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EIXO 11 - PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS E RURAIS ALTERNATIVAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS URBANAS: UM ESTUDO DE CASO DA NASCENTE DO CÓRREGO ÁGUA BRANCA – GOIÂNIA, GOIÁS. Kênia Gonçalves Costa. UEG-Unid. Itapuranga – LaGENTE/UFG. [email protected] Luciano Roberto P. Lozi – SENSU Ambiental – [email protected] Gerson L. Rockenbach – [email protected] Antônio Esteves dos Reis – [email protected] RESUMO O presente trabalho propõe alternativas de recuperação de áreas degradadas urbanas através do estudo de caso da nascente do córrego Água Branca no setor de mesmo nome, no município de Goiânia - Goiás. Foi elaborado pelos técnicos da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação do município de Goiânia. Vale ressaltar que essa área enquadra-se dentro de assentamento precário que serão atendidos pelo PAC (programa de aceleração do crescimento) desenvolvidos dentro dos PPI (projetos prioritários de investimentos) com intervenção em favelas do Governo Federal, subsidiando as ações destinadas a eliminar ou minimizar impactos ambientais negativos na área objeto da intervenção. Para propor as alternativas de recuperação ambiental o ordenamento da pesquisa perpassa pela caracterização e análise da situação apresentada no local, posteriormente foi à busca de fontes bibliográficas a respeito de técnicas atuais para recuperação de ambientes degradados, sobretudo pela ação de águas pluviais gerando processos erosivos. Ressaltam-se que os impactos negativos significativos no ambiente foi originados devido à interferência humana, na retirada da cobertura vegetal e pela ocupação e o uso inadequado do solo. Sabe-se que a agropecuária e, sobretudo a urbanização não respeitou os limites de proteção de áreas de preservação permanente. A antropização chega a cifras elevadas da vegetação nativa, tornando a situação mais crítica quando se analisa os pequenos capões de mata, os quais estão sendo preservados isoladamente, deixando os mesmos de exercer sua função social que o ecossistema necessita. As técnicas de recuperação serão desenvolvidas a partir de medidas naturalistas e de bioengenharia na recuperação desta área que se encontra antropizadas, a princípio por atividades agropecuárias e posteriormente pela ocupação humana no processo de urbanização, visando a uma condição o mais próximo ao ambiente natural, antes das interferências antrópicas. Palavras chaves: córrego Água Branca, recuperação de área degradada, técnicas de bioengenharia. ABSTRACT ALTERNATIVE RECOVERY OF DAMAGE IN URBAN AREAS: A CASE STUDY OF THE SOURCE OF THE STREAM WHITE WATER - GOIÂNIA, GOIÁS. This paper proposes alternatives for recovery of degraded urban areas through a case study of the source of the White Water stream sector of the same name, in the municipality of Goiânia - Goiás was prepared by technical Municipal Environment Agency (AMMA) in partnership with the Municipal Department of Housing in the municipality of Goiânia. It is important to point out that this area is based in precarious settlements that will be attended by the CAP (the acceleration of growth) developed within the PPI (priority investment projects) involved in slums of the Federal Government subsidizing the actions to eliminate or minimize negative environmental impacts in the area object of intervention. To propose alternatives for the environmental recovery of the national research involves the characterization and analysis of the situation presented in the local and the search for bibliographic sources concerning to current techniques for the recovery of degraded environments, especially by the action of rain water causing erosion processes. We emphasize that the significant negative impact on the environment was caused due to human interference in the removal of vegetation cover and the occupation and misuse of land. We know that agriculture and especially the development did not respect the limits of protection of areas of permanent preservation. The antropização reaches high numbers of native vegetation, making the situation more critical when considering the small forest of woods, which are being preserved in isolation, leaving them to exercise their social function that the ecosystem needs. The techniques

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Page 1: ALTERNATIVAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS … · levar em consideração a sua condição de aglomerado urbano, seus aspectos físicos e as conseqüentes limitações naturais

EIXO 11 - PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS E RURAIS

ALTERNATIVAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS URBANAS: UM ESTUDO DE CASO DA NASCENTE DO CÓRREGO ÁGUA BRANCA – GOIÂNIA, GOIÁS.

Kênia Gonçalves Costa. UEG-Unid. Itapuranga – LaGENTE/UFG. [email protected]

Luciano Roberto P. Lozi – SENSU Ambiental – [email protected] Gerson L. Rockenbach – [email protected]

Antônio Esteves dos Reis – [email protected]

RESUMO O presente trabalho propõe alternativas de recuperação de áreas degradadas urbanas através do estudo de caso da nascente do córrego Água Branca no setor de mesmo nome, no município de Goiânia - Goiás. Foi elaborado pelos técnicos da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação do município de Goiânia. Vale ressaltar que essa área enquadra-se dentro de assentamento precário que serão atendidos pelo PAC (programa de aceleração do crescimento) desenvolvidos dentro dos PPI (projetos prioritários de investimentos) com intervenção em favelas do Governo Federal, subsidiando as ações destinadas a eliminar ou minimizar impactos ambientais negativos na área objeto da intervenção. Para propor as alternativas de recuperação ambiental o ordenamento da pesquisa perpassa pela caracterização e análise da situação apresentada no local, posteriormente foi à busca de fontes bibliográficas a respeito de técnicas atuais para recuperação de ambientes degradados, sobretudo pela ação de águas pluviais gerando processos erosivos. Ressaltam-se que os impactos negativos significativos no ambiente foi originados devido à interferência humana, na retirada da cobertura vegetal e pela ocupação e o uso inadequado do solo. Sabe-se que a agropecuária e, sobretudo a urbanização não respeitou os limites de proteção de áreas de preservação permanente. A antropização chega a cifras elevadas da vegetação nativa, tornando a situação mais crítica quando se analisa os pequenos capões de mata, os quais estão sendo preservados isoladamente, deixando os mesmos de exercer sua função social que o ecossistema necessita. As técnicas de recuperação serão desenvolvidas a partir de medidas naturalistas e de bioengenharia na recuperação desta área que se encontra antropizadas, a princípio por atividades agropecuárias e posteriormente pela ocupação humana no processo de urbanização, visando a uma condição o mais próximo ao ambiente natural, antes das interferências antrópicas. Palavras chaves: córrego Água Branca, recuperação de área degradada, técnicas de bioengenharia. ABSTRACT ALTERNATIVE RECOVERY OF DAMAGE IN URBAN AREAS: A CASE STUDY OF THE SOURCE

OF THE STREAM WHITE WATER - GOIÂNIA, GOIÁS.

