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R$ 4,90 #38 CONFORTO DEMOCRáTICO PROJETO DE INTERIOR CRIA áREAS DE CONVIVÊNCIA DE CONDOMÍNIO VOLTADAS PARA O CONFORTO, A SOBRIEDADE E A COMODIDADE DOS USUáRIOS arquitetura | decoração | design | engenharia ano 05 | abril/2010

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Revista Alto Padrão. Voltada ao público de decoração, arquitetura e design de Blumenau e região. Produzida pela Mundi Editora - Blumenau/SC.

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R$ 4,90

#38

confortodemocrático

projeto de iNterior criA áreAS de coNViVÊNciA de coNdomÍNio VoLtAdAS

pArA o coNForto, A SoBriedAdee A comodidAde doS USUárioS

arquitetura | decoração | design | engenharia ano 05 | abril/2010

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ExpedienteCONSELHO EDITORIALAmanda Marques, Amauri Alberto Buzzi, Ângela Ferrari, Carla C. Back, Daniela P. Garcia, Danielle Fuchs, Jorge Luiz Strehl, Margareth Volles, Maurilio Bugmann, Odete Campestrini, Patrícia Serafim, Sidnei dos Santos, Silvana Silvestre, Sherlana Reis, Sônia Roese e Valter Ros de Souza

/Editor-Executivo: Sidnei dos Santos 1198JP (MTb/SC) - [email protected]/Editora-Assistente: Gisele Scopel/repórteres: Beatriz Roberta Alves Gaviolli, Jean Laurindo e Mariana Tordivelli/Gerente de Arte e Desenvolvimento: Rui Rodolfo Stü[email protected]/Projeto Gráfico: Ferver Comunicação/foto de capa: Daniel Zimmermann/Editora-chefe: Danielle [email protected]/coordenador comercial: Eduardo Bellidio47 3035.5500 - [email protected]/Gerente-Geral comercial: Denilson Mezadri47 3035.5500 - [email protected]/Diretor Executivo: Niclas [email protected]

DIRETORIA/Presidente: Amauri Alberto Buzzi/Vice Pres. para Assuntos Estratégicos e Ma-teriais: Clemar Fernandes de Souza/Vice Pres. para Assuntos da Indústria Imobi-liária: Valter Luiz Torresani/Vice Pres. para Assuntos de rel. trabalhis-tas e Sindicais: Adalberto José da Silva/Vice Pres. para Assuntos de obras Públicas: Jorge Luiz Strehl/Vice Pres. para Assuntos de Economia e Es-tatística: Guilherme Augusto Mattos Voltolini/Vice Pres. para Assuntos da Administração: André Marin d´ Iglesias Y Vieira/Vice Pres. Para Assuntos de Loteamento: Ricardo Vasselai/Diretor para Assuntos de relações Intersin-dicais: Maurílio Schmitt/Diretora Administrativa: Margareth Volles/1º Secretário: Luciano Raymundi Filho/2º Secretário: Roberta Silva Silveira/1ª tesoureira: Eunice Marly Hohl Silveira/2º tesoureiro: Marco Aurélio Eichstaedt;//conselho fiscal/Efetivos: Renato Rossmark Schramm, Marcos Rischbieter, Nilton Speranzini/Suplentes: Valdir Damião Maffezzolli, Alziro Luiz Estevam, José Roberto Antunes Santos//Delegados representantes/Efetivos: Jorge Luiz Strehl, Amauri Alberto Buzzi/Suplentes: Renato Rossmark Schramm, André Marin d´ Iglesias Y Vieira/Diretores: Giovani Isensee, Valter Ros de Souza, Jader Roney Tomazi, Carlos Alberto Ramos Schmidt, Leonardo Reges Marini da Cunha, Márcio Rogério Bruschi

/tIrAGEM: 4.000 exemplares

/editorial

sustEntabilidadE

Nesta edição, encontramos o tema recorrente da sustentabilidade. Entendemos que, ao contrário dos alarmistas, o conjunto de ações em direção ao tema são crescentes e fundamentados, pois é ciência do empresário sério e compro-metido questionar-se sobre o que deseja para sua cidade, seu lugar, seu legado. Da mesma forma, é importante o valor que o tema agrega aos produtos e serviços que são oferecidos ao cliente. Sustentabilidade é, portanto, uma questão de sobrevivência.

A reportagem de capa mostra o projeto de interiores da arquiteta Silvana Sivestre e da engenheira civil Sherlana Reis para as áreas de uso compartilhado de um condomínio residencial. Salão de festas e hall dão ênfase ao conforto, com muita praticidade.

Ainda falando de arquitetura, o projeto assinado por Liana Guedes proporcionou a recuperação de um prédio históri-co na Rua XV de Novembro. Preservação do patrimônio histórico também é tema da seção turismo. A sede de uma antiga madeireira, em Rio dos Cedros, foi transformada em um hotel (LindnerHof), que proporciona aos hóspedes um contato direto com a natureza.

Veja também os novos conceitos de habitação de interesse social, apresentados por estudantes de Arquitetura e urbanismo da Furb e as seções Clic, Mercado e Dicas Alto Padrão.

Boa leitura!

Amauri Alberto BuzziPresidente Sinduscon Blumenau

Fotos divulgação

Projeto de Sérgio Bellicanta utiliza a arquitetura bioclimática, que reduz o consumo de energia

Hotel em Rio dos Cedros mantém viva a história da família Lindner

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/sumário

/sustentabilidade Blumenau terá prédio bioclimático

/design Equipamentos eletrônicos unem tecnologia e beleza

/projeto comercial A recuperação de um ícone da Rua XV

/urbanismo Estudantes propõem mudanças na política de habitação social

/clic Alto Padrão

/mercado Alto Padrão

/dicas Alto Padrão

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/38/20

/turismoUma velha serraria de Rio dos Cedros é adaptada para receber hóspedes em cenário repleto de belezas naturais.

