curso azulejista - parte 1

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Construção civil

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  • Seja Bem Vindo!

    Curso

    Azulejista

    Parte 1 Carga horria: 30hs

  • Dicas importantes

    Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o contedo, e no

    apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s os determinados

    aprendem!

    Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se deixando

    dominar pela pressa.

    Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis, pois

    saiba que elas tm uma funo bem mais importante que embelezar o texto,

    so fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o

    contedo.

    Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais se

    diferenciar dos demais alunos dos cursos.

    Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada

    aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os alunos

    certificados dos alunos capacitados.

    Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual onde faz

    o curso, buscando novas informaes e leituras extras, e quando necessrio procurando executar atividades prticas que no so possveis

    de serem feitas durante o curso.

    Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento em que

    est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar elementos para reforar

    aquilo que foi aprendido.

    Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido quando pode

    efetivamente ser colocado em prtica.

  • 9

    Unidade 4

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    Unidade 3 45

    Unidade 2 33

    Contedo

    Unidade 1

    um o l ha r p a r a o p a ssa d o

    conhec im ento s da ocupao e os m eus p r p r i o s c o n h e c i m e n t o s

    f e r r a m e nt a s d e t r a b a l h o e m a t e r i a i s b s i c o s

    p l a n e j a m e n t o d o t r a b a l h o

  • Azu l e j is t a 1

    u n i d a d e 1

    Um olhar para o passado

    Quando olhamos para os diversos lugares nos quais vivemos,

    seja na cidade ou no campo, percebemos uma infnidade de

    tipos de construo que envolvem uma enorme variedade

    de materiais.

    Mas nem sempre foi assim.

    Os seres humanos continuamente procuraram locais onde pu-

    dessem se proteger do frio, da chuva, do ataque de animais, do

    sol excessivo etc. E essa procura, possivelmente, foi uma de suas

    primeiras motivaes para que passassem a buscar lugares para

    fxar sua moradia com segurana.

    Mas, entre procurar abrigo e comear, de fato, a criar e a cons-

    truir espaos para morar, muito tempo se passou.

    De acordo com pesquisas sobre como viveram os primeiros

    homens e mulheres, descobriu-se que eles se abrigavam em ca-

    vernas encontradas na natureza e interferiam pouco para mo-

    difcar esse ambiente.

    Arte rupestre no alto de caverna no deserto do Saara, na frica.

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  • Trata-se de um perodo conhecido como Pr-histria ou, como se prefere defnir

    atualmente, sociedades sem Estado. Esse perodo vai da origem do homem, h

    cerca de 5 milhes de anos, at o ano 3500 a.C. (antes de Cristo), quando surgiu a

    escrita.

    O ato de construir ou, mais propriamente, de criar um espao que servisse para

    moradia, culto, comrcio etc., usando tcnicas diferentes, novas tem incio apenas

    no fm desse perodo que conhecemos como Pr-histria, ou sociedades sem Estado,

    e no comeo da chamada Idade Antiga.

    Piso de mosaico da Casa Aion, escavao arqueolgica em antigo povoado romano na Ilha de Chipre, Grcia.

    Conjunto de ladrilhos hidrulicos.

    Para marcar as diferentes etapas do desenvolvimento da humanidade e facilitar a

    compreenso dos acontecimentos, os estudiosos dividiram a histria em grandes

    perodos de tempo. Veja a seguir essa cronologia:

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  • Azu l e j is t a 1

    LinHa do TemPo

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    IDADE MDIA Da queda do Imprio Romano at a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos

    476 d.C.

    at

    1453 d.C.

    Imprio Romano Surgimento de grandes construes, como castelos e igrejas. Projeto e obra executados ao mesmo tempo.

    IDADE CONTEMPORNEA Da Revoluo Francesa at nossos dias 1789 at

    os dias

    atuais

    Revoluo Industrial Novos materiais, tcnicas e sistemas construtivos. Tecnologia dos materiais da construo civil.

    IDADE MODERNA Da tomada de Constantinopla at a Revoluo Francesa

    1453

    at

    1789

    Perodo Renascentista Desenvolvimento da arte de construir. Desenvolvimento do projeto e posterior execuo da obra.

    IDADE ANTIGA Do surgimento da escrita at a queda do Imprio Romano

    3500 a.C.

    at

    476 d.C.

    Surgimento da escrita Incio do ato de construir, criando espaos que servissem de moradia. Construo mais organizada.

    PR-HISTRIA Da origem dos seres humanos at o ano de 3500 a.C. (antes de Cristo).

    Origem do

    homem at

    3500 a.C.

    Sociedade sem Estado Abrigavam-se em cavernas encontradas na natureza. No havia quase nenhuma interferncia para modificar este ambiente.

  • difcil afrmar que a ideia de construo j existisse na poca pr-histrica. En-

    tretanto, pinturas decorativas, nas quais os seres humanos retrataram aspectos de

    suas vidas, mostram que nessas sociedades eles alteravam seus espaos de moradia,

    dando-lhes caractersticas prprias e tornando-os diferentes dos demais.

    Essas pinturas fcaram conhecidas como pinturas rupestres, um tipo de arte rea-

    lizada nas paredes das cavernas.

    Pintura rupestre. Wadi Anshal, nos montes Tadrart Acacus, Deserto de Acacus (parte do Saara), Lbia.

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  • Azu l e j is t a 1

    Muito se evoluiu na arte e nas tcnicas de construo, desde a primeira obra de que

    se tem notcia: Stonehenge, no sul da Inglaterra, um monumento construdo com

    enormes blocos de pedra h aproximadamente 4 mil anos. Observe o contraste entre

    esta edifcao e as ultramodernas edifcaes dos sculos X X (20) e X XI (21), exem-

    plifcados pela Filarmnica de Berlim (Alemanha) ou pelo Museu Guggenheim

    em Bilbao (Espanha).

    Stonehenge, na Inglaterra.

    Filarmnica de Berlim, na Alemanha. Museu Guggenheim, em Bilbao, Espanha.

    Com a evoluo dos materiais usados nas construes (desde as pedras at as arga-

    massas, concreto, madeira, vidro, estruturas metlicas etc.), veio tambm a evoluo

    dos materiais de revestimento.

    Vamos explorar como foi essa evoluo, tratando em particular de azulejos, ladrilhos

    e pastilhas, que so o tema deste curso.

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  • No entanto, no podemos ignorar que as pedras e as pinturas artsticas nas paredes

    tambm tiveram lugar de destaque como materiais de revestimento, em diferentes

    pocas da histria da humanidade.

    Pirmides de Giz, Egito.

    Detalhe do Parque Gell, criado pelo arquiteto Antoni Gaud, Barcelona, Espanha. Ntre-Dame

    Revestimentos de pedra acompanham a histria da humanidade, existindo desde a

    Idade Antiga, quando as construes eram feitas quase exclusivamente com esse

    material. Voc pode ver outros exemplos na internet ou consultar a Unidade 1 do

    Arco Ocupacional Construo Civil Pedreiro.

    Os afrescos so pinturas artsticas feitas sobre paredes de argamassa de gesso ou cal ainda molhadas ou frescas. Sua origem muito remota, e seu uso foi intenso entre os artistas italianos no final da Idade

    Mdia e incio da Idade Moderna e entre os anos de 1300 e 1500. Esse perodo ficou conhecido como Renascimento.

    Afrescos do pintor Michelangelo na Capela Sistina, Roma, Itlia.

    Azulejis ta 1 14

    Catedral de Paris, Frana.

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  • Azu l e j is t a 1

    Atividade 1 H i s t r i a d a ar t e e H i s t r i a da H u man i dad e

    Muitas pessoas usam o termo Renascimento para falar

    sobre o movimento artstico que aconteceu na Europa,

    entre os sculos XIV (14) e XVI (16).

    Mas esse foi tambm um perodo de mudanas muito

    intensas na sociedade, na poltica, na religio, na economia

    e na cultura europeia, que marcou a transio da Idade

    Mdia para a Idade Moderna, bem como o incio do ca-

    pitalismo.

    1. A classe vai se dividir em cinco grupos. Cada grupo

    vai pesquisar um aspecto desse perodo e preparar

    uma apresentao para os demais.

    Cada pessoa da classe pode escolher em qual grupo pre-

    fere fcar, de acordo com seu interesse; mas importante

    que cada grupo tenha pelo menos trs pessoas.

    Capitalismo: Modo de or- ganizao da produo em que o motor da atividade econmica a indstria. Na sociedade capitalista existe uma diviso bsica entre as classes sociais: de um lado esto os propriet- rios dos meios de produo (terras, ferramentas, mqui- nas, indstrias etc.) e, de

    outro, aqueles que possuem apenas a sua prpria fora

    de trabalho (o proletariado).

    Grupo 1: Arte

    Grupo 2: Cincia

    Grupo 3: Poltica

    Grupo 4: Economia

    Grupo 5: Religio

    2. A pesquisa poder ser realizada no laboratrio de in-

    formtica com a ajuda do monitor. Cada grupo deve

    buscar responder o que acontecia na Europa nesse

    perodo em relao ao assunto escolhido. A classe

    precisa ainda combinar o dia em que sero feitas as

    apresentaes dos resultados das pesquisas.

    Por que dividir a apresentao e cada pessoa falar uma parte? No seria mais fcil um nico colega falar tudo? Sugerimos que todos falem porque falar em voz alta e conseguir explicar um assunto para um grupo de pessoas um saber importante para qualquer ocupao.

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    3. Para compartilhar com seus colegas o que cada grupo

    descobriu, planejem a diviso das tarefas entre os par-

    ticipantes do grupo. Depois, faam um ou mais carta-

    zes e preparem uma apresentao de cerca de 20 mi-

    nutos. Vocs podem organizar algumas anotaes para

    no se perderem na hora da apresentao. Mos obra!

    Como se deu a evoluo dos azulejos Um sculo equivale a cem

    anos. Assim, quando fala-

    mos de algo que aconte-

    ceu no sculo I (1) estamos

    falando de um perodo que vai do ano 1 d.C. (depois de Cristo) at o ano 100 d.C.

