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Page 1: ANA CAROLINA B. OLIVEIRA CRISTIANE REGINA ARAUJO DAIANE SHEYLA NUNEOS TATIANE MARQUES VANUSA DE FÁTIMA RIBEIRO
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ANA CAROLINA B. OLIVEIRAANA CAROLINA B. OLIVEIRACRISTIANE REGINA ARAUJOCRISTIANE REGINA ARAUJO

DAIANE DAIANE SHEYLA NUNEOSSHEYLA NUNEOS

TATIANE MARQUESTATIANE MARQUESVANUSA DE FÁTIMA RIBEIROVANUSA DE FÁTIMA RIBEIRO

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A Flaskô é uma fábrica de transformação de plástico e produtora de modelos de embalagens industriais (tambores ou bombonas). Foi fundada no final dos anos 70 e pertencia à Corporação Holding do Brasil (CHB).

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CHBA CHB também, dona das marcas Cipla e Interfibra e integrou o Grupo Hansen Industrial S.A. até 1992, ano da partilha de bens familiar ocasionada pela morte de João Hansen Júnior (sócio fundador). Luís Batschauer (que era casado com Eliseth Hansen) e seu irmão Anselmo assumem a CHB, mas perdem o capital do Grupo Hansen necessária para a modernização tecnológica.

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A derrocada e a contrapartida

Enquanto as outras empresas do grupo cresciam, a CHB começa a definhar as fábricas sob seu comando. Tem cerca de 71 trabalhadores atualmente, mas chegou a ter 600 em seu auge.

No entanto, os trabalhadores da Flaskô não assistem a tudo isso passivamente. Há registros de greves em 1994 e 1997 contra a jornada de até 12 horas, baixos salários e não cumprimento de acordos trabalhistas. Porém, uma mudança significativa na fábrica só foi possível após a ocupação e o estabelecimento do controle operário.

No entanto, os trabalhadores da Flaskô não assistem a tudo isso passivamente. Há registros de greves em 1994 e 1997 contra a jornada de até 12 horas, baixos salários e não cumprimento de acordos trabalhistas. Porém, uma mudança significativa na fábrica só foi possível após a ocupação e o estabelecimento do controle operário.

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Cronologia do Movimento: 2002-2012

2002•Em Janeiro, os trabalhadores da Cipla em Joinville-SC realizam paralisação de 24 h contra os atrasos constantes no pagamento dos salários e do décimo terceiro, sem o auxílio do sindicado dos plásticos. Ocasionando a demissão de 140 funcionários.

•Em outubro , inicia-se a greve de 8 dias na Cipla e na Interfibra, contra a vontade do sindicato que ao fim decide apoiar. As reivindicações eram o pagamento imediato dos salários atrasados e direitos não pagos. O empresário Luis Batschauer tenta coibir a greve com ameaças, mas sem sucesso, aceita reunião com o comitê de greve e o sindicato, mediada pela delegacia regional do trabalho e o ministério público do trabalho. Batschauer nega condições para pagar os trabalhadores e acorda que "o comando administrativo e operacional da Cipla e da Interfibra passa para as mãos dos trabalhadores". Imediatamente os trabalhadores ocupam a Cipla e a Interfibra, retomam a produção e assumem o controle das empresas, ainda sem instrumento legal para tanto. Luis Batschauer insiste em continuar ocupando sua sala na empresa, mas meses depois é expulso e proibido de voltar.

•Novembro - Assembléias na Cipla e na Interfibra elegem comissões de transição para organizar auditoria financeira nas empresas. Comissões de trabalhadores conseguem procuração judicial para administrar as empresas. Convocam sindicatos, associações, partidos, representantes do poder público para compor um "Comitê em Defesa do Emprego, do Salário e dos Direitos Trabalhistas em dia". Inicia a Campanha de coleta de assinaturas pela "Estatização para salvar 1000 empregos".

•20 de dezembro - Oficial de Justiça acompanhado de policiais vão a Cipla para retirada de um molde de propriedade da Volvo sueca. Na liminar, a Volvo explicava o motivo: "Os operários literalmente tomaram o poder". Trabalhadores bloqueiam os portões com carretas e se negam a entregar o molde. Após acamparem na fábrica durante a noite e conseguirem um prazo para solucionar o impasse a Volvo aceita pagar indenização de R$500 mil pelo molde. Este dinheiro será fundamental para a compra de matéria-prima.

2002•Em Janeiro, os trabalhadores da Cipla em Joinville-SC realizam paralisação de 24 h contra os atrasos constantes no pagamento dos salários e do décimo terceiro, sem o auxílio do sindicado dos plásticos. Ocasionando a demissão de 140 funcionários.

