíram para a efetiva implantação da Unidade de Conservação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 169p.

Barbiére, E. B. 1975. Ritmo de extração de sal em Cabo Frio. Revista Brasileira de Geografia 37(4): 23–109. Barbiére, E. B. 1984. Cabo Frio e Iguaba Grande, dois microclimas distintos a um curto intervalo espacial. In: Lacerda, L. D.; Araujo, D. S. D.; Cerqueira, R. & Turq, B. (eds.). Restingas: Origem, estrutura, processos. Niterói, CEUFF 1: Pp. 03-13.

Barbiére, E. B. & Coe-Neto, R. 1996. Distribuição espacial da pluviosidade na vertente atlântica da Serra do Mar no trecho Niterói - Macaé. In: Symposium International Enviromental in Tropical Countries, 2, Cartagena. Anais... Niterói: UFF, Departamento de Geoquímica. 3p.

Barbiére, E. B. & Coe-Neto, R. 1999. Spatial and temporal variation of the east fluminense coast and atlantic Serra do Mar, State of Rio de Janeiro, Brazil. In: Knoppers, B.; Bidone, E. D. & Abrão, J. J. (eds.). Environmental Geochemistry of Coastal System, Rio de Janeiro, Brazil. Série Geoquímica Ambiental 6: Pp. 47–56.

227

Page 218: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Barros, A. A. M. & Seoane, C. E. S. 1999. A problemática da conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói / Maricá, RJ, Brasil. In: Vallejo, L. R. & Silva, M. T. C. (eds.). Os (Des)Caminhos do Estado do Rio de Janeiro Rumo ao Século XXI. Anais... Niterói: Instituto de Geociências da UFF. Pp. 114–124.

Barthlott, W. & Taylor, N. 1995. Notes towards a monography of Rhipsalideae (Cactaceae). Bradleya 13: 43–79.

Biodiversitas. 2005. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. <http://www.biodiversitas.org.br> Arquivo da internet acessado em 02 de janeiro de 2008.

Bovini, M. G. 2003. Abutilon anodoides A. St. Hil. & Naud. (Malvaceae). Uma espécie rara e endêmica. Bradea 9(7): 29–32.

Calvente, A. M.; Freitas, M. F. & Andreata, R. H. P. 2005. Listagem, distribuição e conservação das espécies de Cactaceae no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56(87): 141–162.

Carauta, J. P. P. 1996. Moráceas do Estado do Rio de Janeiro. Albertoa 4(13): 145–194.

Carauta, J. P. P. & Oliveira, R. R. 1984. Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia 36(59): 13-24.

CITES. 2008. Convenção internacional das espécies da flora e da fauna selvagens em perigo de extinção. <www.ukcites.gov.uk/defaut.asp> Arquivo da internet acessado em 5 de janeiro de 2008.

CNIP. 2008. Cheklist das plantas do nordeste brasileiro. Angiospermae e Gymnospermae. <www.cnip.org.br/bdpn> Arquivo da internet acessado em 12 de janeiro de 2008.

Coelho, M. A. N. 2000. Philodendron Schott (Araceae): Morfologia e taxonomia das espécies da Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 51(78/79): 21–68.

Coelho, M. A. N. 2004. Taxonomia e biogeografia de Anthurium (Araceae) seção Urospadix, subseção Flavescentiviridia. Tese (Doutorado em Botânica). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 321p.

Costa, D. P.; Imbassahy, C. A. A. & Silva, V. A. A. V. 2005. Diversidade e importância das espécies de briófitas na conservação dos ecossistemas do estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 56(87): 13-49.

de Mattos, E. A.; Grams, T. E. E.; Ball, E.; Franco, A. C.; Haag-Kerwer, A.; Herzog, B.; Scarano, F. R. & Lüttge, U. 1997. Diurnal patterns of chlorophyll a fluorescence and stomatal conductance in species of two types of coastal tree vegetation in southeastern Brazil. Trees 11: 363-369.