This paper proposes alternatives for recovery of degraded urban areas through a case study of the source of the White Water stream sector of the same name, in the municipality of Goiânia - Goiás was prepared by technical Municipal Environment Agency (AMMA) in partnership with the Municipal Department of Housing in the municipality of Goiânia. It is important to point out that this area is based in precarious settlements that will be attended by the CAP (the acceleration of growth) developed within the PPI (priority investment projects) involved in slums of the Federal Government subsidizing the actions to eliminate or minimize negative environmental impacts in the area object of intervention. To propose alternatives for the environmental recovery of the national research involves the characterization and analysis of the situation presented in the local and the search for bibliographic sources concerning to current techniques for the recovery of degraded environments, especially by the action of rain water causing erosion processes. We emphasize that the significant negative impact on the environment was caused due to human interference in the removal of vegetation cover and the occupation and misuse of land. We know that agriculture and especially the development did not respect the limits of protection of areas of permanent preservation. The antropização reaches high numbers of native vegetation, making the situation more critical when considering the small forest of woods, which are being preserved in isolation, leaving them to exercise their social function that the ecosystem needs. The techniques

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will be developed to recover from natural and bioengineering measures in the recovery of this area that is anthropic, the principle for agricultural activities and by human occupation in the process of urbanization, to a condition as close to the natural environment, before of human interference. Keywords: White Water stream, recovery of degraded areas, techniques of bioengineering.

INTRODUÇÃO

Este trabalho é elaborado conjuntamente pelos autores, integrantes da equipe de profissionais da

Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação que

forneceu os dados referentes ao levantamento topográfico em que a mesma é responsável pela retirada das

ocupações irregulares. O presente plano visa diagnosticar e propor medidas que estabeleça a recuperação da área

degradada no setor Água Branca, no município de Goiânia – GO. Para melhor compreender os propósitos destes

trabalhos se faz necessário que uma área que necessita de recuperação, é a mesma que em seus diversos usos

não foram respeitados elementos do meio físico e biótico de fundamental importância para manter o ciclo

natural dos processos endógenos e exógenos.

E o mesmo acontece com o conceito de terra, que em muitos casos, não foi pensado de uma forma

apta nesta ação, pois nem sempre fica claro que é uma área delineável da superfície sólida do planeta. Nas quais

suas características incluem todos os atributos do clima, do solo, da geomorfologia, da hidrologia (lagos, rios,

córregos, áreas inundáveis e nascentes), a população vegetal e animal, o modelo de assentamento humano e os

resultados físicos da atividade humana do passado e do presente (terraceamento, armazenamento de água ou

estruturas de drenagem, vias de acesso, ocupações, etc.).

Ao considerar essas características, evidenciamos uma abordagem holística, de uma unidade de

terra que engloba tanto um componente vertical (desde o clima atmosférico até os aqüíferos confinados no

substrato mais profundo), quando um elemento horizontal (uma seqüência identificável de solo, terreno e

elementos de uso da terra e hidrológicos) configurando assim uma “paisagem” ou “unidade de terra”.

Vale ressaltar que, apesar do meio ambiente ser entendido hoje como o conjunto dos recursos

naturais e suas inter-relações com os seres vivos. Na maioria das vezes, é comum encontrar este conceito

associado apenas ao “verde” da paisagem, ao natural, ou à vida. Desconsiderando, de certa forma, os recursos

hídricos e as questões relativas à poluição do ar, deixando muitas vezes, a um segundo plano. Na questão do

ambiente urbano, este ecossistema criado pelo homem e muitas vezes esquecido que somos parte integrante e

ativa do meio ambiente em que vivemos.

Neste sentido, a degradação das terras envolve a redução dos potenciais recursos renováveis por

uma combinação de processos agindo sobre a terra. Um dos estágios mais críticos de degradação de uma área é

a desertificação que pode acontecer por processos naturais através da transformação pelo ressecamento do clima

atmosférico, processos naturais de erosão, alguns outros de formação do solo ou uma invasão natural de plantas

ou animais nocivos. Pode também ocorrer por ações antrópicas diretamente sobre o terreno ou indiretamente em

razão das mudanças climáticas adversas induzidas pelo homem.

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A área de estudo se encontra inserida na Mesorregião Centro Goiano e na Microrregião de Goiânia,

com área de 743 quilômetros quadrados. Goiânia completou em 24 de outubro de 2008, 75 anos (setenta e

cinco), esta foi idealizada por Pedro Ludovico Teixeira e planejada para 50 mil habitantes. Contudo, Goiânia

tem hoje uma população estimada em 1.200.00 habitantes, de acordo com os dados do IBGE, com base no

Censo de 2000.

No contexto das múltiplas características do parcelamento e a ocupação do solo se faz necessário

levar em consideração a sua condição de aglomerado urbano, seus aspectos físicos e as conseqüentes limitações

naturais para esse uso. Essa forma de ocupação do solo que ocorre na cidade destaca-se a mais comum na

expansão da área urbana, responsável por desmatamento, erosões, movimentos de massa, dentre outros. A

ocupação destes ambientes são reflexos históricos, pois mesmo tendo inicialmente uma proposta urbanista de

vanguarda (1933). Goiânia se tornou um núcleo polarizador do Aglomerado Urbano, em 1949 já apresentava

significativo crescimento, com o Estado monopolizando, quase integralmente, o parcelamento do solo.

Contudo, na década de 1950, intensifica o processo de parcelamento do solo devido a forte

influencia regional que a construção da nova capital federal estabeleceu. As obras de Brasília iniciaram em

1956, e Goiânia passou a ser um suporte importante na construção, além de beneficiar-se de sua posição em

relação à ligação Brasília - São Paulo, através da BR-153.

Diante da nova configuração espacial em 1959, o Governo Municipal suspendeu a aprovação de

novos loteamentos em Goiânia, cujo planejamento ficou prejudicado por mudanças políticas; sendo que, desta

época até 1963, a proposta original sofreu intensa descaracterização.

Na década de 6O, Goiânia apresentava elevada taxa de crescimento demográfico, sendo que a

população urbana dobrou o seu contingente até o final deste mesmo período. Isto é explicado pela liberação do

parcelamento do solo para fins urbanos, no final de 1963, processo este que se intensificou em 1967 e 1968.

Neste período, muitos setores, parcelados anteriormente, consolidaram-se. Em 1967, o Governo Municipal

sentindo necessidade de controlar o caótico e descontínuo processo de parcelamento do solo urbano, impedir a

verticalização e o adensamento que prejudicavam a estrutura física da cidade. Na tentativa de solucionar a

questão, instituem uma equipe técnica do município para a elaboração de um plano diretor1, que, até hoje, tem

servido como referência para os demais planos, programas e diretrizes governamentais e/ou privados.

Uma das recomendações deste referido plano diretor é de que o crescimento da cidade fosse

direcionado para sudoeste, usando como mecanismo de indução a alocação de conjuntos habitacionais nesta

direção. A lógica desta recomendação são as barreiras naturais a norte e a nordeste, e a necessidade de

preservação da área da bacia de captação do ribeirão João Leite, como também por representar umas das poucas

reservas de áreas verdes do município.

Outro ponto importante do P.D.I.G., este não apenas para Goiânia, mas também para os demais

municípios do Aglomerado Urbano, diz respeito à Lei Municipal Nº 4526 de 31 de dezembro de 1971

(GOIÂNIA, 1971), que impediam a aprovação, em Goiânia, de loteamentos sem infra-estrutura de

pavimentação, água, luz e esgoto. Essa lei reflete-se clara e imediatamente no espaço goianiense, pois, a partir

de 1972, reduz-se consideravelmente o parcelamento do solo para fins urbanos neste município. Entretanto, nos

municípios limítrofes à Goiânia, a partir deste mesmo ano, acentua-se a aprovação de novos parcelamentos, já 1 Plano de Desenvolvimento Integrado de Goiânia (P.D.I.G.).

