anais v sepef 2010

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Educação: teoria e prática Revista do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação – IB UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus de Rio Claro o ã ç a c u d E o r a l C o i R 0 2 e m u l o V 6 3 o r e m ú N 1 o t n e m e l p u S

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Page 1: Anais V SEPEF 2010

Educação:teoria e prática

Revista do Departamento de Educaçãoe do Programa de Pós-Graduação em Educação – IB

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTACampus de Rio Claro

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Educação: teoria e prática / Revista publicada pelo Depto. de

Educação e pelo Programa de Pós-Graduação em Educação

do IB. – Vol. 1, no. 1 (1993)- . – Rio Claro : Unesp,

Instituto de Biociências, 1993-

Semestral

Título disponível também on-line desde 2007

http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/educacao

Indexado por: BBE – Bibliografia Brasileira de Educação

(MEC-INEP) e pela Edubase (Faculdade de Educação –

UNICAMP – Campinas/SP - Brasil)

ISSN 1517-9869 (versão impressa), ISSN 1981-8106 (on-line)

1. Educação - Periódicos. I. Universidade Estadual Paulista.

II. Departamento de Educação. III. Programa de Pós-Graduação

em Educação do Instituto de Biociências. IV. Título.

CDD 370

Ficha Catalográfica elaborada pela STATI – Biblioteca da UNESP

Campus de Rio Claro/SP

Page 3: Anais V SEPEF 2010

NOTAS DE EDIÇÃOO conteúdo dos trabalhos publicados é de inteira responsabilidade dos autores.

DADOS SOBRE A REVISTACapa: Ronaldo BellaFundação: 8 de dezembro de 1993Tiragem: 300 exemplares

COMISSÃO EDITORIALProfª Dra. Aurea Maria de OliveiraProfª Dra. Flávia Medeiros SartiProfª Dra. Leila M. Ferreira SallesProfª Dra. Márcia Reami PechulaProfª Dra. Maria Rosa Rodrigues M. de CamargoProfª Dra. Regiane Helena BertagnaProf. Dr. Samuel de Souza NetoProfª Dra. Silvia Marina Anaruma

EDITOR RESPONSÁVELProfª Dra. Márcia Reami Pechula

SECRETÁRIA EXECUTIVAMarisa Alves Galli

CONSELHO EDITORIALProf. Dr. Afrânio Garcia Júnior (CRBC-EHESS/Paris)Prof. Dr. Alfredo Astorga ( UNESCO/CL)Prof Dr. Antonio Gomes Alves Ferreira (Universidade de Coimbra)Prof. Dr. Antônio Joaquim Severino (FE/USP)Profª Dra. Bernardete A. Gatti (Fundação Carlos Chagas)Profª Dra. Cecília Maria Aldigueri Goulart (Universidade Federal Fluminense)Profª Dra. Clementina Marques Cardoso (University of London)Profª Dra. Concepción Fernandez Villa Nueva (Universidad Complutense de Madrid)Profª Dra. Dair A. F.de Camargo (Unesp-Rio Claro)Profª Dra. Lisete Regina Gomes Arelaro (FE/ USP)Profª Dra. Maria Cecília de O. Micotti (Unesp- Rio Claro)Profª Dra. Maria Inês Ghilardi Lucena (CLC/PUC-Campinas)Prof. Dr. Mario Martins Bris (Universidade de Alcalá)Profª Dra. Sandra Zákia Lian de Souza (FE/USP)Prof. Dr. Sílvio Gallo (FE/UNICAMP)

AUXÍLIO PARA EDIÇÃOInstituto de Biociências – Unesp – Rio ClaroDepartamento de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em Educação

Solicita-se PermutaExchange requested

Se solicita canje

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APRESENTAÇÃO

O EVENTO que ora se apresenta (I Congresso Internacional de Formação Profissional e V Seminário de Estudos e

Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física – Explorando os Referenciais Teóricos e

Metodológicos na Formação e Intervenção, a realizar-se de 12 a 14 de novembro de 2010, na UNESP – Campus

de Rio Claro, no Anfiteatro do Instituto de Biociências) originou-se a partir da criação, bem como das propostas de

trabalhos, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física – NEPEF –

em 2002.

Neste ano, no mês de fevereiro, um grupo de professores e alunos reuniu-se, tendo como preocupação sedimentar

a produção acadêmica e científica circunscrita à formação inicial e continuada, a relação Universidade – Sociedade

e aos aspectos curriculares, socioculturais e históricos deste itinerário pedagógico, visando revigorar a práxis

profissional. Em 28 de junho de 2002, o NEPEF teve homologado a sua inscrição na Plataforma LATTES do CNPq.

Considerando as perspectivas que foram arroladas, o núcleo buscou estabelecer desde o seu início uma conexão

entre o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade, a Área de Concentração: Pedagogia da

Motricidade Humana e a Linha de Pesquisa: Formação Profissional e Campo de Trabalho na Educação Física, da

qual o núcleo deveria ser a sua expressão mais sistematizada de trabalho coletivo com vistas à produção de

conhecimento.

Porém, visando ampliar os seus horizontes criou, inicialmente, o Seminário de Estudos e Pesquisas em Formação

Profissional no Campo da Educação Física (SEPEF – 2002, 2004, 2007, 2008) e posteriormente o Congresso

Internacional de Formação Profissional (CIFP - 2010), tendo o seu início nesse ano com vistas a

Internacionalização do Evento (que já teve o seu início em 2007), bem como mirando a possibilidade de doutorado

co-tutela, doutorado com estágio no exterior ou no próprio Brasil.

No âmbito desse processo o CIFP e o SEPEF têm como OBJETIVOS não só criar um espaço de reflexão, mas

também de produção material, assim como formar uma rede nacional de pesquisadores que estivessem dispostos

a ter objetivos comuns com vistas a fortalecer esta área de conhecimento [pois dialoga com cinco programas de

pós-graduação em território nacional (UNESP/Rio Claro, UFSC, FEF/UNICAMP; FE-USP; UEM-UEL) e dois no

exterior (UMontreal-Canadá e ISMAI- Portugal)], criar um banco de dados (todos os SEPEF foram filmados),

publicar artigos (38 de 2008 a 2010 na Revista MOTRIZ decorrentes do IV SEPEF ) e livros (um em 2006 e outro

em 2010), assim como favorecer o intercâmbio nacional (2002, 2004, 2007, 2008) e internacional (2007, 2010).

Como JUSTIFICATIVA para tal empreendimento, alem daquelas que foram elucidadas, apresentamos o itinerário

histórico do evento no qual se observa uma história em construção, sendo escrita nos eixos temáticos de cada

evento.

No ano de 2002, o I Seminário de Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física

abordou "As Novas Diretrizes Curriculares e a Formação profissional em Educação Física : Ruptura,

Progresso ou Continuísmo" , nos dias 1 e 2 de novembro. Em 2004 concretizou-se o II Seminário de Estudos e

Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física com o tema "A Formação Profissional no

Campo da Educação Física: Limites e Possibilidades" , nos dias 31 de outubro e 1 de novembro. Em 2007

ocorreu o III Seminário de Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física, tendo

como eixo "A Docência Universitária e a Educação Física" , de 29 a 31 de março. Dos dois primeiros seminários

originou-se o livro "Formação Profissional em Educação Física : Estudos e Pesquisas" (SOUZA NETO, S. e

HUNGER, D., 2006), o qual apresenta o início de um esforço coletivo, formado por pesquisadores, professores e

estudantes de diferentes instituições, na tentativa de se materializar uma produção na área e campo da formação

profissional.

No ano de 2008, o IV Seminário de Estudos e Pesquisas em Formação Profissional no Campo da Educação Física

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abordou "Das Escolas de Ofício à Profissão Educação Física" , realizado nos dias 20, 21, 22, 23 de novembro,

na cidade de Bauru, tendo como promotores UNESP/Rio Claro e UNESP/Bauru e co-promotores – colaboradores -

participantes ativos - pesquisadores provenientes das instituições universitárias: USP, UNICAMP, UFSCar, UFSC,

UEM e UEL, tendo como eixo de discussão a mediação entre universidade e mercado de trabalho, no campo da

formação profissional em Educação Física , atentando-se para a saúde, o esporte, o lazer, as artes marciais, a

dança e a educação física adaptada.

Como produção material, a exemplo dos outros SEPEF (s), sedimentou-se o encaminhamento de artigos (resumos

e relatos de experiência apresentados no evento) que foram publicados na Revista MOTRIZ, sendo que a

Comissão Científica foi formada por representantes das Universidades: UNESP, UNICAMP, USP, UFSCar, UFSC,

UEM, UEL, entre outras.

Para 2010, o I Congresso Internacional de Formação Profissional e V Seminário de Estudos e Pesquisas em

Formação Profissional no Campo da Educação Física, tendo como tema “Explorando os Referenciais Teóricos e

Metodológicos na Formação e Intervenção”, a realizar-se de 12 a 14 de novembro de 2010, buscará fomentar uma

discussão a respeito da profissão, considerando o processo de formação e a intervenção no campo de trabalho,

com vistas a avançar concretamente nesta reflexão com os grupos de pesquisas e demais.

Porém, neste ano, alem do grupo de diálogo (UNESP, UNICAMP, USP, UFSCar, UFSC, UEM, UEL) há a entrada

da UFPel e como novidade as parcerias com a Université de Montréal (Canadá), o Centre de Recherche

Interuniversitaire sur la Formation et la Profession Enseignante (CRIFPE-Canadá), o Instituto de Ensino Superior de

Maia (Portugal) e a University of Maryland (EUA), dando início a um novo tempo que sem duvida ficará mais rico

com a sua presença.

Este evento é uma promoção (em colaboração com os parceiros citados) do Núcleo de Estudos e Pesquisas em

Formação Profissional no Campo da Educação Física (NEPEF), Grupo de Pesquisa Docência, Práticas Escolares e

Formação de Professores, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade, Programa de Pós-Graduação

em Educação e Departamento de Educação, tendo como co-promotores UFSC, UNICAMP, USP, UFSCar, UEM,

UFPEL, Université de Montréal e apoio do Instituto de Biociências da UNESP – Campus de Rio Claro, Pró-Reitoria

de Pós-Graduação da UNESP, FUNDUNESP, Pró-Reitoria de Pesquisas da UNESP, Revista Educação: teoria e

Prática, Revista Motriz e Conselho de Curso de Graduação em Educação Física.

Atenciosamente,

Samuel de Souza Neto

Alexandre Janotta Drigo

Dagmar Hunger

Larissa Cerignoni Benites

Coordenação Central do Evento

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COMISSÕES:

1) Coordenação Central

Prof. Adj. Samuel de Souza Neto Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo Profa. Adja. Dagmar Hunger Profa. Dtda. Larissa Cerignoni Benites

2) Comissão Científica:

Presidente: Prof. Adj. Samuel de Souza Neto (UNESP/Rio Claro)

Presidente Externo: Prof. Dr. Juarez Vieira do Nascimento (UFSC/Florianópolis)

Suplente: Prof. Dr. Marcos Neira (USP/São Paulo)

Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (FAM/ IB-Unesp RC-NEPEF)

Profa. Dra. Cátia Mary Volp (UNESP/Rio Claro)

Profa. Adja. Dagmar Hunger (UNESP/Bauru)

Profa. Dra. Dijnane F. V. Iza (UNICEP/São Carlos)

Profa. Dra. Flávia Medeiros Sarti (UNESP/Rio Claro)

Prof. Dr. Glauco Nunes Souto Ramos (UFSCar/São Carlos)

Profa. Dra. Jeane Barcelos Soriano (UEL/Londrina)

Prof. Dr. José Carlos de Almeida Moreno (Faculdades Integradas Fafibe/Bebedouro e UNIFEB/Barretos)

Profa. Dra. Lílian Aparecida Ferreira (UNESP/Bauru)

Profa. Dra. Luciene Ferreira da Silva (UNESP/Bauru)

Profa. Dra. Márcia Reami Pechula (UNESP/Rio Claro)

Profa. Dra. Maria Cecília Lieth Machado Bonacelli (Faculdades Integradas Einstein/Limeira)

Prof. Dr. Paulo César Montagner (UNICAMP/Campinas)

Profa. Dra. Rita de Cássia Garcia Verenguer (Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo)

Prof. Dr. Roberto Iochite (UNESP/Rio Claro)

Profa. Dra. Sandra Lia do Amaral (UNESP/Bauru)

Prof. Dr. Sebastião Gobbi (UNESP/Rio Claro)

Profa. Dra. Sheila Aparecida Pereira dos Santos Silva (Universidade São Judas Tadeu/São Paulo)

3) Organização ��

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o Profa. Ana Célia Araújo Silva

o Profa. Mtda. Bruna Varoto da Costa

o Profa. Ms. Caroline Valderramas

o Profa. Ms. Camila Borges

o Prof. Mtdo. Cláudio Silvério da Silva

o Profa. Ms. Elisangela Venâncio

o Profa. Mtda. Esther Vieira Brum

o Prof. Ms. Evandro Antonio Corrêa

o Prof. Ms. Fábio Tomio Fuzii

o Profa. Dtda. Fernanda Rossi

o Prof. Ms. Fernando Paulo Rosa de Freitas

o Prof. Dtdo. Flavio Ismael de Oliveira

o Profa. Mtda. Joice Nozaki

o Profa. Dtda. Juliana Cesana

o Profa. Ms. Juliana Frâncica Figueiredo

o Profa. Kelcilene Gisela Persegueiro

o Profa. Mtda. Luciana Ceregatto

o Prof. Dtdo. Luiz Sanches Neto

o Prof. Mtdo. Marcelo Vieira

o Profa. Dra. Maria Cecília Lieth Machado Bonacelli

o Profa. Mtda. Marina Cyrino

o Profa. Dtda. Mellissa F. G. da Silva

o Prof. Ms. Narciso Mauricio dos Santos

o Profa. Mtda. Nilza Coqueiro Pires de Sousa

o Prof. Mtdo. Rodrigo Hirai

o Prof. Mtdo. Reinaldo Naia Cavasani

o Prof. Ms. Thiago Vieira de Souza

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PROGRAMAÇÃO

12/11/2010- SEXTA-FEIRA

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13/11/2010- SÁBADO

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14/11/2010- DOMINGO

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SUMÁRIO �

PALESTRANTES............................................................................................. 20

MESA REDONDA: EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ....................................... 20

Educação física na perspectiva cultural ........................................................... 20

PROJETO HIP-HOP ........................................................................................ 22

PROJETO CAPOEIRA..................................................................................... 23

MESA REDONDA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................ 25

Formação e Desenvolvimento Profissional em Educação Física: .................... 25

estudos e evidências........................................................................................ 25

MESA REDONDA: ESTUDOS DE FENEMENOLOGIA E EDUCAÇÃO FÍSICA......................................................................................................................... 26

RESUMOS DO EVENTO-EIXOS..................................................................... 29

CAPOEIRA....................................................................................................... 29

Paralelos entre a capoeira regional e os métodos ginásticos do século dezenove.......................................................................................................... 29

A Capoeira e o uso das tecnologias de informação e comunicação em seu processo de ensino/aprendizagem e formação acadêmica ............................. 30

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Capoeira Angola: Um Estudo Sobre Seus Saberes ......................................... 32

CURRÍCULO.................................................................................................... 33

Currículo e Complexidade: Novos Princípios para a Formação Profissional em Educação Física............................................................................................... 33

“As novas diretrizes curriculares e a formação do professor de ciências biologicas, pedagogia e educação física na UNESP - campus de Rio Claro” .. 34

Formação profissional em educação física: um estudo do perfil dos cursos da região de Bauru –SP ........................................................................................ 35

A formação do professor de Educação Física na UNESP/RC na perspectiva dos modelos de formação em alternância........................................................ 36

DANÇA............................................................................................................. 38

Dança na educação física escolar: aproximações entre formação e atuação profissional ....................................................................................................... 38

Benefícios das danças de salão para o desenvolvimento global dos alunos. .. 39

Formação profissional em educação física: o movimento comunicativo na ressignificação do conteúdo dança .................................................................. 39

A dança como atividade curricular na educação física do ensino fundamental ii nas escolas públicas de Apodi-RN................................................................... 41

DOCÊNCIA ...................................................................................................... 42

A presença de René Descartes na educação física: o corpo em evidência. .... 42

As relações de poder na docência universitária a partir dos modelos de jogos de Norbert Elias................................................................................................ 43

Sociologia no ensino superior: perspectivas dos acadêmicos da área de saúde......................................................................................................................... 43

Habilidades Sociais dos docentes de uma escola pública da cidade de Porto Velho ................................................................................................................ 45

Encontros e Desencontros na Educação Física: uma análise sobre o corpo docente feminino .............................................................................................. 46

Percepções dos professores de Educação Física relativamente às aulas mistas e ao conceito de coeducação........................................................................... 47

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A percepção dos professores de educação física de escolas estaduais em relação à EJA ................................................................................................... 48

Do direito a ternura a "pedagogia do amor": um estudo sobre a identidade do professor em sua dimensão (sócio-) afetiva..................................................... 50

Os saberes docentes na história de vida de professores de educação física. . 51

A manifestação dos saberes docentes na prática pedagógica de professores de educação física iniciantes e experientes .......................................................... 52

EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA .................................................................... 53

Educação Física Adaptada: algumas (res)significações sobre a formação profissional ....................................................................................................... 53

A disciplina educação física adaptada nas instituições públicas e privadas de ensino superior no estado de são paulo: um estudo pela internet. .................. 54

O profissional de educação física: competências e inclusão dos alunos com deficiência ........................................................................................................ 55

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ...................................................................... 56

Educação Física Escolar e o processo de formação Inicial: o olhar de uma graduanda ........................................................................................................ 56

A prática pedagógica do professor de educação física frente ao ensino do handebol nas escolas públicas de Catalão-GO................................................ 57

Educação física escolar: um caminho para a inclusão..................................... 59

Influencias do pluriemprego nas condições de vida do trabalhador docente em educação física do sul do Brasil ....................................................................... 60

A visão docente no âmbito escolar : educação física como área de conhecimento - um estudo de caso.................................................................. 61

Material didático e temas transversais nas aulas de Educação Física: perspectivas dos alunos e do professor. .......................................................... 62

Contribuições do cinema à prática esportiva: registros de uma experiência na escola ............................................................................................................... 63

Livro didático e pluralidade cultural na educação física escolar: análise da produção dos alunos. ....................................................................................... 64

A disciplina de Atletismo no curso de Licenciatura em Educação Física: o olhar dos acadêmicos do 8º período da Universidade Federal de Goiás.................. 65

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A educação física escolar e a base de conhecimento discente: contribuições para o 1º ciclo do ensino fundamental.............................................................. 67

Transformando teoria em prática: trabalhando os conceitos e práticas da aptidão física, atividade física e saúde com os alunos do ensino médio do Instituto Federal de Educação de Mato Grosso campus Juína ........................ 68

Educação Física Escolar no Ensino Médio: saberes, práticas e habitus.......... 69

Desporto Escolar – um estudo de caso numa escola de referência desportiva portuguesa ....................................................................................................... 70

Índices de actividade física habitual na escola, desporto e lazer – um estudo realizado em alunos de ambos os sexos, do 3º ciclo e do ensino secundário . 71

Influência parental na actividade física dos alunos – um estudo realizado em alunos de ambos os sexos, dos ensinos básico e secundário ......................... 72

Tema transversal ética e livro didático: possibilidades para a educação física escolar.............................................................................................................. 73

A compreensão e utilização do PCN meio ambiente pelos professores de educação física escolar. ................................................................................... 75

O processo coletivo de formação permanente de dois professores-pesquisadores de educação física: projeto piloto de investigação colaborativa76

Prática pedagógica de um professor de Educação Física no ensino médio: sucessos e dificuldades ................................................................................... 77

Mulheres na docência da educação física escolar: olhares e desafios nas questões de gênero e estereótipos. ................................................................. 78

O atual processo avaliativo na educação física escolar: conceitos e perspectivas ..................................................................................................... 80

Uma busca pela sensibilidade e criatividade nas aulas de educação física escolar.............................................................................................................. 81

Cultura e práticas corporais: conteúdos e metodologias para o componente curricular educação física................................................................................. 82

Educação física, escola, dimensões do conteúdo e formação do cidadão ...... 84

Sistematização dos conteúdos de ensino da educação física escolar: a seleção dos objetivos e conteúdos – um estudo de caso.............................................. 84

Corpo, cultura e subjetividade: a educação física escolar na constituição identitária dos sujeitos...................................................................................... 86

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A constituição identitária dos sujeitos ao longo da educação básica: contribuições do currículo multicultural da educação física na educação infantil......................................................................................................................... 87

ESPORTE ........................................................................................................ 88

Velocidade x drible, relação verificada em escolares futebolistas do salesiano dom helvécio Ponte Nova – MG....................................................................... 88

Perfil do profissional que atua nas escolas de futebol...................................... 90

Analise do perfil de formação dos treinadores de futebol da copa do Mundo de 2010 ................................................................................................................. 91

Formação profissional no esporte a vela: buscando desempenho na classe hobie cat........................................................................................................... 92

FORMAÇÃO INICIAL, CONTINUADA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL.... 93

Universidade e educação física: um estudo dos grupos de pesquisa da ESEF/UFPel ..................................................................................................... 93

O voleibol na formação docente: algumas reflexões........................................ 94

Proposta de formação de professores-colaboradores na educação física para o acompanhamento do estágio curricular supervisionado .................................. 96

A construção dos saberes, sobre as práticas avaliativas na trajetória dos professores de educação física........................................................................ 97

Análise da formação docente e da atuação dos profissionais que lecionam a educação física na rede municipal de João Câmara – RN............................... 98

Formação inicial de professores de educação física: saber, significado e memória da prática pedagógica, da docência e da orientação científica. ...... 100

Educação a distância: formação em Educação Física ................................... 101

Reestruturação curricular dos cursos de licenciatura: depois das diretrizes de formação de professores, um novo perfil profissional? .................................. 102

Ensino dos esportes de aventura em instituições de ensino superior na cidade de Maringá – Paraná...................................................................................... 103

Grupo de estudos do lazer: 10 anos de contribuição à formação humana .... 105

Reflexão coletiva e partilhada no processo de formação permanente em educação física .............................................................................................. 106

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Constituição do grupo-aprendente no processo de formação permanente de professores de educação física...................................................................... 107

Opinião de alunos-estagiários de licenciatura em educação física sobre os estágios curriculares obrigatórios................................................................... 109

Formação Inicial em educação física: foco nas 400 horas de estágio curricular supervisionado ............................................................................................... 110

A Extensão Universitária e suas implicações para a formação do professor de Educação Física que atua na escola.............................................................. 112

A graduação em educação física e suas vertentes quanto à inserção ao mercado de trabalho. ..................................................................................... 113

A formação continuada dos professores de educação física: um estudo comparativo entre início e fim de carreira ...................................................... 114

O poder dos professores de Educação Física escolar na construção da formação continuada: uma análise à luz da teoria de Norbert Elias............... 116

Desafios da prática profissional com ginástica em academias: o que dizem profissionais iniciantes e experientes? ........................................................... 117

A formação do professor e implicações nas aulas de educação física infantil119

Autoeficácia docente em situações de estágio curricular supervisonado e prática de ensino em Educação Física........................................................... 120

A prática como lócus da formação inicial e continuada para a docência: novas modalidades de orientação e supervisão para a “Prática de Ensino”............. 121

GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO ...................................................................... 122

Gestão Universitária em Educação Física: ações da coordenação de curso alinhadas ao planejamento estratégico institucional ...................................... 123

GINÁSTICA.................................................................................................... 124

A ginástica na educação física escolar: o olhar do professor......................... 124

Saberes necessários à prática profissional na ginástica em academias........ 125

LAZER E RECREAÇÃO................................................................................. 127

Formação do Monitor em Atividades de Aventura.......................................... 127

Construção de saberes de professores universitários do campo do lazer ..... 127

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A inserção da dança na perspectiva do lazer- educação na educação infantil....................................................................................................................... 129

A disciplina lazer nos currículos de educação física: um estudo sobre os saberes dos professores nas universidades públicas do estado de São Paulo....................................................................................................................... 130

LUTAS, ARTES MARCIAIS E ESPORTE DE COMBATE.............................. 131

Educação Física e atuação profissional na área de saúde: um relato de experiência com a utilização do judô em população idosa, com baixa Densidade Mineral Óssea. ............................................................................. 131

Aprendendo lutas na educação física escolar: uma análise à luz dos referenciais para o ensino fundamental e médio............................................ 132

A relação entre a formação profissional dos técnicos de judô e longevidade do desempenho competitivo de atletas precoces................................................ 133

Pensando na formação de profissionais de educação física para desenvolver sistemas computacionais no ensino de gestos esportivos ............................. 134

Lutas, artes marciais e as aulas de educação física: nuanças dessa relação na práxis dos professores de educação física em um escola ............................. 135

Proposta pedagógica no trato do conteúdo lutas no ensino superior............. 136

PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS ................................................... 137

As práticas corporais alternativas na área da saúde: seus usos e terminologias....................................................................................................................... 137

Parkour na escola: rompendo padrões na relação do corpo com o ambiente 139

PROJETOS SOCIAIS .................................................................................... 140

As práticas corporais como forma de promoção de saúde no presídio: um olhar sobre o centro de inserção social de Catalão-GO.......................................... 140

Projeto arte da paz ......................................................................................... 141

Contraturno: novos desafios na atuação e nas relações entre o professor de educação física e gestores da educação ....................................................... 143

Educação física: alternativa pedagógica para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade............................................................................ 144

SAÚDE........................................................................................................... 145

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Promoção da saúde em escolares: uma experiência na educação de jovens e adultos............................................................................................................ 145

Atividade física para promoção da saúde de idosos com doença de Alzheimer....................................................................................................................... 146

Índices antropométricos e níveis de aptidão física relacionados á saúde em escolares da zona rural de Rondônia............................................................. 147

Relação entre sintomatologia depressiva e nível de atividade física em idosas........................................................................................................................ 148

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PALESTRANTES�

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MESA REDONDA: EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

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Educação física na perspectiva cultural

Marcos Garcia Neira Grupo de Pesquisas em Educação Física escolar da FEUSP

www.gpef.fe.usp.br

Com a democratização do acesso, adentraram à escola representantes de grupos culturais, até então, alijados desse direito. Se outrora, os conhecimentos socializados pelo currículo advinham dos grupos situados em condições privilegiadas sem qualquer questionamento, neste momento, tal perspectiva enfrenta o desafio da sociedade multicultural. É lícito que as políticas em torno da reconfiguração social atravessam inevitavelmente o debate curricular. A partir daí, foi gerado um certo consenso que afirma a democratização dos conhecimentos no currículo como ação em prol do reconhecimento das diversas culturas que compõem a sociedade. Alinhando-se a esse movimento, uma transformação curricular da Educação Física implicará não somente no estudo do patrimônio cultural corporal dos grupos desprovidos de poder, como também, na desconstrução crítica dos conhecimentos oriundos da cultura corporal hegemônica. O debate curricular atual sugere a elaboração de propostas multiculturais como alternativas para o enfrentamento das investidas de homogeneização e controle presentes tanto nas práticas escolares como nas políticas. A presente pesquisa de cunho teórico-prático foi realizada a partir de um diálogo entre a teorização crítica e pós-crítica da educação e do currículo e a pedagogia cultural da Educação Física, objetivando a elaboração de uma argumentação que fundamenta um desenho curricular compromissado com a transformação social.

A eclosão das teorias críticas da educação na segunda metade do século XX retirou-nos a inocência do olhar sobre as intenções formativas das propostas curriculares até então conhecidas. Fundamentadas no marxismo, as análises empreendidas por diversos autores sobre o currículo tecnocrático da escola capitalista nos proporcionaram uma nova visão sobre os reais efeitos das promessas de ascensão e igualdade social através da educação. Dentre as inúmeras contribuições, pudemos extrair a idéia de que, em cada época, o currículo configurou-se como um espaço privilegiado onde determinados setores da sociedade imprimiram sua marca, formatando homens e mulheres para servir e perpetuar seus interesses.

Mais recentemente surgiu um outro movimento na área educacional denominado teorização pós-crítica com a pretensão de questionar as noções estruturalistas que as críticas marxistas sobre o currículo apresentaram.

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Tomando como referências as categorias de cultura, ideologia e poder, investigações advindas de campos diversos de estudo como os Estudos Culturais e a Nova Sociologia da Educação redimensionaram os olhares sobre o currículo, agregando àquelas novas categorias como etnia, raça e gênero. Sob esta perspectiva chega-se à conclusão que qualquer proposta curricular “fechada” incorrerá em valorização de determinados saberes/conhecimentos em detrimento de outros. Assim, quaisquer que sejam os conteúdos e métodos contemplados, haverá, sempre, outros de igual importância e valor que deixarão de constar. Isto significa que qualquer proposta implicará em uma tomada de decisão sobre o que merece ou não fazer parte do currículo, ou seja, do que se concebe como conhecimentos válidos ou não. Em outras palavras, a elaboração do currículo refletirá uma ação política sempre em meio às oposições e resistências, não existindo sem luta e, nem tampouco, isenta de relações de poder. Assim, o pano de fundo para qualquer proposta curricular é saber qual conhecimento deve ser ensinado. De uma forma mais sintética, a questão central é: O que ensinar?

Currículos, como construções sociais que são, sofrem as influências das concepções de aprendizagem que advogam, dos conhecimentos que ensinam, da cultura da sociedade na qual estão inseridos. Aliás, é a ênfase que dão a esses elementos, que os diferencia. A pergunta “o que ensinar?” nunca está separada de outras importantes questões: “O que eles ou elas devem ser?” ou melhor, “O que eles ou elas devem se tornar?”. Afinal, um currículo busca precisamente modificar as pessoas que vão “seguir” aquele currículo.

No fundo das propostas curriculares está, pois, uma questão de “identidade” ou de “subjetividade”. Nas discussões cotidianas, quando pensamos em currículo pensamos apenas em conhecimento, esquecendo-nos de que o conhecimento que constitui o currículo está inextricavelmente envolvido naquilo que somos, naquilo que nos tornamos: na nossa identidade, na nossa subjetividade. É possível, portanto, afirmar que, além de uma questão de conhecimento, o currículo é também uma questão de identidade.

Não há dúvidas de que o projeto hegemônico, neste momento, é um projeto neoliberal: centralizado na primazia do mercado, nos valores puramente econômicos, nos interesses dos grandes grupos industriais e financeiros. Os significados privilegiados desse discurso são: competitividade, flexibilização, ajuste, globalização, privatização, desregulamentação, consumidor e mercado. Nesse projeto, a educação é vista como um instrumento para obtenção de metas econômicas que sejam compatíveis com esses interesses.

É fácil constatar que essa educação produziu de um lado, um grupo de indivíduos privilegiados, selecionados, adaptados ao ambiente supostamente competitivo do cenário ideal imaginado pelos teóricos da excelência do mecanismo de mercado e, de outro lado, a grande massa de indivíduos dispensáveis, relegados a trabalhos repetitivos e rotineiros ou à fileira, cada vez maior, de desempregados, vítimas das diversas formas de exclusão experimentadas no sistema educacional.

É exatamente esse cenário, reforçado pelos meios de comunicação de massa, que se articula com as intenções educativas da escola e fornece ao professor condições para um “primeiro olhar” sobre suas decisões curriculares: “A escola onde atuo é do primeiro tipo, compromissada, portanto com a manutenção das condições sociais vigentes?” Ou: “A escola onde atuo é do

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segundo tipo, compromissada com as transformações das condições sociais vigentes?”

A partir daí é possível dizer que currículos de Educação Física com ênfase na melhoria dos aspectos motores, sociais, cognitivos e afetivos ou aqueles que priorizam o desenvolvimento motor dos alunos, contemplam as necessidades educacionais em pleno acordo com o projeto de continuidade da sociedade neoliberal.

Por outro lado, caso a escola assuma juntamente com a comunidade, um compromisso com a transformação social, o currículo deverá prestigiar, desde seu planejamento, o comportamento democrático para a decisão dos conteúdos e métodos e valorizar experiências de ressignificação das práticas sociais da cultura corporal, presentes, num primeiro momento, no universo vivencial dos alunos para, em seguida, ampliá-las com o estudo crítico de outras experiências corporais. �

PROJETO HIP-HOP

Jacqueline Cristina Jesus Martins Grupo de Pesquisas em Educação Física escolar da FEUSP

www.gpef.fe.usp.br

O trabalho com o Hip–Hop foi realizado em 2009 na EMEF Tte. Alípio Andrada Serpa com as 4ª séries. O objetivo foi ampliar a leitura dessa manifestação corporal, tentando superar estereótipos e preconceitos que acompanham essas práticas.

A manifestação corporal foi escolhida a partir das discussões do Projeto Pedagógico da escola, que focou uma concepção de aluno como leitor e escritor do mundo e do desdobramento do Projeto Especial de Ação (PEA) que tinha como objetivo a aproximação entre a escola e a comunidade.

Após essas decisões e tomando como base as observações realizadas no ano anterior, onde percebi que alunos e a comunidade tinham as danças como um momento de lazer e diversão, escolhi as danças como manifestação corporal a ser estudada.

Logo no início dos estudos, vimos os diferentes ritmos, o entendimento do que era dançar, para que dançar e onde dançar. Mas com o decorrer do trabalho percebi que deveríamos focar os estudos em um ritmo específico, e a escolha foi pelo ritmo inicialmente chamado pelos alunos de black ou de Hip – Hop.

O trabalho tomou esse rumo, pois percebi que para que os alunos entendessem mais sobre as danças e para que pudessem fazer leituras do mundo, como o proposto no nosso projeto pedagógico era necessário ampliar e aprofundar mais os conhecimentos de determinadas práticas corporais, para tanto, as observações e anotações que fiz no início do trabalho me mostraram que o ritmo que mais dialogava com o grupo de alunos e com as propostas da escola era o Break, até então chamado de black ou hip – hop.

Para iniciar essa discussão apresentei um texto que explicava o que era a black music e o que era o movimento hip–hop. Ficou entendido que o hip-hop não era apenas a dança, mas um movimento cultural que englobava outras formas de manifestações artísticas, como o grafite, o RAP, o MC, o DJ, o Streetball além do

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próprio Break. Decidimos que estudaríamos o movimento Hip – Hop, e não apenas o Break.

Para alcançar os objetivos propostos organizei as atividades didáticas sempre pensando em ampliar o olhar dos alunos sobre aquelas práticas. Para isso, além das vivências, assistimos a alguns vídeos sobre as práticas, realizamos leituras de textos, analisamos letras de músicas, comparamos as nossas práticas com outras possibilidades de realização daquelas manifestações.

Essas ações foram propostas a partir de questões que emergiam durante as nossas vivências e nos ajudaram entender e superar visões preconceituosas das práticas relacionadas ao movimento hip-hop. Por exemplo, os alunos diziam que o break é uma prática masculina, e após assistirmos vídeos com o break praticado por mulheres e lermos um texto sobre as b-girls (dançarinas do break), as meninas encorajaram-se e construíram suas próprias formas de dançar o break, superando o preconceito do break como uma prática masculina.

Nas construções das danças pelos alunos, observamos momentos de ressignificação, isto é, eles passaram a construir as suas próprias práticas através das interpretações que fizeram sobre a leitura do movimento hip-hop. Inicialmente eles perceberam que nos desafios era preciso “provocar” o outro, mostrar que você consegue fazer alguns movimentos que o outro não consegue. Para isso, os alunos começaram a usar movimentos e gestos de outras práticas corporais como o espacate da ginástica artística, o aú quebrado da capoeira, mímicas, passos de outras danças, entre outros gestos. Essa nova forma de desafios, continuou sendo o break, mas a partir do olhar daquele grupo.

Para um melhor entendimento do movimento hip-hop, não ficamos apenas no estudo do break, estudamos, também, os outros elementos do hip-hop: o MC, o DJ, o Grafite, o RAP e o Streetball. Dessa forma, proporcionamos um espaço de ampliação e aprofundamento dos conhecimentos em torno do hip-hop. Sobre todos os elementos, fizemos diferentes práticas de leituras e de interpretações sobre as manifestações corporais, entendendo-as como formas de expressão. A partir dessas atividades, construímos as nossas formas de realizar esses elementos dentro do espaço escolar.

Percebi que as atividades realizadas contribuíram para a mudança de discursos de alunos, professores e gestores que circulavam na escola. Esses discursos apontavam o break como práticas exclusivamente masculinas, o RAP como a música de “maloqueiros” e o grafite não era reconhecido como uma arte. Notei que esses discursos foram desestabilizados, abrindo espaços para que essas práticas entrassem na escola e fossem apreciadas inclusive por aqueles que a rejeitavam. �

PROJETO CAPOEIRA

Marcos Ribeiro das Neves Grupo de Pesquisas em Educação Física escolar da FEUSP

www.gpef.fe.usp.br

O presente resumo relata um trabalho desenvolvido nas aulas de Educação Física do colégio Maxwell, localizado na Zona Norte de São Paulo, durante o segundo semestre de 2010 com uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental II. A escola busca dentro do seu Plano Político influenciar na formação de sujeitos que possa

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transitar de forma crítica e participativa na sociedade. Assim, a escolha do objeto de estudo capoeira deu-se por alguns motivos, primeiro, ao transitar em um clube no entorno da escola durante o estudo de outra manifestação corporal os estudantes visualisaram pessoas negras e capoeiristas conversando e se referiram a estes sujeitos como pessoas fedidas, pobres e macumbeiras, segundo, durante os anos de escolarização eles nunca tiveram contato com outras manifestações corporais que não fossem o esporte, terceiro, a apostila adotada pela escola estava convidando todos os componentes curriculares a estudarem os conhecimentos da cultura negra no Brasil e na África justificando sua escolha pela Lei 10.639/03.

Depois de anunciar na sala de aula o que estudariam naquele momento, lancei algumas questões para mapear os saberes e a representação que eles tinham sobre a capoeira e, ao questioná-los sobre o que é capoeira, quem são as pessoas que praticam, o que eles sabem sobre estes grupos culturais, os/as alunos responderam que capoeira era coisa de negro, que negro é maloqueiro, fedido e pobre e que pouco sabiam sobre ela (a capoeira).

Na primeira atividades de ensino, em posse de alguma revistas de capoeira pedi para eles extrairem do texto diferentes definições sobre a capoeira, observarem os diferentes grupos que praticavam a luta assim como se apropriarem dos diferentes golpes que estavam descritos ali.

Durante as vivências práticas procurei explorar os diferentes espaços da escola, sala de aula, quadra e sala de informática utilizando variados mecanismos de diferenciação pedagógica para ampliarem seus saberes e se apropriarem da gestualidade como filmes de capoeira, videos na internet e jogos disponivéis on-line como o Fight 3.

No decorrer do projeto, analisamos vídeos de capoeira regional e angola seus Mestres e toda sua história entrelaçada com a escravidão dos negros no Brasil, e durante uma saída pedagógica assistimos o filme de capoeira que estava em cartaz chamado Besouro, durante este momento foi pedido a eles uma resenha e depois de assistirem o filme eles/as pontuaram a condição do negro na sociedade e puderam se posicionar melhor quando surgiram comentários sobre a religião caracteristica daquele grupo cultural.

A fala dos/as alunos e suas dúvidas durante o projeto me possibilitou por meio de um método de avaliação (registro diário) organizar diarimante minhas atividades de ensino e assim dialogar com as expectativas de aprendizagem escolhidas para este projeto.

Depois de construirem uma música e um dicionário com as palavras da capoeira, ter contato com o berimbau, diferentes toques, abada e outros elementos característicos da luta, pedi para eles construirem um questionário com todas as questões que ainda geravam dúvidas, na aula seguinte, depois de conversar com o professor de capoeira fomos entrevistar aquelas pessoas que eles disseram ser maloqueiras e fedidas, depois da entrevista, percebi através de seus comentários um respeito maior com aquele grupo cultural.

Como avaliação final, eles tiveram que registrar todo o caminho percorrido durante o projeto utilizando telefone celular e Ipods e o caderno de Educação Física, e construirem um portifólio digital com este material colhido, este método de avaliação foi escolhido pelo fato de que a escola não estava possibilitando a entrada deles/as portando estes materiais, motivo que gerava grandes discussões entre direção, familia e alunos.

Por fim, depois de se apropriarem do gestualidade da capoeira, analisarem diferentes fontes midiáticas e entrevistarem as pessoas que estavam naquele local, o trabalho possibilitou identificar a produção de novas subjetividades e um reconhecimento melhor sobre a capoeira, as pessoas negras e o processo de construção da negritude construído pela sociedade, caminhando em busca de um ensino que esteja atento a diversidade e o reconhecimento do Outro.

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MESA REDONDA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA

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Formação e Desenvolvimento Profissional em Educação Física: estudos e evidências

Juarez Vieira do Nascimento

Gelcemar Oliveira Farias Júlio Cesar Scmidt Rocha

Jorge Both Alexandra Folle

Na tentativa de contribuir para melhoria da qualidade da formação inicial, de

compreender como o professor se desenvolve profissionalmente e de auxiliar na construção da identidade profissional docente em Educação Física, algumas investigações foram realizadas contemplando as preocupações pedagógicas, as condições de vida e ciclos da carreira docente em Educação Física. As preocupações pedagógicas de estudantes-estagiários em Educação Física foram investigadas a partir do modelo teórico desenvolvido por Fuller (1969) e Fuller e Bown (1975), o qual contempla as preocupações consigo próprio (Self), com a tarefa (Task) e com o impacto (Impact). As investigações descritivas, com abordagem quantitativa dos dados, apontam que as preocupações com Impacto estão presentes ao longo de todo o período de estágio, assumindo também o protagonismo deste período, especialmente entre as estudantes-estagiárias mais jovens (até 21 anos). Por outro lado, as pesquisas sobre os ciclos ou estágios da carreira docente em Educação Física geralmente são de natureza qualitativa, principalmente os estudos de caso e histórias de vida. O modelo de Huberman (1995) tem sido empregado para analisar os avanços e recuos profissionais e pessoais na carreira docente como um todo. A partir da análise das competências, crenças e expectativas profissionais foi possível distinguir cinco ciclos na carreira docente em Educação Física, nomeadamente entrada, consolidação, afirmação e diversificação, renovação e maturidade. As investigações de caráter descritivo exploratório, com abordagem quantitativa dos dados, sobre as condições de vida do trabalhador docente em Educação Física têm abordado tanto parâmetros sócio-ambientais ligados à esfera do trabalho, quanto parâmetros individuais vinculados ao estilo de vida do professor. As evidências destacam o elevado descontentamento dos professores de Educação Física com a remuneração e as condições de trabalho. Aliado a estes fatores, há também outros pontos de insatisfação relacionados à integração social no ambiente de trabalho e o tempo equilibrado entre lazer e trabalho. Entretanto, aspectos associados à oportunidade de promoção, autonomia no trabalho pedagógico, leis que regem o trabalho docente e relevância social da vida no trabalho são fatores positivos da profissão docente. Para se compreender o processo de saúde e doença dos professores de Educação Física, novas investigações quantitativas e qualitativas são

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sugeridas para avaliar como ocorre o desencadeamento da doença, bem como necessitam avaliar as associações que as patologias apresentam com os parâmetros sócio-ambientais e individuais das condições de vida do trabalhador docente. Ao identificar que o professor passa por diferentes fases, ciclos e estágios que caracterizam a sua trajetória profissional, há necessidade de realizar estudos longitudinais para melhor delinear a carreira docente de professores brasileiros de Educação Física. �

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MESA REDONDA: ESTUDOS DE FENEMENOLOGIA E EDUCAÇÃO FÍSICA

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NÚCLEO DE ESTUDOS DE FENOMENOLOGIA EM EDUCAÇÃO FÍSICA:

14 ANOS DE DIÁLOGO E PESQUISA

Glauco Nunes Souto Ramos Cae Rodrigues

Fábio Ricardo Mizuno Lemos O Núcleo de Estudos de Fenomenologia em Educação Física

(NEFEF) iniciou seus trabalhos em junho de 1996, vinculado ao Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e com a participação de alguns(mas) docentes e alunos(as) da graduação em Educação Física. A motivação inicial para a formação do grupo era a criação de um espaço para a construção de diálogos que ultrapassassem o discurso dicotômico da área, no caso, especificamente através do estudo da fenomenologia: fundadores, precursores, estudiosos contemporâneos, procedimentos de pesquisa, ação didática em ambiente escolar e não escolar. Durante um bom período de sua existência, o NEFEF procurou desenvolver estudos e pesquisas exclusivamente com a abordagem fenomenológica, modalidade Fenômeno Situado, pois estava diretamente relacionada aos seus objetivos e à formação pós-graduada dos professores fundadores. A fenomenologia tem em seus fundamentos a idéia da compreensão, uma forma de cognição que diverge da explicação causal. Compreender é tomar o objeto a ser investigado na sua intenção total, é experimentar o acordo entre aquilo que visamos e aquilo que é dado, alertando que o significado não está nas coisas, mas na compreensão do humano sobre as coisas. Isso significa que compreender está associado ao ver o modo peculiar específico de um fenômeno, enquanto explicá-lo é tomá-lo na sua relação de causa e efeito. Em busca da compreensão do fenômeno, o(a) pesquisador(a) está imbuído em “ir à coisa mesma”, um dos princípios fundamentais da fenomenologia. Neste percurso, “a coisa” é compreendida a partir de sua perspectividade, inacabamento e inesgotável possibilidade. A

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pesquisa fenomenológica, ao propor “ir à coisa mesma”, alude àqueles que experienciam a coisa e podem falar sobre ela, permitindo-se assim que, na variação eidética (do grego eidos, que significa essência), capte-se na perspectividade um sentido que permita alcançar na coisa uma essência. É, pois, devido ao respeito à perspectividade do fenômeno que o interrogar na pesquisa fenômeno situado é propositadamente abrangente. Não há formulação de hipóteses sobre o buscado, mas a visualização do fenômeno tal como se mostra, através de descrições ingênuas (genuínas), não se partindo de a prioris ou se impondo ao sujeito um questionário com uma série de perguntas que costumeiramente estimulam o indivíduo a respostas mecânicas. Na abordagem fenômeno situado é usual fazer apenas uma interrogação e deixar os depoentes falarem livremente, preferencialmente gravando seus discursos. Neste contexto, um projeto de extensão universitária com capoeira para crianças da comunidade e uma disciplina optativa na graduação em Educação Física foram estruturados sob tal perspectiva na cidade de São Carlos, tendo passado pelo NEFEF inúmeros(as) alunos(as) de graduação, com ou sem bolsas de estudos (atividade, extensão, treinamento e iniciação científica) oferecidas pela universidade e órgãos de fomento. A partir das leituras, discussões e reflexões do grupo começamos a produzir os primeiros trabalhos: relatórios de pesquisa, monografias de graduação, material didático, resumos para apresentações em congressos/simpósios e artigos para publicação em periódicos. Com o desenvolvimento do grupo, adesão de novos pesquisadores (da Educação Física e de outras áreas acadêmicas) e dinamização de interesses e adequação metodológica a diferentes objetos de estudo, ampliamos nossas investigações para outras abordagens qualitativas, como etnografia, iconografia, história oral, sociologia da vida cotidiana e pesquisa-ação. A partir desta diversificação de interesses metodológicos dos(as) pesquisadores(as) vinculados(as) ao NEFEF, originou-se, em junho de 2003, a Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana (SPQMH), uma associação civil sem fins lucrativos, com fins educativos e de investigação científica, que tem como objetivos centrais: desenvolver estudos com pesquisa qualitativa; desenvolver estudos na área de motricidade humana; organizar eventos bianuais de pesquisa qualitativa e motricidade humana; publicar anualmente trabalhos desenvolvidos; agrupar e capacitar jovens em processo de iniciação cientifica aos procedimentos de pesquisa qualitativa em motricidade humana. Amparados(as) pelo caráter jurídico da SPQMH, pudemos realizar eventos nos quais a pesquisa fenomenológica fez-se presente: I Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana (2003); Simpósio sobre o Ensino de Graduação em Educação Física/II Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana (2004); III Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana: o Lazer em uma Perspectiva Latino-Americana (2007); IV Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana: as lutas no contexto da motricidade/III Simpósio sobre o Ensino de Graduação em Educação Física: 15 anos do Curso de Educação Física da UFSCar/V ShotoWorkshop (2009). Além dos referidos eventos, a parceria entre NEFEF e SPQMH foi responsável pela publicação, no ano de 2008, do livro Interfaces do lazer: educação, trabalho e urbanização, que procurou discutir algumas das interfaces do lazer, a partir de metodologias qualitativas, entre elas, a fenomenologia. O NEFEF, que é devidamente registrado na Plataforma

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Lattes do CNPq, tem como praxe a realização de uma reunião por semana durante o período letivo, no caso, sexta-feira, entre 10 e 12h. Atualmente, estão em desenvolvimento estudos nas seguintes linhas de pesquisa: Currículos e Formação Profissional em Educação Física; Estudos Socioculturais do Lazer; Expressão Corporal, Criatividade e Dança; Práticas Sociais e Processos Educativos Processos de Ensino e Aprendizagem em Diferentes. Após 14 anos de existência, o NEFEF continua desenvolvendo seus trabalhos, particularmente em torno da congregação de jovens pesquisadores que se interessam pela fundamentação e desenvolvimento/apresentação de estudos com abordagens da pesquisa qualitativa, o que está contribuindo, decisivamente, para a escolha e trajetória acadêmico-profissional de vários de seus membros. �

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RESUMOS DO EVENTO-EIXOS�

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CAPOEIRA�

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Paralelos entre a capoeira regional e os métodos ginásticos do século dezenove

Cressoni, F.E.G.; Martins, C.J.

