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TATIANE DAIANE TALASKA
COMPREENSÕES A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL: UMA BASE TEÓRICO - HISTÓRICA
Trabalho de conclusão de curso de graduação
apresentado como requisito para a obtenção de
grau em Licenciado em Pedagogia da
Universidade Federal da Fronteira sul.
Orientador: Prof. Msª. Naira Estela Roesler
Mohr
ERECHIM
2015
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FICHA CATALOGRÁFICA
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Dedico esse trabalho a meu Pai Darlei, minha
família que sempre me apoiaram e
incentivaram. Agradeço a todos que de algum
modo contribuíram para meu crescimento
pessoal nesta etapa que se conclui. Aos
professores que fizeram parte deste processo,
em especial ao Prof. Ms ª. Naira Estela Roesler
Mohr, a qual sempre se fez presente como
orientadora e durante toda a minha trajetória
acadêmica.
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“Ai daqueles que pararem com sua capacidade
de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar
e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de
visitar de vez em quando o amanhã pelo
profundo engajamento com o hoje, com o aqui
e o agora, se atrelarem a um passado de
exploração e de rotina”.
Paulo Freire
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AGRADECIMENTOS
Quero agradecer inicialmente a Deus por sempre estar me guiando, iluminando o meu
caminhar, dando-me força e coragem para seguir diante das dificuldades...
À minha mãe, Marli, que não pode acompanhar esta caminhada daqui, mas sei que de
lá de cima, de algum modo esta olhando por mim...
Ao meu super pai, Darlei por todo amor, carinho que dedica a mim, em especial pela
paciência que teve comigo em horas de desespero, angústias, por sempre estar do meu lado...
À minha família que nunca me desamparo, afinal família é a base de tudo, sem vocês
não saberia o que seria de mim...
À turma de Pedagogia 2011, sendo que destaco Anamaria, Camila, Cidrieli, Daiani por
passarem os cincos anos juntos, das risadas, nos trabalhos, no desespero dos finais de
semestres, amizades que a pedagogia trouxe...
Aos professores da Universidade Federal da Fronteira Sul –UFFS, Campus Erechim,
obrigada pelos ensinamentos, por dividirem suas experiências, sendo em especial a minha
orientadora Prof. Msª. Naira Estela Rosler Mohr, que me auxilio para a conclusão deste
trabalho...
Enfim agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste sonho, que aos poucos esta se tornando realidade.
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RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso, com requisito
para obtenção do título de Pedagogia. Tendo como foco principal a discussão em torno da
Educação Física na Educação Infantil, buscando compreender e discutir a formação da criança
neste nível de ensino. Para isso optou-se por uma pesquisa de caráter bibliográfico e
documental, levando em consideração o surgimento da Educação Física e suas tendências no
decorrer das décadas, bem como a evolução da Educação Infantil. Em seguida, analisou-se o
perfil das instituições escolares, as concepções de ensino e a organização das políticas
educacionais para a infância, principalmente nas duas últimas décadas, observando as
perspectivas, objetivos da Educação Infantil nos documentos que orientam esta modalidade e
a importância do desenvolvimento da cultura corporal. Acredita-se que tanto o pedagogo
como professor de educação física podem e devem trabalhar juntos, visando o
desenvolvimento pleno e integral de seus alunos. O reconhecimento da educação infantil
como componente da Educação Básica, portanto um direito universal tem promovido a
procura por vagas e a expansão das redes de ensino. Consequentemente, entendemos como
importante a qualificação do debate e das práticas pedagógicas que envolvem esta modalidade
de ensino.
Palavras chave: Educação Física, Educação Infantil, Pedagogia.
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ABSTRACT
This study was developed as Work Course Conclusion, with requisite for obtaining the title of
Pedagogy. With the main focus the discussion of physical education in kindergarten, trying to
understand and discuss the formation of the child in this level of education. For this it was
decided by a bibliographical and documentary research study, taking into account the
emergence of Physical Education and its trends over the decades, and the development of
early childhood education. Then analyzed the profile of educational institutions, educational
concepts and the organization of educational policies for children, especially in the last two
decades, noting the outlook, objectives of early childhood education in the documents that
guide this type and importance of development of body culture. It’s a believed that both the
teacher and physical education teacher can and should work together, aiming at full and
integral development of its students. The recognition of early childhood education as basic
education component, so as a universal right has promoted the search for places and the
expansion of school systems. Consequently, we understand how important the qualification of
the debate and pedagogical practices that involve this type of education.
Key words: Physical Education, Children Education, Pedagogy.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2.1 UM POUCO DA HISTÓRIA E DA REALIDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA................................12
2.2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A CULTURA CORPORAL ............................................18
3. OS DIREITOS DA CRIANÇA: DO ASSISTENCIALISMO Á EDUCAÇÃO
INFANTIL..............................................................................................................................21
4. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCAÇÃO INFANTIL.................................30
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................41
REFERENCIAS......................................................................................................................43
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1 INTRODUÇÃO
Para iniciar a discussão, se faz necessário entender o que levou-me como pesquisadora
deste trabalho à escolher o tema da Educação Física na Educação Infantil, principalmente, na
reflexão sobre o papel dos profissionais que atuam nesta modalidade de ensino.
Na atualidade encontra-se muito difundido a importância das atividades físicas
relacionando-as com os benefícios para saúde, bem-estar, e uma forma de proporcionar
equilíbrio entre corpo e mente. No entanto, nem sempre foi desta maneira, sendo que algumas
pessoas passaram por traumas nas atividades físicas desenvolvidas na escola, considerando-as
extremamente rigorosas, repetitivas e voltadas para finalidades excludentes.
A finalidade educativa das aulas de Educação Física nem sempre era o que mais se
presenciava, motivando frustrações e um desmerecimento destas aulas por parte de muitas
pessoas. Em alguns casos a Educação Física era percebida como tempo inútil ou de
relaxamento das atividades cognitivas, ou apenas para incentivar aspectos competitivos entre
os mais aptos e os menos qualificados. Buscando refletir sobre estes aspectos é que
selecionou-se o presente tema, buscando conhecer as origens da Educação Física Escolar,
suas concepções e finalidades, bem como o papel do educador que atua nesta área.
Se as referências que temos em geral tratam do Ensino Fundamental, pouco se observa
de elaboração teórica em torno da Educação Física na Educação Infantil. Desta forma, este
tema provocou-me interesse, julgando como um campo necessário de ser explorado,
sobretudo no atual momento histórico, em que está ocorrendo uma grande expansão das
matrículas da Educação Infantil.
No sentido de compreender melhor estas duas áreas dos conhecimentos, foi utilizada
uma pesquisa de caráter bibliográfico, buscando recuperar historicamente as origens e
concepções de cada um destes campos, refletindo em que medida isto influencia suas práticas
nos diais atuais, afinal muitas vezes olhando para o passado conseguimos dar sentido ao
presente e projetar o futuro. Também foi realizada análise de documentos e da legislação que
orientam a oferta da Educação Infantil.
Ao estudar as origens da Educação Física no Brasil veremos que teve em seu principio
um caráter higienista, ou seja, o cuidado com o corpo. Mas também o militarismo se fez muito
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presente, por acreditar-se que homens deveriam estar fortes, musculosos para poder defender
a Pátria. Em momentos mais recentes, o esporte de competição tornou-se quase a principal
finalidade nas escolas. Trazendo para os dias atuais, pode-se dizer que a maioria das pessoas,
recorrem às atividades físicas como meio de perder peso, buscando melhorias nas condições
de saúde, mas também por padrões estéticos buscando um corpo malhado, definido, com
músculos fortes.
A relação atividade física e saúde é indiscutível, e parece cada vez mais necessária esta
preocupação, tendo em vista que o avanço da tecnologia tem produzido uma vida cada vez
mais sedentária. Nesta perspectiva surge uma questão: Haverá idade certa para começar uma
atividade física? É sob este olhar que se apresenta o debate para defender a educação física,
ou a presença desse profissional nas escolas de educação infantil. As atividades corporais e
motoras não tem idade certa para começar, e seus benefícios na educação infantil são de
extrema relevância, por ser nesta idade que está sendo construído, desenvolvido o cognitivo
de cada um. Quanto mais estímulos, mais vivencias diferenciadas forem oportunizadas,
melhor desenvolvimento terá esta criança.
