aula 1º estagio - proc trab enviar
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA-UNIPÊ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PROFESSORA: LUCILENE SOLANO
UNIDADE 1: EVOLUÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Evolução histórica do Direito Processual do Trabalho
Para o Direito Processual, a razão se resume na solução dos conflitos. Temos o conflito do direito material, surgindo o processo para solucionar todas as lides.
O conflito sendo trazido para o judiciário, ocorre o interesse jurídico perante a sociedade judiciária, surgindo o processo como instrumento que se moverá para a solução de conflitos.
A orientação deste processo ocorre na predisposição das partes, com uma série de atos, procedimentos, que devem ser seguidos no intuito da apuração dos fatos e ao final do litígio dê a solução do conflito.
O judiciário tem atuação privativa da perspectiva estatal para a solução de conflitos, sendo o único órgão apto para solucionar conflitos de interesses na nossa ordem jurídica. A cognição está em a outra parte cumprir a prestação de fazer e não fazer.
No Direito do Trabalho e no Processo do Trabalho, isso também não é
diferente, a relação trabalhista, ela é por demais conflituosas por uma série de
fatores. Primeiro fator é que o empregado encontra-se todo momento em regra
no contrato de trabalho, sob o estado de subordinação. Com a subordinação o
empregado está passivo para o empregador.
Como por exemplo: O empregado trabalha seis anos numa empresa e esta não
deposita o FGTS, se o empregado for pedir ele automaticamente será dispensado
do trabalho.
O estado não realiza a fiscalização nestas obrigações, só no campo tributário e
previdenciário, pois é o beneficiário direto. Mas ele não tem a mesma
preocupação em fiscalizar o cumprimento das legislações trabalhistas, o que faz
com que aqueles conflitos, na relação de emprego ficam incubados, durante o
período de vigência do contrato de trabalho. Só vem a florescer, esses conflitos,
quando essa relação se extingue. Quando se extingue o contrato de trabalho é
que o empregado, fica motivado, ai diz: “agora vou colocar a empresa no pau”.
Ou “vou a justiça do trabalho ver os meus direitos”.
É nesse momento que surge o conflito trabalhista, é nesse momento em
que o empregado vai se surgir diante de seu empregador e exigir que os direitos
que foram sonegados durante a vigência do contrato de trabalho sejam
cumpridos, ou seja ele vai querer o bem da vida. Geralmente o bem da vida no
Processo do trabalho, se reveste de forma indenizatória. São as férias não
gozadas, são as horas extras não pagas, as verbas rescisórias que ficaram, então
o bem da vida no processo do trabalho essencialmente ele possui uma conotação
pecuniária, indenizatória.
Este conflito entre empregado empregador pode se resolver das mais
diversas maneiras: como a empresa reconhecer e pagar de imediato os direitos
que regem o contrato, onde o empregado assina o recibo da quitação, na qual o
conflito foi objeto uma auto-composição. Esse conflito, para o judiciário
trabalhista para o processo do trabalho, simplesmente ele não existiu, não houve
uma lide, houve apenas um conflito de interesses no campo sociológico, que foi
resolvido sem intervenção do Estado. O Estado não resolveu, não intermediou o
processo não foi utilizado para resolver essa lesão no campo do direito material.
Momento em que surge o Direito Processual do Trabalho:
Se a empresa nega a pagar, que é o que acontece na maioria das vezes, e
sabe o que o empregado faz? Ele vai acionar a justiça do trabalho para receber o
que ele tem, o que lhe é devido. Nesse momento surge o processo do trabalho,
enquanto instrumento que viabiliza a atuação do poder judiciário na solução dos
litígios trabalhistas.
O processo do trabalho vai analisar o que?
Quem são os órgãos competentes para solucionar os conflitos,
Qual o procedimento que a parte deve utilizar pra solucionar seu
conflito,
Quais os princípios que vão nortear a construção desse ramo do
direito e,
Qual a legislação que vai ser utilizada para solucionar.
Conceito de direito processual do trabalho.
Conjunto de normas e princípios (regras) que visam regulamentar a composição (solução) dos conflitos de trabalho podendo ser individuais e coletivos. Sem conflitos não há direito processual.
Individual (leis pré-existentes) Coletivo (dissídios coletivos difere de acordo ou convenção
coletiva)
Obs. Litisconsórcio pode ser individual, pois a quantidade de trabalhadores não influi.
Direito processual nada mais é do que o ramo do direito público, formado pelo conjunto de regras de natureza processual, somadas aos princípios que lhe são peculiares, destinados a regular as relações existentes entre o juiz e as partes, bem como em relação àquelas que, de qualquer forma, intervêm no processo, no sentido de criá-las, modificá-las ou extingui-las, para possibilitar a prestação de tutela jurisdicional.
Então o processo do trabalho é um complexo de princípios, órgãos e
institutos que versam sobre a organização da justiça do trabalho e tem por objeto
servir de instrumento para a solução dos conflitos de ordem trabalhistas. Os
conflitos entre a empresa e o trabalhador.
O processo do trabalho hoje apenas não vai se preocupar com a solução de
litígios entre empregado e empregador, e sim hoje, com nossa competência
ampliada, o processo do trabalho se preocupa com a solução de litígios onde o
trabalhador se apresente como uma pessoa hipossuficiente no sentindo de que a
única fonte de renda que ele tem é o seu trabalho, mesmo ele não sendo
subordinado.
É o caso, por exemplo, do pedreiro que presta serviços de forma eventual
a várias pessoas e não se vincula, não é empregado de ninguém, faz um conserto
hoje, faz um reboco de uma casa por uma duas semanas, enfim, essa pessoa ela é
hipossuficiente, ela vive daquele trabalho.
Então hoje nós temos competência para julgar esse tipo de lide, então a
justiça do trabalho, o processo do trabalho, se preocupa não com litígio
empregado e empregador, mas os litígios que decorram de uma relação de
trabalho.
Autonomia do Direito Processual do trabalho O problema da autonomia científica do processo do trabalho.
O processo do trabalho está um tanto quanto aquém do processo civil em
diversos aspectos, por razão muitos simples. Primeiro que o Processo Civil
surgiu bem antes do processo do trabalho, e ainda pairam certas incertezas
como, por exemplo, quais os princípios próprios do processo do trabalho?, se ele
tem seus princípios?, a cerca de que qual o manejo da ação consolidada em
torno do processo do trabalho?, se há uma produção doutrinária que justifique a
participação do direito processual do trabalho, e quanto?.
Essa discussão a muito foi superada porque de uns tempos pra cá, umas
duas décadas pra cá, as relações de trabalho, as relações de emprego, elas
sofreram um grau de modificação de relevância tão grande no ramo da produção
econômica, que fez com que esses conflitos de ordem trabalhistas se
multiplicassem de tal forma que existe assim um ramo do direito processual que
fosse próprio, especializado, e capaz de se adequar a esse tipo de conflito.
Então o processo do trabalho hoje, é um processo completamente
autônomo, em relação ao processo civil. Primeiro por ter princípios específicos,
princípios próprios, institutos próprios também. Possui uma justiça
especializada. A justiça do trabalho é uma justiça especializada em julgar
conflitos de ordem trabalhista, um ramo do direito judiciário foi receber uma
missão constitucional de solucionar esses tipos de conflitos, o que faz com que
tenhamos uma certa autonomia.
A própria CLT faz uma remissão subsidiária ao processo do trabalho,
dizendo que as normas da CLT que estejam incompletas, ou determinados
institutos do processo do trabalho que não esteja regulamentado pela CLT,
autorizam a aplicação subsidiária do CPC. O que faz com que o processo do
trabalho tenha uma conotação de não o direito processual se opondo, e não
completamente dissociado do direito processual civil. Não separar, não
independente, mas as vezes busca no processo civil ou na teoria geral do
processo alguns conceitos de institutos que são importantes.
Relação com o direito processual civil:
A noção, por exemplo, de ação, demanda, processo, jurisdição,
contestação, são todas própria do processo civil, são todas buscadas na teoria
geral do processo. O que faz a diferença é a aplicação de uma e de outra. São
exatamente algumas peculiaridades do processo trabalhista, que justificam uma
regulamentação própria.
O conceito e a função de uma petição inicial no processo civil, é a mesma
no processo do trabalho, que seja provocar o judiciário. A contestação do
processo civil, também é a mesma do processo do trabalho, ou seja, uma
resposta do réu, para o autor.
Noções como, competência do processo civil, também se aplicam ao
processo do trabalho, competência material, internacional, enfim, competência
territorial, todos conceitos comuns ao direito processual se intercomunicam.
Entretanto, não há ameaça a independência de um ou outro ramo do direito
processual.
Então o processo do trabalho é um processo completamente autônomo,
em relação ao processo civil.
Fontes do Direito Processual do trabalho
Interpretação do Direito Processual do Trabalho.
As regras de subsidariedade (CLT, art. 769 e 889)
No processo do trabalho decorrente de autonomia, ele possui fontes normativas próprias, preceitos legais, diante da fonte de direito por excelência no nosso sistema romano germânico que é a lei, principalmente no direito processual. O direito processual do trabalho possui fontes normativas que lhe são próprias e isso justifica sua autonomia.
LEI/ CONSTITUIÇÃO: A principal fonte normativa é a lei por excelência.
No caso da Constituição Federal, por exemplo, nós vamos ter o Art. 5º que fala,
por exemplo, dos princípios processuais, como contraditório, ampla defesa,
inafastabilidade da jurisdição, (Art. 5º, XXXV), também o princípio do devido
processo legal, razoável duração do processo. Estes princípios constitucionais do
processo se aplicam ao processo civil e processo do trabalho, constitucional,
também se apresentam como fontes normativas, para o processo do trabalho,
como importante fontes normativas e interpretativas.
Então o juiz do trabalho ele pode se apegar a um princípio desses, como o
contraditório e ampla defesa, com força de lei mesmo e justificar sua decisão.
