interaÇÕes discursivas em aulas de fÍsica do...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE FÍSICA UFES MESTRADO PROFISSIONAL
JULIO CESAR SOUZA ALMEIDA
INTERAÇÕES DISCURSIVAS EM AULAS DE FÍSICA DO ENSINO MÉDIO PARA O ENSINO DE ENERGIA:
NARRATIVAS DE UM PROFESSOR EM FORMAÇÃO.
VITÓRIA 2015
JULIO CESAR SOUZA ALMEIDA
INTERAÇÕES DISCURSIVAS EM AULAS DE FÍSICA DO ENSINO MÉDIO PARA O ENSINO DE ENERGIA:
NARRATIVAS DE UM PROFESSOR EM FORMAÇÃO.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ensino de Física, do
Centro de ciências exatas da Universidade
Federal do Espírito Santo, como requisito
parcial para a obtenção de título de Mestre
em Ensino de Física.
Área de concentração: Mestrado
Profissional em Ensino de Física.
Orientador: Prof. Dr. Geide Rosa Coelho
VITÓRIA 2015
“Não há docência sem discência. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”
Paulo Freire
.
À minha família, razão de minha existência.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me iluminar em todos os momentos da minha vida.
A todos os meus amigos de graduação e de pós-graduação, aos amigos de infância
a minha família que de alguma forma sempre me deram forças para seguir em
frente.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Geide Rosa Coelho, que me ajudou muito com sua
paciência, sabedoria e dedicação. Com certeza foram muitas horas de aprendizado
que me ajudaram muito.
RESUMO
Em busca de ministrar uma aula mais dialógica, na qual os alunos não fossem
meros coadjuvantes, mas que participassem efetivamente da construção do seu
conhecimento, apresento uma proposta para a discussão do tema energia de forma
integrada, partindo de um contexto mais geral onde identificamos todas as formas de
manifestação da energia que os alunos conheciam, para então abordar
conhecimentos mais específicos identificando e analisando cada uma das energias
citadas por eles, e como essas energias se transformam. A proposta de pesquisa foi
desenvolvida em uma escola de ensino médio da rede estadual do Espírito Santo. O
objetivo principal foi narrar e analisar a minha própria prática ao abordar o tema
energia, para estudantes da terceira série do ensino médio, em uma dimensão mais
dialógica. A reflexão pauta-se nas interações discursivas estabelecidas em classe,
em uma turma com trinta e seis alunos da terceira série do ensino médio. Para a
abordagem do tema desenvolvi uma sequência didática que durou onze horas-aula
e ela foi estruturada a partir dos três momentos pedagógicos descritos por
Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), utilizando vídeos do canal Youtube, para
construção da problemática inicial. Assumo a narrativa como metodologia dessa
pesquisa, uma vez que toda a “estória científica” desenvolvida na sequência foi
narrada por mim, com uma riqueza muito grande de detalhes, já que todas elas
foram gravadas no formato de HD em áudio e vídeo. Para analisar as interações
discursivas utilizei a ferramenta proposta por Mortimer e Scott (2002). Investiguei
também a apropriação de conhecimentos por parte dos estudantes em relação à
temática energia e a opinião dos mesmos sobre a intervenção educacional. Pela
minha falta de experiência em aulas baseada na interação dialógica, percebi que em
alguns momentos deveria haver mais feedback (F) ou prosseguimento (P) às falas
dos alunos para potencialização da interatividade e do diálogo. Com relação aos
sentidos produzidos pelos estudantes sobre energia, posso dizer que extrapolou
minhas expectativas, pois as discussões sobre as energias, a forma como a
utilizamos e a matriz energética do nosso país, muitas vezes, desdobraram-se para
um campo interdisciplinar. Nesse contexto, os alunos puderam desenvolver uma
opinião crítica a respeito do uso consciente sobre a energia.
Palavras-chave: Interações dialógicas, uso de vídeos.
ABSTRACT
In search of trying to teach a more dialogical class, where students were not mere
adjuncts, but to participate more effectively in the construction of their knowledge, I
present a proposal for discussion of the energy theme in integrated manner, starting
more general context where we identify all forms of energy who students have
known, and then address more specific knowledge, identifying and analyzing each of
the cited energy by them, and as those energies are transformed. The research
proposal has been developed in a public high school in the state of Espírito Santo.
The main objective was to narrate and analyze my own practice when trying to
approach the energy theme, for the third grade students of high school, in a more
dialogical dimension. The reflection is guided in the speech interactions established
in the classroom with thirty-six students of the third grade in a high school. To
approach the subject, I developed a didactic sequence that lasted eleven teaching
hours and it was structured from the three educational moments described by
Delizoicov, Angotti in Pernambuco (2002), using videos from youtube channel, for
construction of the initial problem. I take on the narrative as this research
methodology, since the whole “scientific story” developed as a result that was
narrated by me, with a wealth of details, since all of them were recorded in HD format
in audio and video. To analyze the discursive interactions used the tool proposed by
Mortimer an Scott (2002). I investigated also the appropriation of students in relation
to the energy theme and the same opinion about the education intervention. For my
lack of experience in lessons based on dialogic interaction, I realized that in a few
moments, in relation to the subject should be more feedback(F) or pursuance(P) in
the speeches of the students to enhance of the interactivity and dialogue. With the
respect to the sense produced by students about energy, how we use it, and the
energy matrix of our country, often deployed to an interdisciplinary field. In this
context, students could develop a critical opinion about the conscious use of energy.
Keywords: dialogic interactions, use of videos.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Cenas do vídeo dominó. ...................................................................................... 48
Figura 2: Bungee Jumping. .................................................................................................. 50
Figura 3: Salto com vara. ..................................................................................................... 51
Figura 4: Funcionamento de uma hidrelétrica. ................................................................. 53
Figura 5: Cenas do vídeo o ciclo do urânio. ...................................................................... 56
Figura 6: Fissão Nuclear. ..................................................................................................... 56
Figura 7: Energia potencial elástica. ................................................................................... 59
Figura 8: Os diversos lados da evolução ........................................................................... 66
Figura 9: Vamos utilizar petróleo? ...................................................................................... 67
Figura 10: O que as hidrelétricas geram? ......................................................................... 68
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: A sequência didática .......................................................................................... 37
Quadro 2: Metodologia, para análise de dados, proposta por (MORTIMER; SCOTT,
2002). ....................................................................................................................................... 43
Quadro 3: Análise das interações discursivas aula 04. ................................................... 49
Quadro 4: Análise das interações discursivas aula 05. ................................................... 55
Quadro 5: Análise das interações discursivas aula 06. ................................................... 58
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Percentual de estudantes quanto à motivação .............................................. 71
Gráfico 2: Percentual de estudantes quanto o método de ensino. ................................ 73
Gráfico 3: Percentual de estudantes em relação ao método de avaliação. ................. 74
Gráfico 4: Percentual de estudantes em relação à classificação das aulas no geral. 75
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 13
2 A DEFINIÇÃO DO TEMA DA PESQUISA ........................................ 16
3 OBJETIVOS ...................................................................................... 19
3.1 GERAL ............................................................................................................ 19
3.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................. 19
4 DISCUSSÕES TEÓRICAS ................................................................ 20
4.1 CINEMA E EDUCAÇÃO .................................................................................. 20 4.1.1 O NASCIMENTO DE UMA NOVA ARTE ................................................... 20 4.1.2 O CINEMA E A ESCOLA .......................................................................... 23 4.1.3 DIFERENTES PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS ENVOLVENDO O USO DE VÍDEOS E FILMES .............................................................................. 23
4.2 CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS DE ENERGIA ............................................. 31
5 METODOLOGIA ............................................................................... 34
5.1 CARACTERIZANDO A PESQUISA ................................................................. 34 5.2 A INSTITUIÇÃO E OS SUJEITOS PARTICIPANTES ...................................... 36
5.2.1 A INSTITUIÇÃO ......................................................................................... 36 5.2.2 SUJEITOS PARTICIPANTES .................................................................... 36
5.3 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA ............................................................................... 37 5.4 OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS ....................................................... 41
5.4.1 O PRIMEIRO MOMENTO: PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL ....................... 41
5.4.2 O SEGUNDO MOMENTO: ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ........ 42 5.4.3 O TERCEIRO MOMENTO: APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO .............. 42
5.5 OS PROCEDIMENTOS DE PRODUÇÃO DE DADOS .................................... 43 5.6 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE DADOS ..................................................... 43
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................... 47
6.1 INVESTIGANDO A PRÓPRIA PRÁTICA: ANALISANDO AS INTERAÇÕES DISCURSIVAS EM SAL DE AULA. ....................................................................... 47
6.1.2 INTERATIVA /AUTORIDADE .................................................................... 50
6.2 OS SENTIDOS PRODUZIDOS PELOS ESTUDANTES SOBRE OS CONCEITOS COMPARTILHADOS DURANTE AS AULAS DE FÍSICA: ANALISANDO A ATIVIDADE FINAL DA INTERVENÇÃO. .................................... 59
6.3 AVALIANDO A OPINIÃO DOS ESTUDANTES EM RELAÇÃO À INTERVENÇÃO. .................................................................................................... 70
7 PRODUTO FINAL ............................................................................. 77
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 79
9 REFERÊNCIAS ................................................................................. 85
ANEXOS .............................................................................................. 89
13
1 INTRODUÇÃO
Lembro-me1 bem quando comecei a ministrar aulas em 1998, encontrava uma série
de dificuldades em apresentar uma boa aula para meus alunos, hora por despreparo
meu, hora por falta de recursos, mas durante toda minha vida profissional uma coisa
que nunca perdi foi o entusiasmo de tentar fazer uma aula cada vez melhor. O
tempo foi passando o computador foi fazendo parte cada vez mais intensamente de
nossas vidas, o vídeo cassete aos poucos foi sumindo e deu lugar ao famoso DVD,
hoje praticamente não alugamos mais DVD, já que temos boa parte dos filmes na
internet. Desde criança sempre gostei de assistir filmes, através deles você poderia
visualizar coisas até inimagináveis. Sempre que assistia a um filme, principalmente o
de ficção ficava imaginando como poderia usar algumas daquelas belas cenas,
repletas de ciências em sala de aula. Hoje isso é possível pela quantidade enorme
de cenas que envolvem os conceitos que abordamos durante nossas aulas.
Em 2004, paralelamente as aulas que ministrava em escolas de ensino médio
regular, começo minha jornada dando aulas em cursos de preparação para o
vestibular. Nesse tipo de aula o conteúdo é extremamente engessado, temos acesso
a um material e o seguimos à risca. A aula nos cursinhos preparatórios dura em
torno de cinquenta minutos, nesta você aborda um determinado assunto, tem que
passar todo o conteúdo e resolver exercícios propostos pelo material. Ou seja, a
aula é praticamente um monólogo, onde os alunos só pensam em uma forma do
professor “passar todo o conteúdo” que eles têm dificuldades e ajudá-los a fazer o
vestibular no fim do ano. Nessa aula, nós professores não damos muitas chances do
aluno se manifestar e com o passar dos anos o regente de classe, de antemão, já
sabe quais serão as possíveis dúvidas que os alunos terão sobre um determinado
assunto.
1 No decorrer da dissertação, utilizo tanto a primeira pessoa do singular quanto a primeira pessoa do
plural. No primeiro caso, faço para reforçar minha trajetória pessoal - tanto profissional quanto acadêmica associada às minhas afirmações de valor e de conhecimento. No segundo caso, dou enfoque ao caráter colaborativo da construção desse trabalho, por meio do diálogo com os autores e principalmente nas decisões assumidas com meu orientador.
14
No contexto dos cursos preparatórios, acabava assumindo uma postura de ser o
detentor de todo o conhecimento, o que o aluno trazia consigo da experiência de
vida e do convívio social, praticamente é desprezado. Nesse tipo aula, o aluno
muitas vezes não aprende a pensar, ele pega dicas e macetes que poderão ser
utilizados para facilitar sua vida na hora de resolver determinadas questões. Nos
dias atuais mudamos o nome de Pré-Vestibular para o Pré-ENEM (Exame Nacional
do Ensino Médio). Com o passar dos anos fui me moldando para dar esse tipo de
aula, onde eu planejava a aula para exatamente cinqüenta minutos, se sobrasse um
tempo ao final da aula eu resolvia exercícios daquele determinado assunto. Quando
entrei no mestrado e comecei a discutir questões de ensino-aprendizagem percebi,
que esse tipo de aula não permite efetivamente ao estudante assumir a
responsabilidade de junto com o professor construir seu próprio conhecimento.
Pensando nisso, decidi construir essa pesquisa relatando a minha experiência de
uma tentativa de transformação de um professor que sempre cedeu todas as
informações de forma direta, para um professor que tenta se abrir ao diálogo quando
compartilha o conteúdo na sala e deixa os alunos emitirem suas opiniões, suas
vivências e seus pensamentos, não cortando os alunos automaticamente quando
encontramos uma resposta que não condiz com o conhecimento científico, mas
dando subsídios para que o mesmo, na troca de experiências entre o que o
professor quer passar e as opiniões de seus colegas, possa negociar seus
significados, tornando-se um aluno pensante, crítico que também é responsável por
construir seu próprio conhecimento.
Agora como abordar o conteúdo de forma que exista interação, para que todos
possam expor seus conhecimentos e ideias e a partir desses construir o
conhecimento científico escolar? Para isso utilizamos vídeos e filmes, pois, como
nosso mestrado é profissional em ensino de física resolvi aliar o “útil ao agradável”.
Há um bom tempo eu já ministrava aula utilizando esses recursos na escola de
ensino médio regular. Conversando com o meu orientador resolvi estudar mais a
fundo a questão do uso de filmes e vídeos para o ensino de ciências uma vez que
15
encontrar vídeos sobre física torna-se cada vez mais fácil (como, por exemplo, na
internet com o famoso canal de vídeos Youtube). O desafio era trabalhar com os
vídeos e filmes curtos em uma perspectiva mais dialógica na sala de aula. Nas
próximas seções vamos discutir como esse tipo de recurso pode ser explorado,
como as aulas podem ser mais dinâmicas e interessantes e como preparamos uma
sequência de ensino fundamentada na exibição de vídeos. Acabei resolvendo
escrever uma parte dessas minhas aventuras nessa dissertação.
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2 A DEFINIÇÃO DO TEMA DA PESQUISA
Quando estamos ministrando a disciplina de física no ensino médio, na primeira
série abordamos os conceitos de energia mecânica, na segunda série geralmente
trabalhamos com a energia térmica em forma de calor e a energia das radiações
eletromagnéticas, na terceira série abordamos os conceitos de energia elétrica. Nós,
professores de física, precisamos ter clareza como a energia é manifestada em suas
diversas formas, como um tipo de energia pode ser transformado em outro, quais
são as fontes de energias renováveis e não renováveis, quais são os impactos
ambientais gerados por cada uma das usinas geradoras de energia. A pergunta é,
será que os alunos também conseguem fazer essas associações? Ou eles não
conseguem unir todo o conteúdo pelo fato de nós o desenvolvermos de forma
fragmentada ao longo das três séries do ensino médio. Concordamos com
(JACQUES; FILHO, 2008, p.2)
Um dos conceitos amplos, abordado em diferentes disciplinas dos Ensinos Fundamental e Médio e utilizado cotidianamente pelos estudantes, é o de energia. A noção de energia ao longo da história da Ciência levou centenas de anos para se desenvolver e se estabelecer, mas hoje, durante as aulas de Ciências, entra muitas vezes em conflito com o pensamento não-formal dos estudantes.
Esse conceito é desenvolvido por diversas disciplinas como geografia, física,
química e biologia. Cada um desenvolve seu conteúdo de forma específica, mas e
as ligações entre os conteúdos, será que o aluno consegue, por exemplo, perceber
que nossa maior fonte de energia é o Sol? Será que o aluno percebe que essa
energia que provém do Sol e é a mesma que é captada pelas plantas realizando a
fotossíntese e boa parte da energia armazenada pelas plantas que ingerimos como
alimento é a mesma que utilizamos para viver, caminhar, trabalhar e fazer todas as
nossas atividades? Os autores (AUTH; ANGOTTI, 2001, p. 204) destacam que:
A categoria unificadora deste conceito como favorece que sejam estabelecidas “relações com temas de outras áreas, em nível interdisciplinar” e permite articular “tópicos de uma área interdisciplinar”,
17
possibilitando assim que seja minimizada a fragmentação dos conhecimentos escolares de Ciências.
A energia é um dos conceitos fundamentais para o ensino de ciências, ela é tema
central que pode servir de interligação entre diversas áreas da física, química,
biologia e outras áreas do conhecimento. Esses conceitos básicos deveriam ser
incorporados pelos nossos alunos, pois muitos deles serão utilizados em suas vidas.
Conceituar energia para os estudantes do ensino médio, dependendo da abordagem
que nós professores fazemos e das explicações compartilhadas na sala de aula,
pode ser extremamente complicado, podemos reforçar as concepções alternativas
dos estudantes. Desta forma para abordar um tema tão complexo que inter-relaciona
diversas áreas do conhecimento resolvemos trabalhar com uma proposta
interdisciplinar.
A ideia da correlação entre disciplinas está bem estabelecida na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. Apesar disso, pensar nos processos
de ensino e aprendizagem nessa perspectiva ainda é um desafio, pois poucos
professores conhecem o que é interdisciplinaridade (muitas vezes por não ter vivido
experiências dessa natureza em seus processos de formação) e muitos que a
conhecem não conseguem trabalhar nessa perspectiva por uma série de motivos,
inclusive relacionados à própria organização escolar que está estruturada de forma
disciplinar.
Nesse tipo de abordagem é possível desfragmentar o conteúdo em duas ou mais
disciplinas, fazendo assim com que o aluno consiga visualizar a relação entre os
conteúdos. Na aula interdisciplinar o professor deve fazer o planejamento
observando as intersecções entre as disciplinas proporcionando um diálogo entre
elas para a compreensão da realidade a ser abordada, concordando com as
orientações curriculares para o ensino médio (BRASIL, 2006, p.119):
Poderíamos igualmente retomar a discussão do aprendizado da energia, no conjunto das ciências e em cada uma delas, para ilustrar como dar contexto social e cultural aos conhecimentos. Para compreender a energia em seu uso social, as considerações tecnológicas e econômicas não se limitam a
18
nenhuma das disciplinas, tornando essencial um trabalho de caráter interdisciplinar. Na produção de combustíveis convencionais ou alternativos, com a utilização de biomassa atual, como a cana-de-açúcar, ou de biomassa fóssil, como o petróleo, a fotossíntese, estudada na Biologia, é o início para a produção natural primária dos compostos orgânicos, enquanto outros processos químicos são necessários à sua transformação e industrialização. Na geração hidrelétrica, termelétrica ou eólica, além da eventual contribuição de conceitos químicos e biológicos, a produção de eletricidade decorre de técnicas e processos estudados na Física, centrais para compreender e manipular fluxos naturais de matéria e energia, como a radiação solar, a evaporação, as convecções, as induções eletromagnéticas, as correntes elétricas e sua dissipação térmica.
Resumindo, poderíamos definir a interdisciplinaridade como uma forma de integrar
os conteúdos para que possa existir uma concepção unitária do conhecimento.
Nesse contexto nosso estudo traz uma abordagem interdisciplinar, pois, em muitos
momentos o conhecimento a ser abordado extrapola a área da física e cai para um
contexto social, político ou ambiental, desenvolvendo em nosso discente a
capacidade de correlacionar conhecimentos, que até o momento ele não enxergava
de forma unitária, desenvolvendo assim, um senso crítico em relação ao tema
estudado no nosso caso energia.
19
3 OBJETIVOS
Para essa pesquisa que se propõe a narrar as minhas experiências na tentativa de
inserir uma dimensão mais dialógica nas aulas de Física, defino como objetivos
geral e específicos:
3.1 GERAL
Narrar e analisar a minha própria prática ao abordar o tema energia, para estudantes
da terceira série do ensino médio, em uma dimensão mais dialógica.
3.2 ESPECÍFICOS
- Analisar as interações discursivas e como os conceitos associados ao tema
energia foram desenvolvidos com os estudantes na sala de aula.
- Compreender os sentidos produzidos pelos estudantes sobre os conceitos de
energia compartilhados na sala de aula.
- Analisar a opinião dos estudantes sobre a intervenção educacional desenvolvida.
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4 DISCUSSÕES TEÓRICAS
4.1 CINEMA E EDUCAÇÃO
4.1.1 O NASCIMENTO DE UMA NOVA ARTE
No final do século XIX dois franceses, conhecidos como irmãos Lumière fizeram
uma apresentação pública para pouco mais de trinta pessoas de seu produto, os
quais chamaram de cinematógrafo, as pessoas presentes ficaram extremamente
emocionadas ao assistirem a apresentação artística, nascia ali a 7ª Arte, mais
conhecida hoje em dia como cinema. A técnica de criar imagens em movimento, que
eles utilizaram na produção de filmes duas décadas antes, foi usada por um Jules
Janssen, que utilizava um revólver fotográfico, para reproduzir a trajetória do planeta
Vênus ao redor do sol. Ou seja, a ideia de usar o cinema como auxilio na análise em
ciências é bem antiga, como podemos perceber a partir dos dizeres de Oliveira
(2006, p.134):
Embora tenha se tornado uma forma de entretenimento e galgado o status de um gênero artístico próprio, a sétima arte, o registro cinematográfico continuou a servir como instrumento científico. Uma ferramenta que possibilitava vários tipos de experimentos e o registro de ocorrências em condições inóspitas ou não discerníveis a olho nu, permitindo observações repetidas e análises detalhadas, com a separação de instantes.
Mesmo sabendo que as imagens são montadas os expectadores podem encarar a
reprodução cinematográfica de diversos filmes como se fosse realidade, e através
dessa realidade os conceitos de física que abordamos em sala de aula, muitas
vezes abstratos e difíceis de serem enxergados, podem ser facilmente visualizados,
O conhecimento então deixaria de ser algo tão abstrato e passaria a ser algo
concreto já que ele consegue visualizar o fenômeno.