Levando em consideração que nem sempre a criança teve um espaço destinado a seu
desenvolvimento, pois houve um momento na história em que a criança era vista como um
adulto em miniatura. Com o passar do tempo foi mudando-se esta ideia, então os
ensinamentos eram passados às crianças pelos mais velhos da casa, costumes e tradições. Os
anos foram passando as mulheres começaram sua inserção no mercado de trabalho, e em
consequência disto, o atendimento das crianças pequenas quase que se limitou ao caráter
assistencialista, mais como medida compensatória do que finalidade educativa. No Brasil o
reconhecimento da Educação Infantil como uma modalidade da educação básica é recente,
assim como um maior entendimento enquanto fator de cidadania da criança. Neste sentido,
optou-se em trazer reflexões em torno deste, bem como a consulta da legislação que assegura
o direito ao acesso à educação na primeira infância.
Enfim, a partir da aproximação destas duas áreas acredita-se ser possível perceber a
importância da Educação Física na formação integral da criança e a necessidade da oferta de
atividades motoras, cognitivas e recreativas que possuam uma intencionalidade pedagógica.
Para isto, este trabalho busca trazer reflexões amparadas em leituras de autores que tratam do
desenvolvimento infantil e nos auxiliam nesta discussão. Sem a pretensão de esgotar o tema,
acredita-se que este estudo trata de um esforço inicial que nos auxilia a compreender o atual
panorama educativo e que possa a contribuir com a qualificação da Educação Infantil.
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2. 1 UM POUCO DA HISTÓRIA E DA REALIDADE ATUAL DA EDUCAÇÃO
FÍSICA
Refletir sobre a Educação Física na atualidade nos remete a buscar suas origens e
finalidades, considerando que muitos princípios e concepções se apresentam ainda no
imaginário social e nas praticas escolares. Alguns autores que tem se dedicado ao estudo da
historia da educação física no Brasil, concordam que há um estreito vínculo do surgimento
deste campo com as instituições militares e medicas.
Já os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs formulados em 1997, ao caracterizar
a área da Educação Física assinalam criticamente esta relação, considerando que isto
influenciou esta área do conhecimento por muito tempo, preconceitos raciais, de gênero e
sociais.
A Educação Física estava relacionada com a higiene e saúde, contando com o auxilio
de médicos, ou ainda da medicina, havendo um grande “medo” que negros se misturassem
com os brancos causando uma desqualificação de raça. Neste sentido, durante o Império
Brasileiro encontra-se os pressupostos de práticas eugênicas, na perspectiva de um
melhoramento genético da população brasileira, onde a medicina e a educação física
contribuíam com a segregação entre pessoas brancas e negras.
Castelanni (1989, p.14), em sua obra “Educação Física no Brasil: a Historia que não se
conta”, vai afirmar que havia estereotipação do comportamento masculino e feminino, com
influência do militarismo nas instituições de ensino na época, ou seja, um comportamento
militar, condicionamentos físicos preparados para defender a “Pátria”.
Oliveira (2008), em sua obra “O que é educação física”, ressalta que os indígenas que
residiam no Brasil, antes dos portugueses chegarem, possuíam grande habilidade com arco e
flecha, natação, luta, caça, pesca, canoagem corridas por estas atividades fazerem parte do
dia-a-dia, destacando ainda que:
Tudo leva a crer que a primeira pratica esportiva introduzida no Brasil foi o remo
(1566), apesar de sua conotação lendária. Os indígenas nada contribuíram para a
Educação Física brasileira. A sua condição de nomadismo impedia o aparecimento
de um espaço ocioso que permitisse a criação de hábitos esportivos. O jogo da
peteca foi a única contribuição original dos nossos indígenas ao universo esportivo
nacional. (OLIVEIRA, 2008, p. 50)
13
Por serem atividades já praticadas pelos mesmos, não teve contribuição para novas,
porém a peteca que foi desenvolvida por eles nesta época, teve um reconhecimento, por ser
algo feito sem impressão gráfica e os materiais serem acessíveis a todos.
Castelanni (1989), apresenta a que foi a primeira Escola Militar pela Carta Regia de 4
de dezembro de 1810, com nome de Academia Real Militar, com introdução da ginástica
alemã no ano de 1860. Em 1907 o embrião da Escola de Educação Física da Força Policial do
Estado de São Paulo, 1922 foi criado o Centro Militar de Educação Física, portanto a mesma
era vista com um caráter militar e não pedagógico. Castelanni (1989, p. 39) afirma que:
A Educação Física no Brasil, desde o século XIX, foi entendida como um elemento
de extrema importância para o forjar daquele individuo “forte”, “saudável”
indispensável a implementação do processo de desenvolvimento do país que, saindo
de sua condição de colônia portuguesa, no inicio da segunda metade daquele século,
buscava construir seu próprio modo de vida. Contudo, esse entendimento, que levou
por associar a Educação Física á Educação do Físico, á Saúde Corporal não se deve
exclusivamente e nem tampouco prioritariamente, aos militares.
No entanto Costa (1987) aponta que:
Na Antiguidade e no Renascimento, a Educação Física e o Esporte eram vinculados
por meio de uma concepção idealista, tendo como referencial o ser humano e seu
desenvolvimento integral. Com as modificações sociais, condições de vida moderna,
a começar no século XIX e, principalmente hoje, neste século, a atividade física
passou a ser utilizada com objetivos imediatos, pragmáticos, que se contrapõem ao
idealismo de antes. Buscava-se, em tempos remotos, o prazer da participação na
atividade física, enquanto hoje se busca o prazer da participação pelo resultado, pela
vitoria. (COSTA. 1987, p. 43)
Neste sentido Gancz, irá apresentar uma classificação da Educação Física de acordo
com autores como Marinho, Mazzei & Texeira, entre outros autores, a seguir:
Educação Física Higienista (1889-1930) “[...] proporcionar aos alunos o
desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito, formando o homem física e
moralmente sadio alegre e resoluto”. (MARINHO, 1953, p. 177 apud Ganz).
Educação Física Militarista (1930-1945) –Tinha por objetivo o “desenvolvimento
harmônico do corpo. Desenvolvimento da personalidade. Aperfeiçoamento da
destreza
14
. Emprego da força e espírito de solidariedade”. (MAZZEI & TEIXEIRA, 1967, v.
IV, p. 143 apud Gancz).
Os PCNs, Parâmetro Curricular Nacional, apresentam de maneira sucinta a historia da
educação física, sendo que o mesmo ressalta o vínculo com o militarismo, bem como a classe
médica.
Educação Física Pedagogicista (1945-1964) “A educação física, acima das “querelas
políticas”, é capaz de cumprir o velho anseio da educação liberal: formar o cidadão”.
(GHIRALDELLI JÚNIOR, 1989, p.29 apud Gancz).
Educação Física Competitivista (1964-1985) “Quer-se dar ao professor de educação
física a convicção de que ele, por força da profissão é condutor de jovens, um líder e
não pode aceitar ser conduzido por minorias ativas que intimidam, que ameaçam e,
às vezes, conseguem, pelo constrangimento, conduzir a maioria acomodada, pacífica
e ordeira”. (FERREIRA, 1969 apud GHIRALDELLI JÚNIOR, 1989, p.31 apud
Gancz)
Ao falar de educação física muitos irão lembrar-se das aulas tidas em sua trajetória na
escola, algumas destas lembranças poderão ser boas por parte dos esportes praticados, das
conquistas, da participação em campeonatos. Outros se lembrarão da exclusão, das atividades
que não participavam, das habilidades que não tinham, ou seja, traços de uma concepção
competitivista, reduzida ao esporte.
Entretanto nas escolas, por inúmeras vezes, quem irá trabalhar com os alunos
geralmente nos primeiros anos nem sempre é o professor formado, com formação em
Educação Física, habilitado para fazer os exercícios adequados a idade das crianças,
observando com estimulo aos que se sentem incapazes. Acontece que a realidade mostra
professores que já estão o dia todo com os alunos trabalhando outras matérias na sala da aula,
saem com as crianças para fora, largam a bola as deixam jogando, porém sem muita direção,
ou objetivo, simplesmente é a bola e as crianças, quanto ao professor, o mesmo encontra-se
sentado ao lado cuidando a hora passar.
Embora muitas críticas sejam feitas a elaboração dos PCNs por áreas do conhecimento,
estes marcam um documento importante de reflexão em torno do caráter educativo da
educação física escolar:
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O documento de Educação Física traz uma proposta que procura democratizar,
humanizar e diversificar a prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma
visão apenas biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões afetivas,
cognitivas e socioculturais dos alunos. Incorpora, de forma organizada, as principais
questões que o professor deve considerar no desenvolvimento de seu trabalho,
subsidiando as discussões, os planejamentos e as avaliações da prática da Educação
Física nas escolas. (BRASIL, 1997, p. 16)
Nos parâmetros encontramos a definição do conceito de Cultura Corporal e seu vínculo
com a formação cidadã. Apresentam sugestões, padrões que podem, ou deveriam ser
seguidos, na elaboração das aulas de Educação Física. No entanto em alguns casos os mesmo
nem se quer são lembrados na escola, apenas utilizados na formação dos profissionais, depois
deixados de lado, talvez para alguma eventual consulta em raras vezes que ocorrem.