Unesp-IB-Depto de Educação Física

Os séculos XIX e XX as práticas corporais da modernidade viram-se influenciadas pelo pensamento racional e científico que vigorava na época em ressonância com fenômenos sociais daquele período histórico, tais como o movimento Positivista e a insurgência de influentes vertentes da medicina como técnicas políticas na sociedade ocidental. Os especialistas em atividades físicas passaram a visar resultados mensuráveis buscando principalmente torná-la um instrumento eugenista e higienista com o objetivo de fortalecer os corpos, desenvolver e preservar a saúde da espécie, em suma, disciplinar o corpo e a mente dos cidadãos para integrar e preservar a ordem social. Tal movimento teve início na Europa com os sistemas ginásticos desenvolvidos principalmente na Inglaterra, França e Alemanha. Estes sistemas buscaram como base para seu desenvolvimento expressões de proeza física cujos benefícios fossem observáveis através de seus praticantes. Assim sendo, suas principais influências foram os artistas circenses em geral, bem como os exercícios militares existentes até então. Pormenorizadas através de método científico, estas manifestações foram transformadas nos métodos ginásticos. O fenômeno esportivo desse período conjugou-se com a influência dos sistemas ginásticos europeus e a visão positivista de corpo. Tal modelo consolidou-se como dominante no século XX e a Capoeira não foi exceção. No Brasil do fim do século XIX e começo do século XX, com a declaração da independência e a influência do positivismo que se instalou na época em solo nacional, o sentimento de patriotismo passou a vigorar com mais força gerando, entre outros fenômenos, uma busca pelas características que identificassem os brasileiros como cidadãos de uma mesma nação. Ao questionamento das identidades nacionais ligava-se extensa lista de temáticas estando entre elas a possibilidade de reconhecimento ou desenvolvimento de um método ginástico, tal qual aqueles presentes na Europa, mas que se mostrassem como uma expressão da identidade brasileira na cultura corporal. Até então, a capoeira era uma atividade ilegal praticada principalmente nas cidades, na maioria das vezes por negros e mulatos e frequentemente associada à violência urbana no Rio de Janeiro, então capital do país. No entanto, no ínicio do século XX os praticantes da capoeira chamaram a atenção daqueles que estudavam a questão da ginástica nacional, de forma assemelhada ao modo como os

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artistas de rua o fizeram na Europa, demonstrando grande aptidão e proeza física. Assim despontou na época um interesse por parte de alguns autores que discutiram a questão da capoeira e chegaram a publicar alguns trabalhos e textos a respeito. Mas é somente com o baiano Manuel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, que a Capoeira vê uma verdadeira possibilidade de legalização, reconhecimento como ginástica, ou esporte, e assim possível ascensão social. Mestre Bimba desenvolve uma metodologia de ensino através de sequências de golpes repetidos dois a dois e instaura também uma hierarquização de proficiência concreta na forma de cordões de cores diferentes. A capoeira de Mestre Bimba também passa a ter um objetivo disciplinador e de inserção civil, tornando os capoeiras, não praticantes ilegais e violentos, mas sim esportistas e até professores de educação física. Portanto, ela é finalmente adequada de forma a atender tanto aos sistemas ginásticos de origem européia, como às demandas de construção de uma identidade nacional e, por conseguinte, nomeada Capoeira Regional Baiana e concedida sua legalização em 1932. A partir de estudos atuais acerca da capoeira urbana do século XIX, hoje podemos ter uma boa imagem de como ela era e compará-la com a capoeira desenvolvida no século seguinte, quando passa a ser melhor documentada. Com isso, torna-se possível melhor enxergar as mudanças sofridas, que fatores levaram a tal e sobretudo inseri-la no contexto social vigente na época em que a transição ocorreu. Neste trabalho abordaremos a Capoeira no contexto da constituição dos campos da ginástica e do esporte ocidentais do fim do século XIX e começo do século XX apresentando as influências que levaram à criação da Capoeira Regional a partir da antiga Capoeira de Angola. Estudaremos sua adequação aos modelos ginásticos europeus para sua legalização, os detalhes de tal adequação e as consequências na formação de mestres e professores.

E-mail: [email protected]

A Capoeira e o uso das tecnologias de informação e comunicação em seu processo de ensino/aprendizagem e formação acadêmica

Silva, LM UFC-Instituto de Educação Física e Esportes

A Capoeira, como um dos ícones da identidade cultural brasileira e tema da

cultura corporal, torna-se uma demanda emergente de exploração científica visto que o número de Instituições de Ensino Superior que a incluem em sua integralização curricular e a quantidade de pessoas interessadas em sua prática é cada vez maior, inclusive internacionalmente. É objetivo deste estudo, investigar a utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino e aprendizagem desta temática, tendo como lócus de intervenção e análise o projeto de extensão “UFCapoeira”, da Universidade Federal do Ceará. Os objetivos do projeto consistem em viabilizar um espaço de ensino, pesquisa e extensão, através da vivência dos fundamentos históricos, instrumentais e de movimentação deste esporte; fomentar sua disseminação e contribuir para a formação acadêmica e intervenção profissional, oferecendo aos alunos do curso de Educação Física do Instituto

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de Educação Física e Esportes a oportunidade de vivenciar esta intervenção propiciando a melhor inter-relação entre a teoria e a prática de forma indissociada, através do planejamento, preparação e execução de aulas de Capoeira, no que diz respeito à organização do ensino desta luta-arte em espaços formais e não formais de educação. O desenvolvimento da pesquisa encontra-se dividido em dois momentos, nos quais se buscou a realização de pesquisa bibliográfica, tanto no que se refere à Capoeira e suas diferentes propostas, bem como sobre os estudos acerca das Tecnologias de Informação e Comunicação; outro momento realizado se deu por meio da pesquisa-intervenção, no qual viabilizou-se a promoção de uma articulação entre a utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação para o ensino e aprendizagem da Capoeira. Optou-se pela realização de uma pesquisa qualitativa com foco num processo de análise da intervenção. Na práxis da pesquisa vivenciou-se a utilização da linguagem digital contemporânea, unindo imagens, sons e movimentos, para potencializar o ensino da Capoeira através da associação destes recursos, tornando o aprendizado mais atrativo, dinâmico e eficiente. Neste sentido, a partir de filmagens dos alunos realizando os movimentos inerentes à arte-luta, solicitados pelo professor, ora de olhos vendados, ora com um referencial estático (cones) e ora jogando em duplas, foi possibilitado a eles que assistissem aos vídeos com o objetivo primeiro de autoanalisar-se. Em seguida, a proposta foi que os mesmos se avaliassem coletivamente, em um processo dialógico entre alunos/alunos e alunos/professor, observando suas performances em busca de aprimorar os fundamentos até ali vivenciados, assim como a investigação das possíveis causas das inadequações ao gesto motor em desequilíbrio, por exemplo. Os resultados evidenciados até o momento, por meio dos relatórios e dos diários de campo, foram positivos no que diz respeito à potencialização da aprendizagem, através de uma ferramenta pedagógica atrativa que possibilita informações de variados tipos ao aluno. Assim ele tem a oportunidade de examinar a si próprio realizando movimentos sob vários ângulos, com imagens fixas e dinâmicas, além de cores e sons, provocando o aprendizado por diferentes vias. Da mesma forma foi possível perceber momentos que propiciaram o desenvolvimento e o estabelecimento de vínculos afetivos advindos das emoções positivas de satisfação e prazer proporcionadas por um ambiente descontraído e favorável ao aprendizado. Os vídeos também foram disponibilizados aos alunos para aprofundarem sua autoanálise. Até o momento, em virtude ainda do andamento da pesquisa, o que apresenta-se como resultado não permite que análises completas sejam demonstradas, no entanto, já se denotam observações importantes que irão desencadear instrumentos de análise, que possibilitem a inferência positiva no que se refere ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, no processo didático da Capoeira. Estas contribuem para a diversificação de metodologias que facilitarão o surgimento de novas reflexões e variados caminhos para um aprendizado significativo, proporcionando aos alunos usufruírem dos benefícios advindos da prática multifacetada, através de sua corporeidade, da Capoeira.

Palavras-Chave: Capoeira.Novas Tecnologias de Informação e Comunicação.Formação Profissional.

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Capoeira Angola: Um Estudo Sobre Seus Saberes Souza, T. V ; Silva, M. F. G. .

UNESP – RC

Este trabalho é o resultado da dissertação de mestrado em Ciências da Motricidade – UNESP - RC, que se propôs a investigar os saberes presentes na formação do mestre de capoeira Angola, considerando os valores, artefatos e atitudes presentes neste âmbito. Dotada de uma emergente riqueza de significações, esta vertente apresentou elementos que guardam aspectos de grande importância na composição de um vasto campo de conhecimentos e saberes. Neste recorte buscou-se investigar a partir das representações sociais acerca da capoeira Angola, quais os saberes constitutivos deste universo, bem como uma possível tipologia para tais conhecimentos. Nesta investigação de natureza qualitativa, descritiva, buscamos encontrar como ocorre o tratamento com este conhecimento (específico) que emerge da prática e para a prática. Entre as técnicas escolhidas optou-se pela entrevista narrativa semi estruturada, sendo complementada pelo método de análise de conteúdo sob a ótica das representações sociais para proceder à análise e interpretação dos depoimentos de 7 mestres tradicionais de capoeira Angola da cidade de Salvador - BA. Neste contexto os depoimentos apontaram para a existência de um conjunto elementos tais como a música, o canto, o toque, os movimentos e a roda que se configuraram em saberes, sendo constituídos e pautados em um saber-fazer adquiridos ao longo da vivencia na capoeira Angola, nos quais possuem uma estrutura e organização dotados de valores e rituais a ela específicos. Desta forma, a partir deste panorama podemos estabelecer uma correlação com a seguinte tipologia: Saberes Institucionais da Capoeira Angola; Saberes da Vadiação; Saberes Instrucionais-Programáticos (ou didáticos) e Saberes da Experiência. Assim os resultados dessa investigação contribuíram para um delineamento mais significativo sobre os saberes que constituem o universo da capoeira Angola, além de fornecer abertura de novas possibilidades de pesquisa acerca desta temática.

Palavras-Chave: Capoeira Angola, Saberes, Representações Sociais, Formação do Mestre.

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CURRÍCULO

Currículo e Complexidade: Novos Princípios para a Formação Profissional em Educação Física

CARBINATTO, MV; NUNOMURA, M; WEY, MOREIRA

UFTM

Entendemos que o currículo norteia as escolhas, caminhos, percursos e traçados a serem vivenciados durante a formação do futuro profissional. Independente dos rótulos elencados pelos curriculistas, advogamos com esse trabalho, repensar questões relativas ao currículo na formação profissional em Educação Física através das argumentações pautadas na Teoria da Complexidade- especialmente nos pressupostos de Edgar Morin. Nosso enfoque dar-se-á em elencar princípios considerados emergentes à formação profissional, tais quais: pluralidade cultural, unidade e diversidade, ordem e desordem, contexto dos conhecimentos e, por fim, disciplinar e transdisciplinar. Assim, propomos o currículo dito “multirreferencial”, ou seja, assente na “solidariedade epistêmica”, no qual é inerente ao processo de ensino-aprendizagem a construção do conhecimento com todos os envolvidos. Essa visão pressupõe, por sua vez, novas e aprofundadas interpretações sobre seus componentes- conteúdos, avaliação e estratégias metodológicas (como, por exemplo, perguntas mediadoras, projetos temáticos e situações problemas). Enquanto uma área científica constituída historicamente pelo engajamento de áreas diversas- tal qual o discurso biologicista e pedagogicista- pensamos que a EF poderia, com mais agilidade do que as áreas ditas “puras/básicas”, elucidar essa nova epistemologia, possibilitando ao futuro profissional melhor aplicação de seus conhecimentos na prática cotidiana. É quase unânime ao analisarmos os currículos dos cursos de ensino superior em EF sua formatação tradicional, porém o mesmo não tem acontecido em áreas nos quais as discussões contemporâneas para uma educação que favoreça a capacidade de reflexão e maior consciência da realidade global aos futuros profissionais, como a Medicina, Enfermagem e Ciências da Saúde . Apoiar-se na Teoria da Complexidade quando na elaboração do currículo é concebê-lo enquanto verbo de ação, em constante movimento, incentivando o fluxo de idéias e informações que circulam os sujeitos aprendentes. Certamente essa mudança demandará esforços para quebrarmos hábitos e ampliarmos debates e diálogos entre todos os envolvidos na sua construção, especialmente professores e alunos.

E-mail: [email protected]

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“As novas diretrizes curriculares e a formação do professor de ciências biologicas, pedagogia e educação física na UNESP - campus de Rio

Claro” Silva, J.B; Brum, E.V

Unesp-IB-Depto de Educação

Esta pesquisa foi elaborada tendo como perspectiva a importância de uma formação inicial de qualidade, escolhendo como lócus o campus da UNESP-Rio Claro-SP, pois seus cursos sofreram nos últimos anos mudanças em seus currículos, visando adequar-se aos novos normativos legais. Embora houvesse esta compreensão não se sabe até que ponto estas alterações trouxeram contribuições, nos levando a realizar esta investigação com vistas a apresentar um diagnóstico sobre o assunto, assim como apontar para os possíveis desenhos curriculares. Portanto objetivou-se refletir sobre o assunto, considerando os novos desenhos curriculares e concepções de professor. Como opção metodológica adotou-se a abordagem qualitativa, do tipo construtivismo social, como meio para se chegar às respostas pretendidas. Entre as técnicas escolheu-se a fonte documental (consulta aos Projetos Pedagógicos dos cursos de Educação Física, Pedagogia e Ciências Biológicas), as entrevistas (com estudantes, professores e coordenadores dos cursos mencionados, permitindo o contato com o papel dos mesmos para a construção da identidade do professor e seus conhecimentos) e a análise de conteúdo. Neste contexto, a análise dos projetos pedagógicos dos três cursos de formação de professores da UNESP/RC (Ciências Biológicas, Pedagogia e Educação Física), bem como a entrevista com os estudantes e professores permitiu visualizar a existência de modelos de alternância que perpassam o processo de formação dos estudantes de tais cursos. Entre os modelos de alternância observou-se que (a) a Alternância Justaposta exclui-se por não permitir ser proposta pelos projetos pedagógicos, pois trata da desarticulação entre teoria e prática; (b) a Alternância Implícita que se caracteriza pela ausência de intervenção dos professores na tentativa de vincular a teoria e a prática, não podendo também ser prevista pelo projeto pedagógico dos cursos; (c) o modelo de Formação em Estágios de Inserção apesar de serem previstos e possuírem o envolvimento dos estudantes carecem de temas mais amplos; (d) o modelo de Formação Associação/ Articulação de Componentes perpassa apenas a formação em Pedagogia, pois somente o projeto pedagógico deste curso sugere que os estudantes podem atuar como docentes durante a graduação, sendo que as experiências surgidas serão consideradas no contexto da formação; (e) o modelo de formação em Alternância Interativa apesar de ser previsto pelos projetos pedagógicos no contexto de aula não se realiza efetivamente, pois, de acordo com os relatos dos sujeitos, os docentes não incentivam a investigação de questões, não estabelecem a interação entre a teoria e a prática e (f) o modelo de formação em Alternância Estágios de Aplicação Prática de Conhecimentos em que o estágio curricular supervisionado é o foco da interação entre teoria e prática, mas que carece de uma atenção maior em relação ao seu andamento. Deste modo, a formação em alternância visa fornecer momentos de imersão na prática com o objetivo explícito de formação pela prática, porém vinculada a espaços partilhados de significação das experiências vivenciadas na prática capaz de produzir vínculos

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entre as teorias, colocando-as a serviço da prática e vice-versa. De modo que na área da formação de professores os saberes docentes tem se destacado como um dos pontos centrais para se compreender a profissão docente, bem como o processo de formação que deveria orientar os cursos de formação de professores e os modelos de alternância. Porém, entre os saberes que se destacaram no processo de formação dos estudantes a ênfase está no saber da experiência, confirmando a existência dos modelos de formação em alternância. Enquanto, que os professores (coordenadores) vão confirmar os eixos temáticos de cada proposta curricular, não ignorando as dificuldades desse processo, como na falta de diálogo entre os docentes. Assim, os professores (disciplinas) vão corroborar com o apontamento desse problema ao identificarem como dificuldade a falta de dialogo entre as disciplinas (os conteúdos).

Palavras-Chave: Currículo, Modelo de Alternância, UNESP-RC, formação docente.

Apoio Trabalho: CNPq/PIBIC E-mail: [email protected]

Formação profissional em educação física: um estudo do perfil dos cursos da região de Bauru –SP

SILVA, LF; MORENO, JCA; HUNGER, D.; ROSSI, F; SILVÉRIO, C;

CORRÊA, EA; COQUEIRO, N UNESP - FC - Depto de Educação

Introdução: Esta pesquisa realizada por membros do NEPEF (Núcleo de

Estudos em Preparação Profissional em Educação Física) do IB/UNESP/CNPq, teve como intuito compreender o perfil dos cursos de Educação Física da região de Bauru/ SP. Tal necessidade foi vislumbrada pelo grupo, tendo em vista as alterações significativas que ocorreram nos últimos anos no Ensino Superior, sobretudo, ao processo que culminou com a elaboração e implementação das Diretrizes Curriculares para os cursos de nível superior no país. Como este momento histórico coincide com a fase em que os cursos de Educação Física introduzem no meio social, as primeiras turmas formadas a partir da legislação, se verificou necessário o desenvolvimento do estudo, pois, desde as determinações oriundas das Resoluções n. 01 e n. 02 de 2002 do CNE/CP (BRASIL, 2002), relativas à formação de professores, e das Diretrizes para o Curso de Graduação/Bacharelado em Educação Física, Resolução n. 07/2004 do CNE/CSE (BRASIL, 2004), novos arranjos curriculares foram implementados. Objetivo A problemática teve a ver com os vários espaços que se criaram para uma formação que tanto poderia se caracterizar de forma delimitada (Licenciados e Bacharéis) como “híbrida”. Porém, se tomou como hipótese que os cursos tentaram se adequar às DCNs de uma forma mais burocrática ou instrumental (cargas horárias) do que favorecendo o desenvolvimento da formação. O objetivo do estudo foi o de analisar o processo de formação na área da Educação Física, numa região geográfica, composta por cursos com caracterizações diferenciadas. Metodologia Assim se

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optou por uma pesquisa exploratória quali-quantitativa, com análise documental. Foi desenvolvido um roteiro de análise baseado no documento de avaliação de IES do INEP/MEC. Foram analisados os Projetos Pedagógicos dos Cursos acessados pelos pesquisadores. Posteriormente, diante da dificuldade de recolhimento dos documentos, foram coletados dados por meio dos sítios das IES. Os documentos que foram priorizados continuaram sendo os Projetos Pedagógicos, porém, em alguns casos pela indisponibilidade completa destes, se decidiu por analisar os dados disponíveis que são de domínio público em sítios institucionais e que, se constituem em fontes fidedignas para qualquer cidadão que a elas tiver acesso. A região de Bauru/SP é composta por cidades de pequeno e médio porte, sendo que Bauru se constitui em região administrativa e possui maior número de habitantes. Há na região a necessidade de formação de licenciados, dada a demanda de escolas públicas municipais, estaduais e privadas. Também possui expansão dos espaços ligados à atividade física orientada para a saúde e estética (Clubes, Academias, Clínicas, Spas e Hotéis). Há espaço de atuação em Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, Educação, Turismo, Lazer e Esporte. A amostra se constituiu de seis IES, sendo que quatro eram privadas, uma confessional e uma pública estadual. Os documentos coletados foram submetidos a uma análise inicial (triagem) e teste do instrumento (pesquisa piloto). Após, alguns ajustes houve a inclusão de novos elementos no roteiro de análise documental, devido à riqueza existente nos materiais coletados. Resultados Os cursos investigados apresentavam explicitamente ou não as Diretrizes como documentos norteadores de sua elaboração. No entanto, a análise dos documentos permitiu afirmar que os cursos, independentemente de serem bacharelados ou licenciaturas se apresentavam pouco caracterizados. Não foi possível identificar coesão entre objetivo e perfil do egresso em 84% dos cursos das IES, sendo que apenas um mostrou articulação entre os itens. Também em relação aos conteúdos, 84% se mostraram inadequados para a formação desejada, sobretudo, quando se tratavam de cursos híbridos. Um curso demonstrou esta articulação. Nos documentos evidenciou-se que 84% buscavam atendimento do mercado de maneira a atender um público único, em um só curso. Um curso de uma IES demonstrou ter objetivo de formar licenciados unicamente, embora as cargas horárias da área da saúde se mostrassem elevadas em relação às da área de ciências humanas. Considerações Finais Se verificou que na região de Bauru/SP os cursos pouco se diferenciaram após a implementação das DCNs, sendo que o curso da IES pública estadual foi o que mostrou mais articulação entre os itens investigados em seu PPC.

E-mail: [email protected]

A formação do professor de Educação Física na UNESP/RC na perspectiva dos modelos de formação em alternância

Souza, E.

Unesp IB - Depto de Educação Rio Claro

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O currículo nos remete a um documento de identidade (SILVA, 1999), especificamente no que se refere à formação profissional, abarcando disciplinas, metodologias, experiências, assim como a desenhos curriculares que podem envolver a presença dos modelos de formação em alternância na perspectiva de se superar o difícil diálogo entre teoria e prática, dependendo da concepção adotada, formação no local de trabalho e na universidade. Nascimento (2006) assinala que os modelos de formação em alternância na Educação Física representam uma ruptura entre processos pedagógicos, isto é, uma alternância entre teoria e prática e o contexto da sala de aula e a situação de trabalho. Portanto, se coloca como possibilidade a aproximação destes dois contextos capazes de auxiliar no processo maturacional do estudante que está em formação, além de contribuir na aquisição de competências profissionais. Neste processo, Nascimento (2002) e Marcon (2005), com base nos estudos de Pedroso (1996), afirmam que os cursos de Educação Física podem ser perpassados pela alternância implícita – independe do que a formação propõe o estudante pode realizar a ponte entre a teoria e as suas experiências; alternância de estágios de inserção – com projetos de extensão universitária, correspondendo a uma iniciativa da formação profissional universitária; alternância estágio de aplicação prática de conhecimentos - estágios profissionais propostos pelo projeto pedagógico do curso; alternância justaposta - há uma situação de trabalho que ocorre por iniciativa do estudante; Com exceção dos modelos seguintes que são abarcados apenas por Pedroso (1996): alternância interativa - existe a busca pela aproximação entre os estudos teóricos de sala de aula e as experiências de trabalho através de estratégia centrada na solução de problemas e na realização de projetos e em atividades que simulam a prática; alternância por associação/articulação de componentes - prevê que ocorra espontaneamente na alternância implícita e na alternância justaposta uma articulação, mediação, na forma de uma pedagogia de projetos em que estes integrem as aprendizagens. Assim, estas perspectivas nos desafiaram a estudar o processo de formação inicial do professor a partir das novas diretrizes, bem como tomando como referência a proposta do curso de Educação Física da UNESP – Rio Claro, tendo como objetivo identificar não só a concepção de currículo adotada, mas também os modelos de formação em alternância, visando entender esta “pedagogia da alternância”. Como opção metodológica escolheu-se a pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, utilizando como técnicas a fonte documental, na fase preliminar e entrevista semi-estruturada, na fase de desenvolvimento mais adiantada da pesquisa, sendo complementada pela análise de conteúdo. Entre os resultados encontrados realizando um mapeamento do que se obteve através da análise da fonte documental observou-se que os modelos de formação em alternância não aparecerem textualmente no projeto pedagógico do curso, mas de forma implícita, podendo-se identificar a perspectiva da alternância nos projetos de extensão, estágios profissionais, solução de problemas, havendo a prevalência de alguns modelos em detrimento de outros. Destacando-se deste modo, o modelo de formação em alternância Estágios de inserção, Estágio de aplicação prática de conhecimentos e alternância Interativa. Porém de modo geral, podemos considerar que uma articulação entre teoria e prática no curso em questão é estabelecida.

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Palavras-chave: Currículo, Formação de professores, Modelos de formação em alternância.

E-mail: [email protected]

DANÇA

Dança na educação física escolar: aproximações entre formação e atuação profissional

Caldas Ehrenberg, M.

USP - Faculdade de Educação

A Educação Física possui conhecimentos específicos a serem tratados pedagogicamente no contexto escolar. Entre esses conhecimentos, encontra-se a dança. Esse elemento da cultura corporal não é exclusivo do profissional de Educação Física, sendo compartilhado, em outros âmbitos de atuação além da escola, por profissionais das Artes Cênicas, Artes Plásticas, além dos bacharéis e licenciados em Dança. O que se percebe com freqüência no âmbito escolar é a ausência desse conhecimento, ou o desenvolvimento de um trabalho superficial que se caracteriza por apresentações coreográficas de caráter festivo. A pesquisa que ora se apresenta, considerou a escola como campo de atuação profissional da Educação Física a ser investigado. Para conduzir tal investigação, observou a metodologia utilizada na formação de professores de Educação Física da FEF – Unicamp, junto à disciplina MH 304 – Pedagogia do Movimento II, que possibilita a vivência de diferentes conhecimentos da cultura corporal, na unidade correspondente à dança. O objetivo dessa observação era verificar se tal metodologia poderia, de fato, ser desenvolvida nas escolas de Educação Básica e quais seriam os conhecimentos necessários para possíveis modificações ou retificações a fim de minimizar possíveis distanciamentos entre formação e atuação profissional. Para atingir nosso objetivo, foi realizada uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-ação, cuja intervenção se deu em aulas práticas no ambiente escolar. Como técnica de coleta de dados, realizamos entrevistas semi- estruturadas aos professores que participaram da pesquisa, em dois momentos: antes e depois da nossa aplicação prática. Através da análise de conteúdo, foi possível refletir sobre a realidade em que se encontra a dança no universo escolar pesquisado e assim concluir que a proposta implementada mostrou-se adequada para subsidiar os conhecimentos da dança na escola, mas ressaltamos ser necessário que a preparação profissional vincule teoria e prática não só como conceitos, mas fundamentalmente na melhor caracterização dos fenômenos reais do cotidiano profissional.

Palavras-Chave: Dança; Educação Física Escolar; Formação Profissional E-mail: [email protected]

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Benefícios das danças de salão para o desenvolvimento global dos alunos.

Fernandes, R.C.; Alcades, T. R.; Rocha, A. J. de A.

Academia de Ensino Superior

O presente trabalho teve como objetivos investigar os benefícios das danças de salão na formação global dos alunos, além de analisar o seu contexto histórico, buscando mapear os significados desta prática corporal como vivência no âmbito do lazer. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica e de campo de natureza qualitativa, a pesquisa-ação. O local escolhido refere-se a uma associação atlética localizada na cidade de Itu/SP. Foram pesquisados vinte alunos de ambos os sexos, praticantes de danças de salão há pelo menos um ano, escolhidos de forma aleatória. O instrumento de coleta de dados utilizado foi a observação participante. A forma de tratamento dos dados foi a análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Como resultados da pesquisa, pudemos verificar que a maioria dos alunos buscam a prática das danças de salão a fim de aprenderem a dançar, como forma de lazer, saúde e bem-estar. Em relação aos benefícios e mudanças ocorridas, muitos deles relataram que aprenderam a apreciar a dança, melhoraram a coordenação motora global além da auto-estima. Dessa forma, reafirmamos a importância do trato pedagógico com as danças de salão também na esfera do lazer, a fim de contribuirmos para a formação crítica, criativa e sensível dos nossos alunos.

E-mail: [email protected]

Formação profissional em educação física: o movimento comunicativo na ressignificação do conteúdo dança

Florêncio, SQN; Silva, PPC; Araújo Júnior, IF; Gomes-da-Silva, PN

Universidade de Pernambuco/ Universidade Federal da Paraíba

Pensar o ser humano em sua completude é compreendê-lo em seu fenômeno natural. Um ser que existe num tempo e espaço a partir do diálogo consigo mesmo, com o outro e com o mundo, de tal maneira que essa troca, permite que o homem se complete de sentidos e significados, tomando sua singularidade. Essa troca do homem com o mundo, esse dar-se revela a construção do ser histórico, que se transforma cotidianamente na experiência do diálogo. O ser em contato com um mundo que existe, mas ao mesmo tempo constrói e é construído, modificado, re-significado nas experiências do ver, tocar, ouvir, saborear e cheirar. Segundo Gomes da Silva (2001) o sentido do movimento se expressa por sua relação com o mundo, com as coisas, com os outros. Essa relação na dança é permitida a partir de seu diálogo criativo, no qual o corpo cria por meio de suas experiências vividas. Assim, compreende-se que o ensino da dança deve perpassar uma experiência puramente motriz, sem

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fins educativos, logo o estudo objetiva analisar o processo de ressignificação do ensino da dança-educação na formação inicial dos professores de Educação Física. Trata-se de uma pesquisa participante, tendo como técnicas de coleta o balanço do saber e o grupo focal. Os sujeitos pesquisados foram 10 alunos de graduação do curso de Educação Física, de uma universidade particular da Bahia, na cidade de Bonfim, participantes da disciplina pedagogia da dança, com faixa etária entre 23 e 30 anos, professores que já atuavam na escola sem formação profissional. Como técnica de análise foi utilizada a hermenêutica em Ricoeur (1978). Os sujeitos apontam a dança como relevante na formação do ser humano por ser uma atividade divertida que traz felicidade, desenvolve a consciência corporal, coordenação motora, o desenvolvimento corporal e o movimento, estimulam as crianças, envolvem as pessoas, diminuem a timidez e aprimoram a expressão, assim como, desenvolve o espírito participativo, o senso crítico e criativo. Como fragilidades foram apontadas a falta de conhecimento teórico/prático dos professores que ministram esse conteúdo, o reconhecimento da escola, condições materiais e capacitações para os professores. Mediante discussão sobre propostas para o ensino da dança como Marques (2003), Barreto (2004), Nanni (2001) e Scarpato (2004), refletiu-se sobre as divergências e similitudes das mesmas, analisando a relevância dos conteúdos apresentados para a formação do aluno. Os sujeitos identificaram como conteúdos relevantes a serem vivenciados, a) fruição e apreciação estética; b) Fruição e apreciação de experiências do cotidiano; c) Estudo do movimento (no corpo, com o outro e com o espaço); d) consciência corporal e; e) conhecimentos sobre a dança (improvisação, repertórios e composição coreográfica). Ao final do processo considera-se que houve uma re-significação no processo de tratar o conteúdo de dança nas aulas de Educação Física, uma vez que, os sujeitos apresentaram outra concepção sobre a sua pedagogização. Além disso, afirmam que ampliaram ao compreender que ensinar dança na escola não é apenas dançar, como pode ser percebido na fala da aluna 3: “pensei que a dança fosse pouca coisa, mas percebi que é muito mais que dançar, tem muita coisa para ajudar na formação do aluno”, assim como identificaram a sua relevância na formação do aluno, pensada de forma comunicativa, criativa e pedagógica, como relata a aluna 2: “eu trabalho com dança a 20 anos e pensava que sabia dar aula de dança, sempre montava as coreografias e queria que minhas alunas fizessem do meu jeito, agora vi que ensinar dança é muito mais que dançar, e que a dança pode contribuir de outras formas para a vida do ser humano”. Em suma, considera-se que foi ampliado a concepção do ensino de dança-educação favorecendo não só na produção do conhecimento nesta área, mas sobretudo nas implicações pedagógicas para o tratamento deste conteúdo como recurso na formação do ser humano, transcendendo seu caráter motor, artístico-estético, e valorizando também seus aspectos cognitivo, social e afetivo. Sugere-se que novas pesquisas ampliem o conhecimento tratando autores específicos da área da Educação Física, para que se possa afirmar a relevância desse conteúdo em suas aulas, firmando-se por perspectivas que amplia uma visão reprodutivista, diminuindo críticas realizadas diretamente a área.

Palavras-Chave: Dança-educação. Formação profissional. Educação Física. E-mail: [email protected]

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A dança como atividade curricular na educação física do ensino fundamental ii nas escolas públicas de Apodi-RN

Silva, M. I.; Góis, F. J. S.

UERN – CAMEAM - Depto de Educação Física

A dança enquanto expressão corporal esteve sempre junta a história de vida do homem, pois antes do surgimento da linguagem o homem se comunicava através da expressão corporal. Através da dança conseguimos expressar nossos sentimentos, emoções, bem como nossa história de vida. No contexto escolar enquanto conteúdo curricular a dança poderá proporcionar um desenvolvimento integral do aluno, neste sentido o presente estudo objetivou analisar a dança como atividade curricular na Educação Física do Ensino Fundamental II das escolas publicas do município de Apodi do estado do Rio Grande do Norte. O estudo teve características qualitativas de corte transversal e o método utilizado foi o descritivo. O grupo amostral contou com a participação de 17 professores de escolas públicas do ensino fundamental II . Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário composto de questões fechadas, pelo qual buscou identificar a inserção do conteúdo dança no currículo escolar da disciplina de educação física. Os resultados mostraram que a dança é desvinculada do currículo escolar da rede de ensino pública e que o corpo docente desconsidera a dança como conteúdo da educação física e como um meio formador, com sentido e significado inerente ao processo ensino-aprendizagem, sendo vislumbrada apenas como forma de entretenimento nas datas comemorativas do calendário escolar. Conclui-se então que apesar de estarem inerentes à formação do cidadão, os olhares direcionados a dança escolar precisam ser mais profundas fazendo com que se utilize dessa arte como um meio facilitador do desenvolvimento e formação do ser.

E-mail: [email protected]

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DOCÊNCIA

A presença de René Descartes na educação física: o corpo em evidência.

Silva, A. C. A. FEFISA - Faculdades Integradas de Santo André

Este estudo é um recorte da dissertação de mestrado em educação

finalizado em 2009, nesta dissertação o empenho foi tratar o corpo na formação docente, com foco histórico trazendo o mecanicismo apresentado por René Descartes até a motricidade humana. O recorte realizado foi justamente sobre a presença de René Descartes na Educação Física elucidando o corpo estudado por este filosofo que na educação Física foi enaltecido posto como objeto de estudo. A reflexão tem como objetivo pensar nas intersecções de René Descarte na formação docente em Educação Física. Para a explanação foi selecionado um estudo bibliográfico, cujo empenho é apontar os estudos de René Descartes sobre o corpo, mecanicismo, dicotomia corpo e alma, num segundo momento entender a Educação Física dentro deste contexto. Num entrelaçamento podemos pensar em alguns pontos ao longo da história da Educação Física, como a marca do mecanicismo, do instrumentalismo, o corpo como centro dos estudos, salvo que para Descartes o corpo só vem ter valor pela sua funcionalidade “a máquina”, e a mente, o mentor das ações desse corpo. Na Educação Física podemos verificar na sua trajetória enquanto uma área que buscou espaço, enquanto ciência, a luta foi pelo corpo, por eliminar essa dicotomia impregnada pela história, mas o que fizemos foi uma nova dicotomia enaltecemos o corpo e a mente? Trabalhamos e estudamos o corpo e travamos uma batalha para entender esse sujeito na sua inteireza, durante a formação docente as disciplinas que permeia a grade curricular estão voltadas para o corpo e pensar como esse sujeito vai se inteirar das ações aprendidas, salvo ressaltar que primeiramente pensamos nas ações do corpo, aqui está a marca do mecanicismo presente de forma camuflada na formação docente atual. Para pensarmos nessa presença mecanicista na formação docente e na atuação desses profissionais nas escolas, devemos sempre nos remeter a quem estamos formando, o sujeito ou seu corpo. Assim, este estudo deixa uma lacuna para novas reflexões, qual é formação que estamos a fazer?

Palavras-chave: Mecanicismo, Educação física, Formação docente, Corpo E-mail: [email protected]

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As relações de poder na docência universitária a partir dos modelos de jogos de Norbert Elias

BORGES, C.; HUNGER, D.

Uninove- Depto de Educação

Ao abordar o tema docência universitária em Educação Física é possível inferir que outros aspectos caminham paralelamente a prática pedagógica. Com a massificação do ensino superior a partir da década de 90, houve a necessidade de formar professores universitários para atender o aumento da demanda de alunos neste nível de ensino. Além do ensino, cabe ao professor ainda a pesquisa, a extensão, a gestão e o business corroborando com os diferentes perfis docentes (professor, conscientizador, pesquisador, professor-pesquisador, pesquisador-professor) que se moldam pelas exigências das instituições em que atuam. Na perspectiva de compreender como se estabelecem os critérios para o exercício e ordenamento dessas atividades, o presente estudo analisou o depoimento de 13 docentes da área de Educação Física oriundos do programa de pós-graduação de uma universidade pública do Estado de São Paulo utilizando os modelos de jogos apresentados na sociologia processual de Nobert Elias. Os depoimentos passaram pelo crivo da análise do conteúdo, pautando-se na análise categorial que apontaram para duas categorias: atuação e formação docente. Quanto à atuação docente há uma relação direta entre dois grupos, docentes e instituição, estabelecendo um jogo de muitas pessoas a um só nível ao pensar nessa relação direta entre docente e universidade como determinante das funções destes professores. Entretanto, quando se refere à formação de futuros docentes nos programas de pós-graduação, se evidencia um jogo de dois níveis do tipo oligárquico, cujo poder maior se encontra na CAPES, órgão que coordena e fomenta os cursos. Os mestrandos e doutorandos atuam como integrantes do nível secundário, em que para ingressar, permanecer e obter a titulação, devem pesquisar e publicar agindo diretamente entre docentes, universidade e agência de fomentação. A questão crucial a que se refere o estudo, refletir sobre as relações de poder, possibilitam repensar a atuação de docentes universitários da pós-graduação, bem como de futuros professores. Concluiu-se que o enfoque dado à pesquisa, determinado pela poder atribuído a um grupo, relega características fundamentais da ação docente, o ensino, na perspectiva da permissão de acesso ao conhecimento. Desse modo, sente-se a necessidade de aprofundar as investigações acerca das relações de poder estabelecidas nas instituições de ensino na tentativa de repensar a profissão como possuidora de alternativas para um modelo de jogo mais democrático, havendo equilíbrio de poder entre as diferentes instâncias.

E-mail: [email protected]

Sociologia no ensino superior: perspectivas dos acadêmicos da área de saúde

Freire, I.A.; Cárdenas, R.N.; Pinho, S.T.

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Fundação Universidade Federal de Rondônia/UNIR/DEF

INTRODUÇÃO Os currículos atuais dos cursos de formação inicial, elaborados segundo as orientações do MEC devem propor uma formação abrangente, com um “forte embasamento humanístico” que envolve os conhecimentos filosóficos, do ser humano e da sociedade. Em um artigo “Reforma da Educação Superior Brasileira”, publicado no portal do MEC (BRASIL, 2005), revelava há cinco anos atrás uma preocupação crescente em se investir na formação de profissionais com características mais humanistas, sinalizando para uma carência neste processo formativo. Daí a necessidade de se investir em estudos voltados a esta temática. O estudo ora apresentado objetivou identificar os principais temas ou conceitos estudados pelos alunos na disciplina Sociologia nos cursos de formação inicial; forma de estruturação dos conteúdos; e âmbitos ou áreas de abordagens, levantar a importância que acadêmicos atribuem à disciplina na sua formação na universidade. Espera-se que os resultados venham fornecer subsídios para discussões, análises e apresentação de propostas dos projetos de ensino das disciplinas humanistas nos cursos de formação inicial. De alguma forma, espera-se contribuir para a evolução dos conceitos que envolvem a aprendizagem das disciplinas humanísticas, em especial de sociologia no ensino superior. METODOLOGIA A pesquisa é caracterizada como descritiva, qualitativa e exploratória. Foi realizada com universitários de 05 cursos de graduação da área de saúde da UNIR: Educação Física, Medicina, Enfermagem, Biologia e Psicologia. Participaram do estudo 458 universitários de diversos períodos letivos. Para coleta de dados aplicou-se um questionário com questões abertas. Para organização dos dados e posterior análise dos conteúdos, realizou-se uma classificação adaptada de Fávero et all (2004) quanto a estruturação dos conteúdos. RESULTADOS Verificou-se que 19% não recordam nenhum conteúdo ou tema estudado na disciplina; 22% não responderam. Daqueles que indicaram recordar de algum conteúdo, tema ou assunto, verificou-se diversidade nas respostas, sem detalhamento. Sobre a importância da disciplina de para formação, obteve-se como síntese: a) A maioria dos alunos enfatiza que a disciplina pouco ou nada contribuiu para sua formação profissional ou pessoal. b) Alguns disseram ser importante, embora não justificassem; c) Outros afirmaram não saber dizer a importância da disciplina no curso; d) Não consideram uma disciplina importante, por isso não justifica ser obrigatória no curso; e) As principais justificativas da disciplina no curso estavam em torno do conhecimento que esta propicia sobre a sociedade e os fenômenos sociais; f) Uma minoria reconhece sua importância. Destes, alguns apontaram o pouco aproveitamento na disciplina; g) Um indivíduo justificou sua resposta afirmativa argumentando que a disciplina torna o indivíduo crítico; CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados da pesquisa indicam que o conhecimento sociológico não é considerado um componente fundamental na formação dos estudantes da área de saúde, independente do curso. De modo mais específico, o estudo concluiu: - Excesso de conteúdos e/ou temas abordados com pouca ou nenhuma relação com os principais postulados que fundamentam a Sociologia como ciência e como disciplina acadêmica. - A estrutura dos conteúdos identifica-se pela abordagem de sub-temas sociológicos; - Fragmentação dos conhecimentos explorados; - Não foi possível

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identificar nas respostas dos informantes visão de uma disciplina que fomente a ação dos indivíduos rumo a uma formação crítica e cidadã; aspectos relativos a disciplina Sociologia com relação a estrutura, organização do currículo e programas das disciplinas. Não se sabe se a disciplina em questão é ministrada de forma compartimentalizada ou integrada a uma proposta pedagógica; Sugere-se uma revisão nos projetos de ensino de cada curso buscando conhecer o papel das disciplinas humanísticas, em especial, da Sociologia, no currículo; uma proposta pedagógica que articule todas as disciplinas do curso, possibilitando uma visão de unidade entre teoria e prática. Os conhecimentos sociológicos devem estar articulados com os da área técnica e com o objeto de estudo de cada área de conhecimento dos distintos cursos sem perder de vista a ciência afim: saúde.

Apoio Trabalho: Grupo de Estudo do desenvolvimento da Cultura Corporal E-mail: [email protected]

Habilidades Sociais dos docentes de uma escola pública da cidade de Porto Velho

Freire, I.A.; Pereira, E.G.; Pinho, S.T.; Cárdenas, R.N.

Fundação Universidade Federal de Rondônia/UNIR

INTRODUÇÃO O papel do professor, enquanto educador, além de estimular a descoberta e a produção de conhecimento, é de mediar, às interações educativas e sociais. Dentre o repertório de habilidades, destacam-se as Habilidades Sociais/HS. Entende-se como HS “Conjunto de condutas emitidas por um indivíduo num contexto interpessoal que expressa os sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse indivíduo de um modo adequado à situação, respeitando essas condutas nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situação, por enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas” (CABALLO, APUD NYARDI & BOAS, 2008, p. 8). A pesquisa teve como objetivo geral mapear o perfil das HS de professores. Buscou-se analisar as habilidades de enfrentamento e auto-afirmação; estudar a capacidade de auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos; identificar os níveis de habilidades referentes à conversação e desenvoltura social; e verificar as habilidades de auto-exposição a desconhecidos e situações novas. METODOLOGIA A investigação de caráter descritivo-exploratório levantou o nível de HS de professores na cidade de Porto Velho, no estado de Rondônia. A população estudada constou de 12 professores de 5º ao 8º ano de uma escola pública. Os professores informantes da pesquisa compõem todo o quadro de docentes deste ciclo de ensino da referida instituição escolar. Para a coleta de dados, utilizou-se o Inventário de HS Del-Prette, de Del Prette e Del Prette (2001) adaptado segundo Carneiro e Falcone (2007); e Murta e Magalhães (2003). RESULTADOS E DISCUSSÕES A maioria dos informantes apresentou baixo repertório de HS em situações que envolvem “Enfrentamento e auto-afirmação” (conversar com desconhecidos; cobrar dinheiro emprestado; expor ponto de vista; iniciar conversação; expressar discordância; devolver mercadorias); (dificuldade em “se enturmar”;

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mesmo contrariado aceita; dificuldade em iniciar conversação). Por outro lado, neste mesmo fator, verificou-se em apenas um dos itens (pedir esclarecimento) um repertório bem elaborado de HS. Quanto ao repertório em habilidades de “Auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos” os participantes tiveram um repertório que se situa entre os níveis que vão de “razoável” a “baixo” de HS em todos os itens (agradecer elogio; quando alguém faz algo de bom o elogia; expressa sentimento de carinho a familiares; quando gosta de alguém lhe expressa sentimentos; elogia sucesso de familiares; reage em defesa de injustiça). No fator “Conversação e desenvoltura social”, verificou-se um repertório de habilidades razoável com relevância nos itens negativos (concordo em fazer sexo sem camisinha; na fila, se um estranho passa a frente, fica calado; interromper conversa ao telefone; colocar nomes de terceiros em trabalho; ao receber elogio fica encabulado; dificuldade em encerrar conversa com amigo). Relacionando estes dados com os estudos de Silva (2004), verificam-se resultados semelhantes. Os professores demonstram disposição aceitável de lidar com situações neutras de aproximação. A possibilidade de reação indesejável é mínima e demanda traquejo social na conversação. CONCLUSÃO O estudo concluiu que: os professores apresentaram fragilidade no repertório relativo às habilidades de “Enfrentamento e auto-afirmação”; na capacidade de “Auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos”, verificou-se um repertório que se situa entre os níveis que vão de “razoável” a “baixo”; demonstraram insuficiência na habilidade referente à “Conversação e desenvoltura social”. No fator “Auto-exposição a desconhecidos e situações novas”, que inclui abordagem de pessoas não conhecidas, os professores se posicionaram de modo que se encontram vulneráveis a reações não desejáveis do indivíduo abordado. Constatou-se desse modo carência dos informantes na habilidade de colocar-se em circunstância de revelação pessoal, situação constantemente exigida na rotina de um professor. No aspecto geral constatou-se a necessidade de melhoria do nível de HS dos professores, o que pode ser conquistado através de treinamento específico conforme recomenda a literatura sobre o tema.