/interioresProjeto da arquiteta Silvana Silvestre e da engenheira Sherlana Reis valoriza as áreas de convivência de um condomínio residencial, com conforto, sobriedade e funcionalidade.

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divulgaçãodaniel Zim

merm

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/interiores

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Gisele [email protected]

Transformar o salão de festas e o hall de en-trada em um espaço impessoal para atender os diferentes gostos dos moradores de um condomínio residencial foi um dos desafios da arquiteta Silvana Silvestre e da engenheira civil Sherlana Reis. Para o sucesso do projeto, elas optaram pela neutralidade nas cores e materiais, sem abrir mão do conforto e do requinte.

Para acompanhar a versatilidade e a dinâmi-

ca do salão de festas, com espaço privilegiado de aproximadamente 110 metros quadrados, as profis-sionais buscaram materiais práticos e duráveis, que agregam um ar aconchegante com muita funciona-lidade. Já na entrada, a porta pivotante branca com frisos e detalhes em metal dá o estilo suntuoso do ambiente.

Equilíbrio é a peça-chave para Silvana e Sher-lana. Com esse intuito, elas mesclaram diferentes acabementos de madeira, metal e vidro com um cuidadoso projeto de iluminação, o que garantiu harmonia e a sensação de bem-estar no espaço.

As bancadas sobrepostas na cozinha misturam funcionalidade e prazer. A madeira de demolição surge na parte mais alta do espaço gourmet e rea-parece no revestimento da churrasqueira, dando um toque rústico. Na frente, a bancada foi revestida com lascas de pedra São Tomé. O artefato de cor clara traz mais leveza ao ambiente, assim como os pilares do salão que foram revestidos com painéis de madeira clara, evitando que o local ficasse escuro e pesado.

A parte mais baixa da bancada recebeu grani-to café-imperial e foi contemplada com um amplo espaço para louças. Funcional e elegante, o am-

a ValoriZação do colEtiVoRequinte, economia e praticidade marcam salão de festas e hall de um condomínio residencial

daniel Zimm

ermann

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ALTOpadrão

Em um canto do salão de festas, um espaço para quem quer assistir televisão tranquilamente

biente foi bem dividido, deixando uma parte exclusiva para forno, microondas e geladeira, que foram embutidos em um armário com grandes gaveteiros, cristaleira e puxadores lineares.

As mesas do salão são uma brincadeira de formas, texturas e materiais. Com os pés feitos em metal, os tampos variam entre o vi-dro redondo e a lâmina de madeira escura nas mesas quadradas. O efeito é lúdico e fica longe da monotonia. Esse contraste com certo brilho confere modernidade ao projeto.

Por se tratar de um ambiente que não exige muito mobiliário, arquiteta e engenheira optaram por colocar papéis de parede, espe-lhos bem emoldurados e charmosas luminárias para preencher os espaços. As cortinas dão um toque ainda mais acolhedor ao salão.

durabilidade e economiaA preocupação com o grande fluxo no salão de festas

fez com que as profissionais tivessem o cuidado de esco-lher materiais resistentes e de fácil manutenção. Exemplo disso são os rodapés em granito e o assento das cadeiras, revestidos com couríssimo preto, dando um aspecto de seda metalizada.

Pensando no quesito economia, parte da iluminação foi feita com lâmpadas frias, porém, com intensidade suficiente para ficar deixar o ambiente acolhedor. Sancas com ilumi-nação indireta também conferem equilíbrio ao espaço. De acordo com Silvana e Sherlana, responsáveis pelo projeto, foi necessário trabalhar com gesso para ocultar as vigas, deixan-do uma altura suficiente para manter o conforto.

Com área suficiente para receber cerca de 40 pessoas, um espaço extra, simples e convidativo, foi criado para acomodar aqueles que preferem ver televisão, curtir um som ou jogar videogame. No lado externo, criou-se um pequeno deck no jardim, que acomoda algumas mesas e cadeiras.

Os banheiros feminino e masculino ganharam espaços distintos, deixando somente a pia para uso comum. Um porcelanato que imita a madeira cria um caminho que se estende do piso ao teto. Na parede, três peças de espelho dão o detalhe decorativo que também traz profundidade. A bancada, revestida de malamina e tampo de vidro, recebe como complemento um delicado pendente de cristal, com-pletando o ar sedutor.

O salão de festas recebeu móveis práticos, bonitos, duráveis e de fácil manutenção

Fotos

danie

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mer

man

n

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/interiores ALTOpadrão

as boas vindasSeguindo a mesma linha do salão de festas, o hall de entrada recebeu

cores e texturas que mantêm a sintonia dos ambientes. Em uma das paredes foi utilizada tinta na cor fendi, que combina com o aspecto sóbrio do local. A pedra São Tomé e o painel de melamina imitando a madeira escura ganham destaque entre os móveis discretos como o sofá e a luminária de canto.

Silvana e Sherlana ressaltam a importância de deixar um espaço livre para a circulação, por isso, optaram por preencher as paredes e reduzir a quantidade de móveis. Para complementar a decoração do hall, o voil listrado cobre as por-tas de vidro dando um toque sofisticado e receptivo.

Painéis de melamina e pedra São Tomé conferem aconchego e sobriedade ao hall (acima à esquerda). O acesso ao salão de festa (no alto) segue a

mesma linha. No jardim, um deck dá opção de descanso ao ar livre

As pr

ofiss

ionais A arquiteta Silvana Silvestre (d) e a engenheira Sherlana reis atuam

juntas desde 2001 em projetos residenciais, comerciais e atendimento a construtoras, desenvolvendo projetos arquitetônicos, de interiores e design de mobiliário. A preocupação ambiental também esta inserida na concepção dos projetos e no perfil do escritório que oferece consultoria para empreendimentos sustentáveis, inclusive para aqueles que visam a obter a certificação de construção Sustentável – processo AQUA para edificações de Alta Qualidade Ambiental.