Na década de 1980 segundo Brasil (1997), ocorreu uma mudança e “a Educação Física
escolar, que estava voltada principalmente para a escolaridade de quinta a oitava series do
primeiro grau, passou a priorizar o segmento de primeira a quarta e também a pré-escola.”.
Desta forma a psicomotricidade, tirou o foco dos esportes de alto rendimento, valorizando o
movimento do corpo deste de pequenos.
Educação Física Popular (1985-) “[...] ludicidade, a solidariedade e a organização e
mobilização dos trabalhadores na tarefa de construção de uma sociedade
efetivamente democrática”. (GHIRALDELLI JÚNIOR, 1989, p.34 apud Gancz).
No entanto a Lei de Diretrizes Curriculares, LDB, de 20 de dezembro de 1996 em seu
art. 26 § 3º vai afirmar que “a Educação Física, integrada á proposta pedagógica da escola, é
componente curricular da Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições da
população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos”. De encontro Souza Junior vai
questionar sobre educação física como componente curricular:
A Educação Física é um componente curricular?...Sim! A história vem mostrando
que sim... É imprescindível que se supere o status de marginalidade assumido/
dedicado a Educação Física no interior do currículo escolar e que se busque um
reconhecimento de componente curricular importante para o processo de formação
humana, em que o saber e o fazer constituem-se como um par dialético. ( 2001, p.
90)
16
Com isso a visão de que a Educação Física era somente para os fortes que se
destacavam entre os demais, vai deixando o lugar a todos que frequentam a escola, através de
atividades como dança, jogos e esportes. Atividades lúdicas que desmistifiquem a
obrigatoriedade, a autoridade do militarismo, fazendo com que quem esta participando das
mesmas sintam-se “à vontade” realizem-na com prazer. Sendo que a mesma passou a ser um
componente curricular obrigatório na educação básica (BRASIL, 1996), de encontro a Daolio
(1997), diz que:
Ensinamos e desenvolvemos, inicialmente, uma base motora, necessária para a
pratica de atividades mais complexas, tais como dança, os jogos e os esportes. Deve
haver uma ênfase inicial na exploração dos movimentos, na descoberta de novas
expressões corporais, na sua execução das mais variadas formas e ritmos, no
domínio do corpo para a realização de uma ampla gama de movimentos. (DAOLIO,
1997, p. 64 apud LIVRO DA PROF)
Entretanto a LBD, em seu art.29, menciona:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral a criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. (BRASIL, 2010, p. 25).
Pode-se constatar que é importante para o desenvolvimento da criança que a mesma
participe de diversas atividades na escola, sendo que estas devem estar de acordo com sua
faixa etária. Bem como citado anteriormente, que deve haver uma ênfase inicial na exploração
dos movimentos (DAOLIO, 1997, p. 64), sendo que as mesmas, quando frequentam a escola
possuem o direito garantido por lei de ter acesso ao desenvolvimento integral, como novas
descobertas, aprendizagens significativas contando com o apoio da comunidade e família para
que aconteça de melhor maneira.
Nessa perspectiva Rodriguez diz que:
Um programa de educação física bem estruturado desde as primeiras idades pode
contribuir notavelmente para o desenvolvimento motor sem pretender acelerar este
desenvolvimento. Porem para exercer esta influencia se o perigo de cometer erros no
processo de ensino, todo educador deve alimentar-se da informação necessária sobre
17
a evolução do desenvolvimento, seus avanços e retrocessos. (RODRIGUES, 2005,
p. 7)
Então o profissional deve saber ter conhecimento do que esta aplicando com seus
alunos, não é simplesmente chegar até a sala e pedir para ele começarem a pular, por
exemplo, pelo contrário deve haver uma preocupação com intencionalidade dessas atividades.
Conforme Costa (1987, p. 39), “a formação docente deve preocupar-se com a cultura geral,
conhecimentos científicos, técnicas fundamentais e com a formação da alma do educador”.
De encontro Rolim destaca que:
É importante a presença do profissional de Educação Física na Educação Infantil
para promover o desenvolvimento uno e global da criança, integrando todos os seus
aspectos, por meio da atividade física orientada. Esse profissional deve somar os
seus conhecimentos específicos da área aos conhecimentos próprios da criança com
a qual está trabalhando, e proporcionar vivências que tenham finalidades concretas
para o seu cotidiano. (ROLIM, 2003, p. 8).
Os PCNs irão neste sentindo dizer que:
O processo de ensino e aprendizagem em Educação Física, portanto, não se restringe
ao simples exercício de certas habilidades e destrezas, mas sim de capacitar o
indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las
de maneira social e culturalmente significativa e adequada. (Brasil 1997, p. 27).
18
2.2 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A CULTURA CORPORAL
A educação física poder ser vista como forma de cultura, através das expressões
corporais da dança, ginástica, lutas e esporte, (BRASIL 1997),
A cultura é o conjunto de códigos simbólicos reconhecíveis pelo grupo: neles o
indivíduo é formado desde o momento da sua concepção; nesses mesmos códigos,
durante a sua infância, aprende os valores do grupo; por eles é mais tarde
introduzido nas obrigações da vida adulta, da maneira como cada grupo social as
concebe. (BRASIL, 1997, p. 23).
Outro aspecto importante é o que Rolim (2003) destaca em seu artigo referente a
educação física na educação infantil, apresenta como deveria ser o professor da mesma:
O papel do professor de Educação Física neste momento é familializar-se com os
aspectos relacionados às crianças e que estão envolvidos, direta ou indiretamente, no
processo de ensino-aprendizagem. É necessário saber quais as mudanças ocorridas
tanto no intelecto quanto no físico, e no comportamental. Os conteúdos propostos,
os materiais utilizados, e os espaços físicos devem ser adequados às necessidades da
criança no período de crescimento, contribuindo, assim, para o seu desenvolvimento.
(ROLIM, 2003, p. 5)
Seguindo nesta perspectiva João Batista Freire (1997, p. 30) “o especialista da
educação física deverá ser um estudioso da ação corporal”, ou seja, não bastará saber
exercícios complexos para aplicar com as crianças deve-se haver uma adaptação com a
realidade da cada uma, para que todas possam tentar realizar o que esta sendo proposto pelo
profissional. O mesmo ocorre com as crianças que estão na educação infantil, pois sua faixa
etária conforme a LBD, “art. 30 a educação infantil será oferecida em: I creches, ou entidades
equivalentes, para crianças de ate três anos de idade; II pré-escola, para crianças de quatro a
seis anos de idade.” (BRASIL, 2010, p. 26), de zero a seis anos de idade as crianças deveram
ter um olhar atento para garantir seu desenvolvimento motor, e emocional. Rolim ao tentar
explicar o que seria a disciplina de educação física diz que:
A Educação Física é uma disciplina que cuida do homem enquanto ser integral, não
somente físico ou psíquico e emocional, mas também cultural e social, que busca por
19
meio de sua corporeidade, interpretar e transformar a realidade. Não é só educação
do físico, deve ser tratada como cultura corporal, e ser entendida como parte
integrante da Educação. (ROLIM, 2003 p. 4).
Seguindo nesta perspectiva João Batista Freire afirma que:
Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único
organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um “a mente” para aprender e o
outro “corpo” para transformar, mas ambos para se emancipar. Fica difícil fala em
Educação concreta na escola quando o corpo é considerado um intruso. Sugiro que,
a cada inicio de ano letivo, por ocasião das matriculas, também o corpo das crianças
seja matriculado. (1997, p. 14)
Para tanto, é necessário que quando a criança esteja matriculada, e frequente a escola,
seja na educação infantil ou nos anos iniciais no caso, que seja trabalho o todo com ela.
Conforme a citação acima de Freire, torna-se necessário superar esta cisão entre corpo e
mente, sendo impossível conceber de forma separada as ações físicas e intelectuais. Corpo e
mente necessitam estar em harmonia para poder receber nossas informações, estímulos, desta
forma melhorando a aprendizagem de cada um. O quão importante é professor e aluno
estarem em diálogo, conforme Freire:
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina
alguma coisa a alguém. (1996, p. 12).