Então esses princípios são utilizados como fontes comuns ao processo do
trabalho, inclusive como fonte de ordem hierarquicamente superior, porque a
Constituição como vocês sabem, está em um patamar hierárquico superior, as
normas que lhe são tem fundamento, como a lei ordinária, complementar,
medida provisória.
Então a Constituição Federal no Art. 5º, serve como a principal fonte
normativa no direito processual.
Além da CRFB (Constituição da República Federativa do Brasil), vamos
ter a legislação processual trabalhista especifica, ou seja aqueles preceitos infra-
legais, infra-constitucionais, que vão tratar do processo do trabalho de forma
específica.
CONCEITOS INFRA-LEGAIS/CLT: A principal fonte normativa é a CLT,
os Arts. 6431 e sgs, vão tratar de assuntos como petição inicial, audiência
trabalhista, quem pode ou não servir como testemunha, assuntos como custas do
processo do trabalho, recursos e execução trabalhistas. A CLT sem dúvida
1 Art. 643 - Os dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores bem como de trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços, em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho, de acordo com o presente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho. § 1º - As questões concernentes à Previdência Social serão decididas pelos órgãos e autoridades previstos no Capítulo V deste Título e na legislação sobre seguro social. § 2º - As questões referentes a acidentes do trabalho continuam sujeitas a justiça ordinária, na forma do Decreto n. 24.637, de 10 de julho de 1934, e legislação subseqüente.§ 3o A Justiça do Trabalho é competente, ainda, para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho. Art. 644 - São órgãos da Justiça do Trabalho: a) o Tribunal Superior do Trabalho; b) os Tribunais Regionais do Trabalho; c) as Juntas de Conciliação e Julgamento ou os Juízos de Direito. Art. 645 - O serviço da Justiça do Trabalho é relevante e obrigatório, ninguém dele podendo eximir-se, salvo motivo justificado.Art. 646. Os órgãos da Justiça do Trabalho funcionarão perfeitamente coordenados, em regime de mútua colaboração, sob a orientação do presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
alguma do ponto de vista legal, vai ser a principal fonte do direito processual do
trabalho.
LEIS ESPARSAS: Além da CLT vamos ter Leis esparsas, leis específicas,
que não estão consolidadas. É o caso da lei 5.584/70 se trata de questões
envolvendo a assistência sindical no processo do trabalho, por exemplo, sobre
procedimento sumário trabalhista. A Lei 7.701/90 que trata da competência dos
órgãos superior do Trabalho, essa lei vai ser pouco utilizada por nós.
Temos também o Decreto Lei 779, que tem o status de norma legislativa,
que trata das prerrogativas da fazenda pública no processo do trabalho. Vocês
sabem que a fazenda pública quando atua como parte, possui algumas
prerrogativas. É o caso, por exemplo, do prazo do quádruplo para contestar e em
dobro para recorrer. Então o processo do trabalho também possui essa
denominação que visa regulamentar a atuação dos órgãos integrantes da fazenda
pública no processo trabalhista.
O Decreto Lei não é uma norma, não pode ser considerado uma lei no
ponto de vista do processo legislativo, porém ela possui status na forma legal,
porque na constituição de 1977 o legislador fazia uso da medida provisória, que
era decretado pelo presidente da república, e depois era aprovada pelo congresso
nacional , então o Decreto Lei dessa forma,continua existir no processo do
trabalho, e em tese como fonte normativa.
REGIMENTO INTERNO DOS TRIBUNAIS:
Nós temos como fonte normativa os Regimentos Internos dos Tribunais.
Matéria administrativa, versão sobre mandado de segurança, sobre questões
administrativas do tribunal, tutelar direito de algum servidor, porque com o
regimento interno, vai fixar a competência material dos órgãos do tribunal e isso
em questão de Tribunal, é dividido em órgãos, existem câmaras, turmas, seções,
enfim, cada órgão deste tem competência para conhecer um determinado tipo de
litígio.
Os regimentos internos dos tribunais, vão delimitar a competência de seus
órgãos internos, bem como delimitar a competência desses órgãos para conhecer
também de matérias de ordem administrativas. E também divisões do presidente,
vice-presidente, do corregedor, do tribunal, enfim vão trazer aspectos que
realmente interessam ao direito processual como um todo.
SUMULAS: Existem outras fontes de ordem subsidiárias que interessa ao
processo do trabalho, que são as súmulas,fontes subsidiárias que mais
interessam ao processo do trabalho.
Não há regulamentação alguma acerca da matéria. Um exemplo clássico é
o da terceirização, regulamentada pela súmula 331 do TST. Então diante de um
vazio legislativo no direito do trabalho o TST em algumas situações pouco
convenientes e outras de forma exacerbada, vem preenchendo esse vazio legal,
através das súmulas, do mesmo modo foge o processo do trabalho.
Nós temos a CLT de 1943, que não vem acompanhando a dinâmica das
relações sociais, principalmente da dinâmica da modernização que o processo
tem sofrido, o processo civil principalmente, com intuito de se tornar mais
acessível, mais célere, que seja realmente um instrumento de solução e
pacificação de conflitos com justiça.
O processo do trabalho não vem sofrendo essa atuação. Porque?
Porque não há interesse do congresso nacional em tornar o processo do
trabalho mais célere, efetivo, dinâmico. Porque esses processos mais efetivos
vão favorecer uma parte da população brasileira que o congresso nacional não
está interessado em tutelar, que é o trabalhador. O nosso congressista não
representa o trabalhador, representa outros tipos de interesse que não os
interesses do trabalhador. Então não há interesse algum em se modernizar a
legislação trabalhista neste aspecto.
Então o processo do trabalho diante desta inércia, omissão legislativa vem
sofrendo uma transmutação através das súmulas do TST.
E diversos aspectos tutelados pela súmula, possuem regulamentação legal,
mas tem que ser tutelados para em algumas situações para atender alguns
interesses escusos, em outros para modernizar a legislação trabalhista, enfim,
existem atuações em que o TST edita súmula sobre direito processual.
A súmula pode ser considerada como fonte no direito processual
trabalhista?
Não se pode conceber a súmula como sendo uma fonte normativa típica,
porém pode se conceber a súmula como uma fonte normativa de ordem
subsidiária. O juiz pode fazer uso da súmula quando ele tomar uma decisão, no
entanto não está obrigado a seguir a súmula como está obrigado a seguir os
preceitos constitucionais, legais e também o processo do trabalho.
A súmula não é fonte, porque não é dotada de um atributo que as fontes normalmente possuem, e que é essencial a fonte normativa, que é a imperatividade. A súmula não obriga juiz algum a decidir de acordo com ela, exceto evidentemente, as súmulas vinculantes.
FONTE LEGAL SUBSIDIARIA:
Além dessas fontes típicas do processo do trabalho, temos aquelas fontes
como a Jurisprudência , subsidiária.
Então o juiz tem a liberdade de julgar, porém tem que ter a
responsabilidade de ao julgar em qualquer situação fundamentar e
principalmente fundamentar sua decisão, quando ele vá desconsiderar
determinado entendimento sumulado.
Porque em tese, alguma das funções da súmula não é amarrar os juízes de
primeiro grau, é tentar simplesmente dar uma segurança jurídica, para tentar
resolver suas questões.
Nós temos como além da desse conjunto de regras e o processo do
Trabalho, nós temos aí, as fontes legais subsidiárias, é o que diz, por exemplo, o
Art. 769 da CLT2, quando fala que nos casos omissos o direito processual
comum, que é o processo civil, será fonte subsidiária, do direito processual do
trabalho exceto naquilo que for incompatível com as normas definidas.
Então a CLT autoriza a aplicação do código de processo civil, ao processo
do trabalho, enquanto fonte processual do trabalho, desde que se tenham dois
requisitos.
Primeiro deles é a omissão,quando a CLT for omissa sobre os
demais institutos, o processo civil pode ser utilizado; e
O segundo deles, é quando houver compatibilidade. Que tipo de
compatibilidade gente? Quando por exemplo, a norma do direito processual
civil, não vier a causar um tumulto processual, ou não vier prejudicar a solução
do litígio.
Porque o litígio trabalhista, cujo bem da vida principal ele possui, uma
função alimentar, o salário é de ordem alimentar, ele necessita de que um juiz,
de que o tribunal regional superior, dê uma solução rápida a esse litígio, então
com a solução do CPC, tem por exemplo, condão de atrasar um pouco,
prejudicar a solução do litígio, mas essas normas por excelência não podem ser
incorporadas ao processo do trabalho.
Outras normas sim podem ser incorporadas é o exemplo, da antecipação
de tutela, é um instituto que não está regulamentado pela CLT, mas o Art. 273
do CPC regulamenta, então este instituto da antecipação de tutela, ele pode ser
2 Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
muito bem incorporado ao processo do trabalho, porque a omissão e a
compatibilidade com os objetivos do direito processual trabalhista, então o
processo do trabalho utiliza estes institutos.
Outros não, no caso, por exemplo, do litisconsórcio trabalhista, no
processo civil, aqueles litisconsórcio representado por advogados diferentes, o
prazo é em dobro para qualquer ato processual, obviamente no caso de defesa,
essa norma não é aplicada no processo do trabalho porque justamente, ela iria
atrapalhar a celeridade dos conflitos trabalhistas, é o exemplo de uma norma do
processo civil que é repelida no processo do trabalho, por ser incompatível, com
os objetivos do processo trabalhista.
Princípios do Direito Processual do Trabalho Princípios processuais constitucionais
Os princípios do Direito Processual, é o processo, é a atitude com a ciência
de vida operacionalizar o exercício da tutela jurisdicional, evidentemente que o
processo por ter essa missão ele deve de certa forma equivaler de institutos
comuns, e de princípios comuns com o objetivo único exclusivo de aprimorar
cada vez mais o exercício da tutela jurisdicional que é antes de tudo é direito
fundamental do cidadão.