Mais informações(47) 3323-0088projetos@silvanaesherlana.arq.brwww.silvanaesherlana.arq.br

Ficha

técn

ica

Projeto: áreas comuns do edifício monte BondoneÁrea: Salão de Festas e Hall de entrada possuem juntos 145m2Início da obra de interiores: outubro 2009Término da obra de interiores: março 2010

Fornecedores: Formabella (marcenaria sob medida), casa de maria (madeira de demolição), Lights on (luminárias) Schwanke (cortinas e persianas).

Fotos daniel Zimm

ermann

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/Arquitetura sustentável

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As cidades e o seu metabolismo são os grandes responsáveis pelo consumo de ma-teriais, água e energia. Muitos dos impactos negativos são gerados pelo setor da construção civil. Os edifícios consomem na ordem de 30% a 40% da energia global e são responsáveis por 25% a 35% das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa e represen-tam entre 50% a 70% do consumo total de energia elétrica. Em edifícios residenciais, boa parte dessa energia é usada na iluminação e condicionamento térmico. Segundo estu-dos, o setor residencial contribui com 60% da emissão de gases estufa do total emitido pela construção civil.

Pensando em minimizar esses impactos, o arquiteto Sérgio Bellicanta projetou o primeiro edifício bioclimático de Blumenau. “O con-ceito de construção sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que permitam à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e à criação de edificações que atendam as necessi-dades dos usuários”, afirma.

Todo o projeto, explica Bellicanta, foi pensado em termos bioclimáticos. Ou seja, as estratégias utilizadas respondem às variações de temperaturas, umidade, ventos, insolação e nível pluviométrico da região onde será ergui-do o edifício. “O projeto atende às condições de conforto desejáveis para as pessoas sem mudar os padrões existentes, apenas reformulando em favor do meio ambiente”, explica o arquiteto.

O estudo teve início tomando como base as características climáticas de Blumenau. Assim foi identificado que, para a região, atinge-se conforto térmico em apenas em 20% do ano, sendo que os 80% restantes são de desconfor-

morar bEm sEm agrEdir o mEioPrimeiro edifício bioclimático de Blumenau proporciona conforto sem consumo exagerado de energia

Fotos divulgação

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ALTOpadrão

sustentabilidade: como tudo começou A primeira definição de desenvolvimen-

to sustentável foi cunhada pelo Brundtland Report, em 1987. Segundo ela, é aquele desenvolvimento que atende às necessi-dades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras.

Nas décadas seguintes, grandes con-ferências mundiais foram realizadas, como a Rio’92, no Rio de Janeiro, em 1992, e a Rio+10, em Johannesburgo, em 2002. Nes-sas reuniões, protocolos internacionais fo-ram firmados a fim de rever as metas e ela-borar mecanismos para o desenvolvimento sustentável. O desafio global de melhorar o nível de consumo da população mais pobre e diminuir a pegada ecológica e o impacto

ambiental dos assentamentos humanos no Planeta foi o grande tema em debate.

No final da década de 1980 e início da década de 1990, as questões de sustenta-bilidade chegaram à agenda da arquitetura e do urbanismo de forma incisiva, trazendo novos paradigmas.

O arquiteto Sérgio Bellicanta afirma que sempre se interessou por projetos que diminuíssem os impactos causados à na-tureza. Ele diz que é preciso investimento e coragem para abrir mão dos tradicionais empreendimentos que existem no mercado. “Buscamos trazer benefícios para os futuros moradores, assim como para a natureza, apenas adaptando para a nossa realidade econômica e estrutural”, garante.

Na Europa e nos países mais desenvol-vidos, os prédios sustentáveis já são uma re-alidade muito mais sólida do que no Brasil. Quase todos os novos prédios construídos por lá são pensados como prédios com uma arquitetura sustentável. “De uma forma ou de outra, os países desenvolvidos começam a entender que o futuro da humanidade está intimamente ligado a uma atitude mais res-ponsável em relação à forma como o ser hu-mano interfere no meio ambiente”, afirma Bellicanta.

Sendo assim, cada vez mais se realizam estudos e testes para que as construções do futuro sejam muito mais integradas ao meio e sejam capazes de funcionar e se manterem com o menor volume de recursos possíveis.

to gerados pelo frio (aproximadamente 40%) e pelo calor (outros 40%). “Durante esse período (80% do ano), o conforto térmico é atingido apenas através do uso de condicionamento ar-tificial pela falta de consideração de estratégias de conforto térmico passivo adequadas, o que gera consumo de energia desnecessário”, avalia Bellicanta.

Diante da estatística, o projeto do edifí-cio Buena Vista, localizado no Bairro Escola

Agrícola, ganhou forma. O arquiteto utilizou adaptações simples e práticas para a compo-sição da obra. “O projeto foi definido de modo a atingir ventilação cruzada em todos os apar-tamentos, aquecimento solar passivo e uso de massa térmica e máxima iluminação natural”, acrescenta.

Ele explica que a estrutura foi possível por-que o prédio terá duas torres de dois aparta-mentos por andar. Dessa forma, garante o sol

da manhã em todos os quartos e o ar fresco está sempre de passagem por todos os aparta-mentos. Além disso, o arquiteto optou pela uti-lização de paredes internas com 17 centímetros de espessura para uma maior inércia térmica. “Isso proporciona um atraso térmico de até 4,5 horas, reduzindo o pico de calor no Verão e, no Inverno, garante o aquecimento solar passivo através da radiação direta sobre as paredes”, explica Bellicanta.