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que neles não havia nenhuma restrição legal à aprovação dos mesmos. A maioria destes loteamentos autorizados

após 1972 destinava-se à implantação de conjuntos habitacionais.

Em 1975, pela própria dinâmica que passou a ter a cidade de Goiânia, houve a necessidade de uma

complementação do P.D.I.G. Para tanto, formulou-se o Plano de Uso do Solo Urbano de Goiânia (GOIÂNIA,

198O), o qual pretendeu respeitar as tendências naturais de localização de usos e criar mecanismos para

minimizar seus efeitos negativos, tentando, assim, proporcionar à cidade uma ocupação futura racional e

harmônica.

A cidade de Goiânia mantém característica da década de 1930, mas a grande urbanização que

ocorreu em praticamente todo território nacional, ocasionou vários problemas sociais, econômicos e culturais, o

adensamento populacional nos centros urbanos desencadeou inúmeras ocupações sem projeto de ordenamento,

que contemplasse a normas para uma boa qualidade de vida. Conforme acima citado as preocupações eram

voltadas para o uso e parcelamento do solo, não com a qualidade e a estrutura disponível nestes espaços.

Haja vista que, as questões ambientais, só foram efetivamente discutidas a partir da década de

1990, no contexto municipal não foi diferente, porém as áreas urbanizadas sofriam com a falta de planejamento

para águas superficiais; ocupações de espaços reservados para áreas verdes, encostas, fundo de vales.

Relembrando que havia um plano de uso do solo urbano para Goiânia (GOIÂNIA, 198O), mesmo assim, os

mecanismos utilizados na expansão urbana propiciaram uma degradação considerável do município, pois não

utilizando o conceito de bacia hidrográfica foram ocupando áreas consideradas frágeis.

Goiânia abarca hoje, 391 (trezentos e noventa e um) bairros, com 9.171 (nove mil cento e setenta e

um) logradouros. Nesta configuração problemas significativos têm sido cadastrados e uns dos mais incisivos são

as erosões urbanas e as ocupações em áreas de riscos. As erosões urbanas vêm sendo cadastradas em 1992/1993,

2002 e 2007, onde foram encontradas 45 erosões lineares em 1993, após o levantamento foram sugeridas

intervenções (NASCIMENTO, 1994)2. No ano de 20023 foi refeito e desta feita, 63 erosões foram cadastradas,

apesar da contenção de algumas cadastradas em 1993, outras erosões, de menor porte, surgiram.

Em decorrência dos processos de urbanização as mudanças na hidrologia natural de uma área são

inevitáveis. Essas transformações ocorrem em resposta à limpeza do terreno, à terraplanagem e a adição de

superfícies impermeáveis (SCHUELER, 1987 apud ARAÚJO, et al, 2005).

Atualmente, nas grandes cidades a forma de ocupação do solo desconsidera as características da

bacia hidrográfica, desafiando os profissionais da área de degradação ambiental. A quantidade de superfície

impermeável pode ser utilizada como indicador de estudo, na qual de acordo com Schueler (1995 apud

ARAÚJO, et al, 2005) mostrou que um valor tão baixo quanto 10% (dez por cento) de cobertura impermeável

da bacia hidrográfica já é suficiente para ocorrer a degradação.

O córrego é caracterizado pela morfologia, sedimentos e comunidade biótica, que reflete os

cenários naturais e humanos atuantes na bacia hidrográficas. Além disso, as obras e modificações efetuadas

diretamente nos canais, realizadas com mais freqüência nas ultimas décadas, têm acentuado as mudanças nos

2 Em 1992 e 1993 foi realizado um cadastramento das erosões em Goiânia, por meio de um convênio entre o Departamento de Geografia da Universidade Federal de Goiás e o Departamento de Estradas de Rodagem do Município (DERMU). 3 Em 2002, sob a coordenação dos professores Dr. Maurício Martines Sales e Drª. Maria Amélia Leite Soares do Nascimento que refizeram o convênio com o DERMU, incluindo a Escola de Engenharia e o Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Universidade Federal de Goiás.

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processos fluviais, em especial nas áreas urbanas (PEIXOTO et al., 1997 apud ARAÚJO, et al, 2005).

Entretanto, o interesse pelas modificações e efeitos na rede de drenagem, em função do crescimento espacial das

cidades, não é recentes (WOLMAN, 1967 apud ARAÚJO, et al, 2005), e isentos de estudo neste sentido apesar

disso, o que dificulta o trabalho de profissional de recuperação de área degradada.

A cobertura vegetal proporciona um aumento na capacidade de infiltração, pois solos recobertos

por floresta geralmente apresentam maior capacidade de recarga dos aqüíferos e em especial constituem um

ambiente favorável para formação da serrapilheira. Porém, a redução da densidade da cobertura vegetal é

acompanhada pelo decréscimo da infiltração, aumentando o escoamento superficial, sendo uma das variáveis

detonadoras dos movimentos de massas (COELHO NETTO, 1998 apud ARAÚJO, et al, 2005).

A impossibilidade para elaborar um mapa pedológico relaciona-se ao elevado grau de ocupação

humana na área de estudo. Por constituir áreas bastante urbanizadas e conseqüentemente, afetadas pela ação

antrópica, impossibilitar uma avaliação pedológica detalhada, considerando também um elevado grau de

impermeabilização da área urbana e a remoção de horizontes do solo (GUERRA et al, 2006).

As transformações das áreas de cobertura da flora nativa, a princípio pelas remotas atividades

agropecuárias, sobretudo pastagens introduzidas, e posteriormente pela urbanização e na ocupação humana de

forma desordenada do solo no local e áreas vizinhas, foram fatores decisivos na ocorrência dos processos

erosivos existentes e referendados acima.

O retorno de áreas degradadas a uma forma de utilização tecnicamente compatível, em

conformidade com os valores ambientais, culturais e sociais locais seria a sua recuperação. Sob um enfoque

mais simplista, seria o processo inverso à degradação. Sendo inúmeras e em diferentes graus, tantas sejam as

formas destas alterações, tantos seriam os modelos de recuperação. Também pode ser a reversão de terras

degradadas em produtivas ou em área apropriada para servir como refúgio de animais silvestres.

Este projeto propõe medidas na recuperação de área degradada na nascente e trecho inicial do

córrego Água Branca, inserida no município de Goiânia, outrora antropizadas, a princípio por atividades

agropecuárias e posteriormente pela ocupação humana no processo de urbanização, visando a uma condição o

mais próximo ao ambiente natural, antes destas interferências. Este planejamento tem os seguintes objetivos:

1. Conter os processos erosivos, a partir de obras de engenharia e de recomposição florística,

seguido da conservação de solos;

2. Propiciar o desenvolvimento das áreas na recuperação da condição biótica, estabelecendo

cobertura vegetal similar à regional;

3. Viabilizar a área para que possa ser repovoada pela fauna local, demonstrando ambiente

agradável e com possibilidade de estabelecimento do equilíbrio ambiental, criando condições

favoráveis à interação entre a fauna e a flora local;

4. Favorecer ambiente à pesquisa em recuperação e recomposição florística em área degradada; e

5. Desencadear ações no desenvolvimento de projetos em Educação Ambiental como forma de

conscientização da população local.