Apoio Trabalho: Grupo de Estudo do desenvolvimento da Cultura Corporal E-mail: [email protected]

Encontros e Desencontros na Educação Física: uma análise sobre o corpo docente feminino

Lopes, C.B.

Faculdades Integradas Torricelli

O presente estudo faz parte de um dos capítulos elaborados no trabalho de dissertação de mestrado, finalizado em abril de 2009, onde o objeto de estudo centrou-se no corpo da mulher enquanto um corpo sempre pronto a servir sua casa, seus filhos e marido, passa a ter também a responsabilidade da educação e posteriormente, o da educação de outros corpos, esta atribuição enquadra-se na função docente em Educação Física. O estudo elencado foi sobre as condições em que o corpo mulher somatiza suas atividades ditas

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familiares à responsabilidade de educar outros corpos a partir do seu próprio corpo. A reflexão desta pesquisa tem como objetivo pensar na formação docente da mulher de Educação Física. Para tal, foi selecionado um estudo bibliográfico, cujo interesse foi destacar os estudos e evoluções apontados sobre a profissão de professora de Educação Física exercida pelo gênero mulher. Neste contexto devemos pensar em alguns pontos da história da Educação Física, como a sua cientificidade, assim como a instrumentalização desta prática entre os corpos femininos e masculinos. Podemos dizer que a transformação da ginástica para a atual Educação Física traz consigo, dentro dos estudos específicos de gênero uma evolução masculinizada e adaptada para o corpo feminino. Será que o corpo feminino necessita de uma prática masculinizada da Educação Física? Será por isso que o corpo mulher consegue educar por meio da Educação Física um corpo feminino e masculino? Para pensarmos na educação dos corpos, masculino e feminino devemos pensar na formação docente, o que compete ao professor e a professora? Será necessário diferenciarmos os gêneros, afim de uma educação condizente com o século XXI? Desta forma, a discussão sobre a formação docente de professores e professoras está muito além das necessidades atuais, mas também da herança que nos foi deixada e marcada pela estória da formação docente em Educação Física. Com este estudo podemos evidenciar que a graduação em Educação Física até final do século XX foi marcada por disciplinas que diferenciavam as possíveis práticas femininas e masculinas, onde os homens eram preparados para trabalhar apenas com corpos masculinos, e as mulheres com os corpos femininos. Atualmente as graduações apresentam salas heterogêneas (homens e mulheres), na qual estudam as mesmas disciplinas, e teoricamente irão atuar sem distinção de gênero. Destarte fica a reflexão para a formação docente em relação aos corpos assexuados dos professores e novos estudos na Educação Física.

Palavras-chave: Formação Docente, Educação Física, Corpo, Gênero. E-mail: [email protected]

Percepções dos professores de Educação Física relativamente às aulas mistas e ao conceito de coeducação

Pinheiro, C; Cardoso, A; Resende, R

Instituto Superior de Maia (ISMAI) Portugal

Introdução: As aulas mistas na Educação Física têm o intuito de proporcionar a aprendizagem das mesmas actividades para ambos os géneros. Porém, nem sempre as aulas mistas são coeducativas, pois a coeducação tem como objectivo levar o(a) aluno(a) a vivenciar as mesmas experiências/possibilidades e oportunidades independentemente das diferenças e semelhanças dos actores/alunos. Segundo Gomes (2001), no caso da Educação Física, a coeducação significa valorizar práticas motoras e vivências, associadas ao modelo cultural feminino, de modo a que todas as alunas e alunos as experimentem, sem tornar o modelo masculino como único

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ou prevalecente. O presente estudo teve como objectivo analisar as percepções de professores de Educação Física relativamente às aulas mistas e ao conceito de coeducação. Metodologia: o grupo de estudo foi constituído por 8 professores de Educação Física (4 com mais de 20 anos de serviço e 4 até 10 anos de serviço) em actividade de funções no ano lectivo 2009/2010 em 3 escolas públicas e a leccionarem o 3º ciclo do ensino básico na concelho da Maia, distrito do Porto/Portugal. Para a recolha de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada tendo sido elaborado um guião contendo questões ligadas à formação inicial do professor e questões relacionadas com o conhecimento dos conceitos de coeducação e aulas mistas. As informações recolhidas foram submetidas à técnica de análise de conteúdo, tendo sido criadas à priori as seguintes categorias: aulas mistas/aulas separadas e coeducação. Discussão e Conclusões: Após análise dos dados recolhidos verificamos que a maioria dos professores de Educação Física prefere as aulas mistas em relação às aulas separadas, referindo que as alunas nas aulas mistas proporcionam um ambiente de acalmia e os alunos um maior dinamismo. No que respeita ao conceito de coeducação, verificamos existir alguma confusão a nível conceptual, havendo mesmo alguns professores a não conseguirem efectuar a distinção entre coeducação e aula mista. Os professores definem coeducar como educar de uma forma igual ambos os géneros. Dar as mesmas oportunidades sem limitar, transmitindo os conteúdos de uma mesma forma para um género e para o outro. Os professores com mais de 20 anos de serviço são aqueles que melhor conhecem este conceito.

Palavras-chave: coeducação; aulas mistas; professores de Educação Física Apoio Trabalho: Centro de Investigação em Desporto, Saúde e

Desenvolvimento Humano (CIDESD) E-mail: [email protected]

A percepção dos professores de educação física de escolas estaduais em relação à EJA

Pinho, S. T.; Freire, I. A.; Cárdenas, R. N.

Unir - Depto Educação Física

Considerando-se a importância da Educação Física escolar na promoção da saúde dos indivíduos observa-se contradição entre os aspectos legais que facultam a disciplina em situações específicas com as políticas do Ministério da Saúde, que estimula prática de exercícios físicos. O presente estudo objetivou descrever o cotidiano escolar dos professores de Educação Física de escolas estaduais que ministram aulas na EJA. Fizeram parte da amostra 5 professores de Educação Física, vinculados a 5 escolas Estaduais da cidade de Porto Velho do Estado de Rondônia. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista do tipo semi-estruturada. Os dados foram organizados a partir o roteiro das entrevistas. Para análise, utilizou-se estatística descritiva através do programa SPSS 12. Os resultados mostraram referente a importância da EJA, que 80% dos professores acreditam que a EJA é muito importante pois favorece a conclusão dos estudos daqueles indivíduos que por algum motivo

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não tiveram acesso a escola em outra época. Quanto aos aspectos negativos 20% dos professores acreditam que os conteúdos são prensados, ou seja, a grade curricular é muito extensa e o tempo é curto para ministrar a quantidade de conteúdos existentes. Essa dificuldade causa para os alunos um rendimento e um aproveitamento considerado insatisfatório. E 20% dos professores informaram que há uma freqüente desistência dos alunos da EJA no horário noturno. Os resultados mostraram que 80% dos professores trabalham na EJA com aulas teóricas e práticas. Neste contexto, 20% dos professores relatam que abordam em uma semana o conteúdo de forma teórica e em outra de forma prática, demonstrando que atua em atividades teórico-práticas organizadas semanalmente. As atividades práticas de todos os professores investigados são realizadas na quadra da escola. Ainda 20% dos professores acreditam que é importante organizar as turmas considerando-se a faixa etária dos alunos, a fim de favorecer a escolha das atividades de acordo com os diferentes interesses. Sobre a motivação dos alunos para participar das aulas de Educação Física, 60% dos professores dizem que os alunos matriculados, na EJA têm interesse em participar das aulas de Educação Física. Acreditam que é muito importante a prática de atividade física e o esporte para evitar os fatores de risco à saúde. No entanto, 40% dos professores dizem que os alunos matriculados na EJA não demonstram nenhuma motivação em participar das aulas de Educação Física. A seguir apresenta-se a síntese do relato das experiências dos professores junto à turma da EJA: - Os alunos demonstram motivação quando o assunto lhes desperta interesse. A exemplo de conteúdo ministrado relativo a DST (Doenças Sexualmente Transmissível) e sexualidade. O mesmo ocorreu quando o tema foi voltado a história do futebol. Verifica-se que a motivação aumenta a motivação da turma. - As atividades recreativas apresentam-se de modo diferenciado na motivação desta clientela. Foi diagnosticado por um professor que os alunos se envolveram e ministraram os jogos internos de sua escola, gerando resultados satisfatórios na participação dos mesmos. Em um processo de auto-avaliação, os professores reconhecem a necessidade de desenvolverem aulas atrativas e motivadoras para esta clientela. Entre estas atividades destacam-se as seguintes: Trabalhar com avaliação física, planejar conforme a realidade local, realizar diagnósticos junto aos alunos, priorizar atividades que desenvolvam maior integração entre os grupos e promover aulas teóricas sobre a importância dos exercícios físicos, alimentação, e outros aspectos para aquisição de uma vida saudável. Sobre as diferenças entre ministrar aulas de Educação Física para alunos de Ensino Regular e alunos da EJA, todos professores relataram que os alunos do ensino regular apresentam mais interesse nas atividades propostas. E 20% dos professores justificam essa diferença considerando que os alunos da EJA são trabalhadores se mostrando cansados para a prática da atividade física. Através deste estudo foi possível verificar que os professores de Educação Física têm uma grande dificuldade em, ministrar e abordar os conteúdos em suas aulas. Justificam que os alunos não demonstram interesse nas aulas de Educação Física. Por outro lado, ao analisarem suas experiências destacam que reconhecem que algumas atividades são mais motivadoras que outras, ou seja, deve ser dada ênfase ao planejamento das aulas.

E-mail: [email protected]

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Do direito a ternura a "pedagogia do amor": um estudo sobre a identidade do professor em sua dimensão (sócio-) afetiva.

Possobom Arnosti, R; Gimenez da Costa, M; Souza da Silva, J

Unesp-IB-Depto da Educação Na sociedade atual, a complexidade dos processos, subjetivos e objetivos,

envolvidos na construção das identidades singulares e culturais exige pensar como o sujeito da atualidade sofre, experimenta, vivencia e sintetiza a diversidade de influências culturais nas quais está imerso. Torna-se também imprescindível resgatar os diversos espaços e linguagens, para que todos possam contribuir para a transformação de indivíduos-objetos em cidadãos-sujeitos responsáveis por sua posição no mundo, pois esta perpassa as categorias da obrigação moral, compromisso com a comunidade e a competência profissional, lembradas por Contreras (2002) como dimensões da profissionalidade docente. Neste contexto esta pesquisa teve como foco de estudo a dimensão (sócio-) afetiva de professores participantes de um curso de extensão realizado na UNESP – Campus de Rio Claro em que trabalhavam aspectos afetivos e humanísticos do fazer docente, tendo como desafios o mal estar docente, a proletarização do magistério, mas também a profissionalização. Embora se reconheça que os elementos constituintes da Dimensão Afetiva são os que mais contribuem com a construção da identidade do professor no exercício de sua profissionalidade docente parte-se do pressuposto, da hipótese, de que as propostas curriculares, vinculadas as políticas públicas de formação de professores, não contemplam a dimensão afetiva na construção de identidade do professor; assim como a sua crise de identidade vincula-se mais à crise da educação. Neste processo assinala-se também que os problemas políticas foram transformados em problemas pedagógicas e estes de responsabilização individual, colocando o professor como responsável pelo “fracasso escolar”. Portanto, esta pesquisa teve como objetivos (a) averiguar nas práticas dos professores, participantes do curso de extensão, os aspectos que constituem a dimensão afetiva na sua identidade; e (b) elucidar os elementos presentes na prática destes professores, que compõe o seu processo identitário, abarcando a dimensão profissional e pessoal. Como caminho escolheu-se a pesquisa qualitativa, do tipo descritivo, tendo como técnicas: observação, fonte documental, entrevista e análise dos dados ou conteúdo. Para a observação individual da prática docente foram selecionadas seis professoras concluintes do módulo I ou II do curso de extensão, de modo que uma destas possui formação em educação física. Posteriormente foram realizadas as entrevistas, sendo que optou-se pela entrevista semi-estruturada, seguindo um roteiro de questões elaboradas previamente e orientadas pelo objeto de estudo, mas com a flexibilidade de adicionar outras questões, permitindo que os entrevistados façam suas observações e sugestões. O estudo realizado confirmou as hipóteses levantadas e verificou-se que a dimensão afetiva está presente na prática docente e não pode ser desconsiderada na relação professor-aluno, observando-se também que as

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dimensões pessoal e profissional são indissociadas da identidade profissional. A possibilidade de dialogar com dados referentes a uma profissional da Educação Física ampliou a perspectiva do trabalho, já que esta trouxe grandes contribuições, relacionando o desenvolvimento motor ao desenvolvimento afetivo e social do indivíduo, mostrando que nenhuma dessas dimensões atua isoladamente no sujeito, mas uma influência nas outras e vice-versa. Percebe-se ainda que é imprescindível levar em consideração esses aspectos na formação inicial e continuada, levando os docentes a se abrirem ao diálogo e à reflexão sobre sua própria prática.

Apoio Trabalho: CNPq / PIBIC E-mail: [email protected]

Os saberes docentes na história de vida de professores de educação física.

Silva, M F G

UNESP - Rio Claro

Esta pesquisa buscou delimitar os saberes que estão presentes nas trajetórias de vida pessoal e profissional do professor, formando a identidade docente. Neste contexto, a partir das leituras de Tardif (2002), Borges (2004), Nóvoa (1999) e Bourdieu (1989) constituiu-se um quadro teórico em que o habitus que emerge é portador de uma cultura de saberes plurais que se materializa na historia de cada sujeito. Portanto objetivou-se (a) apontar os elementos constitutivos da docência que auxiliam na delimitação da identidade do professor e (b) identificar os saberes docentes presentes nas trajetórias de vida pessoal e profissional do professor de educação física. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, utilizando como técnica a história de vida na forma de entrevista narrativa e a análise de conteúdo para o tratamento dos depoimentos colhidos de quatro professores da educação básica (ensino fundamental I e II) da rede pública e privada da cidade de Rio Claro – SP - BR. Os elementos constitutivos da docência abarcaram práticas culturais (sociais, pedagógicas, morais) e práticas docentes decorrentes da socialização pré-profissional e da socialização profissional. Estas geraram um habitus social que está vinculado a um corpo de saberes que perpassa o processo de escolarização, formando o habitus de aluno e, posteriormente, o habitus de professor composto pelas ações didáticas, héxis corporal e postura profissional constituintes da própria identidade do professor. Neste percurso curricular de vida e educação a incorporação dos saberes abarcou a socialização primária e a socialização secundária, tendo como conteúdos os saberes pedagógicos, específicos, curriculares e da experiência. Da análise dos dados ficou a compreensão de que a escolha profissional não foi clara para três dos quatro professores, mas não impediu que permanecessem na carreira docente. As trajetórias ocorreram dentro de um fluxo de vida em que o cotidiano, as experiências da infância e da adolescência e o processo de profissionalização configuraram um conjunto de conhecimentos que dão sentido e constituem a tessitura de cada ser humano na formação de um habitus. Concluiu-se que o

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sucesso na carreira docente pode ter sabor de “fracasso”; a escolha consciente pela profissão pode ser uma conquista e, que, o magistério, como alternativa profissional, pode ter significativo para quem tem uma perspectiva.

E-mail: [email protected]

A manifestação dos saberes docentes na prática pedagógica de professores de educação física iniciantes e experientes

Varoto da Costa, B

Unesp-IB-Depto de Educação

Introdução: na atualidade o tema “saberes docentes” tem sido alvo de muitas discussões no âmbito acadêmico, existindo diferentes olhares e autores que debatem sobre seus ideais no universo da docência, da prática pedagógica e da construção da identidade. Estudos sobre a aquisição e a mobilização desses saberes na perspectiva da vivência profissional têm despertado o interesse de muitos pesquisadores, preocupados com a formação e com o desenvolvimento profissional dos docentes. Desse modo, o presente trabalho investigou a manifestação dos saberes docentes na prática pedagógica de professores de Educação Física. Objetivo: averiguar na docência de professores de Educação Física iniciantes e experientes a mobilização dos saberes docentes, considerando o processo de construção do conhecimento. Nesse contexto, foi considerado como objeto de estudo aspectos das trajetórias sociais desses professores, trazendo subjacente a elas a perspectiva de um habitus, como uma identidade que vai se constituindo. Métodologia: optou-se pelo estudo descritivo de natureza qualitativa, tendo como técnicas: observação, fonte documental e entrevista semi-estruturada. Os participantes foram quatro professores de Educação Física, classificados em iniciantes e experientes de acordo com o tempo de docência na área, sendo o trabalho de campo realizado em escolas públicas da rede municipal de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Resultados: os dados foram apresentados em três eixos temáticos - “A escola como espaço social de formação, produção de sentidos e reprodução de estruturas pedagógicas”; “Entre o habitus de aluno e o habitus de professor: a manifestação dos saberes docentes”, “O habitus profissional do professor de Educação Física. Mediante tais eixos, constatou-se que na constituição docente as vivências percebidas na socialização primária com a Educação Física escolar e o esporte influenciaram a escolha pela profissão. Contudo, o ingresso no magistério foi justificado pela estima aos professores universitários, disciplinas específicas do curso e estágios. Na constituição do habitus professoral, as ações didáticas, a hexis corporal, e a postura revelaram um habitus social e uma manifestação plural dos saberes docentes (profissionais, disciplinares, curriculares e experiências). Sobre o tempo de carreira no magistério, averiguou-se que, no caso dos iniciantes, as referências mais relevantes relacionaram-se aos saberes profissionais, disciplinares e curriculares, enquanto que com os experientes, a preponderância centrou-se no saber experiencial. Considerações finais: concluiu-se que as diferentes fases da carreira docente estão atreladas à ação

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pedagógica do professor no tocante ao discurso de sua prática, evidenciando as fontes mais salientes de seus saberes. Percebeu-se, ainda, que as trajetórias sociais foram determinantes para a constituição do habitus social e, no caso do magistério, por meio da prática pedagógica do professor (expressa no habitus professoral), observando-se a manifestação dos saberes plurais dos docentes, exteriorizados no processo de construção de suas identidades.

Palavras-Chave: Professores, Saberes Docentes, Prática Pedagógica, Habitus

E-mail: [email protected]

EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

Educação Física Adaptada: algumas (res)significações sobre a formação profissional

FERREIRA, E; LOPES, RGB; FERREIRA, R; SOUZA, IC; NISTA-PICCOLO,

VL GEPEFE

Há muitos anos os profissionais de diferentes áreas da saúde têm discutido

a adequação do tratamento dedicado às pessoas com deficiência. Algumas dessas iniciativas culminaram na publicação de manuais de classificação, organizados pela Organização Mundial da Saúde, que descrevem e classificam as deficiências, visando a adequação das intervenções dos profissionais dessas áreas. Enquadrado nesse grupo está o profissional de Educação Física, cuja formação deve contemplar os conhecimentos acerca dos aspectos das deficiências e as adaptações necessárias para a intervenção junto a essa população. Conhecimentos que costumam ser discutidos em uma disciplina específica. Assim, dada a necessidade de investigar com qual perfil estão sendo formados os profissionais graduados em Educação Física no que tange a essas questões, este estudo tem o objetivo de verificar como estão sendo tratadas as questões referentes ao atendimento às pessoas com deficiência nos cursos de graduação em Educação Física das Instituições públicas (estaduais e federais) de Ensino Superior do estado de São Paulo. Essa pesquisa configura-se como documental, cujo universo do estudo foi composto por 10 cursos de Educação Física. Os dados foram constituídos dos planos de ensino das disciplinas que discutem a temática das pessoas com deficiência, coletados nos websites das instituições. Esses dados foram analisados a partir da descrição, redução e interpretação, seguindo as etapas propostas por Martins e Bicudo (2003). Os resultados indicam que todos os cursos oferecem pelo menos uma disciplina dedicada a discutir a temática das pessoas com deficiência em contextos de atividade física, cuja carga horária varia entre 60 e

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180 horas. A maioria dessas disciplinas tem o objetivo de subsidiar o aluno para caracterizar, intervir e refletir sobre a atuação profissional junto às pessoas com deficiência. Para atingir esses objetivos, as disciplinas se ocuparam com a conceituação e caracterização da Educação Física Adaptada, das pessoas com deficiência e dos esportes adaptados, discutindo os procedimentos pedagógicos mais adequados para a intervenção. Desse modo, percebe-se a prevalência dos conteúdos conceituais e procedimentais nas disciplinas específicas, em conformidade com alguns pressupostos teóricos acerca do desenvolvimento dos conteúdos típicos da Educação Física Adaptada. Para o desenvolvimento desses conteúdos, foram adotadas aulas expositivas, discussões de leituras e de vídeos, práticas simuladas e visitações técnicas. A partir desses resultados, consideramos que há coerência entre os objetivos traçados para a disciplina que trata desta temática e os conteúdos e métodos utilizados para o seu desenvolvimento. A oferta de atividades complementares em todos os cursos contrapõe-se aos dados existentes na literatura, que indicam a escassez dessas atividades nas Instituições de Ensino Superior. Consideramos que os cursos analisados buscam atender às discussões travadas com relação à temática das pessoas com deficiência, embora exista a necessidade de repensar a organização dessas disciplinas, principalmente com relação à inclusão de conteúdos atitudinais, oferecendo ao futuro profissional uma possibilidade para superar a barreira do relacionamento com essas pessoas.

Palavras-chave: Educação Física, Formação Profissional, Pessoas com Deficiência.

Apoio Trabalho: GEPEFE–USJT – CAPES/ INEP – MEC E-mail: [email protected]

A disciplina educação física adaptada nas instituições públicas e privadas de ensino superior no estado de são paulo: um estudo pela internet.

Silva, C. S. .; Drigo, A.J.

Unesp - IB - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade

A disciplina Educação Física Adaptada nas Instituições públicas e privadas de Ensino Superior no estado de São Paulo: um estudo pela internet. No Brasil, uma das contribuições para a inserção de uma disciplina em um curso superior que tratasse sobre a participação das pessoas com deficiências em aulas de Educação Física e prática desportiva, foi quando se escolheu o ano de 1981 como o Ano Internacional da Pessoa Deficiente. No entanto, o ingresso nos cursos superiores de Educação Física da disciplina denominada de Educação Física Adaptada ou Especial, veio a ocorrer no ano de 1987 por meio do Parecer 215/87 e da Resolução CFE 03/87. A partir do exposto, o objetivo deste estudo foi averiguar como a disciplina Educação Física Adaptada se apresenta nos currículos dos cursos de Educação Física de licenciatura e bacharelado, de Instituições públicas e privadas de Ensino Superior no estado de São Paulo. Adotou-se a pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratória e descritiva, utilizando a internet como instrumento para a coleta

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de dados, no período de março a setembro de 2010. Dos dados coletados foram quantificados 172 instituições entre públicas e privadas de ensino superior no estado de São Paulo com cursos de Educação Física, e com registro no Ministério da Educação (MEC), sendo 154 privadas, 9 públicas municipais, 7 públicas estaduais e 2 federais. São 270 cursos de Educação Física em todo o estado, sendo 200 de licenciatura e bacharelado, 50 apenas de licenciatura e 20 de bacharelado. Estavam disponibilizadas nos sites das instituições de ensino superior 165 matrizes curriculares com a disciplina curricular Educação Física Adaptada ou similar. Selecionamos das matrizes, 17 conteúdos programáticos de instituições que oferecem licenciatura e bacharelado em Educação Física na mesma instituição. Deste total encontramos 8 conteúdos de 8 instituições (1 pública e 7 privadas ) que apresentavam a mesma terminologia para a disciplina e ministrada no mesmo ano ou semestre, e 4 instituições( 2 públicas e 2 privadas) apresentando 9 conteúdos com terminologias, ementas e objetivos distintos para a disciplina na licenciatura e no bacharelado. A partir dos resultados que apresentam a disciplina com a mesma terminologia e ministrada no mesmo ano, semestre e na mesma instituição, se infere que a proposta curricular no que tange à especificidade da disciplina parece não estar sendo contemplada, podendo estar ocorrendo no mínimo o aproveitamento da mesma na licenciatura ou no bacharelado. No entanto, na verificação dos conteúdos programáticos que apresentam uma distinção nas terminologias, nas ementas e nos objetivos da disciplina, entendemos que há uma coerência curricular quanto à sua especificidade. Dentro deste contexto, conclui-se que a Educação Física Adaptada esta presente em todos os currículos das Instituições públicas e privadas no estado de São Paulo com cursos de Educação Física em licenciatura e bacharelado no estado de São Paulo, o que significa uma consolidação da disciplina. Quanto aos documentos verificamos que, poucas instituições apresentam conteúdos, terminologias, ementas e objetivos distintos para a disciplina na licenciatura e no bacharelado em Educação Física, enquanto cursos oferecidos pela mesma instituição, o que é preocupante quando se trata da formação profissional do licenciado e do bacharel em Educação Física para a intervenção em Educação Física Adaptada.

Palavras-chave: Educação Física Adaptada; Currículo; Formação Profissional;

E-mail: [email protected]

O profissional de educação física: competências e inclusão dos alunos com deficiência

Silva, M. A.; Costa, J. C. S.

IFRN – CAMPUS APODI

Competências de inclusão no ensino da educação física escolar não é uma tarefa fácil, quando se tem como objetivo a competição seletiva, ou mesmo se prioriza o conteúdo esporte, realidade constatada em várias pesquisas brasileiras. A luz desse olhar, como incluir o deficiente? Neste sentido seria

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uma tarefa árdua pensar em limitações quando se projeta superações. Nesta perspectiva o adaptar necessitaria de um olhar profundo que busque perceber o ser enquanto cidadão que tem seus direitos e deveres. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo analisar a inclusão de alunos deficientes nas aulas de educação física escolar nas escolas da zona norte de Natal/RN. A pesquisa caracterizou-se como descritiva de corte transversal (MAIA ET AL.,OLIVEIRA 2005, p131) e realizada com professores de educação física das escolas de ensino fundamental II, distribuídas na região central da zona norte da cidade de Natal (situados nos bairros de Igapó, Panatis, Santa Catarina e Soledade), sendo oito da rede pública (sete escolas da rede municipal de ensino e uma da rede estadual de ensino) e uma escola da rede particular de ensino e com a amostra composta por 15 professores de educação física, sendo oito deles do sexo masculino e sete do sexo feminino. Foi utilizado um questionário de perguntas abertas e fechadas um instrumento constituído por uma série ordenada de questões, respondido por escrito, sem a necessidade da presença do pesquisador (MAIA et al.,OLIVEIRA 2005,p131) além de material bibliográfico referente ao tema estudado. De acordo com os dados coletados nas escolas, identificamos que a inclusão de alunos deficientes nas aulas de educação física está sendo gradativa, onde os resultados evidenciam que há uma preocupação com estes alunos nas aulas de educação física escolar. Os professores reconhecem as dificuldades de inclusão dos alunos com deficiência, como por exemplo a falta de estrutura física das escolas e de material didático adequado. Mesmo as escolas disponibilizando acesso ao deficiente por meio da matricula, ainda precisamos incluí-los de fato e direito no seio de todas as áreas de conhecimento, tornando-o um agente participativo/ativo. Conseqüentemente isso reflete na disciplina de educação física onde os profissionais da área estão tentando na medida das suas possibilidade e dificuldades incluir os alunos deficientes em suas aulas e nas suas práticas pedagógicas, tentando assim, atender os anseios destes alunos no sentido que tenham uma participação efetiva.

E-mail: [email protected]

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Educação Física Escolar e o processo de formação Inicial: o olhar de uma graduanda

Alves, I. F.C

Faculdade Dom Bosco

A presente comunicação trata-se de um relato de experiência de uma ex-atleta de Handebol, hoje no 4º. Período de Licenciatura em Educação Física. .Ao entrar para o curso de Educação Física, como a grande maioria dos

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ingressantes, as expectativas eram de um curso sem muitas exigências do ponto de vista acadêmico, de continuidade na vida de atleta e posterior atuação como técnica da mesma modalidade praticada desde a adolescência, além da determinação de não ter a escola como área de possível atuação. Hoje após quatro semestres de curso, abriu-se um leque de opções para a atuação na área de Educação Física, além do desafio de articular minha experiência do handebol não só ao ambiente dos treinamentos , mas sim ao cotidiano escolar, numa perspectiva de apresentar os esportes coletivos como conteúdo da Educação Física Escolar, que proporciona aos alunos conhecerem a si próprios e aos colegas, através do reconhecimento de seus limites e possibilidades, situarem as diferentes modalidades esportivas no contexto social em que vivem. A modalidade por ser coletiva também trabalha e agrega valores de grupo, essência nas relações sociais as quais os indivíduos estão habituados corriqueiramente. Portanto ideais e perspectivas de mudança todos almejamos, falta-nos a determinação para agir sem desistir no primeiro não que recebemos. Parece uma utopia, uma ideologia ultrapassada, mais um discurso que é repetido por várias gerações e que não reverte a história da educação física. Mas precisamos acreditar que podemos ser a diferença dentro das escolas, dentro das academias, nos clubes ou em qualquer outra área de atuação que nos é designada, este pode ser o primeiro passo para o respeito e nossa afirmação enquanto educadores.

Palavras chave: Esporte, formação inicial, mudança E-mail: [email protected]

A prática pedagógica do professor de educação física frente ao ensino do handebol nas escolas públicas de Catalão-GO

ARRUDA, L. C.; PRIMO, K. A.

UFG-CAC-Curso de Educação Física

INTRODUÇÃO: O presente texto refere-se à pesquisa desenvolvida no ano de 2008 enquanto atividade de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG-CAC), e apresenta como objeto de estudo a Prática Pedagógica dos Professores da Rede Pública Escolar da cidade de Catalão-GO, frente ao ensino do handebol. A presente pesquisa apresentou como eixo norteador a seguinte questão problema: como se configura a prática pedagógica do professor de Educação Física no processo de ensino e aprendizagem do handebol na rede pública de Catalão-GO? OBJETIVOS: Assim se estabeleceu como objetivo geral compreender a prática pedagógica que fundamenta a ação dos professores de Educação Física para o ensino e aprendizagem do handebol nas escolas públicas da cidade de Catalão – Goiás. E mais especificamente pretendeu-se: a) analisar a prática pedagógica dos professores, frente ao ensino e aprendizagem do handebol desenvolvido nas escolas. b) identificar a compreensão dos professores de Educação Física sobre a importância do handebol para a formação do aluno no processo pedagógico. MÉTODO: Num primeiro momento, nossa pesquisa procurou

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estabelecer um diálogo com a literatura da Educação Física e áreas afins sobre Educação Física Escolar, Prática Pedagógica/Educação Física e Handebol Escolar, utilizando autores que têm como objeto de estudo as temática supracitadas, dos quais destacamos: Shigunov & Shigunov Neto (2002), Bracht (2003), Vaz (2002), Stramann (2003), Jaeger (1996), Borges (2005), Santos (2002), Silva (1983), Knijnik (2004), Zamberlam (1999), Gonsalves (2003), Mascarenhas (2005), Caparroz e Bracht (2007) entre outros que nos forneceram subsídios para a fundamentação teórica. Num segundo momento, explicitamos o procedimento metodológico da pesquisa. Na terceira e última etapa, procedemos à análise dos dados coletados, dialogando com os autores pesquisados a fim de alcançarmos os objetivos apresentados acima. Esta pesquisa se caracteriza como uma pesquisa de campo de caráter exploratório e analítico. A população correspondente deste trabalho foi composta por 11 professores de Educação Física que atuaram com o handebol na rede pública estadual e municipal de Catalão-GO no ano de 2008, sendo nossa amostra composta por 08 professores que retornaram o questionário para a presente pesquisa. Priorizou-se por uma na análise qualitativa. RESULTADO: Através dos dados analisados detectou-se que existe uma conscientização por parte da maioria dos professores da disciplina de Educação Física das escolas públicas estaduais e municipais em buscar alternativas complementares para a prática pedagógica da disciplina em questão, e mais especificamente do ensino do handebol escolar. Os docentes estão preocupados em criar um espaço mais adequado para a prática do mesmo, em utilizar meios tecnológicos mais modernos que auxiliem em pesquisas que irão enriquecer os planejamentos de suas aulas, em incentivar seus alunos a terem uma consciência crítica-reflexiva-participativa e observadora voltada para valores de interesses coletivos, que é de suma importância para a formação de um cidadão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebeu-se no geral que os professores têm procurado uma formação continuada, embora ainda careçam de uma formação continuada que focalize especificamente a área de metodologia de ensino do handebol escolar. Porém sua prática pedagógica ainda se configura em discutir com os alunos somente o histórico e as técnicas da modalidade, mesmo eles pontuando que procuram formar um cidadão crítico. Formação esta que não se tem conseguido garantir no seu dia-a-dia e na sua própria prática pedagógica, pois precisam caracterizar tais elementos na sua prática através de novas discussões que também englobam os esportes. Defendemos que o professor busque parcerias com a comunidade escolar, órgãos governamentais e outros apoios, para melhorar seu ambiente escolar, adquirir materiais adequados para que seu trabalho seja valorizado, garantir cursos de capacitação e formação, pois tais fatores influenciam muito na prática do professor e ele deve ter essa consciência de que professor e escola têm que trabalhar juntos em prol da educação dos alunos.

Palavras-Chave: Educação Física Escolar. Handebol Escolar. Prática Pedagógica

E-mail: [email protected]

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Educação física escolar: um caminho para a inclusão

Balbino da Costa, V. Universidade Federal de São Carlos

Introdução Este resumo é resultado da convivência numa escola da rede

pública da cidade de São Carlos na qual foram observados estudantes deficientes no ensino fundamental. O contexto educacional das pessoas deficientes, aponta que mesmo diante dos esforços de docentes e instituições há na escola regular processos excludentes. Objetivo Investigar a prática docente dos profissionais da educação física com os estudantes deficientes no processo de inclusão. Metodologia Optou-se pela pesquisa qualitativa que de acordo com Negrine (2004, p. 61) observa que esta “[...] se centra na descrição, análise e interpretação das informações recolhidas durante o processo investigatório [...]”. Ancorada na observação participante que segundo Spink (2007, pp.10-11) significa: “que a observação participante é realizada de dentro de uma dada situação. Senão como membro nato da situação observada, pelo menos como membro aceito pelos demais partícipes”, os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram diários e notas de campo. Resultados e discussões Os direitos das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devem ser assegurados, especialmente no espaço escolar onde verificam-se barreiras físicas, sistêmicas e atitudinais. As barreiras físicas são as que impedem as pessoas deficientes irem e virem para um determinado local. Estas ainda podem ser arquitetônicas e urbanísticas no que se refere ao transporte coletivo e à comunicação. Há também as de caráter sistêmico encontradas, por exemplo, nas escolas que não oferecem apoio em sala de aula, planejamento flexíveis, recursos didáticos acessíveis, currículos adaptados às mais diferentes deficiências, garantindo não só o ingresso, mas também a permanência e o sucesso no ensino regular. Finalmente, as atitudinais são manifestadas por preconceitos, esteriótipos e estigmas acerca dos deficientes com mobilidade reduzida. Neste aspecto, Costa ( 2009, p.234) afirma: Nas escolas, em que observamos estudantes com deficiência, verificou-se que não estavam sendo incluídos nas atividades físicas, esportivas e de lazer. Uma docente de Educação Física, salientou não estimular os estudantes com deficiência a realizarem atividades físicas, esportivas e de lazer, pois não tem habilitação para exercer essa função. Contrariamente à afirmação, Rodrigues (2003, pp.77-78) observa: “(...) a EF seria uma área curricular mais facilmente inclusiva devido à flexibilidade inerente aos seus conteúdos.” Finalmente, verificou-se que há uma lacuna nos cursos de formação sobre a temática da inclusão escolar na Educação Física. Vitaliano (2007, p.400) afirma: A inclusão dos estudantes com necessidades educacionais especiais (NEE), nos diversos níveis de ensino, dependem de inúmeros fatores, especialmente, da capacidade de seus professores de promover sua aprendizagem e participação. Um dos entraves ao processo de inclusão é a precária formação docente nos cursos de licenciatura. A Educação Física Escolar é de grande relevância ao processo de Inclusão, uma vez que permite por si só promover entre todos os estudantes o conhecimento do corpo, seus limites e necessidades de superação, configurando-se como um recurso eficaz de incluir sem excluir e marginalizar. Considerações finais Um dos limites que

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ainda perdura no sistema educacional, é o modelo integrativo, que notadamente criou na escola dois tipos de estudantes: os com necessidades educativas normais e os com necessidades educativas especiais. É relevante pensar na necessidade que todos os cursos de formação dos docentes têm de implantar uma ou mais disciplinas que os habilitem para trabalhar com as diversas deficiências. Entretanto, o que temos é uma escola homogênea que enaltece o valor da normalidade ao invés de ressaltar o valor da diferença. Os docentes da EF muito podem contribuir para o desafio da inclusão dos estudantes com NEEs. Rodrigues (2003, p.83) observa: “Com criatividade, podem usar o corpo, o movimento, o jogo, a expressão e o desporto como oportunidades de celebrar a diferença e proporcionar aos alunos experiências que realcem a cooperação e a solidariedade (...)”. Essa premissa nos faz refletir sobre a possibilidade de fazer uma escola na qual é possível acontecer aquilo que Freire, 1987afirmava: "a unidade na diversidade”. Palavras-chave: educação física. inclusão escolar. formação docente

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Influencias do pluriemprego nas condições de vida do trabalhador docente em educação física do sul do Brasil

Both, J; Nascimento, JV; Sonoo, CN; Lemos, CAF; Borgatto, AF

Prefeitura Municipal de Florianópolis/Universidade Federal de Santa Catarina O objetivo do trabalho foi de avaliar a relação entre o pluriemprego e os

parâmetros sócio-ambiental e individual das condições de vida do trabalhador docente em Educação Física da região sul do Brasil. A população era composta por 13.892 professores efetivos nos magistérios públicos estaduais (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). A seleção da amostra obedeceu três estágios. O primeiro estágio estratificou a região sul do Brasil considerando cada estado que a compõem, o segundo estágio buscou estratificar cada estado em mesoregiões e o terceiro estágio considerou os Núcleos Regionais de Ensino como conglomerados das mesoregiões. Foram enviados 3.985 instrumentos de pesquisa. A taxa de retorno foi de 28,69%, o que correspondeu a 1.645 docentes, (654 professores do Paraná, 580 de Santa Catarina e 411 do Rio Grande do Sul). O instrumento de coleta de dados foi composto por um questionário que indagava sobre os aspectos sócio-demográfico e profissional dos docentes, o QVT-PEF (Both et al., 2006), e o PEVI (Nahas et al., 2000; Both et al., 2008). Na análise estatística o teste Qui-quadrado foi utilizado para encontrar possíveis associações entre o Pluriemprego e os Aspectos Sócio-Demográficos e Profissionais, Qualidade de Vida no Trabalho e Estilo de Vida, e a análise de tendência da variável Pluriemprego foi verificada por meio do teste Qui-quadrado para grupo único, tendo como referência 50,0%. Os testes estatísticos foram realizados no programa SPSS, versão 15.0, tendo como nível de significância de 5%. As evidências deste estudo descrevem que a maioria dos professores que possuem o pluriemprego é do sexo masculino, possui até 39 anos de idade, cursaram pós-graduação, encontram-se nas fases intermediárias (consolidação

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e diversificação) dos ciclos de desenvolvimento profissional, estão no começo da carreira docente do magistério público estadual do seu respectivo estado, e atuam em regime de tempo parcial nas escolas, ou seja, até 20 horas semanais. Em relação aos aspectos ligados à qualidade de vida no trabalho docente, constatou-se que baixos níveis de satisfação foram evidenciados em relação aos salários, as condições de trabalho, a integração social com a comunidade escolar, e o tempo equilibrado entre lazer e o trabalho. Quando avaliada a associação entre a qualidade de vida no trabalho com o pluriemprego, constatou-se que os docentes que trabalham em apenas um posto de trabalho estão mais satisfeitos com a possibilidade de progressão na carreira e com o tempo equilibrado entre o lazer e o trabalho que os docentes que desempenham suas funções laborais em dois ou mais postos de trabalho. No que diz respeito ao estilo de vida dos professores de Educação Física investigados, enquanto que os comportamentos positivos mais freqüentes foram observados nos componentes Comportamento Preventivo e Relacionamentos, a Alimentação e o Controle do Estresse foram os componentes que evidenciaram os resultados mais preocupantes em relação ao estilo de vida saudável. Sobre a associação evidenciada no componente Atividade Física, constatou-se que o pluriemprego pode interferir tanto positivamente, quanto negativamente o nível de atividade física. Em relação à avaliação global do estilo de vida e o pluriemprego, constatou-se que os professores que não possuem o pluriemprego relataram a adoção mais freqüente de comportamentos negativos que os colegas que atuam em dois ou mais postos de trabalho. Finalmente, a realização de novos estudos quantitativos e qualitativos é sugerida para constatar possíveis relações entre os fatores que interferem na vida do trabalhador docente. Da mesma forma, recomenda-se a implementação de ações e políticas públicas macro e micro organizacionais que busquem favorecer: melhores salários, condições de trabalho, integração social do professor com a comunidade escolar, tempo equilibrado entre o lazer e trabalho, bons hábitos alimentares, atividade física regular e controle do estresse.

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A visão docente no âmbito escolar : educação física como área de conhecimento - um estudo de caso

Buzatto Gilioli, C.; Martins Frazzato, N.; Luis Vecchi, R.

Faculdades Veris - Metrocamp - Ed. Física e Esporte

A Educação Física Escolar como uma área de conhecimento, em sua complexidade, apresenta como particularidades, a necessidade de formar indivíduos críticos e reflexivos no que se refere à cultura corporal de movimento. Com isso, buscamos nesse estudo analisar a visão dos coordenadores, diretores e docentes dentro do ambiente escolar bem como os docentes da disciplina de Educação Física. Tratando-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa, em que o instrumento de coleta de dados utilizado foi à entrevista semi-estruturada com perguntas geradoras, definimos como

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amostra, 1 coordenadora, 1 diretora e 12 professores, dos quais 2 professores atuam na área de Educação Física de uma escola pública no município de Campinas. Após análise dos discursos dos sujeitos entrevistados realizada em três momentos processuais: descrição, redução e interpretação; pudemos constatar que a visão da área de Educação Física está totalmente vinculada à experiência dos entrevistados que por sua vez não foi significativa. Podemos perceber isso ao analisarmos o discurso dos sujeitos, onde um sujeito afirmar que: “Na minha experiência como aluna, como eu já disse era bem mecânico, sem saber o porquê estava fazendo as ginásticas.” E de outro sujeito: “Péssima, como não sou boa com esporte. Quem tinha habilidade jogava, quem não tinha ficava olhando, e eu ficava olhando.” Na nossa concepção, essa visão restrita de uma Educação Física apenas prática, demonstra uma limitação no que se refere à variedade de contextos que a mesma pode influenciar. Quando questionados os professores de Educação Física, pudemos perceber que estes vêem a área como de conhecimento que possui muito a se trabalhar, porém esta visão não é a mesma se comparados aos demais docentes. Vale ressaltar que, nossas experiências como discentes contribuem muito para o que acreditamos ser uma “certeza”, porém devemos considerar que esse conhecimento absoluto, deve dar lugar a um olhar processual. Uma Educação Física escolar que signifique através de seus conteúdos e métodos, precisa trabalhar para que o aluno atribua significado ao que está sendo proposto, contextualizando, fazendo com que ele reflita, compreenda, interprete e reconstrua seu conhecimento. Só assim, os alunos conseguiram pensarem na Educação Física como uma área de conhecimento atribuindo valor a ela. Ao discutirmos o âmbito escolar, é importante salientar que esses profissionais que lá atuam, independentes da disciplina, formam indivíduos, e isso, os tornam educadores, responsáveis por consolidar opiniões que ampliem a visão dos alunos. Com isso, poderemos contribuir para que eles se conscientizem, e quem sabe, possam perceber no futuro, o quanto a Educação Física é importante e significativa, ampliando e construindo um novo olhar paradigmático, ou seja, consolidando-a como uma “área de conhecimento” na perspectiva da cultura corporal de movimento.

Palavras-chave: Educação Física; Educação Física Escolar; Área de Conhecimento; Docentes.

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Material didático e temas transversais nas aulas de Educação Física: perspectivas dos alunos e do professor.

Canciglieri, F; Toledo, P; Darido, S

Unesp-IB-Depto de Educação Física

No ano de 2009, foi iniciado um projeto de elaboração de materiais didáticos, a fim de fornecer uma ferramenta de auxílio para o professor e os alunos a respeito dos Temas Transversais. Os Temas Transversais foram propostos em 1997 nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e são classificados em: Ética, Pluralidade cultural, Trabalho e Consumo, Meio Ambiente, Orientação

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Sexual e Saúde. Objetivo. O objetivo do projeto foi elaborar, implementar e avaliar um material didático destinado aos alunos relacionando os Temas Transversais aos conteúdos da Educação Física na escola. Os materiais produzidos para esse estudo foram divididos em material do professor e material do aluno. O material destinado ao professor também continha os conteúdos do material do aluno. Materiais e Métodos. Os materiais elaborados foram aplicados numa Escola Estadual com os alunos do sexto ano do ensino fundamental, durante três semanas consecutivas no ano de 2009. Para a avaliação do conhecimento dos alunos foi utilizada uma entrevista semi-estruturada realizada após o período de aplicação dos cadernos. Esta foi realizada de modo particular e gravada em áudio e transcrita posteriormente. Também foi utilizada uma entrevista semi-estruturada para analisar a perspectiva do professor responsável em relação aos materiais didáticos elaborados. Resultados. Em relação aos alunos, houve uma boa receptividade dos primeiros materiais aplicados, que eram responsáveis por abordar os temas Ética e Saúde. Houve uma baixa porcentagem de realização das tarefas destinadas para casa, e em relação alguns temas específicos, os alunos tiveram uma baixa absorção do conhecimento. Em relação a perspectiva do professor, os resultados apontam que ele considera que os conteúdos foram adequados para a faixa etária dos alunos, pontua de uma forma positiva a organização dos conteúdos e a escolha das atividades para relacionar os Temas Transversais. Para o docente responsável, esta intervenção permitiu uma ampliação de sua concepção sobre tais temáticas, no sentido de serem desenvolvidos em suas aulas. Conclusão. Os resultados mostraram a necessidade da Educação Física e de seus pesquisadores refletirem com mais profundidade em relação à produção de materiais didáticos e a sua organização, sobretudo no que diz respeito aos temas transversais e as suas interfaces com a Educação Física na escola.

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Contribuições do cinema à prática esportiva: registros de uma experiência na escola

Costa, J.M.

Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Educação Física

Este estudo apresenta os resultados de uma investigação exploratória, fruto da consecução do processo de qualificação do projeto de pesquisa apresentado ao Programa de Pós-graduação Stricto-Sensu da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília - PGEF/UnB no ano de 2009. Na ocasião, o objetivo foi o de tentar experienciar uma prática pedagógica com alunos adolescentes de uma equipe de basquetebol escolar. A proposta implementou uma intervenção por meio do uso deliberado do cinema como recurso pedagógico e que, posteriormente a exibição fílmica aos discentes, pôde promover reflexões sobre a prática pedagógica, o desenvolvimento esportivo e as inter-relações do grupo de alunos-atletas baseadas no conteúdo dos filmes. Utilizando-se de elementos da metodologia da pesquisa-ação, o

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estudo foi realizado numa escola particular da cidade de Brasília-DF, tendo como sujeitos o professor-técnico e seus alunos-atletas. Objetivamente, o foco de análise foi o da intervenção pedagógica, investigada por meio de registros de diário de campo, gravação em meio audiovisual e entrevistas não-diretivas. O trabalho está balizado na perspectiva da interface do cinema com a educação, de maneira que foi possível perceber que a experiência de uma prática pedagógica orientada por meio da apreciação fílmica, contribuiu no sentido de criar um espaço de reflexão e debate entre os alunos-atletas, que por sua vez, identificam nos assuntos retratados nos filmes aspectos concernentes a sua própria realidade e, desta forma, conseguem perceber que o desenvolvimento esportivo no âmbito escolar deve ir muito além do mero aprimoramento técnico-físico.