    (depois de Cristo). O scu-

    lo II (2) vai do ano 101 d.C.

    (depois de Cristo) ao ano

    200 d.C. (depois de Cristo);

    o sculo III (3) do ano 201

    d.C. (depois de Cristo) ao

    ano 300 d.C. (depois de

    Cristo) e assim por diante.

    Atualmente estamos no

    sculo XXI (21).

    Para conhecer como azulejos, ladrilhos e pastilhas co-

    mearam a fazer parte das construes ao longo dos

    sculos, vamos voltar no tempo, at a Antiguidade. As

    regies com maior destaque no mundo no eram as mesmas

    que se destacam hoje. Egito (no norte da frica), Mesopo-

    tmia (regio que atualmente parte do Iraque, no Orien-

    te Mdio, onde viveram vrios povos: sumrios, acdios,

    babilnios, assrios, persas etc.), China, Grcia e Roma (cujo

    imprio se estendeu da regio onde hoje a Itlia at o

    Oriente) constituam alguns dos lugares de maior expresso

    poltica, econmica e cultural nessa poca. Veja o mapa:

    [AZL_C1_008] [Deixar meia pgina para a insero de um mapa]

    Azulejis ta 1

    Voc sabia?

    Trpico de Cncer

    Roma GRCIA

    OCEANO

    NDICO

    Fonte: IBGE. Atlas geogrfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009, p. 32-33, 43 (adaptado).

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    IRAQUE CHINA

    EGITO

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    90 L

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    Equador

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  • Azu l e j is t a 1

    Os azulejos eram conhecidos no Egito e na Mesopotmia.

    No Egito, azulejos em tons azuis e verdes j eram usados h cerca de 5 mil anos a.C.

    (antes de Cristo).

    Na Mesopotmia, sabe-se que os assrios e os babilnios, desde o sculo XIII (13)

    a.C. (antes de Cristo), fabricavam azulejos e tijolos pintados. Os persas, que ocupa-

    ram a mesma regio vrios sculos depois, usavam a mesma tcnica de produo de

    azulejos esmaltados.

    A cidade da Babilnia era murada e a maior de suas portas era revestida por azule-

    jos decorados com o desenho de drages e touros. Uma reproduo dessa porta

    pode ser vista atualmente na cidade de Berlim, na Alemanha, em um museu cha-

    mado Pergamon.

    Detalhe do Portal de Ishtar.

    Portal de Ishtar, Museu Pergamon, em Berlim, Alemanha. Detalhe do Portal de Ishtar.

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  • Anos mais tarde, mas ainda na Idade Antiga, azulejos e pastilhas tambm estiveram

    presentes na cultura romana.

    Em runas de cidades e estradas construdas pelos romanos que datam do pero-

    do de maior expanso desse Imprio , v-se a utilizao de pastilhas em pisos,

    formando mosaicos bastante sofsticados.

    Em certos locais, vestgios das obras dessa poca esto bastante conservados ainda

    hoje. Um exemplo a cidade portuguesa Conmbriga, localizada em uma via ocu-

    pada pelos romanos no ano de 139 a.C. (antes de Cristo).

    A cidade ganhou importncia a partir do sculo I (1), tendo sido urbanizada no

    reinado de Csar Augusto.

    Mosaico nas runas de Curium, Ilha de Chipre, Grcia.

    Conmbriga, em Portugal, ainda apresenta vestgios romanos nos dias de hoje.

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  • Azu l e j is t a 1

    Embora os azulejos fossem conhecidos na Idade Antiga, foi com a expanso isl-

    mica para a Europa que esse tipo de material foi divulgado e passou a ser utilizado

    no Ocidente. Isso ocorreu j durante a Idade Mdia.

    Com a ocupao islmica, a tcnica de produo de azulejos foi levada do Oriente

    para o sul da Espanha. Eles eram produzidos com barro coberto por um lquido

    que, aps o cozimento, torna o material vidrado. Seus desenhos eram sempre de

    formas geomtricas, porque a religio muulmana (islamismo), seguida pelos rabes,

    no permite a reproduo de fguras humanas.

    Veja o exemplo abaixo:

    Azulejo alicatado em El-Hedine, Marrocos.

    O que foi a expanso islmica?

    Foi o processo de crescimento e domnio territorial dos rabes na Pennsula Ibrica, iniciado por volta do ano 700 d.C. (depois de Cristo), aps as tribos rabes terem sido unificadas por Maom. Os mouros como ficaram conhecidos esses povos conseguiram isolar a Europa. Ao assumirem o controle do Mar Mediterrneo, eles bloquearam o comrcio entre a Europa e os pases do Oriente. Com isso, passaram a fazer a ligao entre a Europa, a sia e a frica.

    A ocupao islmica da Pennsula Ibrica comeou no sculo VIII (8) e terminou quase no fim do sculo XV (15), quando os chamados reis catlicos, Fernando e Isabel de Castela, os expulsaram da Espanha.

    A Pennsula Ibrica formada por Portugal, Espanha, Gibraltar (cuja soberania pertence ao Reino Unido),

    Andorra e pequena frao do territrio da Frana, no lado ocidental dos Pireneus. Para localizar essa regio no mundo, consulte o atlas disponvel na sala de aula.

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  • O estilo desse azulejo fcou conhecido como hispano-mourisco e, at os dias de hoje,

    a arquitetura mudjar como foi chamada a arte islmica mesclada com traos

    cristos prevalece em cidades do sul da Espanha, a exemplo do Palcio de Alham-

    bra, em Granada, e da cidade de Sevilha, onde eram produzidos.

    Palcio de Alhambra, em Granada, Espanha.

    Detalhe do Palcio de Alhambra, em Granada, Espanha.

    Alm da Espanha, que manteve a tradio de uso de azulejos mesmo aps a expul-

    so dos mouros, Portugal e Holanda tambm utilizaram azulejos, contribuindo para

    que seu uso se tornasse comum na arquitetura europeia, como parte dos revesti-

    mentos para a decorao de ambientes.

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  • Azu l e j is t a 1

    A chegada dos azulejos a Portugal pas que possua

    certa tradio na produo de cermica deu-se no s-

    culo XV (15). Contam os historiadores que o rei de Por-

    tugal da poca, dom Manuel I, conheceu os azulejos de

    infuncia islmica, feitos na Espanha, e quis levar a tc-

    nica para seu pas.

    A residncia ofcial da Corte portuguesa, nesse perodo

    o Palcio Nacional de Sintra, vila que faz parte de

    Lisboa, em Portugal , foi construda com azulejos im-

    portados de Sevilha, na mesma poca em que o Brasil foi

    ocupado pelos portugueses.

    Veja, a seguir, um azulejo

    proveniente do Palcio Na-

    cional de Pena, em Sintra,

    com a representao de uma

    esfera armilar instrumen-

    to usado para orientao nas

    navegaes. Essa esfera era

    um dos emblemas do rei de Portugal, dom Manuel I.

    Ptio interno do Palcio Nacional de Sintra, em Portugal.

    Azulejo produzido em Sevilha, oficina de Fernan Martinez Guijaro, ou de Pedro de Herrera, por volta de 1508-1509, proveniente do Palcio Nacional de Pena, em Sintra, e exposto no Museu Nacional do Azulejo, Lisboa (Portugal).

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  • No sculo XVI (16), os azulejos passaram a ocupar espao crescente na produo

    artstica e arquitetnica nacional portuguesa; comearam a fazer parte das residn-

    cias, das paredes e dos tetos dos palcios, das igrejas, dos jardins, das praas e dos

    prdios pblicos.

    Grande panorama de Lisboa (detalhe), c. 1700. Faiana azul sobre branco, 115 cm x 2247 cm. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal.

    Produzidos em Portugal, os azulejos ganham feio di-

    ferenciada:

    seu tamanho torna-se padronizado;

    as cores predominantes so o azul e o branco;

    O que foi a expanso

    martima?

    A expanso martima portu- guesa comeou no incio dos anos 1400, com a conquista

    de colnias africanas, e per-

    durou por cerca de cem anos.

    Nesse processo, os portugue-

    ses chegaram ao territrio

    brasileiro e passaram a ocu-

    p-lo progressivamente.

    e, no lugar de formas geomtricas, passaram a repro-

    duzir cenas do dia a dia, smbolos religiosos, vistas das

    cidades ou de conquistas de terras pelos portugueses,

    na chamada expanso martima. Estes ltimos fcaram

    conhecidos como azulejos histricos.

    Os chamados azulejos de repetio no desapareceram;

    mas os painis e as paisagens tenderam a ganhar mais

    espao.

    Azulejista 1 22

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  • Azu l e j is t a 1

    Ainda que sua posio em Portugal tenha sido muito mais destacada do que em

    outros pases da Europa, os azulejos tambm estiveram presentes na arquitetura da

    Holanda (principalmente), da Itlia, da Inglaterra e da Frana.

    Interior do Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, Portugal.

    Com o passar dos anos, os azulejos ganharam novas cores e padres, acompa-

    nhando as manifestaes artsticas das diferentes pocas e a evoluo das tcnicas

    de fabricao. No fnal do sculo XIX (19) e incio do sculo X X (20), tem destaque

    um movimento das artes e da arquitetura chamado Art Nouveau, que, em francs,

    signifca Arte Nova. Seu surgimento coincide com o uso, em maior escala, de novos

    materiais nas construes: o ferro e o vidro.

    Nos azulejos e outras peas de cermica, chamam a ateno os desenhos com

    formas mais arredondadas, representando a natureza: fores e folhas com cores

    variadas, mas sempre com grande suavidade.

    Decorao em mosaico de estilo Art Nouveau, Hotel Metropol, em Moscou, Rssia.

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  • Exemplos de azulejos em estilo Art Nouveau.

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  • Azu l e j is t a 1

    E no Brasil? Quando chegaram os azulejos?

    Existem registros de que as primeiras peas de azulejo no Brasil foram trazidas de

    Portugal, no comeo dos anos 1600, para decorar um convento na cidade de Olin-

    da, no Estado de Pernambuco.

