apostila proinep - azulejista

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1 Sumário REVESTIMENTO DE CALÇADAS PÚBLICAS .......................................................................................................... 2 Equipamentos & Ferramentas ........................................................................................................................... 3 Acessórios........................................................................................................................................................... 5 Materiais ............................................................................................................................................................ 6 Juntas ................................................................................................................................................................. 8 Construção do lastro de concreto ...................................................................................................................... 9 Execução da Camada de Regularização ........................................................................................................... 10 Condições para iniciar o Assentamento ........................................................................................................... 11 Assentamento Do Revestimento Cerâmico ..................................................................................................... 13 Colocação das peças cerâmicas ....................................................................................................................... 14 Execução das juntas ......................................................................................................................................... 15 Proteção da calçada recém assentada ............................................................................................................. 18 Reformas De Calçadas Públicas ........................................................................................................................ 19 PAREDES INTERNAS .......................................................................................................................................... 19 Glossário ........................................................................................................................................................... 26 CONTRAPISO .................................................................................................................................................... 28 LADRILHEIRO .................................................................................................................................................... 33 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS USADOS PELO LADRILHEIRO ........................................................................... 33 O que é o revestimento cerâmico .................................................................................................................... 34 Os materiais do revestimento cerâmico .......................................................................................................... 37 CLASSIFICAÇÃO DAS PLACAS CERÂMICAS ........................................................................................................ 39 A VERIFICAÇÃO DA PLANEZA (OU PLANURA) E DA TEXTURA .......................................................................... 45 A COLOCAÇÃO E O AJUSTE DAS PEÇAS CERÂMICAS ........................................................................................ 52 Mosaico: passo a passo .................................................................................................................................... 59 MAIS MOSAICOS .............................................................................................................................................. 62 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 62

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Page 1: Apostila Proinep - Azulejista

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Sumário REVESTIMENTO DE CALÇADAS PÚBLICAS .......................................................................................................... 2

Equipamentos & Ferramentas ........................................................................................................................... 3

Acessórios........................................................................................................................................................... 5

Materiais ............................................................................................................................................................ 6

Juntas ................................................................................................................................................................. 8

Construção do lastro de concreto ...................................................................................................................... 9

Execução da Camada de Regularização ........................................................................................................... 10

Condições para iniciar o Assentamento ........................................................................................................... 11

Assentamento Do Revestimento Cerâmico ..................................................................................................... 13

Colocação das peças cerâmicas ....................................................................................................................... 14

Execução das juntas ......................................................................................................................................... 15

Proteção da calçada recém assentada ............................................................................................................. 18

Reformas De Calçadas Públicas ........................................................................................................................ 19

PAREDES INTERNAS .......................................................................................................................................... 19

Glossário ........................................................................................................................................................... 26

CONTRAPISO .................................................................................................................................................... 28

LADRILHEIRO .................................................................................................................................................... 33

RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS USADOS PELO LADRILHEIRO ........................................................................... 33

O que é o revestimento cerâmico .................................................................................................................... 34

Os materiais do revestimento cerâmico .......................................................................................................... 37

CLASSIFICAÇÃO DAS PLACAS CERÂMICAS ........................................................................................................ 39

A VERIFICAÇÃO DA PLANEZA (OU PLANURA) E DA TEXTURA .......................................................................... 45

A COLOCAÇÃO E O AJUSTE DAS PEÇAS CERÂMICAS ........................................................................................ 52

Mosaico: passo a passo .................................................................................................................................... 59

MAIS MOSAICOS .............................................................................................................................................. 62

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 62

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REVESTIMENTO DE CALÇADAS PÚBLICAS

Revestimento cerâmico é muito empregado no revestimento de calçadas públicas. A grande vantagem de sua utilização reside principalmente nas características de durabilidade, facilidade de limpeza, além naturalmente do aspecto estético agradável. Efeitos visuais especiais podem ser obtidos pela combinação das texturas, cores, tamanhos e formas das peças cerâmicas disponíveis no mercado. Por exemplo, a composição de uma calçada pública com placas cerâmicas de cores diferentes pode definir um caminho preferencial de passagem. Para garantir a durabilidade dos revestimentos cerâmicos é necessário seguir procedimentos corretos que vão desde a escolha do material a ser utilizado até a limpeza final da obra. Estes procedimentos são apresentados neste manual. Os pontos mais importantes foram selecionados e apresentados aqui de forma detalhada. Não existem no Brasil normas técnicas para assentamento de revestimento cerâmico em calçadas públicas, pode-se, entretanto tomar como base aquelas utilizadas para o assentamento de pisos cerâmicos, as quais são apresentadas na tabela.

Uma calçada pública revestida com placas cerâmicas é formada basicamente pelas\seguintes camadas:

Base: é a calçada a ser recoberta.

Camada intermediária: camada entre a base e o contra piso, cuja finalidade é regularizar a base, corrigir cota e/ou caimento do piso, impermeabilizar, embutir canalizações, isolar termicamente, ou separar a base do contra piso.

Contra piso: camada de argamassa sobre a qual é assentado o revestimento cerâmico.

Argamassa colante: utilizada para fixar o revestimento cerâmico. Fixe no contra piso.

Camada cerâmica: formada pelo revestimento cerâmico.

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O método de assentamento segue as seguintes etapas:

• Escolha dos materiais, equipamentos e ferramentas

• Definição do número e espessura das juntas estruturais e de movimentação

• Preparo da base: Construção do lastro de concreto

Execução do contra piso

• Aplicação do revestimento cerâmico e execução das juntas

Equipamentos & Ferramentas

É muito importante que o assentador, antes de iniciar os trabalhos de colocação da cerâmica, certifique-se de que possui todas as ferramentas e equipamentos essenciais para o assentamento, de forma a poupar tempo e trabalho durante a execução dos serviços. As ferramentas e equipamentos necessários à execução do assentamento de revestimento cerâmico em calçadas públicas são:

Equipamentos de corte

Cortadores de vídia manuais

São mais utilizados para cortes retos, embora possam também ser usados para a execução de cortes curvos. Nestes casos aconselha-se a colocação de uma peça cerâmica auxiliar embaixo daquela a ser cortada, para facilitar o giro do equipamento.

Serra elétrica portátil com disco de corte diamantado

Também usada para cortes retos, a serra elétrica produz linhas de corte mais limpas, sem o problema de fendilhamento do esmalte dos cortadores manuais.

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Torquês

A torquês produz cortes irregulares deixando cantos denteados. Portanto, use-a somente para pequenos cortes nos cantos das placas cerâmicas, a serem assentadas em áreas menos visíveis.

Serra Circular

Para cortes irregulares. Cantos mais limpos e precisos que a torquês.

Desempenadeiras

Desempenadeira de aço denteada

Ferramenta utilizada para a aplicação da argamassa colante. As desempenadeiras, usadas para calçadas, possuem dentes de forma quadrada ou semi-circulares, e cujas dimensões variam de acordo com a área da placa cerâmica a ser assentada, como mostra a tabela.

Desempenadeira de madeira

Utilizada para o acabamento superficial da camada de regularização.

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Desempenadeira Emborrachada ou Fugalizador

Usada para pressionar o rejunte dentro das juntas existentes entre as placas cerâmicas. Segure a desempenadeira a aproximadamente 90 graus e a arraste diagonalmente com movimentos de vai e vem. Use a desempenadeira de canto, lado reto, para remover o excesso de argamassa de rejunte.

Acessórios

Espaçadores

Espaçadores são pequenas peças de plástico, na forma de cruz ou T. Estas peças são colocadas entre placas cerâmicas adjacentes, e servem para manter uniforme a largura das juntas, e o alinhamento das placas cerâmicas.

Martelo de Borracha

O martelo de borracha ou o vibrador mecânico é utilizado para pressionar a placa cerâmica contra a base a qual será colada.

Equipamentos para perfuração

Furadeira Elétrica

A furadeira elétrica com serra copo acoplada é usada para fazer furos circulares em revestimentos cerâmicos mais resistentes, como o a cerâmica grês.

Broca Tubular

Usada para fazer furos circulares em revestimentos cerâmicos porosos.

Equipamentos de segurança

O assentador não deverá descuidar de sua segurança pessoal. Portanto, no assentamento do revestimento, deverá usar equipamentos de proteção, como, capacete, óculos de segurança, luvas de borracha e outros que se fizerem necessário.

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Materiais

Os materiais necessários na execução de um revestimento de calçadas públicas com placas cerâmicas são:

• água

A água utilizada deve ser limpa de impurezas. Não deve ser usada água salgada em hipótese alguma. Todos os recipientes destinados a armazenagem ou transporte de água devem ser limpos.

• argamassa para camada de regularização

A argamassa para a camada de regularização deve ter o traço em volumes 1:6 de cimento, e areia média úmida.

• argamassa de contra piso

A argamassa para a camada de regularização deve ter o traço em volumes 1:6 de cimento, e areia média úmida ou 1:0,25:6 de cimento, cal hidratada e areia úmida.

• argamassa colante

Argamassa colante, também conhecida como cimento colante, cimento cola ou argamassa adesiva, é um produto industrializado, utilizado na colocação de peças cerâmicas de revestimento, tanto de paredes como de pisos. Não use misturas “caseiras”, estas podem não produzir a aderência necessária entre a peça e a base.

• argamassa de rejuntamento

A argamassa de rejuntamento, ou simplesmente rejunte, é utilizada no preenchimento dos espaços entre duas peças cerâmicas consecutivas, e tem por função apoiar e proteger as arestas das peças cerâmicas. Da mesma forma que para a argamassa colante, o tipo de rejunte a ser usado depende do ambiente onde será aplicado. A argamassa de rejuntamento é vendida em sacos ou caixas. Atualmente existe no mercado rejuntes de diversas cores. A cor do rejunte pode afetar significativamente o efeito visual da área a ser revestida:

• revestimento cerâmico

Revestimentos cerâmicos para paredes, conhecidos popularmente por azulejos, são placas cerâmicas fabricadas a partir de uma mistura de argila. As costas das placas possuem garras, para auxiliar na aderência com a superfície onde serão assentadas, e são denominadas de tardoz.

Tonalidade: variação da cor em relação à peça padrão. Todas as caixas adquiridas devem ter o mesmo número ou código no item tonalidade. Quando existirem materiais adquiridos em épocas diferentes, as indicações das embalagens quanto a tonalidade e tamanho devem ser comparadas. Se ocorrerem divergências separe por lotes iguais aplicando em áreas separadas.

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• material de enchimento das juntas

Para o preenchimento das juntas devem ser usados materiais altamente deformáveis como:

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• Isopor

• Corda betumada

• Borracha alveolar

• Cortiça

• Espuma de poliuretano, etc.

• selante

Material usado para a vedação das juntas de movimentação. São fabricados à base de elastômeros, como poliuretano, polissulfeto, silicone, etc.

Juntas

As calçadas sofrem pequenos movimentos, na maioria das vezes imperceptíveis, devido à variação de temperatura, variação de umidade, peso das estruturas, vento, etc. Com a finalidade de controlar estes movimentos, garantindo que a calçada revestida continue executando as suas funções usam-se juntas. Juntas são espaços deixados entre duas placas cerâmicas ou entre dois painéis de calçada. Existem três tipos de juntas:

Juntas de assentamento: também conhecidas por rejunte, são espaços entre as placas cerâmicas que compõe o revestimento, preenchidas com material flexível, chamado de argamassa de rejuntamento. A largura das juntas depende do tamanho da placa cerâmica e, para paredes internas, a norma brasileira (NBR 8214) estabelece os seguintes valores mínimos:

Junta de Movimentação: são espaços regulares que dividem o piso revestido, para aliviar tensões provocadas pela movimentação do piso ou do próprio revestimento.

Iniciam-se no encontro entre duas placas cerâmicas e aprofundam-se a base, ou até a camada de impermeabilização, quando esta existir. Estas juntas, algumas vezes, são chamadas de juntas de expansão / contração. Devem ser previstas juntas de movimentação nas seguintes posições:

• Àrea da calçada maior ou igual a 20 m2;

• Uma das dimensões do revestimento é maior do que 4 m;

• Mudanças de direção do plano de revestimento;

• Encontros com outros tipos de revestimento (mármores, pedras, metais, etc.);

• Mudança de materiais que compõem a base;

Junta de Dessolidarização: São espaços deixados em todo o perímetro da calçada revestida e no encontro desta com o meio-fio, fachadas, muretas, bem como com outros tipos de elementos, tais

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como: postes, hidrantes e bocas-de-lobo. Estes espaços se iniciam no encontro entre duas placas cerâmicas e atravessam a camada do contra piso.

Juntas Estruturais: são espaços previstos no máximo a cada 10 metros, com a finalidade de garantir a segurança da calçada frente às cargas mecânicas que estará submetida em condições de uso. Estas juntas atravessam toda a calçada e devem ter largura entre 10 mm e 12 mm.

Preparando Para o Assentamento

Uma preparação adequada do terrapleno é muito importante para que o resultado final do trabalho, quer a nível técnico quer a nível estético, seja perfeito. Por isto é necessário que sejam feitas os seguintes preparos, antes do início do assentamento das peças cerâmicas:

Preparo do terrapleno

O terrapleno deverá ser preparado para evitar que a umidade natural do solo suba por capilaridade, prejudicando o revestimento da calçada. Os procedimentos recomendados são os seguintes:

• Retirar 30 a 40 cm da camada superficial do solo pouco permeável, misturar com areia grossa e reaterrar.

• Apiloar o terrapleno e colocar um lastro de pedra britada com espessura de cerca de 10 cm, sobre o qual será executado o lastro de concreto.

• Executar drenagem e impermeabilização em terrenos que retém muita água, como o caso dos argilosos

• Construir drenos em locais onde o lençol freático está a pouca profundidade ou aflorado.