21
No início do século XX os cineastas já utilizavam aparelhos semelhantes aos dos
irmãos Lumiére para filmar documentários, paisagens geográficas, hábitos e
costumes de civilizações bem distantes. À medida que os equipamentos de
filmagens ficavam mais fáceis de serem fabricados e carregados o cinema ficava
cada vez mais popular e uma nova concepção de informação chegava à população.
Com esse tipo de equipamento eles conseguiam filmar uma coroação de um
príncipe em outro país, ou filmar a floresta amazônica, não importava o que eles
filmavam o importante que os hábitos de outras culturas e até mesmo seus
costumes eram vistos por povos de diversos países diferentes, abrindo assim
também um importante caminho para o cinema como um instrumento de pesquisa
acadêmica, (DUARTE, 2002, p.24).
Por volta de 1920; John Grierson e o Brasileiro Alberto Cavalcanti, na Inglaterra, Marcel Griaule, na França, DzigaVetov, na União Soviética dão uma contribuição decisiva para a consolidação do cinema como registro do “real” e abrem portas para a sua inscrição como instrumento de pesquisa acadêmica.
O som, incorporado à imagem foi algo que ocorreu muitos anos após a invenção do
cinema. Quando os cineastas filmavam as cenas eles só conseguiam captar as
imagens, era o chamado cinema mudo, o som do ambiente era algo que não existia.
Mas, aos poucos, eles começaram associar o som à imagem gravando o som em
estúdio e assim então incorporando a gravação. Após a Segunda Guerra Mundial
outro francês conhecido como Jean Rouch, conseguiu avanços importantíssimos na
parceria entre ciência e arte. Foi Jean, um dos primeiros a testar o NAGRA, um tipo
de gravador de som direto da câmera que viria revolucionar de vez a forma de se
fazer cinema.
Em meados de 1900, os cineastas norte americanos entre eles D. W. Griffith deram
um dos passos mais importantes da indústria cinematográfica para se instalarem de
vez como um dos passa tempo favoritos de milhões de espectadores de todo o
mundo. A concepção dos americanos era de que eles poderiam sim criar
documentários, cenas do mundo real, mas, além disso, o cinema poderia alçar vôos
maiores, eles poderiam criar de forma fictícia novos povos, novas culturas, novos
22
planetas e até novos seres, ou seja, criar o que eles quisessem com as câmeras
(DUARTE, 2002, p.27):
Tratava-se então de captar o real como ele acontece, mas inventar uma realidade a partir da escolha da forma de filmar e da seleção dos planos a serem utilizados na montagem do filme, criando a ilusão de realidade que é própria do cinema. Deste modo, o aparato técnico inventado para registrar o mundo passaria, também, a recriá-lo, segundo novas regras e artifícios ou, ainda a criar outros mundos, mais ou menos semelhantes àquele. Ao invés de só registrar em imagens e hábitos e costumes de povos distintos, os filmes de ficção passariam a inventar costumes, criar modas e difundir hábitos, tornado - se o entretenimento número um de milhões de pessoas em todo o mundo, pelo menos até meados de 1950.
Essa forma de pensar em cinema, com a ideia de filmes com começo, meio e fim, se
possível com um final feliz, se difundiu por todo o mundo, Itália, Alemanha, União
soviética, e a própria França abraçaram esse modo de se fazer cinema e
praticamente dominaram o mercado mundial aos poucos no ocidente Ásia a África
também conseguiram se inserir nesse mercado.
Segundo Duarte (2002), no Brasil conhecemos o cinema por volta de 1896 dois anos
depois em 1898 nós já dávamos nossos primeiros passos em direção a nossa
própria indústria cinematográfica. Em 1937, o então presidente Getúlio Vargas cria o
Instituto Nacional de Cinema Educativo – INCE- O qual tinha como objetivos reforçar
a criação de novos filmes que tinham como temática a cultura brasileira. Grandes
nomes se destacaram nessa época como o cineasta Humberto Mauro. A verdade é
que desde o nosso primeiro contato com a indústria cinematográfica o cinema
Brasileiro sempre viveu entre altos e baixos no mercado, e não faz parte de nossa
dissertação discutir os fatores que levaram o nosso cinema a isso. Aqui só
destacamos o surgimento do cinema em nosso país, para o leitor ter ideia de como
os filmes apareceram por aqui.
23
4.1.2 O CINEMA E A ESCOLA
Trabalhar com filmes em sala de aula não é novidade. Vivencio no contexto escolar
o uso frequente desse recurso em muitas disciplinas como História, Biologia, e
Sociologia, por que não na área e ciências exatas, como a Física, a Química e a
Matemática? Essa ferramenta quando bem usada pode se tornar um excelente
aliado para o professor, trazendo um mundo de possibilidades e discussões
Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte. (NAPOLITANO, 2011, p.11).
Quem nunca vivenciou a seguinte cena; o professor falta e a coordenadora diz:
coloca um filme para a sala que os alunos vão ficar tranquilos. Nessa seção vamos
discutir o porquê e para, que usamos os filmes e vídeos como instrumento de
mediação pedagógica. Existem técnicas para utilizá-los como objetivo de
aprendizagem e é isso que discutiremos a seguir.
4.1.3 DIFERENTES PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS ENVOLVENDO O USO
DE VÍDEOS E FILMES
O uso de filmes em sala de aula não é algo recente. Nos Estados Unidos um dos
professores da Universidade da Flórida, preocupado com o aprendizado da ciência
física, desenvolveu um curso inteiro exibindo filmes para seus alunos. O curso fez
tanto sucesso que serviu de inspiração para um projeto de aprender todo o conteúdo
da física com a utilização de filmes (EFTHIMIOU et al, 2006, p.02).
Muitos estudantes são espectadores, alguns deles ávidos fãs de cinema. Quando ofereceu a oportunidade de estudar a ciência de uma forma que inclui utilização de filmes, ficaram muito interessados. Desde o início do curso, a inscrição tem aumentado, e sua reputação no campus se espalhou.
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O uso de filmes para aumentar o interesse dos alunos e o desempenho tem sido bem sucedida, não só em ciências exatas (Dubeck et al., 1981, 1990, 1995 e 1998), mas também em outras disciplinas, como a psicologia (Badura, 2002; Hemenover et al, 1999; Conner, 1996; e Anderson, 1992)
2.
No Brasil diversos autores como, Napolitano (2011), Duarte (2002), Moran (1995)
entre outros, defendem o uso de filmes e vídeos em sala de aula. Atualmente temos
acesso a internet, smartphones, tablets, e recursos como vídeos e filmes que
podemos acessar por esses dispositivos (principalmente pelo canal youtube).
Laboratórios virtuais, sites com inúmeras informações e atividades estão disponíveis
para quem quiser. Embora muitos professores tentem utilizar esse recurso muitas
vezes os mesmos não exploram todo o seu potencial, talvez por desconhecimento
de como utilizar essa ferramenta de forma adequada. Concordamos com MORAN
(1994) que enfatiza, que a inserção de tal tecnologia no ambiente escolar, até hoje,
muito pouco se investiu em programas de formação que capacitassem os
professores para uma melhor utilização do vídeo e/ou visassem um real
aproveitamento do potencial didático educativo deste recurso.
Nosso estudo de baseia na interação sociocultural utilizando como ferramenta a
utilização de vídeos curtos, isso porque segundo (MORAN, 1995; p.01)
O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo educacional.
Para melhorar a dinâmica das aulas (no sentido de potencializar as interações
dialógicas nas aulas de Física) e despertar o interesse pelo estudo de energia,
utilizamos diversos vídeos e pequenos filmes que encontramos no youtube.
Concordamos com Moran, onde ele diz que o vídeo é uma ferramenta excelente,
pois a maior parte dos alunos enxerga a aula com o recurso audiovisual, não uma
aula comum, mas uma aula de descanso, uma forma de ele fugir daquela aula
tradicional utilizando apenas quadro e pincel.
O vídeo está umbilicalmente ligado à televisão e a um contexto de lazer, e entretenimento, que passa imperceptivelmente para a sala de aula. Vídeo,
2 Tradução nossa
25
na cabeça dos alunos, significa descanso e não "aula", o que modifica a postura, as expectativas em relação ao seu uso. (MORAN, 1995, p.01)
Em seu trabalho, Moran (1995), apresenta as diversas maneiras de se utilizar os
vídeos em sala de aula. O autor sinaliza para os usos inadequados na sala de aula:
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se for feito com frequência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa -na cabeça do aluno- a não ter aula. Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu mau uso. Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas. Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para descobri-los, junto com os alunos, e questioná-los. Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes. (p. 03)
Moran (1995, p.01) sugere que os vídeos sejam utilizados na sala de aula como:
Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO: É, do meu ponto de vista, o uso mais importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria. Vídeo como ILUSTRAÇÃO: O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um vídeo que exemplifica como eram os romanos na época de Julio César ou Nero, mesmo que não seja totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo, a Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo. Vídeo como SIMULAÇÃO: É uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO: Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares. Vídeo como PRODUÇÃO: Como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do professor, dos alunos e dos futuros alunos. O professor deve poder documentar o que é mais importante para o seu trabalho, ter o seu próprio material de vídeo assim como tem os seus livros e apostilas para preparar as suas aulas. O professor estará atento para
26
gravar o material audiovisual mais utilizado, para não depender sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos programas. Vídeo como INTERVENÇÃO: interferir, modificar um determinado programa, um material audiovisual, acrescentando uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados. O professor precisa perder o medo, o respeito ao vídeo assim como ele interfere num texto escrito, modificando-o, acrescentando novos dados, novas interpretações, contextos mais próximos do aluno. Vídeo como EXPRESSÃO: Como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica, pela miniaturização da câmera, que permite brincar com a realidade, levá-la junto para qualquer lugar. Filmar é uma das experiências mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los. Vídeo como AVALIAÇÃO Dos alunos, do professor, do processo. Vídeo como ESPELHO: Vejo-me na tela para poder compreender-me, para descobrir meu corpo, meus gestos, meus cacoetes. Vídeo-espelho para análise do grupo e dos papéis de cada um, para acompanhar o comportamento de cada um, do ponto de vista participativo, para incentivar os mais retraídos e pedir aos que falam muito para darem mais espaço aos colegas. Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE De outras mídias: Vídeo como suporte da televisão e do cinema. Gravar em vídeo programas. importantes da televisão para utilização em aula. Alugar ou comprar filmes de longa metragem, documentários para ampliar o conhecimento de cinema, iniciar os alunos na linguagem audiovisual. (p.04)
Apesar de Moran (1995) desenvolver toda sua discussão para o uso de vídeos,
consideremos que essas problematizações possam ser estendidas para o uso de
filmes curtos. Em nosso estudo utilizamos os vídeos e filmes curtos principalmente
como SENSIBILIZAÇÃO, ILUSTRAÇÃO e CONTEÚDO DE ENSINO, através do
tema central que seria o estudo da energia, buscamos despertar a curiosidade dos
alunos para que os mesmos compreendessem várias formas de transformação da
energia, o funcionamento de algumas usinas como a geotérmica ou maré-motriz
(que eram totalmente desconhecidas pela maioria dos alunos), mas com essa
ferramenta foi possível ilustrar todo o processo de transformação de energia ocorrido
em cada usina.
27
4.2 O USO DE FILMES E VÍDEOS NO ENSINO DE FÍSICA
A utilização de vídeos podem ser uma excelente ferramenta para introduzir
conceitos, de forma que a aula possa se tornar mais dialógica, esse recurso pode
melhorar de forma significativa a forma de como se aborda um determinado
conteúdo, através da imagem.
Os filmes são meras ferramentas, recursos didáticos. É a forma como podemos usá-los que dará o enriquecimento ao nosso trabalho. E isto não se fará por formas mecânicas ou exposições de teorias, mas pela reflexão crítica que cada participante venha aprender a desenvolver, ampliando assim suas competências, suas habilidades, sua capacidade de discernimento. (CASTILHO, 2004, p.10)
O uso de vídeos no ensino de ciências é bem comum e esse tipo de recurso vem
crescendo entre os professores de ciências da natureza nos últimos anos. Dentre
pesquisadores que utilizam essa ferramenta no ensino de física, destaquei alguns
motivos pelos quais esse recurso torna-se cada vez mais comum, e a seguir cito
alguns que utilizei em nossa intervenção.
Um deles é o fator motivacional, o apelo da imagem é muito grande para chamar a
atenção do discente, além de quebrar a rotina das aulas expositivas, desta forma os
alunos vêem os vídeos como uma forma prazerosa de aprender sobre o assunto
proposto.
Um filme ou um programa multimídia têm um forte apelo emocional e, por isso, motivam a aprendizagem dos conteúdos apresentados pelo Professor. Além disso, a quebra de ritmo provocada pela apresentação de um audiovisual é saudável, pois altera a rotina da sala de aula. (ROSA, 2000, p.39)
Outro fator que leva a utilização dessa ferramenta é o de demonstração, nas
ciências naturais existem diversos conceitos que são extremamente abstratos o que
exige maior esforço cognitivo do aluno, pois, os mesmos têm que imaginar o que o
professor está dizendo e inúmeras dessas abstrações não são bem compreendidas
por eles, concordamos com Moran (1995, p.02) onde ele sinaliza que,
28
O vídeo explora também e, basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio). Desenvolve um ver entrecortado – com múltiplos recortes da realidade -através dos planos- e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador.
Outro fator importante é a forma como o aluno pode rever os conceitos abordados
pelo professor, se o mesmo disponibilizar o vídeo para o aluno este poderá chegar
em casa e rever o que foi abordado em sala, desta forma o discente poderá
entender o assunto no seu próprio ritmo.
A disponibilização desse tipo de aula na rede mundial de computadores, em canais como o youtube, oportuniza aos alunos o benefício de aprender a seu tempo, usando a mídia quantas vezes for preciso para rever cenas específicas que tenha mais dificuldade, por exemplo. Isso é mais importante pelo fato do Brasil, segundo estatísticas, ser um dos países com maior número de acessos ao youtube”. (CLEMES; HILSON, SAMUEL, 2012, p.427)
A utilização de vídeos é uma excelente forma de promover uma aula mais dialógica,
nela podemos convidar ao aluno a participar ativamente da construção do seu
próprio saber de acordo com Mortimer e Scott (2002, p.287):
Quando um professor interage com os estudantes numa sala de aula de ciências, a natureza das intervenções pode ser caracterizada em termos de dois extremos. No primeiro deles, o professor considera o que o estudante tem a dizer do ponto de vista do próprio estudante; mais de uma ‘voz’ é considerada e há uma inter-animação de idéias. Este primeiro tipo de interação constitui uma abordagem comunicativa dialógica. No segundo extremos, o professor considera o que o estudante tem a dizer apenas do ponto de vista do discurso científico escolar que está sendo construído. Este segundo tipo de interação constitui uma abordagem comunicativa de autoridade , na qual apenas uma ‘voz’ é ouvida e não há inter-animação de idéias.
Concordamos com Xavier et al. (2010), no qual eles propõem uso do cinema no
ensino-aprendizado da Física como uma alternativa para romper com a barreira do
tradicional e situar o professor numa pedagogia crítica e dialógica na qual os alunos
saem do papel de meros receptores e reprodutores dos conteúdos que lhes são
impostos e passam a ser sujeitos ativos na construção do saber. Ao analisar
29
conjuntamente as cenas dos filmes, professor e alunos constroem o conhecimento
da Física, considerando as experiências de ambos. O professor passa, assim, à
condição de mediador e um dos interlocutores no processo de construção do
conhecimento.
Os conceitos de físicos mais próximos da realidade do aluno. Quem nunca ouviu
aquela famosa frase em sala de aula, não sei para que vou utilizar isso na minha
vida? Por mais exemplos que o professor cite durante as aulas, muitos alunos não
conseguem fazer a aproximação do conteúdo ministrado em sala, com o cotidiano.
Utilizando esse tipo de recurso eles podem perceber que a física está mais presente
na vida deles do que imaginavam. Isso é um fator muito importante para o uso desse
recurso, uma vez que os alunos sentem-se mais interessados por realmente
encontrar significado para a teoria que ele estuda na escola.
4.3 INTERAÇÕES DISCURSIVAS E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
CIENTÍFICO NA SALA DE AULA DE CIÊNCIAS
Quando nós professores estamos em sala de aula, às vezes nem percebemos o
quanto ela é dinâmica, não no sentido de os alunos fazerem bagunça, mas no
sentido de observar quanto de interações estão ocorrendo em todos os momentos.
Quem nunca se viu explicando a matéria e de repente você pega um aluno
conversando, e ele diz: desculpe professor eu estava explicando a matéria que você
acabou de ensinar para meu amigo. Esse tipo de situação passa despercebido em
sala de aula pelo professor, mas seria uma ótima oportunidade de analisar os
conhecimentos que estavam sendo socializados por eles. De acordo com a
perspectiva sociocultural a negociação de significados se dá através de interações
discursivas no plano social da sala de aula de ciências. As interações discursivas se
dão pela linguagem e de acordo com essa perspectiva existe uma relação muito
30
forte entre a linguagem e o pensamento, segundo (SASSERON:SOUZA, 2012,
p.594)
Há uma relação íntima entre a linguagem e o desenvolvimento do pensamento, ou seja, é por meio da estruturação da linguagem que se concebe um significado, e por meio das articulações desses significados que a aprendizagem se dá em relação ao mundo. Esse pensamento é amplamente discutido e aceito desde meados da década de 1960 com a linha de estudo da cognição humana chamada de “construtivismo”, de caráter sociointeracionista exatamente pela necessidade de os sujeitos colocarem suas linguagens em torno de um objeto de conhecimento e negociarem os significados para ele. Dessa linha de pensamento emerge a necessidade de se estudarem as interações que ocorrem em sala de aula e a forma como alunos e professores constroem um sentido para um conceito.
Considerando que nossa pesquisa tem uma perspectiva interativa, discursiva e
dialógica apontamos que a linguagem e o contexto de produção da linguagem,
constituem importante processo no que diz respeito ao processo de apropriação dos
conhecimentos.
No campo da educação científica, principalmente no início dos anos 2000,
intensificaram os estudos que procuravam investigar as interações discursivas, o
uso da linguagem e as relações com a construção do conhecimento científico na
sala de aula. Dentre os diversos pesquisadores podemos destacar os estudos de
Mortimer e Scott (2002), Crepalde e Aguiar Jr. (2013), Driver et al. (1999), dentre
outros.
Em nosso estudo faremos a análise das interações discursivas baseadas na
proposta desenvolvida por Mortimer e Scott (2002), utilizando a ferramenta para
tentar estabelecer padrões de interação entre professor- aluno, aluno-aluno; esses
padrões serão apresentados na seção seis onde analisamos os resultados e
discussões.
Apoiados em Crepalde e Aguiar Jr. (2013)buscaremos interpretar os sentidos
produzidos pelos estudantes ao conceito de energia após a intervenção educacional.
Para os autores, apoiados nas ideias de Bakhtin e Vigostski, “o sentido de uma
31
palavra é a soma de todos os fatos psicológicos que ela desperta em nossa
consciência” (p.307), o que nos permite analisar as produções dos estudantes com
vistas a formação de conceitos como produção de sentidos que é estabelecido no
diálogo entre as diversas vozes e conhecimentos que circulam na esfera social da
sala de aula.
4.2 CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS DE ENERGIA
Sempre fui muito curioso, lembro-me de quando era aluno do ensino fundamental,
em momentos de reflexões, pensava em como as coisas funcionavam, ou seja, já
tinha meus próprios esquemas para explicar algumas coisas. Vejamos um exemplo:
Eu pensava que os postes iriam acender porque um trabalhador da companhia
elétrica passava acendendo todas as lâmpadas. Isso “ficou na minha cabeça” por
muitos anos, até entender que tinha um sensor elétrico chamado de fotocélula
responsável por acender a lâmpada na ausência de luz, e para entender como esse
sensor funcionava, demorou um pouco mais. Estou relatando esse fato, pois, muitos
alunos tem seus próprios esquemas para explicar como funcionam os objetos e os
fenômenos vivenciados no dia a dia, (DRIVER et al, 1999, p.34)
Os jovens possuem vários esquemas de conhecimento utilizados para interpretar os fenômenos com que se deparam no seu dia-a-dia. Esses esquemas são fortemente apoiados pela experiência pessoal e pela socialização em uma visão de senso comum.
Como aconteceu comigo muitos estudantes lançam mão das concepções
alternativas para tentar explicar diversas situações físicas, segundo Barbosa; Borges
(2006, p.191)
É o caso do conceito de energia, que é muito utilizado no cotidiano científico e acadêmico, mas que, no contexto escolar, é colocado de lado pelos estudantes quando vão explicar os vários sistemas e fenômenos naturais que estudam. Assim, os estudantes lançam mão de concepções
32
alternativas, estruturas conceituais e modelos mais próximos de sua experiência cotidiana do que aqueles encontrados nas lições escolares.
Geralmente quando falamos em energia temos a ideia de que ela de alguma forma
faz com que os objetos funcionem e de que sem ela não acenderíamos uma
lâmpada, um carro não poderia se movimentar e nós também não teríamos vida.
Nesse tipo de situação os alunos identificam que existe energia nos objetos
animados, mas quando os objetos estão estáticos os alunos tem mais dificuldade de
identificar que esses também possuem energia de alguma forma. No trabalho de
Barbosa; Borges (2006, p.192) ele faz uma classificação de como os estudantes
pesam em energia como mostro a seguir:
Antropocêntrica: Energia associada com seres humanos ou onde objetos
são vistos como se possuíssem atributos humanos.
Reservatório (depósito): Alguns objetos possuem energia e são
recarregáveis, enquanto outros precisam de energia e gastam o que obtêm.
Substância (ingrediente): energia é um ingrediente adormecido dentro dos
objetos, que são ativados por um dispositivo de disparo.
Atividade: energia como uma atividade óbvia, no sentido de que se houver
atividade, haverá energia.
Produto: energia é um subproduto de um estado ou de um sistema.
Funcional (combustível): energia vista como uma ideia muito geral de
combustível associada a aplicações tecnológicas que visam proporcionar
conforto para o homem.
Fluido: energia vista como certo tipo de fluido transferido em certos
processos.