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MATERIAL E MÉTODO

A presente proposta utilizou os seguintes recursos metodológicos: revisão bibliográfica, coleta e

análise dos dados em gabinete e trabalho de campo (vistoria). Passo inicial foi uma ampla revisão bibliográfica

sobre a cidade de Goiânia, posteriormente coleta de dados nos órgãos municipais e acadêmicos sobre o objeto

em estudo e várias vistorias na área objeto deste estudo.

Para elaborar um plano de recuperação de área degradada (PRAD) é necessário, além de

compreender os processos históricos de ocupação, principalmente em áreas urbanas, o diagnóstico se realiza a

partir da identificação situacional da área com localização; caracterização física (clima, geologia,

geomorfologia, pedologia e vegetação); uso e ocupação. Após conhecer a situação elabora-se o prognóstico

definido por medidas mitigadoras, levantamento de custo desta recuperação, cronograma da obra. Tudo

subsidiado pelos estudos já realizados e a copilados a partir da revisão bibliográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para iniciar o diagnóstico foram constatados nas vistorias os principais pontos, que chamou a

atenção da equipe, em relação às questões ambientais foram: a declividade do terreno, sobretudo abrangendo

rupturas abruptas; o tipo de solo propenso à erosão hídrica; focos erosivos em alguns pontos e outros sujeitos a

tornarem-se expressivos com o passar dos anos e a falta de cobertura vegetal. A elucidação destes pontos se faz

necessárias informações primarias como: área com localização; caracterização física (clima, geologia,

geomorfologia, pedologia e vegetação); uso e ocupação.

A Área representa o trecho inicial do canal de drenagem em regime permanente do curso de água

córrego Água Branca, tributário do córrego Buriti, contribuinte da margem direita na bacia hidrográfica do Rio

Meia Ponte. Localiza-se no setor com a mesma denominação (Água Branca), com a área da cabeceira iniciando

na confluência da Rua 10 e Avenida “D” (Figura 01).

Conforme Figura 2, temos uma melhor visualização da área de estudo fazendo menção à cabeceira

pela imagem 2a, no qual foi evidenciado forte adensamento populacional; o segmento intermediário foi

retratado, pela imagem 2b, destacando uma maior ocupação da margem esquerda, com a margem direita

presença de vegetação remanescente; e a porção final encontrasse uma vegetação preservada em meio ao tapete

gramináceo das pastagens introduzidas.

Caracterização Física

Clima

A caracterização física inicia-se com a definição do clima em que a área está inserida, o Clima

Tropical, marcadamente sazonal, onde ocorrem apenas duas estações anuais bem definidas, uma chuvosa e outra

seca. Estas duas estações, periodicamente, sofrem perturbações da Frente Polar Atlântica, que responde pelas

variações, como os veranicos que ocorrem na estação chuvosa e as chuvas eventuais na estação seca. O Centro-

Oeste, devido às suas localizações latitudinais, caracterizam-se por serem Regiões de transição entre os climas

quentes de latitudes baixas e os climas mesotérmicos de tipo temperado das latitudes médias (NIMER, 1979).

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O clima mesotérmico e úmido com a temperatura média anual de 21,9° C, devido à influência de

altitude, nos meses de maio a agosto ocorre às temperaturas mais baixas (18,8° a 21.0 C°), nesses meses as

médias mínimas oscilam entre 9,8° C a 12,9° C. A primavera é a estação mais quente, com média das máximas

entre 29°C e 32°C. O regime pluviométrico é enquadrado como Tropical Típico, com um período de enchentes

durante o verão e de vazantes no inverno, apresentando um padrão de drenagem dendrítico.

A precipitação na região chega a 1.600 milímetros no ano, registrando marcas de até 250 mm em

média nos meses de maior incidência, concentrada no verão, reforçando a característica de clima tropical. A

concentração da pluviosidade nesse período deve-se principalmente ao fluxo Norte da massa equatorial

continental e Noroeste, da massa tropical atlântica setentrional.

Os índices de umidades mais baixos ocorrem no período de agosto, e os considerados ideais são

atingidos apenas na estação chuvosa, acima de 60%. A umidade relativa do ar apresenta alta variação sazonal,

atingindo índice considerado extremamente baixo em torno de 20%, no período mais seco e frio do ano.

Essas ocorrências consideram-se suficientes para classificar, segundo Koppen (1948), o clima da

região como Cwa, tropical de savana (a=tropical; w=savana com invernos secos).

Geologia e Geomorfologia

A região onde se localiza o empreendimento está inserida, segundo Mapa Geológico da Folha

Goiânia do Projeto RADAMBRASIL, no período Pré-Cambriano, sendo caracterizado por rochas do

Proterozóico Inferior, representado pelo Grupo Araxá e Depósitos Aluvionares do Quaternário, devido às

deformações e metamorfismo térmico existentes.

De acordo com as Unidades Geomorfológicas constante no Mapa Geomorfológico da Folha

Goiânia do Projeto RADAMBRASIL (1983), o município de Goiânia encontra-se inserido no Planalto Central

Goiano, também inserido no contato com as estruturas Arqueanas do Complexo Goiano. Abrange relevos

mediamente dissecados em formas convexas, associadas à formas tabulares amplas, com drenagens pouco

entalhada, interflúvios de 750 m e vertentes oscilando entre 2% e 5%. Os principais cursos d’água são Rio Meia

Ponte e seus afluentes, entre os quais se destaca o ribeirão João Leite, e constituem a rede hidrográfica de

Goiânia.

A região da área de estudo tem as águas pluviais drenadas para o córrego Água Branca afluente da

margem direita do córrego Buriti, tributário pertencente à bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte, um dos

principais afluente do Rio Paraná. Em alguns trechos com declividade menos acentuada observou-se em termos

da cobertura vegetal existente, a presença de indivíduos arbóreos e arbustivos com espécies nativas

remanescentes e introduzidas, inseridas em ambiente desprovida de extratos inferiores, ocorrendo percursos com

completa exposição do solo.

Ao longo desta faixa de aproximadamente 500,00 m (quinhentos metros), que este incluído dentro

deste projeto de recuperação da área degradada, existe também lançamentos de esgotos clandestinos, por

moradores próximos e oriundos em redes mais distantes.

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Pedologia

No município de Goiânia o tipo de solo predominante é o Latossolo Vermelho-Escuro, porem pode

encontrar classes de solos com menores extensões que o solo dominante, das quais destacamos as seguintes:

Podzólico Vermelho Amarelo, Podzólico Vermelho Escuro, Latossolo Roxo, Cambissolo, Neossolos

Quartzarenicos e Solos Litólicos. O solo com classe Latossolo Vermelho Escuro tem como principal

característica a coloração dominante vermelho-escuro devido seu alto teor de Oxido de Ferro (Fe2O3).

