contribuições da educação física para o desenvolvimento de crianças com síndrome de down

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CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E MOTOR

DE CRIANÇAS ENTRE 2 E 11 ANOS COM SÍNDROME DE DOWN

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

Metodologia da PesquisaProf.ª Luciana Botelho

JULIANA BORGES

CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E

MOTOR MOTOR DE CRIANÇAS ENTRE 2 E 11 ANOS COM SÍNDROME DE DOWN

ÍNDICE

Objetivo do estudo Relevância do estudo Descrição sintética da situação-problema Referências

OBJETIVO DO ESTUDO

O objetivo é verificar as contribuições dos componentes da Educação Física como procedimento ou estratégia para um melhor desenvolvimento motor e cognitivo de crianças portadoras da síndrome entre 2 e 11 anos.

Analisar as características do desenvolvimento cognitivo e motor propostas respectivamente por Jean Piaget e David Gallahue de crianças entre 2 e 11 anos ditas normais e com síndrome de Down

Destacar possíveis atrasos ou até mesmo ausência de aspectos de acordo com a divisão de faixas etárias

Identificar e relacionar os possíveis benefícios e atuação da Educação Física.

RELEVÂNCIA DO ESTUDO

O estudo visa fornecer aos profissionais e estudantes informações quanto a atuação da Educação Física como meio desenvolvedor das crianças Down dentre a faixa etária citada.

A área acadêmica ainda não é muito voltada para deficientes.

No caso da Educação Física, segundo Duarte (2003 apud STRAPASSON; CARNIEL, 2007), somente a partir da última década, os cursos colocaram em seus programas curriculares, conteúdos relativos às pessoas com necessidades especiais e o material é escasso.

Importante para profissionais que trabalham com crianças portadoras de síndrome de Down.

DESCRIÇÃO SINTÉTICA DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Série de mudanças previsíveis e ordenadas que alteram os mecanismos mentais pelos quais um indivíduo utiliza para sua percepção, memória, pensamento, resolução de problemas e razão

Origem biológica, é modificada e ativada pela interação do organismo com o meio (físico e social) que o rodeia

Teoria Cognitiva de Piaget

Estágios:

Operatório-formal(+11 anos)

Operatório-concreto(7 – 11 anos)

Pré-operatório(2 - 7 anos)

Sensório-motor( 0 - 2 anos)

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Mudança contínua do comportamento motor ao longo da vida

Começa com a concepção e cessa com a morte

Relacionado a idade, mas não é dependente dela

Provocado e alterado pela interação entre as exigências da tarefa

motora, condições do ambiente e biologia do indivíduo

(GALLAHUE; OZMUN, 2005)

Indivíduo Tarefa

Ambiente

Desenvolvimento

Hereditariedade, biologia, fatores intrínsecos

Experiências, aprendizado, motivação e fatores extrínsecos

Fatores físicos e mecânicos envolvidos

Infância

Primeira infância (nascimento até 2 anos)

Infância( 2 anos até aprox. 11 anos)

CARACTERÍSTICAS COGNITIVAS E MOTORAS DE CRIANÇAS ENTRE 2 E 11

ANOS DITAS NORMAIS

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Período pré-operatório (2 a 7 anos):

Emergência da linguagem => depende do desenvolvimento da inteligência (córtex)

Egocêntricas => ausência de esquemas conceituais e da lógica

Percepção global (sem discriminar detalhes)

(TERRA, 2015)

Período das operações concretas (7 a 11 anos):

Capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes e de integrá-los de modo lógico e coerente

Interiorizar as ações => realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motora

Prontas para iniciar um processo de aprendizagem sistemática*

(TERRA, 2015)

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Fase dos movimentos fundamentais (2 a 7 anos)

Ativamente envolvidas na exploração e experimentação das capacidades motoras dos seus corpos

Responder os estímulos com competência e controle motor

Padrões observáveis básicos de comportamento são correr e pular (locomotores), arremessar e apanhar (manipulativos) e andar com firmeza e equilíbrio unipodal (estabilizadores).

(GALLAHUE; OZMUN, 2005)

Fase dos movimentos especializados (7 a 10 anos):

Movimentos fundamentais já estão num estágio maduro, auxiliam no desenvolvimento de atividades motoras complexas

Habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são refinadas, combinadas e elaboradas para uso em situações crescentes de exigência

(GALLAHUE; OZMUN, 2005)

CARACTERÍSTICAS E DISTÚRBIOS PROVOCADOS PELA SÍNDROME DE DOWN

Alteração genética que se encontra dentro das deficiências mentais, causada por uma mutação biológica

Encefalopatias não progressivas => são doenças localizadas no cérebro e constituem um conjunto de características físicas e mentais específicas

Ocorre na concepção, em que uma das células germinativas apresenta-se com 24 cromossomos, fazendo com que o indivíduo fique com 47 cromossomos em cada célula

(SADOK, 1990 apud ORNELAS e SOUZA, 2001)

Trissomia no par 21.

O indivíduo Down apresenta um cromossomo extra e é este que produz as alterações no seu desenvolvimento.

(LEFEVRE, 1981 apud ORNELAS e SOUZA, 2001)

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E MOTOR DAS CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

ENTRE 2 E 11 ANOS

No que se refere ao aspecto cognitivo e motor, o desenvolvimento se processa de forma diferente e a aquisição tardia de uma habilidade compromete a aquisição de outras. Assim, desde o nascimento estas crianças apresentam reações mais lentas do que outras crianças.

(MOREIRA; HANIB; GUSMÃO, 2000).

“O portador de Síndrome de Down alcança o ápice de seu desenvolvimento cognitivo, da linguagem e de esquemas motores ao atingir a adolescência, iniciando-se então, um

declínio dessas capacidades”

(BISSOTO, 2005, p. 82).