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reciclagem

- Coleta seletiva de lixo- Gestão de resíduos da construção- Adoção de estratégias para a redução de entulho/desperdícios durante a obra- Lâmpadas com garrafa PET para áreas de almoxarifado, rancho de obras, etc

menos consumo de energia

- Arquitetura bioclimática priorizando o sol da manhã nos quartos e aventilação cruzada, para maior conforto térmico- Esquadrias grandes para maior luminosidade dos apartamentos- Sensores de presença nas áreas comuns com células fotovoltaicas- Iluminação das áreas comuns com lâmpadas de baixo consumo

/Arquitetura sustentável

benefícios do edifício bioclimático

- Todos os apartamentos têm uma vista privilegiada- Maior privacidade para os moradores- Maior conforto térmico- Melhor qualidade do ar- Menor custo operacional- Maior valor de mercado- Mais iluminação natural (visão integrada com o exterior)- Melhor ambiente

menor consumo de água

- Reaproveitamento de água das chuvas para as áreas comuns- Sistema de descarga de três e seis litros (dual flux) nos vasos sanitários dasáreas comuns- Temporizador nas torneiras das áreas comuns- Hidrômetros individuais- Reaproveitamento de água das chuvas durante a obra

Áreas verdes

- Telhado branco. Em linha com a companha 1 degree less (um grau a menos), contribui para a redução da ilha de calor nas cidades

- Pracinha

- 20% de área permeável e plantada de acordo com as melhores práticas recomendadas pelo Leadership in energy and environmental design (Leed)

- Telhado verde

- Preservação e plantio de árvores que propor-cionam sombra às áreas comuns

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curso da Furb épioneiro no sul

Arquitetura sustentável é aquela em que a qua-lidade ambiental do espaço é obtida respeitando-se as espécies com que convivemos no Planeta, na região, na cidade, no lugar; proporcionando a todos os recursos materiais para uma razoável qualidade de vida. Está vinculada com os princípios do Desen-volvimento Sustentável, que tem como principais dimensões a ambiental, a econômica e a social.

Segundo o doutor em Arquitetura Sustentável e coordenador do curso de pós-graduação em Ar-quitetura Sustentável da Furb, Amilcar Bogo, alguns princípios devem ser observados, englobando as etapas de fabricação dos materiais construtivos (extração das matérias-primas, industrialização, transporte), mais produção da edificação e espaço urbano (projeto e execução), mais utilização da edi-ficação e espaço urbano (uso, reuso e manutenção).

A primeira turma do curso de pós-graduação em Arquitetura Sustentável - Conservação e Uso Racional de Recursos Naturais, com 19 arquitetos, se forma esse ano. O curso da Furb foi pioneiro no Sul do Brasil em 2008. É promovido pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo a partir de uma iniciati-va do Laboratório de Conforto Ambiental (Laconfa)/Grupo de Estudo e Pesquisa do Hábitat (GEPHabitat). “A questão da sustentabilidade ambiental, objetivo da abordagem deste curso de especialização, inse-re-se dentro das preocupações do desenvolvimento sustentável para a sociedade, nas diversas dimen-sões (ecológica, geográfica ou espacial, econômica, social e cultural)”, aponta Bogo.

De acordo com o arquiteto, a especialização tem como foco a discussão do desenvolvimento susten-tável aplicado à arquitetura, visando a uma produção comprometida com o futuro do Planeta. “Além disso, o curso oferece uma reflexão sobre os projetos atuais e a relação com as necessidades do meio ambiente. Partindo desse principio, é possível estimar soluções para diminuir o impacto ambiental”, explica.

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ALTOpadrãoFotos divulgação

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Quem busca soluções inovadoras no mercado audiovisual certamente tem como primeiro objeti-vo a qualidade no desempenho dos equipamentos. Para trazer satisfação completa, no entanto, as so-luções não podem se desprender do aspecto visu-al e da combinação com os demais elementos do espaço ocupado pelos aparelhos. Seja com o home theater, o projetor ou os decodificadores, a preocu-pação com a decoração e harmonia do ambiente é constante nas empresas do setor.

Um exemplo é a preocupação com a cor das caixas de som nos home theaters e quartos. Boa parte das vezes, ela destoa do restante da decoração

e pode criar um conflito estético. “Buscamos sempre essa harmonia entre os elementos e, na maior parte dos atendimentos, contamos com a ajuda do arqui-teto justamente para auxiliar na questão visual dos equipamentos”, revela Scheila Zechner, diretora da Syncrovision, empresa especializada em soluções de áudio, vídeo e automação.

Em alguns casos, caixas de som embutidas em forros de gesso são a única solução para ga-nhar qualidade no áudio sem agredir a decoração – além da vantagem da economia de espaço. Em outras oportunidades, o cuidado vai além das so-luções industrializadas. “Tivemos um cliente que

tinha um teto de madeira e as caixas de som do equipamento seriam brancas. Não encontramos solução no mercado, então pintamos as caixas no mesmo tom da madeira da casa e, usando verniz, conseguimos harmonizar as caixas com o espaço”, conta Scheila.

No caso dos monitores, televisores e projetores de vídeo, o elevador também pode dar um toque especial no espaço sem perder a qualidade visual. “Quando utilizamos os projetores, temos os recursos para esconder a tela no teto quando não está sendo usada. No caso dos televisores, o design deles geral-mente combina com a decoração criada”, observa.

...mas é importante. Mercado de áudio e vídeo traz soluções inovadoras, mas com foco decorativo e estético

/design

bElEZa não é tudo...

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divulgação

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/design

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As soluções oferecidas pelo mercado podem ser conferidas pessoalmente ou por meio de ca-nais de venda na internet. A Syncrovision dispõe de um canal de vendas na rede mundial de com-putadores para apresentar ao mercado algumas das melhores soluções. “A ferramenta ainda é nova, mas já recebe uma grande procura de con-sumidores de várias regiões, inclusive cidades

próximas a Blumenau”, garante Scheila.Além dos equipamentos vendidos, as em-

presas também desenvolvem projetos em par-ceria com arquitetos e decoradores para compor o ambiente com equipamentos de qualidade e elementos estéticos harmoniosos – sem abrir mão do desempenho numa das áreas mais char-mosas da casa.