Originados de sedimentos do terciário ou de roxas do pré-cambriano, estes solos podem apresentar textura

média a muito argilosa, com caráter distrófico ou álico, sem concreção ou concrecionário em menor proporção.

Específicos na área encontram principalmente o solo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, que se

apresentam como solos minerais, sendo na cabeceira solos Gleissolos.

Vegetação

As tipologias vegetais pré-existentes nas áreas cogitadas à recuperação, ou seja, a cobertura nativa

envolvida tanto de forma direta e indireta, antes de sua ocupação por pastagens e posteriormente pelo processo

de urbanização, caracterizava-se basicamente pela fisiotipologia de Cerrado e Floresta Estacional Semidecidual

e, sobretudo a mata de transição, bem como as matas de galeria.

A vegetação natural encontra-se pouco conservada devido à ocorrência de ação antrópica, com o

entorno da área em estudo, a princípio envolvendo ocupação reservada a atividades agropecuárias, em especial

para as pastagens introduzidas, posteriormente a expansão urbana. Junto a estas, observam-se processos de

regeneração natural, em diversos estágios de recomposição, formadas pelo abandono e/ou mau uso da terra

parcialmente constituindo vegetação secundária ou capoeira.

A agropecuária e, sobretudo a urbanização ocuparam intensivamente as áreas envolvidas, não se

respeitando limites de proteção de áreas de preservação permanente. A antropização chega a cifras elevadas da

vegetação nativa, tornando a situação mais crítica quando se analisa os pequenos capões de mata, os quais estão

sendo preservados isoladamente, deixando os mesmos de exercer sua função social que o ecossistema necessita.

As áreas de influência direta apresentam as matas de galeria (mata ciliares), vegetação estabelecida

às margens de corpos hídricos (córregos, lagoas, nascentes, etc), com importante função na proteção do solo e

da água, além de ser beneficiada pelo acúmulo de nutrientes trazidos pela drenagem. Essas áreas em seu estado

natural, levadas por esta fertilidade, são facilmente notadas pela ocorrência de espécies perenifólias, deixando

um aspecto sempre verde, mesmo na época em que as espécies do cerrado estão sem folhas.

No caso em estudo, observou-se ainda ocorrência de freqüentes espaços que, a retirada remota da

cobertura vegetal provocou intensas alterações no solo, principalmente pela exposição ao clima, acarretando

parciais compactações e perdas de nutrientes pela lixiviação.

Em vias de regras as matas de galeria constituem-se de matas perenifólias ou semi-caducifólias,

com grande adensamento populacional, de alto porte, além de possuírem um substrato estruturado de espécies

umbrófitas e indivíduos menores da regeneração natural.

Entre as principais espécies encontradas na área, estão embaúba (Cecropia hololeuca), jequitibá

(Carinianna rubra), sangra d’água (Croton sp), ingá (Inga sp.), mutamba (Guazuma ulmifolia), pindaíba

(Xylopia emarginata), jatobá (Hymenea courbaril), angico (Anadenhantera falcata), gameleira (Ficus sp.),

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farinha-seca (Ouratea castanaefolia), tamboril ou orelha de negro (Enterolobium contorciliquum), Ipê

(Tabebuia sp.), pimenta de macaco (Xylopia aromática), pau-d´óleo (Copaifera Langsdorfii), escorrega macaco

(Calycophyllum spruceanum), dentre outras, sobretudo algumas frutíferas nativas e exóticas introduzidas como

mangueira (Mangifera indica), goiabeira (Psidium sp.), jaqueira (Artocarpus heterophyllus), babaçu (Orbignya

speciosa), bananeira (Musa paradisiaca).

Uso e Ocupação

O uso e ocupação iniciam a descrição pela cabeceira em seus limites existe duplo emissário da rede

de água pluvial, abrangendo presença de esgotos e resíduos urbanos, sobretudo inorgânicos introduzidos neste

sistema. Neste ambiente constataram-se outras interferências como: aterro para implantação da rede pluvial;

restos dos materiais provenientes das primeiras desocupações realizadas; residências que ainda estão sendo

ocupadas dentro da área de proteção. Vale ressaltar que este diagnóstico está considerando somente a área de

intervenção direta, pois se consideramos os limites da bacia hidrográfica os problemas são bem maiores.

Na região de entorno do olho d’água, no qual consideramos “anfiteatro”, encontra-se intensamente

afetada por processo de expansão urbana, apresentando edificações do mais variados tipos, instaladas de forma

desordenada comprometendo o afloramento hídrico. Foi observada no levantamento, a implantação de uma rede

de sistema de esgoto atendendo a necessidade local, em meio aos procedimentos da recomposição florística

através do plantio de mudas de diversas espécies, decorrente da desocupação ocorrida anteriormente (Foto 1).

Tal medida tem o intuito a princípio de evitar a uma nova ocupação desta área, como também

restabelecer a faixa de vegetação ciliar a qual confere necessária proteção do manancial. Contemplando-se a

descaracterização da área tem-se ainda um condicionamento de um olho d’água canalizado e utilizado pela

população local (Foto 2). Algumas casas foram derrubadas envolvendo a retirada parcial dos entulhos, restando

suas fundações (Foto 4).

Destaca-se também a pavimentação com a deposição de pedras e cobertura de concreto no leito do

curso d’água, de aproximadamente 20,00 m (vinte metros) de extensão, adentrando o fundo do vale, com uma

terceira rede pluvial envolvendo lançamento de esgoto clandestino (Foto 3 e 5). Próximo a esse lançamento

ocorre um declive abrupto do terreno com considerada presença de resíduos urbanos (Foto 6).

O solo está muito comprometido, pois além dos rejeitos provenientes das demolições, houve

processos erosivos, de compactação, aterramento, desmatamento, contaminação e perda de nutrientes em geral

(Foto 8a). Na área da cabeceira esses processos e a perca da cobertura vegetal fez com que o solo hidromórfico,

característico de nascente, hoje se encontra em camadas mais profundas devido aos constantes aterros em que a

área foi submetida. Na margem direita foram observadas ocupações do tipo chácaras, com espaços maiores

apresentando indivíduos arbóreos e espécies remanescentes da vegetação nativa e introduzida na área (Foto 9).

Ocorrem extensas áreas com o uso do solo na implantação de atividades agropecuárias principalmente através

de pastagens introduzidas, plantios agrícolas como bananal, e tanques de pisciculturas atualmente desativados

(Foto 10).

Neste contexto, considerando um percurso de aproximadamente de 500,00 m (quinhentos metros)

foram identificados 3 (três) processos erosivos (por sulcos, ravinamentos e laminar), decorrentes do escoamento

de águas pluviais, que tendem ao aumento da velocidade em virtude da pavimentação de área urbana na bacia de

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captação (Foto 8b). Dentre destes, um é proveniente de um canal de drenagem que atualmente apresenta vazão

temporária, resultante do rebaixamento do lençol freático. Este foi utilizado na atividade supracitada da criação

de peixe (Foto 11). A área apresenta-se inúmeras construções e o uso inadequado do solo. O relevo favorece o

carreamento dos sedimentos para o curso d’água, através de erosão laminar e ravinamentos, favorecida pelo

declive, sobretudo na margem direita pela ação das águas pluviais condicionadas pela impermeabilização da

bacia de captação (Foto 12).