As crianças apresentam muitas vezes diferenças com relação ao tempo de aquisição dos principais marcos motores quando comparadas à crianças neurologicamente normais, embora demonstrem a mesma sequência desenvolvimentista.

A maturação do sistema nervoso é considerada a principal e, muitas vezes, o único fator responsável por provocar mudanças no comportamento motor.

(GESELL, 1928; MCGRAW, 1945 apud POLASTRI e BARELA, 2002; POLASTRI e BARELA, 2002)

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO A linguagem é a área na qual a criança com a síndrome demonstra,

em geral, os maiores atrasos =>a habilidade de comunicação é variável.

Déficit de atenção que pode comprometer seu envolvimento em tarefas e na sua maneira de explorar o meio=> fatores neurológicos, pela redução na formação de sinapses

Não acumulam informações na memória auditiva imediata de forma constante

Déficit na memória a longo prazo, o que pode interferir na elaboração de conceitos

(VOIVODIC, 2004 apud SILVA, 2009; MOREIRA; HANIB e GUSMÃO, 2000)

DESENVOLVIMENTO MOTOR Hipotonia muscular generalizada Pouca coordenação dos movimentos Respiração bucal, cardiopatias em 40% dos casos Hiperextensibilidade articular Frouxidão ligamentar da primeira e segunda vértebra cervical (Atlas e

Áxis)

(NAHAS apud BOMFIM, 1996, p.61)

Lentidão na aprendizagem da marcha

Damasceno (1992 apud ORNELAS; SOUZA, 2001)

A criança terá fraco controle dos músculos e devido a isso, os movimentos tendem a ser desajeitados e mal coordenados.

A frouxidão ligamentar das duas primeiras vértebras cervicais C1 e C2 expõe as crianças a sérios riscos de lesão na medula

(MOREIRA; HANIB e GUSMÃO, 2000)

Apresentam dificuldades de equilíbrio, isso é explicado devido ao cerebelo ser uma estrutura menor que o normal nessas crianças.

(PUPO FILHO, 1997 apud SILVA, 2001 p.73)

CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA

A Educação Física, através da utilização de atividades físicas, exercícios, jogos recreativos e esportivos, auxilia significativamente na formação do indivíduo, apoiando-se em bases científicas do conhecimento biológico, pedagógico e psicológico para atingir seus objetivos.

(RODRIGUES, 1993 apud SILVA, 2001 P.71)

As crianças Down, apesar de possuírem uma dificuldade da aprendizagem motora e atraso cognitivo, também podem ser beneficiadas com as atividades ministradas pelos educadores Físicos.

(SILVA; FERREIRA, 2001; STRAPASSON; CARNIEL, 2007)

O professor deve por em prática uma ação educacional interventora, a fim de detectar, diagnosticar e promover a estimulação dos distúrbios do desenvolvimento infantil, visando sua integração dentro da sociedade em que vive.

Shimazaki (1994, p.41 apud ORNELAS; SOUZA, 2001)

Professor de Educação Física

Definir os objetivos a serem alcançados, criando um processo de ensino-aprendizagem

Avaliar a situação e a condição do aluno

(ORNELAS; SOUZA, 2001, p. 83).

Aperfeiçoamento em sua totalidade, buscar a independência e satisfação de suas necessidades

QUAIS SERIAM AS CONTRIBUIÇÕES?

A estimulação essencial, isto é, o trabalho com o desenvolvimento psicomotor da criança para que ela se torne independente dentro das suas necessidades básicas.

Auxiliar de maneira que atinja níveis considerados “normais” para cada idade, podendo, ampliar sua capacidade de aprendizagem através de estimulações sistematizadas e planejadas.

(ORNELAS; SOUZA, 2001, p. 82-83).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Crianças portadoras de Síndrome de Down apresentam um atraso

significativo em seu desenvolvimento motor e cognitivo.

Dentre a faixa etária de 2 a 11 anos, estão presentes atrasos como no processo da linguagem, déficit de atenção, memória a longo prazo, construção de conceitos e raciocínios, coordenação motora, equilíbrio, marcha e força.

Esses atrasos podem ser supridos através da intervenção de um profissional de Educação Física, o qual atuará com a sistematização de uma gama de atividades para a estimulação adequada.

REFERÊNCIASBISSOTO, M. L. Desenvolvimento cognitivo e o processo de aprendizagem do portador de síndrome de Down: revendo concepções e perspectivas

educacionais. Ciências & cognição 2005, v. 4 , p. 80-88, 31. Marc. 2005. GALLAHUE, D. .L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: Bebês Crianças, adolescentes e adultos. 3ª Ed. São Paulo. Phorte Editora,

2005. p. 585.  MOREIRA, L. M.; HANIB, C. N. e GUSMÃO, F. A. A síndrome de Down e sua patogênese: considerações sobre o determinismo genético. Revista Brasileira

Psiquiatria 2000, v. 2 ,p. 96-99., 21. Fev. 2000.  NUNES et al. A inclusão de crianças com Síndrome de Down na Educação Física escolar. Revista Digital EFDesportes, Buenos Aires, n. 180, mai. 2013.

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v. 7, n. 1, dez. 2002.  SANTOS, A. M.; WEISS, S. L. I. e ALMEIDA, G. M. F. Avaliação e intervenção no desenvolvimento motor de uma criança com síndrome de down. Revista

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Sul Brasileiro De Psicopedagogia. 26 a 29 de outubro de 2009. SILVA, D. R.; FERREIRA, J. S. Intervenções na Educação Física em crianças com Síndrome de Down. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.12,

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 TERRA, M. R. O desenvolvimento humano na teoria de Piaget. Disponível em < http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm >

Acesso em 14 de jun. de 2015.

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