Construção do lastro de concreto

Alguns cuidados devem ser tomados no assentamento de revestimentos cerâmicos em calçadas. Nestes locais, o revestimento poderá estar sujeito a problemas decorrentes de umidade e outros que podem ser provocados pela má preparação do subsolo. Para evitar que tais problemas ocorram deve-se construir um lastro de concreto sobre o terrapleno.

Os procedimentos a serem seguidos para a construção de lastro de concreto sobre aterro são:

• Misturar a camada superficial de solo (30 a 40 cm) com areia e compactá-la manual ou mecanicamente. Assim, obtém-se uma camada drenante, que não permite a ascensão de água do solo por capilaridade.

• Colocar uma camada de pedra britada sobre o terrapleno compactado, com espessura mínima de 10 cm. No caso de terrenos muito úmidos, essa camada deve ter espessura de 30 cm, constituindo-se em um leito drenante.

• Posicionar, sobre a camada de brita, a armadura em forma de malha, dimensionada em função da sobrecarga prevista para o local, as ripas de madeira e, finalmente, lançar o concreto. O adensamento do concreto deve ser feito com auxílio de vibrador de imersão ou régua vibratória, observando-se as recomendações quanto ao uso desses equipamentos e o tempo de vibração.

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Recomenda-se executar o lastro de concreto armado com 10 a 12 cm de espessura, prevendo a existência de juntas estruturais e de dessolidarização.

• O acabamento superficial do lastro deve ser feito com sarrafeamento e leve desempeno com desempenadeira de madeira

• As juntas estruturais e de dessolidarização devem ter largura de 10 mm a 12 mm, devem ser preenchidas com material compressível (isopor, mangueira de borracha). As juntas devem ser respeitadas em posição e largura, em toda a espessura do revestimento, devendo ser vedadas com selante flexível.

• No caso de terrenos úmidos, deve-se utilizar mantas ou membranas impermeabilizantes sobre o lastro de concreto. No caso de solos muito úmidos ou com possibilidade de contaminação por sulfatos, a impermeabilização deve se constituir em manta ou membrana asfáltica, aplicada sobre a superfície do solo anteriormente à construção do lastro.

• No caso de locais com lençol freático pouco profundo ou aflorante, prever a construção de drenos.

Execução da Camada de Regularização

Camada de regularização, também conhecida como contra piso, é uma camada de argamassa sobre a qual são assentados os revestimentos cerâmicos. Sua função é eliminar as irregularidades da base e/ou corrigir o nivelamento e caimento necessários ao escoamento das água pluviais da calçada.

Antes da aplicação da camada de regularização, deve-se executar uma ponte de aderência sobre o lastro de concreto armado, que consiste na pulverização de cimento e lançamento de quantidade suficiente de água sobre a superfície, para formação de uma pasta de consistência plástica, com posterior espalhamento com auxílio de vassoura de pêlos duros, formando camada com espessura não maior que 5 mm. Imediatamente após a aplicação da ponte de aderência e antes da secagem da mesma, deve-se aplicar a argamassa de regularização sobre o lastro. A argamassa recém lançada

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deve passar por um processo de compactação, que pode ser feito com auxílio de soquete confeccionado na própria obra, pesando cerca de 8 kg.

Condições para iniciar o Assentamento

Para que o assentamento possa se iniciar, a superfície a ser revestida deve apresentar-se:

• limpa sem fissuras ou rachaduras

• coesa (não deve se esfarelar)

• caimento da camada de regularização maior ou igual a 1,5 %.

• bem aderida à base (não deve apresentar som cavo quando percutida)

• alinhada em todas as direções (toda a superfície deve pertencer ao mesmo plano)

• o desvio máximo de planeza deve ser de 3 mm em relação a uma régua de 2 metros

A superfície do lastro de concreto armado não deve apresentar, antes da aplicação da camada de regularização, manchas de ferrugem, pulverulência, eflorescências, bolor, limo e substâncias gordurosas.

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Deve-se verificar:

Limpeza

A base a ser revestida deverá passar por um processo de limpeza para remoção de pó, sujeira, gordura, bolor e outras substâncias que possam vir a prejudicar a aderência. Os procedimentos recomendados para a limpeza são os seguintes:

• remoção de pó, sujeira e materiais soltos

- escovação com vassoura de piaçaba ou escova de aço

- lavagem com água sob pressão ou jato de areia nos casos de grande impregnação

• remoção de partículas aderidas com espátula ou talhadeira

- lavagem com água sob pressão ou jato de areia nos casos de grande impregnação.

• remoção de desmoldantes, graxa e gordura

- processos mecânicos (esfregação)

- aplicação de soluções alcalinas ou ácidas: fosfato de sódio, soda cáustica, ácido muriático ou detergente

• remoção de eflorescências:

- escovação e limpeza com ácido muriático (diluído em água na proporção 1:10), e enxágüe com água pura.

- alternativamente, pode-se utilizar jateamento de areia.

• remoção de bolor e fungos:

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- escovação com solução de fosfato de sódio e hipoclorito de sódio, seguida de lavagem com água pura em abundância.

• remoção de elementos metálicos (pregos, fios, etc.):

- reparos superficiais devem ser realizados com argamassa com traço idêntico à argamassa de emboço.

Assentamento Do Revestimento Cerâmico

O assentamento da cerâmica em calçadas públicas deverá se proceder a partir dos seguintes passos:

Serviços preliminares

Antes de iniciar o assentamento propriamente dito, os seguintes serviços devem ser realizados:

• Verificar o esquadro e as dimensões da base a ser revestida para definição da largura das juntas entre as peças, buscando melhor posicionamento e menor número dos recortes. Evitar o corte de peças estreitas, arranjando as peças de forma que sejam feitos cortes iguais nos lados opostos da superfície a ser revestida.

• Os alinhamentos das primeiras fiadas, nos dois sentidos, devem ser marcados com linhas de náilon, servindo então de referência para as demais fiadas. Em áreas grandes a serem revestidas, esticar tantas linhas quantas forem necessárias para o assentamento das demais fiadas em perfeito alinhamento.

• Planejar a colocação das peças com relação: à decoração das peças, encaixe preciso dos desenhos, a colocação em diagonais e perpendiculares (45º e 90º).

• Para o caso de assentamento de paisagens ou mosaicos, desenhar com giz as figuras a serem formadas, colocando entre as linhas desenhadas o formato e a cor das peças que fazem parte do desenho.

Aplicação da Argamassa colante

Preparando a Argamassa

Preparar a argamassa manualmente ou em misturador mecânico limpo, adicionando-se a água, na quantidade recomendada na embalagem do produto, até que seja verificada homogeneidade da mistura. A quantidade a ser preparada deve ser suficiente para um período de trabalho de no máximo 2 a 3 horas, levando-se em consideração a habilidade do assentador e as condições climáticas. Após a mistura, a argamassa deve ficar em repouso pelo período de tempo indicado na embalagem, para que ocorram as reações dos aditivos, sendo a seguir reamassada. No caso de preparo manual, utilizar um recipiente plástico ou metálico limpo, para fazer a mistura.

Durante a aplicação do revestimento, nunca se deve adicionar água à argamassa

já preparada.

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Aplicando a Argamassa

O método de aplicação da argamassa colante depende da área da placa cerâmica a ser assentada. Parapeças cerâmicas com área igual ou menor do que 900 cm2, a aplicação da argamassa pode ser feita pelo método convencional, ou seja, a aplicação da argamassa deve ser somente na base, estando a peça cerâmica limpa e seca para o assentamento. O posicionamento da peça deve ser tal que garanta contato pleno entre seu tardoz e a argamassa. Para áreas maiores do que 900 cm2, a argamassa deve ser aplicada tanto na base quanto na própria peça. Os cordões formados nessas duas superfícies devem se cruzar em ângulo de 90º, e a cerâmica deve ser assentada de tal forma que os cordões estejam perpendiculares entre si. A escolha da desempenadeira deve ser feita com o especificado no item equipamentos deste manual. Se for utilizada desempenadeira com aberturas semicirculares de raio 10 mm, poderá ser empregado o método convencional, para peças de qualquer dimensão.

A argamassa deve ser espalhada com o lado liso da desempenadeira, comprimindo-a contra a base num ângulo de 450, formando uma camada uniforme. A seguir, utilizar o lado denteado da desempenadeira sobre a camada de argamassa, para formar cordões que facilitarão o nivelamento e afixação das peças cerâmicas. Durante a colocação das peças os cordões de cola devem ser totalmente esmagados, formando uma camada uniforme, e garantindo o contato pleno da argamassa com todo o verso da peça.

A espessura da camada final de argamassa colante deve ser de 4 a 5 mm, podendo chegar a 12 mm em pequenas áreas isoladas, onde existam irregularidades superficiais na base. As reentrâncias de altura maior que 1 mm, eventualmente presentes no tardoz das peças cerâmicas, devem ser preenchidas com argamassa colante no momento do assentamento.

Devem sempre ser respeitados os tempos de uso, tempo em aberto e tempo de ajuste, indicados na embalagem do produto, levando-se em conta que em dias secos, quentes e com muito vento, estes tempos são diminuídos. O final do tempo em aberto da argamassa é indicado pela formação de uma película esbranquiçada sobre os cordões de cola. A partir deste momento as condições de assentamento ficam prejudicadas, podendo favorecer o descolamento precoce da peça cerâmica.

Periodicamente durante o assentamento, deve-se arrancar peças aleatoriamente (1% das peças), verificando se estão com o verso totalmente preenchido com argamassa. Este procedimento é denominado de Teste de Arrancamento e se destina a avaliar a qualidade do assentamento, e fazer ajustes caso seja necessário.

Colocação das peças cerâmicas

O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas devem estar limpos, isentos de pó, gorduras, ou partículas secas e não devem ser molhados antes do assentamento. A colocação das placas deve ser feita de acordo com a disposição prevista e à largura especificada para as juntas de assentamento.

As placas cerâmicas devem ser colocadas, ligeiramente fora de posição, sobre os cordões de cola. O posicionamento da peça é então ajustado e o revestimento cerâmico é fixado através de um ligeiro movimento de rotação. Para a retirada do excesso de argamassa, devem ser dadas leves batidas com um martelo de borracha sobre a face da cerâmica, ou mesmo batidas com cabos de madeira de martelos comuns e colher de pedreiro. A argamassa que escorrer deve ser limpa antes do seu endurecimento, evitando que esta prejudique a junta de assentamento (rejunte).

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Execução das juntas

Juntas de Movimentação

As juntas de movimentação deverão ter largura de 8 a 12 mm, devendo se estender desde a superfície da base (alvenaria, concreto armado) até a face externa do revestimento cerâmico. Devem ser executadas da seguinte forma:

• Previamente à execução do contra piso, a posição das juntas deve ser marcada sobre o lastro, com o auxílio de linhas de nylon, prumo e trena. Sobre as marcações feitas, posicionam-se réguas de madeira ou de alumínio, com a menor dimensão no plano vertical. As réguas deverão ter largura uniforme em todo o seu comprimento, de 10 a 12 mm, conforme o dimensionamento das juntas. Estas réguas deverão ser retiradas somente após o endurecimento da argamassa de camada de regularização, no momento do acabamento superficial (desempeno), deixando a reentrância formada isenta de argamassa.

• O preenchimento da junta se inicia após o endurecimento da argamassa colante e a limpeza das juntas. O material de enchimento é introduzido no fundo da junta a uma profundidade mínima de 6 mm, no centro da junta, e de 10 mm nas laterais da mesma. Este material deve ser altamente compressível, podendo ser usado isopor, mangueira plástica, corda betumada, etc.

• A junta deverá ser vedada com um selante flexível, com características adequadas às condições de exposição e às deformações esperadas. Deve-se proteger a face externa das peças cerâmicas com _ ta crepe, para não impregná-las com o selante.

Esta _ ta crepe deverá também ser posicionada sobre o material de enchimento, para que somente haja aderência entre o selante e a lateral das peças cerâmicas.

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• Após a aplicação o selante deverá ser pressionado contra as bordas laterais da junta e alisado com o dedo ou ferramenta arredondada, úmidos.

Juntas Estruturais

As juntas estruturais devem ser localizadas na estrutura conforme o projeto estrutural e devem ser preenchidas como segue:

As réguas de madeira, de largura idêntica à da junta estrutural, são posicionadas exatamente sobre as juntas já existentes na estrutura. Da mesma forma que para as juntas de movimentação, estas réguas são retiradas após a aplicação da camada de emboço, no momento do desempeno.

Após a aplicação e o endurecimento da argamassa colante a junta deve ser feita a limpeza do espaço reservado para a junta. A seguir é introduzido, neste espaço, um limitador de profundidade na junta (mangueiras de plástico ou borracha, isopor, corda betumada, etc.) para que não haja consumo excessivo de selante.

A vedação da junta deve ser feita com selante flexível, com características adequadas às condições de exposição e às deformações esperadas. Deve-se proteger as peças cerâmicas com fita crepe, para não impregná-las com o selante. Posicionar a fita crepe também sobre o limitador de profundidade, para que somente haja aderência entre o selante e as peças cerâmicas. Aplicado o selante, pressioná-lo contra as bordas laterais da junta e alisá-lo com o dedo ou ferramenta arredondada.

O selante empregado tanto para a vedação das juntas de movimentação quanto para as juntas estruturais devem ser à base de elastômeros, como poliuretano, polissulfeto, silicone, etc.

Juntas de Assentamento

O preenchimento das juntas de assentamento, rejunte, só pode ser iniciado 72 horas (3 dias) após concluído o assentamento das peças. Verifique, primeiramente, se existe alguma peça cerâmica, onde não há argamassa embaixo. Para isto, dê leves pancadas com os dedos sobre a superfície das placas, se alguma delas apresentar som cavo (barulho oco), esta deve ser removida e imediatamente assentada.

A seguir, limpar as juntas com uma escova ou vassoura de piaçaba, eliminando toda a sujeira existente nelas. Em locais sob forte insolação, incidência de ventos ou umidade relativa do ar baixa, umedecer previamente as juntas, utilizando uma broxa. A argamassa de rejuntamento deve ser aplicada com a junta ainda umedecida.