As inovações oferecidas pelo mercado não se restringem à decoração residencial ou corporativa. Um dos lançamentos mais procurados nos últimos meses é a linha de fones de ouvido da marca Monster, assinado pela cantora norte-americana Lady Gaga. “Eles tem um visual totalmente diferenciado e cheio de estilo pra quem quer ouvir música com elegância”, destaca.Desenhado pela própria cantora, o heart-beats transporta o som em alta resolução e com design arrojado, típico da intérprete de sucessos como “Poker face” e “Bad romance”. Um dos grandes diferenciais da novidade são os fios achatados. Isso impede que os cabos se enrolem quando são guardados.

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ALTOpadrão

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Fotos divulgação

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É a melhor formade se morar em sintonia.

Morar com personalidade, viver cercado de boa

arquitetura e design, e perceber diariamente que

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Blumenau vai ouvir falar muito do

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/turismo

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lugar dE Encantos naturais Estrutura de uma serraria em Rio dos Cedros foi readaptada e deu lugar às atrações ecológicas do Hotel LindnerHof

A arquitetura harmônica, o clima subtropical, o ambiente rústico e bucólico e os lagos que ba-nham os arredores da região sempre chamaram a atenção da estrutura que abrigou, desde 1955, a Indústria e Comércio de Madeiras Lindner, em Rio dos Cedros. Antes disso, a serraria já estava insta-lada no local, mas numa construção reduzida. O encanto dos visitantes aos atrativos locais sempre foi sensação recorrente a partir da edificação da nova sede pelos integrantes da família Lindner.

Depois de quase 20 anos de serraria desativa-da, o espírito empreendedor da família voltava a falar alto. A união de elementos naturais e arqui-tetônicos da propriedade despertou, na segunda parte da década de 2000, o desejo de transformar a sede da indústria de madeiras em opção de hospedagem e turismo ecológico. A estrutura foi, então, adaptada para o novo segmento de atua-ção durante dois anos e meio e, desde julho de 2009, passou a ser a mais nova alternativa para

quem quer desfrutar de momentos de charme e tranquilidade em terras riocedrenses. A tradição da família foi respeitada e mantida até mesmo no nome do novo empreendimento: Hotel Lind-nerHof.

O proprietário do novo empreendimento hoteleiro da região, Horst Lindner, aponta que as inspirações para a recuperação da estrutura surgi-ram das viagens que fez ao longo da vida, quando trabalhava como mestre cervejeiro. “Achava um

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Privilégio naturalMesmo com a dedicação aos detalhes visuais

da construção, é na localização estratégica que o hotel encontra o maior diferencial. São mil hectares de terras na região das represas de Rio dos Cedros. A entrada para o local fica 500 metros antes da Re-presa do Pinhal, que irriga parte da propriedade dos Lindner. O espaço conta com 15 lagoas menores que permitem a atividade da pesca e conferem ao local um visual ainda mais peculiar. Fogão à lenha, lareiras, cavalgadas pela área natural e momentos

de interação num verdadeiro piano bar também são pontos altos das opções oferecidas pelo Lind-nerHof.

Apesar da simplicidade aparente, transformar uma serraria numa referência de turismo ecológico não é tarefa fácil. O processo de adaptação durou aproximadamente dois anos e meio e envolveu um desenhista e um carpinteiro especializados. “Graças ao talento deles, conseguimos até mesmo aprimo-rar a ideia que tínhamos”, reconhece o proprietário.

ALTOpadrão

Fotos

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o hotel oferece

cavalgadaSala de leiturapescariaLareirainteração com o campoHappy hourespaço culturalFogão à lenha

crime demolir essa estrutura, então optamos pela restauração para pôr em prática a ideia de construir uma opção de turismo rural”, re-vela o proprietário.

Do ponto de vista arquitetônico, os prin-cipais destaques da nova estrutura onde está instalado o Hotel LindnerHof são os vidros espelhados, as áreas coletivas construídas em forma de decks e as sacadas individuais, que seguem a mesma tendência. Os 1,5 mil me-tros quadrados de área construída do hotel são divididos entre tijolos à vista na parte infe-rior, onde ficam os apartamentos, e madeiras nobres envernizadas na área superior, onde estão instalados a recepção e o restaurante. Grande parte da decoração é estilizada com antigos equipamentos da serraria desativada. Em um cenário bucólico (abaixo), o hotel conserva os equipamentos (acima) da antiga serraria (abaixo à esquerda) inaugurada

em 1955 pela família Lindner. Construção atual está no exato lugar onde existia a empresa do ramo madeireiro

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ALTOpadrão/turismo

Hotel lindnerHof

Rio dos Cedros(47) 3391-3891contato@hotellindnerhof.com.brwww.hotellindnerhof.com.br

Valor à culturaAlém de toda a estrutura adaptada espe-

cialmente para a criação do hotel, o diretor fez questão de determinar um setor do empreendi-mento para criar o Espaço Cultural Alfredo e Irma Lindner. Mais do que homenagear os empresá-rios pioneiros da região, a iniciativa permite que os visitantes conheçam uma parte da história da família e do Município por meio de fotografias, roupas, objetos, utensílios e documentos conser-vados da época.

Mesmo já em atividade, o empreendimento ainda está à procura de profissionais especializa-dos na área de hotelaria, como chefs de cozinha e camareiras. De acordo com Lindner, as novas gerações desses profissionais ainda pecam na hora de buscar opções interioranas de trabalho. Com a chegada do Inverno, a expectativa é de que o fluxo de visitantes aumente ainda mais. “É um clima agradável para conhecer o lugar, ficar ao redor da lareira, preparar um fondue e conhecer as opções de lazer do local”, convida o empreendedor.