Então o Processo seja Civil, Trabalhista, ou processo Penal, se reveste do
conjunto de princípios, na verdade são aqueles princípios que direcionam a
atividade do legislador, que forma o legislador, na medida em que ele deve
bloquear a falta legislativa um desses princípios. São garantias de todas as partes
para que o processo possa ser o efetivo instrumento de exercício da tutela
jurisdicional em prol do cidadão que a requer.
Alguns Princípios do direito processo civil são aplicados ao processo do
trabalho, entretanto, serão adaptados ao processo laboral de acordo com o
processo do trabalho onde reveste. Onde o processo do trabalho é um processo
bastante informal ,onde tem o bem jurídico de zelar o direito trabalhistas de
natureza alimentar que requer a atuação do juiz onde esteja preocupado antes de
qualquer coisa alcançar a tutela jurisdicional o mais rápido possível. Seja
delegando, seja deferindo ao autor.
Então os princípios do processo civil são todos aplicados ao processo do
trabalho, com uma ou outra peculiaridade. Os princípios do direito processual do
trabalho justificam a existência de um direito, de um plano jurídico próprio, para
viabilizar o beneficio da tutela jurisdicional trabalhista.
Os princípios processuais trabalhistas possuem uma conceituação ou
caracterização bastante diversificada, nenhum doutrinador vai colocar os
princípios processuais trabalhistas da mesma forma, uns vão dar trinta
princípios, outros vão dar dois princípios, um princípio isso se justifica pelo fato
do processo do trabalho ter um fenômeno, o direito em construção.
a) princípio do devido processo legal
(CF, art. 5º, LIV)- o Objetivo principal é obstar a prática de procedimentos arbitrários pelo próprio estado.
“LIV _ ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.”
No Art. 5° elenca diversas garantias processuais, diversos direitos
fundamentais processuais, que visam justamente garantir que o processo seja
utilizado de acordo ou com o espírito do estado democrático de direito que foi
proclamado pelo constituinte em 1978.
Não há como conceder, por exemplo, o exercício existente de um estado
democrático de direito junto com a constituição sem que você fosse processado,
ou qualquer um de nós fosse processado, sem a existência de um devido
processo legal. Do processo atual a constituição que aborda o direito Norte-
Americano, anuncia que você para ser processado tem que ser através de meios
de instrumentos, procedimentos de atos previamente estabelecidos pelo
legislador para garantir um justo procedimento, ou provimento jurisdicional.
Seria sumariamente arbitrário, por exemplo, chegar um empregado na
justiça do trabalho e dizer olhe essa empresa me deve cinco mil reais, o juiz sem
ouvir a parte contrária, sem ouvir a empresa, sem citá-la, chegar executar e dar o
dinheiro para o empregado.
Por isso que o processo tem que ser precedido de um conjunto de
princípios para adquirir um pleno exercício de direito executado, o pleno
exercício da prova por qualquer das partes, reclamante ou reclamado, a plena
possibilidade da parte se insurgir contra as alegações pela outra parte.
Então o devido processo legal nos garante isso, que ao ser processado,
terá um processo, um conjunto de atos possessórios que vão garantir que você
não tenha nenhum julgamento arbitrário. Enuncia esse princípio, e que não
deveria ser diferente no caso do processo do trabalho.
b) Princípio da isonomia (CF, art. 5º, caput)- todos são iguais perante a lei
“Art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.
Igualdade Formal X igualdade substancial
Igualdade Substancial – é aquele que subtraindo a forma, penetra na pessoa individualmente. Prevista na CF.
- Se eles forem realmente iguais, então trata-se igual, e os litigantes forem diferentes, eles serão tratados diferentes.
- Privilégios do MP e a Fazenda Pública (art. 188 CPC)
- A Fazenda Pública tem prazo em 4 para contestar e em 2 (dobro) para recorrer.
- O MP também tem diferenciação, é parte imparcial e para viabilizar uma defesa foi criada algumas particularidades. Em tese está ligado a igualdade substancialmente.
- Processo do Trabalho (proteção do empregado)
- CDC (inversão do ônus da prova)
- Foro privilegiado para o alimentando nas ações de alimentos (art. 100 do CPC).
c)Princípio da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV).
Imposição de instâncias administrativas entre o Poder Judiciário e o cidadão. Exs: justiça desportiva (art. 217, § 1º da CF).
A partir do momento que o estado tomou para si o monopólio para a
resolução dos conflitos na sociedade, o estado estando encarregado de
solucionar esses conflitos, conferiu ao cidadão um direito subjetivo de acionar o
estado a qualquer momento na busca por essa tutela, e o estado por sua vez não
pode se negar a prestar essa tutela jurisdicional.
O estado tem o dever de prestar a tutela jurisdicional toda vez que o
cidadão requerer.
O que o estado hoje garante ao cidadão, é o processo de titular de forma
efetiva direito material que tá sendo buscado. É o processo que tem um
procedimento adequado ao direito material que esta sendo buscado pelo cidadão.
É o processo que tem que consagrar aquela velha máxima de José Kelvenda o
Senador Italiano que disse que “O processo na medida do possível, deve dar a
quem tem o direito, tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tem o direito de
conseguir”. “Quer dizer que o processo, resultado da sentença ela tem que se
aproximar cada vez mais do adimplemento da obrigação espontânea”, ou seja,
ela deve da o resultado prático como se a obrigação tivesse sido cumprida pelo
réu.
É o caso, por exemplo, de uma sentença trabalhista em que o juiz do
trabalho, ela dá sentença onde deve se aproximar o máximo possível do
resultado obtido se o empregador tivesse cumprido com a legislação trabalhista
corretamente. É este o enfoque que é dado não é uma garantia meramente
formal, mas sobretudo uma garantia substancial para o cidadão.
d)Princípio do contraditório e Ampla Defesa (CF, art. LV).
Não se pode negar o direito do reclamado, da empresa, defender, produzir
provas e tentar convencer o juiz de que o direito que ela possui que vai impedir
o sucesso da ação do empregado.
Então o princípio do contraditório se reveste em uma via de mão dupla. O
princípio da ciência e da oportunidade nos atos praticados pela parte contrária.
Então a partir do momento que uma parte juntou uma prova, um documento
importante para o processo, o juiz deve dar ciência desse documento e deve dar
uma oportunidade para que outra parte se pronuncie, tendo ciência de todo os
atos praticados pela parte adversa e sobretudo, ter a oportunidade de se
manifestar. Se ela vai ou não, isso é outra história, mas o que o contraditório
exige é que é a mera oportunidade que a parte ciente de se contrapor a petição da
parte adversa.
e) Princípio da publicidade dos atos processuais (CF, art. 5º, LX).
Segredo de justiça (art.155 CPC)
- Princípio sempre em conflito com o seu oposto, que é o do segredo.
- De um lado, interessa que o público saiba tudo o que ocorre nos tribunais, mas, de outro lado, não deixa de ser prejudicial à curiosidade gratuita
- Código de Processo Civil - fica no meio-termo e adota o princípio da publicidade restrita
- a regra é serem os atos judiciais públicos, mas certas causas correm em segredo de justiça, a portas fechadas, como as referentes a casamento, filiação, alimentos.
f) Princípio do duplo grau de jurisdição (CF, art. 5º, LV).
* Surgimento: na Revolução Francesa
* Meio necessário para o qual corrige erros do 1º grau
* CF garante a ampla defesa e não o duplo grau
* Não é garantido constitucionalmente, mas não é inconstitucional.
* juizados especiais – o duplo grau não necessariamente apreciação por um grau de hierarquia superior.
* A lei só diz que tem necessidade de recurso, mas não fala do duplo grau de jurisdição
* chance de ter um duplo apreciamento da matéria
* art. 515 § 3º do CPC.
* existe a convicção generalizada de que um processo que foi reexaminado é um processo melhor decidido.
* regra universal que a decisão de primeiro grau possa ser revista pelo segundo grau de jurisdição, através do recurso competente, em tempo hábil.
g) Direito Fundamental a um processo sem dilações indevidas, Art. 5º,
LXXV, III, CRFB
No fim de 2004, foi apresentado um novo princípio que é o Direito
Fundamental ao Processo sem Dilações Indevidas. Esse princípio para muitos
sua extensão no contexto constitucional seria desnecessário, porque o processo
justo, que garanta a parte de direito do ato discricional efetiva, já traz no seu
corpo, subentendido, que essa sentença, essa prestação jurisdicional, deve ser
proferida em um caso razoável, “justiça tardia equivale a uma injustiça”,já dizia
Ruy Barbosa há muito tempo atrás.
O juiz ao apreciar uma determinada demanda tem que ter a
responsabilidade de dar não um julgamento sério, rápido, instantâneo, mais um
julgamento que tenha um tempo razoável que não venha perecer o direito
material da parte requerente,também para que o juiz possa analisar o caso com
calma e para que ele possa proferir um justo julgamento.
No processo civil, por exemplo, o juiz tem um prazo de 10 dias para
proferir uma sentença, mas esse prazo de 10 dias é o que digamos impróprio, o
juiz não vai causar nenhuma novidade no processo se não julgar em 10 dias.
Agora pode causar alguma reclamação convencional, ou na corregedoria, se ele
tiver atrasando o processo de forma injustificada.
Alguns processos podem ser julgados em 10 dias e até menos, tem
processos que se resolve de um dia para o outro, mas tem processos que o juiz
tem que ter a responsabilidade de analisar com calma. Tem processos muito
volumosos, que dependem de um julgamento bastante cuidadoso, na apreciação
das provas, bastante cuidadosa, para que o magistrado não venha cometer
nenhuma injustiça.
O que a constituição exige é um processo que tenha um tempo de duração
razoável, entre a conclusão do julgamento e o proferimento da sentença.
Razoabilidade não é sinônimo de celeridade, ou de instantaneidade.
Razoabilidade é consenso entre o processo fácil, que pode ser julgado logo, e
um processo um pouco mais complexo, ele requer um determinado tempo,
pouco mais de investigação.
