análise e conclusões do estudo de mercado

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Análise e Conclusões do Estudo de Mercado

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Page 1: Análise e conclusões do estudo de mercado

Análise e Conclusões do Estudo de Mercado

Page 2: Análise e conclusões do estudo de mercado

Índice 1. Entrevistas .................................................................................................................................................. 3

1.1. Entrevistas Arquitetos ........................................................................................................................ 3

2. Questionário ............................................................................................................................................... 9

2.1. Dados Pessoais.................................................................................................................................. 10

2.1.1. Sexo........................................................................................................................................... 11

2.1.2. Idade ......................................................................................................................................... 11

2.1.3. Concelho onde reside ............................................................................................................... 11

2.1.4 Profissão .................................................................................................................................... 12

2.1.5. Qual a sua situação perante o sector imobiliário? .................................................................... 12

2.2. Tendência na reutilização de materiais de construção antigos/usados: .......................................... 12

2.2.1 Considera que a reutilização de materiais de construção antigos/usados constitui uma mais-valia para todos? ................................................................................................................................................ 13

2.2.2. Caso venha a necessitar, considera a hipótese de reutilizar materiais de construção antigos/usados, seja numa obra de construção/reabilitação/remodelação, ou noutro contexto? ................... 14

2.3. Reutilização de materiais de construção antigos/usados: ................................................................ 15

2.3.1. Já reutilizou materiais de construção antigos/usados? ............................................................ 15

2.3.2. Que materiais reutilizou? .......................................................................................................... 16

2.3.3. Esses materiais foram reutilizados com a mesma função? ....................................................... 16

2.4. Procura de materiais de construção antigos/usados: ....................................................................... 17

2.4.1. Já procurou materiais antigos/usados para reutilizar? ............................................................. 18

2.4.2 Que materiais procurou? ........................................................................................................... 18

2.4.3. Quais foram os fatores mais importante na procura destes materiais? ................................... 19

2.4.4. Encontrou o que precisava? ...................................................................................................... 19

2.4.5. Como adquiriu os materiais que encontrou? ............................................................................ 19

2.5. Recolha de materiais de construção antigos/usados........................................................................ 20

2.5.1 Tem por hábito guardar materiais de construção antigos/usados? .......................................... 21

2.5.2. Que materiais guarda? .............................................................................................................. 21

2.5.3. Quais são os fatores mais importantes para guardar estes materiais? .................................... 22

2.5.4. O que faz habitualmente com os materiais que guarda? ......................................................... 22

2.5.5. Os materiais que já foram reutilizados tiveram a mesma função? ........................................... 22

2.6. Repositório de Materiais da APRUPP ................................................................................................ 22

2.6.1. Caso necessite adquirir materiais de construção antigos/usados e em bom estado de conservação, estaria disposto a recorrer ao Repositório de Materiais da APRUPP?.......................................... 23

2.6.2. Caso tenha acesso a materiais de construção antigos/usados e em bom estado de conservação, estaria disposto a encaminhá-los para o Repositório de Materiais da APRUPP? ......................... 24

2.6.3 Opinião sobre este projeto: Frases chave .................................................................................. 25

3. Visita a repositórios de empreiteiros/construtores .................................................................................. 28

4. Visita a ecocentros .................................................................................................................................... 29

5. Conclusão ................................................................................................................................................. 30

Page 3: Análise e conclusões do estudo de mercado

1. Entrevistas

1.1. Entrevistas Arquitetos

A população-alvo de clientes é difícil de definir uma vez que quem realiza intervenções

de reabilitação em património edificado podem ser não só os profissionais, como os

arquitetos, construtores/empreiteiros, mas também os proprietários/donos de obra e os

próprios proprietários usuários.

Para a realização das entrevistas presenciais com arquitetos interessava selecionar um

grupo que tenha como principal atividade, a reabilitação do património edificado. Em Portugal

não é possível identificar um subgrupo específico - área de especialização profissional - voltado

exclusivamente para intervenções de reabilitação. A maioria dos arquitetos executa projetos

de novas construções e intervenções de reabilitação do património construído.

Devido à dificuldade de determinar uma amostra, selecionou-se um grupo específico

de arquitetos conhecidos por intervir na reabilitação da cidade do Porto e Coimbra e com

gabinetes nessas cidades, sendo que através desses contactos nos seria fornecida uma nova

rede de contactos, cidades onde o grupo do passaporte vive e trabalha. Esta ligação foi

estabelecida quer por telefone, quer por email para posteriormente poder ser presencial e aí

sim fazer uma entrevista no sentido descobrir as tendências atuais, perceber as suas

necessidades e se estariam recetivos a contribuir para o nosso projeto.

Esta amostra seguiu um método qualitativo e não quantitativo. A amostra alcançada a

partir da população entrevistada não tinha nem a intenção de ser uma representação

estatística, nem o intuito de prevenir algo. Em vez disso, a amostra foi selecionada para

fornecer dados de confiança, os quais podem ser analisados, sintetizados e correlacionados, de

modo que as conclusões possam ser tomadas com base nas suas respostas, reações e/ou

comentários; diante das hipóteses desenvolvidas durante esta pesquisa/estudo de mercado.

Sendo assim, a amostra compreendeu 30 arquitetos, alguns selecionados pelo grupo

de trabalho do passaporte, outros recomendados pelos arquitetos entrevistados. Do grupo 20

têm idades compreendidas entre 30 e 40 anos, 9 arquitetos entre 40 e 60 anos, todos

docentes em faculdades de arquitetura e com bastante experiência na área e apenas 1 possui

idade inferior a 30 anos. Nas conversas tidas nos seus gabinetes percebe-se que mais de a

população alvo divide-se entre uma aplicação direta dos elementos que compõe a arquitetura

tradicional, ou seja, aplicando-os para a mesma função e sem perda de identidade e outros são

mais flexíveis, prevendo a aplicação indireta dos materiais/elementos, utilizados para funções

Page 4: Análise e conclusões do estudo de mercado

distintas. O grupo está muito dividido, sendo que predomina a preocupação com a aplicação

direta dos tais materiais/elementos.