    Depois disso, os azulejos portugueses comearam a ser utilizados em igrejas e con-

    ventos, principalmente da regio Nordeste.

    Convento de So Francisco de Assis, em Salvador, Bahia, com painis de azulejos trazidos de Portugal por volta de 1740.

    Convento de So Francisco de Assis, detalhe do painel de azulejos.

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  • Voc sabe por que a Corte portuguesa mudou-se para o Brasil em 1808?

    No incio do sculo XIX (19), por volta de 1800, a Inglater- ra tinha grande poder na Europa e os franceses briga-

    vam para ampliar seu pode- rio e seu territrio.

    Mas o uso mais constante dos azulejos no Brasil ocorreu

    depois de 1800. Voc sabe por qu? Porque em 1808 a Cor-

    te portuguesa mudou-se de Portugal para o Brasil, tendo

    vindo morar no nosso pas cerca de 15 mil portugueses.

    Como eram bastante populares em Portugal, com a vin-

    da da Corte, os azulejos passam a ser tambm cada vez

    mais utilizados por aqui.

    Com um exrcito forte, a Frana determinou que os pases da Europa que nego- ciassem com a Inglaterra seriam invadidos. Os portu-

    gueses ficaram como diz o

    ditado popular entre a cruz

    e a espada. Posicionar- -se contra a Frana significa-

    ria ter sua terra invadida pelo

    exrcito francs. Mas, se apoiassem o bloqueio econ-

    mico francs, era a Inglaterra que invadiria Portugal.

    A aplicao de azulejos em fachadas de prdios ou seja,

    como material de revestimento parece ter se iniciado

    na regio Norte, em funo do clima mais quente e das

    chuvas mais frequentes.

    Para no se colocar clara- mente de um lado ou de outro, e contando com o apoio da Inglaterra, a Corte portuguesa decidiu se mudar para o Brasil.

    Por que escolheram o Brasil? Porque o Brasil, nesse pero- do, era colnia de Portugal, tendo permanecido nessa si- tuao at o ano de 1822 chamado ano da Indepen- dncia, que se comemora no dia 7 de setembro.

    Fachada decorada com azulejos portugueses em So Lus, Maranho.

    Seu uso nesse tipo de clima adequado por duas ra-

    zes: impermevel, o que protege a fachada das chu-

    vas intensas, e refete calor, tornando o ambiente

    interno mais fresquinho. Ainda hoje, muitas facha-

    das de azulejos so encontradas nos Estados do Par

    e do Maranho.

    Passado um tempo, os azulejos deixaram de ter papel

    predominante na decorao de igrejas e de casas e se

    tornaram um produto de uso comum na construo

    civil, principalmente para colocao nos lugares frios

    das residncias e de outros tipos de edifcao: cozinhas

    e banheiros, paredes de hospitais etc. A facilidade de

    limpeza (por serem lavveis e impermeveis) e de aplica-

    o contribuiu para sua popularizao.

    Azulejis ta 1 26

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  • Azu l e j is t a 1

    A primeira fbrica de azulejos brasileira foi montada em

    So Paulo, em 1912. Mas nos anos 1940 j existiam fbri-

    cas no Rio de Janeiro e ofcinas em outros locais do pas.

    Embora o uso dos azulejos tenha se tornado popular pela

    sua funcionalidade, a produo e a utilizao dos azule-

    jos artsticos no deixaram de acontecer.

    So famosos no Brasil e no exterior os painis de azulejos

    pintados pelos artistas brasileiros Candido Portinari,

    localizados na Igreja de So Francisco de Assis, em Belo

    Horizonte (Minas Gerais), e Burle Marx, que podem

    ser vistos no Clube de Regatas Vasco da Gama, no Rio

    de Janeiro (Rio de Janeiro).

    Veja essas belas obras que mantm a tradio dos azu-

    lejos azuis e brancos, mas em uma expresso artstica

    moderna.

    Candido Portinari nasceu em

    1903, em Brodsqui, no Es-

    tado de So Paulo. Seus pais,

    imigrantes italianos, trabalha-

    vam em uma fazenda de

    caf. De famlia pobre, Por-

    tinari s cursou os primeiros anos da escola formal.

    Com 15 anos, entrou na Esco-

    la Nacional de Belas-Artes, no

    Rio de Janeiro, e dez anos

    depois ganhou o Prmio de

    Viagem ao Estrangeiro, da Exposio Geral de Belas- -Artes.

    Em 1931, fez as primeiras te- las retratando trabalhadores brasileiros do caf. Seus pri-

    meiros trabalhos em murais

    foram feitos em 1936, e em

    1944 iniciou suas pinturas na

    Igreja de So Francisco de

    Assis. Tambm nessa poca

    comeou sua militncia pol-

    tica e fez vrias obras retratan-

    do cenas da histria brasileira.

    Morreu em 1962, no Rio de Janeiro (RJ).

    Detalhe do painel Pssaros e peixes, Igreja de So Francisco de Assis, Belo Horizonte, Minas Gerais.

    Candido Portinari, So Francisco de Assis, 1944. Painel de azulejos pintados, localizado na fachada da Igreja de So Francisco de Assis, projetada por Oscar Niemeyer e integrante do Conjunto Arquitetnico da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

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  • Roberto Burle Marx, 1959. Painel no Clube de Regatas Vasco da Gama, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).

    Roberto Burle Marx, 1944. Edifcio Prudncia, So Paulo (So Paulo).

    Atividade 2 a o b r a d e C an d i d o Po r ti nari

    Candido Portinari, como vimos, foi um grande artista plstico brasileiro, que viveu

    de 1903 a 1962. Muitas de suas pinturas retratam os brasileiros.

    1. Faam, coletivamente, uma pesquisa sobre essas obras e montem uma exposio

    na classe com essas pinturas.

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  • Azu l e j is t a 1

    2. Discutam em classe:

    a) Que tipo de pessoas Portinari gostava de pintar?

    b) O que sua pintura nos transmite sobre a populao brasileira?

    3. Registre a seguir sua opinio e a da classe.

    Histria das pastilhas

    Tal como os azulejos durante um tempo, as pastilhas tambm tiveram seu desen-

    volvimento associado predominantemente decorao, e seu uso foi disseminado

    por meio da composio de mosaicos em diferentes locais do mundo.

    Menores e mais coloridas, as pastilhas permitem fazer mosaicos com grande rique-

    za de detalhes.

    29

  • Veja outro artista brasileiro de destaque: Di Cavalcanti (1897-1976). Assim como

    Portinari, Di Cavalcanti fcou muito conhecido por suas pinturas e obras retratan-

    do o povo brasileiro.

    Di Cavalcanti nasceu em 1897, na cidade do Rio de Janeiro, e comeou a desenhar e a pintar desde muito cedo. Aos 17 anos j trabalhava como ilustrador em uma revista.

    Suas pinturas refletem suas preocupaes sociais. Di Cavalcanti pin - tou favelas, operrios, pescadores, sempre retratando trabalhadores brasileiros.

    Junto com outros artistas, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que representou uma grande mudana na forma tra- dicional de fazer arte no Brasil.

    Di Cavalcanti morreu em 1976, com 79 anos, no Rio de Janeiro.

    Di Cavalcanti. Autorretrato , 1943. leo sobre tela, 33,5 cm x 26 cm. Acervo particular.

    Di Cavalcanti. Imprensa, 1954. Painel de pastilhas no antigo Hotel Jaragu, Rua Major Quedinho, So Paulo (So Paulo).

    Di Cavalcanti. Detalhe da fachada do Teatro Cultura Artstica, 1950. Painel de pastilhas, So Paulo, restaurado aps incndio em 2008.

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  • Azu l e j is t a 1

    No Brasil, alm de serem empregadas na composio de mosaicos, as pastilhas foram

    muito utilizadas em revestimentos de fachadas de prdios nos anos 1950.

    Joo Artacho Jurado. Edifcio Bretagne, 1959, So Paulo (So Paulo).

    Aps fcar um tempo em desuso, cerca de 30 anos mais tarde nos anos 1980 , elas

    reapareceram no mercado, em diferentes verses, usadas tanto para revestimentos

    externos como na composio de mveis (bancadas, mesas etc.), detalhes de decora-

    o e, at mesmo, no revestimento de paredes internas (em banheiros, por exemplo).

    A variao de cores e de texturas, alm das caractersticas do material como a

    impermeabilidade e a versatilidade , faz das pastilhas um produto de revestimen-

    to sempre em alta, bastante solicitado em projetos desenhados por arquitetos.

    Uso de pastilhas em banheiro. Outros usos de pastilhas na construo civil.

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  • A fabricao desse material tambm evoluiu bastante: surgiram modelos novos,

    mais funcionais (mais fceis de aplicar) e produzidos com diferentes materiais.

    Existem, atualmente, muitos tipos de pastilhas: pastilhas cermicas, pastilhas de

    porcelana, pastilhas de vidro, pastilhas de vidro com resina, pastilhas de inox,

    pastilhas de pedra, entre outras.

    A ocupao de azulejista e pastilheiro

    No parece possvel afrmar que o surgimento dessa ocupao tenha uma data exata.

    A ocupao de pedreiro, por exemplo, existe desde a Idade Mdia, poca em que,

    nas ofcinas de artesos, os construtores defniam o que era preciso saber para exer-

    cer a ocupao e organizavam a produo (estabeleciam as regras de qualidade e os

    preos dos servios, por exemplo). As ofcinas dos construtores ou pedreiros, alis,

    estavam entre as ofcinas artesanais mais importantes.

    Aparentemente, azulejistas e pastilheiros foram surgindo de forma gradativa, como

    especializao do servio dos pedreiros nas atividades de revestimento. provvel

    que esses trabalhadores tenham optado por se desenvolver nessas ocupaes, por

    perceberem que tinham mais facilidade para aplicar, fazer acabamentos, ou com-

    binar cores e materiais.

    E voc, por que escolheu este curso?

