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Lençóis Chapada Diamantina/Bahia 08 a 13 de setembro de 2015

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Lençóis Chapada Diamantina/Bahia 08 a 13 de setembro de 2015

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ANÁLISE DO VALOR DOS INTERESSES CIENTÍFICO, DIDÁTICO E TURÍSTICO DE GEOSSÍTIOS DA BACIA DE RESENDE RIO DE JANEIRO Rafael Altoe Albani1; Kátia Leite Mansur²; Ismar de Souza Carvalho³ 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geociências do Museu Nacional, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, [email protected] 2 Professora do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, [email protected] ³ Professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, [email protected] Resumo A Bacia de Resende constitui uma depressão tectônica no extremo oeste do estado do Rio de Janeiro. A região apresenta pontos de interesse relevantes associados à Geologia e à Geomorfologia que são utilizados com propósito científico e educativo. Este trabalho realizou o inventário e a quantificação de seis geossítios da Bacia de Resende buscando a análise do valor científico, didático e turístico ou recreativo. Os geossítios 1 e 2 são os que possuem os maiores valores do interesse científico, o geossítio 5 o maior valor do interesse didático e o geossítio 1 o maior valor do interesse turístico ou recreativo. Palavras-chave: Patrimônio Geológico; Geoconservação; Bacia sedimentar de Resende. 1. Introdução Situada no médio curso do rio Paraíba do Sul, a bacia sedimentar de Resende abrange os municípios de Barra Mansa (distrito de Floriano), Quatis, Porto Real, Resende e Itatiaia, no extremo oeste do estado do Rio de Janeiro, cujo território é composto em grande parte por rochas cristalinas. A Bacia de Resende é considerada como uma bacia escola por professores universitários, sendo com frequência visitada em trabalhos de campo, principalmente por estudantes de Geografia e Geologia. Brilha (2005) realça que não se pretende conservar todos os afloramentos, mas apenas aqueles que apresentam elevado valor educativo e científico. São estes que podem ser chamados de geossítios e que, no seu conjunto, constituem o patrimônio geológico. Assim, executou-se o inventário e a quantificação de seis geossítios da Bacia de Resende buscando a análise do valor científico, didático e turístico ou recreativo. A Figura 1 mostra a localização dos geossítios pesquisados, bem como a área da Bacia de Resende.

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Figura 1 - Área da Bacia de Resende e a localização dos geossítios pesquisados.

Fonte: Ramos et al. (2006) Materiais e Métodos

O método adotado neste trabalho consistiu em pesquisa bibliográfica sobre a Bacia de Resende, patrimônio geológico e geoconservação. Foram realizados dois trabalhos de campo no ano de 2013, onde seis geossítios foram analisados de acordo com as seguintes estratégias de geoconservação: inventário e quantificação, baseado no método de pontos de García-Cortés & Carcavilla (2009). Para elaboração do mapa de delimitação da Bacia de Resende e localização dos geossítios pesquisados (Figura 1) foi utilizado o software ArcGIS 9.3. A tabela com os valores de cada interesse (Tabela 1) foi feita utilizando o programa Excel 2010. As fotografias dos geossítios foram capturadas utilizando uma câmera Sony modelo DSC-W630 lente Carl Zeiss Vario-Tessar de 16.1 megapixels. 2. Resultados e discussão Na Figura 2 é possível visualizar os seis geossítios selecionados neste trabalho. O geossítio 1 corresponde á seção tipo da Formação Ribeirão dos Quatis; o geossítio 2 simboliza a seção tipo da Formação Resende; no geossítio 3 temos uma cascalheira pleistocênica; o geossítio 4 representa o leque aluvial de Itatiaia; o geossítio 5 é composto pela Formação Resende, Membro Acácias; e o geossítio 6 traduz um afloramento representativo da Formação Floriano descaracterizado pela ação humana, e que, antes era utilizado para fins

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didáticos.

Figura 2 - A) Geossítio 1; B) Geossítio 2; C) Geossítio 3; D) Geossítio 4; E) Geossítio 5 e F) Geossítio 6. Fonte: Albani (2014)

A etapa de quantificação levou em consideração os seguintes critérios: representatividade, caráter de localidade tipo, raridade, grau de conhecimento científico do lugar, estado de conservação, condições de observação, diversidade, infraestrutura logística, densidade populacional, acessibilidade, fragilidade intrínseca, associação com outros elementos do patrimônio natural e/ou cultural, espetacularidade ou beleza, conteúdo divulgativo, potencialidade para realização de atividades turísticas e recreativas, proximidade de áreas recreativas, entorno socioeconômico e uso didático detectado. A Tabela 1 mostra os valores dos interesses científico, didático e turístico ou recreativo encontrados para os seis geossítios.

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Tabela 1 - Valores dos interesses científico (Ic), didático (Id) e turístico ou recreativo (It) de cada geossítio

3. Conclusões Os geossítios 1, 2 e 4 se destacam pelos maiores valores do interesse científico. Tanto o geossítio 1 quanto o 2 são seções tipo, possuindo boa representatividade e condição de acesso. O geossítio 4 se destaca pela presença de rochas alcalinas oriundas do maciço do Itatiaia com ênfase para os itens representatividade e infraestrutura logística. No geossítio 5 foi encontrado o maior valor para o interesse didático, realçando as boas condições de observação e de infraestrutura logística. Já o geossítio com maior valor para o interesse turístico ou recreativo é o geossítio 1, destacando seu conteúdo didático. O geossítio 6, por estar totalmente descaracterizado em virtude de obras de contenção de encosta, resultou em valores considerados baixos tanto para interesse científico, quanto didático e turístico ou recreativo. De acordo com os resultados encontrados podemos concluir que os geossítios estudados da Bacia de Resende possuem valores moderados a alto para os interesses científico e didático, todavia baixo interesse turístico ou recreativo. 4. Referências Bibliográficas ALBANI, R.A. Análise da vulnerabilidade natural e antrópica de geossítios da bacia sedimentar de Resende. 2014. 118 f. Monografia (Especialização) Programa de Pós-Graduação em Geologia do Quaternário, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. BRILHA, J.B.R. Patrimônio geológico e geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente geológica. Braga. Palimage Editora, 2005. 190 p. GARCÍA-CORTÉZ, A.G., CARCAVILLA, L.U. Propuesta para la actualización metodológica del Inventario Español de Lugares de Interés Geológico (IELIG). Versión 11. 12-03-2009. Madrid: Instituto Geológico y Minero de España, 2009. 61 p. RAMOS, R.R.C., MELLO, C.L., SANSON, M.S.R. Revisão Estratigráfica da Bacia de Resende, Rift Continental do Sudeste do Brasil, Estado do Rio de Janeiro. São Paulo, UNESP, Geociências, 25:59-69. 2006.

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