Utilizar somente argamassas de rejunte industrializadas, ou dosadas na obra desde que sejam aditivadas com produtos químicos que garantam elasticidade e impermeabilidade às mesmas. A argamassa de rejunte deve ser preparada em um recipiente metálico, ou de plástico, limpo, obedecendo as recomendações do fabricante quanto à quantidade de água, até a obtenção de uma mistura homogênea. No caso de argamassas industrializadas, a mistura deve permanecer em

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repouso por 15 minutos após o amassamento. Após o período de repouso, a argamassa deve ser remisturada e espalhada nas juntas com auxílio de uma desempenadeira com base de borracha flexível, em movimentos alternados, de modo que ela penetre uniformemente no espaço deixado entre as placas cerâmicas.

Molhar periodicamente o revestimento pronto com água, nos três primeiros dias após o rejuntamento.

Após secagem inicial da argamassa, remover o excesso com pano, esponja ou estopa úmidos. Após transcorrido mais algum tempo, que garanta princípio de endurecimento da argamassa, frisar as juntas, obtendo assim acabamento liso e regular. Esta operação pode ser feita com instrumentos de madeira, desenhados especialmente para esse _ m, ou com auxílio de cabos elétricos dobrados. Limpar novamente com estopa ou pano secos, para remoção de quaisquer resíduos de argamassa aderidos sobre o revestimento cerâmico.

A seguir, limpar as juntas com uma escova ou vassoura de piaçaba, eliminando toda a sujeira existente nelas. Em locais sob forte insolação, incidência de ventos ou umidade relativa do ar baixa, umedecer previamente as juntas, utilizando uma broxa. A argamassa de rejuntamento deve ser aplicada com a junta ainda umedecida.

Utilizar somente argamassas de rejunte industrializadas, ou dosadas na obra desde que sejam aditivadas com produtos químicos que garantam elasticidade e impermeabilidade às mesmas. A argamassa de rejunte deve ser preparada em um recipiente metálico, ou de plástico, limpo, obedecendo as recomendações do fabricante quanto à quantidade de água, até a obtenção de uma mistura homogênea. No caso de argamassas industrializadas, a mistura deve permanecer em repouso por 15 minutos após o amassamento. Após o período de repouso, a argamassa deve ser remisturada e espalhada nas juntas com auxílio de uma desempenadeira com base de borracha flexível, em movimentos alternados, de modo que ela penetre uniformemente no espaço deixado entre as placas cerâmicas.

Molhar periodicamente o revestimento pronto com água, nos três primeiros dias após o rejuntamento.

Após secagem inicial da argamassa, remover o excesso com pano, esponja ou estopa úmidos. Após transcorrido mais algum tempo, que garanta princípio de endurecimento da argamassa, frisar as juntas, obtendo assim acabamento liso e regular. Esta operação pode ser feita com instrumentos de madeira, desenhados especialmente para esse _ m, ou com auxílio de cabos elétricos dobrados. Limpar novamente com estopa ou pano secos, para remoção de quaisquer resíduos de argamassa aderidos sobre o revestimento cerâmico.

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Limpeza

Esta é a operação final e tem a finalidade de eliminar resíduos de argamassas ou outros materiais usados no processo de assentamento.

A argamassa de rejunte que ficar aderida sobre as peças cerâmicas deve ser removida durante as operações de rejuntamento, para evitar seu endurecimento. Porém, a limpeza final das calçadas só deverá ser efetuada duas semanas após o rejuntamento. A calçada deve então ser escovada (escova ou vassoura de piaçaba) com água e um detergente neutro, sendo em seguida enxaguada abundantemente.

A limpeza de revestimentos com ácido é contra-indicada, pois pode prejudicar tanto a superfície da peça cerâmica, o rejunte e a armadura do concreto que serve como base.

Entretanto, quando for necessária a limpeza com ácido, deve-se usar uma parte de ácido para dez partes de água. Neste caso, deve-se proteger previamente com vaselina os componentes susceptíveis de ataque pelo ácido. Após a limpeza, que deve ser feita com água em abundância, utiliza-se uma solução neutralizante de amônia (uma parte de amônia para cinco partes de água) e enxágua-se com água em abundância. Finalmente enxuga-se com um pano, para remover a água presente nas juntas.

Proteção da calçada recém assentada

Após o assentamento dos revestimentos cerâmicos, a área deverá ser protegida para garantir o endurecimento total dos materiais. Deve-se evitar também que respingos de tintas, óleos, solventes ou argamassas caiam sobre o revestimento recém concluído. Para isso, o mesmo pode ser protegido por serragem, sacos de estopa ou outro material que garanta proteção ao revestimento sem manchar o rejunte.

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Reformas De Calçadas Públicas

Para a execução de revestimentos cerâmicos em calçadas públicas existentes, deve-se proceder às seguintes etapas:

• Inicialmente o revestimento antigo deve ser totalmente removido, até que seja alcançada o lastro de concreto armado.

• A execução da camada de regularização (contra piso) deve ser feita conforme descrito na NBR 9817 (Execução de piso com revestimento cerâmico Procedimentos).

Nos casos em que a camada de regularização estiver em boas condições de aderência e integridade, a mesma poderá ser mantida, observando-se, entretanto as exigências quanto às juntas de movimentação.

• Após o contra piso, deverá ser aplicada a argamassa colante, assentados os revestimentos, executadas as juntas, conforme descrito anteriormente neste manual.

PAREDES INTERNAS

Uma parede revestida com placas cerâmicas é formada basicamente por 6 camadas de materiais diferentes: base, chapisco, emboço, argamassa colante, rejunte, revestimento cerâmico.

O método de assentamento segue as seguintes etapas:

1. Escolha dos materiais, equipamentos e ferramentas

2. Dfinição do número e espessura das juntas estruturais e de movimentação

3. Preparo da base: Chapisco e Emboço

4. Aplicação do revestimento cerâmico e execução das juntas.

Materiais

Os materiais necessários na execução de um revestimento de paredes internas com placas cerâmicas são:

• água

• argamassa para chapisco

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A argamassa para chapisco deve ter o traço em volumes aparentes de 1:3 de cimento e areia média úmida.

• argamassa para emboço

A argamassa para o emboço deve ter o traço em volumes aparentes variando de 1:1:6 a 1:2:9 de cimento, cal hidratada e areia média úmida.

• argamassa colante

Argamassa colante, também conhecida como cimento colante, cimento cola ou argamassa adesiva, é um produto industrializado, utilizado na colocação de peças cerâmicas de revestimento, tanto de paredes como de pisos. Não use misturas “caseiras”, estas podem não produzir a aderência necessária entre a peça e a parede.

• argamassa de rejuntamento

• revestimento cerâmico

• material de enchimento das juntas

• selante

Juntas

Embora não se perceba, os edifícios movimentam-se. Este movimentos são muito pequenos e devido a diversas causas: variação de temperatura, variação de umidade, peso das estruturas, vento, etc. Com a finalidade de controlar estes movimentos, garantindo que o edifício permaneça em pé e os revestimentos assentados nas paredes, usam-se juntas.

Juntas são espaços deixados entre duas placas cerâmicas ou entre dois painéis de parede.

Existem três tipos de juntas:

Juntas de assentamento: também conhecidas por rejunte, são espaços entre as placas cerâmicas que compõe o revestimento, preenchidas com material flexível, chamado de argamassa de rejuntamento. A largura das juntas depende do tamanho da placa cerâmica e, para paredes internas, a norma brasileira (NBR 8214) estabelece os seguintes valores mínimos:

Junta de Movimentação: são espaços que dividem a parede revestida em painéis. Iniciam-se no encontro entre duas placas cerâmicas e atravessam a camada de emboço. Estas juntas, algumas vezes, são chamadas de juntas de expansão / contração. Segundo a norma brasileira (NBR 8214), em paredes internas devem ser executadas juntas de movimentação quando:

• A área da parede for maior do que 32 m2;

• O comprimento da parede for maior do que 8 m;

• No encontro entre duas paredes;

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• No encontro da parede com pilares;

• No encontro com outros tipos de revestimento;

• Quando houver mudança de materiais que compõe a parede, por exemplo,

• Interfaces entre estrutura de concreto e alvenaria.

Para paredes internas, a norma brasileira (NBR 8214) recomenda as seguintes larguras mínimas para as juntas de movimentação:

Junta de Dessolidarização

Juntas Estruturais

Preparando Para O Assentamento

Uma preparação adequada da parede é muito importante para que o resultado final do trabalho quer a nível técnico quer a nível estético, seja perfeito. Por isto é necessário que sejam feitas os seguintes preparos, antes do início do assentamento das peças cerâmicas:

Limpeza

Aplicação do Chapisco

O chapisco pode ser aplicado de três maneiras diferentes, em função das características superficiais da base:

Chapisco convencional: Consiste numa mistura de cimento e areia grossa no traço 1:3 (em volume), de consistência fluida, lançada energicamente com colher de pedreiro contra a superfície a ser revestida. Deve-se permitir a secagem do chapisco durante, pelo menos, 3 dias antes da aplicação da camada de regularização.

Chapisco rolado: Consiste numa mistura de cimento, areia média e resina PVA, de consistência fluida, aplicada sobre a superfície a ser revestida com rolo para textura acrílica, em 3 demãos.

Chapisco industrializado: Tipo de chapisco indicado apenas para bases de concreto armado, devido ao consumo elevado. Consiste na aplicação de argamassa adesiva (argamassa colante) sobre a superfície a ser revestida, com desempenadeira denteada (6 x 6 mm). Deve-se permitir a secagem da argamassa por, pelo menos, 7 dias, para posterior aplicação da camada de regularização.

Aplicação do Emboço

O emboço é uma camada de regularização que visa nivelar a superfície da parede e corrigir defeitos e irregularidades da mesma. O assentamento de cerâmica sem um bom nivelamento gera empoçamento de água com o aparecimento de eflorescência, ou infiltrações.

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Somente depois de transcorridos no mínimo 7 dias da aplicação do chapisco é que poderão ser iniciados os trabalhos de execução da camada de emboço. A execução do emboço deve seguir o estabelecido na NBR 7200 (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - procedimentos para execução), da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

O número de etapas em que o mesmo será executado depende da espessura desejada para a camada de emboço:

A camada de emboço deverá ser reforçada com tela de arame galvanizado nos encontros entre estruturas de concreto armado e alvenaria nos três últimos pavimentos e no primeiro pavimento sobre pilotis, de uma das maneiras descritas a seguir:

Método 1: para fixação da tela de arame

• Aplicar 1,5 cm de argamassa de emboço, comprimindo e alisando a camada de argamassa;

• Colocar a tela e comprimir fortemente contra a argamassa;

• Aplicar o restante da argamassa;

• A adoção desse método exige que a camada total de emboço tenha no mínimo 3 cm de espessura.

Método 2: para fixação da tela de arame

• Fixar uma _ ta de polietileno ao longo da interface concreto/alvenaria

• Fixar a tela de arame galvanizado na base pelas bordas, com grampos, chumbadores ou pinos.

• Aplicar a argamassa de emboço

• A adoção desse método exige que a camada de emboço tenha no mínimo 2 cm de espessura.

Condições para iniciar o Assentamento

Para que o assentamento possa se iniciar, a superfície da parede para aplicação da argamassa colante deve apresentar-se da seguinte forma:

• limpa sem fissuras ou rachaduras

• coesa (não deve se esfarelar)

• bem aderida à base (não deve apresentar som cavo quando percutida)

• alinhada em todas as direções (toda a superfície deve pertencer ao mesmo plano)

• o desvio máximo de planeza deve ser de 3 mm em relação a uma régua de 2 metros de comprimento

Deve-se verificar:

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O Assentamento Do Revestimento Cerâmico

Serviços preliminares

Antes de iniciar o assentamento propriamente dito, os seguintes serviços devem ser realizados:

• Verificar o esquadro e as dimensões da base a ser revestida para definição da largura das juntas entre as peças, buscando reduzir o número de recortes e o melhor posicionamento destes.

• Locar, sobre a superfície a ser revestida, as juntas horizontais e verticais entre as peças cerâmicas.

• Marcar os alinhamentos das primeiras fiadas, nos dois sentidos, com linhas de náilon, servindo então de referência para as demais fiadas, ou então a partir da fixação de uma régua de alumínio junto à base.

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• Arranjar as peças de forma que sejam feitos cortes iguais nos lados opostos à superfície a ser revestida.

• Planejar a colocação das peças com relação: à decoração das peças, ao encaixe preciso dos desenhos, à colocação em diagonais e perpendiculares.

• Para o caso de assentamento de paisagens ou mosaicos, desenhar com giz as figuras a serem formadas, colocando entre as linhas desenhadas o formato e a cor das peças que fazem parte do desenho.

Aplicando a Argamassa

O método de aplicação da argamassa colante depende da área da placa cerâmica a ser assentada. Para peças cerâmicas com área igual ou menor do que 900 cm2, a aplicação da argamassa pode ser feita pelo método convencional, ou seja, a aplicação da argamassa é somente na parede, estando a peça cerâmica limpa e seca para o assentamento. O posicionamento da peça deve ser tal que garanta contato pleno entre seu tardoz e a argamassa.

Para áreas maiores do que 900 cm2, a argamassa deve ser aplicada tanto na parede quanto na própria peça (método da dupla colagem). Os cordões formados nessas duas superfícies devem se cruzar em ângulo de 90º, e a cerâmica deve ser assentada de tal forma que os cordões estejam perpendiculares entre si.

Colocação das peças cerâmicas

O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de pó, gorduras, ou partículas secas e não deve ser molhado antes do assentamento. A colocação das placas cerâmicas deve ser feita debaixo para cima, uma fiada de cada vez.