Esses tipos de estruturas também apareceram em nossa intervenção (quando
analisamos o questionário do anexo I que foi aplicado antes de iniciar a intervenção),
nos objetos como uma lâmpada acesa ou um carro em movimento, praticamente
todos os alunos identificaram que existia energia, alguns até conseguiram identificar
qual seria essa energia, mas em situações como uma estátua ou uma bola parada
sobre a mesa, a maior parte dos alunos não conseguiu identificar que existia energia
armazenada em tais objetos.
33
Em nossa intervenção o que se tentou fazer é negociar significados que “(...) é,
portanto, um processo dialógico que envolve pessoas em conversação e a
aprendizagem é vista como o processo pelo qual os indivíduos são introduzidos em
uma cultura por seus membros mais experientes” (DRIVER et al, 1999, p. 34).
Segundo essa perspectiva, a aprendizagem de conceitos não significa a supressão
das concepções alternativas dos estudantes, mas:
o desenvolvimento dos conceitos pode ser compreendido como relação e interação entre os conceitos cotidianos e científicos. Se essas duas formas não conseguirem se interpenetrarem, estabelecer de alguma forma uma conexão, sem precisar para isso a dissolução de uma forma na outra, o
desenvolvimento do verdadeiro conceito não se realiza (CREPALDE;
AGUIAR JR, 2013, p.314)
Com relação especificamente ao conceito de energia Crepalde e Aguiar Jr (2013,
p.314) ainda afirmam que:
A dialética vigotskiana dos conceitos espontâneos e científicos só nos reforça a convicção da necessidade de estabelecer a relação entre os conceitos cotidianos e científicos, principalmente no nosso caso da palavra energia, como forma de desenvolvimento do significado desses mesmos conceitos.
Em nossa intervenção procuramos partir das concepções alternativas apresentadas
pelos estudantes para que ao introduzir o conceito científico no plano social das
aulas de Física, o entrelaçamento entre esses conceitos pudesse ser realizado. Para
uma problematização inicial a respeito dos conceitos de energia abordados foram
utilizados vídeos e filmes curtos, pois, é uma boa forma de trazer as concepções
alternativas dos estudantes e a partir da fala dos discentes chegarmos a um
consenso a respeito dos tipos energia abordado em cada aula.
34
5 METODOLOGIA
5.1 CARACTERIZANDO A PESQUISA
Com o intuito de descrever a minha tentativa de abordar o tema energia nas aulas
de Física em uma dimensão mais dialógica, assumo essa pesquisa como sendo de
natureza narrativa, pois ao longo da intervenção atuo como autor e personagem da
“estória científica”. Existem várias definições para narrativa. Segundo Galvão (2005,
p.343) a narração é uma forma de investigação-formação, e:
[...] como processo de investigação, permite-nos aderir ao pensamento experiencial do professor, ao significado que dá às suas experiências, à avaliação de processos e de modos de atuar, assim como permite-nos aderir aos contextos vividos e em que se desenrolaram as ações, dando uma informação situada e avaliada do que se está a investigar. Concepções, modos de praticar a profissão, conhecimento didático, significado de aprendizagens de formação, elaboração do conteúdo científico, são alguns exemplos de temáticas específicas passíveis de investigação por meio da narrativa, iluminativas de desenvolvimento profissional.
Podemos destacar que as pesquisas narrativas são formativas, pois ao mesmo
tempo em que nós organizamos nossas ideias para descrevê-las entramos em um
processo de reflexão constante sobre a nossa prática. De acordo com Cunha (1997,
p.187)
[...] Ao mesmo tempo em que o sujeito organiza suas idéias para relatos- quer escrito, quer - oral, ele reconstrói sua experiência de forma reflexiva e, portanto, acaba fazendo uma auto-análise que lhe cria novas bases de compreensão de sua própria prática.
As narrativas são extremamente importantes, pois o pesquisador pode explorar
compreensões e sentimentos não percebidos em outros métodos de pesquisa,
destacando diversos fatos importantes para a compreensão da realidade. Quando o
pesquisador/ professor narra a sua própria experiência ele pode atribuir na trajetória
35
da pesquisa novos significados, desta forma ele pode transformar a sua própria
realidade e para Cunha (1997, p.187):
[...] Esta compreensão é fundamental para aqueles que se dedicam a análise de depoimentos, relatos e recuperações históricas, especialmente porque estes se agregam as interpretações do próprio pesquisador, numa montagem que precisa ser dialógica para poder efetivamente acontecer.
Desde que comecei a ministrar minhas aulas em 1998, sempre fui autoritário, queria
que a sala ficasse em silêncio enquanto eu explicava a matéria. Minha aula era um
verdadeiro monólogo onde eu era o centro das atenções, com o passar dos anos fui
mudando de atitude, pois percebi que aquele método não era eficaz, nesse método
a aluno não era nenhum pouco crítico/reflexivo. Nessa perspectiva, trago a narrativa
em sua dupla dimensão, entendendo a narração como método e como instrumento
de (auto) formação e intervenção no contexto educacional. Em concordância com
Souza (2007, p.65), quando se sinaliza que a pesquisa narrativa de caráter (auto)
biográfico, ela
[...] se legitima como método/técnica de investigação/formação, situando-se no campo da virada hermenêutica, em que se compreendem os fenômenos sociais como textos e a interpretação como atribuição de sentidos e significados das experiências individuais e coletivas.
As narrativas podem vir a ser úteis, tanto como método de análise, quanto para a
formação do próprio educador. Nessa perspectiva, trazemos as narrativas de um
professor em sua dupla dimensão, narração como método e como instrumento de
(auto) formação e intervenção no contexto educacional. Em concordância com
Souza (2007, p.65), quando se sinaliza que a pesquisa é narrativa de caráter (auto)
biográfico, ela
[...] se legitima como método/técnica de investigação/formação, situando-se no campo da virada hermenêutica, em que se compreendem os fenômenos sociais como textos e a interpretação como atribuição de sentidos e significados das experiências individuais e coletivas.
36
5.2 A INSTITUIÇÃO E OS SUJEITOS PARTICIPANTES
5.2.1 A INSTITUIÇÃO
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM), atualmente escola
funciona com aulas nos turnos matutino, vespertino e noturno. O número de alunos
que frequentam a escola gira em torno 1050 e 1200. Ela possui uma boa infra-
estrutura com quadra poliesportiva, auditório, biblioteca, laboratórios de física
química e biologia e auditório, o prédio encontra-se em excelente condição, uma vez
que o mesmo acaba de ser reformado pelo governo do estado. A sequência didática
foi desenvolvida com os alunos da terceira série dessa escola onde ministro as
aulas. A instituição da rede pública estadual é considerada uma escola modelo no
estado do Espírito Santo. As condições de ensino são realmente ótimas, haja vista
outras escolas que já lecionei ao longo dos anos.
5.2.2 SUJEITOS PARTICIPANTES
Na escola ministro aula para quatro turmas de terceira série do ensino médio;
turmas duas no matutino e duas no noturno. A intervenção foi desenvolvida com os
alunos da das quatro turmas, mas utilizamos para análise apenas uma turma que foi
a Turma 3M11 com um total de 36 alunos. É importante destacar que a escolha da
turma foi aleatória e temos todo o material produzido pelas outras turmas, talvez em
um trabalho futuro de doutorado onde os prazos para a conclusão da pesquisa são
maiores possamos fazer uma análise desse porte. Outro fator que considero
pertinente é que muitos desses alunos foram meus alunos também na 1a e 2a séries
do ensino médio.
37
5.3 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Nossa sequência foi pensada de forma que o aluno partisse de um conceito mais
geral sobre energia, para alguns conceitos mais específicos. Na sequência tínhamos
a finalidade de analisar as falas e as produções escritas dos estudantes a respeito
dos conceitos de energia, dando suporte aos mesmos para que eles emitissem suas
opiniões e pensamentos a respeito do tema.
Uma seqüência didática é formada por certo número de aulas planejadas e analisadas previamente com a finalidade de observar situações de aprendizagem, envolvendo os conceitos previstos na pesquisa didática (PAIS, 2002, p. 102).
O quadro abaixo mostra como toda a sequência didática foi desenvolvida, nele
apresentamos como foi dividida a aula, bem como seus objetivos e a descrição da
aula.
Quadro 1: A sequência didática
Sequência de aula desenvolvida na intervenção.
Au
la 0
1 Objetivo
- Reconhecer as concepções alternativas a respeito de energia.
Duração Hora/Aula: 55 minutos.
Descrição
- Expliquei que eu faria uma intervenção com eles, onde iríamos abordar o tema energia, e que todas as aulas seria gravadas em áudio e vídeo para posteriormente serem analisadas. -Apliquei o questionário de conhecimentos prévios sobre energia, anexo 01.
Au
la 0
2
Parte 01
Objetivo - Identificar as diferentes formas de manifestação da energia.
Duração Hora/Aula: 15 minutos.
Descrição -Citar todos os tipos de energia que os alunos conheciam.
Objetivo
- Problematizar a relação entre a energia e a sociedade atual.
Duração Hora/Aula: 40 minutos.
Descrição - Apresento os vídeos para fomentar as ideias dos
38
Parte 02
estudantes a respeito do tema. - Discutimos como seria o mundo sem nem um tipo de energia produzida pelo homem. - Ao fim da aula peço uma dissertação com o tema: O mundo sem energia. - Deixo o tema energia em aberto, afim de que eles possam falar de uma energia específica, ou energia no geral.
Au
la 0
3 Objetivo -Identificar relações entre a energia e a vida humana.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - leitura das dissertações dos estudantes. - Selecionei as ideias sobre o mundo sem energia. - Finalizo as discussões aplicando um discurso de autoridade.
Au
la 0
4
Objetivos
- Reconhecer situações do cotidiano onde podemos encontrar a energia mecânica. - Analisar as situações de transformação de energia, envolvendo a energia mecânica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Apresentei os vídeos para fomentar as ideias dos estudantes a respeito da energia mecânica. - Após os vídeos serem apresentados, repito a reprodução e em alguns momentos específicos vou identificando com os alunos onde existia as energias cinética e potencial gravitacional, além de observar onde ocorreriam as transformações de uma energia em outra.
Au
la 0
5 Objetivos - Entender os diferentes conceitos de energia
mecânica. -Reconhecer situações onde existe outro ramo da energia mecânica, conhecida como energia potencial elástica. - Compreender o funcionamento de uma usina hidrelétrica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Apresentei vídeos com situações onde encontramos a energia potencial elástica. - Após os vídeos serem apresentados, repito a reprodução e em alguns momentos específicos vou identificando com os alunos onde existia a energia potencial elástica, além de observar onde ocorreriam as transformações de uma energia em outra. - Apresento o vídeo sobre o funcionamento da hidrelétrica.
39
- Após os vídeos serem apresentados, repito a reprodução e em alguns momentos específicos vou identificando com os alunos onde ocorreriam as transformações de energia mecânica em energia elétrica. - Nos vinte minutos finais peço aos alunos que eles sentem em grupo e resolva as questões sobre a energia mecânica e as usinas hidrelétricas, em anexo 02.
Au
la 0
6 Objetivos - Compreender o funcionamento de uma usina eólica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - começo a aula corrigindo as questões sobre a energia mecânica e as usinas hidrelétricas, esse feedback é importante, para o prosseguimento das atividades. - Apresentei o vídeo sobre o funcionamento dos geradores eólicos.
Au
la 0
7
Objetivos
- Reconhecer outras formas de produção de energia elétrica, como as usinas Geotérmica, Nuclear, Termoelétrica e energia das ondas. - Identificar o tipo de recurso que é utilizado em cada uma das usinas. - Compreender o funcionamento de cada tipo de usina. - Estabelecer a diferença básica entre cada uma dessas usinas. -Compreender as fontes renováveis e não renováveis de produção de energia elétrica - Identificar os impactos ambientais produzidos por cada tipo de usina.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Apresento e discuto com os alunos como identificar cada tipo de usina, quais as diferenças e semelhança entre elas. - Muitos não conheciam a usina geotérmica, isso porque em nosso país, não usamos esse tipo de geração de energia por questões geográficas. - Após a exposição do vídeo sobre a usina nuclear, faço um breve comentário sobre a fissão e a fusão nuclear, identificando o processo de fissão como o processo utilizado na usina nuclear. - Finalizo a aula mostrando outro tipo de geração energia que vem sendo pesquisada que é a energia das ondas, deixo claro durante a exposição que esse tipo de geração de energia é diferente da usina que utiliza a maré-motriz.
40
Au
la 0
8
Objetivos
- Compreender o processo de aproveitamento de energia emitida pela radiação solar. - Compreender a diferença básica entre o painel de aquecimento solar e o painel fotovoltaico. - Entender a energia solar como fonte de energia renovável.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Começo a aula levando os alunos para o pátio da escola, lá mostrei o funcionamento do painel solar, os alunos entraram em contato com as células fotovoltaicas, capazes de transformar energia solar em energia elétrica; lá ficamos por aproximadamente vinte minutos. - Nos vinte e cinco minutos seguintes voltamos para a sala onde assistimos alguns vídeos mostrando a diferença dos painéis utilizados para transformar a energia solar/aquecimento e solar/eletricidade.
Au
la 0
9
Objetivos
- Diferenciar os painéis utilizados somente para aquecimento dos painéis fotovoltaicos que são capazes de gerar eletricidade. - Entender os processos de transformação de energia luminosa em energia elétrica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - Começo a aula finalizando as discussões sobre a diferença do painel fotovoltaico para o painel de aquecimento. - Apresentei alguns vídeos que mostram outras formas de aproveitar a radiação solar para gerar energia elétrica suficiente para alimentar cidades inteiras.
Au
la 1
0
Objetivos
- Compreender os impactos ambientais gerados pelas diferentes usinas. - Diferenciar os tipos de energia.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - Apliquei o questionário 03, sobre as usinas geradoras de energia de uma forma geral, em anexo 03.
Au
la 1
1
Objetivos - Utilizar os conceitos de energia em contextos diferentes dos que foram apresentados ao longo da intervenção.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- levei os alunos para o auditório, para a apresentação dos temas que era livre; eles iriam apresentar manifestações artísticas como música, poema, poesia, charge e vídeo, todas elas com o tema energia. - Os alunos manifestaram suas concepções sobre o
41
tema, de diversas formas, após a apresentação pedi para eles relatarem o que queriam abordar com cada apresentação. - Finalizei as apresentações agradecendo a participação de todos, e pelo envolvimento com as atividades propostas ao longo da intervenção.
5.4 OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS
Toda sequência didática desenvolvida na intervenção, foi fundamentada nos três
momentos pedagógicos que chamaremos de 3MP. A sequência apresentada nos
trabalhos de Delizoicov; Angotti; Pernambuco (2002) é baseada em três etapas:
problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento.
5.4.1 O PRIMEIRO MOMENTO: PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL
Consiste em apresentar situações reais que os alunos conhecem e vivenciam. É
nesse momento que os estudantes são desafiados a expor os seus entendimentos
sobre determinadas situações significativas que são manifestações de contradições
locais (FREIRE, 1987) e que fazem parte de suas vivências. Nessa etapa, o papel
do professor é diagnosticar apenas o que os estudantes sabem e pensam sobre
uma determinada situação. É ele que organiza a discussão, não para fornecer
explicações prontas, mas sim, para buscar o questionamento das interpretações
assumidas pelos estudantes.
42
5.4.2 O SEGUNDO MOMENTO: ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Caracteriza-se como o estudo sistemático dos conhecimentos envolvidos no tema e
na problematização inicial. Isto é, são estudados os conhecimentos científicos
necessários para a melhor compreensão dos temas e das situações significativas.
Nesse momento da atividade pedagógica é importante enfatizar que os
conhecimentos científicos são ponto de chegada. Nesse momento o papel do
professor consiste em desenvolver diversas atividades para capacitar os alunos a
utilizarem os conhecimentos científicos, com a perspectiva de formá-los para
articular constantemente a conceituação científica com situações que fazem parte de
sua vivência.
5.4.3 O TERCEIRO MOMENTO: APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
Destina-se a empregar o conhecimento do qual o estudante vem se apropriando
para analisar e interpretar as situações propostas na problematização inicial. Nesse
momento, o papel do professor consiste em desenvolver diversas atividades para
capacitar os alunos a utilizarem os conhecimentos científicos explorados na
organização do conhecimento, com a perspectiva de formá-los para articular
constantemente a conceituação científica com situações que fazem parte de sua
vivência. Destaca-se, nesse momento, a busca pela “generalização da
conceituação”, isto é, a identificação e o emprego da conceituação científica
envolvida, em que “é o potencial explicativo e conscientizador das teorias científicas
que deve ser explorado”.
Nas seções seguintes voltaremos a abordar os 3MP, pois todas as aulas da nossa
sequência didática em ensino de energia foi desenvolvida de acordo com esse
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referencial. Em nossa análise iremos caracterizar esses momentos por três siglas
onde (ER), é conhecida como estudo de realidade (constitui a problematização
inicial), cuja finalidade é obter uma visão geral a respeito das concepções dos
estudantes. A organização do conhecimento que representaremos pela sigla (OC), e
a aplicação do conhecimento representada por (AC).
5.5 OS PROCEDIMENTOS DE PRODUÇÃO DE DADOS
Todas as aulas foram gravadas em HD e posteriormente transcritas, para análise
das interações discursivas durante as aulas de Física. Aplicamos três questionários
sobre energia, em anexo. Os alunos fizeram três dissertações sobre energia que
recolhemos para a análise dos dados. No final da intervenção foi sugerido que os
alunos apresentassem algum poema, música, poesia, filme, que abordassem o
conteúdo de energia eles apresentaram e entregaram tudo para a documentação da
intervenção.
5.6 METODOLOGIA DE ANÁLISE DE DADOS
Em nosso estudo, utilizamos uma ferramenta de análise proposta por (MORTIMER;
SCOTT, 2002) para analisar as interações discursivas na sala de aula. De acordo
com o autor ela é baseada em aspectos inter-relacionados, que focalizam o papel do
professor e são agrupadas em termos dos focos do ensino, abordagem e ações:
Quadro 2: Metodologia, para análise de dados, proposta por (MORTIMER; SCOTT, 2002).
I. Foco de ensino: Aspectos de análise são as intenções do professor e o
conteúdo.
44
II. Abordagem: A abordagem comunicativa
III. Ações: Os padrões de interação e as intervenções do professor.
A seguir descreveremos cada um dos aspectos importantes para o entendimento
dessa ferramenta de análise.
I Intenções do professor.
Nessa etapa o professor deve desenvolver uma “estória científica”, que é o planejamento. Para a realização dessa etapa é importante que o professor, envolva os alunos, tenha ideia do conhecimento prévio dos mesmos a respeito do que ele queira ensinar, que dê suporte para aprendizagem, deixe os alunos expressarem suas opiniões em sala e transfira também a responsabilidade pelo uso dessas ideias desenvolvidas em sala.
II O conteúdo do discurso de sala de aula
O discurso em sala de aula foi dividido em três categorias que poderiam ser consideradas como características fundamentais da linguagem social estas são a, Descrição: envolve enunciado que se referem a um sistema, objeto ou fenômeno, em termos de seus constituintes ou dos deslocamentos espaços-temporais desses constituintes. Explicação: envolve importar algum modelo teórico ou mecanismo para se referir a um fenômeno ou sistema específico. Generalização: envolve elaborar descrições ou explicações que são independentes de um contexto específico.
III A abordagem comunicativa
a. Interativo/dialógico: professor e estudantes exploram idéias, formularam perguntas autênticas e oferecem, consideram e trabalham diferentes pontos de vista. b. Não-interativo/dialógico: professor reconsidera, na sua fala, vários pontos de vista, destacando similaridades e diferenças. c. Interativo/de autoridade: professor geralmente conduz os estudantes por meio de uma seqüência de perguntas e respostas, com o objetivo de chegar a um ponto de vista específico. d. Não-interativo/ de autoridade: professor apresenta um ponto de vista específico.
IV Padrões de Interação
Chamados de padrões discursivos, I-R-A (Iniciação do professor, Resposta do aluno, Avaliação do professor), geralmente essa sequência é a mais comum, mas outras
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sequências também podem aparecer dentro da intervenção realizada pelo professor. Em outras situações o professor pode sustentar a opinião do aluno ou fornecer um, F (feedback), para que o aluno elabore melhor sua fala. Essas interações contínuas podem gerar cadeias I-P-R-F de forma que os alunos possam dar continuidades a sua fala até chegarem a um consenso, significa uma ação discursiva de permitir o prosseguimento da fala do aluno.
V As intervenções do professor
Essa parte corresponde as formas de intervenção do professor ao longo da aula, é dividida em seis formas de interação pedagógica. Nessas três primeiras partes o foco é explorar as idéias dos estudantes e trabalhar os significados no desenvolvimento da “estória científica”. I- Dar forma aos significados: Introdução de um novo termo mostra a diferença entre dois significados. II- Selecionar significados: Ou considera a resposta do aluno em sua fala ou ignora a sua fala. III- Marcar significados chaves: Repete um enunciado; pede ao estudantes que repita um enunciado; estabelece uma seqüência I-R-A com um estudante para confirmar uma ideia; usa um tom de voz particular para realçar certas partes do enunciado. IV- Compartilhar significados: Repete a ideia de um estudante para toda a classe; pede a um estudante que repita um enunciado para a classe; compartilha resultados dos diferentes grupos com toda a classe; pede aos estudantes que organizem suas idéias ou dados de experimentos para relatarem para toda a classe. A ideia é socializar o conhecimento de forma que estes fiquem disponíveis para todos os estudantes da classe. V- Checando o entendimento dos estudantes: Pede a um estudante que explique melhor sua ideia; solicita aos estudantes que escrevam suas explicações; verifica se há consenso da classe sobre determinados significados. VI- Revendo o progresso da estória científica: sintetiza os resultados de um experimento particular; recapitula as atividades de uma aula anterior; revê o progresso no desenvolvimento da estória científica até então. A essência
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desse último passo é de recapitular e antecipar os significados.
Nos capítulos seguintes utilizaremos essa ferramenta analítica para analisar as
interações promovidas ao longo das aulas, nas quais os filmes e vídeos curtos sobre
energia foram discutidos durante a “estória científica”. Para esse estudo não me
ative a analisar o conteúdo do discurso na sala de aula.
