questoes discursivas 46 2012

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do  Trabalho Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares QUESTÕES DISCURSIVAS 46º Exame de Ordem – 2ª Fase (2011.3) - Março/2012 - Banca FGV 1 - Carlos Machado foi admitido pela Construtora Y S.A. em 18/2/2005. Depois de desenvolver regularmente suas atividades por mais de um ano, Carlos requereu a concessão de férias, ao que foi atendido. Iniciado o período de descanso anual em 18/4/2006, o empregado não recebeu o seu pagamento, devido a um eqvoco administra tivo do empregador. Depois de algumas ligações para o departamento pessoal, Carlos conseguiu resolver o problema, recebendo o pagamento das férias no dia 10/5/2006. De volta ao trabalho em 19/5/2006, o empregado foi ao departamento pessoal da empresa requerer uma reparação pelo ocorrido. Contudo, além de não ter sido atendido, Carlos foi dispensado sem justa causa. Dias depois do despedimento, Carlos aj uizou ão trabalhista, pl ei teando o pa gamento dobrado das férias usufruídas, como também indenização por dano moral em face da dispensa arbitrária efetuada pelo empregador. Em defesa, a Construtora Y S.A. alegou que houve um mero atraso no pagamento das férias por erro administrativo, mas que o pagamento foi feito, inexistindo amparo legal para o pedido de novo pagamento em dobro. Outrossim, a empregadora afirmou que despediu Carlos sem justa causa, por meio do exercício regular do seu direito potestativo, não havendo falar em indenização por dano moral. Em face da si tuação concreta, responda aos itens a seguir, empr egando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Carlos faz jus ao pagamento dobrado das férias? Por quê? (Valor: 0,65) b) Carlos terá direito a receber indenização por dano moral? (Valor: 0,6) 2 - Tício ajuizou ação trabalhista em face da empresa Hora Certa Ltda., na qual pr etendia receber horas extras e reflexos. Na pr óp ria pe tição inicial havia impugnado os controles de ponto aduzindo que não havia variação de horário. Na audiência, a ré trouxe os documentos, juntando-os com a contestação e declarou que pr etendia pr oduzir pr ova testemunhal acerca do pedido do autor. O juiz, após examinar a documentação, indeferiu a prova testemunhal da ré. Na sentença, o juiz  julgou procedente o pedido do autor. Considerando as regras de distribuição do ônus da prova, o juiz agiu corretamente? Fundamente. (Valor: 1,25) 3 - Juventino, brasileiro, residente e domiciliado em João Pessoa, foi contratado pela empr esa Eng enho Eng enharia S.A., com sede em Salvador, par a trabalhar como mestre de obras. Após dois anos trabalhando em João Pessoa, foi transferido para trabalhar no Japão, onde ficou por três anos. Retornando ao Brasil, após laborar por um mês, foi di sp ensado imoti vadamente. Insatisfeito, aju izou ão tr abalhis ta requerendo que lhe fossem pagos todos os direitos previstos na legislação brasileira no período em que trabalhou fora do país, pois no Japão tinha apenas 7 dias de férias por ano, não tinha FGTS e a jornada de trabalho era de 9 horas. O juiz julgou o pedido improcedente fundamentando a decisão no princípio da lei do local da prestação de serviços; logo, aplicação da lei brasileira no Brasil, e a japonesa no Japão, mesmo porque Juventino trabalhou mais tempo fora do que dentro do Brasil. Essa decisão foi acertada? Por quê? Fundamente.(Valor: 1,25) 1

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

QUESTÕES DISCURSIVAS

46º Exame de Ordem – 2ª Fase (2011.3) - Março/2012 - Banca FGV

1 - Carlos Machado foi admitido pela Construtora Y S.A. em 18/2/2005. Depois dedesenvolver regularmente suas atividades por mais de um ano, Carlos requereu aconcessão de férias, ao que foi atendido. Iniciado o período de descanso anual em18/4/2006, o empregado não recebeu o seu pagamento, devido a um equívocoadministrativo do empregador. Depois de algumas ligações para o departamentopessoal, Carlos conseguiu resolver o problema, recebendo o pagamento das férias nodia 10/5/2006. De volta ao trabalho em 19/5/2006, o empregado foi ao departamentopessoal da empresa requerer uma reparação pelo ocorrido. Contudo, além de não tersido atendido, Carlos foi dispensado sem justa causa. Dias depois do despedimento,Carlos ajuizou ação trabalhista, pleiteando o pagamento dobrado das fériasusufruídas, como também indenização por dano moral em face da dispensa arbitráriaefetuada pelo empregador. Em defesa, a Construtora Y S.A. alegou que houve ummero atraso no pagamento das férias por erro administrativo, mas que o pagamentofoi feito, inexistindo amparo legal para o pedido de novo pagamento em dobro.Outrossim, a empregadora afirmou que despediu Carlos sem justa causa, por meio doexercício regular do seu direito potestativo, não havendo falar em indenização pordano moral.

Em face da situação concreta, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) Carlos faz jus ao pagamento dobrado das férias? Por quê? (Valor: 0,65)b) Carlos terá direito a receber indenização por dano moral? (Valor: 0,6)

2 - Tício ajuizou ação trabalhista em face da empresa Hora Certa Ltda., na qualpretendia receber horas extras e reflexos. Na própria petição inicial já haviaimpugnado os controles de ponto aduzindo que não havia variação de horário. Naaudiência, a ré trouxe os documentos, juntando-os com a contestação e declarou quepretendia produzir prova testemunhal acerca do pedido do autor. O juiz, apósexaminar a documentação, indeferiu a prova testemunhal da ré. Na sentença, o juiz

 julgou procedente o pedido do autor.Considerando as regras de distribuição do ônus da prova, o juiz agiu corretamente?Fundamente. (Valor: 1,25)

3 - Juventino, brasileiro, residente e domiciliado em João Pessoa, foi contratado pelaempresa Engenho Engenharia S.A., com sede em Salvador, para trabalhar comomestre de obras. Após dois anos trabalhando em João Pessoa, foi transferido paratrabalhar no Japão, onde ficou por três anos. Retornando ao Brasil, após laborar porum mês, foi dispensado imotivadamente. Insatisfeito, ajuizou ação trabalhistarequerendo que lhe fossem pagos todos os direitos previstos na legislação brasileirano período em que trabalhou fora do país, pois no Japão tinha apenas 7 dias de fériaspor ano, não tinha FGTS e a jornada de trabalho era de 9 horas. O juiz julgou o pedidoimprocedente fundamentando a decisão no princípio da lei do local da prestação deserviços; logo, aplicação da lei brasileira no Brasil, e a japonesa no Japão, mesmoporque Juventino trabalhou mais tempo fora do que dentro do Brasil. Essa decisão foiacertada? Por quê?Fundamente.(Valor: 1,25)

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares4 - João da Silva exercia o cargo de caixa executivo no Banco Estrela S.A., trabalhando8 (oito) horas diárias, com intervalo para repouso e alimentação de 1 (uma) hora, desegunda-feira a sexta-feira, e recebia gratificação de função de 1/3 (um terço) dosalário do seu posto efetivo. Posteriormente, foi designado para a função de confiançade gerente do departamento de pessoal, recebendo gratificação de 50% (cinquenta

por cento) do salário do cargo efetivo. Nesse período, a sua jornada era das 10h às21h, de segunda-feira a sexta-feira, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada.Diante dessa situação hipotética, e considerando que João da Silva, após 12 (doze)anos de exercício na função de gerente, foi revertido, sem justo motivo, para o seucargo efetivo, com a supressão de sua gratificação de função, responda, de formafundamentada, às seguintes indagações:

a) Na função de caixa executivo, João ocupava cargo de confiança bancário? Eleprestava horas extraordinárias no exercício dessa função? (Valor: 0,5)b) Na função de gerente do departamento de pessoal, João prestava horasextraordinárias? (Valor: 0,4)c) Foi válida a reversão de João para o seu cargo efetivo? A gratificação de funçãopoderia ter sido suprimida? (Valor: 0,35)

Gabarito Sugerido pela FGV

Questão 1a) Espera-se do candidato que, considerando a dúplice finalidade das férias (descansoanual para reposição de energias, com remuneração recebida antecipadamente parapropiciar-lhe o efetivo gozo do direito), identifique o direito à dobra do pagamento porter restado frustrada uma das referidas finalidades, eis que o pagamento foi efetuadosomente em 10/05/2006, em que pese o descanso ter sido iniciado em 18/04/2006.

Nos termos do art.145, da CLT, o pagamento das férias deveria ter sido efetuado até 2(dois) dias antes do início da fruição do direito, ou seja, até 16/04/2006. E, de acordocom a OJ 386 da SBDI-I do TST, em situações como esta, onde há o descumprimentodo art. 145 da CLT, deve-se usar analogicamente o art. 137 da CLT, a fim de sedeterminar o pagamento em dobro das férias.

b) Espera-se aferir do candidato a compreensão de que o exercício do direito dedespedir tem limites e que a ofensa a esses limites caracteriza abuso do poderempregatício. Ora, se o trabalhador, além de não ser atendido na tentativa dereclamar quanto ao atraso no pagamento das férias, ainda vem a ser despedido porsua atitude, fica caracterizada a despedida retaliativa, pela ofensa à dignidade dapessoa do trabalhador, a ensejar a incidência de indenização por dano moral, nos

termos dos art.1º, III e 170 da CRFB, 186 e 927 do Código Civil c/c 8º parágrafo únicoda CLT.

Distribuição dos Pontos

Item PontuaçãoItem ASim. Mesmo gozadas as férias na época própria, foi descumprido oprazo do art. 145 (0,40) incidindo a dobra do art. 137 da CLT (0,25).OUFundamentação nos termos da OJ 386 da SBDI-I do TST (0,65).

Obs: A mera resposta “sim” e a mera indicação do fundamento legalou jurisprudencial não pontuam; a indicação deve ser completa.

0 / 0,25 /0,40 / 0,65

Item BSim, pela abusividade da despedida (0,2), em retaliação a legítimo

0 / 0,2 / 0,4 /0,6

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresrequerimento (0,2). Indicação do art.1º, III, OU 170 da CRFB OU 927do Código Civil OU 186 do Código Civil (0,2). Obs: A mera resposta“sim” e a mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial nãopontuam; a indicação deve ser completa.

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresQuestão 2Não, a decisão foi incorreta. Considerando que os controles de ponto não tinhamvariação de horário, nos termos da Súmula 338, III, do TST presume-se verdadeira a

 jornada da inicial, porém, com a possibilidade da empresa elidir a presunção por provaem contrário, dada a inversão do ônus da prova.

Distribuição dos Pontos

Item PontuaçãoNão. Embora os controles fossem invariáveis, a veracidade do horárioalegado na inicial é apenas presumida e o empregador podia elidir apresunção mediante prova em contrário (0,90). Indicação da Súmula338, III, do TST (0,35).Obs: A mera resposta “não” e a mera indicação do fundamento legalou jurisprudencial não pontuam; a indicação deve ser precisa.

0 / 0,90 / 1,25

Questão 3Espera-se que o candidato identifique a incorreção da decisão em relação à leivigente.A decisão foi incorreta, pois o princípio da territorialidade invocado pelo juiz, previstona Súmula 207 do TST é regra geral, não se aplicando aos casos de transferência deempregados para trabalho no exterior. Em tais hipóteses, aplicável não a lei do lugarda prestação de serviços e sim a lei mais benéfica, no caso, a brasileira, nos termos doart. 3º, II, da Lei 7.064/82.

Distribuição dos Pontos

Item Pontuação

Não. Nas transferências para trabalho no exterior é aplicável a leimais benéfica; no caso, a brasileira (0,90). Indicação do art. 3º, II, daLei 7.064/82 (0,35).Obs: A mera resposta “não” e a mera indicação do fundamento legalou jurisprudencial não pontuam; a indicação deve ser precisa.

0 / 0,90 /1,25

Questão 4a) Espera-se que o examinando identifique que João da Silva não ocupava cargo deconfiança bancária, posto que não exercia função de direção, gerência, fiscalização,chefia ou equivalentes, muito menos outras funções de confiança previstas no artigo224, § 2º, da CLT, apesar de receber gratificação de função de 1/3 do salário do seuposto efetivo. Conforme o posicionamento contido na Súmula nº 102, item VI, do C.

 TST, o caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Seperceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, elaremunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horasextraordinárias além da sexta.Logo, João trabalhava 02 (duas) horas extras diárias (sétima e oitava horas), porquelhe seria aplicável a jornada de trabalho reduzida de 06 (seis) horas prevista no artigo224, caput, da CLT.

b) Espera-se que o examinando identifique que João da Silva, no exercício da funçãode gerente de departamento de pessoal prestava 02 (duas) horas extras diárias (nonae décima horas), pois exercia cargo de confiança bancário, nos termos do artigo 224, §

2º, da CLT. E, de acordo com o entendimento consubstanciado na Súmula nº 102, itemIV, do C. TST, o bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada detrabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava. Ogerente de departamento de pessoal, ainda que receba gratificação de função igual

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresou superior a 40% do salário efetivo não está incluído no regramento do art.62, II, daCLT.

c) Espera-se que o examinando identifique que a reversão de empregado ocupante defunção de confiança para o cargo efetivo resta autorizada pela norma do parágrafo

único do artigo 468 da CLT, estando assim contida no poder empregatício (jusvariando). Todavia, a gratificação de função não poderia ter sido suprimida. Segundo a jurisprudência uniformizada no item I da Súmula nº 372 do C. TST, percebida agratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem

 justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendoem vista o princípio da estabilidade financeira.

Distribuição dos Pontos

Item PontuaçãoItem ANão. O caixa executivo exerce trabalho burocrático OU não exercefunção enquadrada no art. 224, §2º, da CLT (0,1). Indicação daSúmula 102, VI, do TST (0,1).Obs: A mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial nãopontua, e deve ser precisa.

0 / 0,1 / 0,2

Sim. 2 horas extras diárias (7ª e 8ª), porque tinha jornada de 6 horas(0,2). Indicação do art. 224, caput, da CLT (0,1).Obs: A mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial nãopontua, e deve ser precisa.

0 / 0,2 / 0,3

Item BSim. Fazia como horas as que ultrapassavam a 8ª diária (0,2).

Incidência do artigo 224, §2º, da CLT OU indicação da Súmula 102, IV,do TST (0,2).Obs.: A mera resposta “sim” não é pontuada.

0 / 0,2 / 0,4

Item CSim, com base no jus variandi OU nos termos do artigo 468, parágrafoúnico, da CLT (0,1).Não, porque exerceu cargo de confiança por mais de 10 anos, comincorporação da gratificação de função (0,1). Indicação da Súmula372, I, do TST (0,15).Obs: A mera resposta “sim” ou “não” não é pontuada. A meraindicação do fundamento legal ou jurisprudencial não pontua, e deveser precisa.

0 / 0,1 / 0,2 /0,25 / 0,35

45º Exame de Ordem – 2ª Fase (2011.2) - Dez/12 - Banca FGV

1 - Em certo estabelecimento, em função de ordem do empregador, gerentes iniciamo dia de trabalho convocando, um a um, vários empregados até uma determinadasala. Cada empregado, ao sair da referida sala, relata aos demais trabalhadores amesma situação, isto é, os gerentes informam ao empregado que deve assinar váriosrecibos salariais em branco, e quem se recusar vai ser sumariamente dispensado, semque a empresa pague verbas rescisórias e sem que seja formalizada a dispensa porato do empregador.

Após cerca de quarenta empregados passarem por tal situação e os outros 200trabalhadores demonstrarem muito temor, pois seriam os próximos, o empregado Zé,que não exerce cargo no sindicato da categoria nem é sindicalizado, convoca oscolegas para que parem de trabalhar e se retirem do estabelecimento, de forma a

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresiniciar um protesto na rua, o que se realiza com sucesso, já que os gerentes cessam aprática acima descrita.

Com base no caso exposto, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

a) Tendo em vista a Constituição Federal e a legislação ordinária e também osprincípios do Direito do Trabalho, é possível qualificar tal movimento paredista dostrabalhadores como uma greve? (Valor: 0,65)b) Tendo em vista os princípios gerais de direito, é possível considerar legítimo o atodo empregado Zé e a adesão dos demais empregados? (Valor: 0,60)

2 - Reginaldo ingressou com ação contra seu ex-empregador, e, por não comparecer,o feito foi arquivado. Trinta dias após, ajuizou nova ação com os mesmos pedidos,mas dela desistiu porque não mais nutria confiança em seu advogado, o que foihomologado pelo magistrado. Contratou um novo profissional e, 60 dias depois,demandou novamente, mas, por não ter cumprido exigência determinada pelo juizpara emendar a petição inicial, o feito foi extinto sem resolução do mérito.

Com base no relatado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) Para propor uma nova ação, Reginaldo deverá aguardar algum período? Em casoafirmativo, qual seria? (Valor: 0,65)b) Quais são as hipóteses que ensejam a perempção no Processo do Trabalho? (Valor:0,60)

3 - José da Silva foi contratado pela empresa Boa Vista Ltda., que integra grupoeconômico com a empresa Boa Esperança Ltda., para exercer a função de vendedorempregado. Durante a mesma jornada de trabalho, ele vendia os produtoscomercializados pela Boa Vista Ltda. e pela Boa Esperança Ltda., com a supervisãodos gerentes de ambas as empresas. Diante dessa situação hipotética, e considerandoque a sua CTPS somente foi anotada pela empresa Boa Vista Ltda., responda, deforma fundamentada, às indagações abaixo à luz da jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho:

a) Qual é a natureza da responsabilidade solidária das empresas que integram grupoeconômico para efeitos da relação de emprego: é ativa e/ou passiva? (Valor: 0,60)b) É correto afirmar que José da Silva mantinha vínculos de emprego distintos com as

empresas Boa Vista Ltda. e Boa Esperança Ltda.? (Valor: 0,65)

4 - Inconformada com uma sentença desfavorável aos seus interesses, a empresa delarecorre. Contudo, entendeu o magistrado que o recurso era intempestivo, e a elenegou seguimento. Ciente disso, a reclamada interpôs recurso de agravo deinstrumento no 5º (quinto) dia e efetuou o depósito adicional previsto no artigo 899 daCLT no 8º (oitavo) dia do prazo recursal. Novamente o juiz negou seguimento aoagravo de instrumento, argumentando que ele estava deserto. Diante dessa situaçãohipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintes indagações:

a) Há alguma medida que possa ser tomada pela recorrente contra a última decisãodo juiz? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,50)b) O que significa deserção? No caso em exame, o agravo de instrumento estavadeserto? Justifique. (Valor: 0,75)

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

Gabarito Sugerido pela FGV

QUESTÃO 1

a) Opção A: Em que pese a suspensão coletiva para efeito de protesto sobre os ilegaise abusivos procedimentos adotados pelo empregador, o movimento de paralisaçãonão pode ser considerado como greve, cujo exercício está condicionado à decisão pelacategoria em assembleia geral destinada à definição das reivindicações e deliberaçãosobre a paralisação coletiva da prestação de serviços (art. 4º da Lei 7.783/89),necessitando-se, para evitar-se abusividade, notificação, com 48 horas deantecedência, da paralisação (art. 3º, parágrafo único), além da observância dosdemais requisitos previstos em lei (§§1º e 2º do art. 4º).