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Estrutura laPidadaApós reforma, prédio histórico que abriga a relojoaria passa a contar com áreas mais amplas, funcionais e espaços livres

/projeto comercial

Quem passa em frente ao número 1.308 da Rua XV de Novembro, no Centro de Blumenau, dificilmente não repara no novo visual da antiga propriedade do alfaiate, empresário e proprietário de cinema Frederico Busch Sê-nior, construída na década de 1940. O prédio, que atual-mente abriga a Relojoaria, Joalheria e Ótica Ônix, passou por uma renovação que realçou os aspectos históricos e, acima de tudo, os diferenciais da loja que ocupa o privi-legiado espaço há 16 anos.

A principal necessidade da loja era relacionada à funcionalidade. A falta de espaço para estoque de produtos causava transtornos e foi um dos fatores que desencadearam a reforma. Melhor aproveitamento do espaço interno e mais destaque na exposição dos ócu-los, relógios e joias também eram necessários. “Tivemos liberdade total para criar e adaptar a estrutura da loja, sempre com o objetivo de suprir as principais carências”, conta a arquiteta responsável pela obra, Liana Guedes.

A reformulação começou pela fachada. Danifica-da pelo tempo, a estrutura ganhou reparos e pintura nas cores branca e dourada, em referência ao ramo de atuação da loja. Tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal, a construção não permite grandes reformas estruturais. E o objetivo nem era esse. Com a valoriza-ção do visual externo, aproveitou-se para aproximar da calçada as duas vitrines, que ficavam cerca de 40 centí-metros para dentro das aberturas. Duas peças inteiras de aço dobrado servem para exposição de produtos por trás de uma estrutura de vidro.

Ao entrar na loja, também é possível identificar mudanças. Dois degraus que só serviam para confundir o cliente deram lugar a uma rampa de acesso mais segu-ra. “A rede desejava uma modernização impactante para a marca em busca de sofisticação e contemporaneidade, mas que fosse acessível a todos”, informa Liana.

Com 45 metros quadrados de área para atendimen-to ao cliente, o maior desafio foi o de melhorar a dis-tribuição do espaço da filial da relojoaria, que tem sede

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Entre o início e a conclusão das obras de reforma não se passaram mais do que 30 dias. Mas quem visi-ta o estabelecimento depois dos reparos logo percebe as mudanças. Entre elas está o piso, onde a opção la-minada foi colocada no lugar do tradicional PVC. Na parte de trás da estrutura, a copa e a área de serviço deram lugar a um escritório. Os espaços foram trans-feridos para a parte superior da loja, junto da oficina, que também foi reestruturada.

Ainda na parte de cima, o assoalho de madeira do mezanino – área utilizada como depósito e ofi-cina – foi todo reaproveitado com a restauração. No restante da loja, praticamente todas as paredes são armários embutidos. Com isso, o ganho em espaço de armazenagem aumentou muito e foi integrado aos espaços de exposição. “Assim, se o cliente se interessa por alguma variedade do produto, ele já está acessível ao atendente. O cliente não precisa ficar esperando alguém buscar”, observa Liana. O mobiliário foi todo executado por marcenaria e os módulos de vitrines internas têm fechamento em vidro temperado. E o antigo prédio ganhou modernidade e funcionalidade sem perder as referências históricas.

Sofisticação rápida

em Gaspar. A primeira medida foi implantar o pé-direito duplo no espaço de vendas. Móveis mais compactos, numa cor só – o branco – e o papel de parede preto no lado esquerdo ajudaram na sensação de profundidade e amplitude. “A iluminação foi mais trabalhada e também faz esse papel de estender o espaço nas laterais”, explica a arquiteta.

O forro de gesso curvo no fim da área de atendi-mento, em formato de semicírculo, cria a sensação de infinito ao espaço. No centro, entre as mesas, foi colo-cado um lustre com inspirações antigas, para remeter à idade do prédio. O tom cinza claro das paredes só realça o branco dos móveis e a amplitude visual criada pelos elementos. “Nossa intenção foi mesclar a inovação e a tecnologia com a parte histórica do prédio”, diz Liana.

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Facilidade de acesso aos produtos é uma das características do projeto da relojoaria

A fachada foi remodelada (acima) mas manteve as características arquitetônicasoriginais do prédio que é tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal

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/projeto comercial

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Ficha

técn

ica Projeto: reforma da relojoaria e Ótica ÔnixÁrea: 80 metros quadrados.Início da obra: 27 de abril de 2009Conclusão da obra: 20 de julho de 2009Execução: Finestra engenharia LtdaProjeto das fundações: Finestra engenharia LtdaCoordenação dos projetos: Liana Guedes Arquitetura LtdaFornecedores: Bluvision (estrutura das vitrines), cristal Acrílicos, Vidraçaria Glória, porto casa Acabamentos, decor House, marcenaria Walzbuerger, Santos tintas e Acabamentos, Light’s on.

a arq

uiteta Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade regional de Blumenau

(Furb), Liana Guedes trabalha desde 2002 com escritório de atendimento na área de projetos comerciais e residenciais. em 1996, já havia concluído o curso Art & design, em Londres. Fez outras especializações em curitiba e milão, na itália. o escritório da arquiteta desenvolve projetos arquitetônicos e de interiores nos segmentos residencial, comercial, institucional e industrial, com foco na arquitetura personalizada e funcional.Contato(47) 3041-3738 / 9982-9065 / [email protected]

xxA área de atendimento aos clientes teve os espaços bem

aproveitados para garantir funcionalidade. As paredes têm armários embutidos, onde são estocados os produtos. Ao lado,

as novas vitrines, que foram aproximadas da calçada, facilitando a visulização por quem passa em frente à loja. Os suportes de

metal destacam os produtos expostos

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/Habitação social

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Jean [email protected]

Os estragos provocados pela calamidade de no-vembro de 2008 na infraestrutura viária, educacio-nal, sanitária e geográfica atravessam as fases finais de reconstrução em Blumenau. Na área habitacional, no entanto, o maior desafio é corrigir a política atual e impedir o aumento de ocupações irregulares. Isso sem esquecer o déficit de moradias. Para alimentar o setor imobiliário com novas ideias e concepções no campo da habitação social, acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Furb desenvolveram projetos voltados a essa área.