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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir faço uma narrativa de alguns trechos das aulas desenvolvidas na
sequência didática, a minha fala e a fala dos alunos estão destacadas em cinza.
Entre um diálogo e outro faço a análise das discussões de acordo com a ferramenta
proposta por Mortimer E Scott (2002). Destaco que pedi autorização para os
responsáveis para a gravação de todas as aulas que foram gravadas em áudio e
vídeo, anexo 05. Para garantir o anonimato dos alunos substitui seus nomes por
personagens de filmes conhecidos e atores de Hollywood. Nas minhas falas coloco
a Letra P, para indicar que é o docente que fala no momento. Nesse ano de 2014,
desenvolvi a mesma sequência com as quatro turmas de terceira série do ensino
médio da escola, as turmas M10, M11, V10 e V11. Escolhemos para análise apenas
a turma M11. A escolha foi aleatória poderia ter pegado qualquer uma das quatro
turmas para análise. Apesar de ter apresentado como foi a sequência em seções
anteriores, resolvi destacar no início de cada aula qual seriam os objetivos, a fim de
facilitar a leitura do trabalho.
6.1 INVESTIGANDO A PRÓPRIA PRÁTICA: ANALISANDO AS INTERAÇÕES
DISCURSIVAS EM SAL DE AULA.
Resolvemos para essa pesquisa categorizar as aulas segundo as categorias
proposta por Mortimer e Scott (2002), principalmente ao que se refere a abordagem
comunicativa. Dentre as onze aulas desenvolvidas na sequência, trazemos três
aulas para análise, para evidenciar o nível de interação e a dialogicidade ao longo
da intervenção:
Aula 04: Interativa/Dialógica.
Aula 05: Interativa/Autoridade.
Aula 06: Não interativa/Autoridade.
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6.1.1 INTERATIVA / DIALÓGICA
Podemos classificar essa aula como interativa e dialógica uma vez que durante o
desenvolvimento da estória científica vou formulando as perguntas, e muitas vezes
os alunos dão respostas autênticas, os pontos de vista em determinadas situações
da aula variam, até chegarmos a um consenso sobre o conceito científico, no caso
dessa aula sobre a energia mecânica.
Aula 04: Estudo da energia mecânica
Começo essa parte da aula, apresentando o vídeo dominó, a idéia central do vídeo é
abordar o conceito de que energia não é criada e nem destruída, apenas
transformada de um tipo em outra, os alunos notaram que na imagem a energia
dada pelo menino empurrando a primeira peça, foi transmitida de peça para peça
até a última cair. Nesse vídeo fica claro que não podemos enxergar a energia, mas
sabemos intuitivamente que ela está presente em diversas situações.
Vídeo 5: DOMINÓ3
Figura 1: Cenas do vídeo dominó.
3 Descrição: Vídeo mostra a questão da energia que não tem como produzir, nem destruir apenas se
transformar de um tipo em outra, em uma aparente brincadeira entre pai e filho empilhando dominós
surge a questão, o que é energia? Se é que essa pergunta pode ser respondida.
Tempo estimado do vídeo: 02: 05 min.
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P: Vocês já empilharam dominós. Alunos: Sim. P: Então observe que a energia que damos a primeira peça, passa de peça para peça até chegar ao último dominó. Notem que a todo o momento a energia é transferida não enxergamos ela, mas podemos observar a sua manifestação. P: Pelo que nós discutimos até agora tem como produzir energia? Sala em coro: Sim Van Damme: Eu acho que não professor. P: Por quê? Van Damme: Porque como você acabou de falar, a energia é transformada. Sala: Batendo palmas e concordando com o aluno Van Damme. P: Fala mais alto então, porque foi bom demais. Van Damme: A energia não é criada e sim transformada. P: Verdade, energia não conseguimos criar e nem destruir, pois ela sempre será transformada de um tipo em outra. Muito bom... Vamos ver agora outro vídeo associado à transformação de energia.
Podemos caracterizar esse momento onde há dialogicidade na aula, podemos
observar que ao fazer a pergunta se tem como criar ou destruir a energia, vários
alunos na sala dizem que sim. Mas o aluno Van Damme diz que não, note que os
pontos de vista de diversos alunos são distintos, como Van Damme dá uma
explicação que condiz com o conceito científico, peço a ele que repita sua
argumentação dando prosseguimento a sua fala, a fim de haver mais interação,
concordando com ele no fim da interação.
Quadro 3: Análise das interações discursivas aula 04. .
Intenções do professor - Fazer análise junto a turma para as situações de transformação de energia, envolvendo energia mecânica. - Mostrar que podemos transformar a energia mecânica em outros tipos de energia, como a energia elétrica gerada nas usinas hidroelétricas.
Conteúdo - Energia mecânica
Abordagem Interativo/dialógica: Os alunos formulam respostas e perguntas autênticas, eles discordam em primeiro momento a respeito de determinadas situações, até chegarem a um consenso sobre o conceito analisado.
Padrões de interação I-R-I-R- A-P-P-A.
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6.1.2 INTERATIVA /AUTORIDADE
Na sequência apresentada a seguir, podemos notar que a aula foi interativa já que
discuti os conceitos sobre a energia mecânica, mas assumi um papel de autoridade,
podemos claramente perceber que estou conduzindo as aulas sobre um ponto de
vista bem específico, ou seja os alunos não fazem respostas autênticas, eles são
induzidos por mim, o mais experiente a expressarem o que eu queria escutar, que
era o conceito cientificamente correto, caracterizando assim um discurso de
autoridade de minha parte.
Aula 05: Energia mecânica e suas aplicações
P: Bom, vamos começar a aula assistindo esse vídeo para recapitularmos alguns
conceitos de energia mecânica.
Vídeo 8: BUNGEE- JUMPING4
Figura 2: Bungee Jumping.
http://www.ajhackett.com/macau/image-strip/bungy-photos/
P: Observem o vídeo, o que vocês acham que é isso ai? Brigitte Bardot: É um bungee-jumping.
4 Descrição: Salto de bungee jumping do Stratosphere que é um hotel de mais de 100 andares
localizado em Las Vegas USA, bom para abordar conceitos sobre a energia potencial elástica.
Tempo estimado do vídeo: 00: 34 min.
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P: Até agora mostramos situações onde tínhamos energia potencial gravitacional e cinética. Agora vamos analisar situações onde temos energia potencial elástica. P: Quando a pessoa sobe até o topo do prédio ele ganhou certo tipo de energia, alguém pode falar qual tipo de energia seria essa? Jodie Foster: Energia potencial gravitacional. P: Quando ele pula do alto do prédio, a energia potencial gravitacional é convertida em outro tipo de energia, logo está ocorrendo uma transformação de energia. Que seria qual? Alunos: Gravitacional em cinética. P: Podemos reparar no vídeo que a partir de um determinado momento o elástico do bungee jumping, começa a esticar. É nesse momento que aparece em cena a energia potencial elástica. Quando ele começar a esticar a própria mola vai acumular o que? Leonardo DiCaprio: Energia. P: Quando o rapaz vai caindo o elástico estica a vida toda? Alunos: Não. P: Vai chegar um momento onde ele basicamente vai parar. Nesse momento toda energia potencial gravitacional, que é convertida em cinética, será novamente convertida em energia potencial elástica. P: Alguém pode falar qual tipo de energia seria essa? Jodie Foster: Energia potencial gravitacional P: Muito bom.
Nesse momento repasso o vídeo diversas vezes reforçando onde existe cada tipo de
energia e onde ocorrem as transformações.Logo em seguida passo outro vídeo
sobre o salto com vara, para reforçar o conceito de energia potencial elástica.
Vídeo 09: SALTO COM VARA5
Figura 3: Salto com vara.
5 Descrição: Fabio Silva, no Pan do Rio de Janeiro, salto 5,40 metros no salto em altura com vara e
conquista a medalha de ouro. Gravado pela TV Globo, ótimo para a discussão sobre as
transformações de energia que ocorrem no salto com vara.
Tempo estimado do vídeo: 00: 57 min.
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P: No momento que o atleta está correndo no chão ele só tem um tipo de energia. Que energia seria essa? Mestre Yoda: Energia cinética. P: Todos concordam com a opinião do Mestre Yoda? Nicole Kidman: Tem a energia do corpo dele também não é professor? P: Sim, Mas fazendo uma análise das transformações de energia mecânica nesse momento, qual é o tipo de energia que existe? Nicole Kidman: Ai sim, energia cinética. P: Reparem que existe um momento que o atleta encosta a vara no chão. Bom repare que nesse momento ele está com o pé, no chão e encostou a vara no chão mais ela ainda não começou a deformar, qual ou quais são as energias presentes nesse momento? Van Damme: Cinética e gravitacional P: Vocês concordam com ele? Scarllet Johansson: Só a cinética. Tom Cruise: Eu acho que ele tem elástica também. P: É Como podemos analisar esse momento específico, o elástico já deformou bastante. Então você vai ter energia de deformação que está acumulada na mola e ainda tem energia de velocidade. A partir do momento que o atleta sai do solo, ai já entra um terceiro tipo de energia. Will Smith: A energia potencial gravitacional. P: É isso ai... P: No meio do caminho quais são as energias que ele possui? Johnny Depp: As três, cinética, potencial elástica porque o a vara é deformada e gravitacional porque ele tem altura. P: Johnny Depp está falando que ali tem as três energias todo mundo concorda com isso? Alunos em coro: Sim professor. P: Muito bom. P: Bom dentre todas as energias que vocês citaram para mim, existe uma que nós utilizamos a todo o momento que é a energia elétrica. Agora a pergunta é como fazemos para obter a energia elétrica? Tem diversas formas de transformar esse monte de energia e recurso disponíveis em nosso planeta em energia elétrica, e como são esses processos? É o que vamos discutir daqui para frente. P: Qual tipo de usina nós utilizamos capaz de gerar energia até chegar em nossas casas? Brigitte Bardot: Hidrelétrica, Eólica. P: Nós utilizamos as duas formas para geração de energia? Alunos: Não, só a hidrelétrica. P: Só existe a hidrelétrica no Brasil? Alunos: Nuclear, eólica, térmica, nuclear, geotérmica... P: Nós também utilizamos geotérmicas? Alguém falou geotérmica. Alunos em coro: Não.
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P: E porque não utilizamos esse tipo de usina aqui em nosso país? Johnny Depp: Porque não tem necessidades, só em alguns países Europeus, utilizam essa energia. P: Bom será que é porque realmente não temos necessidades de ter uma usina assim, veremos isso nas aulas seguintes. Bom de antemão posso dizer para vocês que iremos retomar esse assunto onde iremos analisar países que tem usinas geotérmicas utilizadas para gerar eletricidade. P: Dentre todas essas usinas geradoras de energia, a primeira que vamos abordar é a usina Hidrelétrica. P: Eu resolvi analisar essa primeira porque ela transforma a energia mecânica que acabamos de estudar em energia elétrica. Vamos assistir ao vídeo que mostra o funcionamento de uma usina desse tipo depois abriremos para discussões.
Ressalto que a todo o momento, tento dar forma, selecionar e compartilhar os
significados com os estudantes, sobre os conceitos de energia mecânica. Aqui
encerro o assunto parcialmente e começo introduzir novos conceitos, explorando as
aplicações da energia mecânica para a geração de energia elétrica, utilizado por
diversas usinas, na aula seguinte vou retomar a ideia de energia mecânica e finalizar
as discussões.
Vídeo 10: FUNCIONAMENTO DE UMA USINA HIDRELÉTRICA6
Figura 4: Funcionamento de uma hidrelétrica.
P: Bom alguém quer começar as discussões? Cameron Diaz: Essa energia que é gerada pela água, que passa pela turbina, pode ser reaproveitada para gerar novamente energia elétrica? P: Sim, tudo depende do ciclo da água que vocês estudam em biologia, a água que
6 Descrição: Do site como tudo funciona, o vídeo mostra o funcionamento de uma usina hidrelétrica
além de discutir os impactos ambientais causados por esse tipo de usina.
Tempo estimado do vídeo: 02: 26 min.
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passou pela turbina, evapora, condensa na nuvem e cai em forma de chuva, abastecendo a represa que novamente ira gerar eletricidade. P: Não sei se vocês estão acompanhando no jornal, mas o estado de São Paulo está passando por uma seca terrível, isso afetará todo o estado em relação a geração de energia no estado. P: Recapitulando o que foi dito no vídeo: Com a construção da represa, acumulamos energia potencial gravitacional, que será liberada e convertida em cinética, que por sua vez gira uma turbina acoplada a um gerador, produzindo a energia elétrica. Catherine Zeta- Jone: Professor no vídeo fala que a usina hidrelétrica também contribui com o aquecimento global. P: Isso é verdade; ela emite grandes quantidades de metano para a atmosfera; contribuindo assim com o aquecimento global, e quase ninguém sabe disso não é. Abastecendo a represa que novamente ira gerar eletricidade. P: Não sei se vocês estão acompanhando no jornal, mas o estado de São Paulo está passando por uma seca terrível, isso afetará todo o estado em relação a geração de energia no estado. P: Recapitulando o que foi dito no vídeo: Com a construção da represa, acumulamos energia potencial gravitacional, que será liberada e convertida em cinética, que por sua vez gira uma turbina acoplada a um gerador, produzindo a energia elétrica. Catherine Zeta- Jone: Professor no vídeo fala que a usina hidrelétrica também contribui com o aquecimento global. P: Isso é verdade, ela emite grandes quantidades de metano para a atmosfera, contribuindo assim com o aquecimento global, e quase ninguém sabe disso não é.
Revendo alguns padrões de interação no fim da sequência acima podemos observar
que em determinados momentos dei um fadeback para os alunos como no caso da
aluna Catherine Zeta- Jone.
Aqui destaco a pergunta da aluna Cameron Diaz onde ela diz “Essa energia que é
gerada pela água, que passa pela turbina, pode ser reaproveitada para gerar
novamente energia elétrica?”. Notasse que o estudo de energia envolve diversas
áreas do conhecimento; caracterizando um tema multidisciplinar, esse padrão se
repete em outras situações da “estória científica”.
No momento seguinte repito o vídeo, parando ele em alguns momentos e
analisamos quais eram as energias presentes em cada momento, logo após essas
discussões encerramos a aula, onde os alunos deveriam responder o questionário
01, com questões do ENEM, em anexo.
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Quadro 4: Análise das interações discursivas aula 05.
Intenções do professor - Explorando a ideia dos estudantes a respeito energia
mecânica.
Conteúdo - Identificar que a energia mecânica é a soma da energia cinética com a potencial. - Identificar as situações onde existem energia cinética, energia potencial gravitacional e energia potencial elástica. - Analisar as transformações de energia que ocorrem em cada situação.
Abordagem Interativo/de autoridade: Apesar de abrir espaços para a exposição de opiniões novamente acabei conduzindo os alunos para um ponto de visto específico sobre a energia mecânica.
Padrões de interação A maior parte I-R-A.
Formas de intervenção - Selecionando as ideias dos estudantes.
6.12 NÃO INTERATIVA / AUTORIDADE
Em muitos momentos tentei apresentar uma aula mais interativa e dialógica, mas
pude notar que não é tão trivial. Quando vamos introduzir novos significados nas
aulas, principalmente conceitos mais complexos acabei assumindo um discurso não
interativo, pois não abro espaço para os alunos expressarem suas opiniões, sendo
totalmente autoritário, a aula acabou virando um monólogo, como a que apresento
abaixo.
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Vídeo 13: ENERGIA NUCLEAR7
Figura 5: Cenas do vídeo o ciclo do urânio.
P: Bom o vídeo acabou de mostrar o processo de geração de energia elétrica a partir de uma usina nuclear. De onde vem essa energia? Van Damme: Do urânio. P: Vou mostrar como é o processo de obtenção de energia nuclear. Observem a figura:
Figura 6: Fissão Nuclear.
P: O urânio é enriquecido onde ele fica muito instável, então esse átomo de urânio é bombardeado por um nêutron. Durante o bombeamento existe uma quebra do núcleo do Urânio, dividindo o núcleo em elementos mais leves como Xenônio e Estrôncio, nesse mesmo processo outros nêutrons são liberados e colidem com
7 Descrição: Produzido pela Eletrobrás, o vídeo mostra o ciclo do urânio. Desde a extração
enriquecimento e utilização na forma de pastilha. Ele é curto mais mostra como é o funcionamento de
uma usina nuclear e o tipo de reação que ocorre dentro dos reatores a fissão nuclear.
Tempo estimado do vídeo: 06: 08 min.
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outras moléculas de urânio provocando uma reação em cadeia. Nessa reação química exotérmica existe uma liberação de energia em forma de calor, que será utilizada para aquecer a água e gerar vapor, esse por sua vez movimentará a turbina do gerador para produzir eletricidade. P: Lembrando que a mesma energia que é utilizada para aquecer as águas de uma lagoa ou do mar para ser utilizada na turbina, também foi utilizada para queiram 80 mil pessoas na bomba atômica de Hiroxima e Nagasaki.
Dwayne Johnson: Professor o nome do processo desse tipo de geração de energia
é fusão ou fissão? P: O processo de fusão que dizer junção, ou seja, onde encontramos esse tipo de reação? Encontramos esse tipo de reação no núcleo do sol. Lá os átomos de hidrogênio juntam-se para formar um elemento um pouco mais pesado chamada de hélio. Na junção a diferença de massa é transformada em energia. P: Esse processo de fusão a energia liberada chega a ser mil vezes mais forte que a energia liberada na fissão. Graças a Deus essa energia produzida pela bomba H, ou seja, a bomba de hidrogênio nunca foi solta em guerras, senão imaginem o estrago. P: Recapitulando como é mesmo o processo de produção de energia onde quebramos o urânio? Alunos: Em coro Fissão. P: E o nome do processo onde existe a junção dos átomos de hidrogênio produzindo uma molécula de hélio e liberação de energia? Alunos: Em coro Fusão. P: Agora eu pergunto a você, o que vocês acham da utilização de energia nuclear em nosso país? P: No vídeo eles afirmam que essa geração de energia é totalmente limpa e segura. P: O Brasil é um dos maiores produtores de urânio. P: Não contribui com o aquecimento global, uma vez que não emite nenhum tipo de poluente para a atmosfera. P: E detalhe a Usina de Angra abastece 1/3 do Rio de Janeiro. P: Ou seja, só existem benefícios, ou existe algum fator prejudicial nesse tipo de geração de energia? Kim Basinger: Lógico que tem malefícios e se der errado alguma coisa. P: Errado mais como assim?
Dwayne Johnson: Por exemplo, professor e em Chernobyl, lá não explodiu o reator
que liberou radiação prejudicando tudo. P: Isso é verdade, controlar a reação não é algo tão trivial, qualquer problema no resfriamento pode ter graves consequências. Cameron Diaz: Tem o lixo atômico também professor. P: A verdade é que o lixo atômico é um problema. Onde colocar esses resíduos produzidos pela sobra de material radioativo? Há alguns anos atrás visitei a usina de Angra com um grupo de alunos. Segundo os administradores de Angra eles têm um local onde eles guardam o lixo em recipientes adequados e depois enterram os mesmos. Más a pergunta é, alguém guarda lixo em casa? Lixo é lixo, não podemos guardar lixo na nossa casa Terra.
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Para inserir os conceitos sobre a forma de como obtemos energia em uma usina
nuclear, assumi um discurso não interativo/autoridade isso porque é um assunto
delicado e não era objetivo principal da aula eles estudarem as reações que ocorrem
durante a fusão ou fissão. O objetivo principal era reconhecer a usina nuclear e seu
funcionamento, utilizando a energia do urânio para a produção de eletricidade, saber
dos malefícios que esse tipo de usina pode produzir.
Quadro 5: Análise das interações discursivas aula 06.
Intenções do professor - Explorar outros recursos energéticos, que são utilizados
para produzir energia elétrica, como a usina Nuclear.
Conteúdo - Identificar o tipo de recurso que é utilizado na usina nuclear. - Compreender o funcionamento da usina nuclear. - Diferenciar quais usinas são renováveis, e quais não são renováveis. - Identificar os impactos ambientais produzidos pela usina nuclear.
Abordagem - Não interativo/ de autoridade: O professor apresenta um ponto de vista específico.
Padrões de interação - Nessa aula, onde abordei recursos energéticos desconhecidos pela maior parte da população, acabei sendo muito autoritário, pois o tempo todo tive que introduzir novos conceitos, então quase não houve interação.
Formas de intervenção - Apresentando os vídeos e descrevendo a teoria, mostrando a diferença entre as fontes de energia.
Novamente podemos notar a presença contexto multidisciplinar abordando a parte
de geopolítica, na pergunta do aluno Obi-Wan Kinobi. Enquanto professores de
física não devemos nos omitir quando o assunto é política, podemos emitir nossas
opiniões a respeito do tema e compartilhar essas reflexões de cunho social com a
sala lógico sem perder o foco central da aula, são nesses momentos que os alunos
analisando e compartilhando significados que são socializados, defendem seu
próprio senso crítico e reflexivo. Desejamos que nossos alunos se desenvolvam
criticamente, isso vai além dos conceitos ensinados na escola nas disciplinas de
física, química, geografia, história ou biologia, o pensamento crítico deve baseado
59
em argumentos sólidos, pautados nas discussões sobre os temas variados, isso
ficará mais evidente quando analisamos as produções trazidas pelos nossos alunos
na aula de número dez, onde eles fizeram charges poemas, músicas e outros
externando a sua indignação pelo mau uso da energia e como nós a exploramos.
6.2 OS SENTIDOS PRODUZIDOS PELOS ESTUDANTES SOBRE OS
CONCEITOS COMPARTILHADOS DURANTE AS AULAS DE FÍSICA:
ANALISANDO A ATIVIDADE FINAL DA INTERVENÇÃO.
Aqui apresento alguns dos trabalhos realizados pelos alunos, nesse dia levei a
turma para o auditório, pois lá contamos com Data show, som, e toda estrutura para
a apresentação das produções de cada um.O quadrinho a seguir aborda o conceito
de energia mecânica, segundo o grupo que apresentou, eles queriam explorar a
questão da energia potencial elástica.
Figura 7: Energia potencial elástica.
Alunos: Nicole Kidman; Rachel Taylor; Brigitte Bardot.