As placas cerâmicas devem ser colocadas, ligeiramente fora de posição, sobre os cordões de cola. O posicionamento da peça é então ajustado e o revestimento cerâmico é fixado através de um ligeiro movimento de rotação. Para a retirada do excesso de argamassa, devem ser dadas leves batidas com um martelo de borracha sobre a face da cerâmica, ou mesmo batidas com cabos de madeira de martelos comuns e colher de pedreiro. A argamassa que escorrer deve ser limpa antes do seu endurecimento, evitando que esta prejudique a junta de assentamento (rejunte).

Execução das Juntas - Juntas de Movimentação

As juntas de movimentação deverão ter largura de 8 a 12 mm, devendo se estender desde a superfície da base (alvenaria, concreto armado) até a face externa do revestimento cerâmico. Devem ser executadas da seguinte forma:

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• Previamente à execução do chapisco e emboço, a posição das juntas deve ser marcada sobre a base, com o auxílio de linhas de nylon, prumo e trena. Sobre as marcações feitas, posicionam-se réguas de madeira ou de alumínio, com a menor dimensão no plano vertical. As réguas deverão ter largura uniforme em todo o seu comprimento, de 8 a 12 mm, conforme o dimensionamento das juntas. Estas réguas deverão ser retiradas somente após o endurecimento da argamassa de emboço, no momento do acabamento superficial (desempeno), deixando a reentrância formada isenta de argamassa.

As juntas devem ser respeitadas quanto à sua posição e largura. Para o seu preenchimento, deve-se proceder como a seguir:

• O preenchimento da junta se inicia após o endurecimento da argamassa colante e a limpeza das juntas. O material de enchimento é introduzido no fundo da junta a uma profundidade mínima de 6 mm, no centro da junta, e de 10 mm nas laterais da mesma. Este material deve ser altamente compressível, podendo ser usado isopor, mangueira plástica, corda betumada, etc.

• A junta deverá ser vedada com um selante flexível, com características adequadas às condições de exposição e às deformações esperadas. Deve-se proteger a face externa das peças cerâmicas com _ ta crepe, para não impregná-las com o selante.

Esta _ ta crepe deverá também ser posicionada sobre o material de enchimento, para que somente haja aderência entre o selante e a lateral das peças cerâmicas.

• Após a aplicação o selante deverá ser pressionado contra as bordas laterais da junta e alisado com o dedo ou ferramenta arredondada, úmidos.

Juntas Estruturais

As juntas estruturais devem ser localizadas na estrutura conforme o projeto estrutural e devem ser preenchidas como segue:

As réguas de madeira, de largura idêntica à da junta estrutural, são posicionadas exatamente sobre as juntas já existentes na estrutura. Da mesma forma que para as juntas de movimentação, estas réguas são retiradas após a aplicação da camada de emboço, no momento do desempeno.

Após a aplicação e o endurecimento da argamassa colante a junta deve ser feita a limpeza do espaço reservado para a junta. A seguir é introduzido, neste espaço, um limitador de profundidade na junta (mangueiras de plástico ou borracha, isopor, corda betumada, etc.) para que não haja consumo excessivo de selante.

A vedação da junta deve ser feita com selante flexível, com características adequadas às condições de exposição e às deformações esperadas. Deve-se proteger as peças cerâmicas com fita crepe, para não impregná-las com o selante. Posicionar a fita crepe também sobre o limitador de profundidade, para que somente haja aderência entre o selante e as peças cerâmicas. Aplicado o selante, pressioná-lo contra as bordas laterais da junta e alisá-lo com o dedo ou ferramenta arredondada, úmidos.

Limpeza

Esta é a operação final e tem a finalidade de eliminar resíduos de argamassas ou outros materiais usados no processo de assentamento.

A limpeza de revestimentos com ácido é contra-indicada, pois pode prejudicar tanto a superfície da peça cerâmica como o rejunte. Entretanto, quando for necessária a limpeza com ácido, deve-se usar uma parte de ácido para dez partes de água. Neste caso, deve-se proteger previamente com vaselina os componentes susceptíveis ao ataque pelo ácido. Após a limpeza, que deve ser feita com água em abundância, utiliza-se uma solução neutralizante de amônia (uma parte de amônia para cinco partes de água) e se enxágua com água em abundância. Finalmente, enxuga-se com um pano, para remover a água presente nas juntas.

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Cura

Após a limpeza, as operações para o revestimento da parede estão completas, muito embora a parede ainda não esteja adequada para uso. É necessário esperar aproximadamente 15 dias para que as reações físicas e químicas, que ocorrem com as argamassas, possam acontecer. Estas reações são fundamentais para a qualidade da aderência entre as diversas camadas que compõe a parede revestida com placas cerâmicas.

Reformas De Paredes Internas

Os trabalhos preliminares para revestir uma parede pré-existente com placas cerâmicas, depende do tipo de revestimento aplicado na parede antiga:

Parede antiga revestida com placas cerâmicas

Remoção completa do revestimento antigo, até que seja alcançada a base da alvenaria ou a superfície do emboço, no caso de retirada de revestimentos assentados com argamassas colantes.

Parede antiga pintada

No caso de superfícies pintadas, as películas de tinta e massa deverão ser totalmente removidas com espátula e lixa número 60 ou 80. Pode-se também empregar removedor químico, desde que, após a operação, a superfície seja abundantemente lavada com água pura.

A execução da camada de regularização (emboço) deve ser feita conforme descrito na NBR 7200 (“Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimentos para execução”, da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas) para revestimentos de paredes internas. Nos casos em que a camada de emboço estiver em boas condições de aderência e integridade, a mesma poderá ser mantida, observando-se entretanto as exigências quanto às juntas de movimentação, conforme descrito no item Juntas.

Após o emboço, deverá ser aplicada a argamassa colante, assentados os revestimentos Nas paredes internas, e executado o rejuntamento, conforme descrito anteriormente neste manual.

Glossário

Absorção

É a capacidade do material de absorver água. Está diretamente relacionada com a porosidade do material.

Aderência

É a propriedade que permite ao revestimento resistir a tensões normais ou tangenciais na superfície de interface com o substrato.

Argamassa

É a mistura de aglomerantes e agregados miúdos com água, com ou sem aditivos, possuindo capacidade de endurecimento e aderência.

Argamassa Adesiva

É também denominada cimento colante, cimento cola ou argamassa cola - é um produto industrializado, dosado e fornecido no estado seco ou pastoso ao consumidor.

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Constitui-se de cimento Portland Pozolânlco, agregado miúdo e aditivos químicos. É utilizada na colocação de peças cerâmicas de revestimento, tanto de paredes como de pisos.

Base

Superfície a ser revestida

Caimentos

São inclinações que se devem dar aos pisos para permitir que a água escoe com perfeição para os ralos ou coletores de água.

Camada de Regularização

É a camada de argamassa a ser aplicada sempre que a base apresentar-se excessivamente irregular de tal maneira que não atenda os limites, mínimo e máximo, estabelecidos para a espessura da camada de assentamento. É também utilizada sempre que houver necessidade de corrigir-se a declividade da base.

Cerâmica de Revestimento

São peças cerâmicas que estão constituídas normalmente por um suporte cerâmico, de natureza argilosa com ou sem um recobrimento essencialmente vítreo: o esmalte cerâmico.

Desempenadeira Denteada

Ferramenta utilizada para o espalhamento da argamassa adesiva. Possui um lado liso e um lado denteado, que permite a formação dos cordões de argamassa.

Desempenamento

É o acabamento final da argamassa ou alisamento da superfície.

Dupla Colagem

Método de assentamento que consiste no espalhamento da argamassa adesiva sobre o tardoz da cerâmica e sobre o substrato (contra piso ou concreto).

Espaçadores

São pequenas peças que servem para manter uniforme a largura das juntas. Estes espaçadores são de plástico, em forma de cruz. ou “T”.

Juntas Estruturais

São juntas que se estendem da superfície do revestimento cerâmico até o lastro de brita, e têm a função de permitir a movimentação da base de concreto.

Juntas de Dessolidarização

São juntas que se estendem da superfície do revestimento cerâmico até o lastro de brita, e têm a função de separar a calçada de outros elementos, como meio- fio, postes, bocas de lobo, dentre outros.

Juntas de Expansão e Movimentação

São juntas que se estendem da superfície do revestimento cerâmico até o lastro de concreto armado.

Juntas de Assentamento

São juntas entre as peças cerâmicas, cujas funções são: compensar pequenas variações dimensionais entre as peças cerâmicas, proporcionar estanqueidade ao conjunto do revestimento, melhorar o aspecto visual, absorver as tensões de compressão dos revestimentos e permitir a troca de peças cerâmicas sem que se quebre o restante.

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Rejunte

Preenchimento das juntas de assentamento, de preferência com argamassa de rejunte industrializado.

Tardoz

Face não esmaltada de uma peça cerâmica

Tempo de Ajuste

É o tempo durante o qual se pode operar movimentações na peça recém colocada sem prejuízo da aderência.

Tempo de Mistura

É o tempo recomendado para a mistura da argamassa de cimento em betoneira. O tempo mínimo recomendado é de 3 minutos.

Tempo de Pega

É o tempo compreendido desde o preparo da argamassa adesiva até o momento em que esta começa a endurecer.

Tempo de Uso das Argamassas

É o tempo máximo de uso da argamassa após seu preparo. Nas argamassas de cimento não deve exceder 2 horas e meia.

Tempo em Aberto

É o tempo compreendido entre o espalhamento da argamassa sobre a camada de regularização, e o instante em que a mesma não mais apresente capacidade adesiva

Traço

Proporção dos componentes relativamente ao aglomerante principal, em geral o de maior reatividade química e potencial aglomerante.

CONTRAPISO

O contra piso é uma camada de argamassa executada sobre uma base, que pode ser a laje de um pavimento ou um lastro de concreto, se for sobre o solo.

Sua função é regularizar a superfície para receber o piso de acabamento final, além de colaborar nas funções que o piso final deverá cumprir, principalmente no aumento da resistência do conjunto contra piso + piso. O contra piso tem, para o acabamento do piso, função semelhante à do emboço para o acabamento da parede.

Além disso, o contra piso é necessário nas áreas molhadas (banheiros, cozinha, áreas de serviço) onde é preciso dar caimento, ou seja, uma inclinação no nível do piso. Isso faz com que águas lançadas nos pisos desses ambientes sejam direcionadas aos ralos. Esses caimentos são dados no contra piso e são acompanhados pelo revestimento cerâmico aplicado sobre ele. A espessura média do contra piso é de cerca de 3 cm. Veja o desenho.

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Preparação da argamassa

A argamassa do contra piso deve ter traço de 1:3, de cimento e areia média em volume e deve ser seca, com consistência de “farofa”. Para saber se a consistência está adequada, aperta-se um punhado de argamassa na mão. A argamassa deverá formar um “bolo” sem escapar pelos dedos, como mostra o desenho a seguir.

ARGAMASSA FAROFA

Não pode “escapar pelos vãos dos dedos”.

(Fonte: BARROS, 1995)

Execução do contra piso

Limpeza: A base deve estar completamente limpa e lavada, devendo ser removidos todos os restos e crostas de argamassa ou concreto eventualmente existentes, usando ponteiro e marreta, se necessário.

Taliscamento: fixar taliscas nos cantos do ambiente, deixando-as niveladas, com espessura entre sua superfície e a base de aproximadamente 2,5 cm no ponto mais baixo, usando para isso a mangueira ou o aparelho de nível. Em seguida, fixar taliscas intermediárias, com distâncias entre 1,50 e 2,00 m entre elas, para depois fazer as guias, de forma semelhante ao feito para o emboço.

Polvilhamento com cimento: antes de preencher as guias, polvilhar a base com cimento, na quantidade de 0,5 kg de cimento por m2.

Execução das guias: preencher com argamassa o espaço entre duas ou mais taliscas que estiverem na mesma direção, deixando as guias com o mesmo nível das taliscas. Após o preenchimento, compactar as guias com compactador de madeira.

Enchimento do piso: após a execução das guias, espalhar a argamassa na área entre duas guias e em seguida compactá-la. Após a compactação sarrafear a área com régua, deixando o piso com o mesmo nível das guias.

Polvilhamento e desempeno: polvilhar a superfície com cimento na mesma quantidade usada para a base (0,5 kg/m2) e alisá-la com a desempenadeira de madeira.

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Se o revestimento final for cerâmico, o acabamento do contra piso deve ser áspero, que é o modo deixado pela desempenadeira de madeira. Se o revestimento final for do tipo carpete, pode ser necessária uma superfície mais lisa do contra piso.

Para isso, deve ser feito um último alisamento da sua superfície com desempenadeira de aço. Mas atenção: não deve ser feito novo polvilhamento.

DESENHOS DA SEQUÊNCIA DA EXECUÇÃO DO CONTRA PISO

(Fonte: Adaptado de BARROS, 1995)

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LADRILHEIRO

A palavra ladrilheiro vem provavelmente do espanhol ladrillo (fala-se ladrilho), que significa tanto o nosso ladrilho, em português, quanto também tijolo (Rosa e Guimarães, 2000). Ladrilheiro, em algumas regiões, corresponde ao azulejista.

O termo azulejo também vem do espanhol azulejo, derivado do árabe, e tem o mesmo significado de ladrilho. Azulejo foi o nome pelo qual foram chamadas as primeiras placas cerâmicas. Portanto, ladrilheiro, ladrilhador ou azulejista é quem assenta ladrilhos, ou azulejos, que são essas peças geralmente quadradas, ou retangulares, feitas de cerâmica cozida.

A palavra cerâmica vem do grego kerameía. E a técnica da produção cerâmica vem também da expressão grega tekné keramikós (Murachco, 2001).

O ladrilheiro entra na etapa do revestimento que, como já vimos, é uma (ou mais de uma) camada executada sobre as vedações (paredes e pisos). O ladrilheiro é visto também como um pedreiro qualificado. Isso significa que o ladrilheiro deve saber um mínimo de coisas essenciais que envolvem o mundo do pedreiro.