228

Page 219: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Farág, P. R. C. 1999. Estrutura do estrato arbóreo de mata litorânea semicaducifolia sobre solo arenoso no município de Búzios, RJ. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGE. 92p.

Firme, R. P.; Vincenz, R. S.; Macedo, G. V.; Machline-Silva, I. & Oliveira, R. R. 2001. Estrutura da vegetação de um trecho de Mata Atlântica sobre solos rasos (Maciço da Pedra Branca, RJ). Eugeniana 25: 3-10.

Fonseca, D. P. R. 2005. A marca do sagrado. In: Oliveira, R. R. (ed.). As marcas do homem na floresta. História ambiental de um trecho de Mata Atlântica. Pp. 11-22.

Guedes-Bruni, R. R. 1998. Composição, estrutura e similaridade de dossel em seis unidades fisionômicas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Tese. (Doutorado em Botânica). Universidade de São Paulo. 231p.

Guedes-Bruni, R. R. & Lima, H. C. 1996. Serranias do estado do Rio de Janeiro. O conhecimento florístico atual e as implicações para a conservação da diversidade na Mata Atlântica. Eugeniana 22: 9-22.

IBAMA. 1992. Lista oficial de flora ameaçada de extinção. <http://www.ibama.gov.br/flora/extincao.htm> Arquivo da internet acessado em 02 de janeiro de 2008.

IUCN. 2008. Red list of threatened species. <http://www.iucnredlist.org> Arquivo da internet acessado em 06 de janeiro de 2008.

Kageyama, P. Y. 1987. Conservação “in situ” de recursos genéticos de plantas. IPEF 35: 7-37.

Klein, V. L. G. 1996. Cucurbitaceae do Estado do Rio de Janeiro: Subtribo Melothriinae E.G.O. Muell et F. Pax. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 34(2): 93–172.

Leme, E. M. C. 1995. Contribuição ao estudo do gênero Alcantarea I. Bromélia 2(3): 15 – 23.

Lima, H. C. 2008. Reserva Biológica do Tinguá. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via <http//www.jbrj.gov.br/pesquisa/reservatingua/listaespecies> Arquivo acessado em 02 de janeiro de 2008.

Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R. R. 1997. Plantas vasculares da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H. C. & Guedes-Bruni, R.R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade florística e composição em Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Pp. 315-345.

Lima, H. C.; Morim, M. P.; Guedes-Bruni, R. R.; Sylvestre, L. S.; Pessoa, S. V. A.; Silva-Neto, S. V. A.; Quinet, A.; Guimarães, E. F. & Mansano, V. 2008. Reserva Biológica de Poço das Antas. Lista de espécies vasculares [on line]. Disponível na internet via <http://graziela.jbrj.gov.br/pesquisa/pma/macaedecima/checklist/Lista_Plantas_vasculares_apresentação.htm> Arquivo acessado em 02 de janeiro de 2008.

229

Page 220: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Lima, H. C.; Pessoa, S. V. A.; Guedes-Bruni, R. R.; Moraes, L. F. D.; Granzotto, S. V.; Iwamoto, S. & Ciero J. D. 2006. Caracterização fisionômico-florística e mapeamento da vegetação da Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57(3): 369–389.

Magurran, A. E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University Press. Princeton, New Jersey. 179p.

Marques, M. C. M. 1997. Mapeamento da cobertura vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Município de Parati, RJ. Série Estudos e Contribuições. Jardim Botânico do Rio de Janeiro (13): 96p.

Marquete, R.; Valente, M. C.; Marquete, N.; Guimarães, E. F.; Marquete, O.; Giordano, L. C. S.; Vaz, A. M. S. F.; Quinet, A.; Silva, C. N. A.; Macedo, P. B.; Mynssen, C.; Pinto, C. G.; Pinheiro, F. C.; Garcia, R. O. & Medeiros, E. S. 2001. Checklist das espécies ocorrentes nas áreas do entorno do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Pteridófitas e Angiospermas. Bradea 8(37): 227–258.