Esse quadrinho aborda o conceito da energia potencial elástica, conceito discutido
durante as aulas 04 e 05 sobre energia mecânica, segundo o grupo relata na sua
apresentação, a mola dentro do sofá estava comprimida, portanto ela possuía
60
energia potencial elástica. Ao liberar essa energia para o cachorro, essa poderia ser
convertida em energia cinética jogando o cachorro para longe. Muito bom o
quadrinho mostra que os alunos entenderam o conceito de energia potencial
elástica; trazendo uma aplicação para a transformação de energia.
O próximo trabalho é um poema que traz consigo uma crítica a implementação de
usinas nucleares em nosso país, os autores entendem que podemos investir em
outras formas de geração de energia elétrica que não trazem tantos riscos e nem
agride tanto o planeta como as energias, eólica, solar, e outras mais.
Poema:
O Brasil que possui alternativa
De criar por aqui muita energia
Tem ciência demais que muito cria
E escola com cabeça criativa
Energia pra nós a iniciativa
Sem cair por aqui em triste ardil
Fukushima e também em Chernobyl
O passado tem muito pra mostrar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Temos ventos demais nos litorais
Biomassa também para servir
E pra que tais usinas construir
E criar por aqui coisas letais
Os desastres que tem são bestiais
Nuclear para mim coisa senil
Einstein nos mostrou e foi gentil
Que energia existe a transformar
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Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
O Brasil hidrelétrico produz
Pra suprir por demais nossa demanda
Essa forma nuclear coisa nefanda
Ao perigo demais que nos conduz
Temos sol que energiza em toda luz
E nos dá toda força mais febril
Pro Brasil produzir força fabril
O Brasil que tem tanta luz solar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Estudar como faz conservação
E gerar produzir sem ter perigo
Luz solar é uma boa meu amigo
Energia do vento em boa ação
Estas sim são a boa solução
De quem não tem na mente rivotril
Nuclear nesta terra varonil
Nosso povo não deve concordar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Chernobyl Fukushima os acidentes
O pavor que causaram pelo mundo
A dizer que o fosso é bem fundo
Energia demandas bem urgentes
Vamos nós a falar pra os dirigentes
E dizer para tal poder civil
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Que perigos que tem pra mais de mil
Se a usina atômica instalar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Angra I e Angra II vão funcionando
Deveriam as duas ser fechadas
Angra III por aqui sendo instalada
Angra IV governo é planejando
Muito pouca energia vão nos dando
E não vamos calar e ser servil
Permitir um projeto incivil
Nesta terra da gente de firmar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Energia que tem essas usinas
Perigosas demais no ambiente
Já mataram aí foi muita gente
Se pipocam, se tornam assassinas
Eu atino demais se tu atinas
Perceber que perigo é bem sutil
Nosso povo não é tolo e imbecil
Pra conversa furada engabelar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Opções temos nós pra geração
É somente fazer a boa escolha
Energia do átomo é como bolha
63
Que explode provoca a confusão
Contamina com tal radiação
Mais letal do que bala de fuzil
Ninguém vai se meter neste funil
Pra depois não ter mais como deixar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Energia é demanda do progresso
Nós sabemos demais deste tal fato
Mas pra nós tem um jeito mais barato
Mais seguro que pode ser sucesso
Nuclear pra gerar é um processo
Ilusão só quem tem é o juvenil
Vamos nós com coragem mais viril
Outra forma gerando pra se usar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
Energia solar e a biomassa
A eólica que vem nos completando
Com os rios daqui também gerando
Nuclear já gerou muita desgraça
O Brasil boa escolha que assim faça
Energia que tenha outro perfil
Bem além do pensar mais mercantil
E assim nós podemos prosperar
Não queremos usina nuclear
Pernambuco, Nordeste e no Brasil
64
Autoria: Brad Pitt, Ton Cruise, Leonardo DiCaprio e Will Smith.
O poema faz menção a usina nuclear que o governo tenta implementar em Itacuruba
está localizado a 470 km do Recife/PE, as informações contidas no poema vão além
dos conceitos de física discutidos em sala; em nenhum momento durante as aulas
foi comentado sobre a instalação dessa usina em Pernambuco. O grupo acessando
a internet procurou essa informação e montou um poema fazendo uma crítica
duríssima quanto à instalação desse tipo de usina em nosso país, justamente pelos
malefícios e perigos que uma nuclear pode trazer a população. O poema mostra que
o grupo se apropria muito bem dos conhecimentos propostos sobre o tema energia;
principalmente no que diz respeito à energia nuclear.
O próximo poema retrata a forma como exploramos a energia elétrica no Brasil e
que devemos diversificar a matriz energética para que no futuro não tenhamos uma
crise energética.
Poema:
Para iniciar essa rima poética
falarei do Brasil e sua matriz energética
Tão dependente do Potencial hidráulico do rio
Fato este que causa até arrepio
Quando as hidroelétricas se sobrecarregam na produção
As termoelétricas aparecem como solução
Evento que leva o trabalhador a ficar abismado
Ao ver que a conta é o dobro do mês passado
Além disso, essa usina traz consigo um grande problema
que afeta não só a nós, mas todo ecossistema
O assunto agora é o aquecimento global
Desencadeado pelo uso de combustível fóssil como o gás natural
65
Não esperemos outro grande apagão
para investirmos em diversificação
sem esquecer que para essa manobra
é preciso qualificar a mão - de - obra.
Alunos: Dwayne Johnson, Marilyn Monroe.
Esse grupo abordou as usinas geradoras de energia de forma geral, eles começam
falando das instalações das hidrelétricas, principais usinas de eletricidade do nosso
país, reparem que na segunda linha da segunda estrofe o grupo mostra que
devemos investir na diversificação do sistema energético do país, porque quando a
energia fica escassa sobra para o bolso do trabalhador, que pagará mais pela
energia consumida. Na terceira estrofe o grupo traz os problemas ambientais
gerados por ela, queima de combustíveis fósseis contribuindo para o aquecimento
global, eles finalizam reforçando as ideia da diversificação da matriz energética do
país, para que no futuro não aconteça novos apagões, isso mostra o
amadurecimento do grupo frente a grave crise energética que o Brasil enfrenta,
expondo sua opinião baseada em conceitos científicos discutidos durante a
intervenção.
O quadrinho a seguir, relata os benefícios e a importância que a energia elétrica
proporcionou a sociedade desde sua descoberta até o presente, mas a exploração
inadequada pelo ser humano, pode vir a acabar com o planeta.
66
Figura 8: Os diversos lados da evolução
Muito boa a apresentação do quadrinho, esse grupo traz a evolução da energia
desde o seu surgimento até os dias atuais, a crítica mostra a forma como agredimos
o planeta, para obtermos energia a fim de desfrutarmos de todo o conforto que ela
67
nos proporciona, abordamos essa temática na aula número dois isso mostra
novamente que os alunos apropriaram-se muito bem dos conceitos.
A charge mostrada logo abaixo, retrata a forma como exploramos a energia
atualmente, a crítica de cunho político e bem intensa, pois fica claro que os alunos
criticam o mundo capitalista de exploração. Para que se investir em recursos
energéticos renováveis, que estão disponíveis na natureza “de graça”, se podemos
pagar pelo uso da energia?
Charge que mostra a exploração de um recurso energético o petróleo, segundo o
grupo a charge é uma crítica ao governo e empresários do setor energético que
deixam de investir em recursos que podem gerar energia de graça, para investirem
em petróleo que é cada vez mais escasso no mundo, segundo o grupo a energia
solar não é tão rentável para os empresários, pois depois que se produzem os
painéis solares não é mais possível cobrar pela energia, muito boa essa charge vem
mostrar que os alunos realmente se apropriaram do conhecimento sobre as energias
em questão.
Figura 9: Vamos utilizar petróleo?
68
A aluna Jodie Foster produziu um vídeo, abaixo segue o link, ela narra a utilização
dos recursos energéticos de uma forma geral onde as imagens estão associadas as
narrativas. Infelizmente o youtube, retirou a narrativa da aluna junto ao vídeo, porque
ela usou uma música de fundo que exigia direito autoral, então o som do vídeo foi
desativado mais é possível assistir as imagens no link abaixo. Nessa aula ela
mostrou o vídeo na íntegra e foi muito aplaudida pela turma, pois editou toda a
produção audiovisual sozinha (https://www.youtube.com/watch?v=f80bZeUS0kY).
Outra charge produzida pelos alunos relata a geração de energia elétrica a partir da
instalação de usinas hidrelétricas, segundo os autores da charge, eles tiveram a
ideia de fazê-la logo após a aula 09, onde apresentamos o vídeo sobre o movimento
gota d’ água.
Figura 10: O que as hidrelétricas geram?
Alunos: Kim Basinger, Sophia Loren, George Clooney.
A imagem relata o nosso descaso frente a construção de usinas hidrelétricas,
segundo o grupo a motivação para tal charge veio depois de eles assistirem o vídeo
sobre a Usina de Belo Monte. O grupo diz que enquanto assistimos na TV o governo
falando que devemos gerar energia construindo usinas desse tipo, milhares de
índios são desalojados e mortos em confrontos por conta da instalação dessas
usinas em seu próprio território. Isso realmente para mim enquanto professor foi
fenomenal, pois no nosso cotidiano utilizamos avaliações extremamente
quantitativas que não conseguem acessar a riqueza na compreensão de fenômenos
69
ou de temas sócio científicos por parte dos estudantes a partir de suas produções
artísticas, seus textos produzidos e até mesmo em seus discursos.
As respostas e as diversas produções desenvolvidas pelos estudantes nesse
momento final da intervenção sinalizam para o fato dos mesmos em diversos
momentos assumirem uma postura crítica e reflexiva relacionadas à produção e o
uso de energia em nossa sociedade e os impactos ao meio ambiente. Assim como
no estudo desenvolvido por Bernado, Vianna e Silva (p.10, 2011) nesse trabalho
também:
Foi verificada a ocorrência de preocupações com questões ambientais, climáticas, com o custo e a segurança. Essas constatações podem indicar o desenvolvimento de uma percepção mais consciente sobre a questão energética por parte dos estudantes, o que implicaria em aprimoramento de uma formação para o exercício da cidadania.
O encerramento das discussões sobre energia foi um sucesso, realmente fiquei
surpreso quanto à criatividade e a diversidade apresentada pelos grupos. Ao
socializar alguns desses trabalhos com outros colegas durante as conversações do
recreio, os professores de geografia e português ficaram encantados com a
qualidade e riqueza dos textos, dizendo que nunca iam conseguir imaginar avaliar
trabalhos de física utilizando expressões artísticas como poemas, charges, músicas
e outros. Entendo que essa experiência foi interessante e o que se tornou um
gancho importante para avaliar o tema de forma interdisciplinar, podendo englobar
outras disciplinas, para apresentação e análise das produções.
Essa forma de avaliar as produções mostra que nosso sistema de avaliação atual é
limitado, não quero entrar nessa discussão, pois isso poderia até ser tema de outro
trabalho, mas trazendo a minha experiência para a conversa, geralmente só
avaliamos os alunos em testes escritos tradicionais, isso é realmente lamentável,
pois a riqueza de detalhes, expressões, opiniões e ideias que não costumamos levar
em consideração ao avaliar o conhecimento do aluno utilizando outras estratégias.
70
6.3 AVALIANDO A OPINIÃO DOS ESTUDANTES EM RELAÇÃO À
INTERVENÇÃO.
A seguir, faço uma análise da opinião dos estudantes em relação a nossa
intervenção, os alunos responderam ao questionário 04, em anexo. Estas perguntas
são importantes para observar se a intervenção foi bem quista pelos alunos, uma
vez que devemos analisar a nossa própria prática e tentar melhorar a cada aula, os
resultados são apresentados logo abaixo.
Você achou que o uso de vídeos ou curta metragem contribuiu para o ensino
da física?
Os alunos da reconheceram que o uso desse recurso contribuiu para o
entendimento do tema proposto.
“Esse tipo de recurso auxilia nas explicações e entendimento da disciplina”. “A ilustração proporciona uma melhor compreensão do conteúdo abordado”. “Sim, pois com a visualização daquilo que falamos nos permite um melhor entendimento”. “Ajuda o aluno a compreender melhor os processos e como eles ocorrem na prática”.
Como notamos na resposta dos estudantes, eles apreciaram muito a intervenção
didática usando como ferramentas os vídeos.
Quanto a motivação:
( ) Me senti mais motivado
( ) Me senti menos motivado
( ) Me senti indiferente
71
Pelo diagrama podemos observar que a maioria diz se sentir mais motivado com a
aula nesse formato. Isso é um fator importante uma vez que uma das grandes
reclamações de professores de uma forma geral é a questão da motivação por parte
do aluno, assim como destaca Moran (1995) que aponta o vídeo como possibilidade
de sensibilização. Isso significa que devemos tentar inovar planejando aulas que
chamem a atenção de nossos alunos, sejam elas com vídeos, experimentos; applets
ou até mesmo uma possibilidade de saída da escola para espaços não formais.
Como observamos em secções anteriores autores como (ROSA, 2000, p.39)
destaca que o apelo emocional nos vídeos é muito grande, desta forma essa
ferramenta serve para motivar os discentes e isso também pude constatar na
pesquisa.
Você acha que esse tipo de recurso pode ser utilizado como recurso de
ensino?
Todos os alunos aprovaram a utilização dos vídeos como ferramenta para
potencializar as discussões a respeito do tema abordado pelo professor.
Gráfico 1: Percentual de estudantes quanto à motivação
72
Você acha que o uso de vídeo (ou curta metragem) torna a aula de Física mais
interessante?
Todos os alunos concordaram em dizer que a aula fica mais interessante quando
utilizamos esse recurso didático para auxiliar nos conteúdos ministrados. Abaixo
destaco algumas respostas. Dividi as respostas dos alunos em três grupos:
I - O vídeo como possibilidade de contextualizar o conhecimento físico com o dia-a-
dia. Uma possibilidade de articular a teoria a prática
“Para o aluno entender realmente o conteúdo, não basta somente estudar a teoria, ele precisa ver a sua aplicação cotidiana. Isso faz com que ele associe melhor o conteúdo em questão”. “Com os vídeos podemos observar melhor como a física é aplicada no dia-a-dia”. “Pois podemos ver como as coisas realmente são e como funcionam na prática”.
II - O segundo associa o uso dos vídeos como possibilidade de diminuir a abstração
para o estudo de conceitos.
“O uso desse material possibilita-nos um maior entendimento, pois sem ele temos que montar uma imagem em nossas mentes, o que é pouco eficiente”. “As imagens contidas nos vídeos facilitam a nossa compreensão. E também torna a aula mais atrativa, menos monótona”.
III - O terceiro grupo associa a possibilidade de mudar a rotina das aulas o que
desperta o interesse e possibilita outras formas de aprender nas aulas de Física.
“Tira o aluno um pouco da rotina, adquirindo novas ideias, através de pontos de vista diferentes”. “Ajuda a entender e descontrair ao mesmo tempo em que aprofunda nossos conhecimentos sobre o tema”. “Pelo fato de ser algo diferente das aulas normais, chama mais a atenção dos alunos”. “Pois o aluno tem outras formas para aprender melhor sobre o conteúdo, além de cadernos, livros e matéria, uma aula mais dinâmica, estimula o estudo do aluno”.
73
Descreva os pontos positivos e negativos do uso de vídeos e curta metragem
nas nossas aulas de Física.
Negativos:
Por questões técnicas, pode perder um tempo da aula na hora da execução do
vídeo.
Positivos:
Os alunos interagem mais, entendem mais
“Tornou a aula mais interessante e participativa para a turma, além de podermos dar nossas opiniões”. “Ajuda na didática do aluno, na aprendizagem e faz com que o aluno tenha mais vontade de estudar”. “Motiva os alunos a pesquisarem e estudarem mais”.
Foram apresentados mais pontos positivos do que negativos pelos estudantes, mas
novamente agrupei e apresentei aquelas mais recorrentes. Destaco o fator
“motivacional ou de interesse” 8, aplicabilidade da teoria na prática, melhor dinâmica
das aulas.
As aulas de física sobre o tema energia foram marcadas por conversas entre o
professor e o grupo. O que você achou desse método de ensino, onde a aula é
mais dialógica, ou seja, uma aula em que o aluno pode pensar refletir, e
opinar?
8 Não quero aqui entrar na discussão sobre o fator motivacional, entendo que essa motivação está associada ao
maior interesse do aluno em participar da aula e se envolver no tema proposto.
Gráfico 2: Percentual de estudantes quanto o método de ensino.
74
Ótimas, pois muitos educadores não permitem que seus alunos opinem, fazendo de
suas aulas longos monólogos, ao invés de formar seus alunos seres críticos e
pensantes.
“Ótima, ele pode formar melhor sua opinião”. “Boa, Criam debates entre os alunos e a formação de novas opiniões”. “Ótima, quando há o diálogo não só o aluno beneficia-se, o professor também, todos adquirem mais conhecimentos”.
A fala dos alunos nesse quesito vem de encontro a abordagem da nossa
intervenção, pois um dos nossos objetivos era realmente tornar a aula mais dialógica
o que de fato aconteceu em diversas ocasiões.
O professor usou dissertações, questionários apresentações de música,
poemas, teatros entre outros para avaliar seus alunos. O que você achou
desse método de avaliação?
A maior parte dos alunos aprovou o método de avaliação, onde utilizamos exercícios
em grupo, músicas, teatro, poemas e outras formas de se avaliar diferentes da
tradicional, onde só se utiliza uma prova.
Gráfico 3: Percentual de estudantes em relação ao método de avaliação.
75
Uma das maiores preocupações atuais dos professores de física, é fazer com
que os conteúdos tenham significados na vida dos estudantes, ou seja, ver
que a física é aplicada a todo o momento em seu cotidiano. O que você achou
sobre a importância de se estudar o tema energia e as formas de como ela é
transformada?
“Achei interessante, pois havia vários tipos de energia que eu não conhecia”. “Fez-me refletir como estou cuidando do meu planeta. Pois descobrir que as nossas fontes são esgotáveis e que a energia é muito mais essencial do que imaginamos”. “Interessante, pois tudo que fazemos envolve energia, e muitas vezes não sabemos a origem dessas fontes de energia. E também é importante saber como funciona, para que futuramente nossas ideias e opiniões sejam validas”. “Permite refletir e nos sugere mudanças de comportamento diante a sociedade atual que é extremamente dependente de energia, além de nos dar conhecimentos duradouros que fazem parte das avaliações diárias que nos são impostas”.
Segundo os estudantes os conceitos e discussões realizadas na sala de aula sobre
o tema energia têm significado em suas vidas e até mesmo emitem opiniões
relacionadas a questões sociais relacionados ao uso da energia de forma
consciente.
Fazendo uma análise final sobre a abordagem do tema energia, como o mesmo
foi exposto, sobre minha motivação, e meu aprendizado, eu poderia classificar
as aulas como:
Gráfico 4: Percentual de estudantes em relação à classificação das aulas no geral.
76
Pelo que podemos perceber pela fala dos alunos, a forma como abordamos o
conteúdo foi bem satisfatória, tanto para os alunos como para o docente, a aplicação
desse tipo de recurso didático foi importante, pois existem diversos documentários,
vídeos e filmes na internet sobre energia. Não venho aqui discutir o que é motivação
ou interesse, mais essa questão apareceu em diversos momentos da pesquisa. É
mesmo surpreendente, trabalhar com um assunto que desperta o interesse no
adolescente, o assunto energia realmente deixou os mesmos muito interessados e
dispostos a aprender cada vez, mais. A questão das imagens para a visualização
das transformações de energia que ocorriam e cada caso, foi um ponto chave para
que os alunos adorassem da aula, trazer as imagens dos tipos de usinas, mostrar
visualmente as diferenças ou semelhanças entre elas foi fundamental para o
entendimento do tema geral a ser abordado, como tivemos na fala de um aluno
“Podemos ver o que o professor explica e não apenas tentamos imaginar”, Quando
se visualiza algo ao invés de imaginar a de convir é mais fácil à compreensão.
Os vídeos como fomentação de idéias, em muitos momentos contribuíram de forma
satisfatória para que a aula decorresse de uma forma mais dialógica, muitos
gostaram da aula nesse formato como diz o aluno “as aulas foram ótimas, pois
muitos educadores não permitem que seus alunos opinem, fazendo de suas aulas
longos monólogos, ao invés de formar seus alunos seres críticos e pensantes”.
Sabemos que para um aluno dar significado a construção do seu conhecimento, é
importante que ele manifeste as suas opiniões, mesmo que essas a priori não
condizem com o conhecimento científico, preparar e conduzir uma aula desse tipo
foi bem difícil até mesmo pela minha falta de prática e experiência, pois até encarar
esse desafio, minha aula era bem tradicional, onde o aluno escutava e eu falava
apesar de tudo ao fim pude perceber que ministrar esse tipo de aula, foi cansativa,
mas, muito gratificante.
77
7 PRODUTO FINAL
Um requisito do Programa de Pós - graduação em Ensino de Física (PPGEnFis) era
criar um produto final, baseado na pesquisa realizada pelo professor em sala de
aula.
Levando em conta as discussões que tivemos durante as aulas, sobre as diversas
teorias educacionais estudadas durante o período que cumprimos o programa de
crédito e logo depois aplicando a intervenção baseadas em aulas com interações
dialógicas, posso dizer hoje que não sou mais a mesmo professor que entrou no
programa em 2013. Todos os dias quando acabo a aula tento fazer uma análise
crítica sobre a minha prática em sala, sempre que possível, levo experimentos,
applets ou vídeos para fomentar as discussões em sala, de forma que o aluno possa
participar de forma mais ativa da construção do seu conhecimento.
Baseado em minhas experiências e nessa pesquisa, criei o produto que é uma
sequência didática, fundamentada na exibição de filmes. Nela apresento toda uma
sequência para o estudo de energia, discriminando em cada aula quais são os
objetivos do professor, quais as ações que deverão ser tomadas, materiais e vídeos
que serão apresentados em cada aula. O material é baseado nos três momentos
pedagógicos propostos por Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002) e a análise das
produções dos estudantes é baseado na ferramenta de Mortimer e Scott (2002).