Talvez ele não precise ser um exímio assentador de tijolos, mas ele deve saber, pelo menos, qual é a atribuição, ou o lugar de cada profissional na construção. Outra característica importante do ladrilheiro é que ele entra na etapa final, de acabamento da obra. Ou seja, o resultado do trabalho do ladrilheiro é um daqueles que aparecem mais, ou ficam mais à vista, quando a obra acaba. Mas ela esconde toda uma série de vários trabalhos anteriores. Isso significa que o ladrilheiro deve ser alguém muito caprichoso...

O ladrilheiro trabalha para fazer uma obra nova e também para consertar ou reparar alguma coisa relacionada a revestimentos cerâmicos que se encontra defeituosa. Porém, para fazer isso, ele precisa saber quais são as causas dos problemas, para corrigi-los corretamente. Este campo de conhecimentos chama-se patologia das construções.

Patologia é um termo médico que significa o estudo das causas das doenças. Assim, patologia das construções significa o estudo das “doenças” ou problemas que podem afetar os edifícios, e como podem ser tratadas.

Na ocupação do ladrilheiro serão tratadas as atividades relacionadas com a execução dos revestimentos cerâmicos. E na ocupação Reparador serão tratados os assuntos relacionados com a patologia das construções.

RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS USADOS PELO LADRILHEIRO

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Durante a Verificação e a Preparação da Camada de Regularização

_ Prumo.

_ Esquadro.

_ Régua de alumínio 15 centímetros menor do que o pé direito do pavimento.

_ Régua de alumínio de comprimento de 70 a 80 centímetros.

_ Metro articulado de 2 metros.

_ Trena de 5 metros.

_ Mangueira de nível.

Durante a Preparação e a Aplicação da Argamassa Colante

_ Colher de pedreiro de 9 polegadas.

_ Caixa para a preparação da argamassa colante com as seguintes dimensões: profundidade, 18 centímetros; largura, 55 centímetros; comprimento, 70 centímetros; ela deve estar apoiada sobre pés de 70 centímetros de altura.

_ Balde para o transporte da água para o amassamento.

_ Desempenadeira de aço dentada, com o cabo fechado de ambos os lados, com dimensões dos dentes de 6x6 milímetros, afastados um do outro em 6 milímetros (para produzir camadas de fixação com espessura de até 2,5 milímetros).

_ Desempenadeira de aço dentada, com o cabo fechado de ambos os lados, com dimensões dos dentes de 8x8 milímetros, afastados um do outro em 8 milímetros (para produzir camadas de fixação com espessura de até 3,5 milímetros).

Durante a Preparação e a Aplicação dos Revestimentos Cerâmicos

_ Riscador com broca de vídea de ¼ de polegada, devidamente afiada.

_ Cortador mecânico de vídea.

_ Furadeira e serra-copo.

_ Serra elétrica com disco diamantado.

_ Lima triangular de 30 a 40 centímetros.

_ Torquês pequena.

_ Torquês média.

_ Colher de pedreiro pequena, sem o arremate de ferro na ponta do cabo.

_ Espátula de uma polegada.

_ Placa de madeira compensada, de 35 centímetros por 80 centímetros de comprimento.

_ Rodo pequeno para aplicar o rejunte.

_ Pano para limpeza.

O que é o revestimento cerâmico

Os revestimentos cerâmicos são compostos por uma camada de regularização (chamada base), uma camada de fixação, uma camada de acabamento (formada pelas placas cerâmicas) e as juntas. Este

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conjunto é executado sobre uma parede de alvenaria ou concreto (chamado substrato), como pode ser visto na figura a seguir (EPUSP).

No caso do revestimento de pisos, a camada de regularização é chamada de contra piso, e o substrato é uma laje de concreto ou um lastro de concreto executado sobre o solo, quando o pavimento é térreo.

A Camada de Regularização, ou base: é executada sobre o substrato (parede de alvenaria/concreto ou laje/lastro) e tem como função tornar a superfície regular, ou seja, aprumada e nivelada.

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Outra função importante da base é servir de “amortecedor” entre as diferenças de movimentação entre o substrato e o revestimento cerâmico.

A camada de regularização compõe-se de chapisco e emboço, que é uma atribuição do pedreiro, como já foi visto. Portanto, o ladrilheiro vai entrar após o pedreiro ter terminado este trabalho, e é somente sobre o trabalho do ladrilheiro que falaremos aqui.

Camada de fixação: é composta de uma argamassa que tem a função de fixar a placa cerâmica sobre a base. Pode ser feita com argamassas convencionais (feitas na obra, como já foi visto nas atividades básicas) ou pode ser feita com argamassas colantes, que hoje em dia é a forma recomendada e mais utilizada.

Falaremos mais sobre ela daqui a pouco.

Camada de acabamento com placas cerâmicas: têm a função de impermeabilizar e proteger as vedações das ações internas e externas, como por exemplo: paredes de banheiros que recebem umidade, de cozinhas que recebem gordura, paredes de fachadas de prédios, que recebem sol, chuva, etc. Os revestimentos cerâmicos têm como principais vantagens a impermeabilidade e a facilidade de manutenção e limpeza, a elevada resistência superficial, e a durabilidade, conservando a sua aparência mesmo em duras condições de exposição. Apresentam-se também em grande diversidade de cores e desenhos, contribuindo para valorizar esteticamente os edifícios, isto é, torná-los mais bonitos, com uma aparência mais vistosa, agradável de se ver.

Estética é uma palavra derivada do grego aisthesys, que pode ser traduzido como Sensibilidade. A aisthesys, para os gregos, era a capacidadede perceber tudo aquilo que fosse, ao mesmo tempo, Bom, Belo e Verdadeiro, pois para os gregos essas três coisas eram inseparáveis. A partir do Século 18, na Alemanha, a palavra estética passou a significar uma Teoria do Gosto, ou seja, uma teoria sobre as coisas belas que somos capazes de perceber na Natureza e nos objetos feitos pelos homens. Depois disso o sentido da palavra foi se restringindo mais ainda, até significar apenas uma Teoria da Arte, ou seja, uma teoria sobre os objetos belos feitos pelos homens. A partir do Século 20 verificamos um forte movimento cultural no Ocidente, no sentido de se resgatar o antigo significado grego desta palavra.

Juntas: as juntas são divisões do edifício e da camada do revestimento.

Existem três tipos de juntas: a junta estrutural, a junta de controle e a junta de assentamento.

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As juntas estruturais e de controle são feitas respectivamente na estrutura e na base. Na execução do revestimento cerâmico, essas juntas devem ser mantidas, isto é, devem ser executadas e preenchidas com material apropriado, como será visto a seguir.

A junta de assentamento é específica do revestimento cerâmico, e é o espaço que é deixado entre as placas cerâmicas, normalmente de alguns milímetros.

As juntas de assentamento são necessárias para:

_ acomodar as variações de dimensões entre as placas cerâmicas e permitir o alinhamento entre juntas verticais e horizontais;

_ acomodar a movimentação entre as placas cerâmicas e entre estas e a base;

_ permitir desenhos que valorizem esteticamente o revestimento, tornando-o mais bonito e agradável de se ver. As juntas de assentamento ajudam a compor o desenho do revestimento cerâmico, como veremos mais adiante.

Os materiais do revestimento cerâmico

AS PLACAS CERÂMICAS

As placas cerâmicas são os principais componentes do revestimento cerâmico. Placas são peças planas em que as dimensões de largura e altura predominam sobre a espessura. Assim, as placas cerâmicas são peças quadradas ou retangulares, de espessura relativamente fina. São feitas de argila com adição de outras matérias-primas, e passam por um processo de cozimento em forno, a altas temperaturas, chamado sinterização, que lhes confere as propriedades que as tornam excelentes materiais de acabamento, tanto para paredes quanto para pisos.

Apresentam normalmente uma face esmaltada, ou vidrada, bem lisa, que além de ter função decorativa, funciona como impermeabilizante.

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No Brasil chamam-se tradicionalmente de azulejos as placas cerâmicas para paredes, enquanto o termo ladrilho é mais empregado para pisos. Hoje em dia essa nomenclatura está sendo superada, como será visto a seguir.

Argilas são tipos de solo natural (solo natural é o que chamamos comumente de terra), inorgânicos (sem presença de material de origem animal ou vegetal), que apresentam boa plasticidade quando úmidos, isto é, podem ser moldados em diferentes formas.

Quando secos apresentam coesão, isto é, os torrões feitos de argila dificilmente podem ser moídos por pressão dos dedos. Suas propriedades devem-se basicamente ao pequeno tamanho de suas partículas, cujos grãos máximos são inferiores a 0,005 mm (PETRUCCI, 1998).

Sinterização é o processo químico pelo qual as partículas sólidas de um material se juntam, pelo efeito do aquecimento a uma temperatura bastante elevada, ainda que inferior à de fusão. Isto acarreta uma grande alteração nas propriedades do material, principalmente a elevação da sua resistência e da sua impermeabilidade.

As pastilhas são placas cerâmicas de pequenas dimensões — normalmente até 50x75 mm — e são agrupadas e coladas em folhas de papel impermeabilizado ou telas. A função das folhas é facilitar o manuseio e o assentamento das placas, tendo em vista seu tamanho reduzido. As pastilhas podem ser de porcelana ou de vidro, podendo ou não ser esmaltadas. (MEDEIROS, 1999).

PEQUENA HISTÓRIA DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS

As excelentes propriedades dos materiais cerâmicos para revestimento foram descobertas há milênios, pois são utilizados há pelo menos três mil anos, com origem provável no Oriente Médio. Há mais de dois mil anos foram empregadas em revestimentos de piscinas e paredes de banhos romanos, existindo registros anteriores também na Grécia, Egito e China.

Os países ibéricos (Portugal e Espanha) foram grandes impulsionadores do uso dos revestimentos cerâmicos, difundindo-os no mundo inteiro. Os portugueses, na época da colônia, fizeram muitas construções no Brasil usando azulejos para compor desenhos em fachadas de edifícios administrativos e religiosos.

Mas o uso da cerâmica como revestimento adquiriu importância em escala mundial a partir do final do século passado, quando a produção, que era artesanal, passou a ser feita em escala industrial. A partir daí, com os avanços tecnológicos que têm ocorrido nesse campo, tem crescido continuamente a produção e o uso dos revestimentos cerâmicos em todo o mundo.

O Brasil vem se destacando mundialmente como país produtor de cerâmicas para revestimento. Ocupa atualmente o quarto lugar em produção, ficando atrás apenas da China (maior produtor

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mundial), Itália e Espanha. Em exportação os países líderes são Itália e Espanha, que dominam mais de 80% do mercado mundial, liderança essa conquistada pelo domínio da mais avançada tecnologia atualmente existente nessa área. Tem também crescido nos últimos anos a participação do Brasil como exportador

A maior parte das indústrias brasileiras de cerâmicas para revestimentos encontra-se no Estado de Santa Catarina, que é o maior produtor do país.

CLASSIFICAÇÃO DAS PLACAS CERÂMICAS

Costuma-se classificar tradicionalmente os materiais cerâmicos na construção civil em dois tipos: os de cerâmica vermelha e os de cerâmica branca.

Os de cerâmica vermelha são assim chamados por terem como matéria-prima a argila com óxido de ferro, que dá a coloração avermelhada. Os processos de produção e os produtos finais, em geral, são mais simples. São exemplos de materiais desse tipo os tijolos, telhas, lajotas cerâmicas, manilhas (tubos), etc. Os tradicionais ladrilhos cerâmicos, de cor avermelhada, também pertencem a este grupo.

Os de cerâmica branca utilizam misturas de argilas com outras matérias primas, e seus processos de fabricação são mais avançados, resultando normalmente em produtos de melhor qualidade. Neste grupo estão incluídas, por exemplo, as louças sanitárias e os azulejos (PETRUCCI, 1998 ; SANTOS, 1975).

Apesar desta classificação tradicional ainda ser usada, não se deve mais fazer essas distinções entre cerâmica vermelha ou branca, e entre ladrilho e azulejo.

As normas brasileiras utilizam o termo revestimento cerâmico para designar todos os produtos feitos de argila e outras matérias-primas inorgânicas, tanto para paredes quanto para pisos. Suas cores não dependem da matéria prima utilizada, pois podem ser definidas por adição de corantes.

Assim, a propriedade mais utilizada atualmente para classificar as cerâmicas, conforme definido na normalização brasileira, é a capacidade de absorção de água, pois, a princípio, quanto menor é a absorção de água, isto é, quanto menos porosa é a cerâmica, melhor é a sua qualidade.

A tabela a seguir apresenta a classificação das cerâmicas para revestimento de acordo com essa propriedade.

Em geral os produtos com absorção quase nula, baixa, ou média são recomendados para pisos ou para paredes que recebem muita umidade. Para fachadas, por exemplo, são recomendados produtos com absorção de água máxima de 6 %. Já para paredes de ambientes internos sujeitos a pouca umidade, ou sem necessidade de lavagens freqüentes (paredes de banheiros residenciais sem chuveiros, por exemplo), podem ser utilizados os produtos de absorção mais alta, pois nesses casos o critério que acaba pesando mais é a estética.

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As outras classificações que também são feitas para designar as placas cerâmicas são:

_ Esmaltadas e não esmaltadas: referem-se à presença ou não da superfície vidrada na face exposta;

_ Prensada ou extrudada: diz respeito à forma como são conformadas (moldadas) no processo de produção industrial.

_ Resistência ao manchamento: indica a facilidade de remoção de manchas, conforme a tabela seguinte:

As classes com maior facilidade de remoção de manchas devem ser preferidas em ambientes onde há possibilidade de contato com produtos que podem manchar o revestimento, como por exemplo em laboratórios químicos.

A Argamassa de Fixação

A argamassa de fixação das placas cerâmicas pode ser:

_ tradicional, isto é, feita na obra, de cimento, cal hidratada e areia, semelhante à utilizada para execução do emboço, como já foi visto no pedreiro;

_ do tipo argamassa colante, que hoje em dia é o tipo mais utilizado e recomendado. É sobre esse material que falaremos a seguir.

