analise fatores osteomioarticulares limpeza unama

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA Maiara Serra Maia Mayra Silva Ferreira Nayana Mota Carvalho ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DORES OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO SETOR DE LIMPEZA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA: Uma correlação com a qualidade de vida. Belém-Pa 2009

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Page 1: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

Maiara Serra Maia

Mayra Silva Ferreira

Nayana Mota Carvalho

ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DORES

OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO SETOR DE

LIMPEZA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA:

Uma correlação com a qualidade de vida.

Belém-Pa

2009

Page 2: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

2

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

Maiara Serra Maia

Mayra Silva Ferreira

Nayana Mota Carvalho

ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DORES

OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO SETOR DE

LIMPEZA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA:

Uma correlação com a qualidade de vida.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Fisioterapia do Centro de Ciências

Biológicas e da Saúde da Universidade da

Amazônia para obtenção do grau de bacharel em

Fisioterapia.

Orientadora: Profª Tainá Alves Teixeira.

Co-orientadora: Ft. Biatriz Araújo Cardoso.

Belém-Pa

2009

Page 3: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

3

Maia, Serra Maiara

Ferreira, Silva Mayra

Carvalho, Mota Nayana

Análise de Fatores de Risco Para Dores Osteomioarticulares Em

Trabalhadores do Setor de Limpeza da Universidade da Amazônia:

Uma correlação com a qualidade de vida/ Maiara Serra Maia, Mayra

Silva Ferreira, Nayana Mota Carvalho_ Belém, 2009.

71 f.

Trabalho de Conclusão de Curso.

(Graduação) - Universidade da Amazônia, 2009.

Curso: Fisioterapia

Orientadora: Profª. Tainá Alves Teixeira.

.

Page 4: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

4

Maiara Serra Maia

Mayra Silva Ferreira

Nayana Mota Carvalho

ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DORES

OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO SETOR DE

LIMPEZA DA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA:

Uma correlação com a qualidade de vida.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Fisioterapia do Centro de Ciências

Biológicas e da Saúde da Universidade da

Amazônia para obtenção do grau de bacharel em

Fisioterapia.

Orientadora: Profª Tainá Alves Teixeira. Co-

orientadora: Ft. Biatriz Araújo Cardoso.

Banca Examinadora

_____________________________________

Prof.ª Tainá Alves Teixeira

Orientadora

_____________________________________

Prof. Said Kalume Kalif

_____________________________________

Prof.ª Daniela Teixeira Costa

Apresentado em: / /

Conceito:

Belém-Pa

2009

Page 5: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

5

DEDICATÓRIA

Dedicamos à todos os que nos ajudaram, direta ou indiretamente, na realização

deste trabalho.

Page 6: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

6

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à Deus, que nos inspira todos os dias a nos

mantermos firmes e com a alma alegre diante das missões da vida.

À nossos pais por todo amor incondicional nos auxiliando em busca de nossa

evolução moral e espiritual.

À nossos professores e colegas de turma, os primeiros pelo compromisso com

nossa formação e o despertar do conhecimento, e aos segundos pelos momentos

vividos que deixarão saudades.

Page 7: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

7

RESUMO

O trabalho de limpeza é exigente e intensivo. O profissional da limpeza desempenha atividades pertinentes ao asseio e conservação de pisos, paredes, esquadrias, mobiliários, equipamentos e outros tais tarefas exigem trabalho manual excessivo e com padrões físicos repetitivos, o que favorece o surgimento de distúrbios osteomioarticulares. O presente estudo busca analisar os fatores de risco para dores ostemioarticualres em trabalhadores do setor de limpeza e conservação da Universidade da Amazônia relacionando com a qualidade de vida. Através de uma amostra de 18 funcionários do sexo masculino, foram aplicados o Questionário de Hábitos do Trabalho e o SF-36, observou-se que a maioria dos participantes apresenta dor no tronco 55.6%, 27.8% apresenta dor no pescoço, 22.2% apresenta dor nos membros superiores, 16.7% apresenta dor nos membros inferiores, quando correlacionado os domínios da qualidade de vida e a intensidade da dor, o Domínio “Dor” é o único que apresenta associação significante, sendo a dor considerada de intensidade fraca. Conclui-se que são necessárias mudanças significativas no que diz respeito à organização do trabalho, para que se possa realizar as tarefas sem causar danos a saúde dos trabalhadores, sendo necessário considerar as especificidades de cada individuo. Sendo que algumas sugestões fazem-se necessárias, visando o bem estar dos trabalhadores. Palavras – chaves: Fatores de Risco, DORT’S, Qualidade de Vida.

Page 8: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

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ABSTRACT

The work of cleaning and demanding and intensive. The professional cleaning performs activities related to the cleanliness and maintenance of floors, walls, window frames, furniture, equipment, these tasks require excessive manual labor and repetitive physical standards, which gives rise to musculoskeletal disorders. This study seeks to analyze the risk factors for pain ostemioarticualres sector workers in the cleaning and conservation of the Amazon University relating to the quality of life. Using a sample of 18 male employees, were applied Habits Questionnaire Labor and the SF-36, it was observed that most of the participants has pain in the trunk 55.6%, 27.8% presented pain in the neck, 22.2% presented pain upper limbs, 16.7% presented pain in the legs, when correlated domains of quality of life and pain intensity, Domain "Pain" is the only one with significant association, the pain is considered to be of low intensity. It is concluded that significant changes are needed with regard to the organization of work, so you can perform tasks without causing damage to the health of workers is necessary to consider the specifics of each individual. And some suggestions are necessary, seeking the welfare of workers. Keywords: Risk Factors, DORT'S, Quality of Life

Page 9: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

FIGURA 1: Limpeza de Banheiro 35

FIGURA 2: Limpeza de Banheiro 35

FIGURA 3: Limpeza de Banheiro 35

FIGURA 4: Limpeza de Banheiro 35

FIGURA 5: Limpeza da Sala de aula 36

FIGURA 6: Limpeza do Gabinete 36

FIGURA 7: Limpeza do Gabinete 36

FIGURA 8: Limpeza do Gabinete 36

FIGURA 9: Recolhendo Lixo 37

FIGURA 10: Recolhendo Lixo 37

FIGURA 11: Limpeza do Quadro 37

FIGURA 12: Limpeza do Quadro 37

FIGURA 13: Limpeza do Vidro 38

FIGURA 14: Limpeza do Piso 38

FIGURA 15: Limpeza do Piso 38

FIGURA 16: Limpeza do Piso 38

FIGURA 17: Prevalência de algias conforme o local afetado 39

FIGURA 18: Ocorrência (absoluta) de Dor na Cervical e Outra ocupação 40

Page 10: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

10

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Descrição geral da amostra, segundo as características sócio-demográficas 34

TABELA 2: Descrição geral dos domínios SF-36 40

TABELA 3: Verificação da associação entre Dor na Cervical e Fatores de Risco 41

TABELA 4: Verificação da associação entre Dor no MMSS e Fatores de Risco 42

TABELA 5: Verificação da associação entre Dor no Tronco e Fatores de Risco 43

TABELA 6: Verificação da associação entre Dor no MMII e Fatores de Risco 44

TABELA 7: Associação entre Qualidade de vida e Dor na Cervical 45

TABELA 8: Associação entre Qualidade de vida e Dor no MMSS 46

TABELA 9: Associação entre Qualidade de vida e Dor no Tronco 47

TABELA 10: Associação entre Qualidade de vida e Dor no MMII 48

TABELA 11: Correlação entre os domínios da Qualidade e Vida e a Intensidade da dor 48

Page 11: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

DECOM – Departamento de Conservação e Manutenção

DORT – Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho

EUA – Estados Unidos da América

GHRI – General Health Rating Index

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

LER – Lesão por Esforço Repetitivo

MHI – Mental Health Inventary

MMII – Membros Inferiores

MMSS – Membros Superiores

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OMS – Organização Mundial de Saúde

OMT – Organização Mundial do Trabalho

PIB – Produto Interno Bruto

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Page 12: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

12

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 12

2. REFERENCIAL TEÓRICO 15

2.1 TRABALHADORES DE LIMPEZA E SEU COTIDIANO LABORAL 15

2.2 A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LABORAL PARA A SAÚDE 17

2.3 A PRESENÇA DE DORES OSTEOMIOARTICULARES INFLUENCIANDO

NA SAÚDE DO TRABALHADOR 20

2.3.1 Postura: Os Efeitos Sofridos Pelo Corpo 22

2.4 A BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DO TRABALHO 25

2.4.1. Questionário SF-36: um método avaliativo pra qualidade de vida 26

2.5 FISIOTERAPIA PREVENTIVA: O CAMINHO PARA O BEM ESTAR 29

3. METODOLOGIA 30

3.1 TIPO DE ESTUDO 30

3.2 LOCAL DO ESTUDO 30

3.3 AMOSTRA 30

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 31

3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 31

3.6 COLETA DE DADOS 31

3.7 ANÁLISE DOS DADOS 32

3.8 RISCOS E BENEFÍCIOS 32

4. RESULTADOS 34

5. DISCUSSÃO 49

6. CONCLUSÃO 55

7. BIBLIOGRAFIA 56

8. APÊNDICE 63

9. ANEXO 71

Page 13: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o segmento de asseio e conservação emprega aproximadamente um milhão

de trabalhadores, segundo o sindicato patronal da categoria. Registros oficiais – Relação

Anual de Informações Sociais dão conta de que, no ano de 2000, aproximadamente 64.000

empresas terceirizavam mão-de-obra em limpeza, empregando em torno de 400.000

limpadores (MAÇÃIRA, 2004).

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos

últimos cinco anos o número de trabalhadores nos serviços de limpeza (baixa escolaridade),

foi o que mais cresceu, saiu de 983.111 para 1.475.083.

O trabalhador de limpeza, de acordo com Maçãira (2004, p. 19) “atua na remoção de

poeira, lavagem, polimento, desinfecção e conservação de superfícies fixas como pisos,

paredes e tetos, ou de móveis e equipamentos diversos. Utiliza grande variedade de produtos

químicos e as tarefas podem ser realizadas com ferramentas manuais como vassoura, rodo,

balde, pá, escova, esponja, pano, pulverizador ou com o auxílio de máquinas como aspirador

de pó, varredeira, enceradeira, máquinas lavadora e extratora, entre outros”.

É consenso na literatura especializada que a manutenção de uma má postura leva ao

desequilíbrio postural. Sendo assim, os trabalhadores que realizam as suas atividades laborais,

desenvolvendo posições não adequadas estarão expostos a inadequações na postura

(DELIBERATO, 2002).

O desequilíbrio postural associa-se às doenças osteomioarticulares que estão entre as

três primeiras causas de incapacidade física, e potencialmente associada à piora da qualidade

de vida e redução da produtividade (BOFF, 2002).

A capacidade para o trabalho está diretamente relacionada com a possibilidade de

realizar atividades que envolvam as aptidões físicas, mentais, funcionais e sociais

(Organização Mundial da Saúde - OMS, 1993).

Os trabalhadores do serviço de limpeza, durante a realização de suas atividades de

trabalho, tendem a realizar flexão e rotação de tronco, agachamento, ortostatismo prolongado,

além de realizarem transportes de cargas de maneira não adequada; deste modo, mantêm e

repetem posturas inadequadas que geram desvios posturais. Tais desvios culminam com o

aparecimento de disfunções na correta biomecânica corporal, e essas disfunções são

Page 14: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

14

responsáveis pelo desenvolvimento de dores e patologias osteomioarticulares, segundo

(RIBEIRO et al, 2006).

As doenças ocupacionais tem sido preocupação de muitas empresas e também um

grande desafio para os trabalhadores, profissionais da saúde e de recursos humanos. Isto

devido ao bem estar físico e psicológico dos trabalhadores, refletirem no seu desempenho

profissional e pessoal. Entre essas doenças, pode citar as Doenças Ocupacionais Relacionada

ao Trabalho (DORT’S) a prevalência desses distúrbios vem crescendo de modo importante

nos últimos anos, representando assim, o principal fator de agravo à saúde entre as doenças

ocupacionais, sendo considerada a segunda causa de afastamento de trabalho no Brasil.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).

