agora conferencia mundial determinantes sociais da saúde

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Marta Giane Machado Torres, feminista, ativista da saúde, enfermeira.– Rede Feminista de Saúde / Regional Pará – Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense- Movimento pela Saúde dos Povos - Norte/

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Luta das mulheres

• NA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE,NO AVANÇO DA CIDADANIA, NAARTICULAÇÃO POLÍTICA, NAORGANICIDADE DAS INSTITUIÇÕESE ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL,NO DISCURSO, NO DEBATE, NOCONVENCIMENTO DE TODOS ETODAS PARA AS NOSSAS CAUSAS.

Marta Giane Machado Torres,feminista, ativista da saúde,enfermeira.

– Rede Feminista de Saúde / Regional Pará– Fórum de Mulheres da Amazônia

Paraense- Movimento pela Saúde dos Povos - Norte/

Grandes projetos na amazõnia e a vida e saúde da mulheres: caso de Belo Monte

Luta contra Belo Monte• Para defender o seu povo e

seu habitat, aos olhares de uma plateia atônita, composta de ambientalistas, convidados e centenas de jornalistas estrangeiros que cobriam o I Encontro dos Povos do Xingu, Tuíra partiu com o seu facão na direção do homem branco que insistia em construir as duas represas: Babaquara e Kararaô.

Violações à lei, ao meio ambiente e ao ser

humano na Amazônia

• Artigos de Felício Pontes Jr., procurador da República no Pará e mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio.

• Questão cultural e impactos da obra sobre as populações indígenas: O projeto tem desconsiderado o fato de o rio Xingu (PA) ser o ‘mais indígena’ dos rios brasileiros, com uma população de 13 mil índios e 24 grupos étnicos vivendo ao longo de sua bacia. O barramento do Xingu representa a condenação dos seus povos e das culturas milenares que lá sempre residiram.

• O projeto, aprovado para licitação, embora afirme que as principais obras ficarão fora dos limites das Terras Indígenas, desconsidera e/ou subestima os reais impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais do empreendimento. Além disso, é esperado que a obra intensifique o desmatamento e incite a ocupação desordenada do território, incentivada pela chegada de migrantes em toda a bacia e que, de alguma forma, trarão impactos sobre as populações indígenas.

Amazônia – Pará – região oeste Municípios de Anapu, Senador José Porfírio, Vitória do

Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas,

Rurópolis, Trairão, Itaituba e Aveiro.

Oeste do Pará

• População de Altamira 105.030 • Belém

1.279.861

• questão sócio ambiental - a ação dos madeireiros e grileiros na devastação das matas e expropriação das reservas indígenas, a pressão do grande capital e a cessão do poder público em favor deste na campanha pela construção de grandes e devastadoras obras como a barragem do Xingu, que representaria o investimento milionário no desvio da rota do rio, danos ambientais e transtornos irreparáveis à grande leva populacional que sobrevive quase exclusivamente da pesca, às suas margens.

• Vida das mulheres - As mulheres de Altamira são sensíveis ao fato de que tal exploração produz impactos profundos na vida das mulheres. Como, por exemplo, os altos índices de prostituição e exploração sexual de meninas, a marginalização do conhecimento tradicional das mulheres, como as parteiras, proibidas de exercerem seu ofício em comunidades não assistidas, as artesãs, as fabricantes de essências e compostos medicinais derivados de ervas e sementes,que têm seu trabalho precarizado e patenteado por grandes multinacionais

• Há um sentimento de fragilidade latente da condição das mulheres, sobretudo no que diz respeito à possibilidade de contar com a intervenção do estado. A prevalência das oligarquias políticas –grupos empresariais e familiares que se revezam no poder, detendo também os principais cargos no campo da saúde e dos direitos, imbricam-se na coerção da atuação dos movimentos sociais, favorecendo interesses próprios. O sentimento de marginalização é muito presente na fala delas: “A gente resiste, mas, por resistirmos também sofremos violências. Somos chamadas de ‘meia dúzia de desocupadas’, as ‘das saionas’, ‘vagabundas’, as ‘que não querem o desenvolvimento’”, é o que diz Antônia, que enfrenta três processos por danos morais, ônus de sua participação pública na denúncia de mpresários locais envolvidos com exploração sexual de adolescentes e por ter dado uma declaração à imprensa afirmando que as pessoas que defendem a instalação do complexo hidrelétrico de Belo Monte no Xingu são os grileiros e matadores de lideranças.

• Seguridade Social

• A notícia caiu como uma bomba mesmo sobre setores que acham que a hidrelétrica de Belo Monte é sinal de desenvolvimento no Pará. Os grupos encarregados da obra compraram algo entre R$ 50 mi e R$ 1,3 bi em máquinas e equipamentos em outros estados.

Logo algumas autoridades do estado protestaram. Com razão. Ameaçaram barrar a entrada das máquinas se não houver pelo menos o pagamento da diferença do ICMS. Com razão também. Mas é o máximo que podem exigir: uma parcela do imposto. A outra já está nos cofres de estados como São Paulo e Espírito Santo.