Opção B: Em que pese a inobservância dos requisitos formais previstos no art.4º, daLei nº 7.783/89, trata-se de greve, reivindicatória da cessação da abusividade patronaldescrita na questão, caracterizada pela suspensão coletiva, temporária e pacífica, daprestação pessoal de serviços e fundada no art. 9º da CRFB e no princípio dadignidade da pessoa humana (art. 170, da CRFB).

b) Sob o ângulo do direito de autodefesa ou resistência contra os abusos do poderdiretivo, o ato do empregado e de seus colegas é legítimo e tem fundamento nosprincípios da proteção e dignidade da pessoa humana, além dos princípios da boa-fé,razoabilidade e proporcionalidade.O candidato que se limitar a dizer sim ou não, sem justificar a resposta, ou se limitar aindicar base legal ou jurisprudencial não receberá qualquer pontuação.

Distribuição dos Pontos

Item Pontuaçãoa) Opção A: O movimento não pode ser caracterizado como greveporque sequer houve intervenção sindical e deliberação emassembleia para definição das reivindicações (0,35) previstos na Lei7783/89 (0,30).Opção B: Apesar da inobservância dos requisitos formais, trata-se degreve reivindicatória da cessação da abusividade patronal (0,35),fundada no art.9º em nome do princípio da dignidade da pessoahumana (0,30).Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou

 jurisprudencial.

0 / 0,35 / 0,65

b) O ato do empregado e dos seus colegas é legítimo diante daatitude abusiva do empregador (0,30) e tem fundamento no direitode resistência OU princípios da proteção OU dignidade da pessoahumana (0,30).

0 / 0,30 / 0,60

QUESTÃO 2A questão envolve a aplicação do instituto processual da perempção no Processo do

 Trabalho.Nos termos do art.732, da CLT, incorre na pena de perda do direito de reclamar na

 Justiça do Trabalho, pelo prazo de 6 meses, do reclamante que, por duas vezesseguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art.844, da CLT, ou seja, do que

não comparece à audiência inaugural da reclamação trabalhista. Espera-se medir acapacidade de o candidato analisar que na situação retratada não ocorreram doisarquivamentos. A primeira extinção decorreu de arquivamento por ausência doreclamante à audiência e o segundo, de homologação de desistência.

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresAssim, Reginaldo não deverá aguardar nenhum prazo caso queira mover novareclamação, pois não se configurou a perempção.Quanto à segunda indagação, espera-se que o candidato identifique os dois casos deperempção previstos na lei trabalhista: dois arquivamentos seguidos, em virtude deausência injustificada à audiência inaugural (art.732, CLT) e quando o trabalhador

efetuar reclamação verbal e não comparece à Secretaria da Vara em cinco dias parareduzi-la a termo (art.731, CLT).

Distribuição dos Pontos

Item Pontuaçãoa) Não, pois não ocorreram 2 arquivamentos, o que afasta a perdado prazo de 6 meses do direito de reclamar perante a JT OU porquenão ocorreram 2 arquivamentos decorrentes de ausência doreclamante à audiência (CLT, art. 732) OU porque só ocorreu 1arquivamento, tendo as outras extinções derivado de outros motivos(0,4), conforme art.732, CLT (0,25).Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou

 jurisprudencial.

0 / 0,4 / 0,65

b) Quando o reclamante dá causa a 2 arquivamentos por ausência àaudiência inaugural (0,25), nos termos do art.732, CLT (0,05) equando distribui reclamação verbal mas não comparece à Secretariada Vara, em 5 dias, sem justificativa, para reduzí-la a termo (0,25),conforme art.731 da CLT (0,05).Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou

 jurisprudencial

0 / 0,25 /0,30 / 0,5 /0,55 / 0,6

QUESTÃO 3

a) De acordo com a norma prevista no artigo 2º, § 2º, da CLT, sempre que uma oumais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupoindustrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitosda relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada umadas subordinadas.Desta forma, a solidariedade das empresas que integram grupo econômico é ativa epassiva (solidariedade dual): ambas podem exigir de José a prestação de serviços,porque integram um grupo econômico empregador (empregador único) e sãoresponsáveis solidárias pela satisfação dos créditos trabalhistas de José.

b) As empresa integrantes de grupo econômico consistem em “empregador único”.

Deste modo, a prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupoeconômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência demais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário, nos moldes dainterpretação jurisprudencial pacífica contida na Súmula nº 129 do TST.

Distribuição dos Pontos

Item Pontuaçãoa) Solidariedade ativa, por se tratar de empregador único (0,30) epassiva, porque ambas são garantidoras do créditos trabalhistas(0,30).

0 / 0,30 / 0,60

b) Não - Empregador único (0,4). Indicação da Súmula 129 do TST(0,25).Obs: Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou

0 / 0,4 / 0,65

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares jurisprudencial.

QUESTÃO 4a) Sim. Cabem embargos de declaração (art.897-A, parte final, CLT) e, se mantida adecisão, mandado de segurança ou o manejo de reclamação correicional. Isso porque

cabem embargos para sanar manifesto equívoco na apreciação dos pressupostosextrínsecos de admissibilidade de recurso. Se não providos, considerando que oagravo de instrumento objetiva destrancar um recurso anterior cujo seguimento foinegado, não seria legítimo impedir o seu prosseguimento (ofensa a direito líquido ecerto que cassado por mandado de segurança) ou, por se tratar de ato tumultuário dobom andamento processual, a correicional para corrigi-lo.

b) Deserção significa a ausência de preparo. Sim, o agravo de instrumento estavadeserto, porque o preparo deveria ser feito no ato de interposição do recuso, nosexatos termos do artigo 899, § 7º, da CLT, quando dispõe que: “No ato de interposiçãodo agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta porcento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar”. Assim, deforma diversa daquilo que sucede com os recursos de maneira geral, exige-se opreparo adicional de 50% (cinquenta por cento) no ato da interposição do agravo deinstrumento – e não no prazo alusivo ao recurso.

Distribuição dos Pontos

Item Pontuaçãoa) Sim. Cabimento de embargos de declaração OU mandado desegurança OU reclamação correicional (0,30). Indicação do art. 897-A, CLT OU da Lei 12.016/09 OU do art. 709, II, CLT ou regimentointerno de cada tribunal, compatível com a 1ª parte da resposta

(0,20).Obs: Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou jurisprudencial.

0 / 0,30 / 0,50

b) Deserção significa ausência de preparo (0,30). O agravo estádeserto porque o preparo deveria ser feito no ato de interposição dorecurso (0,30). Indicação do artigo 899, §7º, da CLT (0,15).Obs: Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou

 jurisprudencial..

0 / 0,30 /0,45 / 0,60 /0,75

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

44º Exame de Ordem – 2ª Fase (2011.1) – Agosto/2011 - Banca FGV

1 - Em 15/04/2008, João Carlos de Almeida foi contratado pela Engelétrica S.A. paratrabalhar na construção das barragens da Hidrelétrica de Belo Monte. Entretanto, em

virtude da grande distância entre o local de trabalho e a cidade mais próxima, oempregador lhe forneceu habitação durante toda a vigência do contrato. Dispensadosem justa causa em 13/08/2010, João Carlos ajuizou ação trabalhista visando àinclusão da ajuda-habitação na sua remuneração e o pagamento dos reflexos daí decorrentes, uma vez que a moradia constituiu salário in natura, compondo acontraprestação ajustada pelas partes.

Com base na situação concreta, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) Qual é o critério apto a definir a natureza jurídica da prestação entregue aoempregado pelo empregador? (Valor: 0,5)b) Nesta hipótese em especial, a habitação fornecida pela Engelétrica S.A. deve ounão integrar a remuneração de João Carlos de Almeida? Por quê? (Valor: 0,75)

2 - João da Silva ajuizou reclamação trabalhista em face da Cooperativa MultifuncionalLtda. e do Posto de Gasolina Boa Viagem Ltda. Na petição inicial, afirmou que foiobrigado a se filiar à cooperativa para prestar serviços como frentista no segundoreclamado, de forma pessoal e subordinada. Alegou, ainda, que jamais compareceu àsede da primeira ré, nem foi convocado para qualquer assembleia. Por fim, aduziu quefoi dispensado sem justa causa, quando do término do contrato de prestação deserviços celebrado entre os reclamados. Postulou a declaração do vínculo de empregocom a sociedade cooperativa e a sua condenação no pagamento de verbas

decorrentes da execução e da ruptura do pacto laboral, além do reconhecimento daresponsabilidade subsidiária do segundo réu, na condição de tomador dos serviçosprestados, nos termos da Súmula 331, item IV, do TST. Na contestação, a primeira résuscitou preliminar de impossibilidade jurídica do pedido, uma vez que o artigo 442,parágrafo único, da CLT prevê a inexistência do vínculo de emprego entre acooperativa e seus associados. No mérito, sustentou a validade da relaçãocooperativista entre as partes, refutando a configuração dos requisitos inerentes àrelação empregatícia. O segundo reclamado, na peça de defesa, afirmou que oreclamante lhe prestou serviços na condição de cooperado e que não pode sercondenado no pagamento de verbas trabalhistas se não foi empregador. Na instruçãoprocessual, restou demonstrada pela prova testemunhal produzida nos autos aintermediação ilícita de mão de obra, funcionando a cooperativa como mera

fornecedora de trabalhadores ao posto de gasolina.

Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) É cabível a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido? (Valor: 0,45)b) Cabe o pedido de declaração de vínculo de emprego com a primeira ré e o decondenação subsidiária do segundo reclamado? (Valor: 0,8)

3 - José de Souza ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa VigilânciaLtda., postulando o pagamento dos valores correspondentes aos intervalosintrajornada não gozados, acrescidos de 50% (cinquenta por cento), com fundamentono artigo 71,§4º, da CLT, bem como das diferenças decorrentes da integração dessasquantias nas verbas contratuais e resilitórias. Na peça de defesa, a reclamada alegouque a supressão dos intervalos para repouso e alimentação foi autorizada em acordo

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvarescoletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional doreclamante, colacionando cópia do referido instrumento normativo cuja vigênciaalcançava todo o período contratual do autor. Aduziu, ainda, que a parcela prevista noartigo 71, §4º, da CLT possui natureza indenizatória, sendo descabidas asrepercussões postuladas na inicial.

Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalosintrajornada não gozados pelo reclamante? (Valor: 0,65)b) A parcela prevista no artigo 71, §4º, da CLT deve integrar ou não a base de cálculodas verbas contratuais e resilitórias do empregado que não tenha gozado dosintervalos intrajornada? (Valor: 0,6)

4 - Um Estado da Federação realizou concurso público para notário. Nelson, aprovadoem segundo lugar no certame, recebeu a delegação de um cartório extrajudicial. Láchegando, verificou que a parte administrativa estava extremamente desorganizada,o que explicava as sucessivas reclamações contra aquela serventia na Corregedoria.Em razão disso, Nelson explicou ao tabelião anterior que não tinha interesse emaproveitar as pessoas que lá atuavam, pois lá iria alocar empregados da suaconfiança.Informado disso, o tabelião anterior dispensou todos os empregados. Alguns diasdepois, no mesmo local e com novos empregados, Nelson iniciou seus serviços comonotário. Um dos ex-empregados dispensados pelo tabelião anterior ajuizoureclamação trabalhista contra Nelson, postulando diversos direitos lesados ao longodo contrato, trazendo como argumento jurídico a ocorrência de sucessão.

Com base no caso acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) Quais são os requisitos para a ocorrência de sucessão na esfera trabalhista? (Valor:0,65)b) No caso em tela, Nelson é sucessor? (Valor: 0,6)

Gabarito Sugerido pela FGV

Questão 1a) Mencionar expressamente o art. 458, caput, da CLT, bem como o seu §2º, inciso I,que exclui determinadas prestações do âmbito salarial, como critérios normativos

adequados à resolução do problema. Referir‐se à distinção entre o caráter retributivoou contraprestativo da prestação ("pelo" trabalho) e a natureza indenizatória ouinstrumental da prestação ("para" o trabalho), a fim de atribuir natureza salarialapenas ao primeiro grupo.

b) Observar que, neste caso concreto, a grande distância entre o local de trabalho e acidade mais próxima tornou imprescindível o fornecimento da habitação, sob pena deinviabilizar a realização do trabalho. Afirmar que a habitação fornecida a João Carlospela Engelétrica não possui natureza salarial, uma vez que possui naturezainstrumental ("para" o trabalho), isto é, visa à melhor efetivação do serviçocontratado, fazendo referência à Súmula nº 367, I do TST.

Item PontuaçãoEstabelecer a distinção entre os critérios retributivo (“pelo” trabalho)ou indenizatório/instrumental (“para” o trabalho) (0,25). Art. 458,

0 / 0,25 / 0,5

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares§2º, I, CLT (0,25)Não deve integrar (0,15). Porque não tem natureza salarial OU éimprescindível o fornecimento de habitação (0,3). Súmula 367, I, do

 TST (0,3).

0 / 0,15 / 0,3 /0,45 / 0,6 /0,75

Questão 2a) O examinando deve responder que não é cabível a preliminar de impossibilidade

 jurídica do pedido. A vedação contida no artigo 442, parágrafo único, da CLT não seaplica diante da utilização fraudulenta de sociedade cooperativa como intermediadorade mão de obra em favor do posto de gasolina (tomador dos serviços), sendo esteúltimo o real empregador. Incidência do artigo 9º da CLT.

b) O examinando deve responder que não cabe o pedido de vínculo de emprego coma cooperativa (primeira reclamada), porque o posto de gasolina (segundo reclamado)é o real empregador, em razão da intermediação ilícita praticada pelos demandados.

 Também não cabe o pedido de reconhecimento da responsabilidade subsidiária doposto de gasolina, já que a sua responsabilidade é direta, na condição de verdadeiroempregador. Incidência da Súmula nº 331, item I, do TST ou dos artigos 2º, 3º ou 9ºda CLT.

Item PontuaçãoNão cabe a preliminar de impossibilidade, em razão do vínculo deemprego com o tomador, que utilizou a Cooperativa de formafraudulenta (afastamento do artigo 442, parágrafo único, da CLT ouofensa ao art. 9º, da CLT) (0,45).

0 / 0,45

Não cabe o pedido de vínculo com a Cooperativa, porque: o mantevecom o Posto OU em razão da intermediação ilícita, que gera ovínculo direto com o tomador (0,3). Não cabe responsabilidade

subsidiária do Posto ‐ a sua responsabilidade é direta como realempregador e o reclamante não fez pedido de vínculo contra ele(0,3). Indicação da Súmula nº 331, I, do TST ou dos arts. 2º, 3º ou 9ºda CLT (0,2).

0 / 0,2/ 0,3 /0,5 / 0,6 /0,8

Questão 3a) O examinando deve responder que procede o pedido de pagamento dos valorescorrespondentes aos intervalos intrajornada não gozados pelo reclamante, haja vista anulidade da cláusula coletiva. Isso porque a norma instituidora dos intervalos pararepouso e alimentação possui natureza cogente ou de ordem pública, por versar sobremedida de saúde e de segurança do trabalho, não podendo ser objeto de negociaçãocoletiva a sua redução ou supressão. Nesse sentido, o posicionamento contido na OJnº 342, item I, da SDI‐1 do TST.

b) O examinando deve responder que a parcela prevista no artigo 71, §4º, da CLTdeve integrar a base de cálculo das verbas contratuais e resilitórias, em razão de suanatureza salarial, nos exatos termos do entendimento uniformizado na OJ nº 354 daSDI‐1 do TST.

Item Pontuaçãoa) Procede ‐ Nulidade da cláusula coletiva (0,35). Indicação da OJ nº342, I, da SDI‐1 do TST (0,3)

0 / 0,3 / 0,35 /0,65

b) Integração ‐ Natureza salarial da parcela (0,3). Indicação da OJ nº

354 da SDI‐1 do TST (0,3).

0 / 0,3 / 0,6

Questão 4

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresEspera‐se medir a capacidade de o examinando informar que a sucessão exige atransferência de uma unidade econômico‐jurídica e manutenção de exploração damesma atividade econômica e/ou a continuidade da prestação de serviço pelosempregados; que o TST vem entendendo que no caso de delegação de serviço, aexemplo dos cartórios extrajudiciais, não ocorre sucessão, mormente quando não

houve prestação de serviços para o novo notário. Nesta hipótese, tem‐se que aDelegação foi retomada pelo Estado e entregue a uma nova pessoa, aprovada emconcurso público.

Item Pontuaçãoa) Transferência de uma unidade econômico‐jurídica (0,25) econtinuidade do negócio E/OU continuidade da prestação de serviços(0,2). Indicação dos arts. 10 OU 448 da CLT (0,2).

0 / 0,2 / 0,25 /0,4 / 0,45/ 0,65

b) Não, pois ele não aproveitou nenhum dos empregados (0,4) etratava‐se de delegação recebida do Estado (0,2)

0 / 0,2 / 0,4 /0,6

43º Exame de Ordem – 2ª Fase (2010.3) – Fev/2011 - Banca FGV

1 - Cara Pintada Ltda., empresa de distribuição e venda do ramo de cosméticos, sofreureclamação trabalhista por parte do ex-empregado Jorge Taicon Grilo, que postuladiferenças salariais com base em desvio de função, pagamento de horas extras erepercussão das referidas verbas nas parcelas contratuais e resilitórias. A ação foimovida também em face da empresa Cara Pintada S.A., indústria de cosméticos,componente, segundo alegação, do mesmo grupo econômico.Com base nas provas produzidas nos autos, em 01/08/2010 a sentença de 1º grau deuprocedência aos pedidos, vindo a ser confirmada pelo TRT, já que foi negado

provimento ao recurso interposto pela primeira empresa. O recurso do empregado foi,no entanto, provido, para condenação da segunda empresa como responsávelsolidária, porque foi considerada componente do grupo econômico da empresa decosméticos.Da decisão, não houve recurso.A sentença de conhecimento foi liquidada, chegando-se ao valor de R$ 58.000,00.Dessa decisão também não houve recurso.Iniciou-se então a execução, quando sobreveio a falência da empresa Cara PintadaLtda., noticiada nos autos.Em razão da falência, o administrador da massa requer a extinção da execução na

 Justiça do Trabalho, sob o fundamento de que o juízo universal da Vara Empresarial da Justiça Comum se tornou o competente para apreciação de todas as questões

relacionadas à falência, e todos os créditos passaram ao juízo universal.Em resposta, sustenta o advogado do reclamante que a execução contra a massadeve prosseguir na Justiça do Trabalho quanto ao depósito recursal e contra aempresa responsável solidária em relação ao excedente, requerendo a liberaçãoimediata do referido depósito recursal de R$ 5.889,50 como parte do pagamento.