Madalena Freire (2011) refere-se que o professor deve ficar atento as curiosidades e
inquietações dos alunos, para que assim o ambiente da sala de aula e as aprendizagens possam
ser construídos juntamente com os alunos. E de encontro Junqueira (2011, p. 21 e 23) relata a
importância do planejar, os conteúdos, bem como o mesmo denomina a parte cheia e a parte
vazia, ou seja, parte cheia é o planejamento o que o professor irá propor para a turma, seleção
do que será trabalhado. Parte vazia é a opinião, as dúvidas das crianças, sendo que o
planejamento realizado pelo professor fica flexível para trabalhar o que desperta o interesse
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das crianças, e como é fundamental ouvir o que as crianças têm o dizer, é importante
despertar a curiosidade dos estudantes sempre desenvolvendo estratégias novas.
Segundo Costa (1987, p. 34), a educação física é o desenvolvimento da totalidade do
ser, ou seja, atividades voltadas a transformação, sendo que o modo que são passadas
influencia nesta transformação em apenas reprodução, que seria o treinamento, a repetição
sem objetivo, sem interesse.
Ademais, é necessário pensar em educação física que atenda as necessidades das
crianças da educação infantil, pois a mesma auxilia no desenvolvimento motor, cognitivo,
emocional de cada uma delas. Com o profissional adequado fazendo as devidas adaptações
para que as atividades despertem o interesse das crianças, desta forma, poderá se promover
uma participação de todos, destoando aquela forma forçada e partindo para uma maneira mais
espontânea e eficaz.
21
3. OS DIREITOS DA CRIANÇA: DO ASSISTENCIALISMMO Á EDUCAÇÃO
INFANTIL
Atualmente quando se fala em educação infantil, logo remete-se as instituições de
ensino com boa infraestrutura, profissionais responsáveis e qualificados, porém nem sempre
foi desta maneira. Durante a Idade Média as crianças eram vistas como adultos em miniaturas,
ou seja, conviviam com adultos, vestiam-se como os mesmos, o adultocentro, não havia
concepção de infâncias nesta época, para isso Ariés afirma que:
A descoberta da infância começou sem dúvida no século XIII, e sua evolução pode
ser acompanhada na história da arte e na iconografia dos séculos XV e XVI. Mas os
sinais de seu desenvolvimento particularmente numerosos e significativos a partir do
fim do século XVI e durante o século XVII. (ARIÉS, 1981 p. 65).
Complementando, são importantes as considerações de Volpato (1999 p.16) que
afirma:
Adultos, jovens e crianças se misturavam em toda atividade social, ou seja, nos
divertimentos, no exercício das profissões e tarefas diárias, no domínio das armas,
nas festas, cultos e rituais. O cerimonial dessas celebrações não fazia muita questão
em distinguir claramente as crianças dos jovens e estes dos adultos. Até porque esses
grupos sociais estavam pouco claro em suas diferenciações.
No entanto pode-se constatar que como as crianças eram vistas como adultos, não
havia restrição às mesmas, ou seja, participavam de todas as atividades dos adultos. Sendo
festas, trabalho, reuniões, nada era proibido a seus olhos, desta forma não havia a “ideia” de
infâncias, de que crianças não podem trabalhar, mas sim, que deveriam brincar.
Entretanto Bujes (2002), propõe que as mudanças que ocorreram a partir do século
XVII, com processos de construção, seguindo assim as necessidades das mudanças no interior
da família, por exemplo, as mulheres entrando para o mercado de trabalho, de forma
gradativa.
22
O surgimento das escolas infantis uma série de ideias sobre o que constituía uma
natureza infantil, que, de certa forma, traçava o destino social das crianças (o que
elas viriam a se tornar) e justificar a intervenção dos governos e da filantropia para
transformar as crianças (especialmente as do meio pobre) em sujeitos úteis, numa
sociedade desejada, que era definida por poucos. De qualquer modo, no surgimento
das creches e pré-escolas conviveram argumentos que davam importância a uma
visão mais otimista da infância e de suas possibilidades, com outros objetivos do
tipo corretivo, disciplinar, que viam principalmente nas crianças uma ameaça ao
progresso e à ordem social. (BUJES, 2001, p.15)
Rousseau no século XVIII foi um dos filósofos que reconheceu a importância da
infância, da educação, considerando ser um período único necessário para desenvolvimento
humano, onde deve-se valorizar esta fase da vida. Bujes (2001) diz que durante muito tempo a
educação era familiar, ou seja, as crianças aprendiam em casa com seus pais, ou ainda com
quem mais residia na casa, os costumes, as tarefas à executarem, eram poucos os que sabiam
ler e escrever, nesta época não havia instituições direcionadas a este ensino, ou a educação
infantil.
No século XIX surge a necessidade de locais onde possa se deixar as crianças, pelo
fato da mulher estar trabalhando e não ter onde deixar seus filhos, como afirma Cavalaro
(2009):
[...] os primeiros estabelecimentos de Educação Infantil no país, no final do século
XIX. Eles eram filantrópicos até a década de 1920, quando se iniciou um movimento
pela democratização do ensino. Aos poucos o poder público começou a assumir a
responsabilidade pela escola dos pequenos. As creches populares atendiam somente
o que se referia à alimentação, higiene e segurança física. (CAVALARO, 2009,
p.242)
E na análise de Flores:
A criança como sujeito é um conceito que historicamente foi se constituindo, sendo
que apenas recentemente a criança tem sua identidade de sujeito de direitos
evidenciada. É a partir da segunda metade do século XX que, acentuadamente, se
fortalece o entendimento de infância como período especial de desenvolvimento de
diversos movimentos... (FLORES, 2010, p.4)
Portanto a partir do século XX começa-se a pensar na criança com sua identidade,
suas necessidades, suas infâncias, que há a necessidade de locais para esse atendimento, a
23
princípio era assistencial, ou seja, é o que assegura Nunes (2009, p. 37), “educação infantil
ora tende para a escolarização/preparação para o ensino fundamental, ora para o
assistencialismo, entendido como o cuidar das crianças desprovidas de atenção”.
No entanto Sarmento diz que:
A distinção da infância da adultez, que a modernidade ocidental produziu, não
corresponde a uma só ideia da infância, nem origina uma única norma da infância.
Não apenas vários autores têm chamado a atenção para a diversidade das formas e
modos de desenvolvimento das crianças, em função de sua pertença cultural [...]
porém, mesmo no interior do mesmo espaço cultural, a variação das concepções da
infância é fundada em variáveis como a classe social, o grupo de pertença étnica ou
nacional, a religião predominante, o nível de instrução da população etc.
(SARMENTO, 2007, p.28-29)
Sendo assim Flores (2010, p. 5) destaca que:
No caso do Brasil, desde meados do século XX, passam a existir contextos de
educação das crianças pequenas em Jardins de Infâncias ou em classes de pré-escola
ligadas a escolas de ensino primeiro, com base em referencias marcadamente
pedagógicos voltados a crianças oriundas de classes mais elevadas. Em paralelo,
prossegue o atendimento em creches, centros infantis e similares para as crianças de
famílias menos favorecidas, marcando-se desde esta tenra uma distinção no que se
refere ao direito á educação para crianças de diferentes classes sociais.
Santos traz suas contribuições ao diferenciar o que seria jardim de infância e creche:
Uma diferenciação pertinente que vale ser ressaltada se refere aos termos creche e
jardim de infância. A creche visava assistir a criança que ficava privada dos
cuidados maternos devido ao trabalho da mãe, tendo como principal objetivo evitar
o abandono das mesmas por seus responsáveis. O jardim de infância pretendia
exercer o papel de moralizador da cultura, transmitindo as crianças os mesmos
padrões adotados na França e na Bélgica. (SANTOS, 2009, p. 537)
Deste modo, pode-se constatar que jardim de infância esta ligado ao aprender, e
creche, no entanto, com um olhar assistencialista, voltado apenas ao cuidado, as carências que
a criança apresentava. Porém com a Constituição de 1988 evidencia-se uma mudança na
maneira dessas instituições desenvolverem suas atividades. Segundo Flores (2010):
24
A Constituição Federal de 1988 – CF/88, considerada exemplar em relação á
normatização referente aos direitos fundamentais é a primeira legislação que coloca
as crianças de 0 a 6 anos como sujeitos de direitos e define o dever do Estado para
com a família trabalhadora no sentido de garantir o atendimento em creches e pré-
escolas ás crianças pequenas. (FLORES, 2010, p. 6)
A mesma em seu Art. 6º diz que:
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) (BRASIL )
Com a finalidade de cada vez mais garantir os direitos da criança é criado o Estatuto
da Criança e Adolescente, o ECA, sob a Lei 108069/90, em seu Art. 53 afirma que:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
(BRASIL)
Percebe-se que, finalizado o período da ditadura militar no Brasil, ocorrem avanços
nos marcos legais que ampliam o acesso educacional. Primeiro, com a Constituição de 1988
onde é reconhecido o direito à educação das crianças de 0 a 6 anos e dever do Estado em
oferecer creches e pré-escola. Posteriormente e aprovação do Estatuto da Criança e do
25
Adolescente, que garante uma série de direitos. Em seguida a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) 9394/96 onde a educação infantil passa a ser considerada etapa
da educação básica. Conforme seu Art. 2. “A educação, dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade
o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 2010).