A maior parte trabalha apenas na reabilitação, ou com uma grande incidência nesta

vertente da arquitetura, correspondendo a 20 dos entrevistados. Os restantes situam-se

imediatamente a seguir, com menor ocorrência, mas ainda com uma média bastante elevada

no seu volume de negócios. Os arquitetos transmitiam esta informação como sendo uma

inevitabilidade, a maior parte não consegue mesmo trabalho em construção nova, alguns

trabalham mesmo exclusivamente em reabilitação. Este dado é fundamental para cruzar com

os dados estatísticos recolhidos, confirmando que existe maior volume de trabalho na

reabilitação do que na construção nova, dinâmica importante para este projeto.

Quanto à dominância da cidade onde laboram os arquitetos, a predominância foi o

Porto, com 19 entrevistados, Coimbra com 7 e os restantes distribuem-se por cidades satélite,

Guimarães, Arouca e Estarreja. Aqui interessou-nos focar mais na cidade do Porto, porque será

esse o nosso enfoque para o arranque deste projeto, no entanto é importante conhecer as

dinâmicas de outras cidades para perceber a possibilidade de expansão.

Salientando o objetivo principal das entrevistas, a grande maioria (23 pessoas) já

procurou materiais/elementos tradicionais de construção para aplicação nas suas obras.

Menos de metade (11 pessoas) encontrou o que necessitava, ou porque não tinham tempo

para desperdiçar na procura, porque a sua rede de contactos era diminuta ou porque

simplesmente é escasso no mercado. O mercado passa fundamentalmente pelos construtores

com quem trabalham e conhecem, alguns colegas de profissão que estejam com uma obra a

decorrer, o Banco de Materiais da Câmara Municipal do Porto, Carpintarias, Sucatas, Feiras,

tais como feira da Vandoma, feira da Ladra, feira de objetos em 2ª mão, feira de antiguidades,

lojas de objetos em 2ª mão, OLX, Custo Justo, edifícios em ruína, sites de venda de produtos e

materiais usados e antigos, em Inglaterra, França, Itália e outros. Existe uma variedade enorme

nos locais onde se procura, no entanto é tudo muito disperso, a oferta é muito inflacionada e

exige disponibilidade e tempo para esta pesquisa muitas vezes inglória. Percebe-se a falta de

sistematização destes materiais/produtos.

Todos os materiais procurados, que são muito diversos, foram adquiridos sem

restauro. Na procura surge um pouco de tudo, mas recai mais nos azulejos na linha da frente,

seguindo-se puxadores (porcelana, madeira, latão esmaltado), pedra, vigas de pau rolado,

gradeamentos metálicos, ferragens, mosaicos hidráulicos e soalho. Procuram-se outros

materiais mas com menor intensidade, tais como balaústres de madeira, guardas de madeira,

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lambrim e rodapés de madeira, janelas, portas, pias de mármore, telhas, banheiras de esmalte,

vidro soprado, caixas de correio, pingadeiras de cobra, portadas, torneiras, estruturas de

lanternins e candeeiros exteriores.

Os materiais mais difíceis de encontrar, segundo os arquitetos em questão, são os

azulejos, mosaicos hidráulicos, puxadores, guardas de madeira, pingadeiras de cobre.

Dezanove dos entrevistados quando não reutiliza alguns materiais em obra

desconhece o seu destino final, no entanto onze deles refere como destino final, os aterros,

outros referem ainda o empreiteiro geral ou carpinteiros, no fundo são distribuídos pelos

trabalhadores envolvidos na obra consoante o interesse direto nesses materiais.

Todos os questionados referiram que recorreriam ao repositório de materiais,

dependendo claro está das condições de venda/cedência. De certa forma, se houvesse um

local que centrasse a maioria destes pequenos repositórios seria uma mais-valia para a cidade

e para a reabilitação do património construído. Referiram também que numa primeira

abordagem recorreriam ao espaço virtual, plataforma on-line e deslocar-se-iam apenas se

existisse o material/produto que necessitam.

Ao longo das entrevistas foram surgindo imensas sugestões, preocupações, que

vertem essencialmente sobre a necessidade de existir um arquivo do “saber fazer”, com um

enquadramento, descrição técnica e pormenorização das técnicas e materiais tradicionais de

construção, a possibilidade também de possuir uma base de dados de quem ainda faz segundo

esses métodos, contactos de conservadores restauradores, carpinteiros, serralheiros entre

outros. O interessante é perceber como hoje em dia se reproduz o antigo com as mesmas

técnicas, não é fazer igual a fingir que é antigo.

1.2. Entrevistas Empreiteiros/Construtores

Relativamente às entrevistas presenciais com construtores/empreiteiros, tal como

com os arquitetos interessava selecionar uma amostra que tenha como principal atividade, a

reabilitação do património edificado. A APRUPP foi essencial neste processo, facilitando o

contacto com empresas de construção relevantes na cidade do Porto no que respeita à

intervenção em património, foram selecionadas três empresas muito representativas e

sensibilizadas para o objetivo do nosso projeto. Recorreu-se a outras formas de recolha de

contactos, para se poder telefonar e apresentar o projeto com o objetivo de marcar uma

entrevista presencial. Posteriormente recolheu-se na rua nomes de empresas que neste

momento se encontram a realizar diversas obras na baixa portuense. Alguns contactos

advieram das entrevistas com os arquitetos. Procurou-se na internet, em sites relacionados

Page 6: Análise e conclusões do estudo de mercado

com a construção e a reabilitação, tais como, a bolsa de empreiteiros da Porto Vivo – SRU,

GECORPA, CONSTRULINK, entre outros. Dos contactos recolhidos, todos se mostraram

disponíveis para entrevista, no entanto dos restantes contactos nem todos foram recetivos e

nem todos eram tão sensíveis a esta problemática da salvaguarda dos materiais tradicionais.