Diante da situação narrada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) A execução quanto à massa falida deve prosseguir na Justiça do Trabalho emrelação ao valor do depósito recursal? (Valor: 0,4)b) O pedido de liberação do valor depositado a título de depósito recursal deve ser

atendido ou deve ser carreado à massa, para distribuição posterior entre os credoresda massa? (Valor: 0,2)c) Pode a execução voltar-se, na própria Justiça do Trabalho, quanto ao excedente dodepósito recursal, contra a empresa responsável solidária? (Valor: 0,4)

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

2 - Marcos José, administrador, foi contratado pela empresa Mão de Obra em5/3/2001. Em 12/12/2003, foi dispensado por justa causa, sob a alegação de terpraticado ato de improbidade. Naquela ocasião, Marcos foi acusado pelo seu

empregador de ter furtado um notebook da empresa, pois o levou para casa no dia10/03/2003 e, apesar de sucessivos pedidos de devolução, até aquele momento não ohavia feito. Ocorre que, além de dispensar o empregado por justa causa, no mesmodia o empregador foi à delegacia e efetuou um boletim de ocorrência. Três mesesdepois, em 12/03/2004, foi aberto inquérito policial, cujo resultado foi encaminhado aoMinistério Público estadual. Em 15/05/2004, o promotor de justiça apresentoudenúncia em face de Marcos, requerendo a sua condenação. O processo criminal sedesenvolveu ao longo de quase cinco anos, tendo sido proferida a sentença judicialdefinitiva em 12/04/2009, absolvendo Marcos José da acusação por falta de provas.Em vista dessa decisão, Marcos resolveu ajuizar ação trabalhista em face do seuantigo empregador, o que foi feito em 14/02/2010. Na petição inicial, Marcos requereua reversão da sua dispensa para sem justa causa, bem como o pagamento de avisoprévio, férias proporcionais e indenização de 40% sobre o FGTS.

Com base na situação concreta, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) As pretensões formuladas por Marcos estão prescritas? (Valor: 0,5)b) O resultado do processo criminal vinculará juridicamente o resultado do processodo trabalho? (Valor: 0,5)

3 - Determinada loja de um shopping center concede mensalmente a todos os seusempregados um vale compras no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por força de

norma regulamentar, para que eles possam utilizá-lo em qualquer estabelecimento doshopping. Além disso, fornece ajuda-alimentação, sendo participante de Programa deAlimentação do Trabalhador – PAT, aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Osindicato representante da categoria profissional de seus empregados vemreivindicando que os valores de ambos os benefícios sejam considerados no cálculodas verbas contratuais dos trabalhadores.

Com base na situação hipotética, na condição de advogado consultado pela empresa,responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e afundamentação legal pertinente ao caso.a) Os valores correspondentes ao vale-compras devem integrar a base de cálculo dasverbas contratuais dos empregados? Quais seriam os efeitos inerentes à revogação da

norma regulamentar instituidora dessa vantagem nos contratos de trabalho vigentes efuturos? (Valor: 0,7)b) Os valores correspondentes à ajuda-alimentação integram os salários dosempregados? (Valor: 0,3)

4 - O Banco Ômega S.A. ajuizou ação de interdito proibitório em face do Sindicato dosBancários de determinado Município, nos termos do artigo 932 do CPC, postulando aexpedição de mandado proibitório, para obrigar o réu a suspender ou a não maispraticar, durante a realização de movimento paredista, atos destinados a molestar aposse mansa e pacífica do autor sobre os imóveis de sua propriedade, com a retiradade pessoas, veículos, cavaletes, correntes, cadeados, faixas e objetos que impeçam aentrada de qualquer empregado ao local de trabalho, abstendo-se, também, derealizar piquetes com utilização de aparelhos de som, sob pena de aplicação de multadiária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por agência. Em contestação, o

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaressindicato-réu sustentou que a realização de piquetes decorre do legítimo exercício dodireito de greve assegurado pelo artigo 9º da Constituição da República e que ofechamento das agências bancárias visa a garantir a adesão de todos os empregadosao movimento grevista.

Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) Qual será a Justiça competente para julgar essa ação de interdito proibitório?(Valor: 0,2)b) Durante a greve, é lícita a realização de piquetes pelo Sindicato com utilização decarros de som? (Valor: 0,4)c) Procede a pretensão veiculada na ação no sentido de que o réu se abstenha deimpedir o acesso dos empregados às agências bancárias? (Valor: 0,4)

5 - Determinada empresa, visando a estimular o comparecimento pontual de seusempregados, estipulou em norma interna que o empregado que chegasse até 10minutos antes do horário ganharia R$ 3,00 no dia, e o que chegasse até 15 minutosatrasado teria de pagar R$ 1,00 no dia. Tanto a adição quanto o desconto seriamfeitos no contracheque mensal e não excluiriam a adição de hora extra pela chegadaantecipada nem o desconto pelos atrasos, como já era feito.

Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.a) É válida a norma interna em questão, em ambos os aspectos? (Valor: 0,5)b) De que poder o empregador se valeu para criá-la? (Valor: 0,5)

Gabarito comentado pela FGVQUESTÃO 1A questão envolve os efeitos da falência e da solidariedade na ação trabalhista, sendoinúmeras as causas trabalhistas envolvendo as duas situações, o que desafia oconhecimento do futuro advogado. Em processos contra a massa falida, cabe à Justiçado Trabalho apenas a definição do quantum debeatur, com expedição final de certidãodo valor apurado em liquidação, para habilitação no rol de credores da massa falida,no Juízo Universal (art. 6º, §2º, da Lei 11.101/05).Ocorre que há, nos autos, depósito recursal feito anteriormente à decretação dafalência.Como a primeira indagação diz respeito, especificamente, ao prosseguimento da

execução apenas quanto ao referido depósito recursal, em face do silêncio da leiquanto à resolução direta da situação-problema, admitem-se as duas únicas possíveisrespostas, desde que devidamente fundamentadas, a saber:

OPÇÃO 1: A execução deve prosseguir na Justiça do Trabalho apenas quanto aodepósito recursal mediante a liberação ao reclamante, vencedor na ação, já que feitoanteriormente à decretação na falência (art. 899, §§1º, 4º e 5º, da CLT).OPÇÃO 2: A execução deve prosseguir no Juízo Falimentar, nos termos do art.6º, § 2º,da Lei 11.101/95. Relativamente à segunda indagação, a questão envolve a naturezado depósito recursal, como garantia da futura execução. Aqui também, em face dosilêncio da lei quanto à resolução direta da situação-problema, admitem-se as duasúnicas respostas possíveis, desde que devidamente fundamentadas, a saber:

OPÇÃO 1: O pedido de liberação do depósito, que nos termos da lei pode serlevantado pelo vencedor do recurso, deve ser atendido, porque feito anteriormente à

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresdecretação da falência, em conta vinculada do FGTS do empregado e com destinaçãode garantia da execução (art.899, §§1º, 4º e 5º, da CLT).OPÇÃO 2: O pedido de liberação do depósito não deve ser atendido, devendo sercarreado à massa, para distribuição entre os credores, observada a ordem legal depreferência (art. 6º, § 2º, da Lei 11.101/95).

Finalmente, quanto à terceira indagação, espera-se que o examinando responda que aexecução pode voltar-se, quanto ao excedente, contra a empresa responsávelsolidária, porque, em se tratando de solidariedade, o devedor pode dirigir-se contraqualquer devedor, indistintamente, nos termos do art. 2º, §2º, da CLT c/c 275 doCódigo Civil e 8º, parágrafo único, da CLT.Como a outra empresa componente do grupo econômico, que figurou no polo passivoda relação processual na fase de conhecimento não é falida, responde pelos débitospor meio de execução na própria Justiça do Trabalho.A possibilidade conferida ao examinando de apresentar mais de uma resposta válida,desde que devidamente fundamentada, visa à aferição da sua capacidade deargumentação e de desenvolvimento de raciocínio lógico-jurídico adequado, os quaisconsistem em atributos indispensáveis ao advogado no exercicio de suas atribuições,quando da defesa dos interesses de seu cliente.Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item Pontuaçãoa) OPÇÃO 1: Sim, porque feito antes da decretação da falência (0,4).OPÇÃO 2: Não, deve prosseguir no juízo falimentar OU não, com base

na Lei 11.101/05

0 / 0,4

b) OPÇÃO 1: Sim, o depósito recursal deve ser liberado porqueanterior à falência OU porque constitui garantia da execução.OPÇÃO 2: Não, o depósito recursal não pode ser liberado; deve sercarreado à massa em virtude da suspensão das execuções contra o

falido OU porque a competência é do Juízo de Falência

0 / 0,2

c) Sim, porque, na solidariedade, pode-se escolher qualquer devedorOU sim, por se tratar de solidariedade de grupo econômico OU sim,com base no art. 2º, §2º, da CLT OU sim, com base no art. 275 do CC.

0 / 0,4

QUESTÃO 2A questão visa, basicamente, a analisar o conhecimento do examinando a respeito doinstituto da prescrição trabalhista. Entretanto, a fim de aprofundar o caráter plural edemocrático do exame, não se objetivou restringir a resposta correta a uma únicaopção, mormente diante do caráter argumentativo do direito. Nesse passo, foi abertaa possibilidade de o examinando se posicionar a favor ou contrariamente à ocorrênciada prescrição no caso concreto. De modo que o seu nível de pontuação dependeu tãosomente da sua capacidade de justificar/fundamentar sua opção.Dito isso, para que o examinando pontuasse integralmente a questão "a", ele deveria:1 - Mencionar os prazos prescricionais trabalhistas, previstos no art. 7º, XXIX, daCRFB/88 ou art. 11, I, da CLT, e observar que entre a data da dispensa e a doajuizamento da ação passaram-se mais de seis anos; e, em seguida, acrescentar queo ajuizamento da demanda criminal não era causa de interrupção ou suspensão dodecurso do prazo prescricional. OU2 - No caso da opção contrária, afirmar que a controvérsia envolvendo a dispensa por

 justa causa foi submetida ao juízo criminal. E que, nesse sentido, haveria a suspensãodo prazo prescricional trabalhista; e, em seguida, acrescentar que o ajuizamento da

demanda criminal era causa de suspensão do decurso do prazo prescricional, porforça do art. 200 do CC, segundo o qual quando a ação se originar de fato que devaser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentençadefinitiva.

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares Já para a pontuação integral da questão "b", o examinando deveria:1 - Genericamente, afirmar que não há vinculação jurídica entre o processo dotrabalho e o processo criminal, uma vez que se trata de jurisdições independentes.Ademais, como o intuito era o de avaliar a ideia e não a literalidade da resposta,aceitou-se a colocação de noções semelhantes, tais como "competências distintas",

"liberdade de convicção do juiz" ou "instituições independentes". OU2 - Especificamente, em virtude das informações obtidas no caso concreto, afirmarque não há vinculação jurídica entre o processo do trabalho e o processo criminal,uma vez que, diante de uma sentença absolutória por falta de provas, o juiz dotrabalho não está vinculado juridicamente a esse resultado, podendo analisarlivremente a prova dos autos e, se convencido for, confirmar ou invalidar a justa causareferida.Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item Pontuaçãoa) OPÇÃO 1: Não há prescrição porque o fato devia ser apurado pelo

 Juízo Criminal (I) aplicando-se o art. 200 do CC (II).OPÇÃO 2: Estão prescritas as pretensões deduzidas mais de dois anosapós o rompimento do contrato OU conforme o art. 7º, XXIX, da CRFB(OU art. 11 da CLT) (I). A ação criminal não é empecilho para oexercício de reclamação trabalhista (II). 0,4 = item I / 0,5 = com oitem II

0 / 0,4/ 0,5

b) Não, porque o processo do trabalho é independente do processopenal OU porque as jurisdições são autônomas OU porque ascompetências são distintas. OU: Não, porque a sentença proferidapelo Juízo Criminal foi absolutória por falta de provas

0 / 0,5

QUESTÃO 3

ITEM A – 1ª PARTE:A ordem jurídica trabalhista autoriza o pagamento de parte do salário em bens ouserviços (utilidades), instituindo o chamado “salário-utilidade” ou “salário in natura”.De acordo com o artigo 458, caput, da CLT: “Além do pagamento em dinheiro,compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação,vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou docostume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido opagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas”.Contudo, nem todos os bens e serviços fornecidos pelo empregador ao empregado nodecorrer do contrato de trabalho possuem natureza salarial (salário-utilidade), sendonecessária a presença de alguns requisitos essenciais.O primeiro desses requisitos é a habitualidade do fornecimento, que corresponde à

ideia de repetição uniforme em certo período de tempo. O fornecimento esporádico dedeterminada utilidade não configura salário in natura. Este fornecimento habitual debens e serviços pode restar expressamente pactuado entre as partes (“por força docontrato”) ou decorrer de prática usual do empregador (“do costume”).O segundo requisito é o caráter contra prestativo do fornecimento, que corresponde àideia de retribuição pelo trabalho executado. A utilidade deve ser fornecida pelotrabalho, e não para o trabalho, quando neste último caso se vincula à própriaviabilização ou aperfeiçoamento do serviço. O terceiro requisito é a onerosidadeunilateral da oferta da utilidade, que corresponde à ideia de que o fornecimento destanão pode contar com a participação econômica do empregado.Somente terá caráter salarial a utilidade ofertada sob exclusivo ônus econômico do

empregador.Na primeira parte do item A da questão em foco, o examinando deve responderafirmativamente, esclarecendo que o vale-compras fornecido habitualmente peloempregador, com intuito contra prestativo, configura salário in natura, nos termos do

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresartigo 458, caput, da CLT. Logo, por possuir natureza salarial, os respectivos valoresdevem integrar a base de cálculo das verbas contratuais dos empregados.

ITEM A – 2ª PARTE:O princípio da condição mais benéfica assegura a prevalência das condições mais

vantajosas ao empregado ajustadas no contrato de trabalho, inclusive as que tenhamprevisão em regulamento de empresa. Isso porque as normas regulamentarespossuem natureza de cláusula obrigacional, aderindo aos respectivos pactos laborais.Assim, devem prevalecer as condições mais benéficas ao empregado, ainda quesobrevenha norma jurídica imperativa que prescreva menor nível de proteção, desdeque com esta não sejam incompatíveis.Desse princípio decorre a impossibilidade de alteração contratual prejudicial aoempregado, ainda que bilateral. É o que preceitua a norma do artigo 468, caput, daCLT: “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivascondições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, diretaou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusulainfringente desta garantia.”Logo, na segunda parte do item A da questão em análise, o examinando deveresponder que a supressão da concessão da utilidade somente deve alcançar osempregados admitidos após a revogação da norma regulamentar, sob pena deconfigurar alteração contratual lesiva aos trabalhadores beneficiados, em ofensa aoartigo 468 da CLT.Nesse sentido, o entendimento contido na Súmula nº 51, item I, do TST: “As cláusulasregulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, sóatingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.”

ITEM BO artigo 458, caput, da CLT estabelece que, além do pagamento em dinheiro,

compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação,vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou docostume, fornecer habitualmente ao empregado.Com base na inteligência deste artigo, a posição contida na Súmula nº 241 do TST: “Ovale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais”.

 Todavia, o artigo 3º da Lei 6.321/76 dispõe que não se inclui no salário de contribuiçãoa parcela paga in natura, pela empresa, nos programas de alimentação aprovadospelo Ministério do Trabalho e Emprego (PAT).Diante desse preceito legal, restoupacificado entendimento no sentido de que a ajuda alimentação fornecida porempresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito

legal (OJ nº 133 da SDI-1 do C. TST).Desse modo, no item B da questão em foco, o examinando deve respondernegativamente, já que a ajuda-alimentação fornecida por empresa participante doPrograma de Alimentação do Trabalhador - PAT, instituído pela Lei 6.321/76, não temcaráter salarial, em conformidade com o entendimento contido na OJ nº 133 da SDI-1do TST.Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item PontuaçãoI. Sim - Natureza de Salário in natura. Indicação do art. 458, caput,CLT.

0 / 0,3

II. Alcance limitado aos empregados admitidos após a revogação.Indicação do art. 468 da CLT OU da Súmula 51, I, do TST. 0 / 0,4Não – Natureza não salarial da parcela fornecida pelo PAT.Indicação da Lei 6.321/76 OU Decreto 5/91 OU OJ 133 da SDI-1/TST.

0 / 0,3

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares(0,3 só com base legal OU indicação da OJ)

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

QUESTÃO 4ITEM A:De acordo com o artigo 114, inciso II, da Constituição da República, com redação dadapela Emenda Constitucional nº 45/2004, compete à Justiça do Trabalho processar e

 julgar as ações que envolvam exercício do direito de greve.Por sua vez, a Súmula Vinculante nº 23 do STF dispõe que a Justiça do Trabalho écompetente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência doexercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.No caso de que trata a questão, o interdito proibitório, que consiste em modalidade deação possessória, foi ajuizado em razão do movimento grevista deflagrado porcategoria profissional do setor privado.Dessa forma, o examinando deve responder que a competência para julgamento é da

 Justiça do Trabalho, com fundamento no artigo 114, inciso II, da CRFB/88, ou naSúmula Vinculante nº 23 do STF.

ITEM B:Conforme a norma prevista no artigo 6º, I, da Lei 7.783/89, são assegurados aosgrevistas, entre outros direitos, o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadirou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve.A realização de piquetes com utilização de carros de som é permitida pela ordem

 jurídica, como meio pacífico tendente a persuadir ou aliciar os trabalhadores paraaderirem ao movimento. É vedada, contudo, a prática de atos de violência moral e/oumaterial que possam vir a constranger direitos e garantias fundamentais de outrem,nos moldes do artigo 6º, §1º, da Lei 7.783/89.Desse modo, o examinando deve responder afirmativamente, alegando que o artigo6º, I, da Lei 7.783/89 assegura aos grevistas o emprego de meios pacíficos tendentesa persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve.