Em se tratando da margem oposta (esquerda), a situação é completamente diferente em virtude da

ocupação das áreas por aglomeração de casas, e pela disposição do terreno com ruptura abrupta (barranco) em

uma determinada extensão (Foto 7). Foram evidenciados pequenos deslizamentos de massas, e com isso levando

consigo parte da vegetação. Nesses locais foi possível observar os perfis de solo para caracterização melhor do

uso e ocupação.

Na parte final da área de recuperação destaca-se uma rede pluvial erodida e de forma abandonada,

demonstrando intensa perda de solo (Foto 13, 14 e 16). Neste mesmo trecho ocorre um desbarrancamento da

margem esquerda (Foto 15a) anexo a um canal de drenagem contribuinte com certa preservação de sua mata

ciliar (Foto 17). Aparece também uma interferência humana com a canalização parcial deste tributário (Foto

15b). Abaixo da área de recuperação o canal apresenta boas condições estruturais, mas que poderão ser ainda de

alguma forma afetadas pela presença de atividades agrícolas por extensas propriedades de perfil rural em sua

margem direita (Foto 18).

CONCLUSÕES

Após caracterização real da situação elaborou-se o prognóstico definido por medidas mitigadoras,

levantamento de custo desta recuperação, cronograma da obra.

Medidas Mitigadoras

As medidas são iniciadas considerando a declividade da cabeceira e da margem esquerda com a

retirada completa dos resquícios das edificações, como alicerce e entulhos de maneira geral, na qual é possível

um manejo adequado do solo para um preparo do plantio das mudas da vegetação ciliar. Os procedimentos

urgentes na contenção do escoamento das águas pluviais e uma forma adequada no recebimento deste fluxo no

canal natural de drenagem deve ser realizada para menor interferência no ambiente.

As águas das chuvas precipitadas sobre a pista que circundam a bacia de captação deverão ser

escoadas através de saídas d’água e conduzidas em canaletas até as caixas de infiltração. Serão construídas

cinco canaletas ao longo da área de recuperação. As águas serão conduzidas pelas canaletas em degraus, com o

intuito dissipar a energia da velocidade da água, até às caixas de contenção. Para evitar transbordamentos, as

caixas deverão possuir uma canaleta impermeável, que permita a passagem da água de uma caixa à outra de cota

inferior.

Essas caixas deverão ter os seus taludes suavizados, com inclinação de até no máximo 45º, e

profundidade de aproximadamente 0,5 metro. Neste contexto as canaletas teriam um comprimento que variam

de 50 a 200 metros de largura existente nos lados direitos e esquerdos da bacia. Necessário também prever os

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dimensionamentos dos encontros destas valetas com a caixa da drenagem profunda. Outra providencia junto às

valetas de drenagem é a captação do lixo através de grades ou similares, evitando que o mesmo desça junto com

a água.

Métodos de Bioengenharia e Estruturais

A escolha procedimental de métodos de bioengenharia e estruturais ao longo das encostas do canal

fluvial existem trechos onde ocorre deslocamento de massa, tanto na margem esquerda quanto na margem

direita. Nestas porções sugere-se instalar mantas vegetais (biomantas), juntamente com estacas vivas

(estaqueamentos), oferecendo um melhor reforço e proteção contra o deslocamento de massas superficiais.

Biomanta é uma manta constituída por fibras naturais e biodegradáveis de coco, ou sisal, ou ainda

outros tipos de fibras vegetais. Pode ser do tipo trama e urdidura ou agulhada, disposta entre malhas sintéticas

fotodegradáveis. A mesma possui diversas funções, dentre elas: proteção do solo contra os agentes erosivos;

auxílio no desenvolvimento vegetal, pois mantém umidade no solo por melhorar a infiltração e por reduzir a

evaporação; agrega matéria orgânica do solo durante sua decomposição; auxilia no desenvolvimento

microbiano, entre outros fatores.

A área a ser estaqueada compreende 1.096 m2. As estacas ao longo do tempo desenvolvem-se uma

manta de raízes vivas no solo, reforçando e mantendo juntas as partículas do solo e extraindo a umidade

excessiva. Na porção final da área a ser recuperada, é necessário fazer um retaludamento onde houve uma

carreamento de solo e uma deteriorização da rede pluvial. A conformação do talude é realizada com técnicas de

reforço de solo em camadas paralelas dimensionada em escadarias individualmente compactada e estruturada

com auxílio de biomanta no seu revestimento. A construção de reforço terá um ângulo de atrito interno de 65º,

na qual será revegetado inicialmente por gramíneas do tipo quicuia (Brachiaria humidicula), e posteriormente

árvores nativas.

Este sistema proporciona a distribuição de cargas na superfície do terreno (plano ou com grande

inclinação), com a sua completa consolidação e resistência a grandes cargas distribuídas ou pontuais.

A estrutura possui altura total próxima aos 8,00 m (oito metros), composta por 10 camadas

paralelas de aterro, com 0,80 m (oitenta centímetros) de altura e por 2,00 m (dois metros) de comprimento. O

talude reconstruído terá declividade inferior à gerada pela ação do escorregamento (Figura 3).

Na ultimas camadas da escadaria (próximo ao córrego) a fim de conter o restante da altura do

talude, será aplicada a técnica denominada paliçada, que se caracteriza em estrutura de madeira, constituída por

triplas toras de eucalipto, tratadas ecologicamente. Os comprimentos são variáveis e diâmetro de 20/25 cm,

alinhados e pregados paralelamente, e outras toras de comprimento de 1,20 m (um metro e vinte centímetros),

no sentido vertical para ancoragem da estrutura (Figura 4).

Recomposição da vegetação

O plantio de grama nos taludes da margem esquerda (Ver: Foto 06), deverá ser feito o plantio de

capim braquiária (Brachiaria sp.) em mudas, por ser um método bastante utilizado e eficaz de proteção dos

solos em local de declividade elevada, por permitir rápido recobrimento dos solos. Cada metro quadrado de

mudas utilizado restabelece uma área de 4 m² (quatro metro quadrados) no campo.

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Outra gramínea recomendada como barreira vegetal contra a erosão, o capim vetiver (Vetiveria

zizanioides (L.) Nash) é a mais indicada, pois apresenta como características, ser perene, formação de cerca viva

densa, sistema radicular profundo, podendo chegar a 3,00 m (três metros) de profundidade, praticamente estéril

não disseminando-se como invasora, pouco atacada pelo gado, resistente a doenças e adaptada às mais diversas

condições de solo e clima (BANCO MUNDIAL, 1990).

Nos demais locais, a proteção dos solos poderá ser feita através do plantio de gramíneas, como a

braquiária (Brachiaria sp.), que pode ser feito por sementes. Este método é capaz de proporcionar rápido

recobrimento e a estabilidade necessária aos solos, mesmo naqueles compostos por taludes com inclinações

suaves. Esta medida tem como vantagem, o custo reduzido de implantação.