A amostra seguiu também um método qualitativo e não quantitativo. Mais uma vez

não existia a intenção de ser uma representação estatística, mas sim proporcionar informação

de confiança.

Então, a amostra compreendeu 12 empreiteiros, todos com sede no Porto e apenas

dois noutras cidades. Do total da amostra, a maior parte (8 empresas) apresenta mais de 75%

de projetos de reabilitação no volume de negócio da empresa, a localização dominante do

trabalho é no Porto, surgindo dois exemplos em Coimbra e Aveiro e as duas empresas mais

representativas, que não têm localização dominante porque são solicitados para todo o país.

Sete destas empresas têm por hábito guardar material em armazém próprio e outras

duas referem já tê-lo feito, no entanto hoje em dia abandonaram esta prática por dificuldades

de logística e necessidades de redução de custos. Os materiais guardados por estas empresas

são muito variados, além dos procurados pelos arquitetos entrevistados, surgem outros, tais

como, pescoços de cavalo (parte curva das guardas de madeira), aldrabas, louças sanitárias,

móveis, camas de ferro, sancas de gesso, soletas de ardósia e telhas de canudo. No fundo vão

armazenando tudo aquilo que consideram poder ser útil em alguma obra, que atualmente

sabem ser difícil de arranjar igual ou que pela sua raridade possui um preço elevado.

O armazenamento destes materiais é realizado em espaços abertos e fechados, de

forma pouco organizada e sem cuidados especiais. Dos materiais recolhidos existem alguns

que são reutilizados com maior frequência e que no fundo são indicadores importantes para o

repositório que se pretende criar. São eles, soalho, portas interiores, vigas, soletas de ardósia,

madeiras diversas para remendos, louças sanitárias, telhas, pedra, portas de ferro, azulejos,

ferragens. Estes materiais geram receita porque são reutilizados, não são armazenados com o

intuito de vender, mas apenas para uso próprio. Estas empresas acabam por permanecer com

muitos materiais em armazém, durante um longo período e sem utilização prevista, que

acabam por ser encaminhados para vazadouro. Esta situação não ocorre com uma das mais

importantes empresas, com mais de 60 anos de existência, só guardam apenas o que podem e

costumam reutilizar, não guardam materiais sem estratégia, duas delas como referido

anteriormente deixaram de o fazer e as restantes empresas não possuem qualquer estratégia

para o escoamento destes materiais.

Page 7: Análise e conclusões do estudo de mercado

Uma vez que todas as empresas ao enviar materiais para vazadouro sabem que

acarreta custos, não teriam qualquer problema em desmontar os materiais/produtos com o

devido cuidado, tal qual fariam para si próprios e levá-los ao repositório. Muitos cedê-los-iam

gratuitamente apenas por se associarem a práticas sustentáveis de construção e outros

referem a necessidade de contrapartidas para motivar a entrega e promover a dinâmica

necessária.

Os próprios construtores além de poderem ser fornecedores integram também o

público-alvo de clientes, pois já tiveram necessidade de procurar todos estes

materiais/produtos referidos até então.

1.3. Entrevistas Proprietários e Demolidora

Entre as entrevistas realizadas, contactou-se também uma demolidora e dois

proprietários/investidores. No que respeita à demolidora percebeu-se desde logo o seu

interesse em colaborar com este projeto devido à sua valência sustentável. A localização

dominante do trabalho desta empresa é na cidade do Porto, sendo que possui sede em

Penafiel. Dos materiais que recolhem das demolições apenas guardam soalho, vigas, pedra,

portas, janelas e soletas de ardósia, com estes materiais geram receitas para a empresa. No

entanto, a demolição nem sempre é realizada de forma a poder aproveitar tudo, mas sim com

o intuito de facilitar a remoção. Como o volume de trabalho é grande e possuem diversos

camiões que transportam resíduos do Porto para Penafiel mostrou-se completamente

disponível para nos deixar material que interessasse ao repositório.

Os dois proprietários/investidores têm lógicas de atuação completamente distintas,

apesar de ambas terem em vista o turismo estrangeiro. Uma é muito preocupada com uma

reabilitação consciente e dignificante do património em questão, outra é muito agarrada à

ideia do “fachadismo”, mantendo a pele do edifício e fazendo tudo de novo no seu interior.

Ambos serão importantes para o repositório, um porque poderá ser uma boa fonte de recolha

de materiais e outro porque seria um bom cliente.

As entrevistas foram fundamentais para perceber a realidade em questão. Serviram

também para iniciar já uma rede de contactos, dando a conhecer este projeto e começando já

a estabelecer relações com possíveis clientes/fornecedores.

Page 8: Análise e conclusões do estudo de mercado

1.4. Registo de Controlo de ofertas/encomendas

Das entrevistas realizadas recolheu-se informação relevante para o repositório de

materiais para perceber que existe neste momento uma procura por este tipo de materiais e

uma oferta adequada a estes pedidos. Nestas conversas foram realizados já alguns pedidos por

parte dos arquitetos, de alguns construtores e fomos ainda contactados por outros técnicos

que entretanto souberam do projeto por intermédio dos entrevistados. A divulgação já se

encontra em curso, da forma mais expedita, designada por “passa a palavra”, a recetividade

por parte destes profissionais foi muito positiva e isso é visível na tabela de pedidos obtida até

então e em apenas um mês.