Então isso exige que a parte tenha todos os inesgotáveis meios de defesa
no processo justamente porque a sentença que o magistrado vai proferir, pode
afetar um bem da vida essencial da pessoa, que é a sua liberdade, ao contrário do
processo civil e do processo trabalho muitas vezes o bem da vida é relevante, é,
mas tem bens na vida que se reveste em pecúnias o que não requer uma
equidade com a ampla defesa.
Princípios de direito processual civil aplicáveis ao Processo do Trabalho.
Temos também além dos princípios específicos do direito processual civil
ou chamados por alguns de princípios do procedimento, alguns doutrinadores,
utilizam essa terminologia, que podem e são aplicáveis ao direito processual do
trabalho.
a) Princípio da oralidade – art. 820 CLT
É o princípio que estimula a prática dos atos processuais, de forma oral e
não de forma escrita. Em geral vocês sabem que juízes, advogados e membros
do ministério publico não se comunicam oralmente.
Juízes, advogados e promotores se comunica por petição, de forma escrita
isso é de maneira (sub desejada) pelo direito processual, que quer realmente,
ocupar, resolvam oralmente suas questões, até porque torna mais fácil, o acordo,
a conciliação, que é o grande desígnio do direito processual, modernamente.
Os atos processuais, são em regra no processo devido, produzidos de
forma escrita. A petição no processo civil é escrita, a contestação
necessariamente tem que ser escrita, a sentença, não há previsão de sentença
produzida oralmente pelo juiz sem audiência no processo civil.
No Processo do trabalho temos uma vanguarda no que diz respeito ao
prestigio ao princípio da oralidade. Então no processo do trabalho a maioria dos
atos processuais, podem ser colocados de forma oral.
É o caso, por exemplo, da petição inicial que a parte, o empregado pode ir
a justiça do trabalho sem advogado e procurar um funcionário da justiça do
trabalho e deduzir a termo a sua petição, chegar lá e realmente contar sua
história. E o servidor vai lá e reduz a termo o que ele falou e ele já tem um
documento como petição inicial, faz isso de forma oral.
Da mesma forma a empresa pode optar pelo advogado para fazer sua
defesa de forma escrita, ou chegar no momento da audiência e ter vinte minutos,
para deduzir sua defesa oralmente. Da mesma formas as razões finais do
processo do trabalho, são feitas de forma oral, o advogado faz de forma oral. Os
incidentes, as contraditas, na justiça do trabalho, as testemunhas, por exemplo,
são feitas oralmente.
O processo do trabalho prestigia muito a prática dos atos orais, torna mais
rápido mais dinâmico, o procedimento trabalhista. Mais o princípio da oralidade
ele também é dividido em sub-princípios:
- O Princípio da Imediação Art.820 CLT
Diz que o juiz que na medida do possível deve intermediar a produção de
provas na audiência. É importante que o juiz faça essa intermediação, por dois
motivos essenciais: Primeiro que o Juiz intermediando, vai filtrar aquilo que é
relevante para o processo, daquilo que ele acha que é irrelevante para o direito
do trabalho.
Se no processo onde a parte não teve as horas dele, não vai ter que ir na
empresa dele juntar cinco volumes de cartões de ponto, onde está as horas
extras, o juiz faz essa filtração. O juiz desde já vai coibir a produção de prova
ilícitas na audiência, fitas gravadas sem o consentimento são provas bastante
comuns na justiça do trabalho. O juiz faz esse trabalho.
O principio da imediação foi incorporado no Brasil, também como
cognitiva da prova testemunhal. Nós sabemos que não adotamos aquele sistema
Norte-Americano, onde o advogado se dirige diretamente a testemunha e
pergunta a elas o que ele quiser. O advogado do sistema brasileiro seja do
processo civil, penal ou trabalhista, ele pergunta ao juiz, e o juiz re-pergunta a
testemunha, porque, o juiz é obrigado a filtrar o que é relevante e o que é
irrelevante para o processo.
Então o advogado se dirige ao juiz, e o juiz se dirige a testemunha. O Art.
820 traz justamente essa previsão.
-O Princípio da Identidade Física do Juiz Art.125, CPC, Súmula 136,
TST
Fala que, o Magistrado que concluiu a audiência tem o dever de julgar.
Salvo em caso de afastamento, por motivo de promoção ou aposentadoria, ou
também em caso que o juiz é removido da vara.
Nesses casos o juiz que faz a colheita das provas tem o dever de
sentenciar, porque isso é importante? Porque o juiz que colhe as provas, vai
julgar com muito mais convicção do que aquele juiz que não colheu as provas.
Por um motivo muito simples, a prova, no processo do trabalho é
importante, porque a prova do processo do trabalho é testemunhal. Então o juiz
vai verificar a causa se as testemunhas mentiram ou não, se o reclamante mentiu
ou não, em seu depoimento. O juiz vai julgar com muito mais segurança, do que
simplesmente pegou a data da audiência para julgar.
O juiz sente a reação das pessoas, sabe o ato de julgar. Esse princípio aqui
infelizmente, o TST entende que não é aplicado no processo do trabalho, através
da Súmula 136, porque antigamente no processo do trabalho, funcionava em
sistemas de colegiados.
b)Princípio da economia processual.
também decorre do artigo 796, a da CLT e também do artigo 797 da CLT.
Art.797 CLT- o juiz ou tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
- Para aproveitar o número máximo de atos processuais.
- Alcançar o Maximo de efetividade com o mínimo de atividade processual é
quando, por exemplo, você admite que em uma mesma petição inicial você
cumule duas ou mais ações.
c)Princípio da sucumbência.
Situação da parte perdedora da ação, sobre quem recai o ônus operacionais e dos honorários do advogado da parte vencedora.
d) Princípio da Demanda Art. 2º, CPC - Mitigado pelo Art. 878, CLT
Ele informa o processo, em que estado está e em que momento deve ser
convocado pelo requerente para que o estado possa dar o impulso ao processo.
Então o juiz não pode iniciar o processo de ofício, deve ter a iniciativa da
parte de provocar o processo através da materialização do principio da demanda
que é a apresentação da petição inicial, e a partir daí o juiz vai conhecer a
demanda saber quem é o réu, mandar citá-lo, chamá-lo para o processo e daí
formar a relação processual que vai desencadear no provimento jurisdicional.
Este princípio da demanda está no Art. 2º do CPC, e serve não apenas
para provocar atuação do órgão jurisdicional, mas também para delimitar os
contornos da demanda. É através da pessoa inicial que o réu vai delimitar o
conteúdo objetivo da demanda.
E o que é o conteúdo objetivo da demanda?, que é delimitar quais os
pedidos que ele quer que sejam deferidos em desfavor do réu, se ele quer uma
indenização, se ele quer direito de férias, FGTS, e vai tramitar o conteúdo
subjetivo da demanda, ou seja, contra quem ele quer que seja processada aquela
ação. Isso é importante porque o juiz só pode mandar citar quem for o autor
indicou contra o réu e também só pode deferir o que foi pedido na inicial, o juiz
não pode deferir nem além nem aquém do que foi pedido, quando eu falo aquém
ele não pode se omitir em apreciar aquele pedido.
Os princípios do processo civil, conseguem ao serem transportados para o
processo de trabalho, sofrem uma certa transformação de acordo com o caráter
com as peculiaridades que reveste o processo laboral. O processo do trabalho
possui sim um víeis tuitivo, um víeis protecionista, porque protecionista?
Porque o processo do trabalho ele sempre leva em consideração o fato de que
empregados e empresas nunca vão estar em uma situação de igualdade dentro da
perspectiva jurídica e econômica. Há sempre uma relação desigual,
principalmente essa desigualdade vem do aspecto econômico da geração de
emprego, a empresa vai ter sempre instrumentos de liquidação de alguns direitos
do empregado, por exemplo, durante o contrato de trabalho se o empregado
reclamar na justiça do trabalho, vai ser demitido.
Então o estado de subordinação, de certa forma, receia a iniciativa de
reclamar de um empregado. Da mesma forma este estado de desigualdade no
final da relação do trabalho, persiste na medida em que as principais formas de
um contrato de trabalho estão na posse do empregador, ou seja, o empregado os
documentos que o mesmo assina ficam todos na empresa, os documentos que
atestam o dia-a-dia dele enquanto constatado estão no cartão de ponto estão
todos na empresa, as testemunhas que poderiam depor em favor do empregado
estão todas trabalhando, quem depor em favor dele será dispensado.
A função do juiz não é de proteger, mas, de tentar equilibrar. No direito
processual é chamado de caráter assistencialista do magistrado, ou atuação
assistencialista do magistrado.
Então o processo do trabalho ele mitiga o principio da demanda onde no
art. 878 da CLT3, diz que o juiz do trabalho pode de ofício iniciar a execução
trabalhista. O que isso quer dizer? quer dizer que, uma vez transitado em
julgado, quando não cabe mais nenhum recurso no processo, as partes não
podem mais recorrer, e o processo vai ter que ser resolvido de que forma?, O
devedor não quer pagar, então vai pagar com seus bens, o juiz vai penhorar, para
da penhora retirar o crédito da empresa, e fornecer ao ganhador da causa,
evidentemente, o reclamante ou o reclamado.
Esse procedimento no processo civil ela requer a provocação da parte, o
requerimento da parte para que a execução se inicie, no processo do trabalho não
quando o juiz verificar que o processo não cabe mais nenhum recurso, ele de
oficio já manda para que a parte pague a execução ou indique bens para
penhora. Essa atitude é de oficio do magistrado, instrumento do principio da
demanda, que o estado age de oficio, no processo do trabalho.
e) Princípio Inquisitivo Art. 765, CLT4
É aquele que diz que o juiz não é um mero espectador do processo, e que
uma vez iniciado, provocado, a atuação jurisdicional, o juiz tem que ir atrás de
todos os meios possíveis, para dar uma prestação jurisdicional justa. Que meios
possíveis? Meios probatórios, diligentes probatórios. O juiz tem que ir atrás de
todos os meios possíveis para se convencer de que aquela decisão que eles está
proferindo está o mais perto possível da verdade, da realidade.