A temática social é abordada nos últimos perío-dos do curso, justamente para criar nas novas gera-ções de profissionais a preocupação com habitações para esse público. Desde março, os seis principais trabalhos deste segmento estão expostos no gal-pão de Arquitetura da Furb por meio de 69 painéis

e cinco maquetes. Se fossem construídas, as mora-dias beneficiariam 853 famílias. As propostas dizem respeito a novos conjuntos habitacionais populares para a cidade, que permitiriam a desocupação de áreas de risco nos morros blumenauenses. Mais do que projetos prontos, as iniciativas colaboram com o debate ao trazerem conceitos inovadores.

Uma das linhas é chamada de tipologia cons-trutiva diversificada, em que as construções popu-lares são edificadas de maneira diferente, com va-riedades de cores, tamanhos e estrutura. Além de se adaptar às necessidades específicas de cada família, a estratégia dá identidade aos conjuntos e refletem também na autoestima dos moradores. “As famílias atendidas não são todas iguais, não têm necessi-dades idênticas. Então não faz sentido edificar um conjunto enorme exatamente da mesma forma”, aponta a arquiteta e professora do curso, Cláudia Siebert, doutora em Geografia.

Nos empreendimentos previstos constam a

edificação de prédios com tamanhos diferentes, verticais, com áreas comuns entre os blocos para ampliar o convívio entre os moradores. “O resgate da relação entre a vizinhança é importante porque per-mite uma sociedade mais segura, com a concepção do que é patrimônio coletivo, onde todos zelam pelo bem-estar”, esclarece Cláudi, ex-secretária de Plane-jamento Urbano de Blumenau. A criação de hortas comunitárias nas unidades também busca resgatar hábitos de integração.

As unidades verticalizadas, aliás, constituem grande parte dos projetos dos novos profissionais. De acordo com a professora, só assim será possí-vel abrigar as famílias que precisam de moradias – seguras – no Município. “A área blumenauense permite que se zere o déficit habitacional, desde que se passe a apostar na verticalização. Não precisam ser prédios gigantescos, nada disso. Aproveitando os espaços vazios, blocos de quatro andares já conse-guem suprir a demanda”, afirma.

Patrick rodrigues / arquivo mundi Editora

noVos concEitos Em moradiasAcadêmicos de Arquitetura e Urbanismo desenvolvem projetos capazes de contribuir com a política de habitação de Blumenau

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/Habitação social ALTOpadrão

Enquanto a cidade apresenta terrenos sem ocupação nas áreas centrais, mais seguras, mais de 2 mil famílias ainda se empoleiram nos morros como do Bairro Nova Esperança e da Rua Pedro Krauss, sob constante situação de risco. Para corrigir o cenário, os projetos propõem a utilização de vazios urbanos – amplas áreas livres de risco que permanecem desocupadas.

A arquiteta exemplifica a situação com o que considera prática comum em iniciativas de moradia popular no Brasil. “A Prefeitura precisa de um terreno grande para abrigar as famílias. Por ser menos va-lorizada, é escolhida uma região distante do Centro e sem infraestrutura. Em pouco tempo, o Poder Público tem que construir uma escola, uma creche, um posto de saú-de e, no fim das contas, essa construção foi infinitamente mais cara do que se tivesse sido aproximada”, analisa.

Outro problema provocado por essa política é a expansão da área urbana da cidade. Com isso, o território municipal se torna maior e aumenta o tempo de deslo-camento entre os pontos. Gasta-se mais combustível e perde-se a oportunidade de compactar o território. “Imagine se pudés-semos trazer as construções distantes para esses locais desocupados? Teríamos ganho de território e uma política habitacional mais segura”, sugere.

Para se ter uma ideia, um dos projetos acadêmicos prevê a utilização da área situ-ada atrás do Corpo de Bombeiros, no Cen-tro, onde é instalada a estrutura do Teatro Biriba. No espaço, poderiam ser edificados prédios de 12 andares, com estrutura co-mercial, além de áreas de lazer nos trechos com risco de alagamento. “Esse é só um exemplo de como poderíamos usar me-lhor os espaços que temos entre as nossas construções”, assegura Cláudia Siebert.

terrenosdesocupados

Projetos expostos no galpão de arquitetura da Furb valorizam o convívio entre vizinhos, pregam a ocupaçãode áreas vazias próximas ao Centro e a verticalização dos projetos de habitação de interesse social

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Se compactar a cidade é importante, con-ferir mais funções ao espaço que hoje é restri-to a moradia também é um dos objetivos dos projetos urbanísticos. Utilizado inclusive como critério de avaliação, a junção do espaço entre apartamentos e salas comerciais ou executivas nas partes inferior e superior é considerada importante também para gerar empregos, movimentar a economia e reduzir o desloca-mento. “Se eu sou arquiteta e há uma sala de escritório disponível para aluguel no meu pró-

prio prédio, não preciso nem sair de casa para trabalhar”, exemplifica. Um carro a menos na rua e mais tempo de atividade profissional.