    Atividade 3 re f l i t a s o b r e s ua s m ot i v a es P ar a a esC o l H a d o C u r so

    1. Antes de vermos ou discutirmos os saberes tcnicos da ocupao de azulejista e

    pastilheiro (tema das prximas Unidades), refita sobre o que voc espera deste curso

    e sobre o que o levou a escolher esta ocupao. Escreva um pequeno texto sobre isso.

    2. Se quiser, leia seu texto para os colegas, ou guarde-o com voc.

    Azulejista 1 32

  • Azu l e j is t a 1

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    Conhecimentos da ocupao e os meus prprios conhecimentos

    Quando nos referimos s ocupaes de azulejista e pastilheiro,

    estamos falando daquelas pessoas que chegam para trabalhar

    nas obras em sua fase fnal, para fazer a parte dos acabamentos.

    De modo genrico, esses trabalhadores so os chamados aplica-

    dores de revestimentos, que podem ser revestimentos cermicos

    (azulejos, ladrilhos), de pastilhas, de pedras ou de madeira.

    Com as necessidades do dia a dia e a difculdade que, por vezes,

    temos de contratar um profssional para esse tipo de trabalho,

    talvez voc j tenha feito algo parecido em sua casa, ou ajudado

    algum amigo ou parente.

    Vamos iniciar esta Unidade levando em conta sua experincia.

    Atividade 1 re f l i ta Co m ba se e m sua e xPe r i n C ia

    1. Pense em tudo o que voc j fez e liste o que voc acredita ter

    relao com a ocupao de aplicador de revestimentos.

    No deixe nada de fora, pois muitas vezes pequenas coisas

    que aprendeu sem perceber como fazer mosaicos com lpis

    de cor, por pura diverso, por exemplo podem ter relao

    com o que voc far no futuro.

    33

  • 2. Troque sua lista com o colega ao lado e explique a ele

    por que voc pensa que cada uma das experincias

    listadas poder ajud-lo a atuar nessa rea. Depois,

    oua os argumentos dele em relao ao que ele escreveu.

    Esta atividade poder auxiliar vocs dois a descobrir

    saberes e qualidades em vocs que ainda no conheciam.

    Voc sabia? A descrio de cada ocu- pao da CBO feita pe-

    los prprios trabalhado-

    res. Dessa forma, temos a garantia de que as in- formaes foram dadas por pessoas que atuam

    no ramo e, portanto, en-

    tendem bem a profisso.

    Voc pode conhecer es-

    se documento na ntegra

    acessando o site do MTE

    no laboratrio de infor-

    mtica: . Acesso em:

    13 maio 2012.

    Vamos ver agora o que diz o Ministrio do Trabalho e

    Emprego (MTE) rgo do governo federal responsvel

    por regulamentar as relaes de trabalho no pas sobre

    essa ocupao.

    O MTE produz um documento chamado Classifcao

    Brasileira de Ocupaes, a CBO, no qual esto descri-

    tas 2 422 ocupaes.

    Para cada uma dessas ocupaes, a CBO indica: o que

    os profssionais fazem; qual a escolaridade necessria para

    exercer a ocupao; onde o profssional pode atuar etc.

    A CBO organiza as ocupaes em famlias. A fam-

    lia que nos interessa neste momento a dos Aplicado-

    res de Revestimentos Cermicos, Pastilhas, Pedras e

    Madeiras. nela que vamos encontrar a defnio

    sobre o que faz e o que deve saber fazer um trabalhador

    que pretende ser ladrilheiro (ou azulejista) e pastilhei-

    ro nos dias de hoje.

    Considerando as ocupaes de azulejista e pastilheiro, a

    descrio resumida (sumria), includa na CBO, sobre o

    que fazem esses trabalhadores a seguinte:

    planejam o trabalho;

    preparam o local de trabalho;

    estabelecem os pontos de referncia dos revestimentos;

    executam os revestimentos.

    Cada um desses itens detalhado, indicando o que os

    ladrilheiros e pastilheiros devem saber fazer em relao

    a esses aspectos, conforme veremos a seguir.

    Azulejis ta 1 34

    http://www.mtecbo.gov.br/http://www.mtecbo.gov.br/

  • Azu l e j is t a 1

    Atividade 2 o s sab e r es Pr e v i s to s n a Cbo

    1. O monitor ou uma das pessoas da classe vai ler, em voz alta, cada um dos itens

    das tabelas a seguir e as atividades que lhes so correspondentes.

    Acompanhe atentamente essa leitura.

    2. Depois de ouvir, retome o texto e veja se h palavras que voc desconhece. Se

    houver necessidade, use o dicionrio que fca na classe, ou procure ajuda do

    monitor ou dos colegas para compreender o que for mais difcil para voc.

    3. Por ltimo, assinale ao lado de cada uma das atividades:

    aquelas que voc j sabe fazer;

    as que voc sabe mais ou menos e, por isso, ainda precisa aprimorar seu conhe-

    cimento;

    as que no sabe fazer ou desconhece o que signifcam.

    35

    Planejar o trabalho O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Ler e interpretar plantas

    Especificar materiais

    Medir a rea de servio

    Calcular a quantidade dos materiais

    Orar os servios

    Programar as etapas do servio

    Programar materiais e ferramentas

    Identificar caractersticas dos materiais

    Providenciar os materiais necessrios obra

  • Azulejis ta 1 36

    Planejar o trabalho O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Programar Equipamentos de Proteo Individual (EPI) e Equipamentos de Proteo Coletivos (EPC)

    Identificar defeitos das etapas anteriores

    Determinar as quantidades de materiais para composio das argamassas (trao)

    Estudar a paginao de peas

    Preparar o local de trabalho O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Manter o local de trabalho limpo e organizado

    Paginar as peas de revestimento

    Estocar material (separando os materiais que apresentarem defeitos)

    Proteger o local de servio

    Implementar o uso dos equipamentos de proteo (individual e coletiva)

    Identificar pontos de nvel dos revestimentos

    Conferir prumo do revestimento

    Conferir esquadro do revestimento

  • Azu l e j is t a 1 37

    Estabelecer pontos de referncia dos revestimentos

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Identificar o gabarito do revestimento

    Conferir a planeza do revestimento (reguar)

    Fixar as linhas mestras

    Corrigir defeitos na superfcie a ser revestida

    Executar chapisco e emboo

    Providenciar a preparao de argamassas (atualmente, usa-se argamassa colante)

    Executar os revestimentos O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Assentar revestimento cermico/ azulejos

    Assentar pastilhas

    Cortar peas para arremates

    Rejuntar revestimento de pastilhas e azulejos

    Aplicar juntas especiais de movimentao e de dessolidarizao , que tm por finalidade absorver eventuais movimentaes de paredes e contrapisos

    Limpar o rejuntamento

  • Se voc desconhece a maior parte dessas atividades ou

    acha que no sabe faz-las direito, no se sinta mal.

    O principal objetivo deste curso de qualifcao justa-

    mente desenvolver esses saberes, que podemos considerar

    tcnicos e que esto relacionados de modo direto s

    ocupaes de azulejistas e pastilheiros.

    Estudar a paginao de peas ltimo item do planejamento e paginar as peas de revestimento so praticamente a mesma atividade. A diferena est em que a primeira pode ser realizada no papel, programando-se passo a passo o que vai acontecer na obra. J a paginao realizada no local. Essa diferena ficar mais clara nas Unidades 4 e 5.

    O que mais diz a CBO

    So ainda contemplados na CBO saberes relacionados:

    escolarizao formal e formao profssional dos

    trabalhadores, por meio de cursos e/ou de experincias

    de trabalho;

    a atitudes pessoais que interferem no desempenho

    profssional.

    Vamos fazer, com relao a esses saberes, o mesmo exer-

    ccio que realizamos anteriormente.

    Azulejista 1 38

    Escolarizao e formao/experincia profissional

    Conhecimentos que tenho

    Conhecimentos que preciso aprimorar

    Conhecimentos que no tenho

    Ensino Fundamental completo

    Curso de qualificao de nvel bsico (at 200 horas)

    Experincia de trabalho em obras

  • Azu l e j is t a 1 39

    Aspectos relacionados s atitudes no mbito pessoal e no ambiente de trabalho

    O que sei fazer

    O que sei fazer mais ou menos

    O que no sei fazer

    Utilizar equipamentos de proteo conforme as normas

    Seguir as instrues dos fabricantes dos materiais industrializados

    Seguir as instrues dos fabricantes de ferramentas e equipamentos

    Responsabilizar-se pela manuteno dos equipamentos

    Verificar condies de uso dos equipamentos

    Realizar servio dentro dos padres da qualidade total

    Comunicar-se com os clientes, subordinados e superiores

    Realizar servios de acordo com normas de segurana, sade e higiene no trabalho

    Demonstrar habilidade de trabalhar em equipe

    Realizar servios de acordo com normas e procedimentos tcnicos

  • O que qualidade total?

    A partir dos anos 1950, as empresas comearam a de- senvolver programas que fi- caram conhecidos por esse nome, porque buscavam meios de produzir bens e servios com alto padro de

    qualidade, capazes de aten-

    der s necessidades dos clientes mais exigentes, sem elevao dos custos de pro- duo.

    Hoje, so inmeros os pro-

    gramas e ferramentas volta-

    dos para o que se chama

    padro de qualidade total,

    assim como existem vrios

    profissionais e empresas que

    se especializaram em certi-

    ficar a qualidade de bens e

    servios.

    Antes de seguir adiante, lembre-se, em relao a esses

    ltimos aprendizados, de que parte deles voc pode ter

    obtido em trabalhos ou vivncias que no tm a ver com

    ocupaes associadas com a colocao de azulejos e pas-

    tilhas, ou mesmo com a construo civil. Afnal, existem

    saberes:

    de tipos diferentes relacionados comunicao (fala

    e escrita), aos nmeros, aos esportes, s habilidades

    manuais etc.;

    que aprendemos em lugares diferentes na escola, no

    trabalho, na vizinhana, na reunio da associao de

    bairro etc.;

    que aprendemos de forma diferente olhando os outros

    fazerem (ou seja, pelo exemplo), lendo, exercitando.