Essas doenças podem estar relacionadas às condições de trabalho precárias, tais como

tarefas repetitivas, esforço físico contínuo (CHILLIDA & COCCO, 2004).

Tal profissional costuma lidar com situações insalubres em sua rotina, sem dispor de

recursos específicos para o manuseio do lixo e adotando posturas inadequadas à realização de

atividades laborais.

O profissional da limpeza presta um serviço de suma relevância à comunidade

acadêmica, uma vez que este é o responsável pelo ambiente limpo e agradável da

universidade, assim, sem o seu trabalho, as dependências físicas certamente seriam sujas e

com odor desagradável.

Destinar atenção a este profissional é na verdade uma contribuição para todos que

estudam e trabalham na universidade, pois o benefício que estes recebem é tão essencial

quanto à boa saúde desse profissional. Visto que este profissional sofre influência das

condições de trabalho, de saúde e estilo de vida, além do próprio envelhecimento biológico,

resultando na diminuição dos movimentos das articulações, perda da força, resistência

muscular e elasticidade dos tecidos, aumento das dores músculo-esquelética e diminuição das

tomadas de decisões.

À sociedade acadêmica, é fundamental conhecer a respeito de problemas ocupacionais

que influenciam a vida de certos nichos profissionais, que podem ser beneficiados pela

atuação da fisioterapia, bem como qualquer outra área da saúde, a qual pode por em prática os

conhecimentos da prevenção e reabilitação de acordo com as especificidades de cada ser

humano. É fundamental a percepção dos acadêmicos de como e o quanto eles podem

contribuir para a melhoria da qualidade de vida de um grupo de trabalhadores tão próximos,

partindo de conhecimentos adquiridos na graduação.

Page 15: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

15

O planejamento, organização e desenvolvimento de projetos no qual as ações

executadas vêm de encontro às diretrizes curriculares dos cursos de saúde, enfatizam a

necessidade da formação do profissional com visão crítica e reflexiva que seja capaz de

desenvolver suas competências a partir da realidade em que está inserido. Assim, este trabalho

justifica-se pela relevância tanto pela contribuição do trabalhador de limpeza para todos que

estudam e trabalham na universidade, pois o benefício que estes recebem é tão essencial

quanto à boa saúde desse profissional, bem como a sociedade acadêmica para conhecer a

respeito de problemas ocupacionais que influenciam a vida de certos deste trabalhador e que

podem ser beneficiados pela atuação da fisioterapia.

Este trabalho visa analisar os fatores de risco para dores osteomioarticulares em

trabalhadores do setor de limpeza e conservação da Universidade da Amazônia, relacionando

com a qualidade de vida.

Page 16: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

16

2. REFERENCIAL TEÓRICO

CAPITULO I

2.1 TRABALHADORES DE LIMPEZA E SEU COTIDIANO LABORAL

O trabalho de limpeza é exigente e intensivo. Assim, os trabalhadores de limpeza

realizam em pouco tempo muitas tarefas que envolvem trabalho manual excessivo e que é

considerado fisicamente pesado, segundo Rocha (2003).

Em termos de definição, Laville (1977), ressalta que as características de limpeza

dizem respeito ao asseio e conservação de pisos, paredes, esquadrias, mobiliários e

equipamentos de saneamento, em favor da saúde dos usuários. Nesse sentido, o profissional

de limpeza é conhecido mundialmente como uma ocupação de serviço básico. Esse

trabalhador está inserido em muitos ambientes, como escolas, escritórios, hospitais.

Nos ambientes de trabalho, o trabalhador de limpeza é essencial para a manutenção

adequada dos ambientes, bem como para o controle da contaminação ambiental por agentes

químicos e biológicos, exercendo um papel relevante na prevenção dos efeitos nocivos à

saúde dos trabalhadores e usuários. Porém, a limpeza apresenta um aspecto ambíguo, uma vez

que a adoção de posturas inadequadas nas diversas ações realizadas durante as tarefas também

podem contribuir para o desenvolvimento de patologias.

Dessa forma, pode-se compreender que os profissionais de limpeza estão diretamente

envolvidos com os processos de manuseio, transporte e destinação dos resíduos, expondo-se a

risco de acidentes de trabalho, ocasionados pela falta de capacitação e condições adequadas

de trabalho (FERREIRA e ANJOS, 2001).

Rocha (2003), apud Louhevara (2000) classificam o trabalho de limpeza como

dinâmico e pesado, caracterizando-se assim, ainda hoje, por envolver uma grande demanda

física. Logo, os profissionais de limpeza têm uma demanda laboral intensiva e ainda, além

desta carga, utilizam para a realização das suas tarefas mais utensílios manuais (baldes,

vassouras, panos, dentre outros). Além disso, pode-se identificar que o trabalho de limpeza

exige movimentos repetitivos, força o que implica em posturas desfavoráveis. Portanto, os

trabalhadores de limpeza apresentam um alto risco para desenvolver problemas de saúde,

principalmente os relacionados ao sistema músculo-esquelético.

Page 17: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

17

A limpeza é uma tarefa principalmente manual com muito pouca mecanização. Trata-

se de trabalho combinado, esforços musculares dinâmicos e estáticos e realizado com a

utilização de vários equipamentos manuais (ROCHA, 2003).

Para Ferrari et al. (2004), os trabalhadores realizam tarefas que envolvem trabalho

manual e excessivo, como a limpeza de vidros, do chão, torção de panos, carregam baldes,

atividades estas, que são realizadas repetidamente durante uma única jornada de trabalho e

que são considerados fisicamente pesado.

Em um estudo com os trabalhadores de limpeza realizado no Hospital do Reino Unido,

foi identificada a alta prevalência de desconforto e dor músculo-esquelético, sendo que ficou

evidenciado que a presença de ferramentas inadequadas, repetitividade de tarefas, posturas e a

falta de organização do trabalho estavam associadas ao aumento dos problemas músculo-

esqueléticos (ROCHA, 2003).

Page 18: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

18

CAPITULO II

2.2 A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LABORAL PARA A SAÚDE

Segundo Figueiredo e Mont’Alvao (2005), a Ginástica Laboral teve origem no Japão,

em 1928, sendo aplicada, diariamente em funcionários dos correios, visando à descontração e

o cultivo da saúde. Após a Segunda Guerra Mundial, o hábito foi difundido por todo o Japão.

Lima (2004) conceitua a Ginástica Laboral como “a prática de exercícios”, realizada

coletivamente durante a jornada de trabalho, prescrita de acordo com a função exercida pelo

trabalhador, tendo como finalidade a prevenção de doenças ocupacionais, promovendo o bem-

estar individual, por intermédio da consciência corporal: conhecer, respeitar, amar e estimular

o seu próprio corpo.

Segundo Martins et al. (2001), são exercícios efetuados no próprio local de trabalho,

com sessões de cinco, dez ou quinze minutos, tendo como principais objetivos a prevenção

das lesões por Esforço Repetitivo e os Distúrbios Osteomioarticulares Relacionados ao

Trabalho LER/DORT e a diminuição do estresse, através dos exercícios de alongamento e de

relaxamento.

Para Barbosa (2002), os exercícios laborais buscam promover o relaxamento e o

alongamento dos músculos mais solicitados na prática laboral, pois a prática de relaxamento

atua no músculo, favorecendo uma maior irrigação sanguínea.

Tem sido registrado por Targa apud Cañete (2001), que a finalidade da Ginástica

Laboral Corretiva é estabelecer o antagonismo muscular, utilizando exercícios que visam

fortalecer os músculos fracos e alongar os músculos encurtados, destinando-se ao indivíduo

portador de deficiência morfológica, não patológica, sendo aplicada a um grupo reduzido de

pessoas.

Segundo Cooper (1983), são necessários alguns cuidados na prática laboral correta,

como: uso de roupas leves, calçado adequado, uma boa ingestão de água para hidratar o

corpo, piso que ofereça segurança para o indivíduo praticar os exercícios, não realizar

atividade seguidas das refeições, respeitar os limites individuais e acompanhamento de

profissional especializado.

Os exercícios laborais devem ser realizados dentro da empresa, pois desta forma, há

um controle maior no momento de se auferir resultados para que estes possam ser

direcionados as necessidades dos funcionários, com conseqüente redução da perda de tempo

ou desculpas pela falta de tempo.

Page 19: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

19

A Ginástica Laboral proporciona benefícios, tanto para o trabalhador, quanto para a

empresa. Além de prevenir as Lesões por Esforço Repetitivo / Doenças Ocupacionais

Relacionada ao Trabalho (LER/DORT), ela tem apresentado resultados mais rápidos e diretos

com a melhora do relacionamento interpessoal e o alívio das dores corporais (GUERRA,

1995; MENDES, 2000 apud OLIVEIRA, 2003).

As condições gerais de vida, assim como as condições de trabalho, contribuem para

tornar muitos trabalhadores de 40 a 50 anos inaptos a responder às exigências das tarefas que

lhes são propostas (WISNER, 1994).

Além do fator sedentarismo, a exposição às agressões, de diferentes origens e

características, sofridas diariamente é outro fator que pode atuar de forma negativa na

qualidade de vida das pessoas, muitas vezes sem perceber, para a execução de uma tarefa, em

determinado posto de trabalho, o homem gera sobrecargas mecânicas em suas estruturas

osteomioarticulares, principalmente, quando assume posturas ocupacionais ou funcionais

inadequadas em função de postos de trabalho mal projetados. (KNOPLICH, 1996).

A ergonomia tem encaminhando soluções eficazes na concepção e desenvolvimento de

produtos, de interfaces e de sistemas de trabalho, atuando com ótimo resultado no diagnóstico

e prevenção de acidentes e doenças, na reestruturação produtiva das empresas e em processos

de transferência de tecnologia. (FOX & MATHEWS, 1999).

Aspectos presentes na sociedade moderna como questões relacionadas às condições de

trabalho, o mercado altamente competitivo, a ameaça iminente da perda de emprego e outras

dificuldades do dia a dia, fazem os trabalhadores vivenciarem cada vez mais situações

estressantes no ambiente de trabalho.

Como o estresse tem várias causas e afeta diferentemente as pessoas, não é possível

estabelecer uma forma única para preveni-lo ou combatê-lo. Existem diversas medidas que

podem ser adotadas, tais como: o enriquecimento das tarefas, o redesenho do posto de trabalho,

treinamento, à prática de ginástica laboral, etc.

Uma determinada postura de trabalho mantida por tempo prolongado, pode levar a uma

contínua tensão dos músculos mais solicitados e gerar distúrbios circulatórios e metabólicos,

além de causar dor ou desconforto muscular.

O serviço de alimentação institucional caracteriza-se por trabalho intensivo onde

freqüentemente exige-se dos funcionários alta produtividade em tempo limitado, porém em

condições inadequadas de trabalho, com problemas de ambiente, equipamentos e processos.

Tais condições acabam levando à insatisfação, cansaço excessivo, queda de produtividade,

problemas de saúde e acidentes de trabalho. (SANTANA, 1997).

Page 20: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

20

O mais convincente dos argumentos, que se pode utilizar para demonstrar que a

atividade física constitui um importante instrumento de promoção da saúde e da

produtividade, é que vale a pena praticar exercícios físicos regularmente, em virtude dos

benefícios comprovados cientificamente (POLETTO e AMARAL, 2004).

A ginástica laboral (alongamentos) não é garantia do não-desenvolvimento do

distúrbio, mas é um ponto de partida imprescindível para a prevenção (YENG, 2001).

Page 21: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

21

CAPITULO III

2.3. A PRESENÇA DE DORES OSTEOMIOARTICULARES INFLUENCIANDO NA

SAÚDE DO TRABALHADOR

Com o advento da era industrial, teve início o processo de fabricação de produtos em

massa e a crescente especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, de

aumentar a produção e de diminuir custos. Essa especialização levou os trabalhadores a

executarem funções específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos,

associados a um esforço excessivo, o que fez com que muitos indivíduos passassem a sentir

dores, fazendo com que a incidência de patologias relacionadas ao trabalho aumentasse

progressivamente.

Historicamente, o primeiro relato a associar queixas dolorosas nos membros

superiores a tipos de atividade de trabalho foi feito, provavelmente, por Ramazzini, em 1713.