Destaca-se ainda o Art. 29, que refere-se a educação infantil: “A educação infantil,
primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade”. (BRASIL, 2010).
Neste sentido, observa-se que esta etapa passa a ter um reconhecimento, ocasionando
uma preocupação por parte do poder público na oferta de vagas e também na discussão
pedagógica em torno de suas finalidades.
Craidy na obra “Educação Infantil: pra que te quero?”, traz reflexões do
desenvolvimento infantil segundo Piaget, Vygotsky e Wallon, os mesmos tentam mostrar que
“a capacidade de conhecer e aprender se constrói a partir das trocas estabelecidas entre o
sujeito e o meio”. (CRAIDY, 2001, p. 27). Segundo Freire (2011):
O ato de conhecer é tão vital como comer e dormir, e eu não posso comer e dormir
por alguém. A escola em geral tem essa prática, a de que o conhecimento pode ser
doado, impedido que a criança e, também, os professores o construam. Só assim a
busca do conhecimento não é preparação para nada, e sim VIDA, aqui e agora. E é
esta vida que precisa ser resgatada pela escola. (FREIRE, 2011, p. 15)
Craidy (2001, p. 28-31), apresentara os autores bem como suas teorias, o primeiro será
Henri Wallon, medico francês, o mesmo acredita que “o desenvolvimento da inteligência
depende das experiências oferecidas pelo meio e do grau de apropriação que o sujeito faz
delas”. Ainda ira afirmar que:
Assinala que o desenvolvimento se da de forma descontinua, sentido marcado por
rupturas e retrocessos. A cada estagio de desenvolvimento infantil há uma
reformulação e não simplesmente uma adição ou reorganização dos estágios
anteriores, ocorrendo também um tipo particular de interação entra o sujeito e o
ambiente. (CRAIDY, 2001, p.28)
26
Nesta perspectiva pode-se concluir que para Wallon o ato de aprender, é uma
reformulação dos saberes, uma junção do que já se sabe como novo que esta sendo
descoberto. Para isso o mesmo trabalhará em divisões das idades, que chamara de estágios,
como a seguir Craidy (2001):
Estagio impulsivo-emocional (1° ano de vida) predominam nas crianças as relações
emocionais com o ambiente. [...]
Estagio sensório-motor (um a três anos aproximadamente): ocorre neste período
uma intensa exploração do mundo físico, em que predominam as relações cognitivas
com o meio. [...]
Personalismo (três aos seis anos, aproximadamente): nesta fase ocorre a construção
da consciência de si, através das interações sociais, dirigindo o interesse da criança
para as pessoas, predominando assim as relações afetivas. [...]
Estagio categorial (seis anos): a criança dirige seu interesse para o conhecimento e a
conquista do mundo exterior, em função do processo intelectual que conseguiu
conquistar ate então. (CRAIDY, 2001, p. 28-29)
No decorrer da obra Craidy (2001) apresenta Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934)
da mesma forma sua teoria, desta forma a seguir:
Para este autor, o funcionamento psicológico estrutura-se a partir das relações
sociais estabelecidas entre o individuo e o mundo exterior. Tais relações ocorrem
dentro de um contexto histórico e social, no qual a cultura desempenha um papel
fundamental, fornecendo ao individuo os sistemas simbólicos de representação da
realidade. (CRAIDY, 2001, p. 29)
Logo, para Vygotsky, pode-se afirmar que o desenvolvimento psicológico de uma
criança deve ocorrer com símbolos, pelo fato da contextualização que possuem além de ser
algo mais concreto, assim, contém uma história que auxiliará neste processo. Craidy (2001, p.
29) ressalta ainda que a fala em um primeiro momento socializada, para se comunicar e após
será vista como instrumento de pensamento. Vygotsky estabeleceu nível para o processo de
desenvolvimento tais como:
O nível de desenvolvimento real refere-se a etapas já alcançadas pela criança, isto é,
a coisas que ela já consegue fazer sozinha, sem ajuda de outras pessoas. Já o nível de
27
desenvolvimento potencial diz respeito á capacidade de desempenhar tarefas com
ajuda dos outros. (CRAIDY, 2001, p. 29)
Além do mais, definirá que “a zona de desenvolvimento proximal ou potencial
consiste na distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento
potencial”. (CRAIDY, 2001, p. 30). Que seria o avanço nos conhecimentos sendo que a
escola irá intervir de modo que auxilie a criança a elevar seus conhecimentos, por intermédio
da oferta de situações.
No que diz respeito ao brincar, Caidy (2001, p. 30) afirma o que: “Vygotsky enfatiza a
importância do brinquedo e da brincadeira do faz de conta para o desenvolvimento infantil”.
Pensando nisso não pode-se esquecer do tripé da educação infantil, brincar, cuidar e educar.
Para Goulart (2011, p.44) “a brincadeira que deveria ser o princípio da educação infantil vem
acontecendo com hora marcada, mesmo assim as crianças rompem com essa rotina e estão
brincando mesmo que não seja o desejo do adulto”. Segundo Mussati (2011, p.90):
A criança que brinca em situação imaginaria opera, sobretudo, com objetos que têm
significado; logo, opera com palavras que substituem os objetos. Nesse tipo de
brincadeira, a conduta da criança é determinada pelo significado dos objetos (ou das
palavras). Assim, segundo Vygotsky, ao brincar a criança toma consciência das
próprias ações e do fato de que todas as coisas tem seu próprio significado. O jogo
simbólico está, pois, estreitamente ligado ao desenvolvimento da linguagem.
É próprio da criança possuir a vontade e interesse em brincar, segundo Ramos (2012)
a brincadeira propicia a criança avanços do seu pensamento, desenvolvimento da autonomia,
da capacidade de representação e da linguagem, da emergência e partilha de significados, a
imitação, a diferenciação de papéis sociais, a transmissão e a (re)criação de elementos
culturais e a vivência de situações pessoalmente significativas e coletivamente agradáveis.
A teoria piagetiana segundo Caidy (2001) ira ressaltar que:
A preocupação central de Piaget era descobrir como se estruturava o conhecimento.
A teoria piagetiana afirma que conhecer significa inserir o objeto do conhecimento
em um determinado sistema de relações, partindo de uma ação executada sobre o
referido objeto. Tal processo envolve, portanto, a capacidade de organizar,
estruturar, entender e posteriormente, com a aquisição da fala, explicar pensamentos
e ações. (CRAIDY, 2001, p. 30)
28
Do mesmo modo que quando uma criança pega um brinquedo, ou é lhe entregado, a
mesma irá colocar na boca, olho, se caso for sonoro vai buscar descobrir de onde vem o som,
desta forma esta manipulando e gerando conhecimento que mais tarde fará relação a outros
objetos. Segundo Caidy (2001), Piaget elabora estágios, sendo que no momento dois que
terão destaque, onde classificam-se da seguinte maneira:
Estágio sensório-motor (zero a dois anos aproximadamente): Esta etapa é
caracterizada por atividades físicas que são dirigidas a objetos e situações externas.
[...] a criança pequena tem extrema dificuldade em se colocar no ponto de vista do
outro, fato que a impede de estabelecer relações de reciprocidade.
Estagio pré-operacional (por volta dos dois aos sete anos de idade): nesta fase a
criança vai construindo a capacidade de efetuar operações lógico-matemáticas
(seriação, classificação). (CAIDY, 2001, p. 30-31)
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998, v.1. p.27):
A brincadeira favorece a auto-estima das crianças, auxiliando-as a superar
progressivamente suas aquisições de forma criativa. Assim sendo o lúdico contribui
para o desenvolvimento da auto-estima favorecendo a valorização pessoal.
A partir dessas definições é possível constatar que o lúdico está relacionado a tudo o
que possa nos dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a
curiosidade. Por meio da brincadeira a criança descobre, inventa, experimenta e desenvolve
suas habilidades. Pois é no brincar que a criança irá aprender maneiras diferentes de reagir, se
expressar se relacionar e de comportamentos, com isso, irá desenvolvendo também a sua
criticidade.