Faço a análise de uma aula no material para se ter uma idéia de como trabalhamos
com essa ferramenta de avaliação.
Espero que esse material contribua de alguma forma para os professores que
querem mudar de atitude, fazendo a transposição de uma aula mais tradicional,
onde “o professor fala e o aluno escuta”, para uma aula onde todos falam e todos
escutam, socializando atividades e significados para a construção dos
78
conhecimentos, seja ele do aluno ou do professor. O material de apoio ou produto
final em anexo 07, pode ser encontrado no meu site: www.fisicanacabeca.vai.la.
79
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebo na intervenção que os filmes e vídeos curtos são excelentes para
desencadear ou reforçar ideias entre os estudantes, é importante ressaltar que
devemos utilizar essa ferramenta de forma consciente, observando quais objetivos
que o professor pretende abordar com o uso daquele filme ou vídeo, se o vídeo
realmente trabalha o conteúdo que é colocado como objetivo, se ele pode ser
utilizado como ponte para estudar o conteúdo proposto, se ele serve para ilustrar o
assunto abordado. O tema energia é bem relevante, uma vez que faz parte da vida
de todos nós, saber como a energia é gerada, usá-la de forma adequada e poder
opinar de forma crítica a respeito da implementação das diversas fontes de energias,
é indispensável para o cidadão moderno.
Sempre ministrei minhas aulas em uma perspectiva centralizada em minhas ações,
com aluno sentado, copiando e eu explicando. Me via realmente como “o detentor
de todo o conhecimento”. Após entrar no programa de mestrado, comecei a ter
contato com outros pensadores em educação; modelos como a teoria da
aprendizagem significativa, ensino por investigação, interações dialógicas dentre
outros. Essas aulas foram realmente proveitosas, pois, após inúmeras discussões
com colegas e professores do programa de mestrado, comecei realmente a
perceber que não podemos desprezar o conhecimento que o aluno traz consigo da
sua vivência. Precisamos partir do que o aluno já sabe, para que, a partir de um
processo interativo que possibilite a negociação de significados, ajudar o aluno a
construir seu próprio conhecimento.
Independente da teoria pedagógica, boa parte desses autores afirma que o aluno
tem que ter poder de fala, tem que expressar as suas ideias e ouvir a opinião de
outros para que ele forme sua concepção a respeito de assunto abordado, para que
possa se apropriar do conhecimento. O professor não pode chegar e despejar todo o
conhecimento científico esperando que o aluno aceite tudo o que lhe é dito.
80
Apresentar uma aula em uma perspectiva mais dialógica, devo confessar, que não
foi tão fácil como eu esperava, pois como eu já ministro aulas a muitos anos era
mais fácil repetir o que eu já fazia anteriormente. Quando meu orientador me
apresentou a proposta de tentar criar uma aula mais dialógica, e me apresentou
autores que trabalhavam com essa linha como Mortimer e Scott (2002); Driver et al.
(1999) dentre outros, aceitei o desafio. Criamos uma seqüência didática para
identificarmos o que os alunos já sabiam a respeito das formas como as energias se
manifestam, para então analisar cada uma dessas manifestações, como
pressuposto filosófico para orientar o seu desenvolvimento utilizamos a teoria dos
três momentos pedagógicos, proposta por Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002).
Pude notar durante as aulas que o professor realmente tem que “ter um jogo de
cintura” imenso para conduzir uma aula dialógica, pois na aula tradicional, o
professor programa um determinado conteúdo e tenta seguir “à risca. Na aula
dialógica por mais planejada que a aula esteja ela não é engessada, pode mudar de
rumo pelas perguntas e respostas que os alunos propõem a cada momento.
Lembro-me que em diversas aulas da nossa intervenção os alunos começaram a
fazer perguntas, de cunho político que também estavam ligados ao assunto energia,
logicamente não pude ficar omisso em relação ao assunto e tive que emitir a minha
opinião no momento. Em documentos importantes como PCNs (Brasil, 1998)
encontramos apontamentos com relação a importância do aluno apresentar
pensamento crítico e reflexivo a respeito das questões que envolvem toda a
sociedade, mas essas opiniões são formadas a partir da interação dele com a de
outras pessoas, afinal negociamos nossos significados a todo o momento com
inúmeras pessoas ao longo do dia.
Depois dessa pesquisa fica mais claro para mim que o professor deve estar atento e
antenado com as perguntas e respostas que surgem a cada momento, mais nunca
pode perder enredo contado na “estória científica”. Confesso que foi complicado
abordar o tema de forma mais dialógica ao analisar as gravações percebi que em
diversos momentos poderia ter dado prosseguimento a fala dos alunos, mas por
inexperiência nesse tipo de aula acabei segregando os mesmos. Nas últimas aulas
81
pudemos notar que falei muito mais do que os alunos, isso mostra que a aula não
estava sendo tão dialógica quanto eu esperava, mas só pude perceber isso após
fazer a análise das aulas, que foram gravadas em áudio e vídeo. O ideal seria
“munir” os alunos estimulando-os a expressar suas ideias a todo o momento, de
forma que eles conseguissem apresentar e elaborar perguntas a respeito do tema
abordado.
Ao entrar nos cursinhos pré-vestibulares, cada vez eu dava menos voz aos alunos, e
isso carreguei durante muitos anos. Mesmo tentando fazer uma aula mais dialógica
após entrar no mestrado e durante essa pesquisa, percebi que em muitos momentos
poderia ter estimulado mais os alunos interagirem comigo e com os outros alunos;
mas isso não é uma tarefa fácil. Através da narrativa pude perceber isso claramente,
ela contribuiu tanto nas minhas investigações, pois pude relatar todos os
acontecimentos registrados em áudio e vídeo durante as aulas, quanto na minha
formação como professor quando faço análise das mesmas.
A narrativa me ajudou muito a analisar os sentidos atribuídos aos estudantes em
relação aos conceitos compartilhados no plano social da sala de aula, ao mesmo
tempo em que permitiu analisar a minha prática ao narrar essa experiência de
ensino. Com certeza após rever as gravações pude perceber claramente, onde eu
preciso melhorar e essa reflexão da prática escolar deve ser permanente para nosso
processo de formação contínua. Nas próximas aulas e quem sabe quando for
replicar essa sequência didática novamente eu possa fazer uma aula mais dialógica,
já que eu vou ter mais experiência com esse tipo de abordagem.
A ferramenta desenvolvida por (MORTIMER; SCOTT, 2002), me pareceu bem
apropriada para fazer a análise das interações, ao analisar as gravações fica
evidente em cada aula as minhas intenções em tentar compartilhar os significados
das energias em estudo, fiz um esforço muito grande em me adequar aos
parâmetros utilizados para a análise, onde eu tinha que selecionar significados,
tomando o cuidado de não responder o que era certo ou errado na primeira opinião
que o aluno a manifestasse; reforçar o que algum aluno dizia que condiz com a o
82
conceito científico e a medida que os alunos iam se apropriando de alguns
conceitos, tentava logo após inserir novos significados. Os padrões de interação que
ocorreram durante as aulas foram a maior parte I-R-A, pois apesar da maior parte
das aulas serem dialógicas eu tentava conduzir a opinião dos alunos para o que eu
queria escutar. Sei que não é o ideal, hoje após a intervenção consigo enxergar
claramente que em muitos momentos a interação poderia ser I-R-P-P-R-A... e assim
por diante. Em algumas aulas como a da energia nuclear, tive assumir um discurso
de autoridade e a aula não foi muito dialógica, talvez pela complexidade de abordar
os conceitos de fusão e fissão que não é tão trivial. Foi um desafio ministrar a aula
com esse formato, onde pude notar através dos padrões de interação a evolução
dos alunos e minha própria evolução no processo de mudança de uma aula mais
tradicional onde eu era o centro das atenções, para uma aula dialógica onde eu
mediava às situações. Me sinto satisfeito com a intervenção, pois as aulas que eu
ministrava anteriormente no estilo tradicional, nunca iria conseguir que os alunos
desenvolvessem um senso crítico e reflexivo, como o que foi apresentado por eles
na última aula, reconheço que as aulas dialógicas realmente produzem bons
resultados.
Fazer o planejamento das aulas embasadas nos três momentos pedagógicos
sugeridos por Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), a partir dos quais pudemos
lançar uma determinada problemática e se fazer um estudo da realidade, para que,
através dos diálogos, seja construída uma “estória científica” nas aulas de Física foi
fundamental para essa intervenção. Criar situações problemas para o estudo da
energia foi crucial para o desenvolvimento do tema, o vídeo casou perfeitamente
com a ideia de criar situações para que os alunos emitissem suas opiniões, e
ouvissem a opinião da sala, de forma que gradativamente ele conseguisse organizar
o seu conhecimento, o terceiro momento é indispensável, onde criei situações onde
o aluno tinha que aplicar o conhecimento discutido em sala, nesse momento
identificava se esse tinha realmente se apropriado dos conceitos sobre as energias
em estudo. Durante a exposição em formas de questionários, redações, músicas,
poemas, charges e vídeos, eu assumia um discurso de autoridade para sanar
83
possíveis dúvidas a respeito do tema, se não existisse esse momento basicamente
ficaríamos discutindo o mesmo assunto em um ciclo e a aula não teria fim.
Durantes aulas os sentidos produzidos pelos estudantes sobre os conceitos de
energia foram evoluindo de forma gradativa, partimos de um conceito mais geral,
onde pedi para eles citarem todos os tipos de energia que eles conhecem, para a
partir daquele ponto fossemos explorando cada uma das energias citadas. Eles
puderam perceber que não conseguimos definir energia, mas podemos observar
suas manifestações no cotidiano. Muitos dos processos de geração de energia,
anteriormente a intervenção não eram conhecidos por boa parte dos estudantes, o
processo de obtenção de energia através das usinas geotérmicas, energia das
ondas a diferenciação dos painéis solares o processo de obtenção de energia
elétrica em uma usina nuclear, sem contar das inúmeras discussões que tivemos a
respeito das fontes renováveis e não renováveis e a degradação do meio ambiente
provocado por cada uma das usinas.
Em relação a opinião dos estudantes sobre a intervenção utilizando vídeos como
ferramenta para a fomentação de ideias, foi realmente uma boa. Como discutimos
em outra secção os alunos realmente gostam desse tipo de aula, ainda mais que os
vídeos eram muito curtos então acabava prendendo a atenção deles. Dentre os
fatores que reforçam a minha concepção a respeito desse recurso é que realmente
contribuiu muito, após analisar as respostas do questionário 04, fica evidente que os
alunos gostaram muito desse tipo de ferramenta. Segundo os alunos os vídeos
despertam neles maior interesse, pelo assunto abordado, fazem eles prestarem
mais atenção, pois é uma aula diferente saindo da rotina, nas imagens eles podem
enxergar o que está sendo discutido e não precisam imaginar o que está
acontecendo, sem contar que eles podem notar que o conteúdo estudado em sala
de aula está mais próximo do seu cotidiano do que ele imaginava, diminuindo assim
o distanciamento entre teoria e prática. Concordamos com Driver onde ela diz que,
aprender ciências requer mais do que desafiar as idéias anteriores dos alunos
mediante eventos discrepantes. Aprender ciências envolve a introdução das
crianças e adolescentes a uma forma diferente de pensar sobre o mundo natural e
84
de explicá-lo, é tornar-se socializado, em maior ou menor grau, nas práticas da
comunidade científica, com seus objetivos específicos, suas maneiras de ver o
mundo e suas formas de dar suporte às assertivas do conhecimento.
Posso dizer que é enriquecedor, tanto para mim quanto para os alunos, fazer uma
aula onde o conhecimento é mediado por opiniões e discussões sobre uma
temática. Não queremos aqui apresentar uma solução para as problemáticas que
envolvem o ensino de física em nosso país, através desse trabalho mostramos que
os vídeos podem servir como uma ferramenta de apoio, para iniciar discussões e
fomentar as ideias dos discentes a fim de termos uma aula mais dialógica. Nesse
tipo de aula os conhecimentos vão se entrelaçando, onde aparecem questões de
outras disciplinas, como biologia, química, geografia, dentre outras, ou seja, as
interações dialógicas podem servir para desenvolver determinados conhecimentos
que passamos de forma fragmentada, para um uma concepção unitária. Fiquei
realmente feliz em saber que ao fim da intervenção os alunos além de terem se
apropriado dos conceitos de energia, tenham extrapolado seus conhecimentos,
mudança de postura e desenvolvimento de senso crítico/reflexivo.
85
9 REFERÊNCIAS
ALVES, M.A.; “FILMES NA ESCOLA: Uma abordagem sobre o uso de
audiovisuais (vídeo, cinema e programas de TV) nas aulas de Sociologia do
Ensino Médio.”2001.
AUTH, M.A.; ANGOTTI, J.A.P. O processo de ensino-aprendizagem com aporte
do desenvolvimento histórico universal: a temática das combustões. In:
PIETROCOLA,M. Ensino de Física: conteúdo, metodologia e epistemologia numa
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89
ANEXOS
Anexo 01: Questionário de conhecimentos prévios. 01. Você certamente ouviu falar de energia no seu dia a dia. Baseado nos seus
conhecimentos assinale quais situações descritas abaixo você pode identificar a
presença de algum tipo de energia. Para cada situação assinalada escreva o motivo
pelo qual você marcou essa opção.
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Anexo 02: Energia mecânica
01. (ENEM/2011) Uma das modalidades presentes na olimpíadas é o salto com
vara. As etapas de um dos saltos de um atleta estão representadas na figura:
Desprezando-se as forças dissipativas (resistência do ar e atrito), para que o salto
atinja a maior altura possível, ou seja, o máximo de energia conservada é
necessário que
97
a) energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia
potencial elástica, representada na etapa IV.
b) energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia
potencial gravitacional, representada na etapa IV.
c) energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia
potencial gravitacional, representada na etapa III.
d) energia potencial gravitacional, representada na etapa II, seja totalmente
convertida em energia potencial elástica, representada na etapa IV.
e) energia potencial gravitacional, representada na etapa I, seja totalmente
convertida em energia potencial elástica, representada na etapa III.
02. (ENEM/2005) Observe a situação descrita na tirinha abaixo.
(Francisco Caruso & Luisa Daou, Tirinhas de Física, vol. 2,(CBPF, Rio de Janeiro, 2000.)
Assim que o menino lança a flecha, há transformação de um tipo de energia em
outra. A transformação, nesse caso, é de energia
a) potencial elástica em energia gravitacional.
b) gravitacional em energia potencial.
c) potencial elástica em energia cinética.
98
d) cinética em energia potencial elástica.
e) gravitacional em energia cinética.
03. (ENEM/1998) Na figura abaixo está esquematizado um tipo de usina utilizada na
geração de eletricidade.
Analisando o esquema, é possível identificar que se trata de uma usina:
(A) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a temperatura da turbina.
(B) hidrelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética da água.
(C) termoelétrica, porque no movimento das turbinas ocorre aquecimento.
(D) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água.
(E) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo das moléculas de água.
04. (ENEM/1998) No processo de obtenção de eletricidade, ocorrem várias
transformações de energia. Considere duas delas:
I. cinética em elétrica
II. potencial gravitacional em cinética Analisando o esquema é possível identificar
que elas se encontram, respectivamente, entre:
(A) I- a água no nível h e a turbina, II- o gerador e a torre de distribuição.
(B) I- a água no nível h e a turbina, II- a turbina e o gerador.
(C) I- a turbina e o gerador, II- a turbina e o gerador.
(D) I- a turbina e o gerador, II- a água no nível h e a turbina.
(E) I- o gerador e a torre de distribuição, II- a água no nível h e a turbina.
05. (ENEM/2012) Os carrinhos de brinquedos podem ser de vários tipos. Dentre
eles, há os movidos a corda, em que uma mola em seu interior é comprimida
99
quando a criança puxa o carrinho para trás. Ao ser solto, o carrinho entra em
movimento enquanto a mola volta à sua forma inicial. O processo de conversão de
energia que ocorre no carrinho descrito também é verificado em
a) um dínamo.
b) um freio de automóvel.
c) um motor a combustão.
d) uma usina hidroelétrica.
e) uma atiradeira (estilingue)
06. (ENEM/2007)
Com o projeto de mochila ilustrado acima, pretende-se aproveitar, na geração de
energia elétrica para acionar dispositivos eletrônicos portáteis, parte da energia
desperdiçada no ato de caminhar. As transformações de energia envolvidas na
produção de eletricidade enquanto uma pessoa caminha com essa mochila podem
ser assim esquematizadas: As energias I e II, representadas no esquema acima,
podem ser identificadas, respectivamente, como
(A) cinética e elétrica.
(B) térmica e cinética.
(C) térmica e elétrica.
(D) sonora e térmica.
(E) radiante e elétrica.
100
Anexo 03 : Geração de energia e impactos ambientais.
01. (CEFET-PR) dentre as citadas assinale a alternativa que contenha apenas as
fontes de energia renováveis mais utilizadas no Brasil:
a) Solar, hidrelétrica e eólica.
b) Hidráulica, lenha e biomassa.
c) Hidráulica, xisto e solar.
d) Petróleo, solar e lenha.
e) Álcool, eólica e solar
02. (ENEM- 2002) – Em usinas hidrelétricas, a queda d’água move turbinas que
acionam geradores. Em usinas eólicas, os geradores são acionados por hélices
movidas pelo vento. Na conversão direta solar-elétrica são células fotovoltaicas que
produzem tensão elétrica. Além de todos produzirem eletricidade, esses processos
têm em comum o fato de:
a) não provocarem impacto ambiental.
b) independerem de condições climáticas.
c) a energia gerada poder ser armazenada.
d) utilizarem fontes de energia renováveis.
e) dependerem das reservas de combustíveis fósseis.
3. (ENEM-2007) – Qual das seguintes fontes de produção de energia é a mais
recomendável para a diminuição dos gases causadores do aquecimento global?
a) Óleo diesel.
b) Gasolina.
c) Carvão mineral.
d) Gás natural.
e) Vento.
101
4. (ENEM- 2010) – Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica
em um município localizado no interior de um pequeno vale cercado de altas
montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água
para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. Na região, que
possui pequena extensão territorial, a incidência solar é alta o ano todo. A estação
em questão irá abastecer apenas o município apresentado. Qual forma de obtenção
de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implantada nesse
município de modo a causar o menor impacto ambiental?
a) Termelétrica país é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração.
b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população.
d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do
local.
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina
construída.
5. (ENEM- 2011) – Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2008, do
Ministério das Minas e Energia, a matriz energética brasileira é composta por
hidrelétrica (80%), termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas termelétricas, esse
percentual é dividido conforme o combustível usado, sendo: gás natural (6,6%),
biomassa (5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia nuclear (3,1%) e carvão
mineral (1,6%). Com a geração de eletricidade da biomassa, pode se considerar que
ocorre uma compensação do carbono liberado na queima do material vegetal pela
absorção desse elemento no crescimento das plantas. Entretanto, estudos indicam
que as emissões de metano (CH4) das hidrelétricas podem ser comparáveis às
emissões de CO2 das termelétricas.
MORET, A. S.; FERREIRA, I. A. As hidrelétricas do Rio Madeira e os impactos
socioambientais da eletrificação no Brasil. Revista Ciência Hoje. V. 45, n.° 265, 2009
(adaptado). No Brasil, em termos do impacto das fontes de energia no crescimento
do efeito estufa, quanto à emissão de gases, as hidrelétricas seriam consideradas
como uma fonte:
102
a) limpa de energia, contribuindo para minimizar os efeitos deste fenômeno.
b) eficaz de energia, tomando-se o percentual de oferta e os benefícios verificados.
c) limpa de energia, não afetando ou alterando os níveis dos gases do efeito estufa.
d) poluidora, colaborando com níveis altos de gases de efeito estufa em função de
seu potencial de oferta.
e) alternativa, tomando-se por referência a grande emissão de gases de efeito estufa
das demais fontes geradoras.
6. (ENEM - modificada) O esquema mostra um diagrama de bloco de uma estação
geradora de eletricidade abastecida por combustível fóssil.
Podemos afirmar que a usina do esquema é
a) uma hidroelétrica, pois, usa a energia cinética da água.
b) de uma termoelétrica, pois usa a queima de combustíveis fósseis para produzir
vapor d’água que irá gerar eletricidade.
c) de uma usina nuclear, pois usa a fissão do urânio para produzir vapor d’água que
irá gerar eletricidade.
d) de uma usina geotérmica, pois usa o vapor d’água que vem da terra, que irá gerar
eletricidade.
e) de uma usina eólica, pois usa a fumaça que sai da chaminé para gerar
eletricidade.
103
7. (ENEM-2012) Suponha que você seja um consultor e foi contratado para
assessorar a implantação de uma matriz energética em um pequeno país com as
seguintes características: região plana, chuvosa e com ventos constantes, dispondo
de poucos recursos hídricos e sem reservatórios de combustíveis fósseis.
De acordo com as características desse país, a matriz energética de menor impacto
e risco ambientais é a baseada na energia
A) dos bicombustíveis, pois tem menor impacto ambiental e maior disponibilidade.
B) solar, pelo seu baixo custo e pelas características do país favoráveis à sua
implantação.
C) nuclear, por ter menor risco ambiental e ser adequada a locais com menor
extensão territorial.
D) hidráulica, devido ao relevo, à extensão territorial do país e aos recursos naturais
disponíveis.
E) eólica, pelas características do país e por não gerar gases do efeito estufa nem
resíduos de operação
8. (ENEM/2010) A fonte de energia representada na figura, considerada uma das
mais limpas e sustentáveis do mundo, é extraída do calor gerado
a) pela circulação do magma no subsolo.
104
b) pelas erupções constantes dos vulcões.
c) pelo sol que aquece as águas com radiação ultravioleta.
d) pela queima do carvão e combustíveis fósseis.
e) pelos detritos e cinzas vulcânicas.
Anexo 04: Questionário de opinião
Sobre: Opinião em relação a sequência desenvolvida com uso da ferramenta vídeo.
01. Você achou que o uso de vídeos ou curta metragem contribuiu para o ensino da
física?
02. Quanto a motivação:
( ) Me senti mais motivado.
( ) Me senti menos motivado.
( ) Me senti indiferente.