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Livro didático e pluralidade cultural na educação física escolar: análise da produção dos alunos.

Diniz, I.K.S.; Ferreira, A.F.; Darido, S.C.

Unesp-IB-Depto de Educação Física

Introdução Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), tem como objetivo básico estabelecer diretrizes para o ensino fundamental, envolvendo todas as disciplinas do currículo escolar. Além disso, algumas propostas indicaram a necessidade do tratamento transversal de temáticas sociais na escola, como forma de contemplá-las, na sua complexidade, sem restringi-las à abordagem de uma única área (BRASIL, 1997). A partir de tais propostas os PCNs sugeriram os Temas Transversais, que compreendem: Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo. A proposta é que tais temáticas sejam abordadas em todas as áreas de conhecimentos atingindo uma educação para a cidadania utilizando estratégias de ensino que visem formar pessoas críticas e reflexivas. Os professores de Educação Física são convidados a tematizar, em suas aulas, os temas transversais a partir da especificidade desse componente curricular, contemplando as práticas da cultura corporal. Apesar da clareza da proposta os professores vêm enfrentando algumas dificuldades na efetivação desse tipo de trabalho. Assim, pensar em elaborar livros didáticos se torna necessário para estes formularem estratégias de ensino e refletirem sobre o desenvolvimento de suas práticas. Partindo destas considerações, o Laboratório de Estudos e Trabalhos Pedagógicos em Educação Física (LETPEF) da UNESP de Rio Claro, em 2009 iniciou um trabalho visando a produção de materiais didáticos destinado ao professor e ao aluno, especificamente para as aulas de Educação Física a fim de desenvolver os Temas Transversais nesta área do conhecimento. Para avaliar o andamento do projeto, este material foi aplicado em uma escola pública do município de Rio Claro pelos alunos que compõe o grupo de estudos. Objetivo O objetivo deste trabalho foi avaliar nos cadernos de Pluralidade Cultural, a quantidade de

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tarefas para casa que foram realizadas, quais foram e se os alunos atenderam ao objetivo de cada uma delas. Método O estudo foi realizado numa escola pública estadual, localizada no município de Rio Claro-SP, durante 3 semanas com alunos do 6° ano do Ensino Fundamental. A cada semana 2 Temas Transversais eram abordados pelos alunos-pesquisadores. O tema Pluralidade Cultural foi o último a ser tratado com os alunos. As atividades que foram realizadas em sala de aula obtiveram um acompanhamento direto, construindo as respostas conjuntamente com os alunos. Na quadra poliesportiva os mesmos puderam vivenciar a transversalidade dentro de atividades da cultura corporal que aproximava a Pluralidade Cultural da realidade dos alunos. O caderno ainda possuía “tarefas para casa” que por determinação deveriam ser entregues na semana seguinte. A partir dos cadernos devolvidos analisamos quantitativamente e qualitativamente as questões respondidas por estes alunos. Resultados Retornaram apenas 50% do total de cadernos entregues aos alunos. Deste número, somente dois responderam as atividades, sendo que um respondeu quatro e o outro uma das cinco questões propostas. Em uma análise quantitativa isto representa apenas 5,26% das atividades totais. Dentro de uma análise qualitativa, as questões estavam dentro dos objetivos gerais propostos pelas mesmas. Contudo é importante ressaltar que a quantidade de cadernos devolvidos para análise foi extremamente baixa o que impede uma conclusão mais significativa acerca da relevância destas questões na escola. Porém, estes resultados podem estar associados à falta de tradição da Educação Física com relação tanto a livros didáticos quanto a “tarefas para a casa”. De acordo com Darido et al. (2010), falta uma construção desse tipo de material no interior da Educação Física. Além disso, o próprio contexto histórico em que a área se desenvolveu estava estritamente ligado à realização dos movimentos. Considerações finais Consideramos a partir deste estudo, que a baixa efetividade tanto do retorno dos livros quanto da realização das tarefas podem estar atrelados à falta de tradição de materiais de Educação Física para os alunos, assim como um cansaço, uma vez que o material de Pluralidade Cultural foi o último a ser aplicado, o que pode ter ocasionado uma desmotivação dos alunos em função da alta carga de atividades propostas. A experiência extraída deste trabalho ressalta a importância dos materiais didáticos para os alunos, visto que em sala de aula eles se mostraram interessados e motivados diante da nova proposta.

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A disciplina de Atletismo no curso de Licenciatura em Educação Física: o olhar dos acadêmicos do 8º período da Universidade Federal de Goiás

Faganello Gemente, FR; Arruda, GS; Silva, JM; Xavier, JF; Silva, JA; Santos,

JE; Machado, KC; Jacob, TC UFG – Goiânia

INTRODUÇÃO: Com base nos levantamentos realizados no início da

disciplina Metodologia do Ensino e Pesquisa em Atletismo, constatamos que grande parte dos acadêmicos matriculados não vivenciou o atletismo na

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educação básica, sendo o primeiro contato com essa modalidade esportiva durante a nossa formação profissional. Nesse sentido, passamos a refletir quais os fatores que levam a escassez do ensino de atletismo na escola, sobre a importância de uma boa formação profissional e também se a formação acadêmica tem possibilitado conhecimento suficiente para que os futuros professores de Educação Física se sintam preparados para trabalhar com o atletismo nas escolas. Partindo desses questionamentos, nossa pesquisa procurou investigar se os formandos, do ano de 2010, do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Goiás/Goiânia, acreditam que os conhecimentos, adquiridos durante a graduação, sobre o atletismo e seu ensino, possibilitam o trabalho com o atletismo nas escolas e também qual a perspectiva de trabalho com o atletismo após a formação. METODOLOGIA: A pesquisa qualitativa foi realizada com 46 acadêmicos do 8o período de licenciatura em Educação Física da UFG - Goiânia. Como coleta de dados foi utilizado o questionário, com perguntas abertas. RESULTADOS: Através da análise dos dados observamos que apenas 13 (28,2%) dos acadêmicos vivenciaram o atletismo no período escolar; somente 12 (26%) trabalharam com o atletismo no período de estágio; 39 (84,7%) afirmaram que a disciplina de Atletismo na graduação ofereceu conhecimentos necessários para trabalhar com o atletismo na escola; 31 (67,3%) afirmaram que o tempo da disciplina na graduação não foi suficiente para uma aprendizagem mais aprofundada, que acreditam ser necessária; 11 (24%) dos acadêmicos acreditam que irão encontrar dificuldades de trabalhar com atletismo na escola, devido à falta de materiais, espaço físico e resistência por parte dos alunos; 35 (76%) acreditam que as dificuldades que poderão encontrar, não impossibilitam de trabalhar com o atletismo na escola; 28 (60,8%) acreditam na necessidade de uma formação continuada em atletismo para um melhor aprofundamento dos conhecimentos adquiridos na universidade. Ao serem questionados sobre as mudanças que deveriam ocorrer na disciplina de atletismo 10 (21,7%) declararam que não mudariam nada; já 28 (60,8%) passariam a disciplina para anual; 2 (4,3%) gostariam que fosse oferecida no estágio e 6 (13%) gostariam que as fossem mais voltadas para aproximação com a realidade escolar. CONCLUSÃO: Os resultados da pesquisa apontam que embora o primeiro contato com o atletismo ter acontecido durante a formação profissional, a maioria dos formandos acreditam que a disciplina ofereceu conhecimentos necessários para trabalhar com essa modalidade esportiva na escola. Mas ao mesmo tempo revelam que o tempo destinado a disciplina de Metodologia de Ensino e Pesquisa em Atletismo deveria ser maior, para possibilitar uma aprendizagem mais aprofundada do amplo conteúdo da modalidade. Sobre as dificuldades em trabalhar com o atletismo na escola, apenas 11 (24%) acreditam que irão encontrar dificuldades como a falta de materiais, espaço físico e desinteresse dos alunos, mas que essas dificuldades não impossibilitarão o desenvolvimento desse esporte na escola. Desse modo, podemos considerar que a disciplina de Metodologia de Ensino e Pesquisa em Atletismo, possibilitou, aos futuros professores de Educação Física, conhecimentos necessários para o trabalho com o atletismo na escola, o que poderá contribuir para a difusão dessa modalidade esportiva.

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A educação física escolar e a base de conhecimento discente: contribuições para o 1º ciclo do ensino fundamental

Leal, P. H.; Reali, A. M. M. R.

UFSCar-PPGE

Dentre as investigações que se dispõem a contribuir com o campo da Formação de Professoras e Professores, encontram-se aquelas direcionadas à base de conhecimento docente (SHULMAN, 1989). Constituída, conforme o autor, pelos conhecimentos pedagógico geral, do conteúdo e do conteúdo específico, tal base é entendida como um conjunto de compreensões, saberes e disposições que docentes necessitam aprender – institucionalmente, em cursos de Formação Inicial – para transformarem o conhecimento que possuem do conteúdo em formas de atuação que sejam pedagogicamente eficazes e adaptáveis à heterogeneidade de saberes apresentada pelos alunos e pelas alunas (MIZUKAMI, 2000; SHULMAN, 2005). Cingindo-se ao panorama da Educação Física (EF) escolar, observa-se que ainda são ínfimos os estudos que se debruçam ao tema. Igualmente, uma das dificuldades da área incide em sistematizar os conteúdos a serem desenvolvidos ao longo da vida escolar das alunas e dos alunos (OLIVEIRA, 2002). Estima-se, contudo, que ações/estudos que articulem a base de conhecimento docente com aquilo que alunas e alunos devem aprender sobre cada componente curricular na Educação Básica – a base de conhecimento discente – também podem auxiliar os processos de ensino, aprendizagem, desenvolvimento profissional da docência e o exercício reflexivo para a monitoração/avaliação sobre tais processos, visando o sucesso escolar discente (REALI, 2001; REALI e cols., 2004). Oriundo desse ensejo, o presente estudo circunscreveu-se ao objetivo de identificar quais conhecimentos/conteúdos sobre a EF são ensinados às alunas e aos alunos do 1º ciclo do Ensino Fundamental (2ª e 3ª anos) por um docente em uma escola municipal. Para tanto, participou do estudo um professor de EF considerado experiente na docência (LEAL e FERREIRA, 2006; LEAL, 2007; LEAL e FERREIRA, 2008), pois, concebendo a aprendizagem na docência como um processo (MIZUKAMI, 2002; REALI e cols., 2004; FERREIRA, 2006), entende-se que com a experiência, aliada a Formação Inicial qualificada, professoras e professores aprendem a desenvolver e mobilizar saberes durante o exercício na docência, além de aprenderem a observar e compreender melhor seus alunos, suas alunas e o contexto educativo (BETTI e MIZUKAMI, 1997; BENITES e SOUZA NETO, 2007). O estudo caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa, de natureza descritivo-analítica, sendo a entrevista semi-estruturada a técnica de coleta. Os resultados demonstraram que o conjunto de conhecimentos ensinado ao 1º ciclo, no que tange à EF, proporciona uma rica/viva experiência de movimento, pois é pedagogicamente planejado e mediado pelo docente. O professor afirmou que se configura como uma tarefa precoce a conceituação dos temas (em sala de aula) nesse ciclo, bem como o desenvolvimento de conteúdos esportivos e/ou performáticos. Assim, ministra aulas almejando que os alunos e as alunas explorem as possibilidades de

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movimento, conhecendo, se apropriando e participando nos jogos e dinâmicas desenvolvidas. Para o entrevistado, “[...] a Educação Física escolar não é só bola: existe uma gama de atividades que eles [alunos e alunas] precisam participar, desenvolver, pra que futuramente possam adquirir outros conhecimentos, do ponto de vista motor e intelectual”. Corroborando com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), cita que suas aulas procuram favorecer a autonomia e o conhecimento do corpo na relação/interação e organização entre alunas e alunos, através de atividades em pequenos e grandes grupos, com o auxílio de materiais e espaços/ambientes variados. Para tanto, planeja as atividades otimizando o tempo e recursos disponíveis em função das alunas e dos alunos, para que maximize a efetiva participação destes e destas nas aulas. Em linhas gerais, o estudo demonstrou algumas dificuldades existentes para a sistematização/definição dos conteúdos para a EF escolar: quando ocorrem, geralmente são feitas isolada e tacitamente pelas professoras e pelos professores, por meio da tentativa e erro. O mesmo aparenta ocorrer com o que e em que grau de proficiência docentes devem aprender/saber para ensinar os conteúdos ao longo de cada ano letivo nas aulas. Reflexões dessa natureza oferecem relevo para ações pedagógicas e estudos voltados às bases de conhecimento discente e docente em função de cada realidade educativa, contemplando a sistematização coletiva dos conteúdos na EF escolar e, sobretudo, concebendo as alunas e os alunos como o centro do processo educativo.

Apoio Trabalho: CAPES E-mail: [email protected]

Transformando teoria em prática: trabalhando os conceitos e práticas da aptidão física, atividade física e saúde com os alunos do ensino médio do

Instituto Federal de Educação de Mato Grosso campus Juína

Lumina Pupatto Júnior, G. L. IFMT - Campus Juína

A Educação Física escolar no decorrer de sua história passou por um

processo de transformação crítica de seus conteúdos pedagógicos. Essas transformações são muito significativas, principalmente quando se refere à Educação Física escolar para o ensino médio. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino médio têm como objetivo aproximar o aluno do ensino médio da disciplina de Educação Física, visto a dificuldade de compreender a disciplina nesse nível de ensino, seja pela repetição de conteúdos do ensino fundamental ou mesmo pela dificuldade dos professores em desenvolver atividades que atraiam tais alunos. Dessa forma, surge a seguinte indagação, como desenvolver aulas que permitam atingir os objetivos da Educação Física ao mesmo tempo contemplando as finalidades do Ensino Médio apresentadas pela Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, dentre as quais destacamos o aprimoramento da pessoa humano, o desenvolvimento da autonomia e formação do pensamento crítico, além de compreender fundamentos científicos

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e tecnológicos que existem atualmente? Portanto, o objetivo do presente trabalho é trabalhar os conteúdos de aptidão física, atividade física e saúde, no ensino médio, a partir do desenvolvimento de conteúdos teóricos e práticos nas aulas de forma participativa, avaliando os resultados por meio dos relatos de experiência dos alunos. Para tanto, utilizamos os pressupostos teóricos do planejamento participativo. O estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa e foi desenvolvido no IFMT – Campus Juína, no período de 12 aulas correspondente ao terceiro bimestre do ano vigente, com os alunos do primeiro ano do curso técnico em meio ambiente, Turma 1. Foram realizadas seis aulas para o trabalho teórico com pesquisa na internet, em apostila elaborada pelo professor e pesquisa na biblioteca. Através dos levantamentos teóricos, chegamos aos diversos testes práticos de aptidão física existentes na literatura. Assim, os alunos propuseram a realização dos seguintes testes: Teste Cooper - doze minutos, teste de resistência abdominal, teste de salto horizontal, teste de flexão e o teste de barra fixa, seguindo os protocolos já existentes dos mesmos num total de seis aulas práticas. Através do relato de experiência dos trinta alunos que realizaram as aulas, 10% observaram algum aspecto negativo, as reclamações foram relacionadas ao cansaço, tais como exercícios cansativos e difíceis. Porém os 90% restantes gostaram muito das aulas, principalmente pelo aspecto participativo e o trabalho conjunto da teoria com a prática. Com isso pôde-se constatar que é possível trabalhar teoria e prática no ensino da Educação Física, partindo da idéia de um planejamento participativo, desenvolvendo autonomia intelectual e o pensamento crítico dos alunos.

E-mail: [email protected]

Educação Física Escolar no Ensino Médio: saberes, práticas e habitus.

Nascimento, F.S.T.; Baldino, J.M. IFG- Campus Inhumas/ PUC - Goiás

A Educação Física Escolar analisada sob o olhar da construção dos saberes

e práticas propiciadas pelas ações pedagógicas dos professores não tem sido investigada na atualidade conforme revisão de trabalhos disponibilizados nos bancos de dissertações e teses do CNPQ/CAPES. No entanto, as discussões em âmbito das relações entre cultura e culturas escolares presenteia nos estudos atuais no campo educação, tendo estimulado novos olhares do potencial da Educação Física, objetivando investigar as práticas de ensino desenvolvidas pelos docentes no cotidiano escolar. Partindo do pressuposto que a Educação Física Escolar não se reduz à noção histórico-militar-higienista de adestramento do corpo submetido a uma sequência intensiva de exercícios, mas produtora de saberes e práticas culturais que se interagem com os demais saberes disciplinares e transversais cotidianamente construídos nos espaços escolares, surgiu o interesse em pesquisar como alunos do ensino médio e seus professores compreendem e internalizam tais conhecimentos como habitus. Assim, buscaremos neste estudo investigar se há, e como ocorre a produção do conhecimento nas práticas cotidianas nas atividades de Educação

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Física do ensino médio goiano na perspectiva dos professores e dos alunos, bem como, nos propondo a identificar possíveis aspectos que influenciam na construção dos saberes que estes mobilizam no seu cotidiano escolar, situando esse diálogo e fazendo aproximações/interpretações fundamentando-nos no conceito de habitus de Pierre Bourdieu, dos saberes e práticas oriundos da experiência de Tardif e das possibilidades de construção de habitus professorais construídos nos processos de formação e profissionalização docente apontados por Perrenoud. Para isso, pretendemos realizar uma pesquisa de cunho crítico-qualitativa, que utilizará como instrumentos de coleta de informações: análise de documentos (fontes: leis de orientação curricular para o ensino médio; projeto político-pedagógico das instituições pesquisadas; e resoluções do Conselho Estadual de Educação (CEE) para orientação curricular do ensino médio), observação não participante (com registro em diário de campo de como ocorre a atividade escolar na instituição escolhida, servindo de base referencial empírica) e dois grupos de discussão norteados por meio de um roteiro prévio sendo um composto por alunos e outro por professores das instituições selecionadas, ambos do ensino médio). Vale salientar que esta pesquisa encontra-se em fase inicial, e conta com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).

E-mail: [email protected]

Desporto Escolar – um estudo de caso numa escola de referência desportiva portuguesa

Póvoas, S; Moreira, D; Nunes, J; Almeida, M; Martins, C; Albuquerque, A;

Resende, R Instituto Superior da Maia (ISMAI), Portugal

O Desporto Escolar constitui-se como uma actividade de enriquecimento do

currículo de carácter voluntário, desenvolvida sob a orientação pedagógica de professores, permitindo aos alunos a participação regular em quadros competitivos internos e externos à escola, bem como o acesso aos valores educativos do desporto. Os objectivos deste estudo foram i) caracterizar o Desporto Escolar numa escola de referência desportiva portuguesa e ii) conhecer as opiniões dos alunos e professores envolvidos no Desporto Escolar sobre a actividade desenvolvida nas dimensões importância do Desporto Escolar, satisfação com a participação, organização e desempenho dos professores nos treinos e relacionamento do grupo/equipa, acrescentando-se, unicamente no caso dos alunos, a dimensão conciliação com os estudos, iii) comparar as dimensões seleccionadas quanto ao sexo dos alunos e tipo de modalidade desportiva praticada iv) comparar as opiniões de professores e alunos quanto à dimensão satisfação com o desempenho do professor no treino e v) determinar quais os motivos de participação e objectivos definidos por professores e alunos neste âmbito. Foram inquiridos 136 alunos e 14 docentes através de um questionário especificamente desenvolvido para o efeito. Determinaram-se as frequências absolutas e relativas, desvio padrão e médias. Para averiguar a existência de diferenças significativas entre grupos

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distintos da amostra foi utilizado o t-teste de student de medidas independentes, sendo o nível de significância mantido em 5%. Tanto nos docentes como nos discentes, a existência de um bom relacionamento do grupo/equipa é a dimensão mais frequentemente referida, sendo o principal motivo da participação no Desporto Escolar o gosto pela modalidade e o objectivo primordial participar no Desporto Escolar. Os alunos apresentam níveis de satisfação com a sua participação no Desporto Escolar superiores aos das alunas. Os professores responsáveis por modalidades colectivas encontram-se mais satisfeitos com a organização da actividade do que os professores que leccionam modalidades individuais. Relativamente à satisfação com o desempenho do professor nos treinos, docentes e discentes apresentam opiniões convergentes em todas as questões (tendem para “muitas vezes”), à excepção das que se referem ao encorajamento da progressão dos alunos e à preparação antecipada dos treinos, que apresentam valores mais elevados nos professores.

Apoio Trabalho: Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD)

E-mail: [email protected]

Índices de actividade física habitual na escola, desporto e lazer – um estudo realizado em alunos de ambos os sexos, do 3º ciclo e do ensino

secundário

Póvoas, S; Moreira, E; Monteiro, F; Carvalho, J; Resende, R; Martins, C; Alburquerque, A

Instituto Superior da Maia (ISMAI), Portugal

O interesse mundial nas questões relacionadas com a Actividade Física (Act.F) tem conduzido à proliferação do número de estudos científicos, devido fundamentalmente, à inter-relação estabelecida entre esta, a aptidão física e a saúde. Com o aumento da idade observa-se um decréscimo dos níveis de Act.F pelo que se torna necessário estudar a sua evolução no decorrer da existência do indivíduo. Contudo, enquanto constructo multidimensional justifica-se também a caracterização das várias dimensões da Act.F e da possibilidade de uma expressão diferenciada em ambos os sexos. Assim, constituíram-se como objectivos deste estudo i) descrever os diferentes índices de actividade física de alunos do 7º ao 12º anos de escolaridade e ii) analisar os resultados em função do sexo, ano de escolaridade e dimensão da Act.F estudada. A versão portuguesa do questionário proposto por Baecke et al. (1982) foi administrada a 267 alunos, dos 11 aos 20 anos, abrangendo. Foram calculadas as estatísticas descritivas mais importantes: média, desvio padrão e amplitude de variação. O significado estatístico das diferenças entre ambos os sexos foi determinado através do t-test student de medidas independentes, enquanto que para os diferentes anos de escolaridade e índices de actividade física habitual analisados foi realizada a análise da variância a 1 factor, sendo as múltiplas comparações efectuadas a posteriori recorrendo ao teste de Bonferroni. O nível de significância foi estabelecido em 5%. Observou-se que

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os alunos e alunas apresentam uma expressão diferenciada da Act.F habitual do 7º ao 12º ano, com predominância dos alunos. Quando se analisa separadamente as três dimensões da Act.F habitual, a tendência mantém-se, i.e., os alunos tendem a evidenciar valores superiores na Act.F no trabalho, i.e, na escola (IAFT), desporto (IAFD) e tempo livre (IAFTL) aos demonstrados pelas alunas, em todos os anos de escolaridade com excepção no 11º e no 12º anos nos quais os elementos do sexo feminino tendem a superar os do sexo masculino, embora apenas no IAFT e no IAFD, respectivamente. A única dimensão em que os rapazes são significativamente diferentes das raparigas é a Act.F no desporto, embora apenas nos 7º, 9º e 11º anos. As maiores diferenças entre ambos os sexos situam-se no IAFD, seguido do IAFTL e do IAFT. Nos vários anos de escolaridade analisados ambos os sexos tendem a ser mais activos nos tempos livres que no desporto, tendendo a escola a apresentar os valores mais baixos. Os níveis de Act.F dos alunos são significativamente inferiores no 8º relativamente ao 7º ano, observando-se uma estabilização nos anos de escolaridade subsequentes. Por seu lado, as alunas evidenciam uma estabilidade nos anos de escolaridade estudados, excepção feita ao 10º ano no qual os valores se elevam marcadamente, com excepção do IAFTL.

Apoio Trabalho: Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD)

E-mail: [email protected]

Influência parental na actividade física dos alunos – um estudo realizado em alunos de ambos os sexos, dos ensinos básico e secundário

Póvoas, S; Silva, A; Morais, I; Silva, M; Resende, R; Martins, C;

Alburquerque, A Instituto Superior da Maia (ISMAI), Portugal

A família assume-se, frequentemente, como o primeiro contexto social da

vida do praticante desportivo, tendo uma influência marcante sobre o desenvolvimento emocional e psicológico das crianças e jovens. Nesse sentido, pretendeu-se determinar qual a influência parental na actividade desportiva dos alunos. Especificamente visou-se caracterizar o grau de influência do pai e da mãe na actividade desportiva do seu educando e analisá-lo em função do sexo, do ano de escolaridade e da modalidade desportiva praticada pelos alunos (colectiva ou individual) e ainda de acordo com as habilitações literárias dos encarregados de educação. O Questionário de Comportamentos Parentais no Desporto (QCPD) - versão para pais e atletas (Gomes & Zão, 2007) foi administrado a 203 alunos (115� e 88�), pertencentes ao 2º ciclo do ensino básico e ao ensino secundário, e a 133 encarregados de educação (pais biológicos ou adoptivos) dos alunos estudados, com habilitações literárias entre o 1º ciclo e o ensino superior. As duas versões do questionário possuem 3 dimensões em comum - apoio desportivo, influência técnico-desportiva e insatisfação face ao rendimento desportivo. Na versão para pais acrescenta-se a dimensão expectativas face

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ao futuro e na versão para atletas a dimensão acompanhamento do treino/competição. Na análise dos dados determinaram-se as estatísticas descritivas, média, desvio-padrão, frequências absolutas e relativas e amplitude de variação. A análise do significado estatístico das diferenças entre os sexos, tipo de modalidade e entre ambos os pais foi realizada através do t¬ test de student de medidas independentes. O significado estatístico das diferenças entre o grau de habilitações literárias dos progenitores e entre os diferentes níveis de escolaridade dos alunos foi realizada através da análise da variância a 1 factor, sendo as múltiplas comparações efectuadas a posteriori recorrendo ao teste de Bonferroni. O nível de significância foi mantido em 5%. Em todas as dimensões estudadas os alunos atribuíram valores superiores aos pais, do que as raparigas, apresentando os pais dos alunos valores mais elevados do que as mães. Os alunos sentem maior insatisfação face ao rendimento desportivo por parte da mãe que as alunas. Os praticantes de modalidades colectivas sentem maior apoio desportivo por parte do pai do que pela mãe. Em todas as dimensões analisadas os pais dos alunos praticantes de modalidades colectivas apresentam valores superiores aos dos pais dos alunos que praticam modalidades individuais, excepto no apoio desportivo, dimensão na qual ocorre o inverso no que diz respeito às mães. Os filhos de pais com o ensino superior sentem-se mais apoiados do que os filhos de pais que detêm apenas o 1º ciclo de escolaridade. Os alunos do ensino secundário percepcionam menor apoio por parte da mãe do que os do ensino básico (2º e 3º ciclos). Quanto à influência técnico-desportiva, verificou-se que os alunos pertencentes ao 3º ciclo sentem maior influência do pai do que os que pertencem ao 2º ciclo. Os alunos pertencentes ao 2º ciclo percepcionam um maior acompanhamento ao treino/competição por parte das mães do que os alunos do 3º ciclo e do ensino secundário. Os encarregados de educação dos alunos praticantes de modalidades colectivas têm maiores expectativas relativamente ao futuro dos seus educandos do que os encarregados de educação dos alunos praticantes de modalidades individuais. Os pais que detêm um curso superior têm menores expectativas relativamente aos seus educandos do que os pais que detêm o 1º ou o 3º ciclo do ensino básico. Os pais com o 1º ciclo de ensino acompanham menos os seus educandos que os pais com o 3º ciclo, ensino secundário ou superior.

Apoio Trabalho: Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD)

E-mail: [email protected]

Tema transversal ética e livro didático: possibilidades para a educação física escolar

Rufino, L.G; Darido, S

Instituição: UNESP - Rio Claro

Introdução: O livro didático para a Educação Física escolar é objeto de muitas divergências tendo, por um lado, aqueles que apóiam e concordam com sua utilização, enquanto que outros criticam sua implementação. Baseado na

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lacuna existente na aplicação de livros didáticos nas aulas de Educação Física, elaborou-se um livro didático de Educação Física para os alunos do ensino fundamental, baseado no tema transversal da ética. Objetivo: o objetivo desse trabalho foi verificar o impacto de um livro didático sobre ética nas aulas de Educação Física. Métodos: o material foi elaborado e aplicado em um grupo de 31 alunos do sexto ano do ensino fundamental de uma escola pública estadual da cidade de Rio Claro - SP, em uma aula de Educação Física. Após a aplicação, foram analisados os dados referentes às atividades do material, computando-se as respostas dos alunos, a frequência de realização das atividades e as opiniões deles sobre os temas propostos no material. Resultados e Discussão: Os materiais ficaram com os alunos durante o período de uma semana, devido às atividades para casa que havia neles. Dos 31 livros entregues a cada um dos alunos, 21 foram devolvidos e, portanto, utilizados na análise. O livro consistia de: capa, texto introdutório com pergunta inicial, atividade de verdadeiro ou falso, imagens sobre ética com perguntas, caça-palavras, imagens de ética nos esportes com perguntas, tirinha de gibi com pergunta, atividade de assinalar, notícias relacionando o tema da ética e dos esportes, tarefas para casa com desafio prático, leitura, espaço para anotações de atitudes éticas e não-éticas, atividade de recortar e colar e sugestão de filmes e pesquisa de músicas sobre a temática da ética. Após o texto introdutório e a reflexão inicial, houve a realização da atividade de verdadeiro ou falso. Todos os alunos a realizaram, sendo corrigida durante a própria aula. Sobre as três imagens de charges que havia no material foi perguntado se havia ética nelas e se os alunos já tinham se deparado com atitudes similares na escola. Todos responderam que não havia ética nas imagens e, 16 alunos (76%) relataram já ter visto na escola situações semelhantes, enquanto que 5 alunos (24%) afirmaram nunca terem passado por tais situações. Quinze alunos (71%) realizaram a atividade de caça-palavras, que objetivava encontrar algumas palavras relacionadas com o tema da ética. Sobre as imagens de ética e falta de ética nos esportes, havia a possibilidade dos alunos comentá-las por escrito. Do total de 21 alunos, 20 alunos realizaram alguns comentários sobre as imagens. Com relação à tirinha de gibi, havia também uma pergunta, baseada na compreensão da situação apresentada pela história. 20 alunos responderam a pergunta. Com relação às tarefas para casa, muitos alunos às realizaram, porém não foram muitos alunos que fizeram todas as atividades, selecionando aquelas que eles consideraram mais relevantes. Muitas atividades foram novidade para os alunos o que ocasionou dificuldades para a compreensão do tema no início. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) abordam a temática da ética por meio de quatro blocos de conteúdos: diálogo, respeito mútuo, justiça e solidariedade. Didaticamente, essa divisão facilita a forma de abordá-los, embora na prática não seja possível tratá-los de maneira separada. Por isso, o livro tratou os conteúdos da temática da ética de acordo com essa divisão. Com relação ao livro elaborado, deve-se destacar que as atividades com imagens e charges tiveram uma aceitação maior dos alunos do que as atividades de leitura, por exemplo. Sendo assim, este tipo de atividade deve fazer parte dos materiais didáticos voltados para os alunos. Considerações Finais: O impacto do livro sobre o tema transversal ética para as aulas de Educação Física foi positivo, pois possibilitou que os alunos refletissem sobre essa temática. Muitos alunos jamais haviam trabalhado com

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os temas transversais nas aulas de Educação Física o que causou certa estranheza no início, devido ao teor de novidade que os livros tiveram para os alunos. Considera-se ainda ser necessária a revisão do material, sobretudo no que diz respeito a uma maior aproximação com as questões específicas da Educação Física.

E-mail: [email protected]

A compreensão e utilização do PCN meio ambiente pelos professores de educação física escolar.

Ruiz, E; Dezan, F

Unesp-IB-Depto de Educação Física

Para que ocorra o desenvolvimento social, é necessário que a educação ambiental se dê de maneira contínua e em todas as áreas do conhecimento. Essa integração dos conteúdos sobre meio ambiente nas diversas áreas de ensino favorece a compreensão da complexidade e amplitude da realidade ambiental, que envolve além do ambiente biofísico, as condições sociais, econômicas, políticas, históricas e culturais. A partir de 1994, o Ministério da Educação e do Desporto, pela Secretaria de Ensino Fundamental mobilizou um grupo de professores para elaborar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Em 1997, foi lançado o PCN da Educação Física para 1os e 2os ciclos e em 1998, o PCN para 3os e 4os ciclos com a temática relacionada ao meio ambiente, juntamente com ética, saúde, orientação sexual, pluralidade cultural, sexualidade e trabalho e consumo. A Educação Física, na perspectiva dos PCNs, assume o compromisso de contribuir para a formação da cidadania, elegendo a cultura corporal de movimento como o objeto da Educação Física, pela reflexão e instrumentalização para uma ação mais participativa em relação às temáticas emergentes, utilizando-se do princípio da transversalidade, sugerindo que todas as disciplinas escolares discutam essas temáticas. Sendo assim o presente estudo buscou analisar a compreensão e utilização do PCN Meio Ambiente pelos Professores de Educação Física Escolar em seus conteúdos nas dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais. Para tanto foram entregues aleatoriamente cinquenta questionários contendo duas questões para professores de educação física participantes do 3º Congresso Estadual de Educação Física Escolar, realizado nos dias 3, 4 e 5 de junho de 2010 na Unesp de Rio Claro, a primeira questão tratava das dimensões conceituais e procedimentais indagando ao entrevistado: “Que relações você enxerga entre a educação física escolar e o meio ambiente?” Já a segunda questão abordou a dimensão atitudinal: “De exemplos na sua prática de como você aplica essas relações”. As respostas foram analisadas qualitativamente levando-se em conta o PCN de meio ambiente. Do total de vinte e seis questionários devolvidos a grande maioria tinham respostas coerentes com os conceitos de meio ambiente e também deste com as relações humanas. As dimensões conceituais e procedimentais foram bem compreendidas por esses profissionais e diferentes exemplos “do que saber” e “do que se deve saber fazer” em relação ao meio ambiente foram dados. A dimensão atitudinal foi a

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menos entendida e, portanto, menos realizada sendo em alguns casos confundida com a dimensão procedimental. Poucas foram as respostas que deram exemplos práticos do que os professores fazem em suas aulas de educação física para contemplar a questão ambiental, podendo-se citar ações relativas a jogos de reciclagem e a esportes de aventura praticados na natureza.

E-mail: [email protected]

O processo coletivo de formação permanente de dois professores-pesquisadores de educação física: projeto piloto de investigação

colaborativa

Sanches Neto, L. Unesp-IB-Depto de Educação Física

Nas últimas décadas percebeu-se uma preocupação diferenciada com a

prática docente no Brasil, principalmente no que se refere a como os professores organizam e sistematizam o seu fazer pedagógico no cotidiano do trabalho. Tal preocupação pode estar atrelada às atuais demandas da profissão docente e a própria qualidade dos processos educativos na escolarização. Trabalhos que investigam as características de professores-pesquisadores ou que se situam no rumo de uma etnografia da prática docente são alusivos dessa preocupação.Preconiza-se que os professores são os responsáveis pelo próprio fazer docente, precisam estabelecer e compreender as necessidades do mundo contemporâneo, devem ter preocupação com o estabelecimento de parcerias colaborativas, reivindicar melhores condições de trabalho e salários adequados com as funções desempenhadas, sem contar a sua razão essencial de trabalhar na escola: o ensino. Trabalhos que apontam limites e contradições do processo de profissionalização do magistério são alusivos dessa constatação. No entanto, percebe-se também que os discursos acadêmicos veiculados pelas instituições de Ensino Superior, evidenciados por publicações sobre a temática em livros e periódicos, ao esmo tempo em que tecem críticas aos saberes do professor que trabalha na Educação Básica, pouco se preocupam com a prática efetiva dos professores no cotidiano do trabalho na Educação Básica. Até que ponto as realidades da formação docente se sobrepõem, e como a realidade discursiva do Ensino Superior influencia ou precariza o aprofundamento da compreensão sobre a realidade pragmática da Educação Básica? Há necessidade de descobrir, identificar, analisar e interpretar como e porque os professores de Educação Física organizam e sistematizam seu trabalho no ambiente escolar. Com essa premissa, um projeto piloto de investigação foi conduzido, inicialmente à luz do referencial da pesquisa-ação, e tem por objetivo problematizar, explicitar e interpretar como um grupo de professores, que se autodenomina “professores-pesquisadores”, organiza e sistematiza os princípios curriculares no cotidiano de seu trabalho com a Educação Física. Como as problemáticas levantadas pelos professores eram variadas, o método da pesquisa-ação permitiu avançar no sentido de evidenciar encaminhamentos de suas práticas pedagógicas, com

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pontos comuns e discrepantes. Dois professores com uma problemática comum foram analisados mais detidamente e entrevistados no primeiro semestre de 2008, ambos com jornada de trabalho na rede estadual paulista, em escolas na região metropolitana da capital de São Paulo, por ocasião da implantação da Proposta Pedagógica Curricular na área de Educação Física (PPC-EF). Houve análise descritiva e interpretativa de suas respostas, e fora estabelecido diálogo contínuo, com encontros mensais no grupo, no sentido de aprofundar os problemas levantados pelos professores no trato com a PPC-EF. As categorias levantadas com os resultados apontaram que ambos professores vislumbraram sua problemática comum de modo rigoroso e independente, embora tenham compartilhado certas expectativas e conclusões, pesquisando-a posteriormente em trabalhos originais, incluindo uma Dissertação de Mestrado em andamento e participação em eventos acadêmicos da área. A partir dessa experiência, o projeto piloto de pesquisa voltou à preocupação inicial de atentar ao processo coletivo de formação vivenciado pelo grupo de professores, e a investigação passou a ser fundamentada por pressupostos da pesquisa-colaborativa. O foco recai, assim, na colaboração que se estabelece com cada professor no trato de seus problemas cotidianos ao buscar pesquisar sua própria prática. Ressalta-se que não é uma busca do pesquisador em fomentar o desejo da pesquisa no professor que trabalha na Educação Básica, mas sim como o pesquisador pode colaborar com professores que já o fazem e requerem para si um aprofundamento de rigor metodológico em suas pesquisas. A contrapartida é que ao pesquisador também interessa o aumento de rigor em sua própria pesquisa e a investigação colaborativa assume um caráter dialógico, com sujeitos concretos que compartilham pressupostos comuns acerca da pertinência da Educação Física na escolarização e que tem a preocupação em estreitar relações ou minimizar a distância entre a Universidade e os cotidianos concretos e singulares da Educação Básica.

E-mail: [email protected]

Prática pedagógica de um professor de Educação Física no ensino médio: sucessos e dificuldades

Santana, A.A.; Ramos, G.N.S.

Redes municipal e estadual de ensino de São Paulo

A Educação Física escolar tem sido alvo de muitos estudos que buscam, através da produção de conhecimento, colaborar com seu desenvolvimento acadêmico e profissional. A prática pedagógica docente no ensino médio parece estar aquém de tais estudos, visto que ainda existe uma quantidade reduzida de produções sobre esta temática. Partindo deste princípio e acreditando em processos de mudança, o objetivo deste estudo de caso qualitativo foi analisar a prática pedagógica de um professor de Educação Física do ensino médio, que atua em escola pública no estado de São Paulo, identificando seus sucessos e suas dificuldades. Para tanto foram analisados os diários de aula elaborados pelo professor-pesquisador e as auto-avaliações realizadas pelos alunos ao final de cada semestre. Após a análise dos dados,

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foram identificadas as seguintes categorias de análise: a) estratégias diversificadas nas aulas conceituais, preocupação,por parte do docente, em diversificar as estratégias e os instrumentos nas aulas conceituais buscando formas de participação dos alunos através da discussão, além de construir as informações e o conhecimento de uma forma mais agradável estabelecendo ligações com o cotidiano; b) práticas corporais e princípios norteadores: motivação, o enfoque lúdico e a participação de todos, o professor de educação física mantinha dinamismo ao se dirigir aos alunos mantendo-os envolvidos e motivados e aulas alicerçadas na inclusão, na interação de uns com os outros e na oportunidade de igualdade, uma vez que o docente primava pela participação de todos, sobretudo os que se mostravam mais introspectivos ou com pouca habilidade; c) percepção, conflitos e dificuldades do professor em relação às aulas, desvincular a visão de alguns discentes quanto ao componente curricular ser exclusivamente “prático” e sem contribuições ao cotidiano; conteúdos e temas que pudessem satisfazer aos anseios de um maior número de alunos-participantes, além de estabelecer reflexões, pois os mesmos concebiam a educação física como meramente prática, sem a necessidade de se pensar, compreender e estudar os elementos da cultura corporal de movimento, foram alguns dos entraves cotidianos do docente; d) relacionamento entre o professor e os alunos, o bom relacionamento, contribuiu para um melhor desenvolvimento das aulas, conseguido à base da variabilidade dos conteúdos, do clima descontraído no decorrer das aulas, da dinamicidade por parte do professor e da interação ocorrida entre ambos além de ser percebida a figura do professor como incentivador, valorizando a participação de todos os alunos; e) a aprendizagem manifestada pelos alunos e contribuições para o cotidiano, os alunos elencaram a execução correta dos exercícios corporais e sua importância, maior percepção sobre seu corpo, a detecção da aprendizagem de atitudes e valores no que se refere à melhor conduta em grupo, contribuições da área da saúde para o dia-a-dia, além da autonomia na tomada de decisões sobre o próprio corpo. Verificou-se que a prática pedagógica investigada possui peculiaridades e elementos que a diferencia de uma Educação Física exclusivamente esportivista, excludente e descompromissada com a aprendizagem dos alunos. Houve por parte dos discentes uma grande aceitação das novas práticas, sendo identificada a figura do professor como um dos pontos diferenciais de incentivo e motivação. O estudo aponta ainda para a importância da construção, discussão e reflexão de temas relacionados à prática pedagógica nos cursos de formação inicial e continuada, em especial nos cursos de licenciatura em Educação Física, buscando propiciar a formação de profissionais engajados, atentos, reflexivos e melhores preparados para atuação na escola, principalmente, na Educação Física no ensino médio.

E-mail: [email protected]

Mulheres na docência da educação física escolar: olhares e desafios nas questões de gênero e estereótipos.

Santos, N.M.

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Universidade Metodista de São Paulo - UMESP - Faculdade de Humanidades e Direito

Formar profissionais para a Educação é assunto polêmico discutido por

muitos autores, dentre eles, referencio, Alarcão (1996), Fischmann (1986) e Gatti (1997), os quais expõem através dos estudos, direcionamentos que consideram pertinentes para questões formativas nos conteúdos teóricos discutidos, indicando necessidades emergentes para constituir um profissional de caráter amplo, com pleno domínio e compreensão da realidade do seu tempo, onde a prioridade tende a consciência crítica reflexiva, permitindo interferir de forma significativa, transformando situações inusitadas, tanto na escola, no cenário educacional, ou quem sabe na sociedade onde está inserido. Ter a docência como base de sua identidade seria o ideal ao profissional ligado a educação, onde, independente desse item como requisito, teria ainda que dominar bem o conhecimento específico de sua área de atuação, articulado aos conhecimentos pedagógicos e práticos para exercer sua função. Sendo assim, a formação do professor, precisa intencionalmente possibilitar de maneira geral e especifica, seu desenvolvimento como pessoa, profissional e principalmente cidadão. Depois destas primeiras aproximações, exponho uma discussão que complemente o tema até aqui revisto, discorrendo com mais intensidade e objetividade sobre a formação e docência do profissional de Educação Física, seja na licenciatura ou bacharelado e as relações de gênero que permeiam esse campo durante seu trajeto, tendo em vista que a área carrega em sua história, uma herança enraizada no perfil militar, onde o processo formativo se remetia especificamente numa estrutura de dois anos com ênfase nos aspectos biológicos e técnicos, ou seja, conhecimentos sobre o corpo humano e os relacionados às ginásticas e aos esportes, tudo isso caracterizando a figura masculina como prioridade nos cursos. Nesta perspectiva, cabe ainda recordar que o processo para formação inicial de profissionais de Educação Física no Brasil, encontrava-se ligado à Marinha, à Força Pública e principalmente ao Exército, onde, estes órgãos se apropriavam de diferentes Métodos Ginásticos para a efetivação dessa formação, ou seja, uma educação de caráter especificamente técnico e prático. Neste contexto, é que surge em 1933, com o Decreto Lei nº 23. 252 a Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro, com nova organização e com os currículos e objetivos atualizados. No âmbito deste contexto, os objetivos desta pesquisa tiveram como ênfase (a) Pensar sobre o corpo e as práticas educativas da Educação Física Escolar direcionadas por professoras (sexo feminino) e suas possíveis relações na construção dos estereótipos masculinos e femininos. (b) Averiguar e apontar como que os corpos são construídos sob o olhar de referências, atributos e culturas advindas das relações de gênero. (c) Investigar se as questões de gênero imbricadas no campo dessa formação profissional, até por conta da herança militarista que a Educação Física carrega, tem relevância para a criação de estereótipos masculino/feminino, tendo em vista através de dados teóricos que a área possui uma forte tendência a masculinização. Assim, a pesquisa teve como eixo metodológico, um estudo descritivo de análise qualitativa com técnicas de entrevistas semi-estruturadas para a obtenção de dados empíricos; neste caso específico priorizaram-se somente professoras de Educação Física que atuam

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diretamente nos quatro níveis escolares (educação infantil, ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio), e também algumas observações de aulas das mesmas. O foco nas entrevistas emergiu com as seguintes problemáticas: - A escola e as práticas educativas da Educação Física escolar contribuem para reforçar os estereótipos masculinos e femininos? - Como que as professoras de Educação Física percebem suas práticas educativas, lecionando para meninos e meninas? Pensando nas questões destacadas, o referencial teórico se valeu dos escritos sobre gênero, da crítica teórica feminista e das atuais publicações na área da Educação e especificamente da Educação Física escolar para justificar os possíveis apontamentos investigados. As contribuições da pesquisa pautaram-se na apresentação de dados sustentáveis que reforçam a importância da discussão sobre questões de gênero no espaço escolar, prioritariamente na formação e durante a docência da profissional de Educação Física, pois denunciam preferências em trabalhar o masculino pensando nos resultados alcançados.