    Por isso, acreditamos que, lembrando as histrias de sua

    vida, voc poder perceber que tem conhecimentos, ex-

    perincias e percepes que podem ser teis no dia a dia

    de um azulejista ou pastilheiro. Talvez voc nem se re-

    corde desses saberes ou no os valorize, isto , no con-

    siga perceber sua utilidade nesta hora.

    Atividade 3 re f l i ta so b re a e xPe r i n Cia d e Pe d ro e so b re a s sua s Pr Pria s v iv n C ia s

    1. Leia o texto a seguir, sobre o trabalho de um perso-

    nagem imaginrio, o Pedro.

    Pedro trabalhou dois anos em uma

    farmcia, como atendente. A farmcia

    ficava em um bairro muito pobre da

    cidade. Muitas vezes, chegavam pes-

    soas com receita mdica para comprar

    um medicamento, mas que no con-

    seguiam ler nem lembrar direito o que

    o mdico havia dito sobre como tomar

    40

  • Azu l e j is t a 1

    o remdio: quantidade por dia, horrios,

    quantos dias... No comeo, era difcil

    para Pedro explicar essas coisas para

    as pessoas. Depois, com o tempo, ele

    foi pegando o jeito: conseguia entender,

    explicar e at escrever coisas na caixa

    do remdio, que deixavam claro para o

    cliente o que fazer quando chegasse

    em sua casa.

    2. Volte para o ltimo quadro da CBO apresentado

    Aspectos relacionados s atitudes no mbito pes-

    soal e no ambiente de trabalho e responda: Quais

    dos saberes listados no quadro Pedro pode ter ad-

    quirido na experincia como atendente de farmcia?

    Se voc no tem certeza se algumas de suas experincias de vida podem ser aproveitadas nas ocupaes de azulejista e pastilheiro, troque informaes com os colegas a seu lado. Um ajudar o outro a reconhecer e a extrair, das vivncias de cada um, saberes que podem ser teis para a profisso que esto buscando. Saber ouvir e aprender com os outros so grandes aprendizados para qualquer ocupao.

    3. Procure relembrar, agora, mais uma vez, tudo o que

    voc j fez na vida, no trabalho e fora dele, e faa

    anotaes no quadro a seguir. Indique como no

    exemplo sua experincia e em que voc acha que

    ela pode ajud-lo para ser um bom azulejista ou

    pastilheiro.

    41

  • Azulejista 1 42

    Tipos de saber Exemplos Saberes que tenho

    Conhecimentos relacionados a minhas experincias de trabalho

    Fui ajudante de balco em uma padaria. Aprendi como atender bem as pessoas

    Conhecimentos relacionados a meu jeito de ser e de agir

    Sou concentrado e gosto bastante de ficar sozinho, o que pode me ajudar se eu tiver de trabalhar s

    Outras coisas que sei/aprendi

    Ajudar meus filhos a fazer trabalhos de escola, o que me deixou melhor em tabuada

  • Azu l e j is t a 1

    Outras formas de conhecer a ocupao

    Embora a CBO, como vimos, relacione tudo o que um

    azulejista e um pastilheiro precisam saber, profssionais

    que trabalham nessa rea podem dar algumas dicas teis

    para quem est comeando na ocupao.

    Por isso, vamos usar mais algumas estratgias para voc

    conhecer essas ocupaes.

    Atividade 4 e ntre v is ta Co m a zu le j i s ta s e

    Pa sti lH e i ros

    1. Para complementar essas informaes e ter melhor

    viso da ocupao, vocs vo entrevistar profssionais

    dessa rea.

    Em grupo de quatro colegas, vocs devem escolher um

    profssional para entrevistar.

    Considerando o conhecimento e as facilidades de cada

    um, procurem se dividir de modo que cada grupo entre-

    viste pessoas que trabalhem em lugares diferentes e faam

    diversos tipos de servio nessas reas.

    No dia de fazer a entrevista, lembre- -se de levar as perguntas escritas e anotar as respostas.

    Por exemplo: um grupo entrevista algum que faa

    colocao de azulejos comuns de cozinha e banheiros;

    outro grupo procurar um profssional que assente la-

    drilhos hidrulicos ou que trabalhe exclusivamente com

    pastilhas; o terceiro grupo poder entrevistar um re-

    vestidor que atue apenas em grandes obras. E assim

    por diante.

    O importante coletar diferentes olhares e experincias

    sobre a profsso, pois isso poder ajud-lo a identifcar

    se voc quer, realmente, seguir esse ou aquele caminho

    e de que forma tentar trabalhar no futuro.

    Em seguida, h um roteiro de entrevista, mas cada gru-

    po pode acrescentar outras perguntas que considerar

    importantes:

    43

  • a) Quem o entrevistado? Homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual a esco-

    laridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?

    b) Onde trabalha? O que faz?

    c) Como escolheu essa ocupao?

    d) Como aprendeu a ocupao? Fez algum curso de capacitao antes ou depois de

    comear a trabalhar na rea para se especializar?

    e) Quais os pontos positivos e negativos nesse trabalho?

    f ) Como faz para cuidar da prpria segurana no ambiente de trabalho?

    g) Quais so seus conselhos para algum que vai comear a trabalhar agora?

    Incluam outras perguntas que vocs gostariam de fazer para esse profssional. Pro-

    curem investigar tambm as oportunidades de trabalho existentes para quem exer-

    ce essa ocupao.

    2. Agora que a entrevista est feita, hora de compartilhar o que vocs aprenderam.

    Cada grupo deve organizar as principais informaes coletadas para apresentar

    os resultados da entrevista para a classe.

    Procurem planejar como ser essa exposio: um cartaz, um relato etc. Lembrem-

    -se de que ela deve conter informaes sobre quem vocs entrevistaram, os argu-

    mentos que o profssional usou para relatar como a ocupao e as concluses

    do grupo a respeito da entrevista.

    A esta altura, todos na classe j sabem um pouco mais sobre o que e como ser

    ladrilheiro e/ou pastilheiro. Portanto, est na hora de irmos adiante, comeando

    pela apresentao dos principais instrumentos com os quais voc vai lidar.

    Azulejista 1 44

  • Azu l e j is t a 1

    u n i d a d e 3

    Ferramentas de trabalho e materiais bsicos

    Ferramentas de trabalho de uso mais comum

    Azulejistas e pastilheiros no utilizam uma gama muito exten-

    sa de ferramentas, mas elas so bastante especfcas. Vamos

    estudar aqui a listagem de ferramentas mais comuns, sugerida

    pela CBO.

    Pode ser que essa lista no esgote tudo o que voc precisar

    adquirir. Mesmo porque as profsses evoluem e, com elas,

    evoluem tambm as ferramentas e os instrumentos de trabalho.

    Como sempre haver coisas novas sendo criadas, isso implica,

    de tempos em tempos, voc ter de se atualizar e, possivelmente,

    adquirir novas ferramentas.

    Alis, no prprio ambiente de trabalho, voc ter dicas de outras

    ferramentas e materiais cujo uso poder facilitar o exerccio da

    profsso. Quais so elas? Isso vai depender do tipo de obra e

    local em que voc for trabalhar.

    45

    Ferramenta Para que serve

    Balde til para transportar materiais secos ou umedecidos, entre os quais argamassas e gua.

    Brocha

    P

    au

    lo S

    avala

    As brochas so usadas para caiar ou molhar as paredes quando da aplicao de argamassas.

    C

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    n/1

    23

    RF

  • Azulejista 1 46

    Ferramenta Para que serve

    Caixa plstica para mistura da argamassa Masseiras Caixotes

    comum se ter nas obras recipientes especficos para preparo de argamassas, existindo caixas de diferentes tipos e tamanhos. Para uso em obras residenciais, esse recipiente pode ter pequenas dimenses, o que facilita tambm o seu transporte.

    Fo

    tos:

    Pa

    ulo

    Sa

    va

    la

    Colher de pedreiro Usada para assentar tijolos, misturar pequenas quantidades de massa e fazer pisos e revestimentos. As colheres de pedreiro so muito utilizadas. So de metal, sendo mais comuns as de ponta redonda e triangular.

    Desempenadeira dentada (de ao)

    Desempenadeira com feltro e espuma

    Desempenadeira de borracha (para aplicao de rejuntes)

    Desempenadeira lisa e de canto

    As desempenadeiras podem ser de diferentes tipos, sendo, em geral, usadas para se retirar o excesso de massa, regularizar superfcies e prepar-las para fazer os acabamentos.

    As mais utilizadas, no caso da ocupao de azulejista e pastilheiro, so as desempenadeiras dentadas (de ao inox), que servem para fixao de azulejos e pisos de cermica. Elas devem ser de 6 mm x 6 mm x 6 mm ou 8 mm x 8 mm x 8 mm.

    Alm dessas (desempenadeiras dentadas), as desempenadeiras lisas, de canto, de borracha e as que so base de feltro ou espuma sero usadas, se houver necessidade de aplicar argamassa nas paredes, antes de revesti-las com azulejos ou pastilhas.

  • Azu l e j is t a 1

    Entendendo o que ngulo

    ngulo a figura formada entre o encontro de duas retas (ou segmentos/pedaos de reta). Os ngulos so medidos em graus (X).

    Por exemplo: um ngulo de 60 (graus) entre duas retas significa que elas se encontram da seguinte forma:

    Em uma construo, as paredes e o piso tm de se encontrar em ngulo exato de 90 (graus), tambm chamado ngulo reto.

    Para medir ngulos em desenhos, utiliza-se um instrumento chamado transferidor. Nas construes, para conferir se os ngulos so de 90 (graus), so usados esquadros.

    90 (graus)

    60 (graus)

    47

    Ferramenta Para que serve

    Esptula utilizada para remover restos de tinta, massa ou argamassa e para aplicar rejunte.

    Esquadro uma ferramenta simples, formada por dois pedaos de metal (ou, mais antigamente, de madeira) que formam entre si um ngulo reto, ou seja, de 90 (graus).

    Sua utilidade verificar se uma parede est formando um ngulo reto em relao ao piso e parede vizinha. Quando isso acontece, fala-se que a construo est no esquadro.