ITEM C:O examinando deve responder que procede a pretensão, fundamentando no sentidode que as manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não podemimpedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou à pessoa,nos termos do artigo 6º, §3º, da Lei 7.783/89.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item Pontuaçãoa) Competência da Justiça do Trabalho. Indicação do art. 114, II, da

CF/88, OU da Súmula Vinculante nº 23 do STF

0 / 0,2

b) Sim – Direito dos grevistas ao emprego de meios pacíficos depersuasão. Indicação do art. 6º, I, da Lei 7.783/89.

0 / 0,4

c) Sim - Impossibilidade de obstar o acesso ao trabalho. Indicação doart. 6º, § 3º, da Lei 7.783/89.

0 / 0,4

QUESTÃO 5Item ANão. No tocante ao desconto, ela é inválida porque excede o poder do empregador,além de caracterizar bis in idem. O desconto cuja imposição se pretende, por serunilateral, viola o artigo 462 da CLT.

 Justificativa: Espera-se medir a capacidade de o examinando informar que as normasbenéficas, independentemente da sua origem, são válidas e aplicadas de plano aocontrato de trabalho. O mesmo, contudo, não se aplica a eventual desconto que estejasendo imposto em descompasso com a norma cogente, pois em princípio o salário é

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresintangível e protegido contra subtrações indevidas – a exemplo do desconto peloatraso imposto pelo empregador, tornando-o, nesse aspecto, pontual ecirurgicamente, ilegal e abusivo. Visa ainda medir a capacidade de o examinandonulificar apenas parte do regulamento, sem prejudicar a parte que beneficia osobreiros, além de identificar um bis in idem no desconto duplo (pelo atraso e o criado

pelo empregador) que porventura fosse realizado.

Item BDo poder diretivo ou de comando ou empregatício ou regulamentar ou jusvariandi.Justificativa: Espera-se medir a capacidade de o examinando identificar ospoderes inerentes à figura do empregado e, especialmente, que ele não detém podernormativo, mas apenas regulamentar, que emana do seu poder diretivo, de modoque, com arrimo nele, poderá criar normas internas para dinamizar a sua gestão eeventualmente beneficiar (e apenas beneficiar, jamais prejudicar) os empregados, namedida em que se trata de ato unilateral.Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Item Pontuaçãoa) No tocante ao desconto, ela é inválida porque excede o poder doempregador, além de caracterizar bis in idem. Entretanto, é válida emrelação ao bônus por se tratar de incentivo benéfico .0,25 =reconhecer que não é válida em relação ao desconto OU que é válidaem relação ao bônus OU que é inválida em razão do desconto ilícitoOU por violação ao art. 462 OU 468 da CLT OU súmula 342 do TST. /0,5 = indicar os dois aspectos (desconto e bônus)

0 / 0,25 / 0,5

b) Do poder diretivo OU poder de comando OU do poder empregatícioOU do jus variandi OU do poder regulamentar.

0 / 0,5

42º Exame de Ordem – 2ª Fase (2010.2) – Set/ 2010 - Banca FGV

1 - Em ação trabalhista, a parte reclamante postulou a condenação da empresareclamada no pagamento e horas extraordinárias e sua projeção nas parcelascontratuais e resilitórias especificadas na inicial. Ao pregão da Vara trabalhistarespondeu o empregado-reclamante, assistido do seu advogado. Pela empresa,compareceu o advogado, munido de procuração e defesa escrita, que explicou ao juizque o preposto do empregador-reclamado estaria retido no trânsito, conformetelefonema recebido.Na referida defesa, recebida pelo Juiz, a empresa alega que o reclamante nãotrabalhou no horário apontado na inicial e argui a prescrição da ação, por ter a

resilição contratual ocorrido mais de dois anos depois do ajuizamento da reclamaçãotrabalhista, o que restou confirmado após a exibição da CTPS e esclarecimentosprestados pelo reclamante.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às indagaçõesa seguir.a) Que requerimento o advogado do reclamante deverá fazer diante da situaçãodescrita? Estabeleça ainda as razões do requerimento.b) Com base em fundamentos jurídicos pertinentes à seara trabalhista, o pedidodeverá ser julgado procedente ou improcedente?

2 - Um membro do conselho fiscal de sindicato representante de determinadacategoria profissional ajuizou reclamação trabalhista com pedido de antecipação dosefeitos da tutela, postulando a sua reintegração no emprego, em razão de ter sidoimotivadamente dispensado.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresO reclamante fundamentou sua pretensão na estabilidade provisória assegurada aodirigente sindical, prevista nos artigos 543, § 3º, da CLT e 8º, inciso VIII, daConstituição da República de 1988, desde o registro de sua candidatura até 01 (um)anos após o término de seu mandato.O juiz concedeu, em sede liminar, a tutela antecipada requerida pelo autor,

determinando a sua imediata reintegração, fundamentando sua decisão no fato deque os membros do conselho fiscal, assim como os integrantes da diretoria, exercema administração do sindicato, nos termos do artigo 522, caput, da CLT, sendo eleitospela assembleia geral.

Com base em fundamentos jurídicos determinantes da situação problema acimaalinhada, responda às indagações a seguir.a) O juiz agiu com acerto ao determinar a reintegração imediata do reclamante?b) Que medida judicial seria adotada pelo reclamado contra esta decisãoantecipatória?

3 - Na audiência inaugural de um processo na Justiça do Trabalho que tramita pelo ritosumaríssimo, o advogado do réu apresentou sua contestação com documentos e, atocontínuo, requereu o adiamento em virtude da ausência da testemunha Jussara Freireque, apesar de comprovadamente convidada, não compareceu. O advogado do autor,em contraditório, protestou, uma vez que a audiência é una no processo do trabalho,não admitindo adiamentos. O juiz deferiu o requerimento de adiamento, registrou oprotesto em ata e remarcou a audiência para o início da fase instrutória.No dia designado para a audiência de instrução, a testemunha Jussara Freire nãoapenas compareceu, como esteve presente, dentro da sala de audiências, durantetodo o depoimento da testemunha trazida pelo autor. No momento da sua oitiva, oadvogado do autor a contraditou, sob o argumento vício procedimental para esse

inquirição, ao que o advogado do réu protestou. Antes de o juiz decidir o incidenteprocessual, o advogado do réu se antecipou e requereu a substituição da testemunha.

Diante da situação narrada, analise o deferimento do adiamento da audiência pelo juiz, bem como a contradita apresentada pelo advogado do autor e o requerimento desubstituição elaborado pelo advogado do réu.

4 - Reclamação trabalhista ajuizada em face da empresa “Y”, José postula assinaturada CTPS, horas extras e diferenças salariais com fundamento em equiparação salariale pagamento de adicional de periculosidade.Na defesa oferecida, a empresa nega ter o empregado direito à assinatura da CTPS,

dizendo ter o obreiro trabalhado como autônomo; quanto às horas extras, nega ohorário alegado, se reportando aos controles de frequência, que demonstram,segundo alega, que o reclamante não as realizava; e, quanto às diferenças salariais,sustenta que o reclamante era mais veloz e perfeito na execução do serviço do que oparadigma apontado.

Considerando as normas processuais sobre a distribuição do ônus da prova,estabeleça, através de fundamentos jurídicos, a quem cabe o ônus da prova emrelação a cada uma das alegações contidas na defesa apresentada pelo reclamado?

5 - Vindo de sua cidade natal, Aracaju, José foi contratado na cidade do Rio de Janeiro,para trabalhar como pedreiro, em Santiago do Chile, para empregador denacionalidade uruguaia. Naquela cidade lhe prestou serviços por dois anos, ao términodos quais foi ali dispensado.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresRetornando ao Brasil, o trabalhador ajuizou reclamação trabalhista, mas o Juiz, ematendimento a requerimento do reclamado, extinguiu o processo, sob o fundamentode que a competência para apreciar a questão é da justiça uruguaia, correspondente ànacionalidade do ex empregador.

Considere que entre Brasil, Chile e Uruguai não existe tratado definindo a questão dacompetência para a hipótese narrada.a) O Juiz agiu acertadamente em sua decisão? Justifique.b) Informe se cabe recurso da decisão proferida, estabelecendo, se for o caso, orecurso cabível e, por fim, em que momento processual pode ser impugnada areferida decisão. Justifique a resposta.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

Gabarito comentado pela FGVQuestão 1Espera-se que o examinando aborde a caracterização da revelia e os seus efeitosdiante da questão apresentada.

Respondendo à primeira indagação, que o advogado do reclamante deve postular adecretação da revelia, com confissão do reclamado quanto à matéria fática.Razões do requerimento: ao contrário da Justiça Comum, na Justiça do Trabalho arevelia não decorre da falta de defesa e sim da ausência do réu ou seu representantelegal, sendo que a presença do advogado não elide a ausência do preposto,acarretando a revelia (interpretação do Art. 844 da CLT, pela Súmula 122, do TST) –0,6 pts.

Distribuição dos pontos

Item Pontuação1. Item A:- De aplicação da revelia e confissão matéria fática – advogado comdefesa e procuração não elide revelia

0 / 0,2

Indicação da norma: Súmula nº 122/TST 0 / 0,1- Razões: na JT revelia decorre da ausência da parte 0 / 0,2– Indicação da norma: Art. 844/CLT 0 / 0,1

Quanto à segunda indagação, embora a revelia importe, nos termos do Art. 844, CLT,em confissão apenas quanto à matéria de fato, e a prescrição é matéria de direito, ocontrato somente teve fim dois anos após o ajuizamento, conforme constatado emaudiência, pelo que não há prescrição bienal extintiva da ação a ser declarada (Art. 7º,XXIX, CF ou 11, CLT), o que importaria o reconhecimento do pedido de horas extras e

integrações.Contudo, como o reclamante postulou, com contrato ainda em curso, integração dashoras extras também em parcelas decorrentes de uma terminação contratual que nãohavia se operado à época do ajuizamento da reclamação, essa parte do pedido nãopode ser acolhida –e sequer conhecida- pelo que o pedido deverá ser julgadoprocedente, em parte, nos termos do Art.128 c/c 460, CPC – 0,4 pts.

Distribuição dos pontos

Item Pontuação2. Item B:- Procedente, em parte. Embora a prescrição seja matéria de direito,não incide prescrição bienal extintiva quanto a contrato em curso.Mas não pode ser conhecido pedido de integração em parcelasdecorrentes de terminação contratual que ainda não havia se operadoquando do ajuizamento

0 / 0,1 / 0,2

Indicação das normas: Art.7º, XXIX/CF e 128 c/c 460, CPC 0 / 0,1 / 0,2

- Questão 2Relativamente à primeira indagação, espera-se que o examinando, ao abordar adiscussão sobre a estabilidade de emprego dos dirigentes sindicais para arepresentação dos interesses da categoria, responda negativamente.No caso trata-se de conselheiro fiscal, cuja discussão se pauta no exercício ou não da

direção e representação do sindicato.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresCom fundamento no Art. 522, § 2º, da CLT, as atividades do conselheiro fiscal limitam-se à fiscalização da gestão financeira do sindicato, não atuando na representação oudefesa da categoria.Exatamente interpretando tal dispositivo, o entendimento consubstanciado na OJ nº365 da SBDI I, do TST, é no sentido de não reconhecer direito à estabilidade ao

conselheiro fiscal – 0,5 pts.

Distribuição dos pontos

Item Pontuação- Não. Membro do C. Fiscal não tem estabilidade – C. F. não atua nadefesa de direitos da categoria – competência limitada à atividade defiscalização da gestão financeira do sindicato

0 / 0,3

Indicação das normas: Art. 522, § 2º/CLT 0 / 0,1OJ nº 365 da SDI-1/TST 0 / 0,1

No que tange à segunda indagação, quanto à decisão que antecipou os efeitos datutela de mérito, trata-se de incidente interlocutório e que nos termos do Art. 893, § 1ºda CLT e da Súmula nº 214, do TST, é irrecorrível de imediato, pelo que não é atacávelpor via de recurso ordinário, muito menos por agravo de instrumento, que se limita aodestrancamento de recurso.Assim, por se tratar de decisão interlocutória, sem recurso específico, a respostacorreta é o mandado de segurança, nos termos da Sumula nº 414, II do Colendo TST,unificadora da jurisprudência trabalhista, não sendo considerada a resposta semfundamentação.A OJ nº 63, da SBDI-II, do TST, não serve de fundamento, por se referir a AçãoCautelar.Ressalta-se que a respectiva resposta não se encontra única e exclusivamente com

espeque em súmula e jurisprudência dos tribunais superiores, mas tão somente eminterpretação dos dispositivos citados no corpo da chave de resposta – 0,5 pts.

Distribuição dos pontos

Item PontuaçãoDecisão interlocutória – irrecorribilidade imediata 0 / 0,2Indicação da norma: Art. 893, § 1º/CLT ou Súmula nº 214/TST 0 / 0,05Não cabe recurso específico – mandado de segurança 0 / 0,2- Indicação da norma: Sumula 414, II/TST 0 / 0,05

Questão 31 – Espera-se que o candidato responda que, não obstante a incidência de regra geralda audiência trabalhista una, por se tratar de causa que tramita pelo rito sumaríssimoe com espeque nos Art. 852 -H, § 3º, da CLT, permite-se o adiamento da audiência, nahipótese de a testemunha convidada não comparecer espontaneamente – 0, 3 pts.

Item PontuaçãoCorreto adiamento da audiência quando testemunha convidada nãocomparece espontaneamente

0 / 0,2

- Indicação da norma: Art. 852-H, § 3º, CLT 0 / 0,1

2 – Espera-se que o candidato fundamente a contradita da testemunha com base na

violação do Art. 824, CLT ou Art. 413, do CPC, que determinam a oitiva dastestemunhas separadamente e de modo que uma não ouça o depoimento da outra –0,3 pts.

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

Item Pontuação- Correta a contradita da testemunha - oitiva em separado 0 / 0,2- Indicação da norma: Art. 413/CPC ou 824/CLT 0 / 0,1

3 - Quanto ao requerimento final, deve ser pelo candidato ressaltado, mais uma vez, ainexistência de regra específica na CLT sobre a substituição de testemunha, tornando-se possível a aplicação subsidiária do CPC. E a conclusão no sentido da afirmação daimpossibilidade de substituição da testemunha Jussara Freire, no caso em exame, umavez que não se trata das hipóteses contidas nos incisos do Art. 408 do CPC,destacando que a parte deu causa ao vício e que o deferimento criaria uma violaçãoarbitrária da isonomia de tratamento das partes litigantes – 0,4 pts.

Item Pontuação- Incorreto requerimento de substituição – ausência de regraespecífica na CLT sobre ausência de testemunha - aplicação

subsidiária do CPC. Parte que dá causa ao vício não pode dele sebeneficiar

0 / 0,3

Indicação da norma: Art. 408/CPC 0 / 0,1

Questão 4a) Espera-se que o candidato responda que cabe ao empregado a prova da prestaçãodas alegadas horas extras, por ter o empregador negado que o reclamante as fazia.Em face da negativa, não se verifica a inversão do ônus da prova, cabendo aoreclamante a prova do fato constitutivo do direito alegado - Art. 818 da CLT c/c 333, I,do CPC – 0,3 pts.

Distribuição dos pontos

Item Pontuação- Horas extras: ônus da prova do empregado – fato constitutivo dodireito

0 / 0,2

- Indicação das normas: arts. 818 da CLT c/c 333, I, do CPC 0 / 0,1

b) Espera-se que o candidato responda que cabe à empresa a prova da autonomia,por ter admitido a prestação de serviços, mas apresentado fato impeditivo doreconhecimento do vínculo, o que lhetransferiu o ônus da prova, nos termos do Art. 818 da CLT c/c 333, II do CPC – 0,3 pts.

Distribuição dos pontosItem Pontuação- Autonomia: ônus da prova do empregador que admitiu prestação deserviços - fatoimpeditivo

0 / 0,2

- Indicação das normas: arts. 818 da CLT c/c 333, II, do CPC 0 / 0,05 / 0,1

c) Espera-se que o candidato responda que, no caso, não há que se falar em ônus daprova, porque não há mais prova a ser produzida em relação ao fato, posto que opróprio empregador, sem alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito àequiparação, confessa a maior produtividade e perfeição técnica do trabalho

desenvolvido pelo próprio reclamante. Incidência dos arts. 334, II e 348, do CPC – 0,4pts.

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Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresDistribuição dos pontos

Item Pontuação- Equiparação salarial: não há que se falar em ônus da prova – não háprova a produzir – confissão do empregador

0 / 0,3

– Indicação das normas: arts. 334, II/CPC e Art.348/CPC 0 / 0,05 / 0,1

Questão 5Quanto à indagação do item “a” espera-se que o examinando discorde da decisão domagistrado com espeque no Art. 651, § 2º, da CLT – 0,5 pts.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

Distribuição dos pontos

Item Pontuação1. Item A:

- Decisão incorreta

0 / 0,4

– Indicação da norma: Art. 651, § 2º, CLT 0 / 0,1

Quanto à indagação do item “b” espera-se que o examinando destaque que, apesardo caráter interlocutório da decisão em apreço, trata-se de decisão terminativa dofeito, cabendo recurso de imediato, nos exatos termos do Art. 799, § 2º, do textoconsolidado – 0,25 pts.

Distribuição dos pontos

Item Pontuação

2. Item B:- Embora de caráter interlocutório, decisão é terminativa do feito na JT, cabendo recurso imediato

0 / 0,2

– Indicação da norma: Art. 799, § 2º/CLT 0 / 0,05

Complementando o raciocínio, destaca-se a incidência dos termos do Art. 895, I, daCLT, o que faz recair no Recurso Ordinário (cujo prazo é de 8 dias) o manejo dorecurso cabível - 0,25 pts.

Distribuição dos pontos

Item Pontuação

- Recurso ordinário – 8 dias 0 / 0,2– Indicação da norma: Art. 895, I, CLT 0 / 0,05

41º Exame de Ordem – 2ª Fase – (2010.1) – Jun/2010 - Cespe/Unb

1 Em fiscalização de rotina, a empresa Panda Gravações Ltda. foi autuada porauditores do Ministério do Trabalho e Emprego, que constataram irregularidadesconcernentes à situação dos empregados e às condições de trabalho na empresa. Osproprietários de Panda Gravações Ltda., acreditando estarem os autos de infraçãoviciados por ilegalidade, procuraram auxílio de profissional do direito.