Conforme Oliveira (2010, p. 05), pensar a criança nos espaços e na organização do
cotidiano desses espaços, é essencial considerar que:
[...] um sujeito histórico e de direitos. Ela se desenvolve nas interações, relações e
práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com os adultos e
crianças de diferentes idades no grupo e contextos culturais nas quais se insere.
29
Neste contexto, a criança entende o mundo na qual está inserida, e partir da interação
com seus pares, a mesma se apropria da cultura que já existe. Deste modo, pode-se pensar no
brincar como ponto de partida para a criança se relacionar com o outro, e com a sociedade
como um todo.
Conforme relata Junqueira Filho (2011, pag. 54),
Professores e alunos são uma dupla forte, um par dinâmico que pode muito na vida
de cada um deles, na vida da escola, na vida da família, na vida do planeta e de tudo
o que está em volta deles. Mas, para isso, têm que estar atentos a si e um ao outro;
têm que aprender a ler o seu próprio jeito – em constante produção – e o jeito do
outro – também em produção contínua. E quanto mais perto chegam um do outro,
mais conhecem sobre si, sobre o outro, sobre conhecer, sobre conviver, sobre
parceria, sobre o mundo.
Considerando todos os aspectos discutidos, reconhece-se que cada vez mais a etapa da
Educação Infantil é fundamental no processo de desenvolvimento da criança, e o espaço
escolar adequado a esta finalidade deve ser visto a partir da ótica do direito da criança.
Pensar este processo de forma qualificada passa também pela presença de
profissionais adequados, capacitados a oferecer situações de aprendizagem significativas, ou
seja, que contribuam com o desenvolvimento integral da criança. E assim, entende-se que
como essenciais a oportunidade de experimentar atividades corporais, mediadas por
profissionais que tenham esta clareza e conhecimento.
30
4. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCAÇÃO INFANTIL
Atualmente fala-se da importância de atividades físicas para o bem-estar, mais
qualidade de vida, independente da idade movimentar-se faz bem, fala-se ainda de infâncias,
do quão fundamental é o brincar nesta fase da vida. Se levar em conta o passado, a história da
educação infantil pode-se dizer que ocorreram avanços significativos em torno da concepção
de desenvolvimento integral da criança, ou seja, com atividades dirigidas que ampliam suas
habilidades, situações de aprendizagem que contenham significados para as crianças, e deixar
livres brincando com sua imaginação, sendo que os espaços utilizados pelas crianças de ser de
acordo com suas necessidades.
Neste sentido Silva 2013 diz que:
O desenvolvimento motor tem uma ordem a ser seguidas, a cada idade temos um
estagio diferente para ser superado, com o conhecimento desses estágios podemos
organizar planos de ensino fazendo com que a criança evolua com mais facilidade,
respeitando o seu limite tanto físico como mental. (SILVA 2005 apud SILVA 2013).
Também, conforme Brasil (1997):
A área da Educação Física hoje contempla múltiplos conhecimentos produzidos e
usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento. Entre eles, se
consideram fundamentais as atividades culturais de movimento com finalidades de
lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de
promoção, recuperação e manutenção da saúde. (BRASIL, 1997, p. 23)
O mover-se faz parte do dia-a-dia de cada um, o diferencial é que quando se esta na
escola seja ela na educação infantil, anos iniciais, este mover-se é direcionado, e o correto é
que o mesmo atenda as necessidades que a turma apresenta. Como exemplo, na educação
infantil, está presente o termo psicomotricidade, por ser o início do desenvolvimento motor,
deve-se ter um olhar atento às necessidades que as crianças apresentam. Segundo as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Educação Física referem que:
31
Art. 3º - A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção
acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o movimento
humano, com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da
ginástica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da
prevenção de problemas de agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da
saúde, da formação cultural, da educação e da reeducação motora, do rendimento
físico-esportivo, do lazer, da gestão de empreendimentos relacionados às atividades
físicas, recreativas e esportivas, além de outros campos que oportunizem ou venham
a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas. (BRASIL,
2004)
Complementando esse sentido Oliveira (2008), afirma que:
Até a década de cinquenta, bastava o candidato haver concluído o 1º grau. Era o
suficiente para iniciar um curso que seria 3º grau! Obviamente não se poderia exigir
muito daqueles que possuíam apenas o chamado ginasial. A imagem do professor de
Educação Física ficou comprometida e criou-se um ambiente de discriminação em
relação á matéria. (OLIVEIRA, 2008, p. 101)
Para mudar essa ideia de qualquer um pode dirigir as atividades físicas nas escolas, ou
em outros espaços, é que as Diretrizes Curriculares Nacionais em seu Art. 4 caracterizam a
graduação do futuro profissional que estará apto à trabalhar, desenvolver estas atividades,
conforme:
Art. 4º - O curso de graduação em Educação Física deverá assegurar uma formação
generalista, humanista e crítica, qualificadora da intervenção acadêmico-
profissional, fundamentada no rigor científico, na reflexão filosófica e na conduta
ética.
Parágrafo 1º - O graduado em Educação Física deverá estar qualificado para analisar
criticamente a realidade social, para nela intervir acadêmica e profissionalmente por
meio das diferentes manifestações e expressões do movimento humano, visando a
formação, a ampliação e o enriquecimento cultural das pessoas, para aumentar as
possibilidades de adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável.
Parágrafo 2º - O Professor da Educação Básica, licenciatura plena em Educação
Física, deverá estar qualificado para a docência deste componente curricular na
educação básica, tendo como referência a legislação própria do Conselho Nacional
de Educação, bem como as orientações específicas para esta formação tratadas nesta
Resolução. (BRASIL, 2004)
32
A mesma Resolução apresenta ainda em seu Art. 6º quais as “competências” que o
graduando do curso deverá levar em consideração na hora de planejar e desenvolver suas
atividades, tais com:
[...] Dominar os conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais específicos
da Educação Física e aqueles advindos das ciências afins, orientados por valores
sociais, morais, éticos e estéticos próprios de uma sociedade plural e democrática.
- Pesquisar, conhecer, compreender, analisar, avaliar a realidade social para nela
intervir acadêmica e profissionalmente, por meio das manifestações e expressões do
movimento humano, tematizadas, com foco nas diferentes formas e modalidades do
exercício físico, da ginástica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança,
visando a formação, a ampliação e enriquecimento cultural da sociedade para
aumentar as possibilidades de adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e
saudável. [...] Conhecer, dominar, produzir, selecionar, e avaliar os efeitos da
aplicação de diferentes técnicas, instrumentos, equipamentos, procedimentos e
metodologias para a produção e a intervenção acadêmico-profissional em Educação
Física nos campos da prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da
formação cultural, da educação e reeducação motora, do rendimento físico-
esportivo, do lazer, da gestão de empreendimentos relacionados às atividades físicas,
recreativas e esportivas, além de outros campos que oportunizem ou venham a
oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas. [...] (BRASIL,
2004)
Assim também aborda Oliveira (2008, p. 101) “O professor não pode, diante da sua
missão, aprofundar-se unicamente nos seus conhecimentos técnicos. O domínio da técnica é
indispensável, mas como um meio”. Ao aplicar suas atividades o professor deverá considerar
que suas técnicas nem sempre serão o centro das atenções, adaptando-as pedagogicamente,
dependendo do que as crianças conseguem, e desejam fazer, em especial na educação infantil.
Por ser a fase inicial dos movimentos, tudo o que aprender será levado para sempre, se for
algo forçado poderá trazer traumas que em fase adolesce ou adulta resultará em uma negação
as atividades físicas. Nesta perspectiva, Silva (2013, p. 14) diz que “Estimular o
desenvolvimento motor, psicomotor, cognitivo, afetivo na criança nas series inicias da
educação é de extrema importância para o mesmo não ter dificuldades quando adulto”.
Segundo Wajskop (1995, p. 66) afirma que:
O brincar numa perspectiva sociocultural, define-se por uma maneira que as crianças
têm para interpretar e assimilar o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os
afetos das pessoas. Por causa disso, transformou-se o espaço característico da
infância para experimentar o mundo do adulto, sem adentra-lo como participe
responsável.
33
Neste caso a criança é a protagonista de história, e é em torno dela que a escola deve
trabalha, analisando o que a mesma precisa para continuar suas descobertas do dia-a-dia. Ao
citar espaços, logo se pensa naqueles que a criança encontrará na escola para suas
brincadeiras, atividades lúdicas, que desenvolvem sua criatividade, sua imaginação, sem
deixar de lado as atividades motoras que são fundamentais nesta fase.