•Em outubro , inicia-se a greve de 8 dias na Cipla e na Interfibra, contra a vontade do sindicato que ao fim decide apoiar. As reivindicações eram o pagamento imediato dos salários atrasados e direitos não pagos. O empresário Luis Batschauer tenta coibir a greve com ameaças, mas sem sucesso, aceita reunião com o comitê de greve e o sindicato, mediada pela delegacia regional do trabalho e o ministério público do trabalho. Batschauer nega condições para pagar os trabalhadores e acorda que "o comando administrativo e operacional da Cipla e da Interfibra passa para as mãos dos trabalhadores". Imediatamente os trabalhadores ocupam a Cipla e a Interfibra, retomam a produção e assumem o controle das empresas, ainda sem instrumento legal para tanto. Luis Batschauer insiste em continuar ocupando sua sala na empresa, mas meses depois é expulso e proibido de voltar.

•Novembro - Assembléias na Cipla e na Interfibra elegem comissões de transição para organizar auditoria financeira nas empresas. Comissões de trabalhadores conseguem procuração judicial para administrar as empresas. Convocam sindicatos, associações, partidos, representantes do poder público para compor um "Comitê em Defesa do Emprego, do Salário e dos Direitos Trabalhistas em dia". Inicia a Campanha de coleta de assinaturas pela "Estatização para salvar 1000 empregos".

•20 de dezembro - Oficial de Justiça acompanhado de policiais vão a Cipla para retirada de um molde de propriedade da Volvo sueca. Na liminar, a Volvo explicava o motivo: "Os operários literalmente tomaram o poder". Trabalhadores bloqueiam os portões com carretas e se negam a entregar o molde. Após acamparem na fábrica durante a noite e conseguirem um prazo para solucionar o impasse a Volvo aceita pagar indenização de R$500 mil pelo molde. Este dinheiro será fundamental para a compra de matéria-prima.

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BATATA (sem umbigo)

O que é a FLASKÔ ?•A FLASKÔ faz parte de um grupo econômico de industria plásticas que começou um processo de falência no final da década de 90 início dos anos 2000, que foi ocupada em 2003 a dez anos.

Como iniciou essa ocupação ?•Esse processo começou com diversas mudanças de CNPJ, endividamentos, o não pagamento dos fornecedores e dos direitos trabalhistas dos funcionários, processo de sucateamento do parque fabril através da retirada de máquinas e o termino de linhas de produção inteiras. Outubro de 2002 uma das fábricas do grupo foi ocupada (a CIPLA) com o apoio de Lula na época candidato a presidente da república. 2003 operários da CIPLA vão a Brasília conversar com Lula. Juntamente com os funcionários da FLASKO (há 4 meses sem salário), na volta os funcionários da CIPLA ajudam na ocupação da fábrica, na esperança de mudanças no contexto social do Brasil. “Uma fabrica fechada é um cemitério

de possibilidades de trabalho”

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Como organizar uma fábrica sem patrão ?•Através da Gestão Operaria na qual existem duas esferas de decisão uma é a composta pelo conselho de fábrica, que é a junção de representantes de vários setores da fábrica que são eleito anualmente por voto direto e se reúnem semanalmente para discutir a situação da fábrica de uma maneira ampla, que vai desde pegar o balanço econômico na industria plástica no Brasil e o que isso influencia nas perspectivas da Flaskô até a definição de quem vai cortar a grama, esse conselho tem autonomia para tomar as decisões mas é as assembleias gerais que tem a maior autonomia de decisão, acontecem anualmente e todos os funcionários são convidados a participar. Nessa assembleia acontece a prestação de contas da fábrica na qual é explicado tudo o que foi decidido pelo conselho de classe que pode revertido pela assembleia ou não.Cada setor tem seu poder de decisão dentro do seu setor.

Em dez anos quais foram as conquistas da Flaskô ?•Diminuição da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem a diminuição dos salários.•Trabalhadores conhecem seu trabalho e tem autonomia para tomar decisões sobre a produção. •Ganhos sociais •Terreno em torno da fábrica é ocupada por funcionários e sem tetos , criando a vila operaria, com 560 famílias.• Processo de estudo e formação social e política dos operários.•2009 utilização dos espaços ociosos com a fábrica de culturas.•Agosto de 2013 implantação do EJA nos espaços da fábrica.

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Como se dá a Auto gestão ?•É feita através dos conselhos e assembleias. A Flaskô tem um dono e nós apenas administramos a fábrica.Não queremos a propriedade da fabrica, queremos que apenas que ela se torne pública através da estatização.