A Argamassa Colante

A argamassa colante, também chamada de cimento colante, é um produto industrializado composto por uma argamassa pré-dosada isto é, já é comprada pronta, ensacada, em forma de pó, bastando ser misturada com água na obra para ser utilizada.

Este é o material atualmente mais utilizado no Brasil para fixação de placas cerâmicas, e isto decorre das seguintes vantagens que apresenta em relação à argamassa tradicional (PCC/EPUSP, 2003):

_ proporciona melhor aderência (a cerâmica fica mais bem “colada”) do que as argamassas convencionais;

_ não provoca tensões de retração, quando empregada com as espessuras recomendadas;

_ o método de aplicação é muito mais fácil e limpo do que o tradicional, tornando o assentamento mais rápido e de melhor qualidade.

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Tensões de retração são esforços causados pela diminuição de volume da argamassa de fixação quando endurece. Quando a retração da argamassa é muito elevada, pode ocorrer o trincamento e/ou descolamento das placas cerâmicas.

COMPOSIÇÃO E TIPOS DE ARGAMASSAS COLANTES

As argamassas colantes compõe-se de uma mistura de cimento portland, agregados finos (tipos de areias bem finas) e aditivos químicos. Estes aditivos são em geral resinas orgânicas (colas). O tipo de resina orgânica define o tipo de argamassa colante e determina a qualidade da argamassa colante.

A norma brasileira define quatro tipos de argamassas colantes: AC I, ACII, ACIII e AC III-E. AC é a abreviação de argamassa colante. Os tipos I, II, III e III-E são definidos em função das condições da obra, como é mostrado na tabela abaixo.

Quanto maior o número, melhor a qualidade (melhor aderência, por exemplo).

O tempo em aberto é o tempo máximo em que a as placas cerâmicas devem ser assentadas, após a aplicação da argamassa sobre a base. Isto será melhor explicado no próximo tópico, que trata da execução do revestimento e da aplicação da argamassa.

No item seguinte – execução dos revestimentos cerâmicos – será explicado como é feito o assentamento com a argamassa colante.

AS JUNTAS DE ASSENTAMENTO

Já vimos no início o que são as juntas de assentamento e para que servem. O desenho das juntas pode ser definido de várias maneiras, sendo usuais os arranjos: em diagonal, a prumo, e em amarração. As juntas a prumo são as mais utilizadas, por serem de mais fácil execução e acarretarem menor perda de materiais, pois dão menos cortes. Entretanto, as juntas em diagonal e em amarração estão voltando ao uso, em função da valorização estética que podem propiciar.

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A espessura das juntas deve ser definida em função do tipo de placa cerâmica utilizada, principalmente a qualidade e a uniformidade das dimensões. Em geral, quanto melhor a qualidade da cerâmica, menor pode ser a espessura da junta.

Outro critério importante é o tamanho da placa cerâmica. Em geral, quanto maior a sua dimensão, maior deve ser a junta. A título de sugestão, são apresentadas na tabela a seguir as espessuras de juntas recomendadas, em função do tamanho da placa cerâmica. Lembre-se que esses critérios devem ser usados conjuntamente com os outros.

Para garantir a uniformidade da espessura das juntas é recomendado o uso de espaçadores, como será visto no tópico referente à execução.

O rejunte, material usado para vedar as juntas de assentamento, consiste numa pasta ou argamassa à base de cimento branco. Pode ser fabricado na própria obra ou pode ser adquirido pronto, sob a forma de pó, bastando ser misturado com água para ser utilizado. Atualmente, pela disponibilidade que existe no mercado de produtos deste tipo, é mais recomendado o uso do rejunte pronto, pois além da facilidade de aplicação, tem maior confiabilidade quanto ao seu desempenho.

O rejunte pode ser de dois tipos: rígido ou flexível. Ambos podem ser feitos na obra ou comprados prontos. O rígido é o tradicional, feito à base de cimento branco. O flexível possui produtos químicos (resinas) na sua composição, que o torna mais elástico, suportando melhor as movimentações do revestimento cerâmico. Além disso, o rejunte flexível é mais impermeável, resultando em maior proteção do revestimento e maior resistência à criação de fungos (bolor).

Para fachadas, por exemplo, são recomendados os rejuntes flexíveis. Explicaremos como aplicar o rejunte quando tratarmos dos procedimentos de execução dos revestimentos cerâmicos.

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A execução dos revestimentos cerâmicos

A COMPRA, O RECEBIMENTO E O ESTOQUE DOS MATERIAIS

A compra dos revestimentos cerâmicos nas obras que são feitas por empresas construtoras é feita pelos seus departamentos de compras, obedecendo às especificações definidas no projeto. Essas compras são chamadas compras técnicas, pois seguem procedimentos que visam garantir a qualidade dos materiais adquiridos. Embora o ladrilheiro não participe diretamente desse processo nestas empresas, é importante conhecer alguns dos critérios que elas utilizam, que podem servir como orientação geral.

Em primeiro lugar, é importante garantir a especificação correta dos materiais a serem comprados. Principalmente em situações onde os revestimentos serão mais exigidos (como fachadas, ambientes agressivos, ou outras), isto deve ser feito por profissionais e empresas especializadas.

Em segundo lugar, é muito importante a escolha de fabricantes considerados idôneos e que seguem processos e controles de qualidade que eliminam pelo menos os defeitos grosseiros de fabricação, como trincas, buracos e outros. É importante ainda garantir que todas as placas cerâmicas a serem utilizadas sejam provenientes do mesmo lote (ou da mesma “fornada”) pois isso garante a uniformidade nas cores e dimensões. Esse controle pode ser feito no recebimento, pois a data de fabricação e o lote devem constar da embalagem, obrigatoriamente, de acordo com a norma brasileira.

Receber um material é receber, na obra, o material que compramos. Numa obra grande, o material é sempre recebido pelo almoxarifado. É o almoxarife o profissional que confere as especificações do projeto, como o modelo e as cores, as quantidades e lotes, tamanho das peças, etc., com as informações que ele encontra nas embalagens dos produtos. Ele verifica também, no caso das argamassas, se as datas de vencimento estão compatíveis com os prazos de execução dos serviços. Em obras menores não existe essa figura do almoxarife. Então o ladrilheiro precisa fazer também, além do seu próprio papel de ladrilheiro, o papel do almoxarife, podendo seguir estas mesmas orientações.

Estocar ou guardar o material recebido também é uma atribuição do almoxarife. No caso das peças cerâmicas e da argamassa colante, não devemos deixá-las no tempo. Devem ficar em local fresco e seco, e longe de tetos e paredes.

Elas devem ser protegidas da umidade e do sol. Devemos ter uma precaução quanto à segurança, pois é muito fácil furtar este tipo de material. As caixas destes produtos devem ser empilhadas até uma altura máxima de um metro e meio, sobre uma superfície plana. E como o serviço do ladrilheiro quase sempre acontece na fase final da obra, muitas vezes estes materiais podem ser estocados nos próprios ambientes próximos daqueles que serão revestidos.

Os primeiros equipamentos com os quais o ladrilheiro deve se preocupar são os seus equipamentos de proteção individual (EPI’s): luvas de borracha, botas de borracha, capacete de plástico e óculos.

Os equipamentos para trabalhos em fachadas

Para se revestir as fachadas das construções mais altas são usados andaimes chamados balancins.

Os balancins são espécies de plataformas suspensas, geralmente montadas na própria obra. São suspensas por cabos presos em vigas instaladas no topo do edifício, e através de um sistema de catracas estas plataformas, suportando os trabalhadores, sobem ou

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descem conforme se enrolam ou desenrolam os cabos presos na plataforma. Embora sejam os mais utilizados, podem ser considerados equipamentos rudimentares.

Os andaimes chamados de fachadeiros, que são apoiados no solo, são mais seguros e permitem maior mobilidade, mas só podem ser usados para edifícios baixos. O andaime fachadeiro móvel, que pode ser usado em edifícios altos, é ainda uma novidade no Brasil, embora venha crescendo seu uso.

A LIMPEZA INICIAL

A Limpeza é a primeira coisa em que a gente deve prestar atenção, quando for assentar uma cerâmica no piso ou na parede. Já vimos, nos itens anteriores, que nós vamos assentá-los sobre a camada de regularização, ou base. Esta base deverá estar completamente limpa, para garantir a aderência da camada de fixação, ou camada colante.

Então os procedimentos iniciais de limpeza da base são os seguintes:

Para remover partículas soltas e resíduos de argamassa nós usamos lixa, escova de piaçava ou de aço, ou ainda jato de água com pressão moderada. No caso de graxa ou óleo você pode usar uma solução diluída de soda cáustica, ou então um detergente adequado. Não se esqueça de lavar depois a superfície com bastante água. E aquelas partículas que estejam meio grudadas na base você pode ir raspando com a espátula ou a talhadeira. Manchas de bolor ou fungos podem ser removidas com uma solução de hipoclorito de sódio, ou água sanitária. Tudo isso deve ser feito com cuidado, para não estragar a base.

Antes de aplicar um produto químico sobre a base, molhe-a bem, para evitar que a superfície absorva o produto, e assim fique danificada. Quando houver a lavagem da base esta deverá estar completamente seca, antes de ser aplicada a argamassa colante.

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A VERIFICAÇÃO DA PLANEZA (OU PLANURA) E DA TEXTURA DA CAMADA DE REGULARIZAÇÃO

Não deverá haver imperfeição na planeza da base que seja superior a um desnível de 3 milímetros, verificado com a passagem de uma régua de dois metros de comprimento em todas as direções do painel a ser revestido. Esta verificação também precisa ser feita usando-se o fio de prumo, no caso das paredes, e a mangueira de nível, no caso dos pisos. No caso dos pisos, é preciso verificar também o caimento das águas em direção aos ralos e coletores pluviais (que conduzem as águas de chuva), onde estes existirem.

Apesar da execução da camada de regularização, ou da base, ser uma tarefa do pedreiro, e não, propriamente, do ladrilheiro, em casos de pequenas imperfeições o próprio ladrilheiro pode corrigir o defeito. Por exemplo: em situações localizadas onde o desnível não é muito superior a 3 milímetros, a correção pode ser feita aplicando-se uma fina camada da própria argamassa colante no local.

Quando houver necessidade de alguma correção do emboço, ou do contra piso, deve-se esperar pelo menos 14 dias, no caso das paredes e pisos externos, para uma cura completa desta camada, antes de se iniciar os serviços de assentamento das cerâmicas. Para paredes e pisos internos deve-se esperar no mínimo 7 dias. Isso é necessário para garantir a cura e também para acomodar eventuais movimentações entre o substrato [que é a parede de blocos ou tijolos ou o lastro de concreto ou a laje] e a camada de regularização.

Para verificar o prumo do emboço em fachadas ou paredes externas, maior cuidado ainda deve ser tomado, pois em edifícios muito altos um desnível em alguns pavimentos pode comprometer as funções e a aparência de toda a fachada.

Nestes casos devem ser descidos vários prumos para verificação, recomendando-se distância máxima de um metro e meio entre eles.

Definindo os Painéis do Revestimento

Os painéis de revestimento são trechos contínuos de superfície a serem revestidos, também chamados panos. Para pisos internos, um banheiro, por exemplo, correspondem ao ambiente inteiro.

Nas paredes internas estes painéis são definidos normalmente pelas quebras dos planos destas paredes (trechos entre quinas).

Nas paredes externas, ou nas fachadas, os painéis são definidos pelas superfícies contínuas entre as juntas horizontais e verticais, ou, como no caso das paredes internas, pela quebra de continuidade da fachada, como quinas, vigas e pilares aparentes ou salientes, etc.

Galgamento dos Painéis

O galgamento é a marcação, no painel, de pontos de referência de prumo, nível e das linhas de assentamento das fiadas. Esse pontos são definidos tendo como base o início e final da 1a. fiada do painel, tomando-se o cuidado de observar os encontros com batentes e contra-marcos de janelas, que servem como referência de prumo. A marcação dos pontos pode ser feita riscando-os no emboço ou assentando-se placas cerâmicas nestes pontos. As linhas de referência para o assentamento das fiadas podem ser feitas riscando-as no emboço, ou através de linhas de nylon presas através de pregos ali fixados.

Fazendo o galgamento, ou marcando no emboço as referências do painel

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Nas paredes de ambientes internos, precisamos saber se há forro falso, ou não. Quando não há, nós devemos considerar que a primeira fiada horizontal, junto ao teto, é composta de peças inteiras, e se houver algum arremate, ou uma última fiada horizontal de peças cortadas, esta fiada deve ser a que encontra com o piso, em baixo. Mas se houver forro falso, o que é mais comum, não é preciso cortar peças, pois o sentido deste caminhamento se inverte: a primeira fiada de peças inteiras deve ser a mais baixa, que encontra com a superfície do piso, e a última fiada, acima, ultrapassa um pouco a altura do forro, e parte desta fiada se esconde por trás do forro.

No caso de fachadas externas o galgamento é feito através do assentamento de placas cerâmicas nos painéis, utilizando os fios de prumo e as juntas como referência.

Definindo a Fiada Mestra

Se nós já fizemos o galgamento, nós já marcamos toda a superfície a ser revestida. Isto quer dizer que nós já podemos distinguir, na parede ou no piso, marcas ou sinais, como pontos e linhas, que nos dizem exatamente onde e quais são as peças que ali irão ser assentadas.

Precisamos agora definir a Fiada Mestra, que é a primeira fiada que será assentada. Se o projeto é bastante rigoroso, ele já indica, no desenho, qual é esta fiada. No entanto, no caso da superfície ser uma parede interna, e o ambiente ser pequeno, nós podemos definir esta Fiada Mestra de um jeito bem simples.