O plantio das mudas de arvores colabora na recomposição da cobertura florística através do plantio

com mudas nativas, poderemos acelerar o processo de recuperação em alguns anos. É importante observar a

diversificação de espécies, para que se obtenha no futuro uma boa diversidade.

Na faixa mais próxima ao curso d’água que poderá ser sujeita ao alagamento, serão plantadas

preferencialmente as espécies tolerantes a este ambiente. Nas áreas de revegetação conforme observado na

tabela priorizou-se o uso de pioneiras para uma colonização mais rápida e potencialização das funções

ambientais da vegetação na área. Onde será feito o enriquecimento, priorizou-se a utilização de espécies

frutíferas para atração da fauna silvestre (Figura 5).

Deverão ser plantadas mudas de árvores de espécies nativas da região aleatoriamente, com

espaçamento de 2,00 x 2,50 metros entre si, visando repor a qualidade ambiental existente na área antes da

intervenção, com espécies pioneiras (P) numa linha, totalizando 40% e na outra 25% de secundárias (S) e 35%

de clímax (C) seguindo o esquema acima. Área a ser replantada compreende um total de 78.144,86 m². Espécies

a serem utilizadas na revegetação, verificar tabelas 1 a 3. Caso não tenha alguma espécie acima indicada poderá

ser substituída por outra similar. Verificar-se ainda a existência de espécies frutíferas que servirão de alimento

para a fauna local.

Serão plantadas 20.481 mudas, no entanto deve ser adquirido um excedente de 10% destas mudas,

para a reposição de possíveis perdas. As mudas deverão ser introduzidas de forma aleatória, sendo que o plantio

poderá ser feito ao mesmo tempo do plantio das gramíneas.

De acordo com o Plano Diretor de Goiânia a ZPA I (Zona de Proteção Ambiental I), considera uma

faixa de 50,00 m (cinqüenta metros) de mata ciliar na proteção dos córregos. Na área de estudo a margem

esquerda existem trechos com faixas inferiores ao previsto pela legislação, porem este setor foi estabelecido

anterior a esta regularização. Já na margem direita serão recuperadas áreas superiores ao definido nesse amparo

legal. As covas deverão ser abertas manualmente. As dimensões das covas deverão ser de pelo menos 50 x 50 x

50 cm, e sua abertura serão precedidos de capina e coroamento de pelo menos 50,00 cm (cinqüenta centímetros)

de raio, caso seja necessário. Considerando que o solo do local encontra-se bastante alterado em função do

lixiviamento causado pela exposição à chuva, retirada de cobertura vegetal e ocupação por edificações, o que o

tornou pouco estéril, serão feitos procedimento de adequação do solo.

A adubação deverá ser realizada por cova, onde deverão ser adicionados: 20 litros de esterco

orgânico, misturados à terra retirada da própria cova, adicionando 150 gramas de adubo químico NPK (4-14-8)

acrescido de 200 gramas de calcário dolomítico.

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O controle de formigas cortadeiras é uma prática que deve ser iniciada antes mesmo do plantio e

deve ser uma rotina após o plantio das mudas, até a cobertura da área. Outra prática cultural é o controle de

invasoras, através do coroamento das plantas juntamente com roçadas nas entrelinhas, realizado pelo menos

uma vez por ano, até que as plantas venham produzir sombra e controlar por si só as ervas invasoras.

As áreas que serão recompostas deverão ser totalmente cercadas com o objetivo de evitar que

animais e pessoas entrem dentro da mesma e venha a quebrar as mudas plantadas e, fazendo com que o

reflorestamento não tenha o desenvolvimento esperado. Recomenda-se o cercamento das áreas que serão

reflorestadas, utilizando moirões de madeira (eucalipto tratado), com 06 (seis) fiadas de arame farpado.

Tabela 1. Espécies Pioneiras a serem utilizadas na revegetação.

Nº Espécie Nome Científico 1 Angico-branco Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart 2 Aroeira Myracroduon urundeuva Fr.All. 3 Capitão Terminalia argentea Mart. et. Succ. 4 Carvoeiro Sclerolobium paniculatum Vog. 5 Cedro Cedrela fissilis Vell. 6 Embaúba Cecropia pachystachia Tréc. 7 Embiruçu Pseudobombax longiflorum (Mart & Zucc) A. Robyns 8 Genipapo Genipa americana L. 9 Guapeva Pouteria torta (Mart.) Radlk

10 Ingá Inga cylindrica Mart. 11 Ingá-banana Inga uraguensis Hooker et Arnott 12 Ingá-de-sapo Inga sp. 13 Jacarandá-bico-de-pato Machaerium acutifolium Vog. 14 Mamoninha Mabea fistulifera Mart. 15 Mutamba Guazuma ulmifolia Lam. 16 Nó-de-porco Physocalymma scaberrimum Pohl 17 Paineira Chorisia speciosa (A.St.Hil.) Dawson. 18 Pau-formiga Triplaris brasiliana Cham. 19 Pente-de-macaco Apeiba tibourbou Aubl. 20 Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica Lam. 21 Piqui Caryocar brasiliense Camb. 22 Piriquiteira Trema micrantha (L.) Blume 23 Saboneteiro Sapindus saponaria L. 24 Sangra-d’água Croton urucurana Baill. 25 Tamboril Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. 26 Tarumã Vitex polygama Cham. 27 Unha-de-vaca Bauhinia forficata Link 28 Virola Virola sebifera Aubl.

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Tabela 2. Espécies Secundárias a serem utilizadas na revegetação.

Nº Espécie Nome Científico 1 Açoita-cavalo Luehea divaricata Mart. 2 Bálsamo Myroxylon peruiferum L.f. 3 Barbatimão Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville 4 Cagaita Eugenia dysenterica DC. 5 Chichá Sterculia striata St. Hill. Et Naud. 6 Farinha-seca Albizia hasslerii (Chodat) Burr. 7 Gonçalo-alves Astronium fraxinifolium Schott. 8 Guatambu Aspidosperma subincanum Mart. 9 Ipê-amarelo-do-cerrado Tabebuia aurea (Manso) Bentham

10 Ipê-branco Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sand. 11 Ipê-tabaco Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl. 12 Jacarandá-caviúna Dalbergia miscolobium Benth. 13 Jacarandá-mimoso Jacaranda cuspidifolia Mart. 14 Jatobá-do-cerrado Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne 15 Louro Nectandra membranacea (Swartz) Griseb. 16 Mandiocão Didymopanax morototonii (Aubl.) Dcne. et Planch. 17 Marinheiro Guarea guidonia (L.) Sleumer 18 Sobre Emmotum nitens (Benth.) Miers

Tabela 3. Espécies Clímax a serem utilizadas na revegetação.