A informação presente nas respostas dos questionários foram fundamentais para

desde já estabelecer contacto com estas pessoas no sentido de tentar efetivar uma transação

e testar entre a rede de construtores disponíveis e que mostraram interesse no projeto a

possibilidade de existência desses materiais. Neste seguimento contactamos trinta e cinco

pessoas que procuram agora materiais, pedindo para ser mais específicos no pedido,

requerendo fotografias, caraterísticas, dimensões e contexto a aplicar. Obtivemos cinco

respostas, duas com as especificações requisitadas, e outras três referindo que nos irão

contactar brevemente.

Tabela 1: Registo de controlo de oferta/procura

Page 9: Análise e conclusões do estudo de mercado

Figura 1. Procura (pedidos de materiais) – Referência 4: 5 pares de puxadores de latão esmaltado

2. Questionário

Após a elaboração do questionário procedeu-se à divulgação de forma massiva e

aberto à comunidade em geral. Esta divulgação foi realizada através das ordens profissionais

(Ordem dos Arquitetos Nacional e respetivas secções, delegações e núcleos regionais),

APRUPP – Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património, Centro

de Inovação Social (CIS) da Fundação Porto Social, QUERCUS, redes sociais de grupos

profissionais, associados à arquitetura, conservação e restauro e proteção do património e

ambiente, bem como, através da rede de contactos pessoais e profissionais de cada elemento

da equipa deste projeto.

O questionário teve a pretensão de alcançar além dos agentes da construção e

reabilitação, todos os indivíduos que reutilizem ou possam vir a reutilizar materiais de

construção usados, para o mesmo fim ou outros contextos. O tempo de preenchimento do

Figura 2. Procura (pedidos de materiais) –

Referência 5: 60 m2 de azulejos relevados de

motivo vegetalista

Page 10: Análise e conclusões do estudo de mercado

questionário está estimado em 5 minutos e possui 6 grupos de perguntas diretas e objetivas. A

opinião é anónima e confidencial.

Conseguiu-se obter até 30 de Setembro de 2014, 320 respostas, a partir das quais se

geraram os gráficos apresentados de seguida. A divulgação ainda não se deu como concluída,

pretende-se continuar por mais canais de distribuição para que os resultados sejam o mais

abrangentes possível, para que em Outubro se consiga dados ainda mais evidentes.

2.1. Dados Pessoais

A informação obtida acerca dos dados pessoais da população questionada revela que a

percentagem de homens e mulheres a responder é praticamente igual e que este dado em

comparação com a opinião que foram deixando no final acerca do projeto é idêntica

independentemente do género, ou seja, não existe uma tendência consoante seja homem, ou

mulher.

Em relação à idade, percebe-se que as respostas correspondem à média de idades da

população ativa, entre os 25 anos e os 60 anos de idade, com maior adesão por parte da faixa

etária correspondente ao intervalo de idades entre os 30 e 40 anos, talvez justificada pela

facilidade da camada mais jovem no acesso às redes sociais e novas tecnologias, sendo que o

questionário foi enviado por email e disponibilizado na plataforma da GoogleForms.

Os concelhos mais recorrentes nas respostas fornecidas, Porto (128 pessoas), Coimbra

(61 pessoas) e Aveiro 34 pessoas), correspondem às áreas de influência das pessoas envolvidas

no projeto e da sua rede direta de contactos. Como referido anteriormente, pretende-se

continuar a divulgação do questionário e alargar as áreas de influência.

Quanto à profissão, mais uma vez corresponde à área de influência do grupo e por isso

as respostas foram maioritariamente dadas por arquitetos (123 pessoas), engenheiros (57

pessoas), professores (30 pessoas), designers (12 pessoas) e conservadores restauradores (11

pessoas). No entanto, percebemos que o inquérito alcançou mais 87 pessoas distribuídas por

diversas profissões, agrupadas no item “Outra”, informação importante para perceber que o

questionário foi preenchido por outras pessoas que não ligadas apenas a agentes da

construção. Com esta questão conclui-se que a maioria das respostas provém de pessoas com

formação superior, ou seja mais informadas e sensíveis às questões da sustentabilidade e da

salvaguarda patrimonial e cultural.

A maioria das pessoas questionadas está de alguma forma relacionada com o setor

imobiliário e portanto direta ou indiretamente será decisor, intermediário ou influenciador no

destino e reutilização dos materiais. Assim, atingimos uma maioria de pessoas que se

Page 11: Análise e conclusões do estudo de mercado

enquadram em proprietários de imóveis (164 pessoas), projetistas (107 pessoas) e inquilinos

(69 pessoas), logo, utilizadores de imóveis, os mais interessados na sustentabilidade

económica das obras de reabilitação ou interventores e no fundo e empenhados na

autenticidade histórica, material e cultural.

2.1.1. Sexo

2.1.2. Idade

2.1.3. Concelho onde reside

Page 12: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.1.4 Profissão

2.1.5. Qual a sua situação perante o sector imobiliário?

2.2. Tendência na reutilização de materiais de construção antigos/usados:

Aqui, conclui-se que praticamente a totalidade dos questionados, 316 pessoas,

considera fundamental a reutilização de materiais de construção antigos/usados.

Os motivos que levam à preocupação com a reutilização estão praticamente

distribuídos de igual forma por cinco fatores, salientando o fator ambiental (276 pessoas) no

topo da motivação e de seguida o valor patrimonial (210 pessoas). Sucedem-se por ordem de

maior prioridade o fator económico (193 pessoas), estético (136 pessoas), qualidade do

material (111 pessoas) e por fim 7 pessoas referem outros fatores menos relevantes. Conclui-

se que esta amostra se revê nas preocupações e objetivos deste projeto quanto à redução do

impacto ambiental causado pela construção e à valorização do património arquitetónico e

urbano.