Já que o processo há três versões, a versão do autor, a versão do réu e a
versão verdadeira, então, o juiz tem que ao Maximo possível, na sua atividade
fim, ir atrás da versão verdadeira e isso ele pode fazer por vontade própria,
independentemente da iniciativa das partes.
3 Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.Parágrafo único - Qnd se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabal4 Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas
O juiz pode de oficio de acordo com o art. 765, praticar os seguintes atos:
O juiz de tribunais do trabalho terão ampla liberdade de questão de processos e
valerão julgamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência
necessária ao esclarecimento delas.
O juiz no processo tem a liberdade para produzir provas, requerer a
produção de provas, requerer o chamamento de testemunhas que as partes não
arrolaram, no intuito de dar um justo provimento de um caso concreto.
f) Princípio Instrumentalidade das Formas Art. 154, 244 CPC
também chamado de princípio da finalidadeo Art.796 CLT- a nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato.
O processo do trabalho também prestigia o principio da instrumentalidade
das formas. Então, para o processo do trabalho mais interessa a finalidade do ato
processual do que a forma que ele venha a vestir. Exemplo: quando o réu quiser
questionar a competência territorial de um órgão jurisdicional ele vai ter que
entrar com um instrumento chamado de exceção, no processo do trabalho
também temos a exceção.
Vamos supor que o advogado do réu, pouco cuidadoso, que, por exemplo,
a competência seja da vara do juiz de João Pessoa e diga que a competência é da
vara de Santa Rita, e para isso não há exceção e sim como contestação como ele
quiser, esse erro na forma de insurgência do réu, não pode pedir apreciação
desse capitulo da defesa pelo juiz, pelo simples erro formal da oposição da
defesa o que não viabiliza o deferimento ou acolhimento da exceção.
O juiz recebe a contestação e a julga de toda forma, o juiz não pode estar
apegado acolhimento formais, o firme intuito do processo é a resposta do direito
material o juiz deve está sempre preocupado com isso, questões formais somente
servem para discutir em modos acadêmicos, o que as partes querem é
efetividade na prestação jurisdicional, o juiz esta sempre comprometido com
este objetivo. Então o princípio da instrumentalidade processual, também
plenamente aplicado ao processo do trabalho.
g) O Princípio da Irrecorribilidade de Imediato das decisões Interlocutórias
Art. 893, § 1º, CLT5
Um dos princípios que distingue do proc. Civil. Todas as decisões interlocutórias no proc. do trabalho não cabe recurso de forma imediata, só poderá recorrer da decisão ao final do processo. Quando o juiz proferir a sentença.
Art. 893 parág. 1° CLT- os acidentes do processo são resolvidas pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva.
3 exceções:
Súmula 214- na justiça do trabalho, nos termos do art. 893, parág. 1° da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
a) De tribunal regional do trabalho contrário à súmula de orientação jurisprudencial do tribunal superior do trabalho; Decisão interlocutória do TRT que contrária uma súmula ou uma
orientação jurisprudencial do TST cabe recurso imediato.b) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo tribunal.
Decisão interlocutória proferida por um tribunal que tem previsão no regimento interno de recurso por o mesmo tribunal é uma exceção à regra do 893. Costuma ser aquelas decisões monocráticas que indefere uma
liminar no mandato de segurança. Mas como a previsão no regimento interno, como um recurso
próprio, é uma exceção geral.c) Que acolhe execeção de incompetência territorial com a remessa dos
autos para o tribunal regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art.799, parág. 2° da CLT Só quando é distinto.
5 Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva
Quando a remessa dos autos for para lugar distinto, caso contrário aplica regra do 893 parág. 1°que impede o recurso imediato
Decisão interlocutória no processo são aquelas decisões que não põem fim
ao processo, concernente a concessão utilizada para o depoimento produzido
pela testemunha. Essas são decisões tomadas no curso do processo que não
põem fim a ele, essas decisões no processo do trabalho, não são recorríveis de
imediato, a parte não pode recorrer de imediato, ao contrário do que acontece no
processo civil.
Isso no processo do trabalho ta errado, porque a parte só pode recorrer das
decisões interlocutórias após a sentença de mérito o resultado do processo do
trabalho, da inicial a sentença, ele chega bem mais rápido, justamente porque
não vai ter esse incidentes causados no meio do procedimento.
A construção de princípios próprios do Direito Processual do Trabalho.
Os Princípios específicos do Direito do trabalho, a doutrina ainda é
titubeante em relação a elencar quais princípios seriam do Processo do trabalho.
O processo do trabalho possui princípios próprios, alguns doutrinadores fazem a
seguinte distinção entre princípios e peculiaridades. Quem trata disso muito bem
é Sérgio Pinto Martins, onde ele trata desse assunto, ele fala que muitas coisas
que se anunciam como princípios, no processo do trabalho, são algumas
peculiaridades que revestem este ramo específico do processo.
Não se pode dizer que no processo do trabalho nós temos o princípio do
jus postulandi, o que é jus postulandi? É o direito que a parte tem de ingressar
com uma reclamação trabalhista, sem a necessidade de um advogado. Então o
advogado, a sua presença, segundo a CLT, ela é dispensável.
Então isso não é um princípio, temos isso como um enunciado genérico,
como uma base principiológica, que justifique a sua existência, por um motivo
muito simples. Porque o princípio ele não pode estar atrelado a um mero
capricho do legislador, se o legislador modificar a CLT amanhã, esse princípio
do Jus Postulandi ele simplesmente desaparece. Então não se pode vincular a
existência de um determinado princípio ao capricho do legislador. Então o Jus
postulandi é uma curiosidade, uma peculiaridade do processo do trabalho que
não possui a obtenção de princípios.
A) Princípio da Proteção ao trabalhador
Princípio no processo do trabalho que transcende a atuação legislativa
processual é o princípio da Proteção. É justamente a relação entre empregado e
empregador, que é uma relação desigual durante a relação de emprego, e
continua sendo desigual, quando essa relação vem para o processo. A
disparidade de situação que encontram-se empregado e empregador, desde a
abstenção jurídica de ambos como os meios probatórios que ele dispõe para
tentar convencer o juiz em suas alegações. O juiz, no caso o legislador, protege
o trabalhador, não como uma forma de criar uma disparidade, ou criar o
privilégio exarcebado ao trabalhador, mas para tentar equilibrar ao juiz ao
advogado que existe para o processo do trabalho.
Então em algumas situações o processo do trabalho protege sim o
trabalhador. Exemplo: no processo do trabalho, o trabalhador versa com uma
reclamação, sem a necessidade de recolher e demonstrar o recolhimento de
custas processuais.
Então o processo do trabalho, ele é antes de tudo um processo gratuito,
enquanto que no processo civil tem que recolher as custas e demonstrar o seu
recolhimento, se não demonstrar pode ser indeferido, ou desde inicio vai
requisitar a concessão do beneficio gratuita, e se o juiz negar automaticamente
acontece um incidente, no recorrer da decisão, já acontece um incidente no
processo. No processo do trabalho não, se perder lá na frente é condenado ao
pagamento das custas. Salvo se o juiz no final do processo conceder o beneficio
da gratuidade, para proteger o trabalhador.
Outro exemplo é que o empregado pode ajuizar sua ação no local onde ele
prestou serviço, o processo do trabalho concede ao trabalhador, ou o local da
contratação, ele vai escolher o foro onde quer ajuizar a ação. Isso também vai
facilitar o acesso dele ao judiciário, principalmente, para ele escolher aquele
local, onde ele tem as testemunhas, pra produzir, para apresentar, onde ele vai
gastar menos dinheiro para se deslocar até a vara do trabalho.
Além desse princípio da proteção que é sem dúvida alguma, materializado no
direito legislativo que visa tutelar o trabalhador autônomo trabalhista, nós temos
o princípio da Finalidade Social.
B) Princípio da Finalidade Social
Que foi concebido por um processualista civil, Profº Humberto Teodoro
Júnior, afirmou que não apenas o legislador, mas o juiz do trabalho, pode e deve
em algumas situações, dar um tratamento privilegiado ao trabalhador, para
justamente tentar equiparar essa desigualdade que existe no emprego.
É o caso também em que o trabalhador chega na justiça do trabalho e não
traz nenhuma testemunha, e o juiz pode de oficio determinar chamar algumas
pessoas, ou o juiz, também pode de oficio em situações onde o trabalhador não
requereu a produção de determinadas provas, vamos supor a parte alega que
sofreu um acidente de trabalho e ficou incapacitado para trabalhar para qualquer
empresa, ou qualquer trabalho, e quer uma indenização por dano material, mas
não pede uma perícia. Então o juiz pode pedir de ofício uma perícia para ver se
realmente ele está incapacitado. O juiz pode, e deve dar esse tratamento
privilegiado, para que a parte não venha sofrer uma derrota no processo em
razão de sua situação de inferioridade econômica existente que ela está.
Então o princípio da Finalidade Social e Proteção é a mesma coisa, entretanto
a finalidade, a atuação intuitiva do legislador que visa a proteção e a atuação
intuitiva do Princípio da Finalidade Social parte do juiz. Mas ambos visam
tutelar o trabalhador, a parte hipossuficiente da relação processual.
C) Princípio da Cooperação – art. 6º do NCPC –
Advogados, juízes, defensores, promotores fazem parte desse princípio e dele devem comungar, cujo objetivo é trazer celeridade, eficiência ao Processo do Trabalho.
D) Princípio da busca da verdade real
O princípio da verdade real é derivado do direito material do trabalho, é
aquele que busca a primazia da realidade. De tal notação o referido princípio
ganhou espaço direto no corpo da lei, como pode ser verificado no artigo 765 da
CLT.