Feito em maior escala em determinada re-gião, a iniciativa acaba por criar um centro de bairro, com os serviços essenciais para a vida de uma comunidade, como farmácia, padaria, supermercado, escolas e outros. Com isso, am-plia-se os postos de trabalho e a região ganha autonomia em relação às áreas centrais. “Hoje, algumas localidades já fazem isso, mas, por

conta própria, em busca dessa independência de serviços”, reconhece a professora.

Independentemente das opções utili-zadas, Cláudia defende que a política habi-tacional precisa ser revista para gerar mais qualidade de vida e evitar que novas tragédias aconteçam. “Fazer de conta que os pobres não existem não é inteligente”, garante a arquiteta, que aponta os deslizamentos como consequ-ência de construções que nem deveriam ser feitas.

Espaço multiuso

Entre as propostas está compactar a cidade e juntar espaços de moradia com salas comerciais e executivas,

diminuindo a necessidade de deslocamento

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O secretário de Habitação de Blumenau, Álva-ro Pinheiro, aponta como primeira contribuição o fato de novas gerações de profissionais nascerem preocupadas com soluções de moradias para fa-mílias de baixa renda. “Mais do que isso, muitos dos projetos apresentados vão ao encontro da forma de construção que eu procuro”, revela.

Na opinião do secretário, um dos pontos bem explorados pelos projetos acadêmicos é a questão de aproximar as moradias populares das regiões centrais da cidade, o que evita a necessidade de investimento em infraestrutura em novas localida-des. “A parte humanística dessas propostas, como criação de hortas comunitárias, também merece

destaque”, avalia.As ações do Programa Novo Lar, da Prefeitura

de Blumenau em parceria com o Ministério das Cidades, prevêem obras que já adotam alguns dos conceitos utilizados nas propostas estudantis, como a verticalização e a construção de áreas co-muns.

Influência social

daniel Zimmermann

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PassEio PEla HistóriaComplexo da Thapyoka reúne opções de gastronomia e lazer num ambiente cercado por tradições

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Fotos daniel Zimmermann

Lançado em 4 de junho de 1988 como uma das principais opções turísticas de Timbó, o Complexo Turístico da Thapyoka tem a seu favor a localização estratégica, às margens do Rio Benedito, no centro da cidade. Atualmente, a estrutura do local conta com um restaurante, uma boate e um biergarten (jardim da cerve-ja). Mas os visitantes que conhecem as atrações podem se encantar também com as belas ima-gens das águas, da natureza e do trajeto feito pela ponte que liga o restaurante à boate.

A atração que hoje é responsável pela ida de turistas ao Município conta ainda com a estrutura de duas antigas empresas timboen-ses, que começaram as atividades há mais de 120 anos. Mesmo com obras de recuperação, a arquitetura enxaimel de um dos prédios ilus-tra a manutenção das características originais das construções históricas. Duas rodas d’água que hoje servem de elemento decorativo re-montam às principais fontes de energia das empresas quando atravessavam o auge das

operações.Estendido à boate, ao restaurante e ao

próprio complexo turístico, o nome Thapyoka também faz parte do legado das empresas. Ele é uma referência à fábrica de araruta que funcionou até a década de 1960 na margem do rio que hoje abriga a boate. Por causa do ramo de atuação, a empresa era conhecida na cidade pelo nome de tapioca. A outra companhia que cedeu espaço ao complexo começou as ativi-dades como moinho de farinha de milho.

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complexo turístico da thapyoka

Avenida Getúlio Vargas, 201. Centro, Timbó(47) 3382-0198www.thapyoka.com.br

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Na estação mais fria do ano, nada é mais necessário do que chuvei-ros e torneiras com água quente. Aquecimento a gás ou através da luz do sol, técnicas não faltam para garantir o banho quente de cada dia.

Água quEntE o ano intEiro/mercado alto padrão

A gásCom acendimento eletrônico e controle di-gital, o Rinnai Réu 1601 mantém a tempe-ratura programada. O sistema de autodiag-nóstico oferece um código de erro caso haja alguma alteração no sistema, como falta de gás, por exemplo. O aquecedor tem três anos de garantia. R$ 1.450,00 na SOS Aquecedores.

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Piscina aquecidaA linha Piscina da Soletrol mantém a tempera-tura da água agradável durante o ano inteiro. Os coletores solares recomendados para piscina são os fabricados em polipropileno que permitem alta vazão e rápida reposição de temperatura e aceitam qualquer tratamento na água. A técnica de aquecimento termodinâmica também pode ser instalada em áreas com pouca insolação. R$ 5.000,00 – instalado (preço médio para uma piscina de 20 m²) na Termosul.

Pequeno notável Para apartamentos pequenos, onde mora ape-nas uma pessoa, o aquecedor a gás da Komeco 1500 SX é uma boa pedida. O aparelho é com-pacto e aquece 14,5 litros por minuto. Com proteção contra superaquecimento e indicador digital de temperatura, o aquecedor também vem com válvula de segurança para altas pres-

sões de água. R$ 951,00 na SOS Aquecedores.

Chuveiro e torneiraA linha EB-650D da Equibrás tem controle de temperatura digital e sistema de autodiagnósti-co. Com vazão de 27 litros de água quente por minuto, o aparelho permite, dependendo da tu-bulação, a distribuição de água para mais de um chuveiro ou torneira. R$ 2.015,00 na SOS Aquecedores.

Sem o solMuito utilizado na Europa, o aquecedor solar de água Termo-dinâmico da Soletrol funciona em

qualquer situação, mesmo sem sol. Isso porque é composto por duas placas evaporadoras interligado

a um reservatório térmico. O reservatório está acoplado a um compres-sor similar ao de uma geladeira. Essa técnica oferece custo operacional 80% menor em relação a aquecedores elétricos e 60% em relação a gás. R$ 5.500,00 – instalado (preço médio para uma família de 5 a 6 pessoas) na Termosul.

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