O Ladrilheiro fica de cócoras, bem em frente à parede, e olha para a superfície. A altura da sua linha de visão, projetada na parede, deve então coincidir com uma das fiadas que já se tem marcada, ou locada, na parede (PCC/ EPUSP, 2003).

Esta fiada horizontal é a fiada mestra. Sua altura corresponde, mais ou menos, a um terço da altura do painel, ou seja, para uma parede que tenha 2,5 metros de altura, a fiada mestra está a 80 ou 90 centímetros de altura a partir do piso.

Para o caso de uma grande fachada externa, ou um edifício com vários pavimentos, nós devemos dividir o painel já galgado, em três partes, assinalando no alto do terço inferior a fiada que será a mestra.

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Cortando as Peças Cerâmicas

Da mesma forma que nós, no galgamento, planejamos como assentar as peças (a ordem e a seqüência de colocação), devemos agora planejar, antes do assentamento, o corte das peças cerâmicas. Não devemos espalhar a argamassa colante de modo precipitado, deixando para fazer os cortes bem em cima da hora de assentar. Devemos sempre ter uma visão prévia do que vai acontecer, ou seja, devemos tentar imaginar o produto pronto. Isso não significa que nós seremos capazes de prever todos os detalhes mais insignificantes que irão aparecer.

Se fôssemos capazes de prever tudo, nós possuiríamos a bola de cristal, né?...Ponha-se no lugar do ladrilheiro. Você tem, pela frente, uma parede, ou um piso, para revestir. Esta superfície pode ser bem pequena, como uma paredinha de um banheiro, ou então uma fachada muito grande de um arranha-céu. As condições são bem diferentes, mas em cada caso o planejamento é necessário.

Você, para revestir este pequeno banheiro, calcula que uma caixa de massa é suficiente. Existe ali apenas uma pia e um vaso sanitário. Então a quantidade de placas a ser assentada é relativamente pequena. Nesse caso você pode cortar todas as peças antes de iniciar o serviço. Mas no caso de uma grande fachada externa, ou de uma ampla parede ou piso interno, você pode ir cortando as peças em etapas. Você pode, por exemplo, cortar um número de peças suficientes para serem assentadas com uma massada, ou com a mistura de uma caixa. Terminada a massa da primeira caixa, você passa então a cortar as peças que serão assentadas com a segunda caixa de massa. E assim por diante. Veja bem, mesmo nesse caso simples nós já estamos planejando o nosso serviço.

A melhoria desse processo vai depender do seu interesse em aperfeiçoar, cada vez mais, a qualidade e a produtividade daquilo que você está fazendo. É por isso que as palavras Projeto, Planejamento, Qualidade, Produtividade e Rendimento sempre costumam andarjuntas. E é com isso que nós vamos afastando os erros, que sempre corremos o risco de cometer. E é assim também que nós iremos reduzindo o desperdício, diminuindo os custos e aumentando os benefícios que todo o trabalho pode nos trazer. Lembre-se de um dos nossos lemas. Busque a melhoria contínua. Não se conforme com os erros, pois uma parte importante do nosso trabalho é usar a nossa criatividade para transformar todas as dificuldades que encontramos pela frente em coisas mais simples. Mesmo as técnicas mais bem elaboradas do mundo podem e precisam ainda ser aperfeiçoadas. E talvez, um dia, elas se transformem em tecnologia. Seja então um daqueles que se dedicam, também, a fazer parte desse time de aperfeiçoadores técnicos, ou tecnológicos. Seja criativo.

Vamos então falar um pouco mais de como os cortes devem ser feitos. Para fazer isso nós falaremos dos equipamentos necessários.

Marcando a peça para o corte

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Os cortes nas peças cerâmicas, de um modo geral, podem ser retos ou curvos. Para fazer cortes retos em peças de pouca resistência mecânica, como os azulejos simples, usamos o riscador com ponta de vídea de ¼” [ou um quarto de polegada]. Para cortar peças mais resistentes usamos a serra elétrica portátil, com disco de corte diamantado.

Cortes retos com o riscador de ponta de vídea e com a serra elétrica

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Para fazermos cortes curvos em peças menos resistentes usamos o torquês, que produz cortes muito irregulares. O torquês é indicado para os casos onde as irregularidades do corte vão ser escondidas pelas canoplas das torneiras, ou pelos espelhos das caixas de luz. Use um torquês pequeno e um torquês médio. Calcule para que estas irregularidades não fiquem visíveis.

Para fazermos cortes curvos em peças mais resistentes, e nos casos onde o corte precisa ficar mais perfeito, usamos a serra circular. Para cortes curvos usamos também a furadeira de bancada com serra-copo diamantada.

Corte curvo usando a serra-copo

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A PREPARAÇÃO E A APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE

Preparando a argamassa colante

O pó da argamassa colante deverá ser misturado com água numa caixa de madeira ou de plástico apropriado, bem limpa, livre de resíduos químicos ou traços de argamassas antigas que possam comprometer a nossa nova mistura. As dimensões desta caixa são as seguintes: 18 centímetros de profundidade, 55 centímetros de largura e 70 centímetros de comprimento. Ela deverá ser apoiada sobre quatro pés, que a deixarão numa posição tal que o seu fundo estará a uma altura de 70 centímetros. A razão de ser destas medidas é que elas proporcionam maior conforto e produtividade

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ao azulejista, ou ladrilheiro. E além destas dimensões levarem em conta a quantidade e o tempo do material trabalhável e o conteúdo das embalagens comerciais de cimento colante, elas também são próprias de uma caixa que pode ser facilmente transportada e acomodada dentro de ambientes sanitários cujas portas são comumente de 60 centímetros de largura.

Existem equipamentos chamados argamassadeiras, que trazem um misturador elétrico (parecido com uma batedeira de bolo) e a caixa metálica onde ficará a massa, numa altura adequada. A argamassadeira possui rodinhas que permitem transportá-la de um local para outro. Embora este equipamento seja mais caro do que a caixa feita na obra, é vantajoso para obras maiores (um prédio de vários andares, por exemplo).

A medida da mistura deve obedecer às instruções contidas na embalagem do cimento colante. Em geral estas instruções recomendam juntar, em volume, quatro partes de argamassa para uma parte de água. Isto significa, por exemplo, colocarmos a quantidade de pó numa caixa pequena, marcando nela o nível atingido pelo pó. A quantidade de água a ser utilizada, então, deverá ser de um quarto desta medida de pó.

A massa deve ser misturada até que ela se torne homogênea, consistente, com uma boa trabalhabilidade, sem grumos.

Trabalhabilidade da argamassa é a facilidade de se trabalhar com a mistura. Uma massa com muita água se torna pastosa e mole, escorrendo, não se fixando na colher de pedreiro e nem se amoldando às saliências a serem aderidas. Uma massa muito mole também perde a sua resistência final, depois de seca. Por outro lado, uma massa com menos água do que é necessário se torna áspera e difícil de se trabalhar com ela. Nestes dois casos a trabalhabilidade da massa não é a ideal.

Para obtermos a Trabalhabilidade Ideal nós aplicamos na base um pouco da massa, usando a desempenadeira dentada. Os cordões que se formam, ou seja, os riscos em relevo resultante na massa, devem estar bem firmes, brilhantes, aderidos e não podem fluir, ou escorrer, e nem se abaterem, ou seja, desmoronarem ou achatarem-se.

Agora a massa colante deve descansar dentro da caixa, antes de começarmos a assentar os componentes cerâmicos com ela. Apesar das embalagens indicarem cerca de 10 a 15 minutos para esse tempo de espera, os laboratórios de pesquisa acham melhor que nós esperemos por meia hora.

Aplicando a Argamassa Colante

Depois do descanso nós vamos mexer a massa de novo. E então nós vamos começar a espalhá-la por uma área da superfície do painel a ser revestido.

Esta área de espalhamento deve ser de no máximo 1 metro quadrado, ou seja, 1 metro de largura por 1 metro de altura. Para assentamento, em paredes, de peças cerâmicas cujas áreas [de cada peça] sejam menores ou igual a 400 centímetros quadrados nós devemos espalhar a argamassa colante somente na base, ou seja, no emboço. Mas para peças cujas áreas sejam maiores do que 400 centímetros quadrados nós devemos aplicar a massa tanto no emboço quanto na face da peça a ser colada. Esta face da peça cerâmica a ser colada é que nós chamamos de tardoz. Mas nesse caso uma coisa é importante. Devemos criar, tanto na massa sobre o emboço, quanto na massa sobre o tardoz, e usando a desempenadeira dentada, cordões de assentamento.

Este método é chamado de dupla colagem. Mas os cordões do emboço e do tardoz devem ser feitos de tal forma que eles devem se cruzar, quando a peça for assentada. Ou seja, os cordões do emboço e do tardoz devem se dispor de maneira perpendicular, ou ortogonal.

No caso dos pisos, o emprego da dupla colagem ou da colagem simples depende do tipo de desempenadeira dentada que nós vamos usar. Se nós usamos a desempenadeira com dentes

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quadrados, cujas dimensões sejam de 8 milímetros por 8 milímetros por 8 milímetros [ou 8x8x8mm], nós usamos o método da dupla colagem. Mas se usarmos a desempenadeira com aberturas semi-circulares de raio de 10 milímetros, nós usamos o método convencional, que é o dacolagem simples.

Por falar em desempenadeira dentada, o tipo que devemos usar depende, de acordo com a norma NBR 13.753, da área da superfície de cada peça cerâmica.

Observe a tabela seguinte.

Recomenda-se sempre o uso da desempenadeira com o cabo fechado em ambos os lados, pois ela proporciona maior segurança e energia na aplicação da argamassa colante.

Para espalhar a argamassa devemos fazê-lo inicialmente usando o lado liso da desempenadeira dentada, e fazendo isso de baixo para cima em relação à superfície, quando esta for parede. Estando a massa firmemente aderida ao emboço, passamos então o lado dentado, e é isso que produzirá estes vincos que chamamos de cordões. Para fazer estes cordões a desempenadeira deve estar inclinada, em relação à superfície a ser revestida, em cerca de 60 graus.

Fazendo os cordões de argamassa

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A COLOCAÇÃO E O AJUSTE DAS PEÇAS CERÂMICAS

As Condições Ambientais

Como nós já vimos antes de começar a misturar a massa, não devemos iniciar o assentamento das peças em lugares descobertos, se o dia estiver chuvoso ou com o sol muito quente. Se em alguns casos excepcionais a argamassa já foi espalhada e é possível protegê-la usando lonas plásticas, então podemos iniciar o assentamento. Mas se a camada de fixação já estiver comprometida, ou estiver se danificando, então só nos resta esperar a melhora das condições ambientais, a fim de que possamos retirar completamente a camada de fixação imprestável, limpando depois bem a base, ou a camada de regularização, para só assim aplicar uma nova camada de argamassa colante.

Assentando as Peças

Como a argamassa colante comercial tem a propriedade de reter a água dentro de si mesmo, em contraste com uma argamassa de cimento, cal e areia que viesse a ser produzida no local do assentamento, e nós já recomendamos o uso desta argamassa colante comercial, não é necessário molhar a base, que é o emboço ou o contra piso. Todavia, em condições específicas onde o calor seja muito forte, e a umidade relativa do ar muito baixa, ou sob o sol incidindo diretamente sobre a superfície a ser revestida, é conveniente molhar um pouco essa base. Mas quanto às peças cerâmicas que irão ser assentadas, estas, em hipótese alguma, devem ser molhadas.

Assentando as peças da Fiada Mestra

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Para garantir a melhor aderência entre as peças cerâmicas e a camada de regularização o procedimento deve ser o seguinte. Posicionamos a peça a cerca de 2 centímetros em relação às peças já assentadas, e pressionando-a contra a superfície, e fazendo um movimento de vai-e-vem, nós vamos ajustando-a até que ela chegue à sua posição final, respeitando as distâncias reservadas para a execução das juntas de assentamento. Ajustada a peça no seu local, batemos sobre a mesma, levemente, usando o martelo de borracha.

Usando o martelo de borracha

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Assentando a Partir da Fiada Mestra

No galgamento, nós já marcamos toda a superfície a ser revestida, e também já definimos, no caso desta ser uma parede, qual é a fiada mestra. Pois esta, como já vimos, é a primeira fiada que deve ser assentada. Depois de assentá-la vamos subindo, assentando as fiadas de uma em uma na seqüência, até atingirmos o teto. E então nós retornamos à fiada mestra, agora descendo de uma em uma, até atingirmos o piso.

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Assentando a segunda fiada, a partir da Fiada Mestra

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Garantindo a Espessura das Juntas

A definição da espessura das juntas de assentamento já foi vista no item inicial e deve constar do projeto do revestimento. Para garantir sua espessura, devem ser usados espaçadores, que são colocados entre as placas. Veja nas figuras.

OS TEMPOS DE VIDA, DE ABERTURA E DE AJUSTE

O tempo de vida, ou tempo de uso da argamassa colante, é o período de tempo máximo recomendado para o seu uso, depois dela ter sido misturada.

Considerando aí o tempo que a argamassa deve ficar descansando, podemos estimar esse tempo de vida em 3 horas.

O tempo de abertura, ou tempo em aberto, ou tempo de assentamento, é o período de tempo compreendido entre o espalhamento da argamassa colante e o instante em que ela não apresenta mais a aderência suficiente, ou desejável.

A partir daí surge uma película esbranquiçada nos cordões da argamassa.

Se nós assentamos a peça cerâmica sobre esta película, só ocorrerá um esmagamento dos cordões, sem que haja nenhuma aderência entre a camada de fixação e a peça. No caso de percebermos a existência desta película esbranquiçada, nós devemos retirar toda a camada de fixação imprestável, e limpar cuidadosamente toda a superfície da base, antes de aplicarmos uma nova camada de argamassa em condições aceitáveis. Este tempo de abertura não deve ser muito pequeno, e nem muito grande, pois sendo razoável ele será um fator de garantia do rendimento do serviço. De um modo geral este tempo corresponde a 20 minutos para superfícies internas e 15 minutos, para superfícies externas.