Porque Estatal e não uma cooperativa ?•Através da Cooperativa os operários tornam –se proprietários e automaticamente dono das dívidas e a carteira assinada passa há não mais existir, consequentemente todos perdem os seus direitos como trabalhadores inclusive os atrasados.A Flaskô não tem lucro, tudo o capital gerado é aplicado novamente na fabrica, no pagamento dos funcionários e despesas da fabrica não temos como assumir uma dívida de 600 milhões.Com a estatização a dívida iria para o Estado resolvendo nossos problemas jurídicos , o segundo passo seria manter o controle operário.

Como é feita a Movimentação financeira ?•A fábrica tem nota eletrônica através da associação dos trabalhadores. Existem dois CNPJS, um da Flaskô (usado na contratação de funcionários) e outro da associação (utilizado para as compras e vendas e demais movimentações). Como ficou os salários ?•Aplicou-se o achatamento salarial, diminuindo os maiores salários e aumentando os menores, este é baseado no maior e menor salário do chão de fabrica (CLT o piso salarial é de R$1100.00 e o maior é de R$3200,00 referente ao mecânico ferramenteiro, todos os outros gerentes e diretores ganham igual a ele.

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A Flaskô também

promove eventos

musicais. Trazendo

diversos gêneros.24 de julho de 2011: 1° Sonora Musical na Flaskô com a presença das bandas: Somo Black, Kaya Boardings, Invasão Rasta, Fusão Norte, Malacabeza, Minhoca, Por Que?, Márcio Rap, Peixe Boi e DJ Tremendão

21 de outubro de 2011: Músicos Operários da Flaskô: Moda de Viola com Lima

22 de outubro de 2011: Baile Nostalgia à Fantasia com DJ Tremendão

26 de outubro de 2011: Apresentação da Filarmônica de Sumaré na Flaskô

20 de março de 2012: Final da Copa Raspadão de Sumaré (co-organização) com apresentações de: Somo Black, Márcio Rap, DJ Edmilson, Banda Cidadão de Papel, Du Rap, Ments, DJ Ice Jay e GOG

14 de abril de 2012: Show com Vinícius Camargo

24 de julho de 2011: 1° Sonora Musical na Flaskô com a presença das bandas: Somo Black, Kaya Boardings, Invasão Rasta, Fusão Norte, Malacabeza, Minhoca, Por Que?, Márcio Rap, Peixe Boi e DJ Tremendão

21 de outubro de 2011: Músicos Operários da Flaskô: Moda de Viola com Lima

22 de outubro de 2011: Baile Nostalgia à Fantasia com DJ Tremendão

26 de outubro de 2011: Apresentação da Filarmônica de Sumaré na Flaskô

20 de março de 2012: Final da Copa Raspadão de Sumaré (co-organização) com apresentações de: Somo Black, Márcio Rap, DJ Edmilson, Banda Cidadão de Papel, Du Rap, Ments, DJ Ice Jay e GOG

14 de abril de 2012: Show com Vinícius Camargo

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Fábrica de Cultura e Esportes•Em 2009, os operários reativaram um galpão abandonado e iniciaram o

projeto “Fábrica de Cultura e Esporte”, com teatro, cinema, futebol, balé,

dança, curso de desenhos e aulas de violão.

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•A Flaskô entende a arte como instrumento de reflexão e crítica da organização

produtiva na sociedade atual, que contribui para a formação de sujeitos que se

reconheçam como tais diante da História, capazes de compreender o passado,

de criar suas próprias memórias, de se articular socialmente, de mudar o rumo

das coisas.

•A Flaskô entende a arte como instrumento de reflexão e crítica da organização

produtiva na sociedade atual, que contribui para a formação de sujeitos que se

reconheçam como tais diante da História, capazes de compreender o passado,

de criar suas próprias memórias, de se articular socialmente, de mudar o rumo

das coisas.

Fábrica de Cultura e Esportes

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Cursinho pré vestibular FLASKÔ

O Cursinho FLASKÔ surgiu a partir do interesse de professores - que já

trabalhavam em cursinhos populares com o intuito de divulgar e

ampliar o acesso ao Ensino Superior. E tem o objetivo de promover o

acesso à educação através de uma valorização do conhecimento e da

cultura de forma unificada.

O Cursinho FLASKÔ surgiu a partir do interesse de professores - que já

trabalhavam em cursinhos populares com o intuito de divulgar e

ampliar o acesso ao Ensino Superior. E tem o objetivo de promover o

acesso à educação através de uma valorização do conhecimento e da

cultura de forma unificada.

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