Apesar de esta primeira associação datar do século XVIII, só recentemente o assunto

despertou interesse mundial (MARTINS et al., 2001).

Deste modo, pode-se definir Doença Ocupacional como sendo toda moléstia

diretamente relacionada à atividade desempenhada pelo trabalhador ou às condições de

trabalho às quais ele está submetido. As mais comuns são as Lesões por Esforço Repetitivo

(LER) ou Doenças Ocupacionais Relacionadas ao Trabalho (DORT), que englobam cerca de

30 doenças, entre elas a tendinite (inflamação de tendão) e a tenossinovite (inflamação da

membrana que recobre os tendões).

LER ou DORT são os nomes dados às afecções de músculos, tendões, sinóvias

(revestimento das articulações), nervos, fáscias e ligamentos, isoladas ou combinadas, com ou

sem degeneração de tecidos, as quais atingem principalmente os membros superiores, região

escapular e pescoço (CODO, 1998). Outros autores relatam ainda que DORT’s sejam doenças

ocupacionais relacionadas a lesões por traumas cumulativos. É o resultado de uma

descompensação entre a capacidade de movimento da musculatura e a execução de

movimento rápido e constante (OLIVEIRA, 2003).

De acordo com Helfenstein (1998), a etiologia deste conjunto de afecções é complexa,

pois abrange vários fatores multifatoriais. Entretanto a carga dinâmica, ou seja, o movimento

repetitivo é geralmente solicitado aos músculos dos ombros, antebraço, punho e mãos para

execução de tarefas. No entanto a carga estática, ou de contração isométrica mantida é

Page 22: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

22

geralmente requerida aos músculos do pescoço e da cintura escapular, a fim de manter os

membros superiores fixos em determinadas posições para executar as tarefas propostas.

“Quanto mais repetitivo o movimento durante o desenvolvimento da atividade

realizada pelo colaborador, maior será a probabilidade de aparecimento dos distúrbios, além

do tempo, pois a quanto mais alta a freqüência, maior a possibilidade de aparecer distúrbios”

(BARBOSA, 2002, p.95).

A ocorrência das LER/DORT em grande número de pessoas, em diferentes países e

em atividades consideradas leves, alterou o modo de pensar de que o trabalho pesado,

envolvendo esforço físico, fosse mais desgastante que o trabalho leve, neste sentido os

profissionais cujo foco de atenção é a saúde funcional especialmente na saúde do trabalhador,

vem atuando na educação em saúde, reeducação, prevenção e modificação de hábitos com

vistas a uma vida com mais qualidade.

Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OMT) os países arcam com custos

médios equivalentes a 4% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano, em decorrência de

acidentes de trabalho, de tratamento de doenças, de lesões e de incapacidades relacionadas ao

trabalho (ANDRADE, 2000).

Há dados que comprova que aproximadamente, 75% a 90% dos custos médios nas

empresas são devidos aos doentes com lombalgias crônicas, o que também poderá

desencadear os DORT (KSAN, 2003). O ônus gerado ao governo, às indústrias e aos

trabalhadores leva os meios médicos a realizar estudos e discussões que possam contribuir

para uma melhor compreensão dessa patologia, já considerada como epidemia

(FUNDACENTRO, 2009).

Esses distúrbios são responsáveis pela maior parte dos afastamentos do trabalho e

pelos custos com pagamentos de indenizações, tanto no Brasil como na maior parte dos países

industrializados. Segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) a LER é a

segunda causa de afastamento no Brasil. A cada 100 trabalhadores na região Sudeste, por

exemplo, um é portador de LER de acordo com a Organização Mundial Saúde - OMS, (1993).

Baseado em resultados de estudos, é interessante notar que os fatores que contribuem

para o surgimento das LER/DORT são: força, repetição, velocidade e movimentos como

cálculos, digitação, escrita, atendimento ao telefone, entre outros (FORNASARI et al., 2000).

Outro dado alarmante é que, aproximadamente, 75% a 90% dos custos médios nas empresas

são devidos aos doentes com lombalgias crônicas, o que também poderá desencadear os

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (KSAM, 2003).

Page 23: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

23

O indivíduo treinado, fisicamente bem condicionado, que mantém posturas e

movimentos corretos durante a jornada de trabalho, que inclui intervalos apropriados para

descanso; terá maior probabilidade em desempenhar suas atividades no trabalho sem prejuízo

da sua saúde. Também um ambiente de trabalho organizado terá sempre uma baixa incidência

de enfermidades músculo-esqueléticas.

Contribuindo na prevenção e na redução das LER /DORT, a fisioterapia preventiva

visa à promoção da saúde e a melhoria das condições de trabalho, além de melhorar o

relacionamento interpessoal, de reduzir os acidentes de trabalho e, conseqüentemente, de

aumentar a produtividade, gerando um maior retorno financeiro para empresa.

2.3.1. Postura: Os efeitos sofridos pelo corpo

Segundo Bricot (2004), Charles Bell já apresentava o problema que a posturologia

tenta hoje resolver: como um homem consegue manter a postura em pé ou inclinada contra o

vento que sopra sobre ele? É necessário que as forças gravitacionais passem através do centro

dos eixos articulares, para que haja equilíbrio entre músculos, ligamentos e outras estruturas

adjacentes à articulação.

“A boa postura pode ser definida como a habilidade de manter o centro de massa

corporal em relação com a base de sustentação, a fim de evitar quedas e permitir a execução

correta dos movimentos” (JOÃO, 2007, p.214).

Para Palmer & Eplek (2000, p. 45), “a postura correta consiste no alinhamento do

corpo com eficiência biológica e biomecânica máximas, o que miniminiza os estresses e as

sobrecargas infligidas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade”.

A boa postura pode ser definida como a habilidade de manter o centro de massa

corporal em relação com a base de sustentação, a fim de evitar quedas e permitir a execução

correta dos movimentos (WESTCOTT et al., 1997).

A má postura pode ser causa de várias lesões. Cuidar da postura no trabalho, no lazer e

em casa, fazer caminhada e alongamentos são atitudes que promovem a saúde e ajudam a

combater as lesões posturais. Muitas pessoas são acometidas de dores no corpo,

principalmente nas costas, e somente depois de algum tempo percebem que sua postura estava

errada. A educação postural é algo que se deve buscar desde a infância, para evitar problemas

na idade adulta.

Page 24: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

24

É consenso na literatura especializada que a manutenção de uma má postura leva ao

desequilíbrio postural. Sendo assim, os trabalhadores que realizam as suas atividades laborais

desenvolvendo posições não adequadas estarão expostos a inadequações na postura. Então

relacionando postura e saúde do trabalhador, torna-se evidente que diversas afecções

ocupacionais podem surgir em decorrência destas inadequações. As posturas inadequadas

impõem esforços adicionais desequilibrados e inesperados, podendo atingir a coluna vertebral

e as extremidades superiores e inferiores. A disfunção postural pode ser causada pela adoção

de maus hábitos posturais, como no posicionamento prolongado associado à ocupação ou

ambiente de trabalho (RIBEIRO et al, 2006).

Os comprometimentos comuns associados às disfunções posturais são: dor por

sobrecarga biomecânica, comprometimento da mobilidade devido à restrição de músculos,

articulações ou fáscia, comprometimento muscular associado à fraqueza, devido a más

posturas sustentadas, controle postural insuficiente pelos músculos estabilizadores, senso

sinestésico de postura alterado associado a maus hábitos posturais prolongados, falta do

conhecimento do controle e da biomecânica vertebral saudável. (BARBOSA, 2002).

As posturas inadequadas impõem esforços adicionais desequilibrados e inesperados,

podendo atingir a coluna vertebral e as extremidades superiores e inferiores. A disfunção

postural pode ser causada pela adoção de maus hábitos posturais, como no posicionamento

prolongado associado à ocupação ou ambiente de trabalho (OLIVER, 1999).

Para prevenir algias e obter uma postura correta é preciso praticar atividades físicas

regularmente, corrigir sempre a própria postura nas atividades diárias domésticas e/ou

profissionais, mantendo a coluna ereta.

A avaliação postural envolve uma gama de fatores que a tornam complexa, como

características físicas do ambiente em que se vive, questões sócio-cultural e emocional,

sedentarismo, obesidade e outros. As práticas de atividades físicas também influenciam na

postura que podem causar desequilíbrios, gerando alterações de força, flexibilidade, equilíbrio

e coordenação motora, além de agir diretamente sobre o crescimento ósseo, de acordo com

João (2007).

Cada indivíduo está sujeito a sofrer as influências favoráveis ou negativas das

atividades que realiza ao longo da vida, e que certamente causarão impacto sobre a sua

postura. Para Kendal et al. (1995, p.84), “a concentração em um tipo de atividade

proporciona um alto percentual para desequilíbrio muscular”, dessa forma, as atividades

precisam ser consideradas de forma global para que se possa identificar quais os efeitos sobre

Page 25: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

25

a postura do indivíduo. O autor acredita que “pode ser possível eliminar ou minimizar

influências posturais desfavoráveis intrínsecas a atividades relacionadas com elas caso as

implicações posturais sejam conhecidas e sejam feitos os ajustes sempre que seja prático”.

É sabido que para a correção dos defeitos posturais é necessário aplicar medidas

terapêuticas paralelas às orientações posturais, que visem os fundamentos de um bom

alinhamento.

Page 26: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

26

CAPITULO IV

2.4. A BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DO TRABALHO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é a

“percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de

valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”

(FLECK, 2000, p. 34). Portanto, uma queda na qualidade de vida pode implicar em prejuízos

na saúde e contribuir na instalação de níveis de incapacidade para a realização de atividades

laborais, de lazer e sociais. (BUSS, 2000).

Podemos notar que há relação intrínseca entre trabalho exercido e qualidade de vida

do trabalhador. É relevante citar que as doenças ocupacionais aparecem como fator

desencadeante para o declínio de uma série de fatores correlacionados, perpassando desde a

produção diária em seu ambiente de trabalho até o próprio convívio em sociedade.

A saúde do trabalhador é uma preocupação no mundo moderno, merecedora de

diversos estudos na busca de desvendar seus segredos, melhorando a vida do trabalhador, sua

produtividade e os resultados oferecidos pela sociedade.

Para Ferreira (2000), como a evolução deste marco inicial do incentivo à promoção da

saúde, multiplicaram-se estudos feitos nos mais variados países, que tinham por finalidade

demonstrar, por exemplo, a importância sanitária da doação de medidas de controle da

poluição ambiental e em locais de trabalho, da prevenção de acidentes em geral, vacinação,

realização de exames de rastreamento de doenças, e, finalmente, o papel dos profissionais de

saúde como agentes catalisadores da mudança do estilo de vida prejudiciais para a saúde de

seus clientes.

Para Limongi-França (2004), a base da discussão sobre o conceito de qualidade de

vida encerra escolhas de bem-estar e percepção do que pode ser feito para atender às

expectativas criadas tanto por gestores como por usuários de ações de qualidade de vida na

empresa.

A busca de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, não somente sua

melhoria econômica implica em diversas transformações, uma das quais é a busca de novas

formas de associação e organização. (SINGER, 2000).

Page 27: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

27

Para Rodrigues (1996), uma melhor qualidade de vida no trabalho quer dizer não

somente ter melhores condições materiais, mas também buscar melhores condições de ter

maior autonomia, participação, condições para o auto desenvolvimento, enfim, ter condições

de maior auto-realização.

A preocupação com a Qualidade de Vida no Trabalho tem início a partir das

convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em que os países membros

adequaram a legislação em seus países para a melhoria do trabalho, principalmente no que

concerne à saúde, higiene e segurança do trabalhador.

Frank Pot em seu trabalho de pesquisa de (2003), apresenta a preocupação de vários

países em equalizar os procedimentos de qualidade de vida dos trabalhadores,

correlacionando a Qualidade de Vida no Trabalho com a produtividade, mostrando o quanto

as empresas deixam de ganhar, quanto gastam e, além disso, o custo social da má gestão dos

processos que afetam a saúde dos trabalhadores.