Apoio Trabalho: Secretaria Estadual de Educação E-mail: [email protected]

O atual processo avaliativo na educação física escolar: conceitos e perspectivas

SILVA, B. B.; MORAES, D. A.; MONTEIRO, R. A. C. Universidade Nove de Julho - Diretoria de Educação

A avaliação é um assunto relevante dentro da educação e extremamente

complexo na Educação Física. Atualmente dá-se a impressão de omissão e negligência sobre sua prática, isto é, a sensação é de esquecimento da sua real função: avaliação do ensino e aprendizagem e seu contexto como elemento constitutivo do projeto pedagógico. Através de revisão bibliográfica dentro dos pressupostos de Severino (2007), buscou-se identificar diferentes formas de avaliação para a Educação Física Escolar e discutir sobre sua relevância para o processo de formação do indivíduo. A avaliação deve ser um meio de auxiliar o processo de ensino e aprendizagem para averiguar ou detectar os avanços ou falhas, tanto do desempenho de alunos quanto de professores, de modo a corrigi-los ou reforçá-los. Avaliar pode se constituir num processo qualitativo e dialético, com perspectivas diagnósticas, somativa e formativa. O critério de aprovação e reprovação na Educação Física Escolar está visando à presença em aula, ou então, através de medidas antropométricas, execução de gestos técnicos e qualidades físicas. Para Mattos e Neira (2003) a avaliação tem buscado, freqüentemente, o atendimento as normas burocráticas da instituição, geralmente, levando-se em conta a presença do aluno em aula, o uso de roupas adequadas para a realização da prática e a execução dos movimentos. Essa postura avaliativa indica a desconsideração da reflexão em relação ao papel que a avaliação assume enquanto elemento constitutivo de um projeto pedagógico. Soares (1992) afirma também que os alunos são avaliados e observados apenas no seu aspecto motor, enfatizando os talentos esportivos. Os Parâmetros

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Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) consideram que a avaliação deva ser de utilidade, tanto para o aluno como para o professor, para que ambos possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro do processo, tornando-se mais produtivo, atingindo sua real função. Importante também é a clareza dos instrumentos de avaliação para o aluno, a fim de sua participação e entendimento ampliados no processo de ensino aprendizagem. O professor de Educação Física encontra-se em uma posição privilegiada para avaliar a partir de critérios informais, como o interesse, a participação, a organização para o trabalho cooperativo, o respeito aos materiais e aos colegas, pois esses aspectos tornam-se bastante evidentes nas situações de aula (BRASIL, 1998). Dessa forma, consideramos que existe a necessidade de um constante repensar sobre o processo avaliativo, levando-se em conta a quebra do paradigma das questões de aptidão física ou técnicas, valorizando a formação para a cidadania num contexto qualitativo e participativo.

Palavras-chave: Avaliação; Educação Física; Ensino e Aprendizagem. E-mail: [email protected]

Uma busca pela sensibilidade e criatividade nas aulas de educação física escolar

Silva, M.

UFS-Departamento de Educação Física

A perspectiva biológica que influenciou as bases pedagógicas da Educação Física, definia que o corpo humano era um conjunto de ossos, músculos e articulações, ou seja, apenas um organismo. Para esta perspectiva todos os corpos são iguais por possuírem os mesmos componentes. Infelizmente ainda é assim que muitas escolas tratam à prática pedagógica da Educação Física. Todavia, o professor de Educação Física deve envolver a escola e o aluno em uma nova forma de se aplicar o ensino do Movimento Humano, pois assim ele poderá conscientizar seus alunos da importância de conhecer o ser humano em sua totalidade. Aprender sobre o seu próprio corpo significa que os alunos podem conhecer, usufruir, ultrapassar limites e estabelecer novas possibilidades. A partir dessa nova perspectiva, os alunos poderão apreciar e realizar os movimentos conforme sua compreensão e possibilidade, além de ficarem conscientes de que eles expressam diferentes maneiras de ser, evitando a padronização de gestos e comportamentos. Podemos observar que cresce a cada dia estudos e pesquisas relacionados com a consciência corporal, apontando a necessidade de observação do corpo, e principalmente a divulgação de uma nova maneira de vê-lo. Esta “nova” abordagem do corpo requer uma amplitude de conhecimentos para entendermos a complexidade humana e o significado da palavra corpo num sentido mais amplo. Somos corpos fazedores e transformadores de um mundo, corpos vivos, num tempo e num espaço experimentando todas as possibilidades emergentes e que nos são de direito. É imprescindível uma educação corporal, que considere o corpo como uma ligação homem-mundo, que esteja presente na cultura, no trabalho, nas relações. Uma educação que considere importante que nossos corpos se

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movimentem, e se transformem, para que possamos transformar as coisas do mundo e ao mesmo tempo estar desorganizando e reorganizando a sua auto-imagem. Neste sentido, de acordo com Melo (2005) esta busca por um corpo sensível, uma consciência corporal, acarreta uma organização do corpo, o que nos faz refletir sobre nossa existência corporal no mundo e de que forma estes podem se relacionar. Seguindo esta linha de pensamento, nota-se que tal entendimento acarreta a necessidade de um esclarecimento acerca da realidade na qual somos inseridos, onde na maioria das vezes esta gera mecanismos de controle e disciplinação de corpos, possibilitando desta forma refletir acerca das impregnações sociais que ditam nossa maneira de ser e agir. Este texto se refere a um relato de experiência pedagógica proporcionado por uma atividade acadêmica desenvolvida durante o transcorrer da disciplina Educação Física Escolar I do departamento de Educação Física da UFS. Tal relato traz consigo problematizações e reflexões acerca da abordagem do conteúdo “sensibilidade e criatividade”, trabalhado na turma de 2º Ano do ensino fundamental I do Colégio Estadual Lourival Batista, situado no município de Aracaju. Desta forma, buscamos através de práticas motivantes, problematizadoras e que envolvesse o ensino-aprendizagem, ampliar os horizontes dos alunos para tal conteúdo, tendo em vista sua relevância para a formação dos sujeitos que compõem a educação formal. Neste sentido, utilizamos como recurso didático-pedagógico práticas que envolvessem os alunos e os estimulassem para a percepção corporal, seja através das próprias práticas corporais, ou nas pesquisas, nos vídeos e na confecção de trabalhos pelos alunos. Estes durante as atividades pedagógicas tiveram a oportunidade de sentir o seu corpo e os dos colegas, trabalhar com mais afinco os seus sentidos corporais no tocante a sua percepção, realizar práticas que estimulassem a consciência corporal, como também que pudessem se expressar nas suas emoções, percepções e anseios, isto é, o corpo como instrumento de linguagem. Segundo Santos et al. (2009) a expressão corporal é uma maneira utilizada, organizada, onde o sujeito se expressa para o outro ou com o outro através do seu corpo, reafirmando seu estar no mundo, isto é, uma linguagem na qual possibilita o indivíduo a sentir-se, perceber-se, conhecer-se e manifestar-se. É um aprendizado em si mesmo: o que o indivíduo sente, o que quer dizer e como quer dizê-lo.

E-mail: [email protected]

Cultura e práticas corporais: conteúdos e metodologias para o componente curricular educação física

Silva, M.; Santos, L.

UFS-Departamento de Educação Física

A característica da Educação Física escolar há tempos foi centro de discussões e reflexões, seja acerca da sua legalidade e “legitimidade”, ou em torno da sua especificidade. Buscaremos neste estudo oferecer pontos de referência que subsidiem a razão de considerar a Educação Física como componente curricular, ou seja, um componente que tenha como meta o

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ensino-aprendizagem, integrada a Educação Básica e realmente comprometida com a educação formal de nossos alunos. Para tanto, os dados apresentados durante o transcorrer do texto pautou-se no desenvolvimento do “Projeto de Extensão Cultura e Movimento: divulgação de conteúdos e metodologias para o componente curricular Educação Física” aprovado pelo PIBIX (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Extensão), que foi realizado no período de 01 de junho de 2009 a 31 de maio de 2010. Teve como principal característica apresentar parâmetros para operacionalização da Educação Física a partir da aplicação de conteúdos propostos para este componente curricular. Os conteúdos adotados pelo projeto se basearam principalmente no livro “Proposta de Sistematização de Conteúdos para a Educação Básica: componente curricular Educação Física”, elaborado pelos professores do Departamento de Educação Física da UFS. Situamos o desenvolvimento do projeto na consolidação de conteúdos específicos para Educação Física Escolar a partir da concepção da Cultura Corporal, em viabilizar aos acadêmicos uma experiência didático-metodológica que possibilite o exercício da docência, no estabelecimento de relações entre a educação integral do indivíduo e as diferentes condutas corporais aprendidas culturalmente de forma mecânica, como também em possibilitar a interligação entre a pesquisa, o ensino e a extensão na aplicação de métodos que estimulem a experimentação de elementos científicos na sistematização de práticas corporais aplicadas ao estudo do movimento. Logo, para o estabelecimento dos objetivos acima descritos, participaram das atividades desenvolvidas pelo projeto cem (100) alunos do ensino fundamental I do Colégio Estadual José de Alencar Cardoso, situado na cidade de Aracaju, como também outras trinta (30) instituições estaduais de ensino, onde fizemos a divulgação, através de reuniões, com os responsáveis pelo estabelecimento, relatando os resultados obtidos pelo projeto, como também entregando-lhes um exemplar da proposta curricular da Educação Física adotada pelo projeto. As atividades desenvolvidas no projeto envolveram: a reciclagem de diversos materiais para os fins didático-pedagógicos, tendo em vista a escassez dos mesmos na instituição; o diagnóstico motor dos alunos; intervenções pedagógicas e registro áudio-visual das aulas ministradas, oportunizando a ampliação das aprendizagens dos alunos, fato manifestado ao final das atividades realizadas. Organizamos as intervenções em unidades de ensino, onde cada unidade tratava de uma temática com conteúdos afins e específicos: o conhecimento do corpo, as manifestações culturais de movimento, atividades rítmicas e expressivas, sensibilidade e criatividade, corpo e saúde, corpo e valores humanos. Ressaltamos durante o transcorrer do projeto a possibilidade dos acadêmicos e professores em criar materiais didáticos a partir de recursos que estavam em desuso, a receptividade dos alunos frente à proposta, tanto no sentido motivacional, como também na efetivação de suas aprendizagens, a difusão dos resultados alcançados, seja nas reuniões com outros professores em outras instituições de ensino, como também nos eventos acadêmicos e nos registros áudios-visuais das aulas aplicadas o que resultou na publicação do DVD “Projeto de Extensão Cultura e Movimento”. Na compreensão de Neira (2006), a Educação Física, como disciplina integrada à educação básica, deve permitir que os alunos superem o saber construído e vivido para além da escola, ou seja, ela deverá contribuir para que os alunos questionem de forma

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que esses saberes consolidem um projeto de vida. Não basta fazer, o fazer é importante, no entanto, é imprescindível que o mesmo caminhe associado ao refletir, ao questionar e ao compreender sobre estas práticas corporais, direção esta que enfocamos em nossas intervenções pedagógicas.

E-mail: [email protected]

Educação física, escola, dimensões do conteúdo e formação do cidadão

SILVA, P.N. Unesp-IB-Depto de Educação Física

Dentre as várias instituições das quais o ser humano participa, a escola é

uma das mais importantes responsáveis pela construção da representação de quem somos. O educando é o objetivo maior da escola, mas na especificidade da Educação Física o que se vê é que esta, em geral, é totalmente desvinculada do projeto educacional das escolas e muito pouco tem sido feito, na prática, no sentido de educar os alunos “para a vida" Assim, este trabalho tem como finalidade implementar aulas de Educação Física que contribuam para a formação do cidadão, e para isto foram elaboradas e desenvolvidas aulas que abordem o conteúdo handebol nas três dimensões do conteúdo: conceitual, procedimental e atitudinal. O método utilizado foi o da pesquisa-ação, que de natureza qualitativa tem como característica o inter-relacionamento entre o pesquisador e as pessoas participantes do estudo. As principais dificuldades foram: trabalhar novos conteúdos, o número elevado de alunos e trabalhar a dimensão procedimental. Porém os momentos de trabalhar as dimensões conceituais e atitudinais foram muito bem sucedidos.

E-mail: [email protected] Área: Educação Física Escolar

Sistematização dos conteúdos de ensino da educação física escolar: a seleção dos objetivos e conteúdos – um estudo de caso

Sousa, M.P.; Ramos, G.N.S.

UNINOVE

A sistematização dos conteúdos em Educação Física Escolar é um assunto emergente porém ainda parece não existir critérios bem definidos para a organização curricular da área. Sistematizar os conteúdos em uma disciplina seria o ato de organizá-los de forma coerente em seus diferentes níveis de ensino. Tal fato parece inquietar professores, sendo este um problema metodológico básico não só da Educação Física como também dos outros componentes curriculares. A Educação Física brasileira passou por várias mudanças de objetivos ao longo dos anos; estas diferentes identidades conceituais surgiram de acordo com as necessidades de distintos momentos históricos. Os conteúdos escolares também possuem um caráter histórico e, de

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acordo com cada momento e necessidades, há uma reelaboração e reorganização dos mesmos. Portanto, os professores atuantes no Ensino Fundamental e Médio carecem realizar as suas próprias sistematizações, a fim de adequá-las aos seus objetivos e aos seus alunos promovendo uma relação entre o contexto do aluno com a sua sistematização. Deste modo, este trabalho, teve como objetivo analisar como uma professora atuante no Ensino Fundamental sistematiza os conteúdos de ensino da educação física. A referência metodológica que orientou este estudo foi a pesquisa qualitativa por meio de um estudo de caso. A coleta envolveu análise documental e uma entrevista semi-estruturada. A proposta de sistematização produzida pela professora pesquisada parece ter surgido de uma necessidade pessoal para nortear sua própria ação docente. Tal indício sugere que uma organização sequencial, pautada numa seleção, divisão e contextualização dos conteúdos na Educação Física pode ser importante para subsidiar o trabalho no âmbito escolar na busca de sua autonomia profissional. Outro ponto considerado, é que na sistematização apresentada pela professora pesquisada, a concepção parece estar pautada no ensino da cultura corporal de movimento, na qual o aluno deve vivenciar e refletir a maior variedade possível de elementos da cultura entendendo-os de forma crítica. Quando questionada sobre os objetivos da Educação Física Escolar, a professora entrevistada atribuiu primeiro um sentido mais amplo à área atrelando-o aos objetivos da educação de forma geral. Além disso, a professora preconiza uma flexibilização entre os conteúdos e os objetivos escolhidos com as necessidades dos alunos. Desta forma, o modo como a docente concebe a educação parece estar baseado em um modelo humanista espontaneísta, no qual os conteúdos a serem trabalhados partem dos interesses e motivações dos alunos. Para ela, a escolha das manifestações presentes no universo da cultura corporal de movimento, deve partir do conhecimento prévio e do patrimônio cultural dos estudantes. Deste modo, a sua sistematização está relacionada ao seu contexto sócio-cultural local fazendo com que seu planejamento pedagógico também seja desenvolvido a partir deste, ou seja, a escolha dos objetivos e dos conteúdos da Educação Física está pautada nas perspectivas dos sujeitos participantes da ação pedagógica. Com base nisso, acredita-se que mesmo em um país extenso e repleto de diferenças culturais como o nosso Brasil, uma proposta de sistematização traria inúmeros benefícios aos professores e alunos de Educação Física, dentre os quais é possível citar: maior reflexão sobre a atuação docente, melhoria no planejamento e inclusão de diversos elementos da cultura corporal. Assim,conclui-se que a partir da análise da sistematização dos conteúdos de ensino de uma professora de Educação Física do Ensino Fundamental, que o processo de organização curricular da área deve ser pensado de forma a estruturar os diferentes elementos da cultura corporal de movimento de modo dinâmico, considerando a realidade escolar envolvida e os sujeitos da ação, sendo constantemente refletida e re-significada de valor ao contexto no qual será aplicada.

E-mail: [email protected]

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Corpo, cultura e subjetividade: a educação física escolar na constituição identitária dos sujeitos

Souza, MMN

Instituição: USP-FE-Propgrama de Pós-graduação

Este estudo foi desenvolvido junto à disciplina Corpo, cultura e subjetividade do Programa de Pós-graduação em Educação da FEUSP. Trata-se de reflexões iniciais acerca de discussões em torno das compreensões sobre o corpo humano e sua relação com a constituição da subjetividade dos sujeitos, através de práticas educativas no âmbito da Educação Física escolar. O objetivo é, a partir dessas discussões que nos apontam para uma perspectiva do corpo relacional, identificar desafios que se expõem para o ensino dessa disciplina, uma vez que lida especificamente com questões afetas ao corpo e ao movimento num contexto que tem sua função social associada à constituição de subjetividades/identidades: a escola. Iniciei as reflexões com algumas considerações sobre a configuração da Educação Física no contexto escolar, bem como o que caracteriza esse contexto na contemporaneidade. Segui buscando a relação entre corpo e subjetividade, apoiando-me nas discussões de Caminha (2009), ao apontar as contribuições de Merleau-Ponty e Freud na crítica ao corpo concebido apenas como instância biológica, e de Hall (2005), em relação à constituição de identidade dos sujeitos na sociedade global contemporânea. A partir desse estudo, foi possível apontar desafios que se colocam para o ensino da Educação Física na Educação Básica, uma vez que historicamente este se constituiu pautado numa compreensão do corpo enquanto organismo, reduzido à sua dimensão biológica. Nesse sentido, as práticas que visavam, em geral, o aperfeiçoamento desse funcionamento através da repetição estereotipada de movimentos organizados a partir de critérios biomecânicos e fisiológicos, influenciaram a constituição de subjetividades passivas e padronizadas em torno de uma identidade hegemônica. A Educação Física, enquanto componente curricular obrigatório, que lida especificamente com as questões afetas ao corpo e ao movimento, não pode se furtar, ou melhor, furtar dos estudantes o direito de compreender essas questões de maneira mais ampla e complexa, em sua relação com o contexto cultural. Nessa perspectiva é possível viabilizar a esses sujeitos compreenderem a si mesmos na realidade que os constitui enquanto seres humanos que se movimentam no mundo e com os outros. Experiências relatadas por autores com o currículo multicultural da Educação Física tem mostrado efeitos reflexos na formação dos sujeitos envolvidos que respondem a esse desafio, ao valorizar a pluralidade cultural como eixo norteador da constituição identitária a ser influenciada pelo currículo (NEIRA e NUNES, 2009). Sugiro, assim, que o trabalho pedagógico dessa disciplina pode tornar-se mais coerente ao tematizar, criticar, contextualizar, problematizar, apropriar e ressignificar essas questões no âmbito da cultural corporal, abordada numa perspectiva multicultural de caráter crítico.

E-mail: [email protected]

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A constituição identitária dos sujeitos ao longo da educação básica: contribuições do currículo multicultural da educação física na educação

infantil Souza, MMN; Neira, MG

USP - FE - Pós-graduação em Educação Esse estudo refere-se à pesquisa em desenvolvimento junto ao Programa de

Pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A perspectiva multicultural do currículo na Educação Física, apresentada por Neira e Nunes (2006), baseada no campo teórico dos Estudos Culturais e nas teorizações pós-críticas valoriza a diversidade cultural do mundo contemporâneo nas práticas escolares e reconhece a tendência homogeneizante do atual contexto. Diante de tal perspectiva, não é possível separar questões culturais como a educação, o ensino e seus conteúdos, de questões de poder que tendem a fortalecer as culturas, identidades e perspectivas de grupos que se apresentam hegemônicos em detrimento de toda diversidade. Ao confrontarmos a configuração da Educação Física no contexto escolar no município de Aracaju (SE) com as necessidades educacionais na contemporaneidade, percebemos a urgência da realização de pesquisas que subsidiem a construção de uma perspectiva curricular crítica e contextualizada do componente na Educação Básica. Nesse sentido, estamos realizando uma investigação junto a uma turma de Educação Infantil, onde já se desenvolvem práticas educativas com os diferentes conhecimentos que permeiam o currículo escolar, a partir de uma preocupação com a constituição identitária dos/das estudantes, sem que haja a mesma orientação para a abordagem das práticas corporais. Percebemos que valores subjetivos da professora que retratam perspectivas da cultura hegemônica atravessam as práticas e contradizem a constituição identitária almejada. O objetivo desse estudo é identificar, evidenciar e analisar os aspectos que demarcam a prática pedagógica da Educação Física multiculturalmente orientada, ao longo do processo de elaboração e implementação do currículo. Para tanto, realizamos uma pesquisa-ação crítico-colaborativa que emprega para a coleta de dados entrevistas (aberta, com a professora e coordenador e de grupo focal, com os/as estudantes), observações seguidas de anotações em diário de campo e registros das reuniões com os sujeitos envolvidos. Participam desse estudo a professora da turma “oficina II”, os vinte e três estudantes com idade entre 5 e 6 anos, o coordenador da escola e outra professora que coordena junto à professora da turma em questão um projeto intitulado “Identidade”, desenvolvido ao longo do ano letivo de 2010 por ambas na prática junto a seus estudantes. Nesse momento, já realizamos observações iniciais das práticas realizadas. Identificamos um ensino articulado às questões culturais da comunidade envolvida, mas que se reduz à abordagem de conhecimentos hegemônicos no currículo escolar, quais sejam aqueles relativos às habilidades matemáticas e de leitura e escrita. Em relação às práticas corporais, a brincadeira que se apresenta em diversos momentos da rotina escolar, ora como recreação livre, com sentido, conforme a professora, de favorecer a expressão corporal, desenvolver habilidades motoras, descontração e

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compensação ao trabalho cognitivo, ora como instrumento para trabalhar outros conteúdos e habilidades matemáticas, de leitura e de escrita. Também foi possível notar que no intento de respeitar e valorizar a diversidade cultural, alguns padrões identitários, especialmente em relação à questão de gênero, são reforçados pelas perspectivas e valores culturais da professora e se materializam através das práticas fixando identidades em relação ao ser menino e ser menina e as brincadeiras pertinentes a cada gênero. As crianças já expressam discursos e comportamentos em que estigmatizam aqueles que atravessam a fronteira das identidades construídas acerca do ser menino ou menina e a relação com a brincadeira. Diante disso, em parceria com as professoras, estamos imergindo em estudos que viabilizem o aprofundamento e discussão dos temas cultura; escola e cultura; Identidade e cultura; identidade e diferença; currículo; Educação Física na Educação Básica; e currículo multicultural da educação Física a partir da fundamentação dos Estudos Culturais. A partir desse estudo, seguiremos ao processo de elaboração e implementação de um projeto de tematização das práticas corporais na Educação Infantil preocupado com a constituição de identidades democráticas. Os dados serão confrontados com os referenciais teóricos dos Estudos Culturais e analisados mediante procedimentos de descrição crítica com inferências.

Apoio Trabalho: CAPES E-mail: [email protected]

ESPORTE

Velocidade x drible, relação verificada em escolares futebolistas do salesiano dom helvécio Ponte Nova – MG

Costa, R.J.; Perez, E.C.

Facultad de Cultura Física de Matanzas - Cuba

A concorrência no meio esportivo gera necessidade de pesquisas e evolução científico-tecnológica no futebol. Porém estas mudanças estão acontecendo somente na categoria adulto, não atingindo as categorias de base e nem o futebol em nível escolar. Velocidade é uma das principais qualidades físicas levada em consideração, quando vamos analisar o potencial do futuro atleta de futebol. Segundo weineck, apud Benedek/Palfai (1980, 10) “a velocidade do jogador de futebol é uma capacidade verdadeiramente múltipla, qual pertencem não somente o reagir e agir rápido, a saída e a corrida rápidas, a velocidade no tratamento com a bola, o sprint e parada, mas também o reconhecimento e a utilização rápida de certa situação de jogo”. Segundo León Torre (2008), dentro do conjunto de processos que regulam a qualidade das ações motrizes encontramos as sensações proprioceptivas que são consideradas base da

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coordenação motora, já que regulam a diferenciação dos esforços de cada um dos planos musculares que interferem na ação proposta, em um determinado gesto motor, quer seja no futebol ou não. Além de ser essencial para se conseguir êxito dentro do mundo do futebol, o drible deixa o jogo mais atrativo, interessante para quem for assisti-lo e mais fácil de ser comercializado, quando se tem jogadores rápidos e habilidosos. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo principal fazer correlação entre velocidade em curta distância e o fundamento técnico drible em futebolistas escolares, na faixa etária de 11 a 15 anos do Colégio Salesiano Dom Helvécio Ponte Nova MG. Metodologia: Participaram do estudo 81 alunos, com idade entre 11 e 15 anos com média 12,94 e desvio padrão (1,1507), peso médio de 52,49 kg, com desvio padrão (12,96), altura média de 162,74 cm, com desvio padrão (9,17033), como critérios de inclusão no estudo os participantes deveriam estar matriculados e freqüentes às aulas de educação física. O estudo seguiu as diretrizes e normas que regulamentam a pesquisa com seres humanos (lei 196/96), sendo informado aos participantes todos os propósitos e métodos utilizados no estudo, ressaltando o direito dos mesmos desistirem do experimento a qualquer momento. Após estas providências deram-se início as avaliações. Os alunos foram submetidos a duas etapas de coleta de dados que incluíram testes de habilidade específica do futebol (drible Mor & Christian) e teste de velocidade (20m PROESP). A escolha destes testes se deu pela facilidade de aplicação, pois não requerem equipamento especial e apresentam coeficientes de validade aceitáveis. A coleta de dados foi realizada num período de 15 dias, com intervalos de um a três dias entre as etapas, sendo realizadas no mesmo horário, pelo mesmo avaliador. Para caracterização da amostra foram realizadas medidas de peso corporal em balança mecânica, marca filizola com precisão de 100 gramas. A estatura foi tomada na mesma balança, em apnéia respiratória pelo avaliado. Resultados: As duas variáveis (velocidade e drible) estão dadas em segundos (parte inteira) e centésimos de segundos (parte decimal). Para determinar a inter-relação entre as variáveis drible e velocidade, foi adotado o coeficiente de correlação de Pearson (r). Após coleta e análise estatística dos dados, verificou-se um coeficiente de Pearson (r) = 0,4847232, levando à conclusão que as variáveis velocidade e drible estão correlacionadas positivamente e de forma moderada, pois r= 0,4847232 está entre 0,30 e 0,49 e de acordo com a literatura indica uma relação baixa. Considerações Gerais: Observou-se durante a aplicação do teste específico do fundamento drible, que alunos não praticantes assíduos do futebol, tiveram muita dificuldade em manter a bola sob controle, acarretando um desempenho débil neste quesito. Recomenda-se que outros estudos sejam feitos preferencialmente em indivíduos praticantes assíduos do futebol, para que se possa comprovar ou não, uma correlação alta entre drible e velocidade.

Palavras chave: Futebol, escolares, velocidade, drible. E-mail: [email protected]

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Perfil do profissional que atua nas escolas de futebol

dos-Santos, JW; Bianchini, F Departamento de Educação Física, UNESP, Bauru

Introdução: O futebol é o esporte mais popular do Brasil e por isso, dentre

outros fatores, é comum encontrarmos escolas, ou “escolinhas”, de futebol na maior parte das cidades do Brasil, sejam estas, escolas particulares ou públicas, de prefeituras. Além disso, o futebol é um esporte com uma tradição de valorizar os ex-atletas para atuarem como profissionais da “bola”, tanto com jogadores profissionais ou com jovens que estão na iniciação do futebol. Por outro lado, ainda não é bem conhecido o perfil formação dos profissionais que atuam no nas escolas de futebol com o ensino de crianças e jovens e se esses profissionais realmente são ex-atletas. Objetivo: Fazer um levantamento sobre a formação educacional, experiência prática com futebol e percepção da necessidade de formação para atuar no ensino do futebol. Métodos: o estudo caracterizou-se como descritivo onde foi feita uma análise quantitativa sobre o perfil dos profissionais que atuam em escolas de futebol. Quarenta e sete profissionais de 27 escolas de futebol (13 particulares e 14 prefeituras), de 12 cidades da região nordeste do estado de São Paulo, responderam a um questionário composto por 11 questões fechadas. Informações sobre a idade, tempo de atuação com futebol, escolaridade, formação profissional e a percepção da necessidade da formação acadêmica para exercer a função de professor de futebol foram levantadas. Resultados: os entrevistados tinham média de idade de 34,2 anos e 6,5 anos de experiência no ensino do futebol. Não foi verificada nenhuma mulher atuando nas escolas. Os formados em educação física (EF) foram 42,6%, enquanto que 23,4% eram alunos de EF, 23,4% tinham o ensino médio (EM) completo e 6,3% ainda não havia completado o EM. Todos tiveram experiência prática como jogador de futebol, amador (67,4%) ou profissional (32,6%). Estágios em clubes ou escolas de futebol foram feitos por 65,2% dos participantes e 57,4% fizeram algum curso de curta duração. Um grande número dos entrevistados participantes do estudo (88,8%) sente falta de cursos específicos para atuarem no futebol e 77,7% consideraram necessário ser formado em EF para trabalhar com o futebol. Considerações Finais: Apesar do esporte, especificamente o futebol, ser um dos campos de atuação do profissional de EF, considerando a amostra estudada, os profissionais de EF formados são minoria nas escolas de futebol. A valorização da experiência prática com a modalidade para atuar nas escolas de futebol parece ser muito importante, uma vez que todos os profissionais tiveram experiência prática com o futebol, seja como jogador amador ou profissional. Por outro lado, essa experiência não da total segurança para eles atuarem como profissionais no ensino do futebol com crianças e jovens iniciantes, pois a grande maioria dos participantes do estudo sente falta de cursos específicos de atualização e julga necessária a formação em EF para exercer a função de “professor” em escolas de futebol. A maioria dos profissionais que atuam nas escolinhas de futebol não são formados em EF e

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tem formação baseada na experiência prática, como ex-jogador de futebol, e em estágios realizados em clubes e escolas de futebol.

Palavras-chave: Escola, Formação, Futebol, Profissional. E-mail: [email protected]

Analise do perfil de formação dos treinadores de futebol da copa do Mundo de 2010

Silva, A. A. S.; Thiengo, C.; Teixeira, E.; Talamoni, G.; Morceli, H.; Cavazani,

R. N.; Silva, R. N. B. Fam/Nepef

A copa do mundo de futebol reúne os 32 melhores times da atualidade com

técnicos de grande prestigio que defendem seu país ou outra nação. As vagas para a Copa do Mundo ficaram distribuídas da seguinte forma: America do Sul (Conmebol) 5, America Central (Concacaf) 3, África (CAF) 6, Europa (UEFA) 13, Ásia (AFC) 4 e Oceania (OFC) 1. Este trabalho tem como objetivo apresentar a relação entre os treinadores, a formação apresentada oficialmente pela FIFA e a distribuição destes em relação ao mercado. Como método foi utilizado a análise de documentos disponíveis no site oficial da FIFA sobre o mundial de 2010. Como resultados foram encontrados em relação à distribuição dos treinadores que: a) 7 são da America do Sul, 2 da America Central, 1 África, 18 Europa, 3 Asia e 1 Oceania; b) os treinadores que defenderam as seleções de seu país foram 20 e; 12 treinaram seleções estrangeiras. Em relação aos elementos de formação foi percebido que dos 32 técnicos 2 são formados em educação física e não constam informações no currículos referente a formação dos demais. 29 são ex-jogadores tendo atuado profissionalmente, 1 atuou em equipes amadoras e 2 não tem passagem como jogadores. Os treinadores europeus para atuarem profissionalmente têm que passar pelo curso de formação da UEFA que é dividido em quatro etapas: a) licença C, esta licença é destinada para quem trabalhar nas áreas de juniores e seniores que da direito a atuação a nível nacional; b) licença B, conhecimento mais aprofundado sobre a preparação Junior; c) licença A, esta possui ação superior a atuação de nível nacional e d) formação de professores de futebol. Deve-se ressaltar que estes módulos podem sofres algumas mudanças de acordo com a legislação de cada pais. Alem dos cursos ao final de temporada é organizado encontro dos treinadores para debates sobre a competição e troca de experiências. As demais confederações não disponibilizaram dados referentes a preparação. Os técnicos que não foram jogadores(2) possuem graduação e pós-graduação em educação física e são da America do Sul. Em relação ao mercado de treinadores foi observado que o continente europeu foi o que mais exportou treinadores (8/12) e em seguida foi a America do Sul (4/12). Em relação aos dados coletados podemos considerar que quando valorizamos a formação profissional e incentivamos a propagação do conhecimento adquirido, criamos um ambiente com profissionais melhores preparados e capacitados a estenderem seus conhecimentos alem de suas fronteiras.

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E-mail: [email protected]

Formação profissional no esporte a vela: buscando desempenho na classe hobie cat

Silva, P. P. C.; Silva, E. P. C.; Florêncio, S. Q. N.; Moura, P. V.; Freitas, C.

M. S. M. UPE/UFPB

A formação profissional em educação física torna-se um desafio, no que diz

respeito às dificuldades encontradas na área, em especial ao que recai nas práticas na natureza, especificando o esporte a vela. Tal prática se caracteriza pela propulsão, direção e equilíbrio envolvendo elementos naturais como o vento e a água em constante interação com o velejador. Com o crescimento e popularização das práticas na natureza, precisa-se de um crescimento no número de profissional para atender a demanda das práticas. No entanto, as práticas na natureza vem recebendo instrutores de diferentes ramos de atuação de atuação profissional, o que tange ao respaldo e conhecimentos necessários para uma atuação prática com qualidade, que possa favorecer experiências corporais significativas. Desta forma, é necessário desenvolver uma postura profissional, capaz de responder aos interesses dos praticantes, dando eficácia à potencialidade, ressaltando os que procuram desempenho. O objetivo do estudo foi analisar a atuação profissional no esporte a vela na classe Hobie Cat. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, envolvendo atletas e ex-atletas na classe Hobie Cat 14 e Hobie Cat 16, totalizando 12 velejadores do Iate Clube da Paraíba, sendo apenas um do sexo feminino. Como instrumento utilizou-se um questionário para caracterização dos sujeitos e uma entrevista semi-estruturada, além de um roteiro observacional. As coletas foram realizadas no período de abril a junho de 2010, no Iate Clube da Paraíba. Para análise dos dados foi utilizado o soft AQUAD 6, para obtenção da frequência absoluta, o soft GoDiagram 2.6.2, para a construção dos diagramas, e a análise de conteúdo para as categorias analíticas. Foram estabelecidas três categorias analíticas que discutiram a respeito do desenvolvimento da classe Hobie Cat. A primeira categoria refere aos professores de educação física, constituindo 3 profissionais, que exercem suas profissões paralelas e tem a vela como prática esportiva. A segunda categoria, diz respeito aos instrutores do esporte a vela, encontrando 2 sujeitos que dão aulas de iniciação de vela, contudo não tem formação em educação física, e praticam a vela há mais de 18 anos. A terceira categoria, faz referência as regatas, uma vez que o Estado da Paraíba se destaca na categoria Hobie Cat 14 e Hobie Cat 16, conquistando vários campeonatos brasileiros, além das regatas da REFENO (Regata Recife – Fernando de Noronha). As várias conquistas dos velejadores da Paraíba, são justificadas, por eles, pelo fato da região ter ótimas condições climáticas, um mar tranquilo, sol e vento favorável a prática, aspectos que em outras regiões brasileiras não se destacam, variando as condições climáticas, o que dificulta o treinamento, sendo um ponto negativo para os velejadores de outras regiões, do ponto de vista dos

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velejadores entrevistados. É importante destacar que os atletas participantes da pesquisa não tem um treinamento acompanhado por profissionais especializados, eles constroem seus treinamentos seguindo o calendário de regatas, envolvendo treinamento aeróbio e anaeróbio, e alguns se preparam psicologicamente quando se aproxima das competições. Diante deste cenário, é possível destacar que se os atletas do Iate Clube da Paraíba tiverem um treinamento qualificado por profissionais da área, bem como uma equipe, que oferece um treinamento específico, orientação nutricional, psicológica entre outros, capaz de trazer melhorias no desempenho dos atletas, e consequentemente a obtenção de melhores resultados, abrangendo um maior número de conquistas e atletas, o que poderia também, aumentar o interesse pelo esporte por novos praticantes.

Palavras-chave: Esporte a vela. Formação Profissional. Desempenho. E-mail: [email protected]

FORMAÇÃO INICIAL, CONTINUADA E INTERVENÇÃO PROFISSIONAL

Universidade e educação física: um estudo dos grupos de pesquisa da ESEF/UFPel

Afonso, MR; Montiel, FC; Nascimento, FM; Andrade, DM; Rodrigues, CN;

Santos, LL; Pereira, FM Universidade Federal de Pelotas - Escola Superior de Educação Física

Hoje no espaço universitário a produção do conhecimento precisa acontecer

pela via das redes de pesquisadores, buscando a valorização de grupos institucionais que facilitem a produção do conhecimento, assim as pesquisas na universidade devem privilegiar a constituição de grupos, onde docentes e pesquisadores questionem-se e façam suas discussões com os pares. Tem-se clareza que um dos mecanismos de visualização da produção científica docente está disponibilizada na Plataforma Lattes, criada pelo CNPq, um banco de dados onde estão disponibilizados os Currículos Lattes. Dentro desta base estão as informações sobre o processo de formação, o desenvolvimento da carreira, e a inserção dos docentes no Diretório de Grupos de Pesquisa do Brasil (DGPB). De acordo com o CNPq Grupo de Pesquisa se constitui num conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente, cujos fundamentos organizadores são, a experiência, o destaque e a liderança no terreno científico ou tecnológico, com linhas comuns de pesquisa e onde possam ser compartilhadas instalações e equipamentos. Buscou-se nesta pesquisa analisar a inserção dos docentes no DGPB considerando: a liderança de Grupo

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de Pesquisa; ano de criação do grupo; status do grupo; linhas de pesquisa; número de alunos e pesquisadores envolvidos; participação em outros grupos; indicadores de produção nos três últimos anos. Fizeram parte deste estudo 17 docentes, escolhidos intencionalmente, do Programa de Pós-Graduação, stricto sensu, da Escola Superior de Educação Física (ESEF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Tratou-se de um estudo descritivo do tipo análise documental, utilizando-se para análise o Currículo Lattes dos docentes, mais precisamente o DGPB. Os resultados apontaram para a existência de onze Grupos de Pesquisa, todos certificados pelo CNPq, tendo como líderes os docentes do referido Programa. Cabe ressaltar que dois grupos não estavam atualizados a mais de doze meses. Nestes grupos estão inseridos um número expressivo de estudantes e pesquisadores, acenando para uma provável disseminação da pesquisa e do conhecimento na área da Educação Física. Em relação aos indicadores de produção, analisando os três últimos anos, verificou-se que os docentes que possuem uma maior produção bibliográfica são aqueles que atuam como líderes e pesquisadores, demonstrando que a organização e as parcerias criadas pelos Grupos de Pesquisa tendem a alimentar as redes de conhecimento, e por fim aumentar a produção científica. Percebeu-se que a inserção nos Grupos de Pesquisa aumenta a produtividade docente e discente, contribuindo para a qualificação do Programa de Pós-Graduação da ESEF/UFPel, assim como para a formação profissional tanto dos docentes e quanto dos discentes. Ficou evidenciado, através da análise documental que embora o docente participe de grupos, ainda há dificuldades quanto ao registro nos diretórios, devido à falta de informações sobre a importância do cadastramento, não só para seu reconhecimento profissional, mas também como forma de qualificação do Programa em que estão vinculados. Constatou-se ainda que na ESEF/UFPel existe uma heterogeneidade em relação a produção bibliográfica dos professores. Confirmando que a organização e as parcerias criadas pelos Grupos de Pesquisa tendem a alimentar as redes de conhecimento, e por fim aumentar a produção científica. Foi possível perceber que os docentes da ESEF/UFPel, assim como em outras áreas de conhecimento, vivem as tensões da própria área, não raras vezes impregnada de corporativismo, acrescidas das tensões das demais áreas na luta por espaços e reconhecimento dos pares. Ressalta-se então a importância da participação docente e discente em Grupos de Pesquisa, o que poderá auxiliar para uma formação mais qualificada. Acredita-se que o cadastramento junto ao CNPq possa dar maior visibilidade ao conhecimento produzido internamente na Universidade, de forma que a comunidade externa, possibilitando trocas e o crescimento da área da Educação Física, assim como para dar uma maior visibilidade as pesquisas que estão sendo realizadas.

Palavras-chave: docente; diretório de pesquisa; ensino superior. E-mail: [email protected]

O voleibol na formação docente: algumas reflexões

Almeida, R.; Ferreira, L.

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Universidade Federal de São Carlos- UFSCar

A temática formação de professores de Educação Física passou a ser mais estudada após a década de 1980, ainda que o currículo em Educação Física tenha sido questionado, discutido e reformulado desde a criação de seu primeiro curso. As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de formação docente estão presentes no Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) 009/2001 e nas Resoluções CNE/CP 01 e 02/2002. Com tais legislações, os cursos de Licenciatura passaram a ter um currículo com projetos específicos que deveriam focalizar os problemas e as especificidades das diferentes modalidades da educação básica. Partindo do pressuposto que existem diferenças entre ensinar determinado esporte na escola se comparado a outros ambientes que não a escola como: clubes, escolinhas, equipes, etc, nos interessou investigar se houve alteração, de fato, no ensino das disciplinas esportivas, especificamente o voleibol, nos cursos de Licenciatura em Educação Física, tendo como “pano de fundo” as Diretrizes Curriculares Nacionais que orientam atualmente as Licenciaturas. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi analisar a disciplina voleibol em cursos de Licenciatura em educação física frente à legislação em vigor. A presente pesquisa foi pautada pela abordagem qualitativa, tendo analisado quatro Instituições de Ensino Superior (IES) do interior do Estado de São Paulo. As técnicas de coletas de dados adotadas foram: entrevista semi-estruturada, realizada junto aos docentes responsáveis pela disciplina voleibol nas IES analisadas; questionários aplicados para trinta e oito discentes que estavam cursando ou já haviam cursado a referida disciplina; e análise documental, via Plano de Ensino da disciplina. Os dados revelaram que as atuais legislações estão contribuindo para um discurso mais atento às questões escolares, tanto da parte dos docentes como dos alunos. Dois docentes tiveram contato profundo com as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais, quando reestruturaram o currículo das IES em que atuam, enquanto dois conhecem tais legislações de maneira superficial, o suficiente para responder às dúvidas dos alunos. Com relação ao ensino da modalidade, há indicativos, demonstrados pelas entrevistas e pela análise dos planos de ensino, de superação de um ensino genuinamente técnico-tático, mas mesmo assim tais elementos ainda são mais valorizados que aspectos históricos, políticos, filosóficos e sociológicos. A valorização desses elementos está relacionada às trajetórias de vida dos professores e à escassez de pesquisas sobre o tema, principalmente ao ensino do voleibol na escola, fatores esses que vão além da legislação ora em voga. Os professores entrevistados articulam a disciplina ao contexto escolar de acordo com o que eles consideram relevantes, visto que não há uma distinção clara, ou uma concordância de ideias na própria área sobre o que se ensinar na Licenciatura com relação ao voleibol. Boa parte dos alunos questionados (14 dos 38) não pretende atuar em escolas. Uma explicação pode ser que esses alunos se matriculam nos cursos de Licenciatura sem saber exatamente o que esta escolha significa em termos de atuação profissional.Por formar profissionais que atuarão sob a perspectiva da atual legislação, torna-se imprescindível que docentes que lecionam em cursos de formação de professores tenham o conhecimento da legislação vigente. O Ensino Superior no Brasil passa por um momento de experimentação das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais, e a

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Educação Física ainda busca a especificidade dos conteúdos a serem ensinados nos cursos de Licenciatura. O voleibol, por fazer parte dos conteúdos a serem ensinados tanto nos cursos de formação de professores de Educação Física como na Educação Física escolar, torna-se um importante objeto de investigação em prol da nossa compreensão/reflexão do ensino das disciplinas esportivas nestes espaços formativos.

Palavras-chave: Licenciatura em Educação Física; Formação de professores; Voleibol.

E-mail: [email protected]

Proposta de formação de professores-colaboradores na educação física para o acompanhamento do estágio curricular supervisionado

Benites, LC; Cyrino, M; Souza Neto, SS

UNESP-RIO CLARO

Observando a questão da formação inicial de professores e sua relação com a escola, percebeu-se a necessidade de olhar de maneira mais atenta para a questão do estágio supervisionado em função de sua grande importância para a constituição do ser-professor. Os professores-colaboradores, que se encontram no ambiente escolar e recebem estagiários, são imprescindíveis para a formação do futuro-professor em função de serem aqueles que acompanham os estagiários no lócal de trabalho. Neste contexto realizou-se um curso de extensão (universidade/secretaria municipal) para professores-colaboradores e outros professores de Educação Física, com o intuito de discutir, refletir e repensar aspectos da formação, como saberes, prática pedagógica e o entendimento sobre ser-professor, bem como sobre a co-responsabilidade pela formação de futuros professores. Desta forma, os objetivos do estudo foram: (a) apresentar a proposta de um curso de extensão para professores colaboradores; (b) analisar os pontos positivos e negativos dessa articulação; (c) identificar o processo de acompanhamento do estágio por parte de alguns professores; e (d) compreender como os professores entendem a noção de prática pedagógica e os saberes utilizados pelo “bom professor”. A opção metodológica foi pelo estudo exploratório, qualitativo, tendo como técnicas a fonte documental e a análise de conteúdo. Portanto foi utilizado como dados a análise do protocolo de avaliação sobre o desenvolvimento do curso de extensão, preenchido pelos participantes no que se refere aos blocos de questões abertas. Como resultado aponta-se que a proposta do curso foi vista pelos participantes como coerente, destacando-se entre os pontos positivos a questão das leituras que falavam sobre o ser professor e o exercício da profissionalidade, mini-cursos confeccionados ao longo do curso e trocas de experiências sobre o exercício docente. Os pontos negativos recaíram sobre a reestruturação e encaminhamento de algumas tarefas. Sobre o acompanhamento do estágio os participantes registram que se trata de um processo delicado não existindo uma formação “própria” para este tipo de situação, comentando sobre o comportamento do estagiário e não sobre o processo de intervenção ou preocupação com a formação. Assim

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entendeu-se também que esta proposta precisaria ser revista. No âmbito da compreensão dos conceitos, de maneira geral, o bom professor foi visto como aquele que agrega teoria, prática, experiências, faz auto-reflexão, domina a metodologias/conteúdos e se mantêm atualizado, considerando que seus saberes advêm de conteúdos da universidade, das experiências e vivencias; sendo prática pedagógica vista como a realização do cotidiano do professor. Como conclusão aponta-se que o curso se mostrou como uma iniciativa positiva no que diz respeito a formação de professores, numa dimensão continuada, apontando uma perspectiva reflexiva sobre as práticas, bem como ao processo de colaboração nos momentos do estágio curricular. Entre as propostas surgiu a necessidade de continuidade de trabalho na forma de outro curso ou de um grupo de estudo formado por professores, coordenadores pedagógicos, diretores, visando fomentar diretrizes para o estágio no que se refere a escola e professor colaborador.

Palavras chaves: educação física, formação de professores, estágio curricular supervisionado, professor colaborador.