E) Princípio da indisponibilidade
A transação é negócio jurídico que compõe interesses através de concessões recíprocas, não comportando, por isso mesmo, renúncia de direito trabalhistas que nem sequer foram objeto da ação conciliada. Tal efeito é vedado pelo princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, que eiva de nulidade os atos de disposição de direitos pelo empregado, mormente quando encerrados sob a forma de renúncia, em que há o despojamento de direito trabalhista sem concessão correspondente pela parte beneficiada. Considerando que os pleitos de danos materiais e morais não foram objeto das ações preteritamente ajuizadas pelo reclamante, não há falar em coisa julgada em face da sentença lavrada em uma das ações, nem do acordo celebrado no outro processo. Assim sendo, repelida a existência de coisa julgada, os autos devem retornar à Vara de origem para complementação da prestação jurisdicional.
F) Princípio da conciliação
O princípio da conciliação, na justiça do trabalho, está esculpido no art. 764, caput, da CLT, que prevê: “Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.
No procedimento ordinário do processo trabalhista, a proposta de conciliação é feita pelo juiz laboral em dois momentos distintos:
1) na abertura da audiência, conforme previsão do art. 846 da CLT que assim prevê: “aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação”;
2) antes da sentença, após as razões finais, conforme preceitua o art. 850, caput, da CLT, que diz:
“Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.”
No procedimento sumaríssimo da justiça do trabalho, há uma observação importante a fazer quanto ao momento da conciliação.
Segundo o art. 852-E da CLT, a conciliação poderá ocorrer em qualquer fase da audiência, como se verifica a seguir: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão, para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”.
A não observância, pelo juiz, da proposta de conciliação acarretará nulidade dos atos posteriores praticados no processo.
Na justiça do trabalho o termo de conciliação é irrecorrível e tem força de coisa julgada, conforme entendimento do art. 831, parágrafo único, da CLT que diz: “no caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a previdência social quanto às contribuições que lhe forem devidas”.
g) Princípio do prejuízo ou da transcendência- não haverá nulidade sem prejuízo.
Art. 794 CLT- nos processos sujeitos à apreciação da justiça do trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
h) Princípio da convalidação ou preclusão
As nulidades devem ser arguidas no primeiro momento que a parte deve falar nos autos.
Art. 795 CLT- as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiveram de falar em audiências ou nos autos.
i) Princípio do interesse
- a parte tem o ônus de demonstrar o manifesto prejuízo, mas só poderá arguir se não concorreu direta ou indiretamente para a ocorrência da irregularidade.
Art. 796 CLT- a nulidade não será pronunciada:
B) quando arguida por quem lhe tiver dado causa
UNIDADE 2: ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO E DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Evolução da Justiça do trabalho no Brasil A justiça do trabalho, nos diversos ordenamentos jurídicos, possui uma
forma de organização distinta de acordo com escolha feita pelo legislador e a
constituição de cada país. Nem todo países são como no Brasil onde a justiça do
trabalho é especializada, encarregada única e exclusivamente de conhecer,
dirimir, julgar, os litígios oriundos da relação de trabalho.
O modelo escolhido pelo constituinte brasileiro desde a Constituição de
46 que foi quem previu a justiça do trabalho como segmento judiciário, ele
optou por outorgar a missão de dirimir os litígios trabalhistas a uma justiça
especializada, específica nesse tipo de solução de conflitos, a exemplo do que
acontece com a Justiça Eleitoral.
O que o texto constitucional, no que diz respeito à garantia do Princípio
do juiz natural, é a criação de órgãos jurisdicionais de exceção, aqueles criados
para julgar litígios ou crimes especificados e não justiças especializadas numa
determinada ação jurídica.
a - Jurisdição exercida pela justiça comum
Inicialmente os litígios decorrentes não de uma relação de emprego, mas
daquele antigo contrato de locação de serviço, eles eram dirimidos pela justiça
comum, pelos juízes de direito. Naquele tempo, 1832, não havia ainda uma
segmentação do próprio direito do trabalho que justificasse a criação de uma
justiça especializada, já que sequer existia naquela época uma ciência, um
direito material sólido, que viabilizasse a criação de um processo para a
resolução desse tipo de lide.
Então os contratos de locação de serviços, que eram os firmados por
advogados, dentistas, médicos, cobrando dinheiro dos seus clientes, esses
litígios eram dirimidos pela justiça comum. Conflitos entre o prestador e o
tomador de serviço, ainda não se falava em relação de emprego, havia a
prestação de serviço regularizada pelo Direito Civil.
b - 1922 – Tribunais Rurais
Em 1922 quando o que predominava no Brasil enquanto atividade
econômica primordial era a agricultura, então surgiu no Brasil diversos conflitos
trabalhistas, motivados principalmente entre os imigrantes politizados que
vieram trabalhar no Brasil, da Itália por ex., e se sentiram explorados pelos
donos das fazendas e aí começaram a surgir os conflitos trabalhistas entre os
trabalhadores (mais intelectualmente preparados que os brasileiros) e os seus
patrões.
Quando surgiram os conflitos, começou a volumar, também surgiu a
necessidade de um órgão encarregado de dirimir essa espécie de conflito, daí
foram instituídos os tribunais rurais, que eram compostos por um juiz de direito
que presidia o tribunal e por representantes classistas, sendo um indicado pelos
representantes dos empregados e outro dos trabalhadores. Por isso tribunal =
órgão colegiado.
Desde esta época existia, o regulamento 737, que já previa que o rito a ser
seguido na resolução desses conflitos (resolvidos pelos tribunais rurais), seria o
rito sumário, mais célere, que iria discutir verbas de natureza salarial, portanto
verbas alimentares que precisava de uma resposta rápida.
c - 1932 – Criação das Juntas de Conciliação e Julgamento
A Era Vargas. A que fomentou a consolidação de modelo, não apenas na
questão da justiça do trabalho, mas no modelo do nosso direito do trabalho,
houve fortíssima intervenção estatal em seu surgimento e consolidação.
Então Vargas em 32 criou as juntas de conciliação e julgamento, que eram
órgãos ligados ao ministério do trabalho, que não fazia parte do poder judiciário,
e que se destinavam a resolução dos conflitos entre trabalhadores e
empregadores. Quem compunha a junta era um juiz indicado pelo chefe do
executivo e mais dois juizes classistas (um do sindicato dos empregadores e
outro do sindicato dos trabalhadores). E diversas categorias profissionais.
Cada categoria se fazia representar nas juntas de conciliação e julgamento.
Já havia uma discriminação, pois só tinha o direito de buscar seus direitos os
trabalhadores que eram sindicalizados, só eles tinham acesso a essas juntas.
d – CF 1934 e 37 – JT pertencia ao poder executivo
O modelo de junta de conciliação e julgamento foi incorporado pelas
constituições de 34 e 37 que previram uma justiça do trabalho composta nesta
composição paritária (havia representação tanto dos empregados como
empregadores) que até então fazia parte do poder executivo, não do judiciário,
representando um forte intervencionismo estatal no modelo de resolução dos
conflitos trabalhistas. Então desde o surgimento da justiça do trabalho, o estado
não se preocupou em incentivar que os conflitos fossem resolvidos pelas partes
diretamente, mas em monopolizar os conflitos trabalhistas.
e - CF 1946 – JT passa a integrar o judiciário
Em 46 surgiu a previsão que o poder judiciário trabalhista seria um Poder
autônomo, e vinculado ao poder judiciário da União. Especializado na solução
dos conflitos trabalhistas tão somente, e faz parte de uma justiça federalizada, o
que permite a permuta de juizes e servidores, remoção, o que não ocorre na
justiça estadual por ser algo completamente distinto e independente.
Excepcionalmente é permitido ao juiz estadual prestar serviço onde não
foi onde ele prestou concurso, desde que os tribunais de origem autorizem e que
ele não esteja com processos atrasados para julgamento, tem que está zerado.
Ex: o caso de Pernambuco.
f - Composição paritária
A tradição da justiça do trabalho no Brasil foi a sua composição paritária,
em que desde o surgimento das juntas de conciliação e julgamento nunca
tínhamos um órgão singular. Antes era composta por 3 juizes: 1 togado, 1
representante dos empregados e 1 dos empresas, então desde a primeira
instância um órgão colegiado. O que significa que o togado não decidia sozinho,
a decisão era fruto dos 3 juízes. A finalidade era que juizes de categoria dos
trabalhadores, que vivenciassem aquela realidade, pudessem auxiliar o juiz de
carreira em dois aspectos:
1) acordo – iam insistir num acordo.
2) se não pudesse existir o acordo, que eles fornecessem as experiências
práticas para auxiliar o juiz na elucidação dos fatos, etc.
Por trás disso existia um sério intuito do Estado, no caso da Era Vargas,
em calar a atuação sindical. O Executivo trocava muito o silêncio do sindicato
em troca de ser juiz. Sempre houve essa intenção do Estado em manter a
representação paritária para garantir que eles não fossem fazer confusão.
O processo do trabalho foi evoluindo desde o surgimento das juntas para
cá e cada vez mais foi sendo exigido para a solução dos conflitos trabalhistas
não mais aquela experiência prática, mas sobretudo que o juiz que fosse julgar a
causa, mais que a vivência prática o preparo técnico para proferir suas decisões.
Então essa representação classista em razão da impossibilidade de
acompanhar as resoluções técnicas, terminou por perder o seu papel prático que
lhe foi concebido antigamente pelo constituinte. Foi se desgastando por isso e
também por diversas outras razões, inclusive corrupção. Não só eles como
também os togados, ex: Juiz Lalau. Vale salientar que a representação classista
também era dos TRT e chegavam ao TST. 1, 2 e 3 instancia.
g – Emenda Constitucional 24/99
Finalmente, em 1999, foi extinta através de Emenda Constitucional a
representação classista, quando foi dada a redação ao art. 116 da CF que fala em
juiz titular, concurso público de provas e títulos e que exerce sua jurisdição
sozinho. Antes o titular ou substituto que desse uma decisão e o classista desse
outra, a deste prevalecia.
O Art. 93 CF que trata da organização do poder judiciário. Temos também,
toda forma de investidura dos membros poder Judiciário, juízes, seja de
atividades jurídicas. Enfim a forma de investidura, as garantias que o juiz
vai ter como vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade, a forma de
remuneração da magistratura, forma de organização dos tribunais.