[...] observa-se que a Educação Infantil não só pode, como deve, unir-se às diversas
áreas de conhecimento em seu plano pedagógico, para que a criança possa realmente
ser vista como um ser indivisível e para que haja a interação que contribua com sua
formação integral. A Educação Física é reconhecidamente uma dessas áreas em que
urge unir-se à educação infantil, principalmente quando os currículos dos cursos de
Pedagogia não oferecem tal disciplina para os (as) profissionais que ingressam este
curso. (CAVALARO, 2009, p. 244).
A partir da citação acima pode-se constatar que ter um profissional formado na área da
Educação Física na Educação Infantil é um passo para o avanço, observa-se que o mesmo
não é encontrado frequentemente nas instituições infantis, porém sabe-se que este contribuiria
favoravelmente no planejamento das atividades, em especial na cultura corporal das crianças.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o RCNEI, afirma ainda objetivos
da educação infantil em relação ao corpo e movimento:
Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de
cuidado com a própria saúde e bem-estar; [...]
Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e
necessidades;
Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita)
ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a
compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos,
necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de
significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
(RCNEI, 1998, p. 63)
Quando se fala em cultura corporal, atividades físicas, brincadeiras, etc; logo se
questiona qual é o espaço de brincar nas escolas de Educação Infantil, remetendo a pensar em
pátios, sala de aula, para isso Oliveira (2014) aponta alguns aspectos tais como:
34
As atividades físicas, de preferência livres e espontâneas ou semidirigidas, são
fundamentais, daí a grande importância de que sejam praticadas diariamente ao
longo da Educação Infantil. É o brincar – andando, correndo, saltando,
engatinhando, rolando e uma infinidade de modos mais –, em diferentes terrenos,
situações e condições, que vai propiciar à criança construir sua noção de espaço e de
tempo, definir sua lateralidade, desenvolver sua coordenação fina e global.
(OLIVEIRA, 2014, p. 3)
Pensando nas instituições, nos espaços que as mesmas possuíam, em sua
infraestrutura, o governo federal a partir de 2007 criou o programa Pró-Infância, com o
objetivo de construir instituições voltadas às crianças pequenas, com espaços elaborados e
adaptados a suas necessidades. Além da infraestrutura adequada à verba disponibilizada pode
ser utilizada para compra de móveis, ou seja, mesas, cadeiras, de acordo com a faixa etária
das crianças, berços, entre outros que se façam necessários.
Entretanto, não são todas as instituições que foram construídas com esse programa,
então deve-se lembrar que encontram-se instituições que adaptaram casas para receber as
crianças menores. Sendo que algumas delas são mantidas com recursos particulares, outras os
municípios que são os responsáveis por sua manutenção e “mão-de-obra”.
Levando em consideração as informações disponíveis pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, IBGE, fica evidente o crescimento pela procura de vagas na educação
infantil, no decorrer dos últimos anos. Tomando o município de Erechim, como exemplo, este
crescimento fica aparente na observação dos números de matriculas entre os anos de 2004 a
2014.
Em 2004 na creche (crianças de zero a três anos de idade) haviam 461 crianças
matriculadas entre as redes estaduais, municipais e particulares, já do pré-escola (de quatro a
seis anos) eram de 2710 crianças levando em consideração as mesmas redes de ensino. Após
10 anos, em 2014 foram 1857 crianças matriculadas na creche, e 2300 na pré-escola, sendo
que as redes estaduais, municipais e particulares.
Levando em consideração o último censo realizado neste município, o mesmo está
com cerca de 96.087 habitantes para isso, deste modo, a cidade conta com 33 instituições de
educação infantil, sendo que destas 14 são públicas, 13 escolas mantidas pelo sistema
municipal, e 6 instituições privadas.
Todos estes números revelam a expansão da Educação Infantil, apontando para um
momento de transição em que os sistemas de ensino deverão se adequar para atender toda a
35
demanda, onde provavelmente serão encontrados limites, principalmente, relacionados a
estrutura física.
Sob tal pressuposto Dantas e Ribeiro (p. 17- 18) dizem que:
A organização do espaço físico possui influencia direta nos processos de ensino e
aprendizagem. Pois dependendo da forma de organização do ambiente, o professor
terá (ou não) subsídios para desenvolver seus objetivos pedagógicos, assim como
propiciará (ou não) na criança a autonomia, estabilidade e segurança para
desenvolver-se fisicamente, psicologicamente, intectualmente e socialmente.
(RCNEI, 1998 apud Dantas e Ribeiro, p. 17-18).
Oliveira (2014, p. 4) contribui ainda no sentido de “A diversidade de espaços para a
criança brincar e desenhar gera prazer e criatividade”, desenvolver a criatividade, a
imaginação é fundamental nesta fase da vida, por ser o início das descobertas, do
conhecimento de suas emoções, sentidos, relações com os demais. Sendo que a criança se
expressará por meio das brincadeiras, do jogo faz de conta, de historias contadas, dependendo
do ambiente, fará com que a mesma se manifeste de maneira espontânea.
Em seu desenvolvimento, ao ir se apropriando das formas simbólicas de expressão e
registro mental, a criança se fortalece e encontra cada vez mais prazer em brincar
com as outras crianças, não mais em paralelo a elas. É o caráter social de sua
estruturação mental que se afirma e que vai lhe dar condições de começar a levar em
conta o que o outro diz, pensa ou quer. (OLIVEIRA, 2014, p. 5)
O RCNEI, afirma que:
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam
outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os
acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. (RCNEI,
1998, p. 27)
Refletindo no sentido do brincar, nos espaços que as escolas têm disponível, pode-se
constatar que muitas possuem pátios que são próprios para atividades físicas, lúdicas que não
36
se detém somente dentro das salas, porém há também as que disponibilizam sala com jogos, a
chamada brinquedoteca. Oliveira complementa da seguinte maneira:
A escola possui espaços que são tradicionalmente destinados ao brincar, como os
pátios. Mas as salas de aula também podem ser vistas como excelentes espaços para
brincar, em várias ocasiões, lembrando que o brincar, além de poder ser totalmente
livre, pode ser semidirigido e totalmente dirigido, quando, por exemplo, o (a)
professor (a) organiza uma brincadeira ou um jogo, define suas regras e coordena
seu desenvolvimento. [...] A brinquedoteca passa a ser vista e vivida como um
território atraente e cheio de vida que toma corpo, acolhe e favorece interações
prazerosas e criativas entre crianças, professores e familiares, em suas múltiplas
combinações. (OLIVEIRA, 2014. p. 6)
No entanto Dantas e Ribeiro seguem na ideia de que:
A organização do espaço escolar influencia para o bem-estar dos profissionais e
crianças circundantes ao ambiente. Um espaço pensado para todos que ali convivem,
pois para a criança sentir-se bem nesse local é preciso que todos se sintam a vontade
para realizar suas funções. Portanto faz-se necessário pensar nas necessidades da
criança brincar, descansar, alimentar, aprender, e outras mais, desenvolvendo na
escola os espaços onde isso aconteça. Como também, espaços necessários para o
desenvolvimento do trabalho dos professores e outros profissionais atuantes, como
sala de professores e coordenação. (DANTAS e RIBEIRO, p. 21)
Oliveira defende que:
É fundamental que os professores compreendam que o brincar é condição de
desenvolvimento integral e veículo de aprendizagem significativa, só assim esses
profissionais tomarão parte efetivamente na organização e gestão dos espaços do
brincar, lembrando que cada escola tem sua história e sua identidade própria.
(OLIVEIRA, 2014, p. 8)
Para tanto, cada escola deve-se organizar para desenvolver suas atividades de maneira
que contemplem as necessidades das crianças, sabe-se que o brincar é fundamental para o
desenvolvimento cognitivo, motor, imaginário, da criatividade, o espaço vai variar de
instituição para instituição.
Depende também da atuação do profissional que pode transformar espaços, para
melhor realizar as atividades com sua turma. Desse modo, é importante salientar a formação
37
desses profissionais, pedagogos, ou profissionais da educação física, ambos têm o dever de
contribuir com situações de aprendizagens significativas a seus alunos, as crianças da
educação infantil.
No que tange a formação profissional Brasil 2004, destaca que:
O indivíduo, dotado dos conhecimentos técnicos necessários à otimização de seu
desempenho funcional, desenvolve-o com competência, criticidade e racionalidade,
abandonando, gradativamente, as ações eminentemente empíricas. (BRASIL, 2004,
p. 17)
No mesmo sentido a LDB, Atr. 62, afirma que:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior,
em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos
superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do
magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental,
oferecido em nível médio, na modalidade normal. (BRASIL, 2010, p.46)
Ressaltando ainda o Art. 26, § 3o “A educação física, integrada à proposta pedagógica
da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática
facultativa ao aluno”. (BRASIL, 2010, p. 23). Sendo que até o presente momento são poucos
os profissionais de educação física que atuam na Educação Infantil, em sua maior parte são
pedagogos (as) que trabalham com essa faixa etária. Lembrando da importância, do quanto
esse profissional poderia acrescentar no desenvolvimento motor, cognitivo das crianças, pois
seus princípios curriculares são diferentes dos da pedagogia.