Meirelles, S. T.; Pivello, V. R. & Joly, C. A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, and the need for its protection. Environmental Conservation 26(1): 10–20.

Mendonça, R. C.; Felfili, J. M.; Walter, B. M. T.; Silva-Junior, M. C.; Rezende, A. V.; Filgueiras, T. S. & Nogueira, P. E. 1998. Flora vascular do cerrado. In: Sano, S. M. & Almeida, P. E. (eds.). Cerrado: Ambiente e Flora. EMBRAPA, Planaltina, DF: Pp. 289–556.

Mori, S. A. 1981. Distribution patterns and conservation of eastern Brazilian coastal forest trees species. Brittonia 33(2): 233-245.

Oliveira, R. F.; Coimbra-Filho, A. F. & Silva, Z. L. 1975. Sobre a litosere: Algumas espécies para revestimento de encostas rochosas. Brasil Florestal 6(24): 3–18.

Oliveira-Filho, A. T. & Fontes, M. A. L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forest in southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32(4b): 793-810.

Peixoto, G. L.; Martins, S. V.; Silva, A. F. & Silva, E. 2004. Composição florística do componente arbóreo de um trecho de floresta atlântica na área de Proteção Ambiental da Serra da Capoeira Grande, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(1): 151–160.

Pereira, O. J. & Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística das restingas dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. In: Esteves, F. A. & Lacerda, L. D. (eds.). Ecologia de restingas e lagoas costeiras. NUPEM/UFRJ. Macaé: Pp. 25–63.

Pessoa, S. V. A. & Cervi, A. C. 1992. Passiflora farneyi, a new species of Passifloraceae, subgenus Passiflora, series Serratifoliae, for Brazil. Candolea 47(2): 631–634.

230

Page 221: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Pinheiro, F. C. 1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, RJ. Dissertação. (Mestrado em Ciências Biológicas - Botânica). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 122p.

Porembski, S. 2002. Terrestrial habitat islands as model systems for biodiversity research. In: Araujo, A. L.; Moura, A. N.; Sampaio, E. V. S. B.; Gestinari, L. M. S. & Carneiro, J. M. T. (eds.). Biodiversidade, conservação e uso sustentável da flora do Brasil. Universidade Federal de Pernambuco. Recife: Pp. 158–161.

Prefeitura de Niterói. 1992. Niterói. Diagnóstico Ambiental. Versão resumida. Niterói: Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente. 194p.

Prefeitura do Rio de Janeiro. 2000. Espécies ameaçadas de extinção no município de Rio de Janeiro: flora e fauna. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 68p.

Primack, R. B. & Rodrigues, E. 2001. Biologia da Conservação. Londrina: E. Rodrigues. 328p.

Ribeiro, J. E. L. S.; Hopkins, M. J. G.; Vicentini, A.; Sothers, C. A.; Costa, M. A. S.; Brito, J. M.; Souza, M. A. D.; Martins, L. H.; Lohmann, L. G.; Assunção, P. A. C. L.; Pereira, E. C.; Silva, C. F.; Mesquita, M. R. & Procópio, L. C. 1999. Flora da Reserva Ducke. Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra firme na Amazônia Central. INPA, Manaus. 816p.

Sá, C. F. C. 2006. Estrutura, diversidade e conservação de angiospermas no Centro de Diversidade de Cabo Frio, estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas – Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 250p.

Scarano, F. R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plants communities in stressful habits marginal to the Brazilian Atlantic forest. Annals of Botany 90: 517-524.

Silva, G. C. & Nascimento, M. T. 2001. Fitossociologia de um remanescente de mata sobre tabuleiros no norte do estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão). Revista Brasileira de Botânica 24(1): 51-62.

Sousa, L. O. F.; Silva, B. R. & Sousa, R. C. O. S. 2003. Hohenmea, a new natural intergeneric hybrid in the Bromelioideae. Journal of Bromeliads Society 53(2): 71–76.