O Art. 112 à 116 da CRFB6 que trata da organização do poder judiciário trabalhista, vamos ter noção como quem são os órgãos da justiça do
6 Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II as ações que envolvam exercício do direito de greve; III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV os mandados de segurança, hábeas corpus e hábeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
trabalho, os juízes do trabalho, os tribunais regionais do trabalho, e o tribunal superior do trabalho, qual a competência desses órgãos, a mais genérica, competência material desses órgãos e o procedimento basico da organização da justiça do trabalho
Formas de solução dos conflitos trabalhistas: as formas de resolver os conflitos integram dois grupos:
Meios autônomos: os próprios interessados extinguem o dissenso. Heterônomos: cabe o terceiro ofertar uma sugestão ou solucionar. Adversárias: está incluída nessa classificação a jurisdição que é a presença de sujeitos com interesses opostos. Não adversarias: seria a mediação e a conciliação, denominados como meios alternativos.
o Autotutela: No direito do trabalho existe uma espécie de
autotutela, muito conhecida como o direito de greve.o Autocomposição: As próprias pessoas que estão em conflito
chegam a uma solução sem a necessidade de intervenção de terceiro. Mas a conciliação só é possível após o ajuizamento de uma reclamação trabalhista e desde que obtenha a homologação do juiz ou por intermédio das comissões de conciliação prévia.
o Arbitragem: A arbitragem é o meio pelo qual a solução dos
conflitos dar-se-á por um terceiro com a tarefa de pôr fim ao dissídio, e obrigando a cumprir o que ficar decidido no laudo arbitral.
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente.§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
o Mediação: é uma espécie heterônoma de solução de divergências
intersubjetivas, seria uma pessoa estranha escolhida por mútuo acordo. No âmbito do direito do trabalho, os integrantes do Ministério e do MPT também assume o papel de mediadores. No que se refere ao direito individual do trabalho, a função do mediador é também desempenhada pelos integrantes das comissões de conciliação prévia.
o Comissões de conciliação prévia: são organismos paritários,
formados por representantes de empregados e empregadores, destinados a promover a transição extrajudicial entre atores sociais. O STF por meio de ADI’s n° 2139 e 2.160, conferiu ao art. 625-D CLT, onde exige a submissão da demanda à comissão de conciliação prévia antes do ajuizamento da ação trabalhista. Proposta e aceita a conciliação perante a comissão de conciliação é lavrado um termo que vincula as partes, com eficácia liberatória geral, exceto em relação às parcelas expressamente ressalvadas. Esse termo adquire a qualidade de título executivo extrajudicial, executável na justiça do trabalho.
A situação da Justiça do Trabalho no âmbito do Poder Judiciário Brasileiro.
o O judiciário trabalhista é composto pelos seguintes órgãos: Tribunal
Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho.
Órgãos da Justiça do Trabalho
a – Art. 111 da CF
Em relação aos órgãos da justiça do trabalho, temos sua previsão no art.
111 do texto constitucional. TST, TRT e juizes do trabalho.
b – Garantias da magistratura, art. 95 da CF
Além disso, temos também no âmbito da magistratura trabalhista
qualquer garantia que qualquer magistrado tem.
Vitaliciedade (após 2 anos),
Inamovibilidade (o juiz não pode ser transferido a não ser por
interesse público)
Irredutibilidade de subsídios (assim como o salário mínimo
segundo o STF, se dirige ao aspecto nominal do subsídio, e não ao aspecto real,
então não impede o juiz não receber aumento e causar a defasagem causada pela
inflação).
c – Acesso à carreira, art. 93, I da CF
Vamos começar de baixo para cima em relação aos órgãos da justiça do
trabalho.
O primeiro é o cargo de juiz do trabalho, substituto. Forma de ingresso:
concurso público de provas e títulos, art. 93 CF, que cada TRT organiza o seu
concurso, não há ainda um concurso unificado, sendo a tendência o ser.
Atualmente os candidatos devem comprovar 3 anos da sua atividade jurídica
para exercer sua profissão.
Há um debate acerca da constitucionalidade ou não dessa resolução do
CNJ, que vem dizer o que é 3 anos de atividade jurídica. Para alguns o preceito
constitucional não é auto aplicável e depende de lei complementar. Prevalece o
entendimento de que não se trata de reserva legal, ou seja, o CNJ tem atribuição
administrativa para fixar os parâmetros do que vem a ser atividade jurídica.
Dois aspectos importantes:
1) o STF entendeu que só pode contar como atividade
jurídica as atividades exercidas após o bacharelado.
2) também para o STF, essa atividade jurídica só pode ser
cobrada do candidato por ocasião da sua posse. Não pode exigir que a comprove
por ocasião da inscrição do concurso, não há interesse do tribunal neste
momento, já que o concurso pode durar mais de 1 ano.
A resolução do CNJ elenca diversas formas de atividades jurídica:
advocacia, 5 petições por ano, correspondentes a cada ano; cursos de
especialização, pós-graduação, mestrado; exercício de atividade de concurso que
exige o bacharelado em Direito; etc.
d – RESOLUÇÂO 907/04 do TST
Das Varas do trabalho
a – Criação por Lei art. 112 da CF
As varas do trabalho são, o local onde juízes do trabalho exercem suas
funções. São criadas por lei, somente elas, art. 112 CF. Essa lei é uma lei
federal, o congresso nacional que elabora. A iniciativa é privativa do TST, tanto
a criação de varas como de vagas do tribunal.
b – Circunscrição – lei 6.947/81
Existem critérios para a criação de uma vara do trabalho, estabelecidos
pela lei 6947/81. Um dos aspectos importantes desta lei é que ela proíbe que a
vara tenha uma circunscrição que abranja mais de 100km² (o que inviabilizaria o
acesso dos cidadãos das cidades vizinhas à vara).
O que isso quer dizer?
A justiça do trabalho, ao contrário da justiça comum, não se faz presente
em todos os municípios do estado, seria desnecessário porque os n. de
reclamações trabalhistas são bem inferiores do que as de justiça comum. Não
demanda uma presença tão forte em todos os municípios.
Aqui na PB só temos em municípios pólos, que agregam ao seu redor
alguns municípios. Quem diz quais municípios a vara vai abranger é a lei que a
cria.
A grande novidade é a possibilidade dada pela lei 10.770/03 aos TRT’s,
para não criar varas, mas sim, alterar a sua jurisdição de acordo com a
necessidade de cada Estado.
Além das varas do trabalho temos os TRT’s. No Brasil temos 24 TRT’s.
O número vai ser estabelecido de acordo com a ordem cronológico de criação.
Somos o TRT da 13ª região. Nem todo estado possui um TRT, em que o Estado
do Amapá é vinculado ao do Pará e nem Roraima que é vinculado ao do
Amazonas. O SP tem dois.
o São os órgãos de primeira instância da justiça do trabalho, esses órgãos
eram denominados de junta de conciliação e julgamento, onde atuavam, além do juiz presidente (togado), dois juízes classistas, um representante dos empregados e outro dos empregadores, com mandato de três anos. Se determinado munícipio não está compreendido pelo raio de atuação de uma vara do trabalho, os processos da competência da justiça do trabalho são solucionados pelos juízes de direito.
1° grau de jurisdição
ART. 116-CF- nas varas do trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular Observação: a mudança de junta para a vara foi com a emenda 24/99, então a partir daí a jurisdição do 1° grau passou a ser exercida por um juiz singular.ART. 112 CF- a lei criará varas da justiça do trabalho, podendo nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito (investido da jurisdição trabalhista), com recursos para o respectivo tribunal regional do trabalho •esse dispositivo foi alterado com a emenda de 45.Observação: súmula 136 do TST- Princípio da identidade física do juiz – cancelado recentemente.
•esse princípio atualmente não se aplica ao processo do trabalho.
Dos Tribunais Regionais do Trabalho (CF, art. 115) A previsão do TRT está regulamentada no art. 115 do texto constitucional.
Quem nomeia é o presidente da república e um aspecto interessante é que a
justiça do trabalho é que ela não denomina juiz de Segunda instância de
desembargador, mas de Juiz do Tribunal, por uma tradição histórica.
Alguns tribunais, como o daqui, fazem um ato interno e começam a
denominar-se de desembargadores do trabalho, mas isso não é reconhecido por
lei, tanto que quando os ministros do TST insistem em chamar os
desembargadores de Juiz.
Composição mínima de 7 juizes, a lista do TRT é elaborada segundo
critério de merecimento e antiguidade, envia 3 nomes ao presidente que dará a
palavra final de quem é o juiz. Na lista de antiguidade, lógico, não há o que o
presidente escolher.
Assim como qualquer outro tribunal no Brasil tem o quinto constitucional.
Neste temos uma lista sêxtupla, elaborada pela OAB ou pelo MP do trabalho,
dos 6 escolhe 3 e envia para o presidente apontar quem será o membro do
tribunal.
a – Competência originaria e recursal
A competência específica própria do TRT, é a competência recursal,
atividade específica de revisão das sentenças proferidas pelos juizes de primeira
instância (competência típica).
Além disso tem-se a competência administrativas, quem vai dirigir a
atividade administrativa do tribunal são os entes da 2ª instancia, temos então o
presidente e o corregedor que irão inspecionar a atividade administrativa dos
magistrados.
b – Alteração da jurisdição da VT. Lei 10.770/03
Além disso temos a competência jurisdicional originária do tribunal, que
são justamente aquela competência para ações que a lei não outorga ao juiz de
primeiro grau.
É o caso do mandado de segurança, das ações rescisórias das sentenças
dos juizes de primeiro grau, os dissídios coletivos (entre sindicatos onde são
dirimidos pelos TRT’s que são conhecidos originariamente por esses órgãos).
o O Brasil conta com 24 Tribunais Regionais de Trabalho, o número de
juízes, também denominados de Desembargadores Federais do Trabalho varia de acordo com cada região e é definido por meio do art.670 da CLT, composta
por sete integrantes no mínimo. A EC n°45/04 introduziu um dispositivo permitindo que os tribunais do trabalho criem varas itinerantes. Alguns TRT’s são divididos em turmas e seções.