E-mail: [email protected]

A construção dos saberes, sobre as práticas avaliativas na trajetória dos professores de educação física

Bermudes, R; Afonso, M; Ost, M

UFPel-Escola Superior de Educação Física

Introdução: Pensar em avaliação implica buscar um novo olhar sobre o paradigma dos testes, provas e notas, metodologias que privilegiam questões quantitativas, que ainda constituem-se no modelo padrão de avaliação seguido pela grande maioria das escolas. Libâneo (1994) afirma que a prática da avaliação nas escolas tem sido criticada, principalmente por reduzir-se à sua função de controle, preconizando o aspecto quantitativo. A função da avaliação, segundo Souza (1993, p.148) significa "diagnosticar qual a posição do aluno em determinado momento em relação aos objetivos fixados e por que tem ou não dificuldades de progredir". Portanto, se a proposta é diagnosticar a posição do aluno em determinado momento em relação aos objetivos fixados, a avaliação serve como instrumento de revisão do planejamento, o que significa revisar os conteúdos, a metodologia e a prática do docente, evidenciando a importante utilização da avaliação no processo de ensino e aprendizagem. De fato a avaliação se torna importante, visto que tem como objetivo mediar o ensino e a aprendizagem, porém os professores, em alguns momentos, não têm conseguido usar seus procedimentos de avaliação para atender a sua função educativa. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo geral investigar a trajetória das práticas avaliativas, a partir dos saberes, dos professores de Educação Física, das Escolas da Rede Municipal de Pelotas – RS, que estão inseridas no projeto de implementação do ensino fundamental de 9 anos de duração. Métodos: Foram entrevistados professores de Educação Física do Ensino Fundamental, das Escolas da Rede Municipal de Pelotas – RS, inseridas no projeto de implementação do ensino fundamental de 9 anos de

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duração. A pesquisa classificou-se como um estudo de caso, com utilização de entrevistas semi-estruturadas e a partir das análises de conteúdo foi realizada a construção de um cenário de vida de cada entrevistado, onde o professor era convidado a refletir e descrever sua trajetória. Resultados: e considerações finais Ao refletirmos sobre a construção das práticas avaliativas na trajetória dos Professores Entrevistados percebemos que a construção é a própria cultura avaliativa de cada um, visto que eles a utilizam com autonomia, articulando à prática, o seu estilo, seus conhecimentos, habilidades e atitudes. Concluímos que, os professores foram ao longo do percurso profissional construindo gradualmente a sua ação pedagógica, através da mobilização dos seus saberes; as estratégias de formação continuada, utilizadas pelos professores, aliada às vivências da formação inicial, às experiências anteriores a esta formação, juntamente com o que construíram até a fase atual possibilitaram aos professores as competências necessárias para o desenvolvimento de sua prática avaliativa. Foi possível detectar, também, que os professores apresentaram dúvidas e inseguranças na forma de avaliar, durante cada fase de sua carreira docente, visto que, as suas avaliações se ancoraram com sentimentos e emoções para avaliar, alterando a sua avaliação de formal para a informal, deixando-a mais suscetível a incertezas. Percebemos ainda que, os docentes estavam percorrendo o caminho certo, visto que, a partir de suas preocupações em mudar, transformar maneiras de melhorar a sua forma de avaliar, é que geram às suas construções, revelando que suas avaliações possuem uma finalidade, um sentido e uma forma. Então, a partir das construções da investigação fomos levados a interpretar cada história narrada, buscando compreender como que os saberes são construídos. Dessa forma percebemos que, as histórias de cada professor e seus saberes encontrados são a própria essência do saber, aliás, seu habitus é a essência do saber, saber-ser e saber-fazer. Seguindo essa linha, a essência do saber está presente dentro de cada professor, através de seu habitus docente, que deixa marcas e significados que ficam guardadas em nossa memória e ninguém consegue apagar. Através do seu habitus docente, que é a essência do saber-fazer de cada professor, eles ajudam a construir o conhecimento, para a edificação de um mundo repleto de descobertas entre professor, alunos, direção e comunidade escolar.

Palavras-chave: Avaliação; Práticas avaliativas; Saberes profissionais; Educação Física Escolar.

E-mail: [email protected]

Análise da formação docente e da atuação dos profissionais que lecionam a educação física na rede municipal de João Câmara – RN

Cardoso, F. T. F.; Soeiro, M. I. P.

UERN-Núcleo de João Câmara- Depto de Educação Física

A formação profissional nos cursos de graduação em licenciatura é parte de um processo importante para a atuação docente nas escolas de ensino básico, mas ainda encontramos em algumas regiões do Brasil professores apenas com

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a formação do magistério lecionando nas instituições escolares. No município de João Câmara no estado do Rio Grande do Norte a formação de professores de educação física para atuarem no ensino básico é recente, por muitos anos grande parte das aulas de educação física era ministrada pelos professores polivalentes. Apenas nesta década é que houve uma ampliação do número de docentes formados na área, isso devido à implantação no município no ano de 2004, do curso de licenciatura em educação física pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte através do Núcleo Avançado de Educação Superior e ao curso de licenciatura em educação física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte na cidade de Natal. Neste contexto, este trabalho objetivou analisar a formação profissional e verificar os saberes docentes que permeiam a atuação dos professores de educação física que lecionam no ensino fundamental II, nas duas únicas escolas da rede municipal da zona urbana e identificar as principais dificuldades enfrentadas na prática docente. Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa de método descritivo, e foi utilizada uma amostra não probabilística composta por quatro dos cinco docentes dessas instituições. Foi aplicado um questionário aberto com oito questões sobre formação docente, tempo de atuação, satisfação profissional, saberes presentes na formação e na atuação, condições de trabalho e dificuldades enfrentadas no exercício da docência. Ao serem questionados quanto ao tempo ministrando aulas de educação física as respostas variam de cinco a vinte seis anos de profissão. Em relação ao tempo de formação nos cursos de graduação em educação física as respostas variam de dois a dezesseis anos, todos já atuavam na área antes de obter a formação adequada para o exercício da função e apenas um não possui graduação em educação física, a sua formação para a atuação docente foi realizada no magistério. Quanto à satisfação com a profissão três professores estão satisfeitos com o exercício da docência, apenas um professor respondeu que está mais ou menos satisfeito com a profissão devido à baixa remuneração e as condições inadequadas de trabalho. Esse grupo reconhece que o suporte teórico oferecido pela formação acadêmica é extremamente relevante, já que ela ampliou o conhecimento da área e ofereceu suporte à prática cotidiana. E apenas um professor respondeu que a sua formação profissional foi razoável, mas que mesmo assim garantiu segurança a sua prática docente. Entre os conhecimentos mais importantes adquiridos na graduação, estão o funcionamento e os limites do corpo e os conhecimentos de Fisiologia. Já todos os saberes docentes, a ética, o domínio do conteúdo, a cinesiologia e o saber ensinar são considerados necessários para atuar na escola. E entre as principais dificuldades enfrentadas na atuação profissional está a insuficiência de material didático e esportivo, o espaço físico inadequado, o desinteresse dos alunos, a falta de compromisso de professores, do governo e da família com a educação, a falta de compromisso com o esporte e com a Educação Física e a falta de atualização e inovação dentro da escola. Pode-se concluir que os professores pesquisados passaram por um período de prática docente sem a formação adequada e específica para ministrarem as aulas de educação física na escola, mas quando tiveram oportunidade, foram em busca dessa qualificação e reconhecem que os conhecimentos adquiridos através dos cursos de graduação são importantes para a sua atuação profissional juntamente com os saberes docentes e que apesar dos problemas e

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dificuldades enfrentados no cotidiano escolar estão satisfeitos com o exercício da docência.

E-mail: [email protected]

Formação inicial de professores de educação física: saber, significado e memória da prática pedagógica, da docência e da orientação científica.

Ceregatto, L; Souza Neto, S

Unesp-IB-Depto de Educação

No Brasil, a partir dos anos 90, as pesquisas educacionais passaram a focalizar a prática docente e os saberes pedagógicos, pois eram temas pouco explorados, colocando em cena o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores (NÓVOA, 1999). Nesse contexto, o saber da experiência foi evidenciado como um saber próprio, influenciado por questões culturais e pessoais, originário do cotidiano e do meio vivenciado pelo professor, estudante ou professor iniciante. (TARDIF, 2002). Considerando o saber da experiência um desafio a ser investigado, buscou-se identificar no saber experiencial registrados nos agradecimentos de 150 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), os aspectos significativos desses fragmentos de histórias de vidas que apontam para o desenvolvimento pessoal e para o exercício profissional de professores e orientadores. Essa pesquisa foi realizada numa universidade pública do interior do Estado de São Paulo com os egressos do curso de Licenciatura em Educação Física. Metodologicamente optou-se por um estudo de natureza qualitativa, tendo como paradigma o construtivismo social e como técnicas a fonte documental (150 TCC), entrevista semi-estruturada (10 estudantes) e análise de conteúdo. Porém, neste trabalho estaremos apresentando apenas os dados da fonte documental no que se refere a parte destinada aos agradecimentos em função de termos encontrado nesse espaço micro-biografias reveladoras de um significativo período de formação. Entre os resultados observaram-se apontamentos relacionados às dimensões humanas (afetiva, social, moral, cognitiva e física) com destaque para três grandes categorias: orientadores, professores específicos e professor geral. Na categoria “orientadores” (referente aos professores que orientaram os TCC) observou-se nas descrições nuances de uma relação mestre-aprendiz, com destaque para ajuda, paciência, amizade - dimensão afetiva; orientação e ensino - dimensão cognitiva; conselhos, admiração - dimensão moral; conversas - dimensão social e massagem - dimensão física. Já na categoria “professores específicos” (essa categoria reporta-se a alguns professores que foram mencionados de maneira mais focal) foram encontradas características como: paciência, amizade, carinho - dimensão afetiva; ensinamentos, conhecimentos - dimensão cognitiva; conselhos, admiração - dimensão moral; convivências, conversas - dimensão social e massagem - dimensão física; enquanto que a categoria “professor geral” deu margem para apontamentos de natureza geral do perfil docente, como: amizade, paciência, ajuda - dimensão afetiva; conhecimentos, ensinamentos - dimensão cognitiva; compartilhar experiências, convivência - dimensão social e a todos que fizeram parte de

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minha formação - dimensão moral. Assim, dos resultados pode-se perceber que na questão da dimensão afetiva tende a prevalecer na relação do estudante com os orientadores e/ou professores os elementos de afetividade, bem como de postura, moralidade, nos remetendo a aquilo que Contreras (2002) denomina de “obrigação moral” no exercício da profissionalidade docente. A obrigação moral abarca o comprometimento do professor com o desenvolvimento dos alunos enquanto pessoas. Com relação a dimensão cognitiva e dimensão social valorizaram-se tanto a “competência profissional” como o “compromisso com a comunidade” presentes no exercício da profissionalidade docente, pois parte-se do pressuposto de que educar não é um problema da vida particular dos professores, mas, trata-se de uma ocupação socialmente encomendada. Portanto, elas requerem do professor uma competência profissional e esta significa mais do que o saber fazer e inclui a obrigação moral e o compromisso com a comunidade (CONTRERAS, 2002). De modo que esse profissional para ser competente prescinde, além da competência técnica, um conjunto de saberes que são necessários para que o ato de ensinar seja uma prática social. Portanto, percebemos que os resultados apontam que em termos de perfil profissional, valoriza-se tanto nos orientadores como nos professores (geral e específico) o exercício da profissionalidade docente composto pela obrigação moral, compromisso com a comunidade e competência profissional, parecendo-nos fundamental o reconhecimento de uma prática docente afetivo-moral como portadora de aprendizagens significativas. Palavras-chave: Formação Inicial, Orientação, Docência.

Apoio Trabalho: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo E-mail: [email protected]

Educação a distância: formação em Educação Física

Corrêa, EAC NEPEF - Unesp Rio Claro; Faculdade Anhaguera Bauru; FAEFI - Barra

Bonita

No mundo contemporâneo observamos o avanço do uso das tecnologias em favor do processo educacional, entre eles a Educação a Distância (EaD), mediadas por diferentes meios de comunicação, principalmente, a internet. A fim de acompanhar o avanço das novas demandas e características sociais, culturais e econômicas algumas Instituições de Ensino Superior (IES) oferecem cursos de graduação, extensão, especialização, entre outros, na modalidade à distância. Assim, na perspectiva educacional, o presente estudo visa analisar a formação profissional em Educação Física no âmbito da EaD. A metodologia adotada foi do tipo qualitativa, combinando a pesquisa bibliográfica e de campo. No que se refere à pesquisa bibliográfica, desenvolveu-se a partir da seleção e aprofundamento de textos que tratam da temática. Na pesquisa de campo, utilizou-se o estudo exploratório por meio da internet, no qual realizou-se um levantamento por meio do Google (site de busca) com as palavras “EaD Educação Física”, identificando, a princípio nesta fase, 07 (sete) IES que

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ofereciam o curso de formação profissional em Educação Física com características a distância. Após essa verificação, houve a “visita” aos sites (endereços eletrônicos) das IES com o intuito de averiguar informações acerca do curso em questão, na modalidade EaD. Neste levantamento prévio foram verificados os seguintes aspectos: o curso de formação em Educação Física à distância é oferecido em regime parcial, aproximadamente 50%; de acordo com os sites, a EaD visa atender as necessidades de um determinado público que busca qualificação profissional associada à flexibilidade de horários e locais de estudo; como se dá a organização dos momentos presenciais do curso; quais são as ferramentas de comunicação utilizadas como, por exemplo, correio eletrônico, salas de bate-papo e fóruns, biblioteca virtual etc.; quais seriam as “dicas” para ser um estudante em EaD (ter acesso à Internet, equipamento adequado para a participação nos cursos a distância, ter conhecimentos básicos de Informática, ter flexibilidade e adaptação a novas ideias). Tendo em vista os primeiros resultados apresentados pela pesquisa, buscar-se-á, a partir desse estágio, a identificação e a análise aprofundada sobre os objetivos do curso, perfil do egresso, relacionamento entre professores ou tutores e alunos, metodologia, grade curricular, avaliação, entre outras possibilidades.

Palavras-chave: Educação a Distância. Formação. Educação Física. E-mail: [email protected]

Reestruturação curricular dos cursos de licenciatura: depois das diretrizes de formação de professores, um novo perfil profissional?

Fuzii, FT; de Souza Neto, SS

UNESP/Rio Claro

No começo do século XXI, no Brasil, foram lançadas as novas diretrizes que balizaram a formação inicial de professores (BRASIL, 2001, 2002) dando uma configuração aos cursos de licenciatura. Com esses normativos legais pode-se entender que na formação de professores foram valorizados os chamados saberes curriculares, disciplinares, profissionais e experienciais (TARDIFF, 2002) ao mesmo tempo que assumiu características que identifica a docência como profissão (FREIDSON, 1998). Deste modo, o objetivo desse trabalho foi identificar em seis cursos de licenciatura de uma universidade pública como foi proposto o perfil profissional (perfil de professor) após a reestruturação curricular motivadas pelas novas diretrizes de formação de professores. Para atingir tal finalidade usamos como metodologia a pesquisa de natureza qualitativa do tipo Construcionismo Social, tendo como técnicas fonte documental (seis projetos pedagógicos – Matemática, Física, Geografia, Ciências Biológicas, Educação Física e Pedagogia), entrevistas semi-estruturadas com os seis coordenadores de curso no momento da reestruturação e análise de conteúdo acompanhada de uma atitude critica na discussão dos dados. Dentre os principais resultados se destaca que os cursos de Matemática, Física e Geografia não definem claramente o perfil desse professor a ser formado, entretanto são enfáticos ao expressarem que se trata de formar um profissional com domínio dos conteúdos de sua área de

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conhecimento. Por sua vez o curso de Ciências Biológicas aponta como premissa em formar o educador, um educador que tenha como responsabilidade a formação do cidadão norteada por referenciais éticos. Já o curso de Educação Física entende que a docência é a base obrigatória de sua formação e identidade profissional, com conhecimentos do campo da Educação Física e da educação formal, assim como o curso de Pedagogia que aponta a formação docente como o eixo norteador do projeto pedagógico, formando profissionais que irão atuar na docência na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental. Após traçar os resultados, cabe uma discussão que aponta para três modelos de licenciatura quando olhamos para perfil profissional. Um modelo (Matemática, Física e Geografia) que se baseou num profissional com domínio do conteúdo similar ao que Saviani (2009) chama de modelo dos conteúdos culturais-cognitivos; um modelo que tem a formação do educador onde fica a pergunta “se dentro dessa ideia se identifica o educador poder-se-ia perguntar: onde está o professor?”; e, por fim, os cursos de Educação Física e Pedagogia que conseguem delinear com nitidez quem é o profissional que deseja formar, ou seja, tem a docência como a base da identidade desse profissional. Ao falar dessa identidade profissional Pimenta (1997) lembra que num processo de formação a construção de uma identidade profissional passa pelos saberes constitutivos dessa profissão como a experiência, o conhecimento específico e o saber pedagógico. Em outras palavras, isso quer dizer que um curso de formação inicial de professores deve estar atenta aos saberes docentes, o que Tardiff (2002) define como um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais. Finalizando, destacam-se como considerações finais, os cursos de Pedagogia e Educação Física têm clareza que seus cursos têm na docência a base de suas identidades profissionais. Entretanto, desvela-se que as novas diretrizes de formação de professores não foram suficientes para que a Matemática, Física e Geografia delineassem o perfil profissional pensando a docência ou que o curso de Ciências Biológicas identificasse o professor e não apenas o educador no seu projeto pedagógico. Portanto, é necessário que os cursos de licenciatura, formação de professores, não percam de vista o objetivo de se formar para a docência, valorizando esse profissional que possui um corpo de conhecimentos específicos para desenhar novos projetos pedagógicos e perfis profissionais.

Palavras-chave: Formação de Professores, professor, perfil profissional, docência.

Apoio Trabalho: Bolsa Cnpq/CAPES E-mail: [email protected]

Ensino dos esportes de aventura em instituições de ensino superior na cidade de Maringá – Paraná

Gomes de Oliveira, C.; Gomes de Assis Pimentel, G.

UEM - GEL - Deptº de Educação Física

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As atividades de aventura e, mais especificamente, os esportes de aventura (em ambiente natural ou urbano) apresentam diferencial motriz, volume de pesquisas, quantidade de praticantes e diversidade de modalidades suficientes para esse conteúdo ser tratado na formação inicial em Educação Física. Considerando que os esportes de aventura passaram a constituir-se como mercado e conhecimento da área, este texto apresenta a experiência de implantação de atividades de ensino ligada à aventura em duas instituições de ensino superior na cidade de Maringá estado do Paraná: CESUMAR e UEM. O objetivo deste relato de experiência é abordar a maneira como essas duas instituições de ensino superior desenvolvem essa temática. Na UEM, as atividades tiveram precedente na disciplina Lazer e Recreação (hoje Teorias do Lazer) e por meio da atuação do Grupo de Estudos do Lazer (GEL), que desenvolve pesquisas acampamentos temáticos e escolas de iniciação à escalada em parede e skate (permitindo aos voluntários na extensão, o contato com a prática de ensino da aventura esportiva). Atualmente, no currículo, são ofertadas duas disciplinas optativas, denominadas: “Esportes terrestres de aventura” e “Lazer e natureza”. Esta discute as atividades na natureza (acampamentos, visitas ao meio, educação ambiental, esportes na natureza), tratando das técnicas e fundamentos da animação sociocultural sobre ou no meio natural. Já o conteúdo de Esportes trata das principais práticas (Skate, Orientação, Escalada) e das estratégias de intervenção por meio desses conteúdos no contexto do lazer e da escola. Tais disciplinas (2 horas semanais) são oferecidas desde 2009, sendo que na sua avaliação para obtenção das notas periódicas, os alunos desenvolvem uma apresentação de seminário, uma prova escrita e uma avaliação final com uma prova escrita sobre o conteúdo das referências básicas da disciplina. Na instituição privada, CESUMAR, a abordagem acontece por meio de uma disciplina denominada “Esportes radicais e de aventura” sendo que o enfoque principal acontece no arvorismo, esportes radicais na água, rapel, escalada, skate, bungee jump e os esportes radicais no ar. A disciplina foi implantada no ano de 2010 tendo (2 horas semanais). Os alunos passam por uma avaliação teórica que compreende uma prova escrita dos textos trabalhados no bimestre e trabalhos de pesquisa propostos e na avaliação prática os alunos organizam um evento esportivo. Pode-se observar que as duas instituições já desenvolvem eventos de forma conjunta através da intermediação do GEL e, assim, os alunos podem de ambas IES podem desenvolver o Estágio obrigatório do bacharelado nas “escolinhas” de skate e escalada (considerados educação não-formal). Essas iniciativas visam a formação para o campo da aventura, seja tratando do conhecimento sistematizado (pelas disciplinas), na produção de trabalhos (linha específica no grupo de pesquisa) ou mesmo aprofundando esse conhecimento na práxis (os estágios). Conclui-se que essas ações desenvolvidas pelas IES desempenham papel fundamental na formação e qualificação desse profissional que está sendo solicitado pelo novo mercado, com um perfil inovador na busca de preencher os espaços deixados pela Educação física formal.

Palavras-chave: Esportes, aventura, formação. E-mail: [email protected]

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Grupo de estudos do lazer: 10 anos de contribuição à formação humana

Gomes de Oliveira, C.; Ricardo Cássaro, E.; Gomes de Assis Pimentel, G. UEM - GEL - Deptº de Educação Física

O objetivo ampliado deste trabalho é afirmar a importância dos grupos de

pesquisa para a formação, tendo como estudo de caso a história do Grupo de Estudo do Lazer (GEL). O GEL iniciou suas atividades em março de 2000 no Centro Universitário de Maringá (CESUMAR), com a abertura do curso de Educação Física naquele ano. O enfoque inicial era a questão da atuação profissional e das práticas de lazer da população, tendo trabalhos variados, que iam do lazer da comunidade nipo-descendente até a recreação em eventos. Uma das dificuldades foi criar uma cultura de pesquisas, pois a presença de alunos do primeiro ano exigia uma formação suplementar para as questões acadêmicas. Posteriormente, o GEL passou a integrar os acadêmicos dos cursos de Psicologia e Turismo/Hotelaria, abordando questões pertinentes à atuação na Recreação e Lazer no turismo rural, além de uma intervenção sistemática sobre a formação do profissional e sua atuação no campo do lazer. A busca da sistematização dos conhecimentos advindos da práxis, ligadas a temáticas pontuais foi o foco dos trabalhos entre 2000-2004. A partir de 2004, o grupo se transfere para a Universidade Estadual de Maringá, absorvendo mais duas temáticas: a aventura; e o lúdico. Também nesse período se intensificam as pesquisas sobre políticas de gestão dos espaços para o lazer e a atuação profissional, especialmente na formulação de procedimentos de intervenção. Entretanto, o período entre 2004-2007 é marcado pela inconsistência das atividades por um erro estratégico: enquanto o coordenador realizava o doutorado sem licença da UEM, os temas foram ampliados, perdendo o foco do grupo. A partir de 2007, o GEL se reorganiza a partir da realidade da fragmentação da formação inicial entre licenciatura e bacharelado, havendo predominância de participantes discentes interessados em temáticas não-escolares. Nesse terceiro período da história do grupo, os participantes já possuem amadurecimento para conduzirem o GEL como integrantes ativos (o coordenador deixa de ser o ator do processo e passa a exercer, de fato, a coordenação), importando o modelo dos PET em termos de organização interna. Nesse período aumenta a presença de egressos, reforçando a maturidade e a interação do grupo com o mercado de trabalho. Simultaneamente, começam a participar alunos do Mestrado; e editais (Rede CEDES, Fundação Araucária, CNPq Universal, PIBIC) trazem recursos para a realização das pesquisas. Assim o GEL possui duas linhas de pesquisa: a primeira na Formação e Atuação Profissional e a segunda relacionada às Práticas Corporais de Aventura. Esse é o estágio atual do grupo, o qual possui alunos bolsistas, alunos iniciantes, profissionais (do campo da recreação e lazer, tanto em hotéis, empresas e escolas) e docentes universitários (de outras IES) realizando mestrado. Com isso há perspectiva de longevidade, com autonomia dos participantes. Ainda assim, a realidade deste e de muitos grupos de pesquisa é dependente da existência de seus coordenadores e estes, de suas IES. O grupo de pesquisa, embora seja focado para a produção de conhecimentos, possui um período crítico que diz respeito especialmente à formação dos recursos humanos, sendo variáveis importantes: o apoio

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institucional, a tradição de pesquisa na IES, a quantidade de pesquisadores, e a formação do(s) coordenador(es). São indícios da consolidação do grupo: a publicação coletiva, os participantes assumem e buscam responsabilidades, externamente se identifica o grupo e não mais o coordenador, os egressos retornam ou permanecem; as pesquisas são financiadas e há integrantes bolsistas convivendo com outros voluntários. Enfim, um grupo se consolida quando de sua institucionalização, com uma tradição autodeterminada, consentida e buscada entre seus integrantes. Diante deste quadro, ainda são desafios realizar pesquisas em rede e trabalhos longitudinais. Considerando o estudo deste caso, traçando um paralelo com os demais grupos no lazer, se evidencia a necessidade de realizar intercâmbios entre os grupos, a fim de potencializar seus recursos para produção de excelência, considerando especialmente o impacto que a consolidação dos grupos de pesquisa tem para a formação diferenciada de recursos humanos.

Palavras-chave: Lazer, Formação; Grupos de pesquisa. E-mail: [email protected]

Reflexão coletiva e partilhada no processo de formação permanente em educação física

Henrique da Silva, M; Pontes Junior, J; Martins, R

UFC - IEFES - Instituto de Educação Física e Esportes

Formação Permanente vinculada a processos de transformação, subsidiada pela busca constante pelo ‘ser-mais’ do professor por meio do fortalecimento da politicidade do ato formativo, capaz de viabilizar e estabelecer relações de parceria, cooperação e propiciar processos de reflexão que potencializem a re-descoberta de si, pela pesquisa da própria prática e, da trajetória de vida e formação, não é mera utopia ou mesmo esperança vã, é uma realidade que pode e precisa acontecer para renovar o que vimos chamando de formação continuada. Optamos pela expressão formação permanente, em contraposição a formação continuada, porque configura a idéia de constante continuidade, durabilidade, permanência, amplitude e se insere como elemento de qualificação profissional, para o aprimoramento dos professores em sua prática pedagógica e suas funções como docentes (Imbernón, 2009). Nesta pesquisa ao propor como objetivo analisar as contribuições que os professores atribuem à reflexão coletiva e partilhada no e para o processo de formação permanente em Educação Física - EF, apontamos possibilidades para novos pensares e fazeres no cenário formativo, corroborando com o anuncio de mudanças possíveis para agir-caminhar na direção de re-apreender a formação como um processo de transformAção permanente. A perspectiva metodológica que se utilizou para o desenvolvimento da pesquisa e, para melhor definição dos instrumentos de investigação, foi o enfoque qualitativo, tendo em vista a pertinência do mesmo para sua realização. O tipo de estudo que nos propomos seguiu o caráter descritivo. Assim, buscou-se analisar os resultados das contribuições da reflexão coletiva e partilhada para professores em processo de formação permanente, trabalhando com o universo dos significados e

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valores atribuídos pelos mesmos, e dando sentido às ‘falas’ dos interlocutores envolvidos, dando-lhes visibilidade, características pertinentes ao estudo qualitativo (Bogdan e Biklen, 1982). O percurso empreendido para o trabalho de investigação, a práxis da pesquisa, ocorreu nos moldes da pesquisa-ação-engajada (Barbier, 1985; Brandão, 1999; Figueiredo, 2004; Thiollent, 2004), subsidiado pela Perspectiva Eco-Relacional, abordagem epistemo-metodológica que fundamenta o curso de formação. A opção por este tipo de pesquisa se fez necessário em virtude das intencionalidades do estudo que direcionavam para uma abordagem que pensasse os envolvidos como autores-aprendentes-participantes. A dinâmica da pesquisa foi realizada no contexto dos encontros dos módulos II e III do curso de formação, no formato de extensão, intitulado: tecendo saberes em movimento para o ensino da educação, que vem sendo desenvolvido no Instituto de Educação Física e esportes- IEFES da Universidade Federal do Ceará. O grupo investigativo foi composto por 36 professores de Educação Física Escolar do município de Fortaleza-Ce. A análise dos resultados teve por base os materiais advindos das produções dos participantes, das observações interativas e do questionário aplicado, utilizando-se a técnica de análise temática para determinação de categorias. Como resultados, tecemos três categorias de análise que indicam que a reflexão coletiva e partilhada no processo de formação permanente permite: 1) aprender com a experiência ou história de vida do outro na partilha da própria história; 2) Reconhecer-se e transformar-se na escuta da própria história; 3) vivenciar uma importante prática para repensar a própria história. Constatamos que os professores na busca em significar a reflexão coletiva e partilhada atribuem à mesma a potencialidade para a redescoberta de si, quando demarcam como principal significado aprender com o passado para superá-lo e projetar o futuro e, apontam ainda a relação entre o passado e a aprendizagem para a prática docente no presente. Acreditamos que a reflexão coletiva que pode ser vivenciada em processos de formação permanente permite a tomada de consciência das aprendizagens experienciais e da constituição de projetos pessoais, profissionais, sociais, com vistas ao futuro e à implementação de mudanças, pois como humanos trazemos o potencial de nos trans-formarmos permanentemente. É importante ainda destacar o potencial transformador advindo da consciência reflexiva sobre as experiências para o processo formativo, que permite repensar idéias cristalizadas, superar o modelo meramente reprodutivista de formação, abrindo-nos a inovações.

Apoio Trabalho: CAPES E-mail: [email protected]

Constituição do grupo-aprendente no processo de formação permanente de professores de educação física

Henrique da Silva, ME

Universidade Federal do Ceara - UFC - Instituto de Educação Física e Esportes - IEFES

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Este trabalho apresenta reflexões para pensar a formação permanente de professores de educação física associada a uma perspectiva crítica, dialógica e relacional. Historicamente, sabemos que em geral, a oferta de programas de formação permanente é vivenciada de forma descontextualizada da realidade escolar, sem levar em conta os interesses e necessidades dos professores e de suas práticas, e proposta por ‘experts’ em assuntos educacionais que se apresentam com a intenção de ofertar solução para todos os problemas porque passam os professores em suas ações. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar os contributos da constituição do grupo-aprendente para o processo de formação permanente de professores de educação física escolar, para identificar os limites e as possibilidades que esta constituição oferece. A abordagem metodológica da pesquisa seguiu o enfoque qualitativo, com caráter descritivo (Bogdan e Biklen, 1982). O principal lócus da investigação foi o curso de formação e qualificação docente ‘Tecendo Saberes em Movimento para o ensino da educação física’, que vem sendo desenvolvido, em formato de curso de extensão, pelo Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza. Este curso aponta como diferencial, a utilização da Perspectiva Eco-Relacional (Figueiredo, 2003), uma proposta epistemo-metodológica que fundamenta seus princípios com vistas a superar o velho paradigma da formação cartesiana, cognitivista, conteudista, colonializante e opressora. Esta proposta Inclui como fundamento da práxis formativa a lógica eco-relacional, contextualizada, descolonializante, experiencial, crítica e reflexiva (Figueiredo, 2008). Os colaboradores desta pesquisa foram os 45 autores-aprendentes que participam do curso de formação permanente. Para a realização do trabalho de campo, utilizamos como técnica de coleta de dados a aplicação de 02 questionários com questões abertas, anotações no diário de campo e análise dos trabalhos desenvolvidos pelos professores ao longo dos três módulos do curso que tinham por objetivo a constituição do grupo-aprendente. A técnica de análise temática foi utilizada na determinação de categorias para levantamento dos resultados, que nos conduziram a três categorias que indicam que a constituição do grupo-aprendente no processo de formação permanente potencializa: 1) a formação colaborativa e significativa; 2) a aprendizagem relacional; 3) a valorização dos diferentes saberes e modos de ler a realidade. Verificamos que os professores reconhecem a pertinência e relevância de um projeto de formação permanente que se tece de modo compartilhado, colaborativo, parceiro e que considera os saberes que os mesmos trazem. No que tange aos limites de constituição do grupo-aprendente, destaque se faz para a dificuldade de vivenciar a escuta, o respeito ao outro e diversidade de idéias e pensamentos apresentados pelos autores-aprendentes, visto não estarem habituados a processos formativos nos quais tenham uma participação efetiva e não apenas como meros expectadores. As possibilidades apresentadas nos levam a compreensão de que a formação permanente relacional viabiliza que os professores sejam autores de seus percursos formativos, potencializando-os a uma aprendizagem parceira e colaborativa, na qual a reflexão sobre suas práticas permite possíveis reconfigurações e novas leituras acerca dos modos como percebem suas ações e práticas pedagógicas. É possível concluir que a constituição do grupo-aprendente contempla uma experiência inovadora e exitosa para a

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formação permanente de professores, que supere os modelos mecanicista, subalternizante, reprodutivista, e de transmissão de conteúdos e técnicas descontextualizadas e que não levam em conta as necessidades das práticas educativas dos professores. Esta proposta colabora para uma perspectiva crítica, contextualizada, dialógica, reflexiva, que inclui e valoriza a dimensão afetiva, o aspecto relacional, coletivo, participativo e partilhado de conhecimentos, saberes e experiências no projeto formativo.

Apoio Trabalho: CAPES E-mail: [email protected]

Opinião de alunos-estagiários de licenciatura em educação física sobre os estágios curriculares obrigatórios

Iza, D. F. V.; Ramos, G. N. S.

UNICEP - Depto. de Educação Física Os licenciandos ao entrarem em contato formal com a realidade das escolas

públicas, através dos estágios curriculares obrigatórios, se deparam com várias situações que explicitam aspectos positivos e/ou negativos tanto da prática profissional docente quanto da organização/realização do estágio propriamente dito. O distanciamento entre a universidade (formação inicial) e a escola (intervenção profissional) que muitas vezes identificamos durante o nosso trabalho como professores de estágios em Educação Física foi motivador para esta pesquisa, que teve como objetivo investigar como o aluno do curso de licenciatura em Educação Física compreende a disciplina estágio em sua formação profissional. Para tanto, um questionário estruturado com questões abertas e fechadas foi aplicado aos vinte alunos regularmente matriculados no oitavo semestre do curso noturno de Licenciatura em Educação Física de uma universidade pública do interior do estado de São Paulo. Todos os sujeitos participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido concordando em participar do estudo. Os dados coletados foram analisados qualitativamente e três categorias de análise foram construídas: a) CARACTERIZAÇÃO DO ALUNO-ESTAGIÁRIO: a idade dos participantes variou de 21 a 31 anos, dos quais 13 (65%) foram mulheres e 7 (35%), homens. 85% (17) haviam participado ou participavam de algum projeto de extensão e/ou grupo de estudos dentro da instituição universitária. Apesar de ainda não serem formados 55% (11 alunos) afirmaram já terem tido alguma “experiência docente” ao longo da formação inicial, sendo que esta variou de 2 a 24 meses, em instituições escolares e não-escolares, públicas e particulares. Oito sujeitos (40%) disseram que não possuíam experiência docente e 1 (5%) não respondeu; b) ESTÁGIOS CURRICULARES OBRIGATÓRIOS: sobre a sua importância, 18 alunos (90%) a enfatizaram através de afirmações relacionadas ao conhecimento da realidade educacional, suas dificuldades e forma de agir docente bem como o confronto entre teoria (característica da universidade) e prática (intervenção profissional). 1 aluno (5%) disse serem importantes, porém, cansativos, pouco participativos e que teve uma desilusão ao conhecer a realidade e 1 aluno (5%) respondeu não ser importante, pois

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“não é possível aprender sobre a atuação do professor, pois cada realidade é diferente e não existem somente escolas públicas”, tecendo uma crítica à limitação dos estágios às escolas públicas; c) RELAÇÃO ENTRE ESTÁGIOS E DEMAIS DISCIPLINAS DO CURSO: além de terem indicado prioritariamente as disciplinas de orientação pedagógica específicas deste curso de graduação em Educação Física, apontam (90%) para suas relações com os estágios curriculares obrigatórios: “se discute muito a situação do ensino de Educação Física em todo o curso, porém, nas disciplinas citadas a discussão é mais direcionada” ou “elas ajudam dando a base teórica para a prática nos estágios, além de solucionar possíveis problemas durante os estágios”. E algumas críticas: “chegam a ser repetitivas, falam sobre as criticas à educação, como planejar aulas e as necessidades das escolas, porém, falta falar sobre como resolver os problemas que vemos nos estágios”. Além da importância e da distinção entre o que aprendem na universidade e o que acontece nas escolas, os sujeitos pesquisados indicaram a necessidade de os estágios curriculares obrigatórios serem mais dinâmicos já que possuem “carga horária extensa” e, muitas vezes, as aulas nas escolas “são sempre iguais, repetitivas”, apontando para um equilíbrio entre a carga horária de observações, participações e regências exigida nos estágios do curso pesquisado. A partir da realização deste estudo, entendemos que as críticas dos alunos sobre os estágios curriculares obrigatórios, relacionadas às disciplinas do curso, são fundamentais para que eventualmente os docentes revejam conteúdos e estratégias, porém, percebemos ainda uma expectativa instrumental e mecânica destas no que se refere às complexas e singulares situações características da prática profissional. Com isso, a participação em projetos de extensão e a “experiência docente” durante a formação inicial são importantíssimas e significativas para o aluno-estagiário, pois proporcionam contato efetivo com as diferentes realidades profissionais, bem como aproximações com as questões que envolvem a práxis pedagógica, podendo favorecer maior consciência sobre as possibilidades do trabalho docente na escola.

E-mail: [email protected]

Formação Inicial em educação física: foco nas 400 horas de estágio curricular supervisionado

Montiel, FCM; Pereira, FMP; Afonso, MRA

Instituto Esporte & Educação O Estágio Curricular Supervisionado (ECS) é um componente curricular

importante na formação inicial do professor. Com a Resolução 02/2002 do Conselho Nacional de Educação – Conselho Pleno (CNE/CP) este componente sofre modificações em sua carga horária. Anteriormente o ECS tinha 300 horas e atualmente são 400 horas, um aumento expressivo de mais de 30% na carga horária em relação à antiga legislação. Este trabalho origina-se a partir da dissertação de mestrado sobre o impacto das 400 horas de ECS nos cursos de Licenciatura em Educação Física (EF) do Rio Grande do Sul (RS). O estudo foi

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realizado a partir das mudanças curriculares decorrentes da Resolução CNE/CP 02/2002, em relação ao ECS. Buscou-se analisar a configuração do ECS nas Instituições de Ensino Superior (IES) que possuem curso de Licenciatura em EF. Participaram deste estudo todos os criados até 2000 e que, no passado, tiveram ECS com duração de 300 horas. Entre os objetivos do estudo estavam: verificar o impacto das 400 horas de ECS; identificar os problemas evidenciados na operacionalização desta carga horária; analisar se as mudanças foram positivas ou negativas na visão dos coordenadores de curso e os professores orientadores de estágio. A análise documental serviu como método de investigação do projeto pedagógico de curso e grades curriculares das IES. Utilizaram-se questionários como forma de coleta de dados, afim de abordar os coordenadores de curso e professores orientadores de estágio. Os resultados demonstram que a partir da Resolução CNE/CP 01/2002, a qual instituiu as diretrizes curriculares nacionais para os cursos de Licenciatura e da Resolução CNE/CP 02/2002, os cursos apresentam um maior equilíbrio entre teoria e prática, assim como uma preocupação em organizar seus currículos de forma a atender as exigências destas Resoluções. Outro fator importante identificado foi a elevação quantitativa de carga horária e a vinculação objetiva com a realidade escolar, evitando, como anteriormente, que os estudantes, somente no último semestre letivo, tivessem contato com a escola. Os coordenadores e professores acreditam que, com o ECS a partir da metade do curso, o aluno passe por experiências mais diversificadas e, ao final de sua formação inicial, sinta-se mais preparado para atuar na escola, com mais vivências, além de uma prática baseada na teoria. Embora as estruturas curriculares, da metade dos cursos estudados, não apresentem mais pré-requisitos para a realização do ECS, há um encaminhamento pedagógico para que o aluno esteja preparado ao ingressar na escola. Outro fator salientado é que ainda há a necessidade de uma maior parceria entre escola e universidade, onde todos trabalhem juntos para a formação do futuro professor de EF. É indispensável o estreitamento da relação entre as intuições, uma maior colaboração do professor da escola na formação inicial do estagiário e uma boa relação entre professor universitário e professor da escola, para que a vivência do ECS aconteça de forma tranquila dentro do processo de formação inicial. Verificou-se a partir dos questionários que os maiores impactos percebidos pelos coordenadores de curso e professores orientadores estão relacionados com: o grande número de estudantes em situação de ECS nas escolas, dificultando o atendimento a estes por parte dos professores e maior contato com o ambiente escolar, possibilitando ao estudante uma maior vivência e aprendizagem de sua futura profissão. O estudo conclui que apesar dos problemas evidenciados em relação ao ECS, detecta-se uma tentativa em qualificar mais este momento da formação. Os professores estão preocupados com seus alunos e estágios e com a relação que deve ser estabelecida entre universidade e escola - fundamental para na formação inicial, já que os estudantes estão em processo de construção de uma identidade profissional. Entende-se que mudanças implicam processos, os quais levam certo tempo para sua concretização. Mesmo assim, a partir das alterações estabelecidas pelas Resoluções citadas, já foram percebidas mudanças positivas nos ECS dos cursos de Licenciatura em EF. Estas alterações são positivas na medida

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em que indicam o ideário, que, no caso, seria a interação entre teoria e prática nos cursos de formação de professores de EF do RS.

Palavras-chave: educação física; estágio; formação. E-mail: [email protected]

A Extensão Universitária e suas implicações para a formação do professor de Educação Física que atua na escola

Nozaki, J. M.; Ferreira, L. A.

Unesp-IB-Pós-graduação em Ciências da Motricidade/Formação Profissional A formação de professores é um assunto muito discutido nos últimos

tempos, devido à grande dificuldade dos futuros docentes em relacionar: a teoria com a prática, a refletir sobre a docência, a trabalhar em grupo, dentre outras questões. Neste sentido, ela tem despertado um interesse grande por parte dos pesquisadores. Uma significativa parte dessas recentes investigações tem apresentado as limitações tanto da formação inicial quanto da formação continuada, indicando novos rumos formativos. A partir dessas preocupações e visualizando outras perspectivas de análise, interessa-nos saber se as vivências da formação inicial proporcionadas a futuros professores de Educação Física, por um específico projeto de extensão universitária, resultaram em aprendizagens para eles que, hoje, atuam como professores de Educação Física na escola. A extensão universitária é reconhecida como uma das funções que compõe um dos pilares da universidade e tem assumido, no decorrer da história, diferentes concepções teóricas e ideológicas. Ao longo das últimas décadas, a extensão universitária tem se consolidado enquanto espaço de aprendizagem reconhecido institucionalmente pela academia. Assim sendo, este estudo teve como objetivo analisar as implicações do projeto de extensão universitária “Ensinando e Aprendendo Handebol” na formação/atuação do professor de Educação Física que atua em escolas. Participaram deste estudo seis professores que, no período da graduação, foram estagiários do projeto de extensão já citado. A referência metodológica se pautou por uma pesquisa qualitativa, que utilizou o questionário como técnica de coleta. Após intensa leitura dos dados coletados e da articulação desta com a revisão de literatura relacionada à formação docente e à extensão universitária, o material foi organizado em cinco categorias de análise, a saber: 1) Organização e construção da prática pedagógica; 2) Aprendizagens do trabalho em grupo; 3) Aprender a ensinar handebol; 4) Dinâmicas de trabalho e reflexões formativas e 5) Experiências levadas para o cotidiano escolar. De um modo geral, os dados destacaram que os professores aprenderam: a elaborar planos de aulas e a pensar em cada aula; a ouvir, trocar experiências, elaborar aulas em conjunto, a discutir e refletir sobre a prática, a desenvolver a responsabilidade, o compromisso e a trabalhar com o outro; a ensinar o handebol conhecendo e aprimorando os seus conhecimentos, aprendendo estratégias, desenvolvendo envolvimento e segurança para trabalhar com a modalidade na escola; dinâmicas de trabalho e reflexões formativas que proporcionaram o primeiro contato do professor com o aluno, a expor o

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objetivo, a oferecer feedback na aula, a fazer avaliação diagnóstica, a lidar com questões imprevisíveis, a ter uma visão mais crítica, a criar estratégias dinâmicas e motivantes, a transmitir valores, a ter segurança para lecionar e estimulou a aproximação da Universidade com a escola através de pesquisas das práticas. O resultado da pesquisa aponta que estratégias formativas como está são muito estimulantes e positivas, na opinião dos pesquisados para a formação de professores. Tais experiências parecem complementar o ensino da graduação, possibilitando maior aproximação da teoria com a prática, pois permitem a vivência profissional e as reflexões dela advindas já na formação inicial. É através dessa aproximação do conhecimento acadêmico com o cotidiano do professor que surgem novas aprendizagens, habilidades, conhecimentos e coragem para lidar com as diversas e inúmeras situações do dia-a-dia de um profissional que atua no universo escolar. Não se trata de aprender simplesmente pela prática, como em alguns momentos pode parecer, os projetos de extensão precisam ter um compromisso explícito com a aprendizagem dos futuros professores e, para isso, é necessário que sejam elaboradas inúmeras dinâmicas/estratégias que favoreçam este processo formativo. Como exemplo, podemos destacar: trabalhos em grupo, debates constantes, planejamento e avaliação coletiva, diários de aulas, leituras de apoio, entre outras.

E-mail: [email protected]

A graduação em educação física e suas vertentes quanto à inserção ao mercado de trabalho.

Nunes, R. E. P.; Pereira, R. A.; Macedo, D. C.; Silvino, F. C.; Silva, A.C. A.

Fefisa – Faculdades Integradas de Santo André A presente pesquisa teve como indagação inicial desvendar como ocorre a

escolha entre licenciatura e bacharelado no curso de Educação Física pelo aluno ingressante, mas o questionamento estendeu aos alunos que estão concluindo a licenciatura. Assim, o objetivo foi levantar as questões que influenciam os ingressantes do 3º ano do Ensino Médio pela escolha no curso de Educação Física, e se estes alunos conseguem distinguir a diferença entre licenciatura e bacharelado, além de verificar por outro lado os alunos egressantes do curso de licenciatura da Fefisa- Faculdades Integradas de Santo André, quanto a sua escolha entre licenciatura e bacharelado e a sua inserção no mercado de trabalho. A pesquisa foi delimitada com um estudo teórico e empírico. No levantamento bibliográfico, enfatizamos um estudo sobre a história da Educação Física, seguido pela formação profissional, na qual está inserida a apresentação das grades curriculares da Fefisa – Faculdades Integradas de Santo André ao longo dos 40 anos da instituição. A pesquisa empírica foi dividida entre o momento da escolha na licenciatura ou bacharelado e ao final do curso na inserção no mercado de trabalho, ou seja, com os alunos do 3º ano do ensino médio que pretendem cursar Educação Física, foram selecionadas 11 escolas, sendo 9 públicas e 2 particulares na região do grande ABCDM – São Paulo e a outra parte foi realizada na

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instituição Fefisa com os alunos do 3º ano de Educação Física do curso de licenciatura. Para coleta de dados foi utilizado questionários com questões abertas e fechadas, acompanhadas do termo de consentimento livre esclarecido e o ofício de apresentação para as instituições públicas e privadas. Na análise dos 57 questionários aplicados aos alunos do 3º Ano de Ensino Médio, que desejam ingressar no curso de Educação Física, o objetivo foi analisar o conhecimento prévio e informá-los sobre o curso nos dias atuais, facilitando sua escolha. Nestes questionários foi verificado que o fator determinante pela escolha do curso de Educação Física foi ter praticado alguma modalidade esportiva, ser atleta ou ainda por se identificar com o curso, porém não possuem quase nenhum conhecimento quanto às diferenças entre Licenciatura e Bacharelado. Na análise dos 98 questionários dos egressantes do curso de licenciatura, foi observado que ao concluírem o curso pretendem atuar em escolas públicas, particulares e faculdades e que almejam a complementação do Bacharelado, assim como especializações em Educação Física escolar e iniciação esportiva como complemento, edificando o aprimoramento acadêmico e profissional. O confronto das informações possibilitou verificar que o aluno ingressante não tem o conhecimento da distinção das grades curriculares, mas que ao decorrer do curso acabam se identificando com o curso de licenciatura, visto que a maioria dos alunos acabam escolhendo inicialmente a licenciatura. Destarte, a pesquisa colaborou no esclarecimento quanto à distinção do curso de Educação Física entre licenciatura e bacharelado aos sujeitos da pesquisa, e suas normalizações e áreas de atuação, para que façam a escolha correta consolidando a sua decisão na formação profissional de forma consciente, a pesquisa deixa espaço para novos estudos e o crescimento no mercado de trabalho por profissionais qualificados e satisfeitos com suas escolhas, dispostos a cumprir com seu papel na sociedade.

Palavras-chave: Formação profissional, Egressantes e ingressantes, Educação Física, Bacharelado, Licenciatura.