Esse fato merece reflexão. Ele é o oposto da propaganda feita pelos arautos de Belo Monte desde os tempos da ditadura militar, quando o projeto foi concebido. Seus mentores sempre disseram que o Pará iria ganhar muito com o barramento do rio Xingu. A começar pelos imposto arrecadados.

O principal imposto nesses casos – o ICMS – não é cobrado na geração de energia, mas sim no consumo. Como o Pará será o destino de apenas 3% da energia de Belo Monte – se tanto –, nota-se que 97% da energia produzida aqui deve gerar dinheiro para os cofres públicos de outros Estados.

Segundo o próprio Diário do Pará informou recentemente, um cálculo ligeiro projeta em valor próximo de R$ 2 bilhões anuais o montante das perdas com ICMS que o Pará vai experimentar com a usina do Xingu.

Ao Pará sobraria o imposto pela compra de equipamentos na fase de construção da usina. Embora não seja uma receita mensal como o consumo de energia, poderia significar dinheiro para atender gestantes prestes a dar à luz em portas fechadas de maternidades. Mas, com a compra dos equipamentos em outros estados, nem isso sobrou ao Pará.

• Ponto conflituoso - é que o EIA apresenta modelagens do processo de desmatamento passado, não projetando cenários futuros, com e sem barramento, inclusive desconsiderando os fluxos migratórios, que estão previstos nos componentes econômicos do projeto, como sendo da ordem de cerca de cem mil pessoas, entre empregos diretos e indiretos.

Mulheres contra BM• As rupturas nas dinamicas sociais

causadas pela construção de Belo Monte, representam um retrocesso e afetarão ainda de forma mais profunda às mulheres, pois acirrarão as desigualdades sócio-economicas e as assimetria de gênero, que marcam o modo com que historicamente as relações sociais vêm se estruturando na região da tranzamazônica e do Xingu.

• Aumento de pessoas na cidade, para mão de obras, homens para o processo de construção de Belo Monte. Este contigente vai gerar desestrturação social e espacial gerando situação de vulnerabilidade e de retrocesso em relação aos direitos das mulheres. Os homens circulam de acordo com a mão de obra, as mulheres se fixam em decorrencia das responsabilidade com os afazeres domesticos e com o cuidado com a família. Ambos tem suasvidas alteradas com a chegada da hidrelétrica, mas são as mulheres que dependem de forma mais direta dos recursos naturais, essencialmente no trato com a água.

Luta contra a morte do Rio Xingu

Luta contra a morte do Rio Xingu

Luta contra a morte do Rio Xingu

Graves problemas relacionados às mulheres negras, índias, lésbicas, trabalhadoras rurais e urbanas, adolescentes, as vítimas de violência doméstica, de assédio sexual, assédio moral, com especificidades e morbo-mortalidade que na maioria das vezes não são consideradas quando do planejamento e implementação das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Mortalidade proporcional para os cânceres mais freqüentes em mulheres, Brasil e regiões geográficas,

2007

Brasil Região Norte

Região Nordeste

Região Centro-Oeste

Região Sudeste

Região Sul

1ºMama

feminina (15,6%)

Colo do Útero (15,7%)

Mama feminina (14,1%)

Mama feminina (13,6%)

Mama feminina (17,1%)

Mama feminina (14,9%)

2º Pulmão (9,9%)

Mama feminina (11,4%)

Colo do Útero (9,4%)

Pulmão (10,3%)

Cólon e Reto (9,9%)

Pulmão (11,8%)

3º Cólon e Reto (8,5%)

Estômago (10,6%)

Pulmão (8,3%)

Colo do Útero (9,1%)

Pulmão (9,9%)

Cólon e Reto (9,0%)

4º Colo do Útero (6,6%)

Pulmão (9,8%)

Estômago (7,0%)

Cólon e Reto (8,5%)

Estômago (6,3%)

Estômago (5,7%)

5º Estômago (6,5%)

Fígado e vias biliares (5,4%)

Fígado e vias biliares (5,6%)

Estômago (5,9%)

Colo do Útero (5,5%)

Pâncreas (5,3%)

Fonte: MS/SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM MS/INCA/Conprev/Divisão de Informação (exceto pele não-melanoma)

Coeficientes de incidência estimados para 2010* para os tipos de câncer mais frequentes (exceto pele não-

melanoma) em mulheres, Brasil e regiões geográficas.

Brasil Região Norte

Região Nordeste

Região Centro-Oeste

Região Sudeste

Região Sul

1º Mama feminina (49,3)

Colo do Útero (22,8)

Mama feminina (30,1)

Mama feminina (37,7)

Mama feminina (64,5)

Mama feminina (64,3)

2º Colo do Útero (18,5)

Mama feminina (16,6)

Colo do Útero (18,4)

Colo do Útero (19,8)

Cólon e Reto (20,5)

Cólon e Reto (21,7)

3º Cólon e Reto (14,8)

Estômago (5,6)

Cólon e Reto (6,3)

Cólon e Reto (11,4)

Colo do Útero (16,4)

Colo do Útero (21,5)

4º Pulmão (9,8)

Pulmão (5,0)

Estômago (6,0)