Art. 115 CF – os tribunais regionais do trabalho compõem-se de no mínimo 7 juízes, recrutados quando possível, na respectiva região e nomeados pelo presidente da república dentre os brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco, sendo:
I- Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do ministério público do trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94
II- Os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento alternadamente.
§ 1° os tribunais regionais do trabalho instalarão (obrigatório) a justiça itinerante, com, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
•EC 45 criou as chamadas justiças itinerantes:
§ 2° os tribunais regionais do trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo câmaras regionais a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas aas fases do processo.
•uma faculdade para os TRT’S
•para lugares de grande extensão
Do Tribunal Superior do Trabalho (CF, art. 111-A) Temos ainda como órgão de cúpula do judiciário trabalhista o TST, que
segundo a constituição, é composto por 27 ministros, também nomeados pelo
presidente da república, não há exigência de tempo mínimo de carreira e há
previsão também do 5 constitucional.
Então o TST tem como competência típica, precípua, a uniformização da
interpretação da legislação trabalhista em sede jurisdicional através dos recursos
legalmente previstos para isso. O que faz com que o TST tenha um papel
importante, o que dá uma maior segurança jurídica, as partes que venha a
celebrar um contrato de trabalho.
o É composto por 27 ministros Togados e é órgão da cúpula do poder
judiciário do trabalho, com sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional. O preenchimento dos cargos acontece com o próprio tribunal, em sua composição plena e votação secreta, escolhe por maioria absoluta, três nomes dentre os desembargadores Federais do trabalho de carreira, integrantes dos TRT’S com mais de 35 e menos 65 anos. A nomeação é feita pelo Presidente da República, após aprovação do senado do federal. Um quinto das vagas do TST é destinado aos advogados com mais de 10 anos de atividade profissional e aos membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício. Declara a vaga, o presidente do TST oficia à Procuradoria-geral do Trabalho ou ao conselho Federal da oab para que se proceda à elaboração de uma lista sêxtupla. Dentre os seis nomes, o TST escolhe três e envia a lista respectiva ao Presidente da república, que procede à nomeação, após a aprovação do senado federal. O TST é composto pelo tribunal pleno, órgão especial, seção especializada em Dissídio Coletivo- SDC, seção especializada em Dissídios individuais (subseção I e II), e ainda por 8 turmas. ENAMAT: A escola nacional da magistratura foi criada com a promulgação da Emenda constitucional n°45 e tem como objetivo principal centralizar as políticas de formação dos magistrados brasileiros. Conselho Superior da Justiça do Trabalho: a criação do CSJT, juntamente com o conselho nacional de justiça, pela EC n° 45, tem como função exercer a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho.
Obs: EC45/2004 alterou a organização da justiça do trabalho.Art. 111-A CF“ O tribunal superior do trabalho comportar-se-á de vinte e sete ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo presidente da república após aprovação pela maioria absoluta do senado federal, sendo:
I- Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do ministério público do trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94II- Os demais dentre os juízes dos tribunais regionais do trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio tribunal superior
§ 2° - funcionarão junto ao tribunal superior do trabalho:I- Escola nacional de formação de magistrados (regulamentar cursos)II- Conselho superior da justiça do trabalho (supervisão administrativa, cujas decisões terão efeito vinculante)
. Juiz de direito investido de jurisdição trabalhista – art. 112 da CF
Por fim, temos a figura do juiz de direito investido de jurisdição trabalhista.
Art. 112.
As varas de trabalho não possuem sede em todos os municípios do estado, e
existem municípios que ficam de fora da jurisdição da vara, nesses quem vai
dirimir as lides trabalhistas são os juizes de direito. O recurso desta decisão, será
para o TRT. Aspecto importante: o juiz de direito investido de jurisdição
trabalhista ele somente está vinculado ao TRT para fins recursais,
disciplinarmente o juiz de direito está vinculado ao seu Tribunal de Justiça.
Qualquer queixa de ordem administrativa tem que ser reclamada no TJ.
o Naquelas localidades não abrangidas territorialmente pelas Varas do
Trabalho. A CF/88 dispõe da matéria em seu art. 112 e a CLT no art. 668
Juízes do Trabalho (CF, art. 111, III).o O cargo inicial na carreira da magistratura do trabalho corresponde ao de
juiz do trabalho substituto, que é designado pelo juiz presidente do tribunal ao qual estiver vinculado para atuar na Varas do Trabalho. A movimentação do juiz do trabalho substituto é disciplinada pelo art.656 da CLT. Compete ao juiz do trabalho seguir as regras do art.659 da CLT.
o Ingresso na magistratura trabalhista.
O ingresso na primeira instância da magistratura do trabalho é feito, exclusivamente, por meio de concurso de prova e títulos, segundo art. 654 da CLT.
o Forma de promoção dos titulares de Varas.
O preenchimento é feito por meio de promoção de juiz substituto para juiz titular, por antiguidade e por merecimento, de forma alternada. A justiça do trabalho não está dividida em entrâncias.
Desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalhoo O provimento de quatro quintos dos cargos de juiz dos Tribunais
Regionais do Trabalho, também denominados de Desembargadores Federais do Trabalho, é feito por intermédio de promoção por antiguidade e merecimento, alternadamente dentre aqueles ocupantes dos cargos de juiz titular de vara do trabalho. Por merecimento o tribunal faz a escolha de três juízes titulares de Vara do Trabalho, dentre aqueles com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. Um quinto do número de cargos de Desembargador Federal do Trabalho de cada TRT deve ser preenchido por advogados, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício de forma alternada.
Ministros do TSTo Os ministros do TST são nomeados pelo Presidente da República após
lista tríplice elaborada pelo próprio tribunal e aprovação pela maioria absoluta do senado Federal (art. 4° do RITST), quatro quintos desses cargos são destinados são destinados aos Desembargadores de carreira dos Tribunais Regionais do Trabalho com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos. Um quinto dos cargos de Ministros dos cargos de Ministros do TST deve ser provido por advogados e membros do Ministério Público do Trabalho, desde que possuam mais de dez anos de atividade profissional ou de efetivo serviço no cargo.
Garantias dos Magistrados o Há necessidade de serem oferecidas determinadas garantias necessárias ao
desempenho dessa atividade judicante. Vitaliciedade: cargos vitalícios são ocupados durante toda a vida, salvo algumas exceções expressamente em lei. Os ministros do TST e os desembargadores Federais do Trabalho adquirem a vitaliciedade com a simples posse nos cargos respectivos.
Inamovibilidade: o direito que o magistrado tem de não ser transferido do local de exercício de sua atividade jurisdicional. No caso de alteração da localização da sede de Unidade jurisdicional, fica facultado ao juiz pedir remoção para esse novo local, ser transferido para outra vara do Trabalho que esteja vaga ou ficar em disponibilidade remunerada com percepção de subsídios integrais. Irredutibilidade de subsídios: a retribuição pecuniária percebida pelos magistrados recebe o nome de subsídio, que representa um valor único pago também aos demais membros de Poder, aos detentores de mandato eletivo, aos Ministros de Estado e aos Secretários Estaduais e Municipais, em parcela única, sem o acréscimo de qualquer outra verba (gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação etc.). Deveres: a CLT lista os deveres do juiz do trabalho de primeira instância em seu art. 658. No novo CPC o art. 12 estabelece o dever de o juiz sentenciar de acordo com a ordem cronológica da conclusão da demanda, além de impor-lhe outras incumbências em seu art.139. Proibições: as proibições impostas pelas normas constitucionais e infraconstitucionais têm como objetivo principal propiciar aos magistrados condições de imparcialidade necessárias para exercer o seu MUNUS.
Impedimento e suspeição do juiz: o afastamento do juiz para processar e julgar determinada lide é obrigatória nos casos listados pelo art. 134 do CPC de 73 e art. 114 do novo CPC, classificados como motivo de impedimento. A atuação do magistrado no processo sem observar essa previsão normativa, implica nulidade dos atos por ele praticados. O § 3° do art. 144 do NCPC estende o impedimento previsto no inciso III a todos os integrantes do escritório no qual atue o advogado que provoque impedimento do juízo, segundo as regras do art. 145 do novo CPC considera-se suspeito o juiz: Ao contrário do que ocorre com o impedimento, nos casos de suspeição há necessidade de arguição pela parte interessada, no prazo de contestação, por meio da exceção de suspeição, ou a qualquer momento, desde que no prazo de 15 dias após o conhecimento pela parte da circunstância que provoque a suspeição, sob pena de preclusão, pode declarar suspeito por motivo de foro íntimo art. 145, entretanto as varas do trabalho atualmente atendem a todos os munícipios brasileiros.
Ministério Público do Trabalho. (CF, art. 128, I, b; Lei Complementar Nº 75, de 20 de maio de 1993)
Composição estrutura e funcionamento.
o Criado pela lei n° 1341/51, é parte integrante do ministério público da
união. É a instituição permanente, essencial à função jurisdicional do estado. Incumbe-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. O novo CPC disciplina a atividade do Ministério Público nos arts. 176 a 181, destaque-se a alteração em relação ao prazo para contestar que passa a ser em dobro não em quadruplo. o Organização: o Ministério Público do Trabalho é composto de uma
Procuradoria-Geral, que atua perante o TST e de vinte e quatro Procuradorias regionais, que oficiam perante os Tribunais Regionais do Trabalho. o Atribuições: A lei complementar n°75/93 em seu art. 83 traça os
contornos específicos das atribuições do MPT, nos limites da competência absoluta da justiça do trabalho estabelecido pelo art. 114 da atual constituição federal. Como fiscal da lei segundo art. 83 do CPC de 73.o Como órgão agente, atua na defesa dos interesses difusos , coletivos e
individuais homogêneos dos trabalhadores.
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