    O esquadro tambm usado em outras ocupaes e, na mo do azulejista, serve para definir os ngulos das peas para corte. Os ngulos de 90 e 45 so os mais comuns na rea de acabamento.

    Fo

    tos:

    Pa

    ulo

    Sa

    va

    la

  • Azulejista 1 48

    Ferramenta Para que serve

    Furadeira eltrica com serra copo diamantada acoplada

    utilizada para fazer furos circulares em revestimentos cermicos mais resistentes, como a cermica grs.

    P

    au

    lo S

    avala

    Lpis de carpinteiro Utilizado para a marcao de todas as medidas e nveis durante a obra.

    P

    au

    lo S

    avala

    Linha de nilon Serve para marcar reas, bem como para controlar o alinhamento de azulejos e pastilhas, quando uma parede est sendo revestida.

    Lixadeira de centro/canto Essa ferramenta serve para lixar superfcies. Com ela pode-se reparar superfcies danificadas por acabamento indevido, remover revestimentos deteriorados ou preparar as superfcies novas, deixando-as lisas para aplicao dos revestimentos.

    Pa

    ulo

    Sa

    vala

    A

    leksa

    nd

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    sic

    /123

    RF

    Martelo picadeira

    Martelo (ou macete) de borracha

    Martelo de unha

    Esses instrumentos tm o mesmo tipo de formato e caractersticas fsicas: um cabo (em geral) de madeira e uma ponta de ferro ou borracha. Todos eles so usados para bater ou fazer presso sobre outro objeto ou ferramenta (uma talhadeira ou um ponteiro, por exemplo), de modo a empurr-los contra algo mais duro, como um pedao de concreto. Tambm podem ser utilizados para fazer presso direta sobre alguma coisa que se quer quebrar, como uma pedra ou uma parede.

    A diferena entre os vrios tipos de martelo o tamanho e o tipo de ponta. Voc vai escolher o que usar dependendo do tamanho do objeto e da presso ou fora que ter de fazer para empurrar ou quebrar (pedras ou paredes).

    Existem muitas ferramentas desse tipo. As mais comuns no caso dessa ocupao so: o martelo picadeira, martelo pequeno, com ponta dos dois lados; o martelo ou macete de borracha, usado quando h necessidade de fazer presso de forma mais delicada, como no assentamento de cermicas ou azulejos; e o martelo de unha, martelo multifuncional, em que um dos lados bifurcado e serve para extrair pregos.

    P

    au

    lo S

    avala

    Pa

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    Sa

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    Pa

    ulo

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  • Azu l e j is t a 1 49

    Ferramenta Para que serve

    Nvel de bolha, de mangueira e a laser

    P

    au

    lo S

    avala

    O nvel um instrumento para verificar se uma superfcie est reta ou nivelada, podendo ser colocado na posio horizontal ou vertical. Quando uma parede est sendo construda, por exemplo, ele serve para ver se os tijolos esto todos na mesma linha. Existe mais de um tipo de nvel.

    O nvel de bolha pode ser de madeira ou metal, com uma abertura onde fica um vidro com gua e pelo qual se v a bolha de ar. Se essa bolha estiver bem centralizada, a superfcie est reta ou nivelada.

    O nvel de mangueira uma mangueira de plstico transparente. Para verificar se uma superfcie est reta, basta colocar gua dentro dela e observar se ela permanece em um nvel constante.

    H ainda o nvel a laser, ferramenta mais sofisticada utilizada, em geral, por empresas de construo civil.

    P

    au

    lo S

    avala

    P Serve para carregar pequenas quantidades de material e em curtas distncias, como no caso da preparao de argamassa, por exemplo.

    Pedaos de pano e esponjas

    Utilizados na limpeza dos azulejos, ladrilhos e pastilhas, depois de assentados.

    Prumo de face e de centro

    Existem dois tipos de prumo:

    O prumo de face formado por um cilindro unido a outro slido por um fio ou cordo, que passa exatamente no centro deles. usado na construo de paredes, para ver se elas no esto abauladas, ou seja, se esto retas na vertical.

    O prumo de centro tem o formato de um cone e sua ponta possibilita marcar o centro exato de um local.

    P

    au

    lo S

    avala

    Pa

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  • Azulejis ta 1 50

    Ferramenta Para que serve

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    dito

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    Rgua de alumnio 1 x 2 x 2 m

    Utilizada para espalhar e regularizar argamassa.

    Riscador ou cortador de azulejo

    Ferramenta usada para cortar, riscar ou esquadrejar cermicas e azulejos.

    Rolo de pelo curto Utilizado para aplicao de resina em ladrilhos hidrulicos, aps o revestimento.

    P

    au

    lo S

    avala

    Serra mrmore/disco diamantado

    So serras eltricas especiais para cortar azulejos, cermicas e pedras.

    Talhadeira utilizada em uma obra para abrir uma fenda e tambm para retirar as sobras de materiais quando se passa argamassa em uma parede ou para nivelar melhor um piso, por exemplo.

    P

    au

    lo S

    avala

    Pa

    ulo

    Sa

    vala

    Pa

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    Sa

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  • Azu l e j is t a 1

    Como a descrio dos materiais das ocupaes elaborada pela CBO considera as famlias de instrumentos e no as reas especficas de atuao, algumas ferramentas indicadas pela CBO no foram includas neste rol. Justifica essa opo o fato de tais ferramentas no serem necessrias para os azulejistas e pastilheiros, e sim para os aplicadores de revestimentos de madeira ou pedra.

    51

    Ferramenta Para que serve

    Torqus pequena e mdia Produz cortes irregulares,

    deixando cantos denteados. Por

    essa razo, deve ser usada

    somente para pequenos cortes

    nos cantos das placas cermicas a

    serem assentadas em reas

    menos visveis.

    Fo

    tos:

    Pa

    ulo

    Sa

    va

    la

    Traador de altura um aparelho que serve para

    realizar medies de altura com

    preciso, ao qual pode ser

    acoplado um riscador para

    marcao da altura desejada.

    Tr e n a As trenas so fitas mtricas

    retrteis, utilizadas para fazer

    medidas em centmetros ou

    metros, polegadas ou ps. Em

    geral, so feitas de plstico ou

    metal e podem ter diferentes

    comprimentos: 1, 2, 5, 10 ou at

    mesmo 50 metros. Uma trena de

    5 metros adequada para as

    atividades de um trabalhador em

    obras pequenas, como casas e

    prdios residenciais.

    H ainda a trena a laser,

    ferramenta mais sofisticada,

    utilizada, em geral, por empresas

    de construo civil.

    Trincha Espcie de pincel com cerdas

    macias, usado para retirar a poeira

    e facilitar a limpeza de

    revestimentos mais sensveis,

    como no caso dos ladrilhos

    hidrulicos.

  • Atividade 1 P r ati q u e o uso d e algu ma s

    fe rr am e nta s

    A classe vai se dividir em quatro grupos para experimentar

    algumas ferramentas citadas. Durante outros momentos

    do curso, voc ter oportunidade de praticar o uso de fer-

    ramentas alm dessas. Neste momento, vamos nos ater

    quelas cuja manipulao nos parece mais complexa.

    No esquea: cuidar do prprio material de trabalho tambm faz parte dos conhecimentos que todo profissional deve ter!

    1. Primeiro, cada grupo vai testar o uso de uma serra

    mrmore e de um riscador ou cortador de azulejos.

    So duas ferramentas com as quais voc deve estar

    muito familiarizado, pois o corte de azulejos uma

    tarefa bastante comum nessa ocupao e far parte

    do dia a dia do trabalho que vai desenvolver.

    Orientados pelo monitor, cada um dos alunos deve ex-

    perimentar as duas ferramentas, pelo menos uma vez.

    2. Agora preciso praticar a utilizao do prumo de face.

    Cada grupo vai escolher um lado da classe ou uma

    parede.

    a) Com o prumo de face, o grupo vai verifcar se a pa-

    rede escolhida est na posio exata em relao ao

    piso; se ela est no prumo, e no empenada.

    b) Anote no caderno as concluses da classe sobre a ver-

    ticalidade e os ngulos das paredes.

    3. E os nveis de bolha e de mangueira? Vamos testar

    como us-los? Eles servem para checar se as superfcies

    esto niveladas.

    a) Com o nvel de bolha, escolham uma rea da sala de

    aula e verifquem o nivelamento do piso. Cada grupo

    far a medida em um lugar diferente.

    b) Com o nvel de mangueira, vocs vo checar o nivela-

    mento da mesa do professor, dos armrios e/ou do ba-

    tente superior da porta.

    Azulejista 1 52

  • Azu l e j is t a 1

    Materiais bsicos de uso de azulejistas e pastilheiros

    Apresentadas as ferramentas, vamos falar, neste momen-

    to, dos materiais mais comuns em sua nova ocupao e

    das principais caractersticas deles: os azulejos, as pastilhas

    e os ladrilhos hidrulicos.

    Como no poderia deixar de ser, vamos comear conhe-

    cendo os azulejos: peas de cermica de formato, em

    geral, quadrado ou seja, os quatro lados tm a mesma

    medida. Os azulejos mais comuns (usados com maior

    frequncia) medem 15 cm 15 cm (centmetros) e sua

    espessura de aproximadamente 0,8 cm.

    Voc se lembra do sistema de medidas de superfcie? 1 centmetro (cm) = 10 milmetros (mm) 0,8 centmetro (cm) = 8 milmetros (mm)

    Veja em uma rgua essas medidas:

    Painel de azulejos.

    O formato 15 cm 15 cm a chamada medida-padro dos azulejos. Hoje em dia, entretanto, existem azulejos fabricados com tamanhos variados: maiores e menores que esse. Certifique-se do modelo de azulejo que ser utilizado em uma obra antes de calcular o tempo e a quantidade de material necessrios.

    53

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

    15 cm 0,8 cm

    15 cm

    15

    cm

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    De

    sig

    n G

    rfico

  • Mais do que o tamanho (que pode variar), o que melhor caracteriza um azulejo

    o fato de um de seus lados ser vidrado.