Quanto à reutilização destes materiais no contexto de uma obra de

construção/reabilitação/remodelação ou noutro contexto, os questionados dividem-se.

Praticamente a totalidade das pessoas,307, considera a utilização em prol de uma obra de

Page 13: Análise e conclusões do estudo de mercado

construção/reabilitação/remodelação, 143 pessoas consideram poder utilizar também noutros

contextos. A forma em que as pessoas consideram a aplicação destes materiais tende para

reutilização em obra, no entanto poderá ser uma aplicação direta ou indireta, ou seja, para a

mesma função, ou para outra função distinta da original, no entanto o que prevalece é que

apesar dos materiais poderem configurar outra utilidade o importante é que não se gera

desperdício e o material continua enquadrado pela construção e materiais da mesma época

histórica e construtiva e portanto é perfeitamente compatível e autêntico.

Muitas pessoas referiram outros contextos onde poderiam reutilizar materiais, 29

pessoas aplicaram em decoração/design de interiores, 25 pessoas em artes plásticas, 25 em

mobiliário. Entre 1 e 2 pessoas, a aplicação foi realizada em cenografia, construção social,

arquitetura paisagista e formação/workshops.

Quem não prevê a utilização destes materiais de construção antigos/usados, 24

pessoas do total dos questionados, número pouco significativo, refere como principais motivos

a falta de conhecimento técnico para a reabilitação destes materiais (8 pessoas), falta de

sistematização desses materiais (6 pessoas), falta de oferta do mercado (4 pessoas) igualado à

suposição de que é uma solução mais dispendiosa economicamente (4 pessoas), e por último a

preferência por novos materiais (2 pessoas).

2.2.1 Considera que a reutilização de materiais de construção antigos/usados

constitui uma mais-valia para todos?

2.2.1.1. Se respondeu “Sim”, qual o motivo?

Page 14: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.2.2. Caso venha a necessitar, considera a hipótese de reutilizar materiais de

construção antigos/usados, seja numa obra de construção/reabilitação/remodelação, ou

noutro contexto?

2.2.2.1. Se considera a hipótese de reutilizar estes materiais noutro contexto,

indique qual.

2.2.2.2. Se respondeu "Não", indique o motivo.

Page 15: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.3. Reutilização de materiais de construção antigos/usados:

Mais de metade dos questionados, 60%, já reutilizaram materiais de construção

antigos e usados, conclui-se que existe procura.

Os materiais reutilizados são praticamente todos os referentes a um contexto de

reabilitação num edifício histórico, desde os estruturais, de revestimento,

acessórios/ornamento e de exterior. Destacam-se a pedra (102 pessoas) e a pedra (101

pessoas) como os dois materiais mais procurados. Ainda numa ordem de procura elevada

surgem as portas (91 pessoas), as vigas de madeira e os puxadores (82 pessoas), as telhas (79

pessoas), o soalho (72 pessoas), janelas, ferragens e bancas de mármore (61 pessoas),

portadas de madeira (58 pessoas) e gradeamentos metálicos (53 pessoas). É possível também

fazer referência aos materiais menos procurados, referidos por menos de 35 pessoas, ou seja

em percentagem inferior a 11% do total dos questionados.

O ponto 2.3.3. vem complementar a informação do ponto 2.2., ou seja anteriormente

conclui-se o número de pessoas que utiliza estes materiais em obras de

reabilitação/reconstrução/construção ou noutro contexto. O ponto 2.2. vem confirmar se a

reutilização é direta ou indireta, sendo assim, existem exatamente 50% do total da amostra

(161 pessoas) que aplicam os materiais com a mesma função e apenas 10% (32 pessoas) que

fazem uma aplicação indireta, ou seja, atribuem-lhes outra função. Salienta-se que nesta

questão apenas 193 pessoas responderam, ou seja, 60% do grupo questionado.

Na questão referente à reutilização real de materiais noutros contextos, o número de

pessoas que respondeu foi bastante reduzido, correspondendo apenas 28 pessoas.

Os contextos que surgiram em maior número foram na decoração (11 pessoas), em

mobiliário (9 pessoas) e em revestimento (4 pessoas). Entre 1 e 2 pessoas, a aplicação foi

realizada em cenografia, construção e reforço estrutural.

2.3.1. Já reutilizou materiais de construção antigos/usados?

Page 16: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.3.2. Que materiais reutilizou?

2.3.3. Esses materiais foram reutilizados com a mesma função?

Page 17: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.3.3.1. Se "Não", em que função foram reutilizados?

2.4. Procura de materiais de construção antigos/usados:

A proporção de pessoas que já procurou efetivamente estes materiais e a que não

procurou é quase igual, no “Sim” temos 163 respostas e no “Não” temos 157. Um pouco mais

do que a metade das pessoas questionadas já teve necessidade de procurar materiais

antigos/usados para reutilizar.

O tipo de materiais procurados seguem a ordem já referida anteriormente para a

questão 2.3.2. Marcando posição na linha da frente mais uma vez a pedra e o azulejo.

Os fatores que motivam uma reutilização de materiais em contexto real, muda

substancialmente em relação aos fatores que anteriormente consideraram como uma mais-

valia para todos. Aqui sobressai o fator estético, com 111 pessoas, segue-se o valor

patrimonial, escolhido por 95 pessoas, o fator económico surge em terceiro lugar, com 84

pessoas, depois a qualidade dos materiais é selecionada por 65 pessoas. Apenas em quinto

lugar e eleito por 56 pessoas aparece o fator ambiental, passa de 86,25% para 17,5%.

Das pessoas que procuraram materiais para reutilizar, 158 no total, 96 encontraram o

que pretendiam, ou seja, 61% dos que procuraram efetivamente.