O tempo de ajuste, ou tempo de ajustamento, é o período de tempo durante o qual as peças cerâmicas podem ainda sofrer alteração na sua posição inicial, depois de terem sido assentadas sobre a camada de fixação, sem que aconteçam perdas de aderência entre a peça e a camada. Esse tempo geralmente é estimado em 10 minutos.

A Execução dos Rejuntes

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Existe uma diferença essencial entre o que é Junta e o que é Rejunte. Junta, como já vimos antes, é uma divisão da camada de revestimento. Rejunte, por outro lado, ou Rejuntamento, é o material com o qual preenchemos os espaços das juntas. Nós vamos considerar aqui a execução do rejunte de assentamento, que diz respeito às juntas de assentamento, entre os componentes cerâmicos.

O Rejunte de Assentamento

Recomenda-se iniciar os serviços de rejunte depois de 72 horas após o assentamento das peças, para permitir a acomodação das placas cerâmicas durante a secagem da argamassa. Se não obedecermos esse prazo, podem aparecer depois fissuras e gretas no rejunte.

Por outro lado, esse prazo de 72 horas não pode se alongar muito, pois então resíduos e sujeiras irão se acumular nas juntas abertas e isto irá prejudicar a aderência do rejuntamento. Um outro motivo para não estender muito esse prazo é que podem ocorrer acidentes ou choques nas peças, e estas não estão ainda “travadas” pelo rejunte, podendo se soltar ou quebrar.

Em fachadas extensas às vezes é difícil fazer o rejunte num prazo muito próximo destas 72 horas, devido às dificuldades de deslocamento do Ladrilheiro, através dos andaimes. Assim, é melhor terminarmos todo o serviço de assentamento das peças primeiro, para só então iniciarmos o serviço de rejunte. Nestes casos, antes de fazermos o rejunte, precisamos despender o máximo de cuidado durante a limpeza prévia da superfície.

Antes de iniciar o preparo da massa de rejunte, o Ladrilheiro deve verificar se todas as peças cerâmicas do painel a ser rejuntado estão bem aderidas. Para efetuar esta verificação damos leves pancadas com os dedos sobre as superfícies das cerâmicas. Se algum deles emitir um som cavo, ou seja, um barulho oco, a peça deve ser removida, a camada colante que estava por baixo dela deve ser raspada, ou retirada com a talhadeira, e devemos aplicar ali, naquela região da camada de regularização, uma nova camada de fixação, para então ser a peça cerâmica assentada novamente. Note que esta peça reassentada já não apresentará a qualidade exigida em geral para o assentamento, pois nestas condições é difícil espalhar e dentear a argamassa colante, e também é impossível realizar o movimento de vai-e-vem com a peça. Por isso é sempre necessário trabalhar com o máximo de precaução durante todas as etapas anteriores, a fim de evitarmos situações deste tipo.

A Limpeza das Juntas de Assentamento

Antes de preparar o rejunte de assentamento precisamos limpar as juntas que serão preenchidas com ele. Esta limpeza pode ser feita com uma escova ou uma vassoura de piaçava. Assim eliminamos todos os resíduos, como poeiras e restos de argamassa solta, que possam prejudicar a aderência do material a ser aplicado. Nas fachadas, ou paredes externas, quando assentamos primeiro as peças cerâmicas ao longo de uma área extensa, para só depois aplicar o rejunte de uma vez só, é melhor que esta limpeza seja feita com água.

Quando usamos o rejunte industrializado, que é o mais recomendado, nós não precisamos molhar as juntas, antes de aplicar o rejunte. Mas quando nós usamos outros tipos de argamassas de rejunte, como aquelas fabricadas na própria obra, às vezes, como por exemplo no caso em que o clima esteja muito quente e seco, é conveniente que se molhe as juntas, antes de aplicar ali o rejunte.

Se a peça cerâmica possui uma superfície porosa, recomenda-se a aplicação de uma camada de cera incolor sobre a mesma, antes da aplicação do rejunte, a fim de que a peça porosa não absorva o material do rejunte e não se manche. Isto é especialmente indicado quando o rejunte é colorido.

A Mistura e a Aplicação do Rejunte

As instruções se referem à aplicação do rejunte industrializado, ou rejunte pronto.

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Para misturar a argamassa de rejunte nós usamos um recipiente metálico ou plástico limpo, obedecendo às recomendações do fabricante quanto à quantidade de água. Misturamos a massa até obtermos uma mistura homogênea. Depois do amassamento deixamos a argamassa em repouso por cerca de 15 minutos, e em seguida, como devemos ter feito com a argamassa colante, misturamos novamente a argamassa, antes de começarmos a aplicá-la.

Aplicamos a argamassa por entre as juntas, espalhando-a com uma desempenadeira ou um rodo de borracha, com movimentos alternados semelhantes aos de um limpador de pára-brisas, de modo que o rejunte penetre nas juntas uniformemente.

Pode-se então, depois do espalhamento feito, frisar estas juntas com madeira ou um ferro redondo recurvado, segundo as especificações do projeto. O frisamento aumenta a resistência do rejunte e melhora sua estanqueidade, ou seja, melhora a resistência à penetração de água.

Para o caso dos rejuntes industriais que contêm resinas, que são os rejuntes flexíveis, a limpeza final da superfície deve ser feita dentro de 10 a 15 minutos após a aplicação do rejunte. Se demorarmos mais tempo do que isso para efetuar a limpeza, estas resinas irão aderir à superfície das peças, e então será difícil removê-las. Se a argamassa de rejunte não contém estas resinas, a limpeza pode ser feita mais tarde. Pastas de cimento podem ser limpas até o dia seguinte.

Esta limpeza costuma ser feita escovando-se o pó depositado e em seguida passando-se um pano úmido sobre as peças.

Aplicação do Rejunte com o Rodo de Borracha

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A CURA

Nós chamamos de Cura o período em que os materiais assentados ainda estão reagindo quimicamente, e então, durante este período, é preciso evitar o uso das áreas revestidas.

Assim, depois de uma Limpeza Final da superfície revestida com um pano primeiro úmido, e depois seco, é recomendado esperar por cerca de 15 dias. No caso dos pisos externos esse cuidado deve ser maior, pois há risco de queda de objetos, respingos de tinta e outros materiais. Nesses casos é conveniente impedir o tráfego de pessoas na área revestida, no mínimo, durante os 7 dias seguintes ao término dos serviços de rejunte. Se houver tráfego de veículos, a área só deve ser liberada depois de pelo menos duas semanas.

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Descolamento de revestimentos cerâmicos

O descolamento é a patologia mais comum desse tipo de revestimento, e é normalmente a mais grave. Isto se deve não só à perda das funções do revestimento como também ao risco que pode trazer aos usuários, em caso de descolamento de revestimentos de fachadas.

Sintomas

_ descolamento e queda das placas cerâmicas da parede, podendo haver também descolamento do emboço junto com as placas;

_ deslocamento das placas em relação à posição original;

_ estufamento;

_ perda de aderência sem a queda, apresentando som cavo à percussão.

Descolamento revestimento cerâmico

Causas possíveis e diagnóstico

_ saturação, imersão das placas cerâmicas em água antes do assentamento, no caso de serem assentadas com argamassa colante, ou o oposto, isto é, não molhar antes do assentamento, quando feito com argamassa tradicional;

_ especificação incorreta da placa cerâmica ou não obediência à especificação definida para a placa cerâmica;

_ especificação incorreta do rejunte;

_ dosagem ou especificação incorreta da argamassa de assentamento;

_ técnica de assentamento incorreta;

_ assentamento sobre base (emboço) não adequadamente preparada: cura incompleta, com bolor, suja com óleos, graxas, fuligens ou poeira, etc.

_ base (emboço) enfraquecida, tanto na sua superfície quanto na sua aderência ao substrato, quando este se desprega junto com a cerâmica; as causas desse enfraquecimento podem ser várias (traço e execução incorreta, fissuração e presença de umidade, entre outros);

_ presença de outras patologias, como umidade provocada por vazamentos e infiltrações nas paredes onde estão assentadas as cerâmicas;

_ movimentação do substrato (estrutura e alvenaria);

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_ falta de juntas de movimentação no revestimento.

Exames complementares

Deve ser examinada a possibilidade de ocorrência de outras patologias, como vazamentos e umidade, que podem exigir exames específicos.

É comum ocorrer o descolamento somente em algumas áreas, permanecendo outras aparentemente sãs. Nesses casos deve-se averiguar qual a dimensão total do problema e se a patologia poderá se estender a áreas ainda não afetadas.

Para isso pode ser feito, numa primeira investigação, o teste do bate-choco, sendo que as áreas que apresentarem som cavo estarão comprometidas. No caso de pisos o teste pode ser feito percutindo-o com um bastão de madeira.

Dependendo do caso, principalmente em revestimentos de fachada, o teste do bate-choco pode não ser conclusivo sobre o prognóstico das áreas não afetadas.

Nesses casos, é recomendada a realização de ensaios de aderência com equipamento apropriado, como descrito anteriormente.

De qualquer forma, para patologias graves de revestimentos de fachadas, deve ser consultado um profissional ou empresas especializadas.

Recuperação

Primeiramente devem ser sanadas outras patologias causadoras, como umidade, vazamentos, etc.

Em seguida deve-se remover o revestimento cerâmico comprometido, conforme o diagnóstico realizado, e reassentá-lo, observando-se os seguintes procedimentos:

_ limpar bem a superfície, removendo-se sujeiras, pulvurulências, eflorescências, substâncias gordurosas, bolor, etc. Para isso, dependendo da ex tensão da parede, pode-se utilizar broxa, escova de fio de aço, escovação seguida de lavagem com mangueira ou água pressurizada. Se houver bolor deve-se fazer a lavagem com água sanitária na proporção indicada pelo fabricante, seguida de enxágüe com água limpa;

_ verificar o estado do emboço onde será reassentada a cerâmica, fazendo-se o teste do bate-choco. Se forem identificadas áreas com som cavo, remover o emboço nesses locais; se for em área de piso realizar o mesmo teste no contra piso, com um bastão de madeira;

_ reexecutar o emboço, ou contra piso, onde necessário, conforme os procedimentos já vistos na ocupação-base pedreiro;

_ nas áreas onde o emboço ou contra piso estiver aderido, verificar o estado da sua superfície, friccionando-a com uma escova de fio de aço. Caso esteja ocorrendo desagregação, escovar e remover a camada desagregada até encontrar material firme e coeso;

_ a regularização do emboço ou contra piso nos locais onde sua superfície foi parcialmente removida deve ser feita com argamassa colante (a mesma usada para assentamento da cerâmica). A espessura dessa camada de regularização não deve exceder a 10 mm. Caso a espessura seja maior deve-se fazer o enchimento com as técnicas de execução do emboço e do contra piso já vistas;

_ se houver necessidade de execução de juntas de movimentação (caso de fachadas) estas devem ser executadas conforme orientações específicas, previstas em projeto de recuperação;

_ se houver necessidade de tratamento de trincas de alvenaria, executá-las conforme os procedimentos já vistos no item anterior; _ fazer o reassentamento das placas cerâmicas, conforme os procedimentos vistos no ladrilheiro.

ATENÇÃO

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As orientações aqui dadas são restritas a patologias simples, para pequenas construções e que não envolvam problemas estruturais. Para qualquer situação diferente desta, ou em caso de dúvida, deve-se recorrer a um profissional especializado.

Mosaico: passo a passo

Um passo a passo para se fazer um porta retratos de mosaico. Essa técnica é simples e com ela você faz desde objetos pequenos, como um porta retratos ou uma caixinha, até trabalhos grandes, como um tampo de mesa ou um móvel todo.

Você vai precisar além da peça a ser trabalhada: -Pastilhas cerâmicas ou vítreas, ou cacos de azulejos, cerâmica, louça, porcelana ou até mesmo vidro (cuidado ao manusear!). -Cola branca PVA, para colar os cacos ou pastilhas na peça. _Rejunte na cor branca ou em alguma cor que você queira. Mas geralmente é feito com branco mesmo. -Tinta látex na cor branca, para pintar a peça e dar um acabamento. _Pincle para espalhar a cola, para pintar com a tinta e uma espátula para preparar a massa de rejunte.

Limpe bem a peça a ser trabalhada.

Pinte de branco, a parte de trás da peça, para dar um acabamento.

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Aqui se usou pastilhas cerâmicas, mas poderiam ser cacos de azulejos, de pisos, de louças, porcelanas ou vidro.

Com as peças já separadas, passe cola no objeto.

E vá colando uma a uma, deixando um espaço de uns 2 ou 3 mm entre elas.Esse espaço vai ser para passar o rejunte.No caso das pastilhas, é mais fácil porque todas tem o mesmo formato e tamanho.Mas se fossem cacos, você iria encaixando um próximo do outro, deixando o mesmo espaço entre eles.Espere secar muito bem, de preferência um dia.

Prepare a massa de rejunte, seguindo as instruções do fabricante.

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Aplique a massa entre as peças, preenchendo bem. Não tenha medo de sujar a peça, o rejunte enquanto não secar e endurecer é fácil de tirar.

Aguarde a secagem, conforme as recomendações do fabricante. Não coloque para secar no sol, pois o rejunte pode trincar.

Depois de uma hora, mais ou menos, enquanto a peça está secando, passe uma esponja ou flanela umedecida em água, para tirar o excesso de rejunte. Isso deve ser feito antes que ele seque completamente.

Pronto!

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MAIS MOSAICOS

REFERÊNCIAS Azulejista. Confederação das Mulheres do Brasil.2009 Construção e Reparos I: guia de estudo / coordenação, Laboratório Trabalho & Formação / COPPE - UFRJ / elaboração, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Departamento de Engenharia de Construção Civil. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2006. 200p.:il. — (Coleção ProJovem – Arco Ocupacional) Flávio Zanelli. http://home-boxer.blogspot.com/2009_08_02_archive.html