03. Você acha que esse tipo de recurso pode ser utilizado como recurso de ensino?
( ) sim.
( ) não.
( ) não sei.
04. Você acha que o uso de vídeo (ou curta metragem) torna a aula de Física mais
interessante?
( ) sim.
( ) não.
( ) não sei.
Explique:
105
05. Descreva os pontos positivos e negativos do uso de vídeos e curta metragem
nas nossas aulas de Física.
Negativos:___________________________________________________________
___________________________________________________________________
Positivos:____________________________________________________________
___________________________________________________________________
06. As aulas de física sobre o tema energia foram marcadas por conversas entre o
professor e o grupo. O que você achou desse método de ensino, onde a aula é
mais dialógica, ou seja, uma aula em que o aluno pode pensar refletir, e opinar?
( ) Ruim
( ) Boa
( ) Ótima
( ) Não sei.
Explique:____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
08. O professor usou dissertações, questionários apresentações de música,
poemas, teatros entre outros para avaliar seu alunos. O que você achou desse
método de avaliação?
( ) Ruim.
( ) Regular.
( ) Bom.
( ) Não sei opinar.
09. Uma das maiores preocupações atuais dos professores de física, é fazer com
que os conteúdos tenham significados na vida dos estudantes, ou seja, ver que a
física é aplicada a todo momento em seu cotidiano. O que você achou sobre a
importância de se estudar o tema energia e as formas de como ela é transformada?
106
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10. Fazendo uma análise final sobre a abordagem do tema energia, como o mesmo
foi exposto, sobre minha motivação, e meu aprendizado, eu poderia classificar as
aulas como,
( ) ruim.
( ) regular.
( ) boas.
( ) ótimas.
Muito obrigado por ter participado.
Anexo 05 : Termo de consentimento
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), do Projeto de
Pesquisa sob o título “INTERAÇÕES DIALÓGICAS EM ENSINO DE ENERGIA:
NARRATIVA DE UM PROFESSOR EM FORMAÇÃO, nas aulas de física em uma
escola de ensino médio regular da Serra/ES”. Após receber os esclarecimentos e as
informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste
documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é dos pesquisadores
responsáveis. Em caso de recusa, você não será penalizado(a) de forma alguma.
Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com qualquer
um dos responsáveis pela pesquisa: pesquisador, Julio Cesar Souza Almeida no cel:
(027)997082932; email jcfisicaa@gmail.com e com o orientador da pesquisa Geide
Rosa Coelho no telefone: (27) 4009-2543, e-mail geidecoelho@gmail.com. Nesse
trabalho buscamos entender como será uma intervenção dialógica para o ensino de
energia, baseada na apresentação de vídeos, nas aulas de Física do Ensino Médio.
A coleta de dados será feita por meio de observações e entrevistas, gravações,
avaliações e questionários semi-estruturadas realizadas com esse estudante.
Ao investigar as práticas pedagógicas que são estabelecidas em um contexto onde
vamos apresentar a temática energia, apresentado vídeos como ferramenta de
107
fomentação de ideias para uma aula mais dialógicas, poderemos produzir
conhecimentos relevantes para nossa formação no que se refere a práticas
inclusivas no ensino de Física, bem como sugerir outras/novas possibilidades para
otimizar o processo de ensino-aprendizagem do aluno, reconhecendo as principais
dificuldades e conquistas da mesma.
Esclarecemos que não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira
pela sua participação. Garantimos sigilo que assegura a sua privacidade quanto aos
dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Você tem toda liberdade de se recusar
a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem
penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado.
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA
PESQUISA
Eu, _______________________________, abaixo assinado, concordo em participar
do estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelas pesquisador
Julio Cesar Souza Almeida sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,
assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-
me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que
isto leve a qualquer penalidade.
Local e data _________________,____ de _________ de 2014.
_____________________________
Assinatura do pesquisado
Eu, _______________ obtive de forma voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido do sujeito da pesquisa ou representante legal para a participação da
pesquisa.
__________________________________
Julio Cesar Souza Almeida
jcfisicaa@gmail.com
108
Anexo 06: Link dos vídeos utilizados
Link de todos os vídeos utilizados na intervenção.
Vídeo1: FANTASMAS DA ENERGIA ELÉTRICA
Tempo estimado do vídeo:10: 41 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=4BEkZ-8KBHA
Vídeo2: REVOLUTION ( PRODUÇÃO)
Tempo estimado do vídeo: 02: 46 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=DV-V1XJF93E&hd=1
Vídeo 03: TRABALHO DE GEOGRAFIA VIDA SEM ENERGIA
Tempo estimado do vídeo: 01: 56 min.
Disponível em, https://www.youtube.com/watch?v=1ScOCmBKj3c
Vídeo 4: ENERGIA CINÉTICA “KERS”
Tempo estimado do vídeo: 01: 32 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=SCIGa8_vknA
Vídeo 5: DOMINÓ
Tempo estimado do vídeo: 02: 05 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=eJB7L1-iWt4.
Vídeo 6: MEGA RAMPA
Tempo estimado do vídeo: 03: 04 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=ReYNCcQGk20
Vídeo 7: MONTANHA RUSSA
Tempo estimado do vídeo: 01: 41 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=I3XAxoV4vK8&hd=1
109
Vídeo 8: BUNG- JUMP
Tempo estimado do vídeo: 01: 47 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=zG22qQydPVQ&hd=1
Vídeo 9: SALTO COM VARA
Disponível em, Tempo estimado do vídeo: 00: 57 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=rQdAQY4ubpM
Vídeo 10: FUNCIONAMENTO DE UMA USINA HIDROELÉTRICA
Tempo estimado do vídeo: 02: 26 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=1QDosHWmRcM
Vídeo 11: ENERGIA EÓLICA
Tempo estimado do vídeo: 08: 13 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=6Fc3V0-ZA7k&hd=1
Vídeo 12: ENERGIA GEOTÉRMICA
Tempo estimado do vídeo: 05: 11min
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=9ZkbaU8fg0g
Vídeo 13: ENERGIA NUCLEAR
Tempo estimado do vídeo: 06: 08 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=9bwdXpSNzZM&hd=1
Vídeo 14: ENERGIA TERMOELETRICA
Tempo estimado do vídeo: 04: 20 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=UJDAFL7w6Is
Vídeo 15: ENERGIA DAS ONDAS
Tempo estimado do vídeo: 02: 29
110
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=0PPsxigUpnc
Vídeo 16: O AQUECEDOR SOLAR1
Tempo estimado do vídeo: 02: 15 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=fltv6ztI5KE
Vídeo 17: O AQUECEDOR SOLAR 2
Tempo estimado do vídeo: 02: 09 min.
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=beyad1n9zu8
Vídeo 18: ENERGIA FOTOVOLTÁICA
Tempo estimado do vídeo: 02:04 min
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=S9pVJFu9ByI
Vídeo 19: ENERGIA DO SOL, REFLETIDA POR ESPELHOS
Tempo estimado do vídeo: 02: 03 min
Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=mWPHXCXcwqo
Vídeo 20: CONSTRUINDO O FUTURO – A SOLUÇÃO É ENERGIA RENOVÁVEL
Tempo estimado do vídeo: 34:05 min
Disponível em, https://www.youtube.com/watch?v=fdqqUDLCKE4
Vídeo 21: MOVIMENTO GOTA D' ÁGUA
Tempo estimado do vídeo: 05:08 min
Disponível em, https://www.youtube.com/watch?v=OjkjHMPxbNs
111
Anexo 07 : Produto final
Produto de mestrado.
Autores:
Julio C. S. Almeida
Geide Rosa Coelho.
PPGEnFis – UFES
http://materiaisphotoscapeml.blogspot.com.br/2011/11/rolo-de-filme.html
112
1.0 INTRODUÇÃO...................................................................................................113
2.0 O USO DE FILMES E VÍDEOS NO ENSINO DE FÍSICA.................................115
3.0 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA................................................................................115
4.0 OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS.........................................................120
4.1 O PRIMEIRO MOMENTO: PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL:.................120
4.2 O SEGUNDO MOMENTO: ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO..121
4.3 O TERCEIRO MOMENTO: APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO.........121
5.0 CONSIDERAÇÕES...........................................................................................124
6.0 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................125
7.0 ANEXO..............................................................................................................126
SUMÁRIO
113
8.0
Desde criança sempre gostei de assistir a filmes. Através deles pode-se visualizar coisas até inimagináveis. Quando iniciei na carreira docente, sempre que assistia a um filme, principalmente de ficção, ficava imaginando como poderia usar algumas daquelas belas cenas repletas de ciências em sala de aula. Os anos foram passando e encontrar filmes sobre física foi ficando cada vez mais fácil. Na locadora ou na internet, com o famoso canal de filmes Youtube, são tantas as possibilidades de conseguir filmes que eu resolvi desenvolver uma pesquisa relacionada ao uso de vídeo como recurso didático para o ensino de física.
Atualmente tenho dezessete anos de experiência como professor dos quais treze foram dedicados a lecionar em cursos preparatórios para vestibular/ENEM. Nesses cursos, muitos alunos, desesperados para fazerem uma boa pontuação, esperam que o professor pense por eles, tragam situações e macetes para suprir as inúmeras dificuldades que tiveram em sua formação ao longo do ensino básico. Nesse tipo de aula, eu tinha que pegar o material, seguir aula por aula, dando toda a teoria e resolvendo todos os exercícios propostos, ou seja, uma aula totalmente engessada nas quais, muitas vezes, eu falava quase que ininterruptamente. Carreguei uma parte desse estilo para as aulas no ensino médio regular e penso hoje, que isso é péssimo, pois após inúmeros estudos a respeito de processos “ensino-aprendizagem” percebo que é extremamente ruim para o aluno não poder expressar suas opiniões, porque só através da exposição de suas ideias e da opinião das outras pessoas que o cercam é que ele realmente dará significado ao conceito que é proposto. Em uma tentativa de mudança, apresento como produto de mestrado uma proposta para o ensino de energia fundamentada na exibição de vídeos, estes foram fundamentais para que as aulas fossem mais dialógicas.
A utilização do recurso audiovisual, pode ser uma excelente ferramenta para o
complemento de uma aula teórica; esse recurso pode melhorar de forma significativa
a forma de como se aborda um determinado conteúdo; através da imagem.
Os filmes são meras ferramentas, recursos didáticos. É a forma como podemos usá-los que dará o enriquecimento ao nosso trabalho. E isto não se fará por formas mecânicas ou exposições de teorias, mas pela reflexão crítica que cada participante venha aprender a desenvolver, ampliando assim suas competências, suas habilidades, sua capacidade de discernimento (CASTILHO, 2004, p.10).
2.0 O USO DE FILMES E VÍDEOS NO ENSINO DE FÍSICA
1.0 INTRODUÇÃO
114
O uso de vídeos no ensino de ciências é bem comum e esse tipo de recurso vem
crescendo entre os professores de ciências da natureza nos últimos anos. Dentre
pesquisadores que utilizam essa ferramenta no ensino de física, destaquei alguns
motivos pelos quais esse recurso torna-se cada vez mais comum, e a seguir cito
alguns que utilizei em nossa intervenção.
Um deles é o fator motivacional, o apelo da imagem é muito grande para chamar a
atenção do discente, além de quebrar a rotina das aulas expositivas, desta forma os
alunos veem os vídeos como uma forma prazerosa de aprender sobre o assunto
proposto.
Um filme ou um programa multimídia têm um forte apelo emocional e, por isso, motivam a aprendizagem dos conteúdos apresentados pelo Professor. Além disso, a quebra de ritmo provocada pela apresentação de um audiovisual é saudável, pois altera a rotina da sala de aula. (ROSA, 2000, p.39)
Outro fator que leva a utilização dessa ferramenta é o de demonstração, nas
ciências naturais existem diversos conceitos que são extremamente abstratos, o que
exige maior esforço cognitivo do aluno pois, os mesmos têm que imaginar o que o
professor está dizendo e inúmeras dessas abstrações não são bem compreendidas
por eles, concordamos com Moran (1995, p.02)onde ele sinaliza que,
o vídeo explora também e, basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio). Desenvolve um ver entrecortado – com múltiplos recortes da realidade -através dos planos- e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador.
Outro fator importante é a forma como o aluno pode rever os conceitos abordados
pelo professor, se o mesmo disponibilizar o vídeo para o aluno este poderá chegar
em casa e rever o que foi abordado em sala, desta forma o discente poderá
entender o assunto no seu próprio ritmo.
A disponibilização desse tipo de aula na rede mundial de computadores, em canais como o youtube, oportuniza aos alunos o benefício de aprender a seu tempo, usando a mídia quantas vezes for preciso para rever cenas específicas que tenha mais dificuldade, por exemplo. Isso é mais importante pelo fato do Brasil, segundo estatísticas, ser um dos países com maior número de acessos ao youtube”. (CLEMES; HILSON, SAMUEL ; 2012; p.427).
115
A utilização de vídeos pode ser uma excelente forma de promover uma aula mais
dialógica, nela podemos convidar ao aluno a participar ativamente da construção do
seu próprio saber. Concordamos com Xavier et al. (2010), no qual eles propõem uso
do cinema no ensino-aprendizado da Física como uma alternativa para romper com
a barreira do tradicional e situar o professor numa pedagogia crítica e dialógica na
qual os alunos saem do papel de meros receptores e reprodutores dos conteúdos
que lhes são impostos e passam a ser sujeitos ativos na construção do saber. Ao
analisar conjuntamente as cenas dos filmes, professor e alunos constroem o
conhecimento da Física, considerando as experiências de ambos. O professor
passa, assim, à condição de mediador e um dos interlocutores no processo de
construção do conhecimento.
Os conceitos de física mais próximos da realidade do aluno. Quem nunca ouviu
aquela famosa frase em sala de aula, não sei para que vou utilizar isso na minha
vida? Por mais exemplos que o professor cite durante as aulas, muitos alunos não
conseguem fazer a aproximação do conteúdo ministrado em sala, com o cotidiano.
Utilizando esse tipo de recurso eles podem perceber que a física está mais presente
na vida deles do que imaginavam. Isso é um fator muito importante para o uso desse
recurso, uma vez que os alunos sentem-se mais interessados por realmente
encontrar significado para a teoria que ele estuda na escola. Segundo Pretto (2005)
destaca que é importante levar em consideração a intimidade que os jovens em
idade escolar têm com a tecnologia, pois elas podem servir como resgate de
elementos para superar o fracasso da escola junto a esses indivíduos.
Nossa sequência foi pensada de forma que o aluno partisse de um conceito mais
geral sobre energia, para alguns conceitos mais específicos. Na sequência tínhamos
a finalidade de analisaras falas e as produções escritas dos estudantes a respeito
dos conceitos de energia; dando suporte aos mesmos para que eles emitissem suas
opiniões e pensamentos a respeito do tema.
Uma sequência didática é formada por um certo número de aulas planejadas e analisadas previamente com a finalidade de observar
3.0 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA
116
situações de aprendizagem, envolvendo os conceitos previstos na pesquisa didática (PAIS, 2002, p. 102).
O quadro abaixo mostra como toda a sequência didatica foi desenvolvida, nele apresentamos como foi dividida a aula, bem como seus objetivos e a descrição da aula.
Quadro 01. A sequência didática
Sequência de aula desenvolvida na intervenção.
Aula
01
Objetivo do professor - Reconhecer as concepções espontâneas a respeito de energia.
Duração Hora/Aula: 55 minutos.
Descrição
- Explicar que eu faria uma intervenção com eles, onde iriamos abordar o tema energia, e que todas as aulas seria gravadas em áudio e vídeo para posteriormente serem analisadas. -Aplicar o questionário de conhecimentos prévios sobre energia, anexo 01.
Aula
02
Part
e 0
1 Objetivo
- Identificar as diferentes formas de manifestação da energia.
Duração Hora/Aula: 15 minutos.
Descrição -Pedir para os alunos citarem todos os tipos de energia que os alunos conhecem.
Part
e 0
2
Objetivo
- Problematizar a relação entre a energia e a sociedade atual.
Duração Hora/Aula: 40 minutos.
Descrição
- Apresentar os vídeos para fomentar as ideias dos estudantes a respeito do tema. Vídeo 01: FANTASMAS DA ENERGIA ELÉTRICA. Tempo estimado do vídeo: 10: 41 min. Vídeo 02: REVOLUTION ( PRODUÇÃO). Tempo estimado do vídeo: 02: 46 min. Vídeo 03: TRABALHO DE GEOGRAFIA VIDA SEM ENERGIA. Tempo estimado do vídeo: 01: 56 min. - Discutir como seria o mundo sem nem um tipo de energia produzida pelo homem. - Ao fim da aula pedir uma dissertação com o tema: O mundo sem energia. - Deixar o tema energia em aberto, afim de que eles possam falar de uma energia específica, ou energia no geral.
Aula
03
Objetivo -Identificar relações entre a energia e a vida humana.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - Leitura das dissertações dos estudantes. - Selecionar as ideias sobre o mundo sem energia. - Finalizar as discussões aplicando um discurso de autoridade.
Aula
04
Objetivos
- Reconhecer situações do cotidiano onde podemos encontrar a energia mecânica. - Analisar as situações de transformação de energia, envolvendo a energia mecânica.
117
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Apresentar os vídeos para fomentar as ideias dos estudantes a respeito da energia mecânica. Vídeo 4: ENERGIA CINÉTICA “KERS”. Tempo estimado do vídeo: 01: 32 min. Vídeo 5: DOMINÓ. Tempo estimado do vídeo: 02: 05 min. Vídeo 6: MEGA RAMPA. Tempo estimado do vídeo: 03: 04 min. Vídeo 7: MONTANHA RUSSA. Tempo estimado do vídeo: 01: 41 min. - Após os vídeos serem apresentados, repetir a reprodução e em alguns momentos específicos vou identificando com os alunos onde existia as energias cinética e potencial gravitacional, além de observar onde ocorreriam as transformações de uma energia em outra.
Aula
05
Objetivos - Entender os diferentes conceitos de energia mecânica. -Reconhecer situações onde existe outro ramo da energia mecânica, conhecida como energia potencial elástica. - Compreender o funcionamento de uma usina hidrelétrica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Apresentar vídeos com situações onde encontramos a energia potencial elástica. - Após os vídeos serem apresentados, repetir a reprodução e em alguns momentos específicos vou identificando com os alunos onde existia a energia potencial elástica, além de observar onde ocorreriam as transformações de uma energia em outra. Vídeo 8: BUNG- JUMP. Tempo estimado do vídeo: 01: 47 min. Vídeo 9: SALTO COM VARA. Tempo estimado do vídeo: 00: 57 min. - Apresentar o vídeo sobre o funcionamento da hidrelétrica. Vídeo 10: FUNCIONAMENTO DE UMA USINA HIDROELÉTRICA. Tempo estimado do vídeo: 02: 26 min. - Após os vídeos serem apresentados, repetir a reprodução e em alguns momentos específicos vou identificando com os alunos onde ocorreriam as transformações de energia mecânica em energia elétrica. - Nos vinte minutos finais pedir aos alunos que eles sentem em grupo e resolva as questões sobre a energia mecânica e as usinas hidrelétricas, em anexo 02.
Aula
06
Objetivos - Compreender o funcionamento de uma usina eólica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - Começar a aula corrigindo as questões sobre a energia mecânica e as usinas hidrelétricas, esse feedback é importante, para o prosseguimento das atividades. - Apresentar o vídeo sobre o funcionamento dos geradores
118
eólicos. Vídeo 11: ENERGIA EÓLICA. Tempo estimado do vídeo: 08: 13 min.
Aula
07
Objetivos
- Reconhecer outras formas de produção de energia elétrica, como as usinas Geotérmica, Nuclear, Termoelétrica e energia das ondas. - Identificar o tipo de recurso que é utilizado em cada uma das usinas. - Compreender o funcionamento de cada tipo de usina. - Estabelecer a diferença básica entre cada uma dessas usinas. -Compreender as fontes renováveis e não renováveis de produção de energia elétrica - Identificar os impactos ambientais produzidos por cada tipo de usina.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição
- Apresentar e discuto com os alunos como identificar cada tipo de usina, quais as diferenças e semelhança entre elas. - Explorar a usina geotérmica, isso porque em nosso país, não usamos esse tipo de geração de energia por questões geográficas. Vídeo 12: ENERGIA GEOTÉRMICA. Tempo estimado do vídeo: 05: 11min. - Após a exposição do vídeo sobre a usina nuclear, fazer um breve comentário sobre a fissão e a fusão nuclear, identificando o processo de fissão como o processo utilizado na usina nuclear. Vídeo 13: ENERGIA NUCLEAR. Tempo estimado do vídeo: 06: 08 min. - Mostrar o funcionamento de uma usina termoelétrica discutir os impactos ambientais provocados por ela. Vídeo 14: ENERGIA TERMOELETRICA. Tempo estimado do vídeo: 04: 20 min. - Finalizar a aula mostrando outro tipo de geração energia que vem sendo pesquisada que é a energia das ondas, deixar claro durante a exposição que esse tipo de geração de energia é diferente da usina que utiliza a maré-motriz. Vídeo 15: ENERGIA DAS ONDAS. Tempo estimado do vídeo: 02: 29 min.
Aula
08
Objetivos
- Compreender o processo de aproveitamento de energia emitida pela radiação solar. - Compreender a diferença básica entre o painel de aquecimento solar e o painel fotovoltaico. - Entender a energia solar como fonte de energia renovável.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
- Começar a aula levando os alunos para o pátio da escola, lá mostrar o funcionamento do painel solar, os alunos entraram em contato com as células fotovoltaicas, capazes
119
Descrição
de transformar energia solar em energia elétrica; lá ficamos por aproximadamente vinte minutos. - Nos vinte e cinco minutos seguintes voltar para a sala e assistir alguns vídeos mostrando a diferença dos painéis utilizados para transformar a energia solar/aquecimento e solar/eletricidade. Vídeo 16: O AQUECEDOR SOLAR1. Tempo estimado do vídeo: 02: 15 min. Vídeo 17: O AQUECEDOR SOLAR 2 Tempo estimado do vídeo: 02: 09 min. Vídeo 18: ENERGIA FOTOVOLTÁICA. Tempo estimado do vídeo: 02: 04 min.