Em face dessa situação hipotética e com base na legislação de regência, indique amedida judicial adequada para combater os autos de infração recebidos e aponte oforo competente para apreciar a demanda.

2 O representante legal da empresa Antares Topografia apresentou ao advogado daempresa cópia de petição inicial em nome de ex-empregado, por meio da qual otrabalhador requer o afastamento de justa causa a ele aplicada em virtude deacidente de trânsito. Relatou o reclamado ao advogado que o trabalhador colidiraveículo da empresa com uma árvore. Apresentou, ainda, cópia de laudo oficialcomprovando que o reclamante estava completamente alcoolizado na ocasião do

sinistro, bem como cópia da nota fiscal relativa aos custos do conserto do veículo.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula AlvaresEm face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintesindagações.- Pode a empresa buscar o ressarcimento dos danos por meio de resposta na referidareclamação trabalhista ou deve ajuizar ação própria para tanto?- Pode o advogado da empresa, sob sua responsabilidade pessoal, declarar à justiça

do trabalho a autenticidade da cópia da documentação recebida de seu cliente?- Pode a justiça do trabalho intimar a parte, por meio de seu advogado, para aapresentação das cópias autenticadas ou dos próprios originais dos documentos?

3 Cláudio ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa Delta, requerendo créditosde natureza indenizatória e salarial. À ocasião da audiência inaugural, foi homologadoacordo, tendo sido fixadas verbas exclusivamente de natureza indenizatória, semnenhuma incidência previdenciária sobre o crédito acordado.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintesindagações.- Caso o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entendesse devidas contribuiçõesprevidenciárias sobre o acordo, que remédio jurídico seria cabível?- De que prazo o INSS dispõe para tanto?

4 Jair é juiz de direito investido de jurisdição trabalhista no município de Santana. Seutio Marcos e seu primo Lino propuseram reclamações trabalhistas distintas contra ofrigorífico Transcarnes, antigo empregador dos dois, que se localiza no referidomunicípio.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintes

indagações.- Jair é obrigado a declarar-se suspeito para o julgamento de ambas as lides?- No caso de oposição de exceção de suspeição pelo advogado da empresa, caberecurso da decisão se esta não tiver cunho terminativo?- Caso seja julgada procedente a exceção de suspeição, de que forma deverá ocorrera substituição de Jair?

5 Suponha que o advogado de um sindicato de empregados da construção civil, apóscinco tentativas frustradas de negociação junto ao sindicato patronal, entendanecessário provocar a atuação da justiça do trabalho para a fixação de percentual dereajuste salarial. Suponha, ainda, que o sindicato patronal concorde com tal

providência.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintesindagações.- Que ação deverá ser proposta?- Que órgão da justiça do trabalho terá competência para o julgamento da matéria?- Quem será o responsável legal para atuar em nova tentativa conciliatória perante a

 justiça do trabalho?- Tal responsável ficará adstrito às propostas das partes litigantes?

40º Exame de Ordem –2ª fase (2009.3) – Abril/2010 - Banca Cespe/Unb

1 -Benedito ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa Rufus Ltda., que prestaserviço à empresa Zulu S.A., arrolando, no polo passivo, ambas as empresas. À

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresaudiência compareceram Benedito, os prepostos das empresas e um advogado paracada parte. Proferida a sentença, a empresa Zulu S.A. interpôs recurso ordinário noprazo de dezesseis dias, utilizando-se da prerrogativa de que havia litisconsórciopassivo com procuradores diversos. Não obstante sua arguição, o recurso interpostofoi considerado intempestivo pelo juízo a quo.

Considerando a situação hipotética acima apresentada, responda, de forma justificada, se o primeiro juízo de admissibilidade do recurso agiu corretamente.

2- Dália trabalhou para a empresa Luma Ltda., de 19/10/2005 a 15/9/2007, quandoteve seu contrato rescindido sem justa causa. Ajuizou reclamação trabalhista em20/8/2009, pleiteando a integração, nas verbas rescisórias, das horas extrasdevidamente prestadas durante todo o período do vínculo empregatício. Por motivo deviagem ao exterior, Dália não pôde comparecer à audiência de conciliação, ocorridadois meses após o ajuizamento da ação. Ciente do arquivamento do processo, ajuizounova reclamação, acrescendo à sua inicial o pedido de pagamento do décimo terceiroproporcional relativo a 2007, ainda não pago na referida rescisão. A empresa, em suadefesa, arguiu, preliminarmente, a ocorrência da prescrição, requerendo a extinção doprocesso com julgamento do mérito.

Considerando essa situação hipotética, esclareça, de forma fundamentada, se éprocedente o pedido de prescrição no presente caso.

3 - Lupércio, contratado pelo Banco XY S.A., cumpria, no exercício da função deengenheiro, regime de trabalho semanal de quarenta horas, trabalhando oito horasdiárias, de segunda a sexta-feira. Após ser demitido, o referido empregado ajuizou

reclamação trabalhista, pleiteando o reconhecimento da jornada de trabalho especialaplicada aos bancários (seis horas diárias ou trinta horas semanais), em conformidadecom o disposto no art. 224 da CLT.

Nessa situação hipotética, Lupércio faz jus à jornada de trabalho especial dosbancários? Fundamente sua resposta.

4 - Em determinada reclamação trabalhista, o juiz proferiu a sentença em 5/3/2010(sexta-feira), tendo, na oportunidade, dado conhecimento sobre o seu teor a ambas aspartes. Em 12/3/2010 (sexta-feira), o advogado da reclamada, uma indústria química,interpôs o recurso de embargos de declaração via fac-símile. Em 19/3/2010 (sexta-

feira), o recurso original foi devidamente protocolizado no órgão competente.

Considerando a situação hipotética apresentada e sabendo que o pedido dosembargos de declaração possui efeito modificativo, responda, de formafundamentada, se os embargos de declaração devem ser considerados tempestivos.

5 - Após a rescisão do seu contrato de trabalho, Alex, empregado da empresa Dominó,procurou assistência da comissão de conciliação prévia, que tinha atribuição paraexaminar a sua situação. Em acordo firmado entre ele e o representante da empresa,ambas as partes saíram satisfeitas, com eficácia geral e sem qualquer ressalva.

Posteriormente, Alex ajuizou reclamação trabalhista, pedindo que a empresa fossecondenada em verbas não tratadas na referida conciliação, sob a alegação de que otermo de ajuste em discussão dera quitação somente ao que fora objeto da demanda

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaressubmetida à comissão, de forma que não seria necessário ressalvar pedidos que nãofossem ali debatidos.

 Tendo em vista a situação apresentada, exponha a tese jurídica mais apropriada paraa empresa Dominó, fundamentando sua argumentação na CLT.

39º Exame de Ordem – 2ª fase (2009.2) – Out/2009 - Banca Cespe/Unb

1- Uma entidade filantrópica figurou como reclamada em reclamação trabalhistamovida por um ex-empregado e obteve o benefício da assistência judiciária gratuitadeferido pelo juiz. Após a instrução processual, o juiz proferiu sentença, julgandoprocedente o pedido formulado pelo reclamante na inicial, tendo o valor dacondenação alcançado o montante de R$ 9.500,00.

Nessa situação hipotética, caso a entidade filantrópica tenha interesse em interporrecurso ordinário contra a sentença proferida pelo juiz, ela deve proceder aorecolhimento do depósito recursal? Justifique a resposta.

2- Maria, empregada da empresa Fogo Dourado Ltda., recebeu aviso prévioindenizado, em 12/6/2009, na forma estipulada na CLT. Em 14/6/2009, ela recebeuexames laboratoriais que comprovavam sua gravidez e, no dia seguinte, apresentouos exames no setor de pessoal da empresa, solicitando que lhe fosse garantidaestabilidade. A empresa negou o pedido, por entender que a gravidez, nos trinta diasseguintes ao aviso prévio indenizado, não gera direito à estabilidade, uma vez que arescisão se opera automaticamente na data da dispensa, sendo a previsão legal doperíodo de trinta dias mera ficção jurídica.

Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada,se Maria faz jus à estabilidade provisória, indicando se é possível a interposição dealguma medida judicial no caso.

3- A microempresa Alfa foi demandada por Antônio, demitido por justa causa doismeses antes. Na audiência de julgamento, não obstante terem sido preenchidas, nacarta de preposição, as formalidades legais e ter o advogado de Alfa arguido que opreposto era conhecedor dos fatos, o juiz não aceitou a presença do preposto enviadopor Alfa, sob o argumento de que ele não possuía vínculo trabalhista com aempregadora, e aplicou a pena de confissão.

Considerando a situação hipotética acima apresentada, informe, à luz da legislaçãoaplicável na espécie e da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, se o juizagiu corretamente. Apresente os argumentos necessários à melhor interpretação docaso concreto.

4- Considere que, em uma reclamação trabalhista, o juiz tenha concedido, nasentença, a antecipação da tutela e que o advogado da empresa reclamada tenhainterposto recurso ordinário contra essa decisão. Nessa situação, caso se objetive aconcessão do efeito suspensivo ao recurso ordinário interposto, que providência deveser tomada? Fundamente sua resposta com base no entendimento do TribunalSuperior do Trabalho.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares5- Em processo trabalhista, para comprovar que as verbas pleiteadas na inicial jáestavam devidamente quitadas, a empresa reclamada apresentou, em fase decontestação, cópia simples de vários documentos, cuja autenticidade foi atestada porcertidão emitida pelo advogado da empresa. O advogado do reclamante, em réplica,argumentou que o advogado não possui poderes para apresentar, no processo,

certidões de autenticidade de cópias.

Nessa situação hipotética, as cópias simples juntadas na contestação podem seranalisadas pelo juiz como prova no processo? Justifique sua resposta.

38º Exame de Ordem - Nacional - 2ª fase (2009.1) - Banca Cespe/UnbUESTÃO 11 - Josué ajuizou reclamatória trabalhista contra a empresa Alfa Ltda., alegando quefoi demitido sem justa causa e requerendo o pagamento das parcelas rescisóriasreferentes ao período em que manteve vínculo empregatício — de 1.º/8/2008 a2/2/2009. Em contestação, a reclamada resistiu à tese inicial, suscitando que Josuénão foi demitido e, sim, abandonou o trabalho. Realizada a audiência de instrução,nenhuma das partes apresentou as provas de suas alegações. O juiz exarou sentença,

 julgando improcedente a reclamatória e reconhecendo a hipótese de abandono deemprego, motivado pelo fato de o reclamante não ter se desonerado do ônus deprovar o término do contrato de trabalho.

Em face da situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, se o juiz julgou corretamente o litígio.

2 - Vitor ajuizou reclamatória trabalhista requisitando sua reintegração ao quadro de

empregados da empresa Beta Ltda. O ex-empregado foi demitido sem justa causa,mesmo possuindo estabilidade provisória em virtude de acidente de trabalho. Emsentença, o julgador entendeu que o grau de incompatibilidade resultante do dissídioera elevado e que, por isso, o empregado não deveria ser reintegrado à empresa. Nãoobstante, condenou a reclamada ao pagamento dos salários e demais rubricasrelativos ao período de estabilidade. A reclamada, insatisfeita com a decisão primária,interpôs recurso ordinário, alegando que a sentença seria nula, em virtude de terhavido julgamento extra petita.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, se assisterazão à recorrente para alegar que a sentença seria nula em razão de ter havido

 julgamento extra petita.

3 - João promoveu execução provisória, no valor de R$ 50.000,00, contra a empresaMosaico Ltda., que, no momento oportuno, indicou dois veículos de sua propriedadesuficientes para garantia da execução. Entretanto, o juiz de 1.º grau, a fim de darmaior garantia para o exequente, proferiu decisão estabelecendo a substituiçãodesses bens por dinheiro, atitude que afetou o fluxo de caixa e todo o planejamentofinanceiro da empresa.

Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado (a) consultado(a) pelaempresa Mosaico Ltda. e considerando incabível o agravo de petição, indique, com adevida fundamentação, a solução jurídica adequada para enfrentar a situação.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares4 - A 1.ª Vara do Trabalho do Distrito Federal proferiu decisão condenando certoempregador ao pagamento de horas extras, adicional noturno, férias e décimo terceirosalário, tendo dado à condenação o valor de R$ 3.000,00. Inconformado, oempregador pretende interpor recurso contra a referida decisão.

Em face dessa situação hipotética, identifique, com a devida fundamentação jurídica,o recurso cabível, o prazo a ele inerente, bem como o prazo de comprovação dodepósito recursal.

5 - José, residente em Taguatinga – DF, empregado da empresa Chimarrão, localizadaem Luziânia – GO, local onde presta serviço, foi dispensado sem justa causa, nãotendo recebido o pagamento de aviso prévio, férias proporcionais nem décimo terceirosalário proporcional, razão por que ingressou com reclamação trabalhista na vara detrabalho de Taguatinga – DF.

Em face dessa situação hipotética, considerando que a empresa não se conformoucom o local em que foi ajuizada a reclamação, indique, com a devida fundamentação,a medida cabível para a empresa discutir essa questão bem como o procedimento aser adotado pelo juiz.

137º Exame de Ordem – São Paulo - 2ª fase (2008)

1 - Manuel, empregado da empresa Super Boa Ltda., após criticar seu superiorhierárquico de forma contundente e com uso de expressões depreciativas, foiadvertido por escrito. Tendo Manuel se recusado a assinar a referida penalidade, elefoi dispensado, por justa causa, da empresa, sob o argumento de prática de falta

grave, por ato de indisciplina.Na situação hipotética apresentada, foi correta a decisão da empresa de dispensar oempregado por justa causa? Fundamente sua resposta.

2 - Geraldo é gerente de vendas em uma sapataria e recebe, além do salário e dashoras extras trabalhadas, um adicional pela função que exerce. Entretanto, nodemonstrativo de pagamento entregue a Geraldo todos os meses, não hádiscriminação das verbas remuneratórias, sendo todas elas englobadas sob o título desalário.

Considerando a situação hipotética apresentada, caracterize a forma de remuneração

paga a Geraldo, explicitando, com a devida fundamentação jurídica, se ela é admitidano âmbito do direito do trabalho.

3 - Tereza, admitida, no ano de 1999, em uma empresa, para o exercício de atividadesde serviços gerais de limpeza, foi dispensada em 2006. Em março do ano seguinte,ajuizou reclamação trabalhista na 5.ª Vara do Trabalho de São Paulo, pleiteandoadicional de insalubridade. A empregadora demonstrou que o Ministério do Trabalho eEmprego não classificava a referida atividade como insalubre. O juiz do trabalhoacolheu o pedido formulado pela reclamante e condenou a reclamada a pagar oadicional de insalubridade em grau máximo — 40% sobre o salário mínimo da região—, nos termos da NR 15 da Portaria n.º 3.214/1978 do MTE. O TRT da 2.ª Regiãoconfirmou a sentença por entender que o laudo pericial havia demonstrado que aempregada, ao fazer a limpeza dos 11 banheiros do escritório e da área de produçãoda empresa, manuseava, sem qualquer equipamento de proteção, agentes biológicos

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresnocivos à saúde, resíduos equiparáveis ao lixo urbano, sendo este fundamentosuficiente, por si só, para a procedência da reclamação.

Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada,com base no entendimento atual do TST, se é devido à empregada o pagamento do

adicional de insalubridade em face da constatação do laudo pericial,independentemente da classificação de tal atividade como insalubre pelo MTE.

4 - Considere que Maria, ao descobrir-se grávida, tenha utilizado as dependências dohospital onde trabalha como auxiliar de enfermagem, para interromper a gravidez e,em decorrência do fato, tenha sido processada e julgada por aborto criminoso. Nessasituação, com base no que prevê a CLT, caracteriza-se hipótese de suspensão decontrato de trabalho ou de interrupção do contrato de trabalho?Fundamente sua resposta.

5 - João, em razão de acidente de trabalho, ficou afastado por mais de 15 dias de suasatividades, passando a receber o auxílio-doença acidentário. Após encerramento dogozo do auxílio-acidente, João teria direito a estabilidade provisória pelo período de 12meses. Entretanto, a empresa, no curso da referida estabilidade, despediu-oimotivadamente. Passados 18 meses do decurso do período de estabilidade, oempregado ajuizou reclamação trabalhista, pleiteando o percebimento dos saláriosreferentes ao período compreendido entre a data da despedida e a do ajuizamento daação, bem como sua reintegração no cargo antes ocupado.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, à seguintepergunta: João tem direito ao recebimento dos salários relativos ao período descrito,

assim como o de ser reintegrado ao cargo antes ocupado?

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

37º Exame de Ordem - Nacional - 2ª fase (2008.3) - Banca Cespe/Unb

1 - José foi vencedor em reclamação trabalhista proposta contra a empresa XY, tendoo juiz determinado que ele apresentasse a variação salarial incluída na sentença da

ação cognitiva, para fins de proceder à liquidação do julgado. Passados mais de trêsanos sem a apresentação do ato, a empresa apresentou exceção/objeção de pré-executividade, arguindo a ocorrência da prescrição da pretensão executiva. O juizacolheu a arguição e decretou a extinção do processo.

Nessa situação hipotética, o juiz agiu corretamente? Fundamente sua resposta.

2 - Em ação trabalhista já em grau de recurso, a advogada Mariana tomouconhecimento da decisão proferida em recurso ordinário mediante publicação da atade julgamento. Ato contínuo, antes mesmo de ter sido publicado o referido acórdão, aadvogada interpôs o recurso de revista para impugnar a decisão.

Em face da situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, se orecurso é tempestivo, levando-se em consideração a jurisprudência do TribunalSuperior do Trabalho.

3 - Antônio, policial militar, nos horários de folga, presta serviços de segurança para aempresa Irmãos Gêmeos Ltda. Acreditando ter sido despedido injustamente,promoveu reclamação trabalhista pleiteando valores que supostamente lhe seriam dedireito. A empresa arguiu que o contrato de trabalho seria nulo, visto que o estatutoda corporação militar, a que Antônio estava submetido, proíbe o exercício de qualquer

outra atividade.Na qualidade de advogado(a) contratado (a) por Antônio, apresente a fundamentação

 jurídica adequada para afastar a argumentação de nulidade do contrato de trabalhodo policial militar na referida empresa de segurança.