Pulmão (9,0)

Pulmão (11,4)

Pulmão (16,1)

5º Estômago (7,7)

Cólon e Reto (4,0 )

Pulmão (5,7)

Estômago (6,0)

Estômago (8,8)

Estômago (9,8)

Brasil Região Norte

Região Nordeste

Região Centro-Oeste

Região Sudeste

Região Sul

1º Mama feminina (49,3)

Colo do Útero (22,8)

Mama feminina (30,1)

Mama feminina (37,7)

Mama feminina (64,5)

Mama feminina (64,3)

2º Colo do Útero (18,5)

Mama feminina (16,6)

Colo do Útero (18,4)

Colo do Útero (19,8)

Cólon e Reto (20,5)

Cólon e Reto (21,7)

3º Cólon e Reto (14,8)

Estômago (5,6)

Cólon e Reto (6,3)

Cólon e Reto (11,4)

Colo do Útero (16,4)

Colo do Útero (21,5)

4º Pulmão (9,8)

Pulmão (5,0)

Estômago (6,0)

Pulmão (9,0)

Pulmão (11,4)

Pulmão (16,1)

5º Estômago (7,7)

Cólon e Reto (4,0 )

Pulmão (5,7)

Estômago (6,0)

Estômago (8,8)

Estômago (9,8)

odas as neoplasias exceto pele não melanoma (por 100.000 habitantes)Fonte: MS/INCA/ Estimativa de Câncer no Brasil, 2009

MS/INCA/Conprev/Divisão de Informação

Rastreamento populacionalcâncer do colo do útero

O câncer de Colo de Útero

• está entre as principais causas de morte na população feminina no Estado do Pará. No ano de 2009 foram registrados no SIM 269 óbitos

Parteiras TradicionaisProcesso - O nº da proposta é 91913/2009. Com valor global de R$295.806,00, sendo do MS “266.225,00 e a contraposição R$ 29.581.Obs: O termo de referência foi encaminhado em 22/12/10, CI 220, E-protocolo 305213 (gt convênio)

CadastroCapacitação EquipamentosReconhecimento

Mulheres no FSM 2009 e FPAN• 7. Pela construção de uma ordem mundial baseada na

soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos, inclusive das minorias e dos migrantes;

• 8. Pela construção de uma economia centrada em todos os povos, democratizada, emancipatória, sustentável e solidária, com comércio ético e justo;

•9. Pela ampliação e construção de estruturas e instituições políticas e econômicas – locais, nacionais e globais – realmente democráticas, com a participação da população nas decisões e controle dos assuntos e recursos públicos;

• 10. Pela defesa da natureza (amazônica e outros eco-sistemas) como fonte de vida para o Planeta Terra e aos povos originários do mundo (indígenas, afro descendentes , tribais, ribeirinhos) que exigem seus territórios, línguas, culturas, identidades, justiça ambiental, espiritualidade e bom viver.

Lutas do movimento feminista: promoção,proteção e recuperação dos corposfemininos, independentes do períodoreprodutivo e/ou gestacional.1983–Ministério da Saúde - Programa deAssistência Integral à Saúde da Mulher(PAISM).2004–2007: Ministério da Saúde - PolíticaNacional de Atenção Integral à Saúde daMulher.Historicamente, as políticas de saúde damulher são vinculadas à maternidade e àinfância (Programa Materno-Infantil).Estas ações programáticas visam reduzir asprincipais causas de adoecimento e mortedas mulheres.

Não aparece entre as dez primeiras causas de óbito nessa faixa etária. A gravidade do problema é evidenciada quando se observa que:

A gravidez é um evento relacionado à vivência da sexualidade, portanto não é doença, e que, em 92% dos casos, estas mortes maternas são evitáveis. Outro dado assustador é que grande parte das mulheres que morrem de causas ligadas ao parto realizou o pré-natal, o que remete à qualidade dos serviços prestados. Alta mortalidade por Aborto (problema de Saúde Pública)

MAIORES CAUSAS DE ADOECIMENTO E MORTE SÃO AS CONDIÇÕES DE TRABALHO, POBREZA, PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO, MEDICALIZAÇÃO DO CORPO E PRECARIEDADE DA ASSISTÊNCIA.CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, CLANDESTINIDADE, DADOS PRECÁRIOS PARA O PLANEJAMENTO DA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ INDESEJADA.SITUAÇÃO AGRAVADA COM:A POLÍTICA ECONÔMICA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS, SERVIL E SUBSERVIENTE, AO CAPITAL FINANCEIRO NACIONAL E INTERNACIONAL.A DESUMANA INVERSÃO DE PRIORIDADES COLOCANDO A SAÚDE DAS MULHERES, PRINCIPALMENTE AS DA CLASSE TRABALHADORA, COMO MERCADORIA QUE PODE SER NEGOCIADAS EM ACORDOS INTERNACIONAIS .

• http://www.faor.org.br/• http://www.xinguvivo.org.br/• http://www.articulacaodemulheres.org.br/a

mb/ Justiça Socioambiental, Desenvolvimento e Luta antirracista

• http://www.redesaude.org.br/portal/home/

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