E-mail: [email protected]

A formação continuada dos professores de educação física: um estudo comparativo entre início e fim de carreira

Ost, M; Afonso, M; Bermudes, R

UFPel-Escola Superior de Educação Física Introdução: Na sociedade atual, a velocidade das mudanças, a quantidade

de novas informações e tecnologias que vem surgindo acabam por influenciar em todos os domínios da vida humana, seja nas relações, no trabalho, na família, na cultura, na economia e exige uma constante e contínua transformação. Nesse contexto, a formação aparece como o instrumento mais potente para democratizar o acesso à cultura, à informação e ao trabalho. Assim, a formação continuada vem a ser um tema prioritário e com uma grande potencialidade, o que justifica a necessidade crescente de investir em formação (GARCIA, 1999). Logo é inegável a relevância da continuidade de estudos e a

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busca pela formação docente, devido ao professor ser um indivíduo que necessita estar sempre em movimento, atualizado, construindo saberes, para qualidade de sua prática profissional. Essa busca faz parte da vida do professor, sendo um processo que não tem fim. Desde o momento da escolha pela profissão, o docente começa a escrever a trajetória de sua vida profissional. Objetivos: O objetivo da investigação foi analisar o processo de formação continuada de professores de Educação Física, que em sua trajetória profissional encontravam-se em início e fim de carreira; e ainda realizar uma análise comparativa entre estes dois diferentes momentos. Método A pesquisa caracteriza-se sob a forma de estudo de casos comparativos, com abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e aplicado um questionário contendo questões abertas e fechadas. Foram investigados quatro professores de Educação Física que atuam na Rede Municipal de Ensino de Pelotas-RS. Os participantes foram escolhidos de forma intencional, a partir dos anos de docência, conforme a proposta desenvolvida por Nascimento e Graça (1998) dividindo a carreira docente em quatro fases de desenvolvimento profissional: entrada, consolidação, diversificação e estabilização, sendo que no estudo, foram investigados professores que se encontram nas fases de entrada e estabilização. Na coleta de dados foi utilizado um questionário contendo questões abertas e fechadas, e, por fim, utilizamos um roteiro de entrevista semi-estruturada. Resultados e considerações finais Partindo da análise dos dados obtidos, podemos dessa forma trazer alguns tópicos conclusivos: - A escolha da Educação Física como profissão não foi apontada como primeira opção para a maioria dos professores do estudo, porém nenhum entrevistado demonstrou arrependimento da carreira escolhida; - A formação inicial representou para todos os professores um processo significativo sendo referenciados momentos tanto positivos, como negativos, relacionados à qualidade docente, ao ensino, à pesquisa e à extensão; - A necessidade de atualização, de buscar a formação continuada desde o momento da conclusão da formação inicial, ficou evidenciada na trajetória dos professores iniciantes; - Os saberes acumulados, permitiu aos professores em final de carreira tratar as questões profissionais e de trajetória de vida com mais profundidade; - Os professores mais experientes tiveram acesso facilitado para concretizar a formação continuada pelo fato de conhecerem os caminhos institucionais para alcançar seus objetivos quanto a isso. Ao concluir este estudo ficou evidenciado que os caminhos ao longo da formação continuada são muitas vezes dificultados pelo desconhecimento. Logo, fica evidente o desestímulo para os novatos sendo muito expressivo nas falas, vindo a acarretar em um possível distanciamento da continuidade da formação em serviço. Acreditamos que, a partir da comparação entre os dois momentos da carreira em que se encontravam os professores, foram muitas as dificuldades e barreiras enfrentadas pelo professor iniciante para buscar a formação em serviço, ocorrendo assim um distanciamento, causado pelo desestímulo oriundo de inúmeros fatores. Em nosso estudo, os professores em fim de carreira demonstraram muita vontade e disposição em realizar a formação continuada, sinalizando ainda que é possível a busca por realização pessoal e profissional mesmo em fase de estabilização e desinvestimento profissional. Por fim, acreditamos que a motivação e o compromisso com a formação também são

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intrínsecos, fazendo com que cada um busque suas referências teóricas e caminhos a serem percorridos.

Palavras-chave: formação continuada, início e fim de carreira, educação física.

E-mail: [email protected]

O poder dos professores de Educação Física escolar na construção da formação continuada: uma análise à luz da teoria de Norbert Elias

Rossi, F.; Hunger, D.

Unesp-Rio Claro-IB - Doutoranda em Ciências da Motricidade Desde a promulgação da LDBEN n.º 9.394/96 a formação continuada de

professores cada vez mais ganha relevo nos debates educacionais por ser concebida como um meio para a mudança da prática pedagógica e transformação da qualidade do ensino brasileiro, integrando praticamente todas as reformas educativas em curso. Ressalta-se que a prática pedagógica também se constitui num processo de aprendizagem no qual o professor faz descobertas, aprende e reelabora seus conhecimentos e ações, (re)significa a sua formação e a adapta à profissão. É preciso, portanto, dar um estatuto ao saber da experiência e condições para que os professores façam suas escolhas de formação. Diante desse quadro, o objetivo desta pesquisa consistiu em analisar a participação dos professores de Educação Física escolar na construção e implementação de propostas de formação continuada sob a ótica do referencial teórico de Norbert Elias. De natureza qualitativa, empregaram-se no estudo como técnicas de coleta de dados, fontes documentais e orais, além da revisão da literatura. Por intermédio da entrevista semi-estruturada foram coletados os depoimentos de oito professores do ensino básico da rede pública estadual da cidade de Bauru/SP. Constatou-se que os professores não têm participado da construção da formação continuada, pois os entrevistados alegaram não haver espaço para se envolverem com as fases de elaboração e implementação de ações formativas, sendo que essa necessidade foi manifestada como forma de desenvolvimento de propostas que correspondam à realidade escolar. Evidencia-se a despreocupação dos atores responsáveis pelas práticas de formação atuais em reconhecer e valorizar os saberes experienciais dos docentes, bem como em ouvir o que tem a dizer o professorado sobre sua própria realidade. Tal fato pode ser confirmado nos estudos teóricos, visto que nas propostas de formação contínua geralmente é desconsiderada a necessidade de formação específica para cada etapa da carreira docente. Assim como não são valorizados os saberes dos professores, deixando de estabelecê-los como ponto de partida (e chegada) da formação, ou seja, não existe espaço nos modelos vigentes para que o próprio professor seja a pessoa principal do processo, sendo que é ele quem percebe as dificuldades e necessidades do cotidiano escolar. Na ótica elisiana, os processos humanos e sociais são representados por pessoas que estão sujeitas a forças que as compelem. Não se tratam de forças exteriores às pessoas, exercidas sobre elas como se fossem meros objetos. Mas, são forças

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exercidas pelas pessoas sobre outras pessoas e sobre elas próprias. Verifica-se a ampliação das configurações (que são formadas por grupos interdependentes de pessoas e não por indivíduos singulares) que envolvem o professor, com funções especializadas e específicas (professor, diretor, coordenador, supervisor, acadêmico, ministro, pais, comunidade), grupos que se tornam cada vez mais funcionalmente dependentes. Assim, as cadeias de interdependência tornam-se mais diferenciadas, conseqüentemente mais opacas e mais incontroláveis por parte de um grupo ou indivíduo. A análise do lugar ocupado pelo professor no campo da formação continuada, construída a partir da teoria de Elias, especialmente sob a luz dos conceitos de configuração e poder, permitiu concluir que essa dimensão da formação docente representa jogos de competição que constituem provas de forças maiores ou menores nas relações entre professores, diretores, especialistas, governador etc., e a distribuição de poder nesse jogo de forças apresenta-se desigual, ocupando os professores o lugar de sujeitos passivos na sua própria formação, receptor de conteúdos elaborados por outros, configurando-se as políticas de formação não como processos compartilhados entre os grupos, mas como processos elaborados unilateralmente. Nesse jogo de forças, a capacidade de controle irá variar de acordo com as posições ocupadas pelas pessoas, a dependência mútua existente entre os grupos e as tensões e conflitos inerentes à teia entrelaçada. O resultado desta imbricada teia de relações implicará na transformação ou não do professor no principal agente da sua formação e da construção da sua profissionalidade docente, sendo que somente a partir de uma percepção clara dos professores do que está em jogo poderá ocorrer uma mudança de forças e mediante a organização consciente deles (de que são co-responsáveis pela reconstrução da Educação) poderão ocorrer transformações.

Apoio Trabalho: CNPq E-mail: [email protected]

Desafios da prática profissional com ginástica em academias: o que dizem profissionais iniciantes e experientes?

Sachimbombo, K.M.C.; Martins, F.M.; Iaochite, R.T.

Escola Superior de Cruzeiro Introdução: Evidências de diferentes naturezas – produção e

comercialização de produtos, idéias e tendências, bem como a produção de conhecimentos e de formação profissional na área de Fitness/Wellness – delimitam o lugar de precursores que os norteamericanos vem ocupando ao longo dos últimos quarenta anos no mercado relacionado às ginásticas em academias. Pesquisas mercadológicas recentes nessa área apontam o cenário brasileiro como o segundo maior do mundo no que tange ao número de instalações, com mais de 4,7 milhões de brasileiros inscritos em academias e clubes de ginástica. Diante de uma realidade tão expressiva e crescente do ponto de vista mercadológico há que se questionar a formação de profissionais para o atendimento a essa demanda. Dentre as diversas possibilidades de investigação sobre a formação de profissionais para o mercado de trabalho em

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Educação Física, estabeleceu-se como foco de investigação no presente estudo, as condições necessárias – formação inicial e desafios enfrentados – para a atuação profissional com qualidade na área de ginástica em academias. Objetivo: O objetivo desse estudo foi identificar, descrever e analisar alguns dos aspectos relacionados à formação profissional e desafios enfrentados na prática profissional na área de ginástica em academias por profissionais iniciantes e experientes. Método: Participaram do estudo, seis profissionais atuantes na área da ginástica em academias, sendo três profissionais com tempo de experiência profissional de 1 a 3 anos e os outros três profissionais com tempo acima de 5 anos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Taubaté sob número 290/10. Todos os participantes responderam, individualmente e numa única sessão, a uma entrevista semi-estruturada composta por questões apontadas pela literatura pertinente acerca dos saberes, competências, habilidades necessárias ao exercício profissional com ginásticas em academias. Os dados foram transcritos e analisados posteriormente sob o referencial da análise de conteúdo. Resultados: Os professores iniciantes afirmaram que a graduação não supriu as exigências na área de fitness e que buscam supri-las com cursos extra-curriculares desde o período de formação e mesmo após. Um dos professores iniciantes apontou para o estágio supervisionado no auxílio dessas demandas da prática profissional. Para os professores iniciantes os principais desafios vivenciados são a falta de consciência dos alunos sobre a relação saúde e estética corporal, a falta de ética profissional, a baixa remuneração, a visão unilateral dos proprietários de academia e o desafio de propor aos alunos uma aula que progressivamente exija mais fisicamente. Para os professores experientes a formação inicial também não supriu às demandas exigidas na prática profissional. Afirmaram que é necessário buscar cursos de atualização e extensão na área do fitness e que é necessário ter envolvimento prático nessa área. Um dos participantes afirmou que o estágio teve papel fundamental na formação inicial. Quanto aos desafios, afirmaram que a maior barreira é manter o corpo em forma. Além disso, a baixa remuneração, as condições do local de serviço (incluindo equipamentos apropriados), o preconceito racial e a intensa atividade de criar aulas diversificadas são desafios constantes ao longo da prática profissional. Conclusão: É possível destacar que, para os participantes, a formação inicial ainda não responde às demandas presentes na prática profissional. O mercado existente na área de cursos de formação continuada e extensão tem se apropriado dessa tarefa de formar profissionais para atuar nessa área, o que deve ser visto com muita cautela do ponto de vista de uma formação para além das exigências puramente técnicas. Destaca-se aqui o estágio curricular supervisionado como um momento que pode ser significativo para diminuir as distâncias entre a formação e a prática profissional. Os desafios vivenciados na prática profissional, tanto de professores iniciantes quanto experientes, passam por aspectos ligados ao reconhecimento profissional, bem como pelas exigências de se manter física e tecnicamente preparados para a alta exigência que o desenvolvimento dessa área tem alcançado nessa área de atuação. Assim, parece urgente colocar essas questões na agenda de discussões, bem como no exercício de se refletir sobre possíveis encaminhamentos durante a formação profissional para atuar nesse segmento de mercado.

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E-mail: [email protected]

A formação do professor e implicações nas aulas de educação física infantil

Silva, T, F, R; Hunger, D, A, C, F

Unesp Bauru Departamento de Educação Física Resumo: Literatura pertinente à área da Educação Física comprova a

importância do ensino e aprendizagem dos conteúdos da cultura corporal de movimento e consequente desenvolvimento saudável da criança. A aplicação sistematizada e bem orientada desses conteúdos provavelmente possibilitará uma formação equilibrada e integral no que diz respeito aos aspectos cognitivos, afetivos, sociais, culturais e motores dessa criança e futuro adolescente, adulto e idoso. No entanto, observa-se ainda um despreparo inicial dos professores do Ensino Infantil. Nesse sentido, na presente pesquisa objetivou-se analisar a formação e dificuldades de professores escolares no que diz respeito à Educação Física, bem como, as implicações que somente a formação inicial em pedagogia ocasiona. Para tanto, realizou-se revisão da literatura abordando-se o processo histórico da área; concepções de criança, Educação Infantil e Educação Física. A investigação é de natureza qualitativa, na qual o ambiente escolar - natural - foi a fonte direta da coleta de dados. Por intermédio da técnica de entrevista semi-estruturada, a qual continha vinte questões, coletaram-se depoimentos de dezesseis professoras da rede municipal de ensino de Botucatu, São Paulo, que trabalham com o conteúdo da Educação Física na Educação Infantil. Constatou-se que: a) as professoras possuem graduação em Pedagogia, curso que não contempla, em sua maioria, a área da Educação Física, sendo que a formação inicial inadequada tem interferido na pratica profissional, afirmou 50% das professoras; b) quase 44% delas apresentam um planejamento bimestral, porém não há uma reflexão conjunta referente aos conteúdos a serem desenvolvidos com as crianças; c) todas foram unânimes em afirmar sobre a importância da Educação Física Escolar, bem como, consideram necessário um profissional especialista para trabalhar com esse conteúdo, para que os objetivos da Educação Física sejam plenamente desenvolvidos. Considerando as diversas leituras e entrevistas realizadas, pôde-se constatar a importância do movimento para a Educação Infantil. Movimentar-se significa adquirir um melhor repertório motor, uma contribuição para a alfabetização (leitura, escrita, construção do pensamento abstrato, entre outros), e a vivencia de experiências prazerosas, auxiliando para formação completa da criança. O objetivo desse estudo não foi apenas de apontar as dificuldades do ensino da Educação Física na Educação Infantil, mas de retomar a reflexão acerca do assunto para que se possa repensar a Educação que está sendo oferecida para as crianças nas escolas brasileiras no que diz respeito aos conteúdos da cultura corporal de movimento. Acreditar que a Educação Física pode contribuir para a formação global das crianças da Educação Infantil é um ponto inicial para que a mudança aconteça na

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Educação, mas faz se necessário uma mudança de mentalidade no que se refere à concepção de corpo.

Palavras-chave: Educação Física, Educação Infantil e Formação Profissional.

E-mail: [email protected]

Autoeficácia docente em situações de estágio curricular supervisonado e prática de ensino em Educação Física

Silveira, P.C.B.; Iaochite, R.T.

Unitau-IBB-Depto de Educação Física Estudos sobre a preparação para a docência, bem como as diretrizes

curriculares para a formação na área de Educação Física tem enfatizado o desenvolvimento de competências e habilidades que o futuro professor deve adquirir ao longo de sua formação. Parte desses estudos corroboram com a idéia de que as situações de prática de ensino são momentos importantes para essa aquisição, uma vez que tais atividades podem permitir que o estudante-professor reflita antes, durante e após as atividades que planeja, desenvolve e avalia durante a realização dos estágios curriculares supervisionados. O processo de reflexão sobre sua própria ação é composto por diferentes variáveis e, dentre essas, as crenças de autoeficácia para ensinar assumem um papel mediador nesse processo. Crenças de autoeficácia para ensinar são julgamentos que o estudante-professor faz sobre suas próprias capacidades para alcançar resultados de engajamento e aprendizagem dos alunos, inclusive daqueles mais difíceis e/ou desmotivados, considerando os desafios presentes no ambiente. As crenças de autoeficácia são constituídas por quatro fontes principais sendo as experiências diretas de domínio, isto é, aquelas vivenciadas diretamente pela prática de ensinar; as experiências vicárias, ou aquelas relacionadas com a aprendizagem por meio da observação de modelos e outras experiências presentes no ambiente; a persuasão social caracterizada pela transmissão, geralmente verbal, de crenças; e estados fisiológicos e afetivos vivenciados antes ou no decorrer das experiências vividas e que levam à interpretação (avaliação) de capacidade sobre a ação de ensinar. Considerando esses apontamentos preliminares, o presente estudo investigou o nível de crenças de autoeficácia docente e suas fontes de construção com formandos em Educação Física nas situações de prática de ensino em estágio curricular supervisionado. A amostra foi composta por 114 estudantes de uma instituição de ensino na região do Vale do Paraíba, SP. Após a apresentação dos objetivos do estudo e das orientações para a participação, os estudantes-professores concordaram em participar da investigação assinando o termo de compromisso livre e esclarecido. Foram utilizados três instrumentos para a coleta de dados, sendo um questionário de caracterização do participante e da atividade de estágio, uma escala de autoeficácia docente e uma escala de fontes de autoeficácia docente. Os dados foram coletados numa única sessão, de forma coletiva e foram analisados por meio de estatística descritiva com apoio de software – SPSS,

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v.15.0 – para análise dessa natureza. Como resultado foi encontrado que os estudantes-professores apresentaram elevado nível de autoeficácia para o ensino considerando os diferentes desafios presentes no instrumento relativo a essa variável, de maneira que a fonte com maior pontuação na constituição dessa crença, segundo os participantes, foi a experiência vicária. Esse resultado, ainda que diferente daquele posto pela literatura revela singularidades do contexto avaliado, isto é, situações de prática de ensino em que o professor colaborador (responsável pelos alunos) parece servir como modelo ou uma referência importante de condutas, para os estudantes-professores. Esses resultados oferecem orientações importantes para o processo de formação para a docência em Educação Física.

E-mail: [email protected]

A prática como lócus da formação inicial e continuada para a docência: novas modalidades de orientação e supervisão para a “Prática de Ensino”

Souza Neto, S; Veiga, M; Bertolini, I; Falco, K; Hirooka, O; Abrucez, P;

Toledo, P; Abreu, R; Lima, T. Univer Estadual Paulista – Depto de Educação – NEPEF e DFPPE / Rio

Claro O Decreto No. 6775 /2009, que institui a “Política Nacional de Formação

Profissional do Magistério da Educação Básica”, estabelece como um de seus princípios a formação docente comprometida com um projeto mais amplo, de dimensões políticas, sociais e éticas que, de forma articulada, assegure a todos, indistintamente, o direito à educação e ao ensino de qualidade, promovendo, de fato, a emancipação dos indivíduos e dos grupos sociais. Neste contexto surge, no âmbito da CAPES, o programa de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) na forma de projetos voltados para a valorização do ensino, visando dar uma nova direção na captação de professores. Atentos a esta perspectiva foi proposto o projeto “PARCERIA UNESP E ESCOLAS DE ENSINO BÁSICO: ARTICULANDO A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA NAS CIÊNCIAS BIOLOGICAS, FÍSICA E EDUCAÇÃO FÍSICA”, tendo como subtítulo o exposto nesta proposta para ser desenvolvido no período de 24 meses. Entre os objetivos busca-se (a) proporcionar a troca de experiências entre bolsista, professor e a equipe pedagógica da escola; (b) identificar os principais problemas relacionados ao ensino de Educação Física na educação básica e (c) elaborar práticas educacionais inovadoras, visando propiciar a produção de trabalhos ou de material didático-pedagógico em conjunto com os professores. Trata-se, portanto, de um projeto envolvendo 24 estudantes, 3 professores supervisores (ensino fundamental – primeiro ciclo, ensino fundamental – segundo ciclo e ensino médio profissionalizante) e 4 coordenadores - universidade. A equipe da Educação Física foi composta por 10 pessoas. Como opção metodológica considera-se este trabalho como descritivo, qualitativo, podendo ser visto muito próximo da pesquisa colaborativa. Porém, no trabalho de campo estamos partindo para a coleta de dados com dois, dos três, aspectos que consideramos como fundamentais para

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esse primeiro momento: (1) as atividades de docência somente poderão ser consideradas atividades humanas e entendidas como práxis pedagógica quando essa prática apresentar as características de uma prática intencionalizada, tendo presente, portanto, um dos seus elementos básicos, qual seja, a reflexão teórica; e (2) o atual nível de elaboração teórica dos modelos pedagógicos é ainda incipiente; porém não devemos desconsiderá-los; ao contrário, isso deve nos incentivar a, partindo de hipóteses e de modelos mais abertos, buscar possíveis teorias que possam orientar o nosso olhar e a atividade prática. Assim, tendo como premissa a atenção na prática intencionalizada e possíveis teorias que possam embasa-la partiu-se para o trabalho de campo, escolhendo como técnicas a fonte documental e a “reflexão crítica” (descrever, informar, confrontar, reconstruir). Como trabalho de campo desses primeiros oito meses concentrou-se em duas frentes de atividades: conhecimento da realidade das três escolas públicas que fazem parte do projeto (dividindo a equipe em três grupos), elaborando para este fim um dossiê de cada uma delas e oficinas pedagogias de reflexão e ação a cada quinze dias, consistindo na leitura dos livros: “Os professores e a sua formação”, “Vida de professores” e “Oficio de aluno”. Entre os resultados preliminares estaremos falando dos dossiês das escolas na qual se fez um inventário. Entre os destaques apontou-se para o conhecimento de como a escola funciona, o acolhimento que tiveram por parte da direção, bem como pelo ambiente de trabalho de determinadas escolas, lembrando que no exercício da profissionalidade docente a afetividade é um dos aspectos que acompanha a obrigação moral do professor no sentido de se querer bem aos alunos ou tratar os estudantes com urbanidade, assim como de manifestar um compromisso com a comunidade que significa primeiro com os pares e depois com a sociedade. Porém, entre os aspectos não significativos alguns estudantes se sentiram muito incomodados com professores que em final de carreira que não apresentavam um compromisso com a aprendizagem das crianças ou jovens e com a falta de valorização da profissão docente por parte do estado e da sociedade. Como sugestão para atrair os jovens para a carreira de professor os estudantes apontaram a necessidade do ensino estar mais próxima da realidade cultural dos alunos, assim explorando mais a internet, a web.

Apoio Trabalho: CAPES - PIBID E-mail: [email protected]

GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO

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Gestão Universitária em Educação Física: ações da coordenação de curso alinhadas ao planejamento estratégico institucional

Verenguer, R.C.G.

Universidade Presbiteriana Mackenzie Particularmente para as Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, a

década de 1990 foi um grande marco e divisor de águas, visto que com a definição de políticas para o ensino superior foi possível desenhar o papel do estado e o da iniciativa privada no tocante ao arcabouço normativo, à expansão de vagas e aos critérios de qualidade. Uma nova cultura, a da avaliação periódica dos cursos e das instituições, passa a fazer parte do cotidiano universitário e os resultados, amplamente divulgados pela impressa, passam a fazer parte das conversas entre os jovens e suas famílias e a influenciar a escolha da IES. Sobre as tendências que podem afetar as IES e, por conseqüência a gestão, destacamos: entrada de investimentos estrangeiros nas IES, maior acesso de discentes de baixa renda no ensino superior, aumento do ensino a distância, consolidação de grandes grupos educacionais via aquisição, aumento por educação continuada. Ainda que estejamos em um processo de transição e consolidação, podemos afirmar que a gestão universitária precisa mudar seu paradigma: deixar de priorizar as urgências do cotidiano e passar a ser estratégica à medida que incorpora, às discussões, a análise dos cenários e das tendências econômicas e sociais que influenciam e impactam na sustentabilidade da instituição. Independentemente do nível hierárquico que ocupa, o gestor universitário precisa desenvolver uma visão estratégica e sistêmica que venha contribuir nos momentos de decisão. Considerando, então, os desafios que os gestores universitários têm pela frente é pertinente perguntar: Qual o papel do planejamento estratégico (PE) nas IES?; O que os gestores, em qualquer posição, podem fazer para o alcance das metas? Isto posto, definimos os seguintes objetivos para esse trabalho: a) caracterizar o atual cenário no qual estão inseridas as IES e a importância do planejamento estratégico; b) apresentar uma experiência de gestão de uma coordenadora de curso de graduação alinhada com o planejamento estratégico institucional. Metodologicamente este estudo caracteriza-se por uma pesquisa de natureza qualitativa, notadamente um estudo de caso. Ainda sobre a classificação, podemos considerá-lo do tipo pesquisa-ação, uma vez que, o universo a ser investigado é aquele no qual o pesquisador está inserido e do qual participa. A coleta de dados deu-se através das observações, relatos, conversas formais e informais, registros das ações intencionalmente planejadas e dos acontecimentos e resultados decorrentes delas. A estrutura do PE em questão caracteriza-se pela formulação de 2 temas estratégicos (“Excelência de Qualidade” e “Eficiência de Gestão”) e para cada um deles foram definidos vários objetivos estratégicos (“manter o corpo docente qualificado e motivado para o ensino”, “manter permanente avaliação do corpo docente”, manter permanente canal de comunicação com os discentes”, “aperfeiçoar a estrutura e aumentar eficiência e eficácia de gestão” e “implantar e/ou aprimorar normas e procedimentos”). Sobre as ações desenvolvidas para o primeiro tema estratégico podemos destacar: Curso de Aprimoramento sobre a Docência Universitária, Reuniões Pedagógicas, Mostra de Extensão e

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Pesquisa dos Docentes do Curso, Curso de Introdução à Plataforma Moodle, Avaliação Semestral das Disciplinas, Encontros e Visitas Periódicas às Salas de Aulas e aos ambientes acadêmicos, Política de Acesso à Coordenação. Como ações para o segundo tema estratégico podemos destacar: Reuniões com os co-gestores de curso, Estudo e Aprimoramento sobre os temas relacionados à gestão, Avaliação de desempenho da coordenação, Reuniões com a equipe de funcionários e Definição de rotinas. Ainda existe potencial de crescimento para as IES, mas apenas as que estiverem dispostas a rever suas práticas usufruirão deste crescimento. Apostar no capital humano da instituição e profissionalizar a gestão é condição mínima para permanecer, de forma sustentável, no mercado. Ter clareza das metas e definir ações para alcançá-las é tarefa que qualquer gestor tem que assumir e, por isso, o PE é, além de fonte de inspiração, o indicativo de onde a IES quer chegar e que decisões ela deve tomar para isso. No âmbito da coordenação de curso, o gestor precisa planejar e desenvolver as ações de sua responsabilidade e que lhe são próprias tendo consciência de que elas precisam estar alinhadas ao PE institucional.

E-mail: [email protected]

GINÁSTICA

A ginástica na educação física escolar: o olhar do professor

TSUKAMOTO, M.H. Universidade do Grande ABC

A Ginástica, manifestação tão rica e diversa, é legitimada como um conteúdo

da educação física escolar, haja vista sua presença em referências para esta área, como os Padrões Curriculares Nacionais e os Cadernos do Estado de São Paulo. Em qualquer uma de suas vertentes, traz contribuições muito significativas a seus praticantes, as quais ultrapassam as fronteiras do ato motor. No entanto, apesar do exposto, ainda é comum observarmos nas escolas a grande dificuldade apresentada pelos professores que devem desenvolver as atividades relacionadas a esta temática, quando não a completa ausência da ginástica nas aulas regulares de educação física. O presente estudo tem como objetivo investigar como os professores de uma instituição de ensino percebem o trabalho com a ginástica na educação física escolar, no que ser refere a: (1) importância para a disciplina que lecionam, (2) dificuldades e facilidades no trato com o conteúdo, (3) aplicabilidade do conteúdo adquirido durante a graduação e (4) sugestões para o incremento do trabalho da ginástica na instituição. Participaram do estudo 20 professores de educação física de uma escola particular da cidade de São Paulo, dos quais 12

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do sexo masculino e oito do sexo feminino. A média de idade do grupo foi de 34 anos e a média de tempo de trabalho na instituição de seis anos. Os dados foram coletados através de questionário, composto por questões abertas, e analisados através da técnica análise de conteúdo. Os resultados revelaram que, apesar de considerarem a ginástica muito importante para a formação dos alunos, o seu desenvolvimento dentro da instituição fica comprometido por problemas de material e pela própria formação dos professores. Os conteúdos relacionados a movimentos naturais e que demandam pouca utilização de equipamentos foram aqueles considerados de mais fácil aplicabilidade, enquanto outros, “mais complexos”, que envolvem inversão e que “colocam o aluno em risco”, são classificados como conteúdos difíceis. Outras dificuldades levantadas pelo grupo participante da pesquisa referem-se ao envolvimento dos alunos com as aulas relacionadas à ginástica, especialmente por parte dos meninos, e ao medo dos praticantes. Foi possível constatar também que, apesar da grande maioria dos sujeitos terem cursado disciplinas relacionadas à ginástica durante a graduação, muitos relatam que as mesmas pouco contribuíram para a atuação com este conteúdo. Assim, sugerem o oferecimento de cursos de capacitação e oficinas pedagógicas com o objetivo de minimizar as dificuldades enfrentadas na aplicação do conteúdo, além da diversificação e aumento da quantidade de material para o desenvolvimento da ginástica. Os dados nos levam a refletir também sobre como a ginástica, em toda sua variedade de manifestações, vem sendo abordada na graduação, uma vez que o início do distanciamento entre o professor, sua prática e este conteúdo pode estar na formação inicial.

E-mail: [email protected]

Saberes necessários à prática profissional na ginástica em academias

Sachimbombo, K; Martins, F; Iaochite, R; Galdino, M Esc-esefic

Recentemente a revista ISTO É, publicou uma matéria intitulada “A

malhação do futuro”. Considerando os especialistas na área de ginástica de academia, os estudos empíricos, bem como os profissionais no mercado de trabalho, este estudo se propõe a identificar, descrever e analisar os saberes necessários, à prática profissional na área de ginástica de academia. Contando com a fundamentação teórica de autores como Shulman (1987), Gauthier et al (1998) e Tardif (1998), que entendem por saberes, o conjunto de conhecimentos, competências, habilidades que são essenciais para atuação do docente. Foi realizada pesquisa descritiva com abordagem qualitativa de análise que contou com a participação de dezesseis profissionais do fitness, descritos da seguinte forma: quatro professores renomados nacionalmente, denominados professores renomados; três professores docentes da ginástica de academia em universidades, denominados professores formadores; três professores atuantes a mais de cinco anos, denominados de professores experientes; três professores atuantes a menos de cinco anos, denominados professores iniciantes e três professores que atuam profissionalmente, mas

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não são formados, denominados professores provisionados. Por meio de entrevista semi-estruturada os participantes responderam as questões: Caracterize o bom profissional na área de fitness? Pensando na atuação na área de Fitness, e na área de ginástica, quais são as competências necessárias para uma atuação com qualidade?. As respostas foram gravadas em áudio e posteriormente transcritas na íntegra para obtenção de resultados. Utilizou-se “Análise de Conteúdos” (BARDIN, 1997). Ressalta-se que, para os professores renomados o bom profissional da área de fitness é caracterizado pela Paixão pela docência, pela Credibilidade, Confiabilidade, Conhecimento sobre comportamento humano, Versatilidade corporal, Capacidade de aprimoramento, Preparação específica, Ética e possui Experiência prática. Para os professores formadores ele deve ter Conhecimento Prático, ser Atualizado, possuir Conhecimento teórico e específico, apresentar Boa relação interpessoal, deve Acompanhar o mercado de trabalho, ser exemplo e saber atender o público. Os professores experientes caracterizaram o bom profissional da seguinte forma atualização, conhecimento técnico-científico, boa formação, conhecimento geral e na área de humanas, deve ter desenvoltura e ser comunicativo, deve ter postura, um bom relacionamento interpessoal e saber o que fala. Para os professores iniciantes o bom profissional é atualizado, zeloso, comprometido, dotado de conhecimento teórico-prático e conhecedor do comportamento humano. Para os professores provisionados o bom profissional é respeitoso, dedicado, responsável, carismático, preparado físico e espiritualmente, atualizado, estudioso, conhece a modalidade, pontual, ético e comprometido. Tais respostas indicam Competências relacionais, técnicas e contextuais (FARIAS, s/d), Conhecimento da Matéria ensinada, Conhecimento didático do conteúdo e Conhecimento dos alunos e da Aprendizagem (SHULMAN, 1987, 2004); Conhecimento conceitual e procedimental (FEITOSA; NASCIMENTO, 2003); Saberes da Experiência, Saberes disciplinares e Saberes da Formação Profissional (TARDIF, 1998), além do Saber da Ação Pedagógica (GAUTHIER et al, 1998). Com relação a segunda categoria, os professores renomados indicaram como competência o Conhecimento do conteúdo ensinado, as técnicas, ou seja, saber usar a música, planejar a aula, alcançar objetivos grupo - individuo), saber ensinar, saber motivar, dominar técnicas de expressão, ludicidade e teatralidade, ser ético, saber sobre gestão de pessoas e de negócios, ser sutil e humilde. Já os professores formadores indicaram o conhecimento teórico, a experiência profissional, saber atender o público, o conhecimento prático, o acompanhamento do mercado, o conhecimento técnico (ritmicidade) e o conhecimento sobre o comportamento humano. Indica-se o saber sobre, Ciência do Exercício, Programas de Exercício, Instrução Técnica difundidos pelo ACE (COTON, 1997); Ressalta-se ainda, o saber ensinar, saber motivar, dominar técnicas de expressão, indicando Habilidade de comunicação, de incentivo e de gestão (FEITOSA; NASCIMENTO, 2003).

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LAZER E RECREAÇÃO

Formação do Monitor em Atividades de Aventura

Auricchio, J. R. UNIFMU

Desde o final da década de 1980 os chamados esportes radicais vêm se

popularizando no Brasil, mais especificamente no Estado de São Paulo, onde na década de 1990 surgiram muitas empresas na área de aventura.Tais empresas são geridas por pessoas com experiência em determinadas atividades que contratam mão de obra local muitas vezes com pouca ou nenhuma experiência para auxiliar os guias ou instrutores nas atividades a serem realizadas com clientes.Sabemos haver duas classes de pessoas para as atividades de aventura, sendo eles os turistas e os esportistas.Caracterizaremos turistas como as pessoas que buscam a prática das atividades de aventura, ocasionalmente em alguma viagem ou passeio, e esportistas as pessoas praticantes regularmente de uma ou mais atividades.Ambas as classes buscam tais atividades para o seu próprio lazer e de sua família e amigos, sendo que o mesmo possibilita a vivência das atividades aventura, podendo esta reaproximar o contato do ser humano com a natureza, resgatando valores esquecidos nas cidades.Segundo Freire in (Schwartzs,2006) o monitor de atividades de aventura é também um profissional do lazer e este deve buscar aprendizado contínuo para intervir de forma construtiva, junto aos adeptos dessas atividades.Este estudo tem o objetivo de averiguar a percepção dos proprietários e dirigentes de empresas do ramo das atividades de aventura, valendo-se da formação e capacitação dos respectivos monitores que atuam ou irão atuar neste campo profissional. Pesquisa através de questionário com proprietários e dirigentes de empresas de atividade de aventura e revisão de literatura específica.

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Construção de saberes de professores universitários do campo do lazer

Silva, A; Isayama, H CEFET-MG Campus Curvelo

O saber não é aqui compreendido como um conceito distinto de

conhecimento, mas como conceito amplo que abarca o que é entendido por alguns autores como conhecimento, e também a elaboração, obtenção e

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representação deste pelos sujeitos; a atividade discursiva que se apropria de argumentos e operações e que implica relações de poder. O saber que interessa neste estudo é o saber que tem sido elaborado sobre o Lazer; as reflexões, os discursos, argumentos, experiências, dialéticas que vêm sendo desenvolvidos principalmente nas instituições universitárias que se dedicam ao estudo do tema. Neste contexto, o docente e pesquisador que atua no campo de estudos do Lazer tem sido peça fundamental no desenvolvimento da área. Compreendendo que o saber desses sujeitos integra saberes pessoais aos saberes provenientes da formação, do currículo das instituições e da sua própria experiência, segundo a teoria de Maurice Tardif, este estudo buscou compreender como os professores universitários do campo do Lazer constroem seu saber docente. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar como se constituiu a construção do saber docente de professores universitários do campo do Lazer ao longo de suas trajetórias. Para tal, foi necessário: analisar a trajetória profissional desses professores; compreender como os saberes pessoais e os saberes provenientes da formação, do currículo das instituições e da experiência são significados e construídos ao longo da trajetória de professores universitários do campo do Lazer; e analisar se as experiências pessoais de Lazer são incorporadas como saber sobre o lazer pelos docentes. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou a combinação de dois procedimentos metodológicos, pesquisa bibliográfica e de campo. Os resultados deste estudo apontam que a universidade, com suas possibilidades e limitações, é o âmbito principal do percurso profissional desses docentes. Mesmo a Educação Física tendo relação direta com a trajetória dos entrevistados, o entendimento mais ampliado do Lazer como campo interdisciplinar é consenso entre os professores. Todos os professores entrevistados fazem parte de uma geração de pesquisadores que se envolvem em intensos debates que expõem as ideologias nas quais a problemática do Lazer está envolta, disseminando trabalhos de crítica à produção do conhecimento e à matriz ideológica que a caracteriza. O discurso dos professores sobre os saberes pedagógicos revela a carência na formação pedagógica do professor universitário. Apesar da diversidade de conteúdos das disciplinas apresentadas, elas se referem a saberes que colaboram na compreensão do campo do Lazer e dos objetos de pesquisa dos professores, assim como na metodologia da pesquisa científica. O currículo das universidades, enquanto artefato cultural que produz modos de subjetivação e é permeado por relações de poder-saber, tem de forma geral destaque para a pesquisa. As experiências que marcaram a construção de saberes dos professores se diversificam e são encontradas em diferentes ambientes e fases da vida, dizem respeito a vivências positivas, bem como a angústias e barreiras encontradas no percurso dos professores. Todos parecem mobilizar saberes a partir de suas vivências pessoais de Lazer. Este trabalho fez algumas provocações que convidam a pensar a formação profissional em lazer: a formação pedagógica, o currículo, as disciplinas e que tipo de experiência os professores universitários, assim como outros profissionais do campo do Lazer, têm obtido.

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A inserção da dança na perspectiva do lazer- educação na educação infantil

SILVA, LFS; SILVA, MGAS

FC/UNESP - Depto de Educação A INSERÇÃO DA DANÇA NA PERSPECTIVA DO LAZER-EDUCAÇÃO NA

EDUCAÇÃO INFANTIL Marcela Gomez Alves da Silva¹; Luciene Ferreira da Silva¹ Palavras-chave: Dança, lazer-educação, infância e formação profissional. INTRODUÇÃO A presente pesquisa investigou a visão que professoras de uma creche de Bauru-SP tinham sobre o lazer e a dança-educação, e o significado que atribuíam à sua inclusão na educação das crianças. É importante ressaltar a importância do desenvolvimento dos conteúdos expressivos e do despertar das manifestações corporais, que façam parte do cotidiano infantil, para assim proporcionar oportunidades de desenvolvimento por meio do lazer, o que se faz mais apropriado com a presença de profissionais preparados para tal tarefa. A inserção da Dança no contexto do Lazer-educação justifica-se, pois, criam condições para a manifestação da alegria, do prazer lúdico e para o despertar da criatividade. OBJETIVOS Objetivou-se, por meio de levantamento bibliográfico na área, investigar os benefícios encontrados no ensino da dança enquanto prática de lazer e desenvolvimento humano, bem como verificar a visão que as professoras possuíam em inserir tais conteúdos, dado que não recebem formação específica na área. METODOLOGIA Neste estudo, se utilizou dos elementos da dança para a compreensão de um fenômeno cultural e social, quais sejam os conhecimentos dos educadores sobre a dança e seu papel na Educação Infantil. Tratou-se de um estudo qualitativo no qual se considerou a pesquisa bibliográfica, como um subsídio necessário para a reflexão e análise das diversas posições acerca do problema em questão. Para dar conta de avançar na compreensão do problema em investigação, que se tratou de uma realidade concreta, foi realizado um estudo de campo. Realizou-se uma entrevista junto às professoras, com roteiro semi estruturado, com questões abertas, tendo sido possível nortear a ‘conversa’ de maneira informal, mas sem se distanciar do foco de interesse. As professoras foram entrevistadas após concordância, através de termo de consentimento. Também foi realizada pesquisa documental, visto que foi consultado o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.8069, 1990), o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), entre outros documentos relevantes. RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS Sem perder de vista o objetivo do estudo que foi o de verificar a visão de dança e Lazer – Educação das participantes, constatou-se que embora haja interesse em saber como a dança atua na educação das crianças, a expectativa foi a de que a dança-educação proporciona apenas, e não menos importante, o desenvolvimento motor e a socialização. Destacam-se algumas observações relevantes: em relação ao entendimento do lazer, foi possível concluir idéias baseadas no senso comum, pois o lazer foi encarado apenas como uma forma de descontração, não demonstrando que o mesmo admite uma importância sociocultural e humanizadora. Entretanto, percebeu-se a preocupação que as professoras tinham quanto ao aprendizado via ludicidade, mesmo sem fundamentação teórica sólida sobre o assunto, elas demonstraram valorizar através das

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experiências vividas a importância de se atuar a partir do componente lúdico. Verificou-se a fragilidade dos conceitos de dança e de sua relação com a educação, o que é menos observado junto aos licenciados em Educação Física, que tiveram oportunidade de acessarem conhecimentos relativos à dança, ao lazer e ao lúdico. Enfim, o estudo realizado confirmou a hipótese de que as professoras (pedagogas) necessitam de formação continuada, assim vê-se necessário uma melhor educação para o lazer em cursos superiores de Pedagogia, bem como em outros cursos de licenciatura, para inserção de uma cultura educacional centrada no homem e em seu desenvolvimento, proporcionando uma melhor formação e conseqüente desenvolvimento social, pois é importante que, ao trabalharem com crianças, saibam desfrutar do componente lúdico de forma educativa e transformadora.

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A disciplina lazer nos currículos de educação física: um estudo sobre os saberes dos professores nas universidades públicas do estado de São

Paulo Vieira, M.; Souza Neto, S.

UNESP-IB-DEPTO EDUCAÇÃO O presente estudo abordou o tema lazer e recreação no âmbito da formação

profissional em Educação Física. Tomou como referência o pensamento do professor universitário sobre esta questão, compreendido como plural, mas tendo como recorte as experiências que este docente mobiliza tanto no âmbito de uma perspectiva reflexiva, voltado para os saberes docentes que lhe dão sustentação, quanto de sua trajetória de vida. Neste contexto teve como questão de estudo: quais os saberes que fazem parte da trajetória de vida pessoal e profissional do professor de Lazer ou Recreação e que estão presentes no desenvolvimento das disciplinas que ministram em cursos de graduação em Educação Física? Parte-se do pressuposto de que embora o lazer e a recreação possam ter a sua especificidade na questão do saber disciplinar eles podem ser precedidos pelos saberes da experiência provenientes da socialização primária, sendo incorporados aos saberes docentes em seu conjunto no momento em que o professor os mobiliza. Portanto, entre objetivos desse estudo buscou-se (a) analisar a inserção dos temas Lazer e/ou Recreação nas propostas de formação profissional, como campo de intervenção e, na grade curricular, como disciplina ou conteúdo, em Instituições Públicas do Ensino Superior no Estado de São Paulo; (b) Identificar no profissional que trabalha com este tema/conteúdo a constituição desse saber profissional em sua trajetória de vida, buscando dados sobre este saber, campo de atuação, interações ocupacionais; e (c) apontar perspectiva em relação ao processo de formação profissional. Como opção metodológica escolheu-se a pesquisa qualitativa, do tipo estudo exploratória, utilizando como técnicas para a coleta de dados fonte documental, entrevista e analise de conteúdo. Entre os resultados, o lazer e recreação aparecem na universidade,

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constituindo-se numa disciplina e/ou atrelados a ela nas grades curriculares dos cursos de formação profissional em Educação Física. Sobre os participantes da pesquisa, no que diz respeito aos saberes da profissão apresentaram-se empenhados e preparados para cumprimento da função docente. Com relação ao lazer e a recreação, identificamos que dos seis profissionais entrevistados, apenas dois não tiveram essas práticas culturais presentes em sua infância, devido às dificuldades econômicas e sociais que enfrentaram. Os demais sujeitos tiveram as práticas recreativas e ludicas como vivências ao longo de suas vidas. Desta forma, em dois participantes surgiu o interesse pela Educação Física como futura profissão. Para outros dois a possibilidade e interesse surgiram após oportunidade de atuar profissionalmente nas instituições de nível superior com as disciplinas correspondentes ao tema deste estudo. Com relação ao pressuposto constatou-se que o lazer e a recreação, no âmbito da Educação Física, mesclam os seus conteúdos não só com o saber disciplinar, mas também com o saber curricular e da formação profissional, sendo acompanhados pelos saberes da experiência provenientes da socialização primária e socialização secundária.

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LUTAS, ARTES MARCIAIS E ESPORTE DE COMBATE

Educação Física e atuação profissional na área de saúde: um relato de experiência com a utilização do judô em população idosa, com baixa

Densidade Mineral Óssea.

Borba-Pinheiro, C.J; Carvalho, M.C.G.A; Dantas, E.H.M Universidade do Estado do Pará (UEPA) Campus XIII, Laboratório de

Exercício Resistido com ênfase em Saúde (LERES) Tucuruí-PA ; Instituto Federal do Pará (IFPA) Campus Tucuruí-PA;

Laboratório de Biociêcias As atividades desportivas como o judô, têm sido tradicionalmente utilizadas

para prática competitiva, educacional e/ou para o tempo livre ou lazer, e as referências da utilização do judô enquanto prática terapêutica é pouco evidenciada na literatura. Devido a isto, este trabalho teve como objetivo relacionar a experiência dos autores na utilização do judô enquanto prática que proporcionou melhora na densidade mineral óssea (DMO), equilíbrio corporal e qualidade de vida de um grupo de idosas. Participaram deste estudo 18

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voluntárias, sendo que 11 praticaram o treinamento de Judô (52.2±5.3 anos) e sete constituíram o grupo que não praticou exercícios físicos regulares (53.8±4.4 anos). Vale ressaltar, que todas as voluntárias possuíam osteopenia e/ou osteoporose e estavam submetidas a tratamento com alendronato de sódio 70mg, utilizado no controle da doença. O programa foi baseado na metodologia utilizada para aula de Judô que consiste em: cumprimentos tradicionais; exercícios de alongamento; de condicionamento; amortecimentos de quedas; aprendizagem e repetição de técnicas; troca de pegadas; ataque/defesa (sem projeções), excluída a luta de treino (Handori), finalizando com os cumprimentos. O treinamento foi periodizado em ciclos bimestrais de diferentes intensidades, com três sessões semanais (60 mim/aula) em um período de 12 meses. Utilizou-se um questionário de qualidade de vida específico para osteoporose, um teste de equilíbrio estático e a absorsiometria de dupla energia por raio X (DXA) para avaliar a DMO. Observou-se com os resultados, que as voluntárias adquiriram um melhor equilíbrio, refletido em uma maior auto-confiança em relação ao medo de cair, melhor qualidade de vida, além da DMO que teve uma melhora significativa nos sítios ósseos estudados quando comparadas ao grupo controle. É relevante considerar que deste trabalho originou-se a dissertação de mestrado e várias publicações científicas sobre o assunto, dentre elas: três com classificação no Qualis da Capes (B4, B1 e B1). Além de mais quatro artigos em avaliação por revistas classificadas no Qualis (B2, B1, A2 e A2) indexadas nas bases: Scielo, Pubmed, Medline, ISI, Google Scholar, dentre outras. Com base no exposto, pode-se concluir que a atividade com judô contribuiu para a melhora da DMO, equilíbrio e qualidade de vida da população estudada, e que esta pesquisa pode ainda, servir de referência para indicação desta modalidade de luta por profissionais de outras áreas da saúde como prática alternativa orientada por um profissional de educação física capacitado para trabalhar com a população idosa.