Spolidoro, M. L. C. V. 2001. Composição e estrutura de um trecho de floresta no médio Paraíba do Sul, RJ. Dissertação (Mestrado em Ciencias Ambientais e Florestais. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Florestas, Seropédica. 100p.

Taylor, N. & Zappi, D. 2004. Cacti of Eastern Brazil. Kew: The Royal Botanic Garden. 499p.

Veloso, H. P.; Rangel-Filho, A. L. R. & Lima, J. C. A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. 124p.

231

Page 222: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Zappi, D. 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in southeastern and southern Brazil. Kew Boletin 58: 513–596.

ANEXOEspécies ameaçadas de extinção presentes no Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, Rio de Janeiro, Brasil.

FAMÍLIAS ESPÉCIES CATEGORIA FONTEANACARDIACEAE Myracrodruon urundeuva Allemão vulnerável IBAMA (1992)ANNONACEAE Guatteria reflexa R.E.Fr. vulnerável Biodiversitas (2005)ARACEAE Anthurium luschnathianum Kunth em perigo Biodiversitas (2005)

Anthurium sucrei G.M. Barroso em perigo Coelho (2004)Anthurium validinervium Engl. em perigo Coelho (2004)Philodendron bipennifolium Schott vulnerável Coelho (2000)Philodendron speciosum Schott ex Engl. vulnerável Coelho (2000)

ARECACEAE Euterpe edulis Mart. em perigo Biodiversitas (2005)BROMELIACEAE Aechmea sphaerocephala Baker vulnerável Biodiversitas (2005)

Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme vulnerável Biodiversitas (2005)Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. Smith vulnerável Biodiversitas (2005)Vriesea costae E. Leme & B. Rezende criticamente

em perigoBiodiversitas (2005)

Vriesea eltoniana Pereira & Ivo em perigo Biodiversitas (2005)Vriesea psittacina (Hook.) Lindl. vulnerável Biodiversitas (2005)

CACTACEAE Coleocephalocereus fluminensis (Miq.) Backeb vulnerável Calvente et al. (2005)Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles ex G.D. Rowley.

quase ameaçada

Biodiversitas (2005)

Rhipsalis cereoides (Backeb & Voll.) Backeb. vulnerável Biodiversitas (2005); IUCN (2008); Barthlott & Taylor (1995); Taylor & Zappi (2004)

Rhipsalis mesembryanthemoides Haworth vulnerável Barthlott & Taylor (1995); Taylor & Zappi (2004)

COMMELINACEAE Siderasis fuscata (Lood.) Moore vulnerável Biodiversitas (2005)CONVOLVULACEAE Ipomoea daturaeflora Meissn. em perigo Biodiversitas (2005)CUCURBITACEAE Wilbrandia glaziovi Cogn. vulnerável Klein (1996)EUPHORBIACEAE Joannesia princeps Vell. vulnerável IUCN (2008)GESNERIACEAE Sinningia pusilla (Mart.) Baill. quase

ameaçadaBiodiversitas (2005)

HELICONIACEAE Heliconia lacletteana Emygdio & Santos vulnerável IBAMA (1992)LAURACEAE Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer vulnerável Biodiversitas (2005)

Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm.

vulnerável; em perigo

Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Urbanodendron bahiense (Meiss.) Rohwer vulnerável; em perigo

Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Urbanodendron verrucosum (Nees) Mez vulnerável IUCN (2008)LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) Kuntze vulnerável IUCN (2008)

Couratari pyramidata (Vell.) Knuth em perigo IUCN (2008)

Eschweilera compressa (Vell.) Miers criticamente em perigo

IUCN (2008)

LEGUMINOSAE Caesalpinia echinata Lam. em perigo IBAMA (1992); Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Abarema cochliocarpus (Gomes) R.C. Barneby & J.W. Grimes

vulnerável IUCN (2008)