É necessário o conhecimento básico sobre Saúde Ocupacional e seus particulares

conhecimentos sobre a saúde do trabalhador, visto que um determinado grupo de doenças é

característico das atividades de trabalho e precisam receber abordagens especiais para que

possam ser tratadas adequadamente. As doenças específicas ligadas a cada atividade, não se

limitam apenas as Doenças Ocupacionais Relacionadas ao Trabalho (DORT). Estreitar laços

com médicos e enfermeiros, mas não se esquecer dos assistentes sociais e psicólogos, que,

certamente, muito acrescentam ao nosso trabalho.

2.4.1.Questionário SF-36: um método avaliativo para qualidade de vida

Santos (2006), apud Thompson (1996), referem que a avaliação da qualidade de vida

através de questionários tem sido reconhecida como uma importante área do conhecimento

científico no campo da saúde. Isto porque os conceitos de saúde e qualidade de vida se

interpõem – considerados como satisfação e bem-estar nos âmbitos físico, psíquico,

socioeconômico e cultural – e a prioridade nos tratamentos de quaisquer doenças ou

síndromes tem sido cada vez mais, a busca pela saúde, em seu âmbito mais abrangente, e a

melhora da qualidade de vida. Neste sentido o uso de questionários de qualidade de vida

permite uma avaliação mais objetiva desta combinação de fatores subjetivos. Na prática

Page 28: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

28

clínica, eles podem identificar os âmbitos mais influenciados por determinada síndrome e

avaliar a efetividade de uma intervenção e da análise de custo-utilidade do tratamento.

Estes instrumentos podem ser específicos ou genéricos. Os instrumentos específicos

são capazes de avaliar de forma particular, determinados aspectos da qualidade de vida,

próprios de uma população com uma determinada doença.

Já os instrumentos genéricos foram desenvolvidos com o objetivo de estudar a

qualidade de vida de indivíduos com qualquer patologia, ou mesmo de indivíduos saudáveis.

Muito utilizado, o Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-

36), é um instrumento de medida de qualidade de vida desenvolvido no final dos anos 80 nos

Estados Unidos da America - EUA (VIACAVA, 2002). Este instrumento foi traduzido e

validado no Brasil para avaliar a qualidade de vida em pacientes com artrite reumatóide e

mostrou-se adequado às condições socioeconômicas e culturais da população brasileira, sendo

de fácil e rápida administração. (CICONELLI, 1999).

Martinez (2002), coloca que o SF-36 é um questionário genérico, com conceitos não

específicos para uma determinada idade, doença ou grupo de tratamento e que permite

comparações entre diferentes patologias e entre diferentes tratamentos. Considera a percepção

dos indivíduos quanto ao seu próprio estado de saúde e qualidade de vida contemplado os

aspectos mais representativos da saúde. É também de fácil administração e compreensão, do

tipo auto-aplicável.

O SF-36 foi criado a partir de uma revisão dos instrumentos ligados a qualidade de

vida já existentes na literatura nos últimos 20 anos, Ciconelli (1997). O SF-36 é um inventário

que avalia 8 aspectos distintos:

1. Capacidade Funcional (10 itens) os itens avaliam tanto a presença como a extensão das

limitações impostas à capacidade física (em 3 níveis: muita, pouca ou sem limitação);

2. Aspectos físicos (4 itens);

3. Aspectos emocionais (3 itens);

4. Dor (2 itens) foram baseados numa questão do SF-20 sobre a intensidade da dor, acrescida

de uma questão sobre a interferência da dor nas atividades da vida diária do paciente;

5. Estado Geral de Saúde (5 itens) derivados do questionário General Health Rating Index

(GHRI);

6. Vitalidade (4itens) considera tanto o nível de energia, como o de fadiga e foram derivados

do questionário de avaliação de Saúde Mental (Mental Health Inventory (MHI));

7. Aspectos Sociais (2 itens) analisam a integração do indivíduo em atividades sociais;

8. Saúde Mental (5 itens).

Page 29: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

29

Estes itens foram escolhidos porque resumem os 38 itens do questionário de avaliação

de Saúde Mental (MHI-38). Procuram investigar as dimensões: ansiedade, depressão,

alterações do comportamento ou descontrole emocional e bem estar psicológico.

Os itens são avaliados, dando-se um resultado para cada questão, que são

posteriormente transformados numa escala de 0 a 100, em que zero é considerado o pior e 100

o melhor estado (TEIXEIRA, 2002).

Page 30: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

30

CAPITULO V

2.5. FISIOTERAPIA PREVENTIVA: O CAMINHO PARA O BEM ESTAR

A fisioterapia preventiva preconiza a prevenção, promoção e recuperação da saúde das

pessoas, de forma integral e contínua. “Quem trabalha com prevenção tem de se preparar para

antecipação de um evento, pois que de outro modo o evento já virou doença”, afirma

(BARBOSA, 2002, p. 112). Desse modo é possível aplicar até mesmo recursos curativos,

porém com objetivos profiláticos, o que resulta em mudança na visão e atuação dos

profissionais da saúde.

O processo preventivo pode ser dividido em quatro etapas, como sugere Barbosa

(2002): a) Conhecer os processos fisiopatológicos; b) Informar amplamente; c) Agir pró -

ativamente e d) Conscientizar. Seguindo essas etapas, assegura-se que o trabalho preventivo

possui maior probabilidade de ser executado com eficiência e obter resultados satisfatórios.

“Sendo o fisioterapeuta um profissional da área da saúde, além de capacitado, tem a

responsabilidade de atuar como agente provedor de saúde, atuando diretamente nos três níveis

de prevenção”, segundo Albiero et al. (2005, p.3). Esses níveis são: prevenção primária,

secundária e terciária. A fisioterapia atua no nível terciário, realizando atendimentos

domiciliares.

O fisioterapeuta proporciona uma relação mais próxima entre paciente e terapeuta,

além de permitir que o profissional conheça as condições em que vive o indivíduo, o que

contribui para um atendimento mais personalizado.

Tendo a oportunidade de reconhecer os sinais de uma patologia, o fisioterapeuta pode

fazer uso de recursos fisioterápicos, ou não, reduzindo os fatores que potencializam os

sintomas da doença.

De acordo com Gimenes (2005, p. 9), “investir na saúde e na qualidade de vida do

trabalhador preventivamente é mais vantajoso do que arcar com sua debilidade ocupacional,

ou até sua demissão”. Em suma, a Fisioterapia preventiva é mais lucrativa tanto para o

empregador que se conscientiza com a segurança do seu empregado, quanto para o segundo,

que fica mais protegido de doenças osteomioarticulares pertinentes ao trabalho.

Page 31: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

31

3. METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada a partir da aprovação da orientadora (APÊNDICE 1) e da co-

orientadora (APÊNDICE 2), do responsável pelo Departamento de Conservação e

Manutenção (DECOM) da Universidade da Amazônia (APÊNDICE 3), do Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP), da Universidade da Amazônia pelo Protocolo N° 250702/09 e dos

indivíduos pesquisados por meio do termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(APÊNDICE 4).

3.1 TIPO DE ESTUDO

O tipo de estudo realizado é de caráter Analítico, descritivo, observacional e

transversal.

3.2 LOCAL DO ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na Universidade da Amazônia localizada na

Avenida Alcindo Cacela, nº 287 bairro do Umarizal, Av. Senador Lemos, nº 2809, bairro

Telégrafo e Tv. Quintino bocaiúva, nº 1808, bairro Nazaré em Belém-Pará, no turno

vespertino de junho a setembro de 2009, nos dias da semana de segunda a sexta-feira.

3.3 AMOSTRA

O estudo foi realizado com um total de 18 trabalhadores do setor de limpeza do sexo

masculino, com idades variadas de 27 a 60 anos. Participaram da pesquisa todos aqueles que

se enquadraram nos critérios de inclusão.

Page 32: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

32

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram inclusos todos trabalhadores do setor de limpeza que são lotados no DECOM,

com idade entre 27 a 60 anos, do sexo masculino que aceitaram participar do estudo, e que

assinaram o TCLE (APÊNDICE 4).

3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos os trabalhadores do setor de limpeza que não estavam lotados no

DECOM, que estavam fora da faixa etária da pesquisa, que apresentavam alterações

psicológicas/ cognitivas, que não puderam responder o questionário e que não tinham

assinado o TCLE (APÊNDICE 4).

3.6 COLETA DE DADOS

Os trabalhadores do setor de limpeza participantes da pesquisa foram submetidos a

dois questionários. O primeiro refere-se aos hábitos no trabalho, possui 31 perguntas

fechadas. O questionário possui perguntas quanto a adoção de atitudes relacionadas à

segurança do trabalho, satisfação do trabalhador, fatores ligados ao esforço físico, fatores

relativos ao final do expediente, movimentos realizados durante um dia normal de trabalho.

Tais perguntas relacionam-se com a rotina de trabalho, fatores que podem ou não influenciar

para o desenvolvimento de dores osteomioarticulares (APÊNDICE 5).

Já o segundo questionário relacionado com a qualidade de vida o SF-36

(CICONNELI, 2007) é um questionário multidimensional formado por 36 itens, englobados

em 8 escalas ou componentes: Capacidade Funcional (10 itens), Aspectos Físicos (4 itens),

Dor (2 itens), Estado Geral de Saúde (5 itens), Vitalidade (4 itens), Aspectos Sociais (2 itens),

Aspectos Emocionais (3 itens), Saúde Mental (5 itens) e mais uma questão de avaliação

comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás. Avalia tanto aspectos

Page 33: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

33

negativos de saúde (doença ou enfermidade), como aspectos positivos (bem-estar). Cada

componente varia de zero a 100, sendo zero o pior escore e, 100 o melhor (ANEXO 1).

3.7 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise estatística foram utilizados métodos descritivos e inferenciais. Na

análise descritiva foram determinadas principais medidas numéricas, a saber: Média,

Mediana, Desvio-Padrão, Mínimo, Máximo para variáveis quantitativas. Quanto à análise

inferencial foi aplicado o teste estatístico U de Mann-Whitney destinado a comparar a

diferença entre as medianas de duas amostras cujos escores são a nível ordinal. Outro teste o

de Exato de Fisher verificou-se a associação e o local de dor (Cervical, MMSS, Tronco e

MMII), e o Fator de risco. O teste de correlação linear de Pearson foi aplicado com objetivo

de verificar a associação entre duas variáveis quantitativas. Fica estabelecido o nível de

significância alfa = 0,05 como padrão de decisão para rejeição da hipótese de nulidade. Foram

indicadas com asterisco (*) as diferenças estatisticamente significativas. Todo o

processamento estatístico foi realizado sob o suporte computacional do pacote bioestatístico

BioEstat versão 5.

3.8 RISCOS E BENEFÍCIOS

Durante a pesquisa, os trabalhadores de limpeza não foram expostos a nenhum tipo de

risco, pois nenhuma conduta fisioterapêutica foi realizada, bem como as pesquisadoras

também não estavam sujeitas a nenhum tipo de risco.

Através dos questionários aplicados, foi possível trazer como beneficio aos

trabalhadores de limpeza informações sobre possíveis dores ocupacionais causadas pelo seu

trabalho, e assim mostrá-los como melhorar sua qualidade de vida para que não sejam

prejudicados futuramente, o qual pode ser criado um projeto futuro. Enquanto para as

pesquisadoras, o beneficio foi a ampliação de seus conhecimentos científicos.

Page 34: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

34

De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), os

resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, sendo divulgados apenas em

publicações cientificas, sem mencionar os dados pessoais dos pesquisados.

Page 35: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

35

4. RESULTADOS

O Departamento de Conservação e Limpeza (DECOM) é composto por 18

funcionários do sexo masculino, sendo que estes ocupam o cargo de auxiliar de serviços

gerais na Universidade da Amazônia (UNAMA). A variação da idade é de 27 anos a 60 anos,

em relação ao estado civil, a maioria se diz solteiro (55.56%) e quanto ao grau de

escolaridade, 9 (50%) possuem ensino médio completo.

As características sócio-demográficas dos funcionários do DECOM da UNAMA

pesquisados estão representadas na tabela1 abaixo.