4 - Os empregados de uma empresa, reclamando que o transporte público para o localda prestação de serviços é deficiente, pleiteiam a incorporação, com suasrepercussões financeiras, do tempo despendido no trajeto até à empresa. De fato, aempresa está localizada em sítio de difícil acesso, e o transporte oferecido pelo poderpúblico é deficitário.

Na qualidade de advogado(a) do departamento jurídico dessa empresa, responda, deforma fundamentada, se a empresa deveria aceitar o pleito dos empregados.

5 - Em dezembro de 2003, Luiz foi contratado como motorista pela administraçãoaeroportuária, para conduzir ônibus, com passageiros e tripulação, do terminal doaeroporto até os aviões. Foi demitido em dezembro de 2007. Argumenta que eraexposto a agentes nocivos à sua saúde, na medida em que, aguardando o embarquedos passageiros, próximo ao abastecimento de aviões, sofria riscos bastanteconsideráveis à saúde.

Considerando a situação hipotética apresentada e na qualidade de advogado(a)contratado(a) por Luiz para ingressar com reclamação trabalhista, responda, de forma

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresfundamentada, se ele possui direito a algum adicional, indicando a sua espécie e opercentual correspondente.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

136º Exame de Ordem – São Paulo - 2ª fase (2008)

1 - Maria, contratada como auxiliar de almoxarifado do Banco Brasileiro, trabalhou nodepartamento de telecomunicação, recebendo e expedindo materiais e atendendo às

solicitações de material para manutenção de equipamentos das agências bancárias.Seu regime de trabalho era de oito horas diárias. Ao final do contrato de trabalho,Maria ingressou com reclamação trabalhista na qual pleiteava a percepção da 7.a e da8.a hora como extras, sob o argumento de que era bancária, razão pela qual sua

 jornada de trabalho não poderia ser superior a seis horas diárias. O banco contestou aação, alegando que a empregada não desenvolvia a atividade-fim da instituição e quesomente fariam jus à jornada especial os bancários e empregados que exercessematividades de limpeza e de portaria.

Na situação hipotética acima apresentada, são devidas horas extras a Maria, aindaque não tenha ela exercido atividade típica de bancária? Fundamente sua resposta.

2 - Antônio, auxiliar técnico da Companhia de Águas do Estado de São Paulo, foitransferido da capital para o interior, onde passou a ter domicílio e a desenvolver suaatividade laboral. Inconformado com a transferência, ele ingressou com açãotrabalhista, argumentando não exercer atividade de confiança nem ter sidoconsultado, em tempo algum, a respeito da movimentação, tendo esta, segundo ele,ocorrido como forma de pressioná-lo a pedir demissão.A empresa não rebateu os argumentos do empregado, mas justificou o ato detransferência sob a alegação de que, mesmo conservando sua sede na capital doestado, no contrato de trabalho do empregado, havia expressa previsão quanto àpossibilidade de sua transferência, sujeitando-se essa decisão ao critério discricionário

e diretivo do empregador.Na situação hipotética apresentada, Antônio tem direito de voltar a exercer suasatividades no local de sua lotação original ou a transferência está no âmbito do poderdiretivo e discricionário do empregador? Fundamente sua resposta.

3 - É possível o reconhecimento da validade do contrato de trabalho de um apontadorde jogo do bicho que pleiteie, na justiça do trabalho, vínculo empregatício com otomador dos serviços? Fundamente sua resposta com base em jurisprudência do TST.

4 - É devida equiparação salarial entre dois empregados que, apesar de executaremidênticas funções, tenham cargos diferentes na empresa, considerando-se que oequiparando atua no cargo de auxiliar administrativo e o paradigma, no cargo detécnico administrativo? Fundamente sua resposta.

5 - Suponha que Maurício trabalhe 8 horas diárias e usufrua apenas 20 minutos deintervalo para alimentação e descanso. Nessa situação, a não-concessão parcial dointervalo intrajornada implica o pagamento total do período correspondente?Fundamente sua resposta.

36º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2008.2) - Banca Cespe/Unb

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares1 - No que diz respeito ao contrato individual de trabalho, distinga a subempreitada dalocação de mão-de-obra, conceituando cada um desses contratos e apresentando suascaracterísticas.

2 - No processo do trabalho, uma empresa que tenha sido condenada em primeirainstância deverá efetuar o pagamento do depósito recursal para que possa interpor orecurso. Sendo assim, questiona-se: a necessidade de efetuar o depósito recursalcomo condição para o prosseguimento do recurso é compatível com o princípio doduplo grau de jurisdição?

 Justifique sua resposta.

3 - Qual é o recurso cabível contra decisão do juiz do trabalho na qual sejahomologado acordo pactuado entre as partes? Justifique sua resposta.

4 - Antônio moveu reclamação trabalhista contra a empresa Lua Cheia, pleiteando, emsede de antecipação de tutela, a sua reintegração no emprego. Ao apreciar tal pedido,o juiz determinou, sem a oitiva da parte contrária, a imediata reintegração de Antônio.Na mesma decisão, o juiz determinou a notificação das partes para comparecimento àaudiência inaugural.A empresa foi notificada para o cumprimento da ordem de reintegração deferida.

Considerando a situação hipotética apresentada, na condição de advogado(a) daempresa, especifique, de forma fundamentada, o instrumento processual hábil parabuscar reverter a decisão do juiz.

5 - Elabore texto dissertativo acerca das características do trabalho forçado e dotrabalho degradante.

135º Exame de Ordem – São Paulo - 2ª fase (2008)

1 - João, por dois anos, trabalhou na empresa Alfa, até que, por necessidade deespecialização dos trabalhos, as atividades desta foram transferidas para a empresaBeta, integrante do mesmo grupo econômico. Por dois meses, período de transição datransferência das atividades de uma empresa para a outra, João prestou serviços paraambas, durante a mesma jornada de trabalho. Após, foi transferido, em definitivo,

para a empresa Beta, quando, então, foi feita a anotação em sua CTPS, indicando amudança do empregador. Passados nove meses da transferência, a empresa Betaencerrou suas atividades, por conta de dificuldades financeiras, oportunidade em quedispensou seus empregados, inclusive João, sem nada pagar-lhes.

Considerando a situação hipotética descrita acima, responda às seguintes perguntas.- Contra qual das empresas João poderá propor reclamação trabalhista?- Terá João direito ao tempo de serviço prestado nas duas empresas, para efeito depagamento de férias e 13.º salário, ou somente quanto ao período trabalhado naempresa Beta?- João terá direito a mais de um salário por ter trabalhado nas duas empresas noperíodo de transição das atividades?

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares2 - Considerando que, tanto no estágio quanto no contrato de trabalho, a prestação doserviço dá-se com pessoalidade, subordinação e continuidade, diferencie ambos oscontratos, destacando as características específicas do contrato de estágio, no que dizrespeito ao “termo de compromisso”, à matrícula do aluno no curso, ao pagamento debolsa e à finalidade do estágio.

3 - Diferencie gorjeta de gratificação, identificando quem é o responsável pelopagamento de cada uma dessas parcelas e explicando se elas decorrem de obrigação,ou não, por parte de quem o faz, e se integram o salário ou a remuneração.

4 - João prestou serviços pessoalmente, como representante comercial devidamenteinscrito no CORCESP, para determinada empresa, pelo período de 10 anos. Rescindidoo contrato por deliberação da representada no início de 2008, sem qualquer causa

 justificada, João postulou na justiça do trabalho os direitos decorrentes da lei queregulamenta a atividade dos representantes comerciais autônomos. O juízo dotrabalho, em despacho liminar, deu-se por incompetente, sob o fundamento de tratar-se de mera prestação de serviços e não de vínculo de emprego.

Nessa situação, o posicionamento do juízo do trabalho está correto? Fundamente suaresposta.

5 - O banco Ômega, empresa pública federal, contratou a empresa Delta, prestadorade serviço, para que executasse, por meio dos empregados desta terceirizada, oserviço de limpeza das agências bancárias. Para uma dessas funções, foi designado

 Joaquim, que passou a fazer a limpeza da agência Gama. Passados três anos, a

empresa Delta desligou Joaquim do seu quadro, deixando de pagar-lhe as verbasrescisórias, assim como de recolher seu FGTS.

Diante dessa situação hipotética, redija texto dissertativo, abordando a possibilidadede Joaquim ingressar com reclamação trabalhista diretamente contra o banco Ômega,ou contra este e a empresa Delta, considerando que seu vínculo de emprego ocorresomente com a tomadora do serviço, a quem ele estava subordinado. Caso entendaser a instituição bancária a responsável, explicite se tal responsabilidade será, ou não,de modo solidário para com a empresa Delta.

35º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2008.1) - Banca Cespe/Unb

1 - Pedro estava cumprindo o período referente ao aviso prévio quando registrou suacandidatura a cargo de dirigente sindical.

Nessa situação específica, deveria ser aplicada a Pedro a regra da estabilidadeprevista no art. 543, § 3.º, da CLT? Fundamente, juridicamente, a sua resposta.

2 - José ingressou com uma reclamação trabalhista contra a empresa Lua Nova Ltda.,formulando pedido de pagamento de horas extras. Afirmou que cumpria uma jornadade trabalho de 8 às 20 horas, com duas horas de intervalo, de segunda a sexta-feira. Aempresa contestou o pedido, alegando, em sua defesa, que José não laborava em

 jornada extraordinária, e juntou os cartões de ponto de José. Todos os cartões juntados pela empresa registravam jornada de trabalho de 8 às 18 horas, com duashoras de intervalo, de segunda a sexta-feira. A empresa não produziu nenhum outro

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvarestipo de prova, a não ser os cartões de ponto de José. O juiz julgou procedente ademanda e condenou a empresa a pagar a José as horas extras, considerando a

 jornada de trabalho informada na inicial, ou seja, de 8 às 20 horas, com duas horas deintervalo, de segunda a sexta-feira.

Na situação apresentada, está correto o posicionamento do juiz? Fundamente, juridicamente, a sua resposta.

3 - Em uma audiência trabalhista, o procurador da empresa reclamada apresentou aprocuração que lhe outorgava poderes para representar a empresa em juízo, sem terapresentado o contrato social nem o estatuto da empresa, e o advogado doreclamante não apresentou nenhuma impugnação no que diz respeito àrepresentação processual da empresa.

Diante da situação hipotética apresentada, questiona-se: é válido o instrumento deprocuração apresentado pelo advogado sem a apresentação do contrato social ouestatuto da empresa? Fundamente, juridicamente, a sua resposta.

4 - Mauro, advogado da empresa Mar Grande Ltda., interpôs agravo de instrumentocontra decisão do desembargador presidente do tribunal regional, que negouseguimento ao recurso de revista. Para formar o traslado, Mauro providenciou a cópiadas peças consideradas obrigatórias e, no que diz respeito à comprovação de suarepresentação judicial, juntou cópia da ata de audiência inaugural, na qual consta oregistro de que compareceu como advogado da empresa. Entretanto, Mauro nãopossuía instrumento de procuração escrito outorgado pela empresa.

Considerando-se que a comprovação da representação judicial é peça obrigatória parao traslado de agravos de instrumento, está apto a ser conhecido o agravo deinstrumento na situação hipotética apresentada? Justifique a sua resposta.

5 - A empresa Orvalho Matinal litigava contra um ex-empregado na justiça do trabalhoem processo que corria sob o rito sumaríssimo. O juiz de 1.º grau julgou procedente aação, tendo sido a sentença confirmada pelo tribunal regional do trabalho. Oadvogado da empresa resolveu interpor recurso de revista. Ao fundamentar seurecurso, o advogado alegou que a decisão do tribunal regional contrariava o dispostoem uma orientação jurisprudencial da SBDI 1, do Tribunal Superior do Trabalho, sendoeste argumento o único de mérito presente no recurso de revista.

Na situação hipotética apresentada, o recurso de revista interposto pelo advogado daempresa Orvalho Matinal está apto a ser conhecido? Justifique a sua resposta.

134º Exame de Ordem – São Paulo - 2ª fase (2007)

1 - Danilo provocou briga em serviço e agrediu, injustamente, Renato, seu colega detrabalho. Em consequência, a empresa empregadora puniu Danilo com cinco dias desuspensão. Embora não tenha cometido mais nenhuma falta, após o decurso de umano, Danilo foi despedido por justa causa, sob a alegação da já mencionada agressãoa Renato.

Na situação descrita, a posição da empresa está correta? Justifique, com a devidabase legal, a sua resposta.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

2 - Considere-se que determinada empresa, em face da constatação de prestação deserviços em atividade insalubre, tenha adquirido os necessários equipamentos deproteção individual, distribuindo-os aos empregados. Considere-se, ainda, que, a partir

do pagamento do primeiro salário subseqüente a tal aquisição, a empresa tenhapassado a descontar tais despesas, em três parcelas, no salário de cada um dosempregados. Nessa situação, a atitude da empresa encontra amparo legal? Justifiquea sua resposta com base na legislação pertinente.

3 - Considere-se que o patrono de determinado reclamante, alegando aplicaçãoanalógica do instituto do grupo econômico para fins trabalhistas, tenha inserido, nopólo passivo de uma ação reclamatória, para fins de solidariedade, o locador doimóvel em que estava situada a empregadora, na condição de locatária. Nessasituação, o entendimento do patrono está correto?

 Justifique, com a devida base legal, a sua resposta.

4 - Suponha-se que determinada empresa tenha juntado à defesa, em açãotrabalhista, cópia xerográfica não-autenticada de um documento, tendo levado,porém, à audiência inicial o original do documento para a devida conferência. Nessasituação, tal procedimento tem previsão legal ou pode o juízo impedir a exibição dooriginal para conferência? Justifique a sua resposta com a devida fundamentaçãolegal.

5 - Em determinado processo trabalhista, por ocasião da execução definitiva, a

reclamada pretendeu argüir, embora em nenhum momento tivesse alegado o fato,compensação de suposto empréstimo que fizera ao trabalhador, exibindo documentofirmado pelo empregado, no início do contrato de trabalho, que perdurara por cincoanos.

Nessa situação hipotética, o procedimento descrito encontra amparo legal naprocessualística do direito do trabalho? Justifique sua resposta.

34º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2007.3) - Banca Cespe/Unb

1 - José foi contratado pela Empresa Bola Sete Ltda., na função de auxiliar de serviços

gerais, em 4 de maio de 2007. No dia 4 de outubro de 2007, José pediu demissão daempresa, alegando ter recebido de outra empresa uma proposta de trabalho maisvantajosa.

Considerando que José não completou um ano de trabalho na empresa, deve receberna rescisão do contrato de trabalho, algum valor a título de férias? Justifique a suaresposta.

2 – Em ação trabalhista ajuizada em face da empresa Brasileira Ltda., Antonio, quetrabalhava como gerente de vendas, em Recife, desde a sua admissão, em 1999,formulou pedido de equiparação salarial, indicando como paradigma o Sr. João,também gerente de vendas da empresa, desde o ano de 2005, em Salvador.

Nessa situação o pedido formulado por Antonio é devido? Fundamente sua resposta.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

3 - Antônio moveu uma reclamação trabalhista contra a empresa Mar Azul Ltda. Naaudiência de conciliação, as partes não fizeram acordo. Contudo, antes da realizaçãoda audiência de instrução e julgamento, as partes pactuaram um acordo por escrito e

peticionaram ao juiz do trabalho, requerendo a homologação do acordo e a extinçãodo processo.

Considerando a situação hipotética acima, esclareça se o juiz do trabalho estáobrigado a homologar o acordo.

4 - Em um processo que corre em uma das varas do trabalho, o advogado da empresaDelta Ltda. interpôs recurso de agravo de petição tempestivo. No citado recurso, oadvogado fundamentou que os valores apurados nos cálculos apresentados pelocontador judicial seriam elevados, mas não delimitou os valores que a empresaentendia ser efetivamente devidos ao reclamante, nem especificou o erro que ocontador teria cometido ao elaborar o cálculo.

Nessa situação, o agravo de petição está apto a ser recebido? Justifique a suaresposta.

5 - O banco Cidade contratou Nélson, diretamente, para trabalhar como vigilante.Após o término da relação de emprego, Nélson ajuizou ação trabalhista postulandoseu enquadramento como bancário e, consectariamente, o recebimento de horasextras, conforme o art. 224 da CLT, bem como o pagamento de parcelas previstas emnormas coletivas dos bancários.

Com relação à situação hipotética apresentada, indaga-se:O obreiro deve ser enquadrado como bancário? São-lhe devidas as pleiteadas horasextras e as parcelas referentes às normas coletivas dos bancários? Fundamente a suaresposta.

Exame de Ordem – 2007.2 - Nacional - 2ª fase

1 - Antônio, advogado da empresa Alfa e Ômega Ltda., interpôs recurso ordináriocontra decisão de um juiz de direito da vara do trabalho, que estabeleceracondenação à empresa. Embora tenha interposto o referido recurso no terceiro dia do

prazo de 8 dias que a CLT estabelece para a interposição de recurso ordinário, oadvogado da empresa efetuou o pagamento do depósito recursal apenas no oitavodia.

Diante da situação hipotética acima, questiona-se: o recurso está apto a serconhecido? Justifique a sua resposta.

2 - Um juiz de direito de uma comarca do interior de um estado do Brasil nãoabrangida pela jurisdição de uma vara do trabalho julgou reclamação trabalhistamovida por José contra a empresa Delta Ltda. Este, porém, não se conformou com adecisão proferida pelo juiz.

Diante dessa situação, que recurso o advogado de José deverá interpor? Que tribunalserá competente para julgar o recurso?

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares Justifique as suas respostas.

3 - O advogado da empresa Beta Ltda. interpôs recurso de revista de decisão proferidapor um tribunal regional do trabalho. O presidente desse tribunal negou seguimento

ao recurso. Diante de tal decisão, o advogado interpôs agravo de instrumento, o qualnão foi aceito pela 1.ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sob o fundamento deintempestividade do recurso.

A propósito da situação hipotética acima descrita, responda ao seguintequestionamento: é possível a interposição, na seção especializada em dissídiosindividuais, de recurso de embargos para discussão da tempestividade do recurso?

 Justifique sua resposta.

4 - José moveu reclamação trabalhista contra a empresa Aurora Ltda., pleiteando opagamento de horas extras que alega ter cumprido durante o pacto laboral, mas quenão foram solvidas pela empresa. A citada empresa contestou, alegando que José

 jamais efetuara qualquer tipo de trabalho em jornada extraordinária. Para comprovarsua tese defensiva, o advogado da empresa juntou à contestação os cartões de pontode José, que demonstravam horário de entrada e de saída de acordo com horário detrabalho previamente estabelecido.