Porem se analisar a LBD, a mesma ira afirma em seu Art. 64 que:
A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,
inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da
instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (BRASIL,
2010, p. 47)
38
A partir do artigo, citado acima, pode-se constatar que é mais uma forma histórica na
qual a pedagogia se faz mais presente na educação infantil do que os profissionais da
educação física. Portanto, não é que a pedagogia é melhor, porém pelo fato da educação física
por muito tempo ter tido um caráter voltado ao treino, ao militarismo, fez com que
concepções fossem construídas e com o passar do tempo. É preciso tentar mudar esta visão,
para que seja cada vez mais frequente encontrará esses profissionais dentro das instituições
infantis. Também é preciso verificar se a preocupação com a infância tem sido prioridade nos
estudos e pesquisas dos profissionais da Educação Física.
Um estudo realizado por Mariza Kuzs em seu trabalho de Conclusão de Curso, TCC,
na Universidade Federal da Fronteira Sul, UFFS, no ano 2014, evidenciou que há ainda pouca
produção acadêmica que tratam destes assuntos. A autora analisou três revistas nacionais de
educação física e encontrou um número restrito de publicações que tratam da temática da
infância. Dos 877 artigos analisados, 13 faziam referência a questão da infância e apenas 2
tinham foco da Educação Infantil. (KUZS, 2014).
Nista-Picolo e Moreira (2012) ressaltam que:
Educação Física, ludicidade, jogo, corporeidade, mais do que conceitos, princípios
para a construção de atitudes de autonomia, cooperação, participação e outras,
constituem-se como elementos indispensáveis para a ação educativa de professores
de Educação Física na fase da criança participante da Educação Infantil. (p.66)
No entanto, se recordar da história da educação física e da educação infantil pode-se
constatar que ambas tinham como ponto em comum o cuidado, seja com o corpo, com a
alimentação para melhor desenvolvimento.
Atualmente, pode-se afirmar que com os dois profissionais na educação infantil, no
caso pedagogo e educador físico, tem como orientação de trabalho para esta faixa etária
atividades de psicomotricidade. Entretanto, por se tratar de atividades que envolvam aspectos
lúdicos possuem um caráter educativo, necessitando de planejamento prévio, intencional e
com possibilidade de reflexão.
Para tanto o RCNEI afirma que:
39
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com
os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas
crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste
processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de
apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais,
estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e
saudáveis. (BRASIL 1998, p. 23)
De encontro Sayão defende a educação física dentro da educação infantil, ou seja, o
profissional bem como:
O professor de Educação Física deve ser mais um adulto com quem as crianças
estabelecem interações na escola. No entanto, só se justifica a necessidade de um
profissional dessa área na Educação Infantil se as propostas educativas que dizem
respeito ao corpo e ao movimento estiverem plenamente integradas ao projeto da
instituição, de forma que o trabalho dos adultos envolvidos se complete e se amplie
visando possibilitar cada vez mais experiências inovadoras que desafiem as crianças.
(SAYÃO 2002, apud CAVALARO, 2009, p. 246-247)
De encontro Bracht (1999, p. 72) ressalta:
Trata-se do entendimento de que a educação corporal ou o movimento corporal é
atribuição exclusiva da educação física. Sem dúvida, à educação física é atribuída
uma tarefa que envolve as atividades de movimento que só pode ser corporal, uma
vez que humano.
No entanto Oliveira, 1999, aponta que:
A intencionalidade e a significação do movimento humano no plano da cultura o
diferenciam fundamentalmente do movimento dos demais seres. Essa qualidade que
tem o corpo do homem de comunicar-se e relacionar-se se define em relação a um
corpo material, determinado por um mundo material, numa perspectiva histórica.
(OLIVEIRA, 1999, p. 5)
Para tanto como diria Cavalaro (2009);
A intenção aqui não é comparar quantitativa e sequer qualitativamente os dois
cursos em questão. O que se pretende é simplesmente investigar se o conhecimento
do pedagogo (a), formado (a) para atuar na educação infantil, a cerca do
40
“movimento”, quesito esse colocado em destaque no Referencial Curricular
Nacional para a educação infantil, é equivalente ao do professor de educação física.
(CAVALARO, 2009, p. 245)
41
5. CONCLUSÃO
A finalização de um trabalho sempre representa um desafio, principalmente porque
nos remete a afirmar certezas e convicções. No campo educacional isto nem sempre é uma
tarefa simples, afinal dificilmente se pode apontar modelos ideais e desconsiderar os diversos
fatores que atuam em cada contexto.
A abordagem deste tema teve um significado especial, pois permitiu refletir sobre
aspectos do passado, mas que remetem ao atual estado das coisas, no caso sobre o papel da
Educação Física na Educação Infantil.
Na atualidade, como discutiu-se durante a pesquisa, o espaço escolar é cada vez mais
central na vida das crianças. Com o reconhecimento da Educação Infantil como parte do
Ensino Básico, percebe-se um aumento na demanda de matrículas nesta idade. Sendo assim,
espera-se que as práticas que envolvem este atendimento também possam ir se qualificando,
quer seja em seus aspectos estruturais, didáticos, de planejamento e de atuação profissional.
A Educação Infantil é uma fase fundamental no desenvolvimento humano. É nos
primeiros anos de vida que os movimentos corporais são ainda mais importantes, fazendo
inclusive parte da linguagem e da expressão da criança. Portanto, um tema que requer uma
atenção, estudo e reflexão.
A partir da análise teórica, foi possível observar que tanto a formação em Pedagogia
quanto à formação em Educação Física, necessitam conceber a criança de forma plena e
integral. São, portanto, duas áreas de formação importantes e que merecem respeito, pois
produzem conhecimento e ciência e que necessitam de diálogo.
Como alternativa, sugere-se que os dois profissionais podem desenvolver suas
atividades em conjunto, um auxiliando o outro para aumentar a significação para as crianças,
bem como a capacidade de cada uma interpretar suas emoções, sentimentos. As atividades
elaboradas de acordo com as faixas etárias possibilitarão uma boa situação que a mesma
levará sempre em suas recordações, e não se frustrará facilmente em outras fases da vida.
Portanto, se faz necessário estar aberto ao que acontece de novo, ou seja, abrir a mente
ampliar os horizontes de como que esse avanço melhore suas praticas pedagógicas em sala, no
âmbito da escola em geral. Neste sentido é que Brasil (2004, p. 27) considera que: “escola, a
construção das novas identidades pressupõe, elementarmente, uma formação profissional
sólida e especializada, fortalecedora de uma atuação educativa competente e transformadora,
dentro e fora do contexto escolar”.
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Espera-se também, que este estudo possa contribuir com um maior reconhecimento do
trabalho pedagógico na infância e que possibilite a abordagem da cultura corporal como um
processo relevante e significativo para o ser humano, em todos os momentos de sua vida.
Todavia, se levar em consideração o tempo que educação infantil está mais presente na
vida das pessoas, cerca de pouco mais de 20 anos, pois até então era educação familiar,
aprendia-se com os mais velhos da família, seus costumes e crenças. Em seguida as primeiras
instituições havia um caráter assistencialista, ou seja, voltado com o cuidado com a higiene,
alimentação, corpo, não se pensava em desenvolvimento cognitivo, em atividades
intencionalizadas.
Com o passar do tempo as crianças começaram a estar mais presentes nas instituições,
apenas o assistencialismo não era suficiente, a partir de então muda-se essa personalidade e
acredita-se que cada criança tem potencial, capacidade própria para atividades cognitivas.
Nesta fase a criança vira o centro da atenção, com atividades voltadas às suas necessidades,
seja motora, lúdica, direcionada, assim, possibilitando um melhor desenvolvimento com
estímulos, situação aprendizagem significativa a mesmas, para cada vez mais evoluírem
cognitivamente e psicologicamente.
Para tanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de trazer novas discussões, para
esta área da educação básica, sendo que poderá promover novas opiniões no decorrer dos
anos. O que se julga, é que no momento seria importante pensar no educador físico
trabalhando na educação infantil junto com o pedagogo, de maneira que ambos possam
contribuir na elaboração das atividades, deste modo, quem ganha são as crianças com
melhores estímulos e melhor desenvolvimento integral.
43
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