Tabela 1: Descrição geral da amostra, segundo as características sócio-demográficas. Características (n=18) Idade [min-máx], mediana [27-60], 36 Média ±dp 38.7± 9.8 Sexo n (%) Masculino 18 (100.0) Feminino 0 (0.0) Estado Civil: n (%) Casado 6 (33.33) Solteiro 10 (55.56) Viúvo 2 (11.11) p-valor 0.0695 Escolaridade n (%) Fundamental Incompleto 5 (27.78) Médio Completo 9 (50.00) Médio Incompleto 4 (22.22) p-valor 0.3114 Fonte: Protocolo da pesquisa. Teste Qui-Quadrado (para uma amostra)

As principais atividades da limpeza são: limpeza janelas, porta, escadas; limpeza e

enceramento dos pisos; limpeza de salas de aula, quadro negro, banheiros, gabinetes,

auditórios e laboratórios; limpeza dos vidros e divisórias; limpeza e capinagem do

estacionamento; recolher o lixo. Além do trabalho de limpeza e conservação, também é

realizado o carregamento de materiais, equipamentos, móveis, quando solicitados pela

instituição.

Page 36: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

36

Algumas das principais atividades estão representadas nas figuras 1 a 16:

Figura1: Limpeza do Banheiro Figura2: Limpeza do Banheiro

Figura3: Limpeza Banheiro Figura4: Limpeza Banheiro

Page 37: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

37

Figura5: Limpeza de sala aula Figura6: Limpeza Gabinete

Figura7: Limpeza Gabinete Figura8: Limpeza Gabinete

Page 38: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

38

Figura9: Recolhendo Lixo Figura10: Recolhendo Lixo

Figura11: Limpeza Quadro Figura12: Limpeza Quadro

Page 39: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

39

Figura13: Limpeza de vidro Figura14: Limpeza de piso

Figura15: Limpeza de piso Figura16: Limpeza de piso

A figura 17 refere-se à prevalência de algias conforme o local afetado, a maioria dos

participantes da pesquisa, no total de 10 (55.6%) referiu algias no Tronco como a principal

moléstia, 27.8% apresentaram algias na Cervical, 22.2% apresentaram algias nos Membros

Superiores (MMSS), 16.7% apresentaram algias nos Membros Inferiores (MMII).

Page 40: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

40

Figura 17: Prevalência de algias conforme o local afetado. Fonte: Protocolo da pesquisa.

As medias de Qualidade de Vida obtida com a aplicação do SF-36 em 18 entrevistados

estão apresentadas na tabela 2.

Foram observados escorres médio, em geral, acima de 50 para a maioria dos domínios.

Considerando-se que o escore em cada domínio pode variar de zero a 100, os resultados

demonstram valores médios elevados na grande maioria dos domínios analisados. Os

Aspectos Emocionais apresentou a maior pontuação e estado geral de saúde a menor

pontuação.

Ao realizar-se a avaliação da qualidade de vida na amostra geral (n=18), o protocolo

SF-36 apresenta os resultados divididos em domínios, visto que a qualidade de vida é um

conceito multifatorial. Os domínios do SF-36 apresentaram os seguintes resultados: O

domínio Limitação por Aspectos Emocionais apresentou a maior média (76±31.9), em

segundo lugar o domínio Limitação por Aspectos Físicos (75±22.7), o domínio Capacidade

Funcional apresentou a terceira maior pontuação (74±21.4). Os outros domínios apresentaram

valores médios considerados baixos: o domínio Dor (31±14.1), o domínio Vitalidade

(49±16.9), o domínio Aspectos Sociais (46±10.5), e o domínio Saúde Mental (54 ±14.2).

Entretanto, o domínio Estado Geral da Saúde (30±9.9) foi o domínio com menor pontuação

média.

0

10

20

30

40

50

60

Cervical MMSS Tronco MMII

Local da dor

Prevalência (%)

Page 41: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

41

Tabela 2: Descrição geral dos domínios SF-36. Min-Máx Mediana P25-P75 Média ±dp Capacidade Funcional 25-100 80 56-90 74 ±21.4 Limitação Aspectos Físicos 25-100 75 56-100 75 ±22.7 Dor 10-60 30 20-38 31 ±14.1 Estado Geral Saúde 15-50 30 21-39 30 ±9.9 Vitalidade 5-70 53 40-60 49 ±16.9 Aspectos Sociais 13-63 50 41-50 46 ±10.5 Limitação Aspectos Emocionais 0-100 100 67-100 76 ±31.9 Saúde Mental 24-76 56 49-60 54 ±14.2 Fonte: Protocolo da pesquisa.

Dentre todas as associações de Dor na Cervical e Fatores de Risco, observou-se que

somente o fator “Outra ocupação” (Figura 18) apresentou associação significativa (p-

valor=0.0474*). Observou-se que a “Dor na cervical” era presente em 80% dos trabalhadores

que declararam ter “Outra ocupação”, entretanto, nos trabalhadores sem “Outra ocupação”

apenas 23.1% apresentavam Dor no Cervical. Para medir a força dessa associação foi

calculado o Odds Ratio (OR=13.33) o qual indica que o risco de Dor na Cervical é 13 vezes

maior nos trabalhadores que possuem outro emprego.

Figura 18:Ocorrência (absoluta) de Dor na Cervical e Outra ocupação, (n=18).

Fonte: Protocolo da pesquisa.

Quanto as outras associações não verificou-se uma associação significativa entre fator

de risco e dor na cervical, visto que o p-valor > 0.05 (Tabela 3). Entretanto, foi observado que

100% dos entrevistados usam Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), mas apenas 67%

Dor na cervical

Page 42: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

42

(12 trabalhadores) referem terem sido treinados para realizar o trabalho. Que o esforço físico

intenso ocorre em 100% dos trabalhadores que apresentam dor na cervical e essa percentagem

cai para 69.2% nos trabalhadores que não apresentam dor na cervical. Que para 80% dos

trabalhadores que apresentam outros tipos de algia, a dor ocorre no final do expediente, e essa

percentagem cai para 61.5% nos trabalhadores que não apresentam a dor, especificamente, na

cervical. Não há discordâncias significativas sobre o motivo da dor. Foi observado que os

movimentos de correr e pular são realizados por 100% dos trabalhadores entrevistados.

Tabela 3: Verificação da Associação entre Dor na Cervical e Fatores de Risco (n=18). Presente (n=5) Ausente (n=13)

Sim % Sim % p-valor

Adoção de atitudes relacionadas à segurança do trabalho

Treinamento para o trabalho 4 80 8 61.5 0.6148

Orientação riscos 4 80 10 76.9 0.9998

Acesso a EPI 5 100 11 84.6 0.9998

Usa EPI 5 100 13 100 0.9998

Satisfação do trabalhador Trabalha Satisfeito 5 100 10 76.9 0.6148

Hora Extra 4 80 9 69.2 0.9998

Outra Ocupação 4 80 3 23.1 0.0474*

Intervalos 5 100 12 92.3 0.9998

Fatores ligados ao esforço físico

Esforço físico intenso 5 100 9 69.2 0.2778

Atividade exige postura adequada 4 80 11 84.6 0.9877

Alongamento 3 60 4 30.8 0.326

Musculação 1 20 4 30.8 0.9998

Padrão repetitivo 4 80 12 92.3 0.4902

Cansado no final do expediente 4 80 11 84.6 0.9877

Fatores relativos ao final do expediente

Dores no final do expediente 4 80 8 61.5 0.6148

Dor atrapalha trabalho 2 40 3 23.1 0.5826

Faz algo para passar dor 3 60 9 69.2 0.9993

Motivo da dor esforço excessivo 2 40 6 46.2 0.9998

Motivo da dor ritmo do trabalho 2 40 3 23.1 0.5826

Motivo da dor relacionada ao processo trabalho 0 0 3 23.1 0.5221

Motivo da dor descuido 0 0 2 15.4 0.9998

Motivo da dor falta treinamento 2 40 2 0 0.5327 Movimentos realizados durante um dia normal de trabalho

Movimento agachar-se 3 60 6 46.2 0.6471

Movimento correr 5 100 13 100 0.9998

Movimento pular 5 100 13 100 0.9998

Movimento varrer 2 40 6 46.2 0.9998

Movimento carregar peso 4 80 7 53.8 0.5956

Movimento subir descer escada 3 60 8 61.5 0.9975

Fonte: Protocolo da pesquisa. *Teste Exato de Fisher.

Page 43: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

43

Para avaliar associação entre dor no MMSS e fator de risco (Tabela 4) foi aplicado o

Teste Exato de Fisher o qual não encontrou associação estatisticamente significante, visto que

para cada fator de risco o resultado do p-valor >0.05, considerado não significativo.

Tabela 4: Verificação da Associação entre Dor no MMSS e Fatores de risco (n=18). Presente (n=4) Ausente (n=14)

Sim % Sim % p-valor

Adoção de atitudes relacionadas à segurança do trabalho

Treinamento trabalho 3 75 9 64.3 0.9998

Orientação riscos 3 75 11 78.6 0.9814

Acesso a EPI 4 100 12 85.7 0.9998

Usa EPI 4 100 14 100 0.9998

Satisfação do trabalhador

Trabalha Satisfeito 4 100 11 78.6 0.5539

Hora Extra 2 50 11 78.6 0.5327

Outra Ocupação 0 0 7 50 0.1193

Intervalos 4 100 13 92.9 0.9998

Fatores ligados ao esforço físico

Esforço físico intenso 3 75 11 78.6 0.9814

Atividade exige postura adequada 4 100 11 78.6 0.5539

Alongamento 2 50 5 35.7 0.9998

Musculação 2 50 3 21.4 0.5327

Padrão repetitivo 4 100 12 85.7 0.9998

Cansado no final do expediente 4 100 11 78.6 0.5539

Fatores ligados ao final do expediente

Dor no final do expediente 4 100 11 79 0.3421

Dor atrapalha trabalho 0 100 5 57.1 0.2778

Faz algo para passar dor 4 0 8 35.7 0.2451

Motivo da dor esforço excessivo 3 100 5 57.1 0.2745

Motivo da dor ritmo do trabalho 1 75 4 35.7 0.9998

Motivo da dor relacionado ao processo do trabalho 1 25 2 28.6 0.9951

Motivo da dor descuido 1 25 1 14.3 0.4052

Motivo da dor falta treinamento 0 25 4 7.1 0.5242 Movimentos realizados durante um dia normal de trabalho

Movimento agachar-se 1 25 8 57.1 0.3294

Movimento correr 4 100 14 100 0.9998

Movimento pular 4 100 14 100 0.9998

Movimento varrer 1 25 7 50 0.5882

Movimento carregar peso 4 100 7 50 0.1193

Movimento subir descer escada 2 50 9 64.3 0.9998

Fonte: protocolo da pesquisa.

Page 44: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

44

A avaliação estatística para testar a existência de associação entre dor no tronco e

fatores de risco (Tabela 5) foi realizada através do Teste Exato de Fisher. Em todos os fatores

avaliados o teste de hipóteses evoluiu para um p-valor >0.05, o qual não é estatisticamente

significante, portanto não há evidências suficientes para confirmar a associação entre os

fatores avaliados e a dor no tronco.