Nessa situação hipotética, a apresentação dos cartões de ponto de José, quedemonstram horário de entrada e de saída de acordo com o horário de trabalhopreviamente estabelecido, é suficiente para comprovar a ausência de jornadaextraordinária que José alega ter cumprido? Justifique sua resposta.

5 - Flávio moveu reclamação trabalhista contra a empresa Céu Azul Ltda., alegandoque desenvolvia suas atividades em local insalubre e que jamais havia recebido daempresa o adicional de insalubridade. A empresa contestou o pedido, afirmando queFlávio não trabalhava em local insalubre. O juiz designou perícia técnica paraavaliação do local onde Flávio trabalhava e facultou às partes a indicação de auxiliartécnico para perícia. Para acompanhar o trabalho do perito oficial, Flávio indicou umprofissional de sua confiança, que lhe cobrou R$ 800,00 de honorários.Flávio foi vencedor em sua tese, já que a perícia oficial atestou que o local onde eletrabalhava era realmente insalubre. Sendo vencedor no objeto da perícia, Flávioformulou pedido de ressarcimento dos honorários pagos ao assistente por eleindicado, pleiteando a condenação da empresa Céu Azul Ltda. em tal quantia.

Nessa situação hipotética, é devida a condenação da empresa Céu Azul Ltda. aressarcir Flávio dos honorários pagos ao assistente da perícia por ele indicado?

 Justifique a sua resposta.

33º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2007.2) - Banca Cespe/Unb

1- O advogado Francisco Alburquerque, inconformado com o conteúdo da sentençaque julgou improcedente o pedido de seu cliente, interpõe recurso ordinário. Asentença foi publicada no Diário Oficial de 10 de novembro de 2006, sexta-feira, e orecurso protocolado em 21 de novembro do mesmo ano, terça-feira, dia seguinte aoferiado estadual que celebra o "Dia Nacional da Consciência Negra" (Lei Estadual n.º4.007, de 11 de novembro de 2002). Não obstante haver o diligente advogadoelaborado preliminar de tempestividade de seu recurso, ao receber o apelo no

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares Tribunal Regional do Trabalho, o juiz relator entendeu por bem negar seguimento aseu trâmite, monocraticamente, por considerá-lo intempestivo. Segundo osargumentos do magistrado, ao alegar direito estadual para prorrogar o prazo recursal,caberia ao recorrente provar o seu teor e vigência, nos termos do art. 337, do CPC, oque não ocorrera.

Levando-se em consideração os dados acima, indaga-se:Qual o recurso cabível da decisão monocrática que negou seguimento ao recurso

ordinário citado? Indique o dispositivo legal que o prevê e fundamente sua resposta.

. Qual o prazo legal de interposição do referido recurso?

2 - Em 18 de setembro de 2007, o Sindicato dos Penteadores de Leão do Estado doRio de Janeiro – SPLERJ teve ciência de que as empresas de prestação de serviços depenteação de leões de sua base territorial estavam descumprindo normas desegurança e medicina do trabalho em prejuízo de todos os seus empregados.Consultando a advogada que presta serviços ao respectivo sindicato profissional, Dra.Cléa M. L. M., foi sugerido o ajuizamento de ação coletiva em defesa dos interessessupra-individuais dos membros da categoria profissional, nos termos da Lei n.º7.347/1985.

Dados os fatos acima, responda:• Tem o sindicato legitimidade para ajuizar ação coletiva em favor dos membrosde sua categoria? Caso positivo, fundamente sua resposta indicando o regramentolegal aplicável à hipótese.• Em caso de resposta negativa ao item anterior, indique qual seria o meioadequado à proteção dos interesses coletivos dos membros da categoria do SPLERJ.

3 - Em 16 de setembro de 2003, terça-feira, foi publicada sentença em açãotrabalhista, em que foi deferido o pedido de horas extras e indeferido o pedido depagamento de bônus formulados na petição inicial. Foi apresentado recurso ordinárioapenas por parte do reclamante, que pretendeu o êxito de sua postulação depagamento de bonificação. O acórdão, publicado em 15 de maio de 2006, segunda-feira, deu provimento ao apelo do autor, julgando procedentes, na totalidade, ospedidos. A decisão de segundo grau de jurisdição não sofreu impugnação. Na datapresente, foi verificado que o reclamante já havia ajuizado a mesma ação (idênticaspartes, pedidos e causas de pedir), tendo sido julgada improcedente sua pretensão. Oréu, todavia, deixou passar despercebido tal fato durante a instrução processual dosegundo processo. Detectada a violação à coisa julgada, uma vez que a sentença daação anterior transitou em julgado em meados de 2002, o corpo jurídico da empresaprepara ação rescisória, com o fito de desconstituir o recente julgado em suatotalidade.

Considerando-se essa situação, pergunta-se:• Qual o termo inicial do prazo para o ajuizamento da pretendida ação rescisória?• Há algum óbice para a apreciação de mérito da ação rescisória quanto àscondenações em horas extras e bonificação?

4 - Em recente notícia divulgada no sítio do TST, lia-se que um empregado, admitidoem janeiro de 1978, como artífice, pela Pecplan ABS Importação e Exportação Ltda.,ali permaneceu por mais de 20 anos. Executava tarefas de trato de bovinos, tais como

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresalimentação, coleta de sêmen, lavagem, cuidados de natureza sanitária, além deoutras atividades, como capina e aplicação de herbicidas na Fazenda Santo Ignácio,em Uberaba (MG), que tinha como uma de suas atividades econômicas acomercialização de sêmen para exportação.Despedido sem justa causa, ajuizou ação trabalhista em junho de 1999, pleiteando

horas extras e reflexos, integração à remuneração de salário in natura (moradia),adicional de insalubridade, reflexos, diferença de indenização de FGTS, domingos eferiados trabalhados.A Pecplan, na contestação, argüiu prescrição qüinqüenal e alegou haver acordoindividual de prorrogação de jornada para compensação aos sábados. Argumentou,ainda, que os plantões também eram compensados com folgas. A 1ª Vara do Trabalhode Uberaba julgou procedente apenas o pedido das parcelas de horas extras comreflexos sobre o FGTS e a indenização de 40%, e declarou prescritos os direitosanteriores a 22/06/94, por considerar o empregado como trabalhador urbano.

Considerando essa situação, responda: o ex-empregado deve ser enquadrado comourbano ou rural? Indique a fundamentação legal correspondente.

5 - Iago foi contratado, como empregado, para laborar em uma empresa cujaatividade produtiva se dá de modo contínuo e ininterrupto. O empregador, então,dividiu os empregados em turnos que vão se sucedendo ao longo do dia. O horário detrabalho de Iago sofre variações ao longo do mês, sendo que nesta semana Iagotrabalhou das 14h às 23h, permeado por um período de uma hora para repouso oualimentação.

Analise o caso à luz das normas que regem a jornada de trabalho.

Exame de Ordem – 2007.1 - Nacional - 2ª fase

1 - O advogado da empresa Delta, munido do instrumento de procuração, compareceua uma audiência de conciliação, à qual o preposto da reclamada não compareceu.Diante dessa situação hipotética, responda, de forma justificada, à seguinte pergunta:Deve ser aplicada a revelia à empresa Delta?

2 - Manoel moveu ação trabalhista contra a empresa Gama, sob o rito doprocedimento sumaríssimo. Contudo, ao formular o pedido, o advogado de Manoel nãoindicou os valores das verbas pleiteadas, limitando-se a afirmar nos pedidos o termo

“a apurar”.Considerando o caso hipotético em apreço, redija um texto, de forma justificada,acerca de como deve proceder o juiz nessa situação.

3 - O advogado da empresa Beta interpôs agravo de petição apresentandofundamentação genérica, sem especificar a matéria e os valores impugnados.Considerando que no processo do trabalho é cabível agravo de petição das decisõesdo juiz do trabalho em execuções, responda, de forma justificada, à seguinte perguntarelativa à situação hipotética apresentada acima. O recurso interposto pelo advogadoestá apto a ser conhecido e provido?

4 - Defina o termo salário utilidade, abordando as prestações que podem serconsideradas como utilidade e as que não se enquadram nesse conceito.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

5 - O advogado da massa falida da empresa Ômega interpôs recurso ordinário desentença de 1.º grau que havia estabelecido condenação da massa falida em verbastrabalhistas de ex-empregado. Entretanto, o referido advogado não efetuou o

recolhimento do preparo nem pagou as custas processuais.Nesse caso, o recurso ordinário deve ser considerado deserto? Justifique a suaresposta.

32º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2007.1) - Banca Cespe/Unb

1 - Antônio Camargo, empregado da empresa XYZ Indústria e Comércio S.A., exercia,nos últimos três anos, cargo administrativo de diretor comercial nessa empresa, semqualquer subordinação jurídica, já que eleito por decisão de assembléia. Ao serdespedido sem justa causa, após 10 anos de trabalho para essa empresa, entendeuque o cálculo de sua indenização compensatória era inferior ao devido, porquanto aempresa empregadora não depositara os 40% devidos sobre o FGTS, relativamente aoperíodo em que exerceu o cargo de direção na XYZ Indústria e Comércio S.A.De fato, comprovou-se que não houve nenhum recolhimento de valores à conta doFGTS de Antônio Camargo no período em que este exerceu o cargo de diretor.

Com base nesses dados, fundamente a atitude da empresa.

2 - Uma empresa teve um automóvel penhorado por um oficial de justiça, emcumprimento ao mandado de execução expedido por Vara do Trabalho, em 12/3/2007.O gerente da empresa assinou o verso do termo de penhora como fiel depositário no

próprio dia 12/3/2007, sendo que o mandado é juntado aos autos com o termo depenhora em 30/3/2007 (uma sexta-feira). O advogado da empresa opôs embargos àexecução no dia 6/4/2007 (uma sexta-feira). No entanto, os embargos não foramconhecidos, tendo o Juízo declarado sua intempestividade.

Considerando as informações prestadas na situação hipotética acima, responda seestá correta a declaração do juiz quanto à intempestividade dos embargos àexecução. Justifique sua resposta.

3 - A estabilidade provisória assegurada atua como fator de limitação temporária aodireito potestativo de resilição contratual e visa propiciar a seu destinatário, em última

análise, o exercício de direitos fundamentais. Dessa forma, mesmo havendo extinçãoda empresa, entende-se, para qualquer hipótese de estabilidade provisória, não sedeva excluir essa proteção legal.

 Alice Monteiro de Barros. Curso de Direito do Trabalho. 2.ª ed., São Paulo: Ltr, p. 958(com adaptações).

Considerando o texto acima como motivador inicial, redija, fundamentadamente, umtexto em que examine o instituto da estabilidade provisória à luz da extinção doestabelecimento.

4 - A lei é omissa quanto à remuneração do trabalho dominical, mas a Justiça do Trabalho aqui fez as vezes de legislador: o TST emitiu o Enunciado 146, segundo oqual “o trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresem dobro”. (...) Uma lei (sic) que limita o comércio aos domingos, dias em que aspessoas têm tempo para fazer compras.Edward Amadeo. Opinião. In: Valor Econômico, 18/4/2007, A-17.

Considerando o texto acima, responda, de forma fundamentada, aos seguintes

questionamentos:a) É correta a afirmação de que “a lei é omissa quanto à remuneração do trabalhodominical”?b) Quais são as referências legais para o funcionamento do comércio aos domingos eo que elas preceituam?

5 - Um reclamante ajuizou reclamação trabalhista, com pedido de antecipação datutela, postulando a sua reintegração no emprego, em razão de ter sido eleitodirigente sindical, conforme era do conhecimento da empresa. O juiz, ao analisar apetição inicial, entendeu estarem presentes os requisitos do art. 273 do CPC e deferiua antecipação da tutela, antes mesmo de citar o réu. Quando o réu foi intimado dadecisão, impetrou mandado de segurança visando à sua cassação, com pedido deliminar. No entanto, a liminar foi indeferida, uma vez que o juiz entendeu não estarempresentes o perigo da demora e a fumaça do bom direito.

Considerando essa situação hipotética, redija de forma fundamentada, um texto emque aborde o remédio precessual cabível contra a decisão que indeferiu a liminar e oprazo para sua interposição. Esclareça, ainda, se há previsão legal específica quedetermina ao juiz do trabalho a concessão de medida liminar para se reintegrardirigente sindical despedido pelo empregador.

31º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2006)1 - Em uma audiência trabalhista de instrução e julgamento, o advogado temindeferido o seu requerimento de oitiva da parte contrária em depoimento pessoal,sob o argumento de que, ao contrário do CPC, a CLT, nos artigos 820 e 848, não prevêa figura do depoimento pessoal das partes, mas somente do interrogatório, que éfaculdade do juiz e, naquele momento, estava sendo dispensado. Aduziu o magistradoque, por não haver omissão na CLT (art. 769), seria incabível a oitiva de uma daspartes por requerimento da parte contrária, mas apenas a faculdade de reinquirição,depois de inquiridas pelo juiz, o que não era o caso. Tendo em vista o indeferimentode seu requerimento, o diligente advogado fez consignar expressamente na ata deaudiência os seus protestos, para garantir a apreciação jurisdicional do tema em

momento posterior.

Uma vez prolatada e publicada sentença, desfavorável ao cliente do advogado querequereu a oitiva da parte contrária, sem obscuridade, omissão, contradição ouqualquer erro material, responda objetivamente:a) Qual é o remédio processual cabível para efetivar a produção da prova requerida,apontando sua previsão legal;b) Qual o prazo para interposição deste remédio processual;c) Aponte os fundamentos que podem ser argüidos nesta peça processual paragarantir a oitiva da parte contrária em depoimento pessoal no Processo do Trabalho,indicando os dispositivos legais violados.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares2 - É cabível o ajuizamento de dissídio coletivo de natureza jurídica proposta porempresa privada do setor de turismo com o objetivo de obter a declaração deabusividade de greve deflagrada por seus empregados? Fundamente.

3 - João Bernardo, ex-empregado da empresa Maremar Utensílios de Cozinha Ltda.,apresentou demanda na Comissão de Conciliação Prévia, instituída no sindicatoprofissional que representa os interesses de sua categoria, celebrando, ao final, termode conciliação com o seu ex-empregador, dando quitação geral quanto ao extintocontrato de emprego, sem aposição de qualquer ressalva, na forma do art. 625-E, daCLT.No dia marcado para o pagamento dos valores estipulados no acordo, a empresa nãoapareceu ou justificou sua ausência.Irritado, João Bernardo procurou um advogado, que ajuizou ação trabalhista deconhecimento, narrando os fatos e requerendo a produção de todas as provasadmitidas em direito, com o escopo de obter a procedência do pedido dereconhecimento daquele crédito em favor do autor. O processo foi julgado extinto semresolução de mérito, por ausência de interesse processual, na forma do art. 267, VI, doCPC. João Bernardo, enfurecido, consultou outro profissional para entender o ocorridoe tentar receber o seu crédito ajustado.

Como novo advogado de João Bernardo, responda às seguintes indagações:

a) O procedimento adotado pelo advogado de João Bernardo foi correto? Fundamente.b) Caso positivo, qual é o remédio processual cabível para reverter a decisão eextinção do processo sem julgamento do mérito?c) Caso negativo, qual deveria ter sido a providência tomada pelo advogado de JoãoBernardo?

4 - Nas hipóteses abaixo formuladas, deve o empregador indenizar, por danos moraise materiais, o empregado inválido em conseqüência de acidente de trabalho?

Hipótese a) O acidentado é empregado de uma empreiteira envolvida na construçãodo metrô, e no exercício de sua função, dirigia um veículo da empresa, que foiatingido pelo desmoronamento ocorrido no local.

Hipótese b) O empregado-motorista transportava para a escola os filhos da famíla queo empregava quando ocorreu o desmoronamento na estação de metrô que foi causado acidente que lhe causou invalidez.

Hipótese c) O empregado dirigia veículo em via pública, quando, por falta demanutenção adequada no veículo de propriedade da empresa empregadora, sofreuacidente de que resultou a invalidez.

5 - Júlia Santos ajuizou reclamação trabalhista, em janeiro deste ano (2007),despedida que fora por sua empregadora doméstica, sem justa causa, em maio doano anterior (2006), quando estava no início da gravidez. A reclamante, não inscritano sistema de FGTS, tem direito a alguma indenização? Fundamente.

30º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2006)

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares1 - É indispensável a tratativa negocial prévia antes do ajuizamento de dissídiocoletivo econômico? Justifique a resposta.

2 - Se um empregado de um condomínio residencial, utilizando luvas, coloca

diariamente o saco de lixo, já lacrado, na calçada, no horário predeterminado paracoleta, passa a ter direito ao adicional de insalubridade? Justifique a resposta.

3 - Qual o recurso específico contra qualquer decisão do juiz na execução, após o julgamento de embargos a execução? Fundamente o critério de recebimento, prazopara interposição, e dispositivo legal aplicável?

4 - O empregador pode fazer descontos nos salários do empregado? Caso positivo,quais as hipóteses?

5 - Paulo Gomes Netto, ingressou com Ação Trabalhista, sendo a mesma julgadaimprocedente. O reclamante apresentou Recurso Ordinário, contudo, o Juízo de 1ºGrau negou seguimento.Em 06/10/2006, foi publicado o indeferimento.Paulo pediu seu advogado que tomasse alguma providência.

Pergunta-se: Qual a providência que o advogado deve tomar? Qual o prazo?

29º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2006)

1 - Informe como se processa o recurso ordinário no procedimento sumaríssimo, nosmoldes dos dispositivos legais.

2 - Gabriela laborava na casa do Sr. Jucá, “olhando” seus filhos. Gabriela dedicou suavida, a zelar pela casa do Sr. Jucá. Porém, após 4 (quatro) anos laborando para Jucá(período de 2002/2006), Gabriela descobriu que estava grávida. Após, comunicar ofato a Jucá, foi logo dispensada, sem justa causa.Gabriela procurou o escritório modelo de uma faculdade, e o estagiário falou-lhe queteria estabilidade de 150 dias, e não poderia ser dispensada.Analise os aspectos fáticos e jurídicos.

3 - Um empregado tendo laborado no período de 01/02/2004 a 20/10/2005, afastou-se, no período aquisitivo de suas férias, por 170 dias, em razão de acidente detrabalho e por mais 15 dias por faltas injustificadas. Tal empregado tem direito aférias, daquele período aquisitivo? Em caso positivo, quantos dias? Fundamente comos dispositivos legais consolidados.