Nº Espécie Nome Científico 1 Capitão-do-campo Teminalia glabrescens Mart. 2 Garapa Apuleia molaris Spruce 3 Ipê-amarelo Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichol. 4 Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa ( Mart. ex DC.) Standl. 5 Jatobá-da-mata Hymenaea courbaril L var. stilbocarpa (Hayne) Lee et Lang 6 Jequitibá Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze 7 Mogno Swietenia macrophylla King. 8 Pau-d´óleo Copaifera langsdorffii Desf. 9 Pau-ferro Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. var. ferrea

10 Peroba Aspidosperma cylindrocarpon M. Arg. 11 Sucupira-preta Bowdichia virgilioides Kunth. 12 Tento Adenanthera pavonina L. 13 Vinhático Plathymenia reticulata Benth.

Custo Total da Obra de Recuperação

Os valores definidos abaixo foram baseados em consultas as empresas especializadas e Agencia

Goiana de Transporte e Obras (AGETOP), em que o presente projeto relata apenas o material e mão-de-obra

utilizada, não constando à parte logística, deste material até o local de destino. Estes valores são referentes a

tabela de 2007, período em que o plano foi elaborado.

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RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA Insumos/Operações Unidade

Área Total 81.923,15 m² Espaçamento entre Mudas 2,5 x 2,0 m Área Ocupada por Muda 5,00 m² Número de Mudas Necessárias (10% a mais) 22.529 Mudas Adubos Químicos para Plantio 0,15 kg/cova Adubos Químicos para Cobertura 0,15 kg/cova Esterco de Curral Curtido 0,005 kg/cova Calcário Dolomítico 0,20 kg/cova Formicida 17 Kg

CUSTOS DE RECOMPOSIÇÃO FLORISTICA

Insumos/Operações Unidade Quantidade Custo Unitário (R$) Total (R$)

Mudas un 20.481 1,50 30.721,50 Adubos 04-14-08 kg 3.072,15 0,63 1.935,45 Calcário kg 4.096,20 0,15 614,43 Esterco m3 102,40 18,00 1.843,29 Formicidas kg 17 6,00 102,00 Abertura das Covas homem/d 20 0,59 12.084,00 Mistura dos Insumos homem/d 20 0,40 8.192,40 Plantio das Mudas homem/d 20 0,45 9.216,45 Coroamento homem/d 10 0,47 9.626,00 Combate a formigas/Vistorias dia 15 16,00 240,00 Sub-Total 74.575,38

PLANTIO DE GRAMA NOS TALUDES Área Total 2.244 m² Preparo de solos 20 homens Adubos Químicos para Cobertura 100 Kg/ha. Adubos Químicos para Plantio 200 Kg/ha. Esterco de Curral Curtido 20 m3. Calcário Dolomítico 2500 Kg/ha.

CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DO GRAMADO NOS TALUDES

Insumos/Operações Unidade Quantidade Custo Unitário (R$) Total (R$)

Mudas de Gramas m2 2.244 3,00 6.732,00 Adubos 04-14-08 kg 1.372 0,71 974,12 Calcário kg 561 0,15 84,15 Esterco m3 5 18,00 90,00 Plantio das Mudas d/homem 20 30,00 600,00 Preparo do Solo d/homem 20 30,00 600,00 Sub-Total 9.080,27

PLANTIO DE BRACHIÁRIA

Área Total 1.535 m2 Preparo de solos 6 homem Sementes 5 kg/ha. Adubos Químicos para Plantio 200 kg/ha. Esterco de Curral Curtido 20 m3/ha. Calcário Dolomítico 2500 kg/ha.

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CUSTOS DO PLANTIO DA BRACHIARIA

Insumos/Operações Unidade Quantidade Custo Unit(R$) Total(R$) Sementes kg 13 9,00 117,00 Adubos 04-14-08 kg 30,7 0,71 21,80 Calcário kg 383,8 0,15 57,57 Esterco m³ 3 18,00 54,00 Plantio homem/d 5/2 30,00 300,00 Preparo do Solo homem/d 6/2 30,00 360,00 Sub-Total 910,37

OBRAS DE BIOENGENHARIA E ESTRUTURAIS Área Estaqueada 1.095 m2 Área da Biomanta 2.640 m2 Obra do Retaludamento 1.121 m2 Construção de Canaletas 563 m.L Construção das caixas de infiltração 2,5 m3 Compactação 320 m3 Colchão drenante com brita 507,85 m3 Mourões de Eucalipto tratado 28 m.L

CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DA BIOENGENHARIA E ESTRUTURAS Insumos/Operações Unidade Quantidade Custo Unit(R$) Total(R$)

Biomanta instalada m2 2.640 8,40 22.176,00 Estaqueamento d/homem 300 0,50 150,00 Canaletas em degraus Vc=0,198m3/m m 5 76,00 42.788,00 Caixa coletora em concreto tubo d=1,00m un 5 1.396,41 6.982,05 Retroescavadeira 76 hp h/maq 40 66,98 2.680,00 Colchão drenante com brita m3 5 101,57 507,85 Compactação a 95% do P.N. m3 320 2,65 848,00 Acabamento e recomposição de empréstimo m2 400 0,22 88,00 Mourões (0,22x3,20m) un 24 90,00 2.160,00 Sub-Total 78.379,10

CUSTOS DE MANUNTENÇÃO

Insumos/Operações Unidade Quantidade Custo Unitário (R$) Total (R$)

Mudas um 2.048 1,50 3.072,00 Formicidas kg 16 6,00 96,00 Aplicação de formicida dia 1 30,00 30,00 Replantio das Mudas homem/d 20 0,12 245,76 Coroamento homem/d 10/5 30,00 1.500,00 Combate a formigas/Vistorias dia 15 16,00 240,00 Sub-Total 5.183,76

PROTEÇÃO DA ÁREA Cercamento (rolo 500m) 1.248 mL Poste 416 un Mão-de-Obra 3/10 homem/d

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CUSTO DA PROTEÇÃO DA ÁREA

Atividade Unidade Quantidade Custo Unitário Total (R$)

Cerca arame farpado (6 fios) rolo 15 138,00 2.070,00 Poste para cerca (eucalipto) Un 416 10,00 4.160,00 Mão-de-Obra homem/d 3/10 25,00 750,00 OBRAS DE PROTEÇÃO 6.980,00 TOTAL GERAL 169.246,81

CRONOGRAMA

A programação das atividades permite uma melhor estratégia e eficácia da realização do plano.

ANO I

ATIVIDADE J F M A M J J A S O N D

Estágio 01

Limpeza da área X X

Estágio 02

Obras civis de drenagem X X

Obras de Retaludamento X X

Preparo da área X X X

Combate Formiga X

Plantio de gramíneas X X

Estágio 03

Coveamento X X

Coroamento X X

Plantio de mudas X X X

Manutenção X

Cercamento X

ANO II

Cercamento X

Estágio 04

Combate Formiga X X

Coveamento X

Coroamento X

Replantio X X X X

Manutenção X X X X X X X X X X X X

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SCHUELER, 1987 apud ARAUJO, Gustavo Henrique de Sousa, ALMEIDA, Josimar Ribeiro de, GUERRA,

Antônio José Teixeira. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

WOLMAN, 1967 apud ARAUJO, Gustavo Henrique de Sousa, ALMEIDA, Josimar Ribeiro de, GUERRA,

Antônio José Teixeira. Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

APÊNDICES

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