Tabela 5: Verificação da Associação entre Dor no Tronco e Fatores de risco (n=18). Presente (n=10) Ausente (n=8)

Sim % Sim % p-valor

Adoção de atitudes relacionadas à segurança do trabalho

Treinamento trabalho 6 60 6 75 0.638

Orientação riscos 8 80 6 75 0.9998

Acesso a EPI 9 90 7 87.5 0.9998

Usa EPI 10 100 8 100 0.9998

Satisfação do trabalhador

Trabalha Satisfeito 7 70 8 100 0.2157

Hora Extra 7 70 6 75 0.9998

Outra Ocupação 4 40 3 37.5 0.9998

Intervalos 9 90 8 100 0.9998

Fatores ligados ao esforço físico

Esforço físico intenso 7 70 7 87.5 0.5882

Atividade exige postura adequada 8 80 7 87.5 0.9998

Alongamento 2 20 5 62.5 0.1448

Musculação 2 20 3 37.5 0.6078

Padrão repetitivo 9 90 7 87.5 0.9998

Cansado no final do expediente 9 90 6 75 0.5588

Fatores ligados ao final do expediente

Movimento agachar-se 5 50 4 50 0.9998

Movimento correr 10 100 8 100 0.9998

Movimento pular 10 100 8 100 0.9998

Movimento varrer 7 70 1 12.5 0.5882

Movimento carregar peso 5 50 6 75 0.3665

Movimento subir descer escada 8 80 3 37.5 0.1448 Movimentos realizados durante um dia normal de trabalho

Dores no final do expediente 6 60 6 75 0.6382

Dor atrapalha trabalho 3 30 2 25 0.9998

Faz algo para passar dor 6 60 6 75 0.6381

Motivo da dor esforço excessivo 2 20 6 75 0.0536

Motivo da dor ritmo do trabalho 3 30 2 25 0.9998

Motivo da dor relacionado ao processo do trabalho 3 30 0 0 0.2157

Motivo da dor descuido 2 20 0 0 0.4771

Motivo da dor falta treinamento 2 20 2 25 0.9998

Fonte: Protocolo da pesquisa

Page 45: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

45

A avaliação quantitativa da associação entre dor no MMII e os Fatores de Riscos

(Tabela 6), e o provável motivo da dor foi realizada pelo Teste Exato de Fisher, o qual avaliou

a significância estatística entre a exposição aos fatores e a ocorrência desse tipo de algia. Os

fatores não apresentaram evidências estatisticamente significante (p-valor >0.05) de

associação com a dor no MMII.

Tabela 6: Verificação da Associação entre Dor no MMII e Fatores de Riscos (n=18). Presente (n=3) Ausente (n=15)

Sim % Sim % p-valor

Adoção de atitudes relacionadas à segurança do trabalho

Treinamento trabalho 1 33.3 11 73.3 0.2451

Orientação riscos 3 100 11 73.3 0.5539

Acesso a EPI 2 66.7 14 93.3 0.3137

Usa EPI 3 100 15 100 0.9998

Satisfação do trabalhador

Trabalha Satisfeito 3 100 12 80 0.9998

Hora Extra 2 66.7 11 73.3 0.9877

Outra Ocupação 1 33.3 6 40 0.9998

Intervalos 3 100 14 93.3 0.9998

Fatores ligados ao esforço físico

Esforço físico intenso 3 100 11 73.3 0.5539

Atividade exige postura adequada 3 100 12 80 0.9998

Alongamento 2 66.7 5 33.3 0.5282

Musculação 2 66.7 3 20 0.1716

Padrão repetitivo 3 100 13 86.7 0.9998

Cansado no final do expediente 2 66.7 13 86.7 0.4412

Fatores ligados ao final do expediente

Dores no final do expediente 2 66.7 10 66.7 0.9755

Dor atrapalha trabalho 0 0 5 33.3 0.5221

Faz algo para passar dor 3 100 9 60 0.5147

Motivo da dor esforço excessivo 1 33.3 7 46.7 0.9998

Motivo da dor ritmo do trabalho 1 33.3 4 26.7 0.9877

Motivo da dor relacionado ao processo do trabalho 1 33.3 2 13.3 0.4412

Motivo da dor descuido 1 33.3 1 6.7 0.3137

Motivo da dor falta treinamento 0 0 4 26.7 0.5539 Movimentos realizados durante um dia normal de trabalho

Movimento agachar-se 2 66.7 7 46.7 0.9998

Movimento correr 3 100 15 100 0.9998

Movimento pular 3 100 15 100 0.9998

Movimento varrer 2 66.7 6 40 0.5588

Movimento carregar peso 2 66.7 9 60 0.9998

Movimento subir descer escada 2 66.7 9 60 0.9998

Fonte: protocolo da pesquisa.

Page 46: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

46

Na avaliação estatística da correspondência entre Qualidade de vida e Dor na Cervical

(Tabela 7) foi realizada pela correlação linear de Pearson, conforme recomenda Ayres (2007,

p.76). Os oito aspectos da qualidade de vida (SF-36) avaliados não apresentaram

correspondência estatisticamente significante (p-valor > 0.05) com a dor na Cervical.

Tabela 7: Associação entre Qualidade de vida e Dor na Cervical Dor Cervical Presente (n=5) Ausente (n=13) p-valor Capacidade Funcional 90 80 0.3243 83 ±17.2 71 ±22.4 Limitações Aspectos Físicos 75 75 0.6934 70 ±27.4 77 ±21.6 Dor 30 30 0.6573 28 ±8.4 32 ±15.9 Estado Geral Saúde 20 30 0.0611 23 ±7.6 33 ±9.5 Vitalidade 55 50 0.8053 49 ±16.4 49 ±17.8 Aspectos Sociais 37.5 50 0.1039 38 ±15.3 49 ±6.02 Limitações Aspectos Emocionais 100 66.7 0.2000 93 ±14.9 69 ±34.6 Saúde Mental 52 56 0.7674 54 ±14.9 54 ±14.6 Fonte: Protocolo da pesquisa.

A avaliação estatística da correspondência entre Qualidade de vida e Dor no MMSS

(Tabela 8) foi realizada pela correlação linear de Pearson, conforme recomenda Ayres (2007,

p.76). Dos oito aspectos da qualidade de vida (SF-36) um apresentou significância estatística,

o domínio Limitações de Atividades Emocionais (p-valor=0.0093*), pois quando comparados

os presentes e ausentes, observa-se que os ausentes apresentaram melhores escores do que os

com dor presente, enquanto os demais não apresentaram correspondência estatisticamente

significante (p-valor > 0.05) com a dor no MMSS.

Page 47: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

47

Tabela 8: Associação entre Qualidade de vida e Dor no MMSS. Dor MMSS Presente (n=4) Ausente (n=14) p-valor Capacidade Funcional 60 87.5 0.1371 61.3 ±14.4 78 ±22 Limitações Aspectos Físicos 50 75 0.2025 62.5 ±25.0 79 ±22 Dor 30 30 0.3956 35 ±10 30 ±15 Estado Geral Saúde 40 30 0.1843 35 ±10 29 ±9.7 Vitalidade 45 52.5 0.5240 40 ±28 52 ±13 Aspectos Sociais 50 50 0.9998 47 ±6.3 46 ±11.6 Limitações Aspectos Emocionais 33.3 100 0.0093* 33 ±27 88 ±21.0 Saúde Mental 56 56 0.9577 54 ±20.0 54 ±13.2 Fonte: Protocolo da pesquisa.

A avaliação estatística da correspondência entre Qualidade de vida e Dor no tronco

(Tabela 9) foi realizada pela correlação linear de Pearson. Dos oito aspectos da qualidade de

vida (SF-36) um apresentou significância estatística, o domínio Aspectos Sociais (p-

valor=0.0185*), pois quando comparados os presentes e ausentes, observa-se que os presentes

apresentaram melhores escores do domínio Aspectos Sociais do que os ausentes. Assim esse

domínio apresentou diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos, enquanto os

demais domínios não apresentaram correspondência estatisticamente significante (p-valor >

0.05) com a dor no tronco.

Page 48: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

48

Tabela 9: Associação entre Qualidade de Vida e Dor no Tronco. Tronco Presente (n=10) Ausente (n=8) p-valor Capacidade Funcional 83 70 0.7558 76 ±23 73 ±20 Limitações Aspectos Físicos 75 75 0.8590 75 ±26 75 ±19 Dor 30 30 0.8242 32 ±17 30 ±11 Estado Geral Saúde 30 33 0.8590 30 ±10 30 ±10 Vitalidade 53 45 0.6569 53 ±9.0 45 ±24.0 Aspectos Sociais 50 38 0.0185* 51 ±4.0 39 ±12 Limitações Aspectos Emocionais 100 50 0.0914 90 ±16 58 ±39 Saúde Mental 58 54 0.1551 57 ±16 50 ±12 Fonte: Protocolo da pesquisa.

A avaliação da associação entre Qualidade de Vida e Dor no MMII (Tabela 10) não

foi possível a realização do teste estatístico de Mann-Whitney, devido à insuficiência de

dados, o qual não se aplica em amostra com menos de quatro indivíduos, pois poucos casos

(n=3) foram afirmativos de Dor no MMII. Entretanto destacaram-se as seguintes observações.

O domínio Capacidade Funcional apresentou os maiores escores medianos, e o domínio

Estado Geral de Saúde os piores escores.

Page 49: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

49

Tabela 10: Associação entre Qualidade de vida e Dor no MMII. Dor MMII Presente (n=3) Ausente (n=15) Capacidade Funcional 90 80 87 ±6.0 72 ±23 Limitações Aspectos Físicos 50 75 50 ±25 80 ±19.0 Dor 30 30 27 ±6.0 32 ±15 Estado Geral Saúde 25 30 25 ±5.0 31 ±10 Vitalidade 60 50 62 ±8 47 ±17 Aspectos Sociais 50 50 46 ±7 46 ±11 Limitações Aspectos Emocionais 67 100 67 ±33 78 ±33 Saúde Mental 76 56 71 ±9 50 ±13 Fonte: Protocolo da pesquisa.

A avaliação da correspondência linear entre a intensidade da dor, medida pela escala

visual analógica de dor e os oito domínios da qualidade de vida (SF-36) (Tabela 11) foi

avaliada pela correlação linear de Pearson. Entre todos os avaliados somente o domínio “Dor”

apresentou associação estatisticamente significante (p-valor = 0.0088*), portanto, nos outros

domínios não se observou associação significativa com a dor (p-valor >0.05).

Tabela 11: Correlação entre os domínios da Qualidade de Vida e a Intensidade da dor.

Domínios Coeficiente de Correlação p-valor Associação com a Dor

Capacidade Funcional -0.0624 0.8056 Inexistente Limitações Aspectos Físicos -0.0392 0.8773 Inexistente Dor 0.5972 0.0088* Fraca, mas existente Estado Geral Saúde -0.1264 0.6173 Inexistente Vitalidade -0.1314 0.6031 Inexistente Aspectos Sociais 0.2963 0.2303 Inexistente Limitações Aspectos Emocionais 0.3031 0.2214 Inexistente Saúde Mental 0.1068 0.6731 Inexistente Fonte: Protocolo da pesquisa.

Page 50: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

50

5. DISCUSSÃO

A presente discussão pretende enfatizar os aspectos mais importantes encontrados

nesse estudo, visando contribuir para prevenção dos fatores de risco existentes no processo de

trabalho de limpeza.

Tendo em vista que as atividades de trabalho na maioria das vezes predispõem

sobrecarga na atuação profissional do indivíduo, seja por cargas de peso excessivo a estrutura

corporal, bem como, a sobrecarga de executar uma tarefa e manter-se por muito tempo na

mesma postura com repetidos movimentos Lesões por esforço repetitivo/ Doenças

osteomioarticulares relacionadas ao trabalho (LER/DORT), estudos relatam problemas

álgicos à postura corporal inadequada nas atividades de vida diária (KNOPPLICH, 1996).

Através do questionário de desconforto/dor Rocha (2003), em sua pesquisa pode

identificar que os funcionários do setor de limpeza apresentam desconforto e dor nos

membros superiores (ombros, cotovelo, punhos), dor no tronco (costas inferior), dor na

cervical, dor nos membros inferiores (pernas e pés). Estudos similares realizado com

trabalhadores de limpeza de escolas e hospitais no Reino Unido através do Robens Centre for

Heath Ergonomics, os resultados obtidos identificaram a alta prevalência de desconforto e dor

de natureza musculoesquelética. As principais áreas afetadas são: cotovelo, joelho, punho e

mão direita, costas, pescoço e ombro direito.

As ferramentas inadequadas, repetitividade de tarefas, posturas e a organização do

trabalho foram associadas com o aumento dos problemas de riscos musculoesquelético

(WOODS, BUCKLE, 2000 apud ROCHA, 2003).

Corroborando com Martarello e Bennatii (2009), que em seu estudo 37% dos

trabalhadores de higiene e limpeza apresentaram dor na região do pescoço e membros

inferiores.

Segundo resultados de sua pesquisa Cabeça (2009), constatou que as queixas

persistentes foram mais freqüentes na região cervical, mão e dedos e ombro.