4 - Determinada pessoa foi contratada no Município do Rio de Janeiro, onde laborou noperíodo de 3 (três) meses, sendo em seguida transferida para o Município de Taubaté- S.P., onde a empresa, apesar de não ter estabelecimento naquela cidade, prestaserviços, lá permanecendo por 5 (cinco) anos, até a sua rescisão contratual.Na hipótese de uma Reclamação Trabalhista movida pelo empregado, qual o forocompetente, justificando a resposta.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

5 - Diga quais são as condições para admissibilidade do Recurso de Revista.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

28º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2005)

1 - José Geraldo foi contratado pela empresa Instal Serviços Ltda, na função dereparador de linhas telefônicas, tendo trabalhado cinco anos, com prestação de

serviços exclusiva à empresa contratante dos serviços, Teles S/A. Seu empregador lheremunerava com salário inferior ao piso estabelecido para a categoria, bem comodeixou de lhe fornecer outros direitos consagrados em lei e em norma coletiva. Você,advogado de José Geraldo, ao ajuizar a competente ação deverá decidir se a empresa

 Teles S/A, contratante da empresa Instal Serviços Ltda. deverá integrar o pólo passivoda relação processual, bem como definir a espécie de responsabilidade da mesma,caso figure no pólo passivo. Responda, apontando os fundamentos pertinentes.

2 - Paulo de Castro Júnior foi admitido, a título de experiência, por 90 dias,oportunidade que não teve sua Carteira de Trabalho assinada. Paulo ao completar 90dias de serviço sem ter qualquer documento da empresa, soube que a mesma nãotinha interesse em continuar com seus serviços.Paulo só recebeu a título de rescisãocontratual 3/12 de férias proporcionais + 1/3, e 3/12 de 13° salário proporcional.

Pergunta-se:a) Analise o contrato de trabalho de Paulo?b) Paulo recebeu seus créditos corretamente? Justifique.

3 - Paulo da Silva Netto sempre esteve envolvido em "confusões" e "brigas". Contudo,quando Paulo completou 16 anos, arrumou um emprego na Metalúrgica Cruzeiro doSul, e resolveu estudar à noite. Após 6 meses de trabalho, Paulo foi dispensado sem

 justa causa e nada recebeu. Dona Maria (mãe) faltando 30 dias para Paulo completar20 anos, comprou um táxi para seu filho trabalhar.Paulo soube pelo Sr. Marcos (gari), que deveria ter recebido horas extras.Paulo quer ingressar com uma Ação na Justiça do Trabalho, porém, João (médico),disse que seus Direitos já estavam prescritos. Pergunta-se:

a) Analise a prescrição Trabalhista, e os aspectos fáticos e jurídicos?

4 - Severino, a partir de 2000, passou a freqüentar cultos na Igreja Novo Dia.Verificando a exacerbada fé de Severino, o Sacerdote Rolando o convocou em03/02/2001 para prestar alguns serviços durante o culto, como ajudante.

Dada a dedicação e o carisma de Severino, as funções a ele delegadas foramacumulando-se a ponto de ter que, a partir de 12/08/2001, morar nas dependênciasda Igreja, recebendo alimentação e vestuário do Pastor, além de R$ 300,00 parademais despesas. Severino trabalhava diariamente, em média, durante dez horas,inclusive nos finais de semana, cuidando de tarefas que variavam da faxina emanutenção da Igreja até os preparativos e execução do culto, como a coleta dedoações, contabilizadas pelo próprio Severino.

Em 15/06/2004 Severino flagrou o Sacerdote desviando dinheiro da Igreja paraenriquecimento pessoal e, ao denunciá-lo ao Bispo foi expulso da Igreja. Daí pergunta-se: Há possibilidade de configuração do vínculo de emprego? Qual princípio do Direitodo Trabalho justificaria tal pedido de vínculo de emprego?

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares5 - A empresa privatizada "Telenor Telecomunicações S/A", pretendendo reduzircustos, decidiu terceirizar o setor de segurança patrimonial. Contratou a empresaVigiforte, especializada nos serviços de vigilância e segurança.Considerando que os empregados da Vigiforte recebiam ordens diretas do corpodiretivo da empresa tomadora do serviço, que lhes determinavam horário de trabalho,

atribuíam tarefas e responsabilidades, e, inclusive, chegando a aplicar advertênciasescritas e suspensões em alguns casos, é possível a responsabilização da empresa de Telecomunicações para o pagamento de verbas trabalhistas de um empregadocontratado pela empresa Vigiforte? Se positivo, em que grau se dará talresponsabilização, exclusiva, solidária ou subsidiária? Fundamente.

27º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2005)

1 - Carlos foi admitido em 1/1/90 na Empreiteira LL Ltda., tendo sido imotivadamentedispensado em 30/5/03, lhe tendo sido concedido aviso prévio, mas sem receber asverbas resilitórias de direito. Seu advogado Ingressou com ação em 28/5/05,objetivando o pagamento de horas extraordinárias e de verbas resilitórias.

Responda fundamentadamente: a) operou-se a prescrição total ou parcial?; b) seCarlos e LL Ltda. tivessem celebrado acordo em processo judicial anterior (compedidos idênticos), devidamente homologado em juízo um mês antes de ajuizar apresente ação, você, advogado da ré argumentaria o quê, em preliminar decontestação; c) Se o advogado de Carlos necessitar dos cartões de ponto para fazerprova da jornada extraordinária, documentos esses que estão em poder da ré, qualrequerimento caberia ao referido advogado e sob qual fundamento?

2 - José, que reside em Petrópolis, foi admitido na empresa XY Ltda., que se situa noRio de Janeiro, para prestar serviços na localidade de Teresópolis onde laborou até ofinal de seu contrato. Sem autorização do empregado, a empresa usou a imagem doobreiro em propaganda que vem sendo veiculada na TV, destinada a aumentar aclientela empresarial. Na propaganda, a imagem do empregado é usada comoexemplo de bom trabalhador.

Pergunta-se. A) Qual a Vara do Trabalho competente para apreciar a ação? B) Cabeação de indenização por danos morais em face do empregador? Fundamente e cite osdispositivos legais.

3 - Camilo, empreiteiro autônomo, pessoalmente, e, contando com a ajuda de doissubordinados, firmou contrato de empreitada para reforma de um banheiro em umaresidência em Ipanema, tendo pactuado o pagamento em 3 parcelas de R$ 1.000,00(mil reais). Embora Camilo tenha concluído a empreitada, o dono da obra deixou dequitar a ultima parcela. Qual é o órgão do Poder Judiciário que tem competênciamaterial para apreciar o litígio. Fundamente.

4 - No curso do processo perante a Justiça do Trabalho, você, advogado da ré, teve aoitiva de uma testemunha indeferida arbitrariamente pelo Juiz. Que atitude vocêtomaria (mencionar todos os atos a serem observados pelo advogado e os princípiosregentes da matéria)

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares5 - João e Mário, atendentes da loja MM Ltda., após briga que envolveu agressão físicaentre ambos na frente de clientes do estabelecimento, foram chamados peloempregador. O empregador (que verificou que os dois não mais poderiam trabalhar

 juntos), resolveu punir os empregados, tendo suspendido Mário por 10 dias edispensado João por justa causa (como exemplo aos demais empregados). Comente a

conduta do empregador diante dos princípios que regem a justa causa.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

26º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2004)

1 - A responsabilidade subsidiária aplica-se também aos créditos trabalhistasresultantes de contratos de terceirização pactuados por entidades estatais? Justifique.

2- A ausência do Reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação emaudiência, acarreta o arquivamento do processo? Justifique.

3 - João foi admitido em 20/05/1995 na empresa XY Ltda. e imotivadamentedispensado em 20/01/2003, tendo sido o aviso prévio indenizado pelo empregador.Considerando-se que João era credor de duas horas extras diárias, que não foramadimplidas pelo empregador, ajuizou ação trabalhista em 27/01/2005 postulando taisparcelas. A empresa XY Ltda., em defesa, argúi a prescrição total e parcial.

Responda fundamentadamente se operou-se a prescrição total e à parcial, apontandoos dispositivos legais pertinentes.

4 - Pedro foi admitido em 01/09/1999, na função de apontador, laborando de segundaa sexta-feira, das 8:00 às 17:00 h, com intervalo de 1 hora para alimentação erepouso. Contudo, o seu empregador procedeu a anotação de sua CTPS em01/09/2000, passando a partir desta data a assinar os controles de freqüência, recibosde salários e demais documentos decorrentes da relação de emprego.

Pergunta-se:

a) Pode Pedro pleitear o vínculo empregatício pelo tempo em que trabalhou sem odevido registro? À luz dos dispositivos legais aplicáveis à espécie fundamente a suaresposta.b) Há algum princípio do Direito do Trabalho que ampare a pretensão do empregado?

5 - Roger, trabalhou para a empresa REDUTOR S/A, no período de 01/02/04 a29/11/04, na jornada das 22:00h às 5:00h, em regime de revezamento decorrente daatividade empresarial, que era de refinação de petróleo. Contudo, durante todo ocontrato de trabalho não recebeu o adicional noturno, sob a alegação de que o Caputdo art. 73 da CLT não se aplica ao seu regime de trabalho.

Pergunta-se: Caso Roger recorresse a você, como advogado, e solicitasse o seuparecer fundamentado, a respeito do procedimento da empresa e dos seus direitostrabalhistas, o que você diria ao seu consulente?

22º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2003)

1 - Ricardo Pereira dos Santos ajuizou uma reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador São Vicente Indústria e Comércio Ltda, postulando apenas equiparaçãosalarial ao seu colega Haroldo Teixeira da Rocha, paradigma apontado na petiçãoinicial, cujo valor da causa representava R$ 50.000,00. A reclamação foi julgadaimprocedente pela 100ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. Dessa decisão quais sãoos recursos imediatamente cabíveis, seus pressupostos de admissibilidade, prazo e oórgão julgador competente para apreciá-lo, fundamentando a resposta.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

2 - Quando o sindicato instaura um dissídio coletivo ele representa os seus filiados ouos membros da categoria? Justifique fundamentando a resposta.

3 - Na ação civil pública trabalhista quem possui legitimação ativa, quais os interessesa serem defendidos e se é possível a concessão de liminar? Justifique fundamentandoa resposta.

4 - Se um empregado firma com seu empregador um contrato a termo com percepçãode salário por hora e este se extinguiu no sábado e o empregador paga ao referidotrabalhador o domingo, o contrato de trabalho passaria a ser reconhecido como porprazo indeterminado? Justifique fundamentando a resposta.

5 - Como são constituídas e instituídas as Comissões de Conciliação Prévia?Fundamente a resposta.

FUNDAMENTE TODAS AS RESPOSTAS.

20º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2002)

1 - É possível o rompimento do contrato de trabalho da gestante? Justifique.

2 - Hélio Mesquita firmou com seu empregador, quando de sua admissão, um contrato

de trabalho com uma jornada de 8 horas diárias e 44 horas semanais, cumprindocláusula de convenção coletivo de trabalho firmada entre o sindicato da categoriaprofissional representante do empregado em questão com sindicato da respectivacategoria econômica, Em 1998, após três anos de contrato de trabalho,espontaneamente e sem qualquer fixação em norma coletiva ou pré-determinaçãodessa alteração, o empregador permitiu que o empregado passasse a cumprir 6horas/dia de trabalho, Em janeiro de 2003 o empregador determinou que oempregado retomasse a sua jornada contratual, isto é, 8 horas diárias, observando as44 horas semanais. É possível essa alteração contratual imposta pelo empregador quenão possui a concordância do empregado? Justifique a resposta com o respectivoembasamento legal.

3 - Uma entidade sindical propôs uma ação de cumprimento cobrando o pagamentonos salários dos empregados da categoria profissional representada, vigentes em 30de novembro de 1995, que deveriam ser reajustados em 5% (cinco por cento), a partirde 01 de dezembro de 1996. Esse reajuste do salário foi conferido aos trabalhadoresno julgamento do dissídio coletivo TRT-DC 006/1996 cuja decisão foi publicada em07/01/97, tendo transitado em julgado apenas em 04/11/2002, ainda que tal dissídiotenha sido instaurado no ano de 1996. Considerando-se que o sindicato representanteda categoria econômica interpôs recurso ordinário julgado no TST e que apóstramitação pelo Supremo Tribunal, Federal por fim foi apreciado pela Corte SupremaBrasileira somente no segundo semestre de 2002 (decisão prolatada no RecursoExtraordinário no. 000000200095.085-1) que confirmou os acórdãos do TribunalSuperior do Trabalho e TRT/1a Região - indaga-se se procede a argüição de prescriçãosuscitada pela empresa reclamada na ação de cumprimento proposta pelo sindicatoem janeiro de 2003?

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares

Independente da questão prescricional deve ser salientada a possível legitimidade dosindicato profissional para propor essa ação de cumprimento.

4 - O que significa salário complessivo no Direito do Trabalho e o que representa taladoção no contrato de trabalho?

5 - Sérgio Lopes Alonso propôs reclamação trabalhista postulando a sua reintegraçãono emprego por ser detentor de uma estabilidade provisória prevista na normacoletiva de trabalho aplicável a sua categoria profissional. A 100ª. Vara do Trabalho doRio de Janeiro, acolhendo o pedido determinou a imediata, reintegração do ex-empregado, fato que foi cumprido imediatamente pelo empregador. Durante atramitação do recurso ordinário interposto pelo empregador, este soube daaposentadoria do empregado reintegrado. Analisando o entendimento dominante nadoutrina e na jurisprudência trabalhista, esclareça o que pode ocorrer nesta hipótese,considerando-se ainda que a sentença que determinou a reintegração não transitouem julgado? Deve também ser considerado na resposta que mesmo após orecebimento do beneficio previdenciário decorrente da aposentadoria acima referida,continuou prestando serviços ao empregador.

FUNDAMENTE TODAS AS RESPOSTAS.

19º Exame de Ordem - Rio de Janeiro - 2ª fase (2002)

1 - Ricardo Santos ajuizou uma reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador

São Vicente Indústria e Comércio Ltda, postulando apenas equiparação salarial ao seucolega Haroldo Teixeira da Rocha, paradigma apontado na petição inicial peloreclamante. O pedido se justifica porque Ricardo Santos ao longo de todo o seucontrato recebeu salário inferior ao do colega indicado, embora exercessem ambosidênticas funções, pois quando Ricardo foi admitido Haroldo foi, na mesma data,promovido. Em sua defesa a empresa suscitou que além do paradigma não ser maisempregado da São Vicente, inviabilizando a instrução probatória da ação, Haroldo

 Teixeira da Rocha havia sido admitido na empresa dois anos e seis meses antes doreclamante.

Observando e indicando o ônus da prova das partes na reclamação trabalhista emexame, verifique a procedência da ação proposta pelo ex-empregado Ricardo Santos.

2 - O empregado Cláudio Martins foi designado pela direção do sindicato profissionalpara ocupar o cargo de diretor de esporte da sede campestre, na ausência de umsindicalista eleito no pleito sindical para assumir essa função. Sendo a entidadesindical não representante dos empregados da empresa para a qual trabalha, Cláudiogoza de estabilidade no emprego? Justifique fundamentando a resposta.

3 - O que ocorre quando um menor de 17 anos de idade trabalha em serviço insalubrede grau médio? O contrato é nulo? Justifique fundamentadamente a resposta.

4 - Alfred Smith, trabalhador brasileiro, foi contratado em Barcelona na Espanha, localem que fez todos os seus exames seletivos. Após a sua aprovação nos testes se

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvaresseleção, o empregado iniciou imediatamente os seus serviços na filial brasileira de seuempregador, a Big Salada Ltda., na cidade do Rio de Janeiro. Demitido sem justacausa após seis anos de serviço para o mesmo empregador, o trabalhador propôs umareclamação trabalhista em Porto Alegre, sua cidade natal e onde mantém atualmenteseu domicílio. Considerando os fatos informados, pode o ex-empregador de Alfred

Smith "excepcionar" a Justiça do Trabalho de Porto Alegre? Em que momentoprocessual pode ser oposta essa exceção? Justifique fundamentando a resposta.

5 - Luiz Ignácio de Freitas é empregado da empresa CPN Embusteiro Ltda. desde maiode 1985. A partir de 1990 acompanha regularmente, através dos extratos de seuFGTS, os depósitos recolhidos pelo empregador e acréscimos de juros e atualizaçãomonetária creditados pelo Governo Federal. Nos últimos dois anos verificou que a CNP(que antes só atrasava o depósito) passou a não mais efetuar esses recolhimentos.Procurando o empregador esse afirmou que a "culpa era da Caixa Econômica Federalque não vinha, aliás, como não vem, atualizando o extrato...". Não convencido com oque lhe foi dito pelo empregador, Luiz Ignácio resolveu procurar um escritório deadvocacia, solicitando que este encontrasse uma medida judicial de urgência queobrigasse o seu empregador a demonstrar o regular e tempestivo recolhimento dosdepósitos ao FGTS, cujos valores atualmente já ultrapassam a importância expressivade setenta salários mínimos.

Que providência processual deve o advogado Leonardo Mendes adotar para atenderao pedido de seu cliente? Justifique fundamentando a resposta.

18º Exame de Ordem – Rio de Janeiro - 2ª fase (2002)

1 - Quando e em que circunstâncias pode o juiz modificar a sentença trabalhista porele prolatada?Fundamentar a resposta, indicando o respectivo dispositivo legal aplicável.

2 - Qual o recurso que cabe do despacho denegatório de seguimento ao agravo depetição, na Vara de Trabalho do Rio de Janeiro?Fundamentar a resposta, indicando o respectivo dispositivo legal ou regimentalaplicável à espécie.

3 - Empregado de uma empresa imobiliária, durante o prazo do aviso prévio, comete

falta considerada como justa causa para a rescisão do seu contrato de trabalho(exceto abandono do emprego). Quais as verbas rescisórias que pode o mesmopleitear de seu empregador, perante a Justiça do Trabalho?Fundamentar a resposta, com todos os detalhes, circunstâncias e dispositivos legaisaplicáveis.

4 - Qual o efeito jurídico que terá o empregado, de uma sociedade por ações, ao seraposentado por invalidez ?Fundamentar a resposta, indicando corretamente a situação legal do aposentado porinvalidez, bem como os dispositivos de lei acaso aplicáveis.

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Provas da OAB – 2ª Fase – Direito do Trabalho e Processual do Trabalho

Profs. Simone Belfort e Ana Paula Alvares5 - Como pode ser pago o salário de um empregado na indústria de papéis? Indicarcorretamente a modalidade ou modalidades de pagamento, bem como o dispositivolegal incidente sobre o caso.

FUNDAMENTE TODAS AS RESPOSTAS.