A procura versou por diferentes locais, o que demonstra a falta de sistematização

destes materiais e provavelmente a perda de tempo na procura por parte de quem necessita.

No entanto encontraram os materiais necessários primeiramente em lojas e feiras (55

pessoas), sucatas (39 pessoas), outros locais (34 pessoas), armazém próprio (30 pessoas), na

internet (19 pessoas) e em ecocentros no fim da lista (6 pessoas).

Page 18: Análise e conclusões do estudo de mercado

Na questão, “Como adquiriu os materiais que encontrou?” a maior parte teve que os

comprar, o que correspondeu a 91 pessoas. Outras pessoas receberem esses materiais

gratuitamente, totalizando 66 pessoas. Apenas 6 pessoas fizeram uma troca por outros

materiais. A dinâmica é mais incidente na transação por dinheiro, no entanto a diferença é

pouco para os que conseguiram esses materiais sem qualquer custo, essa diferença é de

apenas 7%.

2.4.1. Já procurou materiais antigos/usados para reutilizar?

2.4.2 Que materiais procurou?

Page 19: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.4.3. Quais foram os fatores mais importante na procura destes materiais?

2.4.4. Encontrou o que precisava?

2.4.4.1. Se "Sim", onde encontrou?

2.4.5. Como adquiriu os materiais que encontrou?

Page 20: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.5. Recolha de materiais de construção antigos/usados

No que respeita ao hábito de armazenar materiais de construção antigos e usados

mais uma vez não existe uma dominância de respostas, sendo que para o “Sim” responderam

163 pessoas e para o “Não” 157 pessoas. Ambos são importantes para este projeto, os que

guardam podem integrar a nossa rede de repositórios de forma auxiliarmos no escoamento

desse material e os que não guardam materiais, são todos possíveis clientes.

Os materiais que mais guardam variam dos que efetivamente procuram para reutilizar

ou reutilizam. Então, os materiais armazenados em maior número são o azulejo (108 pessoas),

puxadores (91 pessoas), outras ferragens (82 pessoas), telhas (67 pessoas), portas (65

pessoas), pedra (59 pessoas) e vigas de madeira (52 pessoas). Seguem-se as janelas (48

pessoas), portadas de madeira (44 pessoas), gradeamentos metálicos (43 pessoas), soalho (42

pessoas) e bancas de mármore (37 pessoas). Abaixo das 30 pessoas surgem materiais como

louças sanitárias corrimãos e balaústres de madeira, soletas de ardósia, estruturas de

claraboia, pingadeiras, entre outros. Desta informação percebe-se que os materiais mais

procurados, mais raros e mais pequenos são primeiramente guardados.

Aqui os fatores fundamentais que motivam o armazenamento destes materiais recaem

em primeiro lugar no valor patrimonial, com 94 pessoas, depois no fator económico, com 88

pessoas. Seguem os fatores relacionados com a qualidade do material, ambientais e estéticos,

com respetivamente 82 pessoas, 81 e 80. Apenas 9 pessoas referiram outros fatores.

Na questão “O que faz habitualmente com os materiais que guarda?” vem a

confirmação do destino final, 151 pessoas reutilizam os materiais, ou seja 47% do total dos

questionados e por isso reverte para uso próprio economizando. De seguida, surgem 41

pessoas que doam esses materiais, ou seja 13% da amostra. A venda de materiais é apenas

efetivada por 18 pessoas, e a troca por outros materiais por apenas 13. Esta última informação

leva-nos a concluir que as pessoas guardam estes materiais por acharem que os poderão

reutilizar e com isso poupar nos custos. Provavelmente na impossibilidade de os poderem

reutilizar acabam por doá-los e portanto percebe-se que o intuito inicial não é o de gerar

receita. A venda e a troca por outros materiais representa um número muito pouco

significativo.

Dos materiais que foram reutilizados por parte das pessoas que têm por hábito

guardar estes materiais, 38% das pessoas que compõe o grupo de questionados responderam

que os aplicaram na mesma função, ou seja 121 pessoas. Apenas 36 pessoas, 11%, não aplica-

os de forma indireta, ou seja, com uma função distinta.

Page 21: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.5.1 Tem por hábito guardar materiais de construção antigos/usados?

2.5.2. Que materiais guarda?

Page 22: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.5.3. Quais são os fatores mais importantes para guardar estes materiais?

2.5.4. O que faz habitualmente com os materiais que guarda?

2.5.5. Os materiais que já foram reutilizados tiveram a mesma função?

2.6. Repositório de Materiais da APRUPP

Do total dos questionados, 262 pessoas referiram estar dispostos a recorrer ao

Repositório de Materiais da APRUPP, caso necessite adquirir materiais de construção

antigos/usados e em bom estado de conservação, ou seja, 82%. Apenas 6%, 20 pessoas,

referem não pretender ou não prever essa necessidade. Deste gráfico, correspondente à

questão 2.6.1. interessa salientar que 49 pessoas precisariam de recorrer a este repositório

agora e 92 pessoas, num futuro próximo.

A necessidade atual destas pessoas verte nos seguintes materiais, destacando-se os

mais procurados: azulejo (150 pessoas), puxadores (136 pessoas), pedra (129 pessoas), portas

Page 23: Análise e conclusões do estudo de mercado

(177 pessoas), Outras ferragens (111 pessoas) e soalho (101 pessoas). Os restantes materiais

repetem-se e têm uma ordem de procura semelhante, salientando as louças sanitárias (41

pessoas), as estruturas de claraboias (41 pessoas) e as pingadeiras ( 27 pessoas) como os

materiais menos, mas ainda assim em número relevante.

A informação constante das duas questões anteriores foram fundamentais para desde

já estabelecer contacto com estas pessoas no sentido de tentar desde já efetivar uma

transação e testar entre a rede de construtores disponíveis e que mostraram interesse no

projeto a possibilidade de existência desses materiais.