Os resultados do presente estudo mostraram resultados satisfatórios para pesquisa,

porém, estatisticamente não houve significância, visto que para cada fator de risco o resultado

do p-valor >0.05, em razão de a amostra ser pequena, visto que a quantidade de trabalhadores

do sexo masculino lotados no Departamento de Conservação e Limpeza (DECOM) não é

representativa. Entretanto foi possível extrair considerações relevantes a respeito das

Page 51: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

51

influências que esses profissionais recebem em sua constituição física e emocional em função

do trabalho executado.

Pelo questionário de hábitos no trabalho demonstrou que mais da metade dos

trabalhadores do setor de limpeza indicou o tronco como o segmento corporal mais atingido

pelos sintomas osteomusculares.

Ainda que não tenha sido significativa a verificação da associação entre fatores de

risco e algias, esse fato não pode ser ignorado, uma vez que os trabalhadores de limpeza

costumam relatar queixas nas costas atribuídas à limpeza de janela (postura) e manuseios de

saco de lixo, afirmam (LINDEM & GUIMARÃES, 2001).

Sendo assim, o trabalho contínuo e repetitivo gera ao longo do tempo desequilíbrios

biomecânicos. Corroborando com Settimi e Silvestre (1995), os autores entendem que o

processo inflamatório atinge os grupos musculares mais solicitados, além de posturas viciosas

do tronco, e da impossibilidade da alternância de postura no decorrer do trabalho e a própria

organização do mesmo.

A prevalência de postura inadequada mantida por longo tempo, durante a jornada de

trabalho é fator que predispõem quadros de dor e desconforto ocorrendo injúrias e

impossibilitando muitas vezes a atuação efetiva do trabalhador. Muitos estudos têm sido

realizados para evidenciar os múltiplos fatores de risco, como causa importante de desordens

musculoesqueléticas relativas ao trabalho (MARRAS, 2000 apud FERRARI, 2004).

Deste modo Woods et al.(1999), compreende que devido a variedade de tarefas

empreendidas, realizando postura incômoda, força e insuficiência de repouso, os funcionários

da limpeza são mais suscetíveis as lesões músculo - esqueléticas.

Compreendemos que o trabalhador fadiga e lesiona seu tronco devido ao trabalho

estático ou com movimentos que se repetem, não havendo tempo para se recuperar após uma

contração, deixando-os vulneráveis as DORT’S. Também, não se podem ignorar os empregos

anteriores, nos quais dos 8 (oito) funcionários que estão há menos de um ano trabalhando no

DECOM, 7 (sete) relataram que anteriormente trabalhavam em serviços como pedreiro, setor

de limpeza hospitalar, carregador de madeira e cozinheiro. Tarefas consideradas pesadas,

repetitivas, e muitas vezes com uso de equipamentos e imobiliários inadequados as

especificidades da estrutura física de cada indivíduo.

Embora este estudo não tenha como objetivo investigar o passado em outros

empregos, o estilo de vida adotado por cada um e a condição Sócio-econômica, é essencial

ressaltar que quanto mais baixo o nível de escolaridade, maior a probabilidade de conquistar

empregos que exijam mais força braçal, do que intelectual, assim como menor a renda per

Page 52: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

52

capta, pressupondo que tais indivíduos recebam um salário vil, e, portanto com poucas

condições de buscar tratamentos para seus problemas de saúde, bem como adotar medidas

como comprar um bom colchão, trocá-lo no período adequado, deitar e levantar corretamente

da cama.

Para verificar as diferenças entre os trabalhadores estudados, foram avaliadas as

médias dos domínios do SF-36 de acordo com a presença ou ausência de sintomas

osteomusculares encontrados no questionário de hábitos no trabalho. Quando avaliada a

associação entre Domínio e Dor no tronco os Aspectos Sociais do trabalhador mostraram-se

prejudicados em função da dor.

Esta correlação nos mostra que estes indivíduos deixam de freqüentar eventos sociais

como: sair com a família, com os amigos e outros, devido à dor que o desestimula a

sociabilidade, além de presumível que possa ser uma atitude que vise se preservar para

atividade laboral. Tal situação pode pressupor que este trabalhador tenha um

comprometimento na qualidade do sono, conseqüentemente no humor e nas relações afetivas.

Quando se refere à dor na cervical verificou-se que a prevalência foi de 27.8%. Dentre

todas as verificações das associações de dor na cervical e fatores de risco, observou-se uma

associação significativa (p-valor=0.0474*) entre Outra ocupação e Dor na cervical mostrando

que a dor influencia os indivíduos com outras ocupações.

Acredita-se, que aqueles trabalhadores que apontaram como fator de risco para dor na

cervical seja o fato de possuir outra ocupação, como pedreiro, eletricista, borracheiro, vigia

entre outros relatados em conversas informais, seja diariamente ou nos fins de semana,

pressupõe-se que tal indivíduo possui uma carga de tensão emocional maior, visto que a

jornada de trabalho é dupla, a preocupação em se manter no emprego, além de concluir, que

este trabalhador, muito provavelmente possui outra ocupação para completar a renda mensal,

a qual sustenta a família.

Portanto, além da má postura, a dor na cervical também pode ter um fundo emocional

motivador – o estresse. Por apresentar grande mobilidade em relação ao restante da coluna, a

região cervical está mais sujeita a dor e contraturas musculares e episódios de alta tensão

psicológica.

Os músculos localizados atrás, na cervical têm de estar sempre tensos para suportar a

parte de cima do corpo. Mas, quando eles trabalham além da conta, sofrendo contrações

constantes de fundo nervoso, a dor é inevitável. Inclusive, pode ser irradiado para os ombros

ou ainda resultar em dor de cabeça.

Page 53: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

53

O indivíduo que passa a semana se dividindo em duas atividades, em sua maioria de

execução desgastante, com posturas repetitivas e com o pensamento em chegar ao final do

mês com a renda necessária para quitar dívidas e assegurar o alimento da família, é um ser

tenso, cansado, cujo emocional torna o sistema orgânico vulnerável as dores na cervical.

Infelizmente, nem sempre o trabalhador recebe uma remuneração satisfatória para ter

saúde em todos os aspectos da vida. Por isso, muitos recorrem à hora extra e outras ocupações

como forma de suprir as necessidades de suas famílias, em detrimento da saúde física e

emocional.

Quando avaliado a associação entre Domínio e Dor na cervical não mostrou diferença

estatisticamente significativa.

Quando se refere a dor no MMSS verificou-se que a prevalência foi de 22.2%. Na

associação entre dor no MMSS e fatores de risco, observou-se uma associação não

significativa (p-valor >0.05).

Devido a extrema mobilidade dos membros superiores, é que acaba por gerar lesões

principalmente nas articulações do ombro, cotovelo e punho, como mostra nos estudos de

Moreira (2002), que em sua pesquisa com funcionários de um laboratório, observou que 60%

de sua mostra relata dores no ombro. O referido autor explica que devido aos vícios posturais,

a maioria inclina o tronco para frente, para alcançar objetos de trabalho que muitas vezes são

pesados e acabam por lesioná-las.

Em decorrência desse fato, a associação da qualidade de vida e dor nos membros

superiores dos entrevistados teve relevância estatística (p-valor<0.05). No domínio

Limitações de atividades emocionais, quando comparados os presentes e ausentes, mostram

que a dor pode ser um aspecto limitante para o individuo, seja no convívio social quanto no

familiar, por exemplo.

Para Sanches e Boemer (2002), a dor é uma forma de limitação de possibilidades ou

de transformações da existência. Ela significa um agravo à existência, porque não é somente o

corpo físico que se encontra doente, mas a vida em suas várias dimensões, como a sua relação

consigo mesma, família, trabalho, lazer. A dor em si pode trazer complicações tanto no

trabalho quanto na via pessoal do indivíduo, pois ela pode causar transformações na

existência do mesmo, alterando seu convívio no meio.

A dor nos MMII esteve presente em 16,7% dos pesquisados. Apesar da não

significância estatística (p-valor > 0.05) pode-se perceber que as dores ao final do expediente

fazem-se presente, e que apesar de não atrapalhar o trabalho executado, ela é um fator que, em

longo prazo, pode gerar diminuição das potencialidades, como encontrado nos estudos de

Page 54: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

54

Martarello e Benatti (2009), onde afirmam que os Distúrbios osteomusculares causados pelo

desgaste comprometem a potencialidade de saúde dos trabalhadores.

É comum a presença de dor nos membros inferiores devido a uma jornada de trabalho

que exige algumas horas de caminhada e sustentação na postura ortostática. Em seus estudos,

SANTOS(1995) observou que as regiões de maior incidência de dor nos membros inferiores

foram tornozelos, pé e joelho.

Em um trabalho realizado com profissionais do setor de enfermagem franceses e

belgas, foi relatado que caminhavam cerca de 4 a 7 km por dia na unidade (ESTRYNBEHAR,

1996). Da mesma forma, os participantes do presente estudo realizam longas caminhadas

durante sua jornada de trabalho, visto que as dependências dos campus da Universidade da

Amazônia analisados, são amplos e comportam várias salas. Outro fato a ser notado é que os

avaliados apontaram como movimento de correr e pular como os mais executados, porém,

acredita-se que os pesquisados não compreenderam o teor da pergunta, uma vez que, em suas

atividades laborais aparentemente não realizam tais movimentos.

Na associação entre Dor no MMII e Qualidade de Vida não houve significância

estatística. Porém o Estado Geral de Saúde em três pesquisados mostrou-se precário, no qual

apresentou mediana 25.

Para a maioria dos domínios tanto do questionário de hábitos de trabalho, quanto do

SF-36, não foi significativo, pois o p-valor >0.05 não é considerado significativo.

Sabe-se que o trabalho de limpeza exige grande esforço corporal, o que implicaria em

um bom preparo físico, boa alimentação e orientações posturais para melhor executar a

atividade laboral. Mesmo participando de treinamento, ao assumir a função e anualmente, foi

possível perceber que não há orientações posturais corretas no trabalho, no intuito de prevenir

lesões, segundo informações colidas por meio de questionário e conversa informal.

Portanto, não se pode descartar nenhum dos domínios da pesquisa, visto que cada um

pode contribuir para o surgimento de doenças músculos – esqueléticas em menor ou maior

grau variando de individuo para individuo.

Na avaliação dos resultados obtidos através do Questionário SF-36, aplicado nos

trabalhadores de limpeza, foram observados escores médio, em geral, acima de 50 para a

maioria dos domínios. Considerando-se que o escore em cada domínio pode variar de zero a

100, os resultados demonstram valores médios elevados na grande maioria dos domínios

analisados. Os Aspectos Emocionais apresentou a maior pontuação e Estado Geral de saúde,

Vitalidade e Dor, as menores pontuações.

Page 55: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

55

Em um trabalho realizado por Martarello e Bennatii (2009) em relação à qualidade de

vida relacionada à saúde dos trabalhadores de higiene e limpeza, os resultados do estudo

mostram valores médios elevados (acima de 70) para a maioria dos domínios analisados do

SF-36. O domínio Capacidade Funcional, que avalia a presença e extensão de restrições

relacionadas à capacidade física dos indivíduos, apresentou a maior pontuação entre os

grupos. As menores pontuações obtidas do SF-36 foram: os domínios Estado Geral de Saúde,

Vitalidade e Dor.

No presente estudo quando correlacionado os domínios da qualidade de vida (SF-36) e

a intensidade da dor, mostrou-se que o Domínio “Dor” foi o único que apresentou associação

significante, considerando a intensidade da dor fraca.

A dor presente nos trabalhadores de limpeza ainda que considerada fraca está presente

no cotidiano dos mesmos, conforme os resultados obtidos. Tal resultado conduz à conclusão

de que a dor fraca não inviabiliza a atividade laboral e nem os Aspectos Sociais, atividades

físicas, atividades emocionais, saúde mental, vitalidade, capacidade funcional, estado geral de

saúde, porém a tendência, com o passar do tempo, caso essas dores não sejam tratadas de

modo adequado, que incluem não só tratamento médico, mas também mudanças ergonômicas,

orientações e treinamento no ambiente de trabalho, a dor passará aumentar progressivamente,

o que provavelmente influenciará no futuro nas atividades descritas acima.

Quando vista de forma mais focalizada, a correlação entre qualidade de vida e dor

revela a preocupação com a capacidade de viver sem doenças ou de superar as dificuldades

dos estados ou condições de morbidade.