Inga lanceifolia Benth. vulnerável IUCN (2008)Inga lenticellata Benth. vulnerável IUCN (2008)Mimosa caesalpiniifolia Benth. vulnerável IUCN (2008)

MALPIGHIACEAE Banisteriopsis sellowiana (A. Juss.) B. Gates vulnerável Biodiversitas (2005)

232

Page 223: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Heteropterys ternstroemiifolia A. Juss. criticamente em perigo

Biodiversitas (2005)

Stigmaphyllon vitifolium A. Juss. vulnerável Biodiversitas (2005)MALVACEAE Abutilon anodoides A. St. Hil. & Naud. criticamente

em perigoBiodiversitas (2005); Bovini (2003)

MELIACEAE Cedrela odorata L. vulnerável IUCN (2008)Trichilia casaretti C. DC. vulnerável IUCN (2008)Trichilia silvatica C. DC. vulnerável IUCN (2008)

MENISPERMACEAE Odontocarya vitis Miers em perigo Biodiversitas (2005)Ungilipetalum filipendulum (Mart.) Moldenthe vulnerável Biodiversitas (2005)

MONIMIACEAE Macrotorus utriculatus Perkins vulnerável Biodiversitas (2005)Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins em perigo;

vulnerávelIBAMA (1992); Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

Mollinedia lamprophylla Perkins vulnerável; criticamente ameaçada

Biodiversitas (2005); IUCN (2008)

MORACEAE Coussapoa curranii S.F. Blake em perigo; vulnerável

Carauta (1996); IUCN (2008)

Dorstenia arifolia Lam. em perigo IBAMA (1992)Dorstenia cayapia Vell. vulnerável IBAMA (1992)Ficus cyclophylla (Miquel) Miquel em perigo IUCN (2008)Pseudomedia hirtuta Kuhlmann em perigo IUCN (2008)

MYRTACEAE Campomanesia laurifolia Gardn. vulnerável Biodiversitas (2005)Eugenia oxyoentophylla Kiaersk. em perigo Biodiversitas (2005)Eugenia villae-novae Kiaersk. em perigo IUCN (2008)Plinia ilhensis G.M. Barroso vulnerável Biodiversitas (2005)

OLEACEAE Chionanthus fluminensis (Miers) P.S. Green criticamente em perigo

IUCN (2008)

ORCHIDACEAE Cattleya forbesii Lindl. vulnerável Pinheiro (1999)Constantia rupestris Barb. Rodr. vulnerável Biodiversitas (2005); Pinheiro

(1999)PASSIFLORACEAE Passiflora farneyi Pessoa & Cervi quase

ameaçadaPessoa & Cervi (1992)

RUBIACEAE Rudgea coronata (Vell.) Müll. Arg. vulnerável Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

Rudgea francavillana Müll. Arg. em perigo Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

Rudgea interrupta Benth. vulnerável Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

Rudgea minor ssp. minor Benth. criticamente em perigo

Biodiversitas (2005); Zappi (2003)

SAPOTACEAE Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn.

vulnerável IBAMA (1992)

233

Page 224: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Considerações Finais

A escassez de inventários florísticos mais abrangentes no estado do Rio de Janeiro

é um obstáculo para adoção de medidas conservacionistas, principalmente no que se refere

às regiões costeiras. Apesar do esforço que está sendo empreendido para aumentar o nível

de conhecimento, ainda existem várias lacunas. Em seu estudo sobre o Centro de

Diversidade Vegetal de Cabo Frio, Sá (2006) chama atenção para áreas pouco estudadas

sob o ponto de vista botânico entre os municípios de Saquarema e Niterói. Nesse sentido, o

estudo no Parque Estadual da Serra da Tiririca (PEST) vem preencher um pouco dessa

lacuna. Essas áreas são estratégicas para conservação da diversidade biológica e estão

sujeitas as diversas formas de ameaças ambientais. Os fragmentos florestais remanescentes

de Mata Atlântica isolados não conservam por si só essa diversidade, porém ainda detêm

importantes informações florísticas. Sendo assim, é necessário maior empenho em

conhecer essas áreas para que as medidas conservacionistas sejam tomadas em conjunto.