    O vidrado conseguido quando se adiciona um p cermica e a pea passa por

    um processo de cozimento. Com isso, a pea ganha impermeabilidade isto , ela

    pode ser lavada e uma aparncia peculiar.

    O lado vidrado dos azulejos pode ter uma ou vrias cores; pode ser liso ou decorado; em

    relevo ou no. Essa variedade torna seu uso bastante fexvel e adequado para decorao.

    As peas de azulejo podem ser colocadas em paredes inteiras, meias-paredes, bar-

    rados, contornos de cmodos etc.

    Acabamento azulejado em banheiro. Detalhes azulejados em escada.

    Alm da beleza e da versatilidade (possibilidade de serem usados de diferentes

    maneiras), o fato de os azulejos serem impermeveis e fceis de limpar podem ser

    lavados constantemente, at mesmo com detergentes e outros produtos de limpeza

    faz deles um revestimento ideal para os locais das residncias que acumulam

    gorduras e/ou precisam ser lavados com frequncia, como banheiros, cozinhas e

    reas de servio: as reas frias ou molhadas da residncia.

    Algumas caractersticas dos azulejos devem ser analisadas com mais ateno: absor-

    o de gua e resistncia do esmalte.

    As placas cermicas para revestimentos fabricadas por prensagem (o mais comumen-

    te utilizado) so classifcadas, em funo da absoro de gua, da seguinte maneira:

    porcelanatos: de baixa absoro e resistncia mecnica alta (BIa de 0 a 0,5%);

    grs: de baixa absoro e resistncia mecnica alta (BIb de 0,5 a 3%);

    semigrs: de mdia absoro e resistncia mecnica mdia (BIIa de 3 a 6%);

    Azulejis ta 1 54

    [...]

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  • Azu l e j is t a 1

    semiporosos: de alta absoro e resistncia mecnica baixa (BIIb de 6 a 10%);

    porosos: de alta absoro e resistncia mecnica baixa (BIII acima de 10%).

    Os revestimentos cermicos tambm so classifcados segundo a resistncia do

    esmalte da pea ao desgaste por abraso (resistncia abraso superfcial). Essa

    classifcao conhecida como ndice PEI, que classifca do menor ao maior

    ndice de resistncia (0 a 5, respectivamente). As normas tcnicas aplicveis

    ABNT NBR 13816/13817/13818 no entram no mrito da utilizao. De um

    modo geral, encontram-se as seguintes sugestes de uso:

    PEI 0: Somente para aplicao em paredes (resistncia nula abraso superfcial).

    PEI 1: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geral-

    mente com chinelos ou ps descalos. Exemplo: banheiros e dormitrios residen-

    ciais sem portas para o exterior.

    PEI 2: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geral-

    mente com sapatos. Exemplo: todas as dependncias residenciais, com exceo

    das cozinhas e entradas.

    PEI 3: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geral-

    mente com alguma quantidade de sujeira abrasiva que no seja areia ou materiais

    de dureza maior que areia (todas as dependncias residenciais).

    PEI 4: Produto recomendado para ambientes residenciais (todas as dependncias)

    e comerciais com alto trfego. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lojas, bancos,

    entradas, caminhos preferenciais, vendas e exposies abertas ao pblico e outras

    dependncias.

    PEI 5: Produto recomendado para ambientes residenciais e comerciais com tr-

    fego muito elevado. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lanchonetes, lojas,

    bancos, entradas, corredores, exposies abertas ao pblico, consultrios.

    Informao ao Consumidor. Revestimentos Cermicos: pisos e azulejos. Inmetro. Disponvel em:

    .

    Acesso em: 28 maio 2012.

    Na obra, no recebimento do material, verifque se todas as caixas contm produtos

    do mesmo tamanho, tonalidade, qualidade, lote e ndice PEI (classe de abraso

    superfcial), se essas especifcaes correspondem ao seu pedido e se esto discrimi-

    nadas na embalagem.

    55

    [...]

    [...]

    http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asphttp://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp

  • Para escolher corretamente seu material, leve em consi-

    derao os seguintes requisitos:

    Voc sabia? Os revestimentos cermi-

    cos, assim como outros

    materiais, tm caracters-

    ticas tcnicas definidas

    por profissionais da rea,

    que todos os fabricantes

    devem seguir. Elas so

    chamadas Normas Brasi-

    leiras Regulamentadoras

    (NBR) e cada produto re- cebe um nmero corres- pondente.

    As normas tcnicas bra-

    sileiras so comercializa-

    das no site da Associao

    Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). Dispo- nvel em: . Acesso em: 13 maio 2012.

    As normas tcnicas rela-

    cionadas aos revestimen-

    tos cermicos so: NBR

    13816 Placas cermicas

    para revestimento Ter-

    minologia; NBR 13817

    Placas cermicas para revestimento Classifi-

    cao; NBR 13818 Pla-

    cas cermicas para reves-

    timento Especificao

    e Mtodos de Ensaios.

    Procedncia do produto: informaes sobre o fabri-

    cante (telefone, endereo) e indicao de estar de acor-

    do com as normas da ABNT.

    Local de aplicao (parede ou piso): rea residencial,

    comercial ou industrial (industrial deve ser sob consulta).

    Trnsito no local: de pessoas, de veculos, de mveis

    que so arrastados para determinar o ndice PEI do

    produto que ser comprado.

    Umidade no local: para determinar o grupo de absor-

    o de gua do produto para locais mais midos,

    recomendam-se produtos com baixa absoro.

    Metragem (rea) do local (m): para clculo da quan-

    tidade de peas necessrias.

    Informao ao Consumidor. Revestimentos Cermicos: pisos e azulejos. Inmetro. Disponvel em: .

    Acesso em: 28 maio 2012.

    Para um melhor aproveitamento do material:

    armazene as embalagens em ambientes protegidos do

    sol e da chuva, sobre um estrado de madeira, com

    altura mxima de 1,50 m;

    evite lugares muito midos ou com possibilidades de

    empoamento de gua;

    mantenha as caixas em posio vertical.

    Nunca utilize cido para a limpeza dos revestimentos cermicos, pois ele corri o esmalte. Sua conservao e limpeza podem ser feitas com uma simples soluo de gua e detergentes neutros.

    Azulejis ta 1 56

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    http://www/http://www.inmetro.gov/

  • Azu l e j is t a 1

    Atividade 2 vam os fab r i C ar u m a zu lej o?

    No laboratrio da escola, vamos entender, na prtica, o processo de fabricao de

    azulejo.

    Cada um de vocs receber uma pea de cermica branca e escolher como quer

    que ela fque: mais brilhante ou mais opaca; com vrias cores ou com uma nica;

    com desenho ou sem.

    1. Inicie o trabalho escolhendo a imagem que voc vai querer no azulejo. Pode ser

    algo simples, que voc desenhe ou copie de uma revista ou livro. Lembre-se de

    que seu desenho deve caber na metragem do azulejo-padro: 15 cm 15 cm.

    Em seguida, copie o desenho em um pedao de papel vegetal.

    2. Quando voc considerar o desenho pronto, passe-o para a cermica, usando uma

    tcnica chamada decalque. Coloque o papel vegetal sobre a cermica e risque

    com um lpis preto macio. A imagem ser transferida para a cermica.

    3. Prepare o vidrado do azulejo diluindo o produto adequado (p para vidrar) em

    gua.

    4. Para colorir, voc dever incluir nessa mistura tintas prprias para cermica. Elas

    tambm so encontradas em p e, para cada 10 partes de vidrado, voc dever

    usar 1 parte de tinta. Se voc quiser vrias cores, faa essa mistura separadamen-

    te para cada cor.

    Tinta / Pigmentos para colorir

    P para vidrar

    57

  • Observe que a proporo entre o p para vidrar e os

    pigmentos (para colorir) de 10 para 1. Voltaremos

    ao estudo das propores mais adiante.

    Quando o azulejo vai ao forno, a cor escurece alguns tons. Essa alterao acontece por causa da temperatura do forno, que muito alta. Lembre-se disso para seu trabalho ficar como voc imaginou.

    5. Com as cores prontas, use um pincel para fazer a

    pintura na cermica. Se voc for usar mais de uma

    tinta, cuide para que todas estejam com a mesma

    consistncia. Caso contrrio, o azulejo fcar com

    relevos onde a tinta estiver mais grossa.

    6. O ltimo passo a colocao das cermicas em

    um forno prprio, de alta temperatura. Esse pro-

    cesso poder ser feito na escola, se houver forno

    adequado.

    Caso no haja esse tipo de forno na escola, o monitor

    poder verificar as opes possveis para fazer a quei-

    ma da cermica na cidade e informar para a escola.

    As pastilhas

    Voc sabia? As normas tcnicas rela-

    cionadas s pastilhas so

    as mesmas utilizadas pa- ra os azulejos: NBR 13816 Placas cermicas para revestimento Termino-

    logia; NBR 13817 Placas

    cermicas para revesti-

    mento Classificao;

    NBR 13818 Placas cer-

    micas para revestimento

    Especificao e Mto-

    dos de Ensaios.

    Com dimenso menor do que a dos azulejos quadra-

    dinhos que, em geral, variam de 2 cm 2 cm at 5 cm

    5 cm , as pastilhas tambm se prestam a diferentes

    usos: do revestimento de fachadas aos pequenos detalhes

    decorativos de ambientes.

    Existem pastilhas de diferentes cores; brilhantes ou opa-

    cas; lisas ou com texturas.

    As mais comuns (e mais antigas) so fabricadas com

    cermica. Atualmente, porm, h pastilhas de vrios

    materiais: cermica, vidro, inox (escovado ou polido),

    porcelana, entre outras.

    Em geral, as pastilhas so vendidas em placas, e no indi-

    vidualmente, o que pode facilitar no momento de sua

    aplicao.

    Azulejis ta 1 58

  • Azu l e j is t a 1

    Pastilhas coloridas.

    Pastilhas de vidro.

    Composio de diferentes pastilhas. Pastilhas com textura.