Palavras-Chave: Judô, Densidade óssea, Equilíbrio, Qualidade de vida, Idosos.

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Aprendendo lutas na educação física escolar: uma análise à luz dos referenciais para o ensino fundamental e médio

Câmara, EC; Goes, RGG

Centro Universitário Claretiano Espera-se que, após sua formação inicial, os professores de Educação

Física Escolar, estejam preparados para planejar, implementar e avaliar aulas utilizando qualquer elemento da cultura corporal ou de movimento, de acordo com a proposta pedagógica da escola. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais e com o Currículo elaborado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, as lutas são conhecimentos a serem discutidos e vivenciados enquanto conteúdos da educação física escolar. No entanto, a atuação do professor tem se pautado, geralmente, na discussão

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conceitual de tal conhecimento, alegando um despreparo técnico para a realização de vivências. Devido a dificuldade encontrada, por professores de educação física, para se trabalhar com o conteúdo lutas na Educação Física Escolar, questiona-se a situação de tal professor estar realmente apto para trabalhar com este conhecimento em suas aulas. Por meio de um estudo de revisão bibliográfica, este trabalho procurou levantar algumas reflexões iniciais sobre o desenvolvimento deste conhecimento sem que, necessariamente, os professores apresentem domínio técnico de determinadas lutas. Analisando documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais e o Currículo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, apontamos algumas direções para o trabalho do professor de Educação Física Escolar com o desenvolvimento do conteúdo lutas, enfatizando o desenvolvimento de competências para a formação do cidadão crítico e autônomo.

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A relação entre a formação profissional dos técnicos de judô e longevidade do desempenho competitivo de atletas precoces.

Cavazani, R. N.; Drigo, A. J.

UNESP-RC/ NEPEF O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre a

longevidade competitiva de atletas da classe infantil e a formação profissional dos técnicos em judô. O método utilizado nesta pesquisa qualitativa foi o estudo de caso. Os dados partiram da observação dos resultados dos atletas da classe infantil nos anos de 1999, 2000 e 2001 em estudo que acompanhou as classificações dos mesmos durante o período de dez anos no campeonato paulista de judô. Foram considerados a distribuição dos podiuns (dos quatro primeiros lugares : campeão, vice, e dois terceiros), e aprofundado a análise dos atletas que conquistaram cinco ou mais podiuns em relação a formação de seus técnicos. Esses dados, foram obtidos através do banco de dados público, no site da Federação Paulista de Judô e as informações complementares ao estudo foram feitos através de entrevistas com os técnicos. Analisamos os resultados de 103 atletas que foram medalhistas e constatamos que 53 atletas (51,4 %) subiram no podium apenas neste campeonato, 18 atletas conquistaram dois podium(17,4%), 16 apenas três vezes (15,5%), 5 atletas quatro vezes (4,8%), 3 atletas cinco vezes (2,9%) , 2 atletas seis vezes (1,9%), 2 atletas sete vezes (1,9%), 1 atleta oito vezes (0,98%), 1 atleta nove vezes (0,98%), e 1 atleta dez vezes (0,98%). Em relação aos técnicos encontramos os seguintes resultados: dos dez atletas selecionados pelo estudo seis tiveram técnicos sem a graduação em Educação Física, um não foi identificado se era graduado e três eram formados em Educação Física. Considerações finais: mais da metade (51,9%) dos atletas estudados, só apareceram uma vez no período em dez anos e a grande maioria dos atletas estudados conquistaram no máximo três podiuns (85,1%) . Os que são mais constantes, que aparecem no mínimo em metade dos podiuns, correspondem apenas a 9,4% do total.

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Isso reflete que ser campeão precoce não necessariamente possibilita uma continuidade no desempenho. Em relação aos técnicos, não foi percebido diferenças pelos resultados encontrados em relação ao técnico formado e não formado,.sendo que ambos valorizam a competição precoce apesar de que, as federações internacionais das modalidades individuais como judô e natação , recomendam que o início das competições estaduais e nacionais ocorram a partir dos 12 ou 13 anos.

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Pensando na formação de profissionais de educação física para desenvolver sistemas computacionais no ensino de gestos esportivos Gurgel de Alencar Carvalho, MCGAC; Martins Carvalho, BMC; Leal de Paiva

Carvalho, FLPC; da Silva Nahum Junior, HSNJ; Henrique Martin Dantas, EHMD; Gomes Cunha, GGC; Landau, LL

LACIMOVI-Colégio Pedro II, LABIMH-UNIRIO Introdução: Com a evolução tecnológica, novas fronteiras estão sendo

desbravadas e diferentes metodologias de ensino aplicadas através de jogos digitais educativos, livros digitais, livros aumentados e outros. Objetivo: O presente estudo apresenta novas possibilidades tecnológicas para ensinar a progressão pedagógica do ushiro-ukemi aplicando Realidade Virtual (RV) e Aumentada (RA). Materiais e métodos: Foram usados os seguintes hardwares: filmadora digital Samsung MiniDV SC–D371 NTSC com zoom ótico de 34x, câmera fotográfica digital Samsung FE – 120 de 6.0 Megapixels, notebook HP Pavilion dv6750BR com processador AMD Turion 64x2 Mobile tecnology TL-58, 1,90 GHz, 2,048 GB de RAM, 160 GB de HD, placa gráfica NVIDIA GeForce 7150M / nForce 630M e projetor (data-show) Epson Powerlite S6 LCD. Os usados softwares foram: 3DS Max, Macromedia Director MX 2004, plataforma DART, Dreamweaver, Adobe Photoshop, Adobe Acrobat 3D e Mr Planet lite. Resultados: Os sistemas de RA e RV promoveram efetivamente a aprendizagem teórica (ANOVA Kruskal-Wallis: H=79,28, gl=5, n=364, p<0,0001) e prática (ANOVA Kruskal-Wallis: H=98,26, gl=5, n=357, p<0,001) do gesto motor, mostrando evidências de validade para essas abordagens metodológicas, quando seus resultados foram comparados ao do grupo controle pela comparação múltipla (p<0,05). As abordagens foram muito bem aceitas pelos alunos, mas, para tal, o profissional de Educação Física precisou adquirir novas habilidades próprias do Desenho Industrial, Engenharia e Computação, que vão além da Biomecânica, para: capturar movimentos, criar modelos 3D, animar os modelos 3D, criar um site para validar o processo de animação, criar uma história em quadrinhos e digitalizá-la, desenvolver sistemas de converter arquivos 3D animados para formatos compatíveis com os sistemas de RV e RA e associar esses arquivos aos sistemas. Considerações finais: Dominar as habilidades necessárias para usar esses materiais de forma competente demanda algum tempo. Portanto uma formação adicional em programas de lato ou estrito senso se faz indispensável, pois esse

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corpo de conhecimento não compõe o grupo de disciplinas do curso de Educação Física.

Palavra-chave: Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Educação Física, Esporte.

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Lutas, artes marciais e as aulas de educação física: nuanças dessa relação na práxis dos professores de educação física em um escola

Lima, JFL

Centro Universitário Jorge Amado - Unijorge A iniciativa para a realização dessa pesquisa surgiu a partir de discussão em

sala de aula, na disciplina Metodologia da Luta em curso superior em Educação Física, a respeito das lutas e artes marciais e sua relação com as aulas de educação física. Para ultrapassarmos o âmbito da teoria, utilizamos como palco de estudo uma escola próxima da comunidade acadêmica. Os objetivos dessa investigação foram: saber se os professores da escola estudada utilizam lutas ou artes marciais como conteúdo das aulas de educação física; caso utilizem, de que forma isso ocorre; se não utilizam, quais os motivos; segundo o ponto de vista dos professores, quais são os possíveis benefícios e/ou conseqüências negativas da utilização de lutas ou artes marciais como conteúdos das aulas de educação física. O empenho para sua realização se justifica devido à importância da reflexão sobre a teoria e a prática da experiência profissional, às lutas constarem como alguns dos conteúdos de educação física, o sucesso dessas práticas em diversas faixas etárias, e aos conteúdos relacionados às lutas e artes marciais na educação física terem recebido atenção e começarem a fazer parte das discussões acadêmicas. Para alcançarmos os objetivos propostos a metodologia constou de realização de pesquisa bibliográfica e elaboração de questionário (respondido pelos professores da escola estudada após permissão mediante termo de consentimento livre e esclarecido) que possibilitou análise com base nos textos estudados. Devido a sua natureza discursiva e à investigação ter sido realizada em apenas uma escola e está ter em seu quadro somente três professores de educação física a ênfase foi qualitativa. No desfecho, encontramos que há preconceito em relação à utilização das lutas e artes marciais, que são pouco exploradas como conteúdos da educação física, não percebem a amplitude de benefícios possíveis por meio de vivência de tais elementos, que existe preocupação com atitudes violentas por parte estudantes a partir de práticas relacionadas a esses conteúdos na educação física. Ao final desta investigação acreditamos que não está descartado o surgimento de atitudes violentas, mas, isto não justifica a impossibilidade de utilização de conteúdos relacionados às lutas e artes marciais no contexto escolar, no entanto, é importante que os professores sejam preparados para aproveitar tais conteúdos nas aulas de educação física. Dessa forma, entendemos que ainda temos muito a explorar e investigar em relação a esses conteúdos, seja no

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âmbito escolar ou fora dele, como meio para educar e/ou promover melhoria da saúde e qualidade de vida.

Palavras-chave: artes marciais, educação física, lutas. E-mail: [email protected]

Proposta pedagógica no trato do conteúdo lutas no ensino superior

Silva, L.H.; Lavoura, T.N. Uesc - Dcsau - Curso de Licenciatura em Educação Física

Entende-se que as lutas, enquanto uma das dimensões do conteúdo da

cultura corporal construída historicamente pela humanidade, apresentando-se como manifestação das mais diferentes culturas, civilizações e sociedades, deva fazer parte de um conjunto de conhecimentos produzidos em âmbito escolar pela Educação Física. Algumas abordagens pedagógicas apresentam as lutas como conteúdo nas aulas de Educação Física Escolar (EFE), seja por meio de brincadeiras as quais propiciem a manifestação da ludicidade humana, por meio de vivências oportunizando diferentes expressões corporais deste conteúdo, seus movimentos sistematizados realizados por meio de determinadas técnicas e habilidades motoras, a apreensão de sua historicidade e sua relação com movimentos sociopolíticos, econômicos e culturais de diferentes períodos da humanidade, suas definições e classificações e, até mesmo, a sua relação com determinados temas transversais (como violência, sexualidade e gênero). Não obstante, alguns estudos têm evidenciado que a presença das lutas na EFE tem acontecido por meio da abertura de turmas de “escolinhas de iniciação” extracurriculares, desvinculadas da disciplina EFE e do projeto político-pedagógico da escola. Os professores justificam esta realidade em decorrência da inexistência de local e material adequados, a associação com a violência, a falta de experiência dos professores com as técnicas das lutas e a resistência dos alunos na diversificação dos conteúdos. Entretanto, acredita-se que tais adversidades podem ser superadas por meio do trato pedagógico deste conteúdo para que o mesmo seja vivenciado, refletido, apreendido e modificado enquanto conteúdo da EFE. Entende-se que a formação profissional seja um fator determinante nesta reflexão, pois não são todos os cursos de Licenciatura em Educação Física (LEF) que possuem disciplina específica a qual aborde o conteúdo lutas no ambiente escolar. Quando há, na maioria das vezes, esta disciplina trata apenas uma modalidade de luta, como o judô e/ou capoeira, por exemplo. Mediante este contexto, o presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma proposta pedagógica no trato do conteúdo lutas nos cursos de LEF. Tal proposta se materializa por meio da disciplina “Lutas em Ambiente Escolar” ofertada no curso de LEF da UESC, relatando algumas intervenções realizadas em instituições do ensino básico na região Sul da Bahia, no primeiro semestre de 2010. A referida disciplina tem como objetivo fornecer ao futuro professor subsídios teórico-práticos para o desenvolvimento do conteúdo lutas em ambiente escolar, contemplando as três dimensões do conteúdo (procedimental, atitudinal e conceitual). Esta disciplina, de caráter teórico-prático (carga horária 60

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horas/aula), é dividida em quatro momentos: 1) fundamentação teórica sobre o tema “Lutas em Ambiente Escolar” por meio de leituras e pesquisas; 2) aulas teórico-práticas de lutas possibilitando a vivência do conteúdo nas suas três dimensões; as atividades são realizadas em sala de aula, quadra poliesportiva e campo de futebol; são construídos materiais didático-pedagógicos não-específicos para as aulas, como colchonetes, balões, prendedores, jornais, dentre outros e; são abordadas atividades para todos os níveis de ensino (infantil, fundamental e médio); 3) são formados grupos os quais, conjuntamente com o professor da disciplina, estruturam planos de aula com o conteúdo lutas para diferentes níveis de ensino e, por meio do diálogo com unidades escolares, vivenciam a prática pedagógica do ensino das lutas no ambiente escolar; 4) após o período das intervenções, os grupos relatam as experiências vividas, apresentando os pontos positivos, entraves e a possibilidades de superação. Foram ministradas aulas com os temas judô, esgrima, boxe, capoeira, sumô, luta indígena e luta de braço. Houve certa resistência inicial por parte dos alunos em algumas instituições, mas aos poucos ocorreu adesão satisfatória das atividades. Algumas temáticas apresentaram maior dificuldade na aplicação em função de requerer local adequado e conhecimento técnico específico do professor, como as quedas do judô, por exemplo. Houve, também, certa dificuldade de contemplar a dimensão conceitual do conteúdo. Em função dos resultados das intervenções, acredita-se que esta proposta pedagógica no trato do conteúdo lutas no curso de LEF da UESC possibilitou a manifestação das lutas em ambiente escolar, construindo com os futuros professores saberes e conhecimentos.

E-mail: [email protected]

PRÁTICAS CORPORAIS ALTERNATIVAS

As práticas corporais alternativas na área da saúde: seus usos e terminologias

Cesana, J.; Tojal, J. B. A. G.

FEF-UNICAMP e NEPEF/ UNESP-RC As práticas corporais alternativas (PCAs) podem ser definidas enquanto

práticas corporais relacionadas ao movimento humano cujo desenvolvimento acontece de forma “não convencional” e/ou também denominada de “não tradicional”. Em relação à Educação Física, as práticas consideradas tradicionais são o esporte, as ginásticas e os exercícios resistidos, podendo ser citadas como exemplos de alternativas as práticas que envolvem movimentos mais lentos e contidos, tais como o tai-chi-chuan, o liang gong, e o lien ch’i, ou até mesmo que envolvam exercícios de força, mas relacionados às contrações

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musculares isométricas como ioga, método pilates, eutonia e antiginástica. Sua ascensão nos diversos âmbitos da sociedade ocidental se deu, principalmente, pela emergência de um discurso de integração entre corpo e mente, nas últimas décadas do século XX, no qual novas visões de homem e mundo ocuparam um lugar peculiar nas atuações profissionais de áreas como a medicina, a enfermagem, a fisioterapia e a educação física, entre outras, representando que para todas essas profissões, pertencentes à Área da Saúde, o Ser Humano é complexo, porém integral. Desta forma, o objetivo deste trabalho é de apresentar a ramificação terminológica das PCAs e a sua relação com as profissões da área da saúde como um reflexo da demarcação dos diferentes campos de atuação profissionais. Para tanto, a investigação baseou-se na observação atenta de propagandas de serviços e cursos voltados para as PCAs, sua divulgação nas diferentes mídias, assim como dos acervos, via internet, dos Conselhos Profissionais das diferentes profissões da Área da Saúde, além de documentos do Ministério da Saúde que fazem menção às terminologias derivadas das PCAs e sua aplicação nas áreas específicas, com o intuito de estabelecer uma reflexão da relação entre a criação/utilização de novas terminologias na área da PCAs e seus diferentes usos pelas profissões da área da saúde. A observação indicou que as diferentes profissões abordadas fazem uso de práticas “não convencionais/tradicionais” de trabalho, regulamentadas pelos respectivos Conselhos Profissionais, mas que apesar disto utilizam terminologias distintas para discriminar as mesmas práticas. Um bom exemplo foi o da acupuntura que, advinda da Medicina Tradicional Chinesa e adotada por todas as profissões observadas como prática profissional é adjetivada de maneiras distintas em cada uma delas como forma de localização nas respectivas competências profissionais, a saber: a) Educação Física: outras práticas corporais ou similares (acupuntura, ioga, método pilates, tai-chi-chuan, etc); b) Fisioterapia e Terapia Ocupacional: terapias pelo movimento (acupuntura, quiropraxia e osteopatia); c) Medicina: medicina holística e alternativa, atividades de saúde complementares (acupuntura, homeopatia, terapeuta holístico, iridologia); d) Enfermagem: terapias alternativas (acupuntura); e) Psicologia: alternativas em psicologia e acupuntura como recurso complementar; f) Odontologia: práticas integrativas e complementares (acupuntura, fitoterapia, hipnose, terapia floral, homeopatia e laserterapia); g) Biomedicina: acupuntura. Convém destacar que a capacitação para se trabalhar com acupuntura é feita em cursos extracurriculares, na sua maioria de especialização Latu Sensu. Vale ressaltar ainda que os termos “integrativas” e “complementares” estão referendadas pelo Ministério da Saúde, na sua “Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC)” que destaca como atividades dos profissionais da área da saúde homeopatia, medicina chinesa e acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, e termalismo social/crenoterapia. Em face ao exposto identifica-se que, apesar de muitas destas práticas terem sido introduzidas em meados do século XX como alternativas aos tratamentos e atividades corporais tradicionais na sociedade ocidental, passaram mais recentemente a ser consideradas como complementares, ou integrativas por diversas profissões da área da saúde. Isto denota a existência de uma tentativa de demarcação das respectivas áreas de atuação destas, ao mesmo tempo em que restringem o seu escopo ao status

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de auxiliar nos processos de cura, ganho e manutenção da saúde. No caso particular da Educação Física, o termo PCAs ainda é utilizado, sugerindo que há uma aceitação pela área de opções de trabalhos corporais diferenciados do que é tradicional.

Apoio Trabalho: Bolsista CNPq E-mail: [email protected]

Parkour na escola: rompendo padrões na relação do corpo com o ambiente

Dias de Andrade, C.; Ribeiro de Lima, L. Faculdade Dom Bosco Campus Mercês

O projeto de aulas periódicas de Parkour surge como uma prática corporal

alternativa que vem sendo difundida em diversos países e tem ganhado muitos adeptos no Brasil. O Parkour surgiu na década de 80, no subúrbio de Lisses, na França, baseado em técnicas do Parcours du combattant e Método Natural, de Georges Hébert. Consiste em métodos que visam tornar o indivíduo capaz de mover-se de forma eficaz, pelos mais diversos percursos, ultrapassando qualquer tipo de obstáculo que possa impedi-lo de seguir a diante. A atividade combina habilidades como correr, saltar e escalar, explorando muito o potencial físico do praticante. O objetivo deste projeto foi introduzir na escola uma nova possibilidade de desenvolvimento físico e mental, fugindo do padrão de aulas que utilizam sempre as mesmas práticas, introduzindo uma atividade completa que pode desenvolver tanto habilidades físicas quanto psicológicas. O praticante avalia constantemente fatores externos (obstáculos, distância, altura e riscos) e internos (medo, capacidades, condicionamento) na tentativa de reconhecer suas limitações e explorar suas capacidades. Uma disciplina que visa ser mais do que uma prática puramente corporal, podendo ser encarada como filosofia, estilo de vida e caminho para o autoconhecimento. Seu meio e fim é o movimento, porém encoraja os praticantes no caminho do desenvolvimento pessoal. O método de aprendizagem baseia-se em repetições de técnicas da prática, exploração da criatividade e capacidade de combinação de movimentos, a fim de desenvolver a naturalidade da movimentação e o aperfeiçoamento dos gestos. Além disso, o Parkour não é uma prática competitiva, sendo assim, incentiva o aluno a ver si mesmo como seu maior adversário, e encontrar formas de auto-superação. Ativar seu espírito altruísta, ser e durar, ser forte para ser útil, alimentar-se bem, exercitar-se, ser responsável pelos próprios atos, respeitar os próprios limites e respeitar o próximo são alguns dos aspectos que o Parkour procura desenvolver, formando um praticante consciente do seu papel na sociedade.

E-mail: [email protected]

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PROJETOS SOCIAIS

As práticas corporais como forma de promoção de saúde no presídio: um olhar sobre o centro de inserção social de Catalão-GO

ARRUDA, L. C.; SOUZA, M. J. G.

UFG-CAC-Curso de Educação Física NTRODUÇÃO: O presente texto refere-se à pesquisa desenvolvida no ano

de 2009 enquanto atividade de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG-CAC), e apresenta como objeto de pesquisa as Práticas Corporais como forma de promoção de saúde por parte dos detentos das penitenciárias brasileiras, mais especificamente as políticas implementadas para o acervo destas práticas corporais no Centro de Inserção Social de Catalão-GO. A presente pesquisa apresentou como eixo norteador a seguinte problemática: quais os direitos dos detentos, em relação ao acervo das práticas corporais garantidos por lei, que estão presentes no Centro de Inserção Social de Catalão-GO a partir do “olhar” do diretor e dos detentos? OBJETIVOS: Assim, estabeleceu-se como objetivo geral deste trabalho identificar através dos depoimentos dos sujeitos da pesquisa como se configura o acervo das práticas corporais no Centro de Inserção Social (CIS) de Catalão/GO. Os objetivos específicos que nortearam esta pesquisa foram: a) contextualizar o surgimento do Sistema Prisional no Brasil; b) verificar o que prevê a LEP (Lei de Execução Penal) frente ao acervo às práticas corporais por parte do detento; c) conceituar Políticas Públicas, Práticas Corporais e Promoção Saúde enquanto um direito do detento; e d) analisar se o CIS de Catalão-GO está de acordo com o que reza a LEP no que tange as práticas corporais dos presos através dos depoimentos coletados e observações realizadas. MÉTODO: Num primeiro momento de nossa pesquisa apresentou-se o surgimento do sistema penitenciário no mundo (Europa) e no Brasil. Logo após, verificamos o que diz a LEP em relação às práticas corporais para detentos, a fim de aproximarmos do nosso objeto de estudo. Num segundo momento, estabeleceu-se um diálogo com a literatura da Educação Física e áreas afins sobre conceitos de Políticas Públicas, Práticas Corporais e Promoção de Saúde. E por fim apresentamos a análise dos dados coletados na pesquisa. O trabalho se caracteriza como uma pesquisa de campo, sendo a população/universo de nossa pesquisa os 119 detentos do CIS de Catalão-GO, sendo que desse total, 114 são do sexo masculino e apenas 05 são do sexo feminino. A amostra da pesquisa são todos os detentos do sexo masculino, visto que, os detentos do sexo masculino correspondiam à maioria e a partir disso poderíamos ter uma visão ampliada das atividades físicas e corporais que são desenvolvidas na entidade por parte deles. Para a coleta de dados foi desenvolvida uma

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entrevista semi-estruturada com o diretor do CIS de Catalão-GO, realizada no dia 19/10/2009, e desenvolvida 08 observações durante o banho de sol dos detentos, no período de 21/10 a 06/11/2009. A análise dos dados apresentou um caráter qualitativo. RESULTADO: Na realização dessa pesquisa constatou-se a transformação que o sistema prisional sofreu durante seu desenvolvimento até os dias atuais, com seus regimes e leis. E em relação às leis, o surgimento da LEP veio garantir espaços para que o detento possa realizar suas práticas corporais, como foi observado nas sessões V e VI da constituição penal que são a “assistência educacional e a assistência social” respectivamente. Porém, essa apenas assegura o direito ao detento às práticas corporais, mas não apresenta em que condições (físicas, profissional e material) deveriam ter para serem desenvolvidas dentro das Casas de Detenção do nosso país. No CIS de Catalão-GO, percebeu-se que é um direito que carece de acompanhamentos, profissionais de Educação Física, projetos e iniciativas governamentais e de outros segmentos da nossa sociedade, não há espaço físico e nem materiais adequados para que todos os detentos dessa instituição realizassem suas atividades físicas e corporais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, concluímos que as políticas públicas e sociais em relação às práticas corporais para promoção de saúde dentro do presídio, e principalmente no CIS de Catalão-GO são escassas e ineficientes para a demanda. Pois, não garantem condições para que as práticas corporais sejam realizadas por todos, a fim de promover a saúde dos detentos. E ainda, as práticas que acontecem apenas têm o objetivo de garantir o direito ao banho de sol, e não sendo focado para o real objetivo do cárcere, que é ressocializar o detento para retornar em condições de viver em sociedade.

Palavras-Chave: Estabelecimento Penal. Práticas Corporais. Promoção de Saúde.

E-mail: [email protected]

Projeto arte da paz

Oliveira, S.F. Faculdade Dom Bosco

O projeto Arte da Paz surgiu a partir da observação de educadores do

IDDEHA (Instituto de Defesa dos Direitos Humanos), que ao desenvolver um trabalho com jovens em diferentes locais de Curitiba e Região Metropolitana, identificaram uma manifestação artística comum nos diferentes locais, um estilo de desenho, uma dança empolgante e uma musica de protesto, isso era o Hip Hop, assim nasceu à idéia de desenvolver um trabalho que valorizasse essas manifestações e potencializasse a ação social que o movimento propunha. Selecionado em 2002 pela Petrobras, dentre mais de 3 mil projetos de todo o Brasil, iniciou o desafio de implementar um projeto que se propunha a contribuir com um movimento informal (Hip Hop), que resistia à organização e era alvo de preconceito por grande parte da sociedade. Trazer os militantes e lideranças do Hip Hop, dar qualificação em direitos humanos e formá-los para serem educadores sociais foi à principal aposta no inicio desse processo. A

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coordenação do projeto identificou e mobilizou essas lideranças para uma capacitação que focava a formação em Cidadania e Direitos Humanos e ainda aperfeiçoamento artístico, trazendo profissionais de musica, dança, artes plásticas, entre outros. Após essa capacitação é que foram selecionados os educadores técnicos do Arte da Paz que são pessoas identificadas como militantes e lideranças do Hip Hop, esses os quais os jovens em todas as comunidades atendidas se identificam, despertando assim mais interesse na participação, e todos alem de profissionais das expressões artísticas do Hip Hop que desenvolvem, tem uma qualificação em Cidadania e Direitos Humanos e cursos de formação para Educador Social (Arte Educador). As oficinas do projeto são realizadas em escolas publicas, envolvendo alunos em contra turno, professores e comunidade escolar. A receptividade das escolas para sediar as oficinas do projeto foi crescendo a cada ano. Na parte de formação técnica são ensinadas as expressões artísticas do MC, DJ, GRAFFITI, BREAKING, cada jovem interessado em participar do projeto se inscreve em uma oficina técnica. O conteúdo envolve aprendizado na pratica e teoria de cada elemento do Hip Hop. Eles revezam os dias de encontros em Oficina Técnica e Oficina de Cidadania, desenvolvendo artes em que demonstravam o aprendizado de ambas às oficinas. Tem também a formação em Cidadania e Direitos Humanos que foca a formação do jovem para participação na sociedade, exercendo a cidadania, conhecendo seus deveres e lutando por seus direitos, isso tudo é realizado nessa oficina. O método envolve a produção de materiais que unem conhecimentos adquiridos nas duas oficinas. Cada modulo aprovado e financiado do projeto tem a duração mínima de 5 meses, esse tempo podendo variar de acordo com a verba que vem do financiador, desses 5 meses o primeiro fica para definição dos locais das oficinas, divulgação na comunidade e na escola, shows de divulgação com a equipe técnica do projeto e inscrição e seleção dos alunos, os próximos 3 meses os jovens selecionados passam dentro de salas de aulas 4 vezes por semana, alternando entre Oficina Técnica e Oficina de Cidadania e Direitos Humanos, as aulas tem duração de 3 horas, o ultimo mês fica para divulgação dos resultados obtidos nas oficinas. As atividades semanais geram produtos, como letras de Rap, musicas, CDs, coreografias, desenhos e graffitis, sempre valorizando temas ligados à promoção da paz. Ponto fundamental do projeto são a multiplicação e disseminação dos conhecimentos, o que os adolescentes aprendem nas oficinas tem sempre o foco de ser disseminado para a sociedade e assim esses jovens passam a ser vistos como referencias positivas, quebrando preconceitos com a juventude e o Hip Hop e levando conscientização para a comunidade. O projeto valoriza a promoção de uma Cultura de Paz, extravasando os limites das salas de aula onde ocorrem as oficinas com os jovens. No papel de protagonistas, os jovens conseguiram envolver suas famílias, comunidade e escola, com ações praticas e efetivas de promoção da paz. Os espaços que o projeto teve na mídia também serviram para contribuir com a conscientização da sociedade e com a quebra de preconceitos. O projeto vem sendo executado desde 2002 e ao longo desse período sensibilizou e mobilizou cerca de 200 mil pessoas de Curitiba e Região Metropolitana. Os últimos municípios atendidos foram Curitiba, Campo Magro e São José dos Pinhais, com recursos do Ministério da Cultura.

E-mail: [email protected]

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Contraturno: novos desafios na atuação e nas relações entre o professor de educação física e gestores da educação

Siqueira, S; Chaves, J; Martinez, T

Centro de Convivência Educacional Dra. Zilda Arns Neumann Este trabalho tem como objetivo apresentar o papel do professor de

educação física em um centro de convivência educacional, como foi a criação de uma sala de práticas corporais neste espaço, a diferença entre o trabalho desenvolvido em uma escola e neste local, como também, a importância da relação professor, estagiário, diretor, coordenador, entre outros profissionais atuantes. A proposta do centro de convivência educacional é atender às necessidades dos alunos matriculados em escolas municipais de Hortolândia/SP. Visa à melhoria do seu desempenho escolar e à ampliação do seu universo de experiências artísticas, culturais e esportivas, minimizando a exposição das crianças às situações de risco social, otimizando o seu tempo ocioso, contribuindo para a melhoria de sua auto-estima e valorizando o desenvolvimento de capacidades e saberes. O Centro de Convivência Educacional Dra. Zilda Arns Neumann tem por base visão integradora das experiências vividas pelas crianças, nas quais se incluem os aspectos culturais e históricos relacionados à educação da infância e ao conhecimento, assim como, os domínios cognitivos, afetivos, sociais e físicos, promovendo o desenvolvimento integral das crianças matriculadas na primeira etapa do ensino fundamental da rede municipal de ensino, complementando a ação da família, da comunidade e da escola em atividades em contraturno. A ampliação desses tempos escolares será utilizada para a multiplicidade de conhecimentos necessários à formação exigida pelo mundo contemporâneo. São nove projetos: brinquedoteca; brincadeiras folclóricas; teatro; musicalização; informática; xadrez; formação pessoal e social; estudo monitorado e atividades esportivas. A programação das atividades esportivas foi elaborada a partir de reunião com gestores. Cabe ressaltar que essa relação estreita entre o professor de educação física e os gestores do Centro de Convivência traz grandes benefícios para o processo de ensino-aprendizagem, pois possibilita uma ampliação do olhar e um “refinamento” constante das ações planejadas. A partir desta reunião, ficou definido a existência de uma sala para este projeto. A ausência de uma quadra possibilitou diferentes olhares para os espaços existentes no local, como também, para a criação deste espaço específico. Uma sala temática onde cada objeto presente foi pensado com o propósito de oferecer diversos estímulos e que possibilita também o desenvolvimento de praticas corporais e momentos de acolhimento. A presença do professor de educação física neste local deve assegurar o acesso ampliado a conteúdos já trabalhados na escola, como também novos e variados conteúdos que contribuam para o desenvolvimento da linguagem corporal e do conceito de cidadania. Observa-se diante disto que a formação acadêmica inicial deste profissional dá base para trabalhar neste local, porém é preciso que esteja aberto a idéia da formação continuada pois é uma área que necessita de

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profissionais atualizados e sensíveis ao seu contexto e as transformações sociais pela qual ele passa.

Apoio Trabalho: Secretaria de Educação do Município de Hortolândia/SP. E-mail: [email protected]

Educação física: alternativa pedagógica para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade

Vieira, C. A. L.; Duque, L. F.; Monteiro, R. A. C.

Universidade Nove de Julho - Diretoria de Educação Atualmente é fato as conseqüências negativas causadas por uma sociedade

capitalista e competitiva, isto é, a caracterização acentuada das divisões de classes tem gerado populações cada vez mais pobres e sem acesso. Com isso, crianças e adolescentes acabam se encontrando em situação de vulnerabilidade pessoal e social, tornando-se mais suscetíveis ao contato com marginais e traficantes. Desprezadas e discriminadas pela sociedade, conhecidas como futuros marginais, acabam por não enxergar perspectivas melhores para suas vidas através da educação. O objetivo deste estudo foi mostrar os benefícios da Educação Física no processo pedagógico através do esporte, além de refletir sobre as possibilidades de mudanças no contexto de vida através de momentos de lazer, alegria e motivação para a construção de um futuro melhor a cada uma delas, tudo em conjunto com as propostas de educação. Esta pesquisa consistiu em acompanhamento dos trabalhos realizados por uma instituição social da Zona Leste de São Paulo e fundamentada por revisão de literatura e documental. A Constituição Federal (BRASIL, 1988), juntamente com o Estatuto da Criança e Adolescente (BRASIL, 1990) garantem a proteção dos direitos fundamentais a fim de gerar o melhor acesso a tudo que for necessidade básica para o ser humano. A idade escolar é uma das fases de maior transformação na criança, seja física, cognitiva ou social. Assim as atividades esportivas como projetos e/ou plano pedagógico se destacam no desenvolvimento dessas crianças e adolescentes, porque toda e qualquer experiência adquirida nesta fase da vida constitui uma base para outras etapas. Desde dezembro de 2008 o trabalho realizado em um centro sócio-educativo da Zona Leste, entidade conveniada a Secretaria Municipal da Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, demonstra as possibilidades de utilização das práticas esportivas para sociabilizar, interagir, proporcionar, alcançar e mostrar a essas crianças e adolescentes o quanto é possível melhorar a perspectiva de vida, aumentando o progresso do acervo motor e a rede de relacionamento social. A troca de experiência proporciona um maior desenvolvimento, tanto para os profissionais quanto para as crianças e adolescentes. Independente de qual seja o esporte ou atividade praticada, o processo deve considerar as características dos seus participantes. A fim de que os resultados sejam positivos, os profissionais de Educação Física, precisam trabalhar de forma sociável e lúdica, buscando criar nos alunos, valores e competências pessoais, sociais, produtivas e cognitivas. “Nenhuma lei, nenhum método ou técnica, nenhum recurso logístico, nenhum

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dispositivo político-institucional pode substituir o frescor e o imediatismo da presença solidária, aberta e construtiva do educador diante do educando”. (COSTA, 1997, p. 23). Indubitavelmente é sabido da problemática que tem assolado nosso país nos últimos anos, diferenças de classes, falta de acesso a serviços básicos e problemas sociais que acarretam a vulnerabilidade de crianças e adolescentes. Existe a necessidade de trabalho conjunto entre Estado e todo tipo de organização da sociedade. Dentre as estratégias e propostas neste tipo de trabalho o esporte e a Educação Física propriamente dita aparecem como uma grande ferramenta de combate as diferenças e o professor de Educação Física um promotor de serviço educacional e social.

Palavras-chave: Vulnerabilidade; Criança e Adolescente; Educação Física; Esporte.

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SAÚDE

Promoção da saúde em escolares: uma experiência na educação de jovens e adultos

Bernaldino, E; Oliveira, J; Gonçalves, L

UNIR O conceito de promoção da saúde vem evoluindo ao longo das últimas

décadas. Documentos internacionais (cartas de saúde), elaborados a partir de um processo de discussão e construção coletiva sobre os conceitos fundamentais abordados no contexto da promoção da saúde em diversas partes do mundo, contribuíram para um entendimento mais holístico deste tema. No ambiente escolar, uma das mais significativas conseqüências da introdução do conceito de promoção da saúde na saúde coletiva, pode-se enfatizar a constituição da Escola Promotora de Saúde. Isso representa uma preocupação dos governos com o número crescente de pessoas adultas desinformadas sobre os fatores negativos intervenientes no seu estilo de vida (sedentarismo, dieta rica em gordura, fumo, álcool), que acabam refletindo diretamente no aumento de indivíduos com doenças crônicas degenerativas, caracterizadas um problema de saúde pública. Nesse estudo, pretende-se enfatizar as temáticas relacionadas aos fatores de risco do estilo de vida e a relação com a incidência de doenças crônico-degenerativas com objetivo de analisar os efeitos sobre a promoção da saúde em alunos da EJA após a participação na feira de saúde realizada em uma escola pública do município de Porto Velho-RO. Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa – ação em caráter exploratório. A escolha por este tipo de pesquisa ocorreu devido à necessidade proposta nesse estudo de estimular à participação dos alunos

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envolvidos na pesquisa, ao mesmo em que se pretende ampliar o seu universo de respostas e buscar as explicações dos próprios participantes que se situam, assim, em situação de investigador. Constituíram grupo focal do projeto 54 alunos de ambos os sexos, idade entre 14 e 60 anos, matriculadas no 8º ano da EJA. Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardim em que foram observados os relatos feitos pelos alunos, identificando os conhecimentos adquiridos quanto à promoção da saúde e definidas as categorias principais. Nos resultados verificou-se com relação aos fatores de risco intervenientes no estilo de vida saudável, que dos 56 alunos que participaram 52 (96,29%) obtiveram aprendizado e consciência no que se refere à prática de exercício físico regular e alimentação saudável; 19 (35,18%) alunos relataram que o evento também desencadeou uma auto-reflexão e consciência acerca de uma possível mudança de hábito de vida pessoal e familiar. A realização e participação dos alunos na feira de saúde evidenciaram também uma reflexão e consciência acerca da de uma possível mudança de hábito de vida pessoal e familiar. Em termos gerais, a Feira de Saúde contribuiu de forma significativa para o aprendizado dos conteúdos propostos, bem como se configura em uma possibilidade e modelo prático de aplicabilidade de promoção da saúde no âmbito escolar. Desta forma, espera-se que este estudo possa auxiliar os profissionais da Educação, em especial os de Educação Física, quanto a aplicabilidade e efetividade prática de ações no processo de construção da Educação em Saúde.

E-mail: [email protected]

Atividade física para promoção da saúde de idosos com doença de Alzheimer

Garuffi, M.; Hernandez, S.S.S.; Vital, T.M; Stein, A.M.; Pedroso, R.V; Paiva,

A.C.S.; Costa, J.L.R.; Stella, F. UNESP - Univ Estadual Paulista, Departamento de Educação Física,

Laboratório de Atividade Física e Envelhecimento (LAFE) Introdução: O grande crescimento da população idosa observado atualmente

deve-se, principalmente, ao aumento na expectativa de vida mundial relacionado à evolução da ciência quanto à prevenção e diagnóstico de doenças. Em decorrência deste expressivo aumento é cada vez maior o número de casos de doenças crônico-degenerativas, sendo também maior o número de pacientes com suspeitas de demências. Dentre os principais tipos de demências a Doença de Alzheimer (DA) é a mais comum encontrada em idosos. Do ponto de vista clínico a DA é uma doença caracterizada, principalmente, pelo declínio progressivo da memória do individuo. Já do ponto de vista neurobiológico é caracterizada por acúmulo de placas da proteína beta amilóide e de emaranhados neurofibrilares no cérebro dos pacientes. O acúmulo destas placas e emaranhados resultam em prejuízos nas vias neurotransmissoras, o que determina a morte neuronal. Estes déficits comprometem os processos cognitivos, como memória, atenção, alterações de linguagem, e também propiciam o surgimento de alterações comportamentais,

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afetando também a funcionalidade motora como a execução das atividades de vida diária destes pacientes, tornando-o mais dependente, acarretando na necessidade de um cuidador para auxiliá-lo nas tarefas cotidianas. Cada vez mais é discutida e analisada a relação entre a prática de Atividade Física (AF), qualidade de vida e saúde. Em idosos cognitivamente preservados os benefícios da prática de AF já estão bem evidenciados. Contudo ainda é pequena a quantidade de estudos que evidenciam os benefícios da prática de AF em idosos com DA. Objetivo: Promover a prática de Atividade Física regular e sistematizada para idosos com doença de Alzheimer. Materiais e Métodos: As sessões de AF são realizadas dentro do Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doença de Alzheimer (PRO-CDA), projeto de Extensão do departamento de Educação Física da UNESP – Campus Rio Claro. O programa de AF é desenvolvido por uma equipe multiprofissional, composta por profissionais de Educação Física, Fisioterapia, Medicina, Psiquiatria e Psicologia, contando também com estagiários dos cursos de graduação em Educação Física, Fisioterapia e Psicologia, que buscam dentro do programa aquisição de conhecimentos através de vivência prática dos conceitos adquiridos em sala de aula. Os idosos integrantes do programa participam de diversos protocolos de AF dentre eles: Atividade Física Generalizada, Tarefa Dupla e Treinamento com Pesos. As intervenções motoras são realizadas três vezes na semana, em dias não consecutivos com duração de 60 minutos cada. Resultados: Através da realização dos protocolos de intervenção já desenvolvidos, citados anteriormente, o programa tem evidenciado manutenção nos componentes da capacidade funcional (equilíbrio, agilidade e capacidade aeróbia) e qualidade de vida além de melhora nas funções cognitivas, funções executivas, sintomas depressivos e qualidade de vida dos pacientes participantes. Conclusão: Dessa forma podemos concluir que o PRO-CDA, através da realização de protocolos de AF regular e sistematizada, contribui para melhora e manutenção da funcionalidade motora, funções cognitivas, sintomas depressivos e qualidade de vida de pacientes com DA. Assim sugere-se a implantação de tais programas de intervenção motora para atenuação dos sintomas progressivos da doença.

Apoio Trabalho: FAPESP, LAFE, CAPES, CNPQ, PROEX-UNESP, FUNDUNESP

E-mail: [email protected]

Índices antropométricos e níveis de aptidão física relacionados á saúde em escolares da zona rural de Rondônia

Godoi Filho, J.R.M.; Rodrigues de Almeida, H.F.; Godoi, J.R.M.

Universidade Federal de Rondônia Introdução: O mundo moderno tem cada vez mais afastado as pessoas em

especial as crianças do movimento, no tocante, tanto na qualidade, quanto na quantidade. As perspectivas econômicas têm contribuído cada vez mais para uma especialização precoce em vários seguimentos. Em contrapartida a Educação Física com intuito de exercer a sua função tem contribuído com o

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levantamento de dados importantes como o de detectar a aptidão física relacionada à saúde de grandes populações e grupos sociais. Com isso torna-se relevante a comparação dos escolares em relação à necessidade de conhecimento da realidade rural para o professor de Educação Física. Sendo assim este trabalho pioneiro com essa população, apresentado como requisito de dissertação de mestrado objetivou: 1) Determinar os índices antropométricos (peso, estatura e dobras cutâneas tricipital e subescapular), os níveis de aptidão física relacionada à saúde através dos testes motores de abdominal modificado, flexibilidade (sentar e alcançar) e corrida/caminhada de 9 e 12 minutos, e o estilo de vida de 306 escolares da zona rural de 7 a 14 anos de ambos os sexos, pertencentes a comunidade rural de Triunfo- Rondônia; 2) Comparar os resultados antropométricos e de aptidão física relacionada à saúde, entre os sexos da mesma faixa etária; 3) Comparar os resultados obtidos com outros estudos; 4) Verificar o estilo de vida dos escolares de 13 e 14 anos de ambos os sexos pertencentes a comunidade estudada. Os resultados mostraram que as meninas são mais altas, mais pesadas e com maior índice de espessura nas duas dobras cutâneas, na maioria das faixas etárias estudadas. Nos testes motores os resultados indicam que os meninos apresentaram valores superiores em relação às meninas nos testes de abdominal modificado, exceto aos oito anos de idade, de flexibilidade (sentar e alcançar) exceto aos 10, 11 e 13 anos e na corrida/caminhada de 9 e 12 minutos em todas as idades. Foram analisados e comparados os resultados deste estudo com diferentes estudos de aptidão físicos relacionados à saúde, realizados no Brasil, apresentando resultados semelhantes a um estudo da região norte com QUEIROZ (1992), superiores aos valores encontrados a um estudo da região nordeste de DÓREA (1990) e inferiores aos resultados da região sudeste e sul com estudos de BARBANTI (1982) e de GUEDES (1994) e GLANER (2002) respectivamente. Levantamentos sobre estilo de vida indicam que a falta de opções de lazer, sociais, culturais e esportivas no meio rural, fazem com que o envolvimento de meninas e meninos em atividades diferenciadas do cotidiano das crianças da zona urbana, propicie o convívio com a natureza levando-os a uma vida saudável. Conclui-se que o professor de Educação Física deve conhecer o ambiente que está trabalhando para estimular as crianças da zona urbana a terem convívio com a natureza, bem como as crianças da zona rural com praticas esportivas e exercícios físicos como forma de aquisição e manutenção da saúde.

Palavras-chaves: antropometria, escolares da zona rural, aptidão física, estilo de vida.

E-mail: [email protected]

Relação entre sintomatologia depressiva e nível de atividade física em idosas.

Santos, J.G.

UFV-CCB-Depto de Educação Física

Page 149: Anais V SEPEF 2010

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Envelhecer faz parte de um processo que provoca modificações em todas as esferas da vida do homem. Porém, a dificuldade encontrada por alguns para se adaptar a essas novas situações pode provocar o desencadeamento de doenças psiquiátricas, como é o caso da depressão. Na velhice, o declínio da saúde física constitui fator de risco para depressão devido à possibilidade da perda de autonomia e pode agravar enfermidades já instaladas elevando a mortalidade. O tratamento envolve psicoterapia, intervenção psicofarmacológica e a atividade física regular como uma alternativa não-farmacológica. A fim de compreender um pouco mais da relação entre exercício físico e depressão foi realizado este estudo com o objetivo de verificar a relação entre os sintomas depressivos e o nível de atividade física apresentado por 25 mulheres com idade média de 66,52 anos, participantes do projeto de ginástica “De Bem com a Vida” da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, bem como verificar a importância dada por elas à participação no projeto como auxílio no enfrentamento de eventos estressantes e particularidades advindas do próprio envelhecimento. Para isso, aplicou-se uma entrevista como forma de anamnese; a Escala para Depressão em Geriatria (GDS) para investigar e avaliar a presença de sintomas depressivos no grupo e o Questionário de Baecke Modificado para Idosos (QBMI) para avaliar o nível de atividade física. Os dados foram analisados com base na estatística descritiva e calculados pelo coeficiente de correlação de Spearman. Os resultados da entrevista mostraram que para a maioria, a integração social e o bem-estar psicológico proporcionados pelo programa eram mais relevantes que os benefícios físicos. O teste estatístico apresentou como resultados r = -0,131 e p = 0,267, sugerindo não haver correlação significativa entre GDS e o QBMI. já que não se pode esperar que um item apenas exerça relação direta com a sintomatologia depressiva. Conclui-se que baixos níveis de atividade física podem ser considerados fator de risco para o desenvolvimento da depressão no idoso, devido à possibilidade de declínio na saúde física que pode resultar na diminuição ou perda da sua independência. No entanto, não deve ser estabelecida entre eles uma relação de causa e efeito, já que não se pode esperar que um item apenas exerça relação direta com a sintomatologia depressiva. E-mail: [email protected]