A vegetação da Serra da Tiririca apresenta um aspecto geral escleromórfico, com

intensa queda de folhas nos meses mais secos. É caracterizada pela floresta ombrófila

densa e vegetação de afloramentos rochosos, sendo seu aspecto escleromórfico associado

ao clima regional, proximidade com o mar e a presença de solos rasos. Tem baixa

similaridade florística com outras áreas inventariadas no estado do Rio de Janeiro, porém

apresentou maior relacionamento com a flora das restingas fluminenses. Isso mostra que

cada área representa um conjunto único que detêm espécies adaptadas as diferentes

condições abióticas que ocorrem no estado do Rio de Janeiro. Essas condições são

altamente influenciadas por fatores topográficos, climáticos e edáficos, que selecionam as

espécies e permitem o estabelecimento de múltiplas paisagens. Os afloramentos rochosos

são retratos dessas situações e constituem elementos enriquecedores da flora do PEST.

Apresentam aspectos florísticos próprios e adaptados as condições extremas de

sobrevivência. Na verdade, são ilhas diversidade entremeadas a floresta ombrófila densa.

234

Page 225: ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA …vm005.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2008/tese_ana_ang%E9... · Ao Sr. Lerni Machado (in memorian), um contador de

Os dados apresentados sobre a diversidade florística do PEST mostram uma área

com grande riqueza de espécies. Essa diversidade se expressa não só em termos florísticos,

mas também nas variadas formas de vida, ocasionadas pelos diferentes ambientes da região

de estudo. Esse é um padrão para região Sudeste brasileira. O inventário florístico registrou

926 espécies de Magnoliophyta, incluindo um híbrido (Bromeliaceae), pertencentes a 436

gêneros e 99 famílias, além de 122 espécies consideradas ruderais. Destacam-se as

seguintes famílias quanto à riqueza de espécies: Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae,

Euphorbiaceae, Bromeliaceae, Sapindaceae, Bignoniaceae, Orchidaceae, Asteraceae e

Solanaceae. As plantas arbóreas representam 35,5% da flora, seguido de trepadeiras, ervas,

arbustos, epífitas, hemi-epífitas e parasitas. As trepadeiras formam um grupo de destaque

na Serra da Tiririca, com alta riqueza de espécies, mostrando que a vegetação encontra-se

em plena regeneração em vários estádios sucessionais.

Tal fato é confirmado pelo estudo fitossociológico realizado em três áreas com

histórico de perturbação para utilização agrícola e produção de carvão. Os dados mostram

a recuperação natural da vegetação com espécies típicas da Mata Atlântica. As árvores

estão distribuídas em categorias sucessionais distintas, sendo que em cada área

predominam espécies pioneiras, secundárias iniciais ou secundárias tardias. A amostragem

feita é um retrato atual das condições ambientais da Serra da Tiririca, representada pela

floresta em mosaico que resulta na alta diversidade de espécies.

Cerca de dezessete anos após a criação do PEST ainda existem muitas incertezas

em termos conservacionistas, visto que, mesmo sendo uma Unidade de Proteção Integral e

parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, não está assegurada quanto à

proteção da diversidade biológica. Os impactos ambientais aos quais o PEST se expõe,

atualmente são ocasionados pelo intenso crescimento urbano nos dois municípios onde se

localiza e pelas políticas públicas que não estão engajadas com a conservação da região.

Muito pelo contrário em 2007 o PEST teve sua área diminuída drasticamente com o

estabelecimento dos limites definitivos. Por um lado resolve os problemas dos limites

indefinidos que perdurou por mais de dez anos, porém fica a pergunta: O que realmente

pretende-se conservar? A resposta a esse questionamento é fundamental para que as

autoridades públicas estabeleçam metas e as executem para retirar o Parque Estadual da

Serra da Tiririca da condição de “Parque de Papel”.

235