A última questão perguntava se caso tivessem acesso a materiais de construção

antigos/usados e em bom estado de conservação, se estariam dispostos a encaminhá-los para

o Repositório de Materiais da APRUPP? Neste contexto 84% do total dos questionados

respondeu que sim, ou seja 268 pessoas. Alguns disseram que não tinham essa necessidade,

ou não pretendiam recorrer ao repositório, essas pessoas corresponderam a um total de 52.

No final do questionário era pedido para que as pessoas deixassem um comentário

sobre o projeto. Das informações recolhidas que foram amplamente positivas e encorajadoras,

as mais-valias referidas estão sempre relacionadas com as questões ambientais, patrimoniais,

históricas, culturais e técnicas. Relatam ainda que existe um longo caminho a percorrer no que

respeita à sensibilização dos agentes da construção e da população em geral, mas com uma

ampla divulgação do mesmo terá mais consistência e maior dinâmica. A evolução e

desenvolvimento deste projeto está terminantemente ligada à sensibilização generalizada da

população alvo.

2.6.1. Caso necessite adquirir materiais de construção antigos/usados e em bom

estado de conservação, estaria disposto a recorrer ao Repositório de Materiais da APRUPP?

Page 24: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.6.1.1. Se "Sim" que tipo de materiais está/estaria disposto a adquirir?

2.6.2. Caso tenha acesso a materiais de construção antigos/usados e em bom estado

de conservação, estaria disposto a encaminhá-los para o Repositório de Materiais da

APRUPP?

Page 25: Análise e conclusões do estudo de mercado

2.6.3 Opinião sobre este projeto: Frases chave

Interessante, no contexto de políticas de reutilização/reciclagem de materiais

usados.

Muito útil e pertinente e vem colmatar uma falha que existe.

Trata-se de um projeto muito bom, uma vez que cada vez mais é necessário olhar

para o meio ambiente de uma forma sustentável.

Projeto muito positivo e necessário tanto pelas vantagens ambientais e ecológicas

como pelo contributo para a valorização do património arquitetónico e urbano e

para a exigência de conhecimentos técnicos de construção, do rigor e da

qualidade da obra final.

Projeto que se enquadra perfeitamente na conjetura atual do país. Visto estarmos

na era dos "res" (reutilização, reabilitação, reconstrução) e querendo acreditar

que a reabilitação continuará a ter cada vez mais uma forte

percentagem/importância em tempos futuros na construção, faz todo o sentido

existir um "banco" de dados de material ligado ao mesmo.

Excelente! Demorará algum tempo a implementar, mas terá sucesso, certamente.

Um projeto interessante sem dúvida, se bem que em alguns aspetos coincida com

os dos bancos municipais de materiais, se eles funcionassem convenientemente

este projeto não seria tão importante.

Considero este projeto fundamental para a consciência patrimonial/ambiental do

público em geral, bem como um grande apoio aos profissionais da construção.

Desde a conceção do projeto à obra. Parabéns e Obrigada!

Um projeto a implementar um pouco por todo o país, se possível.

Sou docente da área de materiais de construção e felicito-vos pela iniciativa.

Projeto muito importante na medida em que se perdeu muito património e valor

na inexistência de um sistema de reposição deste tipo. Existem alguns projetos

semelhantes, mas privados e com recursos muito baixos.

Page 26: Análise e conclusões do estudo de mercado

Acho que é um projeto de uma mais-valia enorme. Mais do que garantir esta

salvaguarda, seria importante sensibilizar as pessoas, da sua importância

patrimonial.

Projeto deveras interessante e revestido de enorme utilidade para a conservação

do património histórico e arquitetónico, e revitalização da economia de

proximidade no Centro Histórico do Porto. Parabéns pelo arrojo da iniciativa.

Parece-me ser um projeto altamente útil e necessário no contexto arquitetónico e

social atual em que se pretende fazer obra com economia, aproveitando os

recursos já existentes e preservando assim também a história dos objetos e dos

lugares a serem transformados/reabilitados. Parabéns e divulguem-se mais.

Considero o projeto de extrema importância na medida que permite a reunião

destes materiais, criando um local próprio para aquisição, na economia de

recursos e na minimização do desperdício, baseado na reconversão do existente,

e estimulando o lado estético da reconversão e da construção.

Precisamos de alternativas ao Banco de Materiais existente na Praça Carlos

Alberto. Das vezes que consultei nunca tiveram o que necessitava.

Considero muito pertinente e útil pelos vários fatores abordados. Já tinha notado

a ausência e necessidade do mesmo. Uma bolsa de materiais deveria existir em

cada Câmara Municipal ou outros organismos locais, públicos ou privados. Na

minha opinião deveria ser gratuito ou quase gratuito, embora alguns materiais e

peças alcancem preços elevados em lojas e antiquários. Existe mercado para estes

materiais, no entanto era interessante que este projeto - Repositório de Materiais

-não tivesse cariz comercial.

Este projeto é fundamental e devia, pelo menos, alargar-se a todas as capitais de

distrito. A forma mais viável disso acontecer seria arranjar parceiros institucionais

e/ou outros nesses locais. Continuem, este projeto é muito importante.

Trabalhamos cada vez mais em projetos de reabilitação/recuperação, sobretudo

em Lisboa e Alentejo e procuramos sempre que possível reutilizar ou recuperar

materiais, promovendo-lhes uma "nova história". Consideramos por isso este

vosso projeto uma excelente iniciativa! Como todas as boas ideias, não bastam as

Page 27: Análise e conclusões do estudo de mercado

boas intenções, é preciso encontrar os caminhos certos. Mas com as dinâmicas

adequadas e criando as sinergias necessárias entre os diferentes agentes,

acreditamos que poderá ter muito sucesso. Assim o esperamos! Contem a

Arq2T.Atelier naquilo que pudermos ajudar!