Neste sentido a Fisioterapia preventiva aplicada em conjunto com outros setores da

saúde, pode reverter o quadro, que hoje apresenta dor leve, regredindo-o. Deste modo,

preserva-se o sistema musculoesquelético do individuo, para que este obtenha qualidade de

vida, tanto em seu trabalho, como na vida pessoal, uma vez que, a dor é um fator

desestimulante e limitante quando em estágio avançado.

Sendo assim, algumas sugestões fazem-se necessárias, visando o bem estar dos

trabalhadores: implantar um programa de reeducação postural para que os trabalhadores

saibam utilizar seus equipamentos e evitar os vícios de postura; realizar rodízios das tarefas,

para evitar a repetitividade; redefinir as funções realizadas especificamente pelos profissionais

da limpeza; aumentar o quadro de funcionários, para diminuir a sobrecarga de trabalho;

implantar programa de valorização do trabalho da limpeza, visto que é uma função tão

essencial, porém passa despercebida pela sociedade acadêmica.

Page 56: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

56

6. CONCLUSÃO

O estudo identificou que a maioria dos entrevistados sente dor fraca, porém não

inviabiliza o trabalho e não influencia na sua qualidade de vida. Verificou-se que esses

trabalhadores possuem consciência que há um grande desgaste físico para execução de suas

atividades, e que tal situação pode predispor ao surgimento de dores e lesões músculo –

esquelética.

Portanto, o uso de força excessiva, posturas inadequadas e repetitividade de

movimentos, são fatores de que podem se associar a curto e longo prazo à piora da qualidade

de vida e redução da produtividade.

Diante disso, são necessárias mudanças significativas no que diz respeito à

organização do trabalho, para que se possa realizar as tarefas sem causar danos à saúde dos

trabalhadores, sendo necessário considerar as especificidades de cada individuo.

Page 57: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

57

7. BIBLIOGRAFIA

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Page 64: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

64

8. APÊNDICE

APÊNDICE 1 : ACEITE DO ORIENTADOR

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS

CURSO DE FISIOTERAPIA

Eu, TAINÁ ALVES TEIXEIRA aceito orientar o trabalho intitulado “ANÁLISE DE

FATORES DE RISCO PARA DORES OSTEOMIOARTICULARES EM

TRABALHADORES DO SETOR DE LIMPEZA NA UNIVERSIDADE DA

AMAZÔNIA: UMA CORRELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA” de autoria dos

alunos Maiara Serra Maia (061.190.096-5), Mayra Silva Ferreira (061.190.609-9) e Nayana

Mota Carvalho (061.190.093-4) declarando ter total conhecimento das normas de realização

de Trabalhos Científicos vigentes, segundo o Manual de Orientação de Trabalhos Científicos

do Curso de Fisioterapia da UNAMA para 2009, estando inclusive ciente da necessidade de

minha participação na banca examinadora por ocasião da defesa do trabalho. Declaro ainda

ter conhecimento do conteúdo do anteprojeto ora entregue para o qual dou meu aceite pela

rubrica das páginas.

Belém - Pará, 25 de Fevereiro de 2009.

______________________________________________________

TAINÁ ALVES TEIXEIRA

Page 65: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

65

APÊNDICE 2 : ACEITE DO CO-ORIENTADOR

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS

CURSO DE FISIOTERAPIA

Eu, BIATRIZ ARAÚJO CARDOSO aceito co-orientar o trabalho intitulado “ANÁLISE

DE FATORES DE RISCO PARA DORES OSTEOMIOARTICULARES EM

TRABALHADORES DO SETOR DE LIMPEZA NA UNIVERSIDADE DA

AMAZÔNIA: UMA CORRELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA” de autoria dos

alunos Maiara Serra Maia (061.190.096-5), Mayra Silva Ferreira (061.190.609-9) e Nayana

Mota Carvalho (061.190.093-4) declarando ter total conhecimento das normas de realização

de Trabalhos Científicos vigentes, segundo o Manual de Orientação de Trabalhos Científicos

do Curso de Fisioterapia da UNAMA para 2009, estando inclusive ciente da necessidade de

minha participação na banca examinadora por ocasião da defesa do trabalho. Declaro ainda

ter conhecimento do conteúdo do anteprojeto ora entregue para o qual dou meu aceite pela

rubrica das páginas.

Belém - Pará, 25de Fevereiro de 2009.

______________________________________________________

BIATRIZ ARAÚJO CARDOSO

Page 66: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

66

APÊNDICE 3: OFICIO DE PERMISSÃO DE ACESSO AO DECOM

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS

CURSO DE FISIOTERAPIA

Belém, 25 de março de 2009.

Ao Departamento de Conservação e Manutenção da Universidade da Amazônia

Solicitamos a permissão para o acesso nas dependências do DECOM para realizarmos

pesquisa intitulada “ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DORES

OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO SETOR DE LIMPEZA NA

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA: UMA CORRELAÇÃO COM A QUALIDADE DE

VIDA” das alunas do 7° semestre da Universidade da Amazônia, Maiara Serra Maia, Mayra

Silva Ferreira e Nayana Mota Carvalho, trabalhadores da limpeza com o intuito de auferir

informações para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Estando também

ciente e concordando com a publicação dos resultados encontrados no trabalho de conclusão

de curso.

Atenciosamente,

___________________________ JOSÉ ANTÔNIO LIMA

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67

APÊNDICE 4: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA DORES OSTEOMIOARTICULARES TRABALHADORES DO SETOR DE LIMPEZA NA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA: UMA CORRELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA.

Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento

abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua

colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer

momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.

Eu, ___________________________, residente e domiciliado na ______________________,

portador da Cédula de identidade, RG ____________ , e inscrito no CPF_________________

nascido (a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea

vontade em participar como voluntário (a) do estudo “ANÁLISE DE FATORES DE

RISCO PARA DORES OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO

SETOR DE LIMPEZA NA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA: UMA CORRELAÇÃO

COM A QUALIDADE DE VIDA”.

Estou ciente que:

I) Essa pesquisa terá como objetivo analisar os fatores de risco para dores

osteomioarticulares em trabalhadores do setor de limpeza da Universidade da Amazônia e

relacionar com a qualidade de vida.

II) Os dados serão coletados no Departamento de Conservação e Limpeza da

Universidade da Amazônia através de questionários, o primeiro possui perguntas

relacionadas com a rotina de trabalho, fatores que podem ou não influenciar para o

desenvolvimento de dores osteomioarticulares. Já o segundo questionário relacionado com

a qualidade de vida o SF-36 é um questionário multidimensional formado por 36 itens.

III) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação;

IV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem

como não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-

terapêutico efetuados com o estudo;

Page 68: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

68

V) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no

momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;

VI) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não

virá interferir no atendimento ou tratamento médico;

VII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados

referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não

causará nenhum risco;

VIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo

minha participação voluntária;

IX) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo;

X) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que

meus dados pessoais não sejam mencionados;

XI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e

finais desta pesquisa.

( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

Belém, de de 2009.

Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais

esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.

.........................................................................

Assinatura do participante

Testemunha 1 : _______________________________________________

Nome / RG / Telefone

Testemunha 2 : ___________________________________________________

Nome / RG / Telefone

Responsável pelo Projeto: Tainá Alves Teixeira (pesquisador responsável)

Telefone para contato: 91-81434837

Page 69: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

69

APÊNDICE 5 : QUESTIONÁRIO DE HÁBITOS NO TRABALHO

QUESTIONARIO DE HÁBITOS NO TRABALHO

1) Nome:

2) Idade:

3) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

4) Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Viúvo(a)

5) Nível de escolaridade:

( ) Sem escolaridade

( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo

( ) Ensino superior

6) Recebeu algum tipo de treinamento para realização do trabalho?

( ) Sim ( ) Não

7) Recebeu algum tipo de orientação referente aos riscos ocasionados pelo seu trabalho?

( ) Sim ( ) Não

8) Você possui acesso ao equipamento de proteção individual (EPI) completo?

( ) Sim ( ) Não

9) Você faz uso do equipamento de proteção individual completo?

( ) Sim ( ) Não

10) Qual o tempo de trabalho na instituição?

( ) 1 ano ou menos

( ) 1 a 2 anos

( ) 2 a 3 anos

( ) 3 anos ou mais

11) Em relação ao seu trabalho, você se considera: ( ) Satisfeito ( ) Insatisfeito

Page 70: Analise Fatores Osteomioarticulares Limpeza Unama

70

12) Você faz hora extra? Sim ( ) Não( )

13) Você tem outra ocupação? Sim ( ) Não ( )

14) Há intervalos durante o turno de trabalho? Sim ( ) Não ( )

15) Durante a execução de seu serviço faz esforço físico intenso? Sim ( ) Não ( )

16) Realiza atividade que exige postura física inadequada? Sim ( ) Não ( )

17) Você se alonga diariamente antes de iniciar seu trabalho? Sim ( ) Não ( )

18) Você realiza algum tipo exercício de fortalecimento (musculação)? Sim ( )

Não ( )

19) A direção de seus movimentos diários segue um padrão repetitivo? Sim ( )

Não ( )

20) Sente-se cansado ao final do expediente? Sim ( ) Não ( )

21) Sente dores durante ou ao final do expediente? Sim ( ) Não ( )

22) Qual parte do corpo é acometida por dor? (escolher uma ou mais alternativas)

( ) pescoço

( ) membros superiores

( ) tronco

( ) membros inferiores

23) Classifique sua dor?

FONTE: Carvalho; Kowacs (2006).

24) A dor atrapalha o seu trabalho? Sim ( ) Não ( )

25) Faz alguma coisa para passar a dor? Sim ( ) Não ( )

26) No que atribui o motivo das dores no seu trabalho? (escolher uma ou mais

alternativas).

( ) esforço excessivo ( ) ritmo do trabalho ( ) relacionado ao processo do trabalho

( ) descuido ( ) falta de treinamento

27) Quais os movimentos mais realizados durante suas atividades de trabalho? (Escolha

uma ou mais alternativas)

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71

( ) Agachar-se

( ) Correr

( ) Pular

( ) Varrer

( ) Carregar peso

( ) Subir e descer escadas

28) Pela empresa empregadora, você possui acesso a:

( ) Assistência médica integral ( ) Exames de saúde periódicos

( ) Palestras sobre a saúde do trabalhador ( ) Vacinação contra doenças infecto-

contagiosas

29) Já fez algum tratamento? Sim ( ) Não ( )

30) Faz o uso de algum remédio para diminuir a dor? Sim ( ) Não ( )

31) Você dorme bem? Sim ( ) Não ( )

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72

9. ANEXO

ANEXO 1: Questionário de Qualidade de Vida SF-36

Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida -SF-36

1- Em geral você diria que sua saúde é: Excelente (1); Muito Boa (2); Boa (3); Ruim (4); Muito Ruim (5)

2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua saúde em geral, agora? Muito Melhor (1); Um Pouco Melhor (2); Quase a Mesma(3); Um Pouco Pior(4); Muito Pior(5)

3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso,

quando?

Atividades Sim,

dificulta muito.

Sim, dificulta

um pouco

Não, não dificulta

de modo algum

a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como: correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.

1 2 3

b) Atividades moderadas, tais como: mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

d) Subir vários lances de escada 1 2 3

e) Subir um lance de escada 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

h) Andar vários quarteirões 1 2 3

i) Andar um quarteirão 1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

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4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2

d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).

1 2

5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como

geralmente faz.

1 2

6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma Muito leve

Leve Moderada Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6

7- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?

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De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5

8- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor, dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.

Todo Tempo

A maior parte do tempo

Uma boa parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nunca

a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?

1 2 3 4 5 6

b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido?

1 2 3 4 5 6

g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6

h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6

9- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?

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Todo Tempo

A maior parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nenhuma parte do tempo

1 2 3 4 5

11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Definitivamente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei

A maioria

das vezes

falso

Definitiva-

mente falso

a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas.

1 2 3 4 5

b) Eu sou tão saudável quanto

qualquer pessoa que eu conheço 1 2 3 4 5

c) Eu acho que a minha saúde vai piorar. 1 2 3 4 5

d) Minha saúde é excelente. 1 2 3 4 5