    Atividade 3 Co n H e a os d i fe re ntes t i Pos d e a zu lej os

    Para complementar informaes sobre azulejos e pastilhas e conhecer melhor os

    tipos de materiais que esto sendo procurados no mercado de trabalho, vamos fazer

    uma pesquisa em lojas de materiais de construo.

    Com a ajuda do monitor e da internet, a classe vai identifcar as lojas de materiais

    que fcam prximas escola ou em lugares de fcil acesso para o grupo.

    Individualmente ou em grupo, planejem uma visita a uma das lojas. L, observem

    os diferentes revestimentos cermicos (azulejos, pastilhas e ladrilhos hidrulicos)

    expostos. Perguntem aos vendedores que tipos de produtos so mais procurados,

    59

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  • vejam os preos, comparem com os demais produtos da loja. Pesquisem tambm a

    classifcao de alguns produtos quanto absoro de gua e resistncia a abraso

    superfcial. Se possvel, tirem fotos dos revestimentos.

    Analisando os materiais expostos, procurem responder: qual material voc escolhe-

    ria para colocar na sua casa ou na de algum que voc conhece, levando em consi-

    derao o tipo de cermica especfco para cada ambiente, o seu gosto pessoal e os

    preos dos produtos?

    Feita a visita, cada grupo vai organizar as principais informaes coletadas e apre-

    sentar os resultados para a classe.

    Planeje a apresentao, organizando a melhor forma de expor o que pesquisaram e

    o que cada um vai falar. Bom trabalho.

    Os ladrilhos hidrulicos

    Esse tipo de ladrilho recomendado principalmente para pisos j foi muito

    usado no passado. Hoje, voltou moda, sendo sua aplicao bastante requisitada

    em pisos residenciais e de estabelecimentos comerciais.

    Azulejista 1 60

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  • Seu tamanho maior do que o dos azulejos comuns:

    Azu l e j is t a 1

    20 cm 20 cm. O mesmo ocorre com sua espessura, que

    tem cerca de 2 cm a 3 cm.

    No entanto, o que torna os ladrilhos hidrulicos especiais

    que eles so produzidos artesanalmente, pea por pea.

    Para isso so usadas frmas de ferro, nas quais se colocam

    camadas de tintas, cimento branco seco e argamassa de

    concreto.

    As cores e os desenhos que podem ser feitos so bastan-

    te variados, mas costuma-se manter um padro de duas

    a cinco cores.

    O nome ladrilho hidrulico vem do fato de que, uma

    vez pronto, ele mergulhado em gua por cerca de 8

    horas. Esse processo tem a funo de fazer com que o

    cimento endurea e ganhe resistncia, evitando que ocor-

    ram rachaduras no ladrilho pronto. Esse procedimento

    chamado na rea de construo civil fazer a cura do

    c i m e n t o .

    Hidrulico: Relativo movi- mentao de lquido, especial- mente gua, conforme Dicionrio Houaiss da Lngua

    Portuguesa.

    Depois de retirado da gua, o ladrilho colocado em

    um local especial para secar.

    A fase completa de fabricao demora cerca de 20 dias

    e, por isso, o ladrilho hidrulico um material de reves-

    timento diferenciado e bem mais caro do que os azulejos

    ou pisos cermicos produzidos em escala industrial.

    Ele tambm se distingue por ser altamente durvel, mas

    essa caracterstica depende da colocao correta.

    Enfm, trata-se de um produto delicado, cujo armaze-

    namento e assentamento tanto quanto sua fabricao

    exigem alguns cuidados especiais para no causar

    fssuras. Saber assent-lo corretamente pode ser um di-

    ferencial importante para o profssional dessa rea, ou

    seja, um conhecimento que o destaca entre os demais

    azulejistas.

    Voc sabia? As normas tcnicas rela- cionadas aos ladrilhos hidrulicos so: NBR 9457 Ladrilho Hidruli- co; NBR 9459 Ladrilho

    Hidrulico Formatos e

    Dimenses; NBR 9458/

    86 Assentamento de

    Ladrilho Hidrulico.

    61

  • Atividade 4 d i t o d e o u t r a f o r m a

    Talvez voc j tenha percebido que existem variados tipos de texto, e que as pessoas

    se expressam e escrevem de forma diversa dependendo das situaes ou dos contex-

    tos em que estiverem se comunicando.

    A maneira como falamos com os nossos flhos, por exemplo, no a mesma de

    quando falamos com um chefe. Da mesma forma, algum que escreve uma lei

    usar um tipo de linguagem diferente de algum que escreve uma poesia ou um

    texto para um jornal.

    1. Leia como informaes semelhantes s que foram dadas sobre os ladrilhos hi-

    drulicos podem ser escritas de forma bastante diferente, por jornalistas ou por

    profssionais que trabalham em revistas. O texto a seguir apenas uma pequena

    parte de um artigo publicado. Para conhec-lo integralmente, consulte a fonte.

    Nasce um clssico

    Pores de tinta, uma camada de cimento seco e outra de argamassa

    de concreto. A receita de um sculo ainda hoje d origem aos ladrilhos

    hidrulicos, que diferenciam ambientes

    Como no passado, hoje tudo feito artesanalmente. Nas poucas fbricas

    existentes, nada de mquinas ou computadores. Apenas poucos homens

    trabalhando, geralmente com mais de 40 anos, herdeiros da tcnica trans-

    mitida pelos antecedentes. O trabalho se inicia com a escolha de um molde

    de ferro onde sero depositadas manualmente as pores de tinta, uma

    camada de cimento seco e outra de argamassa de concreto. O resto lembra

    o ofcio de uma quituteira: desenformar, deixar repousando, imergir em gua

    (da o hidrulico), dispor em um armrio para curtir. So 20 dias para que as

    peas estejam prontas para venda. D orgulho ver tudo sendo feito como

    na poca do meu av, diz Marcelo Ruocco, 30 anos, que herdou da famlia

    a fbrica Dalle Piagge, na Lapa, em So Paulo, especializada em ladrilhos

    hidrulicos e uma das mais antigas do Brasil.

    MEDEIROS, Fernanda. Ladrilhos hidrulicos: nasce um clssico. Casa e Jardim. Editora Globo. Disponvel em: . Acesso em: 16 maio 2012.

    Azulejista 1 62

    [...]

    http://revistacasaejardim.globo.com/Casaejardim/0,2

  • Azu l e j is t a 1

    2. Comparando o que foi dito: existem informaes diferentes nos dois textos?

    Identifque no quadro a seguir as principais informaes de cada um deles.

    3. Comparando as formas de escrever: em dupla, pensem sobre as duas formas de

    relato a respeito dos ladrilhos hidrulicos.

    a) Quais diferenas vocs percebem?

    63

    Texto do Caderno Texto da revista

  • b) Qual delas mais fcil de compreender, a do Caderno ou a da revista? Justifque

    sua resposta.

    c) Qual delas orienta mais adequadamente a sua ocupao como azulejista?

    Seguindo com os materiais

    Argamassas para assentamento: convencional e colante

    Junto com as cermicas e pastilhas, a argamassa de fundamental importncia para

    o trabalho de azulejistas e pastilheiros, pois com ela que se faz o assentamento dos

    revestimentos.

    A escolha do tipo de argamassa a ser usado importante para garantir a durabilida-

    de do revestimento e tem relao com a tcnica que ser utilizada no assentamento.

    1. Argamassa convencional: preparada na prpria obra, a partir da mistura de

    cimento, cal e areia, na seguinte proporo: 1 medida de cimento para 2 de cal

    e 8 de areia. Esse tipo de argamassa exige uma tcnica especfca de aplicao.

    As peas cermicas, nesse caso, devem estar molhadas e serem assentadas sobre

    a argamassa fresca. Ela pode ser aplicada sobre uma superfcie de alvenaria que

    tenha sido coberta com chapisco ou emboo, procedimentos que sero tratados

    na Unidade 6.

    2. Argamassa colante: uma argamassa industrializada, comprada pronta.

    Ela vendida na forma de p e, para us-la, s acrescentar gua na quan-

    tidade indicada nas embalagens. Para sua aplicao no necessrio molhar

    a cermica.

    No geral, a argamassa colante substitui com vantagens a argamassa preparada na

    obra. O tempo que se leva para a realizao do assentamento, por exemplo, menor,

    j que o preparo da argamassa mais rpido e a cermica no tem que estar mo-

    lhada. Sua aplicao tambm mais fcil e possibilita uma maior aderncia da ce-

    rmica superfcie.

    Existem argamassas colantes adequadas para diferentes tipos de situao/ambiente.

    Veja no quadro a seguir:

    Azulejista 1 64

  • Azu l e j is t a 1

    Tabela de classifcao das argamassas colantes

    Rejunte

    Trata-se de uma espcie de massa aplicada entre azulejos

    e pastilhas, para que no fquem vos entre as peas. Os

    rejuntes tambm impedem a infltrao de gua, com-

    pletando o processo de impermeabilizao do revesti-

    mento com azulejos. Ladrilhos hidrulicos dispensam o

    uso de rejuntes.

    Os rejuntes podem ter diferentes cores: os mais claros

    tendem a ressaltar a cor e o desenho dos azulejos. Em

    contrapartida, escondem menos as sujeiras.

    comum, principalmente em banheiros ou reas com muita umidade, os rejuntes claros ficarem escuros, com aparncia de mofados. Quando algum cliente seu for escolher a cor do rejunte, no deixe de alert-lo sobre esse aspecto.

    65

    Argamassa colante

    Tipo I II III IIIE

    Uso Interno Externo Alta

    Resistncia Especial

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  • Existem trs tipos principais de rejunte:

    Rejunte base de cimento: mais fcil de utilizar. Se-

    gundo a NBR 14992, so classifcados em: rejunta-

    mento do Tipo I e rejuntamento do Tipo II.

    Tipo I Indicado para rejuntamento de placas cermicas

    em ambientes internos com pouco trnsito de pedestres

    e ambientes externos limitados a 20 m.

    Tipo II Indicado para ambientes internos e externos.

    Externamente podem ser utilizados em pisos e paredes

    de qualquer dimen

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