Aula
09
Objetivos
- Diferenciar os painéis utilizados somente para aquecimento dos painéis fotovoltaicos que são capazes de gerar eletricidade. - Entender os processos de transformação de energia luminosa em energia elétrica.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - Começo a aula finalizando as discussões sobre a diferença do painel fotovoltaico para o painel de aquecimento. - Apresentar alguns vídeos que mostram outras formas de aproveitar a radiação solar para gerar energia elétrica suficiente para alimentar cidades inteiras. Vídeo 19: ENERGIA DO SOL, REFLETIDA POR
ESPELHOS.
Tempo estimado do vídeo: 02: 03 min.
- Apresentar esse vídeo para mostrar o funcionamento da
maré-motriz. Selecionar a parte que aborda esse tema.
- Ressaltar pela diferença entre a maré motriz e a energia
das ondas.
Vídeo 20: CONSTRUINDO O FUTURO – A SOLUÇÃO É
ENERGIA RENOVÁVEL.
Tempo estimado do vídeo: 34: 05 min.
Vídeo 21: MOVIMENTO GOTA D' ÁGUA.
Tempo estimado do vídeo: 05: 08 min.
Aula
10
Objetivos
- Compreender os impactos ambientais gerados pelas diferentes usinas. - Diferenciar os tipos de energia.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
Descrição - Aplicar o questionário, sobre as usinas geradoras de energia de uma forma geral, em anexo 03.
Aula
11
Objetivos
- Utilizar os conceitos de energia em contextos diferentes dos que foram apresentados ao longo da intervenção.
Duração Hora/Aula: 55 minutos
120
Descrição
- levar os alunos para o auditório, para a apresentação dos temas que era livre; eles iriam apresentar manifestações artísticas como música, poema, poesia, charge e vídeo, todas elas com o tema energia. - Os alunos manifestaram suas concepções sobre o tema, de diversas formas, após a apresentação pedir para eles relatarem o que queriam abordar com cada apresentação. - Finalizar as apresentações agradecendo a participação de todos, e pelo envolvimento com as atividades propostas ao longo da intervenção.
Toda sequência didática desenvolvida na intervenção, foi fundamentada nos três
momentos pedagógicos que chamaremos de 3MP. A sequência apresentada nos
trabalhos de Delizoicov; Angotti; Pernambuco (2002) é baseada em três etapas:
problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento,
destacamos ainda que os três momentos foi muito útil para organizar toda a
sequência.
Consiste em apresentar situações reais que os alunos conhecem e vivenciam. É
nesse momento que os estudantes são desafiados a expor os seus entendimentos
sobre determinadas situações significativas que são manifestações de contradições
locais (FREIRE, 1987) e que fazem parte de suas vivências. Nessa etapa, o papel
do professor é diagnosticar apenas o que os estudantes sabem e pensam sobre
uma determinada situação. É ele que organiza a discussão, não para fornecer
explicações prontas, mas, sim, para buscar o questionamento das interpretações
assumidas pelos estudantes.
4.0 OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS
4.1 O PRIMEIRO MOMENTO: PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL:
121
Caracteriza-se como o estudo sistemático dos conhecimentos envolvidos no tema e
na problematização inicial. Isto é, são estudados os conhecimentos científicos
necessários para a melhor compreensão dos temas e das situações significativas.
Nesse momento da atividade pedagógica é importante enfatizar que os
conhecimentos científicos são ponto de chegada. Nesse momento o papel do
professor consiste em desenvolver diversas atividades para capacitar os alunos a
utilizarem os conhecimentos científicos, com a perspectiva de formá-los para
articular constantemente a conceituação científica com situações que fazem parte de
sua vivência.
Destina-se a empregar o conhecimento do qual o estudante vem se apropriando
para analisar e interpretar as situações propostas na problematização inicial. Nesse
momento, o papel do professor consiste em desenvolver diversas atividades para
capacitar os alunos a utilizarem os conhecimentos científicos explorados na
organização do conhecimento, com a perspectiva de formá-los para articular
constantemente a conceituação científica com situações que fazem parte de sua
vivência. Destaca-se, nesse momento, a busca pela “generalização da
conceituação”, isto é, a identificação e o emprego da conceituação científica
envolvida, em que “é o potencial explicativo e conscientizador das teorias científicas
que deve ser explorado”.
Nas seções seguintes voltaremos a abordar os 3MP, pois todas as aulas da nossa
sequência didática em ensino de energia foi desenvolvida de acordo com esse
referencial. Em nossa análise iremos caracterizar esses momentos por três siglas
onde (ER), é conhecida como estudo de realidade (constitui a problematização
incial), cuja finalidade é obter uma visão geral a respeito das concepções dos
4.2 O SEGUNDO MOMENTO: ORGANIZAÇÃO DO CCONHECIMENTO
4.3 O TERCEIRO MOMENTO: APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
122
estudantes. A organização do conhecimento que representaremos pela sigla (OC), e
a aplicação do conhecimento representada por (AC).
Podemos observar que na segunda parte da aula lanço o problema inicial ou (ER)
que seria o mundo sem energia, para sustentar a estória científica e fomentar a ideia
dos alunos a respeito do mundo sem energia. Utilizo como recurso didático alguns
vídeos extraídos do youtube. A partir da exposição dos vídeos começo as
interações, que são na maior parte do tempo interativas/ dialógicas (OC), no final da
aula peço para os alunos escreverem sobre o assunto para que na aula seguinte os
alunos apresentem suas opiniões finais sobre o assunto (AC), por isso nesse
momento uma abordagem comunicativa mais direcionada para a interativa de
autoridade para poder finalizar a aula e encaminhar a tarefa para o próximo
encontro.
I-Momento:
Problema inicial
Como seria o mundo
sem energia?
Apresentação dos vídeos
afim de apresentar o estudo
de realidade.
II-Momento:
Organização do
conhecimento.
Interações dialógicas,
onde professor seleciona
as ideias.
Exposição das ideias dos
alunos, onde o professor
seleciona alguns conceitos
chaves e introduz outros.
III-Momento:
Aplicação do
conhecimento.
Dissertação Alunos fazem a redação para
socializar sua opinião com a
sala após a leitura da mesma.
PENSANDO NOS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS AULAS 02 E 03.
123
I-Momento:
Problema inicial
ou (ER).
O que é a energia
mecânica?
Apresentação dos vídeos a fim
de apresentar o estudo de
realidade sobre a energia
mecânica.
II-Momento:
Organização do
conhecimento.
Interações dialógicas,
onde professor seleciona
as ideias.
Exposição das ideias dos
alunos, onde o professor
seleciona alguns conceitos
chaves e introduz outros sobre
a energia mecânica.
III-Momento:
Aplicação do
conhecimento.
Dissertação Alunos respondem questões
do questionário sobre os
conceitos da energia mecânica
e suas aplicações.
(ER) forma apresentadas situações do cotidiano, que envolviam os conceitos de
energia mecânica. Dentro da (OC), Os vídeos reforçaram as ideias a respeito da
energia mecânica, onde o professor criou situações onde os alunos davam suas
opiniões a respeito dos conceitos de energia mecânica, no que diz respeito a (AC),
os alunos responderam um questionário onde eles responderam questões do
ENEM, envolvendo os conceitos de energia mecânica. Essa atividade foi feita em
duplas ou trios, a finalidade era deixar os mesmos discutirem as situações das
questões; baseadas nas situações propostas pelo professor.
PENSANDO NOS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS AULAS 04 E 05.
124
Um requisito do Programa de Pós - graduação em Ensino de Física (PPGEnFis) era
criar um produto final, baseado na pesquisa realizada pelo professor em sala de
aula.
Levando em conta as discussões que tivemos durante as aulas, sobre as diversas
teorias educacionais estudadas durante o período que cumprimos o programa de
crédito e logo depois aplicando a intervenção baseadas em aulas com interações
dialógicas, posso dizer hoje que não sou mais a mesmo professor que entrou no
programa em 2013. Todos os dias quando acabo a aula tento fazer uma análise
crítica sobre a minha prática em sala, sempre que possível, levo experimentos,
I-Momento:
Problema inicial
ou (ER).
Como gerar energia elétrica? Apresentação dos vídeos afim de
apresentar o estudo de realidade sobre
as formas de geração de energia
elétrica.
II-Momento:
Organização do
conhecimento.
Interações dialógicas, onde
professor seleciona as ideias.
Exposição das ideias dos alunos, onde o
professor seleciona alguns conceitos
chaves e introduz outros sobre as usinas
eólica, das ondas, maré-motriz, nuclear,
geotérmica, termoelétrica e solar.
III-Momento:
Aplicação do
conhecimento.
Dissertação Alunos responderam as questões do
questionário 03 em anexo, sobre os
conceitos geração de energia elétrica.
Na aula final ele apresenta uma
pesquisa sobre energia para a sala, que
poderia ser socializada sobre diversas
formas, poemas, músicas, vídeos etc...
5.0 CONSIDERAÇÕES
PENSANDO NOS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS AULAS 06 Á 10.
125
applets ou vídeos para fomentar as discussões em sala, de forma que o aluno possa
participar de forma mais ativa da construção do seu conhecimento.
Baseado em minhas experiências e nessa pesquisa, criei o produto que é uma
sequência didática, fundamentada na exibição de filmes. Nela apresento toda uma
sequência para o estudo de energia, discriminando em cada aula quais são os
objetivos do professor, quais as ações que deverão ser tomadas, materiais e vídeos
que serão apresentados em cada aula. O material é baseado nos três momentos
pedagógicos propostos por Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002) e a análise das
produções dos estudantes é baseado na ferramenta de Mortimer e Scott (2002).
Espero que esse material contribua de alguma forma para os professores que
querem mudar de atitude, fazendo a transposição de uma aula mais tradicional,
onde “o professor fala e o aluno escuta”, para uma aula onde todos falam e todos
escutam, socializando atividades e significados para a construção dos
conhecimentos, seja ele do aluno ou do professor.
CASTILHO, A; BEZERRA, C; MARQUES, E.C; BARROS, L; VÉRAS, N. G. Filmes para ver e aprender. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2004. CLEMES G.; HILSON, J.G. F; SAMUEL, C. Vídeo-aula como estratégia de ensino em física; Rev. Técnico Científica (IFSC), v. 3, n. 1, 2012. DELIZOICOV, D; ANGOTTI, J.A.P; PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. MORAN, J. M. A Comunicação & Educação. São Paulo, ECA - Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995. MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. Atividade discursiva nas salas de aula de ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 7, n. 3, p. 283-306, 2002. PAIS, L. C. Didática da Matemática; uma análise da influência francesa. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. PRETTO, N. L. Uma Escola sem/com Futuro: educação e multimídia. 6.ed. Campinas, SP: Papirus, 2005. ROSA, P.R.S.; Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 17, n. 1: p. 33-49, abr. 2000. XAVIER, C.H.G; PASSOS G.M.B; Freire P.T.C; Coelho A.A; O uso do cinema para o ensino de física no ensino médio; Experiências em Ensino de Ciências; V5(2), p. 93-106, 2010.
6.0 BIBLIOGAFIA
126
Anexo 01
01. Você certamente ouviu falar de energia no seu dia a dia. Baseado nos seus conhecimentos assinale quais situações descritas abaixo você pode identificar a presença de algum tipo de energia. Para cada situação assinalada escreva o motivo pelo qual você marcou essa opção. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7.0 ANEXOS
QUESTIONÁRIO SOBRE CONHECIMENTOS PRÉVIOS
127
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
128
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
129
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
130
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
131
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
132
Anexo 02
01. (ENEM/2011) Uma das modalidades presentes na olimpíadas é o salto com vara. As etapas de um dos saltos de um atleta estão representadas na figura: Desprezando-se as forças dissipativas (resistência do ar e atrito), para que o salto atinja a maior altura possível, ou seja, o máximo de energia conservada é necessário que a) energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial elástica, representada na etapa IV. b) energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial gravitacional, representada na etapa IV. c) energia cinética, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial gravitacional, representada na etapa III. d) energia potencial gravitacional, representada na etapa II, seja totalmente convertida em energia potencial elástica, representada na etapa IV. e) energia potencial gravitacional, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial elástica, representada na etapa III. 02. (ENEM/2005) Observe a situação descrita na tirinha abaixo.
ASSUNTO: ENERGIA MECÂNICA
133
(Francisco Caruso & Luisa Daou, Tirinhas de Física, vol. 2, (CBPF, Rio de Janeiro, 2000.) Assim que o menino lança a flecha, há transformação de um tipo de energia em outra. A transformação, nesse caso, é de energia a) potencial elástica em energia gravitacional. b) gravitacional em energia potencial. c) potencial elástica em energia cinética. d) cinética em energia potencial elástica. e) gravitacional em energia cinética. 03. (ENEM/1998) Na figura abaixo está esquematizado um tipo de usina utilizada na geração de eletricidade. Analisando o esquema, é possível identificar que se trata de uma usina: (A) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a temperatura da turbina. (B) hidrelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética da água. (C) termoelétrica, porque no movimento das turbinas ocorre aquecimento. (D) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água. (E) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo das moléculas de água. 04. (ENEM/1998) No processo de obtenção de eletricidade, ocorrem várias transformações de energia. Considere duas delas: I. cinética em elétrica II. potencial gravitacional em cinética Analisando o esquema é possível identificar que elas se encontram, respectivamente, entre: (A) I- a água no nível h e a turbina, II- o gerador e a torre de distribuição. (B) I- a água no nível h e a turbina, II- a turbina e o gerador. (C) I- a turbina e o gerador, II- a turbina e o gerador. (D) I- a turbina e o gerador, II- a água no nível h e a turbina. (E) I- o gerador e a torre de distribuição, II- a água no nível h e a turbina. 05. (ENEM/2012) Os carrinhos de brinquedos podem ser de vários tipos. Dentre eles, há os movidos a corda, em que uma mola em seu interior é comprimida quando a criança puxa o carrinho para trás.
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Ao ser solto, o carrinho entra em movimento enquanto a mola volta à sua forma inicial. O processo de conversão de energia que ocorre no carrinho descrito também é verificado em a) um dínamo. b) um freio de automóvel. c) um motor a combustão. d) uma usina hidroelétrica. e) uma atiradeira (estilingue) 06. (ENEM/2007) Com o projeto de mochila ilustrado acima, pretende-se aproveitar, na geração de energia elétrica para acionar dispositivos eletrônicos portáteis, parte da energia desperdiçada no ato de caminhar. As transformações de energia envolvidas na produção de eletricidade enquanto uma pessoa caminha com essa mochila podem ser assim esquematizadas: As energias I e II, representadas no esquema acima, podem ser identificadas, respectivamente, como (A) cinética e elétrica. (B) térmica e cinética. (C) térmica e elétrica. (D) sonora e térmica. (E) radiante e elétrica. Gabarito: 1C – 2C – 3B – 4D – 5E – 6A.
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Anexo 03
01. (CEFET-PR) Dentre as citadas assinale a alternativa que contenha apenas as fontes de energia renováveis mais utilizadas no Brasil: a) Solar, hidrelétrica e eólica. b) Hidráulica, lenha e biomassa. c) Hidráulica, xisto e solar. d) Petróleo, solar e lenha. e) Álcool, eólica e solar. 02. (ENEM- 2002) – Em usinas hidrelétricas, a queda d’água move turbinas que acionam geradores. Em usinas eólicas, os geradores são acionados por hélices movidas pelo vento. Na conversão direta solar-elétrica são células fotovoltaicas que produzem tensão elétrica. Além de todos produzirem eletricidade, esses processos têm em comum o fato de: a) não provocarem impacto ambiental. b) independerem de condições climáticas. c) a energia gerada poder ser armazenada. d) utilizarem fontes de energia renováveis. e) dependerem das reservas de combustíveis fósseis. 3. (ENEM-2007) – Qual das seguintes fontes de produção de energia é a mais recomendável para a diminuição dos gases causadores do aquecimento global? a) Óleo diesel. b) Gasolina. c) Carvão mineral. d) Gás natural. e) Vento. 4. (ENEM- 2010) – Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um município localizado no interior de um pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial, a incidência solar é alta o ano todo. A estação em questão irá abastecer apenas o município apresentado. Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implantada nesse município de modo a causar o menor impacto ambiental? a) Termelétrica país é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração. b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia. c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população. d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local. e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída. 5. (ENEM- 2011) – Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2008, do Ministério das Minas e Energia, a matriz energética brasileira é composta por hidrelétrica (80%), termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas termelétricas, esse percentual é dividido conforme o combustível usado, sendo: gás natural (6,6%), biomassa (5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia nuclear (3,1%) e carvão mineral (1,6%). Com a geração de eletricidade da biomassa, pode se considerar que ocorre uma compensação do carbono liberado na queima do material vegetal pela absorção desse elemento no crescimento das plantas. Entretanto, estudos indicam que as emissões de metano (CH4) das hidrelétricas podem ser comparáveis às emissões de CO2 das termelétricas. MORET, A. S.; FERREIRA, I. A. As hidrelétricas do Rio Madeira e os impactos socioambientais da eletrificação no Brasil. Revista Ciência Hoje. V. 45, n.° 265, 2009 (adaptado). No Brasil, em termos do
ASSUNTO: GERAÇÃO DE ENERGIA E IMPACTOS AMBIENTAIS.
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impacto das fontes de energia no crescimento do efeito estufa, quanto à emissão de gases, as hidrelétricas seriam consideradas como uma fonte: a) limpa de energia, contribuindo para minimizar os efeitos deste fenômeno. b) eficaz de energia, tomando-se o percentual de oferta e os benefícios verificados. c) limpa de energia, não afetando ou alterando os níveis dos gases do efeito estufa. d) poluidora, colaborando com níveis altos de gases de efeito estufa em função de seu potencial de oferta. e) alternativa, tomando-se por referência a grande emissão de gases de efeito estufa das demais fontes geradoras. 6. (ENEM - modificada) O esquema mostra um diagrama de bloco de uma estação geradora de eletricidade abastecida por combustível fóssil. Podemos afirmar que a usina do esquema é a) uma hidroelétrica, pois, usa a energia cinética da água. b) de uma termoelétrica, pois usa a queima de combustíveis fósseis para produzir vapor d’água que irá gerar eletricidade. c) de uma usina nuclear, pois usa a fissão do urânio para produzir vapor d’água que irá gerar eletricidade. d) de uma usina geotérmica, pois usa o vapor d’água que vem da terra, que irá gerar eletricidade. E) de uma usina eólica, pois usa a fumaça que sai da chaminé para gerar eletricidade. 7. (ENEM-2012) Suponha que você seja um consultor e foi contratado para assessorar a implantação de uma matriz energética em um pequeno país com as seguintes características: região plana, chuvosa e com ventos constantes, dispondo de poucos recursos hídricos e sem reservatórios de combustíveis fósseis. De acordo com as características desse país, a matriz energética de menor impacto e risco ambientais é a baseada na energia A) dos bicombustíveis, pois tem menor impacto ambiental e maior disponibilidade. B) solar, pelo seu baixo custo e pelas características do país favoráveis à sua implantação. C) nuclear, por ter menor risco ambiental e ser adequada a locais com menor extensão territorial. D) hidráulica, devido ao relevo, à extensão territorial do país e aos recursos naturais disponíveis. E) eólica, pelas características do país e por não gerar gases do efeito estufa nem resíduos de operação
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8. (ENEM/2010) A fonte de energia representada na figura, considerada uma das mais limpas e sustentáveis do mundo, é extraída do calor gerado a) pela circulação do magma no subsolo. b) pelas erupções constantes dos vulcões. c) pelo sol que aquece as águas com radiação ultravioleta. d) pela queima do carvão e combustíveis fósseis. e) pelos detritos e cinzas vulcânicas. Gabarito: 1E-2D- 3E- 4D – 5D – 6B - 7E – 8A.
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Anexo 04
Vídeo1: FANTASMAS DA ENERGIA ELÉTRICA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=4BEkZ-8KBHA
Vídeo2: REVOLUTION ( PRODUÇÃO) Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=DV-V1XJF93E&hd=1 Vídeo 03: TRABALHO DE GEOGRAFIA VIDA SEM ENERGIA Disponível em, https://www.youtube.com/watch?v=1ScOCmBKj3c Vídeo 4: ENERGIA CINÉTICA “KERS” Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=SCIGa8_vknA Vídeo 5: DOMINÓ Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=eJB7L1-iWt4. Vídeo 6: MEGA RAMPA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=ReYNCcQGk20 Vídeo 7: MONTANHA RUSSA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=I3XAxoV4vK8&hd=1
Vídeo 8: BUNG- JUMP Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=zG22qQydPVQ&hd=1
Vídeo 9: SALTO COM VARA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=rQdAQY4ubpM
Vídeo 10: FUNCIONAMENTO DE UMA USINA HIDROELÉTRICA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=1QDosHWmRcM Vídeo 11: ENERGIA EÓLICA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=6Fc3V0-ZA7k&hd=1
Vídeo 12: ENERGIA GEOTÉRMICA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=9ZkbaU8fg0g
Vídeo 13: ENERGIA NUCLEAR Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=9bwdXpSNzZM&hd=1
Vídeo 14: ENERGIA TERMOELETRICA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=UJDAFL7w6Is Vídeo 15: ENERGIA DAS ONDAS Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=0PPsxigUpnc Vídeo 16: O AQUECEDOR SOLAR1 Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=fltv6ztI5KE
Vídeo 17: O AQUECEDOR SOLAR 2 Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=beyad1n9zu8
LINK DOS VÍDEOS USADOS NA INTERVENÇÃO.
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Vídeo 18: ENERGIA FOTOVOLTÁICA Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=S9pVJFu9ByI Vídeo 19: ENERGIA DO SOL, REFLETIDA POR ESPELHOS Disponível em, http://www.youtube.com/watch?v=mWPHXCXcwqo
Vídeo 20: CONSTRUINDO O FUTURO – A SOLUÇÃO É ENERGIA RENOVÁVEL Disponível em, https://www.youtube.com/watch?v=fdqqUDLCKE4
Vídeo 21: MOVIMENTO GOTA D' ÁGUA Disponível em, https://www.youtube.com/watch?v=OjkjHMPxbNs
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