Um projeto fantástico que vai ajudar e permitir uma maior facilidade de defesa do

património, da utilização dos métodos e técnicas tradicionais, de cidades mais

bonitas, a ajuda no fim de materiais e casas dissonantes que deixam as nossas

cidades mais feias, além de uma clara poupança económica para novos

investimentos no património arquitetónico. São projetos assim que tornam

Portugal num país melhor, mais próximo das suas tradições, mais rico, mais

turístico, mais belo e evitam a degeneração que tem existido nos últimos anos.

Por isto tudo e por mais, os meus sinceros parabéns e felicidades para este

projeto.

Parece-me um projeto bastante interessante, que a concretizar-se combaterá o

desperdício e protegerá o ambiente. No entanto, há que ter atenção a alguns

casos, em que o custo da mão-de-obra para poder reutilizar é superior ao custo

do material novo equivalente. Para vencer este obstáculo é preciso haver vontade

política a montante (cursos profissionais de técnicas tradicionais de construção,

regulamentação municipal para integrar na reabilitação uma percentagem de

material reutilizado, criando benefícios fiscais ou outros. Para proteger o

ambiente alguém terá de pagar os custos inerentes "taxa ambiental", mas não

pode ser apenas o consumidor final! Enfim, este é um tema que nos levaria por aí

fora. De qualquer modo apoio este projeto. Alguém tem começar a fazer algo.

Parece-me ter viabilidade para evoluir, mas está fortemente dependente da

forma como a sociedade encara esta realidade.

Obrigada por terem a audácia de ter uma abordagem arrojada contra o

consumismo!

Considero este projeto como um excelente veículo de promoção da economia de

baixo carbono e do desenvolvimento sustentável.

Uma ideia que de alguma maneira já se praticava mas agora tornou-se um

Projeto. A isso se chama, inovar... Ver mais longe!

Page 28: Análise e conclusões do estudo de mercado

Seria ainda mais útil se fosse implementado em várias cidades com todos os

repositórios ligados em rede, centralizando toda a informação numa aplicação

web.

É um projeto muito oportuno no contexto atual da construção e da construção na

cidade - Reabilitação. Com preocupações de salvaguarda patrimonial e ambiental,

no que respeita à redução de resíduos. Parece-me bastante inovador e acima de

tudo um veículo de sensibilização para a proteção dos elementos que caraterizam

este nosso Património.

3. Visita a repositórios de empreiteiros/construtores

A propósito das entrevistas realizadas aos empreiteiros/construtores aproveitou-se

para marcar reuniões nos seus estaleiros/armazéns, com o intuito de conhecer os espaços, ver

a dimensão, o tipo de materiais que guardam e em que condições. Conseguiu-se obter

autorização para fotografar alguns espaços, fazendo desta forma um levantamento prévio dos

materiais que estavam armazenados e perceber se estes empreiteiros poderiam futuramente

integrar a nossa rede de oferta.

Fig. 3. Vigas de madeira (estaleiro da empresa 3M2P) Fig. 4. Mosaicos hidráulicos (estaleiro da empresa RIELZA)

Fig. 5. Balaústres de madeira (estaleiro da empresa RIELZA) Fig. 6. Bandeiras de portas (estaleiro da empresa RIELZA)

Page 29: Análise e conclusões do estudo de mercado

Fig. 7. Azulejos (estaleiro da empresa RIELZA) Fig. 8. Pias de mármore (estaleiro da empresa RIELZA)

Fig. 9. Banheira de esmalte (estaleiro da empresa RIELZA) Fig. 10. Gradeamento metálico (estaleiro da empresa RIELZA)

4. Visita a ecocentros

O objetivo da visita a ecocentros foi no sentido de apurar que materiais costumam

receber, com que frequência e qual o estado de conservação; qual a periocidade de

esvaziamento/escoamento; quem utiliza estes centros e qual o destino à posteriori destes

materiais. Da visita realizada foi possível observar que os materiais são depositados em

grandes contentores sem qualquer cuidado, colocando em causa a posterior reutilização dos

mesmos, no entanto foi transmitido que recebem com frequência materiais com forte

potencial de reutilização que, no caso de peças com muito volume, é necessário proceder ao

seu desmonte para rentabilização do espaço disponível.

Não é possível guardar nem facultar qualquer material, a não ser que exista

autorização superior e que seja enviado um ofício com essa orientação. Só através deste

procedimento, os funcionários do ecocentro podem separar o material requisitado.

Um dado importante que foi transmitido na conversa estabelecida com os funcionários

presentes no local, foi que hoje em dia as pessoas vêm com menos frequência ao ecocentro, o

motivo prende-se com a crise na construção e consequentemente uma redução na utilização

dos ecocentros.

Page 30: Análise e conclusões do estudo de mercado

5. Conclusão

O estudo de mercado constitui um instrumento que permitiu ao projeto estruturar a

política comercial e a definição de um modelo de negócio enquadrado com a oferta e procura

inerente à reutilização de materiais, na escolha de vários cenários que podem garantir à

partida condições de competitividade de projeto.

A informação recolhida que integra o estudo de mercado foi objeto de análise e

permite tomar decisões com o mínimo de risco sobre as caraterísticas que os serviços devem

possuir para serem bem aceites pelos consumidores e a política de marketing que o projeto

deve implementar para atingir eficazmente o seu modelo de mercado.

Dada a recetividade obtida das diversas entrevistas, conversas e questionários

entende-se que existe mercado para dar início ao projeto-piloto, identificando neste processo

as atividades a desenvolver no futuro para incrementação do projeto.